Instituto De Estudos Para O Desenvolvimento

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Instituto De Estudos Para O Desenvolvimento Ministério dos Negócios Estrangeiros Instituto Português de Apoio ao Desenvolvimento A cooperação Portugal – Cabo Verde no domínio do ensino superior Avaliação da Cooperação Portugal – Cabo Verde no domínio do Ensino Superior desenvolvida no âmbito do Acordo assinado em Fevereiro de 1997 (Decreto-lei nº 41/97) . TOMO II . Equipa Técnica: IED Nelson Matias Joaquim Bernardo Jorge Pinto Julho 2003 RELATÓRIO FINAL – TOMO II Ministério dos Negócios Estrangeiros Instituto Português de Apoio ao Desenvolvimento A cooperação Portugal – Cabo Verde no domínio do ensino superior RELATÓRIO FINAL – TOMO II 1 Ministério dos Negócios Estrangeiros Instituto Português de Apoio ao Desenvolvimento A cooperação Portugal – Cabo Verde no domínio do ensino superior ÌNDICE Para leitores “apressados”, recomenda-se TOMO II a leitura do capítulo 4, um verdadeiro case study. Casos e situações na cooperação no âmbito do Acordo de 1997 1. A política de Bolsas no âmbito do Acordo de Cooperação ……………….…..… 4 2. Protocolos, Convénios e relações inter-institucionais ………………………..… 35 3. A cooperação nas áreas do ensino da economia, da gestão e da formação bancária: o ISCEE, o INAG e o ISGB ………………………………………….. 48 4. O ISECMAR e a cooperação nas engenharias e nas ciências do mar …………. 69 5. A cooperação com as instituições de formação de professores: o ISE e o IP ….. 98 6. O ensino à distância e a Universidade Aberta ………………………………….. 122 7. Os projectos de ensino superior na área da Saúde ………………………………. 135 8. O cooperação com parceiros do ensino superior não- público e do privado …… 142 9. A formação de nível superior na área das Ciências Agrárias …………………… 157 Siglas e acrónimos ……………………………………………………………………… 161 Bibliografia ……………………………………………………………………………… 164 ANEXOS: ----------------------------------------------------------------------------------------------------- I – Textos legais da República Portuguesa 1. Acordo de Cooperação Portugal Cabo Verde, no domínio do ensino superior (1997) 2. Convénio de Cooperação Científica e Tecnológica entre o MCT e o MECC (1997) 3. Resolução do Conselho de Ministros nº 157 /2000 II - Síntese das Actas das reuniões da Comissão Paritária III - Aspectos metodológicos da avaliação 1 . Quadro de Referência da Avaliação apresentado no Relatório Intermédio 2. Alguns instrumentos utilizados no Estudo IV – Legislação sobre o ensino superior em Cabo Verde V – Termos de Referência da Avaliação RELATÓRIO FINAL – TOMO II 2 Ministério dos Negócios Estrangeiros Instituto Português de Apoio ao Desenvolvimento A cooperação Portugal – Cabo Verde no domínio do ensino superior INFORMAÇÃO / RECOMENDAÇÃO Os casos e situações aqui apresentados constituíram um instrumento de trabalho da metodologia adoptada neste estudo. Com eles pretendeu-se sistematizar um conjunto de informações sobre a cooperação desenvolvida com instituições e/ou em sectores específicos do campo do ensino superior de Cabo Verde, por forma a superar algumas das dificuldades encontradas durante o estudo que resultavam da qualidade da informação disponível e da qualidade da documentação existente, quer Portugal, quer em Cabo Verde. Neste sentido, a elaboração dos casos e situações construídas e aqui apresentadas permitiram: (i) tornar mais inteligível o conjunto das acções e missões de cooperação que tinham por alvo um mesmo sector ou instituição de ensino superior de Cabo Verde; (ii) identificar significativas incorrecções presentes em documentação recolhida e analisada; (iii) submeter a uma validação por parte dos parceiros e participantes envolvidos em cada um dos casos e situações, quer a informação apresentada – que necessariamente constitui uma selecção, em função da pertinência e valor analítico, das ocorrências identificadas - quer o entendimento construído pela equipa de avaliação do caso ou situação em causa; (iv) analisar a cooperação desenvolvida entre 1997 e 2002 e apresentar os resultados dessa análise no TOMO I deste Relatório. Existindo a garantia de que o entendimento construído pela equipa de avaliação relativamente a cada um dos casos ou situações apresentadas foi validado pelos parceiros e instituições, é possível que, por vezes, algum pormenor aqui apresentado não o tenha sido. Esta situação pode ocorrer em particular nos casos em que algum dos parceiros referidos não se envolveu no processo de validação, ou não controlou de modo tão sistemático quanto se desejaria, a informação presente no(s) Relatório(s) Intermédio e Preliminar que lhe foram enviados. RELATÓRIO FINAL – TOMO II 3 Ministério dos Negócios Estrangeiros Instituto Português de Apoio ao Desenvolvimento A cooperação Portugal – Cabo Verde no domínio do ensino superior 1 A política de bolsas como um dos instrumentos centrais na cooperação entre Portugal e Cabo Verde no domínio do ensino superior – breve enquadramento RELATÓRIO FINAL – TOMO II 4 Ministério dos Negócios Estrangeiros Instituto Português de Apoio ao Desenvolvimento A cooperação Portugal – Cabo Verde no domínio do ensino superior 1- A política de bolsas como um dos instrumentos centrais na cooperação entre Portugal e Cabo Verde no domínio do ensino superior – breve enquadramento A concessão de bolsas para frequência do ensino superior em Portugal tem constituído um dos eixos mais relevantes da nossa política de cooperação, visando sobretudo apoiar a “produção” de quadros médios e superiores de que tanto carecem os países africanos de expressão portuguesa. E neste domínio Cabo Verde tem sido o país que ao longo dos anos tem tido o maior número de bolseiros a estudar em Portugal, beneficiando quer do apoio do Estado Português quer, muitas vezes, do próprio Estado cabo-verdiano. Os dados resultantes de um levantamento dos estudantes africanos bolseiros em Portugal, realizado no ano lectivo de 2001/2002 junto de 134 instituições do ensino superior, das quais responderam 88, mostram que cerca de 50% destes eram de origem cabo-verdiana, demonstrando assim a forte presença de bolseiros deste país1. A informação disponibilizada pelo Ministério da Educação e Valorização dos Recursos Humanos (MEVRH) de Cabo Verde relativa ao total de estudantes a beneficiar de bolsas no ano lectivo 2000/2001 confirma, pelo seu lado, o forte peso de Portugal como local de estudo dos bolseiros cabo- verdianos (39,6%), valor que aumentaria (56,3%) se nos referíssemos apenas aos que estão a estudar no estrangeiro Distribuição do total de bolseiros segundo o sexo e o país onde desenvolvem a formação - Ano Lectivo 2000/2001 Masculino Feminino Total Países Número % Número % Número % Cabo Verde 353 31,3 308 28,1 661 29,7 Estrangeiro Portugal 426 37,8 454 41,4 880 39,6 Brasil 215 19,1 214 19,5 429 19,3 Cuba 103 9,1 82 7,5 185 8,3 Rússia 25 2,2 33 3,0 58 2,6 República Checa 3 0,3 5 0,5 8 0,4 E.U.A. 2 0,2 0 0,0 2 0,1 Total 1127 100 1096 100 2223 100 Fonte: MEVRH-GEP, Dezembro de 2002. 1 Dados disponibilizados pelo ICP no quadro da informação recolhida junto deste Instituto. RELATÓRIO FINAL – TOMO II 5 Ministério dos Negócios Estrangeiros Instituto Português de Apoio ao Desenvolvimento A cooperação Portugal – Cabo Verde no domínio do ensino superior Poder-se-á, assim, afirmar que Cabo Verde tem dependido de modo significativo da formação superior realizada em universidades e institutos politécnicos portugueses, situação aliás que se tem registado desde há longa data (Cf. Quadro II). Na realidade, entre 1988/89 e 2002/2003 o número de Bolsas atribuídas por Portugal a estudantes cabo-verdianos assume sempre uma forte relevância ao longo desse período verificando-se inclusive que Portugal é sistematicamente o país estrangeiro que individualmente maior número de bolsas financiou todos os anos, embora por vezes não tenha sido o principal destino dos estudantes com bolsa do governo de Cabo Verde, tendo sido ultrapassado pelo Brasil entre 92 e 96. Evolução da atribuição de Bolsas a estudantes Cabo-verdianos entre o ano lectivo de 1988/89 e 2002/2003*, segundo o País financiador e de frequência da formação superior Com bolsas de Cabo Verde, Estudam e têm bolsa de ... SUB- SUB- Anos estudam em ... TOTAL Portu Países Outros TOTAL Cabo Portu TOTAL 2 Brasil Brasil Cuba gal Europeus Países Verde gal 88/89 90 101 10 55 256 0 0 0 0 0 256 89/90 90 79 4 77 250 0 0 0 0 0 250 90/91 146 86 3 25 260 0 0 0 0 0 260 91/92 65 29 5 27 126 0 2 40 0 42 168 92/93 52 21 3 9 85 0 33 93 0 126 211 93/94 53 1 0 7 61 0 28 126 0 154 215 94/95 43 11 3 0 57 0 34 145 0 179 236 95/96 44 9 15 10 78 80 70 150 0 300 378 96/97 39 11 18 53 121 175 100 95 0 370 491 97/98 33 14 0 2 49 135 223 98 40 496 545 98/99 31 14 0 17 62 178 275 135 40 628 690 99/00 31 1 0 10 42 130 230 98 40 498 540 00/01 33 20 0 43 96 126 200 95 0 421 517 01/02 41 20 5 25 91 125 80 23 0 228 319 02/031 45 25 5 13 88 300 27 11 0 338 426 Fonte: MEVRH-GEP, Dezembro de 2002. 1.Dados provisórios. Ao total geral de 2002/2003 devem ainda contabilizar-se 10 bolsas concedidas pelo Instituto da Cooperação Portuguesa para a formação em Cabo Verde, pelo que o número global de bolsas ascende na realidade a 436. 2. As bolsas financiadas por Portugal abrangem aquelas concedidas pelo ICP e Fundação Calouste Gulbenkian para os anos lectivos entre 1988/1989 a 2001/2002. Em 2002/2003, para além das bolsas atribuídas por essas duas instituições, foram também contabilizadas 7 bolsas concedidas pelo Fundo do Montepio Geral. A relevância de Portugal neste domínio foi possível pela posição particular de Cabo Verde, quer no plano global das relações bilaterais de cooperação, quer pela sua posição e inserção geográfica e económica - um arquipélago com uma população relativamente pequena e RELATÓRIO FINAL – TOMO II 6 Ministério dos Negócios Estrangeiros Instituto Português de Apoio ao Desenvolvimento A cooperação Portugal – Cabo Verde no domínio do ensino superior fortemente marcada pela emigração (e, em particular, para Portugal), com constrangimentos fortes ao seu desenvolvimento e muito dependente da ajuda externa.
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