Os Ilhéus Das Cabras Paulo J

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Os Ilhéus Das Cabras Paulo J OS ILHÉUS DAS CABRAS PAULO J. M. BARCELOS* O QUE PARA ALGUNS É O ILHÉU DAS CABRAS, eu versidade dos Açores, que ajudou a interpretar * ASSOCIAÇÃO chamo de Ilhéus das Cabras. É certo que já fo- a paisagem geomorfológica, muito variada, des- OS MONTANHEIROS ram um só, mas hoje são dois: o Ilhéu Grande tes dois aparelhos vulcânicos, da linha de costa FOTOS: LUÍS BARCELOS, e o Ilhéu Pequeno. Refira-se ainda que, o que e de outros elementos existentes na ilha Tercei- RICARDO SILVEIRA, sempre vi e ouvi falar de andar a pastar nos ra. Como até aí, a chegada aos Ilhéus das Ca- FERNANDO PEREIRA, ilhéus eram ovelhas e carneiros1. Cabras tam- bras possibilitou momentos de preciosos ensi- PAULO J. M. BARCELOS bém as houve, mas em muito menor número que namentos, mas também de dúvida sobre uma as primeiras e terão desaparecido há muitas dé- situação em particular. Aproveitando a oportu- cadas, pois não há lembrança de tal coisa pelos nidade, José Eduardo Silva, proprietário da em- elementos de mais idade da família que agora os presa Atlantiangra que operou a viagem, e Luís possui.2 Por outro lado, poderão ter existido ca- Barcelos, biólogo e skipper do semirrígido “Whi- bras no início do povoamento dos ilhéus, mas te Shark”, chamaram a atenção para a superfície o nome de Ilhéus das Cabras apenas se tornou do talude rochoso, quase vertical, que está na comum no decorrer do século XIX e, ainda as- face oeste do Ilhéu Pequeno. À distância a que sim, a imprensa do início do século XX utiliza- nos apresentávamos, esta parede apresentava va frequentemente o nome de “Ilhéu do Canto”, algumas pequenas áreas quase vidradas, bas- família ao qual pertenceu durante muitas gera- tante mais lisas que a habitual textura do tufo ções, conforme adiante se verá. que reveste exteriormente estes ilhéus. Não sen- A mote deste artigo começa com um pas- do naquela altura oportuno, José Eduardo Silva seio de barco realizado no dia 9 de junho de ofereceu de imediato os serviços da sua empre- 2018 ao Monte Brasil e Ilhéus das Cabras, ligado sa para uma nova visita, onde fosse possível sal- a uma atividade coorganizada pela Associação tar em terra, estudar a face da rocha e recolher Os Montanheiros. O grupo participante foi guia- algumas amostras. do pelo Prof. Francisco Cota Rodrigues, da Uni- Cerca de um mês depois, a 11 de julho de 1 Maria Alice Borba Lopes Dias, na sua obra “Ilha Terceira, Estudo de Linguagem & Etnografia”, (1982), p. 414-415, regista a expressão: “Teimoso nem carneiro do ilhéu” porque diziam-lhe que “os carneiros criados no Ilhéu das Cabras, junto à costa sul da Terceira são considerados os mais teimosos de todos.” 2 Dizia Vitorino Nemésio em 1956: “Os ilhéus das Cabras não tinham cabra alguma…” – “Corsário das Ilhas”. Bertrand. 1956. p. 42. 43 DEZEMBRO • 2018 2018, procedemos à pretendida expedição ao ilhéu Pequeno, de que fizeram parte novamen- te José Eduardo Silva e Luís Barcelos, da Asso- ciação Os Montanheiros foram Paulo Barcelos, Ricardo Silveira, Fernando Pereira, Cristina Bar- celos e Júlia Silveira. Em consequência de um contacto prévio, fizemo-nos também acompa- nhar dos vigilantes do Parque Natural da Terceira Rui Oliveira e Tânia Santos. Cerca de 15 minutos foi o tempo que demorou na viagem entre a Ma- rina de Angra do Heroísmo e os Ilhéus da Ca- bras, e um pouco mais para proceder à recolha das amostras. A 18 de setembro realizámos uma terceira expedição, desta vez com uma equipa menor: José Eduardo Silva, Luís Barcelos, Paulo Barcelos, Ricardo Silveira, Fernando Pereira, Rui Oliveira e Ângelo Silveira, com o objetivo de pro- ceder ao levantamento florístico doIlhéu Grande e fazer novas medições da Gruta Brisa Azul (ou dos Ratões). Para registo dos dados destas duas últimas expedições optei por escrever este artigo, onde se condensa também o que descobrimos sobre estes ilhéus, referidos por Nemésio como “a pro- va provada do nosso emparedamento num vas- to calhau atlântico: por assim dizer, a estátua da nossa solidão arrancada das nossas entranhas e ali posta, junto ao Porto Judeu, como o símbolo dum destino e o padrão de uma vida interior”.3 Os ilhéus na historiografia insular Embora existindo outras, ficam aqui algumas das descrições mais significativas a estes ilhéus, 1 que podemos encontrar na historiografia açoria- FOTO 1. Descida nos ilhéus. 2018 na. A mais antiga referência, sem no entanto lhes atribuir nome, é de Gaspar Frutuoso em finais de 1500: “Correndo do Porto do Judeu pera a ci- dade de Angra, com rocha alta e costa de gros- e criam neles pombas e muitos pássaros do mar, como são estapagados, so calhau e penedia, um terço de légua, está um garajaus e gaivotas, de que se acham muitos ovos. São estes ilhéus altos, grande biscoito prantado de vinhas e pomares mas pequenos, e, além do barcéu, têm feno e mato de louros carrasque- [Serretinha], defronte do qual estão dois ilhéus, nhos;”4 um de três moios de terra, outro como ameta- É frei Diogo das Chagas quem deles fala algumas décadas depois, por de (sic) deles, divididos um do outro tanto es- meados de 1600: “[…] está uma ermida de Nossa Senhora da Esperança. paço, que poderão entre ambos passar navios, Avante um pouco, está a Igreja do Glorioso Santo António que é paróquia e entre eles e a terra naus da Índia, que distam da freguesia do Porto Judeu, ambas estas igrejas ficam ao longo da rocha uma légua do Brasil [Monte Brasil] fronteiros ao calhau do mar, fronteiras aos nomeados Ilhéus do Porto Judeu, não porque porto de Angra, e afastados do pé da costa tan- pertençam a alguém dessa freguesia, que eles são do Capitão da Ilha, mas to como meia légua, muito abundantes de pes- porque ficam seus vizinhos”.5 É esta a mais antiga referência que trás uma cados e marisco, onde há cracas, por serem de denominação para estes ilhéus: “ilhéus do Porto Judeu”. pedra de tufo, e os barcos fazem grandes pes- Maldonado, no início de 1700, é quem primeiro apresenta a denomina- carias. Nos quais houve também muitos coe- ção pela qual são hoje conhecidos: “No dia 9 de abril apareceu de manhã lhos, e agora, em seu lugar, há matos e muito junto aos ilhéus das Cabras que ficam fronteiros ao lugar do Porto Judeu barcéu [Bracel], que vão lá buscar pera os bois, uma alterosa nau […]”6 3 NEMÉSIO, Vitorino - "Corsário das Ilhas”. Bertrand. 1956. p. 42. 4 FRUTUOSO, Gaspar - “Saudades da Terra”, Livro VI. Instituto Cultural de Ponta Delgada, 1978, p. 20. O padre António Cordeiro na sua obra “História insulana das ilhas a Portugal sugeitas no oceano occidental”, 1717, Livro VI, Cap. VII, p. 31, limita-se a copiar alguma desta informação. 5 CHAGAS, Frei Diogo das - “Espelho Cristalino”. 2007. p. 229. 6 MALDONADO, Manuel Luís - “Fenix Angrence”. 1990. Vol. II, p. 176 44 OS ILHÉUS DAS CABRAS 2 FOTO 2. Ilhéus das Cabras Emiliano de Andrade, mais generoso nas muito mais pequeno e baixo tem uma planície de 8 a 10 alqueires de ter- palavras, faz por volta de 1840, as seguintes ob- ra, por vezes tem sido cultivado, mas a subida para ele não é fácil. […] Por servações sobre estes ilhéus: “Os mais notáveis divertimento, e interesse de colher alguns mariscos e peixe, vão lá alguns são os dois chamados das Cabras, situados uma barcos no verão. Nestes ilhéus se colhem os mais excelentes mariscos, a légua a leste do Monte Brasil, e a uma milha da saber: lapas, caranguejos e cracas, e por isso são frequentados em esta- costa em frente da Feteira. Estes dois ilhéus ape- ção própria." 8 sar de serem mui contíguos um ao outro estão Também a estes se referiu Nemésio: “[…] quebrados pelo meio como entre si tão profundamente divididos que pelo um pão mal tendido, suficientemente afastados da terra para que pudes- meio deles não só passam grandes barcos; mas sem passar por um país estranho… - em todo o caso, outra plataforma tal- ainda há tradições de por ali ter passado já sem vez só própria para bichos (os de seu nome) […]. Eu, que tinha a mania da risco um grande navio. O maior, que conterá três geografia fantástica, chamava-lhes a Terra do Perrexil, - a plantazinha ras- moios de campina, elevando-se do mar pela par- teira, de folha carnuda como a da beldroega, que se curtia num frasco e te do norte por um terreno íngreme, e de difícil nos servia de pickles.”9 subida, coberto de verdura, forma em seu cume uma vasta planície cheia de pastagem e cortada A importância deste ecossistema por uma altíssima rocha alcantilada; o segundo Os Ilhéus das Cabras, situam-se a sul da ilha Terceira, a 27° 09’ W e 38° muito mais baixo, e de menor extensão oferece 38’ N. Estão afastados da costa pouco mais de 1100 m, a sul da Serre- ainda em seu vão uma grande caverna marítima tinha, lugar da freguesia da Feteira. São hoje parte integrante do Parque onde se podem conter mais de vinte pequenos Natural da Terceira classificados como Área Protegida para a Gestão de barcos. […] Nestes ilhéus se criam os melhores Habitats ou Espécies dos Ilhéus das Cabras (TER07), mas amealharam ao carneiros da ilha e se pescam as melhores cra- longo dos anos outros estatutos de proteção ambiental: são Domínio Pú- cas, mariscos de um suco deliciosíssimo.”7 blico Hídrico (1971), Reserva Ecológica Nacional (1990), Zona de Reserva Drummond repete um pouco o que diz Emi- Integral de Apanha de Lapas (1993), Important Bird Area (2003), Zona de liano de Andrade, acrescentando: “O maior […] Proteção Especial (2006 - Rede Natura 2000)10 e Geossítio - Ilhéus das Ca- coberto de ervas muito prestadias com que sus- bras (2010).
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