DEPARTAMENTO DE TAQUIGRAFIA, REVISÃO E REDAÇÃO

SESSÃO: 132.4.55.O DATA: 29/05/18 TURNO: Vespertino TIPO DA SESSÃO: Deliberativa Extraordinária - CD LOCAL: Plenário Principal - CD INÍCIO: 16h02min TÉRMINO: 20h44min

DISCURSOS RETIRADOS PELO ORADOR PARA REVISÃO

Hora Fase Orador 16:44 BC DANIEL ALMEIDA 17:44 BC DANIEL ALMEIDA

Obs.:

Ata da 132ª Sessão da Câmara dos Deputados, Deliberativa Extraordinária, Vespertina, da 4ª Sessão Legislativa Ordinária, da 55ª Legislatura, em 29 de maio de 2018. Presidência dos Srs.: Rodrigo Maia, Presidente. Carlos Manato, 4º Suplente de Secretário. Covatti Filho, Felipe Bornier, Afonso Motta, nos termos do § 2º do artigo 18 do Regimento Interno.

ÀS 16 HORAS E 2 MINUTOS COMPARECEM À CASA OS SRS.: Rodrigo Maia Fábio Ramalho André Fufuca Giacobo Mariana Carvalho JHC André de Paula Dagoberto Nogueira César Halum Pedro Uczai Carlos Manato

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I - ABERTURA DA SESSÃO

O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - A lista de presença registra na Casa o comparecimento de 303 Senhoras Deputadas e Senhores Deputados.

Está aberta a sessão.

Sob a proteção de Deus e em nome do povo brasileiro iniciamos nossos trabalhos.

II - LEITURA DA ATA

O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Fica dispensada a leitura da ata da sessão anterior.

III - EXPEDIENTE

(Não há expediente a ser lido.)

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O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Passa-se às

IV - BREVES COMUNICAÇÕES

Concedo a palavra ao primeiro orador inscrito, o Deputado Pedro Uczai.

S.Exa. dispõe de 3 minutos.

Lembro que o acordo é de uso da palavra por 3 minutos, improrrogáveis.

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O SR. PEDRO UCZAI (PT-SC. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srs.

Deputados, eu estive presente à Comissão Geral em toda a sua extensão. Ouvi o monte de bobagens ditas pelo Ministro , pelo representante da ANP

— Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis e do CADE —

Conselho Administrativo de Defesa Econômica. Todos mantêm a mesma posição que produziu a crise no setor de petróleo, de óleo e gás, sobre a política de preços dos combustíveis.

Vieram aqui com a maior cara de pau reafirmar que manterão a política de preços de Pedro Parente e que manterão Pedro Parente na Presidência da

PETROBRAS, a própria causa, a própria origem da crise deste momento. O País está caindo, está desmoronando, o caos está instalado, e eles mantêm a posição política:

Vamos manter a política de Pedro Parente,

privatizar a PETROBRAS, transferir o refino para o

espaço estrangeiro e para as petroleiras, ampliar as

importações de petróleo, porque o preço está bom. Então,

as empresas privadas vão importar petróleo no nosso

País .

Eles não conduzem uma nova política de preços definida pela própria lógica da economia, ou seja, a partir da inflação, a partir da economia básica, para movimentar a economia e gerar emprego e renda.

A política econômica gerou desemprego d afetou também o setor de transporte. Não há alternativa senão a de mudar a política de preços suicida, criminosa da PETROBRAS.

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Em terceiro lugar, diante da dimensão da crise política que vivemos, só temos um caminho a seguir: da democracia, com eleições livres e democráticas, para construirmos uma nova política econômica, gerar emprego, gerar inclusão social, gerar políticas públicas neste País.

Não é tirando da arrecadação de tributos que se vai resolver o problema da economia, nem o da política de preços do petróleo. É um grande equívoco o que o

Governo tenta fazer, em resposta à crise do petróleo.

Devemos construir uma nova política para as empresas estatais no País, devemos fortalecer as empresas estatais, devemos fortalecer a ELETROBRAS, acabar com qualquer possibilidade de privatização da ELETROBRAS e da

PETROBRAS, porque são empresas do povo brasileiro.

Devemos retomar o debate da democracia, construir o destino pelo voto soberano e popular do povo brasileiro.

Por isso, nós vamos defender, democraticamente, o direito de Lula ser o nosso candidato a Presidente da República.

O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Muito obrigado, nobre Deputado.

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O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Seguindo a lista de inscrição, concedo a palavra ao 21º orador inscrito, o Deputado Leo de Brito, do PT do Acre. Depois falará o Deputado Flavinho.

O SR. LEO DE BRITO (PT-AC. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente,

Sras. e Srs. Deputados, evidentemente, nós todos, Deputados e Deputadas, na

Comissão Geral, viemos manifestar a nossa solidariedade ao movimento dos caminhoneiros — obviamente, excluídos aqueles oportunistas que querem a intervenção militar —, bem como a todas as categorias profissionais.

No último final de semana, eu estive no encontro da FENORDEST —

Federação Interestadual das Regiões Norte e Nordeste dos Trabalhadores em

Transportes de Mototaxistas, Motoboys, Motofretes e Taxistas, todos eles contra a política nefasta de preços dos combustíveis da PETROBRAS.

Eu quero dizer que a solução que foi dada pelo Governo, na verdade, é mero paliativo. O Governo está enxugando gelo com a proposta de zerar a alíquota de PIS

— Programa Integração Social, COFINS — Contribuição para o Financiamento da

Seguridade Social e CIDE — Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico incidente tão somente sobre o óleo diesel , o que representa redução de 46 centavos no preço. O que a população pergunta é o seguinte: “E a gasolina, como fica? E o gás de cozinha?”

Quem está sentindo na pele, conforme nós vimos pela mobilização popular nesta greve dos caminhoneiros, é exatamente a população, que viu o preço da gasolina subir de R$2,89 para mais de R$5,00. Em algumas regiões, como no meu

Estado do Acre, a gasolina está custando de R$7,00 a R$10,00. É um verdadeiro

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absurdo o que está acontecendo. Nós vemos no dia a dia o sofrimento da população.

Quando fala em zerar a alíquota de PIS e COFINS, o Governo apresenta uma solução que atinge inclusive a arrecadação da Seguridade Social. O Governo quer fazer aí a famigerada reforma da Previdência Social.

O Governo não ataca aquilo que deve ser atacado, que é a política de preços da PETROBRAS, uma política que não serve ao País, ela só serve aos acionistas da

PETROBRAS, ela só serve aos petroleiros internacionais, ela só serve a esses interesses. A PETROBRAS tem que servir ao povo brasileiro, mas o que vemos é o contrário: é esse desmonte que está sendo feito, é a privatização, é a venda dos ativos da PETROBRAS, são as isenções de impostos que chegam a 1 trilhão para as petroleiras internacionais. Além disso, vemos as nossas refinarias serem subutilizadas, o Brasil vender petróleo cru, importar a preço de dólar e a preço de mercado internacional os derivados refinados no exterior, a PETROBRAS perder inclusive a capacidade de regular os preços.

É por isso que a nossa proposta é esta: mudar a política de preços da

PETROBRAS. Por isso, para iniciar a conversa, o Governo precisa tirar Pedro

Parente.

Fora, Pedro Parente!

O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Muito obrigado, nobre Deputado.

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O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Concedo a palavra ao 22º orador inscrito, o Deputado Flavinho, de São Paulo. S.Exa. dispõe de 3 minutos, improrrogáveis.

O SR. FLAVINHO (PSC-SP. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, quero começar do começo. Aqui nós escutamos os Deputados da Oposição, os Deputados da Situação, o Governo, até outros independentes, como eu, que não sou da base deste Governo, nem apoiava o Governo que foi deposto, exatamente pelos crimes apresentados quando votamos nesta Casa o impeachment .

No entanto, nós estamos esquecendo uma coisa: o PT ficou à frente do

Governo por 13 ou 14 anos, e a PETROBRAS, segundo eles, estava uma maravilha

— não aconteceu nada de errado com a PETROBRAS. Segundo eles, os diretores, todo mundo, levavam a estatal de forma muito correta, mas, ao fim deste Governo, nós vimos a esculhambação que foi feita com a PETROBRAS: gente atrás das grades, o alto escalão da PETROBRAS na cadeia, até mesmo o Presidente àquela

época, o ex-Presidente Lula, que também está na cadeia.

Primeiro, não podemos esquecer a história. Para falar de hoje, temos que falar do que aconteceu durante aqueles 13 anos.

Agora vamos voltar para cá. Realmente, é um descalabro o que está acontecendo neste País. O preço do petróleo, o preço da gasolina, o preço do gás, tudo isso que estamos vendo no nosso País não dá mais: está insustentável. Por isso, chegamos ao ponto em que os caminhoneiros autônomos estão em greve. Eles contam com meu apoio — desde o início, eu disse a eles que têm meu apoio, porque realmente são as pessoas que levam o Brasil nas costas.

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É insustentável fazer um frete diante do preço do diesel que se pratica hoje no

País. Portanto, os caminhoneiros têm meu apoio.

É insustentável também para a dona de casa comprar um botijão de gás no preço em que está. É insustentável para qualquer brasileiro chegar à bomba de combustíveis para encher o tanque do carro, seja com álcool, seja com gasolina.

Eu ouvi uma reportagem da jornalista Lilian Witte Fibe que, para mim, é muito interessante neste momento. Ela diz, primeiro, que o Governo mais uma vez se vitimiza, ao dizer que é o contribuinte que terá de pagar a conta. O contribuinte já paga uma conta pesadíssima. Nós, os contribuintes brasileiros, pagamos uma conta pesadíssima!

Na reportagem, Witte Fibe traz os seguintes números do Ministério da

Fazenda: 9,5 bilhões em concessões aos caminhoneiros — é o que diz. Mas, primeiro, e o REFIS e os subsídios do Governo às várias empresas? Trata-se de 355 bilhões. A Polícia Federal estima desvios, entre 2013 e 2016, de 123 bilhões com corrupção. Além disso, há que se falar das emendas parlamentares concedidas, no ano passado, para pagar o apoio de Parlamentares para votarem contra as duas denúncias apresentadas contra o Presidente . São 10,7 bilhões. Total:

488,7 bilhões.

Agora 9 bilhões é que vão fazer a diferença para este Governo corrupto?

Nove bilhões para os trabalhadores que levam o Brasil nas costas?

Espero que seja revisto o valor do diesel , da gasolina, do gás de cozinha, e que não se penalize mais a população brasileira. É importante que esta Casa tome vergonha na cara, que este Governo tome vergonha na cara, seja oposição seja situação, e que façamos alguma coisa pela população. O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Muito obrigado, nobre Deputado.

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O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Concedo a palavra ao Deputado Hildo

Rocha. S.Exa. dispõe de 3 minutos.

O SR. HILDO ROCHA (MDB-MA. Sem revisão do orador.) - Sr. Deputado

Carlos Manato, que preside esta sessão, meus cumprimentos a V.Exa. e aos Srs. e

Sras. Deputadas.

Até há pouco, ouvimos na Comissão Geral que tratou dos preços de combustíveis no nosso País alguns discursos muito bem colocados, alguns com demagogia. Muitas pessoas falaram sem conhecimento de causa. Muitos falaram sem nem sequer conhecer a formação do preço do diesel , da gasolina e do gás de cozinha.

Nós temos, de fato, duas causas principais para tudo o que estamos vivendo hoje — não se trata de governo A, nem de governo B. Vamos trabalhar as causas!

Não adianta trabalhar apenas os efeitos. Do contrário, não corrigiremos o problema: vamos ficar sempre tratando da forma como estamos, com paliativos.

Uma das causas para o alto preço dos combustíveis é o fato de nosso setor de petróleo ser oligopolizado. São poucas as refinarias no nosso País. Temos que atrair investimentos para a construção de refinarias, para que não precisemos importar petróleo refinado, como estamos fazendo agora. Nós somos autossuficientes na produção de petróleo cru ou petróleo bruto.

Portanto, a causa principal é nosso parque industrial de refino de petróleo, que tem que deixar de ser oligopolizado. O mercado de distribuição também é oligopolizado. Todos nós sabemos, quem já estudou economia sabe que os preços dos produtos oligopolizados não são comandados pela lei da oferta e da procura, mas pela lei do interesse de quem vende. Este é o primeiro ponto.

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O segundo ponto é que temos que fazer, urgentemente, a reforma tributária.

Nosso sistema tributário data de 1967 — já caducou há muito tempo. A Constituição de 1988 cometeu um grande erro ao não dizer que teríamos que fazer uma nova legislação tributária. A que está aí facilita tudo o que está acontecendo, além de fazer os pobres pagarem imposto no Brasil. São os pobres que pagam impostos! Os ricos não pagam impostos. O imposto que pagam é muito pouco.

Portanto, nós temos que tratar da questão da reforma tributária imediatamente, para atingirmos exatamente a causa dos problemas que estamos vivendo hoje.

Estas são as considerações que quero fazer.

Sr. Presidente, peço a V.Exa. que este pronunciamento seja divulgado pelo programa A Voz do Brasil .

Muito obrigado.

O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Muito obrigado, nobre Deputado.

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O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Tem a palavra o Deputado Weliton

Prado, por 3 minutos.

O SR. WELITON PRADO (Bloco/PROS-MG. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, primeiramente, eu gostaria de saudar e parabenizar todos os caminhoneiros do Brasil.

Vou falar diretamente para o Presidente Michel Temer.

Presidente Temer, tenha dignidade, o jogo acabou. A partida acabou. V.Exa. saiu perdendo. O povo brasileiro não o aceita mais governando o País. Chega!

Acabou! V.Exa. não tem mais autoridade.

Nós temos que dar uma resposta para a população, que está revoltada com a economia, com o desemprego, com os problemas na área da saúde, não consegue marcar consulta, não consegue marcar cirurgia para o filho. O desemprego é muito grande, a insegurança e a violência só crescem. O nosso sistema de tributação é totalmente injusto: tributa os pobres, aquelas pessoas que mais precisam, o setor de serviços, a energia elétrica, a telefonia, a Internet, os combustíveis, prejudica a população mais pobre, e, do outro lado, os mais ricos, os bancos, a renda são privilegiados. Os grandes acionistas do setor elétrico não pagam pelos dividendos, mas a população paga, só na conta de energia elétrica, em Minas Gerais, 42% de

ICMS. Isso não pode continuar do jeito como está.

O problema, hoje, não é só o diesel , é muito mais amplo. O problema é a gasolina, é o gás de cozinha, é o nosso sistema político.

Aliás, eu defendo há muito tempo que, para pacificar o País, temos que instalar uma Assembleia Nacional Constituinte exclusiva para fazer a reforma política

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e estabelecer que quem fizer parte dela será proibido de se candidatar na eleição seguinte. Por quê? Porque estaria legislando, advogando em interesse próprio.

A população está voltando os olhos para esta Casa, para o Congresso

Nacional, para o sistema político, que tem que ser mudado. Nós temos, sim, que dar exemplo e cortar na carne. A população realmente cobra um posicionamento efetivo do Congresso Nacional. Temos que lhe dar essa resposta.

Então, eu manifesto daqui a nossa solidariedade à população brasileira, aos produtores rurais, aos produtores de leite, que estão perdendo milhões e milhões de litros de leite. É uma crise realmente muito grande. Nós nos solidarizamos com a população brasileira, de forma especial com os caminhoneiros.

Governo Temer, seu tempo acabou. O jogo terminou. A partida acabou. Saia daí! Desça daí! O seu tempo acabou.

Vamos fazer um grande pacto pelo País, vamos começar uma nova história, vamos inclusive examinar a possibilidade de suspender a intervenção federal no Rio de Janeiro e antecipar as eleições, além de instalar a Constituinte exclusiva futuramente, para fazer a reforma política, o que eu acredito ser a única saída para o

País.

Somos todos caminhoneiros! Estamos juntos!

O SR. PRESIDENTE (Covatti Filho) - Obrigado, Deputado Weliton Prado.

Durante o discurso do Sr. Weliton Prado, o Sr.

Carlos Manato, 4º Suplente de Secretário, deixa a cadeira

da Presidência, que é ocupada pelo Sr. Covatti Filho, nos

termos do § 2º do art. 18 do Regimento Interno.

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O SR. PRESIDENTE (Covatti Filho) - O Deputado tem a palavra pelo tempo regimental de 3 minutos.

O SR. RONALDO NOGUEIRA (Bloco/PTB-RS. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, Sras. e Srs. Deputados, é muito importante que neste momento nós façamos uma reflexão a respeito da necessidade de a PETROBRAS rever a política de preços praticada no Brasil.

A grande realidade é que essa estatal brasileira foi vítima de ações que ocorreram nos últimos anos e que lhe trouxeram prejuízos de grande monta.

Somente dados da Operação Lava-Jato demonstram números acima de 60 bilhões de reais desviados em razão da corrupção praticada naquela companhia. A realidade é que hoje nós, o conjunto da sociedade brasileira, pagamos essa conta.

Não é justo que o brasileiro, o setor produtivo do Brasil, o trabalhador brasileiro venha a pagar essa conta. É muito importante que aqueles que roubaram da

PETROBRAS sejam punidos de forma exemplar e com agravante, porque a

PETROBRAS é uma companhia que pertence ao Brasil, que pertence ao povo brasileiro.

As políticas de preços praticadas pela PETROBRAS com os demais países da América Latina são totalmente diferentes daquelas que pratica aqui no Brasil.

Para alguns países, em observação a contratos que foram firmados, a companhia oferece, por exemplo, o combustível, a gasolina a R$1,59, em média, ou a R$1,62, lá na base desses países, enquanto que aqui no Brasil, no mercado interno, nós pagamos duas vezes mais, até três vezes mais esse valor.

É muito importante que façamos uma reflexão sobre a importância da revisão da política de preços praticada no mercado interno, no nosso País.

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Agora, Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, nós não podemos concordar, em nenhuma hipótese, com ruptura institucional. A ruptura institucional é má para a democracia. O Brasil é uma democracia consolidada, na qual todos têm o direito de se manifestar, conforme a sua expressão. Qualquer iniciativa que venha a romper com a nossa estrutura democrática, conforme estabelecida pela nossa Constituição, nós devemos refutar. Devemos refutar qualquer iniciativa que venha a promover ruptura institucional.

Seria isso, Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados.

Obrigado.

O SR. PRESIDENTE (Covatti Filho) - Obrigado, Ministro Ronaldo Nogueira.

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O SR. PRESIDENTE (Covatti Filho) - Concedo a palavra ao Deputado

Ronaldo Benedet.

O SR. RONALDO BENEDET (MDB-SC. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, Sras. e Srs. Deputados, vivemos um momento difícil da vida política nacional. O que todos nós devemos buscar é uma solução para o problema, sem ficarmos apontando culpados ou não.

A sociedade, o povo não aceita mais o volume de impostos que paga. Nós termos que fazer mea-culpa, reconhecer a nossa incompetência como um todo, dos políticos, dos administradores. O imposto é caro, e não temos segurança, não temos serviço de saúde de qualidade, não temos infraestrutura de qualidade. O Estado cobra muito e apresenta pouco, de volta, para o cidadão.

Esse movimento começou com os trabalhadores, os transportadores, os caminhoneiros, por causa do aumento do preço do diesel , e foi para um movimento da sociedade. Ela agora pede a derrocada, a saída do Presidente, a saída dos políticos, até do Judiciário — pessoas também colocam isso. Há uma insatisfação, por parte do povo, com aqueles que administram o País, seja no âmbito nacional, seja estadual, seja municipal. A sociedade não suporta mais pagar impostos elevados sem uma contraprestação. O caminhoneiro e os demais cidadãos que dirigem pelas estradas não têm estradas de qualidade, não têm serviço de saúde de qualidade, não têm segurança. Há uma insatisfação geral.

Precisamos buscar soluções, e é o que estamos fazendo, para a diminuição do preço dos combustíveis, principalmente do óleo diesel , que é a mola propulsora do transporte em nosso País. É difícil uma solução porque, na base, os caminhoneiros têm razão no que reivindicam. Por isso nós todos temos que nos

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irmanar. Todo o Estado brasileiro tem que buscar uma solução para diminuição dos seus custos. Já é ônus demais para a população! Nós vamos ter que pensar juntos, como administradores, porque somos um dos Poderes da República, o Poder

Legislativo.

Precisamos contribuir para a garantia da estabilidade democrática deste País.

Precisamos estar aqui, todos nós Deputados, irmanados, entendendo a voz das ruas, pensando num novo país, numa nova forma de gestão, porque a gestão que vimos fazendo há algum tempo a sociedade não aprova mais, basta ver o apoio que esses movimentos têm recebido da população. Temos que ouvir essas vozes que as ruas estão emitindo.

O SR. PRESIDENTE (Covatti Filho) - Obrigado, Deputado Ronaldo Benedet.

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O SR. PRESIDENTE ( Covatti Filho) - O próximo inscrito é o Deputado

Leonardo Monteiro, a quem concedo a palavra.

O SR. LEONARDO MONTEIRO (PT-MG. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, Sras. e Srs. Deputados, nós estávamos neste plenário, até há pouco, reunidos em Comissão Geral convocada pelo Presidente desta Casa, tendo em vista o clima de grande instabilidade e tensão em Brasília, ontem, em relação à greve dos caminhoneiros.

Entretanto, o que nós vimos hoje foi uma Comissão Geral completamente desprestigiada por este Governo golpista, com a presença, na parte da manhã, de um Ministro, que depois foi embora. E nós estamos aqui até agora — são quase 17 horas —, há mais de 6 horas, falando para nós mesmos.

Sr. Presidente, Sras. Deputadas e Srs. Deputados, e quem mais nos estiver ouvindo, é importante compreender que a definição do preço do petróleo é política.

Nós estamos aqui, numa Comissão Geral, discutindo a escalada de preço dos combustíveis e as recentes escolhas da política do setor de petróleo, que foi definida por este Governo que está aí, formado pelo DEM, pelo MDB, pelo PSDB. Aliás,

Pedro Parente é um líder do PSDB, indicado por Alckmin e Aécio.

Pedro Parente definiu uma política de combustíveis, a política do petróleo, de paridade com o mercado internacional, ou seja, dolarizou os preços dos combustíveis. Portanto, toda vez que o petróleo sobe em outros países, sobe aqui também. Por isso é que está essa disparada de preço todo dia. Às vezes, no mês, o petróleo é aumentado quatro, cinco ou seis vezes, por causa dessa política de paridade estabelecida por este Governo que está aí.

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Por isso, Sr. Presidente, é necessário fazer uma comparação com o Governo anterior, o Governo do Presidente Lula, quando este instituiu uma política de estabilidade. Nós passamos vários meses sem aumento dos combustíveis. Aliás, nós podemos considerar que ficamos por 11 anos, de 2003 a 2014, sem aumento do gás de cozinha.

É por isso, Sr. Presidente, que nós estamos aqui defendendo, sim, a democracia, defendendo as eleições este ano, defendendo o direito de o Lula ser candidato, porque nós acreditamos que Lula é inocente. Nós acreditamos na eleição do Presidente Lula para que possamos reverter este quadro de instabilidade em que está o País.

O SR. PRESIDENTE (Covatti Filho) - Deputado, nós fizemos um acordo. Por favor, conclua rápido.

O SR. LEONARDO MONTEIRO - Sr. Presidente, tenho a certeza de que a população brasileira está compreendendo isso, até porque, apesar de uma elite não querer a candidatura do Presidente Lula, ele está liderando as pesquisas, mesmo estando na cadeia! A cada dia, ele cresce nas pesquisas, e os nossos adversários diminuem.

Portanto, nós queremos defender a democracia. Que nós possamos ter eleições este ano e eleger o Presidente Lula, para revertermos esse quadro de instabilidade, de insegurança e de caos em que se encontra o País.

O SR. PRESIDENTE (Covatti Filho) - Obrigado, Deputado Leonardo Monteiro.

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O SR. PRESIDENTE (Covatti Filho) - Eu gostaria de ressaltar a importância de os colegas registrarem a presença, para começarmos a Ordem do Dia o mais cedo possível.

Concedo a palavra ao Deputado Toninho Pinheiro, pelo tempo regimental de

3 minutos.

O SR. TONINHO PINHEIRO (Bloco/PP-MG. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, Sras. e Srs. Deputados, o momento é de muita gravidade. A população brasileira está revoltada, está sofrida. Esse movimento, ao longo desses dias, mostra a revolta da população brasileira contra a corrupção, contra a economia difícil que nós estamos enfrentando e a dificuldade do dia a dia da nossa vida.

Infelizmente, do alto da sua grandeza, a PETROBRAS está falhando muito com o Brasil. É o órgão onde se verificou o maior foco de corrupção. A maior vagabundagem da vida pública recente foi a corrupção dentro da PETROBRAS.

Uma vergonha! Dirigentes da PETROBRAS devolveram 400 milhões de reais! Quem devolveu 400 milhões de reais roubou muito mais! Hoje, a empresa está se portando como uma empresa muito vagabunda e desrespeitosa com o dinheiro público.

Há outra coisa: mesmo com a corrupção do passado, a PETROBRAS não teve a humildade de reconhecer o erro e pedir desculpas à população brasileira.

Recentemente, quando o Governo do Presidente Temer trabalhou para parar com os roubos, eles não mostraram competência. Agora ficam aumentando de maneira criminosa o preço da gasolina e do diesel , sem conversar e sem explicar nada para a população. É preciso explicar e orientar, para que nós possamos concordar ou não.

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A PETROBRAS é uma empresa que vive atrás dos recursos minerais naturais, que são de Deus. E era uma empresa do povo. Se é do povo, Deus quer que os mais pobres sejam priorizados. E a PETROBRAS não observou isso.

Mesmo com aquele foco de ladrões que lá estiveram, a PETROBRAS alcançou alta tecnologia para obter grandes conquistas, mas não teve a capacidade de acabar de uma vez por todas com a corrupção, permitindo que ali estivessem pessoas que roubavam o povo brasileiro. Por isso, a PETROBRAS revoltou a população brasileira com a corrupção. E a PETROBRAS revolta ainda mais o povo brasileiro, diante do preço caro do combustível.

É importante dizer a todos que este movimento do povo brasileiro não é só contra a PETROBRAS, mas contra a corrupção e contra o sofrimento do povo brasileiro. Nós temos que fazer ajustes em todo lugar, porque esta é uma situação de gravidade.

Nunca peguei o microfone nesta Casa para falar de nenhum colega

Deputado. Mas foi nesta Casa que demos o exemplo. Quando chegamos a esta

Casa, acabamos com o 14º e o 15º salários. É pouco, mas já é motivo de economia.

Que todos os outros setores possam fazer isso!

Esta semana mesmo, eu estava o Sistema S do Brasil, que está recebendo uma média de 14 bilhões de por ano! E falta dinheiro para a educação e para a saúde. Essa corrupção toda da PETROBRAS forçou o Governo a gastar agora 13 bilhões de reais. Vai faltar dinheiro para a saúde e para a educação.

Há quanto tempo lutamos aqui! Fui Relator de um projeto importante...

(Desligamento automático do microfone.)

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O SR. PRESIDENTE (Covatti Filho) - Deputado Toninho Pinheiro, por favor, estamos cumprindo o prazo de 3 minutos. Vou conceder a palavra a V.Exa. para concluir o seu pronunciamento.

O SR. TONINHO PINHEIRO - Sr. Presidente, precisamos de 360 milhões de reais e há um custo de 6 bilhões para as Santas Casas e hospitais filantrópicos do

Brasil, para salvar vidas de mais de 100 milhões de brasileiros. E vamos ter que gastar 13 bilhões de reais!

É importante que fiquemos atentos aos ajustes e cobremos não só desta

Casa, mas também do Poder Judiciário, de empresas estatais e também do Sistema

S, que recebe 14 bilhões de reais por ano. Está na hora de o Sistema S também fazer economia, para sobrar dinheiro para a educação e para a saúde.

Sr. Presidente, muito obrigado. Peço desculpas por ter me alongado.

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O SR. PRESIDENTE (Covatti Filho) - Concedo a palavra à Sra. Deputada

Carmen Zanotto, que disporá de 3 minutos.

Em seguida, falarão o Deputado Edmilson Rodrigues e o Deputado Ivan

Valente.

A SRA. CARMEN ZANOTTO (PPS-SC. Sem revisão da oradora.) - Muito obrigada, Sr. Presidente.

Senhoras e senhores, estamos ainda dando continuidade a uma Comissão

Geral que está tratando da crise, em especial da greve dos nossos caminhoneiros, mas se trata de uma crise que vai muito além da paralisação em função dos aumentos excessivos do combustível, em especial do óleo diesel. A população está tentando nos falar alguma coisa. Precisamos efetivamente compreender o que a população, desde o consumidor ao setor produtivo, do trabalhador ao empresário, quer nos dizer.

No dia de hoje, vi muitos olharem pelo retrovisor, buscarem os efetivos culpados. Não importa se os culpados são de 5 anos atrás ou mais recentes. O que precisamos é encarar os fatos, enfrentar os problemas e propor soluções.

Tenho certeza de que nenhum de nós tem ainda a solução mágica, nem nós aqui, da Câmara dos Deputados, nem os Senadores, nem o Executivo Federal, nem os Executivos Municipais, nem os Executivos Estaduais, nem os demais Poderes, eu ousaria dizer. Mas, com certeza absoluta, todos nós temos responsabilidades.

E um dos pontos que precisamos aqui pactuar é não se discutir aumento de impostos, porque, para resolver um problema, não poderemos jamais criar outros problemas. A nossa carga tributária, já se disse ontem, é em média 36% do nosso

Produto Interno Bruto. Temos outras alternativas, contudo, só conseguiremos buscar

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as demais alternativas num esforço conjunto, num esforço suprapartidário, num esforço em que todos possamos olhar para a Nação e para o povo brasileiro, em vez de ficarmos olhando de quem é a responsabilidade pelo fato “a”, “b” e “c”. A

PETROBRAS, neste momento, está sendo a vilã, mas amanhã o vilão poderá ser de outro setor, e assim sucessivamente.

O Governo buscou fazer a sua parte, na medida do possível, segundo o

Governo. Então, precisamos reabastecer os hospitais e precisamos reabastecer os supermercados, mas na semana que vem precisamos dar continuidade a esta pauta, porque, assim que voltarmos à normalidade, não podemos nos esquecer do que está acontecendo.

Mais uma vez, desta tribuna, defendo que tenhamos coragem de discutir a reforma tributária. Somente refazendo a engenharia dos tributos no País poderemos sair desta grave crise — quem sabe? — e pensar num país mais forte e mais seguro para toda a população. Crianças estão fora das salas de aula, universitários estão fora das salas de aula, cirurgias estão sendo canceladas.

Contudo, é legítimo, sim, o movimento dos caminhoneiros, com o apoio da sociedade brasileira.

O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Muito obrigado, nobre Deputada.

Durante o discurso da Sra. Carmen Zanotto, o Sr. Covatti

Filho, nos termos do § 2º do art. 18 do Regimento Interno,

deixa a cadeira da Presidência, que é ocupada pelo Sr.

Carlos Manato, 4º Suplente de Secretário.

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O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Concedo a palavra ao Deputado

Edmilson Rodrigues, do PSOL do Pará.

V.Exa. tem 3 minutos na tribuna.

O SR. EDMILSON RODRIGUES (PSOL-PA. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, eu me dirijo aos Deputados e às Deputadas, mas principalmente aos cidadãos brasileiros e aos caminhoneiros, que têm a minha solidariedade na luta para reduzir o preço do combustível, mas não têm a minha solidariedade quando pretendem usar o movimento para propor uma intervenção militar neste País — até porque, em alguns pontos e estradas do País, os que pediram intervenção militar presenciaram a Polícia e o Exército utilizando bombas e cassetetes, e, parece-me, já estão arrependidos.

Não queiram destruir a democracia, porque, se vivêssemos numa ditadura, não haveria mais de quinhentos pontos de estradas bloqueadas!

Viva a luta dos trabalhadores caminhoneiros! No entanto, cuidado com interesses escusos e tentativas de manipulação, porque a democracia é muito cara.

Foi uma conquista alcançada pelo nosso povo.

Não vou poder fazer o meu pronunciamento como gostaria. No entanto, quero chamar atenção a algo. Quem dirige a PETROBRAS? É o sócio do Sr. José

Berenguer, Presidente do J.P. Morgan, um banco que faturou 2 bilhões de reais da

PETROBRAS, enquanto Pedro Parente exercia a Presidência. Quem é Pedro

Parente? É o camarada que talvez saia da estatal PETROBRAS para assumir a presidência da BRF, que, aliás, recentemente foi denunciada por crimes contra o

Erário, por corrupção e por fraude na produção de alimentos. Quem é Pedro

Parente? É o ex-Presidente da Bunge, empresa do agronegócio, exportadora de

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commodities — de soja, em particular —, de matriz norte-americana e origem holandesa.

É este o Pedro Parente? Ou o Parente é aquele que assumiu a PETROBRAS, enquanto a Sra. Maria Silvia Bastos Marques assumia o BNDES? No entanto, antes de Pedro Parente e Maria Silva assumirem a PETROBRAS e o BNDES no Governo

Temer golpistas, aqueles dois se tornaram réus, devido ao prejuízo de 5 bilhões de reais a um patrimônio. Os senhores sabem de quem era o patrimônio? O da

PETROBRAS. E Pedro Parente ganha de presente, de novo, a Presidência da empresa. Isso é um crime!

O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Muito obrigado, nobre Deputado.

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O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Concedo a palavra ao nobre Líder

Ivan Valente.

O SR. IVAN VALENTE (PSOL-SP. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente,

Sras. e Srs. Deputados, nesta Comissão Geral não esteve presente o Presidente da

PETROBRAS, Pedro Parente. Sabem onde ele estava? Acalmando o mercado através de videoconferência.

Esteve aqui Moreira Franco — “apareceu a Margarida!” Depois de 11 dias, aparece aqui o Ministro de Minas e Energia. Ele não esteve em nenhuma negociação, em nenhuma entrevista coletiva.

O porta-voz do Governo virou Carlos Marun, o guarda-costas de Eduardo

Cunha.

Essa é a cara do Governo Temer, Governo moribundo, podre e corrupto, que não tem mais moral nenhuma. Não tem ninguém que vem defendê-lo aqui.

Qual é a grande questão da greve dos caminhoneiros? É exatamente a política de preços da PETROBRAS. É a privatização da PETROBRAS que está em jogo. O Sr. Pedro Parente é intocável porque vai administrar a favor dos acionistas de Nova York. Por isso, ele estava lá acalmando o mercado.

E o Sr. Moreira Franco disse aqui que é preciso manter a política de preços da PETROBRAS, ou seja, repassar imediatamente o custo do dólar, do preço internacional do petróleo, e pensá-la como iniciativa privada. A PETROBRAS não é a Shell, não é a Exxon. A PETROBRAS é uma estatal brasileira e deve servir ao povo brasileiro. Essa é a questão de fundo.

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Por isso, o lucro da PETROBRAS, que é de 160% em cima do diesel , podia ser de 50%. Se fosse de 50%, nós teríamos, na bomba, o litro de diesel a R$2,68 e não a R$3,50 reais. É isso que eles não querem.

Tirar dinheiro de impostos, do PIS e da COFINS, quer dizer também o seguinte: “Olha, nós vamos afundar a seguridade social, o seu orçamento e depois vamos dizer que precisa de reforma da Previdência”. Enquanto isso, eles importam petróleo, mantêm ociosas as refinarias brasileiras e importam gasolina, gás de cozinha e diesel . Por isso, 1,2 milhão de pessoas estão usando fogão a lenha.

Esse é o Governo Temer.

Fora, Temer! Fora, Parente!

O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Obrigado, nobre Deputado.

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O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Concedo a palavra ao Deputado

Glauber Braga, do PSOL do Rio de Janeiro.

V.Exa. tem 3 minutos na tribuna.

O SR. GLAUBER BRAGA (PSOL-RJ. Sem revisão do orador.) - Senhoras e

Senhores, os caminhoneiros, principalmente os autônomos, têm a nossa solidariedade. Agora, o que precisa mudar é política do preço dos combustíveis da

PETROBRAS.

Para V.Exas. terem uma ideia, entre 2003 e 2016, houve 15 variações de preços. De 2016 para cá, com essa política em que o mercado tem o controle absoluto, foram 216 reajustes! É isso mesmo: de 2016 para cá, 216 reajustes!

O Sr. Pedro Parente está lá na PETROBRAS trabalhando pelo desmonte.

Não utiliza a plena capacidade das refinarias em nosso País, manda óleo cru e petróleo para o exterior para ser refinado lá fora e para ampliar a importação para o

Brasil.

Para V.Exas. terem uma ideia, só em relação aos Estados Unidos, o que tínhamos em importação, que era 40% do total, foi para 80%, nesse curtíssimo espaço de tempo.

Desse jeito, não tem quem aguente! O Estado tem que exercer o seu papel.

Não pode o “senhor mercado”, para beneficiar as operadoras internacionais e as multinacionais do petróleo, dar tudo o que eles querem. Se não, não vai ter quem aguente! Repito: não aguentam os caminhoneiros e não aguentam os brasileiros, porque há uma ampliação permanente do preço dos alimentos.

Nós precisamos que o Sr. Pedro Parente saia, porque esse tipo de política não favorece o Brasil, o seu desenvolvimento e os brasileiros.

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Imaginem que eles queriam fazer a mesma coisa com a ELETROBRAS: entregar o controle total para as corporações internacionais! Olha o que iria acontecer com o preço da conta de energia elétrica!

Junto com os trabalhadores da ELETROBRAS, estamos vencendo essa batalha. Temos que agora vencer, também, na PETROBRAS.

Fora, Sr. Pedro Parente e essa política de preços controlada de maneira absoluta pelo mercado! O Estado brasileiro tem que exercer o seu papel!

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O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Concedo a palavra ao Deputado

Daniel Almeida, do PCdoB da Bahia.

V.Exa. dispõe de 3 minutos na tribuna.

O SR. DANIEL ALMEIDA (PCdoB-BA. Sem revisão do orador.) -

DISCURSO DO SR. DEPUTADO DANIEL ALMEIDA QUE, ENTREGUE AO

ORADOR PARA REVISÃO, SERÁ POSTERIORMENTE PUBLICADO.

(Discurso publicado na Sessão nº 135, de 30/05/18.)

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O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Concedo a palavra ao Deputado Zé

Geraldo.

O SR. ZÉ GERALDO (PT-PA. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, o povo brasileiro está começando a sentir a maldição do golpe.

Esta é uma maldição do golpe!

Todos falam da Bíblia, que temos aqui — na PETROBRAS deve haver uma e no Palácio, outra. Em 29:2-4, ela diz que quando um governo é formado por homens justos e honestos, o povo é feliz; mas, quando os líderes de uma nação são maus e desonestos, o povo chora de tristeza.

Como é que nós vamos confiar em Michel Temer, Marun, Padilha, Moreira

Franco? São um bando de caloteiros! Aliás, eles assaltaram o poder: não foram eleitos para estarem lá; não foram eleitos para fazer o que estão fazendo com o povo.

Alguns Deputados vêm à tribuna falar do PT. Foi o PT que fez este País, a partir de 2016, ser o maior produtor de petróleo entre os outros países da América do Sul com a descoberta do pré-sal. Mas nós passamos a ter o maior preço do petróleo de todos esses países.

Falam, falam, falam da Venezuela, mas lá o petróleo é praticamente de graça para o povo: o litro da gasolina custa 1 centavo de dólar; lá o Governo distribui renda com o petróleo. Aqui o Governo tira do bolso do povo brasileiro, assalta o povo brasileiro. Isso é um assalto!

Anteontem, passei pela Cuiabá-Santarém, na região de Itaituba, no Pará. Os caminhões de soja, inclusive do grupo de , estão todos parados. Eles não querem só falar no preço do petróleo, querem que o Governo tape os buracos e

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retome o asfaltamento da BR-163. Daqui a pouco tempo, o movimento será pela manutenção das rodovias; daqui a pouco tempo, nós voltaremos a ter “tratoraços” aqui no Palácio do Planalto...

(Desligamento automático do microfone.)

O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Muito obrigado, nobre Deputado.

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O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Concedo a palavra ao Deputado

Heráclito Fortes, para uma Comunicação de Liderança, pelo Democratas. Em face de acordo com esta Presidência, o Deputado falará agora por 4 minutos e, posteriormente, por 3 minutos.

O SR. HERÁCLITO FORTES (DEM-PI. Como Líder. Sem revisão do orador.)

- Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, eu registro aqui, lamentando, um incêndio de médias proporções que está acontecendo neste instante na cidade de Teresina.

Trata-se de um incêndio no Hotel Blue Tree.

Na sua fundação, esse hotel era chamado de Hotel Rio Poty, um hotel de grande memória para a cidade, um hotel que marcou a história, com uma construção feita através da iniciativa privada pelo empresário piauiense Edson Tajra.

As causas desse incêndio ainda não são conhecidas. Felizmente, a situação não se agravou, porque uma escada Magirus chegou em tempo de resgatar hóspedes que estavam no último andar, os bombeiros debelaram 90% do incêndio e agora estão trabalhando no rescaldo.

Eu quero falar com um pouco de vaidade sobre essa questão da escada

Magirus. Essa escada Magirus foi conseguida por mim durante o meu mandato de

Senador da República. Eu fui muito criticado na época porque quis dotar a Capital do meu Estado com uma escada.

Teresina verticalizou-se. Hoje nós temos mais de 500 prédios que necessitam de elevador, e a escada chegou em bom tempo e em boa hora.

Eu quero aproveitar aqui, sem nenhum rancor, sem nenhuma mágoa, para lembrar aqueles que me criticaram que eles diziam que a minha grande obra era

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uma escada Magirus. Engulam o que disseram, porque essa escada Magirus é que está salvando vidas em Teresina neste exato momento.

Eu quero dizer aos que me criticaram que essa escada Magirus foi adquirida em licitação internacional, sem nenhuma interferência, sem nenhum jogo, sem nenhuma pressão.

Eu digo isso porque fiquei triste quando vi ontem um empresário dizer em público que, no Piauí, hoje, para se conseguir qualquer vitória, qualquer objetivo, é preciso dar propina até aos porteiros das repartições públicas.

Quero parabenizar os bombeiros de Teresina, que agiram na hora certa e deram tudo de si para que esse incêndio fosse debelado sem maiores consequências para a nossa cidade.

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Parlamentares, esse é o registro que faço para calar a boca daqueles que criticaram, sem nenhum motivo, só por vingança política ou por inveja, essa escada Magirus que tão grande serviço vem prestando a

Teresina, haja vista o que acontece hoje.

Era o que tinha a dizer, Sr. Presidente.

Agradeço a V.Exa. a compreensão ao permitir a divisão do tempo que me cabia.

Muito obrigado.

O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Obrigado, nobre Deputado.

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O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Com a palavra o Deputado Pompeo de Mattos.

O SR. POMPEO DE MATTOS (PDT-RS. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, Sras. e Srs. Parlamentares, o Brasil vive dias obscuros, e não sem razão.

Esta briga Dilma/Temer, Temer/Dilma, que resultou num impeachment , boa coisa não podia resultar. Quando uma família briga — marido, mulher, filhos, filhas

—, todos se envolvem e dá no que deu: Dilma, impichada, fica lá desmoralizada pelo discurso de alguns; Michel Temer assume, e não tem moral para governar o País.

Isso não é o correto para um país. Um Prefeito foi eleito, respeitem o Prefeito que se elegeu. Se o tirarem na mão grande, está feita a confusão no Município.

Elegeram um Governador, respeitem o Governador. Se o tirarem pela porta dos fundos, está feita a confusão. E não é diferente para Presidente da República.

Hoje todos estamos comprometidos com este ambiente político negativo. E o

Brasil paga caro por isso, ao ponto de alguns estarem pedindo a volta da ditadura, a intervenção militar.

Nós do PDT não somos bobos. Já passamos por isso. O PDT pagou caro.

Muitos dos nossos foram cassados. Vereadores, Prefeitos, Deputados Federais foram cassados nesta Casa. Brizola, por 15 anos, amargou a perseguição da ditadura. O Presidente Jango morreu no exílio. Nós conhecemos bem tudo isso.

O PDT tem lado e se perfila ao lado daqueles que lutam em defesa dos trabalhadores, do emprego, da renda, do empreendedorismo, do equilíbrio entre capital e trabalho, da decência. Esse é o nosso lado. Estamos sim ao lado dos

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caminhoneiros — é claro que estamos! E não estamos ao lado da intervenção militar.

Essas empresas que estão hoje na Operação Lava-Jato, quando da intervenção militar, da ditadura, se fortaleceram num esquema corrupto que nunca fora investigado. Aliás, a imprensa muda, o Congresso calado, quando não fechado, permitiam que a ditadura fizesse o que quisesse. N ão é isso que nós queremos para o Brasil.

Ditadura, nunca mais! Intervenção militar, nunca mais! Nós queremos democracia. Se ela tem problemas, nós queremos mais democracia, porque essa é a saída para o País de forma justa, correta e decente para a nossa gente. É isso que eu prego com transparência. É isso que o PDT pensa, é a forma como age; é a maneira de comportamento de todo pedetista.

Lutamos em defesa dos valores da nossa Pátria, mas a democracia precisa ser preservada e valorizada, Presidente.

O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Muito obrigado, nobre Deputado.

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O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Concedo a palavra ao Deputado

Nelson Pellegrino, do PT da Bahia.

O SR. NELSON PELLEGRINO (PT-BA. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, Sras. e Srs. Deputados, a situação no País é muito grave. Trata-se de um governo sem legitimidade, sem autoridade e incapaz de enfrentar uma paralisação como essa.

O Governo é culpado por essa paralisação, porque a paralisação era a crônica de uma morte anunciada. Devido à política de reajuste de preço adotada pela PETROBRAS, aconteceram 229 reajustes, e isso levou a um aumento de 56% no preço dos combustíveis. Era óbvio que os caminhoneiros iriam parar. E, daqui a pouco, vão parar os motoristas do UBER, os mototaxistas, enfim todo um país que é transportado por óleo.

O mais grave não é isso. O mais grave é que, diante da falência dessa política de preços, há quem venha a esta tribuna defender o Governo, como se essa política estivesse correta! No mundo inteiro, a indústria do petróleo ou é estatal, monopolizada, ou é monopólio privado. Seja no setor estatal, seja no monopólio privado, há a mão do Estado no processo de regulação: quando é estatal, fazendo políticas públicas de subsídio; quando é privada, o próprio Estado subsidia, porque essas atividades são essenciais.

A atual gestão da PETROBRAS, na pessoa do Sr. Pedro Parente, está destruindo a PETROBRAS! Esse preço dos combustíveis é o resultado de uma política de sufocamento da PETROBRAS, qual seja: a redução do refino — hoje a carga é em torno de 60%; a importação em massa, principalmente dos Estados

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Unidos, de óleo diesel e de gasolina — são bilhões que nós estamos importando; a dolarização e a internacionalização dos preços. E o resultado final é esse.

Toda empresa tem que ser verticalizada, do poço ao posto. Quando o Sr.

Pedro Parente não utiliza essa lógica, o lucro da empresa passa a se concentrar em apenas uma atividade. Evidentemente, o Sr. Pedro Parente gere a PETROBRAS, uma empresa estatal, uma empresa que foi construída para um determinado fim.

Mas, ao gerir a PETROBRAS como uma empresa meramente privada, com a preocupação somente no lucro dos acionistas minoritários, acontece esse desastre que estamos vendo no País.

O que é grave nessa história toda é que o Governo diz que vai, talvez, congelar por 60 dias o preço dos combustíveis, mas daqui a 60 dias o problema vai voltar a existir! Isso porque a política não muda, e a política de administração de preços da PETROBRAS também não muda.

Portanto, é mais do que urgente a mudança na gestão da PETROBRAS. O

Sr. Pedro Parente tem que ser demitido da direção da PETROBRAS. Tem que haver uma reversão na política da PETROBRAS. Ela tem que ser valorizada, tem que ser verticalizada, tem que ser fortalecida, tem que aumentar o refino, tem que fazer com que o Brasil possa ser abastecido e tem que haver políticas públicas no sentido de...

(Desligamento automático do microfone.)

O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Muito obrigado, Deputado.

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O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Concedo a palavra ao Deputado

Arnaldo Faria de Sá.

O SR. ARNALDO FARIA DE SÁ (Bloco/PP-SP. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, comunico à Casa que foi aprovado hoje o relatório final da Medida

Provisória nº 821, de 2018, lá no Senado, garantindo a inclusão dos agentes penitenciários no sistema do Departamento Penitenciário Nacional — DEPEN. Foi retirada a inconstitucionalidade na questão da guarda portuária e também na dos policiais ferroviários federais, consequentemente incorporada e garantida essa condição pelo Relator. Ela só não foi possível em relação às guardas municipais, mas poderemos conseguir este detalhe aqui no plenário.

O Deputado Gilberto Nascimento, Presidente da Comissão, esteve junto com os demais Deputados que lutaram — queria destacar o trabalho da Deputada Laura

Carneiro —, e conseguimos garantir um espaço especial.

Em relação às guardas municipais, temos que lutar, porque hoje existe o

Ministério da Justiça e o Ministério da Segurança Pública, aos quais elas estão subordinadas. Portanto, se foi criado um novo Ministério, temos que garantir a segurança de todas essas categorias.

Obrigado, Presidente.

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O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Concedo a palavra ao Deputado

Covatti Filho.

O SR. COVATTI FILHO (Bloco/PP-RS. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, colegas Deputados, estou falando de uma geração de jovens que hoje estão com 30 anos de idade, assim como eu, que lá atrás, quando crianças, sonhavam ser caminhoneiros, sonhavam ser bombeiros, sonhavam ter várias profissões que hoje estão em descrédito.

Só que aqueles sonhadores que hoje estão em busca de realizar aquele sonho de criança de dirigir seu caminhão, de ter a sua profissão, de sair andando pelas estradas do Brasil e conhecer essa terra maravilhosa, de levar a riqueza do nosso País para qualquer canto e até fora dele, esses profissionais hoje estão tristes com o Executivo, tristes com a classe política que virou as costas a essa classe que já demonstrou inúmeras e inúmeras vezes que vai parar o Brasil, e, hoje, está parando.

Em 2015, quando eu assumi esse posto como Deputado Federal, uma das grandes questões foi acompanhar aquela briga, que teve, sim, vários desdobramentos, mas o Executivo virou as costas.

Essa classe, nessa semana de manifestações, conseguiu inúmeras vitórias, como o estabelecimento do frete mínimo, que é uma espécie de salário mínimo para esses viajantes, para essas pessoas que transportam a nossa riqueza.

Essa classe conquistou a vitória da redução do seu combustível, que é a principal demanda e o principal custo do seu trabalho, que estamos conseguindo e agora está em votação no Senado Federal. Mas essa classe precisa, sim, ter um olhar diferente do Legislativo. Por isso que ela contou com a união da população,

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que foi às ruas também, para pedir que o Legislativo, o Executivo e o Judiciário olhem para tudo que está acontecendo no Brasil, para essa crise financeira, a fim de reduzir o custo de uma máquina que é muito pesada para se carregar nos ombros de qualquer brasileiro.

Aquele sonhador também sonha com o Estado mínimo; aquele sonhador também sonha com que, logo depois dessa manifestação, esta Casa, sim, faça o enfrentamento de uma reforma tributária, mas também faça o enfrentamento dos privilégios que hoje o Judiciário tem, que hoje o Legislativo tem e que o Executivo tem.

Vamos ouvir as ruas. As ruas vão agora demonstrar que, sim, pode haver...

(Desligamento automático do microfone.)

O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Muito obrigado, Deputado Covatti

Filho.

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O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Concedo a palavra ao Deputado Pr.

Marco Feliciano.

O SR. PR. MARCO FELICIANO (Bloco/PODE-SP. Sem revisão do orador.) -

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, eu venho a este microfone neste momento para me congratular com a Igreja Evangélica Assembleia de Deus — Ministério de

Ribeirão Preto, pelo aniversário de 61 anos do seu Pastor Presidente, o Pastor Jairo

Santana. O Pastor Jairo Santana é líder dessa linda igreja, que tem mais de 30 mil membros, e é vice-líder da grande convenção das Assembleias de Deus do Estado de Minas Gerais, a COMADETRIM — Convenção de Ministros das Assembleias de

Deus do Triângulo Mineiro e Outros.

Sr. Presidente, o Pastor Jairo nos faz perceber que ainda existem pessoas de bem no nosso País, homens que devotam a sua vida a outros seres humanos, aos quais se dedicam em tempo integral.

Parabéns ao Pastor Jairo, parabéns à sua família, parabéns a todo o

Ministério!

Muito obrigado, Sr. Presidente.

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O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Tem a palavra o Deputado Arnaldo

Jordy, por 3 minutos.

O SR. ARNALDO JORDY (PPS-PA. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, quero aqui me somar aos demais Parlamentares, parabenizando esse brilhante movimento dos caminhoneiros brasileiros pela vitoriosa manifestação e greve realizada, em que obtiveram o compromisso e o acordo da redução de 46 centavos no preço do combustível, com congelamento por 60 dias; o estabelecimento de reajustes mensais, e não essa loucura a que se assistiu nos últimos meses de reajustes quase diários; e o fim da cobrança de pedágio do eixo suspenso — matéria, aliás, que foi aprovada nesta Casa e, lamentavelmente, questionada por

Estados, com relação aos caminhoneiros. Então, parabéns pelo movimento. Acho que o estado de mobilização deve ser mantido.

É importante que se diga que essa crise da PETROBRAS começou um pouco lá atrás. Todos aqui estão vendo os números revelados pela Operação Lava-Jato, de fraude, de corrupção, com o desfalque de 7 bilhões de reais dessa empresa, que foi ao chão.

O prejuízo gerado à sociedade brasileira com esse movimento, com essa paralisação, que vai ser pago pelo subsídio que o Governo vai ter que fazer para equilibrar esses 60 dias, da ordem de 10 bilhões de reais, vai para o contribuinte.

Somos nós que vamos pagar essa conta, além do prejuízo no valor de mercado dessa empresa, no mercado internacional, de 120 bilhões de reais, aproximadamente.

No entanto, é preciso dizer que o Governo do Presidente Temer foi simplesmente desastroso nessa condução, primeiro, com essa política do Sr. Pedro

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Parente, que saiu da política de artificialidade do passado para a lógica do câmbio em função do mercado internacional. E se sabe que mais de 70% do consumo dos combustíveis no Brasil são produzidos pela PETROBRAS. Nós importamos menos de 30% do volume de combustíveis para o consumo nacional. Não há sentido nessa mudança absurda, de extremo a extremo, considerando apenas a lógica do mercado, a variação do câmbio, e com reajuste, como eu disse, quase diário.

Portanto, queremos parabenizar a categoria e dizer que agora, vitorioso o movimento, é hora de voltar à normalidade. Não há por que continuar a penalizar a população — e é a população mais carente que está desabastecida —, os hospitais, o consumo, os supermercados, o abastecimento das farmácias.

Portanto, eu quero parabenizar essa categoria, que continua no seu estado de mobilização, pelo seu retorno. Vamos garantir o calendário eleitoral, com as eleições de 7 de outubro, e a afirmação do processo democrático brasileiro.

Muito obrigado.

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O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Concedo a palavra ao Deputado Pepe

Vargas. S.Exa. dispõe de 3 minutos.

O SR. PEPE VARGAS (PT-RS. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srs.

Deputados, Sras. Deputadas, já foi dito aqui por vários que me antecederam que as medidas anunciadas por este Governo... Na realidade, nem é mais Governo. É um

Governo ilegítimo, que agora sequer tem legitimidade perante aqueles que o apoiavam, mas que deixaram de apoiá-lo.

Essas medidas, infelizmente, não vão resolver o problema. Os caminhoneiros dizem que 60 dias de redução, sem mudar a política de reajuste de preços que a

PETROBRAS vem praticando, não resolverão o problema.

O grande problema é o Sr. Pedro Parente e a política de reajustamento de preços que interessam tão somente aos acionistas da PETROBRAS, bem como o fato de o petróleo não ser refinado aqui, e o Brasil importar diesel e gasolina dos

Estados Unidos. Esse é o grande problema.

Anunciar um subsídio à gasolina, reduzir tributos e subsidiar o diesel num custo de 13,5 bilhões de reais, que sairão dos cofres do Governo, isso é um absurdo! Se o Governo quer dar algum subsídio, há outras possiblidades. Por que não se retiram aqueles generosos cortes de tributos que as petroleiras internacionais tiveram, aprovados aqui por esta Casa?

O Brasil deixará de arrecadar 49 bilhões de reais por ano, por causa dos impostos que as petroleiras internacionais deixarão de pagar por terem sido perdoadas, graças a proposta encaminhada pelo Governo Temer e aprovada, lamentavelmente, aqui neste plenário.

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Temos que retirar essas isenções. Essas petroleiras internacionais têm que pagar seus tributos. Tem que haver uma política de preços da PETROBRAS que considere um ciclo longo de oscilações dos preços do petróleo e do dólar, e não diariamente, como vem sendo praticado.

Mais do que isso, o petróleo tem que voltar a ser refinado no Brasil. As refinarias estão ociosas, e ainda querem privatizar quatro refinarias. Se privatizarem, vão praticar aquele crime que o Parente já fez com 3 campos de petróleo: Carcará,

Iara e Lapa. Essas refinarias teriam ativos e receita prevista de 209 bilhões de dólares, mas elas foram vendidas por 4 bilhões e pouco de dólares, menos de 5 bilhões de dólares.

Onde estão o Ministério Público e o Tribunal de Contas?

Isso e um crime!

O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Muito obrigado.

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O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Eu gostaria de comunicar aos

Deputados que, na hora em que eu sair da lista da Comissão Geral e começar a chamar os Deputados para as Breves Comunicações, eu vou conceder 1 minuto e vou intercalar. Mas primeiro eu tenho que terminar a Comissão Geral.

Este é o acordo que nós fizemos com os Líderes.

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O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Concedo a palavra ao Deputado

Caetano, por 3 minutos.

O SR. CAETANO (PT-BA. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Sras. e

Srs. Deputados, povo brasileiro, muita gente falou aqui hoje, mas não se foi ao fundo da questão. Quando Temer nomeou Pedro Parente, o PSDB nesta Casa festejou — o PMDB e o DEM também. Disseram que era um técnico competente, que tinha capacidade de gestão. Esqueceram que foi ele o responsável pelo apagão na época de Fernando Henrique Cardoso, que quase levou o País ao atoleiro total. Agora, nós o enfrentamos na Comissão, quando ele quis fechar a FAFEN — Fábrica de

Fertilizantes Nitrogenados.

Esse Pedro Parente é o Parente que não presta — não presta para o Brasil —

, fez essa política suicida. E o Presidente Temer, interino, golpista, não tem força, é um Presidente fraco. Pedro Parente manda nele. E por que manda nele? Porque quem manda hoje no Brasil são os acionistas, é o capital externo, é o FMI, é o

Governo norte-americano. São os Estados Unidos que comandam a política econômica do nosso País.

Com essa política suicida, Temer e Parente fizeram uma chacota com o

Brasil. Isso foi uma política já preanunciada para criar esse caos no Brasil inteiro, para criar esse problema no Brasil inteiro. O País está parado. E agora, o que ele faz? Ele não vai ao fundo da questão: empurra com a barriga, para mais de 60 dias, daqui a 2 meses. Empurra com a barriga e diz que, daqui a 2 meses, ele vai conseguir fazer o reajuste mensal. E esse reajuste mensal? E o gás? E a gasolina?

E as donas de casa? E o povo brasileiro? O jeito com que Temer e Parente fizeram não resolve o problema.

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Tem que afastar esse Parente imediatamente! Esta Casa e todos os

Deputados hoje deveriam fazer um documento pedindo a renúncia e o afastamento de Pedro Parente e de Temer e convocar eleições diretas neste País! Não é assim que vai ser resolvido o problema, como eles estão anunciando. É por isso que não conseguiu ainda acabar com a greve dos caminhoneiros.

Todo o apoio aos caminhoneiros! O povo brasileiro precisa ficar vigilante e ir para as ruas. Nós temos, sim, que afastar Temer, afastar Pedro Parente e trazer

Lula, porque Lula é a solução para o País e para a democracia, como foi no passado.

Lula livre! Fora, Temer!

PRONUNCIAMENTO ENCAMINHADO PELO ORADOR

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, todos aqueles que nos assistem e nos acompanham pela TV Câmara , hoje, ocupo este espaço para falar sobre o caos que está instalado em nosso País. O Governo Temer acabou! Não existe mais! Há filas e filas em postos de gasolina, falta comida nos mercados... O Brasil está o caos. E isso, senhoras e senhores, se deve à gestão incompetente de Temer e Pedro

Parente à frente da PETROBRAS. A trágica política de preços dos combustíveis, implementada pelo Governo ilegítimo de Temer, parou o Brasil. Vejamos.

Encher o tanque do carro pesa cada dia mais no bolso do brasileiro. A cada ida ao posto, é uma surpresa, porque nunca sabemos exatamente quanto vai pagar no litro da gasolina. Esses aumentos fazem parte da nova política de preços implementada pela nova gestão da PETROBRAS, no Governo Temer. Ao contrário da política adotada nos Governos de Lula e Dilma, que garantia estabilidade, a

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política de Temer e Pedro Parente permite reajustes diários nos preços da gasolina e do diesel que são produzidos nas refinarias, equiparando aos preços do mercado internacional. Os preços podem variar a cada mudança climática, conflitos políticos e econômicos, deixando o País totalmente atrelado às flutuações do mercado internacional. E quem perde com tudo isso? O povo!

Nos primeiros 90 dias dessa nova política de preços adotada por Temer e

Parente, a PETROBRAS alterou 50 vezes o valor do combustível vendido pelas refinarias. O valor médio cobrado pelo litro da gasolina subiu 11,32%, nas bombas e

13,29% nas distribuidoras que repassam combustível aos postos. O preço da gasolina, para o motorista, teve uma variação real de 10,94%, um reajuste 30 vezes superior à inflação média.

E como se chega ao preço final da gasolina que nós pagamos no posto? O cálculo é dividido em quatro partes. A PETROBRAS fica com 30% do faturamento;

13% é o custo do álcool adicionado na gasolina. O lucro do posto é de 11%. E o que mais pesa no bolso do consumidor são os impostos: 46%! Para entender melhor essa conta, vamos considerar o preço da gasolina em R$3,80 o litro. Desse total,

R$1,14 vai para o caixa da PETROBRAS; R$0,49 é o custo do álcool adicionado; o posto lucra R$0,42. E só de imposto, Srs. e Srs. Deputados, pagamos R$1,75; quase metade do preço do combustível!

O Brasil lidera a produção de petróleo na América Latina e está entre os dez maiores produtores de petróleo do mundo. Para se ter uma ideia, no primeiro semestre de 2017, a PETROBRAS produziu mais de 2 bilhões de barris de petróleo por dia, uma alta de 5,6% na comparação anual. Graças ao pré-sal (descoberto pela

PETROBRAS na gestão do Presidente Lula), desde 2014, a produção nacional de

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petróleo só cresce. Mas, se o Brasil tem tanto petróleo, por que o preço da gasolina

é tão caro? Desde que o tucano Pedro Parente assumiu a estatal, após o golpe de

2016, a política tem sido a de agradar investidores internacionais e facilitar a venda de ativos. Com a mudança na política de preço de combustível, Parente também reduziu drasticamente a carga de refino no País, processando somente 70% da sua capacidade.

Povo brasileiro, que nos assiste neste momento: a PETROBRAS continua produzindo muito petróleo, mas, ao invés de refinar o produto aqui mesmo, no Brasil, optou por exportar o petróleo cru, para depois importar esse mesmo petróleo (agora refinado) a um custo bem mais alto. No Governo ilegítimo de Michel Temer, as importações tiveram um aumento espantoso. Nos dez primeiros meses de 2017, por exemplo, a importação de gasolina alcançou 1 bilhão e meio dólares, um crescimento de 93% se comparado ao ano de 2016. A gasolina e o diesel corresponderam a 20% de todos os produtos americanos vendidos ao Brasil no ano de 2017. Eu vou repetir: a gasolina e o diesel corresponderam a 20% de todos os produtos americanos vendidos ao Brasil no ano de 2017!

A estratégia de Temer e Pedro Parente foi um fracasso. Ela fez com que a

PETROBRAS perdesse espaço no mercado doméstico de combustíveis para as suas concorrentes internacionais — como a Shell, a Chevron e a Esso. Assim, o consumidor brasileiro paga mais caro pelo combustível, a alta na importação prejudica a balança comercial e reduz as operações nas refinarias, colocando em risco milhares de empregos. E quem perde com tudo isso, Sras. e Srs. Deputados?

O povo brasileiro!

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Portanto, Sras. e Srs. Deputados, povo brasileiro que nos assiste, essa trágica política de preços — adotada depois do golpe, com Pedro Parente na

PETROBRAS — é a grande responsável pela atual situação do nosso País. O preço da gasolina disparou porque o Governo golpista, liderado por Temer, não tem compromisso com o povo brasileiro, mas sim com capital internacional. Tem que agradar os amigos de fora! Tem que refinar o nosso petróleo lá fora e comprar mais caro! Do dia 22 de abril ao dia 22 de maio deste ano de 2018, a PETROBRAS aumentou o preço da gasolina e diesel 16 vezes nas refinarias. Isso é um absurdo!

Os preços médios do litro da gasolina nas bombas de combustíveis subiram de

R$3,40 para R$5,00, um crescimento de 47%. O litro do diesel passou de R$2,89 para R$4,00, alta de 38,4%. É um escândalo!

A PETROBRAS não está quebrada, o que existe é incompetência por parte desse Governo ilegítimo! Vejam estes dados, da Associação dos Engenheiros da

PETROBRAS:

1 - De acordo com balanços periódicos, a PETROBRAS mantém uma constância de lucros e dividendos. Desde 2012, mantém o mesmo fluxo de caixa, o que demonstra a solidez da empresa. Qualquer crise criada nas contas ou no caixa da empresa é uma atitude de má-fé — de quem quer passar a imagem de empresa quebrada para privatizar.

2 - A PETROBRAS é a petrolífera mais eficiente do mundo.

3 - Pedro Parente, desde que assumiu, faz a distribuição de dividendos trimestrais entre os acionistas; o que mostra que a empresa está sólida e não há problema de lucratividade ou de caixa.

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4 - Pedro Parente adiantou R$10 bilhões aos “Fundos Abutres”, mesmo antes de concluir todo o processo de balanço da empresa. Mas, o PETROS (o fundo dos servidores) a Direção da PETROBRAS não ajuda, apenas os “Fundos Abutres”. Ou seja, ela se nega a ajudar os servidores a resolver os problemas, mas ajuda os fundos estrangeiros.

5 - A PETROBRAS, por ser uma empresa lucrativa e eficiente, tem a capacidade de regular os preços do mercado interno, mesmo que abaixem os preços do mercado internacional. Temer e Parente só não fazem isso, pois não se interessam pelo bem estar do povo, mas sim em agradar o capital internacional.

Vou encerrar este pronunciamento, Sr. Presidente, destacando um trecho da fala de Neneco, uma das lideranças dos caminhoneiros, que falou nesta tribuna hoje pela manhã. Disse ele:

Quando Michel Temer assinou o decreto que

alterava a política de preços da PETROBRAS, em maio

do ano passado, nós avisamos que iríamos parar. Tudo

que acontecer no Brasil, daqui pra frente, está nas mãos

de Michel Temer e Pedro Parente. Essa política de preços

enfia a mão no bolso dos caminhoneiros.

Fora, Temer! Lula Livre!

Muito obrigado, Sr. Presidente.

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O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Tem a palavra o Deputado Paulão, do

PT de Alagoas, por 3 minutos.

O SR. PAULÃO (PT-AL. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, nós estamos discutindo uma crise que atinge o povo brasileiro, mas é importante lembrar a história. Em tempo recente, um projeto do Senador José Serra foi responsável pela quebra do pré-sal, e vários Parlamentares desta Casa que estão usando a tribuna colocaram a sua digital para quebrar a PETROBRAS, fazendo com que chegássemos a este caos, porque se entrega a empresa às multinacionais.

Este Governo ilegítimo, sem credibilidade e moribundo está com um

Presidente da PETROBRAS muito mais forte do que ele. É mais fácil o Temer cair do que o Sr. Pedro Parente. Basta verificar a história. Ele tem inclusive sociedade com o Banco J.P. Morgan. A PETROBRAS, que tinha um conflito jurídico da ordem de 20 bilhões de dólares, poderia tensionar, e ele fez acordo, dando um xeque-mate nas nossas refinarias, que estão com capacidade ociosa de 50%. Só de janeiro a abril, o Brasil comprou 7 bilhões de dólares em óleo diesel , que poderia, Deputado

Gilberto, estar sendo produzido aqui.

Então, é claro que esta greve é uma consequência concreta disso.

Inicialmente, foi um nocaute das grandes transportadoras, como disse o Deputado

Miro Teixeira, com quem eu tenho concordância, mas, depois, 40% dos caminhoneiros tiveram subsídios importantes, por meio do FINAME, para fazer seu transporte. É a esses que nós temos que dar apoio, não às grandes transportadoras, que querem subsídio eterno.

A culpa desse desabastecimento, a culpa desse caos é dos Deputados que permitiram a quebra do pré-sal. A Lava-Jato, que pode ter um papel importante, até

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agora só recuperou 1,5 bilhão de reais. Só em um poço que foi entregue aos americanos, um poço em Carcará, perdeu-se muito mais do que isso.

A nota promissória do golpe tem que ficar na responsabilidade dos Deputados que colocaram a sua digital e acabaram com pré-sal no Brasil.

Lula livre!

O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Muito obrigado, nobre Deputado.

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O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Concedo a palavra ao Deputado Aliel

Machado, do PSB do Paraná, por 3 minutos.

O SR. ALIEL MACHADO (PSB-PR. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente,

Sras. e Srs. Deputados, nós tivemos, apesar do abandono e do medo da não presença do Governo hoje nesta Comissão Geral, que discutir o preço dos combustíveis. Acho que o Sr. Pedro Parente deveria estar no momento da Comissão

Geral, cumprindo o seu papel no Governo, que é o de negociar com o mercado, que

é para quem o Governo trabalha e atua.

Mas nós não podemos deixar de denunciar aqui o que estão planejando em relação ao Governo. Quanto ao aumento de combustíveis que o Governo disse que não poderia diminuir, depois da pressão dos caminhoneiros, da população dos trabalhadores, recuou, e depois disse que voltaria a cobrar esses impostos em outras áreas. E hoje nós tivemos um importante avanço aqui, porque ficou muito claro que não será aceito qualquer aumento de combustível e que o Governo tem que cortar na própria carne.

Nós devemos fazer uma ampla reforma, quando se tratar de cortar na própria carne, começando por esta Casa, pelo Senado Federal, pelo inchaço da máquina pública, pela burocratização, por se votar uma reforma tributária verdadeira. Mas não, as negociações de interesses pessoais sempre tomam a frente dos interesses coletivos, contra a população que mais precisa do poder público.

Pois bem, a população não está lutando apenas pelos combustíveis — aliás, aumento feito pelo Temer em julho do ano passado, quando negociava com esta

Casa a sua permanência, é ilegal. Ele aumentou ilegalmente o preço dos combustíveis por decreto, na canetada, do dia para a noite, de maneira absurda. E a

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grande maioria dos seus aliados, dos partidos que estão no Governo, se calou. Esta

Casa mesmo não votou o projeto de decreto legislativo que suspendia o decreto ilegal do Temer do aumento dos combustíveis.

Agora, o Temer, que já era morto, está enterrado. Não tinha aprovação popular. Hoje, não pode sequer ir a um restaurante ou sair na rua, nada, porque o povo está revoltado pela má condução da política econômica, que cobra dos mais humildes, dos trabalhadores, e enriquece os grandões, as petrolíferas internacionais, pelos grandes acordos que fez, muitas vezes, com a anuência desta Casa.

Agora, o Temer, apenas para se fazer de morto, neste momento, faz discursos de que quer dialogar. Foi ele quem não dialogou. Exigimos, o PSB exige, a demissão imediata de Pedro Parente, a demissão imediata desse que afundou a energia elétrica e agora afunda a questão dos combustíveis no Brasil. Não aceitaremos!

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O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Concedo a palavra ao Deputado

Chico Lopes.

O SR. CHICO LOPES (PCdoB-CE. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente,

Sras. e Srs. Deputados, o Brasil sofre uma crise de combustível com elevados preços e protestos em todo o País por conta de uma política de preços de destruição da PETROBRAS adotada pelo suspeito e besta-fera Pedro Parente. Essa política perversa de preços que o Governo Temer e o suspeito e besta-fera Pedro Parente impuseram à PETROBRAS vem penalizando o povo com seguidos aumentos nos preços de gasolina, gás de cozinha e diesel .

Comunico que o Projeto de Lei nº 1.339, de 2015, de nossa autoria, regulamenta a atividade de refino do petróleo, estimulando que a matéria-prima extraída no Brasil seja refinada no território nacional, atendendo à demanda interna antes das exportações.

Esse projeto de lei tem como objetivo fortalecer a PETROBRAS e a indústria nacional, dando mais esperança aos consumidores brasileiros. O petróleo brasileiro, inclusive o do pré-sal, passaria a ser usado prioritariamente no desenvolvimento do

País, em vez de ser vendido como matéria-prima barata para ser refinado lá fora.

Além disso, o projeto tem como objetivo estabelecer a autossuficiência em relação aos derivados básicos de petróleo, a partir do estabelecimento de que uma maior parcela de petróleo do pré-sal brasileiro seja refinada em território nacional, como acontece com o petróleo leve de recente produção nos Estados Unidos.

É preciso, sim, ampliar o refino de petróleo no Brasil. E é fundamental uma política pública que atenda aos interesses do povo brasileiro, suprindo primeiro o mercado interno.

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A Associação dos Engenheiros da PETROBRAS revela que a besta-fera

Pedro Parente atuou de forma suspeita para privilegiar o capital estrangeiro, porque, a partir de outubro de 2016, passou a praticar o preço mais alto para os combustíveis de importação, viabilizando a importação de derivados. Com essa política, a PETROBRAS perdeu mercado, e a capacidade ociosa das refinarias saltou para 25%. Com menos refino, explodiram as exportações de óleo cru e as importações de derivados. O maior beneficiado foram os Estados Unidos, porque enquanto as importações de diesel de maneira geral se multiplicaram por 1,8, desde

2015, a importação de diesel dos EUA aumentou 3,6 vezes; passou de 41% em

2015 para 80% do total importado pelo Brasil.

Sr. Presidente, eu gostaria que o meu pronunciamento fosse divulgado no programa A Voz do Brasil , porque essa questão dos combustíveis no Brasil é uma questão política muito séria. O protesto que os caminhoneiros fizeram prejudicou de certa forma algumas pessoas, mas nós os parabenizamos, porque o Brasil é um país democrático, e nós temos o direito de protestar.

Obrigado, Sr. Presidente.

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O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Concedo a palavra ao Deputado José

Airton Cirilo.

O SR. JOSÉ AIRTON CIRILO (PT-CE. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, senhores telespectadores e ouvintes, é inegável que o povo brasileiro está profundamente indignado. Essa manifestação de indignação não é apenas dos caminhoneiros, dos transportadores, mas da população, porque nós estamos assistindo não só ao aumento do preço dos combustíveis, mas a um processo violento de aumento também dos preços de gás de cozinha, de energia elétrica, enfim, a uma série de aumentos que está revoltando a população brasileira.

Os trabalhadores caminhoneiros, vendo a situação grave em que nós estamos vivendo com os constantes aumentos dos preços dos combustíveis, articularam esse movimento para dizer um basta a este Governo, que, insensível à realidade brasileira, pensando única e exclusivamente no lucro das empresas multinacionais, importa produtos aqui do País, quando nós poderíamos processar o petróleo, porque nós temos refinarias. É inaceitável o Brasil importar gasolina, como nós estamos vendo, levando o País a essa dependência também do setor estrangeiro.

Por isso, esse é um movimento que tem que ter o apoio e a solidariedade nossa, do povo brasileiro, porque nós precisamos dizer para o Governo que basta de exploração, basta de enganação. Essa situação toda foi decorrência do golpe parlamentar, que levou este País a essa situação de caos, de um Governo ilegítimo, de um Governo sem representatividade, que pensa única e exclusivamente nos interesses do grande capital, para massacrar o povo brasileiro e colocar o nosso

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País dependente do capital internacional. Por isso, fica aqui o nosso apoio, a nossa solidariedade.

Lula livre! Diretas para Presidente!

PRONUNCIAMENTO ENCAMINHADO PELO ORADOR

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, eu acompanhei essa greve dos caminhoneiros, e para mim é um movimento legítimo. Os últimos aumentos nos preços dos combustíveis tornam inviável o sustento destes trabalhadores, pois o valor do frete não cobre os reajustes.

Os aumentos nos preços dos combustíveis são as consequências da venda, através de uma feira livre, da PETROBRAS ao capital estrangeiro.

Além disso, os constantes aumentos têm reflexos nos preços de outros produtos importantes no consumo diário, como gás, pão, remédios e produtos agrícolas. A família brasileira não aguenta tantos aumentos, e não somente o aumento do combustível óleo diesel , gasolina, gás de cozinha e etanol, mas também a redução dos empregos, o aumento do gás e da energia, os cortes dos programas sociais.

Quando se leva em conta o total de veículos dedicados ao transporte de cargas no Brasil, a pulverização do setor se amplia. Hoje, cerca de 554 mil unidades estão concentradas nas mãos de 374 mil motoristas autônomos. Ou seja: esses profissionais sem empresa constituída concentram, em média, 1,5 caminhão cada um.

A participação dos autônomos na frota total do Brasil, que hoje soma 1,66 milhão de veículos, é de pouco mais de um terço do total. Um número pequeno de

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veículos (22,8 mil, ou 1,3% da frota) está nas mãos de cooperativas do setor. As informações são do jornal O Estado de S.Paulo .

A nova política de preços para o diesel , a gasolina e outros derivados do petróleo, estabelecida pela direção da PETROBRAS em meados do ano passado, prejudica os agricultores e todo o povo, além de prejudicar outros ramos da economia e os consumidores em geral.

O gás de cozinha hoje está inacessível para milhões de brasileiros e brasileiras.

No oitavo dia consecutivo de greve dos caminhoneiros, as grandes cidades brasileiras estão praticamente desabastecidas tanto de combustível quanto de hortifrutigranjeiros. Falta querosene de avião em pelo menos oito aeroportos, as frotas de transporte público seguem circulando com operações limitadas e algumas escolas públicas e universidades federais suspenderam as atividades.

Sou favorável a qualquer manifestação popular, mas sou totalmente contra qualquer menção a intervenção militar.

Sr. Presidente, gostaria que o meu pronunciamento fosse divulgado no programa A Voz do Brasil e nos meios de comunicação da Casa.

Muito obrigado.

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O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Concedo a palavra ao Deputado

Paulo Foletto.

O SR. PAULO FOLETTO (PSB-ES. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, a Constituição Federal estabelece, no seu art. 177, que tanto a lavra quanto o refino de petróleo são monopólio da União, que, por sua vez, pode contratar essas atividades. Também é importante destacar que o abastecimento nacional de combustíveis é considerado a atividade de utilidade pública, nos termos da Lei nº

9.847, de 1999. Em resumo, a produção e o refino de petróleo não podem ser tratados como um simples negócio privado com foco no lucro empresarial e no mercado, como tem ocorrido ilegalmente no nosso País.

Nos últimos anos, o Brasil tem sempre exportado petróleo pesado e importado petróleo mais leve, para gerar uma carga adequada para as refinarias.

No entanto, nos últimos anos foi muito grande o volume de exportação de petróleo, conforme eu tenho aqui anotado: em 2005, 100 milhões de barris; em

2017, 350 milhões de barris.

A consequência das exportações de petróleo cru e a pouca importância dada

às atividades de refino é o aumento das importações de derivados. Nós, em 2010, começamos a importar gasolina. Até 2010, nós não importávamos gasolina. Hoje, nós estamos chegando perto de 30 milhões de litros de gasolina importada.

Como nós nos livrávamos disso? Nas licitações dos blocos da província do pré-sal, então uma grande oportunidade para fazer com que o Brasil fosse autossuficiente, bastava que as Resoluções do CNPE e os editais da ANP, que estabelecem condições contratuais, condicionassem as exportações de petróleo cru ao abastecimento do mercado nacional, com combustíveis produzidos no Brasil. Se

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isso ocorresse, estariam resolvidos graves problemas do mercado nacional de combustíveis.

Eu tenho algumas contas aqui que mostram que a PETROBRAS está trabalhando com uma margem de lucro muito alta na venda do óleo diesel. Caiu o custo de produção no pré-sal, todo mundo sabe disso, e caiu o custo do refino. Se nós fôssemos levar em conta, sem lucratividade, com um lucro médio, daria para vender o litro de óleo diesel por 2,68 reais na bomba. Nós estamos chegando a 4 reais. Daí o grande problema que nós atravessamos nesse período: não é o desabastecimento; a questão é o custo do óleo diesel , culpa única e exclusiva de uma política de lucro desmesurado pela PETROBRAS.

A Constituição brasileira diz que a política do petróleo é obrigação para recursos sociais no Brasil. Não é o que está acontecendo com essa política adota.

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O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Tem a palavra a Deputada Janete

Capiberibe.

A SRA. JANETE CAPIBERIBE (PSB-AP. Sem revisão da oradora.) - Sr.

Presidente, a Lei Complementar nº 131, de 2009, a Lei da Transparência, de autoria do Senador Capiberibe, completou 9 anos no domingo, dia 27.

Esta Lei abriu as contas públicas para que o cidadão, de qualquer lugar, pela

Internet, possa fiscalizá-las. Se encontrar abusos, ele os leva aos órgãos competentes para pedir punição.

A fiscalização das contas públicas pela sociedade civil teve um processo evolutivo: a Lei da Responsabilidade Fiscal, em 2000, e a Lei de Acesso à

Informação, em 2011.

Ainda é preciso tornar amigáveis os portais da transparência, para que seja mais fácil navegar em quaisquer deles.

Outro passo importante é aprovarmos o Projeto de Lei nº 9.617, de 2018, que institui a gestão compartilhada na administração pública, matéria que está com urgência aprovada para votação por este Plenário — faço este apelo ao Presidente

Rodrigo Maia. Ela aproxima o cidadão dos gestores por meio de um aplicativo de mensagens de celular, o WhatsApp.

Por exemplo, na execução de uma obra, a comunidade organiza um grupo e inclui ao menos um integrante do poder público que executa a obra. Se a comunidade constatar que a obra parou, está indo devagar ou está com uma qualidade não muito boa, cobra providências da empresa vencedora da licitação e do gestor público. Se parar, vai cobrar também. Se a qualidade é inferior, vai exigir.

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Estamos usando esta ferramenta para acompanhar nossas emendas. A comunidade está mais próxima, participativa, e o resultado da obra e da licitação está melhor.

Parabéns aos colegas que aprovaram e ajudam a divulgar a Lei da

Transparência nas contas públicas, uma contribuição deste Parlamento para combater a corrupção, uma vez que cria ferramentas para que o cidadão cobre dos

órgãos oficiais a fiscalização, o controle e a punição das irregularidades, quando houver.

Parabéns ao Senador Capi! Parabéns à sociedade brasileira e ao Governo brasileiro pela existência da Lei Complementar nº 131, a Lei da Transparência, que completou no último domingo 9 anos e provocou muitos avanços no combate à corrupção no nosso País.

Eu peço a divulgação desta minha fala no programa A Voz do Brasil e nos meios de comunicação desta Casa.

Obrigada, Sr. Presidente.

O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Muito obrigado, Deputada. Sua solicitação será atendida.

PRONUNCIAMENTO ENCAMINHADO PELA ORADORA

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, a Lei Complementar n° 131, de 2009, a Lei da Transparência, de autoria do Senador Capiberibe, completou 9 anos no domingo, dia 27.

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Esta Lei abriu as contas públicas para que o cidadão, de qualquer lugar, pela

Internet, possa fiscalizá-las. Se encontrar abusos, ele os leva aos órgãos competentes para pedir punição.

A fiscalização das contas públicas pela sociedade civil teve um processo evolutivo: a Lei da Responsabilidade Fiscal, em 2000; a Lei da Transparência, do

Senador Capi, em 2009; e a Lei de Acesso à Informação, em 2011.

Ainda é preciso tornar amigáveis os portais da transparência, para que seja mais fácil navegar em quaisquer deles.

Outro passo importante é aprovarmos o Projeto de Lei nº 9.617, de 2018, que institui a gestão compartilhada na administração pública, matéria que está com urgência aprovada para votação por este Plenário — faço este apelo ao Presidente

Rodrigo Maia. Ela aproxima o cidadão dos gestores por meio de um aplicativo de mensagens de celular.

Por exemplo, na execução de uma obra, a comunidade organiza um grupo e inclui ao menos um integrante do poder público que executa a obra. Se a comunidade constatar que a obra parou, está indo devagar ou está com uma qualidade não muito boa, cobra providências da empresa vencedora da licitação e do gestor público. Se parar, vai cobrar. Se a qualidade é inferior, vai exigir.

Estamos usando esta ferramenta para acompanhar nossas emendas. A comunidade está mais próxima, participativa, e o resultado da obra e da licitação está melhor.

Parabéns aos colegas que aprovaram e ajudam a divulgar a Lei da

Transparência nas contas públicas, uma contribuição deste Parlamento para combater a corrupção, uma vez que cria ferramentas para que o cidadão cobre dos

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órgãos oficiais a fiscalização, o controle e a punição das irregularidades, quando houver.

Parabéns, Senador Capi, por esta contribuição à sociedade brasileira. Adepto da transparência nas contas públicas, ele colocava placas listando o orçamento da

Prefeitura de Macapá na década de 80, para dar transparência aos gastos.

Obrigada.

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O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Dando continuidade às Breves

Comunicações, vou apenas citar os próximos dez inscritos, para relembrá-los. São os Deputados Adelson, Valmir Assunção, Padre João, Marcon, João Daniel,

Delegado, Luiz Couto, Erika, Zenaide e Leonardo.

Enquanto o Deputado Adelson se dirige à tribuna, vou conceder 1 minuto aos

Deputados com os quais assumi compromisso, deixando claro que será 1 minuto improrrogável, sem nhe-nhe-nhem. É 1 minuto, e ponto-final!

Tem a palavra o Deputado Chico d'Angelo.

O SR. CHICO D'ANGELO (PDT-RJ. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, esta crise de desabastecimento, impulsionada pela greve dos caminhoneiros, retrata muito bem o sucateamento das ferrovias e do sistema hidroviário brasileiro.

Peço a V.Exa. que aceite como lidos pronunciamentos em que trato da história deste sucateamento e que sejam divulgados pelo programa A Voz do Brasil.

PRONUNCIAMENTOS ENCAMINHADOS PELO ORADOR

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, inaugurada em 1855, a Companhia de Estrada de Ferro D. Pedro II tinha o objetivo de cortar o território brasileiro a partir da cidade do Rio de Janeiro, àquela época o Município Neutro da Corte. O primeiro trecho da ferrovia fez a ligação entre a Estação da Aclamação, na Corte, e a

Freguesia de Nossa Senhora da Conceição de Marapicu, o atual Município de

Queimados. No trajeto, os trens percorriam a estação do Campo, Engenho Novo,

Cascadura, Maxambomba (Nova Iguaçu).

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Pouco depois, houve a extensão dos trilhos até a estação de Belém (atual

Japeri). Daí em diante, o trem cruzou a Serra das Araras, chegou à Barra do Piraí e tomou o rumo de Minas Gerais.

As primeiras ferrovias do País foram bancadas por capitais privados nacionais e por capitais britânicos. O objetivo premente era garantir o transporte da produção agrícola e do minério produzido principalmente no interior brasileiro aos nascentes centros urbanos e portos.

O Governo brasileiro também participou da expansão ferroviária, tendo dois objetivos estratégicos: integrar o território nacional e encampar as companhias privadas falidas, para evitar crises em regiões dependentes da malha ferroviária.

Entre as últimas décadas do século XIX e os anos de 1920, as ferrovias garantiram o escoamento da produção agrícola brasileira, notadamente do café, para as cidades portuárias, articulando-se o sistema de trens com a navegação de longo curso. Para os especialistas, problemas advindos de trechos de trilhos com bitolas diferentes, construídos por investimentos privados independentes e sem interligação com os sistemas regionais, inviabilizaram algumas malhas ferroviárias.

Ao invés de corrigir esta distorção, o Brasil fez, sobretudo a partir da década de

1930, uma opção cada vez mais vertiginosa pelo transporte rodoviário.

Em alguns momentos específicos, como durante os anos JK e a ditadura empresarial militar, a opção rodoviarista veio acompanhada de um processo de redução drástica de investimentos na malha ferroviária, dramaticamente sucateada e reduzida. O rodoviarismo também representou a atrofia do setor hidroviário, que poderia ser bem mais desenvolvido em um país com bacias hidrográficas navegáveis como o Brasil.

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A atual crise de desabastecimento, impulsionada pela greve dos caminhoneiros, tem variantes diversas, que vão da trágica política de preços adotada na PETROBRAS — contrariando interesses estratégicos brasileiros em nome do processo brutal de desnacionalização da empresa — até a fraqueza política do Governo Michel Temer, incapaz de gerir a crise com o mínimo de competência.

Crises são momentos em que se exige das mulheres e dos homens públicos o desafio de propor alternativas viáveis e estratégicas para a superação dos problemas. A situação é oportuna para que levantemos o debate sobre o sucateamento das malhas ferroviária e hidroviária, a excessiva submissão ao modelo de transporte dependente de combustíveis fósseis cada vez mais questionável, ao aumento do Custo Brasil e ao colapso urbano de grandes cidades sufocadas pelos automóveis. Resolver o problema de hoje com remendos não é suficiente. Precisamos, urgentemente, ter a coragem de projetar futuros pautados na soberania brasileira.

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, os índices alarmantes e crescentes de violência em todo o País mostram o crescimento dos números de crimes cometidos contra a sociedade, inspirando a discussão sobre as mudanças necessárias no Direito Processual Penal para trazer soluções a esta questão.

O Código de Processo Penal foi aprovado em 1941 e, desde então, não recebeu nenhuma reforma ou mudança significativa para se adequar à realidade atual do País, analisando sua população e os novos tipos de violência. A formação de uma Comissão Especial para discutir estas mudanças no Código Penal é medida

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que busca ajustar a origem do antigo documento para adequá-lo aos princípios e às exigências da nossa sociedade atual.

Pelos motivos descritos, a Comissão Especial da Câmara quer a votação do novo Código de Processo Penal (CPP) ainda neste semestre. O texto em análise

(PL 8.045/10) é resultado das discussões de uma comissão de juristas, tramita desde 2010 e já foi aprovado no Senado. Na Câmara, a proposta tramita desde

2016, em conjunto com outros 242 projetos de lei que tentam atualizar o Código de

Processo Penal (Decreto-Lei nº 3.689, de 1941).

Neste sentido, conclamamos os Parlamentares que compõem esta Comissão

Especial a se debruçarem e a se dedicarem ainda mais à execução do relatório final, para que possamos oferecer à sociedade brasileira um novo CPP, moderno, atual e ajustado aos anseios do povo brasileiro.

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O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Tem a palavra o Deputado Reginaldo

Lopes, por 1 minuto.

O SR. REGINALDO LOPES (PT-MG. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, eu quero registrar aqui que esta política de preços da PETROBRAS, de uma forma ou de outra, está dolarizando a economia brasileira.

A opção do Pedro Parente para a política de preço é uma dolarização da economia brasileira. Isso é uma vergonha, é um crime contra a economia brasileira, contra vários setores dela, e é incompatível com a renda do povo brasileiro.

Portanto, não há outro caminho para resolver esta crise a não ser uma nova política de preços da PETROBRAS e a demissão desse tucano que está nela.

Desculpem-me, meus amigos tucanos, mas é antinacionalista essa política conduzida por ele, ilegitimamente, porque esse projeto é fruto de um golpe contra a

Presidenta Dilma.

Portanto, eu quero aqui dizer que não basta reduzir só o preço do diesel , porque há também o preço da gasolina, do gás de cozinha, do álcool, da passagem dos coletivos, ou seja, várias outras manifestações virão, porque ninguém aguenta mais. O Brasil caminha para uma convulsão.

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O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Tem a palavra a Deputada Alice

Portugal.

A SRA. ALICE PORTUGAL (PCdoB-BA. Sem revisão da oradora.) - Sr.

Presidente, quero registrar o aniversário da cidade de Santo Antônio de Jesus, querida cidade do Recôncavo, que hoje está em festa: ela completa 138 anos de emancipação política neste 29 de maio.

Temos um enorme carinho por essa cidade, onde acabamos de inaugurar o

Programa Esporte e Lazer da Cidade. Foram destinados mais de 3 milhões de reais em emendas nos últimos anos.

Quero saudar o Prefeito Rogério Andrade, a Secretária de Cultura, Turismo e

Juventude do Município, a querida Dene Côrtes, e os companheiros do meu partido, o dentista Aislan Rocha, querido odontólogo da cidade, além das nossas lideranças locais e todos os cidadãos e cidadãs santo-antonienses. Essa é uma cidade universitária, com largo desenvolvimento.

Parabéns, Santo Antônio de Jesus!

PRONUNCIAMENTOS ENCAMINHADOS PELA ORADORA

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, hoje a cidade de Santo Antônio de

Jesus, na Bahia, está em festa. Ela comemora 138 anos de emancipação política neste 29 de maio. Tenho um enorme carinho por essa cidade e sempre trabalhei pelas demandas de seu povo.

Por iniciativa do meu mandato, o Município foi um dos beneficiados com o

Programa Esporte e Lazer da Cidade — PELC, que vai beneficiar mais de 400

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pessoas de todas as idades, com modalidades esportivas, além de artes e artesanato.

Ao longo desses anos, por meio de emendas minhas, destinei à cidade importantes recursos, que muito contribuíram para o desenvolvimento local. Foram destinados recursos para a construção de quadras poliesportivas e mais de R$ 3 milhões para a área de infraestrutura urbana.

Nas pessoas da Secretária de Cultura, Turismo e Juventude do Município,

Dene Côrtes, do companheiro Aislan Rocha, do Prefeito Rogério Andrade e das nossas lideranças locais, saúdo todos os moradores e moradoras dessa querida e importante cidade baiana.

Parabéns, Santo Antônio de Jesus!

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, no último sábado, 26 de maio, foi aniversário da nossa querida Barreiras, cidade baiana que se destaca no setor agropecuário e é o principal centro urbano e econômico da região oeste da Bahia.

Por indicação do nosso Vereador Vivi Barbosa, do PCdoB, a Câmara

Municipal de Barreiras concedeu a mim o Título de Cidadã Barreirense em 2013, pelo dedicado trabalho que sempre desenvolvi no Município. Já destinei importantes emendas para obras de desenvolvimento e infraestrutura urbana, implantação de infocentros, implantação da Biblioteca do Instituto de Ciências Ambientais e

Desenvolvimento Sustentado do campus da Universidade Federal da Bahia —

UFBA em Barreiras, além de recursos para o Programa Sentinela, que combate a violência contra crianças e adolescentes.

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Com emenda do meu mandato, foi possível reformar e requalificar o Ginásio de Esportes Baltazarino de Araújo Andrade. Lutei muito para a criação da

Universidade Federal do Oeste da Bahia — UFOB, em Barreiras, uma grande conquista para a região. Também garanti a instalação de energia elétrica na

Associação dos Proprietários das Chácaras e Terrenos do Alto Alegre, depois de uma solicitação que fiz ao Governador Rui Costa, que resgatou o projeto Luz para

Todos.

Deixo aqui minha homenagem e meu abraço especial a todo povo de

Barreiras. Ao lado do nosso Vereador Vivi, vamos juntos fortalecendo esta parceria e trabalhando fortemente pelo desenvolvimento dessa importante cidade.

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, quero homenagear a querida cidade de São Felipe, na Bahia, que completa, neste 29 de maio, 138 anos de emancipação política. Sempre batalhei por recursos para a cidade. Já destinei, por meio de emendas, recursos para a construção do ginásio de esportes na sede do Município; para obras de infraestrutura urbana e turística; para a pavimentação de vias públicas; para a implantação e modernização de infraestrutura esportiva; e para melhorias habitacionais com a finalidade de controlar a doença de Chagas.

Quero saudar o ex-Prefeito Chiquinho Ferreira, o ex-Secretário Gileno e todas as nossas lideranças locais. Deixo aqui o meu abraço especial a toda a comunidade e reafirmo meu compromisso com esse importante Município.

Parabéns, São Felipe!

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O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Esta Presidência comunica que, na hora em que começar a Ordem do Dia, vamos retirar de pauta, de ofício, as Medidas

Provisórias nºs 814, de 2017, e 820, de 2018.

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O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Concedo a palavra ao Deputado

Rubens Bueno.

O SR. RUBENS BUENO (PPS-PR. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, a paralisação dos caminhoneiros contou com o nosso apoio e o apoio da esmagadora maioria do povo brasileiro. É bom destacar que toda essa luta não é de hoje. Há uma trajetória. Em 2015, neste plenário, nós votamos uma emenda do

Deputado Sandro Alex para que não houvesse cobrança, nos pedágios do Brasil, relativa ao eixo suspenso. Isso também não foi cumprido.

Agora há um acordo, consolidado em publicação no Diário Oficial . Em medidas provisórias, foram incluídas demandas resultantes de acordo realizado entre os caminhoneiros e o Governo.

Diante disso, apesar de o Governo estar fragilizado, apesar de o Congresso

Nacional não responder à ansiedade do povo brasileiro, é necessário dizer claramente que chegou a hora do bom senso, do equilíbrio. Precisamos encontrar definitivamente um caminho para o País.

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O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Concedo a palavra ao Deputado Vitor

Valim.

O SR. VITOR VALIM (Bloco/PROS-CE. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, hoje, dia 29 de maio, continua em todo o País a manifestação dos caminhoneiros, que trouxe à tona a importância dessa categoria para todo o País.

Mas essa manifestação não é só dos caminhoneiros; é também da sociedade brasileira, que não aguenta mais pagar essa conta — conta de roubo, de desvio, mensalão, petrolão, cuecão. Recentemente, tivemos um caso — que, inclusive, envolvia um cearense — em que o Senador Sérgio Machado fez a delação e devolveu mais de 160 milhões.

E dizem que a PETROBRAS é do povo brasileiro. Como convencer quem está em casa que a PETROBRAS é do povo brasileiro, se no Paraguai a gasolina e o óleo diesel , que são subsidiados, são mais baratos do que no Brasil?

Então está na hora de a PETROBRAS ser do povo brasileiro e o povo brasileiro ter a benesse de tê-la, e não o povo do Paraguai e o de outros países.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

O Sr. Carlos Manato, 4º Suplente de Secretário, deixa a

cadeira da Presidência, que é ocupada pelo Sr. Felipe

Bornier, nos termos do § 2º do art. 18 do Regimento

Interno.

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O SR. PRESIDENTE (Felipe Bornier) - Concedo a palavra ao Deputado Luiz

Couto.

O SR. LUIZ COUTO (PT-PB. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, pedi a palavra para dar como lido um pronunciamento. Nós nos inscrevamos para falar no período de Breves Comunicações, mas aqui mudam as coisas como querem.

Quero manifestar o nosso repúdio a essa ação do Governo de tentar intimidar os trabalhadores com as Forças Armadas. As Forças Armadas não se destinam a isso. São tantos os golpes! Agora estão querendo dar outro golpe: alguns estão querendo intervenção militar e ditadura.

Não é assim que iremos nos reestruturar. Para o Brasil entrar no seu ritmo, é preciso haver um processo de eleição legítimo, com o Lula tendo direito de concorrer.

Sr. Presidente, peço que dê publicidade ao meu discurso nos meios de comunicação da Casa e no programa A Voz do Brasil.

PRONUNCIAMENTO ENCAMINHADO PELO ORADOR

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, o Michel Temer tem sugado e espremido o povo mais humilde e alargado o caminho dos grandes empresários.

Essa é a política de recuperação do País?

São tantos os golpes dados contra os trabalhadores urbanos e rurais que o

Brasil está despertando. Mas tomemos cuidado e não nos deixemos enganar. A política de reestruturação do País não se dará por meio de intervenção militar ou ditadura. A política de reestruturação só será legítima e real quando tivermos novas eleições, desde que Lula tenha o direito de concorrer nela.

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Ontem, o Governo renegociou a paralisação dos caminhoneiros, e sua porta- voz oficial, a Globo, exaltou sua nova proposta e criticou os caminhoneiros autônomos que não aceitaram sua barganha.

A paralisação continuou e está ganhando adesão das transportadoras, da população e dos sindicatos, que prometeram não onerar os funcionários nem realizar cortes salariais ou demissões por causa da greve.

Volto a frisar: a greve conta com grande apoio nacional, porque a alta do preço dos combustíveis afeta não só a prestação de serviços, mas também a vida de grande parte dos brasileiros e brasileiras.

Era o que tinha a dizer.

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O SR. PRESIDENTE (Felipe Bornier) - O Deputado Chico Alencar está com a palavra.

O SR. CHICO ALENCAR (PSOL-RJ. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, quero saudar a geógrafa e o geógrafo pelo seu dia nacional, 29 de maio, data de criação do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, em 1936.

Lembro o grande geógrafo Milton Santos, que dizia que Geografia é o estudo das relações entre a humanidade e o espaço vivido, o planeta. Tem tudo a ver com ecologia, com a busca de uma relação mais equilibrada, com a sensação de sermos irmãos de tudo o que tem patas, asas ou raízes e de tudo o que é mineral, vegetal ou animal.

Quero, por fim, pedir a transcrição deste meu artigo, que saiu no Blog do

Noblat. Trata da opção rodoviarista, da política de preços da PETROBRAS e da urgência de reformas estruturais para superarmos a profunda crise em que nos encontramos.

PRONUNCIAMENTO ENCAMINHADO PELO ORADOR

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, todos os que assistem a esta sessão ou nela trabalham, apresento aqui, para que seja transcrito nos Anais da Câmara, artigo meu publicado hoje, 29 de maio, no Blog do Noblat. Trata da recente greve dos caminhoneiros e dos caminhos que nos trouxeram até esta crise.

Agradeço a atenção.

ARTIGO A QUE SE REFERE O ORADOR

Estradas do colapso

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O maior buraco na via Brasil hoje é um governo federal incompetente, desarticulado e sem mínima credibilidade. Mas essa cratera, por si só, não explica a viagem acidentada que nos levou à crise dos combustíveis que engarrafa o país. Na síntese que o pequeno espaço aqui permite, apontaria três eixos explicativos da nossa paralisia atual: 1) A opção rodoviarista. Irineu Evangelista de Souza, o Barão de Mauá, no século XIX, liderou a criação de ferrovias no Brasil. Até que tentou, mas fracassou. O que prevaleceu no século XX foi o rodoviarismo. Washington Luís, último presidente da República Velha, tinha como lema o “governar é abrir estradas”. E JK, na segunda metade dos anos 50, foi louvado por “substituir o jegue pelo jipe”. No início dos anos 60 o país tinha 38 mil km de estradas de ferro, o que correspondia a oito vezes o percurso do Oiapoque ao Chuí. No final dos anos 90 tínhamos 10 mil km... a menos! Só para comparar com um dos BRICs, a Índia tem 68 mil km de ferrovias. Lembre-se que nossas predominantes rodovias são precárias: do milhão e 700 mil km de estradas, apenas 211 mil estão pavimentados — apesar do complexo automotivo representar mais de 20% do PIB. De novo a Índia: ali há 1,5 milhão com asfalto. 2) A política de preços da Petrobras. Circulam no Brasil 2,2 milhões de caminhões — 40% desses são operados por autônomos, donos dos veículos. Os demais são de empresas, as que se beneficiam com a desoneração da folha de pagamento. Todos os motoristas enfrentam duras condições de trabalho, com fretes defasados, pedágios escorchantes e jornadas exaustivas, pois há prazos rígidos para as entregas. Em meio a esse quadro quase crônico, a Petrobras da gestão de Pedro Parente vinculou os preços dos seus produtos à variação do dólar e ao preço internacional do barril do petróleo, gerando uma oscilação semanal que arrebenta qualquer planejamento: no último ano, o gás de cozinha subiu 67%, o diesel , 58%, e a gasolina, 53%! Além disso, a Petrobras optou por reduzir o refino interno. Em 2013, eram utilizados 100% da capacidade de nossas refinarias, e com isso se atendia a 90% da demanda interna. Agora, o refino é de apenas 76%. Cresceram as exportações do óleo bruto. Hoje, 24% do consumo interno dos derivados, como diesel e gasolina, são importados, sobretudo dos EUA.

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3) A ausência de reformas estruturais. Os problemas imediatos tendem a ser superados. O governo temerário vai se abrindo à pauta de justas reivindicações, mesmo comprometendo a arrecadação do Estado para programas sociais e para a Previdência. A rigor, sem uma mudança progressiva de nossa matriz energética de transporte — temos 50 mil km de rios navegáveis e abundância solar! — o gargalo evidenciado com o desabastecimento geral voltará. E sem uma Reforma Tributária também progressiva e radical, taxando menos a renda do trabalho e mais os ganhos dos rentistas do capital, continuaremos em crise, com o aprofundamento da desigualdade social.

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O SR. PRESIDENTE (Felipe Bornier) - Com a palavra o Deputado Edmilson

Rodrigues.

O SR. EDMILSON RODRIGUES (PSOL-PA. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, que vivemos tempos nebulosos na era do ilegítimo

Presidente Temer todos sabemos, mas é um escândalo que se pretenda colocar à frente do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade um empresário da área de bebidas, que nada entende da função essencial do Instituto Chico

Mendes.

Com todo respeito ao PROS, no qual tenho amigos e muito bons Deputados com os quais me relaciono de forma fraterna e respeitosa, não é admissível a nomeação de Cairo Tavares. Ele tem que ser colocado em alguma área da indústria de bebidas, mas no ICMBio é inadmissível. É tão inadmissível que Carlos Minc,

Marina, Izabella Teixeira, José Carlos Carvalho, José Goldemberg e Rubens

Ricupero, de vários...

(Desligamento automático do microfone.)

O SR. PRESIDENTE (Felipe Bornier) - Respondendo ao Deputado Edmilson

Rodrigues, se for o Cairo, pode ficar tranquilo. Com certeza, ele é um grande gestor para o Brasil. O que falta hoje no Brasil são pessoas que tenham ética e compromisso com o País.

PRONUNCIAMENTO ENCAMINHADO PELO ORADOR

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, os tempos para Michel Temer estão cada vez mais nebulosos. A conta do golpe está chegando e tornando este Governo moribundo em uma tragédia para a vida de todas as brasileiras e brasileiros. O caos

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afeta todos os setores do nosso País, e a natureza soberana do nosso povo, que tem sofrido graves ataques, sobretudo na nossa preciosa Região Amazônica, recebeu mais um vilipêndio grave.

Para conseguir apoio no Congresso Nacional e aprovar seus crimes, Temer está entregando o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade —

ICMBio ao Partido Republicano da Ordem Social — PROS, que indicou para presidir o instituto um dirigente partidário sem qualquer vínculo com a área ambiental. Trata- se de um cientista político que é sócio de uma empresa de bebidas, chamado Cairo

Tavares.

Isso é um absurdo sem tamanho, ainda mais quando sabemos que o ICMBio entrou recentemente na mira de dirigentes partidários muito pouco comprometidos com a ética. Isso porque, no início deste mês de maio, este Congresso aprovou a injeção de R$ 1,4 bilhão nos cofres do instituto, ou seja, o olho grande daqueles dispostos a destruir o País em benefício próprio cresce assustadoramente!

Nós temos que lembrar que o ICMBio é responsável por 333 unidades de conservação, que correspondem a 9% do território do País e a 24% do mar territorial brasileiro. Tanta responsabilidade não pode ser entregue nem por um dia sequer nas mãos de quem não entende nada de gestão ambiental.

Neste domingo, 27, seis ex-Ministros e Ministras do Meio Ambiente de diversos governos se reuniram para escrever uma carta a Temer, manifestando preocupação com a forma danosa com que o Governo tem lidado com a situação.

Essa carta é assinada por Carlos Minc e Marina Silva, que geriram o Meio Ambiente nos Governos de Lula; Izabella Teixeira, do Governo de Dilma; José Carlos

Carvalho, do Governo de Fernando Henrique Cardoso; José Goldemberg, que

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comandou a Pasta no Governo Collor; e por Rubens Ricupero, do Governo Itamar

Franco.

Essa carta é um gesto político que deixa claro a todos nós como é grave e temeroso este Governo e a entrega colossal que faz da nossa soberania popular às empresas e aos interesses escusos de uma parcela mínima da sociedade, mas capaz de grandes destruições dos bens coletivos.

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O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Concedo a palavra ao Deputado

Daniel Almeida.

O SR. DANIEL ALMEIDA (PCdoB-BA. Pela ordem. Sem revisão do orador.) -

DISCURSO DO SR. DEPUTADO DANIEL ALMEIDA QUE, ENTREGUE AO

ORADOR PARA REVISÃO, SERÁ POSTERIORMENTE PUBLICADO.

(Discurso publicado na Sessão nº 135, de 30/05/18.)

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O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Tem a palavra o Deputado Leônidas

Cristino.

O SR. LEÔNIDAS CRISTINO (PDT-CE. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, na Praça do Patrocínio, em Sobral, no dia 29 de maio de 1919, ocorreu o eclipse solar observado pela expedição científica que coletou os dados que levaram à comprovação da Teoria Geral da Relatividade de Albert Einstein.

O centenário do evento que revolucionou o conhecimento científico moderno

é comemorado a partir desta terça-feira, dia 29 de maio, no mesmo local onde se deu a observação do fenômeno, com a solenidade de abertura do Ano Municipal das

Ciências, pelo Prefeito do Município, Ivo Ferreira Gomes.

Mais tarde, Sr. Presidente, em 1925, o famoso físico alemão afirmou, ao reconhecer a contribuição da observação científica registrada em Sobral: “O problema concebido pelo meu cérebro, incumbiu-se de resolvê-lo o luminoso céu do

Brasil”.

Sr. Presidente, peço a V.Exa. que meu pronunciamento seja divulgado no programa A Voz do Brasil .

Muito obrigado.

PRONUNCIAMENTO ENCAMINHADO PELO ORADOR

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, na Praça do Patrocínio, em Sobral, no dia 29 de maio de 1919, ocorreu o eclipse solar observado pela expedição científica que coletou os dados que levaram à comprovação da Teoria Geral da Relatividade de Albert Einstein.

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O centenário do evento que revolucionou o conhecimento científico moderno

é comemorado a partir desta terça-feira, dia 29 de maio, no mesmo local onde se deu a observação do fenômeno, com a solenidade de abertura do Ano Municipal das

Ciências pelo Prefeito do Município, Ivo Gomes.

Mais tarde, em 1925, o famoso físico alemão afirmou, ao reconhecer a contribuição da observação científica registrada em Sobral: “O problema concebido pelo meu cérebro, incumbiu-se de resolvê-lo o luminoso céu do Brasil”. Vale citar, também, o que disse o Prefeito Ivo Gomes, ao dar o ponta pé inicial da comemoração do centenário da comprovação da Teoria da Relatividade: “Em

épocas obscurantistas, nada como celebrar a ciência”.

A Praça do Patrocínio abriga hoje um complexo científico e histórico com o

Museu do Eclipse, criado em 1999, que conserva instrumentos astronômicos da

época e o Planetário de Sobral. Ambos passaram por reforma e na data serão abertos ao público. Marca a efeméride, também, a realização, no Centro de

Convenções de Sobral, de um Congresso Internacional com o tema do universo da física e o fenômeno do eclipse, coordenado pela Sociedade Brasileira para o

Progresso da Ciência (SBPC).

Não é por acaso que o município do Brasil com o melhor Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB) seja a referência escolhida pelo destino como o marco na história da ciência moderna. Agora em maio, no Ceará, quando foram anunciados os Municípios com melhor desempenho no Programa de Alfabetização na Idade Certa (PAIC), hoje adotado no Ceará e no Brasil, Sobral liderou o ranking do Prêmio Escola Nota Dez, entregue a 38 escolas do Município. Comprovação de que o que é bom, continua a melhorar. Muito obrigado.

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O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Concedo a palavra ao Deputado

Diego Garcia.

O SR. DIEGO GARCIA (Bloco/PODE-PR. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, gostaria de deixar registrada a importância da Comissão Geral, realizada no dia de hoje, sobre a redução do preço dos combustíveis no nosso País.

E quero deixar claro que a população só vai conseguir entender isso — e ela anseia por uma resposta rápida desta Casa do Congresso Nacional — quando houver uma redução clara dos tributos no nosso País, principalmente sobre os produtos essenciais para a vida de todo brasileiro.

Sr. Presidente, registramos aqui nosso total apoio aos caminhoneiros de todo o Brasil, à sociedade brasileira, que já não aguenta mais uma carga tributária tão alta. Eles querem combustíveis baratos e condições dignas para trabalhar em nosso

País.

Deixo aqui este registo e meu total apoio para que os preços dos combustíveis do nosso País baixem o mais rápido possível.

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O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Concedo a palavra ao Deputado

Delegado Edson Moreira.

O SR. DELEGADO EDSON MOREIRA (PR-MG. Sem revisão do orador.) -

Sr. Presidente, quero dar como lido discurso em que trato de uma notícia publicada hoje no Portal Uol, que nos faz refletir sobre os benefícios concedidos aos presos.

O título da matéria que me chamou a atenção é o seguinte: Família de assaltante morto não recebeu indenização de R$ 750 mil do INSS .

Na verdade era uma mentira. Perdoem-me os defensores dos direitos humanos, mas para mim o auxílio-reclusão pode sim ser chamado de

“bolsa-bandido”.

Prefiro defender a Proposta de Emenda à Constituição nº 304, de 2013, que tem como objetivo extinguir o auxílio-reclusão, convertendo-o em benefício das vítimas de crimes, a defender a família do criminoso.

Sr. Presidente, peço a V.Exa. que considere como lido meu pronunciamento.

Muito obrigado.

PRONUNCIAMENTO ENCAMINHADO PELO ORADOR

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Parlamentares, nossos ouvintes e telespectadores da Rádio Câmara , do programa A Voz do Brasil e da TV Câmara , uma notícia publicada hoje no Portal Uol me fez refletir sobre os benefícios concedidos aos presos. O título da matéria que me chamou a atenção era o seguinte: Família de assaltante morto não recebeu indenização de R$ 750 mil do INSS.

Na verdade, a matéria estava desmentindo mensagens das redes sociais que dizem que a família do assaltante morto por uma policial na porta de uma escola em

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São Paulo, Elivelton Neves Moreira, recebeu uma suposta indenização e uma pensão do Estado após ele ser morto.

A notícia que se espalhou não é verdadeira, já que o criminoso em questão não contribuía com o INSS, mas reflete uma insatisfação da população com os benefícios concedidos a quem só gerou prejuízos ao cidadão, ao Estado e à vida.

Dizer que presos sofrem nas cadeias, recebendo três alimentações completas, banho de sol, salário, não precisando acordar cedo pra ir trabalhar, possuindo representantes dos direito humanos para auxiliá-los a todo momento, e ainda sem perder 5 meses de salário em impostos, a meu ver é regalia demais.

Os boatos espalhados sobre o caso do bandido morto na porta da escola, em pleno Dia das Mães, apontando uma arma para as mães de várias crianças na presença delas, é um ato que por si só já mereceria punição exemplar.

Que me perdoem os defensores dos direitos humanos, mas para mim o auxílio-reclusão pode sim ser chamado de “bolsa-bandido”. Prefiro defender a

Proposta de Emenda à Constituição nº 304, de 2013, que tem por objetivo extinguir o auxílio-reclusão, convertendo-o em benefício das vítimas de crimes, a defender a família do criminoso.

O pagamento de salário aos familiares de presos é uma política assistencialista e demagógica e ainda incentivadora da prática de crimes para obtenção do benefício.

O cidadão de bem e as famílias brasileiras merecem um auxílio urgente para poderem sair de suas casas em segurança; merecem ter respeitado o direito de ir e vir. Quem pratica crimes merece punição.

É o que tenho a dizer, Sr. Presidente.

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O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Concedo a palavra ao Deputado

Domingos Sávio.

O SR. DOMINGOS SÁVIO (PSDB-MG. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, eu quero registrar também que estivemos sim ao lado dos caminhoneiros, na justa reivindicação, para reduzir os impostos, o preço do óleo diesel . Nós trabalhamos firmes, durante toda a semana passada, no fim de semana.

No início da semana, finalmente, o Governo se sensibilizou, depois, até de esta

Casa já ter votado a alíquota zero para PIS e COFINS.

Agora assistimos a algo inaceitável. As próprias lideranças vieram aqui e disseram que não são caminhoneiros, mas gente que está contra o País. Acabo de receber telefonema do pessoal de Carmópolis de Minas, que queria entregar tomates na CEASA, mas foi barrado e a produção foi perdida.

Aves estão morrendo. Indústrias estão parando, como siderúrgicas, fábricas de confecção, em Divinópolis, fábrica de calçado, em Nova Serrana, por falta de matéria-prima. As pessoas precisam trabalhar. É preciso haver bom senso.

Respeitemos os caminhoneiros, mas respeitemos também toda a população, para que este País siga em frente.

É isso que pensamos.

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O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Concedo a palavra ao Deputado

Capitão Augusto.

O SR. CAPITÃO AUGUSTO (PR-SP. Sem revisão do orador.) - Obrigado, Sr.

Presidente.

Tenho a honra de anunciar a presença, neste plenário, da nossa heroína

Kátia Silva Sastre, policial militar do Estado de São Paulo que, naquela ocorrência nacionalmente conhecida, salvou crianças e mulheres daquele marginal que estava assaltando na porta da escola. Para nós, policiais militares, é uma honra muito grande anunciar a sua presença!

Kátia Sastre é uma verdadeira heroína. Estava com a sua filha e colocou em risco a sua própria vida para interceder, no seu horário de folga, na frente da escola, em prol daquelas crianças e daquelas mulheres, numa ação rápida e precisa, que tirou o marginal daquela atuação. Poderia ter havido um desastre para todos os que estavam na frente da escola.

Para nós, Kátia Sastre, é uma honra tê-la neste plenário! Você já recebeu inúmeras homenagens pelo Brasil todo, pela atuação heroica naquela ocorrência que ficou nacional e mundialmente conhecida.

Sr. Presidente, peço que seja divulgado o meu pronunciamento no programa

A Voz do Brasil .

Obrigado, Sr. Presidente. (Palmas.)

O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Sra. Kátia, parabéns por sua coragem e determinação! Que Deus continue a abençoando! Eu não sou Raul Gil, mas para você tiro o chapéu.

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O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Concedo a palavra ao grande líder do

PR de Sergipe, o nobre Deputado Adelson Barreto.

V.Exa. dispõe de 3 minutos na tribuna.

O SR. ADELSON BARRETO (PR-SE. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, estamos ocupando a tribuna no dia de hoje para fazer menção ao Dia Mundial sem Tabaco, celebrado anualmente em

31 de maio.

Essa data tem o objetivo de alertar os fumadores sobre os perigos do tabagismo. Alerta também sobre os benefícios de uma sociedade livre de cigarros.

O Dia Mundial sem Tabaco, criado pela Organização Mundial da Saúde, em

1987, há exatamente 31 anos, visa encorajar as pessoas a terem um dia inteiro de abstinência total de tabaco no mundo todo, iniciativa que poderá estimular os seres humanos a abandonar esse vício maléfico.

O consumo de tabaco mata mais de 7 milhões de pessoas por ano em todo o mundo. Além disso, o tabaco é uma ameaça para todos: agrava a pobreza, reduz a produtividade econômica, afeta negativamente a escolha dos alimentos consumidos nas residências e polui o ar em ambientes fechados.

Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, o consumo do tabaco custa

às residências e aos Governos mais de 1,4 trilhão de dólares em gastos com saúde e perda de produtividade, segundo diagnóstico da Organização Mundial da Saúde.

Atualmente, o tabaco, principal causa evitável de doenças não transmissíveis, mata metade das pessoas que consomem esse produto.

Em meio a esses dados estarrecedores, queremos parabenizar Aracaju,

Capital do Estado de Sergipe, pela redução em 55% do número de fumantes

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passivos no ambiente familiar, segundo dados de pesquisa da Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico — VIGITEL, que realizou 53.210 entrevistas por telefone, nas 26 capitais de Estado e no Distrito

Federal, em 8 anos. Comparada com outras capitais, Aracaju é a cidade com menor prevalência do índice de fumantes passivos no ambiente familiar.

Sr. Presidente, que sirva Aracaju de incentivo e de estímulo para outras capitais de Estado e para outras cidades deste País.

Queremos, por fim, cobrar do Governo Federal implementação de políticas públicas contra o tabaco e pedir a V.Exa. que o nosso pronunciamento seja registrado no programa A Voz do Brasil .

O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Grande Líder, V.Exa. será atendido.

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O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Tem a palavra o Deputado Caetano.

O SR. CAETANO (PT-BA. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, Srs. Deputados, eu queria registrar que, no sábado pela manhã, estive na cidade de Simões Filho, Região Metropolitana da Bahia, numa reunião importantíssima na Câmara de Vereadores, com nosso líder Cezar Diesel, que se filiou ao PT. Cezar Diesel foi candidato a Prefeito nas eleições passadas e é uma grande liderança no Município.

Também estive lá com o Presidente do PT, Camamu, Didica, Jarinho.

Jamilsinho, Dui de Ritinha, grande liderança que também estava ali presente; Pouca

Terra, amigo Jorge, Everaldo, Presidente do PT, pré-candidato Osnir Cardoso, pré-candidato a Deputado Estadual Niltinho, Deputado Bira Coroa, nosso companheiro Neguinho, Pedro das Couves, Moisés, Irmãozinho, Ataíde, Alex, Mário,

Núbia Alcântara, Faraó, enfim, diversas lideranças.

Em Simões Filho, nós fizemos um evento importante de filiação ao Partido dos Trabalhadores e também em defesa de Lula. Lula livre! Lula Presidente do

Brasil.

Obrigado ao povo de Simões Filho e um grande abraço a todos!

PRONUNCIAMENTO ENCAMINHADO PELO ORADOR

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, todos aqueles que assistem à sessão e nos acompanham pela TV Câmara, no último sábado, dia 26 de maio, realizamos um grande ato na Câmara de Vereadores de Simões Filho, para celebrar a filiação do meu querido amigo Cezar Diesel ao Partido dos Trabalhadores. Cezar foi candidato a prefeito nas eleições de 2016 pelo PRB e retorna agora ao PT, onde já

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esteve, em grande estilo, para dar esperança ao povo de Simões Filho, que sofre com a péssima gestão feita pelo atual Prefeito. Com a filiação dele, o PT ganha um quadro combativo e promissor. Já a população ganha a certeza de que terá um nome forte buscando permanentemente melhorias para a cidade. O ato de filiação de Cezar foi fantástico. Teve presença maciça da população e também das lideranças municipais e regionais do PT, o que demonstra força e unidade.

Destaco as presenças de Everaldo, Presidente Estadual do PT; Camamu,

Presidente Municipal do PT; Deputados estaduais Bira Coroa e Rosemberg; pré-candidatos Carlos Martins, Osni Cardoso, Jones Carvalho, Niltinho e

Radiovaldo. Presentes, também, Pinheiro do SINDQUIMICA, Joel, ex-Vereador PT;

Nelson Santos, do SINDPETRO; Martiniano, da CUT; Faraó e Marluce Silva,

Presidente do Sindicato das Assistentes Sociais.

Mas quero aqui, Sr. Presidente, fazer um agradecimento muito especial ao apoio e empenho para que o lançamento da pré-campanha de Lula Presidente e a plenária de filiação partidária de Simões Filho seja, de fato, o sucesso que foi.

Especialmente, quero agradecer e parabenizar Dui de Ritinha, que foi fundamental para o grande sucesso do evento.

Destaco, também, Jaimesinho, Pouca Terra, André Nogueira, Nubia e Faraó.

Também agradeço a presença de Orlando Canatiba, do meu amigo Jorge, Pedro da

Kombi, Néri Gagal, Moisés, Presidente da Associação dos Trinta; Neguinho,

Ronaldo do SINDQUIMICA, Luciano Malhado, Fábio Temison e Paulo Bispo.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

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O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Concedo a palavra ao Deputado Sibá

Machado.

O SR. SIBÁ MACHADO (PT-AC. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, hoje, 29 de maio, inicia-se a programação que antecede as comemorações do centenário da comprovação da Teoria da Relatividade, do grande gênio Albert

Einstein. Essa comprovação se deu no dia 29 de maio de 1919, por meio de observações feitas na cidade de Sobral, Estado do Ceará. O mundo científico da

área de física, mecânica quântica está se dirigindo àquela cidade para ressaltar esse grande feito.

Estava agora há pouco na Universidade de Brasília — UnB, batendo um papo com dois estudiosos dessa área: o Prof. Kleber, que atua no setor de química quântica do Instituto de Química da UnB, e o Prof. Daniel. Estávamos lá conversando, e qual foi o meu susto ao saber que as chamadas redes de inteligência social vão substituir, daqui a 5 anos, a medicina, a advocacia...

(Desligamento automático de microfone.)

O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Obrigado, Deputado.

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O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Concedo a palavra ao Deputado Leo de Brito.

O SR. LEO DE BRITO (PT-AC. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, Sras. e Srs. Deputados, gostaria de informar sobre a minha agenda no fim de semana, em visita à região do Alto Acre, com a climatização de cinco novas escolas da rede estadual, bem como sobre outras agendas importantes à zona rural e aos Municípios de Assis Brasil, Brasileia e Epitaciolândia.

Destaco a abertura, pela Secretaria de Esporte do Governo do Estado, do

Campeonato Master, ao tempo em que saúdo especialmente os taxistas, mototaxistas, motoboys , motofretes, que, com a Federação Norte-Nordeste, participaram do congresso em Rio Branco. Uma das solicitações das categorias foi exatamente a aprovação do Projeto de Lei nº 3.468, de 2015, de minha autoria, que estabelece a obrigatoriedade do uso do mototaxímetro em Municípios com mais de

40 mil habitantes.

Parabéns!

Sr. Presidente, solicito a V.Exa. que meus pronunciamentos sejam divulgados pelo programa A Voz do Brasil

PRONUNCIAMENTOS ENCAMINHADOS PELO ORADOR

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, gostaria de registrar as agendas que fiz durante o fim de semana na região do Alto Acre, mais precisamente nos

Municípios de Epitaciolândia, Brasileia e Assis Brasil.

No primeiro Município, tive a alegria de visitar a comunidade do Nari, na zona rural, onde, com a Deputada Estadual Leila Galvão (PT), o Vereador Messias (PT) e

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a Coordenadora do Núcleo de Educação Neide Lopes, me reuni com pais, professores, alunos e toda a comunidade, para anunciar a destinação de emenda para a construção de quadra poliesportiva coberta, carência da região que, em breve, estará solucionada.

Ainda em Epitaciolândia, fiz visitas às escolas Belo Porvir e Brasil-Bolívia, às quais, assim como as escolas Fontenele de Castro, Joana Ribeiro Amed e Odilon

Pratagi, em Brasileia, também visitadas por mim, pelos Deputados Estaduais Leila

Galvão e Daniel Zen, ambos do PT, entregamos aparelhos de ar-condicionado, que fazem parte do Programa de Climatização das Escolas.

Este projeto, que conta com o apoio incondicional do nosso mandato, foi lançado em 2017 pelo Governador Tião Viana e deve investir o total de 16 milhões de reais na climatização de 207 escolas dos 22 Municípios do Estado, beneficiando mais de 140 mil alunos. A previsão é que até o fim de 2018 todas as escolas já tenham sido contempladas.

No último dia de visitas a Alto Acre, domingo, estivemos no Município de

Assis Brasil, na tríplice fronteira com Peru e Bolívia, onde, com a Deputada Leila, a

Vereadora Ivelina Araújo (PT) e o Coordenador do Núcleo de Educação do

Município, Jerry Correa, visitamos famílias nas zonas urbana e rural, um diálogo direto que busca entender e sentir as demandas e especificidades de cada localidade.

Quero agradecer aos amigos e companheiros que me acompanharam em cada um desses compromissos durante os 4 dias de muito trabalho e, sobretudo, a calorosa acolhida nos mais diversos locais.

Muito obrigado.

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Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, na última sexta-feira, participei da abertura do Campeonato Estadual de Futebol Master. O evento já está na sexta edição, tornando-se tradição entre os praticantes da modalidade. Neste ano, a competição terá a participação de 37 equipes — 21 da Capital e 16 do interior —, chegando a atingir até 925 atletas, 148 dirigentes e 83 partidas.

Estarão reunidos no evento atletas de Rio Branco, Bujari, Senador Guiomard,

Acrelândia, Plácido de Castro, Capixaba, Epitaciolândia, Xapuri, Sena Madureira,

Tarauacá, Rodrigues Alves e Extrema.

O objetivo da ação esportiva é valorizar os atletas amadores e aprimorar as categorias de base. Os jogos serão disputados no formato de eliminatória simples, com duração de 15 minutos. A entrada será gratuita.

Nesta edição, o campeonato vai homenagear o delegado e ex-goleiro Ilzomar

Pontes, que morreu neste ano devido a complicações de uma doença rara. Ilzomar

Pontes tinha 59 anos e foi para o Acre com 18 anos, para jogar futebol. Passou por vários times no Acre, entre eles o Rio Branco e o Juventus.

Deixo meus parabéns aos organizadores do evento esportivo; ao Prof.

Afrânio, Secretário Municipal de Esporte; à Shirley Santos, Secretária Estadual de

Esporte; e ao Diretor de Esportes, Pelezinho.

Cada vez mais, o Acre está integrado, com mais equipes, valorizando atletas amadores e ex-profissionais.

Muito obrigado.

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Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, na última semana, tive a alegria de mais uma vez estar junto a representantes de uma classe trabalhadora muito importante para o desenvolvimento do nosso País. Rio Branco, Capital do Acre, sediou o 5º Congresso Norte e Nordeste da Federação Interestadual das Regiões

Norte e Nordeste dos Trabalhadores em Transportes de Mototaxistas, Motoboys,

Motofretes e Taxistas (FENORDEST), com a presença de trabalhadores de vários

Estados brasileiros.

Na oportunidade, pude debater com a categoria sobre meu Projeto de Lei nº

3.468, de 2015, que torna obrigatório o uso do mototaxímetro em capitais com mais de 40 mil habitantes. O projeto, que já foi aprovado em duas Comissões e agora segue para a Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ) da Câmara

Federal, já está em vigor em Rio Branco e tem conferido mais segurança e confiabilidade tanto para os profissionais, como para a população.

Celebramos a emenda que estou destinando, no valor de 400 mil reais, para a construção de terminal que deve abrigar taxistas que chegam à Capital acreana de outros Municípios. O espaço servirá como apoio para estes profissionais que muitas vezes dirigem por mais de 12 horas, sem descanso.

Não pude deixar de ouvir a angústia desses homens e mulheres em relação ao crescimento dos aplicativos de transportes e, mais uma vez, reafirmei meu compromisso com a categoria, deixando claro que o que está em primeiro lugar é a segurança do usuário e que, portanto, é meu dever, como representante do povo, lutar para que haja uma fiscalização mais rígida.

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Tive a oportunidade de esclarecer muitas dúvidas da categoria relacionadas à reforma trabalhista, ao imposto sindical e à nova política de preços praticada pela

PETROBRAS, o que vem gerando um verdadeiro caos em todo o País.

Apesar dos desafios que ainda temos a vencer, foi uma alegria ver de perto a categoria fortalecida e unida, buscando se adequar às necessidades do usuário e melhorar a qualidade do serviço prestado à população e, principalmente, aprimorando a segurança e o conforto para o passageiro.

Parabéns ao Pedro Mourão, Presidente da FENORDEST; ao Esperidião

Teixeira, Presidente do Sindicato dos Taxistas do Acre; e a todos os representantes dos Estados do Norte e do Nordeste que participaram do congresso.

Muito obrigado.

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O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Concedo a palavra ao Deputado

Felipe Bornier.

O SR. FELIPE BORNIER (Bloco/PROS-RJ. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, Sras. e Srs. Deputados, precisamos promover uma urgente unidade política no Brasil, principalmente em um momento que antecede eleições. Há um debate com claras inspirações antidemocráticas. Não podemos ser contra o País.

Defendemos uma visão de projetos e propostas para o Brasil, e nos sentimos incomodados com esse debate de esquerda ou direita, sempre dividindo o País. O que falta é um debate em que o mais importante sejam os brasileiros e o Brasil.

O PROS sempre acreditou que esse movimento vem da sociedade. Por isso, vamos focar sempre novas ideias, propostas e também considerar novas lideranças e pautas a serem defendidas pelos presidenciáveis. A gente entra no campo eleitoral com a sociedade como um todo.

Precisamos de unidade e de soluções para crise, e não de mais lenha na fogueira. É necessário mudar esse ambiente negativo, porque a crise está empurrando o nosso Brasil cada vez mais para baixo, aumentando cada vez mais o número de desempregados. O trabalhador encontra cada vez mais dificuldades para conseguir emprego.

O Senado precisa votar, Sr. Presidente, o projeto de reoneração que foi aprovado na semana passada aqui na Câmara dos Deputados. Nós não apoiamos o aumento de impostos. Que a pauta presidencial venha com assuntos de interesse da sociedade!

Estou muito preocupado. Neste momento de crise política em que vivemos, o

Secretário da Casa Civil da Prefeitura do Município do Rio de Janeiro diz que pontos

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do BRT, principalmente na Zona Oeste, em mais de 22 estações, estão cercados por traficantes, por pessoas armadas.

Precisamos debater também a questão dos mais de 100 dias de intervenção federal.

Que Deus tenha piedade deste País! Precisamos ter um olhar mais patriota, visão política. Precisamos ter responsabilidade com o Brasil, que está olhando para esta Casa. Precisamos sim oferecer um olhar mais positivo, porque o Brasil, a sociedade não aguenta mais tanto sofrimento e falta de alternativa. Precisamos resgatar o orgulho de ser brasileiro.

Nobres Parlamentares, precisamos sim votar. Ontem cheguei cedo a esta

Casa, voltei de uma visita a mais de dez Municípios do interior do Estado do Rio de

Janeiro, e até agora não estabelecemos nenhuma pauta positiva.

Nós precisamos de mais responsabilidade e de definição de temas prioritários, porque o Brasil necessita desta Casa neste momento.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

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O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Tem a palavra a Deputada Alice

Portugal.

A SRA. ALICE PORTUGAL (PCdoB-BA. Pela ordem. Sem revisão da oradora.) - Sr. Presidente, parabenizo o querido Município de São Felipe, que completa hoje, dia 29 de maio, 138 anos de emancipação política.

Apresentei muitas emendas orçamentárias em favor dessa cidade. Muitas inaugurações continuam ocorrendo em São Felipe em decorrência de emendas ao

Orçamento apresentadas por esta Deputada. É uma cidade que luta contra a doença de Chagas, é uma cidade que luta para se desenvolver.

Eu quero parabenizar o ex-Prefeito Chiquinho Ferreira, Reinaldo Ferreira, o ex-Secretário Gileno e todas as nossas lideranças, especialmente Everaldo,

Presidente do PCdoB.

São Felipe, meu abraço e meu carinho!

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O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Concedo a palavra ao Deputado Cabo

Sabino.

O SR. CABO SABINO (Bloco/AVANTE-CE. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, Sras. e Srs. Deputados, vimos neste fim de semana que o Presidente da

República cedeu a algumas reivindicações dos caminhoneiros, ao reduzir o preço do litro de diesel em até 46 centavos.

O que nos chama atenção é que a classe mais pobre da população brasileira não está tendo benefício nenhum, uma vez que o preço da gasolina não está sendo reduzido, tampouco o do gás de cozinha. Na cidade administrativa Guará, aqui em

Brasília, um botijão de gás de cozinha estava custando entre 130 e 150 reais, em outras cidades administrativas chegou a 200 reais, o que é um verdadeiro absurdo.

O preço do diesel está abaixando 46 centavos para os caminhoneiros — tudo bem! —, assim como está abaixando para quem possui uma Cherokee, uma Hilux.

Mas o pobre que tem um Fiat Uno, um Fiat 147 ou uma moto, este tem que pagar o litro da gasolina a 5,12 reais em muitos Municípios brasileiros.

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O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Concedo a palavra ao nobre

Deputado Valmir Assunção, que dispõe de 3 minutos na tribuna.

O SR. VALMIR ASSUNÇÃO (PT-BA. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, quero fazer dois registros. O primeiro se refere ao Município de Senhor do Bonfim, que completou ontem, dia 28 de maio,

133 anos. Fica a 375 quilômetros de Salvador.

Quero saudar o Prefeito da cidade, Carlinhos Brasileiro, que tem feito um investimento muito grande na infraestrutura e no desenvolvimento do Município.

Saúdo também o Vereador Rê do Sindicato, que é o Presidente da Câmara

Municipal de Senhor do Bonfim. Saúdo toda a população.

Preciso dizer que não estive lá porque fui convocado para estar ontem aqui, na Câmara Federal.

Nesta oportunidade saúdo também a grande liderança do Movimento Sem

Teto de Salvador, Jhones Bastos, que promoveu uma assembleia no último domingo no Bairro de Mussurunga, para se discutir sobre a situação do Programa Minha

Casa, Minha Vida, a situação das ocupações em Salvador e a necessidade de haver um programa que realmente possibilite que a população tenha moradia no Estado da Bahia.

Faço agora o segundo registro, Sr. Presidente. Quero falar um pouco sobre o momento que estamos vivendo. Eu me refiro à greve dos caminhoneiros, à crise política. Quero dizer a esta Casa e à população que esta crise tem “CNPJ” — o

PSDB, o DEM e o PMDB são os responsáveis por esta crise.

O PSDB, o DEM e o PMDB vieram a esta tribuna, foram a todos os lugares dizer que, se tirassem Dilma do cargo, iriam criar empregos no Brasil, iriam gerar

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desenvolvimento. E o que criaram no Brasil? Um caos total, a ponto de a população não ter direito a gás, não ter direito a alimento, não ter direito a remédio. A crise é total!

Dizem que a greve é dos caminhoneiros. É lógico que os caminhoneiros organizaram a greve, mas têm o apoio da população brasileira, porque a população viu a carestia aumentar no Brasil, viu o salário mínimo diminuir. Essa é a grande realidade.

Portanto, Srs. Deputados, todos esses que foram responsáveis pela retirada de Dilma do Governo são os responsáveis pela crise atual. Não adianta dizerem que só Michel Temer é o responsável. A responsabilidade, no caso, é de Michel Temer, mas é também de Pedro Parente, do DEM, do PSDB, do PMDB. Esse conjunto de golpistas é responsável por levar o Brasil ao caos total.

A única esperança que nós temos é esta: Lula livre, para que ele ganhe a eleição no primeiro turno e retome o desenvolvimento do Brasil. Essa é a nossa esperança, que é a esperança do povo brasileiro.

Por isso, eu quero ser solidário com todas e com todos que se mobilizam, que fazem greve, que pressionam este Governo golpista, que lutam pelos seus direitos.

Têm que continuar lutando pelos direitos. Essa tem que ser a responsabilidade.

O que nós não queremos é que o Governo diga que agora o povo tem que pagar a conta. Não! Tire recursos da parte que usa para pagar aos banqueiros. Não repasse para os banqueiros 46% do orçamento. Retire recursos da lá. Não pode retirá-los do bolso do trabalhador.

Era isso, Sr. Presidente.

O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Muito obrigado.

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O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Enquanto a Deputada Soraya Santos se dirige à tribuna, de onde falará pela Coordenadoria da Mulher, concedo 1 minuto ao Deputado Renato Andrade, do Bloco/PP de Minas Gerais.

O SR. RENATO ANDRADE (Bloco/PP-MG. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, eu subo a esta tribuna hoje para fazer um convite para a 2ª Feira de

Moveis Rústicos, que acontecerá entre os dias 7 e 10 de junho no Parque de

Exposições de Passos. A inauguração será às 10 horas.

A primeira feira foi um sucesso de vendas, e nós esperamos que a segunda também seja, porque os móveis de Passos, minha cidade, têm sido sucesso no

Brasil.

Nós sabemos que os móveis rústicos não acabam, ainda mais quando têm aquela boa qualidade característica dos que são feitos na minha cidade, onde geram mais de 3 mil empregos diretos e uma grande renda.

Sr. Presidente, eu quero parabenizar toda a organização do evento e pedir a divulgação no programa A Voz do Brasil dessa feira tão importante para toda Minas

Gerais, em especial para o Sudoeste do Estado.

O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Muito obrigado, Deputado.

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A SRA. BRUNA FURLAN - Sr. Presidente, a Deputada Soraya Santos, muito atenciosa, como sempre, permitiu-me falar por alguns segundos antes dela.

O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Pois não, Deputada.

A SRA. BRUNA FURLAN (PSDB-SP. Sem revisão da oradora.) - Sr.

Presidente, há matérias muito importantes a serem apreciadas por nós, como a

Medida Provisória nº 820, de 2018, que trata dos refugiados.

Há também o projeto de lei a respeito da proteção de dados on-line e off-line .

Ontem foi aprovado o requerimento de urgência para que votássemos no plenário este projeto. O Chanceler foi o Relator desta proposição aqui na

Câmara, quando Deputado, e autor do projeto de lei no Senado, quando Senador, que trata da proteção dos dados pessoais on-line e off-line .

É importante que essa medida provisória seja votada até com mais rapidez, por conta do prazo, assim como o PL sobre a proteção de dados.

Muito obrigada, Sr. Presidente.

Eu lhe agradeço a atenção, querida Deputada Soraya.

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O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Concedo a palavra à Sra. Deputada

Soraya Santos, para uma Comunicação de Liderança, pela Coordenadoria dos

Direitos da Mulher.

A SRA. SORAYA SANTOS (PR-RJ. Como Líder. Sem revisão da oradora.) -

É sempre um prazer, Deputada Bruna Furlan, que é um diferencial nesta bancada feminina e muito nos orgulhou como Presidente da Comissão de Relações

Exteriores e de Defesa Nacional.

Sr. Presidente, Deputado Carlos Manato, eu subo a esta tribuna para fazer o registro da presença da policial militar Kátia, que veio de São Paulo — e já o fiz por escrito, como coordenadora da bancada feminina —, e para falar um pouquinho,

Kátia, da sua história para que todo o Brasil possa ouvir.

Kátia, você é uma policial que honra a farda. Estava no trabalho administrativo acompanhando as obras da Polícia Militar, mas, como toda mulher, fica o tempo todo se requalificando, fazendo todos os cursos de capacitação. E, no momento em que concilia seus afazeres de mãe com a sua função militar, passa pela situação terrível de um assalto perto não só da sua filha mas também de várias crianças e vários pais naquela escola.

Eu queria, Kátia, parabenizá-la, porque, naquele momento, você não foi só aquela brasileira que não fugiu à luta, você cumpriu com precisão o seu dever de ofício, que é defender a sociedade brasileira pela sua função como militar. Com precisão, você defendeu a sociedade e as crianças com três tiros certeiros. Ele sacou a arma e deu dois tiros, mas não teve a precisão, a precisão de uma mulher que age uterinamente na defesa da vida.

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Todas as bandeiras são louváveis, mas, se nós não garantimos o direito de ir e vir e o direito à vida, nada adianta. E eu queria que este Brasil soubesse da sua história, da história da cidadã Kátia, policial militar, mãe e brasileira, que soube defender a vida da sua filha e de todas aquelas crianças sem correr nenhum risco.

Nós nos orgulhamos de ter valores como o seu, Kátia, no Brasil. E eu, sinceramente, espero que, muito em breve, tenhamos mais mulheres que representem outras bandeiras, seja da saúde, seja da engenharia, seja da área financeira, seja da área militar, aqui nesse cenário nacional, mostrando o Brasil que acredita na defesa da família, na defesa da vida, na defesa dos valores da sociedade brasileira.

Dou-lhe as boas-vindas, com o orgulho de ser mãe, brasileira e por estar à frente da bancada feminina, ratificando o que fiz para seu comando e parabenizando-a por essa ação.

São ações como essas que precisam ser iluminadas. O Brasil precisa mostrar as ações bonitas por este País afora. Nós temos que viver de esperança, e esperança é alguém que cumpre o seu dever sem abrir mão do compromisso na defesa da vida.

Parabéns, Kátia!

Parabéns, brasileiros!

Sr. Presidente, peço a V.Exa. que autorize a divulgação do nosso pronunciamento no programa A Voz do Brasil , para que todos possam conhecer um pouquinho da história desta grande mulher Kátia, policial militar de São Paulo.

Muito obrigada, Presidente Manato.

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O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Concedo a palavra ao Deputado

Padre João.

Enquanto o Deputado se dirige à tribuna, tem a palavra o Deputado Major

Olimpio.

O SR. MAJOR OLIMPIO (PSL-SP. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, hoje nós estamos numa festa do povo brasileiro. É com alegria no coração dos

Deputados Augusto, Fraga, Sabino, Rocha e no meu que nós estamos mostrando para o Brasil, a convite do Deputado Capitão Augusto, uma heroína de verdade.

Muitas vezes eu vejo falarem na televisão da “heroína do Big Brother”. Essa moça aqui, a Cabo Sastre, é uma heroína de verdade. Seu marido, o Tenente Alves, também é um herói de verdade. Ele não praticou um ato de defesa da sociedade que foi mostrado para o mundo todo, como fez a sua esposa, mas, junto com ela, forma um casal de policiais militares de São Paulo que fizeram um juramento e dão a vida pela sociedade.

Sastre, seja muito feliz! Que Deus a abençoe muito!

Alves, parabéns pela sua família!

Deputado Augusto, parabéns pela iniciativa!

O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Obrigado, Deputado. Está feito seu registro.

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O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Com a palavra o Deputado Padre

João.

V.Exa. tem 3 minutos.

O SR. PADRE JOÃO (PT-MG. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, venho a esta tribuna dizer que na história do Brasil os maiores investimentos em ferrovias, portos e aeroportos foram feitos nos Governos Lula e Dilma.

Nós encerramos o milênio achando que o Brasil não tinha jeito, porque era o

FMI que mandava e desmandava aqui; era a delegação norte-americana que mandava.

O projeto tucano entreguista, que primeiro sucateou a Vale e depois a entregou, levou o Brasil ao caos. Inclusive, o próprio Parente estava no Governo

Fernando Henrique Cardoso quando houve o apagão.

Lula entra e liberta o Brasil das garras do FMI. Além de o Brasil avançar na política internacional e adquirir credibilidade externa, o Estado brasileiro chega aos rincões do nosso País com a energia elétrica e os maiores investimentos na agricultura, nas universidades, nos institutos federais, empoderando os pobres, os negros, os indígenas e os agricultores familiares.

Mesmo a elite também ganhou muito. Ganharam, por exemplo, os donos de supermercados e de postos de gasolina — estes últimos, devido à ampliação das montadoras de motos e carros. Todo mundo ganhou. Foi um momento do nosso

País em que avançamos mais do que qualquer outro país mundo na redução das desigualdades sociais.

Isso fez brotar o ódio da elite norte-americana e de muitos aqui. Inclusive, foram os tucanos — foi José Serra, especificamente — que abriram as portas do

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entreguismo, quando mudaram o regime de partilha, e também quando vieram tantas outras mudanças legislativas, como a terceirização, como a reforma trabalhista, como a PEC 241/16 — de número 55 no Senado e hoje transformada na

Emenda Constitucional nº 95, de 2016, que congelou os investimentos. Isso tudo levou o Brasil ao caos. Essa quadrilha do MDB — mas que tem um programa do

PSDB — está levando o Brasil ao caos.

Hoje, a suinocultura, a avicultura e toda a parte de abastecimento estão comprometidas, os animais estão morrendo, e a culpa não é dos caminhoneiros! A culpa é desse Governo entreguista e da política da PETROBRAS.

É por isso que não vamos resolver a questão, se nós não avançarmos na mudança da política da PETROBRAS e desse Governo entreguista e se não incluirmos na pauta a gasolina, o gás de cozinha e o etanol. A maior parte dos trabalhadores depende da gasolina e todos os trabalhadores — inclusive as famílias dos caminhoneiros — dependem do gás de cozinha.

Então, Sr. Presidente, não se pode ter a questão como resolvida, quando se negocia — e de maneira equivocada — o diesel , porque a negociação que se está fazendo compromete a Previdência. A questão não é simplesmente fiscal, de reduzir tributos; a questão é política!

O Brasil, com a descoberta do pré-sal, no Governo Lula, conseguiu os maiores investimentos que a PETROBRAS teve. Alguns aqui mentem quando dizem que o PT quebrou a PETROBRAS! Os governos do PT foram o momento em que a

PETROBRAS recebeu os maiores investimentos, e a descoberta do pré-sal fez com que o Brasil tivesse autossuficiência. Mas a política agora é exportar matéria-prima e

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importar os derivados do petróleo, inclusive com o fechamento de refinarias e das plantas de produtores de fertilizantes...

(Desligamento automático do microfone.)

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O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Concedo a palavra ao Deputado

Flavinho, por 1 minuto.

O SR. FLAVINHO (PSC-SP. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, eu quero registrar que, neste fim de semana, de 1º a 5 de junho, vai acontecer, no Expo Center Norte, a maior feira católica da América Latina.

Ali estarão presentes mais de 65 expositores, muitos deles, inclusive, estão com dificuldade para chegar ao local a fim de montarem os seus estandes, devido a toda essa questão que estamos vivendo da paralisação dos caminhoneiros.

A feira católica vai acontecer, neste fim de semana, no Expo Center Norte, com as presenças — já confirmadas — de sacerdotes conhecidos, como o Padre

Zezinho, o Padre Joãozinho, o Padre Adriano Zandoná da Canção Nova , o Padre

Alberto Gambarini, também outro expoente do meio católico.

Será neste fim de semana essa grande feira, onde estarão reunidos esses grandes expositores, além do Consulado da França, do Consulado de Portugal e do

Consulado da Espanha, países que recebem muitos fieis desse turismo religioso.

Então, quero registrar essa feira católica importante que teremos, neste fim de semana, em São Paulo, no Expo Center Norte.

O Sr. Carlos Manato, 4º Suplente de Secretário, deixa a

cadeira da Presidência, que é ocupada pelo Sr. Rodrigo

Maia.

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O SR. PRESIDENTE (Rodrigo Maia) - Tem a palavra o Deputado Alan Rick.

O SR. ALAN RICK (DEM-AC. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, nós vivemos um momento de crise profunda no Brasil. Tudo isso está muito claro diante do desgosto e das manifestações do povo brasileiro nas diversas esferas da sociedade. A manifestação dos caminhoneiros é apenas uma parte delas.

Sr. Presidente, em primeiro lugar, eu gostaria de parabenizar V.Exa. pela decisão firme da semana passada, quando votamos a reoneração, de reduzir a zero o PIS e a COFINS incidentes sobre o diesel , para que o povo brasileiro tenha o começo de um alento, uma vez que já havia sido decidida pela equipe econômica do

Governo a redução a zero da CIDE, um imposto sobre os combustíveis.

Sr. Presidente, é importante que se diga à população brasileira que, quando se chega a índice da carga tributária elevado como o que temos hoje no País, começa a haver perda de arrecadação. O economista norte-americano Arthur Laffer, em pesquisas sobre macroeconomia e setor público, chegou a uma conclusão muito tranquila e muito serena: chega um momento em que a arrecadação é tão alta que ela desestimula o investimento, ela desestimula a produção, ela desestimula a geração de emprego e renda. Isso acarreta a recessão.

É o que o Brasil vive hoje: um desestímulo. Nós chegamos ao nível mais alto desta curva e, agora, se não tomarmos decisões sérias, decisões contundentes, não vamos conseguir trazer o País de volta aos trilhos.

Eu fico ouvindo aqui alguns discursos, Sr. Presidente, que dizem: “Ah, porque no tempo do PT a PETROBRAS era assim, assado”. Os que afirmam isso se esquecem de dizer que foi justamente no período do PT que houve o maior escândalo da história da PETROBRAS. Na compra da refinaria de Pasadena da

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Astra Oil, que havia adquirido a empresa por 42 milhões de dólares, a PETROBRAS pagou 360 milhões de dólares e depois ainda teve que pagar uma multa por ter descumprido o contrato. Com isso, chegou a 1,18 bilhão, Deputado Abdon, o prejuízo ao erário. Isso foi dito por Nestor Cerveró, ex-Diretor da Área Internacional da PETROBRAS, quando afirmou que houve pagamento de propina à alta cúpula petista.

Ora! Que coisa absurda! Aí vêm dizer: “Ah, porque agora é este Governo”. O

Governo atual erra com a política de preços atrelada ao preço internacional do barril do petróleo e à cotação do dólar? Erra! Mas temos que dizer a verdade para a população. Têm acontecido uma série de equívocos na condução da política de preços da PETROBRAS e na condução da empresa ao longo do tempo, e o

Governo Federal precisa tomar uma decisão. A equipe econômica tem que parar para pensar que nós já chegamos ao mais alto patamar de impostos desta Nação, e

é preciso tomar medidas para que a população não pague o preço.

Quero, por fim, apenas registrar uma história, a de Israel.

Um rei assumiu o trono de Israel logo após a morte de Salomão, seu pai. Era o rei Roboão. Roboão foi procurado por líderes de Israel e pediu um conselho: “O que eu devo fazer para governar com justiça?” E os anciãos, os homens sábios daquela nação, disseram: “Reduza os impostos. O teu pai colocou sobre nós uma carga tributária muito alta, um alto jugo de impostos. Reduza-os que o povo vai ficar com você”. Mas Roboão deu ouvidos aos seus amigos mais jovens e disse: “O meu dedo mínimo é mais grosso que a cintura do meu pai”. E fez foi aumentar impostos. O que aconteceu? Ele provocou uma cisão no país, ele arrebentou o país, dividiu o país. Israel foi dividido entre Reino do Norte, Reino do Sul, Judá e outro reino. Peço, Sr. Presidente, que este discurso seja divulgado pelos meios de comunicação desta Casa e no programa A Voz do Brasil .

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V - ORDEM DO DIA

PRESENTES OS SEGUINTES SRS. DEPUTADOS:

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O SR. PRESIDENTE (Rodrigo Maia) - A lista de presença registra o comparecimento de 344 Senhoras Deputadas e Senhores Deputados.

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O SR. PRESIDENTE (Rodrigo Maia) - A pedido do Deputado Orlando Silva, retiro da pauta as Medidas Provisórias nºs 814 e 815, de 2017, e 820, de 2018.

Vamos tentar avançar ou no projeto de dados ou no projeto de turismo.

Espero que o Deputado Paulo Azi possa comparecer ao plenário para nos ajudar.

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O SR. PRESIDENTE (Rodrigo Maia) - Passa-se à apreciação da matéria sobre a mesa e da constante da Ordem do Dia.

Sr. Presidente,

Requeiro, nos termos do art. 155 do Regimento

Interno da Câmara dos Deputados, regime de urgência

para tramitação do Projeto de Lei Complementar nº

22/2011 que exclui da apuração da receita bruta os

valores relativos à venda do “pão-do-dia”, assim

entendido os pães, panhocas, broas, pão francês, e

demais produtos de panificação feitos a partir de

farináceos.

Sala das Sessões, em 08 de maio de 2018

Deputado André Figueiredo

Líder do PDT

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O SR. PRESIDENTE (Rodrigo Maia) - Tem a palavra o Deputado André

Figueiredo. (Pausa.)

A SRA. LAURA CARNEIRO (DEM-RJ. Pela ordem. Sem revisão da oradora.)

- Sr. Presidente, enquanto isso, eu gostaria de fazer um registro, se V.Exa. permitir.

Nós apresentamos a Indicação nº 5.337 ao Ministério do Planejamento, que trata do plano de cargos e salários dos servidores do INCRA. É uma sugestão, Sr.

Presidente, com plano pronto, para que o Ministério do Planejamento examine, se possível, essa reivindicação de todos os servidores do INCRA.

Obrigada.

A SRA. ERIKA KOKAY (PT-DF. Pela ordem. Sem revisão da oradora.) - Sr.

Presidente, qual é o projeto que nós estamos apreciando?

O SR. PRESIDENTE (Rodrigo Maia) - É o Projeto de Lei Complementar nº 22, de 2011, que exclui da apuração da receita bruta os valores relativos à venda do

“pão-do-dia”, assim entendidos os pães, panhocas, broas, pão francês, e demais produtos de panificação feitos a partir de farináceos.

O Deputado André Figueiredo é o autor.

Orientação de bancada.

Como vota o PDT?

O SR. ANDRÉ FIGUEIREDO (PDT-CE. Pela ordem. Sem revisão do orador.)

- Presidente, esse projeto, na verdade, é uma demanda das pequenas padarias de todo o Brasil, que querem que se retirem da base de cálculo todos os pães que são fabricados no mesmo dia e, consequentemente, tenha-se a condição de reduzir o preço do pãozinho, aquele pão francês, para o consumidor final.

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E até para corroborar com dados da OMS, que dizem que o consumo de pão no Brasil está 50% abaixo do aconselhado no âmbito mundial, pedimos a todos os colegas o apoio para a aprovação dessa urgência. Depois discutiremos o mérito.

O PDT vota “sim”.

O SR. PRESIDENTE (Rodrigo Maia) - Como vota o PT? (Pausa.)

O SR. BALEIA ROSSI (MDB-SP. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - O

MDB encaminha “sim”.

O SR. PRESIDENTE (Rodrigo Maia) - Como vota o DEM? (Pausa.)

Há alguém contra ou não? (Pausa.)

O SR. CARLOS ZARATTINI (PT-SP. Pela ordem. Sem revisão do orador.) -

O PT é favorável, Sr. Presidente. É um projeto meritório, que reduz o custo de vida em um alimento essencial, que é o pão.

A SRA. ERIKA KOKAY - Presidente, peço a palavra pela Oposição.

O SR. PRESIDENTE (Rodrigo Maia) - Pode falar, Deputada.

A SRA. ERIKA KOKAY (PT-DF. Pela ordem. Sem revisão da oradora.) - Nós somos favoráveis à urgência, porque é preciso que haja um esforço para que nós possamos minimizar o estrago que o Governo Temer tem feito a este País.

O Brasil está derretendo, e o Governo derrete também. Nós temos a

PETROBRAS a serviço das grandes petrolíferas; nós temos o óleo cru do Brasil sendo vendido abaixo do preço de mercado, para que os países de fora possam refiná-lo e revendê-lo ao Brasil; nós temos, portanto, a privatização da gestão da

PETROBRAS. Se houver a privatização da ELETROBRAS, podemos imaginar quanto aumentará a tarifa para o povo brasileiro. O Governo derrete este País, cria um país para o rentismo e o capital financeiro.

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Por isso, nós precisamos aprovar ou apoiar as medidas sérias, na perspectiva de baixar o custo.

O SR. PRESIDENTE (Rodrigo Maia) - Como vota o PSOL?

O SR. EDMILSON RODRIGUES (PSOL-PA. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Viva o trigo! Viva o pão! Viva o consumo popular! Ele é cultural, é importante! E é muito difícil ver um oligopólio, uma grande empresa que atue na venda de pães para o consumo popular.

Nesse sentido, o PSOL é simpático à ideia, aprova a urgência e, portanto, concorda que venha a debate, para que possamos dar esse incentivo à economia popular, centrada no consumo do pão.

A SRA. LAURA CARNEIRO (DEM-RJ. Pela ordem. Sem revisão da oradora.)

- Sr. Presidente, pelo Democratas, quero dizer que este projeto do Deputado André

Figueiredo vem ao encontro do que nós temos falado contra os impostos deste País.

Ele retira valores da farinha, apenas do pãozinho, para que o valor do pão diminua.

Portanto, o Democratas é favorável à matéria, ao mérito e à urgência.

O SR. PRESIDENTE (Rodrigo Maia) - É só a urgência.

Como vota a REDE?

O SR. MIRO TEIXEIRA (REDE-RJ. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, votamos “sim”. É algo que pode ser discutido aprofundadamente em relação a outros bens de consumo das pessoas.

O pão é praticamente consumo obrigatório para quem pode. Faz parte até do trecho de uma oração: “O pão nosso de cada dia (...) ”. Quem dera se todos pudessem ter o pão de cada dia e outras coisas mais para irem dentro do pão!

Acho que alimentos devem ser desonerados, na medida do possível.

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Votamos “sim”.

O SR. NELSON MARQUEZELLI (Bloco/PTB-SP. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, o Bloco/PTB/PROS vota “sim”.

A SRA. CHRISTIANE DE SOUZA YARED (PR-PR. Pela ordem. Sem revisão da oradora.) - Sr. Presidente, o PR vota “sim”, sabendo que o impacto da alta do dólar também acaba incidindo sobre a farinha.

Nós concordamos com a urgência do projeto.

O SR. CÉSAR MESSIAS (PSB-AC. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, o PSB também concorda com a urgência dessa matéria, porque vê a necessidade de se baixar o preço do pão, que é bom, principalmente para aqueles que mais precisam.

O PSB encaminha “sim”.

O SR. BETINHO GOMES (PSDB-PE. Pela ordem. Sem revisão do orador.) -

Sr. Presidente, o PSDB orienta “sim” a esta matéria, porque ela é positiva para reduzir os custos da produção do pão e vai atender, sobretudo, à população mais carente do Brasil.

O SR. THIAGO PEIXOTO (PSD-GO. Pela ordem. Sem revisão do orador.) -

Sr. Presidente, o PSD orienta “sim”.

O SR. PRESIDENTE (Rodrigo Maia) - Com a palavra ao Deputado Marco

Maia.

O SR. MARCO MAIA (PT-RS. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, a Minoria vai orientar o voto “sim”.

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Eu gostaria de aproveitar este momento para pedir a V.Exa. que trouxesse ao plenário, de ofício, projeto de minha autoria sobre a política de reajustes de combustíveis no País. Eu o apresentei no ano passado.

Trata-se do Projeto de Lei nº 9.187, de 2017, que visa exatamente impedir esses abusos que vêm sendo cometidos contra a população brasileira, no que diz respeito ao reajuste quase diário do preço dos combustíveis no País.

Este projeto de lei foi apresentado no ano passado, já se prevendo o que poderia ocorrer no País, e que está acontecendo, no sentido de evitar essa política.

Então, gostaria de pedir a V.Exa. que determinasse de ofício a votação desse projeto.

Muito obrigado.

O SR. OSVALDO MAFRA - Sr. Presidente, o Solidariedade quer orientar.

A SRA. ELIZIANE GAMA (PPS-MA. Pela ordem. Sem revisão da oradora.) -

Sr. Presidente, o PPS encaminha “sim”, porque entende que é importante a garantia do pão de cada dia na mesa do brasileiro.

E o PPS também compreende que nós não precisamos tratar os itens isoladamente. É preciso que haja de fato uma reforma tributária que avalie e contemple toda a cadeia produtiva. Isso é importante para os brasileiros, sobretudo porque temos uma das maiores cargas tributárias do mundo, o que representa custo inexequível e insustentável para o cidadão brasileiro.

Neste momento, esta pauta é importante, mas precisamos olhá-la de forma mais contemplativa, de forma mais ampla, de maneira que os brasileiros possam de fato garantir a sua alimentação diária com uma carga tributária bem menor.

O PPS encaminha “sim”, Sr. Presidente.

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O SR. ANDRÉ ABDON (Bloco/PP-AP. Pela ordem. Sem revisão do orador.) -

Sr. Presidente, o PP é “sim”.

Já que estamos pedindo redução do imposto do pão, aproveito para pedir para zerar o imposto da cesta básica de todos os brasileiros. Um país que quer tirar o seu povo da fome não pode ter imposto incidindo sobre as mercadorias que compõem a cesta básica.

O nosso Brasil está clamando por redução de carga tributária. A cesta básica

é a oportunidade de este Governo fazer um aceno e demonstrar boa vontade para com o povo brasileiro, Sr. Presidente.

Então, vamos aproveitar este projeto para zerar a carga tributária dos produtos que compõem a cesta básica.

O SR. GILBERTO NASCIMENTO (PSC-SP. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, o PSC encaminha “sim”.

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O SR. PRESIDENTE (Rodrigo Maia) - A Presidência solicita às Sras.

Deputadas e aos Srs. Deputados que tomem os seus lugares, a fim de ter início a votação pelo sistema eletrônico.

Está iniciada a votação.

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O SR. LEO DE BRITO (PT-AC. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, eu quero divulgar o manifesto que foi assinado por mais de 300 intelectuais e acadêmicos do mundo inteiro, entre eles o francês Thomas Piketty, a filósofa e ativista norte-americana Angela Davis e o filósofo esloveno Slavoj Zizek.

Membros de várias universidades do mundo assinam um manifesto em que pedem a liberdade de Lula — Lula livre! Eles chamam o processo contra o ex-

Presidente Lula de “kafkiano” e afirmam, ainda, que os abusos do Poder Judiciário contra o Lula configuram uma perseguição política mal disfarçada sob manto legal.

Diz o manifesto:

Lula da Silva é um preso político. Sua detenção mancha a

democracia brasileira. Os defensores da democracia e da

justiça social, no Oriente e no Ocidente, no Norte e no Sul

do globo, devem se unir a um movimento mundial para

exigir a libertação de Lula da Silva .

Eu quero deixar registrada, nos Anais da Casa, a íntegra deste manifesto de intelectuais do mundo inteiro.

Peço o registro no programa A Voz do Brasil .

MANIFESTO A QUE SE REFERE O ORADOR

Piketty, Angela Davis e mais 300 intelectuais pedem liberdade de Lula Mais de 300 acadêmicos e intelectuais renomados assinaram um manifesto para pedir a libertação do ex-presidente Lula. Entre os signatários, há nomes como o economista francês Thomas Piketty, a filósofa e ativista norte-americana Angela Davis e o filósofo esloveno Slavoj Žižek.

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No manifesto, os intelectuais afirmam que Lula é um preso político e pedem para a comunidade internacional tratá-lo desse forma. Na petição, eles chamam o processo contra o ex-presidente de “kafkiano”. O texto afirma que Sérgio Moro desconsiderou a falta de provas ao condenar o ex-presidente. “O magistrado escolheu o réu e, atuando como investigador, promotor e juiz, condenou-o por ter cometido 'atos de ofício indeterminados de corrupção'.” Os signatários lembram ainda das “táticas” para manter o caso do ex- presidente sob a jurisdição de Moro. Eles mencionam a divulgação ilegal de uma conversa telefônica entre Dilma Rousseff e Lula em 2016 e alegação “sem provas” do magistrado de que ela revelava uma “obstrução da Justiça”. Os intelectuais também recordam que o Tribunal Federal da 4ª Região considerou que a Operação Lava Jato era “excepcional” e que as regras “ordinárias” não se lhe aplicavam. Os intelectuais lembram ainda a afirmação de Rosa Weber, durante o julgamento do habeas corpus de Lula no Supremo Tribunal Federal, de que teria votado de outra forma se a Corte “estivesse analisando a questão constitucional em abstrato”. Há menções ainda à pressão do general Eduardo Villas Bôas, Comandante do Exército, nas vésperas do julgamento. Eles concluem que os abusos do poder judiciário contra Lula “configuram uma perseguição política mal disfarçada sob manto legal”. “Lula da Silva é um preso político. Sua detenção mancha a democracia brasileira. Os defensores da democracia e da justiça social no Oriente e no Ocidente, no Norte e no Sul do globo, devem se unir a um movimento mundial para exigir a libertação de Lula da Silva.” Leia a íntegra dos manifestos e conheça os signatários: Lula da Silva é um preso político. Lula livre! Manifestamos aqui nossa profunda preocupação com as circunstâncias nas quais o ex-presidente brasileiro Lula da Silva foi julgado e preso. Sobram evidências de que Lula da Silva foi vítima de uma guerra jurídica (Lawfare), ou seja, abuso de poder judicial para fins políticos. Portanto, a comunidade internacional deve considerá-lo e tratá-lo como um preso político. O julgamento de Lula foi conduzido como parte da chamada Operação Lava Jato, uma investigação sobre pagamentos de propina a executivos da Petrobrás e

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políticos, alguns dos quais ocorreram enquanto Lula era presidente. Embora críticos afirmem que “Lula deveria saber” ou que “Lula deve ter ganho algo”, não há evidências de sua participação no pagamento de propinas. De acordo com a lei brasileira, a corrupção é uma relação de troca. Para condenar Lula por corrupção, o Ministério Público deveria provar que ele participou das fraudes a licitações e/ou recebeu bens ou valores em contraprestação por tais atos ilícitos. Em 2016, Lula foi acusado de receber um apartamento modesto da OAS, uma das contratadas da Petrobrás envolvidas no esquema de corrupção. No entanto, não há conversa telefônica gravada, transações bancárias, transferência de fundos ou títulos de propriedade que deem base para a acusação contra Lula. Ele nunca utilizou ou se beneficiou com o apartamento. Pior ainda, mais tarde veio a público a informação de que o mesmo apartamento havia sido dado como garantia pela OAS em transação de empréstimo de longo prazo, não obstante a acusação de que Lula era o dono do imóvel. A falta de provas incriminatórias foi desconsiderada por Sergio Moro, o juiz responsável pelo caso contra Lula. Moro baseou sua decisão em “colaboração informal” (nem mesmo uma delação premiada) de Leo Pinheiro, proprietário da OAS. Pinheiro já havia sido condenado a 26 anos de prisão quando decidiu “colaborar” e envolver Lula. Ele afirmou que o apartamento era “destinado” a Lula, uma acusação que contradiz outros 73 depoimentos, mas que foi considerada suficiente para o juiz Moro condenar Lula da Silva. A sentença de Pinheiro, por sua vez, foi reduzida para três anos e ele foi posto em regime semiaberto. Além de não provar que Lula era proprietário do apartamento, o Ministério Público não pode apontar nenhuma ação ou omissão específica que Lula tenha executado para beneficiar a OAS. Lula havia sido acusado de beneficiar essa empresa com três contratos de fornecimento para a Petrobrás. Após meses de investigações, nenhuma prova material nesse sentido foi encontrada. Moro então condenou Lula por ter praticado “atos indeterminados de corrupção” que teriam beneficiado a OAS. Essa categorização inverte o ônus da prova e a presunção de inocência e simplesmente não existe no sistema jurídico brasileiro. Inadvertidamente, o próprio juiz Moro admitiu que não tinha jurisdição sobre o caso de Lula. Ao julgar um recurso apresentada pela defesa, ele declarou que

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“jamais afirmou… que os valores obtidos pela Construtora OAS nos contratos com a Petrobrás foram utilizados para pagamento da vantagem indevida para o ex- Presidente”. Se o caso não tem relação com a corrupção da Petrobrás, ele não deveria ter sido julgado por Moro. Em termos mais simples, pode-se dizer que, no processo de Lula, o magistrado escolheu o réu e, atuando como investigador, promotor e juiz, condenou- o por ter cometido “atos de ofício indeterminados de corrupção”. Tal sentença, pelo seu próprio texto, não encontra sustentação legal e constitucional, inclusive pelas normas brasileiras, uma vez que se refere a “atos indeterminados”. Uma sentença que se refere a crimes “indeterminados” não resiste a qualquer escrutínio jurídico lógico e razoável, sendo completamente Kafkiana. Além disso, a referência a “atos de ofício” é irreal, pois as acusações infundadas que motivaram a sentença de Moro se referem a uma narrativa que começa em 2013, bem depois de Lula ter deixado o cargo. A guerra jurídica contra Lula também incluiu táticas para manter seu caso sob a jurisdição de Moro a qualquer custo. Em março de 2016, Moro vazou ilegalmente escutas telefônicas envolvendo a presidente em exercício, Dilma Rousseff, que tratavam da nomeação de Lula como Ministro Chefe da Casa Civil da Presidência da República. Moro alegou, novamente sem provas, que essa nomeação era um meio de “obstrução da justiça”, já que, uma vez nomeado para o governo, Lula seria julgado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) e não pelo próprio Moro. Embora a imparcialidade de Moro tenha sido questionada, o Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4), a instância a rever imediatamente o caso de Lula na estrutura judiciária brasileiro, considerou que a Operação Lava Jato era “excepcional” e que as regras “ordinárias” não se lhe aplicavam. A natureza Kafkiana do julgamento de Lula foi reforçada quando, em agosto de 2017, o Presidente do TRF-4 declarou que a sentença de Moro contra Lula era “tecnicamente irrepreensível”, embora admitisse que nem havia lido o caso. Enquanto isso, sua chefe de gabinete postava em sua página no Facebook uma petição solicitando a prisão de Lula da Silva. Em seguida, o TRF-4 acelerou a apreciação do caso. O julgamento da apelação contra a sentença de Moro que condenou Lula foi colocado à frente de 257

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outros casos pendentes. O relator levou apenas seis dias para concluir sua análise do caso, em um processo que tinha literalmente milhares de páginas e horas de depoimentos. A turma do Tribunal levou 196 dias para julgar a apelação quando, em média, necessita de 473 dias para julgar casos semelhantes. O TRF-4 também ordenou a prisão de Lula tão logo do julgamento da apelação, o que aconteceu com apenas 3 dos outros 20 acusados na Lava Jato, cujos mandados de prisão foram emitidos apenas meses depois. Lula então pleiteou um Habeas Corpus no Supremo Tribunal Federal (STF), visando afastar a possibilidade de prisão imediata, dado que ainda tinha o direito de entrar com recursos. De acordo com a Constituição brasileira, “ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória”. Dada essa previsão expressa na Constituição, é importante notar o seguinte: a sentença proferida por Moro contra Lula, cuja condenação foi mantida e ampliada pelo TRF-4 (de 9 para 12 anos de prisão), ainda pode ser revista pelos Tribunais Superiores, incluindo o STJ (Superior Tribunal de Justiça) e o STF (Supremo Tribunal Federal), este último a instância mais elevada no país para questões constitucionais. Em voto decisivo para a negativa do Habeas Corpus a Lula, uma Ministra do STF declarou que teria votado de outra forma se a Corte estivesse analisando a questão constitucional em abstrato, ao invés de sua aplicação específica ao caso de Lula. Na véspera da votação, o Comandante Geral do Exército tuitou uma mensagem para a Corte, dizendo que “o Exército não tolerará a impunidade”. Por essa ameaça velada, ele não recebeu reprimendas, mas sim uma “curtida” vinda da conta do Twitter do mesmo TRF-4 que confirmou a condenação de Lula. Na manhã seguinte, o juiz que preside o TRF-4 previu, em entrevista à imprensa, que a prisão de Lula não ocorreria em menos de um mês, considerando todos os procedimentos ainda pendentes no tribunal. À tarde, no entanto, o TRF-4 pediu a Moro que ordenasse a prisão de Lula. Moro levou dezenove minutos para proferir decisão, a qual reconhecia que Lula ainda tinha direito a interpor um recurso perante o TRF-4, mas considerava que esse recurso é uma “patologia protelatória” que “deveria ser eliminada do mundo jurídico”.

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Não é de surpreender pesquisa recente na qual 55% dos entrevistados no Brasil concordam que “Lula está sendo perseguido pelo Judiciário” e 73% concordam com a afirmação de que “os poderosos o querem fora das eleições” nas quais ele ainda é, de longe, o candidato favorito. Os abusos do poder judiciário contra Lula da Silva configuram uma perseguição política mal disfarçada sob manto legal. Lula da Silva é um preso político. Sua detenção mancha a democracia brasileira. Os defensores da democracia e da justiça social no Oriente e no Ocidente, no Norte e no Sul do globo, devem se unir a um movimento mundial para exigir a libertação de Lula da Silva. Exigimos: Free Lula, Lula Libre, Liberté por Lula, Freiheit für Lula, Lula Libero,

!フリーダム , Свободу Луле , Lula Livre , חפֶ ,! 释放卢拉, 룰라 석방하라 , ر

1. Tariq Ali - New Left Review (Editor), London 2. Dean Baker - Center for Economic and Policy Research (senior economist), Washington, D.C. 3. Fred Block - Research Professor, University of California, Davis 4. Mark Blyth - Eastman Professor of Political Economy - The Watson Institute for International Affairs - Brown University 5. Alex Borucki - Director, Latin American Studies Center, Associate Professor, History Department - University of California, Irvine 6. Robert Brenner - Director, Center for Social Theory and Comparative History - University of California Los Angeles (UCLA) 7. Wendy Brown - Class of 1936 Chair, University of California, Berkeley 8. Michael Burawoy - Professor, University of California, Berkeley; Former President of the American Sociological Association (2004) and the International Sociological Association (2010-2014) 9. Ha-Joon Chang - Director of the Centre of Development Studies, Reader in the Political Economy of Development, Faculty of Economics, University of Cambridge 10. Aviva Chomsky - Professor of History and Coordinator of Latin American Studies, Salem State University

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11. Noam Chomsky - Professor Emeritus at the Institute of Technology (MIT) and laureate professor at the University of Arizona 12. John Comaroff - Hugh K. Foster Professor of African and African American Studies and of Anthropology - Harvard University 13. Eve Darian-Smith - Professor Anthropology, Law, and Criminology, Law and Society; Director of International Studies - University of California Irvine 14. Angela Davis - Distinguished Professor Emerita - University of California, Santa Cruz 15. Giovanni Dosi - Professor of Economics and Director of the Institute of Economics at the Scuola Superiore Sant’Anna in Pisa; Co-Director IPD - Initiative for Policy Dialogue at Columbia University. 16. Gérard Duménil - Université Paris 10, Paris, former Research Director at the Centre National de la Recherche Scientifique (CNRS, French National Center of Scientific Research) 17. Gary Dymski - Professor of Applied Economics, Leeds University Business School 18. Peter Evans - Emeritus Professor of Sociology, University of California, Berkeley 19. Brodwyn Fischer - Director of the Center for Latin American Studies, Professor of History at the University of Chicago. 20. Neil Fligstein - Class of 1939 Chair, Department of Sociology, University of California, Berkeley 21. Marion Fourcade, Associate Professor, Department of Sociology, University of California, Berkeley 22. Stanley A. Gacek - Senior Advisor for Global Strategies - United Food and Commercial Workers International Union (UFCW) - Washington, D.C. 23. James N. Green - Carlos Manuel de Céspedes Professor of Latin American History - Brown University; Distinguished Visiting Professor (Professor Amit), Hebrew University in Jerusalem 24. Michael Heinrich - former Professor of Economics at Hochschule für Technik und Wirtschaft, Berlin

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25. Tamar Herzog - Monroe Gutman Professor of Latin American Affairs, Harvard Law School 26. Geoffrey Hodgson - Research Professor, University of Hertfordshire - Winner of the 2014 Schumpeter Prize 27. Axel Honneth - Jack C. Weinstein Professor of the Humanities, Philosophy Department, Columbia University; Director of the Institute for Social Research, Frankfurt/M 28. Fredric R. Jameson - Knut Schmidt-Nielsen Professor of Comparative Literature - Duke University 29. Karl Klare - George J. & Kathleen Waters Matthews Distinguished University Professor - School of Law - Northeastern University 30. Victoria Langland - Director of the Center for Latin American and Caribbean Studies and the Brazil Initiative, University of Michigan 31. Costas Lapavitsas - University of London (SOAS Japan Research Centre; London Asia Pacific Centre for Social Science - Steering Committee Member) 32. Marc Lavoie - Senior Research Chair, Université Sorbonne Paris Cité 33. Mara Loveman - Director of the Sociology Department, University of California, Berkeley 34. Michael Löwy - Emeritus research director at the CNRS and lecturer at the École des Hautes Études en Sciences Sociales (EHESS, Paris, France) 35. Carlos Marichal - Professor - El Colegio de México, Founder and President of the Mexican Association of Economic History (2000-2004) 36. Teresa A. Meade - Florence B. Sherwood Professor of History and Culture, Director of Latin American & Caribbean Studies Program, Union College, New York 37. Elizabeth Mertz, PhD, JD - John & Rylla Bosshard Professor Emerita, University of Wisconsin Law School, Research Professor, American Bar Foundation 38. Friedrich Müller - Emeritus Full Professor - Heidelberg University Faculty of Law, Germany 39. Laura Nader - Emeritus Professor of Anthropology at the University of California, Berkeley

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40. António José Avelãs Nunes - Emeritus Full Professor, Coimbra University, Portugal 41. Erik Olin Wright - Vilas Distinguished Research Professor, University of Wisconsin, Madison 42. Leonardo Padura - Independent Author, Cuba 43. Thomas Palley - Independent Economist, Washington DC 44. Tianna Paschel - Professor in the Department of African American Studies at the University of California, Berkeley 45. Carole Pateman - Distinguished Professor Emeritus of Political Science, University of California Los Angeles (UCLA), former President of the International Political Science Association (1991-1994) and of the American Political Science Association (2010-2011). 46. Thomas Piketty - Professor at EHESS (École des Hautes Études en Sciences Sociales) and at the Paris School of Economics 47. Frances Fox Piven - Distinguished Professor of Political Science and Sociology Emeritus, Graduate School of the City University of New York (CUNY) 48. Robert Pollin - Distinguished Professor of Economics and Co-Director, Political Economy Research Institute (PERI), University of Massachusetts-Amherst 49. Dylan Riley - Director of Graduate Studies, Professor of Sociology, University of California, Berkeley 50. Erika Robb Larkins - Associate Professor, Sociology, San Diego State University 51. Ananya Roy - Professor of Urban Planning, Social Welfare and Geography and inaugural Director of The Institute on Inequality and Democracy at UCLA Luskin 52. Pierre Salama - Emeritus Professor of Economics - University of Paris XIII 53. Aaron Schneider - Leo Block Chair/Director, Latin America Center and Program in International Development, University of Denver 54. Jonathan Simon - Adrian A. Kragen Professor of Law, Faculty Director, Center for the Study of Law & Society, University of California, Berkeley, School of Law

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55. Boaventura de Sousa Santos - University of Coimbra; Distinguished Legal Scholar at the University of Wisconsin-Madison Law School; Global Legal Scholar at the University of Warwick 56. Guy Standing - FacSS - SOAS University of London 57. Stanley J. Stein - Walter Samuel Carpenter III Professor in Spanish Civilization and Culture, Emeritus; Professor of History, Emeritus - Princeton University 58. Wolfgang Streeck - Max Planck Institute for the Study of Societies, Cologne, Germany 59. Göran Therborn - Professor Emeritus of Sociology, University of Cambridge, UK 60. Robert H. Wade - Professor of Global Political Economy - Department of International Development - London School of Economics (LSE) - Leontief Prize in Economics 61. Michael J. Watts - “Class of 1963” Emeritus Professor of Geography and Development Studies at the University of California, Berkeley 62. Barbara Weinstein - Silver Professor of History and chair of the Department of History at New York University, former president of the American Historical Association 63. Mark Weisbrot - co-director of the Center for Economic and Policy Research and president of Just Foreign Policy, Washington, D.C. 64. Suzi Weissman - Professor - Saint Mary's College of California 65. Slavoj Žižek - University of Ljubljana; Global Distinguished Professor of German at New York University; international director of the Birkbeck Institute for the Humanities of the University of London 66. Bakhtiyor Abdulhamidov - School of Law, SOAS 67. Carlos H. Acuña, CONICET/Universidad de Buenos Aires and Universidad Nacional de San Martín 68. Paulina L. Alberto - Associate Professor, History and Romance Languages, University of Michigan 69. Guy Alain Aronoff - Lecturer, History Department, Humboldt State University, Arcata, California

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70. Alexander Alberro, Virginia Bloedel Wright Professor of Art History, Barnard College/Columbia University, New York City 71. Bruno Amable - Professor of Political Economy - Université de Genève 72. Andrew Arato - Dorothy Hirshon Professor, New School for Social Research, New York 73. Rebecca J. Atencio - Director, Gender and Sexuality Studies Program, Associate Professor of Brazilian Studies, Tulane University, New Orleans 74. Geri Augusto - Gerard Visiting Associate Professor of International & Public Affairs and Africana Studies, Brown University, Watson Institute Faculty Fellow, Fulbright Scholar 75. Bruce Bagley - Professor, Department of International Studies, University of Miami 76. Gianpaolo Baiocchi - Director of the Urban Democracy Lab, Professor of Individualized Studies and Sociology, New York University 77. Leandro Benmergui, Assistant Professor, Purchase College, State University of New York 78. Raimundo C. Barreto, Jr. - Ph.D., Assistant Professor of World Christianity, Princeton Theological Seminary 79. Sherna Berger Gluck, Emerita Professor of History, California State University, Long Beach 80. Tunde Bewaji - Professor of Philosophy, Department of Language, Linguistics and Philosophy, University of the West Indies, Kingston, Jamaica 81. Cyrus Bina - Distinguished Research Professor of Economics, University of Minnesota (Morris Campus), USA & Fellow, Economists for Peace and Security 82. O'Neill Blacker-Hanson, Ph.D. - Visiting Scholar, University of New Mexico, Albuquerque 83. Ernesto Bohoslavsky - Professor, Universidad Nacional de General Sarmiento 84. Scott A. Bollens - Warmington Chair in Peace and International Cooperation, Professor - Department of Urban Planning and Public Policy, University of California, Irvine 85. Benjamin H. Bradlow - Brown University

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86. Joana Bragança Bastos - Visiting Scholar, Stanford Medical School 87. Howard Brick - Professor of History and Louis Evans Chair in U.S. History, University of Michigan, Ann Arbor. 88. Renate Bridenthal - Professor Emerita of History, Brooklyn College, City University of New York (CUNY) 89. John Burdick, Professor of Anthropology, Syracuse University, New York 90. Cornelia Butler Flora - Distinguished Professor of Sociology Emeritus, Iowa State University, Research Professor, Kansas State University 91. Jim Campen - Professor of Economics, Emeritus, Univ. of Massachusetts Boston 92. Mariana P. Candido - Associate Professor, Department of History, University of Notre Dame 93. Cláudio Carvalhaes - Associate Professor of Worship, Union Theological Seminary - New York City 94. Bruno Carvalho - Associate Professor, Spanish and Portuguese Languages and Cultures, Princeton Mellon Initiative - Princeton University 95. Sueann Caulfield - Associate Professor, University of Michigan 96. Sidney Chalhoub - Professor of History and African and African American Studies, Harvard University 97. Stephen Cole - Chair, Department of History and Political Science, Professor, History and Political Science, Notre Dame de Namur University, California 98. Nicholas Copeland, Assistant Professor of American Indian Studies, Virginia Tech 99. Carlos Cortez Minchillo - Assistant professor, Dartmouth College 100. Benjamin A. Cowan - Associate Professor, Department of History, University of California San Diego 101. Lisa Covert - Assistant Professor, College of Charleston, South Carolina 102. Raymond B. Craib - Professor of History, Director of the Latin American Studies Program (LASP), Cornell University 103. Chuck Davis - Professor of Labor Studies, Indiana University 104. Alicia Díaz, Assistant Professor of Dance, The University of Richmond

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105. Arcadio Díaz-Quiñones - Professor Emeritus, Department of Spanish and Portuguese, Princeton University 106. Edgardo Dieleke (filmmaker and professor) - Phd, Princeton University - NYU - Buenos Aires / Universidad de San Andrés 107. Elizabeth Dore - Emeritus Professor, University of Southampton, UK 108. Robert S. DuPlessis - Isaac H. Clothier Professor of History and International Relations Emeritus - Swarthmore College, Pennsylvania 109. Eduardo Elena - Associate Professor, University of Miami 110. Marc Edelman - Professor of Anthropology, Hunter College and the Graduate Center, City University of New York 111. Jeffrey Erbig - Latin American and Latino Studies, University of California, Santa Cruz 112. Arturo Escobar - Professor of Anthropology - The University of North Carolina at Chapel Hill 113. Joana Falcão Salles - Associate Professor in Microbial Community Ecology, Expertise group GREEN (Genomics Research in Ecology & Evolution in Nature), Groningen Institute for Evolutionary Life Sciences, University of Groningen, Netherlands 114. Toyin Falola - Jacob and Frances Sanger Mossiker Chair in the Humanities at the University of Texas at Austin 115. John Faulkner - SOAS, University of London 116. Gordon Fellman, Professor of Sociology, Brandeis University, Massachusetts 117. Débora Ferreira - Professor, Portuguese Program Coordinator, former Member of the Faculty Senate and Chair of Faculty Development Committee, Utah Valley University 118. Roquinaldo Ferreira - History/Portuguese and Brazilian Studies, Brown University 119. Denise Ferreira da Silva - Professor and Director, The Social Justice Institute (Gender, Race, Sexuality, and Social Justice), University of British Columbia, Canada

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120. Carlos Figueroa, Ph.D. - Assistant Professor, Politics Department - Ithaca College 121. Carl Fischer, Modern Languages and Literatures Department, Fordham University 122. Marilyn Frankenstein - Retired Professor, Quantitative Reasoning and Media Literacy, University of Massachusetts, Boston 123. Elena Fratto, Humanistic Studies, Princeton University 124. Frederico Freitas, Ph.D. - Assistant Professor of History, North Carolina State University 125. Barbara Fritz - Institute for Latin American Studies/School of Business & Economics - Freie Universität Berlin 126. Leo J. Garofalo, Associate Professor of History, Connecticut College 127. Florencia Garramuño, full professor and the Chair of the Humanities Department at the Universidad de San Andrés, Argentina 128. Pablo Gentili - Executive Secretary - The Latin American Council of Social Sciences (CLACSO) 129. Gabriel Giorgi - Professor, Department of Spanish and Portuguese Languages and Literatures, New York University 130. David Theo Goldberg - Director and Professor, Humanities Research Institute, University of California Berkeley 131. Reena Goldthree - Assistant Professor of African American Studies, Princeton University - Professor of History, Truman State University, Missouri 132. Mónica González García, Profesora Asociada de Literatura Comparada e Intermedialidad, Pontificia Universidad Católica de Valparaíso, Chile 133. Jessica Graham - Professor of History, University of California San Diego 134. Richard Grossman - PhD, Northeastern Illinois University 135. Antonio Sergio Alfredo Guimaraes - Visiting Fellow, Lemann Institute of Brazilian Studies, University of Illinois at Urbana-Champaign 136. David Gullette, Professor Emeritus of English, Simmons College, Boston 137. Gerard Gunning - University Lecturer at SOAS University of London 138. María del Mar Gutiérrez Domínguez - El Colegio de México

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139. Martin Halpern - Professor of History Emeritus, Henderson State University, Arkadelphia, Arkansas 140. Laurence Harris - Professor, SOAS, University of London 141. Noel Healy - Associate Professor of Geography, Salem State University Virginia Parks, Professor of Urban Planning, University of California at Irvine 142. Inez Hedges, Ph.D. - Professor Emerita of Cultures, Societies, and Global Studies, Northeastern University 143. Rebecca Herman, Professor of History, University of California, Berkeley 144. Marc A. Hertzman, Associate Professor and Conrad Humanities Scholar, University of Illinois, Urbana-Champaign 145. Walter L. Hixson - Distinguished Professor of History, University of Akron, Ohio 146. Elizabeth Quay Hutchison - Professor, Latin American History - President, Faculty Concilium on Latin America and Iberia - Director, Feminist Research Institute - Chair, Committee on Governance - The University of New Mexico 147. Rafael R. Ioris, Ph.D.- Associate Professor of Latin American History, History Department, Affiliated Faculty, Latin American Center, Joseph Korbel School of International Studies, University of Denver 148. Clara E. Irazábal-Zurita - Director of the Latinx and Latin American Studies Program, Professor of Urban Planning | Department of Architecture, Urban Planning + Design (AUPD), University of Missouri - Kansas City 149. Alexandra Isfahani-Hammond - Associate Professor Emeritus of Comparative Literature And Luso-Brazilian Studies, U.C. San Diego 150. Thomas Jessen Adams - Academic Coordinator and Lecturer in American Studies and History, United States Studies Centre, University of Sydney 151. Cedric Johnson - Associate Professor, African American Studies and Political Science - University of Illinois at Chicago 152. Benjamin Junge, PhD - Associate Professor - State University of New York at New Paltz 153. Tercio Bretanha Junker, PhD, Dean of the Chapel and Regional Director of Course of Study Program, Garrett-Evangelical Theological Seminary, Illinois

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154. Louis Kampf - Professor Emeritus - MIT - Massachusetts Institute of Technology 155. Temma Kaplan - Distinguished Professor of History, Emerita, Rutgers University 156. Mary Kay Vaughan - Professor Emerita, University of Maryland 157. Robin D.G. Kelley - Gary B. Nash Professor of American History at UCLA, former Harmsworth Chair of American History at Oxford University 158. Gray F. Kidd - Duke University, North Carolina 159. Roger Kittleson - Professor of History, Williams College, Massachusetts 160. Anna M. Klobucka - Professor of Portuguese and Women's and Gender Studies, University of Massachusetts Dartmouth 161. Peter Kuznick - Professor of History, Director Nuclear Studies Institute, American University, Washington, D.C. 162. German Labrador Mendez - Associate Professor, Princeton University 163. Jennifer Lambe - Assistant Professor, Department of History, Brown University 164. Dany Lang - Université Paris 13, Sorbonne Paris Cité/l’Université de Saint Louis (Belgium). 165. Paul Lauter - Allan K. and Gwendolyn Miles Smith Professor of Literature Emeritus at Trinity College in Hartford, Connecticut, former President of the American Studies Association (USA), Francis Andrew March Award 2017. 166. John Lawrence, Professor Psychology Department, College of Staten Island, City University of New York 167. Nicole D. Legnani - Assistant Professor of Colonial Latin American Studies - Department of Spanish and Portuguese - Princeton University 168. Fernando Leiva - Associate Professor, Latin American and Latino Studies, University of California Santa Cruz 169. María Graciela León Matamoros - Universidad Autónoma Metropolitana, Unidad Cuajimalpa, México 170. Deborah Levenson - Professor of Latin American History, Boston College 171. Marilia Librandi - Professor of Luso-Brazilian and Latin American Literature and Cultures, Stanford University

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172. Clara E. Lida - Research-Professor, Chair on Mexico-Spain at the Centro de Estudios Históricos, El Colegio de México 173. Lisa Lindsay, Bowman and Gordon Gray Distinguished Term Professor, University of North Carolina at Chapel Hill 174. Maria-Aparecida Lopes - Professor of History, California State University, Fresno 175. Christopher Lowe, Independent Historian of Africa, Portland, Oregon USA; Ph.D. Yale University 176. Ryan Lynch - University of California, Santa Barbara 177. Arthur MacEwan - Professor Emeritus of Economics, University of Massachusetts Boston 178. Kathleen McAfee - Professor, International Relations, San Francisco State University 179. Elias Mandala, History professor at University of Rochester, New York, USA 180. Maxine L. Margolis - Professor Emerita of Anthropology, University of Florida and Adjunct Senior Research Scholar, Institute of Latin American Studies, Columbia University 181. Irving Leonard Markovitz - Professor of Political Science, The Graduate Center, City University of New York (CUNY) 182. Elio Masferrer Kan, Profesor Investigador Emérito, ENAH — Instituto Nacional de Antropologia e História, México 183. Marjorie Mayo - Emeritus Professor, Goldsmiths, University of London 184. Sandra McGee Deutsch - Professor of History, University of Texas at El Paso 185. Gillian McGillivray, Associate Professor of Latin American History, Glendon College, York University, Canada 186. Malcolm McNee - Associate Professor of Portuguese and Brazilian Studies, Department of Spanish and Portuguese, Smith College, Massachusetts 187. Lucía Melgar - Associate Researcher, ITAM, Mexico City, Mexico 188. Alessandra Mezzadri - Senior Lecturer in Development Studies, Department of Development Studies, SOAS, London

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189. Michael Meeropol - Professor Emeritus of Economics, Western New England University, Springfield, Massachusetts 190. Cristina Mehrtens - Associate Professor in the History and Women's & Gender Studies departments at the University of Massachusetts Dartmouth 191. William Mello - Associate Professor, Indiana University 192. Ian Merkel - History and French Studies, New York University (NYU) 193. Paul C. Mishler, PhD. - Associate Professor of Labor Studies - Department of Labor Studies - Indiana University 194. Owen Miller - Lecturer in Korean Studies, Department of East Asian Languages and Cultures, SOAS, London 195. Pedro Meira Monteiro - Professor and Chair of the Department of Spanish and Portuguese Studies, Princeton University 196. Andrea Melloni - Portuguese Lecturer, Princeton University 197. Lorraine C. Minnite - Associate Professor of Public Policy, Rutgers University, Camden 198. Sean Mitchell - Associate Professor, Department of Sociology and Anthropology, Rutgers University, Newark 199. Julia Monarrez, Professor of El Colegio de la Frontera Norte, Tijuana, B.C., México 200. Beatriz de Moraes Vieira - Visiting Scholar, Cornell University 201. Michelle Morais de Sa e Silva, PhD - Lecturer in International and Area Studies, Department of International and Area Studies, The University of Oklahoma 202. Paulo Moreira - Associate Professor, Department of Modern Languages, Literatures and Linguistics, University of Oklahoma 203. Julieta Mortati - Universidad Tres de Febrero, Buenos Aires, Argentina 204. Joia S. Mukherjee, MD, MPH - Chief Medical Officer, Partners In Health, Associate Professor, Harvard Medical School 205. Nick Nesbitt, Professor - Department of French and Italian, Princeton University 206. Sara Niedzwiecki - Assistant Professor, Politics Department, University of California, Santa Cruz 207. Marcelo Noah, Duke University

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208. Renato Nunes Balbim - Visiting Scholar - University of California at Irvine 209. Paul O'Connell - Associate Dean for Research (Law and Social Sciences) - SOAS, University of London 210. Arnold J Oliver - Emeritus Professor of Political Science, Heidelberg University, Tiffin, Ohio 211. Andrea Pagni, Friedrich-Alexander-Univesität Erlangen-Nürnberg, Germany 212. Marcelo Paixão - Associate Professor of The University of Texas at Austin 213. Charles Palermo, Professor, College of William & Mary, Williamsburg, Virginia 214. Cecilia Palmeiro, PhD - Universidad Nacional de Tres de Febrero, Argentina 215. Fabio Paolizzo - University of California Irvine, University of Rome Tor Vergata 216. Virginia Parks - Chair of Department of Planning, Policy and Design; Professor of Urban Planning, University of California at Irvine 217. Kenneth Paul Erickson - Professor of Political Science - Hunter College, and The Graduate Center, City University of New York (CUNY) 218. Keisha-Khan Perry - Associate Professor, Director of Graduate Studies, The Department of Africana Studies - Brown University 219. Gretchen Pierce, Ph.D. - Associate Professor, Shippensburg University of Pennsylvania 220. Julio Pinto Vallejos - Departamento de Historia, Universidad de Santiago de Chile 221. José Antonio Piqueras, Professor of History, Universitat Jaume I (Spain) 222. Margaret Power - Professor of History and Chair of the Department of Humanities, Illinois Institute of Technology 223. Fabricio Prado, Associate Professor of History, College of William & Mary, Williamsburg, Virginia

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224. Mary Louise Pratt - Silver Professor in the Department of Social and Cultural Analysis - New York University - former President of the Modern Language Association 225. Seth Racusen, Associate Professor of Political Science and Criminal Justice, Anna Maria College, Massachusetts 226. Donald Ramos, Emeritus Professor, Cleveland State University 227. George Reid Andrews - Distinguished Professor of History, University of Pittsburgh 228. Peter Ranis - Professor Emeritus of Political Science, City University of New York (CUNY) 229. Lucía Raphael de la Madrid - Instituto de Investigaciones Jurídicas - Universidad Nacional Autónoma de México (UNAM) 230. Marcus Rediker, Distinguished Professor of Atlantic History of the Department of History at University of Pittsburgh 231. Adolph Reed, Jr. - Professor of Political Science - University of Pennsylvania 232. Jan Rehmann - Director of the Ph.D Program, Visiting Professor for Critical Theory and Social Analysis, Union Theological Seminary, New York 233. Russell Rickford - Associate Professor, History Department, Cornell University 234. Abigail Rian Evans, Charlotte Newcombe Professor of Practical Theology, Emerita, Princeton Theological Seminary, New Jersey 235. Jonathan Ritter - Associate Professor of Music, University of California Riverside 236. Dylon Robbins - Department of Spanish & Portuguese/Center for Latin American & Caribbean Studies (CLACS) - New York University 237. Thomas D. Rogers - Associate Professor, Emory University, Atlanta, Georgia 238. Monique Rodrigues Balbuena - Associate Professor of Comparative Literature and Jewish Studies, Clark Honors College, University of Oregon 239. Manuel Rosaldo - University of California, Berkeley

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240. Karin Rosemblatt - Professor, Department of History, University of Maryland 241. Robert C. Rosen - William Paterson University, New Jersey 242. Jennifer Roth-Gordon - Associate Professor, School of Anthropology, University of Arizona 243. Fábio de Sá e Silva - Professor of International Studies and Wick Cary Professor of Brazilian Studies at the University of Oklahoma 244. Alfredo Saad Filho - Professor of Political Economy - SOAS University of London 245. Marco Aurelio Santana - Visiting Scholar, University of California, Berkeley 246. Patricia de Santana Pinho - Associate Professor, Latin American and Latino Studies, University of California, Santa Cruz 247. Martha S Santos - Associate Professor, University of Akron, Ohio 248. David Sartorius - Associate Professor of History and a Faculty Affiliate of the Latin American Studies Center and the Department of Women's Studies, University of Maryland 249. Patricia Schor - Lecturer, Social Sciences & Humanities, Amsterdam University College, The Netherlands 250. Ellen Schrecker - Professor of History, retired, Yeshiva University, New York City 251. Mark Selden - Senior Research Associate in the East Asia Program, Cornell University, and Professor Emeritus of Sociology and History, State University of New York at Binghamton 252. Alan Shane Dillingham - Assistant Professor of Latin American History, director of Latin American Studies Minor at Spring Hill College, Mobile, Alabama 253. Lewis H. Siegelbaum - Jack and Margaret Sweet Professor of History at Michigan State University 254. Antonio José Bacelar da Silva - Assistant Professor of Latin American Studies - University of Arizona 255. Subir Sinha - Senior Lecturer in Institutions and Development, SOAS, University of London

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256. Irene Small - Professor, Princeton University 257. Colin M. Snider - Department of History - University of Texas at Tyler 258. Greg Snyder - Union Theological Seminary, Columbia University, New York 259. Andor Skotnes, Professor of History, The Sage Colleges, Troy and Albany, New York 260. William C. Smith - Professor of Political Science, University of Miami 261. Ted Steinberg - Adeline Barry Davee Distinguished Professor of History and Professor of Law at Case Western Reserve University, Cleveland 262. Steve Striffler, Director of the Labor Resource Center, College of Liberal Arts, University of Massachusetts Boston (UMass) 263. Susan Sugarman - Professor of Psychology, Princeton University 264. David Swanson - Author, Director World BEYOND War, M.A. University of Virginia 265. Robert C.H. Sweeny - Honorary Research Professor, Memorial University of Newfoundland, Canada 266. Howie Swerdloff - Instructor, The Writing Program, Rutgers University 267. Laura Tabili - Professor of History, Arizona University 268. Horacio Tarcus - CeDInCI, Conicet, Argentina 269. Rebecca Tarlau - Professor, The Pennsylvania State University 270. Sinclair Thomson, Associate Professor of History, New York University (NYU) 271. Enzo Traverso - Simon and Barton Winokur Professor in the Humanities, Cornell University 272. Mario Trujillo Bolio - Profesor Investigador Titular Centro de Investigaciones y Estudios Superiores en Antropología Social — CIESAS, Ciudad de México 273. Cihan Tugal - Associate Professor of Sociology, University of California, Berkeley 274. Ivonne del Valle - Associate Professor of Colonial Studies, Department of Spanish and Portuguese, UC Berkeley 275. Diana Tussie, FLACSO, Argentina

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276. Joel Vargas-Domínguez - Centro de Investigaciones Interdisciplinarias en Ciencias y Humanidades (CEIICH), Universidad Nacional Autónoma de México (UNAM) - Mexico 277. Eleni Varikas - Emerita Professor of Political Science and Gender Studies, University of Paris 8, CRESPPA (CNRS) 278. Roberto Vecchi - Full Professor of Portuguese and Brazilian Studies, former Director of the Department of the Modern Languages, Literatures and Cultures, University of Bologna, Italy 279. Miguel Vedda - Full Professor, University of Buenos Aires (UBA) 280. Alejandro Velasco, Ph.D. - Associate Professor of Modern Latin America, Gallatin School and Department of History, New York University 281. Matías Vernengo - Full Professor - Bucknell University, Pennsylvania 282. Matthew Vitz - Assistant Professor, Department of History, University of California, San Diego 283. Juan Pablo Vivaldo Martínez, Professor, UNAM 284. Steven S. Volk - Professor of History, Emeritus, Director, Center for Teaching, Innovation, and Excellence, Oberlin College, Ohio 285. Victor Wallis - professor, Liberal Arts Dept., Berklee College of Music 286. Ellie Walsh, Ph.D. - Associate Professor of History & Social Sciences, Affiliated Faculty, Gender and Sexuality Studies Program, College of Arts and Letters, Governors State University, Illinois 287. Valeria Wasserman Chomsky - Translator, ArtVentures Cultural Projects and Translations 288. Helen Webb, Lecturer of Foreign Languages Emerita, University of Pennsylvania 289. John Weeks - Professor Emeritus of Economics — SOAS, University of London 290. Max Weiss, Associate Professor, Departments of History and Near Eastern Studies, Princeton University 291. Kirsten Weld - John L. Loeb Associate Professor of the Social Sciences, Department of History, Harvard University 292. Robert Wilcox - Professor of History, Northern Kentucky University

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293. Richard Williams - Lecturer, SOAS, University of London 294. Howard Winant - Distinguished Professor of Sociology - University of California, Santa Barbara 295. Joel Wolfe - Professor of History, University of Massachusetts Amherst 296. John Womack - Professor Of The History of Latin America, Emeritus, Harvard University 297. James Woodard - Associate Professor of History, Montclair State University, New Jersey 298. Owen Worth - Senior Lecturer in International Relations, University of Limerick, Ireland 299. Galip Yalman - Assoc. Prof. Dr., Middle East Technical University, Ankara - Turkey 300. Pedro Paulo Zahluth Bastos - Visiting Scholar, University of California, Berkeley 301. Francisco Zapata, Professor of Sociology, El Colegio de México 302. Pat Zavella - Professor Emerita, Latin American and Latino Studies Department, University of California, Santa Cruz 303. Tukufu Zuberi - Professor of Sociology and African Studies - University of Pennsylvania O Sr. Rodrigo Maia, Presidente, deixa a cadeira da

Presidência, que é ocupada pelo Sr. Carlos Manato, 4º

Suplente de Secretário.

A SRA. JANDIRA FEGHALI (PCdoB-RJ. Pela ordem. Sem revisão da oradora.) - O PCdoB vota “sim”.

O SR. JUNIOR MARRECA (PATRI-MA. Pela ordem. Sem revisão do orador.)

- Sr. Presidente, o Patriota encaminha o voto “sim”.

O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Concedo a palavra ao Deputado Luiz

Couto, do PT da Paraíba. (Pausa.)

Concedo a palavra à Deputada Erika Kokay. (Pausa.)

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Concedo a palavra ao Deputado Leonardo Monteiro. (Pausa.)

O SR. SIBÁ MACHADO - A Deputada Erika Kokay vai falar.

O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - A Deputada Erika Kokay vai falar?

(Pausa.)

Deputado, aqui nós seguimos a ordem direitinho.

O SR. SIBÁ MACHADO - Depois conceda 1 minutinho para o seu amigo.

O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Pode falar por 1 minuto, Deputado, enquanto a Deputada Erika Kokay sobe à tribuna.

O SR. SIBÁ MACHADO (PT-AC. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, devido a essa desgraça toda que estão fazendo com os combustíveis no

Brasil, eu encontrei um morador da floresta do Acre pagando 120 reais numa botija de gás.

Aproveitando que o Projeto Dom Helder Camara, no Nordeste, está incentivando os pequenos produtores a deixar de comprar gás GLP e a produzir gás metano através de esterco animal, o Governo do Acre adotou essa grande bandeira e está incentivando os produtores do Estado a construir biodigestores e não pagar mais 1 real pelo gás GLP, após esse aumento abusivo de preço de Michel Temer.

O SR. VANDERLEI MACRIS - Sr. Presidente, peço a palavra pela ordem.

O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Concedo a palavra à Deputada Erika

Kokay.

V.Exa. tem 3 minutos na tribuna.

A SRA. ERIKA KOKAY (PT-DF. Pela ordem. Sem revisão da oradora.) - Esta gestão da PETROBRAS, em verdade, vendeu Carcará com o preço do barril de petróleo muito semelhante ao preço de uma garrafa de refrigerante; vendeu o campo

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de Lapa com o preço do barril de petróleo muito semelhante ao preço de uma garrafa de água mineral. E não fez apenas isso: também está diminuindo a capacidade de operação das refinarias.

Ao mesmo tempo, nesta Casa, aprovou-se a criação de uma empresa que pode negociar o excedente do óleo, por um preço abaixo do mercado, com as grandes petrolíferas, que comprarão o nosso óleo. Eram 50 importadoras. Agora são

200 importadoras, que vão refinar esse óleo nos seus países de origem e vendê-lo ao Brasil.

Isso que está acontecendo com o Brasil é um crime. Cerca de 1,4 milhão de brasileiros e brasileiras voltaram a cozinhar com carvão e lenha, porque não têm como comprar um botijão de gás, que aqui em Brasília chegou a custar 180 reais,

200 reais, 300 reais.

Este é o Governo de Michel Temer, que tem uma falta de popularidade absurda neste País. Nunca tivemos um governo com tão baixa popularidade. Este

Governo foi alçado por um golpe, porque nunca seria votado, e tem que articular para aprisionar Luiz Inácio Lula da Silva, porque o povo brasileiro dá como resposta

à crise a eleição de Lula.

Mas o que faz este Governo? Pelas tabelas e aos frangalhos, busca se proteger e se manter. Além disso, comete um crime contra o meio ambiente, ao indicar para ocupar o comando do ICMBio, um órgão que tem 333 unidades de conservação sob o seu controle, um assessor parlamentar do PROS que não tem qualquer tipo de experiência com o meio ambiente. Isso é um absurdo! Isso é uma capitania hereditária pós-moderna! Isso é uma sesmaria! É como se pegassem o

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mapa do Estado e do Governo e o loteassem, para se manterem contra o povo brasileiro.

Este Governo, que utiliza malas para guardar recursos públicos que foram conquistados de forma ilícita, tem utilizado as malas inclusive para se proteger do próprio povo.

Por isso, neste momento, o Brasil vive a crise do Governo Temer, que foi alçado ao poder com a maioria dos votos desta Casa, que engendrou o golpe e aplaudiu a prisão de Lula, um preso político inocente. Centenas de autoridades do mundo inteiro reconhecem isto: Lula é inocente.

Lula será o próximo Presidente deste País. Não se enganem! Todas as tentativas de manchar a imagem de Luiz Inácio Lula da Silva foram destruídas pela população, porque a população sabe que, quando Lula assumiu o Governo, a

PETROBRAS valia 50 bilhões de reais e, em 2016, passou a valer 210 bilhões de reais. Quando Lula assumiu o Governo, a dívida pública representava cerca de 60% do PIB, e ele a reduziu para cerca de 30% ou um pouco mais do que isso. Agora, esse valor chega a 52%.

Este Governo Temer faz um Brasil onde não cabem os brasileiros, faz um

Brasil onde só cabe rentista, onde só cabe o mercado financeiro, tanto é que a taxa de juros para o crédito rotativo está em 330%. Ainda dizem: “Estamos baixando a

SELIC”. Ora, isso é uma brincadeira!

O SR. ROBERTO ALVES (PRB-SP. Pela ordem. Sem revisão do orador.) -

Sr. Presidente, O PRB orienta “sim” à urgência.

O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Enquanto o Deputado Celso Maldaner se dirige à tribuna, concedo a palavra ao Deputado Vanderlei Macris.

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O SR. VANDERLEI MACRIS - Sr. Presidente, trago uma questão de ordem.

O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Pois não.

O SR. VANDERLEI MACRIS (PSDB-SP. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Nós tínhamos a notícia de que o projeto de lei sobre o marco regulatório do transporte de cargas seria votado hoje. Entretanto, recebi a notícia, aqui no plenário, de que isso foi adiado para a semana que vem.

Sr. Presidente, nós da bancada do PSDB queremos conhecer o relatório que será apresentado. Eu conversei particularmente com o Deputado Nelson

Marquezelli, Relator do projeto, mas ainda não obtive informações concretas sobre as propostas que seriam parte de um entendimento para um acordo sobre a votação do projeto no Plenário.

Eu quero deixar claro que não haverá acordo por parte do PSDB enquanto nós não conhecermos efetivamente a última proposta de relatório apresentado pelo

Relator.

É importante que V.Exa., na condição de Presidente da sessão, garanta isso ao Plenário. Não dá para votar um projeto sem ter conhecimento do relatório.

Muito obrigado.

O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Concedo a palavra ao Deputado

Edmilson Rodrigues.

O SR. EDMILSON RODRIGUES (PSOL-PA. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, eu quero dar como lida uma carta-compromisso do Fórum

Permanente Fora Lixão de Marituba.

Marituba é um Município cujos 130 mil habitantes hoje têm a vida inviabilizada pela irresponsável implantação de um lixão às margens de rios e igarapés, às

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margens de uma área de proteção integral em termos ambientais, na vizinhança de moradores de bairros importantes.

Ontem, no Município, realizamos um seminário em que representamos a

Comissão de Desenvolvimento Urbano da Câmara, e o Fórum Permanente Fora

Lixão de Marituba apresentou esse manifesto. Nós assumimos o compromisso de lutar contra essa barbárie perpetrada pelo Ministério Público e pela Secretaria de

Meio Ambiente.

Obrigado.

PRONUNCIAMENTO ENCAMINHADO PELO ORADOR

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, a Comissão de Desenvolvimento

Urbano — CDU, da Câmara Federal, realizou um seminário no Município de

Marituba, na Região Metropolitana de Belém, a meu pedido, na última segunda-feira,

28 de maio. O objetivo foi debater sobre a crise do lixão instalado naquele Município, que vem contaminando o ar, o solo e os recursos hídricos sem que o Governo do tucano Simão Jatene interponha qualquer óbice por meio da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Sustentabilidade — SEMAS.

As empresas proprietárias da Guamá Tratamentos de Resíduos Ltda. — que opera a Central de Processamento e Tratamento de Resíduos Urbano —, Revita

Engenharia S.A., Vega Valorização de Resíduos S.A. e Solvi Participações S.A. respondem a ações criminais movidas pelo Ministério Público do Estado do Pará.

Dois diretores do grupo e um funcionário chegaram a ser presos.

Os graves crimes cometidos contra o meio ambiente impactam a vida da população de maneira terrível. O lixão foi instalado próximo a residências e a uma

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Unidade de Proteção Integral e Refúgio da Vida Silvestre. O vento propaga o mau cheiro exalado do lixão a quilômetros de distância, causando doenças, interrompendo o funcionamento de escolas e de estabelecimentos comerciais e, portanto, causando graves prejuízos à saúde, à economia local e à vida cotidiana da população.

O Governo do Pará autorizou a instalação do lixão em local impróprio, violando todas as regras definidas em lei, especialmente na Política Nacional de

Resíduos Sólidos e na Política Nacional de Meio Ambiente.

A empresa opera sem o tratamento do chorume e sem garantir a proteção adequada do solo para evitar a contaminação. A população denuncia que o empreendimento possui mais de 200 milhões de litros de chorume acumulados na

área do lixão. A concessão dessa licença ambiental ilegal é questionada por meio de ação judicial de autoria coletiva, interposta pela comunidade remanescente do

Quilombo do Abacatal, que fica localizada no Município vizinho de Ananindeua.

Mesmo diante dessa grave crise instalada em Marituba, a Guamá requereu na SEMAS a autorização para ampliar a área do Lixão de Marituba. Enquanto isso, a população, através do Fórum Permanente Fora Lixão de Marituba, reivindica o encerramento imediato das atividades do lixão e a remediação da área do empreendimento devido aos impactos ambientais causados por ele.

Fui o único Parlamentar desta Casa presente ao seminário, pois houve dificuldade de locomoção dos demais membros da CDU para chegar ao Pará, em razão da greve dos caminhoneiros. Eu me comprometi com os moradores de

Marituba a constituir uma Comissão Mista de representantes dos Legislativos

Federal e Estadual e dos Municípios de Marituba, Ananindeua e Belém, que, já na

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próxima segunda-feira, dia 4, vai retornar ao Município para tentar uma inspeção no

Lixão de Marituba, bem como tirar encaminhamentos de providências possíveis de serem adotadas para a solução do impasse.

É inadmissível que a situação permaneça como está. A população exige o fechamento imediato do lixão e a adoção de medidas imediatas para a solução dos danos ambientais causados. É necessário apurar mais a fundo de que forma se deu o licenciamento para a contratação da Guamá, exigir o cumprimento da Política

Nacional de Resíduos Sólidos, com a inclusão socioeconômica dos catadores de materiais recicláveis e reutilizáveis, e efetivar a logística reversa e a coleta seletiva.

MANIFESTO A QUE SE REFERE O ORADOR

Carta Compromisso Marituba, 28 de maio de 2018. Ilmos. representantes do povo, Comissão do Senado Federal, Comissão da Câmara Federal, MPPA, MPF/PA, todas as autoridades presentes, representantes da sociedade civil organizada, imprensa e sociedade, como todo. O Fórum Permanente Fora Lixão de Marituba vem registrar denúncias e todos os protestos em desfavor do empreendimento popularmente conhecido como Lixão de Marituba, de propriedade das Empresas Guamá Tratamentos de Resíduos Ltda. (Revita), Revita Engenharia S/A, Vega Valorização de Resíduos S/A e Sol Vi Participações S/A, que vem tirando a dignidade da população de Marituba. As empresas são alvos de inúmeras ações promovidas pelo MPPA, inclusive quatro ações criminais, que culminaram com a prisão de dois Diretores e, um funcionário do grupo econômico em destaque, fato público e notório. Os fatos, atentados e ameaças ao meio ambiente, agressão a dignidade da pessoa humana e o declínio da economia local são de conhecimento público e notório. Tendo como origem a concessão da Licença Prévia n° 1.228/201 2, expedida pelo Estado do Pará (SEMAS), que autorizou a margem e, em total afronta ao

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ordenamento jurídico, em especial, mas não só, à Constituição da República Federativa do Brasil, à Política Nacional de Meio Ambiente e à Política Nacional de Resíduos Sólidos, a localização, a instalação e operação, mesmo alertado por diversas denúncias, o popularmente conhecido Lixão de Marituba. É fato que o popularmente conhecido Lixão de Marituba está operando em desacordo com sua precária licença de operação, tendo sido notificado pela Secretaria de Meio Ambiente e Sustentabilidade do Estado do Pará (SEMAS) inúmeras vezes e alvo de ações promovidas pelo Estado do Pará, pelo MPPA e por particulares. Não é tudo, que apesar de o Estado do Pará não admitir qualquer irregularidade no Licenciamento Ambiental do popularmente conhecido Lixão de Marituba, o mesmo é questionado por Ação Coletiva n° 0056640-07.2015.8.14.0301, promovida pelo Quilombo do Abacatal, denuncia o popularmente conhecido Lixão de Marituba, começou a funcionar sem o sistema de tratamento de chorume e, hoje, temos mais de 200 milhões de litros de chorume acumulados no empreendimento. Outra denuncia, objeto da ação é que o popularmente conhecido Lixão de Marituba está instalado e aperando na zona de amortecimento de uma Unidade de Conservação de Proteção Integral Refúgio da Vida Silvestre. O Laudo n° 2018.01.00023.AMB, elaborado pelo Centro de Perícia Científica Renato Chaves, no âmbito de um dos processos criminais que tramitam em desfavor dos donos do popularmente conhecido Lixão de Marituba, conclui que o “Lixão de Merituba” instalou-se e opera em área inadequada. Ilmos. Senadores e Deputados, a empresa proprietária do popularmente conhecido Lixão de Marituba, afirmou em reunião com o MPPA, no dia 05 de abril de 2018, em Marituba, a necessidade de expansão do empreendimento, avançando para as áreas ocupadas pelas lagoas 6A e 6B, uma delas alvo de investigação criminal, sob risco de inviabilizar a continuidade do empreendimento em maio de 2019! Afirmam ainda os proprietários do popularmente conhecido Lixão de Marituba, que se conseguirem expandir o empreendimento, a vida útil seria de aproximadamente 5 anos! Seria outro atentado promovido pelo poder público, em destaque o Estado do Pará e, sua SEMAS, contra as pessoas e, o meio ambiente a concessão de uma

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licença para expandir um empreendimento que não cumpre seu licenciamento ambiental, já precário, com fortes indícios de nulidade, pois já é de conhecimento público, que a certidão para ocupação e uso do solo, supostamente expedida pelo Município de Marituba, em 2011, ato na época da Procuradora Geral, foi fraudado, é inexistente, tendo a Procuradora, afirmado que a assinatura constante no documento não é sua e que o documento não foi expedido pelo Município. Empreendimento, que não tem capacidade técnica para tratar o chorume que produz, não tem autorização para lançar seus efluentes, está instalado e operando na zona de amortecimento de uma UC de proteção integral e agredindo a população de Marituba com mau cheiro, ou catinga como a população fala. O Estado do Pará, a SEMAS não cometeria esse “crime”, esse atentado, que seria a autorização para que esse popularmente conhecido Lixão de Marituba seja expandido! Senadores, Deputados, nossos representantes e sociedade da Região Metropolitana de Belém, estamos prestes a vivenciar o auge desta crise de resíduos sólidos, anunciada para maio de 2019, a população, vitima da omissão voluntária do poder público, vem denunciar e registrar o fato, buscando responsabilizar os municípios de Belém, Ananindeua e Marituba, por dispor seus resíduos sólidos de forma inadequada, em afronta à Lei nº 12.305/10, à Lei Federal n° 6.938/81 e à Constituição da Republica Federativa do Brasil de 1988. Os Prefeitos estão descumprindo a Lei n° 12.305, de 2010, sobretudo seu artigo 9°, sem falar na legislação de licitações quando assina contrato emergencial sem emergência: a) Assinam contrato emergencial para destinação final de resíduos sólidos; b) Fecham (abandonam) o aterro do Aurá, sem qualquer remediação dos danos ambientais por eles promovidos ou planejamento para mitigar os impactos no Aurá e na região afetada; c) Deixam mais de 2.000 catadores e suas famílias sem qualquer fonte de renda. Além disso, descumprem tratados internacionais de direitos humanos, que asseguram os direitos dos catadores, suas famílias e da comunidade do entorno, cabe ainda colocar que os tratados internacionais infringidos pelos denunciados são considerados como parte integrante da Constituição Federal, logo os Prefeitos

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Zenaldo Rodrigues Coutinho Junior, Manoel Carlos Antunes; Mario Henrique de Lima Biscaro, estão afrontando a Carta Magna do País 1. Pelo exposto e, por direito diante do atentado ao meio ambiente e a vida humana. O Fórum Permanente Fora Lixão, apresenta e reivindica sua pauta: O encerramento das atividades do popularmente Lixão de Marituba e a remediação imediata da área da atividade e dos impactos causados pelo empreendimento; Que o Estado do Pará, e a sua SEMAS, não autorize sob qualquer hipótese, fundamento e/ou promessa dos proprietários do “Lixão de Marituba” a sua ampliação; Que seja aberta uma CPI, ou uma Comissão Externa, da Câmara e/ou Senado, para que seja investigado o Processo de Licenciamento e a contratação por dispensa de licitação do popularmente conhecido Lixão de Marituba; Que o Legislativo Estadual e Municipais (Belém, Ananindeua e Marituba) fiscalizem o processo de licenciamento e a forma como foi contratada a Empresa Revita Engenharia, para a disposição de resíduos sólidos domiciliares; que cobrem do executivo e façam cumprira Lei nº 12.305/10; Que seja efetivada na Região Metropolitana de Belém a Politica Nacional de Resíduos Sólidos, com a inclusão socioeconômica dos Catadores de Materiais Recicláveis e, Reutilizáveis; Implantação da Logística Reversa e Coleta Seletiva, sendo o material destinado aos Catadores de Materiais Recicláveis e, Reutilizáveis, reconhecendo assim o valor social e econômico dos resíduos sólidos e cumprindo a Lei nº 12.305/10. Que o município de Marituba seja transparente quanto ao uso do dinheiro que recebe do “lixão de Marituba” e de quanto é este montante. Por fim, reiteramos toda a solidariedade à população de Barcarena e, região afetada pela política de desenvolvimento adotada pelo Estado do Pará, que tira a dignidade de muitos, que agride e, destrói o meio ambiente e coloca dinheiro nos bolsos de poucos! A que preço!? Da vida e dignidade dessa e das futuras gerações! Todo repúdio e, protestos ao poder público, omisso e conivente. Em especial as

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administrações dos Municípios de Belém, Ananindeua e Marituba, ao Estado do Pará, na figura do seu Gestor Maior e ao ex- secretário da SEMAS e atual Secretário de Segurança Pública, aguardamos o cumprimento dos prazos! Fórum Permanente Fora Lixão: 1A respeito do art. 5º, § 3º, destaca-se decisão do Superior Tribunal de Justiça, quando do julgamento do RHC 18799, tendo como relator o Ministro José Delgado, em maio de 2006: “(...) o § 3º do art. 5º da CF/88, acrescido pela EC n. 45, é taxativo ao enunciar que “os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que forem aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos respectivos membros, serão equivalentes às emendas constitucionais”. Ora, apesar de à época o referido Pacto ter sido aprovado com quórum de lei ordinária, é de se ressaltar que ele nunca foi revogado ou retirado do mundo jurídico, não obstante a sua rejeição decantada por decisões judiciais. De acordo com o citado § 3º, a Convenção continua em vigor, desta feita com força de emenda constitucional. A regra emanada pelo dispositivo em apreço é clara no sentido de que os tratados internacionais concernentes a direitos humanos nos quais o Brasil seja parte devem ser assimilados pela ordem jurídica do país como normas de hierarquia constitucional. Não se pode escantear que o §1 supra determina, peremptoriamente, que “as normas definidoras dos direitos e garantias fundamentais têm aplicação imediata”. Na espécie, devem ser aplicados, imediatamente, os tratados internacionais em que o Brasil seja parte. O Pacto de São José da Costa Rica foi resgatado pela nova disposição (§ 3º do art. 5º), a qual possui eficácia retroativa. A tramitação de lei ordinária conferida à aprovação da mencionada Convenção (...) não constituirá óbice formal de relevância superior ao conteúdo material do novo direito aclamado, não impedindo a sua retroatividade, por se tratar de acordo internacional pertinente a direitos humanos”.

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O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Concedo a palavra ao Deputado

Delegado Éder Mauro.

O SR. DELEGADO ÉDER MAURO (PSD-PA. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Obrigado, Sr. Presidente.

Eu fico espantado com a insistência de Deputadas da ala comunista em falar que o líder de organização criminosa Sr. Luiz Inácio Lula da Silva será Presidente.

Isso é querer avacalhar o País! Então, é melhor também fazer o registro da candidatura de Fernandinho Beira-Mar para Presidente da República. Não tem jeito: o Presidente da República é Jair Bolsonaro.

O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Muito obrigado.

O SR. SIBÁ MACHADO (PT-AC. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, quero só anunciar a presença do Vereador Charles Brandão, do

Município de Manoel Urbano, lá do Acre — é um flamenguista, como nós dois.

Obrigado, Sr. Presidente. (Riso.)

O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Concedo a palavra ao Deputado

Gonzaga Patriota.

O SR. GONZAGA PATRIOTA (PSB-PE. Pela ordem. Sem revisão do orador.)

- Sr. Presidente, rapidamente, peço a V.Exa. que dê divulgação a este pronunciamento a respeito do Sindicato Nacional dos Produtores de Coco do Brasil

— SINDCOCO. Temos coco em todo canto do País, e o Brasil está importando coco.

Nesta semana, nós estivemos com o Francisco de Paula, Presidente do

SINDCOCO, e o que ele nos mostrou é digno de vergonha — eu faço questão de pedir a divulgação. Apesar da nossa produção, um país como o Brasil está importando coco. Além disso, somos um dos países que mais têm petróleo, mas

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vendemos o petróleo ao país vizinho por R$1,50, enquanto aqui pagamos de R$

4,00 a R$5,00 pelo litro de combustível.

Isso é uma esculhambação!

Eu peço a V.Exa. a divulgação do meu pronunciamento.

O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Vamos divulgá-lo no programa A Voz do Brasil .

PRONUNCIAMENTO ENCAMINHADO PELO ORADOR

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, hoje recebi em meu gabinete, aqui na

Câmara dos Deputados, o Presidente do SINDCOCO, Francisco de Paula

Domingues Porto, para discutirmos sobre a atual situação dessa categoria no mercado nacional.

O SINDCOCO possui larga experiência na área de defesa comercial. Essa experiência foi adquirida ao longo dos últimos 20 anos. No início de 1990, o Governo brasileiro abriu as portas para as importações, sem que estivesse devidamente estruturado para lidar com as peculiaridades do comércio exterior.

No caso do coco ralado, as importações chegaram a ultrapassar o consumo brasileiro. Essas importações chegavam ao Brasil com preços irrisórios, fruto dos altos subsídios concedidos à cadeia produtiva do coco pelos países asiáticos, maiores produtores mundiais, como a Indonésia, as Filipinas e o Sri Lanka, entre outros. O mais atingido da cadeia produtiva foi exatamente o produtor de coco.

A indústria brasileira, em função dos baixos preços do coco ralado importado, passou a adquirir esse produto e utilizá-lo na fabricação de tudo o que fabricava com o coco seco adquirido no mercado doméstico: leite de coco, doce de coco, óleo de

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coco, entre outros produtos. Além disso, fracionou a embalagem do coco ralado importado para lançá-lo nas gôndolas dos supermercados, bem como para abastecer padarias, docerias, sorveterias e toda uma rede consumidora de produtos de coco processados.

A consequência mais imediata foi essas indústrias deixarem de comprar o coco seco do produtor nacional, que viu, de uma hora para outra, desaparecer o seu mercado de coco para a indústria. Diante disso, os preços do coco seco chegaram a patamares tão baixos que sequer remuneravam a despesa com o tirador de coco.

A primeira providência, Sr. Presidente, foi entrar com um processo de medidas compensatórias, que tem como objetivo compensar subsídios concedidos, direta ou indiretamente, no país exportador, para a fabricação, produção, exportação ou transporte de qualquer produto, cuja exportação ao Brasil cause dano à indústria doméstica.

Diante desse cenário, o SINDCOCO montou uma equipe com profissionais altamente qualificados para elaborar o projeto a ser apresentado à Secretaria de

Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, com o objetivo de obter os direitos compensatórios.

Como resultado desse trabalho, foram impostos direitos compensatórios sobre as importações oriundas das Filipinas, Indonésia, Malásia, Sri Lanka e Costa do Marfim. Essas medidas se traduziram na elevação do imposto de importação, que era de 10% (dez por cento), para até 290% (duzentos e noventa por cento). Não obstante essa decisão favorável ao SINDCOCO, a medida não produziu os efeitos esperados, uma vez que outros países produtores de coco que não estavam

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submetidos aos direitos compensatórios passaram a exportar para o Brasil pagando o imposto de importação de 10%.

Como no início dos anos 2000 o Governo brasileiro regulamentou o Acordo de Salvaguarda assinado com a Organização Mundial do Comércio, o SINDCOCO mobilizou seus consultores para solicitar a aplicação de medida de salvaguarda às importações de coco ralado.

As medidas de salvaguarda têm como objetivo aumentar temporariamente a proteção à indústria doméstica que esteja sofrendo prejuízo grave ou ameaça de prejuízo grave decorrente do aumento das importações, com o intuito de, durante o período de vigência de tais medidas, a indústria doméstica se ajustar, aumentando a competitividade.

Diferentemente dos direitos compensatórios, que se aplicam apenas a países que comprovadamente concedem subsídios a seus produtos, a medida de salvaguarda se aplica a todos os países onde o produto em foco — no caso, o coco ralado — é fabricado. Diante da consistência do processo formulado pelo

SINDCOCO, o Governo brasileiro aplicou a medida de salvaguarda, que vigorou de

1º de setembro de 2002 a 31 de agosto de 2012.

Dessa forma, o SINDCOCO conseguiu fazer com que as importações de coco ralado ficassem sujeitas à medida de salvaguarda durante 10 anos, prazo máximo previsto no Acordo de Salvaguarda da Organização Mundial do Comércio. Como se esperava, a medida de salvaguarda fez com que o coco seco, aquele destinado às indústrias, recuperasse os preços, alcançando novamente patamares compensadores.

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Encerrado o prazo de vigência da medida de salvaguarda, o SINDCOCO solicitou ao Governo brasileiro a elevação da Tarifa Externa Comum (TEC) ou imposto de importação de 10% para 55%. A TEC de 55% é a alíquota máxima permitida no âmbito dos países do MERCOSUL, do qual o Brasil é membro.

Entretanto, é preciso ter presente que a elevação da TEC não restringe as importações; apenas o importador pagará um tributo bem mais elevado.

O SINDCOCO está atento ao monitoramento das importações de coco ralado, considerando que poderão ocorrer fraudes no processo de importação. Entre as fraudes, está o subfaturamento, que consiste no seguinte: o importador declara um preço de importação inferior àquele que efetivamente foi pago. Outro tipo de fraude

é o uso de um código de importação diferente daquele correspondente ao produto que efetivamente está sendo importado. No caso, o importador informa que está importando um produto cuja TEC é de 10%, quando realmente está importando coco ralado, cuja TEC é de 55%. Há outras formas de burlar a legislação, para as quais é preciso estar atento.

Aproveitei a oportunidade, Sr. Presidente, para fazer um breve painel da atuação do SINDCOCO em defesa dos seus produtores em nosso País. Nessa semana, a Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento

Rural desta Casa iria realizar uma sessão com a participação do SINDCOCO. A referida sessão foi adiada para um pouco à frente. No entanto, eu gostaria de divulgar, neste discurso, a carta do SINDCOCO ao Presidente da Comissão de

Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural.

CARTA A QUE SE REFERE O ORADOR

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Recife, 25 de maio de 2018. Correspondência/SINDCOCO Nº 010/2018. Ao Senhor Deputado Roberto Balestra-PP/GO Presidente da Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural da Câmara dos Deputados Brasília-DF Senhor Presidente, na qualidade de Presidente do Sindicato Nacional dos Produtores de Coco do Brasil — SINDCOCO e em nome dos produtores por ele representados, vimos agradecer de antemão pela oportunidade criada por Vossa Senhoria, concedendo a este Sindicato uma audiência pública, uma oportunidade ímpar para expor os problemas que atingem esse segmento agrícola, já há duas décadas. Passamos a expor os diversos pleitos feitos e obtidos pelo SINDCOCO: 1º) Portaria Interministerial Nº 11, de 18 de agosto de 1995, (pleiteada ainda, pela ASBRACOCO, antecessora deste Sindicato), no seu artigo aplicar na forma abaixo direitos compensatórios definitivos sobre coco ralado e leite de coco, aonde foi apurado os subsídios abaixo discriminados: País Direito Compensatório Definitivo (%) Coco Ralado Filipinas 121,50 Indonésia 155,70 C. Ivoire 87,90 Malásia 196,50 Sri Lanka 81,40 Leite de Coco Sri Lanka 175,80 Infelizmente, mesmo com todos os esforços dessa Entidade e a aplicação de recursos vultosos para conseguirmos as informações da quantidade de subsídios que recebiam os países exportadores para o Brasil, os quais foram devidamente apurados pelo Ministério da Indústria do Comércio e do Turismo e o Ministério da Fazenda, a citada aplicação de Direitos Compensatórios não teve o resultado esperado em virtude do Brasil não existir legislação de Certificado de Origem. Tendo

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esses produtos, ingressados através de países não taxados, a exemplo dos Estados Unidos, Inglaterra, Suíça, etc. 2º) Em 2001, demos início a um novo pleito junto ao Ministério do Desenvolvimento Indústria e Comércio, deste feita um Processo de Salvaguarda, se trata de uma barreira comercial de um acordo internacional cuja o Brasil é um participante, barreira esta que tem algumas virtudes sobre a anterior. Por exemplo, abrange todos os países que produzem no mundo e determina uma cota anual de importações. Conseguimos manter esse processo por dez (10) anos, que é o máximo permitido pela legislação, com muitas dificuldades já que a cada renovação se fazia necessário se justificar que a cultura continuava sofrendo danos e precisava ter algum tipo de proteção. E conseguimos mantê-la até 2012, o seu prazo máximo. Lembramos que essa Salvaguarda é a única conseguida por um Sindicato no Brasil. 3º) Com a queda dessa barreira comercial, solicitamos uma elevação de TEC (Tarifa Externa Comum) que foi elevado de 10 (dez) para 55% (cinquenta e cinco por cento) que aliás vem nos mantendo há quase uma década nessa lista de 100 (cem) produtos, pois se trata de um acordo do MERCOSUL. Chamamos a atenção que é o produto que mais tempo permanece nesse acordo. 4º) Vimos, ultimamente, solicitando ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento — MAPA, o comprimento do Decreto-Lei nº 6.871, de 04 de junho de 2009, que regulamente a Lei nº 8.918, de 14 de junho de 1994, que dentro da nossa ótica, este Ministério criou padrões de procedimento para a água de coco fugindo, do que determina a Lei no seu Artigo 20: Água de coco é a bebida obtida da parte líquida do fruto do coqueiro ( Cocus nucifera ) não diluída e não fermentada, extraída e conservada por processo tecnológico adequado, e, Artigo 21: Néctar é a bebida não fermentada, obtida da diluição em água potável da parte comestível do vegetal ou de seu extrato, adicionado de açúcares, destinada ao consumo direto. Então dessa forma exigimos que a água de coco desidratada tenha expressado na sua caixa, que se trata de néctar de coco e não água, já que instruções normativas não têm poder para contrariar um princípio legal, Leis e Decretos.

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Ficamos assim, com esta lacuna sem qualquer decisão do MAPA, já que conforme correspondência enviada por este Sindicato e resposta do citado Ministério, através da Nota Técnica Nº 5/2017/CRPV/CGQV/DIPOV/MAPA/DAS/MAPA, - Processo Nº 21000.054848/2016- 02 o mesmo afirma que a responsabilidade é da ANVISA. Também informa que as análises do coco e seus derivados são realizados no Laboratório Eurofins, localizado na França. Achamos que se trata de um ato desnecessário e oneroso para o Brasil já que o nosso país dispõe de grandes laboratórios a exemplo da EMBRAPA. E, para nossa surpresa, recebemos da ANVISA — Agência Nacional de Vigilância Sanitária, a NOTA TÉCNICA Nº 24/2017/SEI/GIALI/GGFIS/DIMON/ANVISA, Processo 25351.907132/2017-61, referente Ofício nº 1241/2017/GM-MAPA, uma afirmação de que a responsabilidade é do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento — MAPA. Em Consulta Pública — Requisitos mínimos para Hortícolas, Portaria SDA nº 99/2017 —, fizemos sugestões para que o Brasil adotasse medidas, como ocorre em outros países em relação a agricultura e pecuária brasileiras, carne, frango, porco, e na fruticultura, mais especificamente o município de Petrolina em Pernambuco, é exigido um Pack House e a presença de um técnico do país importador, remunerado pelo agricultor brasileiro, o qual autoriza as exportações. Embora as importações de coco ralado tenham se iniciado em 1990 e a água de coco em 2010, os seus produtos nunca foram inspecionados nos seus países de origem por órgãos do governo brasileiro, situação que permanece até a presente data. E por fim, também sugerimos que as autoridades brasileiras nas áreas de saúde e nutrição apresentem em seus rótulos informações que considerem importante para o consumidor. (Código do Consumidor). E, aproveitamos, ainda, a oportunidade que nos foi dada para realizar uma denúncia da maior gravidade: Todas as indústrias que têm o coco como matéria-prima, foram instaladas e receberam altos recursos de incentivos fiscais, tanto da SUDENE quanto dos Estados e Municípios onde estão instaladas, afirmando nos seus projetos, de que gerariam emprego e renda para a região e, até hoje, continuam sendo beneficiadas

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através de vários decretos em poder deste Sindicato aonde se chega a até 95% (noventa e cinco por cento) de redução do ICMS. Isto deixa claro que enquanto o agricultor brasileiro está sendo obrigado a competir com produtos altamente subsidiados e de qualidade duvidosa, os industriais se beneficiam de todos os acalentos financeiros dados pelo governo e trata a parte socialmente mais importante, já que nós temos mais de 220 (duzentos e vinte mil) produtores de coco conforme IBGE e mais 1 milhão e meio de pessoas que estão vinculadas a esta atividade, com o agravante de que 75% (setenta e cinco por cento) das propriedades estão localizadas na região Nordeste e mais de 70% (setenta por cento) destas propriedades têm em médio 17,5 (dezessete vírgula cinco) hectares. Senhor Presidente, com a certeza de que os dados que vão em anexo, alguns gráficos econômicos e outros documentos, os produtores brasileiros de coco, representados pelo SINDCOCO, receberão por parte dessa comissão o apoio e uma solução definitiva para a cultura. Atenciosamente, Francisco de Paula Domingues Porto Diretor Presidente do SINDCOCO O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Concedo a palavra ao Deputado Luiz

Carlos Hauly.

O SR. LUIZ CARLOS HAULY (PSDB-PR. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, tenho uma notícia: ontem, no Senado da República, com a presença do Senador Eunício, da Caixa Econômica Federal, dos lotéricos do Brasil, do Presidente da Frente Parlamentar, o Deputado Goulart, e a minha própria, porque eu e o Deputado Goulart somos os autores do projeto de lei de renda mínima para os lotéricos, foi assinado um acordo, dentro do contrato, dando uma renda mínima para os lotéricos do Brasil. Treze mil lotéricos, 70 mil funcionários terão ganho mensal da ordem de 8 mil a 10 mil reais. É uma vitória desta Casa, porque o projeto

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que nós assinamos, eu e o Deputado Goulart, nasceu na Câmara, e o Senado da

República o acolheu. Devido a forças muito grandes, foi feito um contrato, e o nosso projeto fica lá em stand-by .

Foi uma vitória. O Deputado Goulart também pode falar sobre isso.

O SR. GOULART (PSD-SP. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Quero cumprimentar o Deputado Hauly, que foi um guerreiro. Juntos, elaboramos o projeto e o apresentamos, a FEBRALOT referendou o projeto, ele foi aprovado pela unanimidade dos Srs. Deputados e foi ao Senado, onde houve algumas resistências.

Se hoje o Brasil reconhece os lotéricos é graças ao esforço da Câmara dos

Deputados, em especial, do Deputado Hauly, que foi um grande parceiro, desde o início.

Esse contrato assinado vai trazer um pouco de tranquilidade, mas nós continuaremos atentos para que, num futuro próximo, possamos melhorar a vida de cada lotérico brasileiro.

Parabéns à Câmara dos Deputados, ao Senador Eunício, à FEBRALOT e a esse grande guerreiro que é Deputado Hauly.

Muito obrigado.

O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Concedo a palavra ao Deputado

Celso Maldaner.

O SR. CELSO MALDANER (MDB-SC. Pela ordem. Sem revisão do orador.) -

Sr. Presidente, demais colegas Parlamentares, a pauta de hoje, na Comissão Geral, foi a discussão sobre a paralisação dos caminhoneiros no Brasil. Esse foi o assunto do dia.

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Eu queria fazer aqui um apelo. Desde 2015, quando nós fomos Presidente da

Comissão Especial, e o ex-Ministro foi o Relator, trabalhamos muito nessa questão dos caminhoneiros. E o que não foi atendido em 2015, porque, inclusive, foi vetado pela ex-Presidente, está sendo resolvido agora.

Só quero deixar um esclarecimento, porque aqui se falou de medida provisória. No domingo à noite, numa edição especial do Diário Oficial , foram publicadas três medidas provisórias. Então, reivindicações de tantos anos foram atendida em 100%. Só ficou para semana que vem, se não for votada hoje, a questão do marco regulatório. Mas toda a pauta foi atendida em 100%. O que originou esse movimento de sobrevivência, como eu chamo, foi a política de reajustes do preço do óleo diesel , que agora tem previsibilidade e preço garantido até o final do ano com redução de 46 centavos por litro.

Então, eu queria fazer um apelo. Começa a haver muitos prejuízos.

Precisamos de compreensão agora, inclusive da sociedade brasileira que apoiou ou que está apoiando o movimento dos caminhoneiros. Agora começam a repercutir os prejuízos econômicos, principalmente na nossa região, com o leite que está sendo jogado fora, com os problemas com suínos e aves. É o agronegócio que tem sustentado este País. Então, nós queremos fazer um apelo para que se volte à normalidade, porque realmente estamos fazendo a nossa parte.

Outras pautas que a sociedade exige são a redução dos custos do Estado, quem sabe, diminuindo os gastos dos Poderes constituídos; a votação do fim do foro privilegiado; e outras pautas que temos aí para diminuir os custos do nosso Brasil.

Era isso, Sr. Presidente.

Muito obrigado.

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O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Concedo a palavra, pela Liderança do

Governo, ao Deputado Alceu Moreira. (Pausa.)

Enquanto ele se dirige à tribuna, concedo 1 minuto ao Deputado Afonso

Florence.

O SR. AFONSO FLORENCE (PT-BA. Pela ordem. Sem revisão do orador.) -

Sr. Presidente, quero registrar a realização, pelo Instituto Regional da Pequena

Agropecuária Apropriada — IRPAA, do Seminário de Análise de Conjuntura: Rumos para o Semiárido Brasileiro , com a coordenação de Cícero, de Tiago, de Nívea, de

Érica, e agradecer o convite para participar desse debate importante sobre o recaatingamento do Semiárido brasileiro e o impacto do corte de recursos federais no Programa Cisternas, no Programa de Aquisição de Alimentos — PAA, no próprio

Minha Casa, Minha Vida e nas políticas da agricultura familiar. Além disso, vai-se insistir na necessidade da regulamentação da renegociação da Lei nº 13.606, que contempla a agricultura familiar, inclusive no Nordeste, lembrando que, para o caso das dívidas com o Banco do Nordeste, o Fundo Constitucional de Financiamento do

Nordeste — FNE dá o lastro.

Sr. Presidente, peço a divulgação deste pronunciamento nos órgãos de comunicação da Casa e no programa A Voz do Brasil , saudando todo o povo do

Semiárido brasileiro.

Obrigado.

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O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Concedo a palavra, pela Liderança do

Governo, ao nobre Deputado Alceu Moreira.

V.Exa. tem até 10 minutos para o seu pronunciamento.

O SR. ALCEU MOREIRA (MDB-RS. Como Líder. Sem revisão do orador.) -

Sr. Presidente, Srs. Parlamentares, no começo da paralisação dos caminhoneiros, nós, que temos tantos amigos caminhoneiros, pessoas que se criaram conosco desde a infância, sabíamos que essa categoria profissional não tem nenhuma predisposição para fazer movimentos de natureza política. Eles estavam e estão fazendo uma greve porque o custo do tributo e a falta de carga transformaram o seu labor diário em algo que não consegue remunerar os seus serviços. Era a impossibilidade real de execução, com dignidade, do seu trabalho. Essa era a razão principal da paralisação.

A partir daí, começou a negociação para o cumprimento de exigências que eram absolutamente necessárias nesse período em que nós temos uma grande oferta de caminhões, em razão de uma frota que foi organizada no Governo anterior, na época da gastança, na época em que tudo era possível, com juro baixo. Muitas pessoas que nunca foram caminhoneiros, muitas pessoas que não têm nenhuma vocação para o transporte, muitas pessoas que não precisam de caminhão acabaram comprando um, e a frota se expandiu absolutamente em todo o País.

Não bastasse uma frota gigantesca, superestimada, fomos para um período de recessão. O Governo que prometia maravilhas acabou, em 2 anos consecutivos, por deixar o brasileiro 8% mais pobre — 8% mais pobre! Isso foi o que o brasileiro perdeu nos 2 últimos anos do Governo Dilma.

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A recessão profunda tirou dos caminhoneiros a carga, tirou deles o trabalho.

E eles, com uma superoferta do serviço, não têm condição de se manter.

A paralisação foi o último recurso. Eles não a fariam, em hipótese nenhuma, se não fossem obrigados. No entanto, atendidas as suas solicitações, numa discussão longa com o Governo, era hora de desmobilizar a paralisação. E aí o que nós vimos? Em muitos lugares do País, alguns infiltrados e alguns por outras motivações não desfizeram a greve.

O alerta que fizemos a todos aqueles que conhecemos tanto foi que, neste momento, em vez de fazer uma greve contra o que quer que seja, estão fazendo uma greve contra os nossos companheiros produtores de leite, contra os produtores de aves, contra os produtores de suínos. Neste momento, com essa greve, alguém pode morrer no corredor de um hospital por falta de atendimento. Neste momento, a justiça da paralisação, a cada minuto que passa, se reduz, porque ela, para reivindicar um direito absoluto dos caminhoneiros, retira direitos absolutos de outros semelhantes que precisam trabalhar.

Olhem, senhores, todos os trabalhadores do Brasil querem que o Brasil volte

à normalidade. Todo caminhoneiro trabalhador quer que o Brasil volte à normalidade. Portanto, é hora de deixar a greve, com certeza. Mas não imaginem que o eco do grito da greve se conclui quando os caminhões voltarem para as estradas. Não, isso não. O eco do grito da greve tem que ficar neste Parlamento para uma profunda reflexão que temos que fazer sobre a instrumentalização e a conformação do Estado brasileiro.

Aqui se travam debates intermináveis sobre o Estado mínimo e o Estado máximo. Mas há uma série de interferências nesse tema, inclusive de natureza

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tecnológica. Poderia pedir a alguém encontrar um datilógrafo numa repartição pública, mas isso não existe mais. E, assim, dezenas e dezenas de funções serão substituídas pela tecnologia, e o Estado seguramente terá que ser menor. Mais do que isso: será que é justo o Estado manter empresas que vendem carvão, petróleo, energia, manter empresas dos mais diversos setores, custando 4 vezes, 5 vezes mais que uma empresa concorrente da mesma espécie, com funcionários públicos, com verdadeiros cabides de emprego, transformando um privilégio permanente num direito adquirido? O privilégio permanente é direito adquirido, e o Estado inchado, grande, superestimado, lento, pesado, ineficiente e corrupto acaba colocando mais impostos no lombo de quem trabalha. Cada vez que o sapato aperta, em vez de se reduzir a despesa, de se reduzir o privilégio, aumenta-se o imposto. E assim, em 14 anos, nós saímos de uma carga tributária de 22,5% para 39% do Produto Interno

Bruto. Pensem comigo: não é pouco não. É sair de uma tributação que atinge quem trabalha, quem produz, num patamar de 22,5% sobre todo o Produto Interno Bruto, para quase 40% do PIB.

Bom, o que acontece conosco hoje é que, em uma série de atividades, não se consegue mais produzir. No meu Rio Grande do Sul, o arroz não pode mais ser produzido, porque para produzir arroz da melhor qualidade, com maior produtividade, maior manejo, o custo de produção é 44 reais, mas o preço de venda

é 32 reais. E o produtor chega à triste conclusão de que vai quebrar com o silo cheio.

Aqui, naquela outra tribuna, a turma de lá, que argumenta com ferocidade em defesa da “larapiolândia”, nos diz que a PETROBRAS do tempo do Governo deles sai de tal valor para tal valor. Olhem, ou V.Exas. não estão lendo ou o que eu leio

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não está certo, porque nos últimos períodos do Governo Dilma a PETROBRAS deixou um valor de 276 bilhões de reis para virar uma empresa que valia 29 bilhões de reais — 29 Bilhões de reais! Mas ela só foi surrupiada pela corrupção? Não! Ela foi mal gerida — mal gerida! “Ah, mas o preço do petróleo era assim...” Claro! E, se continuassem fazendo o que estavam fazendo, a empresa de 29 bilhões de reais viraria pó em pouco tempo.

Logo, aquele modelo não serve. Mas e o modelo que há agora, em que se aumenta o preço? Também não! Se nós temos uma inflação de 3% ao ano, não podemos ter um produto que está contido no custo de todos os produtos nacionais, que é o óleo diesel, com variação de preço diária ou semanal. Claro que não! É impossível fazer planejamento! Imaginem o pequeno produtor fazendo hedge . De que forma? Impossível fazer isso!

O que estou dizendo, e concluo com isso, meus queridos Deputados, é que é hora de começarmos a fazer nesta Casa o debate mais profundo e fundamental. Os privilégios têm que sumir dos Parlamentos. Nós temos que dar o primeiro exemplo.

É aqui que temos que mostrar à sociedade a redução de custos para o exercício do mandato e, depois, pedir para encolher o dinheiro das gaiolas de ouro do Poder

Judiciário — vidro fumê, parede espelhada...

Ora, ora, nós temos uma crise. O caminhoneiro não consegue ganhar para comer, e o cidadão libera 400 mil reais de indenização para um juiz só. Um caminhoneiro precisaria trabalhar 250 anos para receber como lucro líquido esse dinheiro que o cidadão recebeu pelo tal direito. Isso não é direito coisa nenhuma!

Isso não é direito! Isso é uma afronta! Assim é no Poder Legislativo! Assim é no

Poder Executivo! Assim é no Judiciário! Assim é no Ministério Público! Ou fazemos a

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autocrítica, ou damos à sociedade o direito de ter um Estado com o custo que ela possa pagar, ou vamos pagar nas urnas, principalmente agora. Quando tenho que andar pelas ruas do Brasil, sendo Parlamentar, eleito com 152 mil votos, eu que saí da roça, fico envergonhado como se tivesse feito alguma coisa errada.

Eu quero exercer meu mandato com honra, nem que seja pela metade do salário que eu recebo! Não é o dinheiro que recebo que me faz praticar o que pratico. Portanto, a primeira grande autocrítica tem que partir deste Parlamento. Que o som e o eco do grito do caminhoneiro ressoem em todos os cantos da função pública.

Obrigado.

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O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Concedo a palavra, pela Liderança do

PT, ao nobre Líder Carlos Zarattini. S.Exa. dispõe de até 9 minutos.

O SR. CARLOS ZARATTINI - Sr. Presidente, eu vou dividir o tempo com o

Deputado Celso Pansera.

O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Está o.k.

O SR. CARLOS ZARATTINI (PT-SP. Como Líder. Sem revisão do orador.) -

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, nós estamos assistindo a uma crise que leva este Governo a agonizar. O Governo está em agonia: está quase morrendo. Ele não tem mais condições de fazer absolutamente nada.

O País está parado. O Governo fez algumas concessões — pseudoconcessões —, e os caminhoneiros continuam nas estradas, paralisados.

Muitas cidades do Brasil estão com a produção parada, a agricultura parada.

Teremos bilhões e bilhões de reais de prejuízo por causa da incúria deste Governo.

Diziam aqui que nós queríamos transformar o Brasil numa Venezuela. É só olhar os supermercados de qualquer cidade do País para ver o que é penúria, o que

é falta de produto. Quem está transformando em escassez este País é este

Governo.

Diziam que nós, em 2 anos, reduzimos o valor de mercado da PETROBRAS.

Em apenas 1 semana, agora, a PETROBRAS perdeu um terço do seu valor de mercado.

Muitas lideranças do agronegócio começam a lamentar os rumos que o Brasil está tomando. São os rumos do desconhecido, do que vai acontecer, porque é evidente a repulsa da população a este Governo. Essa é a questão central.

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Eles não sabem por que a coisa está tão crítica, mas o trabalhador caminhoneiro tem capacidade de reagir quando assiste ao aumento diário do valor do óleo diesel , que chegou às raias do absurdo.

Hoje foi dito aqui, na Comissão Geral, pela manhã, que o preço do óleo diesel no mercado, na bomba, é 150% acima do custo de produção. Com a redução de

10% que o Governo propôs, caiu para 126% acima do custo de produção. É por isso a repulsa do povo brasileiro a este Governo. A PETROBRAS não foi criada para ser uma empresa qualquer — uma Shell, uma Exxon; ela foi criada para ser uma empresa estratégica, para defender a garantia de energia para o povo brasileiro, a garantia do desenvolvimento deste País, a preços módicos.

O caminhoneiro pode reagir, mas a dona de casa, que está pagando de 75 a

80 reais por um botijão de gás, não tem como reagir; o consumidor que tem um automóvel movido a gasolina não tem como reagir — ou a etanol, cujo preço acompanha o da gasolina e também recuperou muito sua margem de lucro.

Por isso, a única solução neste momento é a revisão da política de preços da

PETROBRAS. Não venham querer reduzir impostos para beneficiar este setor ou aquele setor! Não venham propor corte de orçamento para favorecer o subsídio ao

óleo diesel ! Não! Reduzam os lucros da PETROBRAS, porque esses só beneficiam os seus acionistas no mercado internacional.

É por isso que nós queremos claramente — e vamos lutar por isso — tirar do

Governo, tirar da Presidência da PETROBRAS o Sr. Pedro Parente. Este, sim, é o representante do chamado mercado. Este, sim, está acabando com a PETROBRAS, vendendo aos pedaços essa empresa e colocando-a como uma empresa

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meramente de mercado, e não como uma empresa que visa atender aos interesses do povo brasileiro.

Hoje nós assistimos aqui a diversos Deputados, de vários partidos, inclusive da base do Governo, dizerem que não dá mais para continuar com esta política. Ah!

Bom! O preço do diesel vai ficar 60 dias congelado — eram 15, passou para 30, agora são 60. E depois, o que vai acontecer? É isso que os caminhoneiros perguntam em todo o País e é isso que nós queremos resolver através da adoção pela PETROBRAS de uma política de preços de acordo com os interesses do povo brasileiro.

Por isso, gente, fora, Parente! Vamos restabelecer a PETROBRAS como empresa nacional, como empresa do povo brasileiro, como empresa do desenvolvimento do País.

O companheiro Celso Pansera termina de utilizar o nosso tempo de Líder.

O Sr. Carlos Manato, 4º Suplente de Secretário, deixa a

cadeira da Presidência, que é ocupada pelo Sr. Afonso

Motta, nos termos do § 2º do art. 18 do Regimento

Interno.

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O SR. CELSO PANSERA (PT-RJ. Pela ordem. Sem revisão do orador.) -

Obrigado, Deputado Carlos Zarattini.

Eu queria abordar um ponto. Virou mantra de quem defende o Pedro Parente e essa política absurda dos combustíveis da PETROBRAS dizer que a Dilma vetou um zeramento das alíquotas de PIS e FINSOCIAL, em 2015.

Ora, o que eles fizeram naquele momento foi colocar um jabuti numa medida provisória que discutia Imposto de Renda. Nós estávamos discutindo a revisão da tabela do Imposto de Renda, e colocaram uma emenda na Medida Provisória nº 692, que não tinha nada a ver com combustíveis, zerando a cobrança do PIS e

FINSOCIAL. Foi isso que a Presidente Dilma vetou naquele momento.

Agora, o que não dizem neste plenário os defensores dessa política absurda de combustíveis da PETROBRAS é que, no dia 21 de julho de 2017, o Sr. Michel

Temer publicou um decreto em que aumentou o PIS e a COFINS dos combustíveis.

A alíquota subiu de 0,3816 para 0,7925 centavos por litro de gasolina — praticamente duplicou a alíquota de PIS/COFINS sobre a gasolina em julho de 2017; de 0,2480 para 0,4616 centavos sobre o diesel nas refinarias e de 12 para 13 centavos sobre o litro de etanol. E, para os distribuidores de etanol, a alíquota, que estava zerada, passou para 19 centavos.

Então, o que nós temos por parte do Governo é, sim, uma política de aumento da cobrança de impostos em cima dos combustíveis. É por isso que há este grande protesto no Brasil inteiro; é por isso que a população do Brasil está se rebelando.

Não adianta agora o Ministro do Planejamento e o Ministro da Fazenda ameaçarem a população brasileira, dizendo que, se cortarmos os impostos dos combustíveis, nós vamos ter que pagar de outra forma. Não! O Governo tem que

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mudar a política de cálculo de preço dos combustíveis lá na PETROBRAS. As estatais existem exatamente para ajudar a equilibrar os preços do mercado, particularmente no Brasil.

A PETROBRAS e toda a sua riqueza, todo seu patrimônio, está assentado sobre um patrimônio do povo brasileiro, que são as imensas reservas de petróleo que nós temos no pré-sal. E elas existem exatamente para ajudar a subsidiar, para ajudar a desenvolver a economia, nossa sociedade e nossa tecnologia.

A PETROBRAS tem, sim, que mudar a sua política, e o Michel Temer tem que enfrentar esse debate e tirar o Parente da Presidência da PETROBRAS, para que nós possamos, num debate isento, mudar a condução dessa grande estatal brasileira.

O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Muito obrigado, nobre Deputado.

Durante o discurso do Sr. Celso Pansera, o Sr. Afonso

Motta, nos termos do § 2º do art. 18 do Regimento

Interno, deixa a cadeira da Presidência, que é ocupada

pelo Sr. Carlos Manato, 4º Suplente de Secretário.

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O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Antes de dar prosseguimento à sessão, esta Mesa dá conhecimento ao Plenário do seguinte

Ato da Presidência

Nos termos do § 2º do art. 202 do Regimento Interno, esta

Presidência decide criar Comissão Especial destinada a

proferir parecer à Proposta de Emenda à Constituição nº

293-A, de 2004, do Poder Executivo, que “altera o

Sistema Tributário Nacional e dá outras providências”.

A Comissão será composta de 34 (trinta e quatro)

membros titulares e de igual número de suplentes, mais

um titular e um suplente, atendendo ao rodízio entre as

bancadas não contempladas, designados de acordo com

os §§ 1º e 2º do art. 33 do Regimento Interno.

Brasília, 29 de maio de 2018.

Rodrigo Maia

Presidente da Câmara dos Deputados

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O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Concedo a palavra ao Sr. Deputado

Luiz Carlos Hauly.

O SR. LUIZ CARLOS HAULY (PSDB-PR. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Deputado Carlos Manato, o combinado com o Presidente

Rodrigo Maia é que a Comissão Especial de Estudos se transforme na Comissão da

PEC — é uma PEC de 2004, a PEC 293 —, que terá os mesmos membros da anterior. Então, eu apelo às Lideranças para que ajam de acordo com o combinado.

Acabei de mandar um WhatsApp para o grupo da PEC anterior, a Comissão de Estudos. Chegamos a um denominador comum; e, de acordo com o Presidente

Rodrigo Maia, entramos agora na fase final, que é a discussão na Comissão.

Deixaremos o texto pronto para o Plenário e esperaremos até que se encontre um espaço, dentro da Constituição, para que possamos votar a emenda constitucional.

O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Muito obrigado, nobre Deputado.

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O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Concedo a palavra, pela Liderança do

PSD, ao nobre Líder Rogério Rosso.

V.Exa. dispõe de 7 minutos da tribuna.

O SR. ROGÉRIO ROSSO (PSD-DF. Como Líder. Sem revisão do orador.) -

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, povo brasileiro que nos acompanha pela TV

Câmara, eu gostaria de iniciar este pronunciamento dizendo que eu sou um

Deputado do PSD, partido que compõe a base do Governo, mas isso não significa que, por compor a base do Governo, eu tenho que concordar com as ações do

Governo Federal, seja da Administração Direta ou da Administração Indireta.

Com muita responsabilidade e consciência, eu venho a esta tribuna para repudiar de forma veemente a política de preços da PETROBRAS.

Nesse final de semana aqui no Distrito Federal, a PETROBRAS teve a coragem, para não dizer outra palavra, de reajustar, na calada da noite, do sábado para o domingo, o preço da gasolina tipo C, sem avisar à população e nem sequer aos distribuidores e revendedores.

No sábado, quando a população do Distrito Federal também enfrentava filas quilométricas para tentar abastecer o carro com 5 ou 10 litros, o preço da gasolina foi reajustado, Beto Mansur, meu amigo, de 4,15 para 4,35, sem gasolina e sem

álcool nos postos de combustível.

Assim que tive acesso às notas fiscais, porque realmente é difícil acreditar, eu gravei um vídeo na minha rede social na hora do pronunciamento do Presidente

Temer sobre as medidas provisórias sobre o diesel e os caminhoneiros.

E alguns colegas na segunda-feira vieram me questionar: “Rosso, você faz parte da base do Governo. Está criticando a PETROBRAS?” E eu respondi: “Eu fui

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eleito pela população. Se você é subserviente, eu não serei. E, acima de tudo, eu não concordarei com o que estiver errado no Governo”.

Pois bem, na segunda-feira me liga um Diretor da PETROBRAS e diz:

“Deputado, tivemos que tomar essa decisão no final de semana porque faltou álcool anidro para a mistura no Distrito Federal. Tivemos que fazer uma nova mistura e aplicar um reajuste ”. Eu disse a ele: “Quer dizer, então, que a PETROBRAS, ao invés de esperar 5, 6 dias para a regularização, penaliza a população?”. Essa é a política nefasta da PETROBRAS.

Eu faço um apelo a este Plenário, a todos os Parlamentares, da Oposição ao

Governo, dos Estados produtores de álcool ou não. Há, sim, uma saída.

Em dezembro de 2009, a Agência Nacional do Petróleo baixou uma resolução proibindo que o revendedor de combustível, gasolina ou álcool, comprasse diretamente das usinas o álcool combustível. Por que, Sr. Presidente Manato? Para que houvesse um controle, um monitoramento dos preços do álcool, e ele não ficasse tão baixo — como é, se comprado diretamente para vender gasolina.

Este Plenário tem a responsabilidade e deve ter a dignidade para com o povo brasileiro de aprovar seja um projeto de decreto legislativo, que eu e outros

Deputados apresentamos, seja, Deputado Miro Teixeira, um projeto de lei para derrubar este monopólio do álcool. Afinal, a PETROBRAS não produz álcool.

Nós temos três medidas provisórias derivadas da greve dos caminhoneiros que têm a ver com a redução do preço do diesel . Acabo de apresentar uma emenda para as três medidas provisórias. Conclamo este Plenário, conclamo os Deputados e os partidos de qualquer bancada a aprovarmos essas MPs, e eu afirmo a V.Exas. que, derrubando este monopólio, o art. 6º da MP, o preço do álcool cai 25% no outro

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dia — um empresário, que eu não conheço, o mais pessimista revendedor de São

Paulo, entrou em contato comigo por telefone e me disse isso. E aí eu quero ver a

PETROBRAS vender gasolina a 5 ou 6 reais.

Este é o meu pronunciamento, o pronunciamento de um partido responsável; de um partido — já termino, Sr. Presidente — que não é subserviente, que não é apaniguado, que não se curva a qualquer medida do Governo por cargos ou execução de emendas. E faço este pronunciamento com todo o respeito à

Presidência da República.

Ontem eu convoquei, sim, o Ministro da Fazenda para explicar o que ele quis dizer: “Vou repassar para tributos a redução do preço do diesel ”. Hoje ele voltou atrás, porque se não o fizesse, a população — não este Plenário — demitiria este

Ministro da Fazenda.

É isso o que eu tenho a dizer. Vamos ficar ao lado da população. O momento

é este. Podem contar comigo e com a nossa coragem de enfrentar quem for para que esses preços abusivos acabem de uma vez por todas.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Muito obrigado, grande Líder Rogério

Rosso, do PSD do Distrito Federal.

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O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Tem a palavra o Deputado Bohn

Gass, por 1 minuto.

O SR. BOHN GASS (PT-RS. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente Manato, Sras. e Srs. Deputados, vejam a notícia internacional do dia:

“Reforma trabalhista: Brasil está na lista dos 24 casos mais graves que a OIT investigará por violação a normas internacionais do trabalho”. Essa notícia é da 107ª

Conferência da Organização Internacional do Trabalho, que está acontecendo em

Genebra.

O Comitê de Peritos da OIT, após avaliar as consequências maldosas para o

Brasil decorrentes da reforma trabalhista, está considerando-o como um país que viola direitos dos trabalhadores.

Em 1919, foi criada a OIT, e hoje nós descumprimos o que ela prevê. Isso é lamentável.

O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Está feito o registro, Deputado.

Tem a palavra o Deputado Celso Pansera.

O SR. CELSO PANSERA (PT-RJ. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, a Academia Brasileira de Ciências — ABC e a Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência — SBPC dirigiram um documento aos candidatos à

Presidência e também aos Parlamentares.

Ela trata da área de ciência no próximo Governo, aborda várias questões: melhoria substantiva do setor de educação; uso intensivo de ciência e aplicação de tecnologias localmente mais eficientes; priorização do orçamento de ciência, tecnologia e inovação, mesmo em cenário de contenção de gastos, a fim de recuperá-lo aos níveis de 2013; criação de projetos mobilizadores e encomendas de

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Estado com visibilidade nacional; e resgate do Ministério dedicado exclusivamente à

área de ciência e tecnologia.

Eu faço este registro, Presidente, para que conste dos Anais desta Casa.

O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Está feito o registro, Deputado.

DOCUMENTO A QUE SE REFERE O ORADOR

Documento da Academia Brasileira de Ciências aos Candidatos à Presidência do Brasil — 2018 Academia Brasileira de Ciências (ABC) fundada em 1916. Eixo central: propostas para que o desenvolvimento sustentável e socialmente justo do Brasil incorporando definitivamente ciência, tecnologia e inovação como política de Estado (no sentido de ser política pública estável independentemente dos ciclos eleitorais). Para gerar bons empregos, o combate à pobreza, a redução da desigualdade e o fortalecimento da governabilidade democrática é essencial: • substantiva melhoria da educação; • o uso intensivo de ciência e aplicação das tecnologias localmente mais eficientes; • introdução da cultura da inovação em toda a sociedade, inclusive no Estado. Ciência, economia e qualidade de vida andam juntas. Coreia do Sul tem demonstrado que o sucesso em crescer economicamente decorre de uma política sólida e consistente de inovação, alicerçada na educação e no desenvolvimento científico e tecnológico. Coreia do Sul e Israel aplicam mais de 4% de seus PIBs em pesquisa e desenvolvimento (P&D), a China e a União Europeia planejam alcançar, respectivamente, 2,5% e 3% do PIB em 2020, sendo que os Estados Unidos já investem 2,7%. No Brasil, orçamento do Ministério de Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC) aprovado para 2018 é cerca de 40% do orçamento de 2013 corrigido pela inflação. No Brasil, somente em momentos de crise (vide zika, febre amarela, desastres naturais, etc.) a ciência é destacada como a solução dos grandes

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problemas da sociedade. Graças aos investimentos do passado e à abnegação de alguns, o Brasil formou uma robusta comunidade científica que cresceu e se fortaleceu, respondendo com soluções às demandas e aos grandes desafios nacionais. O contexto geopolítico e econômico mundial atual impõe que façamos pleno uso de nossas vantagens competitivas. Entre elas, são muito relevantes: • A biodiversidade, que é estimada em 20% da mundial, para o desenvolvimento de novos medicamentos, novos materiais, produção de alimentos, entre outros. Desenvolvimento biotecnológico é uma das fronteiras da economia e da produção de conhecimento contemporâneo; • A presença de recursos hídricos abundantes, cerca de 12% do montante mundial, que, além do seu uso vital para os seres vivos, presta-se à produção de alimentos e energia; • A existência de um clima que permite o aproveitamento da energia solar e da eólica, o que nos permite investir efetivamente em novas matrizes energéticas, para mover nosso sistema logístico; • A presença de recursos minerais fundamentais para o desenvolvimento do setor industrial. A baixa qualidade do sistema educacional impacta negativamente a economia e o processo de inclusão social. A propalada universalização do ensino básico é uma quimera, pois a evasão no ensino médio é da ordem de 50%. A inserção do Brasil na economia digital coloca desafios importantes para os processos educacionais em todos os níveis e para uma agenda nacional de desenvolvimento e inclusão social. O desparecimento de empregos tradicionais e a desigualdade estrutural entre o segmento industrial clássico e o setor digital da economia tornarão necessária a formação de novos profissionais, com um espectro de conhecimentos mais abrangente e versátil, e afetarão praticamente todas as facetas da sociedade. Propostas para um plano de Estado de ciência e inovação tecnológica: 1. Valorizar a ciência e a tecnologia como elementos essenciais de um processo de desenvolvimento que conduza ao aumento da renda e da qualidade de vida da população.

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2. Priorizar o orçamento de CT&l, mesmo em um cenário de contenção de gastos, e recuperá-lo aos níveis de 2013. 3. Remover obstáculos, nos níveis federal, estadual e municipal, para a efetiva aplicação do novo Marco Legal de Ciência e Tecnologia, definido pela Lei 13.243 e pelo Decreto 9.283, e agilizar o processo de licenciamento de patentes e de importação de insumos para pesquisa. 4. Destacar prioridades claras entre elas: a. Ampliar a participação de energias limpas na matriz energética nacional; b. Estabelecer rota para o desenvolvimento da bioeconomia, por meio do uso sustentável da biodiversidade; c. Inserir o Brasil na economia digital; d. Desenvolver nanotecnologias em suas diversas áreas de aplicação. 5. Criar projetos mobilizadores e encomendas de Estado com visibilidade nacional. 6. Fortalecer as formas em vigor de apoio à ciência e à tecnologia (como os Institutos Nacionais de Ciência e Tecnologia — INCTs, o Edital Universal e o PROINFRA) e as iniciativas de apoio à consolidação e modernização de centros nacionais de equipamentos multiusuários. Os Fundos Setoriais devem ser ampliados e ter seus recursos plenamente utilizados, com gestão compatível com as leis que lhes deram origem. 7. Resgatar o ministério dedicado exclusivamente a Ciência e Tecnologia, com a missão de articular as políticas de ciência e tecnologia. 8. Consolidar o Conselho Nacional de Ciência e Tecnologia (CCT) como órgão articulador do Plano de Estado aqui proposto e da atuação dos diversos ministérios envolvidos. 9. Promover a qualidade de formação em todos os níveis, a valorização do professor de educação básica, o aprendizado de ciência baseado em investigação desde o ensino fundamental, a diversidade de percursos formativos e de instituições públicas de ensino médio e superior, a criatividade e o empreendedorismo. 10. Investir nas ciências sociais, associadas às demais ciências, na busca por soluções para a redução da violência e das desigualdades, em todas as suas manifestações.

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11. Promover e cumprir os acordos internacionais assinados e em andamento e dar o devido suporte à participação efetiva do Brasil nos grandes programas internacionais de pesquisa. Propostas para promover inovação em um plano de estado de ciência e tecnologia: 1. Estimular processos e investimentos em inovação nas empresas, necessários para a formação de uma base empresarial moderna e competitiva. 2. Articular instrumentos e estratégias institucionais, de forma a dar robustez ao ecossistema de inovação, minimizando a fragmentação e a sobreposição de esforços e aproximando universidades e mundo empresarial. 3. Redesenhar os processos das instituições de fomento à inovação, de forma que, além de robustez e integridade, a eficiência seja priorizada. O acompanhamento de resultados é prioritário: a. Apoiar sistemas já existentes e que têm demonstrado grande desempenho na agilidade e na flexibilidade para apoio à inovação, como a EMBRAPII, e que hoje não têm tido prioridade orçamentária; b. Transformar o FNDCT em fundo financeiro não contingenciável, mantendo o percentual máximo de 25% para financiamentos reembolsáveis. 4. Aperfeiçoar, em todas as áreas, os modelos de inovação, como o utilizado para o complexo econômicoindustrial da saúde, usando o poder de compra do Estado para transformar conhecimentos em riqueza. 5. Adotar o conceito de pesquisa orientada à missão para parte dos recursos, visando alinhar o trabalho das instituições de P&D com a estratégia nacional de inovação e desenvolvimento. 6. Estabelecer uma sólida infraestrutura e sistema de gestão para permitir que os projetos sejam executados com eficiência. 7. Introduzir a cultura da inovação nos processos de pesquisa e ensino, dentro de uma perspectiva única e integrada, sem fragmentação nem sobreposição de esforços. 8. Implementar ambientes pró-inovação, impulsionados por instituições de ciência e tecnologia articuladas entre si, com as empresas e com a sociedade em geral.

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9. Revisar e explicitar as missões específicas dos institutos de Pesquisa do MCTIC, de forma que se alinhem à missão e apoiem a execução do Plano de Estado de C&T. 10. Formar uma Mobilização Governamental para a lnovaço (MGI), integrando os planos públicos federal, estaduais e municipais ao plano empresarial. 11. Apoiar o desenvolvimento de startups de base tecnológica, incubadoras e aceleradoras, atribuindo às universidades relevante papel na sua criação e desenvolvimento.

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O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Tem a palavra o Deputado Chico

Alencar, que falará pela Liderança do PSOL.

Deputado, V.Exa. dispõe de 3 minutos.

O SR. CHICO ALENCAR (PSOL-RJ. Como Líder. Sem revisão do orador.) -

Presidente, Deputadas, Deputados , servidores, todos os que acompanham esta sessão, o PSOL tem uma visão a respeito desta crise. Esta é uma crise política, porque há um Governo desgovernado que se desmancha a olhos vistos.

Inclusive, eu vejo muitos Deputados que, há 2 anos, estavam entusiasmados, com um verde-amarelismo retumbante, no palanquinho que Cunha armou no centro deste plenário, e hoje estão totalmente envergonhados de defender este Governo.

O Deputado Ivan Valente foi chamado para participar de um debate na TV

Câmara , e não apareceu contendor. Ele ganhou por w.o., e o programa não foi ao ar.

Portanto, este é um Governo que se esfacela. Nem é mais uma pinguela para se fazer travessia. Talvez seja um pano de chão surrado, por onde os valores democráticos têm que continuar passando — esse é outro aspecto.

Intervenção? Só a popular, a democrática, inclusive, já, já, a eleitoral, com eleições livres, sem cassação de candidatos previamente. É isso o que nós defendemos. É nessa batalha que nós estamos. Quem tem saudade da ditadura proclame isso, bote uma roupa de civil, guarde a arma e venha para a cena política da disputa.

Outro aspecto é que enfrentamos profunda crise econômica, decorrente do modelo do extremismo de mercado adotado à exaustão por este Governo, em especial no que se refere à sua política quanto à PETROBRAS.

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O Brasil tinha que discutir uma política de longo prazo, debater sobre sua matriz energética, considerar por que ela acabou sendo completamente hegemonizada pelo rodoviarismo. Mas parece que não há a menor perspectiva de essa discussão ser feita a partir do poder.

Aliás, a Comissão Geral realizada por nós mesmos hoje aqui para discutir a crise dos preços dos combustíveis foi, na verdade, muito fraca. O Governo não lhe deu a menor importância. Moreira passou por aqui de maneira tão rápida como sua preocupação referente aos destinos do País. Os caminhoneiros tiveram pouco espaço para trazer as suas demandas, que são múltiplas, diversificadas, que distinguimos daquelas das empresas transportadoras que querem sempre lucrar, lucrar, lucrar. Para nós, o importante é o trabalhador do volante.

Por fim, Sr. Presidente, quero deixar registrada nos Anais da Casa uma denúncia séria. O Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade —

ICMBIO está sendo loteado politicamente. Mais de 200 entidades denunciam esse crime de fisiologismo político na área ambiental, essa velha política de clientela.

Pretende-se, por indicação partidária, nomear alguém que não tem a menor identidade com a questão ambiental para ocupar a Presidência do Instituto Chico

Mendes.

Isso é inaceitável, é inadmissível. Essa velha política carcomida está corroendo as estruturas da República, está matando o Brasil. É disso que precisamos cuidar.

É preciso renovação radical e reforma tributária progressiva, para acabar com este absurdo que há no Brasil: quanto mais se ganha, menos se paga! Os ganhos

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do capital e do rentismo jamais são taxados, mas os preços dos produtos carregam impostos. Quem paga essa conta é o povo trabalhador.

CARTA A QUE SE REFERE O ORADOR

Senhores Parlamentares, O Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade é uma autarquia federal com atribuições claramente definidas, mas antes de mais nada, é um Órgão de Estado, com obrigações constitucionais, cujo adequado cumprimento se reflete diretamente no atendimento de direitos fundamentais do povo brasileiro. Desde 2017 o órgão já vem sendo enfraquecido pela nada republicana ocupação de cargos técnicos importantes, como coordenações regionais e chefias de unidades de conservação, por políticos sem nenhuma experiência e competência comprovada na área ambiental. Nesta semana, os servidores do Instituto Chico Mendes foram surpreendidos e têm acompanhado com indignação as notícias de que a própria presidência do órgão estaria sendo oferecida a um dirigente partidário sem qualquer vínculo histórico ou experiência profissional na gestão ambiental. Um ato irresponsável desta ordem ameaça a continuidade do trabalho sério de consolidação das missões do Instituto de “Proteger o Patrimônio Natural e Promover o Desenvolvimento Socioambiental” no Brasil. O Instituto Chico Mendes responde hoje pela gestão de 333 unidades de conservação federais, que abrangem 9% do território continental brasileiro e 24% de nosso mar territorial. Atuamos, ainda, na proteção e manejo das espécies ameaçadas de extinção. O cumprimento deste conjunto de atribuições é fundamental para que o Brasil cumpra o Artigo 225 da Constituição Federal, que nos obriga a todos a garantir o meio ambiente ecologicamente equilibrado para as atuais e futuras gerações. O Instituto Chico Mendes contribui para a proteção das águas, a manutenção das florestas e de todos os biomas, a proteção da sociobiodiversidade, o apoio às comunidades tradicionais e extrativistas, a estabilidade climática e a disponibilização de oportunidades de turismo, recreação e educação ambiental em contato com a

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natureza, contribuindo para o incremento e movimentação das economias locais e regionais onde há unidades de conservação federais. Tudo isso exige dos servidores e dirigentes do Instituto grandes doses de comprometimento, competência e conhecimento. Diante do exposto, nós servidores federais da área ambiental e entidades da sociedade civil organizada, exigimos: O fim e a reversão das nomeações estritamente políticas, sem critérios técnicos, de pessoas sem histórico ou comprometimento com a área ambiental. A nomeação de um Presidente para o Instituto Chico Mendes que seja idôneo e portador de notório saber e experiência profissional na área ambiental. Assinam esta Carta: 1. ASCEMA Nacional 2. . ASCEMA-AM 3. . ASCEMA-SP 4. ASIBAMA-AC 5. . ASIBAMA-DF 6. . ASIBAMA-PA 7. ASIBAMA-PB 8. ASIBAMA-RJ 9. . ASIBAMA-RS 10. ASIBAMA-SC 11. Alma da Mata Atlantic Project - AMAP 12. Associação CAlÇARA 13. Associação das Comunidades Quilombolas do Estado do Rio de Janeiro — ACQUILERJ 14. Associação de Defesa do Meio Ambiente de Araucaria — AMAR 15. Associação de Proteção ao Meio Ambiente/SC — APROMAC 16. Associação de Saúde Ambiental TOXISPHERA 17. Associação dos Amigos do Parque Nacional de Brasília — AFAM 18. Associação dos Caranguejeiros, Pescadores, Amigos de Itambi — ACAPESCA 19. Associação dos Protetores do Mar/ ONG Guardiões do Mar

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20. Associação dos Seringueiros do Seringal Cazumbá/AC 21. Associação Flora Brasil/BA 22. Associação Mar Brasil 23. Associação Parque Ecológico das Sucupiras 24. Associação Wanasseduume Ye’kuana — SEDUUME 25. Bicho do Mato Instituto de Pesquisa 26. Caritas Arquidiocesana 27. Canoa Instituto Socioambiental 28. CDL de Itatiaia e Resende 29. Comissão de Gestores do Programa Areas Protegidas da Amazônia - ARPA 30. Comissão Nacional de Fortalecimento das Reservas Extrativistas e dos Povos Extrativistas Costeiros Marinhos — CONFREM 31. Conselho Nacional de Povos e Comunidades Tradicionais — CNPCT 32. Cooperativa Manguezal Fluminense 33. Departamento de Ciências da Faculdade de Formação de Professores da UERJ 34. Ecoando—Ecologia&Caminhadas 35. Federação das Associações da RESEX Corumbau/BA 36. Federação das Colônias de Pescadores do Estado de Roraima 37. Federação das Comunidades Quilombolas do Estado de Minas Gerais — N’Golo 38. Fórum das Comunidades Tradicionais — FCT 39. Fundação Zoobotânica de Marabá 40. Grupo Ambíentalista da Bahia — GAMBA 41. Grupo de Defesa e Promoção Socioambiental — GERMEN 42. Grupo de Estudos de Proteção à Biodiversidade — GEBIO 43. Grupo Ecológico Rio de Contas/BA — GERC 44. Grupo Excursionista Agulhas Negras — GEAN 45. Indígena de Roraima — CIR 46. Instituto Çarakura 47. Instituto Federal do Rio de Janeiro — IFRJ — Campus Resende

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48. Instituto Mira-Serra 49. Instituto Piagaçu Purus 50. Instituto Socioambiental — ISA 51. Instituto Viver da Mata — IVM 52. Liga Brasil de Responsabilidade Socioambiental - LIBRES 53. Movimento Baía Viva/RJ 54. Movimento Cultural de Olho na Justiça 55. Movimento de Pescadores e Pescadoras Artesanais do Brasil — MPP 56. Movimento dos Ilheus do rio Paraná 57. Núcleo de Estudos, Pesquisa e Extensão em Agroecologia e Produção Orgânica da Universidade de Brasília — NEA 58. ONG Crescente Fértil 59. ONG Ponto Terra - MG 60. ONG Muriqui Instituto de Biodiversidade — MIB 61. PRÓ-NATURA Internacional 62. Programa de Educação Tutorial Conexões de Saberes/ Comunidades do Campo da Universidade Federal do Paraná (UFPR) Campus Litoral. 63. Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Territorial Sustentável da Universidade Federal do Paraná 64. RARE 65. Rede de ONGs da Mata Atlântica — RMA 66. Rede Puxirão de Povos e Comunidades Tradicionais do Paraná 67. Servitur - Associação de Guias e Condutores em Ecoturismo da Chapada dos Veadeiros 68. Setorial Ecossocialista - PSOL 69. Sociedade Brasileira de Ictiologia 70. Sociedade Brasileira de Mastozoologia — SBMz 71. Sociedade Brasileira de Primatologia - SBPr 72. Sociedade Brasileira de Zoologia 73. Sindicato dos Trabalhadores em Serviço Público Federal no Estado da Paraíba — SINTSERF-PB 74. Universidade Federal do Rio de Janeiro - Museu Nacional

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Pelo Fórum Alternativo Mundial da Água — FAMA, assinam: 75. Aliança RECOs — Redes de Cooperação Comunitária Sem Fronteiras 76. Amigos da Terra América Latina e Caribe 77. Amigos da Terra Brasil 78. Articulação Brasileira das Agendas 2030 79. Articulação dos Povos Indígenas do Brasil — APIB 80. Articulação Semiárido Brasileiro — ASA 81. Asociación por una Tasa a las Transacciones Financieras especulativas para Ayuda a los Ciudadanos — ATTAC/Argentina 82. Assembleia Permanente de Entidades em Defesa do Meio Ambiente do Estado do Rio de Janeiro-APEDEMA-RJ 83. Assentamento Antônio Conselheiro — Gleba Jatobá 84. Assentamento Sadia Vale Verde — Cáceres 85. Associação Brasileira de Reforma Agrária — ABRA 86. Associação Brasileira de Saúde Coletiva — Abrasco 87. Associação de Advogados de Trabalhadores Rurais — AATR 88. Associação de Defesa e Promoção dos Direitos da Pessoa com Deficiência dos Municípios de Miguel Pereira, Paty do Alferes e Adjacências — ADEFIMPA-RJ 89. Associação de Moradores do Alto Gávea — AMALGA 90. Associação de Pós-Graduandos do Instituto de Energia e Ambiente da USP — APG do IEE 91. Associação de Servidores de Meio Ambiente — PECMA- ASCEMA Nacional 92. Associação do Limoeiro — Cáceres 93. Associação do Povo Indígena Chiquitano — APIC 94. Associação dos Criadores de Abelhas Nativas e Exóticas do Médio Paraíba, Sul, Centro Sul e Baixada Fluminense — ACAMPAR-RJ 95. Associação dos Profissionais Universitários da Sabesp — APU 96. Associação dos Servidores do Ministério do Meio Ambiente 97. Associação Gaúcha dos Gestores Ambientais — AGGA 98. Associação Grupo Cultural Agentes de Pastoral Negro do Brasil

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99. Associação Grupo Cultural Modjumba axé 100. . Associação Nacional dos Serviços Municipais de Saneamento - Assemae 101. Associação Regional das Produtoras Extrativistas do Pantanal — ARPEP 102. Associação Regional dos Produtores Agroecológicos — ARPA 103. Auditoria Cidadã da Divida 104. Auditoria Social 105. Cáritas Brasil 106. Centro de Ação Comunitária — CEDAC 107. Central de Movimentos Populares — CMP 108. Confederação Sindical de Trabalhadores e Trabalhadoras das Américas — CSAI Trade Union Confederation of America — TUCA 109. Centro Acadêmico de Biologia UNEMAT/ Cáceres 110. Centro de Defesa dos Direitos Humanos da Serra 111. Coletivo de Unidades de Conservação da Ilha de Florianópolis (Coletivo UC da Ilha) 112. Coletivo Ocupe & Abrace 113. Coletivo SAN.RJ 114. Colônia dos pescadores Z 14 — Várzea Grande 115. Colônia dos pescadores Z 18 — Cuiabá 116. Comissão Pastoral da Terra — CPT 117. Comitato Italiano Contratto Mondiale Sull’Acqua-Onlus (Comitê italiano para o Contrato Global de Agua) 118. Comitê dos Povos e Comunidades Tradicionais do Pampa 119. Comitê Hidrográfico Reserva do Cabaçal 120. Comité para la Abolición de las Deudas Ilegitimas — CADTM 121. Comitê Popular do Rio Paraguai 122. Comitê USP pela Água 123. Comunidade Mata Cavalo — Nossa Senhora do Livramento 124. Comunidade Mutuca — Poconé 125. Comunidade Rural — Porto Esperidião

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126. Comunidade Tanque do Padre — Poconé 127. Confederação Nacional das Associações de Moradores — CONAM 128. Confederação Nacional de Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares CONTAG 129. Confederação Nacional dos Trabalhadores no Comércio e Serviços da CUT — CONTRACS-CUT 130. Confederação Nacional dos Urbanitários — CNU 131. Conselho Nacional das Populações Extrativistas — CNS 132. Conselho Nacional de Igrejas Cristãs do Brasil — CONIC 133. Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas — CONAQ 134. Central Única dos Trabalhadores — CUT 135. Cidadania e Sustentabilidade, Ecologia com Praticidade — ECOPHALT 136. Environmental Rights Action/Friends of the Earth Nigeria (ERA/FoEN) 137. European Water Movement 138. Federação de Estudantes de Agronomia do Brasil 139. Federação de Órgãos para a Assistência Social e Educacional — Fase/MT 140. Federação de Órgãos para Assistência Social e Educacional — Fase 141. Federação interestadual de Sindicatos de Engenheiros — FISENGE 142. Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa Econômica Federal — FENAE 143. Federação Nacional dos Urbanitários — FNU 144. Federação Única dos Petroleiros — FUP 145. Federacion de Trabajadores dei Agua Potable y Alcantarillado del PERÚ — FENTAP 146. Feminismo Comunitário Abya YaIa 147. Food & Water Europe 148. Food&WaterWatch 149. Foro Italiano Dei Movimenti Per L’acqua 150. Fórum Brasileiro de ONGs e Movimentos Sociais para o Meio Ambiente e o Desenvolvimento — FBOMS

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151. Fórum da Amazônia Oriental — FAOR 152. Fórum de Comunidades Tradicionais Indígenas, Quílombolas e Caiçaras de Angra dos Reis, Paraty e Ubatuba 153. Fórum de Mudanças Climáticas e Justiça Social 154. Fórum dos Povos e Comunidades Tradicionais do Vale do Ribeira 155. Forum Matogrossense do Meio Ambiente e Desenvolvimento — FORMAD 156. Fórum Nacional da Sociedade civil nos comitês de Bacia Hidrográficas — FONASC 157. Fórum Teles Pires Rede Juruena Vivo 158. Fórum de Segurança Alimentar e Nutricional dos Povos Tradicionais de Matriz Africana — FOSANPTOMA 159. France Libertés — Fondation Danielle Mitterrand 160. Frente de moradores prejudicados da Bacia do Una — FMPBU 161. Frente Nacional pelo Saneamento Ambiental — FNSA 162. Fundação Luterana de Diaconia 163. Fundação Vida para todos — ABAI 164. Gestores Ambientais do Estado do Pará — GAEPA 165. Soropositividade, Comunicação e Gênero — Gestos 166. Grito Social das Águas 167. Grupo Carta de Belém 168. Grupo de Pesquisa Análise e Planejamento Ambiental da Paisagem e Educação Ambiental — AnPAP-EA 169. Grupo Raízes 170. Instituto 5 Elementos 171. Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas — Ibase 172. Instituto Brasileiro de Proteção Ambientai — PROAM 173. Instituto de Ciências (IH) da UnB 174. Instituto de Pesquisas e Ação 175. Instituto de Pesquisas e Ação Comunitária 176. Instituto ELIMU Professor Cleber Maciel 177. Instituto Gaia

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178. Instituto Icaracol 179. Instituto Mais Democracia 180. Instituto Oca do Sol 181. Instituto Panamericano do Ambiente e Sustentabilidade—IPAN 182. Instituto Paulo Freire (SP) 183. Internacional de Serviços Públicos — ISP/Public Services International — PSI 184. International Rivers 185. LabJuta — Laboratorio Justiça Territorial / UFABC 186. Lepur — Laboratório de Estudos e Projetos Urbanos e Regionais da Universidade Federal do ABC 187. Marcha Mundial de Mulheres — MMM 188. Movimento Camponês Popular— MCP 189. Movimento de Pescadores e Pescadoras Artesanais do Brasil — MPP 190. Movimento dos Atingidos por Barragens — MAB 191. Movimento dos Pequenos Agricultores — MPA 192. Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra — MST 193. Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto — MTST 194. Movimento Mulheres pela P@Z 195. Movimento Pró-Saneamento e Meio Ambiente a Região do Parque Araruama — São João de Meriti/RJ — MPS 196. Movimiento de defensa del agua, la tierra y protección del medioambiente — MODATIMA/Chile 197. Mujeres en Alerta — Ciudad de la Costa — Uruguay 198. Nascentes da Crise 199. Observatório do Saneamento Básico da Bahia — OSB-BA 200. Ocupação Cultural Mercado Sul Vive 201. ONG defensores do Planeta 202. ONG Nova Cambuquira 203. ONG Proscience 204. ONG SAPI, Sociedade Amigos 205. Operação Amazônia Nativa — OPAN

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206. Organização Coletivo Ambiental — OCA 207. Pesquisadoras da UFMT 208. Pesquisadoras da UNEMAT 209. Pimp My Carroça 210. Povo indígena Chiquitano — Barra do Garças 211. Povo Indígena Chiquitano Bói Boróro — Barra do Garças 212. Povo Indígena Chiquitano Terra indígena Terra Portal do Encantado — Porto Esperidião 213. Pré Comitê hidrográfico do Rio Jauru 214. Programa de Pós-graduação em Meio Ambiente e Desenvolvimento da Universidade Federal do Paraná 215. Projeto em Educomunicação Por Falar em Ecologia 216. Quilombo Baixio — Barra do Bugres 217. Quilombo do Vão Grande — Barra do Bugres 218. Red Agua Publica of Spain 219. Red Vigilancia Interamericana para Ia Defensa y Derecho al Agua, RED VIDA 220. Rede Acreana de Jovens em Ação — REAJA 221. Rede Água Ecumênico (EWN) 222. Rede Brasileira de Educação Ambiental — REBEA 223. Rede de Comunidades Tradicionais Pantaneiras 224. Rede de Mulheres Ambientalistas da América Latina 225. Rede Jataiapis 226. Rede Mulher e Mídia 227. Rede ODS Brasil 228. Rede Rampa de Acesso Livre 229. Serviço Interfranciscano de Justiça Paz e Ecologia — Sinfrajupe 230. Simbiose 231. Sindicato dos Trabalhadores em Água, Esgoto e Meio Ambiente do Rio Grande do Norte — Sindágua/RN 232. Sindicato dos Trabalhadores na Indústria da Purificação e em Serviços de Esgotos do Estado de Sergipe — SNDISAN

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233. Sindicato dos Trabalhadores na Indústria de Purificação de Água e em Serviços de Esgotos do Distrito Federal — SINDAGUA-DF 234. Sindicato dos Trabalhadores nas indústrias Urbanas de Goiás — STIUEG 235. Sindicato dos Urbanitarios da Paraiba — STIUPB 236. Sindicato Nacional dos Trabalhadores de Instituições de Pesquisa Agropecuária e Florestal — SINPAF 237. Slow Food Suramérica 238. Sociedade Fé e Vida 239. Sociedade Internacional de Epidemiologia Ambiental — ISEE 240. SOS Planeta 241. Transnational Institute, the Netherlands — TNI 242. UGT — União Geral dos Trabalhadores 243. Vigência O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Tem a palavra o Deputado Fabio

Garcia, por 1 minuto.

O SR. FABIO GARCIA (DEM-MT. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, quanto a essa discussão referente aos combustíveis, é importante lembrar a história, para vermos quem tem e quem não tem legitimidade para discutir política de precificação de combustíveis no Brasil.

Quero lembrar que, exatamente em abril de 2016, quando o PT ainda governava o Brasil, o preço da gasolina era o mais alto da história, enquanto o preço do barril de petróleo era o menor nos últimos 10 anos!

Também quero lembrar que a política de preços da PETROBRAS na época do Governo do PT não tinha nada a ver com preço de combustível, com o preço do petróleo. Ele pensava simplesmente em ganhar as eleições. Foi por isso que eles

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quebraram a PETROBRAS na época do Governo do PT. Queriam que Dilma ganhasse a eleição para a Presidência em 2014.

Então, eu acredito que o povo brasileiro sabe também que o PT tampouco tem legitimidade para criticar qualquer política de precificação de combustíveis no

Brasil.

Obrigado, Sr. Presidente.

O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Tem a palavra o Deputado Ronaldo

Nogueira.

O SR. RONALDO NOGUEIRA (Bloco/PTB-RS. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, a decisão da OIT certamente não foi tomada com base em dados técnicos, e sim em aspectos político-ideológicos, que respeitamos. A modernização da legislação trabalhista foi fundamentada em três eixos: proteção de direitos, segurança jurídica e geração de empregos.

O Brasil vinha perdendo uma média de 100 mil postos de trabalho desde dezembro de 2014. Agora pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

— IBGE indica que houve, no primeiro quadrimestre de 2018, o retorno do emprego.

Esse foi o melhor resultado quanto a geração de empregos nos últimos 5 anos.

Nós respeitamos toda posição contrária por motivação ideológica, mas dizer que a modernização trabalhista tirou direito não é verdade. É preciso que digam qual direito a modernização trabalhista tirou do trabalhador. Se não conseguirem dizer isso, é porque não foi retirado direito.

Obrigado.

O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Obrigado.

Tem a palavra a Deputada Rejane Dias.

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A SRA. REJANE DIAS (PT-PI. Pela ordem. Sem revisão da oradora.) - Sr.

Presidente, quero me declarar a favor das manifestações de apoio aos caminhoneiros e contra esta nova política perversa da PETROBRAS, de aumentos sucessivos e escandalosos dos preços dos combustíveis e do gás de cozinha.

Em apenas 2 anos, o Governo Temer elevou 229 vezes — é isso mesmo! — o preço do diesel . Nas gestões dos Governos Lula e Dilma, em 12 anos, houve apenas 16 reajustes.

Por essas e outras razões, faço um apelo, Sr. Presidente, para que a

PETROBRAS deixe de lado essa política desastrosa, que vincula o preço dos combustíveis ao dólar, e retome com urgência a antiga política de responsabilidade social, a serviço dos consumidores e do povo brasileiro, com o preço dos combustíveis mais baixo e condizente com a capacidade de compra da população.

Que Deus abençoe a nossa Nação!

O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Amém.

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O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Concedo a palavra ao nobre

Deputado Wilson Filho, que falará pela Liderança do Bloco PTB/PROS.

Deputado, V.Exa. dispõe de 5 minutos na tribuna.

O SR. WILSON FILHO (Bloco/PTB-PB. Como Líder. Sem revisão do orador.)

- Sr. Presidente, na semana passada e também nesta semana, eu pude usar algumas vezes o microfone desta Casa para falar sobre aquilo que está sendo fonte e tema do discurso da maioria dos Deputados e das Deputadas, que é a paralisação dos caminhoneiros.

Eu já disse anteriormente que esta paralisação se iniciou como uma manifestação dos caminhoneiros, e se tornou uma movimentação dos brasileiros como um todo. Se o movimento é dos brasileiros, a solução não pode alcançar apenas os caminhoneiros.

Percebemos que as negociações caminham somente para a diminuição do valor do litro do diesel , mas os brasileiros, em sua grandiosa maioria, não têm no seu patrimônio carros a diesel . Então, nós temos que defender a diminuição do preço dos combustíveis de maneira geral.

Mas existem, Sr. Presidente, outros temas importantes para serem debatidos nesta Casa. Um deles é a saúde.

Nós todos, Parlamentares de diferentes partidos, temos o direito de fazer indicações de investimento, apresentar emendas orçamentárias. Minha decisão é de priorizar o investimento na área de saúde.

Eu tive a grata satisfação, o enorme prazer, a alegria de, durante esta semana, ver várias das nossas emendas sendo pagas. Inicialmente, na segunda- feira, Sr. Presidente, recebemos do Ministério da Saúde a notícia de que 10 milhões

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e 726 mil reais foram pagos em favor de 12 hospitais regionais do Estado da

Paraíba. Equipamentos poderão ser comprados.

O Hospital Regional de Sousa terá direito a mais de 2 milhões de reais para equipar a ala infantil que será construída. O Hospital Regional de Cajazeiras receberá mais de 3 milhões de reais, para compra de equipamentos, entre eles um novo tomógrafo. Os hospitais de Itaporanga, Aguiar, Catolé do Rocha, Picuí, o

Hospital Infantil de Patos, o Hospital Regional de Queimadas, o grande Hospital de

Trauma de Campina Grande, o Hospital Regional de Monteiro, de Guarabira e o

Arlinda Marques, em João Pessoa, receberão vários equipamentos, fruto de emendas de nossa autoria em parceria com a área federal. Pudemos, com o nosso trabalho, encaminhar recurso federal ao Governo do Estado.

Hoje, a Secretaria de Saúde da Paraíba já está licitando aquilo que representa quase 11 milhões de reais, investidos no que é mais importante: a saúde pública.

Recebi outras informações, Sr. Presidente, que envolvem as cidades pequenas. Não se consideram apenas hospitais regionais, hospitais imponentes, hospitais importantes, considera-se também a saúde de cada uma das pequenas cidades do nosso Estado.

Recebemos a grata notícia a respeito desse pagamento e da garantia de que, nos próximos dias, 22 novas cidades receberão ambulâncias. Eu menciono as cidades de Aguiar, Assunção, Baraúna, Bernardino Batista, Conceição, Cubati, Frei

Martinho, Igaracy, Joca Claudino, Lagoa de Dentro, Malta, Mulungu, Natuba, Nova

Palmeira, Olho d’Água, Pedras de Fogo, Pilar, Pocinhos, Poço Dantas, Poço de

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José de Moura, Queimadas, São José de Piranhas, Sobrado, Soledade, Sousa,

Triunfo e Uiraúna.

Várias dessas cidades estarão recebendo, nos próximos dias, uma ambulância, uma van , um micro-ônibus, para transportar pessoas que estejam enfermas, estarão recebendo consultórios odontológicos e vários outros investimentos. Essas que eu listei são algumas das cidades. Com certeza, essa lista

é bem maior.

Sr. Presidente, qualquer um dos Parlamentares tem direito a apresentar suas emendas. Nós, por opção, priorizamos a saúde do nosso Estado. Quando vemos o valor saindo do papel e se transformado em ajuda efetiva à população paraibana, isso é motivo de grande alegria e de grande honra.

Eu tenho certeza de que voltaremos, nos próximos dias, a anunciar várias boas notícias para o povo da Paraíba.

Digo mais uma vez a todas as cidades paraibanas, como coordenador da bancada federal que sou, que meu gabinete continua à disposição para receber todas as demandas, principalmente as voltadas à saúde pública do nosso Estado.

Sr. Presidente, peço que este pronunciamento seja divulgado pelos meios de comunicação da Casa e no programa A Voz do Brasil .

O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Muito obrigado, nobre Deputado.

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O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - A próxima oradora é a Deputada

Eliziane Gama, pela Liderança do PPS.

Enquanto S.Exa. se dirige à tribuna, concedo 1 minuto ao Deputado João

Daniel.

O SR. JOÃO DANIEL (PT-SE. Pela ordem. Sem revisão do orador.) -

Obrigado, Sr. Presidente.

Quero registrar que, no último sábado, dando continuidade à caravana Lula

Livre, fizemos grande caravana em Estância, em Indiaroba e em Santa Luzia do

Itanhy, no Estado de Sergipe.

Quero parabenizar todas as lideranças dos três Municípios, em especial o povo daquela região, que nos recebeu com muito carinho e muito amor. Parabenizo também o Presidente estadual do nosso partido e coordenador da caravana,

Rogério Carvalho.

O segundo pronunciamento é sobre a crise do abastecimento e a gestão da

PETROBRAS. O nome disso é projeto. Esse Governo que está aí, não tem projeto.

É um Governo serviçal das grandes empresas.

Eu peço que este pronunciamento seja registrado no programa A Voz do

Brasil e demais meios de comunicação da Casa.

PRONUNCIAMENTOS ENCAMINHADOS PELO ORADOR

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, gostaríamos de registrar a nossa satisfação pela realização da Caravana Lula Livre, em defesa do nosso Presidente

Lula. A Caravana segue firme em Sergipe.

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No último sábado, dia 25, a Caravana percorreu as ruas dos Municípios de

Estância, Santa Luzia do Itanhy e Indiaroba, que ficam situados na região sul do

Estado. Como das outras vezes, a população dessas cidades nos recebeu com muito carinho, vibrando nas ruas e nas casas com a passagem da Caravana, num sinal de aprovação ao nosso ato e de desejo de ver o Presidente Lula livre, candidato e Presidente da República brasileira novamente.

Ao todo, a nossa Caravana Lula Livre já esteve em 26 Municípios sergipanos.

Quero destacar e agradecer a importante participação do time de líderes políticos que participaram da Caravana neste último sábado. Entre eles estava o Presidente

Estadual do Partido dos Trabalhadores (PT) e coordenador da Caravana, Rogério

Carvalho, e os companheiros e companheiras que são líderes políticos nas cidades que receberam a Caravana neste último sábado. Cito, entre eles, a ex-Vereadora de

Estância, Edneuza da Farmácia, e a Vereadora Irene de Dazinho, de Indiaroba.

Ressalto, ainda, a participação de militantes petistas da região e da juventude. Este é o time Lula Livre, que democraticamente foi defender a liberdade e os direitos do Presidente Lula, em mais uma caravana.

Quero, também, agradecer a receptividade da população das cidades e povoados por onde passamos. O povo recebeu a Caravana de braços e sorrisos bem abertos, uma resposta imediata pelo desejo em comum que temos: ver o

Presidente Lula livre das injustiças que estão sendo cometidas contra ele.

Sr. Presidente, peço que este meu comunicado seja divulgado no programa A

Voz do Brasil e nos canais de comunicação desta Casa.

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Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, o Brasil afunda, cada vez mais, nas suas ações de subserviência ao capital estrangeiro. A política brasileira de entregar o seu patrimônio aos grandes investidores vem se ampliando. Não bastasse a entrega do pré-sal, a proposição de privatização da produção e distribuição de energia elétrica, prioridade da base governista no Congresso, o País vem se submetendo às políticas econômicas traçadas pelos Estados Unidos.

O caos instalado com a paralização dos caminhoneiros é resultado de uma política equivocada de gestão da PETROBRAS, cuja principal preocupação é a de garantir o rendimento dos acionistas da empresa, em detrimentos das reais necessidades do nosso povo.

O preço abusivo do diesel , o que provocou a paralização, também se verifica na gasolina, no álcool e no gás de cozinha. Com relação ao gás, o que vemos é isto: cada vez mais se deixa de cozinhar com gás e se apela para o uso de lenha e, nas cidades, para o uso de álcool, o que tem provocado inúmeros acidentes com donas de casa. Há queimaduras graves, em muitos casos.

A Federação Única dos Petroleiros — FUP demonstra que a atual política de reajuste dos derivados de petróleo, que fez os preços dos combustíveis dispararem,

é “reflexo direto do maior desmonte da história da PETROBRAS”. Eles apontam como principais culpados pelo caos o Sr. Pedro Parente e o Presidente golpista

Michel Temer.

Com o golpe, o número de importadoras de derivados quadruplicou, como resultado da adoção de preços internacionais, que oneram o consumidor brasileiro, para garantir o lucro ao mercado.

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Segundo dados da FUP, em 2017, o Brasil foi inundado com mais de 200 milhões de barris de combustíveis importados, enquanto as refinarias, por deliberação do Governo Temer, estão operando com menos de 70% de sua capacidade.

Esta gestão entreguista está obrigando a PETROBRAS a abrir mão do mercado nacional de derivados para as importadoras, que hoje são responsáveis por um quarto de todos os combustíveis comercializados no País. Com isso, sofrem os caminhoneiros, mas sobre também todo o povo brasileiro.

Estamos vivendo um apagão dos combustíveis, a exemplo do que foi o apagão elétrico de FHC. Mesmo com as diferenças existentes, esta política de preços está levando a toda a população a total inviabilidade de consumo de bens básicos. E a população ainda poderá pagar com impostos todo o rendimento dos rentistas daquela empresa.

A greve anunciada pela FUP para esta semana tem como reivindicações a redução dos preços do gás de cozinha e dos combustíveis, contra a privatização da empresa e pela saída imediata do Presidente Pedro Parente, que, junto com Michel

Temer, mergulharam o País numa crise sem precedentes.

A PETROBRAS está seguindo uma política perigosa de produção e venda de

óleo bruto, deixando de lado tudo que fuja a essa diretriz, como já foi demonstrado pelo seu Presidente, nesta Câmara, na audiência que tratou das fábricas de fertilizantes nitrogenados — FAFENs.

A política da PETROBRAS vem sendo a mesma da ELETROBRAS, a de reduzir a sua importância no mercado para poder privatizar tudo.

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Para não ficar refém dos preços internacionais, a solução não será a que está sendo proposta pelos golpistas, a de aumentar impostos para o povo e reduzir a carga tributária das empresas transportadoras. A solução será, sim, que a

PETROBRAS volte a ocupar lugar de destaque no refino e na distribuição de derivados, pois assim poderá estabelecer preços internos capazes de atender às necessidades da população.

O Brasil precisa dar um basta nesta onda de entreguismo e de privatizações.

Para isso, é preciso que haja grande mobilização nacional, com a FUP e com os todos os sindicatos e as entidades sociais pressionando este Governo golpista.

Vamos mudar esse País, com Lula Presidente!

O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Tem a palavra o Deputado Zé

Geraldo.

Em seguida, falará o Deputado Pompeo de Mattos.

O SR. ZÉ GERALDO (PT-PA. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, quero somente registrar que, no Estado do Pará, a grande maioria dos

Municípios já pagam 5 reais por um litro de gasolina, sendo que alguns Municípios pagam mais do que 5 reais. E, em média, pagam 85 reais por um botijão de gás de cozinha, sendo que alguns Municípios pagam mais de 100 reais. Além disso, pagam uma das mais caras tarifas de energia elétrica do Brasil e do mundo.

Portanto, o Governo Temer, que disse que ia melhorar as coisas para o povo brasileiro, está colocando o povo brasileiro em uma situação muito difícil.

Peço que a minha fala seja registrada no programa A Voz do Brasil .

O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Tem a palavra o Deputado Pompeo de Mattos, por 1 minuto.

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O SR. POMPEO DE MATTOS (PDT-RS. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, quero registrar que, nesse fim de semana, na cidade de

Osório, no litoral norte do Rio Grande do Sul, houve um grande rodeio, aliás, foi o

37º Rodeio Crioulo Internacional de Osório.

Eu tive a honra de participar do rodeio, como gaúcho que sou, em essência, juntamente com o Prefeito Eduardo Abrahão, o ex-Vice-Prefeito Kalu, o Vereador

Valério, a Vereadora Belinha, o Vereador Bins e o Betão. Estavam lá também o nosso querido Deputado Ciro Simoni e o Vereador Marcos Bolzan, nosso querido

Marcão.

O Rodeio de Osório, Sr. Presidente, traduz o simbolismo das tradições gaúchas a cavalo. O Rio Grande foi construído de lança na mão, nas lutas, e hoje o rodeio traduz a tradição para que as novas gerações não esqueçam quem somos, de onde viemos, por onde passamos e onde estamos.

Viva o Rio Grande! Viva Osório! Viva o grande evento! Viva o Prefeito

Abrahão!

Muito obrigado.

O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Concedo a palavra à Deputada

Eliziane Gama, por 3 minutos.

Em seguida, faremos outra rodada de 1 minuto.

A SRA. ELIZIANE GAMA (PPS-MA. Como Líder. Sem revisão da oradora.) -

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Parlamentares, nós estamos acompanhando, todos nós, essa crise e paralisação do Brasil. Há crise no abastecimento. Há rodovias de todos os Estados brasileiros fechadas. A ação é fruto da falta de política do Governo

Temer, da inércia do Governo, que poderia ter intervindo na política de preços da

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PETROBRAS, porque sabia, claramente, que esse reajuste diário, atendendo à política internacional, ia gerar o que nós estamos acompanhando no Brasil.

Há acréscimo exagerado, diário, dos preços de combustíveis. O aumento é inaceitável para uma população que tem uma carga tributária gigante. Na verdade, são vários os elementos que nós poderíamos destacar, que acabaram resultando nessa crise que nós estamos acompanhando pelo Brasil afora.

Uma empresa que deveria atender os interesses do seu maior acionista, que

é o povo brasileiro — portanto, o consumidor brasileiro —, é uma empresa que atende os interesses internacionais. Trata-se de uma empresa que não paga dividendos há 4 anos, que, aliás, foi dilapidada nas últimas décadas.

Infelizmente, nós acompanhamos nesta Casa, na CPI da PETROBRAS, um desfalque de mais de 100 bilhões de reais. Houve propinas de mais de 6 bilhões de reais. Houve falta de refinarias.

No meu Estado, por exemplo, poderia ter sido implantada uma refinaria para refinar o petróleo e garantir derivado com preço mais acessível para a população brasileira. Contudo, nós tivemos quase 3 bilhões de reais enterrados, literalmente, o que acabou não trazendo resultado para a sociedade brasileira e para o Nordeste brasileiro, numa expectativa frustrada para a nossa juventude.

O Governo precisa agir, precisa dar uma resposta não apenas à questão da tributação. Precisa intervir na política de preços da PETROBRAS. Se não houver uma referência tabelada para o atendimento dos interesses do povo brasileiro, nós vamos ter uma ação paliativa, que vai durar 30 dias ou 60 dias. Depois, mais uma vez, haverá novo problema, por irresponsabilidade, que poderia ser evitado pelo

Governo Federal. O que nós estamos acompanhando hoje poderá, mais uma vez,

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ser reiterado daqui a alguns meses, se o Governo não agir de forma clara e direta, através da reformulação da política de preços da PETROBRAS.

Vou finalizar, Sr. Presidente.

Se nós temos termelétricas que não têm reajuste diário, por que nós vamos ter uma PETROBRAS com uma política de refino com reajuste diário? Há, na verdade, uma contradição clara, que nós não podemos realmente aceitar.

Precisa haver, neste momento, uma unidade que envolva esta Casa e o

Congresso Nacional, mas sobretudo o Presidente da República, para que nós venhamos a garantir o abastecimento e dar uma resposta a uma greve que, diga-se de passagem, tem previsão legal. Somente através dessas manifestações é que nós podemos chacoalhar e acordar o poder público, para que dê uma resposta que possa atender à população brasileira.

Muito obrigada, Sr. Presidente.

O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Muito obrigado, Deputada.

Enquanto o Deputado Orlando Silva se dirige à tribuna, concedo 1 minuto ao

Deputado José Airton Cirilo.

O SR. JOSÉ AIRTON CIRILO (PT-CE. Pela ordem. Sem revisão do orador.) -

Sr. Presidente, Srs. Deputados e Sras. Deputadas, quero com muita alegria parabenizar o Secretário de Governo Pablo Rebouças por ter recebido o título de cidadania do Município de São Luís, do Maranhão. Ele é de Recife, filho do cearense Aldenor Cunha Rebouças e de Ana Clara Caffé. Nascido na praia de Peixe

Gordo, no então Município de Aracati, hoje minha cidade de Icapuí, é pai de Ana

Clara e de João Gabriel.

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Pablo Zarthur Rebouças é graduado em Ciências Econômicas pela

Universidade Federal do Maranhão; tem MBA em Gestão Portuária; é também pós- graduado em Docência do Ensino Superior e mestrando em Gestão de Empresas pela Universidade Lusófona de Humanidades Tecnológicas. Foi também Secretário-

Adjunto de Planejamento para Desenvolvimento Sustentável de São Luís.

(Desligamento automático do microfone.)

PRONUNCIAMENTO ENCAMINHADO PELO ORADOR

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, quero parabenizar o Secretário de

Governo Pablo Rebouças pelo título de Cidadão de São Luís!

Ele é de Recife, filho do cearense Aldenor Cunha Rebouças, nascido na Praia do Peixe Gordo, no então Município de Aracati — hoje Icapuí —, e filho de Ana

Clara Caffé. É pai de Anna Clara e de João Gabriel.

Pablo Zarthur Rebouças é graduado em Ciências Econômicas, pela

Universidade Federal do Maranhão (2002); tem MBA em Gestão Portuária, pela

Universidade Estácio de Sá; tem pós-graduação em Docência do Ensino Superior, pela Universidade Cândido Mendes — UCAM; é mestrando em Gestão de

Empresas, pela Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias.

Foi Secretário Municipal Adjunto de Planejamento para Desenvolvimento

Sustentável de São Luís.

No dia 23 de maio, recebeu o título de Cidadão de São Luís, por proposição de autoria do Vereador Marcelo Poeta.

Parabéns ao novo cidadão ludovicense!

Muito obrigado.

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O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Concedo a palavra ao Deputado Leo de Brito.

O SR. LEO DE BRITO (PT-AC. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, Sras. e Srs. Deputados, o Presidente Michel Temer e Pedro Parente, com essa política nefasta e irresponsável de aumento dos preços dos combustíveis, querem botar a conta também nos Estados. Querem que os Estados reduzam o

ICMS. Nós estamos, há anos e anos, discutindo aqui a dificuldade que os Estados da Federação sofrem.

E a oposição no Acre, que ama Michel Temer, morre de amores por Michel

Temer, quer que o Governador Tião Viana faça a mesma coisa, reduza o ICMS. Não sabem eles que desde 2004, época do Governo de Jorge Viana, os preços do óleo diesel já têm alíquota de ICMS diferenciada.

Portanto, não adianta querer botar na conta de quem não tem a conta. É por isso que nós temos que mudar essa política da PETROBRAS. E pedimos o apoio desses que morrem de amores pelo Sr. Michel Temer.

O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Obrigado, Deputado.

Concedo 1 minuto ao Deputado Fábio Trad.

O SR. FÁBIO TRAD (PSD-MS. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, Sras. e Srs. Deputados, qualquer tipo de tentação autoritária deve ser veementemente repelida. Penso que esta Casa e toda a sociedade civil, todas as entidades, como a OAB, devem fazer um cinturão de proteção em torno da democracia como valor político, a democracia que é inegociável.

Sr. Presidente, esta greve dos caminhoneiros é a expressão sintomática do retardamento desta Casa no enfrentamento de uma questão absolutamente urgente:

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uma reforma tributária que desonere o consumo e, na realidade, tribute mais o patrimônio e a propriedade.

Por isso, Sr. Presidente, quero que este pronunciamento repercuta no programa A Voz do Brasil .

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O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Pela Liderança do PCdoB, tem a palavra o Deputado Orlando Silva, por 4 minutos.

O SR. ORLANDO SILVA (PCdoB-SP. Como Líder. Sem revisão do orador.) -

Sr. Presidente, colegas Deputados, colegas Deputadas, eu subo à tribuna para trazer uma informação acerca da visita que uma Comissão Externa desta Casa, constituída pelo Presidente Rodrigo Maia, fez hoje à Superintendência da Polícia

Federal na cidade de Curitiba.

Primeiro, quero registrar o absurdo que foi a Comissão precisar fazer um recurso ao Supremo Tribunal Federal para que as prerrogativas dos Parlamentares pudessem ser plenamente exercidas. Os Parlamentares podem visitar instalações públicas em qualquer canto do País, em qualquer circunstância. Por se tratar do

Presidente Lula, que teve um processo pouco jurídico e muito político, que redundou na sua condenação injusta, o abuso de autoridade por parte de uma juíza impediu a

Câmara dos Deputados de cumprir com as suas prerrogativas. Felizmente, a

Suprema Corte permitiu que a visita se desse no dia de hoje, por meio da concessão de liminar.

Considerando as circunstâncias, a Comissão Externa pôde verificar instalações adequadas, dignas do Presidente da República, e comportamento dos servidores daquela instituição adequado a um Presidente da República.

E vimos o Presidente Lula, um gigante, a maior liderança política popular do

Brasil, que neste momento é vítima de uma injustiça brutal, de um processo eivado de vícios, de uma perseguição política, vimos o Presidente Lula um preso político.

Para aqueles que amam a democracia, para aqueles que respeitam a

Constituição, é chocante a possibilidade de ver o nosso querido Presidente Lula,

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amado pelo nosso povo, tendo a sua restrição de circular, de atuar, de militar e de construir um Brasil melhor.

Contudo, é impressionante ver a firmeza, a fibra daquele homem e o compromisso com o nosso povo. Na análise que ele faz do quadro atual, percebe-se a paixão pelo povo brasileiro, a preocupação pela dor, pelo sofrimento que o Brasil vive com o desgoverno que tomou de assalto o Palácio do Planalto! O Presidente

Lula, com todas as dificuldades, segue generoso, com o coração cheio de amor ao

Brasil e à sua gente, disposto a seguir na luta política.

E colocará o seu nome à disposição do povo brasileiro, porque só o povo brasileiro pode decidir sobre a sua participação, a sua volta ou não à Presidência da

República. Só o povo brasileiro tem a legitimidade para definir quem participa do processo político. Isso não pode ser no tapetão, sob pena de se ferir mais uma vez a democracia, por meio da exclusão, da cédula eleitoral, da maior liderança política popular do Brasil.

Portanto, confesso que tanto eu quanto a minha companheira Jandira Feghali, todos nós da Comissão que lá estivemos presentes, todos ficamos muito sentidos, com o coração apertado por sentir e viver este momento trágico na vida do nosso

País e na vida do Presidente Lula.

Contudo, confesso que fiquei também muito orgulhoso pela estatura desse homem gigante, que continua apaixonado pelo seu povo, pela sua Nação. E está ali, resistindo a seu modo, combatendo os abusos que hoje marcam a política.

(Palmas.)

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O Sr. Carlos Manato, 4º Suplente de Secretário, deixa a

cadeira da Presidência, que é ocupada pelo Sr. Rodrigo

Maia, Presidente.

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O SR. PRESIDENTE (Rodrigo Maia) - Está encerrada a votação. (Pausa.)

Resultado da votação:

SIM: 379.

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O SR. PRESIDENTE (Rodrigo Maia) - Há algo errado nesse projeto. Só houve “sim”.

Deputado Chico Alencar, V.Exa. votou “sim”? (Pausa.) Há algo errado. Vou cancelar a votação.

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O SR. PRESIDENTE (Rodrigo Maia) - Item 1.

PROJETO DE LEI Nº 4.060, de 2012

(DO SR. MILTON MONTI)

Discussão, em turno único, do Projeto de Lei nº 4.060, de

2012, que dispõe sobre o tratamento de dados pessoais e

dá outras providências. Pendente de parecer da

Comissão Especial. Tendo apensados os Projetos de Lei

nºs 5.276/16, e 6.291/16.

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O SR. PRESIDENTE (Rodrigo Maia) - Há requerimento sobre a mesa com o seguinte teor:

Senhor Presidente,

Requeiro, nos termos do art. 83, parágrafo único, II,

“c”, combinado com o artigo 117, VI, todos do Regimento

Interno da Câmara dos Deputados, a Retirada de Pauta

da presente Ordem do Dia do(a) PL nº 4.060/2012.

Sala das Sessões, 29 de maio de 2018.

Deputado Chico Alencar

Líder do PSOL

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O SR. ALIEL MACHADO (PSB-PR. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, o Deputado Aliel Machado votou com o partido na última votação.

O SR. PRESIDENTE (Rodrigo Maia) - Obrigado, Deputado Aliel Machado.

O SR. VITOR PAULO (PRB-DF. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, o Deputado Vitor Paulo, na última votação, votou com o partido.

O SR. PRESIDENTE (Rodrigo Maia) - Tem a palavra o Deputado Ivan

Valente. (Pausa.)

O SR. HUGO MOTTA (PRB-PB. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, enquanto o Deputado Ivan Valente se dirige à tribuna, eu gostaria, mais uma vez, de fazer um apelo a V.Exa., para que votemos o PDC 920/18, que trata do cancelamento de uma portaria que prejudicou milhares de pescadores do Nordeste do Brasil.

Esta Casa, sob o comando de V.Exa., já votou a urgência. Eu gostaria de votar o mérito na noite de hoje, porque há uma verdadeira confusão nos Estados da

Paraíba e do Rio Grande do Norte, pois uma decisão judicial já está obrigando o

INSS a analisar essa documentação e garantir um direito que já é adquirido há muitos anos para esses pescadores que não pescaram e que não receberam o seu seguro-defeso, por causa dessa portaria.

Fica aqui o nosso apelo e A confiança na votação do mérito na noite de hoje.

O SR. PRESIDENTE (Rodrigo Maia) - Deputado Hugo Motta, V.Exa. poderia conversar com os Líderes. Se houver acordo com a grande maioria, nós podemos votá-lo.

Com a palavra o Deputado Ivan Valente.

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O SR. IVAN VALENTE (PSOL-SP. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, em relação a esse projeto, nós vamos analisá-lo, porque os pareceres têm sido dados em plenário, e nós não temos conhecimento prévio deles. Por isso, preferimos observá-los melhor.

Mas aproveito este momento para dizer que o que aconteceu no Brasil há 2 anos foi de imensa gravidade. Não se deu a devida importância para o golpe, para a ruptura democrática que houve no Brasil. Houve uma ruptura democrática, houve uma deslegitimação de um poder constituído pelo voto popular.

E foi com alegria que , aquele delinquente que hoje está preso, montou o palco dele aqui para destituir a Presidenta eleita. E o fez em cima de um álibi, de uma justificativa. Isso tem um grande custo para a sociedade, porque o Governo ilegítimo — e, no caso, imoral — de Temer hoje não tem nenhuma credibilidade.

O que estamos nos estamos perguntando é isto: quanto tempo vai durar o

Governo Temer? Como vai se segurar por mais 7 meses — ou, pelo menos, por 4 meses, até as eleições? Ninguém sabe a resposta, principalmente aqueles partidos que apoiaram o golpe.

E o interessante é que ninguém mais defende o Governo Temer. Não há na tribuna ninguém para defender o Governo. Há no País uma greve de caminhoneiros que dura 10 dias, e hoje esteve aqui o Ministro das Minas e Energia, que demorou

10 dias para aparecer. Nós estamos falando de PETROBRAS, nós estamos falando de crise dos combustíveis! E o Ministro não apareceu — desapareceu —, ele também envolvido em caso de corrupção.

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É evidente que o Sr. Pedro Parente e a sua política de preços, praticada pela

PETROBRAS e bancada pelo Governo golpista, não podem continuar. Essa política

é a razão principal da crise. Nós sabemos que essa política está a serviço dos acionistas internacionais, a favor dos lucros dos grandes acionistas da bolsa de

Nova Iorque ou de São Paulo. Por isso, é evidente que os caminhoneiros tinham razão.

E este Governo está, a cada hora, mais fragilizado. Pede agora repressão, não tendo mais moral.

O SR. PRESIDENTE (Rodrigo Maia) - Obrigado.

Passamos à orientação de bancada.

Como vota o PP? (Pausa.)

Como vota o MDB? (Pausa.)

Como vota o PSDB? (Pausa.)

Como vota o PSD? (Pausa.)

Como vota o PR? (Pausa.)

Como vota o DEM? (Pausa.)

Como vota o PRB? (Pausa.)

Como vota o Solidariedade? (Pausa.)

O SR. THIAGO PEIXOTO (PSD-GO. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - O

PSD vota “não”, Sr. Presidente.

O SR. ORLANDO SILVA (PCdoB-SP. Pela ordem. Sem revisão do orador.) -

O PCdoB vota “não”, Sr. Presidente.

O SR. ANDRÉ FIGUEIREDO (PDT-CE. Pela ordem. Sem revisão do orador.)

- O PDT vota “não”, Sr. Presidente.

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O SR. MILTON MONTI (Bloco/PR-SP. Pela ordem. Sem revisão do orador.) -

O PR vota “não”, Sr. Presidente.

O SR. PRESIDENTE (Rodrigo Maia) - Como vota a REDE? (Pausa.)

O SR. JOSUÉ BENGTSON (Bloco/PTB-PA. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - O PTB encaminha o voto “não”.

O SR. MIRO TEIXEIRA (REDE-RJ. Pela ordem. Sem revisão do orador.) -

Orientamos “sim”. E se houvesse número, eu pediria uma votação nominal e obstruiria.

O SR. PRESIDENTE (Rodrigo Maia) - Vota “sim”.

Como vota o PPS? (Pausa.)

O SR. CELSO PANSERA (PT-RJ. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - O

PT vota “não”, Sr. Presidente.

O SR. PEDRO CHAVES (MDB-GO. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - O

MDB vota “não”, Sr. Presidente.

O SR. CELSO PANSERA (PT-RJ. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - O

PT vota “não”, Sr. Presidente.

O SR. PRESIDENTE (Rodrigo Maia) - Como vota o PSOL? (Pausa.)

Como vota o PSC? (Pausa.)

O SR. CÉLIO SILVEIRA (PSDB-GO. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - O

PSDB vota “não”, Sr. Presidente.

O SR. MARCONDES GADELHA (PSC-PB. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - O PSC vota “não.”

O SR. PRESIDENTE (Rodrigo Maia) - Como vota o PSOL? (Pausa.)

Como vota a Minoria? (Pausa.)

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Como vota o PT?

O SR. CELSO PANSERA (PT-RJ. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - O

PT vota “não”, Sr. Presidente.

O SR. PRESIDENTE (Rodrigo Maia) - O PT vota “não”.

O SR. NELSON MARQUEZELLI (Bloco/PTB-SP. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - A base aliada vota “não”.

O SR. LUIS CARLOS HEINZE (Bloco/PP-RS. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - O PP vota “não”, Sr. Presidente.

O SR. ROBERTO ALVES (PRB-SP. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - O

PRB vota “não”, Sr. Presidente.

O SR. PRESIDENTE (Rodrigo Maia) - O DEM orienta “não”.

O SR. JHC - Peço a palavra para orientar pelo PSB, Sr. Presidente.

O SR. PRESIDENTE (Rodrigo Maia) - Prorrogo a sessão por 1 hora.

O SR. NELSON MARQUEZELLI (Bloco/PTB-SP. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - A base aliada vota “não”.

O SR. JHC (PSB-AL. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Gostaria de aproveitar a orientação, na qual encaminhamos “não”, para também fazer um questionamento a V.Exa.

Hoje pela manhã foi realizada a Comissão Geral. Há pouco mais de 2 meses apresentamos um PDC e posteriormente um requerimento de urgência, representando 295 Parlamentares, através de seus Líderes. Eu gostaria, Sr.

Presidente, para não fazer uma questão de ordem, que V.Exa. se manifestasse acerca da intenção de pautar o requerimento de urgência, já que estamos tratando de outras matérias, apresentadas inclusive posteriormente ao meu requerimento. Eu

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gostaria de fazer essa pergunta a V.Exa. Se V.Exa. quiser e permitir, eu posso fazê- la também através de uma questão de ordem.

Eu gostaria que V.Exa. se manifestasse em respeito ao povo brasileiro, porque eu tenho a sensação de que há um descompasso muito grande, um descolamento da realidade. Há um...

O SR. PRESIDENTE (Rodrigo Maia) - Como vota o PSOL? (Pausa.)

Questão de ordem tem que ser em relação à matéria da pauta da ordem do dia. V.Exa. terá outra oportunidade para fazer essa questão de ordem.

Tem a palavra o Deputado Chico Alencar.

O SR. CHICO ALENCAR (PSOL-RJ. Pela ordem. Sem revisão do orador.) -

O PSOL vota “sim”.

E o nosso requerimento de retirada de pauta está lastreado no que está acontecendo aqui e agora: o nosso Relator, Orlando Silva, explicando detalhes do projeto. Há alguns pontos ainda a serem elucidados. Nós queremos legislar com responsabilidade e cuidado, para não confundir 3 bilhões com 10 bilhões, por exemplo.

E queremos registrar aqui o 75º dia da execução de Marielle Franco e

Anderson Gomes, que nos devasta. Não vamos esquecer. Nem 1 minuto em silêncio, enquanto essa apuração não acontecer. E manifestamos profunda preocupação, porque até agora o tal sigilo para não prejudicar as apurações vai se tornando um silêncio quase cúmplice, algo que revela poderes muito fortes nessa elucidação.

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O SR. PRESIDENTE (Rodrigo Maia) - Em votação.

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O SR. PRESIDENTE (Rodrigo Maia) - Aqueles que forem a favor permaneçam como se acham. (Pausa.)

REJEITADO.

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O SR. PRESIDENTE (Rodrigo Maia) - Deputado JHC, nós vamos tratar do seu projeto na próxima semana. Há o projeto de V.Exa., há o projeto do Deputado

Mendonça, há alguns projetos nessa linha. Vamos fazer um debate técnico sobre esse tema.

O SR. JHC (PSB-AL. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Agradeço, Sr.

Presidente. Eu gostaria apenas que V.Exa. se manifestasse nesse sentido.

Muito obrigado.

O SR. PRESIDENTE (Rodrigo Maia) - Para oferecer parecer ao projeto e às

Emendas de Plenário de nºs 1 a 11 apresentadas ao Projeto de Lei nº 5.276, de

2016, pela Comissão Especial, concedo a palavra ao Deputado Orlando Silva.

(Pausa.)

O SR. MIRO TEIXEIRA - Sr. Presidente, para fazer um elogio eu posso me manifestar?

O SR. PRESIDENTE (Rodrigo Maia) - Tem V.Exa. a palavra, Deputado Miro.

O SR. MIRO TEIXEIRA (REDE-RJ. Pela ordem. Sem revisão do orador.) -

Quero cumprimentar V.Exa., que retirou a urgência urgentíssima desse projeto.

Trata-se de um projeto que deixa muitas dúvidas sobre a fragilidade dos dados das pessoas, que poderiam ser manipulados. Na Europa, foram 2 anos — o que para nós seria vacatio legis —, após a aprovação, para entrada em vigor da legislação, com debates e mais debates.

De repente, aqui, surge uma urgência urgentíssima! V.Exa. fez muito bem, está de parabéns, pois preservou os direitos dos cidadãos.

O SR. PRESIDENTE (Rodrigo Maia) - Trata-se do projeto de proteção de dados. Eu não o retirei! O requerimento foi derrotado.

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O SR. MIRO TEIXEIRA - O que V.Exa. retirou, então?

O SR. PRESIDENTE (Rodrigo Maia) - Eu não o retirei. Eu rejeitei o requerimento de retirada de pauta do PSOL. Agora, o relatório do Deputado Orlando

Silva será lido.

O SR. MIRO TEIXEIRA - Então, eu retiro o elogio que fiz a V.Exa.

O SR. PRESIDENTE (Rodrigo Maia) - É uma pena.

O SR. MIRO TEIXEIRA - Uma pena.

O SR. NELSON MARQUEZELLI (Bloco/PTB-SP. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, o PTB está em obstrução.

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O SR. PRESIDENTE (Rodrigo Maia) - Para oferecer parecer ao projeto e às

Emendas de Plenário de nºs 1 a 11 apresentadas ao Projeto de Lei nº 5.276, de

2016, pela Comissão Especial, concedo a palavra ao Deputado Orlando Silva.

O SR. ORLANDO SILVA (PCdoB-SP. Para emitir parecer. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, ofereço parecer a projeto de lei de iniciativa do Deputado

Milton Monti.

Eu quero inicialmente cumprimentar o Deputado Milton Monti, do PR de São

Paulo, Parlamentar que tomou a iniciativa de apresentar um projeto de lei, no ano de

2012, versando sobre a proteção de dados pessoais e de privacidade. O Deputado

Milton Monti também teve um papel-chave na liderança de todo o processo que produziu o relatório que vamos apresentar aqui.

Quero registrar o papel da Deputada Bruna Furlan, que presidiu os trabalhos da Comissão Especial, instalada há 2 anos, no âmbito da Câmara dos Deputados. A

Comissão Especial foi liderada pela Deputada Bruna Furlan, pelo Deputado André

Figueiredo, pelo Deputado Milton Monti, pelo Deputado Alessandro Molon.

Quero destacar a intensa participação de alguns Parlamentares nos debates na Comissão. O Deputado Sandro Alex, o Deputado Goulart, o Deputado Thiago

Peixoto, a Deputada Margarida Salomão, o Deputado Celso Pansera, o Deputado

Odorico Monteiro, o Deputado Celso Russomanno, todos foram fundamentais durante todo o processo de debate, de construção do projeto. Insisto: faz 2 anos que nós tratamos dessa matéria.

Sr. Presidente, nós realizamos, nesse processo, 13 audiências públicas temáticas, sempre tendo na Mesa representação de governos, especialistas, pesquisadores, agentes econômicos, sociedade civil.

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As audiências temáticas versaram, Deputado Miro Teixeira, sobre temas próprios, sobre conceitos básicos de dados pessoas, de dados sensíveis, sobre legítimo interesse, responsabilidade, consentimento, transferência internacional de dados, autoridade governamental e de proteção de dados. Uma audiência, em especial, tratou sobre indústria 4.0 e agricultura de precisão.

As audiências temáticas foram muito ricas para a Comissão, pois com elas foi possível aprofundar o exame da matéria e colher inúmeras contribuições trazidas a este Parlamento.

Essa mesma Comissão Especial realizou ano passado um seminário internacional, em que recolhemos as melhores experiências internacionais. Houve participação muito intensa de autoridades da União Europeia, de países singulares da Europa, do Japão, dos Estados Unidos, que têm um modelo de regulação distinto do modelo da União Europeia, e de países da América Latina, particularmente

Colômbia, Chile e Argentina, que estão alguns passos à frente do Brasil do ponto de vista da regulação. Em vez de uma caravana de Deputados circular pelo mundo, nosso esforço foi para trazer ao Brasil as melhores práticas, as melhores experiências, as melhores referências, e neste relatório há uma influência bastante forte dessa experiência.

Muito se fala da General Data Protection Regulation — GDPR, a regulação da

União Europeia, que influencia fortemente o debate no Brasil. Mas eu posso testemunhar que, no item relativo a criança e adolescente, há uma forte influência da regulação dos Estados Unidos, que nessa matéria tem uma experiência com um valor muito importante.

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Eu valorizo esse processo de inúmeros encontros bilaterais com todos os setores interessados nessa matéria, porque ao seu final foi produzido este relatório.

Inclusive, eu valorizo a mesa multilateral que instalamos no Gabinete do Presidente da Câmara dos Deputados. Sentaram-se à mesma mesa, examinando a minuta que nós apresentamos aqui, agentes econômicos, grandes especialistas, representantes de universidades, do PROCON, do Governo e Parlamentares, muitos dos quais eu anunciei quando comecei a apresentação deste relatório. Portanto, eu quero valorizar esse processo de construção, que foi bastante importante.

Na última sexta-feira, a União Europeia implantou sua nova normativa, a

GDPR, após 2 anos de vacatio legis . É importante que o Brasil avance na regulação, inclusive para ter uma legislação compatível com a da União Europeia, que considera que as parcerias econômicas com a OCDE acontecerão em função da existência de normas compatíveis nesses países.

Eu estou seguro de que o processo amadureceu, e nós criamos as condições políticas para apresentar este texto nesta noite, com muita tranquilidade de que a resultante será a melhor para o interesse do Brasil.

Hoje, o Brasil tem algumas regras no Código de Defesa do Consumidor, algumas regras na Lei de Acesso à Informação, algumas regras no Marco Civil da

Internet, mas não tem uma lei geral. A existência dessa lei geral vai dar ao cidadão brasileiro a segurança de que seus dados pessoais não serão tratados nem manipulados independentemente do seu consentimento. Agora, quem assim o fizer terá sua responsabilidade exigida por parte do Estado.

Tenho convicção de que este relatório é suficientemente consistente para atender às necessidades da sociedade brasileira.

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Aqui nós tratamos, com muito cuidado e com muito rigor, o conceito de dado pessoal e de dado sensível, com a preocupação de não exaurir a caracterização neste momento e correr o risco de a lei se tornar obsoleta em um prazo muito curto.

Portanto, o conceito procurou ser o mais preciso possível, na perspectiva de uma lei tecnológica que não iniba a inovação e que não se torne obsoleta em um prazo muito curto.

Reafirmamos a dimensão de direitos humanos, que tem a regulação aqui apresentada.

Registramos que segurança pública merece um tratamento próprio, específico, levando em conta as peculiaridades que têm os dados que são coletados e tratados no âmbito da segurança pública.

Fixamos os momentos em que o consentimento deve ser mais destacado, expresso claramente. Ele sempre tem que ser inequívoco e bem informado, para que, ao consentir o tratamento de seus dados, a pessoa o faça com consciência plena.

Fixamos o direito à informação e um rol de direitos do titular desses dados.

Caracterizamos o legítimo interesse: em que momento um responsável pode tratar sem consentimento e tratar segundo o legítimo interesse para atingir a finalidade expressa no contrato entre o cidadão e o prestador de serviço.

Caracterizamos bem o que são dados sensíveis — a identificação étnica, a opção religiosa, a condição sexual —, cuja manipulação poderia produzir algum tipo de discriminação, de preconceito. Aqui a lei toma medidas para que isso não aconteça.

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Tratamos com o cuidado que merecem os dados de saúde. Nos Estados

Unidos há uma lei própria para os dados de saúde, e nós procuramos enfrentar essa matéria neste texto.

Como eu disse, há um capítulo à parte para tratar de dados de crianças e adolescentes, pela sensibilidade que enseja essa matéria.

Propomos regras para quando deve ser encerrado o tratamento desses dados.

Definimos as responsabilidades do poder público. Aliás, atenção: o poder público muitas vezes colhe dados que não têm nenhuma conexão com as atividades do serviço público que é oferecido. Merece que seja definida uma regra bem nítida sobre as responsabilidades do Estado.

Fixamos as regras sobre transferência internacional. Um clique num aparelho de smartphone faz os seus dados saírem do Brasil e voltarem. Há um aspecto forte de extraterritorialidade nessa norma. Aqui nós exigimos que haja tratamento compatível com a norma brasileira nas parcerias que empresas fazem fora do Brasil.

Fixamos regra para responsabilizar a empresa pela representação que tiver no Brasil. Empresas que operam aqui, mas que têm matriz fora do País, têm que ser responsabilizadas como se aqui fossem as suas matrizes.

Fixamos as regras de responsabilidade muito na perspectiva do que está estabelecido no Código de Defesa do Consumidor.

Estabelecemos estímulos para boas práticas de gestão, para que a lei não tenha o caráter apenas punitivo, mas também premial.

Eu chamo atenção para as sanções administrativas, que serão determinadas por uma autoridade competente. Considerando que o Projeto de Lei nº 5.276, de

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2016, de iniciativa do Poder Executivo, faz inúmeras referências a um órgão competente, nós o nominamos “Autoridade Nacional de Proteção de Dados”. Por quê? Porque seria ineficaz estabelecer o marco regulatório sem que haja uma autoridade própria para fazer cumprir essa lei. Economia digital é a economia do futuro, tende a ganhar uma grande dimensão. E não caberia alguma jabuticaba, um departamento de um órgão preexistente. Por isso, há a necessidade de uma autoridade própria. Inclusive a lei fixa as suas receitas, as suas atribuições e a sua composição.

Sobre a vigência da lei, nossa sugestão é um vacatio legis de 1 ano e meio, porque há uma série de procedimentos no âmbito da gestão pública, no âmbito das empresas, que exigem adaptação. Os 6 meses, como proposto no projeto de lei do

Executivo, por exemplo, a nosso juízo, poderia ser insuficiente, até porque, em 1 ano e meio, haverá prazo para o estabelecimento de uma autoridade e regramento da sua atividade a fim de que a lei possa ser plenamente cumprida. Portanto, procuramos ser o mais abrangente possível numa lei construída com muito diálogo.

Foram apresentadas 11 emendas.

Somos pela rejeição da emenda do Deputado Weverton Rocha, que obriga a formulação de regras de boas práticas, o que não condiz com a lógica de regulação tratada no projeto, apesar de criarmos mecanismos de estímulos a boas práticas.

Somos também pela rejeição da Emenda nº 2, porque ela excede a uma competência que os juízes já detêm para determinar o término do tratamento de dados.

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Somos pela aprovação da Emenda nº 3, do Deputado Weverton Rocha, porque concordamos com os argumentos de que a lei deve estabelecer de forma exaustiva as exceções para conservar dados eliminados.

Somos ainda pela rejeição da Emenda nº 4, porque a supressão do termo

“informado”, como requer o autor, enfraquece o exercício do titular de ter conhecimento detalhado. Queremos um consentimento “informado”, e o autor propõe a supressão desse termo. Isso limitaria o poder de decisão da pessoa em consentir para o tratamento dos seus dados.

Somos pela aprovação parcial da Emenda nº 5, do Deputado Leonardo

Quintão, sobre a modificação do § 1º do art. 7º, ou seja, sobre a comunicação ao titular. Estamos de acordo com a redação sugerida, mas não concordamos com o fato de que o órgão competente não possa regulamentar a questão de como os titulares podem ser informados. Isso feriria uma atribuição do órgão competente.

Somos pela rejeição da Emenda nº 10, do Deputado Paes Landim, por termos convicção de que dados biométricos, quando vinculados a uma pessoa natural, são sensíveis em qualquer aplicação. Portanto, sua importância não pode ser relativizada.

Somos pela aprovação da Emenda nº 11, do Deputado Paes Landim.

Entretanto, sua recepção se dá pela nova definição de dados anonimizados adotada no substitutivo, que inclui os termos “considerando a utilização de meios técnicos razoáveis disponíveis na ocasião do seu tratamento”.

Todas elas foram apresentadas durante a tramitação do Projeto de Lei nº

5.276, de 2016.

O SR. SANDRO ALEX - Relator, e a Emenda nº 6?

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O SR. ORLANDO SILVA - A Emenda de Plenário nº 6 é do Deputado Sandro

Alex.

A aprovação da emenda do Deputado Sandro Alex é parcial. Por que parcial?

Porque discordamos do entendimento de que permitir ao órgão regulador realizar auditoria em entidades envolvidas no tratamento de dados pessoais pode exorbitar a esfera de competência do órgão regulador. A auditoria é prevista, por exemplo, no regramento europeu, em instrumento apropriado para a fiscalização do órgão competente, da mesma forma como no Banco Central.

Mas tínhamos a compreensão de que o mesmo nível de fiscalização é necessário, pois seria a única forma de verificar os métodos e processos utilizados para a mitigação de riscos em bases de dados e sistemas informatizados.

Sob outro aspecto, entendemos que a forma em que a publicidade das operações deverá se dar é da esfera do regulador, daí acolhermos parcialmente a sugestão de V.Exa. e inserirmos a necessidade de que se preserve a proteção dos segredos comerciais e industriais.

Nesses termos, consideramos parcialmente a emenda de V.Exa., Deputado

Sandro Alex.

Somos pela aprovação da Emenda nº 7, do Deputado Paes Landim, com a adequação dos termos, por concordarmos com o argumento de que o compartilhamento de dados com entidades privadas deve se dar apenas quando previsto em lei e respaldado em convênios específicos.

Somos pela rejeição da Emenda nº 8, do Deputado Paes Landim, por entendermos que a expressão “proteção ao crédito” é ampla demais, podendo

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ensejar interpretações extensivas e fragilizar o direito ao sigilo financeiro dos titulares. A proteção à privacidade é o objetivo principal dessa emenda.

E somos pela aprovação — agora, sim, é a última — da Emenda nº 9, pois entendemos que, em todos os casos de informação ao titular, o órgão competente deve respeitar e observar os eventuais segredos comerciais e industriais.

Esse é o relatório das emendas, Sr. Presidente.

“Por fim e pelos motivos apresentados, somos:

(i) pela constitucionalidade, juridicidade e boa técnica legislativa dos PLs nºs

4.060/12, 5.276/16, 6.291/16 e das Emendas de 1 a 11, apresentadas ao PL nº

5.276/16.

(ii) e, no mérito, somos pela rejeição das Emendas nºs 1, 2, 4, 8 e 10 apresentadas ao PL nº 5.276/16; pela aprovação dos Projetos de Lei nºs 4.060/12,

“de autoria do Deputado Milton Monti”, 5.276/16, “de autoria do Poder Executivo”,

6.291/16, “de autoria do Deputado João Derly”; e das Emendas nºs 3, 7, 9 e 11 apresentadas ao PL nº 5.276/16 e pela aprovação parcial das Emendas nºs 5 e 6, apresentadas ao PL nº 5.276/16, na forma de substitutivo.”

Esse é o relatório, Sr. Presidente.

(PARECER A SER INSERIDO PELO SERAT)

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O SR. MIRO TEIXEIRA (REDE-RJ. Pela ordem. Sem revisão do orador.) -

Poderíamos ter cópia do substitutivo, Presidente?

O SR. PRESIDENTE (Rodrigo Maia) - É claro. Haverá debates e discussões ainda. Peço ao Relator que distribua o relatório, para que possamos votar com todas as informações necessárias.

Tem a palavra o Deputado Fábio Ramalho, por 5 minutos.

O SR. FÁBIO RAMALHO (MDB-MG. Pela ordem. Sem revisão do orador.) -

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, meu Brasil, estamos à frente de uma crise histórica que eclodiu espontaneamente por uma simples necessidade: a sobrevivência. Esse é um movimento de resistência a uma ditadura de quem explora a ingenuidade de um povo bom e sofrido, de quem explora as multidões em benefício de grupos econômicos que especulam e retiram, por mais lucros, o feijão e o arroz das latas dos mais carentes e necessitados.

As medidas tomadas pela PETROBRAS, detentora de monopólio e de jazidas incalculáveis, com um lucro declarado no primeiro trimestre deste ano de 6,9 bilhões de reais, são uma afronta, uma declaração de guerra contra um setor fragilizado, são decisões que ofendem, que agridem, que matam o nosso povo.

Um governo deve usar um monopólio em favor do povo e não deve, ao contrário, colocar um povo a serviço desse monopólio arrogante, perdulário, ganancioso.

Presidente Temer, não se constrói um ciclo de desenvolvimento colocando a conta em quem não tem mais como resistir à recessão, em 13 milhões e 700 mil de desempregados. Há 5 anos de encolhimento econômico.

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Os milhões de motoboys , taxistas, motoristas de vans e transportes escolares, enfim, o povo, que terá que pagar o aumento descabido e ofensivo, precisa ouvir do Sr. Presidente da República:

Desculpe-me, desculpe-me, eu errei. Não lembrei que

essa medida afetaria um povo que sofre uma carga

tributária das mais altas do mundo, que luta para manter a

inflação controlada e que se depara com um governo que,

num momento de inflação anual de 3%, pretende

aumentar em 60% os insumos mais importantes na

formação dos preços dos alimentos e das passagens.

Desculpe-me, Sr. Presidente, mas não coloque o Exército e a Polícia nas ruas até ouvir essa palavra. Corte o desnecessário, corte o que quiser, mas não retire o indispensável do povo através de um confisco que se materializa na irresponsabilidade da PETROBRAS.

Entre o povo e esse monstro que se chama Pedro Parente, eu sou o povo, eu sou a dona de casa, eu sou o motoboy e sou a favor de um sábio conduzindo os destinos do País, não de um filhote do J. P. Morgan.

Não gaste dinheiro para comprar esses comentaristas mercenários, essas redes de mídia que manipulam a realidade. Não ouse prender um cidadão por tudo isso que o senhor provocou. Terá que passar por cima de muitos cadáveres — do meu em primeiro lugar.

Veja a herança de Tiradentes, dos inconfidentes, de pessoas que lutaram e perderam a vida para vencer a tirania, o arbítrio, a arrogância, os desalmados, os déspotas, os velhacos!

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O senhor não se apercebeu de seu erro crasso e está usando a força, quando, ao contrário, deveria usar a moderação, a verdade e o bom senso para sanar o que, se não for sanado, manterá o país parado.

Senhoras e senhores, esta palavra em desuso, Pátria — sim, repito, Pátria amada, Brasil —, foi vilipendiada.

Aqui devemos dar um basta e buscar consenso junto ao Presidente da

República para a solução dos problemas. É isto o que a Nação nos pede: dar um basta a essa situação.

Todos querem voltar a trabalhar, até porque, sem trabalho, não dá para viver.

Para isso, é preciso o absoluto atendimento pelo Governo das reivindicações dos caminhoneiros em greve. Vejo, portanto, que devemos olhar para o futuro e pedir às lideranças desse movimento a compreensão necessária à estabilidade das instituições brasileiras, restabelecendo as provisões essenciais ao consumo da população, o acesso livre das estradas, com o atendimento da norma constitucional de ir e vir sem restrição.

Nesse contexto de aproximação das eleições de outubro, poderemos chegar a um novo arranjo político-institucional, com mais democracia, desenvolvimento e justiça social para o Brasil e para o povo brasileiro.

Eu pediria que o meu discurso fosse divulgado pelo programa A voz do Brasil .

Muito obrigado, Presidente.

O SR. PRESIDENTE (Rodrigo Maia) - Obrigado, Deputado.

O SR. PAULO TEIXEIRA (PT-SP. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - O

Deputado Paulo Teixeira votou com o partido, Presidente.

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O SR. PRESIDENTE (Rodrigo Maia) - Tem a palavra o Deputado Weverton

Rocha, pela Liderança da Minoria.

O SR. WEVERTON ROCHA (PDT-MA. Como Líder. Sem revisão do orador.) -

Sr. Presidente, como a outra tribuna estava ocupada, brincaram comigo para eu discursar da tribuna da direita. Não se preocupem: a partir de janeiro estaremos de volta a esta tribuna.

Eu quero, Presidente, comunicar a toda a Casa e ao povo brasileiro que há pouco chegamos de Curitiba. Numa comitiva de oito Deputados, representantes do

PT, do PCdoB, do PSB e do PDT, visitamos o Presidente Lula. Das 10 horas ao meio-dia, nós tivemos a oportunidade de conversar longamente com ele e conhecer as instalações onde está. Todos levaram a sua mensagem, evidenciaram seu ponto de vista e, acima de tudo, ouviram muito.

Ele está muito antenado, muito atualizado do que está acontecendo no Brasil.

Está indignado, é claro, com toda a situação do País e com a situação por que ele próprio passa — a indignação não é só dele, mas de todos os que compreendem este momento que nós estamos vivendo e o que ocasionou a sua prisão.

Lá nós tivemos a oportunidade de reafirmar os projetos de cada partido, que ele conhece muito bem e respeita. Lembrou, inclusive, que há 30 anos defendeu que as eleições tivessem dois turnos, justamente para que cada partido que quisesse medir a sua força, o seu tamanho pudesse participar da eleição.

Ele respeita em todos os momentos a pré-candidatura do Ciro Gomes, do nosso PDT, assim como a da Manuela d’Ávila, do PCdoB, e a do Boulos, do PSOL.

Mas também quer que respeitem a sua candidatura. Ele é candidato e reafirmou a sua posição firme de disputar uma eleição em que lidera as pesquisas.

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No diálogo, fizemos a leitura do que ele vem passando e entendemos o momento que todos nós estamos vivendo. É um momento de indignação, sim, do povo brasileiro. Já há alguns meses, a Minoria, os partidos da Oposição vêm a esta tribuna da Câmara dos Deputados falar — e o fizeram várias vezes — da política da

PETROBRAS de aumento desenfreado do preço do combustível e do gás.

Não dá para entender como um governo se entrega a uma política internacional de preços, simplesmente sacrificando o povo brasileiro. Não foi depois da greve dos caminhoneiros que nós da Oposição viemos para cá denunciar esses reajustes abusivos que impedem o brasileiro de colocar combustível na sua moto ou no seu carro e impedem as famílias de cozinhar dentro das suas casas.

Senhoras e senhores, só para que tenham uma ideia, aumentou o número de acidentados queimados, principalmente nas casas pobres deste País, porque as famílias, sem dinheiro para comprar o gás caro, com o preço abusivo que tem hoje, voltaram a cozinhar no fogão a lenha, no álcool ou no improviso.

O Presidente Lula, de Curitiba, fala de toda essa situação. Nós saímos de lá reenergizados. O nosso campo político, mais do que nunca, assume a missão de manter a unidade da nossa luta. Não podemos abrir mão de jeito nenhum dessa frente de ideias e de projetos que estamos construindo, porque ela precisa, de forma intransigente, lutar pelo Brasil.

Não dá para imaginar que essa política entreguista que o Seu Michel Temer está aplicando ao Brasil seja normal e que nós possamos tocar as nossas sessões como se o erro do Governo fosse simplesmente natural.

Nós denunciamos várias vezes dessas tribunas o erro que o Governo estava cometendo ao colocar aquela reforma trabalhista em votação. Aquela reforma não

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era para corrigir, e sim para retirar direito de trabalhador, para precarizar o direito do nosso trabalhador.

Não dava para imaginar em hipótese nenhuma que aquela PEC 55 falaria de desenvolvimento e de organização de uma nação sabendo que ali se estava simplesmente congelando o dinheiro “apenas” da saúde e da educação, deixando os banqueiros, deixando os grandes livres para continuar recebendo os grandes pagamentos em dia que esse Brasil faz à custa do suor do trabalhador brasileiro.

Não dá para ficarmos aqui calados enquanto o Seu Pedro Parente, que fez aquela presepada na época do Fernando Henrique com o grande apagão que o

Brasil teve, desmonta a PETROBRAS e a entrega para o mercado internacional. E a

Casa fica parada achando que isso é normal.

O povo está indignado. Ou esta Casa se une ao sentimento popular, ou não sabemos onde isso vai parar, porque não dá também para concordar com os tristes brasileiros que acham que a solução é intervenção. É claro que não é. Falam bobagem porque não sabem — é evidente que se trata de uma minoria — o que é uma intervenção ou o uma ditadura.

A intervenção que o povo brasileiro tem que se levantar para fazer é a intervenção democrática, é a intervenção por meio do voto. Daqui a 2 meses iremos para as convenções partidárias. Daqui a 4 meses todos os brasileiros deste País continental terão a oportunidade de, elegendo de forma legítima o seu representante, não reclamar mais.

É importante lembrar que o Presidente não pode reclamar dizendo que não teve a maioria nesta Casa para aprovar as reformas e matérias que ele teve coragem de apresentar, coragem essa que nem a ditadura teve. Ele teve a coragem

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de violentar a CLT, minha gente. Ele teve coragem de violentar e desmontar a

PETROBRAS.

Essa política de privatização que está sendo feita, de que vejo a

ELETROBRAS só como um exemplo, busca a liquidação de todos os ativos nacionais. Ela não pode ser vista como normal em fim de governo. Esse tipo de política é de Estado. E o Governo não fez o que queria não porque não tinha a maioria do Congresso, o que ele sempre teve, mas porque não teve e não tem credibilidade, basta ver a fotografia da mesa em que senta para conversar com os caminhoneiros ou com os demais trabalhadores quando precisa.

Estava me lembrando aqui: na época do Governo do Lula e da Dilma, houve quase cinco manifestações de caminhoneiros no Brasil. Ou elas não começavam, ou, quando começavam, não passavam de 2, 3 dias. Sabem por quê? Porque o

Governo estava atento e disposto a dialogar. Havia uma mesa.

Sabe-se que o Governo Temer sabia dessa manifestação dos caminhoneiros.

Simplesmente fizeram o que já fazem desde que entraram neste Governo de forma ilegítima: fecharam os olhos, tamparam os ouvidos para o povo e subestimaram essa greve.

Agora, as consequências estão aí: as famílias desabastecidas, a insegurança criada no Brasil, o caos instalado. Sabem por quê? Porque o Governo é fraco. Ele ameaça botar o Exército na rua, e o povo não respeita, porque sabe que quem está falando é simplesmente o Governo ilegítimo, que não foi eleito por eles.

Portanto, senhores, estamos aqui como representantes da nossa Minoria, dizendo que esta Comissão cumpriu um papel importante hoje na nossa democracia. Primeiro, por defendê-la de forma intransigente. Estamos aqui,

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independentemente de quem vota ou não, para defender o direito e acompanhar de perto a luta de um homem que fez muito por este Brasil.

Nós iremos continuar vigilantes não só no Fora, Temer! ou no Fora, Parente!, mas também na luta por novas eleições.

Avante, Brasil!

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O SR. PRESIDENTE (Rodrigo Maia) - Passa-se à discussão.

Para discutir a matéria, tem a palavra o Deputado Delegado Edson Moreira.

(Pausa.)

Tem a palavra o Deputado Celso Pansera.

O SR. CELSO PANSERA (PT-RJ. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, nós estamos ultimando os detalhes, mas o que fazemos hoje aqui é a culminância de um debate de mais de 1 ano e meio na Comissão Especial que analisa o Projeto de Lei nº 4.060, de 2012, de autoria do Deputado Milton Monti.

Nós realizamos diversos seminários, inclusive dois seminários internacionais.

Realizamos também rodadas de negociações, no último mês, reunindo representantes de empresas da área de tecnologia, do sistema financeiro, das federações e das associações de defesa do consumidor e das organizações e articulações de defesa dos interesses da sociedade civil para dotarmos o Brasil de uma lei que proteja os nossos dados que circulam pela Internet, aqueles dados que disponibilizamos quando fazemos uma compra com cartão de crédito, quando fazemos um crédito, quando preenchemos um cadastro para ganhar algum brinde na Internet. Isso é necessário para protegermos as informações mais profundas, usadas, por exemplo, em pesquisas científicas ou em pesquisas voltadas para a

área de produção animal ou de alimentos. Esse projeto abrange, portanto, esse conjunto de iniciativas.

Nós estamos dotando o País de um regramento que se compara muito com o

Marco Civil da Internet. O projeto trata principalmente de proteger o cidadão, a pessoa física, da exposição de suas informações disponibilizadas na Internet, nas plataformas, nas empresas, na padaria da esquina.

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Esse regulamento é importante porque passou a valer, na semana passada, na Europa. E temos que adaptá-lo à nossa legislação aqui no Brasil.

Ele também cria uma autoridade nacional para avaliar a aplicação, a modernização e a atualização dessa lei, à medida que as tecnologias vão se modernizando e se atualizando. Nós teremos, então, uma autoridade para fazer essa avaliação, sempre que for necessário, como ocorre, por exemplo, na Europa.

Cada País tem a sua autoridade e um conselho do conjunto de países europeus.

O projeto ainda estabelece penalidades para aqueles que não cumprirem aquilo que está determinado na lei.

Por isso é importante a votação desse PL hoje para que o Brasil tenha finalmente...

(Desligamento automático do microfone.)

O SR. PRESIDENTE (Rodrigo Maia) - Concedo a palavra ao Deputado

Edmilson Rodrigues. (Pausa.)

Concedo a palavra ao Deputado Milton Monti. (Pausa.)

Concedo a palavra ao Deputado Assis Carvalho.

V.Exa. pode falar, Deputado Assis Carvalho, por 3 minutos.

O SR. ASSIS CARVALHO (PT-PI. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, eu me inscrevi para falar desse projeto porque ele dispõe sobre o tratamento de dados pessoais, e isso me chamou a atenção. Mas, ao ver que o PL foi relatado pelo meu querido Deputado Orlando Silva, tenho que mudar de opinião. Vou seguir o projeto e, portanto, mudo a minha posição, passo a votar por ele.

Sr. Presidente, queria aproveitar este momento para também tratar da questão da prisão política do Presidente Lula.

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Sabemos que o Presidente Lula vem sendo defendido pelo povo brasileiro.

Basta ver as pesquisas feitas nos últimos dias para confirmar isso. Em todas ele está disparadamente em primeiro lugar, inclusive em São Paulo, onde aparece bem posicionado. Mas, ao mesmo tempo em que aparece bem posicionado, ele vem sendo agredido, de forma inquieta, por uma parcela significativa.

Nós até compreendemos por que isso acontece, sobretudo por parte de membros da bancada da bala. Não nos incomodamos porque sabemos que na bancada da bala o cérebro fica debaixo da unha do dedo que aperta o gatilho, e quem não tem cérebro não nos incomoda. Mas um dos membros da bancada da bala recentemente debochou do meu Estado do Piauí: ao encontrar um piauiense, perguntou-lhe se o Piauí ficava na China. Não, o Piauí não fica na China. Não sei se isso foi um deboche ou se ele não conhece o mapa do Brasil, não conhece geografia, não sabe mesmo, meu querido Deputado Edmilson, onde fica o Piauí.

O Piauí fica no Nordeste. É um Estado que, para que o Brasil fosse do tamanho que é, perdeu 400 vidas na Batalha do Jenipapo, em Campo Maior.

Eu sei que esse Deputado não sabe disso, porque ele não conhece a história do Brasil. A única coisa que ele sabe fazer é atacar as mulheres — já foi processado por conta disso —, é dizer que negros não servem nem para procriar, é dizer que negros devem ser medidos em arroba. Mas que ele não venha brincar com o Estado do Piauí, porque o Piauí merece respeito!

Quero aproveitar para dizer que nós, piauienses, temos esse Deputado como persona non grata. Assim também pensam os nordestinos, porque ele é uma pessoa que não respeita mulheres, não respeita negros, ataca todo mundo, a ponto de fazer apologia ao crime — e já o fez aqui neste Parlamento.

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Então, Sr. Presidente, eu queria aproveitar este momento para dizer a ele que sei de seu ódio contra o povo brasileiro.

Nós, que somos democráticos, estamos aqui para dizer que Lula é motivo de orgulho para todos e que aqueles que fazem apologia ao crime neste País são uma vergonha para o povo brasileiro.

Temos um orgulho muito grande do nosso querido Estado do Piauí.

O SR. PRESIDENTE (Rodrigo Maia) - Está encerrada a discussão.

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O SR. PRESIDENTE (Rodrigo Maia) - O projeto foi emendado.

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O SR. PRESIDENTE (Rodrigo Maia) - Concedo a palavra ao Deputado Danilo

Forte, pela Liderança da Maioria.

O SR. DANILO FORTE (PSDB-CE. Como Líder. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, Sras. e Srs. Deputados, o momento que estamos vivendo é de muita aflição, de muita preocupação. De norte a sul do Brasil, a expectativa é muito grande com relação à volta da normalidade.

Num país continental como o nosso, que tem como matriz o modal rodoviário, gera-se uma expectativa, e dela todos tivemos uma compreensão muito clara na semana passada, da necessidade de se abrigarem as reivindicações dos caminhoneiros nos fatores trabalho, vigor, dignidade da profissão e busca de uma solução.

A compreensão do momento era a irregularidade, tendo em vista a constância de aumentos, de forma desproporcional, descapitalizando e desprogramando qualquer possibilidade de planejamento por parte dos caminhoneiros. Depois, foi identificada uma base tributária, uma base de impostos, que gerava um aumento significativo no preço final do produto, tanto gasolina como óleo diesel .

O que nós percebemos, ao longo das negociações, foi uma transferência de responsabilidades fundamentalmente para o Governo Federal, o que foi necessário; pelo papel executivo que exerce, tanto pelo poder de mando que deve ter sobre a

PETROBRAS, a única refinaria do País, que detém o monopólio do produto; como pelo poder de criar as condições legislativas para que possamos votar matérias de cunho tributário. E percebemos que, mesmo se buscando nesse diálogo uma pacificação que pudesse dar tranquilidade à família brasileira, esse aguçamento

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gerou o desabastecimento tanto de produtos alimentícios como de medicamentos, aumentando ainda mais essa insegurança.

Paralelamente a isso, é natural dizer que tivemos que conviver com o oportunismo de alguns, que, usufruindo e surfando na onda da mobilização dos caminhoneiros, tentam tirar proveito político.

É necessário que distribuamos as responsabilidades e também busquemos construí-las, conforme dissemos na semana passada, dentro de um pacto federativo.

Ao Governo Federal foi feito o encaminhamento, tanto de retirada da CIDE, como muito bem questionado e proposto nesta Casa por V.Exa., Sr. Presidente, quanto da desoneração do PIS/CONFINS, o que deu uma tranquilidade, que não era total, até porque os maiores tributos incidentes sobre os produtos gasolina e óleo diesel são exatamente os do ICMS. E aí vimos um acovardamento muito grande, um esquivamento de responsabilidade por parte dos Governadores, que simplesmente sumiram no processo, como se não tivessem nenhuma responsabilidade pela tributação incidente sobre os combustíveis. Lamentamos, porque ela é hoje uma das maiores formas arrecadatórias de muitos Estados.

Por exemplo, o meu Estado, o Ceará, tem a maior tributação do Brasil sobre o

óleo diesel : 25%. Então, quando se pagam 4 reais por 1 litro de óleo diesel , 1 real vai para os cofres do Governo do Ceará sobre a forma de impostos. E, em momento algum, cogitou-se diminuir essa incidência. Além disso, no Estado do Ceará, a gasolina é a segunda mais cara do Nordeste: nela incidem 29%, ou seja, quase um terço do custo da gasolina é para pagar tributos. Isso está mobilizando a população que mora na área de fronteira a abastecer em outros Estados.

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Na região do Cariri, por exemplo, as famílias estão abastecendo seus carros na Paraíba, porque lá o preço da gasolina é 50 centavos mais barato do que no

Estado do Ceará. Isso cria, inclusive, uma falta de harmonia, tão necessária para desmobilizar o tensionamento que há nos Estados. E esse tensionamento está sendo aproveitado de forma irresponsável por alguns, como eu presenciei no domingo passado.

Ao voltar de Itapajé para Fortaleza, na BR-222, na Curva dos Frios, localizada mais ou menos a 80 quilômetros de Fortaleza, em Umirim, deparei-me com a queima de pneus na pista. E o que mais me surpreendeu é que não havia nenhum caminhão. Quando parei lá, o Zé do Peixe, um rapaz que vende peixe à beira da estrada, disse-me que quatro pessoas, que chegaram de táxi, atearam fogo nos pneus e foram embora, numa total irresponsabilidade.

Talvez por coincidência do destino, no dia seguinte, na segunda-feira, exatamente no mesmo local, um carro-forte foi alvo de ataques na Curva dos Frios.

Eu não sei se foi alguma coincidência com relação à Curva, aos horários ou à vontade de explodir o carro-forte, mas sei que há prejuízo no sentido de criar o pavor na população, que já está amedrontada com a violência recorrente naquele Estado.

O Estado do Ceará tem acumulado, só neste ano, de 1º de janeiro até ontem,

2.077 homicídios, sendo mais de 200 homicídios de mulheres, o que cria exatamente uma imagem pejorativa para um Estado que precisa desenvolver a cadeia do turismo, do ponto de vista econômico.

Então, temos que buscar harmonizar essas fragilidades e não criar mais embaraço nem mais dificuldades num momento tão crítico como este. O Brasil

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precisa de diálogo. O Brasil precisa de uma postura de espírito público. O Brasil precisa de responsabilidade.

O que nós percebemos hoje é que o grande volume de caminhoneiros, inclusive os autônomos, está em busca da pacificação. Também percebemos que já há, por parte do Governo Federal, a compreensão e a iniciativa de diminuir esses impostos, dando pelo menos uma trégua para pacificar, harmonizar isso até o fim de

2018.

Na democracia, precisamos valorizar o diálogo democrático. O diálogo democrático é fundamental, até porque o pressuposto maior da democracia é a perspectiva da alternância de poder. E essa alternância de poder se dá exatamente no período eleitoral. Então, não dá para ficar criando atalhos. Neste momento, criar atalho é patrocinar, de fato, um golpe real no processo democrático, principalmente quando se arbitra até a possibilidade de uma intervenção militar descabida, despropositada, que não repercute em nenhum segmento da sociedade que zela pelos princípios democráticos.

É fundamental que, neste momento, o Congresso Nacional — e nós aqui na

Câmara dos Deputados — tenha compreensão, muita clareza de que não podemos abrir espaço exatamente para que se macule, de novo, a história democrática do

País. Devemos ter princípios democráticos muito bem reconhecidos e fazer o debate político, que é natural, mas de forma clara, para não prejudicar a população, seja pelo boicote, seja pelo locaute, seja pela deturpação do processo democrático.

Viva o Brasil, acima de todos nós!

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PRONUNCIAMENTOS ENCAMINHADOS À MESA PARA PUBLICAÇÃO

O SR. LUCIANO DUCCI (PSB-PR. Pronunciamento encaminhado pelo orador.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, os auditores fiscais federais agropecuários reivindicam a autorização de concurso público para recomposição do quadro funcional e protestam contra uma série de medidas adotadas pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento — MAPA recentemente.

Na última sexta-feira recebi em meu escritório, em Curitiba, o Delegado

Regional do Sindicato Nacional dos Fiscais Federais Agropecuários — ANFFA

Sindical, Ricardo Guimarães Piazzetta, acompanhado de outros auditores, que me entregaram um ofício com o resumo das atividades desempenhadas pela categoria e alguns de seus pleitos, como a realização de concurso público para auditor agropecuário e a equiparação salarial com as demais carreiras de auditoria, conforme os avisos ministeriais que o Ministro da Agricultura, Blairo Maggi, encaminhou ao então Ministro do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão, Dyogo

Henrique de Oliveira.

Como membro da Comissão Mista de Orçamento e da Frente Parlamentar da

Agricultura, eu me dispus, em defesa da categoria no Congresso nacional, a realizar um trabalho de gestão do orçamento para contemplar o nivelamento salarial, bem como buscar a oportunidade de possibilitar o emprego de recursos que viabilizem a contratação de novos auditores agropecuários, o que só é possível através do concurso público.

O sindicato critica também medidas anunciadas pelo MAPA, como a contratação temporária de médicos veterinários para atuar na inspeção agropecuária

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em caráter emergencial e a imposição da escala de 8 horas diárias nos postos de vigilância agropecuária de portos, aeroportos e postos localizados nas fronteiras, que têm de funcionar ininterruptamente, com a possibilidade, se aprovado, de ser de no máximo de 12 horas por 36 horas. Antes, os profissionais que atuavam nesses postos faziam a escala de 36 horas por 72 horas.

Sr. Presidente, peço que este pronunciamento seja divulgado nos canais de comunicação desta Casa, em especial no programa A Voz do Brasil .

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A SRA. IRACEMA PORTELLA (Bloco/PP-PI. Pronunciamento encaminhado pela oradora.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, o Projeto Viva o Semiárido, desenvolvido pelo Governo do Piauí, com apoio da Organização das Nações

Unidas, teve alguns avanços significativos recentemente.

No dia 24 de maio, o Governo finalizou a missão de supervisão do programa com a assinatura de um memorando entre o Estado e o Fundo Internacional de

Desenvolvimento Agrícola — FIDA, da ONU.

O objetivo desse trabalho foi acompanhar os avanços e as dificuldades enfrentadas durante a execução do projeto que visa ao desenvolvimento das comunidades rurais do Piauí, informou reportagem publicada no site da Organização

Nações Unidas no Brasil.

Segundo informou a matéria, a missão teve início no dia 14 de maio, com visitas realizadas a Planos de Investimentos Produtivos — PIPs em diversos

Municípios do Semiárido piauiense, onde o FIDA atua. Essa etapa foi realizada por oito consultores da agência, acompanhados de representantes da Secretaria de

Desenvolvimento Rural do Estado e de empresas prestadoras de assessoria técnica.

De acordo com o Diretor de Inclusão Produtiva da Secretaria, Francisco

Ribeiro, foram visitados 12 projetos em dez Municípios do Piauí. Explicou ele: “Deu para ter uma boa visão dos trabalhos que estão sendo executados pelo Viva o

Semiárido, e pudemos ver que atingimos mais de 50% de execução financeira e estamos próximos da execução física. Foi tratado também sobre o aditivo de 20 milhões de reais que está aprovado, aguardando apenas a tramitação no Brasil”.

Hardi Vieira, oficial de projetos do FIDA no Brasil, afirmou que a missão fez uma avaliação positiva da implementação do Viva o Semiárido e fechou acordo com

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o Estado sobre ajustes para trazer mais eficiência em sua execução. Disse ele:

As propostas de ajustes são referentes ao modelo de

assessoria técnica sistemática contratada pelo Viva o

Semiárido. Outro ponto tem a ver com a aceleração da

implementação e operação dos PIPs; que somam, até o

momento, 140 planos aprovados e com expectativa de

chegar a 178, fortalecendo cadeias produtivas-chave,

como apicultura, cajucultura, ovinocaprinocultura e

avicultura, gerando emprego e renda à população no

semiárido do Piauí.

Outra recomendação dada, destacou a matéria do site da ONU, foi trazer multidisciplinaridade aos planos de investimento, abordando temas como a questão hídrica e horticultura, no âmbito dos quintais produtivos.

A novidade da última missão foi o fato de, pela primeira vez, contar com uma especialista em meio ambiente e mudança climática. Para o FIDA, a participação dessa consultoria foi fundamental.

O FIDA está começando a preparar o Projeto Fundo Verde Global — GCF, que é um Fundo das Nações Unidas para o Meio Ambiente e Mudanças Climáticas, destacou a reportagem.

Hardi Vieira lembrou que o desenho desse projeto deve ser feito ainda este ano, e todo o Semiárido do Nordeste brasileiro vai fazer parte da área de cobertura com ações de sistemas agroflorestais de acesso à água. O Piauí será contemplado, e as ações devem ser executadas em 2019, informou a matéria do site da ONU.

No âmbito do Governo Estadual, a Secretaria do Desenvolvimento Rural do

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Piauí liberou, no início de maio, 2,9 milhões de reais para o Projeto Viva o

Semiárido, que vão beneficiar diretamente 365 famílias dos Municípios de Caldeirão

Grande, Santa Rosa, Jaicós, Marcolândia, Campo Grande, Francisco Santos, Dom

Expedito, Buriti dos Lopes e Territórios do Vale do Itaim e do Guaribas.

Do total de recursos, 1,9 milhão de reais foi liberado para as associações e será utilizado nos projetos desenvolvidos nas localidades. O restante será liberado nos próximos dias, destacou o texto do site das Nações Unidas.

Na opinião de Maria Francisca de Araújo, Presidente da Associação

Comunitária de Curimatá, da cidade de Caldeirão Grande, o momento é de conquistas para as famílias, que vão ter a oportunidade de melhorar a qualidade de vida.

O Viva Semiárido é um projeto da maior importância para o desenvolvimento do Piauí. É uma iniciativa que vai gerar emprego e renda para milhares de pessoas e promover um crescimento sustentável numa região castigada pela seca. É, portanto, um programa que merece o nosso apoio.

Era o que tinha a dizer.

Muito obrigada.

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O SR. MARCIO ALVINO (PR-SP. Pronunciamento encaminhado pelo orador.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, aproveito este momento para lembrar de seis importantes cidades do nosso Estado de São Paulo que completaram mais um ano de história no dia 19 de maio: Arapeí, Tuiuti, Potim,

Cajati, Bertioga e Araçariguama. Parabéns pelos seus aniversários!

Começo parabenizando Arapeí e toda a população desta linda cidade, que tem diversas atrações turísticas e é conhecida como Oásis Verde, na pessoa do

Presidente do PR, Ayl de Andrade Marques Filho, e dos ex-Vereadores Miguel

Cantor e Cilas da Birosca, pelos seus 27 anos, concluídos no último dia 19.

Situada entre a Serra de Santa Cruz e a Serra do Arraial, está a outra importante aniversariante deste mês. Tuiuti completou 27 anos de história no dia 19 de maio, e por isso gostaria de felicitar o Município na pessoa do Vereador Elio

Jardim e de toda sua população.

Apresento igualmente minhas felicitações a todos os moradores de Potim, importante cidade do Vale do Paraíba, que fez 27 anos. Deixo meus parabéns na pessoa da Prefeita, Erica Soler; do Vice-Prefeito, Marcinho; da Câmara Municipal, representada pelos Vereadores Rivelino, Professora Vani, João da Cianorte e

Valquiria Freitas; do ex-Vereador e Vice-Presidente do PR, Dr. Rondolfo; dos ex-Vereadores Neia do Postinho, Renato Marques, Diego Dentista e Fabiana Soler; do Secretário do PR, José Francisco Bustamente Romain; do Fabricio Rodrigues da

Fonseca, Renato Henrique Dias de Almeida Mathias, Bê, Nair do Plano Mutuo e

Alemão do Churros.

Também felicito a população de Cajati, grande parque industrial do Vale do

Ribeira e território de diversas belezas naturais, que atraem muitos turistas.

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Parabenizo, na pessoa do Prefeito, Vavá Cordeiro, e do Presidente do PR, Celso da

Ambulância, o Município e sua população pelos 26 anos, festejados no dia 19 de maio.

A Estância Balneária de Bertioga completou 27 anos no dia 19 de maio. Por isso gostaria de apresentar minhas felicitações, na pessoa do Presidente do PR,

Taciano Goulart, da Secretária do PR, Lucília Goulart, do ex-Prefeito Lairton Gomes

Goulart, da Tesoureira do PR, Macleid Ribeiro Ferreira, da Laís Goulart e do

Prefeito, Caio Matheus, a toda população desta linda cidade, que encanta todos os seus visitantes pelas suas belezas naturais e históricas.

Neste mesmo dia, 19 de maio, o Município de Araçariguama completou 26 anos. Na pessoa do Presidente do PR municipal, o Alemão, parabenizo os moradores deste Município, que apresenta diversos atrativos para os turistas, entre os quais suas paisagens e arquitetura.

Por fim, gostaria de aproveitar este momento para reforçar o meu compromisso com cada uma dessa cidades e com todas as pessoas que se dedicaram e se dedicam para que elas continuem crescendo. Meu mandato, escritórios, gabinete e as frentes que presido estão à disposição! Meu objetivo é fazer cada vez mais. Contem com o meu empenho!

Muito obrigado!

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O SR. ANDRES SANCHEZ (PT-SP. Pronunciamento encaminhado pelo orador.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua, feita pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

(IBGE), é sempre um instrumento de valia, por trazer informações conjunturais sobre as tendências e flutuações da força de trabalho brasileira.

A PNAD Contínua visita os domicílios selecionados uma vez a cada trimestre e compila os dados coletados não só em termos nacionais, como também nas grandes regiões e por unidades da Federação.

No último informativo, foram considerados os ganhos laborais obtidos por pessoas de 14 anos de idade ou mais. Em um universo etário ampliado, além do trabalho, foram igualmente consideradas outras fontes de renda: aposentadorias ou pensões, pensões alimentícias, aluguéis, seguro-desemprego, programas de transferência de renda, poupança, entre outras.

O informativo permite analisar ainda a distribuição da população residente e a distribuição das pessoas por tipo de rendimento efetivamente recebido; a concentração de renda; a população ocupada, por sexo, cor ou raça e nível de instrução; o rendimento de trabalho efetivamente recebido, segundo características sociodemográficas; a composição do rendimento domiciliar.

O que, então, dizem os dados divulgados há poucos dias relativos ao primeiro trimestre de 2018? Vejamos.

No período, a taxa de subutilização da força de trabalho, isto é, aquela que agrega os desocupados, os subocupados por insuficiência de horas e a força de trabalho potencial, subiu para 24,7%. Isso representa 27,7 milhões de pessoas nessa situação. Trata-se da maior taxa na série histórica, iniciada em 2012.

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O Estado da Bahia, seguido do Piauí, de Alagoas e do Maranhão, apresentou a maior taxa de subutilização de mão de obra. A menor foi em Santa Catarina, seguida do Rio Grande do Sul, do Mato Grosso e do Paraná. No meu Estado, São

Paulo, a situação não é diferente dos demais, onde os índices também cresceram.

Já a taxa de desocupação foi de 13,1%. Em relação ao 4º trimestre de 2017, houve elevação em todas as cinco regiões brasileiras, sendo que Norte e Nordeste tiveram as maiores altas. A Região Sul apresentou a menor variação. Entre os

Estados, a maior alta foi no Amapá, e a menor, em Santa Catarina.

O trabalho também considerou os desalentados, assim denominados aqueles que desistiram de procurar trabalho. Fazem parte da força de trabalho potencial, mas, por alguma razão, estão fora do mercado e saíram das estatísticas do desemprego.

Neste primeiro trimestre, o contingente de desalentados somou 4,6 milhões de pessoas, o maior da série histórica. No mesmo período de 2017, o número era de

4,3 milhões de pessoas. Alagoas teve a maior taxa de desalento, e Rio de Janeiro, juntamente com Santa Catarina, a menor. O contingente de desalentados no

Nordeste corresponde a 60,6% do total nacional.

Os menores percentuais de empregos com carteira de trabalho assinada na iniciativa privada, exceto os empregos domésticos, estão nas Regiões Nordeste e

Norte; o maior, na Região Sul. Comparados os valores com os do primeiro trimestre do ano passado, apenas o Norte apresentou expansão. As demais regiões registraram queda. No Norte e Nordeste, o percentual de trabalhadores por conta própria é superior ao observado nas demais regiões.

A taxa combinada de subocupação por insuficiência de horas trabalhadas e

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desocupação foi de 19,1% no primeiro trimestre de 2018, o que representa 6,2 milhões de trabalhadores subocupados por insuficiência de horas trabalhadas e 13,7 milhões de desocupados. É a maior taxa da série histórica. No 4º trimestre de 2017, a taxa nacional foi de 18,0% e no primeiro trimestre de 2017, de 18,8%.

Já a taxa combinada da desocupação e da força de trabalho potencial, que abrange os desocupados e as pessoas que gostariam de trabalhar, mas não procuraram trabalho, foi de 19,2% no primeiro trimestre de 2018, o que representa

21,5 milhões de pessoas. No 4º trimestre de 2017, essa taxa foi de 17,8% e no primeiro trimestre do ano passado, de 19,3%.

Outro dado significativo: o Brasil tem 3 milhões de pessoas desocupadas que estão procurando emprego há mais de 2 anos. Elas representam 22% do total da população desocupada.

Os números, Sr. Presidente, são piores do que o esperado. O desemprego continua castigando a população brasileira, Sr. Presidente, e castiga, antes de tudo, o mais pobre e menos qualificado. Seus efeitos cruéis recaem principalmente sobre os grotões carentes, o que faz por perpetuar o grande abismo das diferenças regionais.

O emprego precisa voltar com pujança, como aconteceu em período recente da nossa história em que foram gerados mais de 20 milhões de empregos, diminuindo as desigualdades sociais, e no qual trabalhadores tiveram acesso aos bens que devem ser comuns a toda a população.

Muito obrigado.

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O SR. DR. JORGE SILVA (SD-ES. Pronunciamento encaminhado pelo orador.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, no dia 20 de maio, comemorou-se o Dia do Técnico e Auxiliar de Enfermagem. São profissionais por quem tenho especial admiração, devido à importância de sua atuação para a saúde no Brasil.

Como médico e como cidadão, presto homenagem a todos os que se dedicam a essas nobres atividades.

Junto aos enfermeiros, os técnicos e auxiliares de enfermagem representam mais da metade da mão de obra empregada no setor de saúde no Brasil. No dia a dia de um hospital, esses profissionais são essenciais para a recuperação da saúde dos pacientes. São eles que garantem a correta execução dos tratamentos prescritos e que acompanham cada necessidade daqueles a quem atendem.

São também eles que, majoritariamente, cuidam do atendimento básico e preventivo. Neste momento, em que o sistema de saúde do País volta suas prioridades para o desenvolvimento da medicina preventiva, a enfermagem ganha ainda mais destaque.

Atualmente, cerca de 30% dos agentes comunitários de saúde, que fazem o atendimento domiciliar da população, contam com o título de técnico em enfermagem. Isso vem contribuindo significativamente para a promoção da saúde e a prevenção de doenças em diversas localidades do País. Indo de casa em casa, visitando cada família, eles auxiliam as comunidades em que moram, ampliando o acesso aos serviços de informação, de saúde, de promoção social e de proteção da cidadania.

Por isso, parabenizo a recente iniciativa do Ministério da Saúde de investir na qualificação de agentes comunitários de saúde e agentes de combate a endemias

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como técnicos em enfermagem em todo o Brasil, nos próximos 2 anos. No âmbito da

Política Nacional de Atenção Básica — PNAB, serão abertas 250 mil vagas em instituições de ensino públicas e privadas.

Isso fará com que o trabalho desses agentes seja muito mais qualificado.

Com um atendimento primário de qualidade, dentro de seus próprios domicílios, as pessoas terão muito menos necessidade de recorrer a tratamentos mais complexos.

É bom para elas e é bom para o Brasil.

No entanto, Sr. Presidente, eu não poderia concluir esta homenagem sem falar do pouco reconhecimento e valorização que o trabalho desses profissionais costuma receber. Muitas vezes, enfermeiros, técnicos e auxiliares de enfermagem são mal remunerados e submetidos a jornadas exaustivas na rede hospitalar. A precariedade dos salários leva muitos a manter mais de um emprego, numa situação muito distante da ideal.

Sou médico e sei o quanto são extenuantes as atividades de trabalho na área da saúde. Pensem os senhores nas dificuldades de auxiliar pacientes acamados em todas as suas necessidades; pensem os senhores no desgaste físico e emocional a que estão expostas essas profissões.

Além de realizarem os cuidados necessários com os pacientes, os técnicos e auxiliares de enfermagem têm ainda a obrigação de atualizar constantemente seus conhecimentos, o que não é uma tarefa simples na área da saúde. Precisam, ainda, cuidar de sua própria sanidade.

Daí a importância de reduzir a jornada de trabalho desses profissionais, projeto que tenho defendido há anos e cuja votação, infelizmente, continua travada.

Sras. e Srs. Deputados, o projeto de lei que fixa em 30 horas semanais a

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jornada de trabalho dos enfermeiros, técnicos e auxiliares de enfermagem tramita nesta Casa há 18 anos. Há quase 10 anos, ele está pronto para ser incluído na

Ordem do Dia.

A demora do Legislativo federal em resolver a questão fez com que os próprios Municípios tomassem a frente e fizessem suas próprias legislações. O

Conselho Federal de Enfermagem — COFEN registra que, atualmente, mais de 100

Municípios e 10 Estados brasileiros já estabeleceram a jornada de 30 horas, colocando em prática uma recomendação da Organização Mundial da Saúde —

OMS que esta Casa teima em ignorar.

No Dia do Técnico e Auxiliar de Enfermagem, parabenizo todos os que se dedicam a tão nobre profissão, mas sei que não haveria homenagem melhor que reduzir a estafante jornada de trabalho a que estão sujeitos. Por isso, faço mais um apelo à Presidência da Casa para que votemos esse projeto, ao mesmo tempo em que insto os colegas Deputados e Deputadas para que o aprovemos. De minha parte, tenho trabalhado para que isso aconteça.

Muito obrigado.

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O SR. ROBERTO BALESTRA (Bloco/PP-GO. Pronunciamento encaminhado pelo orador.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, cidadãos que nos acompanham pela TV Câmara ou pela Rádio Câmara , enfrentamos mais um momento de crise histórica no Brasil. Caminhoneiros de todo o País reivindicam melhorias nas condições de trabalho e questionam algumas políticas desenvolvidas pelos governos ao longo dos anos. Entendo serem justos muitos dos pedidos, principalmente por se tratar de pessoas que dependem dessas atividades para sua sobrevivência e de suas famílias.

Uma das minhas lutas nesta Casa foi para que o Projeto de Lei nº 3.982, de

2015, fosse aprovado e beneficiasse produtores do Programa Nacional do Álcool —

PROÁLCOOL. Fui o Relator da matéria na Comissão de Agricultura, Pecuária,

Abastecimento e Desenvolvimento Rural, a qual presido desde o início do mês. O texto tem como foco a renegociação de dívidas de operações de crédito rural ou agroindustrial contratadas por produtores e suas cooperativas no PROÁLCOOL.

Neste momento, podemos ver ainda com mais clareza que o investimento em fontes alternativas de combustível, como o etanol e o biodiesel, é essencial para toda a sociedade brasileira, pois, além de reduzirem impactos ambientais, servem como forma de solucionar o problema energético brasileiro e mundial e também de valorizar as fontes renováveis de abastecimento.

Criado na década de 70, o PROÁLCOOL surgiu em decorrência da crise mundial do petróleo. Atualmente, não estaria restrito à produção única de etanol, pois as usinas evoluíram e se capacitaram para a geração de biodiesel, que pode ser acrescentado ao óleo derivado do petróleo e, além de baratear o custo, ser uma fonte rápida de geração de emprego e renda no campo.

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No entanto, muitos dos produtores que aderiram ao programa no início de sua vigência estão em dificuldades financeiras, pela ausência de variedades de cana-de- açúcar, em decorrência das localidades inapropriadas para o cultivo e a variação no preço, que nem sempre acompanha as exigências do mercado consumidor, o que ocasionou o fechamento de quase 1 centena de usinas espalhadas por todo o Brasil.

Felizmente, nobres Parlamentares, o País vislumbra, em um futuro próximo, o retorno da estabilidade econômica. Esse projeto de lei é um incentivo que auxilia os produtores dessa importante fonte de combustível renovável. Com as usinas do centro-sul do País destinando maior parcela de cana e outras culturas para a produção de biocombustível na safra 2018-2019, será possível um aumento de 5% na produtividade do etanol, por exemplo. E podemos fazer ainda mais, com mais projetos que incentivem o nosso agronegócio.

Sr. Presidente, peço a V.Exa. que este pronunciamento seja divulgado pelos meios de comunicação da Casa e no programa A Voz do Brasil .

Muito obrigado.

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O SR. RUBENS PEREIRA JÚNIOR (PCdoB-MA. Pronunciamento encaminhado pelo orador.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, nos termos do

Regimento Interno, e dada a impossibilidade de leitura em plenário, solicito a V.Exa. que seja dado como lido, para efeito de registro nos Anais desta Casa, este discurso de minha autoria.

Após as fracassadas tentativas de acordo para acabar com a paralisação dos caminhoneiros, o Governo Temer aposta na edição de três medidas provisórias para pôr fim à crise no País. Após nova rodada de negociações, três MPs que chegaram nesta segunda-feira, dia 28, ao Congresso, foram editadas, atendendo alguns dos pleitos dos caminhoneiros.

Sobre a crise que o País atravessa, o grande problema foi o aumento abusivo dos combustíveis. Nos últimos 2 anos, a política de preços da PETROBRAS gerou

229 aumentos. O ponto final agora dessa crise foram cinco aumentos em 5 dias. É

óbvio que o consumidor não ia aceitar isso calado, especialmente os caminhoneiros.

Para eles, a categoria é a mais impactada, uma vez que o preço do combustível influencia no valor do frete e, consequentemente, em toda a distribuição de absolutamente tudo no Brasil.

Outro fator que conduziu para a situação atual é desinvestimento da

PETROBRAS, que antes exportava petróleo. Agora, PETROBRAS está importando e infelizmente deixou de investir em muitas refinarias. A refinaria Premium do

Maranhão é um exemplo: surgiu apenas como estelionato eleitoral. Não teve sequência, saiu do plano de investimento da empresa.

A solução de Michel Temer para contornar os problemas não é a melhor.

Primeiro ele só trata do diesel , não fala nada sobre gasolina e nem do preço do gás

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de cozinha. Corre o risco de ter, inclusive, aumento nos próximos dias para compensar essa baixa do preço temporário do diesel .

A simples redução do PIS/COFINS e da CIDE — Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico — sobre o diesel também é uma decisão errada. Por conta da PEC do Teto dos Gastos, infelizmente esse dinheiro vai acabar saindo da saúde, ou da educação, e o Governo ainda não disse de onde é que vai sair tudo isso.

Para finalizar, sou a favor da greve e de toda a manifestação. É valido, mas aos que pedem intervenção militar, convido para estudarem um pouco a história do nosso País. Esse período custou muito caro, inclusive vidas de muitos brasileiros, e nós não queremos voltar para isso.

Obrigado.

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VI - ENCERRAMENTO

O SR. PRESIDENTE (Rodrigo Maia) - Nada mais havendo a tratar, vou encerrar a sessão.

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O SR. PRESIDENTE (Rodrigo Maia) - COMPARECEM MAIS OS SRS.:

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DEIXAM DE COMPARECER OS SRS.:

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CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 132.4.55.O Tipo: Deliberativa Extraordinária - CD Data: 29/05/2018 Montagem: 4176

O SR. PRESIDENTE (Rodrigo Maia) - Encerro a sessão, antes convocando segunda Sessão Deliberativa Extraordinária para hoje, terça-feira, dia 29 de maio, às

20h45min, com a seguinte Ordem do Dia: Projeto de Lei nº 4.060, de 2012. Haverá matéria sobre a mesa para deliberação.

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CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 132.4.55.O Tipo: Deliberativa Extraordinária - CD Data: 29/05/2018 Montagem: 4176

(Encerra-se a sessão às 20 horas e 44 minutos.)

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