Jazz 26 Janeiro 2011

Steve Lehman Octet Jazz espectral Ditaram as circunstâncias que assim não fosse, mas o certo é que esse caminho O interesse manifestado por variadís- está finalmente a ser trilhado e tanto crí- simas figuras da evolução do jazz pela ticos como musicólogos vão afirmando música erudita, e designadamente a sua que é o futuro do jazz, ou pelo menos contemporânea (veja-se, em especial, o um dos seus futuros, que está assim a caso de Duke Ellington), antecedeu em ser concebido. Vamos ter o privilégio de muito a tendência de cruzamento a que o testemunhar com esta vinda do Steve se chamou third stream e teve continui- Lehman Octet a Lisboa. dade depois de essa corrente iniciada O saxofonista e compositor nova- por Gunther Schuller se ter desvanecido, ‑iorquino vem apresentando o projecto até chegar aos nossos dias e a um jovem da seguinte forma: “Em termos simpli- músico como Steve Lehman. No segui- ficados, podemos dizer que esta é uma mento das associações entre o dodeca- proposta de utilização do timbre e das fonismo serialista e a herança afro-ame- propriedades físicas da acústica na com- ricana operadas por Joe Maneri ou por posição. O timbre é habitualmente enca- , eis que Lehman, um rado como um parâmetro isolado ou antigo aluno do segundo destes nomes, como uma variável musical por si e em ensaia a aproximação dos conceitos har- si mesma, mas a verdade é que é consti- mónicos do espectralismo às estruturas tuído por uma multitude de fenómenos e ao vocabulário do pós-bop. Não o faz, interactivos. O modo como o nosso nem podia, como se tivesse tirado um ouvido é capaz de discernir a diferença coelho de dentro da cartola: “Enquanto entre um clarinete e um trompete não Saxofone alto Steve Lehman marco histórico, o fascínio de Charlie tem que ver apenas com os harmónicos Trompete Jonathan Finlayson Parker pela música de Edgar Varèse, e o desses instrumentos, ou com o volume Saxofone tenor Mark Shim seu pedido a Varèse para que lhe desse de cada harmónico individualizado, mas Trombone Tim Albright lições de composição, é um exemplo também com o ataque dos sons e com Tuba Dan Peck importante para mim – Varèse, tal como o que sucede a esses parciais ao longo Vibrafone Chris Dingman Messiaen, é considerado habitualmente do tempo. Acredito, tal como Tristan Contrabaixo Drew Gress como um compositor proto-espectral.” Murail, que a música espectral é mais Bateria Esse encontro entre génios nunca uma atitude composicional do que uma chegou a acontecer, devido à prema- colecção de técnicas de escrita.” tura morte de Parker, mas se se tivesse O que Lehman realiza tem início num realizado, aquilo a que Steve Lehman se rigoroso trabalho de análise e decom- propôs em 2009 com o álbum Travail, posição das frequências e dos over- Transformation and Flow, classificado tones produzidos pelos instrumentos como o melhor disco do ano pelo que integram o seu octecto (saxofo- New York Times e constante no Top 10 nes sopranino, alto e tenor, trompete, de publicações internacionais como trombone, tuba, vibrafone, contrabaixo ArtForum, NPR, Newsweek, Village e bateria), por meio de um computador. Voice, Berliner Zeitung, Jazz Thing e As partituras com a orquestração reali- Qua 26 de Janeiro a portuguesa jazz.pt, poderia ter-se zada são, depois, entregues à execução 21h30 · Grande Auditório · Duração: 1h30 · M12 tornado uma realidade bem mais cedo. dos mesmos, e se parece electroacústica

3 a música que se ouve (“o espectralismo que antes obteve de Jackie McLean, rio dos usos hoje maioritários no jazz, já si mesmo, é neste dealbar do XXI o nasceu da tentativa de transpor as um dos mestres do hard bop e autor o ritmo é fundamental. Lehman contra- mecanismo de base de uma realidade sonoridades electrónicas para os instru- de um dos mais seminais discos do jazz balança o cerebralismo das estruturas musical compósita que promete fasci- mentos acústicos”, diz Steve Lehman), moderno, One Step Beyond. “Foi o foco com a visceralidade do groove, e para nantes desenlaces. “Até agora – afirma o certo é que a informática apenas surge de McLean no som e no timbre que me tal recorre às rítmicas dessas expressões Steve Lehman –, estou excitado com o na primeira fase de criação do novo jazz conduziu ao espectralismo”, refere este negras e também às da club music, suas trabalho desenvolvido.” Espera-se que espectral. Características particulares grande inovador do nosso tempo. Na herdeiras. Até nisso ele descobre o que este alvoroço seja contagiante... deste são o total afastamento da lógica música como em tudo o mais, vivemos se julgaria serem insuspeitos relacio- de intervalos e progressões harmónicas num tempo de confluências, e o próprio namentos: “Há fortes conexões entre Rui Eduardo Paes típicas no jazz, o uso de microtonalida- Murail referiu já que os processos que a fusão de sons do espectralismo e a Crítico de música, ensaísta, des e, sobretudo, de quartos-de-tom, sistematizou com Gérard Grisey, outro realizada, por exemplo, pelo hip-hop editor da revista jazz.pt algo de particularmente difícil quando renomado compositor espectralista, pro- experimental.” estão envolvidos aerofones, a repartição vieram da audição de Rimsky-Korsakov, Se bem que, por enquanto, ache que dos convencionais fraseados jazzísticos Ravel, Scriabin, Stockhausen e Ligeti. está apenas a “coçar a superfície”, este pelo colectivo, cada intérprete encar- Aliás, Tristan Murail vê com bons olhos cruzamento de fronteiras entre a música regue apenas de uma parte do todo, e os sincretismos de Lehman: “A junção erudita, vulgo “séria”, e a popular, de uma organização/mesclagem dos sons destas técnicas a uma música de inspira- dança, entre a alta cultura e a cultura ao nível celular. ção jazz podia ser desastrosa, mas com de divertimento, não sendo inédita, A melhor explicação do processo o Steve soa de maneira muito natural. É promete consequências inusitadas, pelo a um leigo é a que recorre a ima- muito especial, muito pessoal.” facto de ir mais longe do que alguma gens, como nesta tentativa surgida na A uma audição mais superficial, há vez se tentou. Neste particular, a inclu- imprensa americana: “Pensem numa bastantes semelhanças entre Travail, são do tema Living in the World Today, nota – por exemplo, uma nota tocada Transformation and Flow e a produção do rapper GZA/The Genius, estrela num oboé – como um saco de berlindes, discográfica da editora Blue Note na do grupo Wu-Tang Clan, em Travail, e imaginem o que acontece quando década de 1960, o que prefigura um Transformation and Flow, tem uma forte abrimos esse saco. Os berlindes que claro alinhamento estético. Por outro carga simbólica. E claro que isto só é saltam representam os micro-sons que lado, denota-se também o envolvimento possível graças à emergência de um distinguem essa nota de oboé da mesma avant-garde motivado pela influência de novo tipo de músicos que não apenas nota tocada por um clarinete. Um Braxton, com quem Lehman colaborou ouve, e aprecia, diferentes géneros músico espectral joga com a informação estreitamente. O painel de referências musicais, como é capaz de os praticar que está dentro de cada nota, de modo do jazz espectral de Steve Lehman não com a máxima competência. Os mem- a criar um número infinito de combina- se fica, no entanto, pela tríade Jackie bros do octeto, Mark Shim (no CD foi ções harmónicas.” McLean/Anthony Braxton/Tristan Murail, Jeremy Viner), Jonathan Finlayson, Tim Se o projecto musical de Steve pois na equação surge igualmente Steve Albright, Dan Peck (em substituição de Lehman significa o abandono de um Coleman. O nosso visitante adopta Joe Davila), Chris Dingman, Drew Gress, pilar essencial da linguagem a que alguns dos conceitos-chave da filosofia Tyshawn Sorey e, obviamente, o próprio chamamos jazz, a harmonia específica M-Base deste último, designadamente a Lehman, são, assim, “instrumentistas deste – por alguns considerada o seu inclusão de materiais de todos os ramos que têm a vantagem de poder recor- calcanhar de Aquiles –, o curioso é que da saga musical africana na América, rer a distintas ferramentas e que estão o músico chegou a Tristan Murail, seu ou seja, além do jazz, o funk, a soul, o habilitados a atravessar diversos idiomas professor de composição no douto- rhythm ‘n’ blues, o hip-hop... Se no Octet e estilos”. ramento que está a tirar na Columbia a melodia tem uma importância secun- Assim, uma fórmula que no século XX University, pela via dos ensinamentos dária, também neste aspecto ao contrá- surgira como um sistema fechado sobre

4 5 que publicou na revista Critical Studies Steve Lehman in Improvisation, “I Love You with an saxofone alto Asterisk: African-American Experimental Composers and the French Jazz Press, Steve Lehman (nascido em Nova 1970-1980” é um resultado dessa inves- Iorque em 1978) é compositor, músico, tigação. Actualmente está a trabalhar investigador e professor que trabalha num estudo acerca da sobreposição da no cruzamento de um largo espectro música espectral com a improvisação de idiomas da música experimental. contemporânea. As peças de Lehman para grande Lehman completou o seu BA (2000) orquestra e conjuntos de câmara e o seu MA (2002) em Composição na foram interpretadas por International onde estudou com Contemporary Ensemble (ICE), So Anthony Braxton, Jay Hoggard e Alvin Percussion, Kammerensemble Neue Lucier, trabalhando ao mesmo tempo Musik Berlin, The Jack String Quartet, com Jackie McLean na Hart School of membros dos ensembles Argento e Music. Actualmente é candidato a um Wet Ink e pelo pianista Marylin Nonken. doutoramento em Composição Musical Saxofonista alto e sopranino, Lehman na Universidade de Columbia, onde é tocou e gravou nacional e internacional- membro de departamento e estuda com mente com os seus próprios conjuntos Tristan Murail e George Lewis. ou com bandas lideradas por Anthony Lehman ensinou na Wesleyan Braxton, Dave Burrell, , Vijay University, Conservatoire National de Iyer, Oliver Lake, Meshell Ndegeocello, Musique de Paris, New School University David Wessel e High Priest of Anti-Pop e e foi conferen- Consortium. A sua discografia inclui cista em Amberst College, UC Berkeley, nove títulos como líder e outros tantos UC Irvine, CalArts, The Berklee School como sideman. A sua música electro­ of Music, Comish College of the Arts e acústica recente tem-se concentrado no School for Improvisational Music. desenvolvimento de modelos compu- O seu mais recente álbum (o único torizados para improvisação baseados com este octeto), Travail, Transformation no ambiente de programação Max/MSP. & Flow (2009) foi escolhido como O trabalho de Lehman tem recebido melhor disco do ano pelo NY Times e críticas favoráveis em Artforum (uma muitas outras publicações e websites. das mais conceituadas revistas de artes www.stevelehman.com visuais), Downbeat Magazine, The New York Times, Newsweek, The Wire, na National Public Radio e na BBC. Como bolseiro Fulbright em França Jonathan Finlayson no ano académico de 2002/2003, trompete Lehman começou a investigar sobre a recepção dos compositores experimen- Finlayson nasceu em Oakland, Califórnia. tais afro-americanos que trabalharam Desde que se mudou para Nova Iorque em França na década de 1970. O artigo para frequentar The New School for Jazz

7 and Contemporary Music, tem tido uma rios em 1991 e frequentando a Virginia Steve Coleman, os Five Elements. É voz activa na cena da música criativa Commonwealth University e o William trombonista nos Atlantic Brass Quintet, Dan Peck nova-iorquina. Paterson College. Em 1994 mudou-se Riverside Symphony e Argento New tuba Um veterano do grupo visionário para Brooklyn onde tocou e gravou Music Project, e é actualmente membro Steve Coleman and Five Elements, de com Hamiet Bluiett. Tocou então com da orquestra do aclamado musical revi- Dan é um tubista, multinstrumentista que faz parte desde 2003, e com quem Mose Allison, Betty Carter, Greg Osby e valista da Broadway, West Side Story. e músico criativo que vive e trabalha esteve na Culturgest em 2008. Finlayson Mingus Big Band. Tim tocou com a Orquestra de Jazz de em Nova Iorque. Desde que para lá se adquiriu um conhecimento e uma expe- Ao seu álbum de estreia Mind Over Maria Schneider, The Knights, com o mudou, em 2005, tem estado activo riência inestimáveis da sua colaboração Matter (Blue Note, 1998) seguiu-se New trompetista Ralph Alessi, o clarinetista como solista, improvisador, músico cria- com Steve Coleman. Participou ainda em Directions, um projecto de um grupo Don Byron e artistas tão populares como tivo, compositor e colaborador em vários grupos liderados por Ravi Coltrane, Steve jovem que incluía Osby, Sufjan Stevens, Rufus Wainwright, The projectos. Estreou peças para tuba solo Lehman, Mary Halvorson, Tomas Fujiwara e Stefon Harris e depois o admirável National, Antony and the Johnsons, de Robert Sirota, Craig Woodward e e tocou com aclamados músicos como Turbulent Flow, ambos editados pela Martha Wainwright, Kate e Anna Ignacio Baca-Lobera e tocou em recitais , Jason Moran, Nasheet Waits, Blue Note em 2000. McGarrigle, e Last Shadow Puppets. a solo em St. Bartholomew’s Church, Dafnis Prieto ou Von Freeman. Com um timbre profundo único, e Participou em numerosas produções Merkin Hall e The Stone. Em formações A revista Downbeat escolheu-o em interesses que vão do bop swingado ao da Broadway como Spamalot, The de grupo, Dan trabalhou com maes- 2007 como um dos 25 trompetistas do funk ou avant-garde, Shim continua a Producers, A Chorus Line, Dirty Rotten tros como James Levine e Herbert futuro. actuar, gravar e a fazer digressões com Scoundrels, Legally Blonde e Fosse. Blomstedt, compositores como Anthony Lidera o seu grupo Common Thread, artistas como Delfeayo Marsalis, Carmen Para além de uma intensa actividade Braxton e Bruce Neely, e grandes artis- com Shane Endsley no trompete, e Lundy, The Headhunters, Michele em palco, Tim está muito tempo a tas da cena nova-iorquina como Dave outros músicos que têm variado. A mais Rosewoman, e Steve gravar em estúdio. Gravou música para Taylor e David Liebman. Toca com o recente formação inclui Miles Okazaki Lehman. cinema e televisão e com artistas como International Contemporary Ensemble na guitarra, Keith Witty no contrabaixo, www.allaboutjazz.com/php/musician. International Contemporary Ensemble, e apresentou-se com as bandas Alarm na bateria. Os Common php?id=4287 Riverside Symphony, Gary Morgan and Will Sound, Second Instrumental Unit, Thread têm-se apresentado mais do que Panamericana, Steve Lehman, Steve New World Symphony e a Orquestra do uma vez no Festival of New Trumpet Coleman, Ralph Alessi e Don Byron, Festival de Tanglewood, entre outras. Music (FONT) em Nova Iorque, que é co- entre outros. Tim é professor na Juilliard À vontade tanto no domínio do jazz dirigido por Dave Douglas, para além de Tim Albright Pre-College, e ensina anualmente com criativo como da música contemporâ- tocarem em vários locais de Nova Iorque. trombone o Atlantic Brass Quintet nos seus semi- nea, Dan também participa na banda de A partir de www.pirecordings.com/artist/ nários de Verão em Sonoma, Califórnia, jazz tradicional Grandpa Musselman and Jonathan_Finlayson e outras informa- Nasceu e cresceu em St. Helena, e Boston. His Syncopators. Os Syncopators tocam ções dispersas na net Califórnia. Começou a estudar piano Como se evidencia pela variedade frequentemente em clubes de varieda- com cinco anos, corneta com oito e de estilos de música que pratica, Tim des (burlesque, no original; género de descobriu o seu verdadeiro amor, o tem interesses e influências musicais espectáculo teatral musical americano, trombone, com nove. Bacharel em muito amplos. Entre os seus músicos com semelhanças com a nossa Revista, Mark Shim Música (com o trombone como instru- favoritos estão Miles Davis, Stevie inclui números de striptease, graças saxofone tenor mento) pela Eastman School of Music, Wonder, J.J. Johnson, Charlie Parker, obscenas, etc.; o género teve origem no desde 1999 que vive e trabalha em Nova Bach, Bartok, Joni Mitchell, My Brightest século XIX, mas desde os anos 1990 que Shim nasceu em Kingston, na Jamaica. Iorque. Diamond, Kneebody, Caetano Veloso, tem surgido um surto revivalista) dentro Em 1973, foi para o Canadá e mais Tem desenvolvido a sua carreira Radiohead, The Beatles e o noneto de e à volta da cidade e foram convidados tarde fixou-se em Richmond, Virgínia. freelance como músico e professor em Alan Ferber. pelo Festival de Jazz de Aspen em 2007, Começou a estudar saxofone muito Nova Iorque. Pode ser ouvido frequen- http://newyorkchamberbrass.com/ dirigido pelo contrabaixista Christian novo, finalizando os estudos secundá- temente como membro da banda de bio-tim.htm McBride. Em Junho de 2008, em conse-

8 9 quência da sua ligação aos Syncopators, Times) e como “francamente hipnótico” estado de alegria e que se conclui de percussão indiano) David Nelson. Dan tocou num espectáculo de varieda- (John Barron, All About Jazz). Tocou num ambiente de paz e serenidade. Durante esse tempo esteve muito des (burlesque), que coordenou e para e estudou com muitos dos melho- O projecto conta com a participação envolvido no estudo de diferentes o qual escreveu a música original, no res músicos do mundo como Herbie de grandes artistas numa instrumenta- culturas musicais, como as do Sul da Beach Festival que decorreu no Coney Hancock, Wayne Shorter, Benny Golson, ção em quinteto que inclui vibrafone, Índia, da África Ocidental, da Coreia, a Island Freak Show Museum. Jimmy Heath e muitos outros. Agora saxofone/trompete, piano, contrabaixo e afro-cubana, a brasileira. No Verão de Actualmente Dan gosta de se encon- baseado em Brooklyn, Nova Iorque, está bateria, com, alternadamente, Ambrose 2000 foi até Kerala, no Sul da Índia, para trar e tocar com todo o tipo de músicos a trabalhar com vários dos artistas mais Akinmusire, Loren Stillman, Mark Small, aprofundar os seus conhecimentos de criativos da cidade. Gosta muito de importantes nos campos do jazz e da Fabian Almazan, Joe Sanders, Aidan “mridangam” e da música clássica dessa colaborar com compositores de hoje de música criativa, como sideman ou como Carroll, Justin Brown, Eric McPherson e zona da Índia. modo a trazer para a tuba mais peças líder do seu projecto Waking Dreams. Tommy Crane. O quinteto actua regu- Em 2005 foi um dos sete músicos em solo ou de música de câmara e Desde a sua chegada a Nova Iorque larmente em muitos dos melhores locais seleccionados por Herbie Hancock, também tem um interesse especial por em 2007, Dingman começou a tocar para se escutar jazz em Nova Iorque Wayne Shorter e Terence Blanchard para obras multidisciplinares de música e com grupos liderados por Ambrose como Zinc Bar, Jazz Gallery, St. Peter’s participar no Thelonious Monk Institute arte. Frequentou a Manhattan School of Akinmusire, Steve Lehman, Gerald Church, Cornelia Street Café. of Jazz Performance da University Music e a Mason Gross School of Arts na Clayton, Jen Shyu, Mark Taylor, Mike A actividade de Dingman como of Southern California (USC) em Los Universidade de Rutgers, onde recebeu Moreno, Harris Eisenstadt, Adam sideman também cresceu nos últimos Angeles. Aí estudou com Blanchard, o Presser Foundation Award. De entre Rudolph, Keith Witty, Bryan Copeland anos. Em Novembro de 2009 participou Ron Carter, Benny Golson, Jimmy Heath, os seus principais professores podem e muitos outros. Participou em vários na composição, em forma de suite, de Jerry Bergonzi, Wynton Marsalis, Jason citar-se Scott Mendoker, Toby Hanks e álbuns muito bem recebidos pela crítica Noah Baerman, Know Thyself financiada Moran, Lewis Nash, Hal Crook, Stefan Warren Deck. como Travail, Transformation, and Flow, por um subsídio para “Novas Obras” Harris, John Magnussen, Vince Mendoza, www.iceorg.org/about/artist/peck.html de Steve Lehman (); da Chamber Music America, e regis- Russell Ferrante e muitos outros. Prelude: to Cora, de Ambrose tada em CD em 2010. Em Dezembro de Completou o seu mestrado em música Akinmusire (Fresh Sound/New Talent) e 2009 participou em Raging Waters, Red na USC em 2007. Canada Day, de Harris Eisenstadt (Clean Sands, de Jen Shyu, encomenda de Jazz Durante esse período teve a opor- Chris Dingman Feed) entre outros. Também aparece Gallery e tornada possível em parte pela tunidade de tocar frequentemente vibrafone como solista convidado no álbum Bossa Jerome Foundation. Em 2010 Dingman com Herbie Hancock e Wayne Shorter. Beleza de Gabriela Anders (E1 Music/ gravou com Anthony Braxton, a Organic Em Novembro de 2005 viajaram, Saudado pelo New York Times como Koch Records). Foi nomeado “Rising Orchestra de Adam Rudolph, o grupo com a banda do Monk Institute, um solista e compositor “deslumbrante” Star” em vibrafone em 2009 pelos do contrabaixista Bryan Copeland, até ao Vietname, financiados pelo com uma “predilecção por uma sólida críticos reunidos pela revista Downbeat Bryan and the Aardvarks, para além Departamento de Estado, dando lógica e um lirismo polido”, Dingman é e nos dois últimos anos, Phil DiPietro, de digressões com o octeto de Steve concertos e masterclasses. Em 2007 um dos mais solicitados vibrafonistas membro da Jazz Journalist Association Lehman, gravações em estúdio com o voltou a viajar com Hancock, Shorter e da sua geração. Formado da tradição nomeou-o para a lista dos 10 melhores seu quinteto Waking Dreams, numerosas o ensemble do Monk Institute, desta vez do jazz mas influenciado por um largo sidemen do ano. aparições na área de Nova Iorque. pela Índia – Mumbai, Calcutá, Nova Deli espectro de músicas e experiências, No Outono de 2009 Dingman formou Dingman cresceu em San Jose, e Agra – onde tocaram para multidões Dingman vai buscar a sua inspiração o seu actual quinteto, um projecto que Califórnia e começou a estudar muito e apresentaram workshops no Ravi e sentido a um diversificado leque de lidera. A suite Waking Dreams é uma cedo piano e percussão. Frequentou a Shankar Institute em Nova Deli e na fontes musicais, unindo-as numa abor- colecção de peças que desenvolvem Wesleyan University onde completou St. John’s School em Mumbai. dagem progressiva que lhe valeram ser uma narrativa que flui suavemente o seu BA em música. Aí estudou com Chris tem vindo a ensinar estudantes louvado pelo seu “pungente trabalho” de andamento em andamento, desde o vibrafonista Jay Hoggard, o baterista de todas as idades e níveis nos últimos (David Sprague, Variety), a sua “humil- a escuridão até à luz, num percurso Pheeroan AkLaff, Anthony Braxton, o 12 anos, dirigindo masterclasses em dade adaptável” (Nate Chinen, New York da consciência e aceitação até um tocador de “mridangam” (instrumento escolas secundárias e conservatórios,

10 11 nacional e internacionalmente, dirigindo Meet the Composer e Chamber Music Riley, James Williams e Kevin Norton, ao campos de Verão musicais para estudan- America. mesmo tempo que estudava compo- tes entre 11 e 18 anos, liderando bandas www.drewgress.com/drew.html sição com Anton Vishio e John Link e de jazz em escolas de níveis secundário trabalhava com Peter Jarvis, director e médio, dando aulas de percussão a do New Jersey Percussion Ensemble. grupos de crianças e adultos. Dá aulas Sorey também conduziu e participou privadas de vibrafone, piano, percussão Tyshawn Sorey em várias conferências e masterclas- e improvisação em jazz. bateria ses sobre improvisação, percussão www.chrisdingman.com contemporânea, combo e teoria da Tyshawn Sorey (nascido em Newark, crítica no International Realtime Music New Jersey, em 1980) é um activo Symposium na Noruega, Hochschule für compositor, multinstrumentista (toca Musik Köln, School of Improvisational Drew Gress com a mesma mestria instrumentos tão Music, Musikhochschule Nürnberg, contrabaixo díspares como o piano, o trombone e a Berklee College of Music, Birmingham bateria), professor e investigador cujo Conservatory of Music em Inglaterra, e Drew Gress nasceu em Yardley, trabalho abrange uma gama extensa de Cité de la Musique em Paris. Recebeu Pensilvânia, em 1959. Actualmente idiomas musicais. Como percussionista, encomendas de Van Lier Fellowship e vive em Nova Iorque onde é um dos trombonista e pianista Tyshawn tocou Roulette, mais recentemente para uma contrabaixistas mais requisitados. Tem e/ou gravou nacional e internacional- obra em partes, um work in progress, trabalhado intensamente com muitos mente com os seus próprios conjun- intitulado Wu-Wei, estreado na sua artistas inovadores no campo da música tos e os liderados por Muhal Richard totalidade no The Stone em Nova Iorque contemporânea improvisada. Abrams, Steve Coleman, Lawrence onde foi programador em Agosto de A sua última gravação, The Irrational D. “Butch” Morris, Sylvie Corvoisier, 2009 (The Stone foi criado e é diri- Numbers (Premonition) apresenta com- Michele Rosewoman, Anthony Braxton, gido artisticamente por John Zorn; a posições originais suas para quinteto. Vijay Iyer, Wadada Leo Smith, Ikue programação de música experimental e Entre os discos anteriores, muito elogia- Mori, Steve Lehman, Dave Douglas e avant-garde é escolhida todos os meses dos pela crítica, contam-se, por exemplo, Billy Bang, entre muitos outros. O seu por um ou dois músicos diferentes ou 7 Black Butterflies (2005) e Spin & Drift trabalho tem recebido críticas favoráveis outras personalidades convidadas). (2001). Projectos futuros incluem um de Traps, The National Public Radio, The Actualmente Tyshawn é professor de novo quinteto, uma gravação a solo e Village Voice, The Wire, The New York combo, de composição e improvisação um projecto de música electrónica. Times, Modern Drummer, JazzTimes, The na School of Improvisational Music em Drew tocou nas bandas de John Star-Ledger e Downbeat, e na estação Brooklyn, Nova Iorque. Abercrombie, Ralph Alessi, Tim Berne, de rádio WKCR-FM. Tem aparecido www.akamu.net/sorey/biography.htm Don Byron, Uri Caine, Bill Carrothers, regularmente, desde 2007, na lista dos Ravi Coltrane, Marc Copland, Mark melhores músicos elaborada pelos Feldman, Fred Hersch, John Hollenbeck, críticos na revista Downbeat. O seu Tony Malaby e John Surman. artigo em Arcana 4 (editada por John Fez digressões pelas Américas do Zorn), “Meaning in Music”, examina a sua Norte e do Sul, Europa e Ásia e foi abordagem quer à composição quer à artista residente no Conservatório de improvisação. Sorey completou o seu São Petersburgo e no Conservatório bacharelato em estudos musicais e ins- de Paris. Foram-lhe concedidas bolsas trumento em 2004 na William Paterson por National Endowment for the Arts, University onde estudou com John

12 13 Próximo espectáculo Luther “Guitar Junior” & The Magic Rockers Ciclo Hootenanny Comissário: Ruben de Carvalho

Música Sáb 29 Janeiro Grande Auditório · 21h30 · Dur. 1h20 · M12

Guitarra Luther Johnson todo o mundo em sucessivas digres- Bateria Ralph Penn Kimble, Jr. sões que consagraram a sua técnica de Saxofone Lynwood Cooke guitarrista e a expressividade da sua Guitarra baixo Kenneth Lane Bleckley voz. Gravou e viria ser galardoado com Guitarra John Talbot Ward o Grammy de Best Traditional Blues Album em 1985, prémio para que seria É do inesgotável filão do West Side de novamente nomeado em 1999. Chicago que virá o primeiro espectáculo do Hootenanny de 2011: Luther Johnson, que ganhou para sempre o nome de Luther “Guitar Junior” Johnson por não ter ainda 20 anos quando, ainda na década de 50 do século passado, assinou, pela mão de Magic Sam, o seu primeiro contrato como músico. Nascido no Mississípi em 1939, fez com a sua família a viagem para o Norte que criou o pujante universo afro-americano de Chicago onde, durante oito anos – de 1972 a 1980 – integrou a lendária forma- ção de Muddy Waters. Com a própria banda que depois constituiu, os Magic Os portadores de bilhete para o espectáculo Rockers, percorreu os Estados Unidos e têm acesso ao parque de estacionamento da Caixa Geral de Depósitos. Conselho de Administração Comunicação Maquinaria de Cena Presidente Filipe Folhadela Moreira Alcino Ferreira António Maldonado Ana Franco Gil estagiária Gonelha Técnico Auxiliar Administradores Publicações Álvaro Coelho Miguel Lobo Antunes Marta Cardoso Margarida Ferraz Rosário Sousa Machado Frente de Casa Rute Sousa Assessores Actividades Comerciais Dança Patrícia Blazquez Bilheteira Gil Mendo Clara Troni Manuela Fialho Teatro Catarina Carmona Edgar Andrade Francisco Frazão Arte Contemporânea Serviços Administrativos e Financeiros Recepção Miguel Wandschneider Cristina Ribeiro Sofia Fernandes Serviço Educativo Paulo Silva Ana Luísa Jacinto Raquel Ribeiro dos Santos Teresa Figueiredo Pietra Fraga Auxiliar Administrativo Direcção Técnica Nuno Cunha Direcção de Produção Paulo Prata Ramos Margarida Mota Colecção da Caixa Geral de Depósitos Direcção de Cena e Luzes Isabel Corte-Real Produção e Secretariado Horácio Fernandes Inês Costa Dias Patrícia Blázquez Maria Manuel Conceição Mariana Cardoso de Lemos Assistente de direcção cenotécnica Jorge Epifânio José Manuel Rodrigues

Exposições Audiovisuais Coordenação de Produção Américo Firmino Mário Valente coordenador Produção e Montagem Paulo Abrantes António Sequeira Lopes chefe de áudio Produção Tiago Bernardo Paula Tavares dos Santos Montagem Iluminação de Cena Edifício Sede da CGD Fernando Teixeira Fernando Ricardo chefe Rua Arco do Cego, 1000-300 Lisboa, Piso 1 Culturgest Porto Nuno Alves Tel: 21 790 51 55 · Fax: 21 848 39 03 Susana Sameiro [email protected] · www.culturgest.pt

Culturgest, uma casa do mundo