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Marítima Brazileira

Marítima Brazileira

XVII ANNO — N. 7 REVISTA MARÍTIMA BRAZILEIRA

CIHEGTOR' Capitão-tenente Eduardo Ernesto Midosi redactokes : 1' Tenente reformado Carlos de Castilho Midosi e 1" Tenente reformado Leão Ainzalak

Side ia Birecgão e Redacçâo NA BIBLIOTHECA DA MARINHA Rua doCoiisellioIro Saraiva n. 1*

JANEIKO DE 1898

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I

ItIO DE JANE1U0 Typographia da Gazeta de Noticias — Itua Sete de Setembro n.70 1898 V i

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MARIJI.R/WV

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J* REDACÇÃO

de 1898 foi nomeado o Por Aviso de 24 de Janeiro

Primeiro-tenente reformado Carlos de Castilho Midosi

da Revista Marítima. para exercer o cargo de redactor ESCOLA NAVAL

Pelo Decreto n. 2.799, de 19 de Janeiro de 1898, ficou reformado o regulamento da Escola Naval, mandado exe- cutar pelo Decreto n. 1.256, de 10 de Janeiro dc 1891, deven- do daquella data em diante ser observado o seguinte:

Regulamento da Escola Naval a que se refere o Decreto n. 2.799 dc 19 de Janeiro de 1898

TITULO i CAPITULO I

íDc endino

Art. i.° A Escola Naval tem por fim a instrueçâo e a educação militar, maritima, theorica e pratica, dos jovens que se destinam ao serviço da Armada Nacional. Art. 2." O ensino geral na Escola será feito em um curso de cinco annos, distribuído do seguinte modo : Art. 3.* Curso de aspirantes: — § i.° Io ANNO i* cadeira — Álgebra superior, geometria analytica, cal- culo infinitesimal — pelo lente cathedratico. i" cadeira — Repetições e applicações praticas — pelo substituto. 13o REVISTA MARÍTIMA BRAZILEIRA

2' cadeira— — Physica experimental, meteorologia pelo

lente cathedratico.

2* cadeira — Repetições e applicações— pelo substituto.

cadeira — Geometria — 3* descriptiva, topographia pelo lente cathedratico.

i" aula — Apparelho dos navios, arte do marinheiro — pelo instructor.

2' aula — Levantamentos topographicos, nivelamento — pelo instructor. — Ensino graphico Desenho geometrico e topographico —pelo professor.

§ 2°—2o ANNO

i* — — cadeira Mechanica geral pelo lente cathedratico. — i" cadeira Repetições e applicações —pelo substituto.

— 2* cadeira Electricidade e suas applicações—pelo lente cathedratico.

— 2" cadeira Repetições e applicações á marinha de

guerra—pelo substituto.

— Theoria construcção 3* cadeira geral e das machinas—

pelo lente cathedratico. — Aula pratica Machinas a vapor, seu funccionamento—

machinista. pelo instructor

Ensino — Desenho de machinas — graphico pelo pro- fessor.

—, ANNO § 3o 3o

— Astronomia Ia cadeira e Observatório, precedida de

espherica — trigonometria pelo lente cathedratico.

— Repetições — i" cadeira e applicações pelo substituto.

— Navegação — 2a cadeira pelo lente cathedratico. — 2a cadeira— Repetições e applicações pelo substituto. — 3a cadeira— Balística, artilharia naval pelo lente ca-

thedratico.

— — 3a cadeira Repetições praticas, chronographos pelo

lente substituto. REGULAMENTO DA ESCOLA NAVAL 131

— cadeira Chimica — cathe- 1' e pyrotechnia pelo lente dratico.

-4" cadeira — Repetições — praticas, explosivos pelo lente substituto.

— 1* aula Navegação, observações — pelo instructor.

2* — —Exercícios aula Linhas de tiro de artilharia—pelo instructor.

Art. Curso 4o. de guardas-marinha :

i° — AN § 40 NO

— i* cadeira Geodesia e hydrographia, — cartas pelo lente cathedratico.

i" cadeira — Repetições — praticas pelo substituto. 2* cadeira — Manobra — (theoria e pratica) Evoluções navaes. Technologia de construcção naval—pelo lente ca- thédratico.

— — 3* cadeira Historia naval e tactica Operações com-

binadas de terra — e mar pelo lente cathedratico.

cadeira — 4* Direito publico e internacional, especial-

mente marítimo—pelo lente cathedratico.

cadeira — Repetições—pelo 4* lente substituto, (uma vez

por semana). — i'aula Levantamentos hydrographicos e respectivo desenho — pelo instructor da 2' aula do i° anno.

2' aula — Manobra navio em de vela, pelo instructor da

i* aula do i° anno.

2o — § 5° ANNO

— 1* aula Pratica de navegação e manobra.

— 2* aula Pratica de artilharia e torpedos.

— 3* aula Pratica de machinas a vapor c applicações da electricidade.

Art. 5o. Além das aulas referidas, os alumnos do curso escolar continuarão sempre obrigados á frequencia das aulas e exercícios de natação e gymnastica, pela manhã, e de in- Revista Marítima—2 132REVISTA MARÍTIMA BRAZILEIRA fantaria, artilharia e torpedos, esgrima de florete e espada, á tarde, de accordo com os respectivos horários. Art. 6". Os programmas das respectivas cadeiras serão organisados pelo conselho de instrueçâo superior, logo de- pois de promulgado o presente regulamento, tendo em vista o máximo desenvolvimento pratico a dar ao ensino. Art. 7°. As diversas cadeiras que constituem o curso es- colar são, por secções, divididas da seguinte maneira :

Ia SECÇÃO i" cadeira do i° anno 1* cadeira do 2" anno 3a cadeira do 2" anno 2a SECÇÃO 3a cadeira do i° anno ia cadeira do 3" anno ia cadeira do 40 anno 3a SECÇÃO 2a cadeira do 30 anno 3a cadeira do 30 anno 4a SECÇÃO 2a cadeira do 1" anno 2' cadeira do 2° anno 4a cadeira do 30 anno 5a SECÇÃO 2a cadeira do 4" anno 3a cadeira do 4" anno 4a cadeira do 40 anno Paragrapho único. As cadeiras da 4a secção e 3a cadeira do 3" anno terão gabinete ou laboratório. CAPITULO II

.£>a.i matticuLaâ

Art. 8." Ninguém será admittido á matricula na Es- cola, sem provar: REGULAMENTO DA ESCOLA NAVAL 133

1.°Que é cidadão brazileiro :

2.°Que foi vaccinado ;

18 3.0 Que é menor de annos;

Que não tem defeito physico ;

na Escola Naval nas seguintes 5.0 Que está approvado matérias: — francez, inglez, arithmetica com- portuguez, elementar, trigonome- pleta, algebra elementar, geometria

tria rectilinea, e cosmographia, historia univer- geographia

sal, especialmente a do Brazil.

Art. condições de á matricula: 9.0 São preferencia

1.*Os exames de madureza nos limites da idade, os do

Collegio Militar e apresentação de documentos de appro-

vações em matérias além das exigidas ;

2.»Os filhos de officiaes da Armada, do Exercito e de

funccionarios públicos.

Art. 10. O director da Escola, no caso de necessidade,

requisitará do chefe do Estado-Maior General da Armada

os o exame de trata o art. 187 12. médicos precisos para que § exames de trata o Art. 11. A inscripção para os que ves- art. aberta um mez antes e encerrada na 8." § 50 será começarem os mesmos exames, e psra do dia fixado para director. será feita em livro destinado a este fim pelo

ser chamado Art. 12. O candidato não poderá para

approvação em qualquer exame, sem ter tido portuguez.

tutores ou correspondentes Art. 13. Os pais, poderão a ma- requerer ao Ministro da Marinha, em época própria,

candidatos ap- tricula no 1° anno do curso escolar, para os

sendo estes submettidos á provados em todos os exames,

inspecção de saúde.

matricula serão en- Art. i.|. Os requerimentos para a

viados interessados ao director da Escola, até o dia 15 pelos fevereiro.

trata o Art. 15. Depois de encerrado o prazo de que

art. 14, o director enviará, com as informações necessarias,

á Secretaria dEstado, os requerimentos dos candidatos,

classificando-os em ordem de merecimento. *34 REVISTA MARÍTIMA BRAZILEIRA

Art. 16. Nenhum candidato será admittido á matri- cuia em anno superior, si não fòr alumno do curso, sem ter sido submettido e approvado nos exames vagos das mate- rias dos annos anteriores, além de ter approvações de pre- paratorios, na Escola Naval.

Art. 17. O candidato matriculado receberá na secretaria

estampilhas, da Escola a sua nomeação e praça, pagando em

no documento, a de vinte que serão inutilisadas quantia mil réis.

CAPITULO III

con-iclho t)e inátzucção fX)o preparatoua

creado o conse- Art. 18. Pelo presente regulamento é

o será lho de instrucção preparatória da Escola Naval, qual

disponibilidade com os constituído pelo pessoal docente em

membros do magistério que forem para este fim aprovei-

tados.

Art. 19. Os membros deste conselho de instrucção pre-

nas mesas de exames a matricula, e paratoria servirão para os candidatos ás repartições em geral, nos concursos para

da marinha.

Art. 20. Os membros dos conselhos de instrucção pre-

reunir-se-hão sempre forem convocados paratoria que pelo Escola regularmente director da e duas vezes por anno,

em junho e dezembro, para os exames de matricula na Es-

cola.

21. Os concursos Art. para os lugares nas repartições

serão feitos conforme o disposto nos respectivos regula-

mentos.

Art. 22. As reuniões do conselho de instrucção prepa-

ratoria serão presididas pelo v:ce-director do estabeleci-

mento, o qual deverá communicar ao director as resoluções

relativas dos exames, turmas e propostas ao programma de

organisação alumnos e de pontos para a prova escripta e

oral. REGULAMENTO DA ESCOLA NAVAL x35

Art. terá 23. O conselho de instrucção preparatória em consideração a conveniência de examinar os candida- tos em conversação nas linguas exigidas, além dos conhe- cimentos sobre grammatica e traducção.

Art. 24. Servirá também neste conselho como secreta- rio o secretario da Escola.

Art. 25. Os exames de preparatórios serão exclusiva- mente destinados á matricula na Escola Naval e serão vali- dos para os effeitos de concurso ou admissão nas repartições

de marinha.

Art. 26. No impedimento de alguns dos membros das commissões examinadoras referidas, será designado pelo dr rector um dos docentes do curso escolar para fazer parte da mesa e que neste caso perceberá a gratificação que ao sub- stituto compete, durante seu impedimento.

Art. 27. Se, porém, não fôr a ausência de alguns dos examinadores justificada, perderá elle, durante a mesma, o direito vencimentos, a todos os que serão abonados aquém

o substituir.

do conselho de Art. 28. A qualquer dos membros in-

strucção de comparecer a trez preparatória, que deixar con- vocações seguidas, serão descontados os vencimentos, a par- tir de então, e, excepto nas faltas justificadas, continuará elle

sem direito aos vencimentos, até novamente comparecer aos

trabalhos de exames.

Art. 29. São faltas justificadas para os effeitos do artigo

anterior a invalidez provada e as licenças na fôrma da lei.

Art. 30. Se, no caso de vaga declarada dè um dos luga- res do conselho de instrucção preparatória, o director não

puder preenchel-a, no tempo dos trabalhos por algum dos

membros do corpo docente escolar, convidará um profossor

estranho o ao estabelecimento, qual neste caso perceberá

as vantagens do substituído durante os mesmos tra-

balhos.

Art. No caso do art. o director communicará a 31. 30

sua resolução á Secretaria de Estado. I3^>REVISTA MARÍTIMA BRAZILEIRA

Art. 32. Para uniformidade das honras e vantagens dos diversos membros do conselho de instrueçâo prepara- toria, serão estes equiparados aos lentes substitutos do curso escolar, respeitando-se os direitos já adquiridos. Art. 33. A' medida que forem-se verificando as vagas neste conselho, o director designará, dentre os membros do corpo docente escolar, os que deverão preenchel-as cm cada época de exames e somente durante os trabalhos respecti- vos accumularão as vantagens dos dous cargos.

CAPITULO IV

(h^cijimen doó cuiòOA Art. 34. O anno lectivo começa no primeiro dia útil depois de 14 de março e termina a 31 dc outubro. Art. 35. O governo poderá adiar a abertura das aulas e prorogar o encerramento dellas, quando as circumstancias o exigirem. Art. 36. Somente são feriados na Escola Naval, além dos domingos, os dias de festa ou luto nacional, ou outros decretados pelo governo. Art. 37. O director convocará a congregação nos pri- meiros dias úteis do mez de março, afim de serem orga- nisados os horários das aulas e exercícios. Art. 38. Nestes horários serão observadas as seguin- tes disposições : i." O ensino diário será dividido em duas partes: a primeira, antes do jantar, começará ás 9 e 30 minutos da manhã e terminará ás 2 e 15 minutos da tarde; a segunda, depois do jantar, das 3 1/2 ás 5 horas ou ao pfir do sol, se ne- cessario ; 2." A primeira parte será dividida em quatro tempos, havendo entre elles um intervallo de i, minutos para des- canso; a segunda parte constará de um só tempo; 3." O levantamento de plantas, observações astronomi- cas, exercícios e o ensino no mar poderão ser feitos á tarde ; REGULAMENTO DA ESCOLA NAVAL 137

todos tempos da os demais ensinos terão lugar nos quatro manhã.

Os exercícios de artilharia e torpedos, exercícios mili-

tares annos, e bordejos serão communs aos quatro quando

possível;

serão feitos de 4.a Os ensinos de natação e gymnastica

accôrdo com o regimento interno.

Art. da manhã a lição durará uma 39. Em cada aula hora e será de igual duração o tempo de trabalho nos gabi-

netes de estudo e nas aulas de desenho.

Art. e 40. Os aspirantes guardas-marinha-alumnos

visitarão, acompanhados dos respe- sempre que fôr possível,

ctivos docentes, as officinas e laboratorios do Arsenal de

-Marinha, os navios da armada e as fortalezas.

Art. navio de vela exercícios de ap- 41. Além do para

parelho e manobra, a Escola terá á disposição do ensino um

navlo-escola os armado em guerra e um navio-quartel para

guardas-marinha.

Paragrapho único. O navio de vela e o navio-quartel

ficam sempre sujeitos ao director do estabelecimento.

Art. do corpo de alumnos cumpre 42. Ao ajudante

verificar das aulas, a ausência dos mesmos em parada, antes alumnos diariamente uma ás aulas respectivas, do que dará

informação ao vice-director. 'Ao Art. comparecer á Escola, 43. alumno que por

qualquer motivo, depois do meio-dia, além da pena disci-

marcada a falta como ausência plinar em que incorre, será

em todo o dia.

Ao antes do meio-dia no estabeleci- que se apresentar

mento, não será marcada a falta, se justificável.

Art. o alumno, as oc- 44. São faltas justificáveis para

casionadas morte de ou por moléstia, parente proximo, impossibilidade da travessia até á escola na occasião em que

se deve apresentar.

Art. será feita ao director nas 24 4^. A justificação

horas do tutor decorridas, por communicação escripta pai, 138 REVISTA MARÍTIMA BRAZILEIRA

ou correspondente do alumno; e no caso de moléstia, o director fará d medico do estabelecimento verificar a parte dada.

Art. 46. Perderá a praça de aspirante, repetindo o anno como paisano:

i.° O alumno que commetter 20 faltas não justificadas;

2.0 O alumno que houver commettido 40 faltas justi- ficadas.

Art. O alumno nos casos do art. 47. paisano, 46, perde

matricula não todo o direito á e poderá prestar exame.

nas Art. 48. O guarda-marinha-alumno, condições do

terá de na mais art. 46, prestar exame época próxima á sua

na apresentação, e tanto na prova escripta como oral terá o

tirado á sorte no momento de começarem referi- ponto as

das provas.

CAPITULO V

SDo.i exameá

as aulas em cada curso, o secretario Art. 49. Encerradas

no estabelecimento um mappa authen- da Escola publicará

ticado com a sua assignatura e contendo os nomes dos

alumnos inhabilitados para os exames.

Trez dias antes do encerramento das aulas, em Art. 50.

cada curso, os membros do corpodocente enviarão ao director

da Escola o programma dos pontos para os exames das ma-

leccionaram, se não forem as comprehendidas nas terias que

art. deste regulamento. disposições do 53

Reunida a congregação no dia designado Art. 51. pelo não excederá de de novembro, e apresen- director, que 5 de trata o artigo anterior, tadosos programmas parciaes que

a congregação nomeará as commissões examinadoras, mar-

cará as turmas e a ordem a seguir nos exames.

Dousdias depois do da sessão a se refere o Art. 52. que será apresentado em detalhe o difinitivo art. 51 programma no dia util depois do dos exames, que começarão primeiro REGULAMENTO DA ESCOLA NAVAL

dia 6 serão lixados no estabe- de novembro; taes programmas

lecimento dos alumnos. para conhecimento

Art. do conselho, relativas ás matérias 5 3. As deliberações dos dous artigos anteriores, serão tomadas de harmonia com as seguintes disposições:

instructores e Em todas as aulas a cargo de professores,

mestres as approvações serão conferidas, sem dependencia

de exames, média das notas numéricas mensaes de apro- pela veitamento fracção, durante oanno ; se a média for zero ou

considerar-se-ha o alumno reprovado, em cujo caso ser-lhe-ha

na segunda época, uma permittido prestar exame, perante commissão não matri- nomeada pela congregação ; podendo

cular-se noanno seguinte, devendo repetir o anno, se ainda

reprovado.

Art. Entende-se segunda época de exames a 54. por que

tem logar de i a 14 de março, interrompendo as férias do

corpo ao terminar os exames docente escolar, que começam

de fim de anno.

Art. As férias do corpo docente serão interrompidas 55. sempre haja serviços extraordinários e reuniões urgentes que

da congregação.

Art. As notas numéricasmensaesdeaproveitamento, 56. assim ás approvações em como os gráos correspondentes seguintes todos os cursos serão representados por um dos

algarismos:

notas mensaes de aproveita- i") De o a 10 para as

mento;

approvação, correspon- 2*) De 1 a 10 para os gráos de

dendo: 1 approvação simples; de 6 a e 10, de a 5, 9, plena;

distincção ;

viagens de instrucção serão computadas em 10 3") As

cada viagem; gráos para

de bordejos no navio-escola, commum aos 4*) No ensino

e no de infantaria, também commum aos quatro annos,

approvações serão conferidas no fim do quatro annos, as 40

anno do curso escolar ;

Revista Marítima—3 REVISTA MARÍTIMA BRAZILEIRA

5") Os exames de apparelho dos navios e arte do mari- nheiro serão somente oraes; os demais exames exigem prova escriptae prova oral;

6a) Cada commissão examinadora será sempre composta de trez membros, entrando em sua composição, sempre que fôr o possível, docente que reger a matéria, seu substituto e instructor;

não não tenha 7a) Os pontos poderão conter matéria que sido desenvolvida durante o anno, faça do ainda que parte

programma de ensino;

8a) O ponto escripto e o ponto oral serãodados por sorte,

com e duas horas de antecedencia, na presença do secretario

de um lente para este fim designado;

9a) O tempo concedido para o exame escripto não exce-

derá de trez horas para cada anno do curso e o da prova oral

não excederá deuma hora, competindo vinte minutos a cada

arguente, no máximo;

io') Findos os exames proceder-se-ha a julgamento por

escrutínio secreto na presença do secretario e a portas fecha-

das; —maior numero de espheras brancas approva, maior

numero de espheras pretas reprova;

na) A relatividade entre os diversosexaminandos,atten-

médias de anno, estabelece tas as o grão de approvação;

12a) Os resultados de exames serão no mesmo dia lança-

dos em livro na secretaria da proprio Escola, assignados pela

commissão examinadora, não que poderá adiar a sua assi- declarar-se vencido gnatura, qualquer dos examinadores.

nem lavrar protesto ou redigir voto em separado;

13a) As habilitações ou inhabilitações, conferidas pela

média das notas de aproveitamento durante o anno, serão

no livro também exaradas respectivo por termo especial assi-

gnado pelo secretario e pelo docente que conferiu as refe-

ridas notas;

14a) Nas mestres, aulas a cargo de os gráos de aproveita-

mento serão representados seguinte 1 do modo: de a 3, sim-

e distincção. plesmente; 4, plenamente; 5, REGULAMENTO DA ESCOLA NAVALI4I

Art. nas declarações tomadas congregação 57. Se pela em relação aos exames occorrer a adopção de uma ou mais medidas contrarias ás expressas nas disposições do artigo anterior, o director as levará ao conhecimento do governo antes de pól-as em execução.

Art. reprovado em uma ou mais cadeiras 58. O alumno de aspirantes a matri- qualquer anno do curso de perderá cuia, No mesmo caso são incluídos os tendo baixa da praça. reprovados em mais de uma aula.

este artigo § i.° O aspirante nos casos previstos por po- derá, como repetir o exame na segunda época e, paizano, sendo approvado, recuperar a matricula e praça ; reprovado,

repetir o anno como ouvido o porém, só poderá paizano, director.

motivo não tenha § 2.0 O aspirante, que por qualquer prestado exame na i« época, sendo na 2a época reprovado,

o director poderá repetir o anno como paizano, ouvido sobre o seu requerimento ao Ministro da Marinha.

alumnos cursarem como ficam, § 3.0 Os que paizanos em todos os sentidos, sujeitos á disciplina do estabeleci- mento.

só incorrerá na § 4.0 O guarda-marinha-alumno pena reprovado em trez de trancamento de matricula quando cadeiras ou trez vezes successivas na mesma do 4 anno matéria.

anno escolar o resultado do approveitamento §6." No 5°

dos alumnos será remettido á escola pelo commandante,

aula e trabalhos dos com o mappa dos gráos em cada

mesmos alumdos.

CAPITULO VI

2)aA claSAificaçozA

Art. A classificação será feita de anno anno 59. para por

gráos, sommados os da média íinal e os da respectiva ap-

provação. I-t2 REVISTA MARÍTIMA I3RAZILEIRA

tiver feito a viagem de instru- Art. 60. O alumno que a dez a addicionar cção no anno respectivo terá direito grãos

a sua classiticação. para o total Art. 61. Em cada anno influirão na classiticação

nos annos anteriores e mais os grãos obtido pelo alumno fôrma . de comportamento, na seguinte

Conducta exemplar 10 grãos.

» boa6 grãos.

» regular 4 grãos.

» máo

somma de i.° Em casos de igualdade de grãos, preva- § lecerá a antigüidade. dada director nota de comportamento será pelo ^ 2.0 A

da Escola. data têm regu- Os coefficientes até a presente ^ 3.0 que effeitos futuros. lado as classificações não terão

dia util. depois de terminados Art. 62. Até o quinto director os exames, a congregação convocada pelo procederá ordem de merecimento, á classificação dos alumnos, por ou con- a a paia para promoção guardas-marinha-alumnos remettendo o di- firmaçào dos mesmos guardas-marinha,

ao Ministro da Marinha. rector a proposta dos aspirantes será feita depnis Art. 63. A classificação

secretario e vice-director, sendo da 2» época de exames pelo

do director. submettida á approvação

CAPITULO VII

dc aôpitanteó e ©o coipO guatda.i-mazinlia

matriculados ficam sujeitos á Art. 64. Todos os alumnos

vencerão o soldo estabelecido. disciplina militar e de alumnos será feita con- Art. 65. A divisão do corpo

interno. forme o estabelecido no regimento em todas as matérias Art. 66. Os aspirantes approvados

uma viagem de instru- anno se tiverem, menos, do 30 pelo a cção, passarão guardas-marinha-alumnos. REGULAMENTO DA ESCOLA NAVALI43

Art. 67. Os guardas-marinha alumnos, approvados no anno 4" do curso escolar, serão confirmados em guardas- marinha e matriculados no 50 anno escolar. Art. 68. Os guardas-marinha confirmados deverão em- barear e seguir viagem no navio-escola ou no que fôr para esse lim designado pelo Governo. Paragrapho único. No caso de aguardarem o embarque para viagem de instrueçâo e depois da mesma viagem fica- rão os guardas-marinha confirmados á disposição do chefe do Estado-Maior-General da Armada. Art. 69. O numero de aspirantes será annualmente fi- xado pelo Governo. Art. 70. Será contado para todos os effeitos o tempo de serviço como aspirante e guarda-marinha, com aproveita- mento. Art. 71. Não será contado como de serviço o tempo em que o alumno estudar como paizano, sem aproveita- mento. Art. 72. O aspirante, quando embarcado, perceberá s ildo e ração e somente em viagem terá direito á gratificação. Art. 73. O commandante do corpo de aspirantes é o vice-director da escola, sendo substituído pelo commandan- te do navio-escola ou quartel no que se refere aos guardas- marinha.

CAPITULO VIII

J)a.i vtacjcn.') de ínàtracção

Art. 74. Terminados os exames em cada anno, os aspi- rantes e os guardas-marinha-alumnos deverão embarcar afim de seguirem em viagem com itinerário pelos portos do Brazil. Art. 75. Durante a viagem de instrueçâo, os aspirantes, por seus cursos, terão aulas praticas denavegaçãq, manobra, machinas, artilharia, exercicios de escaleres, manejo de armas, esgrima de espada e tiro ao alvo, sob a direcçâo dos i44 REVISTA MARÍTIMA brazileira

respectivos instructores, cujo serviço regulado será por

instrucções do director ao commandante do navio.

Art. Os aspirantes 76. e os guardas-marinha-alumnos servirão de auxiliares nos quartose divisõesde serviço abordo,

sendo o detalhe feito de accôrdo com as instrucções que

receberá o commandante do navio-escola.

Art. 77. Ao regressar o navio-escola, o commandante

levará ao conhecimento do director do estabelecimento as

faltas commettidas pelos alumnos, emittindo sua opinião

sobre as aptidões respectivas.

Art. 78. Os guardas-marinha confirmados farão a

viagem de instrucção de longo curso, durará que um periodo de seis mezes, e, sempre fôr que possível, no proprio navio- escola.

Art. Os instructores o curso do anno 79. para y serão nomeados chefe do Estado-Maior pelo General, por proposta do director.

Art. 80. O itinerário da viagem a se refere que o art. 78

será marcado pelo governo.

Art. 81.. Ao regressarem, terminando os guardas-mari-

nha confirmados o prazo de um anno e feita a classificação,

serão promovidos a 2"s tenentes.

Art. 82. O detalhe, horários e mais assumptos, que se

aos em viagem do ai no prendem guardas-marinha 5" escolar, serão resolvidos pelo commandante, de accôrdo com as

instrucções que receber do director da escola.

Art. 83. O director da escola remetterá ao Quartel- instrucções General as que têm de ser observadas a bordo

e instructores pelos alumnos respectivos.

CAPITULO IX

3)o corpo docente eâcolaz

84. Art. As nomeações para os lugaresde lente, substi-

tuto e professor são feitas por decreto, na fôrma do capi-

tulo XIII. REGULAMENTO DA ESCOLA NAVAL145

Art. 85. Para os lugares vagos só poderão concorrer officiaes da armada ou quem tenha o curso da escola com approvações plenas nas cadeiras da secção respectiva, exce- ptuados os professores e mestres. Art. 86 As nomeações para os logares de preparadores, instructores e mestres serão feitas por portaria e sob pro- posta do director. Ait. 87. Os instructores, officiaes da armada, accumu- larão as funeções de officiaes da Escola, tendo direito á gratificação estabelecida por lei. Art. 88. Os lentes; substitutos, professores e mestres, bem como os que fazem parte do conselho de instrucção preparatória, são vitalícios ; o Governo, porém, poderá de- mittil-os por faltas graves, provadas em conselho e ouvido o aceusado, e só poderão ser demittidos em caso diverso a pedido seu ou por um dos motivos seguintes : i°, se no prazo de quarenta lições consecutivas deixa- rem de comparecer á escola sem causa justificada ; 2o, se forem condemnados por crime inafiançável. Art. 89. Os instructores poderão ser demittidos, por proposta do director, quando não cumprirem com seus de- veres. Art. 90. Os membros do corpo docente que, no prazo de dous mezes não tomarem posse e não entrarem em exer- cicio, perderão o direito ao lugar. Art. 91. Os vencimentos do pessoal docente são regu- lados pela tabeliã annexa ao presente regulamento. Art. 92. Os vencimentos são independentes do soldo e etapas da patente a que têm direito os membros do migis- terio que pertencerem ao Corpo da Armada. Art. 93. Os acerescimos e gratificações a que tenham direito os membros do Corpo Docente continuam regulados pelo Código de Ensino Superior. Art. 94. O director da Escola poderá a seu juizo dis- pensar do ponto, por duas vezes, em cada mez, qualquer dos membros do magistério da Escola. td\tREVISTA MARÍTIMA BRAZILEIRA

Art. 95. Nas reuniões da congregação ser^o permittidas duas faltas no anno e na 3" vez o director eommunicará o facto á Secretaria de Estado, declarando os motivos a que attribue o procedimento do docente. Art. 96. No impedimento de um lente cathedratico, ao seu substituto compete occupar o lugar, desde que a ausen- cia exceda de trez lições e, na falta deste, a outro substituto da secção, designado pelo director. Art. 97. Nas cadeiras em que não haja substituto será a falta preenchida por um cathedratico da secção, e, no caso de impossibilidade deste, será designado um dos substitutos da mesma secção. Art. 98. Quando o impedimento fôr de um substituto, o lente da cadeira assumirá conjunctamente o cargo, e, na im- possibilidade deste, será pelo director designado um outro docente do curso escolar. Art. 99. Nos casos dos artigos anteriores ficam em vigor os artigos do Código de Ensino Superior, quanto ás vanta- gens que competem aos que preenchem as vagas no Corpo Docente, occasionadas por impedimento temporário. Art. 100. O Código de Ensino Superior fica extensivo á escola nos casos ommissos n'este regulamento,respeitadas as disposições do decreto n. 230 de 7 de dezembro de 1894. Art. 101. O lente de historia naval do 4° anno, em seu impedimento, será substituído por um dos instructores, designado pelo director. Art. 102. O lente de direito internacional, em seu impe- dimento temporário,será substituidoporumdosinstructores, no caso de impedimento conhecido e otricialmente commu- nicado ao respectivo substituto da cadeira. Ar. 103. Os lentes, substitutos e professores, que per- tencem ao quadro activo da armada, serão transferidos para o quadroextraordinario, conservando a patente e sendo pro- movidos somente por antigüidade. Art. 104. A estes competem o soldo e as etapas respe- ctivas. REGULAMENTO DA ESCOLA NAVAL 147

Art. 105. Haverá um livro de em ponto que se lançarão as faltas de comparecimento dos membros do magistério as aulas ou a qualquer outro acto do serviço da escola. O docente apresentar-se que quinze minutos depois da hora incorrerá em falta como se não tivesse comparecido.

Art. 106. Os professores de desenho substituir-se-hão mutuamente.

Art. 107. A nenhum membro do magistério é permittido leccionar em mais de dous estabelecimentos de instrucção sendo cathedratico, e em mais de trez sendo substituto.

Art. 108. A nenhum membro do conselho preparatório é permittido dirigir estabelecimentos de ensino ou cursos em que se leccionem matérias dos capítulos I e II.

Art. 109. Os membros do corpo docente gozarão de todas as vantagens ou venham que gozarem a gozar os seus congêneres das outras escolas superiores, ficando applicavel 0 capitulo X\ I, art. 213 do Codigo de Ensino Superior da Republica.

Art. 110. ás licenças, Quanto a que tenham direito os

membros do magistério escolar, ficam applicaveis, para com-

pleta solução, as disposições do art. 274, capitulo XVI, do Código de Ensino Superior da Republica.

Art. 111. O governo em caso de urgência nomeará inte- rinamente os membros do magistério, tendo preferencia os candidatos que forem officiaes da armada.

CAPITULO X

fDa.i hotitad e pzecedenciaá

Art. 112. Os civis forem lentes que terão a graduação de . capitão de fragata; os substitutos a de capitão-tenente; os

professores a de i° tenente e os mestres a de 2" tenente.

Art. 113. Os forem militares e tiverem que graduação inferior ás do artigo anterior também usarão dos mesmos distinctivos concedidos aos civis, e uns e outros terão em lieviata Marítima—i 11« REVISTA MARÍTIMA BRVZILEIRA.

forem marcados no seus uniformes os característicos que

de uniformes. plano

Art. 114. Em todos osactos escolares os lentes têm pre-

e mais mem- cedencia aos substitutos e estes aos professores

bros da congregação.

será contada da data da Art. 115. A precedencia posse.

Sendo esta do mesmo dia da data da nomeação observar-

se-ha o seguinte:

a e, na igual- 1)Entre dous militares precede graduação

ou de se as dade d'esta, a antigüidade da patente praça,

forem da mesma data; patentes o 2)Entre um militar e um paizano precede primeiro;

todas as circumstancias forem iguaes, 3)Quando pre-

idade maior, e sendo ainda iguaes decidirá cederão que tiver

a sorte.

Art. 116. O vice-director da Escola nas reuniões da con-

exerce um cargo honorífico, seja a gregação qualquer que da armada, e é isso o vice-presi- sua patente de official por

dente das reuniões da congregação.

CAPITULO XI

SDo.\ dcvczeô ?o corpo docente edcolaz

serão obri- Art. 117. Os lentes e professores somente

regencia de suas cadcirars e aulas e lhes cumpre : gados á

1)Comparecer ás aulas e dar lição nos dias e horas mar-

cados no horário;

2)Exercer a fiscalisação immediata das aulas e do pro-

os alumnos, impondo cedimento que dentro dellas tiverem no capi- a estes as penas marcadas nos casos previstos

tulo XXVII;

ou á lição os alumnos, 3)Interrogar chamar quando do seu aproveita- julgarem conveniente, afim de ajuizarem

ment);

oraes, fornecendo ;) Marcar as sabbatinas e recordações

á secretaria da Escola as informações precisas, mensalmente, REGULAMENTO DA ESCOLA; NAVAL149 sobre o aproveitamento dos alumnos, a partir de i de junho; 5)Proporcionar aos seus auxiliares no ensino as instruo ções sobre os pontos a desenvolver ou experiências a exe- cutar, exercícios e appücações ; 6)Requisitar do director todos os objectos necessários ao ensino; 7)Comparecer ás reuniões da congregação quando fôr ordenado pelo director e satisfazer ás incumbências que lhes são próprias. 8)Comparecer aos exames e servir onde lhes competir, de accordo com as exigências da congregação ; 9)Conferir as approvações e julgar das habilitações, sempre que isso fôr exigido. 10)Substituir, em caso de impedimento, quando lhes fôr determinado. 11)Apresentar de 3 em 3 annos, por escripto, á congre- gação o desenvolvimento dado ao ensino da cadeira respe- ctiva, podendo ser impresso para uso da Escola nos casos previstos pelos arts. 215 e 216. Art. 118. Aos preparadores cabe toda a responsabili- dade dos instrumentos e apparelhos dos respectivos gabi- netes, e, como exercem cargo de confiança, não sao vi- talicios. Art. 119. E' dever dos substitutos: 1)Repetir por meio de applicaçõcs praticas as lições de cathedratico; 2)Substituir em sua secção o docente que se ausentar, nos casos previstos no art. 116; 3)Observar restrictamente as instruccões dadas pelos cathedraticos e ponderar quando não puderem satisfazel-as; 4)Satisfazer as demais prescripções que lhe ficam ex- tensivas nos ns. 1, 2, 3, 4, iq do art. 117. Art. 120. Os instructores, no desempenho de suas obri- gações, observarão os programmas approvados. as instru- cções do lente e as ordens do director durante os trabalhos, t5° REVISTA MARÍTIMA BRAZILEIRA

alumnos e informando fiscalisando o procedimento dos sobre os mesmos na fôrma do art. 117.

Art. 121. O instructor de machinas é responsável por

á Es- todas as machinas a vapor e electricas pertencentes

cola.

Art. 122. Aos mestres incumbem obrigações analogas

art. 201 e infor- ás dos instructores, impondo as penas do

mando mensalmente sobre os mesmos alumnos.

substituir-se-hão mutua- Art. 123. Os preparadores

mente nas respectivas faltas e impedimentos.

Art. 124. O uniforme militar é obrigatorio em todos

os actos escolares

CAPITULO XII

fD a c o n t icj a a o q ç

de Art. 125. A congregação 6 constituída pelo conselho

instrucção superior, formado dos lentes e substitutos do

director da escola. curso escolar, sob a presidencia do

Paragrapho único. O vice-director servirá de vice-pre-

sidente e o secretario da escola servirá de secretario, nas re-

uniões da congregação.

farão adventiciamente Art. 126. Os professores parte

o director con- das reuniões da congregação quando julgar

a elles esteja ligado. veniente por se tratar de assumptos que

do Paragrapho único ^ Quando se tratar provimento

dos lugares do magistério, o conselho de instrucção será

composto somente de lentes cathedraticos e substitutos que — sirvam como cathedraticos e denominar-se-ha Conselho

de concurso.

Art. 127. São attribuições da congregação:

das cadeiras e aulas, dis- 1*. organisaros programmas

matérias, horário das aulas e classifi- tribuição pratica das

annos cação dos alumnos dos 40 e 50 ;

da Marinha as alterações a fazer 2°, propor ao Ministro

cadeiras nos programmas das ; REGULAMENTO DA ESCOLA NAVAL151

3a, julgar dos trabalhos apresentados no fim das viagens de instrucção pelos guardas-marinha, attendendo ás infor- mações dos instructores respectivos ; 4% designar as commissões examinadoras e as turmas de alumnos - 5*, nomear commissões para os exames de trabalhos e obras relativos ao ensino ou de applicação na marinha de guerra ; 6*, discutir e resolver sobre os pareceres apresentados a respeito dos mesmos trabalhos e obras de que trata o pre- sente artigo ; 7". designar os compêndios a adoptar pelos alumnos nas diversas matérias e propor ao Governo a impressão dos que forem aceitos, quando apresentados por lente da Escola ou officiaes do Corpo da Armada : 8", propor ao governo a demissão dos membros do Corpo Docente nos casos previstos no art. 88; 9", designar os substitutos nas diversas secções para as cadeiras respectivas, de modo a alternarem annualmente ; io', propor ao Governo quaesquer medidas úteis ao en- sino e em que este regulamento seja ommisso. Art. 128. Mediante proposta por escripto de cinco membros da congregação, o director poderá convocar a reunião, com trez dias de antecedência, desde que haja assumpto a ser resolvido. Não se poderá entretanto tratar de assumpto extranho á materiada congregação, salvo o caso de urgência, a juizo do director. Art. 129. As deliberações da congregação serão tomadas por maioria dos membros presentes e em votação nominal, salvo quando se tratar de questões de interesse pessoal, caso em que se votará por escrutínio secreto. Art. 1 .0. Se as deliberações da congregação forem con- trarias á opinião do director, recorrerá este para a decisão do Ministro da Marinha, apresentando as razões em que se baseia. I52REVISTA .MARÍTIMA BRAZILEIRA

Art. 131. O conselho não poderá funccionar sem que se reuna mais de metade do numero total de seus membros e será regulado pelo regimento interno respectivo, de accôrdo com o Código de Ensino Superior. Ârt. 132. O vice-director, como vice-presidente da con- gregação, tem voto nas deliberações da mesma. Art. 133. Nos casos de empate, o director terá voto de desempate. CAPITULO XIII

zOo provimento oo.i catgOá de etiMiio SECÇÃO I

LENTES CATHEDRATICOS Art. 134. As cadeiras serão divididas em secções, na fôrma do art. 7". Art. 135. Vagando alguma cadeira, será para ella no- meado, por decreto do Governo, o substituto mais antigo da respectiva secção. Paragrapho único. O substituto a que se refere este artigo, não tendo sido anteriormente submettido a concurso, será nomeado interinamente, sujeito ás disposições do art. 225. SECÇÃO II

SUBSTITUTOS E PROFESSORES

Art. 136. Os lugares de substitutos e professores serão providos por decreto do Governo, mediante concurso.

§ I" REGRAS GERAES DO PROVIMENTO POR CONCURSO Art. 137. Trez dias depois da verificação da vaga, man- dará o director annunciar o concurso nas folhas oíliciaes da Capital Federal, marcando para inscripção o prazo de seis mezes. Art. 138. No caso de haver mais de uma vaga, a con- gregação decidirá qual a ordem em que devem ser postas a REGULAMENTO DA ESCOLA NAVAL 153

concurso. a O prazo da inscripção do segundo começará correr dous mezes depois da abertura da inscripção ao pri-

meiro, e assim ha)a um concurso por diante de sorte que especial para cada vaga.

Art. 139. A congregação proporá ao Governo o concur-

rente mais votado na mereci- qualificação, por ordem de mento.

Paragrapho único. entender Quando, porém, o governo

o concurso nelle que deverá ser annullado por se terem pre- terido formalidades de- essenciaes, o fará por meio de um creto, contendo os motivos dessa decisão e mandará pro-

ceder a novo concurso.

2o—HABILITAÇÕES § PARA OS CONCURSOS

Art. 140. Poderão ser admittidos aos concursos os offi-

ciaes da Armada ou e os civis no goso dos direitos civis

políticos que tenham o curso da escola com approvações

nas plenas cadeiras que constituem a secção em concurso.

Art. 141. Aos civis nos casos do art. 140 cumpre apre-

sentar á secretaria da Escola, no acto da inscripção, os seus

titulos e mais documentos, inclusive as certidões de appro-

vações de que trata o artigo anterior.

Art. 142. Se no exame dos documentos exigidos susci-

tar-se alguma duvida sobre a validade ou importancia de

qualquer delles, ouvido o interessado, a congregação, con-

vocada decidirá pelodirector, no prazo de trez dias, podendo

candidato recorrer qualquer para o governo d'essa decisão.

Art. 143. A inscripção de cada candidato feita será por

meio da assignatura do nome respectivo no livro proprio. N este, livro o secretario lavrará para cada concurso um termo

de abertura e outro de encerramento no tempo proprio, os

quaes serão assignados pelo director.

Art. 144. A inscripção poderá ser feita por procuração bastante, se o interessado tiver justo impedimento.

Art. 145. O encerramento da inscripção será lavrado

por termo em reunião da congregação, lidos os nomes e r54 REVISTA MARÍTIMA brazileira

documentos dos concurrentes e depois de decidido por

maioria de votos se existem todas as condições scientilicas

e moraes nos mesmos concurrentes.

Art. 146. O director fará extrahir duas listas dos can-

didatos habilitados congregação, uma das pela quaes fará na imprensa, remettendo a outra publicar ao governo. Art. 147. Findo o prazo da inscripção, nenhum candi- dato será a ella admittido.

Art. 148. Se, terminado o prazo, ninguém se houver inscripto, será este espaçado trez mezes, por pelo menos, e, se terminado o novo ninguém apresentar-se, prazo o governo fazer, poderá por proposta do director, a nomeação dentre as pessoas que reunam as condições mencionadas nos artigos 140 e 141.

Art. 149. Se não fôr possível para osactosdo concurso reunir a congregação por falta de numero de lentes, o dire- ctor o communicará ao governo, para ser auctorisado a con- vidar os lentes jubilados que puderem comparecer. Art. 150. Se algum concurrente fôr accommettido de

moléstia antes de tirar o de modo ponto, que fique impôs- sibilitado fazer das para qualquer provas, poderá justificar impedimento a congregação, perante que, se o julgar legi- timo, espaçará o acto por oito dias. Da dccisão em contrario haver recurso poderá para o governo, interposto dentro de 24 horas.

Art. 150. Havendo um só candidato, a congregação,por votos maioria de entre os juizes do concurso, poderá propâr ao governo a sua nomeação.

Art. 152. O candidato que,mesmo por motivo de mo- lestia, retirar-se de qualquer das provas depois de começada, ou não completar o tempo marcado para a prova oral, ficará excluido do concurso.

— § 3.0 DAS PROVAS E DA VOTAÇÃO XOS CONCURSOS

Art. 153. As provas de concurso são as seguintes:

1", theses e dissertação;

2*. prova escripta;

3*. prelecção; REGULAMENTO DA ESCOLA NAVAL 155

4". prova pratica.

Art. 154. terão lugar de accôrdo comas Estas provas disposições ao abrirem-se estabelecidas pela congregação

as inscripções e nessa mesma reunião serão para concurso formulados e fornecidos os pontos para as diversas provas

aos candidatos no encerramento das inscripções.

Art. dos 155. São juizes votantes sobre a classificação

candidatos congre- oito entre os lentes cathedraticos pela

art. 154. gação eleitos na reunião de que trata o

Art. 156. O director terá sempre voto nas deliberações

dos juizes de concurso.

Art. 157. Os membros da congregação são obrigados

a comparecer ainda não aos actos e provas de concurso, que tenham só sido eleitos juizes ou arguentes no caso de um candidato.

. Paragrapho único. No caso de um só candidato, entre

°s oito juizes serão eleitos trez arguentes para as provas que admittem arguição.

Art. 158. Nas demais disposições e casos ommissos no presente regulamento é applicavel o capitulo respectivo do

Codigo não altere o fica de Ensino Superior, desde que que neste regulamento estabelecido.

Art. 159. As theses deverão conter trez proposições

sobre cada cadeira da secção vaga e uma dissertação também,

á escolha matérias do candidato, sobre uma das que com-

p5em a se;ção.

Art. iòo. Nos casos não previstos pelo Codigo de Ensi- no Superior, ire- a congregação proporá, por intermedio do d ctor, quaesquer medidas a executar nos concursos, preve- nindo os interessados em tempo opportuno.

CAPITULO XIV

Sxame.i de 1"* e piloto,i

Art. 161. Os candidatos á carta de pilotos deverão remetter será á secretaria da Escola em época própria, que liecisía Marítima—5 156 REVISTA MARÍTIMA BRAZILEIRA

annunciada, os seus requerimentos a exames, especificando a

sede i09, se de 2os natureza da carta que pretendem, pilotos.

Art. 162. São 103 pilotos os que faílarem e escreverem

forem habilitados emarithme- correntemente o portuguez e

tica, uso das taboas de logarithmos e taboas nauticas, nave-

de gação estimada e astronômica, precedida geometria

manobra em navio de vela e a preliminar e trigonometria, vapor, instrumentos em geral da navegação, roteiros e codigo commercial marítimo.

habilitados em navegação Art. 163. São 209 pilotos os estimada, uso das cartas e dos taboas I e II deNorie, manobra

á véla ea vapor, sondagens e marcações.

Art. 164. Os requerimentos dos candidatos deverão ser

sobre os empregos acompanhados dos documentos que

de navegar e o tempo em tenham tido, a pratica que servem na marinha mercante nacional ou estrangeira, e deverão

taxa de 25$ em estampilhas, o secretario pagar uma que 1o9 e de 15$ os 2" inutilisará, para os pilotos para pilotos.

Art. 165. A commissão examinadora de pilotos será composta do vice-director como presidente e, no seu impe- dimento,docommandante do navio-quartel, onde terão lugar os exames, e mais dos officiaes instructores ou outros a ser- viço da escola, designados pelo director.

Art. 166. Os exames constarão de prova escripta e oral e as cartas serão dadas em papel-pergaminho, segundo o modelo estabelecido, assignada pelo director e registrada na competente repartição.

reprovados Art. 167. Os candidatos poderão no prazo de

6 mezes requerer novoexame, sujeitosás taxas estabelecidas.

TITULO II

CAPITULO XV

S)a adminuteaçao

Art. 168. O pessoal administrativo civil e militar do estabelecimento compõe-se de: REGULAMENTO DA ESCOLA NAVAL157

i director, official general da Armada. i vice-director, capitão de mar e guerra ou de fragata, que será o commandante do corpo de aspirantes. i secretario e ajudante de ordens. i secretario da Escola, official da Armada, reformado de preferencia. i i° official, que servirá também de bibliothecario. i 2o official, que servirá também de archivista. i amanuense. i commissario. i escrevente. i fiel. i porteiro. 4 contínuos. serventes para os laboratórios, i roupeiro e um ajudante. - i despenseiro. Criados, sendo um por esquadra. Serventes de copa, sendo um por duas esquadras, i Servente da enfermaria, i cozinheiro e dous ajudantes. 2 serventes para o terreno, i carpinteiro, i serralheiro. Estado maior e menor do corpo de aspirantes Commandante, o vice-director da Escola. i official superior com attribuições de immediato. i ajudante do corpo, i° tenente. officiaes, além dos instructores. i medico e dous enfermeiros. i mestre. 2 machinistas contractados. 4 foguistas. 2 corneteiros e uma guarda militar, quando requisitada. i inferior e 30 marinheiros contractados. i>8 REVISTA MARÍTIMA BRAZILEIRA

Lotação do navio-qv.artel

i commandante. olliciat superior, e 3 officiaes comba-

tentes.

1 medico e 1 enfermeiro.

1 commissario e 1 fiel.

1 mestre, 1 carpinteiro, 1 serralheiro, 1 caldeireiro e

i calafate.

navio de exercícios será Art. 169. O pessoal do véla para

sua limpeza, ficando sob a inspecção do o necessário para a

mestre respectivo.

CAPITULO XVI

2)o ditectox

Art. 170. O director é a primeira auctoridade do esta-

belecimento, suas ordens são terminantes e obrigatórias

empregados civis e militares, inclusive os do para todos os

magistério. Exerce superior inspecção sobre a execução

dos concursos, dos exames e do ensino dos programmas

resolve de conformidade com o regala- em geral; presente

mento e ordens do Governo tudo que pertencer á mesma

Escola e não fôr especialmente encarregado á Congregação.

Art. 171. O director é também chefe do corpo de as-

e é o único responsável pirantes guardas-marinha ; pelas mandar medidas que executar.

Art. 172. Além d'estas attribuições ao director in-

cumbe:

1.°Corresponder-se directamente, em objecto de serviço,

auctoridade civil ou militar, exceptuando os com qualquer

Ministros de Estado e os Governadores ;

sobre os indivíduos 2."Informar ao Governo que julgar

relativos idoneos para os empregos á administração do esta- belecimento e sobre os candidatos ao magistério ;

Nomear dentre os empregados da administração 3.0

substitua interinamente aos faltarem, dando logo quem que REGUL/MENTO DA ESCOLA NAVAL15^

pai te ao Governo se o provimento do emprego não fôr de sua competencia ;

Dar |.° licença aos empregados da Escola, sem perda de vencimentos, não excedendo de oito dias de uma vez ou 30 dias em um anno ;

Designar entre os 5-° membros do magistério e de ac- côrdo com o art. 117 o que deve substituir, no caso de au- ausência de algum, e constituir as mezas de exame de que trata o art .51;

6." Informar annualmente ao Governo sobre a pontuali- dade e correcção dos empregados da Escola, inclusive os do magistério;

.Manter 7.0 no estabelemento e nos navios á dispo- s>Ção do ensino a maior ordem e regularidade, procurando ¦nspirar a todos os alumnos princípios de rigorosa disci-

plina ;

8."Fiscalisar o dispendio de todas as quantias recebidas as Para despezes do estabelecimento ;

9."Determinar e regularisar o serviço da secretaria e bibliotheca;

10.0 Requisitar para o ensino, em casos especiaes, a compra de instrumentos, apparelhos, armas e quaesquer ar- tefactos aperfeiçoados e necessários ao mesmo ensino, bem

como a compra dos livros para a bibliotheca, serviços da

secretaria e detalhes.

ii.° Impôr correccional e administrativamente as se-

guintes penas :

a)Reprehensão simples e suspensão até 15 dias por ne-

gHgencia ou falta do cumprimento de deveres, aos empre-

gados sob suas ordens;

b)Suspensão 15 a dias por 90 aos empregados sob suas

ordens desobediencia e insubordinação, ou por por falta contra a moralidade e disciplina, podendo este recorrer

para o Ministro da Marinha;

c)Advertir particularmente qualquer membro do Corpo Docente que se descuidar do cumprimento de seu^ deveres, e IÓOREVISTA MARÍTIMA. BRAZILEIRA no caso de reincidência ou previsto no presente regulamento, communicar por escripto ao Ministro da Marinha. 12." Apresentar annualmente ao Governo um relatório minucioso sobre todos os serviços a seu cargo e occurrencias em geral até a data de 31 de dezembro. 13.° Convocar, presidir, adiar, prorogar e suspender as reuniões dos conselhos de instrucção superior, delegando ao vice-director as que se referem ás do conselho de instru- cção preparatória. 14." Assignar, com os membros presentes, as actas das reuniões da congregação, fazendo lançar a nota de falta aos que não comparecerem, ainda que tenham dado aula no mesmo dia. 15.0 Fazer tomar o ponto de todo o pessoal diariamente. 16.° Assistir, sempre que julgar conveniente, ao serviço lectivo. 17.° Rubricar os pedidos para as despezas da Escola e as folhas dos docentes e empregados. Art. 173. O director residirá no estabelecimento, de onde exercerá inteira auctoridade sobre os navios á dispo- sição da Escola, e terá todas as garantias e vantagens de commandante de divisão. CAPITULO XVII

zUo vice-otxectox

Art. 174. O vice-director, commandante do corpo de alumnos, é responsável pela educação militar do referido corpo. Art. 175. Ao vice-director compete: i.° Auxiliar o director e substituil-o. 2.0 Comparecer ao conselho de instrucção prepara- toria, como presidente, e ás reuniões da congregação como vice-presidente. 3." Receber, transmittir e tornar effectivas as ordens do director; detalhar o serviço militar, assignar as ordens do REGULAMENTO DA ESCOLA NAVAL 161 dia approvadas pelo director e conceder em casos extra- ordinários as licenças sollicitadas pelos alumnos para bai- xarem á terra. 5.0 Propor ao director o que julgar necessário sobre os serviços de escripturação, fornecimento, e sobre a disci- plina e' policiamento geral do estabelecimento. 6.° Veriticar os documentos da receita e despeza rela- tivos á Escola, assignal-os e fazel-os chegar ás mãos do di- rector. 7-° Prescrever o serviço dos ofliciaes da Armada, que o tem de auxiliar, Art. 176. O vice-director é o encarregado da verif- cação em geral dos inventários dos objectos pertencentes á Fazenda Nacional. Art. 177. O vice-director é a única auctoridade que se cammunica directamente com o director em objecto de ser- viço militar. Art. 178. O vice-director com o immediato e o com- missario são os responsáveis pelos valores depositados no cofre da Escola. Art. 179. O vice-director residirá na escola, tendo apo- sentos mobiliados, com as regalias que competem a com- mandante de navio solto. CAPITULO XVIII

S)o commanJante do navio-quartel

Art. 180. O commandante do quartel dos guardas-ma- rinha, capitão de mar e guerra ou de fragata, é ao mesmo tempo o responsável pela disciplina e correcção dos guardas- marinha, ficando directamente subordinado ao director da Escola. Art. 181. O commandante do quartel dos guardas-ma- rinha exercerá todas as attribuições que competem ao vice- director da Escola, no tocante aos mesmos guardas-marinha, quando estes não estejam em aulas e exercícios communs no IÓ2 REVISTA MARÍTIMA T3RA7.I I.EIRA

estabelecimento ou em visitas" a cargo de instructores e mestres.

Art. 182. O commandante do navio-quartel deverá de-

tal liar o servi ;o de ajcôrdo com a Ordenança Geral da Ar-

mada e regimento interno escolar.

CAPITULO XIX

S)o official Jtipezioz

Art. 183. O official superior é o immediato ao vice-

director e cumpre-lhe :

1.° Substituir e auxiliar o vice-director ;

2.0 Inspeccionar diariamente todas as dependencias do

estabelecimento, detalhar o serviço dos marinhriros, estado

menor e artífices e exercer em todas as suas applicações, in-

clusive o municiamento,o cargo de immediato de navio solto,

de cujas regalias gozará; dos Guardar uma das chaves do cofre, pelo qual é um

responsáveis.

CAPITULO XX

2)o ajudante do corpo

Art. 18.4. Ao ajudante, além das attribuições analogas

ás de ajudantes de corpos de organisação militar, com-

pete :

i.° Fiscalizar constantemente os uniformes, livros e mais

aos objectos pertencentes alumnos ; as faltas dos alu- 2.0 Verificar diariamente em parada

mnos e tomar conhecimento das causas, dando noticia ao

vice-director de todas as occurrencias diarias sobre as suas

incumbências;

Inspeccionar diariamente os alojamentos;

Lêr as ordens do dia, conforme determinação do 4.° corpo de alumnos; vice-director, em presença do REGULAMENTO DA ESCOLA NAVAL163

5-° Dividir o serviço de rondas, chefes de dia, de copa c de alojamento e inspeccionar diariamente os livros diários de serviço dos aspirantes; 6." Commandar o corpo de aspirantes quando em for- matura ou serviço fora da Escola, salvo quando em exerci- cios ou visitas de que trata o art. 40. Ait. 1H5. O ajudante terá as mesmas regalias e van- tagens dos officiaes instructores, percebendo a gratificação respectiva.

CAPITULO XXI

JJo.i ojftctaej ao óetvvço c)a S.icola

Art. 186. Incumbe aos officiaes ao serviço da Escola. '•" Auxiliar o director, vice-director e immediato na manutenção da disciplina militar e inspecção do comporta- "lento dos alumnos nos recreios, aposentos, refeições e nas salas de estudo. 2.0 Desempenhar todas as obrigações que lhes forem marcadas no detalhe de serviço, organisado pelo director ou vice-director, conforme o estipulado. 3-° Representar a respeito das faltas que encontrarem na alimentação dos alumnos, nas rações diárias e no serviço interno, resolvendo, na ausência de seus superiores, quaes- quer duvidas que sobre o serviço possam occorrer.

CAPITULO XXII

2)o.i medico.) ao óetviço Ja Sjcola

Art. 187. Compete aos médicos : i.° Prestar os soecorros de sua profissão que se tornem necessários por oceasião de qualquer accidente, bem como tratar das enfermidades a qualquer indivíduo pertencente á escola ou nella residente. Revista Marítima—G REVISTA MARÍTIMA BRAZI LETRA

2." Proceder á inspecção de saúde nos individuos que o director designar;.

Examinar a das drogas e remedios 3.0 qualidade que- receitar, antes de applicadas aos enfermos, dando parte ao vice-director de qualquer abuso que encontrar, não só a

esse respeito, como em relação aos serviços da enfer-

maria;

director, intermedio 4.° Apresentar ao por do vice-di- rector, no principio de cada mez, um mappa contendo os

nomes dos individuos tratados na enfermaria da Escola durante o mez antecedente,, com as respectivas obser- vações;

Examinar diariamente os aspirantes 5.0 e os- guardas-

marinha que derem parte de doenteT communicando sem

demora o resultado d'esse exame ao vice-director;

6.° Examinar mensalmente o estado sanitario dos aspi-

rantes e e declarar guardas-marinha-alumnos por escripto o

nome d'aquelles que por enfermidades se acharem impossi-

o serviço da marinha bilitados para de guerra ;

Visitar e inspeccionar os aspirantes 7.0 e guardas-mari- nhas e empregados da Escola em suas residências ou no

lhes lor determinado hospital, sempre que pelo director. a

communicarâo o resultado de taes inspecções, quem por intermedio do vice-director;

8o. Dar instrucçõese as pedir providencias precisas para o serviço da enfermaria se faça do melhor modo que possível; Communicar á auctoridade 9°. qualquer indicio de ou moléstia contagiosa epidemia que se manifeste noestabe-

lecimento, indicando os meios de atalhar o mal;

10o. Dar instrucções ao enfermeiro sobre o seu

serviço;

ii°. Examinar todos os viveres fornecidos á Escola, os

só ser aceitos com sua approvação; quaes poderão

12o. Inspeccionar os candidatos á matricula ;

13o. Alternar com os médicos subordinados ao director,

de accôrdo com a escala de serviço. "REGULAMENTO DA ESCOLA NAVAL165

CAPITULO XXIII

2)0 com miMazio

Art. 188. Incumbe ao commissario:

i.° Fazer a cscripturação da receita e despeza e mais serviços de accòrdo com as ordens em vigor na Armada,

sendo responsável pelo cofre;

2". Responder pelo estado dos paióes e inspeccionar o •serviço das cosinhas, é o responsável pelo qual principal ;

3.°Ter a seu cargo todo o armamento e demais arte- factos para ensino dos alumnos nos exercícios de artilharia,

infantaria, a gymnastica, esgrima e natação, e bem assim mobilia que não estiver sob a responsabilidade do porteiro, todo o trem de mesa e das cozinhas do estabelecimento, e o serviço concernente á mesa dos alumnos.

militar 4.°Escripturar as cadernetas de todo o pessoal pertencente ao estabelecimento, organisar as folhas de pa-

gamento e fazer o pret dos aspirantes.

CAPITULO XXIV

íDo .-tecietazio

Art. 189. Ao secretario incumbe:

i.° Redigir, expedir e receber toda a correspondência

otlicial, sob as ordens do director, segundo suas instrucções;

2.0 Receber e informar os requerimentos, dando-lhes o

competente destino;

Assistir ás sessões do Conselho Preparatório e da 3.° Congregação;

e com os examinadores e com os 4.0 Lavrar subscrever auxi- respectivos conselhos, os termos de actas, podendo ser

liado da secretaria, com auctorisação pelos trez empregados

do director;

Escripturar os livros especiaes de assentamentos e 5.0

registxos e livro mestre do corpo ; i66 REVISTA MARÍTIMA BRAZILEIRA

6.° Cumprir e fazer cumprir pelos seus subalternos as

ordens do director, distribuir o serviço que deve ser desem-

penhado referidos seus subalternos, pelos podendo com licença do director prorogar a hora do expediente, sempre fôr que preciso para trazel-o em dia;

Propor ao director tudo o 7.0 que fôr a bem do serviço

da secretaria e da celeridade do expediente;

8.° Preparar os esclarecimentos que devem servir de base aos relatorios do director;

Organisar nas 9.0 épocas próprias a relação dos aspiran- tes e guardas-marinha matriculados nos annos successivos

por ordem de merecimento.

CAPITULO XXV

zDoa officiae.» e amanuenóe.i

Art. 190. Ao i° official e bibliothecario incumbe :

i.° Auxiliar e substituir o secretario;

2.0 Guardar e conservar a Bibliotheca, bem como os in-

strumentos á secretaria que sejam recolhidos ;

3.0 Fazer os mappas annuaes referentes ao serviço, es-

Bibliotheca, pecialmente da afim de serem reclamados, em

os livros não tempo opportuno, restituidos ;

Art. 191. Ao 2o official compete:

i.° as ordens Cumprir do secretario ;

2.0 Coadjuvar o bibliothecario e substituil-o;

3.0 Responder pelo catalogo do archivoe manter em or-

dem o serviço do mesmo archivo.

Art. 192. Ao amanuense competem os serviços designa-

dos pelo secretario com autorisação do director.

CAPITULO XXVI

3) o e continuo porteiro A

Art. 193. Compete ao porteiro :

i.° Tomar o ponto aos membros do Corpo Docente, aos

e communicar alumnos, as faltas á secretaria ; REGULAMENTO DA ESCOLA NAVAL 167

2.0 Conservar as aulas em estado de asseio. bem como a

mobília e material das respectivas salas;

3."Detalhar o serviço dos contínuos conforme as ordens da secretaria da Escola ;

4.0 Receber e encaminhar os requerimentos dos candida-

tos á matricula;

5.° Ter a seu cargo a mobilia das salas de aulas.

Art. 194. Aosconlinuos compete:

i.° Substituir o porteiro, mediante ordem do director ;

2.0 Coadjuvaro porteiro, sempre que fôr necessário ;

3.0 Preparar as salas para as lições ;

4."Entregar ao ajudante do corpo a correspondência

particular da Escola;

Receber diariamente, na secretaria 5.0 de Estado e nas

differentes estações, a correspondência official e particular e

leval-a á Escola.

Art. 195. Os vencimentos dos empregados são os que determina a tabella annexa a este regulamento.

Art. 196. Os empregados de que tratam os capítulos

anteriores serão para as regalias e vantagens equiparados

aos das outras repartições do Ministério da Marinha.

Art. 197. Os empregados da administração ficam su-

jeitos ao regimen militar e obrigados ao uniforme respectivo

os honras inherentes. que tiverem

198. As nomeações Art. do pessoal da secretaria serão

feitas de accôrdo com o disposto no regulamento da se-

cretaria de Estado.

TITULO III

CAPITULO XXVII

3)aâ Jo.i alumnoâ pena.i

Art. 199. Os aspirantes e guardas-marinha-alumnos ficam ás seguintes, impostas sujeitos penas pelo director.

i.° Serviço dobrado tempo determinado, por paiape- quenas faltas, como—distracções em serviço, fallar alto nas IOOREVISTA MARÍTIMA BRAZILEIRA refeições e falta de urbanidade no tratamento a seus col- legas; 2.° Prisão por u-n, dois, trez, até io dias, por faltas dis- ciplinares, deleixo aos uniformes, e quando remisso no cumprimento de seus deveres, quanto ás aulas e mais ser- viços ; 3.0 Impedimento de baixar á terra, para o que tenha como média de mez, em uma cadeira, nota inferior ao gráo 3 e só podendo ser relevado o castigo depois de me- lhorar a nota ; 4.' Prisão rigorosa e ordem do dia lida na presença do corpo de alumnos quando, reconhecidamente rebelde, com- metter falta grave; 5.0 Expulsão do estabelecimento e baixa, quando, na terceira prisão rigorosa, acompanhada de ordem do dia, durante o curso escolar de quatro annos, assim resolver o Ministro da Marinha, sob proposta do director. Art. 200. Os processos são summarios. devendo o dire- ctor fazer as verificações nacessarias e ouvindo o accusado e seu superior, official do serviço da Escola ou membro do magistério, que tenha dado a queixa. Art. 201. As faltas dis.iplina.es graves, em aulas ou exercícios, serão levadas por escripto ao director e assi- gnadas pelo docente, depois de ter feito o alumno retirar-se da companhia de seus collegas. Art. 202. O alumno assim expulso da classe deverá apresentar-se ao ajudante do corpo e, na ausência d'este, ao official de serviço e, no caso de esquivar-se a isso, será a falta aggravada. Art. 203. Os guardas-marinha embarcados continuarão sujeitos ás mesmas penas, podendo a prisão ter lugar no alojamento, camarote ou no cesto de gávea, se em viagem. Art. 20 [. O vice-director poderá reprehender e prender o alumno que incorrer em falta, dando parte do oceorrido ao director. REGULAMENTO DA ESCOLA NAVAL16g

Art. 205. Os officiaes ao serviço da Escola poderãoreprc- hendere prender no bailéo o alumno que incorrer em falta quando apanhado em flagrante ou por queixa de outrem e neste caso, se o vice-director não estiver no estabelecimento, deverão lançar no livro próprio a occurrencia referida. Art. 206. O ajudante poderá prender ou reprehender, ro caso do artigo anterior, entendendo-se em seguida com o vice-director da Escola e, na ausência deste, com o official de estado. Art. 207. As prisões rigorosas só não dispensam o de- linquente de comparecer ás aulas e estudos em commum. Art. 208. Todas as penas soffridas pelos alumnos serão registradas em livros próprios, a cargo do ajudante do corpo; as soffridas durante o curso de aspirantes serão por cópia remettidas á Secretaria de Estado quando promovidos a 2"s tenentes, acompanhando a respectiva classificação. Art. 209. Aos sabbados á tarde o ajudante fará a leitura dos artigos constantes deste capitulo em formatura do corpo de aspirantes. CAPITULO XXVIII

S)o material ao áetviço co enóíno

Art. 201. Para instrucção theorica e pratica dos alumnos daEscoIaNaval. além das aulase das salas para estudos, para recepção do director e dos officiaes, para secretaria e ar- chivo, haverá : Uma bibliotheca e uma sala para leitura annexa á mesma bibliotheca ; Um gabinete de physica e electricidade annexo ás salas de aulas ; Um laboratório para as experiências e reacções chimicas: Uma sala ou gabinete para modelos de munições e es- poletas ; Um pequeno observatório astronômico e meteorológico ; Um terreno apropriado para os exercidos de artilharia ; iyo REVISTA MARÍTIMA BRAZILEIRA

Um museu com os modelos de navios e de machinas ;

Apparelhos os para ensinos de gymnastica e natação;

Uma sala de modelos e accessorios para o ensino de

apparelho ;

Um navio pequeno de véla ou mixto para bordejos;

O numero necessário lan- de escaleres para exercícios e chas para o serviço geral de transportes ;

Uma lancha para o director e vice-director;

Armas de fogo numero em necessário e munições quan- to bastem para os exercícios ;

Uma bateria de campanha e respectiva munição ;

.Modelos de torpedos e respectivos apparatos;

Instrumentos topographicos, geodesicos, astronomicos,

meteorologicos, de sonda e outros que forem necessários; Bombas vapor a para incêndio e serviço da aguada.

CAPITULO XXIX

3)iápOáiçÕeá cjerae.i

Art. 211. A Escola terá a cargo do secretario os livros-

mestres necessários aos assentamentos de todo o pessoal, serão que rubricados pelo director.

Art. 2i2. Nenhum aspirante ou guarda-marinha poderá ter baixa a sem indemnisar pedido, as despezas feitas pelo Estado, na razão de i:ooo$ por anno, ou fracção de anno. Art. 213. Os pais, tutores ou correspondentes são obri-

a indemnisar o Estado gados dos prejuízos causados pelos mesmos alumnos desde que o soldo correspondente seja insufficiente, e bem assim a completar as peças de farda- mento e mais objectos estragados ou extraviados, perten- centes aos mesmos alumnos.

Art. 3t4. Os alumnos deverão possuir o que fôr exigido regimento interno pelo e lista do enxoval, de modo a ficarem sempre promptos para qualquer revista minuciosa e ines- perada. REGULAMENTO DA ESCOLA NAVALI71

Art. 215. Os officiaes da Armadae membros do Corpo Docente, que apresentarem memórias ou quaesquer obras escriptas, ficarão com direito a um prêmio até 2:000$, depois de ouvida a congregação sobre o merecimento da obra. Art. 216. Se o Governo julgar conveniente, poderá fazel-a imprimir, pertencendo ao Estado metade da primeira edição, que não excederá de 1.000 exemplares.

CAPITULO XXX

zDiópoóiçÕeâ tzanMtoxiaA Art. 217. Ficam dispensados das disposições referentes ao ensino, no próximo anno lectivo, os' alumnos que já tenham approvações nas aulas e cadeiras que com o presente regulamento fiquem alteradas. Art. 218. Os aspirantes do extineto curso prévio, que não tenham prestado exame e os reprovados na primeira l'p «ca, serão admittidos novamente á exame com os demais •candidatos á matricula no 1° anno do curso escolar, na pro- xima época de matricula e terão preferencia, no caso de se- rem approvados ; reprovados, porém, terão baixa da praça, podendo requerer nova matricula em época própria, respei- fadas as disposições do art. 8o. Art. 219. Serão validos para a matricula os exames de preparatórios prestados pelos canditatos, no prazo de dous annos a partir da data do presente decreto, nos estabeleci- mentos officiaes a este fim destinados. Art. 220. Os exames de preparatórios na próxima época de matricula poderão ser prorogados até 20 de fevereiro, de- vendo começar logo depois de encerrada a inscripção, Art. 221. A inscripção aos exames de preparatórios na próxima época será aberta oito dias depois de promulgado o presente regulamento e encerrada no fim de 30 dias. Art. 222. Os requerimentos á matricula, com os docu- mentos necessários, deverão ser remettidos, depois dos exa- mes.ao director daEscola até o dia i° de março, data em que Hecista Maritima—7 172 REVISTA MARÍTIMA BRAZILEIRA

com a classificação necessaria serão remettidos á secretaria de Estado.

Art. 223. Para classificação, no caso de exames pres- tados em outros estabelecimentos, serão computadas por

do seguinte modo : simplesmente, tres grãos as approvações,

sete e distincção, 10 grãos; plenamente, grãos; grãos—guar- art. dadas as condições de preferencia do 90.

interinamente escolha do Art. 224. São providos por

os lugares vagos no Corpo Docente escolar. governo

Art. 225. Os lentes interinos deverão, no prazo de

do decreto, defender seis mezes, a partir da data presente

a congregação uma these escripta sobre a secção a perante

cada um, na fôrma do art. 159; que pertence podendo, entretanto, concorrer igualmente qualquer substituto da mesma secção.

Art. 226. No caso de não ser approvada a these refe- rida, a cadeira continuará regida interinamente até novo concurso.

Art. 227. Seis mezes depois de preenchidos os lugares de cathedraticos, deverá ser aberta a inscripção entre os substitutos interinos, na fôrma estabelecida no capitulo XIII.

Art. 228. São transferidos para o conselho de Instru- cção Preparatória os professores de mathematicas do curso

seu adjunto, considerado effectivo, os de francez e prévio e do ficando apro- inglez e o substituto da 4" cadeira 40 anno, veitados no mesmo conselho de Instrucção os docentes ora em disponibilidade.

Art. 229. Os guardas-marinha-alumnos serão aquartel- lados no edifício da Escola, emquanto não forem transfe-

o navio-quartel. ridos para

Art. 230. O director apresentará ao Governo, no prazo

de regimento interno escolar. de 40 dias, um projecto

Art. .231. Revogam-se as disposições em contrario.

Secretaria de Estado da Marinha, 19 de janeiro de

1898.—Manuel José Alves Barbosa. ¦REGULAMENTO DA ESCOLA NAVAL173 1MELLA DOS VE\CIME\TOS DO PESSOAL DA ESCOLA NAVAL

Vencimentos - Empregos-~"" 7^ iz^SZ T~ Total Ordenados Gratificações

Director, ollicial general. § 15 Força Naval 14 Lentes Ord...4:0008 Grat.2:0008 56:0008 28:0008 84:0008 14 Substitutos e professores. Ord...2:8008 Gral..1:4008 42:0008 21:0008 63:0008 Professores de desenho... Ord...2:8008 Gral..1:4008 5:6008 2:8008 8:4008 Mestres Ord...1:0666 Grat..5318 2:1328 1:0688 3:2008 6 Instructores Grat.. 1:2008 7:2008 7:2008 1 Ajudante do corno de alumnos Grat.. 1:2008 '.. 1:2008 1:2008 1 Secretario Ord...4:0008 Grat..2:0008 4:0008 2:0008 6:0008 1 l* Ollicial e Bibliothecario Ord...3:2008 Grat..1:6008 3:2008 1:6008 4:8008 1 2o'Ollicial e Archivista... Ord...2:4008 Grat..1:2008 2:4008 1:2008 3:0008 l Amanuense Ord...1:6008 Grat..8008 1:6008 8008 2:4008 1 Porteiro Ord...1:8008 Gral..8008 . 1:8008 8008 2:6008 4 Contínuos Ord...9808 Grat..-208 3:9208 1:6808 5:6008 1 Cozinheiro Grat.. 1:8008 1:8008 1:8008 Ajudantes de dito Grat.. 9008 2:7008 2:7008 1 Roupeiro Grat.. 1:0808 1:0808 1:0808 1 Ajudante de dito Grat.. 9008 90089008 Despenseiro Grat.. 1:0808 1:0808 1:0808 11 Copeiros (1 por esquadra) Grat.. 8108 8:9108 8:910» 8 Criados de copa Grat 3 Serventes de gabinete.... Grat.. 9008 2:7008 2:7008 Ditos para a conservação do ter- reno 7208 1:4408 1:4108 30 Marinheiros contractados___^^_ 115122:6528 89:9588 212:0108 Differença para quatro lentes que dirigem laboratórios e gabinetes 4:S008 4:8008 Gralilicações addicionaes aos lentes e professores pelo tempo de ser- viço elTeclivo do magislerio 14:0008 14:0008 122:6528 108:7588 231:4108 r74 REVISTA MARÍTIMA BRAZILETRA

OBSERVAÇÕES

officiaes 1." Os lentes, professores, substitutos, mestres e secretario, soldo, criado e da Armada, perceberão, além dos vencimentos da Escola, o as etapas, conforme as leis em vigor. vencimentos de em- 2/ Os preparadores e instructores perceberão os barque pelo § 15—Força Naval. tem direito á ração, 3.*Todo o pessoal, que vence como embarcado, roupeiro e seus bem como os serventes de gabinete, contínuos, cozinheiro, ajudantes. funcções no conselho 4.*o pessoal doconte, que accumular prepara- os vencimentos senão nos casos torio, não poderá perceber cumulativamente e os forem designados nas disposições regu- previstos no regulamento, que só ahi ainda lamentares para constituírem o referido conselho por perceberão, do curso escolar que fazendo parte Secretaria de Estado da Marinha, 10 de janeiro de 1898.—Manuel José Alves Barbosa. Sobre a necessidade da confecção de um

mesmo typo os livros para de derrotas

Incontestavelmente uma das condições de segurança

aquelles para que exercem a perigosa profissão de navegador,

é a da exactidão das observações têm de que executar para conseguir este fim, sejam quaesquer que os pontos de vista em que seja possível consideral-as.

D'este modo é que poderão ellas prestar valiosos auxílios a

estes benemeritosda humanidade facilitando-lhesa resolução

racional do problema que, em sua extensa generalisação.para

elles sempre está estabelecida.

Se estas observações forem feitas systematícamente, em

escala-desenvolvida, por methodos uniformes e com ínstru-

mentos cujas correcções tenham sido cuidadosamente esta-

belecidas, fácil é conseguir a realisação de tão importante

objectivo. Ter-se-ha assim, naturalmente trabalhando com

energia e confiança, bella recompensa para esforços util- mente empregados na determinação de elementos que podem lançar a mais viva luz sobre a producção de phenomenos

que, por esse meio. é possível investigar na natureza.

Todas estas observações são conservadas em registros

especiaes, cujos tvpos ou modelos são os mais variados, não

só em um mesmo paiz como de um paiz para qualquer outro que se considere. — — Entre nós, desde o modelo de Diário náutico con-

feccionado meteorologista M. F. Maury, pelo incomparavel

diário marítima de recommendado pela conferencia Bru-

xellas, é hoje empregado a bordo até o que habitualmente de nossos navios, ínnumeros são esses mesmos modelos. 176 REVISTA MARÍTIMA BRAZILEIRA

A maioria, porém, desses registros, senão quasi todos, em

de omissões um estudado modo de pensar, parece eivada e incertezas, realmente que muito podem concorrer, como é de suppôr da marcha ter acontecido, para o entorpecimento

outros modos progressiva de conhecimentos que, por de observação, fariam conhecer o formidável poder que exerce o homem sobre a natureza.

Convencido de que para conseguir a uniformidade e exactidão das observações, que nessas preciosas fontes de

informações devem ser registradas, era preciso cuidar, pelo

menos foi em relação ao grande numero dos que me possível

analysar, de modifical-os, augmentando ou restringindo

certas observações, introduzindo mesmo outras de maior

interesse, de accòrdo com os ensinamentos obtidos pelo

estudo devotado a estas sciencias que determinam, pelos

factos estudam, algumas das leis que que regem este grande

organismo que porta em si a humanidade, organisei este

limitado trabalho,que supponho ser de algum interesse para

todos aquelles que, em corpo e , na igualdade de um

objectivo commum, dirigem os seus esforços no preparo do

felicidade sua terreno, em que deve medrar a de patria.

A analyse de cada uma das paginas que o constitue, e

dos um exame succinto elementos de que elle registra as

observações, deixa bem evidente o modo de concepção em

que foi elaborado.

Na r linha da 3* pagina menciona-se o posto e nome do

official confeccionador da derrota.

mesma N'esta pagina, entre as aspas marcadas, o nome

do navio e classe em que 6 incluído, e em seguida, nas linhas

o nome e do official pontuadas, posto que o commanda, a lhe natureza da commissão que é destinada, e a época em

feita. que é

Nas 14 paginas 5 a escrevem-se por extenso todas as es-

de indicações pecies que ahi são feitas, notadas todas de

com as instrucções accôrdo organisadas para utilisação desse

typo de livro de derrota. TYPO PARA OS LIVROS DE DERROTAS177

A pagina 15, que constitue propriamente o diário nau- hco, é assim constituída : 1.* columna horizontal: Diário náutico G Esta columna indica que nesta pagina estão escriptos todos os elementos que, em pagina idêntica do livro de quartos, sâo registrados para a determinação tanto estimada como observada das posições que occupa o navio e que indica a singradura por elle effectuada, posições estas precisas para que elle possa se transportar do porto de partida para o porto do seu destino. 2.* columna horizontal: Dias de viigem. . .. Singradura do dia.... de.... de.. . . Idade da Lua. Nesta columna annotam-se o numero de dias de viagem em algarismos e a idade da Lua como é de costume fazel-o. Denomina-se singradura o caminho percorrido pelo navio durante um certo espaço de tempo. Singradura simples é aquella em que o rumo seguido pelo navio é constante no intervallo das duas posições por elle seguida. Singradura composta é aquella em que sâo differentes °s rumos por elle seguido no intervallo d'essas mesmas po- sições. A singradura, que indica esta columna, é a seguida pelo navio durante o espaço de 24 horas, a não ser para o caso da x* singradura, que é contada desde o momento em que o navio se põe em movimento até o meio-dia seguinte. i." columna vertical: Horas. Indica o modo de contagem das singraduras. E' em tempo astronômico— começa ao meio-dia ou a O de horas verdadeiras e terminam á mesma hora do dia seguinte. As horas que são indicadas em typo maior são aquellas em que devem ser feitas as observações referentes ao registro me- teorologico e oceanographico e outros elementos indicados. REVISTA MARÍTIMA BRAZILEIRA

2.* columna vertical:

Rumos.

Contém os rumos da agulha seguidos pelo navio durante cada uma dessas horas.

verticaes: }.* e 4.* c-luimas

Velocim et ro— S .7 lo metro.

Indicam as especies de apparelhos que se empregam

directamente a distancia para encontrar percorrida pelo navio durante um tempo determinado.

O velodmetro dá a velocidade do navio em um momento

empregado, é a barquinha qualquer. O queécommummente registros é representada ou barca de mão, que nos outros pelo signal ^ indicador do batei que a constitue. E'empregado em

o sillometro só o é em cada horas. cada hora. ao passo que 4

sillometro dá o caminho total percorrido' pelo navio

registrando entre dois momentos quaesquer, consecuti-

apropriados a css.- fi ti. vãmente esse caminho por apparelhos

communs - E' a barca de patente dos registros qualilica-

nada exprime, visto esta de tivo que que palavra patent, nada mais signitica onde naturalmente elle se deriva, que

a sua fabricação. privilegio exclusivo para

columna vertical: 5.' 'aviação.

Contlm a variação da agulha determinada pelos proces-

sos empregados geralmente para esse fim e é expressa em

minutos. gráos e

Elemento cujo conhecimento é de alta importancia deve

de ser observado todas as vezes que fôr conveniência para

a segurança do navio e registradas as horas em que foram

feitas estas observações que as indicam.

Reunidas as columnas 2,364, constituem o grupo de

determinação do caminho observjções que são precisas para

seguido pelo navio. — As columnas verticaes de 6 a 19 formam o registro me-

de observações meteoro- teorologico que contém o conjuncto

lógicas necessarias á marcha do navio. TYPO PARA OS LIVROS DE DERROTAS179

Em relação ao vento, determina por este modelo a di- recçâo e a velocidade—e não a intensidade, como errônea- mente suppõe-se determinal-a em outros registros. Direcção do vento è a direcção do ponto do horisonte de onde elle sopra ou vem—que é indicada pela orientação destes mesmos pontos em referencia aos pontos interme- diários ou aos pontos cardeaes. Velocidade do vento é o numero de metros que as mole- cuias do ar percorrem em um segundo, ou é o numero de kilometros que essas mesmas moléculas percorrem em uma hora. Intensidade ou força do vento é a pressão que elle ¦exerce sobre uma unidade de superfície determinada, o metro quadrado por exemplo. Sobre a pressão athmospherica—não se faz referencia ao construetor do barometro porque differentes são os que ainda se empregam a bordo dos nossos navios. E1 de desejar que haja uniformidade no emprego d'esses instrumentos— sabido que os de mercúrio são os que rigorosamente devem ser observados. As columnas de 20 a 28 constituem o registro oceano- graphico. A temperatura, que se determina, é a da superfície do mar, porque é ella que directamente influe ou depende da temperatura do ar e sob a qual póde-secom maior exactidào adquirir conhecimento. Observa-se a densidade d'esta agua e não o seu peso especifico, ficando-se assim de accôrdo com os hábitos ordi- narios dos physicos modernos que têm adoptado o systema métrico. Densidade da agua do mar é a relação do peso da uni- dade de volume d'agua em sua temperatura no momento ao peso da unidade de volume d'agua distillada na tempera- tura de 40. E' determinada por um areometro particular que te:n o nome de hydrometro. Hecista Marítima—8 i8o REVISTA MARÍTIMA BRAZILE1RA

As columnas de 26 a 33 contém os elementos bastantes ao conhecimento da impulsão dada ao navio,quer pela acção do vento, quer pela acção do vapor.

Propositalmente é notada em segundo logar a parte refe- rente ao navio, panno do porque sendo a maioria dos navios modernos, senão em sua totalidade, movidos unicamente

vapor, a é preponderante o estudo d'este elemento em rela-

ção ao que é preciso para utilisação do panno, de que dispõe.

O official combatente não é a bordo uma superjluidade custosa, como diz Montéchant; elle é o director natural de todos os mecanismos proprios ao seu perfeito funcciona-

mento e de todos elles sem duvida o mais importante é aquelle que o faz marchar para o seu objectivo.

observações. A columna 34 é a columna das

E' a columna em que deverão ser escriptas todas as no-

vidades que se tornarem dignas de attenção e os factos no-

taveis que se referirem á vida do navio.

A pagina 16 contém os elementos necessários á deter-

minação da posição occupada pelo navio por meio da es-

tima, que é tão util conservar como a posição referente á

determinação da posição que elle occupa por meio das co-

ordenadas astronômicas.

As outras paginas tinaes de 17 a 26 indicam claramente

menor difficuldade os fins sem a para que são destinadas.

Certo de que os iniciados na grande e sublime sciencia,

verdadeiros que é a base dos navegadores, não encontrarão,

de estudo serio na pelos elementos que possuem, tropeço

comprehensão deste systema de calculo que lhes apresento

— aguardem o momento da peço-lhes comtudo que publi-

de navegação cação do meu Manual estimada pois que ahi serão

amplamente explicados os pensamentos que resumidamente

foi aqui me possivel expôr.

E. Naval, 26—1—98. T\noret>o Burlamaqui. MODELO PARA OS LIVROS DE DERROTAS181

Na primeira pagina da primeira folha do Livro de Derrotas deve-se escrever :

MARINHA BRAZILEIRA

Na i" pagina da 2* folha:

LIVRO DE DERROTAS

DO

f)

Commandado feio.

Em viagem de

cAnno de, i82REVISTA MARÍTIMA BRAZILEIRA

Segue-se na r pagina da 3* folha :

Como embarcado a bordo d. em viagem G

(N'esta pagina e em outras mais, se houver necessidade, deve-se mencionar a oceasiao da partida do navio, acompa- nhada de todas as circumstancias que se possam apresentar. Depois se mencionará o material de sua c >mposição, classe a que pertence, qualidade e numero do trem bellico de que disponha e natureza da commissao a que é destinado. Dar- se-ha em seguida uma conta de todo seu estado-maior, bem como a relação do seu estado-menor, além da notação nu- merica de todo o pessoal que contenha em sua tripolação e mencionar-se-ha por ultimo todas as oecurrencias que se observarem em relação á marcha do navio até que seja pos- si vel effectuar-se a marcação para o ponto de partida.) MODELO PARA OS LIVROS DE DERROTAS 183

A da folha é occupada : primeira pagina 4» pelas

os Correcções de que necessitam

INSTRUMENTOS NÁUTICOS

estabelecidasporcomparações ou observações appro-

a estes fins. priadas

Em. .de. .de.

se escreverá a lista dos instrumentos (Nesta pagina náuticos disponha o navio, com todas as correcções de que de estar affectos. aos chronometros se que possam Quanto sommará o resultado do seu regulamento ao por extenso

sahida, o deve ser feito todas as vezes partir do porto de que

duvida se observe em relação ao seu que qualquer perfeito f unccionamento.) 184REVISTA MARÍTIMA brazileira

da folha as Na ia pagina 5" escrever-se-ha

Gorrecções de que necessitam os

INSTRUMENTOS METE0R0L0GIC0S

deduzidas de comparações feitas com os apparelhos

padrões da Repartição Central Meteorologica.

Em. .de. .de.

Além do registro d'essas correeções é conveniente ( que

em relação a esses instrumentos se tome nota da posição que cada um delles occupa a bordo do navio em que funccionam.

Sendo possível é de bastante utilidade fazer-se uma sue-

cinta descripção de todos elles afim de se poder deduzir a melhor somma de informações possivel. Essa descripção basta ser feita no começo da primeira derrota, notando-se

somente, comparação, as correcções de por que estejam affectos ao terminar todas ellas, correcções que se registram 25 na pagina d'este modelo). MODELO PARA OS LIVROS DE DERROTAS185

JDezzota

S)

Esta pagina será a ia da 6* folha, seguindo-se-lhe a ta- oella dos desvios dagulha. i86 REVISTA MARÍTIMA. BRAZILtIRA

Tabeliã dos desvios d'agulha contendo o registro da correspondência entre os rumos d'agulha e os rumos magnéticos e vice-versa.

Dia dede

TABELLA D1RECTA TABELLA INVERSA I

Ra RmRmRa

1N

N4NEN4NE

N N (N N E

N E 4 1N E 4 N i

N (N E

NE4ENE4E

ENEE N E

E4NEE 4 N E

(E I

E4SEE4SE

E S (E S E

S E 4 (S E 4 E 

S (S E

SE 4 6S E 4 S I

S S (S S E M S 4 S (S 4 S E ,;

6v..,.S j

| S 4 StOS 4 S 0 S S S S 0 j

S 0 4 6S 0 4 S

soso !

8 0 4 S 0 4 0

0S00S0 

0 4 S 0 4 S 0

R0 j 04N 04N0 j 0N0ONO

N040N 04 0 ‡M | NONO ,

N 0 4 1N 0 4 N

NNON N 0

N4N N4N0

Si'gue-se (_\i) pagina separada a DETERMINAÇÃO DO PONTO DE CHESADA. W w O CC u* TS

CQ O

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Revista ilnritima—9 l88REVISTA MARÍTIMA BRAZILEIRA

Calculo do ponto estimado

Jiumoda Variafao Abati- Rumo ver- Milhas Caminho Caminho E. e 0. agulhamento dadeiroN. e S.

«a V A.Rv M IN S (0

1=E=

(Na taboa 4" do Callet e l c II do Norie com Lm como rumo c E na co- lumna N—S tem-se g na columna das milhas.)

h—²G= i=l/ál= g=

Le=Lm=Ge=

(N'essas mesmas taboas com o rumo verdadeiro e Ic em N. S. lem-se

em E—0, g.)

Lc=G= . L'c= g= lc=Ge=

Às 24 horas do dia

Le= Ge= MODELO PARA OS LIVROS DE DERROTAS189

Comparações chronometricas

CHRONOMKTROCOMPARAQOESHORA MEDIA EM GERAL

A

B

G

Calculo do ponto observado

Alt obs ©=Hchr DC tm= Eq tv=

Depr E abs=yc vc=

Alt app O H cor DCtrn = Eq c =

= = R—P = Err d A Dz

Alt v O Hra Rj Dc tv = DC =

1/2 d ²Diff m vc L 1/2 d =

Alt y Q Hm Gr DC Tvc= 1 = L 8h =

Alt m © A1 v Q —

Depr A ²e losen — P =

Alt app O L 8 h=c lgcos = P em t =

R —p=2 s = Hv b =

= Alv 0=S=lgcos = Eq c

= b = 1/2 d= -S—alt Igsen jHm

— Alt Q-=2 lgsen 1/2 P= 1/2 P = Lgem V = — Lg em gr

g l[2d = Lg

As 24 horas do diadede Lo = Lgo = IQ0REVISTA MARÍTIMA BRAZILEIRA

Na folha seguinte:

Calculo da corrente

Lo Le L.o = Le — 1/2 1 Lge _= 1 Lm g =

Obs Ch -| Com Lm como rumo na taboa 4" de Callet ou na 1* e 2' do Norte o g na columna das milhas tem-se em N—S, E. N'essas mesmas taboas fazendo quadrar 1 e g em N—S e E—0 tem-se Rv e M.) Direcção ou rumo da corrente Rv = Velocidade horária V =

Na folha seguinte escreve-se :

Cálculos extraordinários

DiadeBde

Na folha seguinte far-se-ha a

Determinação do ponto de chegada MODELO PARA OS LIVROS DE DERROTAS i9t

Tabeliã dos desvios da agulha Contendo os registros de correspondência entre os rumos d agulha e os rumos magnéticos e vice-versa

Dia. de. de.

TABELLA DIRECTA TABELLA INVERSA

Ra Rm Ra Rm 192 REVISTA MARÍTIMA BRAZILEIRA

Correcções de que necessitam os

INSTRUMENTOS METEOROLÓGICOS deduzidas de comparações feitas com os apparelhos padrões da Repartição Central Meteorológica.

Emdede IlUilJIUS M MÍEIII ISTlMdElItAS

REPUBLICA ARGENTINA—."Presidente Sarmiento", navio-escola da Mari* — nha Argentina Este navio, que loi construído pelos Srs. Laird Brothers, de

Birkenhead, foi lançado em 31 de agosto pretérito e deve servir para Escola Naval.

Tem as seguintes dimensões í comprimento, 82°,3; bocca, 13,-1 ; deslo-

camento, cerca de 2750 tons. ; seu calado não deverá exceder de 6,"09. 0 casco é de aço com duplo fundo, dividido em 24 compartimentos estan-

quês principaes; as machinas são protegidas em todo o seu comprimento pelas carvoeiras.

O navio é forrado de téka até 1°,22 acima da flúctuação e tem igualmente

um forro de cobre; a roda de proa, o cadaste e a casado leme são de bronze.

Todas as matérias primas satisfazem às condições exigidas pelo almirantado inglez. Os alojamentos, espaçosos, bem ventilados e contendo as inslallações

hygienicas mais modernas são dispostos para o eflectivo total dc 100 homens.

Possue ofTicinas providas de ferramenta para cada classe de aspirantes ou aprendizes.

0 apparelho é completo e a superfície do velame muito grande, como convém a um navio destinado a viagens á véla. Pela mesma razão, é o navio provido de um helice Bavis de pàs moveis. As embarcações, comprehendendo duas lanchas a vapor, são em grande numero.

As machinas são de connexão directa e de tríplice expansão ; fazem mover um helice de pás moveis e podem produzir a velocidade de 13 nós. As cal- deiras são em numero de 4, formando dons pares, cada um dos quaes se acha em compartimento separado, que contém igualmente sua provisão de carvão. Duas são do typo Nklausse e as duas outras tubulares cylindricas com muns.

Tem ainda uma caldeira auxiliar. Os apparelhos de distillação são dous e muito grandes. A luz electrica também está installada em duplicata. Tem um apparelho e uma camara frigorífica.

0 armamento, que é do typo mais moderno de Elswick e de Nordenfeldt, comprehende 5 canhões de 4,7 polleg., 2 Maxim de 14 libras, 4 de 6 libras, 4 de 3 libras e outros de menor calibre.

Teu 3 tubos lança-torpedos. 194REVISTA MARÍTIMA BRAZILEIRA

Os elevadores são movidos por electricidade e todos os apparelhos para transporte de munições e projectis s'o dos typos mais modernos. Terá dous projectores poderosos e um systema especial de signaes. RÚSSIA—"/?'i.•»¦/_'', cruzador russo de í* classe. — Este cruzador fez suas experiências offlciaes á toda força na milha medida, de 18 a 30 de julho. Ex- perimentou-so em primeiro lugar as machinas lateraes; durante esta expe- riencia de 6 horas, o cruzador, navegando a Ioda a velocidade de uma maneira continua, fez dez percursos de 4 milhas cada um na milha medida, conse- guindo a velocidade média de 19,74 nós, com o numero médio de 83,5 rota- ções e a pressão de 9,9 kilogr. A velocidade máxima toi de 20,25 nós, calando o navio 7",9 á proa e 8~,4 á popa, com o deslocamento de 12.130 tons. Os helices de _ pás lin'iam o passo de 8*,_ e o diâmetro de 6",1. As machinas comportaram-se satisfactoríamente e chegaram a exceder de cinco rotações o numero exigido pelo contracto, que era de 80. A experiência da machina central, com helice Bavis, lendo um passo de 4~,6, durou duas horas. O navio fp*z trez percursos sob pressão máxima com esta machina e obteve a velocidade média de 9,94 nós, com 99,8 rotações, sendo a pressão de 9,9 kilogr., funecionando perfeitamente. A lorça indicada loi de 15.697,5 cavallos (média de 7 séries de diagram- mas) para as duas machinas lateraes e de 2.749.7 cavallos (média de 5 sé- ries de diagrairmas) pira a do con.ro. A força exigida pelo con!cacto era de 14.500 cavallos para as machinas lateraes e de 2.500 para a do centro. No dia seguinte foram experimentadas as bombas do cruzador, que deram resultados menos satisfaeforios, por isso que não funecionou um dos injectores e duas turbinas sotireram avarias. "Pioneer"—0 INGLATERRA—Cruzador ai ifrmtaJo resolveu dar começo no arsenal de Chattam, á construcçâo de um cruzador de 3' classe, do typo Pelorut, que deverá receber o nome de Pioneer. Suas principaes dime soes são as seguintes: comprimento entre pp. 300 pés; bocea, 36 pés e 6 pollegs.; eallado médio 13,5 pés; deslocamento 2.035 tons.; Terá 2 machinas de tríplice expansão e caldeiras a jualubulares. As machinas deverão desenvolver 5.000 cavallos com a tiragem natural e 7.000 com tiragem forçada ; a velocidade máxima será de 20 nós. Seu armamento compor-se-ha de 16 canhões de tiro rápido de diversos calibres e 2 lubos iança-torpedos de 16 pollegadas. 0 '". — Tem-se chamado a attenção sobre as differentes experi- encias do torpedeiro Turbinia, no qual o movimento é dado directamente a nove helices por motores Parsons. Este pequeno navio foi a Cowes por oceasião do jubileo. A longa derrota que fez passou-se sem incidente algum. Fez escala em Harwich e d'ahi seguio para Cowes ; desenvolveu a marcha de MARINHAS DF. GUERRA ESTRANGEIRASI95

16 a 28 nós sem parada. A ausência de quaesquer vibrações a bordo loi muito apreciada por aquelles que ftzerão essa travessia. Infelizmente não se poude evitar um ruido continuo das machinas, que, parece, é dos mais faligantes. Diz-se que esse torpedeiro, com as modificações feitas em seus bélicos, pôde hoje attingir de 34 a 35 nós.

HKSPANHA.—Novo cruzador.— Os hespanhóes residentes no Rio da Prata ftzerão uma subscripção para otTerecer ao seu governo utn cruzador protegido de 1.775 tons.,que deve ser construído em Gravílle, próximo ao Hâvre e que provavelmente receberá o nome de Rio de la Plaia. Deverá ter as seguintes dimensões: comprimento, 246 pés; bocca, 35 pés e 6 pollegadas; calado, II pés e 3 pollgs. 0 armamento consistirá de 2 canhões do 5.5 pollgs.: 4 de 3,9: 4 de 2,2, todos de tiro rápido, e 6 metralhadoras. Terá dous tubos htnça-torpedos. As caldeiras serão multiluhutares Nor- mand e terá duas machinas de tríplice expansão de 7.100 cavallos, que darão ao navio a velocidade de 20 dós. "Pluton". O destronei- — As experiências ofiiciaes do destroycr Plulon, que foi construído pela Cl;,delia 1! ruginopring and Shiphuilding Company Ld., por encommenda do (inverno Hespanhol, forão realisarias no Clyde nos pri- meiros dias de novembro. Este torpedeiroé de 225 pés de comprimento, um pouco maior que os da Ultima classe dos destroyers ingleses, e. entretanto, não pôde carregar um poso morto mais considerável do que estes. O lastro, durante as experiências, era de 73 toneladas. O resultado destas experiências foi de 30,12 nós para a velocidade na milha medida, e durante uma corrida continua de 1 hora e 30 minutos man- leve-se a velocidade rie 30.02 nós. Terminadas as experiências de tiragem forçada o torpedeiro, de accordo com o contracto, fez experiência com tiragem natural durante duas horas, conseguindo a velocidade de 22,7 nó? 011 0,7 nós além da exig'da. Durante as experiências notou-se ausência de vibrações e as machinas funccionaram com inteira satisfação da Commissão Naval Hespanhola, que as- sisliu às pxperienrias. Destroyer "Prowrpino".—O deslroyer hespanhol Proserpina, de dous -cesso, helices, foi lançado ao mar, com su em princípios de novembro, dos estaleiros do Clydebank. F.' Irmão gêmeo do Plutãn.

ESTADOS UNIDOS—¦Construcção d,' diques.—O governo nnrle-americano, lendo sentido profundamente a humilhação de ler de mandar seus navios de guerra ao Canadá para entrarem no dique, estuda uni plano para a roustrii- fção rte diques, <| ie acarn-larão a des|>eza de 2.250.000 Lb. Do relatório vé-se que foi pro|H>sla a constru.ção de mn novo dique no arsenal rie Marinha de Boston, que deve ter 7u0 pés de comprimento; será de pedra e não do madeira, que lão d 'Sastrosos resultados deu ete Brooklyn e outros lugares. liccisla Mai ili.na— 10 196 REVISTA MARÍTIMA BRAZILEIRA

também do O dique proposto para Norfolk, do 500 pés, pedra, parece1 ser curto, à vista da tendencia para o fabrico do navios de grande compri- mento.

Em New-York vai ser construído ura outro semelhante e augmentado todos os cruzadores ame- o existente para 450 pés, que será suíílciente para ricanos, com excepção do New-York e do Brooklyn.

Em Newport-News- e em Algiers, oppostos a New-Orleans, propoz-se

construir diques fluctuantes de typo semelhante aos da costa N. E. Em Mare

Island, na Califórnia, será construído um de 500 pés, de granito, emquanto em New-England, será feito um outro com comprimento que no Connecticut, era S. Pedro da Ca- sufflciente para receber um cruzador. Estão projectadas

lifornia trez fluctuantes e um de pedra -

Da somma necessaria será pedida a metade de uma só vez para os

diques do New-York, Boston, Norfolk, New-Orleans e Mare Island.

Convém accrescontar que propoz-se dar 95 pés de largura ás entradas sufflciente dos diques e a profundidade de 30 pés, que será para qualquer

navio de guerra. 'O* l-Foote", "Winslowe" "Rodger*".—O torpedeiros e primeiro e terceiro

destes torpcdoúos terminou com suceesso suas experieucias de velocidade,

alcançando a de 24,5 nós; o segundo vai começal-as. Foram todos construídos Works Company. pela Columbian Iron

— JAPÃO — Nono cruzador japonez. O Governo Japonez acaba de encom- », novo cruzador, mendar aos « Chantiers do la Loiro em Saint Nazairo, um

cujos detalhes são interessantes. 59 o6 de bocca, e com- O navio terá 446 pés de comprimento, pés pollegs. deslocar 9.436 tons. Embora de comprimento igual ao. 25 pés de calado ; deve bocca do este; tem menos do typo inglez Diadem, tem menos 10 pés de que a 1.500 tons. e apezar disto exige a mesma força de machina para conseguir

mesma velocidade. cruza- O Uiadem deve desenvolver 16.500 cavallos indicados o 20,5 nós, o indicados e-20 nós, avantajando-se o navio inglez, dor japonez 17.000 cavallos entre outras cousas, pela fôrma do navio. delgada chapa de aço, em O navio japonez terá o convéz protegido por mas o terá uma cinta cou— lugar da de 6 pollegs. do navio inglez, primeiro todo a comprimento do navio cora a espessura raçada, que se estende por

de 6,2 pollegs. maior no navio inglez o ao mesmo- O peso do protecção é provavelmente fugir de um navio mais tempo mais bem disposta i>ara uni cruzador que devo são im- forte. O aprovisionamento de carvão e a resistência da estruetura

mensamente maiores no navio inglez. canhões de- Os navios da classe Diadem são inteiramente armados com de retrocarga de^ tiro rápido, cm numero de 1G? mas o japonez terá canhões MARINHAS DE GUERRA ESTRANGEIRASI97

7,8 pollegs., collocados em 2 torres, avante e á ré, 12 de tiro rápido de 5,9 pollegs., 8 dos quaes serão montados em casamalas couraçadas, sendo os 4 outros dos castellos protegidos por escudos. Tem além disso 12 de 2,9 pollegs. e 12 outros de 1,S pollegs. 0 cruzador será movido por dois helices, com machinas de tríplice expan- são e trez grupos de caldeiras Belleville, que, do mesmo modo que as machi- nas, serão construídas em Saint Denis. ALLEMANHA.— \oco couraçado. — Nos estaleiros «Germania» de Kiel, começou-se 3 construcção de um novo couraçado, destinado a substi- tuir o velho Kônig Willtelm. Será do typo Friedrich III, de 11.130 tons., e deverá estar terminado em julho de 1900. Canhões de "21 cent. — Em Meppen procedeu-se a experiências dos novos canhões de tiro rápido de21cm.,de 40 calibres e 14 tons. de peso. São os primeiros exemplares que entram em serviço, superiores a 15 cent., maior calibre empregado até boje. Estes canhões, cuja construcção foi decidida o anno passado, são destinados a guarnecer os novos cruzadores em fabrico. Com a velocidade inicial de 720 metros, lança um projectil de 140 kilos, que pôde atravessar 665"° de ferro forjado ou 450°" de aço. A rapidez do tiro é de tres por minuto. Cruzadores auxiliares. — Dentro em pouco encorporar-se-hão â esquadra allemã grande numero de navios da classe dos cruzadores auxiliares; são os seguintes: Katier Willtelm, de 14.000 tons.; Pcnsylcania e Pretória, de 13.000 tons.; Kaiser Friedrich, de 11.500 tons.; Barbarossa, Bremen, Friedrich der Grossee Kaingin Luise,ác 10.500 tons. Além d'esles, quatro outros grandes navios de grande velocidade e 10.000 tons. de deslocamento vão ser construídos e preparados para servirem de cruzadores auxiliares. PORTUGAL.— Cruzador "D. Carlos /".— Este cruzador, construído na casa A rmstrong por conta do Governo Portuguez, é de fundo duplo e de com- partimentos estanques; tem 4.100 tons. de deslocamento. Um convez blindado de aço cobrira o navio em todo seu comprimento e terá de espessura 40°" nas parles horizoutaese 110"" nas inclinações; o blockhaus do commandante terá 100""; u:n cofferdam cerca as machinas e as caldeiras. Duas machinas de tríplice expansão, accionadas por caldeiras aqualubulares, deverão produzir a velocidade de 22 a 23 nós com tiragem forçada. A provisão de carvão será de 1000 tons., correspondendo a um raio de acção de 1000 milhaõ, com a velocidade econômica de 12 a 13 nós. A arUlharia, toda de tiro rápido, comprehenderá 2 canhões de 20cn. o 10 de 12c'"., protegidos por abrigos blindados com 76""; 12de 47°", 6 de 37"" e 4 metralhadoras; finalmente 5 tubos lança torpedos, 3 dos quaes submersos. Cin'toneiras -'Alm. Baplislade Andritde" e "Thomaz Andréa".—Duas canlio- neiras de 220 tons. e re.-va de 12 nós estão em coaslrucção. Keceberão os nomes acima citados. Serão armadas com canhões de tiro rápido de pequeno calibre. São destinados a Moçambique e á ilha de Timor. CHRONICA

TEMPERATURA DAS PRAÇAS DAS CALDEIRAS-— Tem-se chamado a at- tenção para as temperaturas excessivas que attinge a atmosphera das praças das caldeiras nos grandes navios. No relatório do medico-chofe da marinha dos Estados Unidos, que acaha de ser publicado, acha-se cifras atterradoras sobro a temperatura das praças das caldeiras e das machinas e dos compartimentos dos dynamos. No Cincinnati. por exemplo, vorilicara-se na praça das caldeiras de vante uma temperatura máxima de 93*,5 C-, o a média de todo o aimo ioi do 63*C.(1) A queslão de uma ventilação cílicaz nos navios de guerra impõe-se abso- lutamente aos construetores dos navios, do mesmo modo que interessa no mais alto gráo ao pessoal das machinas.e, segundo o que acaba de ser dito, é evidente que muito resta a fazer. A grande diííiculdade provem da divisão dos navios de guerra actuaes em uma multidão de pequenos compartimentos separados por divisões estanques, disposição exigida para a solidez do casco e para a sua segurança e que se oppõe primeiramente a uma circulação natural do ar eem seguida torna muito incommoda a installaçâo de uma ventilação artificial. Se se ajrmta a essas condições desfavoráveis a presença do enormes caldeiras, de machinas auxi- liaro- tfesses compartimentos o dos tubos de vapor que passâo quasi por toda a parte, comprehciido-se que os soffrimentos supportadospelo pessoal tornão-se quasi intoleráveis. No IHlroit, os dois corredores lateraes do cada lado tom estrados de chapas d" ferro, collocadas em cima das caldeiras e com uma superfície tolal de cerca de 45 metros quadrados. Quando o navio está sob vapor, a tempo- ratura d'esses estrados attingo 5S'C o a irradiação das chapas eleva a 52* a temperatura do ar íresses corredores. O único meio de combater a elevação da temperatura é -¦> abertura das portas collocadas nas extremidades e o auxilio dr. sete ventiladores cotlorodos mo convez. Tudoorim.se lem podido fazer não conseguio senão lazer baixar a temperatura a 13' nas condições as mais favoráveis.

(11 Estas cifras, que parecem muüo dilbceis de admitlir, sobretudo a primeira, São dadas pelo Engineering Netcs, do qual foi tirada uma parte das informações conti..lis ifeste artigo. CHRONICAI99

E' naturalmente no senlido da ventilação artificial que se lem procurado um melhoramento a esse estado de cousas, e quasi iodos os navios de guerra americanos estão munidos de ventiladores Sturtevant, actuando por aspiração e recalcamento e podendo fornecer até 1.000 meiros cúbicos por minuto. As canalisações dVstes ventiladores tem até 0°,70X0",37; ajunta-so-lhes muitas vezes ventiladores de 0™,305 de diâmetro movidos pela electricidade e ventiladores de abas de 0",35 collocados no convéz. O Maine tem em cada praça das machinas um ventilador, funccionando a vapor, de 1.000 metros cúbicos de capacidade por minuto, e outros ventiladores de varias forças nos paioes de munições, na praça dos dynamus, na do commando a vapor do leme, etc, e cada praça das caldeiras eslá munida de trez grandes ventila- dores de abas de 0",50 que se elevam acima da superslructura do navio o torniinão em fôrma de grandes funis. Se os sentimentos de humanidade a mais vulgar ordenam dar um remédio ao incomtnodo o aos solTrimenios do pessoal das machinas dos navios da guerra, devo-se ajunlar que as condições absolutamente anormaos nas quaes trabalha esse pessoal tèm uma muito grave influencia na utilisação geral de um navio romo machina de combale. Os médicos da marinha verificam quo a fadiga é devida muito m 'nos ao próprio trabalho do que ás condições deploráveis em que se effecl.a, condições enlre as quaes convém assinalar e:n primeiro lugar : a t •mperaiura elevada, o ar impuro e estagnado das car- voeiras e a obslrucção das glândulas salivares pela respiração do ar carregado de pó de carvão. O medico do Détroít relala que, em uma travessia, não foi possível manter em seu trabalho os foguistas e os carvoeiros senão dando a cada um deites duas onças de whisky 110 fim de cada quarto de quatro horas e, apezar d este adjulorio, os homens, inundados de suor e com a respiração offegante, o pulso rápido, e agitados por tremores nervosos, tinham difflculdade de ficar etn pé no fim dVsse período. Ha um facto digno do nota; é que na eslalistica dos óbitos sobrevindos em 1SD5, na marinha dos Eslados Unidos, a pneumonia o as enfermidades do coração são assignaladas como as causas de morte as mais freqüentes. Não se indica a situação dos mortos na marinha, mas é bem presumível que o pessoal das machinas tenha particularmente pago o seu tributo. Emfitn, é fácil avaliar a influencia qu ¦ exerce sobre a saudo dos homens a temperatura elevada do interior dos navios, pelo faclo de, em qualquer grande cidade dos Eslados Unidos, o numero dos mortos e das doenças augmentar consMerawim.nte desde que a temperatura altinge apenas38" C.,e, n'esle caso, »ada ha que approvime-se da situação da gente submctlida a um trabalho evlremaniinie penoso em lugar-_ fechados e insulficientomenle ventilados. Parece que se poderia procurar um cerlo melhoramento para esto estado de cousas pelo emprego mais completo dos revestimentos não conductores Para as caldeira, e canalisações de vapor. E' uma questão a estudar. 2 00 REVISTA MARÍTIMA BRAZILEIRA

0 successo das transmissões pelo ar comprimido, substituído ao vapor ou

à agua sob pressão para pôr em movimento os apparelhos auxiliares do

Terror, parece abrir perspectivas interessantes. Não só o ar comprido não traz comsigo calor como o vapor, mas ainda produz uma ventilação útil por seu escapamento e apresenta, n'este ponto de vista, uma superioridade evidente sobre os outros agentes de transmissão, o que faz, aliás, seu successo para a perfuração dos tunneis e galerias. con- De qualquer modo, é evidente que ha ahi alguma cousa a fazer. Os structores de navios empregam toda a sua attenção em cuidar de todos os

detalhes das armas de destruição, que constituem os navios de guerra actuaes e ocrupam-se muito menos com as condições de existencia dos homens que devem habitar e manobrar essas formidáveis machinas de combate. A com- de paração entre as fortalezas tluetuantes de nossos dias e os antigos navios baterias guerra á vela ou de madeira, com suas grandes amuradas e suas

arejadas, não faz grande honra ás preoccupações hygienlcas de nossos con- structores.

As condições actuaes da guerra naval são já bastante destructivas para

que não se submetta, em tempo ordinário, o pessoal a fadigas e tratamentos

que abrevinm sua existencia e que conduzem a fazer considerar a profissão de

machinista e foguista a bordo dos navios de guerra como tão mortíferas em

tempo de paz quanto em tempo de guerra. E' certo, demais, que, em uma

acção, a victoria ou a salvação podem depender, em um momento dado, da

tolerancia aos sofTrime-itos do pessoal das machinas e, não foss" senão sob

este ponto de visla, ha todo o interesse em que os limites de força dos homens não sejam excedidos sem utilidade.

(Socièlè des ingènieur* cicils.)

(Cosmos.)

EFFICACIA DE DIVERSOS ISOLADORES PARA CAXALISÕES DE VAPOR. —O Sr. Carpentier acaba de publicar na Krafivnd Liclii o resultado das expe-

riencias que emprehendeu para determinar o valor comparativo dos diffe-

rentes isoladores artualmente empregados para proteger as canalisações de vapor contra os desperdícios de calor.

Segundo este professor, suppondo que a perda de calor em uma cana-

lisação metaliica seja igual a 100. póde-sc fazer a tabella seguinte, que dá as

cifras proporcionaes ás perdas obtidas com cada isolador:

Canalisação descoberta100

Canalisação revestida de uma camada de cerusa126

» » de asphalto113.5

» » de 2 folhas de amianto77,7

» » de um cartão59,4 » » de quatro cartões50.3 » » de um lubi> de madeira32,0 CHRONICA 201

Canalisação revcslida de uma camada do magnesia pulverisada.: 22,4 ª» de lã mineral bruta 20,9

» de amianto misturado de feltro, 20,8

ªj>de lã mineral fiada 20,3 ªªde amianto e isca de agarico de carvalho (1) 18.7

ªªde magnesia em pedaços 18.8 ªªde um duplo tubo octogonat de madeira 18,0

ªªde 2 (olhas de amianto e de um feltro de 2™",5

de espessura 17,0

» de 2 folhas de amianto e de um feltro do 2°"°,5

de espessura, o todo envolvido por lona 15,2

NAVIO SUBMARINO.— Possuir um submarino, navegando e capaz do dirigir-se, é o sonho bem natural de todas as potências marítimas; também a

questão é estudada por todos os lados com um ardor que, em outras questões, conduziria a um feliz e proximo successo. Mas existem submarinos como balões dirigiveís; a questão está cercada dn tantas difllculdades contradicto- rias que não se poderá fixar a época em que o problema será resolvido. O Zèdé, que parece ser o que foi produzido de mais perfeito na especie, está tão longe da perfeição que o ministério da marinha em França, abriu um con- curso para obter os piano? de um novo typo ; vai-se experimentar o projecto de um dos engenheiros de construcção naval.

As outras nações imitam esta activ.idade. Os Estados Uuidos a-abam de lançar um submarino, o Holland, sobre o qual muito so tem fallado e do

qual espera-se bons serviços. E' o que a experiencia terá de demonstrar. Foi lançado em Elisabeth (New-Jersey). O navio é cylindrico e tem 16",75 do comprimento e um diâmetro de 3",12 no meio. E' destinado a navegar de-

baixo d agua, com a velocidade de oito nós, durante oito horas. A força ó fornecida por uma mactvna a gazolina e ura dvnamo, a primeira devendo servir quando o navio está á superfície e a segunda quando está immerso. <) armamento consiste em trez tubos lança-torpedos, um canhão para atirar á superfície e um oulro á pi>pa para atirar em baixo d'agua. Estas expe- riencias de navegação submarina não serão encetadas antes de algumas semanas.

EXPLORAÇÃO DA GROENI-ANUIA SEPTKNTRIONAL. —0 immediato do

professor Nansen na sua expedição, o capitão Sverdrup, propõe-se a tentar no anno corrente uma nova expedição com o para reconhecer a parte Norte da Groeiandia. Es*a expedição se fará sob o patrocínio do professor Nansen, ainda que o celebre explorador não conte tomar parte n'ella.

) Impropriamente conhecida pelo nome ile isca de couro. 202 REVISTA MARÍTIMA BRAZILEIRA

ao eslreito do Sraith e canal Robeson O plano é do subir Norte polo polo Tentar- e de avança? tanto quanto possível na cosia Noroeste da Groenland;a. far-se-há ura se-há reconhecer até onde esta terra estende-se para o Norte e levantamento de suas costas Noroeste, Norte e Nordeste.

CANHÃO DE TÍKO-RAP1DO VICKER.- O canhão de sois pollegs. Vicker, acaba de ser experimentado em Portsmouth. que lanto interesso tem causado, de Artilharia. dando resultados que surprohenderam mesmo a Repartição 6 DiíTere a muitos respeitos dos canhões em serviço. Em primeiro lugar outros do igual calibre. Seu corapri- mais longo do que a maior parte dos é de 20 seu ó de 7 monto ó de 26 pós o 6 pollegs., quando o usual pós: peso o mesmo o dos outros apresenta, tons. e 8 quintais, approximadamonto que ;

porém, grandes vantagens. culatra, em lugar de ter o inter- Em primeiro lugar, o block da parafuso rompido commum, com roscas e superfícies planas alternadas, lem somente sendo as outras em roscas de duas partes planas na circumíerencia, ]>arles vários diâmetros.

Produz iHo um block

mesmo tempo que a rosca opera em uma maior parte da circumíerencia do block.

A carga de cordite, não exigindo ctírtucho metallico, o preço de cada

tiro fica reduzido a coroa de 2 £., alóm de supprimir o peso do cartucho, factor

importante na armazenagem.

Estas vantagens, porém, nada representam em comparação da alia

energia desenvolvida na bocca do canhão e por consequencia do seu grande

poder de penetração. O melhor dos canhões de G iwllegadas, em uso na marinha ingleza, dá

a velocidade do 2.200 pés por segundo, emquanto que o canhão Vicker deu

repetidamente a de 2.780 pés por segundo, com a pressão do 15,9 toneladas.

A energia da percussão é de 5.374 pés-tons., em quanto que a mais

alta, obtida coin os citados canhões em uso, é de 3.356, energia nquella que s6

(' igualada polo canhão de 8 pollegadas de 20 lonolladas, tiro-rapido, de Eis-

wick, que, com um projectil de 210 libras e carga de 46 libras de cordite, dos-

envolve 5.357 pés-tons., e que, aliás, pode altingir á de 6.117 |x'*s tons., com

um projectil do 250 libras. */. 0 canhão Vicker de 7 tons., na verdade, ohleve 66 mais de energia

para um mesmo calibre, do que qualquer oulra arma, além de maior rapidez do tiro.

Atirando sobre um alvo, collocado a 3.000 jardas do canhão, o inter-

vallo foi de 10 segundos, apontando, e de 9,5 segundos som pontaria, o que

dá resullado igual ao que se obtém geralmente com o projectil de 100 libras em outros canhões. CHRONICA 203

Com o canhão do S pollegadas, atirando um projeclil de 230 ou 300 libras, não se consegue dar mais de 3 tiros por minuto, tendo, aliás, pouco maior energia.

Os resultados obtidos foram considerados os mais satisíactorios porque examinado o canhão depois de 110 tiros, verificou-se não ter soíTrido avaria.

FUZIS QUE NÃO MATAM.—Tem-se publicado.ultimamente, com este titulo, numerosos artigos para provar que as balas dos fuzis de pequeno calibre têm, causa por de seu pequeno peso, um poder mortífero que parece muito inferior ao que possuíam as antigas nos calibres de 10 a 12 millimetros.

Ainda ha pouco tempo, o commandante Toutée, em seu livro Dahomi,

Niger, Touareg, escrevia a este respeito as seguintes linhas : « —de Os grossos fuzis de repetição que estava armada uma parte da escolta do explorador — davam um tiro nniilo lento, mas, em compensação, eram certeiros. Os 200 tiros que foram atirados p"Ios Duhomeensespuzeram terra por mais gente do que os 3.500 cartuchos atirados pelos Inptots com suas balas aperfeiçoadas. A bala do ultimo modelo (18SG), que atravessa tudo o que fere, não produz 110 combatente o mesmo elTeilo de commoção fulmi-

nanie que o grosso projectil da campanha da Criméa o da ltalia. 0 homem é ferido, ferido mortalmente algumas vezes; não deixa de continuar, por menos nervo que tenha, a combater ou a marchar'para diante ou para traz. O resultado d'estes elíeitos de tiro foi coiumunicado ao Sr. Dr. Delorine em «Val--de-Grâce».

As informações colhidas sobre a importante questão do poder mortífero

das balas de pequeno calibre não têm, 6 muito necessário reconhecel-o, o caracter de certeza que conduz a conclusões indiscutíveis ; entretanto, a maior parte das observações feitas merece um sério exame.

Xa ltalia, onde foi adoplado um fuzil do calibro de C"/",5, as observações da imprensa, relativas á insutlleiencia das novas armas para pôr fóra de com- bato os homens ferido-; por muitos projeclis, parece ter causado uma certa inquietação que se procura acalmar por toJos os meios possíveis.

E' com este fim que o tenente-coronel de artilharia Mariani acaba do fazer em Roma uma confereucia que publicou na Itecisla tli arliyleria e gênio e ('¦ que interessante de analysar em algumas palavras. Primeiramente, o tenente-coronel Mariani declara que os Italianos não puderam servir-se do fuzil de G"/",5 durante a campanha de 1S9G na Abyssinia;

Por consequencia, as observações concernentes aos etTeilos produzidos por essa arma nos subditos de Ménélik eram falsas em todos os pontos. Em seguida passa successivamente em revista os resultados da guerra civil do Chile, da guerra sino-japoneza o da campanha doChitral. Mas suas observações não se estendem senão sobre as perdas soffridas nos diversos encontros; perdas enormes, é preciso concordar. E, visto que os li crista Marítima—11 204 REVISTA MARÍTIMA BRAZILE1RA

Chitralozes loram batidos pelo Lee-Metford, quo os Chinezes [oram balidos os foram batidos pelo Murata de pequeno calibre, que Balmacedistas pela 10 Mannlieher, conclue que os tuzis acluaes valem mais do que os de calibre e 11 millimetros.

Somos um pouco d'essa opinião. Entretanto, o tenente-coronel termina sua conferencia lazendo votos para

que não se desça a um calibre interior a 6"",5. até a « Quando se tem. diz elle, a probabilidade de attingir um homem

distancia de 600 metros e que se chegou a dar 162 cartuchos a cada comba- tente, é necessário saber contentar-se com essas vantagens.

Seria exageração reduzir ainda o calibre para ter uma maior tensão da

trajectoria e um augmento da penetração. Chegaríamos então ao caso da agulha de coser, cujas lesões no corpo humano são insignificantes.»

Apezar dos successos obtidos com as armas de pequeno calibre, não é

menos verdadeiro que toda a tropa cujo armamento for impotente para fazer experimentar parar subitamente o adversa rio que ella combate terá de perdas imprevistas e muito mais numerosas do que as que teria de supportar no

caso contrario. Abi está o verdadeiro problema a resolver.

(Cosmos.)

Os receios manifestados no artigo reproduzido pelo Cosmos, de 3 de julho

ultimo, eram verdadeiramente fundados, e eis aqui dois factos que vêm conflrmal-os.

O primeiro refere-se á guerra dos fnglezes contra os AIridis, e explica

mais detalhadamente o que se linha somente esboçado.

A bala do Lee-Metford é do calibre de 0"™ e cercado por uma camisa de nirkel. Penetrando na carne, fazia um furo redondo, distínclo, sem rasga,

que não fazia parar o Ímpeto de um assaltante. O que fizerão os Inglezes para 'U conservar S pequeno calibre, precioso por causa da tensão da trajectoria. o

para tornal-o capaz de produzir grandes feridas comparaveis ás das antigas

balas e mesmo superior a estas ? Dois processos estiverão em presença e

ambos prestão o mesmo serviço, se é possível decorar com este nome ura acto de tão cruel deshumanidade.

O primeiro consisto em fender em cruz a ogiva do projectil.

Quando a bala é parada por um corpo duro, a ogiva se separa e a ferida

que ella produz, e:n lugar de ser cirúrgica, é uma chaga contusa, rasgada,

muito mais difllcil de sarar e que determina immediatamente uma grande hemorrhagia.

segundo O pro?.esso deixa intacta a calote da ogiva, o que é melhor para vencer a resistência do ar, mas, no ponto em que a curva da ogiva se con- funde com o corpo cylindrico da bala, corla-se com uma lima, segundo a do < ge.-atriz ylindr), quatro lascas ou mais que tendem o metal até o chumbo CHRONICA 205

Emquanto o projectil conserva sua velocidade normal, sem encontrar obslaculo que venha modilical-a bruscamente, as lascas de nickel íazem corpo com o chumbo do projectil. Se, ao contrario, encontra um obstáculo imprevisto, as tiras de nickel continuam seu movimento para diante, separam-se violenta- mente e se levantam, como os raios de uma roda perpendiculares ao eixo do

projectil. A ferida que faz a bala é pois proporcional ao comprimento dessas laminas e por consequencia ao do projectil.

Aquelle que recebe um desses assim modificados, chamados dum dum

pelos soldados indianos, é não só obrigado á parar, mas tem pouca probalidade de escapar ás conseqüências de uma chaga conlusa d'es'a importancia e que produz taes rasgões nos tecidos.

Seria qnestão de saber se esses projectis são permittidos pela convenção de S. Petersburgo, porque, quanto á questão de humanidade, creio que passará sempre em segundo logar. Quanto se faz a guerra, não é certamente para as- segurar a longa vida seus adversarios ; quer-se, senão malal-os, pelo menos

pôl-os fóra de combate e fazer parar seu assalto. Se a arma que tenho nas mãos não me dá essa segurança,tomarei uma outra que será mais deshumana,é ver- dade, que reali.-ará melhor meu fim. Não ha, do mesmo modo. na esgrima de bayoneta o movimento de trez quartos para virar a lamina na chaga uma vez olla que entrou 110 corpo, e e-te movimento, que é prescriplo na theoria, tendo por effeito tornar maior a ferida, determinar uma hemorrhagia mais abundante,

não é um pouco comparavel ao dum dum ?

Que o fuzil actual não inata como as armas aniigas e que não satisfaz o fim para o qual foi inventado, detrr a marcha doinimigo, é certamente a opinião

do coronel do 34° de artilharia de campanha prussiana, aquartelado na Alsacia.

Este regimento fazia exercício de tiro no polygono de Haguenau, e um soldado. Ulricb, natural de Barmen, condui tor de cavalto, achava-se presente com seus camaradas, quando sentiu-se tocado 110 peito por um corpo duro Julgando ter sido attfugido por uma pedra, não prestou attenção alguma a isso. Voltou ao quartel, tratou de seu cavallo e foi sómente depois que sentiu 110 peito una dôraguda e, tendo uma syncope, cahio no chão. Um medico acudiu, di s.iiu Ulricb. e viu que elle havia sido atravessado de lado a lado por 11111 projectil desviado da um fuzil de infantaria. Havia, entretanto, trez horas olle que tinha seffrido o Uro que devia ser, graças ao fuzil que llio havia feito, bastante inollensivo, porque, segundo os jornaes, o artilheiro não estava gra- vemente ferido e os médicos não julgavam-n'o em perigo.

Sob a condição de que a ívdueção dos calibres de fuzil não conduza á adopção dos dum dum, será verdadeiramente um progresso humanitario a contraeenso, o que, aliás, tem-se \ isto algumas vezes.

1)R. A. B. (do Cosmos).

NOVA POLVORA SEM FUMAÇA DEPYRO-COLUODIO.—Esta nova polvora' adoptadn 11a Marinha Russa, tem s'do experimentada com resultados, que têm sido julgados satisfactorios. BRAZILEIRA 20Ó REVISTA MARÍTIMA

kilos, atirando um projectil de 322 Com o canhão de 301", de 40 calibres, 45 ca- 838" com o canhão 250", de obteve-se a velocidade inicial de ; de a velocidade foi de 822"o canhao libres, com o projectil de 822'., 20k,4;o75" deu 853" com o pro- 120", deu 792" como projectil de 1*,5. 47" deu 701" como projectil de jectil de 4'.9eo de 40", obteve-se a veloci- Com o canhão de 152"", atirando um projeclil atravessada uma de 203". de 45 calibres, íoi dade de 878" ; com o canhão e 213" ainda além da a velocidade de 868" no choque placa de 250". com

placa. Estatística da trequencia da Biüliottieca e Museu da Marinha, relativa

ao anno de 1897

Dias úteis187

Visitantes do Museu344

Leitores720

Obras consultadas936

MATERIA8

Bellas lettrasf 180

Mathematica117

Marinha104

Historia75

Astronomia.56

Physica46

Geographia25

Jurisprudência24 Theologia21

Chimica20

Arte militar15

Philosophia8

Sciencias médicas6

Bellas artes5

Encyclopedias3

Sciencias naturaes2

Litteraturaf 2

Exercícios gymnasticos2 Hydrographia • • ‡1

Poesia1

Ficções em prosa1

Revistas e jornaes222

936 2o8revista marítima brazileira

línguas

Portugueza4^(:>

Franceza335

Ingleza

Hespanhola20

Italiana20

Allemã5

Latina1

Tupy1

936 Repartição dá Carta Marítima Directoria dos Pharóes

_A.-v±s»o «aos nave gfsn_i-t.es N. 42 Gosta da França — Mancha — Pedras na enseada de Saint-Lunaire

Avisa-se aos navegantes que esta directoria- recebeu o Aviso aos Navegantes n. 261 de 22 de Novembro findo do Serviço Hydrographico da .Marinha Franceza abaixo tran- scripto, o qual se refere á demarcação de quatro rochedos não mencionados nas respectivas cartas: França — Mancha — Pedras na enseada de Saint-Lu- naire — N. 1.747, 1897 — Segundo as indicações de Mr. Le Joliff, proprietario do Yacht Basta, o i° Tenente Pijon de Saint-Pair, commandante da estação de Granville, reconhe- ceu na enseada de Saint-Lunaire a existência das quatro pedras abaixo declaradas, não mencionadas nas cartas.: 1." Uma pedra, descobrindo im,go na baixa-mar, sobre a qual foram tomados os ângulos seguintes: pharol do Grand-Jardin — zimborio de Saint-Malô. 58"- 3'; pharol de Grand-Jardin — semaphora do Décollé, 136^-35"'; torre do Boujaron — semaphora do DJcollé, no"-37'. Esta pedra se acha sobre o alinhamento do lado Norte do forte da Cite, pela ponta da Rocha Pendante e sobre o do moinho de Saint-Lunaire, pelo lado esquerdo da pequena casa situada immediatamente a leste do Cassino de Saint-Lunaire; 2." Uma pedra, descobrindo 2m,io na baixa-mar, sobre a qual foram tomados os ângulos seguintes: pharol do Grand-Jardin — zimborio dc Saint-Malô, 58"-q3'; pharol do 2IOREVISTA MARÍTIMA BRAZILEIRA

Grand-Jardin — semaphora do Décollé, i2Ó"-i3'; mancha branca da ponta Bellefard — semaphora do Décollé, 9Ó"-25'. Esta pedra esta situada sobre o alinhamento do Grand Buzzard pelo lado de Leste do forte da Grande Conchée, e sobre o do novo zimborio de Paramé. pelo lado Norte das fortilicações de Saint-.Vlalô; 3.* Uma pedra, descobrindo om,50 na baixa-mar, sobre a qual foram tomados os ângulos seguintes: zimborio de Saint-Malô—Petit-Genillet, 72"-38'; zimborio de Saint-Malô —marca de Roche-Peléc, 37°-2o'; Petit-Genillet—semaphora do Décollé, 103"-.)5'. Esta pedra se acha sobre as marcas seguintes: a torre do Buron, justa á direita da ilha Harbour, e o Boujaron em sua grossura á esquerda do cabeço alto das Chaiminées. 4." Uma pedra, coberta de om,70 na baixa-mar, sobre a qual f.ram tomados os ângulos seguintes: pharol do Grand-Jardin—zimborio de Saint-Malô, Ó3°-i2'; pharol do Grand-Jardin—semaphora do Décollé, ii7°-5o'; marca de — Roche-Pelée semaphora do Décollé, i35°-2o'. Esta pedra se acha sobre as marcas seguintes: a torre do Buron justa á direita da ilha Harbour, e a torre das Portes á direita do cabeço alto das Chaiminées.—Cartas ns. 4.583 e 844, instruc- ções n. 736, pag. 237.

Directoria de Ilvdrographia, 20 de Dezembro de 1897.

José Martins de Toledo, Capitão-Tencnte director interino. CARTA MARÍTIMA — DIREGTORIA DE METEOROLOGIA

Boletim, das maximas e mínimas ai>solu_taa e das médias obtidas no mez de Dezembro de 1S97

OBSERVAÇÕES EM 24 HORAS Thermo- metro TEMPERATURA CHUVA

COCO Frequencia dos ventos "©J5®o - -s (VEZES) 1 I I I £ B. *0 ^ c3 O 5 s' H as ! s a c i

N XXE ME (ESES S S O Max. alis... 758.50 20.4 2.4 21.44 98.0 10 4 2 121 1 Min. abs 751.81 20.6 0.2 16. Ul 81.0 1 S O O S 0 0 O X N N N 0 Calmo Média mens. 755.21 23.2 0.9 19.33 91.7 6.3 1 4 4 5 1

o0 Max. abs... 739.89 29.7 4.0 24.28 97.3 10 N X X E E X E E S E SE cõ*. • Min. abs.... 753.09 21.5 0.3 17.14 ro.o o 1 3 3 9 a "56.19 1 Média mens. 25.7 2.2 20.38 S.;.s 7.3 SSE S OXO X 0 X X 0 2 O 3 7

abs. .. 759.73 |àci Max. 31.8 0.2 23.83 95.8 10 X X X E X (S E S S E S Min. abs.... 751.63 23.2 0.5 15.79 58.6 0 33.0 19.9 25.3 118.05 323.75 7 3 •sS\ 1/2 d 0.50 2.8 2 3 10 Média niens. 28.3 755.43 3.3 20.24 75.2 6.1 S S O SO O S OXO X X 0 11111 ,_

Max. abs. .. 758. 30.5 0.022.70 95.0 10 X X K S (S S E Min. abs.... 750.33 23.0 0.615.55 59.0 ] 3|> 1 14 Média mens. 754.54 26.7 3.119.78 76.3 6.2 S S 0 SOO 3 1

Max. abs... 758.93 30.0 5.222.27 95.0 10 X N E E E S E SE Min. abs... . T50.61 22.2 0.615.35 03.8 1 1 1115 G p Media meus. 754-61 25.8 2.519.75 80.3 G.ü ; s E S S S 0 O X 0 13 0 111

Oltservaçõea. — Em alguns dias, pela manhã, foi notado nevoeiro baixo nevoeiro tenue: nos dias chuvosos ""K*" •"• ' subsistindo norém geralmente reitiou .^.uuuu. ^umu uiuvd mi uias, 1» 25" «té 3h - a curn'spuuueiiuo a maxima resist rads ao dia V do mez. Nu dia 8 sentiu-se trovo,'.da de p. p. principio ao X e depois ao XE 110 dia 9 o mesino • ao X; 110 dia 20 houve ; phenomeno de lh 30" p. ate depois de 3h p 1 10 dia 17 foi sentida cerca de 3" p. trovoada ao XO desdo meio-dia ate l& 110 24 sentiu-se trovoada desde p. ; dia 21 a li> 35" sentiu-se trovoada ao X, precedM" de ligeiro ajfuaceiro; 110 dia i'h ^o a. ate 2h n. (a nrmrimn n O p <1r>nnU nn \'i/in oi«.nna..rn .»a XE  ~> ¦——v.iniv.1; Iiu trovões ás ll1' 43" a. e ligeira trovoada ao fuiao oa i-~- uiü ou ouviu-si"alguns loi sentida as 2° 4a e ás 6'- • p. p. houve trovoada <|ue durou até ás 7h p. este dia foi lodo chuvoso. O niliographo registrou a maior duração do brilho solar de ltli 47"; a niinima de Oli.OO. e a total de 176ii.02, durante o mez. Como Director - Américo Silvado, capitão-tenente.0 observador, Sitrinnto de Moura, capitão-tenenle. REVISTA MARÍTIMA BRAZILEIRA XVII ANNO — N. S REVISTA MARÍTIMA BRAZILEIRA

DIRECTOR: Capitão-tenente Eduardo Ernesto Midosi redactores : ->" Tenente reformado Carlos de Castilho Midosi e 1° Tenente reformado Leão Amzalak

SJde da Direcção e Redacção

NA BIBLIOTHECA DA MARINHA Umi

FEVEREIRO DE 181)8

RIO DE JANEIRO Typographia da Gazeta de Noticias —Rua Sete de Setemb'i'0 n. 70 1898 Penetração dos lios meios resistentes projectis

INTRODUCÇÃO

A os penetração é a parte da balística externa que estuda

effeitos destruidores dos lançados contra projectis, quando, alvos resistentes, os chocam simplesmente ou n'elles pe- netram.

Esses interessantíssimos effeitos são de se conhecer, quer

respeita ao se pelo que proprio projectil, quer pelo que

refere ao alvo,

Todoã os paizes militares europeus se têm occupado dessas questões em longas e onerosas experiencias, que

succederam investigações ás primeiras de distinctos sábios,

taes como Euler e outros não João Bernouilli, Robins, não menos distinctos.

Seria muito interessante fazer o retrospecto das expe- riencias de penetração sobre meios resistentes; descrever desde as notáveis experiencias de 1834 e 1835, em Metz, de

projectis esphericos, lançados sobre alvos construídos dos

materiaes de formavam que se antigamente as massas cobri- doras na guerra, taes como, as terras argilosas, as alvenarias

e madeiras, experiencias largamente citadas pelo illustre Didion em sua classica Balistica ; as experiencias executadas em Gâvre, em diversas épocas ; as de 1864, em Inglaterra, sobre isoladas de ferro forjado, das foi relator o placas quaes illustre Noblej até as mais recentes contemporâneas dos mo- dernos forjado projectis de aço chromado e dos de aço fun- dido com capitei sobre couraças de aço Harvey.-

Seria esse um estudo de interesse historico notável, mas sahiria dos limites traçados a este estudo. Restringir-nos- 212 REVISTA MARÍTIMA BRAZILEIRA

hemos, portanto, a referir os resultados das experiencias dos

annos mais as formulas proximos, que traduzem esses resul

tados, aconpan íados das considerações que o interessante phenomeno suggere.

Effeitos dos projectis.— Os effeitos destruidores dos

ser assim classificados projectis podem : (®)

1.°Mudança de fôrma e fractura dos projectis. 2.°Aquecimento dos projectis. Aquecimento 3.0 das placas de couraça.

4.0 Mudança de fôrma e fractura dos alvos.

Esses effeitos mais ou menos se produzem sempre ; rias a estudada sob questão o ponto de vista balistioo e espec al- mente do do ataque, deve ter objectivo por pratico.—produzir a menor influencia sobre o possível projectil, e. ao contrario, levar o maior damno possível aos alvos ;—sendo o contrario,

a no quando posta questão ponto de vista da defeza.

Estudemol-a em referencia primeiro aos projectis.

Divisão dos Os lançados projectis.— projectis por ca- nhões de marinha dividem-se, quanto a seus effeitos, em :

de de projectis perfuração, granadas penetração, granadas communs e projectis compostos.

Os de e projectis perfuração granadas de penetração

são destinados exclusivamente ao ataque das couraças me-

tallicas.

As communs e os granadas projectis compostos, subdivi-

didos em—shrapnels e lanternetas—são destinados a ser lan-

çados contra obstáculos resistentes e contra pouco o pessoal.

Projectis de perfuração.—As experiencias feitas nos ul-

timos annos com os projectis, destinados exclusivamente ao

ataque das cóüraças metallicas, tiveram ó seguinte duplo

objectivo : Saber o qúal mèlhôr material pára essa classe de e a projectis qltal fôrma que mais lhes convinhá ser dada.

—Text-book (*) MACKINLAY of gunnery penetração dos projectis nos meios resistentes 213

Formados projectis.—Quanto a esta, dspois de repeti- das experiências, chegou-se á conclusão de que a mais con- l eniente, na hypothese do tiro normal, é a oblonga, cujo raio c!a curvatura da ogiva é de dois calibres.— Sem duvida al- guma, ogiva mais aguda penetraria melhor em um tiro normal á superfície da placa, mas seria, em compensação, ma s fraca, e, em tiro obliquo, teria menor effeito de pene- tração.

Material — dos projectis. Quanto ao material, fo: c.n Pregado, a principio, o projectil de ferro fundido, logo aban- donado por sua inefficacia contra couraças espessas; em se- guida, o de ferro fundido de ogiva endurecida pelo processo Palliser, muito effisaz contra couraças de ferrò forjado.

Esses são fabricados projectis por processo differente do empregado para os de ferro fundido communs.

Sua ogiva é fundida, de ponta para baixo, em molde de ferro, e o corpo em molde de argila, ambos reunidos e ligados fortemente.

O resfriamento rápido da fonte em contacto com o metal frio do molde dá á ogiva o endurecimento que a torna apta a perfurar, ao passo que o corpo adquire uma c°nveniente flexibilidade.

O Palliser é feito com tres partes de fonte branca e uma de fonte .j, n. que são as mais duras.

Estes apezar da voga projectis, grande que tiveram, tornaram-se, cm breve, inefílcazes contra as couraças de aÇ°, e foram substituídos modernos pelos projectis de aço forjado. Em razão, porém, de seu custo relativamente mo- derado, são ainda fornecidos para exercicios.

Projectis de ferro forjado, de aço fundido communs, e c°nipound de Wilson—ogiva de ferro fundido resfriado e c°rpo — de aço não passaram, por assim dizer, do estádio experimental.

Ultimamente, porém, os industriaes se têm entregado a

Pesquizas fundido, tra- e experiencias com projectis de aço 214REVISTA MARÍTIMA BRAZILEIRA tado por um processo especial. D'elles trataremos oppor- tunamente. Contemporâneo do Palliser, foi o nosso Whithworth de aço forjado, sem rival contra couraças de ferro forjado. De tal modo se comportava que o mesmo projectil servia mais de uma vez na mesma experiência, sem a menor defor- mação e sem grande aquecimento. Os primitivos projectis Krupp de perfuração apresen- taram excellentes resultados e se comportavam geralmente como os de Whithworth. Em Spezzia, em 1886, projectis do industrial allemão, de fabricação mais aperfeiçoada, foram experimentados em com- petencia com projectis I Ioltzer, e a commissão de óíficiaes que assistia ás experiências, deu a primazia aos Krupp, a despeito da reclamação de I Ioltzer em favor de um de seus projectis. Foi isso devido naturalmente, observa Orde Browne, a que Iloltzer estava ainda cm uma phase experimental, ao passo que Krupp já estava fixado quanto ao melhor de seus modelos. Pesteriormente surgiram os modelos definitivos, fabri- cados segundo os processos de Iloltzer d'Unieux e Fer- miny de Terre-Noire, de aço forjado chromado, feitos de sólidas barras, contendo desde 0.8 % de carbono para os menores calibres até 0.7 % para os maiores. Estes processos são conservados em segredo, mas sabe- "f0, se que é ao chromo, na proporção de 1 a 2 que se deve a grande dureza d'esses projectis, cujas ogivas, trata- das por um processo especial de endurecimento, podem perfurar limpamente uma couraça moderna, dentro de dimensões convenientes, sem a menor deformação. No verão de 1886, foram experimentados, na Inglaterra, projectis Holtzer e Firminy de 30 cm. contra uma couraça de 40.6 cm. de espessura, que foi por elles atravessada sem a menor fractura ou deformação. Os projectis Krupp de aço forjado, de tão merecido renome, não têm chromo. A analyse de fragmentos da PENETRAÇÃO DOS PROJECTIS NOS MEIOS RESISTENTES 215

ogiva e fabricante demonstrou da base de um projectil d'esse a existência de car- de 0,891 e 0,864 %, respectivamente,

bono, mas nada absolutamente de chromo.

Projectis massiços de fabricação antiga.—Fabricação

moderna. — de aço forjado têm um Os projectis pequeno

vasio de fabricação mais interno, exigido por um processo

aperfeiçoado o fazia os cheios que o primitivo, qual projectis

massiços, sem vasio algum interno.

Este ferragem do foi abandonado, porque a projectil

era toda a massa; difficil de ser obtida no mesmo gráo por

istoé, não toda a massa a homogeneidade re- se podia dar a seus fins com querida para que o projectil pudesse preencher efficacia.

As vantagens massiços consistiam em ter dos projectis

mais maior energia peso sob o mesmo volume, e dahi para a mesma fazia fossem velocidade, o que com que preferidos

para o ataque das couraças.

Suas desvantagens eram a falta de um certo gráo de dureza e de flexibilidade resistir á ruptura para penetrar para na da citada occasião do choque, defeitos provenientes já falta um máo de homogeneidade na massa, produzindo metal em seu interior e o equilíbrio instável das moléculas.

de A fabricação moderna preferida dá aos projectis per- furação interna é de aço forjado uma pequena cavidade que feita forçado sob hydraulica por meio de puncção, pressão no em estado interior da massa metallica quando está pastoso, depois de ter soffrido no molde, ainda em estado fluido, con- sideravel longitudinal. pressão

A massa obtém assim maior homogeneidade e evitam-se as tensões internas, ficando as moléculas em equilíbrio estável.

de forjado, foi o Holtzer tão Entre todos os projectis aço altamente tornou-se o o ataque reputado que preferido para das couraças em todas as experiencias ; foi, em summa, o projectil padrão. Hecisla Marítima—2 2l6REVISTA MARÍTIMA BRAZILEIRA

Nos últimos annos, porém, começaram a apparecer novos campeões nos Estados Unidos e na Inglaterra, capazes de luctar contra os francezes e quiçá vencel-os. Os projectis Carpenter e sobretudo os Wheele--_,i-rling dos Estados Unidos apresentaram em recentissimas expe- riencias as mais extraordinárias provas de resistência contra placas Harvey nickeladas. Assim é que um Wheeler-Steriing de 15cm,2 perfurou, ficandoapparentenente intacto, uma placa de aço nickelado de i7enl,8 com uma velocidade restante de 518,15m:s. A 4 de fevereiro de 1895 um outro de 30cm,5 perfurou uma placa de aço nickelada de Harvey de 35"-'m,6 com uma velocidade restante de 566,3 iin:s, tendo apenas a ogiva partida. O processo Wheeler-Steriing foi adquirido pela firma Armstrong de Elswick Works, em New Castle. Na Inglaterra o coronel Bainbridge fabricou um projectil de i5cm,2 que atravessou 22em,84 de aço Vickers, sem partir-se ou de- formar-se sensivelmente. A ultima palavra, porém, sobre projectis de perfuração parece ter sido dada pelos fabricantes Johnson & C, de SpuytenDeiyvil, deNew-York, Estados Unidos, applicando á ogiva de seus projectis de aço fundido uma chapa de aço doce que chamaremos capitei. O processo de Johnson é ainda secreto, como mais ou menos os de todos os outros fabricantes de artefactos belli :os, mas é certo que seus projectis tèm dado resultado surpre- hendentes que são devidos ás seguintes razões: 1°, qualicade e tratamento especial do aço; 2", a serem massiços;30,30 capitei ixado á ogiva. Pre lectis de aço fundido. Bu; .ando com affan o aperfeiçoamento dos projectis de aço forjado, os industriaes como que haviam perdido de vista, completamente abandonado, o aço fundido. O elevado preço, porém, daquelles fez com que sua attenção se vol- tasse de novo para este metal, que se pôde obter em condi- ções econômicas muito mais vantajosas. PENETRAÇÃO DOS PROJECTIS NOS MEIOS RESISTENTES 2l_

Os industriaes Johnson & C. apresentaram em 1892 seus projectis de aço fundido para entrarem competência com os de aço forjado de perfuração e os tem vindo aper- feiçoando até hoje. A primeira experiência em agosto de 1892 com dois Projectis, dos quaes um temperado com azeite e outro não temperado, não foi satistactoria, considerados os p ojectis como de perfuração, mas demonstrou o valor da temr era em azeite, porque o primeiro projectil foi de muito s perior ao segundo. Seguiram-se novas experiências successivas, toda; contra Pile; s de aço nickelado, nas quaes os projectis puzeiam em evid r_cia um mais aperfeiçoado tratamento do aço, denun- nuni iando ao mesmo tempo que adquiriam gradualmente rriell ores qualidades de penetração. s7a de setembro de 1893 um dos projectis experimenta- dos era ôco, com uma pequena cavidade de 51cm,15 de com >rimento e um diâmetro de 3cm,3 ; sendo a ogiva Jriassiça de cerca de i9cm,05. Este projectil não foi superior aos outros massiços e ma- nafestou, pela maneira porque se fez pedaços de encontro a P'aca, estar trabalhando por tensões tanto internas como exte nas. Tendo-se verificado que os projectis se comportavam contra placas de aço nickelado como se fossem excellentes projectis de aço forjado, iniciaram-se em 10 de março de 1894 as experiências contra placas harveysadas fornecidas pela Companhia Manufactora de Aço Carnegie. Na de 21 demarco de 1S94, um Johnson de 25,cn)4 foi ex~ Perirnentado contra uma placa de 30em,5 pesando cerca de 11 toneladas métricas. Este projectil era de peso e dimen- sões normaes e facilmente trabalhado pela lima por toda a sua superfície. Em seguida, foi lançado contra a placa um projectil de perfuração dc aço forjado, e da observação dos resultados dos dois tiros, os experimentadores julgaram que o trabalho 218revista marítima brazileira do projectil de aço fundido sobre a placa tinha sido igual ao do de aço forjado. Não contentes com este resultado de todo ponto satis- factorio, os industriaes Johnson & C. engenharam novo aper- feiçoamento, applicando sobre a ogiva dos projectis o capitei de aço doce. Um projectil assim disposto foi experimentado, em competência com outros desprovidos de capitei, a 23 de março do mesmo anno. Os trez projectis de 25cm,4 eram do mesmo lote, dos que foram experimentados em 10 e 21 de março, mas cada um representava para os fabricantes um projectil diffe- rente, mostrando-se, todavia, todos sensíveis á acção da lima. O primeiro projectil foi atirado contra uma placa curva de aço nickelad > de 29cm,2, pesando cerca de 11.2 tonela- das métricas, ci .stinada ao Monadnock, a qual já tinha sido atacada por um projectil de perfuração de aço forjado de 20cm,3 por oceasião de sua prova balistica, mas que estava sã e sem fendas. Esse projectil executou um trabalho comparável ao de um projectil dc perfuração. Em seguida, continuou a experiência contra a placa ex- perimental de Harvey já usada na de 21 de março. O segundo projectil foi atirado contra essa placa com uma velocidade de 4-87.67 ms:s, energia de choque de 2762.4 ms-tons, ferindo-a normalmente. O projectil despedaçou-se em grande numero de fragmentos, sendo que o mais pesado dos que foram apanhados, tinha 8k,8. As antigas fendas da placa augmentaram a ponto de algumas deixarem a nú o colchão, e formou-se nova fenda que ia do extremo esquerdo até o ponto de impacto, e seguia d'ahi até encontrar uma das antigas. Colchão e estruetura foram consideravelmente damnificados e deslocados.

Projectis de capitei. — lendo o alvo sido de novo fixado de maneira mais rígida possível, foi lançado contra elle o PENETRAÇÃO DOS PROJECTIS NOS MEIOS RESISTENTES 2IÇ

terceiro capitei de aço doce. Era este projectil, provido do de fôrma cylindrica com 8cm,89 de comprimento, i2cm,7 de da ogiva e diâmetro, adaptado exactamente á ponta fixado curtos, afastados de 120o, por meio de trez parafusos cerca de 7em,Ó2 da ponta. ficou assim augmen- O comprimento total do projectil tado e o total subio a 231k,3. de perto de icm,27 peso • velocidade de e energia de O projectil coma 487,Ó7ms:s 2818,2 ferio a divi- ms- toneladas proximamente, placa, dindo-a fragmentos e despedaçando em oito principaes completamente o alvo.

colchão da O projectil penetrou 7cm,Ó2 pelo placa; actuando destacou o revestimento do colchão como puncção, e rompeu-se A ogiva foi achada sem de- em muitos pedaços. formação, entalhada, tendo-se porém profundamente partido

pelos furos roscados dos parafusos.

A em torno ao orifício aberto placa e seus fragmentos,

á estavam muito ao passagem do projectil, quentes, passo

se levantar á mãonúa osfragmentos do que podiam projectil. veremos Este tiro demonstrou o valor do capitei, que,

em subsequentes experiencias, tomar sua feição definitiva.

não A idéa daapplicação do capitei á ogiva dos projectis

do facto é tão moderna ; data de fins de 1877 e procedeu

observado se collocava uma de 6cm,4 de que, quando placa — de face acerada Com- ferro forjado sobre uma placa de

de ficar abaixo pound— a resistencia d'esta diminuia, a ponto

da Palliser, lançado contra do ferro forjado, de modo que um

elle, não mais se despedaçava.

o Inglis, corroborando a opinião do Dahi que general commandante se obter o English, pensasse que poderia

mesmo resultado, isto é, evitar o systema de Palliser, appli-

cando sobre sua ogiva um capitei de ferro jorjado. rimeira experiencia foi animadora, mas outras sub- A p sequentas não havia vantagem alguma demonstraram que

em tal modificação, e o capitei de ferro forjado foi abando-

nado por completo. 2 20 REVISTA MARÍTIMA BRAZILEIRA

Ultimamente foi que surgio de novo a idéa nos Es-

tados Unidos, advogada por Johnson, e posteriormente na

Inglaterra Hadfield e Bainbridge; e a solução por do pri-

meiro com o capitei de aço doce parece que se imoôz

de maneira concludente, isso por que os Estados Unidos

e a Rússia já adoptaram-na definitivamente, esta depois

de experiencias feitas em Ochta.

Contra a adopção dos projectis de capitei surgiram

sérias objecções referentes ao angulo de incidência com que devia chocar a dizendo-se placa, que em ângulos mais

oblíquos do 20o com a normal que ou 70o com a face da

o resvalaria sem resultado placa, projectil al^um pratico, e ainda, essa especie de que projectis só devia ser empregada contra couraças Harvey e que poucos eram os navios re- vestidos de taes couraças, sendo fácil encommendar sua

fabricação em caso urgente, e outrcsim que convinha fazer mais experiencias para chegar-se á melhor maneira de fixar

o capitei á ogiva. "A firma Johnson & C. levou a effeito uma serie de

experiencias rigorosas, cujos resultados uniformemente d;- monstraram a superioridade dos projectis de capitei.

D'estas citaremos as seguintas :

• No dia 10 de setembro de 1896 um projectil Johnson de 15o",2 foi atirado contra pesando ,36 uma placa Harvey Carnegie reforjada, de 2 5™,4 de espessura, sendo a velocidade de choque de 640 m:s. O projectil penetrou 20'-'m, 32 e partiu-se, segundo uma secção transversal.

Segundo projectil, pesando 45k,5 atirado com uma velocidade de m:s., atravessou inteiramente 763,5 a placa, um colchão de de carvalho e trez 3o-1",5 placas de 1cm, 13 indo enterrar-se 20cm,3 na areia.

Emquanto esse projectil Johnson executava tão ex- traordinario feito sem mais damno do a fractura que par- ciai da base, um Holtzer de 2ocm,3 113 k? pesando | com uma velocidade restante de m:s 548,6 partia-se, deixando

apenas a ogiva embebida na placa. PENETRAÇÃO DOS PROJECTIS NOS MEIOS RESISTENTES 221

Estas experiências abrangiam também o objectivo de nxarem-se os industriaes, quanto á fôrma mais conveniente paia o capitei e a melhor maneira de fixal-o á ogiva.

Forma do capitei. — 0 capitei adoptado definitiva- mente consiste em um pequeno cylindro de aço doce com um diâmetro igual a meio calibre do projectil, vasado até 2/3 de seu comprimento, á feição da ogiva, para adaptar-se a ella. Um recesso de ocm,o7Ó de profundidade, aberto na superfície interna, contém uma substancia hibíificantJ. Diversas têm sido as explicações ciadas sobre a acção do capitei no momento do choque, e d'ellas nos occupare- mos opportunamente.

Projectis de perfuração e granadas. — Os projectis massiços de perfuração ou os de pequena cavidade, sem carga de ruptura, sâo sem duvida os que maiores resultados podem realisar, pelo que respeita propriamente á perfura- Ção; mas as granadas de penetração ofFerecem por seus efleitos de arrebentamento, depois da penetração, tão extraordinários resultados de destruição, que mais do que contrabalançam as vantagens d'aquelles, e estão talvez destinadas a substituil-os inteiramente.

Granadas.—As granadas são projectis ocos que levam dentro de si uma carga de pólvora ou de qualquer alto explosivo para ser inflammada em momento dado ou pelo choque, rompendo-se então em muitos fragmentos. Dividem-se em granadas de penetração e communs. Granadas de penetração. — Estas são feitas de aço forjado, geralmente com uma pequena porcentagem de chromo, e para que tenham a resistência necessária á penetração devem ter suas paredes espessas, não difFerindo cios pro- jectis de aço forjado, senão porque são mais compridas e têm maior cavidade interna, se bem que esta seja ainda Pequena.. 222 REVISTA MARÍTIMA BRAZILEIRA

tem de ser necessaria- Assim sendo, a carga de polvora

effeito romper mente reduzida, e sua explosão de pouco para

resistentes de aço forjado. Foi essa cir- as paredes por

se em substituir a como cumstancia que pensou polvora, de algodão carga de ruptura das granadas penetração, pelo

melinite e outros explosivos, sem ainda se polvora, que tivesse chegado a um resultado definitivo.

tem sido experimentado e de seu O algodão polvora

esperar os mais destruidores effei- grande potencial pode-se choque ou tos, mas é sujeito a explosões prematuras pelo

o torna de emprego hu- fricção, o que perigoso. Quando exige o emprego de mido ou insensibilisado pela parafina, um detonador violento, sujeito também a explosão pelo choque.

do dos altos explosivos O mesmo se pôde dizer geral que têm sido experimentados. Os explosivos Favier apresentam-

segurança como os mais aptos ser se por sua absoluta para empregados, mas sua explosão depende também do emprego de um detonador violento, como é o fulminato de mercúrio,

sua densidade é muito fraca e muito além de que grande

hygroscopico. seu poder

Os fabricantes fazem experiencias n'esse sentido, e, se o

importante sob conseguirem, terão resolvido um problema

vista do ataque das couraças. o ponto de carregadas com altos Da difficuldade de atirar granadas

as investigações explosivos, sensíveis ao choque, procederam

canhão n'outro sentido. Foi assim que surgioo pneumatico,

de dynamite são lançados ar cujos projectis carregados pelo

o abalo a explosão da comprimido para evitar grande que

polvora produz. detalhes sobre essa especie de Pondo de parte projectis,

de todas as experiencias levadas a observaremos apenas que, seu effeito com esses formidáveis projectis, se evidenciou que

das diffi- emprego abordo é melindroso por causa grandes

e deve ficar restricto á defeza culdades que acarreta, que

das costas e dos portos. penetração dos projectis nos meios resistentes 223

Granadas de ogiva endurecida. — Além da granada de aço forjado, destinada á penetração das couraças metallicas, me- rece citação especial a granada de ogiva endurecida, destinada aos canhões de tiro rápido, fornecidos pela firma Armstrong. Este projectil feito de aço forjado, por seus autores qualificado de hybrido, porque reúne ás qualidades da gra- nada de penetração as da de aço commum,é de difficil fabri- cação, á vista dos requisitos tão antagônicos que nelle tem de ser combinados. Devendo possuir um vasio interior capaz de receber uma carga de ruptura relativamente grande e ter ao mesmo tempo a necessária resistência para a penetração, compre- hende-se que somma de esforços não foi despendida para chegar-se a esse resultado satisfactorio. Além d'isso, o seu destino que é, como o de toda a granada de penetração, Penetrar e explodir, depois de ter penetrado uma certa extensão, ifnpõea condição necessária de se tratar differen- temente a ogiva e o corpo do projectil. A fabricação difficil de taes projectis, sobretudo no que toca ao endurecimento da ogiva, é conservada em rigoroso segredo, mas a julgar pelas severas experiências a que têm sido sujeitas, póde-se affirmar sua elficacia contra os mo- dernos cruzadores protegidos. Afim de conservar á ogiva toda sua resistência e agudeza Para a penetração, tanto estas granadas como as de pene- tração, são providas dé base nos pequenos calibres até I5cm,2 inclusive; dahi para cima não levam espoletas bastando, para determinar a explosão da carga de ruptura, 0 grande calor desenvolvido pelo attrito delia, de encontro ás paredes internas da granada, no momento do choque. Outrosim, são alizadas interiormente e envernizadas Para evitar a mais insignificante rugosidade favorável á fricção, e as cargas de ruptura, para maior segurança, são envoltas em cartuchos de sarja de lã. Para retardar a explosão das cargas das granadas, idearam-se, para aquelles calibres que as admittem, espo- Heoisla Maritima—3 224REVISTA MARÍTIMA BRAZILEIRA

a fulmi- letas de explosão retardada, nas quaes, capsula

nos modelos com- nante é inflammada pelo choque, como ao mixto de com- muns. A inflammaçâodestase propaga

lenta, alguns instantes de tempo deter- bustão a qual dura á escorva de minados pela exp^riencia, e, em seguida pol- vora da carga de ruptura. viva que produz a explosão

Granadas cofnmuns. — As de aço se destinam a ser em-

menos resistentes, taes como pregadas contra obstáculos as torpedeiras, os escudos dos canhões, cupolas e mastros

seus estilhaços, apóz a da combate, e a produzir por perfu-

ração, effeitos mortíferos sobre o pessoal combatente.

escala As de ferro fundido são fornecidas em grande

os canhões de bordo exercicios, e também para para pódem

ser utilisadas contra fracos obstáculos de toda a especie e

contra amuradas de navios de madeira e particularmente

tropas a descoberto.

Tanto as de aço, como estas, explodem por intermedio

eífeito, de uma espoleta de percursão ou de duplo posta

na ogiva.

levam espoleta de Modernamente as granadas communs

na base unicamente ficando as de duplo effeito percussão ;

reservadas para os schrapnels.

Em vista da maior resistencia do aço, a granada d'esse

feita muito maior material pôde ser com capacidade e pa-

delgadas de ferro fundido, redes mais que as pelo que

receber carga muito maior, d'onde effeitos mais pódem

violentos de ruptura.

Tem-se feito com excellente resultado experiencias con-

alvenarias de tra terras e com granadas aço, destinada ao

sitio e material de praça, carregadas de algodão pólvora.

enorme rombo, A explosão produz principalmente quando

haver tem lo^ ir, depois de a granada penetrado uma certa

extensâi .

Projectis compos'os.—Quanto a estes, quasi que não en-

applicação aqui nos contram para que occupemos delles. PENETRAÇÃO DOS PROJECTIS NOS MEIOS RESISTENTES 225

O shrapnel, projectil essencialmente de campanha, é

de effeito terrível contra o pessoal combatente e contra as

embarcações, lanchas e torpedeiras.

E feito de aço forjado ou ferro fundido e cornpõe-se

de um corpo de capacidade, cheio de grande p quenas balas, e da ogiva, armada geralmente de espoleta d 2 duplo efteito.

De uso muito restricto a bordo, é, comtudo, empre-

gad ) em determinados casos, contra obstáculos pouco re- sisti ntes, os mesmos produzindo effeitos que a granada

corrmum, actúa quando por percussão; geralmente, porém,

é o • lispositivo de tempo que determina a explosão, com o

são aproveitados, no mais que alto gráo, os effeitos destrui-

don 3 d esta classe de projectis contra o pessoal combatente sempre que aquella se dá a distancia conveniente. Seus

innumeros fragmentos e balas pequenas são projectados

para a frente, animados de movimento de rotação, e, dis-

persando-se por uma grande extensão, formam um feixe

conico, cujo de angulo abertura é dado pelas taboas de

tiro e cujo eixo é formado pela trajectoria do shrapnel.

A lanterneta substitue o precedente nas curtas distan-

cias, e consiste em um corpo cylindrico de ferro fundido,

cheio de balas de chumbo endurecido pelo antimonio ou

de zinco, cujas são tão paredes pouco resistentes que se ar-

rebentam ao choque da explosão da carga do canhão, proje- ctando-se as balas para a frente.

Resumo.—Está neste a dos pé questão projetis que pôde ser synthetisada, pelo que se refere propriamente aos pro- jectis de nas seguintes perfuração, proposições :

1.'O melhor projectil de perfuração é aquelle que á

maior dureza da ogiva ou se- para penetrar sem se partir quer deformar-se, reúne a mais conveniente flexibilidade do corpo para não destacar-se da ogiva no momento do choque.

2.'O projectil de aço fundido de capitei ainda não está definitivamente consagrado pela experiencia das nações mais

adiantadas nas artes militares, tendo sido adoptado apenas 22Ó REVISTA MARÍTIMA BRAZILEIRA

mas, a resultados pela Rússia e Estados Unidos ; julgar pelos das experiencias, não tardará muito a sêl-o também pela

Inglaterra e demais nações militares.

forjado é um 3." A granada de penetração de aço pro- ter ainda jectil valioso,cuja única fraqueza consiste em não se

sen- realizado a descoberta de um alto explosivo, tão pouco

desenvolver toda sua ener- sivel ao choque, que lhe permitia

gia para a penetração, antes de explodir.

-|.a Realizada esta descoberta, na qual se empenham

substituirá o chimicos industriaes, a granada de penetração

forjado causa da superiori- projectil de perfuração de aço por

do facto de alliar dade que sobre elle terá, decorrente poder

de as van- ás suas tão poderosas qualidades penetração,

tagens terríveis da explosão, de effeitos mais destruidores.

observações chegamos á convicção 5.'Das precedentes, o de que projectil de aço forjado, formidável, mas de preço

muito elevado, está infallivelmente condemnado a desappa-

recer dos armamentos militares dentro de poucos annos.

industria 6."Reflectindo modernamente sobre o que a

o ella busca, militar já tem realizado e considerando que que

barato e o mais efficiente, neste particular, é o projectil mais

senão affirmar, o typo adoptado de podemos presumir, que

futuro para projectil contra couraças será a granada de aço

fundido, preparado pelo processo Johnson ou outro equi-

valente, com capacidade para receber a carga conveniente

de um alto explosivo tão seguro como o Favier, talvez este

mesmo.

Passemos á agora questão das couraças.

G. F.

(Cóntinúa.) IIKPOHIffinO IHS MARINHAS 1)1 BUBU

NO CORRER DOS DEZ ÚLTIMOS ANNOS

(Boletim da Associação Technica Marítima, 1887-1897)

PELO BNCJBNHBIRO 3ST A.V Li LBPLAIVB

"Reme Traduzido da Maritlme el Coloniale"

O Em d'este estudo é fazer um rápido exame dos pro-

gressos eíFectuados nos últimos dez annos nas principaes marinhas de guerra. O anno de 1886 marca quasi a época eu navaes, todos os to- que a's coastrucções em paizes,

niaram um novo impulso: a Inglaterra estava em vesperas de dar á sua esquadra esse accrescimo formidável de que

o Defetice comprehendia um conjuncto de Act, que 70 navios, : os Estados Unidos foi em 1889 o primeiro acto preoccupavam-se seriamente, ha alguns annos, de reconsti- tuir o occupára sua marinha para dar-lhe posto que outrora; dos na Allemanha, preparava-se a construcção

formam uma pequenos couraçados do typo Siegfried, que série Odin sEgir os importante da qual o e o são últimos especimens; emfim a Italia punha no estaleiro os grandes

couraçados do typo Andréx-Doria, derivados do Ditilio, e co-

meçava o Ré-Umberto, do qual o Sardegna é o aperfeiçoa-

mento.

assumpto é muito vasto; será necessário contentarmo-

nos indicação linhas; divi- com a de suas grandes pode-se dil-o em duas partes, porque a questão pôde ser encarada

de dois modos:

de da arte naval, da de — Sob o ponto vista ou profissão

engenheiro dito, necessário considerar de propriamente é 228 REVISTA MARÍTIMA BRAZILEIRA

modo tiveram resolução, que no período considerado, os differentes problemas estabelecidos ao constructor.

Examinar-se-ha, nesta parte, de que modo os progressos da industria, em seus differentes ramos, foram utilisados

dar para ao casco propriamente dito, ao apparelho motor,

á artilharia e á protecção, as qualidades necessarias.

O deslocamento total do navio formando uma unidade, a cada um de seus elementos cabe uma fracção do desloca- mento total representa que a importancia que se quiz dar- lhe segundo as funcções que o navio tem de satisfazer ; eleve assim reunir um conjuncto de qualidades entre as quaes é necessário fazer um compromisso, a menos que não se dê francamente a preponderância de uma sobre as outras. Decompôr-se-ha, pois, o peso total do modo se-

guinte:

1.°Casco e accessorios do casco.—E' da boa distribuição d'estes pesos que dependem as qualidades da navegação e da habitabilidade; é das fôrmas da carena que dependem, em parte importante pelo menos, a velocidade e a estabi-

lidade ; —E' 2."Apparelho motor. do peso consagrado á ma-

velocidade china e ás caldeiras que depende a maxima do navio;

— 3.0 Artilharia, munições, torpedos e accessorios. Estes pesos, distribuídos entre os canhões dos differentes calibres, são os que dão ao navio seu valor militar;

Blindagens. — ).° A parte consagrada ás blindagens constitue o poder defensivo do navio; deve-se distribuil-a

differentes por pontos para proteger, quer a fluctuabilidade e a estabilidade, o apparelho a arti- quer propulsor, quer lharia e os orgãos que asseguram o serviço dós canhões e, por consequencia, o poder offensivo;

Combustível. — Carvão 50. e petróleo, de cuja impor-

tancia depende o raio de acçâo.

6". Appctrelhos ailxiliares e objectos de aimamento. —

o serviço de bordo, contribuem Indispensáveis para que para DESENVOLVIMENTO DAS MARINHAS DE GUERRA229 o funccionamento dos órgãos principaes, mas que é difficil englobar em qualquer das categorias precedentes das quaes estão entretanto dependendo mais ou menos. Esta parte será tratada tomando de novo successivamente cada uma das divisões indicadas acima, os nomes dns differentes paizes não vindo ahi senão como divisões secundarias. — II. Sob o ponto de vista do desenvolvimento das forças navaes, ao contrario, o assumpto pede ser desenvolvido estudando successivamente as marinhas década paiz. Pro- curar-se-ha, nesta segunda parte, o sentido segundo o qual têm sido modificados os diversos typos de navios, e quaes são as tendências actuaes. As marinhas de que se tratará re- duzem-se a oito ; a França, a Allemanha, a Inglaterra, a Áustria, a Hespanha, os Estados Unidos, a Itália c a Rússia.

PRIMEIRA PARTE

£_.a _;/_ do engenheiro

1." Pesos que constituem o casco c accessorios do casco. O valor do peso do casco e accessorios do casco apre- senta um grande interesse, por isso que é, por assim dizer, um peso morto necessário, empregado unicamente para supportar os que dão ao navio seu poder militar : o valor de sua relação com o deslocamento total dá pois uma medida "-"OS pesos que ficam disponíveis em proveito da velocidade, "-"O poder offensivo, ou da protecçâo. Quando se passa dos couraçados aos cruzadores, essa re- -ação nâo diminue tanto quanto se poderia esperar para navios em que se faz muitos sacrifícios á velocidade; isto pro- vem de que, n essa cathegoria de navios, os accessorios do casco e o chapeamento do convéz couraçado são proporcio- nalmente mais pesados do que nos couraçados. De outro lado, os progressos feitos na construcção do casco não se traduzem, para os grandes navios, por uma diminuição de Peso muito sensível. Explica-se este facto ; porque se, de um 230REVISTA MARÍTIMA BRAZILEIRA lado, a distribuição dos pesos é mais judiciosamente feita, se a qualidade dos materiaes empregados tem permittido redu- zir a espessura dos escantilhões, o numero das anteparas in- teriores tem, de outro lado, augmentado consideravelmente, Assim passa-se de o, 35 no Formidable a o, 37 no Marceau para vir de novo ao, 35 no Gaulois, emquanto se desce a 0,31 no Bouvines; na Inglaterra, aceusa-se o, 39 para o Majestic, emquanto que na America apenas se acha 0,34 no lov:a. Nos cruzadores, as diminuições de peso não são muito mais sensíveis, pois que o Dupuy de Lôme e o Guichzn tém uma relação de 0,32, o Amiral Chamv de 0,33, como um raro exemplo abaixo de 0.30, o Potkuau, que não tem senão 0,29, emquanto que o Pascal, que é embonado de madeira, sobe a 0,41. Na America, as relações elevam-se a 0,38 para o NezvYoike o Columbia, e mesmo a 0,40 no Brooklyn. Os pe- quenos cruzadores dos typos Condor, Troude ou Linois ele- vam-se mesmo até ás cifras respectivas de o, 45, o, 42 e 0,48, por causa do peso proporcional considerável dos accessorios do casco e do chaj.eamento do convéz couraçado; está-se ainda em o, 34 nos cruzadores torpedeiros do typo d'Iberville e em 0,35 nos avisos-torpedeiros do typo Dunois, mas cae-se em 0,2; no caça-torpedeiro Daring, ou em 0,23 no Ferrei; em França, em falta de eaça-torpedeiros em serviço, temos os torpedeiros de alto mar em que as diminuições de peso tem sido também levadas muito longe, pois que passou-se de 0,35 no typo Éclaira 0,24 no Mangini. A possibilidade de fazer semelhantes reducções não é unicamente frueto de um estudo muito cuidad oso das formas e das consolidações da carena ; é também adquirida algumas vezes a preço de sacrifícios exaggerados feitos á solidez ; é necessário com effeito contar com as erosões e falhas que fixão uma espessura limite minima, áquem da qual é pouco prudente descer. No Sokol, afora a chapa quilha que tem 4,mm4 approximadamcnte, não se tem, nas obras vivas, senão chapas de 3mm,7, que descem a 2mm,5 nas extremidades. E' preciso também contar com as deformações e as vibrações DESENVOLVIMENTO DAS MARINHAS DE GUERRA23I

muito grandes produzidas pelas vagas em detrimento, quer do estancamento das costuras, ma- quer da montagem das chinas, quer emfim do confortável á vida de bordo. Tam- bem se reconhecerá talvez a necesssidade de dar n'este

sentido alguns passos para tráz; em França, aliás, a relação adoptada para o Durandai attinge a 0,32, cifra sensivelmente

mais elevada que a dos caça-torpedeiros inglezes de tonelagem igual.

Realisa-se também uma certa diminuição de peso pelo emprego do alumínio. Na Allemanha, onde procura-se ao mesmo tempo a incombustibilidade das divisões interiores, tem-se feito a experiencia deste metal nos últimos coura-

çados do typo AZgir; mas não se fazer nos poderia questão, torpedeiros sobretudo, do emprego do alumínio para os objectos collocados na tolda, porque a agua do mar o ataca rapidamente.

O uso da madeira, nas obras vivas, tem sido sempre conservado nas diversas marinhas, apezar da adopção do

ferro ou do aço que, a principio, não foram empregados senão para as estrueturas; actualmente, constróe-se o casco

de aço e cobre-se-o com uma ou duas taboas superpostas

sobre as quaes applica-se em seguida folhas de cobre. Tem-se assim cascos mais mas muito pesados, solidos, que apre- sentão vantagens, grandes sobretudo para os navios das estações longínquas onde nem sempre ha diques.

N'estes últimos annos, o casco de madeira tomou nova extensão, para os mares da Europa, depois da apparição dos navios com grande raio de acção. Tem-se-o sempre empre- gado muito na Inglaterra; assim,sobre 21 cruzadores da classe

Apollo, 11 são embonados de madeira com a tonelagem de toneladas em lugar de 3.600 3.400 ; entre os 9 cruzadores da classe Edgar, 4 são embonados de madeira ; emfim o Re- n°pjn, o Terriblet o Power fui e os novos cruzadores da classe Diadem, da classe Talbot ou Arrogant são embonados. Em frança, afóra os couraçados e cruzadores de estação, não se acha, nas nossas esquadras, mais exemplos de navios embo-

Revista Marítima—4 232REVISTA MARÍTIMA BRAZILEIRA

sido construído nados, exceptuando oSfax, que tinha, aliás,

serviço longínquo. Actualmente, os cruzadores do para um typo Pascal, do typo Catinat, o d'Entrecasteaux e o Jtirien-de.

la-Gravière, são os únicos cruzadores em constracçio ou

adoptou-se o em- finalisando a construcção para os quaes

bono de madeira. Na Allemanha, o cruzador Ersatz-Leip^ig será embonado; a nova esquadra dos Estados Unidos não

senão as nos mostra, como especimen d'este genero, pe-

de 1.000 toneladas do typo Newport, quenas canhoneiras de nos estaleiros os cruza- emquanto que a Rússia acaba pôr 'Diana dores de 6.630 toneladas e Paliada.

O estudo das fôrmas exteriores da carena apresenta um

interesse muito grande.

Tem-se feito, com este fim, desde muito tempo, expe-

determinar melhores riencias em pequenos modelos para as

fôrmas de linhas d'agua. Os apparelhos a installar são rela-

tivamante simples, mas a interpretação dos resultados é

muito delicada e conduziu, no começo, a conclusões pouco

exactas. Na Inglaterra estas experiencias são honrosas para

o estabelecimento dé I laslar; os estabelecimentos particulares

também têm emprehendido algumas experiencias para pôr no

estaleiro caça-torpedeiros de 27 e 30 nós: o apparelho do

tem tenente-coronel Thomas English sido empregado pela

Companhia Palmer para os caça-torpedeiros do tvpo Stai\

me- tomando o Janus como ponto de partida; um outro

thodo mais simples tem sido empregado nos estaleiros da

Naval Conslruclion C., onde os resultados previstos tòm sido,

verificados muito exactamente. Em França, o appa- parece, o Faacon o ZMilan, relho deBrest, empregado para o Océan, e

talvez sem razão, cahiu em esquecimento. Em compen-

sação o Sr. Bertin fez installar, no correr deste anno, em

Cherbourgo, um apparelho especial, em fôrma de manejo,

não com o fim de estudar o gyro: tratava-se de de-

terminar forças, mas sim o ponto de applicação da re-

forças a carena nos sultante das que actuam sobre gyros;

nestas condições, a applicação ao navio dos resultados DESENVOLVIMENTO DAS MARINHAS DE GUERRA233

obtidos muito mais se- no modelo póde-se fazer com

gurança.

influencia As fôrmas das extremidades têm uma grande

sobre as No diz respeito ás fôrmas da qualidades nauticas. que

prôa, a nossa marinha têm-se conservado geralmente fiel ao

principio das bordas altas; depois de uma tentativa feita no fioche. Marceau acha-se reduzido de um andar em que o typo á no Magenta, prôa, voltamos á altura de 5m,5 5 para subir a 6m,5o do Carnot ou a 6m.oo no Gaulois, cifras que estão ainda abaixo da de 6m,6-, do Courbet.

tempo seu typo de A Inglaterra conservou por muito prôa raza, como no Sans Pareil e no Collingwood, onde se tem apenas a no Royal-Sovereign, de- 3™,20: elevou-se 5m,g4 o typo pois a 7ra,50 no Magnificent. Nos Estados Unidos, com

dos d'estes monitors, tem-se ficado fiel ao proprio principio

navios o seu valor; acha-se om,8o apenas no que constitue Puritan do typo Indiana, ; mas as prôas dos couraçados que têm inferiores á do Hoche, tem 3™,20, são um pouco que no Iowa, levantou-se a a cerca 3m,50, emquanto que, prôa de 6 ,00.

lado combinar-se com A altura da borda deve por outro as fôrmas da carena; é necessário accentuar os declives das secções transversaes. O ariete em fôrma de arado tem sido

mais especialmente applicado na marinha franceza ; nunca esteve não se encontra em graças na Inglaterra, onde quasi

senão inclinadas; a prôas direitas ou muito pouco armação, affectando de a fôrma de um bico de peito, ou antes uma

cunha levada a ou abaixo da fluctuação, horizontal, 3™ 4m

parece actualmente abandonada. Na Allemanha, encontra-se

o ariete em fôrma de arado no Brandeburg; na Rússia,

encontra-se-o no Nicolas /, nos Estados Unidos no Indiana,

emquanto actualmente o Gaulois, o Magnificent, o Re- nown, Iowa, o Kaiser-Friedrich III e o têm a roda de prôa

muito pouco inclinada.

tanto As fôrmas da prôa apresentam uma importancia

maior velocidade mais considerável. Nos cruza- quanto a ê 234REVISTA MARÍTIMA BRAZILEIRA dores francezes tem-se sempre, salvo raras excepções, taes como o Sfax entre os mais recentes, conservado vertical a aresta da roda de proa na fluctuação. As rodas de proa muito inclinadas,a menos de apresentarem fôrmas muito áfi- nadas até o castello como no Dupuy-de-Lôme, apresentam no caturrar os m

apparelhos auxiliares de toda a especie com sua canalisação de vapor : tudo isto, junto a uma excessiva divisão em com- partimentos, exigida pela estabilidade, não tem deixado de comprometter de modo muito sério o conforto necessário á vida de bordo e á conservação das provisões de toda a sorte.

A ventilação exige pois actualmente uma attenção toda especial; é hoje objecto de estudos minuciosos desde o pre- paro dos projectos. Ao traçado judicioso das entradas de ar fresco e de evacuação de ar quente, á adopção de duplos invólucros e de revestimentos isoladores, veio ajuntar-se o emprego da electricidade que tem prestado um duplo ser- viço: em primeiro lugar, a electricidade permittiu installar, sem muitas complicações, ventiladores nos differentes locaes;

lugar, em segundo substituio pouco a pouco o vapor como força motora: chegou-se assim á diminuição e mesmo á suppressão da canalisação de vapor auxiliar. A marinha

a allemã é que parece ter tomado a dianteira neste sentido, ainda em França tenhamos que sido os primeiros a em-

a pregar electricidade para a manobra das torres; faz-se na

Allemanha, nos novos navios em construcção, emprego exclusivo da electricidade para todos os apparelhos, taes como elevadores, guinchos, apparelhos de pontaria, etc., com excepção da machina do cabrestante.

O /Egir foi o único até hoje que recebeu cabrestante electrico de cuja experiencia dependerá sua generalisação. terminar Para este paragrapho relativo aos aperfeiçoa- mentos ou alterações diversas concernentes ao casco, é pre- ciso dizer uma palavra sobre os meios de assegurar a estabi-

Convém distinguir lidade. a estabilidade propriamente dita, no sentido a liga ao sossobro, e a estabilidade que de plata forma que se liga á fixidez maior ou menor de todo o navio, navegando mar fixidez com grosso, que é muito importante

a do tiro. Estas duas para justeza qualidades, de igual importancia, sob o vista ponto de do poder militar, são infe-

contradictorias: lizmente as grandes estabilidades dão um

muito duro e de jogo grande amplitude que paralysa o tiro DESENVOLVIMENTO DAS MARINHAS DE GUERRA237 dos canhões; com uma estabilidade muito fraca, ao contrario, arrisca-se a sossobrar aa receber os primeiros projectis. O typo dos monitors, que é próprio dos Estados Unidos, é a solução a mais franca do problema; a altura do metacentro é muito grande e a estabilidade é nelle muito couraçada; a altura do metacentro cae em compensação muito rápida- mente, desde que a borda do couraçado entre n'agua, o que torna o jogo suave. .Mas as diíferentes marinhas europjas, que adoptaram os caixões blindados para os seus couraçados em que não ha reintrancia na fluctuação, virão-se na obrigação já de diminuir a estabilidade inicial com risco de perdel-a quasi completamente depois dc avarias, já de partir de uma esta- bilidade muito forte afim de que esta seja ainda sufficiente depois de avarias; é o caso dos couraçados do typo Royal- Sovereign que attingiram, diz-se, no golpho de Gasconha, balanços de mais de 40" para cada bordo. Foi-se obrigado a installar bolinas de im,20 de altura estendendo-se sobre a metade do comprimento pouco mais ou menos. O remédio empregado na Inglaterra, para determinados navios, foi então considerado como a so- solução do problema em geral, e encontra-se nos couraçados de typo Majestic bolinas de om,c)i de altura, sobre um com- primentode 6om: haviam sido, aliás, adoptadas anteriormente nos cruzadores do typo Blake; installou-se-as em seguida no Terrible e no Poverful, onde tèm o'",gi de altura, sobre um comprimento de 68ra,30 etc. Em França, não se acha appli- cação séria das bolinas senão depois de época relativamente recente: o Jeanne d'Are, o Jurien-de-la-Gravière têm bolinas. O systema do Henri IV é, ao contrario, tirado do mo- delo dos monitors; a alturametacentrica inicial excede a 3m,3o; as superstrueturas, que não se leva em conta absolutamente para assegurar a estabilidade, fazem de cada bordo uma reintrancia de 4m. 10 em relação ao canto exterior da couraça; do lado da proa juntam-se com a carena de modo a dar ao navio as qualidades marinheiras dos navios de alto bordo. 238REVISTA MARÍTIMA BRAZILEIRA

O Ilenri IV recebeu aliás bolinas cujo effeito juntar-se-ha ao da reintrancia da couraça. 2. — Apparelho motor O apparelho motor comprehende as machinas e as caldeiras. Machinas. —Desde 1886, o numero de machinas c de helices é geralmente de dois para os grandes navios; esta disposição, que substituio a machina única com helice no eixo, apresenta a vantagem de melhor proteger os appare- lhos por isso que elles têm menor altura ; augmenta as qua- lidades evolutivas dos navios, diminuindo ao mesmo tempo o calado. Esta ultima consideração fez adoptar em seguida os dois helices para os navios de pequena tonelagem em que tem-se, demais, a razão da pequena altura disponível. Os pequenos cruzadores, os caça-torpedeiros, e mesmo os torpe- deiros qué excedem de cem toneladas, têm actualmente duas machinas; em França, os torpedeiros do typo E'clair, construídos em 1891, tinham ainda um só helice com o calado á ré de 2m,57, para a tonelagem de 123 tons.; actual- mente o Forbah, que desloca carregado 152 tons., tem apenas im,53 de calado á ré, com dois helices; é verdade que o primeiro tem uma machina de 1.200 cavallos somente, emquanto que subiu-se a mais de 4.000 cavallos para o con- juneto das duas machinas do segundo. Com dois helices, as difficuldades de construcção têm algumas vezes obrigado a subdividir a força motora entre quatro grupos, dois dos quaes em cada eixo, disposição que, com o auxilio de um apparelho de desligamento, apresenta a vantagem de prestar-se bem á marcha com pequena ve- locidade ; encontra-se esta disposição no Magenta para a força total de 10.400 cavallos; no Blake para 14.520 cavallos; no New York para 17.500 cavallos ; no Sardegna para 22.800 cavallos. As difficuldades de installação conduziram ultimamente á adopçâo do systema de trez helices, que generalisa-se DESENVOLVIMENTO DAS MARINHAS DE GUERRA239

muito; a 1887, foi o Dupity de Lôme cujos planos remontam

o Kaiserin Augusta primeiro navio em que foi adoptado; o

foi o systema navegou primeiro grande cruzador deste que

festas em (travessia do Atlântico para ir ás columbianas

1893); o Columbia e o Min- pouco tempo depois vieram neapolis.

Foi o systema de trez hé- pois pelos cruzadores que lices foi introduzido nas marinhas de guerra, e isto se com-

força exigida com a altura re- prehende por causa da grande

duzida das machinas tolerada. Mais havia-se muito antes

monitor, cujo pensado nos trez hélices; foi para um projecto

remonta foi a 1878, que o systema proposto pela primeira

vez, Bertin; depois, em em França pelo menos, pelo Sr.

1884—1885, algumas experiencias foram feitas no Carpe,

modelo reduzido a um décimo de um projecto de couraçado

apresentado não foi adoptado pelo Sr. Bussy: o systema nessa época ; voltou-se de novo a elle no Bouvet, que ainda

não entrou em serviço; actualmente encontra-se-o no Mas-

séna, nos couraçados do typo Gaulois, e no Henri IV. Na

Allemanha, o exemplo do Kaiserin-Augusta, tendo dado bom

resultado, adoptou-se-o no couraçado Kaiser-Friedrich III,

no cruzador couraçado Ersatz-Leipzig e nos cruzadores do

typo Ersitz-Freya; ao mesmo tempo em França acha-se-o

no cruzador Jurien-de-la-Gravière, da mesma tonelagem que

o Freya, mas cuja força das machinas attinge a 17.000 ca-

vallos em lugar de ooocavallos. 9

Nos Estados Unidos conservou-se os dous hélices nos

cruzadores Kearsage e Kentuctcy; a Inglaterra parece deci-

dida a não entrar ainda n'este caminho, apezar da enorme

força de 25.000 cavallos que se acha no Terrible e no Power-

Jul. Na Italia, emquanto adoptava-se ainda os dous hélices

para os cruzadores do typo Sardegjia de 22.800 cavallos, e

emquanto conserva-se-os ainda nos navios mais modernos

de grande força, experimentou-se o systema de trez hélices em alguns pequenos cruzadores do typo Arethusa. de 850 toneladas e de 4.000 cavallos. Na Rússia, onde ainda sub- Revista Marítima - 5 REVISTA MARÍTIMA rrazileira

dividiu-se os 13.250 cavallos do Rurik entre dous eixos-ma- nivellas, adoptou-se o systema de trez hélices para o Rossici, cuja força eleva-se a 16.500 cavallos, mas aqui as trez partes são desiguaes: a machina do meio é apenas uma pequena machina d viagem, cuja força é computada em muito pequena fracçâo da força total.

Em geral, as machinas têm sido collocadas á ré das caldeiras; ha apenas tempo pouco que emprega-se em

França uma outra disposição cuja iniciativa cabe á Italia.:

certos apparelhos de força, ou para grande para cascos lev-s as machinas acham-se no meio e as praços das caldeiras em dous á vante e á ré. Esta disposição, grupos que exige attenção mais particular no traçado das linhas de eixos, apresenta a grande vantagem de diminuir o comprimento das canalisações e de facilitar vigilancia a geral, sem contar a diminuição das vibrações com certas marchas. A Italia tinha entrado n'esta via desde 1876, no Dnilio e no Pondo/o;

a mesma disposição encontra-se em quasi todos os navios que se seguiram: Italia, Sardegna, Cario Alberto. A Alie-

manha parece querer conservar-se fiel á antiga disposição

e a Inglaterra, que a havia adoptado nos cruzadores torpe-

deiros do typo Halcyon, não a tem reproduzido; em França,

a applicação foi feita no D'Entrecasteaux, primeira que ainda

não entrou em serviço; a segunda é a do Guichen; adquiriu

este anno, em nossa marinha, maior extensão com a collo-

cação no estaleiro dos cruzadores dos typos Jeanne-d'Are, Ju-

rien-de-la-Graviére, Infernei, assim como com os caça-torpe-

deiros do typo Durandal. Nos Estados-Unidos-, apenas se vê

o torpedeiro Ericsson : na Áustria ha o torpedeiro divisio-

nario Adler.

O estudo das disposições geraes do apparelho-motor á

bordo apresenta um interesse considerável e prestar-se-hia

a um grande desenvolvimento. O estudo dos aperfeiçoa-

mentos feitos na machina propriamente dita poderia fazer

objecto de um trabalho ainda mais considerável do qual não se examinará aqui senão as grandes linhas. DESENVOLVIMENTO DAS MARINHAS DE GUERRA2.

A machina de dupla expansão ou compound cedeu o

lugar á machina de tríplice expansão; a de quadrupla expan- são, havia sido, que parece, proposta para o Columbia, não foi adnptada e não recebeu ainda grande applicação nos navios de apezar das altas das novas caldeiras, guerra, pressões que se 1 k. elevam actualmente a 17 e mesmo a 21 Isto é

devido sem duvida a os navios de que guerra andam geral-

mente com marcha reduzida; n'estas condições hesita-se

em introduzir complicações, cuja utilidade economica não

se manifestaria senão em raras circumstancias.

A machina horizontal foi supplanta la quasi universal- m :nte pelo modelo vertical; não se tem chegado a esse re-

sultado, em muitos casos, senão á preço de sacrifícios feitos

á os navios protecção para de pequeno calado; os cruzadores inglezes apresentam todos um convéz couraçado, quasi que sobrepuja as machinas.'Em França, a machina horizontal

conservou^se em favor mais tempo; as^im, por quando con- struia-se na Inglaterra, em 18^0, os cruzadores do typo ¦1 pollo, com machinas verticaes, nós tinhamos ainda as

machinas horizontaes no Davo/t e no Suchet, um dos quaes fazia —1892 suas expsriencias em 1891 e o outro no tim de

1894. Demais, em França, tem-se recusado geralmente elevai o convéz couraçado para collocar as machinas ; tem-se

preferido, em certos casos, reduzir a relação da biella da

manivella a valores muito pequenos; acha-se apenas 3,73 no

Bugeaud, ou no Linois\ na Inglaterra, 3,75 prefere-se ainda,

nos cruzadores do tvpo Talbot, elevar o convéz couraçado.

As machinas horizontaes deram origem para o com- mando do movimento das gavetas , a muitos systemas en-

entre genhosos, os quaes os systemas Joy e Marshall são os mais empregados. Tem-se-os também applicado ás machinas verticaes onde apresentam as mesmas vantagens sob o ponto de vista da facilidade de regral-as, mas onde são menos ne- cessarios sob o das disposições Iocaes; também ha uma tendência geral para voltar á corrediça, comprovando este

facto em muitas cousas. um que prudente passo para tráz é 242 REVISTA MARÍTIMA BRAZII.EIRA

nossos cruzadores dos typos algumas vezes um progresso. Os

Suchet, Forbin, os nossos couraçados do tvpo Bouvines, etc., o navio ariete americano Katcihdin. etc., têm o systema de

nossos couraçados distribuição Marshall, emquanto que os de typo Majenta. têm a corrediça com gavetas planas.

O Brennus é uma das raras machinas verticaes da marinha franceza Marshall; mas os novos que tem a distribuição para couraçados, volta-se francamente á corrediça com gavetas

combinado com cylindricas. Este ultimo systema de gavetas a corrediça, apresentaria o inconveniente de desenvolver as machinas demasiadamente no sentido do comprimento, se não se recorresse á disposição que consiste em collocal-as

em relação ao longitudinal, por pares symetricamente plano montando-as sobre uma travessa transversal. Esta dispo-

tornou-se conta entre suas sição, que quasi geral, primeiras

applicações os couraçados americanos do typo Indiana, o

cruzador couraçado New-York e os cruzadores protegidos do

typo Columbia.

Lembremos simplesmente de passagem a suppressão,

da bomba de ar é actualmente accionada quasi geral, que acha muitas por uma machina especial em cujo eixo se

vezes ligada a turbina de circulação; as bombas de alimen-

tação tornaram-se independentes e são confiadas á direcção

dos foguistas.

As armações que supportam os cylindros tornaram-se

leves; as mais guias(glissières) duplas são geralmente suppri-

substituidas midas e por uma guia de grampo fixada a uma

armação de ferro fundido ou de aço vasado; o lado opposto

é completamente desembaraçado e o cylindro repousa sobre

de aço forjado.0 columnas grande comprimento dasmachinas

e a dilatação devida ás altas pressões conduziram a tornar os

independentes; cylindros estes são apenas ligados por alguns

estais fixados em cada cylindro em um ponto do plano trans-

versai do eixo de cada um. Ficou-se bastante surprehendido

de achar, á bordo do cruzador inglez Terrible, a disposição

obsoleta das armações ferro quasi de fundido de guias DESENVOLVIMENTO DAS MARINHAS DE GUERRA243

çduplas e de um conjuncto de cylindros formando um só

bloc; o estas machinas são tanto mais longas quanto grande

cylindro de cada um d'elles é desdobrado e que a força attingea 12.500 cavallos; as dilatações em comprimento que,

n'estas condições, devem ser consideráveis, não são sem du-

vida estranhas ao insuccesso das primeiras experiencias.

sobre o emprego mais E' necessário passar rapidamente

ou menos extenso das camisas de vapor, sobre as tentativas

feitas de aço vasado. sobre a fôrma dos para ter cvlindros

«mbolos, dos tampos, sobre o svstema das caixas de estopa,

sobre o emprego mais ou menos commentado dos eixos de

aço ordinário ou de aço-nickel, sobre os eixos ôcos, sobre ¦os heli variavel, chegar immediatamente esMe passo para

aos resultados obtidos. Estes resultados são de duas especies:

o rendimento da O primeiro ponto a considerar é geral

michina interessante dar em kilogrammas de vapor que seria tomado indicado no eixo; não se da caldeira por cavallo o pôde infelizmente notar com facilidade senão consummo

indicados nos em- em kilogrammas de carvão, por cavallos

bolos, lado, engloba o rendimento da caldeira, o que, por um

e, não comprehende o rendimento mecânico da por outro,

machina; o conhecimento d'este ultimo rendimento daria,

a boa mon- entretanto, uma indicação muito preciosa sobre

tagem orgãos, não é duvidoso os geral dos porque que

choques e as vibrações acarretam uma diminuição conside-

ravel do rendimento mecânico.

de ik,i no Marcectii, O consummo a toda a força passou 59

em são de dupla expansão, a ok,ço3 no que as machinas

Bouvines, são de tríplice expansão. Com em que ellas pe- de 0k,700; o Sachet quena velocidade desce dificilmente além

deu ok,683 com a metade da força maxima; o Friant ok,83Ó

cifras com dois terços. Na Inglaterra encontra-se geralmente

semelhantes; o Eclipse, em suaexperiencia deoito horas com

9/10 da força maxima, deu ih,02 e, na experiencia de trinta

horas o Diana, em se tem ainda a com 3/5, ok,83o; para que

apenas se tem ok,6Ó7 cifra bastante elevada de ik,03 com 9/10, REVISTA MARÍTIMA BRAZILEIRA

com 3/5; emfim, o Marco-Polo não teriaconsummido, parece*

senão ok,<)25 com 10.700 cavallos durante trez horas, e, na

experiencia de dez horas, com 7.125 cavallos, ter-se-hia

achado 0^,853.

Todas estas cifras para serem comparaveis, pedem evi-

dentemente se supponha, que em cada caso, que o rendi-

mento das caldeiras seja sensivelmente o mesmo. Com ti-

ragem natural, marcha, hypothese com pequena esta poderia

ser considerada ainda como bastante admissível; com a

marcha maxima, a comparação torna-se mais delicada ;

acha-se, com effeito, em certos navios, combustões exce- dendo de 300^, como no Forban, onde o consumai ) n"io ex-

cede entretanto de o,kóio; no Powerful, ao contrario, apenas

de 115', queimou-se a no1, para um consumo por cavallo

muito maior de 0,^918. No Forban, desceu-se mesmo a

0^383 para uma combustão de 3 ^k,._(8.

Os bellos resultados obtidos neste torpedeiro devem ser

attribuídos, em grande parte, á machina em que utilisa-se

o vapor de modos a maior dous differentes: em quanto

parte deste vai trabalhar no terceiro cylindro, o restante £

enviado a um aquecedor, onde a agua de alimentação é

levada a mais de 110o. Esta innovação, feita nos torpedeiros

francezes pelo Sr. Normand, é susceptível de applicação nos

grandes navios: experimentou-se-a em França, no Carnot, e parece dever ser generalisada.

O segundo ponto a considerar é o pequeno peso das machinas que se exprime em kilogrammas por cavallo á toda a força. Na expressão da força

F = 4,907Ü2CN p

o diâmetro do C o do em que D é cylindro grande, curso embolo, N o numero de rotações e —p— a ordenada média, o factor N, que representa a velocidade de rotação, pode ser considerado como o único termo que nada custa como peso, ainda que intervenha na avaliação das forças de inércia ; tem-se pois todo o interesse em augmental-o. Fica-se entre- • DESENVOLVIMENTO DAS MARINHAS DE GUERRA 245

tanto limitado p^la velocidade média do embolo por segundo, velocidade não excede de muito a cifra de Em que 5m.

França conservou-se mesmo, durante muito tempo, muito abaixo d'esse máximo: o Formidable dá 2m,Ó4 ; sobe-se a

ao a no Suchet e a no Forban. 3m,Ó2 lauréguibeny, 4™,67 5™,50

Os engenheiros inglezes não temeram, ha muito tempo,

abordar cifras mais elevadas; assim tem-se 3m,75 no Camper- down, 4m,20 no Blake, 4"% 10 no Diadem e mais de 6ra no Des-

perate, com 39^ rotações ; annuncia-se mesmo a cifra de

7m,5o para o torpedeiro de 33 nós, o Express, cujas machinas

desenvolverão, diz-se, 10.000 cavallos. Nos Estados Unidos

foi-se a Xew-Yvrk 4m,8o no e 4m.70 no Columbia.

Além factor deste da força, a diminuição de peso es- tendeu-se sobre os detalhes da construcção e ganhou-se

peso sensivelmente : entre as mais antigas machinas con-

sideradas, acha-se, por cavallo indicado, 74k no Formidable,

no Montersy; 7^k desce-se a no Bouvines, e a 42k no

Gaulois os 65k no Cécille a ; para cruzadores, passou-se de New- ^6k no Suchet-, nos Estados Unidos, tem-se 48k no

York no Columbia e chegar a no para passar a 40k 35k Brooklyn.

nos appa- Caldeiras.—Uma grande revolução operou-se

relhos evaporatorios. A caldeira tubular ou de tubos d'agua,

a os tor- principio reservada quasi que exclusivamente para

â cal- pedeiros, chegou pouco a pouco a fazer-se substituir deira cylindrica nos grandes navios; as primeiras experien-

cias foram feitas nos avisos-torpedeiros e em seguida nos

pequenos cruzadores; actualmente está adoptada nos

forças ca- grandes navios com que seapproximam de 30.000

vallos. A caldeira de chamma reversa foi, até os últimos

annos. as- o único typo cujo emprego estava perfeitamente

segurado ; seus exemplos são numerosos em todas as

marinhas.

foi Uma certa economia de peso e de espaço occupado

em frente seguida realisada pela adopção da caldeira de

dupla; as caldeiras de oito fornalhas dos couraçados ame- REVISTA MARÍTIMA.' BRAZILEIRA

ricanos do typo Indiana, que não pesam cada uma menos

sem agua, figuram entre os mais bellos espe- de 70 tons. Em França não se acha exemplo d esse- cimens d'este genero.

systema- de caldeiras a não ser no Cécille e no d'Entrecas—

e cavallo, teaux. Pesam apenas respectivamente 5Ók 4911 por

do Isly, de uma só frente,, emquanto que as caldeiras

63.k Na Inglaterra accusa-se apenas as cal- pesam 4Ók para

deiras de uma só frente do Royal. Sovereign.- nos Estados-

as-caldeiras de frente dupla do New-York Unidos, 44k para

as do Brooklyn, e 45k para

Abordo dos navios de pequeno calado, como os peque-

nos cruzadores, teve-se de adoptar o modelo inglez chamado-

caldeira do Almirantado, em que o desenvolvimento faz-sc

em comprimento; o funccionamento destas caldeiras deu

lugar a muitos descontentamentos nas diversas marinhas em-

foram empregadas;' o estudo das dilatações das chapas- que

e da circulação d'agua permitte dar, para essas caldeiras,

uma explicação a muitas avarias. Essas caldeiras apresentam

demais o inconveniente de serem pesadas ;' as caldeiras do

e apenas se desce a no Dupuy-de-Lômer Marccau pesam 571 55k

a no Suchet, apezar de uma actividade de combustão- e 52k a 22o1. que excede haviam ainda Nos torpedeiros, dos quaes muito poucos-

exemplos em 1886, era preciso chegar ás-grandes velocidades

tonelagens. A recorreu-se á caldeira com pequenas principio

locomotiva. Nas locomotivas, com effeito, attinge-se corren-

temente, em França, a combustões de 7O0k a 8ook: ora, em

de carvão nos limites uma caldeira, a quantidade queimado é,

o apparelho resiste, o elemento da força em que que pouco ousadamente este custa como peso; seguiu-se pois por

de no Téméraire, a caminho a ponto queimar-se, quantidade

metro de enorme de 6261 por quadrado grelhas.

A caldeira locomotiva representa um progresso sensível

25kno torpedeiro n.104 e i8k no como peso, pois que só pesa torpedeiro rt. 126, com uma combustão de 2Ó5k n'este ultimo.

Mas deulugar a descontentamentos resultantes das condições DESENVOLVIMENTO DAS MARINHAS DE GUERRA-47 de installaçao que são completamente differentes das das locomotivas; as fornalhas não são bastante profundas, isto é, a grelha não está bastante abaixada em relação ás séries in- feriores dos tubos; demais, as condições da tiragem forçada são completamente differentes. Foi então que a caldeira tubular fez a sua apparição, tra- zendo ao mesmo tempo comsigo uma nova diminuição de peso. A caldeira du Tem pie foi o primeiro modelo experi- mentado em França com o torpedeiro n. ijo ; na Inglaterra, adoptou-se primeiramente a caldeira Thornycroft, da qual fez-se experiência ern França no Coureur, depois nos torpe- deiros do typo Êclair. Pouco a pouco, emquanto ás caldeiras Yarrow,Blenchynden, White, Ward, Herreshoff começavam a apparecer, experimentava-se caldeiras tubulares em maio- res navios. A caldeira Belleville, que havia sido experimen- tada no Ilirondelle, desde 1869, [passava ao Milan, depois ao Léger e emfim aos grandes couraçados e grandes cruzadores. A caldeira d'AUest, posta em serviço nos paquetes, entrava na marinha na Bombe, para desenvolver uma força de 2.109 cavallos, depois passava ao Bouvines de 8.800 cavallos, e emfim ao Jaurégmberry de 13.500 cavallos. Finalmente, a cal- deira Collet, aperfeiçoada por Niclausse, tinha a sua pri- meira grande applicação em 1894 a bordo do Friant. Foi em França que a questão das caldeiras tubulares foi estudada com mais perseverança; empregou-se n'isso o es- pirito de methodo, porque, em 1893, dicidia-se adoptar para os trez cruzadores idênticos Bugeaud, Chasseloup-Lxubat, Friant, respectivamente as caldeiras Belleville, d'Allest, Ni- clausse ; os resultados são os seguintes :

Iteoista MaeHima—6 248 REVISTA .MARÍTIMA BRAZILEIRA

CHASSI. LOUP- LAUBAT

Typos de caldeiras Belleville d'AUest Níclausse Timbro 17 kil. 15 kil. 15 kil. ( Foi\a.... 9.565 cav. 9.842 cav. 9.563 cav. Experiência 117 kil. 122 kil. a toda a força Combustão.. 127 kil. ( Gonsumino.. 0*,923 0k,790 O1,909 1 Força 3.7*1 cav. 3.582 cav. 3.655 cav. Exp.riencia 50 kil. de consummo Combustão.. 46 kil. 53 kil. Consummo.. 0*,612 0\662 0l,667 Atravancam* nlo horizontal 1,59 1,87 1,46 Peso das caldeiras por cavallo- 43 kil. 37 kil. 40 kil.

O exemplo da França foi seguido por outros paizes que copiaram os nossos apparelhos : na Rússia, o Rossia, o Oss- liaba, o Peresviel, têm caldeiras Belleville ; o Krabry tem cal- deiras Niclausse, e muitos torpedeiros têm caldeiras du Tem- pie ou Normand ; na Itália, o Garibaldi tem caldeiras Ni- clausse ; na Inglaterra o Terrible e o Powerful têm caldeiras Belleville que acaba-se igualmente de adoptar para os cou- raçados do typo Canopus, para os cruzadores da classe Diadem e para os da classe Arrogant. Emfim a Allemanha decidiu, este anno, fazer nos cruzadores do typo Ersatz- Freya uma experiência comparatica semelhante á dos trez cruzadores do typo Bugeaud; as caldeiras a experimentar serão dos modelos Niclausse, Belleville e Dürr. fi) Para terminar este resumo do desenvolvimento rápido das caldeiras tubulares, accrescentemos que a caldeira Nor- rhand, que era até o presente mais especialmente destinada aos torpedeiros, teve uma applicação de maior extensão a bordo do Pelorus, de 7.500 cavallos, cujo.irmão, o Pactolns, recebeu caldeiras Blechynden ; accrescentemos, emfim, que

(1) .Na Allemanha havia-se adoplado anteriormente a caldeira Thorny- croft para oJBgir: são lambem caldeiras tubulares, mas do modelo Dürr. que serão, parece, inslalladas nos quatro novos couraçados da classe Sachsen. DESENVOLVIMENTO DAS MARINHAS DE GUERRA249 passou-se muito afoutamente no Jeanne-d'Arc á cifra de 28.500 cavallos com caldeiras Guyot. As caldeiras tubulares não tém seduzido a todos os paizes sem reserva, como parecem ter feito em França e na Inglaterra. Adoptou-se-as algumas vezes em concurrencia com as caldeiras eylindricas ; á bordo do Mcnterey, as quatro caldeiras Ward desenvolvem approximadamente uma força de 3.400 cavallos, que representam os 2/3 da força total ; nos cruzadores hollandezes do typo Zeeland, as caldeiras Yarrow representam também os 2/3 da força total, emquanto que na Allemanha apenas se admitte a proporção de 1/3 no Kaiser- Friedrich III e no Ersat\-Leip7jg, com caldeiras cujo modelo deve depender das experiências emprehendidas. Póde-se avaliar a diminuição de peso causada pelas cal- deiras tubulares considerando seus pesos por cavallo indi- cado nas machinas ; tem-se para as caldeiras Belleville, um pouco menos de 44k no Latouche-Tréville, no Bugeaud e no Bouvet,- para as caldeiras d'Allest, tem-se 44k no Jemmapes e 33k no Cassini; para as caldeiras Niclausse, tem-se 40" no Friant. Nos torpedeiros, em que a combustão pôde, em razão do menor numero de elementos, ser levada mais longe do que nos grandes navios, acha-se 15* para as caldeiras Oriolle dos torpedeiros iòi a ióy ; nk,3 para as caldeiras du Temple — Normand do FUbustier; iok para as caldeiras Normand dos torpedeiros 182 a 185 4e mesmo de 8k,6 no Forban. Viu-se mais acima que as caldeiras tubulares, prefe- ridas a principio em vista de uma applicaçào nos torpe- deiros, haviam permittido diminuir as combustões eleva- das, como a do Téméraire, subdividindo o peso do appare- lho evaporatorio por uma maior superfície de grelhas; nem todas as caldeiras tubulares prestam-se, aliás, ás gran- des combustões; assim, em França, não excede-se muito de r^o* a 135' para as caldeiras Belleville e Niclausse, 15o1 para as caldeiras dVUlest; não excedeu-se de 27o11 nas caldeiras Oriolle do torpedeiro iòi; attingiu-se a 300' nas 25OREVISTA MARÍTIMA BRAZILEIRA caldeiras du Temple-Normand do Flibitstier, e mesmo a 312' nas do Forban, que são do systema Normand. Nos grandes navios, além da dificuldade que se teria em sustentar uma semelhante actividade de fogos em um tão grande numero de caldeiras, que consommem vapor na própria canaüsação, vem ajuntar-se a tendência que se tem, especialmente para os grandes cruzadores, de des- envolver a força máxima com uma tiragem forçada muito moderada. Assim, previu-se o máximo de 150* para as caldeiras d'Allest do Guichen ; previu-se 1751 para as cal- deiras Guyot do Jeanne-dArc, emquanto que, nas caldeiras do Forban, que são de um modelo análogo, queimou-se quasi o dobro. A tendência para uma tiragem natural apenas acti- vada é ainda mais accentuada na Inglaterra; nos grandes cruzadores Terrible e Powerful, cujo fim é ter uma marcha rápida sustentada em quaesquer condições de tempo, adoptou-se, com a força máxima, uma verdadeira combus- tão de paquete; o Powerful desenvolveu, em sua experien- cia de quatro horas,, á toda a força, 25.800 cavallos, quei- mando apenas ii5ka 12o11 por metro quadrado de grelhas e a velocidade realisada foi de 21",8. Os commerce destroyers americanos, que os precederam, apresentam, a este res- peito, uma inferioridade sensível: o Columbia deu 221»,8, é verdade, á toda a força, mas á razão de 140 cavallos por metro quadrado de grelhas com uma pressão de ar de i8m,n; o Nem-York, que havia desenvolvido a marcha de 21" um anno antes, consummira nada menos de 2O0k por metro quadrado de grelhas, sob uma pressão de ar de 51""". A tiragem forçada tem pois uma tendência, senão a desapparecer nos grandes navios, pelo menos a entrar em limites muito moderados. O systema empregado é o do recalcamento do ar na praça das caldeiras. O recalcamento directo nos cinzeiros obteve pouco resultado na marinha de guerra; apresenta inconvenientes nas caldeiras tubulares em que é necessário tomar precauções especiaes para impedir os "DAS DESENVOLVIMENTO marinhas de guerra 251

das chapas; as tentati- gazes de s.ihirem pelas juntas vas nas cylindricas não tem que tem sido feitas caldeiras talvez em sido levadas avante com bastante perseverança

França. Na Inglaterra fez-se no Magnificent a experiencia do systema chamado induced-draft; os ventiladores estão installados na base da chaminé e aspiram os gazes aqueci- dos sido satisfactorios e o mesmo ; os resultados parecem ter casa systema foi renovado no Illustrinus, construído pela

Penn aud Sons.

em As caldeiras têm um rendimento proprio, expresso

kilogrammas kilogramma de carvão; de vapor produzidopor è a para que os resultados sejam comparaveis, preciso que de uma tempe- quantidade dagua seja calculada partindo

ratura inicial fixa; 15o. Na. Inglaterra, póde-se admittir leva-se vaporisada á temperatura de a quantidade d'agua as ioo°; tem-se assim cifras mais elevadas que permittem

comparações menos visíveis, igualmente, mas qu^ s~'o por

iss 1 resultados reaes, é necessário fazer o calculo que, para ter a inverso. O rendimento das caldeiras augmenta pois com

temperatura da agua de alimentação; augmenta mesmo

lei dada thermodynamica, mais rapidamente do que a pela faz um supprimento de porque, ao mesmo tempo que se

calorias, circulação, e, conseguinte, produz-se melhor por

maior vaporisaçâo.

Durante muito tempo, os únicos aquecedores de ali-

mentação, deram bons resultados, que verdadeiramente

foram uma do vapor dos cylin- os que empregaram parte

dros. Mas havia-se feito, muito antes, tentativas parautilisar

r> da chaminé as caldeiras Belle- calor perdido pelos gazes ;

ville dos couraçados do tvpo Canopiis serão munidas de um

aagua de alimentação em uma apparelhodeste genero; passa a segunda caldeira Belleville menor do que caldeira própria-

mente ditae collocada em cima d'esta. Como tirou-se, á cal-

ou trez séries de tubos superiores, deira principal, suas duas

metro de a superfície total de o peso por quadrado grelhase a economia realisada, é aquecimento pouco mudaram ; que 252 REVISTA MARÍTIMA BRAZILEIRA

de 10 approximadamente combustão de % para uma 70% excede de 30 % para 15o11.

nu- Este systema de aquecedores parece destinado a merosas applicações ; sua installáção é fácil nos paquetes onde o espaço em altura não falta ; nas marinhas de guerra seu emprego é limitado aos navios de grande calado, taes como os couraçados e os cruzadores, a menos que, para os

outra disposição. pequenos cruzadores, não se ache uma

(Continua.) UlUflUS Dl GUEBKA ISTBA1E1I.AS

FRANÇA— Cruzador "DEstrées". — Este cruzador de 3* classe foi lan- •çado. em novembro ultimo, em Rochefort. Suas dimensões principaes são as seguintes: Comprimento, 95"; bocea, 12": calado, 16" e deslocamento 2152 tons. Suas duas machinas verticaes devem desenvolver 8500 cavallos e 22»,5 de velocidade. Será armado rom 16 canhões de diversos ralibres e custará 5 205.000 francos. Orçamento da marinha para Í898. — A commissão dff orçamento da •câmara franceza adoptou para o anno de 1898 a despeza de 2S4.SOO.000 francos (superior em 20.000.000 ao do actual), differe deste nos seguintes pontos principaes : 1° As despezas com as novas construcçoes navaes são augmenta«ias de 85 a 102 milhões de francos, dos quaes 34 destinados a construcçoes feitas aa industria particular; 2" A despeza para custeio, de transformações etc. é elevada de 26 a 30 milhões, 16 dos quaes consignados à industria particular. 3' Para os trabalhos em curso das bases de operações foi consignada a despeza de um milhão e meio, sendo um milhão paraBizerta. Serão construídos, além dos que já estão em fabrico, trez couraçados em Brest; um cruzador couraçado de 9.000 tons., em Cherburgo ; 2 cruza- ilores couraçados de menor tonelagem na industria particular ; 2 cruzadores protegidos, em Rochefort j 2 caça-lorpedeiros de 300 tons. e outros tantos orpedeiros de 150 e 84 tons. Caça-lorpedeieo "Dunois". — Em Outubro ultimo foi lançado em Cher- burgo este caça-torpedeiro. cujas dimensões principaes são as seguintes: 78- de compr., bocea S",50, 3-.88 de calado e 8% tons. de deslocamento. Terá caldeiras Normand aquatubulares e duas machinas verticaes de tri- plice expansão que deverão desenvolver 7000 cavallos e produzir a velocidade de 23 nós. 0 armamento consistirá em 6 canhões de 65"" e 6 de 47"", e não terá tubos lança-lorpedos. Um outro do mesmo typo, o Lahire, será lançado dentro em pouco. 254 REVISTA MARÍTIMA BRASILEIRA

Serão estos os dous ultimos representantes desle typo ; pensa-se em subs-

tituil-o por outro typo de menores dimensões e- mais veloz. "Chayla".—Este Cruzador cruzador acaba de fazer experiencia de machina

com 3540 cavallos somente, com a velocidade de 15",5 e eonsummo de 72»

granimos de eombusiivel por cavallo-hora. "204".—Construído Torpedeiro na casa Norinand, fez este torpedeiro expe-

rieneias na milha medida, conseguindo a velocidade de 25",94. "Cassará".— Cruzador Este cruzador fez experiências fmaes. As machinas

desenvolveram 10.143 cavallos e a velocidade obiida foi de. 19" .8, como con-

summo horário de 0,876 por cavallo-hora. As caldeiras são do typo Allest. "Montcalm".—0 Cruzador couraçado minislerío da marinha de França

acaba de assignar com a «Forges et Chantiers de Ia Méditorranée», em la

Seyne, um coniracto para a construcçã» do um cruzador couraçado <]u>> terá o nome de Montcalm.

Eis os principaes característicos: eompr. 138"; bocea, 19°,40; pontal,

13".25 ; deslocamento, 9515 tons.

O vapor será fornecido por 20 corpos de caldeiras de systema Normand ou 8 corpos dupJos do systema Normand-Sigaudy e 4 simples Noimand. Poder-

se-ha empregar carvão ou petroleo.

Será accionado por 3 machinas verlíoaes de triplico expansão, movendo

cada uma um helice e desenvolvendo todas 19.(500 cavallos. A velocidade pre_ vista com tiragem forçada será de 21 nós.

O casco será protegido por uma cinta couraçada de 15™ na tluctuação. Aci na deáta uma blindagem delgada de 95°" no máximo e 17°° no mínimo.

Completarão a protecção dos orgãos vitaes do cruzador um convéz cou-

raçado e um convéz pára-estilhaços sobreposto.

A artilharia compôr-se~ha de 2 canhões de 194"", modelo 1896, dispostos

nas torres, um ávante e outro á ré; 8 canhões de 164°", 7 nas casamatas

couraçadas, sendo 4 em caça e 4 em retirada, todos do tiro rápido; 4 canhões

de 100"° de tiro-rapido protegidos por escudos collocados no spardeck-

16 canhões de 47°° e 6 de 37"", distribuídos pelos passadiços e nos dois mastros militares. Terá finalmente dois tubos lança-torpedos submersos.

— 1TALIA Orçameuto da marinha italiana para Í898,

0 orçamento para a marinha italiana em 1898 sóbe ao total de 194, 546 870 francos, assim distribuídos:

Orçamento ordinário: Despezas geraes. 1.067.500 francos ; Despezas com a marinha mercante: 5.430.866 francos;

Despezas com a marinha de guerra: 87.122.758 francos ; Orçamento extraordinário: 101.225.716 francos.

"Carlos HESPANIIA—Couraçado V".— Este couraçado, de 9235 tons,

H.59) cavallos e 20" com tiragem forçada, acha-se no Hàvre, onde vai rece ber artilharia. MARINHAS DE GUERRA ESTRANGEIRAS255

Cruzador "Crislobal Colon".— Este cruzador de 6840tons, 13.000 cavallos e 20n,2, acaba de fazer uma experiência de muitos dias de marcha a toda força sem interrupção; os resultados foram excellentes; as caldeirasNiclausse, fraucezas, deram magnífico resultado.

CHINA. — Cruzador "Bai Yong".—0 primeiro dos trez cruzadores en- commendados pelo governo chinez á casa Vulcan, de Steltin, foi lançado em fins de, outubro ultimo. Tem 100" de comprimento, 12m,50 de bocea, 5" de calado e 2950 tons. de deslocamento. E' protegido por um convez encouraçado de 37 a 65"*. Tem duas machinas, que devem desenvolver 8.000 cavallos e dai- a velocidade de 19n,5; a provisão de carvão será de 220 toneladas. A artilharia, toda de tiro rápido e protegida por escudos de aço, compor- se-ha de 3 canhões de 15 ¦*¦*>._ 8de 105"", 6 de 37"° e 6 metralhadoras Maxim; emfim 3 tubos lança-torpcdos, dous dos quaes immersos.

ÁUSTRIA.— Augmento do quadro de officiaes—O orçamento do anno corrente consigna verbas para o augmento de 1 contra almirante, 1 capitão de mar e guerra, 4 capitães de fragata, 3 capitães tenentes, 25 primeiros tenentes e 16 segundos tenentes. Novo giiarda-cnslas couraçado. —Foi votado o credito 1.875.000 francos para começar a construcção de um guarda-costas couraçado de 7.800 tons., que deverá ter a marcha de 18n,5. Será armado com artilharia poderosa. O seu custo será de doze milhões e meio de francos. EGYPTO. —Canhoneiras de pequeno calado Yarrow- —A casa Yarrow, já conhecida pela sua especialidade em construcções de pequeno calado, desti- nadas âs operações fluviaes, acabam de aceitar encommenda do governo do Khediva, para a construcção de duas canhoneiras, destinadas a operarem no alto Nilo. Ha cerca de dez annos a casa Yarrow construiu algumas canhoneiras de roda na popa, que prestaram assignalados serviços a Lord Wolscley durante a sua expedição e que, o anno passado, obtiveram igual suecesso na expedição ingleza sobre Kharthum. N'estas canhoneiras, porém, as machinas, caldeiras e apparelhos do leme ficavam muito expostos, pelo que a casa Yarrow, de accôrdo com os repre- sentantes do Khediva, adoptou um systema de navios de helices collocados sob aboboda, e que tão bem tem provado nas colônias. Os planos foram traçados pelo Sr. White, director das construcções navaes do almirantado inglez. São as seguintes as suas dimensões principaes: comprimento 44,"08 ; bocea 7", 45 ; calado 0,"60, com 35 tons. O casco é composto de 11 secções fluetuaveis, que facilmente podem ser ajustadas sobre agua. üeiisía Maritima—7 256 REVISTA MARÍTIMA BRAZILEIRA

Conseguiu-se assim evilar as difllculdades e as demoras inherentes ao ar-

rebitamento e ao lançamento do casco inteiro, além de supprimir-se a ivces-

sidade do ter sempre 110 Alio Nilo um corpo de operários experimentados.

As machinas são compound, de condensação por superfície, alimentadas por duas caldeiras Yarrow aquatubulares.

Os dous helices,de lórma especial, são alojados em dous túneis dispostos na pôpa do navio e cuja abobada eleva-se a 0,"75 acima d'agua. Estes helices

não deixam por isto de ficar immersos, porque seu movimento expelle o ar

que se acha nos túneis o que é immediatamente substituído pela agua: fazendo

estes o papel de syphões ficam ciieios d'agua. Estes helices pódem ser collo- cados ou tirados sobre agua.

" " ESTADOS UNIDOS. — O destroyer Bailey —Este torpedeiro do typo

destroyer, é o primeiro construído no Arsenal de New York.

Espera-se que será um dos mais rápidos navios do mundo, visto que

deve dar 30 nós de, velocidade. Embora já existam planos, na Inglaterra, para

construcção de um de 33 nós, o Express, o Bailey será o primeiro destroyer

que poderá desenvolver esta velocidade. Bailey O é um dos trez, cuja construcção loi decretada pelo Congresso, o anno passado, feitos por um contraclo, cujas cláusulas deixavam aos contrac-

tantes toda a responsabilidade na construcção, sujeitando-os apenas ás condi-

ções de ter accomodações para 40 praças de guarnição, capacidade para suppor- taro armamento especificado e a obrigação de dar 30 milhas de velocidade,

sendo o navio entregue em oito mezes.

O contracto loi adjudicado á casa Charles L. Seabury & C. e á

fias Engini'and Power & C. de Morris Ileights de New York, pelo preço de 251.000 dollars.

Coníórme os planos apresentados pelos contractantes eapprovados pelo Bailey Ministério la Marinha, o terá 203 pés de comprimento, 19 pés de bocca,

13,5 pés de calado, sendo o deslocamento do 235 tons. nas experiencias, e 265

tons. quando completamente prompto.

Este torpedeiro deverá ser armado com 4 canhões de tipo-rapido de 6

libras e trrz tubos lança-torpedos de 18 pollgs. As machinas deverão desenvolver 5.CQ0 cavallos e são de quatro cy-

lindros e tríplice expansão, devendo produzir 30 nós.

— RÚSSIA. Acticidade dos estaleiros Russos. — A Rússia t«m os seus esta-

loiros em grande actividade; assim é que em S. Petersburgo acha-se em

construcção um couraçado do typo Bossia, de 18.000 cavallos e trez pro-

pulsores. Parece que se chamará Paris. Nos mesmos estaleiros vão ser construídos dous torpedeiros do typo Sokol melhorado.

Nos estaleiros de Creighton, em Abo, dous do mesmo typo Sokol molho-

rados. Nos de Ijova serão canstruidos um couraçado do typo Üslabya. de MARINHAS DE GUERRA ESTRANGEIRAS

12.674 tons. e 21 torpedeiros do typo acima citado, dos quaes 12 são destina- dos ao Battico e os 12 outro3SDrão transportados a Vladivostoek.

Em NikolaiefT começou-se a construcção de uni couraçado de 8.800 tons.

do 1} po Rastilav e um outro do typo Tri Swyatitelya. O cruzador Svetlana, construído e lançado no Hâvre, fez experiencias de

machinas, obtendo a velocidade média de 20n,2. As caldeiras d'este navio

são Bellevillc. O torpedeiro 130. do typo Pernoff, construído em Nevsky, Jez

com successo suas experiencias de velocidade. Em uma corrida de trez horas

com tiragem forçada obteve a velocidade média de 23",18, com 345 re-

vol uções. —Refere-se Torpedeiros de 38 nós. que forão encommendados á casa «Hawthorn, Leslie and C » dom torpedeiros, movidos por lurbo-mptores está ParsoQS. que devem ter a velocidade de 38". Esla noticia não ainda confirmada. '•Petropawlosk". O couraçado — Em novembro ultimo fez experiencia

definitiva o couraçado russo Petropawloskde 10.960 tons. de'deslocamento.

A média de quatro corridas deu 16n.4; depois percorreu 153 milhas

em 7 horas e 37 minutos, o que dá [a média de 17",5 com 84 revoluções.

As machinas desenvolveram a força de 10.399 cavallos com a pressão do 8',45

nas caldeiras por centimelro quadrado.

"Vengeance", "Formidable"Implacable" NliLATERRA. — Os couraçados "/ — construcção nos estaleiros e resislible". Estes quatro couraçados, em de V ckers, de Barrow, em Poitsmouth, em Devonport e em Chatlam, são o 'o o os trez i ltimos do priir. i do typo Canopus, que foi lançado recentemente, menos de calado typo iíajeslic; porém terão mais 3" de comprimento e 23cm mais espessa e (afim de poderem atravessar o canal de Suez); terão couraça resis-.ente e deverão ter a marcha de 18 nós. ¦ " Cruzador Vindictice".—Em 9 do dezembro ultimo foi lançado em Chattam

este cruzador de 5.750 tons., do typo Arrogant. "Pomone".— Cruzador Em 25 de dezembro foi lançado o cruzador Pomone,

de 2.135 tons., do typo Pelorus. uIllustrious". — O couraçado Esto couraçado, do typo Majcslic, fez as as outras experiencias suas provas de 30 horas, mas não poude completar efTectuada o por inconvenientes verificados nas machinas. .\a experiencia

consummo horário de carvão foi de 806 gr. por cavallo, tendo as machinas des- 14",6. envolvido 6.124 cavallos, que produzirão a velocidade de Em 16 de novembro ultimo fez as experiencias de consummo de com- ¦ bustivel ein 30 horas com o ralado á ré de 8°,10, um pouco inferior

ao deslocamento correspondente ao deslocamento normal. •Com média do 0.115 cavallos, 83 a pressão de 9",S5 nas caldeiras, deu a < revoluções e 14",5 de velocidade o' ©eiisummo íoi de, 0",54 por cavallo-

hora. 258 REVISTA MARÍTIMA BRAZILEIRA

No dia 17 começou as experiencias com tiragem natural, mas produziu-se uma avaria nos ventiladores da tiragem induzida; sobre os oito ventiladores, cinco arrebentaram, do que resultou uma grande demora na continuação das experiencias.

Seu companheiro o llannibal começou iguaes exercícios no dia 19, mas não poude contlnual-os em consequencia de forte cerração. "Crane— Caça-lorpedeiro Este caça-torpedeíro fez suas primeiras experiencias em 10 de novembro ultimo, em Portsmouth. Com 6.428 cavallos e 395 revoluções a velocidade obtida foi de 30",1 durante uma corrida de 3 horas; as vibrações foram quasi nullas e o gasto de combustível de 1",13 por cavallo-hora. "Viadem".—Este O cruzador cruzador de 1" classe, de 11.000 tons., 18.500 cavallos e 22", começou suas experiencias; nas primeiras deu 20" com 118 revo- luções. Com 88 rotações deu 16n,8 empregando somente a metade das caldeiras. "Venus". O cruzador —Este cruzador de 2" classe, de 5.600 tons.,

9.780 cavallos e 20", fez experiencia de 3h com tiragem forçada e de "Arrogant" ¦ 301 com o quinto da força total, para comparal-o cora o este tem "Venus" caldeiras aquatubulares eo tem caldeiras cylindricas.

Obteve-se na primeira experiencia 8.200 cavallos e 19",6 de velocidade ; 1.920 na segunda, cavallos e 13" ; o consummo de carvão foi de 0\95 por cavallo-hora para as machinas principaes e de O^IS para as auxiliares, "Arrogant" emquanto que os algarismos correspondentes para o foram de "Arrogant" 0k,91 e 0l,36; ordenou-se ao novas experiencias com 2.000 e

7.000 cavallos para notar cuidadosamente o consummo de carvão. "Dasher".— "Dasher", Caça-torpedeiro O caça-torp^deiro que acaba de receber caldeiras aquatubulares do lypo Thornycroft, em substituição ás suas primitivas do typo locomotiva, fez uma experiencia de 3 horas, em dezembro ultimo, durante a qual realizou 3.619 cavallos em lugar de 3.800 ; a velo- cidade, que era de 27", decresceu. Em summa, os resultados não foram julgados satisfactorios. '-Grane" "Violei".— Caça-torpcdciros e O primeiro destes torpedeiros ter-

Tem 71°,60 de comp.; 6",55 de hocca ; 1",00 de calado médio o 350 tons. de deslocamento. A machina deverá desenvolver 10.000 cavallos e dar 33 nós de velocidade. • Seu armamento compôr-se-ha do 1 canhão de 75""'e 5.de 57"", Iodos de. tiro-rapido e dois tubos lançn-torpedos, CHRONICA

AS FLOTILHAS DE TORPEDEIROS.— Parece-nos interessante transcrever a estatística das flotilhas de torpedeiros, pertencentes ás mais poderosas nações marítima? do mundo, organizada pelo Sr. Herbert, ex-secreUrio da Marinha dos Estados Unidos da America do Norte. E' de notar, que n'esta estatística já figura o Japão, cujo desenvolvimento naval e militar tem chamado a attenção do mundo inteiro.

Inglaterra, 2rt8 torpedeiros de todas as classes com o deslocamento total de 28.651 tons.;

França, 228 torpedeiros o 16.583 tons.;

Rússia,.204 torpedeiros e 12.920 tons.;

Italia. 16fe torpedeiros e 11.246 tons.;

Allemanha. 124 torpedeiros e 14.550 tons.;

Japão, 48 torpedeiros e 3.051 tons.;

Hespanha, 27 torpedeiros e 3.739 tons.;

Est idos 1'n'dos, 22 torpedeiros e 3.075 tons.

NOVO CANHÃO «MAXIM».—Vai entrar em experiencias, na Inglaterra- um novo canhão «Maxim» para atirar projoctis de grande capacidade de ex- a carga de 76k, plosivo, do calibre de 61'° o de 2" de comprimento; lança, com a velocidade inicial de 600°, um projectil de 1.225*, conlendo G15k de

ácido picrico.

A polvora empiegada 6 a polvora sem fumaça, que dá a pressão de

700 alhmo«pheras durante todo o percurso na alma. O inventor propõe um

novo explosivo que, assegura elle, dará mais segurança á boca de fogo e que é

composto de 70 a 80 partes de nitro-glycerina e de 30 a 20 parles de algodão

collodio mais solúvel na nitro-glycerina a 38" centígrados e uma mistura de devem misturadas a 25 gelatina e polvora; 75 a 80 partes dVsta polvora ser

ou 20 parles de trinitro-cellulose reduzida a pó, tudo. bem saturado d'agua.

NOVAS EXPERIÊNCIAS DO CANHÃO «VICKERS».—Continuaram em

Shoeburyness, em presença de oillciaes de mar e terra, as experiências do canhão «Yickers»de 152°", começadas a bordo do Pinrher, afim do certificarem-

se do seu eslado e da justeza do tiro depois de 200 tiros. Havia lambem 'ntcnção de sujeitar o canhão a experiências de rapidez de tiro. 2 6o REVISTA MARÍTIMA. BRAZILEIRA

seu A primeira série de 10 liros mostrou que o canhão nada perdera do valor; dois dos liros passaram atravéz do mesmo íuro no alvo. Fez-se depois

36 tiros em 4° e 47", ou um tiro em 8", o que dá, em serviço, 100 tiros por 8 quarto de hora ; o máximo de rapidez foi de um tiro em 6",5, média de

tiros seguidos ; outra série de 8 deu a média de 7" por tiro.

A velocidade inicial loi de 850"; a trajectoria é quasi recta e a zona

perigosa muito ampla.

O angulo de elevação é apenas de 1° para a distancia de 1.800".

PLACA DE COURAÇA «VICKER».— Uma placa Vicker de 152"", de do Cano- aço nickel, ?e nelhante ás que foram empregadas no couraçanvnto

pus, foi experimentada em Shceburynesse com um canhão de 234a"; a ola^a

repousava sobre um enchimento de 102"" de. téka, por traz das quaes estavam

dispostas duas chapas de aço de 13"" cada uma.

Com a \elocidade de 600", o projectil de 173" partiu-se de encontro á

face endurecida da chapa sem lhe fazer grandes avarias.

CORRENTES D ) ATLÂNTICO. —Uma das carlas do Atlântico norte, publi-

cadas c m julho pela repartição hydrographica dos Estados-Un dos,com a denomi-

nação de -Charts, contém a indicação do percurso feito pelas garrafas

lançadas ao mar e que, recolhidas pelos navegadores, foram enviadas á vepar-

lição hydrographica, no correr do anuo que terminou a 1" de junho ultimo.

São em numero de 81. Em seu conjuncto, diz a Nature, de Londres, os cami- dis correntes nhos percorridos por esses .fluctuadores moslram que a direcção de sup rticie no oceano tem relações muito estreitas com a dos ventos reinf utcs.

Considerando os diversos caminhos d esces fluctuadores por zonas ;itua- 40" ao Norte de 5J°, o das entro parallelos, reconheceu-se que entre e 50° e 40°, 5' entre 0° o abatim mto quotidiano é de 5',3 em média: entre 20° e de o 20°, de 9',8.

Uma d"essas garrafas, lançada ao mar em 2° 9' de latitude Sul c 28°,5 de longitude Oeste, veio atterrar á costa d'Africa, na embocadura do rio Ba- >qua- thursl, o que deixa suppor que, arrastada primeiro pels grande corrente torial do Sul, mudou de vehiculo no caminho e acabou a sua derrola. li vada

pela corrente do golpho de Guiné.

OS NEVOEIROS DA TERRA NOVA .—Os Annalen der hydrographie und

maritivien mcteorolorjie de setembro contem uma nota de grande interesse do

Dr. G. Scholl sobre os nevoeiros do banco da Terra Nova. mas Muitas partes do globo estão sujeitas a nevoeiros freqüentes, ne- nhuma outra existe onde a navegação encontre tantos perigos por ellas cau-

sados, devido aos icebergs que as acompanham.

O auclor compilou Iodas as informações dadas pelo Deutsche sce warle, e

liradas*dos diários dos paquetes allemães entre New-York e 42° de longitude. Essas informações são expostas nas-carlas mensaes. CHRONICA 2ÓI

Mostram que a época dos nevoeiros os mais freqüentes é o período de abril a agosto inclusive. Em setembro diminuem consideravelmente. Fevereiro

é o mez mais claro.

tHias regiões, 110 banco, estão especialmente'sujeitas ao regimen dos ne- voeiros: o sul da Nova Escossia e a parte oriental do grande banco. No pro- prio banco e em sua parte Oeste a írequencia dos nevoeiros e sua intensidade são muito menores. Este facto deve ser attribuido sem duvida a que a agua é muilo mais quente aili do que na parte oriental, e que, demais, o mar não apresenta abi a mudança súbita de temperatura que encontra-se a Léste, onde as correntes fria e quente estão em contado.

A CELLULOSE NA MARINHA AMERICANA.—Trez dos navios de guerra americanos são aclualmente protegidos por meio de celluloso provenii nte da casca do còco, mas reconheceu-se que a que era extrahidada modulla do milho dá melhores resultados e que seu preço é de um terço mais baixo.

Projectis atirados em um cofferdam guarnecido de celluloso foram

seguidos de um aflluxo dagua attingindo a meio gallão por minuto, a primeira gola d'agua apparecendo no fim de dez minutos e o altluxo augmentando

continuamente; um oulro cofferdam revestido de cellulose de milho recebeu

projectis em condições analogas. "introduziu-se A agua n'elle como anteriormente e ahi permaneceu uma • hora meia ; durante este tempo, nenhuma gola d'agua appareceu fóra do co/feriam e a cellulose de milho nem mesmo ficou humida 11a entrada do

fuio. De experiencias, lendo por fim verificar a incombustibilidade relativa das

matérias, resulta que a cellulose de côco inflama-se, mas não a do milho, que

quando muito transforma-se em carvão.

UM NOVO METHODO PARA DETERMINAR A VERTICAL (1).— A deter- minação da vertical intervém em todas as medidas meridianas absolutas. E'

uma direcção fixa, independente do instrumento, e, por consequencía, a

orige n a que se refere a latitude e as variações da linha do visada o in- struniental.

As observações dão directam >nte as distancias angulares dos astros ao

polo Instrumental, isto é á direcção da luneta que corresponde ao zéro do circulo. Para d'elia deduzir as dislanciaes zenithaes ou a latitude, é r.ecessa-

rio ainda conhecer a distancia d'esse zero ao zenith, ou a leitura do circulo

correspondente à posição vertical da luneta.

Determina-se-a por processos physicos. O que se emprega geralmente consiste em fazer coincidir o fio do micrometro com sua imagem ruflectida

por um banho de mercúrio. Nos observatoríos das grandes cidades, a cir- culação faz vibrar o solo, cujos movimentos transmitam-se directamente ao

banho. No observatorio de Paris, essas oscillações perturbam as imagens a

(1) Comptes rendus. 2Ó2 REVISTA MARÍTIMA BRAZILEIRA

tal ponto qu\ durante a maior parlo do dia, ú difílcil determinar o nadir

Dave-se pois temer erros importantes n'essas medidas.

DiíTerentes experiencias foram feitas, desde Le Verrier, para attenuar esses elTeitos. Tem-se sido obrigado ha muitos annos a empregar, como

superfície reilectora, uma camada de mercúrio tão delgada quanto possível.

Podia-se receiar que, pjr causa das acções capilares, a superflcie do mercúrio não ficasse horizontal. Experiencias comparativas, feitas em Paviz e Nice, mos- traram que esses eíTntos não parecem ter influencia appreciavel.

Em lodo o caso pelas razões que acabamos de indicar, é importante,

sobretudo no Observatório de Paris, usar de outros processos para determinar

a vertical. E' nVsta ordem de idéas que se tem imaginado muitos apparelhos com os quaes se determina o zenith em vez do nadir. O primeiro d'estes

pontos acha-se na região do céo em que se observa, emquanto que o outro está

na região opposta, o que dá ainda mais interesso á questão. O collimador zenithal do Sr. Faye é uma das mais antigas disposiçõ s

que permitte attingir esse fim. O Sr. Porro propoz um appar Iho de banho de

a^iia, mas a realisação pratica de sua idéa engenhosa apresenta di.flculdad'S

que fizeram abandonai-a.

No ultimo anuo, o Sr. Deicmnüller propôz o emprego de um espelho

zenithal (luctuando sobre um banho de mercúrio. Com esta disposição, as pi-

quenas vibrações são attenuadas pelo peso do espelho; a superfície reflectora

desioca-se, sob a influencia das grandes perturbações, mas fica plana e a as imagens não são turvadas.. centro O plano determinado pelo fio do mierometro e o optico do

objeclivo é perpendicular ao espelho, quando o fio coincide com sua imagem.

A media das leituras obtidas fazendo as coincidências para duas posições do espelho, a 180" uma da outia, deter nina a vertical.

O Sr. Lcevy, direclor do Observatório de Paris, tendo previsto a impor-

tancía de um tal instrumento, fez construir pelo Sr. Gautliier um espelho ze-

nithal para o circulo Bisçhoffsheim, e encarregou-nos de estudal-o. Eis aqui ai-

gumas indicações sobro a disposição adoptada :

Um espelho prateado em sua parte inferior está fixo a um fluetuador quo repousa sobre um banho de mercúrio contido em uma cuba annular. Esta é

supportada por um braço metálico horizontal, que póde-se fazer girar ao redor

de um prolongamento do pilar Léste do instrumento. Um contrapeso, collocado 11a outra extremidade da haste, faz equilíbrio á cuba. Mantem-se o espelho

n'uma posição determinada por meio de um grampo que podo entrar, sem

exercer pressão alguma, nas quatro ranhuras feitas a igual distancia na parte superior do fluetuador.

Designamos pelos números, I, II, III, IV as posições correspondentes do espelho; I e III são diametralmente oppostos assim como II e IV.

Com esta disposição, os phenomenos capilares não intervém; mas o

instrumento apresentava ainda dois grandes inconvenientes. As focalisaçõe CHRONICA 263

Tiuhamos obser- pelas estrellas e pelo espelho zenithai eram difíerentes. jà e, depois de vado o mesmo phenomeno cora o banho de mercúrio ordinário, numerosas experiências, o tínhamos feito desapparecer regulando convenien- ditli- temente a illuminação. O mesmo fez-se com o espelho zenithai. A outra ou muitas voltas, e voltando culdade era que, iazendo gyrar o espelho de uma mesma coincidência. Por essa tazão á posic;ão primitiva, não achava-se mais a isto segundo nossa opi- não podia-se obter resultados satisfactorios; provinha, trez a nião, de uma muito grande liberdade do espelho. Por meio de parafusos, tanto o movimento do es- 120 gráosum do outro, limitamos, quanto possível,

pelho, sem pertubal-o. O instrumento assim modificado é utilisavel. Deslocando o espelho com as mesmas leituras voltando ás mesmas precaução acabamos por achar sempre

posições. Emfim, as médias das leituras feitas com as posições I e III do espelho

concordam bem com as médias de II e IV. nadir — Determinámos, para as duas posfções da luneta, as differenças

zenith — 180°. Tomámos nestas medidas as precauções habituaes; em parti-

cular, o observador collo:ou-se ora do lado Norte, ora do lado Sul em referen-

cia á luneta.

J. Pkrchot e W. Ebert. .

(Do Cosmos).

Recula Marítima—8 Estatística da Bibliotheca e Museu da Marinha

RELATIVA Á 2a QUINZENA DO MEZ DE JANEIRO DE 1898

Dias úteis15

Visitantes do Museu5

Leitores28

Obras consultadas.34

matb: rias

Bellas letras11

Marinha6

Historia6

Mathematica4

Mecanica3

Jurisprudência1

Revistas e jornaes3

34

LIKQ U AS

Portugueza 20

Franceza 10

Ilespanhola3

Ingleza1

34

Por motivo de ferias esteve fechada durante a 1*

quin; ena. Relação dos livros entrados na Bibliotheca da Marinha durante o mez de Janeiro de 1898

Almanak do Ministério da Guerra para o anno de 1897. 1 vol. in-8° broch.

Rio de Janeiro, 1897.

Annaes da Gamara dos Deputados. 3' Sessão Legislativa de Abril a Dezembro

de 1896. 1 vol. in-8° broch. Rio de Janeiro, 1897.

Annaes do Senado Federal. 3* Sessão Legislativa de Abril a Dezembro 18E6.

1 vol. in-S° brocb. Rio de Janeiro, 1S97.

Arte de requerer em juizo. Nova edição. 1 vol. in-8' brocb. Rio de Janeiro, 1897.

Auxiliar doConstructor. pele Coronel Cornelio dc Ilarros. 2* edição. 1 vol. in-8° cart. Rio de Janeiro, 1897.

Codigo Penal da Armada. Decreto n. 18, de 7 de Março de 1891. 1 vol. in-8°

brocb . Rio de Janeiro, 1897.

Consolidação das leis relativas ao Juizo da Provedoria, por Ferreira Alves

(J. A.) 4' edição. 1 vol. in-8" brocb. Rio de Janeiro, 1897.

Elementos deinstrucção moral e civica, Estctes da Silcu [Dr. J. I).). 1 vol. in-12 cart. Rio de Janeiio. 1897.

Episodios Militares—Guerra do Paraguay, por Pimentel(Coronel Joaquim S. d'A). 2* edição. 1 vol. in-12 brocb. Rio de Janeiro, 1897. — Estudos de Hygiene A cidade do Rio de Janeiro, por F. Tapajoz (Torqualo)

parle 1* vol. 1— 1 vol. in-8* broch. Rio de Janeiro, 1895. — Hydrographia pratica por Monchez (E.) TraducçSo do Capitão-lenente J. Pinheiro de Vasconcellos. lvol. in-S' broch. liio de Janeiro, 1897. <1!'0 Lris ns. 489 e de 15 e 1(5 de Dezembro que lixam a receita e despeza da

Republica dos Esiados lnidos do Brazil para o exercício dc 1898. 1 vol. in-8° broch. Rio de Janeiro, 1897. — NVções de Grammatica Exercícios da IÍngua materna por Menezes Vieira

(I)r. J. J.) 3" edição. 1 vol. in-lá" brocb. Rio de Janeiro, 1897. — Obras d arle e orçamentos. Estradas de Ferro por Cin.e Maia (/'.) 1 vol. in foi. cart. liio de Jane ro, 1897.

Orçamento do Ministério da Guerra para o exercício de 1898. 1 vol. in-folio broch. R:o de Janeiro, 1F97.

Oiçamenlo da despeza do Ministério da Industria, Viação e Obras Publicas

para o exercício de 1898. 1 vol. in-folio broch. Rio de Janeiro, 1897. .,266REVISTA MARÍTIMA BRAZILEIRA

Orçamento do Ministério da Marinha para o exercido de 1898. 1 vol. in-folio broch. Rio de Janeiro, 1897.

Orçamento da receita e despeza da Republica dos Estados Unidos do Brazil

pura o exercício de 1898. 1 vol. in-l° broch. Rio de Janeirp, 1897.

Organisação judiciaria do Districto Federal. 1 vol in-8" broch. RiodeJa- neiro, 1S97.

Projecto da nova tarifa das aifandegas. 1 vol. in-4". Rio de Janeiro, 1897.

Quadro geral dos conductor»s, etc. do serviço de conducçào de malas no Districto Federal e Estado do Rio de Janeiro etc. 1 vol. in-4" broch. Rio

de Janeiro, 1897.

Relatorio do Tribunal de Contas — Exercício de 1897. 1 vol. in-8° broch.

Rio de Janeiro, 1897.

Relatorio da Procuradoria Geral do Districto Federal pelo Desembargador Manoel Pedro Moreira Villaboim. 1 vol. in-8" broch. Rio de Janeiro, 1897.

Relatorio e synopse dos trabalhos da Gamara dos Deputados de 1896 e Annexo

ao mesmo relatorio e synopse de 1896. 2 vols. in-4" broch. Rio de Ja-

neiro, 1897.

Relatorio dos trabalhos da commissão de Revisão da Tarifa das Alíandegas por Honorio A. Baptista Franco e Annexo ao mesmo Relatorio. 2 vol. in-4"

broch. Rio de Janeiro, 1897.

Relatorio do Ministério da Industria, Viação e Obras Publicas, do anno de

1897. 1 vol. in-8" broch. Rio de Janeiro, 1897-

Relatorio do Ministério dos Negocios Exteriores, do anno de 1897. 1 vol.

in 8"-broch. Rio de Janeiro, 1897.

Relatorio do Montepio Geral de Economia dos Servidores de Estado, do biennio

de 1897 a 1899. 1 vol. in-4" broch. Rio de Janeiro, 1897.

Regulamento dó Estrada de Ferro de S. Francisco. 1 vol. in-8° broch. Rio

de Janeiro, 1896.

Relatorio do Ministério da Fazenda do anno de 1897 e Annexos ao mesmo

Relatorio. 2 vols. in-8"broch. Rio de Janeiro. 1897.

Relatorio do Ministério da Justiça e Negocios Interiores do anno de 1897.

1 vol. in-8° broch. Rio de Janeiro, 1897.

Tabellas das substancias, vasilhame etc. que devem existir nas pharmacias. 1 vol. in-8" broch. Rio de Janeiro, 1897.

Traité elementaire de physique, Ganot, 21""* édition. 1 vol. in-12° ene. Rio de Janeiro, 1897.

Tratado de Mecanica Geral por Moraes Ilego (majores). 1 vol. in-8" broch. Rio de Janeiro, 1897. CARTA — MARÍTIMA DIREGTOR DE METEOROLOGIA das maximas e Boletim mínimas at>solu.tas e das m as obtidas no mez d© Janeiro do 1803

OBSERVAÇÕES W 2^1 HORAS Thermo- o metro Sp TEMPERATURA HUVA > O Frequencia dos ventos ea o (VEZES) c „ S o - cã 3 s s e

X XNENE ENE E ESE SE Max. alis... Í58.37 25.5 1.8 99.0 11 12 111 Min. abs 148.97 22.0 0.1 17.57 85.0 S S :WSV W WNW N V NNW Média mens. Í54.73 23.4 0.9 16.70 92.4 1 2 1 3 5 4 7

SC

§> o-0 Max. abs... 759.20 29.5 4.6 22.72 96.0 10 N X X E E N E E ESE Min. abs... . 749.00 23.6 0.5 18.48 66.4 0 9 a s 1 1 2 1 Média mens. 755.40 25.4 2.5 20.48 80.(1 6.S S E W V N W X W N N W 3 1 1 4 9 o OS - —2 / Max. abs. ., 758.51 32.3 6.6 23.78 92.0 10 õ \ ;E S (S E S Min. abs.. .. 749.33 23.» 1.0 18.00 56.7 1 34.1 21.5 25.2 14.( .2-2 1/2 d 0.10 44.90 2.8 161 Média mens. 755.09 28.0 3.6 20.7! 74.1 6.2 :X :N N W ¦goaõ • I 3 -

"c "*3" ~ IO Max. abs. .. éOÍ .0/ 31.4 6.0 22.31 87.0 10 N (S .S S E S Min. abs... . 748.54 21.1 1.6 1S.4S 59.4 1 3 P 149 4 Média mens. 753.91 28.0 3.9 20.03 71.5 6.0 SSWS :W N W 1

,

Max. abs... 757.64 30.2 6.0 23.56 95.0 10 NNE X N (SESSE S Min. abs... . 748.76 22.9 0.6 17.19 58.0 0 6p 1 15 9 Media mens. 753.92 27.1 3.3 20.03 75.1 6.2 W W N :X :X X W 1 1

rhu'°- "âo obstanj. ier-se notado em alguns dias nevoeiro mais 011 menos dnradou o, sobretudosobretud^aoW^^Xtt^snhsisli? ao \\ e NU e subsistir rommm^rpouenH^nevnMií.1?,' 10 te11up.fPra'm*n£ Cahio chuva em oito dhs. correspondendo a maxima registrada ao dia 8. No dia sentiu-se trovoada ^ liVwí;! „! 3 desde 3h |K,>u m> 40" i) e que cerca de 8» p. pronunciou-se forte de W com intensos re- lampagos. .No dia 1j seutio-se trovoada ao X, desde 3h 45" • p. ate cerca de 611 d a iinwn-i oecurrencia no dia 22 de 5i> 15 até 6h No dia 24 sentiu-se trovoada depots ao p. p. de 5h p. e no dia 25 trovoada N desde lh ate 5" A's 5h n p. p. dodia 2(i ouvio-se alguns trovões e no dia 29 ás 2h p. 0 heliographo- registrou a inaior durayao do hritho solar > in> o 7 a minimi A. Hi. AH i..,,, ...... «ii.iw e a total de 18li,29 durante o mez. ^ W; lnclinação ™!?netiea = -13*1, isto é, ''ara exíremo norte pára cima";'Fo& hOTÍM»rtSí =0°8^™Sw1^lld^s^S|e^c!a^OS?,a,51ietlCa Como Director - Américo Silvado, capitão-ienente. 0 observador, Sildnato de Moura, capitão-tenente. REVISTA MARÍTIMA BRAZILEIRA XVII ANNO — N. 9

REVISTA

MARÍTIMA

BRAZILEIRA

DIRECTOR

Capitão-tenente Eduardo Ernesto Midosi

REDACTORES :

1" Tenente reformado Carlos de Castilho Mídosi e 1° Tenente reformado Leão Amzalak

SÉde da Direcção e Bedacção

NA

BIBLIOTHECA DA MARINHA

Itiia iloCüiiMoIlittlro Saraiva n.

MAKÇO DE I N!)8

ItIO DE JANEIRO — Typograpliia tia de Noticias Rua Sele de Setembro n. 70

*MS>» O Capitão de Fragata Garcez Palha

FALLECIDO EM 9 DE MARÇO DE 1898

Não é decorrido longo tempo que a Ma- rinha de Guerra Brazileira cobriu-se de luto pela morte do venerando e bravo almirante Marquez de Tamandaré, que, póde-se dizer, encarnava o typo caracteristico do verdadeiro marinheiro. Com toda a Armada Brazileira sen- tiu a «Revista Maritima» dôr intensa por tão violento golpe. Sobre vem-nos presentemente novos o cruéis pezaros : é mais um official illustre que deixa de existir ! Gomo que paira o infortúnio sobre a nossa marinha, já tão desfalcada de tantos dos seus mais illustres membros. Garcez Palha representava o passado d'esta Redacção; seu nome figura na fundação da «Revista Maritima» ao lado de Saldanha da Gama, E. Wandenkolk, Eloy Pessoa. Lima Barros e outros. Seu nome faz parte da Bibliotheca e archivos navaes, e quem pro- curar conhecer alguma cousa sobre a nossa marinha de outr'ora, tem infallivelmente de recorrer aos seus trabalhos. As «Ephemerides Navaes» , a «Marinha de Guerra do Brazil na lucta da Independência», ²ærrnrTTTTifiii_-rii-ii_i--itra__ri__nifMii mui «¦mim 2Ó8REVISTA MARÍTIMA BRAZILEIRA os «Combates de Terra e Mar», mostram o interesse que teve em trazer á publicidade os factos notáveis da corporação a que digna- mente pertencia e que tanto honrou. Em todas as commissões que exerceu soube gozar merecidamente da amizade e máxima confiança de seus chefes. A. Redacção da «Revista Marítima Bra- zileira», associando-se á dôr que soffreram a Armada Nacional com a perda de um dos seus mais illustrados membros e a Imprensa com a morte de um de seus mais distinetos collabora- dores, curva-se respeitosa diante de seu túmulo e de sua memória, transcrevendo aqui a sua honrosa fé de offieio.

José Egydio Garcez Palha, lilho legitimo de João Antônio Garcez Palha e de D. Carlota Joaquina Garcez Palha, natural do Riode Janeiro, onde nasceu aó de Se- ternbro de 1850. Assentou praça de aspirante a guarda marinha, por aviso de 1 de Março de 1866, promovido a guarda-marinha em 30 de Novembro de 1868, a 2" te- nente por decreto de 8 de Dezembro de 1870, a 1" te- nente a 4 de Dezembro de 187-. e capitão-tenente a 8 de Janeiro de lS.jo. Foi nomeado Bibliothecario da Marinha em i

O CAPITÃO DE FRAGATA GARCEZ PALIIA269

fazer Em 1 dc agosto de 1883 foi nomeado para

organisar o serviço parte da commissão que tinha dc

de torpedos e orçar a respectiva despeza. Em 21 dc

novembro do mesmo anno foi nomeado para fazer

tra- parte da commissão encarregada de apresentar

balhos do serviço administrativo para a reorganisação

c dc contabilidade, nas repartições e estabelecimentos

sujeitos ao Ministério da Marinha. Em 8 de fevereiro

dc i88-| o Inspector do foi nomeado para, com

Arsenal dc Marinha da Côrtc, organisar e installar

o Museu Naval. Em ,| dc novembro do mesmo anno,

foi nomeado ajudante da inspecção do Arsenal ce

Marinha da Côrte, deixando na mesma data o lugar

dc Bibliothecario da Marinha. Por aviso de 11 do

o Impe- mesmo mez foi mandado elogiar por S. M.

rador serviços durante o tempo pelos que prestou

serviu Ribliothecario, no estabelecimento, que como já no desempenho já na redacção da Revista Marítima e

ao de importantes commissões que interessavam pro-

de Em de maio de 1892 gresso da marinha guerra. 5

Presidente da Commissão foi elogiado pelo marechal valiosa de Melhoramentos do material dc guerra, pela

lhe e dedicação coadjuvação que sempre prestou pela

serviço Por aviso de 22 de que mostrou pelo publico.

dezembro de 1883 foi mandadonotar nosassentamentos

os seguintes trabalhos : desse oflicial ter clle publicado

do Brazil na lucta da indepen- A marinha de guerra 1823 dencia, Viagem da fragata «Nictheroy» em (manus-

Barroso Pereira). Memória cripto do capitão de fragata

navaes existentes histórica sobre alguns dos quadios 'Bibliotheca e da na Exposição dc historia geographia

Nacional em 1882. Os torpedos Whitehead, seu em-

e modo de combatel-o da memória prego, tiso (traducçáo de J. von Erenkbock), mandado publicar pelo Quartel 270 REVISTA MARÍTIMA BRAZILEIRA

General da Marinha, e Aphorismos militares do contra- almirante Lttigi Fincalti (traducção do italiano). Por avisa dc 7 de janeiro dc 18,84 foi mandado contar a este official o tempo de serviço militar desde 27 de feve- reiro de 1806,dia em que se matriculou na Escola de Ma- rinha, como paisano, tendo estudado com aproveita- mento. Por decreto dc 12 dc abril do mesmo anno foi nomeado cavalheiro da Ordem da , em attenção aos serviços prestados na inauguração do Museu Naval. Em 10 de setembro foi nomeado para fazer parte da commissão presidida pelo vice-almirantc Ajudante General da Armada, afim de propor, de accòrdo com a L.i do orçamento vigente, a reducção do numero dc Companhias de Aprendizes Marinheiros e o que convi- ria fazer para realizal-a senfauginento de despeza. Em 19 de fevereiro de 1885 foi dispensado a seu pedido do cargo de director da Revista Marítima Brazileira, sendo então elogiado pela intelligencia e dedicação de que deu provas por mais de tre?: annos no desempenho de um serviço gratuito da maior importância, entretanto, para o desenvolvimento e prosperidade da nossa Marinha. Por decreto deóde março do mesmo anno foi nomeado official da Ordem da Rosa, pelos serviçosmilitarespres- tados na qualidade de redactor da Revista Marítima. — Foi secretario da flotilha do Alto Uruguay e do almirante Barão de Ivinheima, na Inspectoria do Ar- senal de Marinha. Em abril de 1889 foi nomeado lente da Escola Naval. Em abril de 1895 reformou-se cm capitão-tenente. Como advento do governo do Dr. Prudente de Moraes serviu com muito brilho como secretario do venerando Sr. almirante Eliziario Barbosa, durante a sua longa admnistração na pasta da Marinha. A Redacção. __1 Penetração dos nos meios resistentes projectís

( Continuação )

As couraças usadas pódem ser divididas em :

Couraças de ferro forjado;

Couraças compound;

Couraças de aço.

Couraças de ferro forjado.— O ferro forjado foi larga-

mente usado cm placas de dimensõos mais ou menos

consideráveis.

Cada placa era constituída por um certo numero de la-

minas caldeadas,- attingindo uma espessura de 20 a 25"".

A não somente da resistencia á penetração dependia, espes-

sura da placa e da sua melhor fabricação, mas também da

maior menor sobre ou elasticidade do colchão que assentava

a placa, e do modo de íixar esse conjuncto.

Crescendo a eflicacia da artilharia pelo augmento cada

vez maior dos calibres, impôz-se também o augmento da espessura das placas como o meio de obter maior resistencia.

Com o mesmo objectivo foram experimentadas as placas inclinadas foram rejeitadas não offerecerem de Jones que por vantagem o de vista da inclinação. particular sob ponto

obter boas de A difficuldade, porém, de placas grande espessura, com tacs bem como a de obter boas juntas placas, levaram na Inglaterra á adopção do systema chamado de

— placa sobre placa.

— era Systema de placa sobre placa. Este systema constituído de moderada espessura, pela reunião de placas Revista Marítima—2 272REVISTA MARÍTIMA BRAZILE1RA

alguma deixando entre si um espaço que era preenchido por

substancia elastica, como a madeira, a borracha, etc.

constituida assentava sobre um colchão A placa assim

de madeira, reforçado com longarinas de ferro ou por qual-

lado outro meio, e muitas vezes ainda applicava-se do quer 2cm, de íerro de dentro da amurada uma espessura de 1 a 5

fossem com o fim de dar rigidez á estruetura e impedir que

ferro. cm derredor fragmentos de madeira e projectados de determinada es- Era opinião corrente que uma placa "resistcncia devia ter uma dupla da offere- pessura que cada uma com a metade ceria a reunião de duas placas,

d'aquella espessura. de Em experiencias seguidas chegou-se á conclusão

uma só resistia melhor a um único tiro, mas que placa

a elasticidade o systema de sobre que que possuia placa

faziacom resistisse melhor a um fogocontinuo. placa queeste

de ferro forjado estão ha muito cahidas em As placas

tornaram-se impotentes contra os desuso, desde que pro- Foi necessário recorrer a jectís Palliser e de aço Whithworth.

material mais resistente.

experimentado o ferro Pela mesma época cm que era Seu forjado, faziam-se experiencias com o ferro fundido.

cm comparação ao do ferro forjado, capaz de grande peso

offerecer a mesma resistência, impediu definitivamente que

o dos navios, e seu uso fosse empregado para couraçamcnto

defesas em terra—com ficou adstricto ás torres para grandes

vantagens economicas.

— — Couraças Compound Experiencias de Spezzia.

do Posto cie lado o ferro fundido, reconhecida a inefiicacia

resistir ao ataque dos Palliser, ferro forjado para pensou-se foi naturalmente em recorrer a outro material, e assim que

começaram as experiencias sobre couraças de aço, das quaes

foram mais importantes as de Spezzia.

o offerecia Essas experiencias demonstraram que aço

o ferro forjado a um único tiro de melhor resistencia que PENETRAÇÃO DOS PROJECTIS NOS MEIOS RESISTENTES 273

violência, mas grande que cedia mais depressa sob tiros re-

mesmo petidos, de projectís relativamente leves. Ainda

mais, observou-se que, quando a couraça de aço era pene- trada incompletamente por um projectíl, os damnos esten-

diam-se superfície por grande da couraça, que se abria em largas fendas, ao passo que eram nullos os damnos causados

nas mesmas condições a uma couraça de ferro forjado ficando

o projectíl dentro d'ella, sem que se abrissem fendas, irradi-

ando do ponto chocado; e, outrosim, quando completa a

perfuração, que os estragos ficavam limitados ao furo re-

dondo aberto á passagem do projectíl.

Com o fim de alliar a maior resistencia do aço ás quali-

dadesde maior malleabilidade do ferro forjado, foram fabri-

cadas as placas chamadas—Compound—que ainda hoje de-

fendem os costados de muitos couraçados notáveis.

Consiste uma placa Compound em uma face de aço

duro, impedir para a penetração do projectíl ou ao menos

quebrar-lhe a força do impacto, ligada inflexivelmente a uma

base de ferro forjado, afim de impedir que fendas se produ-

zam e se face estendam pela acerada.

Para se obter a maior vantagem da placa Com-

colchão de pound, ella deve assentar sobre um qualquer

substancia a curvatura dura, de modo a impedir da placa

sob a acção de tiros repetidos.

Dois são os seguidos fabricação processos para a da placa

Compound: o firma Crnmcl de Wilson, explorado pela & C

e o de Ellis, explorado pela de Brown & C.

Processo Wilson.—Por este processo, a placa de ferro forjado, reunião de es- constituída pela placas de pequena

pessura, incompletamente trabalhadas e ligadas, 6 collocada dentro de um forno em temperatura de calda (*), e ahi re- cebe sobre uma de suas faces uma descarga de aço fundido.

Quando esfriada em parte, a placa Compound é retirada do forno, passada no laminador para ficar reduzida á espessura conveniente e melhorar sua qualidade. 274REVISTA MARÍTIMA BRAZILEIRA

A face acerada é depois submettida a um tratamento es- pecial para se removerem tensões internas. Processo Ellis. —- Por este, fabricam-se separada- mente uma placa de ferro forjado c uma de aço duro, collo- cando-se esta sobre aquella, separada de uma pequeníssima distancia por um certo numero de pinos dc aço postos ver- ticalmente entre ambos. Assim postas, as placas são levadas ao forno e ahi man- tidas até á temperatura conveniente (*), são então retiradas, collocadas cm um molde, c entre ambas derrama-se o aço fundido, afim de soldal-as, depois de pôr o molde em posi- ção vertical. Vai em seguida a placa compound ao laminador para ficar reduzida á conveniente espessura. A placa Wilson é, debaixo de fogo, mais mallcavcl que a de Ellis, dc modo que a penetração é mais profunda na primeira, emquanto que a segunda apresenta fendas mais extensas. Processo Tresidder.— Diversas tentativas foram feitas para melhorar o systema Compound até que o comman- dante Tresidder, fazendo parte da sociedade Brown e Comp. apresentou seu processo para endurecer a face acerada das placas Ellis. Consiste elle em lançar sobre a face aquecida dc uma placa Ellis jactos de agua fria por meio de tubos, sob grande pressão, de modo a obter um intimo contacto entre as di- versas correntes de agua fria e a placa, que esfria então rapidamente, evitando por essa forma o estado espheroidal, inevitável, quando a placa, em alta temperatura, é mergu- lhada nagua sem pressão. A face acerada adquire por este meio um extraordinário endurecimento. O processo Tresidder tem outras feições interessantes, mas a applicação dágua fria cm jactos constitue a principal.

(*) A temperatura conveniente a operação de caldear póde-se considerar approximadamente entre 1370* e 1180" centígrados para o ferro forjado. PENETRAÇÃO DOS PROJECTIS NOS MEIOS RESISTENTES 275

A placa Ellis-Tresidder soffreu diversas experiências em competência com outras de aço e princij.almcnte com as Ilarvey, com alternativas de victorias c derrotas, até que foi supplantada pela I larvey de aço nickelado em memorável experiência de que adiante ciaremos noticia.

Diversas tentativas com o aço — Couraças de aço.— Tendo já o aço substituído inteiramente os outros materiaes na fabricação das caldeiras,canhões,projectis, etc, pensou-se naturalmente em insistir na mesma substituição em relação ás couraças para oppôr o aço ao aço, aproveitando suas grandes qualidades de resistência. Houve a principio as maiores difficuldadcs para a entrada do aço em uso corrente por ser duro c quebradiço. Já vimos que, nas experiências feitas cm Spezzia cm 1886, mostrou ser mais resistente c menos malleavel que o ferro forjado, de modo que se fendia com facilidade, sob a acção de tiros re- petidos, e dissemos que, para alliar as qualidades de maior resistência do aço á dc maior mallcabilidadedo ferro forjado, chegára-se á fabricação das placas Compound, a que a In- glaterra apegou-se por tão dilatado espaço de tempo. Não obstante a grande acecitação efessas placas, justi- ficada em experiências rej.etidas, obstinavam-se os indus- triaes em melhorar o aço para couraça e começaram por diminuir a porcentagem cio carbono. O aço é um carbureto de ferro, e sua maior ou menor dureza depende da maior ou menor quantidade de carbono que entra em sua composição ; é um produeto intermediário entre o ferro puro, quasi sem carbono, diílieil de ser fun- "/„ dido, e a fonte, facilmente fusível, que pôde conter até 5 de carbono. A diminuição na porcentagem do carbono foi feita para sc obter um aço menos quebradiço e, cm compensação, mais malleavel, deixando-se mais facilmente penetrar. As experiências já citadas de Spezzia estabeleceram nítida mente o problema que os industriaes tinham de resolver 27 6 REVISTA MARÍTIMA I3RAZILEIRA

para obter o melhor typo cie couraça de aço : aquelle que

á maior resistência á penetração reunisse a maior mallea- bilidade e flexibilidade para, quando penetrada a couraça, não abrir-se em fendas mais ou menos extensas.

A diminuição do carbono, tornando o aço mais malleavel, não conduziu á resolução se o metal do problema, porquanto, se comportava melhor sob a acção de uma série de tiros, era

também mais facilmente penetrado.

Experimentou-se em seguida o endurecimento da face

e o sub- externa da couraça de aço pela tempera cm azeite sequente recozimento da couraça, afim de remover tensões

internas.

Continuaram os esforços sempre no sentido da resolução

Compound, do problema com o aço, pois que as placas que

o haviam resolvido plenamente, já começavam a denunciar sua fraqueza ao choque dos modernos projectís de aço

chromado.

de E não era somente a fabricação dos projectís per-

elevado de furacão que havia attingido a um gráo perfeição;

se maior effi- eram também os canhões que alongavam para

lentas sobre os imprimindo-lhes cacia das polvoras projectís,

maiores velocidades iniciaes; era a própria polvora que

soffria transformação radical em sua constituição intima,

mais resultados causa de produzindo os extraordinários por

mais elevado. seu potencial muito

de competencia com as Primeiras placas aço em

Compound. — Procuravam os industriaes melhorar o trata

massas dar-lhe a maior ho- mento do aço em grandes para

meio de formidáveis martcllos e mogeneidade possivel por

hydraulicas, e começaram de apparecer poderosas machinas

Schneider uo Creuzot, St. Mariel, em as placas Çhamond,

decidida competencia com as Compound, Cammel e Hrown.

Em 1887, a bordo do Nettlc, em Portsmouth, realisa-

ram-se notáveis experiencias, cujos resultados foram se-

c retos. PENETRAÇÃO DOS PROJECTIS NOS MEIOS RESISTENTES 277

Experiências — de Annapolis Estados Unidos. — Em 18 de Setembro de 1890 foram levadas a eífeito em Anna-

polis, Estados Unidos, outras experiencias que fizeram echo. Concorreram os fabricantes: Schneider, com duas placas: uma de aço martellado, feita de accôrdo com seu systema, e

outra também de aço, mas com 5 % de nickel, e Cammel,

que apresentou uma Compound de seu systema.

O canhão atacante era de 15™,2, e lançou contra cada ~| placa projectís I Ioltzer, sendo as dirigidas pontarias para os cantos das placas.

Peso dos projectís velocidade de choque 632,4 45', }m:s, dando uma energia total de 924,75"". No dia 23 do mesmo mez deu-se mais um tiro com um

projectíl de 20CU1,3 de aço forjado, sendo o centro o ponto vi- sado em cada placa.

As placas foram todas atravessadas este por projectíl, cuja era superior á resistência dellas. potência A que resistiu

melhor foi a de aço nickelado, cujo colchão foi penetrado

pelo projectíl de 20"",3 cm uma extensão de 26"",7, ficando os

de 15"",2 retidos dentro da placa, que não soffreu a menor fenda, apenas com as ogivas apparecendo do lado opposto.

A Schneider toda de aço foi a placa que permittiu a menor penetração dos projectís de 15°'",2, mas apresentou

fendas, de partindo cada ponto de impacto e cruzando-se no

centro em forma de X. A Compound foi a que permittio a mais fácil penetração, mas sem fender-se, ficando sua face

accrada, em compensação, quasi toda destruída.

Foi a vez, em experiencia tornada primeira publica, que a Compound foi batida, sem restar placa duvidaalguma, por

uma chapa de aço, essa mesmo com uma porcentagem de nickel.

Experiencias russas e norte-americanas. — Nesse mesmoanno, emOchta, perto de S. Petersburgo, effectuaram- se novas experiencias que confirmaram os resultados das de

Annapolis, quanto á victoria do aço sobre o systema Com- BRAZILEIRA 2y8REVISTA MARÍTIMA

de aço Vickers observando-se, uma placa pound, porém, que uma de aço nickeladodeSchneider. comportou-se melhor que em Indian Em novembro dc 1891 novas experiencias a uma de Head, Estados Unidos, deram a primasia placa de competencia com outras aço nickelado de llarvey, em

de aço nickelado, á excepção alta e baixa carburação, todas foi exactamcnte a classiü- de uma, também de llarvey, que

cada em ultimo logar.

se concluir o De todas estas experiencias já pôde que ter as de ser reunido a outro metal para quali- aço precisa nova de couraça. E' esta uma dades requeridas para placa metal teve esse ramo da industria feição do progresso que

lurgica. melhores resultados deu, O nickel foi o metal que

e a tenacidade do aço. augmentando a flexibilidade

estabelecido não íicou inteira- Ainda assim o problema da artilharia. Novos mente resolvido, em face dos progressos

experiencias se realizaram, que estudos se fizeram, novas ao methodo de llarvey para deram decidida supremacia

de aço nickelado. tratar as placas

este methodo em en- Methodo de Harvey.— Consiste

até uma certa por durecer a face da placa profundidade fria. e meio de dagua uma mais alta carburação por jactos : E' executado do seguinte modo em um forno, ficando éacamada em areia e argila A placa tem de ser cementada. d'ella exposta apenas a espessura que

no forno materiaes ricos de car- Isto feito, introduzem-se sobre a exposta da bono, tudo bem acommodado parte

um alto é man- e eleva-se a temperatura a grão, que placa, e, Retira-se tudo do forno, tido durante algum tempo. tem baixado de um certo a temperatura da placa quando de agua fria apreciado applicam-se jactos gráo, pela pratica, se endurecer. sobre a face cementada que quer de tal Comprehende-se a delicadeza processo, pois que estando a se a agua fôr lançada intempestivamente, pôde, PENETRAÇÃO DOS PROJECTIS NOS MEIOS RESISTENTES 279 placa aquecida em demasia, endurecel-a até á fragili- dade. As placas I Iarvey são dc duas classes : de alta e baixa carburação, conforme a quantidade dc carbono que entra cm sua composição, comquanto seja sempre insignificante em cada caso. As que tem dado molhor resultado são as de alta carbu- ração, assim veriíicado na experiência já citada dc Indian Ilead, em novembro de 1891 e em subsequentes experiências. Em 1892, no mez de julho, foram experimentadas duas placas Ilarvey: uma a 23, em Indian Ilead, c a outra a 30, na própria sédc da Companhia Manufactora, em Bethleem. As dimensões das placas eram as usuaes de: 2"',4X1'",8 Xo™,27, atacadas por um canhão dc 20™',3 que despejou sobre cada uma dellas 5 projectis Iloltzer de aço forjado,do peso de 11 _\.| cada um, com uma velocidade de choque de 518,15m:s, uma energia totalde 1550,9"", perfuração calculada de 35"",6 no ferro forjado, correspondendo a cerca dc 30™ no aço. As ogivas dos dois projectis que chocaram o lado direito da primeira placa, penetraram uma extensão relativa a 33"**, abrindo orilicios estreitados na parte posterior da placa e ficando perfeitamente inteiras. Os outros trez projectis par- tiram-se. Os resultados apresentados pela segunda, confirmando os precedentes, foram ainda mais notáveis. Os cinco projectis partiram-se contra a placa, deixando embebidas as ogivas, sem que em nenhum caso apparecesse a ponta do lado opposto. Em competência com as placas Ilarvey, dos Estados Unidos, appareceram as fabricadas, segundo o mesmo pro- cesso, por Vickers, em Sheflield, na Inglaterra. Estas deram resultados porventura superiores, resis- tindo melhor á penetração c apresentando intumescencias menores em sua face posterior. Ainda em 1892, a23 de novembro e a ij de dezembro, realizaram-se as grandes experiências comparativas, a que Ilccista Maritima—3 280REVISTA MARÍTIMA BRAZILEIRA já alludimos, no polygono de Ochta, entre as seguintes placas : i." Cammell de aço duro; 2.» Cammell de aço doce; 3." St. Chamond de aço; 4.* Ellis-Tresidder-Compound; 5." Ilarvey-Vickers de aço nickelado. As placas mediam 2'", |Xi'",8Xo'",25, cada uma com um peso provável de 11,7"". Peso dos projectis Holtzer de 15"'",2 proximamente.|ok,S; velocidade média de choque 666,9"':s, produzindo uma ener- gia de choque igual a 921,3"". Nas experiências de Novembro tomaram parte apenas as 4 primeiras placas, sendo a de St. Chamond classificada em primeiro lugar, a Cammell de aço doce em segundo, a Ellis- Tresidder e a Cammell de aço duro, respectivamente em ter- ceiro e quarto lugares. A 13 dc Dezembro foi experimentada a Vickcrs, contra a qual foram lançados quatro projectis d'esse mesmo ca- libre, que se despedaçaram sem produzir a mais insignificante fenda com uma penetração apparentemente de ioc'",i6 a 12c,",7. Foi um triumpho tão completo para essa placa que ao fim do -|" tiro suspendeu-se a experiência comparativa, e, para verificar até que ponto ia a sua resistência,atirou-sc con- tra ella um projectil de 22l'",8, pesando proximamente 184", 16, com uma velocidade de choque dc 504, j",;s e energia de 2387,1™'. Este tiro fendeu a placa atravez dos anteriores pontos de impacto. Fez-se ainda novo tiro com um projectil do mesmo ca- libre animado de uma velocidade de choque de 575,75'":s c energia dc 3088,8"". Este projectil despedaçou-se, derrubando o alvo, sendo apenas destacado do colchão um canto da placa c ficando uma cavilha partida. PENETRAÇÃO DOS PROJECT1S NOS MEIOS RESISTENTES 281

seus resultados foi a experiencia Importantíssima por

logar a bordo do Nettle em Portsmouth com uma que teve

I Iarvey-Vicker em 18 de de 1893. placa janeiro

apenas 15"", 2 de espessura e foi atacada A placa tinha por de aço forjado. um canhão de 15°'",2, atirando projectíslloltzer

com carga reduzida e velocidade de choque O primeiro

foi sem ao menos offender a placa. de 459,3m:s pulverisado a carga de ob- Augmentou-se para o segundo projecção, o tendo-se uma velocidade de choque de 552,6"1;s, partindo-se

a 0 terceiro foi atirado com projectíl e fendendo-se placa. de carga de combate, chocando o alvo com uma velocidade

no e atravessou a alojando-se, feito pedaços, 597,4m:* placa, foi atirado com velocidade de colchão. Finalmente o quarto

sem e sem mais 553"':".2, partindo-se penetrar produzir inteira c ligada ao colchão. Os resul- fendas. A placa ficou não tados d'essa experiencia foram de valor extraordinário,

a excellencia do mas só porque demonstraram processo,

das modificações determinou nas por causa também que idéas sobre couraçamento.

deter um de 15C,",2 era Até então para projectil preciso

2Ócm,7 de espessura menos ; essa expe- uma placa de pelo

outras na Inglaterra e nos Lstados riencia, confirmada por

evidencia deter um d esse Unidos, pôz cm que, para projectíl I larvey de espessura igual a esse calibre, bastava uma placa mesmo calibre.

em aproveitar a diminuição ne- D ahi, que se pensasse cessaria couraça estender o revestimento do peso de para a couraçado, até então limitado á altura da íluctuação outras vitaes cio navio. partes nó- O illustre almirante Fournier, cm seu livro La Jlotte

couraça- cessaire, estudando em 1896 as condições açtuaes do mento resistir aos de e ás granadas para projectís perfuração carregadas com altos explosivos, demonstra as vantagens de

a de espessura um couraçamento completo, de ponta ponta,

média, a estreita cintura couraçada de para substituir grande

espessura, á altura da linha de íluctuação. BRAZILEIRA 282 REVISTA MARÍTIMA

continuo e composto Esse revestimento couraçado será de 15o'"1" cobrindo Harvey-Carnegie de espessura de placas vitaes interiores. todas as partes couiaça os navios revestidos d essa Fournier affirma que de perfu- serão impenetráveis tanto aos modernos projectís ás de pene- ração de aço forjado como, sobretudo, granadas de evitem de se apresentar tração, com a condição de que maneira indica flanco ao inimigo, manobrando pela que sob incidências atacados inimigos para serem pelos projectís

maiores de40o com a normal.

a superioridade do pro Estabelecido de modo inconcusso A compraram o cesso I Iarvey diversos industriaes pri\ilcgio Unidos e começaram a companhia exploradora nos Estados

em larga escala. fabricação de placas exploram o Suo os seguintes industriaes que pro-

Inglaterra: Cammel, Brown cesso ou outros idênticos. Na Châtillon, Commen- e Vicker; na França: St. Chamond na Allemanha : Krupp try, Marrei St. Etienne e Schneider;

: sendo os últimos e Dillinger ; na Áustria Witkowitz, que de endure- cinco citados tem cada um seu processo próprio

no fundo é o mesmo IIarvey. cimento, mas que ilha lexel a 23 e 24 de As experiencias realisadas na

mais interessantes nu- agosto foram sem duvida das pelo

n'ellas tomaram mero de industriaes que parte.

eram de 2raXi.m5Xom,i5 e pesavam provável- As placas toneladas métricas e deviam ser atacadas mente cerca de 3.5 de comprimento, ati- um canhão de 12™, de calibres por 35 variaveis de aço do de 261, com cargas rando projectís peso

desde 6k,7 até iok,6.

concorreram foram das seguintes proce- As placas que Brown, Krupp, Schneider c St. dencias: Vicker, Cammel, foram de Chamond. D'estas, as trez primeiras produzidas

I Iarvey, as duas seguintes tinham as accôrdo com o processo especial e fim a St. faces endurecidas por processo por

não fôra tratada algum par- Chamond, que por processo

ticular. 283 PENETRAÇÃO DOS PROJECTIS NOS MEIOS RESISTENTES

eram boas, mas somente a Vicker teria conce- As placas ao costado dc um navio, dido absoluta protecção porque

não se deixou apezar de se ter foi a única que penetrar,

trez partido em pedaços. não é Observaremos com Brassey que provável que recebeu numero de sete) como os que tantos projectís (em

sem duvida concorreu enfraquecel-a, a Vicker, o que para de cou- caiam em um combate sobre a mesma placa

raça.

A Krupp não se comportou absolutamente como uma

de face endurecida, tendo sido limpamente através- placa

trez dos cinco recebeu e estes os ani- sada por projectís que

mados das maiores velocidades.

Das restantes merece citação especial a Sl. Chamond

de ter sido comportou-se excellente- que, apezar perfurada,

mente sem abrir-se em fendas.

mereceu a da commissão hol- Foi esta que preferencia

devia sem duvida encher de sorpreza a todos landeza, o que

se interessam em esses as- quantos qualquer gráo por

sumptos.

veredictum da commissão E, com effeito, a julgar pelo

tratada 1 larvey fôra batida hollandeza, a placa pelo processo

aço de face não endurecida, o ia de en- por uma de que estabele- contro aos resultados de outras experiencias que

d'aquelle ceram de modo incontestável a preeminencia pro-

cesso.

Não deixa de ser interessante a comparação dos resul-

e Vicker, durante tados apresentados por esta placa pela

o curso d'esta experiencia.

o Com uma velocidade dc 4 )om;s projectíl penetrou

17™,5 na Vicker e apenas i6c,",25 ou talvez menos na

as S'. Chamond. Augmentada a velocidade a 48o"':8, pene-

trações foram 2ocm,5oe i8c'",75 respectivamente.

a S'. Chamond era de íace Até então suppôr-se-hia que

a Vicker e a relação entre as mais dura que que penetra- á fosse a veloci- ções iria sempre crescendo proporção que REVISTA MARÍTIMA IJRAZILEIRA

esta subiu a dadc augmentando ; entretanto logo que

a ogiva do de encontro á face en- 5oom:s projectíl partiu-se desceu a 6cm,2, ao durecida da Vicker e a penetração passo

na Chamond foi tão a ogiva abriu que Sl. profunda que

caminho atravéz do colchão ; e nos dois tiros successivos

e emquanto novamente os com 540 573m;", que partiam-se

de encontro á Vicker, elles limpamente projectís passavam rival. atravéz da placa

Ha trez factos a destacar do estudo comparativo feito:

na Sl. Chamond augmentou successi- i."quea. penetração nos tiros, vãmente com a velocidade de choque ; 2." que

os as duas em que projectís penetraram profundamente

na Vicker foi mais na placas, a penetração profunda que recebéra tratamento algum especial S'. Chamond, que não

com o augmento da velocidade de endurecimento ; 3." que

e além, os de encontro á face a 5oora;s projectís partiram-se

endurecida da Vicker.

facto devia ser considerando O primeiro previsto,

a St. Chamond não recebera tratamento algum especial que uma de endurecimento da face, e que era. portanto, placa

anomalia, mas de homogênea ; no segundo parece existir

não é impossível a facto não existe, attendendo a que que

a St. Chamond fosse massa metalica que constitue placa

da Vicker, mais dura em seu interior que a constitutiva

face cuja massa interna é incomparavelmente mais doce que a

endurecida. Assim, vencida a resistência desta, o projectíl

nada obstava fosse mais mal- encontrou um metal que que

o de determinada e leavel que placa, que permittisse, por- ao terceiro, merece ser tanto, mais fácil penetração ; quanto

aparte, constitue uma das tratado em paragrapho porque

feições mais interessantes d'essas e outras experiencias : a

das com altas e baixas velocidades nas questão penetrações

tratadas llarvcy. placas pelo processo

(Con/inúa.) G. F. PROJBCTO DE UM AEROSTATO

balão dirigivel, applicavel Apresentando um projecto de

ás necessidades da navegação aérea, não é minha intenção

completo, não scattendcndo á carência produzir um trabalho de conhecimentos do autor, como também á difficuldade

fazer taes estudos entre nós. que se encontra em

11a tempos, vencendo um justo acanhamento, publiquei

do Commercio dois artigos sobre o pelas columnas do Jornal

tenho lido sobre esta matéria os assumpto e de então para cá

e sem os conhecesse, existiam, escriptos queexistem que, que modificasse o meu modo de e n'elles nada encontrei que encarar a questão.

No decurso d'esta exposição não farei citações de

etc., este estudo theorias mecanicas, physicas porquanto está bem ao alcance da comprehensão, sem necessidade de

sobre repousa a solução do especificações dos princípios que problema.

o da navegação aérea nunca Parece-me que problema

do mais kve o ar, poderá ser resolvido pelo principio que por-

mergulhado na massa nos que um corpo qualquer gazosa que de seus movimen- cérca, n'esse caso forçosamente participará tos, afastar-se das conseqüências dynamicas dos sem poder

da atmosphera. Não me refiro á exis- phenomenos physicos e relati- tencia, impossível aliás, de um motor poderosissimo

Também é racional a im- vãmente sem peso. perfeitamente

solução meio cie um corpo praticabilidade da por pesado, no caso de uma machina porque então recahiriamos poderosa imprimirão corpo uma e ao mesmo tempo leve, que pudesse 286 REVISTA MARÍTIMA BRAZ1LEIRA

da e cori entes força superior á acção combinada gravidade aéreas.

íoi resolvi voltou Comprehendendo assim a questão, que dos o resultante da combinação a attenção para processo o ar. dois: mais levec mais pesado que sempie mim o de e Foi o passaro para ponto partida alguma os via voar acompanhava-lhes o vôo, para que que evo- comprehender das suas cousa me fosse possível

luções. o fiz —da observação deduzi que D'esse estudo que

é a Quem motor dos passaros principalmente gravidade. de d elles, observar attentamente os movimentos qualquer os executam com as azas movimentos que verá que cessando esses movimentos, elevam a certa altura e, ahi

mais ou menos inclinado, com descem, segundo um plano adquirindo um impulso uma velocidade maior ou menor, a outra altura, aproveitam novamente elevarem-se que para das azas. O sempre reproduzindo os movimentos passaro, o centro, descrever uma curva, inclina-se para que precisa de e bastando-lhe apenas deslocar o centro gravidade, quando

das das azas e da tem necessidade faz util emprego pennas

horizontaes, outras como lemes cauda, umas como lemes

do é cm resumo re- verticaes. ToBo o movimento passaro

e da resistencia do ar. O sultante da.^cção da gravidade

no ar ainda comprova a veracidade do que passaro que paira

acima fica dito. ter em vista o modo No nosso estudo devemos sempre assim é não fazem os a navegação aérea; que pelo qual passaros athmosphericas, assim é raro vcl-os subirem a altas camadas suas as mais baixas para proseguiiem como procurarem aproveitar-se das correntes viagens. E' que elles procuram se- navegarem com mais facilidade e athmosphericas, para

gurança. ar viajam contra o Nem sempre esses habitantes do

seguir direcções mais conve- vento e então procuram da correnteza do ar. Na nientes em vista da intensidade PROJECTO DE UM AÉROSTATO2S7

solução do problema devemos portanto utilisar-nos d'essa proveitosa lição. Em vista do exposto julgo poder desde já referir-me ao plano de um aérostato aéroplano. Será composto o systema de um balão de forma elliptica alldngada c terminando em pontas como um torpedo automóvel, tendo porém a parti- cularidade de ser a superlicie inferior do aérostato. a mais achatada possível alim de approximar-sc de um plano. (.) balão terá uma concavidadc em todo o sentido longitudinal; e na parte inferior do corpo cential se achará installada a barquinha que pouco fora sahirá da superlicie do aérostato, de forma que barquinha c balão, constituirão um systema invariavelmente ligado. Na barquinha serão installadas : na parte mais elevada possível o eixo dc um propulsor—helice —que, na frente do aérostato, servirá para auxilial-o nos movimentos ascencionaes; na parte posterior, um leme com- muni; na parte interna dous grandes reservatórios de alu- minio (no sentido longitudinal); um systema de bombas ¦aspirantes calcantcs, um dynamo com bateria de accumu- ladores ou outro qualquer motor, etc, completam o todo. Na parte interior inferior do balão e circumdanclo a con- cavidade dc que fallei, será collocado um invólucro da mesma tela, acompanhando proximamente a mesma fôrma do balão exterior e em menores dimensões, com o lim de servir de balonctc interior, para conservar inalterável a fôrma d o aérostato,augmentar-lhe o peso quando fôr necessário, como adiante se verá. A fôrma especial do balão tem por fim a conciliação dos dous princípios, do mais leve e mais pesado que o ar. evi- tando o emprego de planos horizontaes ou azas, sendo a sua parte inferior achatada para conseguir-se um melhor desli samento nas camadas aéreas. 0 balonete interior tem por lim receber uma certa quantidade de ar, á medida que se fôr esvasiando o corpo central com as bombas, de fôrma que o balão não se deforma, ao mesmo tempo que torna-se mais pesado, pela introducção do ar no balonete. Revista Marítima—1 288 REVISTA MARÍTIMA liRAZII.EIRA

Os reservatórios collocados na barquinha servem para

o se retirar do corpo central c ahi íôr com- guardar gaz que

se tiver cie fazer o systema mais pesado primido, quando o ahi o reduzido a menor volume desfalcará que o ar; gaz cada mo- aérostato de uma certa força ascencional, que a

ser-lhe restituida com facilidade. Ao mesmo mento poderá

o é recalcado no reservatório, uma tempo que gaz quanti- o balonete, em igual volume, dade de ar é enviada para

bomba. Expliquemos agora o funccionamento pela mesma combinados, faraó todos os movi- d estes apparelhos que,

mentos exigiveis n um aérostato.

sc tem o balão a Supponhanios que preparado para torça ascencional. Na experiência c dotado de pequena parte situado inferior da barquinha existirá um peso, devidamente mover-se em relação ao centro de gravidade, que poderá

outro lado no sentido do comprimento da bar- de um para

colloca-se este na necessaria des- quinha; peso posição para tráz. As bombas estarao locar o centro de gravidade para

balão cheio, balonete vazio. Solta-se o balão do sólo paradas,

e elle subirá assim inclinado, funccionando as helices adiante

até á altura desejada aéronauta. (caso seja necessário), pelo cila seja, desliga-se Chegando-se á essa altura, qualquer que levando-o a a helice, inverte-se a posição do peso, para o do frente, faz-se as bombas funccionarem aspirando gaz

lado corpo central, recalcando-o no reservatório c por outro

no balonete; aspirando ar athmospherico, recalcando-o

desta maneira o balão augmentará de peso, duplamente.

aéro- Começa a descida e temos o aérostato transformado em

deslisando n um inclinado, sem de gaz, plano, plano perda um impulso dependente da vontade adquirindo na quéda

systema e do angulo de ineli- do aéronauta. Do peso do o é aliás fácil de nação depende a velocidade da corrida, que

comprehender-se attendendo ás leis de mecânica. Nenhum

existe nestas operações, num momento perigo porquanto re- dado é bastante abrir-se a válvula de communicação do

o balão, a marcha seja modificada c servatorio para para que PROJECTO DE UM AÉROSTATO 289

o até mesmo invertida. Se habilmente conduzido poderá aérostato manter-se n'uma mesma camada ou mesmo pairar

tempo sobre um determinado lugar. Para subir por algum do novamente basta abrir a valvula de communicaçao

a do deixar escapar-se o ar gaz, inverter posição peso, na do balonete e aproveitar-se da velocidade adquirida queda.«

Pela descripção rapida e concisa acima, lica bem expli cado o modo de funccionamento do apparelho, devendo

velocidade ser regulada valvula de- dizer que a pócle pela a introducçüo do no corpo communicação que pôde parar gaz

fazer o balão mais ou menos leve, central, podendo-se por- tanto maior ou menor sua velocidade (na subida), ao mesmo

se deixa esvasiar o balonete interior sem variação tempo que da fôrma do aérostato.

nada se altere, o aérostato terá na sua. Para que em

carcassa, reforçando-o. parte anterior uma

componentes do aérostato e tiverem Todas as peças que de ser de metal deverão ser de alumínio. A bomba, como já disse, aspirante-calcante, de duplo efieito, é disposta deforma

lado o interior, recalcando-o no reser- a aspirar por um gaz

lado o ar athmospherico, recalcando o vatorio, e pelo outro

no balonete; são claras as razões d esta combinação.

Os reservatórios de alumínio communicar-se-hão com

de um tubo munido de uma o corpo central por intermédio

valvula dar ao <> que rapidamente possa passagem gaz para

interior do balão; o balonete terá communicação com a

meio de um tubo com torneira e com a athmosphera por

bomba, como bem se comprehende.

este estudo verificará Quem houver lido com attcnçáo

tudo se combina a sua simplicidade e, ao mesmo tempo, que

as leis se relacionam á (> perfeitamente com que questão.

deixar-se abater corrente balão, ao partir do sólo, poderá pela

aérea, conforme ella seja, e n'este caso então, antes que se

haja encontrado a verdadeira direeção, devemu-nos dirigir,

subindo n uma linha mais ou menos inclinada em relaçãoá 29OREVISTA MARÍTIMA BRAZILEIRA

da direcção do vento, até attingi.-se a altura desejada para dahi desferir-se o vôo inicial. Desde que o balão começa a cahir, sua velocidade acce- lera-se, obedecendo á gravidade, ficando ao livre arbítrio do aéronauta augmental-a ou diminuil-a. Na athmosphera, todos o sabem, existem correntes dc direcções variadas, e em um mesmo momento uma camada apresenta-se revolta, emquanto que outras se conservam calmas; d'ahi uma grande vantagem para a navegação: acon- tece com o aéronauta o que não pôde acontecer com o mari- nheiro — a escolha dc um meio para continuar a viagem quando os contratempos surgem. Bem certo estou que não apresento um trabalho com- pleto, faltam-me elementos para tal empreza, mas penso que talvez a minha idéa seja feliz e aventuro-me a nova- mente voltarão assumpto, acoroçoado pela vossa bondade e também pelas opiniões favoráveis emittidas sobre o assumpto por illustrados e competentes membros da congre- gação da nossa Escola Naval. Não me move ambição de especie alguma, pois cu não tencionava reapparecer co faço a instâncias dc amigos meus; cm vós espero encontrar a generosidade necessária e o incentivo tle que careço para este emprehendimento, assim como para outro qualquer estudo a que, porventura, eu me dedique. Por emquanto julgo nada mais ser necessário acerescentar, salvo as cies- culpas que vos devo por assim oecupar-vos o precioso tempo. Rio,6 dezembro dc 1H97.

Domingos Marques, _' tenente. DIMOLIIIM DAS MIM UE «HU

NO CORRER DOS DEZ ÚLTIMOS ANNOS

(Boletim da Associação Technica Marítima, 1887-1897)

P__3Z.O ENGENHEIRO NAVAL LEEEAIVE

Traduzido da "Hecue Maritime et Cnloniale"

( Continuação)

3" — Couraçamento

A primeira subdivisão adoptada nas tabellas annexasa esta nota repousa no modo de protecçâo dos navios ; ha a considerar: i" Os navios couraçados, que cpmprehendem: os coura- çados de primeira ordem ; os couraçados cie segunda ordem c os guarda-costas;• os cruzadores couraçados; 2° Os navios não couraçados, que comprehendem: os cruzadores de qualquer classe ; os cruzadores-torpedeiros, avísos-torpedeiros c caça-torpedéiros; os torpedeiros; as canhoneiras. Os primeiros têm uma cinta completa ou parcial na • hictuação; os segundos apenas têm o convéz couraçado-, que aliás existe .nos primeiros; somente os caçu-turpedeiro.- 3Q2REVISTA MARÍTIMA BRAZILEIRA

c os torpedciros, salvo algumas raras excepções, não têm protecção alguma. A relação entre o peso da couraça e o peso do casco vae, em -oral. diminuindo quando se desce na gradação enun- ciada acima; apenas sobe nos guaraa-costas. Em França, a relação é geralmente maior do que no estrangeiro; assim, oscilla-se de 0,3: no Formidable a 0,31 no Gaulois, passando por 0,33 no Messéna. Nos pequenos couraçados a pro porção é mais forte; assim, os couraçamcntos do Terrible elevam-se a 0,36 do deslocamento total e os do Bouvines a 9,37. Na Inglaterra os sacrifícios feitos á protecção são sensi- velmente menores: attinge-se apenas 0,30 no Majesfic; nos Estados Unidos, entretanto, acha-se 0,33 no lema, valor que approxima-se do dos couraçados francezes. Para os cruzadores couraçados a relação é geralmente menor; mas as cifras relativas aos navios francezes figuram ainda entre as maiores: 0,26 no Charner, que tem toda a coberta cellular blindada e que possue torres couraçadas; 0,21 n<> Potkuau, em que a couraça estende-se também sobre todo o intervallo entre dois convézes e em que dois canhéics somente estão em torres; a cifra relativa ao Diipuy-dc-Lôme é apenas de 0,17 c explica-se, ainda que a couraça cubra uma altura de dois intervallos, pelo facto de haver o convéz couraçado, que é constituído por um tríplice chapeamento, sido contado, como todos os chapeamentos, no peso do casco : emfim, tem-se 0,22 no Jeanne-dSÁrc, cuja proa é blindada até os castellos. Nos Estados Unidos apenas se tem 0,19 para o New-York e só 0,14 para o Brooklyn. Nos cruzadores communs os pesos indicados apenas eomprehendem a couraçado convéz couraçado, á qual estão juntos o blockhaus, o tubo blindado cas barbetas blindadas. quando existem ; acha-se ainda 0,19 no cTEnlrecasteaux, que não foi classificado entre os cruzadores couraçados, porque n.iu tem couraça na fluctuação, mas somente duas séries de chapas duplas dc in""" c de mi""": hão se tem mais de 0,12 nu DESENVOLVIMENTO DAS MARINHAS DE GUERRA293

Cécille, o, 11 no Suchet e menos de 0,08 no Guichen. A relação com referencia ao Columbia eleva-se a 0,136.

torpedeiros, não têm, em Quanto aos caça-torpedeiros e

designa-se entretanto com o nome geral, protecção alguma; da de caça-torpedeiros couraçados os quatro . caça-torpedeiros sprie San/a Fé, construídos na casa Yarrow para o Governo

nos a região das caldeiras e das machinas Argentino, e quaes recebeu uma chapa de aço endurecido de 12""",7 de es- pessura. de couraças achados nos A razão dos maiores pesos couraçados da marinha franceza reside no facto de haver- sc

couraçada completa. sempre ficado liei ao principio da cinta

Na Inglaterra, nos Estados Unidos, na Italia, tem-se geral- mente contentado com a cinta parcial, e não parece haver

os correr o navio muita preoccupação com perigos que pode

de um rombo na sobretudo por causa da abertura prôa, pelo fogo dos canhões de médio calibre. Em França julga-se que nestas condições, a estabilidade e a liberdade de movimentos correm demasiado risco de iicarem compromêttidas para

da couraça. admittir a suppressão parcial

No Collingwood a couraça não estende-se sobre a metade do comprimento; no Royal Sovereign e no Majestic levou se-a aos dois terços. Na Italia, o I.cpan/o estreou com uma coberta

com convéz couraçado submarino; o cellularnão protegida,

o Sardegna, typo foi transformado e deu em que a cinta couraçada estende-se sobre dois terços do comprimento; emfim, a Italia acaba deadoptar a cinta completa no cruzador

Carlo-Alberto e nos couraçados do t ypo Emmanuele-Philiberlo.

Na Allemanha adoptou-sc sempre a cinta completa até o

sobre typo Kaiser-Fricdrich 111. que apenas será couraçado

Na Áustria o Kronprinz-1 lerzog-lhi- q/5 do comprimento. dolph é couracado sobre metade do comprimenro approxi- madamente. Nos Estados Unidos, a relação entre o compri-

no mento da couraça e o comprimento total, que é dc 0,56

Indiana, foi reduzida a 0,51 no Iozm, mas foi augmentada

nos couraçados do typo Kearsagc, cm que a couraça esten- REVISTA MARÍTIMA IiR.\ZILEIRA

á ré da torre da nos dc-se desde a roda de prôa até pôpa; um monitores, a couraça e o convéz couraçado formam

sobre todo o comprimento. Emfim, ctiixão que estende-se

emquanto na Italia acaba-se de adoptar a cinta couraçada

havia completa, na Rússia abandona-se este systema, que

sido applicadono Alexander, no Amiral-Nachimoff, etc., para

no Sissoí- apenas uma cinta no Tria-SvicUilelia e pôr parcial

Veliky.

acima têm tanto A facha da fluctuação e a que eleva-se

um systema de maior necessidade de ser protegidas por

mais vulnerável éa couraça divisões cellulares quanto que modo seja, as divisões da cobrc a amurada.De qualquer que couraçado facha cellular repousam sempre sobre um convéz

os orgãos vitaes. 1 la todc o interesse em collocar que protege foi o se este convéz couraçado o mais baixo possivcl, e que

nos navios italia- comprehendeu no Italia, em. 1876, e outros

são derivados do Nos couraçados de cinta nos que primeiro. o Brandenburg, o completa, como o Formidable, o Gaulots,

superior da couraça; convéz couraçado termina no canto

termina no canto superior nos couraçados de cinta parcial, d'cste; mas a do reducto sobre todo o comprimento partir cou- ao canto inferior e, das travessas dahi, passa partindo ás extremidades. raçadas, estcndc-sc embaixo d agua até

couraçado termina Nos cruzadores couraçados, o convéz

no canto inferior da couraça, sobretudo quando geralmente

esta reina sobre todo o comprimento. do typo Depois da collocação no estaleiro dos couraçados

os couraçados Majestic, um outro systema de protecção para

um sério exame; o foi inaugurado,na Inglaterra e merece

então, terminava no canto supe- convéz couraçado que, até as bordas até o canto rior, foi abaixado do centro para

couraça, tinha no Royal-Sovereign inferior; a própria que maxima, no de altura sobre de espessura passou 21". 58 4Óomm com uma espessura de 234""" Majestic a uma altura de 4o1,50 vista, muito somente; esta espessura, que, á primeira parece ás bordas, reduzida, é, em summa, reforçada, proximo pelos DESENVOLVIMENTO DAS MARINHAS DE GUERRA2Ç5

ioomm do convéz, inclinado de cerca de 45", o que permitte esti-

mar o conjuncto eqüivale, contra que as granadas de ruptura,

a uma espessura total de de cerca 380™"'. Esta disposição, que

foi renovada no 1{enown e adoptada igualmente nos novos

couraçados do typo Canoptts, merece ser assignalada como

representando uma evolução importante no systema de

protecção dos couraçados; parece, com effeito, haver-se tido

fazer os sobretudo a preoccupação de parar projectís de grande

capacidade de explosivos, conservando ao mesmo tempo,

de ruptura ditas, contra as granadas propriamente ainda

uma importante resistencia. (1)

reconhecerque a Italia, em uma época cm E' preciso que

não se fallava ainda dos projectís com grande capacidade de

explosivos, tinha já a cinta mais ou menos parcial eo convéz

submarino. Em 1888, com effeito, a marinha italiana conser-

igualmente do vava no T^é-Umberto, que participa couraçado e

do cruzador, o convéz submarino do//u/Za, com a espessura de

uma cinta de ioomm sobre os dois terços 75mm, e accrescentava

do comprimento. A adopção do typo Emmanuele-Philiberto,

em fôrma de dorso de tem cm que o convéz, jumento, 40"""

a cinta couraçada tem 250""" e 8omm de espessura, e em que

sobre todo o comprimento, nãoé pois, em conclusão, senão

se estava satisfeito a continuação de uma tradição com a qual

foi ligeiramente modificada fazer face a e que apenas para

novas necessidades.

1891: se se o Em França osystemafoi proposto em tivesse adoptado n'essa época, teriamos tido então um avanço de muitos annos sobre todas as marinhas.

A figura abaixo representa o systema de protecção do

Prince-George, do typo Majestic; reuniu-se cm uma única secção: a secção mestra, a secção transversal do blockhause

da torre. a secção pelo eixo

152"'" no Canopvs. (1) A cinta couraçada da fluetuação apenas tem Ilcvista Marítima— 5 296 REVISTA MARÍTIMA BRAZILEIRA

i —Priiice-George Fi g.

D! KktaU5^3_05^/;n

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=1 '8•'l0"lyU"^LJ"CmTi

—*•²ji- LJjCan[hari^el5'(im/'n

356^-del52%^^

^

Plata forma das caldeiras

Antes da couraça da fluctuaçâo, o convéz couraçado

fazer havia já recebido disposições que permittiam parar

capacidade de ex- mais ellicazmente os projectis de grande

todos os plosivos; o convéz pára-estilhaços que, em quasi

a navios, acompanha o convéz couraçado e que era, prin- cipio, formado apenas de um chapeamento simples, recebeu

blindagem, como no couraçado francez depois placas de

Bouvet, ou ainda, reforçou-se-o com um segundo chapea-

mento, como no Massóna e nos couraçados do typo Gciiilois. DESENVOLVIMENTO DAS MARINHAS DE GUERRA297

Por outro fôrma lado, o proprio convéz couraçado

pára-estilhaços com relação á leve couraça das obras mortas

que se encontra á bordo de todos os novos couraçados

francezes. Esta couraça que estende-se sobre toda a altura

das divisões de cofferdam, reinando ácima do convéz coura-

çado, não tem mais de im,io a im,2o de altura. Este começo

de couraça das obras leves tem por objectivo principal a

protecção da estabilidade. Nos navios recentes, augmen-

tou-se a sua altura para chegar á coberta dos castellos inclu-

sivamente ; esta couraça das obras leves protege também a

artilharia de calibre médio e fôrma, com as divisões trans-

versaes, um reducto couraçado.

Este systema, que havia já recebido um começo de

applicação na lngla;erra á bordo do Royal-Sovereign, teve

seu completo desenvolvimento nos couraçados dos typos

Majestic, Rencnvn e Canopus. Para voltar de novo ao Majestic,

por exemplo, esta ligeira couraça tem 152"""de espessura (1);

parte da couraça da fluetuação já assignalada e estende-se

sobre uma altura de 2,n,c)0. No Emmanueíe-Philiberto acha-sc

igualmente esta ligeira couraça sobre toda a altura da

bateria.

Em França, o systema adoptado no Gaulois ç menos

completo, por isso que fica um espaço de mais de uma

coberta entre a cinta de cofferdam e o reducto couraçado.

Acha-se por outro lado a mesma disposição em outros cou- raçados recentes, como o Tria-Syiatitelia. Acha-se ao con- trario a couraça das obras leves continua, desde a cinta até acima, no guarda-costas austríaco Wien c no couraçado 'eliky. russo Sissoi-1

Como complemento da protecção das obras leves, basta lembrar o que foi indicado mais acima.

As prôas, completamente despidas de couraças, estão expostas a serem rapidamente demolidas pela artilharia de calibre médio, e os navios podem achai-se em uma situação

(1) Não tom mais de láT1"" 110 Caimpiix. 298REVISTA MARÍTIMA BRAZILEIRA o muito critica, em que o menos grave perigo é certamente França, como de não poder mais avançar nem evoluir. Em o tenho lembrado, as idéas correntes estão muito assentadas do sobre este ponto ; a couraça dc cofferdam Jaurúguiberry couraça do foi elevada á proa com esta intenção, e a Convém Jeanne-d'Arc eleva-se nessa região até o castello. desper- notar que na Inglaterra esta critica não passou cebida, mas o remédio empregado no Majestic, que consiste em cobrir as extremidades não couraçadas com um taboado resistir aos de 3m,6o de altura, apenas permitte pequenos projectis (1). Entre as blindagens dos navios de guerra, algumas ha sobre cuja espessura parece importante não tomar meias em medidas ; são as que protegem a direcção do navio combate, isto é, o blockhaus que abriga o commandante e os transmissores de ordens principaes, e o tubo blindado o convez couraçado. Nos que conduz as transmissões até admittidas, grandes couraçados sobretudo, as espessuras forte chapeamento, que muitas vezes eram apenas as de ura : com elevaram-se, para os blockhaus, ás das torres tem-se, na marinha effeito, 356""" no Majestic e 305""" no Renown ingleza ; acha-se um pouco menos nas outras marinhas que se contentam, seja com 220mm no Jaurèguiberry. seja com 280""" no Kaiser-Friedrich III. seja com 244""" no lowa, ou emfim com 2 __<>""" no Sevastopol. Na Inglaterra, onde em geral cabe ao couraçamento tem-se uma fracçao de peso total menor do que em França de mais conside- feito pois, ao contrario, sacrifícios pesos commando e dos raveis para a conservação dos órgãos dc ido até a á ré um que os manipulam. Tem-se mesmo prever verdade, segundo posto, um pouco menos couraçado, c Renown, mas que tem ainda 76""" no Majestic e no

(1) Os cinco couraçados dotvpo Catwput, em lugar de terem á proa esle forró de madeira de 230"" (le espessura, receberão unia couraça (Ie aço- nickel de 51"". DESENVOLVIMENTO DAS MARINHAS DE GUERRA299

A protecção da artilharia propriamente dita soffreii

importantes modificações, tanto no que diz respeito á arti-

lharia ligeira como á artilharia grossa. Nas grandes torres,

a parte fixa tem sempre recebido uma couraça espessa; as

reducções de espessura que se constata são antes resultado

dos progressos da metallurgia do que de uma diminuição de

se protecção que tenha querido impôr. Com a harweysação,

fez que acceitar grandes reducções de espessuras, tem-se

ainda as torres de do Májestic, e 35omm para 30^""" 350""" paria

as do Gaulois. Cahe-se em 2 as de 2 5omm para |0mm do Friedrich-

der-Grosse, e em 254""" as torres 254""" para de do Renown, por-

que proporciona-se a protecção ao valor do calibre empregado.

No Gaulois, temos 270""" ainda para as partes fixas das torres. A protecção dada ás partes moveis tem variado entre

limites muito maiores, e sobretudo em sentido inverso ;

tendo-se de uma espessura relativamente partido pequena

nas torres barbetas, onde apenas se tinha como objectivo a pro-

tecção dos serventes e dos apparelhos de manobra contra o

tiro das gáveas, chegou-se, pouco a pouco, a partes moveis

tão espessas, mesmo mais e espessas do que as partes fixas ;

esta espessura tem algumas vezes sido levada, em razão do

equilíbrio de a valores maiores nas pesos, partes que são menos expostas ao golpe dos projectís.

As torres fechadas generalisaram-se cm França mais ra

do outra pidamente que em qualquer parte; nota-se em suas

moveis espessuras muito partes grandes, que apenas dimi nuiram, no Gaulois por exemplo, a 320""", sem contar o cha-

peamento.

A Inglaterra tem poucos exemplos de couraçados com

torres fechadas, não contando os navios construídos muito

antes da época de nos occupamos; o que typo de torres do

Moiiarch, do InJJexible, etc., ainda fez apparição em 1 S

Sans-Pareil e no Nile e, em 1891, no llood\ n'este ultimo, as

moveis tém ,42 de espessura. partes 5mm A protecção dada aos canhões de calibre médio

é actualmente,' de um modo a se vio geral,' que a pro 300REVISTA MARÍTIMA BRAZILEIRA posito do reducto couraçado. Outrora, ao contrario, os canhões em bateria não tinham protecçâo alguma, como nos couraçados dos tvpos Marceau, Collingwood, para não citar senão estes. Em França, onde o emprego da torre fechada estendeu-se á artilharia de i 'S""",íi dos couraçados Carnol, Jauréguiberfy, Charles-Martel, etc, acha-se uma espessura de couraça de ioo",m. Póde-se avaliar o peso considerável que exigem as cou- raças de uma torre de grande calibre: este peso excede de 600 toneladas para uma torre de 305°"" com canhões gêmeos. Se se pesa de um lado o numero de tiros que pôde arremessar por hora um d'estes canhões, com a cifra total que sua in- stallaçâo completa custa ao deslocamento, concebe-se que se tenha hesitado, nestes últimos tempos, em fazer-se acecitar semelhante peso para um canhão cujo tiro não será talvez regulado quando a artilharia de tiro rápido tiver já entrado energicamente em acção. De outro lado. os canhões de ca- libre médio dão, com peso igual tirado antecipadamente do deslocamento, um poder de fogo muito mais considerável. Adoptou-se ao mesmo tempo a reducção dos calibres e a reducçáo da espessura das torres, como acaba-se de ver. no 'Renovm, no Kaiscr-Friedrich der-Grosse, no Emmanuele-Phi- liberto. Para terminar o que diz respeito á couraça, apenas direi uma palavra sobre os aperfeiçoamentos da industria das chapas de couraças, fallando do ultimo progresso, que é a harweysaçáo. As placas compound, que se acham ainda em navios bastante recentes, taes como o Siegfried, o Nile, o Pamyat-Azova, foram abandonadas definitivamente para serem substituídas pelo aço ordinário e pelo aço-nickel e depois pelo aço cementado. Estas placas, que foram endure- ciclas superficialmente, não apresentam mais o inconveniente de partirem-se longitudinalmente com o choque dos pro- jectís. O emprego das chapas harweysadas é limitado entre- tanto pela natureza de suas dimensões e cie seu traçado, por causa das deformações que se produzem durantea operação DESENVOLVIMENTO DAS MARINHAS DE GUERRA3OI

também mais ou da cemcntação; seu emprego pôde ser menos extenso, segundo devam ser applicadas sobre um chapeamento ou sobre um fôrro de madeira; concebe-se com eífeito tolerar defeitos que com o fôrro de madeira possa-se

As fôrmas simples, de q,ue são inadmissíveis com a chapa. uma única curvatura, como as superfícies cylindricas ou

fôrmas conicas, prestam-«e mais á cementação do que as

motivos fabricação, contornadas; é por esta razão, e por de

da couraçada do Iozva que se deu á superfície exterior cinta a fôrma de verticaes, emquunlo de um cylindro geratrizes

horizontaes. que a couraça de cofferdam é de geratrizes

harweysação, volta-se na- Quando não se pôde empregar a turalmente ordinário ou de aço-nickel. Na ás placas de aço

America, faz-se também uso do aço-nickel harweysado com "/„ cerca de 3,5 de nickel.

tiro As primeiras expcricncias de effectuadas accusaram resistências consideráveis que fizeram adoptar diminuições de espessura talvez um pouco fortes: as cifras de 20 % e

haver sido em uma mesmo de 30 % parecem prematuras

os resultados do tiro eram muito divergentes, época cm que

completa ou segundo o caso de penetração parcial, (r)

Actualmente, na America sobretudo, dá-se uniü nova

fazer voltar ás fôrmas fôrma ás placas cementadas para pri- mitivas ; mas esta operação é delicada, se não se quizer di- minuir demasiadamente a intensidade da cementação.

Depois d'este segundo forjamento, as placas são tem- peradas.

Emfim, o emprego das placas harweysadas permittiu, desde o começo, constatar, nas installações geraes dos na- vios, uma nova diíTiculdade: é impossivel fixar objectos sobre

"/. (1) Actualmente, entretanto, a reducção de 30 parece justilicada por muit s experiencias, o, em particular, pelos tiros muito recentes (1(1 e 17 de. setembro de 18W5) executados contra uma placa wilkowilz de 220--; esta placa resistiu a um projectíl Streichen de 150"°, pesando 15*,5, com a velo- cidade de 073"'. Convém acereseentar que uma segunda placa da mesma espessura, mas de, aço-niekel-homogeneo, resistiu a um projectíl do mesmo calibro e do mesmo atirado com a velocidade de 077'"". peso, revista marítima brazileira 30-i

o a ferramenta não ataca a superfície endurecida porque cementa- antecipadamente, destruído a metal ; é preciso ter,

os furos devem ser feitos. Emprega-se ção no lugar em que uma ig- isto apparelhos são destinados a produzir para que o Iowa o appare- cocção local; na America, applicou-se para é baseado no cm- lho da Companhia Thomson-I louston que intensidade e cujo de correntes alternativas de grande prego

uso foi introduzido na Europa.

( Continúa.) MARINHAS Dl (ÍIBIIA ESTMGEIMS

FRANÇA.— Ar construcções navaes em França na fim do anuo de 1897.— Por apresentar verdadeiro Interesse transcrevemos do faehlo seguinte estudo sobre as construcções navaes nos estaleiros francezes no anuo de 1897. «As construcções navaes receberam, em 1897, impulso desconhecido desde imiilo o que não deverá parar em 1SUS, por isso que a concessão de créditos snpplementares fizeram pôr nos estaleiros numerosas construcções. Antes, porém, de indicar o estado rias construcções navaes uo lim do anno de 1S97, devemos mencionar a entrada cm serviço de ura certo numero de navios : os couraçados Carnol, Jaurèguibèrry e Charles-SIartel, Iodos de 18™ ; os cruzadores Polhvau de 19n,5, Foudre de 19n,8, Descartes c Pascal de cerca de 20*, Galilée de 21" -. além de certo numero dr1 lorpcdc'ros de 1* classe, com velocidades variáveis de 22 a £6 mis no líiinímo. Emfim foram lançados no corrente anno de 1897 os cruzadores Gmchen, D'Eslries, Lavoisier, Kersaint, u aviso-torpedoiro Dunois e mais alguns tor- padeiros. Vejamos agora o estado das construcções novas nos arsenaes o estaleiros particulares no lim de 1897. Havre.— A «Fórges cl Cbanliers de Ia Méditerranfe» entregou o Polhuau o acaba do mandar para Cherburgo, para experiências, o cruzador de estação Càlinat. Actualmente não tem nos estaleiros grandes construcções para a marinha franceza, que encommendou-lhe 2 caça-torpedelros do cerca de 300 tons., Pique e Eple, que deverão ser entregues em 1891). Nos estaleiros Normand estão em construcção 1 caça-torpedelros Durandal, Hallcbarde, Fauconncau, Espingole, mais ou menos adiantados. O primeiro será lançado muito proximamente ; o ulllmo 3ó em 1899. No mesmo estabeleci- menlo, o torpedeiro do esquadra Cyclone, de 150 lons. e 30", typo novo, quo 'delros deve ser entregue nos primeiros mezes rt' 1898 e vários torp de i' classe de ns. SIS a SiS, A casa Normand entregou este anno os torpedeiros do 1" classe di' ns. SOO a SOS, lendo obtido para Iodos elles a velocidade de cerca de 26.i, muito superior ás provisões, que não excediam de 23",5. CHERBÜRGO.— •• D« ChayláQ o Catsard, cruzadores dr' 2* classe, acabam de terminar as experiências ; pouco resla a lazer nellos, devendo armar deli- Revista Marítima—ü 3° 1 REVISTA MARÍTIMA BRAZILEIRA

nitivamente no principio de 189Spara encorporarem-se á esquadra do Medi- terraneo, Fizeram boas experiendas com a velocidade maxima de 20" com tiragem forçada.

O caça-torpedeiro Dunois, que foi lançado recentemente,, está procedendo á

montagem das suas macliinas ; o La Ilirc, do mesmo typo, está ainda no estaleiro. 'apenas 0 arsenal de Cherburgo tem em mãos o Henri IV, couraçado. Foi preciso augmentar o estaleiro que o recebeu, pelo que o trabalho do constru- cção soffreu demora, mas as olllcinas durante este tempo trabalhavam no Ia-

brico das differentes peças do casco, de maneira a tornar rapida a montagem

no estaleiro. Será despendida com este couraçado a somma dê 5.562.000

francos em 1898, e será lançado no correr deste anno.

Estão também nos estaleiros do Arsenal de Cherburgo 2 torpedeiros de 1* classe e o submarino Morse.

Dar-se-ha começo este anno a um cruzadorcouraçado de mais do 9.000

tons. O Furieux e o liequin, guarda-costas couraçados, estão em transformação.

líitEST.—E' este talvez o arsenal mais occupado pelas construcções novas, em eslaleiros, em acabamento ou em experiências. O couraçado Ièna, em construcção desde abril de 1S97, tem promplas nas olllcinas as suas peças do

casco o começa-se a sua montagem. Conta-se que será lançado em cerca de seismezes. Um outro couraçado semelhante substituil-o-ha no mesmo estaleiro

antes do liin de 1898.

Em fabrico, sobre agua, o Cliarlemagne, couraçado do esquadra ooGaulois,

que deverá fazer experiencias em janeiro. Estes dous couraçados terão de

soffrer demora pela artilharia, que não está ainda proinpla. O D'Assas e o Masséna, construídos nos estaleiros do Loiro, começaram olllciacs em as experiencias dezembro. Deverão estar promplos 110 ílm do pri- meiro trimestre de 1898.

Estão em andamento diversos trabalhos de concertos o substituições de

Caldeiras no Amiral liaudin, 110 Sfax, no Taye o 110 Isly.

Bouvet, Lorient.—O couraçado de esquad.a, começou as experiencias pre-

liminares, e não restam para acabar senão instalações do detalhe; pretende-se

acabal-o com urgência e expedil-o para iirest, onde terão lugar as experiencias definitivas.

O Sainl-Louis, outro couraçado, acha-se nas condições do Gaulois, em

Iirest. Só fará experiencias em lins de 189S.

Foram dadas ordens para pôr nos estaleiros: um cruzadorcouraçado, o

Amiral-de-Gueydon; um cruzador de estação, o Jurien dc la Gravière, e uma

canhoneira de estação, a lkcidir.. Em 1898 será posto 110 estaleiro um outro cruzador dotypo Ve Gveydon. — Saint-Nazairk. Além do Gmcken, cruzador de 23n e que se acha em

monlagem do machinas, foram acabados o Masséna e o I/Astas, que foram

expedidos para Iirest. MARINHAS DE GUERRA ESTRANGEIRAS305

o Desaix, Yac ser posto 110 estaleiro um cruzador couraçado do estação, Dois eaça-torpcdeiros de 7.700 tons. e21" , que deverá ser entregue em 1901. de .'iOO tons. e 2G a 27», o Framèe o o Yatagan, estão encommendados aos

Ateliers et Chantiers de La Loiro.

Dois lorpedeiros de 1" classe, 221 o 222, serão entregues até junho proximo. — o Lacoisier, Rocheport. Além do Galitie, que terminou as experiencias,

do mesmo l\p°, começou a armar. O cruzador WEslrèe» acaba de ser

lançado, é destinado ás estações. O.Kersaint, também lançado, ó um aviso do

estação de 1° classe. Acha-se quasi prompto.

O aviso-transportc Vaucluse, cuja construcção eslava parada, vao entrar

de novo em fabrico. couraçado Dupleix, do Einflui, vao ser poslo no estaleiro o cruzador 130- do comprimento, 7.700 tons. o 21». Será o maior o o mais comprido de 2" classo navio conslruido n'eslo porlo. Em transformação o cruzador Sucket. Bordeaux.— Os Chantiers de Ia Cironde» devem entregar no anno proximo

Prolet, cruzador de estação de 2" classe, semelhante, ao Catinat. Tem ainda

nos estaleiros um cruzador de estação d > 3" classe, o Infernei, semelhante

ao l/Kstrées.

Os lorpedeiros ns. 20G a 211 estão em construcção o deverão ser succos-

sivamente entregues até março de 181)8. Acabam de ser encommendados mais

trez, 230 a 232, e um cruzador couraçado de'estação, o Klcber, do 7.700

tons. e 2tn.

Toulon. — Nos estaleiros de Mourillou está prestes a ser lançado o grande

cruzador couraçado Jcanne-iTArc. O Dtipelil-Tltouars, do 9.000 tons. e 21 , os torpedeiros de acaba de ser poslo no estaleiro. Tem mais om construcção * classo 223 e 221

LA Seyne. — A «Forgos et Chantiers do la Méditérranée» tom no estaleiro

c cruzador Cliàteau-cnunli, cuja construcção está muito adiantada.

Foiencommondado um cruzador couraçado semelhante ao Dupelit-Thonnr*,

o qual lorá o nome de Montcatm. O D Enlrecailenux está terminado o suas experiencias vão ser íeitas com urgência.

— — do orçamento ALLEMANHA. Orçamenta paru M8—iM>. O projecto marcos para o exercício de 1898 a 1899, eleva á somma do 56.050.058 (mais as despezas ordinarias. 1.841.350 que o do exercício anterior) as verbas para Para as construcçõos novas o lotai será de 40.533.000 marcos ; para a arti-

iluiria 8.980 000 e para os torpedos 1 799.000. continua a sua Aiujmenlo do quadro dos officiacs.—O quadro dos oíílciacs mar o progressão crescente; houve auginentodo t contra-almirante, 1 capitão de c 3 de 2,' 43 se- guerra, 5 capitãos-teneiitos, 4 primeiros tenentes de 4" classe 11 inachiriislas. Terá a gundos tenentes, 9 guardas—marinha o 30 aspirantes; marinha neste exercício 4063 olllciaes, 130 maehiuistas, 5.7G7 inferiores, 16.998 REVISTA MARÍTIMA BRAZILEIRA

o loial marinheiros, 730 aprendizes e 79S empregados diversos, perfazendo

de 24.713 homens. sob as ordens do chefe do Os médicos da marinha, que até aqui serviam corpo separado; os majores- Corpo de Saúde do Kxercito, passarão a formar 1" classe elevados ao cirurgiões serão divididos em duas classes, sendo os da cirurgiões de divisão serão capitães de fragata posto de capitães do corvetn ; os mar e e os cirurgiões genoraos serão capitães de guerra. monciona a O an nua rio da marinha allemã, rocentomonto publicado, para 9 contra-atmi- marinha os seguintes efTectivos: 2 almirantes, 3 vice-almiranies, fragata, 60 capitaes tenen- rantes, 47 capitães de mar e guerra, 16 capitães de tenentes, 179 119 tes, 172 primeiros tenentes, 253 segundos guardas-marinha, aspirantes de 1' classe e 77 de 2". olflciaes, 5 oíflciaes Deve-se contar ainda o seguinte pessoal: 9 príncipes

do séquito imperial e 33 ás ordens. : 3 engenheiros supe- O corpo de engenheiros machinistas comprehende 33 engenheiros machinistas e 52 suh-enge- riores, 17 primeiros engenheiros, de torpedeiros, 6 engenhei- nheiros machinistas ; mais 2 primeiros engenheiros e dos do ros, 5 suh-engenheiros e 73 offlctães torpedistas pyrotechnicos postos

1" e 2°" tenentes. 2 cirurgiões O corpo de saúde comprehende agora: 1 cirurgião general. classe e 9 de 2". 45 cirurgiões majo- do divisão, 8 cirurgiões prineipaes de 1" e7 cirurgiões. res, 28 majores-ajudantes do 1" classe, 21 de 2* "BuitapesT, " "Mnnarch — 1 Vira e . ÁUSTRIA. Os guarda-costas couraçados o o terminou com suceesso — Os dous últimos já entraram em serviço primeiro

a série deexperiencias, em Póla. sao cylindricas no Wien e São semelhantes, salvo quanto ás caldeiras, que Budapest. no Monarch o aquatuhulares Belleville no interessantes, visto foram Esto facto tornou as experiencias muito que deslocamento e nas mesmas aguas. feitas sol» a mesma direcção, com o nvsmo trez eylindros o dois helicos Têm duas machinas do triplico expansão de

semelhantes. comprimento, 93°; bocca, Suas dimensões prineipaes são as seguintes:

17"; calado, 6",40 e 5.550 tons. do deslocamento. nas torres ó do 270°"" e a do A espessura da couraça na cinta e

convéz de 60™". 24cm, 6 de 150"" do tiro rápido: O armamento compõo-so de4 canhões de e 2 tulios lança torpedos. 16 de 47"'" do tiro rápido, 2 metralhadoras Budapest com tiragem natural deu A média da marcha de 6 horas para o cavallos, 10',5 nas caldeiras, 0.003 com a pressão de por póllegada quadrada omquanto o Wien dou 0.370 ca- 124 revoluções o a velocidade de 17»,1; que de 9*;70 o o Monarch, 6.1x0 ca- vallos, 120 revoluções e 16n,7, com a pressão do 9\14. O coosummo de com vallos, 120 revoluções e 10",2, com a pressão

hustivel foi de 0k,82 por cavallo-hora. MARINHAS DE GUERRA ESTRANGEIRAS3O7

Nas experiencias com tiragem forçada, sondo a pressão do 11", oliteve-so

9.185 cavallos, 135 revoluções e 17",8 para o Uudapest, sendo 1 somente os ventiladores ; no Wien c no Monnrck os ventiladores são 8 e as experiencias deram para o Wien : 8.480 cavallos, 131 revoluções, 17",5 de velocidade, com

10",5 de pressão nas caldeiras ; para o Monarch, 8.900 cavallos, 136 revoluções e 17", I de velocidade, com 10",2 de pressão.

As machinas e caldeiras trabalharam perfeitamente ; a temperatura das praças das caldeiras o das machinas foi mais baixa no Uudapest do que no Wien e no Monarch.

Em vista destes resultados ficou resolvido o emprego das caldeiras Belle- ville nos navios couraçados que estão em construcç.ão ou que tiverem do ser construídos. "Scetluna".—Este KUSS1A.— Cruzador cruzador, construído pela «Forges et Chanliers do la Méditérranée», no Hàvre, por conta do governo da Itussia, lerminou as suas experiencias em dezembro ultimo, cornos mais satistactorios resultados.

O Soetlana é armado a hiato.

Os planos do casco foram traçados pelo Sr. Coville, engenheiro em chefe da «Forges et Chantiers» o os do apparelho motor p;'Io Sr. Sigaudy, enge- nheiro em chefe das olflcinas do Mediterrâneo.

São as seguintes as suas dimensões piincipaes :

üompr. max. na lluctuação101™,00

Bocca maxima13",00

Pontal10",30

Calado máximo carregado5m,72

Deslocamento3.828 tons.

Força das machinas8.500 cav.

Velocidade maxima20",00

O convéz é protegido por uma couraça de aço, cuja espessura varia de

25 a 50"™. Todas as aberturas feitas no convéz são protegidas por braçólas do aço do 120""" de espessura.

A torre do commando e os tubos do transmissão de ordens são lambem

blindados.

O apparelho molor compõe-se de duas machinas do triplico expansão de cada quatro cylindros, accionando uma um In iico. Será armado com 6 canhões de 15°"'e 10 de 47m™ de tiro rápido, 1 tubos

ança-lorpedos, dois dos quaes pelo travéz, uni á prôa e outro á popa. A velocidade média obtida, durante uma corrida do (1 horas, foi de 20".25, sendo 21n,

FORÇA NOMINAL E INDICADA DAS MACHINAS DE TRÍPLICE EXIU.V SÃO.— Encontrámos no The SMppinj Warli a definição da _iB._e_ç_' entre a força "nominal" a a "indicada" e (jue transcrevemos por pa.e__.-uo3 inle- ressanle. "nominal" convencional «Deve-se entender que a palavra é um termo valor real, usado pelos constructores de machinas, não tendo, entretanto, a apezar de ser geralmente, quanto ás machinas marítimas, correspondente cerca de um sexto da força que as machinas deveriam indicar em condições normaes, As antigas formulas da força nominal em cavallos eram :

 D'-ys- machinas de condensação F=* para 15,6O3 _ 0 * __( v=ish D'KS para machinas sem condensação

em qae -. \i = diâmetro do cylfndro em pollegadas; S = curso de embolo eni pés; V = velocidade mídia do embolo em pés por mimilo. Para a força «indicada» de uma machina maritima a helice, de conden- sação por superfície, para pressões de caldeiras superiores a 250 libras por pollegada quadrada, 6 mais usada a seguinte fórmula : (d«Ks"+3h) V* F. I. 100 em que : D,= diâmetro do cylindro de baLva pressão em pollegadas; S = curso do embolo em pollegadas; p _=. pressão da caldeira em libras por pollegada quadrada sobre almos- pbera, e CHRONICA 3O9

= II supóríicie do aquecimento da caldeira em pés quadrados. —Pm— Está estabelecido que a pressão média do cyiindro de baixa pressão

é proporcional á raiz cúbica da pressão da caldeira, e que seu valor actual 

ser considerado pôde de 5,6 J/1> c que o valor da velocidade do embolo pôde  ser considerado como 114 S

D'onde podemos deduzir : 

F. 1. somente das macbinas= PS 

F. 1. sómenlc das caldeiras =H P

16

Para pressões do 150 libras a; relações das capacidades dos cylindros

adoptadas por muitas d'entre as boas firmas ínglezas, são assim representadas:

Alta pressão. 1: média pressão, 2,55; baixa pressão, 6,90.

S0B11E A OGIVA DOS PROJECTIS PARA CANHÃO.—Diz o Cosmos em

arligo assimilado pelo Dr. A. li. :

Os projeelis que atiram actualmente as boccas de togo compõem-se de bem duas partes dislinetas: o corpo, ou a parto cylindrica e a ponta, ou a ogiva, destinada a fender o ar. O tenente Rencivenga tentou calcular a íórma que seria necessário dar a essa ponta para ofíerecer o minimo de resistencia ao ar. Até á actualidade, essa ponta ora formada por arco de circulo de revolução cujo raio eslava em com o diâmetro proporção do canhão. O tenente quiz "sob estudar malhematicamenle a curva que conviria adoptar o ponto do vista especial doquo.se occupa, o que, aliás, não é o único que se deva levar em conta.

Newton suppunha que a resistencia do ar ao movimento provinha da inércia das moléculas gazozas que, chocadas pelo projeclil, recebiam um impulso cuja direcção era perpendicular á superlicie de choque ecuja velocidade ora igual á do choque recebido.

Sabe-se, onteo por lado. que, para valores interiores a 240m:s e para as

comprehendidas entre 500 e 700m:s. a resistencia que o ar oppõé ao movimento

do projeclil é proporcional ao quadrado da velocidade. Estes dados veriticando

a liypolhese do Newton, segue-se que a parte anterior do projeclil deve exercer

uma grande influencia sobre a rosisleneia que sobre do ar. Os cálculos levaram o Sr. Hencivenga a achar que a curva que offereccria a

menor resistencia ao ar seria um arco de parabola e que, por consequoncia, a

ponta da ogiva deveria normalmente ser constituída por uin paraboloido do revolução.

Se continuar-se a tomar, para a ponia da granada, um arco de círculo cuja curvatura seja calculada mathematicamonte para ofíerecer o minimo de resis-

tencin, o Sr. Hencivenga demonstra que, em visla do grande raio que seria •jIOREVISTA MARÍTIMA BRAZILEIRA então necessário tomar, esta curva approximar-sc-hia bastante de uma linha recta para que se pudesse praticamente fazer terminar as granadas por um tronco de cone cujo angulo seria malliematicamente determinado pelo calculo. Este estudo scientilim é no fundo mais lheorico do que pratico, mas em balis- lica sobretudo, é muito necessário um pouco do theoria.

0 BANCO DA «PRINCESSE ALICE ». — 0 yacht á vapor Princesse Alice, pertencente ao príncipe de Mônaco, havia, em viagem anlerior, desço- berto ao sul dos Açores um banco que havia sido provisoriamente limitado por um primeiro trabalho hydrographico a unia superfície de 75 kilometros. Con- tinuando suas pesquisas este anno, o príncipe achou, desla vez, uni prolonga- mento que lhe dá actualmente 100 kilom.tros. No anno passado, elle 1'nha entregue aos pescadores dos Açores todos os documentos necessários para recouhec ir esse magnífico lugar d i p «sea. infelizmente situado a 15 milhas de distanciada terra, o teve a satisfação de ahi encontrar uma llolilha de es- cunas, cuja pesca havia, atú então, produzido exeellenles resultados.

EXPLORAÇÃO UOS MARES ARCTICOS. —O almirante Makarolí, da ma- rinha russa, muito conhecido por suas pesquizas hvdrographicas e hydrolo- gicas nas partes s «pteiilrionaes do Pacifico a bordo da corveta Vilyaz, partiu tm um dos últimos mezes do anno passado para uma expedição nos mares areticos. Assumiu o commando d_ uma flotllha de sete navios a vapor fretados p Io governo nisso para levar carvão o diversa; mercadorias ate as fozes do Obi e do Yenisseí e trazer os carregamentos abi existentes, constantes de pro- duetos siberiano'. Trez dos navios têm proas reforçadas o munidas de appare- lhos que lhes permilteni romper os gelos; quer-se vèr se por este meio não será possível prolongar de alguns dias o período muito curto durante o qual a na- vegação é possível cada anno no mar de Rara. O almirante propõe-se a abando- • nar a llolilha de transportes quando tiver chegado á fõz do Yenisseí unia vz ahi chegado, subirá o rio a bordo do navio que [ça s «u pavilhão e terminará sua viagem de volta por terra. Indubitavelmente as expedições d'esle gênero têm um interesse pratie i muito superior aos das tentativas feitas para chegar ao pólo.

CANAL DOS DOIS MARES NO JAPÃO. — O Eaginssring dá noticia da organisaçao dr unia Sociedade para a construcçâo de um canal destinado a ligar directamente o Mar do Japão com o oceano Pacifico. Este canal, que deverá ter uma largura de 8*,10, deverá começarem Tanni.a. no Mar do Japão, e terminar na bahia de Kurawan, no lago Hiwako. Um segundo canal, partindo de Kurawan, alcançará o rio Usikawa em cuja embucadiira se acha Osaka. A primeira secção do canal deverá ler uni comprimento de ... kilometros e seu custo foi avaliado em 8.ÍMO.OO0 de francos; a segunda secção, que deíerá ler uma extensão de 150 kilometros, custará apenas 6,500.000 francos, lin porto C11RON1CA 311

importante deve ser construído em Osaka. 0 canal deverá ser construído com a profundidade sultlciente para a passagem dos torpedeiros.

O NÍVEL DO MEDITERRÂNEO. —O Sr. Zurcher, engenheiro ein chefe das

Pontes e Calçadas, constata que a comparação das indicações dos marcgraphos registradores que existem nos differentes portos do Mediterrâneo panece indicar que lia difTerenças constantes entro o nivel do mar n'esses dilTerentes portos. imperfeição D'esle íacto,que parece impossível, é necessário concluir que ha do nivelamento feito em terra. Novas observações de uma grande precisão são pois necessarias para elucidar a questão.

Jievisla Marítima—7 Repartição da Carta Marítima

Directoria dos Pharóes

Aviso aos navegantes

N. 43

Rio Amazonas. — Gabo telegraphico de Santarém a Manáos

conforme communicaçâo Avisa-se aos navegantes que,

da « Telegraph Company L.d)>, feita pelo Gerente acha-se concluído o lançamento do novo cabo telegraphico entre Santarém e Manáos.

O trajecto deste cabo é descripto do modo seguinte :

« — O novo cabo desta Companhia acha-se lançado da estação do Telegrapho em Santarém em linha recta até meio rio, de onde segue sempre ao meio até o rio Arapihum, en-

Villa 1''rança uma trando no lago do Urucoriá, passando pela

Amazonas) em frente milha distante. Do Patacho (lado S. do

á ilha do Marimarituba vai até a boca de baixo do Lago

Itacomini segue Grande, onde entra, e passando por pelo canal até o Araria, onde atravessa o lago, até a boca do Ma-

até o Sitio Recreio, sahindo no ratuba, por onde segue

da ilha do Frazão; continuando ao Amazonas na ponta E. REPARTIÇÃO DA CARTA MARÍTIMA 3r3

lado no do a E. da ilha do S. entra paranã Juruty, passando

Maracá-assú segue ao lado S. do Amazonas até o furo do

Balaio.

de Parintins até o D'ahi vai pelo Amazonas, pelo paranã

sempre ao furo do Ramos, por onde entra encostado quasi

furo Moura, ahi atravessa o lado lado N. e sahc pelo do para dos Navegantes e N. do Amazonas perto do Sitio Bom Jesus

Pai Thomaz e Grande Serpa até Itacoa- passa pelos paranãs

até Manáos tiara. D ahi vem sempre perto da costa pelo pa-

ranã da Eva.

O cabo vem sempre com a distancia de duas a dez bra-

de ferro com escudos ças da costa (rio baixo) e os postes

está o cabo enterrado ou amar- brancos significam que ahi

rado no banco.

Em Parintins o cabo está collocado pouco abaixo da

Mesa de Rendas.

Wm Bent

Engenheiro e superintendente geral.

no Chama-se a attenção dos navegantes para o disposto

de 1885, deaccôrdocom a Decreto de 4 dejulho promulgado Março de 1884. Convenção assignada em Pariz a 1 | de para • espeeialment as dis- protecção dos cabos submarinos, pira

e abaixo se transcreve : posições dos aits. 20, 5".6o 7", que

Art. 2". O rompimento ou estrago de um cabo sub-

negligencia culposa, e marino, feito voluntariamente ou por

resultar interrompímento ou estorvo, no todo do qual possa

ou das communicações telegraphicas, é cm parte, punivel

sem da acção civil damnos e lucros. Esta dis- prejuízo por ou estragos, cujos posição não se applica aos rompimentos

sua vida autores só tenham tido o fim legitimo de proteger a

ou a segurança de suas embarcações, depois de tomarem REVISTA MARÍTIMA BRAZILEIRA 3M

nesessarias evitar estes rompimentos todas as precauções para

ou estragos.

Art. As embarcações occupadas no assentamento ou 5.0

na repartição dos cabos submarinos devem observar as re-

os signaes são ou forem adoptados de com- gras sobre que

contractantes, afim de mum accôrdo pelas altas partes pre- occupada veniros abalroamentos. Quando uma embarcação

na reparação de um cabo trouxer os ditos signaes, as outras

ou estiverem em condições de embarcações que avistarem

avistar estes signaes deverão retirar-se ou conssrvar-se afas-

menos daquella embarcação, tadas uma milha nautica pelo

em seus trabalhos. para não embaraçal-a deverão conser- Os apparelhos ou rêdes dos pescadores

var-se á mesma distancia.

ou estiverem Todavia, os barcos de pesca que avistarem

em condições de avistar um navio telegraphico que trouxer

com a adverten- os ditos signaes, terão, para se conformarem

de 2.} horas, durante o cia assim feita, o prazo máximo qual

nenhum obstáculo se deverá oppôr ás suas manobras. Os tra- balhos do navio telegraphico deverão ser concluidos no prazo

mais breve possível.

ou nas Art. 6.° As embarcações que virem estiverem

dos condições de ver as boias destinadas a indicar a posição cabos, no caso de assentamento, de desarranjo ou de rompi- mento, deverão'conservar-se afastadas destas boias, pelo me-

de milha nautica. Os apparelhos 011 redes nos, um quarto

á mesma distancia. dos pescadores deverão conservar-se

navios ou embarcações Art. 7.0 Os proprietários dos que

sacrificaram uma ancora, uma réde ou puderem provar que cabo outro apparelho de pesca, para não damnificar um

do submarino, deverão ser indemnisados pelo proprietário cabo.

Para ter direito a essa indemnisação é necessário, tanto

fôr logo depois do accidente se lavre, quanto possível, que

um auto apoiado no testemunho dos indivi- para proval-o, o faça, dentro das duos da tripulação, e que capitão do navio REPARTIÇÃO DA CARTA MARÍTIMA 315

de regresso ou 24 horas de sua chegada ao primeiro porto de arribada, a sua declaração ás autoridades competentes.

Estas a communicarão ás autoridades consulares da na-

do cabo. ção do proprietário

Directoria de llydrographia, 1 de Fevereiro de 1898.

Martins de Toledo, José

Capitão-Tcnente director interino.

— Estado do Rio Grande do Norte Pharol de Macáo

no dia 15 do corrente será Avisa-se aos navegantes que

de Macáo, no Estado do Rio Grande do maugurado o pharol

Norte.

no Alagamar. O seu appa- Esse pharol acha-se collocado

de ordem, e exhibirá luz relho de luz é dioptrico y gyrante brancos de em se- lixa branca variada por lampejos 30 30.

12 milhas com tempo claro. gundos e visivel a

a 12'" acima do sólo e a 13™, O plano focai eleva-se 30 acima da preia-mar.

O apparelho e respectiva lanterna estão montados sobre

e lateral, uma columna de ferro com plata-forma escada

branco, como a casa dos pintada de assim pharoleiros, que lhe fica junto. 316REVISTA MARÍTIMA BRAZILEIRA

Posição gcographica

Lat. — 05" — 07' — 00" S. Long.— 36" — 34' — 00" OG.

Directoria de Pharóes, Capital Federal, 3 de Março de 1898.—Leopoldino José dos Passos Junior, capitão de mar e guerra, director. Relação dos livros entrados na Bibliotheca da Marinha durante o mez de Fevereiro de 1898

Almanach Hachette pour 1S98.—1 vol. in-12° cart.—Paris, 1897.

Consolidação das leis relativas ao Juizo da Provedoria, por Ferreira Alces

(Joaquim Augusto), 4" edição.—1 vol. ili-8° ene.—Rio de Janeiro. 1897.

Cours élémentaire do chimie, par Joannis (M. A1 vol. in-12° cart. —Paris, 1897.

Handbuch fíir diedeulsche handels Marino aul das jahr 1897.—1 vol. in-8" cart.—Berlim, 1897.

La mer cotiôre. Obligalions reciproques des neutres et des belligerants

dans les eaux cotières et dans les porls et rades, par Godey (Paul).-l vol. in-8" ene.—Paris, 1896.

La navigation sous-marine, par 1'e.ice (G. /,.)—1 vol. in-8° ene.—Paris, 1897.

Liste des bâtiments de la Marine française ((iuerre et Commerce) et de

leurs signauv dislinetifs dans le code internalional do signaux á l'usage des

bàtimenis do toutes les nations. Arrôtee lo 1" Janvier 1897. — N. 14—23.

Service hydrographiquo de la Marine —1 vol. in-8° broch.—Paris, 1897.

Manual dos Delegados e Subdelegados de Policia ou Formulário completo 1897. dos aclos policiaes.— 1 vol. in-8" broch.—Rio de Janeiro,

Nouveilo étude sur les tempôtos, cyclones, trombes ou tornados, par

Fatje (II.)—1 vol in-8* ene.— Paris, 1S97. — — O Militar arregimentado 2° supplemento 4' edição, pelo lenente

Olivério.— 2 vols. in-8* broch.—Rio de Janeiro, 1890.

Pimentões, por Pitff & Putk.—l vol. in-8" broch.—Rio de Janeiro, 1897.

Rainlall ot the United States, wilh animal, seasonal and other charts, by

Henry(Alfred J.)—1 vol. in 4° broch.—Washington, 1897.

Sua Magestade o Amor, por Bclot (.4>): traducção de Luiz Cardoso.—1 vol.

in-8" broch.—Rio de Janeiro, 1897.

The english student (o estudante de inglez). Methodo pratico natural, por

Ilaus Knecht (Dr. Emílio). Traduzido e adaptado aoportuguez por M. Said-Ali. 1 vol. in-8" ene.—Rio do Janeiro, 1898.

The lile ol Nelson; the enbodiment of the sea power of Great Brltaiu, by

Mahan(Captain A. T.)— 2vols. iil-S" ene.—Londres, 1897. - These inaugural Dissertação sobre a bemalocele da vaginal, por Mello

Filho (T/tomas Antonio de)—1 vol. in-4" broch.—Rio de Janeiro, 1898.

Trai té de la constrnction dis yachts á voiles (texto e atlas) par Chevreux

(C M.)—Z vols. in-8" ene.—Paris, 1898. Estatística da frequencia da Bibliotheca e Museu

da Marinha

RELATIVA AO MEZ DE FEVEREIRO DE 1898

Dias úteis21

Visitantes do Museu25 Leitores Obras consultadasI03

MATSRIA3

Marinha. Bellas letras*5 Astronomia10 Mecanica7 Mathematica

Physica5 Arte militar5 Geographia, Chimica3 Historia

Encyclopedia1 Theologia1

Philosophia Litteratura1

Revistas e jornaesM

103

LÍNGUAS

Portugueza 5o Franceza 39 pílulas iieinzelmann

ÚNICOS AGENTES NO RIO DE JANEIRO

SILVA C^OlMGECíS cSc G.

RUA DE S. PEDRO N.os 22 E 24

VENDE-SE EM TODAS AS PIIARMACIAS E DROGARIAS

—Muitas Uma carta de Gênova pessoas curadas. Pedido urgente

Gênova, 1 de novembro do 1897.—Sr. Iieinzelmann—Buenos-Ayres. 'ober Distiuclo Sr.—Deve estranhar em re esta carta pedindo pelo correio e com urgência dez duzias de vidros com pílulas anti-dyspepticas do Dr. Heinzel- não vèr soffrer a mann, porém o que quer, com o gênio que tenho, posso pessoa alguma. lauto Quando parti d'ahi fiz um bom sorlimento do pílulas Hemzolmann, anti-dyspepticas, como expeclorantes e íerruginosas, porém á bordo, durante estomago, dôres de a vi;ig in, presente i a muilas pessoas, que sotíriam do cabeça, difflculdade na d:gestão. tonteíras, emlim d'estas doenças que todos nos acabrunha dia nos queixamos e que, sem saber, ó um grande, mal que a dia. e entre Em quantidade forão as curas (citas por mim com seus preparados da cilas citarci as pessoas mais populares c que cada um poderá certificar-se sua segunda minha verdade; principiarei pelo tenor Cartica. que está fazendo temporada no theatro S. Martin de liuenos Aires; o notável barytono llussell. anti dyspeptica do Dr. Heinzelmann; que de mãos postas me pedia uma ]>ilula de bordo, a familiado cavalheiro curei a primadona Occhiolini. o commissario Torino, directoi' do Conservatório de Musica de Roma e da casa reinante. Os agradecimentos erão tantos que me chamarão o medico salvador. Entre outros contarei mais este caso, por ser notável pela idade-, o Sr. Aldegani, cavalheiro da Legião de Honra, proprietário do Grande Restaurant de das Armas Italianas, em 1'ariz, queixava-se com muila tristeza de dores cabeça, o não comer tildo lhe grande suITocação insomnias, podendo porque fazia mal, dores no estomago,muitos gazes, arrôtos, ele., etc., um verdadeiro caixão de doenças. e uma Fiz com que tomasse por alguns dias as pilulas anti-dyspepticas, â minha noite, com grande surpreza minha, vi que o velho vinha directamente contente me dissi : mesa trazendo uma garrafa do melhor vinho velho ecom ar maravilhosa- Sr. Tolesio, es ou curado, já como com muito appetite, durmo não mente bem, esla noite passada foi um encanto para mim, pois despertei e nem um só momento; venho pois, pedir-lhe encarecida mente mais pilulas rogar-lhe me indicar onde posso compra-las. Realmente o velho estava mudado, seu semblante estava com excellente apparencia e posso attestar que curou-se radicalmente. satisfacoao. Como estas curas tenho tido muitíssimas que, me dão verdadeira Em Gênova, todos me chamam doutor, e á força, já vou me crendo medico, espectorantes. tudo devido ás suas pilulas anti-dyspepticas, ferruginosas e de cartões tenho Quando voltar a Buenos Ayres,mostrarei a quantidade que o fizeram uso de seus de pessoas altamente collocadas que preparados. é não tenho mais mandei-as vir Termino dizendo que o peior que pilulas ; chegarão assim urge as mande de Barcelona, porém não sei quando ; que pelo entre os seus mais correio o mais breve possível. Permitia que me subscreva agradecidos admiradores, etc., etc. Enrico Telesio- Gênova — Via Ambrosio, Spinola n. 2. P. S. Junto um cheque do Banco de Ralia. REVISTA

MARÍTIMA

BRAZILEIRA XVII ANNO — X. 10

REVISTA

MARÍTIMA

BRAZILEIRA

DIRECTOR-

Capitão-te.nente Eduardo Ernesto Midosi

REDACTORES :

1" Tenente reformado Carlos do Castilho Midosi e 1* Tenente reformado Leão Amzalak

Sede da Direcçao e Redacção

NA

BIBLIOTHECA DA MARINHA

ISiisi doroíiNollioliM» Saraiva ii.

ABRIL DE !

1110 DE JANEIRO '70 T>pograpllia da Gazela ác Noticiav — Una Sele de Setembro 11. A cessão dos cruzadores "Amazonas'' c "Almirante Abreu"

O governo acaba de negociar com os Estados Unidos da America cio Norte a cessão dos cruzadores Amazonas e Al- mirante Abreu, mandados construir na casa Armstrong por nossa conta ; o primeiro, já prompto e guarnecido, achava-se em Gravesand recebendo armamento, o segundo acha-se ainda em construcção. A cessão foi feita nas melhores condições para o Brazil, que assim conseguiu libertar-se de pesados ônus, impostos pelas suecessivas quotas a pagar e que tanto avultam nesta época, em que a taxa cambial aceusa depressão tão notável. Ninguém ha que. desprevenido e patriota, não applauda o acto do governo, procurando diminuir a extensão dns nossos encargos no estrangeiro. Não é. decerto, sem tristeza que assistimos an nosso enfraquecimento naval dos últimos tempos, que nos deixa sem o antigo prestigio, imposto pela nossa reconhecida su- premacia naval na America do Sul, e que. cm condições normaes. decorre naturalmente da configuração geographica do nosso paiz e da nossa posição politica no sul da America : o patriotismo, porém, aconselha-nos a esperar melhores tempos, certos de 411c havemos dc recompor <> nosso ma- terial de fôrma a constituir a marinha necessária á defesa e protecção das mil e duzentas léguas do nosso littoral. Emquanto esperamos, tratemos de reorganisar o pessoal, de dar-lhe a instrucção profissional necessária, dc fazer boas 320 REVISTA MARÍTIMA BRAZILEIRA

leis de recrutamento e de tratar da constituição de uma marinha de defesa.

Não nem podemos, deveríamos acompanhar. a paz ar- mada da Argentina edo Chile, tão a ruinosa quanto guerra, nem temos a pendentes questões que nos façam presagiar

de uma com dos nossos vi- possibilidade guerra qualquer sinhos, mas não podemos, entretanto, deixar de ter bem organizado um systema defensivo, que nos ponha ao abrigo de qualquer desacato.

isso os tendam Bastará para que nossos esforços perse- verantemente á organisação de uma marinha, cujos ele- mentos componentes tenham o caracter defensivo e cujo custo e custeio não impõem tão pesados sacrifícios ao paiz.

Estará, por certo, nas vistas do governo, este program-

o mais ma que nos parece sensato e prudente.

Quanta a nós, representantes de uma Marinha de glo-

historicos, rioses precedentes esperemos patrioticamente ; no mo- estudemos, disciplinemo-nos e preparemo-nos para mento em que a nação exigir os nossos serviços podermos briosa e orgulhosamente occupar os nossos postos c mos-

sem macula e das trarmo-nos dignos guardas da honra

da marinha antiga. glorias immarcessiveis

o E' mais fácil adquirir o material do que preparar pessoal. Estudemos, pois, e trabalhemos.

E' esta a nossa missão, é esta a nossa róta. Penetração dos projectis nos meios resistentes

(Continuação)

Ataque das couraças Harvey com altas e baixas ve- — locidades. Observou-sc nas experiências que vimos de referir, que os projectis animados das menores velocidades restantes, salvo uma ou outra anomalia, penetravam mais profundamente nas placas de face endurecida do que os ani- mados das maiores velocidades, os quaes se partiam quasi sempre com insignificante penetração, deixando as ogivas embebidas nas placas. 0 r tenente dc artilharia Weaver. dos Estados Unidos, citado por Brassey, trata deste assumpto em notável estudo que sahiu á luz cia publicidade no Journal of the United States Artillery, e refere diversas experiências tendentes a ele- monstrar que quanto maior 6 a velocidade menos sé parte o projectil. Em Gâvre, no mez de abril de 1893, um projectil de 22''m,Hd chocando uma placa Harvey com a velocidade de proximamente ,So":s partiu-se. executando apenas uma pe- netração de i6cm,7, ao passo que os projectis animados de 700 e 65om:" atravessaram completamente a mesma placa, inteiros, continuando seu trajecto. Em Indian Head,quatro projectisHoltzer de -íí°",| foram atirados contra uma placa de 55Cr™,5 Harvey de aço nikelado, cm fevereiro de 1893, com velocidades que augmentaram desde 448,65 até 027.7"1'" c todos se partiram, effectuando pe tietrações que variaram entre 5,08 e 27"", com a circumstan- REVISTA MARlTliVU BRAZILEIRA

maior era cia notável dc que .se partiam tanto menos quanto velocidade. Outras experiências confirmam estes factos, para OS clara e por quaes não é fácil adiar uma explicação positiva causa dc sua complexidade. tanto o A questão deve ser estudada considerando pro- não um ou outro sepa- jectíl de perfuração como a placa, c radamente. Estudando a fabricação moderna dos projectis de aço forjado, somos levados a admittir que existe sem duvida re- entre a ogiva e corpo cio projectil uma linha de menor sistencia, cuja regularidade depende cio processo dc endu- c recimento da ogiva. Esta, depois dc sujeita a esse processo, em o corpo do projectil aceusam tão profundas diífercnças são constituídas, suas propriedades physicase mecânicas,que Se a resistência do póde-se clizcr, por metaes differentes. material fosse decrescendo gradualmente não haveria solução linha dc continuidade, c, pois, não existiria também uma de menor resistência; mas como a passagem ê brusca, faz-se a fraqueza do por salto, existe essa linha quê constitue pro- jectíl. face, até uma Quanto á placa, já vimos que só a sua pc- sendo o resto constituído quena profundidade, é dura, por um metal relativamente doce. A face endurecida tem seu coeficiente de resistência, facilidade, vencido o qual, é penetrada com mais ou menos dependendente da fôrma e calibre do projectil, de sua velo- cidade restante c da qualidade do material da placa. a Isto posto, lancemos um projectil que choque placa com tão diminuta velocidade que caia inteiro, sem fragmen- Augmen- tar-sc, produzindo apenas leve effeito contundente. temos agora a carga de projecção de modo a ooter maior velocidade de choque abaixo dc 6oom:>: esta pôde ser tal que, vencida a resistência da face endurecida, o projectil penetre maior sem partir-se c tanto mais profundamente, quanto fôr a velocidade, o que só se pôde dar quando a reacção que PENETRAÇÃO DOS PROJECTIS NOS MEIOS RESISTENTES 323

elle soíVrc em toda a sua massa não é capaz de vencer sua me- nor resistência, isto é, de destruir a cohesão molecular em todo o contorno da linha de menor resistencia.

Elevada a velocidade de choque a ficar entre 600 e

a média de resultados experimen- 70u"';s ( de accôrdo com

fere a e com insigni- taes) o projectíl placa pôde partir-se

deixando apenas a ogiva embebida na íicante penetração, placa. não se E' indiscutível que o projectíl penetra porque

reacçào soffre no momento do choque é de parte. A que

antes seja vencido inteiramente o coefli- tal ordem que, que linha de menor resisten- ciente de resistencia da placa, o da a cia é ultrapassado, e todo o trabalho do projectíl para pe

íica convertido em trabalho de ruptura netração na placa

este nas condições des- do mesmo projectíl, partindo-se já

criptas.

Finalmente, sendo a velocidade elevada além d'aquclle

tanto mais e se limite, o projectíl penetra profundamente

menos maior é a velocidade do choque. parte tanto quanto facto ter, é A única explicação que semelhante pôde

d aquelle limite, a energia do é de tal que, além projectíl

vence o coeliliciente de resistencia da e a ordem, que placa

tão violenta e rapidamente se opéra penetra que, quando linha de menor resistencia a reacção sobre o projectíl, a já

e o ampa- tem transposto o oriíicio de penetração, projectíl

ou se destróe tanto menos rado não mais se pôde destruir—

mais amparado tica no instante da reacção. quanto como se vê, é complexo e depende de O phenomeno, não se affirmar se tantas circumstancias que pôde que

realisará, em cada caso figurado, sempre nas mesmas con-

dições; a velocidade conveniente deve variar, cm cada caso,

e dos com os coefficientes de resistencia das placas projectís,

se verifica nas experiencias de Gâvre nós o que, aliás, por

mesmo referidas.

comporte Em summa, não é um phenomeno que pre-

se realisa, nas condições des- visões rigorosas; e quando llevisla Marítima—2 324REVISTA MARÍTIMA BRAZILEIRA

criptas, sua explicação mais racional deve ser essa que acabamos de dar.

Experiências cora placas de grande espessura — Acção do nickel. -Nos Estados Unidos houve a principio certa hesitação em applicar o processo Harvey a placas de grande espessura por causa das enormes difficuldades que se tinha de vencer para obter-se uma conveniente earbu- ração em profundidade relativamente grande, concorrendo também a presença do nickel para augmental-as. Julgava-se, outrosim, que este metal tornava a placa menos resistente á penetração, se bem que mais llexivel; que causavacrystallisação em baixa temperatura, e que fazia, além de encarecei" o material, impossível o furo de placas de alta carburação, mesmo pelo processo do arco voltaico. Em conseqüência das accusações feitas a propósito do nickel, opinou-se na Inglaterra, durante algum tempo, pela suppressão d'esse metal no fabrico cias couraças harveysa- das, mas reconheceu se logo toda a vantagem que se obtinha do concurso dos dois mctaes, e voltou-se a empregal-o correntemente. Essa vantagem, comprovada por ulteriores experien- cias, se traduz, segundo a opinião do commandante Sampson, pela acquisiçâo de um metal mais tenaz e mais re- sisiente e ao mesmo tempo mais llexivel. A questão do preço é um dos maiores óbices para a completa e universal adopção das placas harveysadas de aço níckelâdo. Além disso, o preconceito, ainda nâo com- pletamente destruído,de que a placa, não sujeita a processo de endurecimento, impede mais facilmente a penetração de um projectil do que a harvevsada, é causa de que se detc- nham alguns governos, em prudente espectativa, ante a questão do preço, attitude aliás, até certo ponto, justificada por alguns factos. Vimos já como comportou-se uma placa St. Chamond nas experiências hollandezas, e cm Pola uma Witkowitz, PENETRAÇÃO DOS PROJECTIS NOS MEIOS RESISTENTES 325

cie facc não endurecida, ¦> contendo % de nickel, obteve

grande victoria sobre competidoras harveysadas.

ás dificuldades de nas Quanto abrir furos placas de

face endurecida, trataram os fabricantes de removel-as por differentes meios. A principio abriram-se os furos antes do

endurecimento, em estádio da qualquer fabricação, sem que

com esse se procedimento prejudicasse a resistência da placa; mas observou-se logo que era difficil localisar os furos com

sem estar esta seu precisão, em devido lugar, e por isso

foi o methodo abandonado. Em lugar deste, adoptou-se o

o de as margens proteger da placa dos effeitos da cementação,

mas era isso de diílicil execução, as e partes protegidas lica-

vam mais ou menos sob aquella influencia, porque os gazes

do carbono achavam sempre caminho atravéz do material

protector.

A tentativa feita na Inglaterra pela firma Brown, de

Shellield, de fabricar a placa com uma margem de metal

mais doce para facilitar o furo, foi julgada um expediente

pouco aceitavel.

Afinal, apezar de alguma opiniões dissonantes, o pro-

cesso do arco voltaico ser o melhor parece que pôde resolver

a causa da fonte caloritica questão, por grande que fornece,

capaz de fundir os corpos os mais refractarios, como o dia-

mante e a platina.

Os da crystallisação são cm perigos parte conjurados de Carnegic, pelo processo de que adiante falhrcrnos.

Assentada a mão de obra e a execução de trabalho tão

prenhe de dilliculdades, os industriaes americanos come-

de apresentar seus çaram produetos para serem submettidos a severas experiencias.

Em Indian Ilead, effectuou-se uma experiencia impor-

tante causa da espessura por da placa—35"",6— até então nunca attingida.

A foi mas não placa partida, perfurada e nenhuma cavilha destruída, demonstrando o mesmo grão de resistem cia as de espessura. A estruetura, que pequena que am- REVISTA MARÍTIMA BRAZILEIRA 326

a foi consideravelmente amolgada e abalada, e parava placa,

25"",.4, 22Ók.8, foram todos os projectís Iloltzer de pesando sendo despedaçados, deixando as ogivas engastadas na placa,

cerca de 28™'. a penetração estimada em

Para não alongar mais este capitulo deixamos de referir

diversas cxperiencias muito recentes feitas nos Estados Uni-

sso espessura des- dos, com succc vario, de placas dc grande

tinadas ao ene uraçamento de algumas das mais poderosas

unidades de combate da armada americana.

— Placas Harvey-Carnegie de forjagem dupla. Vimos

as accusações feitas ao emprego do nickel em que, entre

de espessura, figura a de causar crystal- placas grande poder depois de lisação até um grão damnoso, ao resfriar da placa, exposta durante muitos dias a uma temperatura elevadis- sima. Pois bem, com o lim de evitar, até certo ponto, este

inconveniente, a Companhia Carnegie adoptou o grande

forjagem, depois da cementação, com processo de uma nova o consegue augmentar a flexibilidade do corpo da que placa sem diminuir a resistencia e a tenacidade da face endurecida.

citaremos as Para demonstrar a excellencia destas placas, seguintes experiencias :

Em fins de 1875, em Ochta, foi sujeita a prova uma placa

Carnegie reforjada de aço nickelado harveysado. As dimen-

2'", c, dos do sys- sões da placa eram 4 4X2"", | |Xo"\2 5 4, projectís

eram de 15"",2 tema Poutiloff, os trez primeiros atirados

22Cm,8. de calibre e o quarto de

chocaram a sob um angulo Os trez {Drimeiros tiros placa,

o sob um an- de i°,5 com a normal á face da placa e ultimo guio de 3°.

Aquelles, com velocidades de choque respectivamente

88i,2rn:s, fendas eforam de de 789.1, 791,5 e não produziram facto derrotados; as energias de choque foram também res-

1266,7, 127.4,7 e 1567,9'"' e suas pectivamente penetrações estimadas 20,1, 21,6 e 25cm,9 e as calculadas pela formula

e 15. O ultimo tiro, e esse fendeu Tresidder 48,8, 19,0 57°'", PENETRAÇÃO DOS PROJECTIS NOS MEIOS RESISTENTES 327

uma velocidade de choque de a placa, foi atirado com

e de sendo as calculada 572,7m:s energia 3052,2lm penetrações

e estimada respectivamente de 52,3 e 3oCm.

Admittindo as iIlações tiradas das experiencias reali

de Texel com diversas entre as sadas no polygono placas,

harveysada de aço nickelado, e de outras quaes uma Vicker 1 larvey, atacadas com altas experiencias já citadas de placas de a c baixas velocidades, chegamos a conclusão que placa

reforjada de Carnegie apresenta resultados muitos superiores

1 larvey não reforjada. aos de qualquer placa

E' impossível uma comparação exacta entre essas placas,

atacantes não são do mesmo svstema, porque os projectís

ser, nem são as mesmas as peso e calibre, como deveriam condições das experiencias. Mas se dividirmos as penetra-

da Carnegie, obteremos ções calculadas pela espessura placa os seguintes algarismos: 1,92. 1,93, 2,25 e 2,06que exprimem

resistiu a choques capazes de de 1,9 a que a placa perfurar

2,1 vezes sua espessura de ferro forjado, coellicientes de re-

I larvey refor- sistencias esses superiores aos das placas não

autoridades inglezas e francezas, como judas, admittidos por variando de r,So a 1,87.

se, no caso da A' vista d'isto, é licito perguntar, placa

observada não reforjada, a penetração relativamente grande

animados de tão foi antes devida á excellencia dos projectís, altas velocidades como nunca tinham sido até então empre-

mesmo á fraqueza da gadas, do que placa.

se fracturaram Esta resistiu aos quatro projectís que todos, fendendo-se apenas ao embate do ultimo, animado da extraordinaria energia de 3052,2"".

calculada — Comparando as penetrações—estimada e deste ?s do observa-se emquanto a projectíl com 3", que, a penetração estimada do ultimo projectíl é maior que cor- respondente calculada deste é maior a cor- do 3", a que respondente d'aquelle. O desaccôrdo dos resultados só pôde ser facto explicado, attribuindo-se a menor penetração ao de se o o outro_ ter rompido 3." projectíl, emquanto que REVISTA MARÍTIMA BRAZILEIRA 328

posto que fracturado também, poude resistir melhor á vio-

lencia do choque.

A 1895 Carnegie refor- 4 de setembro de uma outra placa

Carpenter de jada de 35™,56. foi chocada por projectís

22Ók,8 velocidades 35cm, |, de de peso, animados de de 45i,7'":" n r-A' r-ni!8 C 505,/

Ambos os projectís partiram-se, deixando as ogivas en-

cerca 8°"',9, e o gastadas, penetrando o primeiro segundo

cerca de 22c"',8, sem que a placa accusasse a menor fenda. A

cm ferro forjado foi de icm,82, corres- penetração calculada 5

a.|icm,4. pondendo em aço terceiro Foi atirado ainda contra a placa projectíl Wheelcr

Sterling de 30'"',5 de calibre, pesando 385k,55 para experi-

vez mais seu resistencia. mentar-se uma poder de O projectíl,

animado de uma velocidade de choque de 5.18,63"'fendeu

aplaca no sentido transversal da ogiva, e partiu-se abaixo

penetrando esta até o colchão. Mais tarde, um projectil

foi atirado con- Wheeler-Sterling de 33°'", pesando 335^27,

tra o lado direito da placa com velocidade de choque igual

á do precedente. Placa, colchão e estruetura foram períu-

inteiro, rados, c o projectíl foi desentranhado da areia ten-

do-se a placa fendido relativamente pouco.

Esta placa pôde vantajosamente ser comparada a uma

I larvey de.| $0m.

Ainda cm 1805. em Indian llcad, uma placa reforjada de

Carnegie de 15''"',2 dc espessura foi atacada por dois projectís,

sendo um Carpenter e o outro Whe;ler-Sterling, animados

de uma velocidade de 6_)o"1;\ Ambos tiveram suas ogivas cal-

licou levemente fendida. Comparando deadas á placa, que

os resultados desta com os da experiencia atráz referida,

realizada a bordodo Nettle, cm janeiro de 1893, com uma placa

1 larvey-Vickcr, somos forçados a aflirmar mais uma vez a

As superioridade da placa Carnegie reforjada. espessuras das

duas placas são as mesmas e iguaes aos calibres dos pro-

A Yicker foi Holtzer, jectís. atacada por um pesando 4Jl,|.

de Carnegie o suceessivãmente Car- e a foi por um PENETRAÇÃO DOS PROJECTÍS NOS MEIOS RESISTENTES 329

penter e um Wheeler-Sterling, cada um d'aquelle mesmo peso.

Tomando o para termo de comparação unicamente terceiro tiro, disparado com carga de combate com uma velocidade de vemos emquanto este 597,4n':s, que, perfurou a placa, indo alojar-se em fragmentos no colchão, cada um dos de velo- projectís atacantes cia reforjada, animado uma cidade a ogiva na fen- de 6 jo'":H, partiu-se, deixando placa, dendo-a apenas levemente.

tal resultado á inferioridade dos Não se pôde attribuir projectís americanos, cuja excellencia tem sido comprovada

de em innumeras experiencias e que são, ao envcz d'isso, uma fabricação talvez superior á do campeão francez; é antes

á superioridade do coelliciente de resistencia da placa Car- negie, se deve attribuir adquirida pela dupla forjagem, que a o se traduz preeminenciadeseusuccesso experimental, qual

são necessarias duas e pelo coelificiente 2,5, queexprime que meia resistir ao espessuras da placa cm ferro forjado para mesmo ataque.

A 2.-1 de março de 1896, em Indian Ilead, foi experimen- tada reforjada, a primeira placa Ilarvey-Carnegie de 12°"',7,

ao fornecimento A para prover de couraças para a Rússia.

triumphou inteiramente do ataque de de placa 5 projectís

ioc,n,16, velocidade de com de choque,variando 506a 536,

os quaes se partiram, produzindo penetrações inferiores

a cantos 5°m e uma fenda em um dos da placa.

Por ultimo foi disparado contra esta um projcctíl de 120"', 7 com uma velocidade de choque iguala 52om:s, cau- sando vibração destacou-se daquelle canto da tal que placa

um tanta flexi- fragmento. Foi recebida a placa que revelou

bilidade á quanta resistencia penetração.

G. F.

(Conlinúa.) OS ESTADOS UNIDOS E SliA MARINHA

obra de dez annos. A marinha dos Estados Unidos é

desertos, a marinha De 1865 a 1883 os arsenaes estavam necessidades commercial anniquilada e só alimentada pelas do cia da navegação costeira. A única preoccupação paiz

era sacrificado em seu ver extincta a divida nacional e tudo proveito. d este creando E' digno de nota o esforço heroico povo

e ser uma marinha moderna em material pessoal, que pôde

do mundo. igualada ás mais bem organisadas 1887 deram créditos As leis do Congresso de 1885, 1886 e Mianto- a transformação dos monitores necessários para e Puritan. Iodos nomoh. Monadnoclc, Terror, Amphitrite

serviços e foram completa- estes navios tinham já prestado os seus cascos, ma- mente transformados. Reformaram-se

sendo dada chinas, artilharia e couraça, preferencia para

assim, as casas Cramp, os concertos ás officinas particulares; a Roach e I larlan tiveram successivamente primazia John Amphitrite. nos reparos do Terror, Puritan e fabricar navios de Desde 1883 tinha-se cuidado em o Chicago, o velocidade; trez cruzadores protegidos, grande Dolphin foram encommen- Boston, o Atlanta e o aviso rápido

dados á casa Roach. continuou Nos annos seguintes, até 1888, a construcção

tons.; foramsuccessiva- fazendo-se cruzadoresde^|.oooa5.000 c, nos estaleiros o Charlestowii, Nervaik,Baltimoi mente postos e o ultimo foram , S. Francisco¦, o primeiro casa Union Iron Works e os outros pela fabricados pela

Cramp, de Philadelphia. OS ESTADOS UNIDOS E SUA MARINHA

a Em 1888 e 1889construiu-se couraçados de 4.200 7.500

tons., .1 fon/erey, Texas ç Maine.

foi transformado O Monterey era um monitor antigo que

em couraçado com todos os aperfeiçoamentos, o Texas é um

feito de M. Barrow, obteve sua navio pelos planos John que

o Maine, ser construcção por concurrencia, e que acaba de

era completamente destruído por causa ainda desconheci:1a.

um tvpo semelhante ao nosso Riachuelo.

marinha começou :lusi- Desde 1888 que a americana ex

vãmente a utilizar-se dos recursos do próprio paiz. Não só

encommendou ás novas usinas americanas couraças de todas

ficam as espessuras e canhões de todos os calibres, que não

aquém dos melhores europõus, como também creou planos

originaes de navios nas suas officinas.

Todos estes melhoramentos foram introduzidos depois

da commissão de officiaes, mandada á Europa. A marinha

a construcção da sua artilharia o systema adoptou para

em encommendar o aço ás officinas francez que consiste

ao fabrico nas officinas do particulares para proceder

Estado.

Bethleem 0 aço dos canhões é fabricado pela usina de

e é nickelado. 0 fabrico se faz no arsenal de Washington,

nome. Para couraças, Rethleem serviu- que conservou seu

se do auxilio do Creusot. E' a única casa, nos Estados-Unidos,

espessura e revolucionou toda que fabrica chapas de grande

a industria introduzindo o processo da harveysação.

O Ministério da Guerra procede como o da Marinha,

dos seus encommendando, porém, já promptos, parte pode-

rosos canhões de costa.

hoje notável boa execução O Navy Department é pela que

dá suas repartições de construcção aos seus projectos; em e

machinas, cincoenta desenhistas trabalham sob a direcção

de engenheiros habilitados e formados nas melhores escolas

responsabi- da França e Inglaterra, promptos a assumir a

lidade de seus trabalhos e investidos de toda a confiança,

que com justiça merecem. Revista Maritima—3 REVISTA MARÍTIMA BRAZILEIRA

manifestou-se immediatamenlc nos coura- O progresso

Indiana, Massachusséts eOregon, seguidos do Imva çados typo e cruzadores modernos. Os cruzadores couraçados Aev:-

York e Brooklyn marcam a época de competencia com a 'Blake Inglaterra, creando rivaes ao e Dlcnhcim. Com o

Columbia e o Minneapolis os engenheiros americanos ultrapas saram todos os concurrentes na velocidade.

Na America do Norte não se esperou o desastre do Vi-

estabelecer nos fundos dos navios de combate as ctoria para os inhe- divisões cellulares duplas, corrigindo assim defeitos

mglezes. Na creação de sua rentes aos navios de guerra suas marinha, os Estados-Unidos tiveram duplo fim: pôr

seu costas ao abrigo de um insulto e ameaçar o inimigo em commercio; não construíram verdadeiramente uma esquadra

a bloquear os de um adversario. couraçada própria portos

de seus navios couraçados são monitores, A mór parte Todo seu offensivo reside em isto é, guarda-costas. poder dotados de canhões de tiro rápido e seus cruzadores, que,

velocidade, varrer os. mares, prejudicando grande podem do inimigo. enormemente o commercio e costas

acha-se re- A marinha norte-americana presentemente

os cruzadores modernos forçada com dois novos navios;

¦ faziam da esquadra Ámaionas e Almirante 1 breu, que parte

norte-americana; o brazileira, foram cedidos á marinha pri-

irá certamente relevantes serviços meiro, já prompto, prestar com a 1 lespanha. em caso de uma guerra possível

New-York, S. Francisco, Boston Seus principaes portos, o ha de mais moderno em e I lampton Roads, possuem que

está ser hoje o melhor torres couraçadas, que provado ha montados e a montar: systéma de defeza. Nestes portos

8 torres, no segundo no terceiro | e no ultimo no primeiro 5, de 16 2, cada uma com 2 canhões modernos polg., pesando

110 toneladas.

de baterias ca- Suas costas possuem grande quantidade a do littoral de São samatadas, e dentre cilas destaca-se

canhões de 15 Francisco pelos poderosos que possue, polega- OS ESTADOS UNIDOS E SUA MARINHA 333

das, atirando com nitro-gelatina. projectís Estes projcctís custam £ 1.000 cada um; mas seu poder destruidor está em relação com este preço elevado. Nas experiencias de

Fort-Point, o projectíl de 15 polegadas levantou a 2.000

uma columna d'agua -|oo jardas de pés de altura sobre 100

de diâmetro na base, demonstrando de modo concludente

destruir n'um circulo poder de 30 metros de diâmetro, o mais forte navio de guerra do mundo.

Tem mais differentes rêcles de torpedos para defeza, fa-

bricadas todas nas importantes officinas de Newport.

Seus canhões de marinha são fabricados na officina de

Washington e seus trez importantes arsenaes, em Brooklvn,

Norfolk e Mare-Island, acham-se em plena actividade do-

tando a marinha de navios de guerra capazes de rivalisar

com os melhores do mundo.

O norte-americano tendo governo sentido profunda-

mente a humilhação de ter de mandar seus navios de guerra

ao Canadá entrarem no dique, estuda para um plano para construcção de vários diques, que acarretarão a despeza

de £ 2.250.000. Foi proposta a construcção de um novo

dique no arsenal de marinha de Boston, que deve ter 700

metros de comprimento ; será de pedra e não de madeira,

que deu funestos resultados cm Brooklyn e outros lugares;

em Norfolk vai ser fabricado um de 500 pés e em New-York vai ser augmentado o que existe e construído um novo.

Em Newport-News e em Algiers, oppostos a New-

Orleans, propôz-se construir diques íluctuantes de typo

semelhante ao da costa NE. Em Mare-Island, na Califórnia, será construído um de com granito 500 pés e outros mais.

Ficará assim a marinha norte-americana livre de sujeitar- se ao Canadá e não mais necessitando de recorrer ao es- trangeiro.

Tendo passado uma ligeira vista sobre a organisação e material da marinha norte-americana, resta-nos agora dizer que esta marinha compõe-se de presentemente quatro cou- raçados de r classe, um de 2a, dezoito guarda-costas, dezoito 334REVISTA MARÍTIMA brazileira cruzadores protegidos, dezesete canhoneiras, dois navios para empregar dynamíte, um cruzador escola, desenove tor- pedeiros e onze navios de madeira. Possue mais 53 navios dc diversas companhias classificados pelo Congresso como cru- zadoresauxiliares com seu competente armamento guardado nas oflicinas. Tôm estes navios armamento dc tiro rápido de 37""" a 153ni"¦ c sua velocidade varia de 15 a 20 nós. A maior parte d'cstcs navios está já com seu compe- tente armamento a bordo, pois que rcccia-sc o rompimento da hostilidades com a Ilespanha. lus, pois, em pequenos traços, o que é presentemente a marinha norte-americana, que, embora não seja ainda uma marinha de primeira ordem, possue, entretanto, boa orga- nizaçáo, podendo cm breve tempo fazer face á maior parte das marinhas do mundo.

L. A. i&ffliiLraifflii das uunu i guerra

NO CORRER DOS DEZ ÚLTIMOS ANNOS

(Boletim da Associação Technica Maritima, 1S87-1S97)

JPHIIjO EJSTGENHHII FIO NAVAL LBPLAIVB

Traduzido da "Rente Maritime cl Colonial i"

( Continuação)

Artilharia e torpedos

Artilharia. — A historia do duello entre o canhão e a couraça foi augmentada, no correr d'estes últimos annos. comum capitulo importante, cujas ultimas linhas não estão ainda escriptas; este capitulo, que é o da Artilharia de tiro rápido, apresenta como ultima actualidade a questão das granadas de grande capacidade de explosivos. Poder-se-hia porem paralleloem duascolumnas.de um lado.osaperfeiçoa mentos suecessivos da artilharia, do outro as transformações correspondentes da protecção; ainda que os meios postos em jogon'estas sejãoo resultado da offensiva tomada por aquella, julguei útil começar pela protecção, porque ligava-se mais ao estudo do casco propriamente dito, e também porque REVISTA .MARÍTIMA BRAZILEIRA 33 6

sua vez uma mudança no modo de protecção provoca por

do canhão. um novo esforço por parte

vista das disposições de bordo, Sob o ponto de geraes

íieuções foram introduzidas na distribuição profundas modi conseguir dos canhões, isto é, nos meios empregados para

de fogo em todas as clirecções. No diz um grande poder que viu-se em definitiva respeito á própria protecção, que

o svstema da antiga fazia-se uma revira-votta notável para

fragata couraçada. A respeito d'esta, o objectivo principal

baterias e do mas a de era a protecção das pessoal; granada

veiu em seguida visar mais especialrnentc a ruptura, que da linha fluetualidade, levou a sacrificar tudo á protecção

de fiuctuação. Depois, o objectivo da artilharia foi dirigido

as obras mortas razão muito simples de se a para pela que, se terá a temer de artilharia é posta fóra de combate, pouco

apenas de um um adversario que disporá provavelmente as ariete talvez muito avariado; foi então que, para proteger

cobertas contra a artilharia de tiro rápido e inutilisar o

voltou-se á das efleito dos explosivos poderosos, protecção

altas; assegurou-se, aliás, á fiuctuação a partes protecção mais engenhosa das blin- sufficiente para uma utilisação

dagens; o systema adoptado no Mcignificent e no Emma-

de mais recente se tem feito nuele-Philiberto representa o que

n'esse sentido.

de algum modo, o da arti- 0 historico da couraça é pois,

modo as cousas foram lharia. Lembremos agora de que

realisadas. As disposições diversas da artilharia praticamente

finalmente em uma só, tornou-se grossa resumirarn-se que

torres situadas no eixo, com canhões simples geral: é a das

ha muito tempo é um dos ou duplos. Esta disposição, que inglezes característicos principaes dos couraçados (com

excepção dos do typo Impéyieuse) e dos navios italianos, é a

se á installação da artilharia de calibre que mais presta repousam sobre um reclucto m

em forma de losango, como no Colossas, no Italia ou no

Andréa-Doria, tiveram sua ultima applicação no Texas. DE GUERRA DESENVOLVIMENTO DAS MARINHAS 337

— Fig. 2 Texas

Proa

A

\

/

I rn yW

|

Em Franga, depois dos couragados com reductos do typo

Courbet, depois dos couragados com trez torres do typo

Formidable, depois finalmente da disposição do Amiral-Dn- perrá, reproduzida nos couraçados de cruzeiro do typo Du guesclin, fixou-se durante algum tempo na disposição em losango chegar finalmente, no Gauloü, á do Marceau, para de torres situadas no eixo. REVISTA MARÍTIMA BRAZILEIRA 338

riiuA

PROA

15 W

1 \\ ,lt> R

\ \ /

[}§I

Na Allcmanha, a disposição dos couraçados do typo

Brandenburg, em que se encontra a do Formidable, mas com DESENVOLVIMENTO DAS MARINHAS DE GUERRA339

canhões gêmeos, foi abandonada no Kaiser-^riedrich IH, que reproduz a dos couraçados inglezes; quanto á série dos pe- quenos guarda-costas, desde o Siegfried até o Odin, cila re- presenta a dos nossos couraçados do typo Dugttesclin, mas com uma única torre no eixo, à ré. A Rússia apresenta com os couraçados do typo Sinope, um modelo de trez torres, com canhões gêmeos, derivado do Amiralr-Duperré, mas cm que as trez torres estão encerradas cm um redueto triangular; actualmente o Sèvastopol e o Sissoi Veliky têm torres com canhões duplos no eixo. Os Estados Unidos introduziram, com o typo Indiana, um systema de artilharia grossa dc poder considerável, mas que não foi renovado nos couraçados que se seguiram . A artilharia dc médio e pequeno calibre tem, por seu lado, tomado uma maior ou menor extensão que justifica o poder considerável de fogo dado pela sua rapidez de tiro. Nos couraçados, a bateria do ^farcean. que só permitte o tiro pelo travéz, foi abandonada quasi por toda parte para adoptar-se a disposição dos canhões em lorma dentada de que o Sfa.x representa uma das primeiras applicações, e o Jeanne a"Are ou o Kaiser-Friedrich III, o ultimo e o maior desenvolvimento. À tendência aetual nas disposições geraes da artilharia é pois bem precisa: o tiro em caça desenvolveu-se, sem pre- judiear em cousa alguma o poder de fogo pelo travéz : ha ahi um passo absolutamente semelhante ao seguido pela protecçâo, em que os tiros de enfiada foram sucessivamente tomados em mais séria consideração. Na Inglaterra, entre- tanto, para a artilharia como para a protecçâo, o ataque de ponta não parece ter sido encarado tão seriamente como em França ou como na Allemanha. Póde-se mesmo notar a este respeito, dc uma maneira geral, que o modo da pro- tecçâo que adopta-se é disposto cm vista de um inimigo que tenha meios de ataque semelhantes aos que se possúe, e que se tem geralmente muito menos prcoecupação com o adversário provável com. o qual se terá de medir. Sabe-se Revista Marítima— I REVISTA MARÍTIMA BRAZILKIRA

demais muito bem na falta de outras informações, o que,

systema de protecção que um adversario prepara para a

sua defeza dá a mais exacta medida do poder da arma de

que dispõe. Nestas condições, o que possue melhor arti-

lharia deveria possuir melhor protecção, o que faz com que

a superioridade do armamento dê a dupla vantagem de ser

mais bem disposto ao mesmo tempo para o ataque e para a

defeza.

Taes são as grandes linhas que caracterisam a installação

geral da artilharia abordo. Como disposições particulares 6

necessário citar em primeiro lugar a dos canhões gemeos,

se acha adoptada universalmente os que quasi para grandes^

calibres. vantagens Reconhece-se geralmente, entre as que

resultam d'esta disposição, a economia de peso que provém

do agrupamento de dois canhões em uma só torre, e o maior

de fogo o tiro travêz; poder que esta disposição dá pára pelo

mas estas vantagens não parecem ser compensadás pelo

ter dois perigo a que se acha exposto, por canhões paralysa-

dos de uma só vez, sobretudo se se leva em conta que em

definitiva o não ser muito poder do tiro deve estimado em

mais do que uma vez e meia o de um único canhão, em-

o varia na mesma Uma quanto que peso quasi proporção.

com um único canhão ser avaliada torre de 305""° pôde em

tons. approximadamente, e uma torre dupla não eleva-se 550 a menos de 730 tons.

de de metade Como quer que seja, a menos diminuir o numero de canhões da artilharia grossa, a disposição das

impõe-se necessidade torres gemeas actualmente pela de collocar convenientemente a artilharia de calibre médio. Esta

disposta em bateria ou antes em reduetos comc é geralmente no Gaulois, no l^enown, no Sissoi-Veli/cy, no Emmanuele-Phi-

Liberto. Encontra se em França, a bordo dos couraçados como o Lazare-Carnot ou o Bouveí, uma disposição de artilharia de calibre médio em torres fechadas que não foi imitada em

o consagrado assim a um só canhão é parte alguma; peso

nas bastante considerável, e parece ter-se preferido, outras DESENVOLVIMENTO DAS MARINHAS DE GUERRA341

marinhas, consagrar o mesmo peso a um maior numero de

canhões em reductos ou sem protecção sétria. Este meio de

comprehender o tiro rápido mais o é talvez acertado do que

que consiste em augmentar, além dos limites que permitte

de a precisão do tiro, o que se poderia chamar o gasto pro-

unidade de secção de escoamento. jectis por O processo que

consiste, para ter um maior gasto, em augmentar sobretudo

¦o numero boccas de fogo, não exclúe, mo- de aliás, para um

mento dado, o accrescimo da velocidade do tiro.

mais Uma disposição, que reúne ainda todas as criticas

da torre dupla, é a das torres superpostas do Kearsage. As

FIG. 6

Fig. 6 bis

L j |_REVISTA MARÍTIMA BRAZILEIRA discussões bastante calorosas que tiveram lugar no Navy De- partment, em Washington, entre a repaitiçao cia artilharia e a das construcçoes navaes, tém dado lugar de uma e outra parte á producção dc numerosos argumento a favo ¦ « systema ou contra a sua adopção: de um lado, acha-s a economia de peso, a facilidade de compassar a torre, a pro- tecção dada ás munições dos canhões da torre superior, etc. do outro, vê-se sobretudo o inconveniente de ter quatro canhões immobilisadoe de uma só vez. finalmente, as raz da artilharia tiveram ganho de causa para os dois coura çados do typo Kearsage, depois o tempo amadureceu os ar- gumentos contrários e ficou decidido que os trez couraça- dos do typo cAlabaina, que vão ser postos nos estaleiros, não receberão torres superpostas. Depois deste exame summario da disposição da arti lharia á bordo, restaria fallardos próprios canhões. A tabeliã abaixo dá as dimensões principaes de alguns canhões. Esta tabeliãpermitte vêr o atravancamento que causa- ram os novos canhões, sobretudo se levar-se em conta o grande cam].o de tiro que é preciso dar-lhes. .Mas não é do plano efeste estudo entrar no detalhe dos canhões ; limitar-nos hemos, pois. somente a lembrar que existe ha muito tempo na Inglaterra, um systema de fretta- gem que foi assumpto de pesquizasbastantes antigas, mas que não tinha ainda recebido applicação ; é a frêttagem de tio de aço, que foi adoptada para os canhões de 305'"" e de 15_"jl". 1 laveria muito que dizer sobre os novos systemas de culatras que foram dispostas principalmente em vista cie um fechamento rápido, sobre as novas disposições dos re- paro-, sobra os modelos dos freios e dos recuperadores, etc. Emfim, lembraremos que a artilharia de tiro rápido tem-se estendido, pouco a pouco, dos pequenos calibres aos calibres médios e que, no correr deste anno, estendeu-se o grandes calibre*- com o modelo do canhão de 240', que acaba de ser adoptado na Allemanha para os novos navios postos nos estaleiros. DESENVOLVIMENTO DAS MARINHAS DE GUERRA,'.43

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. -, MARÍTIMA BRAZÍLEIRA | _REVISTA cousa Manobra das lorres. - Já se disse acima alguma fechadas. sobre as torres barbetas c sobre as torres viu-se estes dois Sob o ponto de vista da protecção, que systemas distinguem se um do outro, em que, no primeiro, lixo no segundo, o canhão atira p »r cima dc um parapeito ; o canhão. a couraça correspondente ao parapeito gyra com canhões a differença é Sob o ponto de vista do serviço dos na torre barbeta um patente pelo facto de haver geralmente fechada, um systema lixo para içar munições; na torre faz-se o carrega- systema que gyra com cila ; no primeiro em todas as mento em unia só posição ; no segundo faz-sc-o posições. existia entre estes Tal era pelo menos a differença que ha dois systemas de torres, differença que desappareeeu torres bar- muito tempo em França no Marceau onde. com car- betas, installou-se um dispositivo especial que permitte regar os canhões de 340™ em todas as posições, que com o desappareeeu ha apenas um anno na Inglaterra Majeslic, Prin:e-Gsorge; no couraçado do mesmo typo o uma só tinha-se ainda o systema de carregamento em oosição. vista da disposição Viu-se demais que, sob o ponto de os dous systemas de torres da protecção, a differença entre as tornou-se igualmente menos accentuada á medida que to- blindagens moveis tornaram-se mais espessas, e que torres. As torres fe- mou-se precauções para equilibrar as não citar chadas de 305""" do Jauréguiberry e do Gaulois, para senão essas em França, as torres barbetas dos couraçados dos typos Majestic, Renown, etc, na Inglaterra, são equili- bradas. A manobra das torres se tem feito geralmente com pres- são hydraulica até o momento em que os estaleiros fran- a cezes mostraram, em 1891, a possibilidade de empregar electricidade; o cruzador couraçado chileno Capitan-Pral apph- foi o primeiro a receber esta installaçao, cuja primeira cação, na marinha franceza, foi no Latouche-Tréville. DESENVOLVlMENfO DAS MARINHAS DE GUERRA.";-3|5

Desde então, o emprego da electricidade tem-se genera- lisado, primeiramente cm França, onde fez.se o emprego exclusivo deíla a bordo dos couraçados do typo Gàulois; de- typo /Egir,c poís na Allemanha, a bordo do couraçado do nos novos navios que se acaba de pôr nos estaleiros. Nos Estados Unidos, onde empregava-se geralmente o vapor, decidiu-se, no principio de 1896, adoptar a electricidade no Brooklyn, mas somente para a metade das torres. Assigna- la-sc, é verdade, a experiência do ar comprimido a bordo do Monterey, mas os inconvenientes d'este systema limitaram provavelmente seu desenvolvimento. (1) Paia o serviço dos canhões de calibre médio e pequeno, deu-se talvez, no começo, um desenvolvimento um pouco rápido ás installações mecânicas; o uso dos motores á vaprr não deixa dc ser origem, quer de complicações para as in- stallações em geral e para a habitabilidade cm particular, quer de perigos por sua canalisação: Na Inglaterra, parece ter sc querido ficar mais judiciosamente nos processos ru- dimentares dus manobras á mão. Entretanto, a adopção da electricidade vciu. sob este ponto também, trazer suas corn- modidades, e a manobra mecânica poderá tomar um novo impulso sem trazer comsigo os defeitos que sc lhe podia increpar com o vapor. Resta apenas uma palavra a dizer sobre as munições. ' 1 poder do tiro dc um canhão é geralmente estimado, de uni lado, pela penetração de um de seus projectis nas placas de blindagem, do outro, pelo numero dc tiros que pôde dar por minuto ; conhecc-se as fórmulas dc perfuração das placas, póde-se assim apreciar o poder do tiro com granadas de ruptura. Mas sc sc trata dc granadas eom explosivos po- derosos, o lim do tiro não é mais do que transportar, para um lugar determinado, o maior volume possível dc expio-

(1) 0 cri.izai.lor inglez Terrible é, segundo as publicações inglezas. o primeiro navio dVsle paiz que recebeu, para os grandes calibres, o systema completo de pontaria, de elevadores de munições, etc. pela electricidade. REVISTA MARÍTIMA BRAZILEIRA

ser canhão não assim poder sivo ; o poder de um parece

velocidade do tiro e pelo apreciado senão pela que possuc

se representar cubo do volume do propctíl que pôde pelo inter.vem mais aqui senão calibre ; a vel ) :':l:rJe inicial não

as balísticas do indirectamente para estimar, quer qualidades

a de atravessar sem arrebenta- canhão, quer possibilidade

mento, os revestimentos blindados.

se estabelece a artilharia de tiro O problema que para de capacidade de expio- rápido e para as granadas grande

se estabelece a artilharia de sivos differe pois do que para

E' de saber-se, se. sendo dado um canhão perfuração. questão atravessam uma certa espessura de calibre a, cujos projectís substituir de couraça sem arrebemtar, ha vantagem em

só canhão tenha, com muitos d'esses canhões por um que

os outros reunidos : suas munições, o mesmo peso que de Seja a a relação entre os calibres das duas especies

fixar as idéas, a relação do canhões se se admitte, para que ~/,\ neces- canhões dos dois calibres é igual a serão peso dos calibre tanto sarios a:i canhões do primeiro para pesar quanto

do tiro minuto dos é o segundo ; o poder por primeiros pro-

a porcional

X'X nX a?

dar um dos canhões n sendo o numero de tiros que pôde

minuto o do segundo é a por ; proporcional

ri (aa*)3,

dar o se- ri sendo o numera de tiros por minuto que pôde

canhão a relação dos de fogo é igual a gundo ; poderes

n

ri

calibre minimo uma A vantagem caberia pois ao para

do calibre assegura espessura de blindagem dada, a partir que DESENVOLVIMENTO DAS MARINHAS DE GUERRA 347

a perfuração sem arrebentamento prematuro ; comprehende-se

entretanto não se fique nos menores calibres e que que se em o caso em pense prevêr que os projectís não chocam

normalmente.

Vê-se, pois, a razão pela qual, desde o desenvolvimento

da artilharia de calibre médio, o revestimento completo das

obras leves impôz-se nos navios modernos e quanto é impor-

tante antes da a explosão provocar, penetração, dos projectís

de explosivos poderosos. .

Torpedos. —Excepto nos torpedeiros, em que é arma

o torpedo, a bordo dos couraçados ou principal, dos grandes

cruzadores, não deve ser considerado senão como meio de

levar a ponta do ariete a 300"1 ou 400"' para adiante, sem

chegar a um contacto effectivo; com estes navios não se

senão contra servirá d'elle provavelmente um adversario já

desamparado, afim de não correr os riscos de avarias, que hesitar em abordal-o farão muitas vezes por meio do ariete.

Os tubos lança-torpedos collocaclos acima d'agua estão

a serem expostos, durante o combate, postos fora de acção

empregal-os se antes mesmo de se ter podido ; estão, desde

luta, carregados e a atirar, o o inicio da promptos pessoal

das baterias estará exposto aos perigos de uma explosão;

reconhecido, em todas por isso tem-se quasi as marinhas, a

necessidade de collocal-os abaixo do convéz couraçado e, por

consequencia, de lançar os torpedos embaixo dagua. As

foram emprehendidas, primeiras experiencias na Inglaterra,

no navio-ariete Polyphemus.

Os resultados parecem ter conduzido exclusivamente ao

travéz, a applicações foram feitas tiro pelo julgar pelas que

nos couraçados do typo Royal-Sovereign, do typo Majestic,

do typo Renowne nos cruzadores inglezes recentes. Naltalia.

nos cruzadores tornou-se mais patente, arietes do typo Ca-

em vista, labria, o fim que se tinha collocando um tubo sub-

roda marino na parte inferior da de prôa, de abordar o adver- sario á distancia com o torpedo.

lievisla Marítima—5 348REVISTA MARÍTIMA BRAZILEIRA

Esta disposição foi adoptada concurrenlemente com os tubos pelo travez nos navios allemáes os mais recentes : Kaiser-Friedrich IU, Ersat\-Leip\ig e Ei'sat\-Fieya; receb.u apenas uma única applicação em França, o Suchet; nos novos couraçados, o tubo pelo travez foi o adoptado. De um modo geral, é o torpedo Whitehead de .|5r"' de diâmetro, que se emprega em todos estes tubos. Na Allemanha, entretanto, faz-se uso do torpedo Schwartz- kopf. Nos Estados-Unidos, emprega-se o torpedo llowell. cujo motor é um gyroscopio dc' grande massa ao qual se imprime, previamente, um rápido movimento de rotação; mas o emprego d'estc torpedo, que está talvez reservado para os tubos aéreos, não se gencralisou nas outras mari- nhas; o torpedo Whitehead, que se constróe na casa Bliss. em Brooklyn, é aliás muito empregado na marinha ameri- cana. Emfim, assignalemos de passagem o torpedo Brennan, que, diz-se, tem recebido algumas applieações. Os torpedos dirigiveis, taes como o torpedo Edison, foram objecto de experiências mais ou menos concludentes para a defeza dos portos, mas náo receberam applicação alguma a bordo.

5. Combustível

I la alguns annos que o carvão não é mais o único com- bustivel empregado nas marinhas militares; o petróleo, que estreiem na marinha mercante, viu o seu emprego es- tender-se á marinha de guerra. Carvão. — A questão da provisão do carvão apresenta um interesse da mesma ordem que a disposição da pro- tecção ou que a composição da artilharia. 0 carvão, com effeito, afora o lugar mais ou menos judiciosarnente esco- Ihido para as carvoeiras, é uma protecçâo no sentido de é permittir evitar um inimigo mais poderosamente armado ; também um elemento da força offensiva, por isso quepei- mitte levar a artilharia ao lugar onde esta é necessária. DESENVOLVIMENTO DAS MARINHAS DE GUERRA349

Emfim, para certos navios, pôde ser considerado de algum modo como um elemento de informação. Tem-se cada vez mais comprehendido a necessidade dos grandes abastecimentos dc combustível, e a relação entre o peso de carvão e o deslocamento total, que nunca mudou muito nos couraçados, augmentou muito rapidamente nos cruzadores. Mas não se tem tanto cuidado com a cifra abso- luta do abastecimento de combustivel nem com a propor- ção do peso total que occupa no navio, como com a distancia que permitte a este percorrer sem abastecer-se. A distancia franqueavel com uma determinada velocidade é, como se sabe, dada por

r c em que V ê a velocidade, II a provisão de carvão, F a força em cavallos com a velocidade V, e c o consummo por cavallo. Ora, tem-se:

F = V3—D2/8 M,3 om que D é o deslocamento e Mj um factor chamado coeffi- ciente de ittüisaçâo. Póde-se escrever :

, M,3 II V'c DW3

Lembremos, de passagem, que se se suppõe os cocílicicn- tes Mj c c constantes, não só para um mesmo navio, mas também para navios de tonelagens differentes, as distancias franqueaveis estão, para um mesmo navio, em razão in- versa do quadrado da velocidade, e, para navios differentes, são proporcionaes á potência 1/3 da relação entre os deslo- eamentos. Explica-se assim porque se chegou a perceber que, MARÍTIMA 1SRAZILEIRA 350REVISTA

realisar velocidades com se era possível grandes qualquer ter raios de acção senão tonelagem, não se podia grandes

deslocamentos. Na fórmula acima, seseadmitte cora grandes

= M, = c o1,0008, 5,80

factor, tem-se successivãmente, para o primeiro

3 M = = 243a para V 10 nós V2c

Mi3X.. = 1083 » V= 15 »

V2c

Mi3 = 600 )) V = 20 )) V2c

Mi3 = 300 » V = 2S » V2c

H

O segundo factor f°i chamado pelo Sr. Bertin ^2/3

cuefficienle da distancia franquearei.

Tem sido costume até hoje tomar as distancias fran-

consi- queaveis com a velocidade de 10 nós ; póde-se então

derar o coeficiente da distancia franqueavel como sendo um

característico do typo de navio; assim nos couraçados de

1,50; primeira ordem, não se afíasta muito do valor médio de

Renozvn, 1,2.4 0 tem-se 1,34 para o Gaulois, 1,67 para o para

menos nos Iowa, 1,53 para o Tria-Sviatitelia. Tem-se ainda

Botivi?ies, em se acha couraçados guarda-costas como o que

a cifra 0,86, ou nos monitores como o Monterey, em que

tem-se 0,78. Os cruzadores sobem, ao contrario, ás cifras

Ersati~Leip7Lig, 2,05 de 2,78 para o Jeanne-d'sArc, 2,07 para o

2,87 o Rossia, para o Sardegna, para o Carlo-cAlberto, 4,72 para

2,40 Powerful. 3,57 para o Guichen, para o o Todas estas cifras são estabelecidas tomando, para

valor normal. Actualmente, dispõe-se de 11, apenas a provisão DESENVOLVIMENTO DAS marinhas dê guerra

de modo não fiquem abarro- geralmente as carvoeiras que

íadas com a carga normal ; com a sobrecarga augmenta-sè

o consideravelmenie a distancia franqueavcl ; por exemplo,

apenas tem tons. dc carga normal, vê o Columbia, que 762 2,00 a seu coeficiente de distancia franqueavel passar de

.4,75 se abarrota as carvoeiras são quando que previstas

2030 tons. o Powerful, receber ao todo para ; que pôde

tem assim um coefficiente de 3000 tons., (,76. nem Este modo dc comparar os navios, entretanto,

do valor d estes sob sempre dá uma idéa bem exacta

vista, do cruzeiro. Está-se de accôrdo actucil- o ponto de esta velocidade dc 10 nós, admittida mente em julgar que como base da avaliação, não corresponde ás exigencias

a uma época em se actuaes ; remonta, com effeito, que exigia das esquadras uma velocidade relativamente pequena;

de 12a i nós, as condições actuaes exigiriam antes as cifras j ou mais, segundo a classe de navios. E' com effeito certo

tal couraçado a cifra de 0.80 ou 1,00 que, para guarda-costa,

cumprir com uma velocidade permittirá perfeitamente, na visinhança média de 12 nós, uma missão de vigilancia

emquanto um cruzador, a ciira de de um porto, que, para

12 ser insufficiente se o navio dever navegar com poderá

uma velocidade média de 15 a 20 nós, e cobrir uma grande

interesse em especificar a velocidade zona. Haveria pois para

a se deve calcular a distancia franqueavel, isto é, qual qual

é, especie de navios, d'entre os números 2439, para cada

1083,609,390 ou seus intermediários, aquelle a que será

necessário referir-se.

se apreciar mais exactamente o Quando quer papel que

deve desempenhar um navio, é-se mesmo conduzido a ir

então especificar mais longe n'este caminho ; procura-se

a de de carvão será uti proporção provável provisão que a, lisada com as differentes velocidades. Se t3, y, 2, forem

total, ter-se-ha: estas fracções da provisão

x+^-j-y+í—1 REVISTA MARÍTIMA BRAZILEIRA 352

franqueavel, com as velocidades succes- e, para a distancia sivas de 10, 15, 20, 25 nós:

'X609~3+5X39°-^/3, á=aX2439 IL+2x1083 ~ +

ou

^=(24392+108313+6097+3902)-^'—

O coefficiente

(24392+108313+6097+3908)

é, de algum modo, um coefficiente eslrategico\ é definido, para

classe de respectivos dos factores cada navios, pelos valores

A o do 7, j3, y, 3. distancia franqueavel é então producto

da distancia coefficiente estrategico pelo coeffiiciente franqueavel.

— do foi Petroleo. O aquecimento por meio petroleo

ha annos. Foi, introduzido na marinha de guerra poucos

n'este caminho, e os creio, a Italia quem primeiro entrou

resultados annunciados indicam um excellente funcciona-

causa da mento geral dos apparelhos. Os torpedeiros, por

ao o aquecimento carvão e, fadiga que causa pessoal pelo

difficuldade de sustentar muito por consequencia, da por

foramos navios nos tempo uma grande marcha, quaes pensou-

aquecimento Foi assim se primeiro applicar o pelo petroleo.

no Bouet- Villaumet\ e nos torpedeiros que se fez em França

se faz na Rússia, onde 22 e 66; é assim igualmente que pro-

cedeu-se este anno a experiencias no torpedeiro Viborg mu-

nido de caldeiras du Temple. Na Inglaterra, o caça-torpe-

as experiencias o deiro Surly servirá para primeiras que

Almirantado ordenou ultimamente. Os Estados Unidos en-

faz traram igualmente n'esta via; mas as experiencias que se

limitadas emquanto á vedetta n. 2 actualmente parecem por

do Maine. DESENVOLVIMENTO DAS MARINHAS DE GUERRA 353

estendeu-se em seguida O aquecimento pelo petroleo

navios; em França, começou-se em 1890-1891 aos grandes pelo aos cruzadores e aos couraçados; Papin, depois passou-se couraçados na Allemànha, começou-se pelos pequenos guar-

da-costas recentes Aigir e Odin\ actualmente, o aquecimento

admittido em todos os pelo petroleo parece principio para

navios.

ser empregado só, com o O petroleo pôde quer quer

carvão; neste ultimo caso, o modo de aquecimento é o que

os se chama aquecimento mixto; todos exemplos que foram

citados mais acima são relativos ao aquecimento mixto, com

excepção de alguns torpedeiros como o Bouet-Villciumetz e o

torpedeiro 66.

foi o de obter, com O fim proseguido primeiramente peso

de vaporisaçâo do com o carvão, e, igual, maior poder que

augmentar a distancia franqueavel. Os por consequencia, de

em menos favo- resultados achados em França parecem geral

Italia. Mas é necessário raveisdoque os que sãoaccusadosna

notar mesmo no caso cm o rendimento do que, que petroleo o do carvão, seu emprego não fosse mais economico do que

não deveria ser de rejeitar. Considera-se-o, com eíFeito, no

aquecimento mixto, como um aquecedor auxiliar que per-

mitte das combustões normaes, não fatigam o passar que activas das marchas forçadas, sem pessoal, ás combustões

isso um trabalho supplementar de manutenção que haja para dos fogos.

se comprehende, em França menos e E' assim que pelo na Allemanha, o aquecimento dos grandes apparelhos eva-

neste caso, uma deter- poratorios. Admitte-se então, que

combustivel do navio deve ser con- minada fracção do peso sagrada esta fracção entrar nos factores ao petroleo; poderia mais ácima, a menos a, 3, y, 3, considerados para parte pelo em cada uma das marchas cor- que coubesse ao petroleo respondcntes.

meio do somente, dispensa, O aquecimento, por petroleo ao trabalho dos foguistas contrario, qualquer por parte ; REVISTA MARÍTIMA BRAZILF.IRA

estes ficam assim reduzidos a um numero extremamente pe-

isso se trata apenas de manobrar torneiras: queno, por que

este modo de aquecimento se estenderá talvez aos grandes

navios,cujas caldeiras, actualmente muito numerosas, se pre

stariam bem facilmente ás divers:is exigencias do serviço de

manobras rapidas de suspender, etc. bordo, serviço de porto,

Antes de deixar este assumpto, somos levados a fazer

a razão os uma observação: pódc-se perguntar pela qual

em seus territorios as fontes de pai/.es que possuem petróleo

são os traçaram o caminho n'este systema não que primeiro as fontes de aquecimento; a Rússia, que possue do Cau-

Italia, e França caso, foi precedida pela provavelmente pela

Allemanha; os Estados Unidos, as fontes e pela que possuem

da Pennsylvania, começam apenas as suas primeiras expe-

marinha ingleza é, de todas as marinhas, riencias. A a que

até agora ser a menos interessada n'isto. Póde-se parece per-

igualmente se a das fontes de guntar producção petroleo o consumo de todas as marinhas, actuaes bastaria para so-

supprimir bretudo se estas pensassem em completamente

A theoria de Mendcleieff o aquecimento pelo carvão. é, na

este respeito, verdade, bastante tranquillisadora a por isso

admitte a massa interior da terra em ignição com- que que

em da agua do mar, chega iniil- porta-se, presença que por de ollficina fabricasse, trações, como uma especie que á pro-

das necessidades, o se lhe exigir. porção petroleo que quer no caso o Deve-se presumir entretanto que, em que

se a esse seu emprego do petroleo generalisasse ponto, preço

fazer se elevaria bastante para hesitar, mesmo em presença

dc orçamentos muito bem providos. Por outro lado, haveria

no nação bem certa do seu poder mar, que ousasse suppôr

assegurar em tempo de apezar de todos os poder guerra, de seus navios com obstáculos,oabastecimento petroleo como

fazei o actualmente com o carvão- Duas pôde potências, dar resposta aflirmativa; são as talvez, poderiam que, preci-

abastecer-se com sua samente, poderiam própria producção.

(Coniinúa.) 1ARIMIAS DE IHiFJIIH ESTDAM1IIAS

REPUBLICA ARGENTINA.— Novo couraçado, — Segundo notícias recentis- sirnas. a Republica Argentina acaba de adquirir, por compra á llalia, o couraçado Vareie. "General Cruzador couraçado San Martin",— Procedeu-se em Spezzia ás

experiências de> velocidade do cruzador couraçado General San Martin, de

ti.840 tons., construído nos estaleiros Orlando, de Livorno. Nestas provas preliminares, feitas por conta dos constructores, obteve-se a velocidade do 19|\7, em uma corrida de 2 horas com tiragem forçada.

Em outra experiencia de G horas, com tiragem natural e cerca de 10* de

fresslo nas caldeiras, a machina desenvolveu 8.130 cavatlos, conseguindo a M locidade de 18n,Q2 ; as condições' de tempo e mar eram favoraveis ; o con- summo de combustível foi deO',85 por cavallo-hora. Foram também realisadas satisfactoriamente as experiências de tiro, feitas a bordo com os canhões de 20c", que constituem o, armamento principal deste cruzador.

Brevemente proceder-se-ha âs experiencias definitivas.

ALLEMANHA.—Programma de construcções navaes.— A cornmissão do or-

çamento de de Reichstag acaba do adoplar por grande maioria o programma construcções navaes, incluído no orçamento da marinha allemã de 1898-99.

E' a consegue primeira vez que, desde muitos annos, o governo allemão fazer passar na commissão o seu programma completo de construcções. Os navios actualmente em construcção, e para os quaes foram concedidos novos créditos, são : os couraç dos de esquadra Kaiser Friedrich III, Ersatz

Friedrich der Grosse e Ersatz Kônig Wilhelm, o cruzador de 1' classe Fürs

Bismarck, 7 cruzadores de 2' classe do typo Hertha, 1 cruzador de 4" classe

(G), 1 aviso Ersatz Falkc, as 2 canhoneiras Ersatz llyane e Ersatz Iltis, 1 des-

froyer e 8 torpedeiros.

Os novos couraçados de esquadra que vão ser postos nos estaleiros nó exercício de 1898-99 serão: o Ersatz Kaiser o o Ersatz Deultekland, um cru-

zador couraçado de t* classe, Ersatz Princc Adalbert, um aviso, uma canho-

neíra, um destroyer e 8 torpedeiros. i\ O orçamento, para as construcções navaes monta este anuo a 3.000.000 Lançamento de um novo cruzador couraçado.— Em Dantzig íoi lançado ao

mar um novo cruzador couraçado do 5.900 tons., do typo Hertha e Victoria

i

. REVISTA MARÍTIMA BRAZILEÍRA

Luisc, lançados no anno passado, que é designado pela lettra N. Tens 105" dc comprimento, 17°,37 de boeca e 6",30 de calado. Tem trez helices mo-

vidos por trez tnaehinas de tríptice-expansão que deverão desenvolver a força de 10.000 cavallos e dar-lhe a velocidade de 20". O sen armamento consistirá

de dois canhões de 21o", oilo de 15o", dez de 88"", dez de 37""°, oito metralha-

doras e trez tubos lança-torpedos submarinos dc 450"" de diâmetro. Os- canhões

de 21o" e quatro dos dc 15o" serão collocados em torres gyratorias separadas,

protegidas por uma couraça de 100"" ; os oulros quatro canhões de 15o" serão

dispostos em casamatas separadamente e protegidos por uma couraça de

>00"m do lado exterior e de 80°"" do interior ; os dez canhões de 88"" serão

protegidos por escudos. A protecção do casco è obtida por meio de uma cinta

(te corliça .j.' estende-se sobre 70" do comprimento do casco e ã qual estão

superpostas chapas de aço de 76"", e por meio dc um convéz couraçado de

grande inclinação, de 40—100"" de espessura.

Construcção dc duas novas canhoneiras,— Nos estaleiros da casa Schíchau,

em Elbing, acham-se em construcção duas canhoneiras, destinadas a subsli-

tuir a Ihjane e Iliis, a primeira antiquada e a segunda naufragada no mar da

China, no mez de julho de 1896. Eslas duas canhoneiras serão idênticas e

suas dimensões principaes as seguintes : comprimento, 61",90; boeca, 9", 14 ;

deslocamento, 895 tons. e calado, 3", 25. Terão dois helices movidos por duas

machinas que desenvolverão a força do 1.300 cavallos e darão a velocidade de

13",5. As carvoeiras poderão conter 120 tons. de carvão, o que lhes dará um raio de acção de 3.000 milhas com a velocidade do 10n. Terão mastreação

reduzida, consistindo de dois mastros com duas velas cada um. Os cascos

serão revestidos internamente de madeira ou de corliça, o que denota que as

novas canhoneiras serão destinadas especialmente ao serviço colonial nas

regiões tropicaes. O armamento do cada uma d'ellas consistirá de quatro canhões de 88"" e seis metralhadoras.

Construcção dc seis torpedeiros. —Nos mesmos estaleiros acham-se em

construcção seis torpedciros, cujas dimensões principaes são as seguintes: comprimento. 48",2; bocca, 5",I; deslocamento, 155 tons. Deverão desenvol-

ver a marcha de 30". O armamento consistirá de trez tubos lança-torpedos,

um dos quaes na prda, de um canhão de 50"" e de uma metralhadora.

—Marinha BÉLGICA. de defeza.— Parece que a Bélgica está decidida a crear uma nova marinha destinada á defeza do seu littoral.

Trata-se, segundo o projecto do tenente Lecointre, apenas da defeza movei do Escalda por uma tlotilha que completará a acção dos fortes. Será esta 11o-

lilha composta de dous monitores e qualro caça-torpedeiros.

Os monitores serão de pequeno comprimento e calado, razos e dotados

de grandes qualidades evolutivas; a força motora será reduzida, sendo para o fim a que se destinam pouco util; mas terão grande poder oITensivo, visto GUERRA ESTRANGEIRAS MARINHAS DE 357

que o seu armamento romprchenderá dous canhões de 24o" em tones, ca- nhões de tiro rápido e tubos lança-torpedos.

A prolecção consistirá em um couvéz couraçado arredondado e nas cou- raças das torres-

Os caça-torpedeiros serão muito leves, visto que não terão do alTrontar o alto mar; serão armados com dois canhões de 57mm e dois tubos lança-tor-

pedos. A defeza do rio será completada por baterias submarinas e detezas

accessorias, constituídas por estacadas e barragens.

" CHINA. — Cruzador Ilai-Shen". ftos estaleiros da Companhia Vulcân,

¦em Stettin, foi lançado ao mar o cruzador Hai-Shen, igual ao Hai-Iong, cujas

dimensões principaes são as seguintes : comprimento, 10" ; bocca, 12",50 •calado, 5": deslocamento 2.950 toneladas. Deverá ter a marcha de 19\5. Um

íonvéz couraçado de 63"" de espessura protegerá as partes situadas"abaixo da

íluotuação. O armamento consistirá de trez canhões de 152"",oito de 105"", seis

de 37"", seis metralhadoras e trez tubos tança-torpedos. Nos mesmos estaleiros

acha-se aclualmente em construcção um outro cruzador igual.

— " ESTADOS UNIDOS. O desastre do Maine". Os jornais e revistas do mundo inteiro occupam-se com o desastre acontecido ao cruzador couraçado

Maine, que foi a pique no porto de Havana, na ilha de Cuba, por effidto do lima explosão, cujas causas conservam-se ainda mysteriosas. '? Seria a explosão produzida por mina submarina collocada a proposito 'íite Seria causado por um torpedo expressam destinado a destruil-o ? Seria

produzido pelos novos explosivos de fulmi-coton, ha pouco adoptados e de

fabricação especial, mas perigosos edelicados na manipulação e armazenagem?

Como quer que seja, o caso conserva-se ainda em mysterio e o governo

norte-americano nomeou, para esclarecer o assumpto, uma commissâo de in- querito que, no lugar do sinistro, proceda ás pesquizas necessarias.

Aclividatle nos arsenaes. — Em consequeucia da tensão das relações diplo-

maticas entre os Estados Unidos da America do Nnrte e a Hespanha, aggravada

dtqiois da explosão do Maine, os arsenaes da primeira d'ostas nações entraram

em grande actividade ; assim 6 que deverão ficar completamente reparados e

promptos a entrar em linha os cruzadores : Charleston e Hanger, em julho : Philadelphia e Newárk, em setembro; Chicago e Atlanta, no fim do anno.

" Os novos cruzadores New-Orleans e Atbany".— O governo norte-ame- ricano acaba do adquirir do nosso os cruzadores Amazonas e Almirante Abreu,

em construcção na Europa. O primeiro d'estes cruzadores, já promplo, achava-se em Gravesand, recebendo armamento, o segundo acha-se ainda em construcção.

O Amazonas, que içou já o pavilhão norte-americano, recebeu o noino de

New-Orleans e já se acha incorporado á esquadra do Atlântico. REVISTA MARÍTIMA BRAZILEIRA 358

Albany, vai ser A conslrucção do segundo, que recebeu o nome de apressada. Barroso. 0 New Orleans, ex-Amazonas, 6 Igual ao nosso Almirante "Craven"' "Dahlgren". — Torpedeiros e Estes novos torfledeiros, assim sendo como trez outros iguaes, terão somente dois tubos lança-torpedos,

um â proa e outro á pòpa.

ilDupleix?\.—Foi construcção, FRANÇA.—Cruzador couraçado ordenada a typo nos estaleiros de Rochefort, de um cruzador couraçado de 7.700 tons., do de üuplefx. A conslrucção d'este cou- Kleber e Desaix, que receberá o nome de 5.500 tons., raçado estava decretada para substituir o cruzador protegido de accõrdo com o de construcções que deveria ter sido construído programma do orçamento dei 1897.. "Uassèna".—Estecouraçado, Couraçado em uma experiencia preliminar 13.850 cavallos, de velocidade á toda a força, obteve a marcha de, 16",97 com de consummindo 120" de carvão por metro quadrado de superfície grelhas. suas machinas deveriam dar a velo- Segundo o plano de conslrucção, as cidade 17»,5 com 13.500 cavallos de força. Em uma outra experiencia as suas

machinas desenvolveram a força de 14.200 cavallos, mas não foi possível vèr as marcas; medir-se a velocidade por causa da cerração que não permittia ¦ o consummo de carvão n'esta experiencia foi da 0*,850 por cavallo-hora. "WAstas".—Este Cruzador cruzador de 3.952 tous., que não haviá ainda de velocídade„começadas no miezde Junho podido completar as suas experiencias »io anno findo e interrompidas varias vezes por causa de inconvenientes veri- ultimamente a experiencia á toda ficados nos geradores de vapor, iniciou bom resultado isso sem forçar a força ; esta experiencia promettia por que, combustão, as machinas desenvolveram a força de 10.000 cavallos (cerca de avaria na 500 cavallos mais do que a prevista), quando manifestou-se uma

bomba de alimentação de um grupo de caldeiras, o que obrigôu a deixar-se a experiencia. Alguns dia-: cahir a pressão n'essas caldeiras, e a suspender, depois, reparada a avaria, repetiu-se a experiencia com uma corrida de quatro

horas; as machinas desenvolveram 8.385 cavallos ea velocidade medida foj

de 19n,8; o consumo de carvão foi de 0",872 por cavallo-hora. Parece que as mar calmo, o navio condições do mar não eram favoraveis e que, com teria de 20°. As machinas; e caldeiras funccio- obtido, pelo menos, a velocidade

naram satisfactoriamente durante esta ultima experiencia. "Courbet" "Devastalinn".—0 Transformações nos couraçados e couraçado caldeiras foram substituídas' Courbet, de 10.800 tons., lançado em 1881, e cujas substituídos, no correr d'este anno, ultimamente, terá os seus canhões de 320"™ de 2Wj4, modelo'de 1893, e de 274™,4 dá bateria por outros tentos quatro tantos de 240°"", modelo de 1893, obtendo-se assim, com esta trans- por outros artilharia. Igual formação, notável diminuição de peso e augmenlo c|o poder da> 'irmão' Deoastation, depois as transformação será feitá no seu gêmeo, o que 359 MARINHAS DE GUERRA ESTRANGEIRAS \

actuaes caldeiras cylindricas de chamma reversa forem substituídas por outros aquatubulares.

Cruzador "WEntrecasteaux"Esto cruzador sahiu pela segunda vez do porto de Toulou para fazer oxperiencias preliminares, no dia 5 de março, apezar do tempo favoravel, condições pouco quer pelas do tempo, quer pelo estado do mar. • I ,

N'esta experiencia a velocidade oblida foi.de 17",8 com 85 rotações. Ele- vou-se a 102 rotações, com a força de 9.800 cavallos, mas não foi possível, por causa do máQ tempo, verificar a velocidade realisada.

Os dillerontos orgãos do appnrelho motor e évaporatorio .funccionârain bem e de modo a permittir julgar-se quedas èxperiencias ofliciaes serão das mais satisfactorias.

— INGLATERRA. Orçamento da Marinha para 1898-1899.-r- O orçamento da Marinha apresentado ao Parlamento liritannieo.om principio de Março, pelo primeiro Lord do Almirantado í o seguinte:' „

I — CIFRAS

Numero total do offlciaes, marinheiros, soldados da infantaria

da marinha etc10G.390

II — SERVIÇOS EFFECTIVOS

Soldos etc. do offlciaes, marinheiros, soldados de infantaria de

marinha, etc £ 4.988.000

Munições de bocca ç fardamento,.i .49] .700

Estabelecimentos mpdicós e serviçòs relativos107.000

Justiça militar11.400

Serviços de educação80.000

Serviços scientificos.;.67.200

lteserv a na vai257. oóo Construeções, reparações, conservação ele.:

Secção 1 — Pessoal 2.218.000

Secção II — Material2.971.000 — Secção 111 Obras por còntracto5.612.000 Armamento naval.....:...— 2.549.200

Obras, construeções e reparações no reino e colônias050.100

Vários serviços effectivos232.900

Almirantado247.700

Total dos serviços effectivos £ 21.549.800

— III SERVIÇOS NÃO EFFECTIVOS

Soldos de disponibilidade, de reserva e de reforma752.500 Pensões1.082.900

A transportar1.835.400 360REVISTA MARÍTIMA BRAZILEIRA

Transporte 1.835.400 Pensões civis e concessões332.900 Total do serviç} não efíeotivo £ 2.168.300

IV — EXTRA-ORÇAMENTARIO PARA SERVIÇOS RELATIVOS ÁS COLÔNIAS — Força naval addicional para o serviço nas águas Australianas annuidade .., £ M-™ Total geral £23.778.100

EXPOSIÇÃO Este orçamento apresenta un acerescimo dei 1.110.400 sobre o de 1897. O augmento dos quadros dos offlciaes e marinheiros produz em todas as verbas que lhe são relativas um augmento de £ 446.300 sobre o de 1897. A verba «-Obras— conserva-se quasi igual este, anno. Ha o augmento de £47.600 om varias verbas para serviços diversos. A verba para a artilharia e armamento conserva-se ainda extraordinariamente alfa —£2.549.200— apezar da diminuição de £ 125.000 em relação ao orçamento de 1897, diminuição esta devida parte a terem sido completados os trabalhos de algumas grandes encommendas de.canhões e parte á applicação da somma de £ 90.000 n'este anno, com a sancçao do Thesouro, e algumas outras sobras referentes aos fornecimentos de canhões em 189S. A verba —Construcções Navaes — apresenta um augmento de £ 1.571.000 sobre 1897. PESSOAL

O pessoal teve um augmmto de 6.300 homens, entre oílleiaes, marinheiros, aprendizes marinheiros e infantaria de marinha. Em 1° de Fevereiro de 189S o total do pessoal devia ser de 98.562 e só em Abril deve attingir a 106.300 homens. O augmento approvado na Gamara dos Communs subdivide-se em: 200 oftlciaes, 2.400 marinheiros, 284 operários do machinas, 1.700 foguistas, 1.000 soldados de infantaria da marinha, 466 operários e artífices e 300 apren- dizes marinheiros. Posteriormente tornou-se necessário fazer outros augmentof e foram dadas ordens nVste sentido; entre outras, o quadro dos machinistas foi elevado de .850 a 950 (incluindo 50 offlciaes chamados -«machinistas artífices») e o de commissarios que subiu de 500 a 550. O transporte Calliope foi commissionado para seguir com o Norlhamptan afim de fazerem a instrucção dos aprendizes; 1.079 aprendizes instruiram-se a bordo dVstes navios durante os doze mezes, terminados em 31 de março de 1897, e mais ,808 nos últimos oilo mezes. O Black Princc, estacionado em Queenstown, está preparado para seguir viagem com outra turma de aprendi zes. Como o numero de aprendizes, que terminaram as viagens de instrucção, MARINHAS DE GUERRA ESTRANGEIRAS

excede do necessário para embarque nos navios da esquadra, foi preciso fazer 'los do Ayincovrt deposito aprendizes marinheiros, desembarcados dos navios

do instrucção, até lerem embarque.

Foi nomeada uma commissão para investigar o assumpto geral do recruta- rnento, e o relatorio apresentado, foi recebido e tomado em consideração.

Além de reter o maior numero possível de artífices, que completam o tempo ile serviço com direito a pensão, foi expedida pelo conselho a medida de tornar extensiva ao pessoal da machina e artífices a gratificação diária de 0 pence, concedida em outros casos aos homens, que continuam no serviço, depois de completado o tempo.

CORPOS DE INFANTARIA E ARTILHARIA DE MARINHA

Foi muitíssimo activo o recrutamento para estes corpos durante o anno

passado, ascendendo a 2.675 o numero dos homens que entraram no serviço. Esta turma foi perfeitamente representada quer quanto ás condições physicas, quer quanto a idade e estatura, apezar do augmento sensível dos corpos este anno.

A altura typo para os recrutas de menos de 20 annos, ainda em cresci- monto ao entrarem, é um pouco abaixo de 5 pés e 6 polegadas, para os corpos de infantaria e 5 pés e 7 1/2 policiadas para os de artilharia, com o mínimo de

33 policiadas de lhorax.

A maior parte dos recrutados conta de 17 a 13 annos, sendo muito poucos

os que tem mais de 20. No orçamento de 1898-99 prevê-30 um augmento de

mais de 1.000 homens. Cuidou-se seriam Mile em preparar e prover os corpos de descripçõeseinstrucções sobre os mais moderno; canhões.

Os vencimentos dos ofliciaes destes corpos foram melhorados.

REAL RESERVA NAVAL

O numero total dos olliciaes actualmenle nos quadros aefivos, que ser- viram 12 mezes durante ou mais na marinha de guerra, ou que agora estão fazendo os 12 m»zos de instrucção, é de 225, mais 42 do que 110 anno pas- sado. Pensa-se em augmentar este effecfivo com mais 1.000 ofliciaes. olliciaes A Real Reserva Nav»l de é tão popular e as grandes rompa, nhias mercantes empenham-se tanto c;n fazer com que os seus ofliciaes per- tençam a ella, não havendo que, actualmenle, uma só vaga 110 quadro, ha no almirantado 151 pedidos de."entrada. Resolveu-se formar, para experiencia, uma

Pequena classe—Real Reserva de ofliciaes machinislas—na Reserva de Machi. "istas de Portsmouth, de 1 de Outubro a 31 de Dezembro de 1897, para ins- truil-os no manejo das machinas e caldeiras dos navios da marinha de guerra. Classes semelhantes vão ser formadas este anno. Os navios de instrucção dos recrutas e as baterias estão providas de fuzis Lee-Meiford e a Real Reserva Naval está sendo instruída no manejo d'esta arma; 017 marinheiros e 125 lo- 362 REVISTA MARÍTIMA BRAZILEIRA

guistas da reserva tiveram embarque durante a revista naval de 1897 e cru- zeiros subsequentes em 35 navios, com excellente resultado, especialmente os foguistas.

Propõe-se augmenlar de quinhentos o numero de foguistas, perfazendo os totaes de 22.000 marin'ieir.>s e 3.500 foguistas.

MOBI LIS AÇÃO"

O numero de navios e torpedeiros que tomaram parte nas manobras toi

de 165, giiarnécidos por 37.619 otllriaes e praças, em lugar de 105, tripolados

por 20.500 ofliciaes e praças nas de 1896. Todos os navios sahiram para o mar com as lotações completas, quanto a

ofliciaes e praças. Houve pequeninas deficiências de cirurgiões, commissarios e carpinteiros.

O numero total de homens dos corpos de guarda-costas' embarcados foi de

1.788 e ode ofliciaes e praças da Heal Reserva Naval foi de 819.

' CONSTRUCÇÕES NOVAS• ¦ ¦

Os trabalhos das construcções novas resentiram-se seriamente com as pro- iongadas diflleuldades de trabalho, por efíeito das grèvea, que duraram de Julho a principio de Fevereiro.

Os pagamentos aos contractantes ficaram tão desorganizados pela sus- do trabalho, pensão que mesmo actualmente não se pôde dizer a quanto montará a despeza por antecipação com as construcções novas. As melhores estimativas elevam está cifra a £ 2.270.000.

D'esta somma, £ 1.400.000, como fòra determinado, serão despendidas

em 1898-99 e as restantes em 1899-1900 e 1900 1901. Graves diflleuldades têm surgido do farto do adiamento das obras por

muitos mezes, visto que obrigaram a alterações d» aecõrdo' com os últimos

aperfeiçoamentos; principalmente afTectaram as machinas motoras e auxiliares,

a montagem dos canhões, a couraça e outras classes importantes do material.

Sentiu-se também o efíeito inrtirecto da suspensão do trabalho nos arsenaes

pela falta de entrega, por parte dos contractantes, das machinas, couraças etc. Houve tambémdemora nas experiencias de artilharia e machinas de certos

navios, que sem isso estariam promptos para o serviço.

CONSTRUCÇÕES EM 1897-98

Couraçados <{« esquadra. — Pela estimativa do Primeiro Lord, no anno

passado, ò Cornar, o lUuslrious, o llannibal deveriam ficar promptos em fins

de 1897. O Casar ficou prompto antes d'essa época e acha-se jã em com-

missão. A conclusão do Illuslrious foi demorpda não só por cfTefto' das tjréves, como em consequencia de não lerem sido satisfactorius as experiencias das MARINHAS- DE GUERRA ESTRANGEIRAS 3 6.3

suas machínas. Acliva-se os trabalhos afim do (juo o Illustrious e o Ilannibat estejam terminados no fim do exercício financeiro.

A construci;ão dos seis couraçados de esquadra do typo Canopus progrediu "Pm 1897-98. Trez (Testes estão em construcção nos arsenaes. O Cannpus Ioi lançado em Outubro ultimo, tendo o trabalho marchado de aecordo com o programma, mas o fabrico das machínas, canhões, reparos etc. esiá muito atrazado. Igualmente houve atrazo nos trabalhos do Ocean e do (loliath, por não terem sido entregues enconunendas importantes pelos con- tractantes.

0 eo Glory estão entregues a estaleiros particulares. Apezar das causas já apontadas, progride satisfactorjameute a sua construcção. Inseriu-se no orçamento de 1S97-98 a verba necessária para a construcção de mais quatro couraçados de esquadra de primeira classe. Um destes, o Vengeance, que está sendo construído por c.ontracto, é da classe do Canopus, e os outros trez, em conslrucção nos arsenaes, são do typo hoje chamado Formidable. São Majestics melhorados.

Todos estes navios serão armados com canhões de tiro rápido, de typo novo e melhorado, de 12 polgs. (30o",5) e 6 polgs. (15o",2). Cruzadores de I' classe. — Foi o Diadem o único navio da sua classe que 'oi entregue pelos contractantes durante o anno de 1S97. Fez experiencias de machínas safisfactorias o estará doutro cm pouco promptoa entrar em serviço. 0 Europe e o Niobe deveriam ter sido entregues ao mesmo tempo, mas •linda as mesmas causas tendo influído só estarão terminados 110 proximo exercício financeiro. O Andromeda e o Spartiate, em Pembroke, estão em adiantamento salistactorio. Trez outros da mesma classe ficaram em grande atrazo nos estaleiros particulares. 0 Argonaut, lançado em Janeiro de 1S98, soffreu retardamento por parte dus constructores.

As mesmas difllpuldades retardaram os trabalhos do Ariadne e do Am- philrite.

O começo da construcção dos quatro cruzadores couraçados da classe do Civetsy íicou íidiado, como rio caso dos da classe do Formidable, em conse-

quencia da demora nas experiencias dos novos canhíes de tiro rápido de 9,2 e polgs. (2S°") 6 polgs. (15o",2), com que vão ser armados.

Cruzadores de segunda — classe. 0 Arrogánt foi o linico dos quatro dê igual typo que ficou prompto e entrou em serviço; enlretanto os Irez outros acham-se muito adiantados.

Os trez novos do typo Talbot modificado, Ilcrmes, Hig/tflyer e Hyacinl estão em estaleiros particulares, muito tendo soíírido a sua construcção pelos motivos expostos.

Cruzadores de terceira classe. — Cinco cruzadores desta classe, entregues

por conlracto a estaleiros particulares, ainda estão em construcção. Não fossem as causas perturbadoras que sobrevierani, estariam já em serviço : Ihvista Marilima—7 REVISTA MARÍTIMA BRAZILEIRA 364

deverão, entretanto, estar promptos em poucos mezes. Igual motivo demorou a construcção de dois da mesma classe em fabrico nos arsenaes, onde mais trez

da mesma classe (oram começados.

Canhoneiras. — A construcção da Condor e da llosario progrediram re-

gularmente no arsenal de Sheerness. serviço especial, em cons- As qualro canhoneiras de dois helicos para

trucção na industria particular, vão em regular andamento. Torpe,deiros destroyers. — Dos 42 últimos torpõdóiros destroyers, do 26 h

27 nós, em construcção, apenas 5 deixaram de ser entregues; devendo sèl-o,

porém, logo no começo do anno. 45 destroyers de 30 nós estiveram em construcção no começo do anno financeiro de 1897—98, além do mais 5 encommendados durante o exercício, o Todos (oram entregues a estaleiros que eleva o numero dos destroyers a 50.

particulares. Desse numero 20 fizeram com successo todas as suas experiencias otli-

ciaes; outros 5 estão em experiencias, pod°ndo-se considerar praticamente no correr do anno. promptos. Os restantes deverão ser entregues proximo 33 Ordenou-se a construcção, para experiencia, de 3 destroyers de 32 a nós. Finalmente mandou-se construir, também como experiencia, um torpe- lypo de machina, afim deiro em que a turbina será substituída pelo comroum de ensaiar a applicação do systema aos torpedeiros de velocidade excepcional-

mente grande. — Canhoneiras de pequeno calado. A flotilha de 8 pequenas canhoneiras de a ser toda entregue. Duas dVllas pequeno calado, fundo de prato, está prestes São a muitos respeitos de um typo novo. As já se acham em serviço no Niger. condições de calado e velocidade exigidas foram perfeitamente alcançadas

pelos constructores. —- j\ovo YacM Real. Deu-se começo em Pembroke a este navio, que de-

verá ser lançado em 1899.

NOVO PROGRAMMA DE CONSTRUCÇÕES

de 3 couraçados de No primeiro anno financeiro propõe-se a construcção esquadra, 4 cruzadores couraçados e i canhoneiras. Os 3 couraçados e 2 ca-

nlioneiras deverão ser construídas nos arsenaes e os restantes nos estaleiros

particulares.

MACHINAS E CALDEIRAS

deveriam ter feito expe- Petas previsões apresentadas no anno passado, riencia antes de 1 abril de 1897 os seguintes navios, que entretanto, comple-

taram n'as antes dessa data: os couraçados de esquadra do primeira classe

Marte e Júpiter, os cruzadores de segunda classe lJoris e Isis e quatro destroyers. MARINHAS DE GUERRA ESTRANGEIRAS 365

Os seguintes completaram as experiencias satisfatoriamente durante o atino: couraçados de esquadra Coesar e Hannibai, cruzador de primeira classe. Uiadem, cruzador de segunda classe Arrogant e 20 deslroyers de 30 nós.

As experiencias do couraçado de esquadra lllustrious e do cruzador de segunda classe Fm-iaus estarão terminadas provavelmente antes do fim do •corrente exercício.

Houve considerável atrazo na fabricação das machinas, razão pela qual muitos outros navios não fizeram experiencia.

As experiencias do Diadem são interessantes, por isso que é o primeiro

navio em que se applicou as caldeiras aquatuliulares Belleville feitas com economisadores, tendo sido muito satisfactoiios os resultados obtidos quanto á economia de comlmslivel, efllciencia de combustão, facilidade de trabalho e

manutenção da força especificada.

As experiencias ordenadas em torpâfleiros, munidos de typos diflerentes

que o Salamander, com caldeiras Mumford eo Seagull, com caldeiras Niclaus- se, farão experiencia brevemente.

O Poioerful seguiu para a estação da Chiua. As suas caldeiras corres-

ponderam ás previsões, mas houve desarranjo nas machinas. Tem-se espe-

rança que seião vencidas todas as diíílfnldades logo que o pessoal tiver adqui-

rido pratica 110 trabalho das machinas motoras e auxiliares.

COURAÇA

Durante os últimos 12 mezes tem-se procedido a muitas experiencias

importantes com couraças de qualidade aperfeiçoada, e, sob esta base, muitas encommendas têm sido feitas. A fabricação das couraças foi também affeclada

pela difflculdade de trabalho. Demais, a introducção de novas qualidades de couraça produziu alterações o addições consideráveis na feitura, o que dimi-

nuiu a producção.

Estas difllculdades tendem a desapparecer gradualmente, e espera-se

muito maior producção no anuo proximo.

ARTILHARIA

A manufactura dos canhões continua a ser satisfactoria o a producção está em relação com as necessidades da Marinha.

A conversão dos canhões de C e i polgs. (15o™,2 e 10"",2) em canhões de tiro rápido ficará completa no anno financeiro de 1898—1899.

Depois de fatigantes provas que sustentou, foi adoptado um novo e mais

poderoso canhão de tiro rápido de 6 polgs. (15o",2) e procede-se á sua fabricação para os navios novos.

Desde os primeiros tempos da introducção dos canhões de tiro rápido achou-se ser possível produzir um canhão que, embora capaz de atirar com REVISTA MARÍTIMA BRAZILEIRA 366

segurança' o rapidez, dispensasse o dispendioso e pesado cartucho metallico,

que ai/' agora tem sido julgado indispensável.

A adopção do novo plano produzirá sensível diminuição no custo e no

peso da munição, além da do espaço destinado a guardai-o.

Os canhões pesados, destinados ao armamento médio dos novos coura- 1S97—1W e dos çados de esquadra e dos cruzadores de primeira classe de os ca. progranmias futuros, serão armas muito mais poderosas do que todos

nhões correspondentes hojo em uso. Deu-se principio á sua construcção.

0 supprimento de cordilo aos navios da esquadra continua a ser feito

satisfatoriamente o deverá ser augmentado, altendendo a que os áctuaes tlockx

são reduzidos.

O equipamento da esquadra com o fuzil Lee-Metíòrd será completado até

31 de Março proximo

RÚSSIA.—Expansão naval.—Causou geral sorpreza o recente ukasc. imperial de Março ultimo, auctorisando a despeza de 90.000.000 de ruhlos ou £9-500.000

(380 mil contos da nossa moeda) com as construcções navaes.

Nenhuma duvida ha que a expansão naval da Rússia priimette ser rapida, correspondendo assim aos seus intuitos políticos bem conhecidos.

Será dillicil á Rússia, parece-nos, conseguir pôr em seus estaleiros o

grande numero de construcções, que devem corresponder ao extraordinário a credito concedido; é de suppôr que encarregue a estaleiros estrangeiros con

strucção de grande parte.

Novo cruzador.— Diz-se que foi encommendado aos estaleiros Normand,

110 Hâvre. um novo cruzador de 3.300 tons., do typo Swellana, que foi con-

slrtiido nos mesmos estaleiros. GHRONIGA

PAQUETES PARA o PÓLO NOUTlí.— Lê-se do Cosmos,- Depois de Ion- gos estud is, uma rommissão dc marítimos em São Pelersburgo approvou a ideado vice-almiranle Uakaroff, que propunha consiruir poderosos navios rompe-gelos para a navegação nos mares arclicos. Decidiu-se a construcçâo de quatro grandes navios de cerca de 10.000 toneladas, providos de machinas de S.000 cavallos, e capazes, segundo as experiências, feitas no lago Michigan, de abrir caminho, nos gelos de l"de espessura, tin delles, diz-se, acaba de ser enconrmendado nos Estadi s Unidos. As experiências qu.' foram feitas demenslraram que dois navios d'este gênero, reunidos em par, tèm uni poder invencível contra os gelos. Seriam empregados durante o inverno para destruição do gelo dos portos do Ballico, e. no verão, seriam destinados á costa Norte da Europa para abrir passagem no mar de Kara, e depois seriam utilisados para uma expedição completa do Spttzberg. Naturalmente, pensa-se já em fazei-os proseguirem sua derrota af' o Pólo Norte, por isso que Nansen, no Fram, v 'riflcou que os gelos polares no s6° somente tèm 3 metros de espessura. 0; (feios, em seus movimentos nunca permilliram aluir passagem ao navio ; penetrar-se-ba ahi a viva força, e que não foi ainda tentado. Parece que nos gelos espissos, os navios d'esfa espécie marcham na razão de 2 milhas por hora ; a viagem seria pois bastante curta. Será preciso entre- tanlo que os gelos, abertos pelo talha-mar, não venham comprimir demasia- damenle os Afincos destes levialhans ; conhece-se os perigos que estas pressões fazem correr aos navios, que não são construídos como o Fram para se deixar levanlar quando sujeito á pressão do gelo. IMA ILHA MAfíNÈTICA.— Tra iscrevemos dn Cosmos.— Prelcndo-se que, quando os háv i.>s approximam-so de montanhas que conte o massas de i ti-o magnético, esta vlsinhança pro luz uma aflração a que os navios podem dilli- cllmente resistir. Acaba-se de adquirir uma prova .tisso. muílo p.-rto dis coslas ai lemas. Com effeilò, a muito conhecida ilha de Boriiholm. situada no Baltico e pertencente á Dinamarca, d"ve ser considerada como un gra ide iinan. Se a força magnética da ilha não vai, como se diz com relação ás mon- 368 RF. VISTA MARÍTIMA BRAZILE1RA tanhas magnéticas, até fazfr sahir os pregos dos navios que d'elles se appro- ximam, as propriedades attractivas, entretanto, que caracterisam as rochas da ilha Bornhoim tira, para os navios que a costeiam, conseqüências algumas vezes desagradaveis. Especialmente, a ilha exerce sobre a agulha imantada da bússola 'ai uma influencia que a direcção escolhida para o navio pôde achar-se modificada de modo notável. Kste effeilo é tanto mais fácil de produzir-se quanto se exerce segundo um raio de 15 kilometros ao redor da ilha. O banco de rochedos que se acha diante de Bornhoim gosa igualmente d'estas propriedades magnéticas.

AS OBSERVAÇÕES METEOROLOGICAS DO ATLANTICO.— 0 príncipe de Monaco provocou a fundação de observatórios meteorologieos o em uma nota lida na sessão de .'íl de janeiro ultimo na Academia das Seiencias de Pariz, re- latou os primeiros resultados obtidos :

Um sábio portuguez, o capitão Chaves, já creou dois centros de observação no Archipelago : um a Léste, na ilha de S.Miguel, e um oulro na ilha das

Klôres, a Oeste, 100 léguas mais distante. OdeS. MigU"l, ligado com a Europa desde 1893, por um cabo telegra- phico, está em c.ommunicação regular com certos observatórios do continente.

O da ilha das Flores, estabelecido ha seis raezes somente, está collocado a 100 léguas do continente europeu : é o posto avançado da meteorologia no Atlan- tico, e desempenha o mais importante papel ; mas ainda não está directainente ligado com o mundo exterior, comquanto o assentamento de um cabo entre

Klôres e America pareça imminente.

NVssa sessão, o Sr. Mascart fez notar a importancia de taes observações. A estação dos Açôres apresenta o mais alto interesse, porque esta região é, por assi n dizer, a chave dos phenomenos observados na Europa, e porque os dados precisos obtidos quasi no meio do Atlântico permittirão fazer as cartas com as observações colhidas um pouco ao acaso nos navios.

PETROLEO SOLIDIFICADO. — Lemos no Cosmos.— O Sr. J. Kohlendorf imaginou o seguinte processo para transformar os resíduos de petroleo em u;n produclo solido de fácil manutenção, proprio para servir de combustível economico. Eis, segundo Gluckauf, como se o prepara : faz-se aquecer ao abrigo do ar ou com vapor superaquecido 10 partes de lixivia de sôda e 10 parles de matéria gordurosa, sebo, oleo de côco, etc., por exemplo, e SO ajunta-se partes de petroleo. Faz-se ferver durante uma hora com uma temperatura inferior ao ponto de ebulição do petroleo ; grandes quantidades de oleo volátil fixam-se na saponificação; depois de resfriada, a massa tem a consistência de sebo solidificado.

Pôde-se também incorporar-se-lhe pó do carvão, apáras de madeira, varre- duras. Se se deseja produetos menos consistentes, substituir se-ha a matéria gor" durosa pela resina ou ácidos de resina. Obtém-se assim produetos contendo •/. mais de 90 de matéria combustível e menos de 5 de residuo fixo. CHRONICA 369

0 PROJECTIL NECESSÁRIO. — Transcrevemos do Cosmos o seguinte ar- ligo do Sr. B. Ilailly:

As granadas cora explosivos poderosos modificaram as condições dos com. bates da artilharia contra os couraçados, mas muito monos do que se poderia suppòr e do que annunciou-se a principio. Entretanto seu emprego levanta as mais graves questões e prooccupa tortos os queseoccupamcom osta technica es- pecial. N'ura século em quo todas as nações so preparam para uma lula defini- Uva, ellas não podem deixar pessoa alguma nu índiflerença. Em nm recente artigo da Revne généraie drs scienees, o Sr. tenente-coro- nel parisse examinou esta questão; expôl-a-hemos era algumas palavras, lo- mando-o por guia. Se uma granada carregada de raelinite penetrasse nas cobertas de nm cou- raçado, causaria incontestavelmenle oslragos medonhos, sufflclóntes para pôr fora ile combate o mais poderoso navio. Mas, a menos quo um desses tiros de canhoneira, attinja um dos muito raros deíeilus da couraça, não se deve contar com esse resultado. A carregada granada com explosivos poderosos arrebenta sempre logo que toca um ohjeeto resistente, couraça espessa ou delgada, islo é, no exterior do navio attingido; no primeiro caso, a carga, por maispoderosaqur.si.ja.su- mente causa avarias insignificantes; no segundo, uma parle ria couraça é des- pedaçâda, alguns pedaços destacados do casco são projeetados no interior, mas o efTeito desastroso esperado não se produz. A principio pensou-se quo o projectil perdendo a sua velocidade ao atra- vessLir as bordas protegidas, bastaria modificar a espoleta de modo a retardar o seu effeito do alguns millesimos do segundo. Diversos systemas foram pro- postos, inclusive o que consiste om collocar o apparelho de percussão na base do projectil, em lugar de pôl-o na ponta ria ogiva. Não se obteve resultado algum e por uma razão muito simples.que não so tinha descoberto immediata- mente: é quo a granada do melinite explode ao choque, instantânea e es- ponlaneamente logo que encontra um obstáculo, mesmo quando não eslá munida de detonador. Quer a força viva do projectil, em uma parada brusca, determine um calor suficiente, quer o movimento de gyro, cessando brusca- mente, a carga interior continue 110 seu movimento o que o calor soja produzido por seu atlrito contra as paredes interiores da granada,o resullado 1'. o mesmo; esta arrebenta sem causar ao adversário o mal que d'ella se esperava. A verificação d'osle facto dclerminoti nma evolução completa 110 systema de construcções navaes de muitas dis grandes potências «marilimas. Uma vez que estes poderosos projectis não podiam atravessar as couraças, mesmo de pequena espessura, a Inglaterra, a Allemanha o a Itália renunciaram de um modo geral ás couraças espessas, (ianba-se assita no preço da cons- Irucção e, o que r^ mais importante, 110 peso do casco ; osle ultimo resullado pormitte obter uni raio do acção muito mais considerável. MARÍTIMA BRAZILEIRA 370 REVISTA

melinite de explosão 0 problema ;i resolver seria, pois, obter granadas de de as couraças, ou, retardada, que não arrebentassem senão depois atravessar não existem em polo menos, depois

iiIIimas construcções navaes de seus principaes adversarios eventuaes». a victoria O Sr. Perissé accrescenta: «Na próxima guerra naval européa de explosivo e caberá ao que possuir granadas de aço com grande capacidade de explosão retardada. a incitar as As conseqüências da solução do problema são de natureza pes futuro talvez muito quizas de tolos os que se preoccupam com um proxinio.

NOVOS CANHfjWS.—O Sr. P. Delahaye escreve no Cosmos o seguinte:

DepVs dos canhões frettados com fio de aço, vê-se apparecer o canhão entre duas collocadas americano constituído por anneis de aço mantidos placas

na boca e ena culatra. O inventor, o Sr. Edwin .1. Blood, de Chicago, occupa-se, experi- diz oScientific American, em faz r um canhão d'este systema que será 'iitado entram na composição m pela repartição do artilharia. Os elementos que d'este canhão desmonlavel são discos compactos de aço,de diâmetro decrescente outros e apoiando-se, na da culatra para a boca, applicados uns contra os barras de aço com boca e na culatra, em chapas planas, ligada-; por quatro um furo central parafusos. Uma vez os discos montados e fixados, prati^a-se em todo o comprimento, ligeiramente conico, destinado a alojar o tubo que

será raiado. Este tubo, cylindrico 110 interior, apresenta uma superfície exte- hydraulica se rior conica, e é forçando-o no furo por meio da pressão que um obtém a tensão desejada dos discos. O carregamento parece fazer-se por vem terminar no fundo bloek de culatra, que se aparafusa na placa da culatra, especie de da alma do canhão e forma obturador quando está fixado por uma

fechamento de cunha. ilisposi- Não somos bastante artilheiros para apreciar os méritos, d'estas certiBcar-se da do metal em-' ç.ões. Pretende-se: que será mais fácil qualidade ditTerentes elementos serão mais rápida- pregado no fabrico do canhão; que os dimensões e da divisão possivel mente preparados, em razão de suas pequenas CMRONICA 371

(lo trabalho; e que o lubo interior poderá ser facilmente tirado e substituído em raso de deterioração, e a existencia do canhão prolongada indefinidamente; emfim que a construcção de canhões de dimensões superiores ás que conhe- cemos é assim realisavel. líesla fazer-nos saber se o conjuncto de anneis o cavilhas, qualificado de canhão, terá bastante resistencia transversal para sup- portar sem deformação os esforços desenvolvidos 110 seu interior.

EXPERIENCIAS DE PLACAS DE COURAÇA.- Transcrevemos do Engi- neerinçj :

Desenvolveu-se ultimamente uma grande aclividade nas usinas em que se fabrica placas de couraça, com o fim de melhorar os processos de tempera e augmeníara resistencia d'ellas, dando assim lugar a uma sério de experieneias

feitas a bordo do velho navio Netile, em Porlsmouth.

Duas placas fabricadas pela firma John lirown and C.", nas usinas de Atlas» em Sheffleld, foram experimentadas em presença de Sir W. H. White, fiscal adjunto e director das construcções navaes, e do commandante do Excellenl.

O fim principal destas experieneias era determinar : 1."Se as fendas superficlaes, que se produzem algumas vezes durante a fabricação das placas mais modernas, são prejudiciaes á sua resistencia ; 2.°Se uma placa fabricada com uma superfície, lisa antes da cementaçâo

ofTerece protecção superior á que houver sido cementada com uma su-

perficie rugosa como 110 momento em que sahe da prensa ; 3.°Se uma especii? do intumescencia, chamada technicamente bolha, na

superfície do uma placa, occasiona uma fraqueza local ou geral.

Póde-se dizer immedíatamente que os resultados das experieneias parecem demonstrar que as fendas superficiaes não diminuem a resistencia da placa, mesmo 113 caso do projectil chocal-a exaclamente 110 ponto em que cilas existem; que a vantagem do processo lento e dispendioso de polir uma das faces apenas apresenta a de tornar a placa mais agradavel á vista e mais economica sob o ponto de vista da pintura (ponto ao qual se liga pouca im- portancia),e quo uma bolha na superfície poderia ser origem de fraqueza caso o projectil ferisse precisamente o ponto em que ella existo ; mas que, em outras condições, não diminuiria a resistencia, nem occasionaria fendas.

As duas placas experimentadas (a ultima a 10 de agosto) tinham 2™,44 de comprimento 0™,15 sobre 1",82 de largura e de espessura e provinham do mesmo cbapeamonto que, depois de haver soffrido a operação da prensa, havia sido endireitada e trabalhada em uma face e com a espessura igual de 0"',15.

A placa experimentada em 20 de Julho foi cementada na face lisa e a oulra na face não polida.

O trabalho posterior, para as duas placas, foi idêntico, e, como o material era novo e especial, os fabricantes, pouco satisfeitos com as placas planas que haviam feito a principio, como era usual para placas destinadas a experieneias, lie eis la Marítima—8 37-' REVISTA MARÍTIMA BRAZILEIRA p curvaram fabricaram outras, primitivamente concavas.que depois aqueceram até tornal-as ligeiramente convexaS. Iodas as operações [Sto loi teilode modo quo as placas pudessem soffrer 0111 ,,„, [08_.__ neceMarlas, «¦-" devessem lazer parir ile.1111111 cilllil COlir.H.-JHla ,„„. cada Piaca exige ser curvada, algumas vezes mullo consideravelmente, com o lado endurecido .ro tensão. No caso da primeira placa (de face polida), este processo produziu não as houve. algumas' \ez««s lendas superflciaes, e na outra aço cobriu ligeira- A segunda placa, entretanto, tinha um veio que o exigidas ultima- mente no momento de íorjal-a. As condições d,'contracto uma das dimensões dadas mente pelo Almirantado, estabelecem que placa de diâmetro, acima deve resistir a 5 projectis Holtzer do aço, de 152" ¦ 45*,4 e lançados com 598™ de velocidade inicia!, sem produzir pesando foram satis- tendas importantes ¦ como se verá mais adiante, cslas condições feitas em ambos os casos.. Todos os A placa foi experimentada em 80 de Julho. projectis primeira 58"), arrebentaram-se completamente e foi ligeira a penetração obtida (cercado o deu fra- excepto para um só, que teriu no angulo esquerdo superior que mas esta que se julgava serem apenas estilhaços do próprio projectü; gmentos O disco da supposição reconheceu-se ser falsa quando relirou-se a placa. havia cedido em uma certa extensão placa immediatamente opposto ao «ro a esquerda, sob a (como uma porta que houvesse ficado dependurada); parle acção do tiro, licára meio aberta, mas não sulllcientemenle, entretanto, para atravessar mostrar liem visivelmente este movimento de recuo ou para deixar qualquer parte do projectíl. Os outros tiros haviam simplesmente leito ligeiras inlumeseencias na parte de lenda. Algumas posterior da placa, que estava praticamente isenta qualquer durante tendas superflciaes o sem Importância na face endurecida appareceram as experiências, e uma (1'estas, indo do Impacto n. 2 ao lado esquerdo, pareceu, tinha vista de Irente, haver-se propagado atravéz da espessura da placa; mas a somente 58" de profundidade, o que se poude verificar quando retirou-se placa. Üma das tendas superflciaes, à qual já se fez allusão como lendo sido pro- nas offlctnas duzida na superfície d'esta placa.em conseqüência da operação feita tiro loi apontado para dar-lhe a curvatura, oecupava o centro, e o quinto existia; mas cuidadosamente para chocar cxaclamento no pomo em que ella mostraram nem ella nem qualquer das outras tendas superflciaes originaes signaes de extensão no correr das experiências. Os detalhes ofliciaes destas experiências foram relatados na tabeliã annexa. experi- A segunda placa, que apresentava a sua face rugosa ao ataque, foi mentada em 10 de agosto. Apresentava uma bolha estendendo-se horizontal- o mente no sentido da sua largura do impacto n. 1 ao impacto á. 3. N'esta, impacto n. 2* impacto n. 3 oecupava a posição que. gera$ente,é reservada ao CHRONICA 373

cmcima d elia, 0 primeiro tiro foi apontado de modo a ferir exactamente ira- o o farto de haver este único tiro produzido, na parte posterior da placa, esta em gmentos da parte do disco que foi tocado, parece mostrar que placa, Ioda a o\tensão da linha aclual da liolha, linha falia do resistencia.

0 segundo tiro [oi atirado 110 centro e produziu, como os outros, uni ligoiro da sua entalhe. Para saber sc a fraqueza causada pela bolha estendia-se além tocal-a posição immediala, o terceiro tiro fui apontado cuidadosamente para

levemente a cerca de 29"" o o resultado demonstrou que essa fraqueza era fendas, puramente local o que a liolha não linha tendência alguma a produzir

quero tiro ferisse cxactamcnto cm cima, quer muito perto.

Por bem dizer, a lace da placa, depois dos seis liros, não mostrou lenda alguma, salvo algumas linhas superfleiaes muito ligeiras; e quando se exami- enconlrar: cinco ligeiras nou aparte posterior, viu-se o que se esperava abi

intumescencias, um rombo (no lugar em que a bolha foi ferida) o nada de

lendas. aos Os ensinamentos que derivam d'estas duas experiências, relativamente foi ponlos a experimentar, são de um valor considerável, e o resultado geral declarado muito satisfaclorio. DETALHES OFFICIAES SOISRE AS EXPERIÊNCIAS FEITAS NO DIA 20 DE JULHO DE 1897, COM A PLACA DE COURAÇA DA FIRMA JOHN BROWN AND C.

DESCRIPÇÃO "¦""*" t/J Ponto de Effeito do cho- P _-=re Projectil, slla Min- impacto Effeito sobrs a face anterior da placa Resultado sobre a face posterior que sobre o E 2 E°Êfíõ projectil 2 g, ²pesorezn e seu ¦ ri'n.1'.' E.X.L . .. .a- Dimensões do impacto, 325"" por 250"": Dimensões da intumescencia, 350*" por Partido, ponta retro- ÍSt". A. H do direito e profundidade. 50""; tare posterior da 330"": altura :í9S"":' : fenda semi-circular encrustada na I.V.I. 600"-de liai placa impellida para traz. do centro da intumescencia e tenda horM placa de 20"". \o. zontal em cima. Parte impellida para! traz. Dimensões do rombo, 350"" por 330"": profundidade 350"°'. 2°i!) G00"" do la- Dimensões do Impacto, :!S0~" por 330"" : Dimensões da intumescencia, 325"" por Partido, ponta do esquerdo face posterior da placa impellida local- 325""; altura Í50"". Parlo impellida para incrustada na e 600— de! mente, superfície lascada ao redor do lr;iz. Dimensões do rombo, 325"" por placa de254°°. baixo. rombo 1,ligeira linha de fractura indo de 325"". Profundidade, 27"". 1 a 2: ponta do projectil 1 destacada. 3MJ) 000"" do la- Dimensões do impado. 380"" por 330"". Dimensões da inttnfieseencia. 230"" por Partido, osesli- do esquerdo Dimensões do rombo 180"" por 180""; 300""; altura 141"". Parte impellida para! lhaçosdo pro- e (ÍOO"" de lados do rombo rachados, fenda indo dol traz. Dimensões do romlio, 230"" por jecfil ficaram cima. rombo 2 ao lado esquerdo da plara. | 300"". Profundidade, 141"". no rombo. i' V-) » 000"" do la- Dimensões do impacto, 250°" por 300""; Dimensões da intumescencia, 250"* por Partido, ponta do direito e face posterior da placa ligeiramente im-, 250"'": altura 27"'". Dimensões do romlio. incrustada na 000"" de ci- nellida para traz : ligeira racha dos rom- 250"" por 250"". Profundidade, 20"". placa de 398"". ina. ltoj 1 e2 desenvolvida, ponta'do projectil do romlio 2 riesapertada. 5'{') Alir.ulo con- Dimensões, 350** por 300""; a superficiepimensões da intumescencia. 300"" por Partido, ponta tra uma par- fendeu-se entre os rombos 1 e 5. 3e 1: 300""; altura25á"". Dimensões do rombo incrustada na te onde uma ligeira linha indo do rombo 3 ao alio da 275"" por 273"". Profundidade 27"". | placado390»". ligeiraracba placa desenvolveu-se: fenda á direita 1 era \ isivel abaixo do romlio 1 ; fenda vertical de 110 centro da 376"" de comprimento e de 250*" á di- placa. reita do romlio 5. Ponta do projectil do romlio 2 destacada. (') Velocidade inicial = 598" Energia inicial = 81" Relação dos livros entrados na Bibliotheca da Marinha

durante o mez de Março de 1898

Aide—Mémoire do íoIHcíit do Marine, de Kdouard Durassier, 11- annéc (1898) —1 vol. in-12 cart. Paris, 1898. "lírésil "Brazil — Almanack do Republicam" e do Elegante" para 1898. 1 vol.

in-8" broch. Rio de Janeiro, 1898.

Amor o Martyrio. (0 Solitário), por Leite Guimarães.— 1 vol. in-12" broch. Rio de Janeiro, 1898.

Annuai oí lhe offlco of naval intelligence. Notes on lhe Year's Naval Progress.

July 1891 e 1892.—2 vol. in-8" ene. Washington, 1891 e 1892.

Antonina, por Alexandre Dumas Filho, traducção portugueza.—1. vol. in-12* broch. Rio de Janeiro, 1897.

llook of common Prayer. — 1 vol. in-8" ene. London.

British code list for 1893, bg ./. C. Hatl.—i. vol. in-8" broch. London

Caítens (Os..), drama por Lopes Cardoso (4.)—1 vol. in-12 broch. Rio do Ja- neiro, 1897.

Chronometer rates. Reprinted írom Washington ohservations íor 1875, by

üavis. (C. II.)—I vol. in-8" broch. Washington, 1877.

Codigo Commercial por Vidimodu Veiga. 2" ed.— 1 vol. in-8" broch. Rio de Janeiro, 1898.

Como se deve viver, por Kneipp. (Seb.)-l vol. in-12" carl. Lisboa. 1890.

Curso de historia do Brasil, por Annihal Mascai cultas.—1 vol. in-8" broch. Rio de Juieiro, IS9S.

Diva. Romance originai. Collecção popular, por Jose dc Alencar.—1 vol in-12" broch. Recite, 1397.

Drill for Quiik-firing guns.—1 vol. in-8" broch. Portsmoulh, 1892. Gunnery drill-book for lhe new armanients of United-States Navy, by Sicard.

1 vol. in-12". Washington, 189,'1.

Historias de fadas. Livro para crianças, por Figueiredo 1'imentel.—1 vol. in-S° ene. Rio de Janeiro, 1898. llislory Of the torpedo Warfare, by llradford (fí. II.)—1 vol. in-8 broch. New- Port, 1882. llonra de Vasco da Gania (A), por Zeferino Cândido.—1 vol. in-8" broch. líio de Janeiro, 1897. BIBLIOTHECA DA MARINHA

Internacional Columhian Naval IThe) reudez-vous and review of 1893 and Naval manoeuvresoi 1892. August, 1893. On the La*« (The) oi natlons considered as independeni political communlties. rights and duties of nalions in time of «ar. _' ed., liy sir Traverê Tniss. 1 vol. in-8" ene. Oxford, 1875. Hio de LÍ.vro (O)dos Phantasmas, por ViriatS Padilha.—i vol. in-8" broch. Janeiro, 1898. 1898. Luclas do Coração, por IgnezSabino. 1 vol. in-8" broch. Itio de Janeiro, Lyra de Apollo — Álbum de modinhas, por Souza Conegundet (¦/. de).—1 vol. iu-l_ broch. Ilio de Janeiro, 1.98. Marcellino Bispo— Estudo de Psychologta criminal, por Evat-Ulo de Mimes. 1 vol. in-S" broch. Rio de laneii-o, 1898. Xlarine International Lav., by Henry Glatt. I vol. in-8' ene. Annapolis, 18.5. Military (The) order oi lhe Royal Leglon oi lhe United State.. Insütuted April, 15—1865. Conslltnlion and by-laws.—1 rol. in-8" broch. philadelphia, 1889. in-S" Morenmha (A) — Romance original, poi* Macedo (J. M. de).—1 vol. broch. Rio de Janeiro, 1898. Morto id) — Memórias de um fusilado, por Coelho Netto.—1 vol. In-8" broch. Rio de Janeiro, 1898. in-8" Naval (The) annual —1886—1893 —1897, by Brassey (Lord).—3 vols. enes. Portsmouth. I. Third ed. Navlgation (The) oi lhe Caribean sea and Gulí oi México* vol. 1 vol. iti-8" ene. Washington, 1892. Noções de Litteratura .Nacional, por D. Cacüda F. de Souza.-1 vol. In-8' cart, Rio de Janeiro, 1890. Notes on certaln explosivo agente, by BOI (Walter N.) lvol. in-8" broch. Boston, 187Õ. — Notes on experimente with higb explosives by __aco_.6(__.). 1 vol. in-8' broch. Fort Monroe. Virgínia, U. S., 1886. Notes on movable torpedos.—1 vol. in-8° broch. 187:1. Notes on the Spar torpedo by Bradford (it. lí.).— l vol. in-8 broch. New- Port, 1882. ao Noticia histórica dos serviços, Instituições e estabelecimentos pertencentes ministério da Justiça e Negócios Interiores, por Amaro Cavalcante, Publl- caçSo offlclal.— 1 vol. in-8" broch. Rio de Janeiro, 1898. - Novo torpedo (O) Whitehead, sua descripção e manejo, por Carlos Aecioli. 1 vol. in-S" broch. Hio de Janeiro, 1897. Palma Maltogrossensls, por Barbosa Rodrigue» (./.).—1 vol. in-1" broch. Itio tle Janeiro, 1898. Paper on naval torpedo Warfare, by Jaequei (W. B.).—l vol. in-8" ene. Ne* Port, 18,82. REVISTA MARÍTIMA BRAZILEIRA

Pan (Lo) Amérieanismo pi 1'equilibre Amérioain, por Chatelain (Furey).—l vol. in 8" ene. Sainl-Atnaiid, 1897. Relatório apresentado pelo Director geral da Repartição do Eslalislica om 1S97. 1 vol. in-8° broch. Uio de Janeiro, 1898. Relatório da Misericórdia da Cidade de Passos. 1897. Minas Geraes.—1 vol. in-12 liroc. Rio de Janeiro, 1898. Relatório da Repartição Geral dos Telegràphos, 1895 o 1890, pelo Director Geral João _'. Pereira.—1 vol. in-.S° liroeh. Rio de Janeiro, 1897. Relatório lido polo Prefeilo do Districto Federal em 2 de Marco de 1898. 1 vol. in-.' broch. Rio do Janeiro, 1898. Roport on torpedo boats for coasl dofenso. August, 1884, by Very (_. II'.) —1 vol. in-8' broch. Washington-1884. Revolução (A) do Manáos o as minhas prisões, por Costa Mattos (J.) —1 vol. in-12 broch. Rio de Janeiro, 1.89S. Ship. (The) lelemeter or Itoady Rockoner.—I vol. in-12 broch. New-York. Submarino Warfare ollonsive and delensive, by Barnes.— 1 vol. in-8" ene. New-York, 1869. Torpedoes and torpedo Warfare, 2» cd.—1 vol. in-8" ene. Porlsmoulh, 1889. Trahida. Romance, por Máximo Paz. Traducç.ão de José Sarmento.—I vol. in-8" broch. Rio de Janeiro, 1898. Um estadista do Império. Nabuco de Araújo, sua vida, suas opiniões, sua época. Tomo 1° 1813-1837, por Joaquim Nabuco.—1 vol. in-8" broch. Rio de Janeiro, 1898. Estatística da frequencia da Bibliotheca e Museu

da Marinha

RELATIVA AO Io TRIMESTRE—JANEIRO A MARÇO DE 1898

Dias úteis6o

Visitantes do Museu51 Leitores23l Obras consultadas27^

MATÉRIAS

Marinha84 Bellas letras41 Historia'9 AstronomiaT7 Physica12

Arte militar Mathematica Chimica9 Mecanica....*5

Jurisprudência5 Geographia7 Encyclopedia Litteratura2 Philosophia Bellas Artes1 Theologia

Revistas e jornaes3

276

LINQUAS

PortuguezaLP Franceza99 Inglezar4 Italiana

Hespanhola4 Allemã3

276 CARTA MARÍTIMA — DIREGTORIA DE METEOROLOGIA "mínimas Boletim, das maximas e a~bsolu.tas e das médias obtidas no mez da Fevereiro da 1698

OBSERVAÇÕES EM 24 HORAS Thermo- O istí „ metro o O 03 Tj TEMPERATURA "55 3 _CIIUVA a,' ~ 03C3 Frcquencia dos ventos 03 CO CZ O « s — a -J g (VEZES) S cscoT3 f* 62 2 «3P5 5 H 6£ V,a £2

N (E S E SE S S E S S W Max. abs... 758.78 26.54.021.5790.010 1 ,1 113) 6 a Min. alts.... 749.11 22.50.516.7669.50 w s w :W N W N \V NN \V calmo ? MOdia mens. 753-43 24.21.718.9785.56.1 1 6 12 1 3

O .b GJ zo Max. abs... 759.60 29.55.722.2595.010 N NNENE (E SE WSW o „ Min. alts... . 749.34 24.10.616.57CO.20 5 1121 11 Mi'dia mens. 754.23 27.23.719.3471.85.5 W W N :N W W N \\? 3 5 3

O 5C I Max. abs. .. / 758.93 32.s-7.121.5496.010 1E S (S E W Min. alts.. .. 749.16 24.00.516.6550.71 34.7 21.0 26.9 71.70 1.15 137.90 3.5 13 \l;9.x,~ u 2 Media mens. 753.79 29.35.719.4265.74.4 N :N N :1 3

Max. alts. .. 758.35 33.68.422.3995.010 N E S S E rJj o - Min. abs... . 748.0s 22.20.617.9248.21 1 1 15 o Oi 1 Media mens. 752.78 28.54.319.9169.95.1 S S E S 3 5

Max. abs... /;> /. V / .10.0 6.0 21.411 95.0 N N N i: N E E S E Min. abs... . 148.37 21.6 0.6 17.93 58.9 1 1 1 1 6 p Media meus. 752.52 27.: 3.7 19.77 72.6 S E S S E s 1 5 9 3

«linorvaçoci».— Nolou-sc nevoeiro em alguns dos dias chuvosos e apenas pela manhã (eerca de 6'> a) em poucos dos demais, persistindo ge- ralmrnle. o nevoeiro lenue baixo : houve, porém, muitos dias inteiramente claros. Cahio chuva em sete dias, correspondendo a mavima registrada ao d'a 1° • nu dia 14 cahio manhã. d:a 1 garoa pela No sent:o-?o trovoada ao N15 desde 35" depois de meio-d a alé l>\30m p. No dia 7 sentio-se ao N W Irovoada próxima desde 11' ale 2h,30™ começou p. p. quando a chover. No dia 8, ás 4h,06" p. sentio-se trovoada ao N W, ipie depois de 4'',25'" p. pronunciou-se de N. No dia 9 h )iiye Irovoada ao N desde 3h, 15ra nté depois do p. 6h p., tondo cahido forte aguaceiro de 5i», 15 p. ale 5h,.'35m |).: houve relâmpagos. No dia 10 seiilio-io Iro- voada a K as 5l,15m No (lia 15, cerca ouvio-se p. de th p., trovões ao N K. No dia 2.y, cerca de 0" p. senlio-se Irovoada ao N. O heliographo registrou a maior duração do brilho solar de ll1',92, a mínima de 0>',00 e a total de 197",40 durante o mez. — Gomo Director Américo Silvado, capilao-!encnle.O observador, SHcinato de Moura, capilao-lcncnle. PÍLULAS HEINZELMANN

ÚNICOS AGENTES NO RIO DE JANEIRO

SILVA GOMES & G.

RUA DE S. PEDRO N.os 22 E 24

VENDE-SE EM TODAS AS PHARMACIAS E DROGARIAS

Uma carta —Muitas de Gênova pessoas curadas. Pedido urgente

Renova, 1 de novembro do 1897.—Sr. Heinzelmann—Buenos-Avres.— Distincto Sr.—Deve estranhar em re eber estacada pedindo pelo correio e com urgência dez dúzias de vidros com piluL s anti-dyspepticas do Dr. Heinzel- mann, porém o que quer, com o gênio que tenho, não posso vèr sollrer a pessoa alguma. Quando parti d'ahi fiz um bom sortimenlo de pílulas Ifeinzelmann, tanto anti-dyspepticas, como expectorantes e ferruginosas, porém á bordo, durante a viagem, presenteei a muilas pessoas, que soíTriam do estomago, dôres de cabeça, dilflculdade na digestão, tonteíras, emftm d'estas doenças que todos nos queixamos e que, sem saber, é um grande mal que nos acabrunha dia a dia. Em quantidade forão as curas feitas por mim com seus preparados e entre eilas citarei as pessoas mais populares e que cada 11111 poderá certificar-se da minha verdade; principiarei pelo tenor Carliea, que está fazendo sua segunda temporada no theatro S. Martin de Buenos Aires; o notável barytono liussell. que de mãos postas me pedia uma pílula anti dyspeptica do Dr." Heinzelmann; curei a priinadona Occhiolini, o eoinmissario de bordo, a familia do cavalheiro Torino, director do Conservatorio de Musica de Roma o da casa reinante. Os agradecimentos erão tantos que me chamarão o medico salvador. Entre outros contarei mais este caso, por ser notável pela idade: o Sr. Aldegani, cavalheiro da Legião de Honra, proprietário do Cirande Restaurant das Armas Italianas, em Pariz, queixava-se com muita tristeza de dores de cabeça, grande suffocação e, insomnias, não podendo comer porque tudo lhe fazia mal. dores no esiomago,muitos gazes, arrôtos, ele. j ele., um verdadeiro caixão de doenças. Fiz com que tomasse por alguns dias as pílulas anti-dyspepticas, e uma noite, com grande siirpreza minha, vi que o vlho vinha directainente á minha mesa trazendo uma garrafa do melhor vinho velho ecoin ar contente me disse: Sr. Telesio, eslou curado, ji corno com muito appetite, durmo maravilhosa- mente bem, esla noile passada foi um encanto para mim, pois não despertei nem 11111 si'» momenlo ; venlio pois, pedir-lhe encarecidamente mais pílulas e rogar-lhe me indi ar onde posso compra-las. Realmente o vi lho estava mudadn. seu semblante estava com exceliento apparencia e posso M testar que curou se radicalmente. Como estas curas tenhotido muitissimas que, me dão verdadeira ?atísfacçâo. Em Gênova, todos me chamam doutor, e á força, já vou me crendo medico, tudo devido ás suas pílulas anti-dyspepticas. ferruginosas e especlorantes. Quando voltar a Buenos Ayres,mostrarei a quantidade de cartões que tenho de allam»nie coll içadas e fizeram uso de seus pessoas que preparados. Termino dizendo que o pe'or e que não tenho mais pílulas ; mandei-as vir de Barcelona, porém não sei quando chegarão ; assim urge que as mande pelo correio o mais breve possível. Permitia que mo subscreva entre os seus mais agradecidos admiradores, etc., etc. Enrico Tei.esio. Gênova —Via Ambrosio. Sninola n. 2. /'. A'. Junto um cheque do Banco de Ilalia. REVISTA

MARÍTIMA

BRAZILEIRA XVJI AXNO — N. 11

REVISTA

MARÍTIMA

BHÀZILEIRA

DIRECTOR.

Capitão-tenente Eduardo Ernesto Midosi

REDACTORES :

1° Tenente reformado Carlos df> Castilho Midosi o 1" Tenente reformado Leão Amzalak

Sííb da Direcção e Redacção

NA

BIBLIOTH EGA ÜA MARINHA

Una tio CoiiMclIicIrn Mai-aivu n. 13

MAIO DE 1898

RIO DE JANEIRO

Typograpliia da fímeln de Noticias — Rua Sete de Setembro e. 70

IN!>M -a

O Capitão Tenente honorário Trajano Augusto de Carvalho

Mais uma dolorosa, noticia transmitte-nos o telegrapho annunciando a morte do constru- ctor naval Trajano Aug-usío de Carvalho. Vindo de Santa Catharina, onde nasceu, mostrou, desde cedo inclinação para a constru- cção naval, e n'ella colheu triumphos, já no Arsenal de Marinha d'esta. capital, tle onde, pela sua aptidão, sahiu para praticar* na Iu- glaterra, já n"esse paiz, onde, ao cabo de quatro annos de estudos, obteve o diploma de constru- ctor naval do Almirantado inglez, o que revela o seu merecimento. D'ahi om diante dedicou-se com muito affinco ao trabalho, fazendo-se auetor de um systema de construcção que tomou o seu nome e cujos resultados todes conhecem no «Tra- jano», que, pela belleza de suas fôrmas, resis- tencia de seu casco e velocidade, mereceu estudo do Almirantado inglez que, como expe- riencia. foz construir alguns navios d'esse systema para a sua esquadra. m*w__t__m_t_m_m_9m______m MARÍTIMA BRAZILEIRA 376REVISTA

de foi como au- Mas o seu padrão gloria xiliar 11a construcção dos couraçados «Ria-

typo d'esses chuelo» e «Aquidaban», pois o navios, reunindo ao deslocamento moderado

ordem velocidade e raio de acção de primeira

e americanos foi aproveitado pelos inglezes

de alguns dos seus navios para construcção n'essa época.

A R,edacção da «Revista Maritima», pro- fundamente sentida com a morte do con- structor naval Trajano Augusto de Carvalho, rojubila-se entretanto com o acto do Governo,

noine ao navio mandando restituir o primitivo

a memória de quo dovo perpetuar quem, pelos ele- S3US trabalhos, talento e illustração, soube

na architectura var-se o occupar papel saliente

naval do nosso paiz.

A Redacção. Penetração dos nos meios resistentes projectís

(Continuação)

— Placas Krupp. Garburação meio do por gaz de — illuminação. Vimos entre os industriaes, grandes que

exploram o ilarvey, íigurando Krupp, o processo poderoso

fabricante allemào, de reputação universal. Não é precisa- mente o Ilarvey, dissemos, o processo por elle seguido, mas outroanalogo que no fundo é aquelle mesmo.

Presume se que seja igual ao empregado no Greuzot, no

a cementação é obtida meio qual por do gaz de illuminação,

cujas vantagens sobre o carvão em principaes qualquer

fôrma solida, animal ou dc madeira, são as seguintes:

i'. Acção mais uniforme, mais segura, mais profunda e mais rapida.

2". Não requer tão elevada temperatura.

Gome consequencia, obtém se uma placa melhor e mais barata.

Em tal assumpto nada c mais eloqüente do que o resul-

tado das experiencias; vamos, referir algumas portanto, que a avançamos: provem proposição que «A placa Krupp é, em

nosso humilde entender, a ultima expressão do que tem

alcançar a industria n'este éa meta podido particular, que visavam os industriaes resolver o para problema posto cm Spezzia.»

Sem duvida, as Ilarvey placas offerecem grande resis- tencia á mas relativamente penetração, possuem pouca flexibilidade, de modo se fendem sempre; que quasi pelo REVISTA MARÍTIMA nRAZtl.F.IRA

que podemos aílirmar que. muito embora garantindo etlieaz

segurança a um navio, não resolvem completamente aquelle

problema. As placas Carnegie reforjadas offerecem vanta

sobre flexibilidade, gens as outras quanto á mas deixam a

desejar ainda. Somente as placas Krupp(*) têm demonstrado

cm mais alto em sérias experiencias que possuem gráo que

outras tenacidade e dureza resistir á quacsquer para pene

tração e a conveniente flexibilidade para não abrir-se em

fcndas, as habilitam a corresponder cabal- qualidades que

mente ás cxigencias da defeza.

— Experiencias no polygono de Meppen. Para poupar

tempo e espaço, limitar nos-hemos a referir apenas as mais

importantes das experiencias realisadas no polygono de

Meppen, tanto mais que o nosso objectivo não é fornecer aos

nossos camaradas um vasto repositorio d'ellas, mas única-

mente mostrar o estado actual do problema da defeza cou-

raçada nos navios, pondo methodo no estudo e clareza no

methodo.

seus resultados de Nenhuma experiencia sobreleva por

á teve lugar a 15 de março de 1895 com uma cisivos que

de aço nickelado de face endurecida, cujas dimensões placa

e cujo era cie r eram 3m,oXi"',9Xom,30 peso 3,5tm• de Foram disparados contra ella trez projectís 30"",5,

respectivamente de e e cujos pesos eram 32.}'",81, 32 |k,5 32¦jk, j e 6o7,4ra:". cujas velocidades de choque foram de 531,3, 575,7

sem effectuar Todos os projectís partiram-se penetração,

não soífreu fcndas dignas de nota,mostrou, no e a placa, que

• consoreio da dureza com a ílexi- mais alto gráo, o almejado

bilidade.

foi tremendo, O embate do terceiro projectíl pois que

este desenvolveu uma energia de 6079,3ml, e foi,apezar d isso,

em ferro derrotado completamente. A penetração, calculada

apresentem tão excol- (*) E' possível que as modernas placas do Creui;ol na fabricação mas lentes resullados por ser o mesmo o processo seguido ; esses resultados têm sido mantidos cm reserva, c d'elles nada sabemos. PENETRAÇÃO DOS PROJECT1S NOS MEIOS RESISTENTES j79

de Tressiddcr, foi de 6$cm,8, dividida forjado pela formula que

da dá o coefficiente de 2,19, superior pela espessura placa, ao 1 larvey de espessura média. de qualquer placa com o de suas rivaes Comparando o valor d esta placa

esta foi fabricada com o harveysadas, justo é ponderar que fornada maior esmero e não foi tirada, ao acaso, de uma

navio, como sóe destinada ao supprimento de qualquer couraças. acontecer nas experiencias de placas para esta A' vista do excellente resultado apresentado por placa motivo de 14""',6, cuja experiencia omittimos pelo e por uma industrial allemão o seu novo já exposto, applicouo processo

menor espessura. a placas de de Em outubro de 1895 foram experimentadas as placas

ioCm e de 8Cm.

Comecemos pela primeira.

eram de 2m,5Xim,$Xom,TO e As dimensões d'esta placa de differentes contra ella foram disparados 13 projectís

calibres, fazendo-se variar as condições da experiencia.

1 a inclusive, foram disparados contra a Os tiros dc 5,

colchão de de carvalho, fixados ambos a um placa e um 30Cm espessura meio de ca- forro de ferro forjado dc 4cm de por

vilhas de ocro,855 dc diâmetro.

foram feitos contra a e Os tiros de 6 a 7, inclusive, placa

um colchão cie 6oCl" dc carvalho, lixados ao mesmo forro de

dc cavilhas de aço, ferro forjado por meio 4 penetrando

estas na da 5CI" parte posterior placa. a Os tiros de 8 a 13, inclusive, foram disparados contra

lixa ao mesmo forro e sem o colchão de carvalho. placa

Angulo dc impacto 87".

tiro foi feito com um canhão de tiro rápido O primeiro de chocado a com dc 8Cm,8, tendo o projectíl 7k,o placa

toi despedaçado e os es- uma energia dc 99,61O projectil

tilhaços ricochetaram, ficando a ogiva engastada na placa.

indentação de iom,5, c Esta não soffreu mais do que uma

em uma extensão de 8c,n de sua face endurecida foi partida

de diâmetro até á profundidade 7Cm. —'l Hcvislci Miirilima MARÍTIMA BRAZILEIRA 380REVISTA

ao boi do Pendas capillares sem importancia proximo superior da placa. com um canhão Os trcz tiros seguintes foram disparados

do de iõk feriram de sitio de ioCm,5, e os projectís peso 126,0, 191,7 c com energias de respectivamente a placa foram iden- Os effeitos desses tiros sobre os projectís 313,6'"'. só a ogiva do é ticos aos do 1" tiro, sendo que 4" projectíl

ficou engastada na que placa. á Sobre esta, os effeitos foram augmcntando proporção insigniíi- a energia, conservando-se, todavia, que crescia uma cantes, á excepção do ultimo que produziu penetração

face da de de 8,icm e uma intumescencia na posterior placa ao de diâmetro, a placa, ,|Cm,5 de altura e 30"",o quebrando 15"'de de impacto, em uma extensão de redor do ponto

diâmetro. de e ultimo tiro desta série foi com um projectíl O 5" chocou a com uma energia i^m, pesando 4o1, que placa os fragmentos. Partiu-se o ricochetanclo de 33Ó,gmí. projectíl, impacto, foi da face endurecida, no de A porção ponto A uma simples indentação destacada da placa. penetração, no tiro anterior. de 2Cm e a intumescencia menor que

dados: ,0 i° com Os dois tiros seguintes—6° e 7"—foram

15"". um canhão de i2cm c o 2" com um de notável, mas o Aquelle não apresentou resultado algum

um de a foi chocada por projectíl outro perfurou placa, que

com uma energia de 5111 434,8™'. de ficando os estilhaços no orifício Partiu-se o projectíl,

cujo diâmetro foi de 15c,n,5Xi 5C,",6. penetração, e a A secção arrancada foi cravar-se no colchno, placa

intumesceu na parte posterior.

da terceira série, foi com um pro- O 8" tiro, primeiro a com de iQCra,5, do de i6\ chocou placa jectíl peso que O ricochetanclo uma energia de 302,iml. projectíl partiu-se, na Psta nao os estilhaços e ficando a ogiva embebida placa. c a insignificante de 7c,n,5 soffreu mais do que penetração uma área de cm torno do de impacto, em partiu-se ponto PENETRAÇÃO DOS PROJECTIS NOS MEIOS RESISTENTES 381

15Cm de diâmetro, intumesccndc-se do lado opposto até uma

numa extensão de diâmetro igual a 25''" altura de 3"",5 e

com fendas horizontaes.

Os trez tiros seguintes—9", 10" c 11"—foram feitos com

-j5k,5 com carga granadas communs de i5cm e de peso

de ruptura, desenvolvendo respectivamente as seguintes

energias: 635,8 e As explodiram, 957,0, 76.j,6mt. granadas ricochetaram. rompendo-se cm estilhaços, que

no e 11" tiros estilhaços A placa foi perfurada 9" pelos

em ricochete, tendo-se destacado pedaços cia face posterior

oppostos aos de impacto. da placa nos pontos

O 10'' desenvolveu apenas fendas concentricas, em torno

do de impacto e a correspondente intumescencia no ponto

lado opposto.

Os dois últimos tiros da serie 12o e 13"—na ordem dos

de de i2Cm e tiros—, foram feitos com projectís perfuração

de choque de e respe- peso de i6k e energias 366 323,8""

a e arrancaram-lhe ctivamente. Ambos perfuraram placa

de impacto. uma secção em cada ponto

tiro não fornecer a Indubitavelmente o primeiro pôde

ahi fica abaixo medida de rcsistencia da placa; a potência

da resistência.

Por outro lado visivelmente os canhões de 15"" são ca-

desenvolver superiora resistência da pazes de potência placa. entre as dos ca- Esta fica, pois, comprehendida potências nhões de i2Cm e de 1 o"1",5, a d este representada pela do |" tiro

do 13", admittindo, todavia, a au- e a d'aquelle pela que sencia do colchão não influiu na rcsistencia da placa, fa-

os resultados do ultimo tiro fossem incompa- zendo com que

ravelmentc superiores aos do outro.

haver duvida á Se, porém, pudesse qualquer quanto

influencia do colchão de madeira, bastaria comparar os resultados dos tiros 13o e 6", ambos feitos com projectís

aflirmar essa influencia é um facto, de 12cm para que se não se conhecer até cila se bem que possa que grão

impõe. REVISTA MARÍTIMA RRAZILEIRA 382

2Ók, uma encr- No 6° tiro, o projectü, pesando com

choque deixando a ogiva embe- gia de de 332,2"", parte-se,

bida o fende-se longitudinalmente em na placa, e corpo

4 pedaços.

de r8Cl", não se fende, A placa recebe uma penetração apresentando apenas no lado opposto intumescencia de

de e de diâmetro. 3cm,5 altura 30Cm

i6k de com uma ener- No 13o tiro, o projectíl de peso

cm estilhaços e gia de choque de 323,8"", parte-se pequenos

secção, em torno do perfura placa, arrancando uma ponto de impacto.

com o calibre e Ora, a penetração varia inversamente se o directamente com a energia do choque; e projectíl

o 13o, compcn- do 6o tiro pesa um pouco mais que do cm

também superior sação a energia do choque do primeiro é

á do segundo. E, com eífeito, calculadas pela fórmula de

em aço commum, esses J. de Marre as penetrações que pro- 17o"1,1 o do 6" jectis são capazes de executar, obtém-se para

19°'", o outro, o dá unicamente uma difie- tiro e 4 para do que

favor si só não explica a rença de 2Cm,5 em d'este, a qual por real superioridade de seus effeitos em relação aos do outro.

no 13" tiro se deve E', pois, á ausência do colchão que attribuir os extraordinários resultados obtidos sobre a placa,

vê o de madeira contribúe pelo que se que colchão para

facto se havia obser- augmentar a resistência d'esta, que já vado em relação ás placas Compound.

influencia como fa- Admittindo. porém, a do colchão,

integrante da os limites de resistência da zendo parte placa,

nos occupa devem ser entre os impactos do que postos |" o valor e do 7" tiros, o que eleva da placa.

formula de Tressidder a cm Calculando pela penetração e ferro forjado, obtém-se para 04" tiro 10,24 polgs. (2Óem,o)

o

llarvcv. coefficiente superior ao de qualquer placa DOS PROJECTIS NOS MEIOS RESISTENTES PENETRAÇÃO 383

resumo, o Em canhão cie ioCi,%5 só poderá perfurar a

o maior placa em questão, animado projectíl da energia

possível c na mais próxima distancia, quasi á queima roupa,

sem na o produzir cffeito parte posterior da placa ; canhão

de i2cm só fazêl-o cn^ distancia, poderá próxima e. quando

este fôr grande, só o de 15™.

A placa resistiu a 13 tiros, supportando a energia

totel de v", sem ruptura receber 5170,1 e sem uma fenda

sequer.

Passemos í experiencia realisada com a placa de 8C:",

cujas dimensões eram : im,21x1,'"70X0,"'oS.

Os tiros de 1 a inclusive, foram 5, disparados contra a

e um colchão de placa carvalho de 30°"' de espessura, fixa-

dos a um fôrrode ferro forjado 2rmX-1'" de por meio de ca-

vilhas de aço nickelado de oc\|í5 de diâmetro. Angulo

de impacto 87".

Os tiros de 6 a foram disparados contra a 9 placa sem colchão. Angulo de impacto |S".

Nesta os experiencia, dous primeiros tiros feitos com

um canhão de 8Cm,8, mostraram logo a incapacidade deste

a nos dous seguintes para perfurar placa; 3" e |" feitos

com de 10"",5, estes se projectíl partiram produzindo pe- semfendas; 1105", quenas penetrações o projectíl de 15'"',

kilos com energia de pesando 40 336,9o" partiu-se também, mas seus estilhaços perfuraram a placa e alojaram-se no

colchão.

Na 2* série, todos os tiros foram feitos com um canhão '1o1'1".), de os i6\ animados, pesando projectís porém, de energias de choque differentes.

O o — e —, 2"e 3" da série 7" 8" na ordem dos tiros ani- mados de mais elevadas energias que as dos outros dois,

o perfuraram a placa, que evidentemente foi devido á falta do colchão, mais o ingulo tanto que de impacto desta série era menos favoravel á penetração.

Nos outros dous tiros, os projectís partiram se e seus fragmentos ricochetaram, insignificantes produzindo pene- RK VISTA .MARÍTIMA URAZ1LKIRA

trações c as correspondentes intumescencias nos pontos oppostos aos de impacto.

resistiu a nove tiros sem apre- Em resumo, a placa dos sentar a mais insignificante fenda, derrotou o ataque

um canhões de 8"n,,8 e iocm,5, sendo, porém, perfurada por

da mesma espessura foi canhão de i5cm. Uma outra placa um c:i- experimentaria no mesmo dia e foi perfurada por

de 16 kilos e ani- nhão de io"m,5, atirando um projectíl

mado da energia de i-4j.6ml no momento do choque. Este

ser attribuido á differença resultado inferior pôde e deve

d onde resultou um coefll- notável na fabricação das placas,

ciente de resistencia inferior para a segunda placa. affirmar De experiencias mais recentes, (;í) se pôde que

de ioCm,5, animado da velocidade de choque o projectíl só de não a de 8"m, e outrosimque 527n,;s, pôde perfurar placa

distancia é o de iocm,5, fa- a pequena que projectíl poderá distancias recorrer ao zôl-ò. sendo necessário para grandes

de 12cm.

farão sem Taes resultados são sobremodo animadores e

de duvida dar incremento á fabricação de placas pequena

actualmente, necessidade espessura, tanto mais que pela

as mais vitaes do imprescindível de protegerem-se partes as navio, as torres, etc., faz-se-ha a reacçao contra placas

mais de exagerada espessura, mantendo se esta entre limites

consentaneos com as novas idéas sobre co.uraçamento.

das de Reacção contra a exagerada espessura placas

— foi nos Estados 1 nidos, se couraça. Dissemos que que

de mais exagerada espessura, iniciou a fabricação de placas triumphar de cujas diíficuldades de fabricação conseguiram

dos industriaes c a habilidade dos operários, a proficiência Este exem- machinismos os mais aperfeiçoados. servidos por reacção, no sentido de começou a ser seguido, mas a pio se vai impondo menos espessas, não se fez esperar, e placas

de março a abril, Ci vide Jouriiil nf lhe V. S. AvtiUcry numero pag. süíy. <> PENETRAÇÃO DOS PROJECTIS NOS MEIOS RESISTENTES 38

toda a vantagens naturalmente de- por parte pelas que correm de seu emprego: menores diíliculdades na fabricação

c correlativo aperfeiçoamento d elia, reducção de preços, como consequencia de uma mão de obra mais fácil e menor

de material requerido. quantidade

E não é somente a necessidade de estender o coura-

diminuição de é também a çamento que impõe essa pesos,

economica, a necessidade de não despender mate- questão actualmente se obtém rial, além do necessário, por isso que da espessura d 1 a mesma resistencia com cerca de q/5

a uma diminuição de IIarvey commum, o que corresponde "/o 25 no da quasi peso placa. opinião do almirante 1'ournier, Citámos já a abalisada

a sua maneira de entender o couraçamento completo e elli-

em abono do nosso modo de vêr, caz ; apresentamos agora, italiano Adda, a opinião do illustre engenheiro constructor

opina também um revestimento couraçado leve, que por

a espessura de couraça nao exceda de i5LI" para em que a todos os seja levar a couraçada que possível protecção

do navio d elia necessitem. pontos que neste sentido se accentuará cada A reacção, portanto, assim como vez mais, c a couraça espessa desapparccerá,

desappareceram os canhões monstro de no1.

mais temeroso Nem mesmo esse invisível e, portanto, — inimigo—o torpedo será capaz de impedir essa reacção.

espessura de couraça não será ne- E effectivamente, que

obstar a seus funestos effeitos ? cessaria para

travamento não será mister o De que para prevenir terrilica explosão .- abalo produzido pela

0111 1.S2 oroellleiento do resislencia da Harvey (*) Com elíeilo. so lixarmos «iccoiltivoís) oblri imiios commiun p 0111 2.21 o da Krupp «ictiuil (uiúdiss niuilo de modo se tomarmo.; a unidade proximamenle aquella relação; que, para aço segundo representar o do (erro forjado e 5/4 para valor do do coinmmii. a seguinte o ineihodo inglez, leremos, cora suMciento approximação, pro- proporção : 1,S2 : 2,27 :: 1 : 5/J; isto ò :

resistencia da Uarvey : aKrupp::a ferro forjado ; a aço coratuuin. MAUITIMA UKAZü.EIRA j'86RKV1STA

couraça, mesmo da mais exagerada es- Certo, qualquer

ou se fabricar, sem pessura até hoje fabricada que possa de comtudo exceder os limites impostos pelas condições

boa mar- deslocamento, implicando as de navegabilidade c

couraça, dizíamos, será impotjn'c neu- cha, qualquer para

tralisar-lhe o tremendo ataque. Outros são os meios enge-

cònstructores navaes defesa do navio nhados pelos para

contra o torpedo, e seu emprego visa apenas evitar que

sossobre o navio attingido.

vale, o ataque do affron- Mais porém, prevenir que e isso tal-o confiante em uma protecção précaria, para mobilidade. mais convém a vigilancia actiwie a incessante

a A couraça é, sem duvida alguma, empregada para

desses o mais defesa contra o ataque de projectís, e poderoso

seus effeitos de é o de capitél de aço. Serão por penetração mais talvez ainda augmentados esses effeitos, e, porventura, as terriveis os de ruptura, na hypothese de realisarem-se

contidas na 6" com fechámos o previsões proposição que referente aos paragrapho projectís. ( )

á actualidade, dos dados exis- Pelo que respeita poucos

inferir a resistência das modernas tentes, póde-se que placas "/o, americanas iica diminuída de sob o ataque d'essa

classe de projectís.

não o avançámos e apenas Isso, porém, invalida que

reacção se opere mais radi- terá o effeito de impedir que a

calmente.

Não temos ainda conhecimento de experiências d essa

couraças Krupp allir- classe de projectís contra para poder

cousa de mas, tomando em conside- mar qualquer positivo ; ração a superioridade, traduzida por aquella porcentagem,

somos levados a admittir a de seu poder offensivo, que

resistirá menos ao embate delles do ao placa Krupp que

e accrescentaremos dos actuaes projectís de perfuração que

(*) Vide o n. 8 da Heoitln Marítima lirazilcira correspondente ao mez de Fevereiro de 1898. PENETRAÇÃO DOS PROJECTIS NOS MEIOS RESISTENTES 387 "/"» provavelmente sua resistência ficará diminuída de 5 pouco mais ou menos, desde que aeecitemos sua superiori- dade dc io % sobre a Ilarvey Carnegie.

Experiências especiaes a bordo do «Nettle» —Vamos por ultimo, como complemento á descripção que temos feito de experiências sobre couraças, referir algumas interessan- tissimas que se realisaram a 20 de Julho ea iode Agosto, a bordo do Nettle, o objectivo principal das quaes foi deter- minar : 1" Se uma placa fabricada com uma superfície polida antes da cementação offerece protecção superior á d'aquella que tivesse sido cementada com uma superfície rugosa, como ao sahir da prensa. 2" Se as fendas supcrliciaes, que se produzem, ás vezes, no curso da fabricação das placas mais modernas, são pre- judiciaes á resistência d'ellas. 3" Se as pequenas cavidades, teehnicamente chamadas bolhas, na superfície da placa, determinam fraqueza local ou geral. foram experimentadas duas placas, cujas dimensões eram 2"', | _Xim,82Xo",] 5 c que provinham da mesma banda, a qual, depois de ter soffrido a operação da prensa, tinha sido aplainada e trabalhada sobre uma de suas faces a ficar n'aquella espessura. A placa experimentada a 20 de Julho foi cementada sobre a face polida, e a outra sobre a face não polida. Todo o processo posterior da fabricação foi idêntico para as duas placas. Estas, que eram concavas,foram aquecidas, e em seguida recurvadas a ficarem ligeiramente convexas, tendo este tra- balho sido executado de modo que ambas passassem por todas as operações que se faziam mister no caso em que devessem fazer parle dc uma cintura couraçada, dc que cada placa exige ser recurvada, muito consideravelmente ás vezes, com o lado endurecido em estado de tensão. Revista Maritima—3 HRAZII.F.IRA 388REVISTA MARÍTIMA

Está operação produziu sobre a placa dc face polida algumas fendas superliciaes, que não se manifestaram sobre a de face rugosa, que ficou isenta d'ellas, não obstante ter primitivamente um veio que foi ligeiramente coberto pelo aço. o qual se estendeu sobre elle na oceasião de ser forjada a placa. Contra a primeira—a de face polida—foram atirados 5 projectis Holtzer cio 15''"',2 de diâmetro c pesando 45^,4, com velocidade e energia iniciaes respectivamente iguaes a 598'":s c a 81"". Todos os projectis foram completamente despedaçados, ficando .( com as ogivas engastadas na placa, produzindo simples indentações com as correspondentes intumescencias nos pontos oppostos aos de impacto, á excepção de um que chocou o canto esquerdo superior da placa, quasi desta- cando d'elle completamente uma parte, que ficou suspensa, fendendo-se o lado esquerdo da placa pouco profundamente. A face posterior da placa não revelou a mais insigni- ficante fenda; e sobre a face dura desenvolveram-se du- rante a experiência algumas fendas já existentes, sendo que uma dellas pareceu, vista de frente, ter-se propagado atravéz de toda a espessura da placa, o que se verificou depois não ser exacto. tendo a profundidade attingido apenas a cerca de 6 "". No 5" tiro a pontaria foi cuidadosamente dirigida para uma ligeira fenda, que oecupava o centro da placa e era proveniente do trabalho de reeurvamento já referido, feito na officina. A lenda não augmentou. ao contrario do que se previa que devesse sueceder, por parecer fraca essa parte da placa. A 10 de agosto foi experimentada a segunda placa que tinha uma bolha, que se estendia horizontalmente atravéz de sua largura; do canto inferior no lado direito ao mesmo canto no esquerdo. () primeiro tiro foi feito contra a bolha, que foi chocada, produzindo-se fragmentos que foram encontrados na parte PENETRAÇÃO UOS PROJECTIS NOS MEIOS RESISTENTES 389 posterior correspondente da placa, o que parece demonstrar que esta tinha falta de resistência na parte oecupada pela bolha. 0 segundo tiro foi disparado contra o centro e produziu apenas uma ligeira indentação. Para se reconhecer se a fraqueza produzida pela bolha estendia-se além de seu contorno, fez-se o terceiro disparo -''"' contra um ponto situado cerca de da bolha; e o resultado evidenciou que a fraqueza era absolutamente local e que a bolha não denunciara tendência para abrir-se em lendas, quer quando o projectil a chocou exactamente em cima, quer quando próximo a ella. Os outros trez tiros tiveram mais ou menos os mesmos resultados do segundo. Verdadeiramente .aliando, a face endurecida da placa náo apresentava mais do que fendas capillarcs; e a posterior cinco intumescencias nos pontos oppostos aos de impacto; o orifício correspondente á posição da bolha e ausência com- pLta de fendas. Em resumo, os resultados decisivos efestas valiosas experiências foram: 1". A operação lenta e dispendiosa de polir a face da placa não augmenta sua resistência; é, pois, trabalho im- prolicuo, que não é compensado nem pelo facto de ficar a placa mais agradável á vista, nem pelo de acarretar alguma economia no tocante á pintura. 2". As fendas superticiaes, que se manifestam durante a fabricação da placa, não têm importância e nâo são causa para seu enfraquecimento. 3". Existe de facto fraqueza da placa no ponto onde ha uma bolha, mas essa é inteiramente local, não se pro- pagando ai Jm do contorno d'aquella. Resumo. — A questão da defesa couraçada nos navios está no pé cm que a descrevemos, e podemos resumil-a, ad instar do que fizemos para os projectis, nas seguintes proposições : MARÍTIMA URAZII.EIRA 39o REVISTA

allía a dureza i*. A melhor couraçaé aquella que melhor

contra a ruptura. contra a penetração á flexibilidade

2". cm Spezzia expe- O problema da defesa, posto pelas

no aço, foi cabalmente resolvido riencias de penetração

Compound e modernamente n'aquelle tempo pela placa

pela placa Krupp.

melhor tratamento das de 3* O processo para placas

incontestavelmente o 1 Iarvev. aço para couraças é

foi sendo aperfeiçoado 4° Este processo gradualmente

o da atú obter alto gráo de excellencia com processo

forjagem dupla de Carnegie, attingindo, afinal, a ultima

industria metal- expressão do que tem podido alcançar a

lurgica n'esta especialidade, com o emprego do gaz de

illuminação, adoptado por Krupp e Creuzot,

O colchão de madeira ajuda a resistencia da e 5' placa,

deve ser tomado em consideração no calculo da espessura

d esta.

6" A couraça espessa na altura da linha de fluctuação

tende a desapparecer e vai sendo substituída pela de

mediana espessura de accôrdo com as novas idéas sobre

couraçamento.

e a resistencia, 71 No duello travado entre a potência

de capitei tem aquella representada pelo valor do projectíl

ora, a da victoria. por parece, palma A HESPANHA li OS ESTADOS UNIDOS

A GUERRA

de ser declarada entre estas duas A guerra que acaba

nações vae. talvez, dar ao mundo marítimo e que grandes

ensinamentos, na hypothese das batalhas navaes previstas

e esperadas, entre as esquadras inimigas, compostas

em sua maioria de navios novos, leva-nos a fazer algumas

considerações ligeiras sobre a composição das esquadras,

achar-se em e sobre a situação militar que podem presença

de cada um dos belligerantes.

a agudo a solução da Desde que chegou período

os Unidos como a I lespanha, co- questão cubana, Estados

meçaram a armar-se na expectativa de uma declaração de

rompeu antes de estarem ellas guerra, que para prepa- das duas na rados. E' diííicil dizer com precisão qual

ções tem actualmente a sua força naval mais completamente

operações prompta para de guerra.

dos navios Daremos abaixo um quadro do effectivo

mais claro se as hos- promptos ou quasi promptos, c que,

tilidades se muitas outras unidades prolongarem, podem

ser hoje addicionadas ao effectivo preparado.

Os Estados Unidos, cuja industria oflicial e particular

tem extraordinários recursos, trabalham com actividade febril no completamento das construcções em andamento,

assim como na fabricação de material e munição.

os trez Ao iniciar-se a guerra tinham Estados Unidos

esquadras tendo cm efíectividade. A primeira Key-West como base de operações, era composta : dos couraçados de REVISTA MARÍTIMA BRAZILEIRA 39-

esquadra lozva c Indiana, cruzador couraçado New-

Cincinati, Detroit, Marblehead, York, cruzadores protegidos

Montgomery, Nashville, Newporl, Wilmington, Vicksburg c

monitores Puritan, Amphitrite, Terror e llclena, quatro navios. Miantonomok, nove torpedeiros e alguns pequenos

Em I Iamptod Roads como centro de operações e portos

estava a esquadra, composta dos couraçados de proximos,

esquadra Massachaselts, cruzador couraçado Broolclyn e 'cruzadores Minneapolis, Columbia, San Texas, protegidos

Francisco e .Vew-Orleáns.

A terceira esquadra norte-americana, achava-se nas

em acção e acaba de bater aguas da China, prompta a entrar

cm Cavite a esquadra I [espanhola, encarregada da defesa

das Philippinas.

Esta esquadra era composta dos cruzadores de r classe

liai ti more e Olympia, de 2' classe Raleigh c Boston, canhonei-

Petrel e Concord, tomaram no ras protegidas que parte

combate de Cavite; a ella reuniram-se mais tarde o cruza-

dor de >' classe Charleston e trez cruzadores auxiliares.

O couraçado de esquadra Orégon e a canhoneira pro-

na nossa bahia recente- tegida íWarietta, que estiveram

mente, estão em viagem afim de reunirem-se á esquadra de

Kev-West, actualmente em operações do bloqueio de Cuba.

Ao effectivo da esquadra norte-americana deve-se accres- centar ainda o cruzador de 2" classe Topeka e o torpedeiro

Somers. ambos adquiridos na Allemanha e um pequeno tor-

de 60

á defesa das costas, ameaçadas Para prover porventura

hespanhola, todas as de um ataque pela esquadra precauções

au- têm sido tomadas pelo governo norte-americano, já

defesas de terra, as defesas gmentando as já preparando

torpedicas lixas e moveis, já finalmente armando os velhos

monitores de torre , Canonicus, Catskill, Camanche.

Nan- Jason, Lehigh, Mahopac, Manhattan, Montauk, Nahant,

Wyandotte, serviram na da Sec- tucket, Passaic e que guerra

valor militar. cessão e de pouco A HESPANHA E OS ESTADOS UNIDOS 39 3

Quanto á Hespanha no início da campanha não tinha

ainda concentradas as suas forças, nem mesmo convenien-

temente distribuídas. Com effeito, cm Cuba e nas Philippi-

nas tinha (lotillias torpedeiros, ca- de pequenos cruzadores,

nhoneiras e vapores auxiliares, mas nem um só cruzador de

Cabo os dois valor militar, tendo mesmo sahido para Verde

cruzadores couraçados Viscaya e Almirante Oquendo, que

até então se achavam nas aguas de Cuba,com o fim de reuni-

rem-scá llotilhade deslroyers e torpedeiros, dirigida de Cadiz

dos deslroyers para aquellas ilhas. Esta fiotilha compunha-se

Terror, Pluton e Furor e mais trez torpedeiros, comboiados

por um paquete armado em guerra.

A esta esquadrilha juntaram-se pouco tempo depois os

cruzadores Infanta Velaria Teresa e Cristobal Colon.

Era esta a única esquadra que, póde-se dizer, a 1 lespanha

tinha no mar; estando, entretanto, em preparo nos portos

todos os bons navios da esqúadra hespanhola, assim como

uma segunda flotilha'de torpedeiros.

Entre aquelles contam-se o couraçado Pelayo, os cruza-

dores couraçados Emperador Carlos V, Cardeiial Cisneros e

• Princesa de 1sturias, os cruzadores protegidos Alfonso

XIII, Lepanto e Alfonso XII, trez destroyers Audaz, Osado

e Proszrpina, e seis torpedeiros de i" classe.

Os commandos das esquadras norte-americanas estão

confiados: a esquadrado Norte, hojemobilisada e tendo como

base de operações Key-West, ao contra-almirante Sampson,

tendo como segundo com mandante o capitão de mar e

o Yovja; guerra Robert Evans, qm commanda a esquadra

volante ao commodoro Schley, e a dos mares da China ao

commodoro Dewey.

O commando geral da esquadra hespanhola é exercido

o pelo almirante Topete, que tem como segundo contra-almi- rante Martinez deE^pinosa; a esquadra de defesa da ilha de

Cuba está sob o commando do contra-almirante Minerola.

Damos em seguida as relações dos navios das esquadras norte-americana e hespanhola. MARÍTIMA BRAZILEIRA 391 REVISTA

ESQUADRA AMERICANA

Navios promptos a entrar em acção :

-2Armamento principal

.N'OMES__1 RAUTIMIAIUA=¦2

_£_H *m tons. calibro cm nós

COURAÇADOS DE ESQUADRA

Yowa 11.395 4 d(> 30.-,—8 de 203—G do 100 Tr. G 17,5

Indiana\ Massachusetls! 10.300 4 de 330—8 de 203—4 do 152 Tr... 7 17,0 Orogon)

Texas (1.100 2 d" .301—S do 153 Tr C 17

CRUZADORES COURAÇADOS

ürooklj n.. 9.280 8 do 203—12 de 126 Tr 5 21,9 New-YÒrk. 8.550 (i do 203—12 do 100 Tr G 21,5

CRUZADORES PROTEGIDOS Columbia ... 7.4501 do 203—2 do 152 Tr".—8 do 100 Tr...*23,0 Minneapolis .

Olympia — 5.870 4 do 203—10 do 12G Tr*21,0 Italliinoro... 4.563 4 do 203—6 do 152 Tr20,6 Chicago 1.500 1 do 203—8 do 152 Tr 5 18,0

Philadolphia Newark( 4.083 12 do 152 Tr19,5 San Francisco.)

Charleston .. 3.730 2 do 203—6 do 152,18.1 Now-Orleans 3.450 6 do 152 Tr.—4 do 120 Tr20,0

Boston 3.189 2 do 203—6 do 1521G Atlanta 0

Cincinati 3.183 1 do 152 Tr.—10 do 126 Tr19,0 Haíoigh

Detroit Marhlohcad.. 2.0709 do 120 Tr. 6 19,0 Montgomery.

Bennington.. Concord .... 1.7006 do 152 Tr. 2 17,0 York to wn ... Topoka 1.7002 do 152 10,2 Nashvillo.... Wihninglon. 1.3708 do 100 Tr. 1 15,0 Helena

Castino 1.220 8 do 10J Tr. 15.4 Machias

Mario! Ia 1.200 6 de 100 Tr.. 12.5 Wheeling.... A HESPANHA E OS ESTADOS UNIIJOS 395

2. Armamento principal « 6 C3 ²Š"O NOMES "go P-~ RRARTILHARIA £

S

tons. calibre cm mis Aiinapolis.... Newport 1.000 f, de 100 Tr. 12,5 Princolown .. Vleksliui'" Petrel 890 4 de 152 Tr. 14,0 Bancrofl 838 1 de 132 Tr.. 14,4

DYNAMITEIRO 21,0 Vosuvius. 930 :i pneumatlcos de 3S0

GUARDA-COSTAS

Monlerev 4.080 2 de 305—2 de 254.... 17,0 Puritan. 4.000 4 de 305—4 do 100 Tr. 13,5

Terror\ t- 12.0 Míantonomok. 10,5 3.987 4 de 254—2 de 100 Tr. Amphitrile... ) 10,0 Monadnoc 13,0 NAVIO ARÍETE

Katahdín. 2.150 4 de 57 Tr 16,1

AVISO

Dolphim 1.435 2 de 100 Tr 15,5

E mais 13 monitores de uma torre com dois canhões de

citados. 380""", já

Além dos navios comprehendidos na relação acima,

conta a esquadra norte-americana os seguintes cruzadores

de diversas companhias de navegação auxiliares, paquetes

Paris, Saint-Lonis e Saint armados em guerra: New-York,

de 10.800 tons., com 20.000 cavallos Paul, os dois primeiros

e 21" e os dois outros com 11.630 tons. e igual velocidade, da

International Navigation Comp.; o armamento do New-Yovk

8 .4 e do Paris consiste em canhões de 52n,m, de 6 libras

Saint-Lonis Saint e | metralhadoras, emquanto que o do e

Paul é de 12 canhões de 52""", ó de 6 libras e 6 metralha-

doras; El Norte, El Sol, El Snd e El Rio, da Morgan Line,

Prairie, que receberam os nomes de , Yosemite e Dixie,

são armados com 6 canhões de 250""" e 6 de 6 libras; a

a certo numero de estes ha que accrescentar um yachts Revista Marítima—4 REVISTA MARÍTIMA BRAZ1LEIRA 396

norte-americano e armados velozes, adquiridos pelo governo

em torpedeiros. á hespanhola, A flotilha de torpedeiros, muito inferior

é compost.i d não conta n'este momento um só destroyer; 160 i tons. e S,! e o PLuiige1, com submarinos Hollctnd, com 38 comprehendido tons. e 8" e 16 torpedeiros de comprimento

deslocamento de e 64"",velocidades de 20 a e 46 entre 30 30"

a 240 tons. tiaba- de Estado, Os estaleiros, quer quer particulares, dos torpedeiros e des- lham activamente no acabamento é de esperar, se acham em construcção ; pois, troyers que os norte-ameii- se se a campanha, possam que, prolongar esquadrilha com unidades canos augmentar o valor da sua

e mais_ novas. mais poderosas é empregada Com o mesmo fim, igual actividade para

de esquadra já lança- concluir a construcção dos couraçados

de 11.520 tons. 017 ,5- dos-Alabama, Illinois e Visconsin,

ESQUADRA IIESPANI IO LA

acção . ou a entrar em Navios promptos quasi promptos

® 6Armamento" principal

," | 1 NOMES JartilhariA — c > 5 D+

tons.calibre ein

COURAÇADO DE ESQUADRA

-1 de 9ÍI00 2 do 320 II—2 de 2X0 II- Pelavo 1G,7 1(10 II e 9 de MO II.

CRUZADORES COURAÇADOS — <) — 10 de 110 Tr. Carlos V. 230 2 de 280 Emperador 20,0 4 de 100 Tr

Cardinal Cisueros\ 2 de 210—10 de 140. 20,0 Cataluna 7.000 Princesa de Asturias... ¦)

Almirante Oquendoj 20,0 2 de 280—10 de 110. Viscaya 0.890 Infanta Maria Teresa....) 20,0 Cristobal Colon) 0.840 2 de 240—10 de 110. Pedro de Aragon) A IIESPANHA E OS ESTADOS UNIDOS 397

£ Arxiiamento principal0

% R-§ NOMKS § § AHTILHARIA 2. * 2 æ> a H

tons. calibre cm nos

CRUZADORES PROTEGIDOS Alfonso XIII) 3.000 4 de 200—G de 120 20,0 Lepauto.)

Reina Cristina) 17,5 Reina Mercedes 3.090 ü de 1G0 Alfonso XII'

Conde dei Vonadito\ 1). Antonio de l'lloa/ 2 13,5 D. Juande Anslria¦ 1.152 4 de 120 infantil Isabel' Isabel 11 152 13,0 Velasio 1.139 de Armstrong.

Marquês do la Ensenada.; 2 15,5 Isla de Cuba 1.010 de 120 lsla de Luçon) 100 13,0 Jorge Juair 035 1 de Palisor...

CANHONEIRAS PROTEGIDAS •| Quiros 31" 2 de 57 Tr 12,0 V lUalubus

Hernan Corlez Pizarro Vasco Nunes de lialboa 14,5. Ponce do Lcon 300 2 de 75 Tr Velasquez Alvarado Sandoval CAÇA-TORPEDEIROS Filipinas — 1). Maria de Molina 830 2 de 120 Tr.—1 de 57 Tr... 4 20,0 U. Aivaro do Hazan... Marquês de la Victoria. (ialicia. Marquês de Molina .... J Martin Alonso Pinzon.../ 20,0 Vicente Yanoz Pinzon..o 000 2 do 120—4 de 57 Tr Nueva Espafia. Rápido Temerário.

Destructor. 458 1 do 90 II—1 de 57 Tr 22,5

DESTROYERS Audaz Usado 400 2 de 80 Tr.—2 do 57 Tr 2 30,0 Pluton Proserpina. Furor 380 2 do 80 Tr.—2 de. 57 Tr 2 28,0 Terror. •398 REVISTA MARÍTIMA BRAZ1LEIRA

TORPEDEIROS

Quatro de i* classe dc 24 a 26 nós, onze de 2" classe de 18 a 21 nós e diversas vedettas. Trazem da esquadra também parte alguns mais cruzadores dc madeira dc pouco valor militar;

menor 23 pequenas canhoneiras dc 103 a 255 tons. e 18 de

o de typo construídas em 1895 especialmente para serviço

Cuba.

Dcvc-se ainda accresccntar a está lista as velhas fragatas de ferro Numanciae. Viciaria, com couraças de 11 a 14°'", des- locamento de 7.25otoris. e 11", armadas com 6. canhões de

iò Hontoria, 8 de i-4cm de tiro rápido Schneider-Canet e 12 de menor calibre.

Como elemento dc grande valor e importancia deve ser

dc torpedeiros contada a esquadrilha que se compõe dc 6

14 de destroyers, torpedeiros primeira classe, 3 dc segunda e vedettas.

Dos destroyers, construídos em Clydebank, em 1896 a

Terror 28" veloci- 1897, o Furor e deslocam 380 tons., têm dc

2 8o'nm, 2 dade e são armados com canhões de de 57mm de tiro rápido e 2 metralhadoras; ocAudaOsado, Pluton, Pro-

têm a marcha e o mesmo serpim deslocam 400 tons., de 30" armamento dos primeiros. Todos têm 2 tubos lança torpedos.

Os torpedeiros de primeira classe têm velocidades com-

18 e 20", prehendidas entre 5.

A esta relação convém juntar os dois vapores Columbia

Ilespanha e Normandia, adquiridos pela á Amerikanische

estão armados em e Transatlantic, que guerra, mais os pa-

bem regulares do Peninsular 1 lespanhola. quetes

Era este o estado das duas marinhas belligerantes ao ser declarada a guerra.

do almirante Sampson, A esquadra de fogos promptos

logo Cuba, em Key-West, partiu para onde proclamou e estabeleceu o bloqueio da parte occidental da ilha, com-

Cárdenas, Matanzas, Havana, Bahia Honda prchendendo até i HESPANHA E OS ESTADOS UNIDOS','99 o cabo Santo Antônio e de toda a costa Sul, a partir do cabo até Cienfuegos, isto é, cerca dc 500 milhas. A segunda esquadra, a esquadra volante, sob o com- mando do Commodore Schley, cujo papel consiste princi- palmente em estar prompta a acudir a qualquer ponto ameaçado e defender a costa norte americana de qualquer ataque por parte da esquadra hespanhola mobilisou-se. Nas Philíppinas, porém, a acção precipitou-se. O com- modoro Dewey, á testa da esquadrados mares da China, sob o seu commando, dirigiu um movimento enérgico sobre Ca/ite, em cujo porto achava-se ancorada a esquadra hespa- nhola, sob o commando do almirante Montojo, c depois de um ataque vio!ento e simultâneo contra a esquadra hespa- nhola e centra as obras de defesa de Cavite, conseguiu destruir aquella, estabelecendo em seguida o bloqueio de Manilha, que não atacou provavelmente por faltar-lhe tropa de des- embarque para oecupar as posições conquistadas. Esperemos, pois, que reunidos os elementos de que precisam os Kstados Unidos e a I lespanha, se dê alguma acção decisiva; que os Estados Unidos preparem as suas tropas dc voluntários ainda pouco exercitados e que dirijam os seus esforços sobre Cuba, se antes d'isso as esquadras hespanho- Ias que parecem quei cr se concentrar ras Antilhas, não precipitarem o desfecho em uma batalha naval.

E. Al. O COESO l O DIREITO MARÍTIMO fflBMIMAL

os O estado de guerra, em que sc acham actualmente Estados Unidos e a Hespanha,suggeriu-nos algumas reflexões a respeito da guerra de corso, que pôde ser empregada por como todos sabem, não qualqucr'dos dous bclligcrantcs,quc, adheriram á declaração de Paris dc [856. Os Estados Unidos declararam não empregal-a e a 1 Icspanha reservou-se liberdade de movimentos, não tendo, entretanto, despachado cartas de marca ; é evidente que a declaração feita, se primeira destas nações, a despeito da já utilisará d'cssa prerogativa no caso dc ser cila empregada pela outra. actual E' possivel, portanto, que no curso cia guerra ainda este recurso seja empregado dc ambos os lados. Vejamos, pois, quaes são as regras do direito marítimo que sc applicam a este caso. A nação que adoptar a guerra dc corso poderá conceder cartas dc marca a navios que, usando a sua bandeira dc noalto mar, sobre guerra, poderão exercer o direito de visita, todos os navios que encontrarem. Tem, assim, estes navios os mesmos direitos dos navios de guerra. Quaes são esses direitos ? Dar caça e apprehender os navios mercantes inimigos, os navios neutros carregando contrabando clc guerra è final* mente os navios neutros carregando mercadoria inimiga. O CORSO E o DIREITO MARÍTIMO INTERNACIONALJO 1

Mas ainda assim estas presas devem ser sujeitas á júris- dicção de um tribunal especialmente constituído para julgar da validade da preza. Surge desde logo uma grande difficuldade quando se trata de definir o contrabando de guerra. A elasticidade d'esta expressão, comprehendida diffe- rentemente pelas diversas nações, terá de desápparecer logo que essa guerra tome tal caracter. E' um ponto dc direito muito controvertido esse c a definição precisa dc contra- bando de guerra não existe de modo absoluto. Com effeito, se nenhuma duvida ha cm considerar as armas, a pólvora, os explosivos, munições, etc. como taes, o mesmo não se dá quanto ao carvão e aos viveres. Agora mesmo, ao passo que a Inglaterra considera o carvão contrabando de guerra, quasi todas as outras nações negam-se a rcconhccel-o como tal e rfeste sentido têm feito declarações. Na historiadas guerras marítimas pullulam os exemplos de serem considerados contrabandos de guerra o carvão c artigos de alimentação. Como quer que seja, no caso de recorrerem os bellige- rantes a este recurso de guerra, ao corso, compete-lhes definir positivamente o contrabando dc guerra. Dissemos que as declarações dos belligerantes até hoje conhecidas fazem acreditar que não serão por elles conce- didas cartasde corso, mas de facto vão fazer a guerra ao com- mercio inimigo, não só com os seus cruzadores dc guerra, como com os cruzadores auxiliares. Assim, ao passo que a Hespanha, além dc eommissio- nar em guerra os paquetes da Peninsular Hespanhola, que conta navios de excellente marcha, adquire dous magníficos vapores da Hamburg Americanische, o Columbia e o iXor- mandia, de 7.600 e 8.700 tons., verdadeiros commerce-des- troyers, os Estados Unidos, por seu turno, preparam parao mesmo fim, entre muitos outros, os esplendidos paquetes Saint-Paul, Saint-Louis, Parise New-York, da American Une. 'fOIMIMSIIBASHOLA

A WIIAMIUU HE

a esquadrilha de Está universalmente reconhecido que torpedeiros hespanhola representa um íactor de muito su-

São, cm sua totalidade, bida importancia na guerra actual. typos dos mais modernos c melhores; pedem, certamente,

rivalisar com senão em numero, sem du.'ida em qualidade,

os melhores existentes.

característicos: Eis os principaes

Comp.BoccaCaladoDesl.Forcai'eloc PPm Wc

DestroyerPluton696,91,84007.50030

ªProserpina696,91,84007.50030

ªOsado696,91,84007.50030

)>Audaz696,91,84007.50030

ªFuror676,71,73706.00028

ªTerror676,71,73706.00028

TorpedeiroAzor-|[4,3ij81081.60024

ªllalcon414,31,81081.60024

ªAriete454,41,5 97i-6o°26

ªRayo454.4M 97J-60026

ªOrion374,71,1 851,00021

ªRetamosa363,81,7 7070020

ªBarcelo383,31,7 6680020

Ordonez363,81,7 6566020 ªI). Julian

ªAcevedo363,81,7 6566020

ªEjercito344,01,0 601,00025

ªllabana393,81,8 5973021

ªRigel323,41,0 5770019

e mais trez de tonelagem interior. -4°3 A ESQUADRILHA DE TORPEDEIROS IIESPANHOLA

da classe destroyers, têm dois helices Os seis primeiros,

Clydebank Cy.; o Pluton c o Pro- e foram construídos pela o Furor é o 7 erroí ssrpina foram lançados o anno passado; d este anno e se- em i8gó e o Osado e Auda\ no principio

a Ilespanha, com os dous pri- guiram no mez passado para Ciudad de Cadiz, ultimamente ar- meiros, comboiados pelo

mado em guerra. 1885 a 1887, com Os torpedeiros foram construídos em

ê de 1883 os trez têm dois excepção do Rigel que ; primeiros

helices.

canhões de Os seis destroyers estão armados com dois

Iodos têm dois 14 libras, dois de 6 libras e dois de 1 libra.

100 toneladas de tubos lança-torpedos e capacidade para

homens cada um. carvão. São tripolados por 70 o Rctyo são Dos torpedeiros, o Aríete, o Azor, o llalcon e

canhões de tiro rápido de libras cada armados com quatro 3 Ordone/L e o Retamosa, com dois ca- um ; o Darcelo, o Julian dois canhões- nhões de tiro rápido de 1 libra; o Orion com de 1 revólver de 1 libra; o Rigel comum canhão-revólver

todos elles dois libra; os outros com metralhadoras. Têm

do llalcon tubos lança-torpedos, excepção feita do Azor c. que

têm trez.

destroyers Osado, Audaz, Pluton e Proserpina, Os quatro iguaes aos in- recentemente construídos, são perfeitamente

do typo Flyingfish, ha entrado em serviço; quer giezes pouco hoje construi- isto dizer, iguaes aos melhores destroyers até

nós. dos; nas experiencias na milha medida deram 30

a está decla- Será interessante dizer, agora que guerra oppor rada entre os listados Unidos e a I lespanha que, para

não a esta ílotilha de torpedeiros, os Estados Unidos possuem

do typo des- em sua excellente esquadra um só exemplar

apenas troycr, sendo o seu material de torpedeiros composto

22" de veloci- do Citshing, lançado em 1890, com 116 tons. e

120 tons. e 26", de 12 dade do Ericsson, lançado em 189 4, com 103 e 240 torpedeiros de deslocamento comprehendido entre

a e tons.,lançados em 1896—1897, com velocidades de 22", 5 30"

Revista Marítima—5 MARÍTIMA BRAZILEIRA ^04REVISTA

com velocidade outros deslocando de a 65 tons., de 4 46 de 20", lançados em 1897. sobre a Deve-se notar, continuando a nossa noticia

cm todos os esquadrilha de torpedeiros hespanhola, que é dc construcções das boas marinhas geral- programmas ou mais de veloci- mente computado o typo destroyer de 30" seria dade; ha, entretanto, opiniões adversas que julgam cm mais vantajoso sacrificar alguns nós na velocidade pro- se taes veito de maior resistencia do casco, perguntando

corresponder typos, verdadeiros navios-machinas, poderão

se espera cm serviço continuado. ao quedcllcs Pluton, Furor, Por isso as experiencias do Proserpina,

e depois as do Osado c Anda\ assim como e Terror primeiro, foram acompanhadas as dos inglezes do typo Flyingfish

entendidos com interesse e attenção. pelos grande cm vista dos resultados obtidos desde O facto é que,

Sr. Normand, no 1 lâvre, com o Forban, torpedeiro 1895 pelo de comprimento e 135 tons. de desloca- de alto mar, de 44""

Yarrow, na Inglaterra, com o typo Sokol, mento, e por dc de comprimento e 240 torpedeiro russo dc alto mar, 58m

o e o tons. de deslocamento, que produziram primeiro 31" britannico fixou segundo 29",7 de velocidade, o governo

os novos typos. velocidades mais elevadas do que 30" para em Por isso desde o Desperate, lançado em Chiswick

torpedeiros de alto mar, de 64m de 1895, têm construído 50

tons. dc deslocamento, sendo as velo- comprimento com 300

ou superiores. cidades de 30"

O Express, de 72™, conseguiu 33". os seus A flotilha de torpedeiros hespanhola, pois, com

na actual 6 destroyers modernos c velozes representam guerra

intelligen- um factor de alta importancia, se forem utilisados

temente. IBIYOLVIffiTO DAS MAHIIIIAS DE GUERRA

NO CORRER DOS DEZ ÚLTIMOS ANNOS

(Boletim da Associação Technica Marítima, 1887-1F97)

PELO ENGENHEIRO 3ST A. V.A L, LBFLAIVE

"Itevue Traduzido da Maritime el Coloniale"

( Continuação )

SEGUNDA PARTE

cTorças navae.i do.i Jtjfcrcnlc.s Sótaòoá

1.—Diversos typos de navios

seguimos o desenvolvimento respe- Na primeira parte, do navio de agora, é etivo de cada uma das partes guerra;

são os do conjuncto, é interessante vôr quaes progressos que o e de c a orientação das idéas proprio navio, procurar qual

actuaes.

a classificação dos Lembremos a divisão adoptada para navios nas tabellas annexas a esta memória.

i° Navios couraçados.—Os navios couraçados são divi-

comprehende os didos em trez categorias: a primeira couraçados ordem os admittiu-se a de primeira para quaes tonelagem minima de 8.000 tons.; a segunda comprehende

tem tonelagem infe os couraçados de segunda ordem que couraçados rior a 8.000 toneladas, e os navios guarda-costas J0ÓREVISTA MARÍTIMA BRAZILEIRA

dc qualquer espécie ; emfim, a terceira comprehende os cru- zadores couraçados. 0 que primeiramente chama a attenção, é o modo muito preciso segundo o qual o couraçado de primeira ordem e o cruzador dc esquadra tiram um do outro suas qualidades re- ciprocas para se approximarem cada vez mais cie um typo commum, cujos característicos principaes entrevê se. O AV- novm possue, com effeito, o systema de protecção dos cruza- dores couraçados ; conserva entretanto alguma cousa do" couraçados inglezes na cinta parcial na fluctuação. Ens contra-se n'cste typo de couraçado uma composição de artilharia em que o calibre máximo é de 25 |""" só- mente. A alta borda á proa, a provisão de carvão fazem delle um navio que poderá sustentar a sua velocidade cnm qualquer tempo; esta velocidade é mesmo de mais de 18 nos e fal-o approximar-se de grande numero de cruzadores coura" çados taes como o typo Charner em França, que deu i8",.|, e o Ersat7_-Leip?_ig, na Allemanha, para o qual annuncia-se apenas i8n,5 a 19". Por seu lado, os cruzadores couraçados tiram dns cou- raçadosde primeira ordem uma parte de seus caracteristieos; é necessário citar cm primeiro lugar a tonelagem que, du- rante muito tempo, foi peculiar aos couraçados na maior parte das marinhas ; se na Inglaterra, com effeito, ns Majes- lies deslocam mai-. de 15.000 tons., e os Renvms cerca dc 13.000, tem-se, na Itália, ns cruzadores couraçados do typo Sardegiu que attingem 1 pooo tons.; em frança. 0 Jeanne d'Are desloca 11.270 tons., excedendo assim o deslocamento previsto para o Gaulois, que 6 de 11.260 tons. A categoria dos couraçados de segunda ordem de que temos um certo numero de especimens e dos quaes o mais recente c o typo Valmy, parece ao contrario desempenhar muito difficilmente o papel de couraçado de alto mar; a pro- tecçâo e o armamento que se quer dai' a esta classe de na- vios não permittem, como deslocamento de que se dispõe, DESENVOLVIMENTO DAS MARINHAS DE GUERRA407 assegurar á velocidade uma cifra bastante elevada, c á dis- tancia franqueavel um valor sulliciente. Inglaterra não Estes pequenos couraçados, dos quaes a tem construído espccimen algum ha dez annos pelo menos, são sobretudo apanágio das marinhas em que se tem. como obtém-se assim uni- objectivo principal, a defesa das costas; dades de combate cujo numero é bastante elevado relativa- mente aos sacrifícios impostos ao orçamento, liste typo de ás marinhas cuja navio é pois principalmente destinado po- litica sc limita a assegurar economicamente o poder defen- couraçados do sivo. Já fallei da França, que tem os quatro typo Teniblé, os dous couraçados do typo Jemtnapes e os dois do typo Valmy. A Áustria possúe os typos Kromprinz-Herzog- Riidclph. cie 7.100 tons. e Wien cie 5.500 tons.,- a Allemanha apenas tem os guarda-costas dos typos Siegfriedc Odin, que os mais deslocam 3.500 toneladas. .A Rússia possúe. entre recentes, o Amifal-Apraxime, de |.i_>o toneladas eo Krahbry de 1.500 tons. Alguns cFestes couraçados receberam armamento re- trez lativamente poderoso; o Odin, por exemplo, possúe canhões de 240""" e oito de 87""". | de tiro rápido. .Mas, em compensação, é preciso notar que estes couraçados tem uma velocidade bem pequena que é diflicil elevar a mais franqueavel de r6 nós; por outro lado. sua pequena distancia os mantém em uma zona de acção que. ainda que reduzida, mas, é admissível para o papel que elevem desempenhar; os seus seme- notemos que elles não terão de bater-se com lhantes ; são destinados a entrar em linha com os couraçados são um- de primeira ordem das esquadras inimigas, que dades de combate duas ou tres vezes mais poderosas. Não ixirece pois deverem sustentar por muito tempo com vantagem o fogo do inimigo se se cingir a dar-lhes. reduzidamente, faça, um modo de protecçào que ficará, por mais que se sempre inferior á dos grandes couraçados ; convém, pois_ procurar para elles um systema de protecçào completamente differente. |0SREVISTA MARÍTIMA BRAZILEIRA

A solução da questão parece ter sido dada pela marinha dos Estados-Unidos no typo dos monitors. Nestes navios, abandona-se um pouco as superstructuras ao fogo inimigo ; nâo se conta mais com as fôrmas tão frágeis das obras leves para assegurar a estabilidade e exige-se do caixão blindado, que representa o alvo minimo a offerecer ao inimigo, a ga- rantia da fluctiiabilidade e da estabilidade. Garante-se a protecçâo contra as granadas de ruptura dando á couraça a preponderância dos pesos; pouco se tem a temer da artilharia média de tiro rápido, mesmo para os canhões (os de grosso calibre, pelo menos) que se acham em torres couraçadas. Para permittír fazerem-se ao largo com mar, prolonga-se, na proa, as superstructuras, que fazem uma reintranciacon- sideravel em relação á couraça e une-se-as com as fôrmas exteriores da caverna. Tem-se assim um navio que apre- senta toda a segurança dos monitores, como protecçâo, e que eqüivale aos navios de bordas altas para a navegação ; e cuja disposição estender-se-ha talvez mais tarde aos cou- raçados de primeira ordem. 2." Navios não couraçados.— Os navios não couraçados não têm, como já se viu, senão um convéz couraçado. Esta classe comprehende os cruzadores de qualquer tone- lagem, que se tem dividido em trez classes, ainda que esta divisão não tenha muito grande importância; os cru- zadores de primeira classe deslocam mais de 6.000 toneladas; os de segunda classe de 6.000 a 3.000 toneladas ; os de ter- ceira classe, de 3.000 a 1.000 toneladas. Ila em seguida a ca- tegoria dos navios rápidos, cuja tonelagem é inferior a 1.000 toneladas, salvo uma ou duas excepções, e que têm sido chamados successivamente avisos-torpedeiros, cruza- dores-torpedeiros, ete. Em sumrna. o seu mais bem definido papel é. conjunetamente com o da exploração a pequenas distancias das esquadras, o de fazei' parar e perseguir os tor- pedeiros; tem-se, pois collocado nesta categoria os caça- torpedeiros, cujo pape! é o mesmo, e que, depois de haverem estreado com uma tonelagem de 230 toneladas, como os DESENVOLVIMENTO DAS MARINHAS DE GUERRA4O9

typo Havock, chegam agora a mais primeiros torpedeiros, Alie- de toneladas em França e a toneladas na 300 500

manha.

dos cruzadores é a exploração a O papel grandes ou a dos navios de commercio ; grande distancia perseguição

antes de tudo dar-lhes velocidade e dis- é necessário, pois, estes desiderata tancia franqueavel. Póde-se, pois, realizar

vão sempre crescendo. Os Estados- com tonelagens que toneladas no Columbia, com Unidos iniciaram com 7.467 com 8.277 tons. no Cw- mais de 22 nós ; a França continuou

chen, com 23 nós; a Inglaterra elevou-se muito bruscamente

acaba de dar a marcha a 14.475 toneladas no Powerfil, que

de 21",80.

outros cruzadores de As diversas marinhas possuem

mas em a velocidade de tonelagem um pouco menor, que

ainda desempenhar o mesmo na 20 nós permittiria papel

das circumstancias com as esquadras actuaes, maior parte ;

com effeito, a velocidade maxima no conjuncto excede

a Inglaterra somente esta apenas de 17 nós, e isto para ;

não tardará a approximar-se de 18 nós, exige cifra, que raio de acção dar exploradores com grande que possam

menos de 20 nós e mesmo uma marcha sustentada, pelo

mais de 22 nós se tiverem de ir ao encontro e perseguição

de construcção recente. dos paquetes

Os outros cruzadores, de tonelagens variaveis, são des-

tinados a desempenhar diversas missões que não exigem

tão poder militar grande. se tem retirado das esqua- Os torpedeiros, cmllm, que

toda a tem sido agrupados de modo a dras quasi por parte, concorrem a defesa das formarem esquadrilhas que para

navios trazem aos costas, listes pequenos guarda-costas lhes falta tomar, em um monitores a qualidade que para dizer a velo- momento dado, uma offensiva ousada : quero

têm si a invulnerabilidade, os cidade. Os primeiros por

segundos a mobilidade ; os typos se ligam por um ponto

o alvo minimo. commum, o de apresentarem ao inimigo io REVISTA MARÍTIMA BRAZ1LEIRA 4

Fóra de toda esta série de navios destinados a entrar

das em acçãonas esquadras de alto mar, ou nas esquadrilhas

foram de lado. costas, acham-se as canhoneiras que postas

tonelagem e de velocidade re- Estes navios, de pequena mares duzida, são destinados a desempenhar missões em

forças navaes os typos mais onde não encontram grandes ; I

Surprise; nos Estados-Unidos, a Newport.

satisfazer ao mesmo fim, As diversas marinhas tem, para ao navios cuja tonelagem varia muitas vezes do simples

tem si só uma duplo. O cruzador Power fui, por exemplo, por

ás do Columbia e do Mmneapolis, tonelagem que iguala quasi

ou ás do Guichen e do Château-Renault, reunidos por pares ;

menos do duplo do Douvines. o lienown desloca um pouco modo as a estabelecer-se 6, saber de que A questão pois,

consequencia, os orçamentos são mais tonelagens e, por

bem utilisados.

em se exprimiu Seja um navio qualquer que pela

equação

D=C+M+P+A+II+a

compo- o deslocamento 1) é igual á somma dos pesos que

nentes :

C — casco e accessOrios do casco ;

M —machinas e caldeiras ;

— P protecção ;

A —artilharia, torpedos, munições;

11—combustíveis ;

a_apparelhos auxiliares e material não comprehendidos

nos outros pesos,

se d'este navio a um outro, Supponho que queira passar multiplicado cujo deslocamento em relação a elle seja modo, factor se os são distribuídos do mesmo pelo X ; pesos

ter-se-ha

AD=/.C—)—AM—)—XP-j—XA—}—XH—f-Xfl • DESENVOLVIMENTO DAS MARINHAS DE GUERRA4II

Examinemos separadamente estes differentes pontos :

1.°Peso do casco XC.—Supponho que o casco siga as

leis da semelhança; os comprimentos, larguras, alturas, serão

amplificados na relação X1/3; a relação entre o peso do

casco e o deslocamento total é sempre ficaria con- ^; pois stante, mas seria praticamente possível diminuil-o porque os accessorios do casco têm, como já se viu, impor-

tancia menor com as grandes tonelagens do que com as

pequenas. Por um outro lado, como os escantilhões variam

na relação o factor da carga do metal na secção mestra -p (I sendo o momento de inércia contado como se sabe)

não muda.

2."Apparelho motor >,.!/— Se o peso da machina por ca-

vallo ficasse íixo, a nova força total estaria, em relação á an-

tiga, segundo a relação X. Admittiremos esta hypothese,

ainda actualmente, seja suppôr que, possível que a machina

seja mais leve. Nestas condições, a velocidade dada pela fórmula

3 /T

V=Mj V l?/â

torna-se

V-1—A

suppondo constante o valor do coefliciente Mlt valor que sóbe de preferencia com as tonelagens.

3."Prolecção ),P—As blindagens estando distribuídas

-I3, por superfícies, cuja relação é X as espessuras das blin- dagens são augmentadas segundo a relação v ll3. *(A— c torpedos Poder-se-ha 4."Artilharia admittir que a artilharia tenha a mesma composição nos dois navios e que o numero d estes canhões seja multiplicado pela re- lação X.

Revista Mari!ima—G 412 REVISTA MARÍTIMA URAZILEIRA

Combustíveis distancia franqueavel, 5.0 }JI—A que é ca- racterisada pelo cocfficiente de distancia franquearei

II , D2/3

M «/» torna-se

com a mesma velocidade ; as distancias franqueaveis são

pois augmentadas segundo a relação X1/3; esta relação existe

ainda no momento em que o maior dos dois navios marcha

com a velocidade do menor. Demais, a vantagem cabe ainda

ao navio de maior tonelagem, quando cada um delles na-

vega com a sua velocidade maxima; mas a relação é apenas

dc tem-se, com a1/9 ; efteito, para o primeiro,

d = VX JI

para o segundo

Ar

Suppôz-se, n'este calculo, o consuramo que por cavallo o mesmo era para os dois navios ; tomou-se 1 kilogramrna

para lixar as idéas. — ó.° Pessoal.— Emfim, é interessante notar que, se por

um lado o necessário ao serviço dos pessoal canhões é pro-

á relação dos deslocamentos, é porcional possível por outro lado effectuar reducções no pessoal das machinas. Com

effeito, se, por um lado, é necessário conservar um numero

de foguistas proporcional á força maxima a desenvolver, isto

é, a não é augmentar X, preciso o pessoal da machina na

mesma relação ; o numero dos orgãos a cuidar, das arti- culações a lubriíicar, dos apparelhos auxiliares a manejar

i DESENVOLVIMENTO DAS MARINHAS DE GUERRA

um fica sensivelmente constante. Economisa-se pois, em

ao como em relação grande navio, relativamente pessoal im- aos outros elementos ; esta obseevação tem uma certa

o cie vista do recrutamento das equipa- portancia sob ponto

abaixo vem em apoio d esta deducção. gens. A tabella

Pessoal Tonelagem

Powerful900M-175

Edgar5447-'35°

Columbia5247-35°

Charleston3043-73°

Sardegna79414.210

Ca rlo-A Iberto4517.000

navio A conclusão destas considerações é que um que

ter valor militar é igual a X vezes um outro, parece

navios idênticos ao Se se faz, maior do que/. primeiro. por exemplo,

a=2,

muito commentada de um almirante, veritica-se esta phrase

«um homem forte» a «dois homens que disse preferir fracos». O navio duplo do Columbia, por exemplo, que tivesse de combater ao mesmo tempo contra o Columbia e

se acham na o Minneapolis, teria os dados principaes que pagina seguinte. lugar, superior cm O navio considerado é, cm primeiro velocidade; na relação 1,076, teria a marcha de 24",5 em

uma distancia franqueavel é lugar de 22",80 ; possúe que é melhorada 1,245 vezes a dos dois Columbias ; a protecção

se, o segundo a relação 1,245, de tal modo que para primeiro a couraça é insufficiente contra certos projectis, pôde tor-

mesmos no se- nar-se sufficiente para esses projectis gundo. NAVIO COLUMBIADE DESLOCAMENTOPOWERFUL DUPLO

162-.00 Comprimento 125",57 155" .71 22",00 Bocca 17"\68 21".91 8".30 AR. Galado médio 6-,87 8".52 14.475 tons- Deslocamento 7.467 tons. 14.934 tons. » )> Peso do casco e accessorios 2.841 .. 5.76S » 2.400 tons. Peso das macjiinas e caldeiras 1.942 » 3.884 Peso das couraçasj 1.015 » 2.030 » » Peso da artilharia e munições 207 » 114 » 1.500 lons. Provisão normal de combustível.. 762 » 1.524 2.52 Coetllciente da distancia franqueavel 2,00 2.19 25.800 cav. Força maxima 18.240 cav. 36.480 cav. 21n.80 Velocidade maximaj 22",80 24",50 )» 152- / Torres' 91"° 113"" 100— Convéz• ••) 75"™ Protecção.¦ 63™m 78"" / 100"'" 125"" 152— I' Rarbetas ou escudos 305"" BloekhausI 250""' 311"" 2 de 203"" de 203" 2 de 240"" 152" 1 de 152"" do 12 de 152— 101" 16 de 101— j 8 de 1S de 75"" Artilharia. 24 de 57"" 12 de 12 de 47"" 4 de 37"" S de 37" metralhadoras i metralhadoras 9 metralhadoras 4 Tubos lança-torpedos| 4 8 , DESENVOLVIMENTO DAS MARINHAS DF. GUERRA

maior não Emfim, o poder militar é igualmente ;

quero fallar da altura acavalleiro dos canhões que é maior,

os masdo numero de tiros que pódem arremessar adversarios

respectivamente. Com effeito, no Columbia duplicado, sup-

pomos que o numero de canhões, que também é duplicado,

do navio, encontrou collocação no comprimento que é

apenas 1,2.45 vezes maior, ou antes na superfície das obras

leves, 1,55 n'estas que cresceu segundo a relação ; condi-

cada bordo ções, o navio considerado pôde abrir de um

fogo Columbias que é igual ao que cada um dos dois pôde

fazer simultaneamente dos dois bordos com todos os seus

canhões ; e então se, graças á sua superioridade de velo-

cidade, o lugar lhe fôr mais favo- está apto para tomar que

ravel no combate, collocar-se-ha entre seus dois adver-

sarios ; deste modo terá, sobre cada um cFelles, 11111

poder de fogo duplo do que estes pódem ter contra

elle.

Exceptuados os casos, bem entendido, em que serão

navios desempenhar com- sempre precisos pequenos para

com as missões pouco importantes, parece que é grandes

se terada unidades de combate que melhor utilização tone-

lagem se total que quizer fazer lluctuar em uma es-

quadra.

Não falta mais, para entrar na balança contra esta dedu-

cção, o argumento não que que pretende « que se deve

collocar todos os ovos em um mesmo cesto». Não é neces-

sario, em assumptos de marinha, reserva sobre guardar pro- verbios que não se procura contestar em terra ? Por isso se

ha de reconhecer um dia talvez mar, «é ainda que, no

melhor collocar todos os ovos em um mesmo cesto, se suas dimensões lhe dão menos probabilidades de virar do que dois pequenos ».

C Continúa.) MARINHA NACIONAL

"TI CAC\-TÚKI'KI)KlllO TYEm 28 de Abril ancorou 11'esto porto este

eaça-torpedeiro, construído cm Kiel, nos estaleiros da Companhia Gcrmania o

15 dc 189G. quo íòra lançado ao mar em de Novembro Em sua viagem locou nos seguintes portos: Gravesend, Cherliurgo, Lisboa,

TenerilTe, S. Vicente, Recife e Bahia, do onde seguiu para os «Abrolhos» alim

de ilaugurar o novo pharól alli montado.

Comquanto já tenha sido foila, ás paginas 387 e seguintes do tomo 29° d'esta

Revista, uma descri pção minuciosa- d'este vaso do nossa Marinha, repetiremos

a pii as suas dimensões, armamento o torça do suas machinas.

Dimensões: Comprimento entre p.p. 76™,00. bocca extrema 9™,40, pontal

5",00, calado máximo 3™,00, deslocamento, em carga normal 1.030 tons.,

ten to na respectiva carvoeira 100 tons. do carvão.

Armamento : Canhões de tiro rápido Armstrong do 100™", monlados em

reparos navaes, um de caça e o o;itro d? retirada dous ; ditos de 57"° tiro

rápido Nordentelt, em bateria sobre a tolda quatro ; metralhadoras dc 25™",

disseminadas por diversos planos de tiro, qualro. Tem trez tubos lança-tor-

pedos, sendo dois pelo travéz e ura á pró a. Possúe duas machinas dc tríplice expansão, de 6.000 cavallos indicados, quo lhe dão a velocidade de 20 milhas com tiragem natural e de 22 milhas com tiragem forçada. "Tupy" "Tymbirudo O é do mesmo typo do qual diflere apenas por não

ter mastros militares.

"MCTHEROY". CRUZADOR — Foi desligado da Armada Nacional esto cru-

zador, ha pouco tempo adquirido nos Estados-Unidos, por ter sido vendido á

casa Mascarenhas & Ouérin, d''*sta praça, representantes da lirma Fiint & C.,

d,' New-York, rcaiisando-se a sua entrega em 22 de. Abril. MABMAS DE GIIEBBA ESTRANGEIRAS

FRANÇA. — Cruzadur "Lavomer".— Este cruzador de :t" classe, de 2.317 tons. do typo Forbin, modificado e augmentado, construído nos estaleiros do arsenal de Rochefort, segundo os planos do Sr. Albaret, direclor das cou- strucções navaes, fez no mez de março suas experiências á toda a força, obtendo magnífico resultado. Nesta experiência o cruzador desenvolveu 7.450 cavallos, isto é, 1.050 cavallos mais que o previsto e a velocidade média foi de 21n,5, ou 1",5 mais que a esperada, e superior á de qualquer outro cru- zador dVsta classe. No dia 30 de março sahiu de novo para fazer a sua expe- riencia do 21 horas e regressou no dia seguinte tendo oblido exilo com- pleto n'essa experiência.' Desenvolveu a força de 4.500 cavallos com tiragem natural, sendo a velocidade média obtida de 18**,6. O consumnio de carvão não excedeu de 0",750 por cavallo-hora, o que prova que o seu apparelho moior é econômico. Essa experiência de 21 horas é decisiva e prova que elle podo sustentar grandes marchas em viagem. O augmento feito nas dimensões do seu typo para o traçado d"este cruzador, permitliu obter-se um navio mais rápido de cerca de 1", mais solido e podendo mais facilmente conservar a sua marcha, além de dispor de maior poder olfensivo, que foi augmentado com dois canhões de tiro rápido de 100""", que, com os qualro outros de 138""",li, são protegidos por escudos de54™" de espessura.t Cruzador couraçado "Uupleix".— Este cruzador couraçado, a que nos re- ferimos em nosso numero anterior e que vai ser construído no arsenal de Rochefort, terá 130™ de comprimento o 7.70!) tons. de deslocamento. Os planos são do Sr. Bertin. Terá trez machinas verticaes, quo deverão desenvolver a força collectiva de 17.000 cavallos e dar ao navio a velocidade de 21". A cou - raça estender-se-ha do extremo de vante até a secção 90, multo próximo da popa, onde uma travessa blindada completará a protecçâo com o convéz cou- raçado. A altura da couraça será de 3"',05 acima da llucluação, á vante, e di- minuirá até 1",20 á ré. Sua espessura será de 102'"" a 81'"° no canto superior e '.2"' de 38™" no canto inferior. O convéz couraçado de fôrma trapezoidal Ierá nas partes horizontaes c50""n nas partes inclinadas. O chapeamcnto é formado por duas chapas de 10"™ de espessura cada unia. A artilharia comprehende dez canhões de tiro rápido, de 1G1'"™,7, modelo 1893-06, com 875 ",:" de velocidade inicial, além dos de íiiiiior calibre ; d'esses 4" REVISTA MARÍTIMA BRAZILEIRA dois serão dispostos em torres á vanle e á ré e os outros oilo em reductos seu reducto nos flancos atirando por portinholas. Cada um (Vestes canhões terá especial com couraça de 100, comprehendida a espessura do chapeamento exterior, e de 50 a 20nas faces internas. Aplaca superior lera 22 o o inferior do eslrado 21 Cruzador "Catinal".— Este cruzador destinado, a eslações longínquas, fez no dia 18 de março uma oxperiencia de consummo de carvão, durante 0 horas, com excellentes resultados. A força desenvolvida foi de 3.900 ca- é vallos e o consummo não excedeu de 0*,613 por cavallo-hora, o que um dos menores consuininos alé hoje obtidos nVssas condições em um graude navio. Esta experiência realisou-se com tiragem natural e com 2/3 dos fogos accesos, isto é, em condições quo muitas vezes se darão na pratica, e a velo. cidade média foi de I5n,8. Sendo a sua velocidade esperada do 19a com a força máxima de 9.000 cavallos. esto cruzador, pelo resultado d'esla experiência; s_ com a metade de sua (orça poderá uw.r viagens longas mantendo facilmente a velocidade de 16a. As suas caldeiras BeÜeville e as suas machinas iunccip- naram perfeitamente durante esla experiência. Em experiência posterior, desenvolvendo a força de S.Oli cavallos, com tiragem natural, dando a helice 123 rotações por minuto, a velocidade média foi de 18»,32. O consummo de carvão não excedeu de 0\O97 o quo é um explendido resultado. Desinfecçao peto tulphato de ferro.— Alim de evitar a repetíçjo de epide- mias, como a que se deu ultimamente na fragata de inslrucção Melpomènc, o que fez retardar a sua partida, procedeu-se em Brest á cáiaç.ão das partes internas d'esse navio com sulphalo deferro. Cruzador'1!)'Atuai".—Este cruzador fez a 1 do Março uma experiência de consummo do carvão com a força de 1.000 cavallos, durante 6 horas consecy- tivas, na linha medida de Saint-Malhieu a Trégana, servindo-se somente de As dois grupos do caldeiras e accionando somente o helice de boréste. condições de tempo eram boas o os resultados obtidos foram satisfaclorios. A velocidade média variou de 9 a 10a c o consummo de carvão loi de cerca de 0\7G0 por cavallo-hora, muito inferior ás exigências do contracto, que permiltlao de 0k,800 a0*,850. No dia 12 do mesmo mez fez uma experiência do consummo com 8.000 cavallos durante 6 horas, obtendo resultado satisfa- torio. A força tolal desenvolvida, com tiragem natural, (oi mu lo op.N-.__m_- damente de 8.000 cavallos e a velocidade média do 18n,7.i 0 funecionamento das machinas e caldeiras nada deixou a desejar, o consummo do carvão elevou-se apenas aü\823 por cavallo-hora, isto é, 0",027 menos que o limite inferior previsto. As condições do tempo perniitüram dar toda a velocidade compatível com a força desenvolvida o provar que po- deria facilmente, ulilisando-se somente de; 10 das suas. 20 calde.ras. obter a marcha de 10» com 4.000 cavallos e com essa marcha navegar emquanto dis- puzer de carvão. No dia 20 do mesmo mez terminou a sua experiência de MARINHAS DE GUERRA ESTRANGEIRAS419

21 horas com 0.000 cavallos. As condições de tempo eram boas, havendo en- tretanto um momento de mar de vagas em que o cruzador portou-se bem. Os resultados satistactorios confirmaram as experiências anteriores. A força desenvolvida durante as 24 lioras foi em média de 6.400 cavallos, com tiragem natural, com a velocidade média de 17",.5. Como se sabe na experiência á Ioda a força obteve a velocidade do 20° desenvolvendo 9.500 cavallos. IIKSPANIIA.—Caçu-lorpèdeiros "Anda:." c "Osado".—Estes dous caça- torpedeiros de 68",50 de comprimento e 400 tons. de deslocamento, construídos na casa Thomson, do Clydebank, fizeram experiências de machinas, tendo oblido os 30n previstos. INGLATERRA.—Canhoneira ile rio "Woodlark" .—Teve lugar no Tâmisa a experiência ollicial da canhoneira de rio de pequeno calado Woodlark, a pri- meira das seis ultimamente oneommeiidadas polo governo lirilannico, ede que já nos oecupamos em números anteriores. Recordemos que estes navios, construídos pela casa dos Srs. John 1. Thoniicrofl and C, tèm 115 |n's do comprimento o 24 de largura. 0 calado uão devia exceder do 2 pós, quando carregado com 30 tons. de pi'so morto o ifeslas condições deveria desenvolver 15 milhas por hora. O calado médio nas experiências nâo excedeu do 1 pó o 11 1|2 polog. tendo o navio percorrido :;0"',75 em duas horas. Está armado com canhões de tiro rápido Maxim eé protegido de ambos os bordos acima da linha d'agua e no convéz no espaço correspondente á inachina por chapas de aço Cammell. Como já dissemos estes navios são aecionados por dous turbo-molores- Thornicroft, cujos dous helices são disposlos dentro de tuiineis. O Woorilliirk 6 o mais veloz dos navios d'esta classe até bojo con- struidos. t) d8*lroyerflyingfishn. — Completou as suas experiências iniciaes do 3h do consummo de carvão, em Portsmouth, o destroyor Flyingfish, cujo casco e machinas foram construídos pela Palmer Shipbuilding Company. A média do seis corridas sobre a milha medida em Stokes Bay foi de. 30",30 com 391 rotações por minuto o 30", 18 com 393 rotações n'esta expe- riencia. A força Indicada desenvolvida na milha medida foi de 6.431 cavallos e na experiência do 3h foi do 0.157. O deslroycr "Violei".— listo destroyor completou a sua experiência de 12" de consummo de combustível, em Portsmouth. Devia navegar com 13" com o consummo não excedente dc 1 tonelada por 30 milhas. A velocidade média obtida em 12 horas foi do 13*,0 o o consummo de 1,99 libras por cavallo-hora. Registrou-se 36.5 milhas por tonelada de carvão. Este navio pôde carregar 81 tons. de carvão e o seu raio de acção, com marcha econômica, é de 3.0(i(i milhas. Installaçao dos reflectores da mastreação nos navios de guerra-— O Almiran. tado decidiu modificar a inslallaçãc dos reflectores da mastreação de seus na- Revista Marítima—7 REVISTA MARÍTIMA BRAZ1LEIRA |J0

vios. Para o futuro os couraçados cios typos Powerful e Andromeda terão seis

em lugar de dois ; os cruzadores dos typos Aurora, lmpirieuse, Blenheim, e

lloijal Arthur, quatro, e, em geral, todos os navios terão mais um reflector do

que actualmente. "Formidable"Este Couraçado novo couraçado de 15.000 tons., do Ivpo

Majcslic, um pouco augmenlado no comprimento o 110 deslocamento, deveria

ter sido posto nos estaleiros de Portsmouth no dia 14 de março, mas só foi começado no dia 21. Deverá ter 20 caldeiras Belleville e as suas machinas de-

verão desenvolver a força de 15.000 cavallos. "Goliaih".— Couraçado Este couraçadq, do typo Canopus, de 13.000 tons.,

13.500 cavallos e 18",5, foi lançado em Chatham a 28 de março. "Criissy". Cruzadores do typo — Os cruzadores couraçados do typo Crissy,

que deviam ser construídos em estaleiros particulares, acabam de ser en- commendados ás casas Vicker de Barrow, Clydebank Cy. e FaírfieldCy.

Segundo os planos definitivamente assentados os característicos são os

seguintes : comprimento entre perpendiculares 13-1°' ; borra 21",15 ; cala-

do 8"; deslocamento 12.000 tons. A cinta protege o navio sobre uma extensão

de 70™,19 de seu comprimento, terminando a 36™,00 de prôa e a 27™,40 da

pôpa por divisões transversaes de 127"™; tem 152"™ de espessura e 3'°,50 de altura, sendo 1",50 abaixo da linha d'agua. As duas machinas de tríplice ex-

pansão devem desenvolver a força de 21.000 cavallos e dar a velocidade de

21" ; são acuionadas por 30 caldeiras Belleville com economisadores, dispostos 8 em quatro compartímentos, sendo, 6110 compartimento de vante e em cada

um dos outros, devendo trabalhar com a pressão de 21" por centímetro qua-

drado. A artilharia comprehenderá dois canhões de 234mm (22 tons.) um em

caça e o ouiro em retirada, collocados em barbetas protegidas com couraças 152"m de 152°'°', e tendo uni grande campo de tiro ; doze do de tiro rápido, oito e em e os dos quaes em casamatas, quatro atirando em caça quatro retirada,

outros quatro 110 convéz principal, nos tlancos ; doze canhões de 75°" e um

grande numero de menor calibre. "I)ove'.— Caça-lorpèdeifo Este caça-torpedeiro de 30" foi lançado no dia

21 de março dos estaleiros da casa Earle, de lfull.

Noras rèdes dc defesa contra os torpedos. — As novas rèdes de defesa contra

os torpedos, experimentadas no Hannibal, foram adoptadas para o serviço.

Estas rèdos, de 30 tons. de peso cada uma, têm as malhas menores do que as

antigas c os fios que as formam são tão duros que não podem ser cortados por thesouras ; emlim, comquanto sejam mais pesadas do que as antigas, poude-so estendel-as pelas bordas e retirai-as no mesmo tempo. "Illustrious"Este Couraçado couraçado fez a sua experiencia de quatro horas com tiragem forçada. Desenvolveu a força de 12.112 cavallos e, por causa das más condições do mar, apenas obteve 10",5 do velocidade em lugar de 17",5 previstas. A pressão nas Caldeiras foi de 10',7 por centímetro qua- 09 minuto. quado e o numero de rotações das helices de por MARINHAS DE GUERRA ESTRANGEIRAS

Pintura dos nacios de guerra.— O Almirantado decidiu que lodosos navios

da marinha britannica serão pintados de branco ou de preto, abandonando-se

por completo a pintura cinzenta. Serão pintados de branco : os navios desli- n ulos ao Extremo Oriente, á índia, & costa Suóste da America, Léste e Oeste

da AIrica e Mar Vermelho ; todos outros serão pintados de prelo. Experiências de destroyers.—Da United Service Gazelte transcrevemos a

segjinle noticia sobre as experiências feitas com os torpvdeiros d'esta classe,

na Inglaterra.

Fez-se um retrospecto oftHal de experiencias de velocidades de mvios 'iite de guerra desde Janeiro de 1897 o é especialm inleressante comparar os

resultados das experiencias dos destrrn/cr» folias por quinze, sendo um

construído para 27" e oulros para 30". A casa Laírd, de Birkenhead, e Palmer, de Yarrow-on-Tyne, (iguram na lisla com cinco torpedeiros cada üma,'

Thornycroft com trez e a Fairlield Company com o decimo-quinto de 30". Em

cada caso os torpedeiros deviam fazer uma corrida do velocidade durante trez

horas e em seguida uma outra, também de trez horas, á toda a força : era

condição que, só a média do consu.nmo de carvão excedesse de 2,5 libras,

por cavallo indicado e por hora, deveria carregar na experíencia do veloci-

dade um peso exlra, esto accrescimo de peso devendo ser equivalente ao ex-

cesso de consummo no periodo indicado. Sòmenle cinco dos quinze torpedeiros

parece terem-se conservado dentro das 2,5 libras, a mais elevada média de -. co i lummo tendo sido de 2,77 libras para um do; torpedeiros de Palmer porém

é difflcil comprehender como, para trez dos de Thornycroft, houvesse uma

tal variação, sendo o consummo de 2,OS libras para um, 2,20 libras para

outro e cerca de 2,00 libras para o terceiro, quando os torpedeiros, machinás

o caldeiras eram ignaes. A difíerença é igual a mais de 1,25 tons. por hora o

provavelmente deve ser attribuida sõmenle a provisão. O consummo dos tor-

pedeiros de l.aird variou menos, entre 2,41 libras e 2,53 por cavallo, emquantò

que para os de Palmer variou entre 2,12 libras e 2,70 libras. O Osprey da

Fairüeld Company apparece como queimando 2,58 libras por cavallo e por

hora. Relativamente á força, esta deve ler sido influenciada pelas condições do tempo, etc., mas ha abi também grandes variações. A maior foi de G.000' cavallos para 30", 112 no caso do torpedeiro de Laird, o Panther, porém Fairlield ¦ não ficou muito atráz com 6.588, tendo n'esl caso a melhor velocidade da lista. Um ou dois dos torpedeiros, principalmente os de Thornycroft, alcan-

ç.aram a velocidade com menos de 0.000 cavallos, a rmmor força tendo sido 30", s Os torpedeiros com de 5.051 cavallos para 1 1 de Laird. excepção do já mencionado, alcançaram entre 0.030 e 6.200 cavallos. A mais elevada velo- cidade foi obtida com o torpedeiro de Fairlield que obteve 30",671, quando desenvolvia a força de 0.588, e em uma oulra experinicia 30", 127 para 6.112 cavallos. Assim a grande força foi em todos os casos bem justificada pelos re- sultados. O Chamais de Palmer segue-se na lisla com 30",3% para 0.205 ca- vaílos. REVISTA MARÍTIMA BRAZ1LEIRA 422

"Racoon". — acaba de completar Cruzador Este cruzador de 3" classe trez horas a Ioda a força com com inteiro sucoosso as suas experiências de foram o:; seguintes: pressão do tiragem natural ; os resultados conseguidos vficuo, 21,5 rotações 131; vapor 125,5 libras; pressão do ar 55 polgs.; polgs.; Foi considerado o força indicada 2.893 cavallos, velocidade 15»,3. prompto

commissionado para o Oriente. "Diadem". —Este cruzador, de Noras experiencias do cruzador de I' classe experiencias, continuou uma nova série de que temos relatado interessantes o fim de verificar se obter, em" corridas de quatro horas com poderia •/„ da superfície de aquecimento das caldeiras, a mesma pregando apenas 78 a toda força. força desenvolvida na sua experiencia de 2(1 de Janeiro ultimo, em unia corrida Pelas eslipulações do contracto devia o lHadtm conseguir, mas, do facto, obteve de oito horas, a média de 1G.500 cavados indicados, a de 17.18S. e 6 á ré, com 291 libras Calando 21 pés e 3 polgs. ávante e 2G pés polgs. com o vácuo de 27,2 a boréste e 26,1 a bom- de pressão nas caldeiras, polgs. 116,2 rotações a boréste bordo, o Diadem, cm 29 de Janeiro, trabalhou com

e 116,4 a bombordo.

e nenhuma vi- Como da primeira voz o navio mostrou perfeita estabilidade bração sensível com qualquer velocidade. em Em 6 de fevereiro iillimo o cruzador continuou as suas experiências Slokos Ray. a 11", Fez primeiro quatro corridas na milha medida a 16», depois quatro o, depois de fazer vários gyros para regular as agulhas, quatro corridas a 10". Era cada série de corridas a forca e a velocidade corresponderam aos re, stillados anteriormente obtidos era-Haslar, A média da primeira série mostrou que (',.270 cavallos indicados produ- ziam a velocidade de 16»,01 ; a da se.mitla a de 14»,59, com 4.430 cavallos ; e expe- a da terceira produziu a velocidade de U»,u7 com 4.923 cavallos. Estas riencias foram julgadas altamente satisfactortas. No dia 8, o Diadem suspendeu para uma nova série de experiências e fundeou em Spithead. Navegou primeiro, durante ir. horas, com 8 caldeiras somente, 270 libras de pressão nas caldeiras e 250 libras de vapor nas machinas. Assim funrionando as rotações foram 64,3a boréste e 65,1 a bombordo, com a força indicada lotai de 3.266 cavallos. O consummo de carvão Ioi de 2,35 libras por unidade de força por hora, nada se aiíaslando do resultado obtido nas experiências preliminares dc 30 horas, om que, com a mesma força, cousummiu 2,33 libras. Durante a segunda phase das experiências, que também durou 15 horas, trabalhou com 260 libras do pressão nas caldeiras, mas somente 150 nas ma- chinas. Foram utilisadas Hi caldeiras e achou-se que, com 88,9 rotações a bo- tvsle o 90,1 a bombordo e com a [orça total de 7.119 cavallos, o consummo dn carvão ioi de 1,91 libras pr.' unida le de Iirça por hora. A experiência final, concluída no dia ll, ni de30 horas, empregando-so apenas 21 caldeiras, afln* de olil/u- dados sobre o consummo de carvão. Cora o calado ávanle de 21 pés o 4 polgS. e á ré de 26 pés 6 6 polgS., de vácuo pivs-ão de 263 libras por p.lgs. quadrada nas caldeiras e 26,3 p ilgs. a lióresle o 25,7 a bombordo, a média de 3) horas deu 106,5 rotações a liorésto e 108 a bombordo. com a força total de 12,852 cavallos. O consummo de carvão foi de 1,88 libras por unidade do força por hora. .Testa experiência o DiaJem desenvolveu o maximum contínuo de producçao do vapor cora 78 •/. da sua superfície de aquecimento e eom tiragem natural, movendo apenas vagarosamente os ventiladores para ventilar as carvoeiras. Apezar de ser o carvão partido, produziu-se tanla cinza depois das primeiras quatro horas que ]ulgou-so necessário limpar togos dc oito em oilo hora".; nao obstante, porém, eslas perturbações [oram obtidos todos os resultados dose- jados somente com 2,15 pés quadrados de superfície de aquecimento por cavallo indicado. Houve pouca fumaça e ausência de. chamma nas chaminés. A corrida ioi feita entre Spithcad o Hasiings, d'ahi para Oésle alé ás ilhas Scilly e destas de novo a Spithead. REVISTA MARÍTIMA. BRAZILEIRA

mas a distancia, da 213 milhas A velocidade não foi notada offlcialmenle, em IO'1 o 10™, produzindo, por- do Beachv Head no cabo Lizard foi percorrida assim os resultados obtidos lanlo, a velocidade de mais do 20", confirmando

entre Ramee llead e Dodman Point. inferiores e tenha sido favo- Os resultados geraes (oram bem posto que um tempo magnífico, teve^ de correr recido, em quasi toda a experiencia, por manhã inteira, tendo então occasião com brisa fresca e mar grosso durante uma nauticas, com os mais satisfactarios resultados. de provar as suas qualidades

"Cario Alberto".—Este cruzador, de 6,500 ITÁLIA .—CfHsador couraçado de velocidade, emque, tons. e 13,500 cavallos, fez a sua experiencia preliminar o com tiragem natural, as machinas desen- com 9\5 de pressão nas caldeiras ¦ a velocidade de 17",3. volveram a força d 7,860 cavallos, obtendo —O se acha em construção JVouos caça-lorpeieiros. caça-torpedeiro que recebeu o nome de Fulmine e os nos estaleiros de Odero, em Sestri Ponenli, em Sapierdarena, construcção nos estaleiros de Ansaldo, que acham-se em os de Pellico.no e Condore. "Itália", "Vnilio" "Dandolo".— O italiano de- Couraçados o governo machinas e artilharia de alguns de cidiu fazer algumas transformações nas ser aproveitados. Assim e que o seus antigos couraçados de modo a poderem tons., 18,000 cavallos de força e couraçado Italia, lançado em 1880, de 14,400 satisíac loiio>. Km 17n,5 soffreu essas modificações, cujos resultados parecem Dnilio o no Dandolo. vista d'isso vai-se fazer iguaes transformações-no

"Khrabrij". — — Este navio completou as RÚSSIA Canhoneira blindada cora brisa e mar calmo; fo- suas experiências na milha medida, pequena o a velocidade obtida foi de 14",54. ram feitas seis corridas á toda força dando de 113 a 150 ro- As machinas trabalharam sempre regularmente, nas macninas de 105 a 150 libras. lações por minuto, com a pressão manteve-se facilmente de 140 a 200 libras por A pressão das caldeiras

polegada quadrada. evcellente resultado. O con- As caldeiras Niclausse deste navio deram as machinas motoras ; menos summo de combustível foi de 750 grammas para typos. , SOO de que com outros foi a seguinte: alta pressão, A força indicada desenvolvida pelas machinas 755,12 e á ré, 725,45 ; total 2641,95 cavallos. 1100,38, baixa pressão, avante, e 60 libras de de vapor Este resultado foi obtido com 50 rotações pressão

nas caldeiras. "I3S u. Vis, construído Torpedeiros ns. e HO".— O novo torpedeiro com tiragem forçada; houve, po- em Neva Works para naphta, fez experiencia ilcou-se em 19"; a velocidade rém, diíílculdades em produzir 21", pelo que 300 rotações o 183 libras de pressão média emtrez corridas foi de 19",79 com com 0,9 da tiragem rnaxima possível. de vapor; as machinas funcrionaram bem MARINHAS DE GUERRA ESTRANGEIRAS

O torpedeiro 11. HO, recentemente acabado nos mesmos estaleiros, fez também experieneias dando quatro corridas na milha medida, mas sem resul-

tado por deteiio 110 ventilador. > Como ost muitos accidentei se. têm produzido nos lorpedeiros recen-

lemenle construidos. Os que são construídos para empregar a naphla como

combustível têm um só ventilador e têm de dar de 1.000 a 1.200 rotações por

minuto, o que não deixa de ser perigoso.

Em uma segunda experiencia, em que desenvolveu 22", soíTreu avaria na machina de boréste, sendo obrigado a suspender a experiencia.

As caldeiras destes lorpedeiros são construídas para trabalhar com a na- "Magut". phla

Torpedeiro n.ti/iio Ternoo.— 0 melhor dos torpedeiro; d'esie lypo.

até hoje construidos, é o de 11. que íez experiencia com tiragem forçada

ultimamente. Em trez corridas obteve 23", 1S de velocidade, com 345 lotações,

sendo de 150 a 175 por polegada quadrada a pressão do vapor. As machinas funccionaram bem e :,eni aquecimento. "Vladimir Cruzador de I" classe Monomakh".— liste cruzador fez salis-

factorias experieneias com a sua artilharia; no mesmo dia fez as de machinas

na milha medida, obtendo a média de 15",3 de velocidade com 80 a 84 rotações

cm ambas es machinas, sendo de 65 a 70 libras por polegada quadrada a

pressão do vapor.

Aclividaie de producção na Ballic Works.— Aclualmentü a Ualtic Works

trabalha activamente na construcção do Pereseiel, que será lançado por lodo o

mez de Abril, tendo já promptas as caldeiras Bellovillo o outras parles do seu

apparelho motor; logo que estejam terminados estes trabalhos dar-se-ha co- meço ao fabrico das machinas do cruzador de 1" rlasse Gromoboi, cuja cons-

trucção terá começo logo que Iiver sido lançado o Peresviet.

A lialtie Works tem também em mãos a fabricação das trez machinas prin-

cipaes do couraçado de esquadra Osliabia e Iodas as pequenas machinas destes trez navios cilados.

Trabalha igualmente nos planos para a construcção de um transporto para torpedos de 2.000 tons., com machinas de 2.500 cavallos e nas machinas do

15.000 cavallos para o couraçado de esquadra do Mar Negro Kniaz Polenskin Taeritchesky.

Expantão naval russa.— Em numero anterior referimo-rios ao crédito ex- traordinario de 90:000.000 de rublos, concedido por ukase imperial para au- gmento da esquadra.

Este crédito é mais do triplo do pedido 11a verba ordinaria do programma de construcções, incluído na lei orçamentaria, e parece que será distribuído por trez annos.

O Almirante TyrtolV pediu ainda mais ; orçou em 200:000.000 de rublos as despezas necessarias, mas esta quantia, estando além dos recursos á dis- REVISTA MARÍTIMA BRAZILEIRA 426

o não sendo conveniente fazer uni posição do Ministério das Finanças, julgado 11a sorama refer.da. emprestimo para esse fim, foi resolvido ficar iíussia está resolvida a augmentar eon- 0 que se vé, entretanto, é quo a sideravelmenle a sua esquadra. muito; Presentemente está construindo em vastas proporções e parece quo

navios serão construídos 110 estrangeiro.

Passemos em revista as construcçõos actuaimente em mão: couraçado O couraçado dc esquadra Orfabia o dous outros iguaes ; um estão em construcção em S. Pe- guarda-costas e Irez. cruzadores de 1' classe tersburgo. llnssia O Gromoboi, cr uzaJor-couraçado de ] 2,330 tons., qu? é uin typo de augmentado, está sondo construído no arsenal do lialtic.o e uni cruzador La Seyne. 7.800 tons. está para ser lançado dos estaleiros de Para a esquadra do Mar Negro está sendo construído o couraçado de es- no estaleiro 11111 navio quadra Kniaz Potenskin Taoritchesky e vai ser posto do typo Rotislav.

Em Nicoiaieff os estaleiros franco-russos vão receber enconimendas e em 'nte Sebastopol está sendo concluído um arsenal especialni destinado á cons-

irucção e reparação dos iestroyerx e outros torpedeiros.

11111 novo arsenal, além Parece que vai ser lambem construído no Baltieo o e material da grande agencia da Thames Iron Works, sendo russos pessoal empregados. GHRONIGA

" A QUARTA CAMPANHA DO PRIXCESSE ALíCE". — Poi lida em sessão da Academia das Sciencias de Paris, realisaila em 21 de janeiro ultimo, uma memória apresentada pelo príncipe Alberto 1 de Mônaco em qua expõe os resultados da campanha do " Prituesse Aliee " durante o verão de 1S07. Foi iniciada cm 2 do junho o seus trabalhos (oram proseguldos na cosia oceidontal de Marrocos, em lorno da Madeira, nos Açores, até A00 milhas ao sul (testas ilhas, e a oésle do Portugal. As sondagens foram fedas alé 5.530"; continuou-so o estudo do banco Pri acesse Alice, desooborlo no anno passa lo. verificando-se qne uma super- licie Importante deve scr-Ilio accrcscenlada ao Sul e ao Sudoeste. Reconhe- ceu-seque a intensidade da vida animal é extraordinária nvste banco em que as profundidades variam de 250 a 100". Trez escunas, tripoladas por uns doze homens cada uma, apanharam ahi, duranle um periodo de trinta e nove dias do pesca, 22.515 kilos de peixe; esles pescadores exploravam, quasi ao acaso esle fundo, que apenas conheciam, empregando somente linhas. As redes de rocéga, as nas-as, os lambazes, nas explorações que altingiram a profundidade de 200 a 5.310", deram resultados muito Interessantes. Muitos celâceos loram apanhados, e novos e raros ccphalópodcs loram recolhidos na superfície, especialmente próximo á Madeira.

EXPEDIÇÃO ANTARCTICA ALLEMÃ.—A commissão encarregada da expe- dição antarctica allemã, diz o Cosmo», reuniu-se em Leipzlg a 2\ do Fevereiro ultimo e. depois de I inga discussão, resolveu ea\ lar um nai io ao pólo Sul com o seguinte programma: A expedição se dirigirá para o Sul, pelo meridiano das ilhas Kerguelen, ou próximo a elle; serão feitas durante esta viagem ínves- ligações hydrographlcas, geodesleas e biológicas. Sc fôr possivel se Invernará na zona antarctica. Neste caso s"rão feitas observações geológicas na estação escolhida, e, na primavera, serão emprehendidas viagens aos gelos de contl. nente austral è em direcção á costa desconhecida a oeste da terra Victoria. A expedição durará dois annos e deixará as paragens antarctlcas no outono austral. O Dr. liA^alsiu, conhecido explorador da (iroenlaudia, tomará a direcção da parte sclenliflca da expedição. Bevisla Marítima—8 REVISTA MARÍTIMA IÍRAZII.KIRA ,28

PAQUETES PARA O PÓLO NORTE.—Em nosso numero anterior o com

esto lilulo transcrevemos uma noticia pela qual so vô a energia que a Rússia o é uma condição desenvolve alim de procurar passagem para o oceano, que almirante Makarolí muito própria o natural da sua situação goographica. O se tem interessado por este assumpto e a elle se devem os grandes progressos durante o inverno, de suas costas que a Kussiaestá fazendo na aberlura;

cercadas de gelo. Segando The Army and Nacy Gaze te a recente visita do almirante á

foi com referencia ao novo rompe-gelos, está sendo construído jnglatorra quo nos estaleiros da casa Armslrong, destinado não só ao liallico mas também ao comprimento mar de Kara, e que, diz o Kotlin, terá as seguintes dimensões: 92-,90, hocca 21", G4, calado 5".79 com 300 tons. de carvão abordo, e 7",62 com 3.003 tons. O navio terá fundo e borda duplos o oito cómpartimcntos es-

tanques estendendo-se até ao eonvéz superior. Terá quatro bélicas, um dos 10.000 cavallos. quaes na pòpa, o as maehinas deverão desenvolver a força de

A sua construcção deverá ser de resistencia tal que lhe permitia atacar os

mais espessos gelos sem sofTrer avarias, esperando-se assim obtér um grande aperfeiçoamento sobre todos os rompe-gelos até boje construídos.

EXPER1ENC1A DE MOB1L1SAÇÃO DA ESQUADRA E DE DEFESA NAS

COSTAS DA ITAMA. — Transcrevemos da lin-ne d'arlillerie:

No correr da segunda quinzena d'1 novembro e da primeira quinzena de

dezembro do 1897, levo lugar na ltalia uma experiencia que até enlão jamais

havia sido tentada. Trata-se da mobilisação, a titulo de ensaio, de toda a es- costas do mar Tyrrhenioe empregando quadra, armando-se ao mesmo tempo as costas. parcialmente as tropas subordinadas á defesa d'estas Eis, segundo

o Militav-Wochenblalt, em que consistiu este importante exercício.

O conjuncto das operações era dirigido pelo almirante Duque Thomaz de

Gênova, embarcado no yacht Savnie e tendo a b>rdo o ministro da marinha

Brin e o general Pedotli, sub-chefe do eslado-maior General do Exercito.

A 15 de novembro Iodos os navios designados para tomar parte no

exercício, constando de 02 navios e 95 torpedeiros, deveriam estar promptos o para fazerem-se ao mar. Havia-se subordinado a esla força naval pessoal

e armamento de toda a esquadra da reserva, por isso que a esquadra

acliva achava-se em aguas estrangeiras. O pessoal empregado era de 10.000 ho-

mens; as tripolações permanentes da esquadra linham podido fornecél-os, sem corpos da reserva, o que houvesse necessidade de recorrer-se aos porque oITeclivopermanente foi elevado de 11.000 a 23.000 homens pelo aclual minis-

terio. Ficava mesmo no pessoal activo um excedente que ficou subordinado á

defesa dos littoraes de Spezzia, Mnddalena, Monte Argeritaro, Caéta e Messina.

Para a defesa do resto das eoslas, no quo cabo á marinha, teve-se de

chamar as quatro classes mais jovens (1809 a 1S72) da reserva do contingente

mritimo, alé completar um eílectivo de cerca de 8.000 homens Todos estes CI1R0NICA -129

deveriam apresentar-se ao commandante do porlo de que dependiam, exacta-

monto nas m sinas condições que p;ira uma mobilização real; conservou-so

entretanto apenas os homens empregados para o serviço de signaes, que foram

repartidos pelos diversos postes-, quanto aos outros, foram mandados para as

suas casas. Comludo, os commandanlos de porlo organizaram todas as listas

previstas para os lugares de reunião o deram aviso, dia por dia, aos comman-

dantes locaes dos effeclivos que em realidade deveriam receber. De accôrlo

com estas lislas, todas as medidas de detalhe deviam ser tomadas para a

divisão completa do pessoal subordinado.

No que diz respeito ás forçes do exercito, mob:lisou-se realmente todas

as companhias da milicia territorial, que no 8" corpo do exercito estão encar- regadas da vigiiancia e da defesa das coslas. Toda a costa da Toseanafui assim

posta em completo estado de defesa.

As operações começaram, na noite de I I para 15, por um alarma que

foi dado no porlo de Spezzia, alarma este que consistiu em exercícios de liro

por parte dos fortes. No correr d'ost s exercicios, os canhões do 10cm da

torre do Ití Umberto, que não haviam dado um só tiro desde 1S92, tiveram

occasião de fazer fogo por duas vezes. A 13, ás (> horas da tarde, simulou-se, por

meio do um navio velho, unia tentativa tendo por fim forçar o passo esiiare-

cido pelos projectores eloctricos; b navio que servia de aivolicou completa- mente destruído.

Em soguimonto a eslas ope: ::ç"e.', o iehrgo f.»i figurado pela esquadra

de reserva, commandada pelo vico-almiranle Morin o composta dos couraçados

Italia, Lc/mnln, Itugghro ile l.aitria, Vuilio o dos cruzadores Fieramosca, Mon-

zambano, Gaito, lh/gati e Calalafmi. Esta esquadra procedeu por meio de sur-

preza a diversos desembarques pareiaes, tendo em vista permiltir apreciar o

gráo de segurança com que os serviços do informações e de vigiiancia eram susceptíveis do funccionar.

As principaos (Testas emprozas foram as seguintes:

1" Na noite de 17 para 18, desembarque a oeste de Spezzia com o lim do

destruir o túnel de Seiva ;

2° Na noite de 1S para 19, desembarque em Monterosso, proximo de Lo-

vanlo, com o fim de destruir o poslo de observação de Mosco ;

3° A 21, durante o dia, desembarque na fózdoCecina para operar a des-

truição da ponte da estrada de ferro construída sobre este riacho ;

4* Na noile de 22 para 2.'i, desembarque em Viareggio para destruir a

ponto da estrada de ferro que eslà situada a pouca distancia da cidade ; 5" A 23, ao amanhecer, desembarque na fóz do Omlirone afim do destruir

a ponte da estrada de ferro de (irosselo ;

Todas eslas emprezas tiveram bom resultado e, de iaclo. não podia deixar

de ser assim, por isso que o seu programma não comporta, por bem dizer, defesa acliva. Estes exercicios satisfizeram, entretanto, inteiramente o seu tini, porque puzeram em jogo todas as engrenagens dos serviços encarregados de REVISTA MARÍTIMA BRAZILEIRA

observar o inimigo e do assegurar o atlluvo das tropas da defesa sobre os pontos atacados. Na realidade, as tropas do desembarque teriam lido grania difficufdade em effecluar sua retirada. A 29, esta primeira parle das manobras loi finalisada pelo desfilar dos re- servistas da marinha em Maddalena diante do principe-almirante.

A segunda parle eompôz-se de ataques da esquadra conlra os littoraes, com o fim de verificar o bom funcciouamento d'1 todos os órgãos da defeza. Para concluir as operações, a esquadra forçou o passo do Messina, durante o dia, 'íititlo seguindo em direcção ao mar Jonio, depois fez esta travessia em s In- verso, á noite, emquanto que os forles, apoiados polo couraçado Sicilia e pelo cruzador Cuia/iria. tentavam impedir esla einpreza, que n'eslas condições não teria podido obter resultado se o tiro tivesse s/ido real.

RÁPIDO ABASTECIMENTO DE CAUVÃO. — Vários contemporâneos iu- e o glezes, entre os quaes o Journal of lhe Itai/al United Service Instiiulion Army and Naoy Gazclle, relatam uma experiência muilo interessante de abas- teciinento d" carvão, feita especialmente alim de verificar a capacidade de Ports-

moutli para abastecer de carvão os navios da esquadra e bem assim o poder relativo de varias companhias de vapores alistadas, que realisou-se no rei'-

rido porto a 27 de janeiro ultimo, da qual damos em seguida um extenso resumo.

Tomaram parle n'esta experiencia quairo na\ios que formavam a divisão de Porlsmoulhda esquadra do Canal. Segundo o programma, o Mnjexlic, na\io

almirante, deveria receber 1.020 tons. de carvão; o Murs, 1.050 tons; o

Prince George, 650 tons.; o o Hesolitlion, 1.295 tons. Grande quantidade de carvão foi collocado nos batelões e no cáes, nos pontos destinados ao recebi- tripolações navios e se.n mento, porém o trabalho foi feito pelas próprias dos auxilio d" pessoal estranho. Esse trabalho começou ao amanhecer. Jl/íir. essa Dos quatro navios, o foi o que despendeu menos tempo n faina tendo posto em suas carvoeiras a» 1.050 tons. em nove horas ou seja uma méJia de 110,7 toas. por hora j as quantidades de carvão recebido por hora

variaram entre o máximo de 180 tore. na quinta hora o o miniino de 70 tons.

na ultima hora. Deve-se notar que esle navio tinha vantagens excepcionaos, foram empregados porque os guindastes a vapor do arsenal conjunctamente

com os meios de que dis))unha o proprio navio; demais, emquanto os

outros navios recebiam carvão por um bordo somente, o Mars recebia-o pelos

dois bordos.

Em seguida vem o Prince Gcorye que recebeu a sua quóla de 050 tons. em

seis horas, ou seja uma média de 110 tons. por hora, sendo a quantidade

máxima recebida de 113 tons. por hora.

O Itesolulion, que devia receber a maior quantidade, não fez lão bom record como os dois mencionados; recebeu em onze horas e meia sòmente

700 tons., devido ao airazo que causou a avaria solfrida pelos guinehos. CHRONICA 43 í

Finalmente, o Majeslic pòz ora suas carvooiras SOO lons., cm doze horas.

Ao Almirantado foi enviado um relatorio especial referente á prova de ca-

paridade de Porlsmouth para abastecimento de carvão, feito de accôrdo com o resultado d'essa experiencia.

O Magnifkent, navio almirante do segundo commandante da Esquadra do

Canal, e o cruzador Blake, fizeram em Devonport, competindo com aquella,

experiencia igual. Os Iiatelões de carvão foram postos 110 costado dos

navios ao amanhecer, e a maior rivalidade houve durante as duas primeiras

horas entre os dois navios. Signaes feitos entre os dois navios mostrou que o

Magnificent havia ganho o rccord-, havia recebido 979 lons. em seis horas e

Irez quartos, o que dá em media 110 tons. por hora, lendo assim conseguido bater os seus companheiros da Esquadra do Canal. O Hlake recebeu 710 tons.

em dez horas, ou seja uma media de 71 tons. por hora. Nada se diz sobre as facilidades de abastecimento de Devonport e Plymouth.

Entretanto estes tempos não vencem o rcconl do Magnificent em Vigo, 110

mez de I) 'zembro do anno lindo. .Yesla occasião o navio tinha lambem de receber mantimentos ao mesmo lempo que o carvão por um bordo, e a média,

para as quatro horas e cincoenla minutos despendidas em abarrotar as ear- voeíras, foi de 100,1 lons. por hora, ou sejam 2,1 tons. por minuto.

O Ma rs fez o melhor rccord, relativamente ao máximo recebido por hora,

por isso que o do Magnificent em Vigo foi de 104 lons. emquanto que o Mar*

foi de 180 lons, justamente antes do jantar.

,\as informações não sdeclarava se o carvão dos batelões, que foram acostados aos navio-, estava já ensaccado, caso esse que causaria consi- deravel difíerença, mas, segundo inform ção posterior dada por um cor- respon lente da Artruj aivl Nucg Ga:elte, sabe-se que do recobido pelo Mar» apenas 350 lons. estavam ensaccadas.

-- SORlil'. A PINTllt A HA PAUTE I.VÜIKHSA DOS NAVIOS l)E FERRO

Transcrevemos da llicislu Marítima :

A Marinha russa fez um concurso para a escolha da pintura a empregar-se

na parle immersa dos navios de ferro, que continha os seguintes requisitos:

1". A nova pintura a tempera deve offerecer a qualidade piincipal do impedir que os cascos de ferro e de aço se cubram de vegetações marinhas e de crostas de crustáceos: ao m>smo tempo que deverá preservar o metal da ferrugem, a substanciado verniz deve possuir uma elasticidade sulll- ciente |iara impedir que se fenda e que caia a crosla paivialmenle.

2°. As matérias primas da composição do verniz serão do menor custo

possível, sem que a qualidade e a elllcacia da pintura llquem prejudicadas.

As próprias matérias primas não deverão exercer inlluencia nociva sobre a saúde dos operários encarregados da applicaçào a secco.

A composição não poderá conservar-se em segredo. REVISTA MARÍTIMA BRAZILEIRA

3°. (1 preparo da tinia e sua aplicação não d'verão apresentar compli- cação alguma.

4". A seccagem da pintura no dique não deverá exigir tempo maior de duas horas.

5". A pintura deverá t"r tai eltleacia que não exija ser renovada

antes de um período mínimo do dois annos, e no concurso se levará em conta a maior duração útil acima d'esto limite.

(3°. O verniz que obtiver o prêmio toniar-se-ha propriedade do ministério da marinha russa.

7°. O premiu é fixado em Irez uri rulilos, pagaveis depois de uma expe- riencia de dois annos sobre a applicação feita nos navios do mar Negro e do

O-eano.

Poucas palavras de commentario. Antes de tudo é muito louvável a iniciativa

tomada, que, mesmo quando não lenha lio u exilo para a resolução do dilflcil

problema, conservado ali agora em puro einpirismo, poderá dar um grande

impulso e facilitar o estudo. Não julgamos, porém, pratica a condição de dever

verniz poder durar pelo monos dois annos, quer porque esta clausula paralysa

fim que se tem em visla com o proprioconcurso, parecendo verdadeiramente

-rcalisavel, quer porque ainda não vi navio algum no mundo, especialmente

a vapor, que, por lão longo período, por esla ou aquella razão, não

seja obrigado a entrar no dique. Assim não se leva em conta que os vapores

mercantes, pelas freqüentes atracações aos cáes dos portos, se deteriora ri na

fiuctuação, e se navegão em aguas pouco profundas roçam facilmente1 no fundo;

nem se leva em conta o faelo importante de que, qualquer que seja a bondade

d) verniz, a sua inevilavel erosão e a íormrç.âo de uma ainda que pequena camada de limo ou de algas, não augm mia o atlrito em detrimento da ve-

locídado. Por esta razão observamos ainda a lacuna de não se levar em conta

o maior ou menor polimenio que o verniz, uma voz applícado, dá á carena e ipie intlúe directamente no coefficiente de attrilo.

Parece-nos que um anuo é o limíle máximo do duração que razoavel- mente, sob qualquer aspecto, se pôde pretender dar a um verniz d'es!o

genero, ainda mesmo com a promessa de prêmio lão visloso. t'ma du- ração maior seria em detrimento da vilosidade do navio e por conseguinte do

consummo de combuslivel.

li' ju.st i ex duir do concurso o verniz baseado no encrustamento suje agja de modo á preíeriamos o typo de um verniz tal quo a que o cerca,

impedira vida dos parasitas, sejam estes vegetaes ou aniinaes; mas é bem

necessário determinar que lios compostos rojam excluídos os sá s de cobre.

I ma boa pintura deve ainda possuir uma certa consislmcia, de modo que

não se ainolleça ou se dissolva muito rapidamente na agua ; deve em summa

ter sufllcicnte imparmeal/ilidade para impedir a passagem da agua ou ainda da humídade á superfície do forro. Por conseginte, um oulro caracter CIIRONICA 133

Aotualmente íabrica-se algumas submarinas pinturas por preços que podem variar proximamenlo do duas liras por kilogramma, mas a sua duração raramente excede de livz inezes; e na verdade são tão varias as condições em que actúam, de um navio outro, do para um mar para outro, que é quasi iin- possível emittir juizo absoluto.. Certamente a duração de um verniz d'esto genero é o primeiro factor 110 calculo do coeíflciente da despeza. Se calcularmos, de um lado a somma a dique o o custo pagar pelo de duas mãos de pintura e da mão de obra, do outro a superfície.da carona a pintar e a duração da pintura, isto é, o inter- vallo entre duas operações íguaes, achamos, por um grande numero de obser- vações feitas em centenas de navios semelhantes,

Assim, por exemplo, um navio que tenha 1000'"3 de superfície de carona, deverá lazer a sua despeza no exercício animal do 10 liras por dia somente este artigo para de conservação, o que dá 3.650 liras por armo. Em conclusão, se é necessário não exceder na pretenção do longa duração, não so deve ainda menos ser avaro no preço e por conseguinte: na bondado

do produclo, do que deponde a conservação, não só do material, mas também da velocidade. E' licito entretanto esperar que as entradas no dique sejam espaçadas o mais reduzir a despeza possível, para certa do pagamento do dique o da mão do obra, mas não so dovo perder de vista que não é a pintura em si mesma o iactor maior da despeza.

"The VALOR CALORÍFICO DOS COMBUSTÍVEIS.— Transcrevemos do Shippini) World" :

O Professor Langbein, do Leipzig, dá, nas paginas de um contemporâneo

estrangeiro, a seguinte fórmula para determinar o valor caloriíico de combus-

tiveis classificados desde a madeira até oanlhracite. Tomando o valor conho- cido da combustão composições orgaircas produzida por de constituição pre- determinada, o Professor Langbein deduz os seguintes valores para o carvão, o hydrogeneo o o oxygoneo, combinados : = C 8.500 calorias por gramma ' H= 27.000

O =¦= 2.025 » » »

O COi o o liquido 11,0 são gazoso considerados como produetos do combustão. Comquanlo o Dr. Langbein considere que nenhuma fórmula geral soja applicavel a fins scientiflcos, ello estabeleceu a seguinte para uso technico.

S 27.000 -f — 500 C + 11 + 2.500 S (2.G25 O (9 II + \Y) 600) 100 434REVISTA MARÍTIMA BRAZILEIRA

que dá resultados que nunca dillcrem de mais de + 1 7. dos obtidos pela analyse. Ainda que as deducçõc.s do Professor Langbein dêm mais elevado valor ao carvão do que o de 8.080 calorias por gramma, geralmente acceito, no- taremos o mais elevado valor çfue elle produz, quando queimado em estado "Óleo, gazoso, vide o capitulo terceiro no Petróleo, Gaz e Carvão combustível", 'pagina 519 do The Shipping World de 28 de Outubro de 1896, manifestado nas recentes experiências feitas com as caldeiras Thornicroíl do Qtteen, nas quaes 1 libra de óleo Wells evaporou 13,17 libras do agua. contra 10,23 libras de carvão NixoD. OS PHOliRESSOS NA UTICISACÃO UO VAPOR. — No Irigesimo Con- gresso da American Sociely of Mechanical Enginecrs, que se reuniu a 30 de Novembro ultimo, em New-York, diz o Cosmos, o Sr. tlcam resumiu os pro- gressos realisados desde 1870 na ulilisação do vapor co::io força-molríz e ava- °/„ liou cm 30 a 10 a economia realisada na producçao da energia. Esta economia é repartida do seguinte modo : 37 ¦/„ devido ao emprego do vapor sob mais eleva.la pressão, ao uso das machinas de expansão com cylindros múltiplos, á adopção de camisas de vapor ao redor dos cylindros, °/_ e ao superaquecimento do vapor; 5 ao uo das machinas verticaes; 7 7. aos aperfeiçoamentos dos geradores de vapor; 7 °/„ ao emprego il" «economi- '/, sadores» para o superaquecimento da agua de alimentação o 2 aos melhc- ramenlos das grelhas da fornalha. O peso de vapor empregado por cavallo-vapor e por hora desceu de 9* a .5",7. A .NATUREZA DOS FERIMENTOS NAS BATALHAS NAVAES CONTEM- POKANEAS.— Transcrevemos do Cosmos : A ullíma guerra entre o> Japonezes e os Chinozes forneceu um con- junclode dados para o estudo da natureza eda freqüência dos ferimentos nas batalhas que se deram no mar com navios e armamentos modernos. 03 com- bates de Yalu e de Wei-ha-Wei foram, sob este pouto de vista, particular- mente interessantes para a medicina naval. De um modo geral, constatou-se que os não combatentes, de ordinário poupados nas batalhas do terra, são os mais expostos nas batalhas navaes; é isto devido a terem elles seus postos na coberta, immedlataiuento acima da linha dc Quctuação. Nenhum navio japonez tendo sido allingldo abaixo d'csta linha, o pessoal mecânico apenas soffreu perdas insignificantes. As regiões do corpo attingidas são, por ordem de freqüência, a cabeça, os membros superiores e inferiores, o abdômen, o peito, as coslas, o pescoço. Em terra, ao contrario, os ferimentos da cabeça somente vêm em segunda linha, os do peito e das costas são mais (requentes do quo os do abdômen. Esla desproporção é devida a que, no mar, os combatentes não são feridos somente pelos projelís do inimigo, mas, lambem, por todos os objectos CHRONICA435 io quo eslão rodeados nos seus navios, mastros, cabos, maçamos diversos, qu?, partindo-so, multiplicam as probabilidades do ferimentos para as parles superiores do corpo.

NOVO FUZIL FRANCEZ. — Transcrevomos da The Army and Nary. Gazelle: As fabricas (raneczas de armamento portátil receberam ordem de prepara- rem-so ao mesmo tempo para começar a fabricação de fuzis de um novo modelo. Duas novas armas Íoram oxperimontadas pela direcção da Escola Normal do Tiro, o foram julgadas superiores ao fuzil Lebel modificado, actual- mento.ert uso. Diz-se que suas qualidades balísticas são maravilhosas. A pu- blicação d'esla resolução é provavelmente devida á noticia do quo a infantaria allemã eslá para ser armada com um novo fuzil do (1 de calibre, superior á actual arma de T",9.. Não ê crivei, entretanto, que esta mudança no exercito francez, soja feita em um futuro immediato, por isso quo custaria polo menos _e8.u00.000. Quando a Allemanha começar a fabricação a França fará o mesmo. O actual fuzil francez é considerado como ligeiramente superior ao actual Euzíl allemão. O Lebel pesa 4", 180 e arremessa a 3.200" um projectil de 15 gr. com a velocidade inicial de 638m!". O cartucho contém 2sr,T> do pólvora, cuja fumaça ó invisível a 200 jardas. A trajectoria Í5 quasi rocia para as pri- moiras 550 jardas. A arma allemã é de calibre um pouco menor, 7""",9 om lugar do 8°"°. O raiamento do cano não 6 bastante profundo, o que diminuo a preci- são do tiro o a força do penetração. O alcance útil não é maior do quo o do Lebel o a velocidade inicial é apenas de GÍ0"':". E' bastante- curioso que não sejam as grandes potências europóas as que possuem os melhores fuzis, mas sim a llollanda, a Dinamarca o a Noruega. As duas ultimas usam a Krag-Jorgensen, que é uma arma muito superior, apezar de que algumas auetoridades considerarem o calibre de G,5 demasiadamente reduzido, o projectil p.'-s;i somente 10 grs. o 6 nickelado. A arma hollandeza é uma Mannlicher de grande precisão o de grande alcance. A velocidade inicial do seu projectil ó a unais alia até hoje conseguida, 7IO"'1*.

ESCUDOS DE MANGANEZE AÇO-N1CKEL PARA CANHÕES. — Diz The Shipping World que, em vista dos resultados obtidos om algumas sérios do experiências feitas pela Repartição da Artilharia rio Ministério da Marinha dos Estados-Unidos com chapas de manganez e aço-nickel de 5/8 polgs. (15""",87) com o lim do comparar a sua efficacia com relação ao uso como es- cudo para canhõos, licou estabelecido que para o futuro serão de preferencia usadas as placas dessa composição.

A LOTA ENTRE Ó PROJECTIL 10

"victoria sobre a Harvey, do projoclíl sobro a couraça e principalmente placa de lace comentada e temperada. unia couraça, diz elle, com velocidade Se um projectil, lançado contra demasiadamente ou parlo-se, è suftlcicnte para atravessal-a, deforma-se vencido pela couraça. o sem deformações Se, ao contrario, o projectil atravessa, ficando inteiro sua carga explosiva, é o o ven- suilicientes para conservar inefflcaz a projectil codor. o (oi otlicinas de Unioux, om Quando oste resultado é obtido, como pelas espessura até uma séries de experiencias, contra placas Harvey, tendo como attingem a 25°, vez e meia o calibre do projectil, e sol» incidências que parece a como resolvida, o as novas placas que se pôde considerar queslão que foram vencidas. o uso Isto não diminuirá em cousa alguma, accrescenta o 3r. Brusllein, que mais resistentes do que so lará d'ostas novas placas, porque, sendo realmente velocidades maiores, de modo as antigas, exigem, para serem atravessadas, a dar que será a ellas que se continuará preferencia. BIBLIOGRAPHIA

0 .\OVO TORPEDO WHITEIIEÁÜ, sua descripção o manejo por

Carlos Accioli, Capilão do Fragata graduado o Engenheiro naval

de 2* classe.— Um vol. in-8°, 116 pags., labellas, mappas e nu- merosas liguras. Hio de Janeiro, Imprensa Nacional, 1897.

A presente obra, de que nos vamos occupar, é um trabalho de mereci-

monto o destinado a prestar muito bons serviços á Marinha por condensar

todos os conhecimentos theoricos o práticos necessários para a boa utilisação do torpedo Whitehead.

O livro, escripto com clareza e methodo, está dividido em quarto partes.

A primeira o autor consagra á theoria, reproduzindo as noções theoricas,

expostas por Ledieu e Cadiat, indispensáveis a lodo aquello que tenha de

utilisar-se do uma arma, por isso que proporciona-lhe o meio do tirar d'ella

o máximo proveito. Na segunda descrevo o autor os orgãos do torpedo e sou funccionamento,

referindo-se apenas aos que differem notavelmente dos do antigo typo, tão bem descripto no livro bem conhecido entre os nossjs oltlciaes: 0 Torpedo

Whiteliead do mallogrado Campos da Paz.

As operações preliminares, a que ó preciso sujeitar o torpepo antes de ser

utiiisado, fazem o ohjecto da terceira parlo; precedida da explicação clara da

prova do oloo, necessário para garantia da resistência do reservatório de ar

comprimido, psta parte ensina com methodo o detalhe a executar cada uma das operações do regulamento, balanceamento o tiros de regulamento.

A quarta parto ó dedicada á exposição do modo de preparar o torpedo para

ser lançado, quer para combate, quer para exercício, ou mesmo para simpleá regulamento. Estuda o modo de servir-se dos apparelhos do visada de Canet

e de Schichatt o o apparelho Ohry, destinado a limitar o em seguida annullar

os desvios.

Termina esta parle com algumas fórmulas de diversas ligas do bronze,

empregadas na fabricação das differentes peças do quo se compõe o torpedo. Segue-se uma tabellapara determinar a velocidade do torpedo, calculada

de 200 a 800" e de ll",0 a 63",9 ; ura mappa para os (iros de regulamento o,

finalmente, 15 planos contendo 96 figuras explicativas do texto.

O methodo o clareza da exposição, repelimos, juntos á competência com que foi oscripta esta obra, tornam-a, pois, recommendavel para uso dos ollleiaes que, não conhecendo o torpedo, esta arma de tão terríveis effeitos, precisem fazer com ello amplo conhecimento. REVISTA MARÍTIMA BRAZILEIRA

AIDE-MÉilOIRE DE L'0FFIC1ER DE MARINE, de Edouard Durassier, — 1898. — Paris, conliauó par Charles Valcnlino. 11' édition, Henri Charles Lavauzelle, éditeur.

E' ali" odii;ão d'esla importante publicação, que ó de grande ulilidado para

os olllciaes de marinha o para todos os que se interessam pelos assumptos navaes. Methodicamente feiio, abrangendo Iodos os assumptos referentes â cons- de liluição de todas as marinhas de guerra do mundo o dando os princípios direito internacional marilimo adoptados, este Aide-Mémoire dispensa a neces- iacil- sidade de consultar um grande numero de obras, que não se poderia

mente ter á mão, principalmente a bordo. ar- Um quadro synoptico comprchcndcndo iodos os navios modernos,

mados, desarmados ou na reserva, bem como os que, tendo sido lançados ao mar ultimamente acham-se actualmetile em experiências, elliminados natu- lèm rabnente, os que põd.'in ser considerados de nenhum valor, e os que não

protecção ou que possuem armamento insufflciente, permilte poder-se fazer

um estudo comparativo das diversas unidades do combate de que cada nação

poderá fazer uso em caso de guerra. Esto quadro é completado com as infor-

inações sobre os prineipaes movimentos das marinhas de guerra durante o anuo de 1897, isto é, sobre os navios nos estaleiros, lançados ao mar, em ex-

periencias ou elliminados dos quadros de suas respectivas marinhas.

Os princípios do direito internacional marilimo, quer em tempo de guerra;

quer om tempo de paz, mais usuaes e cujo conhecimento é tão necessário aos ofltciaes acham-se abi expostos.

Dá informações sobre a composição do pessoal do marinha década uma

das nações e indica, para cada uma d'ellas o para cada t> no de navio, o s\ stoma de construcção, a força motora, poder olTensivo e delTensivo, adoptados.

I ai quadro contendo os prineipaes dados relativos a cada navio de Iodas as nações facilita conhecer-se as suas dimensões prineipaes, o systema o força da sua marhina, o seu poder olTensivo e delTensivo, e a sua tripulação.

Estas informações são completadas com uma descripção sobro o modo de

construcção, fechamento de culatra, raiamento, projeclis o qualidades balísticas dos diversos systemas de artilharia aetualnienlo em uso nas difTercntes ma-

rinlias; e com detalhes sobre os torpedos, quer lixos, quer moveis, quer snli- marinos, quer aéreos ; com instrucções sobre os meios de defeza contra os torpedos o sobre os meios de ataque eoni cites.

Duas tabeltas, uma calculada por Boucarut (1890) o a outra por Delaroche Poncié (1860), com instrucções sobre o seu emprego, pennitte poder-se fácil- mente avaliar as distancias no mar.

Finatisa esta publicação com uma noticia sobro as linhas lelegraphioas • submarinas que ligam as diversas partes do mundo com uma tabella das dis- tancias que separam os portos militares francezes dos prineipaes portos es- trangeiros e das colonias francezas, com algumas formulas de geometria o trigonometria, com uma tabella comparativa enire-as medidas francezas o in- glezas, o com uma lista do pessoal do Estado Maior da marinha franceza. Repartição da, Carta Marítima

Aviso «aos navegantes

N. 44

— Oceano Atlântico Sul Rio da Prata

CASCO SOSSOBRADO A E. DO PHARÓL DA ILHA DAS FLORES

Conforme um aviso, datado dc Montevidéo de 8 de

fevereiro de 1898, do commandante da divisão ingleza esta- cionada na costa SE. da America, o casco de um navio a navegação, acha-se sossobrado, em posição perigosa para verdadeiro dopharol das Flôrcs na dis- ao rumo de 70o SE tancia de 10 1/2 milhas.

Posição approximada: S. Latitude 35" o' 30" O. Longitude 58o 3' 15" Paris. — Directoria de Hydrographia, 21 de Março de 1898. 0 director interino, capitão-tenente José Martins de Toledo.

Estado do Rio Grande do Norte—Pharol da Ponta no dia do corrente do Mel.--Avisa-se aos navegantes que 30 Ponta do Mel, no Estado do será inaugurado o pharol da Rio Grande do Norte.

0 seu apparelho dc luz é dioptrico, dc 3a ordem, pc- exhibirá luz branca, lixa. variada Iam- queno modelo e por segundos, com eclipses e pejos brancos de 30 em 30 parciaes visivel a 20 milhas com tempo claro. a ij"\75 acima do sólo e O plano local eleva-se 99m,75 acima do prcia-mar. O apparelho e respectiva lanterna estão montados sobre torre metallica installada no alto da barreira da Ponta do a casa dc Mel. Junto ao pharol está dos pharoleiros, pintada branco, bem como a torre do pharol. O recife de «João da Cunha» demora ao rumo de NNO de 15 mi- verdadeiro do pharol na distancia approximada lhas. POSIÇÃO GEOGRAPHICA

Lat.— .40—58'—30" S. Long.—36"—51'—26" O. Grew.

Directoria de Pharóes, Capital Federal, 2] de abril de 1898.—Lcopoldino José dos Passos Júnior, capitão de mar e guerra-dírector. Relação dos livros entrados na Bibliotheca da Marinha durante o mez de Abril de 1898

-16 Ai.iium de Cai.iii.vs — Fasciculos 1", 2\ 3* o 4°. — 1 vols. in brocli.— Rio

do Janeiro, 1897— 1899. — Amor ao pki.i.o Pachuchada cm 1 acto o 2 quadros.—1 vol. in-12 broch.— Rio de Janeiro, 1897.

Assaes no Senado Federai. — 3* sessão da 2* legislatura. Sessão do 10 do

Novembro a 10 do Dezembro de 1896 — vol.. 7* e appendice.—1 vol. in-8"

broch.—Rio de Janeiro, 1898. — Annuario k,lustrado do «Jornal do Brazil» para 1898. 1 vol. 12broch.—

Rio do Janeiro, 1898.

Con-iultor Mii.itar, contendo em ordom alphabetica a coordenação dn legis-

lação militar em vigor no Exercito, promulgada até 31 de Dezembro do — — 1897,3* od., por Castello Branco(C. /í.). 1 vol. iu-8° broch. Rio de Janeiro, 1898.

Estatutos da Faculdade Livre do Direito da cidade do Rio de Janeiro, fundada

em 1891. — 1 vol. in-S" broch.—Rio de Janeiro, 1897.

Estatutos o Regimento interno da Academia ürazileira de Eettras, fundada

em 1896. — I vol. in-8° broch.— Rio de Janeiro, 1897.

Estrada (A) de Ferro Hrazil-Pacifico ou o Transcontmental Sul-Americano, — — do Janeiro, 1897. por Esticnnc (Gustavo). 1 vol. ín-12 broch. Rio Estudo sobre o valor comparado das injocções o da raspagem do utero no -tícemia —1 vol. tratamento da sep puerperal, por Emery (Ur. Francitco). in-8° broch. — Rio de Janeiro, 1807.

Factos IIistoricos da Política Republicana Brazileira. Discurso pronun-

ciado no Congresso do Estado de S. Paulo, em 19 de julho de 1897, por broch. — Rio do Miranda Azevedo (Dr. Augusto C. de).— 1 vol. iil-12

Janeiro, 1897.

Créumkst et masoeuvres diís batimests á vou,es AuiimuEs. Petil question- — — naire, Irad. de 1'anglais par \o//t (M. E.). 1 vol. in-12 ene. Paris,

1898. do Instruções para a arrecadação das rendas foderaes pelas Collectorias — Estado do Rio de Janeiro. — 1 vol. in-S° broch. Rio de Janeiro, 1897. BIBLIOTHECA DA MARINHA

— Lm orçamentaria da Intendencia Municipal para o exercício do 1898. 1 vol. in-8" broch. — Rio de Janeiro, 1898.

Lei «ue reorganisa as Repartições ir; Fazenda. Decretou. 2.807 de 31 de

Janeiro de 1898. — 1 vol. in-8" broch. — Rio do Janeiro, 1898. — Libkrdade profissional. Evrcicio da Medicina (Allogaç.ões du u-na defeza), — por Evarislo de Moraes. 1 vol in-12 broch. —Hio do Janeiro, 1897.

Lições de Geograpiiia Geral, por Sallabemj [C.— 1 vol. in-12 carl.— Rio de Janeiro, 1897.

Limites de Goyaz com Matto-Grosso, por Mello lieçjo (/«'. li. de). — l vol. in-8* broch. — Rio de Janeiro, 1897. — Manual do magnetisador, pelo liarão du Polei, 3* éd. 1 vol. in-12 broch. —Rio dc Janeiro, 1897. — Mysticismo (0) Uibliotheca Philosophica, por Nordau (Mux). Irad. do Rocha — — (M. C. da). Livro 2°. 1 vol. in-12 broch. Rio do Janeiro, 1897.

Novo Regulamento para a cobrança do imposto do sdlo do papel. Decreto — li. 2.573 de 3 de Agosto de 1897. 1 vol, in-8" broch. — Rio de Janeiro' 1897.

Ohras Completas de Castro Alves, novíssima ed. —2 vols. in-12 broch. — Rio de Janeiro, 1897.

Ordenança de toques de cornota e clarins, annexa ás instrucções de infantaria — para o Exercito, por Moreira César (4.). 1 vol. in-8' broch. — Rio de Janeiro, 1898.

Regulamento do imposto de transmissão de propriedade a que se refere o Decretou. 2.800 de 19 dé Janeiro de 1898. — 1 vol. in-8* broch. — Rio

de Janeiro, 1898.

Regulamento para a arrecadação do imposto de bebidas a que se refere o Decreto n. 2.778 de 30 do Dezembro do 1897. — 1 vol. in-8° broch. —

Rio de Janeiro, 1897.

Regulamento para a arrecadação do imposto do consumo do fumo a quo se refere o decreto n. 2.777 de 30 de Dezembro do 1898.— 1 vol. in-8°

broch. — Rio de Janeiro, 1897.

Regulamento para a arrecadação do imposto do industrias o profissões a que se refere o Decreto n. 2.792 de 11 de Janeiro de 1898. — 1 vol. in-8"

broch. — Rio de Janeiro, 1898. — Regulamento para a arrecadação dos impostos theatraes. 1 vol. in-8* broch. — Rio do Janeiro, 1897.

Regulamento para a cobrança do imposto de consumo dos phosphoros. Decreto n. 2.771 de 29 do Dezembro do 1897. — 1 vol. in-8" broch. — Rio

de Janeiro, 1897.

Regulamento para a cobrança do sello das apólices do Companhias do Seguros

que não têm sédo 110 paiz, a quo se refere o Decreto n. 2.7G9 do 28 do Dezembro de 1S97. — 1 vol. in-8* broch. — Rio do Janeiro, 1897. REVISTA MARÍTIMA BRAZILEIRA

da Industria, Viação e Rkutomo do anno de 1895, apresentado ao Ministro do Brazil. - Obras Publicas pelo Director da Estrada de Ferro Central 1 vol. in-4" broch. — Rio do Janeiro, 1898. alia baltaglia SroiiiA d_iaa Marina It.vi.i.vna, daila cadula dl Constantinopoli — ene - Roma, 1897. di Lepanto, por Manfroni {('..). 1 vol. in-8' — 1897. TARIFA DAS ALFÂNDEGAS. — 1 vol. in-4" broch. Itio de Janeiro, de Janeiro Br. Tiiiísk, apresentada á Faculdade de Medicina do Rio pelo - -liio de Adriano Dugu: Estrada Azevedo. 1 vol. in-4" broch. Janeiro, 1898. pílulas heinzelmann

ÚNICOS AGENTES NO RIO DE JANEIRO

SILVA GOMES dfc G.

RUA DE S. PEDRO N.os 22 E 24

VENDE-SE EM TODAS AS PHARMACIAS E DROGARIAS

—Muitas curadas. Uma carta de Gênova pessoas Pedido urgente

Gênova, 1 de novembro do 1S97.—Sr. Heinzelmann— Buenos-Ayres.— Distincto Sr.—Deve estranhar em re eber esta caria pedindo pelo correio e com urgência dez dúzias de vidros com pilulas anti-dyspepticas do Dr. Heinzel- não vèr sofTrer a rnaim, porem o que quer, com o gênio que tenho, posso pessoa alguma. Heinzelmann, tanto Quando parti d'ahi fiz um bom sortimento de pílulas durante anti-dyspepticas, como expectorantes e ferruginosas, porém á bordo, estomago, dores de a viagem, presenteei a muitas pessoas, que soítriam do todos cabeça, diftlculdade na d gestão, tonteiras, emlim d'estas doenças que nos aeabrunha dia nos queixamos e que, sem saber, é um grande mal que a dia. com seus e entre Em quantidade forno as curas frilas por mim preparados da ellas citarei as pessoas mais populares e que cada um poderá certificar-se sua segunda mi lha verdade; principiarei pelo tenor Carlica. que está fazendo t inporada no thealro S. Martin de Buenos Aires; o notável barytono Itussell, ([ue de mãos postas me pedia uma pilula anti dyspeptica do Dr. Heinzelmann; ncehioli o cominis-iario a familia do cavalheiro curei a primadona li. de bordo, Torino, direclordo Gonservatorio de Musica de Boina e da casa reinante. Os agradecimentos erão lautos que me chamarão o medico salvador. o Sr. Entre outros contarei mais este caso, por ser notável pela idade: Aldeganl, cavalheiro da Legião de llonra. proprietário do Grande Restaurant de dores de das Armas Italianas, em Paríz, queixava-se com muita tristeza comer tudo lhe cabeça, grande sutTocação e insomnias, não podendo porque fazia mal, dores no estômago,muitos gazes, arrótos, ele., etc., um verdadeiro caixão de doenças. e uma Fiz com que tomasse por alguns dias as pilulas anti-dyspept:cas, á minha noite, com grande surpreza minha, vi qii" o vilio vinha directamente eeom me disse: mesa trazendo uma garrafa do melhor vinho velho ar contente maravilhosa- Sr. Te!es'o, es'o:i curado, já comi com muito app"tite. durmo desp 'i tei mente bem, esla noite passada foi um encanto para mim, pois hão e nem um só m iniento ; venho pois, pedir-lhe encarecidamente mais pilulas rogar-lhe me iiidKar onde posso compra-las. Rralme ile o velho estava mudado, seu semblante estava com excelente nppareucia e pjsso Mtesfar que curou-se radicalmente._ satisfac<;ao. Como estas curas tenhotido muilissimas que, me dão verdadeira medico, Em Gênova, todos ine chamam doutor, e á força, já vou me crendo e espectorantes. tudo devido ás suas pilulas anti-dyspepticas, ferruginosas de cartões tenho Quando voltar a Buenos Ayres,mostrarei a quantidade que seus do pessoas altamente c illocadas e que fizeram uso de preparados. mandei-as vir Termino dizendo que o peior e que não tenho mais pilulas ; as mande de Barcelona, porém não sei quando chegarão ; assim urge que pelo os seus mais correio o mais breve possível. Permitia que me subscreva entre agradecidos admradores, etc., etc. Enrico telesio. Gênova — Via Ambrosio, Spinola n. 2. P. S. Junto um cheque do Banco de llalia. REVISTA

MARÍTIMA

BRAZILEIRA XVII ANNO — N. \ í

REVISTA

MARÍTIMA

BRAZILEIRA

DIRECTOR

Capitão-tenente Eduardo Ernesto Midosi

REDACTORES :

1° Tenente reformado Paulo A. li. do Couto o 1* Tenente reformado Carlos de Castilho Midosi

Sede da Direcção e Redacção

NA

BIBLIOTHECA DA MARINHA

Kiia «Io C»iiN)'IIl<>ia-o Saraiva li. IV

JUNHO DE I898

©r

1110 1)E JANEIRO

Typographia da Gazela >le Noticiai — Um Sete de Setembro n iu

1899 REDAGGÀO

Por Aviso de 26 de Abril proximo lindo foi nomeado o Primeiro-tenente reformado Paulo Antonio Ribeiro do

Couto para exercer o cargo de redactor d'esta Revista

Marítima. COMBATE NAVAL 00 RIACHUELO

Alais uma data gloriosa registra hoje a marinha de

brazileira, escripta na Historia guerra pagina patria com o

sangue de seus devotados marinheiros e soldados, sacriti-

cados em holocausto ao cumprimento do dever e da honra.

1 Ia 33 annos feriu-se nas aguas do Rio Paraná, em

frente ás barrancas do Riachuelo o grande combate naval

foi a chave das successivas victorias, que que a Tríplice Al-

liança alcançou contra o déspota do Paraguay, até a victoria

final nas margens do Aquidaban.

No dia ir de junho de 1865 achavam-se as divisões da

vanguarda da esquadra brazileira, compostas cio vapor

Amazonas e das canhoneiras Belmonte, Araguary, Mearim,

Beberibe, Ypiranga, Jequitinhonha, Parnahyba e Iguatemy,

fundeadas abaixo de Comentes, quando pelas 9 horas da manhã fei avistada pela Belmonte, navio tésta da columna, a esquadra inimiga composta de oito vapores rebocando seis chatas armadas com um rodizio cada uma e bem guarnecidas com o fim especial de darem abordagem.

Commandava em chefe as duas divisões brazileiras o denodado chefe Barroso ca esquadra inimiga o valente chefe Mcza. •li" RKV1STA MARITIM.V liRAZl I .i:i UA

Ao inimigo cabiam todas as vantagens ; conhecimento

do lugar da acção, navios apropriados aos tortuosos pratico

fundos canacs e finalmente o apoio da artilharia e pouco e fuzilaria de terra, occultas na matta.

da nossa causa, servida bravura A justiça, porém, pela horas combateram tudo superou e depois de oito dos que como todos de combate tinha Barroso a certeza de que elle,

commandava, tinham bem comprehendido aquelles a quem — cada um e melhor executado o signal «O Brazil espera que cumpra o seu dever ».

concepção de fazer A Barroso coube a gloria da grande um ariete do Amazonas um monitor e de sua róda de prôa

fôrma deu cabo de metade da esquadra inimiga e por esta além de trez vapores as terríveis chatas mettendo a pique em os e auxiliavam, o resto preci que protegiam pondo

fuga. pitada sobreviventes cur- Ante os bravos desta jornada ainda fallecidos va se a Revista Marítima e sobre a memória dos

a Armada Nacional, esparge o agradecimento da Patria e que

hoje do mais e nobre orgulho, reveja-se possuída justo feitos, ao n'aquelles vultos imitando os seus patrioticos que só conduz a disciplina e o cumprimento do dever.

suas memórias c rrutitique Para perpetuar para que damos cm se- o exemplo entre os nossos jovens camaradas

a relação dos oüiciaes da Armada c Bxercito que guida

em tão feito. tomaram parte glorioso COMUATE NAVAL 1)0 RIACHUELO 44I

Officiaes da Armada e Exercito que estiveram no

glorioso combate do Riachuelo em 11 de Junho de 1865

SEGUNDA DIVISÃO

COMMANDADA PELO CHEFE UE DIVISÃO FRANCISCO MANOEL BARROSO DA SILVA

A MA ZONAS

AIOIADA

PalenlttNome!Notas

Comm. Cap. do Fra. Theolonio Raymundo de Iirito Capitão—T<'iipnlo • • • ¦ Delfim Carlos de Carvalho Primeiro Tenente... Luiz da Costa Fernandes José llypolilo de Menezes Carlos Frederico do Noronha José Antonio Lopes Segundo Tenente... Jui o César de Noronha Guarda-Marinha José lgnacio da Silva Coiitiniio » » Manoel Jos'1 Alves Barbosa Segundo Cirurgião.. IJr. Joaquim da Costa Antunes Phannaceutico José Caetano pereira Pimentelr Capellão P. Francisco do Carmo (1. Diniz.... Com. de 1" classe.. lgnacio da Silva Mello Escrivão de 2' classe i arlos Augusto Ribeiro de Campas.. Pratico Bernardino Guslavino

EXERCI T O

Cor. Com. de Bat. João Guilherme Bruro Tenente Assistente. José Clarindo de Queiroz•. Alteres Emiliano E. de Mello Tamborim, .ç Cadete addido Francisco Felix de Bruce Capitão Francisco Borges de Lima Tenente Anlonio Raymundo Caldas » Roberto Ferreira da Costa Sampaio Alteres Jacinltio Augusto da Cunha Bocha Manuel da Silva Rosa Júnior Carlos lgnacio da Bocha Augusto Frederico Pereira de Carvalho. Marcellino Jorge de Campos Manoel Alcantara de Souza Carneiro.... C. Bandeira de Mello Lourenço Manoel Nonato Neves Seixas Augusto César do Alencar.. Manoel Eustaquio Luiz da Silva Leopoldo Custodio da Rocha Braziliano Bandeira Mello Loureiro M. em C

lieoisla Maritima —2 442 REVISTA MARÍTIMA BRAZILEIRA

PARNAIIYIIA

A UMA II A

Patentes Nomes Notas

Gonini. Cap. Tenente Aurélio Garcindo Fernandes de Sá..*. Primeiro Tenente... Felippe Firmino Rodrigues Chaves Anlonio P. de Albuquerque Cavalcanti Miguel Joaquim Pederneira Miguel Anlonio Pedana (iiiarda-Maiinlia . Affonso Henrique da Fonseca José Guilherme Creenhalg M em C Com. de 2* classe... Pedro Simões da Fonseca Escrivão de 2" classe José Corri a da Silva

EXERCITO

Tenente-Coronel José da Silva Guimarães Capitão Pedro Affonso Ferreira il em C Tenente Timolefio l>. i!«* Albuquerque Maranhão Leopoldo llorges Calvão l.chõa F.L Alteres. Feliciano Ignacio de Andrade Maia I cm C Francisco de Paula liarros Pedro Velho de Sá Barreto Cadete Francisco Anlonio de Sá Barreto F.II Luiz José de Souza F.L Luiz Francisco do Paula Albuquerque. F.L AntontO Francisco de Mello f <; Liberato Ferreira da Cosia Luiz Leopoldiuò Arsenio Barbosa Caetano Alves Pacheco...- M emC

ARAGUARY

A R M A li A

Comin.Prim. Tenente Anlonio Luiz" von HoonhoHz Primeiro Tenente Eduardo Augusto do Oliveira Eduardo Frederico M. Oonçalves... Segundo Tenente Manoel Augusto de Castro Menezes Giiarda-Marinha Rodrigo Anlonio De-Lamnre Primeiro Cirurgião.. Dr. Domingos Soares l luto Com. de 3* classe... Manoel Cândido da Silva Escrivão de 3' classe Crloncides de Castro Ferreira Chavi Pratico•... Manoel Moiitav io COMBATE NAVAL OO RIACHUELO ¦113

EXERCITO

Patentes NomesNota'

Tencnlelooquim Manuel da Silva Sá— .1 Manuel Erasmo de Carvalho Moura— Alíeres José Plácido Lucas líriou— » feliciano de Lira » U Iii no .los'¦ de 1'aiia— Uvaro Conrado Ferreira do Aguiar— Primeiro cadete Manuel de Faria Lemos— » >. Manuel José da Silva Leile— Segundo cadete Marcolino Franco da Sil\a Lcssa— » » Miguel Munlz Tavares— .» » Joaquim Josó do Mello Filho—

IGÜATEMY ARMADA

Com. Prim. tenente Jusline José de Macedo Coimbra F (I. Primeiro tenente... Francisco Xavier de Oliveira Pimentel. M em C. Josó (Iomes dos Santos Piloto. João Bernardino do Araujo Segundo cirurgião. Ilr. Joaquim de Carvalho Bellamlo. Commissaíio extra... Francisco Martins de oliveira Godoj Escrivãodilo Josó Bonifácio do Azambuja Neves.. Pratico Thomaz Manceira

Tenente-coronel. João José de llrilo FL. Major Anlonio Luiz Bandeira do Gouvèa Capitão Domingos Carlos de Sá Miranda Tenente Pedro Marti ni Cândido José Corrêa da Silva Bourbon. Alferes Luiz Josó Garcia Antônio Luiz Rodrigues

ME A RIM ABMADA

Patentes Nomes Notas

Com. Prim. tenente Elislario José Barbosa Primeiro tenente... Augusto César Pires de Miranda Arnaldo Leopoldo de Murlnelly Segundo lellenle Filinto Perrj Guarda-marinha Anlonio Augusto de Araujo Torreão. M em C. Aspirante Joaquim Cândido do Nascimento Com. do 3* classe... José Antouio de Souza Ciiiinaráes.... Escrivão, :>* classe. .loão Evangelista de Menezes Pratico Santiago Pedemonte REVISTA MARÍTIMA BRAZILEIRA

EXERCITO

Capitão.. Antônio .losé da Cunha Tenente, Antônio Pacheco de Miranda. lvxli':iv Alferes . Firmlno José do Almeida.... João Carlos do Mello o Souza

OBSERVAÇÕES M. om C. Morto nn combate. F. (',.... Ferido gravemente. F; L.... Ferido levemento. & Contato,

TERCEIRA DIVISÃO

CO.UMANDADA PELO CAPITÃO DE MAR E GU JOSÉ SECUNDINO GOMENSORO—C

JEQt TIIMIOMIA

ARMADA

Patentes Nomes Notas

Comm. Cap. Tenenti Joaquim José Pinto Priin. Ten. (Secr. Francisco Josi'. de Freitas F. I. !ª Lúcio Joaquim t\r Oliveira Pedro Antônio i\i' Monto Bastos Segundo Tenente... Manuel Nogueira do Lacerda F. ('.. Girinla-Marinlin.. .. '.lanoel do Nascimento Caslro e Silva. F. C. ª» Francisco José rte Lima Barros M em c Soguiido-Ciriirgiáo.. Dr. Manoel Baptista Yallailão Capellão Padre A. da Immaeiilada Conceição.. Com. exlraimm... José Manuel de Almeida Pratieo André Moita M em C

EXERCITO

Major.. Francisco Maria Guimarães Peixoto.. Tenente Eduardo Emlliano ria Fonseca Alferes Sebastião Raymundo Ewciton F. C. Francisco de Paula Pereira Helvécio Muniz Telle.í do Menezes — » Antônio Cai-los da Silva Cadele Francisco fioularto Pereira Botafogo. COMBATE NAVAL DO RIACHUELO 145

BEBERIBE

AUMADA

Comm. Cap. Ten.. Boniiacio Joaquim de SanfAnna.... Prim. Telioii: æ João Gonçal* es Duarte ª» .... I.si.uiisláo Pzewodowskl. Scgundo-Tenento... Frnclseo F. da _*. Pereira Pinto Guarda-Marinha— João Gomensoro Wandenkolk » » Francisco l.ustarhiaiio da G. Penha. Segundo-Cirurgião.. Dr. José Caeiano da Cosia Com. de 3" classe. Francisco Ferreira de Oliveira Escrivão, 2" classe. Victor .Maria dos Guimarães Velloso. Pratico Pedro Broches

Patentes «Vota

Major João Baptista de Souza Braga Tenente Manoel Francisco Imperial. F. L. Alfcres-Ajudante.. José Theotonio de Macedo Alferes-Secretarlo. Josi'' Marcolino de Andrade Alteres Clemenlino Jos'' F. Guimarães.... Francisco Antônio Leilão da Silva. Joaquim Catanht da Pimentel Alexandre de Azeredo Coutinho...

BELMONTE

ARMADA

Comm, Prim. Tencutt .loaqirm Francisco de Abreu F. L. Prim 'iro Tenenle... Francisco Goulart liollim ªj> . . . Josi Antônio de Alvaiim Cosia.... Segundo tenente Julio Carlos Teixeira Pinto M em C. Segundo cirurgião.. Hr. losé Pereira Guimarães Escrivão exlranum. Manuel Vicente da Silva Guimarães. Pratico Juão liaptista Pozzo F. L.

EXERCITO

Capitão Antônio dos Saídos Rocha » Antônio Muniz Tello de Sampaio.... Tenenle Autonio Tihurcio Ferreira de Souza. Cadete.. Leovegildo Ca» alcantl de Mello Miguel Maria Cirard REVISTA MARÍTIMA IÍRAZILEIRA 446

YP1RANGA

ARMADA

Coram. Prim. Tenente Álvaro Augusto (!'• Canall.o Primeiro tenente Joaquim Cândido dos Heis Segundo tenente José Cândido Guillohel Antonio Maria do Couto Guarda-marinha Francisco A. de, Paiva l>. ISrandão Segundo cirurgião... l)r. Manuel Joaquim de Saraiva Com. de li" classe... 1). José do T. N. A. Vasconcellos Escrivão, 2* classe.. João Carlos de Gouvôa Faria Pratico José Picardo

EXERCITO

Tenente João Corrêa de Andrade ¦ Alteres secretario. Antonio F ir mi no da Cosia Alteres José Joaquim Rodrigues de Araújo » I). Eaustino José da Silveira VASCO DA GAMA

Ao commando inspirado do marinheiro de Sagres lan-

os nautas çarn-se portuguezes no Oceano, e traçam m

abysmo insondavel os luminosos caminhos que devem sulcar

as cada vez quilhas maiores das gerações successivas das

potências marítimas.

Se a descoberta da America, pela grandeza do feito,

historicamente lançou em segundo plano as arrojadas em-

dos coévos navegadores, não é menos certo prezas que a descoberta do caminho marítimo da índia, o para profissional

representa uma epopéa naval tão altamente rica de audacia,

tão cm suas conseqüências, grandiosa que é diílicil decidir

qual dos dous vultos collossaes representa no mundo ma-

rítimo mais alto exponcncial.

Vasco da esse nauta Gama, joven que aos 26 annos de

idade empunha com mão firme ,0 leme da caraca S. Gabriel

e dirige a esquadrilha sob seu commando de Lisboa a Ca-

lecut, atravéz dos maiores perigos, atravéz da noite negra

do desconhecido, abriu para sua patria as portas dos thesou-

ros de Ophire para o nome portuguez a immortalidade nos

annaes da historia.

A 8 de de 1497 do julho porto de Lisboa parte Vasco da

Gama arvorando seu pavilhão de chefe da caraca S. Gabriel,

seguido da S. Raphael commandada por seu irmão Paula

da Gama, da Berrio, e de uma fragata de carga com as pro-

visões de viagem. Consta da o pessoal expedição de 190 ma-

rinheiros e 100 soldados.

Não ca timidez o caracter do joven marinheiro, afasta-se da costa do Sahara e desfecha rumo SSO sobre a ilha de

Teneriffe. D ahi segue para a ilha de S. Vicente, onde a cara- REVISTA MARÍTIMA 1SRAZILEIRA

navegava de con- vella de Bartholomeu Dias, que com elle

sua commissão. serva, se separa da esquadrilha para seguir

Ao rumo de SR a esquadrilha sulca o Atlântico em róta seguida e só dá fundo na bahia de Santa Helena, na costa O.

de latitude Sul, no dia 8 de novembro^ da África, por 32" |o' na A 16 continua sua róta, dobra o «Tormantoso» e penetra

a série de seus trabalhos cy- via ignota, onde para encetar

uma ilha de um ice-berg ! clopicos surge-lhe pela prôa gelo,

depois attingem A' força'de remos salvam-se do perigo ;

Sofála.

recorrido o apparelho, Descansada a guarnição, partem

em direcção ao N, fundeiam em Mozambique, « onde ainda

homem». Desde ahi um bezerro valia mais do que um se ar- encontra elle difficuldades movidas pelos arabes que

receiam do concurrentee como bons mercadores não querem

a outras mãos o monopolio do commercio dos ver passar re- mares da índia. Para fazer sua provisão d'água precisa abor- correr á força : arma suas lanchas, investe e toma por

costa dagem dous chebeques arabes. Continuando a subir a

o re- E da África, visita a ilha Mombaça onde os habitantes

Melinde, onde cebem com a ferocidade que os distinguia;

o do mar de leite. encontra agasalho e observa phenomeno

de NE atravessa as léguas De Melinde com prôa 700 que cyclone ahi separam a África da índia, soffreum medonho

em meio ás Laquedivas, e a 20 de maio, salvo dos accidentes

do mar, dá fundo em Calecut.

Depois de alguns dias de repouso, deixando firmadas

sua as bases de uma alliança com o Zamorim pela probidade onde fundeou com dessa região, fez-se de vela para o 1'ejo.,

a sua caraca a 29 de agosto de 1.(99, tendo a sua guarnição

dizimada e seu irmão enterrado na ilha Terceira.

aco- Vasco da Gama recebido em triumpho pelo povo,

seu soberano com as maiores de dist.ncção, lhido por provas

foi agraciado com o titulo de Almirante dos Mares da índia,

si seus descendentes, e com com os foros de nobreza para e

annuaes. uma tença de 300$ VASCO DA GAMA -449

Tornou índia á á testa de poderosa armada para con- quistar para a corôa de Portugal esses ricos territorios, arrancar seus habitantes das praticas da idolatria, e supplan-

tar livangelho, a barbaria do Alcorão pelo por esse fóco o

mais potente da civilisação moderna.

Devolta á patria,seus conselhos á corôa, sua bem inten-

cionada intervenção nos negocios do reino, levantaram

contra D. Vasco os odios dos cortezãos, o despeito das nul-

lidades administrativas, e com ironia conseguem desterral-o

o para além-mar sob pomposo titulo de vice-rei das índias.

o Almirante, O quanto deveria ter soffrido grande essa

grande cerebração que sonhava para sua patria os destinos

forte grandiosos de uma potência marítima, nos diz o seu

immortal cantor, o bardo inspirado dos Luziadas :

«O grande homem, cuja cabeça gloriosa excedia ás

nuvens do Oriente, tinha aos pés as serpentes da inveja.»

Abandonado pela cabala dos potentados na Índia, lá

finou-se, e seus restos i annos depois foram levados | para

Lisboa, recebidos com grande pompa, e depositados no ce-

lebre mosteiro da Batalha.

A justiça da historia pronunciou o seu veredicto—na

série dos navegadores, que enriqueceram a Patria e a Scien-

o cia pelas suas descobertas, Portuguez se teve imitadores

não teve quem lhe tomasse a dianteira.

Sc outros titulos não tivesse Portugal á gratidão da Hu-

manidade, só o ter sido berço de Gama bastaria grandemente

de para aureolar esplendorosos raios essa nação que surgiu

na beira Atlântico do para cumprir a sua providencial missão

civilisadora na África, na Asia, na America e na Oceania.

Nós que devemos a nossa cxistencia ao heroico Por-

tugal, nós em cujas veias corre largamente o sangue luzitano,

nós o sentimos que sempre alvoroçar-se pelas nossas ale-

e nossas tristezas, grias pelas não podemos neste memo-

ravel anniversario esquecer Gama também que é para nós brazileiros uma gloria patria e de coração exclamar:

Salve Portugal!

Revista Marítima—3 EMITE

1>EL0 GENERAL I!. W1LLE

O Sr. general R. Wille acaba de dar publicidade a um seu trabalho sobre *, a Plastomtnile que, como todos os do mesmo general, é de grande interesse

para os que se dedicam ao estudo d'esses assumptos, tanto mais que 11'esse

trabalho elle estende-se em considerações sobre as polvoras sem fumaça em

geral.

0 Sr. tenente-coronel Luige Do Féo, em algumas paginas da liiuisla di Arliglierin e Gênio, fez um resumo d'esse importante trabalho, afim de facilitar

o seu conhecimento aos que não tiverem oxeasião de lél-o, resumo esse que

julgamos dever transcrever aqui.

As polvoras sem fumaça acham-se ainda em sua infancia

e por conseguinte é dever de quem tem de cuidar da sua

conservação e de quem procura estudar a fundo os

seus caracteres, reconhecer os defeitos para julgar se são

toleráveis, se são remediaveis, e por que meios. Com relação

a este fim não é de pouca utilidade o trabalho que acaba de

ser publicado pelo general Wille, por isso que não se limita

a referir-se novo a um explosivo, a que foi ciado o nome de

mas entra em considerações de ordem plcistomenite, geral sobre as polvoras sem fumaça, suas vantagens, inconve- nientes que apresentam e principalmente sobre a sua estabi- lidade chimica.

Aos que não tiverem occasião de fazer esta importante leitura, offerecemos estas paginas, em que se acham resu- midos os conceitos que o autor amplamente trata e discute.

(*) Plaslomenit, von R. Wille. general-major z. D.—Werlag von R. Eisenschmidt.—Rerlin, 1898. PLASTOMENITE 451

sem fumaça, A plastomenite é uma polvora quasi

da cidade de Sommcrfeld fabricada cm Jessen, proximo (estrada —-Breslau), de ferro Berlim pela fabrica de Hermann

Guttler. Este fabrica, construída em 1890, comprehende 15

edifícios, dispostos a distancias prescriptas uns dos outros

um laboratorio chimico quasi todos cercados de muros; possúe

de tiro. e um polygono para as expericncias

se basca a fabricação O principio fundamental em que

o da plastomenite é seguinte:

Se um hydro-carbureto nitrado, de consistência solida

o binitro ou o trinitro- (como o binitroou o trinitro-bcnzòl,

o mononitro, o binitro toluol, o binitro ou o trinitro phenol,

011 o trinitronaphtol, etc.) c levado á fusão por meio do calor'

isola completamente um nitro-carbureto hydratado com

se acha em contacto, como exemplo a nitro-cellulosa que por outra nitrada obtida do hydratada ou qualquer substancia assucar, do amido, da gomma, etc.

desta fusão, se chama O producto que plastomenite,

e assume uma consis- põe-se em fôrmas onde endurece-se

t.nciacórnea. E' insensível á humidade e á influencia atmos-

torneai a, fural-a epolil-a, pherica; póde-se cortal-a,fundil-a,

fazer objectos c utensílios diversos; ainda esten- para póde-se

de lacca ou esmalte e del-a sobre outros objectos para servir

impermeável o e os tecidos. serve mesmo para tornar panno

sub- Introduzindo-se na massa, quando em estado pastoso,

imitações c'.c lapislazuli, stancias corantes, póde-se obter malacachêta, alabastro, marfim, coral, etc.

não é explosiva si mesma. Para A plastomenite por

substancia muito oxi- tornal-a tal c preciso ajuntar-lhe uma

isto é, um nitrato, um chlorato, um chromato, genada, etc.; mas obtém-se o mesmo resultado fazendo entrar em

de hydro-carbureto nitrado sua composição uma quantidade

á de nitro- algum tanto grande relativamente quantidade cellulosa.

Dosagem.— Dentre as matérias acima indicadas se

a explosiva as seguintes : deverá preferir para plastomenite •152 REVISTA MARÍTIMA BRAZILEIRA

o binitro-toluol e algumas vezes o trinitro-toluol ;

a nitro-cellulosa ;

o nitrato de bario.

Esta ultima substancia é a que serve para tornar expio-

siva a ei imposição mas de experiencias feitas resulta ; que

com a dosagem de de nitro-toluol 30 partes e 70 partes de

nitro-cellulosa obtém-se um explosivo de muita força ba-

listica e de fácil deflagração. Porém, se uma parte do nitro-

toluol acha-se substituído nitrato bario, pelo de o que faz-se

diminuir a dos para pressão gazes, para augmentar a densi-

dade da e diminuir o polvora para peso, cahe-se no incon-

veniente de augmentar a fumaça e os resíduos. Por isso a

quantidade de nitrato de bario tem ido sempre diminuindo

na fabricação da e futuro plastomenite provavelmente para o

será reduzida ao minimo ou supprimida.

Nos productos de recente fabricação tem-se ajuntado o

chromato de na razão de 0,5 potássio até 3% para favore

cer a completa combustão da polvora e amortecer a cham-

ma. Obtém-se ainda a vantagem dos resíduos se destacarem

facilmente da camarae do obturador. Isso, porém,produz-se

quando se faz uso de cartuchos de borra de seda nos canhões

emquanto nas armas que portáteis a producção de resíduos

é insignificante.

Em respeito ao principio de que cada arma deve ter a

sua especial, adosagem polvora da plastomenite varia segundo

a arma e os calibres. Nos primeiros productos fez-se uso do

binitro-toluol, o lugar por ser que dá a pressões moderadas,

emboraa polvora assim preparada exigisse cargas demasiado

grandes e por consequencia o alongamento da camara e do

cartucho. Por isso, para algumas especies de polvoras, fez-se

uso do trinitro-toluol, muito mais energico. Para obter

outra variedade de se polvora fará mesclas de polvora com

binitro e trinitro-toluol. Obter-se ha por consequencia os seguintes typos de polvora que differirão entre si pela den: sidade, e força pela progressividade pela que desenvol- verão. PLASffOMENITE 45: TYPOS DE PÓLVORA

li) canhão D) oara A) para fuzil pai-a exerci- [ de campanha cios

CS COMPOSIÇÃO ll t PÓLVORA tu . s

,? !

% Nitio-cellulosa 10 08 || 75 60 70 Bin itro-loluol 12,; G Trinilro-loluol 13 25,5 Nitrato de bario 3 12,5 12,5 Chromato de poiassslo. 2

Fabricaçêo.—Para preparar a nitro-ecllulosa adquire- se o algodão puro (cellulosa), sob a torna de cartão, da fabrica Korn c Bock, de Breslau. E' corado em tiras de 50'" por 21'"' e introduzido no cylindro vertical de um forno dc torração, cylindro em que entram gizes superaquecí- dos a 350" C, que não tenham acção chin ica sobre a cellu- losa (ácido carbônico, oxydo de carbono, a/oto). Estes gazes cireumdam e conservam as tiras de cellulosa em contínuo movimento e quando estas attingirem á temperatura de 250" O, isto é, depois de 1 1/2 hora approximadamante, interrompe-se a operação. A matéria, porém, permanece no cylindro outras duas horas approximadamente para resfriar-se, sempre circumclada dos gazes que não tenham passado por essa acção chimiea, alim de que todos os seus poros fiquem impregnados e percam a facilidade de absorver o ar atmospherico, isto é, o oxigeneo, que poderia dar lugar a uma combustão espontânea. Depois desia operação a cel- "/_ lulosa perde 2'. de seu peso, adquire uma côr castanha clara, torna-se friável, e é reduzida a grãos grossos por |5.|REVISTA MARÍTIMA BRAZILLIRA

machinas e depois a grãos pequenos ( do diâmetro de o, j a o""",S) por meio das mesmas machinas ou de tambo- res com csphcras. Paranitrara cellulosa em grãos faz-se uma mistura de ácido nitrico e ácido sulphurico, que 6 posta em uma vasilha dc alumínio onde a cellulosa entra progressivamente por uma estreita calha. E' preciso uma hora para immcrgir io' dc cellulosa, mas, depois dc terminada a immersão, a cellu- losa permanece ainda uma hora no ácido, sempre em con- tínuo movimento produzido por um apparelho mecânico. Cada vasilha contem 6o' dc mistura ácida c 10* dc cellulosa. Obtido por este modo o produeto nitrado, 6 preciso laval-o com agua corrente, primeiramente fria e depois quente, para fazel-o perder os ácidos que tem em excesso. Para a lavagem com agua fria emprega-se duas séries dc gamellas. Na primeira série faz-se duas vezes a mudança da agua, na segunda seis vezes, agitando continuadamente o produeto nitrado com raspadeiras de madeira. Estas ope- rações tèm a duração de seis horas. A lavagem com agua quente faz-se cm vasilhas de madeira aquecidas por jactos dc vapor que, com o concurso de meios mecânicos, produ- zem a mistura contínua da matéria. A agua é mudada 6 ou S vezes ca operação dura 6 hora*-. Finalmente a cellulosa nitradaé posta em cylindros, onde permanece outras io horas em agua quente e em contínuo movimento. A cellulosa depois de nitrada ganha 50 % do seu peso. Para neutralisar os últimos resíduos ácidos, ajunta-se uma muito pequena quantidade cie carbonato de soda. Do exame chimico resulta que contém 12,33% c,e azoto. Como iim de melhor assegurar a sua estabilidade é conservada em reci- pientes immersos ern agua corrente até o momento em que se tem de utilizal-a. Um dos recipientes é aquecido com jactos de vapor se a estação é fria. Antes de amassal-a com os outros componentes é comprimida por unia prensa de roscas afim de que fique com 60 % de agua. PLASTOMKNITE 155

ü binitro e o trinitro-toluol são fornecidos pelo labora

torio cbimico de Griesheim, o primeiro sob a fôrma de

crystaes amarello-escuros, o segundo de fragmentos friáveis

dos côr de enxofre. E'preciso, qualquer dois que se queira

á empregar, reduzil-o primeiramente pósubtil, conjuncta-

mente com o nitrato de bario, cm tambores de ferro com in-

muito resinosoe terior de pedra. O binitro-toluol é viscoso,

fácil do mas a operação torna-se pela presença nitrato de

bario que é arenoso.

Obtida esta farinha, mistura-se-a com a nitro-cellulosa' "/„ se disse, contém 6o de agua, fazendo uso das que, como

machinas de amassar de Werner e Pfleiderer. Durante esta

operação ajunta-se, querendo, a pequena quantidade de

chromato de potássio anteriormente estabelecida.

Faz-se seccar ao ar a massa que se obtém dentro

caixas de alumínio ou de latão, de pequenas dispostas em

de appropriadas estufas de ferro, são vários planos que prote- de e coberturas de laminas gidas por paredes gesso de ferro. de vapor O ar aquecido por meio passa pelas diversas caixas

respiradores. Se o calor torna-se excessivo, e sahe por dois

um apparelho clectrico dá aviso. A massa enxuta é collocada

de uma hydraulica aquecidos nos cylindros prensa por uma

conducta especial de vapor. O aquecimento se faz até attin-

a temperatura de se a massa contém o binitro-to- gir 72"C.,

luol, ou até 82o C., se contém o trinito-toluol, sendo estes os

de fusão dos dois citados hydro-carburetos ni- pontos

trados.

Por eifeito d'este calor o nitro-toluol separa-se da nitro-

cellulosa hydratada e a fusão torna-se completa com a

intimo contacto os dois elementos. pressão, que põe em a 200 Por essa razão faz-se variar a pressão de |o atmosphe-

fusão ou total da nitro- ras, conforme se quizeruma parcial

a é destinada cellulosa, isto é, segundo o uso que a polvora;

a fusão é incompleta, obtém-se uma com effeito, quando

explode mais facilmente, como se polvora que precisamente

exercícios. deseja para as polvoras de REVISTA MARÍTIMA BRAZILEIRA

Por meio da pressão a plastomenite é reduzida a dei-

circulares de côr castanho brilhante, gadas galletas de grande dureza e tenacidade, feridas que, quando por balas de fuzil, não explodem, mas ficam perfeitamente furadas.

A fragmentação das galletas faz-se por meio de um con- junctode dois cylindros, um com superfície dentada eo outro com superf cie canellada.

As restantes operações nada offerecem de especial.

Usando os processos,que succintamente descrevemos, jamais

produziu-se explosão na fabrica.

A da varia granulação polvora para armas portáteis entre 0,6 e 2""",5 segundo os calibres. A polvora preparada

o canhão de campanha para allemão tem gritos que variam 2,5 entre 0 3""",5.

— Densidade reah Oscilla entre 1,65 e 1,68 segundo a

pressão a que foi submettida durante a fabricação.

— Densidade gravimetrica. Oscilla entre 656,4 e8rie,8

segundo a granulação e a densidade real das diversas

polvoras.

— Hesistencia ás sacudiduras. Com um apparelho mecânico communicou-se a um cartucho contendo 50 gram- mas de polvora 8|o.ooo sacudiduras, em cada uma das

o cartucho soffria quaes a quéda da altura de 20""", e co- lheu-se apenas 0,01 de Isto % polvora pulverisada. prova que a plastomenite é muitíssimo resistente ás sacudi- duras.

As de exercícios polvoras pulverisam-se mais facilmente

causa da de nitro-toluo! por pouca quantidade que contêm e

causa da limitada a são por pressão que submettidas as

a segurança de seu não galletas, porém emprego pôde dar lugar ás duvidas levantadas pelo periodico Mittheilungen liber Gegenstánds dcs Ariillcrie-und Gsnie-Wesens (1896, 175). Pelo menos pag. nas polvoras fabricadas em 1897 não se notou taes inconvenientes. PLASTOMENITE ¦157

Hygroscopicidade. — A plastomenite nas condições normaes contém t,7 % de agua, r,8 % no máximo; nem é conveniente dar lhe um gráo de humidade menor, porque seria dililcil fozel-a conserval-o por muito tempo, e mesmo porque assim fazendo o resultado seria menos favorável á relação entre a força viva e a pressão, como o demonstraram as experiências de tiro feitas a propósito. Graças á sua estruetura vitrea é pouco sensível ás variações atmosphericas, e de facto, depois de haver-se-a conservado continuadamente por j annos cm lugares onde o ar exterior tinha livre entrada, em recipientes de madeira ou em saccos de tecido de malha, não sc notou augmento algum de humidade tal que merecesse a pena de ser mencionada. Porém a pólvora de exercício é mais hygroseopica,e o já men- cionado periódico levantou duvidas sobre a sua fácil inflam- mação, tendo absorvido 11,8 "/"de humidade depois de havei permanecido 36 horas em um ambiente saturado de vapor. Mas o general Wille justamente observa que na pratica um caso semelhante jamais terá lugar. .Mais concludente lhe parece a experiência feita em Jessen com uma amostra de pólvora que, depois dc haver permanecido um anno inteiro em uma gruta humida e em recipiente descoberto, náo deu lugar, ao atirar, a inconveniente algum, tendo-se obtido fácil deflagração na arma, muitíssimo pouca fumaça, nenhuma chamma, detonação normal e fragmentação com- pleta dos projectis de exercício. Com a pólvora que se come- çou a fabricar em 1897 se terá certamente resultados ainda mais satisfactorios.

Resistência aos choques. —Nas experiências feitas em 1893, em Bukarest, para achar a pólvora mais conveniente aos fuzis roumaicos, modelo de 1893, a commissão encarre- gada declarou que a plastomenite não apresenta perigo algum no seu manejo, nem desenvolve gazes nocivos. Fez-se depois em Jessen tiros bastante rápidos eom o referido fusil contra caixas de macieira cheias de plastomenite á distancia Rev islã Marítima—i 45* REVISTA MARÍTIMA BRAZILEIRA

de 6m, mettcndo de uma vez 25 bslas e de outra 23 em um

rectangulo muitíssimo restricto, sem que houvesse explosão.

Somente em uma experiencia semelhante feita em Bukarest,

depois de q íatro tiros a polvora inílammou-se,sem explodir.

Nas exj eriencias sobre uma bigórna obteve-se os seguin-

tes resultados :

Força viva 2^^", de a polvora não inflammou-se ;

Força viva de a inflammou-se ao 45lgm, polvora 30 golpe;

Força viva de a inflammou-se 5 5Item, polvora parcialmente

ao 2o golpe;

Força viva de75'Sm, a inflammou-se i° polvora ao golpe ; Estes resultados provam que a plastomenitenão é inferior

a qualquer outro explosivo pela segurança de seu manejo e

que mesmo é superior a muitos delles.

— Productos da decomposição. Na Escola Real de Arti-

lharia e Engenharia de Charlottenburgo o professor Gõtting

fez explodir com a corrente electrica uma certa quantidade

de plastomenite em um recipiente fechado e depois intro-

duziu em um endeometro os gazes de cuja analvse resultou

que em 100 volumes de gazes havia :

NO. to,75

C02 27,48

CO. 36,02 CIL 9,01 H

N 14,80

Os pesos dos vários elementos resultantes da decom- posição, não excluídos o vapor d'agua e os residuos, são, segundo os seus cálculos, os seguintes:

°/o Oxydo de azoto.. 8,22 de peso

Ácido carbonico.. 30,89 »

Oxydo de carbono 25,71 »

Methaneo 3,69 » PLASTOMEN1TE 459

ílydrogeneo 0,10 % de peso

Azoto 10,55 »

Vapor dagua 8,64 »

Resíduos solidos (borras) 12,20))

Segundo o raciocínio de Gõttingno acto da decompo-

sob sição alta pressão dar-se-hia a seguinte transformação:

1 Cl I3+-)Ba f- HC12I I| í (N0.))i;0(+ oC GI Ij (I\ 0^)3 (NO3 )2

I20+ioi I+I N +9C+67I CO+73C02+ioI 5GII4+104

A combustão ao ar livre faz-se, como foi declarado pela

sem commissão de ofliciaes roumaicos,de modo progressivo,

sem emissão de projecção de grãos, sem explosão, gazes

nocivos (*).

Fumaça e resíduos.— São dois inconvenientes que ge-

ralmente se acham sempre reunidos, porém nem sempre a

das sólidas se fumaça é causada pela projecção partes que

formam no acto da decomposição da polvora, podendo

nusmo derivarem da condensação do vapor dagua, e ainda

do azoto, com o oxigeneo do ar dá lugar provavelmente que

a novas combinações. Por estes motivos não pôde existir

absolutamente sem fumaça. seja polvora Qualquer que

causa a fumaça, é desejar seja porem a que produz para que

muito diminuta.

de fabricação, contendo uma A plastomenite primitiva

relativamente de nitrato de bario, quantidade grande pro-

dúzia fumaça e residuos muito abundantes. Mas esta abun-

experiencias de tiro dancia é toda relativa, por isso que das

do roumaico resultou a feitas por conta governo que pequena

no disparo era muito tenue, decôr branca- nuvem produzida subitamente. azulada, transparente e que dessipava-se

sacca-trapos Depois de 100 tiros se observou que um intro- duzido á viva força no cano havia augmentado de peso,

(*) Pi lo menos os f(feitos desses gazes não foram presenlidos. REVISTA MARÍTIMA BRAZILEIRA

por causa dos resíduos absorvidos, apenas de i/iooo de

gramma.

Com relação á plastominite de recente fabricação, o

Wille assegura haver elle mesmo observado general que o fogo de fuzilaria, quaesquer que sejam as condições atmos- phericas, produz uma fumaça tão tcnuc, transparente e de rapida dissipaçâo, a este respeito que a plastomenite não

receiar confronto com outras pôde as polvoras sem fumaça.

De experiencias feitas no laboratorio chimico-technico de Berlim, resultou que a plastomenite com chromato de

dar de potássio pôde 9,53 até 10,6 % de resíduos, consti- tuidos na maior sáes de bario, parte por e que não atacam o ferro sem se abrazem, mas que pódem oxydal-o com o tempo, se se tornam humidos.

[Continua). Penetração dos nos meios resistentes projectís

( Continuação)

as couraças. — Effeitos dos projectís sobre Os effeitos

locaes ou dos projectís sobre as couraças podem ser geraes.

limitam-se á chocada ou Os primeiros parte penetrada,

ou ao passo que os segundos, estendendo-se por toda a placa,

ás mais da chocada, de- pelo menos partes próximas parte

nunciando-se pelo abalo produzido, quer sobre a placa, quer

sobre o colchão em que esta assenta, e também pela ru-

ligamentos, tendem a a couraça. ptura de seus despedaçar

Estes effeitos dependem cm parte dos projectís e em

parte das placas de couraça.

Pelo refere especialmente aos do seu que se projectís,

velocidade e estabilidade no peso, calibre, fôrma, qualidade,

mais ou menos momento do choque é que dependem elles

extensamente.

mais á Os projectís de fôrma própria penetração, como

os oblongos ogivaes, são também os mais apropriados aos

local; cylin effeitos de ordem os mais pesados, de fôrma

drica ou de fronte plana, de fôrma dita contundente, serão

os os preferidos para d'elles se obterem effeitos geraes.

Dos systemas—o e o contundente — dois perfurante

o sob igual dispendio de força viva, será preferido que pro- duzir sobre a couraça o maior damno e o mais rápido.

Indubitavelmente está nesse caso o perfurante e é por isso

de os de : que são procurados preferencia effeitos penetração

tal é, com effeito, o objectivo da artilharia moderna. REVISTA MARÍTIMA BRAZILEIRA 4Ó2

á da sua Pelo que respeita propriamente placa, quali-

dade, dimensões, sobretudo espessura, e do modo de ser

applicada aos navios, depende a maior ou menor extensão

desses effeitos.

esphericos lançados com Os projectís pesados, pequenas

sobre as de ferro velocidades, produziam, primitivas placas llexibilidade forjado, effeitos contundentes, apezar da grande

desse metal, abalando inteiramente a estruetura.

da artilharia foram abandonados os Com os progressos

e empregados os oblongos, os Palliser projectís esphericos

do ferro forjado. para obter a perfuração eram inteiramente locaes Os effeitos d esses projectís apenas contra os re/estimmtoi de ferro forjado, produzindo

do sem outro efíeito o furo pela passagem projectíl, que

se fizesse sentir sobre a couraça. qualquer

Vimos como se foi augmentando a espessura das cou-

e como os aper- raças com o fim de impedir a penetração,

a do feiçoamentos introduzidos para augmentar potência

o ferro forjado si só ataque foram demonstrando que por

os de ogiva endurecida. era impotente para deter projectís

Surgiram as couraças do typo Compound, de accôrdo

a defesa tinha em vista, era im- com o objectivo que que

a e, em seguida, vencida a rc- pedir penetração, quando os effeitos destruidores, sistencia, restringir o mais possível

impacto. De outro lado, a acção localisando-os no ponto de

fim destruir a face acerada e desta- dos projectís tinha por

de ferro forjado, sob tiros repetidos, o cal-a afinal da placa

não era impossível causa da elasticidade differente que por o aço, mais elástico, tendia dos dois metaes, dos quaes

depois de ser sempre a recobrar sua primitiva posição,

o ferro forjado não reagia suf- chocado, emquanto que

ficientemente.

systema; e Esse facto constituía o ponto fraco do

obviar a elle, tanto é se apoiava para quanto possível, que

um colchão de substan- a placa Compound contra qualquer

cia rígida. PENETRAÇÃO UOS PROJECTIS NOS MEIOS RESISTENTES \()^

Vimos que apezar da excellencia cias placas Compound,

os industriaes prcoccupavam-se com a necessidade de me-

lhorar ainda mais as de couraça, placas á vista dos pro-

de anno eram introduzidos gressos que para anno na arti-

lharia, tornando cada vez mais formidável o ataque: era

respondesse preciso que se com a tenacidade da resistencia

ao vigor daquelle.

Kizeram-se experiencias sobre experiencias com coura-

de aço até chegar-se ao llarvey. N'esse ças processo per-

lustrar de dezenas de annos, em busca da couraça-typo,

variavam os effeitos dos projectís, de accôrdo com a na-

A o tureza do material. principio, era aço duro e quebra-

diço, pelo que os effeitos produzidos eram geraes de ruptura

da couraça por toda sua superfície; depois a diminuição do

carbono, tornou-o mais llexivel, approximou os effeitos dos

sobre o ferro produzidos forjado; fêl-os, portanto, mais

locaes que geraes.

da defesa, continuava O problema porém, de pé, des- surgiram victoriosamente afiando solução até que afinal as

couraças modernas de face endurecida que resistem, tanto

maneira no- aos effeitos geraes como aos locaes, de uma

tavel, visto como reúnem as qualidades da tenacidade e

dureza da superfície á flexibilidade da massa interna,

muito mais do em grão elevado que a placa Compound,

sem ter os defeitos d esta.

Tendo em vista os effeitos dos projectís sobre as cou-

intro- raças, podem assim ser resumidos os aperfeiçoamentos

: da localisar o mais duzidos nestas diminuição dureza para

combinação possível aquelles effeitos e posteriormente uma

intelligente da dureza e flexibilidade, afim de resistir com

aos locaes. effícacia, tanto aos effeitos geraes como

Isto de uma maneira synthetica; mas as placas Ilarvev

importancia merecem nos detenhamos um por sua que

com o risco mesmo incor- pouco mais neste assumpto, de rermos na pécha de prolixos. REVISTA MARÍTIMA BRAZU.EIRA

Acção dos projectís sobre placas Harvey.—A acção

face faz-se dos projectis sobre uma placa dc endurecida

sen*ir de maneira muito differente da que occorre com as

placas de aço homogeneo.

Figuremos o choque de um projectíl sobre uma placa

se dilata 1 larvey. Ao recebel-o o metal endurecido, que não

de maneira apreciavel porque é imperfeitamente elástico,

ex- transmitte-o ao corpo da placa sobre uma grande

tensão.

constituído, sendo mais flexível, 0 metal de que esteé

cede, e assim, passivamente a principio, pelo amortecimento

no choque, á maneira de um colchão elástico, e, que produz

resistencia sua cohesão mo- em seguida pela que própria

lecular oppõe, concorre para a resistencia contra a pene-

6, n'este caso, tração. A acção do projectil contundente.

Dado o caso, porém, que o projectil tenha ainda energia

vencida a resistencia, sufficiente para que a penetração se dê,

mais ou menos o amago aquelle penetrará profundamente

intumescencias no lado da placa, produzindo correlativas

opposto ao de impacto, com tanto maiores fendas, irradi-

6 até ando do ápice, quanto mais profunda a penetração

completar-se esta, ultrapassado o coefliciente da elastici- dade do metal. Neste caso a acção tornar-se-ha local.

tem logar, o metal do Quando a penetração plástico

dar ao corpo da placa se retrahe para passagem projectil, a sua cohesão molecular augmenta; mas elle tenderia a refluir, se não fosse a face endurecida que, imperfeitamente

elastica como é, a isso se oppõe.

Eis outra funcção da face endurecida.

Como caso intermédio entre esses dois extremos, pôde

uma indentação, succeder que o projectíl produza apenas

a face da uma concavidade mais ou menos profunda sobre

á corresponda na em placa, qual parte posterior, ponto opposto ao de impacto, uma intumescencia mais ou menos

será também elevada; e n'estc caso, a acção do projectíl

seus tanto intermédia, quanto a effeitos, approximando-se PENETRAÇÃO DOS PROJECTIS NOS MEIOS RESISTENTES 465

mais dos e contundentes, quando menor fôr a indentacão,

tanto mais dos locaes, quanto mais profunda esta fôr. Isto refere-se evidentemente a uma placa que allie no

mais alto gráo a dureza á flexibilidade, mas a feição geral

das placas 1 larvey não é sempre essa.

O projectíl muitas vezes arranca fragmentos denti-

culados do metal duro e os enterra no âmago da placa,

ficando fra- com a ogiva profundamente escoriada, e esses

outras vezes, gmentos são novos obstáculos á penetração;

deformar-se, abrindo quando o projectíl rompe a placa, sem

um orifício de diâmetro muito maior que o seu calibre, o

metal retrahindo-se, fôrma uma franja nos bordos do ori

ficio e isto indica um metal menos duro, de penetração,

sorte incompatível com o I lar- o que é, de alguma processo

vey. Ainda outras vezes succede que o projectíl corta a

secção de diâmetro igual ao seu calibre placa, segundo uma intacta, ou ligeiramente maior, a qual, quando affecta a

um cone obtuso—como a im- fôrma geral de guardando

da resistência opposta. N'este caso, freqüentemente pressão

e a ogiva fica como caldeada á secção o projectíl parte-se que arrancada.

O i° tenente Ackermann, da marinha americana, cm sua theoria da resistência da placa de face endurecida,

resistir á ligado á face attribúe este poder de penetração,

a ogiva do endurecida, ao facto dc poder cila partir pro-

continuar a fractura iniciada projectíl c progressivamente daquelle. até completa pulverisação

Se o i" tenente Ackermann tivesse considerado a questão

dc vista relativo, não teria chegado a semelhante sob um ponto

dificilmente, como bem o 2" proposição que pondera (*) com os resultados tenente Cleland Davis, se pôde conciliar experimentaes.

é relativa, como tudo, digamol-o á saciedade, A questão os e depende de circumstancias diversas que fazem variar

2, vol. 23". (*) Vido Pi-oceedings ot the U. S. Naval Instituto, [mg. 284,11. . Revista Marítima—5

1 REVISTA MARÍTIMA BRAZILEIRA

effeitos da acção do projectíl e conseqüente reacção da

placa. ¦> A faculdade de fracturàr a ogiva do projectíl :iü inherente á Ilarvey; placa porque, se o fosse, o resultado

seria sempre o mesmo, fosse fosse a fabricação do qual pro- jectíl, fosse fosse a energia do choque. qual Qualquer pro- mais frágil determinada jectíl, que placa, lançado contra cila

com energia sufficiente, ha de forçosamente quebrar-se.

A dureza da face da a dureza da ogiva placa, do projectíl e sua energia, no momento do choque, que suppomos

normal, são trez factores intima e fatalmentente ligados para esse effeito, e ó absurdo considerar um delles qualquer, des- attendendo aos outros dois.

tratámos dessa Já questão quando nos occupámos das

experiencias com altas e baixas velocidades, e, não julgando necessário continual-a aqui, reportamo-nos ao que já ficou dito, accrescentando apenas, como um complemento neces-

sario, a apreciação summaria dos cffeitosda reacção da placa sobre o projectíl.

Effeitos da reacção — sobre os projectís. No momento

do impacto, seguindo uma direcção normal á placa, a re- acção do chóquese traduz por uma compressão longitudinal, e a tensão resultante se faz sentir mais violenta sobre a ponta; mas como o projectíl ó fabricado, dando-se á ogiva a fôrma

mais propicia á penetração e conjunctamente a mais ade-

á resistência; isto é, uma formatai quada que á agudeza

apta se allía a resistência contra para penetrar a ruptura ; sendo assim fabricado o projectíl. a ponta resiste supportada fôrma pela geral da ogiva, e a tensão é transmittida ao corpo

do projectíl.

Dissemos já na fabricação dos se que projectís procura

dar á ogiva maior dureza ao resto do corpo, o que que para o constitúe, até certo projectil ponto, uma causa de fraqueza.

Pois bem, se a tensão fôr inferior á resistência opposta pela cohesão molecular, accrescida por um traçado racional do projectíl. este, animado de energia sufficiente, dada a excel- PENETRAÇÃO DOS PROJECTIS NOS MEIOS RESISTENTES 467 lente qualidade de seu material, penetrará a placa c se defor- mará mais ou menos, cie accordo com causas múltiplas que coexistem, que conspiram para esse effeito. Pódc mesmo sueceder que o projectíl fique inteiro e sem fendas, quando a sua potência fôr. de muito, superior á resistência da placa. Outras vezes acontece que o projectíl se achata, intumes- eendo-sc até á base da ogiva e abrindo-se mesmo em fendas longitudinaes, que começam dos pontos que primeiro dc- nunciaram fraqueza, formando fitas uniformemente distri- buidas cm torno da circumferencia. Quando a penetração é incompleta ás vezes, a ogiva fica segura á placa, raramente não deformada, quasi sempre achatada, á gui/.a dc cogumelo, abrindo um rombo que "/„ attinge por vezes um diâmetro 50 maior que o calibre do projectíl. Sc a tensão fôr superior á resistência, o projectíl se par- tira pela linha de menor recistencia e a penetração não terá lugar; ou terá lugar, c aquelle não se partirá, porque a ogiva terá recebido supportc da massa metallica da placa, desde que a linha dc menor resistência tenha transposto o orifício dc penetração. Pôde sueceder que não sc eífcctúc a penetração, porque o projectíl ricochetc, o que se dá geralmente quando o angulo de incidência é maior de 40o com a normal ao ponto de impacto. _\T'este caso, o projectíl pódc ficar intacto, partir-se pela ogiva ou deformar-se, dependendo esses diffe- rentes effeitos das causas a que já alludimos, c também do angulo de incidência. O caso mais geral é o da incidência oblíqua, e então a energia de impacto se decompõe em duas forças, das quaes uma 6 normal ao plano tangente á couraça c a outra parallela. Se a componente normal fôr superiora outra, predo- minarão effeitos mais próximos dos estudados para o caso normal ; se fôr maior a componente transversal, os effeito- se approximarâodos observados no ricochete. _|68 REVISTA MARÍTIMA BRAZILEIRA

E' neste caso sempre da que quasi se lasca uma parte ogiva, quando concorre a circumstancia necessaria do metal

ter dureza bastante para não deformar-se, achatando-se.

Acção do capitél. — O capitei, posto sobre a ogiva, modifica a acção dos projectís, augmentando-lhes aefficacia:

é um factoque a experiencia demonstra, e cuja explicação

se pretende de diversos modos apresentar.

I.Sustentam uns que elle actúa contra a face endurecida

da como se fosse placa, um pára choque, impedindo a

repentina do parada projectíl c diminuindo-lhe, em grande

parte, o choque de impacto.

II.Proclamam outros, e com elles Mr. Johnson, como

constituindo o titulo de sua principal patente de invenção,

que o capitei disposto, como fica, cingindo e contendo com-

a da ogiva, fortalece pletamentc ponta o projectíl, dando-lhe

s-upporte todo por o contorno e augmentando-lhe a resis-

tòncia ao desvio lateral e á compressão longitudinal.

III.Em seu excellente estudo, a qu; já fizemos refe-

rencia, o 2o tenente Cleland Davis impugna como falsas as

duas explicações c offerece outra precedentes que, cm nosso

humilde entender, deixa a desejar ainda por falta de relati-

vidade. A falsidade da elle, 6obvia desde primeira,diz que se considera que seus sustentadores limitam-se a vôr no capitél um mero pára-chóque para o effeito de diminuir a velocidade de impacto. A isto objecta Davis que seria suffi- ciente imprimir a um projectíl sem capitél uma velocidade tal que, no momento do choque, fosse igual á do outro, no

a instante em que ponta da ogiva, depois de atravessar o ca-

vae a e, accrescenta, a menos pitél, penetrar placa ; que o capitél de algum modo não enfraqueça a placa ou fortaleça o apenas reduzir a velocidade projectíl, pôde com que a

do encontra face ponta projectíl a da placa.

Quanto á segunda, continúa o mesmo contradictor, é diflicil comprehender, como o metal duro e superior da ogiva possa tirar qualquer auxilio digno de nota do metal PENETRAÇÃO DOS PROJECTIS NOS MEIOS RESISTENTES .:|Ò9

não offerece mais do docc do capitei, desde que este que uma insignificante resistência ás tensões— transversal e lon-

o não materialmente resistir gitudinal. Certo, capitei pôde

ás tensões compressivas devidas ao impacto; apenas dará leve

de incidência oblíqua, im- auxilio á ponta da ogiva, no caso

Acredita-se, pedindo que se parta ao chocara placa. porém, neste caso, antes ajunta elle, que o capitei é desintegrado

se exerça sobre a que a tensão devida ao cisalhamento ponta.

Em substituição a estas, Davis apresenta como vercla-

se- deira a seguinte theoria desse facto inconcusso, a qual,

deve ser tomada conjunctamente com a sua gundo elle, theoria da resistencia da face endurecida.

alta velo- O capitei, encontrando a face da placa em cidade, deprime a superfície endurecida,—até o limite de sua elasticidade, destruindo-se nesta acção : e para isso,

sua acção seja cffectiva, é tenha a con- para que preciso que veniente resistencia á compressão longitudinal. Pôde ser

seja na occasião do choque. mesmo que a placa quebrada o avançando, tendo seu ca- Entretanto vae projectíl

lubrificante; minho, atravéz do capitél, facilitado pelo e,

a da ogiva attinge a a resistencia a quando ponta placa,

é local. E' ainda seu proseguimento puramente possivel que

da face endurecida da faci- sua passagem, atravéz placa, [seja

do lubrificante e litada pelo facto de carregar uma porção

de metal doce cobrir asperezas do partes do capitél para

desse metal duro, e impedir que pedaços denticulados mesmo metal escoriem e entalhem a ogiva, difficultando a penetração. vez encarando-a IV. Examinemos por nossa a questão,

vista relativo, do nos devemos s )b um ponto de qual jámais

fazendo reflexões sobre assumpto; affastar, quando qualquer eclectica, e nossa theoria, acreditamos, com parecer não demonstrará menos a verdadeira acção do capitél c seu valor relativo.

lançado Figuremos o caso de um projectíl sem capitél,

é o caso mais simples, normalmente á placa, que partindo-se |7o REVISTA .MARÍTIMA JSRAZILEIRA

de encontro á face endurecida. Tomemos outro projectíl, armado de capitél, perfeitamente igual ao primeiro, dentro

dos limites de tolerancia, e disparemol-o, animado da mesma

energia, de encontro á mesma esta placa; é penetrada, íicando o projectíl inteiro. E' obvio que devemos attribuir

tal resultado á acção do capitei. Como se realisa ella

P Seja o projectíl armado do capitei de aço doce C

(f'ig. 1). cuja fôrma é a que foi definitivamente adoptada, depois de varias experiencias, e cuja resistência á com-

pressão é a mais útil e a mais conveniente ao fim que se tem em vista com o seu emprego.

Devido á doçura do aço de que é feito o capitél, o seu vertice é esmagado na occasião do choque, c as duas arestas ab e ac vao se applicar de enconto á face da placa. O es- magamento vai á progredindo, proporção que avança o projectíl, posto o capitél como está, entre duas superfícies DESENVOLVIMENTO DAS MARINHAS DE GUERRA.(71

se dá cie aço endurecido. Este esmagamento, porém, não

do e, como é sem prejuízo da energia projectíl; progressivo, não se faz brus- a perda de energia é também progressiva,

camente.

longitudinal, devida á re- Assim é que a compressão

sobre o capitei e, acção da placa, se faz sentir primeiro e a tensão resul atravéz deste, se transmitte ao projectíl;

no sem capitei, se exerce tante, que, caso do projectíl pri- n'este caso, app!'- meiro e immediatamente sobre a ponta,

ca-se simultaneamente sobre todos os da quasi que pontos

superfície da ogiva, abrangida pelo capitei. se exerce sobre a da A compressão F (tig. 1) que ponta

achatar a ogiva, na direcção do eixo do projectíl, tende a

ogiva, intumescendo-a até a circumferencia da base, e a

o contra o reage, romper, por conseguinte, projectíl, que

lugar, o traçado raccional da ogiva. Por outro em primeiro se exercerem lado, as compressões que parallelamente

ogiva, se decompõem duas áquella, cm cada ponto da em

uma normal á ogiva c a outra tangente. forças, das quaes

A acção da componente normal é de ajudar á resisten-

applica- cia intrínseca da ogiva, mantendo em cada ponto de

a compressão longitudinal ção, a cohesão molecular que

tende a romper. sobre a ponta

A acção da componente tangencíal tende a desaggre-

da ogiva, mas a ella se oppõem a resistencia do gar partes

metal e a do capitél, convenientemente lixado á ogiva.

Da acção combinada d'estas forças depende a integri-

ser, de facto, fortalecida dade da ogiva que. portanto, pôde sua conformação contra a deformação, pôde conservar

de sorte attinja a adequada á penetração, que, quando placa,

nada tenha da sua agudeza, da sua aptidão sua ponta perdido para penetrar.

Do exposto vemos dois benefícios do capitél : i" impedir

a reacção se faça immediatamente sobre o de que projectíl e maneira violenta, e fazendo, ao contrario, que seja gradual

até o choque a no está de progressivo que projectíl placa, que

V MARÍTIMA BRAZILEIRA 472 REVISTA

citada.N'estas condições, o accôrdo com a primeira explicação

ficar estado de não soffrer mais as con- projectíl pôde em

sequencias funestas á sua integridade da reacção ainda

violenta 2" manter a integridade da opposta por aquella; ponta

se conserva apta ogival que não se deforma, que para per-

furar, de accôrdo com a opinião de Johnson.

Assignalemos, outrosim, o beneficio do lubrificante que

de evitar maior sem duvida facilita a penetração, além

em da energia não aquecimento do projectíl, proveito que

calor. é desviada do seu objectivo para transformar-se em

tre?L circumstaneias, se Quando occorrerem estas que

de seu con- devem produzir concomitantemente para que da ogiva curso derive a maior utilidade possível, a ponta

nas melhores condições attingirá a face endurecida da placa,

o fará, desde o esteja ainda para penetrar; e que projectíl resistencia animado de energia sufficiente para vencer a

d'aquella, e isto depois, 6 claro, de deprimil-a até o limite

de sua elasticidade.

ainda uma de lubriíi- Como o projectíl carrega porção

de aço doce do capitei, cante e, provavelmente, pedaços

atravéz da camada de aço durante o trabalho da perfuração

lubrilicação e licar aquella duro, este é facilitado pela por

de ser escoriada e entalhada do preservada por pedaços sem metal duro, como se dá, ás vezes no caso do projectíl

capitél; e isto traduz mais uma vantagem deste disposi- tivo, a qual tem de ser tomada em consideração.

Eis, a nosso vêr, como se manifesta a acção do capitél com o concurso das circumstancias referidas, e de tal arte

se é bem aquella que, se uma deixar de produzir, provável que se torne inefficaz.

Assim, se a tensão devida á compressão longitudinal,

a do toca a fôr na occasião cm que ponta projectíl placa, ainda superior á sua cohesão molecular, elle se partirá por suas linhas de menor resistencia, se, todavia, a penetração

encontrar não fôr tão rapida que aquellas linhas possam supporte dentro da placa. PENETRAÇÃO DOS PROJECT1S NOS MEIOS RESISTENTES 473

Sc falhar o supportc do capitei á ogiva por qualquer

sua desaggregação, circumstancia, como por exemplo, a

sobretudo no caso de incidência muito possivel de se dar,

ogiva se ser então obliqua, é bem provável que a parta por deixará maior a componente tangencial, e a penetração

talvez de se eíFectuar.

n'estes convém não dar ao ca- Posta a questão termos,

o relativo elle com cffeito tem. pitei mais do que valor que

Não é descabido accrescentar, a titulo de complemento

do capitei, se repetiram na Rússia as á questão que primi- tivas experiencias feitas na Inglaterra, collocando-se uma

forjado, d'esta vez sobre a face endurecida placa de ferro

harveysada, e cilas demonstraram a rela- de uma placa que tiva facilidade com que os projectís penetraram a placa.

As experiencias russas com projectís de capitei feitas em condições secretas, mas cujas circumstancias de tiro são conhecidas com certeza, faliam alto em favor do dispo- sitivo.

chegaram a sob incidências con- Os projectís perfurar, sideraveis, attingindo em um caso a 25° da normal.

esses são os Iloltzer. não éá Sabendo-se que projectís sua fabricação e a sua fôrma somente que se deve attribuir tal resultado, mas também ao capitei e, sobretudo, ao pro- cesso de sua fixação á ogiva, o qual julgam alguns que seja magnético.

no de Presume-se que nas experiencias polygono Ochta foram empregados capiteis de aço duro, e, se assim foi, a

resultados, funccionaram muito bem senão julgar pelos

de aço doce, empregados nas expe- mesmo melhor que os riencias americanas e inglezas.

O cobre tem sido também usado e se tem mostr xlo efii- ciente.

G. F.

(¦Continúa.)

Rivista Marítima—G MARINHA NACIONAL

'•TYMBIRA".— CRUZA DOR-TORPEDEIRO No dia 13 do Máio (indo zarpou á iiabia 110 dia 17, onde continúa d este porto esto nosso cruzador e chegou estacionado.

"TAMOYO".— CRUZADOR-TORPEDEIRO No dia 2C> de Maio proximo (indo o cru- [oi lançado ao mar, dos estaleiros da Companhia Germania, em Kiel, zador-torpedeiro Tamoyo. Do mesmo lypo do Tymbira o do Titjiy ó em tudo entre igual a ellcs, toldo, porém, mais seis metros de quiiha perpendiculares. Deixamos uo dar aqui a sua descripção, por ja termos feito anteriormente sua as dos seus iguaes, o aguardamos as experiências, que se iiâo de fazer, o todos os seus detalhes, salienlando então completa promptificação para darmos sotTreu se adaptar melhor ao nosso serviço, as pequenas modificações que para dos resultado da opinião dos nossos technicos, demonstrada pela experiencia dous outros construídos e que já se acham em serviço.

' —Este em COURAÇADO MARECHAL DEODORO". no:,so couraçado, Toulon, construcção nos estaleiros da Companhia Forges et Chantiers, cm cm dias ser lançado ao mar. Em está quasi prompto, devendo dentro poucos de numero ulterior daremos noticia circumstanciada d este novo vaso guerra

do nossa Armada. HISIliraiTO DAS 1IAIIIIIIAS II)] GIIIIIIIA

NO CORRER DOS DEZ ÚLTIMOS ANNOS

(Boletim da Associação Techntca Marítima, 1887-1897)

PHJLO ENrGSEUNrHHJIlR.O NAVAL L,EiF,IJA.X VEi

"Hevue Traduzido da Maritime et Coloniale"

«

( Continuação)

•).—Nas 2.—Tabellas e desenhos schematicos ( tabellas

abaixo, os navios das diversas marinhas foram agrupados

As como se disse mais acima. cifras que se referem ao anno

de i88ó representam a somma das tonelagens de todos os

navios de combate, de ferro de madeira; e para o anno de

1896, ao contrario, os navios de madeira, os antigos coura-

çados, cruzadores ou avisos, não foram contados: estão com

lista maior effeito supprimidos da da esquadra da parte das

substituídos ou não marinhas; foram aliás em parte, entram

fornecer em linha senão para unidades de combate sobre

cujo valor não se deveria contar muito.

se a tonclagem total E' por esta razão que constata que

marinhas não a da maior parte das augmentou, partir de

a 1886, tanto quanto se poderia suppôr priori. Somente a

Inglaterra e os Estados Unidos tomaram um desenvolvi-

duplicou seu naval; a Inglaterra, mento que quasi poder de-

O Deixamos de reproduzir os desenhos schematicos e os característicos dos navios. 47°REVISTA MARÍTIMA BRAZILEIRA

mais, não se conservou em atrazo, como muitas marinhas, com a construcçâo dos navios de madeira ; se c assim levado a contar, entre os navios inglezes que podem ainda fornecer uma certa força de segunda linha, osvelhos couraçados de ferro taes como o Achilles, que data de 1863, oMonarch, que data de 1868, etc; esta série de couraçados dc torres foi quasi completamente transformada no correr d'estes últimos annos. Os navios postos ou a serem postos nos estaleiros, dc accordo com os últimos orçamentos votados, foram com- prehendidos na categoria dos navios cm construcçâo; assim é que as cifras relativas á Inglaterra contém todo o pro- gramma de construcções novas proposto a 2 de março dc 1896 por lord Goschen. Para a Allemanha, acham-se com- prehendidos os navios do orçamento 1897—1898, que espe- cilicaa collocaçâo no estaleiro de um terceiro couraçado do typo Kaiser Friedrich II1 e do quarto e quinto cruzadores do Jtypo Êrsatz-Freya. Para os Estados-Unidos, as tabellas comprehendem os trez couraçados do typo Alabama c os caça-torpedeiros c torpedeiros novos. Em seguida ás tabellas, acha-se uma série de desenhos schematicos representando os principaes tvpos de navios postos ultimamente nos estaleiros, ou entrados cm serviço recentemente. rmw t/3C/5G5‹rjI _ 55 6£ _ ©-3"C« H,™22£

II111|1|1Sigi|s|Is T0TAL I-°i&4|?I"*I-1^i:i 11 s*S«fioRI® at•°swl-§*_5g 3-3 -2-3+°

tons. tons. tons. tons. tons. tons. tons. tons. tons. tons. ALLEMANHA

(Em 1886)

Constru'dos 64.910 15.570ªª26.300 15.020]6.8504905.020 Em roustrucfiio » ªªª3.000 7.170|1.400 5.600890

Total 64.910 15.570ªª29.300 23.090 M8.250 6.0905.910

80.51060.610 153.150

(Em 1896)

Constrtlido*. 50.560 10.770ªª18.960 25.67013.76012.3404.470 Km construcflio 20.000 >»10.300ª28.250 ª2.4301.170»

Total 70.560 10.77010.300ª47.210 25.67016.19013.5104.470

91.63089.070 198.680 IJSTC HJATERRA

(Em 1886

Construídos 265.260 189.010 74.700 69.050 6.970 1.900 78.940 Em construeçâo. 56.230 49.780 3.550 » 11.840 3.300 2.600

Total 321.490 189.010 49.780 78.250 69.050 21.810 5.200 81.540

560.280 169.110 816.130

(Em 1896)

Construidos 551.590 121.600 56.000 100.250 220.610 99.170 37.770 7.740 58.220 Em coiistruc£ao« 92.780 ª» 101.500 40.250 14.945 14.400 »

Total 011371 121.600 56.000 201.750 260.S90 111.115 52.170 7.740 58.220

1.516.855 AL821.970628.925 ' _ O c/5 c/3 *0Gj>-TTc GJ 1 « c £ _ © TT C- ?3 ;/5<£ £ — 4i •§ ^~ £"0 t« 6tc S3 m® £"= 2 - « OB £S ^-Bg £ig£ | 2o |S NAV10S ¦§€¦§« .§¦§ o-g TOTAL sf go™ S« £-g"2 §- 2S A84, |o&f 1, u-o ~|S.| °° 6s = S s 5-5-H O B— &8©©]jO • tons. tons. tons. tons.tons. tons. tons. tons.tons. tons. AU8TRIA-HUNQRIA

(Em 18SG)

Construidos » 50.180 » ª1 0.840 14.3201 3.3001.180 3.240 * 12.000 ª» » 3.000180 » Em construcfao » ^ [ 68.180 Total » __ ªC.S40 14.3go[ 0.3001.300 3.240

68.18027.520100.300

(Em 1896)

Construidos » 55.810 ª ª14.860 17.090 7.1603.750 2.680 Em conslrucfao » 11 ¦ 00u 11 • 570 ª» » ª1.200 »

Total 66.810 11.570 ª14.860 17.090 7.1004.950 2.680

78.38039.110125.120

HES PANHA

(Em 1886 " Cunstruidos 29.050 » ª33.550 3.040 ª200 10.840 » Em eonstrucfao 9.900 » ª9.300 6.960 ª100 2.300

Total 9-90° 29.650 » ª42.850 10.000 ª300 19.140

i>9.55052.850111.840

(Em 1890)

Construidos 9.900 14.560 21.000 ª20.0801 10.100 4.9501.190 10.580 Em coustrucgao. » » 53.220 ª» 1.500 5.1901.800 1.080

Total 9 - 9(( 14.560 74.220 ª20.6801 11.600 10.HQ2.990 11.605

9S.G8042.420 __155.750 O C/3 -6-fe o 2 — S| £§ C" O S"P «- NAVIOS ciS o ~ c-= - ¦u R-o ° TOTAL |°-p «5, = 8 O s- §*< >ir o "3 !5,:' S~ 5

tons. tons. tons tons.tons. lons. tons. tons. tons. tons. ESTADOS UISTIDOS

(Em 1836) Construídos " 28.000 ªª10.500 1.5001ªª79.100 Em construcção. 24¦ 260 1.50013Jª» » ª3.000 Total 52.260 ªª13.500 3.000|ªª79.100

52.26016.500 147.860

(Em 1896) Construídos 30.900 61.9501 24.130 14.730 44.150 15.250ª25015.420 Em construcção. 68.900 » » » ª4.1105305106.000

Total 99.800 _61.9501 24.130 14.730 44.150 19.36053079011.420

185.180 78.770,276.860

FRANÇA.

(Em 1886)

Construídos 114.400 181.080 68.560 3.520 52.860 Em construcção. 51.300 7.010 4.160 4.500 12.010 Total 165.740 188.090 68.560 7.680 4.500 64.870

353.830 76.240 499.440

(Em 1896) Construídos 124.490 123.460 25.300 7.350 56.210 15.13012.25015.3207.120 Em construcção. 111.040 27.910 27.770 35.000 8.6003.7101.3902.490 Total. .530 123.460 53.210 35.120 91.2101 23.73015.96016.7109.610

412.200 166.020 604.540 O. rfí t/3 O "O B% £*o m o __im rr. o ra *_r"r o oi- V ²Z, sX. NAVIOS ;>o £ o« Jõ'_TOTAL .__: C ZT 3L>J râ 2CO ® •Si t* tons. tons. tons. tons. tons. tons. tons tons. lons. tons ITÁLIA (Em 1886) Construídos 61.7401 41.3201 » 9.970 ,ª760 25.750 Em construcção. 20.000 » 26.520 7.060 ªª1.020 1.300 Total 81.7401 41.320 26.520 17.030 » ª1.780 27.050 149.5«0 .030 195.440 (Em 1896) Construídos 85.600 26.790 41.400| 18.0001 33.100 11.810 10.220 15.400 Km construcção 39.200 27.000 4.600 7.550 5.200 2.020 Total 124.800 26.790 68.400 22.6001 J0.650 17.010 12.210 15.400 219.990 80.260 327. f.90 RU3SIA (Em 1886) Construídos 9.670 67.210 27.200 I 30.'0 ªª60057.450 Em construcção. 40.810 15.560 11.5006003.260» Total 50.510 82.770! 200 I 14.550 ª6003.SOO57.450 160.480 15.150 236.940 (Em 1896) Construídos.... 110.220 59.840 62.500, » 11.050 17.901 4.100 9.71020.020 ICm construcção. 28.610 4.120 38.700 » 3.830 500 4.150» To.al 138.830 63.960 101.200 14.8801 17.900 4.600 13.86020.020 303.990 37.380 Z____l 375.250 MARIMIAS IIE lllflllll ISTIIAJIIUIIIAS

''O REPUHLICA ARGENTINA .— Fragata-escola Presidente Sarmiento'.—

A fragata-escola Prmidente Sarmiento, ronsiruida nos estaleiros de Laird. de líirkenhead, fez, com resultados satisfactorios, as expertencias preliminares do C horas.

"Gazelle"1 ALLEMANIIA.— Cruzador de {¦ classe.— Dos estaleiros Krupp da (íermania, em Kiel, foi lançado, em 31 de março, esle pequeno cruzador "Gazelle", de r classe denominado destinado ás estações longínquas. E for- rado de madeira e cobre. 1 Tem 100" do comprimento, 11."',80 d bocca, ln,P0 de calado e 2.800 tons. do deslocamento. de 50"'" de espessura na altura da ti' protegido por um convéz couraçado fluetuação o tem torre do com liando igualmente couraçada. expansão, devem desen- Será movido por duas inachinas de triplico qu.? volver6.000 cavajlos e produzir a veloc!rl:de de ;0n.

O armamento comprehe;iderá 10 canhões de 103"" de tfro rápido e l í do menor calibre.

!J >ste typo serão construídos mais dons esle anno. "noticiámos sido Novos cruzadores.— O cruzador de 2* classe, que ler lançado em Stetlin, foi baptisado com o nome de llansa ; um outro de 2" classe, lançado em Dantzig, recebeu o nome de Vineiia.

<4ZJ".— ÁUSTRIA.—Cruzador couraçado Em Triestc acaba de ser la*liçado o cruzador couraçado do typo Maria Teresa augmenlado. Tem mais

700 tons. e 2.000cavallos do que esle. comprimento 17"' de Eis aqui os sou< principies característicos : 120'" de ; tons. de deslocamento. bocca ; 6",70 do calado e Ô.200 couraçada, de á de aço-nickel bar- E' protegido por uma cinta pôpa prôa, travessas de vevsado de 270"™ (Io espessura na parlo central, em que duas

200"" formam um redueto; o convéz curvo tem 38"'" do espessura.

Tem fundo duplo cellular o numerosos compartimenlos eslanque.s. tríplice Seu apparelbo motor c composto de duas machinas verticaes de deverão expansão, e o vapor será fornecido por 8 caldeiras tubulares., que REVISTA MARÍTIMA liRAZILEIRA 482

produzir a (orça do 12.300 cavallos o a velocidade de 20„. Terá capacidade

para grande provisão de carvão, do forma a dar-lhe considerável raio de acção.

Será armado com 2 canhões do 21'"" em torres couraçadas de 250"'" do

espessura, uma á vante o outra á ré, movidas por olectricidado ; 8 de 15®" de

tiro rápido em redueto couraçado nos Mancos ; os quatro do meio em harbetas, su- em meias torres do 50"™ ; 4 de 77"™ nas harbetas dos ângulos do convéz

perior c 14 de 47"" nas superstrucluras e gaveas, 2 metralhadoras o 4 luhos lança-torpedos.

Créditos para conslrucções navaes.— Parece que, em consequencia da dis- de- cussão levantada por diversos jornaes europeus, cm que so procurava

inonstrar a impotência da esquadra austro-hungara perante as esquadras das

diversas potências da Europa, o governo está resolvido a pedir créditos para a construcção de 5 couraçados, 5 cruzadores, 8 caça-torpedeiros e CO lorpe-

deiros no prazo de dez annos.

— "Alkamj— ESTADOS UNIDOS. Cruzador Aliai de poder estar torml- nado atj agosto, proseguem o; construflores rapidamente 11a construcção

(1'este cruzador, hoje norte-americano, eque, quando pertencendo ao Brazil,

leve o nome do Almirante Aln-eu. Chegaram já a Southamplon 68 cai xas eon- te::do canhões do tiro rápido, destinados a armal-o.

Tarpedeiros. — O Givin e o Talbot foram recebidos; o 11. !"> {Davi»), em

construcção nos estaleiros de Wollí e Zwicker, de Sealle, foi lançado. "Holland''. O submarino —«Esie torpedeiro submarino fez, em 21 de Março, a; suas primeiras experiências. Tendo 4 pessoas abordo, navegou a 4" debaixo d agua e assim percorreu 300". Continuando depois as expeencias, conseguiu 10" navegando a 10" abaixo d'agua e evoluiu rapidamente. Obteve i;

bo.is resultados cjm o lançamento dos seus torpedos aéreos. — Yachls c. goletas transformados cm lorpcdeiros. Recebeu o noinc de

Mayflower o deve estar prompto o yacht-goleta que, em UrooUlyn, foi transfor- mado em torpedeiro. As maebinas serão protegidas por 22"" de aço-nickel e o armamento será composto de 2 canhões de 127"™ e 2 tubos lança-torpedos. torpe- Os yachls Alicia, Alnnj e Hermione, que vão ser transformados em deiros, receberão os nomes de Hornel, Eagle e Wasp. Os rebocadores E. /¦'.

Litrkcnljuck, WaUer, A. Luckenbtíelt, Wintropp, /'. II. Wise, l)c \\'ill C. Icins e

El Toro terão os nomes de Tecnmteh, Uncat, Osceola, Sioux, Nezinscoll o

Algonkin. "Princcton". Canhoneira — Esta canhoneira, construída nos estaleiros de

Saiul-Díaliigui', seguiu para Lotg Island, p:ira fazer experiências de artilharia. Tem 1.000 tons., 800 cavallos e 12nós. — Acquiiifão de navio». O cruzador protegido que os Estados Unidos da America do Norte adquiriram dos estaleiros Germania, recebeu o nome do

Topel;a; o torpedeiro adquirido á casa Schichau, de Elbing, teve o de Somers.

Ambos partiram para Amorica do Norte, fazendo escala em Weymouth, onde .MARINHAS DE GUERRA ESTRANGEIRAS|8}

quasi se perdeu o Somers. 0 governo Norte-Americano adquiriu lambem e armou em cruzador auxiliar o .Von/ America, vapor de 7.G00 tons., 7.SOO cavallos e is». Do Brazil adquiriu também o cruzador Nictheroy, por inter- médio da casa Flint. do New-York. pelo preço de 550.000 dollars. Nucas construcções. — Vão ser construídos Ircz couraçados de 11.000 lons., um dos quaes receberá o nome de tlainc; um d'elles será construído em São Francisco da Califórnia; serão armados com 4 canhões do 330de liro rápido e grande numero do 152""" e de calibre1 inferior. Serão lambem construídos 6 caça-torpedelros de 350 lons. e 6 torpedeiros dè 150 tons., mullo rápidos; além destes, o Congresso votou, em Abril, um projecto concedendo créditos para acquisiçáo immediata de 12 caça-torpedeiros e 12 torpedeiros. Dique em íSewporl. — Está se construindo era Newporl-News ura grande dique, de 271" dc comprimento e27", 10 dc largura, para receber, se fòr preciso, dous couraçados ao mesmo tempo. i'Topeka'\ Cruzador — 0 governo Norle-AniTicano adquiriu do Peru o pequeno cruzador protegido Viojemi, de 1.700 tons. e Ui», que se achava na Allemanha. o armamento compõe-se de 6 canhões de 12oe de lo outros de menores calibres. Passou a chamar-se Topeka. "n. Torpedeiro Ií". (Georges l". Mureis.)— Da casa Herresboff,de Bristol, foi lançado, em 13 de Abril, o torpedeiro n. Ií. de 103 lons. e 22»,5, quasi promplo para as experiências. 110-torpedeiros em 5 mezes. — Convencido o governo Norte-Americano que, apezar do ler transformado era torpedeiros muitos yachts velozes, nâo pôde fazer dVlles torpedeiros de grande valor, acaba de eneonimendar 30 torpedeiros de350 lons. e 30» para serem entregues em 5 mezes e 70 torpe- '¦'. deirosde loo ton. e 22» em mezes. Torpedeiro ¦• Muiileij". — O loipedeiro de IS'", comprado á casa YortOW teve o nome de Manley. Transformações th culters em torpedeiros. — Sob os nomes de Accomac, Scorpion, Soluce o Saturn foram transformados em torpedeiros os culters Algonquin, Sovereign, Creúe e Satuvne. Cruzadores auxiliares. —Além dos paquetes da Internacional Síavigatton Comp., Paris, New-York, Sainl-Paul e Saint-Louis, foram armados como cruzadores auxiliares: os vapores da Morgan Line, /'.'/ Norte, l'J Ilio, lil So/ e El Sud. dc l.coo lons., que receberam os nomes ãeDixie, Prairie, Yosemitt e Yankee: serão armados com 0 canhões de 251 e 6 do 6 libras ; James- town, Princess Anna c Yorktown, de 2.900 tons., da Oh! Dominion Une: Kansas City, de 3.679 lons., da Savanah Line; Caracas o Venetuela, do 2.843 tons., da Red 11. Line e o rebocador Wümot, Os couraçados de esquadra "K-entucky" c "Keartarge".— Foram lançados em abril ultimo em Newport-News, os dous couraçados de esquadra Keursarge 484REVISTA MARÍTIMA BRAZILEIRA "Kentiiclnj, e que, têm 11.525 tons. de deslocamento ; 113'" de, comprimento ; 22™,1 de bocea, 7",2 de calado; de accôrdo com os planos que deram motivo a grande discussão. A velocidade esperada é de Kl", que d verão ser obtidos com 10.000 cavallos com tiragem apenas activada. O que estes navios têm de mais característico é o systema de torres su- perposlas, que, parece, não será adoptado subseqüentemente. A' vante e á ré, nas torres inferiores, serão montados dous canhões ge- meos de 330""" ; por cima destas torres eslão collocadas duas oul;-as menores tendo cada uma dous canhões de 203""". O armamento secundário comprehende 11 canhões de 126"" e 20 de 57'""'. Comparado como Indiana, de cujo typo procedem, difíerem principal- mente no novo methodo adoptado para a Installação. dos canhões de 203'""': no Indiana são 8 os canhões deste calibre e eslão dispostos em quatro torres collocadas nos quatro ângulos do redueto couraçado central, disposição esta com que se contava poder atirar com quairo canhões por cada bordo ou dire- ctamente pela proa ou pela popa. Mas verificou-se nas experiências que, so esles canhões atirassem p Ia proa o pela popa, o deslocamento do ar proibi- zido tornaria insustentável cs appaivlhos de visada dos canhõs de 330 das torres. Para prevenir este inconveniente é qae se resolveu adoptar as torres duplas superpostas, que constituem a mais notável feição d'estes navios, visto que até hoje nada de semelhante, tem sido feito. Depois das torres é nolavel o armamento poderoso da bateria, composta de 14 canhões de tiro rápido de 12(i""", que foi possível substituir aos quatro de 203""" em torres e quairo de 152, não de tiro rápido, do Indiana. A bateria tem 7 canhões por cada bordo e pôde atirai* com um ar-o de 90°. Apezar dos canhões de 126"" do Kentuchj só atirarem projectis de 22\7, contra 113*,1 dos de 203, a rapidez de Um dos primeiros é lão grande que a bateria pôde arremessar no mesmo tempo o triplo do peso de melai. Esles canhões são ainda protegidos por escudos de aço liarvcysado dc 1.52'""' do es- pessura. Dos vinte canhões de 57°"", doze serão dispostos no convez superior e oito avante e á ré, no convez inferior, o são destinados, juntamente com os seis de tiro rápido de 37""", o quatro metralhadoras collocadas nos mastros militares, a repeli ir os ataques de lorpedeiros. O Kenluclnj e o Knarstirge têm cinco tubos lança-lorpedos. A sua defesa consiste cm um çouraçamonto do aço-nickel das seguintes espessuras : cinta da linha dágua, 119'"" ; couraça acima da linha d'agua. 153• torres, de 331 a 132' ; barbetas, 381"""; torre do comma ido, 251; convez, 70'°"'. FRANÇA. -- Cruzador "Calinaf. — Nos primeiros dias do mez de Abril 0 cruzador de, estação Calinai, do qual ji nos occupãmos, fez uma experiência de marcha á toda força. MARINHAS DE GUERRA ESTRANGEIRAS 485

O programma exigia que o cruzador deveria desenvolver 0.000 oavallos

durante quatro horas, com todas as fornalhas accesas, funecionando os ven-

liladores cas fornalhas fechadas com portas simples.

A velocidade deveria ser medida! em uma base em aguas profundas o

deveria ser notado o consummo de carvão. As previsões estabeleciam 19" para a velocidade.

Os 9.000 cavallos exigidos foram facilmente excedidos ; a força elevou-se

em média a 9.938 cavallos, sem exceder da combustão de 112k de carvão por

metro quadrado de grelha-hora. Os helices davam 132,5 rotações. A veloci"

dade medida em dous percursos na base, em direcções oppostas, foi de 19",62

e o consummo do carvão porcavallo-horade 195 grammas.

O Descartes, do qual deriva o Culiiutl, tendo apenas 77 tons. de desloca-

mento menos que este, obtivéra anteriormente 19",GO, com 8.800 cavallos

apenas. Sob o ponto de visla da velocidade, o Descartes deu resultados supe-

riores, pois que conseguiu, em cerlas circumstancias, exceder a 20 nós. ''Charlcmagné". — Couraçado Iiin tirest procedeu-se, em principio de

Abril, a experiencias preliminares, por conta da casa Schneider & constru-

ctores, com o couraçado Charlcmagné, o primeiro dos Irez iguaes actiialmenle em conslrueção ; os dous outros são o Gaulois e o Saint-Lonis.

A primeira experienca preliminar do Charlcmagné era de co:isamnn com

velocidade de navegação, que para tal navio póde-se chamar corrente, isto é,

muito fácil de manter por largo tempo, sem fatigar o pessoal e o material. As machinas deram 95 rotações e desenvolveram 5.400 cavallos. Km

dilTerentes bases medidas consignou-se a velocidade média de I l".:s. O con-

summo de combustível foi apenas de 0*.71 por cavallo-hora. Deve-se notar

quo as caldeiras do Charlemagne são Uelleville com economisadores.

A segunda experiencia preliminar, ainda com tiragem natural, com portas das fornalhas abertas, (oi feita com 9.000 cavallos, isto é, com marcha e força

norniaes.

Proçurou-se obter uma indicação.da grande marcha, que, sem extraordi

nano esforço, pode conseguir o navio, por opposição á marcha maxima,

que só excepcionalmente se realiza, e que deverá ser de 18n,5 com 11.500 cavallos para o Charlemagne e similares.

Na experiencia a que \amos nos referindo, este couraçado obteve a média de 10",5 em varias bases medidas, chegando a obter 17" "in algumas, funccio- liando tudo tão bem a bordo que se pôde dizer desde já que os couraçados d'este lypo poderão navegar muitos dias eonsecutivamente com a velocidade do 10 a 17 nós. Verificou-se que as tórmas do casco muito concorrem para este resultado, por isso que, em certos momentos, a róda de pròa corta a agua sem esforço,.; produzindo apenas pequenas vagas, ao contrario do Massinci, por exemplo, que levanta vagas prejudiciaesá marcha. Verificou-se igualmente que o navio governa muito bem e e\olúe perfeitamente em 11111 circulo de cerca de 000™.

Revista Marítima —7 REVISTA MARÍTIMA LSRAZILE1RA

O balão Vtyie. — O balão da Marinha, denominado Vigie, fez cm 7 de

Abril ultimo uma ascenção livro, sob a direcção do 1° tenente Hoaussant,

encarregado do parque aérostatieo.

A's 10 horas da manhã partiu do parque de Lagoubran, em Toaien, e elevou-se a cerca de 9O0T- Os torpodeiros ns. 113 e 9.V estavam encarregados

do íazer-lhe vigia. Pelas 2 horas tomou a direcção de La Ciotat, em cujo porto foi fundear o Í43. Effectuou-se a descida ás 2 h. e 50 m. sem incidente, em

Cassis.

"Niclausse". Nova applicdção das caldeiras mttllilubulares — O torpedeiro

de alto mar Témèraire está recebendo em Toulon caldeiras Niclausse.

E' a primeira vez que sc vae fazer applicação d'este gênero de caldeiras

em torpedeiros; a experiencia, portanto, vae despertar muito interesse. " O couraçado Friedland". —Gomo o Kichelieu, o Tridente o Colher!, este

couraçado de ferro, que como elles já não tem velocidade sudiciente e já não possúe as condições necessarias hoje para navios de esquadra, vae ser

transformado em guarda-costas Ofensivo.

" HESPANHA.— As caldeirai do couraçado Pelayo".— O mais poderoso navio da marinha hespanhola, o couraçado Pelayo, passou ultimamente por uma série de modificações, das quaes a mais importante, além da substituição da sua artilharia de calibre médio por canhões de tiro rápido, foi a substituição das caldeiras cylindricas por caldeiras multitubulares .Niclausse. O trabalho foi feito em Ia Seyne.

Lembremos que o Pelayo, que é do typo francez Marceau, foi lançado em principio de 1897 e tem os seguintes característicos principaes : comprimento,

105" ; hocca, 20",2 ; deslocamento, 9.950 lons. ; (orça das maebinas com ti- ragem natural, 7.000 cavallos; com tiragem forçada, S.500 cavallos.

A cinta couraçada, que se estende d" pòpa á prôa, tem 45"" de espessura; as torres são protegidas por ÍO^'" do couraçamcnto e a bateria secundaria por

15o" ; o convéz couraçado, que cobro todo o comprimento do navio, tem 9c"de espessura.

O armamento compõe-se de 2 canhões de 32?" o 2 de 28o", dispostos em quatro torres independentes, uma á vante e outra á ré, e uma em cada flanco a meio navio, de sorte que sempre podem atirar trez canhões, quer em caça, quer em retirada, quer pelo travéz. A artilharia média comprehende hoje 11 canhões Canet de 14o" do tiro rápido, 10 dos quaes montados dentro de um redueto protegido de 15c" do aço e 1 á vante em caça, armamento este supe- rior ao antigo, que consistia em 12 canhões do 12('" sem protecção. Foi a economia de peso resultante da substituição, que permittiu auginentar por tal fôrma o valor do navio. O armamento do Pelayo é completado com mais 20 canhões do tiro rápido de pequenos calibres, Ilotchkiss. Maxim, etc.

As caldeiras Niclausse, que hoje accionam o Pelayo, são 16, dispostas em 2 4 grupos idênticos, avante e 2 á ré. Cada caldeira compõe-se de 15 colle- MARINHAS DE GUERRA ESTRANGEIRAS487

ct res cada um contendo 18 tubos OU o lotai de 00 collectores e 1.080 lubos para cada grupo, ou ainda 240 collectores e 4.320 lubos para o conjuneto. As superficeis de aquecimento c de grelha são respectivamente de 2.615"2 e 70"'' ou a relação de: superfície de aquecimento =32 superfície de grelha 0 atravaucamento horizontaléde 113**. O peso tofal dos apparelhos é de 350.000*, comprehendendo todos os accessorios e a agua em marcha, que é de 51.000 litros. Como o governo hespanhol apressasse a entrega do navio, a experiência realizou-se no mesmo dia em que ficou concluída a collocação da canalisação ; com effeilo, esie trabalho lendo sido terminado ás ,'i horas da manhã, ás 8 ho- ras aceeiidiam-se os fogos, havia pressão ás 9 h. e ás 0 h. 30 suspendia. A's 10 h. funccionavani as machinas a Ioda força, continuando assim até ás 1 h. da tarde. A velocidade média medida foi de 10",1 com a combustão de 92" por metro quadrado de grelha e a força de 8.000 cavallos. A velocidade, pois, oht:da com tiragem natural foi sensivelmente a mesma anteriormente alcançada com tiragem actlvada, resultado lanto mais digno do nota quanlo o pessoal hespanhol, que trabalhou, não somente estava incom- pleto como provinha na sua maior parte dos navios de commercio mobilisados na previsão do guerra com os Eslados-üuidos da America do Norte. "C, A temperatura das praças das caldeiras era apenas de 30 devida prin- cipahnenle á disposição particular das caldeiras .Yclausso, nas quaes a agua da alimentação contida nos collectores verlicaes faz parede na face de aquecimento . o combate a irradiação. Terminadas as experiências ás 1 h. da tarde o depois de haver dosomhar- cado o pessoal estrangeiro, que se achava a bordo, o Pelayo, El Solitário como o apcllidain os offlciaes bespanhóes, talvez por ser o unico deste typo na ma- rinha hespanhola, fez rumo de Cartbagena, onde chegou a 9 de abril, tendo feilo excellente viagem com a marcha econômica de 12" ; os apparelhos mo- lores e evaporalorios funcclouaram sempre perfeitamente, o que prova a e.x- cellencia das caldeiras Niclausse, aliás já apregoada. Com o emprego destas caldeiras pôde o Pelayo augmenlar o seu raio de acção, que é hojo do 6.000 milhas. INGLATERRA.— Couraçado "IrresistibW.— Vai ser posto no estaleiro deixado pelo Goliath, em Chalhani, o couraçado de 15.000 tons. que receberá o nome de IrresUlible. "Hermes" cruzador de _" classe.— Em 7 de abril foi lançado dos estaleiros da Companhia Kairlield, de (ilasgow, o cruzador Hermes. Foi posto no estaleiro em dezembro de 1896. REVISTA MARÍTIMA BRAZILEIRA

O casco 6 do aço Martin-Siemons, tem fundo duplo cellular em toda a c\- O tensão das machinas e caldeiras ; ó dividido em compartimentos estanq.ies. 6 forrado de madeira e cobre. navio, que é destinado a estações longínquas, médio, 6™,25 e des- Tem de comprimento, 10(5™,70 ; bocca, 16°,45 ; calado loca 5.G00 tons. da á de 37"™ a A proiecção consiste em um eonvéz recurvado proa pôpa, 75""' de espessura o na reserva de carvão, que cerca a machina, addioionan- tons. carvoeiras. do-se com a provisão normal de 550 em

Tem á pròa uma torre de commando de aço harveysado. de cylindros. 1'/ accionado por duas machinas de tríplice expansão, quatro 18 caldeiras e:n dois comparlimeutos si parados ; o vapor 6 fornecido por

Bellevilie com economisadores, situados em trez praças estanques ; podem desenvolvida supportar a pressão de 21" por centímetro quadrado. A força s.OOO tiragem será de cavallos, que produzirão a velocidade de 1S°,5 com

natural, e 10.000 eavallos e 19»,5 a 20" com tiragem forçada.

O armamento compor-se-lia de 11 canhões de 125°"" de tiro rápido, 8 de

75m™ e 6 de 17™m todos de tiro rápido e 2 tulios lança-to pedos submersos. "O Caça-torpadeiros—. Flyiiigfiih", do qual já nos temos occupado, ler-

minou, em 30 de março ultimo, cm Porlsmouth, as suas experiencias do arli-

lharia com resultados satisfactorios. O St/Uia teve de abandonar as expericn- O Mamai d foi lançado em cias por terem .sobrevindo avarias no ventilador. 22 de fevereiro dos estaleiros de Itawthorn e Leslie, em .

"Sulley". — Cruzador Vae ser começado no arsenal de Chalham esle cru-

zador couraçado. "Ariadnc'—O Cruzador de 1" classe novo cruzador Anadne, de t" classe,

do lypo Diadem ligeiramente modificado, de 11.000 tons., 18.000 cavallos o

cerca de 21", foi lançado, em 22 de Abril ultimo, dos estaleiros da Clydebank. "Terrible". Cruzador — Km 21 de Abril recomeçou este cruzador de 1*

classe as suas experiencias, interrompidas alim de modificara sua canalisação

de vapor; encetou as experiencias progressivas por marchas de 12. I I e 1G nós

na milha medida de Slokes Bay.

Fará depois uma experiencia preliminar de 60 horas com 12.000cavallos ;

uma de consumino também do (50 horas a 5.000 cavallos ; em seguida fará

uma sério a 10.030, 11.000 e 18.000 cavallos, cada uma de 72 horas. No caso

do serem satisfactorias eslas experiencias, fará a ultima com tiragem forçada

e com 25.000 cavallos e irá tomar parle nas manobras do verão. "Furtou— Cruzador de 2" classe Km 15 de Abril fez este cruzador a Point e sua primeira experiencia de 30 horas com 3.000 cavallos, entre Start as ilhas Scilly. a força A pressão nas caldeiros era de 15",8 por cenlimelro quadrado,

desenvolvida de 2.217 cavallos, que produziram, com s7 rotações, 12": o con-

sumino de carvão foi de t',15 por cavallo-hora. MARINHAS HE GUERRA ESTRANGEIRAS489

Cinco dias depois fez a experiência de 30 horas com 7.000 cavallos, com o seguinte resultado: pressão nas caldeiras, 11".8: rotações, 128; força. 7.155 cavi lios ; velocidade, 18",7; consummo de carvão, 0\95 por cavallo-bora. Proceder-se-ha a outra de 8 horas com 10.000 cavallos.

ITÁLIA. — Oe novos couraçados de esquadra. — Dos couraçados de es- quadra, cuja construcçâo está comprehend'da no programma do corrente exercido e fi itos sob os planos do Sr. Brin. trez vão ser postos já nos estaleiros, um em Veneza, umèm Spezzia e outroem Castellamare. Serão de um lypo novo, intermediário entre os grandes couraçados de esquadra e os cruzadores couraçados e deverão deslocar 12.100 tons. 0 prazo para a construeção é dc cinco annos. Movoscruzadores couraçados. —Para substituir o Garibaldi eo Varese, vendidos pcio governo Italiano á Republica Argentina, vão ser postos nos estaleiros de I.ivornoe de Gênova as quilhas de dois cruzadores couraçados de 105™, que deverão estar concluídos em dois annos. Terão artilharia mais poderosa que os precedentes e terão caldeiras dos últimos modelos, aura de obter-se o máximo de velocidade, 0 Cario Alheei». — liste cruzador couraçado continuou, em Spezzia, as suas experiências, tendo consegui lo 19" rom 13.20(1 cavallos.

ROFMAMA. — Construcçâo de duas esquadras. — Está resolvida a con- slrucção de S monitores de 500 tons., 12 torpedeiros de .0 tons. e s barcas torpedelras para o Danúbio, 0 guarda-costas couraçados de 3-500 tons.. I caça-lorpedeiros de 300 tons. e 12 torpedeiros de 80 para o Mar Negro. A despeza oslâ orçada em £ 2.400.000, incluindo os trabalhos de forti- fi.ação conjunclaineiile approvados, e deve ser repartida por cinco annos.

JAPÃO.— Cruzador couraçado "Asama".— Em lius de março foi lançado dos estaleiros de Elswlck este cruzador couraçado japonez. 0 Asama é, pro- priainenle fallaudo, um cruzador couraçado, mas pertence ao tvpoque, como o inglez 0.-SI/, é feito para entrarem linha, isto é, um typo intermediário entre o couraçado de esquadra e o cruzador couraçado. Tem 9.750 tons. de d'slocamento, 121™ entre p. p., 20'", 1 de bocea, e 7,4 do calado. As machinas, construídas pnr Humphreys, Tennant & C, desenvolverão 18.000 cavallos, que hão de produzir a velocidade de 21",25 ; espera-se, en- trota.ito que este limito do contracto seja excedido. A protecçâo consiste cm uma couraça de 180"" de aço-nickel barveysadoe de um convóz couraçado de 50mm. As travessas lèm 15oo a torre do commando 355'; todo o aço foi produzido pela casa Camell. o armamento compõe-se de l canhões Armstrong de 203'"", dispostos por pares em barbelas e escudos, 11 de 152""" de tiro rápido. 10 dos quaes era casa malas de 152""" de espessurae I com escudos proleclores : 12de57°" e 7 de 17°'°. REVISTA MARÍTIMA BRAZILEIRA 490

minuto e o seu Os 8 canhões de 2o:$— poderão dar 4 liros por piojectil

t m a velocidade inicial de 061™,G por segundo. inglez de muito maior üomparando-o eom o Powerful, cruzador couraçado superior (pio uma bordada de logo do Atama é poder, diz Sir. Andrew Nohle á d'aquelle, isto 6, 803* e GG3" respectivamente. e o seu raio de acção é A capacidade de carvão do Asama é do 1.300 tons.

de 10.000 milhas com marcha economlca.

— o fim de adquirir uma RfSSlA.— Ikaterinskaia, nica porto russo. Com não tem despezas e esforços nova base para a sua esquadra a Rússia poupado tiord na costa Murman da Sibéria, na fóz do para construir um outro porto Kola. e edifícios otTlciaes estão prom- Os trabalhos progridem ; os cães, armazéns nova vai-se levantando em fronte ao poito. pios o unia cidade completamente e espera-se que> A costa neste ponto é raramente impedida pelos gelos o Ikaterinskaia seja accessivel durante todo graças á acc;ão do (iulf-Stream, fica-lhe fronteira a inverno. Ao largo, o á distancia de cerca de5 kilometros, communica com o o"eano por dois ilha Catharina; o porto, vasto e profundo, canaos. o Ikaterinskaia, Vai se construir uma estrada d.> ferro entre S. Petersburgo marilima a vapor com a Noruega e Archan- que além disto tem co.nmunicação gelsk. a marinha russa. Ikaterinskaia é destinada a ser uma nova base para GHRONIGA.

AS CONSTRUCÇOES NAVAES N'A INGLATERRA. — Na 39' sessão do Insliluto dos Aroliitcelos Navais, o presidente, Conde de Hapetoun, depois do referir-se a assumptos de interesse do Insliluto, fez uma rápida analyse das construcçoes feitas na Inglaterra, quer para a marinha de guerra, quer para a marinha mercante, da qual damos aqui um resumo. Nada ha de assustador, disse elle, (anto quanto lhe era possível informar, no programma do Almirantado para o corrente anno. Seis novos couraçados estão prestes a serem lançados ao mar, trez dclles sendo do typo Formidable, que é do lypo Majeslic melhorado. Julga (pie nada ha ainda resolvido sobre os planos dos ri stanies. Dois annos antes, continuou elle, quando os planos de couraçado de esquadra do lypo Canopus foram tornados públicos, houve um coro de regosijo da parle dos defensores das dimensões moderadas; dizia-se que o facto de construir esses navios com 2.000 tons. menos do que o Majeslic era um passo dado no hom caminho ; (jue elles eram menos dispen- diosos e ollVreciam menos alvo aos torpedos do que os navios maiores. Aventura-se a mostrar que na occasião essa reducção no deslocamento não poderia ser obtida sem sacrificar parle de unia ou de todas as qualidades que consideravam como desiderala em um navio de guerra — armamento, força motora, raio de acção e couraça proleclora. Na classe Canspvs decidiu-se reduzir consideravelmente a espessura das couraças lateraes em comparação' com as do Majeslic. As autoridades navaes tinham sem duvida n'essa occasião e.xcellentes razões para seguir esta orientação; mas está convencido de que estavam-se voltando para o typo de navios mais pesados, porque na sua opinião o augmento no custeio e no deslocamento é mais que compensado pela enorme vantagem qne se obtém no poder defensivo. Com referencia á couraça lateral é interessante notar que o Almirantado havia tomado uma nova orientação em uma outra classe de navios. Por muitos annos nenhum cruzador com couraçamenlo vertical havia sido encorporado á esquadra ingleza. Em Julho ultimo aununciou-se que quatro d'eíses navios deveriam ser começados. Estenotavel desvio da nossa orientação estabelecida, orientação esla que foi muitas vezes ditada por considerações physicaí, causou alguma sorpreza, e, antes de haverem sido feitos os recentes melhoramentos nas couraças, não teiia sido possível pôr nos costados dos cruzadores velozes REVISTA MARÍTIMA BRAZILE1RA 492

do tiro. Xo placas de couraça do resistência suftlciente para preserval-os momento actual essas razões não affectara o caso; estes navios poderiam ter de suas grande velocidade, armamento muito considerável e protccção vertical

partes \ itaes sulflcienle para resistir a qualquer ataque qae pudessem razoavel- mente esperar encontra r.

Xa marinha mercante lambem o anno não [oi notável por qualquer orien-

tação importante na architectura naval. Houve freqüentes rumores de novos

typos e melhoramentos, porém liada foi reduzido a fôrma pratica.

O montante das constriicções feitas pelos estaleiros inglozes eleva-se, segundo

o l.loyd's Registei-, a 932.000 tons. brutas (921.000 para os vapores e 28.000 navios de para os navios de véla). Além dVsses, foram lançados ao mar cifra os guerra tendo o deslocamento total de 93.000, tons., incluindo n'essa O total construídos quer nos arsenais quer nos estabelecimentos particulares. das construcções de navios mercantes na Inglaterra durante o anno de 1897

foi menor do 207.000 tons. do que no de 1^9(5, porém foi (piasi igual ao de

1893. A diminuição deu-se principalmente na tonelagem dos vapores. A con-

strucção dos navios do véla, que cabia rapidamente desde 1892, attingiu Km no ultimo anno um po;ito mais baixo do que era qualquer recorã anterior. "/. 1892 a tonelagem dos navios de véla representava 24 do total, emqmulo

de total consideravelmente que no ultimo anno representa somente 3 um menor. A tonelagem dos navios de guerra lançados dos arsenaes e estabeleci- muito inentos particulares em 1897 mostra do mesmo modo^uma diminuição

considerável (08.000) da cifrado anno anterior. A tonelagem dos navios em 189G. Cerca lançados para a Marinha Ingleza foi menor de 51.000 do que '/• de 25 do total de navios mercantes em 1897 foram construídos por conta •/. de armadores estrangeiros o coloniaes, tendo sido de 3) em 1890 e de 20

em 1895. 0 Japão forneceu a maior somma do trabalho aos conslructores •/. iuglezes, tendo sido construídos para essa nação cerca de G da somma

total. A Allemanha segue-se com mais de 3°/». Do tolal dos navios de o e o Chile guerra, 30 foram por conta de paizes estrangeiros, tendo Japão as mais elevadas sommas. é ani- Com a terminação da malfadaJa greve dos operários de maehinas

mador acharem-se as industrias de construcção de navios o de maehinas com algum Ioda a perspectiva do trabalhos que as occupem completamente por 1.013.000 tempo ainda. Os relalorios mostram quo a somma de tonelagem,

tons., aclualmente em mão na Inglaterra, é muito grande, e como a quanti- exemplo, dado da tonelagem dos navios de véla foi do uma pequenhoz smi os

constructores de maehinas bem como os de navios devem se congratular com

o actual estado dos negocios. Demais, acreditava-se geralmente que a previsão

no que diz respeito a novas encomin ondas era brilhante.

K' digno de nota quo a gloria de produzir o; maiores navios construídos durante o anno não tenha cabido a este paiz, mas sim á Allemanha, nossa foram grande rival na industria de constru :çõe.> navaos. -Veste ultimo paiz CHRONI CA 493

lançados durante o anno de 1897 troz vapores do mais de 12.000 tons. cada uni: o Kaiser Wilhtlm iler Groste, de 14.349 tons. brutas; o Kaiser Friedrich, de cerca do 12.500 tons.; o o Pretória, d:) c?rca de 12.500 tons.; emquanto que o maior navio lançado na Inglaterra íoi o Cymric, de 12.340 tons.

E' interessante observar, pelas estatísticas recentemente publicadas, quão mercante durante o anno de 1897 esse pequeno foi o augniento na marinha ; sem augmentò foi de 8.G00 tons. sómente. Esla baixa foi em parte devida, em altribuivel à somma duvida, á greve, mas ó lambem grande parte grande a armadores estrangeiros o co- do tonelagem de navios que foram transferidos da década, achar-se-ha, cm loniaes. Se tomar-sc a primeira metade que, na metade a média, 189.000 tons. foram transferidas pela Inglaterra e segunda esta média foi de média annual atting) a 344.000 tons. Em 1897 mesmo, o anno, 446.000. Estas multo excedida, tendo sido vendidas para fóra durante no conta de cifras são exclusivamente de navios novos construídos paiz por proprietários estrangeiros e coioniaes. E" este um assumpto de muita importancia. E' um aviso opporluno que da legislação. Com não deve escapar aos que são encarregados quanto possam do cada transferencia, ser dadas explicações para completo conhecimento os estrangeiros estão muitas vezes habilitados parece ser pouco duvidoso que navios o seu competidor inglez não julga a tirar sério proveito do que . suficientemente renumeralivos. nacional lia comtudo um aspecto consolador d'este Sob o ponlo do vista assumpto. os navios foram vendidos para fóra não Verificou-se que, em média, quo cerca de trez dos eram de construcções muito recentes. Como prova, quartos os dois últimos annos haviam sido navios transferidos pela Inglaterra durante conjunctamente com o do construídos anles do 188õ. Esto Facto, grande foi agora excedido, augmentò annual do total da tonelagem dos vapores, quo inglez está alerta quanto a necessidade de suggerc que o armador geralmente conservar os seus navios á altura dos tempos. circumstancia do haver o Este modo do vér é apoiado pela grande durante a ultima década, do vapores re- augmentò de registros na Inglaterra, 7.300.000. tons. Esla cifra ropresenU centemente construídos, excedido de tonelagem dos vapores aotualmonte approximadamente trez quartas partos da de ser feitas Algumas concessões sem duvida, tom possuídos no paiz. porém, a estrangeiros dos navios recentemente relativamente íis perdas o ás vendas do feitas as deduções necessarias, podemo.; congra- construídos; porém, depois da vasta marinha mercante ingleza e de efflcientc tular-nos de que a maior parte conslrucção moderna.

YARROW.-Na mesma sessão do Ins- CALDEIRAS AQUÀTUBULARES Yarrow leu uma memória em que título dos Architectos Navaes, o Sr. Htas no anno em suas offlcinas com descrevia algumas experiencias passado

uma de suas caldeiras aquatubularos.

Revista Marítima—8 ¦491 REVISTA .MARÍTIMA 1SRAZ1LEIRA

A caldeira escolhida tinha :s:i pés quadrados do superfície de grolhas \a- e a superfície de 1810 pês quadrados, sendo os tubos de diâmetros

riaveis enlre 1 1/1 e 1 pollegada. Uni diagramma dava uma idéa geral da caldeira. Foram íeitas numerosas experiencias como fim do verificar o cti- e, summo do combustível em difíerenles grãos de evaporação para tornar mais íacil a comparação, os resultados foram registrados em fôrma de curva, como

o mostrava um outro diagramma em que as distancias horizontaes represe»-

tavain a quantidade de agua evaporada por lihra de carvão Wolsh e as distan-

cias verticaes a quaniidade de agua evaporada por pé quadrado da superfície de aquecimento.

O autor estabelecia que, quando a tiragem é forçada e a evaporação torna-se mais rapida, a magnitude da diminuição da economia é claramente

vista, liste modo de fazer experiências de caldeiras torna a comparação entre

difTerentes caldeiras e as mo.dilicaçõos na mesma caldeira muito evidente.

As diversas experiencias eram representadas 110 diagramma por vários pontos

o uma linha mostrava os resultados obtidos com as caldeiras construídas

como é do costume. A esta linha estava unida uma outra pontilhada, mos-

trando os resultados obtidos ulterlormente com gráos anormaes do eva-

poração. N:estas ultimas experiencias a agua do alimentação fôra íntro-

duzida na caldeira, misturando-so logo, como usualmente, com a já existente n'ella.

Depois do haver-sc feito um grande numero de experiencias com o me-

thodo ordinário de alimentação, separou-se, como era indicado por um outro diagramma, por meio do diaphragmas collocados nas extremidades dos distri-

buídores, as troz fileiras exteriores de tubos do cada lado, o pormiltiu-se a

passagem da agua de alimentação á direita do diaphragma pela base da direita

,0 a esquerda do diaphragma pela base da esquerda. O efíeito d isio foi augmen-

lar a elllcacia evaporaloria, como se achava indicado por uma curva ponti-

lhada no diagramma. As observações em que se baseava o traçado d'esla curva

haviam sido tomadas por um ofllcial da Commissão Fiscal do Almiranlado.

Unia pequena reflexão mostra a causa da vantagem obtida. Tomando-se, por

exemplo, a pressão de trabalho de 250 libras, a temperatura correspondente

será de 40(j° Fahr. Suppondo-so quo os gazes aquecidos, chegados em contacto com as troz ultimas fileiras do tubos, tenham a temperatura de 700", haverá

corta diílorença do temperatura entre os gazes aquecidos e os tubos de 291"

Fahr. Se pois estas trez fileiras de tubos são alimentados directamente pela bomba de alimentação com agua á temperatura média do 200° Fahr., haverá

uma diflerença entro a temperatura da agua 11'estes tubos e a dos gazes clie-

gados em contado com elles de 500° Fahr., islo é, 110 ultimo caso, a difíe-

rença de temperatura se approxiinará muito do duplo da quo seria no primeiro

caso, e, como quanto maior fòr a diflerença de temperatura entre os gazes o a superfície do aquecimento, maior será a absorpção do calor, é evidente a

faculdade do conservar lão frias quanto possível essas superfícies que são

destinadas a absorver o ullimo resto de calor dos gazes. As fileiras exteriores CHRONICA 495

do tubos aelúam pois, como o fizeram, como um oconomisador ou alimon-

tador de calor, do caracter muito simples, formando pirtc da própria cal- 'Ia deira o tendo a vantagem de, o;n lugar do o darem na condu o do depender para

a sua alimentação sóniente da agua das bombas do alimentação (o que, 110

caso do parada, poderia produzir graves damnos ás superfícies que ficassem suporaqueridas), estarem os tubos dependendo 110 systoma doscripto dos dois

meios de alimentação, Isto o, pelas bombas de alimentação 011, 110 caso do pa-

rada das bomba; de alimentação, pda agua do colloctor, que desce para os referidos tubos.

lista notável vantagem, continua o autor, julgamos haver sido contir-

inada, independente das nossas próprias observações, do modo absoíâfci-

mente difTorente daquolle em que bavia sido foila a nossa experiencia. O pro-

fessor Lambert o o Sr. Haddou, do Hoyal Naval Gollogo, prestou-so gont lmenlo

a fazer-nos isso, diz o autor, com o lim principalmente do verificar os mo-

thodos comparativos, fazendo a alimentação polo melhodo ordinário o fazendo

passar a agua de alimentação pelas trez fileiras do tubos exteriores antes do

misturar-se coma agua já existente na caldeira, tendo s'do adoptado em um

dos lados da caldeira o ultimo plano, o no oulro lado o primeiro, em quo

todos os tubos tomam parte na circulação gorai, como estava indicado em um

oulro diagrainma. O fim quo havia em vista ora fixara temperatura dos gazes immediatamento antes chegarem em conlaclo com as superfícies do aqueci-

monto, a diíYerença indicando a somma do calor absorvido o sua temperatura

I >.70 quo passassem da« superfícies do aquecimento : ó claro quo, so com um

systoma foi absorvido mais calor do quo com o outro, as outras condições

ílcando as mesmas, a forma do construcção q'jo conduz á maior absorpção do

calor será necessariamente a mais econômica.

Nada do melhor posso fazer, diz o autor, do quo dar 11111 resumo do rola-

iorio do professor Lamherl o do Sr. fladdon.

«As temperaturas foram medidas com 11111 par do pilhas do platina o plati-

na-rhodio do Le Chatelier, combinado com um galvanometro dead-beul cuidado- samente calibrado.

Os conductores da pilha foram cobertos com lios de asliestos o resguar-

dados por um tubo de gaz do i pós do comprimento o 1/2 pollogada do dia- metro.

Na primeira o segunda exp Ticncias: lizeram-se observações, 110 momento

em quo as portas das fornalhas achavam se fechadas, a troz pollogadas distante > dos tubos, ora novo p intos diferentes 0111 cada face' d cada grupa do tubos,

como foi indicado em 11111 outro diagramma, tendo-se feito orifícios nas paredes

das caldeiras, ao nivel d esses pontos, para a introducção do tubo contendo os

conductores o a pilha. Na primeira experiencia foi mantido alto gráo de con-

sununo (52 libras por p'1 quadrado de suporlicie de grólha) ; 11a segunda um baixo gráo do combustão (19 libras por pó quadrado). N esta experiencia espe- ciai houve cuida lo em notar na altura do cada ponto, a temperatura, tão pro- REVISTA MARÍTIMA BRAZILEIRA

fogos, e depois de haver-se alimentado os ximamenIo quanto possível, logo duas portas sempre na série de lubos mais afastados da poria (haviam ¦ carvão ultimo, com o lim de reduzir do fornalhas) por onde melieu-s por dos A riodica e freqüente alimentação as grandes irregularidades devidas p registradas em um fogos. As 111 «dias das temperaturas nas quatro laces foram o as irregularidades devidas diagramma. Demais, afim de eliminar para o fntu em foram ás condiçõ 'S variaveis do fogo, foz-se unia terceira experiencia que intervallo de cerca do tomadas séries muito longas de observaçõas feilas com dos fogi-S de modo meio minulo, sem relerencia aos momentos de alimentação condições de trabalho, as a corresponder mais approxirmdamente ás actuaes fixadas contrai- temperaturas sendo registradas por dua3 pilhas thermo-eleetricas estão os tubos da direita ; mente na frente das faces da caldeira, do lado em que lios centros das faces depois foram feitas iguaes séries de observações de 300 observações. do lado opposto. Foram feitas ao todo cerca nas faces da fornalha A média das temperaturas assim obtidas por ultimo oxporioncias, isso as foram mai* elevadas do que as duas primeiras por que experiencias haviam observações foram feitas 110 meio das faces ondo prévias registrados no mostrado haver maior actividade. Os resultados acham-se

quadro que adiante se segue. — theimo- Temperaturas da chaminé. Estas foram tomadas pela pilha abaixo do le- electrica na extremidade da cha nine, nove pollegadas estavam fechadas o em differentes períodos depjis puxo, quando as portas deu, nas troz expe- da alimentação dos fógos ; a média de muitas observações 433° e 608° Falir. riencias, temperaturas respectivamente deCG2\

— a expeiiencid Analyses dos (fazes da combustão. Durante primeira inferior da chaminé foram tomadas trez amostras na extremidade por obteve-se os seguintes um aspirador e submottidas á analyso quantitativa,

resultados

Porcentagens, volumes

Ácido Oxvdo de Nitrogeneo e Oxygenea carbonico (.al.i)0I1() vapor d'agua

Amostra A—Portas fechadas Um minuto depois de alimentar os 0 80,00 fógos. 10,50 9,50

—Uma Amostra B porta aberta. Toma- 12,00 0 7S.97 da durante a alimentação e depois... 9,03

—ruiw^ AmostraAlUOSini C—Portas fechadas.n uiduaa. Tomadal umuua immediatamento depois de alimentar 5,53 0 80,14 os fógos 14,33 CIIRONICA 197

A ausência do o.vyrio do carbono em cada um dos casos indica que a '/. combustão ora perfeita. A amostra A indica que 54,8 do oxygeneo total admittido fóra utilisado. A amostra B, com uma poria aberta, mostra, por '/„. conseguinte, menor proporção de oxygeneo utilisado, isto é, 45,5 A amostra C, lo-.,ada oom portas fechadas e immediatamente depois da alimentarão do; fogos, dá mais elevada proporção de oxygeneo uiilsado, 73,1 "/„, indicando apparcntomonto, para uma certa extensão, mais ele- vada elílcaciii do que nas condições em quo tomou-se a amostra A, depois de haverem sido fechadas as portas por um minuto. Observações geraes. — A mais elevada temperatura observada foi de 2.2.82" Falir, na primeira experiência. A temperatura média nas faces interiores e exteriores dos tubos Joi em cada caso maior no lado em quo as fileiras exteriores de tubos [oram alimentadas somente com a agua directa- mente introduzida pela bomba de alimentação, a differença a favor d'estc systema sendo 89° Fahr. na experiência com combustão elevada, 45" no caso de baixa combustão e 67" no caso médio. Estes resultados por conseguinte indicam claramente a vantagem do novo systema do alimentação o confirmam as experiências prévias, cujos resultados foram indicados pelas curvas do diagramma acima citado. Relativamente a esto assumpto, a attenção devo ser dirigida para o faeto de quo, qualquer que seja a vantagem que' possa haver uo systema, Sssa augnienlará como as pressões de trabalho o por conseguinte a tempera ura da agua elevar-se-ha. Durante estas experiências os effieacias variáveis do differentes systemas de alimentai' os tógos foram multo notáveis, o lim, certamente', é asso».irar completa combustão e inteira ausência de oxydo de carbono nos gazes ria com- bustiio, e assogural-o com a admissão tninitiia do ar. por isso que o aqueci- mento de qualquer exeodenle de ar represe ila perda na economia.

Pressão Consiim- lado aliuien-Outro ladoExcesso Tenipe- em Heras mo porIndoda d i/f. ralara ¦———¦—-—-«_~—-em EXPERIÊNCIA /"»' poi- péquad. jav. da vim- legada de snp.'ado ali- mine qnadr. de grelh. Face A Face.fíFaceC Face 'mentado

1 iso 52 b 1735 I 7121672 I 738 S?9* 662 iiii). =1023.Iiii'.=931

H 180 19 1438 I 5621396 I 565 45° l::3 diir.=87Ciiliff—S81

in ic,) 31.4 2165 I 0532071 I 826 07° 608 diir.=i5i2.!iir.=iii5 REVISTA MARÍTIMA BRAZILEIRA 498

Procura-se observar continuadamento, no caso do caldeiras estacionaria?, -rv • dos s in licar se ln preseiçn de a gravida Io especificada gaz-s, que para cor.- oxvdo do carbono ou ar não consumido, o, dizem-me com autoridade, expedientes sao diariamente iinúa o autor, quo cm ofileiuas onde taes olilido nolave executados e a alimentação dos trigos por ellos guiada, tem-se.

economia. d'ossa especie Terminando, snggeriu o autor que, se uni expediente pu- dos navios, serviria desse ser estabelecido de modo a ser applicado a bordo fogos. de guia para a edtcienle alimentação dos — fazer o\- NOVO PROJEGTIL VlCKKIt. Tendo o Almirantaáo mandado Srs. Vicker, periencias com um projeclil especialmente preparado pelos 152mm de tiro rápido, realisou-se 110 Sons and Maxim para os seus canhões do dia 2S de março uilimo cam successo, diz a United Service G azeite, uma e\pe- representantes do Almiran- riencia feita com esies projeclis, cm presença dos essa ltrma em Se- tado o do Ministério da guerra, na linha de tiro que possuo

vanley. <• bem A experiência apresentava interesse considerável, por isso quo haver dado algumas cent mas de liros, as sabido que, depois de um canhão velocidades diminuem de valor, devido à erosão e a outras causas. A dilTe- na collocação de rença existente entro este novo projeclil e os outros consiste base do um annel espcídalin nle preparado, alarrachado na projeclil. para de, não s.> vencer os elteitos pre- expandir-se na parte corroída da alma, afim som fumaça, mas lambem prevenir judiciaes da erosão causada peir.s polvoras forçado, a alma e li ou por que o projeclil, sendo demasiadamente gasle por baseia-se na compressão d'eale outras razões. 0 princip'o geral do gaz-check a annel especialmente construído por um annel de cobre, que transmllte construído de tal modo esle ultimo faz pressão ao annel especialinenle quo

uma obluração melallica perfeita com a alma e impede completamente quo o atravéz do cnlote e qualquer gnz em alta temperatura pressão passe por canhões, foram conseguinte faz desapparecer a principal causadas erosões nos communs, o feitos quatro liros com este projeclil e quatro com projectis total da carga foi utilisada depois de previa- verificou-se que a energia foram mente haverem sido dados 250 tiros. Os resultados balísticos então obtidos cordite. Com o au- 2(394p:8 para uma pressão de 13 tons. com 25a de polvora augmento do inicial na ca- ginento moderado da carga e com ligeiro pressão esperar a velocidade de 2000p:\ Pretende-se inara, poder-se-hia razoavelmente modelo de (jue esta simples invenção é possível de ser applicada a qualquer e com a sua applicação se deve projeclil por preço inuilo moderado quo haverem dado muitas cen- confiadam^nto esperar que os canhões, depois de comi um tonas de tiros, sejam tão efficientes, 110 que diz respeito á energia,

canhão novo.

diz a TKUCPIIOTüS KM USO ,\A MAHINII A.— A Marinha Ann-icana, novo apparelho United Scrcice Gaielte, ostâ sondo rapidamente dotada com um CHRONI CA 499

o ó eonsidorado do signaes a quo se dou o nome do teiophoto quo por peritos da Marinha Americana como o mais rápido, poderoso o ellicaz systoma do signal á no to até hoje inventado. A corrente electriea desempenha papel tornando-o inteiramente importante para fazer funccionar o appa elho, eiflcáz e claro nas noites mais escuras. Foi concebido pelo Sr. G. V. liou- Company oi HulTalo, está fabricando os ghton, director geral da Telephotos que apparelhos. 'lophoto 0 I consisto em u na série de quatro lanternas duplas, illumha- as lanternas duplas os- das por grupos de lampadas incandescentes, quatro tando suspensas verticalmente com um forte cabo de arame, cuja extremidade a superior devo ser içada no lópe do mastro ou da carangueija emquanto que cada extremidade inferior deve ser Jixada no convez. A metade superior de circuindadas lanterna é branca o tem dentro um grupo do trez lampadas por é vermelha o tem dentro lampadas poderosas lentes. A metade inferior quatro circum- afim de tornar mais forles os raios vermelhos ; estando estas lampadas O cabo cuidadosamente isolado faz a dadas por poderosas lentes vermelhas. ao onde ligação das lampadas o passa da mais baixa ao convéz ou pi>sadiço 'or o cotligo de signaes, lao um manipula permitte ao operador soletrar quasi manipulador ó rapidamente como um iypographo e quasi do mesmo modo. O fi\o em uma coiumna e envolvido como uma agulha, o operador ficando em manipula as chaves. Por meio de uma simples di

PIÍOJECriS DE RUPTURA. ATAQUE DAS PLACAS DE COURAÇA PELOS

— A' Ilevite Marilime transcreve do The Engineer: successos obtidos A opinião licou fortemente emocionada com os últimos K' isso devido a ser esteassumpto do em Shuüb.iryness pelos projectís Ilaríield. razões vamos expor; mas, uma imporlancia capital, na ^dualidade, pelas que 500REVISTA MARÍTIMA BRAZILEIRA antes d"isso, faremos um quadro contendo grande numero de resultados obtidos contra a melhor das couraças, isto é, a que é feita pelos processos Harveyou Krupp. Escolhemos os melhores resultados que conhecemos ha. \erem sido obtidos pelos projectis. Haveria muitos outros a accrescentar, principalmente os quo foram obtido3 pela nossa commissão de artilharia e que não foram publicados; mas aquelles serão sullicientes. Dlvidll-o-hemos em trez grupos: Grupa /.—Projectis sem capitei. Grupo //.—Projectis com capiléis atirados em condições conhecidas. Grupo UI.— Projectis atirados na Rússia, em condições conservadas se. cretas, mas cujas çírcumstanclas de tiro são conhecidas com e.xactidão. tis resultados provém tanto dos Estados Unidos e da Rússia como da In- ea glaterra. Dêmos a espessura de ferro que podia perfurar cada projectil relação"entre a espessura da placa especial empregada e a da correspondente de [erro. Se esla relação losse a unídvde, seguirse-hia que o projectil teria atra- vessulo a placa especial tão facilmente quanlo a de ferro, e, q janto maior fosse esta fracção, tanto mais brilhante seria a victoria do projectil. Reciprocamente, dividindo a espessura calculada de ferro pela espessura da placi especial atravessada, teremos o que chamaremos a expressão do mérito da i laea, segundo o sxslema do commandante Tressldder. E' provável que os interessados não Ignorem que esta couraça de primeira esse qualidade lenha sido perfurada tantas vezes quanlo o mostra quadro. írupp deu uma fórmula para calcular a perfuração atravéz de taes placas; ach; se sensivelmente a de unia placa de ferro de espessura dupla. E' o mesmo 0,5 10) que lizerque a relação entre a placa perfurada e o ferro seria (columna das e qi e sua expressão tle mérito (columna 11) seria 2,0. As médias relações são. para os diversos grupos, 0,53—0,47—0,58, e reciprocamente, 1,97—2,0C> -1..7. A média dos dois primeiros grupos concorda muito sensivelmente com a estima de Krupp. O grupo russo allasta-se d'ella favoravelmente para os pro- em jectis e em detrimento das placas, resultado lauto mais notável quanto, certos casos, os projectis foram arremessados sob incidências consideráveis. Calculámos ainda, aqui, as perfurações segundo o principio admittido para as placas de metal doce; é entretanto duvidoso que se possa íazêl-o, sendo dada a vantagem que tem unia superfície de metal duro para quebrar uma ponta que a choca obliquamente. So não fossem os resultados russos, uma rápida iuspcceão d esse quadro sem poderia fazer acereditaf que o capité-I não apresenta vantagens, os projectis capitei do primeiro grupo tendo obtido maiores do que as granadas com capitei. 0 facto significa simplesmente que o capifél não poderia dar ao projectil o poder caso, de perfurar mais do qu ! o faria sem elle, a ponta ficando intacta; nVste ao contrario, causaria antes um pequeno embaraço. O effeito do capitei o dimi- CURONI CA 501

íacto, nuir consideravelmento as probabilidades do quebrar-se a ponta; do

file dá. geralmente, a certeza do conservar a ponta. do O grupo I, na realidade, apenas contém um pequeno numero projectis -excepcionalmente lomados d'entre grande quantidade de tiros que, provável- monto, ficaram intactos.

O grupo II, ao contrario, representa quasi o modo de ser ordinário dos projectis

com capitei de primeira qualidade. O resultado é poiso que se deveria esperar: a conservar sua isto ó, que o capitei auxilia poderosamente o projeclil a ponta com um sacri- e, porconsoquencla, a produzira perfurarão; mas isto pequeno

licio do poder de penetração, comparativamente ás raras granadas sem capitei

que conservaram suas pontas intactas. Entretanto, ainda que tudo isto seja claro o concordante com a thooria, resultados á nossa não quereríamos insistir, em vista do peqneno numero dos disposição o da diversidade das condições do tiro. são, O primeiro tiro do primeiro grupo o o ultimo do terceiro póde-se

viNr, victorias extraordinárias para os projeclís. Não podemos attribuir ostes

resultados senão a defeitos da placa atacada. Um projectíl pôde ser muito im- muito seja perfeito, não poderia exceder á perfeição; o duvidamos que per-

feição permittir a um projectíl de 305™° atravessar facilmente uma placa harveysada do 432*", ou a um do 152",-uma placa de 2õl""", sendo dadas

as condições citadas, isto é, com a velocidade e a energia dadas. Eniquanto

estos resultados sahirem, como fazem, do comnium, será mais criterioso

suppòr quo são devidos a defeito da placa.

O caso do selimo tiro do primeiro grupo é completamente dilíerente:

um projectíl do 203'°™ atravessa, tão intacto quanto pôde sèl-o, uma placa

Krupp de 2ÕÍ"", porque sua velocidade era extraordinaria (869":*). E' um tiro

tão instructivo o interessante como qualquer dentre outros já feitos.

A lula entre o projectíl a a couraça foi completamente desigual: haviam

sido tomadas disposições para medir a sua velocidade ao saliir da placa ; a

energia perdida bastaria para perfurar 6S6""" do forro; longo do mostrar

fraqueza, a placa absorveu, pois, mais trabalho do quo o que se doveria esperai"

Um ponto de interesse especial é que, com este tiro formidável, o projectíl

tenha podido ficar inteiro. Esto íacto vem em apoio da afilrmação dos nossos

fabricantes, quo dizem que os nossos projectis inglezes poderiam ser.atírado

com velocidades superiores ás empregadas. As nossas autoridades julgam quo ', as velocidades inferiores a GlO™ que se obtêm praticamente 11a acção, não

bastam; é necessário entretanto notar o facto, por justiça para com as nossas

usinas, quando ouvimos fallar dos grandes resultados oblidos no estrans

gcil'0.

Uma vez que fallámos dos differentes tiros em particular, faremos notar 152"" com fabricados que os projectis do capitei, pelo laboratorio real, perlu duas vezes harveysadas, em 1891, raram as placas o quo um outro projeclil,

som opitél, perfurou, ficando intacto, mas encravado 11a placa. Jtccisla Marítima—9 REVISTA MARÍTIMA ISRAZILEIRA 502

Se notámos estes trez projectis ó porque não foram cilados 11a occasiãoo ás manufacturas do nosso como porque é preciso fazer justiça tanto governo cujos sue- á industria particular. E' inútil fallar aqui dos projectis Hadfield, cessos relatámos ultimamente. O projectil Johnson, que adquiriu grando

reputação nos Estados Unidos, parece-nos ter necessidade de novas e.xperiencias. si Os que foram atirados eram balas rasas e com capitél; tinham, pois, por não haverem sido todas as vantagens. Sua grande qualidade reside no lacto de

deformados pela perfuração. e tanto CM projectis Wheeler Stcrling comporlaram-se admiravelmente, os do capitél como os sem capitél forneceram,cremos, muitos outros exemplos. ultima Klswick O que tem de interessante sobretudo é que na primavera

obteve importantes resultados com projectis d'este systema; esperamos poder

dar informações detalhadas sobre seus successos futuros. sob do Resta a considerar os projectis russos, interessantes muitos pontos

vista. O mysterio de que cercou-se-os a principio foi quasi immediatamente e]|i>s tinham dissipado, excepto 110 que diz respeito aos detalhes. Seguramente fôrma era impor- capiteis, feitos provavelmente com aço endurecido; mas sua um caso, até 2.V tanto, porque perfuraram sob incidências consideráveis (em

da normal, o que é o tiro mais obliquo citado aqui). vão a novas experiencias Acreditamos que as nossas autoridades proceder sob ângulos com projectis tendo capiteis de varias fôrmas e naturezas,chocando 1S94, de incidência variaveis, e esperamos mesmo bater os resultados russos de feito depois ainda que seja permittido crer que a couraça tenha progressos dessa época. A lula do de, ca- Dissemos que esteassumpto ora de actualidade. projectil libro médio contra a couraça de espessura média é, com clTeito, accreditamos,

de imporlancia absolutamente especial. Admittindo sempre o effeito de- attinja a cisivo que pôde ter um único projectil feliz de grando calibre, que cinta, os navios entretanto estão na dependencia, na acção da sua artilharia d«

na nossa marinha 152"" em grande calibre de tiro rápido, representada pelo sua baterias casamatadas. Estes canhões secundários atacam-se uns aos outros e o mais defesa é formada por couraças que não excedem de 152"" geralmente de 12'"", 102"" ou 76"". E' de toda imporlancia aperfeiçoar a melhor gra- operação; o aperfeiçoamento da bala raza, capaz do nada para este genero de valor, comparativamente ao atravessar qualquer espessura maior, 6 de porco tal effeito seu arrebenta- do uma granada de ruptura, que produzirá pelo mais delgadas, mento ao perfurar as placas, mesmo as que, provavelmente, encontrará. ou N'um ataque á cinta, uma bala raza poderia perfurar 11a fluetuação, vital, onde sô a sua talvez peneirar em uma caldeira ou em outro orgão entrada causaria um resultado decisivo; mas no ataque de uma bateria se- cundaria, o metal morto não falia, e é esse o ponto que deve chamar a attenção. «5 ca 3 2 OTIL,S| a ** "-•S (fl O-nl-_ ___ «—•« g * .mm**-* «V. f_j PLACA 0"j(U «_73 (UV-J u O) B t_l í-( Lugar Expessura em (_,H RK8ULTADO Data ll >S._3 fl p.t* 'S_S da experiência millimetros Calibre em milli- -3*3 e natureza metros Peso gos oi." 3 2 e natureza •22 ICC Ei O tlS 8 _*«**3CO 3 cí _ ' W ã> PÍ «15

GRUPO I a e colchão ligeiramente 0,07 1,5 de 1891. 432 Harveysada.. 305 Wlueler-Sterling 385500,5 648 Atravessa placa Estados Unidos.. 12 de Julho deteriorado 2,1 \ Atravessa quebrando-se 0,47 Portsmouth Agosto de 1891 152 llarveysada.. 152 Iladlield, ponla\ Provável- riimbuda/ 'll' ) mente / \ menos \ 323 A atravessa 86" e a pára 0,47 2,1 18 de Outubro de 1894.. 132 Harveysada.. 152 Laboratório realeal) ponta granada Shocburynoss— 579 sem de .J partir-se 0,55 1,8 1895. 356 Harveysada.. 305 Wheeler-Sterling 385566,5 048 Atravessa, a ponta parte-se Estados Unidos.. 4 de Fevereiro de sem avaria 0,57 1,8 Junho de 1S95 .... 140 Harveysada.. 102 Whecler-Sterling 15010 247 Atravessa Estados Unidos.. 15 de 620 A atravessa, a parle-se na 0,57 1,7 4 de Setembro de 1895, 35(1 Harveysada.. 305 Wheeler-Sterling 385549 ponta granada Estados Unidos.. placa•¦ •03 '?» 721 * Atravessa com unia velocidade depois da 0,35 2,8 Novembro de 1896 54 Krupp. 87? 809 VII Rússia (Ochla)... perfuração de 213""" certos casos, ha duvidas. Para os tiros seguintes utilisam-se capiteis de ferro ou de aço. Nota.—Suppomos que estes tiros foram feitos sem capitei; mas, GRUPO II 2,1 152 Laboratório real. 15566,5313 Atravessa partindo-se 0,49 Vlll Shceburynesi...» Outubro de 1894 152 Harveysada.. 0,48 2.1 outubro de 1894 152 Harveysada.. 1,7.' Laboratório real. 45570320 Atravessa partindo-se IX Sbieburyness.... 152 451 Atravessa, ligeiramente deformado. X Eslados Unidos.. 30 de Abril de 1896 178 Harveysada.. Johnson (bala raza Atravessa, a base do projectil partida di 0,51 2,0 Estados 10 de Setembro de 1896. 251 Harveysada., 152 Johnson (bala 47,4763,5495,7 XI Unidos.» raza) um lado Uravessa 0,45 2 2 Agoslo de 1897 152 Harveysada.. 152 Iladlield 45591,2335.1 parllndo-se 1,9 XII Sbieburyness.... 45597,3340,2 Atravessa partindo-se 0,45 XUI Shu'bur>ness....|Agosto de 1897 152 Harveysada.. 152 Iladlield se conserva i'in segredo, chamados magnéticas. São Indubitavelmente com capiteis de aço. provavc Nota.—Os projectis seguintes são de uma espécie que granadas de aço duro. e talvez mantidas por magnetismo. GRUPO III Atravessa arremessado normalmente 0,52 1,9 28 dc Junho de 1894. 152 Harveysada.. 152llollzer 41,95562291 o.5l 1.9 XIV Rússia (Ochla).. 152llollzer 44,95562284 Atravessa arremessado com 15" da normal XV 152 Harveysada.. 0,55 1,8 Kussia (Ochta).. 152 Harveysada.. 152llollzer 44.95562276,5 Atravessa arremessado com 20° da normal XVI Uussi.i (Ochla).. Atravessa arremessado com 25* da normal n.57 1,8 152 Harveysada.. 152llollzer 44,95562267 1.9 XVil Rússia (Ochla).. 152llollzer 44,95561191 Atravessa normalmente 0,52 X VIU Ilussia (Ochta).. 152 Harveysada.. 0.54 1.» 152 Harveysada.. 152llollzer 41.95561281 Atravessa arremessado com 15" da normal XIX Rússia (Ochla).. Atravessa arremessado com 8° da normal » 251 Harveysada. 152llollzer 11.95. 1.2 XX Rússia (Ochla).. 152llollzer 44,95729292 Atravessa arremessado com 8' da normal 0.87 XXI Rússia (Ochta).. 254 Harveysada.. ¦gado de 686 de ferro. 0 trabalho empr em perfurar equiv ale á perfuração Repartição da Carta Marítima

lso aos navegantes

Estado da Bahia Pliaról dos Abrolhos.— Tendo-se

concluído os trabalhos de substituição do antigo apparelho dos Abrolhos, avisa-se de luz do pharól que desde o dia 24 do corrente está funccionando o novo apparelho alli in- stallado. Esse novo apparelho é meso-radiante e e.xhibe lampejos muito seguidos brancos de 30 em 30 segundos poderosos, de eclipses totaes ; a sua luz é visivel a 23 milhas com tempo claro. a 22 metros do solo, 60 O plano focai eleva-se acima e metros ao do nivel médio das marés. Directoria de Pharócs, Capital Federal, 29 de abril de

1898.—Leopoldino José dos Passos Júnior, capitão de mar e guerra, director.

N. 45

ao Bahia do Rio de Janeiro.— Canal norte junto ás Estando ilhas das Cobras e Fiscal.— esta diiectoria pro- cedendo a trabalhos de balisamento das pedras submersas ao norte do canal junto ás ilhas das Cobras e Fiscal, na Bahia recommenda-se attendendo á do Rio de Janeiro, qne, es- treitcza e revéssas d'agua do referido canal, não é prudente navios de maior de cinco metros. por alli transitarem calado Directoria de Hydrographia, 12 de maio de 1868.—José Martins de Toledo, capitão-tenente, director interino. Relação dos livros entrados na Bibliotheca da Marinha durante o mez de Maio de 1898

Aritiimetica (Curso primário de mathematica), por AarSo Heis. — 1 vol. in-12 broch. — Hio de Janeiro.

Aritiimetica médio (Curso de), para as aulas de 1° gráo, por Lima (Eduardo da) — — 1 vol. in-12 cart. Rio de Janeiro, 1898. Artk de educar os — — filhos, por Werneck (Américo) 2* od. 1 vol. in-S° cart. — llio de Janeiro, 1S97.

Apontamentos para a pratica de medicina legal, por Barros (Dr. li. Xa- vier de).— 1 vol. in-12 carl. — Hio de Janeiro, 1897. American Praticai. Navicator (Tiie), por Howdichi [N.) — 1 vol in-4" ene — Washington, 18%.

Canottaggio a remi. a vela ed a vapore (II), por Croppi (Gioraio). — 1 vol in-16 cart. — Milano, 1898. Comédias, Martins — por l'enna 1 vol. in-12 broch. —Rio de Janeiro. Üescorerta da Índia —1 (A), por Coelho Netlo. vol. in-12 broch. — Hio de Janeiro, 1898. — Finanças, por Faro (Muitos). 1 vol. in-8° broch. — Rio de Janeiro, 1S98. Homenagem do Institlto IIistorico da Bahia ao grande c famoso orador Padre Anlonio Vieira, Torres — por (J. Nepomuecno). 1 vol, in-8# broch Rahia, 1897.

Mechanism ok men-of-nvar (Tiie) (H. N. IIandrooks), por Oldknow («. CO— 1 vol. in-12 cart. — London, 1890.

Naval Gunnery (H. N. IIandrooks), por Gurbett (Capt. H.) — i vol. in-12 rarl. — London, 1897.

Naval adjiinistration N. IIandrooks), (H. por Veieu-Ilamilton(Admiral SirII.) 1 vol. in-12 eart. — London, 189(3.

NOVOS ESTUDOS DE litteratura CONTEMPORÂNEA, por Romero (Silício). — 1 vol. in-12 broch. — Rio de Janeiro.

Ouro sorre — — azul Nova edição por Taunay (Visconde de). — 1 vol. In-12 broch. — Hio de Janeiro.

Perturrações visceraes no reri-reri (These inau rural approvada com dis- tnicçào), —1 ° polo J)r. Sampaio Vianna. vol. in-1 broch. — Ilio do Janeiro, 1898.

Pelo Sertão, — por Arinos (Affonio). 1 vol. in-i» broch. — Hio de Janeiro, 1898.'

Paraíso Coelho — — (0), por Netlo. 1 vol. in-12 broch. Rio deJaneiro, 1898. Torpe does and torpedo vessels (R. n. IIandrooks), Armsiromi —1 por (Lieut. (,. h.) vol. in-12 cart. — London, 1896. Zoologia geral de II. Reauregard (Hihliotheca do ensino intuitivo, 7° vol.) adaptada ao — portuguez, por Villa-Lobos (li.) i vol. in-12 cart. — llio de Janeiro, 1898. — DE METEOROLOGIA CARTA MARÍTIMA DIRECTORIA mez de Março de 1803 e das médias obtidas no Boletim das maximas e mínimas absolutas

OBSERVAÇÕES EM 2.) HORAS Thermo- O metro o» O TEMPERATURA CHUVA CO "3 X o COCO Frequencia dos ventos a S 03 «3 2 O Ro cnc/5 (VEZES) K s .2 o -a-G •5 a COCO o <*> o soeO H O H o c- É5 .§.§ «< +£ >¦ co w 55^

N N N li NE ENE ESE SSE S 3 2 11111 Max. ahs... 75(5.95 25.0 3.0 21.01 95.9 10 '¦> w s w W W N W N W N N W b a Min. ahs 751.90 21.9 0.5 17.09 70.0 0 s 4 3 1 3 2 Média meus. 754.71 22.9 1.1 18.79 90.1 4.9 "Vs= 8 —

3° O N N E ENEK ESE S Max. ahs.. 757.87 29.0 4.1 22.92 92.2 10 4 12 1 Min. ahs... 752.s2 22.9 0.9 18.22 70.2 0 I- V. 1 9 a 81.0 V N W N :N N —1cõ O .Média meus 755.54 25.8 2.4 20.03 3.1 ¦—* 2 3 2 CD o "C CO o"r

3* N N E ESESKS S E Max. ahs. .. 757.37 32.0 7.3 22.16 80.1 10 34.7 21.1 20.1 25.90 0.50 31.15 3.1 2 4 M'n. alis.... 752.27 24.4 2.4 16.38 52.1 0 i/2d W S W N :N N W 1 Média mens. 751.93 28.2 4.3 19.11 68.8 3.9 1 2 o &

N E E S li S li SSK S'-r ahs. .. 750.81 31.0 7.5| 26.51 82.0 10 Max. 9 8 1 1 1 Min. ahs... . 750.(j<> 21.4 15.59 50.0 9 3 p s s s w Média mens. 753.67 27.7 4.2 19.00 69.2 4.1 •2 8 2

E N E E S E S E S S E S S !' V Max. ahs... 757.lv» 20.1 6.0 21.44 01.9 10 1 1 2 12I. 4 Min. ahs.... 751.05 22.4 1.0 10.19 54.8 0 "? G S \Y \V S W W p Media mens. 753.% • 3 3. I 18.72 74.2 5.3 1112

* Esta altitude foi resentemente determinada pela Coniinissão da 1'lan'a Cadastrai clara a almosphera. Caliiu chuva em trez <": p OhNi>rvaçõcM> — Foi notada a frequencia do tênue nevoeiro haixo, sendo, porem, liaslantebaslani -No r lampagosIa desde 4",35'" até depois de 01' p. No dia 29 oorrospondondo a maviina registrada ao dia 31. dia 25 liouvo ao W N W trovoada com inl misos p. ao N \V com rrlam ás 3h |). oiviu-si» trovoada a K N K. No d'a 30 ás th p. o:iviu-si» trovoada pagos. e de 2081',05 durante o mez. 0 lielioírapho registrou a miior duração do lirilho s dar de 10h,S5, a mínima de 0-',i>0 a tot.u -= é, \\. Força horizontal : Declinação magnética + 7 ,5, i>to paia Nvrviçn iiu«s;ii<-»í<-

ÚNICOS AGENTES NO RIO DE JANEIRO

STX-iVA. CS-OüVEIEíS c&: d.

RUA DE S. PEDRO N.os 22 E 24

VENDE-SE EM TODAS AS PIIARMACIAS E DROGARIAS

Uma carta de Gênova —Muitas pessoas curadas. Pedido urgente

Gonova, 1 de novembro do 1S97.—Sr. Heinzelmann—Buenos-Ayres.— Distincto Sr.—Deve estranhar em receber esta carta pedindo pelo correio e com urgência dez dúzias de vidros cora pílulas anli-dyspepticas do Dr. Iteinzel- ma li n, o porém que quer, com o gênio quo tenlió, não posso vèr soffrer pessoa alguma. d'ahi fiz Quando parti um bom sorlimento de pílulas Heinzelmann, tanlo anli-dyspepticas, como expeetorantes e ferruginosas, porém á bordo, durante a viagem, presenteei a muilas pessoas, que sofTriam do estomago, dores de cabeça, difllculdade na digestão, tonteíras, eralim d'estas doenças que todos nos o queixamos quo, sem sabor, é ura grande mal que nos acabrunha dia a dia. Em quantidade forão as curas feitas por mira com seus preparados e entre cilas citarei as mais pessoas populares e que cada um poderá certificar-se da rainha verdade; principiarei pelo tenor Cartica, que está fazendo sua segunda temporada 110 IheatroS. Martin de Buenos Aires; o notável barytono liussell, quo de mãos postas me pedia uma pilula anti dyspeptica do Dr. Heinzelmann; curei a primadona Occhiolini, o cornmissario de bordo, a família do cavalheiro Torino, director do Consorvatorio de Musica de Roma e da casa reinante. Os agradecimentos erão tantos que me charaárâoo medico salvador. outros Entre contarei mais este caso, por ser notável pela idade: o Sr. Aldegani, cavalheiro da Legião de Honra, proprietário do Grande Restaurant das Armas Italianas, em Paríz, queixava-se com niu!ta tristeza de dores de cabeça, sutfocaçãoo insoranias, grande não podendo comer porque tudo lhe fazia mal, dores no estomago,muitos gazes, arrôtos, ele., etc., um verdadeiro caixão de doenças. com Fiz que tomasse por alguns dias as pilulas anti-dvspepticas, e uma com noite, grande surpreza minha, vi que o vWlio vinha directamente á minha mesa trazendo uma garrafa do melhor vinho velho ecom ar contente me disse: "t'te. Sr. Telesio, estou curado, já como com nviito app diinno maravilhosa- mente bem, esta noite passada foi ura encanto para mim, pois não despertei nem um só momento venho ; pois, pedir-lhe encarecidamente mais pilulas o rogar-lhe me indicar onde posso compra-las. Realmente o velho estava mudado, seu semblante estava com excellente apparencia e posso attestar que curou se radicalmente. Como estas curas tenho tido muitíssimas que, me dão verdadeira satisfac ;ão. Em Gênova, todos chamara me doulor, e á força, já vou me crendo medico, tudo devido às suas pilulas anli-dyspepticas, ferruginosas e especlorantes. voltar Quando a Buenos Ayres,mostrarei a quantidade de cartões que tenho de altamente colloeadas e fizeram pessoas que uso de seus preparados. Termino dizendo que o peior e que não tenho mais pilulas ; mandei-as vir de Barcelona, porém não sei quando chegarão ; assim urge que as mande pelo correio o mais breve possível. Permitia que me subscreva entre os seus mais agradecidos admiradores, etc., etc. Enrico Tei-esio. Gênova —Via Ambrosio, Spinola n. 2. P. S. Junto um cheque do Banco de Italia. ÍNDICE

DAS

Matérias no 32° volume, de Janeiro publicadas

a Junho de 1898

JANEIRO

MatériasPaginas

Regulamento da Escola Naval1-9 Sobro a necessidade da confecção de uni mesmo typo para os livros de demita175 Marinhas de guerra estrangeiras1KI Chroniea—200 Carla Maritima209 Boletim Meteorologico Annoxo

FEVEREIRO

211 Penetração dos projeelis nos meios resistentes annos 227 Desenvolvimento das marinhas de guerra no correr dos dez últimos Marinhas de guerra estrangeiras 2."):} Chroniea 259 Boletim meteorologico Aunexo

MARÇO

(( Capitão de fragata (iaroez Palha207 Penetração dos projeetis nos meios resistentes271 Prujeclo de um aérostato«J» 'senvohimento annos£.U D das marinha^ de guerra no correr dos dez ullimos Marinhas de guerra estrangeiras Chroniea Carla M::r'.tiina ^'2

* do volume II índice p"

ABIUL

Paginas Maiorias

e Almirante Abreu A cessão dos cruzadores Amazonas nos meios resistentes Peneirarão dos projeclis 33q dez últimos aiinos mariff^^eVra' no correr dós Rísenvotimentodas || Marinhas do guerra estrangeiras367 ¦ Chronira...— Annexo Boletim meleorologieo

MAIO

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