Práticas De Performance N.2
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DIÁLOGOS MUSICAIS NA PÓS-GRADUAÇÃO PRÁTICAS DE PERFORMANCE N.2 Organização e Edição Fausto Borém Luciana Monteiro de Castro 2017 ISBN 978-85-60488-21-6 DIÁLOGOS MUSICAIS NA PÓS-GRADUAÇÃO PRÁTICAS DE PERFORMANCE N.2 Organização e edição Fausto Borém Luciana Monteiro de Castro Escola de Música da UFMG Belo Horizonte 2017 BORÉM, Fausto; DUTRA, Luciana Monteiro de Castro Silva (Orgs. e eds., 2017). Editorial dos Diálogos Musicais da Pós- Graduação: Práticas de Performance Musical n.2. In: Diálogos Musicais da Pós-Graduação: Práticas de Performance Musical n.2. Belo Horizonte: UFMG, Selo Minas de Som. p.i-x. ISBN: 978-85-60488-21-6 Editorial dos Diálogos Musicais da Pós-Graduação: Práticas de Performance Musical n.2 Apresentamos o segundo volume da série Diálogos Musicais da Pós: Práticas de Performance, contendo artigos selecionados de alunos e orientadores que se destacaram na disciplina Seminários de Performance dos Cursos de Mestrado e Doutorado da Escola de Música da UFMG, ministrada no segundo semestre de 2016. A ideia de reunir artigos na linha de Performance Musical surgiu de nosso entusiasmo com a qualidade de boa parte dos trabalhos apresentados, desde a edição do livro anterior. Nossa experiência como editores do periódico Per Musi e do Selo Minas de Som, respectivamente, ambos da Escola de Música da UFMG, nos deu tranquilidade para dar vida e continuidade a este projeto. Na tradição de nossa experiência como docentes desta disciplina, acompanhamos a seleção dos temas, sua revisão de literatura e os métodos de abordagem que culminaram com a escrita dos textos deste presente livro pelos alunos, assinados em coautoria com seus orientadores. Este processo permitiu uma imersão nos resultados de suas respectivas pesquisas, levando-os a refletir e escrever sobre práticas de performance musical específicas de seus temas, atividade geralmente desafiadora para a grande maioria dos músicos. Neste segundo volume, os temas apresentados percorrem um amplo espectro da história da música, de estilos de época e das práticas de performance. Dois capítulos são dedicados a práticas de performance típicas do Barroco. A partir do precioso e recém descoberto manuscrito Barroco (c.1720) do compositor-violinista-pedagogo português Pedro Lopes Nogueira, Gustavo Medina e Fausto Borém propõem improvisações historicamente informadas com base em antecedentes da literatura providos por Francesco Rognoni e Arcanjo Corelli. As coloraturas barrocas realizadas pelo mezzo soprano Cecilia Bartoli na ária Agitata da due venti de Antonio Vivaldi servem de pretexto para a análise de vídeo e tipologia criadas por Diego de i BORÉM, Fausto; DUTRA, Luciana Monteiro de Castro Silva (Orgs. e eds., 2017). Editorial dos Diálogos Musicais da Pós- Graduação: Práticas de Performance Musical n.2. In: Diálogos Musicais da Pós-Graduação: Práticas de Performance Musical n.2. Belo Horizonte: UFMG, Selo Minas de Som. p.i-x. Almeida Pereira e Fausto Borém que, em um horizonte mais amplo, pretendem contribuir com a pedagogia da performance desta técnica virtuosística do canto. O enfoque na música vocal brasileira é dado em três capítulos do livro. A partir do estudo interpretativo de harmonizações de Ernani Braga e Radamés Gnatalli da melodia A Casinha Pequenina, da qual foram localizados mais de uma centena de diferentes registros fonográficos, Celina Garcia Delmonaco e Luciana Monteiro de Castro Silva Dutra discutem o processo enunciativo e a fixação desta obra em repertórios eruditos e populares, avaliando como se configura um gênero mutável, definido por fatores extramusicais, como a concepção dos destinatários, relevância midiática dos intérpretes e mídias de veiculação. Yangmei Hon e Margarida Maria Borghoff apresentam um estudo da canção Café de la Paix, de Almeida Prado e propõem uma performance sugestiva da atmosfera parisiense, indicada na partitura, a partir de uma análise comparativa com a canção popular francesa Sous le ciel de Paris, de Hubert Giraud, assim como a observação crítica e sugestiva dos aspectos expressivos característicos das interpretações de Edith Piaf. Patrícia Cardoso Chaves Pereira e Mônica Pedrosa de Pádua realizam um estudo da canção Heliantos, do compositor e professor mineiro Hostílio Soares, sob a perspectiva da análise de aspectos intermidiáticos, observados em auxílio à tomada de decisões interpretativas e performáticas, a partir de uma das mais recentes teorias da intermidialidade. Dois artigos abordam as cordas orquestrais. A partir da canção Canto para minha morte da dupla Raul Seixas e Paulo Coelho, João Paulo Campos e Fausto Borém propõe uma vitrine de técnicas estendidas na performance do contrabaixo autoacompanhado, a partir da análise do conteúdo emocional da gravação original e do processo de criação de seu arranjo. Daniel Prazeres e Carlos Aleixo dos Reis exploram as restrições notacionais de Francisco Mignone no manuscrito de sua Sonata para viola e piano e propõem a construção de uma performance fundamentada em decisões sobre elementos técnicos-musicais do arco, quais sejam, o ponto de contato, a velocidade e a pressão controlados pela mão direita do violista. ii BORÉM, Fausto; DUTRA, Luciana Monteiro de Castro Silva (Orgs. e eds., 2017). Editorial dos Diálogos Musicais da Pós- Graduação: Práticas de Performance Musical n.2. In: Diálogos Musicais da Pós-Graduação: Práticas de Performance Musical n.2. Belo Horizonte: UFMG, Selo Minas de Som. p.i-x. O violão está presente em quatro capítulos do livro, sob enfoques bastante diversos. Fabio Nery de Souza e Mauro Camilo de Chantal Santos apresentam um estudo dos aspectos técnicos de quatro estudos em forma de choro para violão solo do compositor Nelson Piló, dentre os mais de sessenta estudos em gêneros diversos localizados na pesquisa. Os autores visam a difusão deste material didático e o reconhecimento do trabalho pedagógico de Piló, professor atuante em Belo Horizonte entre as décadas 1960 e 1980. Gustavo Bracher e Flavio Barbeitas analisam as variações temáticas da obra Riva, para violão solo, de Juarez Moreira, a partir da gravação fonográfica da obra em CD e da escuta de outras performances da obra pelo autor, com vistas à elaboração de uma transcrição da obra, coerente com a prática e o pensamento musical do compositor-instrumentista. Cristiano Braga de Oliveira e Flavio Barbeitas discutem o processo de preparação da performance de Rua das Pedras, para violão solo, de Paulo Rios Filho. Apontam as demandas de técnica expandida e o emprego de recursos expressivos pouco usuais para violonistas de formação convencional e sugerem possibilidades para a superação de possíveis dificuldades. Stanley Fernandes desenvolve um estudo sobre o Estudo Percussivo n.1, para violão, de Arthur Kampela, peça contemporânea de referência para o violão. O pesquisador descreve e analisa a percussão idiomática no violão, seus modos de execução, notações empregadas, seus usos e funções estruturais e os resultados sonoros obtidos para os diferentes recursos solicitados. Dois capítulos são dedicados à flauta transversal. Felipe Mancz e Maurício Freire Garcia abordam elementos presentes no “medo de palco” (respiração, dispersão, visão, articulação, ritmo), um problema recorrente na performance musical, a partir de um estudo de caso da literatura de flauta, que é o trecho orquestral constituído pelo final do Scherzo do poema sinfônico Sonho de Uma Noite de Verão, de Felix Mendelssohn. Rodrigo Frade e Maurício Freire Garcia estudam as características físicas, os resultados sonoros e as práticas pedagógicas envolvendo dois parâmetros do vibrato na flauta transversal: sua profundidade e seu desvio da frequência fundamental. Dois capítulos falam de tradições das práticas de performance na música popular brasileira. Após uma revisão de literatura sobre o gênero nordestino baião, Evan iii BORÉM, Fausto; DUTRA, Luciana Monteiro de Castro Silva (Orgs. e eds., 2017). Editorial dos Diálogos Musicais da Pós- Graduação: Práticas de Performance Musical n.2. In: Diálogos Musicais da Pós-Graduação: Práticas de Performance Musical n.2. Belo Horizonte: UFMG, Selo Minas de Som. p.i-x. Megaro e Margarida Maria Borghoff dissecam o Baião, para piano, de Octavio Maul, apontando a recorrência de elementos extraídos de transcrições de gravações de 4 baiões referenciais de Luiz Gonzaga. Em um estudo comparativo, Luciano Soares Virgílio e Clifford Hill Korman abordam as versões de Tom Jobim e Victor Biglione na música Quebra-pedra (ou Stone Flower na versão em inglês) de autoria do primeiro. Em que pese as diferenças de geração dos músicos, das instrumentações utilizadas e de suas abordagens de improvisação, nota-se uma afinidade entre as duas performances, especialmente na valorização no gingado brasileiro aberto às influências da música norte-americana e sua ligação com a música de cinema. Finalmente, dois capítulos se situam dentro de uma perspectiva mais teórica das práticas de performance. Leonardo Lopes e Guilherme Menezes Lage abordam o processo de ensino-aprendizagem da performance, discutindo a relação entre modelo e aprendizagem observacional, as diferenças entre o feedback aumentado e o feedback intrínseco, as diferenças entre a prática em blocos e a prática aleatória no aprendizado de multitarefas, a recuperação de informações musicais e o planejamento contínuo da performance nos diversos tipos de memória. Aline Parreiras Gonçalves e Patrícia Furst Santiago, em um recorte de sua pesquisa acerca da ansiedade na performance, apresentam, além de uma revisão da literatura sobre o assunto, comentários referentes ao