Marítima Brazileira

Marítima Brazileira

XVII ANNO — N. 7 REVISTA MARÍTIMA BRAZILEIRA CIHEGTOR' Capitão-tenente Eduardo Ernesto Midosi redactokes : 1' Tenente reformado Carlos de Castilho Midosi e 1" Tenente reformado Leão Ainzalak Side ia Birecgão e Redacçâo NA BIBLIOTHECA DA MARINHA Rua doCoiisellioIro Saraiva n. 1* JANEIKO DE 1898 W5l>Zr^M I ItIO DE JANE1U0 Typographia da Gazeta de Noticias — Itua Sete de Setembro n.70 1898 V i * . —" •/ ?* / % T* — * REVISTA* •' MARIJI.R/WV 'jkv - I» J* REDACÇÃO de 1898 foi nomeado o Por Aviso de 24 de Janeiro Primeiro-tenente reformado Carlos de Castilho Midosi da Revista Marítima. para exercer o cargo de redactor ESCOLA NAVAL Pelo Decreto n. 2.799, de 19 de Janeiro de 1898, ficou reformado o regulamento da Escola Naval, mandado exe- cutar pelo Decreto n. 1.256, de 10 de Janeiro dc 1891, deven- do daquella data em diante ser observado o seguinte: Regulamento da Escola Naval a que se refere o Decreto n. 2.799 dc 19 de Janeiro de 1898 TITULO i CAPITULO I íDc endino Art. i.° A Escola Naval tem por fim a instrueçâo e a educação militar, maritima, theorica e pratica, dos jovens que se destinam ao serviço da Armada Nacional. Art. 2." O ensino geral na Escola será feito em um curso de cinco annos, distribuído do seguinte modo : Art. 3.* Curso de aspirantes: — § i.° Io ANNO i* cadeira — Álgebra superior, geometria analytica, cal- culo infinitesimal — pelo lente cathedratico. i" cadeira — Repetições e applicações praticas — pelo substituto. 13o REVISTA MARÍTIMA BRAZILEIRA 2' cadeira— — Physica experimental, meteorologia pelo lente cathedratico. 2* cadeira — Repetições e applicações— pelo substituto. cadeira — Geometria — 3* descriptiva, topographia pelo lente cathedratico. i" aula — Apparelho dos navios, arte do marinheiro — pelo instructor. 2' aula — Levantamentos topographicos, nivelamento — pelo instructor. — Ensino graphico Desenho geometrico e topographico —pelo professor. § 2°—2o ANNO i* — — cadeira Mechanica geral pelo lente cathedratico. — i" cadeira Repetições e applicações —pelo substituto. — 2* cadeira Electricidade e suas applicações—pelo lente cathedratico. — 2" cadeira Repetições e applicações á marinha de guerra—pelo substituto. — Theoria construcção 3* cadeira geral e das machinas— pelo lente cathedratico. — Aula pratica Machinas a vapor, seu funccionamento— machinista. pelo instructor Ensino — Desenho de machinas — graphico pelo pro- fessor. —, ANNO § 3o 3o — Astronomia Ia cadeira e Observatório, precedida de espherica — trigonometria pelo lente cathedratico. — Repetições — i" cadeira e applicações pelo substituto. — Navegação — 2a cadeira pelo lente cathedratico. — 2a cadeira— Repetições e applicações pelo substituto. — 3a cadeira— Balística, artilharia naval pelo lente ca- thedratico. — — 3a cadeira Repetições praticas, chronographos pelo lente substituto. REGULAMENTO DA ESCOLA NAVAL 131 — cadeira Chimica — cathe- 1' e pyrotechnia pelo lente dratico. -4" cadeira — Repetições — praticas, explosivos pelo lente substituto. — 1* aula Navegação, observações — pelo instructor. 2* — —Exercícios aula Linhas de tiro de artilharia—pelo instructor. Art. Curso 4o. de guardas-marinha : i° — AN § 40 NO — i* cadeira Geodesia e hydrographia, — cartas pelo lente cathedratico. i" cadeira — Repetições — praticas pelo substituto. 2* cadeira — Manobra — (theoria e pratica) Evoluções navaes. Technologia de construcção naval—pelo lente ca- thédratico. — — 3* cadeira Historia naval e tactica Operações com- binadas de terra — e mar pelo lente cathedratico. cadeira — 4* Direito publico e internacional, especial- mente marítimo—pelo lente cathedratico. cadeira — Repetições—pelo 4* lente substituto, (uma vez por semana). — i'aula Levantamentos hydrographicos e respectivo desenho — pelo instructor da 2' aula do i° anno. 2' aula — Manobra navio em de vela, pelo instructor da i* aula do i° anno. 2o — § 5° ANNO — 1* aula Pratica de navegação e manobra. — 2* aula Pratica de artilharia e torpedos. — 3* aula Pratica de machinas a vapor c applicações da electricidade. Art. 5o. Além das aulas referidas, os alumnos do curso escolar continuarão sempre obrigados á frequencia das aulas e exercícios de natação e gymnastica, pela manhã, e de in- Revista Marítima—2 132REVISTA MARÍTIMA BRAZILEIRA fantaria, artilharia e torpedos, esgrima de florete e espada, á tarde, de accordo com os respectivos horários. Art. 6". Os programmas das respectivas cadeiras serão organisados pelo conselho de instrueçâo superior, logo de- pois de promulgado o presente regulamento, tendo em vista o máximo desenvolvimento pratico a dar ao ensino. Art. 7°. As diversas cadeiras que constituem o curso es- colar são, por secções, divididas da seguinte maneira : Ia SECÇÃO i" cadeira do i° anno 1* cadeira do 2" anno 3a cadeira do 2" anno 2a SECÇÃO 3a cadeira do i° anno ia cadeira do 3" anno ia cadeira do 40 anno 3a SECÇÃO 2a cadeira do 30 anno 3a cadeira do 30 anno 4a SECÇÃO 2a cadeira do 1" anno 2' cadeira do 2° anno 4a cadeira do 30 anno 5a SECÇÃO 2a cadeira do 4" anno 3a cadeira do 4" anno 4a cadeira do 40 anno Paragrapho único. As cadeiras da 4a secção e 3a cadeira do 3" anno terão gabinete ou laboratório. CAPITULO II .£>a.i matticuLaâ Art. 8." Ninguém será admittido á matricula na Es- cola, sem provar: REGULAMENTO DA ESCOLA NAVAL 133 1.°Que é cidadão brazileiro : 2.°Que foi vaccinado ; 18 3.0 Que é menor de annos; Que não tem defeito physico ; na Escola Naval nas seguintes 5.0 Que está approvado matérias: — francez, inglez, arithmetica com- portuguez, elementar, trigonome- pleta, algebra elementar, geometria tria rectilinea, e cosmographia, historia univer- geographia sal, especialmente a do Brazil. Art. condições de á matricula: 9.0 São preferencia 1.*Os exames de madureza nos limites da idade, os do Collegio Militar e apresentação de documentos de appro- vações em matérias além das exigidas ; 2.»Os filhos de officiaes da Armada, do Exercito e de funccionarios públicos. Art. 10. O director da Escola, no caso de necessidade, requisitará do chefe do Estado-Maior General da Armada os o exame de trata o art. 187 12. médicos precisos para que § exames de trata o Art. 11. A inscripção para os que ves- art. aberta um mez antes e encerrada na 8." § 50 será começarem os mesmos exames, e psra do dia fixado para director. será feita em livro destinado a este fim pelo ser chamado Art. 12. O candidato não poderá para approvação em qualquer exame, sem ter tido portuguez. tutores ou correspondentes Art. 13. Os pais, poderão a ma- requerer ao Ministro da Marinha, em época própria, candidatos ap- tricula no 1° anno do curso escolar, para os sendo estes submettidos á provados em todos os exames, inspecção de saúde. matricula serão en- Art. i.|. Os requerimentos para a viados interessados ao director da Escola, até o dia 15 pelos fevereiro. trata o Art. 15. Depois de encerrado o prazo de que art. 14, o director enviará, com as informações necessarias, á Secretaria dEstado, os requerimentos dos candidatos, classificando-os em ordem de merecimento. *34 REVISTA MARÍTIMA BRAZILEIRA Art. 16. Nenhum candidato será admittido á matri- cuia em anno superior, si não fòr alumno do curso, sem ter sido submettido e approvado nos exames vagos das mate- rias dos annos anteriores, além de ter approvações de pre- paratorios, na Escola Naval. Art. 17. O candidato matriculado receberá na secretaria estampilhas, da Escola a sua nomeação e praça, pagando em no documento, a de vinte que serão inutilisadas quantia mil réis. CAPITULO III con-iclho t)e inátzucção fX)o preparatoua creado o conse- Art. 18. Pelo presente regulamento é o será lho de instrucção preparatória da Escola Naval, qual disponibilidade com os constituído pelo pessoal docente em membros do magistério que forem para este fim aprovei- tados. Art. 19. Os membros deste conselho de instrucção pre- nas mesas de exames a matricula, e paratoria servirão para os candidatos ás repartições em geral, nos concursos para da marinha. Art. 20. Os membros dos conselhos de instrucção pre- reunir-se-hão sempre forem convocados paratoria que pelo Escola regularmente director da e duas vezes por anno, em junho e dezembro, para os exames de matricula na Es- cola. 21. Os concursos Art. para os lugares nas repartições serão feitos conforme o disposto nos respectivos regula- mentos. Art. 22. As reuniões do conselho de instrucção prepa- ratoria serão presididas pelo v:ce-director do estabeleci- mento, o qual deverá communicar ao director as resoluções relativas dos exames, turmas e propostas ao programma de organisação alumnos e de pontos para a prova escripta e oral. REGULAMENTO DA ESCOLA NAVAL x35 Art. terá 23. O conselho de instrucção preparatória em consideração a conveniência de examinar os candida- tos em conversação nas linguas exigidas, além dos conhe- cimentos sobre grammatica e traducção. Art. 24. Servirá também neste conselho como secreta- rio o secretario da Escola. Art. 25. Os exames de preparatórios serão exclusiva- mente destinados á matricula na Escola Naval e serão vali- dos para os effeitos de concurso ou admissão nas repartições de marinha. Art. 26. No impedimento de alguns dos membros das commissões examinadoras referidas, será designado pelo dr rector um dos docentes do curso escolar para fazer parte da mesa e que neste caso perceberá a gratificação que ao sub- stituto compete, durante seu impedimento. Art. 27. Se, porém, não fôr a ausência de alguns dos examinadores justificada, perderá elle, durante a mesma, o direito vencimentos, a todos os que serão abonados aquém o substituir. do conselho de Art. 28. A qualquer dos membros in- strucção de comparecer a trez preparatória, que deixar con- vocações seguidas, serão descontados os vencimentos, a par- tir de então, e, excepto nas faltas justificadas, continuará elle sem direito aos vencimentos, até novamente comparecer aos trabalhos de exames. Art. 29. São faltas justificadas para os effeitos do artigo anterior a invalidez provada e as licenças na fôrma da lei. Art. 30. Se, no caso de vaga declarada dè um dos luga- res do conselho de instrucção preparatória, o director não puder preenchel-a, no tempo dos trabalhos por algum dos membros do corpo docente escolar, convidará um profossor estranho o ao estabelecimento, qual neste caso perceberá as vantagens do substituído durante os mesmos tra- balhos.

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