ASPECTOS DAS FORMAÇÕES VEGETAIS/USO E OCUPAÇÃO DO SOLO FOLHA MIR-369 - SERRA RICARDO FRANCO – FOLHA MIR- 370 – UIRAPURU – MEMÓRIA TÉCNICA Parte 2: Sistematização de Informações Temáticas NÍVEL COMPILATÓRIO DSEE-VG-US-MT-033 PLANO DA OBRA

PROJETO DE DESENVOLVIMENTO AGROAMBIENTAL DO ESTADO DE - PRODEAGRO

ZONEAMENTO SÓCIO-ECONÔMICO-ECOLÓGICO: DIAGNÓSTICO SÓCIO- ECONÔMICO-ECOLÓGICO DO ESTADO DE MATO GROSSO E ASSISTÊNCIA TÉCNICA NA FORMULAÇÃO DA 2ª APROXIMAÇÃO

Parte 1: Consolidação de Dados Secundários Parte 2: Sistematização das Informações Temáticas Parte 3: Integração Temática Parte 4: Consolidação das Unidades

Governo do Estado de Mato Grosso Secretaria de Estado de Planejamento e Coordenação Geral - SEPLAN Banco Internacional para Reconstrução e Desenvolvimento (BIRD)

PROJETO DE DESENVOLVIMENTO AGROAMBIENTAL DO ESTADO DE MATO GROSSO - PRODEAGRO

ZONEAMENTO SÓCIO-ECONÔMICO-ECOLÓGICO: DIAGNÓSTICO SÓCIO- ECONÔMICO-ECOLÓGICO DO ESTADO DE MATO GROSSO E ASSISTÊNCIA TÉCNICA NA FORMULAÇÃO DA 2ª APROXIMAÇÃO

ASPECTOS DAS FORMAÇÕES VEGETAIS/USO E OCUPAÇÃO DO SOLO FOLHA MIR-369 - SERRA RICARDO FRANCO – FOLHA MIR-370 – UIRAPURU – MEMÓRIA TÉCNICA Parte 2: Sistematização de Informações Temáticas NÍVEL COMPILATÓRIO

MARCO ANTONIO VILLARINHO GOMES MÁRIO VITAL DOS SANTOS

CUIABÁ

FEVEREIRO, 2001

CNEC – Engenharia S.A. GOVERNADOR DO ESTADO DE MATO GROSSO Dante Martins de Oliveira

VICE-GOVERNADOR José Rogério Salles

SECRETÁRIO DE ESTADO DE PLANEJAMENTO E COORDENAÇÃO GERAL Guilherme Frederico de Moura Müller

SUB SECRETÁRIO João José de Amorim

GERENTE ESTADUAL DO PRODEAGRO Mário Ney de Oliveira Teixeira

COORDENADORA DO ZONEAMENTO SÓCIO-ECONÔMICO-ECOLÓGICO Márcia Silva Pereira Rivera

MONITOR TÉCNICO DO ZONEAMENTO SÓCIO-ECONÔMICO-ECOLÓGICO Wagner de Oliveira Filippetti

ADMINISTRADOR TÉCNICO DO PNUD Arnaldo Alves Souza Neto

EQUIPE TÉCNICA DE ACOMPANHAMENTO E SUPERVISÃO DA SEPLAN

Coordenadora do Módulo Biótico/Uso do Solo LUZIA IVO DE ALMEIDA ARIMA (Geógrafa)

Coordenadora do Módulo Sócio-Econômico/ Jurídico-Institucional MARILDE BRITO LIMA (Economista)

Coordenadora do Módulo Cartografia/Geoprocessamento LIGIA CAMARGO MADRUGA (Engª Cartógrafa)

Supervisores de Tema

DALILA VARGAS OLIVARES SIFUENTE (Geógrafa) LIGIA CAMARGO MADRUGA (Enga. Cartógrafa) LUZIA IVO DE ALMEIDA ARIMA (Geógrafa) JOÃO BENEDITO PEREIRA LEITE SOBRINHO (Engo Agrônomo) MARIA APARECIDA CERCI DE PAIVA (Enga. Agrônoma)

Consultor PNUD para o Módulo Biótico/ Uso do Solo RICARDO RIBEIRO RODRIGUES (Biólogo/Botânico)

Consultor PNUD para o Módulo Sócio-Econômico/ Jurídico Institucional SÉRGIO ADÃO SIMIÃO (Engo. Agronômo)

Consultor PNUD para Geoprocessamento/ Banco de Dados EMÍLIO CARLOS BOCHÍLIA (Analista de Organização, Sistemas e Métodos de Informações – OIM)

Supervisão do Banco de Dados GIOVANNI LEÃO ORMOND (Administrador de Banco de Dados) VICENTE DIAS FILHO (Analista de Sistema)

EQUIPE TÉCNICA DE EXECUÇÃO

CNEC - Engenharia S.A.

GERÊNCIA E COORDENAÇÃO

LUIZ MÁRIO TORTORELLO (Gerente do Projeto)

KALIL A. A. FARRAN (Coordenador Técnico)

MARCO A. V. GOMES (Coordenador Técnico do Meio Sócio- Econômico/Jurídico Institucional)

MÁRIO VITAL DOS SANTOS (Coordenador Técnico do Meio Físico- Biótico)

MARIA MADDALENA RÉ (Coordenadora de Uso e Ocupação do Solo)

EQUIPE TÉCNICA DE CAMPO

ADRIANA ROZZA (Engª Agrônoma)

FRANCISCO O. DE CARVALHO (Estagiário)

GÉZA ARBOCZ (Engº Agrônomo)

LAURA CRISTINA FEINDT URREJOLA (Geógrafa)

LUÍS CARLOS BERNACCI (Biólogo)

MÁRCIA VISIBELLI (Geógrafa)

MARIA TEREZINHA MARTINS (Geógrafa)

MARTA CAMARGO DE ASSIS (Bióloga)

MÔNICA TAKAKO SHIMABUKURO (Bióloga)

NATÁLIA M. IVANAUSKAS (Engª Agrônoma)

PAULA PINTO GUEDES (Bióloga)

RENATO GOLDENBERG (Engº Agrônomo)

RUBENS ANTÔNIO ALVES BARRETO (Engº Florestal)

SALVADOR RIBEIRO FILHO (Engº Florestal)

EQUIPE TÉCNICA DE FOTOINTERPRETAÇÃO

LAURA CRISTINA FEINDT URREJOLA (Geógrafa)

MÁRCIA VISIBELLI (Geógrafa)

MARIA TEREZINHA MARTINS (Geógrafa)

PAULA PINTO GUEDES (Bióloga)

RUBENS ANTÔNIO ALVES BARRETO (Engº Florestal)

EQUIPE TÉCNICA DE GABINETE

DENISE TONELLO (Arquiteta)

EDUARDO CECONELO (Eng.º Civil)

FRANCISCO O. DE CARVALHO (Estagiário)

MADALENA LÓS (Bióloga)

MARCELO DE PAULA FERREIRA (Arquiteto)

MÁRCIA VISIBELLI (Geógrafa)

MARIA TEREZINHA MARTINS (Geógrafa)

PAULA PINTO GUEDES (Bióloga)

PENÉLOPE LOPES (Arquiteta)

VERA MÁRCIA ARRIGHI (Arquiteta)

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO 001

2. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS E OPERACIONAIS ESPECÍFICOS ÀS FOLHAS SERRA RICARDO FRANCO E UIRAPURU 003

2.1. DOCUMENTAÇÃO 003

2.2. INTERPRETAÇÃO DAS IMAGENS 003

2.3. TRABALHOS DE CAMPO 006

2.4. INTEGRAÇÃO E SISTEMATIZAÇÃO DOS DADOS 008

3 CARACTERIZAÇÃO DAS UNIDADES DE MAPEAMENTO 008

3.1. FORMAÇÕES VEGETAIS 008

3.1.1. Formações Savânicas 008

3.1.1.1. Sd - Savana Florestada (Cerradão) 008

3.1.1.2. Sa - Savana Arborizada (Cerrado) 009

3.1.1.3 Saf - Savana Arborizada com Floresta- de-Galeria 009

3.1.1.4 Sp - Savana Parque (Campo Cerrado) 010

3.1.1.5 Spf - Savana Parque com Floresta-de- Galeria 010

3.1.1.6. Spp - Savana Parque Associada a Pantanais 010

3.1.1.7. Sgi - Savana Gramíneo-Lenhosa (Campos Úmidos) 011

3.1.1.8. Sav – Formação de Savana Arborizada Associada a Vertentes, com encraves de Matas em Grotões de Drenagem 011

3.1.2. Formações Ripárias 012

3.1.2.1. Fj – Formação Justafluvial 012

3.1.2.2. Fa - Floresta Aluvial 012

3.1.3. Formações Florestais 013

3.1.3.1. Fe - Floresta Estacional 013

3.1.4. Formações de Contatos 014

3.1.4.1. FeS - Contato Floresta Estacional/ Savana 014

3.1.5. Formações Antropizadas 014

3.1.5.1. Fr - Floresta Remanescente 014

3.1.5.2. Fs - Formação Secundária 015

3.2. USO E OCUPAÇÃO DO SOLO 015

3.2.1. Aspectos Gerais: Ocupação e Estruturação do Território 015

3.2.2 Usos Agropecuários 019

3.2.2.1. Ap – Uso Agropecuário em Pequenas Propriedades 019

3.2.2.2. Aga - Uso Agropecuário em Médias e Grandes Propriedades com Predomínio de Culturas Anuais 022

3.2.2.3. Agp – Uso Agropecuário em Médias e Grandes Propriedades com Predomínio de Pastagens 022

3.2.3. Re – Reflorestamento 022

3.2.4. Aq - Áreas de Queimada 023

3.2.5. U - Usos Urbanos 023

3.2.6. Ui - Uso Antrópico em Terra Indígena 023

3.2.7. Ua - Uso Antrópico em Unidade de Conservação 023

4. CARACTERÍSTICAS DO MEIO FÍSICO ASSOCIADAS ÀS FORMAÇÕES VEGETAIS E AO USO DO SOLO 023

4.1. FEIÇÃO DE PAISAGEM – PLANÍCIE DO RIO GUAPORÉ 026

4.2. FEIÇÃO DE PAISAGEM – ZONA POLARIZADA PELA RODOVIA BR-174 029

4.3. FEIÇÃO DE PAISAGEM – FORMAÇÕES SERRANAS 030

4.4. FEIÇÃO DE PAISAGEM – CHAPADA DOS PARECIS 031

5. BIBLIOGRAFIA 033

ANEXOS

ANEXO I - RELAÇÃO DAS FICHAS DE CAMPO CAMPANHA DE USO E OCUPAÇÃO DO SOLO/FORMAÇÕES VEGETAIS

ANEXO II - RELAÇÃO DOS PONTOS DE AMOSTRAGEM DE VEGETAÇÃO E FAUNA

ANEXO III - ÁREA DAS TIPOLOGIAS DAS FORMAÇÕES VEGETAIS E USO DO SOLO POR MUNICÍPIO

ANEXO IV - FOTOGRAFIAS

ANEXO V – FOLHAS SERRA RICARDO FRANCO E UIRAPURU

A001 FORMAÇÕES VEGETAIS /USO E OCUPAÇÃO DO SOLO – MIR 369

A002 FORMAÇÕES VEGETAIS /USO E OCUPAÇÃO DO SOLO – MIR 370

LISTA DE QUADROS

001 CHAVE DE IDENTIFICAÇÃO DOS PADRÕES INTERPRETADOS 004

002 PRINCIPAIS PADRÕES DE USO E RESPECTIVOS SISTEMAS DE PRODUÇÃO OBSERVADOS NA REGIÃO HOMOGÊNEA. – AHP 3. PARTICIPAÇÃO DOS ESTABELECIMENTOS EM NÚMERO (%) E EM ÁREA OCUPADA (%) 020

003 PRINCIPAIS PADRÕES DE USO E RESPECTIVOS SISTEMAS DE PRODUÇÃO OBSERVADOS NA REGIÃO HOMOGÊNEA. – AHP 10. PARTICIPAÇÃO DOS ESTABELECIMENTOS EM NÚMERO (%) E EM ÁREA OCUPADA (%) 020

004 PRINCIPAIS PADRÕES DE USO E RESPECTIVOS SISTEMAS DE PRODUÇÃO OBSERVADOS NA REGIÃO HOMOGÊNEA. – AHP 11. PARTICIPAÇÃO DOS ESTABELECIMENTOS EM NÚMERO (%) E EM ÁREA OCUPADA (%) 021

LISTA DE FIGURAS

001 LOCALIZAÇÃO DAS FOLHAS SERRA RICARDO FRANCO E UIRAPURU NO ESTADO 002

002 LOCALIZAÇÃO DAS CAMPANHAS DE CAMPO 007

003 DIVISÃO POLÍTICO-ADMINISTRATIVA E ELEMENTOS DE INFRA- ESTRUTURA 017

004 PRINCIPAIS FEIÇÕES DE PAISAGEM 027

1

1. INTRODUÇÃO

A presente Memória Técnica refere-se aos trabalhos de mapeamento das Formações Vegetais/Uso e Ocupação do Solo, executados nas folhas Serra Ricardo Franco – MIR-369 (SD.20-Z-B) e Uirapuru MIR-370 (SD.21-Y-A) compreendidas no Estado de Mato Grosso. As Folhas mapeadas situam-se na porção sudoeste do Estado, entre os paralelos 14o00’ e 15o00’ de latitude sul, e os meridianos 58o30’e 60o30’ de longitude oeste de Greenwich (Figura 001), no limite com o território da Bolívia.

As Folhas MIR 369/370 compreendem, total ou parcialmente, o território dos municípios de Conquista do Oeste, , Campos de Júlio, , Nova Lacerda, , Tangará da Serra, Vila Bela da Santíssima Trindade e Vale do São Domingos. Nova Lacerda e Conquista do Oeste são as sedes municipais compreendidas no encarte. A rodovia BR-174 cruza a região, interligando-a a Cuiabá e ao Estado de Rondônia.

A região compreende parte do divisor de águas entre as bacias Amazônica e Platina, a primeira drenada pelos altos cursos dos Rios Guaporé e , a segunda pelo Rio , afluente do Rio Paraguai.

Caracteriza-se por uma grande diversidade de formas de relevo (planícies e depressão do Rio Guaporé, ambientes serranos, Chapada dos Parecis) que condicionam a presença de inúmeros ambientes. Predominam formações florestais na borda da Chapada, na depressão e vale do Guaporé (Floresta Estacional) e savânicas na Chapada, nas formações serranas e nas áreas rebaixadas de planície.

É região de antiga ocupação, ocorrendo tanto grandes como pequenas propriedades. Na Depressão do Guaporé predominam as atividades de pecuária sendo presentes, na Chapada, culturas anuais de grãos com manejos tecnificados. São significativas, na região, as atividades de extrativismo mineral.

Parte do território da Folha MIR-370 está incluída em Terras Indígenas, tanto na Chapada como na Depressão do Guaporé. A maior parte do território na porção oeste, na divisa com a Bolívia, é delimitada no Parque Estadual Serra Ricardo Franco.

63°00' 61°30' 60°00' 58°30' 57°00' 55°30' 54° 52°30' 51°00' 49°30' 7° 7° SB 21 YD

220 8° 8° SC 20 XA SC 20 XB SC 21 VA SC 21 VB

244 245 246 247 9° 9° SC 20 XC SC 20 XD SC 21 VC SC 21 VD SC 21 XC SC 21 XD SC 22 VC SC 22 VD SC 22 XC

270 271 272 273 274 275 276 277 278 10° 10° SC 20 ZA SC 20 ZB SC 21 YA SC 21 YB SC 21 ZA SC 21 ZB SC 22 YA SC 22 YB SC 22 ZA

295 296 297 298 299 300 301 302 303 11° 11° SC 20 ZD SC 21 YC SC 21 YD SC 21 ZC SC 21 ZD SC 22 YC SC 22 YD SC 22 ZC

316 317 318 319 320 321 322 323 12° 12° SD 20 XBSD 21 VA SD 21 VB SD 21 XA SD 21 XB SD 22 VA SD 22 VB SD 22 XA

336 337 338 339 340 341 342 343 13° 13° SD 20 XD SD 21 VC SD 21 VD SD 21 XC SD 21 XD SD 22 VC SD 22 VD SD 22 XC

353 354 355 356 357 358 359 360 14° 14° SD 20 ZB SD 21 YA SD 21 YB SD 21 ZA SD 21 ZB SD 22 YA SD 22 YB SD 22 ZA

369 370 371 372 373 374375 376 15° 15° SD 20 ZD SD 21 YC SD 21 YD SD 21 ZC SD 21 ZD SD 22 YC SD 22 YD

385 386 387 388 389 390 391 16° 16° SE 20 XB SE 21 VA SE 21 VB SE 21 XA SE 21 XB SE 22 VA SE 22 VB

401 402 403 404 405 406 407 17° 17° SE 21 VD SE 21 XC SE 21 XD SE 22 VC

417 418 419 420 18° 18° SE 22 YA

433 19° 19° 63°00' 61°30' 60°00' 58°30' 57°00' 55°30' 54°00' 52°30' 51°00' 49°30'

500 100 200 300 km

CONVENÇÕES ADOTADAS

NN 00 NN Código da Base Cartográfica

000 Código MIR

Localização da Folha no Estado

Figura 001

DIAGNÓSTICO SÓCIO-ECONÔMICO-ECOLÓGICODO ESTADO DE MATO GROSSO E ASSISTÊNCIA TÉCNICA NA FORMULAÇÃO DA SEGUNDA APROXIMAÇÃO DO ZONEAMENTO SÓCIO-ECONÔMICO-ECOLÓGICO

Localização do Encarte Folhas Mir 369/370 no Estado

ESCALA : gráfica Fonte: CNEC Engenharia, 2000 3

2 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS E OPERACIONAIS ESPECÍFICOS ÀS FOLHAS SERRA RICARDO FRANCO E UIRAPURU

A metodologia geral que norteou os trabalhos de mapeamento das Formações Vegetais/Uso e Ocupação do Solo, na escala 1:250.000, encontra-se detalhada no Relatório DSEE-US-RT-001 – “Uso e Ocupação do Solo e Formações Vegetais – Aspectos Gerais: Procedimentos Metodológicos e Atividades Realizadas”, onde são tratados os aspectos gerais do trabalho, tais como: dados secundários utilizados; procedimentos metodológicos seguidos no decorrer dos trabalhos; critérios de interpretação utilizados na identificação dos padrões das imagens; procedimentos específicos às diversas campanhas de campo; correlação de dados secundários e relativos a outros setores de estudo relacionados ao tema.

2.1. DOCUMENTAÇÃO

Os trabalhos de cunho regional utilizados, que abrangem as Folhas Serra Ricardo Franco e Uirapuru, referem-se a:

- Projeto RADAMBRASIL Folha SD.20 Guaporé, 1979, escala 1:1.000.000.

- Na delimitação dos padrões de uso e ocupação e das formações vegetais, abrangendo totalmente a área das Folhas estudadas, foram utilizadas as imagens de satélite TM 228/70 (23/07/93) e 229/70 (17/07/94), composição colorida, bandas 3, 4 e 5; para definição de padrões duvidosos (nuvens, queimadas) foi também consultado o mosaico de RADAR SD.20ZD e SD.21YA (Projeto RADAMBRASIL), todos na escala 1:250.000.

- Devido a defasagem temporal entre as imagens interpretadas (1994) e o estágio atual dos trabalhos, foram consultadas as Folhas Serra Ricardo Franco e Uirapuru do Trabalho – Mapa da Dinâmica de Desmatamento do Estado de Mato Grosso (1999, 1:250.000), elaborado pela FEMA – Fundação Estadual do Meio Ambiente. Nas Folhas temáticas foram demarcadas as áreas desmatadas entre esta data e 1997 (imagem mais recente interpretada pela FEMA).

2.2. INTERPRETAÇÃO DAS IMAGENS

A interpretação das imagens de satélite seguiu aos procedimentos gerais explicitados no Relatório DSEE-VG/US-RT-001. De maneira geral, os processos de mapeamento foram realizados a partir de levantamentos florísticos e fitofisionômicos da vegetação em campo, aliados a fotointerpretação analógica de imagens de satélite Landsat TM 5.

Após a conclusão dos trabalhos comparou-se os resultados obtidos ao mapeamento realizado pelo Projeto RADAMBRASIL, verificando-se que, de modo geral, as principais diferenciações em relação a este são advindas da escala mais aproximada dos trabalhos e da redução do estado de conservação da vegetação, pela intensificação dos processos de antropização ocorridos na região nos últimos anos.

A delimitação de áreas de contato entre as formações savânicas e a Floresta Estacional (RADAM), assim como áreas revestidas pela Savana Florestada, nem sempre podem ser observadas, porque foram substituídas pelos usos agropecuários.

4

Foram mapeados 14 padrões relativos às formações vegetais e 3 padrões característicos de áreas antropizadas. Estes padrões foram, em situações específicas, correlacionados constituindo legenda composta. A legenda definida pelos padrões das imagens, corroborada pelas informações de campo é apresentada no Quadro 001 a seguir.

QUADRO 001 CHAVE DE IDENTIFICAÇÕES DOS PADRÕES INTERPRETADOS

LEGENDA PADRÃO DA IMAGEM OBSERVAÇÕES

FORMAÇÕES VEGETAIS Sd - Savana Florestada Tons de verde claro a médio, Ocorre nos vales dos principais rios que (Cerradão) com mosqueamento alaranjado cortam a Chapada dos Parecis e em sua e marrom. borda. Ocorre, em algumas situações, associada à Savana Arborizada, entremeada por Formações Justafluviais. Sa - Savana Arborizada Tons de marrom alaranjado a Tem seu domínio na Chapada dos Parecis, (Cerrado) verde alaranjado. nos grandes interflúvios tabulares. As imagens mostram, neste ambiente, Saf - Savana Arborizada com extensas áreas que sofreram a ação do Floresta de Galeria fogo. Sp - Savana Parque Tons de marrom alaranjado Ocorre no pantanal do Guaporé, em áreas (Campo Cerrado) (róseo/ocre) na Serra de São com impedimento de drenagem e na Serra Vicente e marrom escuro com de São Vicente, associada à Savana Spf - Savana Parque com mosqueamento de verde em Arborizada. Floresta de Galeria áreas pantaneiras. Spp - Savana Parque Associada Tons de marrom escuro e claro. Ocorre na porção sudeste do território, em a Áreas Pantaneiras ambientes alagadiços com inúmeras lagoas e linhas de drenagem. É presente o uso agropecuário nas pastagens naturais. Sgi - Savana Gramíneo- Tons arroxeados muito escuros, Ocorre em pequena mancha às margens Lenhosa (Campos Úmidos) denotando a presença de água do Rio Galera (mapeada como Formações no solo. Pioneiras no RADAM). FORMAÇÕES VEGETAIS Sav – Formação de Savana Tons que variam de verde a Ocorre nas encostas e em áreas Arborizada associada a marrom claro. dissecadas no topo da Serra de São vertentes, com encraves de Vicente. Nestas associações foram matas em grotões de drenagem observadas, no campo, a Savana Arborizada e a Savana Parque. Entretanto o imageamento não reflete diferenciações entre as duas formações. Fj – Formação Justafluvial Tons de verde escuro. Ocorre ao longo de drenagens na Chapada dos Parecis, correspondendo a Florestas de Galeria. Fa - Floresta Aluvial Tons de verde muito escuro a Ocorre ao longo dos rios que cortam a verde escuro. Depressão do Guaporé e, localmente, de alguns rios na Chapada dos Parecis, nesta situação em áreas menos significativas. Fe – Floresta Estacional Tons de verde escuro, às vezes, Ocorre em toda a extensão das Folhas mosqueado de tons mais claros. MIR 369/370 , entre a borda dissecada da Chapada dos Parecis e o Rio Guaporé, em áreas de relevo suave ondulado. (continua...)

5

QUADRO 001 CHAVE DE IDENTIFICAÇÕES DOS PADRÕES INTERPRETADOS (...continuação)

LEGENDA PADRÃO DA IMAGEM OBSERVAÇÕES

FORMAÇÕES VEGETAIS FeS - Contato Floresta Tons de verde escuro com Ocorre na borda da Chapada dos Parecis e Estacional / Savana mosqueamento de marrom a em área inserida na planície do Guaporé. verde médio. Em geral, a Formações Savânica corresponde à Florestada. Fr - Floresta Remanescente Tons de verde escuro. Corresponde a fragmentos florestais entremeando as áreas de uso, principalmente de pequenas propriedades. Guardam algumas características da vegetação original (formações, espécies) apesar da alteração sofrida com a exploração madeireira e com o efeito de borda. Fs – Formação Secundária Tons de verde claro. Áreas desmatadas e abandonadas, em processo de revegetação natural. USOS DO SOLO Ap - Uso Agropecuário em Tons de verde claro, rosa claro Tipologia de ocupação decorrente de pequenas propriedades a esbranquiçado. projetos de colonização ou assentamento. Ocorre na borda da chapada em áreas fortemente dissecadas, pontualmente na depressão do Guaporé e a sudoeste, tendo continuidade na Folha MIR-386. Esta ocupação está geralmente associada a Remanescentes Florestais. Aga - Uso Agropecuário em Tons de rosa claro a escuro e Corresponde a áreas de ocupação recente médias e grandes tons de lilás. com culturas de grãos, nos interflúvios propriedades com predomínio tabulares da Chapada. Ocupa locais antes de Culturas Anuais. revestidos por Formações Savânicas, permanecendo remanescentes desta vegetação nas bordas dos topos tabulares ou entremeando as áreas cultivadas. Agp - Uso Agropecuário em Tons de verde claro e rosa claro Ocorre desde a borda da Chapada até o Rio médias e grandes a médio. Guaporé. Localmente, está associado a propriedades com predomínio Florestas de Galeria e a Remanescentes de Pastagens Florestais. Re – Reflorestamento Tons alaranjados, marrom Reflorestamento de Eucalipto localizado na esverdeado e verde médio. porção sudeste da Folha. MIR-370 Aq – Áreas Queimadas Tons de cinza escuro, rosa claro Corresponde a locais com queimada quando e tons esbranquiçados, do imageamento. Na Folha MIR-370 foram dependendo do tempo entre a mapeadas extensas áreas queimadas, queima e a passagem do presentes tanto na imagem de 1994 como satélite. Quanto mais escuro o na de 1993, denotando a queima anual. padrão, mais recente é a Estão inseridas, em sua maior parte, em queimada. Terras Indígenas (Chapada dos Parecis). M – Extrativismo Mineral Tons de rosa médio, Ocorrência no sopé oriental da Serra de São esbranquiçado e azul claro. Vicente. U – Usos Urbanos Tons de rosa esbranquiçado, Corresponde às cidades de Nova Lacerda e com alinhamentos. Conquista do Oeste. Ui – Uso Antrópico em Terra Tom de rosa , textura lisa. Ocorre nas T.I., Pequizal, Paresi , Sararé, Indígena Vale do Guaporé e Taihantesu, Ua – Uso Antrópico em Tom de rosa , textura lisa. Ocorre ao longo da Serra do Roncador.(MIR Unidade de Conservação 369). FONTE: CNEC, 1997.

Na ocorrência de formações savânicas, diferentes tipologias encontram-se associadas em manchas não mapeáveis na escala do trabalho, tendo sido agrupadas em legendas compostas, onde o primeiro componente é dominante. Áreas de ocupação também

6

aparecem entremeadas por remanescentes de formações florestais e savânicas ainda em áreas naturais, ocorrem áreas de uso com dimensões não mapeáveis na escala de trabalho.

2.3. TRABALHOS DE CAMPO

As Folhas Serra Ricardo Franco e Uirapuru foram cobertas pelas seguintes Campanhas de Campo, cujos roteiros são esquematizados na Figura 002:

- 01 campanha relativa ao levantamento dos padrões de uso e das formações vegetais, realizada no mês de abril de 1997 (parte do Roteiro 10). Foram relevados os padrões de uso e das formações vegetais ao longo dos percursos, tendo sido amostrados, para definição dos padrões, 16 pontos, apresentados no Anexo I e locados nas folhas temáticas (Pontos 01 a 04/MIR-369 e 01 a 12/MIR-370).

- 01 campanha de vegetação, parte da Campanha Vila Bela da Santíssima Trindade, realizada no período de 08 a 17/09/97, quando foi realizada coleta de material botânico em seis localidades (Pontos 01 a 06) e amostragem fitossociológica na localidade 02.

- 01 campanha de fauna - Vila Bela da Santíssima Trindade / Pontes e Lacerda, abordando os grupos Anfíbios, Lagartos, Serpentes, Aves, Mamíferos (07 a 22/09/97).

- A Pesquisa Sócio-Economica-Agronômica realizou entrevistas que possibilitaram a qualificação das atividades e do perfil do produtor.

A descrição dos pontos de levantamentos e amostragens consta dos relatórios específicos a cada tema.

Vilhena/ Campos Rondônia 60º30' 60º00' BR 174 de Júlio 59º00' 58º30'

14º00' R a i o 8 n

MIR 369 8 e MIR 370 J

10 u 3 u

r R

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n

T u R i a

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M i 03 o

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G R u u 4

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05 t p 01 3 i o

r é R

B 02 Alto 07 o v 04 Juruena V.4 o 01 R N 73 i o 4 o V.5 i R T o Gal Ribe M Nova Ri era irã V o V.3 ed V.6 S Lacerda r V.1 e 06 i Diaman e R xa i o s tino G 364 u T M M 02 a Conquista BR / T p 08 o V.2 1 do Oeste 9 r é 9

B 04 01 R 03 M 1 T 12 7 R 4 3 i

8 o 8 G 09 u BOLÍVIA a 05 p o r u R é r io Sa u rar a é 06 J o 11 i R

MT 2 15º00' 46 Vila Bela da 07 08 09 Santíssima Trindade Pontes e Lacerda / Jauru Cáceres

100 20 40 60 km

CAMPANHAS DE CAMPO CONVENÇÕES CARTOGRÁFICAS

Uso do Solo / Vegetação: Limite Municipal Roteiro 10 Limite Estadual Vegetação: Sede Municipal V.01 a 06 Distrito e/ou Localidade Viário Principal Hidrografia/Lago Unidade de Conservação Terra Indígena

Figura 002

DIAGNÓSTICO SÓCIO-ECONÔMICO-ECOLÓGICODO ESTADO DE MATO GROSSO E ASSISTÊNCIA TÉCNICA NA FORMULAÇÃO DA SEGUNDA APROXIMAÇÃO DO ZONEAMENTO SÓCIO-ECONÔMICO-ECOLÓGICO

Campanhas de Campo Encarte Folhas Serra Rio Franco / Uirapuru - SD. 20-Z-B / SD. 21-Y-A Mir 369 / 370

ESCALA : 1:1.500.000 Fonte: CNEC Engenharia, 2000 8

2.4. INTEGRAÇÃO E SISTEMATIZAÇÃO DOS DADOS

Como descrito na Metodologia Geral (Relatório DSSE-VG/US-RT-001), na interpretação preliminar e no acompanhamento da campanha de campo, foram utilizados dados de outros setores de estudo relacionados ao tema em tela, notadamente no que diz respeito aos aspectos de solos, formas do relevo, padrões da ocupação, presença de equipamentos de infra-estrutura.

Após as campanhas de campo e a revisão do mapeamento preliminar dos padrões de uso e das formações vegetais, foi realizado trabalho de sistematização das informações de outros temas, necessárias à compreensão dos processos de ocupação e à descrição das formações vegetais presentes na região. Os dados primários utilizados para o processo de correlação referem-se essencialmente às observações de campo; aos levantamentos florísticos, faunísticos e fitossociológicos; aos resultados da pesquisa Sócio-Econômica- Agronômica; aos relatórios temáticos de Geologia, Geomorfologia e Solos específicos às Folhas Serra Ricardo Franco e Uirapuru. A correlação dos dados permitiu a definição da legenda dos padrões que constam das Folhas Formações Vegetais/Uso e Ocupação do Solo – MIR-369 e MIR-370.

3. CARACTERIZAÇÃO DAS UNIDADES DE MAPEAMENTO

3.1. FORMAÇÕES VEGETAIS

3.1.1. Formações Savânicas

3.1.1.1. Sd - Savana Florestada (Cerradão)

É a expressão florestal das Formações Savânicas, que se desenvolve sobre solos profundos e de média fertilidade, freqüentemente podzólicos e latossolos. As árvores que constituem o dossel possuem troncos geralmente grossos, com espesso ritidoma porém sem a marcante tortuosidade geralmente observada nas savanas. A estratificação é simples e o componente arbóreo é perenifólio, atinginfo altura em torno de 15m, podendo chegar a 18m. Não há um estrato arbustivo nítido e o estrato graminoso esparso é entremeado de espécies lenhosas de pequeno porte. Tem composição florística diversificada, contendo espécies das expressões mais abertas das savanas, que assumem hábito arbóreo, e da Floresta Estacional, raramente presentes em outras formações savânicas. Epífitas são raras. É também denominada “Cerradão” ou “Savana Arbórea Densa”.

São características do estrato superior espécies como: sucupira-branca (Pterodon pubescens), sucupira-preta (Bowdichia virgilioides), jatobá (Hymenaea courbaril), tingui (Magonia pubescens), pau-terra (Qualea sp), pau-santo (Kielmeyera coriacea), pau-de-sobre (Emmotum nitens), jacarandás (Machaerium sp e Dalbergia sp).

Na região esta formações apresenta porte elevado, chegando a cerca de 20m de altura. Espécies observadas foram: aroeira (Myracrodruon urundeuva), tingui (Magonia pubescens), angico-do-campo (Anadenathera falcata), sucupira (Pterodon emarginatus), perobinha (Aspidosperma subincanum), caroba (Jacaranda cuspidifolia), capitão (Terminalia

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argentea), monjoleiro (Acacia polyphylla). Já no subosque, encontram–se espécies como cortiça (Duguetia sp), jacatirão (Miconia sp), falso-novateiro (Coccoloba mollis), açoita (Luehea paniculata), entre outras.

Esta formações está representada no encarte principalmente no limite da Chapada dos Parecis com a Depressão do Guaporé, em uma expressiva faixa de sudeste a noroeste. De forma menos significativa, ocorre também na Chapada, notadamente a norte e nordeste, associada aos vales das principais drenagens ali presentes. Está presente ainda, a oeste, junto à margem esquerda do Rio Galera, associada à Savana Arborizada.

3.1.1.2. Sa - Savana Arborizada (Cerrado)

Corresponde à formação savânica propriamente dita, caracterizando-se pelo aspecto xeromorfo do componente arbustivo-arbóreo e pelo expressivo estrato herbáceo, onde predominam gramíneas cespitosas (que formam touceiras). Variações fisionômicas e estruturais, decorrentes de características pedológicas diferenciadas e de perturbações antropogênicas expressam-se pela distribuição espacial irregular de indivíduos, ora com adensamento do estrato arbustivo-arbóreo, ora com predomínio do componente herbáceo. A altura varia entre 2 e 7m. Apresenta, como característica marcante, estrato arbóreo composto de exemplares de troncos e galhos retorcidos, casca espessa e folhas grandes, muitas vezes coriáceas.

Constitui uma formação vegetal relativamente aberta, geralmente manejada com fogo, podendo representar feições alteradas de Savanas Florestadas, submetidas a pressões antrópicas.

É denominada em sentido amplo de “Cerrado”. Ocorre sobre vários tipos de solos, mais freqüentemente em latossolos álicos, mas também em solos podzólicos, concrecionários e Areias Quartzosas. Espécies características: jatobá-do-cerrado (Hymenaea stigonocarpa), ipê-do-cerrado (Tabebuia caraiba), araticum (Annona coriacea), pequizeiro (Caryocar brasiliensis), mangaba (Hancornia speciosa), lixeirinha (Davilla elliptica), colher-de-vaqueiro (Salvertia convallariaeodora), lixeira (Curatella americana), pau-santo (Kielmeyera coriacea), pau-terra (Qualea sp), muricis (Byrsonima sp), entre outras. A ocorrência de lianas não se dá de forma agressiva, sendo, em sua maioria, herbáceas ou semi-lenhosas.

Presente em grandes extensões na Chapada dos Parecis, esta formação sofre, nesta região, freqüente ação do fogo, cujos vestígios são visíveis na vegetação. Observações de campo permitiram confirmar a presença de maior parte destas espécies, destacando-se, por seu porte, o pequi, o araticum, a colher-de vaqueiro e o jatobá. Outras espécies observadas foram: barbatimão (Stryphnodendron cf. adstringens), dedaleira (Lafoensia pacari) e embiruçu (Eriotheca suberosum). Dentre os representantes de menor porte, cita-se: louro (Cordia insignis), lixeira (Curatella americana), vermelhão (Hirtella glandulosa), gritadeira (Palicourea rigida) e Psychotria sp, entre outras. Poáceas e ciperáceas compõem o tapete graminóide.

3.1.1.3. Saf - Savana Arborizada com Floresta de Galeria

Esse padrão é constituído pela fisionomia da Savana Arborizada associada a Formações Ripárias. Porém, devido às pequenas extensões, não é possível sua individualização através de mapeamento, na escala do trabalho.

Estas Formações Ripárias formam faixas ao longo das margens dos rios e córregos onde ocorrem espécies como: ingás (Inga sp), figueiras (Ficus sp), pinha-do-brejo (Talauma ovata), pindaíba-do-brejo (Xylopia emarginata). Ao lado destas essências tipicamente ripárias, ocorrem ainda elementos estacionais, uma vez que estas formações não estão submetidas ao estresse hídrico verificado no ambiente savânico. Por constituírem faixas contínuas que se

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destacam na paisagem de formações abertas, recebem a denominação de Florestas de Galeria ou Florestas Ciliares.

Presente em toda a extensa área da Chapada dos Parecis.

3.1.1.4. Sp - Savana Parque (Campo Cerrado)

Nesta formação, prevalece o componente herbáceo e arbustivo, com indivíduos arbóreos presentes de forma esparsa, compondo uma das expressões campestres das savanas, denominada também “Campo Cerrado”. É encontrada sob diversas condições, desde planícies de inundação até topos ou encostas pedregosas, podendo ter origem natural, decorrente das condições do substrato, ou ser resultante de ação antrópica, pelo manejo anual de queimadas para uso agropecuário.

Embora prevaleçam gramíneas no estrato herbáceo, são também freqüentes espécies de compostas e de leguminosas sendo, portanto, a composição florística bastante diversificada. Já os componentes arbustivos e arborescentes (altura entre 1 a 2 metros) constituídos de plantas características da Savana Arborizada, são pobres em espécies. Alguns dos representantes lenhosos são: cajuzinho (Anacardium humile), araticum (Annona coriacea), faveira (Dimorphandra mollis), marmelo (Alibertia sp), lobeira (Solanum lycocarpum), colher-de- vaqueiro (Salvertia convallariaeodora).

Ocorre principalmente nos topos das serras que constituem as Formações Serranas, relacionando-se com solos rasos, presentes nestas localidades.

3.1.1.5. Spf - Savana Parque com Floresta de Galeria

Esse padrão representa áreas de Savana Parque onde Formações Ripárias estão presentes porém, devido às pequenas extensões, não é possível sua individualização através de mapeamento, realizado na escala do trabalho.

Estas Formações Ripárias formam estreitas faixas sobre o dique marginal, onde o solo mais fértil permite o desenvolvimento de florestas, estando presentes espécies como ingás (Inga sp), figueiras (Ficus sp), pinha-do-brejo (Talauma ovata), pindaíba-do-brejo (Xylopia emarginata). Ao lado destas essências tipicamente ripárias, ocorrem ainda elementos estacionais juntos às regiões marginais menos atingidas pela presença da água. Por constituírem faixas contínuas que se destacam na paisagem de formações abertas, recebem a denominação de Florestas de Galeria ou Florestas Ciliares.

São raras as ocorrências desta Formação associada com Floresta de Galeria, restringindo-se a pequenas áreas no limite oeste do encarte e pequenos trechos nas Formações Serranas.

3.1.1.6. Spp - Savana Parque associada a Pantanais

Formação associada às planícies inundáveis com solos caracterizados por saturação hídrica periódica, compondo “Campos Úmidos”, à semelhança da Savana Gramíneo-Lenhosa. Diferencia-se dessa por sua ampla extensão e por sua ocorrência, na Depressão que caracteriza o Pantanal Matogrossense ou nas Depressões do Araguaia e do Guaporé. Quando o encharcamento do solo é muito prolongado, predominam quase que exclusivamente gramíneas (Poaceae) e Cyperaceae, às quais associam-se herbáceas anuais, dentre as quais destacam-se: Paepalanthus speciosus, Pfaffia glomerata e Heliotropium filiforme.

Estas extensas superfícies planas e deprimidas apresentam, freqüentemente, pequenas elevações geralmente em torno de 50cm de altura e área variável, com até 100m2,

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decorrente de deposição diferencial de material de acumulação ou de origem biológica, formadas por cupinzeiros ativos ou abandonados. Este micro-relevo constitui os denominados “murunduns”, com solo mais seco, favorecendo o estabelecimento de componente arbustivo- arbóreo característico de savanas. Assim, em cada elevação crescem arvoretas e/ou arbustos como: pequizeiro (Caryocar brasiliensis)), lixinha (Davilla ellipica) pau-terra (Qualea grandiflora), perdiz (Simarouba versicolor), inharé (Brosimum gaudichaudii), lobeira (Solanum lycocarpum), caroba (Jacaranda cuspidifolia), entre outras. O estrato herbáceo é formado basicamente por gramíneas. Esta formação é também conhecida como “Campos de Monchões ou “Campo de Murunduns”.

Presente a oeste, em terrenos deprimidos relacionados à planície do Rio Guaporé e freqüentemente utilizada como pasto natural no período de estiagem. Ocorre no limite das Florestas Aluviais que se desenvolvem ao longo das drenagens e das Florestas Estacionais e de contato, presentes nos terrenos mais elevados, constituindo amplas faixas de formações campestres em meio a ambientes florestais.

3.1.1.7. Sgi - Savana Gramíneo-Lenhosa (Campos Úmidos)

Corresponde à vegetação presente em áreas deprimidas, sobre solos hidromórficos, onde o lençol freático aflora ou é muito superficial, geralmente em localidades caracterizadas por nascentes, lagoas, corixos e riachos. Caracteriza-se pela presença de flora hidrófila, isto é, que se desenvolve em ambientes úmidos. Também denominada de “Campos Úmidos”.

Desenvolve-se também sobre afloramentos rochosos ou solos muito rasos, freqüentemente com camada de laterita superficial, podendo-se encontrar campos úmidos onde a rocha é superficial, em topos de morros testemunhos e em alguns platôs em torno de buritizais e Florestas de Galeria.

No período chuvoso, estes campos permanecem encharcados, impedindo o crescimento de vegetação arbóreo-arbustiva. Assim, a vegetação apresenta apenas estrato herbáceo, sendo as espécies encontradas extremamente seletivas. São muito freqüentes as ciperáceas, gramíneas, além de outras herbáceas como cruz-de-malta (Ludwigia sp), Xyris sp, jalapa (Mandevilla sp), bem como minúsculas plantas “carnívoras” do gênero Utricularia.

Localmente podem apresentar relevo constituído de pequenas elevações que favorecem a presença de arbustos e arvoretas. Neste caso, recebem a denominação de “Campos de Monchões” ou “Campos de Murunduns”.

Pouco representada na Folha MIR-369, verificando-se sua ocorrência junto à foz do Rio Galera.

3.1.1.8. Sav – Formação de Savana Arborizada Associada a Vertentes, com Encraves de Matas em Grotões de drenagem

Ocorre em vertentes íngremes, às vezes com afloramentos rochosos. A Savana Parque geralmente predomina na porção superior. Na meia encosta, a formação dominante é Savana Arborizada com diversos níveis de biomassa. Em locais mais encaixados da vertente- “grotões”, em associação a pequenos cursos d’água, a menor a exposição ao sol e a elevada umidade favorecem o desenvolvimento de florestas fisionomicamente semelhantes às Estacionais, denominadas “Matas de Grotões”. Estas ocorrem em pequenas áreas descontínuas, formando mosaico, não sendo possível seu mapeamento como unidades fisionômicas distintas, nessa escala de trabalho.

Entre as espécies observadas nas “Matas de Grotão” associadas às escarpas de planalto estão: gonçalo-alves (Astronium fraxinifolium), tapiriri (Tapirira guianensis), ipê

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(Tabebuia sp), guatambú (Aspidosperma sp), canela (Ocotea sp), figueira (Ficus sp), Clusia sp, pindaíba (Xilopia sp), entre outras.

Estão presentes nas escarpas das Formações Serranas, associadas a Savanas Arborizadas, as quais se alternam com as “Matas de Grotões”. Fazem limite com a Floresta Estacional, a leste da Serra de São Vicente.

3.1.2. Formações Ripárias

3.1.2.1. Fj – Formação Justafluvial

Compreende diversas formas de vegetação associadas a cursos d’água, que recebem distintas denominações, de acordo com suas peculiaridades, reflexo das condições do substrato onde se desenvolvem: “Veredas”, “Matas de Brejo”, “Floresta de Galeria” ou “Floresta Ciliar”.

Em Domínio de Savanas, estas formações começam, em geral, em pequenos brejos ou nascedouros de ribeirões, sob a forma de alamedas de buritis (Mauritia sp), formando “Veredas”. Ao longo dos cursos d’água, as veredas vão progressivamente adquirindo outras espécies de árvores, dentre as quais citam-se ingá (Inga uruguensis), copaíba (Copaifera langsdorffii), tapiriri (Tapirira guianensis), congonha (Ilex sp), mulungu (Erythrina aff. mulungu), encorpando e passando a constituir faixas que margeiam as linhas de drenagem. Adquirem caráter peculiar, por se destacar na paisagem caracterizada por formações abertas e xeromorfas, e recebem a denominação de “Floresta de Galeria” ou “Floresta Ciliar”. Por vezes, passam gradualmente a ocupar as “rampas” do interflúvio, em uma transição para as formações adjacentes. Quando estas florestas se fundem no interflúvio, considera-se o fim da área nuclear do Domínio das Savanas.

Em sítios com impedimentos de drenagem formam-se matas paludosas denominadas “Matas de Brejo”, onde predominam espécies hidrófilas, como olandi (Calophyllum brasiliensis) e leiteiro (Sapium sp), pindaíba (Xylopia emarginata) e buritirama (Maurtiella armata).

Quando em domínio florestal, as Formações Justafluviais apresentam-se bem desenvolvidas, com estrutura semelhante à das florestas com as quais se associam, sendo de difícil discriminação no mapeamento. Possuem composição florística particular, sendo encontradas, além de essências da flora do interflúvio, as seguintes espécies arbóreas: cambará (Vochysia cf. divergens), anani (Symphonia globulifera), jequitibá-vermelho (Cariniana rubra), novateiros (Triplaris sp), olandi (Calophyllum brasiliense), leiteiro (Sapium sp) e sangra- d’água (Croton cf. urucurana) entre outras. No domínio da Floresta Ombrófila ou em regiões de contato desta, é característica a presença de sororoca (Phenakospermum guianense), como dominante no subosque.

Ocorre junto a rios presentes na Chapada dos Parecis, destacando-se na paisagem caracterizada por formações savânicas.

3.1.2.2. Fa - Floresta Aluvial

Ocorre seletivamente em solos aluviais, em planícies de inundação sazonal dos rios. Apresenta elementos botânicos estacionais e ombrófilos, predominando estes ou aqueles, de acordo com o domínio em que se insere. Sua composição florística, contudo, é relativamente distinta e menos diversa em relação às formações florestais de interflúvios, devido às restrições decorrentes do substrato periodicamente encharcado. Verificam-se espécies seletivas higrófilas, dentre as quais destacam-se: jenipapo (Genipa americana), olandi (Calophyllum

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brasiliensis), ingá (Inga sp) e leiteiro (Sapium sp). As palmeiras são boas indicadoras do tipo e das condições hídricas do solo, uma vez que maripá (Attalea maripa), bacuri (Attalea phalerata) e bacaba (Oenocarpus sp) dominam nas planícies aluviais. Em grotas e outros sítios de maior umidade ocorrem ainda paxiúbas (Iriartea sp) e palmiteiro (Euterpe precatoria). O baixo potencial madeireiro, a impossibilidade de exploração agrícola e a ausência de fogo, colocam este tipo de vegetação, de modo geral, em situação privilegiada em relação à sua preservação.

Extensas Florestas Aluviais marcam o curso do Rio Guaporé e de seus principais afluentes. Em menores extensões, estas florestas ocorrem também em algumas drenagens da Chapada dos Parecis.

Nas margens do Rio Guaporé, a jusante da foz do Rio Galera, esta formação apresenta-se com dossel bastante irregular, com aproximadamente 12m de altura, sendo encontradas, entre outras, as seguintes espécies: tucum (Bactris sp), jatobá (Hymenaea courbaril), ingá (Inga sp), jenipapo (Genipa americana), novateiro (Triplaris gardneriana), figueira (Ficus pertusa), Erythroxylum aff. anguifugum. Nas áreas mais abertas, principalmente voltadas para o rio, grandes quantidades de lianas recobrem as copas, formando “colunas de cipós”. Abaixo, o estrato inferior, com arvores entre 4m a 8m de altura, é constituído por exemplares jovens das espécies do estrato superior e por outras como pata-de-vaca (Bauhinia sp), murici (Byrsonima orbignyana), folha-de-castanha (Ouratea aff. castanaefolia) e Eugenia aff. tapacumensis)

3.1.3. Formações Florestais

3.1.3.1. Fe - Floresta Estacional

Formação pluriestratificada, apresentando dossel de 25-30m de altura, com emergentes. Tem ocorrência associada à estacionalidade climática e a solos geralmente mais férteis do que aqueles observados sob as Savanas. A maior relação com a estacionalidade ocorre na região centro/sul do Estado, onde o período seco varia entre 3 a 5 meses (maio a agosto). Na região norte esta formação está relacionada aos relevos mais dissecados onde ocorrem afloramentos rochosos e portanto solos mais rasos com menor disponibilidade de água. Apresenta grande complexidade estrutural e elevada biomassa, constituindo comunidades bastante diversas. Lianas e epífitas são freqüentes. São características, entre outras, as seguintes espécies: cedro (Cedrela fissilis), guatambu e peroba (Aspidosperma sp), cabreúva (Myroxylon peruiferum), paineira (Chorisia speciosa), mamica (Zanthoxylum riedelianum) e pau-jangada (Apeiba tibourbou).

Esta floresta é denominada semidecidual ou decidual dependendo da densidade menor (até 50%, geralmente em torno de 20%) ou maior (acima de 50%) de espécies decíduas, respectivamente. Dentre as árvores que perdem total ou parcialmente as folhas no período desfavorável destacam-se: ipês (Tabebuia roseo-alba, T. serratifolia, T. impetiginosa), guatambus e perobas (Aspidosperma sp), embiruçus (Pseudobombax longiflorum e P. tomentosum), gonçalo-alves (Astronium fraxinifolium), angicos (Anadenanthera macrocarpa e A falcata), e aroeira-preta (Myracrodruon urundeuva).

Há também ocorrência de palmeiras como inajá (Attalea maripa), bocaiuva (Acrocomia sclerocarpa) e babaçu (Orbignia speciosa), esta última muito favorecida com as queimadas.

Extensas áreas destas formações ocorrem na Depressão do Guaporé, a sudoeste e a noroeste do encarte e nas vertentes da Chapada dos Parecis.

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Embora as Florestas Estacionais da região apresentem perturbações de origem antrópica, espécies de valor comercial como peroba-rosa (Aspidosperma polyneuron), cedro (C. fissilis), garapa (Apuleia leiocarpa), ocorrem como emergentes, com altura acima de 25m. O dossel é contínuo, alcançando 18m, constituído de paineira (C. speciosa), guatambu (A. cylindrocarpum), cerejeira (Amburana cearensis), monjoleiro (Acacia polyphylla), pau-jangada (A. tibourbou), entre outras.

Abaixo do estrato superior encontra-se outro, com árvores e arvoretas entre 4m e 8m de altura. Além de exemplares juvenis de espécies dos estratos superiores, ocorrem limoeiro- do-mato (Siparuna guianensis), Metrodorea cf. flavida, tucum (Bactris sp), lagarteiro (Casearia sylvestris), cortiça (Dugetia cf. furfuracea), entre outras.

Estudos fitossociológicos realizados em Floresta Estacional apontam densidade de 660 indivíduos por hectare e altura máxima de 28m, sendo mais importantes as seguintes espécies: guatambu (A. cylindrocarpum) e uma espécie não identificada, ambas com elevado número de indivíduos de grande porte, e garapa (A. leiocarpa), mandioqueira (Didymopanax morototoni) e jatobá (Hymenaea courbaril), que ocorrem com freqüência relativamente baixa, porém com exemplares de grande porte. A diversidade encontrada foi considerada elevada para florestas tropicais.

3.1.4. Formações de Contatos

3.1.4.1. FeS - Contato Floresta Estacional/Savana

Corresponde a uma formação de transição, onde ambos os tipos de vegetação se alternam em padrão de mosaico, mantendo sua identidade. A transição ocorre principalmente entre a Floresta Estacional e a Savana Florestada. Elementos de ambas as formações estão presentes, havendo também significativa contribuição de espécies que são comuns a ambas as formações vegetais. Dentre estas podem ser citadas: mandiocão (Didymopanax morototoni), gonçalo-alves (Astronium fraxinifolium), maricá (Physocalymma scaberrimum), cumaru (Dipteryx sp), tarumaí (Rhamnidium elaeocarpus).

Fisionomicamente apresenta-se como uma formação mais aberta que a Estacional, com menor quantidade de epífitas e lianas e com estratificação menos complexa. O dossel apresenta distintos graus de deciduidade, dependendo das espécies prevalecentes.

Presente a sudoeste, entre os Rios Galera e Sarare, seqüencial à Floresta Aluvial ou limitando-se com Formações Savânicas associadas a áreas pantaneiras. Também ocorre nas escarpas da Chapada dos Parecis, no limite entre as Florestas Estacionais e as Savanas Florestadas ali ocorrentes.

3.1.5. Formações Antropizadas

3.1.5.1. Fr - Floresta Remanescente

Ocorre em áreas intensamente ocupadas, onde Florestas Remanescentes estão presentes, porém com sinais de perturbações, notadamente relacionadas com a retirada seletiva de madeira. Apesar de manter elementos da floresta primária, apresentam-se com composição florística empobrecida e estrutura alterada, com redução de altura do dossel, que se apresenta descontínuo e irregular. Nestas matas, espécies de valor madeireiro tornaram-se escassas.

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Tem ocorrência associada a zonas de uso agropecuário, particularmente expressivas entre os rios Verde e Guaporé e nas proximidades da rodovia BR-174, sempre em matriz da Floresta Estacional.

3.1.5.2. Fs - Formação Secundária

Remanescente de floresta que, devido às perturbações causadas por retirada seletiva de madeiras, abertura de clareira e efeitos de borda, não apresenta características originais de estrutura, tendo altura menor, dossel irregular e raras emergentes. A composição florística é empobrecida em relação à floresta original, prevalecendo espécies secundárias e de baixo valor econômico. Geralmente apresenta pequenas extensões e encontra-se em áreas antropizadas.

Enquanto nas florestas preservadas, as lianas tem uma ocorrência discreta, nas Formações Secundárias as perturbações favorecem seu estabelecimento nas bordas, clareiras e interior, formando cortinas e colunas sobre as árvores. Entre as lianas mais comuns encontram-se representantes das famílias Bignoniaceae, Malpighiaceae, Sapindaceae, Mimosaceae, Caesalpiniaceae, Curcubitaceae, Vitaceae, Dioscoriaceae, Apocynaceae e Convolvulaceae, entre outras.

Fragmentos de Formações Secundárias estão presentes na área de ocorrência da Floresta Estacional, geralmente em suas bordas, no limite com áreas de uso agropecuário, em todo o setor centro/oeste da Folha MIR-370.

3.2. USO E OCUPAÇÃO DO SOLO

O território compreendido nas Folhas MIR 369/370 caracteriza-se por englobar diferentes formas de relevo, com apropriação do espaço e atividades diversificadas: pecuária com formas de manejo diversificadas; agricultura mecanizada; extrativismo vegetal e mineral. São presentes ambientes conservados, em correspondência às formações serranas e às áreas legalmente protegidas.

3.2.1. Aspectos Gerais: Ocupação e Estruturação do Território

As Folhas MIR 369/370 abrangem a totalidade dos municípios de Nova Lacerda e Conquista do Oeste e parte do território dos municípios de Vila Bela da Santíssima Trindade, Pontes e Lacerda, Campos de Júlio, Barra do Bugres, Tangará da Serra, Comodoro e Vale do São Domingos. As sedes municipais de Nova Lacerda e Conquista do Oeste são compreendidas na Folha MIR-370, sendo que Vila Bela da Santíssima Trindade situa-se imediatamente a sul do limite sudoeste da Folha. São também presentes as localidades Uirapuru e Areia Branca (Figura 003).

As condições do relevo e a presença de extensas Terras Indígenas condicionam de forma marcante a rede de infra-estrutura viária.

A Folha MIR-370 é cruzada, no sentido sudeste-noroeste, pela rodovia BR-174, asfaltada, que percorre o limite entre a Chapada dos Parecis e a Depressão do Guaporé. Este eixo é importante ligação viária entre Cuiabá e a porção sudoeste do Estado, interligando-se ao Estado de Rondônia (Vilhena, Porto Velho). Outros eixos viários principais são:

- A rodovia BR-364 percorre a borda da Chapada, interligando-se a leste à região de (MIR-372) e a norte à BR-174, no município de Comodoro (MIR- 354);

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- A rodovia MT-388, orientada sul-norte, interliga-se a sul a Jauru (MIR-386); tem parte de seu traçado coincidente ao da BR-364 e prossegue para nordeste, dando acesso a Campos de Júlio (MIR-354);

- A rodovia MT-473 interliga a BR-174 à BR-364 em correspondência à cidade de Nova Lacerda;

- Na Folha MIR-369, a MT-199 liga Vila Bela da Santíssima Trindade (MIR-386) a zonas de ocupação rural na margem esquerda do Rio Guaporé.

O restante da rede viária presente na Folha MIR-369 é constituída por vias locais, de traçado descontínuo devido aos acidentes topográficos na porção oeste, intransitáveis na maior parte do ano em correspondência à Planície do Guaporé; na Chapada dos Parecis, são presentes apenas vias locais na extremidade norte, internas às propriedades, visto a extensão das Terras Indígenas presentes neste território.

A região é polarizada, a norte, por Comodoro (MIR-354) e Vilhena, centro de abrangência regional; a sul, por Pontes e Lacerda (MIR-386); Nova Lacerda e Conquista do Oeste são centros de apoio locais, situadas lindeiras à BR-174, ambas em posição centralizada à Folha MIR-370.

A cidade de Vila Bela da Santíssima Trindade (MIR-386) situa-se imediatamente a sul do território mapeado, polarizando a região sudoeste das folhas MIR 369/370 .

Na porção ocidental do território (municípios de Nova Lacerda, Pontes e Lacerda, Vila Bela da Santíssima Trindade) são presentes as glebas de assentamento do INCRA Sararé, Nova Conquista e parte da gleba Santa Helena mais 1.500 ha.

No âmbito das Folhas em análise, ocorre a principal mina de ouro em atividade no Estado – Mina São Vicente, explorada pela mineração Santa Elina, na borda nordeste da Serra de São Vicente; a sudeste desta área, ocorre a jazida São Francisco. Os aluviões do Rio Sararé, a sul da Serra de São Vicente têm sido objeto de recente atividade garimpeira.

Vilhena/ Campos Rondônia 60º30' 60º00' BR 174 de Júlio 59º00' 58º30'

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MT 2 15º00' 46 Vila Bela da 07 08 09 Santíssima Trindade Pontes e Lacerda / Jauru Cáceres

100 20 40 60 km

MUNICÍPIOS

01. Nova Lacerda 02. Vila Bela da Santíssima Trindade 03. Conquista do Oeste 04. Tangará da Serra 05. Campos de Júlio 06. (Área Descontínua)Jauru/ Reserva do Cabaçal/Barra do Bugres 07. Jauru 08. CONVENÇÕES CARTOGRÁFICAS 09. Reserva do Cabaçal 10. Comodoro Limite Municipal 11. Pontes e Lacerda Limite Estadual 12. Vale do São Domingos Sede Municipal Distrito e/ou Localidade TERRAS INDÍGENAS Viário Principal 01. Vale do Guaporé Hidrografia/Lago 02. Pequizal Unidade de Conservação 03. Taihantesu 04. Capitão Marcos Terra Indígena 05. Sararé 06. Juininha 07. Pareci 08. Estivadinho 09. Figueiras Figura 003

DIAGNÓSTICO SÓCIO-ECONÔMICO-ECOLÓGICODO ESTADO DE MATO GROSSO E ASSISTÊNCIA TÉCNICA NA FORMULAÇÃO DA SEGUNDA APROXIMAÇÃO UNIDADE DE CONSERVAÇÃO DO ZONEAMENTO SÓCIO-ECONÔMICO-ECOLÓGICO

01. Parque Estadual Serra de Ricardo Franco Divisão Político-Administrativa e Elementos de Infra Estrutura Encarte Folhas Serra Rio Franco / Uirapuru - SD. 20-Z-B / SD. 21-Y-A Mir 369 / 370

ESCALA : 1:1.500.000 Fonte: CNEC Engenharia, 2000 18

No entorno destas áreas de extrativismo há inúmeros garimpos, ocorrências e indícios de ouro, o que levou à delimitação de uma envoltória denominada Distrito Mineral Aurífero São Vicente/São Francisco, com alto potencial para este metal, contornando a Serra de São Vicente e parte de seu embasamento. Tem-se ainda cadastro de garimpo de diamante na borda da Chapada dos Parecis .

No território, são presentes nove Terras Indígenas – Vale do Guaporé, Pequizal, Taihantesu, Capitão Marcos, Sararé, Juininha, Pareci, Estivadinho e Figueiras.

As Terras Indígenas Vale do Guaporé, Pequizal e Taihantesu constituem um complexo com remanescentes significativos da Floresta Estacional e Formações Aluviais, na porção noroeste da MIR-370, estendendo-se a leste na borda da Chapada dos Parecis. As matas internas às reservas encontram-se preservadas, constituindo importante testemunho, no contexto das áreas de ocupação agrícola que as delimitam.

A Terra Indígena Vale do Guaporé, parcialmente abarcada na Folha MIR-370, estende-se a norte, nas Folhas MIR-353/354. Tem área de 241.815 ha, compreendida no município de Comodoro e Nova Lacerda. Assentada na margem direita do Rio Novo, é cruzada pela rodovia BR-174 e limitada por usos agrícolas. Tem uma população de 445 pessoas dos povos Nambikwara, Alantesu, Mamaindê, Hahaintesu, Negarotê, Waikusu, Wasusu. Situada em ambiente florestal ainda preservado, há indícios de exploração de madeira na área.

A Terra Indígena Pequizal delimita, a sudoeste, a anterior; habitada pelos povos Nambikwara e Alantesu, tem extensão territorial de 10.184 ha, no município de Nova Lacerda. É revestida pela Floresta Estacional, na margem direita do Rio Novo, afluente do Rio Guaporé. A Terra Indígena Taihantesu, habitada pelos povos Nambikwara e Asussu, tem uma extensão territorial de 4.625 ha, compreendida no município de Nova Lacerda, extensão da A. I. Vale do Guaporé. Também predominam na área ambientes florestais, limitados por usos agrícolas.

A Terra Indígena Capitão Marcos tem pequena extensão territorial de 648ha, assentada lindeira à BR- 364, com uma população de 26 pessoas do povo Pareci. Situa-se na borda da Chapada dos Parecis, em ambiente savânico, lindeira ao alto curso do Rio Juína, na fronteira da expansão das culturas anuais na Chapada.

A Terra Indígena Sararé ocupa extensa área (67.309ha) na porção centro-sul da Folha MIR-370, com uma população de 67 pessoas do povo Nambikwara. Situada às margens do Rio Sararé, afluente do Guaporé, tem extensa área florestal nas regiões aplanadas e ambientes savânicos nas vertentes da serra de São Vicente. É parcialmente delimitada pela rodovia BR-174 e por áreas de uso agrícola, mineração e garimpos. Tem-se notícia de exploração de madeira e de invasão por garimpeiros na área, sobre a qual incide alvará de pesquisa mineral.

A Terra Indígena Juininha, com 70.229 ha, assentada no município de Conquista do Oeste, tem uma população de 85 pessoas do povo Pareci. Situada em ambientes savânicos, é delimitada a sudoeste pela rodovia BR-364 e a leste pelo alto curso do Rio Juruena, que a separa da Terra Indígena Pareci. Situada próximo a áreas de expansão agrícola, tem-se notícia de núcleos de garimpo internos à reserva, com conflitos entre garimpeiros e índios.

A Terra Indígena Pareci é apenas parcialmente compreendida na Folha MIR-370. Tem área total de 562.799 ha, estando incluída nos municípios de Tangará da Serra e . Limitada a sul pela BR-364, abriga 568 pessoas do povo Pareci, predominando na área extensas Formações de Savana Arborizada.

A Terra Indígena Estivadinho tem superfície de 1.970 ha, compreendida no município de Tangará da Serra, com uma população de 26 pessoas do povo Pareci. Também situada

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lindeira à BR-364, sofre pressão dos fazendeiros limítrofes, para que os índios cedam suas terras para o cultivo, tendo sido arrendada uma faixa de terra. Na área, incide alvará de pesquisa mineral.

A Terra Indígena Figueiras, com superfície de 10.077 ha, está compreendida nos municípios de Tangará da Serra e Barra do Bugres, habitada por 30 pessoas do povo Pareci. Assenta na margem direita do alto curso do Rio Jauru, em ambiente savânico. Na área, incide requerimento de pesquisa mineral.

É de recente delimitação o Parque Estadual Serra de Ricardo Franco, que abarca todo o complexo serrano na extremidade ocidental da Folha MIR-369, no limite com o território da Bolívia.

3.2.2. Usos Agropecuários

A descrição dos padrões de uso ocorrentes neste território está baseada no mapeamento resultante da interpretação das imagens de satélite, e dos resultados dos levantamentos efetuados através das campanhas de campo; sua caracterização é, ainda, baseada na Pesquisa Sócio-Econômica Agronômica, realizada junto aos estabelecimentos rurais do Estado. Os resultados desta pesquisa referem-se aos sistemas de produção agropecuária característicos de 13 Regiões Homogêneas, delimitadas com base em critérios explicitados no Relatório Técnico DSEE-VG/US-RT–002.

Do conjunto de sistemas de produção agropecuária detectados em cada uma destas zonas homogêneas, foram correlacionados, nesta caracterização, os sistemas predominantes em termos de área ocupada pelas atividades agropecuárias e pelo número de estabelecimentos pesquisados.

O território das Folhas MIR 369/370 insere-se em três Regiões Homogêneas: AHP 10 na porção centro-oeste do encarte, abarcando a maior parte do território; AHP 3 no quadrante nordeste, nos municípios de Campo de Júlio e Tangará da Serra; AHP 11 na extremidade sudeste. Estas regiões são mais abrangentes que o território mapeado neste encarte, o que faz com que os dados selecionados pressuponham um grau de generalização, mais amplo para a análise das observações de campo e pela interpretação da imagem de satélite.

3.2.2.1. Ap - Uso Agropecuário em Pequenas Propriedades

Padrão de mapeamento caracterizada pelo predomínio da pecuária e secundariamente pela agricultura (mandioca, feijão, milho, arroz, café, banana). Na Região Homogênea AHP 10, esta tipologia de ocupação caracteriza-se por um conjunto diversificado de sistemas de produção (Quadro 002), onde predominam estabelecimentos com pecuária de baixa e média tecnologia, associados a produtores familiares, secundariamente empresariais de pequeno porte econômico; são também presentes estabelecimentos com agricultura de baixa tecnologia, sempre associados ao produtor familiar de pequeno porte econômico.

No território mapeado, esta tipologia de uso ocorre, com dimensões mapeáveis na escala do trabalho, em bolsões ao longo da rodovia BR-174, no entorno de Conquista do Oeste e Nova Lacerda; e a sudoeste, no entorno de Vila Bela da Santíssima Trindade, correspondendo a projetos de assentamento. Este padrão de uso também ocorre de forma esparsa, não mapeável na escala do trabalho ou associado à utilização das pastagens naturais em ambientes savânicos, na Planície do Guaporé.

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QUADRO 002 PRINCIPAIS PADRÕES DE USO E RESPECTIVOS SISTEMAS DE PRODUÇÃO OBSERVADOS NA REGIÃO HOMOGÊNEA. – AHP 3. PARTICIPAÇÃO DOS ESTABELECIMENTOS EM NÚMERO (%) E EM ÁREA OCUPADA (%) PADRÃO PARTICIPAÇÃO EM PARTICIPAÇÃO EM PRINCIPAIS SISTEMAS DE PRODUÇÃO *¹ DE USO NÚMERO (%) *² ÁREA (%) *² Ap Pecuária de média tecnologia • -- Produtor familiar de pequeno porte econômico Agricultura de alta tecnologia • -- Produtor familiar de pequeno porte econômico Aga Agricultura de alta tecnologia • • • • • • • Produtor empresarial de muito grande porte econômico Agricultura de alta tecnologia • • Produtor familiar de muito grande porte econômico Agricultura de alta tecnologia • • • • • Produtor familiar de grande porte econômico Agricultura de alta tecnologia • • Produtor empresarial/familiar de muito grande porte econômico Agp Pecuária de média tecnologia -- • Produtor empresarial de grande porte econômico FONTE: CNEC, 1997 (*¹) A metodologia para definição dos sistemas de produção é descrita com detalhes no Relatório Técnico (DSEE- VG/US-RT-002). (*²) intervalos de porcentagem – conforme relacionado a seguir.

QUADRO 003 PRINCIPAIS PADRÕES DE USO E RESPECTIVOS SISTEMAS DE PRODUÇÃO OBSERVADOS NA REGIÃO HOMOGÊNEA. – AHP 10. PARTICIPAÇÃO DOS ESTABELECIMENTOS EM NÚMERO (%) E EM ÁREA OCUPADA (%) PADRÃO PARTICIPAÇÃO EM PARTICIPAÇÃO EM PRINCIPAIS SISTEMAS DE PRODUÇÃO *¹ DE USO NÚMERO (%) *² ÁREA (%) *² Ap Pecuária de média tecnologia • -- Produtor empresarial de pequeno porte econômico Pecuária de média tecnologia • • -- Produtor familiar de pequeno porte econômico Agricultura de média e pecuária de baixa tecnologia • -- Produtor familiar de pequeno porte econômico Pecuária de baixa tecnologia • • • -- Produtor familiar de pequeno porte econômico Agricultura de baixa tecnologia • • -- Produtor familiar de pequeno porte econômico Aga Agricultura de alta tecnologia -- • Produtor empresarial de muito grande porte econômico Agp Pecuária de média tecnologia -- • • • Produtor empresarial de grande porte econômico Pecuária de média tecnologia • • Produtor empresarial de médio porte econômico Pecuária de baixa tecnologia -- • Produtor empresarial de médio porte econômico Pecuária de média tecnologia -- • Produtor empresarial de muito grande porte econômico Agp / Pp Pecuária de tecnologia rudimentar -- • Produtor empresarial de grande porte econômico FONTE: CNEC, 1997 (*¹) A metodologia para definição dos sistemas de produção é descrita com detalhes no Relatório Técnico (DSEE- VG/US-RT-002). (*²)intervalos de porcentagem – conforme relacionado a seguir

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QUADRO 004 PRINCIPAIS PADRÕES DE USO E RESPECTIVOS SISTEMAS DE PRODUÇÃO OBSERVADOS NA REGIÃO HOMOGÊNEA. – AHP 11. PARTICIPAÇÃO DOS ESTABELECIMENTOS EM NÚMERO (%) E EM ÁREA OCUPADA (%) PADRÃO PARTICIPAÇÃO EM PARTICIPAÇÃO EM PRINCIPAIS SISTEMAS DE PRODUÇÃO *¹ DE USO NÚMERO (%) *² ÁREA (%) *² Ap Pecuária de média tecnologia • • • • Produtor empresarial de pequeno porte econômico Pecuária de baixa tecnologia • • • -- Produtor familiar de pequeno porte econômico Pecuária de média tecnologia • • -- Produtor familiar de pequeno porte econômico Aga Agricultura de alta tecnologia • • • Produtor empresarial de muito grande porte econômico Agp Pecuária de média tecnologia • • • • • • • Produtor empresarial de médio porte econômico Pecuária de média tecnologia -- • • • Produtor empresarial de grande porte econômico Pecuária de média tecnologia -- • Produtor familiar de médio porte econômico (*¹) A metodologia para definição dos sistemas de produção é descrita com detalhes no Relatório Técnico (DSEE- VG/US-RT-002). (*²) intervalos de porcentagem – conforme relacionado a seguir. Percentual, em número, do sistema de produção no total dos Percentual, em área, do sistema de produção em relação ao total estabelecimentos pesquisados: de área dos estabelecimentos pesquisados: -- menor que 5% -- menor que 5% • de 5% a 10% • de 5% a 10% • • de 10,1 a 15% • • de 10,1 a 15% • • • de 15,1 a 20% • • • de 15,1 a 20% • • • • maior que 20% • • • • maior que 20% FONTE: CNEC, 1997.

As principais características dos sistemas de produção predominantes nas Folhas MIR 369/370, obtidas na Pesquisa Sócio-Econômica-Agronômica e constantes dos Quadros 002, 003 e 004, são:

− Nos estabelecimentos de pecuária com manejo rudimentar, há utilização das pastagens naturais, com pequena aplicação de capital e baixo padrão zootécnico do rebanho;

− A pecuária, quando de baixa tecnologia, caracteriza-se pela utilização de pastagens naturais ou plantadas, com rebanhos de baixo padrão zootécnico. O manejo incorpora pequena aplicação de capital, podendo haver melhorias quanto ao uso de insumos e preparação das terras;

− Na agricultura de baixa tecnologia, a atividade é marcada pela força de tração manual, eventualmente complementada pela tração animal. Há uma baixa utilização de insumos, denotada pela qualidade das sementes e pelo nível de utilização de fertilizantes químicos e de calcário, com pequena aplicação de capital no manejo, melhoramento e conservação das terras e lavouras;

− Quando de média tecnologia, a atividade pecuária é marcada pela presença de pastagens plantadas, sendo que as atividades, de forma geral, incorporam o uso de insumos e melhor padrão zootécnico do rebanho. Caracteriza-se pela média aplicação de capital nas técnicas de manejo, melhoramento e conservação das terras e pastagens;

− Nas gestões onde o caráter é familiar, a maior parte da força de trabalho é fornecida pelos familiares do produtor, eventualmente complementada por empregados permanentes ou temporários. Nos sistemas onde a gestão é empresarial, a maior parte da força de trabalho é contratada, constituída por

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empregados permanentes, eventualmente complementada por empregados temporários;

− Em todos os sistemas associados a estas categorias de uso, os estabelecimentos de pequeno rendimento econômico têm receitas anuais médias inferiores a R$ 15.000,00. Nos estabelecimentos de porte econômico médio, a receita anual situa-se entre R$ 15.000,00 e 60.000,00; entre R$ 60.000,00 e 300.000,00 nos de grande porte econômico; é superior a R$ 300.000,00 nos de muito grande porte econômico (valores de dezembro de 1996).

3.2.2.2. Aga - Uso Agropecuário em Médias e Grandes Propriedades com Predomínio de Culturas Anuais

Padrão com presença localizada na porção centro norte da Folha MIR-370, caracterizado pelo predomínio da agricultura mecanizada (soja, milho), correspondendo a sistemas de produção com estabelecimentos agrícolas de alta tecnologia, associados a produtores empresariais e familiares de muito grande porte.

Sua ocorrência é restrita ao município de Campos de Júlio, na Chapada dos Parecis, limitada pela presença de Terras Indígenas.

3.2.2.3. Agp - Uso Agropecuário em Médias e Grandes Propriedades com Predomínio de Pastagens

Padrão de mapeamento caracterizado pelo predomínio de pastagens, sendo inexpressiva a participação de culturas.

Na Região Homogênea AHP 10, que ocupa a maior parte do território mapeado, este padrão de uso tem expressão significativa, caracterizado por um conjunto diversificado de sistemas de produção (Quadro 003), onde predominam estabelecimentos com pecuária de média tecnologia, associada a produtores empresariais de médio a muito grande porte econômico; e pecuária de baixa tecnologia associada a produtores de médio porte. Na área em tela, este padrão de uso é também associado a estabelecimentos rurais com baixo grau de exploração ou mesmo inexplorados.

Este padrão de uso predomina na porção oeste do território mapeado, entremeado por usos agropecuários em pequenas propriedades e por matas e formações savânicas, delimitando Terras Indígenas. A grande diversidade de ambientes propicia diferentes manejos em ambientes florestais (Floresta Estacional) e em ambientes savânicos, na planície do Rio Guaporé. Destaca-se a participação de grandes estabelecimentos empresariais, a norte e a utilização, localmente (planície do Rio Guaporé), de formações savânicas campestres como pastagens naturais.

Nas Regiões Homogêneas AHP 3 e AHP 11 (Quadros 002 e 004), esta tipologia de uso tem ocorrência pouco expressiva.

3.2.3. Re - Reflorestamento

Verificou-se uma mancha de reflorestamento de eucalipto na porção sudeste da Folha.

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3.2.4. Aq – Áreas de Queimada

Foram verificadas áreas de queimadas de extensas proporções nas T.I. Paresi, Capitão Marcos e Juininha, evidenciando a pressão do uso agropecuário na região do entorno destas terras.

3.2.5. U – Usos Urbanos

Os núcleos urbanos aqui encontrados são compostos pelas cidades de Conquista do Oeste e Nova Lacerda, situados na região central da Folha. Estes núcleos se caracterizam por pela diversidade com especialização a determinadas funções urbanas associadas às médias densidades de equipamentos e estabelecimentos.

3.2.6. Ui – Uso Antrópico em Terra Indígena

Manchas de desmatamento foram verificadas nas regiões sul e leste da T.I. Sararé, nas regiões sul e norte da T.I. Pequizal, nas bordas externas da na T.I. Vale do Guaporé e em uma ampla área, a centro-oeste da T.I. Taihantesu. Todas estas ocorrências evidenciam a grande pressão externa exercida sobre os territórios indígenas na região.

3.2.7. Ua - Uso Antrópico em Unidade de Conservação

Manchas de desmatamento foram detectadas ao longo da fronteira com a Bolívia, junto a Parque Estadual da Serra Ricardo Franco, assinalando as pressões de ocupação antrópica junto às Unidades de Conservação.

4. CARACTERÍSTICAS DO MEIO FÍSICO ASSOCIADAS ÀS FORMAÇÕES VEGETAIS E AO USO DO SOLO

A porção centro-oeste do território (Figura 004) está inserida na bacia do Rio Guaporé, a porção centro-noroeste na Bacia do Rio Juruena, ambas na vertente amazônica; a extremidade sudoeste é compreendida na bacia do Paraguai, na vertente Platina, drenada pelo alto curso do Rio Jauru.

O Rio Guaporé tem nascentes nas vertentes da Chapada dos Parecis, na porção sudeste da MIR-370, orientado para sul; deflete para leste-oeste e seguidamente sul-norte vencendo o conjunto serrano a sul da Folha, passando a percorrer a porção oeste do território mapeado (MIR-369), com orientação sul-norte. Recebe os afluentes da margem direita, Rio na Serra Sararé, com nascentes nas serra São Vicente, Rio Galera e seu afluente Novo, com nascentes na Chapada dos Parecis.

A Bacia do Rio Juruena abarca a Chapada dos Parecis; é drenada pelo alto curso dos Rios Juina, Juruena, Buriti e Papagaio, orientados sul-norte, separados por amplos interflúvios aplanados.

A Bacia do , a sudeste, é drenada por formadores do Rio Jauru e pelo alto curso deste rio, com nascentes nas vertentes da chapada.

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A região situa-se em domínio de Clima Tropical Continental, alternadamente seco e úmido, com diferenciações regionais associadas às formas de relevo e a seu posicionamento em relação à circulação atmosférica. Nos topos da Chapada dos Parecis, o fator altitude e o relevo plano condicionam um maior resfriamento, com temperaturas médias anuais entre 21,4 - 23,0oC. Os valores médios da pluviosidade são relativamente elevados, oscilando entre 1.700 – 2.100mm. A duração e intensidade da seca estacional é atenuada, de junho a setembro, com deficiência hídrica entre 75 - 200mm. Os excedentes hídricos são da ordem de 900mm, entre outubro e abril. No rebordo escarpado da fachada sudoeste da chapada, voltado para a Bacia do Guaporé, o efeito dos sistemas de baixa pressão continental que permanecem semi-fixos sobre estas regiões deve tornar estas escarpas relativamente instáveis e mais úmidas, mesmo durante o inverno austral.

A Depressão do Guaporé guarda características climáticas específicas, por encontrar-se freqüentemente sob a atuação dos Sistemas Depressionários Continentais, que atenuam a redução da pluviosidade. As baixas pressões continentais provocam temporais, principalmente quando são dinamizados pela aproximação da frente polar. Outro aspecto é o ligeiro aumento das chuvas de outono – inverno, o que faz com que a seca estacional não seja tão intensa quanto em outras áreas rebaixadas. Na depressão, o total pluviométrico anual varia entre 1.400 – 1.600mm, com um período seco de 5 meses (junho a outubro). O excedente hídrico anual varia entre 400 - 600 mm, iniciando-se com um atraso em relação a outras regiões do Estado, em dezembro – janeiro, prolongando-se até abril. Na Planície do Guaporé, os totais pluviométricos são um pouco mais reduzidos; no entanto, a deficiência hídrica anual é mais elevada, com uma duração do período seco de 6 meses (maio a outubro), com intensidade menos acentuada (250 a 300mm) que na depressão; o excesso de água no solo é reduzido a um total anual de 300 - 400mm, ao longo de 4 meses.

Nestas áreas rebaixadas, destacam-se as serras Ricardo Franco e de São Vicente, onde as altas declividades e as altitudes elevadas propiciam condições climáticas diferenciadas, com uma progressiva redução da temperatura e um aumento da pluviosidade.

O território apresenta feições de paisagem muito diferenciadas, decorrentes das diversidades do embasamento. De modo geral, a ocupação concentra-se ao longo da BR-174 e na Depressão do Guaporé, permanecendo extensas áreas conservadas em correspondência aos acidentes do relevo e às terras indígenas.

A porção centro-leste do território corresponde à Chapada dos Parecis, onde ocorrem Latossolos de textura de média a muito argilosa, relacionados à Superfície Peneplanizada Terciária (argilosos) e aos arenitos da Formação Utiariti, que também condicionam a presença de areias quartzosas. Predominam, nestas situações, as Savanas Arborizadas, secundadas por Savanas Florestadas.

A porção oeste do território é inserida na Depressão do Guaporé, com relevo aplanado onde ocorrem, com predominância, latossolos em ambientes florestais e plintossolos nas áreas mais úmidas e rebaixadas, com campos de murunduns. Entre estas duas grandes feições, situa-se uma faixa ainda inserida na Depressão do Guaporé, orientada sudeste- noroeste, constituída por litologias cristalinas do Complexo Xingu, onde desenvolveram-se solos podzolizados, em situações de relevo muito variado, de plano a acidentado, onde predominam formações florestais (Floresta Estacional). Na Depressão destaca-se a presença de extensas planícies e terraços fluviais, onde ocorrem preferencialmente solos gleizados e aluviais.

Destacam-se ainda, na depressão, conjuntos serranos descontínuos, onde ocorrem áreas aplanadas, com solos bem desenvolvidos, áreas muito declivosas e mesmo escarpadas, com solos jovens, e situações intermediárias. Nas áreas declivosas são presentes solos litólicos e afloramentos rochosos, geralmente associados a cambissolos, onde predominam as

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Formações Savânicas; nos topos aplanados, predominam Areias Quartzosas e, localmente, latossolos de textura média, areno-argilosa.

Os latossolos, que têm grande ocorrência no território, apesar das limitações quanto à fertilidade natural, têm boas condições de aproveitamento em culturas mecanizadas, principalmente os de textura argilosa, que ocorrem na chapada.

As Areias Quartzosas, presentes na chapada e nas cimeiras da Serra Ricardo Franco, em relevos aplanados, têm fortes limitações para o aproveitamento agrícola, pela fertilidade natural muito baixa e pela pequena capacidade de retenção da umidade e de nutrientes. Sua utilização está associada ao uso pela pecuária extensiva, em pastagens naturais e com variedades resistentes à estiagem.

Os solos podzólicos, presentes na borda leste da Depressão do Guaporé, em contato com a Chapada, ocorrem geralmente associados a outros solos, em condições diferenciadas de relevo. Localmente, têm caráter cascalhento e concrecionário, com condições físicas e químicas favoráveis ao aproveitamento agrícola, sendo entretanto muito susceptíveis a processos erosivos, fato que aumenta a necessidade de manejos conservacionistas e corretivos da baixa fertilidade natural. Nesta situação de borda do planalto, também ocorrem, localmente, solos do tipo brunizém de alta fertilidade e pouco profundos. Sua ocorrência é entretanto associada a relevos mais acidentados, tendo limitações ao uso agrícola pela susceptibilidade à erosão, necessitando de práticas de conservação e manejo adequado.

Solos litólicos e cambissolos que ocorrem nas Formações Serranas, têm fortes restrições ao uso, pelas condições do relevo e caráter cascalhento. Pode ser ainda citada a presença restrita de solos concrecionários, geralmente associados a latossolos que têm, como limitações ao uso agrícola, a presença de concreções ferruginosas e baixa fertilidade natural.

Plintossolos, localmente associados a planossolos, ocorrem em locais planos e baixos, inundados durante longos períodos do ano, originados pelos sedimentos da Formação Guaporé. Sua ocorrência é expressiva na porção noroeste do território, onde ocorrem campos de murunduns e, localmente, Florestas Aluviais.

As condições do meio físico, fortemente relacionadas às formações vegetais e às características da ocupação, fazem com que possam ser ressaltadas, nas Folhas MIR 369/370, quatro grandes feições de paisagem, aproximadamente referenciadas às unidades geomorfológicas presentes na área (Figura 004):

- Planície do Rio Guaporé, englobando a depressão sedimentar, planícies fluviais presentes ao longo dos principais rios e áreas periodicamente sujeitas a inundação, região esta caracterizada pelo predomínio das atividades de pecuária, em ambientes florestais, onde é presente a exploração madeireira.

- Porção de território compreendido na Depressão do Guaporé desenvolvida sobre rochas cristalinas, limitada a leste pela rodovia BR-174, caracterizada pela ocupação mais adensada ao longo do eixo viário e pela presença de extensas Terras Indígenas. Abriga ambientes florestais (Floresta Estacional), permanecendo ambientes conservadas nas áreas legalmente protegidas.

- Formações Serranas (Planaltos Residuais do Alto Guaporé) que entremeiam a Planície e a Depressão do Guaporé, em ambas as margens deste rio, revestidas por formações savânicas abertas, com Florestas Estacionais associadas aos solos mais profundos nas baixas vertentes e em grotões. Estas formações caracterizam-se pela pequena intervenção antrópica, visto as condições do relevo, e pela presença de áreas de mineração em seu sopé.

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- Chapada dos Parecis, caracterizada pelas condições de relevo muito suave, com interflúvios amplos, delimitada por borda escarpada, onde predominam ambientes savânicos. Extensas Terras Indígenas estão delimitadas nesta feição, onde é presente em pequena parcela do território, a agricultura mecanizada.

4.1. FEIÇÃO DE PAISAGEM – PLANÍCIE DO RIO GUAPORÉ

A Depressão do Alto Guaporé corresponde à ampla unidade geomorfológica que se estende na extremidade oeste do Estado, envolvendo o Rio Guaporé e seus afluentes. Caracteriza-se como uma superfície aplanada e conservada, formada por sedimentos inconsolidados (areias, siltes, argilas), com uma leve inclinação de sudeste para nordeste, em altitudes que variam, nesta porção do território, entre 200-260 m. Na área em estudo, é delimitada a oeste pela Serra Ricardo Franco, a leste pela serra São Vicente e por parte da Depressão do Guaporé elaborada em rochas do Complexo Xingu.

Feição 02 Feição Vilhena/ 04 Campos Rondônia 60º30' Feição 60º00' BR 174 de Júlio 59º00' 58º30' 01

14º00' R a i o 8 n

MIR 369 8 e MIR 370 J u 3 u

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o o 1 Feição do Oeste 9 r é 9 S 03 e r r B a M S R ã 1 T o 7 R 4 3 i

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MT 2 15º00' 46 Vila Bela da Santíssima Trindade Pontes e Lacerda / Jauru Bacia do Cáceres Rio Guaporé

100 20 40 60 km

LEGENDA

Chapada e Planalto dos Parecis - Depressão (Cobertura Sedimentar de Plataforma) Chapada e Planalto dos Parecis - Chapada (Cobertura Sedimentar de Plataforma) Depressão do Guaporé (Plataforma Amazônica) Depressão do Guaporé (Sedimentos da Bacia do Guaporé) Planaltos Residuais do Alto Guaporé (Cobertura Sedimentar de Plataforma) Planícies e Pantanais do Alto Guaporé - Área de Acumulação Inundável (Sedimentos da Bacia do Guaporé) Planícies e Pantanais do Alto Guaporé - Planície Fluvial (Sedimentos da Bacia do Guaporé) Frente de Cuesta Escarpa Estrutural

FEIÇÕES

Feição 01 - Planície do Rio Guaporé Figura 004 Feição 02 - Zona Polarizada pela Rodovia BR-174 Feição 03 - Formações Serranas DIAGNÓSTICO SÓCIO-ECONÔMICO-ECOLÓGICODO ESTADO DE MATO GROSSO E ASSISTÊNCIA TÉCNICA NA FORMULAÇÃO DA SEGUNDA APROXIMAÇÃO Feição 04 - Chapada dos Parecis DO ZONEAMENTO SÓCIO-ECONÔMICO-ECOLÓGICO

Feições de Paisagem Encarte Folhas Serra Rio Franco / Uirapuru - SD. 20-Z-B / SD. 21-Y-A Mir 369 / 370 Fonte: CNEC. Compartimentação Geomorfológica Preliminar ESCALA : 1:1.500.000 do Estado de Mato Grosso, 1997 28

Os sedimentos da Formação Guaporé possibilitaram o desenvolvimento de vários tipos de solo, ocorrendo latossolo, plintossolo, Podzólico Vermelho-Amarelo. A drenagem é comandada pelo curso do Rio Guaporé e seus tributários Sararé, Galera, Novo, e Piolhinho (margem direita) e Rio Verde, na margem esquerda. Estes rios formam amplas planícies fluviais, sujeitas a inundações periódicas ou permanentes. Nesta unidade são presentes, com pequena extensão territorial e de forma descontínua, áreas de acumulação inundáveis, situadas entre a Serra de São Vicente e os Rios Guaporé e Sararé, com solos do tipo Plintossolo álico, revestidas por Savana Parque típica das formações pantaneiras.

Nesta unidade de relevo predomina a Floresta Estacional, com remanescentes expressivos, apesar dos desmatamentos e das atividades de extrativismo vegetal que há longo tempo atuam na região. Na extremidade sul (Guaporé/Sararé), ocorrem formações transicionais Floresta Estacional/Savana. Nas áreas mais rebaixadas, prevalecem formações savânicas, associadas às áreas periodicamente sujeitas a inundação, formações campestres tipo Savana Parque associada a Áreas Pantaneiras, principalmente na porção meridional e, secundariamente, Savana Arborizada. São significativas as formações aluviais que acompanham os cursos dos Rios Guaporé e seus principais afluentes, Sararé, Novo, Galera.

Esta região tem condições de acessibilidade precárias, propiciadas apenas pelas rodovias MT-199, que percorre o interflúvio dos rios Guaporé e Verde e por vias locais de acesso às propriedades rurais conectadas à BR-174. A cidade de Vila Bela da Santíssima Trindade é o único apoio às zonas de ocupação situadas entre os rios Verde e Guaporé.

O modelo de ocupação predominante é a pecuária extensiva em grandes propriedades, que ocorre em extensas áreas lindeiras às vias de acesso e na porção norte da unidade. A sul, em níveis mais rebaixados, a pecuária desenvolve-se nos campos naturais.

Ao longo da MT-199, a norte de Vila Bela da Santíssima Trindade (MIR-386), margeando a Serra Ricardo Franco e o Rio Guaporé, a ocupação é também de grandes propriedades de pecuária de corte. Em praticamente todas elas, vem ocorrendo ampliação das áreas de uso, com desmatamentos pelo sistema de correntão (Pontos US.01, US.02 e US.03/MIR-369).

Destacando-se deste padrão, no interflúvio entre os Rios Guaporé e Sararé, nas proximidades de Vila Bela da Santíssima Trindade, ocorre um adensamento de pequenas propriedades (Gleba de Assentamento Formosa) com atividades de pecuária (leite), em esquema de trabalho familiar, entremeadas por remanescentes da Floresta Estacional.

Nesta zona, imediatamente a norte de Vila Bela, assim como na confluência do Rio Verde no Guaporé, é expressiva a presença de matas alteradas entremeando as áreas de uso, denotando as atividades de extrativismo vegetal.

Toda a região tem uma ocupação antiga, entretanto permanecem formações florestais extensas; as áreas de pecuária têm-se expandido nos últimos anos, com a abertura de novas pastagens nestes ambientes florestais. A ocupação de novas áreas inicia com a venda da madeira para as serrarias, que se encarregam da derrubada das espécies de valor comercial em tamanho de corte. O que resta da mata é então queimado e o terreno é limpo e preparado para receber as sementes de capim.

Em alguns locais, após o desmatamento, a área é abandonada, apresentando uma intensa colonização por pioneiras (Formação Secundária) como crindiúva (Trema micrantha), mamoninha (Mabea fistulifera), embaúbas (Cecropia sp), lacre (Vismia sp) e por gramíneas como capim-jaraguá e colonião. Também é comum o aparecimento, nas orlas, de “matas de cipó” onde as lianas crescem de forma descontrolada, cobrindo totalmente o que resta do dossel. Na região, as madeiras de interesse econômico são, hoje: peroba (Aspidosperma sp),

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ipê (Tabebuia sp), cedro (Cedrela sp), pau-óleo (Copaifera langsdorfii), cabreúva (Myroxylon peruiferum) e jatobá (Hymenaea courbaril).

Confirmando as observações de campo, o levantamento das áreas desmatadas no período 94/97 (relevadas no trabalho da FEMA) indicam a expansão das áreas de uso sobre ambientes florestais. Estas áreas desmatadas são particularmente expressivas na porção norte, tanto na confluência dos rios Verde e Guaporé, em ambientes florestais já fragmentados e alterados pela exploração, como no interflúvio entre os rios Novo e Piolhinho; nesta situação, as áreas desmatadas são extensas, em ambientes de Floresta Estacional.

Na porção sudoeste da feição, foram realizados levantamentos (coletas e observações) de mamíferos, aves, répteis e anfíbios. A base dos trabalhos de campo foi a cidade de Vila Bela da Santíssima Trindade, compreendendo um raio de 20-30 km, até as proximidades da Serra Ricardo Franco, conforme indicado na Figura 002 – Localização das Campanhas de Campo.

De acordo com as observações de campo, apresentadas no Relatório Técnico de Fauna (FN-RT-002), a maior parte das matas associadas ao corpos d’água encontram-se muito alteradas e os melhores fragmentos situam-se nas formações serranas que cercam a região, sobretudo no sopé da Serra Ricardo Franco.

Em relação aos cerrados, verificou-se que, apesar das queimadas periódicas, essas áreas ainda apresentam bom grau de conservação, abrigando uma fauna bastante diversificada, especialmente de aves, inclusive de espécies consideradas raras e/ou ameaçadas como Sporophila nigrorufa; os gaviões Harpyia harpyja, Spizaetus ornatus, Spizastur melanoleucus; e o beija-flor Phaethornis nattereri.

A presença dos fragmentos de mata na Serra Ricardo Franco e de cerrados em bom estado de conservação, em uma região de antropização intensa e consolidada, reforçam o fato de que qualquer esforço de conservação nessa área será valioso, sobretudo quando se considera a manutenção dos ambientes ecotonais e da diversidade de espécies a eles associadas.

4.2. FEIÇÃO DE PAISAGEM – ZONA POLARIZADA PELA RODOVIA BR-174

A região limitada a leste pela BR-174, a sudoeste pela Serra São Vicente e a noroeste pela depressão sedimentar do Guaporé pertence, geomorfologicamente, à Depressão do Guaporé elaborada em litologias do Complexo Xingu (granitos e gnaisses). Esta área caracteriza-se como uma superfície com relevos de topos tabulares amplos, altimetricamente nivelada entre 350-380 m, drenada pelo Ribeirão Seixas em sua porção centro-meridional e pelos rios Novo e Galera, na porção setentrional e central. As cidades de Nova Lacerda e Conquista do Oeste estão assentadas em posição centralizada na Folha, MIR-370 respectivamente nas vertentes da margem direita e esquerda do Rio Galera. Os solos predominantes são do tipo Podzólicos Vermelho-Amarelo eutróficos, originalmente revestidos pela Floresta Estacional.

Esta formação florestal predomina na região, com extensas áreas preservadas em correspondência às Terras Indígenas Vale do Guaporé e Sararé. Já na margem esquerda do Rio Galera ocorre a Savana Florestada, com encraves de Savana Arborizada e, próximo a sua foz, contato de formações estacionais e savânicas.

Fragmentos de Floresta Estacional e de Formações Secundárias alternam-se com áreas de uso agropecuário, sendo que nas baixadas a presença da Floresta Aluvial é

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constante. O urucuri (Attalea phalerata) prolifera nos locais onde a mata foi retirada e as pastagens permanecem sem manejo.

Destaca-se a extensa e contínua ocupação antrópica ao longo da rodovia BR-174, onde permanecem poucos remanescentes da cobertura florestal original, geralmente associada a Formações Ciliares e aluviais ao longo dos cursos d’água.

Nas áreas de ocupação destaca-se o predomínio de grandes e médias propriedades de pecuária na porção norte da feição, drenada pelo Rio Novo, assim como na extremidade meridional. Na porção central, no entorno de Nova Lacerda e Conquista do Oeste, há o predomínio de pequenas propriedades, também com atividades de pecuária, delimitando as Terras Indígenas (Ponto US.07). Localmente, o imageamento detectou áreas de uso internas à Terra Indígena Vale do Guaporé. O contato desta feição com a serra de São Vicente é marcado pela presença de áreas de mineração e de garimpo.

Visto o grande comprometimento da área pelas zonas de uso, são poucas e de pequenas proporções as áreas desmatadas no período 94/97, relevadas no trabalho da FEMA.

4.3. FEIÇÃO DE PAISAGEM – FORMAÇÕES SERRANAS

As duas serras presentes no encarte, orientadas NW-SE, desenvolvem-se em ambos os lados da planície do Rio Guaporé; são parte do conjunto de serras da fachada sudoeste do Estado, destacando-se na superfície aplanada da depressão. Estão compreendidas nos Planaltos Residuais do Alto Guaporé, constituídas por rochas com acamamento sub-horizontal, que origina escarpas e degraus pela diferente resistência das camadas aos processos erosivos.

A Serra Ricardo Franco estende-se ao longo da fronteira com a Bolívia, com altitudes entre 500 e 1.100 m. Na porção meridional, mais elevada, predominam formas de topos planos e, secundariamente, formas aguçadas pouco extensas. O contato com a Depressão do Guaporé é marcado por escarpas nítidas; nos topos ocorrem solos do tipo litólicos, associados a afloramentos rochosos, com uma cobertura vegetal predominantemente de Savana Parque com Florestas de Galeria ao longo dos cursos d’água.

À medida que se prolonga para norte, o relevo torna-se mais dissecado, ocorrendo escarpas erosivas e formas de topos aguçados. Solos do tipo Areias Quartzosas e litólicos são recobertos pela Savana Parque ocorrendo, nos topos aplanados, áreas de uso agropecuário descontínuas. A norte, predominam formas de topos aplanados, revestidos pelas Savanas Arbórea e Parque. Campos em afloramentos rochosos estão presentes localmente, não mapeáveis nesta escala de trabalho. Nas escarpas, ocorrem matas em grotões de drenagem, associadas às formações savânicas das vertentes.

Nos segmentos mais baixos desenvolvem-se solos do tipo Latossolo Vermelho- Amarelo, revestidos pela Floresta Estacional na vertente oeste. Nas vertentes escarpadas, ocorre Savana Arborizada, associada a matas nos grotões de drenagem.

Toda esta região foi recentemente delimitada no Parque Estadual Serra de Ricardo Franco. São limitadas as áreas de desmatamento verificadas no período 94/97, destacando-se área mais significativo, apenas na extremidade sul, nas proximidades de Vila Bela da Santíssima Trindade.

A Serra de São Vicente constitui um bloco compacto com cerca de 55 Km de extensão e 15 Km de largura, com altitudes que variam entre 660-780 m, com orientação sudeste-noroeste, entre os cursos dos rios Galera, Sararé e Guaporé.

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A serra é marcada por escarpas abruptas, intensamente dissecadas, revestidas por Savanas Arborizadas associadas a matas de grotões. Nos topos, ocorrem superfícies tabulares erosivas, predominando no restante formas convexas e aguçadas. Os solos ocorrentes nos topos conservados são pouco desenvolvidos, com afloramentos rochosos desnudos. Na fachada nordeste, a rede de drenagem é comandada pelos afluentes da margem esquerda do Rio Galera, de fluxos intermitentes e vales muito entalhados. A drenagem voltada para sudoeste revela o controle estrutural, com rios perenes que entalham profundas gargantas. Nas áreas mais dissecadas ocorrem solos litólicos, recobertos por formações savânicas entremeadas pelas matas instaladas nos grotões de drenagem.

A vegetação está estreitamente relacionada ao relevo e ao solo, modificando-se da base em direção ao topo da serra. No sopé e em grotões, onde há acúmulo natural de solo e de matéria orgânica, vegeta a Floresta Estacional, com porte entre 15 e 20m de altura. À medida em que o relevo se eleva, esta formação gradativamente cede lugar à Savana Arborizada. Nos topos, onde o solo é mais raso, a vegetação assume a formações campestre que distingue a Savana Parque.

As condições do relevo inibem a presença da ocupação. Destaca-se no sopé da vertente, em toda a fachada nordeste, a presença de inúmeros garimpos e as instalações da mineração de ouro Santa Elina.

4.4. FEIÇÃO DE PAISAGEM – CHAPADA DOS PARECIS

Esta feição ocupa toda a porção centro-leste do território do encarte, em situação topograficamente elevada, correspondendo a parte da Chapada dos Parecis, elaborada sobre litologias areníticas da Formação Utiariti e sobre Superfícies Peneplanizadas Terciárias. No encarte, as altitudes são da ordem de 780-860 m.

A morfologia distingue-se pela homogeneidade das formas tabulares amplas, com fraca incisão da drenagem. Recobrindo parcialmente os arenitos, tem-se uma cobertura de sedimentos detríticos-lateríticos argilosos, responsável pela manutenção da superfície conservada da cimeira da chapada. Esta superfície aplanada é fracamente entalhada por uma rede de drenagem de padrão aproximadamente paralelo, de tributários da Bacia Juruena/Teles Pires (Rios Juina, Juruena, Buriti e Papagaio). A sudeste, a área é drenada na bacia do Guaporé e do Alto Paraguai, pelos altos cursos do Rio Guaporé, Jauru e de seus tributários. As bordas da Chapada, no limite com a Depressão do Guaporé, constituem um conjunto de escarpas estruturais abruptas, com desníveis entre 100-200 m, localmente com paredões rochosos.

Ocorre uma estreita relação entre relevo, solo e vegetação. Na base e nas encostas da Chapada encontram-se solos argilosos, sobre os quais desenvolve-se uma Floresta Estacional de grande porte (20-30m). Dada a restrição imposta pelo relevo, esta formação se encontra relativamente bem preservada, embora em alguns trechos tenha sido alvo da extração seletiva de madeira.

No topo da Chapada, esta floresta é contornada por estreita faixa de Savana Florestada, cujo porte se reduz à medida em que adentra na chapada, assumindo a formações de Savana Arborizada. Margeando cursos d’água e algumas depressões do terreno, ocorrem a Savana Florestada e Formações Justafluviais, geralmente alteradas pela retirada de madeira.

A rodovia BR-364 percorre aproximadamente o interflúvio entre as bacias dos rios Guaporé e Juruena, conectando-se à MT-388, que percorre a borda da chapada. Grande extensão do território, a nordeste destes eixos viários, está compreendida nas terras indígenas Juininha e Pareci; destaca-se a extensão, nestas reservas, das áreas com queimada quando

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do imageamento, abarcando a maior parte de suas superfícies, em ambientes de Savana Arborizada.

A sudoeste das rodovias BR-364 e MT-388, predominam ambientes naturais da Savana Arborizada com Florestas de Galeria e, nas planícies dos rios Guaporé, Jauru e Cabaçal, Florestas Aluviais. Nesta região, são presentes, de forma descontínua, fazendas de pecuária, principalmente na porção sul e extensa área de reflorestamento, na margem esquerda do Rio Jauru.

As zonas de uso são limitadas a estas ocorrências, na extremidade sudeste do território e ao interflúvio dos Rios Juína e Juruena, na extremidade setentrional da Folha MIR- 370. Nesta situação, predomina a agricultura mecanizada, expansão desta tipologia que ocorre a norte, na região de Campos de Júlio (MIR-354).

Nesta feição, não são relevantes as áreas desmatadas no período 94/97, destacando-se aquelas delimitadas na porção nordeste da feição, na Terra Indígena Pareci. Estes desmatamentos, em ambiente savânico, são coincidentes a Áreas Queimadas no imageamento de 1994, podendo corresponder, possivelmente, a áreas também com queimadas no imageamento de 1997.

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5. BIBLIOGRAFIA

BITTENCOURT, M. D. & PIVELLO, V. R., 1998. SIG e sensoriamento remoto orbital auxiliando o zoneamento ecológico. Investigaciones Geográficas, 36, 42p. BRASIL – Dep.Nacional de Produção Mineral. Projeto RADAMBRASIL, 1979 – Levantamento de Recursos Naturais. Folha Guaporé (SD-20). Rio de Janeiro. IBGE, 1992. Manual técnica da vegetação brasileira / Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas, Departamento de Recursos Naturais e Estudos Ambientais. - Rio de Janeiro: 92p. VELOSO, H.P., RANGEL-FILHO, A.L.R, LIMA, J.C.A. 1991. Classificação de vegetação brasileira, adaptada a um sistema universal. IBGE. Rio de Janeiro. 124 p. MATO GROSSO.

ANEXOS

ANEXO I - RELAÇÃO DAS FICHAS DE CAMPO CAMPANHA DE USO E OCUPAÇÃO DO SOLO/FORMAÇÕES VEGETAIS

MIR 369 Padrão de Imageamento Roteiro Ponto US Coord. Relevo Solo * (1:1.500.000) Vegetação Uso Côr Tonalidade Textura 812.075 grande 10 1 8.365.658 plano HG verde escura lisa '--- propriedade 812.110 floresta estacional 10 2 8.364.800 plano HG verde escura lisa aluvial desmatamento 812.338 floresta estacional 10 3 8.363.795 plano HG verde escura lisa aluvial arrozal 820.236 10 4 8.347.154 dissecado LVe verde escura rugosa floresta estacional --- * SEPLAN - MT, Prodeagro. Mapa Exploratório de Solos. Escala 1:1.500.000 MIR 370 Padrão de Imageamento Roteiro Ponto US Coord. Relevo Solo * (1:1.500.000) Vegetação Uso Côr Tonalidade Textura 8.438.318 10 1 205.920 forte ondulado AQ verde escura rugosa floresta estacional --- 8.420.565 suave 10 2 210.702 ondulado PVe rosa clara lisa --- Pastagem 8.390.827 floresta estacional 10 3 225.879 plano PVe rosa clara lisa aluvial Pastagem 8.381.325 10 4 201.072 dissecado regossolo rosa escura rugosa savana parque --- 8.383.599 clara / 10 5 204.358 dissecado regossolo verde / rosa mosqueada rugosa cerradão --- 8.387.103 10 6 216.474 plano LVe verde escura lisa floresta estacional --- 8.376.887 suave Institucional (T.I. Sararé) 10 7 233.837 ondulado PVe verde clara / escura geométrica floresta estacional Área Agrícola 8.359.812 floresta estacional 10 8 262.886 dissecado HG/ Lve rosa clara lisa drenagem Pastagem 8.356.688 verde / clara / 10 9 263.558 plano HG marrom mosqueada lisa cerradão --- 8.355.463 verde/ clara / transição cerradão / 10 10 263.695 plano HG marrom mosqueada lisa estacional --- 8.352.033 floresta estacional 10 11 262.641 topo plano HG/ LVe rosa clara lisa drenagem Pastagem 8.350.004 10 12 262.052 dissecado LVe verde escura escura floresta estacional --- * SEPLAN - MT, Prodeagro. Mapa Exploratório de Solos. Escala 1:1.500.000

ANEXO II – RELAÇÃO DOS PONTOS DE AMOSTRAGEM DE VEGETAÇÃO E FAUNA

ANEXO III – RELAÇÃO DAS ÁREAS DAS FORMAÇÕES VEGETAIS E USO E OCUPAÇÃO DO SOLO POR MUNICÍPIO

RELAÇÃO DAS ÁREAS DAS FORMAÇÕES VEGETAIS/USO E OCUPAÇÃO DO SOLO POR MUNICÍPIO - MIR 370 FORMAÇÕES VEGETAIS/USO E MUNICÍPIO ÁREA (km²) OCUPAÇÃO DO SOLO Fj 0,03 Sa 0,47 ARAPUTANGA Sa + Saf 0,17 Saf + Sd + Fj 0,57 Agp 8 8,41 Aq + Saf 16,51 Fa 16,43 Fj 10,58 Re 7,54 Sa 14,85 ÁREA DE LITIGIO ENTRE Sa + Saf 3,96 MUNICIPIOS Sa + Sd + Fj 4,98 Saf 332,27 Saf + Agp 8 0,31 Saf + Aq + Agp 8 112,27 Saf + Sd + Fj 347,26 Sp 0,12 Aga 3 298,06 Aq + Sa + Agp 10 273,22 Fj 13,95 Sa 136,35 Sa + Aq 110,36 Sa + Sp 0,00 CAMPOS DE JULIO Saf 68,77 Saf + Aq 139,17 Sd 6,89 Sd + Fj 98,11 Sd + Sa 2,77 Sd + Sa + Fj 139,80 Sd + Saf 94,71 Agp 3 5,35 Agp 3 + Fj 204,90 Ap 3 + Fs 7,63 Fa 15,06 Fe 211,04 FeS 12,83 COMODORO Fj 5,93 Fr 10,38 Fs 11,88 Sa + Sd + Fj 1,73 Sa + Sp 21,72 Sd + Saf + Fj 46,81 Agp 10 75,78 Agp 10 + Fj 109,54 Ai 0,66 Ap 10 1,67 Ap 10 + Fj + Fr 0,02 Ap 10 + Fr 20,34 Ap 10 + Fr + Fj 249,76 Aq 5,30 Aq + Sa 30,95 Aq + Sa + Agp10 493,74 Aq + Saf 0,29 Fa 38,46 Fe 716,64 CONQUISTA D OESTE FeS 45,35 Fj 4,57 Fr 44,51 Fs 34,82 Sa 158,64 Sa + Sp 2,47 Saf 285,61 Saf + Aq 38,72 Sav 14,24 Sd 6,13 Sd + Fj 15,87 Sd + Sa 252,48 Sp + Sa 9,62 Spf 18,10 Fj 0,02 JAURU Saf + Sd + Fj 0,72

Página 1 de 3 RELAÇÃO DAS ÁREAS DAS FORMAÇÕES VEGETAIS/USO E OCUPAÇÃO DO SOLO POR MUNICÍPIO - MIR 370 FORMAÇÕES VEGETAIS/USO E MUNICÍPIO ÁREA (km²) OCUPAÇÃO DO SOLO Agp 10 180,26 Agp 10 + Fj 164,57 Agp 10 + Fj + Fs 213,65 Agp 10 + Fr 28,52 Agp 10 + Fs 37,62 Agp 10 + Fs + Fj 18,12 NOVA LACERDA Agp10 0,37 Ap 10 61,69 Ap 10 + Fj + Fr 89,23 Ap 10 + Fr 14,67 Ap 10 + Fs 9,76 Ap 10 + Se 10,49 Aq + Sa + Agp10 25,97 Aq + Saf 75,80 Fa 191,53 Fe 956,39 Fe + Agp 10 72,86 FeS 118,63 Fj 6,10 Fr 20,81 Fs 27,95 Fs + Agp 10 21,62 NOVA LACERDA L 1,35 M 8,95 Sa 86,71 Sa + Sd 16,48 Sa + Sp 250,41 Saf 8,37 Saf + Sd 47,03 Sav 130,16 Sd 83,50 Sd + Ap 10 36,77 Sd + Fj 27,31 Sd + Sa 144,77 Sd + Sa + Fj 22,81 Sd + Saf 286,51 NOVA LACERDA Sd + Saf + Fj 78,00 Sgi 2,03 Sp + Sa 86,82 Spf 7,04 Agp 10 11,66 Agp 10 + Fj 226,25 Agp 10 + Fj + Fs 14,40 Agp 10 + Fr 7,55 Aq 0,00 Aq + Sa + Agp10 0,01 Aq + Saf 50,85 Fa 18,66 Fe 126,42 FeS 25,52 PONTES E LACERDA Fj 1,00 Fr 20,65 Fs 1,45 Fs + Agp 10 9,38 Sa 19,27 Sa + Sp 107,54 Saf 112,23 Saf + Sd + Fj 55,43 Sav 1,83 Sd 36,85 Sd + Sa 90,92 Fa 0,08 RESERVA DO CABACAL Saf + Agp 8 0,03 Saf + Sd + Fj 0,47

Página 2 de 3 RELAÇÃO DAS ÁREAS DAS FORMAÇÕES VEGETAIS/USO E OCUPAÇÃO DO SOLO POR MUNICÍPIO - MIR 370 FORMAÇÕES VEGETAIS/USO E MUNICÍPIO ÁREA (km²) OCUPAÇÃO DO SOLO Aga 3 2,67 Agp 3 4,23 Aq 0,46 Aq + Sa + Agp10 0,43 Aq + Saf 3.028,36 Fa 13,94 Fj 12,30 Re 37,84 Sa 134,54 Sa + Agp 3 2,32 Sa + Agp 3 + Aq 2,13 TANGARA DA SERRA Sa + Aq 337,53 Sa + Sd + Fj 79,89 Sa + Sp 189,88 Saf 336,65 Saf + Aq 57,66 Saf + Aq + Agp 3 1,70 Saf + Sp 101,24 Sd 15,38 Sd + Fj 159,27 Sd + Sa + Fj 90,99 Sd + Saf 7,55 Sp 0,91 Agp 10 1,45 Aq 13,71 Aq + Saf 229,24 VALE DE SAO DOMINGOS Fa 16,09 FeS 0,56 Fj 11,07 Sa 36,00 Sa + Sp 44,86 Saf 165,67 Saf + Aq + Agp 10 221,41 VALE DE SAO DOMINGOS Saf + Sd + Fj 268,23 Sd 11,84 Sd + Sa + Fj 64,96 Sd + Saf 33,11 Agp 10 105,30 Agp 10 + Fj 9,62 Agp 10 + Fj + Fs 174,85 Agp 10 + Fs 21,07 Ap 10 31,80 Ap 10 + Fr 40,29 Ap 10 + Fs 5,90 Fa 163,74 Fa + Agp 10 1,30 Fe 156,99 Fe + Fr 8,51 FeS 439,03 FeS + Agp 10 41,93 VILA BELA DA SANTISSIMA Fj 1,12 TRINDADE Fr 34,64 Fs 28,17 Fs + Agp 10 0,01 L 6,86 M 2,20 Sa 21,05 Sav 215,68 Sp + Agp 10 16,50 Sp + Sa 256,87 Spf 52,69 Spp 109,54 Spp + Agp 10 118,96 U 0,02 FONTE: CNEC, 2001

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RELAÇÃO DOS PONTOS DE AMOSTRAGEM DE VEGETAÇÃO E FAUNA

VEGETAÇÃO Campanha de Vegetação Vila Bela da Santíssima Trindade, realizada no período de 08 a 17/09/97. Coleta de material botânico nas localidades: V.01 – Coordenadas UTM 200.004, 8393.298. V.02 – Coordenadas UTM 203.733, 8382.270. V.03 – Coordenadas UTM 201.802, 8393.320. V.04 – Coordenadas UTM 811.503, 8400.476. V.05 – Coordenadas UTM 816.688, 8398.073. V.06 – Coordenadas UTM 190.924, 8395.739.

Amostragem Fitossociológica na localidade: V.02 – Coordenadas UTM 203.733, 8382.270.

FAUNA Campanha Vila Bela da Santíssima Trindade / Pontes e Lacerda – 07 a 22/09/97 (anfíbios, répteis, aves, mamíferos). HERP1- Linha A - Situada na margem esquerda de um carreador de madeira abandonado; no caminho do carreador, muitas ciperaceas, navalha de macaco e samambaias. Localiza-se na Fazenda Pousada do Guaporé que pertence à Santa Bárbara Agropastoril S/C Ltda.. Mata secundária em processo de regeneração, pouco perturbada. As árvores não ultrapassam 15-20 m de altura, folhiço em torno de 2 cm . HERP2 – Linha B - Localiza-se em uma propriedade no qual a área de entorno está totalmente devastada. É uma mata baixa de paus finos, com uma camada alta e seca de folhiço. Sem árvores emergentes e sem sub-bosque. HERP3 – Linha C - Era uma antiga picada de caçadores na beira da estrada que vai para o rio Verde, A mata é suja, mas apresenta melhor porte que as outras. Abundam nela palmeiras e emaranhados de cipós. Folhiço espesso de 2-3 cm. Mata mais fechada com árvores altas, algumas emergentes em torno de 20 metros de altura. Sub-bosque ralo. HERP4 – Linha D - na margem do Rio Guaporé ; picada usada por pescadores e demarcada com cercas; solo de areia branca e fina, com pouca vegetação rasteira. Predominância de palmeiras, principalmente tucum, cujo tronco é coberto por espinhos. Árvores baixas e de troncos finos adaptadas ao terreno alagadiço. Obs.: Os pontos acima não se encontram plotados na MIR 370 por falta de referência cartográfica. FONTE: CNEC, 1997.

ANEXO IV-FOTOGRAFIAS

ANEXO V – FOLHAS SERRA RICARDO FRANCO E UIRAPURU