Nº125 | novembro 2019 | mensal www.portugalglobal.pt Portugalglobal

SAÚDE PACTO SETORIAL PARA A COMPETITIVIDADE E INTERNACIONALIZAÇÃO

ENTREVISTA // PEDRO CASTRO E ALMEIDA, CEO DO

MERCADOS // ESTADOS UNIDOS DA AMÉRICA

EMPRESAS // BEESWEET E MIRAZEITE ZILS, ZONA INDUSTRIAL E LOGÍSTICA DE SINES UMA LOCALIZAÇÃO ESTRATÉGICA PARA O SETOR PETROQUÍMICO

2.375 HA UMA ZONA INDUSTRIAL LICENCIADA PARA ACOLHER TODAS AS CLASSES DE INDÚSTRIA, LOGÍSTICA E SERVIÇOS

UMA LOCALIZAÇÃO ESTRATÉGICA JUNTO A TERMINAIS DEDICADOS DO PORTO DE SINES - TERMINAL SINES DE GRANÉIS LÍQUIDOS, TERMINAL ZILS PETROQUÍMICO E TERMINAL GNL

NETWORK DE PIPELINES LIGANDO O PORTO DE SINES À ZILS E ÀS EMPRESAS DENTRO DA ZONA INDUSTRIAL PORTO DE SINES INSTALAÇÕES DE QUALIDADE CENTRO DE NEGÓCIOS, ESCRITÓRIOS, SALAS DE REUNIÃO E AUDITÓRIO

ACESSIBILIDADES TRANSEUROPEIAS EXCELENTES REDES DE TRANSPORTE NACIONAIS E INTERNACIONAIS - AUTOESTRADA A 40 KM; REDES RODOVIÁRIAS E FERROVIÁRIAS INTEGRADAS NA ZILS

RECURSOS HUMANOS QUALIFICADOS UNIVERSIDADES E ESCOLAS TÉCNICAS, COM CURSOS E INVESTIGAÇÃO À MEDIDA DAS NECESSIDADES DO SECTOR PETROQUÍMICO – QUÍMICA, MANUTENÇÃO E CONTROLE INDUSTRIAL, ELETROMECÂNICA, AUTOMAÇÃO E ROBÓTICA www.globalparques.pt sumário ZONA INDUSTRIAL E LOGÍSTICA DE SINES ZILS, Portugalglobal nº125 UMA LOCALIZAÇÃO ESTRATÉGICA novembro 2019

PARA O SETOR PETROQUÍMICO Destaque [6] 6 Pacto Setorial para a Competitividade e Internacionalização da Saúde: a estratégia de uma parceria entre o Ministério da Economia e o Health Cluster Portugal, que envolve a AICEP no 2.375 HA domínio da promoção externa deste setor, bem como várias UMA ZONA INDUSTRIAL LICENCIADA outras entidades e associações. PARA ACOLHER TODAS AS CLASSES DE INDÚSTRIA, LOGÍSTICA E SERVIÇOS Entrevista [22] UMA LOCALIZAÇÃO Pedro Castro e Almeida, CEO do Banco Santander Portugal. ESTRATÉGICA 22 JUNTO A TERMINAIS DEDICADOS SINES DO PORTO DE SINES - TERMINAL ZILS Mercados [28] DE GRANÉIS LÍQUIDOS, TERMINAL A importância do mercado dos Estados Unidos da América PETROQUÍMICO E TERMINAL GNL para as exportações e o investimento português. As análises NETWORK do embaixador de Portugal em Washington e dos delegados DE PIPELINES da AICEP em Nova Iorque e São Francisco. LIGANDO O PORTO DE SINES À ZILS E ÀS EMPRESAS DENTRO DA ZONA INDUSTRIAL Empresas [48] PORTO DE SINES Beesweet e Mirazeite. INSTALAÇÕES 28 DE QUALIDADE Factos & Tendências [52] CENTRO DE NEGÓCIOS, ESCRITÓRIOS, SALAS DE REUNIÃO E AUDITÓRIO Pela Direção de Produto da AICEP.

Notícias [54] ACESSIBILIDADES TRANSEUROPEIAS EXCELENTES REDES DE TRANSPORTE NACIONAIS E INTERNACIONAIS - Análise de risco por país – COSEC [56] AUTOESTRADA A 40 KM; REDES RODOVIÁRIAS E FERROVIÁRIAS Veja também a tabela classificativa de países. INTEGRADAS NA ZILS 48 RECURSOS HUMANOS QUALIFICADOS Estatísticas [59] UNIVERSIDADES E ESCOLAS TÉCNICAS, COM CURSOS Economia, investimento e comércio externo. E INVESTIGAÇÃO À MEDIDA DAS NECESSIDADES DO SECTOR PETROQUÍMICO – QUÍMICA, MANUTENÇÃO E CONTROLE INDUSTRIAL, ELETROMECÂNICA, AUTOMAÇÃO E ROBÓTICA www.globalparques.pt AICEP Rede Externa [62]

Bookmarks [64] AF_PGlobal_210_297.pdf 1 13/03/2018 10:42

4 EDITORIAL Portugalglobal nº125

POR UM SETOR MAIS COMPETITIVO E INTERNACIONALIZADO O setor da Saúde em da Portugalglobal, no qual colaboram alguns Abrimos Portugal, nas suas di- dos principais atores do setor da Saúde portu- versas valências (in- guês, cujas valências e respetivas potencialida- portas a quem dústria farmacêutica, des são assim postas em destaque. biotecnologia, dispo- sitivos médicos, I&D e Na entrevista o destaque vai, este mês, para o exporta. ensaios clínicos, entre Banco Santander Portugal e para os apoios que No os clientes sabem que podem contar outras), conhece cres- disponibiliza às empresas portuguesas com pro- cente reconhecimento internacional e gera um com o conhecimento e a competência de uma equipa de cessos de internacionalização, na pessoa do seu contributo relevante para a competitividade da gestores dedicados a levar a sua empresa ainda mais longe. presidente executivo, Pedro Castro e Almeida, a economia nacional. Desde março passado, a quem muito agradeço a abertura manifestada Fale connosco e conheça os mercados estratégicos e os AICEP integra a Comissão de Acompanhamen- ao nosso convite. instrumentos mais adequados à exportação da sua empresa. to da Parceria criada no âmbito do Pacto Setorial para a Competitividade e Internacionalização Saiba mais em novobanco.pt/empresas da Saúde e que visa, precisamente, promover Quinto mercado para as exportações de bens e a inovação e a criação de valor acrescentado, serviços portugueses, e primeiro fora da União impulsionando a presença das empresas portu- Europeia, os Estados Unidos da América assu- C guesas em cadeias de valor internacionais. mem um lugar relevante para a internacionaliza- M

ção e investimento das empresas portuguesas. A Y

Promover o aumento das exportações, que já oferta portuguesa é reconhecida pela qualidade CM

ascendem a 1.300 milhões de euros por ano, e pela inovação no mercado norte-americano, MY

e potenciar a atração de investimento direto com consequências óbvias na evolução muito CY

estrangeiro no setor são alguns dos principais positiva das trocas bilaterais nos últimos anos, e CMY

objetivos deste Pacto que, além da AICEP, en- onde também empresas portuguesas industriais K volve um conjunto alargado de outras institui- e de serviços conhecem crescente sucesso neste ções, nomeadamente o Health Cluster Portu- grande mercado. gal, a quem cabe implementar a estratégia que irá potenciar a competitividade e a internacio- Boa leitura! nalização do setor.

LUÍS CASTRO HENRIQUES Este é o tema principal da edição de novembro Presidente do Conselho de Administração da AICEP

Revista Portugalglobal Conselho de Administração Fotografia e ilustração Colaboram neste número www.portugalglobal.pt Luís Castro Henriques (presidente), ©Pixabay, Rodrigo Marques. Direção Comercial da AICEP, Mensal António Silva, Paginação e programação Direção de Produto da AICEP, Para mais informações, contacte a nossa João Dias, Redação e Publicidade Rodrigo Marques Direção Internacional da COSEC, rede de agências ou: Madalena Oliveira e Silva, Rua de Entrecampos, 28, [email protected] Domingos Fezas Vital, João Almeida Lopes, Bloco B, 12º andar Maria Manuel Serrano (vogais). Joana Morgado 1700-158 Lisboa João Gonçalves, João Mota Pinto, [email protected] Tel.: +351 217 909 500 Manuel Oliveira, Óscar Gaspar, Diretora Projeto gráfico Pedro Castro e Almeida, Salvador de Mello, 707 200 300 Propriedade e Edição Ana de Carvalho AICEP - Agência para o Rodrigo Marques - aicep Portugal Global Simão Soares, Teresa Fernandes, [email protected] Horário de atendimento personalizado: Investimento e Comércio Publicidade Vasco Bettencourt. 7 dias por semana das 8h às 24h Externo de Portugal Cristina Valente Almeida Rua Júlio Dinis, 748, 9º Dto Redação 4050-012 Porto [email protected] Cristina Cardoso Do estrangeiro: +351 218 557 753 Tel.: +351 226 055 300 Secretariado NIFiscal 506 320 120 [email protected] MEO: 965 999 910 Rafaela Pedroso Cristina Santos Vodafone: 912 200 560 ERC: Registo nº 125362 [email protected] [email protected] Consulte o Estatuto Editorial NOS: 935 500 010

As opiniões expressas nos artigos publicados são da responsabilidade dos seus autores A aceitação de publicidade pela revista Portugalglobal não implica qualquer www.novobanco.pt/empresas e não necessariamente da revista Portugalglobal ou da aicep Portugal Global. compromisso por parte desta com os produtos/serviços visados. [email protected] AF_PGlobal_210_297.pdf 1 13/03/2018 10:42

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www.novobanco.pt/empresas [email protected] 6 DESTAQUE Portugalglobal nº125

SAÚDE A COMPETITIVIDADE E A INTERNACIONALIZAÇÃO DE UM SETOR DE EXCELÊNCIA novembro 2019 DESTAQUE 7

A Fileira da Saúde em Portugal integra setores de excelência com um conjunto de múltiplas valências que é composto por mais de 200 entidades, entre universidades, empresas, instituições de investigação e desenvolvimento, parques tecnológicos, serviços, distribuição e tecnologias de informação.

Estes setores têm apresentado, nos últimos anos, resultados económicos muito positivos, com taxas de crescimento das exportações de produtos farmacêuticos significativas, o que representa um aumento das potencialidades desta indústria e uma qualidade que lhes permite afirmar-se em qualquer geografia no mundo.

Assumindo-se, assim, o setor da Saúde como um relevante polo de desenvolvimento e de competitividade, com uma importância central na economia nacional, foi celebrado, em março passado, o “Pacto Setorial para a Competitividade e Internacionalização” entre o governo, através do Ministério da Economia, e o Health Cluster de Portugal - Associação do Polo de Competitividade da Saúde, numa parceria que envolve várias entidades, entre as quais a AICEP.

Através da definição de um conjunto de medidas e ações estratégicas, o Pacto visa promover a competitivida- de do setor e reforçar a sua capaci- dade de resposta aos desafios atuais, designadamente, promover a atração de investimento direto estrangeiro, incluindo a captação de ensaios clíni- cos, de centros de conhecimento e de unidades de produção para Portugal, e fomentar a internacionalização das empresas do setor, a promoção exter- na e a sua integração em cadeias de valor internacionais, no quadro das políticas públicas definidas no âmbito do Programa lnternacionalizar.

De acordo com o documento, o Pacto visa também “estimular a capacidade concorrencial das empresas do setor, A prossecução destes objetivos – pros- reforçando a aposta no investimento segue o documento – assenta na di- “Em 2018, as qualificado, na modernização e na ino- namização da estratégia de eficiência exportações do setor vação, promovendo a ligação entre os coletiva que abrange um conjunto de ascenderam a 1.293 centros de conhecimento e a indústria, milhões de euros, e garantindo a adaptação permanente medidas e ações conjuntas orientadas para seis áreas-chave: Fomento da Es- aumentando 106 por das cadeias de produção e logística as cento face a 2008, pecialização lnteligente; Reforço da mudanças em curso ou antecipáveis no sendo de sublinhar o futuro”, bem como “antecipar e pre- Internacionalização das Empresas e aumento de 7,5 por parar a evolução das necessidades da Captação de IDE; Promoção da l&D, cento nas exportações indústria, designadamente em termos da lnovação e do Empreendedorismo; no período de janeiro de competências e empregos, incenti- Reforço do Capital Humano e da Cria- a junho de 2019, face a vando a aposta na formação e na atra- ção de Emprego; Redução dos Custos período homólogo do ção de jovens e talento para o setor”, de Contexto; Reforço da Eficiência do ano passado.” entre outros objetivos. Sistema de Saúde. 8 DESTAQUE Portugalglobal nº125

A concretização desta Parceria exige a de euros, o equivalente a 68,5 por mobilização dos vários atores relevan- “Pretende-se afirmar cento do total exportado pelo setor), tes para o setor da Saúde, de natureza globalmente Portugal seguindo-se os instrumentos e mate- pública e privada, nomeadamente o como um destino rial médico-cirúrgico (22,4 por cento Health Cluster Portugal - Associação atrativo para os do total), os produtos farmacêuticos do Polo de Competitividade da Saúde, investidores nacionais de base (8,3 por cento do total) e os e os organismos das áreas governati- e estrangeiros, equipamentos de radiação, electro- vas relevantes, incluindo os Ministérios designadamente pelo medicina (0,8 por cento do total). da Economia, dos Negócios Estrangei- reforço da diplomacia ros e da Saúde, e o IAPMEI - Agência económica e pela Igualmente de referir que a Saúde re- para a Competitividade e lnovação desburocratização presenta hoje 27 por cento da produ- que deverá assegurar a articulação ção científica total de Portugal, sendo e agilização de com outras entidades públicas que a área em que o país mais publica, e o processos para a devam ser consultadas ou envolvidas número de novos doutoramentos ul- na concretização desta estratégia. entrada de investidores trapassa os 600 por ano, estimando-se estrangeiros.” que cerca de metade dos doutorados Foi ainda criada uma Comissão de a trabalhar em empresas em Portugal Acompanhamento da Parceria com- o fazem na área da Saúde. Por seu posta por representantes dos Gabine- na estratégia para a dinamização do lado, o investimento em l&D na Saúde tes dos Secretários de Estado da Eco- Pacto Setorial para a Competitividade atingiu, em 2017, os 462 milhões de nomia, que preside, e da lnternacio- e Internacionalização. euros, representando 10,5 por cento nalização, do Health Cluster Portugal, do total de investimento empresarial do IAPMEI, do Compete 2020, da ANI Em 2018, as exportações do setor as- em l&D em Portugal. - Agenda Nacional de lnovação, e da cenderam a 1.293 milhões de euros, au- AICEP - Agência para o lnvestimento e mentando 106 por cento face a 2008. Fomentar a Comércio Externo de Portugal. E embora a balança comercial seja cla- internacionalização ramente desfavorável a Portugal, é de No âmbito da estratégia de dinamiza- Motor de desenvolvi- sublinhar o aumento de 7,5 por cento ção do Pacto, importa, de acordo com mento económico e social nas exportações no período de janeiro a medida 2 da mesma, “potenciar o A Saúde em Portugal é um setor de a junho de 2019, face a período homó- aumento das exportações e a atração excelência e em rápido desenvolvi- logo de 2018, contra um aumento das de investimento direto estrangeiro, mento, tendo registado uma evolução importações 6,9 por cento. tornando Portugal num ‘Living Lab’ de relevo nas duas últimas décadas. O e ‘Test Bed’ de referência na área da setor representa hoje um volume de Alemanha, Reino Unido, Estados Uni- Saúde, a nível mundial”. negócios anual na ordem dos 27 mil dos, Espanha, França e Angola são milhões de euros e um valor acrescen- os principais clientes dos produtos de Esta medida engloba um conjunto tado bruto de cerca de 8,7 mil milhões, saúde portugueses. Quanto aos pro- de iniciativas que incluem, envolvendo perto de 89 mil empresas dutos mais exportados, no ano passa- designadamente a incorporação da e empregando 279 mil trabalhadores, do, a principal fatia respeita às prepa- marca "Health Portugal" na estratégia de acordo com os dados divulgados rações farmacêuticas (885,6 milhões de promoção internacional da marca

BALANÇA COMERCIAL PORTUGUESA DO SETOR DA SAÚDE (MILHARES DE EUROS)

Var % Var % 2018 2019 Var % 2014 2015 2016 2017 2018 18/14a 18/17b jan/jun jan/jun 19/18b Exportações 1.169.497 1.215.407 1.418.231 1.396.431 1.293.673 2,9 -7,4 645.441 693.901 7,5 Importações 2.899.668 3.220.038 3.331.461 3.370.022 3.628.742 5,8 7,7 1.801.407 1.925.228 6,9 Saldo -1.730.170 -2.004.631 -1.913.230 -1.973.591 -2.335.069 -- -- -1.155.965 -1.231.326 -- Coef. Cob. % 40,3 37,7 42,6 41,4 35,7 -- -- 35,8 36,0 --

Fonte: INE - Instituto Nacional de Estatística Unidade: Milhões de euros Notas: (a) Média aritmética das taxas de crescimento anuais no período 2014-2018 (b) Taxa de variação homóloga 2018-2019 § - Coeficiente de variação >= 1000% ou valor zero em no período 2014-2016 (série 2014-2018) ou em 2018 (2018-2019) - Informação pública, corrigida de valores confidenciais novembro 2019 DESTAQUE 9

Portugal; a elaboração de um pacote nais e estrangeiros, designadamente Além disso, propõe-se intensificar o es- de materiais promocionais sabre o pelo reforço da diplomacia económi- forço de concertação estratégica entre perfil e as vantagens competitivas do ca; pela desburocratização e agiliza- as empresas, as instituições de ciên- setor alargado da Saúde em Portugal, ção de processos para a entrada de cia, as associações setoriais e as agen- materiais estes que poderão ser investidores estrangeiros; pela oferta das governamentais com vista a uma usados em missões internacionais de vantagens específicas, competi- maior e melhor participação de entida- (por exemplo, do governo, AICEP, tivas a nível global, para empresas des portuguesas em projetos europeus HCP, associações do setor, etc.), multinacionais ligadas à Saúde (far- distribuídos pela rede diplomática e macêuticas, biotecnologia, tecnolo- (Horizonte 2020 / Horizonte Europa) e de delegações da AICEP, e divulgados gias médicas) apostarem na criação em redes/plataformas internacionais. online; a integração do HCP como de polos de l&D, na realização de en- um dos principais interlocutores da saios clínicos ou na instalação de ca- À AICEP caberá ainda definir uma Saúde nas missões internacionais; e a pacidade produtiva exportadora em listagem prioritária de mercados- realização, anualmente, de reuniões Portugal; pela instituição de novos -alvo a propor no âmbito de iniciati- com empresas globais (farmacêuticas, mecanismos de coinvestimento de vas como as "Fichas de Mercado" e biotecnologia, tecnologias médicas) capital de risco, atraindo investidores "ABC Mercado". potencialmente interessadas em estrangeiros; e pelo reforço dos ins- investir em Portugal, mobilizando trumentos/serviços do tipo one-stop- As outras medidas estratégicas do delegações nacionais compostas -shop para investidores externos. Pacto respeitam à promoção de I&D, por membros do governo, AICEP, da inovação e do empreendedorismo; INFARMED, HCP, associações do setor Esta estratégia passa pela definição, à criação de emprego potenciando ou outros stakeholders. pelo Grupo de Trabalho do qual a AICEP faz parte, de um conjunto de o capital humano; à criação de um Pretende-se igualmente afirmar glo- ações a desenvolver no âmbito da ambiente “amigo” das empresas; e à balmente Portugal como um destino iniciativa "Via Verde lnternacionaliza- reformulação do sistema de saúde e a atrativo para os investidores nacio- ção e lnvestimento". prestação de cuidados. 10 DESTAQUE Portugalglobal nº125

PACTO “SAÚDE+VALOR”: COMPROMISSO E AÇÃO

A Saúde é hoje, e sê-lo-á ainda mais no futuro, uma das principais apostas da nossa civilização com desenvolvimentos e resultados extraordinários. Contrariamente a outras áreas em que as opiniões se dividem, a Saúde une a humanidade quanto à sua importância e na busca permanente de mais e melhores respostas.

Bom desempenho, igualmente, na para o futuro, designadamente para o ciência em que cerca de um terço das médio e longo prazo. publicações científicas de origem por- tuguesa são da área das ciências da A visão que construímos para a saúde. Temos hoje um ecossistema próxima década é ambiciosa e inclusiva, neste domínio que é competitivo à alicerçada na boa e inteligente utilização escala global, apesar de também nem do elevado potencial existente nas tudo estar bem e de muita coisa haver nossas universidades e institutos de a melhorar. investigação, nos nossos hospitais e >POR SALVADOR DE MELLO, nas nossas empresas, onde ao Health PRESIDENTE DO HEALTH Bom desempenho, ainda, na verten- Cluster Portugal, entre outros, cabe CLUSTER PORTUGAL te económica e empresarial onde o o papel de agregador, orquestrador setor tem vindo a ganhar dimensão e dinamizador da cadeia de valor Esta ambição é, naturalmente, acom- nacional e competitividade interna- assegurando a contribuição de todos, panhada no nosso país onde, desig- cional, designadamente na cadeia de de modo a que em 2030 a Saúde: nadamente nas últimas décadas, fize- valor do medicamento, na indústria • Seja um dos setores económicos mos um caminho muito positivo como dos dispositivos médicos e nas solu- nacionais mais dinâmicos e compe- o demonstram os principais indicado- ções TIC. titivos, capaz de atrair investimento res e como é a perceção generalizada produtivo com um efeito na economia dos nossos concidadãos. Podíamos ter As exportações situam-se na casa dos semelhante ao da AutoEuropa; feito melhor e, sobretudo, podemos 1.400 milhões de euros, o volume de fazer melhor? Claro que sim, mas es- negócios anda pelos 30 mil milhões e taremos todos de acordo em que esta o emprego, maioritariamente qualifi- será uma das áreas onde coletivamen- cado, ronda as 300 mil pessoas. te tivemos melhor desempenho nos tempos mais recentes. No Health Cluster Portugal assumimos e procuramos afirmar a Saúde como Bom desempenho, desde logo e em importante motor do desenvolvimen- primeiro lugar, na prestação de cui- to económico e social, tendo presente dados de qualidade às pessoas. Com que os resultados exigem abordagens todos os defeitos que lhe possamos integradas e persistentes, envolvendo apontar – e são muitos – e com todas as três dimensões referidas: a clínica, a as melhorias que lhe queiramos intro- científica e a económica. duzir – que não são menos – o Siste- ma Nacional de Saúde, que abrange O Pacto para a Competitividade e In- público, privado e social, respondeu, ternacionalização “Saúde + Valor”, responde, e certamente responderá assinado no passado dia 26 de março, às necessidades dos portugueses, sen- é uma peça fundamental neste cami- do um dos fatores mais relevantes de nho e constitui a pedra de toque da coesão social. visão que o HCP tem vindo a construir novembro 2019 DESTAQUE 11

• Um pilar do aumento das exporta- ções, ultrapassando os 3 mil milhões de euros; • Disponibilizando maior acesso a cui- dados inovadores e mais convenientes; • Onde os dados guiam as decisões terapêuticas e são elemento diferen- ciador para a investigação; • Num quadro de reconhecimento internacional da qualidade dos seus produtos e serviços; • Contando com profissionais alta- mente qualificados e comprometidos em fazer mais e melhor.

Um sublinhado particular no “todos”. De facto, os resultados que espera- mos e legitimamente ambicionamos exigem a participação concertada de capacidade de resposta aos desafios ciações do setor, das empresas e de- todos: da academia às empresas, pas- atuais e aos que se avizinham, com- mais agentes de Ciência e Inovação”. sando pelos hospitais, pelos departa- preendendo medidas e ações orienta- mentos e agências governamentais, das para: Mais cinco medidas estruturam a pelas políticas públicas e pelos regula- • o Fomento da Especialização Inteligente; aposta no Reforço da Internaciona- dores; como, de alguma forma, o do- lização das Empresas e Captação de • o Reforço da Internacionalização das cumento que dá suporte a este pacto Investimento Direto Estrangeiro, no- Empresas e Captação de Investimento procura alinhar. Uma nota muito es- meadamente: a) afirmar globalmente Direto Estrangeiro; pecial neste contexto para os nossos Portugal como um destino atrativo • a Promoção da I&D, da Inovação e associados e, destes, em particular, para os investidores nacionais e es- do Empreendedorismo; para as associações empresariais. trangeiros; b) intensificar o esforço de • o Reforço do Capital Humano e da concertação estratégica com vista a Este Pacto, ou melhor esta Parceria Criação de Emprego; uma maior e melhor participação de visa, nesse sentido, promover a com- • a Redução dos Custos de Contexto; entidades portuguesas em projetos petitividade do setor e reforçar a sua • e o Reforço da Eficiência do Sistema europeus (Horizonte 2020 / Horizonte de Saúde. Europa) e em redes/plataformas in- ternacionais; c) garantir às empresas exportadoras o acesso a serviços de Tendo em conta a publicação em que elevada qualidade e a instrumentos este texto está inserido, o reforço da de apoio funcionais para suporte às internacionalização, ou seja “poten- atividades de internacionalização; d) ciar o aumento das exportações e a garantir um ambiente favorável, ágil e atração de investimento direto estran- simplificado, que incentive as ativida- geiro, e tornar Portugal num ‘Living des de exportação e/ou de substitui- Lab’ e ‘Test Bed’ de referência na área da Saúde, a nível mundial”, merece ção de importações; e e) desenvolver atenção e detalhe. novos modelos colaborativos entre grandes empresas e PME. A medida bandeira neste domínio passa por “incorporar a marca ‘Health Destas medidas, as que são da respon- Portugal’ na estratégia de promoção sabilidade do HCP estão a ser imple- internacional da marca Portugal, que mentadas observando, de uma forma se pretende tenha um reconhecimen- geral, os cronogramas previstos. to crescente, com o envolvimento das agências públicas, do HCP e das asso- www.healthportugal.com 12 DESTAQUE Portugalglobal nº125

A AICEP E A FILEIRA DA SAÚDE

No âmbito da sua missão, a AICEP tem acompanhado a Fileira da Saúde com especial atenção, promovendo um trabalho de estreita colaboração com as entidades relevantes do setor como são o caso do Ministério da Saúde, do Infarmed, da APIFARMA - Associação Portuguesa da Indústria Farmacêutica, do Health Cluster de Portugal, da PBio - Associação Portuguesa de Bioindústrias e da APORMED - Associação Portuguesa das Empresas dos Dispositivos Médicos, a par com as empresas dos diversos setores que integram a Fileira da Saúde. Esta Fileira abrange a indústria farmacêutica, a dos dispositivos médicos, a biotecnologia e ainda, na área dos serviços de saúde, o e-health, os hospitais e serviços de aplicação hospitalar, a construção hospitalar, a I&D e ensaios clínicos, e o Turismo Médico. Eis algumas ações promovidas e acompanhadas pela AICEP.

“Em Foco Alemanha – Cluster da Saúde”

A AICEP organizou, no dia 30 de se- às novas tendências de mercado e tembro, em Leça da Palmeira, a ação às oportunidades de negócio que se “Em Foco Alemanha – Cluster da Saú- apresentam para as diversas atividades de”. Nesta sessão, que contou com que integram o cluster da saúde: far- cerca de 50 participantes, foi caracte- macêutica, biotecnologia, dispositivos rizado o cluster da saúde na Alemanha médicos e consumíveis hospitalares, e identificadas as oportunidades que serviços de diagnóstico, tecnologias de este encerra para as empresas e cen- informação, entre outros. tros de investigação portugueses, entre Marcus Schmidt, diretor do cluster desenvolvimento de parcerias e acesso Healthcare na Agência Germany Trade da central de compras da rede de hos- direto ao mercado. Foram identificados & Invest; Frank Wartenberg, presiden- pitais universitários EK-UNICO Gmbh; os vetores de força do mercado, nos te para a Europa Central da IQVIA, en- e Nathalie Cardinal von Widdern, dire- quais o envelhecimento demográfico tidade especialista no fornecimento de tora-geral da Bayer Portugal, foram os e modelos de financiamento assumem informação, soluções tecnológicas e especialistas convidados pela AICEP e peso relevante, dedicando também serviços de investigação clínica; Frank pelo HCP-Health Cluster Portugal para atenção ao ambiente regulamentar, Obbelode, anterior Managing Director esta ação. Dinamarqueses e Farmacêuticas portuguesas na Alema- suecos conhecem nha no maior evento mundial do setor

“in loco” o setor da profissionais, mais de 2.500 expo- Saúde português sitores e 164 países representados, atraindo cerca de 103 mil visitantes. A AICEP organizou uma missão A PharmaPortugal resulta de uma de empresas e entidades suecas e parceria entre as empresas da Indús- dinamarquesas do setor de saúde tria Farmacêutica portuguesa asso- ciadas da APIFARMA - Associação a Portugal com a colaboração do Portuguesa Da Indústria Farmacêu- HCP- Health Cluster Portugal, a 2 e tica, o INFARMED - Autoridade Na- 3 de outubro. O objetivo desta mis- cional do Medicamento e Produtos são foi o estabelecimento de par- Frankfurt recebeu, de 5 a 7 de de Saúde, I.P. e a AICEP - Agência cerias comerciais e científicas entre novembro, a CPhI Worldwide, o maior para o Investimento e Comércio Ex- empresas suecas e dinamarquesas evento mundial do setor farmacêutico. terno de Portugal. e instituições portuguesas de I&D, Portugal esteve representado por oito Tem como principais objetivos dar centros de interface, centros clíni- empresas associadas da APIFARMA, a conhecer a capacidade de ino- cos académicos, contract resear- cinco das quais integradas no vação e investigação das empresas ch organizations (CRO) e contract espaço PharmaPortugal: Medinfar, farmacêuticas nacionais, veicular a development and manufacturing Basi, Grupo Azevedos, Genibet sua imagem de qualidade europeia organizations (CDMO) – incluindo Biopharmaceuticals e Sidefarma, e no mundo e fomentar a coopera- serviços de I&D e ensaios clínicos. ainda as farmacêuticas Tecnimede, ção entre empresas farmacêuticas O programa decorreu durante dois Bluepharma e Laboratórios Atral. em Portugal e no estrangeiro, in- dias, tendo sido visitadas 10 enti- A internacionalização e a exporta- centivando, consequentemente, a dades nas regiões de Lisboa, Braga ção têm sido dois dos grandes de- exportação de produtos e serviços e Porto e estabelecidos contactos safios da indústria farmacêutica de tecnologicamente evoluídos. com 18 entidades. base produtiva nacional, nos últimos A missão, focada nos setores far- anos. A presença na CPhI evidencia macêutico e da biotecnologia, o compromisso das empresas por- particularmente nas áreas de neu- tuguesas com os projetos de inter- nacionalização, com o investimento rociências, oncologia e doenças em Investigação & Desenvolvimento metabólicas, teve uma adesão mui- (I&D) e com a prática das ciências da to significativa das entidades por- vida em Portugal. tuguesas do Sistema Científico e As empresas portuguesas são hoje Tecnológico Nacional. Os visitantes reconhecidas, em todo o mundo, internacionais puderam comprovar como fornecedores de excelência de in loco a qualidade dos institutos produtos e serviços de Saúde – medi- de I&D visitados e o nível de desen- camentos, dispositivos médicos e ou- volvimento altamente competitivo tras tecnologias de saúde –, com ele- e sofisticado das empresas contac- vados padrões de qualidade e com tadas. Para as empresas nórdicas capacidade de desenvolver, fabricar participantes tratou-se igualmente e distribuir uma vasta gama de pro- de uma valiosa oportunidade para dutos e serviços na área da Saúde. fazer conhecimento e trocar expe- Neste sentido, o reforço destas com- riências com as empresas e institui- petências nos mercados externos ções portuguesas, perspetivando- assume-se como uma prioridade. -se negócios efetivos num futuro Na última edição desta feira, que próximo entre entidades portugue- decorreu em Madrid, estiveram pre- sas e nórdicas. sentes cerca de 45 mil participantes 14 DESTAQUE Portugalglobal nº125

Missão de Dispositivos Médicos aos EUA APIFARMA

contro empresarial com a Medical Alley Association onde foi cele- Fazer de brado um Acordo de Cooperação Portugal um entre as entidades portuguesas Health Cluster Portugal e Pool-Net país amigo da e a Medical Alley. A Medical Alley é um dos principais clusters interna- inovação e do No âmbito do acompanhamento da cionais na área da saúde, reconhe- Fileira da Saúde, a AICEP participou cida pelo seu ecossistema tecnolo- investimento na missão realizada em junho passa- gicamente inovador que reúne das do aos Estados Unidos, concretamen- maiores empresas mundiais da área A iniciativa privada da te aos Estados de Minnesota (Minne- da Saúde tais como a Medtronic, a Saúde, para além dos apolis) e Winsconsin, tendo em vista Boston Scientific, a Smiths Medical, contributos evidentes o estabelecimento de contactos com a Abbott, a 3M, a Takeda Pharma- para o bem-estar e entidades relevantes no cluster de ceuticals e a UnitedHealth Group, dispositivos médicos. aumento da longevidade maior seguradora de saúde privada Liderada pelo Secretário de Estado da das populações, contribui do mundo. Internacionalização, Eurico Brilhante de forma destacada A missão permitiu aumentar a no- Dias, e com o objetivo de demonstrar para o progresso, toriedade de Portugal num setor a capacidade e qualidade da ofer- competitividade e ta portuguesa para a indústria dos tradicional – moldes – com aplica- performance económica dispositivos médicos, o programa de ção numa área de grande valia eco- e social de Portugal. contactos e visitas teve início na multi- nómica e com muita possibilidade nacional Medtronic, líder mundial em de expansão no setor dos disposi- soluções, serviços e tecnologia médica tivos médicos, bem como demons- e a duas outras empresas americanas trar a capacidade de inovação em do setor dos dispositivos médicos, Phi- Portugal no setor da Saúde e a exis- llips Medisize no Estado de Winscon- tência de potencial para parcerias sin e Sil-Pro do grupo Trelleborg. em projetos com base tecnológica. Além da AICEP, a missão integrou re- presentantes da CEFAMOL -Associa- ção Nacional da Indústria de Moldes, da PoolNet - Engineering & Tooling Cluster, do Health Cluster Portugal >POR JOÃO ALMEIDA LOPES*, (HCP) e das empresas Celoplás, GLN PRESIDENTE DA DIRECÇÃO DA APIFARMA Molds, MoldesRP, SetMoldes, Socem e Ribermold. Durante a missão realizou-se um en- A área da Saúde utiliza tecnologia avançada, promove emprego alta- mente qualificado, contribui para o investimento em inovação, estimula as exportações e gera, no seu conjunto, externalidades positivas em diversas áreas da sociedade. Falamos de um universo de quase 90 mil empresas, que agregam cerca de 280 mil colabo- radores, num mercado com um valor novembro 2019 DESTAQUE 15

superior a 2,9 mil milhões de euros e Representa ainda a janela de oportuni- tigação & Desenvolvimento (I&D) de cujas exportações superam os 1,4 mi- dade que permitirá a Portugal assumir, inovação, das quais quase três mil são lhões de euros. de uma vez por todas, o estatuto de doutoradas. O investimento em I&D país amigo da inovação e do investidor realizado pela indústria farmacêutica A iniciativa privada da Saúde tem ope- na área da Saúde. em Portugal supera os 75 milhões de rado grandes investimentos em Por- euros e a produção farmacêutica tota- tugal e os avanços registados nestes Como correctamente sinaliza o docu- liza cerca de 1,7 mil milhões de euros. indicadores provam não só a resiliên- mento assinado, há que valorizar os cia dos agentes económicos da Saúde factores de produção existentes, há Adicionalmente, desde 2005 que as mas sobretudo a ambição de reforçar que capacitar as unidades industriais empresas farmacêuticas de base na- e ampliar este desempenho. portuguesas, há que estimular a inves- cional, que produzem e exportam a tigação e o desenvolvimento tecnoló- partir de Portugal, o Infarmed (autori- A Saúde é um poderoso motor de sus- gico. Por outro lado, urge consolidar dade reguladora) e a AICEP (Agência tentação e de crescimento económico os factores de atractividade externa e para o Investimento e Comércio Exter- e mais vitalidade nesta área é um inte- melhorar as condições para o investi- no de Portugal) se associaram no pro- resse comum a toda a sociedade por- mento, tanto nacional como estran- jecto PharmaPortugal. tuguesa. Para isso é essencial fomen- geiro, de modo a garantir a captação tar a criação de um ambiente favorável de projectos estruturantes para Por- Esta parceria tem como principais ao investimento nesta área. tugal que contribuam para responder objectivos dar a conhecer a capaci- aos desafios que persistemna econo- dade de inovação e investigação das Neste contexto, um dos eixos estraté- mia nacional. farmacêuticas portuguesas, veicular gicos da Associação Portuguesa da In- a sua imagem de qualidade europeia dústria Farmacêutica (APIFARMA) radi- As empresas da área do medicamento no mundo e fomentar a cooperação ca na defesa e promoção da dimensão e dos meios de diagnóstico in vitro, re- entre empresas farmacêuticas em Por- social e económica da Saúde, tendo presentadas pela APIFARMA, já inicia- tugal e no estrangeiro, incentivando, como objectivo a promoção de todo o ram o necessário caminho de moder- consequentemente, a exportação de potencial da Saúde, sector de impacto nização e investimento, factor crítico produtos e serviços de Saúde tecnolo- cada vez mais decisivo. de sucesso neste sector e que de resto gicamente evoluídos. compõem o seu ADN. A par da urgência da promoção da A participação, consistente, de em- Saúde como área económica, faltava As empresas farmacêuticas em Portu- presas farmacêuticas nacionais, atra- materializar uma política estratégica gal, no seu conjunto, geram oito mil vés da PharmaPortugal, em diversas de fomento do investimento e de mo- empregos directos. Destes, mais de seis iniciativas internacionais evidencia o dernização e simplificação adminis- mil empregam pessoas ligadas à Inves- compromisso do sector com projectos trativa nesta área, por forma a gerar um ambiente propício à inovação e ao investimento.

O Pacto Sectorial para a Competiti- vidade e Internacionalização para a área da Saúde, assinado em Março de 2019 entre o Ministério da Economia e o Health Cluster de Portugal, vem dar uma resposta a essa carência e representa uma oportunidade única para Portugal.

Este Pacto, ao promover a inovação e a criação de valor nacional acrescentado na área da Saúde, contribuirá para im- pulsionar as empresas portuguesas em cadeias de valor internacionais, con- duzindo ao reforço efectivo da com- petitividade da economia portuguesa. 16 DESTAQUE Portugalglobal nº125

de internacionalização, com o inves- timento em I&D, com a competência tecnológica do país e com a prática APORMED das ciências da vida em Portugal.

Refira-se a presença em diversas edi- O IMPACTO DO NOVO ções da CPhI, o maior evento mundial REGULAMENTO EUROPEU DE do sector farmacêutico. Em Novem- bro deste ano marcaram presença em DISPOSITIVOS MÉDICOS NAS Frankfurt, Alemanha. Em anos anterio- res, as empresas estiveram presentes, EXPORTAÇÕES em diferentes ocasiões, em Espanha, nas cidades de Madrid e Barcelona. Fundada em 1990, a APORMED é a associação nacional Destacamos a participação pioneira na das empresas que integram o setor de produção CPhI North America 2018, em Filadél- e distribuição de dispositivos médicos. fia, nos Estados Unidos da América. O novo Regulamento Europeu de Dispositivos Médicos Para 2020 está já confirmada a parti- comporta desafios mas também oportunidades para cipação do projecto na CPhI Itália, que as empresas desta área da saúde. se realiza em Milão.

Os números e a dinâmica empresarial conformidade com o novo enquadra- da indústria farmacêutica em Portugal mento regulamentar. ilustram a dimensão e importância des- ta área e, sobretudo, colocam em evi- Porém, o esforço por parte das empre- dência as inúmeras oportunidades de sas terá que ser acompanhado de um crescimento do nosso país na Saúde. intenso trabalho diplomático por par- te das entidades europeias. De facto, os Acordos de Reconhecimento Mú- Hoje as empresas farmacêuticas es- tuo (“MRAs”), válidos para as atuais tão claramente comprometidas com >POR JOÃO GONÇALVES, Diretivas, têm de ser renegociados as estratégias de I&D, o que atesta o SECRETÁRIO-GERAL DA com os atuais parceiros fora da Euro- seu perfil inovador, e contribuem de- APORMED pa a 27, sob pena de a forte inovação cisivamente para a economia nacional. que caracteriza a União Europeia po- Por um lado, como já referimos, existe A “navegação” no novo paradigma der partir para águas menos bravas, trabalho que merece ser aprofundado regulamentar trazido pelo Regulamen- relativamente à internacionalização to Europeu de Dispositivos Médicos representa um enorme desafio para das empresas farmacêuticas nacionais. as empresas portuguesas e europeias. Os desafios, as linhas de acção e os Mas, tal como as “tormentas” se objectivos estão perfeitamente identi- transformaram em “boa esperança”, ficados. Acreditamos que com o Pacto um correto conhecimento e uma ade- Sectorial para a Competitividade e In- quada implementação poderá guiar as ternacionalização do Sector da Saúde empresas a novas oportunidades. este percurso será finalmente aprofun- dado e agilizado, a bem da sustenta- As oportunidades dificilmente ocor- bilidade, da inovação e da competitivi- rerão sem que os intervenientes na cadeia do dispositivo médico aloquem dade de Portugal. os investimentos necessários para fazerem face aos novos e aos mais www.apifarma.pt exigentes requisitos regulamentares, por forma a assegurarem que as suas *O autor escreve de acordo com a antiga grafia. empresas continuarão a operar em novembro 2019 DESTAQUE 17

como são os casos dos EUA, da China ou do Japão. CEFAMOL O aumento dos custos de contexto no setor do dispositivo médico na União Europeia poderá representar uma A INDÚSTRIA DE MOLDES oportunidade para Portugal. Com efeito, a harmonização das legislações E OS DISPOSITIVOS MÉDICOS nacionais significará uma relativa redu- ção nos custos de contexto portugue- A Indústria Portuguesa de Moldes tem, ao longo ses relativamente aos restantes “tripu- da última década, crescido de forma sustentada, lantes” europeus. Portugal tornar-se- consolidando uma presença de destaque a nível global - -á, portanto, mais atrativo para quem 3º lugar em termos de produção a nível europeu e 8º procura investir na União Europeia. em termos mundiais. A sua aposta na inovação, I&D Por outro lado, mas não menos im- e imagem internacional tem vindo a gerar portante, a exigência dos requisitos oportunidades para as empresas, na conceção de novos regulamentares terá um efeito posi- produtos, na utilização de novos materiais e tecnologias tivo na perceção de qualidade e de que permitem uma oferta ao mercado de soluções segurança dos dispositivos médicos integradas, mais rápidas e eficientes, promovendo “made in Portugal”. A marca CE, as- o alargamento da sua cadeia de valor e possibilitando sociada ao “fabricado em Portugal”, a entrada em novos mercados ou setores de atividade será um fator crítico de sucesso para como é o caso dos Dispositivos Médicos. os fabricantes de dispositivos médicos portugueses, com especial impacto ao nível das exportações. prototipagem, fabrico de acessórios e dispositivos de controlo ou a própria Concluído, ultrapassadas as “tormen- produção de peças e componentes, si- tas” das barreiras do novo Regulamen- tuação que abre todo um novo leque to, o futuro afigura-se otimista para os de oportunidades de negócio e relacio- fabricantes portugueses que enfrenta- namento nesta vertente. rem este desafio, pois terão à sua frente um novo mar de oportunidades, espe- Simultaneamente, o forte investimento cialmente em águas internacionais. em tecnologias de maquinação, robo- >POR MANUEL OLIVEIRA, tização e automação de processos, nas www.apormed.pt/index.php SECRETÁRIO-GERAL DA aplicações laser, no digital, na senso- CEFAMOL rização, micromanufatura, no multi- Ao ser contemplado como elemento material ou fabricação aditiva, entre de aposta e de reforço de interação no muitos outros, tem-se traduzido no au- Plano Estratégico da Indústria de Mol- mento significativo da competitividade des, os Dispositivos Médicos têm esta- da oferta nacional. do nos últimos anos no radar de mui- tas empresas do setor que, junto de al- A Indústria de Moldes, com as suas guns dos principais players desta área, competências e experiência na con- têm apresentado as suas capacidades e ceção e desenvolvimento de produtos competências ou até integrado cadeias sofisticados e de grande complexida- de valor para a criação e fabrico de no- de, dará um excelente contributo para vos conceitos ou produtos. que Portugal assuma um papel de des- taque no contexto internacional das Há que destacar que tais competências cadeias de valor de produção de Dis- não residem “apenas” na construção positivos Médicos. de moldes, mas incorporam cada vez mais soluções de engenharia e design, www.cefamol.pt 18 DESTAQUE Portugalglobal nº125

P-BIO APHP 20 anos de Biotecnologia PORTUGAL em Portugal e o seu FAZ BEM posicionamento no À SAÚDE mercado internacional Portugal recebe bem e temos muito para A Associação Portuguesa oferecer a quem nos de Bioindústria, P-BIO, visita ou a quem nos celebra este ano os 20 escolhe para investir anos desde a sua criação, ou trabalhar. em 1999, com o objetivo Depois de todos os de contribuir ativamente atributos e competências para o desenvolvimento que têm feito o sucesso de negócios com base em do país (abertura, >POR SIMÃO SOARES, biotecnologia e ciências multiculturalidade, PRESIDENTE DA P-BIO da vida em Portugal. história, segurança, beleza, oferta Muito mudou desde a sua criação pe- qualificados, com especial relevância hoteleira…), está na las empresas que também nessa altura nas ciências da vida e da engenharia, hora de realçarmos estavam a dar os seus primeiros passos, pode ambicionar ser um ponto de refe- a excelência das contando hoje o país com uma primei- rência para o desenvolvimento inicial de instituições de saúde. ra geração de empreendedores com ex- novos produtos com base em biotecno- periência no desenvolvimento de negó- logia se garantir condições regulatórias, cios neste campo, e acesso a uma rede de investimento e fiscais estáveis. internacional essencial para colocar as tecnologias portuguesas no mercado. A natureza global das ciências da vida e da biotecnologia exige uma ambição A biotecnologia e as ciências da vida internacional das empresas portuguesas – nas suas diferentes formas, como desde a sua génese, com o contacto na medicina de precisão, genómica, desde uma fase inicial com parceiros em dispositivos médicos, saúde digital, geografias com mercados mais madu- biotecnologia industrial, agricultura e ros, sejam eles outras empresas ou in- vestidores, que lhes permitam escalar e biotecnologia marinha – são um im- >POR ÓSCAR GASPAR, comercializar as suas tecnologias. portante instrumento para responder PRESIDENTE DA ASSOCIAÇÃO aos desafios da sociedade atual, como PORTUGUESA DE melhores cuidados de saúde e as al- Respondendo a estes desafios, a P-BIO HOSPITALIZAÇÃO PRIVADA terações climáticas, e também uma procura ser o ponto de encontro para oportunidade para o desenvolvimento a partilha de experiências entre os de uma economia de conhecimento e seus associados, promover a definição A simbiose perfeita entre as reconhe- geradora de valor. de uma estratégia comum, destacar cidas condições hoteleiras/turísticas os bons exemplos nacionais e facilitar e a qualidade dos serviços de saúde Portugal tirando proveito do investimen- o acesso a outras geografias e a em- traduzem-se num conceito de Turismo to nas últimas décadas na criação de presas globais. Médico sem paralelo: Portugal é um infraestruturas para a ciência e na for- país para onde uma pessoa pode viajar mação de recursos humanos altamente http://p-bio.org/pt/ sabendo que será tratado com o mais novembro 2019 DESTAQUE 19

elevado nível médico e científico, em termos competitivos e com capacida- de de acolhimento ímpar. INFARMED Portugal tem todas as condições para se afirmar internacionalmente em termos A CANÁBIS MEDICINAL de Turismo Médico. A nossa ambição é que um número elevado e crescente de E O SEU IMPACTO NA cidadãos estrangeiros escolha Portugal para os seus cuidados de saúde. ECONOMIA NACIONAL

Em áreas específicas como cardiologia e A Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de cirurgia cardíaca, oncologia, ortopedia, Saúde - INFARMED, I.P. é a entidade competente, a nível oftalmologia, reabilitação, cirurgia plásti- nacional, para conceder autorizações para o exercício das ca, obesidade, ginecologia e obstetrícia, procriação medicamente assistida e rea- atividades de cultivo, fabrico, distribuição, importação, lização de check-ups temos uma oferta exportação e utilização para fins de investigação, de clara, definida e de elevada competência medicamentos, preparações e substâncias à base da (www.medicaltourisminportugal.com). planta da canábis.

Portugal tem hospitais acreditados por entidades como a Joint Commission Neste contexto, o INFARMED, I.P., des- International ou a HIMSS, tem profis- de a entrada em vigor dos mencio- sionais altamente qualificados, tem nados diplomas legais, tem recebido centros de investigação integrados nas vários pedidos de autorização para o redes internacionais, tem equipamen- exercício das atividades de cultivo, im- tos tecnológicos de referência em ter- portação, exportação e fabrico de pre- mos de inovação e tem equipas pro- parações à base da planta da canábis. fissionais especialmente dedicadas a Contam-se hoje cerca de 50 empresas clientes externos (domínio de línguas, interessadas nestas atividades, a sua gastronomia adequada, atendimento >POR VASCO BETTENCOURT, maioria provenientes de países como personalizado, etc.). COORDENADOR DO GABINETE DA CANÁBIS PARA FINS Canadá, Israel, Estados Unidos, Holan- MEDICINAIS da, Alemanha, entre outros. Nesta aposta estrutural do país, a AICEP, o Turismo de Portugal, o Health Cluster Atualmente, encontram-se autoriza- Portugal (HCP) e a Associação Portu- A Lei n.º 33/2018, de 18 de julho, veio das quatro empresas para a atividade guesa de Hospitalização Privada (APHP) estabelecer o quadro legal para a uti- de cultivo, importação e exportação, trabalham para que a oferta seja cada lização de medicamentos, preparações sendo que uma delas já se encontra vez mais estruturada e para que mais e e substâncias à base da planta da ca- registada para o fabrico de substân- mais pessoas dela possam beneficiar. nábis para fins medicinais, nomeada- cias ativas (planta da canábis para fins mente prever o processo de colocação medicinais), com a correspondente certificação de boas práticas de fabri- Para pessoas que já conhecem o país, no mercado das referidas preparações co de substâncias ativas. queremos que Portugal também seja e substâncias, bem como, a sua pres- a sua escolha para atos de saúde di- crição e dispensa em farmácia. ferenciados. Para quem não nos visita Os requisitos a cumprir pelas empresas requerentes de uma autorização para regularmente, que o Turismo Médico A referida lei encontra-se regulamenta- exercício das referidas atividades estão seja também uma boa razão para es- da pelo Decreto-lei n.º 8/2019, de 15 relacionados com: a idoneidade da em- colher Portugal. de janeiro, o qual veio ainda estabele- presa e das pessoas que a compõem, cer os requisitos e procedimentos rela- designadamente quanto à inexistência Portugal faz bem saúde. Portugal faz tivos à concessão de autorização para de antecedentes criminais no âmbito bem à saúde. o exercício das referidas atividades, das drogas; possuir um projeto de de- bem como estabelecer as respetivas senvolvimento da empresa de médio www.aphp-pt.org medidas de segurança a observar. prazo, onde deverão ser demonstra- 20 DESTAQUE Portugalglobal nº125

dos os acordos firmados com futuros clientes e parceiros, os quais já deverão estar autorizados para adquirir os pro- dutos; dispor de instalações, pessoal, TILRAY equipamentos e procedimentos que cumpram com as boas práticas agríco- Investimento em Portugal las e de colheita1, as boas práticas de fabrico de substâncias ativas2, as boas de olhos postos no mercado práticas de fabrico de medicamentos3 e as boas práticas de distribuição de internacional substâncias ativas e de medicamentos4, consoante a atividade que desenvol- vam, as quais são inspecionadas pelo Pioneira mundial na investigação, cultivo, produção INFARMED, I.P. previamente ao início e distribuição de canábis e canabinóides medicinais, da atividade. a Tilray responde atualmente a dezenas de milhares de doentes e consumidores em 13 países de cinco Para além destes requisitos, deverá continentes. Em Portugal, a companhia investiu estar assegurada a rastreabilidade do cerca de 20 milhões de euros nas instalações em produto desde a origem até ao seu Cantanhede, no Biocant Park, tendo já contratado o destino final, através de um sistema de registos, e deverão estar implementa- início da exportação de canábis para a Alemanha. das exigentes medidas de segurança nas instalações, que obstem ao desvio ou subtração dos produtos.

No processo de autorização são con- sultadas várias entidades e ministérios, designadamente o SICAD - Serviço de Intervenção nos Comportamentos Adi- tivos e nas Dependências, a Polícia Ju- diciária, os Ministérios da Agricultura, Administração Interna, Justiça, Econo- mia e Negócios Estrangeiros.

Os projetos apresentados para licen- ciamento apresentam impacto para a Oficialmente inaugurado em abril pas- to, a Tilray investiu aproximadamente economia nacional, considerando que sado, após duas colheitas bem-sucedi- 20 milhões de euros nestas instalações, a sua grande maioria se destina à ex- das ao ar livre e em estufa, o Campus que têm uma dimensão de cerca de portação para um mercado extrema- UE da Tilray em Cantanhede é uma 250.000 pés quadrados, dispondo de mente regulado e exigente, implicando unidade de produção multifacetada espaço adicional para expansão. a necessária criação de novos postos que inclui locais de cultivo internos, ao de trabalho qualificado, acompanha- ar livre e em estufa, bem como labo- O Campus UE da Tilray também serve do do desenvolvimento de capacidade tecnológica, enriquecendo o tecido ratórios de pesquisa, processamento, como centro de apoio aos esforços de produtivo do país. embalagem e distribuição de canábis pesquisa clínica e desenvolvimento de medicinal e produtos médicos deriva- produtos da Tilray em toda a Europa. www.infarmed.pt dos de canabinóides. Até ao momen- Atualmente, a Tilray emprega em Portu-

1 Boas práticas agrícolas e de colheita - Guideline on Good Agricultural and Collection Practice (GACP), publicada pela Agência Europeia de Medicamentos.

2 Boas práticas de fabrico de substâncias ativas destinadas a medicamentos para uso humano, aprovadas pelo Regulamento Delegado (UE) n.º 1252/2014 da Comissão, de 28 de maio de 2014, que complementa a Diretiva 2001/83/CE do Parlamento Europeu e do Conselho, no que se refere aos princípios e diretrizes de boas práticas de fabrico de substâncias ativas destinadas a medicamentos para uso humano.

3 Boas práticas de fabrico de medicamentos, previstas no Decreto-Lei n.º 176/2006, de 30 de agosto, na sua redação atual, que estabelece o regime jurídico dos medicamentos de uso humano, com as devidas adaptações.

4 Boas práticas de distribuição de substâncias ativas e de medicamentos, fixadas no âmbito da União Europeia. novembro 2019 DESTAQUE 21

gal aproximadamente 200 profissionais. lor de cerca de 3 milhões de euros, foi da Europa, exporta para a Austrália, Segundo fonte da empresa, Portu- celebrado com a Cannamedical Phar- Nova Zelândia, Chile e África do Sul. gal tem a localização ideal para a Til- ma GmbH visando aumentar a distri- Refira-se que a Tilray foi o primeiro ray devido ao seu clima, ideal para a buição de produtos de canábis medici- produtor de canábis medicinal a im- produção de canábis medicinal (tanto nal para pacientes alemães portar com sucesso produtos médicos em estufa, como no exterior), por ter de canábis para a União Europeia e o quadros altamente qualificados, por No que respeita à área de cultivo, a primeiro produtor licenciado de caná- disponibilizar apoios governamentais e Tilray celebrou um Acordo Vinculativo bis medicinal na América do Norte a locais, por dispor de uma comunidade com o Esporão, adicionando 20 hec- obter a certificação GMP de acordo de investigação muito entusiasmante e tares de espaço de cultivo ao ar livre com as normas da Agência Europeia por disponibilizar acesso livre de tarifas no Alentejo, para além dos seus cinco de Medicamentos (EMA). à União Europeia. hectares de cultivo interior e exterior e dos 6.500 metros quadrados de área A Tilray espera que a segunda fase da De referir que a Tilray Portugal rece- de Boas Práticas de Fabrico (GMP) - certificação GMP para as suas instala- beu, em maio, uma licença de produ- produção certificada, processamento ções em Portugal ocorra num futuro ção padrão e uma certificação de Boas e espaço de pesquisa no seu Campus próximo, o que permitirá à empresa Práticas de Produção (GMP na sigla em em Cantanhede. Neste novo local de fabricar e exportar produtos acaba- inglês), de acordo com os padrões da cultivo serão realizados o crescimento, dos, certificados com GMP, de Por- Agência Europeia de Medicamentos a colheita e a secagem de materiais de tugal para mercados internacionais, (EMA), para as suas instalações de pro- canábis medicinal que depois serão adianta a mesma fonte, concluindo dução em Cantanhede, o que permite transportados para o Campus da Tilray que a companhia continuará a inves- à empresa produzir e exportar canábis em Cantanhede para processamento, tir em pesquisa médica e a defender seca com a certificação GMP como produção e distribuição em toda a Eu- o acesso à canábis medicinal para substância ativa para medicamentos. ropa e outros mercados internacionais. pacientes que dela necessitem, bem A Tilray estabeleceu igualmente acor- A Tilray Inc., que detém na totalida- como a estabelecer parcerias estraté- dos de vendas e distribuição para for- de a Tilray Portugal, exporta canábis gicas que ajudarão a empresa a cres- necer canábis medicinal através dos medicinal a partir do Canadá para a cer globalmente a longo prazo. principais canais de distribuição farma- Croácia, Chipre, República Checa, Ir- cêutica em toda a Alemanha e União landa, Reino Unido e Alemanha. Fora www.tilray.com Europeia. Estas licença e certificação aumentam a capacidade de resposta da Tilray aos mercados internacionais, como a Alemanha e outros Estados- -membros da União Europeia, bem como noutras jurisdições fora da UE onde é reconhecida a certificação GMP.

Recentemente foi anunciado o acordo de exportação do primeiro carrega- mento de produtos de canábis medi- cinal a partir do campus em Portugal para a Alemanha, naquela que será “a primeira de muitas exportações”. Fon- te oficial afirma que se trata de “um importante marco” para a Tilray, uma vez que representa um crescimento da capacidade de resposta para os mer- cados internacionais e a capacidade de gerar receita a partir do campus na União Europeia até o final de 2019. Este contrato de fornecimento, no va- 22 ENTREVISTA Portugalglobal nº125

PEDRO CASTRO E ALMEIDA

Presidente executivo do Santander Portugal “Queremos ajudar as empresas portuguesas a crescer” novembro 2019 ENTREVISTA 23

Com uma relevante quota de mercado em Portugal, o Santander tem apostado na inovação e na criação de ferramentas e serviços que permitam trazer maior competitividade às empresas portuguesas. De acordo com Pedro Castro e Almeida, presidente executivo do Santander Portugal, estas “valências são únicas em Portugal” e são a resposta do Banco “ao desafio de apoiar as empresas portuguesas nos mercados internacionais”. O Santander tem uma imagem internacional forte e uma presença efetiva em 16 países, o que permite ao Banco ter áreas de negócio globais e desenvolver soluções para os clientes que estejam nesses mercados no âmbito dos seus processos de internacionalização.

O Santander é uma das maiores instituições presas a crescer. Temos vindo a fazer um tra- financeiras em Portugal e resulta da união balho intensivo enquanto Banco das empresas de dois dos mais antigos e prestigiados Ban- portuguesas, contribuindo, por um lado, para cos da Península Ibérica, o Banco Santander que tenham uma boa tesouraria e, por outro, e o Banco Totta e Açores. Que balanço faz proporcionando uma oferta diferenciadora no da atividade do Banco em Portugal? mercado, não só a nível não financeiro mas O Santander tem tido uma performance notá- também numa vertente internacional no aces- vel no país, tendo crescido bastante nos últimos so a outros mercados. anos após as aquisições do Banif e do Popular, Nos últimos anos temos criado algumas inicia- que estavam em situações muito complicadas. tivas muito interessantes – como as Conversas Hoje somos o maior banco privado em Portu- Soltas e as BOX – com o intuito de chegar a gal, em ativos e crédito, e temos uma grande mais regiões do país e a mais setores. diversificação geográfica, incluindo a Madeira Temos vindo também a adaptar a nossa oferta e os Açores, mercados-chave, onde reforçamos a cada cluster de negócio, como por exemplo, muito a nossa presença. o Turismo e a Agricultura, com soluções espe- Temos uma dimensão adequada e as nossas cíficas para esses setores, porque observámos quotas de mercado são bastante robustas – na que cada um tem as suas próprias necessidades, ordem dos 20 por cento – no financiamento para as quais nem sempre há a melhor resposta. que concedemos às famílias e às empresas. So- Continuaremos a apoiar financeiramente to- mos um Banco cada vez mais digital e estamos dos os bons projetos, com base numa cultu- a simplificar processos, para melhorar a expe- riência do cliente. ra prudente de riscos que já nos caracteriza, Os resultados que temos vindo a apresentar e que nos permite apresentar uma excelente – 390,6 milhões de euros nos primeiros nove meses deste ano – mostram a confiança dos nossos clientes, e contamos mesmo fechar o “A inovação é transversal a toda ano a gerar os melhores números de sempre a atividade do Banco, pelo que estamos em Portugal. a fazê-lo também neste segmento, com novas ferramentas e serviços, que tragam Quais os principais objetivos e metas a atingir em Portugal, nomeadamente na uma maior competitividade às vertente de apoio às empresas? empresas portuguesas.” O nosso objetivo será sempre ajudar as em- 24 ENTREVISTA Portugalglobal nº125

qualidade da carteira de crédito, com níveis de tica, especialmente às nossas PME. Todas estas NPE nos 3,4 por cento. valências são únicas em Portugal e são a nossa A inovação é transversal a toda a atividade do resposta ao desafio de apoiar as empresas por- Banco, pelo que estamos a fazê-lo também tuguesas nos mercados internacionais. Como neste segmento, com novas ferramentas e ser- verdadeiros parceiros. viços, que tragam uma maior competitividade às empresas portuguesas. Quais são, na sua opinião, os principais problemas das empresas portuguesas, de- signadamente das que já estão no merca- do externo ou que pretendem internacio- “As empresas portuguesas têm demonstrado nalizar-se? E, por outro lado, quais as suas uma grande agilidade perante novas mais-valias para melhor competirem no circunstâncias, nos ajustamentos internos, mercado internacional? na escolha de parceiros, na forma É notável o caminho percorrido pelas empre- de estabelecer novas pontes e negociar sas portuguesas, nomeadamente as PME, nos novas oportunidades.” mercados externos. A gradual entrada em cada nova geografia fez surgir oportunidades mas também demons- trou os enormes desafios necessários para concretizar os negócios com sucesso. Quando Quais as principais soluções que o Banco se entra num país desconhecido é necessário disponibiliza às empresas para apoiar os conhecer as suas práticas e os seus costumes. seus processos de internacionalização? Nos negócios também é assim. Todas as empresas precisam de parceiros que Como primeiro passo, existiu a necessidade estejam presentes e acompanhem o processo de muitas empresas fazerem uma verdadeira da sua entrada e crescimento nos mercados transformação interna: nas equipas, nos pro- internacionais. Não o devem fazer de forma cessos, na gestão de riscos financeiros, jurídi- isolada. Obviamente que qualquer empresa cos e operacionais. As empresas foram obriga- precisa de soluções, mas não menos impor- das a transformar-se. tante é ter parceiros credíveis que ajudem a Mas, mais uma vez, nenhum caminho de in- concretizar a sua ambição internacional, seja ternacionalização pode ser feito sozinho. As a exportar bens, equipamentos e serviços ou a nossas empresas precisam de parceiros fortes estabelecer-se noutro país. para entrarem em cada novo mercado, para Sabemos que a primeira responsabilidade do criarem as ligações certas, para operacionaliza- Banco é permitir que a empresa faça as suas rem adequadamente cada venda ao exterior. E cobranças e os seus pagamentos de forma se- gura e ágil, cobrindo simultaneamente os di- por isso, é especialmente importante a seleção versos riscos existentes nos mercados interna- do parceiro financeiro certo. cionais. Esta situação implica conhecimento de A minha experiência, no contacto sistemático diferentes geografias, networking com bancos com as nossas PME, de norte a sul de Portugal, é internacionais, profundo conhecimento das surpreendente. As empresas portuguesas têm de- ferramentas de cash e trade finance e também monstrado uma grande agilidade perante novas de gestão cambial. circunstâncias, nos ajustamentos internos, na es- O Santander é o único banco português que colha de parceiros, na forma de estabelecer novas pertence ao Club Trade Alliance, plataforma di- pontes e negociar novas oportunidades. gital exclusiva B2B, possibilitando o acesso das O maior reflexo desta situação está no cresci- empresas a mais de 60 mercados com a parce- mento das nossas exportações em valor abso- ria de 14 bancos globais. Também faz parte da luto e como percentagem do PIB. Devemos às rede IBOS com 31 instituições financeiras da nossas empresas o suporte ao crescimento real Europa e dos Estados Unidos. da nossa economia nos últimos oito anos, apro- Neste sentido, podemos dar uma ajuda fantás- ximadamente 13 por cento anual até 2019. novembro 2019 ENTREVISTA 25

Na área internacional, quais os principais mer- picácia e maioritariamente com sucesso. cados onde o Santander está presente e/ou pre- Obviamente a Europa comunitária continua tende reforçar a sua presença? Qual o posicio- a ser o destino de aproximadamente 76 por namento do Grupo a nível mundial? cento das exportações portuguesas de equipa- O Santander tem uma imagem internacional mentos, maioritariamente para a Alemanha, forte e robusta com uma presença efetiva em França, Espanha, Reino Unido. Mas é mui- 16 países. Isto permite ao Banco ter áreas de ne- to interessante perceber que existe um ritmo gócio globais, que desenvolvem soluções para sustentado de crescimento para fora da Euro- os clientes que estejam num destes mercados. pa, enquadrando os Estados Unidos, o Médio Esta situação é potenciada pelo International Oriente e Norte de Africa, e uma presença ain- Desk, que tem ajudado o processo de interna- da pequena, mas crescente, nos mercados da cionalização de tantas empresas nossas clientes. América Latina, fora da tradicional relação com Se um cliente pretender exportar para um des- o Brasil. ses países tem já uma estrutura montada, uma Não é possível este movimento global das em- rede de contactos e uma base de dados, que presas sem a presença de um banco que seja tornará mais ágil e célere todo esse processo. forte, credível e que tenha um rating aceite in- ternacionalmente. O Santander Portugal tem Que mercados, na sua opinião, apresentam estas valências. Diria que juntamos a nossa maiores oportunidades para as empresas imagem e robustez à própria dinâmica de in- portuguesas? Que apoio podem esperar do ternacionalização da empresa. E desta forma, Santander nesses mercados? acredito que somos parceiros e que acrescen- Quando olhamos para os mercados tradicionais tamos valor. de relação das PME portuguesas no início do milénio e a situação atual, podemos tirar uma O Santander tem colaborado com a AICEP conclusão importante: houve um significativo em iniciativas de capacitação às empresas. alargamento dos mercados de exportação. É Como avalia essa cooperação? muito interessante perceber que as dificulda- O Santander e a AICEP são parceiros das empre- des, não só internas mas também de alguns sas portuguesas na sua ambição internacional. dos nossos mercados tradicionais, obrigaram as A AICEP tem uma experiência histórica de acom- empresas a ir mais longe e chegar a geografias panhamento local de muitos mercados estra- improváveis. Mas fizeram-no com esforço, pers- tégicos de presença intensa das nossas PME e 26 ENTREVISTA Portugalglobal nº125

respeitamos o seu conhecimento do tecido em- ciou este mês de novembro um investimento presarial português e dos seus gestores. estratégico na Ebury, para reforçar os serviços Por seu lado, o Santander tem presença efetiva de comércio global e consolidar a posição como em muitas geografias e um grande networking banco preferencial para PME. junto do sistema financeiro internacional. Jun- A banca passa atualmente por alguns desafios, taria também a forte capacidade de inovação que condicionam o negócio bancário – como o digital que potencia o alargamento do conhe- abrandamento da economia e as taxas de juro cimento e de oportunidades de negócio para as baixas – mas temos um balanço forte e equili- empresas portuguesas. brado, que nos permite ter a capacidade para Faz todo o sentido continuarmos a trabalhar resistir até à necessária normalização. juntos, tanto em mercados onde ambos man- Somos um banco rentável e eficiente, com um temos presença como em mercados onde nos nível de capital muito forte, uma base de clientes podemos complementar, oferecendo mais valor de Banco Principal que tem vindo a crescer, um às PME portuguesas. rácio de eficiência muito bom para a média do setor e uma rentabilidade também ela muito aci- Globalmente, como analisa a situação atual da banca em Portugal e quais as perspetivas ma do que vemos em Portugal e na Europa. Este para o futuro? cenário dá-nos margem para estarmos focados no negócio do dia-a-dia e para servir melhor os Não há dúvidas que estamos a assistir a uma nossos clientes – sejam particulares ou empresas, mudança de paradigma do setor com o apare- cimento de novas plataformas financeiras e de e permite-nos continuar a inovar e acompanhar uma grande preponderância da digitalização. as novas tendências que podem acrescentar va- Estamos a inovar e vamos continuar a fazê-lo, lor a tudo o que fazemos. para nos adaptarmos da melhor forma a esta nova realidade. Por exemplo, o Santander anun- www.santander.pt novembro 2019 ENTREVISTA 27 O MUNDO É O SEU NOVO MERCADO TRADE SOLUTIONS SOLUÇÃO INTEGRADA DE PRODUTOS E SERVIÇOS DE APOIO À INTERNACIONALIZAÇÃO

A Exportação e Importação, bem como a Internacionalização da sua Empresa, exigem conhecimento aprofundado dos processos financeiros, fiscais, da legislação e do mercado local.

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ESTADOS UNIDOS DA AMÉRICA

Os Estados Unidos da América (EUA) são a maior economia mundial e o destino mais importante para as exportações de um quinto de todos os países. Assim, representam um quarto do Produto Interno Bruto mundial, um quinto do Investimento Direto Estrangeiro e mais de um terço da capitalização dos mercados bolsistas. Qualquer desenvolvimento na economia dos EUA tem efeitos imediatos e importantes na economia global.

Com uma crescente notoriedade e reconhecimento nos EUA, a oferta portuguesa é reconhecida pela aposta na qualidade e inovação, o que explica o aumento das exportações portuguesas para este mercado nos últimos anos.

Atualmente, os EUA são o maior parceiro de Portugal fora da União Europeia, verificando-se uma evolução globalmente positiva da relação económica e comercial entre os dois mercados, o que tem permitido cada vez mais oportunidades de negócio para as empresas portuguesas em diferentes setores de atividade, nomeadamente nas Tecnologias de Informação e Comunicação, nas Energias Renováveis e Soluções Sustentáveis, nos Têxteis e Calçado, nos Bens Alimentares e Vinhos, nos Produtos Farmacêuticos e Biotecnologia e nos Moldes.

Domingos Fezas Vital, embaixador de Portugal nos EUA, João Mota Pinto, delegado da AICEP em Nova Iorque, e Teresa Fernandes, delegada da AICEP em São Francisco, apresentam uma análise detalhada dos EUA e contributos fundamentais para uma aposta de sucesso neste importante e imprescindível mercado. novembro 2019 MERCADOS 29

PORTUGAL E ESTADOS UNIDOS DA AMÉRICA: UMA RELAÇÃO DE ONTEM, DE HOJE E PARA O FUTURO

Portugal foi o primeiro país neutral a reconhecer os Estados Unidos da América (EUA). Na guerra pela independência, George Washington teve a seu lado o açoriano Pedro (Peter) Francisco, de quem diria que “without him we would have lost two crucial battles, perhaps the War, and with it our freedom. He was truly a One-Man Army”. Jefferson, por seu turno, mantinha um quarto reservado na sua propriedade de Monticello para uma única pessoa fora do seu círculo familiar – o Abade Correia da Serra, que descreveu como “the most extraordinary man now living, or who, perhaps, ever lived”.

O Consulado dos EUA na Madeira foi Todos estes factos e episódios ates- o segundo estabelecido pelo novo país tam a longevidade e proximidade de no mundo (1790), e o de Ponta Delga- uma relação que constituiu sempre da é o mais antigo em funcionamento um eixo prioritário da política externa contínuo (desde 1795). Finalmente, o portuguesa, fruto, entre outros fatores, nascimento da nova nação foi celebra- da geografia – “Portugal and the US, do pelos seus pais fundadores com Vi- neighbors across the ocean”, lembrava nho da Madeira, facto que, graças ao um dos slogans do “Mês de Portugal”, inestimável apoio do Governo Regional que promovemos, em junho de 2018, >POR DOMINGOS FEZAS VITAL, da Madeira, temos vindo a recordar com manifestações da mais diversa EMBAIXADOR DE PORTUGAL desde 2016, em data próxima do 4 de índole, em 60 cidades, de 12 Estados NOS ESTADOS UNIDOS julho e em toda a nossa rede diplomá- norte-americanos; da relevância global DA AMÉRICA tica e consular, através de um evento dos dois países ao longo da História; denominado “A toast to America”, de uma partilha de valores – particular- que é pretexto para sublinhar a força mente presente na pertença comum à e importância dos laços que nos unem. Aliança Atlântica; e da existência, nos 30 MERCADOS Portugalglobal nº125

como o nosso, e a braços com a neces- sidade de gerir, com especial cuidado, a alocação dos seus recursos financei- ros – é a aposta numa ação concertada que tire partido das sinergias entre as várias valências da nossa ação externa.

Quem me conhece sabe que nunca gostei de expressões como diploma- cia económica, diplomacia cultural ou qualquer outra designação que nos re- meta para uma visão compartimenta- da e estanque da política externa. Todo o tipo de ações, independentemente da sua natureza ou do seu principal ob- jetivo, são uma oportunidade para dar a conhecer outros aspetos e políticas, que nos identificam como país e como povo. Uma ação de promoção econó- EUA, de uma comunidade de origem sos recursos humanos e até aspetos mica pode ser – deve ser – uma ocasião portuguesa, cada dia mais organizada mais prosaicos, como o inovador siste- para divulgar a nossa cultura ou oferta e influente e que é a maior da nossa ma multibanco. turística, por exemplo. diáspora – um milhão e quinhentas mil pessoas distribuídas, de forma quase Recordam ainda um país que, no cam- Daqui decorrem duas consequências equitativa, pelas duas costas. po político e diplomático, tem sabido no que toca à articulação entre as es- fazer valer as suas qualidades de natu- truturas institucionais representativas Uma relação marcada pela diversidade ral criador de pontes, fazendo eleger do Estado no estrangeiro e o setor em- crescente das áreas em que se afirma, alguns dos seus nacionais para cargos presarial. No que respeita à rede diplo- reflexo do extraordinário dinamismo de grande responsabilidade interna- mática, a obrigação, na definição das que a vem caraterizando, sobretudo cional. Em suma, nunca se falou tan- suas prioridades e na sua ação diária, nos últimos anos, e que esta edição da to, nem em termos tão positivos sobre de ter presente o contributo essencial Revista Portugalglobal tão bem ilustra. Portugal nos EUA. das nossas empresas para a prosse- No que diz respeito à relação económi- cução dos nossos interesses na frente ca, os números falam por si: nunca o Este interesse confronta-nos com uma externa, com tudo o que isso acarreta. comércio foi tão intenso, com os EUA enorme oportunidade, que não pode- E para os agentes económicos, a ne- a constituírem hoje o nosso maior par- mos dar-nos ao luxo de desperdiçar, so- cessidade de compreenderem que ao ceiro fora da União Europeia; nunca o bretudo quando o que está em causa é apoiarem iniciativas noutros domínios investimento foi tão variado; e nunca um país, um mercado e uma economia que não o estritamente económico es- tantos americanos visitaram Portugal – com a dimensão e o peso da dos EUA. tão a contribuir para dar uma imagem mais de um milhão por ano. Para tanto, haverá, a meu ver, que ter do país com óbvias implicações para a presente dois fatores em particular. forma como é visto e avaliado aquilo Simultaneamente, Portugal passou que têm para oferecer. a constituir uma referência regular, O primeiro deles é a necessidade de quase sempre pelas melhores razões, uma presença institucional reforçada Em suma, há que garantir ao que aqui na imprensa escrita e falada, nas re- que assuma a dimensão continental nos trouxe, ao bom momento que esta des sociais e até nas séries televisivas dos EUA e o potencial que se encontra edição da Revista Portugalglobal tra- norte-americanas. São menções que em cada um dos seus Estados, muitos duz, bases que permitam olhar para o vão muito além do elogio, fazendo do deles com economias entre as maiores futuro com a ambição que a importân- nosso país, um dos melhores destinos do mundo. cia estratégica das nossas relações com turísticos no mundo, referindo, com os EUA exige e que o potencial existen- admiração, algumas das nossas políti- O segundo – particularmente relevan- te amplamente justifica. cas, como o combate contra a droga, te no caso de um país de dimensões a qualidade das infraestruturas, os nos- geográficase peso económico médios, [email protected] novembro 2019 MERCADOS 31

UM IMPORTANTE MERCADO PARA PORTUGAL

Os Estados Unidos da América (EUA) são a maior economia mundial, representando cerca de um quarto do Produto Interno Bruto mundial (24,1 biliões de dólares americanos), um quinto do Investimento Direto Estrangeiro e mais de um terço da capitalização dos mercados bolsistas. Os EUA são também o destino mais importante para as exportações de cerca de um quinto de todos os países a nível mundial e o dólar americano é a moeda mais utilizada no comércio e nas transações financeiras internacionais.

Algumas das circunstâncias que têm Nesta linha, desde 2017 que a Admi- contribuído para este sucesso em termos nistração norte-americana tem vin- económicos são o forte apoio ao em- do a tomar medidas protecionistas, preendedorismo, o crescimento gradual como o cancelamento do acordo TTIP da população, um rendimento médio (Transatlantic Trade and Investment elevado, as baixas taxas de desemprego Partnership) com a União Europeia; a e os elevados gastos dos consumidores. retirada do acordo de comércio com a Coreia do Sul; a suspensão das nego- Assim sendo, é importante ter em conta ciações da Trans-Pacific Partnership (o que, por causa do seu tamanho e inter- >POR JOÃO MOTA PINTO, que levou o Japão e a União Europeia DELEGADO DA AICEP conetividade, qualquer desenvolvimento a assinarem um acordo bilateral); a re- EM NOVA IORQUE na economia dos EUA tem efeitos ime- negociação do acordo NAFTA (North diatos e importantes na economia glo- American Free Trade Agreement) com bal. De facto, existem vários estudos que do presidente Trump, e reduzir o dé- o Canadá e o México (onde obteve o estimam que o aumento de um ponto fice comercial americano, tendo como aumento substancial de tarifas de im- percentual no crescimento da economia premissa que quanto mais saudáveis portação de bens provenientes destes dos EUA tem, no primeiro ano, um efei- forem as empresas maior é a sua con- países); o início de uma guerra comer- to direto de 0,8 por cento no aumento tribuição fiscal. cial com a China, impondo milhares de do crescimento das economias avança- das e de 0,6 por cento no aumento do crescimento das economias emergentes e em desenvolvimento.

Nos últimos anos, desde a chegada ao poder do presidente Trump, a política económica americana tem sido pauta- da por uma estratégia conhecida como “America First” ou “Make America Great Again”, que em termos práticos pode ser descrita como uma política económica nacionalista focada na pro- teção da indústria americana em de- trimento das importações. O objetivo desta política tem sido o de melhorar o nível de vida da classe operária ame- ricana, em grande parte o eleitorado 32 MERCADOS Portugalglobal nº125

milhões de tarifas em produtos prove- 2019, 2 por cento em 2020 e 1,8 por bastante baixa nos próximos anos nientes daquele país; e, mais recente- cento em 2021). Este abrandamento (previsão de 3,7 por cento em 2019, mente, a imposição de elevadas tarifas do crescimento da economia norte- 3,8 por cento em 2020 e 3,9 por cen- a produtos europeus na sequência da -americana é, no entanto, considera- to em 2021), o que deverá impulsio- decisão da Organização Mundial do da natural face ao clima de “guerra nar o consumo privado e o crescimen- Comércio relativamente ao caso dos comercial” e o seu impacto na econo- to da economia. subsídios europeus à Airbus. mia mundial, sem que existam para já • Taxa de juros – Na última reunião grandes motivos para preocupação. de política monetária, a Reserva Fede- Esta complexidade da economia e da ral votou para reduzir a sua faixa-alvo política externa económica dos EUA Os principais indicadores económicos para a taxa de juro de 1,75 – 2,00 por faz com que existam múltiplas inter- e as previsões futuras claramente refle- cento. A decisão do banco vem numa pretações e previsões contraditórias so- tem este sentimento: tentativa de estimular a atividade eco- bre o seu futuro, muitas vezes influen- • Confiança do consumidor – o índice nómica em detrimento do controlo da ciadas pela afiliação política de quem de confiança do consumidor tem vindo inflação. A previsão é que as taxas de as escreve. Recentemente o presidente a diminuir nos últimos seis meses, fruto juro se mantenham baixas nos próxi- da Reserva Federal (banco central nor- de alguma instabilidade política inter- mos tempos. te-americano), Jerome Powell, afirmou na (várias disputas partidárias sobre um que se os Estados Unidos conseguirem • Inflação – A taxa de inflação deverá potencial processo de destituição do diminuir o défice comercial, baixarem continuar relativamente baixa (1,8 por presidente Trump), escalada da guerra as taxas de juro e manterem o nível cento em 2019, 2 por cento em 2020 comercial com a China e alguns sinais de investimento público, não existirão e 2 por cento em 2021), o que não claros no abrandamento do crescimen- preocupações acerca de uma possível deverá ser um fator inibitivo ao con- to da economia. Dado que o cresci- recessão económica. sumo privado. mento da economia dos EUA depende De acordo com as estimativas da Re- em grande parte do consumo interno, De acordo com os dados do Departa- serva Federal, a economia americana este poderá ser um índice importante a mento de Comércio (US Department deverá abrandar o seu crescimento ter em conta. of Commerce), o valor das importa- nos próximos anos (estimativa de cres- • Taxa de desemprego – A taxa de de- ções americanas atingiram em 2018 cimento do PIB de 2,1 por cento em semprego nos EUA deverá continuar os 2,552 biliões de dólares, o que re- novembro 2019 MERCADOS 33

presenta um aumento de 8,5 por cen- to em relação ao ano anterior. Cerca de 45 por cento das importações tem origem na Ásia, 25 por cento no Ca- nadá e México, e 25 por cento na Eu- ropa. Note-se que a tendência de au- mento continua, com as importações a registaram 637,9 mil milhões de dólares no segundo trimestre de 2019 e o valor das importações de serviços a atingir 147,8 mil milhões de dólares no mesmo período.

De acordo com a Administração de Comércio Internacional dos EUA (US International Trade Administration), a procura norte-americana concentra-se em produtos industriais e matérias-pri- Tecnologias de Informa- e alternativas sustentáveis se mantém. mas, produtos elétricos e eletrónica, ção e Comunicações (TIC) A produção e o consumo de energia maquinaria e bens de equipamentos, eólica, solar e geotérmica conheceu Os EUA continuam a ser os maiores produtos químicos e bens de consumo, um forte desenvolvimento, com as tur- produtores e utilizadores de tecnolo- representando estas categorias oportu- binas eólicas e os painéis solares a co- gias de informação a nível mundial, nidades para as empresas portuguesas. meçaram a ser imagens familiares em representando 31 por cento do mer- muitas regiões do país. cado global de TIC, correspondente a Apesar de as projeções económicas 1,6 mil milhões de dólares (2018). No indicarem um abrandamento do cres- Prevê-se que o crescimento do setor mercado dos EUA as empresas portu- cimento da economia dos EUA nos seja muito acentuado na próxima dé- guesas do setor tecnológico podem próximos anos, o mercado deverá con- cada, exigindo novas tecnologias e encontrar múltiplas oportunidades de tinuar a apresentar inúmeras oportuni- negócio, especialmente para soluções métodos de integração em edifícios e dades de negócio. a nível B2B. transportes mais eficientes. Assim, as oportunidades para as empresas por- É importante ter em conta que o mer- De acordo com um estudo publicado tuguesas nesta área podem colocar-se cado dos EUA tem uma dimensão pela Deloitte sobre oportunidades no na celebração de parcerias com em- continental com uma forte diferencia- setor tecnológico nos EUA, as áreas presas locais; na colaboração em I&D ção económica, legislativa e por ve- que apresentam maior potencial de com agências e laboratórios; em smart zes cultural, variando de Estado para crescimento são: cloud computing; solutions; e no desenvolvimento de sis- Estado, o que leva à necessidade de consumo flexível – modelos “pay as temas e de tecnologias analíticas que se identificarem e trabalharem os mer- you go” a substituírem as tradicionais permitam a integração das energias re- cados onde o produto/serviço que se subscrições anuais; computação cogni- nováveis na rede de distribuição. pretende exportar tem maior procura tiva (no encontro de padrões, tendên- e abertura a nível de importações. É cias e anomalias); ferramentas user- Têxteis e Calçado igualmente importante que as empre- friendly, API’s e aplicações que permi- sas portuguesas apresentem qualida- Para a fileira têxtil-lar e moda (vestuá- tem que menos pessoas necessitem de de, inovação e capacidade exportado- rio e calçado), o produto português é saber como as tecnologias funcionam; ra perante a concorrência nos produtos visto como sendo de qualidade, pelo e o tratamento de dados. que pretendem exportar. que os EUA constituem um mercado promissor. Com o declínio da produ- Face às atuais tendências do mercado Energias Renováveis ção doméstica, os EUA continuam a internacional e à tipologia e dimensão e Soluções Sustentáveis ser o maior importador destes bens. das importações americanas e das ex- Os consumidores norte-americanos Assim, continuam a existir oportu- portações portuguesas, são de realçar estão cada vez mais conscientes da nidades para vender e explorar no- seis categorias de produtos/serviços importância da proteção do ambiente vos nichos do segmento de mercado que devem merecer especial atenção e da dependência do petróleo, pelo médio/alto, onde a relação preço/ por parte das empresas portuguesas: que a procura de energias renováveis qualidade predomina. Relativamente 34 MERCADOS Portugalglobal nº125

ao calçado masculino, o calçado em natural para os produtos alimentares estes os que representam um maior couro continua a ser um produto com portugueses, já que existem cerca de crescimento. Importantes oportuni- potencialidades neste mercado. dois milhões de lusodescendentes nos dades são a medicina personalizada e EUA. Apesar de o mercado já estar produtos substitutos dos opioides. O Bens Alimentares saturado e ser de penetração difícil, envelhecimento rápido da população e Vinhos o exportador português deve direcio- americana e o consequente aumento nar-se para o mercado convencional, das enfermidades do cancro, doenças Em 2017, e de acordo com o Depar- ainda que este envolva um maior es- coronárias e diabetes, bem como pro- tamento de Agricultura (USDA - US forço financeiro e humano. dutos para doenças crónicas, como a Department of Agriculture), os EUA obesidade, colocam oportunidades a importaram cerca de 115,490 mil mi- serem exploradas. lhões de dólares em produtos alimen- Produtos Farmacêuticos tares, o que representa um crescimen- e Biotecnologia to de cerca de 6 por cento em relação Os EUA são o maior mercado a nível Moldes ao ano anterior. Relativamente ao se- mundial para produtos farmacêuticos Para o setor dos moldes, os EUA já tor dos vinhos, os EUA revestem-se de e biológicos, representando cerca de constituem um cliente importante, importância crescente para as expor- um terço do total. São também líderes nomeadamente ao nível da indústria tações portuguesas, posicionando-se em I&D bio farmacêutica. Com uma automóvel. Os moldes portugueses em primeiro lugar como destino fora base muito alargada de I&D e apoio têm notoriedade no mercado norte- da Europa. governamental, o país apresenta um -americano, sendo identificados e reconhecidos como um produto de qualidade, graças ao nosso conheci- mento neste ramo da indústria. Sem menosprezar o fator preço e tempo, as oportunidades para as empresas portuguesas colocam-se em produtos que liderem o mercado em termos tecnológicos. Os produtos com baixo índice tecnológico são produzidos, em grande escala, por mercados emer- gentes, pelo que o foco deverá ser em produtos cada vez mais complexos e com capacidade de resposta rápida.

Por último, uma palavra para o setor do Turismo, onde Portugal está na moda como um destino privilegiado dos tu- ristas americanos. De facto, o número de turistas norte-americanos em Portu- gal tem vindo a crescer a uma média anual de 25 por cento nos últimos três anos, havendo a expectativa de ultra- Os EUA que são, desde 2010, o maior ambiente de suporte competitivo para passar um milhão de turistas em 2019. consumidor mundial de vinhos, consu- o desenvolvimento e comercialização Os EUA são já o sexto principal merca- miram, em 2017, cerca de 403 milhões de fármacos e de biotecnologia. As im- do emissor de turistas para Portugal e de caixas, correspondendo a 62,2 mil portações satisfazem cerca de 25 por o segundo mercado extra comunitário. milhões de dólares. Deste valor, 336,3 cento da procura do mercado. milhões representam vinho de mesa. Assim sendo, esta é a altura ideal para O setor apresenta oportunidades para que as empresas portuguesas possam Este crescimento da procura norte- as pequenas e médias empresas, bem aproveitar esta boa imagem e interesse -americana constitui uma grande como universidades e instituições de pelo nosso país para promoverem os oportunidade para Portugal. É de I&D, nos subsetores de produtos bio- seus produtos neste mercado. mencionar que o mercado da diás- lógicos, farmacêuticos ativos, genéri- pora tem sido a porta de entrada cos e over-the-counter (OTC), sendo [email protected] novembro 2019 MERCADOS 35

CALIFÓRNIA Uma oportunidade para as empresas portuguesas

A economia da Califórnia é a maior dos Estados Unidos da América, com um produto interno bruto superior a três mil milhões de dólares americanos em 2018, sendo simultaneamente o Estado com mais população do país (quase 40 milhões de habitantes). Tendo uma economia muito variada, aqui residem grandes empresas tecnológicas como a Apple, Alphabet Inc. (inclui a Google) e o Facebook. No total, mais de 10 por cento das empresas da Fortune 1000 estão instaladas na Califórnia.

cultivada mais de metade das frutas, centrado em equipamentos de eletró- legumes, amêndoas e nozes do país. nica, máquinas e veículos motorizados.

De facto, se fosse autonomamente Contudo, em geral nos EUA, mas em considerada, a Califórnia seria a quin- especial na Califórnia, Portugal está ta maior economia do mundo (2018), a passar uma fase de redescoberta e apenas atrás dos restantes Estados valorização a todos os níveis, alicerça- dos EUA, China, Japão e Alemanha. da na dinâmica do setor tecnológico Mas potenciar com sucesso a presen- português e no crescimento nos flu- >POR TERESA FERNANDES, ça portuguesa nesta região, implica xos turísticos para Portugal, também DELEGADO DA AICEP também salientar que não só é um devido à abertura da nova rota da TAP EM SÃO FRANCISCO mercado extremamente competitivo e de São Francisco para Lisboa, pelo que concorrencial, mas também atentar a esta região pode apresentar muitas oportunidades para o nosso país. Para além deste setor tecnológico, é estrutura das importações. de realçar, em torno de Los Angeles, a indústria de conteúdos e entreteni- A Califórnia representa cerca de 16 por Oportunidades mento (cinema e televisão) e o Vale cento do total das importações do país, de internacionalização Central, uma das regiões agrícolas atingindo o valor de 441 mil milhões Nos bens de consumo, os setores tradi- mais produtivas do planeta, onde é de dólares em 2018, mas muito con- cionais da economia portuguesa, como 36 MERCADOS Portugalglobal nº125

a cortiça, têxteis, vestuário e calçado, mia portuguesa mais competitiva e Já em setembro, organizámos uma continuam a apresentar oportunidades com oportunidades de emprego inte- missão de captação de investimento, para as empresas portuguesas, devido ressantes. Considerando a dinâmica da liderada pelo presidente da AICEP, que à crescente procura dos consumidores economia da Califórnia, um dos veto- incluiu um seminário de apresentação da Califórnia por fabricantes de quali- res fundamentais de atuação na Cali- do Portugal Tecnológico – “Portugal dade e com materiais e processos sus- fórnia não poderia deixar de ser a pro- Tech Summit” em São Francisco. Esta tentáveis. A presença em plataformas moção de investimento para Portugal. sessão contou com testemunhos de de comércio online e o marketing digi- empresas americanas com presença tal agressivo são determinantes para o Neste âmbito, em maio deste ano, em Portugal (Cloudflare) e de inves- sucesso da abordagem. realizámos, em conjunto com a EDIA tidores americanos com startups por- - Empresa de Desenvolvimento e In- tuguesas no portefólio (500 startups Concomitantemente, nos setores de fraestruturas do Alqueva, um seminá- e Strive Capital), permitindo que uma serviços a empresas (Business 2 Busi- rio de apresentação de oportunidades audiência de mais de 100 pessoas co- ness), as empresas portuguesas forne- de investimento em agroindústrias, nhecesse a realidade portuguesa, os cedoras de soluções tecnológicas avan- decorrentes da expansão da área de excelentes recursos humanos, a ética çadas encontram um mercado gigante, irrigação do Alqueva, em Fresno no e comprometimento no trabalho, as apetente a soluções inovadoras e dis- Vale Central, tendo sido determinante políticas atrativas do país, designada- ruptivas, como tem sido a experiência para o sucesso dessa ação a forte pre- mente em termos de imigração, e não bem-sucedida da Talkdesk, Feedzai e sença da diáspora no tecido empresa- menos relevante a excelente qualidade Unbabel, apenas para referir algumas. rial da região. de vida. Esta foi também uma oportu- nidade de apresentar o fundo portu- Para estas, a presença permanente guês 200M, gerido pela PME Investi- no mercado e o contacto continuado mentos, e para o presidente da AICEP com os interlocutores locais, eventual- reunir diretamente com potenciais in- mente através de quadros americanos, vestidores que estão a equacionar Por- torna-se fulcral, pelo que é necessário tugal, transmitindo-lhes o interesse do ter uma abordagem bem definida de Estado português na sua vinda. médio e longo prazo. Finalmente, até ao final do ano, será rea- De realçar ainda que, após os primeiros lizada uma ação de promoção de Portu- sucessos de venda nos EUA e de se ter gal no setor das ciências da vida, muito “uma história” americana para contar, proeminente na região da Califórnia. o interesse dos investidores (Venture Capital) aumenta consideravelmente, A Delegação da AICEP em São Fran- pelo que se aconselha primeiramen- cisco cobre não só a Califórnia, mas te a desenvolver essas vendas. Neste uma vasta região que engloba mais 12 caminho e no sentido de alargarem Estados federados do Oeste dos EUA, a rede de contactos, um dos ativos incluindo a região de Las Vegas, onde fundamentais que dispomos é a forte se realizam as maiores feiras de comér- presença da comunidade Luso-ameri- cio dos EUA, que atraem milhares de cana. Com efeito, no último Census participantes. Assim, é uma platafor- (2010), 350 mil pessoas na Califórnia ma importante a considerar numa es- identificaram-se como sendo de ori- tratégia de internacionalização. Adicionalmente, em parceria com a gem portuguesa, dos quais 3.500 na ADRAL e o seu projeto Alentejo Glo- cidade de São Francisco. Este é um excelente momento para bal Invest, apoiámos uma missão a Oakland/San Diego/Los Angeles/Long Portugal e para as empresas por- Oportunidades Beach, focada na atividade portuária, tuguesas intensificarem as relações de investimento em decurso da expansão do Terminal económicas e empresariais com esta A AICEP, para além de apoiar as abor- XXI do Porto de Sines, do concurso região, estando a delegação de São dagens das empresas nos mercados público internacional para a conces- Francisco disponível e entusiasmada externos, tem como missão aumentar são do Terminal Vasco da Gama e da para suportar esse caminho. o investimento externo em Portugal, duplicação da capacidade de GNL, en- contribuindo assim para uma econo- volvendo mais de 30 reuniões. [email protected] novembro 2019 MERCADOS 37

RELACIONAMENTO PORTUGAL – ESTADOS UNIDOS DA AMÉRICA

Nos últimos anos, a balança comercial de bens de Portugal com os Estados Unidos da América (EUA) tem sido largamente favorável e positiva para Portugal, com as exportações e o número de empresas portuguesas exportadoras para este mercado a crescer consideravelmente. De registar ainda o aumento exponencial das exportações nacionais de serviços para os EUA no período de 2014-2018.

As exportações de bens portugueses No comércio internacional português número de empresas portuguesas que para os EUA alcançaram os 2.872,7 de bens, os EUA ocuparam, em 2018, exportam os seus produtos e serviços milhões de euros em 2018, verifican- a quinta posição no ranking global para os EUA engrandeceu considera- do-se um crescimento notável de mais de mercados clientes de Portugal e o velmente no período de 2014-2018, de 734 milhões de euros entre 2014 e nono lugar como fornecedor. passando de 2.561 empresas em 2018. Este ano, no período de janei- 2014, para 3.349 em 2018. ro a agosto, as exportações foram de Em 2018, a quota dos EUA no comér- 2.045,8 milhões de euros. cio internacional português de bens Os principais grupos de produtos ex- foi de 0,09 por cento como cliente portados de Portugal para os EUA em Em relação às importações, estas fo- (69ª posição) e 0,15 por cento como 2018 foram os combustíveis minerais ram de 1.410,7 milhões de euros em fornecedor (56ª posição). (25,3 por cento), as máquinas e apa- 2018, constatando- se um aumento de relhos (10,5 por cento), as matérias 12,5 por cento no período 2014-2018. De acordo com os dados do INE, o têxteis (7,2 por cento), a madeira e 38 MERCADOS Portugalglobal nº125

BALANÇA COMERCIAL DE BENS DE PORTUGAL COM OS ESTADOS UNIDOS DA AMÉRICA

Var % 2018 2019 Var % 2014 2015 2016 2017 2018 18/14a jan/ago jan/ago 19/18b Exportações 2.110,7 2.566,7 2.465,0 2.844,9 2.872,7 8,5 2.051,6 2.045,8 -0,3 Importações 930,3 966,2 878,0 995,5 1.410,7 12,5 810,3 1.033,8 27,6 Saldo 1.180,4 1.600,5 1.587,1 1.849,4 1.462,1 -- 1.241,3 1.012,0 -- Coef. Cob. % 226,9 265,7 280,8 285,8 203,6 -- 253,2 197,9 --

Fonte: INE - Instituto Nacional de Estatística Unidade: Milhões de euros Notas: (a) Média aritmética das taxas de crescimento anuais no período 2014-2018 (b) Taxa de variação homóloga 2018-2019 (2014 a 2017: resultados definitivos; 2018 e 2019: resultados preliminares) cortiça (7,1 por cento) e os químicos ções atingiram os 2.028,7 milhões de Sublinhe-se ainda que Portugal tem (5,8 por cento). Em 2017, esta estru- euros em 2018. Os serviços mais ex- suscitado um interesse crescente das tura era completamente idêntica. portados foram as viagens e turismo empresas americanas ao nível do in- (48,9 por cento) e os transportes (25,2 vestimento, verificando-se um valor Em relação às importações portu- por cento). Por sua vez, as importa- de 152,7 milhões de euros em Inves- guesas de bens provenientes deste ções foram de 1.145,7 milhões de eu- timento Direto Estrangeiro em 2018. mercado, as máquinas e aparelhos ros, sendo os transportes os serviços Desde 2014, o investimento prove- ocuparam, em 2018, a primeira posi- mais importados (37,5 por cento). niente deste mercado aumentou 73,6 ção (22,2 por cento), seguindo-se os por cento. produtos agrícolas (19,7 por cento), Entre 2014 e 2018, verificou-se um os combustíveis minerais (18,3 por incremento de 15,9 por cento das Ao longo dos últimos anos, o turismo cento) e os veículos e outros materiais exportações portuguesas de serviços dos EUA em Portugal tem registado de transporte (17,3 por cento). Em para este mercado. Por sua vez, as im- um desenvolvimento expressivo, sen- 2017, esta estrutura manteve-se prati- portações registaram um crescimento do que a quota das receitas relativas camente idêntica, com a exceção dos de 7,3 por cento no mesmo período. a turistas provenientes dos EUA foi de combustíveis minerais (20 por cento) 991,6 milhões de euros em 2018, de- serem mais importados que os produ- A quota dos EUA como cliente de Por- notando-se um crescimento de 33,6 tos agrícolas (11 por cento). tugal, em termos de serviços, foi de por cento face ao ano anterior. De 6,2 por cento em 2018. Enquanto for- referir ainda que no período de 2014 Quanto aos serviços, e segundo os da- necedor, a quota deste país situou-se a 2018 se verificou um aumento de dos do , as exporta- em 7,1 por cento no mesmo período. 23,8 por cento. novembro 2019 MERCADOS 39

energia eólica cumpre estes requisitos, EDP RENOVÁVEIS tornando-se uma das principais fontes de energia para o abastecimento atual Um caso de sucesso nos e futuro do mercado norte-americano.

Estados Unidos da América Esta situação permitiu a criação de uma política energética a longo prazo, Em 2007 a EDP Renováveis iniciou a sua entrada no estável e de confiança, facilitando o in- mercado dos Estados Unidos da América (EUA) com a vestimento na área da energia eólica e compra da Horizon Wind Energy. Esta aposta permitiu permitindo uma competição de igual- a aquisição de um portefólio composto por parques dade entre as energias renováveis e as outras fontes de energia tradicionais. eólicos em nove Estados e cerca de 600 Mega Watt

(MW) de capacidade instalada, bem como quase mais A EDP Renováveis deparou-se com di- 1.000 MW em construção. ferentes desafios nos EUA, nomeada- mente os regulamentos e as políticas estatais, bem como a acessibilidade da Ao longo dos últimos anos, a EDP Re- para com este mercado é firme e pro- rede elétrica. nováveis tem registado um crescimen- missor, como se pode verificar com a to exponencial nos EUA, que se tornou atual construção de mais 580 MW. Ao nível das políticas energéticas, é o seu principal mercado de atividade, importante perceber que estas variam com uma capacidade instalada que Dotado de uma elevada transparência, consoante cada estado, sendo que supera os 5.300 MW, distribuídos por o mercado americano está repleto de existem políticas fiscais estatais projeta- mais de 50 instalações. Atualmente, novas oportunidades. A EDP Renová- das para incentivar a produção eólica e este mercado representa mais de 50 veis encontra-se fortemente vinculada outras para desencorajá-la. Esta situa- por cento da capacidade instalada da com a comunidade rural do país, onde ção é um enorme obstáculo quando se EDP Renováveis a nível mundial. existem diversas possibilidades de cres- trata de projetar novos projetos. cimento. Além disso, a empresa tem A operação da empresa encontra-se também o desafio de construir uma Por sua vez, em relação à acessibilidade distribuída entre 12 Estados da Améri- relação de confiança com os proprie- da rede elétrica é fundamental melho- ca do Norte, administrando 49 parques tários, as autoridades locais e outros rar as redes de eletricidade, com o in- eólicos e cinco instalações fotovoltaicas agentes afetados pelos seus parques. a partir da sede em Houston, no Texas, tuito de promover o acesso aos parques dos quais apenas dois estão localizados A política federal de energia tem como eólicos e solares, através da criação de fora das fronteiras dos EUA, mais es- prioridade fomentar e assegurar a ligações a zonas ventosas, facilitando o pecificamente no Canadá e no México. abundância de energia acessível e de seu desenvolvimento e transmissão. produção doméstica, capaz de abas- O compromisso da EDP Renováveis tecer a economia estadunidense. A www.edpr.com 40 MERCADOS Portugalglobal nº125

EFACEC Estados Unidos da América: Um mercado de oportunidades

Capacidade tecnológica, know-how português, inovação e ambição. Para o CEO da Efacec, Ângelo Ramalho, estas são as quatro grandes características que marcam a presença da Efacec no mercado dos Estados Unidos da América (EUA).

Com soluções tecnológicas inovado- transformadores e com uma elevada cos independentemente da geografia ras desenvolvidas em Portugal numa competitividade no desenvolvimento onde se encontram. cultura de investigação e desenvolvi- de tecnologia de transformadores. É a mento, o fator distintivo da empresa, partir da unidade industrial da empre- Em destaque está também o mercado a Efacec afirma-se como umplayer sa, localizada em Matosinhos, que são da mobilidade elétrica, domínio onde a de referência neste exigente merca- fabricados transformadores para res- Efacec está presente desde 2010, con- do, onde atua principalmente com as ponder às necessidades energéticas tando com instalações em Norcross, áreas de negócio de transformadores, do país, tendo já sido fornecidos perto na Geórgia, tendo já fornecido mais automação e mobilidade elétrica. de 500 transformadores Core e Shell. de 700 carregadores. Atualmente, a Entre os projetos mais emblemáticos empresa atende clientes dos EUA e do “Mais do que um mercado estraté- destaca-se o fabrico de um transfor- Canadá com mais de 350 carregado- gico, os EUA devem ser encarados mador “Generator Step Up”, tipo res rápidos e mais de 300 carregadores como uma importante plataforma Shell, para a MidAmerican Energy, um ultrarrápidos. A Efacec deu um passo para afirmação de novas soluções tec- dos transformadores (trifásicos) com nológicas, capazes de trazer valor e histórico na ligação ao país ao ser se- maior massa/peso alguma vez produ- agilidade para a sociedade e para as lecionada pela Electrify America, uma zido em Portugal, e dois transforma- grande rede privada de carregamen- empresas”, refere Ângelo Ramalho. dores de 500 MVA 525kV, tecnologia to de veículos elétricos pertencente à Shell (autotransformadores monofási- Volkswagen, para integrar o grupo res- O mercado norte-americano repre- cos), para a Florida Power & Light. senta mais de 25 por cento do volu- trito de fornecedores de equipamentos me de encomendas da unidade de A área de automação espelha a ca- de carregamento ultrarrápido. transformadores da Efacec. Este é pacidade de I&D e de disrupção da um dos mercados mais exigentes em Efacec. Neste domínio, merece desta- As primeiras unidades produzidas fo- termos de características técnicas dos que a tecnologia concebida para uma ram instaladas ao longo dos corredo- multinacional do setor das renováveis res da Costa Leste, desde a Flórida até para comando e controlo em tempo à fronteira com o Canadá. Este proje- real da gestão da produção de ener- to utiliza o primeiro carregador rápido gia em todos os seus parques eólicos alguma vez concebido, com potência e solares a nível global, inclusive nos de 350kW DC e cabo refrigerado cer- EUA. Baseada na solução “ScateX#”, tificado. Este equipamento inovador um software que combina funciona- fornece velocidade de carregamento lidades para operações avançadas de até 30 quilómetros por minuto, sete gestão e controlo de infraestruturas vezes mais rápido que os atuais carre- numa única plataforma - SCADA, esta ferramenta permite, num sistema gadores de 50kW DC. único e transversal, monitorizar o de- sempenho dos parques solares e eóli- www.efacec.com novembro 2019 MERCADOS 41

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FYDE Startup norte-americana aposta no mercado português

Fundada com o objetivo de combater os problemas de segurança, sem comprometer a privacidade nem o desempenho, a Fyde é uma startup norte-americana sedeada em Palo Alto, na Califórnia. Recentemente apostou no mercado português com a abertura de um escritório na cidade do Porto.

A tecnologia patenteada da Fyde é a gias heterogéneas e complexas que os Para a Fyde, apesar de muitas das única que permite fazer toda a análise administradores de rede e equipas de se- grandes estruturas empresariais se de segurança diretamente no disposi- gurança têm de dominar. Para além dis- concentrarem na capital do país, o tivo, o que significa que a aplicação so, a Fyde bloqueia ataques diretamen- Porto é um polo tecnológico de re- não envia dados sensíveis para servi- te nos dispositivos (móveis ou desktop), ferência pelo imenso talento técnico dores remotos e que a análise é rá- antes que estes se possam propagar formado nas excelentes instituições pida, não acrescentando latência nos para a rede interna, comprometendo a da sua cidade, que por sua vez pro- pedidos, ao contrário da tecnologia segurança global da empresa. porciona um excelente equilíbrio en- “VPN - Virtual Private Network”, que tre qualidade de vida e trabalho. Para tipicamente é utilizada para acesso a O motivo inicial para a escolha da lo- além do talento, os portugueses têm recursos privados empresariais, assim calização da equipa de engenharia da facilidade em comunicar em inglês, como os de utilizadores individuais. Fyde em Portugal foi o facto de dois uma excelente ética de trabalho e pai- dos cofundadores (Luísa Lima e José xão por aquilo que fazem, caracterís- A tecnologia da Fyde utiliza o para- Luís Pereira) serem portugueses, ten- ticas fundamentais para as empresas digma “Zero Trust”, assumindo que a do estudado e trabalhado na Univer- em modo startup. rede não é confiável e por isso auten- sidade do Porto, onde se conheceram. tica a identidade do utilizador e identi- Apesar de ter escritórios nos Estados fica o dispositivo e as suas característi- A sede da Fyde é em Palo Alto, na Unidos da América e em Portugal, a cas em cada acesso. Assegurando que Califórnia, onde se encontra a equipa Fyde funciona como uma empresa só, apenas as pessoas autorizadas con- comercial, composta por seis pessoas. existindo uma grande ligação e espí- seguem aceder aos recursos na rede A Fyde Portugal começou com uma rito de equipa, bem como as mesmas empresarial, e num contexto seguro. equipa de cinco pessoas, tendo rapi- damente expandido para 15 pessoas, regalias para todos. A solução unificada de segurança da formando uma excelente equipa de Fyde substitui um conjunto de tecnolo- engenharia, desenvolvimento e design. www.fyde.com novembro 2019 MERCADOS 43

TALKDESK Aposta na inovação permite distinção nos Estados Unidos da América

A história da Talkdesk começou nos Estados Unidos da América, num concurso organizado pela empresa americana Twilio para o desenvolvimento de sistemas de comunicações de voz. Além de ter sido a ideia vencedora, chamou a atenção dos investidores, captando de imediato 50 mil dólares em financiamento para ser colocada em prática.

Desde o primeiro momento que a comercial de angariação de clientes. cio. Por um lado, todos os “gigantes” atividade da Talkdesk está ligada estão lá e, por outro, o próprio ecos- aos EUA. Apesar de todo o departa- O facto de a Talkdesk estar sedeada sistema é extremamente profícuo em mento de I&D estar estabelecido em em São Francisco e ser vista como startups que têm, por si só, uma gran- Portugal, a empresa é considerada uma empresa americana, o que é um de apetência para adotar tecnologias de génese americana, visto que foi fator de credibilização adicional, faci- na cloud que lhes permitam acelerar o nos EUA que obteve o seu primeiro lita o acesso a uma rede mais ampla seu crescimento. investimento. Face a isto, está mui- de investidores e a um vasto univer- to orientada para o mercado ameri- so de potenciais clientes. O mercado Adicionalmente, expandir a presença cano, onde começou por ser desen- dos EUA é enorme, o que se traduz de uma empresa de um Estado para volvida em força a componente mais em inúmeras oportunidades de negó- outro dentro dos EUA é manifesta- 44 MERCADOS Portugalglobal nº125

mente mais simples do que quando muito acelerada, desde marketing a flexibilidade, sendo aqui que a em- se tenta conduzir este processo de um gestão de produto. presa encontrou a sua fórmula para país para outro, como acontece na o sucesso. Europa, uma vez que as probabilida- Assim, os EUA constituem um merca- des de sucesso são mais elevadas, ten- do bastante relevante para empresas No entanto, para continuar na lide- do em conta que o enquadramento é com visão global e ambição de lide- rança, construindo o futuro dos con- análogo em muitos sentidos. Esta é, rar o seu setor pela inovação, como tact centers e marcando as tendências de resto, uma particularidade da con- é o caso da Talkdesk. Contudo, ape- no domínio da experiência do consu- juntura americana que tem jogado a sar deste mundo de oportunidades, midor, é necessário reforçar a aposta favor da Talkdesk e se revelou decisiva o mercado dos EUA é extremamente para a tração que a empresa adquiriu competitivo. A concorrência é tal que na inovação. Tem sido esta a priorida- nos últimos anos. ou se cresce, ou se é engolido. Na ver- de da Talkdesk, cuja imagem de mar- dade, por cada empresa bem-sucedi- ca sempre foi, justamente, a inovação, À medida que a Talkdesk foi crescen- da, há dezenas ou até centenas que comprovada por várias distinções in- do, intensificou-se a necessidade de não foram capazes de prosperar. ternacionais, como, por exemplo, o contratar talento especializado no reconhecimento da Forbes como uma setor de SaaS (Software as a Service) Quando a Talkdesk foi fundada não das 100 melhores empresas na cloud para consolidar o caminho trilhado e havia nenhum contact center intei- a nível mundial ou a recente nomea- dar continuidade ao trajeto da empre- ramente alojado na cloud. Assim, a ção da Gartner, que a classificou como sa. Nos EUA é também relativamente empresa conseguiu rentabilizar uma líder no seu Quadrante Mágico de mais fácil encontrar profissionais que frente por explorar no mercado e con- 2019 para o setor de CCaaS (Contact tenham já vários anos de experiência quistou o seu espaço num tempo de Center as a Service), precisamente na acumulada em funções muito espe- mudança de paradigma no setor. cíficas nesta indústria, em empresas América do Norte. com modelos semelhantes ao da Talk- A transição para a cloud significa um desk e numa dinâmica de mercado forte potencial de escalabilidade e de www.talkdesk.com

Dispositivo médico português conquista aprovação da FDA americana

Focada no desenvolvimento de tecno- dico de classe I, o que significa que a logias para ajudar os profissionais de agência determinou que os benefícios saúde a proporcionar uma melhor qua- do produto superam os riscos conhe- lidade de vida a pessoas com limitações cidos para o uso pretendido. Todos os físicas, a startup biomédica Adapttech dispositivos médicos precisam desta desenvolveu recentemente o produto aprovação para serem legalmente co- “INSIGHT”. Este é um sistema compos- mercializados nos Estados Unidos. to por scanner 3D, dispositivo vestível e aplicação móvel, que permite melhorar Esta é uma excelente oportunidade e acelerar o processo de adaptação da para a Adapttech, uma vez que o mer- prótese ao coto, em caso de amputa- cado norte-americano é o maior mer- ção do membro inferior. cado mundial de órteses e próteses. Além disso, a equipa da startup já tem O “INSIGHT” recebeu a aprovação da experiência neste mercado, uma vez FDA, a agência federal do Departa- que trabalha de perto com pacientes mento de Saúde e Serviços Humanos e centros de próteses americanos. dos Estados Unidos da América, tendo sido classificado como dispositivo mé- www.adapttech.eu novembro 2019 MERCADOS 45

UNBABEL Startup portuguesa reforça Multinacional norte-americana presença nos Estados Unidos aposta em solu- da América ção tecnológica A Unbabel, startup portuguesa que alia a inteligência portuguesa artificial com pós-edição humana à tradução automática, entrou nos Estados Unidos da América Sedeada no Porto, a iSens Elec- em 2014, mais concretamente em São Francisco. trónica, que cria, desenvolve e O balanço não podia ser mais positivo. fabrica a solução tecnológica ”In- dexor” para resolver o problema da rastreabilidade de amostras clínicas, recebeu um contrato de distribuição exclusiva mundial e um investimento por parte de uma multinacional norte-ameri- cana da área da saúde.

Esta solução tecnológica, paten- teada, foi desenvolvida para os laboratórios de análises clínicas in vitro, terminando com a tradicio- A face mais visível do sucesso da integra na sua carteira de clientes nal abordagem de automação. Unbabel nos EUA é o crescimento que grandes marcas, como o Facebook, tem vindo a registar a vários níveis, Microsoft, Logitech, Vimeo, ClassPass, Desenvolvida com base em tec- nomeadamente em relação ao número Tinder e Under Armour. nologia RFID (identificação por de colaboradores, cujo aumento a radiofrequência), a “Indexor” startup pretende continuar a reforçar; A aquisição de novos clientes foi o à abertura de novos escritórios em maior obstáculo da Unbabel, uma está a definir rapidamente uma São Francisco e, mais recentemente, vez que não foi fácil dar a conhecer a nova categoria no subsetor da em Pittsburgh; e ao crescente número startup quando entrou no mercado saúde In Vitro Diagnostics (IVD), de clientes e consequente faturação. norte-americano. Contudo, depressa do qual fazem parte os laborató- resolveu a situação, apresentando com rios de análises clínicas. A aposta no mercado norte-ameri- sucesso o produto, o projeto e a equipa. cano assentou em diferentes fatores, www.maksense.com como o potencial de crescimento, Como vantagens, a Unbabel destaca clientes e talentos, já que é neste mer- o facto de os EUA serem um mercado cado que se encontram as grandes de grande dimensão, com um enor- Além disso, pretende responder ao empresas ligadas à tecnologia. Além me potencial de crescimento e ter as disso, os EUA funcionaram como por- melhores e maiores empresas de tec- crescimento do negócio na área da ta de entrada para a estratégia de in- nologia do mundo, com alguns dos inteligência artificial aumentada um ternacionalização e expansão mundial melhores talentos e vários investido- segmento que, segundo a Gartner, da Unbabel. res interessantes. deverá gerar um valor de 2,9 mil mi- lhões de dólares até 2021, e desenvol- Desde o início que o crescimento da No futuro, a Unbabel pretende alar- ver o novo laboratório de investigação startup nos EUA e a maior presença gar a sua presença neste mercado, em São Francisco despoletaram um que poderá representar 70 por cento em Pittsburgh, expandido a equipa. crescente interesse por parte dos in- das suas receitas nos próximos dois vestidores. Atualmente, a Unbabel anos, bem como na Europa e na Ásia. unbabel.com 46 MERCADOS Portugalglobal nº125

WEDO TECHNOLOGIES Empresa portuguesa de software é uma referência nos Estados Unidos da América

A WeDo Technologies nasceu no seio do grupo Sonae, em 2001, e desde o primeiro dia que está na sua génese a aposta na internacionalização. De forma gradual e global, conseguiu expandir o seu negócio, sendo que atualmente conta com mais de 600 profissionais espalhados por escritórios, não apenas nos Estados Unidos da América, mas também na Europa, Ásia-Pacífico, Médio Oriente, África e América Central e do Sul.

Esta aposta nos mercados internacionais oferecer garantias de negócio, foi a regras muito claras no que se refere às representa atualmente 78 por cento do maior vantagem da empresa na abor- taxas de câmbio, política tributária do total de volume de negócios da WeDo dagem a este mercado. país, taxas de intercompany quando Technologies. Apesar da forte presença se partilham recursos entre regiões, que foi conquistando além-fronteiras, a Neste caminho de mais de seis anos custos de estadia e deslocação, custos empresa está constantemente à procu- e com dois escritórios próprios, em médios de consultor por categoria e ra de novas oportunidades. Washington e Chicago, a empresa foi custos de contratação local. Detalhes descobrindo as dificuldades inerentes e cuidados que dão garantias de su- A entrada nos Estados Unidos da à entrada numa cultura sui generis cesso num mercado tão exigente. América, em 2013, nasceu através da como a norte-americana. O desco- aquisição de uma empresa norte-ame- nhecido pode ser o maior desafio para O crescimento de forma orgânica da ricana. Uma oportunidade e um passo qualquer empresa que queira investir presença da WeDo no mercado nor- natural no processo de crescimento nos Estados Unidos da América e a te-americano e a nível mundial tem internacional da WeDo Technologies aposta da WeDo na criação de equi- sido pautado por algumas aquisições, num mercado apetecível, onde o setor pas locais capazes de ajudar a mitigar ao ponto de se tornar numa das em- das telecomunicações sempre esteve riscos, nomeadamente em áreas mais presas portuguesas de software com na vanguarda quanto ao lançamento sensíveis como as questões religiosas, maior presença internacional. Neste e adoção de novas tecnologias, como tornou-se uma verdadeira vantagem. momento vende software e serviços o 5G e a IoT mais recentemente. A ne- A estimativa do custo de cada proje- de consultoria a empresas de teleco- cessidade de se introduzir uma solu- to, por exemplo, é realizada de forma municações em mais de 100 países. ção de gestão de fraude e de garantia extremamente cuidadosa e com ferra- de receita para operadores, capaz de mentas corporativas que incorporam www.wedotechnologies.com novembro 2019 MERCADOS 47

Estados Unidos da América em ficha

Principais partidos políticos: Partido Democrata e Partido Republicano Capital: Washington DC (5,9 milhões de habitantes) Outras cidades importantes: Nova Iorque (19,9 milhões de habitantes); Los Angeles (13,1 milhões de habitantes); Chicago (9,5 milhões de habitantes); Dallas – Forth Worth (6,8 milhões de habitantes); Houston (6,3 milhões de habitantes); Filadélfia (6 milhões de habitantes); e Miami (5,8 milhões de habitantes) Religião: Maioritariamente protestante (46,5 por cento) e católica (20,8 por cento) Língua: Os EUA não têm uma língua oficial, mas o inglês é a língua mais utilizada (79 por cento), a par do espanhol (13 por cento) em algumas regiões do país Unidade monetária: Dólar dos EUA (USD) 2 Área: 9 161 923 km 1 EUR = 1,10900 USD (Banco de Portugal, novembro de 2019) População: 331,9 milhões de habitantes (estimativa 2019) Risco País: Densidade populacional: 35,4 habitantes/km2. Risco geral - AA (AAA = risco menor; D = risco maior), EIU Risco Político - A Designação oficial: Estados Unidos da América (EUA) Risco de Estrutura Económica - A Presidente: Donald Trump (desde novembro de 2016) Risco de crédito: País “não classificado” na tabela risco da OCDE. Não é Vice-presidente: Mike Pence (desde novembro de 2016) aplicável o sistema de prémios mínimos. Data da atual Constituição: 20 de setembro de 1787 (adotada em março de 1789) Fontes: The Economist Intelligence Unit (EIU), Banco de Portugal, COSEC

Endereços úteis

Embaixada dos Estados Unidos AICEP Nova Iorque Federal Reserve (Banco Central) da América em Lisboa 866 Second Avenue, 8th floor Constitution Avenue and Twentieth Street, Av. Forças Armadas New York, NY 10017-2905 NW Washington, DC 20551 1600-081 Lisboa Tel.: 00-1-646-723 0299 / 0200 Tel.: 00-1-202-974-7008 Tel.: +351 217 273 300 Fax: 00-1-212-575 4737 www.federalreserve.gov Fax: +351 217 269 109 [email protected] [email protected] www.portugalglobal.pt US Chambre of Commerce https://pt.usembassy.gov/pt AICEP São Francisco 1615 H Street, NW Washington, DC 20062-2000 Câmara de Comércio 655 Montgomery Street, 7th Floor, #06-147 Tel.: 00-1-202-659-6000 Americana em Portugal San Francisco, CA 94111 Tel.: 00-1-415-513-2663 www.uschamber.com Rua D. Estefânia, 155, 5.º Esq. [email protected] 1000-154 Lisboa www.portugalglobal.pt American Association of Tel.: +351 213 572 561 Exporters and Importers (AAEI) Fax: +351 213 572 580 Missão Permanente de Portu- 1717 K Street, NW [email protected] gal junto das Nações Unidas Suite 1120, Washington, DC 20006 www.facebook.com/amchamportugal 866 Second Avenue, 9th floor Tel.: 00-1-202-857-8009 New York, NY 10017 Fax: 00-1-202-857-7843 Embaixada de Portugal nos Tel.: 00-1-212-759 9444 www.aaei.org Estados Unidos da América [email protected] 2012 Massachusetts Avenue, NW www.onu.missaoportugal.mne.pt Washington, DC 20036 US Food and Drug 106 74 Athens – Greece Department of Commerce Administration (USFDA) Tel.: 00-1-202-350 5400 1401 Constitution Avenue, NW 10903 New Hampshire Ave Fax: 00-1-202-462 3726 Washington, DC 20230 Silver Spring, MD [email protected] Tel.: 00-1-202-482-2000 Tel.: 00-1-888-463-6332 www.embassyportugal-us.org www.commerce.gov www.fda.gov 48 EMPRESAS Portugalglobal nº125

BEESWEET Mel português conquista mercados internacionais

Com o objetivo de desenvolver produtos inovadores e de excelência com base no mel, a Beesweet está presente em inúmeros mercados externos, nomeadamente em França, Bélgica, Luxemburgo, Suíça, Áustria, Canadá, Espanha e Macau.

A Beesweet comercializa mel 100 por empresa (Ana Pais e Carla Pereira) cento português, orgânico e com cer- realizam palestras em escolas, univer- tificação BIO. Para além dos frascos de sidades e municípios, com objetivo de mel de seis sabores diferentes, criados promover e explicar a importância da com plantas aromáticas, a marca dis- abelha no mundo. ponibiliza ainda geleia real, mel em favo, cera de abelha, pólen de abelha, Em Portugal, os produtos inovadores hidromel, bombons recheados com estão disponíveis na loja online da mel e tabletes de chocolate negro marca, bem como em mais de 400 com 70 por cento de cacau e pólen. lojas espalhadas pelo continente e ilhas. Além disso, a Beesweet traba- Desde a sua criação e com o foco de lha com reconhecidos restaurantes, apoiar a comunidade desde o pri- hotéis e chefs portugueses, com a in- meiro momento, as fundadoras da tenção de simplificar a utilização do novembro 2019 EMPRESAS 49

mel na gastronomia e potenciar a sua – França), que, tendo diferentes com- utilização em diferentes pratos sejam petências, aportam valor à cadeia de doces ou salgados. valor das embalagens. A parceria pre- tende implementar uma estratégia de No mercado internacional, a estraté- internacionalização europeia dirigida gia passa pelo “mercado da saudade” ao Canadá, China e Estados Unidos e pela aposta em países com uma for- da América. te emigração portuguesa, como Fran- ça, Bélgica, Luxemburgo, Suíça, Áus- A integração neste projeto permitiu tria, Canadá, Espanha e Macau. à Beesweet um crescente reconheci- mento internacional, tendo sido sele- Em 2019, a empresa foi selecionada cionada pela FLAD.EY BUZZ USA, uma pela Associação Inovcluster para inte- iniciativa da Fundação Luso-America- grar o projeto “Addpack”, que visa o na para o Desenvolvimento (FLAD) e estabelecimento de uma parceria estra- da EY, para promover a internaciona- tégica para o fortalecimento da cadeia lização da empresa no mercado dos de valor das embalagens inteligentes Estados Unidos, como uma empresa e ativas. O principal objetivo é a pro- com elevado potencial. moção da cooperação entre os clusters europeus da parceria e as PME associa- De referir ainda que os “European em forma de gota, foi distinguido pela das, bem como o apoio às PME no seu Business Awards 2019” selecionaram “Packaging of the World”, como uma processo de internacionalização. a empresa como vencedora nacio- das mais inovadoras e elegantes em- nal na categoria de empreendedora balagens do mundo. Este projeto internacional realiza-se do ano, integrando-a numa lista de através da criação de uma ESCP - Eu- excelência de negócios europeus de Num futuro próximo, a Beesweet ropean Strategic Cluster Partnership, nível excecional em diferentes áreas e pretende entrar no mercado HORECA composta por seis clusters europeus setores de atividade, em mais de 34 internacional, de modo a conquistar (Packaging Cluster – Espanha, Ino- países europeus. novos clientes internacionais e reforçar a vCluster – Portugal, Plastiwin - Bélgi- sua presença nos mercados externos. ca, Nanoprogress – República Checa, Por sua vez, o design exclusivo da em- BalticNet Plasmatec - Alemanha e STC balagem do produto estrela da marca, www.beesweet.pt 50 EMPRESAS Portugalglobal nº125

A Mirazeite prima pela qualidade e pelo rigor na produção, comercialização e MIRAZEITE exportação dos seus produtos. O azeite é o “core business” da empresa, mas Tradição e qualidade para enriquecer o portefólio a empresa criou marca própria nos óleos alimen- no azeite tares, no vinagre de vinho, que “fun- ciona para acompanhar o azeite no ga- Há mais de 40 anos no mercado, a Mirazeite lheteiro dos restaurantes”, e ainda nas azeitonas, como refere Carlos Simões, dedica-se à comercialização e à exportação administrador da empresa. de azeites, bem como outros produtos complementares ao azeite. A exportação A Mirazeite possui também uma fábri- representa já 65 por cento das vendas ca própria de produção de embalagens da empresa. em PET, onde produz não apenas as suas próprias embalagens, como tam- bém outros tipos de embalagens. novembro 2019 EMPRESAS 51

A Mirazeite tem diversas marcas de pro- Recentemente, a Mirazeite inaugurou dutos, sendo as “Bom Dia”, “Ouro da novas instalações em Arruda dos Vi- Terra”, “Imperial” e “Mirazeite Gold” nhos, com novos equipamentos, novas as que atingem maior notoriedade, re- tecnologias e um novo ambiente. De vela o administrador. acordo com administrador da empre- sa, “o controlo de qualidade aliado às Foi no ano 2000, altura em que o mer- normas de segurança alimentar vieram cado nacional foi consumido pela for- trazer uma maior garantia de que o ça de outras marcas, que a Mirazeite produto final merece a confiança do sentiu necessidade de expandir os seus cliente. Tudo isto só foi possível pela produtos para o mercado externo. Hoje exigência e rigor com que toda a equi- em dia, a exportação está presente na pa trabalha, quer seja na colheita, na empresa na ordem dos 65 por cento. produção ou no embalamento”. Estados Unidos, Canadá, Brasil, Rússia, China, Macau e ainda diversos países da Europa e África são os locais onde estão presentes a maior parte dos clien- tes. Os restantes clientes estão em Por- tugal, incluindo Ilhas (Madeira e Aço- res), “nas empresas de ‘catering’ e no pequeno comércio”.

Adianta o responsável que em pleno século XXI foi “inevitável recorrer à inovação e à modernização dos equi- pamentos que vieram melhorar todo o processo de produção”. Ainda assim, a tradicional arte portuguesa de traba- lhar o azeite continua patente na em- presa. “Desta forma, sabemos que os produtos Mirazeite centram-se na pu- reza e na qualidade, garantindo todas as propriedades”, afirma.

Estando comprovado que o azeite diversas entradas, pratos principais e tem benefícios para a saúde, o admi- até mesmo nas sobremesas para dar nistrador da Mirazeite partilha a sua um toque e um sabor diferenciador opinião: “O uso de azeite é recomen- ao prato. dado devido às suas propriedades características como a baixa acidez, a Sobre o futuro da Mirazeite, o adminis- presença de triglicerídeos e a riqueza trador Carlos Simões revela que preten- de ácidos gordos monoinsaturados. de aumentar a produção própria, mas Tem propriedades benéficas graças à também consolidar todo o trabalho presença de polifenóis, antioxidantes realizado durante os últimos anos. O naturais que tornam o azeite Virgem objetivo passa por assegurar a satisfa- Extra único, que é considerado a gor- ção dos clientes sem nunca descurar da dura mais saudável, sendo 100 por cento natural”. Nas variedades vir- qualidade de cada produto. gem e virgem extra, o azeite é muito utilizado na cozinha portuguesa em www.mirazeite.com 52 FACTOS & TENDÊNCIAS Portugalglobal nº125

FACTOS & TENDÊNCIAS

“Autumn 2019 “Market situation terceiros sobre Acordos de Comércio Economic Forecast” – in the olive oil and Livre (Free Trade Agreements), entre European Commission table olives sectors” - outros (Overview of Economic Part- (novembro 2019) European Commission, nership Agreements – EPAs). CONSULTAR As previsões económicas de outono Committee for the da Comissão Europeia assinalam que Common Organisation a economia da UE continua a registar of the Agricultural Consulta de Estabele- um crescimento moderado e inflação Markets – Arable crops baixa, num contexto de incerteza ele- cimentos Interessados and olive oil (31 de em Exportar Produtos vada e interdependência externa. Esta outubro de 2019) situação afeta particularmente o setor de Origem Animal para da indústria transformadora, que está O documento da Comissão Europeia Cuba – DGAV (14 de também a passar por mudanças estru- analisa a produção, o consumo, os novembro 2019) turais. Consequentemente, a econo- preços e o comércio externo de azeite Segundo informação disponibilizada mia europeia deverá entrar num pe- e azeitonas de mesa e apresenta as pri- pela Direção Geral de Alimentação e ríodo prolongado de menor dinamis- meiras previsões para 2019/2020, com Veterinária (DGAV) em resposta a uma mo. As projeções apontam para um destaque para Espanha, Portugal, Grécia solicitação com carácter urgente da crescimento do PIB na Zona Euro de e Itália. Câmara de Comércio Portugal-Cuba, 1,1 por cento em 2019, o qual deverá CONSULTAR a DGAV irá endereçar um convite para recuperar ligeiramente no ano seguin- deslocação de uma delegação de peri- te (1,2 por cento). tos cubanos, a decorrer ainda durante CONSULTAR “2019 Oportunidades o presente ano de 2019, com vista à en Canada para Sistema habilitação de estabelecimentos que Moda” - ProColombia pretendam exportar produtos de ori- “Future of the Family gem animal (carnes e produtos à base (agosto de 2019) – Demographic, de carne, leite e produtos lácteos, pes- Economic and Cultural Este estudo, preparado pela ProCo- cado e produtos da pesca, ovos e ovo- Shifts” – Euromonitor lombia, caracteriza o mercado cana- produtos) para Cuba. diano de moda, o comportamento International (novembro Os interessados deverão manifestar a do consumidor, identifica as principais sua intenção para o e-mail: missaocu- de 2019) tendências, canais de distribuição e [email protected] até 27 de novembro de De acordo com o estudo do Euromoni- principais players. 2019, identificando o nome (razão tor International, fatores demográficos, CONSULTAR social) e o Número de Controlo Vete- económicos e culturais estão a remode- rinário (NCV) do(s) estabelecimento(s) lar as estruturas familiares. A mudança que pretendam ser visitados. na família do futuro ocorrerá a vários “Economic Union CONSULTAR níveis, particularmente na atitude em – Overview of FTA relação ao consumo e no estilo de vida. and Other Trade As novas atitudes face ao consumo, Exportação de Bovinos mobilidade, sustentabilidade, digitaliza- Negotiations - European ção, comunicação, entre outras, colo- Commission (Updated para o Catar – DGAV cam novos desafios às empresas. November 2019) (13 de novembro 2019)

CONSULTAR Elaborado pela Comissão Europeia A DGAV informa que estão estabele- (UE), este relatório aborda o último cidas as condições sanitárias para ex- ponto de situação das negociações portação de bovinos de Portugal para a decorrer entre a UE e vários países o Catar. A certificação sanitária oficial novembro 2019 FACTOS & TENDÊNCIAS 53

a emitir a pedido dos operadores na- vigor a 21 de novembro de 2019. sociedades não financeiras. Em termos cionais já está disponível nas Direções As partes ainda celebraram um Acordo médios, cada filial empregava cerca de de Serviços de Alimentação e Veteri- de Proteção do Investimento, que pode 71 pessoas, em 2018 (+3,3 p.p. face nária Regionais/Regiões Autónomas entrar em vigor depois de ter sido rati- ao ano anterior), valor muito superior (DSAVR/RA). ficado por todos os Estados-membros ao registado nas sociedades nacionais que empregavam em média apenas CONSULTAR da UE, de acordo com os respetivos procedimentos nacionais. cerca de oito pessoas. CONSULTAR CONSULTAR “Angola is Now” – Guia de Investimento em Angola - Amchamangola/ “Worldwide: The Exportações portuguesas Aipex (2019) Orrick Guide To Foreign de bens crescem 2,5 por cento até setembro Ao abrigo de uma iniciativa conjunta Investment Reviews” – da Câmara de Comércio Americana Mondaq (novembro 2019) Em 2019 (janeiro a setembro), as ex- portações de bens ascenderam a 44,6 em Angola (AmCham-Angola) e da Em termos internacionais, o enquadra- mil milhões de euros, contra 43,5 mil Agência de Investimento e Promoção mento jurídico do Investimento Direto milhões de euros no mesmo período das Exportações (Aipex), acaba de ser Estrangeiro (IDE) está em constante de 2018, ou seja, um crescimento de lançado o Guia de Investimento de- mutação. Uma das principais preocu- 1,1 mil milhões de euros (tvh 2,5 por nominado “Angola is Now” que visa pações diz respeito aos setores que se cento). No mesmo período, as impor- dar a conhecer factos, perspetivas e encontram sujeitos a controlo ou su- tações totalizaram 60,2 mil milhões artigos pertinentes sobre o clima em- pervisão do Estado, em razão dos in- de euros e aumentaram 4,4 mil mi- presarial e as oportunidades de ne- teresses e segurança nacionais. Neste lhões de euros, representando uma gócios na República de Angola, com domínio são vários os países que intro- tvh 7,9 por cento. o objetivo final de promover e atrair duziram novas medidas legislativas. Estes resultados determinaram um dé- potenciais investidores. A publicação O Orrick Guide, abordado pela fice da balança comercial de 15,6 mil está disponível nas línguas portugue- Mondaq, procura responder a milhões de euros e uma taxa de cober- sa e inglesa. questões frequentes sobre os regimes tura das Importações pelas Exporta- CONSULTAR legais de controlo de operações de ções de 74,1 por cento o que corres- IDE nas seguintes ordens jurídicas: ponde a uma descida de 3,9 p.p. face Alemanha; China; EUA; França; Itália; à taxa registada em igual período do Japão; Reino Unido; UE. Celebração do Acordo ano anterior. CONSULTAR de Comércio Livre UE/ CONSULTAR Singapura e Respetiva entrada em vigor (EUR- LEX, JOUE n.º L 294, de Filiais de empresas estrangeiras em Direção de Produto 14 de novembro de 2019) [email protected] Portugal empregam O Acordo (primeiro acordo comercial perto de meio milhão bilateral da UE com um país do Sudes- de pessoas – 2018 – INE te Asiático), assinado em Bruxelas a 19 de outubro de 2018, tem por objetivos (novembro 2019) liberalizar e facilitar o comércio e o in- Em 2018 existiam 6.825 filiais de em- vestimento entre as partes. Ao abrigo presas estrangeiras em Portugal, que do mesmo, Singapura eliminará todos empregavam cerca de 487 mil pessoas, os direitos ainda existentes sobre os representando, respetivamente, 1,7 produtos da UE. O Acordo entrou em por cento e 15,7 por cento do total das 54 NOTÍCIAS Portugalglobal nº125 notícias AICEP

“Open Industry Day" em Tondela A segunda edição do "Open Industry Days", organizado pela APOGEN - Associação Portuguesa de Medicamentos Genéricos e Biossimilares e pela organização Medicines for Europe, decorreu no dia 14 de novembro, na fábrica Indústria e Comércio e Serviços. As da Fresenius Kabi, em Santiago de empresas vencedoras foram escolhidas Besteiros, Tondela. entre 65 finalistas, apuradas de um to- O evento contou com a presença do tal de 2167 candidaturas, promovidas secretário de Estado da Economia, por 1.035 empresas. Luís Castro Henriques João Correia Neves, que visitou a O presidente da AICEP é jurado dos fábrica Fresenius Kabi. nos Prémios Millennium Prémios Millennium Horizontes desde No almoço debate que se seguiu, no Horizontes 2019 o seu lançamento em 2017, o que se qual participaram o presidente do A cerimónia de entrega dos Prémios reveste de especial significado consi- INFARMED, Rui Santos Ivo, o vice- Millennium Horizontes 2019 decorreu derando o forte pendor de exportação presidente da APOGEN, Paulo Lilaia, no passado dia 14 de novembro, no e inovação que caracteriza os prémios. o diretor-geral da Fresenius Kabi, Pavilhão Carlos Lopes, em Lisboa. Luís O júri era ainda composto por Nuno Glenn Luis, o vice-presidente da Castro Henriques, presidente da AICEP, Amado, presidente do Millennium Medicines for Europe, Marc-Alexander participou como membro do júri. bcp; João Nuno Palma, vice-presidente Mal e a especialista da Fileira da Perante 300 convidados, entre os quais do Millennium bcp; Daniel Proença de Saúde da AICEP, Renata Silva Gomes, Eurico Brilhante Dias, secretário de Carvalho, presidente do Global Media debateram-se os principais desafios e Estado da Internacionalização, foram Group; Pedro Pires de Miranda, CEO oportunidades para potenciar a mais- distinguidas as 39 empresas que mais da Siemens Portugal; Jorge Portugal, valia dos medicamentos genéricos se destacaram nas categorias temáticas diretor-geral da Cotec; Francisco Avi- e biossimilares na economia, na de Exportação, Internacionalização, llez, fundador da AgroGes; Céline sustentabilidade do sistema de Inovação, Investimento, Microempre- Abecassis-Moedas, dean for executive saúde e no acesso dos portugueses a sas e Startups e nas categorias setoriais education da Universidade Católica; e medicamentos de elevada qualidade, de Turismo, Agricultura, Floresta e Mar, Beatriz Freitas, presidente da SPGM. eficácia e segurança a preços acessíveis. AICEP E AID ASSINAM PROTOCOLO DE COOPERAÇÃO No âmbito da promoção internacional do setor do design e do acompanha- mento do setor na Fileira das Indús- trias Culturais e Criativas, a AICEP e a Associação para a Inovação pelo Design (AID) assinaram, no dia 22 de novembro, um Protocolo de Coopera- ção. Este protocolo tem como objetivo promover internacionalmente o sector AICEP: Fileira do design, marcas e empresas portu- Casa reforça o guesas que incorporem a componen- interesse na Grécia te design, enquanto fator distintivo. As medidas concretas conducentes à Uma delegação portuguesa liderada sua implementação serão consubstan- pela AICEP e composta por repre- ciadas através de planos de trabalho sentantes da Associação Home From conjuntos para 2020, designadamen- Portugal e da Associação Portuguesa te na organização de exposições in- das Indústrias de Mobiliário e Afins ternacionais de design em mercados (APIMA) visitou a Xenia 2019 – Inter- e eventos internacionais. national Hotel Equipment Exhibition A Associação para a Inovação pelo (www.xenia.gr), a principal feira na Design (AID) foi constituída em 2017 Grécia na área da hotelaria/contract. Talks da Xenia. Miguel Costa Cabral com o objetivo de reunir as empresas No sábado 23 e no domingo 24 de apresentou as tendências de design portuguesas que reconhecem no de- novembro, a delegação teve a oportu- no setor da hotelaria português e a sign a sua principal dimensão com- nidade de reunir com Expositores, Câ- excelência da oferta portuguesa em petitiva, incentivando a investigação maras e Associações setoriais, com a todos os setores da fileira casa. no domínio da inovação pelo design, Direção da feira e com o Instituto Helé- Esta visita permitiu um melhor e mais nomeadamente através da divulga- nico de Arquitetura (www.heliarch.gr). profundo conhecimento do setor ho- ção e promoção do trabalho realiza- A missão contou com a participação teleiro grego, das oportunidades exis- do em Portugal e contribuindo para do designer e arquiteto de interiores, tentes e da forma como a fileira casa a formação de uma cultura educativa Miguel Costa Cabral, que integrou o se pode posicionar, a fim de reforçar o e de competências nos domínios da painel “Boutique Hotel Trends” no Made in Portugal Naturally num mer- inovação e design. âmbito da sessão Hotel Megatrends cado em pleno crescimento. 56 ANÁLISE DE RISCO-PAÍS Portugalglobal nº125

Políticas de cobertura para mercados COSEC de destino das exportações portuguesas

No âmbito de apólices individuais

África do Sul* China* Guiné Equatorial Lituânia C Aberta sem condições restritivas. C Aberta sem condições restritivas. C Caso a caso, numa base restritiva. C Carta de crédito irrevogável. M/L Garantia bancária (decisão M/L Garantia bancária. M/L Garantia bancária. casuística). M/L Clientes públicos e soberanos: Colômbia caso a caso, mediante análise das Macau Angola C Carta de crédito irrevogável. garantias oferecidas, desig- C Aberta sem condições restritivas. C Caso a caso. M/L Caso a caso, numa base restritiva. nadamente contrapartidas do M/L Não definida. M/L Garantia soberana. Limite total de petróleo. Clientes privados: caso Costa do Marfim responsabilidades. a caso, numa base muito restri- C Caso a caso, com eventual Malásia tiva, condicionada a eventuais exigência de garantia bancária ou Arábia Saudita contrapartidas (garantia de banco C Aberta sem condições restritivas. garantia soberana. Extensão do prazo C Carta de crédito irrevogável comercial aceite pela COSEC ou M/L Não definida. constitutivo de sinistro para 12 meses. (decisão casuística). contrapartidas do petróleo). M/L Exigência de garantia bancária M/L Caso a caso. Malawi ou garantia soberana. Extensão do C Caso a caso, numa base restritiva. prazo constitutivo de sinistro de 3 Hong-Kong Argélia M/L Clientes públicos: fora de co- para 12 meses. C Aberta sem condições restritivas. C Sector público: aberta sem res- M/L Não definida. bertura, excepto para operações trições. Sector privado: eventual de interesse nacional. Clientes exigência de carta de crédito Costa Rica privados: análise casuística, numa Iémen irrevogável. C Aberta sem condições restritivas. base muito restritiva. C Caso a caso, numa base restritiva. M/L Em princípio. exigência de garan- M/L Não definida. M/L Caso a caso, numa base muito tia bancária ou garantia soberana. restritiva. Marrocos* Cuba C Aberta sem condições restritivas. Argentina C Limite total por operação (1M€) M/L Garantia bancária ou garantia T Caso a caso. Índia enquadrável na Linha de Seguro soberana. de Créditos de Curto Prazo. Limite C Aberta sem condições restritivas. Barein M/L total de responsabilidades (10M€). Garantia bancária. C Martinica Aberta sem condições restritivas. M/L Fora de cobertura. M/L Garantia bancária. Indonésia C Aberta sem condições restritivas. M/L Não definida. C Caso a caso, com eventual Benim Egipto exigência de carta de crédito irre- C Carta de crédito irrevogável. C Caso a caso, numa base muito vogável ou garantia bancária. México* M/L Caso a caso. restritiva. C Aberta sem restrições. M/L M/L Caso a caso, numa base muito Caso a caso, com eventual exi- M/L Em princípio aberta sem restrições. Emirados Árabes Unidos restritiva, e com exigência de gência de garantia bancária ou A eventual exigência de garantia garantia soberana ou bancária. C Aberta sem condições restritivas. garantia soberana. bancária, para clientes privados, M/L Garantia bancária (decisão será decidida casuisticamente. Brasil* casuística). Irão Sanções em vigor. C Aberta sem condições restritivas. Moçambique Para mais informações, contactar a M/L Clientes soberanos: Aberta sem Etiópia C Caso a caso, numa base restritiva COSEC.  condições restritivas. Outros Clien- C Carta de crédito irrevogável. (eventualmente com a exigência de tes públicos e privados: Aberta, caso M/L Caso a caso numa base muito carta de crédito irrevogável, garan- Iraque a caso, com eventual exigência de restritiva. tia bancária emitida por um banco T Fora de cobertura. garantia soberana ou bancária. aceite pela COSEC e aumento do Filipinas prazo constitutivo de sinistro). Cabo Verde Jordânia C Aberta sem condições restritivas. C Aberta sem condições restritivas. C Caso a caso. M/L Não definida. M/L Aumento do prazo constitutivo M/L Caso a caso, numa base restritiva. M/L Eventual exigência de garantia de sinistro. Sector privado: caso a bancária ou de garantia soberana Gana caso numa base muito restritiva. (decisão casuística). Koweit C Caso a caso numa base muito Operações relativas a projectos C Aberta sem condições restritivas. restritiva. geradores de divisas e/ou que Camarões M/L Garantia bancária (decisão admitam a afectação prioritária T Caso a caso, numa base muito casuística). M/L Fora de cobertura. de receitas ao pagamento dos restritiva. créditos garantidos, terão uma Líbano ponderação positiva na análise do Cazaquistão Geórgia C Clientes públicos: caso a caso risco; sector público: caso a caso Temporariamente fora de cobertura. C Caso a caso numa base restritiva, numa base muito restritiva. numa base muito restritiva. privilegiando-se operações de Clientes privados: carta de crédito Chile pequeno montante. irrevogável ou garantia bancária. C Aberta sem condições restritivas. Montenegro C Caso a caso, numa base restritiva. M/L Caso a caso, numa base muito M/L Clientes públicos: fora de cober- M/L Clientes públicos: Aberta sem restritiva e com a exigência de privilegiando-se operações de condições restritivas. tura. Clientes privados: caso a contra garantias. pequeno montante. Clientes privados: Em princípio, caso numa base muito restritiva. aberta sem condições restritivas. M/L Caso a caso, com exigência de ga- Eventual exigência de garantia Guiné-Bissau Líbia rantia soberana ou bancária, para bancária numa base casuística. T Fora de cobertura. T Fora de cobertura. operações de pequeno montante. novembro 2019 ANÁLISE DE RISCO-PAÍS 57

Políticas de cobertura para mercados de destino das exportações portuguesas

No âmbito de apólices globais

Nigéria Senegal Na apólice individual está em causa a cobertura de uma C Caso a caso, numa base restritiva C Em princípio. exigência de (designadamente em termos de garantia bancária emitida por única transação para um determinado mercado, enquanto alargamento do prazo consti- um banco aceite pela COSEC e a apólice global cobre todas as transações em todos os tutivo de sinistro e exigência de eventual alargamento do prazo países para onde o empresário exporta os seus produtos constitutivo de sinistro. garantia bancária). ou serviços. M/L Eventual alargamento do prazo M/L Caso a caso, numa base muito constitutivo de sinistro. Setor restritiva, condicionado a eventuais público: caso a caso, com exigên- As apólices globais são aplicáveis às empresas que vendem garantias (bancárias ou contraparti- cia de garantia de pagamento e das do petróleo) e ao alargamento bens de consumo e intermédio, cujas transações envolvem transferência emitida pela Auto- do prazo contitutivo de sinistro. ridade Monetária (BCEAO); setor créditos de curto prazo (média 60-90 dias), não excedendo privado: exigência de garantia um ano, e que se repetem com alguma frequência. Oman bancária ou garantia emitida pela C Aberta sem condições restritivas. Autoridade Monetária (preferência M/L Garantia bancária (decisão ca- a projetos que permitam a aloca- Tendo em conta a dispersão do risco neste tipo de apólices. -suística). ção prioritária dos cash-flows ao a política de cobertura é casuística e, em geral, mais reembolso do crédito). flexível do que a indicada para as transações no âmbito Panamá Singapura das apólices individuais. Encontram-se também fora de C Aberta sem condições restritivas. C Aberta sem condições restritivas. M/L Não definida. cobertura Cuba, Guiné-Bissau, Iraque e S. Tomé e Príncipe. M/L Não definida.

Paquistão Suazilândia Temporariamente fora de cobertura. C Carta de crédito irrevogável. M/L Garantia bancária ou garantia Paraguai soberana. Uruguai Advertência: C Carta de crédito irrevogável. Tailândia C Carta de crédito irrevogável M/L Caso a caso, numa base restritiva. A lista e as políticas de cobertura são C Carta de crédito irrevogável (decisão casuística). indicativas e podem ser alteradas (decisão casuística). sempre que se justifique. Os países Peru M/L Não definida. M/L Não definida. que constam da lista são os mais C Aberta sem condições restritivas. Venezuela representativos em termos de consultas M/L Clientes soberanos: aberta sem Taiwan C Clientes públicos: aberta caso e responsabilidades assumidas. Todas condições restritivas. Clientes C Aberta sem condições restritivas. a caso com eventual exigência as operações são objeto de análise e públicos e privados: aberta, caso M/L Não definida. de garantia de transferência ou decisão específicas. a caso, com eventual exigência de soberana. Clientes privados: aberta garantia soberana ou bancária. Tanzânia caso a caso com eventual exigência T Caso a caso, numa base muito Legenda: de carta de crédito irrevogável e/ou Qatar restritiva. C Curto Prazo C Aberta sem condições restritivas. garantia de transferência. M/L Garantia bancária (decisão Tunísia* M/L Aberta caso a caso com exigência M/L Médio / Longo Prazo casuística). C Aberta sem condições restritivas. de garantia soberana. T Todos os Prazos M/L Garantia bancária. Zâmbia Quénia Turquia C Carta de crédito irrevogável. C Caso a caso, numa base muito * Mercado prioritário. C Carta de crédito irrevogável. M/L Caso a caso, numa base restritiva. restritiva. M/L Garantia bancária ou garantia soberana. M/L Fora de cobertura. República Dominicana Zimbabwe C Aberta caso a caso, com eventual Ucrânia exigência de carta de crédito irrevo- C Clientes públicos: eventual C Caso a caso, numa base muito gável ou garantia bancária emitida exigência de garantia soberana. restritiva. Clientes privados: eventual por um banco aceite pela COSEC. M/L Fora de cobertura. exigência de carta de crédito M/L Aberta caso a caso com exigência irrevogável. de garantia soberana (emitida pela Secretaria de Finanzas ou pelo Ban- M/L Clientes públicos: eventual COSEC co Central) ou garantia bancária. exigência de garantia soberana. Companhia de Seguro Clientes privados: eventual de Créditos. S. A. exigência de garantia bancária. Rússia Direcção Internacional Para todas as operações, o prazo Sanções em vigor. constitutivo de sinistro é definido Avenida da Liberdade, 249 5º Piso Para mais informações, contactar a caso a caso. 1250-143 Lisboa COSEC. Tel.: +351 217 913 832 Uganda Fax: +351 217 913 839 S. Tomé e Príncipe C Caso a caso, numa base muito [email protected] restritiva. C Análise caso a caso, numa base www.cosec.pt muito restritiva. M/L Fora de cobertura. 58 TABELA CLASSIFICATIVA DE PAÍSES Portugalglobal nº125 COSEC

Tabela classificativa de países Para efeitos de Seguro de Crédito à exportação

A Portugalglobal e a COSEC apresentam-lhe uma Tabela Clas- pondendo o grupo 1 à menor probabilidade de incumprimento sificativa de Países com a graduação dos mercados em função e o grupo 7 à maior. do seu risco de crédito, ou seja, consoante a probabilidade de As categorias de risco assim definidas são a base da avaliação do cumprimento das suas obrigações externas, a curto, a médio e risco país, da definição das condições de cobertura e das taxas de a longo prazos. Existem sete grupos de risco (de 1 a 7), corres- prémio aplicáveis.

Grupo 1 Grupo 2 Grupo 3 Grupo 4 Grupo 5 Grupo 6 Grupo 7

Singapura * Arábia Saudita Bahamas África do Sul • Albânia Angola Afeganistão Libéria Taiwan Botswana Barbados Argélia Azerbaijão Arménia Ant. e Barbuda Líbia Brunei Bulgária Aruba Bangladesh Benim Argentina Madagáscar China • Costa Rica Colômbia Barein Bielorussia Belize Malawi EAUa Dep/ter Austr.b Croácia Bolívia Butão Bósnia e Herze- Mali Gibraltar Dep/ter Din.c Dominicana. Rep. Brasil • Cabo Verde govina Mauritânia Hong-Kong Dep/ter Esp.d Guatemala Cazaquistão Camarões Burkina Faso Moçambique Koweit Dep/ter EUAe Oman Curaçau Camboja Burundi Moldávia Macau Dep/ter Fra.f Panamá Egipto Comores Cent. Af. Rep. Montenegro Malásia Dep/ter N. Z.g Rússia El Salvador C. do Marfim Chade Nicarágua Dep/ter RUh Vietname Fidji Dominica Cisjordânia / Gaza Níger Filipinas Honduras Equador Congo Paquistão Ilhas Marshall Jordânia Gabão Congo. Rep. Dem. Quirguistão Índia Macedónia Gana Coreia do Norte S. Crist. e Nevis Indonésia Namíbia Geórgia Cuba S. Tomé e Príncipe Marrocos • Paraguai Guiana Djibuti Salomão Maurícias S. Vic. e Gren. Irão Eritreia Serra Leoa México • Santa Lúcia Jamaica Etiópia Síria Micronésia Senegal Kiribati Gâmbia Somália Palau Sérvia Lesoto Grenada Sudão Peru Tunísia • Maldivas Guiné Equatorial Sudão do Sul Qatar Turquia Mongólia Guiné. Rep. da Tadjiquistão Roménia Uzbequistão Myanmar Guiné-Bissau Tonga Tailândia Nigéria Haiti Ucrânia Trind. e Tobago Nauru Iemen Venezuela Nepal Uruguai Iraque Zâmbia Papua–Nova Guiné Kosovo Zimbabué Quénia Laos Ruanda Líbano Samoa Oc. Seicheles Sri Lanka Suazilândia Suriname Tanzânia Timor-Leste Togo Turquemenistão Tuvalu Uganda Vanuatu

Fonte: COSEC - Companhia de Seguro de Créditos. S.A. * País pertencente ao grupo 0 da classificação risco-país da OCDE. Não é aplicável o sistema de prémios mínimos. • Mercado de diversificação de oportunidades

NOTAS a) Abu Dhabi, Dubai, Fujairah, Ras Al Khaimah, Sharjah, Um Al Quaiwain e Ajma f) Guiana Francesa, Guadalupe, Martinica, Reunião, S. Pedro e Miquelon, Polinésia b) Ilhas Norfolk Francesa, Mayotte, Nova Caledónia, Wallis e Futuna c) Ilhas Faroe e Gronelândia g) Ilhas Cook e Tokelau, Ilhas Nive d) Ceuta e Melilha h) Anguilla, Bermudas, Ilhas Virgens, Cayman, Falkland, Pitcairn, Monserrat, Sta. Hel- e) Samoa, Guam, Marianas, Ilhas Virgens e Porto Rico ena, Ascensão, Tristão da Cunha, Turks e Caicos novembro 2019 ESTATÍSTICAS 59

INDICADORES MACROECONÓMICOS, INVESTIMENTO e COMÉRCIO EXTERNO

INDICADORES MACROECONÓMICOS E INVESTIMENTO DIRETO

2019 2014 2015 2016 2017 2018 PRODUTO INTERNO BRUTO jan/jun PIB (tvh %, real) 0,8% 1,8% 2,0% 3,5% 2,4% 2,0% Exportações de Bens e Serviços (% do PIB, preços correntes) 40,2% 40,6% 40,2% 42,7% 43,5% 43,7%

2018 2019 jan/jun 2019 (P) PREVISÕES MACROECONÓMICAS INE 09/19 INE 09/19 FMI 10/19 OCDE 11/19 CE 11/19 BP 10/19 MF 10/19 PIB 2,4% 2,0% 1,9% 1,9% 2,0% 2,0% 1,9% Consumo Privado 3,1% 2,3% n.d. 2,1% 2,3% 2,3% 2,2% Consumo Público 0,9% 0,5% n.d. 0,5% 0,8% 0,5% 0,9% Formação Bruta de Capital Fixo 5,8% 9,5% n.d. 6,9% 6,5% 7,2% 8,2% Exportações de Bens e Serviços 3,8% 2,3% 4,0% 2,7% 2,7% 2,3% 2,9% Importações de Bens e Serviços 5,8% 5,8% 5,9% 4,9% 4,6% 4,6% 5,4% Unidade: tvh % (em volume) Balança Corrente (% PIB) -0,6% -3,2% -0,6% -1,2% -0,4% 0,5%(a) -1,0% Taxa de Desemprego (%) 7,0% 6,2% (b) 6,1% 6,5% 6,3% 6,4% 6,3% Taxa de Inflação (%) 1,2% 0,5% (c) 0,9% 0,3% 0,3% 0,4% 0,8% Dívida Pública (% PIB) 122,2% 121,4% 117,6% 119,3% 119,5% n.d. 119,3% Saldo Sector Público (% PIB) -0,4% -0,8% -0,2% -0,1% -0,1% n.d. -0,1% Fontes: BP - Banco de Portugal CE - Comissão Europeia FMI - Fundo Monetário Internacional INE - Instituto Nacional de Estatística MF - Ministério das Finanças OCDE - Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico Notas: (a) - Balança Corrente e de Capital Siglas: M€ - Milhões de euros n.d. - não disponível P - Previsão da Comissão Europeia (Ameco) PPC - Paridade de Poder de Compra

2018 2019 vh M€ ID DE PORTUGAL COM O EXTERIOR 2014 2015 2016 2017 2018 (FLUXOS) jan/set jan/set 19/18 ID de Portugal no Exterior (IDPE) -2 805 4 710 912 -819 -56 55 368 56 484 1 116 ID do Exterior em Portugal (IDE) 3 686 6 877 4 637 6 059 5 065 136 636 143 039 6 403 Saldo -6 491 -2 167 -3 725 -6 878 -5 121 -81 268 -86 555 -5 287

IDPE IDE ID POR SETOR DE ATIVIDADE 2018 jan/set 2019 jan/set vh M€ 19/18 2018 jan/set 2019 jan/set vh M€ 19/18 Indústrias transformadoras -99 -7 92 206 12 -195 Eletricidade, gás e água 582 -82 -664 -107 513 620 Construção -135 -231 -96 495 141 -354 Serviços -236 1 305 1 541 1 588 3 827 2 239 Outros setores de atividade -18 20 37 1 577 1 609 33

IDPE POR PAÍS DE DESTINO 2018 jan/set 2019 jan/set vh M€ 19/18 IDPE POR PAÍS DE ORIGEM 2018 jan/set 2019 jan/set vh M€ 19/18

Espanha 229 921 692 França 394 1 334 939 Alemanha 31 416 385 Luxemburgo -119 1 092 1 211 França -23 95 118 Espanha 742 709 -33 Suíça -49 62 112 Alemanha 193 581 388 Itália -6 23 29 Brasil 214 332 117

União Europeia 739 880 141 União Europeia 2 222 3 662 1 440 Extra UE -643 126 769 Extra UE 1 537 2 440 903

ID DE PORTUGAL COM O EXTERIOR 2014 dez 2015 dez 2016 dez 2017 dez 2018 dez 2018 set 2019 set vh M€ 19/18 (STOCK) ID de Portugal no Exterior (IDPE) 53 335 59 984 60 789 58 312 54 162 55 368 56 484 1 116 ID do Exterior em Portugal (IDE) 115 366 125 515 128 223 137 462 136 169 136 636 143 039 6 403 Saldo -62 031 -65 531 -67 434 -79 150 -82 007 -81 268 -86 555 -5 287

Unidade: Milhões de euros (M€) Fonte: Banco de Portugal 60 ESTATÍSTICAS Portugalglobal nº125

COMÉRCIO INTERNACIONAL DE BENS

2018 tvh % 18/17 tvh % 19/18 tvc % 19/19 2018 jan/set 2019 jan/set tvh % 19/18 BENS (Exportação) jan/dez jan/dez set/set set/ago Exportações bens 57 807 5,1% 43 468 44 551 2,5% 5,8% 29,0% Exportações bens UE 44 000 7,9% 33 070 34 285 3,7% 5,6% 35,7% Exportações bens Extra UE 13 807 -3,0% 10 398 10 266 -1,3% 6,5% 9,9% Unidade: Milhões de euros

Exportações bens UE 76,1% -- 76,1% 77,0% ------Exportações bens Extra UE 23,9% -- 23,9% 23,0% ------Unidade: Milhões de euros

% Total Exp. Bens - Clientes 2019 (jan/set) tvh % 19/18 Exp. Bens - Var. Valor M€ Cont. p. p. 2019 Espanha 24,7% 0,0% Alemanha 305 6,0 França 13,1% 5,1% França 285 5,1 Alemanha 12,1% 6,0% Itália 239 13,4 Reino Unido 6,1% -0,2% Canadá 205 83,1 EUA 5,0% -1,0% Egito 87 94,9 Itália 4,5% 13,4% Tunísia -122 -62,6 Países Baixos 4,0% 4,6% Angola -215 -19,3

% Total Exp. Bens - Produtos 2019 (jan/set) tvh 19/18 Exp. Bens - Var. Valor M€ Cont. p.p. 2019 Veículos e outro material de transporte 16,3% 16,8% Veículos, out. mat. transporte 1 047 2,4 Máquinas e aparelhos 13,8% -1,0% Químicos 428 1,0 Metais e comuns 7,6% -1,8% Ótica e precisão 249 0,6 Plásticos e borracha 7,2% -0,7% Calçado -100 -0,2 Agrícolas 6,4% 1,9% Combustíveis minerais -656 -1,5

2018 tvh % 18/17 tvh % 19/18 tvc % 19/19 BENS (Importação) 2018 jan/set 2019 jan/set tvh % 19/18 jan/dez jan/dez set/set set/ago Importações bens 75 364 8,1% 55 732 60 154 7,9% 13,2% 23,3% Importações bens UE 57 113 7,4% 41 912 45 778 9,2% 13,1% 22,4% Importações bens Extra UE 18 251 10,6% 13 821 14 377 4,0% 13,6% 26,3% Unidade: Milhões de euros

Importações bens UE 75,8% -- 75,2% 76,1% ------Importações bens Extra UE 24,2% -- 24,8% 23,9% ------Unidade: % do total

% Total Imp. Bens - Fornecedores 2019 (jan/set) tvh 19/18 Imp. Bens - Var. Valor M€ Cont. p. p. 2019 Espanha 30,0% 3,8% França 1 879 3,4 Alemanha 13,3% 5,1% Espanha 668 1,2 França 10,0% 45,2% China 514 0,9 Itália 5,0% 1,3% Alemanha 386 0,7 Países Baixos 4,9% -0,6% Nigéria 271 0,5 China 3,7% 29,6% Bélgica 232 0,4 Bélgica 3,1% 14,4% Cazaquistão -489 -0,9

% Total Imp. Bens - Produtos 2019 (jan/set) tvh 19/18 Imp. Bens - Var. Valor M€ Cont. p. p. 2019 Máquinas e aparelhos 17,6% 9,7% Veículos, out. mat. transporte 2 196 3,9 Veículos e outro material de transporte 16,1% 29,3% Máquinas e aparelhos 937 1,7 Combustíveis minerais 11,6% 0,5% Químicos 552 1,0 Químicos 10,3% 9,8% Alimentares 160 0,3 Agrícolas 9,9% 0,9% Ótica e precisão 119 0,2

Unidade: Milhões de euros (M€) Fonte: INE novembro 2019 ESTATÍSTICAS 61

COMÉRCIO INTERNACIONAL DE SERVIÇOS

2018 tvh % 18/17 tvh % 19/18 tvc % 19/19 2018 jan/set 2019 jan/set tvh % 19/18 SERVIÇOS (Exportação) jan/dez jan/dez set/set set/ago Exportações totais serviços 32 926 6,5% 25 448 26 450 3,9% 10,5% -20,3% Exportações serviços UE 23 650 8,6% 18 492 18 909 2,3% 7,7% -26,7% Exportações serviços Extra UE 9 276 1,6% 6 956 7 541 8,4% 17,9% 1,1% Unidade: Milhões de euros

Exportações serviços UE 71,8% -- 72,7% 71,5% ------Exportações serviços Extra UE 28,2% -- 27,3% 28,5% ------Unidade: Milhões de euros

% Total Exp. Serviços - Clientes 2019 (jan/set) tvh 19/18 Exp. Serviços - Var. Valor Meur Cont. p. p. 2019 Reino Unido 16,6% 7,4% EUA 477 1,9 França 14,0% -1,7% Reino Unido 300 1,2 Espanha 11,5% 2,4% Irlanda 133 0,5 Alemanha 9,9% 1,3% Espanha 70 0,3 EUA 7,6% 31,0% Suíça 42 0,2 Brasil 4,4% 0,3% Países Baixos -54 -0,2 Países Baixos 3,8% -5,0% França -64 -0,3

% Total Exp. Serviços - Tipo 2019 (jan/set) tvh 19/18 Exp. Bens - Var. Valor M€ Cont. p.p. 2019 Viagens e turismo 55,3% 7,8% Viagens e turismo 1 055 4,1 Transportes 20,6% 3,1% Transportes 166 0,7 Outros serviços fornecidos por empresas 12,3% -4,4% Construção -47 -0,2 Telecomunicações, informação e informática 4,6% 2,6% Transf. recursos nat. de terceiros -84 -0,3 Manutenção e reparação 2,0% 4,5% Outros serv. Forn. por empresas -151 -0,6

2018 tvh % 18/17 tvh % 19/18 tvc % 19/19 2018 jan/set 2019 jan/set tvh % 19/18 SERVIÇOS (Importação) jan/dez jan/dez set/set set/ago Importações totais serviços 16 098 9,5% 11 832 13 214 11,7% 18,3% -0,1% Importações serviços UE 10 814 13,4% 7 907 9 080 14,8% 20,9% -8,6% Importações serviços Extra UE 5 284 2,2% 3 926 4 134 5,3% 13,4% 24,0% Unidade: Milhões de euros

Importações serviços UE 67,2% -- 66,8% 68,7% ------Importações serviços Extra UE 32,8% -- 33,2% 31,3% ------Unidade: % do total

% Total Imp. Serviços - Fornecedores 2019 (jan/set) tvh 19/18 Imp. Serviços - Var. Valor M€ Cont. p. p. 2019 Espanha 18,5% 14,8% Reino Unido 328 2,8 Reino Unido 11,9% 26,3% Espanha 315 2,7 França 8,1% 4,7% Irlanda 158 1,3 Alemanha 7,6% 8,2% Países Baixos 126 1,1 EUA 6,5% 5,0% Alemanha 76 0,6 Países Baixos 5,0% 23,5% Itália 51 0,4 Irlanda 4,6% 35,0% França 48 0,4

% Total Imp. Serviços - Tipo 2019 (jan/set) tvh 19/18 Imp. Serviços - Var. Valor M€ Cont. p. p. 2019 Viagens e turismo 31,7% 17,6% Viagens e turismo 626 5,3 Transportes 24,1% 6,5% Outros serv. Forn. por empresas 435 3,7 Outros serviços fornecidos por empresas 23,4% 16,3% Transportes 195 1,6 Telecomunicações, informação e informática 5,3% -2,9% Financeiros 54 0,5 Direitos de utilização 3,9% -4,1% Construção 51 0,4

Unidade: Milhões de euros (M€) Fonte: Banco de Portugal Miguel Porfírio Miguel Crespo HOLANDA ALEMANHA [email protected] [email protected]

Maria Manuel Branco Carlos Moura BÉLGICA SUÉCIA [email protected] [email protected]

Inês Pacheco Joaquim Pimpão FDI SCOUT EUROPA HUNGRIA [email protected] [email protected]

Pedro Sousa Pedro Macedo Leão FDI SCOUT EUROPA POLÓNIA [email protected] [email protected]

Rui Paulo Almas Luísa Lino RÚSSIA FRANÇA ÍNDIA [email protected] REDE [email protected] [email protected] Rui Boavista Marques Ana Rosas Mário Ferreira REINO UNIDO SUIÇA CHINA [email protected] Finlândia [email protected] [email protected]

EXTERNA Noruega João Mota Pinto Luís Reis Estocolmo João Falardo CHINA EUA IRLANDA Moscovo [email protected] [email protected] [email protected] Dinamarca Haia Raul Travado Varsóvia Dublin Berlim CANADÁ Manuel Martinez Patrícia Conceição Londres Bruxelas [email protected] ESPANHA República Checa FDI SCOUT CHINA [email protected] [email protected] Paris Berna Eslováquia Olga Benquerença Milão Budapeste FDI SCOUT EUA E CANADÁ Luís Moura Áustria Miguel Garcia Roménia FDI SCOUT JAPÃO E COREIA DO SUL [email protected] Toronto ESPANHA Barcelona Azerbaijão Celeste Mota [email protected] Nova Iorque [email protected] Ancara TURQUIA Pequim Teresa Fernandes Madrid [email protected] Argel Seul EUA S. Francisco Tunes Atenas Teerão José Joaquim Fernandes [email protected] Tóquio JAPÃO Rabat [email protected] Líbia Jorge Salvador Xangai CUBA CABO VERDE Praia Joana Barros Doha [email protected] Nova Deli COREIA DO SUL Riade Macau [email protected] Álvaro Cunha Havana Joana Neves Cantão Hong Kong Eduardo Souto Moura Abu MÉXICO MARROCOS Dhabi ITÁLIA Myanmar Laos Vietname Mário Quina [email protected] Cidade do México [email protected] [email protected] CHINA [email protected] Francisco Costa Gonçalo Homem de Mello Dakar Banguecoque ARGÉLIA Nuno Várzea VENEZUELA Caracas TUNISIA Cambodja Guiné Bissau IRÃO Maria Carolina Lousinha [email protected] [email protected] [email protected] Panamá [email protected] CHINA Kuala Lumpur [email protected] Bogotá António Aroso Tiago Bastos SENEGAL Laurent Armaos COLÔMBIA ARÁBIA SAUDITA [email protected] GRÉCIA Pedro Aires de Abreu [email protected] Guiné Equatorial [email protected] Singapura São Tomé TAILÂNDIA [email protected] Fernando Carvalho SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE Manuel Couto Miranda BRASIL EAU QATAR Jacarta Nuno Mendes [email protected] [email protected] TIMOR-LESTE Dili [email protected] Peru Miguel Fontoura Luanda ANGOLA [email protected] Mariana Oom INDONÉSIA [email protected] Rio de Janeiro Namíbia São Paulo Pretória Carlos Pacheco Botswana AUSTRÁLIA Sérgio Espadas Maputo Maria João Liew [email protected] Luís Sequeira Santiago do Chile ÁFRICA DO SUL MALÁSIA CHILE [email protected] [email protected] Sydney [email protected] Buenos Aires Uruguai Alexandra Leite Rui Pereira MOÇAMBIQUE ARGENTINA [email protected] [email protected] OÇIVRES OA OÇIVRES DAS EMPRESAS Miguel Porfírio Miguel Crespo HOLANDA ALEMANHA [email protected] [email protected]

Maria Manuel Branco Carlos Moura BÉLGICA SUÉCIA [email protected] [email protected]

Inês Pacheco Joaquim Pimpão FDI SCOUT EUROPA HUNGRIA [email protected] [email protected]

Pedro Sousa Pedro Macedo Leão FDI SCOUT EUROPA POLÓNIA [email protected] [email protected]

Rui Paulo Almas Luísa Lino RÚSSIA FRANÇA ÍNDIA [email protected] REDE [email protected] [email protected] Rui Boavista Marques Ana Rosas Mário Ferreira REINO UNIDO SUIÇA CHINA [email protected] Finlândia [email protected] [email protected]

EXTERNA Noruega João Mota Pinto Luís Reis Estocolmo João Falardo CHINA EUA IRLANDA Moscovo [email protected] [email protected] [email protected] Dinamarca Haia Raul Travado Varsóvia Dublin Berlim CANADÁ Manuel Martinez Patrícia Conceição Londres Bruxelas [email protected] ESPANHA República Checa FDI SCOUT CHINA [email protected] [email protected] Paris Berna Eslováquia Olga Benquerença Milão Budapeste FDI SCOUT EUA E CANADÁ Luís Moura Áustria Miguel Garcia Roménia FDI SCOUT JAPÃO E COREIA DO SUL [email protected] Toronto ESPANHA Barcelona Azerbaijão Celeste Mota [email protected] Nova Iorque [email protected] Ancara TURQUIA Pequim Teresa Fernandes Madrid [email protected] Argel Seul EUA S. Francisco Tunes Atenas Teerão José Joaquim Fernandes [email protected] Tóquio JAPÃO Rabat [email protected] Líbia Jorge Salvador Xangai CUBA CABO VERDE Praia Joana Barros Doha [email protected] Nova Deli COREIA DO SUL Riade Macau [email protected] Álvaro Cunha Havana Joana Neves Cantão Hong Kong Eduardo Souto Moura Abu MÉXICO MARROCOS Dhabi ITÁLIA Myanmar Laos Vietname Mário Quina [email protected] Cidade do México [email protected] [email protected] CHINA [email protected] Francisco Costa Gonçalo Homem de Mello Dakar Banguecoque ARGÉLIA Nuno Várzea VENEZUELA Caracas TUNISIA Cambodja Guiné Bissau IRÃO Maria Carolina Lousinha [email protected] [email protected] [email protected] Panamá [email protected] CHINA Kuala Lumpur [email protected] Bogotá António Aroso Tiago Bastos SENEGAL Laurent Armaos COLÔMBIA ARÁBIA SAUDITA [email protected] GRÉCIA Pedro Aires de Abreu [email protected] Guiné Equatorial [email protected] Singapura São Tomé TAILÂNDIA [email protected] Fernando Carvalho SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE Manuel Couto Miranda BRASIL EAU QATAR Jacarta Nuno Mendes [email protected] [email protected] TIMOR-LESTE Dili [email protected] Peru Miguel Fontoura Luanda ANGOLA [email protected] Mariana Oom INDONÉSIA [email protected] Rio de Janeiro Namíbia São Paulo Pretória Carlos Pacheco Botswana AUSTRÁLIA Sérgio Espadas Maputo Maria João Liew [email protected] Luís Sequeira Santiago do Chile ÁFRICA DO SUL MALÁSIA CHILE [email protected] [email protected] Sydney [email protected] Buenos Aires Uruguai Alexandra Leite Rui Pereira MOÇAMBIQUE ARGENTINA [email protected] [email protected] OÇIVRES OA OÇIVRES DAS EMPRESAS 64 BOOKMARKS Portugalglobal nº125

SCRUM – A GESTÃO ÁGIL DE PROJETOS

A obra “SCRUM – A Gestão Ágil utilizada sobretudo na área do de Projetos”, da autoria dos pro- desenvolvimento de software, fessores, investigadores e consul- hoje em dia esta estrutura é vista tores João Paulo Pinto e Chris- como um recurso essencial para tiane Tscharf, apresenta de for- fazer face à necessidade de res- ma simples e prática a estrutura posta rápida e ágil em diversos SCRUM, enquanto método para a ramos da gestão de projetos. Informação especializada online gestão ágil de projetos, demons- Desenvolvido com o objetivo de trando a sua aplicabilidade numa ser uma ferramenta completa diversidade de contextos. para gestores de projetos e líde- Portugalnews Cientes do progresso tecnológico res de equipa, responsáveis de Promova a sua empresa junto de 20 mil Para uma divulgação em mercados diário e da necessidade de adap- melhoria contínua e de qualida- tação de métodos de gestão de de, este livro é útil também para destinatários em Portugal e nos mercados internacionais, conta com a newsletter projetos ao contexto atual, os au- outros profissionais que procuram externos. semanal em língua inglesa e/ou francesa.

Autor: João Paulo Pinto tores viram a necessidade de criar melhorar e agilizar a gestão dos e Christiane Tscharf uma obra que evidenciasse as seus projetos. Subscreva as nossas Editora: FCA Editora inúmeras vantagens do SCRUM Engenheiro industrial, professor Ano: 2019 para as empresas: flexibilidade, universitário, consultor e forma- Fique a par da actividade da Agência no país e no exterior, conheça os casos de sucesso Nº de páginas: 264 pp. adaptabilidade, promoção de tra- dor, João Paulo Pinto é CEO da de empresas portuguesas e os artigos de especialidade económica. Preço: 24,95€ balho em equipa, empowerment CLT Services Lda. Por sua vez, dos membros e redução do risco Christiane Tscharf é professora, in- Esteja sempre informado com o clipping diário da imprensa nacional e estrangeira. de fracasso dos projetos. vestigadora e consultora nas áreas Apesar de, inicialmente, ter sido de Lean Services e Lean Coaching.

EMPREENDEDORISMO – APRENDER A SABER SER EMPREENDEDOR

O espírito empreendedor é ob- ligação entre as instituições edu- jeto de um esforço de difusão e cativas e as organizações do meio consolidação nas diferentes faixas envolvente, através do cruzamen- etárias e sociais, no sentido de to de uma avaliação mais forma- concretização da ideia de que ser tiva e de uma pedagogia mais empreendedor é aprender a criar diferenciada, bem como entre as valor para a sociedade através experiências e as aprendizagens de várias ferramentas, como por portuguesas e as de outros países. exemplo a inovação. “Empreendedorismo – Aprender a A escola como local privilegiado Saber Ser Empreendedor” é ideal de introdução da mudança deve para gestores, quadros superio- refletir uma ação educativa que res de empresas, investigadores, corresponda à satisfação das dife- consultores, formadores, diretores rentes e diversas necessidades de e técnicos de recursos humanos Autor: Agostinho Inácio Bucha Editora: Editora RH todos os intervenientes, que de- e estudantes do ensino superior Ano: 2019 vem ser objeto de um diagnóstico, nas áreas de gestão, economia, Nº de páginas: 168 pp. complementado com uma atua- comportamento organizacional e Preço: 17,00€ ção na linha de divulgação e con- sociologia das organizações. solidação do empreendedorismo. Agostinho Inácio Bucha, autor Este livro aborda o processo de in- desta obra, é professor adjunto tegração do ensino do empreen- na Escola Superior de Ciências dedorismo no sistema educativo, Empresariais do Instituto Politéc- com o objetivo de melhorar a nico de Setúbal. portugalglobal.pt Informação especializada online

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