Jornalismo De Economia No Brasil / Hérica Lene Oliveira Brito -- Cruz Das Almas/BA : UFRB, 2013
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REITOR Paulo Gabriel Soledade Nacif VICE-REITOR Silvio Luiz Oliveira Soglia SUPERINTENDENTE Sérgio Augusto Soares Mattos CONSELHO EDITORIAL Alessandra Cristina Silva Valentim Ana Cristina Fermino Soares Fábio Santos de Oliveira Ósia Alexandrina Vasconcelos Duran Passos Robério Marcelo Ribeiro Rosineide Pereira Mubarack Garcia Sérgio Augusto Soares Mattos (presidente) SUPLENTES Ana Cristina Vello Loyola Dantas Geovana Paz Monteiro Jeane Saskya Campos Tavares COMITÊ CIENTÍFICO DA PRPPG (Referente edital nº. 01/2012 – Edital de apoio à publicação de livros impressos) Ana Cristina Fermino Soares Rosineide Pereira Mubarack Garcia Franceli da Silva Ana Georgina Peixoto Rocha Luciana Santana Lordêlo Santos EDITORA FILIADA À Hérica Lene Cruz das Almas-Bahia/2013 Copyrigth©2013 by Hérica Lene Oliveira Brito. Direitos para esta edição cedidos à EDUFRB Projeto gráfico, diagramação e capa: Rita Motta - Ed. Tribo da Ilha Revisão, normatização técnica: Bruna Longobucco Depósito legal na Biblioteca Nacional, conforme decreto nº 1.825, de 20 de dezembro de 1907. A reprodução não-autorizada desta publicação, por qualquer meio, seja total ou parcial, constitui violação da Lei nº 9.610/98. B862j Brito, Hérica Lene Oliveira. Jornalismo de economia no Brasil / Hérica Lene Oliveira Brito -- Cruz das Almas/BA : UFRB, 2013. 480p. ISBNISBN: ............978-85-61346-39-3-. 1. Comunicação 2. Brasil-Planos econômicos I. Título. CDD 070 Ficha catalográfica elaborada por: Ivete Castro ELABORADA POR IVETE CASTRO Campus Universitário Rua Rui Barbosa, 710 – Centro 44380-000 Cruz das Almas – BA Tel.: (75)3621-1293 [email protected] Aos meus pais, Evanilda de Oliveira Santos e Deneval Oliveira Brito, que sempre me incentivaram muito a estudar. SUMÁRIO APRESENTAÇÃO ..........................................................................11 1 JORNALISMO DE ECONOMIA NO BRASIL: DESENVOLVIMENTO E TRANSIÇÃO .................................25 1.1 Imprensa nos anos 1960: regime militar estimula crescimento ...........................................................................38 1.2 O fortalecimento da economia e dos economistas ....50 1.3 A passagem para a “Nova República” ..........................65 1.4 A economia em crise e a intensificação da cobertura ....73 1.5 Folha e O Globo: a configuração das páginas de economia nos anos 1980 .....................................................79 2 JORNALISTAS DE ECONOMIA NO BRASIL: TRAJETÓRIA PROFISSIONAL E PODER SIMBÓLICO ....95 2.1 Jornalistas-personalidades ou de referência ...............96 2.2 Prestígio e credibilidade: autoridade jornalística ....111 2.3 Estratégias de construção do texto jornalístico .......127 2.4 Influência da TV na carreira ......................................133 2.5 Perfil profissional dos jornalistas de economia ........146 2.6 Mudanças no século XXI ............................................154 2.7 Ocupação na redação: jovens e mulheres .................157 2.8 Herança no jornalismo de economia ........................163 3 O CRUZADO E O FORTALECIMENTO DO jORNALISMO DE SERVIÇO ...............................................111 3.1 A preparação do 1º pacote da “Nova República” .....174 3.2 A cobertura jornalística do Plano Cruzado ..............183 3.3 Fortalecimento do jornalismo de serviço .................203 3.4 Novos rumos no contexto jornalístico dos anos 1980 .............................................................................209 4 A COBERTURA DE EMERGÊNCIA DEPOIS DO PRIMEIRO “choque” ..................................................219 4.1 As modificações do Plano Cruzado e a cobertura jornalística ...........................................................................223 4.2 A tentativa de Bresser ..................................................233 4.3 O Plano Cruzado Novo (ou Verão I e II) ..................244 4.4 O ajuste no “choque verão” .........................................256 5 “BrASIL NOVO” E FOCO EM UM LEITOR CONSUMIDOR- ESPECTADOR-CIDADÃO .....................................................263 5.1 Mito político e a cobertura do Plano “Brasil Novo” ou Collor I ...........................................................................269 5.2 A linguagem jornalística e a narrativa mitológica ...289 5.3 A opinião nas páginas dos jornais: apoio e confronto ....298 5.4 A transição para o Plano Collor II .............................311 5.5 A derrocada de Collor .................................................318 5.6 O foco em um leitor “consumidor-espectador- cidadão” ...............................................................................324 6 NOVOS RUMOS EM TEMPOS DE ESTABILIDADE .......337 6.1 As inflações brasileiras e a transição para o real ......338 6.2 A construção estratégica da credibilidade do Plano Real ...........................................................................348 6.3 Consumidores no noticiário do Plano Real: mudança de comportamento .............................................................369 6.4 Ampliação da pauta em tempos de estabilização ....378 7 A ECONOMIA VIRTUAL E RISCO: O JORNALISMO NA ERA DOS MERCADOS ..........................................................393 7.1 A crise do Plano Real de 1999 e o segundo mandato de FHC.................................................................................395 7.2 Crise e risco no jornalismo de economia .................405 7.3 A opinião dos jornais sobre a crise, que atinge a mídia ....................................................................................415 7.4 Os economistas como fontes e os jornalistas ...........423 CONCLUSÃO ................................................................................441 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..........................................455 APRESENTAÇÃO A década de 1980 marcou, no Brasil, do ponto de vista po- lítico, a restauração da ordem institucional e o retorno dos militares aos quartéis. A propalada “transição democrática”, iniciada no final dos anos 1970, começou a se concretizar de forma mais definitiva em 1985, quando os militares deixaram o poder e Tancredo Neves foi eleito pelo Congresso Nacional o novo presidente da República. O processo de redemocra- tização se completaria mais tarde, em 1988, no governo José Sarney, com a promulgação da 8ª Constituição do país. Muitas foram as mudanças a partir desse momento de ruptura. No contexto político-econômico foram quatro pre- sidentes da República e oito planos econômicos anti-inflacio- nários de grande alcance que, do início do regime civil até o final do século XX, mudaram a moeda ou as relações de ordem econômica, impondo, por exemplo, congelamentos ou novas fórmulas de correção de salários e preços. E o campo da comunicação, como as demais esferas da sociedade, se inseriu nos novos tempos. As mudanças pelas quais passaram as empresas de comunicação no período não 11 HÉRICA LENE OLIVEIRA BRITO se restringiram à sua adaptação ao contexto político e econô- mico. A partir da década de 1980, a imprensa e o jornalismo vão sofrer transformações mais profundas na sua própria es- trutura interna. E o jornalismo — como a atividade que busca circuns- tâncias, analisa o momento em movimento, se destina, antes de tudo, ao tratamento dos fatos e lida com material mutante (DINES, 2001) — é sempre uma fonte instigante de pesquisa. Neste livro, aborda-se o jornalismo no período após o que se convencionou chamar de “Nova República”1. O objetivo principal é compreender o processo de mudanças da imprensa nas duas últimas décadas do século XX por meio da análise de dois dos principais jornais brasileiros: Folha de S. Paulo e O Globo. Trata-se de uma reflexão teórica e analítica que tem como objeto de estudo o jornalismo de economia. Esse sub- campo2 é identificado em outras pesquisas, por exemplo, a que desenvolveu Alzira Alves Abreu (2003), como o vetor das mu- danças que, em seguida, provocaram alterações no perfil dos 1 Com a morte de Tancredo Neves, em 21 de abril de 1985, o vice José Sarney assumiu a presidência no dia seguinte e sua administração acabou ficando co- nhecida como “Nova República” (a expressão foi registrada pela imprensa e pelos livros de história), terminologia que designava o programa da Aliança Democrática (formada pela Frente Liberal e pelo PMDB). 2 Tomando como base o conceito de campo do sociólogo francês Pierre Bourdieu (1987), o jornalismo de economia pode ser considerado um subcampo do jor- nalismo. O universo do jornalismo seria um campo que está sob pressão do campo econômico por intermédio do índice de audiência ou, no caso dos jor- nais, da venda dos exemplares por meio de assinaturas e em bancas. Mas, apesar de muito fortemente sujeito às pressões comerciais, exerceria, ele próprio, uma pressão sobre todos os outros campos, enquanto estrutura (BOURDIEU, 1997, p. 77). 12 JORNALISMO DE ECONOMIA NO BRASIL jornalistas e em sua forma de construir a informação. Este livro é o resultado de uma extensa pesquisa sobre o jornalismo, desenvolvida como tese do Doutorado em Co- municação e Cultura da UFRJ, concluído em 2009. Engloba os últimos 14 anos do século XX e tem a proposta de analisar a cobertura jornalística a partir dos oito pacotes econômicos implementados nessa fase da história do país3. Envolve uma reflexão sobre o contexto comunicacional e suas interfaces, le- vando-se em conta os fatores históricos, políticos, econômicos e culturais dessa fase (SANTAELLA, 2002, p. 100). Ao invés de utilizar a expressão “jornalismo econômico”, muito comum nos estudos sobre esse tema, a opção foi por “jornalismo de economia”. O