Eleições 2016: Análise Do HGPE Em Capitais Brasileiras/Organizada
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Copyright © 2017, Syntagma Editores Ltda. Capa > Ricardo Philippi Planejamento Gráfico > Ricardo Philippi Revisão > Alice Lima, Alice Sabino e Fernando Castro Ficha catalográfica > Tércia Merizio, CRB 9-1248 Coordenação Editorial > Celso Moreira Mattos Produção Eletrônica > Syntagma Editores Este livro é produto de pesquisa em rede na área de Comunicação e Política capitaneado pelo Grupo de Pesquisa em Comunicação Eleitoral (CEL/UFPR). Conselho Científico Editorial: Dr. Antonio Lemes Guerra Junior (UNOPAR) Dra. Beatriz Helena Dal Molin (UNIOESTE) Dr. Hertz Wendel de Camargo (UFPR) Dr. José Ângelo Ferreira (UTFPR-Londrina) Dr. José de Arimatheia Custódio (UEL) Dra. Pollyana Mustaro (Mackenzie) Dra. Vanina Belén Canavire (UNJU-Argentina) Dra. Elza Kioko Nakayama Murata (UFG) Dr. Ricardo Desidério da Silva (UNESPAR-Apucarana) Dra. Ana Claudia Bortolozzi (UNESP-Bauru) Dra. Denise Machado Cardoso (UFPA) Dr. Marcio Macedo (UFPA) Dados Internacionais de Catalogação-na-Publicação (CIP) AZ994e Eleições 2016: análise do HGPE em capitais brasileiras/organizada. Aryovaldo de Castro Azevedo Junior, Fernando Emmendoerfer de Castro, Luciane Panke – Londrina, Syntagma Editores, 2017. 248 p. ISBN: 978-85-62592-32-4 1. Ciência Política (320) 2. Ciências Sociais. 3. Eleições. I. Título. II. Azevedo Junior, Aryovaldo de Castro. III. Castro, Fernando Emmendoerfer de. IV. Panke, Luciana. CDU - 324/342.8 Syntagma Editores Ltda., Londrina (PR), 05 de maio de 2017. www.syntagmaeditores.com.br Sumário Apresentação .................................................................. 02 Metodologia ................................................................... 05 Siglas dos Partidos Políticos Brasileiros ..................... 08 Centro-Oeste HGPE 2016 em Goiânia: Os Diferentes Estilos dos Candidatos em Tela ...................................................... 10 Nordeste Eleições 2016 à Prefeitura de Fortaleza: A Campanha Eleitoral nas Redes Sociais ........................................... 24 Disputa pela Prefeitura de João Pessoa: De Grupo de Aliados a Adversários Políticos ................................... 40 Campanha em Natal: Um Pleito Previsível ............... 51 Recife: Eleições 2016 Refletem História Política ...... 60 A Conquista do Voto: Temas e Narrativas na Disputa Eleitoral em São Luís ................................................... 75 Eleições Municipais de Teresina: Uma Análise Semântica ....................................................................... 92 Norte HGPE Manaus 2016: As Estratégias Temáticas de Artur Neto, Marcelo Ramos e Serafim Corrêa ........ 105 Belém: A Capital onde o Prefeito Passou da Desaprovação à Reeleição .......................................... 118 “Chega Junto!” A reeleição do Petista Marcus Alexandre em Rio Branco na contramão do Cenário Político Nacional ......................................................... 133 Sudeste Rio de Janeiro, 2016: Nova Legislação Eleitoral e seus Limites na Promoção do Debate Público ................ 146 A Transmutação da Matéria: Como o Empresário João Doria Jr. Virou o Prefeito João Trabalhador da Cidade de São Paulo ................................................................ 160 Sul Porto Alegre: Uma Eleição em que o Povo Ganhou, mas Perdeu ................................................................... 182 Florianópolis: 29 Segundos que Surpreenderam ... 200 As Preocupações dos Eleitores e os Temas de Campanha em Curitiba: Quando o Candidato Fala o que o Eleitor não quer Ouvir ..................................... 227 Organizadores e Autores .......................................... 242 1 Propaganda eleitoral para quê? Por Luciana Panke 1 A impressão de que os processos democráticos ocorrem apenas em tem- pos eleitorais acaba provocando a equivocada sensação de que política se restringe à eleição. Somando isso com a descrença no sistema representativo e nas respectivas instituições, temos um quadro pessimista no que se refere à propaganda eleitoral. Chegam as eleições e muitos se perguntam: para que propaganda? Propagar significa difundir. No caso da propaganda eleitoral, significa divulgar a candidatura sob o olhar parcial de um grupo político, apresentando as propostas supostamente melhores para determinado contexto. Cada candidato ou candidata irá enfatizar seus pontos fortes em detrimento dos fracos. Para isso, a equipe de campanha produz peças propagandísticas com o intuito claro de persuasão. Para ser conhecido, o candidato ou candidata percorrem ruas, locais com agrupamentos ideológicos afins, espalham suas fotos e propostas pelas redes sociais digitais, santinhos, jornais e outros materiais impressos, rádio e televisão. Todo material de comunicação é composto por discursos que podem ser materializados de diversas formas: linguístico, imagético e sonoro, por exemplo. Entre as possibilidades, portanto, está o discurso verbal/linguístico veiculado em televisão durante os tradicionais programas do Horário Gratuito de Propaganda Eleitoral (HGPE). A televisão é um dos veículos mais ricos em códigos comuni- cativos, pois possui vários a seu dispor para comunicar, entreter e persuadir. O fato de unir som e imagem em movimento cria uma atmosfera de aproximação da realidade e facilita a decodificação das mensagens. Isso propicia a entrada da candidatura na casa das pessoas a apenas um ligar do aparelho de televisão. A “gramática” do HGPE prevê um modelo de comunicação que privilegia os recursos lúdicos com o objetivo de chamar a atenção do eleitor e fixar a mensa- gem do candidato. A linguagem se aproxima do entretenimento, no qual a edição é composta por trilhas, cenas e personagens que se mesclam no tempo determinado para a exposição de cada candidatura. Nesta narrativa que fortalece os aspectos emocionais, são transmitidas temáticas que deveriam compor temas de campanha. 1 . Pós-doutorado em Comunicação Política na Universidade Autônoma Metropolitana (UAM- México). Doutora em Ci- ências da Comunicação (USP). Professora da Universidade Federal do Paraná na graduação em Publicidade e Propaganda e do Programa de Pós-Graduação em Comunicação. Superintendente de Comunicação e Marketing da UFPR. Líder do grupo de Pesquisa “Comunicação Eleitoral”. Autora, entre outros, dos livros “Lula do sindicalismo à reeleição, um caso de comunicação, política e discurso” (2010), Campañas electorales para mujeres, retos y tendencias (2015), “Lula del sindi- calismo a reelección, un caso de comunicación, política y discurso social” (2015) e “Campanhas eleitorais para mulheres, desafios e tendências” (2016). Algumas de suas produções estão disponíveis gratuitamente em www.issuu.com/lupanke. A autora também possui um canal no youtube com propaganda eleitoral: youtube.com /ocanalpanke. 2 Os temas eleitorais nem sempre estão nítidos no discurso do HGPE, mas vêm à tona, às vezes repetindo velhas fórmulas, às vezes, apresentando soluções viáveis para as questões do cotidiano. O discurso das elites políticas abrange te- máticas que acabam se repetindo nas eleições em uma agenda pautada por as- suntos que se repetem eleição pós eleição. O Grupo de Pesquisa Comunicação Eleitoral (CEL) cataloga esses temas para realizar análise de conteúdo das campanhas. Com esses resultados, é pos- sível comparar conteúdos das candidaturas mencionando ênfases de cada uma, bem como propensão e posicionamento de proponentes e partidos. Essa infor- mação apoia os eleitores no sentido que consigam avaliar de maneira racional os discursos de campanha, evitando o contágio apenas pelo aspecto racional. Neste livro, o CEL reúne uma amostragem com análise de várias capi- tais brasileiras, com a participação de pesquisadores e pesquisadoras parceiros oferecendo à comunidade acadêmica e ao cidadão uma pesquisa comparativa realizada com profundidade. Boa leitura e espero que nosso trabalho contribua com o seu! 3 Metodologia Fernando E. de Castro 1 Todos os capítulos deste livro utilizam a metodologia de análise quanti- tativa proposta pelo CEL-UFPR, para observar o HGPE de candidatos a prefei- turas, resultando em quadro diverso, que retrata as peculiaridades das eleições municipais em diferentes estados. O método vem sendo aplicado pelo CEL-UF- PR desde as eleições presidenciais de 2010, através de um modelo delimitado por Luciana Panke e Emerson Cervi (2011), que propõe a análise quantitativa através de uma Análise de Conteúdo. Com base nesse modelo, os responsáveis por cada capítulo reuniram uma base consistente dos programas eleitorais dos três principais candidatos nos municípios, no primeiro turno, estabelecendo o primeiro contato com o material que seria utilizado. Os programas foram veiculados entre os meses de agosto e outubro de 2016 e, em sua maioria, disponibilizados pelas próprias campanhas em canais virtuais. Além disso, os autores também levantaram dados sobre o contexto eleitoral de cada município analisado e sobre as campanhas dos candi- datos, para auxiliar no posterior quadro de análise. Na sequência, os autores transcreveram todos os programas em texto e imagem, isto é, todas as falas, jingles e imagens que compunham os filmes. Esse trabalho foi sistematizado através de uma planilha padrão que foi preenchida e compartilhada com todos os autores. Nessas planilhas, cada programa do HGPE foi dividido em segmentos, que correspondem às diferentes falas que faziam parte da peça – o próprio candidato, apresentadores, narradores, personagens, apoiadores, jingles, vinhetas, etc. Cada corte ou mudança de cenário correspon- deu a um segmento. O passo seguinte foi classificar cada um destes