Read Ebook {PDF EPUB} Piano Surdo by Olinda Pina Gil Olinda Pina Gil. Autora de "Sobreviventes" (2015), "Sudoeste" (2014) e "Contos Breves" (2013). Começou a escrever na adolescência para o "DNJovem" e desde aí tem colaborado em diversos sites, revistas literárias e coletâneas. Piano Surdo. By Olinda P. Gil Rating: Not yet rated. Published: July 15, 2013 Words: 4,140 (approximate) Language:Portuguese ISBN: 9781301416745. Descrição: Conto que retrata a loucura de uma pianista após um acidente que a deixou surda. 6 comentários: Olinda, parabéns, adorei este conto! E eu adorei as tuas palavras! Pelas observações ,estou morta por lê-lo! Acabei de ler.Gostei imenso,pela originalidade do tema,como foi abordado e pelo desenvolvimento de todo o conto. O maior prazer os escritoré receber estas palavras. Obrigada! Acabei de ler.Gostei imenso,pelo tema em si,pela forma como foi abordado e pelo seu desenvolvimento e desfecho. Sobreviventes é uma coletânea de contos em que Olinda P. Gil analisa a sociedade atual e o rumo que esta segue. Um mundo onde não se vive, antes se sobrevive, e onde diversos personagens, que carregam no peito o espírito de insurreição e esperança, se batem em diferentes cenários adversos - desde guerras a viagens no tempo, passando por governos extremistas que condicionam a liberdade humana. Mas mesmo na luta pela sobrevivência há espaço para atos altruístas e para pequenos gestos fonte de enorme felicidade. E é assim que em Sobreviventes assistimos ao sacrifício daqueles que pouco têm para alimentar o desejo secreto de um futuro melhor, não se conformando com o destino que lhes é forçado. O livro está disponível em papel (edição de 2017) e em ebook (edição de 2015) Sudoeste. Sinopse: O mesmo mar, a mesma casa. Talvez a mesma história e a mesma mulher que nela vive. Ou três histórias diferentes de três mulh. Olinda Pina Gil. Autora de "Sobreviventes" (2015), "Sudoeste" (2014) e "Contos Breves" (2013). Começou a escrever na adolescência para o "DNJovem" e desde aí tem colaborado em diversos sites, revistas literárias e coletâneas. Opinião de Ana C. Nunes ao meu conto "Piano Surdo" É impossível resistir a partilhar isto. Obrigada Ana! "Piano Surdo", de Olinda P.Gil (ebook) Sinopse: Conto que retrata a loucura de uma pianista após um acidente que a deixou surda. Opinião: Já tive oportunidade de ler contos da autora noutras ocasiões mas este foi, sem dúvida, o meu favorito até agora. A prosa está lindíssima, com algumas frases quase poética, que tive de marcar no meu ereader. Mas o melhor deste conto são mesmo as emoções. Focado numa só personagem, o leitor consegue entrar na pele da protagonista, sentir o que ela sente, compreender a sua dor e segui-la na espiral da solidão. Recomendo! (ver post de Ana C. Nunes) Para além disto, a Ana ainda salientou uma das minhas frases e fez dela uma quote no Goodreads! “Ajoelhou-se ao piano, acariciou as teclas, os pedais, a madeira, e abraçou-o, parecendo abraçar um homem gordo e grande para o qual os seus braços franzinos não chegavam. Homem amado, tantos anos doce, agora amargo de silêncio.” Sem comentários: Enviar um comentário. Sobreviventes é uma coletânea de contos em que Olinda P. Gil analisa a sociedade atual e o rumo que esta segue. Um mundo onde não se vive, antes se sobrevive, e onde diversos personagens, que carregam no peito o espírito de insurreição e esperança, se batem em diferentes cenários adversos - desde guerras a viagens no tempo, passando por governos extremistas que condicionam a liberdade humana. Mas mesmo na luta pela sobrevivência há espaço para atos altruístas e para pequenos gestos fonte de enorme felicidade. E é assim que em Sobreviventes assistimos ao sacrifício daqueles que pouco têm para alimentar o desejo secreto de um futuro melhor, não se conformando com o destino que lhes é forçado. O livro está disponível em papel (edição de 2017) e em ebook (edição de 2015) Sudoeste. Sinopse: O mesmo mar, a mesma casa. Talvez a mesma história e a mesma mulher que nela vive. Ou três histórias diferentes de três mulh. On June 17, 1992. On June 17, 1992, “Elektra” label released “Brasileiro”, the 37 th Sérgio Mendes album. It was recorded April – October 1991, and was produced by Sérgio Mendes. In 1993, “Brasileiro” won “Grammy Award” for “Best World Music Album”. Sérgio Mendes – lead and background vocals, keyboards, synthesizer, percussion, arranger, liner notes Hermeto Pascoal – keyboards, arranger Alfredo Moura – keyboards, synthesizer, arranger, horn arrangements, background vocals Eric Persing – keyboards, keyboards programming, synthesizer, synthesizer horn, arranger Robbie Buchanan – keyboards, synthesizer Russell Ferrante – keyboards, synthesizer Jovino Santos Neto – keyboards Paul Jackson Jr. – guitar Claudio Jorge – acoustic guitar Guinga – acoustic guitar Jimmy Johnson – bass Nathan East – bass Itibere Zwarg – bass – drums Tião Neto – lead and background vocals, percussion Vai Quem Vem – percussion, background vocals Michael Shapiro – drums, percussion, background vocals Marcio Bahia – drums Carmen Alice – vocals, percussion Sinhô – percussion Zeca – percussion Jair Rodrigues – percussion Beloba – percussion Alexandre Guedes – percussion Meia Noite – percussion Fabio Pascoal – percussion Pernambuco – percussion Mario Conceicao – percussion Luis Conte – percussion Paulo Dias – percussion Gustavo Di Dalva – percussion Alceu Do Cavaco – cavaquinho Steve Tavaglione – flute, oboe, saxophone Carlos Malta – flute, saxophone Jerry Moore – tenor saxophone Carlinhos Brown – vocals, background vocals, percussion, arranger Francisca Maria Monjardim – vocals, background vocals Leila Monjardim – vocals, background vocals Jurema Silva – vocals, background vocals Jussara Silva – vocals, background vocals Leo Silva – vocals, background vocals Robson Silva – vocals, background vocals Lourenco Olegario – vocals, background vocals Joe Pizzulo – vocals, background vocals Karla Preito – vocals, background vocals Carol Rogers – vocals, background vocals Gracinha Leporace – vocals, background vocals Kevyn Lettau – vocals, background vocals Cláudio Nucci – vocals João Bosco – vocals Kleber Jorge – background vocals Vivian Manso – background vocals Carolina Sabino – background vocals Moogie Canazio – arranger, engineer Luis Quine – assistant engineer Paul Scriver – assistant engineer Michael Aarvold – assistant engineer Elaine Anderson – assistant engineer Ivan Carvalho – assistant engineer Lee Kaiser – assistant engineer Bruce Swedien – arranger, mixing Bernie Grundman – mastering John Heiden – art direction, design David Bither – art direction Heitor Dos Prazeres – paintings George Holz – photography Sonia Ives – photography Chris McGowan – liner notes. Fanfarra – Carlinhos Brown Magalenha – Carlinhos Brown Indiado – Carlinhos Brown What Is This? – Carmen Alice Lua Soberana – Vítor Martins, Ivan Lins Sambadouro – Vítor Martins, Ivan Lins Senhoras Do Amazonas – Antonio Carlos Belchior, João Bosco Kalimba – Vítor Martins, Ivan Lins Barabare – Paulinho Camafeu, Edmundo Caruso, Carlinhos Brown Esconjuros – Aldir Blanc, Carlos “Guinga” Escobar Pipoca – Hermeto Pascoal Magano – Carlinhos Brown Chorado – Aldir Blanc, Carlos “Guinga” Escobar Fanfarra (Despedida) – Carlinhos Brown. On May 11, 1993. On May 11, 1993, “Giant Records” label released “”, the twelfth album. It was recorded in 1993, at “Trax Recording Studios” in Hollywood, “Ground Control Studios” and “Sunset Sound” in Los Angeles, “Chartmaker Studios” in Malibu, US, and was produced by Humberto Gatica. – lead and backing vocals – lead and backing vocals, acoustic and electric guitar, piano, arrangements Michael Thompson – electric guitar Tim Pierce – electric guitar Dean Parks – acoustic guitar – keyboards, piano, programming – Synclavier, Synclavier programming Rick Hahn – keyboard programming, drum programming Robbie Buchanan – keyboards Claude Gaudette – keyboards, Moog bass, drum programming Brad Buxer – keyboards, percussion programming – 8-string and 5-string bass Leland Sklar – bass guitar Neil Stubenhaus – bass guitar Clifford Rehrig – stick bass Michael Baird – drums Vinnie Colaiuta – drums Rafael Padilla – percussion Paulinho Da Costa – percussion Steve Tavaglione – saxophone Anita Sherman – backing vocals Jessica Williams – backing vocals Warren Wiebe – backing vocals Quiltman – backing vocals, Indian chant and prayer – backing vocals Humberto Gatica – engineer, mixing Felipe Elgueta – engineer, producer assistant Alejandro Rodriguez – mixing assistant George Marino – mastering Brett- Livingstone Strong – artwork Dean Armstrong – photography Graham Russell – executive producer Tony DeFranco – production coordinator. It’s Never Too Late – Graham Russell, Michael Sherwood Faith – Rick Hahn, George Thatcher Kiss Me Like You Mean It – Graham Russell, Guy Allison, Clifford Rehrig Evidence of Love – Steve Diamond, Chris Farron Goodbye – , Linda Thompson The Vanishing Race – Graham Russell, Larry Antonino, Michael Sherwood Don’t Tell Me – Graham Russell, Jimmy Haun, Michael Sherwood Too Sentimental – Brad Buxer, Graham Russell I Remember Love – Graham Russell, Michael Sherwood I’ll Be Thinking of You – Graham Russell. On June 19, 2001. On June 19, 2001, “Gold Circle” label released “Just Like Gravity”, the second Crosby, Pevar and Raymond (CPR) studio album. It was recorded in 2001 and was produced by David Crosby, Jeff Pevar, James Raymond and Dan Garcia. David Crosby- vocals, acoustic and electric guitar Jeff Pevar- vocals, acoustic and electric guitar, mandolin, nylon string guitar, 6 & 12 string electric guitars James Raymond – vocals, piano, Moog bass, marimba, synths, Hammond organ, percussion, harmonica, acoustic guitar Steve DiStanislao– vocals, drums, percussion Andrew Ford – bass Jamaica Rafael – pizzicato violin Leland Sklar- bass Steve Tavaglione- alto flute. Map to Buried Treasure – David Crosby, Jan Crosby, Jeff Pevar, James Raymond, Andrew Ford, Steve DiStanislao Breathless – David Crosby, Jan Crosby, Jeff Pevar, James Raymond, Andrew Ford, Steve DiStanislao Darkness – David Crosby, Jeff Pevar, James Raymond Gone Forever – David Crosby, Jeff Pevar, James Raymond Eyes Too Blue – James Raymond, David Crosby Jerusalem – James Raymond Kings Get Broken – David Crosby Angel Dream – David Crosby, Graham Nash, James Raymond Katie Did – David Crosby, Jeff Pevar Climber – David Crosby Coyote King – David Crosby, Jan Crosby, Jeff Pevar, James Raymond, Andrew Ford, Steve DiStanislao Just Like Gravity – David Crosby. On February 13, 2006. On February 13, 2006, “Concord” label released “Timeless”, the 38 th Sérgio Mendes album. It was recorded September 2004 – January 2006, and was produced by will.i.am and Sérgio Mendes. Sérgio Mendes – vocals, Fender Rhodes, piano, synthesizer, synthesizer Strings, Wurlitzer, arranger, liner notes i.am – vocals, rap, bass, drum programming, percussion, piano, sampling, arranger, liner notes Stevie Wonder – harmonica Kleber Jorge – vocals, cavaquinho, acoustic guitar Paulo Aragão – guitar, surdo, cavaco, banjo, cavaquinho Bill Brendle – Fender Rhodes Maogani Quartet – acoustic guitars Mitchell Long – electric guitar Paul Meyers – guitar Marcus Tardelli – guitar arrangements Keith Harris – fills, ride cymbal Tim Izo – saxophone, flute Steve Tavaglione – saxophone Peter Wolf – bass, orchestral arrangements Sergio Brandão – bass Leonardo Nobre – bass Mike Shapiro – bass, drums, snare drums, percussion Paulinho Braga – drums Gary “Sugar Foot” Greenberg – drums Chuck Prada – congas Meia Noite – percussion John Legend – vocals Justin Timberlake – vocals The Black Eyed Peas – vocals Erykah Badu – vocals Marcos Alves – vocals Arie – vocals Debi Nova – vocals Gracinha Leporace – vocals, photography Marcelo D2 – rap Pharoahe Monch – rap Q-Tip – rap Chali 2na – rap Jason Villaroman – drum programming, engineer Tony Maserati – mixing Roland Young – design, visual concept Albert Watson – photography. Mas que Nada – Jorge Ben That Heat – William Adams, Norman Gimbel, Henry Mancini Berimbau Consolação – Vinicius de Moraes, Baden Powell The Frog – João Donato Let Me – Norman Gimbel, Baden Powell Bananeira – João Donato, Gilberto Gil Surfboard – Antônio Carlos Jobim Please Baby Don’t – John Legend Samba da Benção – Vinícius de Moraes, Baden Powell Timeless – Printz Board, Sérgio Mendes Loose Ends – William Adams, Alan Bergman, Marilyn Bergman, Hustin Timberlake, Sérgio Mendes Fo’-Hop (Por Trás de Brás de Pina) – Guinga Lament (No Morro) – Antônio Carlos Jobim Ei Menina – João Donato, Gutemberg Guarabyra Yes, Tes Y’All – William Adams, Bob Dorough, Charles Stewart, Tariq Trotter, Ben Tucker. On January 28, 2014. On January 28, 2014, “Blue Castle Records” label released “Croz”, the fourth David Crosby studio album. The first Crosby’s studio album in 20 years, was recorded 2011 – 2013, and was produced by Daniel Garcia. Contos Breves. Neste opúsculo estão reunidas pequenas narrativas inconscientes: digo isto porque na altura em que foram redigidas era tão jovem que nem sabia que estava a escrever um tipo específico de conto. O conjunto daqui resultante é uma selecção e revisão de textos criados entre 1999 e 2007, período que corresponde, aproximadamente, à minha colaboração do DN Jovem (suplemento do Diário de Notícias direccionado para os jovens). Muitos dos textos aqui presentes foram lá publicados. Contudo, estão também incluídos alguns que estavam inacabados, tendo sido agora trabalhados. Об авторе. Olinda P. Gil foi colaboradora no DN Jovem, suplemento do Diário de Notícias. Participou com outros colaboradores do suplemento no site na- cama.com e jotalinks. Foi 3o prémio no concurso literário "Lisboa à Letra" em 2004, na categoria de prosa. Foi selecionada no "4o Concurso de Mini-Contos do IST Taguspark". Tem textos publicados nas revistas Ao Sul de Nenhum Norte, Bang! e Nanozine. Publicou nas colectâneas Ocultos Buracos e Beijos de Bicos da Pastelaria Studios Editora. Escreve no blog: http://www.olindapgil.com. Связанные категории. Предварительный просмотр книги. Contos Breves - Olinda P. Gil. Prefácio. por Sónia Duarte, editora do DnJovem entre 2001 e 2007. Consigo precisar a data em que conheci pessoalmente Olinda Gil. Coincide com um determinado evento da história do DN Jovem: uma tertúlia de confraternização realizada a 28 de Junho de 2003, nas proximidades da Avenida da Liberdade, conhecida sede do Diário de Notícias, em Lisboa. Do anúncio oficial, na página do suplemento, constava: «Não percam a ocasião para comentar ao vivo o trabalho daqueles que preenchem estas páginas e que irão estar presentes no encontro. (…) Todos, sem limites etários nem geográficos, serão bem vindos, inclusive ex colaboradores e aqueles que residem fora do distrito de Lisboa e que possam juntar se a nós». Foi o caso da Olinda que, sendo de Aljustrel, ficara em Lisboa propositadamente para o efeito, numa generosa demonstração de disponibilidade para com o outro que é tão característica da juventude, em especial, a que habita regiões menos povoadas, como o Alentejo, e que, talvez por isso mesmo, prezam mais a comunidade entre os seres. O pintor e escritor alentejano Álvaro Lapa declarou certa vez: Disponível, disponível é a juventude. Mesmo que seja incapaz, incompetente, estouvada, destrutiva. Mas é disponível . É, pois, para render justiça à disponibilidade e, logo, juventude, de Olinda Gil, que não pude recusar o convite para prefaciar este seu livro Contos Breves . Recolecções pessoais à parte, nem sempre se tece o devido elogio à disponibilidade para a escuta e aprendizagem em que se coloca aquele que se submete à apreciação por juízo alheio, situação que é a do jovem que envia um seu trabalho para ser apreciado por um júri editorial de uma qualquer publicação. Podemos evocar aqui algumas críticas que se tornaram famosas muito devido ao imprevisível desfecho que tiveram. O caso Artaud Rivière em que o director da Nouvelle Revue Française recusou publicar uns poemas do jovem Antonin por os julgar inconsistentes, porém, este reclamou lhes direito à existência («…reivindico, com tanta insistência e inquietude, essa existência também abortada. E a pergunta para a qual eu gostaria de uma resposta é a seguinte: Você acredita que se pode conferir menos autenticidade literária e poder de acção a um poema defeituoso, mas semeado de intensas belezas, do que a um poema perfeito, mas sem grande repercussão interior? (…) Não se trata, para mim, nada menos do que saber se eu tenho ou não o direito de continuar a pensar, em verso ou em prosa.» - 05/06/1923) e, após uma longa mas cortês troca de correspondência, o sensível Rivière acaba por ser persuadido e acede a publicá los, na condição de serem acompanhados pelos argumentos da fértil discussão que se iniciara por carta («Julgue essa prosa sem considerar a questão de tendência, de princípios, de gosto pessoal, julgue a com a caridade da sua alma, com a lucidez essencial do seu espírito, repense a com o seu coração. Ela provavelmente indica um cérebro, uma alma que existem, a quem a um certo lugar retorna. Em favor da irradiação palpável dessa alma (…)» - 29/01/1924; «Eu estou disponível para a poesia. É apenas por causa de circunstâncias fortuitas e exteriores às minhas reais possibilidades que não me realizo.» - 07/05/1924). No incidente Orpheu Dantas, a contra crítica teve uma repercussão tal que, ao longo do tempo, foi eclipsando cada vez mais a invectiva a que serviu de resposta: «Alguns rapazes, com muita mocidade e muito bom humor, publicaram, há dias, uma revista literária em Lisboa. Essa revista tinha apenas de notável a extravagância e a incoerência de algumas, senão de todas as suas composições. Como a recebeu a imprensa diária? Com o silêncio que merecia? Com as duas linhas indulgentes e discretas que é de uso consagrar às singularidades literárias de todos os moços? Não. A imprensa recebeu essa revista com artigos de duas colunas – na primeira página. A imprensa fez a essa revista um tão extraordinário reclame, que a primeira esgotou se e já se está a imprimir a segunda. Ora semelhante atitude está longe de ser inofensiva ou indiferente. Em primeiro lugar, consagra uma injustiça fundamental; em segundo lugar, favorece e prepara uma selecção invertida. Eu bem sei que o reclame a certas obras é às vezes feito à custa da veemente suspeita de alienação mental que pesa sobre os seus autores. Mas neste caso, como em outros muitos, é justo confessar que os loucos não são precisamente os poetas, mais ou menos.