Do Retábulo, Ainda Aos Novos Modos De O Fazer E Pensar

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Do Retábulo, Ainda Aos Novos Modos De O Fazer E Pensar UNIVERSIDADE DE LISBOA FACULDADE DE BELAS-ARTES DO RETÁBULO, AINDA AOS NOVOS MODOS DE O FAZER E PENSAR Ilídio Óscar Pereira de Sousa Salteiro DOUTORAMENTO EM BELAS-ARTES PINTURA Professor Doutor João Manuel Rocha de Sousa, orientador Professora Doutora Isabel Maria Sabino Correia, co-orientadora 2005 2 AGRADECIMENTOS Para a concretização desta investigação agradecemos a todos os que na realidade a possibilitaram: Aos professores orientadores Pintores Isabel Maria Sabino Correia e José Manuel Rocha de Sousa pela disponibilidade, pelo empenho e pela permanente atenção que colocaram no desenvolvimento deste trabalho, com oportunas correcções e sugestões. Ao arquitecto António Flores Ribeiro, do Secretariado das Novas Igrejas, do Patriarcado de Lisboa. Ao Cónego Luciano Cristino, do Serviço de Estudos e Difusão do Santuário de Fátima (SESDI). Ao Padre Farinha, da Igreja de São Pedro e São João do Estoril. Ao Cónego Pintor João Marcos, do Seminário dos Olivais. A Monsenhor João Gonçalves Gaspar, da diocese de Aveiro. E a todas as dioceses e câmaras municipais que deram resposta ao inquéritos por nós formulados. Agradeço ainda ao fotógrafo Jorge Correia Santos pelo levantamento fotográfico das igrejas em Portugal no século XX que me disponibilizou. Agradeço também à Faculdade de Belas-Artes, ao Ministério da Educação e ao Programa de Desenvolvimento Educativo para Portugal (PRODEP) os meios facultados. 3 RESUMO Do Retábulo, ainda, Aos Novos Modos de O Fazer e Pensar procede a uma análise da definição e dos conceitos de retábulo, enquadrando a sua natureza estrutural, cultural e sensível. O seu propósito é de indagar a integração da arte nos espaços de culto cristão depois do Concílio do Vaticano II. O retábulo como um todo, composto de cor, texturas e formas, continua a ser um espectáculo visual que o espaço religioso cristão oferece aos fiéis e a todos os que nele entrarem. Um espectáculo desenhado e construído nas paredes do templo apelando a todos os sentidos, mas privilegiando sobretudo o da percepção visual. Composto pela aplicação de todas as artes, é no entanto a pintura, com a sua bidimensionalidade, que prevalece. Quando, nos séculos XV a XVIII, o altar esteve encostado à parede, o retábulo adquiriu grande importância na produção artística ocidental. No entanto, este arquétipo retabular desactualizou-se definitivamente a partir do Concílio do Vaticano II por causa de movimentações que vinham apelando a uma renovação da liturgia e do espaço. Das soluções retabulares agora encontradas, umas são meramente decorativas e revelam apenas conhecimentos sobre iconografia cristã, mas outras buscam uma dimensão formal, estética e perene que possibilita o prolongamento da liturgia no infinito e na intimidade contemplativa. A igreja e o museu, no contexto ocidental cristão, são dois espaços de eleição social e estética, aparentemente opostos. No entanto, ambos são templos, ambos são espaços sagrados, contentores de arte numa convivência global. O museu, por questões de conservação, tem sido o receptáculo natural de muitos retábulos; e é igualmente o ponto de chegada de muitas peregrinações. Por outro lado, a igreja, os espaços conventuais e outros espaços religiosos, vêm sendo naturalmente cada vez mais utilizados como locais de exposição de arte. 4 SYNTHÈSE Sur les retables maintenant, les nouvelles manières de les faire et concevoir opère une analyse de la définition et des concepts de retable, cadrant sa nature structurelle, culturelle et sensible. Le propos est celui de vérifier l’intégration de l’art dans les espaces du culte chrétien après le Concile Vatican II. Le retable comme un tout, fait de couleurs, textures et formes, reste un spectacle visuel que l’espace religieux chrétien offre aux fidèles et à tous ceux qui y pénètrent, un spectacle dessiné et construit sur les murs du temple, pour tous les sens mais privilégiant surtout la perception visuelle. Faisant appel à tous les arts, c’est toutefois la peinture, par sa nature bidimensuelle, qui domine. Du XVe au XVIIIe siècle, quand l’autel se trouvait contre le mur, le retable a acquis une importance considérable dans la production artistique occidentale. Cependant cet archétype de retable s’est définitivement démodé à partir du Concile Vatican II, après les mouvements faisant appel à la rénovation de la liturgie et de l’espace. Parmi les interventions de facture récente, les unes sont uniquement décoratives et montrent juste des connaissances sur l’iconographie chrétienne, mais d’autres cherchent une dimension formelle, esthétique et atemporelle qui suggère le prolongement de la liturgie dans l’infini et dans l’intimité contemplative. L’église et le musée, dans le contexte occidental chrétien, sont deux espaces de connotation sociale et esthétique apparemment opposés. Cependant, ils sont tous les deux des temples, tous les deux des espaces sacrés, contenant de l’art partagé par tous. Le musée, pour des questions de conservation, est souvent le réceptacle naturel de nombreux retables; il est également le point d’arrivée de nombreuses pérégrinations. En outre l’église, les espaces conventuels et d’autres espaces religieux, sont de plus en plus naturellement utilisés comme des espaces d’exposition d’art. 5 CINCO PALAVRAS Arte Contemporânea Igreja Pintura Retábulo CINQ MOTS Art Contemporaine Eglise Peinture Retable 6 ÍNDICES 7 Índice geral RESUMOS .............................................................................................................................. 3 ÍNDICES Índice geral............................................................................................................................. 7 Índice de imagens.................................................................................................................. 9 NOTA PRÉVIA ....................................................................................................................... 13 INTRODUÇÃO........................................................................................................................ 15 I – O RETÁBULO E A SUA FORMA –— Definição e conceitos 1. O todo retabular –— pintura, escultura e arquitectura..................................................... 34 2. A função do retábulo........................................................................................................ 50 3. O retábulo e a tradição iconófila ...................................................................................... 62 4. O ecumenismo.................................................................................................................. 76 5. As coisas visíveis –— ouro, cor, textura.......................................................................... 88 6. As coisas invisíveis –— os meios .................................................................................... 99 7. Do espaço eterno ao espaço efémero ............................................................................... 114 8. Da alegoria da festa antiga à metáfora do acontecimento cultural contemporâneo ......... 122 9. Museus –— novos templos .............................................................................................. 131 10. As novas peregrinações –— viagem............................................................................... 142 11. O espaço da pintura retabular –— o objecto, o além e o aquém..................................... 153 II – NATUREZA DO OBJECTO –— Investigação e integração formal 1. A geometria retabular........................................................................................................ 163 2. As definições temáticas..................................................................................................... 179 3. As obras que desejam ser retábulo.................................................................................... 192 4. Os retábulos perdidos........................................................................................................ 212 8 III – O ESPAÇO –— Evolução no tempo e no modo 1. O espaço das igrejas portuguesas no século XX ................................................................ 221 2. Continuidades e citações................................................................................................... 234 3. O tempo de Fátima............................................................................................................ 239 4. Persistência e renovação ................................................................................................... 245 5. As igrejas salão ................................................................................................................. 256 6. Depois da modernidade..................................................................................................... 267 7. A geometria como tema .................................................................................................... 276 IV – CONVIVÊNCIA DAS FORMAS 1. Dos retábulos às soluções retabulares ............................................................................... 285 2. Os retábulos do século XX................................................................................................. 292 Os anos das persistências ............................................................................................ 295 O nascimento de Fátima.............................................................................................. 297 Entre a tradição e a modernidade ...............................................................................
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