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PARECER ÚNICO Nº 0129370/2020 INDEXADO AO PROCESSO: PA COPAM: SITUAÇÃO: Licenciamento ambiental 1326/2003/004/2016 Sugestão pelo Deferimento FASE DO LICENCIAMENTO Licença de Operação Corretiva VALIDADE DA LICENÇA: 10 anos

PROCESSOS VINCULADOS CONCLUÍDOS: PA COPAM SITUAÇÃO: Outorga 27851/2016 Analise Técnica Concluída EMPREENDEDOR: Laticínios Bom Pastor LTDA CNPJ: 17.136.805/0001-60 EMPREENDIMENTO: Laticínios Bom Pastor LTDA CNPJ: 17.136.805/0001-60 MUNICÍPIO (S): Belmiro Braga ZONA: Rural COORDENADAS LAT: 22° 02’ 25.97" GEOGRÁFICAS (DATUM): SAD LONG: 43° 24’ 07" W S 69 LOCALIZADO EM UNIDADE DE CONSERVAÇÃO: INTEGRAL ZONA DE AMORTECIMENTO USO SUSTENTÁVEL X NÃO

BACIA FEDERAL: Paraíba do Sul BACIA ESTADUAL: Bacia do Rio Paraíbuna UPGRH: PS1 SUB-BACIA: CÓDIGO: ATIVIDADE OBJETO DO LICENCIAMENTO (DN COPAM 74/04): CLASSE D-01-06-6 Preparação do leite e fabricação de produtos de laticínios 3 CONSULTORIA/RESPONSÁVEL TÉCNICO: REGISTRO: Hidrosphera Engenharia LTDA ART: W10010 RELATÓRIO DE VISTORIA: S/N 2019 DATA:15/08/2019

EQUIPE INTERDISCIPLINAR MATRÍCULA ASSINATURA Adhemar Ventura de Lima- Analista Ambiental (Gestor) 1.179112-6 Luciano Machado de Souza Rodrigues – Gestor Ambiental 1.403.710-5 Luiz Gustavo de Rezende Raggi- Analista Ambiental 1.148181-9 De acordo: Leticia Augusta Faria de Oliveira 1.370.900-1 Diretora Regional de Regularização Ambiental De acordo: Wander José Torres de Azevedo. 1.152.595-3 Diretor Regional de Controle Processual

Rodovia Ubá/, km 02 – Horto – Ubá/MG, CEP: 36.500-970 Telefax: (32) 3539-2700

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1. Introdução

O presente parecer único tem como objetivo subsidiar a análise do requerimento para a concessão da Licença de Operação Corretiva da atividade de preparação do leite e fabricação de produtos de laticínios por meio do PA nº 1326/2003/004/2016, tendo como empreendedor Laticínios Bom Pastor LTDA, localizado na zona rural do município de Belmiro Braga.

Assim, com base na Deliberação Normativa COPAM nº 74/04, a atividade foi enquadrada no código D-01-06-6, classificando-se como Classe 3, com a capacidade máxima instalada de 80.000 litros/dia.

Tendo em vista estar em operação, o empreendimento foi autuado conforme AI Nº 6148/2015, por operar sem licença, fato que motivou a celebração de Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) nº 0420131/2016, instrumento que atualmente garante o funcionamento do empreendimento.

A fim de manter-se regularizado junto ao órgão ambiental, em 12/07/2016 foi protocolado FCEI com vistas a dar início ao procedimento de Licença de Operação Corretiva (LOC) com a consequente emissão do FOB, este último contendo toda a documentação necessária para a formalização do processo de licenciamento.

Em 18/08/2016, foi realizada a entrega da documentação para atender à reorientação do procedimento para Licença de Operação Corretiva (LOC), com a apresentação de Relatório de Controle Ambiental (RCA) e Plano de Controle Ambiental (PCA).

Para subsidiar a análise do processo e elaboração deste parecer único, foi realizada vistoria ao empreendimento no dia 15/08/2019, para verificação das informações prestadas no RCA e PCA.

Em 20/08/2019 foi enviado o ofício SUPRAM/ZM nº 509/2019 solicitando informações complementares ao empreendedor.

Em 23/12/2019 foram protocoladas junto à Supram ZM as respostas referentes as informações complementares solicitadas, através do protocolo SIAM nº 0789869/2019.

Deve-se frisar que em 10/04/2018 o empreendedor se manifestou pela continuidade da análise nos termos da Deliberação Normativa COPAM nº 74/2004, através de documento protocolado sob o nº 266894/2018, de acordo com o previsto na Deliberação Normativa COPAM nº 217/2017, art. 38, III.

Estando toda a documentação necessária anexada aos autos do processo e tendo sido executadas todas as adequações exigidas, com base nestas providências, o empreendimento Laticínios Bom Pastor Ltda., requer sua regularização ambiental através da obtenção de Licença de Operação Corretiva (LOC).

2. Caracterização do empreendimento

O empreendimento está instalado na Fazenda São Gabriel, s/nº, km 03, zona rural do Distrito de Três Ilhas, município de Belmiro Braga. A área total da fazenda São Gabriel é de 186,1290 hectares, conforme consta planta planimétrica apresentada. A área total do empreendimento é de 21296,38 m² e a área construída atual é 5927,24 m² O empreendimento opera em turno único de trabalho, de

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segunda a domingo, 8 horas/dia, com 146 funcionários fixos, sendo 80 na produção, 64 no setor administrativo e 2 no setor de manutenção.

Os produtos principais da unidade são os Queijos (frescal, prato, padrão, padrão sem lactose, manteiga, requeijão). É produzido, também, o soro concentrado, com produção mensal atual de 137.500 kg/mês. O principal mercado consumidor dos produtos produzidos é o Estado do Rio de Janeiro.

Imagem Google Earth:(Laticínios Bom Pastor LTDA)

Processo Produtivo:

O processo produtivo do empreendimento contempla as seguintes etapas:

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Fonte : RCA

Equipamentos de geração de vapor

O Empreendimento possui duas caldeiras a lenha, sendo a principal com capacidade de produção de 2.000kg de vapor/h e a outra utilizada como reserva a óleo com capacidade de produção de 1655 kg de vapor/h, que está sendo transformada a lenha, segundo informações repassadas durante a vistoria. A lenha utilizada na caldeira possui certificado de origem emitido pelo Instituto Estadual de Florestas - IEF, conforme consta nos autos do processo.

Sistema de resfriamento

O empreendimento possui 4 câmaras frias da VA03/sabroe do Brasil LTDA/1999 usados para o armazenamento dos produtos.

3. Caracterização Ambiental

O empreendimento está localizado no município de Belmiro Braga, pertencente à bacia do Rio Paraíba do Sul e Bacia do Estadual do Rio Paraibuna. Localiza-se no bioma Mata Atlântica e está em área com remanescente de vegetação nativa da Floresta Estacional Semidecidual Montana, não estando localizado dentro de Unidade de Conservação.

O Município de Belmiro Braga se localiza a 290 Km de , pela Rodovia BR 040, a 365 Km de Juiz de Fora, pela Rodovia MG 353, se distancia 20 Km de José das Três Ilhas em estrada de terra. O Município faz parte da AMPAR – Associação dos Municípios do Vale do Paraibuna e da micro - associação Municipal. O empreendimento se localiza próximo ao Ribeirão da Fazenda da Cachoeira, pertencente à Bacia do Rio Paraibuna, a jusante do Rio Preto. A região possui uma produção agrícola em torno de 5,5 t/ano, produzindo basicamente cana – de – açúcar, laranja, milho, feijão, café, mandioca e banana. A presença da indústria é marcada pela Indústria Alimentar, de produtos minerais não metálicos e pela construção civil.

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4. Utilização dos recursos hídricos

A água utilizada no empreendimento é proveniente de uma captação superficial PA Nº 27851/2016 em um curso d’água afluente do Rio Preto.

Conforme balanço hídrico apresentado, o empreendimento tem um consumo médio mensal de 240 m³/dia, tendo como finalidade a lavagem de produtos intermediários, lavagem de pisos e equipamentos, resfriamento, refrigeração e produção de vapor e consumo humano.

A água é recalcada através de uma bomba injetora para 3 caixas de água elevada com capacidade de 20 m³ de acumulação, e posteriormente encaminhada por gravidade para as instalações. A vazão outorgada é suficiente para atender a demanda hídrica do empreendimento.

5. Reserva Legal

A reserva legal encontra-se com área de 39,1660 ha conforme consta na planta topográfica planimétrica, que consta nos autos do processo, tendo registro no CAR Nº MG: MG-3106101- 2484A04795EE4DCFAC856353E2EE7F4A. não inferior a 20%, o que atende ao Art 25 da Lei nº 20.922, de 16 de outubro de 2013. A vegetação da reserva legal é caracterizada pela tipologia floresta estacional subdecidual, referente ao bioma Mata Atlântica. A área de reserva legal da propriedade está subdivida em 10 subáreas.

Google Earth: Reserva Legal ( em verde )

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6. Intervenção em área de preservação permanente

A Fazenda São Gabriel localiza-se no município de Belmiro Braga, dentro da bacia federal do Rio Paraíba do Sul e bacia estadual do Rio Paraibuna. De acordo com a planta anexada ao processo, elaborada para este estudo, foi delimitada a área de preservação permanente (APP) que corresponde a 32,165 hectares no entorno imediato do empreendimento. As intervenções em APP correspondem edificações com área total de aproximadamente 3462,95 m². Todas as intervenções, refere-se as outras atividades agrossilvipastoris exercida na propriedade e foram construídas anterior a 22/07/2008, conforme podemos observar nas imagens satélite do Google Earth. O empreendimento possui um contrato de arrendamento com os demais co-proprietários para uma área de 21296,38 m². Conforme planta planimétrica apresentada, nenhuma estrutura que compõe o laticínios está localizado dentro de APP. Além disto, foi apresentado um ato declaratório por parte do empreendedor, registrado no Cartório, declarando que "Nenhuma estrutura está localizada em APP, conforme planta planimétrica apresentada e também que no entorno do estabelecimento supracitado há outras atividades agrossilvipastoris pertencentes a Fazenda São Gabriel no qual existe uma APP, mas no entanto não possui qualquer relação com Laticínios Bom Pastor LTDA ."

7. Impactos ambientais e medidas mitigadoras

7.1. Efluentes industriais e sanitários

O efluente sanitário é proveniente das unidades de apoio como vestiários, sanitários e refeitório destinados ao uso dos funcionários alocados nos setores produtivo, administrativo e manutenção. O sistema de Tratamento é composto pelo sistema tanque filtro anaeróbico.

Os efluentes industriais são provenientes da lavagem do setor produtivo, como lavagem de equipamentos, pisos e etc.

Os efluentes industriais e sanitários são encaminhados diretamente para a ETE – Estação de Tratamento de Efluentes. A ETE é constituída pelas seguintes etapas:

O tratamento preliminar é composto por um gradeamento e uma caixa de gordura. Esta etapa tem a finalidade de remover os sólidos grosseiros, restos de embalagens e areia, de forma a evitar a obstrução do sistema hidráulico das etapas posteriores.

O tratamento secundário é composto por lodos ativados, aeradores, um decantador de lodo e um leito de secagem e lagoa de polimento. O efluente tratado é lançado no Rio Preto.

7.2 Emissões atmosféricas

O Empreendimento possui duas caldeiras a lenha sendo a principal com capacidade de produção de 2.000kg de vapor/h e a outra, utilizada como reserva, a óleo com capacidade de produção de 1655 kg de vapor/h, que está sendo transformada a lenha, segundo informações repassadas durante a vistoria. A caldeira possui um sistema de tratamento tipo Ciclone. Por se tratar de uma caldeira com capacidade de produção de vapor superior a 1.000kg/vapor/hora, deverá ser realizado monitoramento da emissão de gases, conforme programa de automonitoramento que consta no ANEXO II deste parecer único.

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7.3 Resíduos Sólidos:

Os resíduos sólidos gerados no laticínio podem ser subdivididos em dois grupos principais, no que se refere à sua origem. O primeiro grupo são os resíduos gerados nos escritórios, nas instalações sanitárias e nos refeitórios da indústria. Correspondem ao que se costuma ser denominado lixo doméstico e comercial e abrange: papéis, embalagens plásticas diversas geradas nos escritórios e resíduos de higiene pessoal. O segundo grupo refere-se aos resíduos sólidos industriais provenientes das diversas operações e atividades relacionadas diretamente à produção industrial. São basicamente sobras de embalagens, embalagens defeituosas, papelão, plásticos. Quanto aos tipos dos resíduos de embalagens, predomina papel e papelão.

Observamos, ainda, os resíduos gerados na estação de tratamento de efluentes (ETE) que inclui o lodo do sistema de tratamento que são dispostos no leito de secagem. As cinzas da caldeira e sucatas metálicas são outros exemplos de resíduos sólidos que devem possuir coleta, armazenamento e destinação final adequada.

Os resíduos sólidos gerados na indústria são segregados, acondicionados e armazenados na unidade industrial para posteriormente serem encaminhados para as diversas formas de destinação final. Este período em que o resíduo é estocado na indústria é chamado “armazenagem temporária” e é feito no galpão de resíduos sólidos, dimensionado de acordo com as normas vigentes.

Além da área de armazenagem, o laticínio possui coleta seletiva para reciclagem em vários pontos da fábrica, facilitando a separação dos resíduos de acordo com cada classe. Esses coletores também são fundamentais para implantar os conceitos de gestão dos resíduos perante os funcionários.

O soro gerado é destinado para produtores rurais com a finalidade de alimentação animal. Os resíduos domésticos são recolhidos pela Prefeitura Municipal de Belmiro Braga e posteriormente destinado para a empresa VITAL ENGENHARIA AMBIENTAL S/A, com certificado de LOC com validade até 15/12/2020, localizados em Juiz de Fora. As cinzas da caldeira são utilizadas como adubação de pastagens, dentro da própria propriedade. As Bombonas Plásticas e vasilhames vazios são direcionados para a empresa REAGEL – ABC indústria e comercio LTDA, localizado no município de Itaperuna- RJ com licença no INEA- LO IN023969 (Instituto Estadual de Meio Ambiente do Estado RJ). Foi apresentado um estudo com ART sobre a disposição de lodo da ETE para fins agrícolas. O lodo é descartado do decantador para o leito de secagem onde permanece por 45 dias. Após a secagem, o lodo é caleado (cal hidratado) e inserido em recipientes e armazenado em baia especifica, arejada e impermeabilizada. Foi realizada a caracterização do lodo, cuja classificação foi não perigoso classe II A- não inerte. Sendo assim, o empreendimento poderá dispor o resíduo no solo, desde que seja atendido todos os critérios agronômicos em relação a cultura a ser beneficiada.

7.4 Ruídos

O empreendimento está distante de núcleos populacionais da cidade de Belmiro Braga. Os ruídos gerados pelo processo produtivo são advindos de máquinas, veículos e equipamentos típicos da atividade. Como o empreendimento está localizado em zona rural, não há necessidade de monitoramento por parte do empreendedor.

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Águas Pluviais

O empreendimento conta com áreas cobertas de vegetação, arborização e canaletas de drenagem

8. Controle Processual 8.1. Relatório – análise documental

A fim de resguardar a legalidade do processo administrativo, consta nos autos a análise de documentos capaz de atestar que a formalização do PA nº 00394/2001/005/2017 ocorreu em concordância com as exigências constantes do Formulário de Orientação Básica e as complementações decorrentes da referida análise em controle processual, conforme documento denominado de análise de documentos, com lastro no qual avançamos à análise do procedimento a ser seguido em conformidade com a legislação vigente.

8.2. Análise procedimental – formalização, análise e competência decisória

O Art. 225 da Constituição Federal de 1988 preceitua que todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações.

Como um dos instrumentos para concretizar o comando constitucional, a Lei Federal n.º 6.938/1981 previu, em seu artigo 9º, IV, o licenciamento e revisão de atividades efetiva ou potencialmente poluidoras como um dos instrumentos da Política Nacional do Meio Ambiente, e estabeleceu, em seu artigo 10, obrigatoriedade do prévio licenciamento ambiental à construção, instalação, ampliação e funcionamento de estabelecimentos e atividades utilizadores de recursos ambientais, efetiva ou potencialmente poluidores ou capazes, sob qualquer forma, de causar degradação ambiental.

A Lei Estadual n. º 21.972/2016, em seu artigo 16, condiciona a construção, a instalação, a ampliação e o funcionamento de atividades e empreendimentos utilizadores de recursos ambientais, efetiva ou potencialmente poluidores ou capazes, sob qualquer forma, de causar degradação ambiental, ao prévio licenciamento ou autorização ambiental de funcionamento.

A referida Lei Estadual, em seu artigo 18, previu o licenciamento ambiental trifásico, bem assim o concomitante, absorvendo expressamente as normas de regulamentos preexistentes, podendo a emissão das licenças ambientais ser expedidas de maneira isolada ou sucessiva, de acordo com a natureza, características e fase do empreendimento ou atividade.

O Decreto Estadual nº 47.383/2018 reconheceu a possibilidade de regularização mediante procedimento corretivo, nos termos do artigo 32, para aqueles que se encontram em situação de instalação ou operação irregular em termos de licenciamento ambiental.

Enquadra-se o caso em análise nesse dispositivo, uma vez que o empreendimento se encontra amparado por Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) até a obtenção da licença (conforme previsão do art. 32, §1º do Decreto Estadual nº 47.383/2018),

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Nesse sentido, a formalização do processo de licenciamento ambiental segue o rito estabelecido pelo artigo 10 da Resolução CONAMA n. º 237/1997, iniciando-se com a definição pelo órgão ambiental, mediante caracterização do empreendimento por seu responsável legal, dos documentos, projetos e estudos ambientais, necessários ao início do processo correspondente.

Em análise do que consta do FOB, e/ou das informações complementares solicitadas e prestadas, tal como consta no presente parecer único, verificou-se a completude instrutória, mediante apresentação dos documentos e estudos cabíveis, em conformidade com as normas ambientais vigentes.

A necessidade de complementação, nos termos do artigo 14, da Resolução CONAMA n. º 237/1997, foi suprida, de acordo com o relato introdutório do presente ato.

Quanto ao cabimento do AVCB, a matéria é disciplinada pela Lei Estadual n. º 14.130/2001, regulamentada atualmente pelo Decreto Estadual nº 44.746/2008, descabendo ao SISEMA a definição de seus limites ou a fiscalização quanto ao seu cumprimento. Ao SISEMA, à exceção da instrução do processo de LO para postos de combustíveis, a teor do disposto no artigo 7º da Resolução CONAMA nº 273/2000, caberá exercer as atividades de fiscalização dos empreendimentos de acordo com sua competência estabelecida na legislação em vigor.

Nesse sentido, conforme consta do FCE, o empreendimento se caracteriza pela atividade principal identificada pelo código, D-01-06-6, da Deliberação Normativa COPAM nº 74/2004.

No âmbito do licenciamento ambiental, o CONAMA, nos termos do artigo 5º, II, c, da Resolução n. º 273/2000, estabeleceu o Atestado de Vistoria do Corpo de Bombeiros como elemento de instrução do processo administrativo para obtenção de LO apenas para as atividades de postos de combustíveis.

Assim, considerando a suficiente instrução do processo no limite das normas emanadas no âmbito do SISNAMA, e que os documentos foram apresentados em conformidade com a Resolução SEMAD nº 891/2009; e considerando a inexistência de impedimentos, dentre aqueles estabelecidos pela Resolução SEMAD nº 412/2005, recomenda-se encaminhamento para decisão no mérito do pedido, considerando-se o pagamento dos custos de análise.

Cabe informar que o empreendedor, via ofício, manifestou-se pela continuidade da análise do processo de acordo com os critérios da Deliberação Normativa COPAM nº 74/2004, conforme previsão do art. 38, III, da DN 217/2017.

Quanto a competência para deliberação, esta dever ser aferida pela alteração normativa ocorrida pela Lei 21.972/2016, fazendo-se necessário verificar o enquadramento da atividade no que tange ao seu porte e ao potencial poluidor. Considerando que o empreendimento é de médio porte e médio potencial poluidor/degradador, tem seu enquadramento em classe 3 (três).

Diante desse enquadramento, determina o Art. 4º, VII, b, da Lei 21.972/2016 que competirá SEMAD – Secretaria do Estado do Meio Ambiente, decidir por meio de suas superintendências regionais de

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meio ambiente, sobre processo de licenciamento ambiental de pequeno porte e grande potencial poluidor.

Assim, concluída a análise, deverá o processo ser submetido a julgamento pelo Superintendente Regional de Meio Ambiente da Zona da Mata. 8.3. Viabilidade jurídica do pedido

8.3.1 Da Política Florestal (agenda verde)

O empreendimento encontra-se instalado em imóvel rural no município de Belmiro Braga/MG, conforme se verifica da certidão de registro de imóvel apresentada. Neste sentido, foi apresentado recibo de inscrição do imóvel no Cadastro Ambiental Rural (CAR), constando a demarcação da área de reserva legal de toda a propriedade.

Conforme contou dos autos, e observando as coordenadas geográficas de ponto de amarração do empreendimento, este não se localiza em Zona de Amortecimento ou Unidade de Conservação, dentre aquelas definidas pela Lei Federal nº 9.985/2000 e pela Lei Estadual nº 20.922/2013.

Lado outro, ainda com referência à política florestal vigente, e conforme consta dos estudos ambientais apresentados em informação complementar, bem assim dos dados coletados em vistoria, observa-se, a existência de intervenções em área de preservação permanente no imóvel onde se situa o empreendimento, as quais são enquadradas como ocupação antrópica consolidada, por estarem associadas a atividades agrossivilpastoris, não executadas pelo empreendimento, conforme caracterizado pela equipe técnica.

Ressalva-se que não há estruturas do empreendimento localizadas em área de preservação permanente, sendo que área arrendada e de fato utilizada pelo empreendimento está situada dentro do imóvel descrito pela equipe técnica.

Por fim, verifica-se, de acordo com a análise técnica, a não ocorrência de significativo impacto ambiental decorrente da atividade desenvolvida pelo empreendimento, conforme previsão do art. 36 da Lei Federal nº 9.985/2000, não sendo cabível a fixação da compensação ambiental.

8.3.2. Da Política de Recursos Hídricos (agenda azul)

No que tange à utilização de recursos hídricos, este encontra-se regularizado pelo Processo administrativo nº 27851/2016.

8.3.3. Da Política do Meio Ambiente (agenda marrom)

Considerando as informações apresentadas no âmbito dos estudos ambientais e complementações solicitadas, bem como o que fora constatado em vistoria e considerando a observância da legislação ambiental vigente, vinculada ao cumprimento das condicionantes sugeridas no anexo I, atestamos a viabilidade jurídica do pedido.

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No que se refere ao prazo de validade da licença, em observância ao disposto no art.32, § 2º do Decreto 47.383/2018, a licença deverá ter seu prazo fixado em 10 (dez) anos, uma vez que não se vislumbra penalidade que tenha se tornado definitiva nos cinco anos anteriores à data da concessão da licença, já que a penalidade aplicada no auto de infração nº AI Nº 6148/2015, tornou-se definitiva há mais de 5 (cinco) anos. 9- Termo de Ajustamento de Conduta

O empreendimento solicitou, visando dar continuidade à sua operação, a assinatura de Termo de Ajustamento de Conduta (TAC), o que foi acatado pela Supram ZM. O TAC Nº '0420131/2016, assinado em 19/04/2016 encontra-se vigente e o cumprimento das suas medidas e condicionantes estão sendo atendidas conforme pode ser observado na análise que segue. Com relação aos monitoramentos dos efluentes sanitários e industriai, foi verificado que as mesmas atendem os padrões estabelecidos, atendendo a DN 01/2008.

Item 01: Formalizar processo(s) de licenciamento ambiental contemplando a atividade e Outorga do Uso de água dentro do real porte, de “preparação de leite e fabricação de produtos de laticínios”. Prazo: 120 dias.

Status: cumprido. O processo foi formalizado em 17/08/2016, através do recibo de entrega de documentos nº 927731/2016

Item 02: Elaborar e executar programa de gerenciamento dos resíduos sólidos, que deverá incluir a coleta, separação, monitoramento e adequação da destinação final, de acordo com as normas técnicas vigentes. Prazo: Comprovação em até 45 (quarenta e cinco) dias. Posteriormente, semestralmente.

Status: Cumprida, através dos protocolos nº 0644046 de 31/05/2016, R1302645/2016 de 16/11/2016, R0141226/2017 de 16/05/2017, R0287110/2017 de 09/11/2017, R0088437/2018 de 10/05/2018, R0774717/2018 de 12/11/2018, R 0085145/2019 de 15/05/2019 e R0729153/2019 de 12/11/2019.

Item 03:: Executar o Programa de Automonitoramento da emissão dos efluentes industriais, que deverão compreender os parâmetros e prazos abaixo descritos no referido TAC.

Status: Cumprida, através dos protocolos nº 927731/2016 de 17/08/2016, R1302645/2016 de 16/11/2016, R0155688/2017 de 14/02/2017, R0141226/2017 de 16/05/2017, R0212012/2017 de 16/08/2017, R0287110/2017 de 09/11/2017,R0030726/2018 de 08/02/2018, R0088437/2018 de 10/05/2018, R0145304/2018,R0145304/2018 de 15/08/2018, R0774717/2018 de 12/11/2018, R008541/2019 de 14/02/2019, 0505573/2019 de 14/08/2019 e e R0729153/2019 de 12/11/2019.

Observação :As análises apresentadas estão dentro dos parâmetros estabelecidos pela DN COPAM 01/2008.

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Item 04: Executar o Programa de Automonitoramento da emissão dos efluentes atmosféricos, que deverão compreender os parâmetros e prazos abaixo descritos:

Local de amostragem Parâmetro Frequência de Análise Anualmente, Chaminé da caldeira Material particulado Sendo a primeira 120 dias após a Assinatura do TAC.

Status: Cumprida, através do protocolo nº 927731/2016 de 17/08/2016, R0212012/2017 de 16/08/2017,R0145304/2018 de 15/08/2018, R0505573/2019 de 14/08/2019.

Item 05: Apresentar certificado de produto e subproduto florestais expedido pelo IEF. Prazo: 30 dias.

Status: Cumprida, através do protocolo 462250/2016 de 28/04/2016, apresentado dentro do prazo estabelecido pelo TAC.

Item 06: Realizar durante o primeiro ano de vigência do TAC adequações no sistema de refrigeração por amônia de forma atender ao disposto na “Recomendação do projeto para operação do sistema de amônia”,publicado pelo Ministério de Meio Ambiente -2009 e na NBR 16069/2010. Prazo: no primeiro ano de vigência do TAC.

Status: Cumprida, Foi solicitada a prorrogação através do protocolo nº 195431/2017 em 22/02/2017. Foi apresentado através do protocolo R00413227/2018 em 26/02/2018.

Item 07: Apresentar relatório consolidado, que comprove a implementação de todos os itens supra descritos e dentro dos respectivos prazos neles estabelecidos, devidamente acompanhado de Anotação de Responsabilidade Técnica – ART. Prazo: Até o vencimento do TAC ou obtenção da licença.

Status: Cumprida. Verificado através do Protocolo N º 0081381/2020 de 20/02/2020.

10. Conclusão

A equipe interdisciplinar da Supram - ZM sugere o deferimento da Licença de Operação Corretiva, para o empreendimento Laticínios Bom Pastor LTDA, para as atividades de Preparação de Leite e produção de produtos de leite, no município de Belmiro Braga/MG, pelo prazo de 10 (dez) anos, vinculada ao cumprimento das condicionantes e programas propostos.

Oportuno advertir ao empreendedor que a análise negativa quanto ao cumprimento das condicionantes previstas ao final deste parecer único (Anexo I), bem como qualquer alteração, modificação e ampliação sem a devida e prévia comunicação a Supram Zona da Mata, tornam o empreendimento em questão passível de ser objeto das sanções previstas na legislação vigente.

Ressalta-se que a Licença Ambiental em apreço não dispensa, nem substitui, a obtenção, pelo requerente, de outros atos autorizativos legalmente exigíveis. A análise dos estudos ambientais pela Superintendência Regional de Regularização Ambiental da Zona da Mata, não exime o

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empreendedor de sua responsabilidade técnica e jurídica sobre estes, assim como da comprovação quanto à eficiência das medidas de mitigação adotadas.

11. Anexos

Anexo I. Condicionantes para Licença de Operação Corretiva (LOC) do empreendimento Laticínios Bom Pastor Ltda. Anexo II. Programa de Automonitoramento da Licença de Operação Corretiva (LOC) do empreendimento Laticínios Nosso Ltda. Anexo III. Relatório fotográfico do empreendimento Laticínios Bom Pastor Ltda.

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ANEXO I Condicionantes para Licença de Operação Corretiva (LOC) do empreendimento Laticínios Bom Pastor Ltda. Empreendedor: Laticínios Bom Pastor Ltda. Empreendimento: Laticínios Bom Pastor Ltda. CNPJ: 17.136.805/0001-60 Município: Belmiro Braga Atividade (s): Preparação do leite e fabricação de produtos de laticínios Processo: 1326/2003/004/2016

Validade: 10 anos Item Descrição da Condicionante Prazo* Executar o Programa de Automonitoramento, conforme definido Durante a vigência da 01 no Anexo II, demonstrando o atendimento aos padrões Licença definidos nas normas vigentes. Implementar todos os programas de gerenciamento de riscos Durante a vigência da 02 apresentados no PCA e descritos neste parecer único. licença

03 Destinar corretamente o Lodo da ETE conforme projeto Durante a vigência da licença apresentado junto a SUPRAM. Relatar à Supram ZM todos os fatos ocorridos na Unidade 04 Industrial que possam vir a causar impactos negativos, Durante a vigência da licença imediatamente após a constatação. Apresentar, por meio de protocolo na SUPRAM ZM, comprovante do protocolo do Projeto de Segurança Contra Até 180 (cento e 05 Incêndio e Pânico (PSCIP) junto ao Corpo de Bombeiros, para oitenta) dias obtenção do AVCB. Apresentar, por meio de protocolo na SUPRAM ZM, o Auto de Até 15 (quinze) dias 06 Vistoria do Corpo de Bombeiros – AVCB. após sua obtenção Enviar semestralmente, por meio do Sistema MTR-MG, Declaração de Movimentação de Resíduos –DMR, conforme art.16 da DN COPAM 232/2019, que diz:

I –Até o dia 28 de fevereiro de cada ano deverá ser enviada, via Durante a vigência da 07 Sistema MTR-MG, a DMR abrangendo o período de 1º de julho Licença. a 31 de dezembro do ano anterior;

II –Até o dia 31 de agosto de cada ano deverá ser enviada, via Sistema MTR-MG, a DMR abrangendo o período de 1º de janeiro a 30 de junho do ano em curso. Apresentar relatórios consolidados anuais, de atendimento das Anual, no mês de 08 condicionantes propostas neste Parecer Único, relatando as fevereiro a partir de

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ações empreendidas no cumprimento de cada condicionante, 2021. acompanhadas, quando possível de documentação fotográfica em um único documento. * Salvo especificações, os prazos são contados a partir da data de publicação da Licença na Imprensa Oficial do Estado. IMPORTANTE Os parâmetros e frequências especificadas para o Programa de Automonitoramento poderão sofrer alterações a critério da área técnica da Supram-ZM, face ao desempenho apresentado; Qualquer mudança promovida no empreendimento que venha a alterar a condição original do projeto das instalações e causar interferência neste programa deverá ser previamente informada e aprovada pelo órgão ambiental.

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ANEXO II Programa de Automonitoramento da Licença de Operação Corretiva (LOC) do empreendimento Laticínios Bom Pastor LTDA

Empreendedor: Laticínios Bom Pastor LTDA Empreendimento: Laticínios Bom Pastor LTDA CNPJ: 17.136.805/0001-60 Município: Belmiro Braga Atividade (s): Preparação do leite e fabricação de produtos de laticínios Processo: 1326/2003/004/2016 Validade: 10 anos

1-Efluentes Líquidos industriais e sanitários

Local de amostragem Parâmetro Frequência de Análise Entrada e saída do sistema Vazão média, Sólidos Suspensos, de tratamento Sólidos Sedimentáveis, DBO*, DQO*, Temperatura, pH, Óleos e Graxas, Bimestral Surfactantes (ABS), Eficiência de Remoção de DBO e DQO e Nitrogênio amoniacal total. Sólidos Suspensos, Sólidos Sedimentáveis, DBO, Temperatura, pH, Corpo receptor: a montante Fósforo total, Óleos e Graxas, Oxigênio e a jusante do ponto Bimestral Dissolvido, Cloreto Total, Cor, Nitrato, lançamento no Rio Preto Nitrito, Nitrogênio amoniacal total e turbidez. Entrada e saída da Tanque- pH, sólidos sedimentáveis, sólidos semestral filtro anaeróbico suspensos, DBO5, DQO.

*O plano de amostragem deverá ser feito por meio de coletas de amostras compostas para os parâmetros DBO e DQO pelo período de no mínimo 8 horas, contemplando o horário de pico. Para os demais parâmetros deverá ser realizada amostragem simples. Local de amostragem: Entrada da ETE (efluente bruto) após o gradeamento. Saída da ETE (efluente tratado): Após a Lagoas de decantação Relatórios: Enviar semestralmente à Supram até o dia 10 do mês subsequente, os resultados das análises efetuadas. O relatório deverá especificar o tipo de amostragem e conter a identificação, registro profissional e a assinatura do responsável técnico pela amostragem, além da produção industrial e do número de empregados no período. Para as amostragens feitas no corpo receptor (curso d’água), apresentar justificativa da distância adotada para coleta de amostras a montante e jusante do ponto de lançamento. Deverá ser anexado ao relatório o laudo de análise do laboratório responsável pelas determinações. Constatada alguma inconformidade, o empreendedor deverá apresentar justificativa, nos termos do §2º do art. 3º da Deliberação Normativa nº 165/2011, que poderá ser acompanhada de projeto de adequação do sistema de controle em acompanhamento.

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Na ocorrência de qualquer anormalidade nos resultados das análises realizadas durante o ano, o órgão ambiental deverá ser imediatamente informado, inclusive das medidas de mitigação adotadas. Método de análise: Normas aprovadas pelo INMETRO ou, na ausência delas no Standard Methods for Examination of Water and Wastewater, APHA-AWWA, última edição.

. Resíduos sólidos e rejeitos

1. Resíduos sólidos e rejeitos abrangidos pelo Sistema MTR-MG

Apresentar, semestralmente, a Declaração de Movimentação de Resíduo – DMR, emitida via Sistema MTR-MG, referente às operações realizadas com resíduos sólidos e rejeitos gerados pelo empreendimento durante aquele semestre, conforme determinações e prazos previstos na Deliberação Normativa Copam 232/2019.

Prazo: seguir os prazos dispostos na Deliberação Normativa Copam nº 232/2019.

2. Resíduos sólidos e rejeitos não abrangidos pelo Sistema MTR-MG

Apresentar, semestralmente, relatório de controle e destinação dos resíduos sólidos gerados conforme quadro a seguir ou, alternativamente, a DMR, emitida via Sistema MTR-MG.

Prazo: seguir os prazos dispostos na DN Copam 232/2019.

QUANTITATIVO TRANSPOR TOTAL DO DESTINAÇÃO FINAL RESÍDUO TADOR SEMESTRE (tonelada/semestre Taxa Quant Quant Denomi Quant Destinador / idade nação e de idade idade OBS. Raz Ender Empresa Arma código geraç Destin Gerad Orig Clas ão eço Tecnol responsável zenad da lista ão ada a em se (kg/m soci compl ogia (*) a IN Endereç ês) al eto Razão IBAMA o social 13/2012 completo

(*)1- Reutilização 6 - Co-processamento 2 – Reciclagem 7 - Aplicação no solo 8 - Armazenamento temporário (informar 3 - Aterro sanitário quantidade armazenada) 9 - Outras (especificar) 4 - Aterro industrial

5 - Incineração

2.1 Observações

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• O programa de automonitoramento dos resíduos sólidos e rejeitos não abrangidos pelo Sistema MTR-MG, que são aqueles elencados no art. 2º da DN 232/2019, deverá ser apresentado, semestralmente, em apenas uma das formas supracitadas, a fim de não gerar duplicidade de documentos.

• O relatório de resíduos e rejeitos deverá conter, no mínimo, os dados do quadro supracitado, bem como a identificação, registro profissional e a assinatura do responsável técnico pelas informações.

• As doações de resíduos deverão ser devidamente identificadas e documentadas pelo empreendedor.

• As notas fiscais de vendas e/ou movimentação e os documentos identificando as doações de resíduos deverão ser mantidos disponíveis pelo empreendedor, para fins de fiscalização.

3. Efluentes Atmosféricos.

Local de Tipo de Potência Parâmetros Frequência amostragem combustível nominal (MW)

Chaminé da caldeira, formos Definidos de etc. acordo com o tipo Lenha (Especificar) Anualmente (Especificar de combustível e identificador do potência nominal equipamento)

Relatórios: Enviar, anualmente, à Supram-ZM, os resultados das análises efetuadas, acompanhados pelas respectivas planilhas de campo e de laboratório, bem como dos certificados de calibração do equipamento de amostragem. O relatório deverá conter a identificação, registro profissional, anotação de responsabilidade técnica e a assinatura do responsável pelas amostragens. Deverão também ser informados os dados operacionais. Os resultados apresentados nos laudos analíticos deverão ser expressos nas mesmas unidades dos padrões de emissão previstos na DN COPAM nº 187/2013 e na Resolução CONAMA nº 382/2006. Na ocorrência de qualquer anormalidade nos resultados nas análises realizadas durante o ano, o órgão ambiental deverá ser imediatamente informado, bem como a medida mitigadora adotada. Método de amostragem: Normas ABNT, CETESB ou Environmental Protection Agency – EPA.

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ANEXO III Relatório Fotográfico do empreendimento Laticínios Bom Pastor Ltda. Empreendedor: Laticínios Bom Pastor LTDA Empreendimento: Laticínios Bom Pastor LTDA CNPJ: 17.136.805/0001-60 Município: Belmiro Braga Atividade (s): Preparação do leite e fabricação de produtos de laticínios Processo: 1326/2003/004/2016 Validade: 10 anos

Figura 1: Lagoa aerada Figura 2: Lagoa de polimento

Figura 3: leito de secagem Figura 4: Caldeira

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