O Rodeio, Não Apenas Ouvir Suas His- Tórias
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Além dos oito segundos "MJTTPO-PQFTr5IBJT1FSSFHJM Além dos oito segundos Além dos oito segundos Alisson Lopes Thais Perregil L8641a Lopes, Alisson Além dos oito segundos / Alisson Lopes e Thais Perregil, 2014 302 p. ; 21 cm. Inclui bibliografia 1. Rodeio. 2. Cobertura jornalística. 3. Projeto experimental. I. Perregil, Thais. II. Universidade Estadual Paulista. Faculdade de Arquitetura, Artes e Comunicação. III. Título. CDD: 791.8 Copyright© Autor, 2014 Dedicamos esta obra a nossos pais, Adilson e Rosilene e Carlos e Maria de Lourdes e a nossos familiares Agradecimentos Esta obra é a concretização de quatro anos de estudos e repre- senta o início de uma etapa em nossas vidas, Alisson e Thais. Mas só pudermos alcançar nossos objetivos porque contamos com a colabo- ração de muitos colegas que conhecemos durante todo o período de coleta de dados, viagens, entrevistas e edição de todo nosso material. A todos esses colegas nosso agradecimento e gratidão por terem nos ajudado e feito parte de um momento tão importante em nossas vi- das pessoal e profissional. Primeiramente às nossas famílias que acreditaram em nossa ideia e nos deram todo o apoio necessário, mesmo não estando pre- sentes fisicamente sempre. Aos pais do Alisson, Adilson e Rosilene, e seu irmão Alexandre. E aos pais da Thais, Carlos de Maria de Lour- des, e sua irmã Tatiana. Eles representam a torcida de duas famílias por nosso sucesso. À nossa orientadora Maria Cristina Gobbi, que vibrou com nos- sas conquistas desde a primeira conversa e esteve presente para acal- mar nossas angústias e nos instigar a ir sempre além do esperado e acreditar nas mais loucas ideias. Aos nossos entrevistados, que foram solícitos em todos os mo- mentos e sempre se esforçaram para nos passar todas as informa- ções que precisávamos e foram além, nos permitindo muitas vezes vivenciar parte desse mundo do rodeio, não apenas ouvir suas his- tórias. São eles: Adriano Moraes, André Metzer, André Silva, Antô- nio Francisco Magnoni (Dino), Antônio Roberto Schella, Armando Garcia, Beto Lahr, Beto Vicentini, Carlo Napolitano, Chitãozinho & Xororó, Claudinha de Paulo de Faria, Cuiabano Lima, Edevaldo Ferreira, Enrique Moraes, Esnar Ribeiro, Flávio Junqueira, Gerardo Escobedo, Gustavo Martins de Oliveira, Hector Cardona, Hugo Re- sende Filho, J.B. Mauney, João Henrique Almeida, João Paulo Sales, João Rafael, Jorge dos Santos, José Américo Sichieri, José Sebastião Domingos (Seu Zequinha), José Uilson Freire, Júnior Zamperli- ne, Juraci da Silva, Kamila Oliveira, Kiko de Almeida Prado, Lane Warren Scolt, Lucas Teodoro (Gauchinho), Luiz Antônio de Nasci- mento, Marcelo Ortale, Marco Antônio Eguchi, Orivaldo Tenório de Vasconcelos, Otoniel Gonçalves da Silva, Paulo Ricardo, Piraci- cabano, Roberlei Luciano Val, Roberto Rivelino, Silvano Alves, Susi Freitas, Tiago Diogo de Faria, Tião Procópio, Vilmar Felipe, Wilson Goiano, Winston Quesenberry e Zi Biazi. Aos nossos patrocinadores, Ekip Rozeta, Festa do Peão de Co- lorado, PBR Brasil, Top Team Cup, cuja ajuda foi fundamental para que pudéssemos acompanhar os rodeios e assim termos conteúdo e conhecimento para nossa obra. Finalmente também gostaríamos de agradecer aos nossos cole- gas e professores do curso de jornalismo da Unesp. Sumário Prefácio ............................................................................... 11 A incrível jornada .............................................................. 13 Abertura ............................................................................. 21 Capítulo 1 O abrir das porteiras ......................................................29 Capítulo 2 O romper dos freios ........................................................73 Capítulo 3 Novos Bretes ................................................................. 135 Capítulo 4 Pulos mais altos ............................................................ 179 Capítulo 5 Estou no rodeio .............................................................225 Bibliografia ......................................................................289 Anexos .............................................................................. 297 Prefácio rodeio já é um senhor de mais de cem anos que nasceu nos O Estados Unidos e teve vários filhos. O primeiro foi o Ca- nadá, um filho obediente que uma vez em cada década formava um campeão mundial. Em meados de 1980, a Austrália, o segun- do filho, começou também a deixar o pai orgulhos gerando dois campeões mundiais. A Nova Zelândia e o México ainda seguem debaixo das asas do pai. Enquanto tudo isso acontecia um filho pobre da América do Sul começava a dar os primeiros passos, pois não tinha grana e o pai não sabia ao certo se era Argentina ou Brasil o nome do herdeiro. O Brasil começou a crescer, tendo o pai como modelo e em apenas três décadas ele ficou rico, bonito e sem dúvida nenhuma hoje é maior ou igual ao pai. O Brasil quebrou todos os recordes e ganhou tudo que tem pra ganhar no mundo. Agora após sessenta anos ou mais de vida esta história será contada para o mundo na ótica dos personagens que foram pro- tagonistas desta conquista. Todas as gerações, todas as alegrias e decepções navegam nestas páginas que de uma vez por todas con- tará a saga deste Brasil, que foi conhecido mundialmente como o rei do futebol e hoje, dentro de suas botas e debaixo de seu cha- péu, é a maior nação formadora de campeões mundiais de rodeio. 12 Além dos oito segundos A vontade e a energia de dois universitários, somados a mi- lhares de quilômetros e horas de gravações finalmente contará a verdade da festa do peão de boiadeiro. Pede pra abrir a porteira ou o primeiro capítulo, pois vai co- meçar a historia do maior cowboy do mundo... BRASIL Esnar Ribeiro, ex-peão de touros e comentarista da Top Team Cup A incrível jornada ra fim de novembro de 2012, o penúltimo ano da faculdade Eacabava e nós estávamos perdidos com os incontáveis tra- balhos de fim de semestre, mas um coisa nos preocupava ainda mais, o tema do temido Trabalho de Conclusão de Curso, cari- nhosamente apelidado de TCC. Em meio a tantas preocupações nossa solução foi sair para um rodeio no fim de semana. E o que pensar quando está em um rodeio se divertindo com os seus ami- gos? Essa pergunta pode ter várias respostas. Uns podem falar: temos que sair para a azaração, outros querem ficar e assistir as montarias, tem aqueles que somente querem ver os shows. Nosso pensamento foi mais longe, vamos fazer um livro contando a his- tória do rodeio, vamos fazer o nosso TCC sobre rodeio. Ao ler isto pode soar estranho, principalmente pensando em dois estudantes de jornalismo que inicialmente pouco entendiam sobre o tema. Duas pessoas com origens e culturas muito dife- rentes. Um deles, Alisson, nasceu em um sítio em uma pequena cidade do interior paulista, Olímpia. A outra, Thais, foi criada a vida toda na maior metrópole da América Latina, São Paulo, mas ao contrário do que muitos achavam, ela já tinha visto mais de um boi de perto na vida. Nós nos encontramos um Bauru para fazer a faculdade de jornalismo na Unesp. 14 Além dos oito segundos Bom, o tema estava decidido, mas como falar com profun- didade de um tema que a gente não conhecia e sem nenhum co- nhecido no meio? Veio então uma luz, lembramos que no mesmo rodeio em que decidimos nosso tema escutamos que um tropeiro aposentava um dos seus grandes destaques da tropa, esse tropeiro era o Júnior Zamperline e era dia da aposentadoria do Mistério. Esse sobrenome não era estranho para o Alisson e ele lembrou que seu grande amigo, Gabriel, tinha o mesmo sobrenome e, fe- lizmente, era primo daquele tropeiro que vimos na arena. O primeiro passo estava dado, tínhamos a possibilidade de contato com nossa primeira fonte, que é tudo na vida de um jornalista. Também tínhamos uma orientadora para o trabalho que tinha gostado da nossa ideia para a nossa surpresa (poucos jornalistas veem o rodeio positivamente). O Gabriel intercedeu nosso contato com o primo e lá fomos nós, nervosos, com um gravador e um bloquinho na mão para a nossa entrevista em uma lanchonete em Cajobi, cidade dos primos Zamperline. Logo nessa primeira entrevista já tivemos uma amostra do que tería- mos pela frente: muita gente para entrevistar e uma disposição de todos para nos ajudar que nunca imaginamos que teríamos. O povo do rodeio era bem diferente dos outros entrevistados que estávamos acostumados. Antes do nosso próximo rodeio ainda tivemos outro entrevis- tado que nos abriria muitos caminhos, o locutor Cuiabano Lima. Este nós entramos em contato pela internet mesmo e, uma pessoa que nós nunca tínhamos visto na vida, nos levou por um ‘city tour’ em Barretos, nos apresentou para um monte de gente e nos clareou um pouco mais a mente. Tivemos nosso primeiro contato com os Independentes, organizadores da festa de Barretos, com Marcelo Ortale, estilista das rainhas das festas de peão, e conhe- cemos o primeiro e o atual recinto de rodeio da cidade. As horas de gravação de áudio já nos pareciam eternas. A incrível jornada 15 Finalmente, chegou o dia do nosso primeiro rodeio. Mal sa- bíamos que seriam os primeiros dos infinitos quilômetros que teríamos que percorrer durante todo o ano. Malas feitas, carro revisado e um mapa, mas não muito confiável e que sempre nos colocaria em outros caminhos. Nosso primeiro rodeio para o TCC foi em Colorado, Paraná, o mais longe que fomos. O primeiro fato jornalístico que a Thais percebeu era como o fumo estava presente na vida daquele povo do rodeio. Conhecemos o presidente da festa, o senhor José Américo, que nos apresentou para os peões e fizemos nossas primeiras entrevistas com eles, ain- da meio sem jeito. Mas naquele dia percebemos que todos os peões podem ser divididos em dois grupos: os que amam o microfone e os que odeiam e nós aprendemos a conversar com cada um deles. Nessa mesma festa conversamos com André Metzker, comentaris- ta da Professional Bull Riders, PBR, e ele nos ensinou o que é girar na mão e na contra mão (o que depois vimos que foi muito útil) e também vimos pela primeira vez que os bretes, que ficam atrás das arenas, são abertos para o público ver o que acontece e tirar fotos.