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RODRIGUÉSIA Revista do Jardim Botânico do Rio de Janeiro Volume 57 Número 1 2006 RODRIGUÉSIA Revista do Jardim Botânico do Rio de Janeiro

Volume 57 Número 1 2006

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I 0301377-4 INSTITUTO DE PESQUISAS JARDIM BOTÂNICO DO RIO DE JANEIRO Rua Jardim Botânico 1008 - Jardim Botânico - Rio de Janeiro - RJ - Tel.: 3204-2519 - CEP 22460-180

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Edição eletrônica: www.jbrj.gov.br

Presidência da República Rodriguésia LUÍS INÁCIO LULA DA SILVA A Revista Rodriguésia Presidente publica artigos e notas científicas em todas as áreas da Biologia Vegetal, bem como em História da Botânica e atividades Ministério do Meio Ambiente ligadas a Jardins Botânicos. MARINA SILVA Ministra

CLÁUDIO LANGONE Secretário Executivo Ficha catalográfica:

Instituto de PesquLsas Jardim Botânico do Rio de Janeiro Rodriguésia: revista do Jardim Botânico do Rio de Janeiro. - LISZT VIEIRA Vol.l, n.l (1935) - .- Rio de Janeiro: Instituto de Presidente Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro, 1935-

LEANDRO FREITAS v. : il. ; 28 cm. Gestor do Corpo Editorial Quadrimestral Inclui resumos em português e inglês ISSN 0370-6583 Corpo Editorial 1. Botânica I. Instituto de Pesquisas Jardim Botânico Editora-chefe do Rio de Janeiro Rafaela Campostrini Forzza, JBRJ - Editor-assistente CDD 580 - 58(01) Vidal de Freitas Mansano, JBRJ CDU

Editores de Área Editoração Ary Teixeira de Oliveira Filho, UFLA Carla M. M. Molinari Gilberto Menezes Amado Filho, JBRJ Lana da Silva Sylvestre, UFRRJ Edição on-line Mareia de Fátima Inácio Freire, JBRJ Renato M. A. Pizarro Drummond Montserrat Rios Almeida, FOMRENA, Equador Ricardo Cardoso Vieira, UFRJ Secretária Tânia Sampaio Pereira, JBRJ Georgina M. Macedo Editorial

G^reste volume da Rodriguésia é publicado um conjunto de onze artigos que se caracterizam pela diversidade de temas, enfoques e abrangência geográfica. Dentre estes, cinco possuem mais de 1 5 páginas. Tal fato reflete a política editorial da revista, bem como uma das vocações das publicações do Jardim Botânico do Rio de Janeiro, que é possibilitar a divulgação de resultados de estudos de longa duração e oriundos de teses e dissertações.

Ampliar a representatividade de instituições nacionais e estrangeiras entre os colaboradores da Rodriguésia é um dos objetivos principais do Corpo Editorial em 2006.

Para tal, consolidamos a publicação eletrônica com acesso livre e ampliamos a permuta e distribuição da revista impressa. Mais além, manteremos a iniciativa de organizar volumes temáticos com convite amplo, tal qual realizado no ano anterior. Em 2006 será publicado o segundo volume sobre a Flora da Reserva Ducke e em 2007 está planejado um volume especial sobre estudos em leguminosas, para o qual podem ser encaminhados manuscritos até agosto próximo.

Finalmente, informamos que, a partir deste número, os volumes serão numerados de

1 a 3 e as páginas serão seqüenciais, de modo a facilitar a indexação e busca de artigos.

Leandro FreitasRafaela Campostrini Forzza Gestor do Corpo EditorialEditora-chefe SUMÁRIO/CONTENTS

MlCROMORFOLOGÍA Y ESTRUCTURA DE LA CUBIERTA SEMINAL DE CUATRO ESPÉCIES DE LOASACEAE JUSS. PRESENTES EN VENEZUELA / SEED COAT MICROMORPHOLOGY AND STRUCTURE OF FOUR OF LOASACEAE JUSS. PRESENT IN VENEZUELA Eliana Noguera & Damelis Jáuregui1

Tricomas foliares em espécies de Croton L. (Crotonoideae-Euphorbiaceae) / Foliar trichome in Croton L. (Crotonoideae-Euphorbiaceae) Maria de Fátima de Araújo Lucena&Margareth Ferreira de Sales11

Leguminosae arbustivas e arbóreas da floresta atlântica do Parque Nacional do Itatiaia, sudeste do Brasil: padrões de distribuição / Woody Leguminosae in the Atlantic Forest of the Itatiaia National Park, southeastern Brazil: distribution patterns Marli Pires Morim27

Flora da ParaIba, Brasil: L. () / Flora of Paraíba, Brazil: Tillandsia L. (Bromeliaceae) Ricardo Ambrósio Soares de Pontes & Maria de Fátima M. F Agra47

Fragmentação florestal: breves considerações teóricas sobre efeitos de borda / Forest fragmentation: brief theoretical considerations about edge effects Pablo José Francisco Pena Rodrigues & Marcelo Trindade Nascimento 63

Solanaceae na Reserva Rio das Pedras, Mangaratiba, Rio de Janeiro - Brasil / Solanaceae of the Rio das Pedras Reserve, Mangaratiba, Rio de Janeiro - Brasil Lúcia d'A. Freire de Carvalho & Massimo G. Bovini 75

Duas espécies novas de Polygala L. (Polygalaceae ) para o Brasil / Two new species of Polygala L. (Polygalaceae) in Brazil Maria do Carmo Mendes Marques& José Floriano Barêa Pastore99 Composição florIstica do compartimento arbóreo de cinco remanescentes florestais do maciço do Itatiaia, Minas Gerais e Rio de Janeiro / Species composition of the tree flora of five forest fragments of the itatiaia mountain range, south-east brazil Israel Marinho Pereira, Ary T. Oliveira-Filho, Soraya Alvarenga Botelho, Warley Augusto Caldas Carvalho, Marco Aurélio Leite Fontes, Ivan Schiavini & Alexandre Francisco da Silva 103 Novidades taxonômicas em espécies brasileiras de Crotalaria sect. Calycinae Wight & Arn. (Leguminosae-Papilionoideae) / Taxonomic novelties in Brazilian species of Crotalaria sect. Calycinae Wight & Arn. (Leguminosae-Papilionoideae) Andreia Silva Flores, Andréa Martinelli FiMiertaz& Ana Maria Goulart de Azevedo Tozzi 127

Acácia globosa e Acácia limae, duas novas espécies de Leguminosae-Mimosoideae para o Brasil / Acácia globosa and Acácia limae, two new species of Leguminosae-Mimosoideae in Brazil Ana Luiza Du Bocage & Silvia Teresinha Sfoggia Miofto 131 Annonaceae da Reserva Biológica da Represa do Grama, Descoberto, Minas Gerais, Brasil, com uma nova espécie, Unonopsis bauxitae I Annonaceae of the Reserva Biológica da Represa do Grama, Descoberto, Minas Gerais, Brazil, with a new species, Unonopsis bauxitae Adriana Quintella Lobão, Rafaela Campostrini Forzza & Renato de Mello-Silva 137 MlCROMORFOLOGÍA Y ESTRUCTURA DE LA CUBIERTA SEMINAL DE CUATRO ESPÉCIES DE LOASACEAE JUSS. PRESENTES EN VENEZUELA Eliana Noguera] & Damelis Jáuregui1 Rksumo (Micromorfología y estructura de Ia cubierta seminal de cuatro espécies de Loasaceae Juss. presentes en Venezuela) Se realizo ei estúdio morfológico y anatômico de Ia cubierta seminal de Gronovia scandens L„ Klaprotlüa fasciculata (Presl.) Poston & Nowicke, Mentzelia áspera L., y Nasa triphylla (Juss.) Weigend, espécies pertenecientes a las Loasaceae. EI estúdio se llevó a cabo con material fresco y material herborizado. La caracterización morfológica se realizo bajo microscópio estereoscópico. Para Ia caracterización histológica se obtuvieron secciones transversales y longitudinales las cuales se estudiaron bajo un microscópio óptico, adicionalmente se realizaron pruebas histoquímicas. La micromorfología de Ia cubierta seminal fue observada en un microscópio electrónico de barrido. Se encontraron diferencias en ei tamano, color y forma de las semillas, con las cuales se puede diferenciar facilmente cada una de las espécies. En ei estúdio de Ia microescultura y Ia anatomia de Ia cubierta seminal también se observaron rasgos específicos que permiten diferenciar las cuatro espécies estudiadas. Palavras-chave: Loasaceae, cubierta seminal. Abstract (Seed coat micromorphology and structure of four species of Loasaceae Juss. present in Venezuela) Was carried out the morphological and anatomical study of the seed coat of Gronovia scandens L„ Klaprotlüa fasciculata (Presl.) Poston & Nowicke, Mentzelia áspera L„ and Nasa triphylla (Juss.) Weigend, species belonging to the Loasaceae. The study was carried out with fresh material fresh and herbarium material. The characterization morphological was carried out low microscope estereoscópico. For the characterization histological transverse and longitudinal sections those were obtained which were studied under an light microscope, additionally they were carried out histochemical assays. The micromorphology of the seed coat was observed in a scanninig electronic microscope. They were ditferences in the size, color and it forms of the seeds, with which it can dilfer each one of the species easily. In the study of the microsculpturing and the anatomy of lhe seed coat specific features were also observed that allow to differentiate the four studied species. Key-words: Loasaceae, seed coat.

I INTRODUCCIÓN três espécies en las Islãs Marquesas de Loasaceae, se distingue de otras famílias Polinesia (Dandy 1926; Weigend 2002). En relacionadas, por sus tricomas de forma Venezuela, Ia família está representada por multicelular y usualmente urticantes, por los cuatro gêneros (Gronovia, Klaprothia, variados tipos de estaminódios, por los pétalos Mentzelia y Nasa) y 11 espécies, con frecuentemente cóncavos y las cápsulas distribución principalmente ai norte y en lu zona valvadas, espiraladas (Lawrence 1989). Esta andina. En Ia actualidad luegode reevaluaciones família inciuye aproximadamente 20 gêneros realizadas por Weigend (1997) para ei gênero y 325 espécies distribuídas principalmente a Io Nasa, las espécies dei gênero Loasa presentes largo de América, y solo dos gêneros fuera en Venezuela se incluyeron dentro dei gênero dei continente, ei gênero Kissenia con dos Nasa. espécies en ei sur oeste de África, sur de De acuerdo a Ia clasificación propuesta Arábia y Somália, y ei gênero Plakothira con por Weigend (1997), Loasaceae está conformada Artigo recebido em 03/2(X)4. Aceito paia publicaçloen) 06/2003, 'Postgrado en Botânica Agrícola, Facultad de Agronomia, Univcrsidad Central de Vene/.ucla, Prolongaeión Av. 14 de Abril, Zona Universitária, apartado postal 4579, Estado Aragua, Maracay, 2101. 'Laboratório "Prol". de Anatomia Vegetal Antônio Fcrnández" Instituto de Botânica Agrícola, Facultad de Agronomia, Universidad Central de Venezuela, Prolongaeión Av. 19 de Abril. Zona Universitária, Via El Limón, apartado postal 4579, Estado Aragua. Maracay, 2101. [email protected] Noguera, E. <$ Jáuregui.D. cuatro subfamilias: por Gronovioideae, scandens P. Montaldo 3648 Loasoideae, Mentzelioideae (MY); Klaprothia y Petalonychoideae. fasciculata L.R.T. & J.A.D. En el 11798 (MERF); presente trabajo se estudiarán las Mentzelia áspera espécies L. Cárdenas 1941 (MY) y Gronovia scandens (Gronovioideae), Nasa triphylla Klaprothia CE. Benitez 1737 (MY). fasciculata (Loasoideae), También se usó material Mentzelia áspera de colecciones (Mentzelioideae) y Nasa propias. triphylla (Loasoideae). En Venezuela no se Para estudiar las características han realizado investigaciones con relación a Ia morfológicas de las semillas de cada espécie morfologia y/o Ia anatomia de las semillas de se utilizo material fijado en las espécies de Ia FAA y material de família Loasaceae; sin herbário. Para embargo, determinar el tamano de las a nivel mundial existen trabajos sobre semillas se midió el largo y el ancho de las Ia semilla, pero basados exclusivamente en Ia mismas con papel milimetrado, bajo el cubierta seminal; en tales estúdios se ha microscópio estereoscópico. La descripción de demostrado que Ia morfologia de Ia semilla, en Ia forma de las semillas Ia textura este grupo, tiene importância taxonômica y de sus (Hill superfícies se realizo siguiendo Ia terminologia 1976; Poston & Shetler 1984; Hufford 1988). Además propuesta por Lindley (1951). El color de las de su importância reproductiva semillas taxonômica, y se determino con Ia carta de colores las semillas de las espécies de Methuen Handbook of Colour de Loasaceae, tienen importância medicinal, Kornerup & ya Wanscher (1978). que estúdios químicos has demostrado que Para Ia realización dei estúdio espécies pertenecientes a las subfamilias histológico de cada una de las espécies, Loasoideae y Mentzelioideae se extrajeron presentan manualmente, las semillas iridoides, (Kooiman 1974; S0ren, de los frutos etal. 1981- maduros se Müller et ai y seleccionaron três semillas por 1999); estos compuestos están espécie, siendo empleados farmacológicamente provenientes de diferentes colecciones. para En el caso sintetizar ingredientes de G. scandens las semillas no activos promisorios en fueron extraídas de los frutos, debido a Io el tratamiento dei câncer y dei HIV (Molgard delicada de Ia cubierta seminal et ai 2001). Además de esto, exploradores de las mismas y y a su difícil separación dei botânicos reportaron semillas dei fruto. Una vez que gênero seleccionadas las semillas Mentzelia fueron importantes en se hidrataron durante Ia dieta de 24 horas en água los aborígenes americanos destilada, luego se colocaron nativos en el en agua-glicerina noroeste, centro (1:3) durante 72 horas. y suroeste de los Estados Posteriormente Unidos (Hill 1976). se hirvieron por 10 minutos en água destilada Dada Ia importância y fueron colocadas en etanol citada y sumado ai 50% hecho durante três horas. Seguido se realizo Ia de que han sido poço estudiadas las deshtdratación de las muestras semillas de las espécies Gronovia scandens, con una serie ascendente de alcohol Klaprothia fasciculata, Mentzelia butílico terciario (TBA), áspera y luego se infiltro Nasa triphylla, se e incluyó en paraplast (Johansen justifica emprender este 1940). estúdio, Después de incluído el material; se con el fin de conocer en detalle Ia anatomia de las mismas procedió a seccionarlo entre 7-10 u.m en el y detectar caracteres micrótomo con valor taxonômico de rotación. Las secciones se tineron posible para Ia família con Loasaceae. azul de toluidina acuosa ai 0,05%, sin desparafinar previamente (Sakai, 1973) y se montaron en Materiales y bálsamo de Canadá, obteniendo Métodos así lâminas permanentes. Todas las lâminas Se trabajó principalmente con material de preparadas fueron observadas en un los herbários (MY) MERF); las y colecciones microscópio óptico marca Leitz, modelo utilizadas fueron las siguientes: HM- Gronovia LUX3, realizando descripciones cualitativas.

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Para efectuar las pruebas histoquímicas se espécies donde se presentan varias semillas utilizaron lâminas con secciones sin tenir. Las por fruto; en este último caso, se observo en secciones se cubrieron con los reactivos ocasiones, ligeras variaciones de Ia forma entre correspondientes para cada prueba. Para las semillas de un mismo fruto. Con relación a identificar lignina se utilizo floroglucinol ai 1 % Ia forma en G. scandens y N. triphylla las en etanol ai 96 %, para ello se adiciono una semillas son ovóides, en K. fasciculata son gota de floroglucinol sobre Ia sección y luego de forma elipsoidal y en M. áspera son se le adiciono ácido clorhídrico, se detecto Ia piriformes. En cuanto ai color G. scandens se presencia de este compuesto por Ia aparición diferencia dei resto por su tono verde grisáceo de una coloración roja (Roth 1964). En ei caso y se observa Ia dominância dei color marrón, de almidón se usó yodo yoduro de potasio, Ia en K. fasciculata las semillas son marrón molécula de este componente ai penetrar en claro, en M. áspera son marrón y en N. ei almidón Io colorea de violeta a negro (Roth triphylla son marrón oscuro. La forma de las 1964). Se detecto Ia presencia de lípidos con semillas, aunada a cualquiera de las otras dos Sudan IV, preparando este último con etanol características permite diferenciar las cuatro ai 80%, Ia presencia de sustancias grasas se espécies; a pesar de que las semillas de G. detecta por Ia aparición de un color naranja scandens y N. triphylla son ovóides. (Johansen 1940). En cuanto a Ia micromorfología de las Para ei estúdio de Ia micromorfología de semillas, destacan las siguientes características Ia cubierta seminal, se tomaron de muestras para cada una de las espécies: En las semillas de frutos maduros y de herbário, dos semillas de G. scandens se observan suaves por cada espécie. Una vez seleccionadas las depresiones irregulares (Fig. 1 y 2). En ei caso semillas fueron metalizadas con una capa de de las semillas de K. fasciculata Ia superfície 15-35 nm de oro-paladio en un metalizador Bal- de Ia cubierta seminal se distingue por Tec SCB 050. Posteriormente fueron presentar células alargadas longitudinalmente, observadas y fotografiadas en un microscópio con estriaciones perpendiculares ai eje mayor electrónico de barrido Hitachi S-2300. de las mismas y células papilosas distribuídas ai azar (Fig. 3) asimismo, se debe destacar que Resultados en uno de los extremos de Ia semilla este patrón Ia Las semillas de las cuatro espécies cambia, observándose las células con superfície ligeramente verrucosa (Fig. 4). Con estudiadas, presentan rasgos diferentes en relación a Ia cubierta seminal de M. áspera, cuanto a su morfologia y anatomia, que está células alargadas dispuestas en permiten su fácil reconocimiento. presenta En cuanto a las características hileras, las cuales a su vez presentan terminan en morfológicas de las semillas estudiadas se estriaciones perpendiculares, que forma tuberculada (Fig. 6) principalmente hacia pueden senalar que ei tamano de las semillas los de las semillas 5). Y en las es variable, sin embargo, tienden a ser extremos (Fig. semillas de N. triphylla Ia superfície de Ia pequenas; las semillas de mayor tamano son seminal con células las de G. scandens de 3 mm de largo x 1,7 cubierta es reticulada, de diferentes tamanos contornos mm de ancho y las de menor tamano son las poligonales, y ligeramente ondulados (Figs. 7 8). de K. fasciculata de 0,8 mm de largo x 0,5 y En cuanto a los caracteres estrucliirales mm de ancho, con valores intermédios N. en las semillas de G. scandens Ia testa está triphylla 1-1,5 mm de largo x 0,5-0,8 mm de conformada por dos capas (Fig. 9). La ancho y M. áspera de 2,5-2,8 mm de largo x capa de células 1,2-1,4 mm de ancho, es importante destacar primera parenquimatosas, isodiamétricas, relativamente grandes con las que en ei caso de G. scandens solo se presenta paredes periclinales externas ligeramente una semilla por fruto, a diferencia de las otras Rodriguésia 57 (I): 1-9. 2006 Noguera. E. & Jáuregui.D.

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WiV Mi pítü Micrografías V ai MEB de semillas de cuatro esnecie, - -tese extremo de la H^rnSÍSS^tÍ!^Z T^ í^*"*" asterisco*). 6- Dctalle ' "^ Cé'U'as dela cubierta seminal de M asneroZIrZ i T7"' paPilosas &»*»*¦ con <«)¦?-Vista general de/,,W,^^^ V*reiicuiaua. 8) Detalle de la cubierta seminal de N triphylla.

Rodriguésia 57 (1): 1-9. 2006 Cubierta seminal de Loasaceae convexas y las paredes anticlinales rectas. La engrosadas y contenido citoplasmático segunda capa de células parenquimatosas relativamente denso. Las paredes periclinales relativamente pequenas, de diferentes tamanos, externas son irregulares y las paredes de menor espesor que las células de Ia primera anticlinales se observan rectas o curvas. Lo capa. En estas capas no se observo reacción irregular de Ia forma de las células de esta capa, a las pruebas histoquímicas realizadas (Tabla hace que ei margen no sea homogêneo (Fig. 1). En las semillas de K. fasciculata: Ia testa 13). Las paredes anticlinales de esta capa está constituída por una capa de células con reaccionaron levemente a Ia prueba de lípidos paredes y cutícula engrosadas, donde unas (Tabla 1) y en algunas células se observo paredes periclinales externas son rectas y otras reacción a Ia prueba de almidón. Luego de esta convexas, presentando estas últimas aspecto capa siguen 2-4 capas de células papiloso (Fig. 10), y contenido citoplasmático parenquimatosas de menor tamano que las de denso. Luego se presentan de varias capas de Ia capa anterior, con paredes relativamente células largas, con su eje mayor paralelo a Ia gruesas y contenido citoplasmático denso (Fig. superfície y con engrosamientos reticulados de 13), en ellas se detecto Ia presencia de almidón Ia pared, presentando un patrón de (Tabla 1). organización distinto al de Ia pared de las Como se observa en Ia Tabla 1, en células de Ia capa externa (Fig. 11). Las ninguna de las semillas estudiadas se detecto paredes de estas últimas capas reaccionaron Ia presencia de lignina y se podría decir que Ia positivamente a Ia prueba de lípidos (Tabla 1). presencia de lípidos fue común a las espécies En cuanto a las semillas de M. áspera Ia testa con excepción de G. scandens. está conformada por una capa muy delgada de células con contornos irregulares (Fig. 12). DlSCUSIÓN Seguido se observa una capa de células con Las semillas de las cuatro espécies las paredes periclinales externas convexas y estudiadas mostraron características anticlinales con forma de gruesas, las paredes particulares. A nivel macroscópico se pueden citoplasmático omega invertida, y contenido diferenciar facilmente las semillas por su reaccionaron denso; estas células positivamente tamano, forma y color. El tamano registrado 1) en las a Ia prueba de almidón (Tabla y paredes para G. scandens, K. fasciculata, M. áspera de las mismas se detecto periclinales internas y N. triphylla coincide con lo senalado por lípidos. Inmediatamente, se Ia presencia de Avendano (1999) para estas espécies. observan 2-3 capas de tejido parenquimático, Con relación al tamano de las semillas delgadas, donde las células tienen paredes LindorO/ al (1991) seíialaron que las semillas denso núcleos contenido citoplasmático y pequenas están, por lo general, presentes en Y las semillas de N. grandes (Fig. 12). para Ia mayoría de las plantas herbáceas; lo cual Ia cubierta seminal triphylla se observo que coincide con las espécies aqui estudiadas, ya una capa de células de formas está constituída por que estas son plantas herbáceas y presentan con ligeramente y tamanos diferentes paredes semillas pequenas.

Tabla 1- Reacción ante las pruebas histoquímicas realizadas en Ia cubierta seminal de cuatro espécies de Loasaceae, presentes en Venezuela. Espécie Almidón Lípidos Lignina Gronovia scandens Klaprolhia fasciculata + Mentzelia áspera + + Nasa triphylla + + Presencia (+) / Ausência (-). Rodriguésia 57 (1): 1-9. 2006 Noguera, E. & Jáuregui.D.

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Secciones transversales de Ia cubierta seminal de cuatro espécies de LoasaceaP Q Ua segunda capa (se). .0- K. '"77 W ' fasciculata, capa de paredes gS^SÍS^^Sl"1UK-duds con TÍS enerosamientos reticiil-irin« m ln ™„h r^ i

Lindorf rt a/. (1991) y Werker (1997) Avendano (1999) quien considera las indicaron que Ia disminución en ei número que de semillas de K. son semillas fruto conduce fasciculata oval-obovoides por probablemente a las de M. áspera un incremento y son de forma irregular. en ei tamano de las mismas, Según Werker relación esta, (1997) Ia forma de Ia semilla que se evidencia en las semillas está determinada de geneticamente, pero es G. scandens. Sin embargo, ai comparar finalmente moldeada por ei espacio disponible las semillas de K. fasciculata N. triphylla, y dentro dei fruto, y además indico Ia forma no se evidencia esta relación, entre ei número que puede jugar un papel crucial en su dispersión. de semillas y su tamano, N. triphylla ya que Con relación ai color Werker presenta mayor número de semillas fruto (1997) por menciono que Ia mayoría de las semillas y semillas de mayor tamano las de K. que maduras son de vários matices de fasciculata. marron a negro, tal como se observo en las Los resultados referentes semillas de a Ia forma de K. fasciculata, M. áspera las semillas y N. triphylla, y difieren de Io senalado por menos comúnmente que son de color gris, tal Rodriguésia 57 (1): 1-9. 2006 Cubierta seminal de Loasaceae como se observo en G. scandens. De igual coincidiendo sus resultados con Io sefialado en forma senaló Werker (1997) que ei color de este estúdio para dicha espécie. las semillas, similar ai dei suelo donde crecen Comer (1976) senaló para las semillas de puede ayudar en ei camuflaje de las semillas Ia família Loasaceae, que estas provienen de para protegerias de los depredadores. Es óvulos unitegumentados y Ia testa no importante destacar que para Ia determinación multiplicativa, Io cual podría explicar Io delgada dei color de Ia semilla, esta debe estar madura, de Ia testa en cada una de las semillas ya que ei color puede ser variable dependiendo estudiadas. de su estado de desarrollo. De todas las semillas estudiadas las de También Ia micromorfología y ei arreglo G. scandens presentaron Ia testa con Ia histológico de Ia cubierta seminal aportan estructura mas sencilla, Io cual podría deberse diferencias para Ia identificación de los taxa en parte, a que ei fruto le proporciona estudiados. protección ai embrión; en relación a esto En cuanto a Ia micromorfología se puede Lindorf et ai (1991) mencionaron que en los senalar que Ia ornamentación de Ia cubierta frutos monospermos Ia protección dei embrión seminal de células alargadas con estriaciones, es realizada basicamente por las paredes dei observada en M. áspera coincide con Ia fruto, ya que ia cubierta seminal se presenta presentada por Thompson & Powell (1981), muy poço desarrollada. Adicionalmente, para esta misma espécie; y con Ia hallada por sefialaron que en estos casos Io difícil de Ia Hill (1976) para las espécies M. incisa, M. separación de Ia cubierta seminal dei pericarpio, jloridana y M. texana. Siendo estas espécies hace que sea conveniente tratar ei conjunto y M. áspera miembros de Ia Sección como un todo indiviso, situación esta que se Eumentzelia, Io cual posiblemente indica que presentó en las semillas de G. scandens. Ia ornamentación de Ia superfície de Ia cubierta Debido a está condición, es posible que en Ias seminal en este gênero, tiene importância semillas de G. scandens, ei fruto sea también taxonômica. su médio de dispersión. La escultura reticulada, con contornos Lindorf et ai (1991) sefialaron que en ondulados observada en N. triphylla, coincide algunas semillas Ia barrera más importante a con Io sefialado por Hufford (1988) para las Ia impermeabilidad no parece ser Ia cutícula semillas de las espécies Loasa bergii, L. sino, ei arreglo compacto que ofrecen algunas incana y L. rudis (estas espécies actualmente capas celulares, ocurriendo quizás está son consideradas dentro dei gênero Nasa). situación en K. fasciculata donde claramente Ambos resultados hacen presumir que ei patrón se observa Ia disposición entramada de las reticulado tiende a ser común entre las espécies células de Ia segunda y tercera capa. de este gênero. Sin embargo, para Ia Con relación a las pruebas histoquímicas determinación específica, parece tener en Ia literatura no se encontrarem trabajos que importância Ia ornamentación de Ia superfície senalen datos sobre Ia composición química de de Ia pared periclinal externa, o Io que según Ia testa de las espécies de Ia família Loasaceae. Barthlott (1981) es Ia escultura secundaria. La presencia de lípidos observada en las Poston & Nowicke (1990) consideraron semillas (Tabla 1) podría actuar como para Ia reevaluación de los gêneros Klaprothia mecanismo de protección y regulador de Ia y Sclerothrix, Ia ornamentación de Ia cubierta permeabilidad. La presencia de almidón puede seminal como caracter de importância servir como fuente de reserva para ei taxonômica para su identificación. Estos crecimiento dei embrión. autores sefialaron que Ia cubierta seminal de Es evidente que en estas cuatro espécies K. fasciculata es reticulada, con estriaciones confluyen diferentes estratégias para Ia perpendiculares ai eje longitudinal de Ia semilla; protección dei embrión.

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CONCLUSIÓN in Mentzelia (Loasaceae) in Wyoming En conclusión se puede senalar que los and adjacent western states. Brittonia 28: resultados obtenidos coinciden y demuestran 86-112. Io senalado por Poston & Shetler (1984), y Hufford, L. 1988. Seed morphology of Hufford (1988) quienes refteren la importância Eucnide and other Loasaceae. Systematic taxonómica de la semilla en la família Botany 13(1): 154-167. Loasaceae, y que tal como Io senaló Werker Johansen, D. 1940. Plant microtehcnique. New (1997) la anatomia de la cubierta seminal puede York, McGraw-Hill. 523p. servir como una ayuda en la identificación y Kooiman, P. 1974. Iridoid glycosides in the taxonomia a nivel específico. Por consiguiente Loasaceae and taxonomic position of the las cuatro espécies estudiadas pueden ser family. Acta Botânica Neerlandica 23(5- facilmente identificadas o separadas por médio 6): 677-679. de las características morfológicas, Kornerup, A. & Wanscher, J. H. 1978. micromorfológicas estructurales de la y Methuen Handbook of cubierta seminal. Colour. Third edition. Londres. Lawrence, Agradecimientos G. 1989. of vascular . New York, Macmillan Publishing. Las autoras desean expresar su 823p. agradecimiento a la Técnico Norbelis de Lindley, J. 1951. Glosología o de los términos Benítez dei Laboratório de Anatomia Vegetal "Prof. usados en Botânica. Instituto Miguel Lillo Antônio Fernández" de la Facultad de de la Univesidad Nacional de Tucumán. Agronomia de la Universidad Central de Tucumán. 123p. Venezuela. Al Prof. Ulises Castejón coordinador Lindorf, H.; Parisca, L. & Rodríguez, P. 1991. dei centro de microscopia electrónica en ei Botânica. Clasificación, Centro de investigación análisis docente Estructura y y Reproducción. asistencial dei Núcleo Aragua de la Universidad 2ed. Caracas, Universidad Central de Venezuela. de Carabobo (CIADANA). Al dei Ediciones de la personal Biblioteca. Centro de Microscopia Electrónica de la 584p. Molgard, Facultad de Agronomia de la UCV (CenMEFA). P.; Itenov, K.; Nyman, U.; R0nsted, N. & Sandager, T. Special chemicals and Referencias Bibliografiacas pharmaceuticals from plants. [en línea]. Royal Danish School of Pharmacy web Avendafio, S. 1999. Loasaceae. In: Flora de 2001, http://www.dfh.dk/instm/ Veracruz. Instituto de Ecologia. page. México. forskning/pharmacognosy/projekter.htm. Fascículo 110. 27p. [consulta 18 de marzo 2003]. Barthlott, W. 1981. Epidermal and seed surface Müller, A. A.; Kuffer, J. K.; Dietl, K. G.; characters of plants. Systematic Reiter, S. A.; Grau, J. & Weigend, aplicability and some evolutionary aspects. M. 1999. Iridoid Nordic Journal of Botany 1: 345-355. glucosides_chemotaxonomic markers in Loasoideae. Comer, E. 1976. The Phytochemistry seeds of dicotyledons. 52:67-78. Vol. 1. Cambridge University Press. 31 lp. Poston, M. & Shetler, S. 1984. Systematic Dandy, J. 1926. Notes on Kissenia and the importance of seed surface distribution features in geographical of the Caiphora Loasaceae Loasaceae. Bulletin of Miscellaneous (subfamily Loasoideae). Association Information 4: 174-180. of South Eastern Biologist Bulletin 31:77. Hill, R. 1976. Taxonomic and phylogenetic Poston, M. & Nowicke, J. 1990. signiftcance of seed coat microsculpturing A reevaluation of Klaprothia and

Rodriguésia 57 (1): 1-9. 2006 Cubierta seminal de Loasaeeae

Sclerothrix (Loasaeeae: Klaprothieae). Thompson, H. & Powell, A. 1981. Loasaeeae Systematic Botany 15(4): 671-678. of the Chiuahuan Desert Region. Roth, I. 1964. Microtecnía Vegetal. Facultad Phytologia 49(1): 16-32. de Ciências. Universidad Central de Weigend, M. 1997. Nasa & the conquest of Venezuela. Caracas. 88p. South America. Ph. D. Thesis. Munich. "Nasa Sakai, W. 1973. Simple method fordifferential Weigend, M. and its allies". [en línea] stainig of paraffin embedded plant material Loasaeeae web page. 2002, http://www. using toluidine blue O. Stain Technology biologie.fuerlin.de/sysbot/weigend/ 48:247-249. start.Html [consulta 15 de mayo 2002], S0ren, R. J.; Mikkelsen, C. B. & Nielsen, B. Werker, E. 1997. Seed Anatomy. Israel ,The J. 1981. Iridoid mono- and di-glycosides Hebrew University of Jerusalém 424p. in Mentzelia. Phytochemistry 20: 71-83.

Rodriguésia 57 (1): 1-9. 2006 Tricomas foliares em espécies de Croton L. (Crotonoideae-Euphorbiaceae)1 Maria de Fátima de Araújo Lucena2 & Margareth Ferreira de Sales1 Resumo (Tricomas foliares em espécies de Croton L. (Crotonoideae-Euphorbiaceae)) Foi realizado estudo da ultra- estrutura dos tricomas foliares em microscopia eletrônica de varredura (MEV) de 14 espécies do gênero Croton, ocorrentes nas zonas do litoral e da mata do estado de Pernambuco, com o objetivo de caracterizar morfologicamente cada tipo de tricoma, como recurso auxiliar na delimitação das espécies e ainda relaciona- los à classificação de Webster. Foram registrados 10 tipos de tricomas: estrelado-porrecto, fasciculado, multiradiado, dendrítico, lepidoto, estrelado-rotado, estrelado-lepidoto, dentado-lepidoto, simples e glandular. Na maioria dos taxa predomina o tipo estrelado-porrecto; apenas uma espécie apresenta tricoma do tipo lepidoto. Foi possível observar que cada espécie mantém constante seu (s) tipo(s) de tricoma revelando, portanto, ser o tipo de tricoma um caráter relevante na taxonomia do gênero. Palavras-chave: Tricomas, Croton, taxonomia, ultra-estrutura, Euphorbiaceae. Abstract (Foliar trichome in Croton L. (Crotonoideae-Euphorbiaceae)) Study ultra-structure was accomplished in scanning electronic microscope (SEM) of the foliar trichome of 14 Croton species, that occur in the coast and forest zones on the Pernambuco state, with the objective of characterizing the morphology of each trichome type as auxiliary resource in the identification of the species and also relating them to the classification of Webster. Ten trichome types were registered: stellate-porrect, fasciculate, multiradiate, dendritic, lepidote, stellate-rotate, stellate-lepidote, dentate-lepidote, simple and glandular. In the majority of the taxa, the predominam type was the stellate-porrect. It was possible to observe that for each species the type was constant trichome, revealing therefore, that the tricoma type is an importam feature for the taxonomy of the . Key-words: Trichome morphology, Croton, taxonomy, ultra-structure, Euphorbiaceae.

Introdução existe uma grande diversidade de tricomas, Euphorbiaceae é uma das maiores famí- com maior ocorrência de simples, estrelados, lias dentre as angiospermas, apresentando uma dentríticos e lepidotos (Webster 1994). Estudos grande diversidade morfológica, a qual está dos tricomas na família Euphorbiaceae, refletida também no indumento, onde diferentes incluindo Croton, são encontrados em tipos de tricomas podem ser observados: Metcalfe & Chalk (1950), Inandar & simples, glandulares, malpiguiáceos, estrelados, Gangandhara (1977), Rao & Raju (1985) e lepidotos, fasciculados, dendríticos e urticantes Webster et al. (1996). (Metcalfe & Chalk 1950; Inandar & Croton está incluído em Crotonoideae e Gangandhara 1977; Webster 1994). A família compreende aproximadamente 800 espécies compreende cinco subfamílias: Phyllanthoideae, distribuídas principalmente no continente Oldfieldioideae, Acalyphoideae, Crotonoideae americano, com cerca de 600 spp. no Novo e Euphorbioideae. Em Phyllanthoideae, Mundo (Webster 1994). Nesse gênero, os tipos Oldfieldioideae e Euphorbioideae predominam de tricomas consistem num relevante caráter os tricomas simples; em Acalyphoideae, os taxonômico, tanto no nível infragenérico como simples ou estrelados; já em Crotonoideae, no interespecífico, reconhecido por diversos Artigo recebido em 07/2004. Aceito para publicação em 06/2(X)5. 'Parte da Dissertação de Mestrado da primeira autora, desenvolvida no Programa de Pós-Graduação em Botânica da Universidade Federal Rural de Pernambuco (PPGB/UFRPE). 2Bolsista do CNPq - UFRPE. [email protected]. "Universidade Federal Rural de Pernambuco, Departamento de Biologia, Área de Botânica. Av. Dom Manuel de Medeiros s/n. Dois Irmãos, Recife - PE. [email protected] 12 Lucena, M. F. A. & Sales, M. F. autores (Müller 1866; Bentham 1880; tricomas estudados (Nepumoceno & Oliveira Froembling 1896; Webster 1993; Webster et 1979; Sá Haiad 1987; Cordeiro 1993 e Webster ai. 1996). et ai. 1996). O botânico a primeiro explorar Em Croton, os tricomas ser efetivamente o caráter tricoma podem na taxonomia simples (glandulares ou não) ou ramificados de Croton foi Müller 1873), (1866, que (estrelados, lepidotos, fasciculados, multira- reconheceu os tipos estrelados e lepidotos, diados e dendríticos) de acordo com a nomen- utilizando-os na sua classificação infragenérica. clatura de Metcalfe & Chalk Inandar Além desse autor, outros também (1950), reconheceram & Gangandhara e Webster estes dois tipos (1977) et ai. como os principais tricomas (1996). em Croton (Metcalfe & Chalk 1950; Macbride De um modo geral, entende-se 1951; Inandar & Gangandhara 1977). por No estrelado qualquer tricoma não entanto, variações destes dois tipos morfoló- glandular, pluricelular e ramificado (Metcalfe & Chalk gicos são freqüentes, e constituir podem 1950; Inandar & Gangandhara 1977). Muitas elementos importantes na caracterização das vezes, os tipos fasciculados, multiradiados e espécies. Diversos autores também reconhe- dendríticos são denominados indistintamente ceram a importância deste caráter para a como estrelados. No entanto, em Croton, o identificação das espécies 1940,1941, (Croizat tricoma estrelado é um tanto diferenciado Standley & Steyermark 1949; Macbride por 1951 \ apresentar um raio central bem definido, ereto Webster & Burch 1967; Burger & Huft 1995)! e muitas vezes de comprimento maior os A primeira classificação dos tricomas que laterais. Por esta razão, foi denominado de em Croton foi elaborada Froembling por estrelado-porrecto por autores como Theobald (1896), que analisando 132 espécies propôs et ai. (1979) e Webster et ai. cinco tipos: estrelado, Iepidoto, fasciculado (1996). ou O tipo fasciculado foi definido rosulado, fasciculado-estipitado e dendrítico. por Froembling (1896) como ramificado Mais recentemente, Webster de raios et ai. (1996) ascendentes. O autor analisando 120 chama a atenção para o espécies revisaram os tipos tipo fasciculado-estipitado, que é semelhante propostos por Froemblimg (1896) e acres- ao anterior, porém com estípite ou centaram ainda subdivisões ao tipo Iepidoto. (haste pé que eleva o corpo do tricoma). Webster Das espécies tratadas autores, et ai. pelos cerca de (1996) ampliaram a 33 são brasileiras e aproximadamente definição deste tipo a metade acrescentando o número é referida o Nordeste. de raios (igual a oito). para Ainda, segundo No Brasil, o estes autores, os tricomas gênero está representado por multiradiados cerca de 300 assemelham-se aos fasciculados espécies (Craveiro et ai 1978) diferenciando-se e estimam-se destes por apresentarem mais para a região nordeste de aproximadamente oito raios. O tipo dendrítico foi definido 65 espécies. Apesar desta por Froembling (1896) como o tricoma expressiva representatividade no Brasil, que a apresenta os raios laterais principal referência identificá-las dispostos em para é ainda verticilos, mais a obra de Müller ou menos distintos, ao longo de (1873). Estudos menos um eixo central. abrangentes são as floras regionais elaboradas Smith Os tricomas lepidotos são também não por: et ai. (1988); Cordeiro (1992,1995) glandulares, pluricelulares, ramificados e Alves (1998). Merecem destaque ainda e com a raios laterais unidos de revisão elaborada Cordeiro tal forma que conferem por (1993) e o aspecto de escama estudo taxonômico desenvolvido ou escudo ao mesmo por Lucena (Metcalfe & Chalk (2000. Com relação aos tricomas, 1950; Inandar & o panorama Gangandhara 1977). não é diferente, onde apenas Para Webster et ai. cerca de 40 (1996), neste espécies ocorrentes tipo os raios laterais são unidos no Brasil tiveram seus na proporção de 80 a 100% de seu compri-

Rodriguesia 57 (1): 11-25. 2006 Tricomas foliares em Croton, Euphorbiaceae 13 mento. Entretanto, alguns tricomas ramificados T200). Adicionalmente, foram realizadas apresentam raios laterais unidos em diferentes medições do diâmetro dos tricomas em proporções do seu comprimento, demons- microscopia óptica (MO). trando serem transicionais entre os tipos Foram adotados os tipos de tricomas estrelado e lepidoto. Levando em consideração propostos por Webster et ai. (1996), esta variação, Webster etal. (1996) propuseram complementados por Payne (1978), Inandar & três tipos de tricomas diferenciados pela Gangandhara (1977), Theobald et ai. (1979) e porcentagem de união entre os raios laterais: com as análises das espécies aqui estudadas. estrelado-rotado, estrelado-lepidoto e dentado- Na descrição dos tricomas de cada espécie, lepidoto. Esta classificação foi também estas foram posicionadas em seções, de acordo adotada neste trabalho. com o tratamento infragenérico de Webster De acordo com Theobald et ai. (1979), (1993). A taxonomia das espécies foi tricomas simples são unicelulares ou previamente estudada por Lucena (2001). pluricelulares, curtos ou longos, unisseriados ou pluriseriados, bastante variáveis. Já para Resultados Metcalfe & Chalk (1950) e Inandar & Foram reconhecidos dez tipos de Gangandhara (1977) estes são apenas tricomas: estrelado-porrecto, fasciculado, unicelulares. Tricomas glandulares são multiradiado, dendrítico, lepidoto, estrelado- caracterizados por apresentarem função rotado, estrelado-lepidoto, dentado-lepidoto, secretora (Payne 1978). simples e glandular. No entanto, cada tipo de O presente estudo foi desenvolvido com tricoma apresentou-se morfologicamente o objetivo de caracterizar a morfología dos variável entre as espécies. Estas variações tricomas em 14 espécies do gênero Croton, foram mais conspícuas no tamanho, número destes como recurso auxiliar no reconhecimento de raios laterais e presença e ausência de raios taxa e ainda relacioná-los à classificação de central e estípite. Webster et ai. (1996), contribuindo para am- A lâmina foliar das espécies estudadas é pliar o conhecimento morfológico deste gênero. notavelmente rica em diferentes tipos de tricomas sendo, em geral, diferenciada na face Material k Métodos dorsal e ventral e mantêm constante estes tipos A ultra-estrutura dos tricomas foliares entre as populações estudadas (Tabela 1). presentes nas faces ventral e dorsal das Algumas folhas chegam a apresentar até cinco espécies Croton polyandrus, C. floribundus, tipos, como Croton glandulosus ou quatro, C. fuscescens, C. glandulosus, C. hirtus, como C. lundianus. Poucas espécies C. jacobinensis, C. klotzschii, C. lobatus, apresentaram um só tipo em ambas as faces C. lundianus, C. heliotropiifolius, C. sellowii, como Croton sellowii (lepidoto) c C. C. sonderianus, C. triqueter e C. urticifolius urticifolius (estrelado-porrecto). foi analisada através de microscopia eletrônica de varredura (MEV). Croton sect. Eutropia (Klotzsch) Baill. De cada espécie foram utilizados Croton polyandrus - Esta espécie apresentou fragmentos de folhas medindo cerca de 0,5 dois tipos de tricomas: dentado-lepidoto e mm2 extraídos de exsicatas de herbário. Em estrelado-lepidoto ambos, distribuídos seguida, os fragmentos receberam o esparsamente nas faces ventral e dorsal. tratamento de metalização com banho de ouro ‡Dentado-lepidoto: raio central obsoleto, raios em equipamento modelo íon sputter JFC-100 laterais unidos de 50 a 60%; ca. 300-350 um (JEOL). Posteriormente, estes foram diâm. (Fig. 3j-m). examinados e fotografados ao microscópio ‡Estrelado-lepidoto: raio central obsoleto, raios eletrônico de varredura - MEV (JEOL JSM- laterais unidos ca. 30%; ca. 300 pm diâm.

Rodriguésia 57 (I): 11-25. 2006 14 Lucena. M. F. A. & Sales, M. F. Tabela 1-Tipos de tricomas presentes em espécies de Croton. FV = face ventral da * lâmina foliar- FD = face dorsal da lâmina foliar. Tipo de tricoma predominante. ESPÉCIES TRICOMA (FV) TRICOMA (FD) C. polyandrus Spreng.Dentado-lepidoto* estrelado-lepidoto Dentado-lepidoto* e estrelado-lepidoto C.heliotropiifolius Kunth Estrelado-porrecto* e dendrítico Dendrítico C. lundianus Müll.Arg. Estrelado-porrecto*e simples Estrelado-porrecto*, fasciculado e multiradiado C. L. Estrelado-porrecto, glandulosus fasciculado, dendrítico, Estrelado-porrecto, simples e glandular fasciculado, dendrítico, e simples C.hirtus L'Her. Estrelado-porrecto, glandular simples e glandular Estrelado-porrecto* e dendrítico C. urticifolius Lam. Estrelado-porrecto Estrelado-porrecto C. fuscescens Baill. Estrelado-porrecto Estrelado-rotado C. triqueter Baill. Estrelado-porrecto* e fasciculado Estrelado-rotado e fasciculado C. sonderianus Müll.Arg.Estrelado-porrecto Estrelado-rotado e estrelado-lepidoto C. jacobinensis Baill. Fasciculado* e multiradiado Estrelado-rotado C. floribundus Spreng. Estrelado-porrecto* e estrelado-rotado Estrelado-rotado* e estrelado-lepidoto C. lobatus L. Estrelado-porrecto*, simples* e glandular Estrelado-porrecto*, simples, fasciculado e glandular C. klotzschii Müll.Arg. Ausente, raro simples Ausente, raro simples C. sellowii Baill. Lepidoto Lepidoto

Material examinado: BRASIL. BAHIA Material examinado: BRASIL. PERNAMBUCO: Belmonte, 25.111.1974, R. Harley 17418a (RB) Vitória de Santo Antão, 27.111.1999, (MEV-MO). A. Laurênio 1551 (PEUFR) (MEV); 11 .IX. 1954, M. Falcão 60 (PEUFR) Croton sect. (MO); Limoeiro, 12.V.1998, M. F Velamea Baill. A. Lucena 480 (PEUFR) (MO); São Lourenço Croton heliotropiifolius - Nesta espécie da dois Mata, 22.X.1992, A. M. Miranda 629 tipos de tricomas foram observados: estrelado- (PEUFR) (MO); Maraial, 12.111.1994, A. M. porrecto e dendrítico. O ocorre Miranda primeiro apenas 1365 (PEUFR) (MO); Jaboatão dos na face ventral sendo predominante e Guararapes, 10.XII.1996, /. distribuído Pontual 620 de forma esparsa; o segundo ocorre (PEUFR) (MO). eventualmente na face ventral, porém está densamente distribuído na face dorsal. Croton sect. Podostachys ‡Estrelado-porrecto: (Klotzsch) Baill. raios laterais 7-8; Croton lundianus - subsésseis; Nesta espécie foram ca. 300-350 pm diâm. (Fig. 1 o-p).' encontrados ‡Dendrítico: quatro tipos de tricomas: raio central com a metade do estrelado-porrecto, fasciculado, multiradiado e comprimento dos laterais, raios laterais simples. A face ventral apresentou apenas os dispostos em 2 ou 3 verticilos, estípites de tricomas estrelado-porrecto e simples e a face tamanhos variados; ca. 700-1.000 de diâm dorsal pm tricomas estrelado-porrecto, fasciculado (Fig.2j-1). e multiradiado. Em ambas as faces,

Rodriguésia 57 (1): 11-25. 2006 Tricomas foliares em Croton, Euphorbiaceae 15

'»^^^ hrnitr?!^^¦ Wè\ VÊmJU I^^^QJJ^ã^P^^^^H l^^ ^^^^^^%1^^-J ^HHBEâM^BM/ ^Bs^-» C.florilmndus; Figura 1 - Tricomas foliares, face ventral. Estrclado-porrectos: a-c. Croton fuscescens; d-f. C. triqueter; g. m-n. C. urticaefolius, face dorsal; o-p. C. heliotropiifolius. h. C. ghmdulosus; i-j. C. sonderianus; 1. C. fakto;

Rodriguésia 57 (I): 11-25. 2006 16 Lucena, M. F. A. & Sales, M. F. predominou o tipo estrelado-porrecto, que está Croton hirtus - Nesta espécie são encontrados distribuído de forma esparsa a densa. Já os tricomas estrelado-porrecto, dendrítico, simples tipos fasciculado e multiradiado são e glandular. Embora ocorram em ambas as esporádicos e dispostos de forma esparsa. faces, os estrelado-porrectos são æEstrelado-porrecto: predominantes raio central em geral do na face dorsal; na face ventral, não há mesmo predo- tamanho que os laterais, raios laterais mínio de nenhum tipo, sendo mais freqüentes 6-7; séssil; ca. 600-725 pm diâm. os simples e ou estrelado-porrectos. æFasciculado: Os simples raios 5-8; ca. 500 pm diâm. e os glandulares só foram observados na face ‡Multiradiado: raios 9-13; ca. 550 pm diâm ventral. Já os dendríticos ocorrem, espora- 2 e-f). (Fig. dicamente, entremeados com os estrelados- ‡Simples: filiforme; ca. 300-350 pm diâm. porrectos e apenas na face dorsal. Material examinado: BRASIL. ‡Estrelado-porrecto: PERNAMBUCO: raio central maior ou do Bonito, 23.VII.1998, Aí. F. A. Lucena etal. 601 mesmo tamanho que os laterais, raios laterais (PEUFR); Escada, 11.V.1998, M. F. A. Lucena 5-7, depressos ou ligeiramente ascendentes a 468 (PEUFR) (MEV, MO); Goiana, 10.111.1994, partir da sua porção mediana; séssil; 400-450 A. M. Miranda 1926 (HST) (MEV). pm diâm. æSimples: aciculiforme, rígido; 400-550 Croton sect. Geiseleria pm (Klotzsch) Baill. diâm. (Fig. 4 b-c) Croton - glandulosus Nesta espécie ocorrem ‡Dendrítico: raios dispostos em 2 verticilos; os tipos estrelado-porrecto, fasciculado, ca. 400-500 pm diâm. (Fig. 2 i). dendrítico, simples e glandular. Em geral, não Material examinado: BRASIL. PERNAMBUCO: há de predomínio um só tipo de tricoma, Timbaúba, 05.111.1998, M. F. A.Lucena et al. ocorrer podendo diferentes combinações, 408 (PEUFR) (MEV, MO). dependendo das populações; inclusive, alguns tipos podem estar ausentes. No entanto, o Croton sect. Julocroton (Mart.) G. L. tricoma estrelado-porrecto está sempre Webster presente, pelo menos na face ventral. Tricomas Croton fuscescens - Nesta espécie estão simples são muito raros na face dorsal. ‡Estrelado-porrecto: presentes apenas dois tipos de tricomas: raio central maior que os estrelado-porrecto, esparsamente disposto na laterais, raios laterais 7-8, ligeiramente face ventral e estrelado-rotado, densamente ascendentes e com tamanhos um pouco distribuído na face dorsal. Neste último tipo, diferenciados entre si; subséssil a séssil; ca. os tricoma apresentam estípites de diferentes 850-1.200 pm diâm. (Fig. lh). tamanho, que elevam os raios laterais ‡Fasciculado: raios 6-7, em com tamanhos diversas alturas dando desiguais entre si; a impressão de serem estipitado; ca. 600-1.000 pm estratificados. diâm. Presença de esclereídeos, æDendrítico: atravessando o mesofilo interligando os raio central menor geralmente que tricomas da face ventral e dorsal. os laterais, raios laterais dispostos em dois ou æEstrelado-porrecto: raio central duas a três três verticilos, os distais mais longos; ca. 1.400- vezes maior que os laterais, raios laterais 1.600 pm diâm. (Fig. 2 5-8, g-h). levemente ascendentes; ca. ‡Simples: filiforme; ca. 600 800-1.000 pm pm diâm. diâm. (Fig. 1 a-c). Material examinado: BRASIL. PERNAMBUCO: ‡Estrelado-rotado: raio central espessado na Condado, 29.X. 1998, M. F. A.Lucena et al 703 base, geralmente menor (PEUFR) (MEV, MO); Pombos, 23.VII.1998, que a metade do comprimento dos raios M. F A. Lucena et al. laterais, raios laterais 594 (PEUFR) (MO); 10-12, longos; Tamandaré, 12.1.2000, estipitado; ca. 600 um diâm. (Fig. M. F. A. Lucena et al 3d-f). 900 (PEUFR) (MEV).

Rodriguesia 57 (1): 11-25. 2006 17 Tricomas foliares em Croton, Euphorbiaceae m

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Figura 2 - Tricomas foliares. a-b. Fasciculados, Croton jaeohinensis, face ventral; c-f. Multiradiados: c-d. C.jaeohinensis, face ventral; e-f. C. lundianus, face dorsal; g-1. Dcndríticos: g-h. C. glandiilosiis, lace dorsal; i. C. WrfKí, lace dorsal; j-l. C heliotropiifolins, face dorsal; m-p. Estrclado-rotados: m-o. C.Jlorihiindiis, face dorsal; p. C. sonderianus, lace dorsal.

Material examinado: BRASIL. PERNAMBUCO: Croton triqueter - Nesta espécie foram Barra de Guabiraba, 20.X. 1998, M. £ A. L//< «fld observados os tricomas cstrelado-porrccto, (592 (PEUFR) (MO); Bonito, 17.IX. 1997, A estrelado-rotadoe fasciculado. O primeiro tipo LowrAitó í-/ ai 550 (PEUFR) (MO). está presente apenas na lace ventral de forma esparsa, sendo predominante cm relação ao fasciculado que ocorre esporadicamente. O segundo tipo é predominante na lace dorsal,

Rodriguésia 57 (I): 11-25. 2006 18 Lucena, M. F. A. & Sales, M. F. l %^^_^_^ ^J»'*" ‡ .^^ta _&^V!l^_Bl^..I^VaV^/SI .^ I ^üfi hXt ^fc!^iE~ ^. ^^^w w ^v _^_^_h

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^"^-^'dotos. C. face dorsal.J po/yW™, face dorsal; n-p. Lepidotos: C. «/fon-ii. distribuindo-se densamente. Presença de laterais 6-9; estípite em esclereídeos interligando os tricomas geral longo; ca. 650- estrelado- 1.200 diâm.(Fig. porrecto aos estrelado-rotado pm 3a-c). (Fig. 4 f). • Fasciculado: subsésseis; ‡Estrelado-porrecto: raio 600 um diâm. central maior ou do Material examinado: mesmo tamanho BRASIL. PERNAMBUCO: que os laterais, raios laterais Paudalho, 10.VIII.1998, M. F. A. Lucena 612 5-8; estipitado; ca. 150-250 um diâm.íFig. ld-f). ‡Estrelado-rotado: (PEUFR) (MEV, MO); Vitória de Santo Antão, raio central menor que a 3.III.1998, A. Laurênio 1307 (PEUFR) metade do comprimento dos laterais, raios (MEV).

Rodriguésia 57 (1): 11-25. 2006 19 Tricomas foliares em Croton, Euphorbiaceae WF-

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base do tricoma, face Figura 4 - Tricomas foliares. a-f. Simples: a. OníWI klotzschii, margem da lâmina; b. Cw.wi rM7tUí, dorsal ventral; c. Croton lobatus; d. Croton hirtus, face ventral; e. Croton lobatus, face dorsal.; f. Croton fuscescens, faces e ventral. ‡Multiradiado: Croton sect. Barhamia (Klotzsch) Baill. raios 17; séssil a subséssil; ca. 200-250 diâm. 2 c-d). Croton urticifolius - Esta espécie apresentou pm (Fig. ‡Estrelado-rotado: raio central curto ou apenas o tipo estrelado-porrecto, em ambas raios laterais 12-17; ca. 300-375 as faces da lâmina foliar, distribuídos de forma ausente, pm 3 esparsa ou mais raramente densa. diâm. (Fig. g-i). Material examinado: BRASIL. PERNAMBUCO: • Estrelado-porrecto: raio central maior que os Goiana, 16.VI.1998, M. F. A. Lucena etal. 553 laterais na face ventral, e muito menor que os Carpina, 10.VIII. 1998, M. F. laterais na face dorsal, raios laterais 5-8; séssil; (PEUFR) (MEV); A. Lucena 606 (PEUFR) (MEV, MO). ca. 1.000-1.200 Mm diâm. (Fig. 1 m). Material examinado: BRASIL. PERNAMBUCO: - Foram observados três Vitória de Santo Antão, 27.111.1999, A. Laurênio Croton sonderianus tipos de tricomas nesta espécie: estrelado- 1562 (PEUFR) (MO). porrecto, estrelado-rotado e estrelado-lepidoto. é na Croton sect. Lasiogyne (Klotzsch) Baill. O tipo estrelado-porrecto predominante face ventral e encontra-se densamente distri- Croton - Foram observados 3 jacobinensis buído. Já o tipo estrelado-rotado ocorre apenas tipos de tricoma: fasciculado, multiradiado e na face dorsal de forma densa e predominante estrelado-rotado. Na face ventral, são em relação aos estrelado-lepidotos que são encontrados apenas os fasciculados e observados apenas sobre as nervuras. multiradiados, sendo o primeiro predominante ‡Estrelado-porrecto: raio central em geral e recobrindo densamente a lâmina, às vezes menor, às vezes atingindo o mesmo tamanho sendo o único tipo Os tricomas multi- presente. dos raios laterais e com base espessada, raios radiados são raros a esparsos, entremeados laterais 6-9, com tamanhos ligeiramente aos fasciculados. Na face dorsal são obser- desiguais entre si; séssil a subséssil; ca. 100 vados apenas os estrelado-rotados recobrindo (Fig. 1 i-j). a lâmina e com estípites de pmdiâm. densamente ‡Estrelado-rotado: raio central muito menor variados. Presença de esclereídeos tamanhos os laterais ou raramente ausente, raios os tricomas fasciculados aos que interligando laterais 10-13; estípites de tamanhos variados; estrelado-rotados. ca. 900-1.000 pm diâm. (Fig. 3 g-i). ¦ Fasciculado: raios 5-8(-9); ca. 150-200 iam diâm. (Fig. 2 a-b). Rodriguésia 57 (I): 11-25. 2006 20 Lucena, M. F. A. & Sales, M. F. ‡Estrelado-lepidoto: 15-17 raios; ca. 800-850 e simples; os glandulares são esparsos. Na face diâm. pm dorsal foram encontrados estrelado-porrectos, Material examinado: BRASIL. PERNAMBUCO: simples, fasciculados e glandulares, sendo Caruaru, 12.V.1998, M. F. A. Lucena 490 predominantes os estrelado-porrectos. Os (PEUFR) Limoeiro, 12.V.1998, (MO); M. F. A. fasciculados ocorreram apenas em algumas Lucena et al. 476 (PEUFR) (MEV, MO). populações. ‡Estrelado-porrecto: raio central, em do Croton sect. Argyroglossum Baill. geral, mesmo tamanho que os laterais, raios laterais Croton - Esta espécie floribundus apresentou 3-7; subséssil; ca. 500 pm diâm. (Fig. 1 1). três tipos de tricomas: estrelado-porrecto, ‡Fasciculado: ca. 500-550 pm diâm estrelado-rotado e estrelado-lepidoto. ‡Simples: Na face filiforme, geralmente espessado na ventral os estrelado-porrectos predominam base; ca. 800-900 pm diâm. entremeados aos estrelado-rotados, sendo Material examinado: BRASIL. PERNAMBUCO: ambos esparsos. A face dorsal é, por sua vez, Bonito, 23.VB.1998, M. F. A. Lucena et al. 599 densamente revestida por tricomas estrelado- (PEUFR) (MEV, MO); Itamaracá, 4.V.1998, M. rotados e misturados a poucos tricomas F. A. Lucena 457 (PEUFR) (MO). estrelado-lepidotos, observáveis apenas sobre as nervuras. Croton - sem ‡Estrelado-porrecto: seção definida raio central espessado na Croton sellowii - Esta espécie foi caracteri- base, aproximadamente do mesmo tamanho zada por apresentar apenas o tipo lepidoto, que os raios laterais, raios laterais 7-8; ca. 250- revestindo densamente ambas as faces. 300 pm diâm. (Fig. 1 g) ¦ ‡Estrelado-rotado: Lepidoto: raio central ausente, raios laterais ca. 350-400 diâm. ‡Estrelado-lepidoto: pm ca. 39, com região central anular e ca. raio central mais curto plana; que 250-300 pm diâm. (Fig. 3 n-p). os laterais e espessado na base, raios laterais Material examinado: BRASIL. PERNAMBUCO: 15-16; ca. 300 pm diâm. Cabo de Santo Agostinho, 20. V. 1998, M. F. A. Material examinado: BRASIL. PERNAMBUCO Lucena et al. 427 (PEUFR) (MEV, MO). Condado, 29.X. 1998, M. F. A. Lucena et al 701 (PEUFR) (MEV, MO); São Benedito do Sul, Discussão 28.1.1999, M. F. A. Lucena 706 (PEUFR) (MO). Nas espécies estudadas quatro grupos de tricomas ficaram "estrelados", Croton sect. Astraea (Klotzsch) Baill. evidentes: o dos formado por estrelado-porrecto, Croton klotzschii - Apenas tricomas simples fasciculado, multiradiado e dendrítico, cujos são observados nesta espécie. Estes estão raios laterais são totalmente livres; dos transicionais, geralmente localizados na margem foliar e cujos são raios laterais são raramente esparsos na face ventral. unidos de 5 a 49% do seu ‡Simples: comprimento, composto estrelado-rotado filiforme, ligeiramente curvados e por e estrelado-lepidoto; dos "lepidotos", com base um tanto espessada; ca. cujos raios 200 pm laterais são diâm. (Fig. 4 a). unidos por mais de 50% do seu comprimento, Material examinado: BRASIL. PERNAMBUCO: representado por dentado- lepidoto e lepidoto e; Cabo de Santo Agostinho, 8.V.1997, Aí. F. dos não ramificados, A. incluindo simples Lucena et al. 291 (PEUFR) e glandulares. O tipo de (MEV, MO). tncoma mais freqüente foi o estrelado- porrecto, encontrado Croton lobatus - Nesta espécie foram na maioria das espécies (Croton observados os tipos simples, estrelado-porrecto, floribundus, C. glandulosus, C. urticifolius, fasciculado e Na C. lobatus, C. lundianus, C. glandular. face ventral hirtus, predominaram os tricomas estrelado-porrectos C. sonderianus, C. triqueter, C. fuscescens e C. heliotropiifolius). Este tipo

Rodriguésia 57 (1): U-25. 2006 21 Tricomas foliares em Croton, Euphorbiaceae ter ampla ocorrência no gênero, por apresentarem esclereídeos ultrapassando parece da face ocorrendo em espécies de diferentes seções o mesófilo e interligando um tricoma ventral a outro da face dorsal. A de (Tabelas 1 e 2). presença Tricomas fasciculados são compartilhados esclereídeos em Croton também foi observada em Nepumoceno & Oliveira (1979) em Croton por espécies de seções distintas ocorrendo por Chalk Croton lundianus (sect. Podostachys), C. sonderianus, por Metcalfe & (1950) em C. glandulosus (sect. Geiseleria), C. lobatus fuscescens (=Julocroton fuscescens), Sá Haiad em C. compressus (sect. (sect. Astraea), C. jacobinensis (sect. por (1987) Lasiogyne) e C. triqueter (sect. Julocroton) Lasiogyne) e foi ilustrada por Cordeiro (1993) em C. triqueter. Esta estrutura (Tabela 2). Considerando que os tricomas fas- parece entre as ciculado e multiradiado diferenciam-se apenas evidenciar uma relação de afinidade e seções Lasiogyne e Julocroton. pelo número de raios (2 a 8, em fasciculados 9 a 20, em multiradiados) e que este último só Croton sonderianus e C. jacobinensis sendo ocorreu de forma rara e entremeados aos são espécies muito próximas Porém, os tipos fasciculados (em C. Jacobinensis e C. freqüentemente confundidas. de tricomas da face ventral da lâmina foliar lundianus), poder-se-ia sugerir tratar-se estes dois tipos como um único tipo. representam um importante caráter para Três espécies apresentaram tricomas diferenciá-las. A primeira espécie possui enquanto a dendríticos: Croton glandulosus, C. hirtus e unicamente estrelado-porrectos, C. heliotropiifolius (Tabela 1). As duas segunda apenas tricomas fasciculados. sect. O estudo demonstrou uma primeiras pertencem a Croton presente dos tricomas Geiseleria, onde tais tricomas são observados tendência no aparecimento entremeados aos simples, estrelado-porrectos simples em espécies herbáceo-subarbustivas lundianus, C. e fasciculados. Já em Croton heliotropiifolius (C. klotzschii, C. lobatus, C. hirtus e C. corroborando com (sect. Velamea) ocorrem sem associações com glandulosus), obser- outros tipos. Além de ser relatado para estas Webster et ai (1996), que também deste tipo de tricoma em duas seções no presente artigo, Webster et varam a presença herbáceas de diferentes seções. ai (1996) registraram também este tipo de espécies De acordo com Webster et ai (1996), tricoma para outras seções (Croton sect. os Cascarilla, C. sect Eremocarpus e C. sect. os tricomas estrelados são considerados tendo Cyclostigma). mais primitivos em Croton, Tricomas apresentando os raios laterais provavelmente dado origem aos demais tipos, através de três seqüências evolutivas. Na unidos por mais de 50% de seu comprimento foram encontrados em Croton polyandrus primeira seqüência, tricomas estrelados pela originaram os (dentado-lepidoto) e C. sellowii (lepidoto) ascendência dos seus raios, e estes, sua vez, (Tabela 1), posicionadas também em diferentes fasciculados por pela seções. supressão de raios deram origem aos simples. de tricomas Tricomas do grupo dos transicionais No presente estudo, a ocorrência associados com os (transicional entre estrelados e lepidotos) estrelado-porrectos reúnem as espécies Croton floribundus (sect. fasciculados e simples nas espécies C. Argyroglossum), C. sonderianus e C. lobatus, C. hirtus, C. lundianus e C. sugerir realmente jacobinensis (sect. Lasiogyne), C. glandulosus parecem que existe esta seqüência evolutiva entre estes fuscescens, C. triqueter (sect. Julocroton) tipos. Além disso, é comum em C. lobatus e e C. polyandrus (sect. Eutropia) (Tabelas 1 tricomas e 2). Além de compartilharem estes tipos de C. lundianus serem encontrados dois ou três raios e também tricomas, C. fuscescens, C. triqueter, C. com apenas com base espessada sonderianus e C. jacobinensis se aproximam tricomas simples

Rodriguésia 57 (I): 11-25. 2006 22Lucena, M. F. A. & Sales, M. F. Tabela 2-Tipos de tricomas ocorrentes em nove seções de Croton descritos por Webster et ai (1996) e por este trabalho. Seções Webster etal. (1996) Este trabalho Espécies estudadas Tipos de Espécies Tipos de tricomas estudadas tricomas Eutropia C. polyandrus Dentado- C. polyandrus Dentado- lepidoto lepidoto Lepidoto Velamea C. andinus Müll.Arg. Simples C. heliotropiifolius Estrelado- C. conduplicatus Kunth Estrelado- C. cortesianus porrecto Kunth rotado Dendrítico C. corumbensis S. Moore C. moritibensis Baill. C. pottsü (Klotzsch) Müll. Arg. C. suberosus Kunth C. turnerifolius S. Moore C. sonorae Torr. C. rzedowskii M.C. Johnst. Podostachys C. lundianus SimplesC. lundianusSimples C. spiraeifolius Jabl. Estrelado-Estrelado- porrectoporrecto Estrelado-Fasciculado rotadoMultiradiado Geiseleria C. glandulosus SimplesC. glandulosusSimples C. trinitatis Mill sp. FasciculadoC. /iirtoFasciculado Estrelado-Estrelado- leP'dotolepidoto Estrelado"Dendrítico PorrectoEstrelado- porrecto Barhamia C. ameliae Lund. Estrelado-C. urticifolius Lam. C. brevipes Estrelado- Pax Porrectoporrecto C. chaetocalyx Müll.Arg. Estrelado- C. decalobus Müll. Arg. rotado C. escathos Croizat C. hircinus Vent. Julocroton C. a/tem» G. L.Webster FasciculadoC. C. argenteus fuscescens;Fasciculado L. Estrelado-C. triqueterEstrelado- C. didrichsenii G. L. Webster Porrectoporrecto C. subpannosus Müll. Arg. Estrelad°-Estrelado- rotadorotado Lasiogyne C. compressus Lam. Estrelado-C. jaeobinensis; C. sidifolius Lam. Estrelado- rotadoc. sonderianusrotado Estrelado"Estrelado- lePldotoporrecto Fasciculado Multiradiado

Rodriguésia 57 (1): 11-25. 2006 Tricomas foliares em Croton, Euphorbiaceae 23

Seções Webster et ai. (1996) Este trabalho Espécies estudadas Tipos de Espécies Tipos de tricomas estudadas tricomas Argyroglossum C. argyrophylloides Müll. Arg. Estrelado- C. floribundtis Estrelado- C. bixoides Vahl. Iepidoto Iepidoto C. watsonii Standl. Estrelado- porrecto Estrelado- rotado Astraea. SimplesC. lobatus Simples EstreladoC. klotzschii Estrelado- Fasciculado porrecto Fasciculado

variados, fazem com aparentando terem perdido os seus raios. apresentarem tamanhos Uma outra seqüência evolutiva admitida que os tricomas se elevem em diferentes alturas, formando vários estratos, como por estes autores inicia-se também pelo podem dos ser observados em C. sonderianus, C. estrelado que, pelo concrescimento gradual raios entre si, resultaria no tipo Iepidoto. A jacobinenis e C. floribundus. Em C. ocorrência de tipos transicionais entre os triqueter e C. fuscescens (sect. Julocroton) estrelados e os lepidotos observados neste os estípites são muito longos em relação aos trabalho nas espécies C. floribundus encontrados nas demais espécies estudadas 3a e 4f). (estrelado-porrecto, estrelado-rotado e (Figs. estrelado-lepidoto), C. sonderianus Com este estudo foi possível acrescentar outros tipos de tricomas aos relatados (estrelado-porrecto, estrelado-rotado e já por estrelado-lepidoto), C. fuscescens (estrelado- Webster et ai. (1996) para as seções estudadas 2). O tipo estrelado-porrecto, porrecto e estrelado-rotado) e C. polyandrus (Tabela distribuição mais (estrelado-lepidoto e dentado-lepidoto) dão por exemplo, mostrou uma ampla no do se conhecia antes. A suporte a este pensamento. Outra observação gênero que fato de ausência ou de um determinado tipo que sustenta esta hipótese dá-se pelo presença observados de tricoma em uma seção, constitui uma que tricomas simples não foram ocorrendo concomitantemente aos lepidotos, informação relevante, uma vez que o caráter Webster et tipo de tricoma é utilizado na delimitação das no presente estudo. No entanto, autor acima. ai. (1996) relatam que tricomas simples e seções propostas pelo lepidotos são encontrados juntos em espécies As variações encontradas nos tricomas da secção Lamprocroton. das espécies estudadas referem-se a tamanho, Ainda segundo Webster et ai. (1996), quantidade de raios laterais, presença ou ausência tricomas estrelados ou fasciculados deram de raio central e de estípite, relação do tamanho origem aos dendríticos. De fato, em Croton do raio central com os raios laterais, proporção de união entre os raios laterais, de glandulosus os tricomas dendríticos ocorrem presença associados aos fasciculados, enquanto que em esclereídeos e a existência de alguns estádios C. heliotropiifolius aos estrelado-porrectos. transicionais entre um determinado tipo e outro. Os tricomas ramificados (estrelados e Tais variações mostraram-se relevantes tanto tipos, no lepidotos), de um modo geral, parecem ser na caracterização de quanto eficientes na cobertura da epiderme, reconhecimento de espécies, constituindo especialmente os estipitados. Os estípites por realmente uma ferramenta útil na taxonomia do gênero Croton. RodrigueSia 57 (I): 11-25. 2006 24 Lucena, M. F. A. & Sales, M. F. Agradecimentos Reprium Species Novarum Regni Ao CNPq pela concessão da bolsa de Vegetabili 88(1-2): 103-111. pesquisa da primeira autora, a Dra. Galba Lucena, M. F. A. 2001. Estudos Taxonômicos Takaki e ao técnico Rafael Padilha do do gênero Croton L. (Crotonoideae- Laboratório de Imunopatologia Keiso Asami Euphorbiaceae) nas zonas do Litoral e da (LIKA-UFPE). Mata do estado de Pernambuco-Brasil. Universidade Federal Rural de Referências Bibliográficas Pernambuco, Recife. Dissertação de Mestrado. Alves, M. 1998. Checklist das espécies de 80p. Euphorbiaceae Juss. ocorrentes no semi- Macbride, J. F. 1951. Flora of Peru. Field árido pernambucano, Brasil. Acta Museum of Natural History 13(3): 1-200. Botânica Brasilica. 12(3): 485-495. Metcalfe, C. R. & Chalk, L. 1950. Anatomy Bentham, G. 1880. Notes on Euphorbiaceae. of the Dicotyledones. Euphorbiaceae. Botanical Journal of the Linnean Society Oxford: Clarendon Press, v.2, Pp. 1207- 37:185-267. 1235. Muller, Burger, W. & Huft, M. 1995. 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Rodriguesia 57 (1): 11-25. 2006 Tricomas foliares em Croton, Euphorbiaceae 25 Theobald, W. L.; Krahulik, J. L.; Rollins, R. Webster, G. L.; & Burch, D. 1967. Flora of C. 1979. Trichome description and Panamá. Família Euphorbiaceae-97. classification. In: Metcalfe, C. R. & Chalk Annals of the Missouri Botanical Garden L. (eds). Anatomy of the Dicotyledones, 54:211-350. ed. 2, v. 1. Oxford. Claredon Press. Pp. Webster, G. L.; Del-Arco-Aguillar, M. J. & 40-53. Smith, B. A. 1996. Systematic distribution Webster, G. L. 1993. A provisional synopsis of foliar trichome types in Croton of the section of the genus Croton (Euphorbiaceae). Botanical Journal of the (Euphorbiaceae). Taxon 42: 793-823. Linnean Society 121:41-57. Webster, G. L. 1994. Systematics of the Euphorbiaceae. Annals of the Missouri Botanical Garden 81(1): 1-144.

Rodriguésia 57 (I): 11-25. 2006 Leguminosae arbusttvas e arbóreas da floresta atlântica do Parque Nacional do Itatiaia, sudeste do Brasil: padrões de distrd3uiçã01 Marli Pires Morim2 Resumo do Itatiaia, sudeste do Brasil: (Leguminosae arbustivas e arbóreas da floresta atlântica do Parque Nacional localiza-se na Serra da Mantiqueira padrões de distribuição) O PARNA Itatiaia, com 28.155,97ha, (22"15'e 22"30'S; 44"30'e 44"45'W) no sudeste do Brasil. Leguminosae é uma das famílias com maior riqueza de espécies na composição e estrutura florestal. O principal objetivo deste trabalho foi identificar os padrões de na formação florestal do PARNA. A distribuição geográfica de 48 táxons de Leguminosae presentes reconhecidos os metodologia abrangeu pesquisas bibliográficas, excursões e consultas a herbários. Foram spp.), América do Sul ocidental-centro-oriental (5 spp.). seguintes padrões de distribuição: Neotropical (9 Brasil centro-oriental (10 spp.). Brasil atlântico nordeste-sudeste-sul (9 spp.), Brasil atlântico sudeste-sul (5 spp.) e Brasil atlântico sudeste (10 spp.). Os táxons, quanto à preferência de habitat, foram tratados também No como elementos fiorísticos generalistas (56%) e como especialistas do Domínio Atlântico (44%). domínio floresta estacionai semidecidual, ocorrendo atlântico as espécies predominam nas floresta ombrófila densa e também nas restingas e na floresta de araucária. Palavras-chave: Leguminosae, Parque Nacional do Itatiaia, Floresta Atlântica, padrões de distribuição. Abstract National Park, southeastern Brazil: distribution (Woody Leguminosae in the Atlantic Forest of the Itatiaia área of 28,155.97 ha, is located in the Serra da Mantiqueira Range patterns) The Itatiaia National Park, with an species-rich (22"l5'e 22"30'S- 44"30'e 44"45'W) of southeastern Brazil. Leguminosae is one of the most families here, contributing to the composition and structure ofthe forest. The aim of this work was to identify 48 táxons of Leguminosae in the forests of this National the geographical distribution patterns of present Park. Mcthodology included a literature survey, field trips and herbariaconsultation. The following distribution spp.), western-central-eastern South America (5 spp.), central- patterns were recogni/.ed: Neotropical (9 atlantic Brazil spp.), southeastern-southern eastern Brazil (10 spp.), northeastem-southeastcm-southern (9 spp.). As for habitat the táxons were atlantic Brazil (5 spp.) and southeastern atlantic Brazil (10 preférence, ofthe atlantic domain In the Atlantic Domain, the classillcd as generalists (56%) or as specialists (44%). species are found mainly in the ombrophylous dense forest and in the semideciduous forest and occur also in restingas and araucária forest. Key-words: Leguminosae, Itatiaia National Park, Atlantic forest, distribution patterns.

IntroduçãoAs Leguminosae no contexto da floresta representam uma das famílias de Leguminosae é a terceira maior famíliaatlântica expressivos de riqueza e também de de angiospermas e, atualmente, são estimadosvalores taxonômica. No sudeste brasileiro 727 gêneros e 19 325 espécies que se difundemdiversidade estudos realizados em um trecho de floresta nos diversos ecossistemas do mundo (Lewisos densa da Serra do Mar, Serra de et ai 2005) A região neotropical representaombrófila mostraram a relevância deste um significativo centro de endemismo daMacaé, montanhoso como um expressivo família na qual 100 gêneros e 2.500 espéciescomplexo de distribuição de Leguminosae (Lima têm seu's limites de distribuição circunscritos Dnúcleo 1994; Lima etal 1997). Consultando-se esta faixa (Lavin 1994). Para o Brasil foietal dados sobre a distribuição geográfica das avaliado o total de 178 gêneros e 1.550 espéciesos ,Di inoA\Leguminosae da Serra de Macaé (Lima et ai (Barroso et ai. 1984).e Artigo recebido em 11/2004. Aceito para publicação em 12/2(X)5. de Pós-Graduaçao cm Ciôncias 'Parte de tese de doutorado orientada por Dra.Gra/.icla Maciel Barroso no Programa Brasil. Biológicas (Botânica) do Museu Nacional/UFRJ. Rio de Janeiro, RJ. 22460-030, Rio de Janeiro, RJ, instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro, Rua Pacheco Leão 915, CEP Brasil, [email protected] 28 Morim, M. P. 1994), observa-se ainda que a Serra da de espécies estão presentes na flora do Itatiaia Mantiqueira é também uma área relevante de (Lima 2000). ocorrência para Leguminosae. O tratamento florísitico e taxonômico dos O Maciço do Itatiaia, remanescente de táxons arbustivos e arbóreos de Leguminosae floresta atlântica importante da Serra da do Parque Nacional do Itatiaia resultou em um Mantiqueira, desde as primeiras visitas dos total de 50 espécies (Morim 2002) e naturalistas M. H. propiciou, Wawra von Fernsee e Saint- a partir da consulta as revisões de e Hilaire 1903, gêneros (Dusén Brade 1956) sempre foi em herbários, a reunião de um conjunto de destacado como uma região de extremo informações sobre as amplitudes geográficas potencial à investigação científica, motivo e a ocorrência das espécies, por vezes, também principal de sua criação como o primeiro em outras formações vegetacionais. Parque Nacional do Brasil, em 1937. Inúmeros Neste contexto, o trabalho tem foram os presente pesquisadores que visitaram e como objetivo estabelecer os de distri- desenvolveram padrões pesquisas na região. As buição geográfica de 48 táxons, específicos e descrições de espécies da flora local (Dusen infra-específicos de Leguminosae, 1903,1955) e o estudo sobre que a flora do Itatiaia ocorrem na formação florestal atlântica do (Brade 1956) são trabalhos que, entre outros, Parque Nacional do Itatiaia. Nos ressaltam a exuberância da região padrões nos mais estabelecidos foram evidenciadas também distintos aspectos. Brade (1956) apresentou outras formações vegetacionais de ocorrência uma abordagem sobre a estrutura regional da dos táxons. A partir desta análise, as espécies flora, sua origem provável e seus elementos são identificadas como elementos florísticos florísticos. Os estudos sobre a origem da flora generalistas ou especialistas em relação ao do Itatiaia e suas conecções biogeográficas Domínio Atlântico. O conjunto dos resultados prosseguem em investigações (Safford 1999 obtidos busca subsidiar futuros trabalhos sobre a, b). Dentre a coletânea de trabalhos sobre a padrões de distribuição de Leguminosae e, flora do Parque destaca-se, principalmente, a também, associado a estudos similares em região do Planalto recentemente, que, foi outras famílias botânicas de relevância na estudada em seus aspectos de estrutura, composição da flora da região, no dinâmica e biogeografia contribuir (Ribeiro & Medina avanço do conhecimento sobre os de 2002). A composição florística da padrões formação distribuição da flora do Parque Nacional do florestal, principalmente em relação as espécies Itatiaia. arbóreas, é, entretanto, muito pouco conhecida. O Programa Mata Atlântica do Instituto Material e Métodos de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de 1. Coleta de dados Janeiro, na década de 90, iniciou um Os levantamento florístico e fitossociológico em procedimentos metodológicos abrangeram um trecho de mata na formação florestal do pesquisas bibliográficas sobre os táxons estudados Parque Nacional do Itatiaia. Os dados e e sobre o Parque Nacional do Itatiaia resultados obtidos, entre outros aspectos, (PARNA Itatiaia). O registro de ocorrência evidenciaram a importância da família das espécies foi obtido nas excur- soes de campo Leguminosae na composição e estrutura da realizadas, principalmente, no de formação florestal atlântica do Parque como período 1998 a 2001, e através de consulta aos acervos o terceiro grupo com maior riqueza de espécies de herbários. Os (Guedes-Bruni 1998). No inventário realizado espécimes foram coletados em área de amostragem para as Leguminosae da mata atlântica do localizada às margens do rio Campo estado do Rio de Janeiro foi demonstrado Belo em uma cota de 900 metros de que altitude, onde foi 45% do total dos gêneros e 28% do montante realizado, pela equipe do Programa Mata Atlântica/JBRJ, o inventário

Rodriguésia 57 (I): 27-45. 2006 29 tabela. As fitossociológico. A unidade amostrai foi espécies, ao final da referida de ocorrência implantada adotando-se o método de denominações dos ambientes espécies mencionadas autores dos amostragem de parcela e totalizou 1 hectare das pelos foram mantidas no de mata em bom estado de conservação artigos consultados trabalho. As informações foram (Guedes-Bruni 1998). O diâmetro à altura do presente foi o também obtidas e complementadas, quando peito (DAP), igual ou maior que 5 cm, necessário, com os dados de etiquetas dos critério utilizado para a inclusão dos indivíduos Foram consultados os no tratamento fitossociológico e para as espécimes de herbário. do Rio de Janeiro, alguns coletas das amostras, seguidas de anotações herbários do estado do Paraná, entretano os do sobre os caracteres vegetativos e/ou de São Paulo e do Itatiaia e do Jardim reprodutivos. Além dessa amostragem foram Parque Nacional (ITA) de Janeiro foram os realizadas caminhadas livres, sem a Botânico do Rio (RB) que forneceram os subsídios à demarcação prévia de trilhas, objetivando-se principais taxonômica, sobre as áreas de o reconhecimento e a coleta de espécimes de identificação no ocorrência dos táxons e seus respectivos Leguminosae que não foram incluídas levantamento fitossociológico. As caminhadas ambientes vegetacionais. nas informações sobre livres foram feitas em diferentes trechos da Com base foram evidenciadas as formação florestal, situados em altitudes distribuição geográfica as faixas de compreendidas em uma faixa, aproximada- amplitudes geográficas, reconhecidos os núcleos mente, entre 600 a 2.000 metros, e prioriza- ocorrência, de distribuição e estabelecidos ram coletas de indivíduos em fases de floração predominantes adotando-se, com e/ou frutificação. As amostras foram herbon- os respectivos padrões íidequações, os definidos zadas de acordo com os procedimentos des- algumas padrões Leguminosae da Mata Atlântica no critos em Guedes-Bruni et ai (2002) e deposi- para as do Rio de Janeiro 2000). tadas no herbário do Instituto de Pesquisas estado (Lima A formação florestal do PARNA Itatiaia, Jardim Botânico do Rio de Janeiro (RB). trabalho, é tratada como floresta Os táxons Caesalpinioideae, Mimosoideae no presente segundo o conceito de Oliveira-Filho e Papilionoideae foram tratados como atlântica, e as denominações de subfamílias subordinadas a Leguminosae. As & Fontes (2000), montanas e alto-montanas, seguem análises filogenéticas têm demonstrado que florestas altimétricas da classificação Leguminosae é uma família monofilética as delimitações at. do Veloso í-í o/. (1991). (Wojciechowski 2003, Wojciechowski et As denominações de espécies 2004, Lewis et ai 2005) e, com base nestas e especialistas foram atribuídas evidências, esta é a classificação sistemática generalistas relação a de habitat das tem sido ratificada (Lewis & Schire 2003). em preferência que considerando-se os diferentes A identificação taxonômica procedeu-se espécies, vegetacionais brasilieiros definidos a de consulta às revisões de gêneros, dominós partir Joly et aí, Os táxons especialistas concernentes aos táxons abordados, aliada ao em (1999). reconhecidos como de ocorrência exame de material de herbário. foram em formações do Domínio Atlântico Os dados sobre as distribuições exclusiva respectivas e os generalistas os que, além de ocorrerem geográficas dos táxons e as Domínio Atlântico, habitam formações formações vegetacionais brasileiras onde estes no dos Domínios da Amazônia, ocorrem foram extraídos, prioritariamente, de outras próprias Cerrado e da Caatinga. revisões taxonômicas e/ou de trabalhos que do O mapa de localização do PARNA tratam da distribuição das espécies estudadas. Itatiaia foi elaborado a de bases As obras de referências estão mencionadas partir da ESRI, IBAMA c IBGE e os na tabela 2, numeradas após o nome das cartográficas

Rodriguésia 57 (1): 27-45. 2006 30 Morim, M. P. ilustram que a distribuição geográfica das uma área de 28.155,97 hectares (http:// espécies a partir de base cartográfica da ES RI, www.ibama.gov.br/). Em relação ao relevo, o e das seguintes fontes: Altschul (1964), maciço do Itatiaia faz parte das elevações da Anadenanthera colubrina var. colubrina; cadeia montanhosa e interiorana da Serra da Barneby & Grimes (1996), Abarema Mantiqueira (Fig. 1). langsdorfii; Lee & Lagenheim (1975), A geomorfologia da região caracteriza- Hymenaea courbaril var. altíssima; Lee & se por ser um dos grandes afloramentos Lagenheim (1975), Hymenaea courbaril var. rochosos do mundo, constituído por rochas do altíssima;. Lima 2000, Copaifera langsdorfii, tipo nefelino e por massas de sienito (Segadas- Mimosa scabrella; Pennington (1997), Inga Vianna 1965), tipo este raro no Brasil encon- marginata, I. vera subsp. affinis, I.striata, trado, além do Itatiaia, em Poços de Caldas I.tenuis, I.sessilis, I.mendoncaei); Vaz & (MG) e na Ilha de São Sebastião no litoral de Tozzi 2003, Bauhinia longifolia. São Paulo (Ribeiro & Medina 2002). O Plano de Manejo do Parque & FBCN 2.Caracterização (MA-IBDF e considerações sobre 1982) destaca como relevantes: as a área de estudo pontos Agulhas Negras, com 2.787 metros de altitude, O Parque Nacional do Itatiaia (22°15'e onde se encontra o Pico do Itatiaiassu, que 22°30'S; 44°30'e 44°45'W) está localizado na dominam a região do Planalto do Itatiaia, as Região Sudeste do Brasil, no sudoeste do Prateleiras (2.540 metros), a Serra Negra estado do Rio de Janeiro, nos municípios de (2.560 metros), a Pedra do Couto (2.682 Resende e Itatiaia, e ao sul de Minas Gerais, metros), o Pico da Maromba (2.607 metros) e em Bocaina de Minas e Itamonte, abrangendo a Cabeça do Leão (2.408 metros); a Pedra

JjTMINAS GERAIS

- 22°S

DE JANEIRO J^^~^~p_di__^PARNA do Itatiaia Rl°

. 23°S SAO PAULOL^t'ÍJki_fc=-^(r-r*—^r ' .

-1r 46°W4s0w °W 44 43°W Figura 1 - Localização do PARNA Itatiaia.

Rodriguesia 57 (1): 27-45. 2006 31

Furada, a oeste acima de 2.500 metros; os Dois vegetação florestal. Nos cumes, região acima Irmãos, a leste em altitude de 2.400 metros; e de 2.400 metros de altitude, além da estação mais intensa ocorre a os Três Picos, com pouco mais de 1.700 fria e seca ser ainda metros de altitude. Segundo Safford (1999 a), constante presença de ventos secos e frios de & Dau há dúvidas se os picos do Itatiaia foram alta intensidade (Segadas-Vianna de realmente submetidos aos processos de 1965). Safford (1999b), utilizando técnicas análise multivariada associadas às infor- glaciação ocorridos durante o Pleistoceno. Clapperton apud Safford 1999a caracteriza o mações de Segadas-Vianna & Dau (l.c), Itatiaia como o único na América do Sul, além concluiu que as congruências macroclimáticas evidenciadas refletem bases ambientais de dos Andes, que deve muito de sua origem aos fortes conecções biogeográficas entre os geocriogênicos do Quaternário. processos de A hidrografia, segundo Brade (1956) e o Andes e o sudeste do Brasil (campos Itatiaia) e, neste MA-IBDF & FBCN (1982), destaca-se pelas altitude do Planalto do e ecológicos bacias do rio Paraíba do Sul e do rio Paraná e contexto, paralelismos evolutivos seus devem ter ocorrido em ambas as biotas destes os rios que nascem no Parque seguem cursos d'agua em direção a estas bacias, onde sistemas montanhosos neotropicais. foi descrita desaguam. O rio Campo Belo, que forma as A vegetação do Itatiaia pela cachoeiras Itaporani, Piturendaba, Poranga e primeira vez, segundo Segadas-Vianna (1965), três níveis: a Tupie, e o rio Salto são considerados os por Ule, em 1895, em principais 600 metros de altitude; a componentes mais importantes na rede de região baixa, até de 600 a 1.700 metros de drenagem da região. O Ribeirão das Flores, região de floresta em altitudes afluente do Campo Belo, forma, a altitude; e a região de campos, principal metros, sendo esta 1.100 m de altitude, a cascatinha do Maromba superiores a 2.000 em cinco sub-regiões. Brade e o famoso Véu da Noiva. Os rios Baependi, subdividida reconheceu: a mata higrófila tropical e Aiuruoca, Grande pertencem a bacia do rio (1956) a região baixa do Itatiaia; a Paraná e o rio Preto, é importante afluente do subtropical, para da região mais elevada, na Paraíba do Sul. mata de transição 1.200 e 1.800 metros de altitude; a O clima, segundo a classificação de faixa entre região de Araucária, entre 1.600 e 2.300 Koeppen (Bernardes 1952), é do tipo tem- altitude, caracterizada com estação seca (Cwa). Os efeitos metros de pela perado descontínua de indivíduos de climáticos sobre a vegetação da distribuição produzidos Kuntze; e região foram estudados em diferentes níveis Araucária angustifolia (Bertol.) do acima de 2.000 metros altitudinais do maciço do Itatiaia por Segadas- a vegetação planalto de altitude. Segadas-Vianna (1965) definiu a Vianna (1965) e Segadas-Vianna & Dau vegetação com base em faixas altimétricas (1965) identificaram duas estações para que na maioria das vezes, a região: a estação seca e fria, no período de caracterizadas, pelas vegetais e animais, consideradas a agosto, e a chuvosa e quente, nos espécies junho dos andares de vegetação. Os meses de dezembro a fevereiro. O clima da exclusivas "andares de vegetação" estabelecidos região mais baixa, de 400 a 700 metros de por abrangeram cinco altitude, é do tipo Cwa; em altitudes de 700 a Segadas-Vianna (1965) altimétricas: de 400 a 700 2.000 metros o clima é do tipo Cfb e na região faixas planície de altitude; montanha inferior de 700 a do 2.000 a 2.400 metros de altitude, metros planalto, metros de altitude; montanha média o clima é do tipo Cwb (Segadas-Vianna 1965 1.100 a 1.700 metros de altitude; montanha e Segadas-Vianna & Dau 1965). Os autores 1.100 seca do superior de 1.700 a 2.000 metros de altitude; destacam que a estação muito fria e de de 2.000 a 2.400 metros de altitude e planalto, assim como a alta incidência planalto da cumes de 2.400 a 2.770 metros de altitude. geadas, é desfavorável ao estabelecimento

Rodriguésia 57 (1): 27-45. 2006 32 Morim, M. P. Ururahy et ai. (1983) classificaram a vege- Resultados e Discussão tação do Itatiaia como floresta ombrófila densa A riqueza e a diversidade montana e, acima de 1.500 metros de altitude, taxonômica da família Leguminosae no PARNA no como refúgio ecológico. No sistema de Itatiaia, tocante aos táxons arbustivos e arbóreos, estão classificação do IBGE, Veloso et ai (1991) "...Minas expressas no total de 50 citaram Gerais (Itatiaia)" como um táxons específicos, e/ou infra-específicos, dos exemplos de ocorrência da formação subordinados a 30 assim floresta estacionai semidecidual montana. gêneros, distribuídos: oito gêneros e 15 spp. em Caesalpinoideae, Guedes-Bruni (1998) reconheceu a vegetação sete gêneros e 14 spp. em Mimosoideae como floresta ombrófila densa montana. e 15 gêneros e 23 spp. em Papilionoideae No presente trabalho a formação florestal (Morim 2002). Os padrões de distribuição foram do PARNA Itatiaia é tratada no conceito da reconhecidos para 48 espécies, floresta atlântica (Oliveira-Filho & Fontes considerando-se que as demais 2000), sendo a floresta ombrófila densa, permanecem identificadas apenas na categoria taxonômica segundo sistema de classificação do IBGE de gênero. Na (Veloso et ai 1991) e o mapeamento de áreas flora local a distribuição do grupo é do sudeste (Oliveira-Filho & Fontes 2000), predominante na formação montana do predominante na área de estudo. PARNA Itatiaia em uma faixa altitudinal de 700 até O grau de conservação da vegetação do cerca de 1.200 metros e a partir desta Parque Nacional do Itatiaia é bastante variado. cota altitudinal a riqueza de espécies de Leguminosae Algumas porções da formação florestal ainda decresce. Esta redução na se riqueza apresentam como matas em bom estado de de espécies foi constatada por Brade conservação. Entretanto, (1956) e Segadas-Vianna constata-se grandes (1965) para espécies trechos de outras famílias de vegetação pertubada, principalmente, da flora arbórea do Itatiaia. na Segundo faixa de altitude entre 600 e 1.000 metros. A Gentry (1995) o declínio na riqueza influência do homem na vegetação do Itatiaia, de espécies, em conseqüência do aumento de mencionada por Brade (1956), reflete as ações altitude, é um certo padrão em florestas antrópicas, principalmente, direcionadas à tropicais. lavoura e pastagens, praticadas em toda a região A distribuição geográfica das espécies da Mantiqueira (Mendes Jr. et ai. 1991); de Leguminosae do PARNA Itatiaia abrange atualmente, o turismo e a urbanização' três macrorregiões (Tab. 1): América do Sul, desordenados somam-se a estas ações. Os América Central e México (12% dos táxons); incêndios sempre América fizeram parte dos processos do Sul (23% dos táxons) e restritos devastadores freqüentes na região, entretanto, ao Brasil (65% dos táxons). atualmente, podem ser considerados como a A partir desta avaliação foram definidos ameaça mais constante à vegetação e à flora do seis padrões de distribuição têm como PARNA que Itatiaia, inclusive nas regiões mais referência a faixa predominante de ocorrência, elevadas. na qual os táxons exibem distribuições

e "Úm"° ¦" eSPéC'eS * Le8"™"°S« ™'8;&Prma8em * ««NA -laia por O.sTibuição em Macrorregiões n° espécies I.América do Sul, A. Central e México 6 II.América do Sul 12% 11 III.Distribuição restrita iv; ao Brasil 31 Total 65'; 48 100%

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as de Tabela 2 - Padrões de distribuição, relação das espécies e elementos florísticos, quanto preferências habitat, das Leguminosae do PARNA Itatiaia. Elementos Padrões de distribuição Espécies florísticos Generalista 1. Neotropical 1.Inga marginata Willd.1 2.Inga vera subsp. ajfinis (DC.) T.D. Penn.1 Generalista 3.Lonchocarpus cultratus (Vell.) Az.-Tozzi & H.C.Lima Generalista 4.Machaerium hirtum (Vell.) Stellfeld2-3 Generalista 5.Peltophorum dubium (Spreng.) Taub.45 Generalista 6.Platypodium elegans Vogel4- Generalista 7.Pterocarpus rohrii Vahl6 Generalista w 8.Schyzolobium parahyha (Vell.) Blake Generalista 9.Senna pêndula (Willd.) Irwin & Barneby7 Generalista Generalista 2. América do Sul 10.Bauhinia longifolia (Bong.) Steud.8 Generalista ocidental-centro-oriental 11.Collaea speciosa DC.910 12.Dalbergiafrutescens (Vell.) Britton \ar.frutescens" Generalista 13.Erytrhina falcata Benth.12 Generalista 14.lngastriata Benth.1 Generalista Generalista 3. Brasil centro-oriental 15.Andira fraxinifolia Benth." 16.Copaifera langsdorfti Desf.14 Generalista "•". 17.Dalbergia foliolosa Benth. Generalista 18.Machaerium nyctitans (Vell.) Benth.6 Generalista 19.Piptadenia gonoacantha (Mart.) Macbride6 Especialista 20.Pseudopiptadenia contorta (DC.) G.PLewis & M.P.Lima15 Generalista 21.Sclerolabium rugosum Mart. ex Benth6 Generalista 22.Senna mullijuga subsp. lindleyana (Gardner) Generalista Irwin &. Barneby7 23.Stryphnodendron polyphylluin Mart"1. Generalista 24.Zoilernia ilicifolia (Brongn.) Vogel17 Generalista et Grimes18 Especialista 4. Brasil atlântico 25.Abarema langsdorfti (Benth.) Barneby Brenan var. colubrina^' Especialista nordeste-sudeste-sul 26 Anadenanthera colubrina (Vell.) 27.Bauhinia forficata Link subsp. forficala1" Especialista 28.Chamaecrista ensiformis (Vell.) Irwin & Barneby Especialista 29.Dalbergia nigra (Vell.) Allemão ex Benth". Especialista 30.Inga tenuis (Vell.) Mart.' Especialista 31.Mvrocarpus frondosas Allemão21 Generalista 32.Senna affinis (Benth.) Irwin & Barneby7 Especialista 33.Zoilernia glabra (Spreng.) Yakovlev17 Especialista Especialista Brasil atlântico 34.Dahlstedtia pinnata (Benth.) Malme1 5. Generalista sudeste-sul 35.Inga barbam Benth.' 36.Inga sessilis (Vell.) Mart.' Especialista 37.Mimosa scabrella Benth22-21. Especialista 38.Senna organensis (Harms) Irwin & Barneby7 Especialista & Lang24 Especialista 6. Brasil atlântico sudeste 39.Hvmenaea courharil var. altíssima (Ducke)Lce 40.Inga mendoncaei Harms1 Especialista Especialista 41.Ormosia frihurgensis Taub. ex Harms6 42.Pseudopiptadenia leptostachya (Benth.) Rauschert" Especialista 43.Sclerolobiunifrihurgense Harms" Especialista 44.Senna itatiaiae Irwin & Barneby7 Especialista

Rodriguésia 57 (1): 27-45. 2006 34 Morim, M. P. Padrões de distribuição Espécies Elementos florísticos 45.Senna macranthera (Collad.)Irwin & Barneby Especialista var. macranthera7 46.Swartzia oblata R.S. Cowan25-26 Especialista 47.Swartzia pilulifera Benth.25-26 Generalista 48.Swartzia submarginata ¦—¦a.,~.„ yi^uu,.;(Benth.) mansano—Mansano25-26 EspecialistaEspecialista

"h "PenninSt0n Oliveira-Filho -Lewis & ^^ °974); (2003); & Ratter (1995) & U™S£2£K J '7ManSan°' Lewis ^^ (2004);.»Barneby & Crimes (1996)^A tstht 7 964) -LVaz ÍtE& íot Sf*-'Sartori -" Burkart (1979)- » Bamphv rlQQiv w, , IAllscn"1 .(ly64>' Silva (1995); & Tozzi (2004); ( ^ LeC & Lan«enhelm <1975); "Mansano -Mansano (2001)" & Tozzi (1999); & Tozzi contínuas ou não. Os alcances geográficos dos alto-montana, e Pterocarpus rohrii como táxons são de maior ou menor amplitudes e freqüentes em altitude de 900 metros. Alguns refletem núcleos de distribuição mais restritos, indivíduos de Schyzolobium são assim como exigências ecológicas associadas parahyba encontrados apenas nos arredores do Museu às formações vegetacionais onde se difundem. Botânico, em locais de vegetação alterada, Os padrões estabelecidos, os táxons sugerindo ser esta uma espécie cultivada no estudados e a indicação das espécies como PARNA Itatiaia. elementos florísticos estão reunidos na tabela Peltophorum 2 e são discutidos dubium e Platypodium a seguir. elegans incluem-se no grupo de espécies citadas 1. por Prado & Gibbs (1993) ilustram Distribuição neotropical (Tab. 2, Figs. que os padrões de distribuições de 2-3): abrange espécies com distribuições táxons em muito florestas estacionais amplas, contínuas da América do Sul. ou disjuntas, com áreas de Platypodium ocorrências elegans é um dos exemplos de predominantemente localizadas na táxons, mencionados autores, faixa neotropical. O México e a América pelos que apresenta uma distribuição bastante Central são os limites norte de distribuição complexa e o (Prado & Gibbs 1993). limite sul, o norte da Argentina. As espécies que exibem este padrão são: Inga marginata 2), Inga (Fig. vera subsp. dffinis (Fig. 3), Lonchocarpus cultratus, Machaerium hirtum, Peltophorum dubium, Platypodium elegans, Pterocarpus rohrii, Schyzolobium parahyba e Senna pêndula. No PARNA Itatiaia a ocorrência destes táxons foi verificada em uma faixa entre 650 e 1.100 metros de altitude, em localidades conhecidas como Benfica, Mont Serrat, nas proximidades das margens do rio Campo Belo e no Maromba. Deste conjunto de espécies destaca-se Inga vera subsp. affinis que alcança as maiores altitudes, até 1.800 metros, na orla da mata, no ¦«S-$B ,-70' f caminho para o planalto, è 50"-40° no interior da mata montana, Figura 2 - Inga marginata em transição para

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1- l_j. Ly ^ L,,I 20° As espécies incluídas neste padrão habitam formações de diferentes domínios vegetacionais e são elementos florísticos generalistas na flora do PARNA Itatiaia.

2. Distribuição América do Sul ocidental- centro-oriental (Tab. 2, Figs. 4-5): a faixa de ocorrência predominante neste padrão abrange as áreas oeste, centro e leste da América do Sul. Os extremos mais ao norte, Venezuela, Suriname ou ainda a Guiana, são alcançados por alguns dos táxons; o limite meridional é, em geral, o sul do Brasil. O referido padrão é ^S°^80°^70°-60o-50o-40o reconhecido nos seguintes táxons: Bauhinia Figura 3 - Inga vera subsp. affins longifolia (Fig. 4), Collaea speciosa, Dalbergia frutescens var. frutescens, Erythrina falcata e Inga striata (Fig. 5). No PARNA Itatiaia as espécies ocorrem, principalmente, em altitudes entre 650 e 900 metros, em áreas abertas ou no interior da formação montana, em geral, a 900 metros de altitude. Alguns indivíduos de D. frutescens var. frutescens são encontrados em trechos de mata a 1.500-1.700 metros de altitude; C. ;•(!" speciosa e E. falcata alcançam altitudes superiores a 1.700 metros, sendo que -- C.speciosa ocorre em áreas de transição entre a formação montana e alto-montana, em /Hm metros. , fv7,1— altitude de 2.000 -80°-70°-60°-50°-40° Bauhinia longifolia, com distribuição - Figura 4 liuithinia longifolia relativamente contínua, ocorre no Peru, Bolívia ~Pf^c~^r-io° e Paraguai e, na faixa centro-oriental do Brasil, em áreas do centro-oeste, nordeste, sudeste e, no sul, até o Paraná (Vaz & Tozzi 2003). É formações florestais dos v l_x \T /* \i~£l\ freqüente nas -^^^li^C -o° domínios do cerrado, campo rupestre e da floreia atlântica (Vaz & Tozzi 2003). \ x.Tf~^Pir^ / \ As ocorrências mais ao norte do continente são registradas para Dalbergia var. na Venezuela e x^ frutescens frutescens, \-L/"-7 Guiana (Carvalho 1997), e em Inga striata, na Guiana e Suriname (Pennington 1997). Dalbergia frutescens var. frutescens, no Brasil, ocorre em floresta de galeria, restinga, na formação florestal atlântica, e em floresta de araucária, tendo como limite sul o norte da ^b°-70°-60°-50°-40° Argentina (Carvalho 1997); Inga striata, além Figura 5 - foga striata

Rodriguésia 57 (1): 27-45. 2006 36 Morim, M. P. de muito comum em ampla faixa da formação polyphyllum e Zollernia ilicifolia. No florestal atlântica, desde o nordeste, PARNA Itatiaia estas espécies são Pernambuco, até o Rio Grande do Sul, é encontradas, principalmente, na formação registrada ainda as florestas para montanas dos montana na faixa entre 600 e 900 metros de Andes, no Peru e Equador (Pennington 1997). altitude, no interior da mata, nas As espécies Collaea speciosa proximidades e do rio Campo Belo, e também são comuns em Erythrina falcata, comparadas as demais locais de vegetação alterada. Dalbergia incluídas neste são as padrão, que possuem foliolosa e Sclerolobium rugosum foram uma faixa de ocorrência mais restrita. Collaea registradas em trechos de mata, na formação speciosa tem distribuição registrada para o montana em transição alto-montana, em Peru, Bolívia, Paraguai e Argentina para (Garcia faixa altitudinal entre 1.400 1989, Fortunato 1995) e 1.900 metros, na e no Brasil, segundo localidade de Macieiras. dados do herbário, na Bahia, Minas Gerais, Rio Andira de Janeiro fraxinifolia ocorre no Distrito e São Paulo. No Rio de Janeiro Federal ocorre e Goiás e, também, do Ceará a Santa em floresta ombrófila densa montana e para os demais estados só foram encontradas como citações de ambientes, locais abertos e capoeiras. O táxon é considerado um complexo variável e os espécimes que ocorrem no Brasil são distintos das formas típicas do Peru e da Bolívia (Fortunato 1995). Erythrina segundo falcata Krukoff & Barneby (1974), ocorre em regiões sub-andinas do Peru e da Bolívia, "^sMra^Çf1- no Paraguai 4tV-/ • • • ' • J — -10^ e no norte da Argentina. No Brasil difunde-se nas Regiões Sudeste e Sul, no domí- mo florestal atlântico, tendo apenas o espécime tipo, no Maranhão (Krukoff & Barneby 1974). Erythrina falcata e, provavelmente, Collaea speciosa poderiam ser correlacionadas ao elemento florístico andino reconhecido Brade por (1956) para a Serra do Itatiaia. -80°-70°-60°-50°-40° As espécies reconhecidas neste padrão Figura 6 - Copaifera langsdorfii são consideradas generalistas. 3. Brasil centro-oriental (Tab. 2; Figs 6-7)- a principal faixa de distibuição dos taxons neste padrão, compreende áreas do centro- oeste, do nordeste, sudeste e sul do Brasil tendo, em geral, como limites, ao norte os estado do Ceará ou da Bahia e, ao sul, o Paraná ou Santa Catarina. Incluem-se neste padrão- Andira fraxinifolia, Copaifera langsdorfii (Fig. 6), Dalbergia foliolosa, Machaerium nyctitans, Piptadenia gonoacantha, Pseudopiptadenia contorta (Fig. 7)' Sclerolobium rugosum, Senna multijugà subsp. lindleyana, Stryphnodendron -80°.70O "60°-50°-40° - Figura 7 Pseudopiptadenia contorta

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Catarina em formações da floresta pluvial da floresta pluvial atlântica montana da Serra atlântica, restinga, campo rupestre e ainda em da Mantiqueira e da Serra do Mar, nos estados vegetação secundária (Pennington 2003). de Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo Copaifera langsdorfii, segundo dados (Lima et ai. 1994, Carvalho 1997). de herbário e Oliveira-Filho & Ratter (1995), Em relação à flora do PARNA Itatiaia é muito comum no centro-oeste, nordeste e observa-se, neste padrão, o predomínio de sudeste do Brasil, principalmente, em áreas de espécies generalistas. cerrado, floresta de galeria, caatinga e floresta estacionai. Oliveira-Filho & Ratter (1995) 4. Brasil atlântico nordcstc-sudeste-sul registram C. langsdorfii como uma das treze (Tab. 2, Figs. 8-10): a principal faixa de espécies de mais alta freqüência nas florestas distribuição neste padrão é a área que abrange desde o nordeste, a Bahia, até de galeria e com uma distribuição expressiva principalmente, as nas florestas semidecíduas paranaenses, o sul do Brasil, em geral, o Paraná. Entre difundindo-se também no cerrado e, ainda, em espécies estudadas cita-se: Abarema e langsdorfii (Fig. 8), Anadenanthera poucas áreas das províncias amazônica Bauhinia atlântica. colubrina var. colubrina (Fig. 9), Zollernia ilicifolia ocorre no centro- forficata subsp. forficata, Chamaecrista oeste, apenas no Distrito Federal, e desde a ensiformis, Dalbergia nigra, Inga tenuis Paraíba até o Paraná em formações da floresta (Fig. 10), Myrocarpus frondosus, Senna cerrado affinis e Zollernia glabra. A ocorrência pluvial atlântica, da floresta estacionai, espécies no PARNA Itatiaia foi e caatinga (Mansano et ai. 2004). destas faixa altitudinal entre 600 e Pseudopiptadenia cantoria ocorre no verificada em uma localidades conhecidas como nordeste, Paraíba e Bahia, e no sudeste, em 1.000 metros, em e nas do rio todos os estados, em ambientes do Domínio Benfica, Lago Azul, proximidades em trechos da formação montana da Caatinga arbórea, em matas de restinga e Campo Belo, nas formações do Domínio Florestal Atlântico mais preservada. As distribuições de Bauhinia (Lewis & Lima 1989-90). forficata Abarema langsdorfii e Stryphnodendron polyphyllum é subsp. forficata, são similares e freqüente nos cerrados e campos rupestres do Myrocarpus frondosus 1987), refletem as maiores amplitudes geográficas dos nordeste, principalmente na Bahia (Lewis táxons incluídos neste A faixa de e no sudeste (Occhioni Martins 1974, 1981), padrão. da Bahia até o Rio Grande do Sul, com exceção do Espírito Santo, em floresta distribuição em Minas Gerais, é estacionai semidecidual e em floresta ombrófila interiorizando predominale três espécies: B. subsp. densa. Segundo Occhioni Martins (1981) esta e comum às forficata segundo Vaz & Silva (1995) e dados é a única espécie do gênero que ocorre no Rio forficata, da Serra de herbário, tem como limites norte Alagoas e de Janeiro, principalmente, em trechos o estado de Santa Catarina, da Mantiqueira e da Serra do Mar. como sul, nas formações de floresta atlântica Machaerium nyctitans e Sclerolobium ocorrendo & Fontes 2000); A. rugosum são registradas para o nordeste, (senso Oliveira-Filho difunde-se da Bahia até Santa Bahia, na Região Sudeste, em todos os estados, langsdorfii em restinga & Grimes e no sul, apenas M .nyctitans chega ao Paraná Catarina, (Barneby e, informações dos autores e e Santa Catarina, ocorrendo na floresta 1996), pelas em formações montanhosas ombrófila densa e na floresta estacionai do dados de herbário, da floresta ombrófila densa, tomando-se mais planalto meridional (Lima & í//. 1994). rara nas florestas estacionais da Serra da Dalbergia foliolosa é freqüente em e leste de Minas Gerais (Barneby matas ciliares em áreas do cerrado do Brasil Mantiqueira 1996). Myrocarpus mas, também, é muito comum e característica & Grimes frondosus,

Rodriguésia 57 (I): 27-45. 2006 38 Morim, M. P. embora com um núcleo expressivo de distribuição na faixa da Bahia ao Rio Grande do Sul, em formações florestais de florestas estacionais, decidual e semidicual, da floresta ombrófila densa e da floresta ombrófila mista, -10'J ocorre também no sudoeste do Paraguai e no norte da Argentina (Sartori & Tozzi 2004). -20" Anadenanthera colubrina var. colubrina, segundo Altschul (1964), distribui- se no nordeste, na Bahia, no sudeste, no Rio -70°-60°-50°-40° de Janeiro e São Paulo, no sul do Brasil, no - Figura 8 Abarema lagsdorfii Paraná, e na Argentina, em Misiones. Prado & Gibbs (1993) assinalaram que a variedade típica distribui-se simpatricamente com A. ^^/\>4*10° colubrina var. cebil (Griseb.) Altschul nas áreas de caatinga da Bahia e também em Misiones e de forma alopátrica no estado do Rio de Janeiro e nas florestas do planalto de São Paulo e Paraná. Os autores consideraram A. colubrina var. cebil um táxon paradigma V i Li èi' V para o padrão, por eles denominado," Arco ~ ¦"20° das formações estacionais residuais do Pieis- \^T'Try,^w' toceno". As terras altas da Região Sudeste do Brasil foram apontadas como prováveis --30° locais de origem de A. colubrina e ainda como Ji—í& o centro de origem do gênero (Altschul 1964). ,/i T~^ Dalbergia -80°-70°-60°ltf>~ nigra e Inga tenuis possuem núcleos de distribuição muito similares: /. tenuis Figura 9 - Anadenanthera colubrina: Anadenanthera colubrina var. tem como limite norte o estado de Sergipe e colubrina (A); A. colubrina var. cebil (•) sul o Rio de Janeiro. Nesta faixa, ocorre na floresta pluvial e em áreas de transição com a T3T5 restinga (Pennington 1997); D. nigra ocorre do sul da Bahia até São Paulo, na floresta ombrófila densa, e também em em Minas Gerais, na floresta estacionai semidecidual (Carvalho 1997).

\\ \\r-* í K U\ Chamaecrista ensiformis, segundo ^i ' dados de herbário, ocorre na Bahia, Espírito \S u / v r Santo e Rio de Janeiro, na floresta ombrófila densa e também em restinga; Senna affinis (Irwin & Barneby 1982) apresenta distribuição semelhante não sendo citada para o Espírito Santo mas, com ocorrência registrada em n~ /l\/'_--só0 Minas Gerais. / t, Zollernia glara apresenta uma área de o *irW' -80"-70' 60°-50°-40° distribuição muito similar a de Chamaecrista Figura 10 - Inga tenuis ensiformis, ocorrendo também em São Paulo.

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Em relação a seu habitat a espécie é restrita a Este grupo de táxons é característico em formações dos complexos montanhosos, da floresta pluvial atlântica (Mansano et ai. 2004). Independente das diferentes amplitudes Serra da Mantiqueira e da Serra do Mar. São espécies, especialistas do geográficas predominam neste padrão as predominantemente, espécies de Leguminosae especialistas do Domínio Atlântico, no qual o habitat preferido Domínio Florestal Atlântico. é a floresta atlântica (senso Oliveira-Filho & Fontes 2000). As espécies deste padrão se de Brade 5. Brasil atlântico sudeste-sul (Tab. 2, Figs. relacionadas aos elementos florísticos ser reconhecidas no sub- 11-12): este padrão é caracterizado pela faixa (1956) poderiam de distribuição nas Regiões Sudeste e Sul do Brasil, predominando como limite sul o estado do Paraná. Os seguintes táxons, são reconhecidos: Dahlstedtia pinnata, Inga ^p^/^^^^Í"10° barbata, I. sessilis (Fig. 11), Mimosa scabrella (Fig. 12) e Senna organensis. Na flora do PARNA Itatiaia a maior parte destas espécies ocorre na faixa de 650 a 1.000 metros citadas como Mont ",0° de altitude em localidades y VSÇ^/[ íw/ Serrat, Lago Azul e Maromba. Inga sessilis, muito freqüente no Maromba, ocorre também \? ir ^-v~j "20° em Macieiras e no caminho para o planalto --V- r"\ /"*"^» / em uma altitude de até 1.900 metros; Dahlstedtia pinnata foi coletada também em altitude de 1.300 metros (Três Picos); Mimosa scabrella ocorre em uma faixa entre 1.000 e em trechos de matas -r—ãj£-l—l—I 1.900 metros, em geral, -50°-40° ao -80°-70°-80° pertubadas, em trechos próximos planalto, Figura 11 - Inga sessilis Vargem Grande e Serra Negra. Os táxons com maiores amplitudes são: Inga sessis, que se distribui geográficas /^Çf^-N^W-10° de Minas Gerais ao Rio Grande do Sul (Pennington 1997), em floresta de galeria no cerrado de Minas Gerais, floresta de Araucária, no Paraná, e em vegetação secundária derivada da floresta pluvial montana (Pennington 1997); Mimosa scabrella possui a mesma distribuição muito geográfica da espécie anterior, sendo comum em locais de vegetação alterada das formações montanas da floresta ombrófila na floresta de araucária densa e, também, -30° (Burkart 1979, Barneby 1991). Ambas apresentam uma distribuição bastante similar 1979), LJ1J£H—LJ a de Araucária angustifolia (Burkart -80°-70°-60°Ml"-40° relictual táxon de distribuição provavelmente Figura 12 - Mimosa scabrella (Ab'Saberl977, Bigarella et ai. 1975).

Rodriguesia 57 (1): 27-45. 2006 40 Morim, M. P. dos elementos grupo florísticos subtropicais das montana; Swartzia é registrada matas higrófilas pilulifera para (senso Brade 1956). Minas Gerais e Rio de Janeiro na floresta pluvial tropical atlântica, floresta estacionai e 6. Brasil atlântico sudeste (Tab. 2, Figs. 13, cerrado (Mansano &Tozzi 1999); Inga 14): a faixa de abrangência deste padrão é mendoncaei e Senna itatiaiae, segundo restrita à Região Sudeste, principalmente, em Pennington (1997) e Irwin & Barneby locais de maiores altitudes (1982), das cadeias da respectivamente, são conhecidas apenas da Serra do Mar e da Serra da Mantiqueira. Para floresta pluvial montana do estado do Rio de a flora do PARNA Itatiaia são reconhecidas, Janeiro, destacando-se S. itatiaiae é neste as seguintes espécies: que padrão, Hymenaea conhecida, até o momento, apenas a flora courbaril var. para altíssima (Fig. 13), Inga do PARNA Itatiaia. mendoncaei (Fig. 14), Ormosia friburgensis, As espécies reconhecidas neste Pseudopiptadenia leptostachya, Sclerolobium padrão são elementos florísticos especialistas do friburgensis, Senna itatiaiae, S. macranthera var. macranthera, Swartzia oblata, S. pilulifera e S. submarginata. Na flora em estudo este grupo de táxons ocorre em uma faixa de altitude entre 700 e 2.200 metros e, em geral, são as espécies que alcançam as altitudes mais elevadas, como, por exemplo, Senna itatiaiae de ocorrência registrada' apenas na formação alto-montana. Na Região Sudeste, núcleo de distribuição os táxons para incluídos neste padrão, são reconhecidas áreas distintas de ocorrência: Senna macranthera var. macranthera ocorre em cadeias serranas de Minas Gerais, na floresta atlântica do Espírito Santo e Rio de Janeiro, principalmente na Serra dos Órgãos e na Serra r da Mantiqueira, e áreas de -80°-70° capoeira -60"-50° ¦40u (Irwin & Barneby 1982); Pseudopiptadenia Figura 13 - Hymenaea leptostachya courbaril var. altíssima ocorre em Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo, na floresta ombrófila densa montana das Serra do Mar e da Mantiqueira (Lewis & Lima 1989-90)- Swartzia oblata e S. submarginata são registradas para Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo, na floresta pluvial tropical atlân- tica e na floresta estacionai, acrescentando- se ainda a ocorrência de S. oblata no Espírito Santo (Mansano & Tozzi 1999; Mansano & Tozzi 2001); Hymenaea courbaril var altíssima (Lee & Langenheim 1975); Ormosia friburgensis, e Sclerolobium friburgensis (Lima et àl 1994), ocorrem no Rio de Janeiro e São Paulo, nas Serra do Mar e na Serra da Mantiqueira, -80° -70°-60°A^o na floresta ombrófila densa Figura 14 - Inga mendoncaei

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Domínio Atlântico, a exceção de Swartzia Brasil Atlântico sudeste e Brasil Atlântico sudeste-sul. pilulifera, e têm distribuições restritas às floresta ombrófila densa e floresta estacionai O grupo de espécies especialistas revelou semidecidual do sudeste. a predominância de táxons do domínio florestal Uma síntese do conjunto dos padrões de atlântico (senso Oliveira-Filho & Fontes 2000), espécies características da flora distribuição (Fig. 15) e a correlação à destacando-se de da floresta ombrófila densa, seguidas da preferên-cia de habitat das espécies elementos florísticos Leguminosae estudadas para a flora do presença expressiva de florestas estacionais PARNA Itatiaia mostrou que do total de que também ocorrem nas espécies analisadas, 56% são generalistas e semidecíduas do sudeste. Tal fato corrobora florísticas entre 44% especialistas em formações do Domínio a constatação das similaridades estas duas formações florestais no sudeste e Atlântico (Tab. 2). Os padrões predominantes da floresta de distribuição das espécies generalistas são a condição da flora arbórea da flora das o neotropical, seguido do Brasil centro-oriental semidecidual ser um sub-conjunto & Fontes e o América do Sul ocidental-centro-oriental. florestas ombrófilas (Oliveira-Filho Os táxons especialistas do Domínio Atlântico 2000). O conjunto de resultados obtidos mostra foram reconhecidos, principalmente, nos a formação florestal montana e alto- padrões: Brasil Atlântico nordeste-sudeste-sul, que

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~ América do Sul Ocldental-Centro-OrlentalíllV^Z*">0\wS*^ If",'"^Brasil Centro Orientai//»"*'>.,/rm,K ^M'f * Atlântico NE-SE-Sj ^T> KZ'.ljBrasil L| ^•^fiTS*' "X^ -J ,Brasil SE-SV fi?I Atlântico pr * Z.Z.Z.Brasil Atlântico SE,J ?^ Lj,"J

~ ~~ 50°W40°W 70°W 60°W 100°W90°WB0°W das Leguminosae do PARNA Itatiaia. Figura 15 - Síntese de padrões de distribuição Rodriguésia 57 (I): 27-45. 2006 42 Morim, M. P. montana do PARNA Itatiaia é um relevante (convênio n° 610.4.025.02.3) através do núcleo de distribuição de Leguminosae no patrocínio da Petrobrás. contexto das grandes cadeias montanhosas das Serra da Mantiqueira e da Serra do Mar, Referências Bibliográficas reforçando a condição do estado do Rio de Ab'Sáber, A. N. 1977. Os domínios Janeiro seja como centro de diversidade de morfológicos da América do Sul. espécies, centro de endemismo ou área Geomorfologia 52:1-23. provável de refúgio (Mori 1981 e 1989, Prance Altschul, S. von 1987, Prance 1994, Lima et ai. 1997). Reis. 1964. A taxonomic study of the Entretanto, resultados sobre a riqueza e genus Anadenanthera. Contributions diversidade das Leguminosas no Domínio from the Gray Herbarium of Harvard University Atlântico do sudete do Brasil, associados aos 193: 1-65. Barneby, prováveis processos biogeográficos históricos R. C. 1991. Sensitivae censitae: a description e ecológicos aos quais os táxons foram e estão ofthe genus Mimosa Linnaeus submetidos (Lima 2000), serão fundamentais (Mimosaceae) in the New World. Memoirs para interpretações mais detalhadas sobre o of the New York Botanical Garden conjunto florístico das Leguminosae na 65: 1-835. formação florestal do PARNA Itatiaia. Barneby, R. C. & Grimes, J. 1996. Silk tree, Estimula-se ainda que outras famílias Guanacaste, Monkey's earring: a generic botânicas que predominam na formação system for the Synandrous Mimosaceae florestal do PARNA Itatiaia sejam estudadas of the Américas. Part I. Abarema, e que este conjunto de resultados, associados Albizia, and Allies. Memoirs ofthe New aos diferentes aspectos que envolvem o maciço York Botanical Garden 74(1): 1-292. do Itatiaia (Safford 1999 a,b), promovam o Barroso, G. M.; Peixoto, A. L.; Costa, C. G.; avanço no conhecimento sobre a flora local. Ichaso, C. L. F.; Guimarães, E. F. & Lima, H. C. 1984. Leguminosae. In: Agradecimentos Sistemática de Angiospermas do Brasil. Universidade A Dra. Gaziela Maciel Barroso, in Federal de Viçosa. Viçosa, memoriam, v. 2. Pp. pelos valiosos ensinamentos no 15-100. estudo Bernardes, de Sistemática de Leguminosae; à Dra. L. M. C. 1952. Tipos de clima do Dorothy Sue Dunn Araújo, Departamento de Estado do Rio de Janeiro. Revista Ecologia Brasileira da Universidade Federal do Rio de de Geografia 14(1): 57-80. Janeiro, pela revisão do abstract. Ao bolsista Bigarella, J. J.; Andrade-Lima, D. & Riehs, da Fundação Botânica Margaret Mee/ P. J. 1975. Considerações a respeito das Programa Mata Atlântica/Instituto de mudanças paleoambientais na distribuição Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro de algumas espécies vegetais e animais pesquisador Sebastião da Silva Neto, no Brasil. Anais da Academia Brasileira auxílio pelo durante os trabalhos de campo- a de Ciências 47(suplemento): 411-464. Leonardo Gnattali de Mello Campos, bolsista Brade, A. C. 1956. A flora do Parque Nacional do Centro de Informações e Serviços do do Itatiaia. Boletim Parque Nacional do Programa Mata Atlântica/JBRJ, pela Itatiaia 5: 1-92. elaboração dos mapas. Ao Parque Nacional Burkart, A. 1979. Leguminosas Mimosoideas. do Itatiaia apoio pelo durante a realização do In: Reitz, R. Flora Ilustrada Catarinense, trabalho de campo e ao Instituto de Pesquisas I parte, fascículo LEGU: 1-299. Jardim Botânico do Rio de Janeiro, em especial Carvalho, A. M. 1997. A synopsis ofthe ao Programa Mata Atlântica, genus pelas condições Dalbergia (Fabaceae: Dalbergieae) in de trabalho oferecidas e auxílio financeiro Brazil. Brittonia 49(1): 87-109.

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Rodriguésia 57(1): 27-45. 2006 Flora da Paraíba, Brasil: Tillandsia L. (Bromeliaceae)1

Ricardo Ambrósio Soares de Pontes2 & Maria de Fátima Agra1 Resumo (Flora da Paraíba, Brasil: Tillandsia L. (Bromeliaceae)) Este trabalho teve como objetivo elaborar o tratamento taxonômico das espécies do gênero Tillandsia L. ocorrentes no estado da Paraíba, como parte do projeto "Flora Paraibana". Foram identificadas 12 espécies para o estado: T. bulbosa Hook.f., T. gardneri Lindl., T. juncea (Ruiz & Pav.) Poir., T. kegeliana Mez, T. loliacea Schult. & Schult. f., T. polystachia L., T. recurvata (L.) L., T streptocarpa Baker, T. stricta Sol. ex Sims., T. tenuifolia var. surinamensis (Mez) L.B.Sm., T. são referidas usneoides (L.) L. e T. globosa Wawra var. globosa. Dentre estas, T. bulbosa e T. stricta pela primeira vez para o estado. Palavras-chave: , taxonomia, flora, Nordeste do Brasil. Abstract (Flora of Paraiba, Brazil: Tillandsia L. (Bromeliaceae)) The present work constitutes a taxonomic treatment of "Flora Paraibana". Twelve taxa were the genus Tillandsia L. in the State of Paraíba as part of the project identified oceurring in this área: T. bulbosa Hook.f., T. gardneri Lindl., T. juncea (Ruiz & Pav.) Poir., T. kegeliana Mez, T. loliacea Mart. ex Schult.f., T. polystachia L., T. recurvata (L.) L., 7. streptocarpa Baker, T. stricta Sol. ex Sims., Tillandsia tenuifolia var. surinamensis (Mez) L.B.Sm., T. usneoides (L.) L. and Tillandsia constitute the first reference globosa Wawra var. globosa. Of these, two species (7. bulbosa and T. stricta) for Paraiba. Key-words: Tillandsioideae, taxonomy, flora, Northeastern Brazil.

IntroduçãoPara a Região Nordeste, Barbosa et al. (1996) 15 espécies, Bromeliaceae está representada por 56referiram a ocorrência de & Sousa registraram a gêneros (Grant & Zijlstra 1998) e aproxima-Wanderley (2002) o ecossistema damente 3.270 espécies (Luther 2000), sendopresença de 14 espécies para A diversidade das Tillandsia um dos gêneros mais diversificados,caatinga. pouca compreendendo cerca de 620 espécies (LutherBromeliaceae representada nos levantamentos tropical Hflorísticos, no âmbito da caatinga, foi referida 2000), com distribuição na América "uma subtropical, desde o sul dos Estados Unidospor Leme (1993) como lista repetitiva até o noi-te da Argentina. O gênerodas espécies mais conhecidas", informações sobre as espécies de caracteriza-se por apresentar plantasAs herbáceas, saxícolas, rupícolas ou epifitas, comTillandsia na Paraíba são escassas, somente em citações de Smith folhas polísticas ou dísticas, inermes,encontradas pontuais inflorescências em espigas de onde emergem(1955) e Smith & Downs (1977), que referiram flores com corolas coloridas e vistosas,a presença de sete espécies, de vista econômico, o protegidas por brácteas, ou raro com floresDo ponto gênero isoladas.Tillandsia destaca-se por seu valor sendo muitas espécies Tillandsia é um dos gêneros deornamental, Bromeliaceae mais representados na caatinga.comercializadas em floriculturas de todo o como Tillandsia cyanea (A. Dietr.) Entretanto, poucos são os estudos que revelammundo, Morren, T. xerographica Rohweder, T. a diversidade do gênero neste ecossistema.E.

Artigo recebido em 0I/2IKIV Aceito para publicação nu 08/2003, 'Parte monografia de esludos cm da monografia de graduação do primeiro autor. Trabalho premiado como melhor Bromeliaceae 2(X)2-2O03, pela Sociedade Brasileira de Bromclias (SBBr). -'Pós-Graduando da Escola Nacional de Botânica Tropical. Instituto de Pesquisa do Jardim Botânico do Rio de Janeiro. ricardoapontes @ jbrj. gov. br 'Autor Universidade Federal da para correspondência: Maria de Fátima Agra. Laboratório de Tecnologia Farmacêutica. Paraíba, Caixa Postal 5009, CEP. 58051-059, João Pessoa. PB, Brasil. míagra@yah(x).com.br 48 Pontes, R. A. S. & Agra, M. F. aeranthos (Loisel.) L. B. Sm., entre outras. & Gilmartin (1989) e as descrições foram Na Paraíba, várias espécies nativas são elaboradas utilizando-se as terminologias comercializadas em floriculturas, como T. encontradas em Radford et al. (1974). gardneri, T. tenuifolia e T. polystachia. Os dados de distribuição geográfica, Outras espécies são utilizadas na confecção fenologia e ecologia de cada espécie foram de arranjos florais, como T. usneoides, cujas retirados das etiquetas das exsicatas, são plantas encontradas em grandes estoques complementados com observações de campo. nas floriculturas do estado (obs. pessoal). Tillandsia globosa var. globosa citada Este trabalho teve como objetivo elaborar para a Paraíba por Smith & Downs (1977), o tratamento taxonômico do gênero Tillandsia com base na coleção Foster 2415, depositada na Paraíba, contribuindo um para maior no Herbário do Smithsonian Institution (US), conhecimento da diversidade da flora não foi descrita no presente tratamento, não & Barbosa por paraibana (Agra 1996; Cabral & ter sido mais coletada na área. Agra 1999; Rocha & Agra 2001,2002; Pontes & Agra 2001). Resultados Tillandsia Material e Métodos L., Sp. pl. 286. 1753. Ervas caulescentes até caules incons- Área de Estudo - O estado da Paraíba pícuos, saxícolas, rupícolas ou epífitas. Folhas localiza-se na oriental do Nordeste porção do rosuladas ou distribuídas ao longo do caule, Brasil, entre os meridianos de 34°45'54" e polísticas ou dísticas, imbricadas, margens 38°45'45" longitude Oeste, e entre os paralelos inteiras, crassas ou não; lâminas estreitamente de 6°02'12" e 8°19'18" latitude Sul. Segundo liguladas, lanceoladas ou linear-filiformes; Carvalho & Carvalho (1985), vários tipos de indumento pouco a fortemente cinérea, vegetações ocorrem no estado, dependendo escamas simétricas ou assimétricas, de dos compartimentos morfológicos e suas condi- contorno arredondado, triangular irregular. ções ambientais: vegetação ou pioneira, campos Escapo desde bem distinto até ausente. e matas de restingas, manguezais, mata úmida Inflorescência em espiga, simples ou (mata perenifólia costeira ou mata atlântica, ramificada, com flores dísticas ou mata perenifólia de altitude ou mata de brejos)! polísticas, raramente reduzidas a uma única flor. Bráctea tabuleiros, agreste, mata sub-caducifólia de' floral conspícua, elíptica, elíptico-lanceolada ou transição, matas serranas e caatinga. oval-lanceolada. Flores sésseis, eretas. Sépalas Coletas e Identificações - Realizaram-se simétricas, livres ou as soldadas, coletas e observações de campo, posteriores relativas à carenadas ou ecarenadas. morfologia, fenologia e Pétalas livres, ecologia, em diversas lilases, amarelas, áreas do estado. róseas, brancas, azuis ou As identificações foram verde-amareladas, realizadas com unha estreita, linear a base na análise dos caracteres suborbicular. reprodutivos Estames 6, inclusos ou exsertos; e vegetativos, com auxílio da filetes cilíndricos ou complanados; anteras com bibliografia especializada (Mez 1891-1894; deiscência rimosas, amarelas ou negras. Ovário Smith 1955; Smith & Downs 1977)! supero, glabro; óvulos numerosos, caudados; Adicionalmente também foram realizadas estilete cilíndrico; estigma simples-ereto ou análises comparativas com espécimes dos espiral-conduplicado. Fruto cápsula septicida; seguintes herbários: JPB, EAN, IPA e UFP sementes cilíndricas ou (siglas segundo Holmgren et fusiformes, com al. 1990). apêndices basais, Os estudos morfológicos plumosos e brancos. e as ilustrações O foram realizados gênero Tillandsia está representado com auxílio de estereomi- na Paraíba croscópio e câmara-clara, por 12 espécies, pertencentes a Zeiss. A morfologia subgêneros do estigma quatro de acordo com o tratamento seguiu a classificação de Brown infragenérico de Smith & Downs (1977). O

Rodriguesia 57 (1): 47-61. 2006 Flora da Paraíba: Tillandsia 49 subgênero Anoplophytum está representado Phytarrhiza está representado apenas por T. por quatro espécies, T. gardneri, T. stricta, T. streptocarpa. Representantes de Tillandsia tenuifolia var. surinamensis e T. var. têm sido encontrados nos remanescentes de globosa "brejos globosa. Tillandsia subgênero Tillandsia mata atlântica, incluindo de altitudes", possui quatro espécies, T. bulbosa, T. juncea, e no semi-árido (agreste, matas serranas e T. kegeliana e T. polystachia. Para o caatinga), em elevações que variam de 10 a subgênero Diaphoranthema foram 1.200 m de altitude, ocorrendo como epífitas registradas três espécies, T. loliacea, T. ou rupícolas, sendo algumas vezes, a forma de recurvata e T. usneoides. O subgênero vida, facultativas para um mesmo táxon.

Chave para identificação das espécies de Tillandsia Estames exsertos. 2. Ovário elíptico a oval-elíptico, cerca de 5 mm compr. 3. Folhas com bainhas indistintas; estames e estiletes 4,5 cm compr.6. T. polystachia y. Folhas com bainhas distintas; estames e estiletes menores que 3,5 cm. 4. Inflorescência não complanada; sépalas carenadas; cápsula até 3,6 cm compr. 1. T. bulbosa 4'. Inflorescência complanada; sépalas ecarenadas; cápsula maior que 4 cm compr. 4. T. kegeliana 2'. Ovário cônico, cerca de 8 mm compr 3. T. juncea . Estames inclusos. 5. Folhas polísticas; escapo densamente bracteado. 6. Brácteas do escapo longo-caudadas com o ápice espiralado; lâmina com pétala orbicular; estigma espiral-conduplicado 8. T. streptocarpa 6'. Brácteas do escapo curto-caudadas com o ápice ereto; pétala com lâmina espatulada, linear a suborbicular; estigma simples-ereto. 7'. Estames menores que 5 mm compr.; ovário menorque 1,5 mm compr.; estilete diminuto, ca. 1 mm compr 5. T. loliacea T. Estames maiores que 8 mm compr.; ovário de 3 a 4 mm compr.; estilete evidente, acima de 7 mm compr. 8. Folhas fortemente cinéreas com escamas densas; inflorescência pêndula; sépalas ovais; estilete até 8 mm compr.2. T. gardneri 8'. Folhas verdes com escamas laxas; inflorescência ereta; sépalas lanceoladas, elípticas a elíptico-lanceoladas; estilete acima de 1 cm compr. 9. Pétalas 1,2 cm, alvas; estames soldados a unha da pétala 10. T. tenuifolia var. surinamensis 9'. Pétalas 1,7 cm, púpuras; estames soldados na base do ovário 9. T. stricta 5'. Folhas dísticas; escapo ausente, ou quando presente com apenas uma bráctea. mm 10. Raízes e escapo presentes; flores em espiga; pétalas lilases; ovário ca. 3 compr. 7. T. recurvata 10'. Raízes e escapo ausentes; flores isoladas; pétalas esverdeadas; ovário ca. 1,5 mm compr. "• T wneoidts

Rodriguésia 57 (1): 47-61. 2006 50 Pontes, R. A. S. & Agra, M. F. 1. Tillandsia bulbosa Hook., Exot. Fl. 3: 173. 2. Tillandsia gardneri Lindl., Bot. Reg. 28: t. 1826.Fig. 4p-s 63. 1842.Flg. i f.i Planta 12-18 cm alt., epifita; caule Planta 12-20 cm alt., epifita; caule inconspícuo; raízes rígidas. Folhas presentes, inconspícuo; raízes presentes, rígidas. Folhas polísticas, verdes, imbricadas, margens polísticas, fortemente cinéreas, imbricadas, as onduladas; lâmina 3-16 cm compr., linear- inferiores reflexas, as superiores eretas; lâmina filiforme, verde, ápice filiforme; bainha 1,8-2 12-16,5 x 1,4-1,6 cm, triangular, ápice x 1,7-1,8 cm, elíptica, muito distinta, cinérea. longamente-atenuado; bainha 4 mm compr., Escapo ereto ou recurvo, 8-10 cm; brácteas indistinta. Escapo pêndulo, 7-9 cm compr.; oval-lineares, levemente filiformes no ápice, 7- brácteas elíptico-lanceoladas, 12-16 cm 8 x 0,2-3 cm compr., imbricadas, verdes. compr., curto caudada, imbricada, cinérea. Inflorescência em espiga simples, excedendo Inflorescência em espiga, 3-6-ramos, as folhas, 4-7 cm compr.; brácteas florais ca. subglobosos a globosos, não excedendo as 2 x 1,7 cm, elípticas, verdes, ápice apiculado, folhas; brácteas florais cinéreas, 2,4-2,6 x 1,1- ultrapassando as sépalas. Sépalas subconatas! 1,2 cm, oval-elípticas, carenadas, ápice 1,7-1,8 x 0,3-0,4 cm, elípticas, carenadas, cuspidado, ultrapassando as sépalas. Sépalas glabras, ápice agudo. Pétalas ca. 3 x 0,5 cm! conatas na base, ca. 1,2 x 0,7 cm compr., ovais, elíptico-lanceolada, ápice sub-agudo; estames carenatas, glabras, subcuspidatas. Pétalas ca exsertos, ca. 3,4 cm compr.; filetes compressos; 1,6 x 0,3 cm compr., espatulada, ápice ovário ca. 5 mm compr., elíptico, trígono! arredondado; estames inclusos, ca. 8,5 mm estilete 2,5-2,6 cm compr., cilíndrico; estigma compr., soldados na base do ovário; filetes espiral-conduplicado. Cápsula 3,5-3,6 cm fortemente plicados; ovário ca. 4 mm compr., compr., valvas retorcidas na deiscência- oval; estilete 7,5-8 mm compr., cilíndrico; sementes 2-2,5 mm compr., apêndices estigma simples, ereto. 2-2,3 Cápsula 3-3,6 cm plumosos cm compr. compr.; valvas Tillandsia retas na deiscência; sementes bulbosa possui ampla 2,5-3 mm distribuição compr., apêndices 2,4-2,8 cm na América Central, Caribe e compr., América do plumosos. Sul. No Brasil ocorre nas Regiões Espécie Norte, Nordeste da América do Sul, ocorrendo e Sudeste. Foi citada para o na Colômbia Nordeste e no Brasil, onde é encontrada por Smith & Downs (1977) os para desde o Piauí até o Rio Grande do Sul estados de Pernambuco, Alagoas e Bahia, (Smith & Downs 1977). Na Paraíba, T. tem sendo aqui a sua primeira referência gardneri para o sido encontrada em remanescentes estado da Paraíba, onde de mata foi encontrada atlântica, matas somente em uma serranas e na caatinga. área de mata costeira. Foi Floresce coletada em agosto e frutifica em setembro. com flores em agosto e frutos em setembro. Material examinado: BRASIL. PARAÍBA: Gurinhém, Material examinado: Serra do Cajá, 27.VIJI.1998, fl., G. BRASIL. PARAÍBA S. Baracho Mamanguape, Estação et ai s.n. (UFP 21985); Ecológica Capim Azul Mamanguape, 18.VIII.1988,fl.,L.P. Estação Ecológica, 17. VIII. 1988, Félix & A. Miranda L. P. Félix s.n. 15659); & A. Miranda s.n. (JPB 15660); (JPB 5.IV1989, L. P. Félix & A Maturéia, Miranda 9344 Pico do Jabre 18.1.1997, M F Agra (JPB); Reserva Biológica et ai 3907 Guaribas, Área II, 28.IX.2001, (JPB); 27-29.IX.1997, fr., M. F. fr., M. S. Agra et Pereira s.n. ai 4225 (JPB); 27-29.LX. 1997, fr., kl (JPB 28365). F. Agra et ai 4229 (JPB); 27-29.X. 1997. M. F. Agra et ai s.n. (JPB 21995); 18.1.1997, Agra et ai 3.907 (JPB).

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- c. ovário; d folha; e. escama (Agra 4564. Figura 1 - Tillandsia tenuifolia var. surinamensis a. flor; b. pétala; I. flor (Agra 4225). T. slrtcta^. escama; n. fo.ha T. lirdneri - f. folha; g. escama; h. gineceu; i. estame plicado; j. pétala; = - I mm: I = 2 em; e. m = 83 um). (Felix ,n., JPB 15660). (Escalas: d. f. n = lem; a, b. h. i. j. 5 mm; 0 g.

Rodriguésia 57 (1): 47-61. 2006 52 Pontes, R. A. S. & Agra, M. F. 3.Tillandsia juncea (Ruiz & Pav.) Poir., cm compr., bracteado; brácteas do escapo, Encycl. Suppl. 5: 309. 1817.Fig. 4 a-d elípticas a oval-elípticas, 2,5-2,7 x 0,5-0,8 cm, Planta 35-40 cm alt., epífita; caule imbricadas, ápice sub-caudado. Inflorescência inconspícuo; raízes presentes, rígidas. Folhas em espiga simples, complanada, excedendo as laminares, cinéreas, polísticas, imbricadas; folhas, 4,5-6,5 cm compr.; brácteas florais 2,6- lâmina 15-32 cm compr., lanceoladas, lepidota, 3,3 x 1,3-2,1 cm, ovais a oval-elípticas, ápice ápice longo-atenuado; bainha 0,5-1 cm compr., apiculado, vermelho-alaranjadas, as inferiores pouco distinta da lâmina. Escapo ereto, 14-17 fortemente carenatas, envolveldo as sépalas. cm compr., robusto; brácteas elíptico- Sépalas sub-conatas, 2,3-2,5 x 0,9-1 cm, lanceoladas, 8-10 x 1-1,2 cm, imbricadas, elípticas, ecarenadas, glabras, ápice apiculado. cinéreas. Inflorescência em espiga simples, não Pétalas ca. 3 x 0,4 cm, violetas (Andrade- excedendo as folhas, 8-9 cm compr.; brácteas Lima!, 67-4998), elíptica, ápice agudo; estames florais 2-2,5 x 1,2-1,4 cm, ovais, ápice agudo exsertos, ca. 3,2 cm compr., amarelos, soldados a acuminado, cinéreas, ultrpassando as na base do ovário; filetes compressos, sépalas. Sépalas conatas, 1,6-1,8 x 0,35-0,45 delgados; ovário ca. 5 mm compr., oval-elíptico; cm, elíptico-lanceoladas, carenadas, glabras, estilete 2,4-2,6 cm compr., cilíndrico; estigma acuminadas. Pétalas ca. 3,0 x 0,5 cm compr.! espiral-conduplicado. Cápsula 5 cm compr., lanceolada, ápice agudo; estames exsertos, ca! valvas retorcidas na deiscência, interiormente 1,3 cm compr., soldados na base do ovário; enegrecida, com as bordas mais claras; filetes cilíndricos; ovário ca. 8 mm compr.', sementes não vistas. cônico; estilete 2,8 cm compr., cilíndrico; Tillandsia kegeliana é uma espécie rara estigma espiral-conduplicado. Cápsula 2,5-2,7 na Paraíba, conhecida de apenas três coleções, cm compr., valvas retas na deiscência; sendo a mais antiga, Andrade-Lima de 67- sementes 2-2,2 mm compr., apêndices 2,2- 4.998, coletada em área de mata atlântica. As 2,5 cm compr., plumosos. outras coleções são mais recentes, 35 Espécie com ampla distribuição, após sendo anos, durante a realização encontrada desde o deste trabalho, uma México até a Bolívia (Smith em um & Downs remanescente de mata semicaducifólia 1977). T. juncea é rara na área de {R. A. Pontes 5) e outra em brejo de altitude estudo, só conhecida de duas coletas, sendo {R. A. Pontes 109). uma no agreste e a outra em "brejo Wanderley & Sousa de altitude". (2002) registraram Floresce e frutifica em a ocorrência de T. junho. kegeliana a Material examinado: BRASIL. para caatinga paraibana, PARAÍBA entretanto, com Areia, 15.VI.1999, fr., base no material examinado G. S. Baracho &J A o Siqueira-Filho para estado, verificou-se que esta espécie 839 (UFP). Gurinhém, s.d., ocorre fl., somente em remanescentes de mata G. S. Baracho et ai 748 (UFP). atlântica e mata semicaducifólia. Foi observada com flores 4.Tillandsia kegeliana em maio e com frutos em maio e Mez, in DC, Monogr dezembro. Phan. 9: 725. 1896.Fig.41-0 Material Examinado: BRASIL. PARAÍBA: Planta 11-14 cm alt., epífita; caule BR-101, km 78 de Goiana em direção a inconspícuo; raízes presentes, rígidas. Folhas (PE) João Pessoa (PB), 1.V.1967, D. polísticas, cinéreas, as internas arroxeadas, fl. fr., Andrade-Lima 67-4998 imbricadas, reflexas; lâmina (IPA); Lagoa Seca, 6-8 x 0,5-0,8 cm! fazenda Ipuarana, revoluta, cinérea, ápice rodovia PB-097,6.XII.2000, aciculado a longo fr., R. A. atenuado; bainha Pontes 5 (JPB); Areia, Reserva 2,3-4,0 x 2,2-3,2 cm, Ecológica ovalalada, distinta, Mata do Pau-Ferro, 4.X.2004, est., cinérea. Escapo ereto, 4-7 R. A. Pontes et ai 109 (JPB).

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I 11ta,>¦

4228). Figura 2 - Tillandsia usneoides - a. Hábito; b. ramo florido; c. escama; d. bráctea floral; e. gineceu (Agra 4660). T. recurvala - hábito; I. inflorcscônciu; T. loliacea - f hábito; g. inflorescência; h. escama; i. gineceu (Agra j. a. b, f. I, m. escama; n. corte transversal do fruto; o. bráctea floral; p. ovário (Baracho s.n.. JPB 21979), (Lscalas: g, j, n = 1 cm; d, e = 3 mm; i, d, e = 1 mm; c, h, m = 83 um).

Rodriguésia 57 (1): 47-61. 2006 54 Pontes, R. A. S & Agra, M. F. 5. Tillandsia loliacea Mart. ex Schult. & Schult. 6. Tillandsia polystachia (L.) L., Sp. pl. (2)1: f., Syst. veg. 7: 1204. 1830.Fig. 2 f-i 410.1762.Fig-4e.j Planta 5-8 cm alt., epífita ou rupícola; raízes Planta 12-82 cm alt., epífita; caule presentes, rígidas. Folhas fortemente polísticas, inconspícuo a conspícuo; raízes rígidas. cinéreas, imbricadas, eretas; lâmina 1-2,9 presentes, cm de Folhas polísticas, cinéreo-esverdeadas, compr., triangular, crassas, cinérea, ápice imbricadas; lâmina 6-30 cm compr., triangular- atenuado; bainha 2-4 mm compr., indistinta da lanceolada, ápice longamente atenuado; bainha lâmina, membranácea, translúcida. Escapo ereto, 2-llxl ,3-7,5 cm, indistinta. Escapo ereto, 3,5- 2,5-5 cm compr.; brácteas escapais elípticas, 7- 33 cm; brácteas do escapo oblongo-acuminadas, 15 x 3^ mm, curto caudadas, ápice ereto, 7-27 x 1-3,8 cm, imbricadas, cinéreo- imbricadas, cinéreas. Inflorescencia em espiga esverdeadas. Inflorescencia em espiga simples, excedendo as folhas, 1-2 simples, cm de compr.; 5-35 cm compr., excedendo brácteas florais 5-6 x 4-5 as folhas; brácteas mm, oval-elípticas! florais ca. 2,4 agudo no ápice, x 1,2 cm, vináceas, ovais, ápice cinéreas, menores que as sépalas! apiculado, Sépalas subconatas, ultrapassando as sépalas. Sépalas ca. 7 x 2 mm, elíptico- conatas, lanceoladas, 1,8 x 0,6 cm, elíptico-lanceoladas, ecarenatas, glabras, ápice carenadas, glabras, ápice agudo. Pétalas ca. 4 x acuminado. Pétalas ca. 8 x 1,5 mm compr., 0,6 cm, linear, ápice subagudo a rotundo, lilases; amarela, linear, ápice rotundo; estames inclusos! estames exsertos, ca. 4,5 cm compr., ca. 4 mm de compr., soldados na base soldados à do ovário- base do ovário, livres filetes cilíndricos; ovário entres si; filetes cilíndricos, ca. 1,2 mm compr' roxos; ovário suboboval; estilete ca. 5 mm compr., oval-elíptico; ca. 1 mm, subtriangular estilete estigma simples-ereto. 4-4,5 cm, cilíndrico; estigma espiral- Cápsula 2,1-3,7 cm conduplicado. compr.; valvas retas Cápsula 2,3-3,7 cm de compr., na deiscência; sementes 2 valvas mm, apêndices retorcidas na deiscência; sementes 2-3 1,5-3 cm compr., plumosos. Tillandsia mm compr., apêndices 1,5-2,9 cm compr., loliacea é uma espécie da América plumosos. do Sul ocorrendo no Peru, Brasil Bolívia, Tillandsia polystachia apresenta Paraguai e Argentina (Smith & Downs ampla 1977). distribuição, ocorrendo no sul Na Paraíba, T. loliacea foi encontrada da América do no Norte (sul dos Estados Unidos agreste, matas serranas e na caatinga e México), América Central, Caribe ocorrendo entre 400 a 1.100 m de e América do Sul altitude É (Colômbia, Equador, uma espécie pouco coletada, Venezuela e Brasil). Esta provavelmente espécie tem devido ao sido registrada principalmente nas pequeno porte da planta, que não ultrapassa matas serranas da Paraíba. É uma de 8 cm de altura. Foi coletada com planta flores em agosto grande efeito ornamental, apresentam janeiro, e setembro. E em inflorescéncias frutificação em agosto e setembro. com brácteas foliáceas verdes, que contrastam Material examinado: BRASIL. com a corola lilás das flores. PARAÍBA Foi coletada Maturéia, Pico do Jabre, com flores em dezembro e com 18-21.1.1998 flAf.fi frutos Agra et ai. 4660 de julho a agosto. (JPB); Nazarezinhò, Cantil' Material 2.VUI.1982, fl. e fr., Sousa examinado: BRASIL. PARAÍBA: et ai. 5374 (JPB)- Gunnhém, Ingá, Pedra do Ingá, 27.IX. Serra do Cajá, 27.VUI.1998, fr., G. 1992, fl., O. T. Moura S 5412 Baracho s.n. (JPB 21984); Maturéia, (JPB); Juazerinho, 25.VI 1983 L P Pico Xavier 5521 do Jabre, 27-29.IX.1997, fl. e (JPB); São Gonçalo, Sítio Terra fr, M. F. Agra et Nova, 4209 (JPB); 18.1.1997, 22.VI.1999, O. T. Moura s.n. f M. F. Agra et ai. (JPB 3908 (JPB); 18.1.1997, 24896); Serra Branca, Serra Branca, M. F. Agra et ai. s.n. na base do (JPB inselberg, 4.IV1996, 21748); 18.VU.1997, fr, M. F. Agra et ai. M. F. Agra et ai 3554 4118 (JPB); Sousa, 23.V1936, (JPB); Queimadas, Serra do Bodopitá, P V. Luetzelburg s n o.XII. 1998, (IPA 47555).8 fl., G. S Baracho s.n. (UFP 22814).

Rodrigues/a 57 (1): 47-61. 2006 55 Flora da Paraíba: Tillandsia

f. - , Kihinv h brácteabractea do00 escapo:csu<| c.c pétala:i d. flor: c. estame; gineceu; g. Figura 3 - Tillandsia streplocarpa a. habito, b. = 1 cm; e ,f = 3 mm; h = 83 pm). fruto; h. escama (Agra 4573). (Escalas: a. b. c. d. g 3,5-8,5 cm compr., braetcado. 7. Tillandsia recurvata (L.)L., Sp. pi. ed. 2 ereto, em espiga simples, excedendo 1:410.1762.Fig.2j-p Inflorescência folhas, 1-1,5 cm compr.; bràcteas florais Planta 8-12 cm alt., epífita ou rupícola; as 7,5-8 x 3-3,5 mm, vináceas a cinéreas, caule inconspícuo; raízes rígidas. ca. presentes, ápice agudo, menor que Folhas dísticas, fortemente cinéreas, elíptico-lanceoladas, sépalas. Sépalas subconatas na base, 2 x recurvadas; lâmina 4,3-5 cm compr., aciculada, as cm, elípticas, carenadas, glabras, ápice cinérea, ápice agudo; bainha 4-5,5 x 3-4 mm, 7,5 Pétalas ca. 9 x 1,2 mm, linear, ápice levemente distinta, membranácea. Escapo acuminado.

Rodriguesia 57 (1): 47-61. 2006 56 Pontes, R. A. S. & Agra, M. F. rotundo, lilases; estames inclusos, ca. 4,5 mm compr., triangular-linear, fortemente cinérea, compr., soldados na base do ovário; filetes ápice aciculado subespiralado, levemente cilíndricos; ovário ca. 3 mm compr., subcilíndrico; caudadas; bainha ca. 1-1,8 cm compr., bem estilete 0,8-1 mm compr., cônico; estigma distinta da lâmina, membranácea. Escapo simples-ereto. Cápsula 2,3-2,6 cm compr., ereto, 6-17 cm compr.; brácteas oval-elípticas valvas retas na deiscência; sementes 2 mm a elíptico-lanceoladas, 2-14 x 0,4-0,9 cm, compr., apêndices 1,8-2 cm compr., plumosos. imbricadas, caudadas, cinéreas. Inflorescência Tillandsia recurvata apresenta ampla em espiga composta, raro simples, excedendo distribuição na América tropical, ocorrendo no as folhas, 2,5-12 cm compr.; brácteas florais Sul da América do Norte, América Central, 1,8-0,6 cm compr., elíptico-lanceoladas, ápice Caribe e América do Sul (Smith & Downs 1977). acuminado, cinéreas. Sépalas subconatas, 1,3 Na Paraíba, T. recurvata tem sido encontrada x 0,6 cm, elíptico-lanceoladas, ecarenadas, em todos os tipos de ecossistemas, sendo glabras, ápice agudo. Pétalas ca. 2 x 0,6 cm, abundante nos Cariris Velhos, a área de menor orbicular, ápice obtuso, cerúleas; estames índice do estado. pluviométrico Foi coletada com inclusos, 7 mm compr., soldados na base do flores em maio e setembro, janeiro, e com frutos ovário; filetes delgados, compressos; ovário ca. em setembro e dezembro. julho, 3 mm compr., oval-elíptico; estilete 0,2-0,22 Material examinado: BRASIL. PARAÍBA: mm compr., cilíndrico; estigma espiral- Boa Vista 27-29.IV. 1994, M. F. Agra et ai. conduplicado. Cápsula 3,2-4,7 cm compr., 2932 (JPB); Cabaceiras, 29-30.V.1994, fl., M. valvas retas na deiscência; sementes 2-3,5 mm F. Agra et ai. 3563 (JPB); Sumé, 29- compr., apêndices 2,8-3,7 cm compr., 30.1.1994, fl., M. F. Agra et ai. 2807 (JPB); plumosos. Aroeiras, 24-27.IX.1994, M. F. Agra et aí Espécie exclusiva da América do Sul, 3281 (JPB); Campina Grande, distrito de São ocorrendo na Bolívia, Brasil e Paraguai. No José da Mata, 23.VI.1996, M. F Agra 3402 Brasil, ocorre desde o Nordeste até o Paraná (JPB); M. F Agra s.n. (JPB 21581); (Smith & Downs 1977), habitando áreas de 23.VI.1990, M. F Agra s.n. (JPB 19332); São campo rupestre, cerrado, restinga e caatinga. João do Cariri, 22-3.X.1993, M. F Agra et ai. Na Paraíba T. streptocarpa foi coletada, s.n. (JPB 20033); São João do Cariri, principalmente, na caatinga, crescendo em 22.V. 1997, G. Luna s.n. (JPB 22945); afloramentos rochosos, graníticos e Cabaceiras, 29.VI-1.VIL 1993, M. gnáissicos. F Agra et Floresce em março, setembro e outubro. ai. s.n. (JPB 20035); Areia, 11.IV. 1986, O. T. Frutifica em janeiro e setembro. Moura s.n. (JPB 15890); Ingá, 27.IX.1982, Material Eeaminado: BRASIL. PARAÍBA: fl. e fr., O. T. Moura 5411 Umbuzeiro! (JPB); Serra Branca, Serra Branca, 04.IV. 1996, fl., M. 13.XI.1984, Silva 6507 (JPB); Gurinhém F Agra et ai. 3546 (JPB); Cabaceiras, 29.VII- 27.VII.1998, fr, G. S. Baracho et ai. s.n. 1. VIU. 1993, M. F Agra et ai s.n. 20036); (UFP 21979); Queimadas, 08.XII.1998, (JPB fr., Boa Vista, 22.VI.1996, M. F Agra et ai. 3837 G.S. Baracho et ai. s.n. 22813); (UFP (JPB); São João do Cariri, 29- 31.X.1993, M. F. Cacimba de Dentro, 27.VII.1998, fr., G. S. Agra et ai. 2364 (JPB); Maturéia, Pico do Baracho et ai. s.n. (UFP 21432). Jabre, 18.1.1996, fl., M. F Agra et ai. 3912 (JPB); 27-29.IX.1997, fl„ M. F Agra et ai. 8. Tillandsia streptocarpa Baker, Jour. Bot. 4.216 (JPB); 19-20.X.1997, London 25. 241. 1887.Fig. fl„ M. F Agra et 3 a-h ai. 4573 (JPB); 27-29.IX.1997, Planta 8,5-35 fr., M. F Agra cm alt., epífita ou rupícola; et ai. 4233 caule (JPB); São João do Cariri, conspícuo; raízes presentes, rígidas. 18.IX.1997, Folhas G. Luna s.n. (JPB 24903); polísticas, cinéreas, não imbricadas, Soledade, 27.1.1971, Carvalho 3484 (JPB); fortemente recurvadas; lâmina 6,5-27 cm Queimadas, 08.XII.1998, G. S. Baracho s.n

Rodriguésia 57 (1): 47-61. 2006 Flora da Paraíba: Tillandsia 57

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s.n., JPH 21980). Figura 4 - Tillandsia juncea - a. folha; b. bráctea do escapo; c. bráctea floral; d. escama (llaracho s.n., 22814). T. polystachia - e. folha; f. flor; g. bráctea do escapo; h. bráctea floral; i. escama; j. estigma (llaracho JPH - T. kegeliana -1. escama; m. folha; n. bráctea floral; o. bráctea do escapo (Andrade-Lima 67-4W8). T. bulbosa p. folha; q. bráctea do escapo; r. bráctea floral; s. escama (Féli.x s.n., JPB 15659). (Escalas: a, b, c, e, f, g, h, m. p, q, r = 1 cm; n, o = 5 mm; j = 3 mm; d, i, I, s = 83 pm).

Rodriguésia 57 (I): 47-61. 2006 58 Pontes, R. A. S. & Agra, M. F. (JPB 22812); Cabaceiras, 1.VII. 1993, M. F. brácteas elípticas a sub-ovais, 5-1 x 3-6 mm, Agra et ai. s.n. (JPB 20036); Serra Branca, curto caudadas, ápice ereto, imbricadas, 4.IV.1996,fl.,M. F.Agraetal. s.n. (JPB 21600). verdes. Inflorescência em espiga, simples, excedendo as folhas, 10 cm; brácteas florais 9.Tillandsia stricta Sol. ex Sims, Bot. Mag. róseas, 0,7-2 x 0,3-0,7 cm, oval-elípticas, ápice 37: pi. 1529.1813.Fig. 1 m-n levemente cuspidado, ultrapassando as Planta 13-15 cm alt., epífita; caule sépalas. Sépalas conatas, 0,8-1 x 0,15-0,2 cm, inconspícuo; raízes presentes, rígidas. Folhas elíptico-lanceoladas, carenadas, ápice cinéreas, glabras, polísticas, imbricadas, eretas; lâmina acuminado. Pétalas alvas, ca. 1,2 x 0,3 cm, 2-11 cm compr., triangular-lanceoladas, espatuladas, ápice obtuso; estames inclusos, cinérea, ápice filiforme; bainha 1-1,5 cm compr, ca. 1,3 cm compr., três livres e três epipétalos, distinta da pouco lâmina, membranácea. soldados na altura da unha filetes Escapo ereto, 4-5 pétala; cm compr.; brácteas plicados; ovário ca. 3 mm compr., ovoide; subelípticas a elípticas, x 5-6 0,4-0,6 cm, curto estilete 1-1,3 cm compr; estigma simples- caudadas, ápice ereto, imbricadas, cinéreas. ereto. Frutos não vistos. Inflorescência em espiga, simples, excedendo Tillandsia tenuifolia var. surinamensis as folhas, 8 cm compr.; brácteas florais 2,2-2,4 é uma variedade da América do Sul, ocorrendo x 0,6-0,9 cm, oval-elípticas, ápice cuspidado, desde a Venezuela até a Argentina. Neste cinéreas, ultrapassando as sépalas. Sépalas estudo registrou-se a presença desta espécie conatas na base, 1,1-1,2 x 0,3-0,4 cm, elípticas, num remanescente de mata atlântica e numa carenadas, ápice acuminado. glabras, Pétalas mata serrana. Entretanto, a espécie também púrpuras, ca. 1,7 x 0,4 cm, espatuladas, ápice foi registrada por Smith & Down (1977) arredondado; estames inclusos, para ca. 1,3 cm as microrregiões dos Cariris Velhos e Agreste compr., livres; filetes plicados; ovário ca. 3 mm da Borborema. Possuem efeito compr., subovóide; estilete 1,2-1,3 grande cm compr.; ornamental com brácteas florais róseas estigma simples-ereto. Frutos que não vistos. contrastam com suas alvas. Amostras De acordo com pétalas Smith & Downs (1977), floridas foram coletadas T. em maio, setembro e stricta possui distribuição restrita ao outubro. nordeste da América do Sul, ocorrendo desde Material examinado: BRASIL. PARAÍBA: o Brasil até o Paraguai. Na Paraíba a espécie Maturéia, Pico do Jabre, 27-29.IX.1997, fl., é conhecida uma por coleta, realizada em um M. F. Agra et remanescente ai. 4292 (JPB); 19-20.X.1997, de mata atlântica, sendo aqui fl., M. F. referida Agra et ai. 4564 (JPB); Sapé, pela primeira vez para o estado. Fazenda Pacatuba Floresce em agosto. (RPPN), 6.IV2001, fl., E. César s.n. (JPB 28267). Material examinado: BRASIL. PARAÍBA: Mamanguape, Estação Ecológica, 17.VIII. 1988, 11. Tillandsia usneoides (L.)L., Sp. 2.411. fl., L. P. Felix & A. Miranda s.n. 15660)' pi. (JPB 1762.Fig. 2 a-e Planta pendente, com ramos até 15 m 10.Tillandsia tenuifolia var. surinamensis compr., epífita; raízes ausentes. Folhas dísticas, (Mez) LB.Sm., Phyt 8: 220. 1962. Fig. 1. a-e cinéreas, imbricadas; lâmina 4,7-7 cm compr., Planta 14-25 cm alt., epífita ou rupícola; sub-cilíndrica, aciculada, suculenta, cinérea, caule conspícuo; raízes rígidas. presentes, densamente lepidota, levemente recurvada, Folhas polísticas, verdes, imbricadas, eretas; ápice aciculado; bainha 8-10 x 3^4 mm, lâmina 2,5-8 cm compr., triangular, ápice pouco distinta da lâmina, membranácea. Escapo acuminado; bainha 1,5-2 cm compr., ausente; brácteas florais ca. 5 x 3 mm, subor- membranácea, pouco distinta da lâmina. biculares, apiculadas, marrons a vináceas no Escapo ereto ou sub-ereto, 3-6 cm compr.; ápice. Flores solitárias, ca. de 1,5 cm. Sépalas

Rodriguésia 57 (1): 47-61. 2006 59 Flora da Paraíba: Tillandsia "brejos de altitudes", no município de subconatas, 7x2 mm, elíptico-lanceoladas, para os com seis espécies, representando cerca carenadas, ápice agudo a apiculado. Areia, glabras, do total o estado. Pétalas ca. 9 x 1,2 mm, linear, verde- de 54,5% para Com relação às áreas de Mata Atlântica, amareladas, ápice agudo; estames inclusos, 5 coletadas T. bulbosa, T. kegeliana, T. mm compr., soldados na base do ovário; filetes foram T. T. recurvata, T. cilíndricos; ovário ca. 1,5 mm compr., gardneri, polystachia, T. T. tenuifolia var. suboboval; estilete 1,4-1,5 mm compr., stricta, juncea, T. loliacea e T. usneoides, robusto; estigma ereto-simples. Cápsula 1,6- surinemensis, representando um de 91 % dos táxons 2 cm compr., valvas retorcidas na deiscência; percentual no estado, sendo este o ecossistema sementes 2 mm compr., apêndices ca. 1,5- ocorrentes com a maior diversidade para o gênero 1,8 cm compr., plumosos. Tillandsia na Paraíba. Espécie com ampla distribuição, Tillandsia gardneri e T. recurvata ocorrendo desde o Sul da América do Norte, apresentaram a distribuição mais ampla, sendo Caribe, América Central até o Sul da América encontradas em elevações de 10 a 1.200 m de do Sul. Na Paraíba T. usneoides só foi diferentes tipos de vegetação do mata serrana, há altitude, nos encontrada em uma área de & Carvalho o topo estado, classificados por Carvalho mais de 1.000 m de altitude, habitando matas (1985) como mata úmida, agreste, de árvores onde formam grandes cortinas, "brejos serranas, de altitudes" e caatinga. grande umidade provavelmente pela Tillandsia stricta e T. bulbosa tiveram a atmosférica na área. Foi coletada com frutos menor distribuição, sendo encontradas apenas em março, abril e setembro. de mata úmida do litoral paraibano, BRASIL. PARAÍBA: em áreas Material examinado: novas referências o 1997, fr., M. estas constituem para Maturéia, Pico do Jabre 27-29.IX. estudados M. F. estado. Nenhum dos táxons F. Agra et al. 4228 (JPB); 18.1.1997, estado. M. apresentou distribuição restrita ao Agra et al. 3913 (JPB); 27-19.IX.1997, o Quanto a forma de vida, prevaleceu F. Agra et al. 4219 (JPB); 16.IV. 1993, Ir., epifítico, registrado para 63% das espécies M. F. Agra etal. 2002 (JPB); 25-27.11.1997, encontradas: T. bulbosa, T. gardneri, T. juncea, M. F. Agra etal. 2 659 (JPB); 25-27.111.1994, T. kegeliana, T. polystachia, T. stricta e T. fr., M. F. Agra et al. 2589 (JPB). usneoides. Espécies facultativas, ocorrendo como epífitas e rupícolas, corresponderam a 36%, Discussão e Conclusões T. loliacea, T. recurvata, T. streptocarpa e T. de Tillandsia são Na Paraíba as espécies tenuifolia var. surinemensis. Nenhuma espécie vegetacionais encontradas nos diferentes tipos apresentou-se exclusivamente rupícola. atlântica do estado, ocorrendo desde a mata Destacaram-se como os caracteres mais espécies estudadas até a caatinga. A maioria das importantes para o reconhecimento das onde foram ocorre no domínio da caatinga, espécies a filotaxia e as morfologias do corresponde a registradas nove espécies, que androceu e do pistilo. tanto na caatinga representado 81,8% do total, ocorrendo O gênero Tillandsia está nos enclaves de matas espécies propriamente dita, como na área por cerca de 1,7% das serranas. conhecidas. Apesar de sua baixa diversidade, como a O Pico do Jabre destacou-se em relação ao gênero como um todo. observou- onde cm mata serrana com maior diversidade, se a maioria das espécies ocorre recurvata, que foram encontradas sete táxons (T. com grande número de indivíduos, T. populações, ou T. streptocarpa, T. usneoides, gardnen, seja como epífita em uma mesma árvore, T. tenuifolia var. Esse T. polystachia, T. loliacea e rupícola em afloramentos rochosos. a 63,6%. surinamensis), que correspondem número elevado de indivíduos formando registrada Outra área de grande diversidade foi Rodriguesia 57 (I): 47-61. 2006 60 Pontes, R. A. S. «fe Agra, M. F. populações extensas, provavelmente, tem Brown, G. K.

Rodriguésia 57 (I): 47-61. 2006 61 Flora da Paraíba: Tillandsia L. B & Downs, RJ. ig^.Ti.kundsioideae J.M.C.(eds).DiagnóstícodaBiodiversidadeSmith, Flora Neotropica 14(2). de Pernambuco Recife, PE, vol. 1. Pp.(Bromeliaceae). 1492. 219-227 M. G. L. & Sousa, G. M 2002. Smith L B 1955 The Bromeliaceae of Brazil.Wanderley, da» espèces <£«*-- Walcof Fund for Publication,Disrtbuiçào Ív caatinga. In; Vegetação e Flora da in^otany. Washington. Smithsonianna Recife, PE. Pp. 121-122. Miscellaneous Collections 126(1); 1-290.Caatinga.

Rodriguésia 57 (I): 47-61. 2006 teóricas sobre Fragmentação florestal: breves considerações efeitos de borda1 Trindade Nascimento1 Pablo José Francisco Pena Rodrigues*-3 & Marcelo

florestal atualmente represenuim um dos pnncipmsnscosàbiodiversiüdaegioDai.ncZcessos 9. ons compreender ate mesmo padiots e processos considerar estas transformações. artificiais„.+;«,,:.,;.. aos ecossistemasecossisieuias para^.ua .,„i„;m„n»n • ca incuto desenvolvimento ,Ipde algunsalmma cancattasconceitos ecológicos naturais. Nestev, .trabalho u ik„áf»itn eteita umanmisinonse sinopse teorieuncaHuC que w«i«« -r -.- conceituai unihcador sobre A«imi«ntiteIoiragmtnlaçaoiioiestai. florestal e uma anal.se enttea destes^ . mesmom„cm« nani faltafnlfi ™™*?°™*^He um arcabouço naturais tendo como base M transformações São discutidas algumas teonas sobre e ecossistemas. A sucessão ecológica ao fenômenos de r^^^>

Rodriguésia 57 (1): 63-74. 2006 65 Fragmentação florestal e efeitos de borda constitui um dos pontos de convergência entre Isto devido à escala espacial de criação dos a perspectiva de super-organismo altamente amplos limites artificiais (bordas) e do fato de integrado, desenvolvida inicialmente por que estes foram originados a partir de processos Clements (1916 apud Begon et ai 1995), e a exógenos, induzidos pelo homem. Ainda que visão reducionista de Gleason (1927) onde as as causas dos processos de formações de comunidades constituiriam assembléias não clareiras naturais em geral possam ser exógenas 1982) coesivas nas quais os fenômenos sobre os interpretadas como (Brokaw advém de indivíduos assumiriam grande importância. uma vez que freqüentemente Vários trabalhos têm sido desenvolvidos tempestades e fortes ventos, em sua essência utilizando tais idéias e mesmo assim ainda não ainda são distintas do resultante de atividades citado, os locais há consenso acerca dos processos e padrões humanas. Além disto, como já relativos a tais áreas limítrofes (Laurance et adjacentes aos remanescentes florestais podem ai 2001). Este fato remete novamente à idéia apresentar atividades que atingem a borda de limites artificiais (bordas) os quais podem propriamente dita (e.g. queimadas, exposição ser semelhantes, em alguns aspectos, aos a produtos químicos) ou trechos mais interiores limites naturais. (e.g. caça, extração de madeira, chuva ácida). determinados efeitos de borda Os danos causados pela fragmentação Há inclusive que remanescentes florestais artificial, e conseqüente proliferação de bordas, podem penetrar por aparentemente são extensos influenciando mais de 400 metros ou até quilômetros 2000). Neste caso, o fogo, em praticamente todo o ecossistema e as (Laurance respectivas comunidades (Laurance 2000). Ou algumas regiões, tem sido relatado como um recorrente e altamente invasivo seja, há indícios de que tais impactos não se impacto 2001). restringem à borda e atingem também porções (Cochrane & Schulze 1999; Cochrane teoricamente mais protegidas, distantes do limite artificial. Contudo, neste novo limite o Os LIMITES "Boundaries ecossistema e as comunidades em geral estão exi.st as discontinuities expostos a uma série de condições distintas between contrasting habitais, and may ecótones, or daquelas experimentadas anteriormente be expressed as gradients, 2000) (Matlack 1993; Kapos et ai. 1997). Estas edges."(Pickettcftf/. condições apresentam inúmeras variações, que Os limites entre os ecossistemas são em grande parte se relacionam aos variados estudados praticamente desde o início da tipos de atividades humanas realizadas onde ecologia. Dentre os diversos autores que houve o desmatamento. Como conseqüência trataram deste tema são freqüentemente direta ou indireta são freqüentemente destacados Clements e Gleason que, mesmo observados vários efeitos nocivos à floresta e com suas distintas visões acerca dos dentre estes, destacam-se os efeitos de borda ecossistemas, mencionadas anteriormente, (Lovejoy et ai 1986; Saunders et ai 1991; apontaram para 0 papel fundamental destas Laurance & Bierregaard 1997). Alguns áreas limítrofes. Neste sentido eram estudos sugerem que tais efeitos são reconhecidos ambientes de transição semelhantes ao que ocorre em clareiras ("ecótones") que poderiam ser graduais ou naturais (sensu Denslow 1987). Em termos abruptos conforme já citado. A importância gerais é possível sugerir que uma grande destes ambientes é atribuída em grande parte clareira pode apresentar um limite florestal à manutenção da integridade dos ecossistemas abrupto em parte similar ao observado em uma e comunidades, considerando inclusive a borda criada artificialmente. Contudo, manutenção da área ocupada por estes assim considerando válida tal analogia, há consenso como os processos e padrões envolvidos de que a intensidade de determinados (Begon et ai 1995). fenômenos será maior nas bordas artificiais.

Rodriguésia 57(1): 63-74. 2006 66 Rodrigues, P. J. F. P. & Nascimento. M. T. A referida manutenção opera em geral continuarão a existir, e de forma análoga, as em uma escala de tempo relativamente curta. espécies também irão evoluir neste novo Ou seja, os ecossistemas e as comunidades cenário de fragmentação e degradação intensa. estão em constante transformação. Logo, até Entretanto, há consenso de a redução mesmo seus limites se que modificam ao longo do crescente na escala espacial decorrente da tempo. Assim sendo, o ponto de equilíbrio onde expansão das atividades humanas, irá haveria uma estabilização pro- dos fluxos de mover um empobrecimento dos ecossistemas energia, exemplo, é também por dependente naturais, sobretudo das florestas tropicais de escala Pimm 1991). (vide No longo prazo, (Whitmore 1991; Myers 1994). o acúmulo de entropia sempre tenderia a O complexo cenário atual torna difícil desequilibrar os ecossistemas (Holling 1973), prever as conseqüências destas transforma- o que poderia ocasionar mudanças em suas ções, incluindo-se neste caso os fenômenos escalas espaciais. Tais idéias já foram relacionados à fragmentação. Contudo, há anteriormente exploradas e até certo ponto é indícios de que os limites artificiais diferem dos consenso de devam existir inúmeros que pontos limites supostamente naturais. Mesmo consi- de equilíbrio ao longo da evolução dos ecossis- derando algumas semelhanças, os limites antro- temas. Isto remete novamente a natureza pogênicos em sua essência configuram uma dinâmica dos ecossistemas e a referida já nova situação, conforme salientado. O caminho alteração da escala espacial com já fenômenos evolutivo tais transformações de expansão e retração. que irão impor ainda é desconhecido. Portanto Porém, as transforma- os limites sejam estes abruptos mencionadas ou ções também sugerem que talvez graduais, podem representar a primeira seja útil frente reinterpretar as idéias acerca dos de transformação. As mudanças limites. verificadas nestes poderiam indicar uma tendência de retração ou expansão do referido A ecossistema. SUCESSÃO ECOLÓGICA e os limites Neste sentido, as modificações artificiais nos trechos imediatamente adjacentes a estes As transformações limites poderiam até mesmo catalisar das comunidades vegetais compõem os em mudanças em todo o ecossistema e nas que ecossistemas respectivas comunidades determinadas escalas de espaço e tempo são (Laurance & Yensen freqüentemente 1991). Estas mudanças comprometeriam interpretadas utilizando inclusive, seus conceitos relativos à sucessão ecológica (vide processos evolutivos que, em última análise, McCook 1994). O conjunto de idéias acerca determinam sua permanência no tempo. da sucessão foi inaugurado, em moldes contemporâneos, Atualmente são observadas por Thoreau (1860), e revela transfor- um mações que resultam padrão ao qual grande parte dos processos principalmente na de sucessão extinção de espécies e comunidades vegetal aparentemente está (Saunders subordinada. et ai 1991; Tilman et ai 1994; Laurance Os processos de sucessão & vegetal devem, Bierregaard 1997). Embora tal degradação teoricamente, ser iniciados por seja espécies extensa, não é possível determinar se este pioneiras (sensu Budowski 1965; Whitmore 1989), as processo irá promover uma extinção em massa quais apresentariam, em comprometa geraL determinados atributos que toda a vida no planeta. Neste tais como tolerância à alta insolação aspecto, a despeito de todas as ondas de e a escassez de extinções experimentadas nutrientes. Na medida em avançam tais e de sua possível que periodicidade (Patterson & processos ocorreriam modificações do Smith 1989; ambiente Moses 1989), a biota que permitiriam a entrada das parece algo extre- espécies mamente persistente. Desta forma, mais tardias {shade tolerants). As os ecossis- espécies temas e as comunidades pioneiras neste caso poderiam também provavelmente atuar como facilitadoras para a entrada de Rodriguesia 57 (1): 63-74. 2006 67 Fragmentação florestal e efeitos de borda sendo, a correta interpretação espécies características de estágios sucessio- artificiais. Assim relacionados à fragmentação nais mais avançados. No momento seguinte dos fenômenos e aos efeitos de borda exige que sejam seria esperado que as espécies mais tardias utilizados conceitos acerca da sucessão excluíssem por competição as espécies típicas Muito embora tais conhecimentos de estágios sucessionais menos avançados. ecológica. totalmente conclusivos, fornecem Neste sentido, os de sucessão não sejam já processos fundamentar algumas ecológica em florestas tenderiam a um estado bons indícios para mais equilibrado, mais complexo, mais estável, interpretações. Com isto, adotar uma perspectiva denominado clímax (vide Whitmore 1991). a classificação das espécies em Tais idéias foram inicialmente simplista para funcionais em resposta a distúrbios, por sumarizadas Clements (1916 apud Begon grupos por aparentemente tem sido útil. et ai 1995) em sua concepção organísmica exemplo, "hipótese um dos autores a das comunidades e ecossistemas. A Historicamente, primeiros e sumarizar tais idéias foi Budowski de monoclimax", onde somente distúrbios utilizar e Mais recentemente, dentre os inúmeros fariam retroceder os processos sucessionais (1965). seguidores de tal podem ser o "revezamento floristico" no qual haveria um perspectiva, Swaine «fe Whitmore (1988), que ao sistema ordenado e hierárquico de trocas na destacados novas informações aparentemente comunidade, constituem o cerne do incorporar os argumentos. Contudo, a ênfase holístico e organísmico (vide fortalecem pensamento funcionais extremos (tolerante ou Odum 1964). Em tal analogia é freqüente a nos grupos à sombra) continua, o que em certo afirmativa de a sucessão inclui a intolerante que o desconhecimento ao "ontogenia" e a "filogenia" das formações aspecto perpetua direcionar a interpretação. Em alguns clímax. Por outro lado, as concepções trabalhos a confirmação de padrões é, em certo adotadas Cowles (1926) e Gleason (1927), por involuntariamente tendenciosa. em se contrapõem a esta visão. aspecto, grande parte Entretanto, existem indícios de que há um Neste sentido, os conceitos de Gleason, nos já vasto entre estes extremos muitas as comunidades sucessionais constituem gradiente quais "o vezes não observados devido à ênfase em "assembléias nâo-coesivas" e fenômeno da aspectos como estabelecimento vegetação depende completamente do leno- germinação, e sobrevivência de propágulos (Whitmore meno sobre o indivíduo", sumarizam a escola "individualística". 1996). Além disto, a resposta exibida por uma de pensamento denominada depender de uma recentes e o espécie individualmente pode Algumas interpretações mais bióticas a complexa rede de inter-relações próprio debate científico demonstram que (Harper 1977). Portanto, a classificação escala de observação pode ter grande das espécies em grupos funcionais em influência na adoção de uma ou outra escola precisa resposta a distúrbios depende, em muilos casos, de (Shrader-Frechette & McCoy, pensamento de um avanço expressivo no conhecimento 1993). Nesta última, representada por Gleason, acerca destas e dos processos e padrões em transparecem idéias reduciomstas, parte relacionados a sua manutenção no respectivo uma vez a escala de observação tem como que Nesta perspectiva ainda que foco do ecossistema ou da habitat. as partes a interpretação da sucessão comunidade, sem enfatizar possíveis inter- promissora ecológica a partir dos modelos de facilitação, relações. McCook 1994), maneiras de tolerância e competição (vide A despeito das distintas relação aos limitei assim sua interpretação com observar as comunidades e ecossistemas, Além disto, a os focos artificiais é pouco elucidativa. como das possibilidades de variar dos de visão estritamente mecanicista processos de observação, atualmente há indícios que o fato e biológicos tem incorporado os sucessionais são modificados padrões mais processos de eventos estocásticos podem ser com a fragmentação e criação de bordas que

Rodriguésia 57 (1): 63-74. 2006 68 Rodrigues, P. J. F. P. & Nascimento, M. T. freqüentes do que o esperado. Desta forma, o aos efeitos de borda, que resultar em sucesso no estabelecimento de determinadas podem uma comunidade mais heterogênea neste espécies vegetais não dependeria apenas de limite. Porém, mesmo interiores florestais suas características selecionadas evolutiva- podem ser relativamente heterogêneos, ainda mente, mas também do acaso (Brokaw & que mais homogêneos Busing 2000). quando comparados a limites artificiais. Em relação às transformações experi- OS EFEITOS DE BORDA mentadas pela borda, Matlack (1994) sumariza Conforme mencionado, já atualmente, parte das idéias vigentes e identifica 3 fases: devido ao crescente desmatamento, há um (1) formação, onde pode haver uma forte res- aumento de limites grande artificiais (bordas), posta da vegetação à criação do limite abrupto nos quais os ecossistemas e comunidades estão exibindo, inclusive, alta mortalidade; (2) aparentemente sujeitos a efeitos de borda. Esta reorganização dos gradientes físicos, onde completa transformação da pode paisagem gera um ser desenvolvida uma camada de biomassa cenário onde fragmentos relativamente lateral que reduz a ação direta do vento e da pequenos e compõem grandes um arquipélago insolação; e (3) expansão da área da borda, de ilhas de vegetação arbórea inseridos em onde há efetivamente o estabelecimento de uma matriz em geral graminóide ou arbustiva uma zona tampão biótica ou expansão da (Harris 1984; Laurance & Bierregaard 1997). comunidade que passa a ter novos limites. A Tal perspectiva motivou inicialmente a utilização perspectiva utilizada por este autor, e de idéias acerca da Biogeografia de Ilhas (e g compartilhada por outros, aparentemente é MacArthur & Wilson 2001) uma que pareciam clara analogia à dinâmica de clareiras (e.g. adequadas para prever parte das Brokaw 1985) com respaldo no corpo teórico conseqüências da fragmentação sobre os acerca da sucessão ecológica. Tais idéias são fragmentos remanescentes Harris, (e.g. 1984). confirmadas por outros estudos verifica- Entretanto, recentemente notou-se que que os ram, por exemplo, maior mortalidade fragmentos não representam de árvores necessariamente ao ser criado o limite ilhas, e as matrizes (Lovejoy et ai. 1986; "mares que não são exatamente Laurance et ai. inóspitos" 1997; Kapos et ai. 1997). (e.g. Laurance et ai, 2002), Porém, considerando sobretudo determinados que vegetais são para animais (Gascon organismos modulares etal. 1999). Com isto, determinadas (Küppers 1994), a maior previsões mortalidade poderia estar relacionada à falta acerca da evolução das comunidades em de aclimatação de suas estruturas somáticas fragmentos falharam ao utilizar a Biogeografia às novas condições. Por outro lado, algumas de Ilhas como modelo. Isto em levou parte a respostas do componente biótico, tais como a uma mudança de foco que atualmente enfatiza, proliferação de lianas (e.g. Putz 1984) e por exemplo, a importância dos fenômenos bambus ocorrem que (e.g. Tabanez & Viana 2000), nas bordas e nas florestas em regeneração previstas na fase (3), podem implementar um próximas aos fragmentos (Pimm efeito sinérgico 1998; Mesquita com o vento (Laurance et ai. et ai. 1999). Portanto nas 2001), resultando tentativas de interpretar na queda de grandes árvores. a fragmentação Em termos teóricos, florestal, compreender a exclusão de indivíduos que como as bordas, dominam a são que paisagem, os quais possivelmente cada vez mais freqüentes, se transformam monopolizam no grande parte dos recursos tempo tem sido um objetivo recorrente. disponíveis, gera a oportunidade o Uma borda recém criada, em para termos crescimento de outros indivíduos teóricos, pode ser estruturalmente (e.g. juvenis homogênea ou propágulos). Neste ou muito semelhante ao interior sentido, nota-se que florestal. Ao algumas bordas exibem longo do tempo, irão ocorrer maior densidade outras quando comparadas a interiores transformações, relacionadas em preservados grande parte (Laurance & Bierregaard 1997; Oliveira-Filho

Rodriguésia 57 (1): 63-74. 2006 69 Fragmentação florestal e efeitos de borda a evolução et al. 1997; Laurance et al. 2002). Tal fato Novamente em referência citada, nota-se as interações pode ser atribuído ao surgimento das oportu- conceituai já que compartimentos nidades supracitadas, bem como à entrada de e os sinergismos entre os complexos. Portanto, espécies associadas a estágios sucessionais podem ser extremamente ser artifícios menos avançados. Neste cenário, agora com as subdivisões propostas podem adequados à interpretação dos espécies de crescimento rápido que teórica- didaticamente à fragmentação mente utilizam materiais metabolicamente fenômenos relacionados e efeitos de borda. Além disto, menos custosos (Bazzaz 1991) podendo gerar florestal dificuldade em estruturas somáticas mais frágeis, a comu- aparentemente há grande fatores causais. Isto nidade seria mais dinâmica exibindo inclusive identificar precisamente quando, mesmo maior mortalidade (e.g. Oliveira-Filho et al é particularmente percebido bióticos, a causa destes é 1997). Ou seja, no caminho da estabilização ao identificar efeitos modificações abióticas (e.g. dos fluxos de energia, a estrutura do ecossis- associada a tema seria mais heterogênea e efêmera. Em Murcia 1995). ainda é muito difícil determinar estágios sucessionais mais avançados, teo- Com isto, de eventos no tempo irá ricamente mais favoráveis à manutenção de o conjunto que direcionar a trajetória dos processos ecológicos grande biomassa e complexidade, haveria Além disto, mesmo observando maior homogeneidade e durabilidade (vide em bordas. haver distintos Begon etal 1995). alguns padrões gerais pode Grande dos estudos Deste modo, as transformações fatores causais. parte identifica os e, conseqüen- observadas com a criação de limites artificiais apenas processos os fatores direcionadores permanecem são, em evidentes (Williams-Linera 1990; temente, geral, obscuros dificultando a detecção Laurance & Yensen 1991; Camargo & Kapos relativamente consistentes. Tal fato sugere que 1995; Laurance & Bierregaard 1997; Tabanez de padrões há uma mistura de fatores et al. 1997; Cadenasso et al. 1997). Grande nas interpretações são elucidativos em relação aos parte do reside então na forma de que pouco problema e intrínsecos à vegetação interpretar este cenário. Resgatando noções processos padrões a limites artificiais. Ainda que as básicas em ecologia (vide Begon et al. 1995), próxima sejam suficientes para indicar alguns autores dividem os efeitos de borda em informações a existência de efeitos de borda, as três tipos: (1) abióticos; (2) bióticos diretos e destes em longo prazo também (3) bióticos indiretos Murcia 1995). Assim conseqüências (e.g. desconhecidas. sendo, as modificações no meio físico, que permanecem Evidentemente sob uma perspectiva incluem aumento na insolação, velocidade do onde a borda é um limite vento e na umidade relativa próximas intervencionista, queda sujeito a impactos advindos da às bordas, seriam exemplos de permeável propriamente antrópica, a única conclusão é de que a efeitos abióticos. Relacionados a estes, matriz será crescente. Ainda mais se teoricamente, haver modificações diretas degradação pode as escalas e intensidades de tais no componente biótico tais como aumento na consideradas impactos. Por outro lado, em um cenário densidade e entrada de espécies pioneiras. Os a interrupção dos impactos externos efeitos indiretos em são otimista, bióticos geral recuperação estrutural e poderia permitir uma associados a processos tais como predação, Mallack de funcional dos ecossistemas (e.g. herbivoria e polinização, que resultam 1994). Neste caso, a porosidade (permeabili- interações entre espécies. Estas perspectivas dade) da borda poderia implementar um au- aparentemente são influenciadas pela idéia de mento na conectividade entre fragmentos ao compartimentalização em parte subjacente à de facilitar a entrada de impactos exter- teoria dos sistemas, na sistemas complexos invés qual Os trabalhos em áreas de regeneração apresentariam sub-unidades com menor nos. demonstram que a vegetação, complexidade (vide Margalef 1974). (capoeiras)

Rodriguésia 57 (1): 63-74. 2006 70 Rodrigues, P. J. F. P. & Nascimento, M. T. dependendo das "monotônicos" condições locais, pode de fato borda, identificam-se padrões recuperar-se (e.g. Mesquita etal. 1999, 2001) (e.g. Williams-Linera 1990). Por outro lado, re-estabelecendo assim inúmeras interações padrões que oscilam em direção ao interior (bi- ecológicas do ecossistema (Gascon et ai. modais ou em onda) são descritos utilizando 1999). Mesmo "não-monotônicos" assim, é preciso considerar que modelos (e.g. Franco & uma redução expressiva na área (e.g. extinção Harper 1988). Nas perspectivas mencionadas de habitat) irá criar uma nova situação na qual transparecem idéias de que quanto maiores os certamente a coexistência de um grande fragmentos, maiores são as chances de que número de espécies será improvável. porções interiores destes estejam protegidas Considerando novamente a crescente dos efeitos de borda (vide Laurance & Yensen degradação e "The os impactos ocasionados às 1991; core área model"). Este é um bordas florestais, é esperado que o aspecto cenário relativamente simplista, mas oculta relativamente homogêneo que exibido pelo uma grande complexidade, ecossistema ou comunidade principalmente no momento da quando se considera a utilização de vários criação da borda, seja progressivamente parâmetros simultaneamente. Além disto, tornado mais heterogêneo, podendo chegar a mesmo fatores considerados simples e diretos uma homogeneidade tardia. Esta última seria quanto à medição (e.g. luz, vento), observada em locais onde quando os impactos associados às respostas exibidas advindos da matriz fossem recorrentes pelo e componente biótico podem assumir complexas intensos. Neste caso, a homogeneidade tardia nuances. Estas, em parte, devido à inerente seria caracterizada por e processos padrões complexidade e heterogeneidade (vide típicos de ambiente de borda, nos quais também Macintosh 1991) dos sistemas biológicos. poderia haver um predomínio de espécies associadas a estágios sucessionais iniciais. Por Conclusões outro lado, uma matriz menos agressiva poderia Com a fragmentação determinar impactos em menor florestal é inevitável escala e a criação de heterogeneamente distribuídos bordas artificiais que podem ao longo da implementar borda. Desta forma, não transformações aos sistemas haveria a referida biológicos homogeneidade tardia, ocasionadas em grande parte por mas sim um cenário efeitos altamente heterogêneo. de borda. O conhecimento sobre tais efeitos embora seja relativamente Neste ponto a idéia de ecótone, extenso já ainda é pouco conclusivo devido mencionada anteriormente, uma principalmente permite ao desconhecimento dos interpretação bastante conveniente, onde processos e padrões naturais dos ecossistemas, fenômenos de retração e expansão falta de delimitação podem ser dos explorados. Desta forma, precisa fatores causais e deficiências nos praticamente todos conceitos e os estudos sugerem uma teorias utilizados. Por outro lado, que vez interrompidos considerando os de degradação a natureza dinâmica dos processos advindos da matriz ecossistemas, há chance de os fenômenos de expansão e grande que o remanescente se retração recupere ou se expanda. e a tendência natural dos sistemas biológicos à evolução, supõe-se Ainda em relação aos efeitos de borda, que as florestas também devem exibir intuitivamente, é esperado ocorram respostas evolutivas em que diversos níveis variações (em geral diminuição) na intensidade para lidar com este novo cenário. Neste aspecto, bordas destes na medida em que aumentam as florestais submetidas a matrizes distâncias da borda (e.g. Kapos et ai. 1997). extremamente tmpactantes (e.g. campos Com isto, tornou-se freqüente descrever tais agrícolas) tenderiam a exibir um aspecto efeitos utilizando funções matemáticas relativas estruturalmente homogêneo determinado aos padrões observados e dentre estes, fortemente pelas transformações impostas variando linearmente em função à distância da pela matriz. Entretanto, matrizes menos impactantes Rodriguésia 57 (1): 63-74. 2006 71 Fragmentação florestal e efeitos de borda Benitez-Malvido, J. 1998. Impact of forest poderiam favorecer a recuperação dos fragmentation on seedling abundance in a processos e naturais dos ecossistemas padrões rain forest. Conservation Biology exibindo nos locais onde há manutenção do tropical limite abrupto um aspecto estruturalmente mais 12:380-389. Bierregard, R. O.; Lovejoy, T. E.; Kapos, V., heterogêneo quando comparado a locais bem Santos, A. A., & Hutchings, R. W. 1992. preservados. Os aspectos teóricos aqui dynamics of tropical rain- abordados suportam tais argumentos, mas ainda The biological BioScience42: 859-866. assim incompletos e apontam forest fragments. permanecem The definition of a necessidade de avançar no Brokaw, N. V. L. 1982. para on measures of conhecimento sobre florestas tropicais, em treefall gap and its effect 14: 158-160. especial considerando este cenário de intensa forest dynamics. Biotropica in a degradação e fragmentação. Por outro lado . 1985. Gap-phase regeneration não forest. Ecology 66: 682-687. se a proliferação de bordas florestais tropical 2000. Niche contribuir decisivamente para a perda de Brokaw, N. & Busing, R. T. habitat e se os impactos aos remanescentes versus chance and tree diversity in forest and Evolution florestais forem minimizados é provável que gaps. Trends in Ecology os efeitos de borda não conduzam a uma 15(5): 183-188. crescente destruição. Budowski, G. 1965. Distribution of tropical American rain forest species in the light Agradecimentos of successional processes. Turrialba 15: Agradecemos especialmente ao Dr. Fábio 40-42. Pickett, Rúbio Scarano suas valiosas sugestões Cadenasso, M. L.; Traynor, M. M. & pelas of forest nas versões iniciais deste trabalho. A João S. T. A. 1997- Functional location Marcelo de Alvarenga Braga, Mariana de edges: gradients of multiple physical of Forest Andrade Iguatemy, Rodolfo C. Real de Abreu, factors. Canadian Journal Pablo Viany Prieto e Bruno R. Silva (revisor Research 27: 774-782. V. 1995. Complex do abstract) pelas sugestões e a dois asses- Camargo, J. L. & Kapos soil moisture and sores anônimos pela análise do manuscrito. edge effects on microclimate in central Amazonian forest. Referências Bibliográficas Journal of Tropical Ecology 11: 205-221. The fundamental» of Ballaré, C. L. 1994. 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Rodriguésia 57 (1): 63-74. 2006 Solanaceae na Reserva Rio das Pedras, Mangaratiba, Rio de Janeiro - Brasil Lúcia d'Ávila Freire de Carvalho' & Massimo G. Bovina

Resumo„ . - „Fo. realizado um estudo na Reserva Rio das Pedras, Mangaratiba, Rio de Janeiro Bras.l) (Solanaceae mun.c.p.o de Mangaratiba morfológico e taxonômico da família Solanaceae na Reserva Rio das Pedras, Registrou-se 33 espécies situado no estado do Rio de Janeiro, um fragmento de floresta pluvial atlântica. Solanum hirtellum e Solanum nenstle sao pertencentes a 10 gêneros, sendo Solanum o mais expressivo. chave de identificação, descnçoes e tlustraçoes. documentados pela primeira vez nesse estado. São apresentadas Palavras-chave: Solanaceae, Rio de Janeiro, taxonomia, floresta pluvial atlant.ca.

A liSTR A PT de Janeiro - Brasil) It WM devetoped a (Solanaceae of the Rio das Pedras Reserve, Mangaratiba, Rio Pedras Reserve, whieh represents a morphologica. and taxonomic study ofthe Solanaceae fami.y at R,o dai at Rio de tragment of the Atlantic Rain Forest, in the municioality of Mangarat.ba, most representative Solamtmlurtellu^^^ «àSaimm Z registered 33 species of .0 genera, being Solanum the State. A key for tdent.fcat.on is presented, as well penstle are documented for the first time for Rio de Janeiro as, descriptions and illustrations. Key-words: Solanaceae, Rio de Janeiro, taxonomy, Atlamicntmforest. Introdução Tendo em vista a escassez de estudos em o estado do Rio de Janeiro, Solanaceae é uma das maiores famílias Solanaceae para teve como objetivo reconhecer e entre as angiospermas, com cerca de 2.300 este trabalho as espécies de Solanaceae na Reserva espécies subordinadas a 92 gêneros. Segundo analisar das Pedras, contribuindo para ampliar o Hunziker (2001), apresenta ampla distribuição Rio conhecimento morfológico e taxonômico da geográfica e está concentrada principalmente na América do Sul, onde estima-se a presença família. de aproximadamente 50 gêneros endêmicos. Para o Brasil não existe nenhuma Material b Métodos avaliação recente para a diversidade de Área de estudo espécies de Solanaceae, à exceção da A Reserva Rio das Pedras (RRP), situada monografia de Sendtner (1846), publicada na no lado atlântico da Serra do Mar, inserida no Flora brasiliensis. Maciço da Serra da Bocaina, e localiza-se no No início deste século foram município de Mangaratiba, estado do Rio de 22°59'S e reconhecidos 27 gêneros para o Brasil, com Janeiro, entre as coordenadas nos cerca de 1.360 ha, base nas pesquisas bibliográficas e 44°05'W, possuindo herbários visitados. Carvalho et ai. (2001) apresentando-se em diversos níveis de variam de 20 a 1.050 indicaram para a região sudeste, em sucessão, cujas altitudes um dos levantamento preliminar, 17 gêneros e 313 metros, representando poucos espécies. No estado do Rio de Janeiro são remanescentes de floresta pluvial atlântica e registrados, até a presente data, 15 gêneros neste estado. é típica cerca de 118 espécies coletadas nos mais No que diz respeito á hidrografia, diversos ambientes (Carvalho 1997a, b). de região com alguns declives, e apresentando

Artigo recebido Aceito em 11/2005..Gávea em 03/2005. para publicação Rua Pacheco UIO 915 Oavca. CEP 22460- 'Pesquisadores do Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do R.o de Janeiro. 030. [email protected]; [email protected] 76 Carvalho, L d'Á. F. & Bovini, M. G. o contorno externo da Reserva, a linha do RUSU (siglas de acordo com Holmgren etal, divisor de águas da bacia do Rio Grande, que 1990). O material foi identificado meio de é bem definido por e abrupto. A Reserva é chaves analíticas, descrições e ilustrações formada bacia pela do Rio Grande (Fig. 1). constantes em bibliografia especializada, O clima é subquente (Nimer, apud Vidal comparações com coleções botânicas e 1995) com temperaturas quando médias anuais de possível com o material-tipo. As ilustrações 22°C e temperatura máxima absoluta de 38°C. foram realizadas com o auxílio do microscópio A variação de altitude, grande próxima ao estereoscópico, às vezes acoplados a câmara litoral, é responsável pela precipitação máxima clara. corresponde aos meses que de dezembro, Os táxons apresentados nas descrições janeiro e fevereiro. seguem a ordem alfabética para gêneros e espécies. Os nomes vulgares, indicados, Campo e laboratório quando foram fornecidos pelos acompanhantes do Foram realizadas expedições de campo local. É importante ressaltar em cada durante cinco anos que, na RRP, em diversas trilhas táxon estudado, usou-se a nomenclatura e a existentes e algumas recuperadas, e coletadas, distribuição geográfica da última revisão deste, sempre que amostras de indivíduos possível, quando existente. Quanto ao de com flores e/ou frutos. padrão A preparação do nervação adotou-se Leaf Architecrure Working material botânico, das proveniente expedições, Group (1999) e para a classificação da seguiu o método tradicional de herborização' vegetação, Veloso et al. (1991). para posterior inclusão nos herbários RB e

Ip^-A «90

5890wrt\TTt榦!¦ CONVENÇÕES • ¦ ¦ TRILHAS Edificação ----- Drenagem 500I.OOOm BR-101 ^«•—Curva de nível (1)TRILHA DO MIRANTE(6) C-~_j-^ Afloramento "**' TRILHA DA LAGOA SECA rochoso Ponto cotado (2)TRILHA DA TOCA DA ARANHA(7) TRILHA Represa DO CORISQUINHO £5_! ,J Mata degradada (3)TRILHA DAS BROMÉUAS(8) ,1 Floresta TRILHA DO TIÁO (4)TRILHA DAS BORBOLETAS(9) TRILHA DA CACHOEIRA (5)TRILHA DO CAMBUCÁ(10) TRILHA DO CORISCO Figura 1 - Mapa da Reserva Rio das Pedras, Mangaratiba Rio de Janeim M^r:Modificado . , S/A (1999).Janeiro. de Agrofolo Aerofotogrametna

Rodriguesia 57 (1): 75-98. 2006 77 Solanaceae na Reserva Rio das Pedras raro com simetria bilateral, Resultados e Discussãoactinomorfas prefloração valvar, valvar-plicada, imbricada, Solanaceae A. Juss.rotáceas, campanuladas, infundibuliformes, arbustivas arbóreas,hi Herbáceas, rateriformes ou tubulosas; androceu ou comtâmero escandentes ou hemi-epífitas, glabras ou tetrâmero-didínamo, filetes indumento, diversos tipos de tricomas, espinhos^ reflexos ou geniculados, anteras ou e/ou acúleos. Ramos ascendentes patentes,monotecas ou bitecaSf com deiscência rimosa ou desiguais, cilíndricos ou, dicotômicos iguais itudinai de alvacentas a acastanhadas Folhas,Acnistus aplanados, concaulescência presente. Athenaea, Aureliana, Capsicum, isoladasCestrUm pecioladas ou subsésseis, alternadas, Dyssochroma e Physalis), e/ou lâminas inteiras, lobadas DüansweTSãl aos pares; (Brunfelsia), ou poricida amarelas dimorfas, nervação^ pinatissectas ou as vezes ^^ qu introrsas {Solanum); e craspe-ineceu ^.^ camptódroma, raro broquidódroma de ovário supero, bilocular, e/ou em inflores-,acentaça0 dódroma. Flores isoladas uflatt multiovulado, nectarífero ou opostas asJJ cências axilares e/ou terminais, ou simples, estigma apical. Cápsula ou^ ^.^ folhas, fasciculadas,racemosas,conmbosas ^^ envolvidos pei0 cáHce Floresacrescen'te.^ ^ paniculadas, raro bracteoladas. sementes poucas a numerosas, hermafroditas, diclamídeas, heteroclamideas,

espécies de Solanaceae na RRP Chave para o reconhecimento das

1. Plantas armadas., - _ «,. . 5-7 segmentos 2. Plantas escandentes; lâmina foliar pinatissecta, pseudo-.mpar.penada 16. Solanum alternatopinnatum 2*. Plantas eretas; lâmina foliar lobada a partida. foliar irregular tricomas 3. Plantas até 1 m alt.; densamente aculeado-acicular; lâmina partida; 19. Solanum capstcoules lâmina foliar lobado-denteada; y. PkXaTmaisdeLs' m'ali; esparso aculeado-uncinado; tricomas estrelados subsésseis ou pedicelados. nervação craspedodroma cálice cm 4. Lâmina foliar com base truncada a subcordada; 33. Solanum labaafoltum lacínias acicu.ares; corola alva cálice com lacunas ovado- 4'. Lâmina foliar com base atenuada; nervação camptódroma; . 22. Solanum hexandriim apiciuladas;,  corola. violacea,, 

ampliado nunca inflado. "™ 6. Pla„tas hemi-ep,TuaS ^Z;. „,,„,„„.. „„,,„„,„ 7 Hemi-eDÍfita; coro f"--^—£Ta verde, lacínias enroiauas ¦ ¦ » inflorescência cxtra-ax.la. 8 Ramos dicotômicos; lâmina foliar membranácea; «ter» com conectivo vmoso. na dico,òmt do ramos; corola campanulada;

JíSSS fonar ,**. .:^»«. ^_MfeK espessado na região basal. 9'. Lâmina foliar inteira!'conectivo giboso

Rodriguesia 57 (I): 75-98. 2006 78 Carvalho, L d'Á. F. & Bovini, M. G. 10. Lâmina foliar ovado-oblonga a cordada; tricomas simples ao longo da nervura mediana; estigma expandido com corpúsculos globosos, inclusos ''„"".'""'"'. ._, 21. Solanum diploconos 10 . Lamina foliar ovado-lanceolada; tricomas glandulares diminutos; estigma expandido sem corpúsculos 25. Solamm melissarum 8 . Ramos nao dicotômicos; lâmina foliar membranácea a cartacea; inflorescência terminal; corola rotacea; anteras sem conectivo. 11. Folhas isoladas nos ângulos ramulares; nervação secundária com espaçamento irregular; botões oblongo-apiculados; corola sempre alva26. Solanum odoriferum 11 . Folhas isoladas em ramos retos; nervação secundária com espaçamento uniforme; botões oblongos; corola de alva a lilás 28 Solanum pensile Plantas sempre terrestres sem ramos flexuosos. 12. Lâmina foliar prateada, acastanhada ou dourado-claro na face abaxial 13. Lâmina foliar 20-60 cm compr, inflorescência pêndula; tricomas evidentes, acastanhados ípaleáceos __ zu- , ,-j. ' i*»j«.

Rodriguésia 57 (1): 75-98. 2006 79 Solanaceae na Reserva Rio das Pedras 22. Corola azulada; hipocrateriforme; fruto capsular envolvido pelo cálice ampliado 6. Brunfelsia brasiliensis subsp. macrocalyx bacáceo. 22'. Corola alva, creme-esverdeada ou amarelada; rotácea, campanulada ou tubulosa; fruto amarelada; tubulosa a estreito 23. Folhas estipuláceas aos pares; corola creme-esverdeada ou infundibuliforme; baga oblonga ou ovóide. base oblonga a 24. Lâmina foliar cartácea, até 22,5 x 10 cm; folhas estipuláceas ovadas, cordada 10- Cestrum corcovadense a ovado- 24'. Lâmina foliar'membranacea, até 15 x 5 cm; folhas estipuláceas lanceoladas recurvadas. rácemos de 25 Folhas estipuláceas ovado-recurvadas; inflorescências pseudo- • Cestrum intermedium corimbos,k axilaresnv;i„« 11. fasciculadas ou 25'. Folhas estipuláceas lanceoladas; inflorescências paucifloras, racemosa.. espaçamento irregular; 26 ' Lâmina foliar com nervação secundária de Cestrum sendmerianum inflorescência fasciculada 13- espaçamento uniforme; inflo- 26' Lâmina foliar com nervação secundária de '2 Cestrum laevigatum rescência racemosa baga a p.n- 23'. Folhas estipuláceas ausentes; corola alva; rotácea ou campanulada; globosa cálice ampliado com nervação 27rmpTanta viscosa; corola alva com máculas vinosas; i a~ r. f,n.tr, 2. Atheneae puta proeminente envolvendo o rruto••' frutífero nunca ampliado. 27'. Planta nunca viscosa; corola alva sem máculas; cálice com domáceas p.l.leras. 28. Folhas sempre aos pares, glabras ou apenas em tamanho, domáceas 29 Arvoreta ou árvore; folhas aos pares, desiguais baga pilíferas; flores 15-20 em rácemo; globosa‡••••• ) 29. Solanum pseudoquina desiguais em tamanho e forma, 29' ' síbarb^'Va^torfoÍÍ^aoi pares, baga Solanum s,„nda,un, glabras flores 4-5 em cimeira; piriforme31. 28' Folhas isoladas, raramente aos pares, pilosas. -.17. Solanum americanum var. nodiflorum inflorescência em cimeira 30'3rumi„afo1iarcomalarmaiorqueamcladed„rprr;n:«30' Lâmina foliai comtricomasestrelados; 'lS^S3^-=Í"^«'^e do comento; IV. laxa. flores mais de 15 em cimeira dicotômica lâmina foliar com apice fortemente 2 P antas com indumento hialino; ampliado; fruto ca. 6 sementes cuspidado;cusy cálice frutífero não 23. Solanum hirtellum 'Phntas^omindümentoforrügíneo; lâmina foliar com ápice 32' 'levemente frutífero ampliado; fruto ca. 25 ievciacuminado; cálice30 . Solanum ruíescens sementes

Rodriguésia 57 (1): 75-98. 2006 80 Carvalho, L d'Á. F. & Bovini, M. G. Acnistus Schott. nervuras secundárias com espaçamento 1.Acnistus arborescens (L.) Schltdt., Linnaea irregular, oblongas a ovadas; até 5 cm 7:67.1832.Figs. pecíolo 2 a-c compr.; e as menores até 6 x 3,5 cm, Atropa arborescens L., Amoen. Acad pubescentes em ambas 4:307.1759. as faces, tricomas simples, longos; pecíolo até 3 cm compr. Flores Árvore 4-6 m alt. Ramos esfoliantes, 2-3, fascículos axilares, raro isoladas, nodosos. Folhas inteiras, isoladas; pedicelo lâminas até até 7 mm compr.; cálice com 23 x 15 cm, membranáceas, prefloração ovadas a valvar, lacinias desiguais em tamanho, lanceoladas, ápice agudo, base atenuada, pubescentes, tricomas simples e camptódromas, nervuras secundárias glandulares- com pedicelados; corola ca. 2 cm diâm., espaçamento irregular, prefloração pubescentes, tricomas valvar, alva com máculas vinosas, rotáceo- simples, crespos na face abaxial; pecíolo ca. estrelada, lacinias lanceoladas até 9 cm compr., 2,5 cm compr., Flores pubescente. 10-20, face interna com tricomas curto- fasciculadas, caulinares, glandulares pedicelo ca. 2 cm pedicelados; anteras oblongas, compr.; cálice urceolado, lacinias lanceoladas, pardacentas, filetes concrescidos com desiguais; corola até 1 cm compr., parcialmente alvo- apêndices basais e laterais. Baga até 1 cm esverdeada, perfumada, prefloração valvar, diâm., globosa, glabra, envolvida cálice campanulado-infundibuliforme, lacinias pelo com nervação proeminente, ca. 21 sementes. lanceoladas, revolutas; anteras oblongas, alvas, Material examinado: trilha do Corisquinho, exsertos, filetes parcialmente concrescidos ao 200-400 m s.m., 26.IV. 1997, fl., M. G. Bovini tubo corolíneo; ovário com disco nectarífero, et al. 1162 (RUSU); trilha a Toca da heterostilia, estigma discóide. Baga ca. para 5 mm Aranha, 150-400 m s.m., 11.1.1999, fl.fr., M. diâm., globosa, cálice ampliado, ca. 60 G. Bovini et al. sementes, 6-9 esclerócitos. 1615 (RB, RUSU). Distribuição geográfica: exclusiva do Brasil, Material examinado: trilha do Cambucá ocorre nos estados da Bahia, 15.IX.1996, fl.fr., J. A. Lira Goiás, Região Neto et al 369 Sudeste, Paraná (RUSU). e Santa Catarina (Barbosa & Hunziker 1989). Distribuição geográfica: neotropical, desde Espécie caracterizada do o México, América Central, pela presença Antilhas até indumento constituído América do Sul. por tricomas glandulares, No Brasil é encontrada nas tornando-a Regiões Nordeste, viscosa ao contato. Na RRP os Sudeste e Sul (Hunziker indivíduos 1982). cresceram sempre isolados em ambiente ciófilo. Athenaea Sendtn. Aureliana 2.Athenaea Sendtn. picta (Mart.) Sendtn., in Martius 3. Aureliana Fl. bras. 10: 134. darcyi Carvalho & Bovini, 1846.Fig. 2 d-f Novon Witheringia 5(3): 257. 1995.Fig. 2 g picta Mart., Nov. Gen sp Arvoreta pl. 3: 74, t. 227. 1829. 3-6 m alt., concaulescência evidente. Ramos Arvoreta ca. dicotômicos desiguais, glabros 2,5 m alt., viscosa. Ramos a secundários pubescentes, tricomas simples. Folhas aos ascendentes, alternados e terciários pares, raro isoladas; lâminas até 9,5 x 2,5 cm, axilares, entre-nós esparsos até 4 cm membranáceas a semi-cartáceas, lanceoladas, distância, pubescentes, tricomas simples longos ápice agudo, base atenuada, às vezes e glandulares-pedicelados. Folhas inteiras, aos assimétrica, decurrente, camptódromas, pares, desiguais em tamanho ou isoladas; lâminas nervuras secundárias com as maiores até 11 x 6,5 cm, membranáceas, espaçamento irregular, face abaxial oblongas a ovadas, ápice pubescente, tricomas acuminado, base simples minúsculos; assimétrica, um tanto atenuada, pecíolo até 1 cm compr. camptódroma, Flores 3-10, fasciculadas, axilares; pedicelo

Rodriguésia 57 (1): 75-98. 2006 Solanaceae na Reserva Rio das Pedras

'': E W a/i 7. ilVUi ilínEl 7 O^ ƒPj I cm I Yw I fl Neto 3M). Atheiwcapicta. e .-t.utos. . hn Rare.. . æfruto com cálice, (Lira . Figura 2 - /tentou arborescens. a. ramo com flores f iont,0-acuininadas 00 (fl«w»« d. ramo com flores; e. flor; f. fruto envolvido pelo cál.cc, do cálice il^es 131). ti. ramo2J^JjjT£2 £Su cálice (fl«W/i/1152). Aureliana fasciculata var.jasaculata. cvUkMK.iíim|(, ()S cs|iimcs flores;k. bracc- ia.. . ^^ Brunfelsia brasiliensis subsp. macrocafyx. j. ramo com Neto 516). didínamos; m. estame (Bovini 1906); n. cálice frutífero (Ura

Rodriguesia 57 (1): 75-98. 2006 82 Carvalho, L d'Á. F. & Bovini, M. G. até 1 cm compr.; botões globosos; cálice apêndices laterais, estigma abaixo dos campanulado, lacínias longo-acuminadas; estames. Baga ca. 6 mm diâm., ca. valvar; corola globosa, prefloração ca. 1 cm diâm., alva 45 sementes, 1 esclerócito. com máculas verdes, rotáceo-estrelada, Material examinado: trilha do Cambucá, 200- lacínias de margem ciliada, ápice cuculado; 300 m s.m., 12/VI71998, fl. fr., R. C. Lopes et anteras oblongas, pardacentas, basifixas com ai 131 (RUSU); trilha o Corisquinho, apêndices laterais, estigma acima para dos estames. 24.111.1999, fl.fr., D. Baga ca. 7 mm Bartholo et ai 09 diâm., globosa, ca. 45 (RUSU). sementes. Distribuição geográfica: no Brasil ocorre nas Material examinado: trilha do Cambucá, 200- Regiões Sudeste e Sul (Hunziker et ai 1991). 300 m s.m., 23.111.1997, fl., M. G. Bovini et ai 1152 (RB, RUSU); trilha para o pico do Brugmansia Persoon Corisco, ca. 800 m s.m., 25.V.20O0, fl., M. G. 5. Brugmansia suaveolens Bovini et ai 1804 (Humb. & Bonpl. (RUSU); idem, 23.V.2000, ex Willd.) Bercht. fl., M. G. Bovini & Presl., Rostl. 1. Solaneae. et ai 1813 (RUSU). 45.1823. Distribuição geográfica: endêmica do estado Datura suaveolens Humb. & Bonpl. ex do Rio de Janeiro (Carvalho & Bovini 1995). Willd., Enum. Plant. Hort. Berol. É uma nova localidade de ocorrência 227. 1809. para Arbusto, 2-5 o estado. Própria de floresta m alt. Ramos glabres- pluvial atlântica, centes. Folhas esta espécie é inteiras, isoladas; lâminas até preferencialmente semi- 25 x 11 cm, heliófila no sub-bosque. membranáceas, ovadas, ovado- elípticas, ápice agudo a acuminado, base obtusa, 4. assimétrica, camptódroma, nervuras Aureliana fasciculata (Vell.) Sendtn. var. secun-dárias com espaçamento diminuindo fasciculata, in Mart., Fl. bras. 10: 140 1846 Fig.2h,i para a base, tricomas simples na face abaxial; Solanum peciolo ca. 4 mm compr. Flores fasciculatum Vell., Fl Flum isoladas, leon. 2. tab. 106. axilares, pêndulas; pedicelo ca. 3,5 (1827)1831; text. in Arch' cm compr., Mus. Nac. Rio de cálice verde, zigomorfo, Janeiro 5:81. 1881. espatáceo, Arvoreta 3-6 2-5-laciniado, desiguais em m alt., concaulescência compr.; evidente. Ramos corola ca. 15 cm diâm., alva, dicotômicos desiguais infundibuliforme, glabros a 5 lacínias, estreito-lineares; pubescentes, tricomas simples' anteras Folhas aos lineares, desiguais. Baga ca. 4 cm pares, raro isoladas; lâminas até compr. 10 x 3 cm, membranáceas (imatura), ovóide a oblonga, a semi-cartáceas fusiforme, lanceoladas, ápice agudo, cálice frutífero marcescente, ca. base atenuada por 100 sementes. vezes assimétrica, decurrente, camptódromas Material nervuras secundárias examinado: trilha do Cambucá, com espaçamento margem irregular, face abaxial de rio, 14.IX.1996, fl. fr., M. G. pubescente, tricomas Bovini simples, minúsculos; et ai 1044 (RB, RUSU). peciolo até 1 cm compr Distribuição Flores 3-10, fasciculadas, geográfica: provavelmente axilares; pedicelo originária até 1 cm compr.; da região andina (Hunziker 2001). botões globosos; cálice Amplamente campanulado, lacínias denteadas; cultivada pela beleza de suas prefloração flores e valvar, corola ca. subespontânea nas mais diversas 1 cm diâm., alva com regiões máculas brasileiras. verdes, rotáceo-estrelada, lacínias de margem ciliada, ápice cuculado; anteras oblongas, pardacentas, basifixas com

Rodriguésia 57 (1): 75-98. 2006 83 Solanaceae na Reserva Rio das Pedras isolada na maioria das vezes e Brunfelsia L. apresentou-se em altitudes acima de 400 6. Brunfelsia brasiliensis subsp. macrocalyx não foi registrada m s.m. (Dusén) Plowman, Fieldiana, Bot., n.ser. 39:66.1998.Fig. 2j-n L. Brunfelsia hopeana var. macrocalyx Capsicum campylopodium Sendtn., in Dusén, Arch. Mus. Nac. Rio de Janeiro 13: 7. Capsicum & Urban, Fl.bras. 10:144. 1846. 94.1905. Mart., Eichler Arbustos à arvoretas 2-5 m alt. Ramos Fig. 3 a 1,5 m alt., glabro. Ramos esfoliantes. Folhas esparsas ao ápice Subarbusto próximas dicotômicos iguais, afilando dos ramos; lâminas até 15 x 4,5 cm, mem- filiformes, patentes, ao ápice, entre-nós esparsos, uma branáceas a cartáceas, lanceoladas, ápice em direção na dicotomia. Folhas inteiras, isoladas; levemente atenuado, base aguda, campto- folha 2-laterais menores e 1 central maior, broquidódromas a broquidódromas, nervuras lâminas 10 x 3,5 cm, membranáceas, translúcidas, secundárias com espaçamento aumentando ca. lanceoladas, 3 folhas desiguais em tamanho em direção a base, glabras ou raros tricomas cada nó, ápice acuminado, base aguda, diminutos em ambas as faces; em glandulares a campto-broquidódromas, ca. 1,2 cm compr. Flores 6-8, camptódromas peciolo secundária com espaçamento fascículos a racemos reduzidos na porção nervação uniforme; ca. 5 cm compr. Flores 2-3 terminal dos ramos, subsésseis; pedicelo ca. 2 peciolo axilares ou isoladas na dicotomia cm cicatrizes anelares, fasciculadas, compr., articulado, até 2 cm compr., um tanto tricomas 1-3 flor, dos ramos, pedicelo glandulares; bractéolas por ápice, articulado; cálice cálice ampliado e reflexo no linear- lanceoladas, 3-7 mm compr.; mm campanulado, truncado; corola ca. 8 tubuloso, Iacínias ca. 5 mm compr.; prefloração compr., alva com máculas esverdeadas, imbricada, corola ca. 4 cm compr., azulada, valvar-plicada, rotáceo-estrelada, hipocrateriforme, breve inflado próximo à prefloração Iacínias lanceoladas; anteras, oblongas, fauce; Iacínias obovadas, ca. 3,2 cm compr., filetes deiscência longitudinal lateral; estames didínamos; filetes reflexos, planos, com apêndices parcialmente concrescidos, concrescidos parcialmente ao tubo corolíneo, na mesma basais e laterais; estigma quase anteras monotecas, oblongo-reniformes; ca. 5 mm altura dos estames, clavado. Baga estigma bífido. Cápsula ca. 2 cm compr., 1 semente. diâm., globosa, cálice persistente, envolvida pelo cálice ampliado, campanulado- a Lagoa Material examinado: trilha para urceolado, lenticelado, nervuras proeminentes- Ir., M. G. Seca 100-550 m s.m., I2.VII.1997, espessadas, ca. 12 sementes. id*m Bovini et ai 1210 (RUSU); Material examinado: trilha para a Lagoa et ai 1211 12.VII. 1997, fo M- G- Bovini Seca, 70-800 m s.m., 4.VIII.1999, fl., M. G. trilha para a Toca da Aranha, Bovini RUSU); idem, (RB, RUSU); et ai 1665 (RB, M. G. Bovini et ai 1566 1906 23 XI 1998 fl- 7.X.2000, fl., M. G. Bovini et ai II.. M. C, Bovini (RUSU); idem, 23.XI.2001, (RUSU); trilha para o Corisquinho, 21.X.I997, et ai 2100 (RB, RUSU); idem, 22.XII.1996, fr., J. A. Lira Neto et ai 518 trilha fl J M A Braga et ai 4361 (RUSU); (RB, RUSU). A- Lira o Cambucá, 20.X. 1996. fl.. ./. Distribuição geográfica: ocorre nos estados para de Neto et ai 444 (RUSU). de Goiás, Minas Gerais, Espírito Santo, Rio ocorre em nos Distribuição geográfica: Janeiro, São Paulo, Paraná e Santa Catarina e Santa Catarina estados da Região Sudeste (Plowmann 1998). 1997a). Encontrada em ambiente semi-heliófilo (Carvalho RRP da floresta pluvial atlântica. Na

Rodriguésia 57 (1): 75-98. 2006 84 Carvalho. L d'Á. F. & Bovini. M. G. 8. Capsicum recurvatum Witasek, Denkchr. 9.Capsicum villosum Sendtn. var. villosum Akad. Wiss. Wien -Naturwiss. Math. Kl. 79(2)- in Mart., Fl. bras. 10: 144. 1846. 321.1910.Fig.3b,c Subarbusto ca. 1,8 m alt., alvacento, Subarbusto até 2 m alt., glabro. Ramos tomentoso. Ramos dicotômicos desiguais, dicotômicos desiguais, afilando em direção ao entre-nós esparsos, tomentoso, tricomas ápice, entrenós esparsos com uma folha na simples, longos. Folhas inteiras, isoladas ou em dicotomia. Folhas inteiras, isoladas; lâminas 2 grupos de três desiguais; lâminas a maior até laterais menores e 1 central maior, ca. 20 x 14 x 3,6 cm, membranáceas, lanceoladas, 5,5 cm membranáceas, translúcidas, ápice agudo-falcado, base atenuada, margem lanceoladas a ovado-lanceoladas, 3 folhas ciliada, camptódromas, nervação secundária desiguais em forma e tamanho em cada nó, com espaçamento irregular; até 6 mm ápice atenuado, base aguda, pecíolo camptódroma, compr. Flores 2-5, fasciculadas axilares; nervação secundária com espaçamento pedicelo ca. 2 cm compr., reflexo no ápice; diminuindo a base; para pecíolo até 1,3 cm cálice campanulado, lacinias lineares, compr. Flores 3, fasciculadas, axilares ou pubescentes; corola ca. 7 mm compr., alva com isoladas na dicotomia dos ramos; pedicelo ca. máculas verdes, lacinias denteadas, face 2 cm compr., um tanto ampliado e reflexo no interna papilosa; anteras oblongas, deiscência ápice, articulado; cálice campanulado, lacinias longitudinal lateral, filetes lineares; corola ca. 9 mm compr., parcialmente alva com concrescidos, com apêndices laterais e basais; máculas acastanhado-verdes, campanulado- estigma mesma altura dos apical. laciniada, lacinias estames, lanceoladas; anteras Fruto não observado. oblongas, deiscência longitudinal lateral, filetes Material examinado: trilha do Cambucá, 70- parcialmente concrescidos, com apêndices 310 m s.m., 23.XI.1999, fl., M. G. Bovini et basais e laterais; estigma mesma altura dos ai. 1721 (RB, RUSU). estames, truncado. Baga ca. 7 mm diâm., Distribuição geográfica: ocorre nos estados globosa, cálice lacinias persistente, reflexas, 9- de Minas Gerais, Rio 17 sementes nigrescentes. de Janeiro, São Paulo, Paraná e Santa Material Catarina (Carvalho 1997a). examinado: trilha para o Corisquinho, 200-300 m s.m., 1.XII. 1996, fl. Cestrum L. fr., M. G. Bovini et ai. 1119 RUSU); (RB, 10.Cestrum corcovadense Miers., London trilha para a Lagoa Seca, 200-300 msm' J. bot. 5. 160. 1846.Fig. 3 d 27.V.1997, fr„ M. G. Bovini et ai. 1178 Arvoreta 3-4 m alt. Ramos cilíndricos, (RUSU); trilha para a casa do Tião, 250 m glabros. Folhas inteiras, isoladas; lâminas até s.m., 7.1.2000, fr., M. G. Bovini et ai. 1753 ca. 22,5 x 10 cm, cartâceas, ovada-elípticas, (RB, RUSU); trilha o Corisquinho, para 150 ápice agudo a acuminado, base decurrente, m s.m., 26.IV. 1997, fl., J. M. A.Braga et ai camptódromas, nervação secundária com 3973 (RB, RUSU). espaçamento irregular; até 3,5 cm Distribuição ocorre pecíolo geográfica: nos estados compr., folhas estipuláceas do Rio de aos pares, ovadas, Janeiro e São Paulo (Carvalho base oblonga 1997a). a cordada, sésseis, ca. 1,2 cm compr. Flores 5-10, em 2-3 racemos axilares, Espécie típica de floresta pluvial ca. 3 cm compr., pedúnculo 5 mm compr., atlântica. Na RRP é muito freqüente em locais pedicelo ca. 2 mm compr., bractéolas linear- úmidos e no estrato protegidos herbáceo da lanceoladas, até floresta. 3 mm compr.; cálice campanulado, laciniado, ciliado; corola ca. 1,5 cm compr., estreito-infundibuliforme. creme-

Rodriguésia 57 (I): 75-98. 2006 K5 Solanaceae na Reserva Rio das Pedras

llf li™ ivciirvniiim. h. ramo eoitt truncadoi (JWWUíh„i.i/ii 1211) CansUum KiRura 3 - Capsicum campylopodium. a. cálice fruflero „.,„,,,,,, aml |olllils y- ^J^ ^ ^ flores e frutos; c. cálice frutífero com lacínias lineares [praga. B^^ (Lira iV#M 505). CMÍWM e. ramo com ¦,Clltrumcstipuláceas estípuláceas (flmw/ 72/4). C«7wm intermedium. StndtrurUmuM h. ramo com frutos (Di, raJ /• /««„„« f. ramo vegetativo com folhas estípuláceas; g. _ (Braga 3987). flores; i. corola evidenciando estames adnatos e estilete/estigma

Rodriguésia 57 (1): 75-98. 2006 86 Carvalho, L d'Á. F. & Bovini, M. G. esverdeada, lacínias lanceoladas,; anteras 12.Cestrum laevigatum Schltdl., Linnaea 7: orbiculares, filete glabro, ca. 1 cm compr., 58.1832.Fig.3f,g adnato ao tubo e ca. 5 mm compr. livre, viloso Arvore ca. 3 m alt.. Ramos cilíndricos, na base; estigma incluso, mesma altura dos glabros. Folhas inteiras, isoladas; lâminas até estames, capitado. Baga ca. 6 mm diâm., 15 x 5 cm, membranáceas, lanceoladas a oblonga, cálice persistente, ampliado, 5-7 obovadas, ápice obtuso a sementes. acuminado, base aguda, decurrente, camptódromas, nervação Material examinado: trilha do cambucá secundária com espaçamento uniforme; 20.X. 1996, fl., /. A. Lira Neto et ai 436 pecíolo até 1,5 cm compr.; folhas ca. 2 cm (RUSU); trilha para a Lagoa Seca, 100-550 compr., estipuláceas aos pares, lanceoladas, m s.m., 12.VII.1997, fr., M. G. Bovini et ai reflexas, Flores em rácemos terminais até 34 1214 (RB, RUSU); trilha a Lagoa para Seca cm compr. ou axilares, subsésseis, bractéolas 7.X.2000, fr., M. G. Bovini et ai 1907 ca. 2 mm compr.. Baga 1-2 cm (RUSU). compr., oblonga ou ovoide, cálice 5-8 sementes. Distribuição ocorre persistente, geográfica: no estado Material examinado: trilha da Bahia e Região Sudeste para o Cambucá (Carvalho 1997a). e margem do rio Grande, 18.VIII.1996, fr., J. A. Lira Neto et ai 318 (RUSU); trilha do 11. Cestrum intermedium Sendtn., in Mart Cambucá, 200-300 msm, M. Fl. bras. 10:221. 1846.Fig. 15.IX.1996, fr., 3 e G. Bovini et ai. 1052 (RB, RUSU). Árvore ca. 10 m alt. Ramos cilíndricos, Distribuição geográfica: ocorre em todo o glabros. Folhas inteiras, isoladas; lâminas até Brasil, exceto na Região Sul (Nee 2001). 14 x 4 cm, membranáceas, lanceoladas, ápice atenuado, base aguda, camptódromas, 13.Cestrum sendtnerianum Mart. ex nervação secundária com espaçamento' Sendtn., in Mart., Fl. bras. uniforme; até 10: 215. 1846. pecíolo 1 cm compr.; folhas Fig- 3 h, i estipuláceas aos pares, ovado-recurvadas, ca. Arbusto ca. 3 m alt. Ramos cilíndricos, cm compr., curto-pecioladas. Flores ca. 10, em rácemos glabros. Folhas inteiras, isoladas, decíduas; de pseudo-corimbos axilares, até lâminas cm compr., até 5 x 2 cm, membranáceas, elíptica- subsésseis, botões turbinados, lanceoladas, bractéolas foliares ápice agudo a levemente lanceoladas, até 2 mm acuminado, compr.; cálice base aguda, camptódromas, tubuloso, laciniado, denso- nervação fimbriado; corola secundária com espaçamento ca. 1,5 cm compr., estreito- irregular; infundibuliforme, pecíolo ca. 5 mm compr.; folhas creme-esverdeada, lacínias estipuláceas lanceolada, aos pares, lanceoladas, papilosas,; anteras orbiculares, recurvadas, filete ca. 1 cm compr., subsésseis. Flores ca. 1 cm adnato ao tubo e ca. 5 mm isoladas ou ca. 2-4 fasciculadas, ou livre, glabro; estigma acima dos axilares estames, no ápice dos ramos, capitado. Fruto não observado. subsésseis, bractéolas até 2 mm compr.; Material examinado: cálice tubuloso, levemente trilha para o laciniado; Corisquinho, 31.XI. corola ca. 2,2 cm compr., estreito- 1996, fl., J. A. Lira Neto infundibuliforme, et ai. 505 (RB, RUSU) amarelada, lacínias lanceoladas, papilosas, ca. 5 mm diâm; anteras Distribuição geográfica: ocorre nas Regiões orbiculares, filete 1,3 cm adnato e 3 Sudeste e Sul do Brasil (Carvalho 1997a). ao tubo mm livre, geniculado, tricomas simples um tanto abaixo da inserção; estigma um pouco acima dos estames, capitado. Fruto não observado.

Rodriguésia 57 (1): 75-98. 2006 87 Solanaceae na Reserva Rio das Pedras encontrada na RRP Material examinado: trilha do Corisquinho, Hemi-epífita quase dos ramos de 150-200 m s.m., 26.IV. 1997, fl., J. M. A. sempre nas ramificações grandes e, em estádio vegetativo, a visualização Braga et al. 3987 (RB, RUSU). árvores torna-se difícil. Encontrada na margem de rio Distribuição geográfica: no Brasil, há e no interior da floresta. registros para os estados do Acre, Rondônia, Região Sudeste e Paraná (Carvalho 1997a). Physalis L. L. var. Dyssochroma Miers 15.Physalis pubescens pubescens, 14. Dyssochroma viridiflora (Sims) Miers, Sp.pl.l: 183.1753. a subarbusto ca. 30 cm alt. Ramos Ann. Mag. Nat. Hist., ser. 2 (4): 251. 1849. Erva tricomas simples e Fig. 4 a-c hialinos, tomentosos, Folhas inteiras, isoladas; lâminas Solandra viridiflora Sims, Bot. Mag. 45, glandulares. cm, mernbranáceas, ovadas a tab. 1948. 1818. até 4,2 x 3,2 tanto lobado-denteadas, ápice Arbusto hemi-epífito escandente ou cordadas, um a cordada, margem terrestre, flexuosos, esfoliantes, atenuado, base truncada glabro. Ramos nervuras nodosos, cicatrizes foliares evidentes. Folhas ciliada, campto-broquidódromas, com espaçamento diminuindo para isoladas, inteiras; lâminas até 14 x 4,6 cm, secundárias ao longo das nervuras, cartáceas, lanceoladas a levemente obovadas, a base, pubescente simples e pecíolo ca. 2,5 ápice atenuado, base aguda, camptódromas, tricomas glandulares; Flores isoladas, axilares; pedicelo nervuras secundárias com espaçamento cm compr. compr.; cálice campanulado, lacinias irregular, domáceas na região das ca. 2 mm pilíferas corola ca. 7 mm compr., amarela, nervuras. Flores isoladas ou 2-3 em racemo lanceoladas; rotáceo-denteada, tricomas simples na face com raque reduzida, pedicelo ca. 1 pêndulas; anteras oblongas, deiscência cm compr.; cálice campanulado, profunda- externa; lateral, filetes quase do mesmo mente corola ca. 4 cm compr., verde- longitudinal partido; das anteras amarelas; estigma mesma claro, infundibuliforme a hipocraterimorfa, tamanho dos estames. Baga ca. 7 mm diâm., lacinias lanceoladas, enroladas após a antese; altura cálice ampliado, inflado, lacinias anteras exsertas, lineares, ca. 1,8 cm x 2 mm, globosa, no ápice, envolvendo totalmente o Gruta filetes concrescidos na região basal do tubo reunidas examinado: trilha do cambucá, 200 corolíneo, ca. 7 cm compr.; ovário alvacento, Material 17.VIII.1997, fl. fr., J. M. A. Braga et ca. 1 cm x 4 mm, com disco nectarífero anelar; m s.m., (RUSU); trilha para a Lagoa Seca, estilete do mesmo tamanho dos estames; al 3414 quase m s.m., 12.VII.1997, II. Ir.. M. G. região estigmática apical. Baga ca. 4 cm 100-550 1206 (RUSU). compr., lacinias do cálice Bovini et al oblongo-apiculadas, Américas do Norte, - estreladas na frutificação, ca. 400 Distribuição geográfica: patente Sul e regiões tropicais do Velho sementes. Central e do Mundo (Rojas & Nessi 1998). Material examinado: trilha para a Lagoa Seca, 70-800 m s.m., 14.VIII.1999, fl. fr., M. Solanum L. G. Bovini et al. 1668 (RUSU); sobre árvore alternatopinnatum Stcud., em beira de rio, 04.VIII.1994, fl., A. Costa et 16.Solanum Nomencl. Bot. 2, ed.2: 600. 1841. Fig. 4 d-f al. 458 (RUSU); trilha para o Poço do Rio Escandente, herbáceo-lenhosa, acúleos Grande, 15.IX.1996, fl. fr., J. A. Lira Neto et uncinados, retrorsos, isolados ou aos pares, al. 362 (RUSU) nos ramos, aplanado lateralmente, Distribuição: ocorre nos estados de Minas esparsos Folhas isoladas, pinatissectas, pseudo- Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo (Carvalho glabro. 5-7 segmentos; lâminas até 15 1997a). imparipenadas, x 3,5 cm, mernbranáceas, base truncada a

Rodriguésia 57 (1): 75-98. 2006 88 Carvalho, L d'Á. F. & Bovini, M. G. assimétrica, aculeos uncinados esparsos no 1,6 cm compr., Flores 5-6, em pecíolo e ao longo das nervuras, pubérulo. broqui- pseudo-umbelas, extra-axilares, até dódroma e campto-broquidódroma, nervuras pedicelo 5 mm compr., reflexos; cálice campanulado, secundárias com espaçamento irregular; denteado; corola ca. 2 mm compr., alva, pecíolo ca. 4 cm compr.. Flores ca. 40, em rotáceo-estrelada, lacinias lanceoladas; anteras corimbo dicotômico na terminal porção dos com poros apicais oblongas, introrsas, ramos, com aculeos uncinados e aciculares; grandes, filete mais curto as anteras; estigma botões turbinados; ca. 1 cm que pedicelo compr., mesma altura dos estames, articulado; cálice campanulado, região estigmática oblongo- apical. Baga até denteado, face interna 6 mm diâm., globosa, verde- papilosa; corola até 1,1 claro, nigrescente cm compr., alva, campanulado-estreladà, brilhante quando maduras, ca. 12 sementes. lacinias partidas, desiguais em compr., linear- Material examinado: trilha do Cambucá, 200- lanceoladas, ápice um tanto cuculado; anteras 300 m s.m., 15.IX.1996, fl.fr., M. G. Bovini com poros apicais atenuadas, pequenos, et al 1056 (RUSU). introrsas; estilete duas vezes o tamanho dos Distribuição o estames, estigma apical. Baga ca. geográfica: ocorre em todo 2,2 cm diâm., território nacional, globosa, verde variegada, nos trópicos e subtrópicos quando madura do mundo (Nee 1999). amarela, cálice persistente, ca. 20 sementes. Encontrada em ambientes Material examinado: trilha para o Cambucá perturbados, onde forma grandes Talvez seja 17.VIII.1996, fr., M. G. Bovini et al. populações. 1011 a espécie de Solanum (RB, RUSU); trilha o Pico mais freqüente em para do Corisco número de indivíduos 600 m s.m., 25.111.2000, fl., M. G. (Nee 1999). Em outras Bovini et áreas foi encontrada al. 1810 (RB, RUSU). já em altitudes acima de 1 000 m s.m. Distribuição geográfica: ocorre nos estados de Goiás, Bahia, Minas Gerais, Espírito Santo, 18. Solanum argenteum Dunal, Encycl. Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná e Santa Méth., Bot. Suppl. 3(2): 755. 1814. Catarina extendendo-se até o Paraguai (Nee 1999). Arvoreta 2-3 m alt. Ramos aplanados na região terminal, Espécie heliófila de hábito esfoliante, indumento escandente prateado, adpresso, no dossel tricomas peitados, peitado- geralmente da floresta, por este estrelados. motivo a visualização Folhas inteiras, isoladas ou aos é muito difícil, pode ser facilitada pares; lâminas até 18 x 6 cm, cartáceas, pela presença de frutos maduros lanceolada, amarelados caídos ápice agudo, base aguda, no solo da floresta. O hábito broquidódromas, e as folhas nervação secundária com pinatissectas aculeadas, permitem espaçamento identificar facilmente uniforme, face adaxial a espécie. face glabra, abaxial lepidoto-adpressa, alvacenta a 17. Solanum prateada, tricomas peitados e americanum Mill. var. estrelados; peitado- nodiflorum Edmonds, pecíolo ca. 2 cm compr. Flores 2- (Jacq.) Journ. Arnold 7, cimeiras Arb. 52: 634. 1971. simples, escorpioides, axilares; Subarbustos pedicelo 5 mm compr.; cálice campanulado. até 50 cm alt., ereta. Ramos lacinias agudas; corola ca. 7 mm diâm., alva. pubescentes, tricomas simples e papilas. Fo- rotaceo-estrelada, lhas inteiras, isoladas lacinias lanceoladas; ou aos pares; lâminas anteras até 3,5 x 1,8 com poros apicais oblongas. cm, membranáceas, ovado-lan- introrsas, grandes, ceoladas, ápice filetes menores as anteras, acuminado, base um tanto de- estigma que currente, camptódromas, acima das anteras. Baga ca. 2.5 cm nervuras secundárias diâm., com espaçamento oblonga apiculadas, nigrescente, uniforme, pubescentes, em tricomas ambas as faces, estrelados, esparsos, ca. 32 tricomas simples; pecíolo até sementes.

Rodriguésia 57 (1): 75-98. 2006 Solanaceae na Reserva Rio das Pedras 89

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Solanum _.n ,..„„. kb. an¦ntâWaâi uras lineares-I mearas c.F fruto ,(Bovini IMS). Flgttrt 4 - Dytsochnma viridijlora. a. ramo com flores, f. flor (Bovini LSI» Solanum «*«» *V~,, d. ramo com flores; e. bo.ão; I. alac.lo 1113). Solanum lu,a,ulru„,JfT^StoSl! k. rumo com flore., inflorescência; h. de.alhe da raque: i. flor. j. gineceu (Bovini corola/estames; m. fruto (Bovini 1072).

Rodriguésia 57 (I): 75-98. 2006 90 Carvalho, L d'Á. F. & Bovini, M. G. Material examinado: trilha do Cambucá, 200- paleáceo-fimbriados. Folhas isoladas, inteiras; 300 m s.m., 14.IX.1996, fr., M. G. Bovini et lâminas 60 x 32 cm, cartáceas, ovados a ai. 1051 (RUSU). ovado-lanceoladas, ápice atenuado, base Distribuição geográfica: Ocorre nos estados aguda, camptódromas, nervação secundária do Pará, Bahia, Goiás, Região Sudeste e com espaçamento uniforme; face adaxial Paraná (Carvalho 1997b). verde, glabrescente, bulada e face abaxial Arvoreta muito freqüente, principalmente alvacenta a acastanhada, lepidoto-tomentosa, na floresta atlântica, de fácil reconhe- pluvial tricomas peltado-apiculados, pedicelados e cimento apresentar na por face adaxial das tricomas paleáceos ao longo das nervuras lâminas foliares indumento prateado. Na RRP secundárias basais; peciolo até 10 cm compr., foi muito comum nas margens de trilhas semi- alvacento a acastanhado, denso-paleáceo. helióftlas formando grandes populações. Flores ca. 20, em racemos dicotômicas, até 8 ramos; pedicelo ca. 5 mm compr.; cálice 19.Solanum capsicoides Ali., Auct. Syn. urceolado, denso-tomentoso, lacínias agudas; Meth. Strip. Hort. Reg. Taurensis 64. 1773. corola ca. 1,5 cm compr., alva, rotáceo- Nome vulgar: arrebenta-cavalo estrelada, lacínias agudas, anteras oblongas, Erva até 5 mm alt. Ramos concau- introrsas, poros apicais abrindo-se por lescentes com grandes, pontuações alvacentas, fendas longitudinais, filetes menores as aculeados, aciculares, que até 8 mm compr., anteras, estigma acima dos estames. Baga ca. reflexos, tricomas simples longos, às vezes do 1,2 cm diâm., envolvidas cálice tamanho dos globosa, pelo acúleos. Folhas inteiras isoladas; ampliado, ca. 34 sementes. lâminas até 20 x 16 cm, membranáceas] Material examinado: trilha do Cambucá, deltóides, irregular-partidas, segmentos 20.X. 1996, fr., J. A. Lira Neto et ai. 448 lobados, base truncada, acúleos aciculares ao (RUSU). longo das nervuras, camptódromas, nervação Distribuição geográfica: ocorre nos estados secundária com espaçamento irregular, de Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo e tricomas simples longos, esparsos em ambas Paraná (Carvalho 1997b). as faces; ca. 10 peciolo cm compr., acúleado, E comum em floresta atlântica e tricomas simples esparsos. pluvial Flores 4-5, cimeiras; floresta de araucária. As folhas com pedicelo ca. 9 mm compr., grandes tricomas simples indumento acastanhado, lepidoto-tomentoso e maiores os que acúleos aciculares; cálice muitas vezes com campanulado; tricomas paleáceos, toma corola ca. 9 mm compr., alva, fácil a visualização rotáceo-estrelada, desta espécie na floresta. lacínias lanceoladas; anteras Comum em beira com de trilhas, mas em locais poros apicais pequenos, atenuadas, filetes semi-heliófilos. menores que as anteras. Fruto não observado. Material examinado: trilha do Cambucá, 200- 21. Solanum diploconos 300 (Mart.) Bohs., Taxon m s.m., 14.IX.1996, fl., M. G. Bovini et 44:584.1995.Fig.4g-j ai. 1033 (RUSU). Witheringia diploconos Mart., Nov. Distribuição geográfica: ocorre da América Gen. Sp. Pl. 3: 76. tab. 229. 1829. Central até o Brasil; introduzidas no velho Arbusto escandente. Ramos dicotômicos, mundo (Nee 1999). flexuosos, glabros. Folhas inteiras, isoladas; lâminas até 16x7 cm, a 20.Solanum castaneum membranáceas Carv., Pesquisas cartáceas, ovado-oblongas Bot. 46: 19. 1996. a cordadas, ápice acuminado-falcado, base assimétrica, Arbusto até 5 m alt. Ramos com camptódromas, nervação secundária com indumento acastanhado, lepidoto-tomentoso, espaçamento irregular, evidente de tricomas estrelados, longo-pedicelados a presença e hidatódio, tricomas simples ao longo da nervura

Rodriguésia 57 (1): 75-98. 2006 91 Solanaceae na Reserva Rio das Pedras trilha do Cambucá, 200- mediana, até 6 cm compr. Flores 15- Material examinado: pecíolo s.m., 19.X. 1996, fl., Aí. G. Bovini et al. 27, em cimeiras simples, extra-axilar ou na 300 m 1072 RUSU); trilha para a Toca da dicotomia dos ramos, pedicelo ca. 2,5 cm (RB, 250 m s.m., 29.IX.1998, fl.fr., R. C. compr., articulado à base e por isso Aranha, próximo 109 residual na raque; botões turbinados; cálice Lopes et al. (RUSU). ocorre nos estados campanulado, laciniado; corola ca. 3 cm diâm., Distribuição geográfica: Gerais, Rio de Janeiro e São amarelada, campanulado-estrelada, lacínias da Bahia, Minas 1997b). lanceoladas reflexas e espessadas no ápice; Paulo (Carvalho facilmente reconhecida pelo anteras atenuadas, ca. 5 mm compr., filete Espécie enorme de menor as anteras, conectivo vinoso, giboso, indumento híspido, quantidade que flores vistosas e violáceas. mais espessado na região basal; estilete aculeos e pelas atlântica é restrita espesso, ca. 5 mm compr., estigma expandido Exclusiva de floresta pluvial e Região Sudeste, muito acima dos estames, corpúsculos globosos no ao estado da Bahia e levemente interior. Fruto não observado. comum em áreas semi-heliófilas Material examinado: trilha do Cambucá, 200- descampadas. 300 m s.m., 30.XI.1996, fl., M.G.Bovini et al. hirtellum (Spreng.) Hassl., 1113 (RB, RUSU). 23. Solanum Regni Veg. Beih. Distribuição ocorre nos estados Feddes Repert. Spec. Nov. geográfica: 5 a, b das Regiões Sudeste e Sul do Brasil (Bohs 15:218.1918.Fig. Syst. Veg. 1: 1994). Atropa hirtella Spreng., 699.1825. Ramos flexuosos, 22. Solanum hexandrum Vell., Fl. Flum. Arbusto ca. 4 m alt. Folhas isoladas Icon. 2,1.122 1831, text. in Arch. Mus. cilíndricos, pubérulos, hialinos. (1827) lâminas até Nac. Rio de Janeiro 5:88.1881. Fig. 4 k-m ou aos pares, desiguais, inteiras; lanceoladas, Arbusto ca. 3 m alt.. Ramos aplanados 11,5 x 4,5 cm, membranáceas, base assimétrica, na região terminal, híspidos, tricomas estrelados ápice atenuado a cuspidado, a secundária com pedicelados, espessos aculeos de aciculares camptódromas, nervação direção ao ápice, uncinados de base aplanada, esparsos. Folhas espaçamento aumentando em estrelados inteiras, isoladas; lâminas até 42 x 22 cm, mem- áspera em ambas as faces, tricomas ca. 5 branáceas, assimétricas, largo-lanceoladas, base sésseis ao longo das nervuras; pecíolo cime.ra decurrente, ápice obtuso, margem lobado- mm compr.. Flores ca. 20, em articuladas na denteada, camptódromas, nervuras secunda- dicotômica laxa, extra-axilar, base, mm compr.; cálice rias com espaçamento diminuindo para a base; pedicelo ca. 2 apiculados, hispida, tricomas espessos, estrelado-pedicelados campanulado, tricomas estrelados 3 mm compr., alva, em ambas as faces; pecíolo até 3,5 cm compr., lacínias agudas; corola até anteras híspido. Flores ca. 12, em cima-escorpióide; rotáceo-estrelada, lacínias lanceoladas; cálice oblongas, sésseis, pedicelo ca. 2 cm compr., articulado; com poros apicais grandes, ou campanulado, lacínias ovado-agudas, híspidas, introrsas; estigma mesma altura pouco mm cham.. aculeos aciculares; corola ca. 8 cm diam., acima dos estames. Baga ca. 6 lacínias oblongas, violácea, rotáceo-lobada, globosa, ca. 6 sementes. Cambucá, 200- glabras na face interna e na face externa, Material examinado: trilha o das Af. G. Bovini tricomas estrelados esparsos na região 300ms.m.,30.XI.1996,n. Ir., nervuras; anteras com poros apicais pequenos, et al. 1W9 (RB, RUSU). ca. 1 cm nos estados atenuadas, desiguais em tamanho, Distribuição geográfica: ocorre estigma e Paraguai compr., filetes menores que as anteras, das Regiões Sudeste e Sul do Brasil cm diâm., 2004). acima dos estames. Baga ca. 1,2 e Argentina (Mentz & Oliveira cálice globosa, ca., glabras, envolvida pelo ampliado; ca. 70 sementes.

Rodriguesia 57 (I): 75-98. 2006 92 Carvalho, L d'Á. F. & Bovini, M. G. 24.Solanum martii Sendtn., in Martius, Fl. diâm., alva a vinosa, campanulado-estrelada, bras. 10:41. tab. 10. 1846. lacinias lanceoladas, reflexas,; anteras Nome vulgar: açucena atenuadas, ca. 9 mm compr., filete menor Arbusto ca. 3 que m alt. Ramos cilíndricos, as anteras, conectivo vinoso, mais Folhas isoladas, inteiras; giboso, glabros. lâminas até espessado na região basal; estilete 30 x 16 cm, membranáceas, pouco ovado-lanceo- espesso, ca. 9 mm compr., estigma expandido ladas,, ápice acuminado, base truncada-aguda, pouco acima dos estames. Fruto não observado. camptódromas, nervação secundária com Material examinado: trilha do Cambucá, 70- espaçamento irregular, glabrescentes na face 310 m s.m., 23.XI.1999, fl., M. G. Bovini et ventral, tricomas estrelados sésseis esparsos al 1719 (RB, RUSU). ao longo da nervura tomentoso- principal, Distribuição geográfica: ocorre nos estados acastanhado com tricomas estrelado- do Pará, Paraíba, Bahia, Região Sudeste e pedicelados na face abaxial; pecíolo ca. 3,5 Santa Catarina (Bohs 1994). cm compr., tomentoso-acastanhado. Flores ca. 7, em cimeiras congestas, reflexa, tomentosa- 26. Solanum odoriferum Vell., Fl. Flum. Icon acastanhada; ca. 2 mm pedicelo compr., 2,1.108 (1827) 1831; text. in Arch. Mus. Nac. tomentoso; cálice campanulado, tomentoso- Rio de Janeiro 5: 60. 1881.Fig. 5 c-g acastanhado, lacinias agudas; corola ca. 7 mm Arbusto escandente. Ramos angulosos, compr., alva, rotáceo-estrelada, lacinias levemente estriados. Folhas inteiras, isoladas lanceoladas, tomentosas na face externa; nos ângulos ramulares; lâminas até 12,5 x 5 cm, anteras com poros apicais abrindo- grandes, cartáceas, ovado-lanceoladas, ápice atenuado, se por fendas longitudinais, oblongas, sésseis, base truncada, margem revoluta, campto- introrsas; estigma acima dos estames. Fruto broquidódromas, não observado. nervuras secundárias com espaçamento irregular; ca. 2,5 cm compr. Material examinado: trilha da Toca pecíolo da Flores ca. 45 flores, em cimeiras dicotômicas Aranha, 04.XI.1997, fl., R. H. P. Andreala et na porção terminal dos ramos; ca. 1,8 al 1015 (RB, RUSU). pedicelo cm compr., dilatado na basal, articulado; Distribuição geográfica: ocorre nos estados porção botões oblongo-apiculados; cálice de Minas Gerais, Rio de Janeiro campanulado, e São Paulo ápice truncado; corola (Carvalho 1997b). alva, até 8 mm compr., rotáceo-estrelada, lacinias lanceoladas; anteras com apicais 25.Solanum melissarum poros grandes, oblongas, introrsas; Bohs, Taxon 44- filetes um 584.1995. pouco mais curtos que as anteras; estigma acima dos estames. Baga ca. 8 mm Witheringia divaricata Mart., Nov. Gen. diâm., globosa, ca. 9 sementes. sp. pl. 3:75. tab. 228. 1829. Material examinado: subindo o Rio Grande Arbusto ereto à escandente. Ramos a partir da trilha para o Corisquinho, margem dicotômicos, flexuosos, glabros. Folhas inteiras, direita, 7.IV.1999, fl.fr., C. isoladas; lâminas até 17 x 8 cm, membranáceas H. R. Paula et al. 123 (RUSU); margem a cartáceas, ovadas a lanceoladas, do Rio Grande, , ápice 19.VIH.1996, fl. fr., acuminado a falcado, J. A. Ura Neto et al 319 base assimétrica, (RUSU). decurrente, truncada, camptódromas, nervação Distribuição geográfica: ocorre secundária com espaçamento irregular; nos estados do Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná e Santa tricomas glandulares diminutos; pecíolo até 3 Catarina (Carvalho 1997b). cm compr. Flores ca. 15, em cimeiras simples, Espécie caracterizada ramos em extra-axilar, pedúnculo ca. 10 cm compr., pelos zig-zag" e com frutos, articulado a base quando os ramos pedicelo próximo e por isso tornam-se ainda mais residual na raque; botões turbinados; pendentes, talvez pelo cálice peso das bagas. Na RRP campanulado, laciniado; corola apresenta-se sempre ca. 2,5 cm em indivíduos isolados.

Rodriguésia 57 (1): 75-98. 2006 93 Solanaceae na Reserva Rio das Pedras

' li i^sl:-i J d. flor; ¦1109) odorifvrum. c. ramo com frutos; b. flor (tíovmiæSolanum$0\tmm Figura 5 - Solanum hirtellum. a. ramo com flores; rufesevns. h. ramo com Mores; f. ^f^^^Latum. Ne,o572). e. pedicelo dilatado na porção basal; k ramo com flores; I. fruto (Ura 18762). Solanum y i. flor; j. fruto com cálice acrescente (Brade

Rodriguésia 57 (1): 75-98. 2006 94 Canalha, L d'Á. F. & Bovini, M. G. 27. Solanum paralum Bohs, Taxon 44: 585. grandes, oblongas, abrindo-se fendas 1995. por longitudinais, subsésseis, filetes mais Arbusto pouco ereto a escandente. Ramos curtos que as anteras; estigma mais dicotômicos, pouco glabros. Folhas inteiras ou acima dos estames. Fruto não observado. pinatissectas, isoladas; lâminas até 18 x 8 cm, Material examinado: trilha o inteiras membranáceas, para quando ovadas, oblongas Corisquinho, 31.XI. 1996, fl., J. A. Ura Neto ou lanceoladas, ápice acuminado, às vezes et ai. 504 (RB, RUSU). levemente falcado, base assimétrica, decurrente, Material adicional: BRASIL. ACRE: Plácido truncada ou cuneada, camptódromas, nervação de Castro, km 20, 5.II.2000, fl„ /. S. Rivero et secundária com espaçamento irregular, tricomas ai. 355 (INPA); AMAZONAS: Esperança, diminutos, esparsos glandulares na face abaxial; terra firme baixa, 7.II.1942, fl. fr., A. Ducke até 7,0 cm compr.; pecíolo lâminas quando 3375 (RB); idem, Rio Negro, Santo Antônio, 3-segmentos, lanceolados; pinatissectas pecíolo Igapó, 8.VIII.1991,fl. fr.,5. Mori et ai. 21971 ca. 5,0 cm compr. Flores 15-25, em cimeiras (INPA); PARÁ: Belém, Terra Firme, simples ou dicotômicas, extra-axilares, pedúnculo 13.1.1953, fl.fr., J. M. Pires et ai. 4435 (IAN); ca. 3,0 cm compr., articulado pedicelo próximo à RIO DE JANEIRO: Nova Friburgo, distr. base e isso residual na raque; botões por oblongos Macaé de Cima, ca. 1.000 m s.m., 08.XII. 1989, a turbinados; cálice campanulado, laciniado; bt. fl., B. Kurtz et ai. 86 (RB). corola ca. 2,0 cm diâm., alvo-esverdeada a Distribuição geográfica: ocorre nos estados vinosa, campanulado-estrelada, lacinias do Amazonas, Pará e Rio de Janeiro; fora do lanceoladas; anteras atenuadas, ca. 0,4 cm Brasil foi registrada também nas Guianas compr., filete menor as anteras, que conectivo Inglesas (Sendtner 1846). vinoso, giboso; estilete ca. 0,5 cm compr., estigma expandido pouco acima os estames. Fruto não observado. Material examinado: trilha para a Toca da Aranha, 24.XI.1998, fl., M. G. Bovini 1586 et J. M. A.Braga (RUSU); idem, 400 m s.m 24.XI.1998, fl., Aí. G. Bovini 1589 et J. M. A. Braga (RB, RUSU); trilha da Toca da Aranha, 21.X.1997, fl„ J. M. A. Braga et ai. 4346 (RB, RUSU). Distribuição geográfica: nos estados da Bahia, Rio de Janeiro e São Paulo (Bohs 1994).

28- Solanum pensile Sendtn., in Mart., Fl. bras. 10:50. tab. 4. 1846.Fig. 6 Escandente. Ramos estriados, glabros. Folhas inteiras, isoladas, esparsas; lâminas até 12 x 5,5 cm, membranáceas a cartâceas, ovado- lanceoladas, ápice agudo, base obtusa, camptódromas, nervação secundária com espaçamento uniforme; pecíolo ca. 4 cm compr. Flores 20-30, em cimeiras dicotômicas, terminal; botões oblongos; pedicelo ca. 1,2 cm compr.; cálice campanulado, denteado; corola ca. 1 cm compr., alva a lilás, rotáceo-estrelada, 1—|_ ,.. Figura 6 - lacinias lanceoladas; Solanum pensile: ramo com flores (Li anteras com poros Neto 504)

Rodriguésia 57(1): 75-98. 2006 95 Solanaceae na Reserva Rio das Pedras rufescens Sendtn., in Mart., Fl. Após várias consultas em bibliografias 30.Solanum 10:39. 1846.Fig. 5 h-j especializadas, concluiu-se que para a espécie bras. ca. 1 m alt. Ramos castanho- em esta é divulgação de ocor- Arbusto questão, primeira foliares freqüentes. Folhas rência o estado, anteriormente conhecida tomentosos; gemas para aos inteiras; lâminas até 25 x apenas a região amazônica. É caractert- isoladas e pares, para lanceoladas, ápice levemente zada ramos retos e botões oblongos, 6 cm, cartáceas, pelos base obtusa a aguda, camptódromas, diferenciando-se com isso de S. odoriferum. acuminado, nervação secundária com espaçamento face adaxial com tricomas estrelados 29. Solanum A.St. -Hil., PI. uniforme, pseudoquina e ao longo da nervura Usuel. Bres., 5: 1. tab. 21. 1825. sesseis pedicelados part face abaxial acastanhado, tomentosa, Nome vulgar: caixeta principal, hialinos; ca. 2,4 cm compr. Árvore até 10 m alt.. Ramos esfoliantes, tricomas pecíolo em cimeiras dicotômicas, lenticelados, amarelados. Folhas Flores 25-35 geralmente ca. 6 mm compr.; cálice aos inteiras; lâminas até 13 x 5 cm, opositifolia; pedicelo pares, lacínias agudas; corola ca. 1,5 cartáceas, desiguais em tamanho, lanceoladas, campanulado, alva, campanulado-estrelada, lacínias ápice apiculado, base decurrente, camptódroma, cm compr., face externa denso-tomentosa; nervação com espaçamento lanceoladas, secundária apicais abrindo- seca, domáceas anteras com poros grandes, uniforme, amareladas depois de oblongas, introrsas, se por fendas longitudinais, pilíferas na axila das nervuras secundárias; acima filetes menores que as anteras; estigma pecíolo canaliculado, ca. 1,5 cm compr. Flores estames. Baga ca. 1 cm diâm., globosa,, 10-20 flores, em cimeiras simples ou dicotômica; dos cálice ampliado, ca. 25 sementes. ca. 1 cm compr., articulado; cálice pedicelo examinado: trilha para a toca da campanulado, lacínias truncadas; corola ca. 0,8 Material 26.X.2001, fl., M. G. Bovini et ai cm diâm., alva, rotáceo-estrelada, lacínias aranha, com 2088 (RUSU). lanceoladas; anteras dimorfas, 3 maiores RIO DE Material adicional: BRASIL. poros apicais grandes, abrindo-se por fendas fl. fr., JANEIRO: Nova Friburgo, 12.X.1947, longitudinais e 2 menores com poros apicais A. Brade 18762 (RB). pequenos, oblongas; estigma clavado pouco nos estados Distribuição geográfica: ocorre acima dos estames. Baga globosa, ca. 1,5 diam., Região Sudeste, Paraná e Santa Catarina verde escuro maduras; ca. 60 sementes. da quando «fe Oliveira 2004). Material examinado: trilha das Borboletas, (Mentz margem de rio, 1.III. 1997, fr., M. G. Bovini Fl. Flum. Icon. 31.Solanum stipulatum Vell., & J .M. A. Braga 1140 (RUSU); idem, Arch. Mus. 2 t 117 (1827) 1831. text. In 9.1.1998, fr., M. G. Bovini & J. M. A. Braga de Janeiro 5: 87.Fig. 5 k, 1 1266 Toca da Aranha, Nac. Rio (RUSU); trilha para a 2 m alt.. Ramos levemente M. A. Arbusto até 23.XI.1998, fi., M. G. Bovini & l aos desiguais do sinuosos. Folhas inteiras pares, Braga 1568 (RUSU); trilha para o Pico as maiores em tamanho e forma, glabras; lâminas Corisco, 710 m s.m., 25.111.2000, fr., M. G. subsésseis, até 14x4 cm, membranáceas, Bovini et ai 1815 (RB, RUSU). ca. 2 cm lanceoladas, assimétricas, as menores Distribuição nos estados das acuminado. geográfica: x 1 5 cm. oblongo a orbiculares, ápice Regiões Sudeste e Sul do Brasil (Knapp 2002). campfo- base decurrente, margem ondulada, Talvez seja a única espécie de Solanaceae secundária com broquidódromas, nervação que alcança o dossel na RRP Ocorre às vezes Flores 4-5 em espaçamento irregular. em grandes Suas características até 4 mm populações. cimeiras, opositifolias; pedicelo morfológicas marcantes são as nervuras cálice compr articulado; botões turbinados; amareladas herborizadas. Conhecida corola ca. 3 mm quando campanulado, lacínias obtusas; como S. inaequale, a foi sinonimizada qual compr., alva, campanulada. lacínias partidas; por Knapp (2002).

Rodriguésia 57 (1): 75-98. 2006 96 Carvalho, L d'Á. F. & Bovini, M. G. anteras com apicais poros grandes, abrindo- Distribuição geográfica: ocorre nos estados se fendas longitudinais, por oblongas, introrsas; de Roraima, Bahia, Região Sudeste, Paraná e estigma clavado, acima dos estames. Baga 6 Santa Catarina (Carvalho 1997b). mm diâm., piriforme, quando maduras alvas; Espécie caracterizada pelo cálice frutífero cálice reflexo, ca. 4 sementes. persistente, persistente e quando o fruto está maduro, este Material examinado: trilha a Toca para da o envolve quase que totalmente. Esta diferença Aranha, 200 m s.m., 11.1.1999, fl., M. G. e a forma do fruto a diferencia de S. argenteum. Bovini et ai 1611 (RB, RUSU); trilha a para Ocorre sempre no subdossel de floresta pluvial Lagoa Seca, 300-400 m s.m., 27.V1997, fr., atlântica, às vezes em grandes populações. /. A. Lira Neto et ai 572 (RB, RUSU). Distribuição ocorre nos geográfica: estados 33. Solanum tabacifolium Dunal, in DC, do Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná e Santa Prodr. 13(1): 261. 1852 (non Vell.). Catarina (Mentz & Oliveira 2004). Arbusto ca. 2,5 m alt. Ramos esparso- Subarbusto ciófilo ocorrendo sempre no aculeados, uncinados retrorsos, tricomas estrato herbáceo-arbustivo em floresta pluvial estrelados, sésseis, esparsos. Folhas isoladas; atlântica. Na RRP, foi comum como indivíduos lâminas até 20 x isolados. 18 cm, membranáceas, lobadas, denteadas, desiguais na forma, deltóides a ovado-lanceoladas, ápice agudo, 32. Solanum swartzianum subsp. swartzjanum base assimétrica, truncada ou subcordada, vai.swartzianum. Roem. & Schult., Syst. Veg. craspedódromas, nervação Curant 4: 602. 1819. secundária com espaçamento irregular, face adaxial híspida, Arvore até 5 m alt. Ramos angulosos ou tricomas estrelados sésseis e face abaxial aplanados nas extremidades, indumento pra- tomentosa, tricomas estrelados sésseis e teado, às vezes dourado-claro, lepidoto-adpresso, pedicelados, acúleos aciculares esparsos ao tricomas peitados e peltados-estrelados. Folhas longo das nervuras; peciolo ca. 5 cm compr., isoladas ou aos pares, inteiras; lâminas até 14 acúleos aciculares, tomentoso. Flores 20, em x 5 cm, cartáceas, lanceoladas à oblongas, cimeiras dicotômicas, ca. 9 mm compr., nos ápice agudo a falcado, base atenuada, campto- entre nós foliares ou terminais; até 1 broquidódromas, nervação secundária com pedicelo cm compr., articulado; cálice campanulado, espaçamento irregular, face adaxial esparso- Iacínias aciculares; corola lepidoto, face abaxial lepidoto-adpresso, ca. 1,2 cm compr., alva, campanulada-estrelada, tomentosa na tricomas peitados; peciolo ca. 1,6 cm compr face externa; anteras desiguais, com Flores 10-20, em cimeiras dicotômicas, eretos, poros apicais pequenos, atenuadas, filete mais curto opositifolia; pedicelo ca. 5 mm compr.; cálice' que as anteras; estigma um dos campanulado, Iacínias agudas; corola pouco acima ca. 2 cm estames. Fruto não compr., alva, rotáceo-estrelada, observado. Iacínias lanceo- Material examinado: ladas; anteras trilha logo na entrada com poros apicais grandes, da Reserva, oblongas, perto do portão, 15.IX.1996, fl., introrsas, filetes menores as J. que A. Lira Neto et ai. 397 (RUSU). anteras; estigma acima dos estames. Baga ca. Distribuição geográfica: ocorre nos estados 1,3 cm diâm., globosa, cálice ampliado, envol- da Bahia, Goiás, Mato vendo o Grosso, Minas Gerais, parcialmente fruto, ca. 30 sementes. Rio de Janeiro, Material examinado: São Paulo, Paraná e Santa proximidades do Poço Catarina (Nee 1999). do Rio Grande, 80 m s.m., 23.111.1997, fl. fi., Espécie ocorrente J. M. A. Braga et ai 3941 de áreas alteradas. (RUSU); trilha do' Conhecida como Cambucá, S. torvum var. brasiliensis, 20.X.1996, fl.fr., J. A. Lira Neto et foi sinonimizada por Nee (2001), e ainda ai 446 (RUSU). sugerido pelo mesmo um nome novo, inédito, S. scuticum.

Rodriguésia 57 (1): 75-98. 2006 97 Solanaceae na Reserva Rio das Pedras 1991. Estúdios Agradecimentos & Barboza, O. E. sobre Solanaceae XXX. Revisión de A Fundação de Amparo a Pesquisa do Aureliana. Darwiniana 30(1-4): 95-113. Estado do Rio de Janeiro bolsas pelas Knapp, S. 2002. Solanum section geminata concedidas aos ilustradores Paulo Ormindo e (Solanaceae). Flora Neotrópica Monograph Aline a coordenadora do Projeto S. de Oliveira; 84:1-405. Flora Rio das Pedras, vascular da Reserva Leaf Architecture Working Group. 1999. convite; Profa. Dra. Regina H. P. Andreata pelo Manual of Leaf Architecture: morphological do resumo à bióloga Marta Moraes pela versão description and categorization of L.G. De em inglês e à pesquisadora Karen dicotyledonous and net-veined mono- Toni pelo auxílio na confecção das estampas. cotyledonous angiosperms. Washington, DC: Smithsonian Institution. Disponível Referências Bibliográficas também: http://www.peabody.yale.edu/ Barbosa, G. E. & Hunziker, A. T. 1989. collections/pb/MLA/M. Estúdios sobre Solanaceae XXIX. Sinopsis Mentz, L. A. & Oliveira, P. L. de. 2004. taxonomia de Athenaea. Boletin Sociedad Solanum L. (Solanaceae) na Região Sul Argentina Botânica 26(1-2): 91-105. do Brasil. Pesquisas Botânica 54: 5-327. Bohs, L. 1994. Cyphomandra (Solanaceae). Nee, M. 1999. Synopsis of Solanum in the Flora Neotrópica Monograph 63: 1-176. New World. In: M. Nee, D. E. Symon, Carvalho, L. d'Á F. 1997a. Diversidade R. N. Lester & J. P. Jessop (eds.), in Biology and taxonômica das Solanáceas no estado do Solanaceae IV: Advances Royal Botanic Gardens, Kew. Rio de Janeiro (Brasil) -1. Albertoa 4(19): utilization. 245-260. Pp. 285-333. Index to Solanum epithets and . 1997b. Diversidade taxonômica das , 2001. 340p. Solanáceas no estado do Rio de Janeiro associated genera, Knapp & Press, (Brasil) - II. Albertoa 4(21): 281-300. Plowmam, T. C. 1998. (orgs. of the South American & Bovini, M. G. 1995. Aureliana J. R.) A revisión darcyi, a new species of Solanaceae from species of Brunfelsia (Solanaceae). n.s. 39: 1-135. Brazil. Novon 5: 257-258. Fieldiana, Bot. A. M. 1998. El gênero .; Costa, L. H. P. & Duarte, A. C, Rojas, C. B. & Nessi, de Venezuela. 2001. Diversidade taxonômica e distribui- Phvsalis (Solanaceae) Botânica Venezuelica 21(2): 11-42. ção das Solanáceas que ocorrem Acta geográfica et Cestrineae. no sudeste brasileiro (Acnistus, Athenaea, Sendtner, O. 1846. Solanaceae P. von (ed.). Flora Aureliana, Brunfelsia, e Cyphomandra) In: Martius, C. F. Rodriguésia 52(80): 31-45. brasiliensis 10:5-228. A. L. R. & Lima. Holmgren, P. K.; Keuken, W. & Schofield, E. Veloso, H. P.; Rangel-Filho, da vegetação K. 1990. Index herbariorum, Part 1: The J. C. A. 1991. Classificação sistema universal. Herbaria of the World. 8o ed., New York, brasileira, adaptada a um Departamento de New York Botanical Garden, 693p. Rio de Janeiro, IBGE, e Ambientais. 124p. Hunziker, A. T. 1982. Estúdios sobre Recursos Naturais Bromeliaccae Solanaceae XXII. Revisión sinoptica de Vidal, U. de A. 1995. A famflia Rio das Pedras. Acnistus. Kurtziana 5: 8-102. na Reserva Ecológica Rio de Janeiro, Brasil. 2001. Genera Solanacearum. Eds. A. Mangaratiba, Museu Nacional/ R. G. Gautner Verlag, Germany. 136 il. Dissertação de Mestrado. Rio de Janeiro. 500p. Universidade Federal do

Rodriguésia 57 (1): 75-98. 2006 Duas espécies novas de Polygala L. (Polygalaceae ) para o Brasil Barêa Pastore2 Maria do Carmo Mendes Marques1 & José Floriano Resumo. „ . , , O subgênero Polygahé caracterizado (Duas espécies novas de Polygala L. (Polygalaceae ) para o Brasil) cristada Ele engloba, em temtono dentro do Polygala, sobretudo, por apresentar flores com carena gênero e Polygcda ceahana Marques & brasileiro 88 espécies e 22 variedades. Polygala abreui Marques & J.Pastore ilustradas e dadas suas distribuições W^*P" J.Pastore pertenVem a este subgênero e aqui são descritas, Gerais e, segunda, o Distrito Federal e Goiás. a primeira o Distrito Federal e os estados de Goiás e Minas para Palavras-chave: Taxonomia, Polygalaceae, Polygala, novos táxons. f\ ttjBTB A PT subgenus Polygcda is hWtalb|ni (Two new species oi Polygala L. (Polygalaceae) in Brazil) The in Brazihan urfe* nd Polygala L. special.y for flowers with crested keel. It includes presenting Marques *f^**fi*^J 22 varieties. Polvgala abreui Marques & J.Pastore and Polygala ceahana this subgenus and here they are described, illustrated and given their for thef>^P^hf^^^ second, the Distrito Federal and the the Distrito Federal and the states of Goiás and Minas Gerais and, state of Goiás. Key-words: Taxonomy, Polygalaceae, Polygala, new taxa._ freqüentemente, sob os rácemos, tricótomo- Introduçãoramificado, delgado, cilíndrico, estriado, áfilo, é distinto dos demaisAinferior O gênero Polygala pubéru]o^ com tricomas curto- da família Polygalaceae inflorescência em pela clavados, para cima glabrescente. Rácemos rácemos zigomorfas e fruto simples, flores terminais, 2-3 cm ou com raque desnuda até cápsula flora brasileira conta-se rimosa. Na 9 cm compr.; raque densamente pilosa a atualmente com 140 táxons (110 espécies e tricomas simples e glabrescente, com 30 variedades). abreui e Polygala flor, Polygala aguçados; bráctea e bractéolas caducas na ceciliana ao subgênero Polygala pertencem escassamente pubérulas no dorso e ciliadas carena cristada. por possuírem flores com nas margens, a bráctea 1-1,2 mm compr., a três lanceolada, ápice agudo a atenuado, duas Descrição Botão dos táxons vezes maior que as bractéolas lineares. 1. Polygala abreui Marques & J. Pastore sp. floral arredondado no ápice. Flores roxas, nov. Tipo: BRASIL. DISTRITO FEDERAL: membranáceas; pedicelo 0,3-0,4 mm compr., divisa com Goiás, após a 7 curvas. Região das sépalas externas superiores 1,2-1,4 x glabro; 1,4 x Lages, 21.IX.2003, fi, fr, J.F.B. Pastore et al. 0,6-0,7 mm, ovadas estreitas, a inferior sépalas 710 (holótipo CEN; isótipo RB).Fig. 1 1,1 mm, largo-ovada ou eliptica; ou Polygala abreui P. filiformis A. St.-Hil. internas 2-2,4 x 1-1,4 mm, obovadas ápice affinis sed cápsula minore 1,7-2,2 x 0,7- elípticas, não unguiculadas na base, com três 0,8 mm, seminibus notabiliter trichomatibus obtuso a arredondado, não ciliadas, o tenuibus et minoribus, solum ultra basin nervuras partindo da base, bifurcadas para cristada, idius circa 0,3 mm differt. ápice menores que a corola; carena crista Erva 40-80 cm alt. Caule simples ou com incluindo a crista 2,4-2,7 mm compr.; externos e dois centrais 2-3 ramos partindo do tronco espessado, com dois lobos laterais Artigo recebido Aceito publicação em 12/2005^R9,, CEp. 224f)()_ em 05/2005. para do Rio de Janeiro, k 'Pesquisadora titular do Instituto de Pesquisas Jardim Botânico 030. Rio de Janeiro, [email protected]rw.rr.mento de Botânica. UnB. Campus Darcy Ribeiro, ;Mestrando em botânica da Universidade de Brasília (UnB)/ Departamento CP. 4457, CEP 70919-970, Brasília, DF. [email protected]. 100 Marques. M. C. M. & Pastore. J. F. B. internos, todos fendidos no ápice, com os lobos apendiculadas, apresenta porém, cápsula cerca laterais externos abaixo do ápice da abertura de 3,6 mm compr. e sementes dotadas de do cúculo; laterais desenvolvidas pétalas 2,3- longos tricomas, espessos e mais ou menos do 2,4 x 1-1,3 mm, assimetricamente estreito- mesmo comprimento desde o ápice e ultra- ovadas, alcançando ou ultrapassando pouco a passam a base da semente acima de 1 mm. carena cristada; estames 8; bainha estaminal Espécie nova restrita, até o momento, ao ca. 1,2 mm; filetes livres curtíssimos, os laterais Distrito Federal e aos estados de Goiás e Minas maiores e ca. 0,1 mm compr.; anteras Gerais, foi encontrada em altitudes de 800- subsésseis, deiscentes apicais; ovário por poros 1.155 m s.m., em campos rupestres e campos ca. 0,6 x 0,4 mm, largo-obovado; estilete cerrados, úmidos ou secos. Flores e frutos uncinado, terminado em uma cavidade foram verificados nos meses cimbiforme, cuja a extremidade de janeiro, março, superior leva abril, setembro e novembro. um apêndice bem evidente com mecha de Polygala abreui é dedicada ao tricomas abundantes e a inferior, um estigma engenheiro Dr. Carlos Henrique Abreu globoso apoiado por um curto suporte. Cápsula Mendes, na época Secretário do Meio 1,7-2,2 x 0,7-0,8 mm, suboblonga, não alada, Ambiente do Estado do Rio de Janeiro, maior que as sépalas internas ou, raro, pelo do incentivo à realização do "Mapeamento mesmo comprimento (leg. Hatschbach 29828); projeto da Cobertura Vegetal, Listagem das Espécies sementes 1,2-1,6 x 0,3-0,4 mm, estreito- e Flórula da Área de Proteção Ambiental de ovadas, não apendiculadas, revestidas de Cairuçu, Município de Parati, RJ". tricomas seríceos, finos e brilhantes, eretos, ultrapassando ca. 0,3 mm o comprimento da 2. Polygala ceciliana mesma, endosperma Marques & J. Pastore sp. presente; embrião ca. 0,5 nov. Tipo: mm, contínuo. BRASIL. DISTRITO FEDERAL: Brasília, Barragem do Descoberto, Parátipos: BRASIL. DISTRITO FEDERAL: 11.2004, JFB. Pastore et al. 872 (holótipo RB; isótipo Brasília, Poço Azul, 22.1.2003, fl. fr., / F. B. CEN).Fig , Pastore et al. 266 (RB); Chapada da Species nova P. tenuis DC. affinis Contagem, VI.20O4, fl. fr., / F. B. Pastore et habitu herbaceo autem basalibus, al. 924 (CEN); área de ambiental foliis proteção forma carina et semine do Gama-Cabeça de Veado, Fazenda appendiculato totó Água coelo differt; P. ceciliana Limpa, 25.IX.2002, fl. fr., R. C. Mendonça P. atropurpurea A. et St.-Hil. var. atropurpurea al.5078 (IBGE, RB); Chapada da Contagem etiam affinis 3.VI.20O4, floribus croceo-glandulosis, semine fl. fr., J. F. B. Pastore et al. 924 elliptico-globoso (CEN); Rodovia BR breviter appendiculato 060, km 20, 17.11.1975, sed habitu herbaceo, floribus albicantibus fl. fr., G. Hatschbach et al. 36221 (MBM, et corolla caduca in differt. RB); GOIÁS, Crominia, próximo à mina de fructu Erva 10-20 cm alt. cromita que dista 5 km da cidade de Cromita Raiz tênue, geralmente, bifurcada. Caule ereto, simples ou 14.IV 1988, fl. fr., J. A. Rizzo et al. 10594 raramente ramificado, filiforme-anguloso, (UFG); Cavalcante, caminho cachoeira para estriado, com tricomas Santa Bárbara, 7.III.2003, fl. curto-clavados na fr., J. F. B. porção basal, Pastore 376 RB); MINAS para o ápice glabro, subáfilo. (CEN, GERAIS: Folhas basais, Belo verticiladas, Horizonte, Serra do Curral, 19.111.1925, des,guais, pecioladas, 6-2,5 x 1,2-2 mm, obovadas e fl. fr., A. Chase 8932 (US). ehpticas, as restantes alternas, distantes. 5-7 Polygala fiUformis A. St.-Hil. táxon * 0,5-0,7 mm, subsésseis a sésseis, a mais afim de Polygala abreui devido ao caule lineares aciculares, de delgado, cilíndrico, estriado e áfilo, pontuadas glândulas cróceas, como mernbranáceas. Racemos também apresentar terminais, 5-25 mm por sementes não compr., raque salpicada de glândulas cróceas;

Rodriguésia 57 (1): 99-102. 2006 Duas espécies novas de Polygala 101

Figura - b- flor; c- bráctea e bractéolas; d- corola; e- cnsta du 1 Polygala ahreui. a- hábito: a'- inflorescência: - carena. f- h- sepala inferior..- sépalas superiores. and, teu uma das pétalas laterais desenvolvidas; g- uma das sépalas internas; t embrião. (Pastore 710). Polyg,,lacecdunuo-hb . o gineceu; 1- fruto com as sépalas persistentes; m- semente; n- uma das laterais desenvolvidas, o*- inflorescência; flor; bráctea e bractéolas; r- corola; s- crista da carena; t- pétalas p- q- com as laterais desenvolv.das u- uma das sépalas internas; v- sepala inferior; x- sépalas superiores; w- androceu pétalas z'- semente; z - embriáo. (Pastore «//). Presas ao dorso; y- gineceu; z- fruto com as sépalas persistentes;

Rodriguésia 57 (1): 99-102. 2006 102 Marques, M. C. M. & Pastore, J. F. B. bráctea e bractéolas caducas na flor, a bráctea, Cristo Redentor, 14.11.1990, fl. fr., M. Pereira 0,5-0,6 x 0,2 mm, lanceolada, aguda no ápice, et ai. 587 (IBGE); GOIÁS: Cavalcante, membranácea, três vezes maior que as laterais Comunidade Kalunga, caminho a diáfanas. Botão para floral arredondado no ápice. cachoeira Santa Bárbara, 26.11.2005, fl. fr., J. Flores esbranquiçadas, de pontuadas glândulas F. B. Pastore & M. Aquino 1272 (CEN). cróceas, membranáceas; pedicelo 0,4-0,5 mm Polygala tenuis DC. afim de Polygala compr., sépalas externas superiores glabro; ca. ceciliana pelo hábito herbáceo e, exceto as 0,6 x 0,3 mm, estreito-ovadas; a inferior ca. basais, pelas folhas lineares e distantes, 0,8 x 0,6 mm, largo-ovada; porém sépalas internas difere desta devido ao cúculo da carena largo 1-1,2 x 0,8 mm, largo-obovadas ou elípticas, na base e paulatinamente estreitando-se para curto-ungüiculadas, ápice obtuso a arredon- o ápice, como também apresentar dado, não ciliadas, com três por poucas nervuras partindo glândulas apenas na base das sépalas externas. da base, bifurcadas o ápice, para alcançando Polygala atropurpurea A. St. Hil. var. ou superando a carena pouco cristada. Carena atropurpurea também é afim de Polygala ca. 1 mm compr., o cúculo alargando-se ceciliana devido às flores densamente cróceo- paulatinamente e obliquamente para o ápice glandulosas, semente elíptico-globosa da abertura e a crista 4-6 lobos, menos de 0,05 brevemente apendiculada, mm compr.; porém apresenta pétalas laterais desenvolvidas 1- flores atropurpúreas 1,2 e corola persistente no mm x 0,7-0,8 mm, assimetricamente fruto. obovadas, alcançando ou pouco superando a Espécie até o momento endêmica do carena cristada; estames 8, bainha estaminal Distrito Federal e Goiás, encontrada em ca. 0,6 mm compr., filetes livres laterais e campos úmidos, com solos ricos em matéria centrais mais longos, 0,2-0,3 mm compr.; orgânica e em época de chuvas freqüentes. anteras deiscentes apicais; por poros ovário Flores e frutos registrados os meses de ca. 0,3 x 0,25 mm, suborbicular, para pontuado de janeiro e fevereiro. glândulas cróceas; estilete uncinado, terminado P. ceciliana é uma homenagem à por uma cavidade cimbiforme, justa cuja a amiga Dra. Cecília Gonçalves Costa, extremidade superior leva um apêndice pesqui- bem sadora do Instituto de Pesquisas do Jardim evidente com uma mecha de tricomas Botânico do Rio de Janeiro e orientadora de abundantes e a inferior um estigma globoso grande destaque no ramo da Anatomia Vegetal. apoiado por um curto suporte. Cápsula 0,6- 0,7 x 0,7-0,9 mm, orbicular a oblata, não alada, Referências Bibliográficas: pontuada de glândulas cróceas, alcançando a Chodat, R. 1893. metade das sépalas internas; sementes ca. 0,6 Monografia Polygalacearum. x 0,5 mm, largo-ovadas, laxamente Mémoire de Ia Société de Physique et pubérulas DTiistoire a glabriúsculas, apendiculadas; apêndices Naturelle Genève. 31(2): 1-500, est.13-35. pequenos, ca. 0,2 mm compr.; endosperma presente, embrião ca. 0,5 mm, contínuo. Marques, M. C. M. 1979. Revisão das espécies Parátipos: BRASIL. DISTRITO FEDERAL: do gênero Polygala L. (Polygalaceae) do Estado Brazilândia, 11.2003, fl. fr., /. F. B. Pastore et do Rio de Janeiro. Rodriguésia 31 ai. 369 (CEN); Fazenda Água Limpa, (48): 69-339, est. 1-84. Mirante, próximo à rodovia, 1.2003, fl. fr., /. 1988. Polígalas do Brasil V Seção F. B. Pastore et ai. 316 (CEN, RB); Brasília, Polygala (Polygalaceae). Arquivos do bacia do rio S. Bartolomeu, 3.HI.1980, fl. fr.^ Jardim Botânico do Rio de Janeiro 29: 1- E. P. Heringer et ai 3626 (IBGE); área do 114, 11 tabs.

Rodriguésia 57 (1): 99-102. 2006 cinco Composição florística do compartimento arbóreo de ITATIAIA, MlNAS GERAIS REMANESCENTES FLORESTAIS DO MACIÇO DO e Rio de Janeiro1 Israel Marinho Pereira2, Ary Teixeira de Olivetra-Filho , Caldas Carvalho4, Soraya Alvarenga Botelho', Warley Augusto & Alexandre Francisco da Silva* Marco Aurélio Leite Fontes\ Ivan SchiavinP

florestais (Comoção florística do compartimento arbóreo de cinco remanescentes arbóreas^^^^^T das »"*>"«£ d Gerais! Rio de Janeiro) Para composição de uma lista florística de espécies Itatiaia, foram inventariadas cinco áreas de floresta ombróflla ^^f^f^^^S^ílA Gerais, e Resende, sudoeste do R.o de Jane.ro. Minas e Aiuruoca, sul de Minas ^^UdtaS de levantamentos florísticos conduzidos nas cinco áreas, ^^^^^^^^^Zreg.ao, fo. te delas. Para avaliar as variações da composição da flora arbórea da su. do mac.ço^^^TtefiS adicional de espécies arbóreas de uma área de floresta na vertente Mac.ço do Itatuu £££^^**£«^E^tS Janeiro. A amostra da flora arbórea das cinco áreas estudadas no como camctensticas de floreU de d*MM cies, 191 e 69 famílias, muitas das quais são reconhecida gêneros ser '^^^^^^^ 1 .(XX) m). A flora arbórea das florestas do maciço do Itatiaia pode Bras... Uma florística entre áreas de floresta ombrófila montana no sudeste do de florestado macço do ^'^^^^tatu, que **™™™^ padrões de similaridade florística entre as seis áreas lloresla ombrót a aluvu , a ocorrência de inundações periódicas em uma área de ombro ,1a montana ^^'"J^"*^^ ^^^^ (continental ou oSoM as cinco áreas de floresta uma desuis. A maior similaridade foi obtida entre duas áreas maduras ^^^^^^^>M*l"" continental, em Aiuruoca e Bocaina de Minas, apesar da distância geográfica ....tu _4„i.,o „ ..c -írp-iv;

Mountain «^M flora of five forest fragments of the Itatiaia fe£ composition of the tree g^ o tree spcc.es .1 t¦in were surveyed in order to produce a checklist mrcc rf lhem. An fioristic surveys carried out in the tive forest was Ital.a.a soutncrn s , state of Rio de Janeiro, additional checklist for a forest área s.tuatedJ^^J^SSS^ on the produced ,n extracted from the lilature to he.p assessing the variations ^J«*gfiS ^ ^ nown as Hve s«,died M m, compor of 450 spec»»—^JJKK- I— alt.luec nc h» characteristic of montane forests (s.tuated above 1,000 m ot ™"{^™"^" richest in species among arcas o may be considered as one of the UU R mg Mw wm rM among the m forest área o ük analysis identified pattems of floristic simi.arity ra.n *~^*£*£ continental) among the five áreas ot montane continental slope, in of turesl rf S highest similarity was obtained between the áreas than the ^J^f^ldistante betwcchc thcm waswu nulchfc grcillcr Aiuruoca and Bocaina de Minas, although the geograph.cal and car *~**™* distances between the latter and the áreas of alluvial forest y Itatiaia Mountain Range. Key-words: Tree flora, Montane Forest, Atlantic Forest, Artigo recebido em07/2Õ05. Aceitõpara~publicação em 11/2(X)5. 'Parte autorrw.rtimento Universidade da tese de doutorado do primeiro Dtp. lamente de Ciências Florestais, -'Doutorando do Programa de Pós-Graduação em Engenharia Florestal. Federal MG. e-mail: [email protected]^^ de Lavras. 37200-000. Lavras, ..Universidade^ 'Departamento Florestais, Universidade Federal de Lavras Federal de Ciências Departamento de doutorando do Programa de Pós-Graduação em Biolog.a Vegetal. de Minas Gerais, Belo Horizonte, MGUberlândia Uberlândia. MG 'Departamento 30161-970, K-elcI 38400-902, de Biologia, Campus de Umuarama. Un.versidadc "Departamento 36571-000. Viçosa.J""»™1' MG de Botânica, Universidade Federal de V.çosa, 104 Pereira, I. M. et ai.

Introdução planaltos ou serras e podem atingir até 2.200 O Domínio Atlântico da América do Sul, m s.n.m., com variações que respeitam as que envolve tipologias vegetacionais de floresta diferentes faixas de altitude (França & ombrófila e floresta estacionai, além de outros Stehmann 2004). A despeito da proteção ecossistemas associados, cobria originalmente conferida historicamente pela dificuldade de uma extensão de cerca de 100 milhões de acesso, as ameaças às florestas montanas são hectares, distribuídos por 17 estados brasileiros, particularmente sérias quando se considera correspondentes a cerca de 16% do território que ocupavam uma área proporcionalmente nacional, e por grandes extensões do leste do menor que a as florestas de altitude mais baixa Paraguai e nordeste da Argentina (Galindo- e que elas abrigam uma flora muito peculiar. Leal & Câmara 2003). A Floresta Atlântica O papel da altitude na composição florística e tem sido alvo de exploração desde o período na estrutura das florestas tropicais tem sido colonial, acompanhando os ciclos agrícolas e demonstrado por vários autores (Proctor et ai. a demanda pela expansão das áreas cultivadas 1988; Gentry 1995; Pendry & Proctor 1996; e, conseqüentemente, resta hoje menos de 8% Lieberman et ai. 1995, 1996; Moreno et ai. desse total e as principais áreas preservadas 2003; Oliveira Filho et ai. 2004; França & estão localizadas nos estados de São Paulo, Stehmann 2004; Carvalho et ai. 2005). Ao Rio de Janeiro, Minas Gerais e Espírito Santo longo de um gradiente altitudinal variam (Câmara 2003). Segundo Viana & Tabanez concomitantemente muitos fatores do (1996), a Floresta Atlântica é o ecossistema complexo ambiental, tais como temperatura, tropical em estado mais crítico de degradação precipitação pluviométrica, umidade, em todo mundo. Atualmente, a maioria dos velocidade dos ventos e outros. Em articulação seus remanescentes está representada apenas com estas variações, fisionomias e estruturas por fragmentos de formações florestais secun- florestais diversas se sucedem montanha darias. Os poucos núcleos que ainda podem acima, diferenciando-se comumente a curtas ser caracterizados como florestas primárias estão distâncias (Whitmore 1990), muito embora as concentrados em áreas de altitude elevada e causas desta zonação altitudinal ainda não acesso difícil (Câmara 2003). Além disso, esta sejam totalmente conhecidas (Webster 1995). reduzida porção da floresta original encontra- As florestas montanas da Região se ainda na forma de pequenos fragmentos, a Neotropical estão entre as mais desconhecidas grande maioria com menos de 10 ha (Almeida e também encontram-se entre as mais 1996; Collinge 1996). Somam-se ainda os ameaçadas de todas as vegetações florestais impactos ambientais proporcionados pela dos trópicos (Gentry 1995). Além disso, as degradação sob a forma de erosão do solo, florestas montanas que abrigam nascentes de perda de diversidade biológica, invasão de cursos d'água são de fundamental importância espécies exóticas e degradação de bacias para a manutenção da qualidade e quantidade hidrográficas, com a resultante diminuição da da água e por proporcionarem abrigo e qualidade e disponibilidade de água potável alimento para a fauna regional (Oliveira Filho (Galindo-Leal et ai. 2003). et ai. 2004). Na Região Sudeste do Brasil, Além das pronunciadas variações grande parte das florestas montanas encontra- fisionômicas causadas pela heterogeneidade se situada em altitudes elevadas do complexo da distribuição de chuvas, as florestas do montanhoso que inclui as Serras da Domínio Atlântico também apresentam Mantiqueira e do Mar. Os estudos de marcantes variações fisionômicas e florísticas descrições florísticas, estruturais e ecológicas vinculadas à altitude (Oliveira-Filho & Fontes de florestas situadas acima de 1.000 m de 2000). As florestas de altitude ou montanas altitude no sudeste do Brasil estão em sua fase do Domínio Atlântico ocorrem no alto dos inicial (Baitello & Aguiar 1982; Meira Neto et

Rodriguésia 57 (1): 103-126. 2006 105 Flora arbórea de florestas do maciço do Itatiaia com o final de ai 1989; Robim et ai. 1990; Baitello et ai. do maciço do Itatiaia propósito subsídio ações visando à 1992; Oliveira-Filho <& Machado 1993; Lima proporcionar para de áreas nessa região.

Rodriguésia 57 (1): 103-126. 2006 106 Pereira, 1. M. et ai. 21 40 nas coordenadas 22° 13' sul e 44°32' oeste. A MINAS GERAIS floresta reveste uma encosta íngreme adjacente à margem esquerda rio Grande e as altitudes ^f^Tõ(£L*.sP em seu interior variam de 1.210 a 1.360 m. A 22 00 bordas do remanescente são abruptas nos limites com circunvizinhas. De acordo com ^ m+.f 'ÈãS/X Ss~Jt~?m pastagens informações dos locais, a Mata da Cachoeira é o único remanescente florestal às margens do rio Grande 22 20 que não sofreu corte raso, pelo menos nos últimos 80 anos. No entanto, a floresta tem sofrido impactos C~"!>**V Rl° °E jÂNÊlRO^^^Á^r de obras de canalização de água, construção de cercas limítrofes e uso SAO """• PAULO ^-.\ pelo gado. Uma descrição detalhada desta área 22 40 44 40 44 20 44 00 é fornecida por Carvalho et ai. (2005). Figura - 1 Localização geográfica dos seis fragmentos de Bmi-3 (Bocaina de Minas 3) é um floresta ombrófila montana da região do maciço do Itatiaia remanescente florestal de aproximadamente utilizados nas análises florísticas (1). A área do Parque 15 ha localizado às margens do rio Grande, a Nacional de Itatiaia é indicda em cinza. Curvas cerca de 5 hipsométricas em metros de altitude. Bmi-1/2/3 = km a jusante de sua nascente Bocaina de Minas 1/2/3, Aiu = Aiuruoca; Vma = principal, nas coordenadas 22° 14' sul e 44°34' Visconde de Mauá; In = Itatiaia. oeste. A floresta reveste uma encosta que flanqueia a margem esquerda do rio Grande, com altitudes variando entre 1.400 e 1.480 m. utilizada no presente estudo (Tabela 1), Bmi-1 A vegetação encontra-se em estágio inicial de se classifica como floresta ombrófila aluvial, Vma sucessão ecológica, tendo sofrido corte raso como floresta ombrófila mista alto-montana, Bmi- há cerca de 40 anos e repetidos cortes nas 2 e Bmi-3 como floresta ombrófila alto-montana, duas décadas seguintes. são e Itt e Aiu como floresta ombrófila As bordas baixo- abruptas nos montana. Descrições de limites com pastagens cada remanescente circunvizinhas florestal são fornecidas abaixo. e uma estrada. Vma (Visconde de Mauá). Esta área foi. Bmi-1 (Bocaina de Minas 1) é um remanescente na verdade, composta três remanescentes florestal de aproximadamente 3 por florestais situados muito uns dos ha situado nas margens do rio Grande, a cerca próximos de 15 outros (entre 100 e 170 m de distância), nas km de sua nascente principal, nas coordenadas 22°20' sul e 44°36' oeste, sendo coordenadas 22° 10' sul e 44°28' oeste e a uma altitude que dois deles (com áreas de 5 e 7 ha) estão que varia pouco, em tomo de 1.135 m. O remanescente localizados no distrito de Visconde de Mauá. reveste ambas as margens do rio município de Resende e o outro (8 ha) Grande e está totalmente inserido em um leito (RJ), no distrito de Mirantão, aluvial sujeito a de alagamento. município de Bocaina períodos As de Minas bordas são abruptas nos limites com (MG). Os remanescentes estão pastagens situados no interior do Parque Nacional de e estradas circunvizinhas e, segundo relatos de Itatiaia, mas com habitantes locais, encontra-se em regeneração próximos aos seus limites áreas privadas com intensa atividade turística. desde corte raso sofrido há cerca de 50 anos. As altitudes variam entre 1.150 m. Bmi-2 (Bocaina de Minas 2) é um rema- e 1.350 Aiu (Aiuruoca) nescente florestal de cerca de 10 ha, conhecido é um remanescente florestal com cerca de 10 ha localizado às localmente como Mata da Cachoeira do Rio margens do rio Aiuruoca, em áreas Grande, que está localizado a cerca de 10 km particulares a serem afetadas construção a jusante da nascente principal do rio Grande, 'Pequena parcialmente pela da Central Hidrelétrica de

Rodriguésia 57 (I): 103-126. 2006 Tabela 1 - Informações 5 gerais sobre as seis áreas de floresta ombrófila montana do maciço do Itatiaia (MG e RJ) analisadas no presente estudo. o As cinco áreas são objeto do estudo; Itt do estudo de Guedes-Bruni A tipologia florestal segue primeiras presente provém (1998). Oliveira-Filho a & Fontes (2000). Latitudes (Lat.), longitudes (Long.) e alütudes (Alt.) são valores medianos. As áreas em hectare se referem aos fragmentos 5-_, florestais estudados; Itt é área florestal contínua, i.e., não fragmentada. Tma = temperatura média anual, Tm7 = temperatura média em julho, Tml = temperatura média em janeiro, Pma = precipitação média anual, PJJA = médias mensais em junho/julho/agosto, PDJF = médias mensais fr em dezembro/janeiro/fevereiro.

Sigla Localidade Tipologia Lat.Long. Alt. Área Tma Tm7 Tml Pma PJJA PDJF fr o Florestal (m) (ha)(°C) (°C) (°C) (mm) o (mm) (mm) AiuAiuruoca Floresta 22^)1' 44°36' 1084 10 18,6 13,2 21,6 1677 31 278 o_v (MG) Ombrófila fr Baixo-Montana 5.I Bmi-1 Bocaina de Minas 1 Floresta22°10' 44°28' 1135 16,7 13,0 19,7 2108 35 341 E'g (MG)Ombrófila Aluvial Bmi-2 Bocaina de Minas 2 Floresta22°13' 44°32' 1285 1016,7 13,0 19,7 2108 35 341 (MG)Ombrófila Alto-Montana Bmi-3 Bocaina de Minas 3 Floresta22°14' 44°34' 1440 1516,7 13,0 19,7 2108 35 341 (MG)Ombrófila Alto-Montana Vma Visconde de Mauá Floresta22°20' 44°36' 1250 5,7 e 8 16,6 12,8 19,7 2459 43 380 (MG/RJ)Ombrófila Mista Alto-Montana IttItatiaiaFloresta22°26' 44°37' 1067 contínua 18,7 15,0 22,0 1703 34 266 (RJ)Ombrófila Baixo-Montana 108 Pereira, I. M. et ai Aiuruoca', nas coordenadas 22°01' sul e espécies arbóreas em seis áreas. Foi realizada 44°36' oeste. O terreno é muito acidentado, uma análise de agrupamento das seis áreas com altitudes variando entre 1.040 e 1.150 m. baseada na composição de sua flora arbórea com A floresta se caracteriza por um mosaico de uso do o programa PC-Ord versão 4,0 (McCune diferentes estágios de sucessão provavelmente & Mefford 1999). A medida de similaridade como resultado de um variado histórico de florística empregada na análise de agrupamento intervenções humanas. foi o índice de Jaccard por ser uma medida de simples compreensão, definida pela proporção 2. Levantamentos florísticos de espécies em comum (Brower & Zar 1984). As listagens de espécies arbóreas O método de agrupamento foi o das médias não resultaram de levantamentos fitossociológicos e ponderadas (UPGMA), por ser o mais difundido florísticos conduzidos em Bmi-1/2/3 e somente em análises de vegetação (Kent & Coker 1992). florísticos em Aiu e Vma. Levantamentos fitossociológicos foram conduzidos em 10 Resultados e Discussão parcelas de 10 x 40 m, nos casos de Bmi-1 e 1. Composição e riqueza de espécies Bmi-3, e em 26 parcelas de 20 x 20 m em Bmi- A relação das 444 espécies arbóreas, 192 2.Nestas três áreas os levantamentos florísticos gêneros e 68 famílias botânicas registradas nos das espécies arbóreas foram feitos a do partir cinco remanescentes florestais da região do material testemunho coletado nas unidades maciço do Itatiaia encontra-se na Tabela 2. Todos amostrais (parcelas), acrescido de coletas os táxons estão identificados até o nível de realizadas em caminhamentos áreas. Nos pelas espécie; sete espécimes de identificação duvidosa casos de Vma e Aiu, os levantamentos florísticos foram excluídos. Caso fosse incluída a área Itt, foram realizados por meio de caminhamentos inventariada por Guedes-Bruni (1998), a amostra aleatórios no interior dos remanescentes. Em total da flora arbórea seria composta 504 todos levantamentos, foram registrados apenas por espécies, 210 gêneros e 71 famílias. Os indivíduos de hábito arbóreo (fuste lenhoso e altura estimadores & Forrester igual ou superior a 3 m). O material botânico jackknife (Heltsche 1983; Palmer 1991) do número total de espécies testemunho foi herborizado e depositado no para a flora arbórea calculados a da amostra herbário da Universidade Federal de Lavras partir de seis áreas foram de 715,8 ordem) e (Herbário ESAL). As identificações foram feitas (primeira 813,6 espécies ordem). Estes com auxílio de literatura especializada e consultas (segunda estimadores não a especialistas e às coleções dos Herbários paramétricos fazem uma projeção do número total de espécies a da ESAL, BHCB (Universidade Federal de Minas partir heterogeneidade entre amostras, Gerais), SP (Instituto de Botânica de São Paulo), sendo o segundo deles uma inflação maior RB (Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do promove por se basear nas diferenças máximas. Rio de Janeiro) e UEC (Universidade Estadual Os valores encontrados são mais de Campinas). As espécies foram classificadas elevados que o total de registros no conjunto das nas famílias reconhecidas sistema seis áreas, mas ainda pelo do mais elevados Angiosperm Phylogeny Group que os totais de espécies U (APG 2003). registrados em cada uma delas, que variaram entre 82 3.Análises florísticas (Bmi-1) e 231 (Aiu) espécies. Estes números sugerem uma elevada riqueza de Para a realização das análises florísticas, espécies regional que resulta, em foi preparado um banco de dados contendo a grande parte, de uma grande variação em composição relação de espécies das cinco áreas do de presente espécies entre os remanescentes. De fato, 47% estudo mais a área Itt, inventariada por Guedes- das 444 espécies só foram registradas em apenas Bruni (1998). Ao final, o banco de dados continha uma das cinco áreas. dados binários Para confirmar a alta de presença ou ausência de 503 riqueza regional de espécies, vale mencionar que,

Rodriguésia 57 (1): 103-126. 2006 109 Flora arbórea de florestas do maciço do Itatiaia como Sebastiania vezes ambientes ripários alagáveis, na região do Alto Rio Grande, que é dez Vitex commersoniana, S. brasiliensis, maior que a do maciço do Itatiaia, Pereira (2003) et al megapotamica e Inga vulpina (Botrel registrou um total de 730 espécies arbóreas em Guilherme et al 2004). 20 remanescentes florestais, e estimadores 2002; Nas cinco áreas de floresta do presente jackknife de e segunda ordem de 901,8 em primeira estudo, as famílias que se destacaram e 991,5, respectivamente. riqueza de espécies foram Myrtaceae (44), A riqueza de espécies registrada nos Melastomataceae (45), Fabaceae (34), remanescentes variou muito e a amplitude (82 a Lauraceae (32), Euphorbiaceae (19), 231 espécies) registrada nos fragmentos pode Asteraceae (18), Rubiaceae (15), Annonaceae ser considerada como indicativa de riqueza Salicaceae (13) e Solanaceae (12). Juntas, intermediária no contexto de outros (14), a elevada, representaram 57% das espécies montanas do estas famílias trabalhos realizados em florestas 2). Tais famílias, com em amostradas (Tabela estado de Minas Gerais, como os realizados Flacourtiaceae na 218 exceção de Salicaceae (em Carrancas (Oliveira Filho et al. 2004), com surgem no maioria dos trabalhos), também espécies; Poço Bonito (Dalanesi et al. 2004), espécies nos elenco de maior riqueza de com 213; Camanducaia (França & Stehmann outras áreas de levantamentos realizados em 2004), com 70; Poços de Caldas (Fernandes mistas e floresta montana (ombrófilas, 2003), com 105; serra do Ibitipoca (Fontes 1997), nos estados estacionais) da Região Sudeste, com 199; serra do Cipó (Meguro et al 1996), 1992; Grombone de São Paulo (Baitello et al. com 229; e serra do Ambrósio (Pirani et al 1994), Robim et al. et al 1990; Mantovani 1990; com 71. Diversos fatores de difícil controle Minas Gerais 1990- Rodrigues et al. 1989), à variação da podem ser relacionados grande Filho et al 2004; França & Stehmann riqueza remanescentes florestais do (Oliveira & entre os Fontes 1997) e Rio de Janeiro (Lima ser citados o 2004- presente estudo. Entre eles, podem 1994). De acordo com Fontes florestal Guedes-Bruni tamanho do fragmento ou da área destas famílias é caractens- o (1997) a maioria contínua a fisionomia vegetacional e acima de 1.000 m (Itt), tica das florestas situadas ambiente a ela relacionado, o histórico de pertur- Brasil. de altitude no sudeste do bações humanas relacionadas ao diferenciação e as variáveis A influência da altitude na método e esforço amostrai. As áreas que estado de São Paulo florística das florestas do apresentaram as maiores riquezas de espécies; florestas semidecíduas, por as foi demonstrada, para Aiu (228) e Bmi-2 (218), são precisamente ScoMkrtf Salis et al. (1995) e ombrófilas. por áreas mais maduras de Floresta Ombrófila Alto- & Rodrigues (2000). al (2001) e Ivanauskas Montana. com 190 espécies brasileiro Em seguida, Vma, estes estendido para o sudeste também de floresta madura, padrões As arcas do é um remanescente Oliveira-Filho& Fontes (2000). embora de outra fisionomia, Floresta Ombrófila por exceção de Bmi-1, maciço do Itatiaia, com Mista Alto-Montana. No outro extremo, os rema- nescentes de menor riqueza, Bmi-1 e Bmi-3, com de llorcs.as de reconhecidas como indicadoras 81 encontram- Brasil, ou a c e 119 espécies respectivamente, altitudes do sudeste do intermediários maiores deste se ambos em estágios iniciais a Neotrópico. Um dos indícios acres- mesmo do de sucessão ecológica. Além disso, Bmi-1 é a riqueza relativa de espécies aluvtal Comportamento centa a particularidade de ser uma floresta Asteraceae, Cya..hcuccac. número de de Lauraceae, sujeita a inundações e seu pequeno Melastomataceae e Aqu.fol.acu.c, com Solanaceae, espécies está provavelmente relacionado as restrições impostas saturação hídrica, que ^„"Sp;ndem»or.rr,n1or,Sl,colio».|nu,p,,ras flores pela OI veira-Filho & Fontes (2000) para normalmente restringe o estabelecimento de tanto Ombrolilas A lânticas Alto-Montanas, muitas espécies da flora regional; notabilizam-se Gentry (1995), analisando em como Semidecíduas. aí, pela abundância, espécies comuns

Rodriguésia 57 (1): 103-126. 2006 110 Pereira, 1. M. et ai. florestas Andinas e da América Central, Clethra scabra, Clusia criuva, Daphnopsis constatou uma perda de importância de fasciculata, Drimys brasiliensis, Eremanthus Fabaceae a partir dos 1.500 m de altitude, e um incanus, Euplassa incana, Ficus luschnathiana, aumento no predomínio de Lauraceae, F. mexiae, Geonoma schottiana, Gomidesia Melastomataceae e Rubiaceae. As duas famílias spectabilis, Gordonia fruticosa, Guatteria de maior importância em relação ao número de australis, Hedyosmum brasiliensis, espécies nas cinco áreas do maciço do Itatiaia, Leucochloron incuriale, Maytenus Myrtaceae e Melastomataceae, também são glazioviana, M. salicifolia, Meliosma sellowii, consideradas por Webster (1995) como Miconia brunnea, M. chartacea, M. características de florestas nebulares do cinnamomifolia, Miconia theaezans, Neotrópico, além de outras famílias que também Mollinedia argyrogyna, Myrcia laruotteana, foram encontradas em abundância na região do Myrsine gardneriana, Nectandra grandiflora, Itatiaia como Aquifoliaceae, Clethraceae, N. lanceolata, N. nitidula, N. puberula, Clusiaceae, Cunoniaceae, Elaeocarpaceae, Ocotea brachybotra, Ocotea silvestris, Podocarpaceae, Rosaceae, Sabiaceae, Picramniaglazioviana,Pimenta Styracaceae, Symplocaceae e Winteraceae. pseudocaryophyllus, Protium widgrenii, Os contribuíram gêneros que com maior Psychotria suterella, Quiina glaziovii, número de espécies na região do maciço do Schefflera angustissima, S. calva, Itatiaia foram Miconia com 46 espécies, seguida Siphoneugena widgreniana, Solanum bullatum, de Ocotea com 27; Eugenia com 21; Casearia Symplocos celastrinea, Tabebuia chrysotricha, com 20; Solanum com 19; Ttbouchina com 18; Tibouchina stenocarpa, Trembleya Cyathea, Myrcia parviflora, e Myrsine com 17 espécies Trichilia emarginata, Vismia brasiliensis e cada; Nectandra com 16; Ilex com 14 e Croton Weinmannia paulliniifolia. Por outro lado, e Machaerium com 13 espécies cada. Juntos, apenas duas das 65 espécies relacionadas por esses contribuíram gêneros com 57% das Oliveira-Filho & Fontes (2000) foram registradas espécies registradas. Entre eles, Miconia, para a área Bmi-1, o que confirma a coerência Cyathea, Myrsine e Ilex são considerados por da classificação do IBGE (Veloso et ai 1991; Webster como (1995) característicos de florestas IBGE 1997), destaca as formações florestais nebulares neotropicais, que o que foi confirmado para aluviais, independentemente da altitude em o sudeste do Brasil que por Oliveira Filho & Fontes se encontram, como distintas das formações (2000). Além disso, foram registrados outros florestais vinculadas aos altitudinais. Das não se destacaram pisos gêneros que pelo número de 82 espécies encontradas em Bmi-1, 15 foram espécies, mas são considerados como fortemente exclusivas dessa área, o que demonstra que o relacionados a altitudes elevadas no Brasil, ou fato de a área sofrer inundações periodicamente mesmo no Neotrópico, como Clethra, pode restringir a colonização dessas áreas por Weinmannia, Drimys, Gordonia, Podocarpus, poucas espécies adaptadas às condições de Myrceugenia, Meliosma, Prunus e Roupala saturação hídrica temporária. Por outro lado, das (Webster 1995; Fontes 1997; Oliveira Filho & 76 espécies citadas como de ampla ocorrência Fontes 2000; França & Stehmann 2004) nas matas ciliares do Brasil extra-amazônico por O perfil florístico das espécies também Rodrigues & Nave (2001), 44 (58%) também mostra relação com florestas montanas. Das 65 foram registradas nas florestas do maciço do espécies apontadas Oliveira-Filho & Fontes Itatiaia, particularmente em Bmi-1. Como todas (2000) como indicadoras de floresta atlântica alto- elas tem pelo menos um setor ripário, montana, 50 foram registradas pode-se (77%) nas áreas inferir que, mesmo em áreas de altitudes mais do maciço do Itatiaia: Byrsonima laxiflora, elevadas, há um grande número de espécies em Calyptranthes clusiifolia, Casearia oblíqua, comum entre as áreas de matas ciliares extra- Cecropia glaziovii, Cinnamomum glaziovii. amazônica.

Rodriguésia 57 (1): 103-126. 2006 III Flora arbórea de florestas do maciço do Itatiaia montana do Tabela 2 - Relação das 444 espécies arbóreas registradas nas cinco áreas de floresta ombrófila alfabética das famílias reconhecidas maciço do Itatiaia (MG e RJ). As espécies estão organizadas em ordem nas áreas e do numero de registro pelo APG II (2003) e seguidas do registro de ocorrência (x) e ausência (-) das amostras no Herbário ESAL. Registro Mas/EspéciesBmi-1 Bmi-2 BmJ.3 Aiu Vma ANACARDIACEAE [17992 Astronium Jacq. graveolens 16364 Lithraea molleoides (Vell.) Engler x 16722 Schinus terebinthifolius Raddi x X 15135 Tapirira guianensis Aubl. X 15141 Tapirira obtusa (Benth.) Mitchell x ANNONACEAE 19943 Annona cacans Warm. X 17110 Cymbopetalum brasiliense Benth. X (Vell.) 19944 Duguetia salicifolia R.E.Fries X X x 15137 Guatteria australis X X A.St.-Hil. 17232 Guatteria latifolia R.E.Fries X X (Mart.) 17113 Guatteria X pohliana Schltdl. 785 Guatteria sellowiana Schltdl. x 16221 Rollinia R.E.Fries dolabripetala (Raddi) 19945 Rollinia emarginata Schltdl. 17062 Rollinia X laurifolia Schltdl. 17234 Rollinia Mart. X sylvatica (A.St.-Hil.) 17134 Xylopia brasiliensis Sprengel X APOCYNACEAE 15821 Aspidosperma australe Müll.Arg. 17044 Aspidosperma olivaceum Müll.Arg. x 17063 Aspidosperma par\'ifolium A.DC. 17235 Aspidosperma spruceanum Benth. AQUIFOLIACEAE x 19946 Ilex amara (Vell.) Loes. X 17237 Ilex cerasifolia Reissek 19947 Ilex X X conocarpa Reissek x 16226 Ilex X paraguariensis A.St.-Hil. x 17239 Ilex theezans Mart.

ARALIACEAE 12311 Dendropanax cuneatus (DC.) Decne & Planch. 17240 Oreopanax Planch. capitatus (Jacq.) Decne & x Oreopanax fulvus Marchai x 16712 Schefflera angustissima (Marchai) Frodin 17241 Schefflera calva (Cham.) Frodin & Fiaschi ARAUCARIACEAE 17243 Araucária angustifolia (Bert.) Kuntze ARECACEAE x x 15153 Euterpe edulis Mart. x - 13156 Geonoma schottiana Mart. x . 1744 Sytigrus romanzoffiana (Cham.) Glassman

Rodriguésia 57 (I): 103-126. 2006 112 Pereira, I. M. et al.

Famílias/Espécies Bmi-1 Bmi-2 Bmi-3 Aiu Vma Registro ASTERACEAE Austrocritonia velutina (Gardner) 19948 R.M.King & H.Robinson Austroeupatorium inulaefolium (Kunth) R.M.King & H.Robinson Baccharis brachylaenoides DC. x - 2883 Baccharis serrulata Pers. xx--17244 Dasyphyllum brasiliense (Sprengel) Cabrera x x 19949 Eremanthus erythropappus (DC.) MacLeish xxxx18213 Eremanthus incanus (Less.) Less. [15154 Gochnatia paniculata (Less.) Cabrera xxx-15151 Gochnatia polymorpha (Less.) Cabrera x [16420 Heterocondylus vauthierianus (DC.) x - 19950 R.M.King & H.Robinson Piptocarpha macropoda Baker xxx-16744 Piptocarpha organensis Cabrera [- Piptocarpha regnellii (Sch.Bip.) Cabrera x x - [19951 Stifftia chrysantha Mikan x - - 17247 Verbesina claussenii Sch.Bip. [- Vernonanthura diffusa (Less.) H.Robinson xxxx17647 Vernonanthura discolor (Sprengel) H.Robinson xxxx17250 Vernonanthura phosphorica (Vell.) H.Robinson [16746 BIGNONIACEAE Cybistax antisyphillitica Mart. [16747 Jacaranda macrantha Cham. x - x 17074 Tabebuia alba (Cham.) Sandw. x - 19952 Tabebuia chrysotricha (Mart.) Standley x - x 17251 Tabebuia heptaphylla (Vell.) Toledo Tabebuia serratifolia 19953 (Vahl) Nichols x 17075 Tabebuia vellosoi Toledo x - x 17252 BORAGINACEAE Cordia ecalyculata Vell. x - 17253 Cordia sellowiana x Cham. 12348 Cordia superba x Cham. x - - 15143 BTJRSERACEAE Protium spruceanum (Benth.) Engler 16759 Protium widgrenii Engler x x [16400 CANELLACEAE Cinnamodendron dinisii Schwacke 19954 CANNABACEAE Celtis ehrenbergiana Liebm. (Klotzsch) x - 16940 Trema micrantha (L.) Blume x - 16619 CELASTRACEAE Maytenus evonymoides Reissek 18785 Maytenus glazioviana Loes. x - 17254 Maytenus gonoclada Mart. Maytenus robusta Reissek x 13233 19955 Maytenus salicifolia Reissek x - 17255

Rodriguésia 57 (1): 103-126. 2006 113 Flora arbórea de florestas do maciço do Itatiaia Aiu Vma Registro Mas/Espécies_^jnjTjnj^Bmi-3 CHLORANTHACEAE Hedyosmum brasiliense Mart. xxx-15170 CLETHRACEAE Clethra scabra Pers. [[[[17086 CLUSIACEAE [16236 Clusia criuva Cambess. Clusia [17256 fragrans Gardner [- Clusia Humb. «fe Bonpl. parviflora [16454 Garcinia (Planch. «fe Triana) Zappi gardneriana [[17257 Tovomitopsis saldanhae Engler

COMBRETACEAE 16410 Terminalia glabrescens Mart. CIJNONIACEAE [15157 Taub. Lamanonia grandistipularis (Taub.) [18372 Lamanonia ternata Vell. [- Weinmannia hirta Swartz x Weinmannia humilis Engler [[19959 Weinmannia paulliniifolia Pohl CYATHEACEAE xxx19956 Alsophila setosa Kaulf 19957 Alsophila Conant [[x sternbergii (Sternb.) "x[[[[1995817260 Cyathea atrovirens (Langsd.<& Fisch.) Domin Cyathea corcovadensis (Raddi) Domin 17261 Cyathea delgadii Sternb. 19959 Cyathea dichromatolepis (Fée) Domin Cyathea Domin glaziovii (Fée) ["x[[17263 Cyathea phalerala Mart. [13322 Cyathea villosa Willd. '7264 Sphaeropteris gardneri (Hook.) Tryon DICHAPETALACEAE[_ Stephanopodium organense (Rizz.) Prance DICKSONIACEAE[[17265 Dicksonia sellowiana Hook. ELAEOCARPACEAE 17266 x Sloanea (Aubl.) Benth. x 17091 guianensis X Sloanea monosperma Vell.

ERICACEAE x G.Don Agarista eucalyptoides (Cham. & Schltdl.) X Agarista glaberrima (Sleumer) Judd ERYTHROXYLACEAE [14476 Erythroxylum cuneifolium (Mart.) O.E.Schulz [14477 Erythroxylum deciduum A.St.-Hil. 19966 Erythroxylum pelleterianum A.St.-Hil. ESCALLONIACEAE 19960 Escallonia bifída Link.

Rodriguésia 57 (I): 103-126. 2006 114 Pereira, 1. M. et ai Famílias/Espécies Bmi-1 Bmi-2 Bmi-3 Aiu Vma Registro EUPHORBIACEAE Alchornea glandulosa Poepp. & Endl. x x - [17096 Alchornea sidifolia Müll.Arg. x x [[17268 Alchornea triplinervia (Sprengel) Müll.Arg. x x [[17097 Aparisthmium cordatum (Juss.) Bail. [14881 Croton celtidifolius Bail. x [19961 Croton floribundus Sprengel x x - [[17099 Croton hecatomandrum Müll.Arg. [- Croton organensis Bail. x x [17269 Croton salutaris Casar. [17270 Croton verrucosus Radcl.-Sm. & Govaerts x [12361 Gymnanthes concolor (Sprengel) Müll.Arg. [19962 Manihot pilosa Pohl x - [17271 Pachystroma longifolium (Nees) Johnston [13031 Pera glabrata (Schott) Poepp. x - [17104 Sapium glandulosum (L.) Morong x x x [[15382 Sapium haematospermum Müll.Arg. x - - 19963 Sebastiania brasiliensis Sprengel x - - [19964 Sebastiania commersoniana (Bail.) Smith & Downs x - - [19004 Tetrorchidium parvulum Müll.Arg. x x 19965 FABACEAE - CAESALPINIOIDEAE Bauhinia Link forftcata [17125 Cássia Schrad. ferruginea (Schrad.) x - - [19967 Copaifera langsdorffii Desf. Poeppigia [16491 procera Presl. [17273 Sclerolobium rugosum Mart. x x [17274 Senna macranthera (Collad.) Irwin & Barneby x - Senna [[19197 multijuga (L.C.Rich.) Irwin & Barneby [[[17275 FABACEAE- FABOIDEAE Dalbergiafrutescens Britton (Vell.) [17016 Dalbergia villosa (Benth.) Benth. x - Erythrina [18026 falcata Benth. [[[17277 Machaerium brasiliense Vogel x - - Machaerium condensatum [18029 Kuhlm. & Hoehne x - - 19969 Machaerium hirtum (Vell.) Stellfeld x - - [18030 Machaerium lanceolatum Macbr. (Vell.) [17020 Machaerium minutiflorum Tul. Machaerium nictitans [16519 (Vell.) Benth. x - Machaerium reticulatum [[18031 (Peyr.) Pers. [17278 Machaerium villosum Vogel x - [16520 Ormosia fastigiata Tul. x - [17279 Ormosia friburgensis Taub. Platycyamus regnellii Benth. x [[16524 FABACEAE-MIMOSOIDEAE Acácia polyphylla DC. [[17627 Albizia edwallii (Hoehne) Barneby & Grimes x Albizia Killip polycephala (Benth.) x - [[18037 Anadenanthera colubrina Brenan (Vell.) x ¦ x [[19184 Calliandra tweediei Benth. 1510

Rodriguésia 57 (1): 103-126. 2006 115 Flora arbórea de florestas do maciço do Itatiaia Bmi-2 Bmi-3 Aiu Vma Registro Famílias/Espécies Bmi-1 [17136 Inga marginata Willd. [17281 Inga sessilis (Vell.) Mart. x [17282 Inga striata Benth. x 17283 Inga vulpina Mart. x [18042 & Grimes Leucochloron incuriale (Vell.) Barneby 19266 Mimosa artemisiana Heringer & Paula [19968 Mimosa scabrela Benth. x [16507 Piptadenia gonoacantha (Mart.) Macbr. GRISELENIACEAE Griselinia ruscifolia (Cios) Taub.

HYPERICACEAE x 15164 Vtsmia brasiliensis Choisy x 15792 Vtsmia guianensis (Aubl.) Pers. LAMIACEAE x x 17374 Aegiphila fluminensis Vell. x . [20017 Aegiphila obducta Vell. x [12677 Aegiphila sellowiana Cham. Clerodendron fragrans Willd. 17290 Hyptidendron asperrimum (Epling) Haríey x [16623 Vitex cymosa Bert. 19970 Vitex megapotamica (Sprengel) Moldenke x 13009 Vitex polygama Cham. LAURACEAE x Aiouea saligna Meisn. X Beilschmiedia rígida (Mez) Kosterm. [19971 Cinnamomum glaziovii (Mez) Vattimo-Gil x 16526 Cryptocarya aschersoniana Mez "x Cryptocarya saligna Mez [17291 Endlicheria paniculata (Sprengel) Macbr. [17706 Licaria armeniaca (Nees) Kosterm. x x [17115 Nectandra grandiflora Nees x 17292 Nectandra lanceolata Nees [17293 Nectandra membranacea (Swartz) Griseb. x 16530 Nectandra [15394 nitidula Nees x x Nectandra oppositifolia Nees [17294 X Nectandra puberula (Schott) Nees x Nectandra reticulata & Pav.) Mez . [19972 (Ruiz X x Ocotea Mez [15397 aciphylla (Nees) x " Ocotea brachybotra Mez x [18015 (Meisn.) X Ocotea corymbosa (Meisn.) Mez x 1711» Ocotea diospyrifolia (Meisn.) Mez x 15050 Ocotea dispersa (Nees) Mez 19973 Ocotea elegans Mez [19974 Ocotea indecora (Schott) Mez [15398 17295 Ocotea laxa (Nees) Mez Ocotea longifolia Kunth [19616 15402 Ocotea notata (Nees & Mart.) Mez x Ocotea odorifera (Vell.) Rohwer_

Rodriguesia 57 (1): 103-126. 2006 116 Pereira, 1. M. et ai. Famílias/Espécies Bmi-1 Bmi-2 Bmi-3 Aiu Vma Registro Ocotea puberula (Rich.) Nees 16632 Ocotea pulchella Mart. 15403 Ocotea silvestris Vattimo-Gil 19975 Persea fulva Kopp 17296 Persea pyrifolia Nees 18425 Persea venosa Nees 19976 Rhodostemonodaphne macrocalyx (Meisn.) Rohvver 18274 LECYTHIDACEAE Couratari pyramidata (Vell.) R.Knuth. 17299 LYTHRACEAE Lafoensia densiflora Pohl x - - - 19977 Lafoensia pacari A.St.-Hil. x 16464 Lafoensia vandelliana Cham. & Schltdl. x - MALPIGHIACEAE Byrsonima laxiflora Griseb. [16541 Byrsonima myricifolia Griseb. ?17300 Byrsonima stipulacea A.Juss. [17301 MALVACEAE Ceiba speciosa (A.St.-Hil.) Ravenna 16393 Luehea x divaricata Mart. & Zucc. 16616 Pseudobombax x grandiflorum (Cav.) A.Robyns [17302 MELASrrOMATACEAE Huberia nettoana Brade x - - [17303 Leandra áurea Cogn. (Cham.) x 17303 Leandra barbinervis (Cham.) Cogn. Leandra lancifolia [17140 Cogn. - 19978 Leandra melastomoides x Raddi 12887 Leandra scabra DC. x x x 17141 Leandra sublanata Cogn. x Meriania [9905 claussenii Triana - - Meriania x [17304 glabra Triana - Miconia brunnea x Mart. x - Miconia calvescens DC. [17305 Miconia castaneifolia x 15101 Naud. - Miconia chamissois Naud. x Miconia chartacea x 11637 Triana x 15439 Miconia cinerascens x x Miq. xx-.17306 Miconia cinnamomifolia (DC.) Naud. x x 17307 Miconia conferia DC. x Miconia corallina Spring x Miconia [15436 cubatanensis Hoehne x x - Miconia divaricata [19979 Gardner - Miconia x 19980 eichlerii Cogn. x Miconia x [17309 fasciculata Gardner xx-.19981 Miconia inconspícua Miq. Miconia latecrenata Naud. [PED-12 (DC.) x x [17310 Miconia ligustroides Naud. (DC.) x 16517 Miconia minutiflora (Bonpl.) DC. x - x [15434

Rodriguésia 57 (1): 103-126. 2006 117 Flora arbórea de florestas do maciço do Itatiaia Bmi-3 Aiu Vma Registro Famílias/Espécies Bmi-1 Bmi-2 x 4062 Miconia paulensis Naud. 19982 Miconia (Swartz) DC. l"83 prasina x x x - Miconia pusilliflora (DC.) Triana 17312 Miconia sellowiana Naud. x . [19984 Miconia theaezans (Bonpl.) Cogn x [16549 Miconia trianae Cogn. x 18288 Miconia tristis Spring x - [17313 Miconia urophylla DC. [13293 Tibouchina Cogn. adenostemon (DC.) x x - [19985 Tibouchina arbórea (Gardner) Cogn. [- Tibouchina estrellensis (Raddi) Cogn. x 15099 Tibouchina granulosa Cogn. x . [19986 Tibouchina Bail. moricandiana (DC.) x x - [19987 Tibouchina mutabilis Cogn. x [17316 Tibouchina pulchra Cogn. x x - [16258 Tibouchina sellowiana (Cham.) Cogn. [- Tibouchina semidecandra (DC.) Cogn. [144% Tibouchina stenocarpa (DC.) Cogn. x . [15431 Trembleya parviflora (D.Don) Cogn. MELIACEAE x x x [15465 Cabralea canjerana (Vell.) Mart. x x x [16553 Cedrelafissilis Vell. x - [17149 Guarea kunthiana A.Juss. x 15770 Trichilia elegans A.Juss. 15429 x x Trichilia emarginata (Turcz.) C.DC. x '4%4 Trichilia hirta L. x 16863 Trichilia pallida Swartz MONIMIACEAE x Hennecartia omphalandra J.Poiss. x 1°558 Mollinedia argyrogyna Perkins x 15428 Mollinedia clavigera Tul. 17317 17318 Mollinedia engleriana Perkins X Mollinedia longifolia Tul. x 17613 Mollinedia schottiana (Sprengel) Perkins [17319 Mollinedia triflora (Sprengel) Tul. x [13102 Mollinedia widgrenii A.DC. MORACEAE [13335 17320 Ficus gomelleira Kunth & Bouché X " Ficus luschnathiana (Miq.) Miq. [15426 Ficus mexiae Standley x 18948 Ficus pertusa L.f. x 16562 Madura tinctoria (L.) Steud. "„ " [17554 Naucleopsis oblongifolia (Kuhlman) Carauta x [17321 Sorocea bonplandii (Bail.) W.Burger MYRCrnCACEAE 12457 Virola bicuhyba (Schott) Warb. M\T*SINACEAE 16261 15422 Cybianthus peruvianus (A.DC.) Miq. Myrsine coriacea (Swartz) RoemjfeSdiult^ Rodriguésia 57 (1): 103-126. 2006 118 Pereira. I. M. et ai. Famílias/Espécies Bmi-1 Bmi-2 Bmi-3 Aiu Vma Registro Myrsine A.DC. gardneriana [17322 Myrsine lineata Imkhan. (Mez) 19989 Myrsine umbellata Mart. [17167 Myrsine villosissima Mart. 19988 MYRTACEAE Blepharocalyx salicifolius (Kunth) O.Berg 17325 Calycorectes acutatus (Miq.) Toledo 16465 Calyptranthes clusiifolia O.Berg 14467 Calyptranthes concinna DC. 15417 Calyptranthes O.Berg grandifolia 19991 Calyptranthes widgreniana O.Berg 19992 Campomanesia Kiaersk. guaviroba (DC.) 19993 Campomanesia guazumifolia (Cambess.) O.Berg 17169 Campomanesia laurifolia Gardner 16024 Campomanesia xanthocarpa O.Berg 16472 Eugenia brasiliensis Lam. 17331 Eugenia cerasiflora Miq. 19991 Eugenia dodonaeifolia Cambess. 14500 Eugenia florida DC. 19995 Eugenia hyemalis Cambess. 16883 Eugenia involucrata DC. Eugenia mansoi O.Berg 17172 19995 Eugenia pluriflora DC. 11040 Eugenia prasina O.Berg Eugenia sonderiana O.Berg Gomidesia anacardiifolia (Gardner) O.Berg 15319 Gomidesia sellowiana O.Berg Marlierea excoriata Mart. 16046 17175 Marlierea racemosa (Vell.) Kiaersk. Myrceugenia 19998 acutiflora (Kiaersk.) D.Legrand & Kausel Myrceugenia 19996 bracteosa (DC.) D.Legrand & Kausel Myrceugenia 20001 miersiana (Gardner) D.Legrand & Kausel 17341 Myrceugenia ovata (Hooker & Arnot) O.Berg Myrcia diaphana (O.Berg) N.Silveira 12930 Myrcia eriopus DC. 17635 Myrcia laruotteana Cambess. 15350 Myrcia multiflora (Lam.) DC. 17337 Myrcia obovata (O.Berg) Nied. 16478 Myrcia pulchra Kiaersk. 17338 Myrcia splendens (Swartz) DC. 17334 Myrcia tomentosa (Aubl.) DC. 17336 Myrciaria floribunda (West) O.Berg 16892 Myrciaria tenella (DC.) O.Berg 16279 20000 Pimenta pseudocaryophyllus (Gomes) Landrum Plinia cauliflora (Mart.) Kausel 16895 Psidium rufum DC. 17339 Siphoneugena densiflora O.Berg 16484 Siphoneugena kuhlmannii Mattos 18964 Siphoneugena widgreniana O.Berg 18965 17341

Rodriguesia 57 (1): 103-126. 2006 119 Flora arbórea de florestas do maciço do Itatiaia Bmi-3 Aiu Vma Registro Famílias/Espécies Bmi-1 Bmi-2

NYCTAGINACEAE 3105 Guapira Lundell graciliflora (Schmidt) 15133 Guapira Lundell hirsuta (Choisy) 15375 Guapira opposita (Vell.) Reitz OCHNACEAE 2(XX)2 Ouratea parviflora (DC.) Bail. PICRAMNIACEAE [[[2(XX)3 Picramnia Engler glazioviana [[15110 Picramnia parvifolia Engler PIPERACEAE [15371 Piper aduncum L. [2(XXW Piper amalago L. [[17344 Piper cernuum Vell. [17345 Piper crassinervium Kunth [17346 Piper dilatatum L.C.Rich

PODOCARPACEAE 17347 Podocarpus lambertii Klotzsch [15369 Podocarpus sellowii Klotzsch

PROTEACEAE [[12584 Euplassa incana (Klotzsch) Johnston [16288 Euplassa itatiae Sleumer [15127 Euplassa legalis (Vell.) Johnston [[17348 Euplassa organensis (Gardner) Johnston [[[[16-571 Roupala brasiliensis Klotzsch [[10899 Roupala montana Aubl. [[15368 Roupala rhombifolia Mart.

QUIINACEAE Quiina glaziovii Engler ROSACEAE 16574 Prunus myrtifolia (L.) Urban

RUBIACEAE [2(XX)5 Alibertia myrciifolia K.Schum. 13364 Amaioua Aubl. guianensis [[[17352 Bathysa australis (A.St.-Hil.) Benth. & Hook.f. '.".'%12539 Chomelia brasiliana A.Rich. Chomelia sericea Müll.Arg. 17045 Coutarea hexandra (Jacq.) K.Schum. [16580 Faramea cyanea Müll.Arg. "...16293[13219 Guettarda uruguensis Cham. & Schltdl. Hillia parasitica Jacq. [16583 lxora warmingii Müll.Arg. [- [16587 Psychotria hastisepala Müll.Arg. * 20006 Psychotria suterella Müll.Arg. [[[[10235 Psychotria vellosiana Benth. 15354 Rudgea Müll.Arg. jasminoides (Cham.) [[15462 Rudgea recurva Müll.Arg.

Rodriguésia 57 (I): 103-126. 2006 120 Pereira, I. M. et al. Famaias/EspéciesBmM Bmi.2 Bmi,3 ^ VpB ^^ RUTACEAE Dictyoloma vandellianum A.Juss Esenbeckia [[16297 grandiflora Mart. xx-.20007 Pilocarpus pauciflorus A.St.-Hil. [B17358 Zanthoxylum caribaeum Lam. [15119 Zanthoxylum rhoifolium Lam. [[15472 SABIACEAE Meliosma brasiliensis Urban Meliosma itatiaiae Urban20008 x Meliosma sellowii Urban [[15476 Meliosma sinuata Urban [13542 SALICACEAE Casearia arbórea (L.C.Rich.) Urban[„ Casearia decandra Jacq.[172^ Casearia grandiflora Cambess.B;;17287 Casearia lasiophylla Eichler[,7698 Casearia mariquitensis Kunth ;;16447 [[17107 Casearia oblíqua Sprengel [[[19517 Casearia Cambess. pauciflora [17288 Casearia rufescens Cambess. Casearia rupestris Eichler [- X " Casearia sylvestris Swartz" 20009 Casearia ulmifolia Vahlx x ,7658 X " 1604° Xylosmaprockia (Turcz.)7urcz.x " Xylosma venosa N.E.BrownX ,7658 [[17289 SAPINDACEAE Allophylus edulis (A.St.-Hil.) Radlk.x " 2001° Allophylus guaraniticus (A.St.-Hil.) Radlk.x Allophylus semidentatus (Miq.) Radlk. x - Cupania ludowigii Somner & Ferrucix 19148 ' Cupania racemosa (Vell.) Radlk.X 20011 Cupania vernalis Cambess." x 15446 " Cupania zanthoxyloides Cambess.~ x 17210 " " Diatenopteryx sorbifolia Radlk.X 15447 " Matayba guianensis Aubl.X 17211 Toulicia laevigata Radlk.X x x 17212 [17361 SAPOTACEAE Chrysophyllum gonocarpum (Mart. & Eichler) Engler- x 172B Chrysophyllum marginatum (Hooker & Amot) Radlk.- Micropholis X X 1692? crassipedicelata (Mart. & Eichler) Pierre- Micropholis gardneriana (A.DC.) Pierre. x Pouteria caimito (Ruiz & Pav.) Radlk." x 15111 Pouteria guianensis Aubl.x I73°- SIPARUNACEAE Siparuna cujabana (Mart.) A.DC. " Siparuna guianensis Aubl.x 1316 [19375

Rodriguésia 57 (1): 103-126. 2006 121 Flora arbórea de florestas do maciço do Itatiaia

Famílias/Espécies Bmi-1 Bmi-2 Bmi-3 Aiu Vma Registro SOLANACEAE - - 17364 Brugmansia suaveolens (Willd.) Bercht. <& J.Presl. x Cestrum corymbosum Schltdl. [17365 [17366 Cestrum schlechtendalii G.Don x x x Dyssochroma Miers [17367 viridiflora . 17393 Solanum bullatum Vell. x x Solanum cinnamomeum Sendt. xx--20012 [15478 Solanum Dunal x x x granulosoleprosum x Solanum itãtiaiae Glaziou Solanum x [20013 lepidotum Dunal . - [17218 Solanum leucodendron Sendt. x x x x [17369 Solanum pseudoquina A.St.-Hil. Solanum swartzianum Roem. «fe Schult. x [17370 STYRACACEAE 17371 Pamphilia áurea Mart. SYMPLOCACEAE x X 15486 Symplocos celastrinea Mart. 17372 Symplocos insignis Brand X X THEACEAE 20014 Gordonia fruticosa (Schrader) H.Keng. THEOPHRASTACEAE Clavija macrophylla (Link) Miq. THYMELAEACEAE 15436 Daphnopsis X coriacea Taub. x x 2(X)I5 Daphnopsis fasciculata (Meisn.) Nevling X 20016 Daphnopsis martii Meisn. X 20114 Daphnopsis sellowiana Taub. X URTICACEAE [[16403 Cecropia X glaziovii Snethl. [[10290 Cecropia X hololeuca Miq. [16404 Cecropia pachystachya Trécul [17082 Coussapoa microcarpa (Schott) Rizz. [17769 Crera caracasana (Jacq.) Griseb. VERBENACEAE 20018 Duranta vestila Cham. VOCHYSIACEAE x 16303 Qualea cordata (Mart.) Sprengel x 19552 Qualea dichotoma (Mart.) Warm. [17224 Vochysia bifalcata Warm. x Vochysia glazioviana Warm. X Vochysia laurifolia Warm. x 17376 Vochysia magnífica Warm. x - Vochysia rectiflora Warm. "x17227 Vochysia schwackeana Warm. x Vochysia tucanorum Mart. WINTERACEAE x ¦ [17377 Drimys brasiliensis Miers

Rodriguésia 57 (1): 103-126. 2006 122 Pereira, I. M. et al. 2. Análise florística se na vertente continental e bacia do rio Segundo Gentry (1995), a composição e Grande. A exposição de vertentes em cadeias riqueza de espécies lenhosas nas florestas de montanha pode ter um papel fundamental tropicais está relacionada a cinco gradientes na definição de padrões de precipitação e principais: o intercontinental, o latitudinal, o de temperatura e, por conseguinte, na distribuição precipitação, o edáfico e o altitudinal. Os dois de espécies de plantas (Hugget 1995). No últimos provavelmente explicam boa parte da complexo da Mantiqueira, em geral, as chuvas diferenciação florística entre os seis tem uma distribuição mais estacionai nas remanescentes florestais do maciço do Itatiaia vertentes continentais que nas oceânicas que emerge do dendrograma gerado pela (Oliveira-Filho & Fontes 2000). Contudo, esta análise de agrupamentos (Fig. 2, Tabela 3). A explicação não pôde ser aplicada ao presente área Bmi-1 mostrou-se como a mais distinta, caso, pois os dados climáticos não corroboram separando-se no nível mais baixo de esta tendência: as estações secas com menos similaridade com as demais áreas (I; = 0,08 a chuva se verificaram em Itt e Aiu, com 0,16), o que sugere que o fator edáfico foi exposição oceânica e continental, preponderante, pois este é o único respectivamente, e o mesmo ocorreu com as remanescente de floresta ombrófila aluvial estações secas com mais chuva, em Vma e entre as fisionomias representadas. Conforme discutido acima, este padrão reforça o critério do IBGE (1997) de classificação das florestas Índice de similaridade (%) aluviais como uma fisionomia bem particular, :5025 independente do piso altitudinal. A segunda Bmi-1 área a se destacar pela composição foi Itt, que Bmi-2 também apresentou valores muito baixos de Aiu similaridade florística com as demais áreas Bmi-3 (coincidentemente, I; = 0,08 a 0,16). Segue-se a área de Vma, que é também a única área de Vma floresta ombrófila mista. Nestes dois casos, é Itt importante salientar que, ao contrário dos - Figura 2 Dendrograma de similaridade produzido por demais remanescentes, Itt e Vma encontram- análise de agrupamento da composição de espécioes de se na vertente oceânica do maciço do Itatiaia seis áreas de floresta ombrófila montana no maciço do e bacia do rio Paraíba, enquanto os demais Itatiaia nos estados de Minas Gerais e Rio de Janeiro. Bmi-l/2/3 = Bocaina de = remanescentes (Bmi-1/2/3 e Aiu) encontram- Minas 1/273, Aiu Aiuruoca; Vma = Visconde de Mauá; Itt = Itatiaia.

Tabela 3 - Matriz florística das seis áreas de floresta ombrófila montana da região do maciço do Itatiaia mostrando o número de espécies em comum entre as áreas na metade superior direita e os índices de similaridade de Jaccard na metade inferior esquerda. Bmi-l/2/3 = Bocaina de Minas 1/2/3, Aiu = Aiuruoca; Vma = Visconde de Mauá; Itt = Itatiaia. BmilBmi2Bmi3Aiu~SVrn^aTotoir Bmil - 41 21 38152681 Bmi2 0,16 - 85 1194585218 Bmi3 0,12 034 - 592454119 Aiu 0,14 036 0,204479228 I« 0,08 0,15 0,11 0,1444127 VmaOlj026021023016190

Rodriguésia 57 (1): 103-126. 2006 123 Flora arbórea de florestas do maciço do Itatiaia e APG. 2003. An update of the Angiosperm Bmi. É possível que fatores históricos Phylogeny Group classification for the geográficos, como as flutuações climáticas e orders and families of flowering plants: isolamento entre bacias pelas cadeias II. Botanical Journal of the Linnean montanhosas, exerçam uma influência mais APG Society 141: 399-436. forte que o clima atual das áreas. próprio & Aguiar, O. T. 1982. Flora As três áreas de maior similaridade Baitello, J. B. da Serra da Cantareira. Anais do florística entre si (I, = 0,20 a 0,36) são, arbórea I Congresso Nacional sobre Essências precisamente, as fisionomias de floresta Silvicultura em São Paulo 16A: ombrófila montana da vertente continental. A Nativas. maior semelhança foi verificada entre Bmi-2 582-646. B.; Aguiar, O. T.; Rocha, F. T.; e Aiu (I, = 0,36 e 119 espécies em comum), Baitello, J. & Esteves, R. 1992. apesar da distância entre elas, cerca de 45 km, Pastore, J. A. Florística e fitossociologia do estrato ser bem superior à que separa Bmi-2 e Bmi-3, um trecho da Serra da apenas 5 km. A maior dissimilaridade entre arbóreo de Pinheirinho), SP. estas duas áreas e Bmi-3 deve-se Cantareira (Núcleo do II Congresso Nacional sobre provavelmente ao fato de se tratar de uma Anais Nativas. Revista do Instituto floresta em estágio inicial de sucessão, ao Essências de São Paulo 4: 291-297. contrário das outras duas, que são bem mais Florestal A. T.; Rodrigues, maduras. No entanto, isto só é claro na distinção Botrel, R. T.; Oliveira-Filho, N. 2002. Composição entre Aiu e Bmi-3, a similaridade florística L. A. & Curi, pois da comunidade entre Bmi-2 e Bmi-3 também pode ser florística e estrutura de um fragmento de floresta considerada alta (L > 0,30). Isto se deve arbórea semidecidual em Ingaí, MG, e provavelmente ao fato de que estas áreas estacionai variáveis ambientais na encontram-se bem próximas a influência de geograficamente das espécies. Revista e sob condições topográficas e edáficas bem distribuição de Botânica 25: 195-213. parecidas, sendo o estágio sucessional o único Brasileira H. 1984. Field and fator diferenciador evidente entre elas. Brower, J. E. & Zar, J. ecology. laboratory methods for general Brow, 84p. Conclusões Dubuque, W. M. C. I. G. 2003. Brief history of A flora arbórea das florestas do maciço do Câmara, in the Atlantic lorest. In: Itatiaia ser considerada como uma das mais conservation pode C. & Câmara. I. G. (eds.). ricas entre as florestas atlânticas de montanha Galindo-Leal, Forest of South America. do sudeste do Brasil. Muito desta diversidade The Atlantic Center for Applied deve-se à heterogeneidade florística Washington, pronunciada Science, 31-42. entre as florestas região. Entre os fatores que Biodiversity pp. da A. T; van den provavelmente influenciam mais fortemente esta Carvalho, D. A.; Oliveira-Filho. M. A. L.; Vilela, h. A.; diferenciação florística estão a exposição de Berg E.; Fontes, Carvalho, W.A. vertentes, o regime de drenagem dos solos e o Marques, J.J.G.S.M.& florísticase estruturais estágio sucessional. C 2005 Variações de uma floresta do componente arbóreo às margens do Rio Referências Bibliográficas ombrófila alto-montana Minas, MG, Brasil. de Grande, Bocaina de Almeida, D. S. 1996. Florística e estrutura 19: 91-109. no Acta Botânica Brasilica um fragmento de Floresta Atlântica, de espécies A G. 2001. Levantamento município de Juiz de Fora, Minas Gerais. Castro' na um trecho de Floresta Atlântica Dissertação de Mestrado, Viçosa, em da Ecológica de Bananal, serra Universidade Federal de Viçosa, 91p. Estação

Rodriguésia 57 (1): 103-126. 2006 124 Pereira, I. M. et ai. Bocaina, Bananal, SP. Dissertação de Gentry, A. H. 1995. Patterns of diversity and Mestrado, Universidade Federal Rural do floristic composition in neotropical Rio de Janeiro, Rio de Janeiro. montane forests. Pp. 103-126. In: Collinge, S. K. 1996. Ecological consequences Churchill, S. P.; Balslev, H.; Forero, E. & of habitat fragmentation: implications of Luteyn, J. L. (eds.). Biodiversity and landscape architecture and planning. Conservation of Neotropical Montane Landscape and Urban Planning, v.36, pp. Forests: Proceedings of Neotropical 59-77. Montane Forest Biodiversity and Dalanesi, P. E.; Oliveira-Filho, A. T. & Fontes, Conservation Symposium. The New York M. A. L. 2004. Flora e estrutura do Botanical Garden, New York. componente arbóreo da floresta do Parque Grombone, M. T.; Bernacci, L. C; Meira- Ecológico Quedas do Rio Bonito, Lavras, Neto, J. A.; Tamashiro, J. Y. & Leitão- MG, e correlações entre a distribuição das Filho, H. F. 1990. Estrutura fitossociológica espécies e variáveis ambientais. Acta da floresta semidecídua de altitude do Botânica Brasilica 18: 737-757. Parque Municipal da Grota Funda Fernandes, F. A. B. 2003. Estudo de gradientes (Atibaia-Estado de São Paulo). Acta vegetacionais em uma floresta semidecídua Botânica Brasilica 4: 47-64. altimontana no planalto de Poços de Guedes-Bruni, R. R. 1998. Composição, Caldas, MG. Dissertação de Mestrado, estrutura e similaridade florística de dossel Lavras, Universidade Federal de Lavras, em seis unidades fisionômicas de mata 157p. atlântica no Rio de Janeiro. Tese de Fontes, M. A. L. 1997. Análise da composição Doutorado, São Paulo, Universidade de florística das florestas nebulares do São Paulo, 347p. Parque Estadual de Ibitipoca. Dissertação Guilherme, F. A. G.; Oliveira-Filho, A. T.; de Mestrado, Lavras, Universidade Appolinário, V. & Bearzoti, E. 2004. Federal de Lavras, 50p. Effects of flooding regimes and woody França, G. S. & Stehmann, J. R. 2004. bamboos on tree community dynamics in Composição florística e estrutura do a section of tropical semideciduous forest componente arbóreo de uma floresta in South-Eastern Brazil. Plant Ecology 174: altimontana no município de Camanducaia, 19-36. Minas Gerais, Brasil. Revista Brasileira Heltshe, J. F. & Forrester, N. E. 1983. de Botânica 27: 19-30. Estimating species richness using the Galindo-Leal, C. & Câmara, I. G. 2003. jackknife procedure. Biometrics 39:1-12. Atlantic Forest hotspot status: an overview. Hugget, R. J. 1995. Geoecology, an In: Galindo-Leal, C. & Câmara, I. G. evolutionary approach. Routledge, (eds.). The Atlantic Forest of South London. America. Washington, Center for Applied Ivanauskas, N. M. & Rodrigues, R. R. 2000. Biodiversity Science. Pp. 3-11. Similaridade florística entre áreas de Galindo-Leal, C; Jacobsen, T. R.; Floresta Atlântica no estado de São Paulo. Langhammer, P. F. & Olivieri, S. 2003. Brazilian Journal of Ecology 4:71-81. State of the hotspots: the dynamics of Kent, M. & Coker, P. 1992. Vegetation biodiversity loss. In: Galindo-Leal, C. & description and analysis, a Câmara, I. G. The practical (eds.). Atlantic Forest approach. Belhaven Press, London, 215p. of South America. Washington, Center for Lieberman, M.; Lieberman, D.; Peralta, R. & Applied Biodiversity Science, 12-23. p. Hartshorn, G. S. 1995. Canopy closure

Rodriguésia 57 (I): 103-126. 2006 125 Flora arbórea de florestas do maciço do Itatiaia arbóreo de and distribution of tropical forest tree estruturais do compartimento alto-montana na species at La selva, Costa Rica. Journal uma floresta semidecídua Carrancas, MG. of Tropical Ecology 11: 161-178. chapada das Perdizes, Brasileira de Botânica 27(2): 291 - Lieberman, D.; Lieberman, M.; Peralta, R. & Revista Hartshorn, G. S. 1996. Tropical forest 309. A. T. & Fontes M.A.L. 2000. structure and composition on a large-scale Oliveira-Filho, floristic differentiation among altitudinal in Costa Rica. Journal Patterns of gradient in south-eastern Brazil. and of Ecology 84: 137-152. Atlantic forests the influence of climate. Biotropica 32(4b): Lima, M. P. M. & Guedes-Bruni, R. R. 1994. - 793-810. Reserva ecológica de Macaé de Cima A. T. & Machado, J. N. M. Nova Friburgo - RJ: aspectos florísticos Oliveira-Filho, Composição florística de uma das espécies vasculares. Jardim Botânico 1993. semidecídua montana, na Serra do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro. floresta de São José, Tiradentes, Minas Gerais. Mantovani, W.; Rossi, L.; Romaniuc-Neto, S.; Acta Botânica Brasilica 7: 71-88. Catharino, E. L. M. & Cordeiro, I. 1990. A. T.; Vilela, E. A.; Gavilanes, A vegetação na Serra do Mar em Oliveira-Filho, L. & Carvalho, D. A. 1994. Salesópolis, SP. In: Simpósio de Ecossis- M. of the woody flora and soils temas da Costa Sul e Sudeste Brasileira, Comparison six áreas of montane semideciduos 2, Anais... São Paulo: ACIESP. Pp. 348- of in southern Minas Gerais, Brazil. 384. forest Edinburgh Journal of Botany 5: 355-389. McCune, B. & Mefford, M. J. 1999. PC-ORD M. W. 1991. Estimating species version 4.0., multivariate analysis of Palmer richness: The second-order jackknife ecological data, Users guide. Glaneden reconsidered. Ecology 72: 1512-1513. Beach, MjM Software Design, 148p. C. A. & Proctor, J. 1996. The causes Meguro, M.; Pirani, J. R.; Mello-Silva, R. & Pendry, of altitudinal zonation of rain forests on Giulietti, A. M. 1996. Caracterização Bukit Belalong, Brunei. Journal of Ecology florística e estrutural de matas ripárias e 84:407-418. capões de altitude na Serra do Cipó, Minas A. A. 2003. Efeitos dos impactos Gerais. Boletim de Botânica da Univer- Pereira, J. e da heterogeneidadc sidade de São Paulo 15: 13-29. ambientais ambiental sobre a diversidade e estrutura Meira Neto, J. A.; Bemacci, L. C; Grombone, da comunidade arbórea de 20 fragmentos M. T.; Tamashiro, J. Y. & Leitão-Filho, de florestas semidecíduas da região do H. F. 1989. Composição florística da fio- de Alto Rio Grande, Minas Gerais. Tese resta semidecídua de altitude do Parque doutorado. Universidade Federal de Minas Municipal da Grota Funda (Atibaia, estado Gerais, Belo Horizonte. de São Paulo). Acta Botânica Brasilica 3: Giulietti, A.; Mello-Silva. R. & 51-74. Pirani, J. R.; Meguro, M. 1994. Checklist and patterns Moreno, M. R.; Nascimento, M. T. & Kurtz, of distribution of the B. 2003. Estrutura e composição florística geographic vegetation of Serra do Ambrósio, Minas do estrato arbóreo em duas zonas de Gerais, Brazil. Revista Brasileira altitudinais na mata atlântica de encosta Botânica 17(2): 133-147. da região do Imbé, RJ. Acta Botânica J.; Lee, Y. F.; Langley, A. M.; Munro. Brasilica 17: 325-486. Proctor, W. R. C. & Nelson, T. 1988. licological Oliveira-Filho, A. T.; Carvalho, D. A.; Fontes, studies on Gunung Silan, a small ultrabasic M. A. L.; van den Berg, E.; Curi, N. & I. mountain in Sabah, Malaysia. Carvalho, W. A. C. 2004. Variações

Rodriguésia 57 (I): 103-126. 2006 .26 Pereira, I. M. et ai. Environment, Forest structure and arboreal species in the Atlantic floristics. Journal of Ecology 76: 320-340. Ombrophilous Dense Forest in South- Robim, M. J.; Pastore, J. A.; Aguiar, O. T. & eastern Brazil. Plant Ecology 152:185-199. Baitello, J. B. 1990. Flora arbóreo Veloso, H. P.; Rangel Filho, A. L. R. & Lima, arbustiva e herbácea do Parque Estadual J. C. A. 1991. Classificação da vegetação de Campos do Jordão Revista (SP). do brasileira adaptada a um sistema universal. Instituto Florestal de São Pauo 2: 31-53. Instituto Brasileiro de Geografia e Rodrigues, R. R. & Nave, A. G. 2001. Estatística, Rio de Janeiro. Heterogeneidade florísticas das matas Viana, V. M.; Tabanez, A. J. A. 1996. Biology ciliares. In: Rodrigues, R. R.; Leitão Filho, and conservation of forest fragments in H. F. Matas ciliares: conservação e res- Brazilian atlantic moist florest. In: Schellas, tauração. São Paulo: EDUSP. Pp. 45-71. J.; Greenberg, R. (eds.). Forest Rodrigues, R. R.; Morellato, patches L. P. C.; Joly, C. in tropical landscapes. Washington: A. & Leitão-Filho, Island H. F. 1989. Estudo Press. Pp. 151-167. florístico e fitossociológico em um Webster, G. L. 1995. The of gradiente altitudinal de mata estacionai panorama Neotropical Cloud Forests. In: Churchill, mesófila semidecídua na Serra do Japi, S. P.; Balslev, H.; Forero, Jundiaí, SP. Revista Brasileira E. & Luteyn, de Botânica J. L. (eds.). Biodiversity 12(1/2): 71-84. and Conservation of Neotropical Montane Forests: Salis, S. M.; Shepherd, G. J. & Joly, C. A. Proceedings of Neotropical Montane 1995. Floristic comparison of mesophytic Forest Biodiversity and Conservation semi-deciduous forests of the interior of Symposium. The New York Botanical the state of São Paulo, southeast Brazil. Garden, New York. Pp. 53-77. Vegetatio 119(2): 155-164. Whitmore, T. C. 1990. An introduction Scudeller, V. V.; Martins, to F. R. & Shepherd, tropical rain forests. G. J. 2001. Oxford University Distribution and abundance of Press, Oxford.

Rodriguésia 57 (1): 103-126. 2006 de Crotalaria Novidades taxonômicas em espécies brasileiras sect. Calycinae Wight &Arn. (Legumtnosae-Papilionoideae) Andreia Silva Flores1-2, Andréa Martinelli Filliettaz' & Ana Maria Goulart de Azevedo Tozzi2J Resumo ______e_ espécies braseiras de 0£2£2f!i (Novéis e ae du^trfeL'^^aua_ vmie... Papilionoideae)) São as sinonimizaçoes de quatro espécies „ propostas Crotalaria bairroensis Wtnd.c & brlsiliensis Windler & S.G Skinner em Crotalaria grandiflora Benth subsp. martiana, Crotalaria **%*™^ S.GSkinner em Crotalaria martiana Benth. í OsKEE Crotalaria hatschbachii var. sericea Windler & S.GSkinner, Crotalaria martiana^talar^mitm^&S^^^ subsp. "^f^XSSlS Crotalaria flavicoma var. major Micheli em C S.GSkinner) P.anchue.o. Também são propostos a ^Í^I^SESSíe o restabelecimento Í íS^ marJ&mfl subsp. mamaria para C. «arf/ana subsp. mohlenbrocku Mart. e* Benth. à categoria específica. Palavras-chave: Crotalaria, Calycinae, Leguminosae, Brasil, taxonomia. Abstract «T.r„lL „„vel„es ,„ Brazi.ian species of M« sec. <=^^tlíSÍ^S_tSS Papilionoideae,) The synonymy of four species and Sd*»toC>«dWa_7t_^ ^^£^^^^_X Windler & S.GSkinner Benth. subsp. martiana, Otfafarifl hatschbachii y™'"„,,,/,,-Micneli to ^^^^^^^^ Otttfarfa martiana subsp. m<*to_Wfi (Windler

Rodriguésia 57 (1): 127-130. 2006 129 Novidades taxonômicas em Crotalaria hatschbachii, Crotalaria ou algumas vezes opositifólias e as brácteas são Crotalaria var. serícea, Crotalaria bellii e foliáceas, variando de ovais a truladas. hatschbachii Crotalaria flavicoma var. major são táxons relacionados a C. martiana subsp. 3. Crotalaria martiana subsp. mohlenbrockii muito mohlenbrockii, sendo que C. hatschbackii foi (Windler & S.G.Skinner) Planchuelo, Candollea diferenciada desta apenas por apresentar 53(2): 465. 1998. Crotalaria foliosa Benth., inflorescência opositifólia. Entretanto, da mesma Ann. Nat. Hist. 3:429.1839, non Rottler, 1803, forma foi observado para C. martiana, a Crotalaria mohlenbrockii Windler á S. G. que inflorescência é predominantemente terminal, Skinner, Brittonia 34(3): 344.1982. Crotalaria mas em vários espécimes foi constatada a Benth., Fl. bras. 15(1): foliosa var. a obovata de inflorescências opositifólias. 24. 1859, nom. superfl. Typus: BRASIL. presença Segundo Windler & Skinner (1982a) Crotalaria MINAS GERAIS: Montes Claros, Pohl 1122 bellii é uma espécie restrita na região da Chapada W, designado Windler & Skinner (lectótipo por dos Veadeiros (Goiás), porém analisando os isolectótipoK). (1982b); materiais citados como parátipos pelos autores, Crotalaria Windler paraguayensis observou-se que um destes (Irwin et al. 12673) 34(3): 343. 1982. & S.G. Skinner, Brittonia se tratava de C. grandiflora Benth., enquanto CORDILLERA: Typus: PARAGUAI. nos isótipos analisados foi constatada a IV-1902, Cordillera de Altos, Cerro Çhoché, semelhança com C. martiana subsp. isótipos BAF, BM, à Fiebrig 226 (holótipo US; mohlenbrockii, principalmente, em relação syn. nov. F, G, K, W; foto isótipo K!) forma das folhas e tamanho de flor. & Crotalaria hatschbachii Windler Através da análise do material tipo, também 200. 1982. não S.G. Skinner, Phytologia 50(3): foi constatado que C. flavicoma var. major Rondonó- seu Typus: BRASIL. MATO GROSSO: apresenta descontinuidades que justifiquem G. um polis: Serra da Petrolina, XII-1974, reconhecimento como taxon distinto e este é BALT, Hatschbach 34139 (holótipo NY; isótipo exemplar tipicamente pertencente a C. martiana nov. C. C!, HB!, MBM!; foto holótipo NY!) syn. subsp. mohlenbrockii. Considerando var. serícea dos ramos e folhas Crotalaria hatschbachii flavicoma, a pilosidade hirsuta 202. Windler d» S. G. Skinner, Phytologia 50(3): é um cíiráterdiagnóstico que possibilita seu pronto Alto 1982. Typus: BRASIL. GOIÁS: Estrada reconhecimento em relação a C. martiana Paraíso-Campo Belo km 41, XII-1976. G. J. subsp. mohlenbrockii que possui pilosidade Shepherd et al. 3735 (holótipo NY; isótipo serícea nestas estruturas. UEC!; Foto holótipo NY!) syn. nov. Windler & Skinner (1982b) reconheceram C. Crotalaria bellii Windler & S. G. Skinner, três espécies neste complexo: descreveram BRASIL. o nome novo C. Phytologia 50(3): 62. 1982. Typus: paraguayensis, propuseram GOIÁS: Chapada dos Veadeiros, ca. 30 km mohlenbrockii para C. foliosa e restabeleceram Benth. NW of Veadeiros, 11-1996, H. S. Irwin et al. a categoria de espécie para C. martiana as três espécies 12951 (holótipo US; isótipos K, MO, NY, RB!, Os autores distinguiram comprimento das SP!; foto isótipo NY!) syn. nov. principalmente pelo e forma de folhas, Crotalaria flavicoma var. major Micheh, inflorescências, tamanho e na distribuição geográfica Vidensk. Meddel. Dansk Naturhist. Foren. pilosidade do cálice Planchuelo (1998) Kj0benhavn 1875: 62. 1875. Typus: BRASIL. do grupo. Posteriormente, como única espécie com SÃO PAULO: São Carlos, in campis. 1-1834. propôs C. martiana no comprimento das Lund C!; isótipo C!) syn. nov. duas subespécies baseadas (holótipo foi sinoni- Crotalaria mohlenbrockii é um nome inflorescências. C. paraguayensis a C. martiana típica e C. mohlenbrockii novo proposto por Windler & Skinner (1982b) mizada a subespécie de C. martiana. As para C. foliosa Benth., que é um homônimo passou morfológicas e de distribuição posterior de C. foliosa Rottler. semelhanças

Rodriguésia 57 (I): 127-130. 2006 130 Flores, A. S., Filliettaz. A. M. & Tozzi. A. M. G. A. geográfica entre C. paraguayensis e C. Bisby, F. A. «fe Polhill, R. M. 1973. The role of martiana subsp. mohlenbrockii são mais taximetrics in angiosperm taxonomy II. fundamentadas, de forma que é proposta a Parallel taximetric and orthodox studies in transferência deste táxon da sinonímia da Crotalaria L. New Phytologist 72:727-742. subespécie típica para a subespécie Filliettaz, A. M. 2002. Estudos taxonómicos de mohlenbrockii. espécies de Crotalaria sect. Calycinae Wight «fe Am. (I^guminosae-Papilionoideae- 4. Crotalaria subdecurrens Mart. ex Benth., Crotalarieae) no Brasil. Dissertação de Fl. bras. 15(1): 20. 1859. Typus: BRASIL. "Habitat mestrado, Universidade Estadual de in provinciae Minarum campis ad Campinas, Campinas. Contendas", CEP. Martius 1606 (lectótipo Flores, A. S. 2004. Taxonomia, números M, foto lectótipo M!, designado Windler por <& cromossômicos e das espécies de Skinner, Phytologia 49:429.1981). química Crotalaria L. (Leguminosae, Papilionoideae) Crotalaria subdecurrens foi descrita por no Brasil. Tese de doutorado, Universidade Bentham e comparada (1859) com C. Estadual de Campinas, Campinas. breviflora DC, especialmente à inflo- quanto Holmgren, P. K.; Holmgren, N. H. <& Barnett, rescência e bráctea, e com C. grandiflora L.C. (eds.). 1990. Index Herbariorum Part quanto ao estandarte. Diferenciada de C. I: The Herbaria of the World. New York breviflora pelas flores maiores e de C. Botanical Garden, New York. grandiflora pelas estipulas (Bentham 1859), Planchuelo, A. M. 1998. Nota sobre el foi sinonimizada a C. breviflora var. pohliana grupo Crotalaria martiana Benth. (Windler «fe Skinner 1981), por apresentar cálice (Leguminosae- Crotalarieae). Candollea maior que 15,1 mm compr. e estipula bem 53: 462-465. Polhill, desenvolvida. Neste trabalho, C. subdecurrens R. M. 1968. Miscellaneus notes on African é reconhecida como uma espécie distinta de species of Crotalaria. II. Kew Bulletin 22:169-348. C. breviflora, da qual difere pela flor com cerca de 17-22 mm de comprimento, cálice . 1981. Crotalarieae. In Advances in com 17-21 mm de comprimento, ápice do Legume Systematics Part 1 (R. M. Polhill botão floral rostrado e indumento denso-seríceo & P. H. Raven, eds.). The Royal Botanic ou velutino. Em C. breviflora, a flor e o cálice Gardens, Kew, part 1, p. 399-402. possuem de 10-15 (-17) mm de comprimento, Rafinesque, C. S. 1836. Crotalaria. New Flora ápice floral não rostrado e indumento seríceo and Botany of North America I. p.53-58. ou finamente pubescente. Windler D. R. 1971. New North American unifoliolate Crotalaria taxa (Leguminosae). Agradecimentos Phytologia 21:257-266. Windler, As autoras agradecem aos curadores dos D. R. «fe Skinner, S. G. 1981 .Variation in the Crotalaria herbários consultados, à Capes pela bolsa de breviflora complex in Brasil mestrado concedida para A. M. Filliettaz; à (Fabaceae). Phytologia 49:425-429. FAPESP pela bolsa de doutorado concedida . 1982a New taxa and New Combinations para A. S. Flores (proc. 00/11674-2). in the American Crotalarias (Fabaceae). Phytologia 50: 185-206. Referências Bibliográficas . 1982b. The taxonomy and nomenclature Bentham, G. 1859. Leguminosae. Crotalaria. of Crotalaria foliosa (Leguminosae) In Martius, C. F. P. von; Eichler, A. W. and related species. Brittonia 34: «fe Urban, I. Flora brasiliensis. F. Fleischer, 340-345. Lipsiae, 15(1): 18-32.

Rodriguésia 57 (1): 127-130. 2006 Acácia globosa e Acácia umae, duas novas espécies de Leguminosae-Mimosoideae para o Brasil1 MiottO* Ana Luiza Du Bocage2 & Silvia Teresinha Sfoggia

de Leguminosae-Mimosoideae para 0MAI **djj (Macia globosa e Acácia limae, duas novas espécies é semelhante à A *«*. M«__« g/W-*, e A. ttm* são descritas e ilustradas. A««*i gtof^a foliólulos senceos. Acácia In,, número de de folíolos 5-7, pelo pecíolo, ráquis foliar e pares e ^Umbur, de A riparia, diferindo glândulas do pecíolo estipitadas próxima pelas ^^^£^ÍSf^Pernambuco e Minas Gerais. no estado da Bahia e Acácia limae é encontrada nos estados da Bahia, Palavras-chave: Acácia, Leguminosae, Mimosoideae, caatinga, Brasil.

(Acácia globosa and Acácia limae, two new species OÍl^T^^^^^^^^ Acácia is similar to A riparia. and A. limae are described and i.lustrated. globosa %^*%™£l spec.es u c c^rá, differing in the stipitate and clavate petiole glands. 1 he tirst Minas Gerais. and the second is found in the states of Bahia, Pernambuco and Key-words: Acácia, Leguminosae, Mimosmd^ae;caaüngazí3razjL A. Bocage & Miotto, sp. nov. Acácia é o segundo maior gênero de Acácia globosa BRASIL. BAHIA: Palmeiras, Leguminosae, com cerca de 1.350 espécies Tipo: 11, A. Bocage, C. N. Gonçalves e com distribuição cosmopolita (Maslin et 3.III.2003, C. F. Azevedo-Gonçalves 872 (holótipo ai. 2003). No Brasil, há aproximadamente & isótipo IPA).F'S- ' 44 espécies, as ocorrem desde a ICN, quais petiolo instructo Região Sul do (Rico- Acácia globosa Norte, até a Região país sessili et globosa, vivem glândula única; glândula Arce 2003). As espécies deste gênero supra et 1.0 mm longa et foliolulis sericeis em ambientes muito diversos, desde florestas A. riparia infra distingueda. Haec species tropicais perenifólias, às regiões mais áridas Kunth affinis sed 5-7 foliolulis, petiolo, do mundo (Rico-Arce 2003). No semi-árido et foliolulis sericies differt brasileiro as 16 espécies ocorrem, preferen- rhachidi jiliacea affinis A. limae amplitudine et forma cialmente, em caatinga arbórea, caatinga Etiam leguminum et numero foliolulorum. arbustiva e mata de cipó (Du Bocage 2005). Arbustos 2 a 3 m alt. Ramos levemente O gênero Acácia está dividido, segundo Vassal e esparsos. angulosos, com acúleos recurvos (1972) em três subgêneros: Acácia subg. Folhas 5-7 1 mm compr. Estipulas não vistas. Acácia, A. subg. Aculeiferum e A. subg. senceo, de folíolos; pecíolo canaliculado, Phyllodinea. As espécies aqui descritas pares I 1-1 7 cm compr., glândula séssil, globosa. pertencem ao subg. Aculeiferum, por ráqu.s lol.ar mm compr., no meio do pecíolo; possuírem acúleos. cm compr.. canaliculada, serícea, 6-6,5 com iguais as geralmente aculeada, glândulas

Artigo recebido em 09/2005. Aceito para publicação em 01/2006,Graduação Botânica, da Universidade 'Parte ao Curso de POs ura em da tese de Doutorado da primeira autora apresentada Federal do do Sul. Apoio financeiro: CNPq.Sin 50761-000. Recife, Rio Grande - Av. >, . Martin 1371. Bongi. •'Empresa Pernambucana de Pesquisa Agropecuária IPA. [email protected]_ 9500. bloco IV, prédio 'Departamento do Sul. Av. Gonçalves, de Botânica - Universidade Federal do Rio Grande 43433, 91501-970, Porto Alegre, Rio Grande do Sul, Brasil. 132 Du Bocage, A. L & Miotto, S. T. S. do menores, entre pecíolo, porém os dois Carvalho et ai. 2694 (CEPEC); Itaberaba, últimos pares de folíolos; folíolos com 17-25 22.111.2000, fl., R Unaldo 67 (HUEFS); pares de foliólulos, sésseis a curtamente Malhada de Pedras, estrada que liga a BR 030 peciolulados, 5-6 x 1,5-2 mm, oblongos, base a Malhada de Pedras, 28.ni.1984, fr., / E. M. levemente oblíqua, ápice obtuso, membranáceos, Brazão 288 (RB); Mucugê, na estrada Abaíra- seríceos em ambas as faces, margem ciliada, Mucugê, 14.11.1992, fl. fr., L P. 2623 nervura central. Panículas Queiroz principal axilares e (CEPEC, HUEFS); Palmeiras, 36 km da BR terminais, apresentando fascículos de 2 a 4 242, 17.XI.1983, fl., G. C. P. Pinto et ai. 448 glomérulos ao longo dos eixos globosos e/ou (CEPEC, HRB); id., 3.X.2003, fl., A. Bocage glomérulos axilares, 1,7-2,2 glomérulos mm et ai. 870 (ICN); Piatã, estrada Catolés-Ouro diâm.; brácteas caducas, 1,5 mm compr., Verde, 28.VIII.1992, fl., W. Ganev 983 espatuladas, velutinas, no meio do pedúnculo; (CEPEC); id., estrada Catolés/Piatã, 13°14'46" bractéolas semelhantes, menores que as S41°45'26"W,9.XI.1996,fl., W,H P. Bautista brácteas; pedúnculo 1,2-2 cm compr., seríceo; & D. J. N. Hind 4179 (ALCB, CEPEC, flores curtamente pediceladas; cálice tubuloso, HRB); id., margem da estrada, antes de 2,5-3 mm compr., glabro na base e puberulento Pindobal, 19.11.2000, fl., F. S. Cavalcanti s/n no ápice, lacínias 0,5 mm compr.; corola (EAC 29151); Rio de Contas, Pico das Almas, tubulosa, 5-6 mm compr., na base glabra e 13°32'00"S 41°54'00"W, 11.XI. 1988, fl., R. M. puberulenta no ápice, lacínias 0,5 mm compr.; Harley & B. Stannard 27119 id., estames creme; ovário 1,5 mm (CEPEC); glabro, compr., 25.1.1998, fl., L. R estípite 1 mm compr. Legumes Queiroz et ai. 4936 11,5-16 x 2,5- (HUEFS); id., estrada 3 cm, elípticos, base para o povoado de Mato atenuada, ápice apiculado Grosso, 27.11.2001, a agudo, fl., R M. Harley & A. M. glabros, castanho-escuros, margem Giulietti 54113 saliente; sementes 1-1,2 x (HUEFS); id., estrada Real, 0,6-0,7 cm, elípticas, s/d, fl., A. M. marrom-escuras. Giulietti & R. M. Harley 1602 (HUEFS). Parátipos: BRASIL. BAHIA: Abaíra, na Acácia globosa apresenta muitas estrada para Catolés, 25.XII.1988, fl., R. M. semelhanças morfológicas com A. riparia, Harley et ai. 27741 (CEPEC); id., arredores como porte arbustivo, cor e tamanho dos de Catolés, na estrada para Guarda Mor glomérulos, porém difere no número de 27.XII.1988, fl., R. M. Harley et ai. 27823 pares de folíolos e na püosidade da ráquis foliar e (CEPEC); Catolés, 13°17'00"S 41o51'00"W dos foliólulos. 20.XII.1991, fl., R. M. Harley et ai. 50178 Bentham (1876) cita A. (HUEFS); id., 31.X. 1996, fl., L P. riparia para os Queiroz & estados do Rio de Janeiro M. M. Silva 3846 (HRB); id., Catolés-Água e São Paulo. Segundo Silva (1990) esta espécie ocorre na Limpa, 18.IX.1999, fl., A. S. Conceição et ai Aménca do Sul, no Peru e 366 (HUEFS, ICN); estr. Bom Jesus Brasil (Amazonas). da Lapa- Na região do semi-árido Igapora, km 33, 2.VII.1983, fl. ocorre nos estados fr., L Coradin do Piauí, Ceará, et ai. 6336 Bahia e Minas Gerais (Du (CEPEC); Livramento do Bocage 2005). Brumado, Já, A. globosa é endêmica da na rodovia para vila de Rio de Bahia, Contas, 13°39,00"S4r50'00"W,23.III. preferencialmente no Complexo da 1977, Chapada Diamantina, fl. fr., R. em caatinga arbustiva M. Harley 19846 (CEPEC, IPA); e cerrado. Floresce de janeiro a março e de Cachoeira do Brumado, 2,5 km na estrada de agosto a dezembro e frutifica de fevereiro a Livramento do Brumado para Rio de Contas março. 28.111.1991, fl. fr., G. P. Lewis & S. M. M. de O epíteto específico Andrade 1926 (CEPEC); Dom Basílio, refere-se à forma globosa da glândula Fazendinha, 28.XII.1989, fl. fr., A. M. peciolar.

Rodriguesia 57 (1): 131-136. 2006 Leguminosae 133 Acácia globosa e Acácia limae, duas novas espécies de

acúleo; d. da ráuuis j. xm „n » RimoRamo com iniiorcsccucinflorescencias; b. foliólulo; c. glândula Figura 1 - Acácia globosa A. Bocage & Miotto. a. h. semente. (Bocage «//). foliar; e. glândula do peciolo; f. flor; g. legume;

Rodriguésia 57 (1): 131-136. 2006 136 Du Bocage, A. L & Miotto, S. T. S. ocorrendo somente no Brasil austral, Argentina Du Bocage, A. L. 2005. O gênero Acácia (províncias de Tucumán, Salta, Jujuy e Mill. (Leguminosae-Mimosoideae) no Misiones) e Paraguai. semi-árido brasileiro. Tese de Doutorado, As duas espécies aqui descritas são Universidade Federal do Rio Grande do próximas, porém diferem entre si pela forma Sul, 131p. das do e da raquis glândulas peciolo foliar. Maslin, B. R.; Miller, J. T. & Seigler, D. S. Acácia limae ocorre nos estados de 2003. Overview of the status of Pernambuco, Bahia e norte de Minas generic Gerais, Acácia (Leguminosae:Mimosoideae). em caatinga arbustiva, cerrado e floresta Australian Systematic Botany 16: 1-18. estacionai. Floresce e frutifica ao longo de todo Rico-Arce, L. 2003. Geographical in o ano. O epíteto específico é uma homenagem patterns neotropical Acácia ao Dr. Dárdano de Andrade-Lima, (Leguminosae: grande Mimosoideae). Australian conhecedor da flora do semi-árido Systematics brasileiro, Botany 16:41-48. em especial, da família Leguminosae. Silva, A. S. L. 1990. Contribuição ao estudo sistemático Agradecimentos das espécies do gênero Acácia Mill. (Leguminosae: Mimosoideae) Agradecemos ao Dr. Tarciso Filgueiras ocorrentes na Amazônia brasileira. diagnoses latinas. À desenhista pelas Anelise Boletim do Museu Paraense Emílio Scherer ilustrações. pelas Ao CNPq pela Goeldi, ser. Bot. 6:154-226. concessão de bolsa de doutorado à primeira Vassal, J. 1978. Apport des recherches autora e de Produtividade Científica à segunda ontogeniques et seminologiques autora. a 1'étude morphologique, taxonomique et phylogenique du Acácia. Bulletin de Referências Bibliográficas genre Ia societè dliistoire naturelle de Toulouse Bentham, G. 1876. Leguminosae Mimosoideae. 108: 105-247. In: C.F.P. Martius (ed.) Flora brasiliensis. Monachii, Lipsiae, Fridr. Fleischer. 15:392- 406.

Rodriguésia 57 (1): 131-136. 2006 Annonaceae da Reserva Biológica da Represa do Grama, Descoberto, Minas Gerais, Brasil, com uma nova espécie, Unonopsis bauxitae 3, Forzza' & Renato de Mello-Silva2 Adriana Quintella Lobão1 Rafaela Campostrini Resumo Brasil, com uma nova (Annonaceae da Reserva Biológica da Represa do Grama, Descoberto, Minas Gerais, Biológica da espécie, Unonopsis bauxitae) São apresentadas as espécies de Annonaceae da Reserva uma área de 263,8 Represa do Grama. A Reserva está localizada em Descoberto, Minas Gerais, e abrange Annona cacaus, hectares de floresta estacionai semidecidual. São encontrados cinco gêneros e sete espécies: brasiliensis, X. Guatteria nigrescens, G. sellowiana, Rollinia dolabripetala, Unonopsis bauxitae, Xylopia de .dent.ficaçao das sericea e a nova espécie Unonopsis bauxitae, aqui descrita. São apresentadas chave e habitais. espécies, descrições, ilustrações, e informações sobre floração, frutificação, distribuição geográfica Reserva do Grama. Palavras-chave: Annona, Guatteria, Rollinia, Unonopsis bauxitae, Xylopia, floresta atlântica,

A RSTH A (PT Gerais, Brazil with a new (Annonaceae ofthe Reserva Biológica da Represa do Grama, Descoberto, Minas in Descoberto, Minas species, Unonopsis bauxitae) The Reserva Biológica da Represa do Grama is situated f.ve and seven spec.es Gerais, and consists of 263.8 hectares of semideciduous forest. The following genera nigrescens, G. sellowiana, of Annonaceae have been recorded from the Reserva: Annona cacans, Guatteria and the new species Unonopsis Rollinia dolabripetala, Unonopsis bauxitae, Xylopia brasiliensis, X sericea, and comments on the bauxitae, here described. Key for the species, descriptions, illustrations, phenology, habitats, and distribution are included. Atlantic forest.jejer^o^rama. Keywords: Annona, Guatteria, Rollinia, Unonopsis bauxitae, Xylopia, 1993, 1997, Mello-Silva & Pirani iNTBnniirIilINTRODUÇÃOMello-SilvaA^^ & Me„0.Si|va 2004, 2005, Há cerca de 130 Hd nos trópicos gêneros 995) $^ ainda, a nova 1993Ulwm>Psis 2.300 espécies de Annonaceae (Kessler bauxitae. Koek-Noorman et ai 1997), dos quais 26raP gêneros (20%) e cerca de 260 espécies (ca.,;.,...... « 11%) ocorrem no Brasil (Maas et ai 2002).MaWRIALEMÉTOIKM B.ológ.ca da Represa d Aqui, a maior diversidade encontra-se naA Reserva na Serra do Relógio, Zona Amazônia, segundo centro na mataGrama localiza-se com um * atlântica. Este trabalho apresenta as espéciesda Mata de MwM£¦J"^ "25 S-42 56 W) brang de Annonaceae da Reserva Biológica daDescoberto (2 263,8 tefiUM ***££* Represa do Grama, um dos poucosuma área de monta» (Mcn n, Neto remanescentes de mata atlântica de Minasestacionai sem.decdual a cerca de 350 m s.n., As Gerais. Além de ser mais um trabalhoet ai 2004), .lustraçoes das espcc.es a. florístico completo de uma família da Reserva,descrições e com base nos matéria COletodOI seguindo os Menini Neto et ai (2004), Pivarielaboradas Reserva ou em material adicional d outras & Forzza (2004), Almeida et ai (2005) e Assisna de A cacans 0*s de et ai (2005), é complementar e comparativolocalidades (frutos O tratamento d U*mcp* a outros tratamentos florísticos de AnnonaceaeX. brasiliensis). traz o necessáno à desençao de uma do centro-sul do Brasil {e.g. Lobão et ai 2005,bauxitae

Artigo recebido em 10/2005. Aceito publicação emT272005. para Rio de Jane.ro. RJ B«0. 'Jardim Botânico do Rio de Janeiro, Rua Pacheco Leão, 915, 22460-030| São Paulo, SP, Bra.s.1. Bols.sta do CNPq. «Depto. Botânica. Universidade de São Paulo. Cx.Postal 11461. 05422-970 'Autor para correspondência: [email protected] 1 Ifí Lobão, A. Q., Forzza, R. C. & Mello-Silva, R. espécie nova. A terminologia morfológicaTratamento Taxonômico segue Radford etal. (1974). São apresentadasNaPora .. . . _ Na Reserva Bl^gican. da Represa do Gra- chave de identificação das espécies,ma *£? Annonaceae esta representada descrições, ilustrações, e informações sobreZ J ' floração, frutificação, distribuição ¦ ^^ A""°"fl geográfica?°rGuatteria e hábitatsseugrartcacacans, nigrescens, G. sellowiana, Rollinia dolabripetala, Unonopsis bauxitae, Xylopia brasiliensis e X. sericea. Chave para identificação das espécies 1. Flores supra-axilares ou opositifólias; frutos sincárpicos. 2.Pétalas externas aladas, como pás do hélice; carpídios protundentes ~i ri-V L,"". 4. Rollinia dolabripetala 1 Pétalas externas nao aladas; carpídios planos L Annona cacans 1. Mores axtlares ou caulmares; frutos apocárpicos. 3.Botões estreitamente piramidais; carpídios deiscentes; sementes ariladas 4. Casca descamante, avermelhada; lâminas foliares 3-6,5 x 0,5-1,5 cm, face abaxial esparsamente sertcea a glabra 6 x,ia brasiUensis 4.Casca nao descamante, castanha a cinerea; lâminas foliares 6,5-15 x 2,5^15 cm face abaxial densamente sericea a glabrescente 7. Xylopia sericea 6$ ' lar^mente deltóid^ carpídios indeiscentes; ariladas sementes não 5.Nervura primária proeminente na face adaxial das folhas; brácteas inflores- cencias ramt or cauhfloras, persistentes; 2-10-floras; carpídios 1-55. Unonopsis bauxitae 5. Nervura impressa prtmana na face adaxial das folhas; brácteas caducas; flores axilares, solitárias; carpídios 20-50. 6' 8'5_2° X ^Cm; Péta,as extemas 15-20 * 5"!2 mm, internas 20- ^Q^in1^6830 x 9-10 mm - „ 6. Lâminas foliares 5,5-11 x 1,5-3cm;pétalase^a^fx4-5vmuJZZZu x 5-7 mm B. ., 3. Guatteria sellowiana„ Annona L., . ;*¦• annona cacans Warm VidenskV,UCIIÍ>K" 1V1CUUC1-Meddel Arvores, arvoretas ou arbustos Tricomasrv, iu. ¦•"a""' Foren. Kjobenhavn 3(5,. ,55. simpies ou estrelados. Fo!has com „ervTa^*^'has, primária impressa na face adaxial, domáciasArvnrp i Palt' noRam0S ^ presentes ou ausentes. Flores solitárias ou em„, JOVenS Nmin sicco alaranjados, inflorescência, monoclinas, raramente diclinas-g'a^scentes, ramos lenticelados- PecíoI° 13-15 sépalas 3, livres ou conatas- pétalas gãbT°S' C°mpn' canaliculado- Lâmina foliar raramente 3, livres ou conatas na base as""" 6-17 2_4 Cm' cartácea' estreitamente-elíptica externas valvares, as internas valvares' ouX a imbricadas; estames numerosos, conectivoellPtlca< g^bra; base atenuada; margem plana; agudo; dilatado em forma disco, raramente apiculadoap'Ce nervação broquidódroma, ou semi-orbicular, anteras não septadasamarelada, 12-15 pares de nervuras transversalmente; carpelos numerosos, óvulosecundárias levemente arqueadas, juntamente 1, basal. Fruto sincárpico, carnoso, indeiscente;COm ° retlcul° proeminente em ambas as faces; sementes muitas, sem arilo.domácias ausentes. Flores 1-2, opositifólias; Annona possui aproximadamente 110botões ovóide-acuminados; pedicelos 5-8 mm espécies neotropicais e quatro africanascompr.; brácteas persistentes; sépalas ca. 2 x (Heusden 1992; Kessler 1993). Algumas são3 mm* conatas na base, largamente triangu- cultivadas pelos frutos comestíveis.lares< esparsamente tomentosas na face

Rodriguésia 57 (I): 137-147. 2006 139 Annonaceae da Reserva do Grama nigrescens Mart. in Mart., Fl. abaxial, na adaxial; pétalas conatas na 2. Guatteria glabras 1 d-e base, as externas ca. 7 x 6 mm, largamente bras. 13(1): 31. 1841.Fig. 3-7 m alt. Ramos ovais, não aladas, creme a amareladas, Árvore ou arvoreta, ou não, ramos avermelhadas na base, tomentosas na face jovens vilosos, lenticelados 5-10 mm compr., adaxial, esparsamente tomentosas na abaxial, adultos glabros. Peciolo com fissuras as internas ca. 6 x 3 mm, oval-triangulares, levemente canaliculado, foliar 8,5-20 x 2-6 cm, creme a alvas, avermelhadas na face adaxial, transversais. Lâmina elíptica ou tomentosas em ambas as faces; estames ca. cartácea, estreitamente verde, discolor, glabra 1,5 mm compr.; carpelos ca. 1 mm compr., estreitamente obovada, na face adaxial, esparsamente sericea a glabra glabros. Frutos ca. 3,5 x 3,5 cm, largamente na abaxial; base atenuada a decurrente; ovóides, carpídios planos, verde-glaucos. ápice cuspidado, cúspide 7-10 Material examinado: 8.III.2003, fr., L. C S. margem plana; compr.; nervação broquidódroma, 13-24 Assis et ai 730 (CESJ); 10.IX.2001, fl., G. mm nervuras secundárias, juntamente com Augustin et ai. s.n. (CESJ 35079, RB); pares de em ambas as faces. 30.XI.2001, fl., D. Pifano & R. M. Castro o retículo, proeminentes 1, axilar; botões triangular-ovóides; 186 (CESJ). Flor cm compr.; brácteas caducas; Material adicional selecionado: BRASIL. pedicelo 3-6,5 x 5-7 mm, largamente ESPÍRITO SANTO: Santa Teresa. 13.11.1999, sépalas 5-7 valvares, na base e vilosas fr., R. Mello-Silva et ai 1573 (K, MBM, triangulares, glabras face abaxial, vilosa na adaxial; MBML, RB, SPF). no ápice da ápice agudo, verde-claras a Nome Araticum pétalas ovais, popular: maduras levemente Annona cacans ocorre da Bahia ao Rio amareladas, quando vilosas na face adaxial, glabras Grande do Sul, seguindo a distribuição da avermelhadas, base da adaxial, as externas 15-20 x 5-12 floresta atlântica sensu lato (Rainer 2001). Foi na internas 20-30 x 9-10 mm; estames coletada em flor em novembro e em fruto em mm, as mm compr.; carpelos ca. 3 mm compr., março. É utilizada como ornamental e a poupa ca 2 Carpídios 20-50, 10-12 x 5 mm, dos frutos é comestível (Corrêa 1984). seríceos. elipsóides, estipes 8-17 mm compr., vermelho- glabros. Guatteria Ruiz & Pav. purpúreos, C. S. Material examinado: 2.XI.2(X)2, II., L Árvores, arvoretas ou arbustos. Tricomas Ir., /. Assis et ai 606 (CESJ, RB); UJX2003, simples. Folhas com nervura primária impressa Assis et ai 883, 884, 887 (CESJ. RB); na face adaxial. Flor em solitária ou em C. S. geral L C S. Assis et ai 939, 944 (CESJ, inflorescência, articulado, 30.1.2004, fl., monoclinas; pedicelo fr., R. M. Castro et ai. 465 da articulação; RB, SPF); 9.VI.2001, brácteas presentes abaixo R. M. Castro et ai. (CESJ RB); 7.VII.2(X)1, fr., sépalas 3, livres ou conatas no botão; pétalas P. C. L Faria 515 (CESJ.RB); 10.IX.200I, fr., 6, livres, imbricadas; estames numerosos, II.. A'. et ai. sn. (CESJ 34484, RB); 26.XI.2IXX). conectivo dilatado no ápice, em forma de disco SPF); Forjza & L Meireles 1717 (CESJ. RH. truncado, às vezes umbonado, anteras não C. 12 I 2002, fl., R. C. Forzza et ai 2030 (CFSJ, septadas transversalmente; carpelos M. Castm RB)- 30.XI.2001, fl., D. Pifano & R. numerosos, óvulo 1, basal. Fruto apocárpico, Pifano et ai / 96 (CESJ. RB); l.XII.2(X)l. II., D. carpídios em geral estipitados, indeiscentes; II., F. R. 207 (CESJ, RB, SPF); 16.1.2000. semente 1, sem arilo. SIM;); Salimena et ai s.n. (CESJ 31013, Guatteria é o maior gênero da família s.n. 8 V1II.2(XX), fr., F. R. Salimena et ai (CLSJ com cerca de 260 espécies e o que apresenta SPF); 25.V2000, fr., R C Tampa et ai os maiores taxonômicos. E 31397, problemas 31173, SPF). neotropical, ocorrendo da América Central ao s.n. (CESJ Nome popular: Pindaíba-negra sul do Brasil (Maas et ai 1994).

Rodriguésia 57 (I): 137-147. 2006 140 Lobão, A. Q., Forzza, R. C. & Mello-Silva, R.

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Figura 1 • a-c. Annona cacans. a. Ramo com botões e flores- b flor vista Hnr^i -víh -a u D<• i externas; bráctea- *F»las ¦ P^as c. flor, vista lateral, evidenciando pétalas externas d e Gu^Zev,de*:'»ndo

Rodriguésia 57 (1): 137-147. 2006 141 Annonaceae da Reserva do Grama Guatteria nigrescens distribui-se na Rollinia A. St.-Hil. ou arbustos. Tricomas floresta atlântica de Minas Gerais, Rio de Árvores, arvoretas raramente furcados ou estrelados. Janeiro e São Paulo (Lobão 2003). Na Reserva simples, impressa na face é a espécie mais freqüente de Annonaceae, Folhas com nervura primária em inflorescência, ocorrendo a cursos d'água e locais adaxial. Flor solitária ou próximo ou raramente sub- alagados. Foi coletada em flor de setembro a supra-axilar, opositifolia livres; 6, conatas na e em fruto de maio a setembro e em axilar; sépalas 3, pétalas janeiro as internas muito novembro. base, as externas aladas, menores; estames numerosos, anteras não carpelos 3. Guatteria sellowiana Schltdl., Linnaea 9: septadas transversalmente; 1, basal. Fruto sincárpico, 323.1835.Fig. 1 f-g numerosos, óvulo carpídios indeiscentes; Árvore ou arvoreta, 5-8 m alt. Ramos raramente apocárpico, sincárpico e 1 por tomentosos. Peciolo 3-5 mm compr., sementes muitas quando apocárpico, sem arilo. levemente canaliculado, com fissuras carpídio quando do México ao norte da transversais, tomentosos. Lâmina foliar 5,5- Rollinia ocorre e aproximadamente 44 llxl ,5-3 cm, cartácea, estreitamente elíptica, Argentina possui em dois centros de verde, esparsamente tomentosa na face espécies distribuídas na Amazônia, conta adaxial, densamente tomentosa na abaxial, diversidade. O principal, com cerca de 25 espécies e o secundário, na base atenuada, margem plana, ápice agudo, do Brasil, conta com cerca de 14 nervação broquidódroma, ca. 20 pares de costa leste espécies & Westra 1992). nervuras secundárias, juntamente com o (Maas retículo, em ambas as faces. Flor proeminentes dolabripetala (Raddi) R. E. Fr., 1, axilar; botões triangular-ovóides; pedicelo 4. Rollinia Svenska Vetenskapsakad. Handl., n.s., 0,5-1 cm compr; brácteas caducas; sépalas Kongl. 45. 1900.Fig. 2 a-c 4-7 x 3-7 mm, valvares, largamente 34(5): laurifolia Schltdl., Linnaea 9: triangulares, tomentosas em ambas as faces; Rollinia 319.1835. pétalas ovais, esverdeadas, ápice acuminado, Árvore ou arvoreta ou 2-7 m alt. Ramos as externas 6-13 x 4-5 mm, densamente ramos adultos glabros, tomentoso-vilosas em ambas as faces, as jovens seríceos, lenticelados. Peciolo 8-12 mm compr. Lâmina internas 7-13 x 5-7 mm, glabras na base e 8-160-24) x 2-5(-8) cm, cartácea a tomentosas no ápice da face adaxial, foliar estreitamente elíptica, glabra na tomentosas na abaxial; estames ca. 1 mm subcoriácea, esparsamente setosas na abaxial; compr.; 2 mm compr., seríceos. face adaxial, carpelos ca. obtusa e assimétrica, elipsóides, base aguda, às vezes Carpídios 20-50, 10-12 x 5 mm, nervação margem plana, ápice agudo, estipes 8-17 mm compr., vermelho-purpúreos, de broquido-camptódroma, ca. 20 pares glabros. com o fl., R Aí. nervuras secundárias, juntamente Material examinado: 7.VII.2001, em ambas as Castro RB, SPF); 21.VII.2001, retículo, pouco proeminentes etal. 501 (CESJ, 1-3, supra-axilares ou SPF). faces. Flores fl., R. M. Castro 562 (CESJ, 13-30 mm compr., Guatteria sellowiana ocorre na Bahia, opositifolias; pedicelo brácteas caducas; sépalas ca. 2 X Goiás, Minas Gerais, Distrito Federal, Espírito tomentoso; depresso-triangulares, tomentosa na face Santo et al. 2002). E 4 mm, e Rio de Janeiro (Maas adaxial; creme a central. abaxial, glabras na pétalas comum nas matas de galeria do Brasil x mm, esverdeadas, as externas 8-20 5-6 Na Reserva é pouco freqüente e foi coletada ca. 3 oblongo-clavadas, aladas, tubo da corola em flor em julho. mm compr., alas 13x6 mm, as internas

Rodriguésia 57 (1): 137-147. 2006 142 Lobão, A. Q., Forzza. R. C. & Mello-Silva, R.

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- Figura 2 a-c. Rollinia dolabripetala. a Ramo com fmm» i™»ni. k o n-duro.d-g.^^^^ g. Fruto com carpídio aberto, h-j. Xylopia serícea h. Ramo com SSÍSS dellh d T üf !2ff" ÜS* folha; j. flor evidenciando externas pétalas e internas. ,a.c Assis 5ft b ^^^SS?*^^*

Rodriguésia 57 (1): 137-147. 2'(X)6 143 Annonaceae da Reser\'a do Grama bauxitae Maas, Westra & estreitamente triangulares ca. 15 x 3 mm, 5. Unonopsis Mello-Silva, sp. nov. Tipo: BRASIL. MINAS menores que as externas; estames ca. 1 mm Descoberto, Reserva Biológica da compr.; carpelos ca. 2 mm compr., seríceos GERAIS: Grama, 9.XII.2001, fl. e fr., R.M. na base. Frutos sincárpicos, largamente Represa do ai 745 SPF 3 exsicatas; ovóides, 2-2,5 x 2-2,5 cm, carpídios 40-60, Castro et (holótipo CESJ 2 exsicatas, K, NY, RB, mais ou menos oblongos, apiculados, verdes isótipos BHCB, U).Fig-3 a"f passando a amarelos maduros. quando riedelianae próxima sed Material examinado: 9.III.2003, fr., L. C. S Unonopsi majoribus et latioribus et alabastris Assis et ai. 741 (CESJ, RB); 11.11.2001, fr., foliis vel acuminatis nec obtusis differt. R. M. Castro et ai. 106 (CESJ, RB, SPF); acutis Árvore, 7-17 m alt. Ramos glabrescentes 7.VII.2001, fr., R. M. Castro et ai 507 & D. Pecíolo 3-7 mm compr., semi-cilíndrico, plano (CESJ); 30.XI.2001, fl., R. M. Castro x 4-6 na face adaxial. Lâmina foliar 14-19 Pifano 673 (CESJ, RB, SPF); 10.X.2002, fl., cartácea a subcoriácea, estreitamente P. C. L. Faria & B. Antunes 89 (CESJ, RB); cm, simétrica a levemente assimétrica, in 12.1.2002, fr., R. C. Forzza et ai 2032 elíptica, castanha, exceto nervura central (CESJ). sicco glabra e glabrescente, ocorre de Santa da face abaxial pubescente Rollinia dolabripetala ápice acuminado, 1997), e no base aguda, margem plana, Catarina à Bahia (Mello-Silva às vezes agudo, 2004). acumem 5-25 mm compr., Distrito Federal (Pontes & Mello-Silva metade em nervação eucamptódroma na proximal Na Reserva é muito comum, em geral, de e broquidódroma na distai, 10-15 pares áreas bem drenadas da floresta de encosta. nervuras secundárias proeminentes em ambas Foi coletada em flor em novembro e em fruto na as faces, mais na abaxial, retículo impresso de janeiro a março, maio e julho. face adaxial, proeminente na abaxial. Coleções de R. dolabripetala, principal- ramos 1-7x5-10 têm Inflorescências ramifloras, mente da mata atlântica de Minas Gerais, x 3-9 mm, a mm, 2-10-floras; botões 3-10 sido identificadas como R. laurifolia, mas agudos; depresso-ovóides, acuminados ou sinonimização das duas .espécies é proposta 10-25 mm compr., áureo-adpresso- Mello-Silva & Pirani (no pedicelo por prelo). brácteas depresso a largamente pubescente; adpresso- ovadas, 1-2 mm compr., Unonopsis R. E. Fr. depresso- persistentes; sépalas Árvores ou arbustos. Tricomas simples. pubescentes, conatas. ovado-triangulares, 1-1,5 x 3 mm, Folhas con nervura proeminente na primária na face adaxial, áureo-adpresso- face adaxial. Flor solitária ou em glabras na abaxial; pétalas carnosas, as inflorescências, axilares ou caulinares, pubescentes externas 8-14 x 5-10 mm, oval-tnangularcs. monoclina; sépalas 3, livres ou conatas, face adaxial, acuminadas, planas, glabras na valvares; 6, livres, valvares; estames as Internai pétalas áureo-adpresso-seríceas na abaxial. numerosos, anteras não septadas áureo- 6_9 x 4-8 mm, ovais, cuculadas, transversalmente; carpelos numerosos, óvulos central da adpresso-seríceas sobre a nervura 1-8, marginais. Fruto apocárpico, carpídios receptáculo face abaxial, restante glabra; indeiscentes; semente l(-2-5), sem arilo. carpelos truncado, estames ca. 1 mm compr.; Unonopsis cerca de 40 espécies, áureo- possui 25-50, 1-2 mm compr., densamente muitas ainda não descritas (Maas et ai. 2002). 1-5, 15-25 x seríceas, óvulo basal. Carpídios Ocorre da América Central e Antilhas ao imaturos 10-20 mm, elipsóides a obovóides, sudeste do Brasil (Steyermark et ai. 1995). 10-15 mm verdes, áureo-pubérulos, estipes

Rodriguésia 57 (1): 137-147. 2006 144 Lobão, A. Q., Forzza, R. C. & Mello-Silva, R. compr., receptáculo na frutificação depresso 6. Xylopia brasiliensis Spreng., Neue Entd. a largamente ovóide, 2-4 x 3-5 mm, 3:50.1822.Fig. 2d-g densamente adpresso-áureo-seríceo. .Árvore, 3-6 m alt. Ramos jovens glabres- Sementes não vistas. centes, ramos adultos glabros, ferrugíneos; Parátipo: BRASIL. MINAS GERAIS: ritidoma descamante, avermelhado. Peciolo 1- Descoberto, Reserva Biológica da Represa do 3 mm compr. Lâmina foliar 3-6,5 x 0,5-1,5 Grama, 22.IX.2002, fl., R. C. Forzza et ai cm, cartácea, estreitamente elíptica, glabra na 2222 MBM, MO, RB, SPF, (CESJ, U). face adaxial, esparsamente sericea a glabra Unonopsis bauxitae é provavelmente na abaxial; base atenuada; margem inteira; próxima de U. riedeliana, da qual difere pelas ápice acuminado; nervação broquidódroma, ca. folhas maiores e mais espessas e pelos botões 10 pares de nervuras secundárias ligeiramente acuminados. Os frutos de U. riedeliana são arqueadas, juntamente com o retículo, pouco desconhecidos e U. bauxitae possui os proeminentes em ambas as faces. Flores 1-3, maiores frutos conhecidos dentre as axilares; botões estreitamente piramidais; Unonopsis do sudeste do Brasil. É a única pedicelo ca. 4 mm compr.; brácteas espécie de Unonopsis da mata atlântica de persistentes, ápice bilobado; sépalas ca. 2,5 x Minas Gerais. A outra espécie que também 2,5 mm, conatas na base, largamente ocorre em Minas Gerais, U. lindmanii, habita triangulares, sericeas na face abaxial, glabras matas cilares do sudeste de Goiás e oeste de na adaxial; pétalas avermelhadas, as externas Minas Gerais, São Paulo e Paraná, no domínio 22 x 4 mm, estreitamente oblongas, dilatadas dos cerrados. Na mata atlântica, há ainda, U. na base, vilosas na face abaxial, vilosas no ápice riedeliana, endêmica de Petrópolis, Rio de da abaxial, as internas ca. 19 x 1,5 mm, Janeiro, e ou cinco quatro espécies ainda não menores que as externas, lineares, descritas, Rio de das Ostras, no Rio de Janeiro, esparsamente vilosas na face adaxial, sericeas de Linhares e Santa Teresa, no Espírito Santo, na abaxial; estames ca. 1,5 mm compr.; e do sul da Bahia et (Maas ai 2002). estaminódios presentes entre os estames e os Unonopsis bauxitae é endêmica da Reserva carpelos; carpelos ca. 6 mm compr., seríceos do Grama. Ocorre exclusivamente numa mata na base. Carpídios 4-9, 10-20 x 5-7 mm, semi-caducifólia que medra sobre clavado-falcados, apiculados, verdes, afloramentos de bauxita. glabrescentes, estipes ca. 3 mm compr. Sementes 2-5. Xylopia L. Material examinado: 23.IX.2002, fr., R.C. Arvores ou arbustos. Tricomas simples. Forzza et ai. 2241 (CESJ, RB, SPF). Folhas com nervura primária impressa na face Material adicional selecionado: BRASIL. adaxial. Flores axilares, monoclinas; botão RIO DE JANEIRO: Itatiaia, lotes 28-30, estreitamente sépalas 3, conatas na piramidal; XII.1918, P. Campos Porto 852 (RB). Nova base, valvares, raramente imbricadas; pétalas Friburgo, Reserva Ecológica Municipal de 6, livres, valvares, as internas menores; Macaé de Cima, 22°00'S 42°03'W, elev. 1200 estames e estaminódios numerosos, anteras m, 27.XII.1989, fl., M. Nadruz et ai 526 septadas transversalmente, ápice do conectivo (RB). Rio de Janeiro, Corcovado, 26.X11.1920, dilatado, truncado; carpelos a muitos, poucos fl., A. Ducke & J. G. Kuhlmann s.n. (RB óvulos 2-8, marginais. Fruto apocárpico, 15388); Jacarepaguá, Açude do Camorim, carpídios em estipitados, deiscentes; geral 3.1.1933, fl., J. G. Kuhlmann s.n. (RB 306). sementes com arilo. SÃO PAULO. Serviço Florestal de São Paulo, Xylopia é e pantropical possui entre 100- V.l945, fl., J. I. Lima s.n. (RB 54295). 160 espécies (Kessler 1993). Nome popular: Casca-de-barata

Rodriguésia 57 (1): 137-147. 2006 145 Annonaceae da Reserva do Grama

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Fl. Bras. mer.d. 7. Xylopia sericea A. St.-Hil., Xylopia brasiliensis caracteriza-se pelo 2 h-j nome 1(2): 41.1825.Fig. ritidoma descamante, que lhe confere o Ramos "casca-de-barata", Árvore 10-13 m alt. jovens popular pelas folhas de a áureo-seríceos, ramos adultos glabrescentes pequenas dimensões, e flores avermelhadas. ritidoma íntegro, glabros, lenticelados; Ocorre no Brasil, de Minas Gerais a Santa compr. Lâmina acastanhado. Pecíolo 5-7 mm Catarina, e no Paraguai (Dias 1988; Fries 1930; estreitamente foliar 6,5-15 x 2,5-4,5 cm, Maas et ai. 2002). Na Reserva há diversos na face subcoriácea a cartácea, glabra indivíduos úmidos, mas elíptica, jovens, em locais sericea a glabrescente na em adaxial, densamente indivíduos adultos são raros. Foi coletada margem a abaxial; base aguda a obtusa; plana fruto em setembro. nervação pouco revoluta; ápice acuminado; de nervuras broquidódroma, ca. 8 pares

Rodriguésia 57 (1): 137-147. 2006 146 Lobão, A. Q., Forzza, R. C. & Mello-Silva. R. secundárias ligeiramente arqueadas, Descoberto, Minas Gerais, Brasil. Boletim juntamente com o retículo, pouco proeminentes de Botânica da Universidade de São Paulo em ambas as faces. Flores 1-7, axilares, 23(1): 113-139. subsésseis. Brâcteas persistentes, ápice Corrêa, M. P. 1984. Dicionário das plantas bilobado; botões estreitamente piramidais, úteis do Brasil e das exóticas cultivadas. seríceos; sépalas ca. 3 x 3 mm, largamente Imprensa Nacional, Rio de Janeiro, vol. triangulares, seríceas na face abaxial, glabras 1-6. na adaxial; pétalas alvas, as externas 14-15 x Dias, M. C. 1988. Estudos taxonômicos do 3-4 mm, estreitamente oblongas, dilatadas na gênero Xylopia L. (Annonaceae) no base, na glabras base e tomentosas no ápice Brasil extra-amazônico. Dissertação de da face adaxial, áureo-seríceas na abaxial, as Mestrado. Universidade Estadual de internas ca. 13x2 mm, lineares, tomentosas Campinas. Campinas. em ambas as faces; estames ca. 1,5 mm Fries, R. E. 1930. Revisión der Arten einiger compr.; estaminódios entre presentes os Anonaceen-Gattungen. I. Acta Horti estames e os carpelos; carpelos ca. 4 mm Bergiani 10(1): 1-128. compr., seríceos na base. Carpídios 2-9, 13- Heusden, E. C. van. of 23 x 10-12 mm, clavado-falcados, H. 1992. Flowers não Annonaceae: apiculados, castanho-avermelhados, morphology, classification, and evolution. Blumea 7: 1-218. glabrescentes, subsésseis. Sementes (l-)2-3. Kessler, P. J. A. 1993. Annonaceae. In: K. Material examinado: 7.V.2001, fr., R. M. Kubitzki., J. C. Rohwer V. Bittrich Castro et ai 307 (CESJ); 30.XI.2001, fl., D. & The families and of vascular Pifano & R. M. Castro 200 (CESJ, RB); (eds.) genera II: Flowering Dicotyledons. 13.V.2000, fr., F. R. Salimena et ai s.n. (CESJ plants plants. 31172, SPF). Magnoliid, Hamamelid and Caryophyllid Nome popular: Pimenteira-de-macaco families. Springer-Verlag, Berlin, p. 93- Xylopia sericea ocorre da Colômbia ao 129. Estado do Paraná, no Brasil (Dias 1988; Fries Koek-Noorman, J.; Setten, A. K. van & 1930; Steyermark et ai. 1995) numa grande Kuilen, C. M. van 1997. Studies in variedade de habitats. Fornece madeira própria Annonaceae. XXVI. Flowers and fruit para mastros de pequenas embarcações, as morphology in Annonaceae. Their fibras da casca são usadas na indústria caseira contribution to patterns in cluster analysis. de cordoaria e a árvore pode ser ornamental Botanische Jahrbücher für Systematik (Corrêa 1984). Na Reserva é muito freqüente 119(2): 213-230. em locais mais secos, formando grandes Lobão, A. Q. 2003. Guatteria (Annonaceae) adensamentos. As sementes são utilizadas do Estado do Rio de Janeiro. Dissertação como substituto de pimentas. Foi coletada em de Mestrado. Universidade de São Paulo. flor em novembro e em fruto em maio e junho. São Paulo. Lobão, A. Q.; Araújo, D. S. D. & Kurtz, B. Referências Bibliográficas C. 2005. Annonaceae das Restingas do Almeida, V. R.; Temponi, L.G. & Forzza, R. Estado do Rio de Janeiro, Brasil. C. 2005. A família Araceae na Reserva Rodriguésia 56(87): 85-96. Biológica da Represa do Grama, Maas, P. J. M.; Maas-van de Kamer, H.; Descoberto, Minas Gerais, Brasil. Junikka, L.; Mello-Silva, R. & Rainer, H. Rodriguésia 56(88): 127-144. 2002 ("2001"). Annonaceae of eastern Assis, L. C. S.; Forzza, R. C. & Werff, H. and south-eastern Brazil. Rodriguésia van der. 2005. A família Lauraceae na 52(80): 61-94. Reserva Biológica da Represa do Grama,

Rodriguésia 57 (1): 137-147. 2006 147 Annonaceae da Reser\'a do Grama R. 2004 Maas, P. J. M.; Mennega, E. A. & Westra, L. Pontes, A. F. & Mello-Silva, ("2003"). T. B. Cavalcanti & A. Y. T. 1994. Studies in Annonaceae XXI. Annonaceae. In: Flora do Distrito Federal, Index to species and infraspecific taxa of E Ramos (eds.) Recursos Genéticos e neotropical Annonaceae. Candolleá 49(2): Brasil. Embrapa Brasília, 3:21-48. 389-481. Biotecnologia, & Mello-Silva, R. 2005. Maas, P. J. M. & Westra, L. Y. T. 1992. Pontes, A. F. do Parque Nacional da Serra Rollinia. Flora Neotropica Monograph 57: Annonaceae Minas Gerais, Brasil. Boletim 1-188. da Canastra, Botânica da Universidade de São Paulo Mello-Silva, R. 1993. Annonaceae. Flora de 23(1): 71-84. Fanerogâmica da Ilha do Cardoso 3: 43- E.; Dickison, W. C; Massey, J. 51. Radford, A. R. & Bell, C. R. 1974. Vascular plant Mello-Silva, R. 1997. Annonaceae. In: M. C. systematics. Harper & Row, New York, M. Marques (ed.) Mapeamento da 89 lp. cobertura vegetal e listagem das espécies H. 2001. Nomenclatural and taxonomic ocorrentes na área de proteção ambiental Rainer, on Annona Annalen de Cairuçu, Município de Parati, RJ. notes (Annonaceae). Museums in Wien Jardim Botânico do Rio de Janeiro, Rio des Naturhistorischen 103B: 513-524. de Janeiro, p. 52-53. J; Maas, P. J. M.; Berry, P.; Mello-Silva, R. & Pirani, J. R. no prelo. Flora Steyermark, D. M.; Murray, N. A. & Rainer, da Serra do Cipó, Minas Gerais: Johnson, 1995. Annonaceae. In: P. E. Berry, Annonaceae. Boletim de Botânica da H. K. Holst, & K. Yatskievych (eds.) Universidade de São Paulo 24. B. Flora ofthe Venezuelan Guayana. Timber Menini Neto, L.; Almeida, V. R. & Forzza, R. Press, Portland, 2: 413^462. C. 2004. A família Orchidaceae na B. L. 1995. Annonaceae. In: B. L. Reserva Biológica da Represa do Grama, Stannard, Flora do Pico das Almas, Descoberto, Minas Gerais, Brasil. Stannard (ed.) Diamantina, Bahia, Brazil. Royal Rodriguésia 55(84): 137-156. Chapada Botanic Gardens, Kew, p. 126-128. Pivari, M. O. & Forzza, R. C. 2004. A família Palmae na Reserva Biológica da Represa do Grama, Descoberto, Minas Gerais, Brasil. Rodriguésia 55(85): 115-124.

Rodriguésia 57 (1): 137-147. 2006 manuscrito. Não serão INSTRUÇÕES AOS AUTORES a respectiva língua do considerados manuscritos escritos inteiramente em Escopo maiúsculas. devem estar em itálico, bem A Rodriguésia é uma do Palavras em latim publicação quadrimestral e infragenéricos. Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de como os nomes científicos genéricos com-pletos (gênero, Janeiro, artigos e notas científicas, em Utilizar nomes científicos que publica men-ção, abreviando o Português, Espanhol ou Inglês em todas as áreas espécie e autor) na primeira exceto onde da Biologia Vegetal, bem como em História da nome genérico subseqüente-mente, cause confusão. Os Botânica e atividades ligadas a Jardins Botânicos. referência a outros gêneros nomes dos autores de táxons devem ser citados <& Powell (1992), na obra Encaminhamento dos manuscritos segundo Brummitt "Authors Names". Os manuscritos devem ser enviados em 3 vias of Plant impressas à: - deve incluir o titulo, autores, Revista Rodriguésia Primeira página instituições, apoio financeiro, autor e endereço para Rua Pacheco Leão 915 deverá correspondência e titulo abreviado. O titulo Rio de Janeiro - RJ do ser conciso e objetivo, expressando a idéia geral CEP: 22460-030 negrito conteúdo do trabalho. Deve ser escrito em Brasil onde as com letras maiúsculas utilizadas apenas Fone: (0xx21)3204-2519/3204-2130 em letras e as palavras devam ser publicadas Os artigos devem ter no máximo 30 páginas maiúsculas. digitadas, aqueles que ultrapassem este limite Segunda - deve conter Resumo (incluindo poderão ser após avaliação do Corpo página publicados em ou espanhol), Abstract Editorial. O aceite dos trabalhos depende da decisão título português em inglês) e (até 5, do (incluindo título palavras-chave Corpo Editorial. e inglês). Resumos e 2 em ou espanhol Todos os artigos serão submetidos a português cada. O abstracts devem conter até 200 palavras consultores ad hoc. Aos autores será solicitado, a da Corpo Editorial pode redigir o Resumo partir quando necessário, modificações de forma a não do Abstract em trabalhos de autores adequar o trabalho às sugestões dos revisores e tradução fluentes em português. editores. Artigos que não estiverem nas normas descritas serão devolvidos. de acordo com Texto - Iniciar em nova página Serão enviadas aos autores as provas de Introdução. seqüência apresentada a seguir: página, deverão ser devolvidas ao Corpo que e Métodos, Resultados, Discussão, Editorial em no máximo 5 dias úteis a da data Material partir e Referências Bibliográficas. Estes do recebimento. Os trabalhos, após a Agradecimentos a publicação, ser omitidos em trabalhos sobre ficarão disponíveis em formato digital (PDF, itens podem de novos táxons, mudanças nomenclatura* AdobeAcrobat) no site do Instituto de Pesquisas descrição O item Resultados pode ser agrupado Jardim ou similares. Botânico do Rio de Janeiro (hiUn// mais adequado. Os titu os www.ibn.gnv.hr). com Discussão quando e Métodos etc.) e subtíu. os (Introdução, Material negrito. Enumere as figuras e tabelas Formato deverão serem dos manuscritos com a seqüência em que U texto em arábico de acordo Os autores devem utilizar o editor do Al citações de mesmas aparecem no texto. Microsoft Word, versão 6.0 ou superior, fonte Times seguir os seguintes referências no texto devem New Roman, corpo 12, em espaço duplo. em tamanho O manuscrito deve ser formatado três ou mais autores ou (Miller A4, com cm e alinhamento et ai (1996) para margens de 2,5 Maier 1994). (Baker m//. 1996). abaixo, e 1993) (Miller«fe justificado, exceto nos casos indicados ainda não publicados ou as Referência a dados impresso em apenas um lado do papel. Todas ser citada conforme o trabalhos submetidos deve páginas, exceto a do titulo, devem ser numeradas, Cite exemplo- (R.C. Vieira, dados não publicados). consecutivamente, no canto superior direito. Letras em Congressos, resumos de trabalhos apresentados maiúsculas devem ser utilizadas apenas se as necessário e Simpósios se estritamente palavras exigem iniciais maiúsculas, de acordo com Encontros O material examinado nos trabalhos taxonômicos Cite teses e dissertações se estritamente deve ser citado obedecendo a seguinte ordem: local necessário, isto é, quando as informações requeridas e data de coleta, fl., fr., bot. (para as fases fenológicas), para o bom entendimento do texto ainda não foram nome e número do coletor (utilizando et ai. quando publicadas em artigos científicos. houver mais de dois) e sigla(s) do(s) herbário(s) entre segundo o Index Herbariorum. - parêntesis, Tabelas devem ser apresentadas em preto e branco, Quando não houver número de coletor, o número de no formato Word for Windows. No texto as tabelas registro do espécime, juntamente com a sigla do devem ser sempre citadas de acordo com os exemplos herbário,deverá ser citado. Os nomes dos países e abaixo: dos "Apenas estados/províncias deverão ser citados por algumas espécies apresentam extenso, em letras maiúsculas e em ordem alfabética, indumento (Tabela 1)..." seguidos "Os dos respectivos materiais estudados. resultados das análises fitoquímicas são Exemplo: apresentados na Tabela 2..." BRASIL. BAHIA: Ilhéus, Reserva da CEPEC, Figuras - não devem ser inseridas no arquivo de 15.XII.1996,fl.efr.,/?. C. Vieiraetal. 10987(MBM, texto. Submeter originais em e branco e três RB,SP). preto cópias de alta resolução para fotos e ilustrações, Para números decimais, use vírgula nos artigos que também podem ser enviadas em formato em Português e Espanhol (exemplo: 10,5 m) e ponto eletrônico, com alta resolução, desde estejam em artigos em Inglês que (exemplo: 10.5 m). Separe as em formato TIF ou compatível com CorelDraw, unidades dos valores por um espaço (exceto em versão 10 ou superior. Ilustrações de baixa minutos porcentagens, graus, e segundos). qualidade resultarão na devolução do manuscrito. Use abreviações para unidades métricas do No caso do envio das cópias impressas a numeração Systeme Internacional dUnités (SI) e símbolos das figuras, bem como textos nelas inseridos, amplamente aceitos. Demais químicos abreviações devem ser assinalados com Letraset ou similar em podem ser utilizadas, devendo ser de precedidas papel transparente (tipo manteiga), colado na parte seu significado por extenso na primeira menção. superior da prancha, de maneira a sobrepor o papel Referências Bibliográficas - Todas as referências transparente à prancha, permitindo que os detalhes citadas no texto devem estar listadas neste item. As apareçam nos locais desejados pelo autor. Os referências bibliográficas devem ser relacionadas em gráficos devem ser em preto e branco, bom ordem alfabética, sobrenome do possuir pelo primeiro autor, contraste e estar gravados em arquivos separados com apenas a letra em caixa alta, primeira seguido em disquete (formato TIF ou outro compatível com de todos os demais autores. Quando houver CorelDraw 10). As pranchas devem possuir no repetição do(s) mesmo(s) autor(es), o nome do máximo 15 cm larg. x 22 cm comp. (também serão mesmo deverá ser substituído um travessão; por aceitas figuras que caibam em uma coluna, ou seja, quando o mesmo autor vários publicar trabalhos 7,2 cm larg.x 22 cm comp.). As figuras excederem num mesmo ano, deverão ser acrescentadas que letras mais de duas vezes estas medidas serão recusadas. alfabéticas após a data. Os títulos de As imagens periódicos digitalizadas devem ter pelo menos 600 não devem ser abreviados. dpi de resolução. Exemplos: No texto as figuras devem ser sempre Tolbert, R. J. & Johnson, citadas M. A. 1966. A survey of de acordo com os exemplos abaixo: the vegetative shoot ápices in the family "Evidencia-se pela análise das Figuras 25 e Malvaceae. American Journal of Botany 53(10)- 26..." 961-970. "Lindman (Figura 3) destacou as seguintes Engler, H. G. A. 1878. Araceae. In: Martius, C. F. P. características para as espécies..." von; Eichler, A. W. & Urban, I. Flora brasiliensis. Após feitas as correções sugeridas Munchen, Wien, Leipzig, 3(2): 26-223. pelos assessores e aceito para a publicação, o autor deve . 1930. Liliaceae. In: Engler, H. G. A. & Plantl, enviar a versão final do manuscrito em K. A. E. Die Naturlichen duas vias Pflanzenfamilien. 2. impressas e em uma eletrônica. Aufl. Leipzig (Wilhelm Engelmann). 15:227-386. Sass, J. E. 1951. Botanical microtechnique. 2ed. Iowa State College Press, Iowa, 228p. manuscrito. No serán considerados manuscritos INSTRUCCIONES A LOS AUTORES escritos completamente con letras mayúsculas. Palabras en latín, nombres científicos genéricos Generalidades letra itálica. e iníra-genéricos deben estar escritas en Rodriguésia es una quadrimestral publicación nombres científicos completos (gênero, Investigaciones dei Jardín Botânico Utilizar dei Instituto de autor) solo Ia primera vez que sean artículos y notas espécie y de Rio de Janeiro, Ia cual publica abreviando ei nombre genérico en las Espafíol Inglês en todas mencionados, científicas, en Português, y veces, excepto cuando los otros nombres las Vegetal, asi como en Historia de próximas de áreas de Biologia sean iguales. Los nombres de autores Ia Botânica acü vidades ligadas a Jardines Botânicos. genéricos Brummitt & y los taxones deben ser citados siguiendo "Authors of Plant Names . Powell (1992) en Ia obra Preparación dei manuscrito três Los manuscritos deben ser enviados en - ei título, autores, Primera página debe incluir copias impresas a Ia: autor y afiliación profesional, financiam.ento, Revista Rodriguésia así como titulo dirección para correspondência, Rua Pacheco Leão 915 objetivo abreviado. El título deberá ser conciso y Rio de Janeiro - RJ conten.do dei expresando Ia idea general dei CEP: 22460-030 - Brasil en negrita con artículo; además, debe ser escrito Fone: 3204-2519 / 3204-2130 donde las letras (0xx21) letras mayúsculas utilizadas apenas ser en mayúsculas. máxima y las palabras deban publicadas Los artículos pueden tener una extensión de 30 (sin contar cuadros y figuras), los que Resumen (incluyendo páginas Secunda página - debe tener un se extiendan más de 30 podrán ser publicados Abstract (incluyendo páginas título en português o espanol), después de ser evaluados por ei Consejo Editorial. clave (hasta cinco en decisión título en inglês) y palabras La aceptación de los trabajos depende de Ia e inglês). Resumcnes y português o espanol dei Comitê Científico. "abstracts" llevan hasta 200 palabras cada naB Todos los artículos serán examinados por dos ei abstract , para Consejo Editorial puede traduc.r consultores ad hoc. A los autores será solicitado, de autores que no hacer ei Resumen en trabajos cuando sea necesario, modificaciones para adecuar de tienen íluencia en português. ei manuscrito para adecuarlo a las sugerencias los revisores editores. Artículos que no stgan las de acuerdo y Texto - iniciar en una nueva página normas descritas serán devueltos. a seguir: Introducc.ón. las de con secuencia presentada Serán enviados a los autores pruebas Métodos, Resultados. Dtscusión. Consejo Materiales y página, las cuales deberán ser devueltas ai Referencias Bibliog,,ricas. de Agulcimientos y Editorial en un máximo de cinco dias a partir ser omitidas en trabajos plazo SSí «ceiones pueden Ia fecha de recibimiento. Después de publicados los ^ionadosconladescripcióndcniievostaxones artículos estarán disponibles en formato digital (PDF, similares La s câmbios nomenclaturalcs 0 AdobeAcrobat) en ei site dei Instituto de a con D u Resultados puede ser agrupa Investigaciones Jardín Botânico de Rio de Janeiro Las setuo. cs dei cuando se considere pertinente. Métodos c.c. y (http://www.jbrj.gov.br). Zoducción. Material y deberán ser escritas en negritM..LM subtítulos en arál Preparación de los manuscritos las tablas se deben numerar g editor de texto iguras y Ias m.smas Los autores deben utilizar ei con Ia secuencia en que Times New de acuerdo Microsoft Word 6.0 o superior, letra ei texto. Las citacionesuVrec,v;;:;;,s Íaíezcanen > M Roman 12 puntos y doble espacio. seguir los ejemplos: Millc. (I en hojas enel texto deben Ires El manuscrito debe estar formateado * Baker ei ai. (1996) para con Min Vhier (1994). tamafio A4, impresas por un solo lado, márgenes los lados de Ia página y 2,5 cm en todos 1994) (Baker et ai. 1996). ei texto alineado a Ia izquierda y a Ia derecha, a datos todavia no publicados las Las referencias excepto en los casos indicados abajo. Todas deben ser o trabajos sometidos a publicación páginas, excepto ei título, deben ser numeradas, consecutivamente, en Ia esquina superior derecha. resumenes de Uabajos R C Vieira obs. pers.). Cite Las deben ser utilizadas apenas 0 Simpósios letras mayúsculas en Congresos, Encuentros y en exijan iniciales mayúsculas, de presentados palabras que ei sea estrictamente necesario. acuerdo con ei respectivo idioma usado en cuando El material examinado en los trabajos Sass, J. E. 1951. Botanical microtechnique. 2ed. Iowa taxonômicos debe ser citado obedeciendo ei State College Press, Iowa, 228p. siguiente orden: lugar y fecha de colección, fl., fr., Cite tesis y disertaciones si es estrictamente bot. (para las fases fenológicas), nombre y número necesario, o cuando las informaciones requeridas dei colector (utilizando et al. cuando existan más para un mejor entendimiento dei texto todavia no de dos) y sigla(s) de lo(s) herbario(s) entre fueron publicadas en artículos científicos. parêntesis, siguiendo ei Index Herbariorum. Cuando no exista número - de colector, ei número Tablas deben ser presentadas en blanco y negro, de registro dei espécimen, juntamente con Ia sigla en ei formato Word para Windows. En ei texto las dei herbário, deberá ser citado. Los nombres de tablas deben estar siempre citadas de acuerdo con los países y de los estados o províncias deberán los ejemplos abajo: ser citados extenso, en letras mayúsculas "Apenas por y en algunas espécies presentan orden alfabética, seguidos de los respectivos indumento (Tabla 1)..." "Los materiales estudiados. resultados de los análisis fitoquímicos Ejemplo: son presentados en Ia Tabla 2..." BRASIL. BAHIA: Ilhéus, Reserva da CEPEC, 15.XU. 1996, fl. y fr., R. C. Vieira etal. 10987(MBM, Figuras - no deben ser inseridas en ei archivo de RB.SP). texto. Someter originales en blanco y negro três Para números decimales, use coma en los copias de alta resolución para fotos y ilustraciones, artículos en Português y Espanol (ejemplo: 10,5 m) que también puedan ser enviadas en formato y punto en artículos en Inglês (ejemplo: 10.5 m). electrónico, con alta resolución, desde sean Separe las que unidades de los valores por un espacio en formato JPG o compatible con CorelDraw (excepto en porcentajes, grados, minutos y versión 9 o superior. Ilustraciones de baja calidad segundos). causaran Ia devolución dei manuscrito. En ei caso Use abreviaciones para unidades métricas dei de envio de las copias impresas Ia numeración de Système Internacional d'Unités (SI) y símbolos las figuras, así como, textos en ellas inseridos, químicos ampliamente aceptados. Las otras deben ser marcados con Letraset o similar en papel abreviaciones ser utilizadas, debiendo ser pueden transparente (tipo mantequilla), pegado en Ia parte precedidas de su significado por extenso en Ia superior de Ia figura, de manera que al colocar ei primera mención. papel transparente sobre Ia figura permitiran que los detalles aparezcan en los lugares deseados por Referencias Bibliográficas - Todas las referencias ei autor. Los gráficos deben ser en blanco y negro, citadas en ei texto deben ser listadas en esta con excelente contraste y gravados en archivos sección. Las referencias bibliográficas deben ser separados en disquete (formato JPG o otro ordenadas en orden alfabético por apellido dei compatible con CorelDraw 10.). Las figuras se autor, solo Ia letra primer primera debe estar en caja publican con un de máximo 15 cm de ancho x 22 cm alta, seguido de todos los demás autores. Cuando de largo, también serán aceptas figuras dei ancho exista repetición del(los) mismo(s) autor(es), ei de una columna - 7,2 cm. Las figuras excedan nombre dei mismo deberá ser que substituído por una más de dos veces estas medidas serán devueltas. raya; cuando ei mismo autor tenga vários trabajos Es necesario las figuras digitalizadas en un mismo que tengan afio, deberán ser colocadas letras al menos 600 dpi de resolución. alfabéticas después de Ia fecha. Los títulos de En ei texto las figuras deben ser siempre revistas no deben ser abreviados. citadas de acuerdo con los ejemplos Ejemplos: "Evidencia de abajo: para ei análisis de las Figuras 25 y Tolbert, R. J. & Johnson, M. A. 1966. A survey ofthe 26...." vegetative shoot ápices in the family "Lindman Malvaceae. (Figura 3) destaco las siguientes American Journal of Botany 53(10): -970. 961 características para las espécies..." Engler, H. G. A. 1878. Araceae. In: Martius, C. F. P. Después de hacer las correcciones sugeridas von; Eichler, A. W. & Urban, I. Flora brasiliensis. por los asesores y siendo aceptado ei artículo Munchen, Wien, Leipzig, 3(2): 26-223. para publicación, ei autor debe enviar Ia versión final • 1930. Liliaceae. In: Engler, H. G. A. & Plantl, dei manuscrito en dos copias impresas en una K. A. E. Die Natürlichen Pflanzenfamilien. y 2. copia electrónica. Identifique ei disquete con Aufl. Leipzig Engelmann). (Wilhelm 15:227-386. nombre y número dei manuscrito. author) when they first appear in the INSTRUCnONS TO AUTHORS species and text, and afterwards the genus can be abbreviated of the name suppressed, unless Scope and the authority some reason it may be cause for confusion. Rodriguésia, issued three times a year by the for Names of authors to be cited according to Brummitt Botanical Garden of Rio de Janeiro Research "Authors & Powell (1992), of Plant Names". Institute (Instituto de Pesquisa Jardim Botânico do Rio de Janeiro), scientific articles and publishes - include title, authors, addresses, Biology, as well as First page must short notes in ali áreas of Plant and contact address Botanic financial support, main author History of Botany and activities linked to short and and abbreviated title. The title must be Gardens. Articles are published in Portuguese, of the objective, expressing the general idea Spanish or English. bold with contents ofthe article. It must appear in letters where relevant. Submission of manuscripts capital with 3 Manuscripts are to be submitted printed - a Portuguese summary or as an Second page must contain copies (we will request the text on diskette or Spanish), Abstract to: (including title in Portuguese e-mail attachment after the review stage) key-words (up to 5, (including title in English) and Revista Rodriguésia English). in Portuguese or Spanish and in Rua Pacheco Leão 915 up to 200 Summaries and abstracts must contain Rio de Janeiro - RJ translate the words each. The Editorail Board may CEP: 22460030 into a Portuguese summary if the authors Brazil Abstract are not Portuguese speakers. Fone: (0xx21) 3204-2519 / 3204-2130 according to the the Text - starting on a new page, The maximum recommended length of Material and following sequence: Introduction, articles is 30 but larger submissions may be and pages, Methods, Results, Discussion, Acknowledgements published after evaluation by the Editorial Board. be omitted in References. Some of these items may The articles are considered by the Editorial Board describing new taxa or present.ng of to 2 referees ad hoc. The articles the periodical, and sent changes, etc. In some cases, the necessary, to nomenclatural authors may be asked, when deemed can be merged. T.tles to the Results and Discussion modify or adapt the submission according Methods, etc.) and (Introduction, Material and suggestions of the referees and the editors. figures and subtitles must be in bold type. Number Once the article is accepted, it will be type-set with the sequence tables in 1-10 etc, according and the authors will receive proofs to review and w.thin these occupy within the text. References send back in 5 working days from receipt. Following forms:, M,1 cr text should be in the following their articles will be available the publication, the & Maier (1994), Baker m./. (19%) «* the site of the (1993) Miller digitally (PDF, AdobeAcrobat) at or 1993). (Miller & de three òr more authors (Miller Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio Unpubl.sheddata Maier 1994),(Bakeretal. 1996). Janeiro (http://www unpubl.shcd). jhrj. gov.br). should appear as: (R. C. Vieira, Meet.ngs abstracts Conference, Symposia and Guidelines necessary. should only be cited if strictly Manuscripts must be in Microsoft the cxam.ncd presented For Taxonomic Botany articles, Word software 6.0 ou more recent), with Times this order: (vs material ought to be cited following New Roman font size 12, double spaced. Page (fl.. Ir., locality and date of collection. phenology format must be size A4, margins 2,5 cm, justified of collector (us.ng et ai. on bud), name and number (except in the cases explained below), printed were and when more than two collectors present) one side only. Ali except the title page, must brackets, pages, acronym of the herbaria between be numbered in the top right comer. Capital letters When the according to Index Herbariorutn. to be used only for initials, according to the the herbanum collectofs number is not available, language. be cited preceded by the and record number should Latin words must be in italics (incl. genera Names of countr.es and and the Herbariunfs acronym. ali other categories below generic levei), in lull, in capital states/provinces should be cited scientific names have to be complete (genus, letters and in alphabetic order, followed by the Sass, J. E. 1951. Botanical microtechnique. 2ed. Iowa material studied, for instance: State College Press, Iowa, 228p. BRASIL. BAHIA: Ilhéus, Reserva da CEPEC, MSc and PhD thesis should be cited only when 15.XII.1996,fl.efr.,/?. C. Vieira etal. 10987 (MBm' strictly necessary, if the information RB.SP). is as yet unpublished in the form of scientific articles. Decimal numbers should be separated by comma in articles in Portuguese and Spanish - (e.g.: Tables should be presented in black and white, 10,5 m), full stop in English (e.g.: 10.5 m). Numbers in the same software cited above. In the text, tables should be separated by space from the unit should be cited following in the examples abbreviation, except in 'Only below: percentages, degrees, a few species minutes and seconds. "Results present hairs (Table 1)..." to the analysis are Metric units should be abbreviated phytochemical according presented in Table 2..." to the Système Internacional dTJnités (SI), and chemical symbols are allowed. Other abbreviations Figures (must not be included in the Füe with text) can be used as long as they are explained in full - submit originais in black and white high when they appear for the first time good quality copies for photos and illustrations, or in electronic form References - with high resolution in format TIF Ali references cited in the text must 600 dpi, or compatible with CorelDraw (vs. 10 or be listed within this section in alphabetic order by more recent). Scripts submitted with low resolution the surname of the first author, only the first letter or poor quality illustrations will be returned to the of surnames in upper case, and ali other authors authors. In case of printed copies, the numbering must be cited. When there are several works by the and text of the figures should be made on an same author, the surname is substituted by a long overlapping sheet of transparent stuck to dash; when the same author publishes more than paper the top edge of the and one work in the same these plates, not on the original year, should be drawing itself. Graphs differentiated by lower case should also be black and letters suffixing the year white, with of good contrast, and in separate files on publication. Titles of papers and journals should disk be in full and not (format TIF 600 dpi, or compatible with abbreviated. CorelDraw Examples: 10). Plates should be a maximum of 15 cm wide x 22 cm long for a full Tolbert, R. J. & Johnson, M. A. 1966. A survey page, or column size, of with 7,2 cm wide and the vegetative shoot ápices 22 cm long. The resolution for in the family images Malvaceae. American grayscale should be 600 dpi. Journal of Botany 53( 10)- In 961-970. the text, figures should be cited according to the following examples: Engler, H. G. A. 1878. Araceae. In: Martius, "It C. F. P. is made obvious von; Eichler, A. W & Urban, I. by the analysis of Figures Flora brasiliensis! 25 and 26...." Munchen, Wien, Leipzig, 3(2): 26-223. "Lindman . 1930. Liliaceae. (Figure 3) outlined the following In: Engler, H. G. A. & Plantl, characters K. for the species..." A. E. Die Naturlichen Pflanzenfamilien. 2. Aufl. Leipzig After adding modifications and corrections (WilhelmEngelmann). 15:227-386 suggested by the two reviewers, the author should submit the final versión of the manuscript electronically plus two printed copies. 134 Du Bocage, A. L & Miotto, S. T. S. Acácia limae A. Bocage & Miotto, sp. nov. Bocage et ai. 896 (ICN); id., 5.X.2003, fl., A. Tipo: BRASIL. BAHIA: Abaíra, após Brejo Bocage et ai 899 (ICN); Bom Jesus da Lapa, de Cima, 5.X.2003, fl., A. Bocage, C. N. 2.VII.1983,13°26'00"S 04°31'00"W, fl. fr., L Gonçalves & C F. Azevedo-Gonçalves 895 Coradin et ai 6336 (CEPEC); Caetité, (holótipo ICN, isótipo IPA).Fig. 2 Barragem de Captação, 28.XI.1992, fl. fr., M. Ab Acácia limae petiolo duabus L. Guedes et ai 2699 (ALCB); Carinhanha, glandulis stipitatis clavatisque instructo, 1- para Serra do Ramalho, 15.rV.2001, fr., J. G. J.5mm longis, foliolulis pubescentibus ad Jardim et ai 3515 (CEPEC); Dom Basílio, velutinos supra et infra distinguenda. Affinis 9.II.1990, fl., A. Miranda & F. Esteves 146 A. riparia Kunth glândula única vel duabus, (RB); id., Fazendinha, 28.XII.1989, A. M. sessilibus, elliptico-globosis et foliolulis Carvalho et ai. 2694, fl. fr., (CEPEC); glabris differt. Encruzilhada, 22.VII.1980, fr., /. E. M. Brazão Arbustos 2 a 3 m alt. Ramos com acúleos 79 (HRB); Guanambi/Caetité, 28.IV. 1995, fl., recurvos e retos, 4 mm compr. Estipulas não M. Andrade & B. Cavada s/n (EAC 22813); vistas. Folhas 6-9 pares de folíolos; pecíolo Livramento do Brumado, 28.111.1991, fl. fr., G. canaliculado, velutino, 1-2 cm compr., com uma P. Lewis & M. M. de Andrade 1926 a duas glândulas estipitadas, clavadas, 1-1,5 (HUEFS); Malhada de Pedras, 28.111.1984, fr., mm compr.; ráquis foliar canaliculada, velutina, J. E. M. Brazão 288 (HRB, RB); Morro do 5-8 cm compr., aculeada, com iguais glândulas Chapéu, Lages, 7.III.2003, fl., L. P. Queiroz as do 1 mm pecíolo, compr., entre os dois et ai 7633 (HUEFS); Mucugê, 5.X.2003, fl., últimos de folíolos; pares folíolos com 17-26 A. Bocage et ai 897 (ICN); id., 5.X.2003, fl., de foliólulos, pares curtamente peciolulados, A. Bocage et ai 898 (ICN); Palmeiras, 1 km 0,7-1 x 0,2 cm compr., lineares a ligeiramente de Tejuca, 5.X.2003, fl., A. Bocage et ai 892 falcados, base oblíqua, ápice arredondado, (ICN); Paramirim, estrada de Paramirim- membranáceos, pubescentes a velutinos em Caetité, 13°34'38"S42016'53"W, 19.IV2001, ambas as faces, margem ciliada, nervura fl. fr., T R. S. Silva etal. 88 (HUEFS); Poções, principal pouco excêntrica. Panículas axilares km 2 a 4 da estrada que liga Poções ao povoado e terminais, apresentando fascículos de 2 a 4 de Bom Jesus da Serra, 5.III.1978, fl., 5. A. 1,4-3 glomérulos globosos, cm diâm., ao longo Mori et ai 9486 (CEPEC); entre Segredo e dos eixos; brácteas caducas, 2 mm compr., Mulungu, 25.IX.1965, fl., A. P. Duarte & E. espatuladas, velutinas, no terço superior do Pereira 10094 (RB). MINAS GERAIS: bractéolas semelhantes, pedúnculo; menores Jaíba, estrada da Profaz, 27.XI.1984, fl., as brácteas; 1-2 cm que pedúnculo compr., Teixeira & Carvalho s/n (BHCB 7342); velutino; flores sésseis; cálice tubuloso, 3-3,5 Matias Cardoso, 27.11.1984, fl., Teixeira s/n mm compr., na base e glabro pubescente no (RB 363788). PERNAMBUCO: Brejo da ápice das lacinias, lacinias desiguais, 0,5 mm Madre de Deus, Mata do Malhada, 28.IV2000, compr.; corola tubulosa, 4 mm compr., glabra fl., A. G. da Silva & L. M. Nascimento 290 com tufos de tricomas no ápice, lacinias 1 mm (RB); Pesqueira, Serra do Ororobá, fazenda compr.; estames creme; ovário glabro, 1,5-2 São Francisco, 16.V 1996, fl., M. Correia 231 mm compr., estípite 1 mm compr. Legumes (UFP). 11-13 x 3-3,5 cm, elípticos, base atenuada, Acácia limae é próxima de A. riparia, ápice apiculado, apículo 0,5-0,7 cm compr., pelo porte arbustivo e pelo tipo de glabros, marrom-arroxeados, margem saliente; inflorescência, diferindo pelas sementes 0,9-1,1 x 0,7-0,8 glândulas cm, elípticas, estipitadas e clavadas e foliólulos marrom-escuras. pelos pubescentes a velutinos em ambas as faces. Parátipos: BRASIL. BAHIA: Abaíra, João E também afim de A. tucumanensis Griseb., Correia ao redor da cidade, 5.X.2003, fl., A. porém, esta apresenta foliólulos glabros.

Rodriguésia 57 (1): 131-136. 2006 Acácia globosa e Acácia limae, duas novas espécies de Leguminosae 135

Figura 2-Acácia limae A. Bocage & Miotto. a Ramo com inflorescéncias; b. foliólulo; c. glândula da raquis foliar; d. glândula do peciolo; e. flor; f. legume; g. semente. (Bocage 895).

Rodriguésia 57 (I): 131-136. 2006