ESTADO DO MUNICÍPIO DE ITIQUIRA PODER EXECUTIVO SECRETARIA DE EDUCAÇÃO

PLANO MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO |PME] E ANEXOS 2014-2024

ITIQUIRA ABRIL DE 2014 LISTA DE QUADROS

QUADRO 1 - Dados Gerais do Município de Itiquira...... 31

QUADRO 2 - Escolas Públicas de Educação Básica de Itiquira...... 43

QUADRO 3 - Escolas Municipais de Educação Básica - Etapas - Modalidades de Ensino Quantidade de Educandos Matriculados - 2012, 2013 e 2014...... 45

QUADRO 4 - índice de Desenvolvimento da Educação Básica - IDEB do Município de Itiquira - Anos: 2006/2007 - 2008/2009 - 2010/2011...... 72

QUADRO 5 - Receita, Despesas e Percentuais pertinentes à Educação Básica do Município de Itiquira - 2009 a 2013...... 97

QUADRO 6 - Aplicação na Educação Básica no Município de Itiquira - 2013...... 97

QUADRO 7 - FUNDEB - Receita e Despesa no Município de Itiquira - Ano 2013...... 98

QUADRO 8 - Remuneração e Valorização dos Profissionais do Magistério no Município de Itiquira - 2013...... 98

QUADRO 9-Aplicação na Valorização do Magistério no Município de Itiquira - 2013....98

2 LISTA DE TABELAS

TABELA 1 - NÚMERO DE EDUCANDOS MATRICULADOS EM CRECHE E PRÉ- ESCOLA NO MUNICÍPIO DE ITIQUIRA - 2010...... 47

TABELA 2 -NÚMERO DE EDUCANDOS MATRICULADOS EM CRECHE E PRÉ- ESCOLA NO MUNICÍPIO DE ITIQUIRA - 2013...... 47

TABELA 3 - POPULAÇÃO EM IDADE DE CRECHE E PRÉ-ESCOLA E DEFASAGEM EM RELAÇÃO AO NÚMERO DE VAGAS NO MUNICÍPIO DE ITIQUIRA -2010...... 48

TABELA 4 - NÚMERO DE EDUCANDOS MATRICULADOS NA EDUCAÇÃO INFANTIL - CRECHE - 2011 A 2014...... 49

TABELA 5 - NÚMERO DE EDUCANDOS MATRICULADOS NA EDUCAÇÃO INFANTIL - PRÉ-ESCOLA I E II - 2011 A 2014...... 49

TABELA 6 - NÚMERO DE EDUCANDOS MATRICULADOS NO ENSINO FUNDAMENTAL - Ia A 3a ETAPA DO Io CICLO (Io AO 3o ANO) E Ia ETAPA DO 2o CICLO (4o ANO) - 2010...... 50

TABELA 7 - POPULAÇÃO EM IDADE DE CURSAR O PRIMEIRO CICLO (Io ao 3o ano) DO ENSINO FUNDAMENTAL - 6 A 8 ANOS NO MUNICÍPIO DE ITIQUIRA-2010...... 50

TABELA 8 - POPULAÇÃO EM IDADE DE CURSAR A 3a ETAPA DO 2o CICLO (6o ano) E 3o CICLO (9o ano) DO ENSINO FUNDAMENTAL - 12 A 14 ANOS NO MUNICÍPIO DE ITIQUIRA-2010...... 51

TABELA 9 - NÚMERO DE EDUCANDOS MATRICULADOS EM EDUCAÇÃO INFANTIL, ENSINO FUNDAMENTAL DE 8 ANOS, ENSINO FUNDAMENTAL DE 9 ANOS E EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS (EJA)-2011 A 2014...... 51

TABELA 10 - NÚMERO DE EDUCANDOS MATRICULADOS NO ENSINO FUNDAMENTAL Io AO 3o ANO E 4o ANO - 2011 A 2014...... 52

TABELA 11 - NÚMERO DE EDUCANDOS MATRICULADOS NO ENSINO FUNDAMENTAL 10 AO 9o ANO - 2011 A 2014...... 52

3 TABELA 12 - NÚMERO DE EDUCANDOS MATRICULADOS NO ENSINO MÉDIO NO MUNICÍPIO DE ITIQUIRA - 2010...... 53

TABELA 13 - POPULAÇÃO EM IDADE DE CURSAR O ENSINO MÉDIO - 15 A 17 ANOS - NO MUNICÍPIO DE ITIQUIRA - 2010...... 53

TABELA 14 - NÚMERO DE EDUCANDOS MATRICULADOS NO ENSINO MÉDIO - 2011 A 2014- ESCOLA ESTADUAL “ CORRÊA”...... 54

TABELA 15 - POPULAÇÃO EM IDADE DE CURSAR ENSINO SUPERIOR - 18 A 24 ANOS - NO MUNICÍPIO DE ITIQUIRA - 2010...... 55

TABELA 16 - NÚMERO DE EDUCANDOS MATRICULADOS NA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS NO MUNICÍPIO DE ITIQUIRA - 2013...... 56

TABELA 17 - NÚMERO DE EDUCANDOS MATRICULADOS NA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS (EJA) - Io E SEGUNDO SEGMENTOS - 2011 A 2014...... 56

TABELA 18 - NÚMERO DE EDUCANDOS MATRICULADOS EM EDUCAÇÃO ESPECIAL NO MUNICÍPIO DE ITIQUIRA - 2007 A 2010...... 57

TABELA 19 - NÚMERO DE EDUCANDOS MATRICULADOS EM EDUCAÇÃO ESPECIAL (EE) - PORTADORES DE NECESSIDADES ESPECIAIS (PNEs)-2011 A 2014...... 57

TABELA 20 - NÚMERO DE EDUCANDOS MATRICULADOS EM EDUCAÇÃO ESPECIAL (EE) - PORTADORES DE NECESSIDADES ESPECIAIS (PNEs) EM SALAS MULTIFUNCIONAIS - 2011 A 2014...... 58

TABELA 21 - NÚMERO DE EDUCANDOS MATRICULADOS NO ENSINO FUNDAMENTAL NO MUNICÍPIO DE ITIQUIRA - 2007 A 2010...... 60

TABELA 22 - NÚMERO DE EDUCANDOS MATRICULADOS NO ENSINO FUNDAMENTAL DO Io AO 9o ANO 2011 A 2014...... 60

TABELA 23 - NÚMERO DE EDUCANDOS MATRICULADOS NO ENSINO MÉDIO NO MUNICÍPIO DE ITIQUIRA - 2007 a 2010...... 61

TABELA 24 - NÚMERO DE EDUCANDOS MATRICULADOS NO ENSINO FUNDAMENTAL NO MUNICÍPIO DE ITIQUIRA - 2007 A 2010...... 63

4 TABELA 25 - NÚMERO DE EDUCANDOS MATRICULADOS EM CRECHE E PRÉ- ESCOLA NO MUNICÍPIO DE IT1QUIRA - 2007 A 2010...... 64

TABELA 26 - NÚMERO DE ALUNOS MATRICULADOS NA EJA NO MUNICÍPIO DE ITIQUIRA - 2007 A 2010...... 66

TABELA 27 - TAXA DE DISTORÇÃO IDADE-SÉRIE, TAXA DE ABANDONO, TAXA DE APROVAÇÃO E TAXA DE REPROVAÇÃO EM % - 2007 a 2010.... 68

TABELA 28 - TAXA DE DISTORÇÃO IDADE-SÉRIE, TAXA DE ABANDONO, TAXA DE APROVAÇÃO E TAXA DE REPROVAÇÃO EM % - 2011 a 2013.... 70

TABELA 29 - NÚMERO DE EDUCANDOS BENEFICIADOS POR TRANSPORTE ESCOLAR-2011 A 2014...... 71

TABELA 30 - NÚMERO DE PROFESSORES DE ITIQUIRA POR ETAPAS DA EDUCAÇÃO BÁSICA EM 2009...... 74

TABELA 31 - NÚMERO DE DOCENTES DO ENSINO FUNDAMENTAL EM ITIQUIRA -2009...... 77

TABELA 32 - NÚMERO DE DOCENTES DO ENSINO MÉDIO EM ITIQUIRA - 2009...... 77

TABELA 33 - NÚMERO DE DOCENTES DO ENSINO PRÉ-ESCOLAR EM ITIQUIRA 2009...... 77

TABELA 34 - NÚMERO DE PROFISSIONAIS DA EDUCAÇÃO QUE TRABALHAM COM EDUCANDOS VINCULADOS À SME 2009...... 78

TABELA 35 - NÚMERO DE PROFESSORES DA EDUCAÇÃO BÁSICA NO MUNICÍPIO 2011 A 2014...... 78

5 SUMÁRIO

Lista de Quadros...... I

Lista de Tabelas...... II

Apresentação...... 7

Introdução...... 10

Capítulo I...... 16

1 - O Município de Itiquira 2 - Objetivos Gerais e Específicos pertinentes ao Plano Municipal de Educação [PME]

Capítulo II...... 40

1 - Níveis Escolares. Etapas da Educação Básica e Modalidades de Ensino 1 - As Redes de Educação Escolar Básica no Município de Itiquira

Capítulo III...... 59

1 - Dados Comparativos 2 - Taxas de Distorção Idade-Série, Abandono, Aprovação e Reprovação 3 - Perfil do Professor

Capítulo IV...... 80

1- Análises e Propostas 2- Objetivos Norteadores

Capítulo V...... 85

1 - Metas e respectivas Estratégias 2 - Propostas Específicas 3 - Orçamento, Financiamento e Gestão 4 - Acompanhamento, Controle, Avaliação e Feedback

Considerações Finais...... 100

Referências...... 105

Anteprojeto de Lei...... 106 6 PLANO MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO [PME| DE ITIQUIRA

Apresentação

Apresentamos o Plano Municipal de Educação [PME] à Sociedade, como resultado de todas as etapas desenvolvidas com sua participação, que incluiu, obviamente, os agentes políticos e públicos, e dentre estes, os Profissionais da Educação Básica, versão apreciada e deliberada nas Conferências Municipais de Educação realizadas nos dias 28, 29 e 30 de abril de 2014, no Plenário da Câmara Municipal de Itiquira, conforme as Atas n°s 1, 2 e 3/2014- CE, do mesmo período, de domínio público.

Constatamos, então, que sua construção é consequência da atuação de todos os atores envolvidos em um processo democrático. Referido Plano foi elaborado, tanto quanto possível, no que coube, com a necessária e compulsória consonância com o Plano Nacional de Educação [PNE] vigente nos termos da Lei Federal n° 10.172/2001 e suas alterações, objeto de profundas transformações atualmente, sob debate intenso no Congresso Nacional, facilmente constatadas pela mídia nacional e estadual, bem como com o Plano Estadual de Educação [PEE] em vigor, conforme o teor da Lei Estadual n° 8.806/2008 e alterações, avaliado pelo Fórum Estadual de Educação de Mato Grosso através da Conferência Estadual de Avaliação do Plano Estadual de Educação (CONAPEE) no período de 15 a 18/11/2011, no Hotel Fazenda Mato Grosso, em Cuiabá.

O Plano Municipal de Educação [PME] visa propor objetivos e metas que garantam o direito subjetivo à educação a todos os cidadãos, como preceituam a Constituição da República (CRFB/1988 e alterações), a Lei Federal n° 9.394/1996 e alterações (Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional - LDB) e a Lei Orgânica do Município de Itiquira (LOM). Tal Plano contempla, prioritariamente, o Nível Escolar composto pela Educação Básica e duas de suas Etapas, quais sejam: Educação Infantil e Ensino Fundamental, bem como duas modalidades de ensino: Educação de Jovens e Adultos (EJA) e Educação Especial (EE), e subsidiariamente à Educação Superior, ao Ensino Médio, à Educação Profissional e Tecnológica c à Educação à Distância. Dcstaquc-sc que, dentre as Políticas Públicas educacionais federais, duas destas reportam-se, uma aos afrodescendentes, nos termos da Lei Federal n° 10.639/2003 e a outra à Educação do Campo, de que trata o Decreto Federal n° 7.352/2010, de 04/11/2010, e de acordo com a Resolução Normativa n° 003/2003-CEE/MT, de 22/07/2003, que substituiu a Resolução n° 126/2003-CEE/MT, do Conselho Estadual de Educação de Mato Grosso (CEE/MT), considerando que o Município de Itiquira ainda não dispõe do Conselho Municipal de Educação (CME) que, preliminarmente deve ser instituído em caráter consultivo.

7 A participação da Sociedade Civil Organizada visou ultrapassar as pretensões meramente políticas no âmbito de ambos os Poderes Públicos diretamente envolvidos: Executivo e Legislativo, abrangendo, então, democraticamente, seus vários segmentos sociais.

O Plano Municipal de Educação [PME] só terá efetividade se houver o necessário e obrigatório acompanhamento, controle e a avaliação periódica através do Fórum Municipal de Educação, de caráter permanente, e das Conferências Municipais de Educação, subsidiada(o) por igual procedimento pelas Comissões Permanentes que a este se reportam, do Poder Legislativo, regularmente, através de pronunciamentos junto ao Poder Executivo, para os devidos e legais efeitos, sempre revestidos da cientificidade, imparcialidade e transparência exigidas. Obviamente que tal efetividade passa necessária e obrigatoriamente pela efetiva valorização dos Profissionais da Educação, com remuneração mais justa, formação acadêmica e prática contínua, e condições de trabalho plenamente satisfatórias, nos termos das discussões e deliberações realizadas nas Conferências Municipais de Educação nos dias 28 a 30/04/2014, no Plenário da Câmara Municipal.

A educação escolar, em específico, é imprescindível para promover os fundamentos da cidadania, da dignidade da pessoa humana e os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa; bem como construir uma sociedade livre, justa e solidária, garantindo também a erradicação da pobreza e da marginalização; reduzindo as desigualdades sociais e promovendo o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação, preconizados na Carta Magna Republicana (CRFB/1988 e alterações).

Os objetivos, metas e estratégias delineados neste Plano, para curto, médio e longo prazo poderão contribuir para que tais fundamentos, valores sociais, construção de uma sociedade efetivamente livre, justa e solidária, tanto quanto para uma melhor distribuição de renda e o combate a qualquer forma de preconceito, seja velado ou declarado, se efetivem na prática.

A Educação é altamente relevante para o país, logo, o Plano Municipal de Educação [PME] deve ser cumprido com a participação, no que couber, dos Poderes Públicos da União e do Estado, bem como de todos os segmentos da Sociedade Civil Organizada. Isso deve ocorrer, observando-se que. no que tange a tais Poderes Públicos, o regime de colaboração é indispensável, inclusive consta na Constituição Federal (CRFB/1988 e alterações), na Lei Federal n° 9.394/1996 e alterações (LDB), na Constituição do Estado de Mato Grosso (CEE/MT) e na Lei Orgânica do Município (LOM), despojando-se seus agentes políticos, das barreiras político-partidárias ou ideológicas típicas de um regime democrático.

Finalmente, o leitor interessado, de forma delida, a partir do sumário do plano e este percorrendo, será subsidiado suficientemente para entender o processo de discussão e aprovação de todas as Metas e Estratégias inseridas no mesmo em decorrência das Conferências Municipais de Educação realizadas no período de 28 a 30/04/2014 no Plenário 8 da Câmara Municipal, como também tirar suas próprias conclusões, colaborar e participar de sua implementação, bem como de suas alterações futuras, considerando que o universo inteiro é dinâmico. Qualquer crítica, obviamente consistente, será bem vinda.

9 Introdução

O Plano Municipal de Educação [PME], como anunciado na Apresentação, necessária e obrigatoriamente tem suas bases legais mencionadas, consubstanciadas principalmente nos arts. 205 a 214, CRFB/1988 e alterações, na atual LDB (Lei Federal n° 9.394/1996 e alterações) no Plano Nacional de Educação [PNE], nos termos da Lei Federal n° 10.172/2001 (art. 3o, inciso VIII), destacando-se que este está sendo objeto de sucedâneo em discussão acirrada no Congresso Nacional, que vem refletindo em todas as unidades da federação, objeto de massificação pela mídia nacional pública e privada, como também no Plano Estadual de Educação de que trata a Lei n° 8.806/2008.

Os fundamentos e referenciais educacionais elencados pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) e presentes nas Diretrizes Curriculares Nacionais (DCNs), em que o processo educacional deve objetivar o aprender a aprender: aprender a fazer: aprender a viver juntos: aprender a ser; a partir de princípios pautados na estética da sensibilidade: política da igualdade e ética da identidade, visando propiciar uma formação contextualizadora, flexível, criativa, crítica e de qualidade, devem, tanto quanto possível, no que couber, nortearem os parâmetros gerais da proposta educacional do Município.

O Plano Nacional de Educação obviamente se reporta às principais demandas e atuais problemas brasileiros que direta e/ou indiretamente fazem parte do cotidiano municipal. Dentre os quais podemos elencar a obrigatoriedade da universalização da escolaridade na etapa Ensino Fundamental, que já progrediu bastante desde a instituição do Fundo de Desenvolvimento e Manutenção do Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério (FUNDEF), substituído mais recentemente pelo Fundo de Desenvolvimento e Manutenção da Educação Básica (FUNDEB); igual obrigatoriedade a partir do advento da Lei Federal n° 12.796/2013, da universalização da etapa Educação Infantil e progressivamente da etapa Ensino Médio, bem como das modalidades de Ensino como a Educação de Jovens e Adultos (EJA) e a Educação Especial (EE), já que a Educação à Distância (EAD) tem avançado consideravelmente, como também a Educação Profissional e Tecnológica (EPT), e com menos intensidade a Educação Indígena (EI), esta contemplada, inclusive, pelo Ensino Superior oferecido aos povos indígenas de Mato Grosso no Câmpus de . Registre-se. como anunciado, que os afrodescendentes também foram contemplados, bem como a Educação do Campo.

Além das demandas e atuais problemas brasileiros elencados no parágrafo precedente, nacionalmente identificados, logo, presentes no Município de Itiquira. direta e/ou indiretamente como mencionado, assim como na maioria dos demais municípios brasileiros; outros devem ser enfrentados e dizem respeito à melhoria da qualidade da educação escolar nos níveis, etapas e modalidades de ensino; a redução das desigualdades sociais e culturais, a

10 universalização da democratização da gestão educacional e a ampliação da valorização dos profissionais da educação.

Diriamos então, que o mais preocupante com pertinência mais marcante com as demandas e problemas brasileiros, envolvendo o processo de escolarização e consequentemente o acesso ao mercado de trabalho, sobretudo em um país onde impera o capitalismo democrático, mais agressivo que a democracia capitalista, é a qualidade da educação escolar ministrada, em regra, que apresenta altos índices de desempenho péssimo e ruim. Tais índices de desempenho constituem um círculo vicioso, desde as então denominadas séries iniciais do Ensino Fundamental (Escola Seriada contrapondo-se à Escola Ciclada ou de Formação em Ciclos), avançando para o Ensino Médio e o Superior, com resultados trágicos, sem sermos extremistas. Isso precisa ser atacado com rigor, incansavelmente, e envolve obrigatoriamente que concepção filosófica de educação escolar (tendência pedagógica) adotar: liberal e suas opções, ou progressista e suas opções, principalmente a libertadora, ou “pedagogia de Paulo Freire”? A discussão deste Plano não fugiu ao rigor desta questão, quando das Conferências Municipais realizadas nos dias 28, 29 e 30 de abril de 2014, no Plenário da Câmara Municipal, mesmo diante da sua complexidade e das infindáveis controvérsias a respeito, porquanto, o ser humano é contraditório por natureza.

A redução das desigualdades sociais e culturais, no mundo capitalista em que vivemos, a rigor, é uma utopia, restando ser contemporizada, pois a mudança de paradigma é complexa, traumática e leva tempo. A escolarização competente pode contribuir para tanto em longo prazo. Quanto à democratização da gestão educacional vem evoluindo nacionalmente, mas precisa de correções e ajustes quanto à forma, pois impera, em regra, o corporativismo, a falta de profissionalismo e de coragem para fazer valer a competência exigida, associada ao compromisso indispensável de cada ator no processo. Por sua vez, a valorização do magistério tem sido enfrentada, com conflitos esperados, mas já avançou expressivamente se considerarmos um passado não tão distante assim. Os profissionais da educação também devem demonstrar a competência e o compromisso exigidos, com seriedade, disposição e até mesmo, diriamos, sensibilidade diante de tão ampla, complexa e polêmica missão.

A partir de tais elementos como referência e de acordo com o Plano Nacional de Educação, pressupõe-se que o Plano Municipal de Educação deve ter como objetivos gerais:

A) Elevação global da escolaridade B) Melhoria da qualidade do ensino em ambos os níveis, etapas e modalidades C) Redução das desigualdades sociais e culturais A D) Democratização da gestão educacional \\ E) Valorização dos profissionais da educação Em assim sendo, as prioridades do Plano Municipal são:

1) Universalização do Ensino Fundamental, tanto para os educandos nas respectivas faixas etárias, quanto para a sociedade em geral. Para àqueles, igual tratamento para a Educação Infantil, esta, gradualmente na faixa etária de 0 a 3 anos, 11 meses e 29 dias. Universalização esta com a busca da qualidade imprescindível, priorizando-se o Pré-Escolar I e II, considerando que a Creche ainda não é compulsória, fato justificado pela livre opção familiar de adotá-la ou não e em coerência à disponibilidade efetiva de recursos orçamentários e financeiros para atender à demanda por mais recursos humanos qualificados, edificações adequadas, equipamento e material permanente indispensável, material de consumo básico e específico, dentre outras necessidades imprescindíveis.

2) Ampliação progressiva da outra etapa da educação básica (Ensino Médio) para o conjunto dos educandos e incentivo e colaboração visando à educação superior.

3) Desenvolver sistemas de informação e de avaliação periódica das Redes e Níveis Escolares que permitam a "correção constante de rumos”, a ampliação concomitante com a qualidade exigida.

Como consequência da definição dessas prioridades gerais, o Plano aqui proposto, para melhor ser compreendido, passa pela necessária análise de informações e dados que expressem as condições atuais da realidade educacional e populacional de Itiquira, pois estes dados fundamentam a elaboração de metas e estratégias, adotando-se como parâmetro norteador o conjunto de metas delimitado pelo Ministério da Educação (MEC), no que couber, feitas as adequações exigidas.

Posto isto, são inseridos aqui informações e dados sobre o Município de Itiquira, que o caracterizam histórica, geográfica, econômica e socialmente. Isso ocorreu e ato contínuo se executou a descrição de cada Rede de Educação Escolar (Municipal e Estadual, não há Rede Privada) e pela analogia entre o número de matrículas na Educação Infantil - EI (Creches e Pré-Escolas 1 e II), Ensino Fundamental - EF (Io, 2o e 3o Ciclos) e Educação de Jovens e Adultos (EJA), considerando que a Educação Especial (EE) é desenvolvida inclusivamente, tanto quanto possível, e mais especificamente pela Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE) em convênio com o Município: a Educação Profissional e Tecnológica (EPT) em regime de colaboração com outros níveis de Poder Público, Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI/FIEMT/CN1) e Instituições de Ensino Superior, Públicas e Privadas; a Educação à Distância (EAD) idem e a Indígena (El) sem atividade, haja vista não existir nenhuma etnia no Município, acrescentando-se, como mencionado, a Educação do Campo (EC)- Tudo isso, em relação à população que potencialmente deveria cursar o respectivo nível escolar, etapas e modalidades da Educação Básica.

12 Na sequência, descrevemos dados evolutivos, preliminarmente a partir de 2007 e logo após a partir de 2011, quanto à Educação Básica, suas Etapas e Modalidades, completando essas informações com os números relativos a quantidade de professores e grau de formação dos mesmos. Posto isto, procedem-se as análises gerais e formulam-se propostas.

Para materializar a pretensão comparativa entre os anos 2007 a 2010, como também, tanto quanto possível, abranger informações e dados dos anos 2011 a 2014. pesquisar-se-á em fontes confiáveis, como a Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (FIBGE), Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (INEP/MEC). Secretaria de Estado de Planejamento e Coordenação Geral de Mato Grosso (SEPLAN/MT), Secretaria de Estado de Educação de Mato Grosso (SEDUC7MT). Secretaria de Educação do Município de Itiquira (SME) e, em alguns casos, em outras fontes devidamente citadas.

O Município tem uma população de 11.820 habitantes (FIBGE, 2012), com renda média mensal nominal (de pessoa acima de 10 anos) de R$ 4.403.81 [FIBGE, 2010 = RS 52.845,80 (anual/2012): 12 = 4.403,81], sendo o 84° no ranking nacional, classificando-se entre os 1.300 Municípios brasileiros que apresentam a maior renda per capita anual/mensal. mas infelizmente não compatível com a maioria da população.

A economia do Município fundamentalmente se dá no campo do agronegócio com produção extensiva e uso de alta tecnologia, predominando o cultivo da soja, do algodão, do milho, do mileto, em menor escala do girassol e de outros produtos agrícolas. Também há gado bovino de corte e leiteiro e projetos e atividades de geração de energia elétrica através de pequenas usinas hidrelétricas e um turismo incipiente. A mineração, na maior parte, mediante extração rudimentar, ainda existe, em baixa escala, como também a produção de calcário. O comércio local e a prestação de serviços são mais acanhados, limitando-se ao básico, embora tenha evoluído nos últimos anos.

Segundo o Censo Demográfico realizado pela FIBGE, 2010, neste ano a cidade possuía 3.618 domicílios, dos quais 2.673 possuíam rede de água potável e 3.573 atendidos com rede de energia elétrica. As informações e os dados que se seguem também são originados do mesmo Censo Demográfico.

No que tange ao atendimento à saúde, em 2010 a cidade possuía 10 estabelecimentos sendo 1 privado, destinados a este fim, com um total de 34 leitos, numa média de 1 leito para cada 348 habitantes.

No que diz respeito à população em idade de Educação Infantil (Creche e Pré-Escola I e II) era de 972 educandos; em idade das demais etapas da Educação Básica: 2.441; e, em idade de Educação Superior: 971.

De acordo com a Secretaria Municipal de Educação, em 2012, somente o Município matriculou 2.085 educandos na Educação Infantil (Creche e Pré-Escola) Ensino Fundamental (9 anos) e Educação de Jovens e Adultos (EJA), enquanto em 2013. 2.183 educandos. Considerando que as 2 Escolas Estaduais oferecem o Ensino Fundamental completo e o Ensino Médio, a população em idade escolar é atendida satisfatoriamente, com a ressalva da necessidade, que não é somente do Município de Itiquira, face à mudança da legislação vigente aplicável à espécie, de ampliar as vagas na Educação Infantil para a Creche (Maternal e Berçário 0 a 3 anos e 11 meses e 29 dias) e Pré-Escola I e II (4 a 5 anos. 11 meses e 29 dias). Tal ampliação beneficiará principalmente a população de baixa renda, inclusive para inclusão no mercado de trabalho, em regra, das mães de educandos em tais faixas etárias, minimizando o impacto do quadro de renda média mensal de valor inferior a um salário mínimo, ou seja, 1.547 pessoas cm tal faixa de renda, de acordo com o Censo Demográfico da FIBGE. 2010. Os dados mais atualizados na série histórica de 2011 a 2014 inseridos nas respectivas Tabelas, permitem uma analogia mais consistente entre ambos os períodos, e as análises feitas demonstram isso.

Para o atendimento desta demanda, a rede municipal, em 2009. possuía 6 escolas, das quais 4 oferecem a educação infantil (pré-escolar) e 2 (duas) Creches, e a estadual 2 escolas, que além do ensino fundamental oferecem o ensino médio.

Registre-se que o Município de Itiquira apresenta uma população residente alfabetizada de 9.637 habitantes (81,53%), para uma população total de 11.820 habitantes (100%), dados bastante expressivos em relação à maioria dos Municípios brasileiros. Mais ainda, o índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB) para 2011 foi estimado em 4.7 e o Município obteve 5.0, ultrapassando a estimativa em 0,3. O desempenho biênio por biênio: 2006/2007, 2008/2009 e 2010/2011 é apresentado com mais detalhes no quadro 4, acrescentando-se também o biênio 2012 e 2013 que permitem confirmar tal constatação.

Não há estabelecimentos de Ensino Superior no Município, estando avançadas as negociações com a Universidade do Estado de Mato Grosso (UNEMAT) para oferecer turma(s) especial(is) de cursos regulares e pós-graduação lato sensu (especialização), tendo sido realizada enquete a respeito no corrente ano (2013). Os acadêmicos existentes cursam Instituições de Ensino Superior (IES) localizadas em Rondonópolis, o Município Polo, transportados pelo Município de Itiquira. Até recenlemente havia uma Universidade Privada com curso no Município, a título de extensão, mas dadas as exigências rigorosas previstas na legislação vigente aplicável à espécie, esta se retirou de Itiquira.

Os números razoáveis obtidos são dignos de registro, todavia o Município de Itiquira ainda apresenta vários problemas pertinentes ao baixo poder aquisitivo (renda média mensal), ainda que ocupe o 84° lugar no ranking nacional quanto a tal renda per capita, de acordo com o mesmo Censo Demográfico adotado (FIBGE, 2010), tendo 1.547 pessoas com renda entre !4 (meio) e 1 (um) salário mínimo; 2.441 de 1 (um) a 2 (dois) salários mínimos; 730 de 2 (dois) a 3 (três) salários mínimos; 388 dc 3 (três) a 5 (cinco) salários mínimos e de 5 (cinco) a 30 (trinta) salários mínimos, apenas 294 pessoas. Sem rendimento constam 3.849 pessoas.

14 Subsidiados pelo exposto, necessário se faz, na sequência, reportar-nos ao Município de Itiquira com mais detalhes, no que tange à sua história, geografia, economia, população, etc, e a seguir com mais especificidade, aos níveis escolares, etapas e modalidades da educação básica, predominantemente, e superior, subsidiariamente, abrangendo as respectivas redes; dados comparativos, taxas de distorção idade-série, abandono (evasão), aprovação e reprovação pertinentes aos educandos; perfil do professor, bem como, discorrermos sobre análises e propostas. Metas e respectivas Estratégias, propostas específicas, orçamento, finanças (quadro 5) e gestão, acompanhamento, controle, avaliação e feedback, encerrando com as considerações finais.

15 CAPÍTULO I

1-0 Município de Itiquira

1.1. Histórico

1.1.1. De acordo com a Biblioteca da Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (F1BGE)1, é inserido a seguir, ipsis litteris:

"Atribui-se a Antônio Cândido de Carvalho a exploração desta parte do Sertão Leste Matogrossense, por volta de 1897, esse sertanista partiu do Porto Itiquira. chefiando uma expedição composta de Celso Passini. José Francisco Vilela, Bonifácio de Ribeira Macedo. Salustiano Duarte Moraes, Manoel Pedro Serra Dourada, Manoel Francisco de Oliveira e Baldoino José da Silva, com o fim de efetuar a exploração do Rio Garças. Com a propaganda da excelência das terras e dos campos para criação não tardou a que chegassem novos aventureiros, uns interessados nos campos para criação, outros nas minas.

Antônio Cândido, porém, não presenciou o desenvolvimento da grande região que palmilhara, pois, faleceu prematuramente.

Várias fazendas de criação de gado foram, em seguida, instaladas às margens dos diversos tributários do Rio Itiquira.

Na zona que hoje compreende o Município de Itiquira. a exploração econômica do diamante teve início por volta de 1932, com a chegada dos garimpeiros: Oscar Silveira. Olímpio Lira, Alípio , Silvestre Silvério Ribeiro e Vicente Silvério Ribeiro. Os três primeiros se estabeleceram no lugar denominado Garimpo Goiabeira e, os dois últimos, no atual Garimpo Cavouqueiro.

Com as descobertas de ricas minas, foram atraindo maior número de garimpeiros que tiveram de enfrentar, também, entre as muitas dificuldades que o sertão impõe, um forte surto de malária que ali se revelou em caráter maligno e epidêmico, fazendo numerosas vítimas dentro de um corte outro espaço de tempo. Somente em 07 de agosto de 1949, foi que esse distrito recebeu a visita do Serviço Nacional de Malária, onde, executou pela primeira vez, o serviço de profilaxia contra essa endemia.

Data de 1932, a formação do povoado à margem do Rio Itiquira. quando, também, chegaram os primeiros comerciantes, entre outros: Filadelfo Miranda. José de Almeida. Rufino Araújo e Melquíades Miranda. O povoado já contava, nessa altura, numerosos barracos. A primeira farmácia instalada pertenceu a Pedro Campos.

www.ibgc.gov.br/. Informações e dados extraídos em 17/07/2013. 16 Gentílico: itiquirense ou Itiquirano Formação Administrativa

Em divisões territoriais datadas de 31 -XII-1936 e de 31-XII-1937. figura no Município de Santa Rita do Araguaia o distrito de Itiquira.

Pelo decreto-lei estadual n° 145, de 29-03-1938, o Município de Santa Rita do Araguaia passou a ter a denominação de Lajeado (mudança de sede).

Pelo decreto-lei estadual n° 208, de 26-10-1938, o distrito de Itiquira foi transferido do Município de Lajeado para .

No quadro fixado para vigorar no período de 1939-1943, o distrito de Itiquira figura no Município de Alto Araguaia.

Assim permanecendo no quadro fixado para vigorar no período de 1944-1948.

Elevado à categoria de Município com a denominação de Itiquira, pela lei estadual n° 654, de 10-12-1953, desmembrado do Município de Alto Araguaia. Sede no antigo distrito de Itiquira. Constituído do distrito Sede. Instalado em 01-01-1954.

Em divisão territorial datada de 1-VIL 1960, o Município é constituído do distrito sede.

Assim permanecendo em divisão territorial datada de 2009."

Inserida a versão oficial da Biblioteca da Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (FIBGE), em seguida se apresenta a versão oficial do Município de Itiquira.

1.1.2. História do Município segundo o Portal do Poder Executivo - Prefeitura Municipal2:

"Primitivamente a região era habitada por povos indígenas. Os bandeirantes deram aos índios diversos nomes: caiapós, coroados, guatós. Por falta de descrição adequada, não se pode identificar povo indígena, apenas pela fala dos bandeirantes. Provavelmente a região era extremo sul da área de atuação do povo bororo. Entretanto, hoje em dia não resta aldeia indígena alguma de povo nenhum. No dia 11 de junho de 1849, o João José da Costa Pimentel foi nomeado para a presidência da Província. Na viagem para Cuiabá, deixou para trás o filho, Ajudante de Ordens, Antônio Corrêa da Costa Pimentel, incumbido do transporte da carga. Antônio foi assaltado e ílechado por índios à beira do Rio Itiquira, na noite do dia 09 de outubro de 1849. vindo a falecer. O pai, Presidente da Província, organizou duas expedições punitivas em Cuiabá e Miranda, no entanto infrutíferas. Apesar do Rio Itiquira favorecer a penetração bandeirante, não consta documentação sobre ocupação precoce para fins de

2 www.ltiquira.mt.gov.br/. Extraída em 17/07/2013. 17 garimpo. Nessa época, já estava sendo implantada na região a linha telegráfica de Cuiabá ao Araguaia, sob a responsabilidade de Cândido Mariano da Silva Rondon. Ele fez amizade com os bororos, procurando aprender sua língua e manter o respeito ao seu modo de vida. Com isso conseguiu que participassem na abertura das linhas telegráficas. O Marechal Rondon constrói uma estação telegráfica às margens do rio Corrente e isso propicia também a edificação de um grande armazém distribuidor de mercadorias vindas do porto de Santos (SP), via Corumbá, pela estrada de ferro Noroeste do Brasil. O transporte de Corumbá para o armazém do porto do rio Corrente era feito por lanchas rebocadas por motor a vapor de uma caldeira com fogo a lenha. Essa viagem durava de oito a doze dias, pelo rio Paraguai. Em 1894, na região do Município de Itiquira. foram realizadas algumas incursões em busca de riquezas e o processo de desenvolvimento histórico ocorreu de forma dispersa, refletindo a pouca intensidade das atividades de exploração mineral e de pecuária durante o fim do século XIX e a primeira metade do século XX. No dia 21 de junho de 1897 foi feita a primeira exploração do sertão leste mato-grossense. Comandada pelo sertanista Antônio Cândido de Carvalho a expedição era composta por Celso Pasini, José Francisco Vilella e Bonifácio de Ribeira Macedo e mais os camaradas Salustiano Duarte Moraes, Manoel Pedro Serra Dourada. Manoel Francisco de Oliveira e Baldoíno José da Silva, parte do porto do rio Itiquira em direção ao rio das Garças, descobrindo o seu nascedouro. Há quem afirme que esse sertanista atingiu também, numa de suas incursões, o porto da cidade de Corumbá, onde se abastecera, regressando acompanhado do Sr. José Salgueiro, que por aqui se radicou. Antônio Cândido de Carvalho foi o primeiro explorador desta região descobrindo que o potencial econômico do Município de Itiquira era voltado para as atividades agropecuárias, com destaque para a extração de borracha dos extensos mangabais. para depois ir diminuindo essa atividade dando lugar a criação de gado.

Com a propaganda da excelência das terras, não tardou que chegassem novos aventureiros, uns interessados nos campos para criação, outros, na extração da borracha.

Nascido em Jatai (GO), em 1860, Antônio Cândido de Carvalho era filho de José Carvalho Bastos. Se estabeleceu na região denominada Santo Antônio da Guia, perto do armazém - geral à beira do rio Correntes e foi um dos maiores comerciantes desta região.

Antônio Cândido, porém, não presenciou o desenvolvimento da grande região que palmilhara, cujo futuro descerrou ao revelar a incalculável riqueza diamantífera do Rio das Garças, pois faleceu prematuramente, com 46 anos, no dia 25 de março de 1906.

A pecuária foi o primeiro fator a impulsionar o início do povoamento. As terras foram abrigando peões que cuidavam das terras das famílias Ferreira e Carvalho, lendários proprietários das glebas que hoje compõem o Município. Tudo, naquela época era cerrado e pastagens onde o gado vivia solto. Na época o pioneirismo e a garra de Serafim de Carvalho (irmão de Jerônimo Ottoni de Carvalho fundador da vila de Lageado, atual ) transformaram no maior fazendeiro da região onde o nome da Fazenda Boa Esperança, de sua propriedade, era sinônimo de fartura e poder. Muitas história e lendas são narradas ainda hoje

18 em tomo da pessoa do “Velho” Serafim, como é chamado. O nome ITIQUIRA, uma denominação dos bororos já existia nessa época e é uma palavra de origem tupi Y-TYKYRA, que significa água vertente, água em abundância, ou minadouro.

Em meados da década de 1860, José Salgueiro, imigrante português, hábil comerciante, de personalidade muito marcante se estabelece em Ivapé, hoje Município de Santa Rita do Araguaia (GO) e se torna um grande comerciante de sal, cereais, arame, tecidos, ferramentas e demais utensílios. Essas mercadorias eram compradas uma vez por ano, sempre nos meses de julho c agosto, e só eram pagas no ano seguinte, sem juros. Também negociava gado que era tocado em grandes boiadas com destino a São Paulo.

Dadas as dificuldades de transporte das mercadorias vindas principalmente da cidade de Uberlândia (MG), Jatai (GO) e da cidade de São Paulo, José Salgueiro estudou a possibilidade de transporta-las do armazém geral às margens do rio Corrente a Ivapé. Como não havia estrada ligando esses dois lugares José Salgueiro empreilou a Francisco José de Oliveira (conhecido em Itiquira por Chico Mestre), e a sua equipe de oito homens experientes entre eles o sertanista José Carrijo Cajango (Zé Cajango - sogro de Jerônimo Ottoni de Carvalho) uma picada superior a 180 km ligando de Ivapé até o rio Corrente. Na primavera de 1904, Francisco José de Oliveira e a sua equipe iniciaram a empreitada cheia de dificuldades. Chico Mestre usando dos recursos de que dispunha procurou traçar uma estrada em linha reta e para isso designou que Zé Cajango partisse na frente, com dois companheiros mais um cozinheiro e que penetrasse na mata tanto quanto possível e montasse acampamento, fazendo grande quantidade de fumaça para que fosse localizado o rumo certo e seguir com a picada. E assim procederam até o porto do rio Corrente.

Graças ao sonho do fazendeiro José Salgueiro e à coragem de Chico Mestre e Zé Cajango essa picada possibilitou, primeiramente, o tráfego de animais que transportavam mercadorias no lombo, e, posteriormente dos carros de boi. Itiquira assim passou a ser rota do sal que chegava do porto de Santos (SP) de barco, passava por Corumbá e seguia pelo rio Corrente até o pé da Serra de São Jerônimo para, depois, continuar caminho com destino as fazendas da região como também as de Minas Gerais e. principalmente. Goiás.

A estrada salineira de Ivapé, como ficou conhecida na época, posteriormente denominada estrada do Salgueiro, possibilitou a instalação de pousadas, acampamentos ao longo do seu percurso para depois irem se transformando em pequenos povoados e denominando regiões como Cabeceira das Araras. Fazenda Abilio Maia. Córrego Engano, Capoeirinha.

Em 1908, Chico Mestre, depois de abrir a picada da estrada salineira e encantado com as belezas naturais da região escolhe Itiquira para fixar residência e com isso seus filhos José Ignácio de Oliveira (Minzeca), Josias José de Oliveira (Josias Mestre) e Honório José de Oliveira (Nego Mestre) o acompanham em 1910 com suas respectivas esposas nas fazendas Serra Negra. Coroa e Ponte de Pedra. Esses pioneiros viviam do trabalho da lavoura e da

19 pecuária sem qualquer recurso material, de transporte e assistência médica. Somente por volta de 1920 se fixa na região o Dr. Manoel Fernandes Dourado, dentista português, que também atende como clínico geral fazendo, inclusive, partos, dada a falta de condições da época. Se casa mais tarde com Luzia Carvalho, uma das filhas de Serafim Carvalho e muda para a cidade de Santos.

Em 1924, as pessoas que viviam nas fazendas de Itiquira são tomadas pelo terror quando 800 homens, denominados de Revoltosos, chefiados pelo tenente Siqueira Campos, assaltaram e tomaram, por alguns dias, as fazendas, espalhando destruição, sacrificando criações e matando gente. Eram militantes da Coluna Prestes que percorreram mais de 25.000 km pelo território nacional, entre os anos de 1924 a 1927. divulgando as idéias comunistas e fazendo oposição a Getúlio Vargas. Muitas famílias se refugiaram na mata esperando que fossem embora. Podemos avaliar parte desse drama pelo testemunho de Aldo de Oliveira: “Ninguém sabia ou imaginava que poderia acontecer aquela catástrofe, pegando de surpresa toda aquela comunidade. Lembro-me de ouvir meu pai contar que nossa casa, naquela época, estava cheia de açúcar, rapadura, farinha de mandioca que produzíamos. As tuias (tulha) de feijão e arroz, o paiol de milho estavam todos cheios . Tínhamos muitas vacas apartadas de bezerro novo, e também doze capados gordos no chiqueiro. Perdemos quase tudo. Passamos três meses nos alimentando com carne de caça e da mandioca que sobrou da roça”, esse episódio teve fim quando as tropas do Governo foram enviadas para Itiquira para por fim a situação. Foram diversos os confrontos entre as tropas legalistas e os militantes da Coluna Prestes. Uma das batalhas aconteceu perto do rio Roncador onde estão enterrados, ainda hoje, cerca de sete corpos tombados na luta sangrenta em defesa de um ideal.

A partir de 1932 até o final dos anos 40 a exploração do diamante encontrado em profusão, trouxe migrantes do nordeste, de Municípios vizinhos como Guiratinga (então Lageado), Poxoréo e até estrangeiros - como russos, alemães e portugueses - que se embrenhavam nas matas que margeavam o rio Itiquira em busca do sonho de riqueza.

José Costa Ramos foi sem dúvida dos primeiros garimpeiros, que em 1933, fixou residência onde hoje se encontra a Praça dos Garimpeiros, com uma estátua em sua homenagem. Depois dele foram chegando outros e, dentre estes, Pedro Campos, mais conhecido por “Pedro Barracão", que depois trouxe de Santa Maria da Vitória (BA) os irmãos Laudelino e Anfilófio Campos. Com o tempo outros garimpeiros foram se estabelecendo na região tais como Oscar Silveira. Olímpio Lira. Alípio Diamantino. Silvestre Silvério Ribeiro e Vicente Silvério Ribeiro. Os três primeiros se estabeleceram no lugar a que denominaram Garimpo Goiabeira e os dois últimos, no atual Garimpo do Cavoquciro.

Com a chegada de novos exploradores, ricas minas foram então descobertas no Vale do Ribeirão das Velhas, atraindo maior número de garimpeiros que tiveram que enfrentar, também, entre as muitas dificuldades que o senão impõe, um forte surto de malária, que ali revelou-se em caráter maligno e epidêmico, fazendo numerosas vítimas dentro de um espaço de tempo relativamente curto. Em 07 de agosto, foi esse garimpo visitado pelo Serviço

20 Moraes Lins) e Pedro Malaqtiias de Farias (filho de Maximiano Vieira de Farias e Vitorina Vieira).

Estabelecido o Cartório e legalizado o patrimônio, os primeiros passos estavam dados rumo à emancipação. A Lei N° 118 que criou Itiquira. data de 19 de outubro de 1937, reservou a área de 3.600 hectares para a instalação oficial do patrimônio de Itiquira, que ganhou este nome em função do rio homônimo, pertencendo ao Município de Santa Rita do Araguaia.

Essa área de terras, segundo a referida Lei, pertencia às fazendas Roça Velha e Retiro do Engenho, de propriedade de Francisco Ferreira Coelho. Para conseguir a emancipação era necessária a existência de 500 eleitores. Na época, poucos tinham titulo de eleitor. Como o Estado de Mato Grosso estava criando novos Municípios, enviou um representante do Poder Judiciário de Alto Araguaia para inscrever novos eleitores. Esse representante chegou a Itiquira no final da tarde de um dia e foi embora nas primeiras horas do dia seguinte, sem fazer uma inscrição sequer, por falta de dinheiro e de fotos da população.

Adelino Campos relata com muito orgulho sua odisséia para resolver as dificuldades impostas pelo sonho de emancipação:

Fui a Cuiabá, requisitei uma máquina fotográfica e 40 filmes para que o Sr. Ia Correia, um fotógrafo que vivia na cidade, pudesse fazer as fotos necessárias para os títulos. Depois, fui ao juiz de direito de Alto Araguaia e requisitei os títulos para serem assinados em Itiquira mesmo. O juiz forneceu-os e deu o prazo até o dia trinta de julho para entregar os títulos de volta.

Montei no meu burro e sai por todo o Município, até conseguir registrar 509 eleitores. Com as inscrições prontas, tlquei esperando até o dia 29 a chegada do caminhão do mascate, para ir de carona até Alto Araguaia. Só que o caminhão não apareceu. E, à noite, sai a pé para vencer uma distância de 120 Km até Alto Garças com a intenção de pegar um avião e seguir a Alto Araguaia, pois o prazo se extinguiria no dia seguinte.

Essa viagem foi marcada por muitos imprevistos. Depois de andar cerca de 42 Km encontrei um acampamento policial, onde requisitei uma condução. Para meu azar, não havia gasolina na viatura. Continuei, a pé, por mais quinze quilômetros, tentando chegar ao entroncamento de Guiratinga e conseguir uma carona.

O único veículo que passou no entroncamento foi um caminhão, dirigido por um conhecido, Paulo Borges. Só que Paulo havia ‘'roubado’’ uma mulher e seguia com ela pela estrada e temeroso de alguma represália não parou.

Não mc restava outra alternativa senão continuar percorrendo a pé a viagem na tentativa de entregar a documentação dentro do prazo. Chcguei a Alto Garças com o sol clareando. Não agüentava mais de tanto andar. O cascalho da estrada havia comido a cabeça dos pregos dos sapatos e quase não prestavam mais. Resolvi me lavar no rio e quando eslava pronto para 22 Nacional da Malária, mais tarde. Departamento Nacional de Endemias Rurais, que ali executou, pela primeira vez, o serviço de prolilaxia contra essa endemia. Com a chegada de outros garimpeiros, em sua maioria, procedentes do Rio das Garças, que se localizaram às margens do Rio Itiquira. foi formada uma pequena corruptela.

Surgiram também os primeiros comerciantes, entre outros: Filadelfo Miranda. José de Almeida. Rufino Araújo e Melquíades Miranda.

Em 1.920, chegou em Itiquira - MT. o Sr. Anaides Alves Cabral, conhecido por “ICO", juntamente com seus pais Leurentino Dias e D. Luzia Cabral, onde na Fazenda Olaria, plantaram um dos maiores cafezais e bananal , que já se ouviram comentar nessa redondeza, onde era comum a permanência de varias famílias trabalhando em suas terras e dela tirando o seu sustento, tendo em vista que o solo da referida fazenda eram bastante férteis, sendo esses trabalhadores chamado de meeiros naquela época. No dia 11 de agosto de 1935 é registrado o nascimento de Jaime Campos, filho de “Pedro Barracão" a primeira criança a nascer em Itiquira. Nesse mesmo ano se instala a primeira farmácia. Itiquira integrava primitivamente o Município de Coxim. Através da Lei Estadual N° 13. de 25 de Abril de 1936, foi elevado à categoria de Distrito de Paz, ainda fazendo parte daquele Município, hoje sul mato-grossense.

Em 1938, 500 garimpeiros viviam da extração do diamante e Itiquira possuía somente duas casas cobertas com telha de barro. A pecuária das famílias Ferreira e Carvalho e as roças das fazendas supriam os garimpeiros de comida.

O garimpo já começava a perder a sua força no final dos anos 40. Mas dois acontecimentos marcaram a vida da cidade nessa década. O primeiro foi a chegada do primeiro padre, de nome Januário que veio a cavalo para fazer o primeiro batismo de 70 pessoas, em 1941 e passou a fazer visitas frequentes a cidade. O segundo acontecimento foi a vinda do médico Dr. Varela.

O processo de emancipação política de Itiquira começou com a visita que o então Governador do Estado Júlio Müller fez aos garimpos do Município. O governo estadual, na época, preocupava-se em fixar a mão-de-obra ociosa dos garimpos decadentes. Para isso Júlio Müller, além de legalizar o patrimônio do Município, com 3.600 hectares de terras, também mandou um rapaz de Alto Araguaia, Waldemar Lins, para ensinar o ofício juiz de paz a José Ferreira de Carvalho.

A partir dessa época não havia mais necessidade de se deslocar até Alto Araguaia para registrar uma criança ou um casamento.

O cartório de paz local registrou como primeiro casamento o do casal Lúcio Mendonça com Cândida Maria de Jesus, em 20 de dezembro de 1939. Os primeiros nascimentos datam de 25 de novembro do mesmo ano, de Eloi Soares Lins (filha de Valdemiro Lins e Jerônima

71 continuar a viagem surgiu um Jipe. Era um enviado de D;l Loura, a proprietária da Pensão da Mata, que estava para me pegar e levar até o Araguaia. Às onze horas do dia 30 chegamos a Alto Araguaia. Ondino Rodrigues de Lima (pai do ex-deputado Pedro Lima) e o Dr. Joào Araújo já me esperavam e fomos até o Cartório Eleitoral. O Juiz, sabedor dos problemas e dificuldades que tinha passado, deferiu todos os títulos.

A volta foi bem mais fácil. O Dr. João Araújo colocou um avião a minha disposição e estava encerrada aquela missão para começar outra que era a tramitação do processo de emancipação junto a Assembléia Legislativa.

Fui a Poxoréu para contatar o deputado João Marino Falcão (UDN) que encaminhou o pedido de criação do Município sem qualquer problema.

No dia 03 de outubro de 1953 diversos moradores do então distrito de Itiquira assinam um documento credenciando o Sr. Henrique Evangelista de Oliveira para tratar da emancipação junto as autoridades da época com os seguintes dizeres:

“Nós abaixo assinados, todos residentes e domiciliados neste Distrito de Itiquira, elementos de várias classes e partidos, unidos e coêsos num único propósito de levar-nos a efeito a muito almejada emancipação do Distrito de Itiquira, que, para isso resolvemos credenciar o signatário deste o cidadão Henrique Evangelista de Oliveira, para entabular negociações precisas com quem de direito para que se cumpra as nossas aspirações. A deve que se empenhar junto as autoridades competentes prestimando os nossos intentos poderá contar com o apoio geral e incondicional dos “Itiquirenses” nas futuras e determinadas ordens dêsse quem concretizar os nossos ideais de sermos livres.”

A cronologia sequencial3 ilustra o percurso histórico delineado de forma a permitir uma visualização resumida, mas consistente, da História do Município de Itiquira.

“1860 - José Salgueiro se estabelece em Ivapé (Santa Rita do Araguaia - GO);

1894 - São realizadas explorações na região de Itiquira;

1897 - No dia 21 de junho Antônio Cândido de Carvalho comanda uma expedição que sai do porto do Itiquira ate o rio das Garças;

1908 - Chico Mestre e Zé Cajango abrem uma picada de 180 km ligando Ivapé ao porto do Corrente;

1924 - Militantes da Coluna Prestes, denominado de “Revoltosos" invadem fazendas matando criações e pessoas em Itiquira;

1932 - Começa a exploração do garimpo de diamantes e migrantes chegam do Nordeste do País, assim como imigrantes portugueses, alemães e russos;

' Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre. Extraída em 17/07/2013 do site hup://pt.vKikipedia.org/wiki/ltiquira (Mato Grosso) Informações e dados fundamentados nas Referências elencadas. 23 1937 - A Lei n° 118 de 19.10.37 cria o Município de Itiquira;

1953 - A Lei n° 654 de 01.12.53 emancipa o Município de Itiquira e José Ferreira de Carvalho é nomeado Prefeito;

1947 - É construída a estrada Cuiabá - Campo Grande;

1960 - Fazendeiros da região Sul e Sudeste se estabelecem em Itiquira;

1970 - A lavoura toma impulso no Município;

1980 - Itiquira se transforma em um grande produtor de grãos do Estado. E instalado um posto de serviço telefônico na cidade, assim como os sinais de televisão;

1983 - É instalado o sistema de recepção de televisão via satélite.

1986 - São instalados cem terminais telefônicos na cidade integrados ao sistema DDD e DDI

1991 - No dia 15 de junho é inaugurado o Fórum da Comarca de Itiquira;

1994 - É inaugurado o primeiro trecho asfaltado da estrada do Mineirinho;

1998 -17 de junho dá-se início a construção da Usina Hidrelétrica de Itiquira pelo consórcio construtor 1TICON formado pelas empresas Construtoras Triunfo Ltda e Inepar SA;

1999- No dia 9 de outubro é disponibilizado o acesso à internet pelo sistema telefônico interurbano;

2000 - Em julho desse ano é implantado a telefonia celular;

2002 - 2 maio é instalado o Banco Cooperativo SICREDI;

2004 - Em outubro é lançado o primeiro livro sobre a história do Município, escrito por Manoel Dourado Marques;

2005- Em abril começa a funcionar acesso a internet banda larga.”

1.1.3. De acordo com a Secretaria Municipal de Educação (SME) e no contexto do Histórico do Município, imprescindível inserir-se o Histórico das Escolas Municipais, como se vê na sequência, considerando-se a ordem cronológica das mais antigas para as mais recentes:

24 Ia) ESCOLA MUNICIPAL “JORGE EDUARDO RAPOSO DE MEDEIROS”

A denominação é homenagem ao Dr. Jorge Eduardo Raposo de Medeiros, médico anestesiologista e dermatologista, doador das terras desmembradas de sua fazenda para a comunidade.

Etapas de Ensino e Modalidades oferecidas: Educação Infantil, Ensino Fundamental de 9 anos e Ensino Fundamental Modalidade Educação de Jovens e Adultos (EJA).

Localização: rua Zenaide Avena de Oliveira, s/n°, quadra 38. bairro Ouro Branco do Sul, telelòne/fax n° (65) 3492-1145.

Biografia do homenageado, Dr, Jorge Eduardo Raposo de Medeiros.

Nasceu em Campinas (SP), em 31 de outubro de 1934. Formou-se em Medicina pela Universidade São Paulo (USP), Câmpus de Ribeirão Preto, especializando-se nas áreas de anestesiologia e dermatologia. Nesse mesmo ano casa-se com Deusa Fonseca de Medeiros e do matrimônio vem os filhos: Maurício, Ana Vera, Ana Helena e Silvia. Em 1973 compra terras no estado de Mato Grosso, nas proximidades de Rondonópolis e para ai muda-se com a família em 1976.

A partir daí dedica-se à família, à medicina e à fazenda. “Dr. Raposo", como passa a ser conhecido, é admirado e respeitado por todos aqueles que dele se aproximam. Atento às causas da classe produtora, sindicaliza-se, integrando por vários anos a direção do Sindicato Rural de Rondonópolis.

Acreditando no desenvolvimento dessa região, desmembrou uma área de sua propriedade às margens da BR 163, na altura do Km 14 em Itiquira, doando-a para a comunidade que começava a configurar-se, nos anos 1980, aproximadamente, e que hoje comporta uma escola com capacidade para 1.100 alunos da Educação Básica, (época da fundação da escola), que recebeu o nome de ESCOLA MUNICIPAL DE I GRAU “JORGE EDUARDO RAPOSO DE MEDEIROS”, vinculada a Prefeitura Municipal de Itiquira (MT).

Atuou na área de atividades culturais, e também como hobby, colaborou com vários jornais da região escrevendo sobre assuntos ligados tanto a área médica quanto a rural. Cantor lírico, de formação clássica, gravou um CD de músicas de sua predileção. Integrou grupos corais em Rondonópolis. Foi grande leitor e incentivador da formação escolar e acadêmica, pregando sempre que “só a educação seria capaz de reformar o mundo, melhorar as condições sociais, tornando prósperas as sociedades”. Faleceu aos 64 anos, vitima de um ataque cardíaco, em 04/01/1999, em Campinas-SP.

25 2a) ESCOLA MUNICIPAL “SÃO JOÃO BATISTA”

Criada em 1984, recebeu essa denominação em homenagem ao santo "João Batista”, então “São João Batista", o precursor do Messias, JESUS CRISTO, e que batizava os que criam, no rio Jordão, na Palestina, do qual a comunidade daquela região é devota e que na mesma localidade a escola está instalada. Existe uma igreja nas proximidades da escola, cujo nome também é “São João Batista”.

A escola atende nas etapas de ensino regular da Educação Infantil (Pré-escola) até o 9o ano do Ensino Fundamental, no período matutino. A localização da escola é na rodovia estadual MT-299, Km 36, zona rural, nas proximidades da Fazenda Esperança (Zamboni).

3a) ESCOLA MUNICIPAL “JOSÉ RODRIGUES DA SILVA”

Está situada na rua “E”. s/n°, bairro Poxoreo, onde se encontra uma das belezas do Município de Itiquira, a Beira Rio. Inaugurada em 01/12/1984.

A escola recebeu esse nome em homenagem ao Sr. José Rodrigues da Silva, porque foi uma pessoa que fez muito para o Município. Foi vereador por dois mandatos consecutivos compreendidos entre os anos 1963 a 1970, tendo ocupado o cargo de Presidente da Câmara durante o período de 27 de janeiro de 1965 a 2 de janeiro de 1968. Também foi eleito Vice- Prefeito em 15 de novembro de 1972 e empossado em 31 de janeiro de 1973, vindo a falecer em 06/11/1975.

A escola encontra-se em funcionamento em dois períodos: matutino e vespertino. Atendeu nas séries iniciais do Ensino Fundamental (Ia a 4a) até o ano 2008. Atualmente atende na Etapa de Educação Infantil (Pré I e Pré II) e o Ensino Fundamental de 9 anos, do Io ao 5o ano. Conta ainda com 27 profissionais da Educação Básica, que atendem diariamente aos seus alunos.

4a) ESCOLA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA “ANFILÓFIO DE SOUZA CAMPOS”

Criada em 1987, através do Decreto Municipal n° 300/87, publicado no Diário Oficial no dia 14 de janeiro de 1987.

Recebeu este nome em homenagem ao Sr. Anfilófio de Souza Campos, baiano e um dos pioneiros no Município, ex- prefeito e comerciante.

De 1987 a 1989 funcionaram as séries iniciais (Ia a 4a série). Em 1990 foram implantadas da 5a à 8a série, funcionando nos três turnos, e que atualmente são ministrados a

26 Educação Infantil, o Ensino Fundamental de 9 anos, nos turnos matutino e vespertino, e a Educação de Jovens e Adultos (EJA), no período noturno.

A Escola foi totalmente reformada, encontra-se bem conservada; tendo 16 salas de aulas amplas, 1 sala da direção com banheiro, 1 sala da secretaria com banheiro e 1 sala da coordenação pedagógica, todas com banheiro privativo; 1 sala do apoio pedagógico, 1 sala dos recursos AEE, 1 sala dos professores, 1 biblioteca, 1 sala do laboratório de ciências, 2 salas da informática. 1 sala do consultório para psicólogo. 1 guarita. 1 cozinha ampla, 1 cantina, 1 refeitório amplo e arejado, 2 banheiros coletivos para alunos e 1 para alunos com AEE e 1 banheiro para servidores.

5a) CRECHE MUNICIPAL “BRANCA DE NEVE”

Foi criada pelo Decreto n° 023/99, de 20 de março de 1999. e recebeu a autorização para funcionamento n° 330/00. Desde então a sede esta localizada na rua “B” n°128. quadra 02, bairro “João de Barro”, na sede do Município. Mantida pela Prefeitura Municipal de Itiquira, através da Secretaria Municipal de Educação. Destina-se ao atendimento de crianças de 4 meses a 3 anos e 11 meses.

6a) ESCOLA MUNICIPAL “FRANCISCO ANDRÉA MARCHETT”

Esta unidade foi criada em 2002 pela Lei Municipal n° 430. de 7 dc março de 2002, como Escola Municipal de Ensino Fundamental “Santa Mônica”. Foi autorizada para funcionar pela Resolução n°. 320/04-CEE/MT, de 19 de novembro de 2004. publicada no Diário Oficial do Estado em 30/11/2004.

A partir de 2005 teve sua denominação alterada para Escola Municipal de Educação Básica “Francisco Andréa Marchett”, de acordo com a Lei Municipal n°. 417. de 23 de abril de 2003, nos termos do Parecer n°41/2005/JUR/CEE/MT, de 27 de junho de 2005. do Conselho Estadual de Educação de Mato Grosso (CEE/MT).

A alteração da denominação desta unidade escolar se deu pelo fato de, a família Marchett, sempre ter dado apoio para educação na região rural em que a escola está inserida, conhecida como “Mineirinho”, na BR-163 (Km 48,3), como também onde se encontra o Posto “Santa Mônica" e o Posto da Polícia Rodoviária Federal (PRF), na confluência entre a rodovia estadual pavimentada que dá acesso a sede do Município e referida BR-163. Registre- se também que quando houve a necessidade da construção de uma nova escola para atender a demanda de educandos, o apoio foi total, começando pela doação de terreno onde a escola está construída.

27 A pedido de toda a comunidade e em agradecimento a todo apoio recebido, nada mais justa a homenagem prestada na condição de patrono, ao Sr. Francisco Andréa Marchett, já falecido, honrando sua família.

A Escola Municipal de Educação Básica “Francisco Andréa Marchett”. neste ano letivo de 2014 encontra-se com 22 profissionais da Educação Básica.

Etapas de Ensino ofertadas: I - Educação Infantil e II - Ensino Fundamental.

7a) CRECHE “ZELAVIR JOSÉ WANZ”

Foi criada em 2004 e é mantida pela Prefeitura Municipal de Itiquira. Localiza-se no bairro Ouro Branco do Sul, na rua Zenaide Avena de Oliveira, quadra 37, s/n°.

Atende crianças de 0 a 6 anos de idade, de famílias que residem em Ouro Branco do Sul e imediações da Vila 1, da Fazenda Plantações E. Michelin, Posto Roma e Fazenda Amaggi, em período integral, sendo que seu horário de funcionamento é das 5 às 17h.

A Creche “Zelavir José Wanz” ao ofertar a Educação Infantil como primeira etapa da Educação Básica, visa proporcionar condições adequadas para promover o bem estar das crianças, tendo como finalidade seu desenvolvimento integral, logo, nos aspectos físico, mental, psicológico, moral e social.

Foi inaugurada em 2004, sendo que no ano 2014 ampliou o atendimento, mantendo salas anexas à unidade, localizando-se na chamada “Vila I”, que atualmente contempla as crianças das proximidades, atendendo as peculiaridades da região. As crianças atendidas na unidade da Vila I, como é conhecida pela população, frequentam a creche até aos sábados ao meio dia.

Biografia do patrono:

Zelavir José Wanz, um dos primeiros moradores de Ouro Branco do Sul. irmão da senhora Ivone Inês Veroneze. (in memoriam) que foi vereadora em Itiquira e muito contribuiu para que Ouro Branco do Sul se desenvolvesse cada vez mais. O senhor Zelavir (já falecido) era cunhado do senhor Ireno Veroneze, popular “Catarino” (esposo de dona Ivone), um dos principais fundadores de Ouro Branco do Sul.

A Creche “Zelavir José Wanz” foi construída no Governo Blairo Borges Maggi (2003- 2006 - 2007/2010), sendo Prefeito Municipal de Itiquira. à época, o senhor Ondanir Bortolini. conhecido popularmente como "Nininho”, atualmente deputado estadual em Mato Grosso (201 1/2014).

28 8a) ESCOLA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA “SANTO ANTONIO DO PARAÍSO" Oferece a primeira Etapa da Educação Básica (Educação Infantil), e o Ensino Fundamental, anos iniciais, do Io ao 5o, no período matutino.

É uma Escola do Campo, com turmas multisseriadas, ou seja, a mesma parte do Programa Escola Ativa o qual propõe estratégias que, relacionadas entre si por meio de atividades práticas, dão vida ao currículo.

Está localizada na Fazenda “Santo Antonio do Paraíso", a 168 Km da sede do Município. A Escola traz o mesmo nome da fazenda onde está localizada em homenagem aos proprietários.

No tocante à História das Escolas Estaduais existentes no Município de Itiquira, somente a ESCOLA ESTADUAL “DOM AQUINO CORRÊA" apresentou a sua, como se verifica na sequência.

A Escola Estadual “Dom Aquino Corrêa”, é uma escola pública de referência em qualidade de educação, que busca cada vez melhor atender a comunidade num resgate à cidadania, como marco referencial, além do conhecimento sistematizado.

Foi inaugurada solenemente em novembro dc mil novecentos e setenta e seis, pelo Excelentíssimo Senhor Governador do Estado, na época José Garcia Neto e demais autoridades civis, militares e eclesiásticas, recebendo o nome de “Escola Estadual Dom Aquino Corrêa”, em homenagem ao bispo mato-grossense Dom Francisco de Aquino Corrêa. Está localizada à Rua Fernando Corrêa da Costa s/n°. Centro, na sede do Município de Itiquira.

No início, a escola atendia de Ia a 4a série e de 5a a 8a série. Com o passar dos anos as exigências escolares aumentaram, aumentando também sua capacidade.

Em março de 1979 inicia-se o 2o grau, com o curso de Magistério de Ia a 4a série.

Em fevereiro de 1992 inicia-se outro segundo grau, com o curso Propedêutico, sendo esta primeira sala uma turma anexa da Escola Estadual "Joaquim Nunes Rocha”, da cidade de Rondonópolis.

No ano de 1999, a escola, atendendo a LDB (Lei de Diretrizes e Bases da Educação) muda novamente sua nomenclatura e extingue o curso de Magistério. O antigo segundo grau passa agora a ser denominado somente Ensino Médio. Mas, procurando efetivar o seu marco referencial a Escola Estadual “Dom Aquino Corrêa" em cumprimento dos seus objetivos para uma educação de qualidade, prossegue primando pelo ingresso, permanência e sucesso acadêmico do alunado. 29 A Escola Estadual tbDom Aquino Corrêa” está localizada na rua Dr. Fernando Corrêa da Costa s/n°, Centro, na sede do Município de Itiquira. É mantida pelo Estado de Maio Grosso e administrada pela Secretaria de Estado de Educação, norteando todo seu trabalho pelo Projeto Político pedagógico, nos termos da legislação vigente.

30 1.2. Quadro 1 - Dados Gerais do Município de Itiquira4

Município de Itiquira

Brasão

Hino

Aniversário 1o de dezembro

Fundaçao 1o de dezembro de 1953 (59 anos)

Gentílico Itiquirense

Prefeito Humberto Bortolini (PR) (2013-2016)

Localização

Localização de Itiquira no Mato Grosso

Localização de Itiquira no Brasil

17“ 12" 32" S 54“ 09’ 00" O

Unidade □ Mato Grosso federativa

Mesorregião Sudeste Mato-Grossense IBGE/2008 1

Microrregião Rondonópolis IBGE/2008 1

4 Origem: Wikipédia. a enciclopédia livre. Extraída em 17/07/2013 do site http://pt.wikipedia.org/wiki/Itiquira (Mato Grosso). Informações e dados fundamentados nas Referências clencadas.

31 Municípios Rondonópolis, , Cuiabá,Sonora, Alto Garças, Alto Araguaia (Terra do Abacate), Santo Antônio do Leveger, Barão Melgaço e Coxim limítrofes

Distância 347 km até a capital

Características geográficas

Área 8 638,691 km22

População 11 822 hab. Censo IBGE/20123

Densidade 1.37 hab./km2

Altitude 522 m

Clima Não disponível

Fuso horário UTC-4

Indicadores

IDH 0,767 médio PNUD/20004

PIB R$ 538 622,114 mil IBGE/20085

PIB p/c R$ 42 491,49 IBGE/20085

Página oficial

G1.3eo. grafia do Município e Prefeitos^

1.3.1. Localização

O Município localiza-se a uma latitude 17°12'32" sul e a uma longitude 54°09'01 "oeste, estando a uma altitude de 522 metros.

1.3.2. Bacia Hidrográfica

Grande Bacia do Prata. Para essa bacia contribui a bacia do São Lourenço. O São Lourenço recebe, pela esquerda, os rios Itiquira e Correntes.

Origem: Wikipédia. a enciclopédia livre. Extraída em 17/07/2013 do site http://pt.wikipedia.org/wiki/Itiquira_(Mato_Grosso). Informações e dados fundamentados nas Referências elencadas. 1.3.3. Clima

Tropical; quente semi-úmido continental, com meses de seca de junho a agosto. Precipitação anual de 1.500mm, com intensidade máxima de dezembro a fevereiro. Temperatura média anual de 22°C, maior máxima 40°C, menor mínima 0°C.

1.3.4. Formação Geológica Coberturas não dobradas do fanezóico, sub-bacia ocidental da bacia do Paraná.

1.3.5. Principais Rios Itiquira com 200 km de extensão. Correntes. São João. Bom Jardim. Pedra de Fogo. Piquiri. Boa Esperança. Peixe de Couro.

1.3.6. Principais Cachoeiras Leopoldina, Roncador. São João, Cumprido.

1.3.7. Relevo Planalto Taquari-Itiquira e Pantanal Mato-Grossense. Relevo montanhoso (15%) 1.180.65 km2, relevo ondulado (25%) 1.967.75 km2, relevo plano (35%) 2.754,85 km2 e pantanal (25%) 1.967,75 km2.

1.3.8. Serras São Jerônimo

1.3.9. Topografia O Município possui vasta região ou suavemente ondulada, bem como parte do complexo do Pantanal Matogrossense. Possui extensas áreas de cultivo de arroz, soja, milhos algodão e seringueira, ficando as áreas de solo com formação quartizonas. bem como varjòcs com solos de aluviões e solos com acidentes geográficos destinados à pecuária.

1.3.10. Acessos Estradas federais: BR-163 e BR-364; estaduais: MT-299 (Liga BR-163 a BR-364). MT-370 (Rod. Joaquim Domingos do Amaral, liga a BR-163) e MT-040 (Liga a Alto Garças / Rondonópolis).

1.4. Prefeitos Municipais

José Ferreira de Carvalho - 1953/1954;

\ Jobclino Nunes da Mata - 1954/1954;

33 Vicente Domingos do Amaral - 1954/1958;

Maurity Vieira - 1958/1962:

Melchiades Figueiredo Miranda - 1963/1963;

Anfilófio de Souza Campos - 1964/1967;

João Domingos Barretos- 1967/1970;

Geraldo Martins Ferreira - 1970/1973;

João Domingos Barretos - 1973/1977;

Pedro Gil do Amaral - 1977/1982;

Roberto Ferreira da Silva - 1983/1988;

Pedro Gil do Amaral - 1989/1992;

Ondanir Bortolini - 1993/1997;

Roberto Ferreira da Silva - 1997/1998;

Eduardo Gil do Amaral - 1998/2000;

Ondanir Bortolini - 2001/2004 - 2005/2008

Ernani José Sander - 2009/2012. Em 06/07/2011 o Poder Judiciário o afastou do cargo por improbidade administrativa por 60 dias, dando posse ao vice Milto Luiz da Silva.

Humberto Bortolini (eleito em outubro de 2012) - 2013/2016

1.5. População6

No final dos anos 60, uma iniciativa governamental, através de incentivos fiscais para atrair capitais e tecnologia para o desenvolvimento regional, determinou uma nova ocupação da região, trazendo investidores paulistas, mineiros, gaúchos e paranaenses. Certamente, a criação de rodovias como a Cuiabá - Campo Grande, a Belém - Brasília nos anos 60, além da BR-364 e da BR-70 foram fatores determinantes para que esse fluxo populacional alcançasse o território mato-grossense e em especial o Município de Itiquira.

Nessa época a paisagem e a economia regional foram dominadas pela pecuária extensiva. As pastagens plantadas eram formadas geralmenle em áreas onde o arroz de

6 Informações e dados extraídos do Portal do Município - Poder Executivo em 17/07/2013. 34 sequeiro havia sido cultivado. Já os cerrados foram aproveitados como pastagens naturais. Nessa época, iniciou-se a compra de lotes dos antigos colonos por pecuaristas de São Paulo. Paraná e Rio Grande do Sul.

No início da década de 70, a pecuária já apresentava predominância especial no Município de Itiquira. Foi nesse período que os paranaenses e gaúchos, principalmente, tentaram implantar a lavoura mecanizada, sem no entanto obter sucesso devido à diferença existente entre as condições de solo, clima e tecnologia utilizada no sul do País, e que precisava ser adaptada às condições desta nova região.

Percebendo o potencial do Centro-Oestc o governo federal implantou o Polocentro, programa de incentivos que visava incorporar 3,6 milhões de hectares de cerrado à atividade agrícola.. A implantação do Polocentro foi fundamental para o estímulo na produção de grãos em Itiquira como também para o acréscimo populacional.

Foi na década de 70 que ocorreu o maior crescimento populacional no Município, associado sobretudo à migração gerada pela expansão da atividade rural.

Em Itiquira predominam os nascidos na região Centro-Oestc. Em segundo lugar, os migrantes provenientes da região Sul, sobretudo Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina. A região Nordeste, principalmente o Estado da Bahia, aparece em terceiro lugar, seguida da Sudeste, destacando-se São Paulo, na contribuição de migrantes para o Município.

O Município de Itiquira tem na agricultura e na pecuária a base se sua economia, colocando-se, juntamente com Rondonópolis, entre os maiores produtores de soja do Estado de Mato Grosso. O ICMS arrecadado com a produção agrícola constitui a maior fonte de arrecadação de Itiquira. enquanto os demais setores da economia - indústria - comercio e serviços - são de pouca representatividade. De acordo com o censo de 1980, 79.2% da população economicamente ativa (PEA) de Itiquira estava alocada nas atividades, primárias.

1.6. Economia7

A base econômica do Município de Itiquira é a agricultura com expressiva produção de grãos, notadamente o soja. Há lavouras de subsistência. Na pecuária o sistema é de cria, recria e corte, com grandes rebanhos. O extrativismo de diamantes é praticado intensivamente. O território do Município abriga uma das maiores plantações de seringueiras do país, da empresa Michelin. cuja produção de látex contribui satisfatoriamente para o enriquecimento municipal. No período de 70/85 Itiquira aumentou extraordinariamente a sua área de lavoura, em torno de 9.080%. Esse aumento c creditado à lavoura de soja, da qual Itiquira ocupava o primeiro lugar na produção estadual de grãos ( incluindo o Estado de Mato Grosso do Sul ) no

1 hilbnnações c dados extraídos do Portal do Município Poder Executivo em 17/07/2013.

35 início dos anos 80. Por outro lado, o aumento da área de lavouras permanentes em Itiquira no período acima mencionado deveu-se sobretudo à cultura da seringueira e que vem apresentando expansão, introduzida pela empresa Plantações Eduard Michelin. A área de pastagens plantadas também teve grande acréscimo em Itiquira. Cabe mencionar ainda, que no setor primário, o garimpo de diamantes em Itiquira absorve parcela significativa da PEA. O garimpo é praticado no rio Itiquira e em diversos outros córregos.

Apesar de uma arrecadação expressiva em termos globais, ela é insuficiente para cobrir satisfatoriamente as demandas de serviços de infraestrutura.

As principais demandas reprimidas em Itiquira dizem respeito aos setores de saúde e infraestrutura viária. A municipalidade destina 10% de seu orçamento para o setor de saúde que é complementado com verbas do Sistema Unificado de Saúde - SUS.

A manutenção das estradas municipais, de responsabilidade da prefeitura, também não é efetivada em um nível satisfatório, apesar dos esforços da administração municipal em dar uma atenção especial ao setor, tentando diminuir as dificuldades encontradas principalmente na época das chuvas que coincide com a colheita da safra agrícola.

1.7. Lazer e Tlirismo8:

Os rios constituem importante alternativa de lazer em Itiquira. Os banhos e até mesmo a canoagem são algumas das formas pelas quais a população utiliza os rios como recurso de lazer. Os principais rios utilizados para banho são: Itiquira, Correntes. São João, Congonhas. Comprido. Boa Esperança.

Duas cachoeiras merecem destaque. Uma a do Roncador localizada à 03 Km da cidade serve para passeios de fins de semana da população local e faz parte da história do Município por ter servido de palco em 1927 para o confronto das tropas legalistas do governo e os militantes da Coluna Prestes, denominada de Revoltosos.

Também a cachoeira da Leopoldina com seus 25 metros de altura, distante 18 Km da cidade é uma das mais exuberantes paisagens da região. Existem ainda outras 6 cachoeiras no Município que servem de igual modo para o lazer interno.

Através da Deliberação Normativa n° 408 de 03.08.99 a EMBRATUR outorgou a Itiquira. pela terceira vez, o Selo de Município Prioritário para o Desenvolvimento do Turismo possibilitando a inclusão do Município no Plano Nacional de Municipalização do Turismo — PNMT.

8 Inlbrmaçõcs c dados extraídos do Portal do Município Poder Executivo em 17/07'2013.

36 O patrimônio arqueológico do Estado de Mato Grosso se define por uma marcante diversidade cultural desde a sua pré-história.

No Município de Itiquira podem ser encontrados certos elementos desse patrimônio. Esta região está inserida no mapa de Curt Nimucndajú (IBGE,1987) em área de ocupação pretérita dos índios bororo e bakaeris, definindo-se como área de limite destes grupos com os cayapós à época do povoamento do Mato Grosso.

Em Itiquira, a referência aos bororos como sendo os primeiros habitantes do local é bastante divulgada.

Nas pesquisas de campo foram detectados vestígios arqueológicos no rio Sozinho próximo a uma barragem. Também existem algumas informações não totalmente confirmadas, sobre a existência de cerâmica nos limites da cidade de Itiquira, no terreno onde está instalado o Auto Posto Itiquira.

Recentemente foram encontradas inscrições rupestres nas imediações da usina Hidrelétrica de Itiquira, e na fazenda Olho d‘água do proprietário Oscar de Carvalho. Denominado “Abrigo pedra de fogo”.

O ginásio de esportes Robertão possui uma estrutura excelente, muito além das necessidades da cidade, serve para diversas e constantes atividades da cidade e convidados da região.

Existem também diversos bares e lanchonetes que servem a população e visitantes.

O parque de exposição “Inocentino Bortolini" é dotado de uma excelente infra estrutura e nele se realiza anualmente a tradicional festa do peão e boiadeiro. Os bailes que ocorrem com freqücncia c os demais acontecimentos sociais como formaturas e convenções, são realizados no amplo e bem instalado salão de festas do mesmo parque.

O Município conta ainda com diversas belezas naturais ainda não exploradas turisticamente sendo o Pantanal uma delas.

No calendário turístico estão reservadas as datas para a realização das seguintes festas:

20 de janeiro: São Sebastião (fixa) Fevereiro: Carnaval de rua (variável) k Maio: Rodeio crioulo (variável) \\ 16 de julho: Nossa Senhora do Carmo (variável) Julho: Peão c Boiadeiro (variável) \ Io de dezembro: Aniversário da Emancipação Política (fixa)

37 2 - Objetivos Gerais e Específicos

2.1. Objetivos Gerais

Em regra, os objetivos gerais do Plano Municipal de Educação [PME] devem ser coerentes com os do Plano Nacional de Educação [PNE].

Em consequência, de acordo com o art. 214, CRFB/1988 e alterações, tais objetivos devem contemplar:

a) erradicação do analfabetismo;

b) universalização do atendimento escolar;

c) melhoria da qualidade de ensino:

d) formação para o trabalho;

e) promoção humanística, científica e tecnológica do País.

Por sua vez, a Lei Federal n° 10.172/2001 que instituiu o Plano Nacional de Educação [PNE], assim dispõe quanto aos objetivos pretendidos:

a) elevação global do nível de escolaridade da população;

b) melhoria da qualidade do ensino em todos os níveis;

c) redução das desigualdades sociais e regionais quanto ao acesso e sucesso;

d) democratização da gestão do ensino público.

Ou então:

a) garantia de ensino fundamental obrigatório de oito anos, atualmente nove anos;

b) garantia de ensino fundamental a todos os que não o concluíram na idade própria;

c) ampliação do atendimento nas demais etapas da educação básica;

X d) valorização dos profissionais da educação;

A e) desenvolvimento de sistemas de informação e avaliação em todos os níveis.

38 2.2. Objetivos Específicos

Estes, no que tange ao Plano Municipal de Educação [PME], obviamente são de responsabilidade do próprio Município. Registre-se. no entanto, que apesar da propalada autonomia dos entes federados, o Plano Nacional de Educação [PNE] insere o “desenvolvimento sustentável e o combate à pobreza" como objetivos para toda a sociedade brasileira. Obviamente que isso também é pertinente ao Município e assim deve ser encarado. Todavia, cada um tem suas características e trajetória política, inclusive quanto a adotar ou não o Plano Diretor, pois no caso do Município de Itiquira. por exemplo, sua população é inferior a vinte mil habitantes, estando dispensado da obrigatoriedade. Isso não significa que não possa adotá-lo. mas deve ser objeto de estudos criteriosos e discussões coletivas aprofundadas. Tal Plano pode ser substituído por um Plano de Desenvolvimento ou uma Proposta de Inclusão.

Destaque-se que é imprescindível que o Plano Municipal de Educação não esteja alienado em relação à realidade socioeconômica. por exemplo, distanciando-se dos objetivos da população, mas que transcenda o período de uma única gestão, com seus aspectos político- partidários e ideológicos.

O envolvimento da população na construção do Plano é indispensável, definindo então de comum acordo com os agentes políticos e públicos, criteriosamente os objetivos específicos, atendendo aos ditames da lógica e da cientificidade exigidos. Neste exercício (2014) certamente surgirá a essência de tal Plano, visando que os objetivos delineados em comum resultem na consecução das melas oriundas do mesmo.

Os Objetivos Específicos, na realidade, devem espelhar com rigor as Propostas Específicas que constam consubstanciadas nas Metas e respectivas Estratégias, no Capítulo V deste Plano, e antecedem ao Orçamento, Finanças e Gestão. A definição das Propostas Específicas consequentemente resultará na definição dos Objetivos Específicos com mais consistência e plausibilidade. As Conferências Municipais realizadas nos dias 28, 29 e 30 de abril de 2014. no Plenário da Câmara Municipal definiram ambos.

39 Capítulo II

1 - Níveis Escolares, Etapas da Educação Básica e Modalidades de Ensino

A Lei Federal n° 9.394/1996 e alterações (Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional - LDB) estabelece com nitidez os níveis escolares, as etapas da educação básica e as modalidades de ensino, bastante confundidas pelos meios de comunicação de massa e inclusive por alguns profissionais da educação face a interpretação superficial ou equivocada do diploma legal mencionado.

Os níveis escolares consubstanciam-se na Educação Básica e na Educação Superior. As etapas da Educação Básica, por sua vez, constituem-se na Educação Infantil (Ia Etapa), no Ensino Fundamental (2a Etapa) e no Ensino Médio (3a Etapa). Já, por sua vez, as modalidades de ensino abrangem: Educação de Jovens e Adultos (EJA), Educação Profissional e Tecnológica (EPT), Educação Especial (EE), Educação à Distância (EAD) e Educação Indígena (EI). Destaque-se também que a Lei Federal n° 10.639/2003, de 9 de janeiro de 2003, reporta-se, a título inclusivo à História e Cultura Afro-brasileira, contemplando a etnia negra e seus descendentes, e dando-lhes a ênfase merecidamente conquistada, etnia esta explorada pelos colonizadores portugueses durante séculos. Mais tarde, pelos latifundiários brasileiros e praticantes de outros ramos de atividade econômica nacional, ainda hoje, sofrendo o preconceito aberto e/ou velado, agora punido por uma legislação federal mais rigorosa e justa. Acrescente-se ainda a Educação do Campo (EC). de que trata o Decreto Federal n° 7.352/2010, de 04/11/2010 e a Resolução Normativa n° 003/2013-CEE/MT que substituiu a Resolução n° 126/2003-CEE/MT. do Conselho Estadual de Educação de Mato Grosso.

Registre-se. por fim, que a Educação Superior possuía legislação específica até o advento da Lei Federal n° 9.394/1996, de 20/12/1996 e alterações (Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional - LDB), passando a compor uma única, ainda que, em nível complementar sujeite-se a edição de outras leis, como também a regulamentação que lhe é pertinente, inclusive, no que tange às universidades. Estas, nos termos do art. 207. CRFB/1988 e alterações, possuem autonomia didático-científica. administrativa e de gestão financeira e patrimonial, excetuando-se, então, a orçamentária, porquanto tanto os órgãos da Administração Direta quanto da Administração Indireta e os demais Poderes do Estado, constituem o denominado Orçamento Geral do Estado (OGE). Referidas universidades devem obedecer ao princípio da indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão.

A Educação do Campo, como mencionado, está acobertada pela legislação e regulamentação vigentes aplicáveis à espécie, inclusive pela Resolução Normativa n° 003/2013-CEE/MT do Conselho Estadual de Educação de Mato Grosso (CEE/MT), considerando que não há Conselho Municipal de Educação em Itiquira e prevê-se que, preliminarmente, quando instituído, seja de caráter consultivo e não deliberativo.

40 No Município de Itiquira existem três Escolas categorizadas como ofertantes da “educação do campo”: Escola Municipal “São João Batista" com 69 educandos matriculados em 2012, 69 em 2013 e 84 educandos matriculados em 2014; a Escola Municipal “Francisco Andréa Marchett”, com 177 educandos em 2012, 193 em 2013 e 189 educandos matriculados em 2014, e a Escola Estadual “Bonifácio Sachetli" com 631 educandos matriculados.

Tendo em vista a categorização de tais escolas como ofertantes da "educação do campo", portanto, “escolas do campo”, as mesmas possuem algumas características típicas, que convergem para a realidade do campo. Obviamente que tal realidade é coerente com referidas características, o que inclui o ambiente rural, sua dimensão, complexidade e peculiaridades, bem como os educandos inseridos em tal meio, contudo, sem aliená-los da realidade citadina. Frise-se ainda que os avanços científicos e tecnológicos afetaram profundamente o modus vivendi e o modus operandi dos munícipes que vivem no campo, inclusive provocando maior êxodo rural, considerando que as políticas públicas governamentais não tem sido suficientes e eficazes para melhorar as condições dos cidadãos que optam pelo campo, mas não tem condições econômico-financeiras para trabalharem em iguais ou semelhantes condições que possuem os latifundiários que praticam o agroncgócio avançado. Os assentamentos rurais tem sido uma alternativa, todavia, ainda é necessário apoio mais consistente para que prosperem em todas as áreas.

Ressalte-se também, que muitos confundem, até mesmo no âmbito próprio, os conceitos de educação, ensino e escolarização, como também entendem que o ensino e a aprendizagem constituem um mesmo processo, podendo sê-lo, mas não necessária e obrigatoriamente, pois pode haver “ensino" sem que haja “aprendizagem” e pode haver “aprendizagem” sem que haja “ensino”.

Entendemos relevante distinguir os conceitos de educação, ensino e escolarização, porquanto tratar dos níveis escolares, das etapas da educação básica e das modalidades de ensino sem fazê-lo pode dificultar uma compreensão mais consistente e. em assim sendo, o fazemos na sequência.

Concebemos a Educação como um processo global que se inicia antes mesmo do nascimento do educando, observadas as características genéticas; como a gravidez se processou, estendendo-se até após a morte; pelo patrimônio que deixou, obviamente, não necessariamente o material. As influências do círculo familiar mais próximo, e dependendo, mais distante; a vizinhança, o direcionamento de caráter religioso, a mídia em suas variadas formas, a rede mundial de computadores e suas múltiplas opções, a escola, os clubes, as associações, os esportes, as formas de lazer, etc., atuam o tempo todo, em todos os ambientes, contribuindo para unia "boa" ou "má" educação, polêmicas à parte, nesse momento, quanto ao real significado do que efetivamente é “bom” ou “mau". Em lese, a família é a grande responsável pela educação, seguida pela mídia, rede mundial dc computadores; igreja, quando esta é frequentada regularmente, e a escola, nem sempre em tal ordem.

41 No que tange ao “ensino” este, igualmente polêmicas à parte, se pode ocorrer ou não. haja vista que as tendências pedagógicas progressistas (libertadora, libertária e crítico-social dos conteúdos), questionam-no na forma tradicional como normalmente conhecemos, se encontra presente em todos os círculos a começar pelo familiar. Obviamente neste, em regra, não realizado por profissional para tanto apto, dependendo da matéria envolvida. Constata-se sua presença principalmente na escola (educação escolar), mas também na igreja, quando regularmente frequentada (catequese), cursos de pequena duração (artesanato, por exemplo), etc.

Reportando-nos à escolarização, esta ocorre necessariamente em instituições de ensino (educação escolar) na ordem, em regra, observada na sequência: educação infantil, ensino fundamental, ensino médio, educação de jovens e adultos, ensino superior, pós-graduação, mestrado e doutorado, permeado pelos cursos técnicos e de formação tecnológica. A escolarização, como tal, exige profissionalismo consubstanciado em docentes para tanto formados; recursos didático-metodológicos. inclusive os tecnológicos; dependências físicas apropriadas, inclusive o equipamento pertinente, além, obviamente da estrutura imaterial: legislação e regulamentação pertinente, planejamento, avaliação, Feedback, etc. Nem todos tem a escolarização concluída, muitos nem mesmo a tem, ainda que o quadro melhorou muito nos últimos anos no Brasil. Todavia, o grande entrave observado está no dilema: tendência pedagógica liberal ou progressista? Escola em regime seriado, ■‘tradicional” ou de formação em ciclos? A transição tem sido traumática, em geral, mal sucedida. Outros fatores, principalmente oriundos do círculo familiar, comprometem incisivamente nos processos de ensino e de aprendizagem, além da “contribuição” nefasta de determinados programas de TV. computadores/internet, etc. Quanto às relações, implicações e gênese histórico-pedagógica, ao estudarmos a Didática Magna, obra clássica de João Amós Comenius as compreendemos melhor. Estão relacionadas com a origem da escola, propriamente dita, em um passado não tão distante assim, principalmenle, no início, atrelada às igrejas. Mais tarde às não confessionais, com a expansão do capitalismo e finalmente as públicas.

Resumindo, então, temos: educação (global, constante, diversificada, específica, secular, confessional, profissional, etc.; abrange o ensino e a escolarização,); ensino (ocasional, direcionado, por escolarização, “leigo" ou profissional, etc.), e finalmente a escolarização (especificamente nas escolas, de forma profissionalizada, envolvendo o ensino e a educação; esta através da bagagem existente e da adquirida em tal meio). Diriamos então que, na ordem de relevância imediata temos: a educação, contemplada pelo ensino, que não é necessariamente escolar (instituições escolares) e pela escolarização. que geralmente não beneficia toda a população ou não é concluída. Raramente os mesmos não estão relacionados, não sofrem a transversal idade própria do habitat humano, não se completam, não interferem um no outro, porquanto, em regra, são interdependentes.

42 Posto isto, cabe agora adentrarmos as Redes de Educação Escolar Básica, no caso concreto, no Município de Itiquira ternos a Rede Estadual e a Rede Municipal, haja vista que não há Rede Privada, como se faz na sequência.

2 - As Redes de Educação Escolar Básica

No Quadro abaixo elcncamos as Redes Públicas de Escolas de Educação Básica existentes no Município de Itiquira, considerando que não há Rede Privada, conforme informações disponibilizadas, in verbis. pelo link do Dataescola constante no site do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais “Anísio Teixeira'’ (INEP) vinculado ao Ministério de Estado de Educação (MEC), fonte a qual utilizaremos frequentemente neste Plano. Quadro 2 - Escolas Públicas de Educação Básica

Situação de Dependência Localizaçâo/Zona Estado Municipio Código Escola funcionamento administrativa da escola CRECIIE MATO MUNICIPAL ITIQUIRA 51062399 EM ATIVIDADE MUNICIPAL URBANA GROSSO BRANCA DE NEVE CRECHE MATO MUNICIPAL ITIQUIRA 51093472 EM ATIVIDADE MUNICIPAL URBANA GROSSO ZELAVIR JOSE WANZ MATO EE BONIFÁCIO ITIQUIRA 51049880 EM ATIVIDADE ESTADUAL RURAL GROSSO SACHETTI EE DOM MATO ITIQUIRA 51049848 AQUINO EM ATIVIDADE ESTADUAL URBANA GROSSO CORRÊA EM EDUCACAO BASICA MATO ITIQUIRA 51089440 FRANCISCO EM ATIVIDADE MUNICIPAL RURAL GROSSO ANDRÉA MARCIIETT EM JORGE MATO EDUARDO ITIQUIRA 51086409 EM ATIVIDADE MUNICIPAL RURAL GROSSO RAPOSO DE MEDEIROS EM EB JOSE MAIO ITIQUIRA 51049813 RODRIGUES DA EM ATIVIDADE MUNICIPAL URBANA GROSSO SILVA EMPG SANTO MAIO ITIQUIRA 51049767 ANTONIO DO EM ATIVIDADE MUNICIPAL RURAL GROSSO PARAÍSO MATO EMPG SAOJOAO ITIQUIRA 51049872 EM ATIVIDADE MUNICIPAL RURAL GROSSO BATISTA ESC MUN DE ED MATO BASICA ITIQUIRA 51049805 EM ATIVIDADE MUNICIPAL URBANA GROSSO ANFILOFIO Dlí SOUZA CAMPOS Fonte: MEC/INEP

43 2.1. Rede Estadual

A Assessoria Pedagógica (APED) de Itiquira exerce sua jurisdição, como um apêndice administrativo e pedagógico da Secretaria de Estado de Educação de Mato Grosso (SEDUC/MT), sobre 2 (duas) Escolas Estaduais e 6 (seis) Escolas e 2 (duas) Creches Municipais, supervisionando-as e atendendo-as, haja vista que o Município de Itiquira ainda não possui seu Sistema Municipal de Educação. Tal jurisdição será ampliada com a construção e opcracionalização de Escolas de Educação Infantil pelo Município, oportunamente, visando atender a demanda pertinente aos educandos da pré-escola em especial, já que, os que frequentarão o maternal e o berçário (0 a 3anos, 11 meses e 29 dias) receberão, em consequência da faixa etária, tratamento diferenciado em Creches.

As 2 (duas) Escolas Estaduais sob jurisdição da Assessoria Pedagógica são: Escola Estadual “Dom Aquino Corrêa”, na Sede do Município e Escola Estadual Bonifácio Sachett no Núcleo Urbano de Ouro Branco do Sul. De acordo com a FIBGE, em 2009 as matrículas em ambas as Escolas resultaram em: Ensino Fundamental: 592; Ensino Médio: 427, totalizando: 1.019 matrículas. Ambas as Escolas não oferecem a Educação Infantil e referido censo não apresenta matrículas na Educação de Jovens e Adultos (EJA). O censo reportado contabiliza ainda em ambas as Escolas Estaduais: 38 professores que atuam no Ensino Fundamental e 32 que atuam no Ensino Médio, totalizando 70 docentes. Contam ainda com a Equipe Administrativa e Técnico-Pedagógica, que atua na Gestão das mesmas, na Coordenação Pedagógica e com os profissionais da educação básica que atuam nas áreas técnica e de apoio logístico. Referido Censo não contempla os anos 2008 e 2010.

A Assessoria Pedagógica, além das competências já elencadas, desenvolve com as Secretarias de Estado de Educação e a do Município, várias outras ações voltadas para alternativas de formação escolar básica, cursos de atualização, palestras, conferências, atividades de inclusão digital e de formação contínua para os docentes.

2.2. Rede Municipal

A Secretaria Municipal de Educação de Itiquira (SME) tem sua estrutura atual prevista na legislação municipal que instituiu a estrutura administrativa do Poder Executivo, editada na Gestão passada (2009/2012). e supervisiona e atende as 6 (seis) Escolas e 2 (duas) Creches Municipais, com seus respectivos quadros de profissionais da educação básica compostos por diretores, coordenadores pedagógicos, professores, técnicos e pessoal de apoio administrativo e logístico, oferecendo a Educação Infantil (Creche e Pré-Escola I c II, sendo a primeira mais limitada diante das limitações orçamentárias e financeiras efetivas) e o Ensino Fundamental completo, como também a Educação de Jovens e Adultos (EJA). dando ênfase também à Educação do Campo (EC), nas Unidades Escolares que tem tal perfil. Nos Quadros abaixo, pertinentes aos anos letivos 2012 a 2014, apresentamos a relação nominal das Escolas Municipais, as Etapas da Educação Básica e as Modalidades de Ensino que são oferecidas, o

44 número de educandos matriculados em cada uma e o total de cada ano. disponibilizados pela Secretaria Municipal de Educação.

Quadro 3 Escolas Municipais dc Educação Básica - Etapas - Modalidades de Ensino Quantidade de Educandos Matriculados

ANOS LETIVOS 2012, 2013 E 2014

N° ESCOLA ETAPAS DA EDUCAÇÃO N" DE TOTAL N” DE TOTAL N" DE TOTAL BÁSICA E MODALIDADE DE EDUC. EDLIC. EDUC. EDUC. EDUC. EDUC. ENSINO 2012 2012 2013 2013 2014 2014 Escola Municipal de Educação Infantil 108 111 1 19 1 Educação Ens. Fundamental de 8 Anos 129 832 47 Básica "Anfilófio de Souza Ens. Fundamental de 9 anos 520 559 798 629 790 Campos” Ed. de Jovens e Adultos (EJA) 75 81 42 Escola Municipal de Educação Infantil 128 159 164 2 Educação Ens. Fundamental de 8 Anos 48 658 33 Básica "Jorge Eduardo Ens. Fundamental de 9 anos 452 507 774 480 707 Raposo de Medeiros” Ed. dc Jovens e Adultos (EJA) 30 75 63 Escola Municipal de Educação Infantil 16 35 31 3 Educação Ens. Fundamental de 8 Anos 42 177 139 Básica “Francisco Andréa Ens. Fundamental de 9 anos 135 19 193 158 189 Marchett” Escola Municipal de Educação Infantil 52 77 68 4 Educação Ensino Fundamental de 9 anos 118 170 136 165 Básica “José Rodrigues da 213 233 Silva” 5 Escola Municipal de Ens. Fundamental de 9 anos 56 61 6 Educação Ens. Fundamental de 8 Anos 13 69 08 69 61 67 Básica “São João Batista” Escola Municipal de 6 Educação Ens. Fundamental de 9 anos 05 05 Básica “Santo Antonio do 06 06 09 09 Paraíso” •■F Creche Municipal "Branca Berçário 94 94 50 123 de Neve” Maternal 20 70 8 Creche Municipal “Zelavir Berçário 37 80 30 103 José Wans” Maternal 43 30 60 TOTAL 2.085 TOTAL 2.183 TOTAL 2.221 Fonte: Censos Escolares 2012, 2013 e 2014

Itiquira, 26 de março dc 2014.

A Secretaria Municipal de Educação dispõe de uma Equipe Docente, Pedagógica e Técnica Multidisciplinar composta em 2013 de: 61 professores do quadro de provimento efetivo com jornada de trabalho docente semanal de 30 horas; mais 66 professores do quadro de provimento temporário com jornada de trabalho docente semanal de 20 horas, totalizando 127 professores atuando na Educação Infantil (Pré-Escola) e Ensino Fundamental completo; mais 17 professores do quadro de provimento temporário com jornada de trabalho docente semanal de 20 horas atuando nas 2 (duas) Creches existentes no Município, redundando então

45 em um total geral de 144 professores; mais 110 Servidores Técnicos e de Apoio Administrativo e Logístico do quadro de provimento efetivo que. somados a outros 109 do quadro de provimento temporário, totalizando então 219 Servidores que, finalmente, somados aos 144 professores somam 363 Servidores.

Considerando o número de educandos matriculados até 08/03/2013 (2.183), temos somente 15 (quinze) educandos para 1 (um) professor; 10 (9.96 arredondado para 10) educandos para cada servidor e 6 (seis) educandos para cada professor/servi dor. Trata-se uma média altíssima, recomendando-se medidas de adequação com a maior brevidade possível, considerando que foi realizado o concurso de provas e de provas e títulos em julho de 2013. Isso, em tese, demandaria a readequação do quadro de provimento efetivo de professores e servidores, permitindo que mais recursos orçamentários e financeiros sejam aplicados a título de investimentos, ou mesmo de uma manutenção mais abrangente e de qualidade. Não tendo sido preenchidas todas as vagas disponibilizadas no certame recentemente realizado (2013), cabe as providências pertinentes para se deflagrar novo concurso de provas e de provas e títulos, considerando que o quadro de provimento por prazo determinado deve ser restrito somente às substituições efetivamente temporárias, nos termos do art. 37. inciso IX da Constituição da República e dispositivo similar da Lei Orgânica do Município.

Destaque-se que os números atualizados (2014) disponibilizados pela Secretaria Municipal de Educação (SME) não demonstram que a situação tenha sido alterada. Entretanto há uma atenuante para a existência da média altíssima observada na proporção entre o quantitativo de professores e servidores cm relação ao número de educandos. Ocorre que as Escolas do Campo (EC). por exemplo, ou as que se encontram em núcleos urbanos, mas na zona rural, apresentam, em relação às Escolas Urbanas, logicamente um número de educandos bem menor, e não há como evitar isso. A razão é nacional e até mesmo mundial: a ampla modernização das atividades campestres. face aos avanços científicos e tecnológicos, resultou no que hoje se convenciona denominar “agronegócio", típico de latifúndios produtivos, gerando pouco emprego e renda para cidadãos de pouca qualificação, além, é claro, de eliminar o denominado trabalho braçal, inviabilizando a existência de maior número de pequenas propriedades, exceto no caso dos assentamos rurais. Mais ainda: a legislação constitucional e legal obriga os Municípios a oferecer a Educação do Campo independentemente do número de educandos que ali exista, sob pena de crime de responsabilidade atribuído ao Prefeito Municipal e à Secretária Municipal de Educação.

Diante do exposto, não há como reduzir drasticamente o número de professores e de servidores que atuam nas escolas municipais, adequando melhor a proporção entre estes e os educandos. sem afrontar os comandos constitucionais e infraconstitucionais federais e orgânicos e ordinários municipais, sob pena de responsabilização, pois o direito à educação escolar infantil e fundamental é subjetivo, como reza o art. 208, § Io e 2o da Constituição da República.

46 Cabe ainda à Secretaria Municipal de Educação, atuando conjuntamente com outras instâncias com a finalidade de elaborar, implementar, atender e supervisionar as políticas públicas de educação básica, com suas respectivas etapas e modalidades de ensino, no que lhe for do rol de suas competências, assim como tem a missão de participar da construção de propostas pedagógicas, organizar eventos pertinentes como cursos, palestras, seminários, conferências, congressos e, mais relevante ainda, deflagrar e coordenar periodicamente a realização da Conferência Municipal Anual de Educação ou do Fórum Municipal Anual de Educação, se este for a opção.

Posto isto, passamos agora a abordar as Etapas da Educação Básica, na sequência, fazendo isso preliminarmentc (Tabelas I a III) de acordo com as informações e dados em regra fornecidos pelas fontes citadas, para o período base de 2007 a 2010, e após, incluindo dados mais recentes de 2011 a 2014 (Tabelas IV e V) disponibilizados pela Secretaria Municipal de Educação (SME) e suas fontes (26/03/2014).

2 - Etapas da Educação Básica

A) Educação Infantil

TABELA I NUMERO DE EDUCANDOS MATRICULADOS EM CRECHE E PRE- ESCOLA NO MUNICÍPIO DE ITIQUIRA - 2010 Estadual Estadual Municipal Municipal TOTAL Creche Pré Creche Pré Creche - Pré 0.0 0.0 198 284 482 Fonte: MEC/INEP

TABELA II NUMERO DE EDUCANDOS MATRICULADOS EM CRECHE E PRE- ESCOLA NO MUNICÍPIO DE ITIQUIRA - 2013 Estadual Estadual Municipal Municipal TOTAL Creche Pré Creche Pré Creche - Pré 0.0 0.0 130 382 512 Fonte: Secretaria Municipal de Educação (SME). Dados levantados ate 08/03/2013

Observamos com nitidez meridiana que em 2010 haviam 482 educandos matriculadas, sendo na Creche (198) e no Pré-Escolar (284), número ultrapassado em 30 educandos, porquanto somaram em 2013. 512 no total; sendo 130 (Creche) c 382 (Pré-Escolar), este último número já em decorrência da Lei Federal n° 12.796/2013. Registre-se que a forma do cumprimento da referida Lei gerou controvérsias entre esta e a regulamentação do Conselho Nacional (CNE) e do Conselho Estadual de Educação (CEE) quanto à efetividade de se atingir a idade exigida (4 anos), com intervenção do Ministério Público Estadual da Comarca de Itiquira e ações judiciais.

47 Vejamos agora a defasagem existente em 2010, segundo o MEC/INEP entre os números efetivos pertinentes às matrículas realizadas até 08/03/2013 (SME) e a situação vigente em 2013, na sequência, pela analogia entre as Tabelas II e III.

TABELA III POPULAÇÃO EM IDADE DE CRECHE E PRE-ESCOLA E DEFASAGEM EM RELAÇÃO AO NÚMERO DE VAGAS NO MUNICÍPIO DE ITIQUIRA - 2010 0 a 3 anos Defasagem 4a6 Defasagem Total Total Defasagem Vagas anos vagas Educandos Vagas 732 534 606 322 1.338 856 Fome: MEC/INEP

Constatamos que em 2010 (Tabela III, MEC/INEP), a defasagem existente entre a população de 0 a 3 anos (Creche: 732) e as vagas efetivamente disponibilizadas em 2013 (130) - Tabela II resultou em 602 educandos sem vagas. Em 2010 eram 534. Já para a Pré- Escola, pelos dados da Tabela III, a defasagem existente entra a população de 4 a 6 anos (Pré- Escola: 606) c as vagas efetivamente disponibilizadas em 2013 (382) - Tabela II resultou em 224 educandos sem vagas. Em 2010 eram 322. No total (Creche e Pré-Escola), na relação entre 2010 e 2013, foram 626 educandos sem Educação Infantil.

Obviamente que é necessário justificar tal defasagem no que tange às famílias que têm crianças em idade de matrícula entre a população de 0 a 3 anos, 11 meses e 29 dias, a rigor (Creche) e não optam por matriculá-las, considerando que a obrigatoriedade legal recente é para a faixa etária de 4 anos acima, não se devendo atribuir ao Município a responsabilidade por tal defasagem. No que diz respeito às crianças em idade de matricular-se na Educação Infantil, de 4 a 5 anos (Pré-Escola), é uma novidade ainda em estágio de assimilação pela população e pelo Poder Público Municipal, sendo contemplada gradualmente, até o ser totalmente, como planejado, em curto e médio espaço temporal.

Como anunciado, na sequência inserimos as Tabelas IV e V com dados atualizados disponibilizados pela Secretaria Municipal de Educação (SME) e suas fontes, pertinentes à Educação Infantil abrangendo os educandos matriculados em “Creches” e os da Pré-Escola I e II: TABELA IV NÚMERO DE EDUCANDOS MATRICULADOS EM EDUCAÇÃO INFANTIL (CRECHE-2011 A 2014) ANO N°DEEDUCANDOS 2011 231 2012 184 2013 196 2014 230 Fonte: Secretaria Municipal de Educação (SME), 2014 48 Examinando a tabela acima e fazendo a devida analogia na série histórica de 2011 a 2014, verificamos que o ano com maior número de matriculas foi 2011 (231) e o de menor número. 2012 (184). Em 2013 foram 196 educandos matriculados e no corrente ano (2014) as matrículas atingiram a 230 educandos. logo. 34 a mais que em 2013 e 1 a menos que em 2011. Tal oscilação é perfeitamente compreensível porque a matrícula por parte dos pais e/ou responsáveis não é obrigatória, portanto depende do livre arbítrio dos mesmos, além, é claro, de fatores outros não pertinentes à oferta pelo Poder Público Municipal em relação à demanda. Destaque-se que a divergência entre o número de matriculados em 2013 (130) na Tabela II e o constante na Tabela IV (196), deve-se à data em que tais matrículas haviam sido feitas (08/03/2013) e que continuaram a ocorrer após referida data, sendo a mesma fonte (SME).

TABELA V NÚMERO DE EDUCANDOS MATRICULADOS EM EDUCAÇÃO INFANTIL (PRÉ-ESCOLA I E II - 2011 A 2014) ANO PRÉ-I PRÉ-II TOTAL 201 1 132 176 308 2012 132 189 321 2013 177 179 356 2014 167 237 404 Fonte: Secretaria Municipal de Educação (SME), 2014

No que tange às matrículas na Educação Infantil (Pré-Escola 1 c 11), esta de caráter obrigatório, no período de 2011 a 2014. de acordo com a mesma fonte (SME), distinguindo-se a Pré-Escola I da Pré-Escola II. constatamos que, no total, a evolução foi positiva, ampliando- se de 308 em 2011, para 404 em 2014. logo. 96 educandos a mais. Para os anos 2012 (321) e 2013 (356), igual evolução ocorreu, ampliando-se em mais 35 educandos. Registre-se que. em regra a interpretação do Ministério Público Estadual converge para a matrícula compulsória do educando que ainda não completou 4 anos, ou seja, tem menos que isso, mas que se for completar no ano letivo deve ser matriculado, o que se demonstrou na prática, pela imposição ministerial e/ou judicial. Tal medida seria até coerente se a idade exigida fosse completada no mínimo até 30 de junho (Io semestre), entretanto isso muitas vezes acontece já próximo do final do 2o semestre, o que acarreta mais dificuldades de adaptação de educandos em tal situação, com os demais. Seu amadurecimento físico, intelectual e psicológico ainda não atingiu o ideal para “deixar de ser, antes criança no seio familiar, descompromissada. ‘solta', para agora ser criança no convívio escolar, limitada e compromissada".

B) Ensino fundamental - Ia a 3a Etapa do 1° Ciclo (Ia a 3a série) e Ia Etapa do 2° Ciclo (4a série)

Ato contínuo, analisemos agora a situação dos educandos situados na faixa etária que compreende da Ia a 3a etapa do Io ciclo e a Ia do 2o ciclo que correspondem da Ia à 4a série do 49 Ensino Fundamental, pelo regime seriado, registrando-se que o Município de Itiquira adotou o Ensino Fundamental em anos, ou seja, do 1° ao 9° ano. reportando-se então, quando mencionadas Ia à 4a série, na realidade ao Io ao 4o ano. por exemplo.

TABELA VI NÚMERO DE EDUCANDOS MATRICULADOS NO ENSINO FUNDAMENTAL - Ia A 3a ETAPA DO Io CICLO (Ia a 3a série) E Ia ETAPA DO 2o CICLO (4a série) NO MUNICÍPIO DE ITIQUIRA - 2010 Estadual Municipal TOTAL - - 906 Fonte: MEC7INEP. Não foram disponibilizados os matriculados por Rede.

TABELA VII POPULAÇÃO EM IDADE DE CURSAR O PRIMEIRO CICLO (Ia a 3a ano) DO ENSINO FUNDAMENTAL - 6 A 8 ANOS DE IDADE NO MUNICÍPIO DE ITIQUIRA-2010 576 Fonte: IBGE

Estabelecendo-se a analogia entre ambas as tabelas epigrafadas, constatamos, preliminarmente, que não foram disponibilizados os dados por rede (estadual e municipal) na Tabela VI, o que não inviabiliza a análise. Verificamos uma discrepância entre ambos os números encontrados: 906 matriculados (Tabela VI - MEC/INEP) e 576 educandos entre 6 a 8 anos em idade para cursar da Ia a 3a ano da denominada Escola Ciclada (Tabela VII - IBGE), correspondendo a Ia a 3a séries da denominada Escola Seriada, quantificado em 330 educandos. Ocorre que, pela analogia feita. CONSIDERANDO que o MEC define que os educandos devem receber o letramento entre 6 e 8 anos, a abrangência da primeira Tabela (VI) contempla até a 4a série no regime seriado, habitualmente considerada como o letramento preliminar avançado, para só então entrar nas séries finais do ensino fundamental, antes de 8 anos e mais recentemente de 9 anos; enquanto que se define atualmente que tal letramento deve se consumar até os 8 anos, ou seja, no referido período: 6 a 8 anos. Isso significa que tal diferença (330 educandos) pode ser atribuída aos educandos que cursam a Ia etapa do Io ciclo do ensino fundamental, correspondente à 4a série do regime seriado e que não são contemplados na Tabela VI.

B) Ensino fundamental - 2a Etapa do 2° Ciclo (5" ano) a 3a Etapa do 3° Ciclo (9° ano)

Segundo a Tabela VIII - IBGE abaixo, em 2010 havia 634 educandos em idade para cursar da 2a etapa do 2o ciclo (5°ano) à 3a etapa do 3o ciclo (9o ano)

50 TABELA VIII POPULAÇÃO EM IDADE DE CURSAR A 3a ETAPA DO 2o CICLO (6a ano) E 3o CICLO (9° ano) DO ENSINO FUNDAMENTAL - 12 A 14 ANOS NO MUNICÍPIO DE ITIQUIRA - 2010 634 Fonte: IBGE

De acordo com o MEC/INEP, no mesmo ano (2010) havia 906 educandos matriculados nas séries finais do ensino fundamental. Registre-se que o mesmo INEP/MEC reporta-se a igual número para os matriculados nas séries iniciais do mesmo ano (2010), ou seja, 906, não se localizando a razão de tal fato, exceto por ter havido erro de digitação ao se alimentar o sistema. Comparando-se os 906 matriculados nas séries finais do ensino fundamental informados pelo mesmo MEC/INEP com os 634 em idade escolar para tanto (IBGE), temos uma diferença de 272 educandos que superam tal número em relação ao que já se encontra matriculado. A metodologia de cálculo pode ter acarretado a discrepância verificada entre ambos os órgãos.

Como anunciado anteriormente, na sequência inserimos as Tabelas IX, X e XI que contemplam as duas Etapas da Educação Básica: Educação Infantil e Ensino Fundamental, tendo como fonte principal a Secretaria Municipal de Educação (SME) e suas fontes, como se constata na sequência:

TABELA IX NÚMERO DE EDUCANDOS MATRICULADOS EM EDUCAÇÃO INFANTIL. ENSINO FUNDAMENTAL DE 8 ANOS. ENSINO FUNDAMENTAL DE 9 ANOS E EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS (EJA) 2013 E2014 EDUCAÇÃO ENSINO ENSINO ANO INFANTIL FUNDAMENTAL FUNDAMENTAL EJA 8 ANOS 9 ANOS 2013 363 100 1.427 144 2014 404 0 1.526 132 Fonte: Secretaria Municipal de Educação (SME), 2014 Observamos que nos anos 2013 e 2014, portanto o ano anterior e o atual, números bem atualizados, positivos no que tange à Educação Infantil, ou seja: 2013 (363) e 2014 (404), pelas razões já expostas anteriormente; como também o Ensino Fundamental de 9 anos, exigência mais recente, com 1.427 educandos matriculados em 2013 e 1.526 em 2014, havendo uma ampliação em 99 educandos neste último ano. Em decorrência, no tocante ao Ensino Fundamental de 8 anos (extinto), em 2013 haviam 100 educandos matriculados e em 2014, nenhum, sendo então, definitivamente implantado o Ensino Fundamental de 9 anos.

51 TABELA X NÚMERO DE EDUCANDOS MATRICULADOS NO ENSINO FUNDAMENTAL - Io AO 3o ANO ENSINO FUNDAMENTAL - 4o ANO 2011 A 2014 ANO ENSINO FUNDAMENTAL ENSINO FUNDAMENTAL 1° AO 3o ANO 4° ANO 2011 625 212 2012 640 200 2013 632 181 2014 583 187 Fonte: Secretaria Municipal de Educação (SME), 2014

Examinando a Tabela X, no que diz respeito ao Ensino Fundamental do Io ao 3o ano, período destinado à alfabetização formal consistente, a evolução oscilou de 625 matrículas em 2011, para 583 em 2014. portanto, 43 a menos; como também na relação entre 2012 (640) e 2014 (632). 8 matrículas a menos., todavia tal oscilação não foi muito expressiva. Já no tocante ao Ensino Fundamental — 4o ano, a situação é mais preocupante, havendo um decréscimo sucessivo de 212 matrículas em 2011 para 187 em 2014. logo. 25 a menos, enquanto que na relação entre os anos 2012 (200) e 2013 (181), a redução chegou a 19 educandos. Pelo quadro observado pode-se inferir que. havendo retenção, por exemplo, entre um ciclo e outro, em se tratando da formação em ciclos, os números são compreensíveis. Mesmo quando a mensuração é numérica ou conceituai, a retenção também ocorre, sendo mais difícil quando o processo avaliativo é descritivo. Frise-se ainda que fatores circunstanciais podem levar ao abandono, transferências, etc.

TABELA XI TOTAL DE EDUCANDOS MATRICULADOS NO ENSINO FUNDAMENTAL 1°AO 9o ANO-2011 A 2014 ANO N° DE EDUCANDOS 2011 1.677 2012 1.495 2013 1.601 2014 1.577 Fonte: Secretaria Municipal de Educação (SME), 2014 Analisando a Tabela XI - Ensino Fundamental completo (Io ao 9o ano), na série histórica inserida: 2011 a 2014, também observamos, como consequência das considerações anteriores, a variação dos números apresentados, ou seja: em 2011 eram 1.677 educandos matriculados, enquanto que em 2014. 1.577. havendo um decréscimo coincidentemente de 100 educandos matriculados. Já, a oscilação entre 2012 (1.495) e 2013 (1.601) foi positiva provocando uma ampliação no número de matrículas em 106 educandos. Reputamos como razoável tal variação, vez que, inúmeros fatores contribuem para tanto, alguns sem a interferência do Poder Público Municipal, porquanto envolve situações de natureza familiar, fugindo à jurisdição oficial.

52 No que tange ao Ensino Médio, na sequência, de responsabilidade do Estado de Mato Grosso, a análise feita atende aos mesmos parâmetros adotados para a Educação Infantil e o Ensino Fundamental anteriormente realizada, inserindo-se logo após os dados mais atualizados disponibilizados pela Secretaria Municipal de Educação (SME), extraídos segundo as fontes acessadas.

C) Ensino Médio

Raramente Municípios assumem o Ensino Médio. Isso ocorreu, por exemplo, em (MT), quando tal Município optou por integrar o Programa de Gestão Única da Rede Pública de Ensino de Mato Grosso, extinto em 2004. objeto da dissertação de mestrado de Correia, 2003; constante no acervo da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), Campo Grande e no da Universidade do Estado de Mato Grosso (UNEMAT), na Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação (PRPPG). Em regra, cabe ao Estado a responsabilidade de ministrar tal etapa da educação básica. Logo, os números abaixo são pertinentes a Rede Estadual de Educação Básica de Mato Grosso, em Itiquira, que conta com 2 Escolas, uma na Sede do Município e outra no Núcleo Urbano de Ouro Branco do Sul. A Tabela XII, MEC/INEP na sequência dispõe dos números (educandos matriculados), que serão comparados com os da Tabela XIII, IBGE (educandos em idade de cursar tal ensino):

TABELA XII TOTAL DE EDUCANDOS MATRICULADOS NO ENSINO MEDIO NO MUNICÍPIO DE ITIQUIRA - 2010 Estadual Municipal Total 465 0.0 465 Fonte: MEC/INEP

TABELA XIII POPULAÇÃO EM IDADE DE CURSAR O ENSINO MÉDIO 15 A 17 ANOS - NO MUNICÍPIO DE ITIQUIRA - 2010 596 Fonte: IBGE

Consta-se, então, que existia em 2010, 465 educandos matriculados no Ensino Médio (Tabela XII, MEC/INEP) para uma população em idade de cursá-lo de 596 educandos (Tabela XIII, IBGE). Aqui, verificamos que existe uma defasagem de 131 educandos entre os em idade de cursar tal etapa da educação básica e os efetivamente matriculados. Isso não implica na ausência de vagas para todos, mas no fato de que muitos terminaram o Ensino Fundamental e não optaram por frequentar o Ensino Médio, porquanto o mesmo ainda não se revestiu da exigência legal obrigatória efetiva, buscando-se sua universalização como política pública federal imposta aos Estados e ao Distrito Federal.

53 Alertamos que os números mais atualizados que foram disponibilizados são pertinentes somente à Escola Estadual “Dom Aquino Corrêa", localizada na sede do Município, portanto a analogia pretendida foi prejudicada. A outra escola estadual presente no Município, no Núcleo Urbano de Ouro Branco do Sul, inserido na zona rural, ou seja. Escola Estadual “Bonifácio Sachetti” não disponibilizou tais números, ainda que insistentemente solicitados pela Secretaria Municipal de Educação (SME).

TABELA XIV NÚMERO DE EDUCANDOS MATRICULADOS NO ENSINO MÉDIO ESCOLA ESTADUAL “DOM AQUINO CORRÊA”- SEDE DO MUNICÍPIO 2011 A 2014 ANO 1° ANO 2° ANO 3° ANO TOTAL 2011 245 132 86 463 2012 232 141 94 467 2013 285 143 137 565 2014 131+43 92+34 87 387 Fonte: Secretaria da Escola Estadual “Dom Aquino Corrêa”, 2014

Como alertado, não nos foi possível fazer a analogia devida, considerando que os números mais atualizados são parciais, de uma única escola estadual. Todavia, examinando a série histórica inserida: 2011 a 2014, podemos constatar que houve acréscimo no número de matrículas na relação entre os anos 2011 a 2013, sendo que: em 2011 (463) educandos matriculados, em 2012 (467), aumento de 4 educandos e em 2013 (565), acréscimo substancial de 98 educandos. Estranhamente, em 2014 (387) verificamos um decréscimo de 178 educandos em relação a 2013 (565). Também a fonte que informou tais dados, não esclareceu a razão de, no ano 2014, para o Io e 2o ano foram inseridos dois valores quantitativos, respectivamente de: 131+43 e 92+34, possivelmente em razão de alguma sala fora das dependências da referida escola. A discrepância entre os anos 2013 e 2014 também não foi informada.

D) Educação Superior

No que tange ao Ensino Superior este, assim como o Ensino Médio, não é de responsabilidade do Município. Raramente Municípios o assumem. Em Mato Grosso tínhamos o caso de , que não prosperou, sendo o Campus assumido recentemente pela Universidade do Estado de Mato Grosso (UNEMAT). Em liquira não há Ensino Superior Público ou Privado, aliás, quanto a este último, até recentemente a Universidade de Cuiabá (UN1C) mantinha extensão cm seu território, todavia retirou-se, porquanto as exigências legais e formais se tornaram incompatíveis com a demanda. Negociações avançadas (Município e UNEMAT) podem contemplar Itiquira com curso regular em regime de extensão com turma(s) especial(is) e curso de pós-graduação lato sensu (especialização) voltado para a formação continuada dos professores da rede pública. A

54 Tabela abaixo (XV, IBGE) apresenta a população em idade de cursar o ensino superior, em 2010.

TABELA XV POPULAÇÃO EM IDADE DE CURSAR ENSINO SUPERIOR 18 A 24 ANOS - NO MUNICÍPIO DE ITIQUIRA - 2010 971 Fonte: IBGE

O número indicado de futuros acadêmicos em potencial (971), em 2010, pode ser consideravelmente menor em 2013, haja vista que muitos fizeram o processo seletivo para acesso a tal nível escolar e estão frequentando-o, inclusive porque o Município disponibiliza o transporte escolar até Rondonópolis, o Município Pólo, localizado a 142 km. todos pavimentados.

E) Educação de Jovens e Adultos

A Educação de Jovens e Adultos (EJA), que visa suprir o processo de escolarização do nível fundamental e/ou nível médio para os educandos que não o(s) cursou(aram) na idade própria, não apresentou estatísticas nas pesquisas feitas na FIBGE e no MEC/INEP. No entanto, a Secretaria Municipal de Educação (SME). através de levantamento das matrículas realizadas até 08/03/2013 apresentou 156 educandos que ingressaram em tal modalidade de ensino, na Rede Municipal, pois a Rede Estadual não a oferece, segundo as pesquisas feitas. A Tabela XVI. SME, 08/03/2013 abaixo indica os matriculados.

Após a referida Tabela, adotamos o procedimento anterior, inserindo a Tabela XVII com dados mais atualizados disponibilizados pela Secretaria Municipal de Educação (SME) e suas fontes, como se verifica a seguir.

TABELA XVI TOTAL DE EDUCANDOS MATRICULADOS NA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS NO MUNICÍPIO DE ITIQUIRA - 2013 Estadual Municipal Total 0.0 156 156 Fonte: Secretaria Municipal de Educação. Levantamento realizado até 08/03/2013.

A constatação que se infere fazer, é que não se trata da ausência de vagas, mas de efetivamente interessados, pois a Rede Estadual também pode oferecer tal modalidade de ensino.

55 TABELA XVII NÚMERO DE EDUCANDOS MATRICULADOS NA EJA Io E 2o SEGMENTOS - 2011 A 2014 ANO 1° SEGMENTO 2o SEGMENTO TOTAL 2011 17 91 108 2012 27 72 99 2013 40 71 111 2014 59 91 150 Fonte: Sccictaria Municipal de Educação (SME), 2014

Observamos que no primeiro segmento a oscilação foi positiva, pois em 2011 eram 17 educandos matriculados, enquanto que em 2012 (27), 2013 (40) e 2014 (59), logo, respectivamente maior de 2011 para 2014 em 42 educandos, e de 2012 para 2013 em 13 educandos matriculados. Depreende-se. então, que há vagas para acolher os educandos interessados, porquanto ano a ano os que as procuraram foram atendidos.

No que tange ao segundo segmento, os números permaneceram inalterados nos anos 2011 e 2014 (91) e sofreram uma redução de apenas 1. na relação entre 2012 (72) e 2013 (71), demonstrando regularidade em ambos os biênios, todavia com maior número de educandos matriculados em 2011 (91) e 2014 (91).

Analisando a série histórica (2011 a 2014) quanto ao quantitativo total de educandos matriculados na EJA - Io e 2o segmentos, observamos que nos últimos anos 2013 (111) e 2014 (150), o acréscimo foi de 39 educandos, e na relação entre 2012 (99) e 2013. um acréscimo de 12 educandos matriculados, o que confirma a disponibilidade de vagas pelo Poder Público Municipal, já que o Estado está disponibilizando a EJA.

H) Educação Especial

No que diz respeito á Educação Especial (EE), esta, pela natureza é bastante complexa, exigindo profissionais habilitados para tanto, conforme o grau de necessidade especial verificado, bem como estrutura, equipamentos e material pedagógico adequados. Nem sempre a inclusão é feita de maneira habilidosa e competente, podendo causar sérios prejuízos aos portadores de necessidades especiais. Quando é plenamente possível e satisfatória, é o ideal. As estatísticas pertinentes são de difícil aferição e não é comum obtê-las de forma consistente, segura. Infelizmente, nas fontes até agora pesquisadas, nas condições existentes, não apresentaram nenhum dado a respeito, até o momento. Logo, a Tabela XVIII abaixo, ficou prejudicada, não permitindo a análise. Todavia, as Tabelas XIX e XX na sequência, com números mais atualizados da Secretaria Municipal de Educação (SME) permitirão uma análise satisfatória, como se verá, inclusive contemplando os educandos beneficiados com salas multifuncionais.

56 TABELA XVIII NÚMERO DE EDUCANDOS MATRICULADOS EM EDUCAÇÃO ESPECIAL NO MUNICÍPIO DE ITIQUIRA - 2007 A 2010 ANO Estadual Municipal TOTAL 2007 - - - 2008 - - - 2009 - - - 2010 - - - Fonte: INEP/MEC e IBGE - Os dados não foram disponibilizados.

TABELA XIX NÚMERO DE EDUCANDOS MATRICULADOS EM EDUCAÇÃO ESPECIAL (EE) COMO PORTADORES DE NECESSIDADES ESPECIAIS (PNEs) 2011 A 2014 ANO N°DEEDUCANDOS 2011 45 2012 47 2013 55 2014 38 Fonte: Secretaria Municipal de Educação (SME). 2014

Verificamos que houve um decréscimo entre os anos 2011 (45) c 2014 (38) educandos matriculados, portanto, em 7 educandos, decréscimo este maior ainda na relação entre os anos 2014 (38) e 2013 (55), resultando em 17 educandos matriculados. Em 2012 eram 47 educandos. Registre-se que a Escola Estadual “Dom Aquino", localizada na sede do Município, matriculou nos anos 2012 (6). 2013 (6) e 2014 (7) educandos. repetindo tais números para as salas multifuncionais. A Escola Estadual “Bonifácio Sachetti", localizada no Núcleo Urbano de Ouro Branco do Sul. inserido na zona rural do Município, por sua vez, não informou os dados pertinentes, o que, se fosse feito, totalizaria os mesmos em nível estadual.

Como foi debatido nas Conferências Municipais de Educação realizadas nos dias 28 a 30 de abril de 2014, no Plenário da Câmara Municipal, tal tipo de educação encontra obstáculos em consequência da discriminação existente por parte da própria comunidade, induzindo os familiares e os próprios educandos, às vezes, a se negarem em fazer suas matrículas, diante do constrangimento existente. Isso se agrava quando a própria família se recusa a assimilar a realidade, negando-a, não se delendo para refletir que os portadores de necessidades especiais desenvolvem naturalmente outras potencialidades compensatórias, realizando atividades brilhantes, que provocam a admiração e o respeito dos que não são.

TABELA XX 57 TOTAL DE EDUCANDOS MATRICULADOS COMO PORTADORES DE NECESSIDADES ESPECIAIS - PNEs EM SALAS MULTIFUNCIONAIS 2011 A 2014 ANO N°DEEDUCANDOS 2011 38 2012 40 2013 46 2014 35 Fonte: Secretaria Municipal de Educação (SME), 2014

No que tange ao número total de educandos matriculados como PNEs em salas multifuncionais, também houve acréscimo entre os anos 2011 (38), 2012 (40) e 2013 (46), mas decréscimo em relação ao ano 2014 (35), com 11 matrículas a menos. Entretanto, tais números são razoáveis, não havendo grande discrepância, levando-se também em consideração as causas já expostas quanto à Tabela XIX.

Nas Conferências Municipais de Educação realizadas entre os dias 28 e 30 de abril de 2014, no Plenário Municipal da Câmara Municipal, foram estabelecidas algumas estratégias em relação à Meta 4. que incluem a constituição de pelo menos uma Equipe Mullidisciplinar Especializada no órgão central que também contemple tal modalidade de ensino, que se trabalhe melhor a conscientização dos pais e/ou responsáveis, ainda que tal termo seja polêmico e que se remunere melhor os profissionais do magistério que labutam na mesma, como se pretende em relação aos que atuam nos três primeiros anos do Ensino Fundamental, no que tange a um processo de alfabetização formal mais consistente.

CAPÍTULO 111

58 I - Dados Comparativos

Abordados os dados exarados nas Tabelas I a XX anteriores, emanados do MEC/INEP, FIBGE e SME e CONSIDERANDO que as análises feitas abrangeram, preliminarmente a série histórica de 2007 a 2010 e na sequência a de 2011 a 2014. esta última resultante essencialmente dos dados coletados internamente pela SME, na sequência, por se tratar de um Plano Municipal de Educação [PME], necessária e obrigatoriamente examinaremos mais detidamente a série completa coberta pelo MEC/INEP e FIBGE (2007 a 2010) e em seguida a da SME (2011 a 2014). tecendo a analogia cabível, principalmente em relação ao ano 2013. já encerrado.

A análise que se fará na sequência, não pode prescindir da menção relevante pertinente às profundas mudanças que vêm ocorrendo na legislação e regulamentação do sistema de educação básica do Brasil, inclusive a mais recente editada neste mesmo ano: Lei Federal n° 12.796/2013. Tais mudanças, no momento, muito mais teóricas que práticas, e quanto a estas, quando materializadas, também vem provocando divergências de interpretação e de operacionalização, envolvendo inclusive o Ministério Público e o Poder Judiciário, como por exemplo quando da efetiva condição de idade escolar de um educando quanto ao mês em que vai cumpri-la no ano em curso. A legislação federal, obviamente, afeta a estadual e a municipal, que lhe deve ser coerente. Além disso, as discussões acaloradas que se observam no Congresso Nacional, envolvendo a Sociedade Civil organizada e especialmente os órgãos e entidades pertinentes, afetarão o Plano Nacional de Educação [PNE] objeto de conferências nos mais diversos rincões do Brasil. Isso também diz respeito ao Plano Estadual de Educação [PEE] de Mato Grosso, recentemente submetido à sua conferência (novembro/2012) no Hotel Fazenda Mato Grosso, em Cuiabá.

Posto isto, na Tabela XXI, INEP/MEC a seguir, apresentamos o total de educandos matriculados no Ensino Fundamental no Município de Itiquira. na série histórica: 2007 a 2010, tecendo nossa análise.

Após referida Tabela, inserimos novamente a Tabela XXII com dados atualizados fornecidos pela Secretaria Municipal de Educação (SME) e suas fontes, procedimento que vem sendo adotado para que se estabeleça um contexto mais abrangente e uma analogia mais consistente.

TABELA XXI 59 NUMERO DE EDUCANDOS MATRICULADOS NO ENSINO FUNDAMENTAL NO MUNICÍPIO DE ITIQUIRA - 2007 A 2010 ANO Estadual Municipal TOTAL 2007 741 1536 2.277 2008 - - 2.210 2009 592 1.515 2.107 2010* • - 1.812 Fonte: INEP/MEC - Os dados dos anos 2008 e 2010 não foram disponibilizados por Rede. * Os dados do ano 2010 apresentam os mesmos números para as séries iniciais (906) e as finais (906), totalizando então 1.812 educandos matriculados. Em 2011, no entanto, respectivamente apresentam os seguintes números: 971 e 937 = 1.908.

Constatamos então, por Rede, que a Estadual apresentou 741 matriculados no Ensino Fundamental em 2007. Em 2008 não obtemos dados específicos para ambas as Redes, oriundos da mesma fonte. Em 2009 houve um decréscimo para 592 educandos, observando-se a nota inserida no rodapé da Tabela XXI (*). A Rede Municipal, por sua vez, apresentou em 2007, 1.536 matrículas e em 2009, 1.515, resultando em uma diferença modesta de apenas 21 educandos. No total, envolvendo ambas as Redes, o ano com o maior número de matrículas foi 2007 e o menor 2010. A oscilação entre o primeiro (2007) e o segundo (2010) foi de 465 educandos, número preocupante, podendo não refletir rigorosamente a realidade. Em 2008 (2.210) e 2009 (2.107) a diferença a menor para o último foi de 103 educandos. Reputamos como razoável, CONSIDERANDO que nem sempre os pais e/ou responsáveis cumprem o mandamento constitucional e infraconstitucional federal de matricularem seus filhos em tempo hábil, o que os leva, em parle, a procurarem, por exemplo, mais tarde, a Educação de Jovens e Adultos (EJA). TABELA XXII NÚMERO DE EDUCANDOS MATRICULADOS NO ENSINO FUNDAMENTAL 1°AO 9° ANO-2011 A 2014 ANO N°DEEDUCANDOS 2011 1.677 2012 1.495 2013 1.601 2014 1.577 Fonte: Secretaria Municipal de Educação (SME), 2014

Considerando agora os dados disponibilizados pela SME em 2014, abrangendo a série histórica de 2011 a 2014, dados estes específicos da Rede Municipal de Educação Básica, constatamos que entre os anos 2011 e 2014 houve um decréscimo de 100 educandos matriculados, enquanto que. na comparação com os anos iniciais e finais da Tabela XXI, abrangendo ambas as Redes: Municipal e Estadual, o decréscimo foi de 405 educandos, logo, 305 educandos a menos.

d.1.Dados do Ensino Médio 60 Na sequência, passamos, através da Tabela XXII, MEC/INEP. na mesma série histórica (2007 a 2010), a analisar os números obtidos, como o fazemos.

TABELA XXIII NUMERO DE EDUCANDOS MATRICULADOS NO ENSINO MEDIO NO MUNICÍPIO DE ITIQUIRA - 2007 a 2010 ANO Estadual Municipal TOTAL 2007 555 0.0 555 2008 615 0.0 615 2009 427 0.0 427 2010 465 0.0 465 Fonte: MEC/INEP

Verificamos, preliminarmente, que a Rede Municipal não disponibiliza o Ensino Médio, porquanto não tem obrigação constitucional e infraconstitucional federal para isso, conforme já comentamos anteriormente, quando examinamos as Tabelas XII, XIII c XIV. Portanto, os dados que obtemos dizem respeito à Rede Estadual.

Observamos que. houve um acréscimo entre os anos 2007 (555) e 2008 (615), redundando em uma diferença a maior no número de matrículas no Ensino Médio de 60, em relação ao último (2008). Nos anos 2009 (427) e 2010 (465) ocorreu o mesmo, resultando em uma diferença a maior do primeiro (2009) em relação ao último (2010) de 38 matrículas. A diferença, entretanto, quanto ao ano 2008 (615) em relação a 2009 (427), de 188 educandos matriculados, é mais preocupante. Obviamente que se há de considerar que muitos educandos concluintes do Ensino Fundamental não optam por prosseguirem seus estudos no Ensino Médio, por não terem afinidades com os mesmos; por razões econômicas, integram-se cedo ao mercado de trabalho em razão do, em regra, baixo poder aquisitivo da família, ou razões outras. Entretanto, pode-se inferir que não se trata da ausência de vagas, pois se existiam 615 educandos matriculados em 2008. obviamente as mesmas vagas estavam disponíveis em anos seguintes e até mais, dadas as condições das Escolas Estaduais para tanto.

Reputamos também relevante frisarmos que as recentes políticas públicas governamentais federais vem incentivando os Estados para que estimulem o prosseguimento dos estudos concluídos na etapa do Ensino Fundamental para o Ensino Médio, inclusive universalizando tal oferta.

Prosseguindo, conforme procedimento anterior, inserimos novamente a Tabela XIV com dados atualizados disponibilizados pela Secretaria da Escola Estadual “Dom Aquino Corrêa”, já que não obtivemos os dados que deveríam ser fornecidos pela outra Escola Estadual existente no Município, a “Bonifácio Sachetti”, do Núcleo Urbano de Ouro Branco do Sul. na zona rural do Município de Itiquira. TABELA XIV 61 NÚMERO DE EDUCANDOS MATRICULADOS NO ENSINO MÉDIO ESCOLA ESTADUAL “DOM AQUINO CORRÊA’* - SEDE DO MUNICÍPIO 2011 A 2014 ANO 1° ANO 2o ANO 3o ANO TOTAL 201 1 245 132 86 463 2012 232 141 94 467 2013 285 143 137 565 2014 131+43 92+34 87 387 Fonte: Secretaria da Escola Estadual "Dom Aquino Corrêa”, 2014

Referida Tabela, como já examinada anteriormente, apresentou um aumento gradual de educandos matriculados no Ensino Médio, respectivamente, com números de 463 (2011). 467 (2012) e 565 (2013), resultando em 4 e 98 a mais, em tal período, regredindo para 387 em 2014, com 178 educandos a menos em relação ao ano 2013.

Fazendo-se a analogia com os números da Tabela XXI1, esta englobando educandos matriculados no Ensino Médio em toda a Rede Estadual de Educação Básica no Município, portanto, envolvendo as duas Escolas Estaduais epigrafadas, pode-se concluir com nitidez que as diferenças verificadas entre ambas as Tabelas: XIV e XXII resultam justamente da ausência de dados estatísticos de ambas as escolas, no caso da Tabela XIV, pela razão já informada, o que indica claramente, no mínimo a manutenção dos mesmos números da Tabela XXII ou uma pequena variação para menos ou para mais, o que infere a regularidade de tais matrículas no Ensino Médio, que, como mencionado, não é oferecido pelo Município.

1.2. Dados do Ensino Fundamental

Ato contínuo, passamos agora a analisar o dinamismo ocorrido na etapa do Ensino Fundamental, e que acaba provocando, em tese, alterações no Ensino Médio, inclusive, justificando o que ocorreu nos anos 2009 e 2010, conforme a Tabela XXL MEC/INEP. como constamos pela análise da Tabela XXIII. MEC/INEP abaixo.

TABELA XXIV NÚMERO DE EDUCANDOS MATRICULADOS NO ENSINO FUNDAMENTAL NO MUNICÍPIO DE ITIQUIRA - 2007 a 2010 Rede Estadual Munici pal TOTAL ANO f-4" 5-8 Total l"-4 5-8 Total 1-4 5-8 TOTAL 2007 - - 741 - • 1.536 - - 2.277 2008 ------1.179 1.031 2.210 2009 <• - 592 - - 1.515 1.078 1.029 2.107 2010 * - - 906 906 1.812 Fonte: INEP/MEC - Os dados da IM” e 5a-8u não foram disponibilizados separadamente, por rede.

Constatamos na Tabela epigrafada. em números totais, porquanto não foram disponibilizados os números por Rede, nem integralmente por fases (T'-4:| e 5a-8a), com a

62 ressalva de que. para o ano 2010. o INEP/MEC disponibilizou o mesmo número de educandos matriculados nas séries iniciais (906) e nas séries finais (906), a que já nos reportamos por ocasião da análise das Tabelas VI, VII e VIII, confirmando a mesma lese já defendida na Tabela XXII. MEC/INEP. com referência ao Ensino Médio, que em 2007 houve o maior número de matrículas para o Ensino Fundamental, o que refletiría, obviamente no Ensino Médio. De tal ano (2007) em relação ao seguinte (2008) houve um decréscimo de 67 matrículas (2.277 - 2.210). Em 2009, tal número foi reduzido para 2.107 matrículas, redundando em uma diferença a menor de 103, e este foi menor ainda em 2010 (1.812), resultando em uma diferença de 295 educandos matriculados. Verificamos então que: 2007 para 2008 (67); 2008 para 2009 (103) e deste para 2010 (295), então, de 2007 para 2010, o decréscimo no número de matrículas chegou a 465 educandos, número igualmente preocupante. Insistimos em que muitos educandos não são matriculados na idade própria, por negligência dos pais e/ou responsáveis, ou por circunstâncias desfavoráveis, já que não podemos nos subsidiarmos no decréscimo populacional pois este não ocorreu.

1.3. Dados da Educação Infantil

Com referência a esta modalidade de ensino, apresenta características distintas em relação às outras etapas da Educação Básica. Devemos considerar que os índices de natalidade no país, em geral, não são os mesmos, e a região Centro Oeste também tem tido mudanças. A longevidade do brasileiro está aumentando, enquanto a natalidade, em relação a um passado não tão distante, tem regredido, ainda que não radicalmente como em países da Europa e entre os denominados “tigres asiáticos”. Observe-se ainda, que a edição recente da Lei Federal n° 12.796/2013 também tornou exigência compulsória a inclusão de educandos de 4 anos no processo de letramento do Ensino Fundamental, por exemplo. A Educação Infantil, então, adquiriu outra “roupagem” e isso, logicamente, vem alterando substancialmente o quadro até então vigente. Pelos dados da F1BGE, 2010. por exemplo, conforme a Tabela III, a defasagem entre a população em idade de acesso à Educação Infantil e a efetivamente matriculada apresenta números expressivos, como já analisado tendo como espelho referida Tabela, diferentemente do Ensino Fundamental e do Ensino Médio, nestes refletindo futuramente. Isso é preocupante e a União e os Municípios já estão procurando corrigir tal distorção.

Na Tabela XXIV que se segue, verificaremos a evolução das matrículas entre os anos 2007 a 2009 e seu decréscimo em 2010 em relação ao último, mas maior que os verificados nos primeiros (2007 e 2008).

TABELA XXV NÚMERO DE EDUCANDOS MATRICULADOS EM CRECHE E

63 PRE-ESCOLA NO MUNICÍPIO DE ITIQUIRA - 2007 A 2010 Estadual Municipal TOTAL ANO Creche - Pré Creche - Pré CRECHE- PRÉ 2007 0.0 0.0 - - 215 2008 0.0 0.0 194 271 465 2009 0.0 0.0 230 281 511 2010 0.0 0.0 198 284 482 Fonte: INEP/MEC - Não foram disponibilizados os dados separadamente por Creche e Pré-Escola em 2007. A Rede Estadual não possui matrículas na Creche e Pré-Escola.

Verificamos que houve acréscimo de matrículas na Creche c na Pré-Escola. no total de matriculados, progressivamente entre os anos 2007 (215). 2008 (465) e 2009 (511). Entre 2007 e 2008 o acréscimo foi de 250 matrículas. Deste ano (2008) para 2009, de 46 matriculados, havendo um pequeno decréscimo de 2009 (511) para 2010 (482) de 29 matrículas. Entre 2007 (215) e 2010 (482) o acréscimo foi de 267 educandos. Mesmo com o decréscimo observado na relação 2009 e 2010, o desempenho pode ser considerado satisfatório.

O desempenho ao qual nos reportamos quanto ao número de matrículas observado entre 2007 (215) e 2010 (482) apresentou uma elevação ainda maior no ano letivo 2013, com 512 matrículas (em 2012 foram 478 matrículas, portanto 34 a menos que em 2013). logo. 27 a mais que em 2010, e a tendência é aumentar, com a exigência de matricular educandos na Creche e no Pré-Escolar, neste, a partir de 4 anos. Formar-se-á então um círculo virtuoso de duração imprevisível, diante dos índices de natalidade e de outros fatores nem sempre aferíveis.

Na sequência inserimos novamente as Tabelas IV e V com dados mais atualizados disponibilizados pela Secretaria Municipal de Educação (SME) e suas fontes:

TABELA IV TOTAL DE EDUCANDOS MATRICULADOS EM EDUCAÇÃO INFANTIL (CRECHE-2011 A 2014) ANO N° DE EDUCANDOS 2011 231 2012 184 2013 196 2014 230 Fonte: Secretaria Municipal de Educação (SME), 2014

Estabelecendo a comparação entre os números das Tabelas XXIV (MEC/INEP, 2010) e a Tabela IV (SME, 2014), verificamos que na Educação Infantil (Creche) na relação entre os anos 2008, 2009 e 2010 (três anos), considerando que o MEC/INEP não informou os dados de 2007, separadamente, com a série histórica da SME, no mesmo período de três anos: 2012, 64 2013 e 2014. demonstra que houve uma elevação do número de matrículas de 2008 (194) comparando-se com 2012 (184). de 10 educandos; de redução na relação 2009 (230) e 2013 (196) de 34 educandos e de considerável aumento na relação entre 2010 (198) e 2014 (230), de 32 educandos. Enquanto no total na série histórica de 2008 a 2010. este corresponde a 622 educandos matriculados, na série de 2012 a 2014, o total foi de 610 educandos matriculados, gerando uma diferença pouco expressiva de apenas 12 educandos.

Registre-se que a Educação Infantil (Creche: 0 a 3 anos, 11 meses e 29 dias) não é de matrícula obrigatória, mas facultativa, inferindo-se com clareza meridiana. que a relação oferta versus demanda submete-se ao livre arbítrio dos pais e/ou responsáveis e às circunstâncias pertinentes, não sendo de responsabilidade do Poder Público Municipal. O mesmo não ocorre com a Pré-Escola I e II, obrigatórias, sob pena de as autoridades competentes incorrerem em crime de responsabilidade, previsto na Carta Magna da República e na Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB) vigente e suas alterações. Diante de tal realidade, o Poder Público Municipal tem que investir prioritariamente na Educação Infantil (Pré-Escola I e II). objetos da Tabela V em seguida, e secundariamente na Educação Infantil (Creche), inclusive porque esta depende de investimentos federais.

TABELA V TOTAL DE EDUCANDOS MATRICULADOS EM EDUCAÇÃO INFANTIL (PRÉ-ESCOLA I E II - 201 I A 2014) ANO PRÉ-I PRÉ-II TOTAL 201 1 132 176 308 2012 132 189 321 2013 177 179 356 2014 167 237 404 Fonte: Secretaria Municipal de Educação (SME). 2014

Na análise comparativa entre a Tabela XXIV e a Tabela V, acima, agora abordando os dados pertinentes à Educação Infantil (Pré-Escola I e 11). esta de matrícula compulsória para os pais e/ou responsáveis, agruparemos ambos os “prés” (I e II), porquanto a Tabela XXIV editada pelo MEC/INEP, 2010. não traz os dados separadamente. Verificamos então, que no mesmo período de três anos, desta última Tabela: 2008 (271). 2009 (281) e 2010 (284), houve um acréscimo contínuo de educandos matriculados, respectivamente de 4 e 3 educandos, portanto, pouco expressivo. Comparando com os números da Tabela V no mesmo período de três anos: 2012 (321), 2013 (356) e 2014 (404) os aumentos constatados foram, respectivamente significativos: 35 e 46 educandos a mais, na mesma série histórica. Já. na analogia com igual período de três anos: 2008, 2009 e 2010. os números também são bastante significativos, de. respectivamente: 50, 75 e 120 educandos matriculados. No total entre ambas as séries de três anos: 2008/2010 e 2012/2014, os números se apresentam, pela ordem, em: 836 e 1.081 educandos matriculados, uma diferença positiva de 245 educandos. Se considerarmos toda a Educação Infantil (Creche e Pré-Escola 1 e II) na série histórica: 2007 a 2010 e 2011 a 2014 a diferença será mais expressiva ainda: 1.673 e 2.230 educandos, portanto. 557 educandos a mais na analogia entre ambas as séries históricas. Tal resultado 65 decorre, principalmente, da obrigatoriedade de se introduzir os educandos no processo de alfabetização formal a partir de 4 anos de idade e não mais 6 anos, como anteriormente.

As Conferências Municipais de Educação realizadas nos dias 28 a 30 de abril de 2014. no Plenário da Câmara Municipal debateram tais números, considerando a necessidade de ampliação do número de vagas, equipamentos, novos profissionais da educação básica, material pedagógico, etc, ou seja, um reordenamento da estrutura existente e sua ampliação, visando atender a nova demanda.

1.4. Educação de Jovens e Adultos

No que tange a esta modalidade de ensino, como já nos reportamos quando nos referimos à Tabela XVI. SME. 2013, os números que nos foram disponibilizados inicialmente só se referem ao ano 2013, somente depois incluíram o ano 2014, como veremos, através da Secretaria Municipal de Educação (SME). porquanto o MEC/INEP e a FIBGE não os apresentaram, conforme as pesquisas feitas até o momento.

TABELA XXVI NUMERO DE EDUCANDOS MATRICULADOS NA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS NO MUNICÍPIO DE ITIQUIRA - 2007 a 2010 ANO Estadual Municipal TOTAL 2007 - « - 2008 - - - 2009 - - - 2010 - - - Fonte: 1NEP/MEC - Os dados não foram disponibilizados Tal modalidade de ensino só é oferecida pelo Município, não tendo sido encontrados dados pertinentes à Rede Estadual, até o momento. Em 2013. segundo a Secretaria Municipal de Educação (SME) tínhamos 156 educandos matriculados na Educação de Jovens e Adultos (EJA), porque não conseguiram cursar c/ou concluir o Ensino Fundamental na idade apropriada, de acordo com as respectivas faixas etárias.

Considerando que referida modalidade de ensino permite recuperar o "tempo perdido” e que o mercado de trabalho está cada vez mais exigente, deve crescer consideravelmente, ainda que existam inúmeras “instituições de ensino” privadas oferecendo-a com “facilidade”, e também há opções de Educação à Distância (EAD). O acréscimo da população em Itiquira também vislumbra que a EJA pode deslanchar nos próximos anos.

Continuando na adoção dos procedimentos anteriores, cm seguida inserimos novamente a Tabela XVII com dados mais atualizados fornecidos pela Secretaria Municipal de Educação (SME):

66 TABELA XVII NÚMERO DE EDUCANDOS MATRICULADOS NA EJA Io E 2o SEGMENTOS-2011 A 2014 ANO 1° SEGMENTO 2o SEGMENTO TOTAL 2011 17 91 108 2012 27 72 99 2013 40 71 111 2014 59 91 150 Fonte: Secretaria Municipal de Educação (SME), 2014

Considerando que a Tabela XXVI, MEC/INEP, 2010 não contém os dados pertinentes, haja vista que não foram disponibilizados pela fonte referenciada, permanece a análise produzida no que diz respeito à presente Tabela (XVII).

2 - Taxas de Distorção Idade-Série, Abandono, Aprovação e Reprovação

As duas primeiras variáveis em questão. Taxas de Distorção Idade-Série, Taxa de Abandono (Evasão) e a última: Taxa de Reprovação, preocupam sobremaneira as autoridades pertinentes. A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB - Lei Federal n° 9.394/1996 e alterações) viabilizou o desenvolvimento de políticas públicas nos três níveis de Poder Executivo: Federal, Estadual e Municipal; com a intervenção, no que cabe a cada um. dos Poderes Legislativo e Judiciário, coadjuvados com a atuação constante do Ministério Público, além, é claro, de órgãos especializados da imprensa nacional e dos demais, não especializados que. vez e outra, evidenciam as mesmas. As Universidades Públicas, em especial, também tem demonstrado atenção contínua em relação a tais problemas que precisam ser equacionados, atuando principalmente através de projetos de pesquisa e dc extensão direcionados na busca de soluções consistentes, inseridas na realidade sócioeconômica vigente.

Em alguns estados, as soluções apresentadas coincidem com a adoção das Diretrizes Curriculares Nacionais (DCNs). apontando para práticas pedagógicas sob a égide das tendências progressistas libertadora (pedagogia de Paulo Freire), libertária e até mesmo da tendência pedagógica progressista crítico-social dos conteúdos. Repudiam-se as tendências pedagógicas liberais, principalmente a tradicional e a tecnicista, logo, recorre-se à escola de formação em ciclos, através da denominada progressão continuada, principalmente no Ensino Fundamental, implementando medidas para ampliar a escolaridade média da população. A Tabela XXVII. MEC/INEP. abrangendo a série histórica de 2007 a 2010 reflete visivelmente tal constatação, como se constata.

Como adotado anteriormente, coerentemente, inserimos logo após a Tabela XXVII abaixo, os dados mais atualizados disponibilizados pela Secretaria Municipal de Educação (SME) e suas fontes, viabilizando uma análise temporal mais consistente e suas projeções.

TABELA XXVII 67 TAXAS DE DISTORÇÃO IDADE-SERIE. ABANDONO, APROVAÇÃO E REPROVAÇÃO EM % DE 2007 A 2010 Variável Ensino Fundamental Ensino Ensino Médio Anos Iniciais Fundamental 2007 2008 2009 2010 Anos Finais 2007 2008 2009 2010 2007 2008 2009 2010 TAXA DE DISTORÇÃO 15.3 13.2 10.6 7.0 31.6 30.6 25.8 24.0 47.9 45.4 29.7 32.5 IDADE-SÉRIE TAXA DE - 1.2 0.9 0.8 - 6.1 3.8 1.3 - 18.7 10.2 0.7 ABANDONO TAXA DE 87.9 94.6 98.2 98.5 91.7 89.9 93.5 93.8 - 74.6 78.6 68.7 APROVAÇÃO TAXA DE 11.3 4.2 0.9 0.7 4.5 4.0 2.7 4.9 8.6 6.7 11.2 30.6 REPROVAÇÃO Fonte: MEC/INEP

Verificamos, no Ensino Fundamental, que a Taxa de Distorção Idade-Série é regressiva, com percentuais menores nos anos iniciais: 2007 (15.3), 2008 (13.2), 2009 (10.6) e 2010 (7.0%) e maiores nos anos finais: 2007 (31.6), 2008 (30.6). 2009 (25.8) e 2010 (24.0%). No Ensino Médio, os percentuais são altíssimos, ainda que regressivos, quais sejam: 2007 (47.9), 2008 (45.4), 2009 (29.7) e 2010 (32.5%).

No que diz respeito à Taxa de Abandono (Evasão) no Ensino Fundamental, o MEC/INEP não disponibilizou os dados concernentes ao ano 2007 para as séries iniciais e séries finais de tal etapa da educação básica. Nos demais: 2008 (1.2), 2009 (0.9) e 2010 (0.8%) correspondentes às séries iniciais os percentuais foram regressivos, constituindo-se de valores modestos. No tocante às séries finais, apresentaram os seguintes percentuais: 2008 (6.1). 2009 (3.8) e 2010 (1.3%). Em tais séries os percentuais foram maiores, mas regrediram expressivamente culminando com 1.3% em 2010, sendo satisfatórios. No Ensino Médio observamos: 2008 (18.7). 2009 (10.2) e 2010 (0.7%). Em tal etapa da educação básica os valores são mais altos, todavia o decréscimo também foi marcante, alterando-se de 18.7 (2007) para 0.7% em 2010. resultando em uma diferença favorável a menor de 18%.

Com referência à Taxa de Aprovação, nas séries iniciais do Ensino Fundamental os percentuais evoluíram significativamente de 87.9 (2007). 94.6 (2008). 98.2 (2009) para 98.5% (2010). A conclusão a que se chega é justamente a mudança de concepção filosófica de educação escolar (tendência pedagógica) da eclética (tradicionalista e escolanovista) para a progressista libertadora, consubstanciada na adoção do Ciclo Básico de Aprendizagem (CBA), abandonando-se o regime seriado tradicional. Tal Taxa de Aprovação evoluiu porque não há retenção entre a Ia e 3a etapas do Io ciclo (6 a 8 anos), período do letramento. mas somente de um ciclo para outro (Io para o 2° e deste para o 3o). Teoricamente seria o ideal, mas na prática não tem dado resultados consistentes, concretos, e uma das causas é a

68 avaliação que passou a ser descritiva, não mais sendo mensurada numérica ou conceitualmente por uma escala de valores previamente convencionada, dificultando, para a maioria dos pais e/ou responsáveis, por exemplo, a verificação do desempenho escolar efetivo dos seus filhos ou tutelados e revestindo a avaliação do “tabu” da discriminação, que deve ser profundamente debatido. No tocante ao Ensino Médio os percentuais observados apresentaram uma evolução entre os anos 2008 (2007 não foram disponibilizados) de 74.6 para 78.6 (2009), regredindo expressivamente para 68.7% em 2010. Convém frisarmos que a Escola Ciclada ainda é uma novidade no Ensino Médio, logo, são reflexos da escola seriada.

Destaque-se que no Município de Itiquira o processo avaliativo final ainda se dá pela mensuração numérica, não conceituai ou descritiva. Registre-se também que a Rede Municipal de Educação Escolar Básica implantou o Ensino Fundamental de nove anos gradativamente, transformando as séries em anos, e que tal Etapa da Educação Escolar Básica tinha educandos cursando oito anos até o ano letivo 2013. Registre-se também que mesmo com a implantação do Ensino Fundamental de nove anos, o Município continua utilizando o processo avaliativo final através da mensuração numérica.

Final mente, no que tange à Taxa de Reprovação, no Ensino Fundamental, nas séries iniciais, apresentou o seguinte desempenho: 11.3 (2007). 4.2 (2008), 0.9 (2009) e 0.7% (2010), regredindo em 7.1% de 2007 para 2008. em 3.3 de tal ano para 2009 e em 0.2% de referido ano para 2010. Obviamente que tal redução drástica se deve à adoção da escola ciclada em substituição à escola seriada, nos termos do que já expomos no parágrafo anterior, por ocasião da análise dos percentuais pertinentes à Taxa de Aprovação. Nas séries finais do Ensino Fundamental, nos deparamos com os seguintes percentuais: 2007 (4.5), 2008 (4.0). 2009 (2.7) e 2010 (4.9%). Houve um declínio nos percentuais, de 4.5 (2007) e 4.0% (2008) = 0.5% e um acréscimo de 2.7 (2009) para 4.9% em 2010 = 2.2%, preocupante, e até certo ponto compreensível, porque nas séries finais a implantação da escola ciclada também foi gradual e após implantada, dada a escolaridade já obtida e o grau de maturação dos educandos, a avaliação, ainda que descritiva, espelhou, em tese, com mais rigor o potencial dos educandos. Quanto ao Ensino Médio também houve um decréscimo de 2007 (8.6) para 2008 (6.7%) de 1.9%, um aumento de tal ano (2008) de 6.7 para 11.2% em 2009, resultando em 4.5%, enquanto que deste ano (2009) para 2010 (30.6%) a diferença a maior foi meteórica, resultando em 19.4%. compreensível, estabelecendo-se a analogia com a Taxa de Aprovação. IDEB este que tem como metodologia de cálculo as taxas de aprovação e o desempenho nos exames padronizados aplicados pelo INEC7MEC.

Em seguida, como anunciado, faremos a análise pretendida, por analogia entre ambas as Tabelas: XXVII. MEC/INEP, 2010 e XXV11I. SME, 2014, inserindo-a abaixo.

TABELA XXVIII TAXAS DE DISTORÇÃO IDADE-SÉRIE, ABANDONO. APROVAÇÃO E REPROVAÇÃO DE 2011 A 2013 - EM % VARIAVEL ENS. FUND. ENS. FUND. ENSINO MEDIO

69 ANOS INICIAIS ANOS FINAIS [ESTADO] (*) ANOS 2011 2012 2013 2011 2012 2013 2011 2012 2013 TAXA DE DISTORÇÃO 3,99 3,28 8,21 9.89 7,52 11.22 - - - IDADE-SÉRIE TAXA DE 5,90 5.29 4,67 3,25 3,87 2,0 - - - ABANDONO TAXA DE 93,41 93,9 94,96 95,29 94,31 97,23 - - - APROVAÇÃO TAXA DE 0,69 0.81 0,37 1.46 1,82 0.77 - - - REPROVAÇÃO Fonte: Secretaria Municipal de Educação (SME), 2014 (*) DADOS NÃO DISPONIBILIZADOS PELOS ÓRGÃOS OFICIAIS E PELAS ESCOLAS ESTADUAIS.

Fazendo analogia entre as Tabelas XXVII e XXVII1, com exceção do Ensino Médio, considerando que os dados não foram disponibilizados pelos órgãos oficiais e tampouco pelas Escolas Estaduais que o ofertam no Município, constatamos que houve progressos consideráveis no período de 2011 a 2013 em relação ao período de 2007 a 2010, reduzindo-se drasticamente a taxa de distorção idade-série e a taxa de reprovação. Obviamente, com a redução da última, a taxa de aprovação também evoluiu positivamente. No tocante à taxa de abandono, em regra, aumentou nos anos iniciais, mas foi reduzida nos anos finais, com exceção do ano 2013, mas neste caso o aumento foi de somente 0,7% (sete décimos percentuais). Verifica-se que o transporte escolar não é fator que contribui para taxas negativas de abandono, porquanto o Município atende os seus educandos e os da Rede Estadual de Educação Básica, disponibilizando veículos, em regra, adequados, seja da frota própria, a maioria a partir do segundo semestre de 2013, seja por frota locada. A Tabela XXIX abaixo demonstra a evolução ocorrida no quantitativo de educandos no período de 2011 a 2014:

TABELA XXIX NÚMERO DE EDUCANDOS MATRICULADOS BENEFICIADOS PELO TRANSPORTE ESCOLAR 2011 A 2014 ANO N°DEEDUCANDOS 2011 832 2012 792 2013 815 2014 749 Fonte: Secretaria Municipal de Educação (SME), 2014

No que tange ao número de educandos beneficiados pelo transporte escolar, conforme a Tabela XXIX, SME, 2014, acima, observamos uma variação entre os anos 2011 (832) e 2012 (792) resultando em menos 40 educandos, e na relação entre 2013 (815) e 2014 (749) de menos 66 educandos. Registre-se que os números de 2014 são os disponibilizados no mês de março, portanto ainda podem sofrer alterações para mais, possivelmente, ou para 70 menos, mais remotamente, ainda que isso possa ocorrer em virtude do abandono ou transferências para outros municípios. As diferenças constatadas são razoáveis. Frise-se também que em 2013 a atual Gestão (2013/2016) optou por substituir a terceirização até então vigente, adquirindo vários veículos novos e usados, melhorando o transporte escolar, ainda que sujeito ao aperfeiçoamento exigido. Tal matéria foi objeto de intensos debates durante as Conferências Municipais de Educação realizadas nos dias 28 a 30 de abril de 2014. no Plenário da Câmara Municipal.

Quadro 4 índice de Desenvolvimento da Educação Básica - IDEB do Município de Itiquira Anos: 2006/2007 - 2008/2009 - 2010/2011 BIÊNIO ENSINO FUNDAMENTAL ENSINO FUNDAMENTAL ENSINO ANOS INICIAIS ANOS FINAIS MÉDIO ITIQUIRA 4,3 4,5 - 2006/2007 MATO 4,4, 3.8 3.2 GROSSO REGIÀO CENTRO- 4,4 3,8 3,4 OESTE BRASIL 4,2 3.8 3,5 ITIQUIRA 4,9 4,3 - 2008/2009 MATO 4,9 4,3 3.2 GROSSO REGIÃO CENTRO- 4.9 4,1 3,5 OESTE BRASIL 4,6 4,0 3.6 ITIQUIRA 5,0 4,3 - 2010/2011 MATO 5,1 4,5 3,3 GROSSO REGIÃO CENTRO- 5.3 4,3 3,6 OESTE BRASIL 5.0 4.1 3,7 Fonte: MEC/INEP Verificamos um acréscimo do IDEB, nas anos iniciais do Ensino Fundamental, entre os biênios 2006/2007 e 2010/2011 de 4,3 para 5,0 resultando em 0,7 (zero inteiro e sete décimos) positivos. Entre os biênios 2006/2007 (4,3) e 2008/2009 (4,9) o acréscimo foi 0.6 (zero inteiro e seis décimos). Já. para os anos finais do Ensino Fundamental ocorreu o contrário. Vejamos: 2006/2007 (4.5). 2008/2009 (4,3) e 2010/2011 (4.3), resultando, então, em um decréscimo de 0,2 (zero inteiro e dois décimos), número pouco influente, indicando

71 quase estabilidade do desempenho verificado. No tocante ao Ensino Médio, em nenhum dos biênios os dados foram disponibilizados pelo MEC/INEP. possivelmente porque os números não foram informados pela origem e o sistema não foi alimentado.

São dados significativos e positivos, todavia deve ser considerado o teor das análises precedentes feitas.

3 - Perfil do Professor

A análise das Tabelas XXX a XXXIV, MEC/INEP e FIBGE, que se seguem, pertinentes aos Quadros Docentes Estadual e Municipal, se limitam ao ano 2009, porquanto não foram disponibilizados pelo mesmo MEC/INEP e pela FIBGE, dados da série histórica completa, inclusive correspondentes ao ano 2010. Portanto, utilizamos, preliminarmente, os do referido ano (2009). CONSIDERANDO que a Secretaria Municipal de Educação (SME) disponibilizou alguns dados de 2013 e à seguir de 2014 (Tabela XXXV), contudo sem especificar números para professores da Creche e Pré-Escola, bem como séries iniciais e finais do Ensino Fundamental, mas somente no total para a Educação Infantil, e para referido Ensino Fundamental completo. A utilização dos dados da SME também se deu por inferência, vez que foram disponibilizadas as relações de professores do quadro de provimento efetivo e do quadro de provimento temporário, que permitiram a contabilização.

Acreditamos que tanto o MEC/INEP quanto a FIBGE não disponibilizaram todos os dados em referência porque não conseguiram coletá-los ou o fizeram prejudicando a metodologia de cálculo, logo, não alimentando os respectivos sistemas. Obviamente que a FIBGE coleta os dados e os disponibiliza segundo as variáveis que estabelece e coerência com suas competências. Já o MEC/INEP os utiliza através de metodologias específicas visando outras análises, principalmenle porque também o faz com a utilização dos instrumentos de avaliação que dispõe, justamente porque realiza estudos e pesquisas, enquanto que a FIBGE atua mais em dados geográficos amplos, multidisciplinares e respectivas estatísticas. Cada órgão tem seu papel c ambos são altamente relevantes para o país, permitindo diagnoses e prognoses mais consistentes, confiáveis, efetivamente úteis, proporcionando condições mais sólidas para um planejamento eficiente e eficaz, bem como para a adoção das medidas corretivas e/ou de ajuste mais aplicáveis a cada caso concreto.

Posto isto, passamos a examinar a Tabela XXX na sequência, que apresenta o total de professores existentes em 2009, no caso, como explicitado, na Pré-Escola, Ensino Fundamental completo e Ensino Médio.

Logo após a Tabela abaixo e sua análise, inserimos dados mais atualizados fornecidos pela Secretaria Municipal de Educação (SME) e suas fontes, primeiramente do ano 2013 e depois, ao final da série histórica de 2011 a 2014, no que tange ao quadro de professores que constitui as respectivas Etapas da Educação Básica, em coerência a igual procedimento quanto a outras tabelas, constatada nas anteriores.

72 TABELA XXX NUMERO DE PROFESSORES DE ITIQUIRA POR ETAPAS DA EDUCAÇÃO BÁSICA EM 2009 Creche Pré- Fund. Fund. Fund. Total Médio TOTAL II II escola 1 a4 5' a 8 - 18 - - 122 32 172 Fonte: MEC/INEP - Os dados não foram disponibilizados.

Verificamos que em 2009 havia 18 professores atuando na Pré-Escola. 122 no Ensino Fundamental completo e 32 no Ensino Médio, totalizando 172 professores.

Registre-se que a Lei Federal n° 9.394/1996 instituiu a Educação Infantil como uma (a primeira) das Etapas da Educação Básica e que esta se consubstancia na Creche e na Pré- Escola. Todavia, a Creche funcionava comumente vinculada à área social (Assistência Social ou Promoção Social, por exemplo) nos Municípios, e não à Secretaria de Educação. Já a Pré- Escola. funcionava mais como uma “cortesia" dos Estados e Municípios, que propriamente uma exigência. Aliás, aqueles logo deixaram de oferecê-lo, principalmente porque a exigência constitucional não os açambarcava, mas sim o Ensino Fundamental e o Médio, além de algumas modalidades de ensino, principalmente a EJA e a EE.

Diante do exposto, em 2009 só havia 18 professores atuando na Educação Infantil (Pré-Escola), pelo Município.

Com o advento da Lei Federal n° 12.796/2013, esta alterou o quadro até então vigente (2009, examinado, e anos seguintes) e definiu que a partir de 4 anos os educandos obrigatoriamente deveria ser incluídos na Pré-Escola, conflitando com a exigência anterior, e estabelecendo que os mesmos deveríam receber o letramenlo dos 6 aos 8 anos. A Creche passou a ser uma exigência e a União planejou e está construindo em parceria com os Municípios, milhares de unidades no país. Vislumbramos problemas orçamentários e financeiros com a manutenção das mesmas, ainda que o Fundo de Desenvolvimento e Manutenção da Educação Básica (FUNDEB) que substituiu o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério (FITNDEF) contemplou tal Etapa da Educação Básica com recursos orçamentários e financeiros. Em contrapartida, a carreira dos profissionais da educação foi ampliada efetivamente, como também o mercado de trabalho público e privado, além, é claro, de permitir que as mães dos educandos possam ingressar no mercado de trabalho ou nele continuarem atuando, colaborando na manutenção do lar.

Entendemos que o “aspecto negativo11 da questão envolve a inversão dos papéis da família e do Estado, aliás, isso é antigo no embate entre liberais (capitalistas) e progressistas (socialistas, comunistas, anarquistas), em que o Estado assume o papel da família. Observe-se, por exemplo, quando se tramita um Projeto de LDB no Congresso Nacional. O que resultou

73 na Lei Federal n° 4.024/1961 tramitou treze anos (1948 a 1961) e o que se consubstanciou na Lei n° 9.394/1996, logo após a promulgação da Constituição Federal de 1988. A situação se agrava quando a Igreja predominante também quer atuar como um apêndice do Estado, fazendo proselitismo velado ou explícito, ainda que a legislação prevê a atuação dos representantes dos vários credos, todavia, uma utopia dada a complexidade da matéria. Então, o que ocorre na realidade, diferentemente de um passado não muito distante, é que os pais passam a ser “visitantes” nos lares, pois os educandos convivem muito mais com os profissionais que atuam na Educação Infantil, em regra de tempo integral, que propriamente com seus pais, além, é claro, da concorrência com a televisão e a internet. O resultado já é conhecido. No entanto, com as exigências modernas dificilmente tal quadro mudará. Os seres humanos se tornaram mais ambiciosos, diante das muitas opções aquisitivas e de conforto material, não se contentando somente com o necessário, restando ao Poder Público e à Sociedade Civil organizada, principalmente através da própria célula mater, a família, buscarem soluções minimizadoras dos impactos observados pela convivência escassa entre pais e filhos.

No que tange ao Ensino Fundamental completo, o número expressivo de professores (122) se justifica, pois tal Etapa da Educação Básica é considerada basilar para a inclusão social dos educandos, pré-requisito sem o qual não há como galgar a outra etapa, o Ensino Médio e o outro Nível, o Superior. Além disso, tanto o Estado quanto o Município disponibilizam referido Ensino. CONSIDERANDO que. por imposição constitucional e infraconstitucional federal o mesmo é obrigatório, e pais e/ou responsáveis, bem como as autoridades competentes podem ser acionadas juridicamente para cumprirem o dispositivo pertinente, por crime de responsabilidade, se tratando de direito público subjetivo dos educandos.

Constatamos que em 2013, segundo a Secretaria Municipal de Educação (SME). somente o Município dispunha de 61 professores de provimento efetivo com jornada de trabalho docente semanal de 30 horas e 66 professores de provimento temporário com jornada de trabalho docente semanal de 20 horas, totalizando 127 professores, parte atuando na Educação Infantil (Pré-Escola) e a maioria atuando no Ensino Fundamental completo. Na Educação Infantil (Creches), em tal ano (2013) constam 17 professores em atividade, o que eleva o número total de 127 para 144 professores em exercício na Rede Pública Municipal de Educação Básica.

Finalmente, examinamos o Ensino Médio, este ofertado somente pela Rede Pública Estadual de Educação Básica, por exigência constitucional federal, ainda que. alguns Municípios brasileiros excepcionalmente ofertem-no, como também o fazem com referência ao Ensino Superior. O Estado tem 2 Escolas no Município de Itiquira, uma na Sede e outra no Núcleo Urbano de Ouro Branco do Sul na zona rural do Município, e ambas as escolas totalizam 32 professores atuando em 2009. Com a adoção da educação escolar pela formação em ciclos no Ensino Médio e a “queda” dos índices de reprovação no Ensino Fundamental e consequentemente em tal Etapa da Educação Básica (Ensino Médio), pelas razões já

74 exaustivamente expostas por ocasião da análise feita com referência à Tabela XVII. o aumento da população do Município, como também do mercado de trabalho e suas exigências, tal número certamente será mais expressivo nos anos que se sucedem a 2009.

As Tabelas a seguir: XXXI, XXXII, XXXIII e XXXIV. por consequência da análise ora feita, estão contempladas, com a ressalva de que as mesmas, nos termos dos dados que foram disponibilizados pela F1BGE, apresentam o número dos Docentes por nível de Poder Público Executivo (Estadual e Municipal) quando disponíveis, como mencionado, e total.

Registrem-se as dificuldades da FIBGE e do próprio MEC/INEP quanto à disponibilização de tais dados, diante da metodologia de cálculo que cada órgão adota, inclusive no que se define como obrigatoriedade a Educação Infantil, principalmente antes da edição da Lei Federal n° 12.796/2013. Entendemos que a partir do corrente ano. tal quadro estatístico e de pesquisa deve definir-se melhor, facilitando a análise e interpretação da referida Etapa da Educação Básica e consequentemente dos profissionais que nela atuam.

Outra situação agravante para que se obtenham dados mais consistentes, mais confiáveis, é a dificuldade quanto ao número de Docentes em atividade, porquanto muitos atuam concomitantemente na Educação Infantil e no Ensino Fundamental, e neste e no Ensino Médio. Tal quadro vai demorar um tempo considerável para alterar-se e possivelmente nunca será totalmente equacionado, com todos os professores atuando separadamente, cada um exclusivamente em uma Etapa da Educação Básica. Isso se dá, CONSIDERANDO que as políticas públicas adotadas pela maioria dos Governos convergem para a relação: número de educandos versus número de professores, tratando a Educação como “despesa" não como ‘‘investimento social” que. obviamente, acaba refletindo na economia e na arrecadação para um Estado cada vez mais “voraz”, “insaciável”, que gere mal os recursos financeiros arrecadados e ainda, como prática contumaz por muitos, eivados de corrupção de toda a espécie.

Relevante observar também que tanto a FIBGE como o MEC/INEP não disponibilizaram o Perfil dos Professores com referência à formação acadêmica c profissional de cada um. Mas, tal quadro não é difícil de idealizar, porquanto em nível de Estado, a Lei Orgânica dos Profissionais da Educação Básica (LOPEB), adotada quase na íntegra pelo Município na forma do Plano de Cargos, Carreiras e Vencimentos dos Profissionais da Educação Básica que contempla dispositivos típios de Estatuto da categoria, disciplinam com relativa precisão todos os elementos que os compõem, assegurando aos Profissionais da Educação Básica e mais especificamente aos Professores, condições de carreira docente razoáveis; só não melhores, porque fazem jus a uma remuneração maior, melhores condições de trabalho e formação continuada mais eficiente e eficaz. O Governo do Estado do Mato Grosso vem mantendo o piso anual pouco acima do estipulado pelo Governo Federal, para uma jornada docente de trabalho semanal de 30 horas, reajustando-o anualmente conforme previsto na legislação vigente aplicável à espécie, sofrendo em 2013, uma elevação substancial em termos de ganhos reais, de forma escalonada. A Gestão Municipal atual

75 (2013/2016) assumiu o compromisso com a categoria de, cm um primeiro momento, pagar o piso vigente no ano anterior e em seguida, neste mesmo exercício (2013) implantar o piso fixado pelo Governo Federal, mantendo-o atualizado ano a ano. como vem executando.

Destaque-se ainda, que os Quadros de Professores Estaduais e Municipal contam, em regra, com profissionais em sua ampla maioria, com nível superior e muitos com pós- graduação lato sensu (especialização), além de que, os que não possuem tal nível labutam para tê-lo. inclusive em razão da carreira e sua remuneração.

Como anunciamos, a seguir examinamos as Tabelas XXXI, XXXIL XXXIII e XXXIV. em sua maior parte já analisada nos termos da Tabela XXX.

TABELA XXXI NUMERO DE DOCENTES DO ENSINO FUNDAMENTAL EM ITIQUIRA-2009 Estadual Municipal Total 38 84 122 Fonte: IBGE

Esta Tabela (XXXI), além das considerações já feitas, permite verificar que. como era de se esperar, em 2009, o número de professores que atuava no Ensino Fundamental é maior para a Rede Pública de Educação Básica Municipal (84). que o da Estadual (38), porque esta possui maior número de Escolas (6) que aquela (2). Como já constatado, em 2013, tal número elevou-se para 127. ainda que contemplando a Educação Infantil (Pré-Escola). já que a Creche conta cm tal ano (2013) com 17 professores.

TABELA XXXII NUMERO DE DOCENTES DO ENSINO MÉDIO EM ITIQUIRA-2009 Estadual Municipal Total 32 0.0 32 Fonte: IBGE

Nesta Tabela (XXXII) como já verificamos, o número de professores atuando no Ensino Médio, segundo a FIBGE, em 2009, era 32, somente nas Escolas Estaduais (2), porquanto o Município não oferece tal Etapa da Educação Básica.

TABELA XXXIII NÚMERO DE DOCENTES DO ENSINO PRÉ-ESCOLAR EM ITIQUIRA - 2009 Estadual Municipal Total 0.0 18 18 Fonte: IBGE 76 No que tange à Tabela XXXI1L também já a analisamos quando abordamos exaustivamente a Tabela XXXX e ratificamos que, em 2009, havia 18 professores atuando na Educação Infantil (Pré-Escola), haja vista que o Estado não oferecia e não oferece tal Etapa da Educação Básica.

TABELA XXXIV NUMERO DE PROFISSIONAIS DA EDUCAÇÃO QUE TRABALHAM COM EDUCANDOS VINCULADOS À SME-2009 u u— Creche Pré-escola Fundamental 1 a 4 Total - 18 ui 18 Fonte: IBGE - Os dados da Creche e Fundamental Ia a 4a não foram disponibilizados.

Finalmente, chegamos à Tabela XXXIV e esta contabiliza somente os mesmos 18 professores que atuam na Pré-Escola, não tendo sido disponibilizado pela F1BGE e MEC/INEP, os dados separadamente por Creche e Ensino Fundamental - Séries Iniciais. A Secretaria Municipal de Educação (SME), em 2013 (até 08/03/2013) informou que 17 professores atuam somente na Creche, e os que atuam na Pré-Escola não são informados separadamente, mas estão incluídos no rol dos professores do Ensino Fundamental.

Como anunciado, inserimos então a Tabela XXXV pertinente ao contingente de professores que atuam nas Etapas da Educação Básica que abrangem a Educação Infantil (Creche e Pré-escola), Ensino Fundamental: Io ao 5o ano e 6o ao 9o ano e no Ensino Médio e fazemos a análise de tais dados mais atualizados, disponibilizados pela Secretaria Municipal de Educação (SME) e suas fontes:

TABELA XXXV NÚMERO DE PROFESSORES DA EDUCAÇÃO BÁSICA NO MUNICÍPIO 2011 A 2014

ANO N° DE PROFESSORES 2011 282 2012 277 2013 279 2014 266 Fonte: Secretaria Municipal de Educação (SME), 2014

77 Capítulo IV

1 - Análises e Propostas

1.(.Análise geral

Subsidiados por todas as informações e dados disponibilizados pela FIBGE, MEC7INEP e pela Secretaria Municipal de Educação (SME) e outras fontes citadas, consubstanciados nos Quadros I, II, III e IV. bem como pelas Tabelas I a XXXV, entendemos ser possível tecermos algumas considerações importantes a título de Análise Geral da Educação Básica no Município de Itiquira, com suas Etapas: Educação Infantil (Creche e Pré- Escola I e II), Ensino Fundamental (Anos Iniciais e Finais) e Ensino Médio (Formação Geral); bem como as modalidades de Ensino: Educação de Jovens e Adultos (EJA) e Educação Especial (EE). reportando-nos também à Educação do Campo; já que no Município não há outras modalidades: Educação Profissional e Tecnológica (EPT), esta existente somente em nível de atendimento imediato ao mercado de trabalho, sem cursos regulares mais extensos com currículos mais amplos; Educação à Distância (EAD) e Educação Indígena (EI).

Posto isto, podemos afirmar que o aumento da população no Estado, na microrregião e no Município de Itiquira. como consequência da migração de brasileiros de outros Municípios e Estados, e de taxas de natalidade maiores, bem como da estabilidade decorrente, ocorrendo também, concomitantemente o aumento da população senil, fator igualmente relevante, indicam que a população cm idade escolar será levemente ampliada e mantida, exceto se fatores outros provoquem êxodo urbano. Afirmamos isso, já que o êxodo rural será bem menos expressivo. CONSIDERANDO que o agronegócio em Mato Grosso é desenvolvido com alta tecnologia, dispensando mão de obra rudimentar e maior, e acolhendo a mais especializada e menor.

Semelhante quadro se amplia e se consolida em consequência da adoção da política de progressão continuada, adotada em razão das práticas pedagógicas assumidas pelas Escolas Estaduais, principalmente no Ensino Fundamental, não havendo retenção de educandos de uma etapa de cada ciclo para outra, mas somente de um ciclo para outro, ou seja, a possibilidade da retenção só se verifica de 3 em 3 anos.Mesmo assim, por fatores diversos, tal retenção raramente ocorre, culminando com parte dos educandos que avança na carreira escolar sem o processo dc Ictramento eficiente c eficaz, provocando um círculo vicioso que acaba, quase sempre, desaguando no Ensino Médio e deste, no Ensino Superior. Isso se observa, por exemplo, no Câmpus da Universidade do Estado de Mato Grosso (UNEMAT) de Alto Araguaia, que ofertava duas Licenciaturas (Letras e Computação, esta última convertida em Bacharelado no corrente ano (2013). a partir do segundo semestre) e o Bacharelado em Comunicação Social com Habilitação em Jornalismo.

Acrescente-se ainda que outras políticas inclusivas do Governo Federal, dos Governos Estaduais e Municipais, têm atuado com a finalidade de ampliar as taxas de matrículas e 79 Pela análise da Tabela XXXV epigrafada. verificamos que entre os anos 2011 e 2014 houve um decréscimo do número de professores quantificado em 16. Quanto aos anos 2012 (277) e 2013 (279) o aumento foi pouco expressivo: 2 professores. Tal decréscimo se deve a alguns fatores, dentre os quais ao fluxo de educandos ora para as escolas municipais ora para as escolas estaduais, reorganização de turmas, variação de um ano para outro do número de novos educandos ingressando nas escolas municipais, etc. Em suma, são diferenças compreensíveis, porquanto não são exageradas. Entendemos que, quando as Diretrizes Curriculares Nacionais (DCNs) forem melhor incorporadas, as Políticas Públicas pertinentes forem mais efetivas, inclusive quanto à profissionalização mais consistente, específica, dos que atuam em tais Etapas da Educação Básica, exigindo-se mais que a graduação com licenciatura pertinente, o quadro será outro, diriamos, mais “profissional", mais exigente, melhor remunerado, com condições mais adequadas de trabalho.

O tema da valorização dos profissionais da Educação Básica foi bastante discutido nas Conferências Municipais de Educação realizadas nos dias 28 a 30 de abril de 2014, no Plenário da Câmara Municipal, e objetos de algumas emendas muito positivas envolvendo a fixação do número máximo de educandos por sala de aula, principalmente nos três primeiros anos do Ensino Fundamental, bem como da instituição por Lei de incentivos aos profissionais que labutam em tais anos, ampliando-se para os que labutam na Educação Especial. Também se discutiu e aprovou a instituição de uma Comissão Multidisciplinar para o exame criterioso das condições orçamentárias e financeiras para a concessão de ganhos reais periódicos, semelhantes aos concedidos aos Profissionais da Educação Básica do Estado, pautada na racionalidade orçamentária e financeira e consequentemente na legislação vigente aplicável à espécie.

78 reduzir as taxas de abandono (evasão escolar). Referidas políticas são fortalecidas com a obrigatoriedade da realização dos censos escolares anuais, bem como da matrícula de educandos em idade para tanto, como imposição constitucional e infraconstitucional federal, sob pena de se cometer crime de responsabilidade, tanto por parte dos pais e/ou responsáveis como pelos governantes. CONSIDERANDO que a Educação Infantil e o Ensino Fundamentai são obrigatórios, estendendo-se tal obrigatoriedade ao Ensino Médio. Os incentivos são constantes e a divulgação, maciça, pela mídia oficial e privada.

Com a responsabilidade pela Educação Infantil (Creche e Pré-Escola I e II) assumida pelo Município e sua obrigatoriedade, forma-se agora um círculo virtuoso, alimentando o Ensino Fundamental e este ao Ensino Médio, que por fim alimenta o Ensino Superior. CONSIDERE-SE ainda que o Município não tem Escolas Privadas de Educação Básica, logo, os educandos são arregimentados pela Rede Pública Estadual e Municipal de Educação Básica.

No que tange ao acesso ao Ensino Superior, além dos cursos ministrados pela Educação à Distância (EAD), os frequentados no Município e Cidade Polo. Rondonópolis. com transporte escolar disponibilizado pelo Município; as negociações com a Universidade do Estado de Mato Grosso (UNEMAT), Câmpus de Alto Araguaia, estão avançadas, CONSIDERANDO a enquete feita utilizando-se o Portal do Poder Executivo Municipal, visando-se também a formação continuada dos professores mediante a oferta de curso(s) de pós-graduação lato sensu (especialização). Observamos que população cm idade para frequentar o Ensino Superior é expressiva, sendo 971 pessoas em 2010 (FIBGE). Obviamente que parte de tal contingente já está cursando tal nível de ensino. Adotando-se como parâmetro os que já concluíram o Ensino Médio e não estão cursando o Ensino Superior e os que estão cursando o Ensino Médio, é possível chegar-se a números mais precisos, que balizarão melhor as medidas a serem tomadas, ainda que tal nível não seja de competência do Município. O recomendável é que o Município invista, como o Estado vem fazendo, na preparação dos candidatos aos vestibulares para acesso ao Ensino Superior, mediante parceria ou sob sua iniciativa, ainda que esta é prejudicada porque o Município não dispõe de uma unidade administrativa ou mesmo uma comissão visando ampliar, com qualidade, referido acesso, medida que deve ser amadurecida.

Reportando-nos à Educação de Jovens e Adultos (EJA), como já mencionamos a FIBGE e o MEC/INEP não apresentam números e indicadores pertinentes, principalmente dada a relativa complexidade envolvida, inviabilizando o preenchimento da Tabela XVI. Mas, em razão dos dados disponibilizados pela Secretaria Municipal de Educação (SME). pertinentes ao corrente ao letivo (2013), até 08/03/2013 havia 156 educandos matriculados em tal modalidade de ensino (EJA). Todavia, a Tabela XVII apresenta dados mais atualizados fornecidos na série histórica de 2011 a 2014 pela Secretaria Municipal de Educação (SME).

CONSIDERANDO o número de habitantes entre 18 e 24 anos e os que não cursaram o Ensino Fundamental e/ou o Ensino Médio, pode se vislumbrar um contingente em potencial

80 para cursar a EJA. Medidas de incentivo e de ampla divulgação serão positivas para atrair e incorporar referido contingente ao processo de escolarização. Com este, haverá mais facilidade para a consecução dos estudos em nível técnico ou tecnológico e superior e a entrada no mercado de trabalho, inclusive com melhor remuneração. Tal faixa etária que pode estar incluída entre os 971 habitantes que estariam aptos a cursar o Ensino Superior, pode também, segundo a FIBGE. 2010. abrigar aqueles que não cursaram o Ensino Fundamental e Médio na idade própria para tanto.

A EJA também tem sido contemplada com alternativas para atrair os que não fizeram o Ensino Fundamental e/ou Médio, ou os abandonaram; como por exemplo, na modalidade semiprescncial. Registre-se. no entanto, que há o risco de educandos que estão frequentando o Ensino Médio regular, de deixá-lo para futuramente cursar a EJA. Isso já pode ser uma preocupação CONSIDERANDO que a Taxa de Reprovação em tal Etapa da Educação Básica (Ensino Médio), como verificamos na Tabela XXVI, IBGE, 2010, chegou a 30.6%, um número bastante preocupante. O paliativo é que a Taxa de Abandono não tem números tão elevados como os da Taxa de Reprovação, nos termos da referida Tabela (XXVI). Entretanto, a Tabela XXVII, para a série histórica de 2011 a 2013 apresenta dados mais positivos, fato observado pela analogia entre ambas as Tabelas: XXVI e XXVII.

No que diz respeito à Educação Especial (EE). como já anunciamos ao mencionarmos a Tabela XVIII, a FIBGE e o MEC/INEP não disponibilizaram dados, o que prejudica a análise pertinente. CONSIDERANDO que as políticas públicas vigentes nos três níveis do Poder Executivo, sob os olhares atentos do Ministério Público, convergem para a inclusão social dos portadores de necessidades especiais (PNEs) com os educandos regularmente matriculados na Educação Infantil (Creche e Pré-Escolar 1 c II). no Ensino Fundamental e no Ensino Médio, as coletas de dados e as estatísticas inexistem ou quando existem nem sempre são precisas. Somente os casos considerados como de necessidades mais complexas e amplas, são atendidos de forma diferenciada, inclusive porque exigem profissionais habilitados em várias áreas. O Governo Estadual tem demonstrado preocupação com a EE. inclusive com a melhor profissionalização dos profissionais que nela atuam, adotando também a formação continuada. As Tabelas XIX e XX. mais atualizadas (2011 a 2014) apresentam dados mais consistentes e promissores e suas análises são esclarecedoras.

No Município de Itiquira, além da inclusão social a que se reporta o parágrafo precedente, foi celebrado um convênio com a Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE), entidade nacionalmente conhecida e respeitada, em que este arca com a quase totalidade das despesas realizadas para que os portadores de necessidades especiais (PNEs) tenham um tratamento digno, como determina a legislação constitucional e infraconstitucional federal e o acesso facilitado inclusive no mercado de trabalho.

Finalmente, com referência ao Perfil dos Professores, como já adiantamos quando da análise das Tabelas XXX a XXXV. observando-se séries históricas de 2007 a 2010 e de 2011 a 2014, as últimas mais atualizadas, com dados disponibilizados pela Secretaria Municipal de

81 Educação (SME). os números apresentados nem sempre são específicos quanto a Etapa da Educação Básica em que o profissional docente vem atuando, principalmente na Educação Infantil (Creche e Pré-Escola) e no Ensino Fundamental (Anos Iniciais e Anos Finais). Verificamos que, em regra, são profissionalizados em nível superior, vários concluíram cursos de pós-graduação lato sensu, necessitando, porém, de cursos de formação continuada como: atualização (mínimo de 120 horas), aperfeiçoamento (mínimo de 180 horas) e mais cursos de especialização (mínimo de 360 horas) conforme normalização do MEC/CAPES, além de minicursos e eventos outros com menor carga horária. O investimento na formação continuada pode melhorar consideravelmente o desempenho docente, além de servir de incentivo para ascensão na carreira, com melhor remuneração. Os Professores que atuam ou atuarão na Educação Infantil (Creche e Pré-Escola I e II) são os que devem ser contemplados com mais urgência quanto à profissionalização e a formação continuada, face à obrigatoriedade da Educação Infantil, sobretudo no que diz respeito à Pré-Escola I e II.

A LOPEB em nível de Estado, e o PCCV dos Profissionais da Educação Básica do Município, com ênfase para os Docentes, trouxeram melhores condições de ascensão profissional e melhor remuneração, valorizando-se a categoria. O piso nacional é superado pelo Estado e no caso do Município foi atualizado no corrente ano (2014), sendo que conforme a Lei N° 11.738 de 16 de julho de 2008, a qual institui o Piso Nacional para o Magistério. O piso deverá se atualizado ano a ano, para evitar a perda do poder aquisitivo e que se tenham ganhos reais, observadas as limitações constitucionais e infraconstitucionais federais e municipais. As deliberações e aprovações das Metas e respectivas Estratégias nas Conferências Municipais primaram por buscar alternativas legais para ir, gradual e criteriosamente, melhorando a remuneração dos Profissionais da Educação Básica.

2 - Objetivos Norteadores

Feitas as Análises Gerais, compete-nos apresentarmos os Objetivos Norteadores que visam a implantação e implementação das Metas e respectivas Estratégias que se seguem, que foram exaustivamente debatidas pelos Agentes Políticos, Públicos, Profissionais da Educação Básica e Sociedade Civil Organizada, por ocasião das Conferências Municipais de Educação Escolar Básica (CMEEB) realizadas nos dias 28, 29 e 30/04/2014. conforme as Atas n°s 1.2 e 3/2014-CE lavradas fielmente, apreciadas c aprovadas, constando em arquivos impresso e digital. Pretende-se que tais Metas e respectivas Estratégias venham garantir o compromisso comum de ambas as Redes Públicas da Educação Básica: Estadual e Municipal, com a universalização da mesma, principalmente quanto às Etapas consubstanciadas na Educação Infantil (EI), no Ensino Fundamental (EF) completo e progressivamente o Ensino Médio, sem descuidar da Educação de Jovens e Adultos (EJA). da Educação Especial (EE), da Educação à Distância (EAD) como medida alternativa, dando-se a ênfase exigida também à Educação do Campo (EC); e mais modestamente da Educação Profissional e Tecnológica (EPT). Quanto a esta, dependerá da atuação conjunta de ambos os níveis de Poder Público Executivo, Estadual e Municipal, podendo envolver o Federal, e instituições públicas, privadas ou mistas que co-

82 atuam com a mesma, como é o caso, por exemplo, do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI).

Os Objetivos Norteadores que conduziram às referidas Metas e respectivas Estratégias, por certo, além de permitir a escolarização de cidadãos muitas vezes marginalizados pela sociedade, proporcionarão mais satisfação pessoal, acesso ao mercado de trabalho, realização profissional e melhor qualidade de vida.

Coletas de dados, estatísticas e pesquisas mais amplas e consistentes, observadas as especificidades exigidas, com a participação conjunta dos Poderes Públicos interessados e os vários segmentos sociais, inclusive de natureza econômico-social, por certo também viabilizarão o cumprimento dos dois Objetivos Norteadores das Metas e respectivas Estratégias elcncadas na sequência, após os mesmos.

Objetivos Norteadores:

A) Ampliar os investimentos na Educação Básica, gerindo-os competentemente, principalmente na Etapa Educação Infantil (Creche e Pré-Escola I e II) até atingir sua universalização no atendimento, que inclui toda a demanda por Creche, esta gradualmente, porquanto não compulsória: seguida pelas modalidades de Ensino consubstanciadas na Educação de Jovens e Adultos (EJA) e na Educação Especial (EE) e Educação do Campo (EC) investindo concomitantemente na profissionalização, formação continuada e valorização dos profissionais que nelas atuarão.

B) Consolidar, ampliar e aperfeiçoar as relações entre todos os Agentes Políticos e Públicos responsáveis pela Educação Básica no Município, visando garantir a qualidade e a quantidade no atendimento aos cidadãos que este financiam, na condição de contribuintes dos tributos arrecadados, observando políticas públicas eficientes, eficazes e regulares, com a continuidade e a coerência indispensáveis entre as diversas Etapas de Educação Básica e as Modalidades de Ensino.

83 Capítulo V

1 - Metas 1 a 14 e respectivas Estratégias Aprovadas nas Conferências Municipais de Educação - 28 a 30/04/2014, conforme Atas n°s 1, 2 e 3/2014-CE

Visando a consecução dos Objetivos Norteadores, em cumprimento à legislação vigente aplicável à espécie, bem como às diretrizes apontadas no Plano Nacional de Educação fPNE] e no Plano Estadual de Educação [PEE], abaixo são relacionadas as Metas 1 a 14 e respectivas Estratégias:

META 1: UNIVERSALIZAR, ATÉ 2016, A EDUCAÇÃO INFANTIL NA PRÉ- ESCOLA PARA AS CRIANÇAS DE QUATRO E CINCO ANOS DE IDADE E AMPLIAR A OFERTA DE EDUCAÇÃO INFANTIL EM CRECHES DE FORMA A ATENDER, NO MÍNIMO, 50% DAS CRIANÇAS DE ATÉ TRÊS ANOS ATÉ O FINAL DA VIGÊNCIA DESTE PME.

1) Acolher, num prazo máximo de 10 (dez) anos a partir da aprovação deste Plano, a toda demanda manifestada por Creche, ampliando em pelo menos 10% ao ano a oferta de vagas na Rede Municipal, considerando que a mesma não é compulsória, não há recursos orçamentários e financeiros próprios para tanto, dependendo então de investimentos e ampliação de transferências obrigatórias por parte da União, face à demanda por mais recursos humanos qualificados, edificações adequadas, equipamento e/ou material permanente correspondente e material de consumo apropriado.

2) Universalizar o atendimento na Pré-Escola I e II. de oferecimento obrigatório, de acordo com o seguinte cronograma:

a) No primeiro ano de vigência, atender toda criança no Pré-Escolar II. b) No segundo ano de vigência, atender toda criança no Pré-Escolar I.

3) A partir da vigência do Plano, somente admitir novos profissionais da Educação Infantil que possuam a titulação mínima em curso específico de nível superior, a saber, preferencialmente Pedagogia com habilitação em Educação Infantil.

4) A partir da aprovação do Plano, a SME deverá estabelecer uma proposta de ação para que todos os profissionais efetivos que já atuam tenham, num prazo de cinco \ anos, curso superior em Pedagogia com habilitação em Educação Infantil ou em \ Pedagogia com outra habilitação mas com pós-graduação em Educação Infantil

\ 5) Assegurar que toda edificação nova atenda aos padrões mínimos estabelecidos pelos l\ órgãos e legislação competentes e. em prazo de até 5 (cinco) anos a partir da

84 aprovação deste Plano, adequar todas as edificações do Município que atendam a Educação Infantil.

6) Propiciar alimentação de qualidade a todas os educandos da Educação Infantil, tanto nos estabelecimentos públicos como nos conveniados.

7) Assegurar o fornecimento de materiais pedagógicos suficientes e adequados às faixas etárias e às necessidades educacionais específicas.

8) Rever, no máximo em até 2 (dois) anos após a aprovação deste Plano, a situação dos Servidores não profissionalizados que atuam na Educação Infantil no Município, de maneira a contemplar plenamente os itens 1,2, 3 e 4 destas metas.

9) Fortalecer mecanismos de integração e colaboração no Município, envolvendo as Secretarias Municipais de Educação, Saúde e Assistência Social, Esportes, Cultura e os Conselhos Municipais, Organizações Não Governamentais (ONG's) e demais entidades visando a uma melhor qualidade no atendimento dos educandos de 0 a 5 anos.

META 2: UNIVERSALIZAR O ENSINO FUNDAMENTAL DE NOVE ANOS PARA TODA A POPULAÇÃO DE 6 A 14 ANOS E GARANTIR QUE PELO MENOS 95% DOS EDUCANDOS CONCLUAM ESSA ETAPA NA IDADE RECOMENDADA, ATÉ O ÚLTIMO ANO DE VIGÊNCIA DESTE PME.

1) Assegurar o acesso, a permanência e o sucesso no Ensino Fundamental a todos os educandos nessa faixa etária.

2) Reduzir a taxa de evasão e aprimorar o processo de avaliação, através da adoção de projetos que atendam as necessidades e especificidades dos educandos nessa faixa etária.

3) A partir da formação mínima de nível superior na respectiva área de atuação, incentivar e criar mecanismos para que todo profissional que atua no Ensino Fundamental tenha pós-graduação na área de atuação.

4) Garantir que todo edifício novo atenda aos padrões estabelecidos pelos órgãos e legislação pertinente e. em prazo de até 5(cinco) anos a partir da aprovação deste Plano, adequar todos os edifícios que atendam essa etapa da Educação Básica.

5) Propiciar alimentação de qualidade e material pedagógico suficiente e adequado a todos os educandos do Ensino Fundamental.

85 6) Assegurar maior autonomia financeira para as unidades escolares do Município, de forma que estas possam ter maior agilidade e flexibilidade para comprar material pedagógico e outros necessários à manutenção de suas atividades pedagógicas e cotidianas a partir de 2 (dois) anos da aprovação deste Plano Municipal, tempo exigido para inclusão nos instrumentos de planejamento orçamentário e financeiro do Município.

7) Garantir, num prazo de até 4 (quatro) anos a partir da aprovação deste Plano, atividades de Educação Física em todas as escolas do Ensino Fundamental, inclusive para os anos iniciais, com profissionais devidamente profissionalizados em curso superior correspondente.

8) Assegurar, num prazo dc ate 2 (dois) anos a partir da aprovação deste Plano, que todas as escolas do Ensino Fundamental possuam telefones, serviços de reprodução de textos, computadores conectados à rede de informática e equipamentos de multimídia, voltados notadamente para o ensino e auxílio pedagógico do professor.

9) Implementar, num prazo de até 2 (dois) anos a partir da aprovação deste Plano, um Sistema de Avaliação dos educandos dos anos iniciais e finais do Ensino Fundamental na Rede Municipal, de acordo com os sistemas propostos pelo Estado e Governo Federal, no que couber.

10) Consolidar mecanismos de integração e colaboração no Município, envolvendo as Secretarias Municipais de Educação, Saúde e Assistência Social. Esportes, Cultura e os Conselhos Municipais, Organizações Não Governamentais (ONG’s) e demais entidades visando melhor qualidade no atendimento dos educandos destes ciclos do Ensino Fundamental.

11) Realizar, como mais um dos instrumentos, avaliação dos discentes do Ensino Fundamental, previamente preparados para isso, quanto ao conteúdo e a forma, com o objetivo único de levantar dados de desempenho dos profissionais, visando à construção de mecanismos para subsidiar ações de apoio e formação continuada, para uma prática pedagógica de melhor qualidade.

12) A Secretaria Municipal de Educação (SME) e o Conselho Municipal de Educação (CME) a scr instituído, preliminarmente em caráter consultivo, devem somar esforços junto a Assessoria Pedagógica (APED) para que as Políticas Educacionais do Estado sejam plenamente efetivadas no Município, visando atender os princípios propostos nas Diretrizes Curriculares Nacionais (DCNs) e as do Estado, assim como de projetos pedagógicos que contemplem os temas transversais e objetivos educacionais presentes nos Parâmetros Curriculares Nacionais e Estadual.

86 13) Imediatamente após aprovação deste Plano, a Secretaria Municipal de Educação e a Assessoria Pedagógica, devem estabelecer estreitamento de contatos visando uma articulação e integração do processo educacional dos educandos no Município.

14) Acolher e incentivar as diversas formas de organização estudantil, para a aprendizagem política de participação e cidadania, a partir desses anos do Ensino Fundamental objetivando a continuidade no Ensino Médio.

META 3: COOPERAR COM O GOVERNO DO ESTADO DE MATO GROSSO PARA A UNIVERSALIZAÇÃO, ATÉ 2016, DO ATENDIMENTO ESCOLAR PARA TODA A POPULAÇÃO DE 15 A 17 ANOS E ELEVAR, ATÉ O FINAL DO PERÍODO DA VIGÊNCIA DO PLANO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO E DESTE PME, A TAXA LÍQUIDA DE MATRÍCULAS NO ENSINO MÉDIO PARA 85%, E PROMOVER MEDIDAS DE ACESSO AO ENSINO SUPERIOR.

1) A Secretaria Municipal de Educação juntamente com o Conselho Municipal de Educação, a ser instituído, preliminarmente em caráter consultivo, devem atuar junto à Assessoria Pedagógica (APED) para que as Políticas Educacionais do Estado para o Ensino Médio sejam plenamcnte efetivadas no Município, visando atender os princípios propostos nas Diretrizes Curriculares Nacionais (DCNs) e Estaduais do Ensino Médio, em seu caráter de formação acadêmica, em regra, assim como de projetos pedagógicos que contemplem os objetivos educacionais propostos pelo Governo Federal para tal Etapa da Educação Básica;

2) A Secretaria Municipal de Educação e a Assessoria Pedagógica juntamente com o Conselho Municipal de Educação, quando instituído, em caráter preliminarmente consultivo, e a Universidade do Estado de Mato Grosso (UNEMAT), preferencialmente, devem articular propostas para incentivar um número cada vez maior de educandos oriundos do Ensino Médio, notadamente público, possa ter acesso ao Ensino Superior, não só pela divulgação c orientação profissional, mas via criação de cursinhos preparatórios populares e aumento de oferta de bolsas integrais.

3) Articulação entre a Secretaria Municipal de Educação, a Assessoria Pedagógica e a Universidade do Estado de Mato Grosso (UNEMAT) para oferecimento constante de cursos de extensão, especialização e outros, aos diversos Profissionais da Educação, tanto do Corpo Técnico quanto Docente, visando a constante qualificação e aprimoramento destes, respeitando a obrigação legal.

4) Desenvolvimento de parcerias entre as Escolas da Rede Municipal. Rede Estadual e Instituições de Ensino Superior (IES) mais próximas, para uma política de estágios dos Acadêmicos de Cursos de Licenciatura, de forma coordenada e qualificando tanto a formação do futuro professor quanto auxiliando na melhoria

í das práticas educacionais das respectivas redes e etapas e modalidades de ensino. 87 META 4: UNIVERSALIZAR, PARA A POPULAÇÃO DE 4 A 17 ANOS, O ATENDIMENTO ESCOLAR AOS ALUNOS PORTADORES DE NECESSIDADES ESPECIAIS (PNEs), TRANSTORNOS GLOBAIS DO DESENVOLVIMENTO E ALTAS HABILIDADES OU SUPERDOTAÇÃO, PREFERENCIALMENTE NA REDE REGULAR DE EDUCAÇÃO ESCOLAR, GARANTINDO O ATENDIMENTO EDUCACIONAL ESPECIALIZADO EM SALAS DE RECURSOS MULTIFUNCIONAIS, CLASSES, ESCOLAS OU SERVIÇOS ESPECIALIZADOS, PÚBLICOS OU COMUNITÃRIOS, NAS FORMAS COMPLEMENTAR E SUPLEMENTAR, EM ESCOLAS OU SERVIÇOS ESPECIALIZADOS PÚBLICOS OU CONVENIADOS.

1) A Secretaria Municipal de Educação, a Assessoria Pedagógica e a Universidade do Estado de Mato Grosso (UNEMAT), preferencialmente, e outras IES subsidiariamente, além de instâncias específicas, após a aprovação deste Plano, devem elaborar projetos político-pedagógicos de cursos diversos visando a preparação dos Professores e demais Profissionais da Educação Básica, sejam estes da Rede Estadual ou Municipal, no trabalho com Portadores de Necessidades Especiais (PNEs). respeitando a obrigação legal de cada uma dessas instâncias.

2) Num prazo de 5 (cinco) anos, a partir da aprovação deste Plano, todos as Escolas, de ambas as Redes de Educação Básica de Itiquira, devem se adequar ao trabalho com Portadores de Necessidades Especiais (PNEs). tanto em sua estrutura física quanto de equipamentos específicos que atendam aos diversos tipos de necessidade especial.

3) Assegurar aos educandos com necessidades educacionais especiais a assistência de material didático e escolar especializado, além de transporte escolar adequado, visando a sua plena inclusão pedagógica e social.

META 5: ALFABETIZAR TODAS AS CRIANÇAS, NO MÃXIMO, ATÉ O FINAL DO TERCEIRO ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL INCLUSIVE NAS ESCOLAS DO CAMPO.

1) Promover a estruturação de processos pedagógicos nos três anos iniciais do Ensino Fundamental, em articulação com estratégias que deverão ser desenvolvidas pela pré-escola com qualificação e com apoio pedagógico específico, a fim de garantir a alfabetização plena de todas as crianças, reduzindo o número máximo de educandos de 25 (vinte e cinco) ou mais para 20 (vinte) por sala, e instituindo, mesmo em nível central, uma Equipe Multidisciplinar de Profissionais de Apoio i constituída de: Psicopedagogo. Psicólogo e Fonoaudiólogo, podendo ser ampliada \ gradual mente. 88 2) Fomentar o desenvolvimento de tecnologias educacionais e de inovação das práticas pedagógicas, bem como a seleção e divulgação das tecnologias que sejam capazes de alfabetizar e de favorecer a melhoria do fluxo escolar e a aprendizagem dos educandos.

3) Assegurar a diversidade de métodos e propostas pedagógicas nos processos de alfabetização.

4) Instituição de instrumentos periódicos e específicos de avaliação municipal para aferir a alfabetização dos educandos aplicados a cada ano, bem como o monitoramento pertinente que permitam a implementação de medidas pedagógicas que visem à adequada alfabetização.

5) Assegurar a execução das metas anteriores observando a especificidade das escolas do campo, com a produção de materiais didáticos específicos.

META 6: OFERECER EDUCAÇÃO EM TEMPO INTEGRAL EM, NO MÍNIMO, 50% DAS ESCOLAS PÚBLICAS, DE FORMA A ATENDER, PELO MENOS, 25% DOS EDUCANDOS DA EDUCAÇÃO BÁSICA DURANTE A VIGÊNCIA DESTE PLANO MUNICIPAL

1) Efetivar o regime o regime de colaboração de modo a que o sistema municipal de educação escolar e o estadual construam mais escolas c melhorem a infraestrutura das escolas existentes;

2) Promover, em parceria com a União e o Estado, a formação e valorização dos profissionais da educação, no sentido de que. em regime de dedicação exclusiva possam ser mais motivados e integrarem-se plenamente à educação escolar em tempo integral;

3) Fomentar e garantir a participação das famílias e comunidades nas atividades desenvolvidas, bem como da sociedade civil e de organizações não governamentais;

4) Fomentar a geração de conhecimentos e tecnologias sociais, inclusive por meio de parceria com a Universidade do Estado de Mato Grosso (UNEMAT), preferencialmente, e subsidiariamente com outras Instituições de Ensino Superior (IES) e,

5) Estimular a cooperação entre a União e o Estado para a execução das metas delineadas anteriormente c outras delas decorrentes.

89 META 7: FOMENTAR A QUALIDADE DA EDUCAÇÃO BÁSICA EM TODAS AS ETAPAS E MODALIDADES, COM MELHORIA DO FLUXO ESCOLAR E DA APRENDIZAGEM DE MODO A ATINGIR AS SEGUINTES MÉDIAS NACIONAIS PARA O IDEB.

IDEB 1° ANO 3o ANO 5° ANO 7° ANO 10° ANO Anos iniciais do 4,9 5,2 5.5 5,7 6.0 Ensino Fundamental Anos finais do Ensino 4,4 4,7 5.0 5,2 5.5 Fundamental Ensino Médio 3.9 4.3 4,7 5,0 5,2

1) Articular-se com a União e o Estado visando desenvolver e celebrar convênios para participação nos planos e programas já existentes e outros que venham ser instituídos para melhorar o desempenho atual;

2) Desenvolver projetos locais com a mesma finalidade, a partir da pesquisa de experiências bem sucedidas em outros Municípios, e de inovações do próprio Município de Itiquira;

3) Articular a locação de mais recursos para tal meta e promover a integração entre os demais órgãos municipais e a sociedade civil organizada.

META 8: ELEVAR A ESCOLARIDADE MÉDIA DA POPULAÇÃO DE 18 A 29 ANOS, DE MODO A ALCANÇAR NO MÍNIMO 12 ANOS DE ESTUDO NO ÚLTIMO ANO, PARA AS POPULAÇÕES DO CAMPO, DA REGIÃO DE MENOR ESCOLARIDADE NO MUNICÍPIO E DOS 25% MAIS POBRES, E IGUALAR A ESCOLARIDADE MÉDIA ENTRE NEGROS E NÃO NEGROS DECLARADOS À FUNDAÇÃO INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA (IBGE).

Institucionalizar programas e desenvolver tecnologias para correção de fluxo, acompanhamento pedagógico individualizado, recuperação e progressão parcial;

Expandir a oferta da modalidade de Educação de Jovens e Adultos (EJA);

Cooperar para a oferta gratuita de educação profissional e técnica de forma concomitante ao ensino ofertado na rede escolar pública com a União, o Estado e as instituições que atuam para tal oferta, como o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI);

90 4) Promoção da busca ativa de jovens fora da escola, bem como o acompanhamento e monitoramento, em parceria com as áreas de assistência social, saúde e proteção à juventude.

META 9: ELEVAR A TAXA DE ALFABETIZAÇÃO DA POPULAÇÃO COM 15 ANOS OU MAIS PARA 93,5% ATÉ 2015 E, ATÉ O FINAL DA VIGÊNCIA DESTE PME, ERRADICAR O ANALFABETISMO ABSOLUTO E REDUZIR EM 50% A TAXA DE ANALFABETISMO FUNCIONAL

1) Garantir a oferta gratuita da Educação de Jovens e Adultos (EJA) a todos que não tiveram acesso à Educação Básica na idade própria;

2) Identificar jovens e adultos com ensino fundamental e ensino médio incompletos, para conhecimento da demanda ativa por vagas na EJA, garantindo-se o adequado planejamento da oferta desta modalidade de ensino;

3) Implementar ações de alfabetização com garantia de continuidade da escolarização básica;

4) Desenvolver ações de atendimento por meio de programas suplementares de transporte, alimentação e saúde, inclusive atendimento oflalmológico e fornecimento gratuito de óculos, em articulação com a área da saúde;

5) Estabelecer mecanismo e incentivos que integrem os segmentos empregadores públicos e privados e os sistemas de ensino, para promover a compatibilização da jornada de trabalho dos empregados com a oferta das ações de alfabetização e de educação de jovens e adultos;

6) Implantar programas de capacitação tecnológica da população jovem e adulta, direcionados para os segmentos com baixos níveis de escolarização formal de educandos com deficiência, articulando-se com os demais sistemas de ensino, instituições que oferecem educação profissionalizante, universidades, cooperativas e associações, por meio de ações de extensão desenvolvidas cm centros vocacionais tecnológicos, com tecnologia que favoreçam a efetiva inclusão social e produtiva da população.

ETA 10: OFERECER, NO MÍNIMO, 25% DAS MATRÍCULAS DE EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS (EJA) NA FORMA INTEGRADA À EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA (EPT), NOS ENSINOS \ FUNDAMENTAL E MÉDIO.

\ \ 1) A Secretaria Municipal de Educação deve coordenar projetos de parcerias entre as IN diversas instâncias responsáveis pela Educação Básica em Itiquira, mais a 91 Universidade do Estado de Mato Grosso (UNEMAT), preferencialmente, e Organizações Não-Governamentais (ONGs), visando que. num prazo de 10 (dez) anos todos os jovens prejudicados pela defasagem na relação idade versus escolaridade, tenham acesso aos supletivos do Ensino Fundamental e Médio, presencial ou semi-presencial, utilizando, tanto quanto possível a E.IA.

2) A Universidade do Estado de Mato Grosso (UNEMAT), preferencial mente, e outras IES subsidiariamente, devem oferecer aos Professores Estaduais e Municipais cursos de formação específica ou continuada aos referidos profissionais, habilitando-os para trabalhar com a Educação de Jovens e Adultos (EJA), de acordo com a demanda constatada.

3) A Secretaria Municipal de Educação, o Conselho Municipal de Educação e a Assessoria Pedagógica devem incentivar e apoiar as IES e Organizações Não- Governamentais (ONGs) a oferecerem cursos diversos à população da terceira idade.

4) A Secretaria Municipal de Educação juntamente com o Conselho Municipal de Educação, este quando instituído, preliminarmente em nível consultivo, devem incentivar parcerias entre o Poder Público e as entidades privadas, inclusive empresas, associações, sindicatos e Organizações Não Governamentais (ONGs) que possam atuar ou colaborar nessa modalidade educacional, para a disponibilização de cursos de qualificação e requalificação profissional, estágios e inclusão no mercado de trabalho.

5) Agregar à oferta dos cursos da Educação de Jovens e Adultos (EJA). cursos profissionalizantes alternativos e de aprimoramentos técnico.

META 11. GARANTIR, EM REGIME DE COLABORAÇÃO ENTRE A UNIÃO E O ESTADO DE MATO GROSSO, NO PRAZO DE UM ANO DA VIGÊNCIA DESTE PME, POLÍTICA MUNICIPAL DE FORMAÇÃO E VALORIZAÇÃO DOS PROFISSIONAIS DA EDUCAÇÃO, ASSEGURADO QUE TODOS OS PROFESSORES DA EDUCAÇÃO BÁSICA POSSUAM FORMAÇÃO ESPECÍFICA DE NÍVEL SUPERIOR, OBTIDA EM CURSO DE LICENCIATURA NA ÁREA DE CONHECIMENTO EM QUE ATUAM.

1) A Secretaria Municipal de Educação deve implementar uma Política de Formação Continuada de atualização, aperfeiçoamento e especialização de todos os Profissionais da Educação Básica da Rede Municipal, garantida a plena realização do \ Plano de Cargos, Carreiras e Vencimentos da categoria e no respectivo Estatuto, se i este não integrar referido PCCV.

92 2) Atualização e aperfeiçoamento constante do Plano de Cargos. Carreiras e Vencimentos dos Profissionais da Educação Básica e com estas a fixação de vencimentos mais condizentes.

META 12: VALORIZAR OS PROFISSIONAIS DO MAGISTÉRIO DA REDE PÚBLICA MUNICIPAL DA EDUCAÇÃO BÁSICA, A FIM DE EQUIPARAR O RENDIMENTO MÉDIO DOS DEMAIS PROFISSIONAIS COM ESCOLARIDADE EQUIVALENTE, ATÉ O FINAL DO SEXTO ANO DA VIGÊNCIA DESTE PNE.

1) Viabilizar no mínimo a partir do quinto ano da aprovação deste PME, a equiparação a título de rendimento médio dos demais profissionais com escolaridade equivalente no Estado, se este for inferior ao fixado para os profissionais da educação básica, de forma gradual, no mínimo cm vinte por cento ao ano incidente sobre a diferença entre o fixado para tais profissionais e para os profissionais com escolaridade equivalente, sem prejuízo do piso nacional fixado anualmente pelo Governo Federal.

2) Equiparar o vencimento base e a jornada semanal de trabalho (30 horas) dos profissionais da educação básica admitidos por prazo determinado aos do quadro de provimento efetivo gradativamente após a aprovação deste Plano Municipal.

META 13: ASSEGURAR CONDIÇÕES, NO PRAZO DE DOIS ANOS, PARA A EFETIVAÇÃO DA GESTÃO DEMOCRÁTICA DA EDUCAÇÃO, ASSOCIADA A CRITÉRIOS TÉCNICOS DE MÉRITO E DESEMPENHO E À CONSULTA PÚBLICA À COMUNIDADE ESCOLAR, NO ÂMBITO DAS ESCOLAS PÚBLICAS, PREVENDO RECURSOS E APOIO TÉCNICO DA UNIÃO PARA TANTO.

1) Fortalecer as conquistas já consolidadas no processo de gestão democrática da educação escolar e ampliá-las;

2) Incentivar e colaborar na institucionalização da gestão democrática escolar quanto à participação efetiva dos pais e/ou responsáveis e dos educandos. através da associação de pais e mestres e dos grêmios estudantis;

3) Fortalecer os conselhos escolares e instituir o conselho municipal de educação, mesmo que em caráter consultivo, assegurando a formação dos conselheiros;

4) Constituir fóruns permanentes de educação com o intuito de coordenar as conferências municipais de educação e efetuar o acompanhamento do PME e, enquanto tal medida não ocorrer, da Comissão pertinente;

93 5) Construir colctivamente os projetos político-pedagógicos. currículos escolares, projetos de gestão escolar e regimentos escolares;

6) Efetivar os processos de autonomia pedagógica e administrativa e de gestão financeira, entre outros;

7) Aprimorar as formas de participação e de efetivação dos processos de autonomia pedagógica, administrativa e de gestão financeira;

8) Aprimorar os processos de prestação de contas e controle social.

META 14: AMPLIAR O INVESTIMENTO PÚBLICO EM EDUCAÇÃO PÚBLICA DE FORMA A ATINGIR, NO MÍNIMO O PATAMAR DE 35% DAS RECEITAS DE IMPOSTOS E TRANSFERÊNCIAS COMPULSÓRIAS DA UNIÃO E DO ESTADO NO QUINTO ANO DE VIGÊNCIA DESTE PME.

1) Após a aprovação deste Plano Municipal de Educação, ambos os Poderes: Executivo e Legislativo, devem garantir na Lei Orçamentária Anual (LOA), em coerência ao Plano Plurianual (PPA) e às Diretrizes Orçamentárias (LDO) aplicação gradual anual superior ao mínimo constitucional federal de 25% (vinte e cinco por cento) até o limite máximo de 35% (trinta e cinco por cento) da receita proveniente dos impostos e transferências compulsórias da União e do Estado, podendo extrapolá-lo havendo excesso de arrecadação de recursos; destinados à Educaçáo Básica nas Etapas Educação Infantil (Creche e Pré-Escola), Ensino Fundamental completo e nas Modalidades de Ensino: Educação Especial (EE) e Educação de Jovens e Adultos (EJA). visando prioritariamente a universalização do atendimento à Educação Infantil (Creche e Pré-Escola). inclusive com a implantação e a implementação de novas Creches.

2) Instituir uma Comissão Multidisciplinar contemplada com Técnicos competentes dos Poderes Executivo e Legislativo, dos Conselhos Sociais pertinentes, inclusive do FUNDEB, de Representantes dos Profissionais da Educação Básica Municipal, dos Pais e/ou Responsáveis e dos Educandos. para analisar criteriosamente as \ informações e dados que digam respeito à possibilidade gradual de proporcionar \\ periodicamente ganhos reais aos referidos Profissionais, semelhantes aos conquistados pelos vinculados ao Estado de Mato Grosso, garantido o piso ijxnacional da categoria fixado anualmente pelo Governo Federal, através do (Ministério da Educação [MEC], respeitada a legislação vigente aplicável à espécie.

94 3 - Orçamento, Financiamento e Gestão

O financiamento das despesas com atividades de manutenção (correntes) e dos investimentos (capital) da Educação Básica Municipal, nas Etapas: Educação Infantil (Creche e Pré-Escola I e II) e no Ensino Fundamental completo, bem como nas Modalidades de Ensino: Educação de Jovens e Adultos (EJA) e Educação Especial (EE), incluindo a Educação do Campo (EC). será executado através dos impostos arrecadados pelo Município, não partilhados com outros níveis do Poder Executivo (União e Estado), dos impostos arrecadados e partilhados com os mesmos (União e Estado), das transferências constitucionais federais (União) e estaduais (Estado) compulsórias, das transferências voluntárias da União e/ou do Estado (25% do montante arrecadado e recebido): da receita patrimonial, de aplicações financeiras, da cobrança dc dívida ativa e de outras rubricas orçamentárias da receita e outras fontes legais; atendidas as regras legais e regulamentares que instituíram o Fundo de Desenvolvimento e Manutenção da Educação Básica (FUNDEB).

Referido financiamento e dispêndios constam da receita e da despesa de que trata a Lei Orçamentária Anual (LOA), disciplinada pela respectiva Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), ambas de cada exercício, e devem ter pertinência com o Plano Plurianual (PPA) de cada período de quatro anos, podendo este ser atualizado de acordo com o desempenho orçamentário financeiro de cada exercício e período, através de emendas aditivas, supressivas, modificativas e/ou substitutivas. Tudo, de a conformidade rigorosa com a legislação vigente aplicável à espécie, principalmente os comandos constitucionais federais e infraconstitucionais pertinentes, e mais especificamente os da Lei Federal n° 4.320/1967 e Lei Complementar Federal n° 101/2000 (Lei de Responsabilidade Fiscal - LRF).

O desempenho orçamentário e financeiro da série histórica constante no Quadro 5 abaixo, ilustra com precisão os recursos destinados à Educação Básica Municipal nas Etapas e nas Modalidades dc Ensino ofertadas, delineando a perspectiva para os próximos anos e o Quadro 6. a seguir, apresenta detalhadamente o valor aplicado na Educação Básica do Município em 2012. Referido Quadro (6) e os demais: Quadros 7, 8 e 9 foram transcritos in verbis do Relatório Circunstanciado Conclusivo de Auditoria Externa Independente, fls. 99/101. editado em abril de 2013, constante nas Referências, com exceção do exercício 2013, primeiro da Gestão 2013/2016. extraído do Balanço Geral, disponibilizado pela Gerência de Contabilidade da Secretaria Municipal de Finanças.

95 Quadro 5 Receita, Despesas e Percentuais Pertinentes à Educação Básica - Município de Itiquira 2009 a 2013 DESCRIÇÃO 2009 2010 2011 2012 2013 RECEITA TOTAL DO RS RS RS RS RS MUNICÍPIO 3 1.532.594.84 31.575.185,09 36.332.298.09 42.804.652,27 45.430.617.65 DESPESA EMPENHADA RS RS RS RS RS EDUCAÇÃO 8.021.575,24 10.285.547,23 9.975.498.83 14.049.533.35 1 1.640.097.10 DESPESA LIQUIDADA RS RS RS RS RS EDUCAÇÃO 8.122.510,31 9.681.401.56 9.938.326.93 13.523.832.76 11.622.846,10 DESPESA PAGA RS RS RS RS RS EDUCAÇÃO 7.586.533,08 9.553.556,29 9.833.701.18 1 1.422.878.86 11.548.006.50 PERCENTUAL GASTO COM EDUCAÇÃO 28,47% 30,80% 30,41% 32,76% 31,03% Fonte: Secretaria Municipal de Finanças - Gerência de Contabilidade, 2014.

Verificando os dados do referido Quadro (5), constatamos que os percentuais aplicados em Educação Básica, nas Etapas e Modalidades de Ensino oferecidas pelo Município, evoluíram positivamente, sempre ultrapassando o percentual mínimo constitucional federal de 25%, como vemos: 2009 (28,47%), 2010 (30.80%); 2011 (30.41%), neste ano decréscimo pouco expressivo de 0,39% e em 2012 (32,75%). O Quadro 6. abaixo, especificamente para o Exercício 2013, demonstra com mais detalhes tal afirmação, considerando que o decréscimo também foi de somente 1,73%, todavia 6.03% mais que os 25% determinados pelo art. 212 da Constituição Federal, como também a qualidade dos investimentos feitos, inclusive em transporte escolar, eliminando-se substancialmente o privado, com a aquisição de ônibus escolares. Quadro 6 Aplicação na Educação Básica no Município de Itiquira - 2013 LIMITE VALOR % APLICADO S/ MÍNIMOS/ APLICAÇÃO APLICADO RECEITA BASE SITUAÇÃO RECEITA (RS) (R$31.098.398,89) BASE Ensino RS 11.509.259,65 32,95% 25 % REGULAR Fome: Secretaria Municipal de Finanças - Gerência de Contabilidade. 2014.

Na sequência (Quadro 7), apresentamos os recursos aplicados sob a ótica do FUNDEB. na relação receita versus despesa e em seguida (Quadros 7 e 8), os recursos aplicados na Remuneração c Valorização dos Profissionais do Magistério no Município de Itiquira em 2012, porquanto também reputamos tais dados como relevantes e os mesmos indicam claramente que referidos recursos tem sido aplicados acima do percentual mínimo exigido.

96 Quadro 7 FUNDEB - Receita e Despesa do Município de Itiquira - 2013 DESCRIÇÃO VALOR (RS) Valor Orçado de Receita na Rubrica 1.7.2.4.01.00 - Anexo 10 RS 5.000.000.00 Valor Recebido na CC n.° 13.538-0 do Banco do Brasil S.A. RS 5.123.303.67 Valor Contabilizado de Receita na Rubrica 1.7.2.4.01.00 - Anexo 02 RS 5.123.303.67 Gastos com o FUNDEB - Comparativo da Despesa - Empenhada RS 5.086.943.78 Gastos com o FUNDEB - Comparativo da Despesa - Liquidada R$ 5.086.943.78 Gastos com o FUNDEB - Comparativo da Despesa - Paga R$ 5.032.906.53 Despesa Empenhada a Pagar RS 54.037.25 Fonte: Secretaria Municipal de Finanças - Gerência de Contabilidade, 2014.

Quadro 8 Remuneração e Valorização dos Profissionais do Magistério - Município de Itiquira 2013 PE DESCRIÇÃO VALOR (RS) (+) Total das Despesas Pagas do FUNDEB (60 %) na Remuneração c RS 4.350.325,71 Valorização do Magistério (-) Valor das Despesas que não se enquadram nos objetivos do RS 0,00 FUNDEB (=) Valor Aplicado na Remuneração e Valorização do Magistério RS 4.350.325,71 Fonte: Secretaria Municipal de Finanças - Gerência de Contabilidade, 2014 Comparativo da Despesa Autorizada com a Paga

Quadro 9 Aplicação na Valorização do Magistério no Município de itiquira - 2013 TOTAL RECEITA VALOR APLICADO NA % DE LIMITE SITUAÇÃO FUNDEB (RS) FINALIDADE 60 % (RS) APLICAÇÃO MÍNIMO (RS) RS 5.123.303,67 RS 4.350.325,71 84,91% 60% REGULAR Secretaria Municipal de Finanças - Gerência de Contabilidade, 2014 Base Constitucional: Art. 22 da Lei Federal n.° 11.494/2007

4 - Acompanhamento, Controle, Avaliação e Feedback

Os mecanismos de acompanhamento, controle, avaliação e feedback são de origem constitucional, legal, regulamentar e social. No primeiro, funcionam mediante o Sistema de Controle Interno, através da Unidade de Controle Interno (UCI) do Município denominado Controle Interno, e de sua Auditoria interna, que atuam nos Poderes Legislativo e Executivo, separada ou conjuntamente, conforme convencionado entre ambos. O Tribunal de Contas do Estado exerce o Controle Externo emitindo Parecer no julgamento das Contas de Governo e Acórdão nas Contas de Gestão. Quanto às Contas de Governo, cabe ao Poder Legislativo 'acatar ou não o Parecer do Tribunal de Contas do Estado, pelo quorum estabelecido orgânica e regimentalmente. Registre-se que em ambas as Contas é obrigatório a emissão do Parecer do 97 Ministério Público Estadual de Contas no Tribunal dc Contas, como também na eventual deflagração de Representações de natureza interna e/ou externa.

Além do Sistema de Controle Interno, do Controle Externo e do Poder Legislativo, existem Conselhos específicos (Conselhos Sociais) que atuam no acompanhamento, controle e na avaliação dos projetos e/ou atividades de manutenção, desenvolvidos pelo Poder Executivo Municipal, de acordo com a legislação vigente aplicável à espécie. Os sites de tais órgãos com seus links para este fim disponibilizam publicamente a quem interessar possa, as informações e/ou dados que pretende examinar.

Acrescente-se também que, periodicamente o Município tem que editar e publicar seus Balancetes e Balanço Anual, além de prestar contas bimestrais e quadrimestrais, através dos Relatórios Resumidos de Execução Orçamentária (RREO) e de Gestão Fiscal (RGF), nos termos da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), além do LRFCidadão, que devem ser disponibilizados para a Sociedade em geral. Os primeiros (RREO e RGF) cm Audiências Públicas para este fim, divulgadas de forma massiva e consistente, pela mídia convencional e oficial.

Somados aos instrumentos de acompanhamento, controle, avaliação e feedhack epigrafados. as Ouvidorias de tais órgãos já mencionados, o Ministério Público também é incansável em cobrar do Poder Público Municipal a prestação de contas que lhe cabe, o que envolve, obviamente, a receita e a despesa pertinente à Educação Básica. A imprensa secular também tem seu modus operandi em tal mister e às vezes o faz de forma incompetente e implacável, movida por interesses questionáveis ou, na maioria das ocasiões, por informações e dados não “checados”, que não refletem o rigor necessário, ou mesmo por denúncias anônimas.

Finalmente, o Fórum Municipal de Educação, de caráter permanente e as Conferências Municipais de Educação Básica também serão o lócus adequado para a prestação de contas da receita e da despesa pertinentes, inclusive no tocante à execução integral, parcial ou inexecução das propostas a que se reporta este Plano Municipal de Educação. Destacando-se que qualquer cidadão tem o direito de receber do Poder Público, as informações e/ou dados pretendidos, que sejam de domínio público, logo, excetuando-se os eventualmente sigilosos, que são raros, c nas condições estabelecidas legalmente, observando-se. quando for o caso, o prazo fixado na legislação pertinente em vigor.

98 Considerações Finais

Principiamos este Plano Municipal de Educação de Itiquira priorizando o embasamento constitucional e infraconstitucional federal, estadual e municipal pertinente, bem como orgânico e ordinário municipal. Assim procedemos, porquanto toda “construção”, no caso, teórica, imaterial, deve se alicerçar em fundamentos sólidos, sobretudo em se tratando da área pública. Como tal, reportamo-nos ao Plano Nacional de Educação [PNE], fazendo-o mais adiante com referência ao Plano Estadual de Educação de Mato Grosso [PEE], alertando sobre as mudanças significativas que vem ocorrendo em nível nacional, estadual e municipal, principalmente em decorrência das constantes alterações na legislação vigente aplicável à espécie. Valemo-nos a rigor das Metas e Estratégias definidas pelo Ministério da Educação (MEC), fazendo as devidas adequações, como consta no documento “Planejando a Próxima Década - Conhecendo as 20 Metas do Plano Nacional de Educação, ao qual Estados, Distrito Federal e Municípios devem, por coerência, adotar, no que lhes competem, com referidas adequações.

Prosseguimos, mencionando os fundamentos e referenciais educacionais elencados pela UNESCO, pertinentes ao processo educacional e seus objetivos. Ato contínuo, como consequência, relacionamos os objetivos gerais coerentes com os estabelecidos no Plano Nacional de Educação [PNE], encetando a partir daí. três prioridades basilares que reputamos como tal, envolvendo a necessidade e a obrigatoriedade da universalização do Ensino Fundamental, agora também, da Educação Infantil [Creche e Pré-Escola I e II] e sua extensão gradual ao Ensino Médio, inserindo também o desenvolvimento compulsório de sistemas de informação e de avaliação periódica das redes c níveis escolares, e a título de “carona” evidenciamos a relevância da análise das informações e dados que dizem respeito ao tema.

Abordamos os aspectos históricos, geográficos, econômicos e sociais do Município de Itiquira e sua pertinência com a Educação, no caso. Escolar, envolvendo as escolas estaduais e municipais e creches existentes e anunciando que utilizaríamos como série histórica, contemplando, preliminarmente os anos 2007 a 2010, e acrescentando na sequência os anos 2011 a 2014, detendo-nos em vários momentos no ano 2014, o que ora vivemos, para efeito de nos situarmos mais concretamente. Para tanto, mencionamos as fontes nas quais nos fundamentamos, as principais, como a FIBGE e o MEC/INEP e a Secretaria Municipal de Educação (SME), e outras que seriam citadas, igualmente.

Neste diapasão, constatamos que o Município de Itiquira apresenta uma renda média anual/mcnsal per capita expressiva nacionalmente, todavia, a rigor, na realidade, a distribuição de renda tem demonstrado uma disparidade desconcertante. O agronegócio praticado modemamente, com recursos tecnológicos de ponta e produção exuberante certamente alimentou o índice pertinente (PIB).

Os dados coletados e examinados também apontaram para um alto índice de alfabetização resultante de taxas de aprovação elevadas, objeto, inclusive de números 99 positivos do IDEB. Todavia, tais números são preocupantes, porquanto tem a ver com a efetividade da alfabetização anunciada, indicando que a mudança de concepção filosófica de educação (tendência pedagógica) acolhida pela formação em ciclos adotada pelo Estado, pode ter “mascarado” os números obtidos, vez que, não há rcprovação/retenção entre uma e outra etapa do mesmo ciclo, mas somente entre um ciclo e outro, entretanto, pouco observada, pelas circunstâncias “criadas”, principalmente em razão da denominada "avaliação descritiva", esta no tocante à Rede Estadual de Educação Escolar Básica. E algo que foi discutido nas Conferências Municipais de Educação realizadas nos dias 28. 29 e 30/04/2014 e a se discutir com profundidade e tempo hábil, além de coragem para encarar a questão com a relevância e gravidade que a envolvem.

Na sequência destacamos o número de Escolas Estaduais (2) e Municipais (6), mais duas (2) Creches do Município, e os educandos regularmente matriculados no corrente ano (2014), de acordo com levantamento feito até 26/03/2014 pela Secretaria Municipal de Educação que, no nível escolar Educação Básica, apresentou as Etapas: Educação Infantil (Creche e Pré-Escola I e II), Ensino Fundamental completo e o Ensino Médio, bem como as Modalidades de Ensino: Educação de Jovens e Adultos (EJA) e Educação Especial (EE), dando-se ênfase também à Educação do Campo (EC); porquanto a Educação Profissional e Tecnológica (EPT), a Educação à Distância (EAD) e a Educação Indígena (EI), não se fazem presentes diretamente na área pública no Município. No caso da EI, exemplificando, não há nenhuma etnia indígena em Itiquira, embora tenha havido em um passado não tão distante. Confirmamos que não há Educação Superior atuante no Município, tendo havido até recentemente, e estando adiantadas as negociações com a Universidade do Estado de Mato Grosso (UNEMAl ) para que cursos de graduação (licenciaturas e/ou bacharelados) sejam oferecidos em regime de extensão, com turma(s) especial(is), como também cursos de pós- graduação Zíz/o sensu, principalmente voltados para a formação continuada dos Profissionais da Educação Básica. Enquete pelo site do Município foi realizada, para verificar as opções mais desejadas pela Comunidade interessada.

Finalmente, chegamos às Metas e respectivas Estratégias, como resultado da Análise Geral e da Análise Específica feitas, que foram criteriosamente apreciadas e deliberadas nas Conferências Municipais realizadas nos dias 28, 29 e 30/04/2014, conforme as Atas n°s 1, 2 e 3/2014-CE. Em síntese, as mesmas devem ser coerentes com os objetivos fixados, nas relações pertinentes com o Plano Nacional de Educação [PNE] e com o Plano Estadual de Educação [ PEE] e. grosso modo, reportam-se: a) à universalização da Educação Infantil e do Ensino Fundamental, com qualidade, estendida progressivamente ao Ensino Médio e ao Superior; b) ao oferecimento de mais Educação de Jovens e Adultos (EJA) e igualmente de qualidade, preenchendo a lacuna existente por aqueles cidadãos que não puderam concluir a \ escolarização pretendida na idade própria, e que também querem adentrar ao mercado de trabalho, cada vez mais exigente, e; c) procedendo também a inclusão dos portadores de necessidades especiais (PNEs). de forma competente e solidária. Também se manifestou preocupação com a inclusão no mercado de trabalho através de outras alternativas profissionalizantes, como também a ampliação da remuneração e da valorização dos

100 profissionais da educação básica, com igual contrapartida no cumprimento das atribuições docentes, em especial, referenciando-nos no perfil do professor que foi examinado.

CONSIDERANDO que, em regra, as propostas dependem de recursos orçamentários e financeiros e de uma gestão eficiente e eficaz, descartada qualquer iniciativa eivada de ilícitos, foram examinadas as questões como o orçamento, as finanças e a gestão exigida. Os quadros inseridos: 6, 7, 8, 9 e 10 subsidiaram consistentemente as projeções para o corrente exercício (2014) e os próximos.

Como tudo passa, para a “correção de rumos" quando exigida, pelo acompanhamento, o controle, a avaliação e o feedhack^ tais instrumentos foram abordados. Entendemos que tais abordagens contemplam em essência a estrutura e o conteúdo do presente Plano, conforme apreciação, deliberação e emendas introduzidas decorrentes da realização das Conferências Municipais de Educação realizadas nos dias 28 a 30 de abril de 2014, no Plenário da Câmara Municipal.

Finalmente, cabe-nos agora, diuturnamente. batalharmos, na verdadeira acepção da palavra para que os objetivos norteadores, as metas e as estratégias sejam efetivamente cumpridos. Certamente os resultados serão altamente positivos para todos os segmentos envolvidos, mais que isso, para todos os cidadãos desse Município.

101 COMISSÃO ORGANIZADORA E EXECUTORA DAS MEDIDAS EXIGIDAS [COEME] PARA A ELABORAÇÃO, APRECIAÇÃO E APROVAÇÃO DO PLANO MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO |PME| DECRETO N° 48/2013 - 16/08/2013

I- MEMBROS DO PODER LEGISLATIVO:

Presidente e demais Membros da Comissão Permanente de Educação Ademir Dal Berti

II- MEMBROS DO PODER EXECUTIVO:

Presidente da comissão Jane Gobbi

Secretário Municipal de Gestão e Planejamento Mário da Rocha Frade

Secretário Municipal de Administração Fabiano Dalla Valle

Secretário Municipal de Finanças Alex Alves da Silva

Procurador Jurídico Ronaldo de Carvalho

III- MEMBROS DE OUTROS ÓRGÃOS PÚBLICOS E DA SOCIEDADE CIVIL ORGANIZADA

\ Assessor Pedagógico (SEDUC/MT) \ \ Rosimeire Campos Ribeiro

O Presidente SINTEP/MT

1 ii\ André Luiz Pereira Zotti

102 Representantes dos Conselhos Deliberativos da Comunidade Escolar (CDCE)

Ivaldina Santos — EMAS Nadya Zanini Castelo Branco — EMASC Aline Carvalho de F. Martinazzo - EMASC Sidriana Giacomolli- EEDAC Murilo Times Nascimento - EEDAC Leuza Porto Rodrigues - EEDA C

Presidente do Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente (CMDCA)

Pámela Shaina Turatti

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