Obras Do Barão Do Rio Branco Viii Estudos Históricos Ministério Das Relações Exteriores
Total Page:16
File Type:pdf, Size:1020Kb
OBRAS DO BARÃO DO RIO BRANCO VIII ESTUDOS HISTÓRICOS MINISTÉRIO DAS RELAÇÕES EXTERIORES Ministro de Estado Embaixador Antonio de Aguiar Patriota Secretário-Geral Embaixador Ruy Nunes Pinto Nogueira FUNDAÇÃO ALEXANDRE DE GUSMÃO Presidente Embaixador José Vicente de Sá Pimentel Instituto de Pesquisa de Relações Internacionais Diretor Centro de História e Documentação Diplomática Diretor Embaixador Maurício E. Cortes Costa A Fundação Alexandre de Gusmão, instituída em 1971, é uma fundação pública vinculada ao Ministério das Relações Exteriores e tem a finalidade de levar à sociedade civil informações sobre a realidade internacional e sobre aspectos da pauta diplomática brasileira. Sua missão é promover a sensibilização da opinião pública nacional para os temas de relações internacionais e para a política externa brasileira. Ministério das Relações Exteriores Esplanada dos Ministérios, Bloco H Anexo II, Térreo, Sala 1 70170-900 Brasília, DF Telefones: (61) 2030-6033/6034/6847 Fax: (61) 2030-9125 Site: www.funag.gov.br Obras do Barão do Rio Branco VIII Estudos Históricos Ministério das Relações Exteriores Fundação Alexandre de Gusmão Brasília, 2012 Direitos de publicação reservados à Fundação Alexandre de Gusmão Ministério das Relações Exteriores Esplanada dos Ministérios, Bloco H Anexo II, Térreo 70170-900 Brasília – DF Telefones: (61) 2030-6033/6034 Fax: (61) 2030-9125 Site: www.funag.gov.br E-mail: [email protected] Editor: Embaixador Manoel Antonio da Fonseca Couto Gomes Pereira Equipe Técnica: Eliane Miranda Paiva Vanusa dos Santos Silva André Luiz Ventura Ferreira Pablinne Stival Marques Gallert Revisão: Mariana de Moura Coelho Programação Visual e Diagramação: Gráfica e Editora Ideal Ltda. Impresso no Brasil 2012 Obras do Barão do Rio Branco VIII : estudos históricos. – Brasília: Fundação Alexandre de Gusmão, 2012. 230 p.; 15,5 x 22,5 cm. ISBN 978-85-7631-359-5 1. Diplomata. 2. Relações Internacionais. CDU 341.71 Ficha catalográfica elaborada pela Bibliotecária Sonale Paiva – CRB /1810 Depósito Legal na Fundação Biblioteca Nacional conforme Lei n° 10.994, de 14/12/2004. Comissão Organizadora da Celebração do Primeiro Centenário da Morte do Barão do Rio Branco Presidente: Embaixador Antonio de Aguiar Patriota Ministro de Estado das Relações Exteriores Membros: Embaixador Ruy Nunes Pinto Nogueira Secretário-Geral das Relações Exteriores Senhor Julio Cezar Pimentel de Santana Assessor do Chefe de Gabinete do Ministro da Defesa Primeira-Secretária Luciana Rocha Mancini Assessora Internacional do Ministério da Educação Senhor Maurício Vicente Ferreira Júnior Diretor do Museu Imperial em Petrópolis, Ministério da Cultura Ministro Aldemo Serafim Garcia Júnior Assessor Internacional do Ministério das Comunicações Professor Doutor Jacob Palis Presidente da Academia Brasileira de Ciências, Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação Ministro Rodrigo de Lima Baena Soares Assessor Especial da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República Primeiro-Secretário Rodrigo Estrela de Carvalho Assessoria Especial da Presidência da República Senhora Mônica Rizzo Soares Pinto Diretora do Centro de Referência e Difusão da Fundação Biblioteca Nacional Doutora Christiane Vieira Laidler Diretora do Centro de Pesquisa da Fundação Casa de Rui Barbosa Senhora Maria Elizabeth Brêa Monteiro Coordenadora de Pesquisa e Difusão do Acervo do Arquivo Nacional Professor Doutor Carlos Fernando Mathias de Souza Vice-Reitor Acadêmico da Universidade do Legislativo Brasileiro – Unilegis, Senado Federal Doutor José Ricardo Oria Fernandes Consultor Legislativo da Câmara dos Deputados Comitê Executivo: Coordenador-Geral: Embaixador Manoel Antonio da Fonseca Couto Gomes Pereira, Coordenador-Geral de Pesquisas do Instituto de Pesquisa de Relações Internacionais Coordenador de Seminários e Publicações: Embaixador José Vicente de Sá Pimentel, Diretor do Instituto de Pesquisa de Relações Internacionais Coordenador no Rio de Janeiro: Embaixador Maurício Eduardo Cortes Costa, Diretor do Centro de História e Documentação Diplomática Coordenador de Divulgação: Embaixador Tovar da Silva Nunes, Chefe da Assessoria de Comunicação Social do Ministério das Relações Exteriores Reuniram-se neste volume quatro trabalhos históricos escritos pelo Barão do Rio Branco. O primeiro, Episódios da Guerra do Prata, foi publicado na Revista Mensal do Instituto Científico, órgão da Faculdade de Direito de São Paulo (2a série, junho de 1864, ano II, no 5, e 3a série, agosto de 1864, ano III, no 1). À margem do exemplar que se conserva na Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro anotou o Barão do Rio Branco: “Tudo isso foi escrito quando eu era um menino, em 1864, isto é, um rapaz de 19 anos. Depois tive ocasião de reunir muitos outros documentos e informações.” E adiante: “J. M. da Silva Paranhos, estudante do terceiro ano da Faculdade de Direito de São Paulo.” O Esboço da História do Brasil constitui o capítulo V, p. 105 a 188, da obra Le Brésil en 1889 (Paris, Librairie Charles Delagrave, 1889), organizada por F. J. de Santana Nery com a colaboração de outros escritores brasileiros e publicada sobre os auspícios do Sindicato do Comitê Franco-Brasileiro para a Exposição Universal de Paris. Aproveitaram-se todas as emendas feitas pelo Barão do Rio Branco no exemplar dedicado a Joaquim Nabuco, hoje pertencente à Biblioteca do Itamaraty. O texto publicado nesta edição foi traduzido pelo embaixador Sérgio F. G. Bath, e originalmente publicado pela FUNAG/IPRI em 1992. O terceiro, O Brasil, os Estados Unidos e o Monroísmo, saiu pela primeira vez nos “A Pedidos” do Jornal do Commercio de 12 de maio de 1906 sob o pseudônimo de J. Penn. Os originais encontram-se no Arquivo Histórico do Itamaraty. Os Apontamentos para a História Militar do Brasil, anteriormente publicados na Revista Americana (ano VI, outubro e novembro de 1916,nos 1 e 2), foram aqui reproduzidos conforme o texto original que se encontra no Arquivo Histórico do Itamaraty. O texto segue a ortografia acolhida pelo Novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa, que se tornará obrigatório em 1o de janeiro de 2013. 7 Sumário Introdução – Rio Branco: o homem, o diplomata, o historiador, 11 Embaixador Sérgio F. G. Bath Episódios da Guerra do Prata, 21 Esboço da História do Brasil, 37 O Brasil, os Estados Unidos e o Monroísmo, 125 Apontamentos para a História Militar do Brasil, 143 Índice Onomástico e Toponímico, 183 Rio Branco: o homem, o diplomata, o historiador Embaixador Sérgio F. G. Bath As duas biografias clássicas de Rio Branco são as de Álvaro Lins e de Luis Viana Filho. Trabalhos competentes, mas que não aprofundam alguns aspectos da sua vida pública, como a quase candidatura à Presidência da República, em 1909, na sucessão de Afonso Pena, ou as relações com Rui Barbosa, que o embaixador Carlos Henrique Cardim esclareceu em A raiz das coisas (Civilização Brasileira, 2007). Somos atraídos por alguns aspectos do homem Juca Paranhos – José Maria da Silva Paranhos Júnior –, como seu relacionamento com Marie Stevens, esposa de toda a vida, artista do Alcazar com quem se casou e que lhe deu cinco filhos. Quando nos aproximamos de uma grande figura, somos tomados por vezes de um certo desapontamento. Afinal, as grandes personalidades da história são homens e mulheres, seres humanos como nós, e para não ver certos aspectos menos atraentes da sua personalidade é preciso tomar distância. Sua grandeza está quase sempre tingida de fraquezas, que às vezes parecem relacionar-se com o que, para o comum dos mortais, seriam defeitos graves de caráter. Não é o que acontece com José Maria da Silva Paranhos. Ele nos inspira respeito mas também simpatia, pelo desprendimento, pela clareza de propósitos, pela dedicação a uma causa, à qual serviu com lealdade. A respeito do nosso barão, podemos falar de patriotismo autêntico. Sua malícia, suas astúcias são instrumentais: meios 11 SÉRGIO F. G. BATH para alcançar objetivos legítimos e honrados, no mundo da política interna e internacional, que exige antes de mais nada uma conduta realista. E Rio Branco era um realista que trabalhava por ideais. Por outro lado, sua vida sugere um grande desígnio, que misteriosamente o guiasse: outro ponto de empatia do leitor dessa biografia com o homem estudado. Quando refletimos sobre o passado, temos às vezes a sensação de um enredo que se desdobra logicamente, com causas e consequências inesperadas, em que o arbítrio da vontade é ilusório e as circunstâncias desempenham um papel certeiro, que só tardiamente cremos reconhecer. No caso de Rio Branco, essa tessitura é notável. Neste início do século XXI, ainda podemos sentir a presença de Rio Branco na história diplomática do país. E não apenas porque o Itamaraty é conhecido como a Casa de Rio Branco, e os diplomatas são formados pela escola que tem o seu nome. A influência do barão no nosso passado diplomático, e portanto sua participação no nosso presente, devem-se a dois fatores fundamentais: i) a consolidação das nossas fronteiras, de que foi o grande autor; ii) o prestígio que a sua pessoa e sua atividade profissional trouxeram à diplomacia brasileira, resultando na “carta branca” concedida durante algumas décadas ao Itamaraty. Rio Branco nasceu em 20 de abril de 1845 em família tradicional da aristocracia intelectual e política, mas sem riqueza, e faleceu em 10 de fevereiro de 1912, no seu gabinete de trabalho do Ministério das Relações Exteriores, no Rio de Janeiro. Ao longo de toda uma década foi, chanceler de quatro presidentes: Rodrigues Alves (1902-1906), Afonso Pena (1906- 1909), Nilo Peçanha (1909-1910) e Hermes da Fonseca (1910-1912). Seu pai e homônimo, José Maria da Silva Paranhos, visconde do Rio Branco, teve um papel de grande importância na política e na diplomacia do Império, havendo por quatro vezes dirigido o Itamaraty. Foi quem despertou no filho o interesse pela coisa pública, e o iniciou no trabalho diplomático, levando-o como secretário numa missão diplomática no Prata (1870). O jovem Rio Branco formou-se em Direito, tendo estudado em São Paulo e concluído o curso na Faculdade de Direito de Recife, em 12 INTRODUÇÃO 1866. Cedo revelou interesse pelo estudo da história, que desabrocharia plenamente na maturidade.