UNIVERSIDADEFEDERALDORIOGRANDEDOSUL INSTITUTODEBIOCIÊNCIAS PROGRAMADEPÓSGRADUAÇÃOEMBOTÂNICA

DilanaFerreiradaSilva

Ogênero L.()na regiãoSuldoBrasil

Projetoaserapresentadoparaavaliaçãopelo PPGBotânicadaUFRGS

Orientadora: Professora Dra . MaraRejaneRitter Co-orientadora: ProfessoraDra.InêsCordeiro

Porto Alegre 2016 Resumo: Ogênero Dalechampia L.pertenceàfamíliaEuphorbiaceae s.s .e apresentaampladistribuiçãoNeotropical,sendooBrasilumdoscentrosdediversidade, com72espécies.Trabalhosdeanatomia,morfologia,fitossociologiaepolinizaçãosãoos maisocorrentescomogênero,sendopoucosostrabalhostaxonômicosdesenvolvidosna regiãoSuldoBrasil.Aúnicapesquisaencontradatrazindagaçõesesugestõesdenovas reorganizaçõesdetáxons,sinonimizaçõesesubordinaçõesdeseções,alémdeenfatizara necessidadedeumtrabalhomaisdetalhadoeabrangentecomogênero.Opresente trabalhotemporobjetivosrealizarumestudotaxonômicodogênero Dalechampia na regiãoSuldoBrasillevantardadosflorísticos,ecológicosetaxonômicosdasespécies citadas,averiguarsehouverestriçãoouampliação,esclarecerproblemasdeidentificaçãoe nomenclaturais,fornecerinformaçõesquantoàfloraçãoefrutificaçãoe,ainda,fornecer chavesdicotômicaseilustrações.OsprincipaisherbáriosdoRioGrandedoSul,Santa CatarinaeParanáserãorevisados.Assaídasdecamposeestenderãoportodasasregiões fisiográficasdaregiãoSuldoBrasil. Palavraschave: Dalechampia ,taxonomia,Euphorbiaceae,SuldoBrasil

INTRODUÇÃO 1. A família Euphorbiaceae Jussieu Euphorbiaceaeéconsideradaumadasmaiscomplexasediversasfamíliasdaordem ,comdiferentesformasdehábitolianas,trepadeiras,ervas,arbustose árvores,asquaisapresentaminúmerasvariaçõesmorfológicas(Judd et al. 2009). Apresentadistribuiçãopantropical,incluindoaproximadamente300gênerose6000 espécies(APGIII2012).NoBrasil,sãocitados63gênerose939espécies(FloradoBrasil 2020emconstrução). AprimeiraobservaçãoeclassificaçãodafamíliaEuphorbiaceaefoirealizadapor CarolusLinneu,emmeadosdoséculoXVIII,queanomeoucomofamíliaTricoccae constituídaporpoucosgêneros(Bruyset1787 apud Gagliardi2014).Em1789afamília EuphorbiaceaefoioriginalmentedescritapelopesquisadorenaturalistafrancêsAntonii LaurentiiDeJussieuquedividiuafamíliaem33gêneros,estes,separadosemdoisgrupos, umcomfloresdeestileteúnicoeoutrocomflorescomtrêsestiletes(Jussieu1789). Comopassardotempohouverammuitasmodificaçõesnaclassificaçãodafamília, sendooprimeirodelesosistemaBaillon,propostopelofrancêsHenriErnestBaillon (1858),queclassificavaostáxonsemséries.Algunsanosdepois,JeanMüllerArgoviensis (1866),propôsosistemamüllerianoumaclassificaçãomaisdetalhadaquantoa subfamílias,tribosesubtribos,sendoseguidapordiversosautores.Posteriormente, inúmerospesquisadoressededicaramaoestudodafamília,comopropósitodeconhecêla eclassificála,dentreeles,Pax&Hoffmann(1914,1931),Jablonski(1967),Hutchinson (1969),emaisrecentementeWebster(1975,1989,1994a,1994b),quepropôsumanova classificaçãoparaafamília,incluindocincosubfamílias(Phyllanthoideae,Oldfieldioideae, Acalyphoideae,CrotonioideaeeEuphorbioideae),setetribose10subtribos(Webster 1975).EssanovaclassificaçãodeWebster(1975)refletianosconhecimentosfilogenéticos enamorfologiapolínica(Punt,1962;Köler,1965)quelhepareciammaisviáveisqueos sistemasdeclassificaçãoantecessores. Pesquisasreferentesàsanálisesmolecularesefilogenéticas(Chase et al. 2002; DaviseChase2004)reorganizaramostáxonsemEuphorbiaceae s.s .,Phyllanthaceae, PicrodendraceaeePutranjivaceae(Judd et al .2009)ealémdisso,nãosuportaramsua monofilia(Chase et al. 2002;Davis&Chase2004). ApósestudosfilogenéticoscomafamíliaEuphorbiaceae s.s. seteveo conhecimentodasuamonofilia(Wurdack,Hoffmann&Chase2005).Atualmente, Euphorbiaceae s.s. écompostaporquatrosubfamílias(Cheilosoideae,Acalyphoideae, CrotonoideaeeEuphorbioideae),218gênerose6.745espéciesamplamentedistribuídas pelostrópicosesubtrópicosdomundo(Stevens2001,emcontinuidade).Acalyphoideae foireconhecidacomosubfamíliaporAscherson(1864),atualmente,compreende99 gênerose1.865espécies(Stevens2001emcontinuidade)esegundoWebster(1994a)éa maisabundanteecomplexasubfamíliadeEuphorbiaceae,apresentando20tribos, incluindoarbóreas,arbustoseherbáceas(Webster1994b).Recentemente,Cardinal McTeague&Gillespie(2016)reconheceramapartirdeanálisesfilogenéticasamonofilia dasubtriboDalechampiinae,aqualogênero Dalechampia pertence,emboraonúmero amostradoserestringisseaquatroespéciescomocorrênciaemMadagascar.

1.1 O gênero Dalechampia L. Ogênero Dalechampia L.foidescritoporLinnaeusnaobra Genera Plantarum (1754),homenageandoomédicoebotânicofrancêsJacquesDalechamp(Smith,Downs& Klein1988). Dalechampia L.pertenceàfamíliaEuphorbiaceae,àsubfamília Acalyphoideae,àtriboPlukenetieae(Bentham1880)eàsubtriboDalechampiinae (Webster1994b). Pax&Hoffmann(1919)elaboraramumasinopsequefoiconsideradauma referênciaparaogênero.Nessetrabalho,foramdescritasascaracterísticasde13seçõese decadaespécie.Webster(1989),quesedestacoupelosváriostrabalhoscomogênero, questionouométodoutilizadoporessesautores,quesebasearamempoucascoleçõesde herbários.EntreassuasaveriguaçõessedestacaamudançadatriboDalechampieae,aqual foiincluídanatriboPlukenetieae,tornandoseassimsubtriboDalechampiinae(Webster 1994b).Ajustificativaparaessamudançafoiapresençadetricomasurticanteseacoluna doestigmaalongada,característicasdeTragiinaeePlukenetiinae,respectivamente (Webster1994b).Trêsnovasespéciesde Dalechampia foramdescritasparaoBrasil– Bahia,CearáeEspíritoSanto,porWebster(1989)contribuindoparaoconhecimentodo grupo. Nenhumapesquisacomogênero,paraoRioGrandedoSul,foitãoespecífica quantootrabalhodeAllem&Waechter(1977),quepropuseramasinonimizaçãodemuitas espéciesjácitadasparaoestado.Verificaramumamplopolimorfismonosespécimesda regiãoelevantaramdúvidasquantoaalgunscaracteresutilizadosparaaseparaçãodesses táxons.Maistarde,Webster&Armbruster(1991)publicaramumasinopseparaasespécies de Dalechampia ocorrentesnosNeotrópicos,citandoseisseçõese94espécies.Dados sobrepseudanto,indumento,folhas,sementes,frutos,hábitatsedadosecológicosforam disponibilizadosporWebster&Armbruster(1991).Afirmaramaindaanecessidadedese conhecermelhorotáxon,realizandomaiscoletaserevisõesdeherbárioseàsinonimização dealgumasespéciescitadasporAllem&Waechter(1977). OgêneroestádistribuídonostrópicosdoVelhoeNovoMundo(Webster1989)e inclui,atéomomento,121espécies(IUCN2016).Ocorre,principalmente,naAméricado Sule,segundoaFloradoBrasil2020(emconstrução)eTropicos(2016)paraoBrasil foramconstatadas72espéciesdistribuídasemquasetodososestadoseparaaregiãoSul foramcitadas16espécies(Tabela1).

Tabela 1: Espéciesde Dalechampia L.citadasparaosEstadosdoParaná,SantaCatarinae RioGrandedoSul(FloradoBrasil2020emconstrução;Trópicos2016). Espécies Ocorrência na região Sinônimos Dalechampia anomala Pax&K. Sul - Hoffm. PR Dalechampia boliviana Gandoger. Dalechampia bangii Pax&K. RS Hoffm. Dalechampia triphylla var. clausseniana PR,SC Müll.Arg. Dalechampia clausseniana Baill. Dalechampia triphylla var. villosa (forma Müll.Arg. Dalechampia triphylla var. villosa (forma Müll.Arg. Dalechampia ficifolia Lam. PR,SC Dalechampia tiliifolia var. ficifolia (Lam.)Kuntze

Dalechampia glechomifolia Baill. PR,RS Dalechampia microphylla Mül.Arg.

Dalechampia hassleriana Chodat PR -

Dalechampia leandrii Baill. PR Dalechampia vulpina Müll.Arg.

Dalechampia meridionalis Müll. PR Dalechampia pallida KlotzschexPax&K.Hoffm. Arg. PR,SC,RS Dalechampia micromeria var. angustifolia Dalechampia micromeria Baill. Hoffm. Dalechampia sellowiana var. serrata Mül.Arg PR Dalechampia pentaphylla Lam. - PR,SC Dalechampia reitzkleinii L.B. - Sm.&Downs SC Dalechampia riparia L.B. Sm.& - Downs RS Dalechampia patagonica Pax&K.Hoffm. Dalechampia stenosepala Müll. PR,SC,RS Arg . Dalechampia stipulacea fo. minor Müll.Arg. Dalechampia stipulacea var. bogotensis Pax & K. Dalechampia stipulacea Müll.Arg. Hoffm Dalechampia stipulacea var. membranacea Arg. Dalechampia stipulacea var. minor Müll.Arg. Dalechampia stipulacea var. piauhiensis Müll.Arg

Dalechampia ulmifolia Chodat & RS Dalechampia grueningiana Pax Hassl. Dalechampia ulmifolia var. grueningiana (Pax)Pax

PR Dalechampia amambayensis Pax&K.Hoffm. Dalechampia weddelliana Baill. Dalechampia morifolia Pax&K.Hoffm. Dalechampia trichophila Pax&K.Hoffm.

Háabrangênciade Dalechampia nosdomíniosfitogeográficosdaMataAtlântica, daAmazônia,doCerrado,daCaatingaeemmenorproporçãonoPantanalenoPampa (FloradoBrasil2020,emconstrução).Aprincipalformadevidadogênerosãovinhas (trepadeiras),porém,algumaspodemserervasousubarbustos(Webster&Armbruster 1991).Sãoencontradasprincipalmenteembordadeflorestastropicais,principalmenteem suasmargens(Webster1994a)eainda,emformaçõescampestresenasencostasdemorros (Allem&Waechter1977).Operíododefloraçãoefrutificaçãonamaioriadasespéciesse dádeformacontínua,ocorrendoumintervalonosmesesdejunho,julhoeagosto(dados obtidosapartirdasexsicatasrevisadasemváriosherbários). Ogêneroémonóicodíclinoeháumagrandevariaçãonamorfologiadasfolhasque podemserunilobadas,palmadalobadaoupalmadapartida.Apresençadeestípulaséuma característicafundamentalnadiferenciaçãodecertasespécies(Webster&Armbruster 1991).Amaioriadasespéciestemdoisdiferentestiposdetricomas,ossimpleseos urticantese,encontramseaindaglândulasresiníferaspróximasasfloresestaminadas. Essasglândulasderesinasãoconhecidascomorecompensaaospolinizadores,quenasua maioriasãoabelhasindígenas(Armbruster1993).Astrêsflorespistiladassão monoclamídeaseestãodispostasemcimeirasnaposiçãobasaleasfloresestaminadas monoclamídeasestãodispostasempleiocásiosqueapresentambractéolasresiníferas próximasàsflores.Asflorespistiladaseestaminadassãocircundadasporduasbrácteas involucraisqueformamopseudantoestruturaqueapresentaumagamadiversidadede formas,coloraçõesetamanhos(Webster&Ambruster1991)equeenvolveestudosdesua históriaevolutivaedosseusagentespolinizadores. 1.2 Citogenéticade Dalechampia Estudoscitotaxonômicos,emsuamaioria,sãodesenvolvidosemespéciesderegiões temperadas,principalmentedafloranorteamericanaeeuropeia(Guerra1990).Entretanto, sereconheceuapossibilidadedeocorrerdiferentesmecanismosevolutivoscariológicos nasespéciesdeáreastemperadasetropicais(Stebbins1966;Ehrendorfer1970),existindo assim,anecessidadedemaisestudoscitogenéticosnestasregiões,buscandocompreender suasdefiniçõesevolutivasetaxonômicas(Guerra1990). Perry(1943)apósrealizarinúmerasanálisescitogenéticascomrepresentantesda famíliaconstatouque50%dasespéciessãopoliploides,sendoadisploidiaobservadaem plantasanuaiseapoliploidiaemespéciesperenes. Apartirdaanálisedecontagemdecromossomosmitóticose/oumeióticosé possíveldeterminarecomparardadoscromossômicos(número,morfologiaesimetria)de umgrandenúmerodeespéciesdeumadeterminadotáxoneseobterinformações substanciaisarespeitodaevoluçãodosgenomasdasespécies(Guerra1990).Tais metodologias,namaioriadasvezes,sãodefácilexecuçãoecustosnãoelevados.Lombello &ForniMartins(1998),analisandotrepadeirasdesetediferentesfamílias,assegurama importânciadeseconheceracariomorfologiaeonúmerocromossômico,poisestes auxiliamnaspesquisastaxonômicaseospadrõesevolutivosdessesgrupos.A citotaxonomiatempermitidoadiferenciaçãodeinúmerasespéciesmedianteanálisesde númerocromossômico,arquiteturacariotípica,comportamentomeióticoeviabilidade polínica(SouzaChies et al .2014). Osprimeirostrabalhoscitogenéticosrealizadoscomogênerotiveramaautoriade Mangenot&Mangenot(1962)com Dalechampia ipomoeifolia ,2n=44eMiege(1962) com D. scandens ,2n=72.Após,Vanzela et al (1997)realizaramoestudocariotípicode oitoespéciesde Dalechampia citadasparaoBrasil,sendoelas D. clausseniana, D. ficifolia, D. hassleriana, D. leandrii, D. meridionalis, D. pentaphylla D. stenosepala e D. stipulacea .Posteriormente,Lombello&ForniMartins(1998)confirmaramosdadosde Vanzela et al. (1997) Dalechampia pentaphylla de2n=36.Vanzela et al. (1997)sugerem queonúmerobásicoparaogênerosejax=6,entretanto,considerandoqueapenas10%do gênerofoianalisado,éprecisoinvestigarumnúmeromaiordeespéciesafimdeconfirmar essenúmero. , gêneroancestralde Dalechampia apresentanúmerobásicox=6,o queapoiaapropostadeVanzelaetal.(1997).ParaasubfamíliaAcalyphoideae,aindanão seconheceumnúmerobasecorreto.

JUSTIFICATIVA ApesardaamplarepresentatividadedeespéciesnoBrasil,72espécies(FloradoBrasil 2020emconstrução),ogêneroaindaépoucoestudado.Amaioriadostrabalhossão referentesàpolinização,florística,morfologiaeanatomia,sendoqueosestudos taxonômicossofremcomacarênciadechavesdeidentificaçãoeinformaçõesatualizadasde distribuição,vegetaçãoedomíniosgeográficos.Setemconhecimentodeapenasuma sinopsetaxonômicaparaogênero,paraaregiãoNeotropical,aqualfoidesenvolvidapor Webster&Armbruster(1991).Emboraaobracitadasejadegranderelevânciaparaa compreensãogeraldogênero,amesmaencontramsedesatualizadanoqueconcerneao númeroeadistribuiçãogeográficadealgumasespécies. Emvirtudedoaltopolimorfismoedaampladistribuiçãodosespécimes,dúvidas quantoàsinonimizaçãodealgumasespécies( e.g. Dalechampia ulmifolia, D. micromeria, D. stipulacea, D. glechomifolia entreoutras),daregiãoSuldoBrasilforamdestacadasno trabalhodeAllem&Waechter(1977).NasinopsedeWebster&Armbruster(1991), discuteseainda,areorganizaçãoeasegregaçãodasseçõesesubseçõesde Dalechampia , buscandoumamelhordistribuiçãoparaessestáxons.Osmesmosautoresenfatizarama necessidadedeestudosdetalhadoscomenfoquenaseção Dalechampia subseção Triphyllae ,devidoadificuldadesnadelimitaçãodealgumasespécieseafimdeatualizar asinformaçõessobreadistribuiçãogeográficaeoestadodeconservaçãodasmesmas. ConformedadosdisponibilizadospelaFloradoBrasil2020(emconstrução),das16 espéciescitadasparaaregiãoSuldoBrasilapenasquatrodelastêmdadosemrelaçãoao graudeameaça: D. glechomifolia Baill.e D. weddelliana Baill.(poucopreocupante), D. leandrii Baill.(quaseameaçada)e D. riparia L.B.Sm.&Downs(criticamenteemperigo). PodeserobservadonoSpeciesLink(2016)queosexemplaresde Dalechampia em suamaioria,sãooriundosdecoletasbastanteantigas,demonstrandooquantoestegrupofoi negligenciado.Percebeseassim,queháumagrandefaltadeinformaçõessobreogêneroe devidoaisso,serãonecessáriasmuitasexpediçõesacampoparaaveriguarumaocorrência atual. Das121espéciesde Dalechampia citadasparaoNovoeVelhoMundo(IUCN 2016)apenasdezdelasforamavaliadascitogeneticamenteapartirdacontagemdonúmero cromossômico(Tropicos2016;Rice et al .2015) enenhumaquantoaotamanhodo genoma(DataBaseKew2016).

OBJETIVO GERAL i.Realizarumestudotaxonômicodogênero Dalechampia L.naregiãoSuldoBrasil, caracterizandocitogeneticamenteasespéciese relacionandoessasinformações comaevoluçãocromossômicadafamília.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS i. LevantarosdadosflorísticosdasespéciesnosEstadosdoParaná, SantaCatarinaeRioGrandedoSul; ii. AveriguarsehouverestriçãoouampliaçãodasespéciesnaregiãoSul; iii. Esclarecerproblemasdeidentificaçãoenomenclaturais; iv. Descreverascaracterísticasmorfológicasdasespécies; v. Fornecerdadosdefloraçãoefrutificaçãoeecológicos; vi. Elaborarchavesdicotômicaseilustraçõesdostáxonsconfirmados. vii. Determinaronúmerocromossômicodeoitoespécies; viii. Avaliaramorfologiaeviabilidadepolínica; ix. EstimaroconteúdodeDNAdasoitoespécies.

PERGUNTAS • Adiversidadedeespéciesde Dalechampia L.naregiãoSuldoBrasilestá sendosubestimadanaliteraturaatual? • Qual onúmerocromossômico básicopara asespécies de Dalechampia ocorrentesnaregiãoSuldoBrasil?

MATERIAL E MÉTODOS

1. Taxonomia Ametodologiautilizadabaseiasenoestudotaxonômicousualatravésderevisões bibliográficasedeherbáriosecoletasdematerialacampo.Asexpediçõesparacoletade materialerevisõesdeherbáriosterãocomofimembasarasposterioresdescriçõesdecada espécie,atravésdaanálisedecaracteresmorfológicosdiagnósticosmaisrelevantes.

1.1 Revisão bibliográfica Serárealizadoolevantamentodeinformaçõesbibliográficasreferentesaosaspectos geraisdogêneroedasespécies,sendoqueas Opera princeps serãoconsultadaspara subsidiaroconhecimento,asidentificaçõeseasdescrições.Alémdisso,outrasferramentas serãoutilizadasparaapesquisacomooPortaldePeriódicosdaCAPES,WebofSciencee Jstor.

1.2 Revisões de herbário Serãorevisadososprincipaisherbáriosdo Rio Grande do Sul :ICN(Herbárioda UniversidadedoRioGrandedoSul),PACA(InstitutoAnchietanodePesquisas,São Leopoldo)eHAS(HerbáriodaFundaçãoZoobotânica); Santa Catarina :FLOR(Herbário daUniversidadeFederaldeSantaCatarina),HBR(HerbárioBarbosaRodrigues)eFURB (HerbárioDr.RobertoMiguelKlein)e Paraná: MBM(HerbáriodoMuseuBotânico Municipal),FUEL(HerbáriodaUniversidadeEstadualdeLondrina),UPCB(Herbáriodo DepartamentodeBotânica,UniversidadeFederaldoParaná).Alémdisso,serásolicitadoaos herbáriosmenoresdaregiãoSuloempréstimodemateriaisrepresentativos,embomestado, paraauxiliarnapesquisa.Asimagensdos typus serãolevantadasatravésdoregistro fotográficoquandodisponibilizadaspelosherbários.Osacrônimosreferentesaosherbários sãocitadosdeacordocomThiers(2013).ApartirdeumabuscanaferramentaSpeciesLink (2016),foramobservadosemquaisherbáriosdaregiãoSulhaviaexemplaresdogênero obtendoseinformaçõesrelacionadasàprocedênciadascoletas,períododefloraçãoeoutros dadosrelevantes. Asinformaçõesobtidasnomaterialexaminadoauxiliarãonasdescriçõesdecada espécies,sendoobservadasuamorfologia,dadosecológicos,informaçõesquantoàfloração efrutificação,adistribuiçãogeográficaequalqueroutrainformaçãopertinente,permitindo assim,oenriquecimentodosespécimes.

1.3 Expedições a campo Assaídasacampovisamàcoletadematerialemtodasasregiõesfisiográficasda regiãoSuldoBrasil,principalmenteemlocaisondeapresentafisionomiavegetalpertinente àsespéciesestudadas.Temaindaafinalidadedeobservar,fotografar,verificarohábitoe hábitatdasespécieseobterdadosdefloração/frutificaçãoeecológicosdosespécimes.As expediçõescoincidirãocomaépocadefloraçãoefrutificaçãodasespéciesde setembro/2016adezembro/2017.

1.4 Análise morfológica EstaetapaserárealizadanoLaboratóriodeAngiospermas(LABTAX)do DepartamentodeBotânica.Aidentificaçãodomaterialbotânicocoletadoseráfeitoapartir dautilizaçãodechavesanalíticasedacomparaçãocomosmateriaisdeherbário previamenteidentificadosporespecialistasouatémesmopelasimagens online dos exemplares typus .Adescriçãodasespéciesdogênero Dalechampia serábaseadaem caracteresmorfológicosreprodutivosevegetativosbemcomooseuhábito.Serão elaboradaschavesanalíticasdasespécies,quandopossívelcomauxíliodaschavesexistentes paraasespéciesencontradasnosEstados.Ilustraçõesdasespéciesquantoaohábitoeassuas estruturasvegetativasereprodutivasserãorealizadasatravésdecâmaraclaraacopladaao microscópioestereoscópico. Apósotérminodasanáliseseidentificações,omaterialbotânicoserádepositadono herbárioICNdaUniversidadeFederaldoRioGrandedoSulesehouverduplicatas,estas serãoencaminhadasaosherbáriosquedisponibilizaram material para a realização da pesquisa.

2. Análises Citogenéticas Botões florais e frutos serão coletados no período de setembro/2016 a dezembro/2017para asanálisescitogenéticas. Folhas frescas serão coletadas para a determinaçãodoconteúdodeDNA.AsanálisesserãodesenvolvidasnoLaboratóriode CitogenéticaVegetaldoDepartamentodeGenética. 2.1 Material vegetal e análises convencionais de citogenética Serãocoletadostrêsexemplaresdecadaespécieporpopulação,sendoelas D. anomala, D. bangii, D. glechomifolia, D. micromeria, D. reitzkleinii, D. riparia, D. ulmifolia D. weddelliana. A determinação de números cromossômicos será realizada mediante análises mitóticase/oumeióticasdependendodadisponibilidadedematerial(botõesfloraisou frutos)nomomentodascoletas. Paraaanálisedecromossomosmitóticosserãoutilizadasraízesobtidasapartirda germinaçãodesementesoudiretamentedasplantascultivadas.Asraízesserãoprétratadas comoagenteantimitótico8hidroxiquinoleína(2mM)a18ºCpor4horas,seguidasde fixaçãoemsoluçãodeCarnoy3:1(etanol:ácido–acético)por1à24hàtemperatura ambiente.Omaterialseráarmazenadoa4ºCparaposteriorpreparodaslâminas. ParaadeterminaçãodonúmerocromossômicoseráempregadométododeFeulgen decoloraçãoconvencional,sendoanalisadaspelomenoscincometáfasesporpopulação porespécie. Opreparodaslâminasenvolverálavagemdasraízesemáguadestiladapor10 minutosseguidadehidróliseemHCl5Npor30minutos.Acoloraçãodaspontasderaiz seráfeitacomReativodeSchiff,emambienteescuro,por1hora.Apósacoloração, realizarseáadigestãoenzimáticadasraízesemsoluçãodemacerozima2%ecelulase 20%a37ºCpor20minutos.Omaterialseráesmagadoemumagotadeácidoacético45% ecobertoporlamínula. Paraadeterminaçãodonúmerocromossômicoatravésdemeiose,serãocoletados botõesfloraisjovens,osquaisserãofixadosemsoluçãodeCarnoy3:1(etanol:ácido– acético)por1à24hàtemperaturaambiente.Aslâminasserãoconfeccionadaspor esmagamentodasanterasemcarmimpropiônico2%.Acontagemcromossômicaserá realizadaapartirdecélulasmãedepólennasfasesdediacineseeanáfaseI. As análises citogenéticas e os registros fotográficos serão realizados em fotomicroscópioZeissAxioplaneusandoosoftwareAxioVision.

2.2 Viabilidade dos grãos de pólen Paraaanálisedaviabilidadedosgrãosdepólen,botõesfloraisserãocoletados antesdaanteseefixadosemCarnoy3:1(etanol:ácidoacético)por24horasatemperatura ambiente,eposteriormentearmazenadosemálcooletílico70%àtemperaturade–18ºC. As lâminas serão preparadas a partir de maceração e coloração das anteras utilizandoatécnicadeAlexander(Alexander1980).Acontagemdosgrãosdepólen viáveiseinviáveisseráfeitacommicroscópioopticoZeissAxioplancomlenteobjetivade 20x.Serãoanalisados500grãosdepólenporpopulação. Osgrãosdepólenserãoclassificadosdeacordocom seutamanho,formae coloração,sendoparatantorealizadasasmedidasdocomprimentoelarguradosgrãos medianteodeferramentasdoprogramaAxioVision.Serãomedidos20grãosdepólenpor planta.Serãoanalisadostrêsindivíduosporpopulação.Asmedidaspermitirãoqueosgrãos depólentenhamsuamorfologiaclassificadadeacordocomErdtman(1971),afimde avaliarestecomoumpossívelcarátertaxonômico.

2.3 Nível de ploidia/conteúdo de DNA Aestimativadoníveldeploidiaedotamanhodogenomaseráfeitaatravésde citometriadefluxousando50mgou1cm²detecidofoliarfrescomaceradoemtampãoOtto I(0.1Mácidocítrico,0.5%v/vTween20).Apósosnúcleosemsuspensãoserãoretirados comumapipetaefiltradosporumarededenylonde42m.Paraaanálisedasamostras seráadicionado:tampãoOttoII(0.4MNA 2HPO 412H 2O),RNAseeIodetodePropídeo. Umindivíduodomesmogênerodenúmerocromossômicoconhecidoseráutilizadocomo amostrapadrão.Cercade5000núcleosserãoanalisadosemcitômetrodefluxoepelo menostrêsindivíduosporespécieserãoanalisados. EQUIPE ProfaDra.MaraRejaneRitter–orientadora(PPGBOT–UFRGS), Profa.Dra.InêsCordeiro(InstitutodeBotânicadeSP)–coorientadora, Profa.Dra.ElianeKaltchukdosSantos(PPGBM–UFRGS)–colaboradora DoutorandaRafaelaAlvesPereiradaSilva(PPGBOT–UFRPE)colaboradora

LISTA DE ATIVIDADES I. Disciplinas; II. ProvadeProficiência; III. RevisãoBibliográfica; IV. RevisãodeHerbário; V. Expediçõesacampo; VI. Análisemorfológica; VII. Análisescitogenéticas; VIII. Análisedopólen; IX. RedaçãodaDissertação; X. Defesa; XI. Submissãodosartigos.

ORÇAMENTO Descrição Custos Revisão de herbários (passagens e diárias) R$2.500,00 Coletas a campo (combustível e diárias) R$3.500,00 Material para confecção de exsicatas de herbário R$300,00 Pranchas com desenhos das espécies R$1.000,00 Confecção de pôster referente a congressos R$100,00 Material de consumo para as análises citogenéticas R$1.000,00 Total: R$8.400,00

CRONOGRAMA Atividades 01/2016 02/2016 01/2017 02/2017 01/2018 Disciplinas x x x Prova de Proficiência x Revisão Bibliográfica x x x x Revisão de Herbário x x x Expedição a campo x x x Análise morfológica x x x Análises citogenéticas x x x Análise do pólen x x x Redação da Dissertação x x Defesa x Submissão dos artigos x

INFRAESTRUTURA SeráutilizadaainfraestruturadisponibilizadapeloLaboratóriodeAngiospermasdo departamentodeBotânica,oLaboratóriodeCitogenéticaVegetaldoDepartamentode GenéticaeoespaçodoHerbárioICNdaUniversidadeFederaldoRioGrandedoSul (UFRGS)pararevisõesearmazenamentodomaterialbotânico,enquantorealizasea pesquisa.Nasexpediçõesacamposerãoutilizados,sepossível,osserviçosde transporte/motoristadisponibilizadospeloInstitutodeBiociênciasdaUFRGS.

FINANCIAMENTO Osrecursosparaarealizaçãodesteprojetoserãosolicitadosparaagênciasde fomento,atravésdeeditais.

PREVISÃO DE PUBLICAÇÃO Paraaspossíveisespéciesnovas,oartigoserásubmetidoàPhytotaxa(B1),oartigo referenteàtaxonomiaserásubmetidoàIheringia(sérieBotânica)(B4)eoartigode citogenéticaserásubmetidoàSystematicsandEvolution(B1).

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