REVISTA ACADÊMICA: CIÊNCIA ANIMAL OPEN ACCESS

ARTIGO DE REVISÃO

Cavalo : Passado, presente e futuro do Marchador das Araucárias

Campeiro : Past, present and future of the Araucarias Gaited horse

Anderson Fernando de Souza1*, Joandes Henrique Fonteque2, Dirceu Costa3

1 Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia, Universidade de São Paulo (USP), São Paulo, SP, Brasil 2 Departamento de Medicina Veterinária, Centro de Ciências Agroveterinárias, Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC), Lages, SC, Brasil 3 Serviço de Registro Genealógico, Associação Brasileira de Criadores de Cavalos Campeiro (ABRACCC), Curitibanos, SC, Brasil

Resumo

O Brasil é dotado de um número considerável de raças como ferramenta de promoção e fomento a estratégias naturalizadas de animais de produção e equinos que, para a conservação da raça. em grande, parte não são conhecidas ou reconhecidas pelos produtores/população, os quais voltam a Palavras-chave: Raças nativas. Recursos genéticos. atenção às raças exóticas devido ao marketing massivo Equino. existente. A formação destas raças não foi fruto de uma estratégia ou planejamento, mas sim oriunda da adversidade e de acontecimentos históricos sucessivos, Abstract aliada à dedicação e visão futurista de pessoas que se esforçaram e ainda se esforçam para sua conservação e has a large number of native breeds of food animals melhoramento. Com o cavalo Campeiro, que tem origem and equines, which in many cases is not known or recognized nos animais trazidos durante as expedições espanholas by the breeders/population, that give attention to the de 1541, não é diferente. Trata-se de um grupamento exotic breeds due to massive marketing. The formation of genético de grande valor, mas pouco lapidado, em que these races did not come from a strategy or planning, but não há na literatura um resgate histórico sólido e uma from adversity and successive historical events, combined análise de sua situação atual. Sendo assim, esse artigo with the dedication and futuristic vision of people who tem por objetivo apresentar uma revisão literária sobre have struggled and still strive for their conservation and os equinos da raça Campeiro, abordando aspectos improvement. With Campeiro , that originate in the históricos, de formação, condições atuais e perspectivas animals brought during the Spanish expeditions of 1541, futuras, além de uma matriz SWOT da raça para servir it is no different. Campeiro horses are a genetic group of

Edição Especial - Medicina de Equídeos Rev Acad Cienc Anim. 2018;16(Ed Esp 2):e162102 * Autor correspondente: [email protected] DOI: 10.7213/1981-4178.2018.162102 Recebido: 8 mai 2018 | Aprovado: 15 jun 2018 eISSN: 1981- 4178 Souza AF et al.

great value, but there is not in the literature an adequate futurista de pessoas que se esforçaram e ainda se historical rescue and an analysis of its current situation. esforçam para sua conservação e melhoramento. This article aims to present a literary review on the breed of Dos aspectos que conferem singularidade ao the Campeiro horse, addressing historical aspects, training, cavalo Campeiro, observa-se os geoclimáticos current conditions and future perspectives, as well as a como fatores preponderantes de sua formação. SWOT matrix of the breed to serve as a tool to disseminate O Planalto Catarinense apresenta pluviosidade and promote strategies for the conservation of the breed. distribuída regularmente durante todo o ano, não havendo propriamente uma estação seca. As Keywords: Native breeds. Genetic resources. Equine. temperaturas são amenas, com média em torno de 16,5 °C e variação máxima de 8 a 10 graus entre verão e inverno. Nos pontos de maior altitude ocorrem geadas nas estações do outono, inverno Introdução e primavera, sendo que na região do planalto meridional, que penetra nos campos de Lages, pode Até o ano de 1493, na ocasião da chegada de ocorrer o fenômeno excepcionalmente no verão. A Cristóvão Colombo, não havia indícios da presença de cavalos nas Américas. Foi com sua segunda vezes observada em determinados locais. Embora viagem, desembarcando na Ilha de São Domingos, emocorrência Santa Catarina de neve asnos pastagens períodos cultivadasde maior frio venham é por no Caribe, que um grupo de dez animais, entre assumindo grande importância, grande parte da garanhões e éguas, deram início à criação de pecuária da região é sustentada nos campos naturais, equinos do novo continente. No Brasil, os primeiros compostos por uma formação de gramíneas mais cavalos portugueses desembarcaram dos porões grosseiras e cespitosas, denominadas por espécie das caravelas em 1534 em São Vicente, SP, em 1535 de Aristida, Andropogon, Schizachyrium, Elyonurus e em Olinda, PE, e em 1541 em Laguna, SC. A partir Trachypogon (Mariante, 2000; Falcão, 2002). de então houve progressiva e intensa importação Esta revisão tem por objetivo apresentar os de equídeos, em sua maioria de origem europeia, aspectos históricos, condições atuais e perspectivas para auxiliar no desbravamento do Brasil Colônia futuras do cavalo Campeiro, como ferramenta (Torres e Jardim, 1992). de promoção e fomento a estratégias para a Santos et al. (1992) citam que as primeiras conservação da raça. raças introduzidas eram basicamente de origem hispânica, mas também foram trazidos animais de origem inglesa, berbere, árabe e turca. Sob Estado atual da raça de extensas dimensões com diferentes ecossiste- Estimativa do tamanho e estrutura mas,influência permitiu-se das condições a seleção ímpares natural do Brasil, dos umanimais país nas diferentes regiões, como o Pampa Gaúcho, o A sede atual da Associação Brasileira dos Planalto catarinense, o Pantanal do Mato Grosso, Criadores de Cavalo Campeiro (ABRACCC) está as regiões Sudeste, Nordeste e Norte, que deram situada no Parque de Exposições Pouso do origem a várias raças naturalizadas. A modelação Tropeiro, na cidade de Curitibanos, SC, contando destes grupos raciais também é fruto da utilização com aproximadamente 100 criadores. Segundo destes no desenvolvimento das respectivas regiões, dados da associação, entre os anos 1985, ano de promovendo a seleção de tipos de acordo com as funções exercidas pelos cavalos. raça (Stud Book), e 2016, foram registrados em Toda esta trajetória, que propiciou a formação tornocredenciamento de 1.203 equinos. do livro Deste de registrototal, 97 oficialmachos da e das raças equinas naturalizadas do Brasil, não foi fruto de uma estratégia ou planejamento, mas Para este tipo de registro os animais não precisam sim oriunda da adversidade e de acontecimentos ter845 origem fêmeas conhecida, foram registrados mas devem em livroatender aberto. aos históricos sucessivos, aliados à dedicação e visão requisitos morfológicos e de andamento impostos

2 Cavalo Campeiro: Passado, presente e futuro do Marchador das Araucárias

pela ABRACCC. Foram ainda registrados 59 machos início de sua fase adulta. Caso estejam dentro do padrão morfológico e tenham como característica origem conhecida e nascimento anunciado. a marcha, sendo permitida a marcha picada, de e 202Em fêmeas relação em ao livro livro fechado, de registro ou seja, de nascimentos, animais com centro (intermediária) ou batida, o animal receberá e 432 machos, totalizando 972 animais até o será marcado como Campeiro. anoforam de anunciados2016. Para osfazer nascimentos parte deste de livro, 540 o fêmeas pai e o registro definitivo; caso contrário, o animal não a mãe do potro devem ser conhecidos e devem do número de animais que integraram o livro de estar registrados na ABRACCC. Estes animais registroAs figuras de 1 nascimentos e 2 mostram ae evoluçãoo Stud temporal Book, devem passar por uma avalição morfofuncional no respectivamente, entre os anos de 1985 e 2014.

70 Nascimentos anunciados (animais/ano)

60 58 58 55 54 51 50 47 39 40 36 36 32 30 29 29 28 27 24 26 20 21 21 20 21 21 Número de animais 20 19 18 18 16 15 12 10 9

0 0

1985 1986 1987 1988 1989 1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014

Ano

Fonte: ABRACCC.

Figura 1 - Evolução do número de cavalos Campeiros que tiveram seu nascimento anunciado no livro de registro de nascimentos da Associação Brasileira dos Criadores de Cavalo Campeiro entre 1985 e 2014.

200 Registros definitivos (animais/ano) 180 179 160 140 120 100 80 74 62 61 56 Número de animais 60 51 45 50 47 36 36 40 37 40 29 28 25 28 26 22 18 20 23 20 16 12 15 11 16 15 4 5 0

1985 1986 1987 1988 1989 1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014

Ano

Fonte: ABRACCC.

Figura 2 - Números de cavalos Campeiros que obtiveram registro definitivo, passando a integrar oStud Book entre 1985 e 2014.

3 Souza AF et al.

Distribuição geográfica dentro do país ou baixa qualidade zootécnica dos animais nascidos, somada ao cruzamento de indivíduos A criação do cavalo Campeiro, antes abundante com outras raças, o que inviabiliza o registro. em toda a região do Planalto Catarinense e do Rio Grande do Sul e Campos Gerais do Paraná, proprietários dos animais, que são em sua maioria conhecida como região dos Pinhais, que conferiu usuáriosUm ponto e relevantenão criadores, nesta questãoou seja, éque o perfilpossuem dos à raça a denominação “Marchador das Araucárias”, o animal para desfrutar do conforto de seu está distribuída atualmente em pequenas tropas andamento em cavalgadas, passeios ou afazeres da localizadas no Planalto Catarinense, principalmente propriedade, optando, assim, por éguas. Estas, por nos municípios de Curitibanos e Lages, no estado sua vez, quando de boa índole, são consideradas de Santa Catarina (Figura 3 para reprodução apenas quando estão em idade raça, no ano de 2010 foram formados núcleos de avançada, não podendo mais executar suas criadores nas cidades de Concórdia,). A fim deno difundirestado de a atividades, ou então são destinadas à reprodução Santa Catarina, e em Caxias do Sul, no estado do aquelas que não se prestam para o serviço, o Rio Grande do Sul (Souza et al., 2016a), fazendo que invariavelmente vai contra as premissas do com que aumentasse o número de proprietários e melhoramento genético equino. pessoas envolvidas/interessadas. Entre os anos de 2010 e 2016, a média anual de registros de machos em livro aberto e fechado

foram,foi, respectivamente, respectivamente, de trêsde 32 e quatrose 11 animais aproximadamente. Estes Quanto númeos às fêmeas, são preocupantes as médias se comparados com outras raças nacionais, que registram milhares de animais anualmente. Pelo número de animais registrados nos últimos anos, nota-se o caminhar do cavalo Campeiro à extinção como raça pura e um aumento da consanguinidade no rebanho, fatos preocupantes que devem ser investigados e os

correção possam ser implementadas. Tais medidas devemmotivos impulsionar identificados a paracriação, que quemedidas tem oeficazes potencial de Nota: Imagem de Juliano Signor. de agregar valor ou servir de estratégia para a conservação, fortalecimento e maior divulgação Figura 3 - Localização geográfica dos municípios de Curitibanos e Lages, no estado de Santa Catarina, os quais apresentam genético (Falcão, 2002; Solano et al., 2013). maiores altitudes com condições geoclimáticas características e da raça, a fim de evitar a perda desse rico material onde se concentra o maior número de exemplares de equinos Campeiros, sendo os berços históricos da raça. Origem e desenvolvimento da raça

Histórico Principais ameaças e risco de extinção Os primeiros equinos trazidos ao Brasil tiveram O número de registros de cavalos Campeiros foi sua origem com as primeiras viagens de exploração grande no primeiro ano da criação da associação, e colonização do continente, devido ao uso destes mas ultimamente poucos animais passaram a animais como principal meio de transporte na integrar o Stud Book, o que pode demonstrar época. Os primeiros cavalos foram direcionados a desinteresse na criação e no registro dos equinos

três locais ao longo da costa brasileira: Pernambuco 4 Cavalo Campeiro: Passado, presente e futuro do Marchador das Araucárias

em 1535, São Vicente em 1534 e Bahia em 1549 capturados, domados e utilizados nas inúmeros (Torres e Jardim, 1992). Outro local importante estâncias da região. A partir da criação que levou de introdução de equinos no Brasil foi o litoral de ao aprimoramento dos equinos da "raça velha", Santa Catarina, fruto da licença expedida pelo rei iniciou-se a seleção dos cavalos Campeiros. A a Alvar Nuñes Cabeza de Vaca, que em março de fundação da Associação Brasileira de Criadores 1541 chegou à costa catarinense com duas naus e de Cavalos Campeiros se concretizou no dia 10 uma caravela, trazendo 400 homens e 26 cavalos de 46 que embarcaram na Espanha. A comitiva seguiu Ministério da Agricultura ocorreu em 1985, após por terra a partir da foz do rio Itapocu, ao norte da detalhadade fevereiro vistoria, de 1976, quando e sua foi oficializaçãocredenciado peloseu ilha de Santa Catarina, transpondo a Serra do Mar livro de registros, Stud Book, e quando se instituiu e o Planalto Paranaense para atingir Assunção, no Paraguai (ABRACCC, 1984; Araújo, 1990; Soares, (CCCCN, 1984). 2009). Especula-se que alguns desses animais se o ServiçoUma atuação de Registro representativa Genealógico da açãoOficial do dahomem Raça perderam durante o percurso. Também é citado o sobre a raça se deve ao belga conhecido por Dr. possível extravio de animais por outras expedições Vicent que, em 1912, selecionou alguns animais, espanholas por esta mesma rota, visto que a ilha de Santa Catarina era o primeiro posto avançado da e Árabes, vindos da França, com o objetivo de Espanha na América do Sul. selecionarcruzando-os animais com garanhõesmais velozes Puro para Sangue as corridas Inglês A partir de 1620, com o início das missões de raias, típicas da região, e para a melhoria de jesuíticas na região Sul do Brasil, ancorado pelo sua morfologia e de atributos como beleza e Tratado de Tordesilhas, foram introduzidos mais funcionalidade (Mariante e Cavalcante, 2000). No rebanhos bovinos e equinos. Estes animais, a entanto, não se sabe exatamente a origem racial do posteriori, foram abandonados após as reduções cavalo Campeiro atual, devido a não caracterização serem esfaceladas pelas forças conjuntas das coroas racial dos cavalos trazidos pelos espanhóis naquela de Portugal e da Espanha na Guerra Guaranítica época (Falcão, 2002). (1753-1756). Estes equinos foram provavelmente os que mais fortemente contribuíram como Caracterização genética precursores da raça Campeiro, assim como os bovinos que se sucederam na raça Crioula Lageana, Silva et al. (2012) buscaram estimar a típica da região dos Campos de Lages. variabilidade genética em cinco raças e/ou grupos genéticos de equinos naturalizados no Brasil, vivendo livremente em Santa Catarina ocorreu no Aano primeira de 1728, notícia por oficialFrancisco da presença de Souza de e equinos Farias, fontes de diversidade para as raças equinas quando da abertura do Caminho dos Conventos, brasileiras.e sugeriram A aprimeira existência é formada de pelo pelo menos Campeiro, quatro que, partindo de Araranguá, SC, transpôs as matas a segunda pelo Pantaneiro e Árabe, a terceira pelo da Serra Geral e, no planalto, deparou-se com grande número de equinos e bovinos (ABRACCC, última pelo Baixadeiro. Os resultados demons- 1984). Cristóvão Pereira de Abreu também notou a traramPuro Sangue que o Inglêscavalo e Campeiro apresentou Marchador, alelos e a presença de animais na mesma região, utilizando- semelhantes ao Lavradeiro e ao Baixadeiro. As se de alguns para agregar a sua tropa, registrando a maiores distâncias dos caracteres genéticos, domesticação inicial desses animais. entretanto, foram encontradas para o cavalo Os equinos que passaram a habitar a “Região Campeiro, o que pode ser atribuído ao isolamento dos Pinhais”, constituída pelo Planalto Catarinense, Planalto do Rio Grande do Sul e Campos Gerais Os resultados deste estudo demonstram que do Paraná, oriundos de ambos os episódios ocorreugeográfico perda no sul dedo país.variabilidade genética nas supra descritos (possivelmente ), cinco raças naturalizadas e, consequentemente, formaram um agrupamento racial chamado de perda potencial das características adquiridas “raça velha” ou “peludos”. Estes animais eram pelas raças durante o processo de adaptação aos

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respectivos ambientes nacionais. A limitação de A equinocultura caminha cada vez mais para seu pool genético em loci de microssatélites foi resultado de eventos de endogamia ocorridos em Campeiro dotado de qualidades que contemplam pequenas populações e do uso de raças exóticas osa finalidadeobjetivos dedessa lazer eexploração, esporte, sendocaracterizada o cavalo pela docilidade e andamento, que proporcionam reforça a necessidade de incluir esses rebanhos em grande conforto ao cavaleiro. Há, também, a forte programascomo o Puro de Sangueconservação Inglês de e orecursos Árabe. Tudogenéticos isso identidade com relação à cultura local e à criação animais para maximizar a variabilidade genética e do cavalo Campeiro, pois são sólidas as questões conservar genes úteis. ligadas à tradição, à herança familiar e ao uso desse recurso genético no trabalho e lazer rural (Solano et al., 2013). Valor da Raça

Por que conservá-la? Caracterização da Raça

O Brasil apresenta uma rica gama de raças Características fenotípicas equídeas em relação ao contexto mundial, contando com pelo menos 23 raças, sendo que 11 destas foram formadas nos limítrofes do país. cavalo de pequeno a médio porte, sendo esta a menorO Campeiro parcela da pode população, ser classificado com boas proporções como um com andamento natural marchado, em que cada e boa estrutura para hipismo. Os machos são umaEntre apresenta estas, têm-se características ainda sete raças morfológicas de equídeos e registrados com alturas de cernelha entre 1,42

intermediário entre cavalo de sela e tração leve, com Marchador,funcionais específicas,Mangalarga tornando-ase Campeiro. singulares:O cavalo pesoa 1,54 médio m e fêmeas de 419 entre kg. Seu 1,40 andamento e 1,52 m. principalO cavalo é CampeiroPêga, , é umas das Piquira, poucas raças Pampa, de marchadores Mangalarga descrito como marcha típica (Falcão, 2002). que ainda mantém suas características naturais Todas as pelagens são aceitas para registro, com de andamento, que traz naturalidade, qualidade exceção das conjugadas (pampa ou tobiana, oveira, e, principalmente, diversidade para atender os leopardo e mantada) e albinoides. As pelagens mais diferentes anseios e necessidades dos mais diversos comuns são o castanho, baio e tordilho, em todas tipos de proprietários e usuários. as suas variações. A cabeça apresenta a fronte de retilínea a subconvexa, o chanfro de retilíneo a Potencial de uso presente e futuro subcôncavo, orelhas medianas e ativas, olhos vivos e bem implantados. A garupa é harmoniosamente inserida à região lombar, ampla, suavemente como animais de sela e tração leve em virtude se suas característicasEquinos da morfológicas. raça Campeiro Devido foram à classificadosrusticidade, formando uma única região, e os membros são deinclinada, estrutura com leve musculatura e bem aprumados. glútea bem Em definida geral, ligeira, estes equinos são muito utilizados na região apresenta boas proporções, porém com altura paraleveza provas e resistência hípicas, destacando-separa trabalho ode tiro sela de e laço, tração ou da cernelha inferior a da garupa (McManus et al., laço comprido, e cavalgadas. A docilidade, a beleza 2005). e a marcha em quatro tempos, que fornece conforto ao cavaleiro e é sua principal característica, são Características adaptativas atributos que fazem com que o cavalo Campeiro seja muito apreciado e adaptado para a utilização Pelas condições peculiares de clima, alimenta- em longas cavalgadas, sendo também utilizado ção, manejo e seleção nas quais os equinos da para o dia a dia na lida com o gado e em rodeios raça Campeiro se desenvolveram e são mantidos, (CCCCN, 1983; Falcão, 2002).

acredita-se que possam ocorrer, como consequência, 6 Cavalo Campeiro: Passado, presente e futuro do Marchador das Araucárias

comprimento de ranilha em relação aos pélvicos. mente em relação aos sistemas cardiovascular e hematopoético,adaptações fisiológicas sendo compensatórias,de extrema importância principal- membros, e os cascos apresentaram tamanho adequadoA relação pesoem vivo:árearelação ao do pesocasco vivofoi similar do animal. entre e suas variações para uma correta interpretação doso conhecimento exames complementares dos padrões utiliza-dos fisiológicos no da auxílio raça ranilha, principalmente em membros torácicos. diagnóstico de enfermidades. Observou-se elevada frequência de contração de desequilíbrios lateromediais. Concluiu-se que os bioquímico sérico de equinos Campeiros, equinosEncontrou-se, da raça Campeiro entretanto, apresentam baixa frequência conformação de observaramSouza et que al. (2016b),os valores ao médios mesurarem de aspartato o perfil podal similar a outras raças, embora investigações aminotransferase (AST), fosfatase alcalina (FA), alanina aminotransferase (ALT), ureia e creatinina de casqueamento adotadas pelos proprietários foram semelhantes aos propostos na literatura devemmais específicas ser revistas devam e melhoradasser realizadas. frente As práticas à alta para outras raças. Os valores de creatina quinase (CK), gama glutamil transpeptidase (GGT) e lactato desidrogenase (LDH), entretanto, foram superiores eletroforéticofrequência de contraçãodas proteínas de ranilha. séricas do cavalo Souza et al. (2016d), ao estudarem o perfil houve diferença nas concentrações de nenhum frações séricas estiveram dentro do intervalo de dosaos componentes comumente utilizadosséricos avaliados como referência. nas diferentes Não Campeiro, identificaram que os valores médios das faixas etárias avaliadas. Maiores valores médios maior valor de gamaglobulinas nos animais acima nas concentrações de ureia e menores de creatinina dereferência 13 anos propostode idade, paraproteinograma a espécie. sérico Observaram similar e, em éguas prenhes em machos, assim como maior atividade sérica de FA relação às vazias, observaram maiores valores de foram observados nas fêmeas em relação aos entre machos e fêmeas Souza et al. (2017), ao mesurarem o teor de deem equinos fêmeas gestantessadios da em raça relação Campeiro às éguas apresenta vazias. setealfa 1minerais e de gamaglobulinas nos cascos dose menor equinos relação Campeiros, A:G. variaçõesCom isso, concluiu-sepeculiares que que o perfil devem bioquímico ser levadas sérico mostraram que independente da pigmentação dos em consideração na interpretação de exames cascos, observaram-se maiores teores de Cu, Fe e Zn laboratoriais. na parede e de K, Ca e Mg na ranilha, não havendo diferença nos teores de Na entre as regiões do casco. Em relação aos cascos pigmentados (escuros) e não os Fontequevalores da et al.hemoglobina (2016), ao corpuscular estudarem o média perfil pigmentados (claros), observaram maiores teores (HCM),hematológico volume desses corpuscular animais, identificarammédio (VCM) que e de Fe na parede e sola e de K na sola e na ranilha dos cascos pigmentados. Os autores discutem que diferenças nas faixas etárias estudadas. Também embora existam diferenças nos teores de alguns houvenúmero diferença total de eosinófilospara as variáveis apresentaram proteína algumas total minerais entre cascos de diferentes colorações, isso

escuro em relação ao claro nos equinos da raça dessesplasmática resultados, e número semelhantes total de eosinófilos ao anterior, quando pôde- Campeiro.parece não refletir em melhor qualidade do casco secomparadas concluir que fêmeas os equinos prenhas Campeiros e vazias. apresentam A partir particularidades com relação às variáveis do Características funcionais plasmático quando comparados aos descritos por Por se tratar de uma raça de marcha, os diferentes outroshemograma, autores proteínasem outras raças. totais e fibrinogênio aspectos relacionados ao bom desenvolvimento Souza et al. (2016c), ao realizarem a podometria desse andamento são os pontos fundamentais da dos cavalos Campeiros, observaram que os funcionalidade do cavalo Campeiro. Durante um membros torácicos apresentaram cascos com concurso funcional, os árbitros avaliam estilo, maior comprimento e largura, além de maior rendimento, regularidade, comodidade e diagrama

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da marcha. Animais que apresentam andamento do (Figura 5). Mais recentemente, observa-se a tipo trote ou andadura não são registrados. utilização de biotécnicas mais avançadas, como a Fonteque et al. (2015) avaliaram o andamento por meio de análise de vídeo de 113 equinos estratégias estas fundamentais para acelerar a da raça Campeiro e observaram que 36 animais criação.inseminação artificial e a transferência de embriões, apresentavam marcha incompleta, 74 marcha como andamento. Dos equinos com marcha completa,completa e 20 três animais apresentaramapresentaram a guinilhamarcha batida, 14 apresentaram marcha de centro (intermediária) e 40 apresentaram marcha picada. Aproximadamente 65% dos animais utilizados neste estudo apresentaram a marcha completa e, destes, quase 48% exibiram a marcha de centro ou picada, descritas como as de melhor qualidade (Figura 4) (Toledo, 2006).

Nota: Foto de Joandes Henrique Fonteque.

Figura 5 - Método de rufiação para identificação de cio nas fêmeas. O garanhão fica separado das éguas para evitar acidentes.

Nota: Foto por Joandes Henrique Fonteque. Ao se estudar os aspectos reprodutivos de éguas da raça Campeiro nas condições da região Centro-

Nota: Foto de Joandes Henrique Fonteque. sazonal,Oeste do apresentando Brasil (Nascimento, ciclos estrais 2014), todo identificou- o ano. Osse aspectos que estas relacionados apresentaram à duração pouca do interferência ciclo estral, Figura 4 - Equino da raça Campeiro no momento da avaliação da marcha por meio de filmagem, demonstrando o tríplice apoio dominância e folículo dominante, folículo pré- em uma marcha picada. dia da divergência e tamanho folicular, dia da útero, tamanho do corpo lúteo e tônus uterino são similaresovulatório, às característicasoutras raças. A ultrassonográficasutilização de técnicas do Manejo reprodutivo que reduzam o intervalo de anestro pode otimizar a utilização destes animais na reprodução. Há poucos dados na literatura sobre os aspectos reprodutivos dos animais da raça Campeiro. Observa-se, entretanto, que os nascimentos ocorrem Sistema de criação durante todo o ano, sendo o principal período entre setembro e janeiro (Falcão, 2002). A monta natural As condições naturais nas quais ocorreu é o sistema mais utilizado pelos criadores, porém todo o processo de formação da raça Campeiro há propriedades que realizam monta controlada ainda é realidade em muitas propriedades nos

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municípios de Lages e Curitibanos, em que as consideram criadores e sim proprietários, devido manadas permanecem em extensas áreas de ao pequeno número de equinos, em que 54,5% pastagem nativa, sendo estabuladas apenas para dos entrevistados tinham até 10 equinos, 36,4% realização de manejos inerentes à criação (controle entre 10 e 30 e apenas 9% possuíam mais de 30 de endo e ectoparasitos, revisão dos potros, animais, sendo que apenas 9% obtinham renda marcação, cuidados com os cascos) ou para serem com a criação do cavalo Campeiro. utilizadas para afazeres na propriedade (Figura 6). Neste estudo, constatou-se ainda que o sistema Entretanto, com a aquisição de animais por novos de criação utilizado era majoritariamente o adeptos, observa-se que muitos animais estão extensivo (100%), salvo os casos em que alguns sendo mantidos em hospedarias e em pequenas animais, utilizados diariamente ou nos períodos instalações nas propriedades para serem utilizados de exposições, eram mantidos estabulados, para lazer. Deste modo, passam a receber maior recebendo ração, milho e alfafa. Grande parte se atenção aos cuidados estéticos, alimentação, alimentava de pastagens nativas durante o verão e cultivadas durante o inverno (45,5%). Observou- se, também, que a comercialização dos animais era dacasqueamento, criação, algo esperado ferrageamento e que tende e a crescer. assistência esporádica para a maioria dos criadores (81,5%) veterinária, ou seja, uma maior profissionalização e não era realizada por 18,5% dos entrevistados. Estes dados propuseram a conclusão de que há pouca especialização na comercialização dos cavalos Campeiros.

Análise SWOT

Atualmente amplamente utilizada nas mais diversas áreas, a análise SWOT estuda a competitividade de uma organização segundo strengths (forças), weaknesses (fraquezas), opportunities (oportunidades) e threats (ameaças).quatro variáveis: Através destas variáveis, pode-se fazer a

Nota: Foto de Joandes Henrique Fonteque. organizaçãoidentificação dasde qualidadesinteresse. eÉ defeitos uma ferramentaintrínsecos utilizadae das variáveis para a realização ambientais de análise que influenciam de ambiente a Figura 6 - Lote de éguas Campeiras prenhas e/ou com potro ao e serve de base para planejamentos estratégicos e pé sendo conduzidas para a sede da propriedade para realização de gestão de uma organização (Gürel e Tat, 2017). de cuidados sanitários. A ferramenta foi aplicada ao cavalo Campeiro

separados em dois ambientes, interno e externo. Solano et al. (2011), ao entrevistarem 11 de forma que os fatores identificados fossem criadores de cavalos Campeiros nos municípios de Campos Novos, Curitibanos e Lages, em Santa peloO ambiente criador, interno enquanto foi definidoo ambiente como externo os fatores são Catarina, com o objetivo de caracterizar o sistema osque fatores podem que ser não modificados dependem da ou ação manipulados direta do criador. Os pontos apresentados nas variáveis que o tamanho médio das propriedades era de resumem os assuntos discutidos ao longo deste 260de criação hectares, na sendo região que Sul do45,5% Brasil, eram identificaram de até 50 ha, 27,5% entre 50 e 300 ha e 27,5% mais de que estão adequadas e as que precisam ser 300 ha. Dentre os entrevistados, 45,5% não se melhoradasartigo, auxiliando (Quadro a fixar 1). e evidenciar as questões

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Quadro 1 - Análise SWOT da raça Campeiro

Fatores Positivos Fatores Negativos Forças Fraquezas

- Andamento marchado. - População pequena. - Rusticidade. - Consanguinidade. - Docilidade. - Poucos nascimentos anunciados anualmente. - Adaptabilidade à região de origem. - Baixo número de animais registrados anualmente. - Valor de mercado atraente. - Fêmeas destinadas à reprodução de baixo potencial melhorador e/ - Porte adequado para equitação. ou com idade avançada.

Ambiente Interno - Associação de Criadores e Serviço de Registro Genealógico - Baixa profissionalização na criação. formados e atuantes. - Formação de núcleos de conservação. - Participação dos criadores em exposições e competições.

Oportunidades Ameaças

- Fonte para realização de estudos científicos. - Registro de animais sem origem conhecida (Livro Aberto). - Reconhecimento nacional. - Maioria dos proprietários com perfil de usuários e não de - Organização de competições funcionais com outras raças criadores. marchadoras nacionais e internacionais. - Não registro de animais de pelagens conjugadas (pampa e oveiro). - Melhoria do treinamento e condicionamento dos animais. - Não registro de animais castrados. - Maior atenção aos aspectos nutricionais e sanitários dos animais. - Baixo número de técnicos credenciados pela associação.

Ambiente Externo - Forte apelo histórico, regional e cultural. - Metas de seleção não claramente definidas. - Baixo interesse das novas gerações das famílias em perpetuar a criação.

Perspectivas para a raça de trabalho, seleção, estudos e divulgação. Estes fatores devem ser espelhados em estratégias que A continuidade e a elaboração de mais projetos tiveram sucesso em outras raças, podendo, assim, de pesquisa são instrumentos fundamentais na avançar de forma rápida, porém segura, sem nunca esquecer a história e a tradição que foram o gatilho possa ser implementado na criação e seleção, da formação dessa promissora raça. buscandoformação um de conhecimentoanimal aprimorado técnico-científico e com identidade que O rumo da criação de cavalos Campeiros deve genuína. Neste tocante, a tarefa de desenvolver a estar direcionado para aquilo que é de mais útil, seu andamento. Esta deve ser a preocupação da raça nas gerações mais novas, bem como o principal de seus técnicos e criadores ao avaliarem acolhimentoconsciência dede apreço,todos os manutenção novos interessados, e expansão é e selecionarem os animais, estando associado ao obrigação de todos os atuais envolvidos. Somente componente morfológico funcional e não ao estético. assim haverá a perpetuação do cavalo Campeiro. A marcha é indiscutivelmente sua maior e melhor característica, e mesmo sendo de caráter natural e

Conclusão e condicionamento é algo emergente e necessário paraespontâneo, que haja acompetitividade profissionalização com doas demais treinamento raças O cavalo Campeiro tem uma história relativa- marchadoras do Brasil, podendo culminar em mente curta comparada às grandes raças mundiais, competições funcionais entre estas, levando a uma fazendo com que haja pela frente um longo caminho projeção nacional da raça.

10 Cavalo Campeiro: Passado, presente e futuro do Marchador das Araucárias

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