179 O Golpe Militar-Civil E O Partido Dos Militares

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179 O Golpe Militar-Civil E O Partido Dos Militares O GOLPE MILITAR-CIVIL E O PARTIDO DOS MILITARES (ARENA) NO ESTADO DO PARÁ PERE PETIT* RESUMO: Na perspectiva metodológica dos estudos de história local e regional, este artigo, inserido nos debates historiográficos sobre a ditadura militar-civil no Brasil (1964-1985), pretende contribuir para o conhecimento da história política do Estado Pará antes, durante e após o golpe de estado de 1964. Examinamos preferencialmente a participação dos militares e o apoio de setores da sociedade civil ao golpe militar, e a repressão que sofreram estudantes e organizações de esquerda e políticos “populistas”. PALAVRAS-CHAVE: ditadura militar-civil e processos políticos; história política do Estado do Pará; repressão política. ABSTRACT: In the view of methodological studies of local and regional history, this paper article, inserted in the historiographical debates about the military-civil dictatorship in Brazil (1964-1985), intends to contribute to the knowledge of political history of the state of Pará before, during and after the coup of 1964. It preferably examines the participation of military forces and the support of civil society sectors to the military coup, and the repression suffered the students, left-wing organizations and “populist” politicians. KEYWORDS: military-civil dictatorship and politic process; political history of the state of Pará; political repression. * Vice-coordenador do Programa de Pós-Graduação em História Social da Amazônia (UFPA). Mestre em História da América pela Universidad Central de Venezuela, Doutor em História Econômica pela USP, pós-doutor Universidad de Salamanca (Espanha). Historiæ, Rio Grande, 5 (2): 179-226, 2014 179 INTRODUÇÃO Este texto pretende contribuir, no âmbito local-estadual (Belém-Pará), á produção historiográfica sobre o golpe civil- militar de 1964 e à instauração, consolidação e crise do regime autoritário-militar no Brasil. Examinamos, preferencialmente, a participação dos militares e setores da sociedade civil no golpe de Estado, a repressão que sofreram os militantes dos partidos de esquerda e políticos reformista-populistas paraenses e a disputa, entre as principais lideranças militares-políticas, pelo controle das instituições político-administrativas e pela liderança no “partido no poder” (Arena) no Pará, dialogando, quando pertinente o nosso “estudo de caso”, inserido no recorte histórico do Tempo Presente, com a produção historiográfica produzida em outros estados e com a “historiografia nacional”, geralmente focada nos acontecimentos político-militares ocorridos no Rio de Janeiro e São Paulo e na sede dos três poderes constitucionais (Brasília). Continuidade dos meus anteriores estudos e publicações sobre as mudanças sociais, políticas e econômicas no Estado do Pará e dos objetivos da pesquisa atualmente em desenvolvimento na Universidade Federal do Pará (UFPA), intitulada Sociedade Civil e Cenário Político no Pará em Tempos da Ditadura Militar- Civil, as principais fontes e materiais utilizados na escrita destas páginas foram jornais de Belém, artigos e livros de memórias e textos historiográficos. Entre os livros de memórias destacamos os intitulados A Planicie e Um Híbrido Fértil, obras do principal articuladores dos golpistas no Estado no Para, o tenente-coronel, ex-governador e ex-ministro Jarbas Passarinho. Também foi de inestimável interesse o livro 1964: Relatos Subversivos – Os estudantes e o golpe militar no Pará (2004), coletânea de artigos escritos por oito pessoas que tiveram expressiva participação no movimento estudantil paraense nos anos 1960; e as entrevistas realizadas por Maria Celina D’Araujo, Gláucio Ary Dillon Soares e Celso Castro, publicadas no livro Visões do Golpe: 12 depoimentos de oficiais que articularam o golpe militar de 1964. Nos últimos anos, especialmente desde finais de 2013 e em 2014, lembrando os 50 anos do golpe de 1964, foram publicados 180 Historiæ, Rio Grande, 5 (2): 179-226, 2014 diversos livros e coletâneas de artigos nos quais, alguns autores, sobretudo historiadores, refletiam sobre temas específicos e/ou gerais do regime instaurado em abril de 1964 e que perduraria até março de 1985, quando um civil, José Sarney, que fez a sua carreira política no Maranhão no partido no poder (ARENA), assumiu a Presidência da República. Sendo conscientes que precisamos, ainda, de muitos estudos que nos ajudem ao entendimento das razões que levaram ao golpe militar-civil de 1964, e, sobretudo, para compreender a “longa duração do regime militar” (D’ARAUJO et. al., 2014: 9-10), hoje já podemos consultar um considerável volumem de fontes documentais, hemerográficas, orais, fotografias, documentários, textos biográficos e produções historiográficas, que nos permitem confirmar algumas dos elementos que exerceram considerável influência nos antecedentes e no desenrolar dos acontecimentos no país após o levante militar em Minas Gerais na madrugada do dia 31 de março de 1964. Existe pouca polarização entre os pesquisadores ao definir o golpe de Estado como civil-militar (ou militar-civil, como eu prefiro denominar), consenso que resumimos com as palavras do historiador Carlos Fico: “Por que o golpe foi civil-militar? Por que houve apoio da sociedade? Não. Apoio houve, mas não é por isso que o golpe foi civil-militar. Foi civil-militar por que os civis deram o golpe também” (FICO, 2013:469). Por mais que seja inegável o protagonismo da cúpula das Forças Armadas, sobretudo do Exército, no golpe e na consolidação do novo regime, a fácil vitória dos militares golpistas seria impensável sem a participação de amplos setores da sociedade civil liderados pelos políticos conservadores, empresários, fazendeiros e, entre outros atores e instituições, pela maioria dos membros da jerarquia da Igreja Católica e meios de comunicação de massas. Setores que lutaram durante anos, sobretudo a partir de 1961, contra os reformistas- populistas e contra a crescente influência na sociedade brasileira dos partidos e organizações de esquerda, especialmente do Partido Comunista Brasileiro (PCB). Sem desmerecer, nunca, a colaboração econômica, militar e ideológico-cultural do governo dos Estados Unidos aos golpistas no contexto internacional da Historiæ, Rio Grande, 5 (2): 179-226, 2014 181 Guerra Fria e do impacto no continente americano da revolução cubana e, portanto, da disputa político-ideológica entre partidários do sistema capitalista e socialista no mundo. Também existe bastante consenso entre os especialistas na necessidade de aprofundar as diferentes fases do regime autoritário-militar, geralmente subdivididas nos períodos que um ou outro membro da cúpula do Exército assumiu a Presidência da República (Castelo Branco, Costa e Silva, Médici, Geisel e Figueiredo), o consenso termina no momento de classificar ou adjetivar ao regime e/ou a ditadura que liquidou a experiência democrática iniciada após o fim do Estado Novo (1945). Uns preferem a usar os conceitos de ditadura militar assinalando que foram as Forças Armadas as que, durante 21 anos, controlaram, direita ou indiretamente, as principais instituições do Estado brasileiro. Outros apenas consideram pertinente definir como ditadura militar o período entre o AI-5 (dezembro/1968) até 1979. Entretanto, outros estudiosos, dando continuidade às reflexões de René Dreifuss, optam pela definição de ditadura civil-militar para todo o período ou apenas para os anos de 1964 a 1979, como sustenta, por exemplo, Daniel Aarão Reis. Esta última é também a nossa perspectiva por mais que não concordemos com a periodização proposta por Aarão Reis, preferindo denominar todo o período de 1964 a 1985 - modificando a ordem dos fatores - como ditadura militar-civil, ainda que não deixemos de avaliar a importância que tiveram para as mudanças políticas no país a extinção do AI-5 (1978), a anistia (1979), o fim do bipartidarismo e posterior legalização de novos partidos e as eleições de 1982, isto é, durante o seguro, gradual e, também, contraditório e excessivamente longo, processo de liberalização política, iniciado durante o mandato de Ernesto Geisel. ORGANIZANDO O GOLPE DE Estado Temos hoje poucas dúvidas a respeito da existência de variadas articulações golpistas, civis e militares, para “lutar contra o comunismo” e afastar a João Goulart da Presidência 182 Historiæ, Rio Grande, 5 (2): 179-226, 2014 da República, especialmente após ser aprovado, no plebiscito realizado em janeiro de 1963, o retorno ao sistema presidencialista. Articulações que foram sendo alimentadas, na década de 1950 até 1964, nos levantes militares liderados por membros das Forças Armadas contra Getúlio Vargas, Juscelino Kubitschek e João Goulart, sempre apoiados e/ou estimulados por setores civis. Os preparativos golpistas se aceleraram em março de 1964 em decorrência da crise politico-militar provocada, entre outros muitos fatores, pelas mobilizações de sargentos, marinheiros e fuzileiros navais, o Comício pelas Reformas de Base (Rio de Janeiro: dia 13), a Marcha da Família com Deus pela Liberdade (São Paulo: dia 19) e a proposta de reformar Constituição defendida pelo presidente João Goulart. Muitos militares justificaram sua participação no golpe de Estado argumentando a anuência do presidente João Goulart e ministros do governo federal aos atos de indisciplina de marinheiros e sargentos, mas foi também a indisciplina, isto é, as atividades desenvolvidas por setores militares, contra ou sem o conhecimento dos seus superiores hierárquicos, uma das “condições cruciais para o sucesso da conspiração: muitos oficiais conspiraram contra seus chefes e doutrinaram suas
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