O parque do Instituto Butantan é uma ilha de floresta dentro da cidade e um importante refúgio para a biodiversidade na metrópole. Este guia de bolso apresenta 40 dentre as mais de 200 espécies de borboletas já registradas no parque, selecionadas entre as mais comuns e as mais notáveis. A maior parte dessas borboletas também pode ser encontrada em outros parques urbanos e jardins presentes cidade de São Paulo. O Observatório de Aves - Instituto Butantan pesquisa e monitora a fauna, além de promover diversas atividades de conservação, divulgação científica e educação ambiental, como as caminhadas para observação de borboletas. borboletas do butantan borboletas guia comentadoguia Papilionidae

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Battus polydamas, Papilioninae, Troidini, Heraclides anchisiades, Papilioninae, 9 a 12 cm, presentes em floresta secundária, Papilionini, 8 a 10 cm, encontrada em matas floresta úmida, pastagens abertas, parques e e locais abertos e de vegetação rasteira, voo jardins. Possui manchas vermelhas na borda rápido. das asas posteriores na face ventral.

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Heraclides hectorides, Papilioninae, 8 a 9 cm, dimorfismo sexual marcante, habitam preferencialmente floresta densa, mas podem ser encontradas em ambientes antrópicos.

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Heraclides thoas brasiliensis, Pterourus scamander grayi, Papilioninae,Papilionini, Papilioninae, Papilionini, 12 a 14 cm, presente em bordas 10 cm, voam comumente de mata até regiões abertas e em cidades de altitude. ensolaradas, ocorre o ano todo, voo rápido.

Hesperiidae

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Miltomiges cinnamomea, Hesperiinae, Pompeius pompeius, Hesperiinae, Hesperiini Moncini, 3 a 4 cm, pode ser encontrado 2 cm, encontrada em florestas degradadas em bordas de mata. Possui cor de canela e habitats de borda da floresta. Pode ser característica que facilita a identificação. identificada pela presença de uma faixa escura nas asas posteriores.

* (V) (D) Vehilius stictomenes, Hesperiinae, Urbanus procne, Eudaminae 1 a 2 cm, encontrada em quase qualquer 4 a 5 cm, encontrada em ambientes habitat com gramado, incluindo margem de alterados, incluindo floresta, clareiras, rios, clareiras, bordas de mata, pastagens, estradas e pastagens. Pousa geralmente com parques e jardins. Pode ser identificada pelos asas semiabertas na folhagem baixa. Para padrões de venação brancos e pelas manchas identifica-la é necessário observar uma das entre as venações. faixas mais escuras presentes na parte ventral das asas posteriores, que nessa espécie é descontínua.

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Pyrgus orcus, Pyrginae, Pyrgini, 2 a 3 cm, Xenophanes tryxus, Pyrginae, Pyrgini muito comum, encontrada em habitats 2 a 3 cm, pode ser encontrada habitats alterados, como pastagens, bordas de estrada, abertos e perturbados, como clareiras, clareiras e bordas de matas. margens de rios e pastagens. Possui manchas transparentes características nas asas.

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Actinote carycina, Heliconiinae, Acraeini, 4 a 5 cm, apresentam dimorfismo sexual, sendo a fêmea maior que o macho, voo lento e planado.

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Anartia amathea roeselia, , Colobura dirce, Nymphalinae, Nymphalini, Victorinini, 4 a 5 cm, muito comum, ocorre 5 a 7 cm, habitam bordas de mata, principalmente em locais úmidos, brejos, geralmente ficam pousadas em regiões mais clareiras e jardins, e descansa de asas abertas. altas de troncos de árvores.

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Dione juno, Heliconiinae, Heliconiini, 6 cm, Dircena dero, Danainae, Ithomiini, 6,5 cm, muito parecida com Dryas iulia, porém é habita matas secundárias, apresentando menor, possui manchas prateadas na parte populações maiores nas bordas das cidades ventral e voam mais em áreas abertas. ou nas áreas florestas em reconstituição. Forma agregações em locais úmidos durante meses mais frios.

(D/V) (V) Dryas iulia, Heliconiinae, Heliconiini, Epityches eupompe, Danainae, Ithomiini, 8 a 9 cm, habitam clareiras, bordas de 4 a 5 cm, encontrada em bordas e interior florestas e matas secundárias, voo rápido. de mata, possui contorno cor de tijolo e semicírculos brancos na borda das asas posteriores. Forma agregações em locais úmidos durante meses mais frios.

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Eresia lansdorfi, Nymphalinae, Melitaeini, Hamadryas amphinome, Apaturinae, 4 a 5 cm, muito parecida com Heliconius Ageroniini, 4 a 5 cm, conhecida como erato phyllis, mas é menor e possui as estaladeira devido ao ruído que produz asas mais alongadas e estreitas, pode ser durante o voo, manchas azuis na parte dorsal encontrada em trilhas de florestas úmidas, e vermelha na parte ventral, geralmente clareiras e jardins. encontra-se pousada em troncos com as asas abertas.

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Hamadryas epinome, Apaturinae, Ageroniini, Heliconius erato phyllis, Heliconiinae, 4 a 5 cm, conhecida como estaladeira Heliconiini, 7 cm, habitam matas abertas e/ devido ao ruído que produz durante o voo, ou perturbadas e clareiras de matas densas. geralmente pode ser vista pousada em troncos com as asas abertas. (D) (D)

Hypothyris euclea , Danainae, Ithomiini Hypothyris ninonia, Danainae, Ithomiini, 6 cm, habitam interior de mata, formando 5,5 cm, habita interior da mata, voa lento e agregações em locais úmidos durante meses próximo do solo, formando agregações em mais frios, pode ser diferenciada das demais locais úmidos durante meses mais frios, pode Ithomiini pela presença de duas manchas ser diferenciada da demais Ithomiini pela pretas na asa anterior. presença de apenas uma mancha preta na asa anterior.

* (V) (D) Ithomia agnosia, Danainae, Ithomiini, Mechanitis polymnia, Danainae, Ithomiini, 3 a 4 cm, vive principalmente no interior 6,5 cm, voo lento, vive no interior de mata, de florestas, frequentando eventualmente próximo ao solo, formando agregações em a borda, possui as asas transparente e uma locais úmidos durante meses mais frios. faixa amarela característica. Pode ser diferenciada da demais Ithomiini pela presença de três manchas pretas na asa anterior.

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Pareuptychia ocirrhoe interjecta, Satyrinae, Paryphthimoides phronius, Satyrinae, Satyrini, 4 a 5 cm, muito comum, pode ser Satyrini, observada em bordas de florestas, clareiras e 4 cm, extremamente comum, habita interior de mata, comumente no chão. geralmente bordas de mata e campos abertos, podendo ser encontradas em jardins e parques em áreas urbanas com facilidade. Muito parecida com Hermeuptychia atalanta, porém tem a borda das asas posteriores mais irregular.

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Tegosa claudina, Nymphalinae, Melitaeini, Placidina euryanassa, Danainae, Ithomiini, 2 cm, muito comum em bordas de floresta 6,5 cm, voo lento e baixo, vivendo em borda secundária e ambientes perturbados, voa de mata, muito parecida com Hypothyris baixo. ninonia, porém é maior e tem um aspecto mais “aveludado”, além de possuir um contorno preto em toda mancha amarela na asa posterior.

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Hermeuptychia atalanta, Satyrinae, Satyrini, 4 cm, extremamente comum, habita bordas de mata e campos abertos, voa rápido e próximo ao do solo, podendo ser encontrada muitas vezes pousada em frutos em decomposição se alimentando.

Riodinidae

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Charis cadytis, Riodininae, Riodinini, 2 cm, Panara soana, Riodininae, Riodinini, habitam locais ensolarados, geralmente em 3 a 4 cm, pode ser encontrada em bordas de margens de trilhas com floresta primária. mata, pousada com asas abertas em cima Possui asas pretas aveludadas e pousa com ou embaixo de folhas. A fêmea apresenta as elas abertas. faixas laranjas apenas nas asas anteriores. Pieridae

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Ascia monuste, Pierinae, Pierini, 5 a 7 cm, é muito comum e pode ser encontrada em jardins, clareiras e áreas urbanas. É conhecida como “praga-da-couve” devido suas lagartas causarem sérios danos em cultivo de crucíferas.

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Glutophrissa drusilla, Pieridae, 5 a 7 Os machos são esbranquiçados e possuem cm, podem ser vistas em áreas abertas e uma borda estreita preta no ápice das asas ensolaradas, bem como em centros urbanos e anteriores, enquanto as fêmeas possuem florestas secundárias. bordas pretas nas asas, que são mais espessas nas anteriores.

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Phoebis argante, Coliadinae, 5,5 a 7 cm, A fêmea é menor, com manchas escuras pode ser encontrada em parques, jardins e na borda das asas e pontos pretos na asa matas, voando rapidamente sobre as flores anterior, enquanto o macho tem as asas ou copas das árvores. de um tom laranja com algumas manchas marrons na face ventral.

(D) (D) Phoebis neocypris, Coliadinae, 4 a 5 cm, pode Ambos têm prolongamentos nas asas ser vista pousada em barro úmido à beira posteriores. É uma espécie de baixa altitude, de regatos. O macho é alaranjado e fêmea raramente encontrados acima da elevação esbranquiçada ou amarelada e possui pontos de 1000 m. marrons na face dorsal da asa posterior.

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Phoebis philea, Coliadinae, 9 cm, comum, voa A fêmea possui manchas avermelhadas nas rapidamente acima da copa das árvores, ou asas posteriores e pontos marrons na asa em campos abertos, podendo ser encontrada anterior, enquanto o macho é amarelo claro em areia úmida formando agregações com com manchas alaranjadas na borda da asa diversas espécies de Phoebis. posterior.

Legenda

Família, Espécie, subfamília, tribo (quando * presente) (D) (D): face dorsal da asa (V): face ventral da asa

fêmea Eurema albula, Coliadinae, 3 a 4 cm, é comum e pode ser encontrada em sub- macho bosques e bordas de mata voando próximo ao solo. Tem as asas completamente brancas * borboletas com esse símbolo estão fora de com uma ponta preta na face dorsal das escala para facilitar a visualização. anteriores. Borboleta ou mariposa? Quando pensamos em Borboletas e mariposas podem mariposas imaginamos insetos ser muito parecidas, mas noturnos e com cores mais com algumas dicas é possível acinzentadas ou marrons, diferenciá-las. Ambas são enquanto associamos insetos e parentes próximos, borboletas a animais coloridos e pertencendo à Ordem de hábitos diurnos. Entretanto, dos lepidópteros. Entre as existem inúmeras mariposas semelhanças estão a presença com cores chamativas e hábitos de escamas nas asas, que ao diurnos, e algumas borboletas contrário do que se diz, não que estão em atividade de causam cegueira ou qualquer madrugada ou no início da outro dano. Também se noite possuem cores mais alimentam de forma parecida, apagadas e acinzentadas. usando um longo tubo, chamado de probóscide, para sugar néctar e pólen de flores, resinas vegetais, ou líquido de frutos em decomposição. Entre as diferenças principais estão a forma como fecham as asas e o formato das antenas, como representado abaixo.

Mariposas Borboletas

Mantêm as asas encostadas Mantêm as asas erguidas sobre o dorso, quando fechadas. verticalmente, quando estão fechadas.

Antenas de diversos formatos, Antenas apenas em dois sempre diferentes das formatos: “cotonete” ou borboletas. “gancho” Metamorfose! Adulto: Após completamente As borboletas são insetos que formada, a borboleta emerge tem um ciclo de vida da crisálida e está livre para com quatro estágios de voar. Os adultos se alimentam desenvolvimento: ovo, larva, principalmente de néctar ou pupa e adulto. pólen retirado de flores, sendo importantes polinizadores de Ovo: podem ser encontrados em muitas espécies de plantas. forma de agrupamentos, com Além de néctar e pólen, existem vários deles na mesma folha, ou borboletas que se alimentam solitários, onde um único ovo é de frutos em decomposição botado por folha. As borboletas, (frugívoros) ou excretas animais na maioria das vezes, são e resinas vegetais (detritívoros). bastante específicas na escolha Esse estágio da vida de uma da planta na qual vão botar borboleta é muito importante seus ovos, mas algumas espécies pois é nele que elas encontram botam ovos em mais de um tipo parceiros para se reproduzir e de planta. poder dar continuidade ao ciclo.

Larva: as larvas de borboletas Jardins para borboletas são as lagartas, que se Uma forma bastante simples de alimentam intensivamente atrair borboletas para o seu de folhas nesse estágio. Elas jardim é cultivar plantas que precisam guardar energia sejam usadas na alimentação suficiente para se transformar de lagartas e borboletas. As em borboletas mais tarde. lagartas se alimentam das Como as lagartas crescem folhas de diversas plantas, e as muito rápido, elas precisam borboletas adultas são atraídas trocar o revestimento externo por flores, pois se alimentam do seu corpo, já que ele não de néctar ou pólen. Em alguns acompanha o crescimento casos, as borboletas são atraídas acelerado. Essa “troca de por frutas em decomposição roupa”, ou muda, acontece também. Como diferentes várias vezes, e cada uma marca borboletas se alimentam em o início de uma fase diferente flores distintas, é recomendável do desenvolvimento. ter uma variedade de flores em seu jardim, para atrair o maior Pupa: nessa fase a lagarta está número possível de espécies. pronta para iniciar sua Existem algumas flores que transformação em uma conseguem atrair diversas borboleta adulta. Para isso, borboletas diferentes, sendo por se envolve com uma camada isso boas para montar jardins protetora, e fica pendurada de e atrair estes animais. Alguns cabeça para baixo no galho de exemplos são a lantana, vedélia alguma árvore ou em alguma e pentas. outra estrutura. A fase de pupa das borboletas recebe o nome de crisálida. Fotos tiradas da coleção de lepidópteros do Museu de Zoologia da Universidade de São Paulo.

Ilustrações Aline Vieira e Silva

Ilustração capa Opsiphanes cassiae Frederick Pallinger

Projeto Aline Vieira e Silva

Design Núcleo de produções técnicas

Supervisão Carlos Candia-Gallardo Erika Hingst-Zaher Gustavo de Mattos Accacio Luciano Moreira-Lima

Abril 2018