Elby Aguiar Marinho Orientadora: Profa
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UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS FACULDADE DE CIÊNCIAS HUMANAS E FILOSOFIA MESTRADO EM HISTÓRIA IMAGINÁRIO E EXPERIÊNCIA NO ESMERALDO DE SITU ORBIS DE DUARTE PACHECO PEREIRA (SÉCULOS XV-XVI) Elby Aguiar Marinho Orientadora: Profa. Dulce Oliveira Amarante dos Santos Goiânia 2008 ELBY AGUIAR MARINHO IMAGINÁRIO E EXPERIÊNCIA NO ESMERALDO DE SITU ORBIS DE DUARTE PACHECO PEREIRA (SÉCULOS XV-XVI) Dissertação apresentada ao Programa de Pós- Graduação em História da Universidade Federal de Goiás, para obtenção do grau de Mestre em História. Área de concentração: Culturas, Fronteiras e Identidades. Linha de pesquisa: História, memória e imaginários sociais. Orientadora: Profa. Dra. Dulce Oliveira Amarante dos Santos Goiânia 2008 Dados Internacionais de Catalogação-na-Publicação (CIP) (GPT/BC/UFG) Marinho, Elby Aguiar. M338i Imaginário e experiência no Esmeraldo de Situ Orbis de Duarte Pacheco Pereira (séculos XV-XVI) [manuscrito] / Elby Aguiar Marinho. – 2008. 133f. Orientadora: Profa. Dra. Dulce Oliveira Amarante dos Santos. Dissertação (Mestrado) – Universidade Federal de Goiás, Fa- culdade de Ciências Humanas e Filosofia, 2008. Bibliografia: f.130-133. 1. Pacheco Pereira, Duarte, 1460-1533 2. Descobertas geo- gráficas portuguesas 3. Imaginário I. Santos, Dulce Oliveira Amarante dos II. Universidade Federal de Goiás, Faculdade de Ciências Humanas e Filosofia III. Título. CDU: 910.4(469) ELBY AGUIAR MARINHO IMAGINÁRIO E EXPERIÊNCIA NO ESMERALDO DE SITU ORBIS DE DUARTE PACHECO PEREIRA (SÉCULOS XV-XVI) Dissertação defendida pelo Programa de Pós-Graduação em História, nível Mestrado, da Faculdade de Ciências Humanas e Filosofia da Universidade Federal de Goiás, ___________ em de de , pela Banca Examinadora constituída pelos seguintes professores. Profa. Dra. Dulce Oliveira Amarante dos Santos / UFG Presidente da Banca Prof. Dr. Carlos Roberto F. Nogueira / USP Examinador Profa. Dra. Ana Teresa Marques Gonçalves / UFG Examinadora Noé Freire Sandes / UFG Suplente AGRADECIMENTOS Em especial à professora Dulce, pela orientação, estímulo e dedicação. À professora Ana, pela amizade, dicas e o empréstimo de livros. Às pessoas queridas e familiares que contribuíram de diversas formas. Duarte Pacheco Pereira não foi unicamente um homem de armas: como alguns antigos varões da Grécia e Roma, manejou ao mesmo tempo a pena e a espada. Além de valoroso soldado e de experimentado navegador, foi também um distinto cosmógrafo, como prova o valioso roteiro que dele nos ficou sob o título um pouco enigmático de Esmeraldo de Situ Orbis Souza Viterbo (1898) SUMÁRIO INTRODUÇÃO ..............................................................................................................................9 CAPÍTULO 1. Trajetória biográfica, momento histórico e perfil da obra...................................20 1.1 - Duarte Pacheco Pereira na expansão marítima portuguesa.........................................21 1.2 - Esmeraldo de Situ Orbis: estrutura, temáticas e fontes................................................37 CAPÍTULO 2. Maravilhoso, natureza, mitos e etnografia no Esmeraldo de Situ Orbis .............55 2.1 - A presença do maravilhoso na natureza.......................................................................55 2.1.1 - A visão da natureza para o navegador.................................................................57 2.1.2 - A influência e o distanciamento dos bestiários medievais..................................58 2.1.3 - O maravilhoso nas concepções geográficas da estrutura da Terra......................71 2.2 - Mitos.............................................................................................................................73 2.2.1 - Mitos antigos e africanos.....................................................................................73 2.2.2 - Mito político português.......................................................................................76 2.3 - Etnografias e a luta contra os muçulmanos..................................................................83 CAPÍTULO 3. O conceito de experiência na descoberta de novos mundos................................98 3.1 - Tensões entre o conhecimento prático e o teórico universitário..................................98 3.2 - Heranças e inovações..................................................................................................104 3.3 - A experiência no Esmeraldo de Situ Orbis ................................................................109 3.4 - O debate com os antigos.............................................................................................117 CONSIDERAÇÕES FINAIS ....................................................................................................126 FONTES IMPRESSAS ..............................................................................................................130 REFERÊNCIAS .........................................................................................................................130 RESUMO Palavras-chave: experiência, imaginário, navegação. Duarte Pacheco Pereira foi um navegador e explorador português que, além de grandes feitos no processo de expansão marítima, escreveu uma obra extraordinária e símbolo desse processo: o Esmeraldo de Situ Orbis . Esta tinha como objetivo servir de roteiro na navegação da costa africana aos pilotos portugueses. Porém, diversos são os temas abordados pelo autor e numerosas são as análises históricas que podem ser feitas. Ele vivia em uma época de transição entre o mundo medieval, com restrições às viagens pelo Oceano Atlântico, e o mundo moderno, que revelava regiões e povos jamais imaginados. Enfim, presenciou um rico momento de mudanças, de choques, de continuísmos e de formações de imaginários sociais, determinados por diversas concepções antigas e medievais, por várias outras trazidas pelas descobertas e pelos interesses que permeavam a construção de sua obra. Tudo isso o preparava para o que via e para o que iria ver, construindo e tornando compreensível o seu mundo. Mas, se de um lado o imaginário social influenciava as suas interpretações e a sua escrita, de outro, as experiências das explorações garantiam seu argumento de autoridade. Isso foi de grande importância para o processo de formação do pensamento moderno, uma vez que as viagens evidenciavam a supremacia do conhecimento empírico sobre o conhecimento da autoridade, valorizando a atitude humana no conhecimento direto da natureza. ABSTRACT Key-words: experience, imaginary, navigation Duarte Pacheco Pereira was a great portuguese navigator who, besides having done great things on the process of maritime expansion, also wrote an extraordinary work which symbolizes this process: Esmeraldo de Situ Orbis . Such work had the objective of serving as an itinerary for the navigation of the african coast by portuguese navigators. Nevertheless, several are the themes approached by the author and many are the historical analyses that can be developed from his work. He lived during a time of transitions from the medieval way, with restrictions to the journeys through the Atlantic Ocean; to the modern world, which uncovered regions and nations ever imagined. Finally, he witnessed a time of changing, shocks, of continuousness and social imaginary formations, determined by various medieval and ancient conceptions, and many others brought by the navigation discoveries and interests that permeated the construction of his book. All the elements mentioned had the purpose to prepare him for t what he would see and what he was seeing; building and making the world more comprehensible. However, if from one side the social imaginary ruled his interpretations and his writing; from the other side, his exploration experiences guaranteed his authority argument. Those factors were of great importance to the formation process of the modern thinking, as the journeys made evident the sovereignty of the empiric knowledge over the authority knowledge, increasing the value of human attitude on the direct knowledge of nature. INTRODUÇÃO Esta dissertação propõe-se a realizar novas leituras históricas de uma obra clássica da época da expansão marítima portuguesa: o Esmeraldo de Situ Orbis,1 do navegador Duarte Pacheco Pereira (1460-1533). Ela se denomina um livro de cosmografia e marinharia, sendo um testemunho do pioneiro desenvolvimento português na arte da navegação no período da segunda metade do século XV e primeira metade do século XVI. O Esmeraldo de Situ Orbis constitui uma obra-síntese de um largo conjunto de obras anteriores relacionadas ao processo de expansão marítima da época, 2 tais como crônicas, descrições de regiões distantes, roteiros,3 regimentos de navegação,4 diários de bordo 5 e livros de marinharia,6 os quais formam, todas juntas, o que a historiografia vem chamando de literatura de viagem. 7 1 As referências a essa obra ao longo deste trabalho serão representadas pela sigla ESO . 2 Muito provavelmente, as primeiras relações de viagens foram feitas no mar pelos escrivães do Infante D. Henrique (1394-1460). Nesses livros de bordo eram anotados diversos dados de caráter geográfico, rumos, léguas percorridas, nomenclaturas locais ou impostas, trocas comerciais realizadas com indígenas e diversos outros dados relevantes da viagem. Tais anotações eram feitas dia-a-dia, seguindo os progressos das viagens de acordo com os acontecimentos, o que os fazia tomar a forma de diários. Tais temas (novidades geográficas e étnicas) exerciam grande atração sobre os viajantes, cientistas e aventureiros, cujos