CONSELHO DE DISCIPLINA

SECÇÃO PROFISSIONAL

Processo n.º 38 - 2020/2021

DESCRITORES: Clube – Dirigentes – Jogadores

Agentes Desportivos – Agente de Arbitragem

Deveres e obrigações gerais – Plano de Acção de Retoma Progressiva à Competição

Inobservância de outros deveres – Dever de relato

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ESPÉCIE: Processo Disciplinar PARTES: Rio Ave Futebol Clube – Futebol, SDUQ, Lda., Maria Alexandrina da Silva Costa Cruz, José Edmundo Alves Moreira Alexandre, Marco Aurélio Alves Silva, Eliseu Mendja Nadjack Soares Cassamá, Leandro da Silva Alves, João Pedro Loureiro da Costa, José Pedro da Silva Matos, Ricardo João da Silva Paulo Magalhães, José Pedro Gomes, Vítor Bruno Peixoto Ramos, Rodolfo Fidalgo Monteiro, Nuno André Pereira Rodrigues, Lucas Domingues Piazon, Diogo José do Rosário Gomes Figueiras, Rúben Vieira de Sousa Gonçalves, Jacinto Muondo Dala (Gelson Dala), Paulo Vítor Fagundes dos Anjos, Messias Rodrigues da Silva Junior, António da Silva Campos, André Filipe Monteiro Vilas Boas, João Mário Ferreira Oliveira, João César Gomes Pereira, Gualter Fernando Ferreira Pires, João Gualter Azevedo Meireles de Sousa, Nuno Miguel Cardoso Ribeiro, David Rafael Oliveira da Silva, na qualidade de arguidos OBJETO: Factos ocorridos por ocasião do jogo nº 13406 (203.01.303), disputado entre a Boavista Futebol Clube - Futebol SAD e a Rio Ave Futebol Clube - Futebol SDUQ, Lda., a contar para 34.ª jornada da Liga NOS, época desportiva 2019/2020 DATA DO ACÓRDÃO: 26 de abril de 2021 TIPO DE VOTAÇÃO: Unanimidade RELATOR: Vasco Cavaleiro NORMAS APLICADAS: Artigos 19.º, n.º 1, 127.º, 141.º, 167.º, 168.º, n.º 1, 171.º, n.º 1, 204.º, n.º 1, todos do RDLPFP2019; artigo 60.º do RCLPFP2019; Plano de Acção de Retoma Progressiva à Competição; artigos 4.º n.º 3, 10.º n.º 2 alíneas a), f) e g), 11.º n.º 1, todos do RALPFP2019; artigos 2.º n.º 3 e 20.º n.º 2, alíneas a) e d), todos do RAFPF: Lei 06 das Leis do Jogo 19/20 SUMÁRIO: I. Os clubes e agentes desportivos sujeitos à observância das normas previstas no RDLPFP devem manter conduta conforme aos princípios desportivos de lealdade, probidade, verdade e retidão em tudo o que diga respeito às relações de natureza desportiva, económica ou social. II. Os clubes e agentes desportivos mostram-se sujeitos ao cumprimento das regras do Plano de Acção de Retoma Progressiva à Competição, no contexto da reação à situação de emergência de saúde pública causada pela doença COVID-19, em concreto garantindo o cumprimento da contenção social nos termos previstos pelas autoridades desportivas e de Saúde, a adoção de um comportamento social responsável e a utilização de máscara facial comunitária em todas as situações previstas e recomendadas pelas autoridades de saúde.

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III. Pratica a infração disciplinar p. e p. pelo artigo 127.º do RDLPFP2019 o clube que não cumpre os deveres que lhe são impostos pelos regulamentos e demais legislação desportiva aplicável, in casu o clube arguido – por força do comportamento dos agentes desportivos a si afetos que assistiram ao jogo no Camarote e, bem assim, aqueles que assistiram ao mesmo na Tribuna presidencial; por via da entrada dos seus agentes desportivos na Zona Técnica, sem que para tal estivessem autorizados, bem como em resultado da ocorrência de festejos no final do jogo e já no relvado, sem máscara, por parte de alguns elementos a si afetos – incumpriu os deveres e obrigações gerais presentes no n.º 1 do artigo 19.º do citado corpo regulamentar, tendo por referência o desrespeito pelas regras presentes o Plano de Acção de Retoma Progressiva à Competição [1. Enquadramento; e 2. Jogo – Tribunas e Camarotes]. IV. Praticam a infração disciplinar p. e p. pelo artigo 141.º do RDLPFP2019 os dirigentes que não cumprem os deveres que lhe são impostos pelos regulamentos, in casu os dirigentes arguidos incumpriram os deveres e obrigações gerais presentes no n.º 1 do artigo 19.º do citado corpo regulamentar, tendo por referência o desrespeito pelas regras presentes no Plano de Acção de Retoma Progressiva à Competição e, ainda, no artigo 60.º do RCLPFP2019. V. Praticam a infração disciplinar p. e p. pelo artigo 167.º do RDLPFP2019 os jogadores que não cumprem os deveres que lhe são impostos pelos regulamentos, in casu os jogadores arguidos incumpriram os deveres e obrigações gerais presentes no n.º 1 do artigo 19.º do citado corpo regulamentar, tendo por referência o desrespeito pelas regras presentes no Plano de Acção de Retoma Progressiva à Competição e, ainda, no artigo 60.º do RCLPFP2019. VI. Praticam a infração disciplinar p. e p. pelo artigo 141.º do RDLPFP2019, os médicos, massagistas, funcionários e demais agentes desportivos (ex vi artigo 171.º, n.º 1) e os delegados dos clubes, os treinadores e os auxiliares técnicos (ex vi artigo 168.º, n.º 1), que não cumpram os deveres que lhe são impostos pelos regulamentos, in casu os agentes desportivos arguidos incumpriram os deveres e obrigações gerais presentes no n.º 1 do artigo 19.º do citado corpo regulamentar, tendo por referência o desrespeito pelas regras presentes no Plano de Acção de Retoma Progressiva à Competição e, ainda, no artigo 60.º do RCLPFP2019. VII. Pratica a infração disciplinar p. e p. pelo artigo 204.º, n.º 1, do RDLPFP2019 o agente de arbitragem que não cumpre os deveres previstos no Regulamento de Arbitragem, ou de quaisquer outros deveres específicos, in casu o agente de arbitragem, por força da ausência de relato dos festejos, no final do jogo e já no relvado, sem máscara, por parte de alguns agentes desportivos afetos ao clube arguido, incumpriu os deveres e obrigações gerais presentes nas

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disposições conjugadas dos artigos 4.º n.º 3, 10.º n.º 2 alíneas a), f) e g), 11.º n.º 1, todos do RA LPFP 2019-20, artigos 2.º n.º 3 e 20.º n.º 2 alíneas a) e d), todos do RA FPF 2019-20 e Lei 06 – Os outros elementos da equipa de arbitragem, no seu ponto 2, sob a epígrafe «4.º árbitro» das Leis do Jogo 19/20 [IFAB – The International Football Association Board].

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ACÓRDÃO

Acordam, em Plenário, ao abrigo do artigo 206.º, nº 1, do Regulamento Disciplinar das Competições Organizadas pela Liga Portuguesa de Futebol Profissional1 os membros do Conselho de Disciplina, Secção Profissional, da Federação Portuguesa de Futebol,

I – RELATÓRIO

§1. Registo inicial

1. Por despacho da Exma. Sra. Presidente do Conselho de Disciplina da Federação Portuguesa de Futebol, datado de 27 de julho de 2020, ordenou-se a instauração e subsequente remessa, à Comissão de Instrutores da Liga Portuguesa de Futebol Profissional (adiante, CI), em 28 de julho de 2020, do processo de inquérito que correu termos sob o n.º 22-2019/2020, com o seguinte objeto: «Factos ocorridos por ocasião do jogo n.º 13406 (203.01.303) entre a Boavista Futebol Clube – Futebol, SAD e a Rio Ave Futebol Clube – Futebol, SDUQ, Lda, a contar para 34.ª jornada da Liga NOS», desafio este disputado no dia 25.07.2020 (cfr. capa do processo e fls.1).

2. Nesse seguimento, por despacho do Exmo. Sr. Presidente da CI datado de 29 de julho de 2020, proferido nos termos da al. c) do artigo 210.º do RDLPFP20192, foi nomeado inquiridor no presente processo o Sr. Dr. Rogério Macedo Oliveira, o qual deu início à respetiva instrução, nos termos dos artigos 266º, 267º, nºs 1 e 2, 5º, nº 3, 213º e 228º, nº 2 do RDLPFP2020 (fls.15 a 19). 3. No contexto do processo de inquérito n.º 22-2019/2020, e no exercício das suas funções disciplinares instrutórias, o Sr. Inquiridor determinou e levou a efeito as seguintes diligências: a) Por se revelar útil e pertinente para a descoberta da verdade material e para a boa decisão

1 Regulamento Disciplinar das Competições Organizadas pela Liga Portuguesa de Futebol Profissional, aprovado na Assembleia Geral Extraordinária de 27 de junho de 2011 (com as alterações aprovadas nas Assembleias Gerais Extraordinárias de 14 de dezembro de 2011, 21 de maio de 2012, 06 e 28 de junho de 2012, 27 de junho de 2013, 19 e 29 de junho de 2015, 08 de junho de 2016, 15 de junho de 2016 e 29 de maio, 13 de junho de 2017, 29 de dezembro de 2017, 13 de junho de 2018 e 29 de junho de 2018, 22 de maio de 2019, doravante abreviado, por mera economia de texto, por RDLPFP2019. O texto regulamentar encontra-se disponível, na íntegra, na página institucional da LPFP. 2 À data dos factos encontrava-se vigente o RDLPFP2019, que foi alvo de diversas alterações na reunião extraordinária da Assembleia da Liga de 28 de julho de 2020, com a aprovação e entrada em vigor do RDLPFP2020, ratificado na reunião da Assembleia Geral da FPF de 26 de agosto de 2020 e publicado por meio do Comunicado Oficial da FPF nº 83, datado de 15 de setembro de 2020, com entrada em vigor no dia 16 de setembro de 2020. Página 5 de 85

da causa, determinou-se, nos termos do disposto nos artigos 213.º n.º 3, 228.º n.ºs 2 e 3 e 267.º n.º 2, todos do RD, a notificação do Departamento Jurídico da Liga para vir juntar, aos presentes autos, cópia da Convocatória (e documentação a ela inerente), bem como respetiva Ata, da Assembleia Geral Extraordinária da Liga Portugal, realizada no dia 08 de junho de 2020; b) Notificação do Departamento competente da Liga Portugal para remeter, aos presentes autos: i. Informação, sem necessidade de junção do respetivo atestado médico, de quais os elementos (jogadores e staff, da Rio Ave Futebol Clube – Futebol, SDUQ, Lda.) considerados aptos, para efeito de credenciação dos mesmos no âmbito do jogo oficialmente identificado sob o n.º 13406, realizado no Estádio Bessa XXI, no dia 25.07.2020, entre a Boavista Futebol Clube – Futebol, SAD e a Rio Ave Futebol Clube – Futebol, SDUQ, Lda., a contar para a 34.ª jornada da Liga NOS; ii. Informação, existindo, da credenciação para acesso à Zona Técnica, entregue pelo Delegado(s) nomeado(s) para o jogo em referência, aos jogadores e staff da Rio Ave Futebol Clube – Futebol, SDUQ, Lda., com discriminação dos respetivos jogadores e membros do staff da referida sociedade desportiva; iii. Cópia da Declaração de aprovação do Plano de Retoma Covid-19, assinada pela Rio Ave Futebol Clube – Futebol, SDUQ, Lda.; iv. Cópia do Compromisso de Honra, existindo, assinado pelos jogadores e restantes agentes desportivos da Rio Ave Futebol Clube – Futebol, SDUQ, Lda., no âmbito e para o efeito da retoma progressiva da competição; v. Cópia do Boletim de Segurança e Relatório Final de Segurança elaborados por ocasião do jogo em apreço nos autos. c) Notificação da Boavista Futebol Clube – Futebol, SAD para, no prazo de 2 dias , e tendo por referência o disposto no artigo 18.º n.ºs 1, 2 e 7 da Lei n.º 39/2009 de 30 de Julho, remeter, aos presentes autos, todas as imagens e som captados pelo sistema de videovigilância instalado no Estádio Bessa XXI, desde a abertura até ao encerramento do recinto desportivo, relativas ao jogo oficialmente identificado sob o n.º 13406, realizado no Estádio Bessa XXI, no dia 25.07.2020, entre a Boavista Futebol Clube – Futebol, SAD e a Rio Ave Futebol Clube – Futebol, SDUQ, Lda, a contar para a 34.ª jornada da Liga NOS, a contar para 2.ª jornada da LIGA NOS e, concretamente, as referentes ao camarote atribuído ao clube visitante [Rio Ave Futebol Clube – Futebol, SDUQ, Lda.], tribuna presidencial e Zona técnica dos balneários e acesso ao relvado; d) Notificação do Departamento competente da Liga Portugal para remeter, aos autos, a

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gravação das imagens televisivas concernentes ao jogo em referência, concretamente desde o apito final até à realização da Superflash; e) Notificação do Diretor Geral da Rio Ave Futebol Clube – Futebol, SDUQ, Lda. [Marco Aurélio Alves Silva Carvalho], com vista à sua inquirição, na qualidade de testemunha e, bem assim, para prestar esclarecimentos na sequência do seu depoimento; f) Notificação do Departamento competente da Liga Portugal para proceder à junção, aos autos, da Certidão Permanente da Rio Ave Futebol Clube – Futebol, SDUQ, Lda., em vigor a 25 de julho de 2020; g) Notificação do Departamento competente da Liga Portugal para, dentro da maior celeridade possível, proceder à junção, aos autos, do Modelo Agentes Desportivos (âmbito Plano de Retoma Progressiva da Competição – organização de jogo), relativo à Boavista Futebol Clube – Futebol, SAD, onde conste a identificação do Diretor de Campo daquela SAD, tendo por referência o jogo em apreço nestes autos; h) Junção, aos autos, das fichas individuais, contendo fotografia, dos seguintes agentes desportivos da Rio Ave SDUQ: a) os gerentes José Edmundo Alves Moreira Alexandre, Maria Alexandrina da Silva Costa Cruz e Ernesto Manuel da Costa Ramalho; b) o Diretor Geral [Marco Aurélio Alves Silva]; c) os jogadores João Pedro Loureiro da Costa, Eliseu Mendja Nadjack Soares Cassamá e Leandro da Silva Alves; d) os readaptadores físicos, Nuno Rodrigues e Rodolfo Monteiro; e) bem como o preparador físico, João Gualter Sousa (tudo conforme despachos e documentação melhor reproduzida a fls. 18 a 360). 4. Em 14 de janeiro de 2021, o Ilustre Inquiridor apresentou Relatório Final no âmbito dos sobreditos autos que correram termos sob o n.º 22-2019/2020, por via do qual, atenta a prova recolhida em sede de processo de inquérito, se propôs a conversão do aludido processo em processo disciplinar, tendo por Arguidos i) a Rio Ave Futebol Clube – Futebol, SDUQ, Lda.; (ii) os seguintes agentes desportivos afetos à Rio Ave SDUQ: Maria Alexandrina da Silva Costa Cruz, José Edmundo Alves Moreira Alexandre, Marco Aurélio Alves Silva, Eliseu Mendja Nadjack Soares Cassamá, Leandro da Silva Alves, João Pedro Loureiro da Costa, José Pedro da Silva Matos, Ricardo João da Silva Paulo Magalhães, José Pedro Gomes, Vítor Ramos, Nuno André Pereira Rodrigues, Rodolfo Fidalgo Monteiro, Lucas Domingues Piazon, Diogo José do Rosário Gomes Figueiras, Rúben Filipe dos Santos Vieira de Sousa Gonçalves, Jacinto Muondo Dala (Gelson Dala), Paulo Vítor Fagundes dos Anjos e Messias Rodrigues da Silva Junior, António da Silva Campos, André Filipe Monteiro Vilas Boas, Gualter Fernando Ferreira Pires, João Mário

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Ferreira Oliveira, João Gualter Sousa e João César Gomes Pereira; (iii) Nuno Miguel Cardoso Ribeiro, Diretor de campo da Boavista SAD; e (iv) o agente de arbitragem, David Silva, com vista a apurar a sua responsabilidade disciplinar à luz do disposto nos normativos conforme melhor discriminados no sobredito Relatório Final – cfr. fls. 15 e 361 a 402. 5. Por Acórdão da Secção Profissional do Conselho de Disciplina da Federação Portuguesa de Futebol (adiante, SP-CD), prolatado em 18 de janeiro de 2021, no âmbito do referido processo de inquérito n.º 22-2019/2020, relatado pelo Exmo. Sr. Conselheiro Coutinho de Almeida, foi determinada a conversão do processo de inquérito no presente processo disciplinar, ao abrigo do disposto nos n.ºs 1 e 2 do artigo 268.º do RDLPFP2020 – capa do processo e cf. fls. 406 a 459. 6. Em sequência, por despacho do Exmo. Sr. Presidente da CI, datado de 19 de janeiro de 2021, proferido nos termos da al. c) do artigo 210.º do RDLPFP2020, foi o presente processo distribuído ao Instrutor Sr. Dr. Rogério Macedo Oliveira e, subsequentemente, atento o disposto nos artigos 228.º n.ºs 2 e 3, 229.º n.ºs 1 e 2 e 268.º n.º 3 do RDLPFP2019, assumiu o mesmo as funções de instrutor, dando-se abertura e início à respetiva instrução – cf. fls. 471 e ss.. 7. Ora, tendo presente o enquadramento supra enunciado, foi escopo do presente processo disciplinar, averiguar da eventual existência de infrações disciplinares, mais concretamente, a) o comportamento de agentes desportivos da Rio Ave Futebol Clube – Futebol, SDUQ, Lda., que assistiram ao jogo no Camarote do Estádio Bessa XXI e, bem assim, aqueles que da predita SAD assistiram ao mesmo na Tribuna presidencial; b) a entrada de agentes desportivos da Rio Ave Futebol Clube – Futebol, SDUQ, Lda. na designada Zona Técnica, sem que para tal estivessem autorizados, bem como a ausência do reporte de tal factualidade, ao delegado da Liga, por parte do Diretor de Campo da Boavista Futebol Clube – Futebol, SAD; c) os eventuais festejos, no final do jogo e já no relvado, alegadamente sem máscara, por parte de alguns de elementos afetos à Rio Ave SDUQ, e d) a ausência de relato, desta última factualidade, por parte da equipa de arbitragem, tudo, tendo por referência o jogo oficialmente identificado sob o n.º 13406, realizado no Estádio Bessa XXI, no dia 25.07.2020, entre a Boavista Futebol Clube – Futebol, SAD e a Rio Ave Futebol Clube – Futebol, SDUQ, Lda, a contar para a 34.ª jornada da Liga NOS – cf. fls. 1 e 4.

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8. Entre os dias 21 de janeiro de 2021 e 22 de janeiro de 2021, foram os arguidos notificados, nos termos e para os efeitos do disposto no artigo 227.º do RD LPFP 2020-21, conforme despachos e notificações melhor reproduzidos a fls. 472 a 805. 9. Como diligências instrutórias, foi concomitantemente ordenada a junção, aos presentes autos, do extrato disciplinar dos arguidos (apud fls. 809 a 842). 10. Notificados os arguidos nos termos e para os efeitos supracitados, somente apresentaram pronúncia escrita os arguidos David Silva, agente de arbitragem [fls. 807 a 808], Rio Ave Futebol Clube – Futebol, SDUQ, Lda., Maria Alexandrina da Silva Costa Cruz, José Edmundo Alves Moreira Alexandre, Marco Aurélio Alves Silva Carvalho, Leandro da Silva Alves, João Pedro Loureiro da Costa, José Pedro da Silva Matos , Ricardo João da Silva Paulo Magalhães, Jacinto Muondo Dala (Gelson Dala), José Pedro Maia Gomes, Vítor Bruno Peixoto Ramos, Rodolfo Fidalgo Monteiro, Nuno André Pereira Rodrigues, André Filipe Monteiro Vilas Boas e Gualter Fernando Ferreira Pires, conforme pronúncia melhor reproduzida a fls. 844 a 862, e Nuno Miguel Cardoso Ribeiro, Diretor de campo da Boavista SAD [cf. fls. 864 a 867]. 11. O processo encontra-se, ainda, autuado, com toda a documentação e material probatório, acima enunciada, e reunida no âmbito do processo de inquérito n.º 22-2019/2020 (cf. fls. 1 a 469).

§2. Relatório final com proposta de arquivamento e acusação

12. Finda a fase de instrução, o Ilustre Instrutor designado exarou relatório final com proposta de arquivamento, parcial, dos presentes autos – cujo teor se dá aqui por integralmente reproduzido, quanto: (i) À prática indiciada da infração disciplinar p. e p. no artigo 141.º do RDLPFP2019 [Inobservância de outros deveres], por violação das disposições conjugadas do artigo 60.º do Regulamento das Competições Organizadas pela Liga Portuguesa de Futebol3 (doravante, RCLPFP19) e do Plano de Ação de Retoma Progressiva à Competição [1. Pré-Match – Credenciação; e 2. Jogo – Zona Técnica],relativamente ao Diretor de imprensa da Rio Ave

3 Aprovado na Assembleia Geral Extraordinária de 27 de Junho de 2011, com as alterações aprovadas nas Assembleias Gerais Extraordinárias de 27 de junho de 2011, 14 de dezembro de 2011, 21 de maio de 2012, 28 de junho de 2012, 27 de junho de 2013, 20 de junho de 2014, 19 e 29 de junho de 2015, 21 de outubro de 2015, 15 de março de 2016, 28 de junho de 2016, 07 de fevereiro de 2017, 12 de junho de 2017, 29 de dezembro de 2017, 27 de fevereiro de 2018, 27 abril de 2018, 25 de maio de 2018, 29 de junho de 2018 e 22 de maio de 2019 Página 9 de 85

Futebol Clube – Futebol, SDUQ, Lda.4 [Vítor Bruno Peixoto Ramos], entendendo que os elementos probatórios carreados para os autos não permitiam concluir pela suficiência/existência de indícios. Sustenta o Ilustre Instrutor que «[n]a verdade, nos termos do referido Plano de Acção de Retoma Progressiva à Competição [2. Jogo & Intervalo], e à data do jogo em apreço nos autos, os Directores de imprensa podiam «estar na zona técnica nos jogos disputados na qualidade de visitado e visitante (1 elemento)» - cfr. fls. 230. Acresce, que o Arguido Vítor Ramos foi inscrito, na qualidade de Director de imprensa da Rio Ave SAD, na ficha técnica de jogo, conforme documentação junta aos autos pelo próprio Arguido [cfr. fls. 852].». Aderindo aos fundamentos expostos, entendemos que aquela factualidade relativa ao arguido Vítor Ramos não apresenta relevância disciplinar, porquanto se mostra que o mesmo, na qualidade de Diretor de Imprensa da Rio Ave FC, se mostrava habilitado a estar na zona técnica. Sendo certo, que subsiste a avaliação da responsabilidade disciplinar do referido arguido por violação do disposto no artigo 19.º n.º 1 do RD, tendo por referência o citado Plano de Acção de Retoma Progressiva à Competição [1. Enquadramento; e 2. Jogo & Intervalo – Diretores de imprensa], atenta a presença do arguido, no relvado, sem máscara facial. (ii) À prática indiciada da infração p. e p. no artigo 141.º do RDLPFP 2019 [Inobservância de outros deveres], por violação das disposições conjugadas do artigo 54.º, n.º 6, al. h) e artigo 60.º, ambos do RCLPFP2019, tendo por referência o Plano de Acção de Retoma Progressiva à Competição [2. Jogo – Zona Técnica], quanto ao arguido Nuno Miguel Cardoso Ribeiro [Diretor de campo da Boavista Futebol Clube – Futebol, SAD]. Sufraga o Ilustre Instrutor que a conjugação dos elementos probatórios reunidos nos autos e a sua pronúncia, permitem concluir pela inexistência de indícios da aludida prática da infração disciplinar. Destarte, nas suas conclusões, que se passam a reproduzir, “de facto, os Delegados da Liga fizeram constar, como ocorrência autónoma, no seu Relatório de Delegado, que «Logo após o final do jogo diversos elementos do staff da equipa visitante que não constavam na ficha de jogo acederam à zona técnica e relvado para festejar o apuramento europeu da sua equipa, tendo ali permanecido vários minutos estando alguns desses indivíduos sem máscara. Não foi possível identificar os elementos por se terem misturado nos festejos com

4 Adiante, Rio Ave FC. Página 10 de 85

os jogadores e os agentes desportivos dos bancos de suplentes e suplementar tendo, inclusive, a iluminação artificial sido reduzida nesse período» - cfr. fls. 12. Por outro lado, no Boletim de Segurança Final subscrito pelo Director de Segurança da Boavista SAD [Nuno Ferreira], foi feito constar que «No final do jogo, elementos da comitiva da equipa visitante que estavam no camarote atribuído ao visitante, invadiram a tribuna presidencial para se juntarem aos elementos ali presentes. De seguida, deslocaram-se todos pelas escadas em direção aos balneários juntamente com os elementos da equipa visitante que estavam na tribuna de imprensa e após terem sido impedidos (por não constarem na ficha de jogo) de entrar na zona técnica dos bancários pelos ARDs Ferreira e Lourenço ali presentes, forçaram a entrada, gritando “eu pago a multa”. De seguida dirigiram-se para o relvado, tendo os delegados da Liga presenciado a entrada e a presença dos mesmos no relvado. Foi também presenciado pelo Director de Campo. De notar que permaneceram no relvado sem máscara de proteção, também presenciado pelos Delegados da Liga» - cfr. fls. 42 a 43. Existem, assim, elementos suficientes nos autos para concluir que, não só o Arguido cumpriu com o seu dever de reporte como, tendo presenciado a factualidade vinda de enunciar e levada a Relatório de Delegado e Boletim de Segurança Final, teve ainda razão para, em boa fé, crer que a mesma, uma vez presenciada pelos Delegados da Liga e Director de Segurança, não deixaria de constar nos relatórios por aqueles elaborados e subscritos, como aliás constou, assim ficando salvaguardado o princípio da acção disciplinar». Ora, na verdade, consultados os elementos probatórios constantes dos autos, e acabados de aduzir, aderimos às conclusões do Ilustre Instrutor no sentido de não se mostrarem verificados os indícios da prática da sobredita infração disciplinar p. e p. no artigo 141.º do RDLPFP 2019 [Inobservância de outros deveres], por violação das disposições conjugadas do artigo 54.º, n.º 6, al. h) e artigo 60.º, ambos do RCLPFP2019, tendo por referência o Plano de Acção de Retoma Progressiva à Competição [2. Jogo – Zona Técnica], no que tange ao arguido Nuno Miguel Cardoso Ribeiro. 13. Ademais, considerou o Ilustre Instrutor existirem indícios suficientes da prática de infrações disciplinares por parte dos demais arguidos. Em termos sumários, resulta do libelo acusatório a imputação: 1. À Rio Ave Futebol Clube – Futebol, SDUQ, de uma infração disciplinar p. e p. nos termos do disposto no artigo 127.º do RD [Inobservância de outros deveres], por violação do artigo 19.º n.º 1 do citado RD, tendo por referência o Plano de Acção de

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Retoma Progressiva à Competição [1. Enquadramento; e 2. Jogo – Tribunas e Camarotes]; 2. A Maria Alexandrina da Silva Costa Cruz, gerente da Rio Ave Futebol Clube – Futebol, SDUQ, de uma infração disciplinar p. e p. nos termos do disposto no artigo 141.º do RD LPFP 2019-20 [Inobservância de outros deveres], por violação do disposto no artigo 19.º n.º 1 do citado RD, tendo por referência o Plano de Acção de Retoma Progressiva à Competição [1. Enquadramento; e 2. Jogo – Tribunas e Camarotes]; 3. A José Edmundo Alves Moreira Alexandre, gerente da Rio Ave Futebol Clube – Futebol, SDUQ, Lda., de três infrações disciplinares p. e p., cada uma, nos termos do disposto no artigo 141.º do RD LPFP 2019-20 [Inobservância de outros deveres], por violação, respetivamente: a) do disposto no artigo 19.º n.º 1 do citado RD, tendo por referência o Plano de Acção de Retoma Progressiva à Competição [1. Enquadramento; e 2. Jogo – Tribunas e Camarotes]; b) das disposições conjugadas do artigo 60.º do RC LPFP 2019-20 e do Plano de Acção de Retoma Progressiva à Competição [1. Pré-Match – Credenciação; e 2. Jogo – Zona Técnica]; e c) do disposto no artigo 19.º n.º 1 do citado RD, tendo por referência o Plano de Acção de Retoma Progressiva à Competição [1. Enquadramento; e 2. Jogo – Bancos Suplentes e Suplementares]; 4. A Marco Aurélio Alves Silva, Director geral da Rio Ave Futebol Clube – Futebol, SDUQ, Lda., de duas infrações disciplinares p. e p., cada uma, nos termos do disposto no artigo 141.º do RD LPFP 2019-20 [Inobservância de outros deveres], por violação: a) do disposto no artigo 19.º n.º 1 do citado RD, tendo por referência o Plano de Acção de Retoma Progressiva à Competição [1. Enquadramento; e 2. Jogo – Tribunas e Camarotes]; e b) das disposições conjugadas do artigo 60.º do RC LPFP 2019-20 e do Plano de Acção de Retoma Progressiva à Competição [1. Pré-Match – Credenciação; e 2. Jogo – Zona Técnica] ; 5. A Eliseu Mendja Nadjack Soares Cassamá, jogador da Rio Ave Futebol Clube – Futebol, SDUQ, Lda., de três infrações disciplinares p. e p., cada uma, nos termos do disposto no artigo 167.º do RD LPFP 2019-20 [Inobservância de outros deveres], por violação, respetivamente: a) do disposto no artigo 19.º n.º 1 do citado RD, tendo por referência o Plano de Acção de Retoma Progressiva à Competição [1. Enquadramento; e 2. Jogo – Tribunas e Camarotes] ; b) das disposições conjugadas do artigo 60.º do RC LPFP 2019-20 e do Plano de Acção de Retoma Progressiva à Competição [1. Pré-Match

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– Credenciação; e 2. Jogo – Zona Técnica]; e c) do disposto no artigo 19.º n.º 1 do citado RD, tendo por referência o Plano de Acção de Retoma Progressiva à Competição [1. Enquadramento; e 2. Jogo – Bancos Suplentes e Suplementares]; 6. A Leandro da Silva Alves, jogador da Rio Ave Futebol Clube – Futebol, SDUQ, Lda, cometeu de duas infrações disciplinares p. e p., cada uma, nos termos do disposto no artigo 167.º do RD LPFP 2019-20 [Inobservância de outros deveres], por violação, respetivamente: a) das disposições conjugadas do artigo 60.º do RC LPFP 2019-20 e do Plano de Acção de Retoma Progressiva à Competição [1. Pré-Match – Credenciação; e 2. Jogo – Zona Técnica]; e b) do disposto no artigo 19.º n.º 1 do citado RD, tendo por referência o Plano de Acção de Retoma Progressiva à Competição [1. Enquadramento; e 2. Jogo – Bancos Suplentes e Suplementares]; 7. A João Pedro Loureiro da Costa, jogador da Rio Ave Futebol Clube – Futebol, SDUQ, Lda., de duas infrações disciplinares p. e p., cada uma, nos termos do disposto no artigo 167.º do RD LPFP 2019-20 [Inobservância de outros deveres], por violação, respetivamente: a) das disposições conjugadas do artigo 60.º do RC LPFP 2019-20 e do Plano de Acção de Retoma Progressiva à Competição [1. Pré-Match – Credenciação; e 2. Jogo – Zona Técnica]; e b) do disposto no artigo 19.º n.º 1 do citado RD, tendo por referência o Plano de Acção de Retoma Progressiva à Competição [1. Enquadramento; e 2. Jogo – Bancos Suplentes e Suplementares]; 8. A José Pedro da Silva Matos, fisioterapeuta da Rio Ave Futebol Clube – Futebol, SDUQ, Lda., de duas infracções disciplinares p. e p., cada uma, nos termos do disposto no artigo 141.º [Inobservância de outros deveres], ex vi artigo 171.º n.º 1 [Remissão para os factos dos dirigentes desportivos], ambos do RD LPFP 2019-20, por violação, respetivamente: a) das disposições conjugadas do artigo 60.º do RC LPFP 2019-20 e do Plano de Acção de Retoma Progressiva à Competição [1. Pré-Match – Credenciação; e 2. Jogo – Zona Técnica]; e b) do disposto no artigo 19.º n.º 1 do citado RD, tendo por referência o Plano de Acção de Retoma Progressiva à Competição [1. Enquadramento; e 2. Jogo – Bancos Suplentes e Suplementares]; 9. A Ricardo João da Silva Paulo Magalhães, Oficial de Ligação aos Adeptos (OLA) da Rio Ave Futebol Clube – Futebol, SDUQ, Lda, de duas infrações disciplinares p. e p., cada uma, nos termos do disposto no artigo 141.º [Inobservância de outros deveres], ex vi artigo 171.º n.º 1 [Remissão para os factos dos dirigentes desportivos], ambos do RD

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LPFP 2019-20, por violação, respetivamente: a) das disposições conjugadas do artigo 60.º do RC LPFP 2019-20 e do Plano de Acção de Retoma Progressiva à Competição [1. Pré-Match – Credenciação; e 2. Jogo – Zona Técnica]; b) do disposto no artigo 19.º n.º 1 do citado RD, tendo por referência o Plano de Acção de Retoma Progressiva à Competição [1. Enquadramento; e 2. Jogo – Bancos Suplentes e Suplementares]; 10. A José Pedro Gomes, vídeo-analista da Rio Ave Futebol Clube – Futebol, SDUQ, Lda, de duas infrações disciplinares p. e p., cada uma, nos termos do disposto no artigo 141.º [Inobservância de outros deveres], ex vi artigo 171.º n.º 1 [Remissão para os factos dos dirigentes desportivos], ambos do RD LPFP 2019-20, por violação, respetivamente: a) das disposições conjugadas do artigo 60.º do RC LPFP 2019-20 e do Plano de Acção de Retoma Progressiva à Competição [1. Pré-Match – Credenciação; e 2. Jogo – Zona Técnica]; b) do disposto no artigo 19.º n.º 1 do citado RD, tendo por referência o Plano de Acção de Retoma Progressiva à Competição [1. Enquadramento; e 2. Jogo – Bancos Suplentes e Suplementares]; 11. A Vítor Bruno Peixoto Ramos, Diretor de comunicação/imprensa da Rio Ave Futebol Clube – Futebol, SDUQ, Lda., de uma infração disciplinar p. e p. nos termos do disposto no artigo 141.º do RD LPFP 2019-20 [Inobservância de outros deveres], por violação do disposto no artigo 19.º n.º 1 do citado RD, tendo por referência o Plano de Acção de Retoma Progressiva à Competição [1. Enquadramento; e 2. Jogo – Bancos Suplentes e Suplementares]; 12. A Rodolfo Fidalgo Monteiro, readaptador físico da Rio Ave Futebol Clube – Futebol, SDUQ, Lda., de duas infrações disciplinares p. e p., cada uma, nos termos do disposto no artigo 141.º [Inobservância de outros deveres], ex vi artigo 171.º n.º 1 [Remissão para os factos dos dirigentes desportivos], ambos do RD LPFP 2019-20, por violação, respetivamente: a) das disposições conjugadas do artigo 60.º do RC LPFP 2019- 20 e do Plano de Acção de Retoma Progressiva à Competição [1. Pré-Match – Credenciação; e 2. Jogo – Zona Técnica]; e b) do disposto no artigo 19.º n.º 1 do citado RD, tendo por referência o Plano de Acção de Retoma Progressiva à Competição [1. Enquadramento; e 2. Jogo – Bancos Suplentes e Suplementares]; 13. A Nuno André Pereira Rodrigues, readaptador físico da Rio Ave Futebol Clube – Futebol, SDUQ, Lda., de uma infração disciplinar p. e p. nos termos do disposto no artigo 141.º [Inobservância de outros deveres], ex vi artigo 171.º n.º 1 [Remissão para os factos

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dos dirigentes desportivos], ambos do RD LPFP 2019-20, por violação das disposições conjugadas do artigo 60.º do RC LPFP 2019-20 e do Plano de Acção de Retoma Progressiva à Competição [1. Pré-Match – Credenciação; e 2. Jogo – Zona Técnica]; 14. A Lucas Domingues Piazon, jogador da Rio Ave Futebol Clube – Futebol, SDUQ, Lda., de uma infração disciplinar p. e p. nos termos do disposto no artigo 167.º do RD LPFP 2019-20 [Inobservância de outros deveres], por violação do disposto no artigo 19.º n.º 1 do citado RD, tendo por referência o Plano de Acção de Retoma Progressiva à Competição [1. Enquadramento; e 2. Jogo – Bancos Suplentes e Suplementares]; 15. A Diogo José do Rosário Gomes Figueiras, jogador da Rio Ave Futebol Clube – Futebol, SDUQ, Lda., de uma infração disciplinar p. e p. nos termos do disposto no artigo 167.º do RD LPFP 2019-20 [Inobservância de outros deveres], por violação do disposto no artigo 19.º n.º 1 do citado RD, tendo por referência o Plano de Acção de Retoma Progressiva à Competição [1. Enquadramento; e 2. Jogo – Bancos Suplentes e Suplementares]; 16. A Rúben Filipe dos Santos Vieira de Sousa Gonçalves, jogador da Rio Ave Futebol Clube – Futebol, SDUQ, Lda., de uma infração disciplinar p. e p. nos termos do disposto no artigo 167.º do RD LPFP 2019-20 [Inobservância de outros deveres], por violação do disposto no artigo 19.º n.º 1 do citado RD, tendo por referência o Plano de Acção de Retoma Progressiva à Competição [1. Enquadramento; e 2. Jogo – Bancos Suplentes e Suplementares]; 17. A Jacinto Muondo Dala (Gelson Dala), jogador da Rio Ave Futebol Clube – Futebol, SDUQ, Lda., de uma infração disciplinar p. e p. nos termos do disposto no artigo 167.º do RD LPFP 2019-20 [Inobservância de outros deveres], por violação do disposto no artigo 19.º n.º 1 do citado RD, tendo por referência o Plano de Acção de Retoma Progressiva à Competição [1. Enquadramento; e 2. Jogo – Bancos Suplentes e Suplementares]; 18. A Paulo Vítor Fagundes dos Anjos, jogador da Rio Ave Futebol Clube – Futebol, SDUQ, Lda., de uma infração disciplinar p. e p. nos termos do disposto no artigo 167.º do RD LPFP 2019-20 [Inobservância de outros deveres], por violação do disposto no artigo 19.º n.º 1 do citado RD, tendo por referência o Plano de Acção de Retoma Progressiva à Competição [1. Enquadramento; e 2. Jogo – Bancos Suplentes e Suplementares];

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19. A Messias Rodrigues da Silva Junior, jogador da Rio Ave Futebol Clube – Futebol, SDUQ, Lda., de uma infração disciplinar p. e p. nos termos do disposto no artigo 167.º do RD LPFP 2019-20 [Inobservância de outros deveres], por violação do disposto no artigo 19.º n.º 1 do citado RD, tendo por referência o Plano de Acção de Retoma Progressiva à Competição [1. Enquadramento; e 2. Jogo – Bancos Suplentes e Suplementares]; 20. A António da Silva Campos, delegado ao jogo da Rio Ave Futebol Clube – Futebol, SDUQ, Lda., de uma infração disciplinar p. e p. nos termos do disposto no artigo 141.º [Inobservância de outros deveres], ex vi artigo 168.º n.º 1 [Disposições gerais], ambos do RD LPFP 2019-20, por violação do disposto no artigo 19.º n.º 1 do citado RD, tendo por referência o Plano de Acção de Retoma Progressiva à Competição [1. Enquadramento; e 2. Jogo – Bancos Suplentes e Suplementares]; 21. A André Filipe Monteiro Vilas Boas, delegado ao jogo da Rio Ave Futebol Clube – Futebol, SDUQ, Lda., de uma infração disciplinar p. e p. nos termos do disposto no artigo 141.º [Inobservância de outros deveres], ex vi artigo 168.º n.º 1 [Disposições gerais], ambos do RD LPFP 2019-20, por violação do disposto no artigo 19.º n.º 1 do citado RD, tendo por referência o Plano de Acção de Retoma Progressiva à Competição [1. Enquadramento; e 2. Jogo – Bancos Suplentes e Suplementares]; 22. A João Mário Ferreira Oliveira, treinador-adjunto da Rio Ave Futebol Clube – Futebol, SDUQ, Lda., de uma infração disciplinar p. e p. nos termos do disposto no artigo 141.º [Inobservância de outros deveres], ex vi artigo 168.º n.º 1 [Disposições gerais], ambos do RD LPFP 2019-20, por violação do disposto no artigo 19.º n.º 1 do citado RD, tendo por referência o Plano de Acção de Retoma Progressiva à Competição [1. Enquadramento; e 2. Jogo – Bancos Suplentes e Suplementares]; 23. A João César Gomes Pereira, Auxiliar técnico da Rio Ave Futebol Clube – Futebol, SDUQ, Lda., de uma infração disciplinar p. e p. nos termos do disposto no artigo 141.º [Inobservância de outros deveres], ex vi artigo 168.º n.º 1 [Disposições gerais], ambos do RD LPFP 2019-20, por violação do disposto no artigo 19.º n.º 1 do citado RD, tendo por referência o Plano de Acção de Retoma Progressiva à Competição [1. Enquadramento; e 2. Jogo – Bancos Suplentes e Suplementares]; 24. A Gualter Fernando Ferreira Pires, Team Manager da Rio Ave Futebol Clube – Futebol, SDUQ, Lda, de uma infração disciplinar p. e p. nos termos do disposto no artigo

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141.º [Inobservância de outros deveres], ex vi artigo 171.º n.º 1 [Remissão para os factos dos dirigentes desportivos], ambos do RD LPFP 2019-20, por violação do disposto no artigo 19.º n.º 1 do citado RD, tendo por referência o Plano de Acção de Retoma Progressiva à Competição [1. Enquadramento; e 2. Jogo – Bancos Suplentes e Suplementares]; 25. A João Gualter Azevedo Meireles de Sousa, preparador físico da Rio Ave Futebol Clube – Futebol, SDUQ, Lda., de uma infracção disciplinar p. e p. nos termos do disposto no artigo 141.º [Inobservância de outros deveres], ex vi artigo 171.º n.º 1 [Remissão para os factos dos dirigentes desportivos], ambos do RD LPFP 2019-20, por violação do disposto no artigo 19.º n.º 1 do citado RD, tendo por referência o Plano de Acção de Retoma Progressiva à Competição [1. Enquadramento; e 2. Jogo – Bancos Suplentes e Suplementares]; 26. A David Rafael Oliveira da Silva, agente de arbitragem, de uma infração disciplinar p. e p. nos termos do disposto no artigo 204.º n.º 1 [Incumprimento dos deveres em geral], ambos do RD LPFP 2019-20, por violação das disposições conjugadas dos artigos 4.º n.º 3, 10.º n.º 2 alíneas a), f) e g), 11.º n.º 1, todos do RA LPFP 2019-20, e artigos 2.º n.º 3 e 20.º n.º 2 alíneas a) e d), todos do RA FPF 2019-20, e Lei 06 – Os outros elementos da equipa de arbitragem, no seu ponto 2, sob a epígrafe «4.º árbitro» das Leis do Jogo 19/20 [IFAB – The International Football Association Board]. - vide acusação datada de 18 de fevereiro de 2021, constante de fls. 878 a 929 14. A indiciação lançada em sede de acusação apresenta-se sustentada na prova produzida nos autos, nomeadamente na já referida nos pontos 3., 9. e 11. do presente Acórdão.

§3. Audiência Disciplinar

15. Conforme o disposto no artigo 237.º do RDLPFP, remetidos os autos à Secção Disciplinar, se nada obstar ao seu recebimento, a Exma. Sra. Presidente do Conselho de Disciplina da FPF ordena a notificação da acusação ao arguido e procede ao agendamento de uma audiência disciplinar para um dos 10 dias úteis seguintes. 16. Destarte, por despacho datado de 26 de fevereiro 2021, constante a fls. 932 e 933, a Exma. Sra. Presidente do Conselho de Disciplina da FPF, (i) distribuiu os presentes autos ao ora

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Relator; e (ii) designou o dia 11 de março de 2021, como data da audiência disciplinar, a realizar perante o Relator. 17. Por via do sobredito despacho foram, desde logo, notificados a Comissão de Instrutores, os Arguidos e respetivos Mandatários para, em 2 dias, informarem se, nos termos e para os efeitos do artigo 6.º-B, n.º 5, al. c), da Lei n.º 1-A/2020, de 19 de março, na redação resultante da Lei n.º 4-B/2021, de 1 de fevereiro, aceitavam e tinham meios para garantir a realização da audiência disciplinar, na data designada, em sala virtual, através de videoconferência pela plataforma informática Microsoft Teams®, e se acordavam que a eventual prova a produzir fosse produzida através do referido meio. 18. Mais se fez constar em tal despacho que, na eventualidade de um dos intervenientes processuais não manifestar, no aludido prazo, concordância expressa com a realização da audiência disciplinar nos termos supra enunciados, os prazos para a prática de atos no presente processo considerar-se-iam suspensos, em obediência ao preceituado no artigo 6.º-C, n.º 1, al. b), da Lei n.º 1-A/2020, de 19 de março, na redação resultante da Lei n.º 4-B/2021, de 1 de fevereiro. 19. Em resposta àquela notificação a Comissão de Instrutores fez saber que «aceita e tem meios para garantir a realização da audiência disciplinar, na data designada, em sala virtual, através de videoconferência pela plataforma informática Teams (…) e acorda que a eventual prova a produzir seja produzida através do referido meio» (cf. fls. 971). Por sua vez, o Arguido David Rafael Oliveira da Silva, através do seu Ilustre Mandatário, veio informar os autos, em 3 de março de 2021, quanto à sua oposição à realização da audiência disciplinar por via de videoconferência «porquanto o seu Mandatário não tem, na presente data ou até dia 11 de Março, condições logísticas e familiares para participar na referida audiência pelos referidos meios» (cf. fls. 985 e 986). No que concerne, aos demais Arguidos, nada foi junto aos autos no prazo fixado no sobredito despacho. 20. Em face do exposto, o Relator proferiu despacho, datado de 4 de março de 2021, dando sem efeito a data inicialmente agendada para a realização da audiência disciplinar e deixando consignado que os presentes autos se mostravam suspensos, atento o regime presente no artigo 6.º-C, n.º 1, al. b), da Lei n.º 1-A/2020, de 19 de março, na redação introduzida pela Lei n.º 4- B/2021, de 1 de fevereiro, e enquanto o predito regime vigorar. Isto sem prejuízo de os sujeitos processuais, nomeadamente os Arguidos, virem a qualquer momento – no decurso da vigência da referida lei – dar o seu consentimento, situação que conduziria ao prosseguimento dos autos.

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Outrossim, foi dada nota de que se mostravam suspensos os prazos de prescrição e caducidade relativos aos presentes autos, conforme deflui expressamente do estatuído no n.º 3 do aludido artigo 6.º-C. 21. Por sua vez, a Lei n.º 13-B/2021, de 5 de abril (que procede à décima alteração da Lei n.º 1-A/2020, de 19 de março), entrou em vigor no dia 6 de abril de 2021 (vide o seu artigo 7.º), e, através do seu artigo 6.º, procedeu à revogação dos artigos 6.º-B e 6.º-C da Lei n.º 1-A/2020, de 19 de março (na redação que lhes tinha sido dada pela Lei n.º 4-B/2021, de 1 de fevereiro), fazendo, assim, e a partir da data da sua entrada em vigor, cessar o regime de suspensão de prazos referido no considerando anterior. 22. Nesse sentido, por despacho datado de 6 de abril de 2021, mostrando-se revogado o regime legal por força do qual foi declarada a suspensão de prazos nestes autos (e dada sem efeito a data anteriormente agendada para realização da audiência disciplinar), não se encontrando, àquela data, qualquer prazo em curso, e tendo os arguidos sido notificados da acusação, determinou prosseguimento dos autos, nomeadamente designando o dia 14 de abril de 2021, pelas 9h30m, para a audiência disciplinar, em sala virtual, a realizar através de videoconferência, na plataforma informática Microsoft Teams® (cf. fls. 1023 e 1024). 23. O arguido David Rafael Oliveira da Silva, através do seu Ilustre Mandatário, veio apresentar requerimento, de fls., ao abrigo do artigo 244.º do RDLPFP, solicitando «a alteração da data para a realização da audiência disciplinar, atendendo que nesse mesmo dia, pelas 9:15h, o seu Mandatário tem já uma audiência de julgamento agendado», indicando três datas alternativas. 24. Por despacho de 9 de abril de 2021, o Relator indeferiu o pedido de adiamento da audiência disciplinar, uma vez que à decisão de adiamento da audiência disciplinar «não pode ser alheia a ponderação da devida celeridade do procedimento disciplinar, que se funda nas próprias garantias de todos os arguidos (…) Outrossim, à tomada de decisão não poderá ser estranho o facto de o arguido David Rafael Oliveira da Silva ter outorgado uma procuração ao Ilustre Mandatário subscritor do requerimento (vide fls. 987), com a expressa previsão da possibilidade de este substabelecer (…) Em face do exposto, não se vê, pois, como a circunstância alegada do impedimento do Mandatário subscritor, atenta a expressa possibilidade de substabelecimento, possa colocar em crise qualquer violação das garantias de defesa e do direito de o arguido em causa, podendo este se ver acompanhado de defensor, assim pretendendo» (cf. fls. 1073 e 1074).

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25. Nesse seguimento, veio o arguido David Rafael Oliveira da Silva, através do seu Ilustre Mandatário, invocar a nulidade desse despacho, alegando, em síntese, que: (i) viola os direitos de defesa do arguido; (ii) o facto da procuração ter sido conferida com a faculdade de substabelecimento é apenas no pressuposto do arguido assim o entender, poder indicar outro Advogado ou Mandatário; (iii) existe fundamento constitucional, legal e regulamentar, para o adiamento da audiência disciplinar e o seu indeferimento viola o artigo 244.º do RDLPFP, bem como o artigo 32.º, n.º 3, da Constituição da República Portuguesa (cf. fls. 1108 a 1112). 26. Sobre aquele requerimento recaiu o despacho do Relator de 9 de abril de 2021, cuja fundamentação se deixa aqui por reproduzida: «1. A motivação do indeferimento da audiência disciplinar presente no sobredito despacho, assente na devida ponderação da celeridade do processo e da garantia dos direitos de todos os 26 arguidos nos autos, cumpriu os requisitos de fundamentação de facto e de direito – com a clareza, coerência e suficiência exigíveis – sendo inteligível pelo Ilustre Mandatário do arguido, como, aliás, atesta o argumentário de discordância com a mesma expresso no seu requerimento. Não resultando das razões apresentadas neste último qualquer alteração do quadro fáctico-jurídico que infirme os pressupostos daquela decisão; 2. Contrariamente ao sustentado no requerimento em apreço, resulta que o arguido mantém intactos os seus direitos de defesa, nomeadamente a assistência por Mandatário na data designada para audiência disciplinar, podendo fazer operar o substabelecimento presente na Procuração junta aos autos. Pelo que, soçobra o fundamento de nulidade invocado; 3. Sem prejuízo do acima referido, expostas as razões do indeferimento, tem o arguido ao seu dispor os legais meios de reação quanto ao decidido». 27. Os arguidos Lucas Domingues Piazon; João Mário Ferreira Oliveira; e João Gualter Azevedo Meireles de Sousa (cf. fls. 1101 a 1103), Rio Ave Futebol Clube – Futebol, SDUQ, Lda.; Maria Alexandrina da Silva Costa Cruz; José Edmundo Alves Moreira Alexandre; Leandro da Silva Alves; João Pedro Loureiro da Costa; José Pedro da Silva Matos; Ricardo João da Silva Paulo Magalhães; José Pedro Maia Gomes; Rodolfo Fidalgo Monteiro; Nuno André Pereira Rodrigues; Jacinto Muondo Dala (Gelson Dala); André Filipe Monteiro Vilas Boas; Gualter Fernando Ferreira Pires; Vítor Bruno Peixoto Ramos (cf. fls.), deram conta nos autos que prescindiam da sua participação na audiência disciplinar. 28. O arguido Diogo José do Rosário Gomes Figueiras, apresentou, a 14 de abril de 2021, requerimento de confissão integral e sem reservas.

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29. A audiência disciplinar realizou-se no dia indicado, contando com as presenças do ora Relator; do Ilustre representante da CI, Sr. Dr. Rogério Macedo Oliveira; dos arguidos Marco Aurélio Alves Silva Carvalho e David Rafael Oliveira da Silva; e do Sr. Dr. Manuel Oliveira, Mandatário dos Arguidos Rio Ave Futebol Clube – Futebol SDUQ, Maria Alexandrina da Silva Costa Cruz, José Edmundo Alves Moreira Alexandre, Leandro da Silva Alves, João Pedro da Silva Matos, Jacinto Muondo Dala (Gelson Dala), Ricardo João da Silva Paulo Magalhães, José Pedro Maia Gomes, Vítor Bruno Peixoto Ramos, Rodolfo Fidalgo Monteiro, Nuno André Pereira Rodrigues, André Filipe Monteiro Vilas Boas e Gualter Fernando Pereira Pires. 30. No início da audiência foi dada a palavra ao representante da Comissão de Instrutores para sustentar a acusação e, de seguida, ao Mandatário dos arguidos para contestar. Procedeu- se, de seguida, à tomada de declarações dos arguidos presentes. Culminando aquela audiência com as alegações do representante da CI, pugnando pela procedência da acusação, e com as alegações do Mandatário dos arguidos, sustentando a absolvição.

II – COMPETÊNCIA DO CONSELHO DE DISCIPLINA

31. De acordo com o artigo 43.º, n.º 1 do RJFD20085, compete a este Conselho, de acordo com a lei e com os regulamentos e sem prejuízo de outras competências atribuídas pelos estatutos e das competências da liga profissional, instaurar e arquivar procedimentos disciplinares e, colegialmente, apreciar e punir as infrações disciplinares em matéria desportiva. No mesmo sentido, dispõe o artigo 15.º do Regimento deste Conselho6.

III – QUESTÕES PRÉVIAS

§1. Da aplicação da lei no tempo

5 Aprovado pelo Decreto-Lei n.º 248-B/2008, de 31 de dezembro (regime jurídico das federações desportivas e do estatuto de utilidade pública desportiva) e alterado pelo artigo 4.º, alínea c), da Lei n.º 74/2013, de 6 de setembro (Cria o Tribunal Arbitral do Desporto e aprova a respetiva lei) e ainda pelos artigos 2.º e 4.º do Decreto-Lei n.º 93/2014, de 23 de junho, cujo texto consolidado constitui anexo a este último. O artigo 3.º da Lei nº 101/2017, de 28 de agosto, veio também a introduzir alterações neste regime, embora sem relevância neste domínio. 6 Disponível, na íntegra, na página da Federação Portuguesa de Futebol. Página 21 de 85

32. Sendo o presente acórdão prolatado na vigência do RDLPFP207, que entrou em vigor no dia 16 de setembro de 2020, na sequência da publicação do Comunicado Oficial n.º 83, datado de 15 de setembro de 2020, cumpre indagar se a sucessão de regimes regulamentares levanta, in casu, um problema de aplicação da lei no tempo. 33. Ora, desde já se avança que esse problema não se coloca. Com efeito, a disposição transitória 1.ª do novo Regulamento estatui o seguinte: «[o] presente Regulamento entra em vigor imediatamente após a publicação em comunicado oficial da deliberação de ratificação pela Assembleia-Geral da FPF, nos termos do artigo 47.º dos Estatutos Federativos». 34. Em linha com os anteriores corpos regulamentares em matéria disciplinar, o RDLPFP20 contém disposições específicas em matéria de aplicação no tempo, lendo-se no artigo 11.º o seguinte: «(...) 1. As sanções são determinadas pela norma punitiva vigente no momento da prática da infração disciplinar. 2. O facto punível como infração por norma legal ou regulamentar no momento da sua prática deixa de ser punível se, em virtude da entrada em vigor de nova disposição legal ou regulamentar, deixar de ser qualificado como infração disciplinar; no caso de já ter havido condenação, ainda que por decisão já definitiva na ordem jurídica desportiva, cessa de imediato a respetiva execução. 3. Quando a sanção aplicável no momento da prática do facto for diversa daquela que vigorar em momento posterior será sempre aplicado o regime que concretamente se mostrar mais favorável ao arguido, salvo se este já tiver sido condenado por decisão definitiva na ordem jurídica desportiva. (...) 6. As normas procedimentais previstas no presente Regulamento serão aplicáveis a todos os procedimentos instaurados após a sua entrada em vigor (...)». 35. Neste conspecto, uma vez que a factualidade que motivou a abertura do presente processo foi praticada antes da entrada em vigor do RDLPFP20, e tendo presente que o processo disciplinar foi instaurado ainda na vigência no RDLPFP19 (atente-se ao disposto no n.º 2 do artigo 268.º), o direito aplicável, tanto do ponto de vista substantivo como do ponto de vista processual-adjetivo, é o RDLPFP19.

7 Regulamento Disciplinar das Competições Organizadas pela Liga Portuguesa de Futebol Profissional aprovado na Assembleia Geral Extraordinária de 27 de junho de 2011, com as alterações aprovadas nas Assembleias Gerais Extraordinárias de 14 de dezembro de 2011, 21 de maio de 2012, 06 e 28 de junho de 2012, 27 de junho de 2013, 19 e 29 de junho de 2015, 08 de junho de 2016, 15 de junho de 2016 e 29 de maio, 13 de junho de 2017, 29 de dezembro de 2017, 13 de junho de 2018 e 29 de junho de 2018 e de 22 de maio de 2019 e de 28 de julho de 2020, ratificado na reunião da Assembleia Geral da FPF de 26 de agosto de 2020, doravante abreviado, por mera economia de texto, por RDLPFP20. O texto regulamentar encontra-se disponível, na íntegra, na página da LPFP. Página 22 de 85

36. Já no que concerne ao regime que concretamente se mostrar mais favorável aos arguidos, conforme ensinava CAVALEIRO DE FERREIRA, «(…) o carácter mais ou menos favorável da norma penal não depende apenas da sanção que comina (espécie e duração da pena) mas de todo o seu regime: número e qualidade dos elementos constitutivos do tipo criminal, disciplina das causas de justificação ou de exculpação, regulamentação das condições de punibilidade, das circunstâncias atenuantes ou agravantes, das causas de isenção da pena ou de extinção de responsabilidade penal”8. Certo é, porém, que a referência a "regime", em vez da mera menção a "normas", implica a ideia de que não se pode escolher de cada um dos regulamentos os preceitos isolados que forem mais favoráveis ao agente, antes se devendo aplicar um conjunto normativo (bloco) definidor do regime do instituto ou infração9. Deste modo, este trabalho não deve, porém, ser realizado norma a norma, naquilo que a jurisprudência e a doutrina vêm apelidando de ‘aplicação simbiótica das leis penais’, mas antolhando cada um dos regimes em bloco. 37. Sucede que, as infrações imputadas em sede de libelo acusatório, os sobreditos artigos 127.º, 141.º, 167.º e 204.º, em sede do RDLPFP20, não sofreram alterações – nem na sua hipótese, nem na sua estatuição. Por outro lado, não efluem do novo corpo regulamentar, em confrontação com o RDLPFP19, distintos normativos quanto à determinação da medida da sanção, quanto às circunstâncias atenuantes ou agravantes, ou distintas causas de isenção da sanção ou de extinção de responsabilidade disciplinar. Pelo que se dispensa o confronto entre os regimes jurídicos sucessivos no sentido de apurar qual o regime jurídico mais favorável à SAD arguida.

§2. Das alegadas causas de extinção da responsabilidade disciplinar

38. Invoca o arguido David Rafael Oliveira da Silva no memorial de defesa apresentado pelo seu Mandatário (vide fls. 986) que «por aplicação do n.º 1, 6 e 7, do artigo 23.º do mencionado Regulamento, o arguido vem ainda invocar, no que à sua pessoa concerne, a prescrição do

8 In Direito Penal Português – Parte Geral – Tomo I, Edição Sociedade Científica da Universidade Católica, 1982, pág. 124 9 Neste sentido, o Supremo Tribunal de Justiça, em assento datado de 15.02.1989, sufragou o seguinte entendimento: «Assim, não é lícito construir regimes particulares pela conjugação de elementos retirados de uma e outra lei, com o perigo da quebra de coerência e a obtenção de um resultado aberrante, ainda que concretamente vantajoso para o agente. Proíbe-se o que, em expressão curiosa, já se designou por ‘aplicação simbiótica das leis penais», in BMJ, nº 384, pp. 163 e ss. Página 23 de 85

procedimento disciplinar, por aplicação e todo o normativo do artigo 23.º do Regulamento Disciplinar, concretamente os seus n.ºs 6 e 7». 39. Apreciando, cumpre, ante omnia, referir que a prescrição do procedimento disciplinar é uma das causas de extinção da responsabilidade disciplinar e do conhecimento oficioso, no entanto tal causa de extinção não se verifica nos presentes autos, sendo aliás sintomático que ao arguido invocando-a nem sequer situa temporalmente quando teria ocorrido, vejamos: i) Tenhamos em conta os seguintes normativos do RDLPFP19, que se transcrevemos, na parte que para o caso interessa: « Artigo 23.º Prescrição do procedimento disciplinar

1. O procedimento disciplinar prescreve decorridos que sejam três anos, um ano ou 30 dias, consoante as infrações sejam, respetivamente, muito graves, graves ou leves, sobre a data em que a infração tenha sido cometida, sem prejuízo do disposto nos números seguintes. (..) 3. A contagem do prazo prescricional interrompe-se: a) com a instauração do procedimento disciplinar; b) com a realização da audiência disciplinar; 4. O prazo prescricional suspende-se: a) desde a instauração do procedimento disciplinar e até que seja deduzida acusação; (…) c) enquanto decorrer processo crime sobre os mesmos factos. 5. A suspensão do prazo prescricional cessa logo que o processo se encontre parado por prazo superior a dois meses por causa não imputável ao arguido, retomando-se a contagem do prazo suspenso, excetuando-se os casos da alínea c) do número anterior 6. Sem prejuízo do disposto no número anterior, a suspensão do prazo prescricional não pode exceder seis meses, excetuando-se os casos da alínea c) do n.º 4. (…) 7. A prescrição do procedimento disciplinar tem sempre lugar quando, desde o início da contagem do prazo respetivo e ressalvado o período de suspensão, tiver decorrido o prazo

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normal de prescrição acrescido de um quarto ou, no caso das infrações leves, o dobro da duração do prazo normal de prescrição. 8. O prazo da prescrição do procedimento disciplinar corre desde o dia em que o facto se tiver consumado. (…)» ii) Inteiremo-nos dos conceitos de interrupção e de suspensão de prazos para efeitos de prescrição. Ora, como é consabido, no âmbito da contagem de prazos para efeitos de prescrição, ocorrendo uma causa de interrupção, esta elimina o prazo já passado que, depois de cada interrupção, começa a correr de novo, ou seja, o prazo anterior fica sem efeito, dando lugar a nova contagem do prazo todo, enquanto que na suspensão, se ocorrer uma das causas, para a contagem do decurso do prazo de prescrição durante o evento legalmente previsto e ao tempo decorrido antes da verificação da causa de suspensão acresce, depois, o tempo decorrido após essa causa ter desaparecido10. Vale por dizer, o que distingue os efeitos da interrupção da prescrição dos efeitos da suspensão da prescrição é que, no primeiro caso, iniciando-se o prazo com a prática da infração, ocorrendo uma causa de interrupção, o prazo até aí decorrido fica inutilizado, começando então a correr um novo prazo, enquanto no segundo caso, ocorrendo uma causa de suspensão, o prazo que estava em curso não fica inutilizado, apenas deixa de correr durante o período fixado ou até ao desaparecimento do obstáculo legalmente previsto, voltando a partir daí a correr11; iii) Tendo presentes este quadro, o presente procedimento disciplinar iniciou-se em 27 de julho de 2020 – data da instauração de inquérito, data essa que, em consonância com a determinação de que processo de inquérito ficasse a constituir a fase instrutória do processo disciplinar, passou a ser a data da instauração do procedimento disciplinar, nos termos do disposto nos nºs 1 e 2 do artigo 268.º do RDLPFP2019, sendo que com essa data deu-se a interrupção do prazo prescricional; tendo o mesmo ficado suspenso nos termos da al. a) do n.º 4 do artigo 23.º; por seu turno, por força da pela Lei n.º 4-B/2021, de 1 de fevereiro, com entrada em vigor em 2 de fevereiro de 2021, foi determinado um regime de suspensão de prazos procedimentais em curso; tendo a a acusação sido deduzida em 18 de fevereiro de 2021; através da Lei n.º 13- B/2021, de 5 de abril (que procede à décima alteração da Lei n.º 1-A/2020, de 19 de março), que

10 Sobre esta temática no âmbito do direito penal, ver Figueiredo Dias, in “Direito Penal Português, As Consequências Jurídicas do Crime”, p.708 e ss. No âmbito contraordenacional, ver Ac. Rel. de Guimarães, de 25.09.2017 (Proc. 97/17.4T8GMR.G1). 11 Ac. da Rel. de Coimbra, de 21.02.2018 (Proc. 266/17.7T8CDN.C1). Página 25 de 85

entrou em vigor no dia 6 de abril de 2021 (vide o seu artigo 7.º), nomeadamente do seu artigo 6.º, procedeu-se à revogação dos artigos 6.º-B e 6.º-C da Lei n.º 1-A/2020, de 19 de março (na redação que lhes tinha sido dada pela Lei n.º 4-B/2021, de 1 de fevereiro), fazendo, assim, e a partir da data da sua entrada em vigor, cessar o regime de suspensão de prazos atrás referido; por fim, em 14 de abril de 2021, foi realizada a audiência disciplinar. iv) Em face do exposto, tendo presente a cronologia acima referida, e as causas de interrupção e suspensão legais e regulamentares mencionadas, não se mostra decorrido o prazo de prescrição do procedimento disciplinar, uma vez que desde o início da contagem do prazo respetivo e ressalvado o período de suspensão, ainda não decorreu o prazo de 60 dias (prazo normal de prescrição acrescido do dobro da duração do prazo normal de prescrição, que, no caso, por se tratarem de infrações leves, é de 30 dias). 40. Inexistem outras questões prévias que tenham sido suscitadas ou que importe conhecer, sendo que, os elementos constantes nos autos são bastantes para habilitar a tomada de decisão. Cumpre, assim, apreciar e decidir.

IV – FUNDAMENTAÇÃO DE FACTO

§1. A prova no direito disciplinar desportivo

41. Nem no RDLPFP, nem em qualquer outro diploma de natureza jusdisciplinar desportiva que regule as competições futebolísticas, encontramos uma resposta expressa à questão da valoração da prova em ambiente disciplinar desportivo. 42. Contudo, a redação do n.º 1 do artigo 16.º do RDLPFP permite-nos resolver, ainda que indiretamente, essa questão: «[n]a determinação da responsabilidade disciplinar é subsidiariamente aplicável o disposto no Código Penal e, na tramitação do respetivo procedimento, as regras constantes do Código de Procedimento Administrativo e, subsequentemente, do Código de Processo Penal, com as necessárias adaptações». 43. Neste enquadramento, quando se questiona e se procura indagar a base normativa para a valoração da prova pelo julgador, para efeitos do processo disciplinar desportivo e, especialmente, porque este assume natureza pública, o entendimento deste Conselho, que já antes ia nesse sentido, fica, por via daquele normativo, mais sedimentado e com respaldo

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regulamentar, ou seja, a resposta está nos princípios do direito penal e, em especial, nas regras do respetivo processo. 44. Portanto, é, sem dúvida, no processo penal que vamos encontrar um complexo normativo referencial também para a questão da valoração da prova no direito disciplinar desportivo, desde logo porque encontramos as normas processuais penais que são, pela sua própria natureza, aquelas que se colocam como mais garantísticas dos direitos de defesa dos arguidos, razão pela qual, nalguns casos e sempre com as necessárias adaptações, o processo penal pode e deve representar a matriz do direito sancionatório público (criminal, contraordenacional e disciplinar12). 45. Por outro lado, é também entendimento pacífico na nossa jurisprudência que ao processo disciplinar se deve aplicar a regra da “livre apreciação da prova” consagrada no artigo 127.º, do Código de Processo Penal13, o que bem se compreende, dadas as proximidades e as similitudes entre o processo disciplinar e o processo penal, designadamente no que respeita a alguns procedimentos e às garantias do arguido. 46. Na verdade, o artigo 127.º do Código de Processo Penal estatui que a prova é apreciada segundo as regras da experiência comum e a livre convicção da entidade competente, sem prejuízo, como é óbvio, do princípio da “presunção de inocência”, consagrado no artigo 32.º, n.º 2, da CRP, e do princípio “in dubio pro reo”, que igualmente fazem parte da dimensão jurídico- processual do princípio material da culpa. 47. Nesta conformidade, o julgador, no exercício do poder disciplinar – ou seja, a “entidade competente” de que nos fala o citado artigo 127.º, para o processo penal – tem a liberdade de formar a sua convicção sobre os factos submetidos à sua apreciação e ao seu julgamento, sendo que a livre apreciação da prova não pode nunca “ser entendida como uma operação puramente subjectiva pela qual se chega a uma conclusão unicamente por meio de impressões ou conjecturas de difícil ou impossível objectivação, mas valoração racional e crítica, de acordo com as regras comuns da lógica, da razão, das máximas da experiência e dos conhecimentos

12 A própria Constituição da República Portuguesa parece sufragar este entendimento quando, a propósito das garantias do processo criminal, estende a outros processos sancionatórios, de forma inequívoca, pelo menos algumas delas (cf. artigo 32.º, n.º 10). 13 Neste sentido ver, entre outros, o acórdão do Tribunal Central Administrativo Norte, processo n.º 03132/11.6BEPRT, de 20-05-2016; o acórdão do Tribunal Central Administrativo Sul, processo n.º 07455/11, de 12- 03-2015; o acórdão do Tribunal Central Administrativo Sul, processo n.º 06944/10, de 20-12-2012; o acórdão do Tribunal Central Administrativo Norte, processo n.º 00093/06.7BEVIS, de 09-12-2011; o acórdão do Tribunal Central Administrativo Sul, processo n.º 01717/06, de 05-11-2009; o acórdão do Tribunal Central Administrativo Sul, processo n.º 12372/03, de 29-09-2005; o acórdão do Tribunal Central Administrativo Sul, processo n.º 10842/01, de 11-03- 2004 (todos disponíveis em www.dgsi.pt). Página 27 de 85

científicos, que permita objectivar a apreciação, requisito necessário para uma efectiva motivação da decisão”14. 48. Em conclusão, o julgador em sede disciplinar deve apreciar a prova de acordo com as regras da experiência comum e a sua livre convicção, sendo, porém, objetivo, ponderado e justo na análise dessa mesma prova, dentro dos limites da legalidade a que deve obediência. 49. Todavia, no âmbito disciplinar desportivo, a concreta conformação do mencionado princípio vê-se condicionada pelo valor especial e reforçado que os relatórios oficiais e declarações complementares das equipas de arbitragem e dos delegados da LPFP merecem em tal contexto. Com efeito, o RDLPFP – numa aproximação à previsão constante do artigo 169.º do Código de Processo Penal – dispõe, na al f) do artigo 13.º, que os factos presenciados pelas equipas de arbitragem e pelos delegados da LPFP, percecionados no exercício das suas funções, constantes de relatórios de jogo e de declarações complementares, se presumem verdadeiros enquanto a sua veracidade não for ‘fundadamente’ posta em causa. 50. O valor probatório qualificado a que o RDLPFP alude constitui um mecanismo regulamentar compreendido e justificado pelo cometimento de funções particularmente importantes aos árbitros e delegados da LFPF, a quem compete representar a instituição no âmbito dos jogos oficiais, cumprindo e zelando pelo cumprimento dos regulamentos, nomeadamente em matéria disciplinar (ainda que isso possa não corresponder aos interesses egoísticos dos clubes). Na verdade, encontramo-nos, nesta sede, no domínio do exercício de poderes de natureza pública – in casu disciplinares –, que se sobrepõem aos interesses particulares dos clubes. No quadro competitivo, enquanto os clubes concretizam interesses próprios, compete a quem tem o poder e o dever de organizar a prova e fazer cumprir os regulamentos prosseguir um interesse superior ao interesse próprio de cada um dos clubes que a integram. Neste conspecto, o interesse superior da competição, realizado no âmbito de determinados poderes de natureza pública (que são exercidos em representação da própria LFPF), justifica perfeitamente que os relatórios dos árbitros e dos delegados e declarações complementares respetivas – vinculados que estão a deveres de isenção e equidistância –, gozem da aludida presunção de veracidade (presunção “juris tantum”). Trata-se, afinal, da consequência necessária e justificada do exercício, no quadro do jogo, da autoridade necessária para assegurar a ordem, a disciplina e o cumprimento dos regulamentos, distanciando-se das disputas que envolvem os participantes nas provas.

14 GERMANO MARQUES DA SILVA, Curso de Processo Penal, II, Lisboa, Editorial Verbo, 1993, p. 111. Página 28 de 85

51. Deste modo e em primeiro lugar, perante tal presunção, a todos os que pretendam sindicar e refutar a materialidade relatada por árbitros e delegados da LFPF (e declarados como diretamente percecionados no exercício das respetivas funções oficiais) impõe-se um especial esforço probatório, exigindo-se-lhes a apresentação de prova bastante para legítima e racionalmente questionar, colocar fundadamente em causa ou justificadamente pôr em dúvida a veracidade dos factos narrados nos relatórios oficiais ou declarações complementares. Destarte, a credibilidade probatória reforçada de que gozam tais relatórios oficiais só sairá abalada quando, perante a prova produzida, existirem fundadas razões para acreditar que o seu conteúdo não é verdadeiro. Para além disso e em segundo lugar, no que tange à atividade decisória, a força probatória reforçada de que tais relatórios beneficiam impõe ao julgador, quando entenda impor-se o afastamento da presunção de veracidade, um “especial dever de fundamentação”15. 52. Para além disso, importa ainda tomar em linha de conta que, à semelhança do processo penal, vigora neste contexto, e à luz do que determina o artigo 13.º, al. h), do RDLPFP, o princípio da «liberdade de produção e utilização de todos os meios de prova em direito permitidos».

§2. Factos provados

53. Analisada e valorada a prova produzida nos autos, com relevância para a decisão da causa, consideram-se provados os seguintes factos:

1) No dia 25 de julho de 2020 realizou-se, no Estádio Bessa XXI, no Porto, o jogo oficialmente identificado sob o n.º 13406, entre a Boavista Futebol Clube – Futebol, SAD e a Rio Ave Futebol Clube – Futebol, SDUQ, Lda, a contar para a 34.ª jornada da Liga NOS, época desportiva 2019/2020;

2) Para o jogo em apreço, a Rio Ave Futebol Clube – Futebol, SDUQ, Lda. (doravante, Rio Ave SDUQ) emitiu declaração – Modelo Agentes Desportivos - atestando que todos os agentes desportivos melhor constantes de fls. 33 e 34, cumpriam os requisitos regulamentares e previstos no Plano da Retoma;

15 Convocando o pensamento de PAULO PINTO DE ALBUQUERQUE, este «A limitação do julgador consiste em que ele deve “fundadamente” pôr em causa a autenticidade ou veracidade do documento», In Comentário ao Código de Processo Penal, 2.ª Edição, Un. Católica Editora, 2008, pág. 452. Página 29 de 85

3) Concretamente, e no que aos jogadores convocados pela Rio Ave SDUQ concerne, foram todos [os constantes de fls. 34] inscritos na respetiva ficha técnica de jogo, com exceção dos jogadores Victor Emanuel Araújo Ferreira, Carlos Reinaldo Moreira Alves, Eliseu Mendja Nadjack Soares Cassamá, Leandro da Silva Alves, André Ricardo Ferreira Schutte, Vítor Monteiro Luiz e João Pedro Loureiro da Costa;

4) Dos referidos jogadores, não estiveram no Estádio Bessa XXI, no dia do jogo, os jogadores Carlos Alves, André Schutte e Vítor Luíz;

5) No camarote destinado aos elementos afetos à equipa visitante [Rio Ave SDUQ], marcaram presença e nele assistiram ao jogo, o seu Diretor Geral [Marco Aurélio Alves Silva], os jogadores [João Pedro Loureiro da Costa, Eliseu Mendja Nadjack Soares Cassamá, Victor Emanuel Araújo Ferreira e Leandro da Silva Alves], o Oficial de Ligação aos Adeptos (OLA) [Ricardo João da Silva Paulo Magalhães], o fisioterapeuta [José Pedro da Silva Matos], o vídeo- analista [José Pedro Gomes], o Director de Comunicação [Vítor Bruno Ramos], bem como os readaptadores físicos [Nuno Rodrigues e Rodolfo Monteiro];

6) Na Tribuna presidencial estiveram presentes, entre outros elementos afetos à Rio Ave SDUQ e em sua representação, da esquerda para a direita, Maria Alexandrina Cruz, José Edmundo Alexandre (estes dois, sem o uso devido da máscara facial comunitária), Ernesto Manuel Ramalho e Luiz Manoel Raposo, todos gerentes da Rio Ave SDUQ, conforme imagens captadas, em direto, pela operadora televisiva Sport Tv, aqui já após o final do jogo, e sem separação de duas cadeiras entre si:

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7) Após o apito final, pelo menos o Diretor Geral da Rio Ave SDUQ [] e o jogador [Eliseu Cassamá], entraram na Tribuna presidencial para assistir aos minutos finais do jogo entre a Marítimo SAD e a Famalicão SAD, que estava a ser transmitido, em direto, na televisão;

8) Posteriormente, e já com a confirmação do resultado do jogo que decorreu na Madeira, o qual garantiu o acesso da Rio Ave SDUQ a uma prova europeia, acumulou-se na Tribuna presidencial do Estádio Bessa XXI, sem qualquer distância de segurança entre si [devidamente separados por duas cadeiras], cerca de uma dúzia de elementos afetos à Rio Ave SDUQ, após a invasão da referida Tribuna por parte de alguns elementos da predita SDUQ que haviam assistido ao jogo nos Camarotes a si destinados:

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9) Ato contínuo, alguns elementos da Rio Ave SDUQ que se encontravam nos camarotes e na Tribuna presidencial, designadamente e em concreto, os jogadores [Leandro Alves, João Costa e Eliseu Cassamá], o fisioterapeuta [José Pedro da Silva Matos], o Oficial de Ligação aos Adeptos (OLA) [Ricardo João da Silva Paulo Magalhães], o gerente [José Edmundo Alexandre], o vídeo-analista [José Pedro Gomes], o Diretor de Comunicação [Vítor Bruno Peixoto Ramos], os readaptadores físicos [Nuno Rodrigues e Rodolfo Monteiro], e o seu Director Geral [Marco Silva], deslocaram-se todos em direção aos balneários, tendo sido impedidos, pelos assistentes de recinto desportivo (ARD’s) que se encontravam de serviço, de entrar na Zona Técnica de acesso aos balneários, por não constarem na ficha técnica de jogo;

10) Apesar de saberem ser proibida a entrada na Zona Técnica, e não obstante terem sido impedidos pelos ARD’s quanto a esse seu intento, os sobreditos agentes desportivos forçaram a sua entrada na referida Zona Técnica e, uma vez alcançada a mesma, percorreram-na em direção ao relvado, na companhia de outros elementos da Rio Ave SDUQ, inscritos na ficha técnica de jogo, entre os quais, o delegado ao jogo [André Filipe Monteiro Vilas Boas], e o treinador principal [Carlos Augusto Soares da Costa Faria Carvalhal], conforme imagens abaixo melhor reproduzidas:

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11) Tal situação foi reportada no Relatório de Delegado [da Liga] e, bem assim, no elaborado pelo Diretor de Segurança da Boavista SAD, mais tendo sido presenciada pelo Diretor de campo da equipa visitada;

12) Seguidamente, elementos afetos à Rio Ave SDUQ que:

a) assistiram ao jogo nos camarotes, caso dos jogadores [Leandro Alves, João Costa e Eliseu Cassamá], o fisioterapeuta [José Pedro da Silva Matos], o Oficial de Ligação aos Adeptos Página 35 de 85

(OLA) [Ricardo João da Silva Paulo Magalhães], o vídeo-analista [José Pedro Gomes] e o readaptador físico [Rodolfo Monteiro]; b) assistiram ao jogo na Tribuna presidencial, caso do gerente da Rio Ave SDUQ [José Edmundo Alexandre]; c) foram inscritos na ficha técnica de jogo [caso, também, do Arguido Vítor Bruno Peixoto Ramos] e iniciaram/acabaram o mesmo enquanto elementos do banco de suplentes ou do banco suplementar, caso dos jogadores [Lucas Domingues Piazon, Diogo José do Rosário Gomes Figueiras, Rúben Filipe dos Santos Vieira de Sousa Gonçalves, Jacinto Muondo Dala (Gelson Dala), Paulo Vítor Fagundes dos Anjos e Messias Rodrigues da Silva Junior], os delegados ao jogo [António da Silva Campos e André Filipe Monteiro Vilas Boas], o Team Manager [Gualter Fernando Ferreira Pires], o treinador adjunto [João Mário Ferreira Oliveira], o preparador físico [João Gualter Sousa] e o auxiliar da equipa técnica [João César Gomes Pereira], festejaram, no relvado, o apuramento europeu da sua equipa, durante vários minutos, em proximidade e sem o uso devido da máscara facial, conforme o demonstram as imagens oficiais do jogo transmitido, em direto, pela operadora Sport Tv:

(Imagem n.º 1)

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(Imagem n.º 2)

(Imagem n.º 3)

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(Imagem n.º 4)

(Imagem n.º 5)

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(Imagem n.º 6)

(Imagem n.º 7)

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(Imagem n.º 8)

(Imagem n.º 9)

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(Imagem n.º 10)

(Imagem n.º 11)

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(Imagem n.º 12)

(Imagem n.º 13)

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(Imagem n.º 14)

(Imagem n.º 15)

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(Imagem n.º 16)

13) Tal factualidade, designadamente a atinente aos elementos dos bancos de suplentes e suplementar afetos à Rio Ave SDUQ, Lda, apesar de presenciada pelo 4.º árbitro [David Silva], não foi por este registada no seu Relatório [Relatório 4.º Árbitro], nem comunicada aos restantes elementos da equipa de arbitragem, por forma a ser levada a Relatório de Árbitro;

14) Em 14 de maio de 2020, e na sequência da Resolução do Conselho de Ministros n.º 33- A/2020 de 30.04, os agentes desportivos supra mencionados e afetos à Rio Ave SDUQ [excepto os jogadores e os gerentes Ernesto Manuel da Costa Ramalho e Luiz Manoel de Almeida Raposo], assinaram um Código de Conduta [“Código de Conduta dos Agentes Desportivos na Retoma da Liga NOS na época 2019/2020”], assumindo, entre outros deveres, garantir o cumprimento da contenção social nos termos previstos pelas autoridades desportivas e de Saúde, a adoção de um comportamento social responsável, e utilizar máscara facial comunitária em todas as situações previstas e recomendadas pelas autoridades de saúde;

15) De igual modo, em 29 de maio de 2020, a Rio Ave SDUQ subscreveu Declaração de aprovação do Plano de Retoma Covid-19, através da aposição de assinatura dos seus gerentes, António da Silva Campos, Maria Alexandrina Cruz e José Edmundo Alexandre;

16) Os Arguidos agiram de forma livre, consciente e voluntária, bem sabendo que os seus comportamentos, designadamente:

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a) em desrespeito pelas regras gerais sanitárias impostas pelo Plano de Acção de Retoma Progressiva à Competição,

b) ao entrarem, sem para tal se encontrarem autorizados, na Zona técnica e

c) ao não relatar, no caso do agente de arbitragem, factualidade por si presenciada e atinente aos elementos do banco de suplentes e suplementar, consubstanciavam condutas previstas e punidas pelo ordenamento jusdisciplinar desportivo, não se abstendo, porém, de as realizar;

17) Somente os Arguidos [Rio Ave Futebol Clube – Futebol, SDUQ, Lda, António da Silva Campos, Lucas Piazon, Diogo Figueiras, Paulo dos Anjos, Messias Junior e André Vilas Boas] têm antecedentes disciplinares na época 2019/2020.

§3. Factos não provados

54. Inexistem factos não provados, com relevância para a decisão da causa.

§4. Motivação quanto à matéria de facto

55. A convicção formada apoia-se, fundamentalmente, nos documentos juntos aos autos que se harmonizam entre si, tendo sido analisados de forma crítica e conjugada, quer cada um deles isoladamente, quer todos eles de forma conjunta e global, desse modo permitindo concluir pela verificação da factualidade acima dada como provada. Destarte, concretizando: (i) Os factos descritos em 1) §2. Factos provados têm o seu múnus probatório nos Relatórios Oficiais de Jogo de fls. 4 a 12; (ii) Os factos descritos em 2) §2. Factos provados assentam na declaração – Modelo Agentes Desportivos a fls. 33 e 34; (iii) Os factos descritos em 3) e 4) §2. Factos provados assentam na documentação a fls. 34 e 298; (iv) Os factos descritos em 5) §2. Factos provados assentam na documentação a fls. fls. 33, 34, 84, 99, 292 a 297, imagens inclusas no CD a fls. 300, fls. 319 a 324, e esclarecimentos do Diretor Geral da Rio Ave SDUQ [fls. 343 a 359];

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(v) Os factos descritos em 6) §2. Factos provados assentam no depoimento do Diretor Geral da Rio Ave SDUQ [fls. 293], esclarecimentos por si prestados [fls. 343 a 359] e imagens inclusas no CD a fls. 300; (vi) Os factos descritos em 7) §2. Factos provados assentam no Relatório de Delegado [fls. 12], Boletim de Segurança Final [fls. 42], e no depoimento do Diretor Geral da Rio Ave SDUQ [fls. 298]; (vii) Os factos descritos em 8) §2. Factos provados assentam no depoimento do Diretor Geral da Rio Ave SDUQ [fls. 293], e imagens inclusas no CD a fls. 300; (viii) Os factos descritos em 9) §2. Factos provados assentam no Relatório de Árbitro [fls. 6], Relatório de Delegado [fls. 12], Boletim de Segurança Final [fls. 42], depoimento do Diretor Geral da Rio Ave SDUQ [fls. 297 a 298], esclarecimentos por si prestados [fls. 343 a 359], e imagens da gravação oficial do jogo reproduzidas no CD incluso a fls. 300; (ix) Os factos descritos em 10) §2. Factos provados assentam no Relatório de Delegado [fls. 12], Boletim de Segurança Final [fls. 42], imagens do sistema de videovigilância melhor ínsitas no CD incluso a fls. 138, sob as designações “acesso relvado visitante 2” [a partir dos 20:07:24] e “túnel acesso relvado” [entre os 20:07:34 e os 20:07:52], e depoimento do Diretor Geral da Rio Ave SDUQ [fls. 294 a 298]; (x) Os factos descritos em 11) §2. Factos provados assentam no Relatório de Delegado [fls. 12], Boletim de Segurança Final [fls. 42] e pronúncia escrita oferecida pelo Diretor de campo da Boavista SAD [fls. 864 a 867].; (xi) Os factos descritos em 12) §2. Factos provados assentam no Relatório de Delegado [fls. 12], Boletim de Segurança Final [fls. 42], depoimento do Diretor Geral da Rio Ave SDUQ [fls. 297 a 298], esclarecimentos por si prestados [fls. 343 a 359], imagens da gravação oficial do jogo reproduzidas no CD incluso a fls. 300 e fica técnica de jogo [fls. 852]; (xii) Os factos descritos em 13) §2. Factos provados assentam no Relatório de Árbitro [fls. 4 a 10], e Imagem n.º 3 do artigo antecedente, retirada das imagens oficiais do jogo melhor reproduzidas no CD incluso a fls. 300; (xiii) Os factos descritos em 14) §2. Factos provados assentam na informação quanto ao Código de Conduta dos Agentes Desportivos na Retoma da Liga NOS na época 2019/2020, cf. fls. 81 a 135 e 196 a 278; (xiv) Os factos descritos em 15) §2. Factos provados assentam na informação quanto à Declaração de aprovação do Plano de Retoma Covid-19, cf. 80 e 196 a 278;

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(xv) No que respeita à materialidade de índole subjetiva dos arguidos aposta no facto descrito em 16) §2. Factos provados, representando o estado psíquico atinente ao preenchimento do elemento subjetivo do tipo das infrações disciplinares em dissídio, a sua demonstração decorre in re ipsa e, por conseguinte, também da valoração dos elementos probatórios juntos ao processo (acima já analisados) à luz das regras da experiência comum e da lógica; (xvi) O extrato disciplinar dos arguidos, presente de fls. 810 a 842, oferece a prova para o facto descrito em 17).

V – FUNDAMENTAÇÃO DE DIREITO

§1. Enquadramento jurídico-disciplinar – Fundamentos e âmbito do poder disciplinar

56. O poder disciplinar exercido no âmbito das competições organizadas pela Federação Portuguesa de Futebol – ou, por delegação, pela Liga Portuguesa de Futebol profissional – assume natureza pública. Com clareza, concorrem para esta proposição as normas constantes dos artigos 19.º, n.º 1 e 2, da Lei n.º 5/2007 de 16 de janeiro (Lei de Bases da Atividade Física e do Desporto), e dos artigos 10.º, 13.º, alínea i), do RJFD2008. 57. A existência de um poder regulamentar justifica-se pelo dever legal – artigo 52.º, n.º 1, do RJFD2008 – de sancionar a violação das regras de jogo ou da competição, bem como as demais regras desportivas, nomeadamente as relativas à ética desportiva, entendendo-se por estas últimas as que visam sancionar a violência, a dopagem, a corrupção, o racismo e a xenofobia, bem como quaisquer outras manifestações de perversão do fenómeno desportivo (artigo 52.º, n.º 2, do RJFD2008). 58. O poder disciplinar exerce-se sobre os clubes, dirigentes, praticantes, treinadores, técnicos, árbitros, juízes e, em geral, sobre todos os agentes desportivos que desenvolvam a atividade desportiva compreendida no seu objeto estatutário (artigo 54.º, n.º 1, do RJFD2008). Em conformidade com o artigo 55.º do RJFD2008 o regime da responsabilidade disciplinar é independente da responsabilidade civil ou penal. 59. Todo este enquadramento, representa, entre tantas consequências, que estamos perante um poder disciplinar que se impõe, em nome dos valores mencionados, a todos os que se encontram a ele sujeito, conforme o âmbito já delineado e que, por essa razão, assenta na

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prossecução de finalidades que estão bem para além dos pontuais e concreto interesses desses agentes e organizações desportivas.

§2. Das infrações disciplinares em geral

60. O RDLPFP encontra-se estruturado, no estabelecer das infrações disciplinares, pela qualidade do agente infrator – clubes, dirigentes, jogadores, delegados dos clubes e treinadores, demais agentes desportivos, espectadores, árbitros, árbitros assistentes, observadores de árbitros e delegados da Liga. 61. Para cada um destes tipos de agente o RDLPFP recorta tais infrações e respetivas sanções em obediência ao grau de gravidade dos ilícitos, qualificando assim as infrações como muito graves, graves e leves.

§3. Das infrações disciplinares concretamente imputadas

62. Considera-se infração disciplinar o facto voluntário, por ação ou omissão, e ainda que meramente culposo, que viole os deveres gerais ou especiais previstos nos regulamentos desportivos e demais legislação aplicável (vide o artigo 17.º do RDLPFP19). 63. Quanto ao âmbito subjetivo de aplicação das normas disciplinares, determinam os n.ºs 1 e 2 do artigo 7.º, do mesmo corpo regulamentar que «[a]s pessoas singulares serão punidas pelas faltas cometidas durante o tempo em que desempenhem as respetivas funções ou exerçam os respetivos cargos, ainda que as deixem de desempenhar ou passem a exercer outros»; «[o]s clubes são responsáveis pelas infrações cometidas nas épocas desportivas em que participarem nas competições organizadas pela Liga Portugal e no âmbito dessas competições». 64. No caso em apreço situamo-nos no universo das infrações disciplinares p. e p. nos artigos 127.º, 141.º, 167.º, 168.º n.º 1 ,171.º e 204º todos do RDLPFP), tendo por referência o Plano de Acção de Retoma Progressiva à Competição. 65. Cumpre, ante omnia, estabelecer o quadro regulamentar vigente à data da prática dos factos, no concernente ao RDLPFP2019, a destacar: «

Artigo 3.º Âmbito subjetivo de aplicação

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1. O presente Regulamento aplica-se a todos os clubes e agentes desportivos que, a qualquer título ou por qualquer motivo, exerçam funções ou desempenhem a sua atividade no âmbito das competições organizadas pela Liga Portugal. 2. (…)

Artigo 4.º Definições 1. Para efeitos de aplicação do presente Regulamento, considera-se: a) «clube», os clubes e sociedades desportivas; b) «agente desportivo», os dirigentes dos clubes e demais funcionários, trabalhadores e colaboradores dos clubes, os jogadores, treinadores, auxiliares-técnicos, árbitros e árbitros assistentes, observadores dos árbitros, delegados da Liga, agentes das forças de segurança pública, coordenador de segurança, assistentes de recinto desportivo, médicos, massagistas, maqueiros dos serviços de emergência e assistência médicas, bombeiros, representante da proteção civil, apanha-bolas, repórteres e fotógrafos de campo e, em geral, todos os sujeitos que desempenhem funções ou exerçam cargos no âmbito das competições organizadas pela Liga e nessa qualidade estejam acreditados, bem como os membros dos órgãos sociais, dos órgãos técnicos permanentes e das comissões eventuais da Federação Portuguesa de Futebol e da Liga Portuguesa de Futebol Profissional; c) «dirigentes dos clubes», os titulares dos respetivos órgãos sociais e os respetivos diretores e quaisquer outros funcionários ou colaboradores que, independentemente do respetivo vínculo contratual, desempenhem funções de direção, chefia ou coordenação na respetiva estrutura orgânica, bem como os respetivos mandatários, (…)

Artigo 19.º Deveres e obrigações gerais 1. As pessoas e entidades sujeitas à observância das normas previstas neste Regulamento devem manter conduta conforme aos princípios desportivos de lealdade, probidade, verdade e retidão em tudo o que diga respeito às relações de natureza desportiva, económica ou social. (…)

Artigo 127.º Inobservância de outros deveres 1. Em todos os outros casos não expressamente previstos em que os clubes deixem de cumprir os deveres que lhes são impostos pelos regulamentos e demais legislação desportiva aplicável são punidos com a sanção de multa de montante a fixar entre o mínimo de 10 UC e o máximo de 50 UC. 2. Na determinação da medida da pena prevista no n.º 1 do presente artigo, salvo se cometer a violação do mesmo dever violado na mesma época desportiva, não será considerada a circunstância agravante da reincidência prevista nos artigos 52.º e 53.º, n.º 1 alínea a) do presente regulamento.

Artigo 141.º Inobservância de outros deveres Os demais atos praticados pelos dirigentes que, embora não previstos na presente secção, integrem violação de disposições regulamentares são punidos com a sanção de multa de montante a fixar entre o mínimo de 3 UC e o máximo de 25 UC.

Artigo 167.º Inobservância de outros deveres Página 49 de 85

Os demais atos praticados pelos jogadores que, embora não previstos na presente secção, constituam violação de disposições regulamentares são punidos com a sanção de multa de montante a fixar entre o mínimo de 3 UC e o máximo de 25 UC.

Artigo 168.º Disposições gerais 1. Os delegados dos clubes, os treinadores e os auxiliares técnicos que pratiquem as infrações previstas nos artigos 128.º a 141.º são punidos com as respetivas sanções neles previstas. (…)

Artigo 171.º Remissão para os factos dos dirigentes desportivos 1. Os médicos, massagistas e funcionários e demais agentes desportivos que pratiquem as infrações previstas nos artigos 128.º a 141.º são punidos com as respetivas sanções neles estabelecidas. 2. Em caso de reincidência as sanções previstas no número anterior serão elevadas para o dobro nos seus limites mínimos e máximos.

Artigo 204.º Incumprimento dos deveres em geral 1. A violação pelos elementos da equipa de arbitragem dos deveres previstos no Regulamento de Arbitragem, ou de quaisquer outros deveres específicos, para os quais não estejam previstas sanções nas normas do presente Regulamento é punida com a sanção de repreensão. 2. (…). 3. (…). 4. Em caso de reincidência, os elementos da equipa de arbitragem, observadores de árbitros e delegados da Liga são punidos com a sanção de suspensão a fixar entre o mínimo de um e o máximo de três jogos».

66. Com relevância para o caso em apreço, estatui o Regulamento da Arbitragem das Competições Organizadas pela Liga Portuguesa de Futebol Profissional (doravante, RA LPFP 2019-2016), em vigor à data da prática dos factos, o seguinte: « Artigo 4.º Atribuições 1. (…). 2. As competências previstas no número anterior quando digam respeito às competições organizadas pela Liga e as definidas no contrato previsto no n.º 3 do artigo 17.º dos Estatutos da Federação Portuguesa de Futebol são exercidas pela Secção Profissional e Secção de Classificações do Conselho de Arbitragem. 3. O Regulamento de Arbitragem da Federação Portuguesa de Futebol é subsidiariamente aplicável às competições referidas no número anterior, em tudo o que não seja incompatível com a natureza profissional das competições e com a competência exclusiva da Liga para assegurar a gestão e a organização das mesmas.

16 Aprovado na Assembleia Geral Extraordinária de 08 de junho de 2016, alterado na Assembleia Geral Extraordinária de 29 de maio de 2017 e ratificado na reunião da Assembleia Geral da Federação Portuguesa de Futebol de 29 de junho de 2017, 13 de junho de 2018 e ratificado na reunião da Assembleia Geral da FPF de 30 de junho de 2018. Página 50 de 85

Artigo 10.º Direitos e deveres 1. (…). 2. Constituem deveres especiais dos árbitros e árbitros assistentes: a) Cumprir e fazer cumprir as Leis do Jogo, os Regulamentos da FIFA, UEFA, FPF e da LIGA PORTUGAL, recorrendo às tecnologias que lhes forem postas à disposição, mantendo uma conduta conforme aos princípios desportivos de lealdade, probidade, verdade e retidão, em tudo o que diga respeito à direção dos jogos e às relações de natureza desportiva, económica e social; b) (…); c) (…); d) (…); e) (…); f) Elaborar o boletim de jogo, mencionando todos os incidentes ocorridos, antes, durante ou após o jogo, bem como os comportamentos imputados aos jogadores, treinadores, médicos, massagistas, dirigentes e demais agentes desportivos que constituam fundamento de sanções disciplinares, bem como eventuais alterações ao plano de viagem e sua justificação; g) Enviar à Liga o boletim do jogo e demais documentação, após o seu termo, através dos meios informáticos colocados à sua disposição pela Liga (e-Liga). (…)

Artigo 11.º Da organização das equipas de arbitragem 1. Cada equipa de arbitragem é constituída por um árbitro da categoria C1 Pro ou C1 em estágio, dois árbitros assistentes das categorias AAC1 ou AAC2 e um quarto árbitro da categoria C1 em estágio, C2 ou AAC1. (…)».

67. Ainda neste contexto, há a atender ao previsto no Regulamento de Arbitragem da Federação Portuguesa de Futebol (RA FPF 2019-2017): «

ARTIGO 2º (DESIGNAÇÕES) 1. (…) 2. (…) 3. A referência a “agente da arbitragem” inclui os árbitros, árbitros assistentes especialistas, vídeo- árbitros, observadores, cronometristas, formadores, técnicos preparadores físicos e dirigentes e contempla o género masculino e feminino. ARTIGO 20º (DEVERES ESPECÍFICOS DO ÁRBITRO E DO ÁRBITRO ASSISTENTE) 1. São deveres específicos do árbitro e do árbitro assistente: (…). 2. São deveres específicos do árbitro: a) Cumprir e fazer cumprir as leis do jogo e os regulamentos aplicáveis; b) (…); c) (…);

17 Aprovado pelo Comité de Emergência da FPF, na sua reunião de 29 de junho de 2018 e passível de ser consultado no sítio da internet da FPF, in https://www.fpf.pt/. Página 51 de 85

d) Elaborar o boletim do jogo mencionando os incidentes ocorridos antes, durante ou após o jogo, bem como os comportamentos imputados aos jogadores, treinadores, médicos, massagistas, dirigentes e demais agentes desportivos, bem como os factos que constituam fundamento para a aplicação de sanções disciplinares; (…)»

68. Sendo que, dispõe, , ainda, as Leis do Jogo 19/2018 [IFAB – The International Football Association Board] e, concretamente, a Lei 06 – Os outros elementos da equipa de arbitragem, pág. 74 e ss., no seu ponto 2, sob a epígrafe «4.º árbitro», que «O quarto árbitro é também responsável por (...) informar o árbitro de qualquer comportamento irresponsável por parte dos ocupantes da área técnica» 69. No plano do Regulamento das Competições Organizadas pela Liga Portuguesa de Futebol19 (doravante, RC): «

Artigo 60.º Acesso e permanência no recinto do jogo e balneários 1. Em cada estádio a Comissão Técnica de Vistorias irá definir a Zona Técnica que incluirá: a) a zona representada no ANEXO IV, ref.ª E5; b) a zona entre as linhas exteriores do terreno de jogo e o respetivo túnel de acesso aos balneários; c) a zona de corredores de acesso aos balneários dos clubes e da equipa de arbitragem; d) a zona de acesso dos balneários dos clubes e da equipa de arbitragem ao recinto de jogo; e) o balneário da equipa de arbitragem; f) a sala de controlo antidopagem. 2. Salvo nos casos previstos nos números seguintes em que se disponha diversamente, poderão entrar e permanecer na Zona Técnica, desde que devidamente identificados ou credenciados: a) os delegados da Liga identificados por credencial emitida pela Liga Portugal; b) o diretor de campo do clube visitado e os diretores de imprensa e de segurança dos clubes intervenientes; c) o substituto do diretor de segurança do clube visitado no caso de estádios dotados de CCTV ou em jogos considerados de risco elevado; d) os delegados ao jogo, o médico, o massagista, o treinador, todos eles identificados pela competente braçadeira e os jogadores suplentes, quando equipados, de cada um dos clubes contendores, o quarto árbitro e os maqueiros dos serviços de urgência médica solicitados pela equipa de arbitragem durante a reunião preparatória; e) um operador de câmara nos termos do estabelecido no grafismo do ANEXO IV, ref.ª E5; f) agentes da força de segurança; g) coordenador de segurança do clube visitado;

18 Consultadas in https://www.apaf.pt/images/documentacao/documentos/71/Leis%20Jogo%202020_21_1%20(2).pdf 19 Com as alterações aprovadas nas Assembleias Gerais Extraordinárias de 27 de Junho de 2011, 14 de Dezembro de 2011, 21 de Maio de 2012, 28 de Junho de 2012, 27 de Junho de 2013, 20 de Junho de 2014, 19 e 29 de Junho de 2015, 21 de Outubro de 2015, 15 de Março de 2016, 28 de Junho de 2016, 07 de Fevereiro de 2017, 12 de Junho de 2017, 29 de Dezembro de 2017, 27 de Fevereiro de 2018, 27 de Abril de 2018, 25 de Maio de 2018, 29 de Junho de 2018 e 22 de Maio de 2019. Página 52 de 85

h) assistentes de recintos desportivos do clube visitado; i) um apanha-bolas do clube visitado; j) o Presidente da Liga e os presidentes dos clubes visitado e visitante; k) agentes desportivos, até ao máximo de oito por cada clube interveniente, identificados em lista enviada à Liga Portugal e ao outro clube interveniente no jogo com a antecedência mínima de três dias úteis em relação à data do jogo, que poderá ser alterada, por motivo de força maior, até ao início da reunião preparatória do jogo; l) um membro da Secção da Área Profissional do Conselho de Arbitragem da FPF até 15 minutos antes de começar o jogo, desde que previamente designado pelo Conselho de Arbitragem da FPF, cuja designação deverá ser comunicada à Liga Portugal até 48h antes do início do jogo para informação ao clube visitado; m) dois elementos do staff técnico por cada um dos clubes visitado e visitante até ao início do jogo e durante o respetivo intervalo; n) dois jogadores além dos que constem das fichas técnicas das equipas, para exercícios de aquecimento; o) o speaker do clube visitado, em local definido aquando da vistoria técnica efetuada pela Comissão Técnica de Vistorias; p) os titulares do direito de livre-trânsito quando, para o desempenho das suas funções, se justifique a respetiva presença; q) o técnico de apoio ao sistema de vídeo-árbitro, para informar o delegado da Liga em caso de avaria no sistema VAR. 3. Salvo nos casos previstos nos números seguintes em que se disponha diversamente, quando necessário ao exercício das respetivas funções, poderão entrar, mas não permanecer, na Zona Técnica, desde que devidamente identificados ou credenciados: a) o OLA do clube visitado e o OLA do clube visitante que devem permanecer no local indicado na ficha técnica do estádio; b) um elemento de apoio à organização de jogo, desde que a sua presença seja solicitada pelo delegado ao jogo. (…)».

70. Com especial relevância na materialidade vertida nestes autos, temos o Plano de Acção de Retoma Progressiva à Competição, aprovado pela Direção da Liga Portugal, em 29.05.2020, em cooperação com a Federação Portuguesa de Futebol e a Direção Geral de Saúde, e ratificado em Assembleia Geral Extraordinária da Liga Portuguesa de Futebol Profissional, datada de 08 de junho de 2020 [cfr. fls. 139 a 278]:

a) “1. Enquadramento – Os procedimentos (…) são excecionais e transitórios e importam alguns desvios ao que está regulamentado pela Liga Portugal; - Este documento foi consolidado com a DGS e o Grupo de Trabalho da Liga Portugal e da Federação Portuguesa de Futebol (…); - Todos os clubes assinam a declaração enviada em anexo a este documento dando assentimento a este Plano de ação; - O Presente documento será submetido a ratificação em sede de Assembleia Geral” – cfr. fls. 198;

b) “1. Pré-Match – Credenciação – O acesso à zona técnica é condicionado a apresentação de atestados de aptidão médica que permitem acesso por credenciação própria entregue pelo delegado (…)” – cfr. fls. 215; Página 53 de 85

c) “1. Pré-Match – Jogadores – (…) Os festejos de golo devem preferencialmente ser contidos, sem os habituais abraços e proximidade de jogadores; - Os jogadores devem estar no banco de suplentes munidos de máscara; - Apenas o treinador principal pode estar sem máscara, de forma a poder dar indicações durante o jogo (…)” – cfr. fls. 223:

d) “2. Jogo & Intervalo – Diretores de segurança – (…) Devem garantir que os ARD’s estão localizados fora da zona técnica e garantem que não há qualquer tipo de acesso indevido às zonas reservadas e nos termos de acesso preconizados no documento de retoma [acesso com número limitado] (…)” – cfr. fls. 229;

e) “2. Jogo & Intervalo – Diretores de imprensa – (…) Devem utilizar máscara” – cfr. fls. 230;

f) “2. Jogo – Tribunas e Camarotes – Tribunas Presidenciais – limite máximo de 1/3 da lotação devidamente separados com duas cadeiras entre si, devidamente marcadas. – Cada equipa dispõe de um máximo de 5 lugares (…)” – cfr. fls. 232;

g) “2. Jogo – Zona Técnica – Apenas as pessoas credenciadas após apresentação de atestados de aptidão médico podem permanecer e circular na zona técnica; – Todos os elementos constantes da ficha técnica devem ser testados com resultado negativo; – Árbitros e Delegados serão testados antes de cada jogo; - A zona técnica deverá estar munida de desinfetantes; - Fica proibido o acesso à zona técnica de pessoas que não desempenhem funções em jogo e que não se mostrem credenciadas; - A zona técnica deverá ser prolongada até ao limite dos bancos, em virtude do aumento do número de jogadores no banco de suplentes” – cfr. fls. 233;

h) “2. Jogo – Bancos Suplentes e Suplementares – Todos os elementos que vão para o banco deverão apresentar teste COVID-19 negativo; – Todos os elementos devem usar máscara com excepção do treinador principal (…)” – cfr. fls. 234.

§2. O caso concreto: subsunção ao direito aplicável

71. Feito o necessário enquadramento jurídico-disciplinar da situação sub judice, importa agora apurar a responsabilidade disciplinar dos arguidas, em face das infrações disciplinares que lhes são imputadas, para o que se afigura necessário ter presente – além das normas citadas e de outras a que adiante aludiremos – o disposto no artigo 17.º do RDLPFP2019 que determina que se considera infração disciplinar o facto voluntário, por ação ou omissão, e ainda que

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meramente culposo, que viole os deveres gerais ou especiais previstos nos regulamentos desportivos e demais legislação aplicável. 72. Temos assim que são elementos essenciais da infração disciplinar, de verificação cumulativa, os seguintes: (i) o facto do agente (que tanto pode traduzir-se numa ação como numa omissão); (ii) a ilicitude desse mesmo facto; e (iii) a culpa. No plano da culpa basta que estejamos face a uma conduta meramente culposa ou negligente do agente, para que essa conduta, desde que ilícita, seja passível de punição disciplinar.

2.1. Quanto à responsabilidade disciplinar da Rio Ave Futebol Clube – Futebol, SDUQ, Lda.

73. Cumpre aferir a responsabilidade da sociedade arguida à luz dos elementos objetivos e subjetivos do ilícito disciplinar p. e p. pelo artigo 127.º do RDLPFP2019 [Inobservância de outros deveres], por violação do artigo 19.º, n.º 1, do citado RDLPFP2019, tendo por referência o Plano de Acção de Retoma Progressiva à Competição [1. Enquadramento; e 2. Jogo – Tribunas e Camarotes]. 74. Pratica a infração disciplinar p. e p. pelo artigo 127.º do RDLPFP2019 o clube que não cumpre os deveres que lhe são impostos pelos regulamentos e demais legislação desportiva aplicável, in casu o clube arguido, com as condutas descritas nos factos provados 6.º, 8.º, 12.º, 15.º e 16.º – nomeadamente por força do comportamento dos agentes desportivos a si afetos que assistiram ao jogo no Camarote do Estádio Bessa XXI e, bem assim, aqueles que assistiram ao mesmo na Tribuna presidencial; por via da entrada dos seus agentes desportivos na Zona Técnica, sem que para tal estivessem autorizados, bem como em resultado da ocorrência de festejos no final do jogo e já no relvado, sem máscara, por parte de alguns elementos a si afetos – incumpriu os deveres e obrigações gerais presentes no n.º 1 do artigo 19.º do citado corpo regulamentar, tendo por referência o desrespeito pelas regras presentes o Plano de Acção de Retoma Progressiva à Competição [1. Enquadramento; e 2. Jogo – Tribunas e Camarotes]. 75. De salientar que o clube arguido, na sua pronúncia e em sede de audiência disciplinar, não nega a prática dos factos pelos quais vem indiciado, explicando a sua ocorrência pelo circunstancialismo de se seguir à confirmação da qualificação europeia desse clube, num ambiente de plena euforia, «com um restrito número de pessoas, que se encontravam como o referido plano de retoma exigia, em “bolha de segurança”, com testagens regulares de sensivelmente 3 vezes por semana, e negativos à Covid-19». Todavia, esse circunstancialismo

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não convoca qualquer causa dirimente da sua responsabilidade disciplinar, seja no plano da exclusão da ilicitude ou da exculpação. Sendo que, esse circunstancialismo não foi desconsiderado no exercício de enquadramento jusdisciplinar da conduta do clube arguido, mormente a materialidade atinente à testagem prévia à maioria dos agentes desportivos envolvidos, tanto mais que não foi seguido o caminho da inobservância qualificada de outros deveres, previsto no artigo 118.º do RDLPFP, quanto aos factos em apreço. 76. No que se refere ao argumento do clube arguido de que nesse período da fase da doença Covid-19, contemporâneo da prática dos factos, se verificaram-se vários festejos em campos de futebol (provas) organizadas pela Liga ou FPF, mormente em finais de competições, procura-se um paralelismo com situações que não são idênticas, tanto mais que esses alegados festejos ocorreram no quadro de uma previsão das respetivas entidades organizadoras, com o acautelar das medidas de proteção e segurança que se entenderam necessárias e adequadas, e não como um momento e movimento “inorgânico”, à revelia das regras instituídas na competição, como aquele que ocorreu na situação sub judice. 77. Nesta conformidade, o comportamento do clube arguido, nos termos e circunstâncias em que se verificou, é objetiva e subjetivamente ilícito, porquanto em contravenção às regras presentes no Plano de Acção de Retoma Progressiva à Competição, tendo atuado com dolo (vide artigo 14.º, n.º 1, do Código Penal), mostrando-se assim preenchidos os elementos integrativos da infração disciplinar p. e p. pelo artigo 127.º do RDLPFP19, devendo, por isso, o clube arguido ser disciplinarmente responsabilizado e sancionado.

2.2. Quanto à responsabilidade disciplinar dos dirigentes afetos à Rio Ave Futebol Clube – Futebol, SDUQ, Lda.: Maria Alexandrina da Silva Costa Cruz, José Edmundo Alves Moreira Alexandre, Marco Aurélio Alves Silva, Vítor Bruno Peixoto Ramos

78. Aferindo a responsabilidade dos sobreditos arguidos à luz dos elementos objetivos e subjetivos do ilícito disciplinar p. e p. pelo artigo 141.º do RDLPFP2019 [Inobservância de outros deveres], por violação do artigo 19.º, n.º 1, do citado RDLPFP2019, tendo por referência o Plano de Acção de Retoma Progressiva à Competição e o artigo 60.º do RCLPFP2019. 79. Pratica a infração disciplinar p. e p. pelo artigo 141.º do RDLPFP2019 o dirigente que não cumpre os deveres que lhe são impostos pelos regulamentos, in casu os dirigentes arguidos, com as condutas descritas nos factos provados 6.º a 16.º – incumpriram os deveres e obrigações

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gerais presentes no n.º 1 do artigo 19.º do citado corpo regulamentar, tendo por referência o desrespeito pelas regras presentes no Plano de Acção de Retoma Progressiva à Competição e, ainda, no artigo 60.º do RCLPFP2019. 80. Concretizando: i. A conduta descrita nos factos provados 6.º, 8.º, 14.º a 16.º, no caso da gerente da Rio Ave Futebol Clube – Futebol, SDUQ, Lda. [Maria Alexandrina da Silva Costa Cruz], preenche os elementos objetivos e subjetivos do ilícito disciplinar p. e p. pelo artigo 141.º do RD LPFP 2019- 20 [Inobservância de outros deveres], por violação do disposto no artigo 19.º n.º 1 do citado RD, tendo por referência o Plano de Acção de Retoma Progressiva à Competição [1. Enquadramento; e 2. Jogo – Tribunas e Camarotes]; ii. A conduta descrita nos factos provados 6.º, 8.º, 14.º a 16.º, artigos 9.º, 10.º, 14.º a 16.º e artigos 12.º, 14.º e 15.º a 16.º, no caso do gerente da Rio Ave Futebol Clube – Futebol, SDUQ, Lda. [José Edmundo Alves Moreira Alexandre], preenche os elementos objetivos e subjetivos do ilícito disciplinar p. e p. pelo artigo 141.º do RD LPFP 2019-20 [Inobservância de outros deveres], por violação: a) do disposto no artigo 19.º n.º 1 do citado RD, tendo por referência o Plano de Acção de Retoma Progressiva à Competição [1. Enquadramento; e 2. Jogo – Tribunas e Camarotes] - factos provados 6.º, 8.º, 14.º a 16.º; b) das disposições conjugadas do artigo 60.º do RC LPFP 2019-20 e do Plano de Acção de Retoma Progressiva à Competição [1. Pré-Match – Credenciação; e 2. Jogo – Zona Técnica] - artigos 9.º, 10.º, 14.º a 16.º; c) do disposto no artigo 19.º n.º 1 do citado RD, tendo por referência o Plano de Acção de Retoma Progressiva à Competição [1. Enquadramento; e 2. Jogo – Bancos Suplentes e Suplementares] - factos provados 12.º, 14.º a 16.º; iii. A conduta descrita nos factos provados artigos 7.º, 14.º e 16.º e artigos 9.º, 10.º, 14.º e 16.º, no caso do Diretor geral da Rio Ave Futebol Clube – Futebol, SDUQ, Lda. [Marco Aurélio Alves Silva], preenche os elementos objetivos e subjetivos do ilícito disciplinar p. e p. pelo artigo 141.º do RD LPFP 2019-20 [Inobservância de outros deveres], por violação: a) do disposto no artigo 19.º n.º 1 do citado RD, tendo por referência o Plano de Acção de Retoma Progressiva à Competição [1. Enquadramento; e 2. Jogo – Tribunas e Camarotes] - factos provados 7.º, 14.º e 16.º; b) das disposições conjugadas do artigo 60.º do RC LPFP 2019-20 e do Plano de Acção de Retoma Progressiva à Competição [1. Pré-Match – Credenciação; e 2. Jogo – Zona Técnica] - factos provados 9.º, 10.º, 14.º e 16.º;

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iv. A conduta descrita nos factos provados 12.º e 16.º, no caso do Diretor de comunicação/imprensa da Rio Ave Futebol Clube – Futebol, SDUQ, Lda. [Vítor Bruno Peixoto Ramos], preenche os elementos objetivos e subjetivos do ilícito disciplinar p. e p. pelo artigo 141.º do RD LPFP 2019-20 [Inobservância de outros deveres], por violação do disposto no artigo 19.º n.º 1 do citado RD, tendo por referência o Plano de Acção de Retoma Progressiva à Competição [1. Enquadramento; e 2. Jogo – Bancos Suplentes e Suplementares]. 81. Nesta conformidade, o comportamento dos dirigentes do clube arguido, nos termos e circunstâncias em que se verificou, é objetiva e subjetivamente ilícito, porquanto em contravenção às regras presentes no Plano de Acção de Retoma Progressiva à Competição e do RCLPFP2019, tendo atuado com dolo (vide artigo 14.º, n.º 1, do Código Penal), mostrando-se assim preenchidos os elementos integrativos da infração disciplinar p. e p. pelo artigo 141.º do RDLPFP19, devendo, por isso, os dirigentes do clube arguido serem disciplinarmente responsabilizados e sancionados.

2.3. Quanto à responsabilidade disciplinar dos jogadores afetos à Rio Ave Futebol Clube – Futebol, SDUQ, Lda: Eliseu Mendja Nadjack Soares Cassamá, Leandro da Silva Alves, João Pedro Loureiro da Costa, Lucas Domingues Piazon, Diogo José do Rosário Gomes Figueiras, Rúben Filipe dos Santos Vieira de Sousa Gonçalves, Jacinto Muondo Dala (Gelson Dala), Paulo Vítor Fagundes dos Anjos e Messias Rodrigues da Silva Junior

82. Aferindo a responsabilidade dos sobreditos arguidos à luz dos elementos objetivos e subjetivos do ilícito disciplinar p. e p. pelo artigo 167.º do RDLPFP2019 [Inobservância de outros deveres], por violação do artigo 19.º, n.º 1, do citado RDLPFP2019, tendo por referência o Plano de Acção de Retoma Progressiva à Competição e o artigo 60.º do RCLPFP2019. 83. Pratica a infração disciplinar p. e p. pelo artigo 167.º do RDLPFP2019 o jogador que não cumpre os deveres que lhe são impostos pelos regulamentos, in casu os jogadores arguidos, com as condutas descritas nos factos provados 7.º, 9.º, 10.º, 12.º e 16.º – incumpriram os deveres e obrigações gerais presentes no n.º 1 do artigo 19.º do citado corpo regulamentar, tendo por referência o desrespeito pelas regras presentes no Plano de Acção de Retoma Progressiva à Competição e, ainda, no artigo 60.º do RCLPFP2019. 84. Concretizando:

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i. A conduta descrita nos factos provados 7.º, 9.º a 10.º e 16.º, 12.º e 16.º, no caso do jogador da Rio Ave Futebol Clube – Futebol, SDUQ, Lda. [Eliseu Mendja Nadjack Soares Cassamá], preenche os elementos objetivos e subjetivos do ilícito disciplinar p. e p. pelo artigo 167.º do RD LPFP 2019-20 [Inobservância de outros deveres], por violação: a) do disposto no artigo 19.º n.º 1 do citado RD, tendo por referência o Plano de Acção de Retoma Progressiva à Competição [1. Enquadramento; e 2. Jogo – Tribunas e Camarotes] - facto provados 7.º; b) das disposições conjugadas do artigo 60.º do RC LPFP 2019-20 e do Plano de Acção de Retoma Progressiva à Competição [1. Pré-Match – Credenciação; e 2. Jogo – Zona Técnica] - facto provado 9.º a 10.º e 16.º; c) do disposto no artigo 19.º n.º 1 do citado RD, tendo por referência o Plano de Acção de Retoma Progressiva à Competição [1. Enquadramento; e 2. Jogo – Bancos Suplentes e Suplementares] - factos provados 12.º e 16.º; ii. A conduta descrita nos factos provados 9.º, 10.º e 16.º, 12.º e 16.º, no caso dos jogadores da Rio Ave Futebol Clube – Futebol, SDUQ, Lda. [Leandro da Silva Alves e João Pedro Loureiro da Costa], preenche os elementos objetivos e subjetivos do ilícito disciplinar p. e p. pelo artigo 167.º do RD LPFP 2019-20 [Inobservância de outros deveres], por violação: a) das disposições conjugadas do artigo 60.º do RC LPFP 2019-20 e do Plano de Acção de Retoma Progressiva à Competição [1. Pré-Match – Credenciação; e 2. Jogo – Zona Técnica] - factos provados 9.º, 10.º e 16.º; b) do disposto no artigo 19.º n.º 1 do citado RD, tendo por referência o Plano de Acção de Retoma Progressiva à Competição [1. Enquadramento; e 2. Jogo – Bancos Suplentes e Suplementares] - factos provados 12.º e 16.º; iii. A conduta descrita nos factos provados 12.º e 16.º, no caso dos Jogadores da Rio Ave Futebol Clube – Futebol, SDUQ, Lda. [Lucas Domingues Piazon, Diogo José do Rosário Gomes Figueiras, Rúben Filipe dos Santos Vieira de Sousa Gonçalves, Jacinto Muondo Dala (Gelson Dala), Paulo Vítor Fagundes dos Anjos e Messias Rodrigues da Silva Junior], preenche os elementos objetivos e subjetivos do ilícito disciplinar p. e p. pelo artigo 167.º do RD LPFP 2019- 20 [Inobservância de outros deveres], por violação do disposto no artigo 19.º n.º 1 do citado RD, tendo por referência o Plano de Acção de Retoma Progressiva à Competição [1. Enquadramento; e 2. Jogo – Bancos Suplentes e Suplementares]; 85. Nesta conformidade, o comportamento dos jogadores do clube arguido, nos termos e circunstâncias em que se verificou, é objetiva e subjetivamente ilícito, porquanto em contravenção às regras presentes no Plano de Acção de Retoma Progressiva à Competição e do RCLPFP2019, tendo atuado com dolo (vide artigo 14.º, n.º 1, do Código Penal), mostrando-se

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assim preenchidos os elementos integrativos da infração disciplinar p. e p. pelo artigo 167.º do RDLPFP19, devendo, por isso, os jogadores do clube arguido serem disciplinarmente responsabilizados e sancionados.

2.4. Quanto à responsabilidade disciplinar dos demais agentes desportivos afetos à Rio Ave Futebol Clube – Futebol, SDUQ, Lda: José Pedro da Silva Matos, Ricardo João da Silva Paulo Magalhães, José Pedro Gomes, Rodolfo Fidalgo Monteiro, Nuno André Pereira Rodrigues, João Mário Ferreira Oliveira, João César Gomes Pereira, Gualter Fernando Ferreira Pires, João Gualter Azevedo Meireles de Sousa, António da Silva Campos e André Filipe Monteiro Vilas Boas

86. Aferindo a responsabilidade dos sobreditos arguidos à luz dos elementos objetivos e subjetivos do ilícito disciplinar p. e p. pelo artigo 141.º do RDLPFP2019 [Inobservância de outros deveres], ex vi artigos 168.º, n.º 1 [Disposições Gerais] e 171.º n.º 1 [Remissão para os factos dos dirigentes desportivos] por violação do artigo 19.º, n.º 1, do citado RDLPFP2019, tendo por referência o Plano de Acção de Retoma Progressiva à Competição e o artigo 60.º do RCLPFP2019. 87. Praticam a infração disciplinar p. e p. pelo artigo 141.º do RDLPFP2019, os médicos, massagistas, funcionários e demais agentes desportivos (ex vi artigo 171.º, n.º 1) e os delegados dos clubes, os treinadores e os auxiliares técnicos (ex vi artigo 168.º, n.º 1), que não cumpram os deveres que lhe são impostos pelos regulamentos, in casu os agentes desportivos arguidos, com as condutas descritas nos factos provados 9.º, 10.º, 12.º e 16.º – incumpriram os deveres e obrigações gerais presentes no n.º 1 do artigo 19.º do citado corpo regulamentar, tendo por referência o desrespeito pelas regras presentes no Plano de Acção de Retoma Progressiva à Competição e, ainda, no artigo 60.º do RCLPFP2019. 88. Concretizando: i. A conduta descrita nos factos provados 9.º, 10.º e 16.º, 12.º e 16.º, no caso do fisioterapeuta da Rio Ave Futebol Clube – Futebol, SDUQ, Lda. [José Pedro da Silva Matos], preenche os elementos objetivos e subjetivos do ilícito disciplinar p. e p. pelo artigo 141.º [Inobservância de outros deveres], ex vi artigo 171.º n.º 1 [Remissão para os factos dos dirigentes desportivos], ambos do RD LPFP 2019-20, por violação: a) das disposições conjugadas do artigo 60.º do RC LPFP 2019-20 e do Plano de Acção de Retoma Progressiva à Competição [1. Pré-Match – Credenciação; e 2. Jogo – Zona Técnica] - factos provados 9.º, 10.º e 16.º; b) do

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disposto no artigo 19.º n.º 1 do citado RD, tendo por referência o Plano de Acção de Retoma Progressiva à Competição [1. Enquadramento; e 2. Jogo – Bancos Suplentes e Suplementares] - factos provados 12.º e 16.º; ii. A conduta descrita nos factos provados 9.º, 10.º e 16.º, 12.º e 16.º, no caso do Oficial de Ligação aos Adeptos (OLA) da Rio Ave Futebol Clube – Futebol, SDUQ, Lda. [Ricardo João da Silva Paulo Magalhães], preenche os elementos objetivos e subjetivos do ilícito disciplinar p. e p. pelo artigo 141.º [Inobservância de outros deveres], ex vi artigo 171.º n.º 1 [Remissão para os factos dos dirigentes desportivos], ambos do RD LPFP 2019-20, por violação: a) das disposições conjugadas do artigo 60.º do RC LPFP 2019-20 e do Plano de Acção de Retoma Progressiva à Competição [1. Pré-Match – Credenciação; e 2. Jogo – Zona Técnica] - factos provados 9.º, 10.º e 16.º; b) do disposto no artigo 19.º n.º 1 do citado RD, tendo por referência o Plano de Acção de Retoma Progressiva à Competição [1. Enquadramento; e 2. Jogo – Bancos Suplentes e Suplementares] - factos provados 12.º e 16.º; iii. A conduta descrita nos factos provados 9.º, 10.º e 16.º, 12.º e 16.º, no caso do vídeo- analista da Rio Ave Futebol Clube – Futebol, SDUQ, Lda. [José Pedro Gomes], preenche os elementos objetivos e subjetivos do ilícito disciplinar p. e p. pelo artigo 141.º [Inobservância de outros deveres], ex vi artigo 171.º n.º 1 [Remissão para os factos dos dirigentes desportivos], ambos do RD LPFP 2019-20, por violação: a) das disposições conjugadas do artigo 60.º do RC LPFP 2019-20 e do Plano de Acção de Retoma Progressiva à Competição [1. Pré-Match – Credenciação; e 2. Jogo – Zona Técnica] - factos provados 9.º, 10.º e 16.º; b) do disposto no artigo 19.º n.º 1 do citado RD, tendo por referência o Plano de Acção de Retoma Progressiva à Competição [1. Enquadramento; e 2. Jogo – Bancos Suplentes e Suplementares] - factos provados 12.º e 16.º; iv. A conduta descrita nos factos provados 9.º, 10.º e 16.º, 12.º e 16.º, no caso do readaptador físico da Rio Ave Futebol Clube – Futebol, SDUQ, Lda. [Rodolfo Fidalgo Monteiro], preenche os elementos objetivos e subjetivos do ilícito disciplinar p. e p. pelo artigo 141.º [Inobservância de outros deveres], ex vi artigo 171.º n.º 1 [Remissão para os factos dos dirigentes desportivos], ambos do RD LPFP 2019-20, por violação: a) das disposições conjugadas do artigo 60.º do RC LPFP 2019-20 e do Plano de Acção de Retoma Progressiva à Competição [1. Pré-Match – Credenciação; e 2. Jogo – Zona Técnica] - factos provados 9.º, 10.º e 16.º; b) do disposto no artigo 19.º n.º 1 do citado RD, tendo por referência o Plano de Acção de Retoma

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Progressiva à Competição [1. Enquadramento; e 2. Jogo – Bancos Suplentes e Suplementares] - factos provados 12.º e 16.º; v. A conduta descrita nos factos provados 9.º, 10.º e 16.º, no caso do readaptador físico da Rio Ave Futebol Clube – Futebol, SDUQ, Lda. [Nuno André Pereira Rodrigues], preenche os elementos objetivos e subjetivos do ilícito disciplinar p. e p. pelo artigo 141.º [Inobservância de outros deveres], ex vi artigo 171.º n.º 1 [Remissão para os factos dos dirigentes desportivos], ambos do RD LPFP 2019-20, por violação das disposições conjugadas do artigo 60.º do RC LPFP 2019-20 e do Plano de Acção de Retoma Progressiva à Competição [1. Pré-Match – Credenciação; e 2. Jogo – Zona Técnica]; vi. A conduta descrita nos factos provados 12.º e 16.º, no caso do Team Manager [Gualter Fernando Ferreira Pires] e do preparador físico [João Gualter Azevedo Meireles de Sousa], preenche os elementos objetivos e subjetivos do ilícito disciplinar p. e p. pelo artigo 141.º [Inobservância de outros deveres], ex vi artigo 171.º n.º 1 [Remissão para os factos dos dirigentes desportivos], ambos do RD LPFP 2019-20, por violação do disposto no artigo 19.º n.º 1 do citado RD, tendo por referência o Plano de Acção de Retoma Progressiva à Competição [1. Enquadramento; e 2. Jogo – Bancos Suplentes e Suplementares]; vii. A conduta descrita nos factos provados 12.º e 16.º, no caso dos Delegados ao jogo [António da Silva Campos e André Filipe Monteiro Vilas Boas], o treinador adjunto [João Mário Ferreira Oliveira], e o Auxiliar técnico [João César Gomes Pereira], todos da Rio Ave Futebol Clube – Futebol, SDUQ, Lda., preenche os elementos objetivos e subjetivos do ilícito disciplinar p. e p. pelo artigo 141.º [Inobservância de outros deveres], ex vi artigo 168.º n.º 1 [Disposições gerais], ambos do RD LPFP 2019-20, por violação do disposto no artigo 19.º n.º 1 do citado RD, tendo por referência o Plano de Acção de Retoma Progressiva à Competição [1. Enquadramento; e 2. Jogo – Bancos Suplentes e Suplementares]. 89. Nesta conformidade, o comportamento dos agentes desportivos do clube arguido, nos termos e circunstâncias em que se verificou, é objetiva e subjetivamente ilícito, porquanto em contravenção às regras presentes no Plano de Acção de Retoma Progressiva à Competição e do RCLPFP2019, tendo atuado com dolo (vide artigo 14.º, n.º 1, do Código Penal), mostrando-se assim preenchidos os elementos integrativos da infração disciplinar p. e p. pelo artigo 141.º do RDLPFP19, ex vi artigos 168.º, n.º 1 e 171.º n.º 1 devendo, por isso, os aludidos agentes desportivos arguidos serem disciplinarmente responsabilizados e sancionados.

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2.5. Quanto à responsabilidade disciplinar do 4.º árbitro: David Silva

90. Aferindo a responsabilidade do 4.º árbitro no jogo em apreço nos autos à luz dos elementos objetivos e subjetivos do ilícito disciplinar p. e p. pelo artigo 204.º, n.º 1, do RDLPFP2019 [Inobservância de outros deveres], por violação das disposições conjugadas dos artigos 4.º n.º 3, 10.º n.º 2 alíneas a), f) e g), 11.º n.º 1, todos do RA LPFP 2019-20, artigos 2.º n.º 3 e 20.º n.º 2 alíneas a) e d), todos do RA FPF 2019-20 e Lei 06 – Os outros elementos da equipa de arbitragem, no seu ponto 2, sob a epígrafe «4.º árbitro» das Leis do Jogo 19/20 [IFAB – The International Football Association Board]. 91. Pratica a infração disciplinar p. e p. pelo artigo 204.º, n.º 1, do RDLPFP2019 o agente de arbitragem que não cumpre os deveres previstos no Regulamento de Arbitragem, ou de quaisquer outros deveres específicos, in casu o 4.º árbitro, com as condutas descritas nos factos provados 12.º a 13.º e 16.º – nomeadamente a ausência de relato dos festejos, no final do jogo e já no relvado, sem máscara, por parte de alguns agentes desportivos afetos à Rio Ave Futebol Clube – Futebol, SDUQ, Lda. – incumpriu os deveres e obrigações gerais presentes nas disposições conjugadas dos artigos 4.º n.º 3, 10.º n.º 2 alíneas a), f) e g), 11.º n.º 1, todos do RA LPFP 2019-20, artigos 2.º n.º 3 e 20.º n.º 2 alíneas a) e d), todos do RA FPF 2019-20 e Lei 06 – Os outros elementos da equipa de arbitragem, no seu ponto 2, sob a epígrafe «4.º árbitro» das Leis do Jogo 19/20 [IFAB – The International Football Association Board]. 92. De salientar que o arguido, na sua pronúncia e em sede de audiência disciplinar, alega que não visualizou a matéria factual em causa, apenas estando obrigado a assinar, sancionar e descrever todos os incidentes que visualizou e que a factualidade pela qual se encontra indiciado não é matéria de relatório pela equipa de arbitragem mas, a ser merecedora de relato, da competência do Delegado da Liga. A prova carreada para os autos não sustenta essa linha de defesa, tanto mais que a realidade referente aos ocupantes do banco de suplentes e suplementar que se encontra indiciada nos autos, foi diretamente presenciada agente de arbitragem arguido, em pleno relvado, conforme demonstram as imagens seguintes (em que o mesmo surge equipado de camisola azul e calção preto, imediatamente à frente dos dois agentes das forças de segurança pública):

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(cf.. imagens da gravação oficial do jogo reproduzidas no CD incluso a fls. 300)

Acresce que, nos termos do artigo 10.º n.º 2 alínea f) do Regulamento da Arbitragem das Competições Organizadas pela Liga Portuguesa de Futebol Profissional (RA LPFP 2019-20), em vigor à data da prática dos factos, é competência dos árbitros e árbitros assistentes «Elaborar o boletim de jogo, mencionando todos os incidentes ocorridos, antes, durante ou após o jogo, bem como os comportamentos imputados aos jogadores, treinadores, médicos, massagistas, dirigentes e demais agentes desportivos que constituam fundamento de sanções disciplinares (…)» - é nosso o realce. Dispõem, ainda, as Leis do Jogo 19/2020 [IFAB – The International Football Association Board] e, concretamente, a Lei 06 – Os outros elementos da equipa de arbitragem, pág. 74 e ss., no seu ponto 2, sob a epígrafe «4.º árbitro», que «O quarto árbitro é também responsável por (...) informar o árbitro de qualquer comportamento irresponsável por parte dos ocupantes da área técnica», dever esse que, conjugado com o normativo antecedente, claramente atribui competência ao 4.º árbitro para relatar os festejos, por parte de ocupantes do banco de suplentes e suplementar, sem uso da máscara facial, conforme imposto pelo Plano de Acção de Retoma Progressiva à Competição21, efluindo da prova coligida que os presenciou,

20 Consultadas in https://www.apaf.pt/images/documentacao/documentos/71/Leis%20Jogo%202020_21_1%20(2).pdf. 21 Aprovado pela Direcção da Liga Portugal, em 29.05.2020, em cooperação com a Federação Portuguesa de Futebol e a Direcção Geral de Saúde, e ratificado em Assembleia Geral Extraordinária da Liga Portuguesa de Futebol Profissional, datada de 08.06.2020 [cfr. fls. 139 a 278]. Página 64 de 85

diretamente, nada tendo mencionado quanto a essa materialidade, no campo específico reservado ao 4.º árbitro, no Relatório da equipa de arbitragem elaborado por ocasião do jogo em apreço nos autos. 93. Nesta conformidade, o comportamento do agente de arbitragem arguido, nos termos e circunstâncias em que se verificou, é objetiva e subjetivamente ilícito, porquanto em contravenção aos deveres e obrigações gerais presentes nas disposições conjugadas dos artigos 4.º n.º 3, 10.º n.º 2 alíneas a), f) e g), 11.º n.º 1, todos do RA LPFP 2019-20, artigos 2.º n.º 3 e 20.º n.º 2 alíneas a) e d), todos do RA FPF 2019-20 e Lei 06 – Os outros elementos da equipa de arbitragem, no seu ponto 2, sob a epígrafe «4.º árbitro» das Leis do Jogo 19/20 [IFAB – The International Football Association Board], tendo atuado com dolo (vide artigo 14.º, n.º 1, do Código Penal), mostrando-se assim preenchidos os elementos integrativos da infração disciplinar p. e p. pelo artigo 204.º, n.º 1, do RDLPFP19, devendo, por isso, o agente de arbitragem ser disciplinarmente responsabilizado e sancionado.

VI – MEDIDA E GRADUAÇÃO DA SANÇÃO

§1. Determinação da medida da sanção

94. Qualificados juridicamente os factos e operada a sua subsunção ao preceito legal sancionador, cumpre, agora, proceder à determinação da medida concreta das sanções a aplicar aos arguidos. 95. É no Capítulo III (medida e graduação das sanções), artigos 52.º a 61.º, do RDLPFP19 que nos deparamos com as normas que possibilitam alcançar a medida concreta da sanção, tendo sempre presente o princípio da proporcionalidade patente no artigo 10.º: as sanções disciplinares aplicadas como consequência da prática das infrações disciplinares previstas no presente Regulamento devem ser proporcionais e adequadas ao grau da ilicitude do facto e à intensidade da culpa do agente. 96. Também como princípio mentor da tarefa de concretização da medida da sanção deve ter-se como revelante o disposto no artigo 52.º (Determinação da medida da sanção), n.º 1: «A determinação da medida da sanção, dentro dos limites definidos no presente Regulamento, far- se-á em função da culpa do agente, tendo ainda em conta as exigências de prevenção de futuras infrações disciplinares. Adita o n.º 2 deste artigo que na determinação da sanção, atender-se-á

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a todas as circunstâncias que, não fazendo parte do tipo da infração, militem a favor do agente ou contra ele. 97. Por seu lado, o artigo 53.º, vem estabelecer as circunstâncias agravantes, dispondo no seu n.º 1 que: «Constituem especiais circunstâncias agravantes de qualquer infração disciplinar: a) a reincidência; b) a premeditação; c) a acumulação de infrações; d) a combinação com outrem para a prática da infração; e) a dissimulação da infração; f) a prática da infração com o objetivo ou a finalidade de impedir a deteção ou a punição de outra infração». 98. Cabe ao artigo 55.º, n.ºs 1 a 3, elencar as circunstâncias atenuantes, assim: «1. São especiais circunstâncias atenuantes das faltas disciplinares: a) o bom comportamento anterior, aferido pela inexistência de condenações disciplinares há mais de um ano; b) a confissão espontânea da infração; c) a prestação de serviços relevantes ao futebol; d) a provocação; e) o louvor por mérito desportivo. 2. Para além das atenuantes previstas no número anterior, é ainda considerada como circunstância especialmente atenuante o cumprimento de uma pena de suspensão que posteriormente venha a ser reduzida em mais de um terço ou revogada por decisão final na ordem jurídica desportiva caso a suspensão já tenha sido integral ou parcialmente cumprida. 3. Além destas, poderão excecionalmente ser consideradas outras atenuantes, quando a sua relevância o justifique». 99. Por último, há ainda a registar a possibilidade de atenuação especial da sanção, prevista no artigo 60.º: a sanção concretamente aplicada, depois de determinada ao abrigo do disposto nos artigos anteriores, poderá ainda ser especialmente atenuada quando existam circunstâncias anteriores, contemporâneas ou posteriores à infração que diminuam por forma acentuada a ilicitude do facto ou a culpa do agente.

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§2. O caso concreto

100. Ora, apurados os factos valorados como atentatórios da ordem jurídica desportiva e enquadrados nos respetivos tipos de infração, resta apreciar e decidir as sanções a aplicar. 101. Sendo que, prevenção e culpa são os critérios gerais a atender na fixação da medida concreta da sanção, espelhando o primeiro a necessidade comunitária do sancionamento do caso concreto [nas palavras de FIGUEIREDO DIAS a «necessidade da tutela da confiança e das expectativas da comunidade na manutenção da vigência da norma violada»22] e constituindo o segundo dos enunciados critérios, especificamente dirigido ao agente da infração, o limite às exigências de prevenção e, portanto, o limite máximo da sanção. 102. Mister é, neste particular, notar que é a ideia de prevenção geral (positiva), enquanto finalidade primordial visada pela sanção, que dá sustento ao cumprimento do princípio da necessidade da pena consagrado, em termos gerais, no artigo 18.º, n.º 2, da Constituição da República Portuguesa. São, nomeadamente, as exigências de prevenção geral que definem a chamada “moldura da prevenção”, em que o quantum máximo da sanção corresponderá à medida ótima de tutela dos bens jurídicos e das expetativas comunitárias que a sanção deve alcançar e o limite inferior é aquele que define o limiar mínimo da defesa do ordenamento jurídico, abaixo do qual já não é comunitariamente suportável a fixação de sanção sem irremediável prejuízo da respetiva função tutelar. Nesse contexto, no que concerne às exigências de prevenção especial ou individual, a sanção não pode deixar de alcançar o objetivo de fazer o arguido interiorizar o desvalor da sua conduta de molde a prevenir a prática de futuros ilícitos disciplinares. Em todo o caso, a medida da sanção não pode ultrapassar a medida da culpa, que constitui «um limite inultrapassável de todas e quaisquer considerações preventivas»

(cf. FIGUEIREDO DIAS, in Direito Penal Português – As Consequências Jurídicas do Crime, p. 230). 103. Elucidada a forma como se relacionam a culpa e a prevenção no processo de determinação concreta da sanção e qual a função que uma e outra cumprem naquele processo, importa então eleger a totalidade das circunstâncias do complexo integral do facto («aquele recorte ou pedaço de vida», na expressão de FIGUEIREDO DIAS) que relevam para a culpa e para a prevenção. FIGUEIREDO DIAS chama a esta tarefa «a determinação do substrato da medida da pena» e àquelas circunstâncias «os fatores da medida da pena» (op. cit., p. 232). Na concretização deste trabalho e nos termos já acima abordados, quanto à determinação da

22 FIGUEIREDO DIAS, Direito Penal – Parte Geral, Tomo I, 2ª Edição (2ª Reimpressão), Coimbra Editora, 2012, p. 79. Página 67 de 85

medida da sanção, dentro dos limites definidos no RDLPFP19, a mesma faz-se em função da culpa do agente, tendo ainda em conta as exigências de prevenção de futuras infrações disciplinares, considerando todas as circunstâncias que, não fazendo parte do tipo de infração, militem a favor do agente ou contra ele, nomeadamente, as constantes dos artigos 53.º e 55.º do mencionado diploma disciplinar. 104. Posto isto, em termos de prevenção geral, há que considerar a natureza e a relevância dos bens jurídicos protegidos pelos tipos de ilícito em questão – nomeadamente a realização do espetáculo desportivo em condições de segurança, nomeadamente com observância das regras do Plano de Acção de Retoma Progressiva à Competição, no contexto da reação à situação de emergência de saúde pública causada pela doença COVID-19, em concreto garantindo o cumprimento da contenção social nos termos previstos pelas autoridades desportivas e de Saúde, a adoção de um comportamento social responsável, e a utilização de máscara facial comunitária em todas as situações previstas e recomendadas pelas autoridades de saúde [no que concerne ao clube arguido e dirigentes, jogadores e demais agentes desportivos a si afetos] e o relato, pelos agentes de arbitragem, de todos os incidentes ocorridos, antes, durante ou após o jogo, bem como os comportamentos imputados aos jogadores, treinadores, médicos, massagistas, dirigentes e demais agentes desportivos que constituam fundamento de sanções disciplinares [quanto ao agente de arbitragem arguido]. Não sendo assim de menorizar as necessidades de prevenção geral que se fazem registar. 105. No que concerne às exigências de prevenção especial ou individual exigências de prevenção especial, avulta (i) quanto ao clube arguido e seus agentes desportivos o reconhecimento da conduta em apreço nos autos; (ii) bem como a ausência de anteriores sancionamentos pela violação dos mesmos deveres em causa nestes autos. 106. Pelas razões precedentes, e atento o recorte factual apurado, importa referir que se verifica nos autos a circunstância atenuantes previstas no artigo 55.º, n.º 1, al. a), do RDLPFP19 [bom comportamento anterior] quanto aos seguintes agentes desportivos: Maria Alexandrina da Silva Costa Cruz, José Edmundo Alves Moreira Alexandre, Marco Aurélio Alves Silva, Eliseu Mendja Nadjack Soares Cassamá, Leandro da Silva Alves, João Pedro Loureiro da Costa, José Pedro da Silva Matos, Ricardo João da Silva Paulo Magalhães, José Pedro Gomes, Vítor Bruno Peixoto Ramos, Rodolfo Fidalgo Monteiro, Nuno André Pereira Rodrigues, Rúben Filipe dos Santos Vieira de Sousa Gonçalves, Jacinto Muondo Dala (Gelson Dala), João Mário Ferreira Oliveira, João César Gomes Pereira, Gualter Fernando Ferreira Pires, João Gualter Azevedo

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Meireles de Sousa, David Rafael Oliveira da Silva (cf. extratos disciplinares de fls. 809 a 842). Sendo que, há ainda a considerar a confissão integral e sem reservas do arguido Diogo Figueiras em relação a quem, nos termos do n.º 6 do artigo 245.º, os limites mínimo e máximo das sanções de suspensão e das sanções de natureza pecuniária aplicáveis são reduzidas a metade e o fica dispensado do pagamento das custas do procedimento. 107. Por sua vez, regista-se a verificação da reincidência, como circunstância agravante, nos termos do artigo 53.º, n.ºs 1, al. a), e 2, do RDLPFP, quanto aos arguidos Rio Ave Futebol Clube – Futebol, SDUQ, Lda., António da Silva Campos, André Vilas Boas, Diogo Figueiras e Messias Junior (cf. extratos disciplinares de fls. 809 a 842). 108. Por outro lado, não se antolham quaisquer circunstâncias anteriores, contemporâneas ou posteriores à prática da infração disciplinar pelos arguidos que possam conduzir à possibilidade de atenuação especial das sanções, prevista no artigo 60.º do RDLPFP19. 109. Aqui chegados, sopesada toda a materialidade dada como provada e os critérios normativos orientadores da dosimetria da sanção, entende-se suficiente e adequado, tanto em termos preventivos como para efeitos sancionatórios, situar as sanções concreta a aplicar ao clube arguido no intervalo do mínimo legal da respetiva moldura sancionatória aplicável, acrescido de metade da moldura sancionatória, aos seus dirigentes, jogadores e demais agentes desportivos, no limite mínimo da moldura sancionatória, nos termos infra expostos, sendo que ao agente de arbitragem arguido a sanção aplicável é a de repreensão:

1. Rio Ave Futebol Clube – Futebol, SDUQ, Lda., pela prática da infração disciplinar p. e p. nos termos do disposto no artigo 127.º do RD [Inobservância de outros deveres], por violação do artigo 19.º n.º 1 do citado RD, tendo por referência o Plano de Acção de Retoma Progressiva à Competição [1. Enquadramento; e 2. Jogo – Tribunas e Camarotes], com a sanção de multa de 37,5 UC, isto é, 1.530,00 € (mil quinhentos e trinta euros)23.

2. Maria Alexandrina da Silva Costa Cruz, gerente da Rio Ave Futebol Clube – Futebol, SDUQ, Lda., pela prática da infração disciplinar p. e p. nos termos do disposto no artigo 141.º do RD LPFP 2019-20 [Inobservância de outros deveres], por violação do disposto no artigo 19.º n.º 1 do citado RD, tendo por referência o Plano de Acção de Retoma

23 Atenta a aplicação do fator de ponderação de 0,4, previsto no n.º 2 do artigo 36.º do RDLPFP2019 e a circunstância agravante da reincidência prevista no artigo 53.º, n.º 1, al. a), n.º 2 e 56.º, n.º 3, todos do RDLPFP2019. Página 69 de 85

Progressiva à Competição [1. Enquadramento; e 2. Jogo – Tribunas e Camarotes], com a sanção de multa de 2,25 UC, isto é, 90,00 € (noventa euros)24; 3. José Edmundo Alves Moreira Alexandre, gerente da Rio Ave Futebol Clube – Futebol, SDUQ, Lda., pela prática de três infrações disciplinares p. e p., cada uma, nos termos do disposto no artigo 141.º do RD LPFP 2019-20 [Inobservância de outros deveres], por violação, respetivamente: a) do disposto no artigo 19.º n.º 1 do citado RD, tendo por referência o Plano de Acção de Retoma Progressiva à Competição [1. Enquadramento; e 2. Jogo – Tribunas e Camarotes]; b) das disposições conjugadas do artigo 60.º do RC LPFP 2019-20 e do Plano de Acção de Retoma Progressiva à Competição [1. Pré-Match – Credenciação; e 2. Jogo – Zona Técnica]; e c) do disposto no artigo 19.º n.º 1 do citado RD, tendo por referência o Plano de Acção de Retoma Progressiva à Competição [1. Enquadramento; e 2. Jogo – Bancos Suplentes e Suplementares], com a sanção de multa de 2,25 UC, por cada infração, isto é, 270,00 € (duzentos e setenta euros) 25; 4. Marco Aurélio Alves Silva, Diretor geral da Rio Ave Futebol Clube – Futebol, SDUQ, Lda., pela prática de duas infrações disciplinares p. e p., cada uma, nos termos do disposto no artigo 141.º do RD LPFP 2019-20 [Inobservância de outros deveres], por violação: a) do disposto no artigo 19.º n.º 1 do citado RD, tendo por referência o Plano de Acção de Retoma Progressiva à Competição [1. Enquadramento; e 2. Jogo – Tribunas e Camarotes]; e b) das disposições conjugadas do artigo 60.º do RC LPFP 2019-20 e do Plano de Acção de Retoma Progressiva à Competição [1. Pré-Match – Credenciação; e 2. Jogo – Zona Técnica], com a sanção de multa de 2,25 UC, por cada infração, isto é, 180,00 € (cento e oitenta euros) 26; 5. Eliseu Mendja Nadjack Soares Cassamá, jogador da Rio Ave Futebol Clube – Futebol, SDUQ, Lda., pela prática de três infrações disciplinares p. e p., cada uma, nos termos do disposto no artigo 167.º do RD LPFP 2019-20 [Inobservância de outros deveres], por violação, respetivamente: a) do disposto no artigo 19.º n.º 1 do citado RD, tendo por

24 Atenta a aplicação do fator de ponderação de 0,4, previsto no n.º 2 do artigo 36.º do RDLPFP2019 e a circunstância atenuante prevista no artigo 55.º, n.º 1, al. a) e 56.º, n.º 2, bem como o arredondamento previsto no n.º 5 deste último normativo, todos do RDLPFP2019. 25 Atenta a aplicação do fator de ponderação de 0,4, previsto no n.º 2 do artigo 36.º do RDLPFP2019 e a circunstância atenuante prevista no artigo 55.º, n.º 1, al. a) e 56.º, n.º 2, bem como o arredondamento previsto no n.º 5 deste último normativo, todos do RDLPFP2019. 26 Atenta a aplicação do fator de ponderação de 0,4, previsto no n.º 2 do artigo 36.º do RDLPFP2019 e a circunstância atenuante prevista no artigo 55.º, n.º 1, al. a) e 56.º, n.º 2, bem como o arredondamento previsto no n.º 5 deste último normativo, todos do RDLPFP2019. Página 70 de 85

referência o Plano de Acção de Retoma Progressiva à Competição [1. Enquadramento; e 2. Jogo – Tribunas e Camarotes] ; b) das disposições conjugadas do artigo 60.º do RC LPFP 2019-20 e do Plano de Acção de Retoma Progressiva à Competição [1. Pré-Match – Credenciação; e 2. Jogo – Zona Técnica]; e c) do disposto no artigo 19.º n.º 1 do citado RD, tendo por referência o Plano de Acção de Retoma Progressiva à Competição [1. Enquadramento; e 2. Jogo – Bancos Suplentes e Suplementares], com a sanção de multa de 2,25 UC, por cada infração, isto é, 270,00 € (duzentos e setenta euros) 27; 6. Leandro da Silva Alves, jogador da Rio Ave Futebol Clube – Futebol, SDUQ, Lda., pela prática de duas infrações disciplinares p. e p., cada uma, nos termos do disposto no artigo 167.º do RD LPFP 2019-20 [Inobservância de outros deveres], por violação, respetivamente: a) das disposições conjugadas do artigo 60.º do RC LPFP 2019-20 e do Plano de Acção de Retoma Progressiva à Competição [1. Pré-Match – Credenciação; e 2. Jogo – Zona Técnica]; e b) do disposto no artigo 19.º n.º 1 do citado RD, tendo por referência o Plano de Acção de Retoma Progressiva à Competição [1. Enquadramento; e 2. Jogo – Bancos Suplentes e Suplementares], com a sanção de multa de 2,25 UC, por cada infração, isto é, 180,00 € (cento e oitenta euros) 28; 7. João Pedro Loureiro da Costa, jogador da Rio Ave Futebol Clube – Futebol, SDUQ, Lda., pela prática de duas infrações disciplinares p. e p., cada uma, nos termos do disposto no artigo 167.º do RD LPFP 2019-20 [Inobservância de outros deveres], por violação, respetivamente: a) das disposições conjugadas do artigo 60.º do RC LPFP 2019-20 e do Plano de Acção de Retoma Progressiva à Competição [1. Pré-Match – Credenciação; e 2. Jogo – Zona Técnica]; e b) do disposto no artigo 19.º n.º 1 do citado RD, tendo por referência o Plano de Acção de Retoma Progressiva à Competição [1. Enquadramento; e 2. Jogo – Bancos Suplentes e Suplementares], com a sanção de multa de 2,25 UC, por cada infração, isto é, 180,00 € (cento e oitenta euros) 29;

27 Atenta a aplicação do fator de ponderação de 0,4, previsto no n.º 2 do artigo 36.º do RDLPFP2019 e a circunstância atenuante prevista no artigo 55.º, n.º 1, al. a) e 56.º, n.º 2, bem como o arredondamento previsto no n.º 5 deste último normativo, todos do RDLPFP2019. 28 Atenta a aplicação do fator de ponderação de 0,4, previsto no n.º 2 do artigo 36.º do RDLPFP2019 e a circunstância atenuante prevista no artigo 55.º, n.º 1, al. a) e 56.º, n.º 2, bem como o arredondamento previsto no n.º 5 deste último normativo, todos do RDLPFP2019. 29 Atenta a aplicação do fator de ponderação de 0,4, previsto no n.º 2 do artigo 36.º do RDLPFP2019 e a circunstância atenuante prevista no artigo 55.º, n.º 1, al. a) e 56.º, n.º 2, bem como o arredondamento previsto no n.º 5 deste último normativo, todos do RDLPFP2019. Página 71 de 85

8. José Pedro da Silva Matos, fisioterapeuta da Rio Ave Futebol Clube – Futebol, SDUQ, Lda., pela prática de duas infrações disciplinares p. e p., cada uma, nos termos do disposto no artigo 141.º [Inobservância de outros deveres], ex vi artigo 171.º n.º 1 [Remissão para os factos dos dirigentes desportivos], ambos do RD LPFP 2019-20, por violação, respetivamente: a) das disposições conjugadas do artigo 60.º do RC LPFP 2019- 20 e do Plano de Acção de Retoma Progressiva à Competição [1. Pré-Match – Credenciação; e 2. Jogo – Zona Técnica]; e b) do disposto no artigo 19.º n.º 1 do citado RD, tendo por referência o Plano de Acção de Retoma Progressiva à Competição [1. Enquadramento; e 2. Jogo – Bancos Suplentes e Suplementares], com a sanção de multa de 2,25 UC, por cada infração, isto é, 180,00 € (cento e oitenta euros) 30; 9. Ricardo João da Silva Paulo Magalhães, Oficial de Ligação aos Adeptos (OLA) da Rio Ave Futebol Clube – Futebol, SDUQ, Lda., pela prática de duas infrações disciplinares p. e p., cada uma, nos termos do disposto no artigo 141.º [Inobservância de outros deveres], ex vi artigo 171.º n.º 1 [Remissão para os factos dos dirigentes desportivos], ambos do RD LPFP 2019-20, por violação, respetivamente: a) das disposições conjugadas do artigo 60.º do RC LPFP 2019-20 e do Plano de Acção de Retoma Progressiva à Competição [1. Pré-Match – Credenciação; e 2. Jogo – Zona Técnica]; b) do disposto no artigo 19.º n.º 1 do citado RD, tendo por referência o Plano de Acção de Retoma Progressiva à Competição [1. Enquadramento; e 2. Jogo – Bancos Suplentes e Suplementares], com a sanção de multa de 2,25 UC, por cada infração, isto é, 180,00 € (cento e oitenta euros) 31; 10. José Pedro Gomes, vídeo-analista da Rio Ave Futebol Clube – Futebol, SDUQ, Lda., pela prática duas infrações disciplinares p. e p., cada uma, nos termos do disposto no artigo 141.º [Inobservância de outros deveres], ex vi artigo 171.º n.º 1 [Remissão para os factos dos dirigentes desportivos], ambos do RD LPFP 2019-20, por violação, respetivamente: a) das disposições conjugadas do artigo 60.º do RC LPFP 2019-20 e do Plano de Acção de Retoma Progressiva à Competição [1. Pré-Match – Credenciação; e 2. Jogo – Zona Técnica]; b) do disposto no artigo 19.º n.º 1 do citado RD, tendo por referência o Plano

30 Atenta a aplicação do fator de ponderação de 0,4, previsto no n.º 2 do artigo 36.º do RDLPFP2019 e a circunstância atenuante prevista no artigo 55.º, n.º 1, al. a) e 56.º, n.º 2, bem como o arredondamento previsto no n.º 5 deste último normativo, todos do RDLPFP2019. 31 Atenta a aplicação do fator de ponderação de 0,4, previsto no n.º 2 do artigo 36.º do RDLPFP2019 e a circunstância atenuante prevista no artigo 55.º, n.º 1, al. a) e 56.º, n.º 2, bem como o arredondamento previsto no n.º 5 deste último normativo, todos do RDLPFP2019. Página 72 de 85

de Acção de Retoma Progressiva à Competição [1. Enquadramento; e 2. Jogo – Bancos Suplentes e Suplementares], com a sanção de multa de 2,25 UC, por cada infração, isto é, 180,00 € (cento e oitenta euros) 32; 11. Vítor Bruno Peixoto Ramos, Diretor de comunicação/imprensa da Rio Ave Futebol Clube – Futebol, SDUQ, Lda., pela prática de uma infração disciplinar p. e p. nos termos do disposto no artigo 141.º do RD LPFP 2019-20 [Inobservância de outros deveres], por violação do disposto no artigo 19.º n.º 1 do citado RD, tendo por referência o Plano de Acção de Retoma Progressiva à Competição [1. Enquadramento; e 2. Jogo – Bancos Suplentes e Suplementares], com a sanção de multa de 2,25 UC, isto é, 90,00 € (noventa euros) 33; 12. Rodolfo Fidalgo Monteiro, readaptador físico da Rio Ave Futebol Clube – Futebol, SDUQ, Lda., pela prática de duas infrações disciplinares p. e p., cada uma, nos termos do disposto no artigo 141.º [Inobservância de outros deveres], ex vi artigo 171.º n.º 1 [Remissão para os factos dos dirigentes desportivos], ambos do RD LPFP 2019-20, por violação, respetivamente: a) das disposições conjugadas do artigo 60.º do RC LPFP 2019- 20 e do Plano de Acção de Retoma Progressiva à Competição [1. Pré-Match – Credenciação; e 2. Jogo – Zona Técnica]; e b) do disposto no artigo 19.º n.º 1 do citado RD, tendo por referência o Plano de Acção de Retoma Progressiva à Competição [1. Enquadramento; e 2. Jogo – Bancos Suplentes e Suplementares], com a sanção de multa de 2,25 UC, por cada infração, isto é, 180,00 € (cento e oitenta euros) 34; 13. Nuno André Pereira Rodrigues, readaptador físico da Rio Ave Futebol Clube – Futebol, SDUQ, Lda., pela prática de uma infração disciplinar p. e p. nos termos do disposto no artigo 141.º [Inobservância de outros deveres], ex vi artigo 171.º n.º 1 [Remissão para os factos dos dirigentes desportivos], ambos do RD LPFP 2019-20, por violação das disposições conjugadas do artigo 60.º do RC LPFP 2019-20 e do Plano de Acção de

32 Atenta a aplicação do fator de ponderação de 0,4, previsto no n.º 2 do artigo 36.º do RDLPFP2019 e a circunstância atenuante prevista no artigo 55.º, n.º 1, al. a) e 56.º, n.º 2, bem como o arredondamento previsto no n.º 5 deste último normativo, todos do RDLPFP2019. 33 Atenta a aplicação do fator de ponderação de 0,4, previsto no n.º 2 do artigo 36.º do RDLPFP2019 e a circunstância atenuante prevista no artigo 55.º, n.º 1, al. a) e 56.º, n.º 2, bem como o arredondamento previsto no n.º 5 deste último normativo, todos do RDLPFP2019. 34 Atenta a aplicação do fator de ponderação de 0,4, previsto no n.º 2 do artigo 36.º do RDLPFP2019 e a circunstância atenuante prevista no artigo 55.º, n.º 1, al. a) e 56.º, n.º 2, bem como o arredondamento previsto no n.º 5 deste último normativo, todos do RDLPFP2019. Página 73 de 85

Retoma Progressiva à Competição [1. Pré-Match – Credenciação; e 2. Jogo – Zona Técnica], com a sanção de multa de 2,25 UC, isto é, 90,00 € (noventa euros) 35; 14. Lucas Domingues Piazon, jogador da Rio Ave Futebol Clube – Futebol, SDUQ, Lda, cometeu uma infração disciplinar p. e p. nos termos do disposto no artigo 167.º do RD LPFP 2019-20 [Inobservância de outros deveres], por violação do disposto no artigo 19.º n.º 1 do citado RD, tendo por referência o Plano de Acção de Retoma Progressiva à Competição [1. Enquadramento; e 2. Jogo – Bancos Suplentes e Suplementares], com a sanção de multa de 2,25 UC, isto é, 133,00 € (cento e trinta e três euros)36; 15. Diogo José do Rosário Gomes Figueiras, jogador da Rio Ave Futebol Clube – Futebol, SDUQ, Lda., pela prática de uma infração disciplinar p. e p. nos termos do disposto no artigo 167.º do RD LPFP 2019-20 [Inobservância de outros deveres], por violação do disposto no artigo 19.º n.º 1 do citado RD, tendo por referência o Plano de Acção de Retoma Progressiva à Competição [1. Enquadramento; e 2. Jogo – Bancos Suplentes e Suplementares], com a sanção de multa de 1,875 UC, isto é, 75,00 € (setenta e cinco euros)37; 16. Rúben Filipe dos Santos Vieira de Sousa Gonçalves, jogador da Rio Ave Futebol Clube – Futebol, SDUQ, Lda., pela prática de uma infração disciplinar p. e p. nos termos do disposto no artigo 167.º do RD LPFP 2019-20 [Inobservância de outros deveres], por violação do disposto no artigo 19.º n.º 1 do citado RD, tendo por referência o Plano de Acção de Retoma Progressiva à Competição [1. Enquadramento; e 2. Jogo – Bancos Suplentes e Suplementares], com a sanção de multa de 2,25 UC, isto é, 90,00 € (noventa euros) 38; 17. Jacinto Muondo Dala (Gelson Dala), jogador da Rio Ave Futebol Clube – Futebol, SDUQ, Lda, pela prática de uma infração disciplinar p. e p. nos termos do disposto no artigo 167.º do RD LPFP 2019-20 [Inobservância de outros deveres], por violação do disposto

35 Atenta a aplicação do fator de ponderação de 0,4, previsto no n.º 2 do artigo 36.º do RDLPFP2019 e a circunstância atenuante prevista no artigo 55.º, n.º 1, al. a) e 56.º, n.º 2, bem como o arredondamento previsto no n.º 5 deste último normativo, todos do RDLPFP2019. 36 Atenta a aplicação do fator de ponderação de 0,4, previsto no n.º 2 do artigo 36.º do RDLPFP2019 e o arredondamento previsto no n.º 6 deste último normativo. 37 Atenta a aplicação do fator de ponderação de 0,4, previsto no n.º 2 do artigo 36.º do RDLPFP2019, a circunstância agravante prevista no artigo 52.º, n.º 1, al. a), n.º 2 e 56.º, n.º 3, bem como o arredondamento previsto no n.º 5 deste último normativo e a confissão prevista no artigo 245.º, todos do RDLPFP2019. 38 Atenta a aplicação do fator de ponderação de 0,4, previsto no n.º 2 do artigo 36.º do RDLPFP2019 e a circunstância atenuante prevista no artigo 55.º, n.º 1, al. a) e 56.º, n.º 2, bem como o arredondamento previsto no n.º 5 deste último normativo, todos do RDLPFP2019. Página 74 de 85

no artigo 19.º n.º 1 do citado RD, tendo por referência o Plano de Acção de Retoma Progressiva à Competição [1. Enquadramento; e 2. Jogo – Bancos Suplentes e Suplementares], com a sanção de multa de 2,25 UC, isto é, 90,00 € (noventa euros) 39; 18. Paulo Vítor Fagundes dos Anjos, jogador da Rio Ave Futebol Clube – Futebol, SDUQ, Lda., pela prática de uma infração disciplinar p. e p. nos termos do disposto no artigo 167.º do RD LPFP 2019-20 [Inobservância de outros deveres], por violação do disposto no artigo 19.º n.º 1 do citado RD, tendo por referência o Plano de Acção de Retoma Progressiva à Competição [1. Enquadramento; e 2. Jogo – Bancos Suplentes e Suplementares], com a sanção de multa de 3 UC, isto é, 123,00 € (cento e vinte e três euros) 40; 19. Messias Rodrigues da Silva Junior, jogador da Rio Ave Futebol Clube – Futebol, SDUQ, Lda., pela prática de uma infração disciplinar p. e p. nos termos do disposto no artigo 167.º do RD LPFP 2019-20 [Inobservância de outros deveres], por violação do disposto no artigo 19.º n.º 1 do citado RD, tendo por referência o Plano de Acção de Retoma Progressiva à Competição [1. Enquadramento; e 2. Jogo – Bancos Suplentes e Suplementares], com a sanção de multa de 3,75 UC, isto é, 155,00 € (cento e cinquenta e cinco euros) 41; 20. António da Silva Campos, delegado ao jogo da Rio Ave Futebol Clube – Futebol, SDUQ, Lda., pela prática de uma infração disciplinar p. e p. nos termos do disposto no artigo 141.º [Inobservância de outros deveres], ex vi artigo 168.º n.º 1 [Disposições gerais], ambos do RD LPFP 2019-20, por violação do disposto no artigo 19.º n.º 1 do citado RD, tendo por referência o Plano de Acção de Retoma Progressiva à Competição [1. Enquadramento; e 2. Jogo – Bancos Suplentes e Suplementares], com a sanção de multa de 3,75 UC, isto é, 155,00 € (cento e cinquenta e cinco euros) 42;

39 Atenta a aplicação do fator de ponderação de 0,4, previsto no n.º 2 do artigo 36.º do RDLPFP2019 e a circunstância atenuante prevista no artigo 55.º, n.º 1, al. a) e 56.º, n.º 2, bem como o arredondamento previsto no n.º 5 deste último normativo, todos do RDLPFP2019. 40 Atenta a aplicação do fator de ponderação de 0,4, previsto no n.º 2 do artigo 36.º do RDLPFP2019, bem como o arredondamento previsto no n.º 5 deste último normativo. 41 Atenta a aplicação do fator de ponderação de 0,4, previsto no n.º 2 do artigo 36.º do RDLPFP2019, a circunstância agravante prevista no artigo 52.º, n.º 1, al. a), n.º 2 e 56.º, n.º 3, bem como o arredondamento previsto no n.º 5 deste último normativo. 42 Atenta a aplicação do fator de ponderação de 0,4, previsto no n.º 2 do artigo 36.º do RDLPFP2019, a circunstância agravante prevista no artigo 52.º, n.º 1, al. a), n.º 2 e 56.º, n.º 3, bem como o arredondamento previsto no n.º 5 deste último normativo. Página 75 de 85

21. André Filipe Monteiro Vilas Boas, delegado ao jogo da Rio Ave Futebol Clube – Futebol, SDUQ, Lda., pela prática de uma infração disciplinar p. e p. nos termos do disposto no artigo 141.º [Inobservância de outros deveres], ex vi artigo 168.º n.º 1 [Disposições gerais], ambos do RD LPFP 2019-20, por violação do disposto no artigo 19.º n.º 1 do citado RD, tendo por referência o Plano de Acção de Retoma Progressiva à Competição [1. Enquadramento; e 2. Jogo – Bancos Suplentes e Suplementares], com a sanção de multa de 3,75 UC, isto é, 155,00 € (cento e cinquenta e cinco euros) 43; 22. João Mário Ferreira Oliveira, treinador-adjunto da Rio Ave Futebol Clube – Futebol, SDUQ, Lda., pela prática de uma infração disciplinar p. e p. nos termos do disposto no artigo 141.º [Inobservância de outros deveres], ex vi artigo 168.º n.º 1 [Disposições gerais], ambos do RD LPFP 2019-20, por violação do disposto no artigo 19.º n.º 1 do citado RD, tendo por referência o Plano de Acção de Retoma Progressiva à Competição [1. Enquadramento; e 2. Jogo – Bancos Suplentes e Suplementares], com a sanção de multa de 2,25 UC, isto é, 90,00 € (noventa euros) 44; 23. João César Gomes Pereira, auxiliar técnico da Rio Ave Futebol Clube – Futebol, SDUQ, Lda., pela prática de uma infração disciplinar p. e p. nos termos do disposto no artigo 141.º [Inobservância de outros deveres], ex vi artigo 168.º n.º 1 [Disposições gerais], ambos do RD LPFP 2019-20, por violação do disposto no artigo 19.º n.º 1 do citado RD, tendo por referência o Plano de Acção de Retoma Progressiva à Competição [1. Enquadramento; e 2. Jogo – Bancos Suplentes e Suplementares], com a sanção de multa de 2,25 UC, isto é, 90,00 € (noventa euros) 45; 24. Gualter Fernando Ferreira Pires, Team Manager da Rio Ave Futebol Clube – Futebol, SDUQ, Lda., pela prática de uma infração disciplinar p. e p. nos termos do disposto no artigo 141.º [Inobservância de outros deveres], ex vi artigo 171.º n.º 1 [Remissão para os factos dos dirigentes desportivos], ambos do RD LPFP 2019-20, por violação do disposto no artigo 19.º n.º 1 do citado RD, tendo por referência o Plano de Acção de

43 Atenta a aplicação do fator de ponderação de 0,4, previsto no n.º 2 do artigo 36.º do RDLPFP2019, a circunstância agravante prevista no artigo 52.º, n.º 1, al. a), n.º 2 e 56.º, n.º 3, bem como o arredondamento previsto no n.º 5 deste último normativo. 44 Atenta a aplicação do fator de ponderação de 0,4, previsto no n.º 2 do artigo 36.º do RDLPFP2019 e a circunstância atenuante prevista no artigo 55.º, n.º 1, al. a) e 56.º, n.º 2, bem como o arredondamento previsto no n.º 5 deste último normativo, todos do RDLPFP2019. 45 Atenta a aplicação do fator de ponderação de 0,4, previsto no n.º 2 do artigo 36.º do RDLPFP2019 e a circunstância atenuante prevista no artigo 55.º, n.º 1, al. a) e 56.º, n.º 2, bem como o arredondamento previsto no n.º 5 deste último normativo, todos do RDLPFP2019. Página 76 de 85

Retoma Progressiva à Competição [1. Enquadramento; e 2. Jogo – Bancos Suplentes e Suplementares], com a sanção de multa de 2,25 UC, isto é, 90,00 € (noventa euros) 46; 25. João Gualter Azevedo Meireles de Sousa, preparador físico da Rio Ave Futebol Clube – Futebol, SDUQ, Lda., pela prática de uma infração disciplinar p. e p. nos termos do disposto no artigo 141.º [Inobservância de outros deveres], ex vi artigo 171.º n.º 1 [Remissão para os factos dos dirigentes desportivos], ambos do RD LPFP 2019-20, por violação do disposto no artigo 19.º n.º 1 do citado RD, tendo por referência o Plano de Acção de Retoma Progressiva à Competição [1. Enquadramento; e 2. Jogo – Bancos Suplentes e Suplementares], com a sanção de multa de 2,25 UC, isto é, 90,00 € (noventa euros) 47; 26. David Rafael Oliveira da Silva, agente de arbitragem, pela prática de uma infração disciplinar p. e p. nos termos do disposto no artigo 204.º n.º 1 [Incumprimento dos deveres em geral], ambos do RD LPFP 2019-20, por violação das disposições conjugadas dos artigos 4.º n.º 3, 10.º n.º 2 alíneas a), f) e g), 11.º n.º 1, todos do RA LPFP 2019-20, e artigos 2.º n.º 3 e 20.º n.º 2 alíneas a) e d), todos do RA FPF 2019-20, e Lei 06 – Os outros elementos da equipa de arbitragem, no seu ponto 2, sob a epígrafe «4.º árbitro» das Leis do Jogo 19/20 [IFAB – The International Football Association Board], com a sanção de repreensão.

VII – DECISÃO

Nos termos e com os fundamentos expostos, julga-se a acusação procedente por provada e, em consequência, condena-se nos seguintes termos:

1. Rio Ave Futebol Clube – Futebol, SDUQ, Lda, pela prática da infração disciplinar p. e p. nos termos do disposto no artigo 127.º do RD [Inobservância de outros deveres], por violação do artigo 19.º n.º 1 do citado RD, tendo por referência o Plano de Acção de

46 Atenta a aplicação do fator de ponderação de 0,4, previsto no n.º 2 do artigo 36.º do RDLPFP2019 e a circunstância atenuante prevista no artigo 55.º, n.º 1, al. a) e 56.º, n.º 2, bem como o arredondamento previsto no n.º 5 deste último normativo, todos do RDLPFP2019. 47 Atenta a aplicação do fator de ponderação de 0,4, previsto no n.º 2 do artigo 36.º do RDLPFP2019 e a circunstância atenuante prevista no artigo 55.º, n.º 1, al. a) e 56.º, n.º 2, bem como o arredondamento previsto no n.º 5 deste último normativo, todos do RDLPFP2019. Página 77 de 85

Retoma Progressiva à Competição [1. Enquadramento; e 2. Jogo – Tribunas e Camarotes], com a sanção de multa de 1.530,00 € (mil quinhentos e trinta euros).

2. Maria Alexandrina da Silva Costa Cruz, gerente da Rio Ave Futebol Clube – Futebol, SDUQ, Lda., pela prática da infração disciplinar p. e p. nos termos do disposto no artigo 141.º do RD LPFP 2019-20 [Inobservância de outros deveres], por violação do disposto no artigo 19.º n.º 1 do citado RD, tendo por referência o Plano de Acção de Retoma Progressiva à Competição [1. Enquadramento; e 2. Jogo – Tribunas e Camarotes], com a sanção de multa de 90,00 € (noventa euros); 3. José Edmundo Alves Moreira Alexandre, gerente da Rio Ave Futebol Clube – Futebol, SDUQ, Lda., pela prática de três infrações disciplinares p. e p., cada uma, nos termos do disposto no artigo 141.º do RD LPFP 2019-20 [Inobservância de outros deveres], por violação, respetivamente: a) do disposto no artigo 19.º n.º 1 do citado RD, tendo por referência o Plano de Acção de Retoma Progressiva à Competição [1. Enquadramento; e 2. Jogo – Tribunas e Camarotes]; b) das disposições conjugadas do artigo 60.º do RC LPFP 2019-20 e do Plano de Acção de Retoma Progressiva à Competição [1. Pré-Match – Credenciação; e 2. Jogo – Zona Técnica]; e c) do disposto no artigo 19.º n.º 1 do citado RD, tendo por referência o Plano de Acção de Retoma Progressiva à Competição [1. Enquadramento; e 2. Jogo – Bancos Suplentes e Suplementares], com a sanção de multa de 270,00 € (duzentos e setenta euros); 4. Marco Aurélio Alves Silva, Diretor geral da Rio Ave Futebol Clube – Futebol, SDUQ, Lda., pela prática de duas infrações disciplinares p. e p., cada uma, nos termos do disposto no artigo 141.º do RD LPFP 2019-20 [Inobservância de outros deveres], por violação: a) do disposto no artigo 19.º n.º 1 do citado RD, tendo por referência o Plano de Acção de Retoma Progressiva à Competição [1. Enquadramento; e 2. Jogo – Tribunas e Camarotes]; e b) das disposições conjugadas do artigo 60.º do RC LPFP 2019-20 e do Plano de Acção de Retoma Progressiva à Competição [1. Pré-Match – Credenciação; e 2. Jogo – Zona Técnica], com a sanção de multa de 180,00 € (cento e oitenta euros); 5. Eliseu Mendja Nadjack Soares Cassamá, jogador da Rio Ave Futebol Clube – Futebol, SDUQ, Lda., pela prática de três infrações disciplinares p. e p., cada uma, nos termos do disposto no artigo 167.º do RD LPFP 2019-20 [Inobservância de outros deveres], por violação, respetivamente: a) do disposto no artigo 19.º n.º 1 do citado RD, tendo por referência o Plano de Acção de Retoma Progressiva à Competição [1. Enquadramento;

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e 2. Jogo – Tribunas e Camarotes] ; b) das disposições conjugadas do artigo 60.º do RC LPFP 2019-20 e do Plano de Acção de Retoma Progressiva à Competição [1. Pré-Match – Credenciação; e 2. Jogo – Zona Técnica]; e c) do disposto no artigo 19.º n.º 1 do citado RD, tendo por referência o Plano de Acção de Retoma Progressiva à Competição [1. Enquadramento; e 2. Jogo – Bancos Suplentes e Suplementares], com a sanção de multa de 270,00 € (duzentos e setenta euros); 6. Leandro da Silva Alves, jogador da Rio Ave Futebol Clube – Futebol, SDUQ, Lda., pela prática de duas infrações disciplinares p. e p., cada uma, nos termos do disposto no artigo 167.º do RD LPFP 2019-20 [Inobservância de outros deveres], por violação, respetivamente: a) das disposições conjugadas do artigo 60.º do RC LPFP 2019-20 e do Plano de Acção de Retoma Progressiva à Competição [1. Pré-Match – Credenciação; e 2. Jogo – Zona Técnica]; e b) do disposto no artigo 19.º n.º 1 do citado RD, tendo por referência o Plano de Acção de Retoma Progressiva à Competição [1. Enquadramento; e 2. Jogo – Bancos Suplentes e Suplementares], com a sanção de multa de 180,00 € (cento e oitenta euros); 7. João Pedro Loureiro da Costa, jogador da Rio Ave Futebol Clube – Futebol, SDUQ, Lda., pela prática de duas infrações disciplinares p. e p., cada uma, nos termos do disposto no artigo 167.º do RD LPFP 2019-20 [Inobservância de outros deveres], por violação, respetivamente: a) das disposições conjugadas do artigo 60.º do RC LPFP 2019-20 e do Plano de Acção de Retoma Progressiva à Competição [1. Pré-Match – Credenciação; e 2. Jogo – Zona Técnica]; e b) do disposto no artigo 19.º n.º 1 do citado RD, tendo por referência o Plano de Acção de Retoma Progressiva à Competição [1. Enquadramento; e 2. Jogo – Bancos Suplentes e Suplementares], com a sanção de multa de 180,00 € (cento e oitenta euros); 8. José Pedro da Silva Matos, fisioterapeuta da Rio Ave Futebol Clube – Futebol, SDUQ, Lda., pela prática de duas infrações disciplinares p. e p., cada uma, nos termos do disposto no artigo 141.º [Inobservância de outros deveres], ex vi artigo 171.º n.º 1 [Remissão para os factos dos dirigentes desportivos], ambos do RD LPFP 2019-20, por violação, respetivamente: a) das disposições conjugadas do artigo 60.º do RC LPFP 2019- 20 e do Plano de Acção de Retoma Progressiva à Competição [1. Pré-Match – Credenciação; e 2. Jogo – Zona Técnica]; e b) do disposto no artigo 19.º n.º 1 do citado RD, tendo por referência o Plano de Acção de Retoma Progressiva à Competição [1.

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Enquadramento; e 2. Jogo – Bancos Suplentes e Suplementares], com a sanção de multa de 180,00 € (cento e oitenta euros); 9. Ricardo João da Silva Paulo Magalhães, Oficial de Ligação aos Adeptos (OLA) da Rio Ave Futebol Clube – Futebol, SDUQ, Lda., pela prática de duas infrações disciplinares p. e p., cada uma, nos termos do disposto no artigo 141.º [Inobservância de outros deveres], ex vi artigo 171.º n.º 1 [Remissão para os factos dos dirigentes desportivos], ambos do RD LPFP 2019-20, por violação, respetivamente: a) das disposições conjugadas do artigo 60.º do RC LPFP 2019-20 e do Plano de Acção de Retoma Progressiva à Competição [1. Pré-Match – Credenciação; e 2. Jogo – Zona Técnica]; b) do disposto no artigo 19.º n.º 1 do citado RD, tendo por referência o Plano de Acção de Retoma Progressiva à Competição [1. Enquadramento; e 2. Jogo – Bancos Suplentes e Suplementares], com a sanção de multa de 180,00 € (cento e oitenta euros); 10. José Pedro Gomes, vídeo-analista da Rio Ave Futebol Clube – Futebol, SDUQ, Lda., pela prática duas infrações disciplinares p. e p., cada uma, nos termos do disposto no artigo 141.º [Inobservância de outros deveres], ex vi artigo 171.º n.º 1 [Remissão para os factos dos dirigentes desportivos], ambos do RD LPFP 2019-20, por violação, respetivamente: a) das disposições conjugadas do artigo 60.º do RC LPFP 2019-20 e do Plano de Acção de Retoma Progressiva à Competição [1. Pré-Match – Credenciação; e 2. Jogo – Zona Técnica]; b) do disposto no artigo 19.º n.º 1 do citado RD, tendo por referência o Plano de Acção de Retoma Progressiva à Competição [1. Enquadramento; e 2. Jogo – Bancos Suplentes e Suplementares], com a sanção de multa de 180,00 € (cento e oitenta euros); 11. Vítor Bruno Peixoto Ramos, Diretor de comunicação/imprensa da Rio Ave Futebol Clube – Futebol, SDUQ, Lda., pela prática de uma infração disciplinar p. e p. nos termos do disposto no artigo 141.º do RD LPFP 2019-20 [Inobservância de outros deveres], por violação do disposto no artigo 19.º n.º 1 do citado RD, tendo por referência o Plano de Acção de Retoma Progressiva à Competição [1. Enquadramento; e 2. Jogo – Bancos Suplentes e Suplementares], com a sanção de 90,00 € (noventa euros); 12. Rodolfo Fidalgo Monteiro, readaptador físico da Rio Ave Futebol Clube – Futebol, SDUQ, Lda., pela prática de duas infrações disciplinares p. e p., cada uma, nos termos do disposto no artigo 141.º [Inobservância de outros deveres], ex vi artigo 171.º n.º 1 [Remissão para os factos dos dirigentes desportivos], ambos do RD LPFP 2019-20, por violação, respetivamente: a) das disposições conjugadas do artigo 60.º do RC LPFP 2019-

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20 e do Plano de Acção de Retoma Progressiva à Competição [1. Pré-Match – Credenciação; e 2. Jogo – Zona Técnica]; e b) do disposto no artigo 19.º n.º 1 do citado RD, tendo por referência o Plano de Acção de Retoma Progressiva à Competição [1. Enquadramento; e 2. Jogo – Bancos Suplentes e Suplementares], com a sanção de multa de 180,00 € (cento e oitenta euros); 13. Nuno André Pereira Rodrigues, readaptador físico da Rio Ave Futebol Clube – Futebol, SDUQ, Lda., pela prática de uma infração disciplinar p. e p. nos termos do disposto no artigo 141.º [Inobservância de outros deveres], ex vi artigo 171.º n.º 1 [Remissão para os factos dos dirigentes desportivos], ambos do RD LPFP 2019-20, por violação das disposições conjugadas do artigo 60.º do RC LPFP 2019-20 e do Plano de Acção de Retoma Progressiva à Competição [1. Pré-Match – Credenciação; e 2. Jogo – Zona Técnica], com a sanção de multa de 90,00 € (noventa euros); 14. Lucas Domingues Piazon, jogador da Rio Ave Futebol Clube – Futebol, SDUQ, Lda, cometeu uma infração disciplinar p. e p. nos termos do disposto no artigo 167.º do RD LPFP 2019-20 [Inobservância de outros deveres], por violação do disposto no artigo 19.º n.º 1 do citado RD, tendo por referência o Plano de Acção de Retoma Progressiva à Competição [1. Enquadramento; e 2. Jogo – Bancos Suplentes e Suplementares], com a sanção de multa de 133,00 € (cento e trinta e três euros); 15. Diogo José do Rosário Gomes Figueiras, jogador da Rio Ave Futebol Clube – Futebol, SDUQ, Lda., pela prática de uma infração disciplinar p. e p. nos termos do disposto no artigo 167.º do RD LPFP 2019-20 [Inobservância de outros deveres], por violação do disposto no artigo 19.º n.º 1 do citado RD, tendo por referência o Plano de Acção de Retoma Progressiva à Competição [1. Enquadramento; e 2. Jogo – Bancos Suplentes e Suplementares], com a sanção de multa de 75,00 € (setenta e cinco euros); 16. Rúben Filipe dos Santos Vieira de Sousa Gonçalves, jogador da Rio Ave Futebol Clube – Futebol, SDUQ, Lda., pela prática de uma infração disciplinar p. e p. nos termos do disposto no artigo 167.º do RD LPFP 2019-20 [Inobservância de outros deveres], por violação do disposto no artigo 19.º n.º 1 do citado RD, tendo por referência o Plano de Acção de Retoma Progressiva à Competição [1. Enquadramento; e 2. Jogo – Bancos Suplentes e Suplementares], com a sanção de multa de 90,00 € (noventa euros); 17. Jacinto Muondo Dala (Gelson Dala), jogador da Rio Ave Futebol Clube – Futebol, SDUQ, Lda., pela prática de uma infração disciplinar p. e p. nos termos do disposto no artigo

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167.º do RD LPFP 2019-20 [Inobservância de outros deveres], por violação do disposto no artigo 19.º n.º 1 do citado RD, tendo por referência o Plano de Acção de Retoma Progressiva à Competição [1. Enquadramento; e 2. Jogo – Bancos Suplentes e Suplementares], com a sanção de multa de 90,00 € (noventa euros); 18. Paulo Vítor Fagundes dos Anjos, jogador da Rio Ave Futebol Clube – Futebol, SDUQ, Lda., pela prática de uma infração disciplinar p. e p. nos termos do disposto no artigo 167.º do RD LPFP 2019-20 [Inobservância de outros deveres], por violação do disposto no artigo 19.º n.º 1 do citado RD, tendo por referência o Plano de Acção de Retoma Progressiva à Competição [1. Enquadramento; e 2. Jogo – Bancos Suplentes e Suplementares], com a sanção de multa de 123,00 € (cento e vinte e três euros); 19. Messias Rodrigues da Silva Junior, jogador da Rio Ave Futebol Clube – Futebol, SDUQ, Lda., pela prática de uma infração disciplinar p. e p. nos termos do disposto no artigo 167.º do RD LPFP 2019-20 [Inobservância de outros deveres], por violação do disposto no artigo 19.º n.º 1 do citado RD, tendo por referência o Plano de Acção de Retoma Progressiva à Competição [1. Enquadramento; e 2. Jogo – Bancos Suplentes e Suplementares], com a sanção de multa de 155,00 € (cento e cinquenta e cinco euros); 20. António da Silva Campos, delegado ao jogo da Rio Ave Futebol Clube – Futebol, SDUQ, Lda., pela prática de uma infração disciplinar p. e p. nos termos do disposto no artigo 141.º [Inobservância de outros deveres], ex vi artigo 168.º n.º 1 [Disposições gerais], ambos do RD LPFP 2019-20, por violação do disposto no artigo 19.º n.º 1 do citado RD, tendo por referência o Plano de Acção de Retoma Progressiva à Competição [1. Enquadramento; e 2. Jogo – Bancos Suplentes e Suplementares], com a sanção de multa de 155,00 € (cento e cinquenta e cinco euros); 21. André Filipe Monteiro Vilas Boas, delegado ao jogo da Rio Ave Futebol Clube – Futebol, SDUQ, Lda., pela prática de uma infração disciplinar p. e p. nos termos do disposto no artigo 141.º [Inobservância de outros deveres], ex vi artigo 168.º n.º 1 [Disposições gerais], ambos do RD LPFP 2019-20, por violação do disposto no artigo 19.º n.º 1 do citado RD, tendo por referência o Plano de Acção de Retoma Progressiva à Competição [1. Enquadramento; e 2. Jogo – Bancos Suplentes e Suplementares], com a sanção de multa de 155,00 € (cento e cinquenta e cinco euros); 22. João Mário Ferreira Oliveira, treinador-adjunto da Rio Ave Futebol Clube – Futebol, SDUQ, Lda., pela prática de uma infração disciplinar p. e p. nos termos do disposto no

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artigo 141.º [Inobservância de outros deveres], ex vi artigo 168.º n.º 1 [Disposições gerais], ambos do RD LPFP 2019-20, por violação do disposto no artigo 19.º n.º 1 do citado RD, tendo por referência o Plano de Acção de Retoma Progressiva à Competição [1. Enquadramento; e 2. Jogo – Bancos Suplentes e Suplementares], com a sanção de multa de 90,00 € (noventa euros); 23. João César Gomes Pereira, auxiliar técnico da Rio Ave Futebol Clube – Futebol, SDUQ, Lda., pela prática de uma infração disciplinar p. e p. nos termos do disposto no artigo 141.º [Inobservância de outros deveres], ex vi artigo 168.º n.º 1 [Disposições gerais], ambos do RD LPFP 2019-20, por violação do disposto no artigo 19.º n.º 1 do citado RD, tendo por referência o Plano de Acção de Retoma Progressiva à Competição [1. Enquadramento; e 2. Jogo – Bancos Suplentes e Suplementares], com a sanção de multa de 90,00 € (noventa euros); 24. Gualter Fernando Ferreira Pires, Team Manager da Rio Ave Futebol Clube – Futebol, SDUQ, Lda., pela prática de uma infração disciplinar p. e p. nos termos do disposto no artigo 141.º [Inobservância de outros deveres], ex vi artigo 171.º n.º 1 [Remissão para os factos dos dirigentes desportivos], ambos do RD LPFP 2019-20, por violação do disposto no artigo 19.º n.º 1 do citado RD, tendo por referência o Plano de Acção de Retoma Progressiva à Competição [1. Enquadramento; e 2. Jogo – Bancos Suplentes e Suplementares], com a sanção de multa de 90,00 € (noventa euros); 25. João Gualter Azevedo Meireles de Sousa, preparador físico da Rio Ave Futebol Clube – Futebol, SDUQ, Lda., pela prática de uma infração disciplinar p. e p. nos termos do disposto no artigo 141.º [Inobservância de outros deveres], ex vi artigo 171.º n.º 1 [Remissão para os factos dos dirigentes desportivos], ambos do RD LPFP 2019-20, por violação do disposto no artigo 19.º n.º 1 do citado RD, tendo por referência o Plano de Acção de Retoma Progressiva à Competição [1. Enquadramento; e 2. Jogo – Bancos Suplentes e Suplementares], com a sanção de multa de 90,00 € (noventa euros); 26. David Rafael Oliveira da Silva, agente de arbitragem, pela prática de uma infração disciplinar p. e p. nos termos do disposto no artigo 204.º n.º 1 [Incumprimento dos deveres em geral], ambos do RD LPFP 2019-20, por violação das disposições conjugadas dos artigos 4.º n.º 3, 10.º n.º 2 alíneas a), f) e g), 11.º n.º 1, todos do RA LPFP 2019-20, e artigos 2.º n.º 3 e 20.º n.º 2 alíneas a) e d), todos do RA FPF 2019-20, e Lei 06 – Os outros elementos da equipa de arbitragem, no seu ponto 2, sob a epígrafe «4.º árbitro»

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das Leis do Jogo 19/20 [IFAB – The International Football Association Board], com a sanção de repreensão.

Custas a cargo dos arguidos, a repartir proporcionalmente entre os mesmos, sem prejuízo da dispensa de pagamentos das custas quanto ao arguido Diogo José do Rosário Gomes Figueiras, fixando-se o emolumento disciplinar em 1.200,00 € (mil e duzentos euros), valor correspondente a 10 (dez) UC (artigos 279.º, n.º 1 e 284.º, n.º 1, todos do RDLPFP19).

Registe, notifique e publicite. Cidade do Futebol, 26 de abril de 2021 O Conselho de Disciplina, Secção Profissional

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RECURSO DESTA DECISÃO As decisões do Conselho de Disciplina da Federação Portuguesa de Futebol são passíveis de recurso, nos termos da lei e dos regulamentos, para o Conselho de Justiça ou para o Tribunal Arbitral do Desporto. De acordo com o artigo 44.º, n.º 1, do Decreto-Lei n.º 248-B/2008, de 31 de dezembro, na redação conferida pelo artigo 2.º do Decreto-Lei n.º 93/2014 de 23 de junho, cabe recurso para o Conselho de Justiça das decisões disciplinares relativas a questões emergentes da aplicação das normas técnicas e disciplinares diretamente respeitantes à prática da própria Regimento do Conselho de Justiça aprovado pela Direção da Federação Portuguesa de Futebol, em 18 de dezembro de 2014 e de 29 de abril de 2015 e publicitado pelo Comunicado Oficial n.º 383, de 27 de maio de 2015, com as alterações publicitadas pelo Comunicado Oficial n.º 188, de 9 de janeiro de 2018 e as alterações publicitadas pelo Comunicado Oficial n.º 5 de 1 de julho de 2019). Em conformidade com o artigo 4.º, n.ºs 1 e 3, da Lei do Tribunal Arbitral do Desporto (aprovada pelo artigo 2.º da Lei n.º 74/2013 de 6 de setembro, que cria o Tribunal Arbitral do Desporto e aprova a respetiva lei, na redação conferida pelo artigo 3.º da Lei n.º 33/2014 de 16 de junho - Primeira alteração à Lei n.º 74/2013, de 6 de setembro, que cria o Tribunal Arbitral do Desporto e aprova a respetiva lei), compete a esse tribunal conhecer, em via de recurso, das deliberações do Conselho de Disciplina. Exclui-se dessa competência, nos termos do n.º 6 do citado artigo, a resolução de questões emergentes da aplicação das normas técnicas e disciplinares diretamente respeitantes à prática da própria competição desportiva. O recurso para o Tribunal Arbitral do Desporto deve ser interposto no prazo de 10 dias, contados da notificação desta decisão (artigo 54.º, n. º 2, da Lei do Tribunal Arbitral do Desporto).

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