Hermano José Marques Cintra.Pdf
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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM TECNOLOGIAS DA INTELIGÊNCIA E DESIGN DIGITAL HERMANO JOSÉ MARQUES CINTRA A NOVA POTÊNCIA DA COOPERAÇÃO: efeitos da interatividade digital na ação coletiva empreendedora São Paulo - SP 2016 HERMANO JOSÉ MARQUES CINTRA A NOVA POTÊNCIA DA COOPERAÇÃO: efeitos da interatividade digital na ação coletiva empreendedora Tese apresentada à Banca Examinadora da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, exigência parcial para obtenção do título de Doutor em Tecnologias da Inteligência e Design Digital. Área de concentração: processos cognitivos e ambientes digitais Orientador: Profa. Dra. Maria Lucia Santaella Braga. São Paulo – SP 2016 ERRATA CINTRA, H J M. A Nova Potência da Cooperação: efeitos da interatividade digital na ação coletiva empreendedora. (Tese de Doutorado) Pontifícia Universidade Católica de São Paulo - Programa de Tecnologias da Inteligência e Design Digital, 2016. Folha (página) Linha Onde se lê: Leia-se: 19 (s/n) 4 <http://www.hcintra.com.br/linksdoutorado> <http://www.hcintra.com/linksdoutorado> 385 (355) 4 <http://www.hcintra.com.br/biBliodoutorado> <http://www.hcintra.com/biBliodoutorado> (Os endereços não possuem a terminação “.br”) Autorização de Publicação Autorizo a reprodução total ou parcial desta tese por processos de fotocópia ou eletrônicos para fins acadêmicos, científicos e educacionais, desde que citada a fonte. São Paulo, 28 de junho de 2016 Convite ao diáloGo O trabalho aqui apresentado procura entender a cooperação em ambiente digitais, portanto, não poderiam faltar meus localizadores digitais e meu convite à discussão dos temas abordados: Email: hcintra (em) hotmail.com Skype: hermano (ponto) cintra Site: www.hcintra.com Folha de Assinaturas da Banca Examinadora Profa. Dra.: Maria Lucia Santaella Braga (orientadora) Prof. Dr.: Prof. Dr.: Prof. Dr.: Prof. Dr.: À memória de meu pai, um homem bom, justo e sábio. Registro meu agradecimento à Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), fundação do Ministério da Educação (MEC) do Governo Federal do Brasil, por haver me agraciado com uma bolsa de estudos integral no âmbito do Programa de Suporte à Pós-Graduação de Instituições de Ensino Particulares (PROSUP) no período de 2013 a 2015. AgradeCimentos Acima de tudo e de todos, agradeço mil vezes à minha querida esposa, Satomi Nanba. Esta tese não teria sido possível sem sua constante parceria, paciência e estímulo. Seu companheirismo foi inabalável nos momentos mais difíceis, de desalento, desespero e cansaço. Também agradeço a paciência e o carinho de meus filhos, Thomas e Sophia. Não foi fácil aguentar o pai ensandecido nesses últimos meses. O amor dos três foi o combustível essencial da jornada. Agradeço à minha orientadora, Lucia Santaella, pelo aprendizado contínuo dentro e fora da sala de aula. Fui inspirado por sua paixão pelos ideais, pelo rigor de seu pensamento, pela generosidade do diálogo franco, realizado à maneira dos pares, muito embora sua elevada estatura intelectual e experiência. Devo a ela boa parte da sustentação teórica deste texto. Por seu intermédio, tive acesso à fenomenologia do grande filósofo americano Charles Sanders Peirce, que tomou papel de suma importância na articulação de meu pensamento. Além disso, sob sua liderança, tive diversas oportunidades adicionais de pesquisa, especialmente nas investigações conduzidas no Grupo de Pesquisa Sociotramas, que, inclusive, materializaram-se na forma de um capítulo sobre a fluência digital em livro por ela organizado. A gratidão faz-se ainda mais intensa em função de sua plena confiança face a meus esforços, apesar dos atrasos constantes de minhas entregas. Agradeço aos professores do Programa de Pós-Graduação em Tecnologias da Inteligência e Design Digital. Foram bons cursos, diversos seminários e palestras enriquecedoras. Agradeço, especialmente, ao professor Nelson Brissac pela oportunidade de contribuir com os meus conhecimentos profissionais para seu fantástico projeto ZL Vórtice. Agradeço aos membros da banca de qualificação, professores Demi Getschko e Rogério da Costa (com quem já tenho longa dívida de gratidão pela orientação de meu mestrado), por seus conselhos e incentivo. Agradeço aos colegas do Sociotramas. A troca de conhecimento no grupo foi, além de estimulante, habitualmente prazerosa. Também tenho dívida de gratidão com diversos colegas de trabalho ao longo da vida profissional, aprendi com eles mais do que imaginam. Particularmente, preciso agradecer a meu velho amigo Francisco Yonamine, sem o qual a pesquisa paralela sobre os eventos relacionados ao ativismo digital não teria acontecido. De maneira especial, quero agradecer a Howard Rheingold, além do inestimável valor da leitura de seus livros, devo a ele meu despertar para o tema da cooperação, o privilégio de acompanhar sua investigação ao longo dos anos e dois de seus cursos sobre o mesmo tema. Finalmente, agradeço de todo coração aos meus pais. Primeiro, a meu pai, Sebastião Hermano Leite Cintra, a quem dedico este volume e que se foi durante o período da pesquisa muito tristemente. Sua sabedoria, perspicácia e caráter são inspirações eternas. Em seguida, a minha mãe, Anna Maria Marques Cintra, cuja carreira acadêmica é um exemplo maior em muitos sentidos. Minha curiosidade intelectual descende da sua, o que é motivo de muito orgulho. Resumo CINTRA, H. J. M. A nova potênCia da Cooperação: efeitos da interatividade digital na ação coletiva empreendedora. (Tese de doutorado) São Paulo: Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. 2016. 394 f. As comunidades de desenvolvimento de software livre produzem objetos complexos organizando sua ação coletiva por meio de mecanismos de interatividade digital. Algumas delas envolvem centenas, ou até milhares, de programadores e, por vezes, milhões de linhas de código. A cooperação alcança uma nova potência. A pesquisa recolhe evidências das práticas de interatividade digital de um amplo conjunto de projetos de software livre. Demonstra como transformações no processo de comunicação constituem os vínculos sociais necessários às ações coletivas organizadas via internet. O levantamento e a análise estão alicerçados em um modelo para compreensão da fluência digital inspirado na fenomenologia de Charles Peirce e na epistemologia do design institucional de Elinor Ostrom associada uma releitura da natureza da firma. Antes da exposição do método, o texto apresenta o fenômeno em discussão (cooperação), o objeto em estudo (comunidades de desenvolvimento de software livre), e o universo da pesquisa (cultura digital). O primeiro elemento segue por um panorama crítico do embate entre as narrativas da cooperação e competição. O segundo passa por detalhada análise, incluindo as questões da motivação dos participantes, das qualidades do produto técnica, de sua perspectiva política (interna e externa), de sua natureza econômica (bem e produção) e da própria interatividade digital, tema da tese defendida pelo texto. Para o terceiro, a discussão faz sucessivos estreitamento de foco, partindo dos quatro conceitos-chaves da cultura digital identificados por Lucia Santaella, orientadora da presente pesquisa – pós-humano, hibridismo, fluidez, ubiquidade –, caminha pelas comunidades virtuais, pelo ativismo político online, para chegar à cultura hacker, berço do software livre. O estudo desses três elementos e o trabalho com instrumentos metodológicos escolhidos permitiram comprovar o elevado patamar de fluência nas práticas de interatividade digital evidenciadas. O framework da análise institucional foi aplicado ao desenvolvimento de software livre, destacando três diferentes momentos e formatos das contribuições coletivas: formativas (novos projetos), extensivas (novas funções), e de ajuste. A pesquisa conseguiu associar a comunicação digital com suas potências expressiva, afetiva e cooperativa, demonstrando como os diálogos muitos-muitos alteram a escala e o alcance, como a permanência do registro reconstitui a confiança, como as interlocuções assíncronas remodelam as atividades coordenação, e como espaços de interação mais complexos possibilitam novos modelos de governança da ação coletiva. Muitos outros estudos foram realizados sobre temas conexos, diversos deles citados. O presente trabalho pretende preencher uma lacuna no exame do fenômeno como tecnologia da inteligência no âmbito da teoria da comunicação. Somente esta perspectiva permitiu concluir a pesquisa com a proposição de sete princípios de design interatividade digital para a ação coletiva empreendedora e cooperativa: (1) fomente da fluência digital; (2) especialize os espaços de interação; (3) utilize uma moderação ativa; (4) espelhe as funções produtivas no digital; (5) exercite completa transparência; (6) explicite o mérito; e (7) viabilize a iniciativa aberta e múltipla. Palavras-chave: Cooperação. Interatividade digital. Fluência digital. Ação coletiva. Software livre. Comunicação. Design digital. Tecnologias da inteligência. AbstraCt CINTRA, H. J. M. THe new power of Cooperation: effects of digital interactivity in entrepreneurial collective action. (Doctorate thesis) São Paulo: Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. 2016. 394 f. Free software development communities produce complex objects organizing their collective action through mechanisms of digital interactivity. Some of them reach hundreds, even thousands, of programmers, working on, sometimes, millions lines of code. Cooperation is taken to a new level. The research has collected evidence of digital interactivity