COLABORAÇOES

Bacias Hidrográfic'as do

CLASSIFICAÇAO GERAL DAS PRINCIPAIS las que contribuem diretamente para o oceano, BACIAS HIDROGRAFICAS DO ESTADO DO por carecerem estas bacias de significação areal.

RIO GRANDE DO SUL Quanto ao rio Uruguai, forma com ~eus a ­ fluentes um todo hidrogràficamente defin:do.

o Rio Grande do Sul se divide em du~ gran­ Em resumo, propomos, como divisão geral des áreas hidrográficas distintas: para a rêde hidrográfica do Rio Grande do Sul:

A primeira é representada pelas águas que Divisão geral da rêde hidrográfica do Estado correm para o norte e para oeste e vão lançar do Rio Grande do Sul. -se no rio Uruguai; a outra pelas que correm para leste e para sul, sendo tributárias do litoral " 1) Bacia do Uruguai. lagunar ou diretamente do Atlântico. 2) Bacias atlânticas. A Divisão de Aguas do Departamento Na­ a) do Jacui; cional de Produção Mineral, do Ministério da b) lagunares e litorâneas. Agricultura, ao fazer a distribuição da rêde hi­ drográfica do Brasil, dividiu o Rio Grande do A área hidrográfica do Rio Grande do Sul, Sul em duas bacias hidrográficas: a do Uruguai é avaliada, oficialnente, em 281.706 km2, assim e a do Suleste. distribui dos : Ao ensaiar uma denominação das bacias hi­ 147.320, pertencentes à bacia do Uruguai, drográficas do Estado, parece lógico, pela razão ou sejam 52% . exposta, conservar, como ponto de partida, a 134.386, pertencentes às bacias atlânticas, classificação geral proposta pelo Departamento isto é 48% . de Produção Mineral. Apenas, quanto à" águas tributárias do Atlântico, faz-se mister trocar- Devido a inclinação "'das camadas do d'!rra­ , lhes a designação de bacia do Suleste, uma vez me basáltico a maioria dos cursos d'água do pla­ que esta foi dada pela posição da bacia em re­ nalto corre, em direção oposta ao Atlântico. lação ao pais. Propomos para elas ? nome de . ·bacias atlânticas», mais sugestivo quando con- ' O rio URUGUAI nasce nas proximidades sideradas em relação ao Rio Grande do Sul. do Atlântico, da junção do e do Canôas, que procedem do planalto do derrame basáltico, Examinando mais detidamente a rêde hidro­ cuja borda atlântica é chamàda Serra G'!ral. gráfica do Estado, a fim de detalhá-la, sômente Corre, a principio, sôbre o Planalto, com direção se nos afigurou de real importância destacar, leste-oeste, dividindo os estados do Rio Grande entre a s bacias atlânticas, a do rio Jacui. do Sul e Sa nta Catarina; toma, após, a direção As áreas de drenagem a tlântica são um con­ sul; limita a campanha gaúcha das terras argen­ junto de bacias inde'pendentes de rios tributá­ tinas; e vai, finalmente, desaguar no estuário rios do A tlãn tico e das lagunas. Merece menção do Prata, já fora de nossas fronteiras. especial a do Jacui, não só por ser de grande São seus principais afluentes, em terras gaú­ extensão, tôda desenvolvida dentro do território chas ( margem esquerda:) Os rios Passo Fundo. gaúcho, mas também pela expressão econômica Várzea, Ijui, Ibicui e Quarai. que tem para o Estado, a qual a torna objeto de O Uruguaj possui 530 km n a vegáveis ,!m planejamentos especüicos. terras brasileiras (1), passíveis, todavia, de obras As demais bacias atlânticas não parecem para regularização de suas águas. reclamar subdivisão, a não ser para um estudo Dos seus 1.800 km de curso, 1.200 costeiam minucioso, cuja finalidade foge à êste trabalho. o Rio Grande do SU1 , razão por que pode ser con­ Não é interessante nem mesmo separar as ba­ siderado um rio gaúcho. E, «o rio-grandense ci as dos rios tributários das laguna~ das daque- tem inúmeras lembranças ligadas a êste curso

CólabiiiaçÕês

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'. • • 1- BACIA DO URUGUAI • ',,.. {A- DO JAcuí . 2- BACIAS ATLANTlvAS, B-L'OUN,ARôS E LlTCRANEA S

o 1)• • , ...... T...... C.... I ..... Soc",,". ___.. _ ...... _.'"

Mapa das principais Bacias Hodrográficas Riograndenses d'água. Pelas águas do Uruguai. o Padre Roque ver-se a sua navegação, garantindo-lhe maior foi um dos primeiros, senão o primeiro branco significação na economia rio-grandense. a pôr os pés em terras gaúchas. Pelo Uruguai, O .r KÇUI nasce no planalto, ao norte do entraram os primeiros cavalos ·e as primeiras Estado, percorrendo extensa região lança-se no rêses; por êle, chegaram Os pauiistas belico­ Guaíba, através do qual a lcança a laguna «la­ ,sos; sôbre suas águas foi travada ,i primeira goa dos Patos», ~ bat al h a naval, a de Mbororê; suas mar~ens fo- A sua bacia hidrográfica é de quase 1/ 4 da ram cenários de batalhas importantes na gue­ área hidrográfica do Estado, apresentando o seu rra do Paraguai; em seus vaos, as r evoluções ti­ curso uma extensão navegável de 220 km, veram e,!,bates decisivos (2). m pois, o Uruguai Jl: a. artéria principal da rêde hidrográfica. um rio histórico para o gaúcho.» gaúcha domi.nando todo o centro-leste do Es­ Enquanto o leito encachoeirado do Uruguai tado, escoadouro comum das águas que descem não fôr objeto de obras para garantir a regula­ da Serra Geral. ao norte, e das rampas g raniti­ ridade da navegação, aquêle rio, não terá "",co­ cas das Serras de Sudeste. Do ,sul, receb~, ape­ nômicamente para o Estado a meema importân­ nas, numerosos arroios; do norte, lhe vêm os cia da bacia' hidrográfica do J acuÍ/ 30mente afluentes importantes, como o Taquari e 0 1 rio depois da regularização do rio, poderá desenvol- Pardo. Com êstes e mais o Vacacai, provenien-

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te do , em São Ga­ Os principais rios das bacias lagunares silo: briel, se lança no GuaLba, a cuja m&I1gem cres­ o Camaquã (tributário da ); o ceu a cidade de Pórto Alegre, capital do Es­ (que deságua no canal de São Gonçalo tado. traço de união entre as duas formaçõe" lagu­ Nenhuma outra área, no Rio Grande do Sul, nares: Patos e Mirim) ; e o Jaguarão (tributário é tão intensamente dominada por um rio como da lagoa Mirim) . o centro pelo Jacu!. Nenhum 'rio importante destas bacias lan­ :E transcendental a sua importância para o ça-se no Atlântico. Dos que se lançam direta­ Rio Grande do Sul, não só como via de pene­ mente no oceano o maior é o Mampituba. Me­ tração e comunicação, que lhe garantiu papel his­ rece ser citado, ainda, o arroio Xui pelo .eu tórico, mas pela expressão eco~ómica que tem papel de fronteira extremo-sul do Brasil. no Estado. . Com essas considerações, passamos à apre­ Basta dizer que a planicie do Jacui é uma ciação do egrégio Diretório Regional do Rio das maiores áreas de concentraçào da lavoura Grande do Sul, das sugestões acima .Obre, a rizícula do Brasil, além de ser também impor­ classificação geral das bacias do Rio Grande fio tante área criadora. Graças ao desenvolvimento Sul, adatada ao nivel do ensino primário no ~o destas e outras riquezas, o Jacu! apresenta uma Grande do Sul. paisagem intensamente humanizada: ladeiam su­ I a s margens portos fluviais, instalBfões fnbris "! Trabalho realizado pela equipe de Geógrafos: v-ários núcleos urbanos, alguns de destaque, co­ mo as cidades de Cachoeira do Sul, Rio Pardo Bel lic. Maria Lulza Lessa de Curti. São' Jerônimo etc. Bel. lic. José Alberto Moreno Os rios das bacias lagunares nascem nas Bel. llc. Hans Augusto ThotebrD. orlas do Planalto ou nas elevações e circunvi­ zinhanças do escu do denominado «Serras dei Su­ , 20. de janeiro cf. 101\11. deste». Os seus escoadouros são, primordialmen­ te, as lagunas dos Patos e Mirim.

1 - Dados fornecidos pela Diretoria de Portos, 2 - Wolfgaing: O Rio Grande do Sul, página Rios e Canais. 228.

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