Avifauna Da Estação Biológica De Canudos, Bahia, Brasil

Total Page:16

File Type:pdf, Size:1020Kb

Avifauna Da Estação Biológica De Canudos, Bahia, Brasil Avifauna da Estação ISSN 1981-8874 Biológica de Canudos, 9 771981 887003 0 0 1 5 9 Bahia, Brasil Diego Mendes Lima¹, Edinaldo L. das Neves² & Eurivaldo M. Alves A Estação Biológica de Canudos foi cria- da em 1993 pela Fundação Biodiversitas, que adquiriu uma área de 130 ha com o obje- tivo de proteger Anodorhynchus leari (ara- ra-azul-de-lear) espécie considerada a nível mundial como criticamente ameaçada de extinção (MMA 2003) e toda sua paisagem diferenciada pela presença de paredões de arenito (canyons) que servem de dormitório e área de nidificação da espécie. A reserva está localizada no município de Canudos, região nordeste da Bahia, no domínio da Caatinga (9º56'34”S e 38º59'17”W). A Esta- ção teve seu limite alterado em 2007 quando a Fundação Biodiversitas fez parceria com a Figura 1. Anodorhynchus leari (arara-azul-de-lear) espécie American Bird Conservancy, que ampliou considerada mundialmente como criticamente ameaçada de extinção. sua área para aproximadamente 1.500 ha. cas, vulneráveis e ameaçadas de extinção, a fim de subsidiar a Um levantamento de dados bibliográficos realizado por Pacheco elaboração de Plano de Ação Nacional para conservação destas (2004) registrou 348 espécies de aves para a Caatinga, onde 15 espécies. espécies são consideradas como endêmicas e 20 espécies ameaça- das de extinção. Apesar de alguns autores como Haffer (1985) e Material e Métodos Cracraft (1985) ressaltarem a importância de se realizar mais estu- Área de estudo. Estação Biológica de Canudos (9º56’34”S e dos no bioma por reconhecerem a caatinga como umas das áreas de 38º59’17”W), localizada no município de Canudos, sertão baiano, endemismo para a avifauna, a Caatinga ainda é pouco conhecida a 398 km de Salvador, capital do Estado. A reserva está inserida no pela ciência. Pode-se destacar alguns levantamentos realizados por domínio morfoclimático e fitogeográfico das Caatingas (Ab'Saber, Parrini et al. (1999), Nascimento et al. (2000), Santos (2004), Fari- 1977). Caracterizada por uma caatinga arbustiva densa ou raleada, as et al. (2005), Olmos et al. (2005), Telino-Junior et al. (2005) e de clima tropical semi-árido. As chuvas se concentram entre os Ross et al. (2006). meses de março a junho, quando normalmente a temperatura sofre Contudo, o cenário que se vislumbra para proteção e conserva- uma pequena queda, caracterizando o período mais frio e úmido do ção dos recursos naturais da Caatinga não é nada promissor. Segun- ano, com as mais baixas taxas de precipitação (300 e 800 mm) do Garda (1996) o processo de modificação da Caatinga está bas- (INMET 1961-1990), também, as mais altas taxas de insolação, as tante acelerado. Os fatores de ameaça são a substituição da vegeta- mais altas médias térmicas (entre 27 a 29 ºC) e as mais baixas per- ção natural por culturas e desmatamento para pecuária. Apesar das centagens de umidade relativa do ar (INMET 1961-1990). ameaças à sua integridade, menos de 2% da Caatinga está protegi- Método. O levantamento das espécies foi feito através de obser- da em unidades de conservação de proteção integral (Tabarelli & vações diretas por dois observadores com auxílio de binóculos (8 x Vicente 2004). Se considerarmos ainda que este seja o terceiro bio- 40; 7 x 35) da marca Bushnell e/ou luneta Nikon 60x, combinado ma brasileiro mais alterado pelo homem, estas áreas destinadas à com bioacústica e também com a utilização da técnica de play- proteção integral são insuficientes para conservação (Castelletti et back (Marion et al. 1981) percorrendo trilhas e caminhos existen- al. 2004). tes. Ao longo desses percursos, foram anotados os seguintes dados: Nas ultimas décadas os estudos sobre a avifauna baiana tem reve- visualizações e/ou vocalização e itens alimentares. lado a importância da conservação de grandes áreas florestais para A identificação das espécies de aves foi realizada a partir de con- o manejo de espécies endêmicas e ameaçadas de extinção da Caa- tatos visuais utilizando bibliografia especializada (Ridgely & tinga como, por exemplo, Fiuza (1999) e Lima et al. (2003). Tudor 1989, 1994, Sick 1997, Souza 2004, Sigrist 2009). As expe- Este estudo visou inventariar as espécies de aves existentes na dições ocorreram nos dia 01 a 03/02/05, 03 a 06/01/06, 21 a Estação Biológica de Canudos identificando espécies endêmi- 23/04/06, 26/11/06 e 24 a 27/05/2010, totalizando 105 horas de Atualidades Ornitológicas On-line Nº 159 - Janeiro/Fevereiro 2011 - www.ao.com.br 43 Figura 2. Sakesphorus cristatus (choca-do-nordeste), Figura 3. Megaxenops parnaguae (bico-virado-da-caatinga), considerada endêmica para a caatinga. espécies endêmica e pouco conhecida pela ciência. observações durante as primeiras horas do dia, das 05:00h as restas úmidas, caracterizadas como pequenas manchas de refúgio, 10:00h e durante a noite 19:00h as 21:00h. chamadas localmente de “brejos”. As dietas foram determinadas através de registros de campo e Para a família Thamnophilidae podem ser destacadas as espécies bibliografia (Willis 1979, Motta-Junior 1990). As categorias trófi- Sakesphorus cristatus (Figura 2), considerada endêmica para a caa- cas consideradas foram: Carnívoro (CAR), Detritívoro (DET), Fru- tinga por Haffer (1985), Sick (1997) e Pacheco (2004) e Herpsi- gívoro (FRU), Granívoro (GRA), Insetívoro (INS), Nectarívoro lochmus pectoralis, indicada com status de ameaça vulnerável pela (NEC), Onívoro (ONI). Instrução Normativa nº 3 do Ministério do Meio Ambiente (MMA A sequência taxonômica e sistemática segue as recomendações 2003) e pela União Mundial para a Natureza (IUCN 2007). do Comitê Brasileiro de Registros Ornitológicos (CBRO 2011). Da família Furnariidae foram registradas duas espécies endêmi- Para indicação das espécies ameaçadas, utilizou-se a Lista Nacio- cas: Gyalophylax hellmayri, registrada em fitofisionomia com nal das Espécies da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção vegetação agrupada, com cactáceas, bromeliáceas e arbustos rami- (MMA 2003) e União Nacional para Natureza - Red List (IUCN ficando, alcançando arvores mais altas, ambientes comumente cha- 2007) e Convención sobre el Comercio Internacional de Espécies mados de “carrasco” e Megaxenops parnaguae (Figura 3), que em Amenazadas de Fauna y Flora Silvestres (CITES 2010). Espécies muitos contatos foi avistado juntamente com G. hellmayri. Ambas endêmicas da caatinga foram relacionadas segundo Pacheco são pouco conhecidas pela ciência, apresentando estudos realiza- (2004) e Haffer (1985). dos por Whitney & Pacheco (1994) que priorizaram suas observa- ções no comportamento e vocalização dos dois gêneros, bem como Resultados e Discussão o estudo de Lima et al. (2008) que documentou através de fotos a Foram registradas 179 espécies de aves (Tab. 1). Destas, 14 espé- reprodução de G. hellmayri. cies são endêmicas da Caatinga. Registraram-se Penelope jacuca- Foram identificadas sete espécies cinegéticas: Crypturellus par- ca, Anodorhynchus leari, Herpsilochmus pectoralis, Sporagra yar- virostris, Crypturellus tataupa, Rhynchotus rufescens, Nothura rellii como espécies citadas nas listas de espécies ameaçadas de boraquira, Nothura maculosa, Ortalis guttata e Penelope jacuca- extinção, de acordo com MMA (2003), IUCN (2007) e CITES ca. Dentre estas, pode-se destacar Penelope jacucaca, espécie que (2010). As espécies identificadas distribuem-se em 44 famílias, apresenta dieta especializada e necessita de grandes fragmentos flo- sendo as mais representativas Tyrannidae (n=27), Thraupidae restais para realizarem seus processos biológicos, sendo mais sen- (n=13), Columbidae, Thamnophilidae e Furnariidae (n=9, cada), síveis às alterações de hábitats. A espécie é indicada com status de Emberezidae (n=8). vulnerável de extinção pelo MMA (2003) e IUCN (2007). A pre- A riqueza de espécies amostrada na Estação Biológica de Canu- sença de P. jacucaca para a localidade é um bom indicativo de qua- dos é considerado alta, quando comparada com o levantamento rea- lidade ambiental (Silva et al. 2003). lizado por Sick et al. (1987) na região de endemismo da Ano- A maioria das espécies das famílias Emberizidae e Frigilidae são dorhynchus leari (Figura 1), no Raso da Catarina, onde identificou caracterizadas como xerimbabos (aves criadas em gaiolas) (Sick, 132 espécies de aves. Contudo, foi ligeiramente mais baixo do que 1997). Sendo assim espécies susceptíveis a este tipo de pressão o levantamento de Lima et al. (2003) que registrou 191 espécies em antrópica. Identificou-se Sporophila albogularis e Paroaria domi- uma área de 20.000 ha, também no Raso da Catarina. nicana, consideradas endêmicas para o bioma da Caatinga e o O número elevado de espécies da família Tyrannidae é refe- registro de Sporagra yarrellii espécies indicada com status de vul- rente à ampla distribuição do grupo, podendo ocupar diferentes nerável de extinção pelo MMA (2003) e IUCN (2007) e citada no tipos de paisagens, bem como pela sua dieta insetívora, onde anexo II da CITES (2010). Sporagra yarrellii foi avistado em vege- este recurso alimentar no bioma da caatinga é o de maior abun- tação arbustiva espaçada em um bando de oito a dez indivíduos que dância para as aves, tais aspectos lhes oferecem maiores vanta- desciam para forragear e empoleirar no “velame” (Croton campes- gens (Sick 1997). Para a família Tyranidae destaca-se o registro tris St. Hil., Euphorbiaceae). de Suiriri suiriri, como novo registro para região de Canudos e Raso da Catarina. Conclusão Neste levantamento destacamos o registro de Thlypopsis sordida Trabalhos de inventário avifaunístico fornecem informações e Conirostrum speciosum, espécies encontradas em enclaves de flo- relevantes para a seleção de áreas prioritárias para a conservação. 44 Atualidades Ornitológicas On-line Nº 159 - Janeiro/Fevereiro 2011 - www.ao.com.br Apesar dos estudos com aves serem bem difundidos no Brasil, há Nascimento, J. L. X., I. L. S. do Nascimento & S. M. Azevedo-Junior (2000) ainda grandes lacunas sobre a distribuição, ecologia e biologia Aves da Chapada do Araripe (Brasil): biologia e conservação. Ararajuba, das aves da Caatinga. A presente pesquisa colabora com a identi- Londrina, 8(2): 115-125. ficação das espécies de aves da Estação Biológica de Canudos, Ministério do Meio Ambiente.
Recommended publications
  • Northeast Brazil Supreme Tour 28 Days
    (Ceará, Bahia, Alagoas, Pernambuco, Sergipe, Tocantins, Goiás, Minas Gerais) Guide: To Be Defined… Day Location (state) Comments 1 Fortaleza – Icapuí (200Km) Arrival and transfer. 2 Icapuí – Quixadá (240Km) AM Birding and transfer 3 Quixadá – Guaramiranga (120Km) AM Birding. Transfer. PM Birding. 4 Guaramiranga – Sobral (250Km) AM Birding. Transfer. PM Birding. 5 Sobral – Potengi (520Km) AM Birding and transfer. 6 Potengi – Crato – Canudos (430Km) Transfer. AM Birding. Transfer. 7 Canudos – União dos Palmares (500Km) AM Birding and transfer. 8 Murici Full Day Birding. 9 U. Palmares – Jaqueira - Tamandaré (200Km) AM Birding. Transfer. PM Birding. 10 Tamandaré – Estância (500Km) Transfer and PM Birding. 11 Estância – Lençóis (540Km) AM Birding and transfer. 12 Chapada Diamantina Full Day Birding. 13 Lençóis – Barreiras (470KmKm) AM Birding and transfer. 14 Barreiras – São Desidério – Palmas (580Km) AM Birding and transfer. 15 Palmas – Miranorte – Pium (300Km) AM Birding and transfer. 16 Canguçu Research Center (Pium) Full Day Birding. 17 Pium – São Domingos (700Km) Transfer and PM Birding. 18 São Domingos – Januária (600Km) AM Birding and transfer. 19 Januária – Botumirim (370Km) AM Birding and transfer. 20 Botumirim Full Day Birding. 21 Botumirim – Boa Nova (600Km) Transfer and PM Birding. 22 Boa Nova Full Day Birding. 23 Boa Nova – Itacaré (200Km) AM Birding and transfer. 24 Itacaré – Camacan (200Km) AM Birding and transfer. 25 Serra Bonita Reserve (Camacan) Full Day Birding. 26 Camacan – Porto Seguro (220Km) AM Birding and transfer. 27 Porto Seguro Full Day Birding. 28 Departure Departure Suggested period: From September to January Fortaleza (A), Icapuí (B), Quixadá (C) Guaramiranga (D), Sobral (E), Potengi (F), Crato (G), Canudos (H), União dos Palmares (I), Tamandaré (J), Estância (K), Lençóis (L), Barreiras (M), São Desidério (N), Palmas (O), Miranorte (P), Pium (Q), São Domingos (R), Januária (S), Botumirim (T), Boa Nova (U), Itacaré (V) , Camacan (W), Porto Seguro (X).
    [Show full text]
  • Análise Fitoquímica E Ensaios Biológicos De Plantas Da Caatinga
    UFAL INSTITUTO DE QUÍMICA E BIOTECNOLOGIA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO / EM QUÍMICA E BIOTECNOLOGIA Análise Fitoquímica e Ensaios Biológicos de Plantas da Caatinga Utilizadas Pelos Índios Pankarare da Estação Ecológica Raso da Catarina, município de Glória-Ba, Brasil. Edilson Alves dos Santos Universidade Federal de Alagoas Campus A. C. Simões Tabuleiro dos Martins 57.072-970 – Maceió-AL Universidade Federal de Alagoas Instituto de Química e Biotecnologia Programa de Pós-Graduação em Química e Biotecnologia PPGQB UFAL IQB EDILSON ALVES DOS SANTOS Análise Fitoquímica e Ensaios Biológicos de Plantas da Caatinga Utilizadas Pelos Índios Pankarare da Estação Ecológica Raso da Catarina, município de Glória-BA, Brasil. Maceió – AL 2011 EDILSON ALVES DOS SANTOS Análise Fitoquímica e Ensaios Biológicos de Plantas da Caatinga Utilizadas Pelos Índios Pankarare da Estação Ecológica Raso da Catarina, município de Glória-BA, Brasil. Tese de Doutorado apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Química e Biotecnologia da Universidade Federal de Alagoas, para a obtenção do Título de Doutor em Ciências. Área de concentração: Biotecnologia Sub-área: Produtos Naturais Orientador: Prof. Dr. Antônio Euzébio Goulart Sant’Ana Maceió – AL 2011 Catalogação na fonte Universidade Federal de Alagoas Biblioteca Central Divisão de Tratamento Técnico Bibliotecária Responsável: Helena Cristina Pimentel do Vale S237a Santos, Edilson Alves dos. Análise fitoquímica e ensaios biológicos de plantas da caatinga utilizadas pelos índios Pankarare da Estação Ecológica Raso da Catarina, município de Glória-BA, Brasil / Edilson Alves dos Santos. – 2011. 123 f. : il. grafs., tabs. Orientador: Antônio Euzébio Goulart Sant’Ana. Co-Orientadora: Isis Martins Figueiredo. Tese (doutorado em Química e Biotecnologia) – Universidade Federal de Alagoas.
    [Show full text]
  • The Redisc~Very of the Brazilian Three Ba~Ded A,Rmadillo and Notes on Its Conservation Status - , •~ ;;
    The redisc~very of the Brazilian three ba~ded a,rmadillo and notes on its conservation status - , •~ ;; Ilmar B. Santos Funda9ilo Biodiversitas, Rua Maria Vaz de Melo, 7L Belo Horizonte, MG 31260-110 l;lrazil. Gustavo A. B. da Fonseca Depart~mento de Zoologia, Instituto de Ciencias Biologicas, Universidade Federal de Minas Gerais, Av. Antonio Carlos, 6627. Belo Horizonte, MG 31270-110 Brazil. Sonia E. Rigueira Conservation International, Av. Antonio AbraMo Caram, 820/302. Belo Horizonte, MG 31275-000 Brazil. Ricardo B. Machado Funda9ilo Biodiversitas, Rua MariaVaz de Melo, 7L Belo Horizonte MG 31260-110 Brazil. Abstract A recent survey in the northern part of Bahia state, the most recent observations were from Coimbrac Brazil, has revealed the presence of Brazilian three Filho and Moojen in 1958 (Coimbra~Filho, 1972), banded armadillos Tolypeutes tricinctus, a species in the Alto Jaguaribe region (state of ·ceara) and that had not been seen alive by the scientific Barreiras (state of Bahia). As far back as 1964-68 a community for at least 20 years. The factors that led questionnaire used in the state of Bahia revealed to the decline of the species continue to operate, that T. tricinctus was already extremely rare and three-banded armadillos face an uncertain because of overhunting (Paiva, 1972) .. future. Intensive surveys in the presumed area of distribution of the species are urgently needed so Only six specimens with complete collecting I that a management plan for this endemic Brazilian information are known from the world's museums edentate can be developed. and recent studies throughout its distribution range failed to locate wild populations (Mares et al., Introduction Wetzel, 1981; A Langguth, pers.
    [Show full text]
  • Análise Temporal Da Cobertura Da Terra Na Esec Raso Da Catarina Através Do Uso De Imagens De Satélite
    ANÁLISE TEMPORAL DA COBERTURA DA TERRA NA ESEC RASO DA CATARINA ATRAVÉS DO USO DE IMAGENS DE SATÉLITE Uldérico Rios Oliveira1, Patrícia Lustosa Brito2, Mauro José Alixandrini Júnior2, Júlio César Pedrassoli2 e Ricardo Lustosa Brito3 1Universidade do Estado da Bahia - UNEB, Barreiras – BA, Brasil, [email protected]; 2Universidade Federal da Bahia - UFBA, Programa de Pós Graduação em Engenharia Civil – PPEC, Departamento de Engenharia de Transporte e Geodésia – DETG, Salvador-BA, Brasil. [email protected], [email protected], [email protected]; 3UFBA, Programa de Pós Graduação Ciência Animal nos Trópicos - PPGCAT, Salvador-BA, Brasil. [email protected]. RESUMO 1. INTRODUÇÃO O objetivo deste trabalho é avaliar mudanças ocorridas na A degradação do meio ambiente e o uso não sustentável dos cobertura da terra na região da Estação Ecológica - Esec recursos naturais têm sido algumas das preocupações Raso da Catarina nos últimos anos, a partir de imagens do recorrentes de vários cientistas no mundo inteiro [1]. Estes satélite. A Esec Raso da Catarina é uma Unidade de temas, de grande abrangência e complexidade, necessitam Conservação Federal de proteção integral, localizada entre cada vez mais da adoção de metodologias de monitoramento os municípios de Jeremoabo, Paulo Afonso e Rodelas, sistemático e sinóptico. Bahia, Brasil. Foram aplicadas técnicas de processamento As áreas da região da Estação Ecológica - Esec Raso da digital de imagens em cenas Landsat 5, 7 e 8, que distavam Catarina vêm sofrendo atividades conflitantes no seu uso e temporalmente em até 28 anos. Foram realizadas correções ocupação do solo de forma inadequada. geométricas e radiométricas, classificação não O estudo visa contribuir com a manutenção e conservação supervisionada por pixel com o classificador KMedias.
    [Show full text]
  • Plano De M Anejo
    Plano de Manejo de Plano Estação Ecológica Raso da Catarina Presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva Ministério do Meio Ambiente Marina Silva Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis Bazileu Margarido Neto Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade João Paulo Capobianco Superintendência Estadual do Ibama na Bahia – Gerência 1 Célio Costa Pinto Diretoria de Unidades de Conservação de Proteção Integral Júlio Cézar Gonchorosky Coordenadora do Bioma Caatinga Inês de Fátima Oliveira Dias Estação Ecológica Raso da Catarina Ely Enéas Florentino de Sousa Catalogação na Fonte Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis P126p Paes, Maria Luiza Nogueira Plano de manejo: Estação Ecológica Raso da Catarina / Maria Luiza Nogueira Paes e Inês de Fátima Oliveira Dias. – Brasília: Ibama, 2008. 326p.: il. color.; 29 cm Bibliografia ISBN 978-85-7300-277-5 1. Plano de manejo. 2. Estação Ecológica Raso da Catarina. 3. Bioma Caatinga. I. Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade. II. Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis. III. Título. CDU(2.ed.)502.4 Impresso no Brasil Printed in Brazil Maria Luiza Nogueira Paes Inês de Fátima Oliveira Dias Plano de Manejo Brasília, 2008 Instituto Chico Mendes Estação Ecológica de Conservação da Biodiversidade Raso da Catarina Este plano de manejo teve duas versões, a primeira foi elaborada com recursos do PNUD/ PROECOS, por Maria Angélica Garcia, seguindo o antigo roteiro metodológico de 1996. Esta versão final foi elaborada pelas técnicas da DIREC, Inês de Fátima Dias e Maria Luiza Nogueira Paes, conforme o Roteiro Metodológico de Planejamento – Parque Nacional, Reserva Biológica e Estação Ecológica – (GALANTE et al., 2002).
    [Show full text]
  • Ecorregião Raso Da Catarina E Entorno NE Da Bahia Mercator - Revista De Geografia Da UFC, Vol
    Mercator - Revista de Geografia da UFC E-ISSN: 1984-2201 [email protected] Universidade Federal do Ceará Brasil Moura Oliveira, João Henrique; Chaves, Joselisa Maria MAPEAMENTO E CARACTERIZAÇÃO GEOMORFOLÓGICA: Ecorregião Raso da Catarina e Entorno NE da Bahia Mercator - Revista de Geografia da UFC, vol. 9, núm. 20, septiembre-diciembre, 2010, pp. 217-238 Universidade Federal do Ceará Fortaleza, Brasil Disponível em: http://www.redalyc.org/articulo.oa?id=273619430015 Como citar este artigo Número completo Sistema de Informação Científica Mais artigos Rede de Revistas Científicas da América Latina, Caribe , Espanha e Portugal Home da revista no Redalyc Projeto acadêmico sem fins lucrativos desenvolvido no âmbito da iniciativa Acesso Aberto DOI: 10.4215/RM2010.0920. 0014 MAPEAMENTO E CARACTERIZAÇÃO GEOMORFOLÓGICA: Ecorregião Raso da Catarina e Entorno NE da Bahia Prof. Msc. João Henrique Moura Oliveira Curso de Geografi a DCHF-UEFS Av. Transnordestina, S/N Novo Horizonte CEP: 44.036.900 Feira de Santana (BA), Brasil Tel. (+55 75) 3224 8215 [email protected] Profª. Drª. Joselisa Maria Chaves [email protected] RESUMO Este artigo objetivou elaborar caracterização e mapeamento geomorfológico sistemático de parte da Ecorregião Raso da Catarina–BA e entorno utilizando metodologias de mapeamento geomorfológico consagradas em âmbito nacional (ROSS, 1990 e 1992), apoiado técnico-metodológicamente nas geotecnologias (SR e SIG). Como material principal para realização do mapeamento utilizou-se dados obtidos por Sensoriamento Remoto como o Modelo Digital de Ele- vação - MDE do Programa SRTM/ NASA resolução 90 m. A resolução do MDE foi refi nada para 30 m utilizando a krigagem, a partir desse gerou-se mapas de Declividade, Hipsometrico e Relevo Sombreado (produtos auxiliares para caracterização e mapeamento).
    [Show full text]
  • Baixar Este Arquivo
    1170 Brazilian Journal of Animal and Environmental Research Conflitos ambientais no entorno da estação ecológica raso da Catarina Environmental conflicts around the Catarina raso ecological station DOI: 10.34188/bjaerv3n3-036 Recebimento dos originais: 20/05/2020 Aceitação para publicação: 20/06/2020 Uldérico Rios Oliveira Mestre em Engenharia Ambiental Urbana pela Universidade Federal da Bahia – UFBA Instituição: Universidade do Estado da Bahia – UNEB, Departamento de Ciências Humanas – DCH, Campus IX, Colegiado de Engenharia Agronômica. Endereço: BR-242, KM 04, s/n - Flamengo, Barreiras - BA, Brasil. E-mail: [email protected] Patrícia Lustosa Brito Doutora em Engenharia de Transportes pela Universidade de São Paulo – USP Instituição: Universidade Federal da Bahia - UFBA, Escola Politécnica da UFBA, Departamento de Engenharia de Transportes e Geodésia da UFBA. Endereço: R. Aristides Novis, 02 - 60 andar - Federação, Salvador - BA, Brasil. E-mail: [email protected] Ricardo Lustosa Brito Doutor em Ciência Animal nos Trópicos pela Universidade Federal da Bahia – UFBA Instituição: UFBA, Escola de Medicina Veterinária e Zootecnia da UFBA. Endereço: Av. Adhemar de Barros, 500 – Ondina, Salvador – BA, Brasil. E-mail: [email protected] Pedro Cerqueira Lima Doutor em Ciência Animal nos Trópicos pela Universidade Federal da Bahia – UFBA Instituição: UFBA, Escola de Medicina Veterinária e Zootecnia da UFBA. Endereço: Av. Adhemar de Barros, 500 – Ondina, Salvador – BA, Brasil. E-mail: [email protected] RESUMO Este artigo busca identificar e caracterizar os conflitos ambientais presentes no entorno da Estação Ecológica - Esec Raso da Catarina - Esec Raso da Catarina, visando contribuir com a manutenção e conservação das áreas protegidas. O presente trabalho faz parte de um amplo estudo, a fim de contribuir com o equilíbrio da dinâmica ecológica que envolve a conservação da arara-azul-de-lear (Anodorhynchus leari), a palmeira licuri (Syagrus coronata) e o desenvolvimento sustentável das comunidades locais.
    [Show full text]
  • Vegetação: Áreas E Ações Prioritárias Para a Conservação Da Caatinga
    PARTICIPANTES DO SEMINÁRIO GRUPO TEMÁTICO FLORA Ana Maria Giulietti Coordenação Ana Luiza Du Bocage Neta Antônio Roberto Lisboa de Paula Vegetação: Dilosa Carvalho Barbosa Eliana Nogueira Everardo V. S. B. Sampaio Grécia Cavalcanti da Silva áreas e ações Isabel Cristina Machado Jair Fernandes Virgínio Leonor Costa Maia Luciana M. S. Griz prioritárias para Luciano Paganucci de Queiroz José Luciano Santos Lima Marcelo Athayde Silva a conservação Maria Angélica Figueiredo Maria de Jesus Nogueira Rodal Maria Mércia Barradas Maria Regina de Vasconcellos Barbosa da Caatinga Raymond M. Harley Sérgio de Miranda Chaves 113 André Pessoa Caatinga na estação chuvosa A vegetação do bioma Caatinga é pela presença de muitas espécies raras e bastante diversificada por incluir, além das endêmicas , e os refúgios montanhosos, caatingas, vários outros ambientes de formações rochosas, isolados no associados. Somente de caatingas são bioma. Os enclaves de caatinga existentes reconhecidas 12 tipologias diferentes, as fora do Nordeste são provavelmente de quais despertam atenção especial pelos grande relevância científica, contudo, a exemplos fascinantes de adaptação aos confirmação disso requer ainda mais hábitats semi-áridos. Tal situação pode informações. Nesse conjunto se so- explicar, em parte, a grande diversidade de bressaem as áreas situadas em Minas espécies vegetais, muitas das quais Gerais. endêmicas ao bioma. Estima-se que pelo A água, como um fator limitante na menos 932 espécies foram registradas na Caatinga, ressalta também a necessidade região, sendo 318 delas endêmicas. de preservação dos rios permanentes, os Encontram-se endemismos também em quais têm um papel proeminente por outros níveis taxonômicos, pois vinte prover de água, durante todo o ano, tanto gêneros de plantas são conhecidos apenas as espécies nativas das caatingas como as na Caatinga.
    [Show full text]
  • Raso Da Catarina (Ba)
    RELEVO COMO MARCADOR DO SOLO: ESTUDO NAS TERRAS INDÍGENAS PANKARARÉ – RASO DA CATARINA (BA) RODRIGUES, D.P. 1, 1 Licenciatura em Geografia e Bolsista de IC/CNPq – UEFS– BR 116, Km 3, Campus Universitário, Feira de Santana – BA, CEP 44031-460. Tel. (75) 3224 – 8294 [email protected]; Pesquisa vinculado aos Projetos Gestão Etnoambiental das Terras Pankararé, financiado pelo FNMA/MMA e Mapeamento de Solos e Etnossolos das Terras Indígenas Pankararé, financiado pela FAPESB. CHAVES, J.M. 2, 2 Professora Adjunto Área de Geociências – Depto. Ciências Exatas – UEFS [email protected] Pesquisa vinculado aos Projetos Gestão Etnoambiental das Terras Pankararé, financiado pelo FNMA/MMA e Mapeamento de Solos e Etnossolos das Terras Indígenas Pankararé, financiado pela FAPESB. RESUMO Historicamente têm-se observado a dependência do homem com o recurso solo, estando bastante evidenciada na atualidade devido à demanda de alimentos, e necessidade do uso racional desse recurso que é considerada como unidade estratificadora da superfície, onde as diversas esferas terrestres se interralacionam. Dessa forma, os estudos pedológicos devem ser trabalhados de forma interdisciplinar, considerando, por exemplo, as interrelações existentes entre Pedologia e o Meio Ambiente, nos diferentes aspectos fisiográficos e antrópicos. Assim, visando obter resultados das interrelações entre solo e relevo nas Terras Indígena Pankararé, situadas no Raso da Catarina, localizadas no estado da Bahia, desenvolveu-se uma metodologia para identificar essas relações, especificamente
    [Show full text]
  • Organização Das Comunidades Locais De Apoidea Em
    Camila Magalhães Pigozzo ORGANIZAÇÃO DAS COMUNIDADES LOCAIS DE APOIDEA EM UMA ÁREA DE CAATINGA, CANUDOS – BA SALVADOR - BA 2004 Universidade Federal da Bahia Camila Magalhães Pigozzo ORGANIZAÇÃO DAS COMUNIDADES LOCAIS DE APOIDEA EM UMA ÁREA DE CAATINGA, CANUDOS – BA Dissertação apresentada ao Instituto de Biologia da Universidade Federal da Bahia para obtenção do Título de Mestre em Ecologia e Biomonitoramento Orientadora: Profa. Dra. Blandina Felipe Viana SALVADOR - BA 2004 Pigozzo, Camila Magalhães Organização das comunidades locais de Apoidea em uma área de caatinga, Canudos – BA 86 p Dissertação (Mestrado) – Instituto de Biologia da Universidade Federal da Bahia, Departamento de Zoologia 1. Caatinga 2. Apoidea 3. Variáveis ambientais 4. Rede de interações Universidade Federal da Bahia. Instituto de Biologia Departamento de Zoologia COMISSÃO JULGADORA Prof. Dr. Márcio Zikán Cardoso Profa. Dra. Marina Siqueira de Castro Profa. Dra. Blandina Felipe Viana (Orientadora) Homologado em ___/___/2004 Dedico esse trabalho à pessoa que me ensinou que o mais vale na vida é amar, minha Voinha, Dona Joselita, para sempre presente no meu coração. “... e ali, logo em frente, a esperar pela gente, o futuro está. E o futuro é uma astronave que tentamos pilotar, não tem tempo, nem piedade, nem tem hora de chegar. Sem pedir licença, muda nossa vida e depois convida a rir ou chorar. Nessa estrada não nos cabe conhecer ou ver o que virá, o fim dela ninguém sabe bem ao certo onde vai dar. Vamos todos numa linda passarela de uma aquarela que um dia enfim descolorirá...” Toquinho & Vinicius de Morais AGRADECIMENTOS Particularmente, acho que o melhor momento de um trabalho é chegar ao fim e, ao confeccionar os agradecimentos, perceber que nunca estive só.
    [Show full text]
  • Geopoética Do Semiárido Brasileiro: a Estação Ecológica Do Raso Da Catarina Em Arquitetura & Canção
    Edição especial - Sociedade e ambiente no Semiárido: controvérsias e abordagens Vol. 55, p. 721-741, dez. 2020. DOI: 10.5380/dma.v55i0.73073. e-ISSN 2176-9109 DESENVOLVIMENTO E MEIO AMBIENTE Geopoética do Semiárido brasileiro: a Estação Ecológica do Raso da Catarina em Arquitetura & Canção Geopoethics of the Brazilian Semiarid: The “Raso da Catarina” Ecological Station in Architecture & Song Francisco Fernando Livino de CARVALHO1,2*, Luiza Corral Martins de Oliveira PONCIANO1 1 Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO), Rio de Janeiro, RJ, Brasil. 2 Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), Brasília, DF, Brasil. * E-mail de contato: [email protected] Artigo recebido em 22 de abril de 2020, versão fnal aceita em 4 de setembro de 2020, publicado em 18 de dezembro de 2020. RESUMO: A Geopoética oferece uma abordagem de construção do conhecimento que é ao mesmo tempo científca, flosófca e poética, sendo um campo pertinente para alicerçar novos produtos interpretativos para as unidades de conservação (UC) federais. O estudo preliminar para uma base de apoio à pesquisa na Estação Ecológica do Raso da Catarina (região de Paulo Afonso-BA) ilustra uma postura projetual que se contrapõe à corriqueira tendência arquitetônica de implantação de edifcações, que buscam se confgurar como uma “marca” na paisagem. Ao contrário, agindo geopoeticamente, desejamos que a edifcação venha a se materializar como uma “eclosão” das forças expressivas da Natureza daquele lugar, da paisagem que a receberá, concebendo uma edifcação o mais possível integrada ao local. Tal eclosão Geopoética vai além e entrelaça a Arquitetura com poemas e canções, por serem linguagens que se complementam e se retroalimentam na tradução das paisagens do semiárido brasileiro, com o intuito de promover um encantamento social pelas nossas áreas protegidas.
    [Show full text]
  • Análise Espacial Do Albedo De Superfície Na Estação Ecológica Raso Da Catarina - BA Iverson Lima Da Mota¹; Jocimara Souza Britto Lobão² 1
    Anais XVII Simpósio Brasileiro de Sensoriamento Remoto - SBSR, João Pessoa-PB, Brasil, 25 a 29 de abril de 2015, INPE Análise espacial do albedo de superfície na Estação Ecológica Raso da Catarina - BA Iverson Lima Da Mota¹; Jocimara Souza Britto Lobão² 1. Bolsista PIBIC/FAPESB, Graduando em Geografia, Universidade Estadual de Feira de Santana, e-mail: [email protected] 2. Orientadora, Departamento de Ciências Humanas e Filosofia, Universidade Estadual de Feira de Santana, e-mail: [email protected] Abstract This study aims to use remote sensing as a tool for understanding the environmental conditions of the Shallow Catarina Ecological Station, and it is in the northeastern state of Bahia, more specifically between the municipalities of Jeremoabo, Rodelas and Paulo Afonso (Polo of Jeremoabo), a region with a semiarid climate that contributes to enter the study area within the polygon of droughts. As the objective of this study conduct a spatial analysis of surface albedo in the Cataria Shallow Ecological Station.. To be able to perform this analysis Ecological Station (ESEC) Albedo of the surface corresponding to the reflectance of solar radiation by the Earth's surface (LIU, apud MACHADO, 2007, p.253) is used. Azevedo et. al. (1990) adds that the albedo changes demonstrates the coverage of the surface and is sensitive to the development cycle of the plant, the degree of vegetation cover, type and condition of soil moisture and air and cloud cover and so has become shown as an important technique in indicating susceptible to desertification process in semiarid regions (MACHADO, GALVÍNCIO and Oliveira, 2011), (Silva et al., 2010), (Silva Lopes and Azevedo, 2005) areas.
    [Show full text]