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01 Fev 2015 Steve Lehman 21:00 Sala Suggia – Octet CICLO JAZZ

Steve Lehman composição, saxofone, electrónica Steve Lehman composição, Jonathan Finlayson trompete saxofone, electrónica Mark Shim saxofone Tim Albright trombone Descrito como “uma das figuras que está a transformar o jazz do Chris Dingman vibrafone início do século XXI” (The Guardian), Steve Lehman (Nova Iorque, Jose Davila tuba 1978) é um compositor, intérprete, professor e investigador que Drew Gress contrabaixo explora o espectro dos idiomas da música experimental. As suas Cody Brown bateria peças para orquestra e ensembles de câmara têm sido interpre‑ tadas por diversas formações internacionais, tais como Interna‑ tional Contemporary Ensemble (ICE), So Percussion, Kamme‑ O primeiro CD do octeto de Steve Lehman, Travail, Transforma- rensemble Neue Musik Berlin, JACK Quartet, PRISM Saxophone tion, and Flow (Pi, 2009), representou uma das maiores inova‑ Quartet e Talea Ensemble. O CD Mise en Abîme (Pi, 2014) foi con‑ ções das últimas décadas no jazz, com a aplicação de recursos siderado o melhor álbum de jazz do ano pela NPR Music e Los harmónicos oriundos do espectralismo a este género. A propó‑ Angeles Times. O trabalho anterior, Travail, Transformation & sito dessa primeira incursão num novo universo de sonorida‑ Flow (Pi, 2009), foi considerado o melhor álbum de jazz do ano des, vale a pena recuperar excertos de um texto de John Tucker pelo New York Times. sobre as técnicas usadas por Lehman. Vencedor do prestigiante Doris Duke Artist Award em 2014, «No final da década de 1970, os compositores franceses Tris‑ Steve Lehman actuou e gravou com grupos liderados por tan Murail, professor em Columbia, e Gérard Grisey desenvol‑ , , , Meshell Ndegeocello e veram uma nova abordagem à música que está a influenciar High Priest of Anti-Pop Consortium, entre outros. A sua recente a geração seguinte de compositores. Música espectral, como música electroacústica tem-se focado no desenvolvimento de a invenção é conhecida, é um método de composição no qual modelos de programação para improvisação, baseados no sis‑ notas isoladas são analisadas, frequentemente por um programa tema Max/MSP. informático, de modo a expor um conjunto de micro­‑sons que se Entre 2002 e 2003, foi bolseiro Fulbright em França, onde podem tornar blocos para construir a harmonia, melodia e ritmo. começou a investigação sobre a receptividade de música expe‑ (…) Até há pouco tempo, as técnicas espectrais tinham sido usa‑ rimental de compositores afro-americanos na década de 70, das apenas na música orquestral e de câmara. Agora, pela pri‑ em França. O artigo na revista Critical Studies in Improvisa‑ meira vez, um compositor aplica­‑as ao jazz. E Murail aplaude tion, “I Love You with an Asterisk: African-American Experimen‑ o esforço, levado a cabo por um dos seus alunos. (…) A música tal Composers and the French Jazz Press, 1970-1980”, é o resul‑ espectral é baseada nas propriedades físicas do som, também tado desta investigação. Recentemente, tem publicado ensaios e chamadas de timbre. Para compreender o conceito subjacente, apresentado palestras onde aborda vários tópicos como a peda‑ teremos que pensar numa nota isolada – uma nota de oboé, por gogia no jazz, reconhecimento rítmico e noções europeias de exemplo – como um grande saco de berlindes, e imaginar o que experimentalismo americano. A bolsa de estudos actual inclui a aconteceria se o saco fosse cortado. Os berlindes vertidos repre‑ colaboração no livro Arcana VI: Musicians on Music (Hips Road/ sentam micro­‑sons que tornam a nota de oboé distinguível de Tzadik) e a tese de doutoramento onde examina a sobreposição outra, como por exemplo uma nota de clarinete. Artistas espec‑ entre a história da música espectral e a improvisação no jazz. trais jogam com a informação contida em cada nota para criar Lehman concluiu o Mestrado em Composição (2002) na Uni‑ um número infinito de combinações harmónicas.» versidade de Wesleyan, onde estudou com Anthony Braxton, Jay No regresso à Casa da Música, depois de um concerto memo‑ Hoggard e Alvin Lucier. Paralelamente, trabalhou com Jackie rável em 2011, o octeto de Steve Lehman apresenta o seu novo McLean na Hartt School of Music. Doutorou-se com distinção em disco Mise en Abîme (Pi, 2014), onde se destaca um vibrafone Composição na Universidade de Columbia (2002), onde estu‑ com nova afinação personalizada, electrónica em tempo real e dou com Tristan Murail e George Lewis. Tem sido convidado para a desconstrução das composições mais vanguardistas de Bud leccionar em diversas instituições, tais como Universidade de Powell, além de novas composições encomendadas pela Cham‑ Wesleyan e de Columbia, Conservatório de Paris e New School ber Music America. University. Realizou palestras no Amherst College, UC Berkeley, Berklee School of Music, Banf Centre, Royal Academy of Music em Londres e IRCAM (Paris), onde foi investigador (2011).

MECENAS PROGRAMAS DE SALA MECENAS CASA DA MÚSICA APOIO INSTITUCIONAL MECENAS PRINCIPAL CASA DA MÚSICA Awards. Recebeu a bolsa “New Jazz Works” da Chamber Music Jonathan Finlayson trompete America, em 2012, para estrear e gravar uma nova obra de con‑ certo para sexteto em 2013. Tem tocado com muitos dos maio‑ Jonathan Finlayson foi reconhecido pelo New York Times como res músicos do mundo, incluindo Herbie Hancock, Wayne Shor‑ “um trompetista incisivo e muitas vezes surpreendente”, “fasci‑ ter, Benny Golson, Jimmy Heath e muitos outros. nado pela composição”. Desde que saiu de Oakland (Califórnia), onde nasceu, para estudar com Eddie Henderson, Jimmy Owens e Cecil Bridgewater na New School for Jazz and Contemporary Jose Davila tuba Music, é uma voz activa no panorama da música criativa de Nova Iorque. Discípulo de Steve Coleman, integra os Five Elements O tubista e trombonista Jose Davila é um músico nova-iorquino desde 2000, aos 18 anos. Tem também tocado em grupos lide‑ versátil que trabalha num espectro alargado de géneros. É mem‑ rados por Steve Lehman, Mary Halvorson, e Henry bro do projecto Zooid de Henry Threadgill e de banda lideradas Threadgill, e ao lado de figuras como Von Freeman, Jason Moran, pelo guitarrista e o saxofonista Steve Lehman. Dafnis Prieto e Vijay Iyer. Tocou em discos de salsa da Spanish Harlem Orchestra (Un Gran Dia en el Barrio, nomeado para o Grammy) e dos Soneros del Barrio. Trabalhou também nas bandas de Ray Charles, Andrew Mark Shim saxofone tenor Hill, Tito Puente, Celia Cruz, Marc Anthony, Eddie Palmieri, Ray Anderson, Butch Morris, Ted Nash, com a Lincoln Center Afro Natural de Kingston (Jamaica), Mark Shim mudou­‑se com a famí‑ Latin Jazz Orchestra e as Orquestras Sinfónicas America e da lia para o Canadá aos oito anos e fixou­‑se depois em Richmond New York City Opera. Natural de Porto Rico e criado na Costa (Virginia). Começou a tocar saxofone com 12 anos e frequen‑ Leste dos EUA, Jose Davila estudou formalmente música na Uni‑ tou a Virginia Commonwealth University e o William Paterson versidade de Connecticut e Mannes College of Music. College. Em 1994 mudou­‑se para Brooklyn, onde tocou e gravou com Hamiett Bluiett em Harlem. Tocou depois com Mose Allison, Betty Carter, Greg Osby e Mingus Big Band. Entre 1998 e 2000 Drew Gress contrabaixo gravou três discos para a Blue Note, dois dos quais em nome pró‑ prio: Mind Over Matter e Turbulent Flow, além do colectivo New Drew Gress toca habitualmente com os artistas mais inovado‑ Directions. Tem tocado e gravado com músicos como Delfeayo res da música improvisada contemporânea. O seu projecto The Marsalis, Carmen Lundy, The Headhunters, Michele Rosewoman, Irrational Numbers (Premonition) é baseado em composições Liberty Ellman e Steve Lehman. originais para quinteto. Futuramente dará a conhecer o seu novo quinteto, um disco de contrabaixo solo e um projecto electrónico. Tem tocado em grupos de John Abercrombie, Ralph Alessi, Tim Tim Albright trombone Berne, Don Byron, Uri Caine, Bill Carrothers, Ravi Coltrane, Marc Copland, Mark Feldman, Fred Hersch, John Hollenbeck, Tony Trombonista do grupo Five Elements de Steve Coleman, Atlantic Malaby e John Surman. Foi Artista Residente no Conservatório Brass Quintet, Riverside Symphony e Argento New Music Project, de São Petersburgo e no Conservatório de Paris. Recebeu bol‑ Tim Albright tem uma carreira diversificada como instrumen‑ sas do National Endowment for the Arts, Meet the Composer e tista e professor no panorama musical de Nova Iorque. Ensina na Chamber Music America. Vive em Nova Iorque. SUNY Purchase, Juilliard Pre­‑College, e também todos os anos nos seminários de Verão promovidos pelo Atlantic Brass Quintet em Sonoma (Califórnia) e Boston (Massachusetts). Tocou com Cody Brown bateria Steve Lehman, Maria Schneider’s Jazz Orchestra, Ralph Alessi, Don Byron, International Contemporary Ensemble, Knights Natural de Maine, Cody Brown tem um Bacharelato em Jazz Per‑ Chamber Orchestra, Zankel Band e ainda com a sensação pop formance pelo Purchase College, onde foi aluno do célebre bate‑ Shakira, Sufjan Stevens, Rufus Wainwright e The National. rista John Riley. Estudou também em regime particular com Jeff Ballard, Kenny Washington e Han Bennink. Em 2007, foi convi‑ dado para o prestigiado Banff International Workshop in Jazz and Chris Dingman vibrafone Creative Music, dirigido por Dave Douglas. Divide o seu tempo entre os concertos, o ensino e a composição. Ao longo dos anos, Chris Dingman é um dos vibrafonistas mais requisitados da sua tocou com Herbie Hancock, Dave Douglas, Miguel Zenón, Ker‑ geração. Estudou jazz tradicional mas é influenciado por uma mit Driscoll, Michael Moore, Ernst Glerum, Tobias Delius, Thomas grande variedade de fontes e experiências musicais. Em 2012 foi Heberer, Frank Carlberg, Sam Newsome, Bobby Avey e muitos nomeado Vibrafonista Revelação do Ano pela revista Downbeat outros. Vive em Brooklyn, Nova Iorque. e Artista Revelação do Ano pelos Jazz Journalist Association

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