GOVERNO DO ESTADO DE SAO PAULO SECRETARIA DA AGRICULTURA COORDENADORIA DA PESQUISA AGROPECUARIA

BOLETIM CIENTfFICO N9 7

INSTITUT0 AGRONÛMICO

LEVANTAMENTO PEDOLÖGICO SEMIDETALHADO DO ESTADO DE SÂO PAULO: QUADRICULADE RIBEIRÄO PRETO. II. MEMORIAL DESCRITIVO

CAMPINAS Marco de 1987 Endereço/Address: Institute) Agronômico Caixa Postal 28 Telex (019) 1059 13001 (SP) -BRASIL Föne (0192) 31-5422 (PABX)

• SOLICITA-SE INTERCÂMBIO - PIDESE CAN JE - ON DEMANDE L 'ÉCHANGE - WE ASK FCR EXCHANGE - MANN BITTED UM A USTA USCH • SI R1CHIEDE LO SCAMBIO GOVERNO DO EST ADO DE SÄO PAULO SECRETARIA DE AGRICULTURA E ABASTECIMENTO COORDENADORIA DA PESQUISA AGROPECUARIA 1NSTITUTO AGRONOMICO

LEVANT AMENTO PEDOLÓGICO SEMIDETALHADO DO ESTADO DE SÄO PAULO: QUADRJCULA DE RIBE1RÄO PRETO. II. MEMORIAL DESCRITIVO

Joäo Bertoldo de OLIVEIRA Helio do PRADO

Convênio EMBRAPA-S.A.A.

ISSN 0102-2032 B. Cient. Inst. Agron. Campinas, SP n. 7 1987 Oliveira, Joäo Bertoldo Levantamento pedológico semidetalhado do Estado de Sâo Paulo: Quadn'cula de Ribeirâo Preto. II. Memorial descfitivo, por Joäo Bertoldo de Oliveira e Hclio do Prado. Campinas, Instituto Agronômico, 1987. 133p. ilus. (Boletim cienti'fico, 7)

O CDD 631.498161

A eventual citaçâo de produtos e de marcas comerciais nâo expressa, necessariamente, recomendaçâo do seu uso pela Instituiçâo. É permitida a reproduçao parcial desde que citada a fonte. A reproduçao total dépende da anuência expressa do Instituto Agronômico. PARTICIPARAM NA EXECUÇAO DO TRABALHO

1. No mapeamen to: 6. Nas anâlises qui'micas: Joâo Bertoldo de Olive ira José M.A.S. Valadares Pesquisador Cientffico Pesquisador Cientîfico Hélio do Prado Otâvio A. Camargo Pesquisador Cientffico Pesquisador Cientffico Antonio Celso Joaquim Ângelo Braz Brésil Auxüiar de Engenheiro-Agrônomo* Técnico de Laboratório Célia Panzarin 2. Na redaçào: Técnica de Laboratório Joâo Bertoldo de Oliveira Célia Beatriz Gonçalves Hélio do Prado Técnica de Laboratório Soraya Maria de Oliveira Técnica de Laboratório 3. Na cartografia: Fâtima Hirata Joâo Bertoldo de Oliveira Estagiâria Hélio do Prado

7. Nas anâlises mineralógicas: 4. Na computaçâ'o dos dados: Joâo Bertoldo de Oliveira Joâo Bertoldo de Oliveira José da Silva Pinto Filho Hélio do Prado Auxiliar de Engenheiro-Agrônomo JoSo Roberto Ferreira Menk Pesquisador Cientffico 8. No desenho: Hélio Neme Desenhista 5. Nas anâlises fi'sicas: Sidneide Manfredini 9. Na composiçâo: Pesquisadora Cientifica Raquel de Oliveira Ferreira Celia Panzarin Técnica de Laboratório 10. Na arte-final: Rosângela A. Rodrigues Maria Silvia Pereira de Carvalho Estagiâria Katsuko Oshiro 11. Na revisäo de Vernâculo: Estagiâria Lfgia Abramides Testa

* Atualmente, Engenheiro-Agrônomo. SUMÂRIO

Pagina

Resumo 1

Summary 2 1. Introducäo 2

2. Aspectos gérais da ârea e processos pedogenéticos 2 2.1. Situaçfo 2 2.2. Geologia e material de origem 3 2.3. Relevo 6 2.4. Vegetaçlo primitiva e uso atual da terra 7 2.5. Clima 11 2.6. Processos pedogenéticos 13

3. Método de trabalho , 14 3.1. Método de trabalho de campo ; 14 3.2. Métodos analfticos . . . , 15 3.3. Método de trabalho de escritório 17 3.4. Método estatfstico 18

4. Descriçâ"o dos solos ;..... 19 4.1. Latossolos 22 4.1.1. Latossolos roxos 24 4.1.1.1. Unidade Ribeirâo Preto (LRe) 25 4.1.1.2. Unidade Barâo Geraldo (LRd-1) 32 4.1.1.3. Unidade Agua Vermelha (LRd-2) 35 4.1.1.4. Unidade Capâo da Cruz (LRa) 38 4.1.1.5. Unidade Jardinópolis (LRv) 43 4.1.1.6. Latossolo Roxo Concrecionârio ? (LRc) 54 4.1.1.7. Latossolo Roxo Raso (LRr) 60 4.1.2. Latossolos Vermelho-Escuros 64 4.1.2.1. Unidade Dois Córregos (LE-1) 65 4.1.2.2. Unidade Hortolândia (LE-2) 68 4.1.2.3. Unidade Bonfim (LE-3) 71 4.1.2.4. Unidade limeira (LE-4) 78 4.1.3. Latossolos Vermelho-Amarelos 81 4. .3.1. Unidade Coqueiro (LV-1) 81 4. .3.2. Unidade Laranja Azeda (LV-2) 83 4. .3.3. Unidade Canchim (LV-3) 86 4. .3.4. Unidade Itororó (LV-4) • 90 4. 1.3.5. Unidade Peroba (LV-5) 95 4.2. Terra Roxa Estruturada , . 102 4.2.1. Unidade Estruturada (TE) ,. . 102 4.3. Brunizém Avermelhado 108 4.3.1. Unidade Engenho (Bv) 109 4.4. Areia Quartzosa 113 4.4.1. Areia Quartzosa Profunda (AQ) 115 4.5. Solos Hidromórficos (Hi) 121 4.6. Solos Litólicos(Li-l) 123 4.7. Cambissolos 124 4.7.1. Unidade Sete Lagoas (Cb) 125 4.8. Tipos de terreno (TT-1, TT-2) 127 4.9. As8ociaçâo de solos 128 4.10. Correlacäo das unidades taxonômicas identificadas neste trabalho com as estabelecidas em Säo Paulo pela Comissâ'o de Solos 128

Referências bibliogràficas 129 LEVANTAMENTO PEDOLÓGICO SEMIDETALHADO DO EST ADO DE SÄO PAULO: QUADRfCULA DE RIBEIRÄO PRETO II. MEMORIAL DESCRITIVO(')

Joäo Bertoldo de OLIVEIRA (2 ) Helio do PRADO(2)

RESUMO

Levantou-se uma area de 287.057,5 hectares compreendida entre as coordenadas 21°00'-21o30'S e 47°30'^t8°00'WG, a noroeste do Estado de Sâo Paulo, em sua maior porcäo na regiäo das Cuestas Basâlticas e no extremo oriental do Planalto Ocidental. Abränge totalmente os municfpios de e Serrana e, parcialmente, os de , Jardinópolis, Sertäozinho, Ribeiräo Preto, Dumont, , Pradópolis, Lufs Antonio, Säo Simäo, , Altinópolis, Brodôsqui e Batatais. O clima, segundo Koppen, nas partes baixas (500—750 m de altitude), que constituem a maior parte da ârea, é o Aw: tropical com veräo chuvoso e inverno seco, com temperatura do mes mais frio superior a 18°C; na regiäo serrana (> 850 m), é o Cwb: temperado, com veräo chuvoso e inverno seco e temperatura do més mais quente inferior a 22°C. 0 material de origem é resultado do intemperismo e retrabalhamento de arenitos das formacöes Botucatu e Pirambóia, basaltos e diabâsios e, ainda, de sedimentos aluvionais, conti- nentais indiferenciados e os correlatos à formaçao Itaqueri. Os relevos prédominantes sao o ondulado e o suave ondulado, representados por, uma sucessäo de morros de topo subaplainados ou arredondados com longas vertentes, além de pequenos testemunhos tabuliformes, quer ao noue, quer ao sul da plataforma interfluvial, que funciona como divisor de âguas entre os nos Pardo e Moji-Guaçu. Âreas mais dissecadas, com relevo forte ondulado, sâfo encontradas a nordeste e no centro-sul, constituindo, porém, âreas minoritâ- rias. As vegetaçôes primitivas s3o a mata tropical latifoliada e os cerradOes nos solos argilosos, bem drenados e profundos, e os cerrados e cerradöes nos solos arenosos ou de textura média. Nas plani'cies aluvionais, predominavam a mata ciliar, nas areas de melhor drenagem, e os campos higrôfilos nas areas maid renadas. Grande parte dessa vegetaçao foi substituida por extensas plantaçoes de cana-de-açûcar, hoje prédominantes. Culturas anuais, pastagens e reflorestamentos, esses Ultimos sobretudo nas âreas menos férteis e declivosas, ou apenas mais acidentadas, complet am a ocupaçao das terras. Forain identificadas 24 unidades taxonômi- cas distribuâtes por 59 unidades de mapeamento, sendo 23 consociaçOes e 36 associaçoes de solos, nas seguintes classes e porcentagens de ocorrência: Latossolo Roxo (63,3%); Latossolo Vermelho-Escuro ( 10,4%); Areia Quartzosa (6,9%), Solos Litólicos (5,3%); Solos Hidromórficos (3,7%), Latossolo Vermelho- -Amarelo (3,4%); Terra Roxa Estruturada (1,8%); Cambissolo (0,7%) e Brunizém Avermelhado (0,1%). Foram, ainda, cartografados dois tipos de terreno, perfazendo 0,2% da ârea total. Entre os latossolos roxos, predominam os distróficos e os âcricos, os quais, em conjunto, representam mais de 80% da classe. Entre os latossolos vermelho-escuros e vermelho-amarelos, os de textura média sâo os prédominantes, perfazendo em ambas as classes mais de 90% de suas âreas. De cada unidade säo feitas apreciaçoes sobre a morfologia e resultados das anâlises fisicas, qufmicas e mineralógicas, além de correlacSo com as classificaçôes americana, FAO e francesa.

Recebido para publicaçffo em 24 de fevereiro de 1986. Pesquisador Cientffloo da Seçâo de Pedologia, Instituto Agronômico de Campinas (IAC). Bolsista do CNPq. 1

SUMMARY

SEMIDETAILLED SOIL SURVEY OF SÄO PAULO STATE, : QUADRANGLE OF RIBEIRÂO PRETO. II TECHNICAL BULLETIN

The semidetailled soil survey carried out at the quadrangle of Ribeiräo Preto cover 287,057.5 hectares. This area is within the coordinates 21°00'-2 l°30'S and 47°30-48°00'WG. According to Koppen system, the climate in most of the area is Aw, i.e., tropical with rainy summer and dry winter and Cwb: mesothermic with dry winter in the uplands. The parent material results from the weathering of sandstones, basalts, diabases and reworked Quaternary sediments. The relief is mostly gentle rolling and flat in the alluvial areas, but nearly 10% of the total area is steep and dissecated. Semideciduos tropical forest, "cerradäo", "cerrado" and also hygrophile vegetation in the flood plains were the original vegetation. The forest which was widespread in the area is now rare mainly for crops like sugar cane, coffee and annual crops. Twenty-four taxonomie units distributed by fifty-nine mapping units, twenty-three soil consociation and thirth-six soil association were mapped. The most common soils classes are: Dusky Red Latosol - Haplorthox, Eutrorthox and Acrorthox (63.3%), Dark Red Latosol - Haplorthox and Acrorthox (10.4%), Deep Sands - Quartzipsamments(6.9%), Litholic Soils - Hapludoll and Udorthent (5.3%), Hidromorphic Soils — Aquox, Aquult and Histosol (3.7%), Red-Yellow Latosol - Haplorthox (3.4%), 'Terra Roxa Estruturada" - Paleu- dalf and Paleudult (1.8%), Dystrochrepts (0.7%) and Reddish Brunizem - Argiudoll (0.1%). Morphological, physical, chemical and mineralogical characteristics are discussed for each of the soil units identified, as well as the soil unit correlations with the Soil-Taxonomy, FAO and French soil classifications systems are given.

1.INTRODUCÄO

O levantamento pedológico semidetalhado da quadrfcula de Ribeirâo Preto constitui mais uma etapa do programa de levantamento pedológico do Estado de Sâ"o Paulo em execuçâo pela Seçâo de Pedologia do Instituto Agronômico, Campinas^*). Visa essa programaçâo ao conhecimento dos solos paulistas em nfvel cartogrâfico e taxonô- mico mais detalhados do que os existentes: Grandes tipos efetuados por Paiva Neto e colaboradores em 1950 (PAIVA NETO et alii, 1951) e o de Reconhecimento publicado pelo Ministério da Agricultura em 1960 (CENTRO NACIONAI , 1960). Através desse trabalho sâo apresentados mapas mais precisos e menos generalizados e maior particularizaçâo das classes de solos, resultando em maior pormenorizaçâo dos dados morfológicos. fisicos. qufmicos e mineralógicos que os caracterizam. Esse conjunto de informaçoes mais pormenorizadas permitirâ maior precisâo nos planeja- mentos regionais e de propriedades agrfcolas e condiçôes mais seguras para proteçffo das terras, evitando-lhes o desgaste e a poluiçâo dos cursos d'âgua, possivelmente com a melhoria da produtividade agrfcola. Constitui parte intégrante deste levantamento o mapa publicado em escala 1:100.000 (OLIVEIRA & PRADO, 1983).

2. ASPECTOS GERAIS DA AREA E PROCESSUS PEDOGENÉTICOS 2.1. Situaçao A quadrfcula de Ribeiräo Preto esta circunscrita as seguintes coordenadas geogrâficas: 21°00' -21°30' S e 47°30'-48°00' WG, correspondendo a uma superficie de 287.057,5 ha (Figura 1). Situa-

(*) Mapas e textos jâ publicados: veja na quarta da ca pa.

2 B. Cient. Inst. Agron., Campinas, 7, 1987 -se a nordeste do Estado de Säo Paulo, em sua maior extensâo na provfncia geomorfológica denominada Cuestas Basâlticas e ainda em pequena porçâo do extremo oriental do Planalto Ocidental (SÄO PAULO, 1981a).

Figura 1. Localizaçâo da quadn'cula de Ribeiräo Preto no Estado de Sâo Paulo

Dos seus quinze municfpios, essa quadrfcula abränge totalmente os de Cravinhos e Serrana e, parcialmente, os de Pontal, Jardinôpolis, Sertffozinho, Ribeiräo Preto, Dumont, Barrinha, Pradópolis, Lufs Antonio, Sâ"o Simâo, Serra Azul, Altinópolis, Brodósqui e Batatais (Figura 2).

1 - PONTAL 2 - SERTÂOZINHO 3 - JARDINÔPOLIS 4 - BATATAIS 5 - OUMONT 6 - RIBEIRÄO PRETO 7 - BROOÓSQUI 6 - BARRINHA 9 - PRADOPOLIS 10 - ALTINÓPOLIS 11 - CRAVINHOS 12 - SERRANA 13 - LUIS ANTONIO 14 - SÄO SIMÄO <5 - SERRA AZUL

Figura 2. Municfpios abrangjdos pela quadn'cula de Ribeiräo Preto

2.2. Geologia e material de origem Segundo o mapa geológico do Estado de Sâo Paulo (SÄO PAULO, 1981a), ocorrem na quadrfcula de Ribeiräo Preto quatro unidades litoestratigrâficas, a saber. sedimentos aluvionais; sedimentos continentais indiferenciados; Grupo Sâo Bento: Formaçâ"o Serra Gérai e Intrusivas Bâsicas Associadas; Formaçîo Botucatu; Formaçao Pirambôia; Grupo Bauru: sedimentos correlatos à Formaçao Itaqueri.

B. Cient. Inst. Agron., Campinas, 7, 1987 Sedimentos aluvionais - Ocorrem nas planfcies aluvionais dos principals cursos d'âgua que cortam a quadrfcula: rio Pardo, ribeirâo do Tamanduâ, ribeirâ"o do Pântano e ribeirâ"o do Onça. Dessas planf- cies, apresenta relativa importância, pela area continua que ocupa, o trecho do rio Pardo, situado a montante da cidade de Ribeirâo Preto. Esses sedimentos sâo constitufdos por estratos de variada espessura e granulometria. Na maioria das tradagens efetuadas nessas planfcies, verifiçou-se a predominâneia de sedimentos argilosos geral- mente sob alguns decfmetros de material de textura ou franco-argilosa. No trecho do ribeirâo Tamanduâ, localizado entre a foz do córrego Sâ"o Simâ"o e a do Tamanduazinho, no sudeste da quadri'cula, hâ intensa exploraçâo de argila, devido a suas excelentes proprie- dades para a cerâmica. A elevada oeorrêneia de escavaçOes com vdrios métros de profundidade torna a ârea inexeqiHvel à ocupaçâo do solo, de modo que foi cartografada como tipo de terreno. Nos barrancosdessas escavaçOes, observa-se a presença de estratos de argila e areia de variada espessura. Em algumas tradagens as margens do Pardo, encontraram-se concreçoes ferruginosas endu- recidas (petroplintita), as quais chegaram a atingir cerca de 30% (em peso) do solo. Os solos mais comuns desenvolvidos nesses sedimentos sâo os hidromórficos, representados principalmente por glei hûmico, glei pouco hûmico e solos orgânicos. Sedimentos continentais indiferenciados - Acham-se assinalados no mapa do IPT (SÄO PAULO, 1981a) em très manchas: uma na margem esquerda do córrego do Onça e, as outras, nas cercanias da cidade de Ribeirâo Preto. Na nota explicativa daquele mapa, tais sedimentos recebem modesta abordagem, constituindo depósitos de terraços (SÄO PAULO, 1981 b). Na quadri'cula de Ribeirâo Preto, estào associados a eles solos de textura leve: Latóssolo Vermelho-Amarelo, unidades Coqueiro e Laranja Azeda, e Areia Quartzosa Profunda. Convém assinalar que hâ controvérsia sobre essas âreas nos outros mapas geológicos consul- tados. O elaborado pela UNESP (LANDIM, 1982) assinala a formaçâo Botucatu nas duas areas próximas a Ribeirâo Preto, enquanto o mapa executado pela Comissäo Nacional de Energia Nuclear e Faculdade de Filo- sofia, Ciências e Letras de Ribeirâo Preto (COMISSÄO NACIONAL..., 1973) assinala a presença da formaçâo Estrada Nova naquelas manchas, sendo a do ribeirâo do Onça identificada como formaçâo superficial Ceno- zóica. É eonveniente ressaltar que, nas duas âreas assinaladas no mapa da Comissâo Nacional de Energia Nuclear como formaçâo Estrada Nova, os solos encontrados foram os latossolos roxos e os vermelho- amarelos. A menos que toda a cobertura suprajacente ao embasamento rochoso seja dévida a remanejamen- tos. nâo hé compatibilidade entre a rocha assinalada naquele documento e os solos encontrados, pois esses apresentam varias caracteristicas excludentes. O mapa geológico do Institute Geogrâfico e Geológico (SÄO PAULO, 1974) assinala as mes- mas âreas que o do IPT, identificando-as, porém, genericamente como "Cenozóico". Grupo Sâ"o Bento — Cerca de 85% da ârea da quadrfcula esta representada por litologia referida a esse grupo. A formaçâo Serra Gérai, com cerca de 70% daquele valor, é a mais extensa. Seguem-na, em ordern decrescente de importância, a Botucatu (18%), a Pirambóia (8%) e as Intrusivas Bâsicas(4%). A formaçâo Serra Gérai ocorre em amplas âreas contfnuas, especialmente nos quadrantes noroeste e sudeste, suido muito comum aflorar nas bordas dos inumeros testeniunhos tabulares que sobres- saem na paisugem regional. Segundo ALMEIDA & MELO (1981), essa formaçâo é constitufda por um conjunto de basaltos tolefticos, entre os quais se intercalam arenitos com as mesmas caracterfsticas dos pertencentes â formaçâo Botucatu.

4 B. Cient. Inst. Agron., Campinas, 7, 1987 A composiçâo mineralógica desses basaltos, segundo vârios autores (GUTMANS, 1943; GUIMARÄES, 1960; RÜEGG, 1969; ALMEIDA & MELO, 1981), apresenta a seguinte seqüência de minerais em ordern de importância:

— feldspatos predominantemente plagioclâsios (labradorita); — piroxênio (augita, pigeonita); — opacos (magnetita, ilmenita, titanomagnetita); — olivinas; — quartzo, apatita, anfibólios. Do intemperismo dessas rochas resultam latossolos roxos, terras roxas estruturadas e os latossolos vermelho-escuros, unidades Bonfim e Limeira, e solos litólicos.

A composiçâo mineralógica dos basaltos, abundantes em minerais que contêm câlcio, magnésio e ferro, influi na coloraçâo vermelho-escura desses solos, no suprimento em bases, quando eutrófi- cos, e na sua textura essencialmente argilosa. Convêm ressaltar que alguns latossolos roxos (unidade Âgua Vermelha) apresentam um teor de areia grossa relativamente elevado (20—35%), talvez pela contribuiçîo do arenito intercalar mencionado. A niesma origem pode ser atribufda as areias do'Latossolo Vermelho-Escuro, unidade Bonfim.

É frequente a presença de linhas de seixos, indicando a ocorrência generalizada de material remanejado. Sâo ainda resultantes daquelas rochas os solos litólicos substrato basalto.

As formacöes Botucatu e Pirambóia surgem especialmente nos quadrantes nordeste e sudes- te, onde os vigorosos entalhes provocados pelos rios Pardo e Tamanduâ removeram a formaçâo basaltica sobrejacente. A formaçâo Pirambóia, por ocupar posiçao litoestratigrâfica inferior à da Botucatu, ocorre nas cotas mais baixas, ficando esta em posiçâo intermediâria entre aquela e a Serra Gérai.

Poucos sâo os afloramentos dessas formacöes encontrados durante os trabalhos de campo. Sobressai, contudo, a exposiçîo de Arenito Pirambóia a poucos quilômetros da cidade de Sâo Simâo, no lado esquerdo da rodovia que se dirige a Santa Rosa do Viterbo. Essas formacöes, segundo ALMEIDA & MELO (1981), sSo constitui'das predominante- mente de arenitos de granulaçâo fina e média, podendo localmente apresentar arenitos conglomérâticos. A constituiçao mineralógica dessas areias é essencialmente quartzftica, resultando delas, em decorrência, solos em elevado teor de areia: areias quartzosas ou latossolos de textura média. A pigmentaçao de am bos, quando de coloraçâo vermelho-escura, é atribufda a teores ligeiramente mais elevadosde óxidosde ferro, resultantes de maior contribuiçâo de material proveniente de rocha bâsica, o quai sempre esta em cotas mais elevadas.

As lntrusivas Bâsicas estendem-se especialmente nas cotas baixas, ao longo das margensdo rio Pardo e desde as imediaçoes da cidade de Ribeirâo Preto até Serrana. Ocupam situaçâo intermediâria entre a formaçâo Botucatu e os sedimentos continentais, acima, e a formaçâ"o Pirambóia, abaixo. Resultam do seu intemperismo latossolos roxos e terras roxas estruturadas. Nâo conhecemos, até o presente, diferenças morfo- lógicas ou analfticas entre os solos resultantes das intrusivas e os dos basaltos da formaçâ"o Serra Gérai.

Grupo Bauru — Sedimentos correlatos à formaçâ"o Itaqueri, representada apenas por uma ârea, no extremo centro-norte, à esquerda da rodovia que liga Ribeirâo Preto a Brodósqui. Tais sedimentos sâo constitufdos por arenitos conglomerâticos limonitizados, siltitos e conglomerados oligomiticos. Os solos identificados com este material foram os latossolos vermelho-amarelos, textura média e argilosa, respectiva- mente unidade Larahja Azeda e Canchim.

B. Cient. Inst. Agron., Campinas, 7,1987 5 Durante os serviços de campo, identificamos no extremo sudoeste da quadrfcula, em situa- çâ"o de topo de elevaçâ"o. a cerca de 710-715 m de altitude, uma pequena area com latossolos vermelho- amarelos muito argilosos, semelhantes aos encontrados nas partes mais elevadas das serras de Itaqueri e Cuscuzeiro. na quadrfcula de Sâ"o Carlos (OLIVEIRA et alii, 1983), e Canaâ,na quadrfcula de Descalvado (OLIVEIRAet alii. 1982b). Esses solos vermelho-amarelados no horizonte B (5YR 5/6) contrastam corn os que os circundam em cota imediatamente abaixo, derivados de basalto e cor bruno-avermelhado-escura (2,5YR 3/4). Essa pequena ocorrência, nâo registrada nos mapas geolôgicos acima referidos, a julgar pelo solo existente, esta relacionada a sedimentos pos-basâlticos, semelhantes aos da formaçâ"o Itaqueri.

2.3. Relevo A quadrfcula de Ribeira"o Preto apresenta, na sua maior extensffo, um relevo ondulado, constitufdo por uma sucessâo de morros de topo subaplainado ou arredondado com lohgas vertentes, ultra- passando algumas 3.000 métros de comprimento, e com déclives de 3 a 10%. Ê comum ocorrerem, nessa paisagem, formas isoladas de pequenos testemunhos tabuliformes, cujas bordas em cornija se relacionam com solos muito rasos. Tais formas se destacam na paisagem por estarem revestidas por pastagens ou por mata, em contraste com a intensa ocupaçffo agrfcola dos solos que as circundam. O divisor de âguas, limite das bacias do Pardo, ao norte, e do Moji-Guaçu, ao sul, corta a quadrfcula no sentido NO-SE, formando uma plataforma interfluvial que vai de Dumont a Cravinhos, atin- gindo nas cercanias desta a altitude mais elevada, 821 m, e na daquela, 700 m. Ao longo dessa ârea cimeira, identificaram-se manchas de solos com teor de areia grossa essencialmente quartzosa relativamente elevado (> 20%) e de Fe2O3 relativamente baixo (< 18%), razâo pela quai foram exclufdos da classe dos latossolos roxos circundantes bastante argilosos. Esse dados permitem supor a existência pretérita de outras fontes de material mais arenoso do que os basaltos, que af persistem. Na vertente sul dessa plataforma, em ârea intensamente dissecada pelo terço superior do ribeirâo do Pântano, o relevo é bastante movimentado, predominando os solos litólicos substrato basalto e os brunizéns avermelhados. Nos bordos aplainados dessa porçâo da plataforma interfluvial, assim como no cimo de alguns pequenos platôs de topo aplainado mais ao sul, ocorrem areas com latossolos rasos ou latossolos roxos concrecionârios (Figura 14). Outra ârea também movimentada se situa na porçîo nor-nordeste, dnde os côrregos Con- tendas, da Cachoeira e Ribeiräo Claro dissecaram fortemente o relevo, expondo os afloramentos de basalto e condicionando a maior concentraçîo de litossolos da quadrfcula. Sobressaem na paisagem regional, ainda, a serra de S ab Simffo e o serrote de Santa Maria, a ela contfguo e, um pouco mais ao norte, a serra Azul. Especialmente o primeiro e o ultimo sa~o platôs relati- vamente grandes, com ârea que chega a ultrapassar duas centenas de hectares. Todos eles sâo encimados por latossolos roxos que nos frontes escarpados cedem lugar aos solos litólicos. Na serra de Sâo Simäo, a 972 métros de altitude, encontra-se o ponto culminante da quadrfcula. Nesse nfvel de cimeira regional foi regis- trado o Latossolo Roxo de cota mais elevada no Estado de Säo Paulo. Segundo OLIVEIRA &. MENK (1984), esse solo apresentou caracterfsticas inusitadas para o restante dos latossolos roxos paulistas; cores Munsell (MUNSELL, 1954) 2,5 YR 3/3, 1,3% de carbono e 1,7 e.mg/lOOg de AI3* a 100 cm de profundidade. Compöem ainda o relevo regional as planfcies aluvionais que alcançam maior expressîo em alguns trechosdo Pardo e nosribeiröesdo Onça, do Pântano e do Tamanduâ: freqüentemente elas se articulam

6 B. Cient. Inst. Agron., Campinas, 7,1987 com as suaves verteiltes a montante por terraços fluviais,j â bastante influenciados por intenso m odelam ent o contemporâneo, que lhes mascarou as formas originais. Nessas planfcies, ocorrem os solos hidromórficos e os cambissolos da unidade Sete Lagoas, enquanto nos terraços foi identificada a Areia Quartzosa Profunda e latossolos de textura média.

2.4. Vegetaçâo primitiva e uso atual da terra ROMARIZ (1964), descrevendo em largos traços os grande tipos da vegetaçffo que cobria a Bacia do Paranâ-Uruguai, cita a mata latifoliada e os cerrados e cerradöes como as coberturas de vasta ârea daquela regiâo, na quai se inclui a quadrfcula de Ribeirffo Pre to. No entanto, o panorama atual oferecido pela cobertura vegetal na ârea é bastante diverso daquele proporcionado pela vegetaçâ*o primitiva. A grande extensâo de solos situados em relevo suave ondulado e com boas qualidades fïsicas e qufmicas incentivou, desde o século passado, a intensa ocupaçâ~o das terras vermelhas e argilosas, com a consequente derrubada das matas que af existiam. Inicialmente o café, e mais recentemente acana-de- -açûcar, foram as culturas mais extensamente exploradas, secundadas por culturas anuais, especialmente a do milho, e por pastagens, principalmente na porçâ"o sul da quadrfcula. Um tipo de mata mais caducifólia do que as outras da regiäo ainda persiste nas âreas de solos mais rasos, onde a pequena espessura do "solum" e o déclive relativamente acidentado, favorâvel ao escorrimento superficial da âgua de chuva, limitam a disponibilidade hfdrica. A mata ciliar t f pica das areas marginais aos cursos d'âgua é vista ainda em algumas poucas areas ribeirinhas. Os cerrados e cerradöes, especialmente os primeiros, situam-se nos solos de textura média e arenosa, näo obstante os Ultimos sejam também encontrados em solos argilosos, pore m distroficos. Segundo OLIVEIRA & CARVALHO (1966), em 1962 cerca de 23% da area do municfpio de Ribeirio Preto era ocupada com cerrado, 20% com pasto e 32% com culturas diversas, sobretudo as anuais, com aproximadamente 12%, e a cana-de-açûcar, com 11%. Atualmente, essa distribuiçâo esta bastante alterada em face da acentuada expansäo da ultima cultura, que subtraiu areas tanto dos cerrados como das culturas anuais. Essa situaçïo pod e ser generalizada para toda a quadrfcula. A cana-de-açûcar expandiu-se até nas zonas de solos essencialmente arenosos, como as areias quartzosas. A sudeste da quadrfcula, entre Sâ*o Simâ"o e Serra Azul, persiste a maior ocorrência de cerrados, desenvolvidos nas areias quartzosas e nos solos de texutra média que af aparecem em grandes exten- sôes. £ também nessa regiâo que se distribui a maior parte dos reflorestamentos, representados por eucaliptos e pfnus. Nas âreas maldrenadas das planfcies de inundaçâo dos cursos d'âgua, predominam os campos higrôfilos. A fim de se ter uma idéia preliminar sobre as variaçOes de caracterfsticas sofridas pelos solos em cultivo, foram coletadas, ao longo dos trabalhos de mapeamento, amostras contfguas sob vegetaçâ"o natural e sob cultura. Essas amostras foram coletadas, para cada caso, a cerca de 20 métros de distância uma da outra. O quadro 1, onde se encontram as caracterfsticas analfticas de cada par de amostras coletadas, permite as seguintes inferências: 1) Os teores de carbono da camada superficial (à exceçào do ponto 3.182) säo sempre superiores nos solos sob mata, chegando em alguns casos a apresentar diferenças bem sensfveis. Dada a natureza do trabalho, essencialmente voltado â cartografia pedolôgica, nâ"o houve controle do tempo de ocupaçao das glebas cultivadas. Sabe-se, contudo, que hâ mais de um século iniciou-se a exploraçâo agn'cola da regiâo (FRAN-

B. Gent. Inst. Agron., Campinas, 7, 1987 7 Quadro 1. Caracterfsticas analfticas de amostras da camada superficial, a (0-20cm) e subsuperficàl, b (80-100 cm) dealguns locais em areas próximas e adjacentes sob vegetaçâo natural e cultura

pH Camada Argila Ca2 + Mg2* Al 3* V Uso H2O KG % emg/100gTFSA Pontos 234 e 235 - Latossolo Roxo a 50 6,6 6.0 6,4 16.3 4.2 1,20 21,7 0,1 88 Mata b 65 5,2 5.0 1.4 0,8 1.2 0,26 2,3 0,0 31 a 61 6,3 5.5 2.7 5,6 1,2 0,18 7,0 0,0 67 Cana b 66 6,2 5.7 1,3 3,1 0,8 0,02 3,9 0,0 54

Pontos 243 e 244 - Latossolo Roxo a 56 6,4 5.9 4.2 11,2 0,4 0,50 11.9 0,0 86 Mata b 71 6.0 5.2 1.0 2,0 0,3 0,07 2.4 0,0 40 a 61 5,7 4.6 2.6 2,6 0.7 0,57 3,9 0,0 39 Café b 74 5,4 4,8 1.1 1.2 0,3 0,07 1.6 0,0 36

Pontos 246 e 247 — Latossolo Roxo a 67 5,1 4,3 2.7 1.2 1,1 0,19 2,5 0,5 29 Mata? (Cerradao?) b 69 5.2 5,0 0.9 0.2 0,1 0,03 0,3 0,1 12 a 67 5,0 4,2 1,8 0,9 0,5 0,04 1,4 0,4 19 Cana b 69 5,1 5,1 0.8 0,4 0,2 0,01 0,6 0,0 20

Pontos 116 e 115 — Latossolo Roxo a 50 5,4 4,6 2.7 1,8 1.2 0,28 3,3 0,1 37 Mata? (Cerradao?) b 59 5,4 5,7 1.0 0,0 0,2 0,02 0,2 0,0 14 a 55 5,5 4,8 1,7 1,6 0,8 0,14 2,5 0,1 40 Cana b 57 5,4 5,8 0.9 0,0 0,0 0,01 0,0 0,1 1

Pontos 1042 e 1043- Latossolo Roxo a 62 4,5 3,9 2.1 0,3 0.2 0,16 0,7 1,0 9 Mata r\ /M h 67 4,9 4,8 1,0 0 "* 0.1 U,U1 0,3 0,1 ii a 65 6,0 5,4 1,4 1.7 0,8 0,70 3,2 0,0 59 Cana b 69 6.3 5,1 0,8 0.4 0,1 0,02 0,5 0,0 21

Pontos 1175 e 1174 - Latossolo VermeDio-Escuro a 32 4,5 3,8 1,8 0.1 0,1 0,07 0,1 1,5 1 Cerradao b 39 4,6 4,1 0,6 0.1 0,0 0,01 0,2 0,5 8 a 25 6,2 5.4 0,7 1.4 0,3 0.25 2,0 0,0 57 Cana b 32 4,5 4,4 0,3 0,3 0,1 0,02 0,4 0.3 23

Pontos 3056 e 3057- Latossolo Roxo

a 51 6,9 6,6 5,0 27,0 6,6 0,45 34,1 0,0 67 Mata b 64 5.7 5,5 1.1 2,0 1.4 0,03 3,4 0,0 57 Continua

B. Cient. Inst. Agron., Campinas, 7, 1987 Quadro 1. Continuaçâo

pH pH Camada Argua C Ca2 + Mg2 K* S Al3+ V Uso H2O KC1

% e mo/IOOo TFSA %

a 64 5.9 5.0 1.9 5.5 1,1 0.17 6,8 0,0 64 Cana b 65 6,5 5,8 1.0 4,6 0,6 0,01 5,2 0,0 81

Pontos 3066 e 3067 - Latossolo Roxo

a 65 4,9 4,3 1.5 0,6 0,3 0,12 1.0 1.1 17 Mata b 69 4.8 4.9 0.8 0.2 0,1 , 0,01 0,3 0.1 14 a 62 4.9 4.2 2,0 0,6 0,2 0,09 0.9 0,3 12 Cana b 71 5,1 5,1 0,9 0,8 0,2 . 0,01 1.0 0,1 32

Pontos 3074 e 3073 - Latossolo Roxo a 56 4,7 4,5 1.8 0,6 0,3 0,08 1.0 1,1 15 Mata b 62 5.1 5,1 1.0 0,1 0,0 0,01 0,1 0,4 4 a 62 5.7 4,9 1.7 3,1 1,1 0,34 4,5 0,4 50 Cana b 64 5,2 5,5 0.9 _ 0.5 0,2 0,03 0,7 0,3 25

Pontos 3090 e 3091 - Latossolo Roxo a 70 4,6 4.0 2.6 0,3 0,5 0,14 0,9 1,8 9 Mata b 74 4.9 4,2 1.3 0,1 0,1 0,03 0,2 0,7 5 a 72 5,2 4,5 1.8 2,3 1,2 0,27 3,8 0,2 40 Cana b 72 4,8 4,5 1,0 0,4 0,1. 0,02 0,5 0,2 11

Pontos 3174 e 3175 - Latossolo Roxo a 67 4,7 4,4 1,9 0,5 0,4 0,12 1,0 1,1 13 Mata b 70 4,8 5.0 1,1 0,2 0,1 0,01 0,3 0.5 8 a 69 5,2 4,7 1,6 1,0 0,4 0,04 1,4 0.7 23 Cana b 71 5,5 5,3 0.9 0,6 0,1 0,01 0,7 0,0 19

Pontos 3182 e 3183 - Latossolo Roxo

a 60 5,7 6,3 1,4 0,0 0,1 0,01 0,1 0,2 5 Cerrado b 71 5,3 5,2 1,1 0,1 0,1 0,01 0,2 0,2 7 a 47 6,0 5,8 2.4 2,5 1,2 0,25 4,0 0,0 50 Soja b 64 5,1 5,6 1.2 0,3 0.2 0,01 0,5 0,0 20

Pontos 3184 e 3185 — Latossolo Roxo a 66 4,7 4,0 1,9 0,3 0,4 0,07 0,8 1.5 10 Cerrado b 71 4.5 4,7 1,1 0,2 0,1 0,01 0,3 0,4 8 a 65 5,4 4,9 2,0 4,6 1,2 0,18 5.5 0,6 57 Soja b 71 4,4 4,7 0,9 0.6 0,3 0,01 0,9 0,6 25

Continua

B. Cient. Inst. Agron., Campinas, 7,1987 Quadro 1. Conclusào

Ca2+ Mg2+ K+ Al3 Uso

e.mg/IOOgTFSA

Pontos 3218 e 3219 - Latossolo Veimelho-Escuro a 26 4,6 4,0 0,9 0,7 0,1 0,03 0,8 0,8 23 Cerrado b 32 4,7 4,0 0,5 0,2 0,1 0,02 0,3 0,7 13 a 29 5,1 4,1 0,8 0,7 0,2 0,06 1,0 0,7 26 Cana b 34 4,7 4,2 0,3 0,4 0,1 0,03 0,5 0,5 25

Pontos 3220 e 3221 - Latossolo Roxo a 60 4,5 4,0 1,7 0,2 0,1 0,07 0,4 1,4 7 Cerradäo b 67 5,0 4,3 0,9 0,1 0,1 0,03 0,2 0,2 5 a 65 5,1 4,3 1,4 0,7 0,3 0,13 2,0 0,6 22 Cana b 70 4,8 5,2 0,7 0,4 0,2 0,06 1,1 0,0 35

Pontos 2202 e 2203 - Latossolo Vermelho-Escuro a 28 4,7 4,0 1,4 0,2 0,1 0,08 0,4 1,6 8 Cerrado b 36 4,8 4,0 0,6 0,0 0,0 0,02 0,0 1.1 1 a 31 5,4 4,6 1,2 1,6 0,8 0,06 2,5 0,2 48 Cana b 36 4,6 4,2 0,6 0,1 0,0 0,02 0,1 1,0 5

Pontos 2227 e 2226 — LatossoloVermelho-Escuro a 30 4,4 3,8 1,6 0,2 0,1 0,06 0,4 1,6 6 Cerrado b 35 4,8 4,1 0,6 0,0 0,0 0,03 0,0 0,7 1 a 16 5,6 4,7 0,5 0,8 0,3 0,03 1,1 0,1 79 Cana b 32 5,0 4,2 0,5 0,2 0,2 0,03 0,4 0,6 42

Pontos2327 e 2326 — LatossoloVermelho-Escuro

a 27 4.5 3,9 1,4 0;6 0,1 0,05 0,8 0,9 19 Cerrado b 35 4,7 4,1 0,5 0,7 0,0 0,02 0,2 0,3 9 a 30 4,7 3,8 1,0 0,3 0,1 0,05 0,5 1,0 10 Cana b 37 4,3 4,2 0,4 0,2 0,0 0,02 0,2 0,3 12

ÇA, 1960). Os teores de carbono da camada superficial das amostras sob cultivo säo^pouco inferiores aos obtidos nas amostras contfguas sob vegetaçâo de mata. Admitindo que aquelas amostras representem areas com pelo menos cinco anos de cultivo, conclui-se que a taxa de perda de matéria orgânica é bem inferior à encontrada por BRANS (1971), em regiôes de mata tropical, para as quais é indicada uma perda de carbono de 50% para um periodo de cultivo de cinco anos. 2) Para a camada subsuperficial, a diferença de carbono torna-se praticainente inexistente, indicando, por- tanto, que com respeito à matéria orgânica, a influéncia do manejo do solo se reflète somente na camada superficial.

10 B. Cient. Inst. Agron., Campinas, 7, 1987 3) Todos os valores de pH em âgua e em KCI das amostras superficiais dos solos sob cultura sa"o superiores as dos solos sob mata. Em alguns casos, essa diferença chega a ser 1,0, como entre as amostras 3.073 e 3.074, o que pode ser atribuido à aplicaçâo de corretivos. As diferenças verificadas na camada subsuper f icial sa"o bem menos importantes, sendo os valores tanto positivos como negativos. 4) Nos cultivos de cana é comum os valores de Ca2 +, e as vezes também os de Mg2 *, da camada subsuperfi- cial, serem superiores aos dos respectivos solos sob vegetaçâo natural. Com respeito ao Ca2 *, essas dife- renças sâ"o apreciâveis entre os pontos 235 e 234: 3,1 e.mg/lOOg TFSA contra 0,8, e 3.057 e 3.056: 4,6 e.mg/100g TFSA contra 2,0. Tal constataçao indica haver movimentaçâ"o vertical desses fons em profundidade nos solos cultivados com cana, cuja causa, entre outras, provavelmente se deva à troca iônica decorrente da aplicaçcfo de adubos acidificantes e à percolaçâ"o da soluçïo do solo, com adsorçâ"o do fon alcalino nas camadas mais profundas. Essa movimentaçâ"o, decorrente do manejo das terras, pode afetar a taxonomia dos solos, se se manifestar em parte significativa da seçâ"o de controle. Nesses casos, as amostragens tradicionais a 60-80 cm, efetuadas durante a fase de prospecçîo sistemdtica para identificaçâ"o dos solos nos levanta- mentos pedológicos, podem ser insatisfatórias. Tomando apenas os resultados obtidos com as amostras de tradagem, nas quais a camada subsuper fie ial foi coletada a 60-80 cm, amostra como a do ponto 234, por exemplo, que é epieutrófica (0-20 cm) e endodistrófica (60-80 cm), pode passar a ser eutrófica, quando cultivado, como aconteceu no ponto 235 adjacente àquele. Os dois solos, com base nesses parâmetros, seriam classificados respecti- vamente como Latossolo Roxo distrófico (epieutrófico) e Latossolo Roxo Eutrófico, considerando aquela amostragem representativa da seçâb de controle. Outro caso registrado pode ser exemplificado corn os pontos contfguos 3.184 e 3.185: enquanto o primeiro é classificado como uni Acrorthox no sistema americano, o segundo, devido ao aumento de soma de bases em profundidade, poderia ser classificado como urn Haplorthox. 5) Em alguns latossolos roxos sob mata, hâ enorme eoncentraçâ"o de bases na camada superficial, com drâs- tica reduçfo na subsuperficial como, por exemplo, nos pontos 234, 243 e3.056, em que a soma de bases na camada 0-20 cm passa de 21,7, 11,9 e 34,1 meq/lOOg, respectivamente, para 2,3, 2,4 e 3,4 meq/lOOg. Dados ainda mais singulares desse comportamehto säo citados por OLIVEIRA & MENK (1984). Muitas vezes, trata-se de solos epieutróficos nas condiçoes naturais.

2.5. Clima No quadro 2, encontram-se os dados de temperatura média mensal do ar e da precipitaçffo pluvial mensal de Ribeirâo Preto e Sâo Simâo e, na figura 3, os diagramas dos balanços hfdricos correspon- dentes, calculados para 125 mm, segundo THORNTHWAITE & MATTER (1955). Enquanto os dados de Ribeirâo Preto (621 métros de altitude) sa"o vâlidos para a maior parte da quadrîcula onde os ressaltos da paisagem sâo pouco acentuados, os de Sâ~o Simâo (922 métros) representam as partes mais elevadas da paisagem regional. Observam-se sensfveis variaçoes climâticas entre essas localidades. Enquanto em Ribeirâo Preto a temperatura média anual é de 21,6°C e o déficit hidrico anual de 108 mm, nos altos da Serra de Sâ"o Simâo a temperatura é mais branda ao longo do ano, resultando em média anual de 19,1°C. A amenizaçâo da temperatura reduz a deficiéneia hfdrica anual para 50 mm.

B. Cient. Inst. Agron., Campinas, 7, 1987 11 Quadro 2. Temperatuia média mensai (Temp.) e predpitaçâo pluvial (Predp.) de duas Iocalidades da quadrfeula de Ribeirâo Preto, no periodo 1943-70(')

Ribeirào Preto SIo Simâo 621 métros 922 métros Mes 21°11'S-47°43'WG 2r29'S-47°33'WG

Temp. Predp. Temp.0) Predp.

Janeiro 23,3 283 21,2 278 Fevereiro 23,3 216 21,3 238 Marco 22,9 169 21,1 182 Abril 21,3 61 19,3 58 M aio 19,2 45 17,0 43 Junho 18,2 29 15,9 35 Julho 18,3 17 15,7 21 Agosto 20,5 15 17,0 19 Setembro 22,6 40 19,2 36 Outubro 23,0 130 19,9 157 Novembro 23,2 162 20,6 157 Dezembro 23,3 254 20,9 227

Ano 21,6 1416 19.1 1445

(' ) Dados fornecidos pela Seçâo de Climatologia do IAC. 0) Estimativa segundo PINTO et alii (1972).

Mill RIBEIRAO PRETO - SP SÂO S1MÄO - SP i i lit i i Precipitocôo -1416 mm Precipitocôo - 1445 mm Evopot. pol. -1065 mm Evopot. pot. - 909 mm E»cedente - 459 mm Eicedentc - 586 mm Deticiencto - 106 mm Deticiencto - 50 mm

200 •

Temp. medio - 21.6 °C I I 586

100

Lot. 2I°I I' S Lot. 2I°29' S Long.47043' W Long.47° 33' W Alt . 621 m Alt. 922 m J I F I M

Figura 3. Balanço hidrico para duas Iocalidades da quadiicula de Ribeirfo Preto, segundo THORNTWAITE & MATTER (19SS).

12 B. Cient. Inst. Agron., Campinas, 7, 1987 I De acordo com OLIVEIRA & MENK (1984), é no alto da Serra de SSo Simâ"o qu&.se encontram os mais elevados latossolos roxos do Estado de Sâ"o Paulo. Esses autores assinalam, af, solos com •* teores de aliimfnio trocdvel relativamente elevados em relaçSo ao conjunto de latossolos roxos paulistas, além de maior acûmulo de matériaorgânica, que se reflète no escurecimento do solo até à profundidade de 100 cm. Os dados de precipitaçâo e temperatura permitem identificar, segundo o sistema de Koppen, para as partes baixas, o clima Aw: tropical coin verâo chuvoso e inverno seco e com temperatura do mes mais frio superior a 18°C. Na regiäo serrana, o clima é Cwb: temperado com veräo chuvoso e inverno seco e com temperatura do mes mais quente inferior a 22°C. Segundo OLIVEIRA et alii (1975), os regimes hfdricos e térmicos dos solos dessa quadrf- cula sâo, respectivamente, o ûdico e o hipertérmico nas partes baixas e, por inferência, o térmico na zona serrana. Nas planfcies aluvjonais, onde o lençol freâtico se «ncontra elevado grande parte do ano, prédo- mina o regime hfdrico âquico.

2.6. Processos pedogenéticos As reflexöes que se seguem baseiam-se em aspectos generalizados da area, apreendidos para a elaboraçâo de levantamento pedológico e nâ*o para a execuçao de um trabalho especffico destinado à elucidaçâo da gênese dos seus solos. Apesar desse carâter gérai, achou-se oportuno esboçar em largos traços a concepçâo sobre as condiçôes pedogenéticas oferecidas pelo meio e sobre os processos pedogenéticos atuantes na quad ri eu la. As fréquentes linhas de seixos e cascalheiras encontradas na quadrfcula de Ribeirâo Preto sâo testemunhas da presença generalizada de mantos de cobertura relacionados a retrabalhamentos mais ou menos intensos e, conseqüentemente, de material de origem poligenética. A fntima relaçâo desse material com os substratos, verificada nessa ârea, permite inferir que essas coberturas sâ"o derivadas de produtos da mesma natureza das rochas subjacentes. Em vista disso, nâo se considerou a pedogênese pretérita exercida sobre a rocha-inäe. A alteraçâo das rochas e o consequente desenvolvimento dos solos de uma regiâo estâo inti- mamente relacionados com as condiçôes do meio ffsico, especialmente as caracterfsticas litológicas e as pedo- climâticas. Considerou-se o relevo como elemento importante no condicionamento dos fenômenos de rejuve- nescimento (abrasâ"o) ou de transporte e sedimentaçiTo, assim como da natureza do meio: confinado ou aberto as exportaçoes de ions, redutor ou oxidante. Com essa ótica, identificaram-se très ambientes particulares de pedogênese: (1) as planfcies aluvionais; (2) as âreas dissecadas de relevo relativamente acentuado e (3)",as âreas de relevo suave ondulado a ondulado.

1 ) As planfcies aluvionais representam zonas de deposiça"o alûvio-coluvial onde prédomina, em virtude do lençol freâtico elevado por longos perfodos do ano. regime hfdrico aqiiico. Nessas condiçôes, parte do solo encontra-se em estado permanente de saturaçSo. Os espaços porosos sâo ocupados em signifi- cativos perfodos do ano pela soluçâo do solo em detrimento do ar. Os processos pedogenéticos sâo condu- zidos em meio pouco oxigenado e parcialmente confinado. Isso propicia o desenvolvimento de uma morfolo- gia tfpica de ambiente redutor: cores acinzentadas, mosqueamento, acûmulo de matéria orgânica mal ou imperfeitamente decomposta e, em sedimentos originados das rochas bâsicas, quando ricos em fons Ca2* e Mg2*, a neoformaçâo de argilominerais do grupo 2:1. Depósitos aluvionais, apresentando excelentes proprie- dades para a cerâmica, ocorrem ao longo do rio Tamanduâ, proximo a Sâ"o Simâo. GONÇALVES et alii (1979), estudando esses depósitos, encontraram material caulini'tico com excelentes cristalinidade. Para eles, a formaçâo dessas argilas se processa em ambiente pobre em elementos alcalinos e alcalino-terrosos e as mar- gens de córregos com alto gradiente hidréulico. Tais condiçôes sâo propicias à formaçâo daquele argilomineral.

B. Cient. Inst. Agron., Campinas, 7,1987 13 Os processos pedogenéticos de transformaçâo e adiçâo, segundo S1MONSON (1959), sâo os mais importantes, nïo obstante a eliminaçao do ferro, nos ambientes redutores, deva ser considerada, pelas condiçôes favorâveis à sua exportaçâ'o.

2) As areas dissecadas de relevu relativamente acentuado caracterizam-se pelas açoes de rejuvenescimento e de pedoclima mais seco, tendendo a rûstico, isto é, a evapotranspiraçâo potencial durante parte do ano é superior à precipitaçâo, a ponto de provocar déficit de umidade do solo por significativo perfodo. Nâo obstante haja exportaçâ'o de partfculas através do fenômeno de enxurrada, a pedogênese se processa em ambiente relativamente rico em minerais ferro-magnesianos componentes das rochas bâsicas. Em condiçôes hîdricas menos favorâveis à exportaçâo permite elevada concentraçâo de îons Ca2* e Mg2* na soluçâo do solo e conduz ao acümulo e manutençâo de teores relativamente elevados de matéria orgânica e à formaçâ*o de argilominerais de elevada atividade: as esmectitas. Nâ"o foi efetuada, nesse trabalho anâlise mineralógica da fraçâ"o argila desses solos. As infe- rênciasquanto a sua atividade sâo por conta dos elevados valores de CTC. GALHEGO & ESPINDOLA ( 1979), contudo, estudando a mineralogia de produtos de alteraçâo de eruptivas bâsicas em Botucatu-SP, verifica- ram, em litossolos, a presença de caulinitas malcristalizadas e/ou haloisitas e minerais do grupo da montmori- lonita, e virtual ausência de gibbsita, resultados comuns em solos jovens desenvolvidos de basalto (COSTA LIMA, I979;SIEFFERMANN, 1973). Os processos de transformaçâo e adiçâo sâo também prédominantes, nessas âreas dissecadas.

3) As âreas de relevo suave onduladu enquadram-se no modelo clâssico de ocorrência de solos zonais (BALDW1NG, 1938). Nesse ambiente nitidamente aberto,as condiçôes de pedoclima ûdico, mais ûmido, portanto, e com maiorquantidade de âgua percolando através do solo, permitem um constante processo de hidrólise e perda de ions, com consequente desenvolvimento de perfis de solo profundos, mais ou menos lixiviados e caracterizados por uma mineralogia constituida por minerais de argila do grupo da caulinita e por gibbsita, juntamente corn os óxidos de ferro. Os processos de transformaçâo e perdas sâo os mais importantes nessa regiâo. A pedogênese normal desses solos é, segundo o esqueina proposto por MELFI et alii (1979), favorâvel à formaçâo e concentraçâo de hematita associada a goetita.

Nas âreas com restricäo da drenagem interna e, conseqüentemente, com manutençâo de maior umidade no perfil, os solos perdem a coloraçâb bruno-avermelhada tfpica, tornando-se maisamarelados. Nos seus difratogramas de raios X, as reflexôes dévidas à goetita sâo mais intensas do que as de hematita, o que se enquadra também no esqueina assinalado.

3. MÉTODO DE TRABALHO

3.1. Método de trabalho de campo

Com o apoio de folhas topogrâficas do IBGE - Folhas de RibeirSo Preto, Cravinhos, Bonfim Paulista e Serrana — e fotos aéreas na escala 1:60.000, e usando a metodologia de fotointerpretaçîo de anâlise de elementos (BUR1NGH, 1960), delimitamos as principais unidades fisiogrâfïcas da quadrfcula. Elaboramos, a seguir, um roteiro de campo, de forma a atravessar todas as unidades fisio- gréficaspreviamentedelimitadas, procurando, em cada uma delas, efetuar transeçôes cobrindo toda a extensîo da vertente, desde as partes baixas até ao topo das elevacöes. Essas observaçoes permitiram visualizar a seqüência de distribuiçao dos solos na paisagem e estabelecer a legenda preliminar, que, durante a fase de prospecçâo sistemâtica, sofreu os ajustes, correçoes e adiçoes necessârias.

14 B. Cient. Inst. Âgron., Campinas, 7, 1987 Em seguida, procedemos à fase sistemâtica de prospecçôes, mediante tradagens e observa- V'öes em barrancos ou trincheiras, procurando seguir percursos previamente elaborados após detalhado exame de fotos c mapas Deve-se enfatizar que, nessa fase. no deslocamento de um ponto para outro, observamos atentamente os aspectos gérais da paisagem, particularmcnte dos barrancos e leitos de estradas, assinalando no mapa-base. mediante simbologia propria, a continuidade da unidade estabelecida no ponto anterior ou a mudança para outra unidade. Essas indicaçoes, juntamente com nova fase de anâlise generalizada da distri- buiçâb dos solos identificados nesses trajetos, diante do conhecimento das relaçôes solo-paisagem, adquirido durante a fase de estabelecimento da legenda preliminar e aprimorada no transcurso do levantamento, pernutiram procéder à cartografia definitiva, nas folhas de 1:50.000, reduzidas depois paraaescala 1:100.000. Conforme a classe de solos, efetuamos a amostragem para anâlises as profundidades de 0-20 cm para todos os solos, indiscriminadamente e, ainda, a 30 cm no topo do horizonte B, para os solos com B argflico, e 60-80 cm para os outros solos. Para a maior parte das unidades taxonômicas, abrimos, descrevemos e coletamos um perfil co mp le to, que compreende toda a sucessSo de horizohtes até cerca de 3,0 métros nos solos m ui to profundos, cujas descriçoes morfológicas foram baseadas no Manual para Descriçâo de Solo no Campo (INSTITUTO AGRONÔM1CO, 1960). A identificaçSo de caracterfsticas qu f micas e ffsicas das camadas mais inferiores e interme- diârias ficou, portanto, restrita àquela obtida nos perfis completos. A numeraçâo dos perfis citados no texto corresponde â numeraçao da Seçîo de Pedologia do Instituto Agronômico. Observamos 1.S70 locais, sendo que, em 495, coletamos material de um a ou mais camadas para anâlise de laboratório, obtendo, portanto, uma densidade aproximada de 1 ponto/1,7 km2 (excluindo a ârea representada por rios e açudes e a ârea urbana).

3.2. Métodos analfticos Composiçâo granulométrica: nas amostras avulsas adotamos o método do densfmetro e, nos perfis completos, o da pipeta, ambos em material disperso corn hexametafosfato de sódio e NaOH, segundo GROHMANN & RAIJ (1974), empregando a seguinte escala textural: 2,00 0,20 mm areia grossa; 0,20 - 0,05 mm areia fina: 0,05 - 0,002 mm silte; < 0,002 mm argila.

Densidade aparente e densidade real: método do anel volumétrico ou da para fina nos solos com estrutura em blocos fortemente desenvolvidos para a densidade aparente, e método do alcool etflico absoluto para a densidade real (PAIVA NETO et alii, 1961). Argila dispersa em âgua: método da pipeta, usando âgua destilada como dispersante (VETTORI, 1969). pH em âgua e em soluçâo de cloreto de potâssio 1 N: determinaçâ*o potenciométrica após très horas de repouso; relaçîo solo-lfquido 1:2,5.

ApH calculado pela subtract: pH KCI - pH H2O (MEKARU, 1972).

B. Cient. Inst. Agron., Campinas, 7, 1987 15 Carbono orgânico (C): oxidaçâ"o da matéria orgânica com soluçîo 1 N de bicromato de potâssio em meio âcido e titulaçao do excesso de bicromato com soluçflo de sulfato ferroso amoniacal 0,5 N usando difenilamina como indicador (VETTORI, 1969).

Bases trocaveis: extraçfo por agitaçao de 10g de TFSA(*) corn 100 ml de HNO3 0,05 N. O câlcio e o magnésio foram determinados no extrato por espectrofotometria de absorçflo atômica, utili- zando-se soluçâ"o de óxido de lantânio a 0,2% para eliminar a interferência do fósforo e do alumfnio. O potâs- sio foi determinado por fotometria de chama, segundo CATAN1 & PAIVA NETO (1949). Acidez titulâvel (H* + Al3 *): extraçâ"o por agitaçao de 5 g de TFSA com 100 ml de acetato de câlcio 1 N pH 7,0 e titulaçffo com NaOH 0,lN, usando fenolftalefna como indicador. Alumihio trocâvel (Al3 *): extraçSO por agitaçîTo de 5 g de TFSA com 100 ml de cloreto de potâssio 1 N, e titiilaçao com NaOH 0,1 N, empregando fenolftalefna como indicador. Soma de bases (valor S): calculada pela soma das bases trocâveis. Saturaçffo de alumfaio (m): obtida pela expressâo: m = 100.(Al3+)/(Al3++S). Retençao de cations por 100 g de argila (RC): determinada pela expressäo: RC = 100.(S + Al3 *)/ % argila. A saturaçâo em atumfnio, quand o superior a 50%, identifica o carâter âlico, enquanto a retença*o em cations, quando inferior a 1,5 e.mg, identifica o carâter âcrico. Tais paramétras sa"o utilizados para classificar solos que receberam, neste trabalho, os adjetivos âlico quando apresentaram esse carâter ao longo do perfil até o horizonte B e, âcrico, quando o apresentaram a pelo menos 100 cm de profundidade. Capacidade de troca de cations (CTC): obtida pela soma de valores de S e (H* + Al3 *). Os solos com CTC < 24 e.mg/100 g de argila, apôs desconto da participaçâ"o da matéria orgânica, sffo considera- dos corn argila de atividade baixa, e, os restantes, de atividade alta. Saturaçâo em bases (V): calculada pela relaçâ'o: V%= 100.S/CTC. A saturaçâoem bases éjuntamente com a soma de bases, utilizada na classificaçâ'o dos solos dessa quadrfcula para diferenciar os eutróficos dos distróficos. Consideramos como eutróficos aqueles que apresentaram V%>50e S> 1,5 e.mg/100 TFSA, ao longo do perfil, pelo menos até 100 cm de profundidade. Devido as diferenças existentes entre os métodos de determinaçat) da capacidade de troca catiônica, efetuada pela SeçSb de Pedologia do Instituto Agronômico, e os preconizados pelo "Department of Agriculture" (ESTADOS UNIDOS, 1975), os resultados de saturaçâo em bases (V) nSo sa"o comparâveis entre si. Tornou-se necessârio, portanto, para classificar os solos segundo o sistema americano, efetuar as dévidas correçoes. Empregamos, para isso, equaçoes estabelecidas por OLIVEIRA (1973), a saber:

Y = 0,736xj -0,24 r = 0,999 (1) Y= l,389x, -0,54 r = 0,996 (2) onde: Y = V%, pelo método da Seçâo de Pedologia;

x, = V% (NH4OAC), pela classificaçâo americana: x2 = V% (soma de bases) pela classificaçâ'o americana.

• *) Terra fina seca ao ar.

16 B. Cient. Inst. Agron., Campinas, 7,1987 Empregando a equaçffo ( 1 ), verifica-se que o valor V de ace ta to de amônio, preconizado pela classificaçâo americana para separar os Orthox no nfvel de grande grupo, corresponde a 26% (—25), pelo método empregado na Seçâ"o de Pedologia. Com a equaçffo (2), observa-se que para um valor de V igual a 53%, obtido pelo método da soma de bases estabelecida para separar os Alfisols dos Ultisols, corresponde, pelo método da Seçâ~o de Pedo- logia. a 49% (S50).

Fósforo total (PO4~): extrafdo por soluçâ'o 0,05 N de H2SO4 e determinaçâ'o colorimétrica pelo molibdato de amônio em subcarbonato de bismuto. utilizando o âcido ascôrbico como redutor.

Nitrogénio (N): digestSo com H2SO4 concentrado em presença de mistura de Na2SO4 e

CuSO4 e selênio, desti!açâ~o em presença de NaOH.10 N e recepçâ"o do destilado em soluçao de H3BO3, a 2%, contendo indicador misto de verde-bromocresol e vermelho-de-metila em alcool etflico. Titulaçao com HC1 0,02 N.

SiOj, A12O3, Fe2O3*. TiO2: digestïo com H2SO4 d = 1,47; separaçâ"o de SiO3 por filtra-

çâ"o; solubilizaçâo de SiO2 dos silicatos com soluçâ'o de NaOH, a 30%, a quente, dosagem colorimétrica de

SiO2 em soluçao sulfomolibdica em presença de soluçâo de âcido tartârico e âcido ascôrbico; emaiïquotasdo filtrado do extrato sulfûrico, determinaram-se colorimetricamente: A12O3 com Aluminon, Fe2O3 com 1,10 fenantrolina e TiO2 com âgua oxigenada em presença de âcido fosfôrico.

Os indices Ki e Kr foram obtidos pelas relaçoes moleculares SiO2/Al2O3 eSi02/Al203 +

+ Fe2O3) respectivamente, baseados nas determinaçoes acima. Ferro livre: extraçao e dosagem pelo método do ditionito-citrato-bicarbonato, segundo JACKSON (1956). Anälise mineralógica quantitativa: realizada corn difraçâ~o de raios X em amostras de argila previamente tratadas para eliminaça'o da matéria orgânica e óxidos de ferro, saturadas corn Mg2•*, glicolaçâ"o e temperaturas variadas após a saturaçâ*o com K*. Para a difratometria de óxidos, as amostras foram tratadas em NaOH 5 N, segundo NORR1SH & TAYLOR (1962).

3.3. Método de trabalho de escritório Com base nas observaçOes de campo, nos dados analiticos e em nova etapa de fotointerpre- taçâo. delimitamos definitivamente as unidades cartogrâficas nas folhas topogrâficas do IBGE na escala 1:50.000. O mapa pedolôgico definitivo assim obtido (OLIVEIRA & PRADO, 1983) esta apresentado na escala 1100.000. Os solos foram classificados mediante os conceitos estabelecidos pela équipe de pedologia do Serviço Nacional de Levantamento e Conservaçlo do Solo do Ministério da Agricultura (BENNEMA & CAMARGO, 1964; CENTRO NACIONAL DE ENSINO E PESQUISAS AGRONÖMICAS, 1960, e EMBRAPA, 1978). Contudo, como ainda nâo existe um texto especîfico ao sistema de classificaçâo brasileiro de solos, procuramos conceituar cada classe de solo identificada nesse trabalho da maneira mais explicita possfvel, a fim de precisar adequadamente nosso conceito a respeito de cada uma delas. Para tanto, levamos em conta, quando pertinentes, os conceitos jâ estabelecidos em quadrîculas anteriores (OLIVEIRA et alii, 1979, OLIVEIRA et alii, 1982, OLIVEIRA & PRADO, 1984, e ALMEIDA et alii, 1982). Para a identificaçâo dos latossolos e cambissolos, tomamos em consideraçôes as informa- çôes sobre a mineralogia das areias adquiridas ao longo de trabalhos anteriores em solos semelhantes (OLI-

<•) O ferro extrafdo por esse método é referido no texto como ferro total.

B. Cient. Inst. Agron., Campinas, 7, 1987 17 VE1RA et alii. 1979. 1982, e OLIVEIRÂ1 & PRADO, 1984); para os cambissolos de origem fluvial,conside - mos. em adiçao aquelas inrormaçoes, a presença de mica, nas observaçoes de campo. lodas as umdaaes taxonömicas torain correlacionadas com a legenda da FAO (1974), com a classificaçâo francesa (CLASSIFICATION des SOLS, 1967) e americana (ESTADOS UNIDOS, 1975), as quais receberâo, no transcorrer deste trabalho, respectivamente, as denominaçôes FAO, Fr e USA. Os solos foram classificados tomando por base os dados referentes aos perfis completos juntamente com as medidas estatfsticas de tendência central da camada subsuperficial, referentes à populaçâo de amostras coletadas em cada unidade de mapeamento. Esse critério permite uma precisâo maior na identifi- caçâo da classe de solo do que com base em dados provenientes de apenas um ou de poucos perfis representa- tivos de cada classe. Certas caracterfsticas, como valores positivos de ApH ou retençâo de cations inferiores a 1,5 e.mg/100 g de argila, em gérai só ocorrem nas camadas mais profundas, abaixo de 100 cm, dos perfis de solos muito intemperizados. Nesses casos, o emprego de dados obtidos na camada subsuperficial dos pontos amostrados nâo é satisfatório para fins de correlaçâo com a classificaçâo americana, que utiliza aqueles parâmetros ao longo do horizonte oxico até 150 cm de profundidade. A descriçâo das caracterîsticas morfológicas de cada unidade diz respeito àquelas verificadas nos perfis, barrancos e tradagens desta quadrfcula. No âmbito gérai da unidade, é possivel, portanto, que algumas caracteristicas assumam limites extremos mais amplos do que os descritos neste boletim.

3.4. Método estât ist ico Areas aparentemente homogêneas pelos aspectos externos da paisagem freqüentemente apresentam solos com sensi'veis variaçôes em diversas caracterfsticas analiticas, especialmente qufmicas e ffsico-qufmicas (OLIVEIRA, 1973). Como nâo hâ relaçâo generalizada e estreita entrea morfologia do solo e aquelas caracterfs- ticas diferenciais, torna-se diffcil a separaçâo no campo desses solos em baixo nfvel categórico. ! N Um aumento da densidade de amostragem torna-se imprescindfvel nessas àreas, pois as estimativas acerca de uma unidade de solo serâo tanto mais précisas quanto menos variàveis forem as caracte- rfsticas diferenciais, e quanto mais observaçoes tenham sido efetuadas dentro de uma area, pois as previsöes das condiçoes de solo nâo podem ser melhores do que a amostragem obtida (OLIVEIRA, 1973). A fim de dar uma idéia dessa variabilidade de caracterfsticas, para cada uma das unidades, é apresentado um quadro com o numéro de pontos amostrados, o valor da média (5F), o valor mâximo e mfnimo e o desvio-padrâo (s). Em populaçâo com menos de sete amostras, säo apresentados apenas os dados da média e os valores minimos e mâximos, pois a outra estatfstica pode-se apresentar distorcida em virtude da influência de menor numéro de amostras na precisâo da estimativa da média. Consideramos de grande valia o conhecimento desses dados na definiçâo das unidades de solo e na interpretaçâo dos resultados expérimentais obtidos em pesquisas de campo. Convém assinalar que a grande maioria das caracterfsticas do solo nâo apresentam distribui- çâo normal. Na assimetria acentuada, a média nâo corresponde ao melhor estimador da medida de tendência central. Nesse caso, a mediana pode ser considerada como parâmetro mais adequado. As estatfsticas foram obtidas por meio de programas de computaçâo desenvolvidos na Seçâo de Pedologia do Instituto Agronômico (MENK, 1984).

18 B. Cient. Inst. Agron., Campinas, 7, 1987 4. DESCRIÇAO DOS SOLOS

Foram identificadas 24 "unidades de solo" équivalentes a classes taxonômicas cujos sfmbo- !os da unidade e classificaçâo, segundo o Serviço Nacional de Levantamento e Conservaçio do Solo, estâo relacionados no quadro 3. Além dessas unidades, foram identificados dois tipos de terreno. Todos estâo representados no mapa publicado (OLIVEIRA & PRADO, 1983) em 22 consociaçôes e 36 associaçôes, conforme quadro 4.

Quadro 3. Legenda de identificaçâo, unidade taxonômica e classificaçfo dos solos da quadrfcula de Ribeirâo Preto Unidade Simbolo no mapa Nome Classificaçâo

LRe Ribeirfo Preto Latossolo Roxo eutrófico, A moderado, textura argilosa ou muito argilosa

LRd-1 Baräo Geraldo Latossolo Roxo distrófico, A moderado, textura argilosa ou muito argilosa

LRd-2 Âgua Vermelha Latossolo Roxo distrófico, A moderado, textura argilosa

LRa CapSo da Cruz Latossolo Roxo âcrico, A moderado, textura argilosa ou muito argilosa

LRv Jardinópolis. Latossolo Roxo âcrico ou distrófico, A moderado, textura argilosa ou muito argilosa

LRr - Latossolo Roxo eutrófico, distrófico ou âcrico, A moderado, textura argilosa ou muito argilosa

LRc - Latossolo Roxo âcrico, concrecionârio, A moderado, textura argilosa

LE-1 Dois Córregos Latossolo Vermelho-Escuro âlico, A moderado, textura média

LE-2 Hortolândia Latossolo Vermelho-Escuro âlico ou distrófico, A moderado, textura média

LE-3 Bonflm Latossolo Vermelho-Escuro âlico, distrófico ou âcrico, A moderado, textura argilosa

LE-4 Limeira Latossolo Vermelho-Escuro âlico, distrófico ou âcrico, A moderado, textura argilosa

LV-1 Coqueiro Latossolo Vermelho-Amarelo âlico, A moderado, textura média

LV-2 Laranja Azeda Latossolo Vermelho-Amarelo âlico, A moderado, textura média LV-3 Canchim Latossolo Vermelho-Amarelo âlico, A moderado, textura argilosa

LV-4 Itororô Latossolo Vermelho-Amarelo âlico, A proeminente, textura muito argilosa

LV-5 Peroba Latossolo Vermelho-Amarelo âlico, A moderado, textura argilosa Continua

B. Cient. Inst. Agron., Campinas, 7, 1987 19 Quadro 3. Condusâo

Unidade Simbolo no ma pa Nome Classifîcaçao

TE Estruturada Terra Roxa Estruturada eutrófica ou distrófica, A moderado

BV Engenho Brunizém Avermelhado

AQ Areia Quartzosa âlica, A moderado

Hi-1 Associaçfo de glei hûmico e glei pouco hûmico com ou sem solo orgànico

Hi-2 AssociaçSo de glei pouco hûmico e glei hûmico com ou sem solo orgànico Hi-3 Solo orgànico Solos litólicos eutróficos ou distróficos, A chernozêmico, proeminente ou moderado, textura argflosa com ou sem cascalho, substrato basalto ou diabâsio a Sete Lagoas Cambissolo distrófico, A moderado ou proéminente, textura indiscriminada

Quadro 4. Extensâo e distribuiçâo percentual das unidades de mapeamento na quadrfcula de RibeinTo Preto

Simbolo da unidade no mapa Ârea

ha

LRe 11.177,5 3,89 LRd-1 21.025,0 7,40 LRd-2 321,5 0,10 LRa 555,0 0,19 LRv 167,5 0,06 LRr(») 692,5 0,24

LE-1 4.097,5 1,43 LE-2 1.749,0 6,09 LE-3 1.562,5 0,54 LE-4 287,5 0,10 LV-1 3.065,0 1,07 LV-2 2.275,0 0,79 LV-3 385,0 0,13 LV-4 70,0 0,02 LV-5 107,5 0,04

TE 1.460,0 0,51

BV 182,5 0,06

(•) Esta unidade só ocorre associada a outra qualquer. Continua

20 B. Cient. Inst. Agron., Campinas, 7,1987 Quadro 4. Continuaçâo

Sîmbolo da unidade no mapa Area

ha

AQ 11.930,0 4,16

Hi-1 1.177,5 0,41 Hi-2 120,0 0,04 Hi-3 632,5 0,22

Li-1 12.617,5 4,40

Cb 485,0 0,17

LRe + LRd-1 26.050,0 9,07 LRd-1 + LRa 387,5 0,13 LRd-1 +TE 852,5 0,30 LRd-1 +U-1 1.885,0 0,66 LRd-1 + LRd-2 667,5 0,23 LRd-1 +LRe 145,0 0,05 LRa + LRd-1 116.900,0 41,72 LRr + LRv 305,0 0,11 LE-1 + LE-2 1.465,0 0,51 LEI +LV-1 87,5 0,03 LE-1 + AQ 3.497,5 1,20 LE-2 + LRd-2 750,0 0,26 LE-2 + LE-1 1.235,0 0,43 LE-2 + LE-3 650,0 0,23 LV-1 +AQ 5.600,0 1,95 TE + LRd-1 2.547,5 0,89 TE + U-l 2.397,5 0,84 AQ + LE-1 1.482,5 0,52 AQ + LV-1 5.337,5 1,86 Hi-1 + Hi-2 655,0 0,23 Hi-1 +Hi-3 1.682,5 0,59 Hi-1 +Cb 340,0 0,01 Hi-3 + Hi-1 2.352,5 0,82 Cb + Hi-1 22,5 0,01 Cb + Hi-2 1.297,5 0,45 TT-2 + LRr 127,5 0,04 Li-1 +TE 855,0 0,30 Li-1 + LRd-1 502,5 0,18

LRr + LRv + LRc 110,0 0,04 LRe + LRd-1 +LH 250,0 0,09

BV + TE + Li-1 140,0 0,01

Continua

B. Cient. Inst. Agron., Campinas, 7, 1987 21 Quadro 4. Conclusâo

Sfmbolo da unidade no mapa . Area

ha %

Hi-1+Hi-2 + Hi-3 1.815,0 0,63 Hi-2 + Hi-l+Hi-3 200,0 0,07 Hi-l+Hi-3 + TT 132,5 0,05

Cb +Hi-2 + Hi-l 1.102,5 0,38

TT-1 + Hi-1 + Hi-2 1.255,0 0,44

Area urbana 8.787,5 3,06

RioseAçudes 1.312,5 0,46

Total 287.057,5 100,00

Ê conveniente assinalar que o nfvel de mapeamento empregado, semidetalhado, escala 1:100.000, pede um detalhamento taxonômico compativel, que nâo se encontra no atual sistema brasileiro de classificaçâo de solos. Conseqüentemente, foi necessârio criar classes de solos (taxa), as quais, por nâo segui- rem um sistema taxonômico hierarquizado, inexistente no Brasil, apresentam desnivelamentos categôricos. Algumas dessas classes sâo ainda tentativas, pois resultam de observaçôes e dados anali'ticos insuficientes; outras apresentam uma abrangência muito grande, estando, por isso, num nfvel categórico alto. A fini de precisar adequadamente o conceito de cada uma dessas classes é apresentado, para cada uma delas, o elenco de atributos diagnósticos empregados. No quadro 4 estâo assinaladas as âreas ocupadas por todas as unidades de mapeamento e as respectivas distribuiçôes absoluta e relativa. Admitindo que nas unidades representadas por associaçâo de duas classes de solos, a pri- meira constitua 60% da ârea e a segunda, 40%, e que, nas associaçôes de très classes, a primeira totalize 50%, a segunda 30% e a terceira 20%, élaborâmes o quadra 5, onde se encontra a ârea ocupada por cada unidade taxonômica.

4.1. Latossolos Sâo solos que apresentam um horizonte B latossôlico (BENNEMA & CAMARGO, 1964) com, pelo menos, 30 cm de espessura imediatamente abaixo de um horizonte A e que nâo possuem horizonte glei a menos de 80 cm de profundidade quando a drenagem é insuficiente. Os latossolos constituem o mais expressivo agrupamento de solos, distribuindo-se por 243.322,50 ha os quais representam 77,1% da ârea total. Em nivel categórico mais baixo, foram identificadas très classes de latossolos: Roxo, Ver- melho-Escuro e Vermelho-Amarelo. Tais classes, com base no carâter âlico e âcrico, tipo de horizonte A, textura e saturaçâoem bases do horizonte B e presença de concreçôes e profundidades, foram subdivididas em categorias mais baixas, que serâo adiante descritas.

22 B. Cient. Inst. Agron., Campinas, 7, 1987 Quadro 5. Extensâo e dist ribuiçâ o das unidades taxonômicas da quadrîcula de Ribeirâo Preto

Ârea Sfmbolo da unidade no mapa Relativa Absolute ao total

ha

Latossolos Roxos LRe 26.990,5 9,40 LRd-1 81.862,5 28,52 LRd-2 879,5 0,31 LRa 70.850,0 24,68 LRv 322,5 0,11 LRr 981,5 0,34 LRc 22,0 0,00

181.908,5

Latossolos Vermelho-Escuros LE-1 8.214,5 2,86 LE-2 19.657,0 6,85 LE-3 1.822,5 0,63 LE-4 287,5 0,10

29.981,5

Latossolos Vermelho-Amarelos LV-1 8.595,0 2,99 LV-2 2.275,0 0,79 LV-3 385,0 0,13 LV-4 70,0 0,03 LV-5 107,5 0,04

11.432,5

Terra Roxa Estruturada TE 5.152,0 1,80

Brunizém Avermelhado BV 252,5 0,09

Areia Quartzosa AQ 19.501,0 6,85

Cambissolo Cb 1.964,3 0,68

Solos Litólicos Li-1 15.233,0 0,50

Solos Hidromórficos Hi-1 5.364,8 1,87

Continua

B. Cient. Inst. Agron., Campinas, 7,1987 23 Quadro 5. Conclusäo

irea Sfmbolo da unidade no mapa Relativa Absoluta ao total

ha %

Hi-2 2.127,3 0,74 Hi-3 3.159,8 1,10

10.651,9

RioseAçudes 1.312,5

Tipos de terreno 730,5 0,26

Area urbana 8.787,5 3,04

Area total da quadrfcula 287.057,5 100,00

Entre os latossolos, os roxos, com 181.908,50 ha sâo os mais comuns, pois representam 82,1% daquele agrupamento e 63,3% da ârea total da quadrfcula (Quadro 6). Seguem, em ordern de impor- tância. os vermelho-escuros, com 29.981,50 ha, correspondentes a 13,5% dos latossolos e a 10,4% da ârea total, e os vermelho-amarelos, com 11.432,50 ha, constituindo apenas 4,6% dos latossolos e 3,4% da area da quadricula

Quadro 6. Distribuicäo espacial e percentual dos latossolos da quadrfcula de Ribeirao Preto

Classes Area Latossolos Total

ha % %

Latossolo Roxo 181.908,50 82,1 63,3 Latossolo Vermelho-Escuro 29.981,50 13,5 10,4 Läiossoio Vermeiho-Amareio 11.432,50 4,6 3,4

Total 243.322,50 100,0 77,1

4.1.1. Latossolos Roxos Este agrupamento, compreendendo solos resultantes do intemperismo de rochas bâsicas, basaltos e diabäsios, apresenta, além das caracterfsticas inerentes aos latossolos, elevados teores de óxidos de ferro to tais (Fe jO3 > 18%) e de titânio, estes em gérai superiores a 3%. Quando predominantemente hematiticos, apresentam na tabela Munsell cor corn matiz 2,5YR ou mais avermelhado, porém, quando hâ presença marcante de goetita, o matiz pode ser mais amare- lado, chegando até 7,5YR (OLIVEIRA & MENK, 1984).

24 B. Cient. Inst. Agron., Campinas, 7,1987 Em virtude dos elevados teores de magnetita e maghemita revelam, quando secos e pulveri- zados, forte atraçâo pelo îmâ. Essa propriedade é utilizada no campo para diferenciâ-los dos latossolos verme- lho-escuros. aos quais morfologicamente se assemelham bastante. Normalmente, säo solos profundos, atingindo espessura de vârios métros. Contudo, foram inclufdos nessa classe solos pouco profundos e/ou com abundante quantidade de concreçoes, até entâo desconhecidos dos autores. Os latossolos roxos cobrem 181.908,5 hectares, correspondentes a 63,37% da area da quadrfcula. Considerando a saturaçâo e o valor da soma de bases do horizonte B2, o carâter âcrico, a profundidade e a presença de concreçoes, a classe dos latossolos roxos foi subdividida em nfvel taxonômico mais baixo, tendo-se identificado sete unidades: Ribeirâo Preto, Baräo Geraldo, Àgua Vermelha, Capäo da Cruz. Jardinópolis, Latossolo Roxo concrecionârio e Latossolo Roxo raso. As superficies ocupadas por essas unidades estâo relacionadas no quadro 7. Desses, apenas os da unidade Ribeirâo Preto e parte dos latossolos roxos rasos sâo eutróficos, perfazendo menos de 16% da ârea total, cabendo, portanto, aos distróficos ou :icricos a maior expressâo espacial.

Quadro 7. Classificaçâo, ârea e distnbuiçfio percentual dos latossolos roxos da quadrîcula de Ribeirâo Preto

Distribuiçffo Classificaçfo Unidade Area (Latossolo Roxo) Total Lat. Roxo quadrfcula

ha ha %

Eutrófico, A moderado ou chernozémico, textura muito Ribeirâo Preto 29.990,5 14,84 9,40 argilosa ou argilosa

Distrófico, A moderado ou proéminente, textura argilosa Baräo Geraldo 81.862,5 45,00 28,52 ou muito argilosa

Distrófico, A moderado, textura argilosa Agua Vermelha 879,5 0,48 0,31

Âcrico, A moderado, textura argilosa ou muito argilosa Capäo da Cruz 70.850,5 35,95 24,68

Âcrico ou distrófico, A moderado, textura argilosa ou Jardinópolis 322,5 0,18 0,11 muito argilosa

Eutrófico, distrófico ou âcrico, A moderado, textura - 981,5 0,54 0,34 argilosa ou muito argilosa, raso

Âcrico concrecionârio, A moderado, textura argilosa (?) 22,0 0,01 0,01

Total 181.908,5 100,00 63,37

4.1.1.1.Unidade Ribeirâo Preto (LRe) Classificaçâo Latossolo Roxo eutrófico, A moderado ou chernozémico, textura argilosa ou muito argilosa. Typic Eutrorthox (USA).

B. Cient. Inst. Agron., Campinas, 7,1987 25 Rhodic Ferralsol (FAO). Solo ferrah'tico fracamente dessaturado no horizonte B (Fr).

Conceito da unidade Os solos da unidade Ribeirào Preto apresentam as seguintes caracten'sticas diferenciais, além daquelas commis a todos os latossolos roxos: 1) textura argilosa ou muito argilosa ao longo do perfil; 2) teor de areia grossa do horizonte B inferior a 20%; 3) saturaçâo em bases e soma de bases rnantendo-se superiores, respectivamente, a 50% e a 1,5 e.mg/IOOg de TFSA, até pelo menos 100 cm de profundidade; 4) matiz do horizonte B2 mais vermelho que 3,5YR, com relaçâo valor/croma igual ou inferior a 3/5; 5) horizonte B2 aparentemente apédico^*), com aspecto maciço poroso "in situ", ou com estrutura subangular fraca rompendo em granular muito pequena forte e com consistência friâvel a muito friâvel ; 6) espessura dos horizontes A + B superior a 120 cm; 7) cascalho inferior a 5% nos horizontes A e B; 8) teor de carbono até 100 cm de profundidade inferior a 1,5% nos solos muito argilosos, e a 1,2% nos argilosos. 9) A moderado ou chernozêmico.

Caracten'sticas morfológicas e anali'ticas^**) Os solos da unidade Ribeirào Preto sào profundos, argilosos a muito argilosos ao longo do perfil, bastante friâveis e com fraco desenvolvimento de macroestrutura no horizonte B. A diferenciaçâo entre horizontes é pouco nitida, sendo dificil separâ-los; por isso, é frequente o emprego de limites arbitrârios para fins de amostragem. A cor prédominante no horizonte Béa bruno-avermelhado-escura centrada na notaçâo Munsell 2,5YR 3/4. Registraram-se variaçôes em torno do matiz 10R 3.5YR e da relaçâo valor/croma, de 3/5 e até 3/6, esta raramente. O horizonte Al ou Ap apresenta geralmente cor daquele mesmo matiz, porém ligei- ramente mais escurecida corn reîaçâo valor/crorna 3/3,5 e 3/3. Essa ùltima relaçâo caracteriza nessa unidade a presença de A chernozêmico. Em conseqiiência da intensa utilizaçâo agricola, esses solos apresentam em gérai um hori- zonte Ap, onde a estrutura original foi destruida, sendo dificil descrever o material resultante. Em vez de unidades estruturais bem caracterizadas, observa-se a ocorrência de torröes médios e pequenos, sem superfi- cies de fraqueza definidas. É, dessa forma, urn material aparentemente apédico. O horizonte Al, por sua vez, apresenta organizaçâo estrutural do tipo granular de tamanho médio e com desenvolvimento de moderado a forte.

(*) O termo apédico (sein "peds") é empiegado neste texto, na falta de outro mais adequado em nossa lingua para denominar a condiçâo de ausência de organizaçâo macroestrutural, a quai tem na visibilidade dos agrcgados à vista desarmada o limite com a microestrutura. Como a identificaçâo da estrutura é feita no campo, sem auxi'lio de instrumental ótico, consideramos apenas as unidades pertinentes à macroestrutura na conœpçao de N1K.IFOROFF (1941).

'•*) As caractcn'.slicas morfológicas e anali'ticas assinaladas para cada unidade correspondem apenas as observadas nesta quadn'cula.

26 B. Cient. Inst. Agron., Campinas, 7, 1987 O horizonte B2 é constituido de agregados subarredondados e muito pequenos. A ausência de macroestrutura confere-lhe urn aspecto de material maciço muito poroso semelhante a pó de café. Essa organizaçâo é, por alguns, denominada de forte muito pequena granular e, por outros, de maciça porosa. É, contudo. difïcil, nas condicöes de campo, identificar as superficies de fraqueza entre agregados, as quais sâo feiçôes constantes da conceituaçâodeestrutura, segundo BREWER (1964). É comum a ocorrência de estru- tura subangular média fraca no horizonte Bl ; no B2, porém, nào é frequente. A consistência, ao longo de todo o perfil, é friével ou muito friével na amostra ûmida, e plâstica e pegajosa na molhada. No quadro 8 sâo apresentados os valores da média, minimo e mâximo absolutos e desvio padrâo para algumas caracteristicas referentes a 27 amostras da camada superficial e a 82 da subsuperficial.

Quadro 8. Média (x), mfnimo, mâximo e desvio-padräo (s) de varias caracteristicas de amostras da camada superficial 0-20 cm (a) e subsuperficial 60-80 cm (b) de solos da unidade Ribeirâo Pre to Numéro Caracterfstica Camada X Minimo Maximo s de pontos pHHjO a 27 5.9 4.9 6,9 0,4 b 82 6,2 5,2 7.6 0,4 pHKCl a 27 5,2 4.0 6.0 0,5 b 82 5,6 4,6 6,6 0,4 c(') a 27 2,4 1,0 4.5 0,7 b 64 1.0 0,4 2,0 0,3 J s( ) a 27 5,3 0,7 9.5 2,2 b 79 3,8 1,2 10,0 1.7

Al3t(2) a 27 0,2 0,0 1,0 0,2 b 81 0,1 0,0 0,4 0,1

CTC(3) b 78 8,3 4.1 22,3 3,3 v(') a 27 55 10 93 19,7 b 79 70 50 96 13,3

RC(3) a 27 9,5 2.7 20,0 4,1 b 78 5.9 2.3 14,3 2,5 m(') 8 27 5 0 58 12,4 b 79 2 0 13 2,9

ArgUa(') a 27 59 44 71 6,7 b 82 65 45 80 6.6

SUte(') a 27 23 10 36 7,8 b 82 6 30 6,2

Areia fina(' ) a 27 11 2 27 6.5 b 82 12 1 34 6,4

Areia grossav) a 27 7 2 17 4.1 b 82 5 1 15 3,0

Fe2O3(') b 6 23 18 29 5,7 0)%. (2)e.mg/100gTFSA. (3)e.mg/100gargila.

B. Cient. List. Agron., Campinas, 7, 1987 27 Säo solos ligeiramente âcidos, com valor médio de pH em âgua de 5,9 na camada superficial e de 6,2 na subsuperficial. Esses fndices säo os mais elevados entre todos os latossolos dessa quadrfcula. O teor médio de carbono também é relativamente elevado, quando comparado com o das outras unidades identificadas, alcançando 2,4% na camada superficial e 1,0% na subsuperficial. Os valores mâximos absolutos encontrados na camada superficial, 4,5%, e de 2,0% na subsuperficial, correspondent a solos sob pastagem. Alias, a média de carbono de dezesseis amostras da camada subsuperficial de solos sob pastagem foi de 1,2% um pouco superior, portanto, à média gérai verificada para a totalidade das amostras. A soma de bases, com fndice médio de 5,3 e.mg/lOOg de TFSA para a camada superficial e de 3,8 para a subsuperficial é também a mais elevada entre todos os latossolos da area cartografada. O valor mâximo absolu to, de 10,0 e.mg/100g de TFSA, verificado na camada subsuperficial, corresponde a um solo sob cul tu ra de café. Ê interessante assinalar os valores(*) estranhâveis de Ca1* e de Mg2* encontrados em uma das amostras, respectivamente de 5,6 e 4,3 e.mg/100g de TFSA, resultando numa razâo de 1,3 de Caa */Mg2 * relativamente baixa, quando comparada com o restante das amostras nas quais ela varia de 4 a 7. A capacidade de troca de cations estimada para a fraçâo argila apresentou fndice médio de 8,3 para a camada subsuperficial. A saturaçâo em bases, elevada, alcançou o valor médio de 55%, na camada ' superficial, e de 70% na subsuperficial. Slo, portanto, solos eutróficos, com a vantagem de apresentarem associados ao valor elevado de saturaçâo em bases, teores de soma de bases também elevados. Apresentam, assim, alto potencial nutricional em Ca2* e Mg2* quando co.mparados com outros latossolos também eutrófi- cos, mas com baixo teor em bases. O alumfnio trocâvel é virtualmente inexistente, com teor médio de 0,2 e 0,1 e.mg/ 100g de TFSA e, conseqüentemente, baixa saturaçâo em alumfnio. Säo solos essencialmente argilosos a muito argilosos, com média de 59 e 65% de argila, respectivamente, para as camadas superficial e subsuperficial. O teor médio de ferro referente a seis amostras da camada subsuperficial foi de 23%. Area ocupada e descriçâo da paisagem Os solos da unidade Ribeirâo Pre to cobrem uma extenslo de 26.990,50 ha, os quais corres- pondem a 14,8% dos latossolos roxos e a 9,4% da ârea total da quadrfcula. Foram cartografados em très unidades de mapeamento, sendo uma simples (LRe) à quai correspondem 11.177,50 ha, e duas associaçôes correspondentes aos 15.813,00 ha restantes. Essas duas unidades de mapeamento säo representadas em um caso pelos solos da unidade Ribeirâo Preto e Barâo Geraldo (LRe + LRdl), e no outro, por solos dessas duas unidades acrescidas dos litossolos substrato basalto (LRe + LRdl + Li-1). Uma vez que a saturaçâo em bases constitui o fator de diferenciaçâo entre esses solos e aquelcs da unidade Barao Geraldo e, em conseqüência da intensa utilizaçâo agrfcola da ârea, corn adoçào de tecnologia avançada, é praticamente impossfvel discriminâ-los sem auxflio de anâlises de laboratório. Disso resultou seu mapeamento como associaçâo quando o numéro de amostras coletadas para anâlise foi insu fi- ole n te para permitir delimitar unidades de mapeamento simples. Cumpre assinalar que a determinaçao do pH em âgua, por seu baixo custo e pela boa correlaçào com a saturaçâo em bases, poderia ter sido empregada para èstimar o carâter eutrôfico ou distrôfico dos latossolos roxos. OLIVEIRA & MENK (1984) acharam, para esses solos, os valores de pH < 5,2 para os distrôficos e de pH > 5,7 para os eutróficos, com r = 0,84**. A unidade de mapeamento simples engloba como inclusäo solos das unidades Barâo Geraldo e Estruturada, enquanto na associaçâo LRe + LRd-1 pode-se relacionar também, como inclusâo, solos das unidades Capâo da Cruz e Estruturada e, na associaçâo LRe + LRd-1 + Li, o Brunize'm Avermelhado.

(*) Dados constantes dos arquivos da Seçffo de Pedologia.

28 B. Cient. Inst. Agron., Campinas, 7, 1957 Essas tres unidades de mapeamento ocorrem desordenadamente por toda a quadrfcula, naturalmente relacionadas com as areas de ocorrência de diabâsio. Näo foi possfvel estabelecer relaçôes consistentes entre os solos da unidade Ribeirâo Pfeto e a paisagem. Contudo, observamos que eles raramente ocorrem em areas onde o relevo, ainda suave ondulado, apresenta-se muito pouco dissecado. É comum na toposseqüência Latossolo Roxo-Terra Roxa Estruturada a ocorrência, entre essas-' duas classes, de solos com gradaçâo continua de caracterfsticas diagnósticas, sendo dificil, nos indivi- du os intermediaries, estabelecer com segurança a classe de solos. CARVALHO (1970), estudando uma dessas toposseqiiências no municfpio de Ribeirâo Preto, apresentou dados ilustrando essa sucessâo. Esses solos transicionais foram identificados e mapeados em outras quadrfculas (PRADO et alii, 1981, OLIVEIRA et alii, 1982a); contudo, na area em estudo, em vista de ocorrerem em faixa muito estreita, foram conside- rados como inclusâo nos latossolos roxos. O relevo é predominantemente o suave ondulado com déclives da ordern de 3 a 5%, eleyan- do-se a 7% em poucas areas, nas imediaçôes da Serra Azul. Em virtude de suas excepeionais qualidades ffsicas, qufmicas e de relevo, sâo intensamente utilizados, em maior proporçâo com a cultura canavieira. Café e culturas anuais, especialmente a do milho, sâo também fréquentes. Os escassos remanescentes da vegetaçâo primitiva estâo representados pela mata tropical subperenifólia.

Restriçôes edâficas Sao solos com propriedades ffsicas e qufmicas muito boas e grande potencial agrfcola. Prati- camente, nâo apresentam limitaçôes, salvo o déclive, que, por pouco acentuado, exige prâticas conservacio- nistas simples para evitar os processos erosivos.

Unidades afins e caracterfsticas diferenciais(*) Os solos da unidade Ribeirâo Preto diferenciam-se daqueles da unidade Barâo Geraldo e Capâo da Cruz por serem eutróficos näo âcricos; diferem daqueles da unidade Âgua Vermelha pelo teor de areia grossa inferior a 20% no horizonte B2; distinguem-se dos da unidade Jardinópolis pela cor do horizon te B2, mais vermelha que 3.5YR; dos latossolos roxos rasos, pela espessura do sólum superior a 120 cm; dos latossolos roxos concrecionârios, pelo teor de cascalho inferior a 5% nos horizontes A e B; dos solos da unidade Limeira, pelo carâter eutrófico e teor mais alto de ferro total (> 18%); dos da unidade Bonfim pof essas mesmas caracterfsticas, além do teor de areia grossa inferior a 20% no horizonte B; e dos solos da unidade Estruturada, pela est ru tu ra maciça porosa do horizonte B e ausência de cerosidade quando com estrutura subangular.

Perfil 1360 (Quadro 9) - Unidade Ribeirâo Preto

Classiflcaçfio Latossolo Roxo-Eutrófico, A moderado, textura muito argilosa. Typic Eutrorthox (USA).

(•) SBo consideradas apenas as unidades encontradas nesta qjiadrfcula.

8. Cisat. Lut. Agror... Campinas, 7,1987 29 Quadro 9. Caractertsticas fia cas e quimicas do perfil 1360 — Unidade Ribeiräo Pre to - Amostras de laboratório n° 3.161 a 3.168

Fraçôes da Oomposiçâo granulométrica Horizonte a mostra total Densidade da terra fina % g/cm3 % Argila Grau de Poro- Silte dispersa floco- sidade Casca- Terra Areia Areia em àgua laçâo % Profun- Calhau Silte Argila Argila Iho Tina grossa Tina Si'mbolo didade >20 0,05-0,002 <0,002 % % (Volume) 202 <2 2-0,20 0,20-0,05 Aparente Real cm mm mm mm mm mm mm mm

Ap 0-18 0 0 100 1 7 31 61 45 26 0,5 A3 18-34 0 0 100 2 7 26 65 45 31 0,4 Bl 34-56 0 0 100 2 8 25 65 6 91 0,8 B21/ 56-90 0 0 100 2 8 29 61 1 98 0,5 B22 90-200 0 0 100 1 8 29 62 0 100 0,5 B23 200-250 0 0 100 1 5 29 65 0 100 0,4 B24 250-300 0 0 100 1 5 27 67 0 100 0,4 B25 300-350 0 0 100 1 8 30 61 0 100 0,5

PH Bases trocdveis Valor S Acidez Hidrogênio Sat.com Valor T Valor V KCa.Mj?, trocâvel extra i'vel aluminio 2+ 3 + I (S, Al, H) 100.S 3 Horizonte A pH Ca M«2+ K) (AI *) H 100.A1 * Agua KC1N T S +A13* meq/100g

Ap 6,2 5,4 -0,8 5,4 0,9 0,44 6,7 0,0 4,0 10,7 63 0 A3 6,3 5,6 -0,7 4,6 0,6 0,04 5,2 0,0 1,4 6,6 79 0 Bl 6,3 5,7 -0,6 4,6 0,7 0,03 5,3 0,0 2,2 7,5 71 0 B21 6,4 5,8 -0,6 3,8 0,4 0,01 4,2 0,0 1,4 5,6 75 0 B22 6,4 5.9 -0,5 2,9 0,6 0,03 3,5 0,0 2,2 5,7 62 0 B23 6,1 6,0 -0,1 1,6 0,3 0,04 1,9 0,0 1,9 3,8 51 0 B24 6,3 6,2 -0,1 1,2 0,6 0,07 1,9 0,0 1,5 3,4 55 0 B25 6,2 6,2 0,0 1,3 0,8 0,08 2,2 0,0 1,8 2,2 55 0

Relaçôes moleculares Ataque sulfürico (H2SO4 1:1)% Fe O C N C SiO] SiO 2 3 P Horizonte ( organ i co ) 2 Uvre solûvel A12O3 % % N A12O3 R2O3 % ppm SiO2 AI2O3 Fe2O3 TiO2 Fe2O3 (Ki) (Kr)

Ap 1,3 0,14 9 14,1 14,6 22,8 7,4 1,6 0,8 1,0 A3 1,0 0,08 13 12,8 19,2 23,5 7,6 1,1 0,6 0,8 Bl 0,9 0,07 13 12,4 18,6 22,8 7,2 1.1 0,6 0,6 B2I 0,6 0,05 12 15,9 18,0 23,5 8,2 1,5 0,8 0,8 B22 0.6 0,04 15 13,2 18,0 21,4 8,0 1,2 0,7 0,8 B23 0.4 0,03 13 16,8 20,3 24,1 8,6 1,4 0,8 0,8 B24 0,2 15,9 18,6 19,4 8,6 1,4 0,9 1,0 B25 0,2 16,8 19,2 21,4 8,0 1,5 0,9 0,9

30 B. Cient. Inst. Agron., Campinas, 7, 1987 Eutric Ferralsol (FAO). Solo ferralftico ligeiramente dessaturado no horizonte B (Fr).

Localizaçâo Quadrfcula de Ribeirâo Preto. Folha de Ribeiräo Preto. Coordenadas UTM 7648-7650km N. e 210-212 km E. (Figura 4). 1

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Figura 4. Localizaçâo do perfil 1360 na folha de Ribeirâo Preto. IBGE, Carta do Brasil, escala 150.000. Folha SF 23-VC-I-l, 1979. (Reduçâo do original)

Altitude: 690 métros. Situaçâo e déclive: terço superior com déclive inferior a 3%. Relevo: suave ondulado. Material de origem: material de cobertura proveniente de retrabalhamento de diabàsio. Vegetaçâo original: mata tropical subcaducifólia. Cobertura atual: capim-coloniâo no perfil, cana-de-açûcar a 5 m de distância.

1360 Ap - 0-18 cm; bruno-avermelhado-escura (10/R 3/3,5, ûmida), vermelho-escura (10YR 3/6, seca); a muito argilosa; granular média e pequena moderada/forte; dura, friâvel, plâstica e pegajosa; transiçâo clara e plana.

B. Cient. Inst. Agron., Campinas, 7, 1987 31 1360 A3 - 18-34 cm; bruno-avermelhado-escura (lOtfR 3/4, ûmida), vermelho-escura (10YR 3/6, seca); b muito argilosa; subangular média moderada; dura, friâvel, plâstica e pegajosa; transiçào gradual e plana.

1360 BI - 34-56 cm; bruno-avermelhado-escura (ÏO/R 3/4, ùmida), vermelho-escura (10YR 3/6, seca); c muito argilosa; subangular média fraca; ligeiramente dura, muito friâvel, plâstica e pegajosa; transiçào difusa e plana.

1360 B21 - 56-90 cm; bruno-avermelhado-escura (ÎO^R, ûmida), vermelho-escura (10YR 3/6, seca); d muito argilosa; maciça porosa; ligeiramente plâstica e ligeiramente pegajosa; transiçào difusa e plana.

1360 B22 - 90-200 cm; bruno-avermelhado-escura (10^R 3/4, ûmida), vermelho-escura (10YR 3/6, seca); e muito argilosa; maciça porosa; ligeiramente dura, muito friâvel, ligeiramente plâstica e ligeira- mente pegajosa; limite arbitrâno para a camada inferior.

1360B23 - 200-250 cm;idêntica a anterior, f

1360 B24 - 250-300 cm; vermelho-escura (10YR 3/6, ûmida, 3/8, seca); muito argilosa. g

1360 B25 - 300-350 cm; vermelho-escura (10YR 3/6, ûmida, 3/8, seca); muito argilosa. h Observaçôes: Rafzes finas abundantes na primeira camada, comuns na segunda e térceira e ^ poucas na quarta e quinta. A partir de 250 cm, obtivemos as amostras mediante tradagem.

4.1.1.2. Unidade Barâo Geraldo (LRd-1)

Classificaçâo Latossolo Roxo distrôfico, A moderado ou proeminente, textura argilosa ou muito argilosa. Typic Haplorthox (USA). Rhodic Ferralsol (FAO). Solo ferralftico fortemente dessaturado no horizonte B (Fr).

Conceito da unidade Os solos dessa unidade, além das caracten'sticas pertinentes à classe dos latossolos roxos, apre- sentam: 1 ) textura argilosa ou muito argilosa ao longo do perfil; 2) teor de areia grossa do horizonte B inferior a 20%; 3) soma e saturaçâo em bases inferiores a 1,5 e.mg/lOOg de TFSA e 50%, respectivamente, ao longo do perfil ou apos 100 cm de profundidade; 4) carâter âcrico, se presente, após 100 cm de profundidade; 5) matiz do horizonte B2 igual ou mais vermelho que 3,5YR, com relaçâo valor/croma igual ou inferior a 3/5;

32 B. Cient. Inst. Agron., Campinas, 7,1987 6) horizonte B2 com aspecto maciço poroso "in situ", ou com estrutura subangular fraca, consistência friâvel a muito friâvel; 7) espessura dos horizontes A + B superior a 120 cm; 8) cascalho inferior a 5% nos horizontes A e B; 9) teor de carbono até 100 cm de profundidade inferior a 1,5% nos solos muito argilosos, e a 1,2% nos argilosos. 10) A moderado ou proeminente.

Caracteristicas morfológicas e analîticas As caracteristicas morfológicas dos solos das unidades Ribeiräo Preto e Barào Geraldo säo tâo semelhantes que é praticamente impossivel diferenciâ-los por esses aspectos. Säo validas, portanto, para esta unidade as mesmas consideraçôes feitas quanto à morfologia da Ribeiräo Preto. Do ponto de vista quîmico e mineralógico, porém, eles apresentam diferenças por vezes acentuadas (Quadro 10). Segundo os dados analfticos, o valor médio de pH em âgua da camada superficial é 6,2, indicando reaçâo ligeiramente äcida para essa camada. Na subsuperficial, o valor médio é bem menor, 5,4, traduzindo condiçoes de forte acidez. Em seis das qu aren ta e très amostras da camada subsuperficial, o pH em KCl foi superior ou igual ao pH em âgua, indicando a predominância de cargas positivas sobre as negativas. O teor médio de carbono da camada superficial de 3%, relativamente elevado quando comparado com o de outras classes de solos argilosos dessa quadricula,foi influenciado por très amostras coletadas sob mata, as quais apresentam altos indices de carbono: 6,4, 4,2 e 5,0%. Nas outras amostras, o indice mais elevado foi de 2,6%'*'. Na camada subsuperficial, o valor médio foi de 1,0%, sendo os indices correspondentes aos solos sob mata próximos ou até inferiores àqueles verificados nas outras amostras. As médias da soma e da saturaçao em bases da camada superficial sâo elevadas: 7,9 e.mg/ /100g TFSA e 66% respectivamènte. Também nesses casos, a média foi influenciada pelos valores verificados nas très amostras coletadas sob mata. Assinale-se que, para as amostras das areas cultivadas, o valor mais elevado para a soma de bases foi de 7,5 e.mg/100g TFSA(*). Na camada subsuperficial, o teor de bases decresce acentuadamente, caindo o valor médio de soma de bases para 1,2 e.mg/ 100g TFSA e o de saturaçâo em bases para 29%. Também nos solos sob mata, essa camada apresentou acentuado decréscimo para tais parâmetros. Observa-se, por esses dados, a importância da mata como concentradora de matéria orgânica e nutrientes na camada superficial desses solos, os quais, sob esta cobertura, säo essencialmentè epieutróficos. Essa condiçâo também foi encontrada na maioria dos solos sob outros usos, como se pode depreender do teor médio de saturaçâo em bases para o conjunto das amostras da camada superficial (66%), e do desvio-padräo correspondente (26,9). Desconhece-se a duraçâo dessa situaçâo de epieutrofismo apôs a derrubada das matas e a utilizaçâo dos solos. O teor médio de aluminio trocavel nas duas camadas é bastante baixo, de 0,2 e 0,3 e.mg/100g de TFSA, respectivamènte, para a camada superficial e subsuperficial. Apenas duas amostras da camada superficial e sete da subsuperficial apresentaram valores de Al3+ superior a 0,5 e.mg/100g de TFSA. A satu- raçâo em aluminio é também muito baixa, de 5 e 22% respectivamènte. Sâo solos argilosos a muito argilosos, com indice médio de argila de 57% na camada super- ficial e 65% na subsuperficial. O teor médio das areias nâo atinge 20% naquelas camadas.

(•) Dados constantes dos arquivos da Seçâo de Pedologia.

B. Cient. Inst. Agron., Campinas, 7, 1987 33 Quadro 10. Média (x), mfnimo, méximo e desvio-padrffo (s) de varias caracterfsticas de amostras da camada superficial 0-20 cm (a) e subsuperficial 60-80 cm (b) de solos da unidade Barâo Geraldo

Numero Caracterfetica nada de X M/nimo Mâximo 8 pontos

a 10 6,2 5,3 7,2 0,7 b 43 5,4 4.3 6,4 0,6

pHKCl a 10 5,5 4,4 6,8 0,9 b 43 4,9 4,1 5,9 0,5

a 10 3,0 1.3 6,4 1,7 b 43 1.0 0,5 3,0 0,4

a 10 7,9 2,0 21,7 6,8 b 43 1.2 0,2 2,6 0.7

a 10 0,2 0,0 0,8 0,3 b 43 03 0,0 2,2 0,4

CTC(3) 43 6,6 1.6 17,7 2.5

Vl1 ) a 10 66 23 95 26.9 b 43 29 5 49 12,7

RC(3) a 10 15,2 4,1 43,6 13,6 b 43 23 1,6 3.7 0.7

m(') a 10 5 0 28 10,6 b 43 22 0 87 24.6

ArgUa(') a 10 57 49 65 5,7 b 43 65 51 80 7,6

SilteO) a 10 26 11 40 10.4 b 43 16 5 31 6,6

Areia fina(') a 10 9 4 21 5,5 b 43 12 4 32 7,4

Areia grossa(') a 10 8 2 23 7.0 b 43 7 1 19 4,9

Fe2O30) b 3 27 25 29 2,1

0)%. We.mg/lOOgTFSA. (3)e.mg/100g argua.

34 B. Cient. Inst. Agron., Campinas, 7, 1987 Area ocupada e descriçâo da paisagem Os solos da unidade Baräo Geraldo, os mais comuns dessa quadrfcula, estendem-se por 81.862,50 hectares, os quais correspondem a 45,0% dos latossolos roxos e a 28,5% da area total. Como unidade de mapeamento simples (LRd-1), cobrem 21.025,0 hectares, porém a maior porcentagem desses solos foi cartografada em associaçoes com os das seguintes unidades: Ribeirâo Preto (LRe + LRd-1), Capäo da Cruz (LRd-1 + LRa, LRa + LRd-1), Àgua Vermelha (LRd-1 + LRd-2), Estruturada (LRd-1 + TE) e Solos Litólicos (LRd-1 + Li-1 ; Li-1 + LRd-1 ; LRe + LRd-1 + Li-1). A distribuiçâo espacial de cada uma dessas associaçoes acha-se no quadro 4. Da mesma forma que para os solos da unidade Ribeirâo Preto, näo conseguimos estabelecer nenhuma relaçâo consistente entre a distribuiçâo desses solos e a paisagem, a näo ser a sua ocorrência nas areas onde o material subjacente é o diabâsio, ou entäo o basalto. As fréquentes linhas de pedras encontradas em âreas onde ocorrem säo registros de que pelo menos parte desses solos é desenvolvida sobre material retrabalhado. A distribuiçâo mais comum se dâ nos relevos suave-ondulados pouco dissecados com déclives da ordern de 3 a 5%. Näo obstante, forain também cartografados em associaçâo com latossolos roxos eutróficos em âreas ligeiramente mais dissecadas, como na vertente oriental do Morro Azul. A vegetaçao primitiva esta representada por alguns poucos testemunhos de cerradöes e mesmo de mata tropical subperenifólia. A ocupaçâo atual é bastante intensa, predominando as culturas da cana-de-açûcar, café e milho e ainda pastagens.

Restriçoes edaficas Sâo solos com excelentes condiçoes fisicas, com relevo adequado ao uso intensivo de mâquinas agricolas e pouco sujeitos à erosâo quando bem manejados. A limitaçâo mais importante refere-se à fertilidade natural; contudo, com aplicaçâo adequada de insumos, säo bastante produtivos.

Unidades afins e caracten'sticas diferenciais Os solos da unidade Barâo Geraldo distinguem-se dos da Ribeirâo Preto pelo carâter distrô- fico; da Âgua Vermelha, pelo teor de areia grossa inferior a 20%; da Capäo da Cruz, pela retençâo de cations superior a 1,5 e.mg/lOQg de argila; da Jardinópolis, pela cor mais vermelha que 3,5YR 3/4; do Latossolo Roxo Raso, pela espessura do sólum superior a 120 cm; do Concrecionàrio, pelo teor de cascalho inferior a 5% nos horizontes A e B; dos solos da unidade Limeira, pelo teor de Fe2O3 superior a 18%.

4.1.1.3. Unidade Agua Vermelha (LRd-2)

Classificaçâo Latossolo Roxo distrófico, A moderado, textura argilosa. Typic Haplorthox e Haplic Acrorthox (USA). Rhodic Ferralsol (FAO). Solo ferralftico fortemente dessaturado no horizonte B (Fr). Conceito da unidade Durante o levantamento de solos da quadrfcula de Ribeirâo Preto e de Descalvado, obser- vamos a ocorrência de latossolos roxos corn teor de areia grossa superior a 20%, näo assinalada nas quadrîculas de Campinas (OLIVEIRA et alii, 1979), Araras (OLIVEIRA etalii, 1982a) e Säo Carlos (OLIVEIRA & PRADO, 1984), anteriormente levantadas.

B. Cient. Inst. Agron., Campinas, 7, 1987 35 Por indicar material de origem diferente dos latossolos roxos até entäo identificados e por julgarmos que esse teor de areia grossa possa ter influência na relaçlo âgua-solo-planta, achamos conveniente individualizar tais solos como unidade especffica, dandolhes a denominaçâo de Àgua Vermelha por terem sido registrados inicialmente na localidade homônima. Até o presente, a conceituaçâo sistemâtica da unidade, aie m das caracteristicas pertinentes aos latossolos roxos, compreende o seguinte: textura argilosa, porém com teor de areia grossa igual ou superior a 20%. Devido à sua ocorrência em area reduzida, nâo foi encontrado local adequado com exposi- çâo de perfil para descrevê-lo e coletâ-lo. As informaçôes disponfveis se restringem, pois, àquelas obtidas durante a fase de prospecçâo sistemâtica de campo.

Caracteristicas morfológicas e analîticas Esses solos, da mesma forma que os das unidades anteriores, sâo bastante profundos e apresentam grande homogeneidade vertical das caracterfsticas morfológicas, sendo diffcil a separaçâo dos horizontes. Apresentam, também, no horizonte B, a cor bruno-avermelhado-escura, tfpica dos latossolos roxos. sendo a notaçâo Munsell 2,5YR 3/4 a mais comum, nâo obstante terem sido verificadas ligeiras varia- çôes em torno desse indice: 3YR 3/4, 3,5YR 3/4, 3/5 e 1,5YR 3/4. O teor de areia grossa superior a 20% é facilmente perceptfvel, o que permite diferenciâ-los no campo corn certa facilidade dos solos das unidades Barâo Geraldo e Ribeiräo Preto. Apesar do teor de areia grossa do horizonte B mais elevado do que o dos solos daquelas unidades, a consisténcia da amostra ûmida e molhada é semelhante, ou seja: friâvel, plâstica e pegajosa. No quadro 11 sâo apresentados valores da média, do mfnimo e mâximo absolu tos e do desviopadrâo para algumas caracteristicas referentes a dez amostras da camada subsuperficial. Os dados

Quadro 11. Média (x), mfnimo, mâximo e desvio-padrfo (s) de varias caracteristicas de dez amostras da camada subsuperficial (60-80 cm) de solos da unidade Âgua Vermelha Caracteristica Mfnimo Mâximo pHHjO 5,1 4,7 5,9 0,4 pHKCl 4,5 3,8 5,6 0,6 0,6 0,4 0,8 0,2 0,7 0,0 1.7 0,5 0,2 0,0 0,7 0,3 3 crc( ) 6,6 4,3 10,8 2,1 v(') 24 1 77 23,6 3 RC( ) 1,8 0,0 3,5 1,1 mO) 27 0 71 29,8 ArgilaO) 49 38 66 7,8 SilteO) 4 1 8 2,6 Areia fina(') 24 6 39 9.1 Areia grossa(') 23 20 35 4,5 (')%. (2)e.mg/100gTFSA. (3)e.mg/100g argua.

36 B. Cient. Inst. Agron., Campinas, 7, 1987 analiticos, todosreferentesà camada subsuperficial (60-80 cm), indicam se rem solos äeidos (pH em âgua 5,1). bastante dessaturados, corn valores médios de soma e de saturaçào em bases respectivamente de 0,7 e.mg/100g de TFSA e de 24%, o que os caracteriza como dïstróficos. O teor médio da argua é de 49% e o da areia grossa de 23%, chegando, essa fraçâo, a atingir 35% como valor mâximo. O valor médio de carbono, de 0.6%, provavelmente devido à menor porcentagem de argila desses solos, é o mais baixo de todos os latossolos roxos identificados na quadricula.

Area ocupada e descriçào da paisagem Os solos da unidade Àgua Vermelha ocupam uma ârea de 879,5 ha, representando 0,48% dos latossolos roxos e 0,31% da area total. Foram cartografados como unidade simples (LRd-2) ou em associaçâo corn a unidade Barào Geraldo (LRd-1 + LRd-2) ou com a unidade Hortolândîa (LE-2 + LRd-2). Os delineamentos das unidades simples compreendem inclusào de solos das unidades Hortolândia e Baräo Geraldo, enquanto nas associacöes se encontram inclusöes de solos da Barâo Geraldo, Hortolàndia e, ainda, Areia Quartz osa. Sua ârea de oeorrèneia esta restrita ao quadrante sudeste, justamente onde é maior a con- centraçào de solos de textura mais levé, como areias quartzosas e latossolos vermelho-escuros de textura média, e a oeorrêneia mais extensiva dos arenitos da formaçâo Botucatu-Piramboia. Ao longo da rodovia Anhangüera, pode-se observar, no extremo sul da quadricula de Ribeirào Preto e no norte da de Descalvado, interessante toposseqüência. Da parte mais elevada das longas vertentes até o terço inferior, hâ a seguinte sucessào de solos; Litossolo substrato basalto. Terra Roxa Estru- turada, Latossolo Roxo « 20% de areia grossa), Latossolo Roxo (> 20% de areia grossa), Latossolo Vermelho- -Escuro textura média e, finalmente, Areia Quartzosa. Observa-se que hâ um crescente aumento da fraçâo areia no sentido dos litossolos para as areia quartzosas e que os solos da unidade Âgua Vermelha se encontram de permeio corn os mais arenosos, abaixo, e os mais argilosos, acima (Fieura 5).

Figura 5. Toposseqüência comum na quadricula de RibeîrSo Preto. AQ = Areia Quartzosa, LE-2 = Latossolo Vermelho Escuro textura média unidade Hortolàndia, LRd-2 = Latossolo Roxo unidade Âgua VermeDia, LRd-1 = Latossolo Roxo unidade Baxib Geraldo, LRe = Latossolo Roxo unidade Ribeiräb Preto, TE = Terra Roxa Estruturada, Li = Litossolo substrato basalto.

B. Cient. Inst. Agron., Campinas, 7,1987 37 O material de origem é resultante do intemperismo de roc h as bâsicas com contribuiçào de arenitos modesta, porém suficiente para elevar o teor de areia grossa a valores superiores a 20%. O uso mais comum desses solos é com a cana-de-açûcar e cul tu ras anuais. O relevo é suave ondulado. com déclive de 3 a 7%.

Reslriçôes edâficas Sao solos bastante semelhantes aos da unidade anterior. O m ai or teor de areia grossa, com consequente diminuiçâo de argila, pode representar um ligeiro decréscimo da sua capacidade de retençào de âgua em comparaçâo com os anteriores, coin possiveis reflexos na fisioiogia das culturas. Desconhecemos porém. dados quantitativos.

Unidades a fins e caracteristîcas diferenciais Os solos da unidade Àgua Vermelha se diferenciam dos da Barâo Geraldo por apresentarem teor de areia grossa superior a 20% no horizonte B; dos da Limeira, pelo mesnio motivo e pelo teor de ferro total superior a 18%; dos da Bonfim, pelo ferro total inaior que esse limite, e dos da Hortolândia, pelo teor de Fe2O3 e de argila. respectivamente, superior a 18 e a 35%.

4.1.1.4. Unidade Capâo da Cruz (LRa)

Classificaçâo Latossolo Roxo âcrico, horizonte A moderado ou proeminente, textura argil o sa ou muito argilosa. Typic e Haplic Acrorthox (USA). Aerio Ferralsol (FAO). Solo ferrall'tico fortemente dessaturado no horizon te B (Fr).

Conceito da unidade Os solos dessa unidade apresentam. além das caracteristicas pertinentes à classe Latossolo Roxo, as seguintes: 1 ) textura argilosa ou muito argilosa; 2) teor de areia grossa inferior a 20%; 3) retençâo de cations inferior a 1,5 e.ing/lOOg argila a menos de 100cm de profundidade; 4) matiz do horizonte B2 igual ou mais vermelho que 3,5YR, com relaçâo valor/croma igual ou inferior a 3/5; 5) horizonte B2 corn estrutura maciça porosa ou subangular fraca; consistência friâvel a muito friâvel; 6) espessura dos horizontes A + B superior a 120 cm; 7) cascalho inferior a 5% nos horizontes A e B; 8) teor de carbono até 100 cm de profundidade inferior a 1,5%, nos solos muito argilosos, e a 1.2 nos argilosos

38 B. Cient. Inst. Agron., Campinas, 7,1987 Caracterîsticas morfológicas e anal ideas A morfologia desses solos é bastante semelhante à daqueles da unidade Ribeirâo Preto e Barâo Geraldo, sendo, portanto, desnecessârio repeti-la. Contudo, ressalte-se que apresentam o horizonte B se m macroestrutura. A feiçâo é de um material maciço, sem unidades estruturais, bastante poroso, muito friâvel. o que lhes confère a aparência de "pó de café". Com lente de mâo, pode-se constatar, todavia, que existe uma organizaçao microestrutural, definida como forte muito pequena granular. Ê também comum nesses solos, quando se détermina a textura de campo, desenvolver-se, nos momentos iniciais da prâtica, a sensaçao de porcentagem elevada de areia grossa. É necessârio "trabalhar" bastante o material para desfazer os microagregados que dâo essa sensaçao de "pseudo-areia". No quadro 12 sâo apresentados os dados estatfsticos de algumas caracterfsticas referentes a 42 amostras superficiais e a 103 subsuperficiais. O pH em âgua apresentou valor médio de 5,3 na camada superficial e de 5,1 na subsuperfi- cial, o que os caracteriza cómo solos fortemente âcidos. O pH em KC1, por sua vez, foi de 4,6 e de 4,9 para as mesmas camadas. Em 40 amostras da camada subsuperficial, o valor A pH foi nulo ou positivo, e o valor médio, de apenas -0,2. Esses solos correspondem ao subgrupo Typic Acrorthox da classificaçâo americana (ESTADOS UNIDOS, 1975). Ê provâvel que urn maior numero de solos amostrados pertençam àquele subgrupo, pois a classificaçâo americana estipula 150 cm como profundidade inferior, e as amostras foram coletadas a 60-80 cm. A importância dos óxidos de ferro e de alumînio na determinaçâo do ponto de carga zero (PCZ) dos solos é realçada por muitos autores que trabalharam com solos bastante intemperizados (RAIJ & PEECH, 1972; FEY& LE ROUX, 1976;GALLEZ et alii, 1976; KENG & UEHARA, 1973;PARFITT, 1980). Solos como os da unidade Capâo da Cruz, nos quais a fraçâo argila é predominantemente oxidica (hematita + gibbsita) em funçâo dos elevados valores de PCZ que esses minerais apresentam, como 7-9 para a hematita sintética (PARKS & BRUYN, 1962) e 7,5-9,5 para a gibbsita (PARFITT, 1980), e em funçâo das substituiçôes isomórficas de Fe (III) por Ti (IV) nos óxidos de ferro (TESSENS & ZAUYAH, 1982), têm grande possibilidade de apresentar valores de A pH positivos nas camadas com baixos teores de matéria orgânica. Essa caracteristica confère a esses solos uma invulgar capacidade de troca de ânions e, naturalmente, cuidados especiais de manejo. O valor médio de çarbono encontrado na camada superficial foi de 1,9%, enquanto para a camada subsuperficial foi de 0,9%. Assinale-se que o indice mâximo verificado na camada superficial (3,5%), corresponde a um solo sob mata no quai também o teor de carbono decresceu acentuadamênte em profun- didade, atingindo 0,8%. Do ponto de vista nutncional, a julgar pelos dados de soma de bases, os solos dessa unidade sâo bastante pobres. Correspondem, nesse particular, segundo SETZER ( 1949) àquelas terras roxas mistu- radas que contêm pouca areia, mas apresentam reduzidissima quantidade de bases. As réservas em bases estâo restritas à camada superficial, que apresentou o valor médio de 2,0 e.mg/lOOg TFSA. Na camada subsuperfi- cial o indice médio caiu para apenas 0,4. O indice mâximo de 11,7 e.mg/100g TFSA verificado na camada superficial corresponde ao de urn solo sob mata em cuja camada subsuperficial a soma de bases reduz-se a 0,82, apenas. A capacidade de troca de cations desses solos é muito baixa, resultante da sua mineralogia coloidal, representada essencialmente por óxidos de ferro e de alumfnio. O valor médio da CTC, calculado para 100g de argila, foi de 4,2 e.mg/100g. Esse indice é, segundo OLIVEIRA & MENK (1984), o mais

B. Cient. Inst. Agron., Campinas, 7,1987 39 Quadro 12. Média (x), mfnimo, móximo e desvio-padräo (s) de varias caracterfsticas de amostras da camada superficial 0-20cm (a) e subsuperficial 60-80 cm (b) de solos da unidade Capäo da Cruz

Numero Caracterfstica nada de X Mfnimo Maximo s pontos

pHH2O a 42 5,3 4,5 6,6 0,5 b 103 5,1 4,1 5,8 0,4 pHKCl a 42 4,6 3,9 5,9 0,6 b 103 4,9 4,1 6,1 0,5

a 42 1,9 1,3 3,5 0,5 b 103 0,9 0,5 1,4 0.2

a 42 2,0 0,0 11,7 2,3 b 103 0,4 0,0 1,0 0.2

a 42 0,6 0,0 1,8 0,6 b 103 0,2 0,0 0,8 0,2

3 CTC( ) 100 4,2 1,0 10,1 1.7

a 42 27 1 85 22,2 b 102 14 1 59 11,9

3 Rd ) a 41 4,3 1,3 23,6 3.S b 101 0,8 0,0 1,5 0.4 mC) a 42 32 0 98 31,0 b 103 29 0 97 28,9

ArgilaO > a 41 60 31 75 9.3 & h 10! 65 41 80 7,4

Silte(') a 41 16 4 33 7,0 b 101 14 1 28 5,8

Areia fina( ' ) a 41 15 5 41 8,3 b 101 14 4 47 7.8

Areia grossa(') a 41 9 2 25 5.5 b 101 7 1 19 4.5

l Fe2O3( ) b 9 25 18 33 5,6

(0%. (2)e.mg/100gTFSA. (3)e.mg/100gargila.

40 B. Cient. Inst. Agron., Campinas, 7, 1987 baixo.entre todos os, latossol.os roxos por elés estudados. O valor mfnimo, 1 e.mg/lOOg apenas de argila, mostra o avançado estâdio de intemperismo que esses solos podem alcançar. Tais dados incluem a participa- çâo da matéria orgânica, sendo, conseqüentemente, a GTC dévida exclusivamente à fraçâo mineral, ainda mais baixa. A retençâo de cations apresentou um indice médio para a camada subsuperficial de 0,8 e.mg/1,00g de argua. Seu indice.mâximo, 1,5 e.mg/lOpg, foi verificado em apenas très amostras, o que permjte identificar os solos dessa unidade como tipicos Acrorthox.. ,. Por se tratar de solos essencialmente oxidicos, os teores de aluminio trocâvel sâo pouco expressivos. O valor médio de Al3+ foi apenas de 0,6 e.mg/100g de TFSA, na camada superficial, e de 0,2, na subsuperficial. A saturaçâo em alumfnio apresentou indice médio de 32 e 29%, respectivàmente, para aquelas camadas. Contudo, 20 amostras da camada subsuperficial apresentaram saturaçâo em aluminio superior a 50%, caracterizando amostras que, além de âcricas, sâo âlicas. Nessa contagem foram computados apenas os casos em que o Al3+ era igual ou superior a 0,3 e.mg/100g TFSA, evitando, assim, incluir possi'veis erros de anâlise. , , . O ferro total nas nove amostras analisadas apresentou valor médio de 25%, variando de 18 a 33%. Apesar de terem sido encontrados solos de textura argilosa, a maior parte das anâlises granulométricas, assim como as determinaçoes de campo, apresentaram-na muito argilosa. Essa condiçlo se expressa no valor médio da fraçâo argila para as duas camadas: 60 e 65% respectivàmente.

Area ocupada e descriçâo da paisagem Os solos da unidade Capâo da Cruz sâo, após os da unidade Barâo Geraldo, os mais comuns entre os latossolos roxos, com uma ârea de 70.850,0 ha, que représenta 38,95% dos latossolos roxos e 24,68% da ârea total. Como unidade simples (LRa), eles foram mapeados ém 445,0 ha. O restante esta como associa- çâo com os solos da unidade Barâo Geraldo (LRd-1 + LRa ou LRa + LRd-1). A similaridade entre ambos é l muito grande, sendo impossfvel separâ-los sem o uso de laboratório. Nâo conseguimos estabelecer uma relaçào consistente entre as âreas de ocorrência desses solos com elementos da paisagem. Contudo, eles foram observados apenas nos relevos muito pouco ondulados, registrando-se as maiores expressôes territoriais nas cotas mais baixas. Assim, encontram-se preferencialmente em terços médios das longas vertentes que drenam para o Moji, ao Sul, e Pardo, ao Norte, as quais raramente ultrapassam 5% de déclive. < A vegetaçâo primitiva é a mata tropical subperenifolia ou um tipo de cerradào bem fechado que se confundé com a mata. Apesar da baixa disponibilidade em nutrientes, esses solos sâo intensamente cultivados, sobretudo com çana-de-açûcar e milho. Algumas pastagens sâo encontradas a sudoeste da quadricula. O exce- lente relevo e as condiçôes fîsicas do solo, aliados à virtual ausência de aluminio trocâvel, sâo algumas das razöes da elevada ocupaçâo agrfcola e da sua aparente boa produtividade, quando racionalmente cultivados.

Restriçôes edâficas . ' Sâo solos com boas propriedades fi'sicas e situados em relevo favorâvel ao uso intensivo de mâquinas agricolas. Apesar do baixo potencial nutricional, respondem bem ao manejo, apresentando boa produtividade. À virtual ausência de aluminio em profundidade é urn fator positivo, em relaçâo aos solos âlicos, porém sua natureza pxîdica permi.te que a pouca profundidade se.manifeste a predominância de cargas positivas" sobre as negativas, e a retençâo de ânions sobre a de cations. Embora os dados de pesquisa sobre

B.Cient.Inst. Agron., Campinas, 7,1987 41 esses solos ainda sejam restritos, algumas pràticas sâo aconselhadas, como as que promovem a manutençao da matéria orgànica e a calagem, esta ultima de importância nâo apenas no fornecimento de nutrientes as plantas como na elevaçâo do pH do solo com reflexos do balanço das cargas.

Unidades afins e caracteri'sticas diferenciais Esses solos sâo muito semelhantes aos da unidade Ribeirâo Pre to e Barâo Geraldo, diferindo deles por serem âcricos. Distinguem-se dos da unidade Limeira pelo maior teor de ferro total e pelo carâter âcrico.

Perfil 1348 - Unidade Capâo da Cruz

Classificaçâo Latossolo Roxo âcrico, A moderado, textura muito argilosa. Typic Acrorthox, hipertérmico, muito argiloso, oxfdico (USA). Acric Ferralsol (FAO). Solo ferralitico fortemente dessaturado no horizon te B (Fr).

Localizaçâo Folha de Bonfim Paulista. Coordenadas UTM 200-202 km E. e 7622-7624 km N. (Figura 6).

Figura 6. Localizaçâo do perfil 1348 na folha de Bonfim Paulista. 1BGE, Carta do Brasil, escala 1 50.000. Folha SF-23-V-C-1-3,1971. (Reduçâo do original)

42 B. Cient. Inst. Agron., Campinas, 7,1987 Altitude: 620 métros. Situaçâo e déclive: terço superior de colina, 3%. Relevo: ondulado. Material de origem : produtos da intemperizaçâo de diabâsio, afetados por retrabalhamento local. Vegetaçâo primâria: cerradâo. Vegetaçâo atual: cerradlo.

1348 Al - 0-28 cm; bruno-avermelhado-escura (2.5YR 3/4); muito argilosa; granular média moderada; a muito friâvel, ligeiramente plâstica e pegajosa; transiçâo clara e plana.

1348 A3 - 28-55 cm; bruno-avermelhado-escura (2.5YR 3/4,5); muito argilosa; granular média moderada/ b /fraca; muito friâvel, ligeiramente plâstica e ligeiramente pegajosa; transiçâo gradual e plana.

1348 Bl - 55-85 cm; bruno-avermelhado-escura (2.5YR 3/5); muito argilosa; subangular média fraca c tendendo para maciça-porosa; muito friâvel, ligeiramente plâstica e ligeiramente pegajosa; transiçâo difusa.

1348 B21 — 85-122 cm; bruno-avermelhado-escura (2,5YR 3/5); muito argilosa; maciça porosa (po de café); d muito friâvel, ligeiramente pegajosa; transiçâo difusa.

1348 B22 - 122-200 cm; cor, textura e consistência semelhante as da camada anterior, e

1348 B23 - 200-250 cm; idem, f

1348 B24 - 250-300 cm; cor, textura e consistência da amostra molhada idênticas as da camada anterior, g

1348 B25 - 300-350 cm; idem, h Observaçoes: Raizes finas, comuns na camada a; médias, comuns nas camadas c e d. Grande homogeneidade vertical. Distinçâo entre horizontes feita na base de pequenas diferenças de enraizamento e de estrutura e nos horizontes superiores, além dessas, pela cor. A partir de 300 cm, obtivemos as amostras mediante tradagem. Na figura 7 sâo apresentados os difratogramas de raios X de duas amostras de solos da unidade Capâo da Cruz. Observa-se o pico correspondente à gibbsita (4,8Â), bem mais intenso que os da caulinita (7.25Â) na amostra com fndice ki de 0,4, enquanto na amostra com ki mais elevado, dâ-se o inverso.

4.1.1.5. Unidade Jardinópolis (LRv) Classificaçâo Latossolo Roxo âcrico, distrófico ou eutrófico, A moderado, textura argilosa ou muito argilosa.

> B. Cient. Inst. Agron., Campinas, 7, 1987 43 Quadro 13. Caracteristicas ftócas e qufmicas do perfil 1348 - Unidade Capäo da Cruz - Amostras de laboratório n

FraçCesda OomposiçSo granulométrica Densidade Horizonte amostra total da terra fina % 3 % Argila g/cm Grau de Silte Poro- dispersa floco- sidade Casca- Areia Profun- CaOiau Terra Areia Sitte emàgua laçio % Iho flna gross» Argjla Argila Sfmbolo didade >20 flna 0,05-0,002 <0,002 % % (Volume) 20-2 <2 2-0,20 0,20-0,05 Aparente Real cm nun mm mm mm mm mm mm

Al 0-28 0 0 100 (2 /^ Ä£ J 21 66 30 55 0,3 0,95 2,60 64 A3 28-55 0 0 100 1 22 67 40 68 0,3 Bl 55-85 0 0 100 1 10 21 68 44 35 0,3 B21 85-122 0 0 100 1 9 21 69 7 90 0,2 0,98 2,90 62 B22 122-200 0 0 100 C£7o 20 70 2 96 0,3 B23 200-250 0 0 100 ï 8 20 71 0 100 0,3 1,11 2,90 62 B24 250-300 0 0 100 ï 8 20 71 0 100 0,3 B25 300-350 0 0 100 ï 8 18 73 0 100 0,3

PH Bases troeâveis Valor S Acidez Sat.com Hidrogênio Valor T Valor V alumînio 2(Ca,Mg, trocivel extra i vel 2+ + 3 Z(S,A1,H) 3 Horizonte ApH Ca Mgî+ K K) (Al *) H+ 100.S 100.A1 * Âgua KC1N T S + Al3* meq/100g % %

Al 4,8 4.1 -0,7 0.7 0,3 0,26 1,3 1.3 6.1 8,7 15 50 A3 4,9 4,3 -0,6 0,4 0.1 0,04 0,5 0,7 4.3 5,5 10 58 Bl 4,8 4.5 •0,3 0,5 0,1 0,03 0,6 0,3 2.8 3,7 18 33 B21 5,0 4,8 -0.2 0,2 0,0 0,02 0,2 0,0 3,3 3,5 6 0 B22 5,1 5.2 0,1 0.3 0,1 0,02 0,4 0.0 2.4 2.8 15 0 B23 5,5 5,6 0,1 0,2 0,0 0,02 0,2 0,0 2.3 2.8 9 0 B24 5,6 5,9 0,3 0,3 0,1 0,03 0,1 0,0 1,9 2,3 19 0 B25 5,2 6.0 0.8 0,5 0,1 0,05 0.6 0.0 1,1 1.7 37 0

Relaçôes moleculares Ataque sulfûrico (H2SO4 1 d) % C N C SiOj SiOj Fe2O3 P Horizonte (orgânico) Uvre solûvel A12O3 % % N A12O3 R2O3 % ppm SiOj A12O3 Fe2O3 TiOj Fe2O3 (Kl) (Kr)

Al 2,1 0,16 13 14,1 19,7 30,9 8,7 1,22 14,1 1,0 7,4 14 A2 1.1 0,10 11 10,7 17.3 31.6 8,5 1,05 10,7 0,9 9,3 3 Bl 1.0 0.08 13 12,6 23,3 29,6 5,8 0,92 12.6 1,2 9.3 2 B21 0,8 0,06 13 13,0 21,4 31,3 5.2 1,03 13,0 1,1 9,6 2 B22 0,6 0,05 12 11,0 18,5 32,4 8,5 1,01 11,0 0,9 7,4 2 B23 0,4 0,04 10 13,0 19,1 33,1 9,2 1,12 13,0 0,9 ... . * . B24 0,4 0,03 13 10,7 19,7 31,6 8,3 0,92 10,7 1,0 .. . * • .' B25 0,3 11,4 21,0 31,6 8,5 0,92 11,4 1,1

44 B. Cient. Inst. Agron., Campinas, 7,1987 Unidode Copôo do Cruz Ponto 1254 Ki = 0.4

Perfil 1348 Horizonte B 22 Ki : 1.01

4.8 14 I 29 25e 20° 15° 10° Figuia 7. Difratogramas de raios X da fraçâo aigila do horizonte B2 de solos da unidade Capäo da Cruz. Amostras saturadas com Mg2*, tempe- ratura ambiente.

Typic e Haplic Acrorthox, Typic Haplorthox e Typic Eutrorthox (USA). Acric, Rhodic, Xanthic, Orthic e Eutric Ferrateol (FAO). Solo ferralitico fortemente dessaturado no horizonte B e solo ferralftico moderadamente dessaturado no horizonte B (Fr). Conceito da unidade Durante o levantamento pedológico desta quadrfcula em areas restritas da paisagem encon- tramos latossolos relativamente profundos, com elevados teores de ferro total, porém com cores mais amarè- ladas do que os tfpicos latossolos roxos que conhecfamos. Demos a esses solos a denominaçâo de Unidade Jardinópolis por sua ocorrência próxima àquela cidade. Latossolos amarelados com teores de ferro total de médios a elevados forain identificados em outras regiôes do Estado de Säo Paulo (SAKAI et alii, 1983) e do Brasil (CARMO et alii, 1984; EMPRESA. . .. 1977) como Latossolo variaçâo Una. Essa denominaçâo foi criada aparentemente para abrigar aqueles solos ricos em ferro, mas que, devido à cor amarelada nâo poderiam ser denominados de vermelho- -escuros ou roxos. Como a classe Latossolo variaçâo Una näo esta ainda bem caracterizada (daf o considerâ-la como variaçâo), e os solos amarelados com alto teor de ferro encontrados nesta quadrfcula apresentam carac- teristicas divergentes dos latossolos Una (carâter eutrófico, pequena profundidade) ou, ainda, nâo verificadas naquela unidade (presença de concreçoes), além do regime climâtico distinto, decidimos mantê-los na classe do Latossolo Roxo, em vez de ampliar a vigente conceituaçâo daquela unidade.

B. Cient. Inst. Agron., Campinas, 7, 1987 45 Além do mais, esses solos amarelados de Ribeirâo Preto, ricos em óxido de ferro, abstraindo-

-se o parâmetro cor, apresentam caracteristicas como relaçâo molecular Al2O3/Fe2O3 e indice ki que os identificam mais com os latossolos roxos "stricto sensu" do que com os latossolos conhecidos pelos autores, descritos como variaçâo Una. Pela apreciâvel diferença de cor dos outros latossolos roxos, demos a essa caracteristica maior relevância do que à saturaçâo em bases e à retençâo de cations. A unidade Jardinópolis encerra, portanto, desde solos âcricos até eutróficos. Até o presente, seus solos estäo sendo identificados por apresentarem, além do alto teor em

Fe2O3 (> 18%), que os qualifica como latossolos roxos, as seguintes caracterfsticas: 1 ) textura argilosa ou muito argilosa ao longo do perfil; 2) matiz do horizon te B2 igual ou mais amarelo que 4YR; 3) espessura dos horizon tes A + B superior a 120 cm. Como o numéro de observaçoes nessa unidade é ainda restrito, a conceituaçâo acima por enquanto é preliminar.

Caracteristicas morfológicas e analiticas A caracteristica morfológica mais destacada é a coloraçao do horizonte B: bruno-averme- lhado-escura, bruno-avermelhada ou bruno-escura, com notaçâo Munsell variando de 5YR 3/3 até 6,5YR 3,5/4. A fim de verificar a natureza dos óxidos de ferro em latossolos roxos de coloraçao tîpica (2.5YR 3/4) e naqueles de coloraçao menos vermelha (4YR e 5YR), OLIVEIRA & MENK (1984) efetuaram difratogramas de raios X com tubo de cobalto em amostra previamente tratada com NaOH 5N (NORRISH & TAYLOR, 1962). A figura 8 mostra a presença de reflexöes correspondentes tanto à goetita comoàhematita; contudo, os picos correspondente àquele minerai sa o mais intensos do que os da hematita nos solos mais amarelados (unidades Jardinópolis e Latossolo Roxo concrecionârio). Trata-se, portanto, de solos goetiticos com hematita subordinada. Acreditamos que esse amarelecimento seja devido a uma drenagem interna mais restrita do do que a dos outros latossolos vistos anteriormente, em razäo do relevo quase aplainado onde ocorrem e, também, à menor profundidade. Na base da trincheira aberta para a descriçâo do perfil, observamos que minava âgua a uma profundidade de 185 cm, logo acima da camada de basalto decomposto.

A homogeneidade vertical em cor, texîura e estrutura, é acentuada, sendo pouco evidentes as variaçoes verticais entre camadas contfguas, com transiçâo difusa entre horizontes. O horizonte B se apresenta maciço poroso (apédico) ou com estrutura subangular muito fraca. Sua friabilidade é a mais acentuada entre os latossolos roxos que conhecemos, quase alcançando a condiçâo de solta. Isso dificulta a moldagem de blocos indeformados para a coleta de material para lamina delgada, pois o bloco se esboroa com facilidade. Tem-se a sensaçâo de solo com densidade aparente relativa- mente baixa, o que foi comprovado com a determinaçâo da densidade aparente, feita no perfil adiante descrito, que assumiu valor de 0,98 g/cm3 no horizonte B22. Convém assinalar que essa camada apresentou apenas 0,8% de carbono. Alta friabilidade e baixa densidade aparente parecem estar associadas àqueles solos com mineralogia gibbsitica. O perfil adiante descrito apresenta para aquele suborizonte indice ki de 0,21, indicando o difratograma de raios X predominância de gibbsita.

46 B. Cient. Inst. Agron., Campinas, 7,1987 CHHG HGG GH H

Lotossolo Roxo Çoncreçionorio

Perfil 1346 c

Unidode Jordinopolis

Perfil 1350 d

Unidade Copöo do Cruz Perfil 1348 e

Figun 8. Difiatogramas de raios X (tubo de cobalto) da fraçâo argila previamente tratada com NaOH SN de alguns latossolos roxos. H: :hema- tita;G =goetita; A =anatask>.

É comum a ocorrência de cascalho esparso ao longo do perfil ou concentrado na base, corao, por exemplo, no perfil 1350, adiante descrito. A consistência da amostra molhada é plâstica e pegajosa. No quadro 14 säo apresentados os dados estatisticos para algumas caracteristicas referentes a oito amostras da camada superficial e a nove da subsuperficial. Esses dados indicam se re m solos âcidos com valor médio de pH em âgua de 5,8 para a camada superficial e de 5,4 para a subsuperficial. Em cinco pontos o pH em KCl da camada subsuperficial foi superior ao pH em âgua, indicando a predominância de cargas positivas sobre as negativas. Em urn ponto coletado sob cerrado, essa caracterfstica foi detectada jâ na camada superficial e, no perfil adiante desçrito, a partir de 58 cm de profundidade, apesar de essa camada ter 1,0% de carbono. Alias, é nesse perfil que encqn- tramos,a partir de 100 cm, os valores mais elevados de A pH entre todos aqueles obtidos até entäo em La tos- soio Roxo: 1,0. Este dado näo é comum, mesmo quando se considéra o conjunto de solos bem drenados do Estado de Sâo Paulo.

B. Cient. Inst. Agron., Campinas, 7, 1987 47 Quadro 14. Média (x), mfnimo, mâximo e desvio-padrao (s) de varias caracterïsticas de amostras da camada superficial 0-20 cm (a) e subsuperfidal 60-80 cm (b) de solos da unidade JardinópoHs

Numero Caracterfstica aada de X Mfnimo Mâximo s pontos

PHH2O a 8 5,8 5,1 6.4 0.5 b 9 5.4 4,9 5.8 0,4

pHKCl a 8 53 4,6 6.3 0.7 b 9 5.4 4.5 63 0.6

a 8 2,2 0.8 3.7 0.9 b 9 1.2 0.8 2.0 0.4

2 s( ) a 8 3,6 0,0 8.3 3,2 b 9 0,8 0,2 3.9 1.2

a 8 0,1 0,0 0.2 0,1 b 9 0.1 0.0 0.6 0.2

3 CTC( ) 5,8 2,5 10,4 2.6

VI' ) a 8 39 1 79 30,1 b 9 22 7 74 21.7

RC(3) a 8 7.9 0.3 16,9 6.8 b 9 1.6 0.4 6,6 2.0

m0> a 8 18 0 77 32.6 b 9 15 0 58 23,5

Argfla(') a 8 49 41 60 556 b 9 61 55 71 5,6

SilteO a 8 19 8 37 9.1 b 9 17 8 34 8.5

Areia fina(') a 8 20 7 35 93 b 9 15 6 28 8,5

Areiagrossa^1) a 8 13 6 19 4.5 b 9 7 2 14 4,6

Feï03°) b 7 24 16 28 4,4

(')%. (2)e.mg/100gTFSA. (3)e.mg/100g argua.

48 B. Cient. Inst. Agron., Campinas, 7,1987 A argila natural do horizon te B21 é zero, aumentando para 12 e para 37% nos horizon tes seguintes (Quadro IS), em decorrência de, na superficie dos colóides desses horizon tes, existirem mais cargas positivas do que negativas, propiciando a sua dispersâo quando em meio aquoso. Esse fenômeno, denominado reversâo de carga - bastante acentuado em tais solos - deve estar relacionado aos seus elevados teores de gibbsita: segundo PARFITT (1980), o valor do pH deste mineral em que o ponto de carga é zero (PCZ) esta entre 7,5 e 9,5, enquanto o dos óxidos de ferro varia de 6,5 a 8,0. Como o pH do solos é bem inferior a esses indices, hâ condiçoes para que as cargas positivas prédominent, mormente quando a quantidade de matéria orgânica é baixa. Os valores médios de carbono verificados na camada superficial e subsuperficial foram, respectivamente, 2,2 e 1,2%. Com exceçâo dos latossolos roxos rasos, o valor de carbono da camada sub- superficial é ligeiramente superior àqueles encontrados nos outros latossolos roxos. E provâvel que essa concentraçâo de carbono um pouco mais elevada esteja relacionada com a drenagem interna, aparentemente mais restrita nesses solos. A som a de bases apresenta apreciâvel variaçâo nas duas camadas amostradas, como se pode observar pelos indices mfnimo e mâximo e pelo desvio-padräo (Quadro 14). O valor 8,3 e.mg/100g de TFSA foi obtido em solos sob mata, em cuja camada subsuperficial desceu a 0,4(*). O teor médio observado em ambas as camadas foi de 3,6 e 0,8 e.mg/100g de TFSA respectivamente para a camada superficial e subsuper- ficial. Em virtude da mineralogia essencialmente oxfdica, a capacidade de troca de cations desses solos é baixa, com valor médio de 5,8 na camada subsuperficial. O câlculo da CTC para 100 g de argila, descontado o efeito da matéria orgânica (BENNEMA, 1966), referente ao perfil 1350 - Figura 9 - mostra -3,2 e.mg/100g de argila.

CTC (meq)

Figura 9. Relaçâo carbono e CTC para 100 g de argila (BENNEMA, 1966)

(•) Dado constante dos arquivos da SeçSo de Pedologia.

B. Cient. Inst. Agron., Campinas, 7,1987 49 Quadro 15. Caracterfsticas ffsicas e quimicas do perfil 1350 - Unidade Jardinópolis - Amostras de laboratório nQ 748 a 755

Fracöesda Composiçâo granulométrica Horizonte amostra total Densidade da terra fina % g/cm3 % Argila Grau de SUte Poro- dispersa floco- sidade Casca- Profun- Calhau Terra Areia Areia em âgua bçâo % Iho Silte Argua Argila Simbolo didade >20 fina grossa fina % % (Volume) 20-2 0,05-0,002 <0,002 Aparente Real cm mm <2 2-0,20 0,20-0,05 mm mm mm mm mm mm

Apl 0-15 0 0 100 10 25 16 49 30 39 1,18 2,90 59 Ap2 15-34 0 3 97 9 26 17 48 33 31 0,4 1,15 2,94 61 Bl 34-58 0 2 98 8 25 16 SI (u) 33 0,3 1,10 2,78 61 B21 58-100 0 2 98 7 23 18 52 100 0,3 B22 100-146 0 4 96 9 23 17 51 12 76 0,3 0,98 2,98 67 B3cn? 146-185 0 32 68 6 23 20 51 37/ 27 C 185-210 0 18 82 19 17 41 23 1/ 95 u ( P^^ - Ô.

Sat.com PH Bases trocaveis Valor S Acidez Hidrogénlo Valor V 2 (Ca, Mg, trocâvel extra ivel Valor T alum/nio 2+ + 3+ Z(S,AI,H) 3 Horizonte A pH Mg K K) (Al ) H* 100.S 100.A1 * Ägua KC1N T S + AI3* meq/lOOg % %

Apl 6,3 5,8 •0,5 2.7 0,8 0,04 3,5 0,0 2,6 6,1 58 0 Ap2 5,6 5,4 -0,2 0,4 0.2 0,02 0,6 0,0 3,4 4,0 15 0 Bl 5,4 5,3 -0,1 0,4 0,1 0,02 0,5 0,0 3.0 3.5 15 0 1 B21 5,3 5,9 0,6 0,0 0,0 0,01 0,0 0,0 1,9 1.9 1 0 B22 5.5 6,5 1,0 0.2 0.0 0,01 0.2 0,0 1,4 1.6 14 0 B3cn? 5,6 6,6 1.0 0,0 0,0 0,02 0.0 0,0 1,4 1.4 1 0 C 5,1 5,4 0,3 0.8 0,6 0,06 1,5 0,0 2,9 4,4 34 0

Relaçôes moleculares Ataque sulfûrico (H2SO4 1J) % C Fe2O3 P N SiO SiO2 Horizonte c 2 Uvre soluvel (orgânlco) A12O3 % % N A12O3 R2O3 % ppm SiO2 A12O3 Fe2O3 TiO2 Fe2O3 (Ki) (Kr)

Apl 1.4 0,13 11 2.7 19,7 30,9 9,4 0.23 0,12 0,9 13,6 30 Ap2 1,5 0,11 14 2,7 17,9 29,4 8,5 0,26 0.12 0,9 12.9 4 Bl 1,4 0,10 14 2,7 16,6 30,2 9,2 0,28 0,12 0.8 11,0 3 B21 1,0 0,08 13 2.7 17,9 26,5 9,4 0,26 0,13 1.0 13,6 2 B22 0,8 0,06 13 2,3 18,5 30,2 10,1 0.21 0,10 0,9 14,3 2 B3cn? 0,6 0,05 12 1.9 14,8 29,4 10,9 0.22 0,10 0,7 13,2 C 0,2 8,4 14,8 24,6 8,6 0,96 0,47 0,9 11,8

50 B. Cient. Inst. Agron., Campinas, 7,1987 Sâo solos predominantemente distróficos ou âcricos. a julgar pelos valores de saturaçào ein bases e retençâo de cations da camada subsuperficial, amostrada entre 60 e 80 cm. Os valores médios de aluni in io trocâvel sâo de 0,1 e.mg/lOOg TFSA para ambas us camadas e a saturaçào em alumi'nio é do 18 e 15% nas camadas superficial e subsuperficial respectivamente. O valor médio de ferro total é de 24%. A argila constîtui a fraçâo dominante, com média de 49% na camada superficial e de 61% na subsuperficial. A areia grossa, com apenas 13 e 7%, é a fraçâo quantitativamente menos importante.

Restriçôes edaficas Sâo solos onde as limitaçôes mais importantes se relacionam à baixa capacidade de troca de cations e à relativa importância da capacidade de troca aniônica, assemelhando-se corn os da unidade Capäo da Cruz quanto as restriçoes edaficas.

Area ocupada e descriçâo da paisagem Foram cartografados 274,25 ha com solos dessa unidade, perfazendo apenas 0,15% dos tatossotos roxos e 0,09% da area total. Os delineamentos englobam unidade de mapeamento simples (LRv) e associaçôes com latossolos roxos rasos (LRr + LRv) e com esses e os latossotos roxos concrecionârios (LRr + LRv + LRc). Tais solos ocorrem em âreas quase planas, onde o substrato rochoso se encontra a pouca profundidade, próximos, portanto, dos solos litólicos e dos latossolos roxos rasos. A area mais extensa encontra-se perto da cidade de Jardinopolis, onde foi cartografado em associaçâo com Latossolo roxo raso.

A cana-de-açucar e culturas anuais sâo seus principals usos.

Perfil 1350- Unidade Jardinópolis(*) (Figura 10)

Classificaçâo Latossolo Roxo âcrico, textura argilosa. Typic Haplorthox, hipertérmico, argiloso, oxfdico (USA). Rhodic Ferralsol (FAO). Solo ferralîtico fortemente dessaturado no horizonte B (Fr). Localizaçào FolhadeRibeirâoPreto. Coordenadas UTM 208-210 km E. e 7668-7670km N. (Figura 11).

Altitude: 645 métros. Situaçào e déclive: topo de colina inferior a 3%. Relevo: suave ondulado. Material de origem: produtos de intemperizaçao de diabâsio, afetados por retrabalhamento local. Vegetaçâo primâria: cerradào. Vegetaçâo atual: milho.

<•> Esse perffl faz parte da 1U Reunilo de Clasaificaçfo, Correlaçêo dos Solos e Interpretaçao de Aptidäo Agri'cola {REUNI AO .. ., 1984).

B. Cient. Inst. Agron., Campinas, 7,1987 51 Figura 10. Perfil de Latossolo Roxo acrico, unidade Jardinópobs. A cor do horizonte B2 é bruno-avermelhada: 4YR 4/4. Munie i'pio de Jaïdinó- polis.

F«, d P.ERHL 1350

FJgura 11. Localizaçâo do perfü 1350 na foDia de Ribeirfo Preto. IBGE, Carta do Brasil, escala 1 50.000. Folha SF-23-V-C-M, 1979. (Reducib do original)

52 B. Cient. Inst. Agron., Campinas, 7, 1987 1350 Api - 0-15 cm; bruno-avermelhada (5YR 4/3,5); argilosa; unidades estruturais destrufdas pelo uso; a blocos pequenos; friâvel, plâstica e pegajosa: transiçâo gradual e plana. 1350 Ap2 - 15-34 cm; bruno-avermelhada (5YR 4/4); argilosa; unidades estruturais destrufdas pelo uso: b blocos pequenos; friâvel, plâstica e pegajosa; transiçâo difusa. 1 350 Bl 34-58 cm; bruno-avermelhada (4YR 4/3); argilosa; subangular pequena fraca tendendo a c maciça porosa (apédica); muito friâvel, plâstica e pegajosa; transiçâo difusa. 1350 B21 58-lOOcm; bruno-avermelhada (4YR 4/4); argilosa; aspectoapédico; muito friâvel, plâstica e d pegajosa; transiçâo arbitrai in par? a camada inferior. 135OB22 100-146 cm; bruno-avermelhada (4YR 4/4); argilosa; maciça porosa; porosa; muito friâvel, e plâstica e pegajosa; transiçâo clara e plana. 1350 B3 en?- 146-185 cm; vermelho-escura (3,5YR 3/6); argilosa cascalhenta; subangular média fraca; friâvel, f plâstica e pegajosa. 135OC - 185-210*cm;basaltodecomposto. g Observaçôes: rafzes finas comuns nas camadas a, bec; poucas na d; raras na e. Na camada d, bolsôes com material quase solto, um poueo mais escuro que a matriz, parecendo resultante do preenchi- mento de vazios deixados pela decomposicäo de rafzes grossas. Perfil bem ûmido na ocasiäo da descriçâo. Minou âgua na base da tradagem. A 200 métros do local, em corte de estrada de ferro, abaixo da camada de cascalho, parece ocorrer outro horizon te, aparentemente com pouco cascalho, antecedendo a rocha e sugerindo a presença de cascalheira. Na figura 12 é apresentado um difratograma de raios X de amostra do horizonte B21 do perfil coletado. Observa-se o pico da gibbsita (4,87 Â) bem mais intenso que o da caulinita (7,25 Â) e virtual ausência de interestratificados. Ressalte-se que o ki dessa amostra foi de 0,26.

Unidodl Jordinôpoli» P«flil USO Hertionl« BJI Ki • 0.26

14 V . 7i2 • 20° 15° 10° S* 2*

Figura 12. Difntograma de raios X de amostra de solo da unidade JaidinópoUs, saturada oom Mg5*; temperature ambiente

B. Cient. Inst. Agron., Campinas, 7,1987 S3 4.1.1.6. Latossolo Roxo concrecionârio ? (LRc)

Classificaçâo Latossolo Roxo âcrico, concrecionârio, A moderado, textura argilosa (?). Petroplinthic (?) Acrorthox (USA). Acric Ferralsol fase pétrie (?) (FAO). Solo ferralitico fortemente dessaturado no horizonte B (?)(Fr.).

Conceito Este solo foi identificado, até o presente, em Sâo Paulo, apenas em reduzidas areas da quadricula. Devido a sua escassa oeorrêneia, os dados disponîveis sâo ainda bastante limitados. Pela dificul- dade encontrada para identificar com segurança os vârios tipos de particulas componentes do esqueleto do solo e. ainda, pela inexistència de uma taxonomia que permita classificar seguramente tais solos, adptamos a mesma denominaçâo empregada por GONÇALVES ( 1978), acrescentando o sfmbolo (? ) para expressar nossa dûvida quanto à consistência taxonômica. Aquela pesquisadora estudou com detalhes solos da area de Bonfim Paulista e Cravinhos, tendo ali identificado o Latossolo Roxo concrecionârio. No ûnico perfil descrito nesse levantamento pedológico, encontramos vârios dos compo- nentes assinalados por GONÇALVES (1978) para aquela unidade. Alguns desses elementos pareceram corresponder à definiçâo de plintita, proposta por DANIELS (1982) e de petroplintita, corn o denominamos aquelas particulas que endureceram irreversivelmente. Consideramos como caracteristica diferencial mais significativa desses solos a expressiva quantidade (> 50%) de particulas grosseiras com diâmetros de cascalho apresentada por concrecöes e/ou nodulos de dureza variâvel.

Apesar da cor bruna, de matiz 7,5YR, do horizonte B2, e da alta porcentagem de Fe2O3, achamos mais conveniente, do ponto de vista pedogenético e agronômico, considerar esses solos como unidade especifica, em vez de inclui-los na Jardinópolis, anteriormente citada, quer ampliando o conceito desta, quer considerando-os como fase da mesma. A partir dessas consideraçôes, conceituamos esses solos como Latossolo Roxo, com grande quantidade de esqueleto do solo representado por cascalho e/ou calhaus. Nâo temos, ainda, paramétré quantitativo estabelecido, porém os solos analisados e observados apresentaram mais de 50% daqueles com- ponentes.

Caracteristicas morfológicas e analiticas As informaçoes que se seguem sâo restritas as observaçôes de dois pontos amostrados a 0-20 cm e 60-80 cm de profundidade e a um perfil completo e as anâlises desse ultimo. Sâo solos que apresentam a terra fina de coloraçâo bruna com notaçâo Munsell 7,5YR ou 5YR ao longo do perfil e relaçâo valor/croma 3/4 em superficie e 4/5-4/6 em profundidade. A consistência da amostra molhada é plâstica e pegajosa ao longo do perfil e friâvel nas camadas onde a quantidade de esqueleto do solo nâo é muito elevada, possibilitando fazer a consistência ûmida. O esqueleto do solo é representado especialmente por cascalho constituido por material brando (plintita?) e duro (petroplintita?). Esse material, geralmente arredondado ou subarredondado, pode ser também laminar, com cerca de 1 a 2 cm de espessura, 2 a 6 cm de comprimento e 2 a 3 cm de largura, dispostos em leitos horizontais, sugerindo origem autoctone.

54 B. Cient. Inst. Agron., Campinas, 7,1987 Tanto no perfil como nos dois pontos, observamos basal to pouco decomposto a cerca de 90-110 cm. A textura é argilosa ao longo do perfil e o teor de silte é maior do que o de areia grossa e de are ia fina. A anâlise do perfil 1346 (Quadro 16) mostra tratar-se de solo âcrico, corn retençâo de cations do horizonte B2cn de apenas 0,3 e.mg/lOOg de argila e valor positivo de A pH no horizonte B3cn. Os valores de ki, assim como os de CTC, sâo bastante baixos, especialmente nas camadas inferiores, indicando avançado estâdio de intemperismo. O difratograma de raios X - Figura 16 — ratifica essa afirmaçâo através do pico da gibbsita, bem mais intenso que o da caulinita. A saturaçâo em bases do perfil identifica um solo diströfico. Os dados de GONÇALVES (1978), contudo, indicam a presença de solos eutróficos, assim como de solos com mais de 200 cm de espessura. A autora, porém, nâo conceitua taxonomicamente a classe nem dâ maiores informaçôes sobre a distribuiçâo das concreçôes ao longo do perfil e sua quantidade.

Àrea ocupada e descriçào da paisagem Apenas 16,5 ha, correspondentes a 0,009% dos latossolos roxos e a 0,005% da area total, foam identificados como Latossolo Roxo concrecionârio (?). Esses solos foram cartografados em apenas uma gleba localizada no Centro-Sul da quadrf- cula, como intégrante da associaçâo Latossolo Roxo raso + Unidade Jardinópolis + Latossolo Roxo concre- cionârio (LRr + LRv + LRc). Apesar do carâter essencialmente distrófico e da elevada percentagem de concreçôes, esses solos estäo sendo utilizados corn cultura de cana-de-açûcar, aparentemente com boa produçâo. Nâo hâ testemunho de vegetaçâo primitiva, porém, a julgar pelos vestfgios das vizinhanças, deveria ser a mata tropical subperenifôlia. O relevo é suave ondulado a aplainado, com menos de 3% de déclive, em ârea de topo de colina, em borda de cornija.

Restriçôes edaficas Sâo solos que têm como fatores limitantes mais importantes a baixa fertilidade, capacidade reduzida de retençâo de cations e porcentagem elevada de concreçôes ao longo do perfil, o que diminui sensivelmente o volume de terra explorâvel pelas raizes.

Unidades afins e caracterîsticas diferenciais O ûnico solo que se lhe assemelha quanto à cor, brunada, é o da unidade Jardinópolis, diferenciando-se dele pela maior quantidade de concreçôes présentes ao longo do perfil.

Perfil 1346 — Latossolo Roxo concrecionârio ? (Figura 13)

Classificaçâo Latossolo Roxo Concrecionârio ? Petroplinthic ? Acrorthox (USA). Acric Ferralsol fase pétrie ? (FAO). Solo ferralitico fortemente dessaturado no horizonte B ? (Fr).

B. Cient. Inst. Agron., Campinas, 7, 1987 55 1

Quadro 16. CaracterisrJcas ffolcas e quimicas do perfil 1346 - Unidade Latossolo Roxo concrecionârio - Amostras de laboratório n° 654 a 657

Fraçôes da Composiçâo granulométrlca Densidade amostra total 3 Horizonte da terra fina % g/cm % Argila Grau de Poro- Silte dispersa floco- sidade Casca- Terra Areia Areia em âgua lacäo % Profun- Calhau Silte Argila Argila lho fina grossa fina Si'mbolo didade >20 0,05-0,002 <0,002 % % Aparente Real (Volume) 20-2 <2 2-0,20 0,20-0,05 cm mm mm mm mm mm mm mm

All 0-10 0 38 62 17 19 21 43 27 37 0,5 A12 10-24 0 51 49 15 15 23 47 31 34 0,5 B2cn? 24-90 0 53 47 10 12 28 50 53 ' 79 0,6 B3cn7 90-110 0 31 69 6 11 37 46 31 80 0,8

Sat. com PH Bases trocäveis Valor S Actdez Hidrogênio Valor V Valor T aluminio 2 (Ca, Mg, trocâvel extrai'vel 2 2 £(S,A1, H) 100.S 3 Horizonte A pH Ca * Mg * K* K) (Al3+) H+ 100.A1 * Ägua KON T S + AI3* meq/lOOg % %

All 5.4 4,5 -0,9 1,1 0,6 0,13 1,83 0,2 5,2 7,2 25 10 AI 2 5,2 4,7 -0,5 0,3 0,1 0,07 0,47 0,1 4,8 5,4 9 17 B2cn7 5,4 5,3 -0.1 0,1 0,0 0,03 0,13 0,0 3,0 3,1 4 0 B3cn7 5,5 5,8 0,3 0,3 0,0 0,02 0,32 0,0 1.9 2,2 14 0

Relaçôes moleculares Ataque sulfurico (H2SO4 1:1)% C N C SiO SiO Fe2O3 P Horizonte (orgânico) 2 2 Uvre solüvel A12O3 N A12O3 R2O3 ppm SiOj A12O3 Fe2O3 TiO2 Fe2O3 (Ki) (Kr)

All 2,7 0,20 14 4,4 16,3 24,1 7,2 0,5 0,2 1,0 12,1 7 A12 1,6 0,12 13 3,4 16,8 27,8 7,5 0,4 0,2 0,9 14,0 4 B2cn7 1,2 0,09 13 3.4 16,8 23,2 7,5 0,4 0,2 1,1 11.8 3 B3cn7 0,8 0,06 13 6,3 17,9 24,1 7,5 0,6 0,2 1.1 10,7

56 B. Cient. Inst. Agron., Campinas, 7, 1987 Figura 13. Latossolo Roxo concrecionârio. A porœntagem de cascalhos e caßiaus a partir de 10 cm de profundidade esta em torno de 55%. Municïpio de Luis Antonio.

^MVJ^m^^tm

Figura 14. Localizaçâo do perfü 1346 na folha de Cravinhos. IBGE, Carta do Brasil, e stal a 1:50.000. Folha SF-23 V-C M, 1971. (Reduçâo do original)

B. Gent. Inst. Agron., Campinas, 7, 1987 57 Localize ça o Folha de Cravinhos. Coordenadas UTM 218-220 km E. e 7ô22-7624km N. (Figura 14).

Altitude: 750 métros. Situaçào e déclive: topo aplainado de morrote, inferior a 2%. Relevo: aplainado. Material de origem: produtos da intemperizaçâo de diabâsio afetados por retrabalhamento local. Vegetaçào primâria: mata tropical subcaducifôlia. Vegetaçâo atual: capim-jaraguâ e, a cerca de 5 m do perfil, cana.

1346 Al I - 0-10cm; vermelho-amarelada (4YR 3/3,5 ûmida), bruno-escura (7,5YR 4/4 seca); argila com a cascalho; granular pequena e média moderada; friâvel, plâstica e pegajosa; transiçào dura e plana. Presença de cascalho de material brando avermelhado (plinlita?) e endurecido (petro- plintita?).

I 346 Al 2 10-24 cm; vermelho-amarelada (4YR 3/4 ùmida, bruna forte (7.5YR 4/5 seca); argilosa casca- b lhenta: granular pequena e média moderada; friâvel, plâstica e pegajosa; transiçào plana e clara Presença de cascalho de material brando. avermelhado (plintita?) e endurecido (petroplintita?).

1346 B2cn? 24-90 cm; bruno-avermelhada (5YR 4/4 ûmida); argilosa casealhenta; sem desenvolvimento de c estrutura devîdo à predominâneia de cascalho; plâstica e pegajosa; transiçào clara e plana. Presença de cascalho brando e duro, predominando este ultimo (petroplintita? ).

1346 B3cn?-90-1 10cm; vermelho-amarelada (5YR 4/5); argilosa cascalhenta; serti desenvolvimento de d estrutura devido à predominâneia de cascalho; plâstica e pegajosa; transiçào clara. Presença de cascalho brando e duro, predominando este ultimo (petroplintita?).

1346 R - 1 10 cm ; basalto pouco decomposto.

Observaçôes: Cascalho e calhaus duros e laminares, dispostos horizontalmente.nos hori- zontes B2 en e B3 en.

Descriçâo dos cascalhose calhaus (Figura 15)

10-24 cm Material de forma irregular com superficie mamelonar. Podem-se distinguir vârios tipos diferen- tes, a saber: Tipo 1 : apresenta estrutura concêntrica com aspecto superficial concrecionario, preservada, no centro, a estrutura original da rocha (pseudoconcreçâo). Tipo 2: diferindo do anterior por nào apresentar estruturas reliquiârias (concreçoes). Tipo 3: sem aspecto concêntrico, consistindo apenas em nodulo, maciço, se m estrutura (nódulos).

24-90cm - Fragmentos corn diâmetro variando desde alguns milimetros até 3cm, tipo 4, com auréolas sempre présentes, mui tas vezes duplas, isto é, um nûcleo onde a textura original da rocha é

58 B. Cient. Inst. Agron., Campinas, 7, 1987 CONCRECÄO CONCÊNTRICA COM CONCRECÄO CONCÊNTRICA SEM NÓOULO UACICO SEM ESTRUTURA ORIGINAL PRF.SERVAOA ESTRUTURA RELIOUEAR ESTRUTURA RELIOUEAR

ALTERACSo SUPERFICIAL E AO 10NÖO DAS FRATURAS AM4RELA0A VERMEIHO »MARELID1 DE ALTCRAClO

«UHtOL» AVERUEIHAOA

»OCHA ALTERAOA COM FRAGMENTO OE ROCHA COM FRAOMENTO OE ROCHA ALTERAOA FRAGMENTO OE ROCHA BlisiCA ESTRUTURA PRESERVADA ESTRUTURA PRESERVAOA COM PRESERVACÎO OA ESTRUTURA COM ESTRUTURA PRESERVAOA

Figura IS. Tipos de cascalho e calhaus encontrados em Latossolo Roxo concrecionârio, perfil 1346 (OLIVEIRA & MENK, 1984 )

mantida, seguido de uma auréola avermelhada de ± lmm de espessura e, após, outra, de cor amarelada, numa estrutura concêntrica.

90-110 cm — Calhaus representados por pedaços de rocha decomposta, observando-se certa alteraçâo ao longo das fraturas. A textura original é mantida, tipo 7. Além desses, ocorrem também cascalhos representados por concreçôes (?) dos tipos 5 e 6, com diâmetros de alguns milfmetros até 1 a 2 cm, nos quais se observa a textura original da rocha, circundada, àsvezes, por uma auréola de alteraçâo de cor avermelhada, dando certa estrutura concêntrica. A seqiiência dessas feiçôes permite supor tratar-se de um processo transicional de alteraçâo in situ, levando à formaçâo progressiva de pseudoconcreçôes, concreçôes e nódulos, tanto mais endurecidos e com maior segregaçâo de minerais de ferro quanto mais próximos da superficie. A fim de dar uma idéia dos teores de oxidos de ferro e titânio das fraçôes de consistência branda e das endurecidas, OLIVEIRA & MENK (1984) efetuaram a anâlise pelo ataque sulfûrico 1:1 de amostras das quatro camadas iniciais (Quadro 17). Aqueles autores notaram também que o material triturado das particulas brandas apresen- tou cor bem mais clara do que o das duras. Nestas, o teor de óxidos, tanto de ferro como de titânio, foi superior ao daquelas, aumentando seus teores no sentido da supeffcie, indicando, portanto, maior segregaçao dos elementos nas camadas superiores do perfil. A cor mais avermelhada do material proveniente das partfculas duras provavelmente seja dévida ao maior teor de oxidos. Na figura 16 encontra-se um difratograma de raios X de amostra de Latossolo Roxo concre- cionârio. Observa-se, como nos difratogramas anteriores de solos com baixo indice ki, que o pico da gibbsita é bem mais intenso do que o da caulinita.

B. Cient. InstAgron., Campinas, 7,1987 59 Quadro 17. Teores de Fe2O3 e TiO3 (H2SO4 1:1 ) e cor da amostra seca triturada de part feulas brandas I (plintita ?) e duras II (petroplintita ?). Perfil 1346 - Latossolo Roxo concrecionärio (OLIVEIRA & MENK, 1984)

Cor seca Amostra Camada Fe,O TiOj 3 Munsell

cm

0-10 31,3 6,1 5YR 5/8 10-24 36,4 7,0 5YR 5/8 24-90 30,6 6,4 5YR 5/8 90-110 26,2 4,6 7.5YR 7/6

II 0-10 48,8 8,0 2.5YR 3/6 10-24 44,4 9,6 2.5YR 4/6 24-90 40,8 8,4 2.5YR4/6 90-110 40,0 6,4 7.5YR 5/6

Lotossolo Roxo Concrecionório Perfil 1346

Horizonte A ( Ki= 0.46

29 30° 25s 20° 15° 10° 5° 2° Figura 16. Difratograma de raios X de amostra de Latossolo Roxo concrecionario, satura da etn Mg ; temperatura ambiente

4.1.1.7. Latossolo Roxo raso (LRr)

Class ificaçâo Latossolo Roxo raso eutrófico, distrófico ou âcrico, A moderado, textura argilosa ou muito argilosa. Eutrorthox, Haplorthox e Acrorthox (USA).

60 B. Cient. Inst. Agron., Campinas, 7,1987 Acric Ferralsol, Rhodic Ferralsol (FAO). Solo ferralitico pouco dessaturado e solo ferralitico muito dessaturado no horizonte B (Fr).

Conceito Até o presente, encontramos estes solos apenas na quadrîcula de Ribeirào Preto, sendo, portanto, nosso conhecimento sobre eles bastante restrito. Apresentam como caracten'stica comum a profundidade do sólunt inferior a 80 cm, seguida de manto de seixos e calhaus representados por concreçoes ferruginosas, plintita, petroplintita, bancada petroplintica ou rocha decomposta. Cor, saturaçâo em bases e tipo de horizonte A sâo bastante variâveis. Essas caracteristicas, contudo, nâ"o foram levadas em consideraçâo para subdividi-los, devido as diminutas âreas de ocorrência. Empregamos apenas a profundidade e a porcentagem de cascalho e calhau para conceituâ-los e delimitâ-los cartograficamente. Achamos inoportuno dar a esses solos, com grande amplitude de variaçàonas caracteristicas morfológicas e quimicas, uina denominaçâo particular.

A partir das apreciaçôes anteriores, decidimos conceituâ-los preliminarmente como latosso- los roxos, apresentando: 1 ) espessura inferior a 80 cm ; 2) esqueleto do solo (cascalho, calhau) inferior a 20%.

As informaçôes que se seguem foram obtidas através dos pontos de observaçâo sistemâtica, visto nâo termos coleta de perfil.

Caracteristicas morfológicas Esses solos mostram grande variaçâo em cor, quer no horizonte superficial, quer no subsuperficial. Nos seis pontos observados, registramos para o horizonte Ap as seguintes notaçôes Munscll: 2.5YR 3/3, 3.5YR 4/6 e 6YR 4/3, e para o horizonte B2: 2.5YR 3/4, 3/5, 4YR 4/6, 5YR 3/3, 3/4, 4/4. A textura ao longo do perfil é argilosa ou muito argilosa, com teores de areia grossa inferio- res a 20%. Em alguns pontos, observamos cascalho na base do perfil, sempre em proporçâo reduzida (inferior a 10%). A consistência da amostra ûmida é muito friâvel a friâvel, e, a da amostra molhada, plâstica, . e pegajosa. A estrutura do horizonte B tem aspecto maciço poroso (apédica), enquanto no Ap, devido à utilizaçâo agricola, é constituida de torröes pequenos e médios, sem superficie de fraqueza definida.

Caracteristicas analiticas A média verificada nesses solos para o carbono, quer para a camada superficial, quer para a subsuperficial, foi a mais elevada entre todas as unidades de latossolos roxos deste trabalho: 2,1 e 1,6% respectivamente. Esses valores, em termos gérais para os solos paulistas, estâo entre os mais elevados, exccçào feita para os maldrenados e os situados acima de 1.000 métros de altitude. Observa-se, pelo quadro 18, que os valores médios do pH em âgua, verificados para ambas as camadas, foram, respectivamente,de 5,8 e 5,7. Em nenhum dos pontos o pH em âgua foi inferior ao pH

B. Cient. Inst. Agron., Campinas, 7,1987 61 Quadro 18. Média ( x), mihimo, mâximo e desvio-padrâo (s) de varias caracterfsticas de amostras da camada superficial 0-20 cm (a) e subsuperfidal 60-80 cm (b) de solos da unidade Latossolo Roxo raso

Numero Caracterfstica nada de X Mini mo Maximo s pontos pHHjO a 7 5,8 5,2 6,5 0,4 b 8 5,7 5,1 63 0,4 pHKCl a 7 5,1 4,5 4,9 0,5 b 8 53 4,6 5,9 0,4

a 7 2,1 1,8 2,5 0,3 b 8 1,6 0,9 23 0,5

a 7 2,8 0,3 4,9 1,8 b 8 1,9 0,0 7,5 . 2,5

Al3+(2) a 7 0,1 0,0 0,3 0,1 b 8 0,1 0,0 03 0,1

CTC(3) 9,4 5,9 12,8 2,6

a 7 41 5 75 25,2 b 8 32 1 79 30,4

RC(3) a 7 5,9 1,2 10,0 33 b 8 3,2 0,0 10,1 3,3

m(') a 7 11 0 53 20,1 b 8 7 0 33 11,8

Argüa(') a 7 48 44 54 3,2 b 8 54 43 74 10,2

SilteO) a 7 13 10 20 3,6 b 8 15 9 26 5,3

Aieia fina(') a 7 21 18 28 3,3 b 8 17 5 28 63

AreiagTossa(') a 7 17 10 25 5,2 b 8 14 1 21 6,4

Fe2O3(') b 3 32 30 34 -

.- (J)e.mg/100gTFSA. (3)e.mg/100gargUa.

62 B. Cient. Inst. Agron., Campinas, 7,1987 emKCl, nào obstante em dois deles a diferença tenha sido de apenas 0,1. Ê provâvel que o teor de matéria orgânica, relativamente elevado desses solos, seja um fator prépondérante na manutençâo dos valores negati- vos de A pH. A variaçâo dos valores encontrados de soma de bases, tanto na camada superficial como na subsuperficial, é bastante acentuada, pois essa unidade inclui desde solos âcricos até eutróficos. Os indices mfnimo e mâximo foram, respectivamente, de 0,3 e 4,9 e.mg/lOOg de TFSA para a camada superficial, e de 0,0 e 7,5 para a subsuperficial. A média foi de 2,8 e 1,9 e.mg/100g de TFSA. Quanto à capacidade de troca de cations a média verificada foi 9,4 e.mg/100g de argila para a camada subsuperficial,enquanto a saturaçâo em bases apresentou grande variaçâo: os minimos para as camadas superficial e subsuperficial foram de 5 e 1% e, os mâximos, de 75 e 79% respectivamente. A média para aquelas duas camadas foi de 41 e 32%. A média de retençâo de cations de 3,2 e.mg/100g de argila, verificada na camada subsuper- ficial, esta bastante influenciada pelos altos valores encontrados em dois solos, 10,1 e 9,7, pois nos restantes os fndices foram inferiores a 2. Os teores de aluminio trocâvel sâo despreziveis: em ambas as camadas, o mâximo absoluto foi de 0,3 e.mg/100g de TFSA e, o médio de Al3*, de 0,1 e.mg/lOOmg de TFSA, enquanto o de saturaçào em alumfnio foi de 11 e 7%, respectivamente, para a camada superficial e subsuperficial. Sâo solos argilosos ou muito argilosos, com teor médio da fraçâo argila de 48% na camada superficial e de 54% na subsuperficial. As outras très fraçôes praticamente se equivalem.

As très amostras analisadas apresentaram para Fe3O3 o valor médio de 32% e extremos de 30 e 34%, enquanto os de TiO2 (*) foram de 7,6, 8,5 e 10,1%. Os dados encontrados para o conjunto dos latossolos roxos indicam que os valores de ôxido de titânio dos latossolos do planalto basâltico sâo, de maneira gérai, superiores àqueles obtidos em outras regiôes do Estado.

Mineralogia da fraçâo argila: Na figura 17, encontramos os difratogramas de raios X da fraçâo argila de latossolos roxos rasos. Observa-se que tanto os solos âcricos (amostra 2.206) como os eutrófi- cos (amostra 3.010) e os de CTC relativamente elevada (amostra 2.308) apresentam difratogramas muito semelhantes quanto à distribuiçâo de picos, destacando-se a caulinita e a gibbsita, e a virtual ausência de interestratificaçâo clorita-vermiculita. Hâ, contudo, apreciâvel diferenciaçâo quanto à altura dos mesmos. Nesse particular, nota- se o melhor desenvolvimento do pico correspondente ao espaçamento basai da gibbsita (4,87 Â) do que o da caulinita (7,30 Â) na amostra 2.206, concordante com o indice ki bastante baixo: 0,28. É possivel que haja diferença sensîveis nos teores de hematita e goetita, jâ que hâ diferença em cor.

Àrea ocupada e descriçâo de paisagem Apenas 981,5 hectares, correspondentes a 0,54% dos latossolos roxos e a 0,34% da area total, foram cartogrâfados hessa unidade. Ocorrem em relevo suave ondulado, proximo aos bordos de pequenos platôs situados no Centro-Sul da quadricula.

(•) Dados constantes dos arquivos da Seçâo de Pedologia.

B. Cient. Inst. Agron., Campinas, 7, 1987 63 lotoitolo Rono Hajo Accico Ponlo 2 206 Kis 0.28

Loloitolo Roio ROIO Euirófico Ponlo 230« Kit 1.5 I

Lotoisolo Roxo Roso Euirótico Ponlo 3010 Ki i 1.45

3.5 14 25' 20° 10° 5» 2'

Figura 17. Difratogramas de raios X de amostras de Latossolo Roxo raso saturadas com Mg2*; temperatura ambiente

A vegetaçâo primitiva nâo mais existe; presume-se, contudo, que tenha sido a mata tropical subperenifólia. O uso atual é principalmente pasto e cana-de-açûcar.

Restriçôes edâficas Sâo solos com boas caracten'sticas ffsicas. Apresentam 'como fator limitante mais impor- tante a profundidade efetiva, que, para culturas permanentes, pode significar alguma restriçâo.

4.1.2. Latossolos Vermelho-Escuros Esta classe compreende solos de coloraçâo vermelho-escura, vermelha e bruno-avermelhado-

-escura de matiz 4YR ou mais vermelho, valores 3 a 5 e croma 4 ou mais elevado, teores de Fe2O3 total superiores a 8% e menores que 18%, quando argilosos, e usualmente inferiores a 8% quando de textura média (JACOMINE, 1979). Em vista de ser a cor de alguns deles muito parecida com a dos latossolos roxos, a identifi- caçâo de urn e de outro, no campp, é diffcil: o fmä a auxilia, pois a menor quantidade de magnetita e/ou maghemita existentes em latossolos vermelho-escuros se reflète na menor aderência por atraçào magnética.

64 B. Cient. Irtst. Agron., Campinas, 1-, 1987 Em trabalhos efetuados em latossolos vermelho-escuros de Sâo Paulo (CENTRO NACIO- NAL DE LEVANTAMENTO E CONSERVACÄO DOS SOLOS, 1960; CASTRO, 1980; LEPSCH & BUOL. 1974; OLIVEIRA et alii, 1979, 1982a), o material de origem desses solos foi identificado como proveniente do intemperismo de rochas do permocarbonffero, em alguns casos com expressiva contribuiçâo de rochas bâsicas, notadamente diabâsio. Contudo, na bibliografia consultada (SÄO PAULO, 1981b; COMISSÄO NACIONAL. . ., 1973; SÄO PAULO, 1974) nâo se encontrou registro da ocorrência daquelas rochiis nesta quadricula, a nâo ser em pequena mancha da formaçâo Estrada Nova as margens do rio Pardo (COMISSÄO NACIONAL..., 1974). Sobre este material, porém, nâo identificamos latossolos vermelho-escuros, mas latossolos roxos.

Os latossolos vermelho-escuros de Ribeirâo Preto sâo, pois, provenientes do intemperismo das rochas bâsicas, com alguma contribuiçâo de material mais grosseiro, provavelmente arenito. A presença de fraçôes grosseiras (areias) essencialmente quartzosas deve contribuir, quando atinge determinadas proporçôes, na "diluiçâo" dos óxidos de ferro, fazendo com que o solo, apesar da textura argilosa, apresente teores de ferro total inferiores a 18% e pequena atraçào pelo magneto, excluindo-o da classe dos latossolos roxos. Sâo exemplos desses solos os da unidade Bonfim. Esse fato levou OLIVEIRA & MENK ( 1984) a sugerirem a utilizaçâo de valores decrescentes

de Fe2O3, à medida que aumenta o teor de areia grossa, para classificar esses solos argilosos derivados de basalto, mas com provâvel importante contribuiçâo de arenitos.

Se, para os solos da unidade Bonfim, o decréscimo de Fe2O3 pode ser imputado ao aumento de areia grossa, para os da unidade Limeira isso nâo é possîvel, visto ser essa contribuiçâo discreta.

Esses solos, bastante argilosos, de cor muito parecida à dos latossolos roxos, apresentam teor de Fe2O3 mais reduzido, sem que os autores tenham alguma explicaçâo para esse fato, pois o material de origem, aparente- mente, é o basalto, com discreta contribuiçâo de arenitos. Areas de latossolos vermelho-escuros da unidade Limeira, derivados de basalto e circundadas por latossolos roxos, foram também registradas na quadricula de Jaû (ALMEIDA et alii, 1982). Os latossolos vermelho-escuros de textura média, por sua vez, sâo resultantes, nesta quadn- cula, do intemperismo e retrabalhamento de rochas da formaçâo Botucatu, com contribuiçâo variada de material proveniente de rochas bâsicas. Os latossolos vermelho-escuros perfazem, na quadricula de Ribeirâo Preto, 30.649,00 hectares, os quais correspondem a 13,77% dos latossolos e a 10,63% da area total. Corn base nagranulometria foram identificadas quatro unidades, todas âlicas: Dois Córregos, Hortolândia, Bonfim e Limeira. Os de tex- tura média sâo os mais comuns, perfazendo 27.871,50 hectares, correspondentes a 93% dos mesmos. Desses, a unidade mais extensa é a Hortolândia, com 19.657,00 hectares, os quais correspondem a 65,6% dos latosso- los vermelho-escuros.

4.1.2.1. Unidade Dois Córregos ( LE-1 )

Classificaçâo Latossolo Vermelho-Escuro âlico, A fraco ou moderado, textura média. Quartzipsammentic Haplorthox e Typic Haplorthox (USA). Rhodic Ferralsol (FAO). Solo ferralitico fortemente dessaturado no horizonte B (Fr).

B. Cient. Inst. Agron., Campinas, 7, 1987 65 Cortceito da unidade Além das caracten'sticas diferenciais de Latossolo Vermelho-Escuro, esta unidade apresenta: 1) horizonte A fraco ou moderado; 2) horizonte B com textura média, sendo o teor de argila inferior a 20% ou, se entre 20 e 25%, a areia grossa prédomina sobre a fina; 3) carâter âlico ou distrôfico; 4) horizonte B maciço poroso ou com estrutura subangular fraca. O segundo critério é ainda tentativo. Foi estabelecido por julgarmos ser a distribuiçâo das fraçôes areia grossa e areia fina, entre os solos de textura média e arenosa, importante fator no seu comporta- mento hidrico. Osresultados obtidos por.MANFREDINI et alii (1984) nesses solos indicam ter sido adequado aquele julgamento.

Caracten'sticas morfológicas e analiticas Os solos dessa unidade sâo profundos, atingindo vârios metros.de espessura, muito friâveis', com horizonte B de cor vermelho-escura (2,5YR 3/5, 3/6). Apresentam.como os outros latossolos vermelho- -escuros, grande homogeneidade vertical, dificultando a subdivisâo de horizontes, os quais säo identificados no campo através de pequenas diferenças, especialmente em cor, textura e estrutura. Devido ao teor de argila relativamente baixo, a estrutura é em geral pouco desenvolvida, sendo representada comumente pela estrutura granular pequena na camada superficial e subangular média no horizonte B, fraca em ambos os casos. Ê muito comum a ausência de unidades estruturais bem definidas por superficies de fraque- zas, e o aspecto maciço poroso. Os elevados teores de areia influenciam também a consistência friâvel ou muito friâvel na amostra ûmida ao longo do perfil, nâo plâstica e nào pegajosa nos horizontes superficiais que apresentam mais de 20% de argila. As médias dos dados anah'ticos (Quadro 19) indicam serein solos fortemente âcidos, apre- sentando pH em âgua das camadas superficial e subsuperficial médias de 4,8 e 4,7. O valor mâximo, 6,1, verificado na camada superficial, corresponde a uma amostra de solo cultivado com citros, refletindo, por- tanto, a provâvel influência da aplicaçâo de corretivos. Em virtude da baixa porcentagem de argila, o teor médio de carbono é relativamente baixo, 0,7 e 0,3%, respectivamente, para as camadas superficial e subsuperficial. Convém assinalar que, à exceçào da amostra coletada em eultura de citros, as outras o forain em solos sob reflorestamento, pastagem ou cerrado, condiçôes mantenedoras do nfvel de carbono do solo. Em decorrêneia do proprio material de origem (predominantemente quartzoso), e do regime hfdrico de intensa lixiviaçâo, esses solos apresentam baixissimo teor de bases trocaveis, mesmo na camada superficial, geralmente mais bem provida. O valor médio encontrado nessa camada foi apenas de 0,4 e.mg/lOOg de TFSA, descendu para 0,2 na subsuperficial. Em am bas foi registrado valor mfnimo de 0,0 e.mg/100g de TFSA. O valor mâximo, 1,3, da camada superficial, é devido à aplicaçâo de insumos: ele corresponde ao solo sob eultura de citros mencionado. . O indice médio da capaeidade de troca de cations da fraçâo argila foi de 9,7 e.mg/lOOg, enquanto a saturaçâo em bases apresentou valor médio de 13 e 10%, respectivamente, para a camada super- ficial e subsuperficial, indicando tratar-se de solos essencialmente distróficos. A saturaçâo em aluminio, em contrapartida, é bastante elevada, 69 e 73%, qualificando esses solos como âlicos.

66 B. Cient. Inst. Agron., Campinas, 7, 1987 Quadro 19. Média (x), mfnimo, mâximo e desvio-padrâo

Numéro Caracteristica Camada de Mfnimo Maximo pontos

pHH,0 a 10 4,8 4,0 6,1 0,7 b 13 4,0 5,3 0,5

pHKCl a 10 4,4 3,8 5,6 0,5 b 13 4,3 4,0 4,7 0,2

cO) a 10 0,7 0,5 0,9 0,1 b 13 0,3 0,1 0,4 0,1

sO) a 10 0,4 0,0 1,3 0,5 b 13 0,2 0,0 0,6 0,2

Al3+(2) a 10 0,7 0,1 1,4 0,3 b 13 0,5 0,2 0,9 0,2

CTC(3) 13 9,7 3,8 15,4 3,1

a 10 13 0 42 15,6 b 13 10 1 31 9,4

3 RC( ) a 10 7,5 5,5 11,4 1,9 b 13 3,9 1,4 7,3 1,6

m0) a 10 69 10 99 32,8 b 13 73 24 98 22,5

Argila(') a 10 14 11 16 2,1 b 13 18 16 22 2,3

Silte(') a 10 1 0 3 1,0 b 13 1 0 4 1,2

Areia fïna( ' ) a 10 42 18 70 13,2 b 13 41 20 59 9,7

Areia grossa(') a 10 43 19 68 12,7 b 13 40 25 59 8,9

Fe2O30) b 4 4 3 5 1,0

(')%. (2)e.mg/100gTFSA. (3)e.mg/100gargila.

B. Cient. Inst. Agron., Campinas, 7, 1987 67 O teor medio de ferro total, determirïado ëm' quatrö amostras, foi de 4%. Os solos dessa unidade apresentam textura média (franco-arenosa ou franco-argilo-arenosa) ao longo do perfil ou camada superficial, de textura arenosa (areia franca). As areias grossa e fina sa o as fraçôes mais importantes, apresentando valores médios bem próximos, em torno de 40% para ambas as camadas.

Variaçôes e inclusöes As variaçôes mais importantes relacionam-se com cores um pouco menos avermelhadas (3,5YR 4/5. 5/6). Como inclusöes, registraram-se as de solos das unidades Coqueiro e Areia Quartzosa.

Area ocupada e descriçâo da paisagem Os solos da unidade Dois Córregos se distribuem por 8.214,5 ha, correspondentes a 27,40% dos latossolos vermelho-escuros e a 2,80% da area total. Constituem a maior expressâo espacial de latossolos após a Hortolândia. Como unidade de mapeamento simples, corresponde a 4.097,5 ha, sendo os demais repar- tidos em associaçôes com solos das unidades Hortolândia (LEI + LE2; Le2 + LEI), Coqueiro (LEI + LV1) e Areias Quartzosas (LEI + AQ, AQ + LEI ), cujas areas respectivas estào assinaladas no quadro 4. Esses solos ocorrem predominantemente nas partes inferiores das vertentes, em relevo suave ondulado, com déclive da ordern de 2 a 4%, especialmente noquadrantesudeste; nas proximidades de Serra Azul. As vegetaçôes primitivas ainda preservadas em âreas próximas a Sâo Simâo, sâo o cerradâo e o cerrado. Sua ocupaçâo principal é com reflorestamento e pastagens, tendo-se registrado significativo aumento da cultura canavieira. O material de origem é constituido de produtos de retrabalhamento de rochas, principal- mente arenitos, das formaçôes Botucatu e Pirambóia com alguma contribuiçâo de rochas bâsicas.

Restriçôes edâficas A baixa fertilidade e a limitada capacidade de retençâo de âgua constituem as limitaçôes mais sérias desses solos.

Unidades afins e caracteri'sticas diferenciais Seus solos diferenciam-se daqueles da unidade Hortolândia pelo maior teor de areias; dos da unidade Coqueiro, pela cor mais avermelhada, e dos da Laranja Azeda, pela cor mais vermelha e pelo maior teor de areias.

4.1.2.2. Unidade Hortolândia (LE-2)

Classificaçâo i., • Latossolo Vermelho-Escuro âlico ou distrofico, A moderado, textura média. Typic Haplorthox (USA). Rhodic Ferralsol (FAO): Solo ferralftico fortemente dessaturado no horizonte B:(Fr).

68 Bv. Cierit. Inst. Agr'on., Campinas, 7, 1987 Conceito da unidade . . Além das caracteristicas especificas dos latossolos vermelho-escuros. esses solos apresentam: I ) horizonte A moderado: 2) textura média do horizonte B com teor de argila maior que 25% ou. se superior a 20%. com teor de areia fina mais elevado que o de areia grossa. 3) carâter âlico ou distrófico.

Caracteristicas morfológicas e anali'ticas Sào solos profundos, friâveis a muito friâveis, de textura média, com fraco desenvolvimento de estrutura em blocos no horizonte B e cor vermelho-escurà ou bruno-avermelhado-escura. As diferenças morfológicas ao longo do perfil sâo pouco expressivas, sendo dificil estabelecer as separacöes de horizontes. Discretas diferenças em cor e estrutura sâo os parâmetros morfológicos encontrados para diferenciâ-los. No quadro 20 sâo assinaldos os valores da média, do mînimo e do mâximo absolutos e do desvio-padrào de varias caracteristicas referentes a 14 amostras da camada superficial e a 38 da subsuperficial. Os valores médios de pH em âgua para aquelas camadas sâo de 5,3 e 4,8 respectivamente, identificando, portanto, presença de solos fortemente âcidos, nâo obstante grande parte das amostras corres- pondam a solos com culturas. O carbono apresenta indices relativamente baixos, com média de 0,9% para a camada superficial e de apenas 0,4 para a subsuperficial. Os valores absolutos mais elevados, 1,6 e 1,4%(*) sâo corres- pondentes a amostras coletadas em cerradào e cerrado respectivamente. Sâo solos pobres em nutrientes, como se pode observar pelas médias da soma de bases da camada superficial: 1,2 e.mg/lOOg de TFSA e subsuperficial: 0,3. O valor mâximo de 3,0 e.mg para a camada inferior corresponde a um solo cultivado com cana. no quai nâo foi coletada amostra da camada superficial. A capacidade de troca de cations média, estimada para a fraçâo argila, é de 7,0 e.mg, retratando a baixa atividade coloidal desses solos. Sào distróficos, com indice médio de saturaçâo em bases de 33 e 16%, respectivamente, para a camada superficial e subsuperficial. O valor mâximo, de 65%, corresponde à amostra coletada em solo sob cultivo de cana de açûcar, acima mencionado, sendo esse eutrofismo, provavelmente, decorrente da aplicaçâo de insumos. Em sete^*) das 38 amostras da camada subsuperficial analisadas, o valor da retençâo em cations foi inferior a 1,5 e.mg/100g de argila. identificando, nesses casos, a presença de solos âcricos. Apesar de o aluminio trocâvel nâo ser elevado, como se depreende da média, de 0,5 e.mg/ 100g de TFSA e 0,4, respectivamente, para as camadas superficial e subsuperficial, a saturaçâo em aluminio é superior a 50% em 27 das 38 amostras. Decorre desse fa to que a concentraçâo de bases é baixa e, conse- qüentemente, pouca expressiva sua atividade iônica na soluçâo do solo, resultando um alto coeficiente de atividade do aluminio trocâvel, nas condiçôes de pH do solo. Assinale-se que quatro amostras apresentaram ao mesmo tempo carâter âcrico e âlico. O teor médio de ferro total obtido em onze amostras da camada subsuperficial foi de 9%. Sâo solos de textura média (franco-argilo-arenosa), sendo a fraçâo areia fina a mais abun- dante, com teor médio de 38 e 39% nas respectivas camadas.

( •) Dados constantes dos arquivos da Seçao de Pedologia.

B. Cient. Inst. Agron., Campinas, 7, 1987 69 Quadro 20. Média (x), m/nimo, màximo e desvio-padrâo (s) de varias caracterfsticas de amostras da camada superficial 0-20cm (a) e subsuperficial 60-80 cm (b) de solos da unidade Hortolândia

Numero Caracterfstica lada de X Mfnimo Màximo s pontos pHH,0 a 14 5,3 4,2 6,2 0,7 b 38 4,8 4,0 5,6 0,4 pHKCl a 14 5,3 4,2 6,2 0,7 b 38 4,3 3,9 4,9 0,2

a 14 0,9 0,2 1,6 0,4 b 38 0,4 0,2 0,7 0,1 2 s( ) a 14 1,2 0,1 3,1 0,9 b 38 0,3 0,0 3,0 0,5

AI3**3) a 14 0,5 0,0 1,6 0,5 b 38 0,4 0,0 0,8 0,2

38 7,0 2,8 17,8 3,1

a 14 33 6 62 18,9 b 38 16 1 65 13,7

RC(3) a 14 6,9 4,0 11,9 2,4 b 38 2,6 0,8 12,0 1,8

mO a 14 34 0 82 29,8 b 38 60 0 98 25,0

ArgilaC1) a 14 20 35 3,2 b 38 30 20 25 4,1

Süte(') a 14 2 0 5 1,7 b 38 2 0 16 2,8

Areiafina(') a 14 56 50 8,3 b 38 24 55 9,2

Areiagrossa(') a 14 27 48 7,0 b 38 14 44 8,3

Fe2O3(') 11 12 1.6

. (2)e.mg/100gTFSA. (3)e.mg/100gargila.

70 B. Cient. Inst. Agron., Campinas, 7, 1987 Variaçôes e inclusöes Como variaçâo, observamos alguns solos com horizonte A proeminente e, como inclusâo, solos das unidades Dois Córregos e Laranja Azeda.

Area ocupada e descriçâo da paisagem Os solos da unidade Hortolândia se estendem por 19.657,0 ha, correspondendo a 65,56% dos latossolos vermelho-escuros e a 6,85% da area total. Desse total, apenas 1.562,5 ha foram mapeados como unidade simples, distribuindo-se os restantes por associacöes com outras unidades, a saber: Âgua Vermelha (LE2 + LRd2); Dois Córregos (LEI + Le2, Le2 + LEI ) e Bonfim (LE2 + LE3). Esses solos ocorrem geralmente em situaçâo de sopé de encosta, em cotas mais baixas do que a dos latossolos roxos, como se pôde observar no mapa pedológico (OLIVEIRA & PRADO, 1983). Nas cotas imediatamente abaixo é comum encontrarem-se as areias quartzosas como membro da seqüência. As areas mais importantes de ocorrência desses solos se distribuem na porçâo oriental da quadricula, especialmente no quadrante sudeste, entre Sâo Simâo e Serra Azul. Seu material de origem é proveniente de arenitos das formaçôes Botucatu e Pirambóia, com apreciâvel contribuiçâo de material oriundo de rochas bâsicas. As vegetaçôes primitivas eram o cerrado e o cerradâo, dos quais ainda se encontram teste- munhos na porçâo sudeste da quadricula. Cultura de cana e reflorestamento com eucalipto e pinus sâo os principais usos desses solos na regiâo.

Restriçôes edâficas Sâo solos com boas condiçôes fisicas. Os de textura mais grosseira (< 30% argila) podem apresentar alguma limitaçâo devido à aparente menor capacidade de retençâo de âgua. A baixa fertilidade, sua limitaçâo mais importante, é,contudo, facilmente eliminada através do manejo adequado do solo.

Unidades afins e caracten'sticas diferenciais Os solos da unidade Hortolândia diferenciam-se dos da Dois Córregos pelo maior teor de argila, e dos da Bonfim e Limeira pelo menor conteûdo daquela fraçâo.

4.1.2.3. Unidade Bonfim (LE-3)

Classificaçâo Latossolo Vermelho-Escuro âlico distrófico ou âcrico, A moderado, textura argilosa. Typic Haplorthox (USA). Rhodic Ferralsol (FAO). Solo ferralitico fortemente dessaturado no horizonte B (Fr).

Conceito de unidade Ao longo dos levantamentos pedológicos das quadrfculas de Ribeirâo Preto e Jaû, registra- ram-se solos derivados de basalto, argilosos e bastante semelhantes em cor aos latossolos roxos, diferindo deles por apresentarem teor de Fe2O3 inferior a 18%. Como mencionado, o teor mais elevado de areia grossa

B. Cient. Inst. Agron., Campinas, 7, 1987 71 essencialmente quartzi'tica em material de origem diverso daquele dos latossolos roxos deve ter contribui'do para a diminuiçâo absoluta do ferro total, excluindo-os daquela classe. Comparando-se com os latossolos vermelho-escuros textura argilosa até entâo identifica- dos nos levantamentos das quadn'culas de Campinas (OLIVEIRA et alii, 1979), Araras (OL1VEIRA et alii, 1982a), Sâo Carlos (OLIVEIRA & PRADO, 1984) e Brotas (ALMEIDA et alii, 1982) - Unidade Limeira - observa-se que os solos da unidade Bonfim apresentam teores de argila relativamente bem mais niodéstos, raramente ultrapassando 50%, e de areia grossa bem mais elevados, geralmente superiores a 30%. Essa contri- buiçâo bem mais expressiva de areia levou-nos a considerâ-los como unidade especi'fica, dando-lhes a deno- minaçâo de Bonfim, por ocorrerem próximos à localidade de Bonfim Paulista. Esses solos apresentam, portante aie m das caracteristicas pertinentes aos latossolos ver- melho-escuros, as seguintes: 1) horizonte A moderado; 2) textura argilosa ao longo do perfil, com, todavia, apreciâvel teores de areia grossa (ainda nào definidos, sendo, porém, comuns aqueles acima de 30%); 3) horizonte B com aparêneia apédica ou com estrutura subangular fraca; 4) carâter distrôfico ou âlico; 5) material de origem: diabâsio ou basalto com apreciâvel contribuiçâo de arenitos. No Planalto Ocidental (, Ibitinga), o primeiro autor encontrou latossolos vermelho-escuros argilosos e que apresentam também apreciâveis teores de areia grossa. Esses solos se rela- cionam corn rochas referidas nos mapas geológicos (SÄO PAULO, 1974, 1981a) como formaçâo Bauru. Apesar de nâo terem ainda sido cartografados como unidade espeeffica, achamos conveniente diferencid-los dos da unidade Bonfim, provenientes de rocha bâsica.

Caracteristicas morfológicas e analiticas Os solos dessa unidade sâo profundos, friâveis ao longo do perfil, com aparéneia apédica no horizonte B2 ou com estrutura subangular fraca, e de coloraçâo bruno-avermelhado-escura (2,5YR 3/4, 3/5) ou vermelho-escura (2.5YR 3/5, 3/6) nesse horizonte. O sub-horizon te Bl pode apresentar estrutura um pouco mais desenvolvida, chegando, contudo, no mâximo a subangular moderada. O horizonte Ap, devido ao intenso uso agrïcola, nâo apresenta uma organizaçâo estrutural definida, mas, sim, torröes pequenos e médios, sem superficie de fraqueza bem definida. O horizonte Al, quando presente, mostra estrutura granular média e pequena moderada. A diferença de cor entre a camada superficial (Ap ou Al) e o horizonte B é geralmente discreta, sendo diffcil codificâ-las na tabela Munsell (MUNSELL, 1954). Comparando-se, contudo, os torröes entre si, observa-se que os da camada superior sâo ligeiramente mais escuros. Dados analiticos (Quadro 21) mostram valores médios de pH em âgua de 5,1 e 4,9 nas camadas superficial e subsuperficial respectivamente: indicam tratar-se de solos fortemente âcidos; os valores extremos, de 4,7 e 5,7 para a camada superficial, correspondent respectivamente, a solos sob cerrado e culti- vados corn cana-de-açûcar. Em todas as amostras coletadas, ele foi superior ao pH em KG. Contudo, no perfil 1347, adiante descrito, a partir de 120 cm, o valor A pH torna-se positivo. É possfvel que urn maior numero de pontos pudesse apresentar essa caracterfstica se tivessem as amostras sido coletadas à profundidade supe- rior a 80 cm (Quadro 22). Os teores médios de carbono encontrados foram de 1,1% na camada superficial e 0,6% na subsuperficial. O valor mâximo, 1,4%, foi encontrado no solo sob cerrado.

72 B. Cient. Inst. Agron., Campinas, 7,1987 Quadro 22. Caracterïsticas fl'sicas e quimicas do perfil 1347 - Unidade Bonfim - Amostras de laboratório nQ 723 a 730

Fraçôes da Composiçâo granulométrica Densidade Horizonte amostra total da terra fina % g/cm3 % Argita Grau de Silte Poro- dispersa floco- sidade Casca- Terra Areia Areia em âgua laçâo Profun- Calhau Silte Argila Argila % lho fina grossa fina Sfmbolo didade >20 0,05-0,002 <0,002 % % (Volume) 20-2 <2 2-0,20 0,20-0,05 Aparente Real cm mm mm mm mm mm mm mm

Ap 0-33 0 0 100 41 33 20 0,1 1,10 2,53 57 A3 33-58 0 0 100 36 21 38 33 13 0,1 . . . Bl 58-100 0 0 100 29 20 46 41 11 0,1 1,26 2,63 52 B21 100-120 0 0 100 44 0 100 0,1 1,17 2,60 55 B22 120-170 0 0 100 30" 47 0 100 0,1 1,21 2,70 55 B23 170-210 0 0 100 27 20 48 0 100 0.1 . . . . . • , ,

B24 210-250 0 0 100 26 21 47 0 100 0,1 • • i • . . B25 250-300 0 0 100 24 18 51 0 100 0,1

Sat. com pH Bases trocâveis Valor S Acidez Hidrogênio Valor V 2 (Ca, Mg, trocâvel extrai'vel Valor T alumi'nio 2 3 + Z(S,A1, H) 100.S 3 Horizonte ÄpH a2 Mg * K) (Al *) H 100.AI * Agua KQN L * T S + Al3* meq/100g % %

Ap 5,6 4,7 •0,9 1,3 0,6 0,15 2,1 0,1 2,4 4,6 45 5 A3 5,1 4,4 •0.7 0,7 0,1 0,04 0,8 0,4 2,2 3,4 24 32 Bl 5,2 4.6 -0,6 1.0 0.1 0,02 1,1 0,1 1,6 2,8 40 8 B21 5,3 5,0 •0,3 0,5 0,1 0,02 0,6 0,0 1,4 2,0 31 0 B22 5,5 5.5 0,0 0,6 0.1 0,02 0,7 0,0 1,3 2,0 36 0 B23 5,7 5,9 0,2 0,6 0.1 0,02 0,7 0,0 1.2 1.9 38 0 B24 5,6 6,1 0,5 0,7 0,1 0,02 0,8 0,0 0,8 1,6 51 q B25 5,8 6,3 0,5 0,4 0,1 0,02 0,5 0,0 0,7 1,2 43 0

Relaçôes moleculares

Ataque sulfûrico (H2SO4 1:1) % C Fe2O3 P N C SiO2 SiO2 Horizonte (oigânico) Uvre solûvel AI2O3 % % N A12O3 R2O3 % ppm SiO] A12O3 Fe2O3 TiOj Fe2O3 (KJ) (Kr)

Ap 1.1 0,09 12 10,2 14,0 10,4 1,9 1.2 0,8 1,3 A3 0.6 0,07 9 8,6 13.4 10,4 1,9 1.2 0.7 1,2 Bl 0.6 0.05 12 9,4 15,0 12,0 2,0 1,1 0,5 1,2 B21 0,6 6,08 8 9,0 14,0" 9,6 1,6 U 0,8 1,0 B22 0,5 0,04 13 10,2 15,0 11,0 2,3 1,2 0,8 1,3 B23 0,3 . . . 9,4 15,6 10,4 2,0 1,0 0,7 1,5 B24 0,3 11.0 16,6 12,6 2,3 l.l 0,8 1,3 B25 0,3 ... 10,0 17,5 12.1 2.2 i.o 0,7 1,4

74 B. Cient. Inst. Agron., Campinas, 7, 1987 Quadro 21. Média (x), minimo, màximo e desvio-padräo (s) de varias caracterîsticas de amostras da camada superficial 0-20 cm (a) e subsuperficial 60-80 cm (b) de solos da unidade Bon fi m

Numero Caracteri'stica nada de x Minimo Maximo s pontos pHH,0 a 12 5,1 4,7 5,7 0,3 b 28 4,9 4,3 6,1 0,5 pHKCl a 12 4,3 3,8 4,8 0,3 b 28 4,4 3,8 5,6 0,4

a 12 1,1 0,9 1,4 0,2 b 28 0,6 0,3 1,0 0,2 s(-) a 12 1,3 0,2 2,5 0,8 b 28 0,6 0,0 2,9 0,7

a 12 0,5 0,1 1,6 0,5 b 28 0,4 0,0 1,1 0,3

CTC(3) 28 6,2 2,1 10,6 2,1

a 12 29 6 52 15,7 b 28 23 1 74 20,2

RC(3) a 12 5,7 4,3 8,9 1,5 b 28 2,5 0,8 6,7 1,5

m(') a 12 33 4 81 29,3 b 28 49 0 98 28,8

Argüa(') a 12 31 25 44 4,9 b 28 41 36 52 5,2

SilteO) a 12 2 0 4 1,3 b 28 3 0 6 1,8

Areia finaO) a 12 35 20 45 8,8 b 28 30 14 41 7,8

Areiagrossa(l) a 12 32 21 49 8,8 b 28 26 20 40 5,8

FejO30) b 12 10 4 15 3,2

(0%. Oe.mg/lOOgTFSA. (3)e.mg/100g argila.

B. Cient. Inst. Agron., Campinas, 7, 1987 73 essencialmente quartzitica em material de origem diverso daquele dos latossolos roxos deve ter contribuido para a diminuiçâo absoluta do ferro total, excluindo-os daquela classe. Comparando-se com os latossolos vermelho-escuros textura argilosa até entäo identifica- dos nos levantamentos das quadriculas de Campinas (0L1VEIRA et alii, 1979), Araras (OLIVEIRA et alii, 1982a). Säo Carlos (OLIVEIRA & PRADO, 1984) e Brotas (ALMEIDA et alii, 1982) - Unidade Limeira - observa-se que os solos da unidade Bonfim apresentam teores de argila relativamente bem mais rriodèstos, raramente ultrapassando 50%, e de areia grossa bem mais elevados, geralmente superiores a 30%. Essa contri- buicäo bem mais expressiva de areia levou-nos a considerâ-los como unidade especifica, dando-lhes a deno- minaçâo de Bonfim, por ocorrerem próximos à localidade de Bonfim Paulista. Esses solos apresentam, portante, além das caracterfsticas pertinentes aos latossolos ver- melho-escuros, as seguintes: . 1) horizonte A moderado; 2) textura argilosa ao longo do perfil, com, todavia, apreciâvel teores de areia grossa (ainda nào definidos, sendo, porém, comuns aqueles acima de 30%); 3) horizonte B com aparência apédica ou com estrutura subangular fraca; 4) carâter distrôfico ou âlico; 5) material de origem: diabâsio ou basalto com apreciâvel contribuiçâo de arenitos. No Planalto Ocidental (Jaboticabal, Ibitinga), o primeiro autor encontrou latossolos vermelho-escuros argilosos e que apresentam também apreciâveis teores de areia grossa. Esses solos se rela- cionam corn rochas referidas nos mapas geológicos (SÄO PAULO, 1974, 1981a) como formaçâo Bauru. Apesar de nâo terem ainda sido cartografados como unidade espedfica, achamos conveniente diferenciâ-los dos da unidade Bonfim, provenientes de rocha bâsica.

Caracteristicas morfológicas e analiticas Os solos dessa unidade sâo profundos, friâveis ao longo do perfil, com aparência apédica no horizonte B2 ou com estrutura subangular fraca, e de coloraçâo bruno-avermelhado-escura (2.5YR 3/4, 3/5) ou vermelho-escura (2,5YR 3/5, 3/6) nesse horizonte. O sub-horizonte Bl pode apresentar estrutura um pouco mais desenvolvida, chegando, contudo, no mâximo a subangular moderada. O horizonte Ap, devido ao intenso uso agricola, nâo apresenta uma organizaçâo estrutural definida, mas, sim, torröes pequenos e médios, sem superficie de fraqueza bem definida. O horizonte Al, quando presente, mostra estrutura granular média e pequena moderada. A diferença de cor entre a camada superficial (Ap ou Al) e o horizonte B é geralmente discreta, sendo difi'cil codificâ-las na tabela Munsell (MUNSELL, 1954). Comparando-se, contudo, os torröes entre si, observa-se que os da camada superior säo ligeiramente mais escuros. Dados anah'ticos (Quadro 21) mostram valores médios de pH em âgua de 5,1 e 4,9 nas camadas superficial e subsuperficial respectivamente: indicam tratar-se de solos fortemente âcidos;os valores extremos, de 4,7 e 5,7 para a camada superficial, correspondem, respectivamente, a solos sob cerrado e culti- vados com cana-de-açûcar. Em todas as amostras coletadas, ele foi superior ao pH em KO. Contudo, no perfil 1347, adiante descrito, a partir de 120 cm, o valor A pH torna-se positivo. Ê possfvel que urn maior numero de pontos pudesse apresentar essa caracterfstica se tivessem as amostras sido coletadas à profundidade supe- rior a 80 cm (Quadro 22). Os teores médios de carbono encontrados foram de 1,1% na camada superficial e 0,6% na subsuperficial. O valor mâximo, 1,4%, foi encontrado no solo sob cerrado.

72 B. Cient. Inst. Agron., Campinas, 7, 1987 Variaçôes e inclusöes Como variaçâo, observamos alguns solos com horizonte A proeminente e, como inclusào, solos das unidades Dois Córregos e Laranja Azeda.

Area ocupada e descriçâo da paisagem Os solos da unidade Hortolândia se estendem por 19.657,0 ha, correspondendo a 65,56% dos latossolos vermelho-escuros e a 6,85% da area total. Desse total, apenas 1.562,5 ha foram mapeados como unidade simples, distribuindo-se os restantes por associaçôes com outras unidades, a saber: Àgua Vermelha (LE2 + LRd2); Dois Córregos (LEI + Le2, Le2 + LEI ) e Bonfim (LE2 + LE3). Esses solos ocorrem geralmente em situaçâo de sopé de encosta, em cotas mais baixas do que a dos latossolos roxos, como se póde observar no mapa pedológico (OLIVEIRA & PRADO, 1983). Nas cotas imediatamente abaixo é comum encontrarem-se as areias quartzosas como membro da seqüência. As âreas mais importantes de ocorrência desses solos se distribuem na porçâo oriental da quadrfcula, especialmente no quadrante sudeste, entre Sâo Simâo e Serra Azul. Seu material de origem é proveniente de arenitos das formaçôes Botucatu e Pirambóia, com apreciâvel contribuiçâo de material oriundo de rochas bâsicas. As vegetaçôes primitivas eram o cerrado e o cerradâo, dos quais ainda se encontram teste- munhos na porçâo sudeste da quadricula. Culture de cana e reflorestamento corn eucalipto e pinus sâo os principals usos desses solos na regiâo.

Restriçôes edâficas Sâo solos com boas condiçôes fisicas. Os de textura mais grosseira (< 30% argila) podem apresentar alguma limitaçâo devido à aparente menor capacidade de retençâo de âgua. A baixa fertilidade, sua limitaçâo mais importante, é,contudo, facilmente eliminada através do manejo adequado do solo.

Unidades afins e caracten'sticas diferenciais Os solos da unidade Hortolândia diferenciam-se dos da Dois Córregos pelo maior teor de argila, e dos da Bonfim e Limeira pelo menor conteûdo daquela fraçâo.

4.1.2.3. Unidade Bonfim (LE-3)

Classificaçâo Latossolo Vermelho-Escuro élico distrófico ou écrico, A moderado, textura argilosa. Typic Haplorthox (USA). Rhodic Ferralsol (FAO). Solo ferralitico fortemente dessaturado no horizonte B (Fr).

Conceito de unidade Ao longo dos levantamentos pedológicos das quadri'culas de Ribeirâo Preto e Jaû, registra- ram-se solos derivados de basalto, argilosos e bastante semelhantes em cor aos latossolos roxos, diferindo deles por apresentarem teor de Fe2O3 inferior a 18%. Como mencionado, o teor mais elevado de areia grossa

B. Cient. Inst. Agron., Campinas, 7, 1987 71 Quadro 20. Média ( x), m mimo, mäximo e desvio-padräo (s) de varias caracterfsticas de amostras da camada superficial 0-20 cm (a) e subsuperfidal 60-80 cm (b) de solos da unidade Hortolândia

Numero Caracterfstica dada de X Mfnimo Maximo s pontos

pHHjO a 14 5,3 4,2 6,2 0,7 b 38 4,8 4,0 5,6 0,4

pHKCl a 14 5,3 4,2 6,2 0,7 b 38 4,3 3,9 4,9 0,2

a 14 0,9 0,2 1,6 0,4 b 38 0,4 0,2 0,7 0,1

sO) a 14 1,2 0,1 3,1 0,9 b 38 0,3 0,0 3,0 0,5

Al3**3) a 14 0,5 0,0 1,6 0,5 b 38 0,4 0,0 0,8 0,2

38 7,0 2,8 17,8 3,1

v(') a 14 33 6 62 18,9 b 38 16 1 65 13,7

RC(3) a 14 6,9 4,0 11,9 2,4 b 38 2,6 0,8 12,0 1,8

m0) a 14 34 0 82 29,8 b 38 60 0 98 25,0

Argila(') a 14 *JL 20 35 3,2 b 38 30 20 25 4,1

Silte(') a 14 2 0 5 1,7 b 38 2 0 16 2,8

Areiafina(') a 14 /38\ 56 50 8,3 b 38 i » 55 9,2 Areia grossa(') a 14 27 48 7,0 b 38 29 14 44 8,3

Fe,O30) b 11 ® 6 12 1.6

(')%. (2)e.mg/100gTFSA. (3)e.mg/100gargUa.

70 B. Cient. Inst. Agron., Campinas, 7, 1987 Conceito da unidade . Além dascaracteristicas especificas dos latossolos vermelho-escuros. esses solos apresentam: 1) horizonte A moderado. 2) textura média do horizonte B com teor de argila maior que 25% ou. se superior a 20%. com teor de areia fina mais elevado que o de areia grossa. 3) carâter âlico ou distrófico.

Caracteristicas morfológicas e anah'ticas Sào solos profundos, friâveis a mui to friâveis, de textura média, com fraco desenvolvimento de estrutura em blocos no horizonte B e cor vermelho-escurà ou bruno-avermelhado-escura. As diferenças morfológicas ao longo do perfil sâo pouco expressivas, sendo dificil estabelecer as separaçôes de horizontes. Discretas diferenças em cor e estrutura sâo os parâmetros morfológicos encontrados para diferenciâ-los. No quadro 20 sâo assinaldos os valores da média, do mînimo e do mâximo absolutos e do desvio-padrào de varias caracteristicas referentes a 14 amostras da camada superficial e a 38 da subsuperficial. Os valores médios de pH em âgua para aquelas camadas sào de 5,3 e 4,8 respectivamente, identificando, portanto, presença de solos fortemente âcidos, nâo obstante grande parte das amostras corres- pondait! a solos com culturas. O carbono apresenta indices relativamente baixos, com média de 0,9% para a camada superficial e de apenas 0,4 para a subsuperficial. Os valores absolutos mais elevados, 1,6 e 1,4%(*) sâo corres- pondentes a amostras coletadas em cerradâo e cerrado respectivamente. Sao solos pobres em nutrientes, como se pode observar pelas médias da soma de bases da camada superficial: 1,2 e.mg/100g de TFSA e subsuperficial: 0,3. O valor mâximo de 3,0 e.mg para a camada inferior corresponde a um solo cultivado com cana. no quai nào foi coletada amostra da camada superficial. A capacidade de troca de cations média, estimada para a fraçào argila, é de 7,0 e.mg, retratando a baixa atividade coloidal desses solos. Sâo distróficos, com indice médio de saturaçâo em bases de 33 e 16%, respectivamente, para a camada superficial e subsuperficial. O valor mâximo, de 65%, corresponde à amostra coletada em solo sob cultivo de cana de açùcar, acima mencionado, sendo esse eutrofismo, provavelmente, decorrente da aplicaçào de insumos. Em sete^*) das 38 amostras da camada subsuperficial analisadas, o valor da retençâo em cations foi inferior a 1,5 e.mg/100g de argila. identificando, nesses casos, a presença de solos âcricos. Apesar de o aluminio trocâvel nâo ser elevado, como se depreende da média, de 0,5 e.mg/ 100g de TFSA e 0,4, respectivamente, para as camadas superficial e subsuperficial, a saturaçâo em aluminio é superior a 50% em 27 das 38 amostras. Decorre desse fato que a concentraçào de bases é baixa e, conse- qüentemente, pouca expressiva sua atividade iônica na soluçâo do solo, resultando um alto coeficiente de atividade do aluminio trocâvel, nas condiçôes de pH do solo. Assinale-se que quatro amostras apresentaram ao mesmo tempo carâter âcrico e âlico. O teor médio de ferro total obtido em onze amostras da camada subsuperficial foi de 9%. Sâo solos de textura média (franco-argilo-arenosa), sendo a fraçâo areia fina a mais abun- dante, com teor médio de 38 e 39% nas respectivas camadas.

(*) Dados constantes dos arquivos da Seçao de Pedologia.

B. Cient. Inst. Agron., Campinas, 7, 1987 69 Oteor medio de ferro total,' detérmirïadoénï qiiatro amostras, foi de 4%. Os solos dessa unidade apresentàm textura média (franco-arenosa ou franco-argilo-arenosa) ao longo do perfil ou camada superficial, de textura arenosa (areia franca). As areias grossa e fina sâo as fraçoes mais importantes, apresentando valores médios bem próximos, em torno de 40% para am bas as camadas.

Variaçôes e inclusôes As variaçôes mais importantes relacionam-se com cores um pouco menos avermelhadas (3,5YR 4/5, 5/6). Como inclusôes, registraram-se as de solos das unidades Coqueiro e Areia Quartzosa.

Area ocupada e descriçâo da paisagem Os solos da unidade Dois Córregos se distribuem por 8.214,5 ha, correspondentes a 27,40% dos latossolos vermelho-escuros e a 2,80% da area total. Constituem a maior expressâo espacial de latossolos após a Hortolândia. Como unidade de mapeamento simples, corresponde a 4.097,5 ha, sendo os demais repar- tidos em associaçoes com solos,das unidades Hortolândia (LEI + LE2; Le2 + LEI), Coqueiro (LEI + LV1) e Areias Quartzosas (LEI + AQ, AQ + LEI ), cujas âreas respectivas estâo assinaladas no quadro 4. Esses solos ocorrem predominantemente nas partes inferiores das vertentes, em relevo suave ondulado, com déclive da ordern de 2 a 4%, especialmentenoquadrantesudeste; nas proximidades de Serra Azul. As vegetaçôes primitivas ainda preservadas em éreas prôximas a Sâo Simâo, sâo o cerradâo e o cerrado. Sua ocupaçâo principal é com reflorestamento e pastagens, tendo-se registrado significativo aumento da cultura canavieira. O material de origem é constituido de produtos de retrabalhamento de rochas, principal- mente arenitos, das formaçôes Botucatu e Pirambóia com alguma contribuiçâo de rochas bâsicas.

Restriçôes edâficas A baixa fertilidade e a limitada capacidade de retençâo de âgua constituem as Iimitaçôes mais sérias desses solos.

Unidades afins e caracteristicas diferenciais Seus solos diferenciam-se daqueles da unidade Hortolândia pelo maior teor de areias; dos da unidade Coqueiro, pela cor mais avermelhada, e dos da Laranja Azeda, pela cor mais vermelha e pelo maior teor de areias.

4.1.2.2. Unidade Hortolândia (LE-2)

Classificaçâo f Latossolo Vermelho-Escuro âlico ou distrófico, A moderado, textura média.

Typic Haplorthox (USA). ; Rhodic Ferralsol (PAO): Solo ferralftico fortemente dessaturado no horizonté B(Fr).

68 B' Cierit. Inst. Agr'on., Campinas, 7, 1987 Quadro 19. Média ( x), mfnimo, màximo e desvio-padräo (s) de varias caracterfsticas de amostras da camada superficial 0-20 cm (a) e subsuperficial 60-80 cm (b) de solos da unidade Dois Córregos

Numéro Caracterîstica Camada de x Mfrùmo Maximo s pontos pHHjO a 10 4,8 4,0 6,1 0,7 b 13 4,7 4,0 5,3 0,5 pHKCl a 10 4,4 3,8 5,6 0,5 b 13 4,3 4,0 4,7 0,2

C(') a 10 0,7 0,5 0,9 0,1 b 13 0,3 0,1 0,4 0,1 s(-) a 10 0,4 0,0 1,3 0,5 b 13 0,2 0,0 0,6 0,2

3 A1 *(-) a 10 0,7 0,1 1,4 0,3 b 13 0,5 0,2 0,9 0,2

3 CTC( ) b 13 9,7 3,8 15,4 3,1 v(') a 10 13 0 42 15,6 b 13 10 1 31 9,4

3 RC( > a 10 7,5 5,5 11,4 1,9 b 13 3,9 1,4 7,3 1,6 mO a 10 69 10 99 32,8 b 13 73 24 98 22,5

Argila(') a 10 14 11 16 2,1 b 13 18 16 22 2,3

Silte(') a 10 1 0 3 1,0 b 13 1 0 4 1,2

Areia fina(') a 10 42 18 70 13,2 b 13 41 20 59 9,7

Areiagrossa(') a 10 43 19 68 12,7 b 13 40 25 59 8,9

Fe2O3(') b 4 4 3 5 1,0

0)%. (2)e.mg/100gTFSA. (3)e.mg/100gargila.

B. Cient. Inst. Agron., Campinas, 7, 1987 67 Conceito da unidade Alémdascaracteristicas diferenciais de Latossolo Vermelho-Escuro, esta unidade apresenta: 1) horizonte A fraco ou moderado; 2) horizonte B com textura média, sendo o teor de argila inferior a 20% ou, se entre 20 e 25%, a areia grossa prédomina sobre a fina; 3) carâter âlico ou distrófico; 4) horizonte B maciço poroso ou com estrutura subangular fraca. O segundo critério é ainda tentativo. Foi estabelecido por julgarmos ser a distribuiçâo das fracöes areia grossa e areia fina, entre os solos de textura média e arenosa, importante fator no seu comporta- mento hidrico. Os resultados obtidos por-MANFREDINI et alii (1984) nesses solos indicam ter sido adequado aquele julgamento.

Caracterîsticas morfológicas e analiticas Os solos dessa unidade sâo profundos, atingindo vârios metros.de espessura, muito friâveis', com horizonte B de cor vermelho-escura (2,5YR 3/5, 3/6). Apresentam.como os outros latossolos vermelho- -escuros, grande homogeneidade vertical, dificultando a subdivisâo de horizontes, os quais sâo identificados no campo através de pequenas diferenças, especialmente em cor, textura e estrutura. Devido ao teor de argila relativamente baixo, a estrutura é em gérai pouco desenvolvida, sendo representada comumente pela estrutura granular pequena na camada superficial e subangular média no horizonte B, fraca em ambos os casos. Ê muito comum a ausência de unidades estruturais bem definidas por superficies de fraque- zas, e o aspecto maciço poroso. Os elevados teores de areia influenciam também a consisténeia friâvel ou muito friâvel na amostra ûmida ao longo do perfil, nâo pléstica e nâo pegajosa nos horizontes superficiais que apresentam mais de 20% de argila. As médias dos dados analiticos (Quadro 19) indicam serem solos fortemente âcidos, apre- sentando pH em âgua das camadas superficial e subsuperficial médias de 4,8 e 4,7. O valor mâximo, 6,1, verificado na camada superficial, corresponde a uma amostra de solo cultivado corn citros, refletindo, por- tanto, a provâvel influência da aplicaçâo de corretivos. Em virtude da baixa porcentagem de argila, o teor médio de carbono é relativamente baixo, 0,7 e 0,3%, respectivamente, para as camadas superficial e subsuperficial. Convém assinalar que, à exceçào da amostra coletada em cultura de citros, as outras o foram em solos sob reflorestamento, pastagem ou cerrado, condiçôes mantenedoras do nivel de carbono do solo. Em decorrêneia do proprio material de origem (predominantemente quartzoso), e do regime hfdrico de intensa lixiviaçào, esses solos apresentam baixîssimo teor de bases troeâveis, mesmo na camada superficial, geralmente mais bem provida. O valor médio encontrado nessa camada foi apenas de 0,4 e.mg/lOOg de TFSA, descendu para 0,2 na subsuperficial. Em am bas foi registrado valor minimo de 0,0 e.mg/100g de TFSA. O valor mâximo, 1,3, da camada superficial, é devido à aplicaçâo de insumos: ele corresponde ao solo sob cultura de citros mencionado. . O indice médio da capacidade de troca de cations da fraçâo argila foi de 9,7 e.mg/100g, enquanto a saturaçâo em bases apresentou valor médio de 13 e 10%, respectivamente, para a camada super- ficial e subsuperficial, indicando tratar-se de solos essencialmente distróficos. A saturaçâo em alumi'nio, em contrapartida, é bastante elevada, 69 e 73%, qualificando esses solos como élicos.

66 B. Cient. Inst. Agron., Campinas, 7, 1987 I Em trabalhos efetuados em latossolos vermelho-escuros de Sâo Paulo (CENTRO NACIO- NAL DE LEVANTAMENTO E CONSERVAÇAO DOS SOLOS, 1960; CASTRO, 1980; LEPSCH & BUOL. 1974; OLIVEIRA et alii, 1979, 1982a), o material de origem desses solos foi identificado como proveniente do intemperismo de rochas do permocarbonffero, em alguns casos com expressiva contribuiçâo de rochas bâsicas, notadamente diabâsio. Contudo, na bibliografia consultada (SÂO PAULO, 1981b; COMISSÄO NACIONAL. . ., 1973; SÄO PAULO, 1974) nâo se encontrou registro da ocorrência daquelas rochas nesta quadrfcula, a nâo ser em pequena mancha da formaçâo Estrada Nova as margens do rio Pardo (COMISSÄO NACIONAL..., 1974). Sobre este material, porém, nâo identificamos latossolos vermelho-escuros, mas latossolos roxos.

Os latossolos vermelho-escuros de Ribeirào Preto sâo, pois, provenientes do intemperismo das rochas bâsicas, com alguma contribuiçâo de material mais grosseiro, provavelmente arenito. A presença de fraçôes grosseiras (areias) essencialmente quartzosas deve contribuir, quando atinge determinadas proporcöes, na "diluiçâo" dos óxidos de ferro, fazendo corn que o solo, apesar da textura argilosa, apresente teores de ferro total inferiores a 18% e pequena atraçâo pelo magneto, excluindo-o da classe dos latossolos roxos. Sâo exemplos desses solos os da unidade Bonfim. Esse fato levou OLIVEIRA & MENK ( 1984) a sugerirem a utilizaçâo de valores decrescentes

de Fe2O3, à medida que aumenta o teor de areia grossa, para classificar esses solos argilosos derivados de basalto, mas com provâvel importante contribuiçâo de arenitos.

Se, para os solos da unidade Bonfim, o decréscimo de Fe2O3 pode ser imputado ao aumento de areia grossa, para os da unidade Limeira isso nâo é possi'vel, visto ser essa contribuiçâo discreta.

Esses solos, bastante argilosos, de cor muito parecida à dos latossolos roxos, apresentam teor de Fe2O3 mais reduzido, sem que os autores tenham alguma explicaçâo para esse fato, pois o material de origem, aparente- mente, é o basalto, com discreta contribuiçâo de arenitos. Areas de latossolos vermelho-escuros da unidade Limeira, derivados de basalto e circundadas por latossolos roxos, foram também registradas na quadricula de Jaû (ALMEIDA et alii, 1982). Os latossolos vermelho-escuros de textura média, por sua vez, sâo resultantes, nesta quadri- cula, do intemperismo e retrabalhamento de rochas da formaçâo Botucatu, com contribuiçâo variada de material proveniente de roçhas bâsicas. Os latossolos vermelho-escuros perfazem, na quadricula de Ribeirâo Preto, 30.649,00 hectares, os quais correspondem a 13,77% dos latossolos e a 10,63% da area total. Com base na granulometria foram identificadas quatro unidades, todas âlicas: Dois Côrregos, Hortolândia, Bonfim e Limeira. Os de tex- tura média sâo os mais comuns, perfazendo 27.871,50 hectares, correspondentes a 93% dos mesmos. Desses, a unidade mais extensa é a Hortolândia, corn 19.657,00 hectares, os quais correspondem a 65,6% dos latosso- los vermelho-escuros.

4.1.2.1. Unidade Dois Côrregos (LE-1 )

Classificaçâo Latossolo Vermelho-Escuro âlico, A fraco ou moderado, textura média. Quartzipsammentic Haplorthox e Typic Haplorthox (USA). Rhodic Ferralsol (FAO). Solo ferralîtico fortemente dessaturado no horizonte B (Fr).

B. Cient. Inst. Agron., Campinas, 7, 1987 65 loloitolo ROKO Ho»o Aciico Ponlo 2 206 Ki.0.28

Lototsolo Roxo Ro»o Eutrófico Ponlo Z3O6 Ki> 1.5 I

Lotoisolo Roio Ro»o Euirótico Ponlo 3010 Ki • 1.45

14 25" ÏO" 10° 5" 2*

Figura 17. Difratogramas de raio* X de amostras de Latossoto Roxo raso saturadas com Mg2*; temperativa ambiente

A vegetaçâo primitiva nâo mais existe; presume-se, contudo, que tenha sido a mata tropical subperenifólia. O uso atual é principalmente pasto e cana-de-açûcar.

Restriçôes edâficas Sâo solos com boas caracteristicas ffsicas. Apresentam 'como fator limitante mais impor- tante a profundidade efetiva, que, para culturas permanentes, pode significar alguma restriçào.

4.1.2. Latossolos Vermelho-Escuros Esta classe compreende solos de coloraçâo vermelho-escura, vermelha e bruno-avermelhado-

-escura de matiz 4YR ou mais vermelho, valores 3 a 5 e croma 4 ou mais elevado, teores de Fe2O3 total superiores a 8% e menores que 18%, quando argilosos, e usualmente inferiores a 8% quando de textura média (JACOMINE, 1979); Em vista de ser a cor de alguns deles muito parecida com a dos latossolos roxos, a identifi- caçâo de urn e de outro, no campp, é diffcil: o l'mä a auxilia, pois a menor quantidade de magnetita e/ou maghemita existentes em latossolos vermelho-escuros se reflète na menor aderência por atraçâo magnética.

64 B. Cient. Inst. Agron., Campinas, 1; 1987 eiriKCl, nâo obstante em dois deles a diferença tenha sido de apenas 0,1. É provâvel que o teor de matéria orgânica, relativamente elevado desses solos, seja um fator prépondérante na manutençâo dos valores negati- vos de A pH. A variaçâo dos valores encontrados de soma de bases, tanto na camada superficial coino na subsuperficial, é bastante acentuada, pois essa unidade inclui desde solos âcricos até eutróficos. Os indices mfnimo e mâximo foram, respectivamente, de 0,3 e 4,9 e.mg/ 100g de TFSA para a camada superficial, e de 0,0 e 7,5 para a subsuperficial. A média foi de 2,8 e 1,9 e.mg/lOOg de TFSA. Quanto à capacidade de troca de cations a média verificada foi 9,4 e.mg/100g de argila para a camada subsuperficial, enquanto a saturaçâo e m bases apresentou grande variaçâo: os minimos para as camadas superficial e subsuperficial foram de 5 e 1% e, os mâximos, de 75 e 79% respectivamente. A média para aquelas duas camadas foi de 41 e 32%. A média de retençâo de cations de 3,2 e.mg/100g de argila, verificada na camada subsuper- ficial, esta bastante influenciada pelos altos valores encontrados em dois solos, 10,1 e 9,7, pois nos restantes os indices foram inferiores a 2. Os teores de aluminio trocâvel sâo despreziveis: em ambas as camadas, o mâximo absoluto foi de 0,3 e.mg/100g de TFSA e, o médio de Al3*, de 0,1 e.mg/lOOmg de TFSA, enquanto o de saturaçâo em alumfnio foi de 11 e 7%, respectivamente, para a camada superficial e subsuperficial. Sào solos argilosos ou muito argilosos, com teor médio da fraçâo argila de 48% na camada superficial e de 54% na subsuperficial. As outras très fraçôes praticamente se equivalem.

As très amostras analisadas apresentaram para FeaO3 o valor médio de 32% e extremos de 30 e 34%, enquanto os de TiO3(*) foram de 7,6, 8,5 e 10,1%. Os dados encontrados para o conjunto dos latossolos roxos indicam que os valores de óxido de titânio dos latossolos do planalto basâltico sâo, de maneira gérai, superiores àqueles obtidos em outras regiôes do Estado.

Mineralogia da fraçâo argila: Na figura 17, encontramos os difratogramas de raios X da fraçâo argila de latossolos roxos rasos. Observa-se que tanto os solos âcricos (amostra 2.206) como os eutrófi- cos (amostra 3.010) e os de CTC relativamente elevada (amostra 2.308) apresentam difratogramas muito semelhantes quanto à distribuiçâo de picos, destacando-se a caulinita e a gibbsita, e a virtual ausência de interestratificaçâo clorita-vermiculita. Hâ, contudo, apreciâvel diferenciaçâo quanto à altura dos mesmos. Nesse particular, nota- se o melhor desenvolvimento do pico correspondente ao espaçamento basai da gibbsita (4,87 A) do que o da caulinita (7,30 Â) na amostra 2.206, concordante com o indice ki bastante baixo: 0,28. É possi'vel que naja diferença sensiveis nos teores de hematita e goetita, jâ que hâ diferença em cor.

Area ocupada e descriçâo de paisagem Apenas 981,5 hectares, correspondentes a 0,54% dos latossolos roxos e a 0,34% da area total, foram cartografados hessa unidade. Ocorrem em relevo suave ondulado, proximo aos bordos de pequenos platôs situados no Centro-Sul da quadricula.

(*) Dados constantes dos arquivos da Seçào de Pedologi*.

B. Cient. Inst. Agron., Campinas, 7, 1987 63 Quadro 18. Média (x), mfnimo, màximo e desvio-padrifo (s) de varias caracterfsticas de amostras da camada superficial 0-20cm (a) e subsuperfidal 60-80 cm (b) de solos da unidade Latossolo Roxo raso

Numéro Caracteristica Camada de Mînimo Màximo pontos pHHjO a 7 5,8 5,2 6,5 0,4 b 8 5,7 5,1 63 0,4 pHKCl a 7 5,1 4,5 4,9 03 b 8 53 4,6 5,9 0,4

a 7 2,1 1,8 2.5 0,3 b 8 1,6 0.9 23 0,5

s(2) a 7 2,8 0,3 4,9 1,8 b 8 1,9 0,0 7,5 . 2,5

A13+(J) a 7 0,1 0,0 0,3 0.1 b 8 0,1 0,0 03 0,1

CTC(3) b 8 9,4 5,9 12,8 2,6

vO) a 7 41 5 75 25,2 b 8 32 1 79 30,4

RC(3) a 7 5,9 1,2 10,0 33 b 8 3,2 0,0 10,1 3,3

m(') a 7 11 0 53 20,1 b 8 7 0 33 11,8

Argila(') a 7 48 44 54 3,2 b 8 54 43 74 10,2

SUte(') a 7 13 10 20 3,6 b 8 15 9 26 53

AreiafinaO) a 7 21 18 28 3,3 b 8 17 5 28 63

Areia grossa(') a 7 17 10 25 5,2 b 8 14 1 21 6,4

FHO.C) b 3 32 30 34 -

(')%. (2)e.mg/100gTFSA. (3)e.mg/ 100gargua.

62 B. Cient. Inst. Agron., Campinas, 7,1987 Acric Ferralsol, Rhodic Ferralsol (FAO). Solo ferrah'tico pouco dessaturado e solo ferrah'tico muito dessaturado no horizonte B(Fr).

Conceito Até o presente, encontramos estes solos apenas na quadricula de Ribeirào Pre to, sendo, portanto, nosso conhecimento sobre eles bastante restrito. Apresentam como caracten'stica comum a profundidade do sólum inferior a 80 cm, seguida de manto de seixos e calhaus representados por concrecöes ferruginosas, plintita, petroplintita, bancada petroplintica ou rocha decomposta. Cor, saturaçâo em bases e tipo de horizonte A säo bastante variâveis. Essas caracten'sticas, contudo, nào foram levadas em consideraçâo para subdividi-los, devido as diminutas areas de ocorrência. Empregamos apenas a profundidade e a porcentagem de cascalho e calhau para conceituâ-los e delimitä-los cartograficamente. Achamos inoportuno dar a esses solos, com grande amplitude de variaçào nascaracterfsticas morfológicas e qufmicas, uma denominaçào particular.

A partir das apreciaçôes anteriores, decidimos conceituâ-los preliminarmente como latosso- los roxos, apresentando: 1 ) espessura inferior a 80 cm ; 2) esqueleto do solo (cascalho, calhau) inferior a 20%.

As informaçoes que se seguem foram obtidas através dos pontos de observaçâo sistemâtica, visto näo termos coleta de perfil.

Caracteristicas morfológicas Esses solos mostram grande variaçào em cor, quer no horizonte superficial, quer no subsuperficial. Nos seis pontos observados, registramos para o horizonte Ap as seguintes notaçôes Munscll: 2.5YR 3/3, 3.5YR 4/6 e 6YR 4/3, e para o horizonte B2: 2.5YR 3/4, 3/5, 4YR 4/6, 5YR 3/3, 3/4, 4/4. A textura ao longo do perfil é argilosa ou muito argilosa, com teores de are ia grossa inferio- res a 20%. Em alguns pontos, observamos cascalho na base do perfil, sempre em proporçao reduzida (inferior a 10%). A consistênciadaamostraûmida é muito friâvel a friâvel, e, a da amostra molhada, pléstica, . e pegajosa. A estrutura do horizonte B tem aspecto maciço poroso (apédica), enquanto no Ap, devido à utilizaçâo agricola, é constitufda de torrôes pequenos e médios, sem superficie de fraqueza definida.

Caracteristicas analiticas A média verificada nesses solos para o carbono, quer para a camada superficial, quer para a subsuperficial, foi a mais elevada entre todas as unidades de latossolos roxos deste trabalho: 2,1 e 1,6% respectivamente. Esses valores, em termos gérais para os solos paulistas, estào entre os mais elevados, exccçào feita para os maldrenados e os situados acima de 1.000 métros de altitude. Observa-se, pelo quadro 18, que os valores médios do pH em âgua, verificados para am bas as camadas, foram, respectivamente,de 5,8 e 5,7. Em nenhum dos pontos o pH em âgua foi inferior ao pH

B. Cient. Inst. Agron., Campinas, 7,1987 61 Quadro 25. Média (x), mfnimo, mâximo e desvio-padrâo (s) de varias caràcteristicas de amostras da camada superficial 0-20cm (a) e subsuperficial 60-80 cm (b) de solos da unidade Laranja Azeda

Numero Caracteri'stica lada de X Minimo Maximo s pontos

pHH2O a 7 5,4 4,6 6,5 0,7 b 11 4,7 4,1 5,3 0,4 pHKCl a 7 4,6 4,0 6,1 0,8 b 11 4,3 4,0 4,7 0,2

CO) a 7 1,1 0,7 1,6 0,3 b 11 0,5 0,3 0,7 0,1 2 s( ) a 7 1,3 0,2 2,9 1,2 b 11 0,3 0,0 0,7 0,2

Al3+(2) a 7 0,6 0,0 1,3 0,5 b 11 0,6 0,2 1,0 0,2

CTC(3) 11 8,0 3,2 11,1 2,1

a 7 29 5 55 23,0 b 11 12 1 26 7,7

RC(3) a 7 8,0 4,6 12,4 3,0 b 11 3,0 1,5 4,9 1,1 m(') a 7 42 0 85 38,4 b 11 64 37 98 20,4

ArgUa(') a 7 24 14 28 5,0 b 11 29 20 35 28,6

SilteO a 7 3 2 7 1,8 b 11 3 1 6 1,9

AreiafinaO) a 7 39 33 49 5,4 b 11 39 33 51 5,8

Areiagrossa(') a 7 34 18 41 7,8 b 11 29 17 40 6,9

(0%. (2)e.mg/100gTFSA. (3)e.mg/ 100g argila.

B. Cient. Inst. Agron., Campinas, 7, 1987 85 em duasglebas. Uma situa-se a sudoeste, à margeni direita do ribeirâo da Onça e a outra em posiçâo oposta, no canto nor-nordeste da quadn'cula, onde ocupa area de relevo suave-ondulado com declividade de 2 a 5%. Suas vegetaçôes originais eram o cerradäo e o cerrado. Atualmente, estào sendo ocupados com pastagem, reflorestamento e cultura de cana-de-açûcar. O material de origem é proveniente de arenitos da formaçào Botucatu.

Unidades aflns e caracteristicas diferenciais Seus solos se diferenciam daqueles da unidade Coqueiro pelo maior teor de argila; dos da Dois Córregos por essa caracten'stica e pela cor mais amarelada, e dos solos da Hortolândia pela cor menos vermelha.

4.1.3.3. Unidade Canchim (LV-3) Classificaçâo Latossolo Vermelho-Amarelo, âlico, distrófico ou âcrico, A moderado ou proéminente, textura argilosa ou média. Typic Haplorthox e Haplic Acrortox (USA). Xantic Ferralsol e Acric Ferralsol (FAO). Solo ferralitico fortemente dessaturado no horizonte B (Fr).

Conceito da unidade Esta unidade foi anteriormente identificada na quadn'cula de Sào Carlos (OLIVEIRA et alii, 1984), onde ocorre no planalto homönimo. Na quadn'cula de Ribeirâo Preto, encontramos, no extremo centro-norte, as margens da Rodovia SP 334 (Ribeirâo Preto-Brodósqui), duas pequenas areas em posiçâo de cimeira, sobrejacentes, portanto, aos basaltos, com latossolos vermelho-amarelos semelhantes aos encontrados no planalto de Sào Carlos. Consideramo-las, por isso, como pertencentes à unidade Canchim. Tais solos, além das caracten'sticas diferenciais comuns aos latossolos vermelho-amarelos, apresentam: 1) horizonte A proeminente ou A moderado, mas com valor e croma iguais ou inferiores a 4; 2) espessura do horizonte A superior a 40 cm; 3) horizonte B2 de cor igual ou mais amarela que 5YR e relaçâo valor/croma igual ou inferior a 4/5; 4) horizonte B de textura média (argila > 30%) ou argilosa (argila < 50%) e com apreciä- vel teor de areia grossa, estrutura friâvel ou muito friâvel; 5) carâter âcrico ou distrófico; 6) estrutura fraca ou aparência apédica no horizonte B2; 7) material de origem: sedimentos retrabalhados suprabasâlticos.

Os solos identificados nesta quadricula nâo satisfazem integralmente a esses requisitos, fugindo ligeiramente do conceito central, por apresentarem croma 6 no horizonte B2, menor teor de areia grossa, maior de areia fina e menor espessura do horizonte A.

86 B. Cient. Inst. Agron., Campinas, 7, 1987 Além disso, ocorrem segundo o mapa do IPT (SAO PAULO, 1981a) sobre sedimentos correlatos da formaçâo Itaqueri, enquanto os da unidade Canchim estâo sobre outros sedimentos conforme aquele mapa. Apenas quatro pontos e um perfil foram descritos e amostrados. Ê possfvel que esses solos venham a constituir outra unidade, relacionadà especificamente aós sedimentos correlatos da formaçâo Itaqueri, quando a quadn'cula de Franca, onde esses sedimentos ocupam apreciâvel extensâo, for cartogra- fada, e houver, conseqüentemente, maior quantidade de informaçôes sobre eles. Caracteristicas morfológicas e analiticas Em decorrência do relevö suave-ondulado onde esses solos aparecem e da area restrita, näo foi encontrado exposiçâo de perfis em barranco. As obsérvaçôes sâô, pórtarito, referentes a tradagens e ao perfil adiante descrito. Todas as obsérvaçôes correspondem a areas agricultadas. Ressaltam como caracteristicas mais.importantes a cor bruno-avermelhada dos horizontes Ap (5YR 4/3) e B2 (5YR 4/6) e a textura franco-argilo-arenosa ao longo do perfil. No quadro 26 encontram-se os valores mâximo e mfnimo verificados em quatro amostras de solo. Observa-se que sâo âcidos, bastante desbasificados, distróficos e âlicos.

Restriçôes edéficas Sâo solos com boas propriedades fisicas e relevo adequado à mecanizaçâo intensiva. Con- tudo, encontram limitaçôes importantes qüanto à fertilidade, baixa réserva em nutrientes e elevada saturaçâo em alumfnio. Ârea ocupada e descriçâo da paisagem Apenas 385,0 hectares, correspondentes a 3,4% dos latossolos vermelho-amarelos e a 0,13% da ârea total, foram cartografados nessa unidade. Ocorrem em relevo aplainado a suave-ondulado com déclive de 1 a 3%. Nâo foi observada ârea alguma com vegetaçâo primitiva, a quai séria provavelmente o cerradâo; o uso atual esta representado por pastagens e cultura de soja. O material de origem, segundo o mapa geologico do IPT (SÄO PAULO, 1981a) é consti- tufdo de sedimentos correlatos à formaçâo Itaqueri.

Unidades afins e caracteristicas diferenciais Diferenciam-se dos solos da unidade Laranja Azeda pela textura ligeiramente mais argilosa; dos da Itororó pelo teor de argila inferior a 50% e pelo horizonte A mais claro.

Perfil 1351 - Unidade Canchim (Figura 20) Classificaçào Latossolo Vermelho-Amarelo âcrico, textura média. Haplic Acrorthox (USA). OrthicFerralsol(FAO). Solo ferralitico fortemente dessaturado no horizonte B (Fr).

Localizaçâo Quadricula de Ribeirâo Preto. Folha de Serrana. Coordenadas UTM 7.672-7.674 km N. e 22-222 km E. (Figura 21).

B. Cient. Inst. Agron., Campinas, 7, 1987 87 I Altitude: 850 métros. Situaçâo e déclive: topo de colina com déclive inferior a 2%. Relevo: suave-ondulado. Material de origem: cobertura argilosa, de origem desconhecida. Vegetaçâp original: cerradâo. Cobertura atual: pastagem.

Quadro 26. Valores mfnimo e màximo da camada superficial (0-20 cm) (a) e subsuperficial (60-80 cm) (b) de varias caracte- risticas de amostras de quatro solos da unidade Canchim Caracterfstica Camada Mfnimo Maximo pHH,0 a 4,8 5,6 b 4,6 4,9

a 0,8 1,5 b 0,4 0,9

a 0,4 1,6 b 0,0 0,3

a 0,1 0,7 b 0,1 0,8

CTC(3) 5,1 6,2 v0) a 11 52 b 1 15

RC(3) a 2,8 5,6 b 0,5 2,1 m(0 a 6 63 b 23 98

ArgUa(') a 27 35 b 36 41

Süte(') a 2 3 b 2 3

AreiafinaO) a 18 37 b 17 32

Areia grossa(') a 33 45 b 26 41 0)%. (2)e.mg/100gTFSA. (3)e.mg/100g argua.

88 B. Cient. Inst. Agron., Campinas, 7, 1987 Figura 20. Perfil de Latossolo Vermelho-Amarelo âcrico, unidade Canchim. Municipio de Brodosqui

Figura 21. Localizaçao do perfil 1351 na Folha de Serrana. IBGE. Carta do Brasil, escaia 1:50.000. Folha SF-23-V-C-I-2 (Reduçào do original)

B. Cient. Inst. Agron., Campinas, 7, 1967 89 1351 Al - 0-17cm; bruno-avermelhada (5YR 4/3. umida); franco-argilo-arenosa; granular pequena mode- a rada; friâvel, ligeiramente plastica e ligeiramente pegajosa; transiçào gradual e plana.

1351 A3 - 17-33cm; bruno-avermelhada (5YR 4/3,5, Cimida); franco-argilo-arenosa; granular pequena b fraca; friâvel, ligeiramente plastica e ligeiramente pegajosa; transiçào difusa e plana.

1351 BI — 33-58 cm; bruno-avermelhada (5YR 4/4, ûmida);franco-argilo-arenosa; subangular média fraca; c friâvel, ligeiramente plastica e ligeiramente pegajosa; transiçao difusa e plana.

1351 B21 - 58-90cm; bruno-avermelhada (5 YR4/5, umida); franco-argilo-arenosa; subangular média fraca; d friâvel, ligeiramente plastica e ligeiramente pegajosa; transiçào difusa e plana.

1351 B22 - 90~130cm; bruno-avermelhada (5YR 5/6, umida); franco-argilo-arenosa; subangular média e fraca, muito friâvel, ligeiramente plastica e ligeiramente pegajosa; transiçào difusa e plana.

1351 B23 - 13O-2OOcm; bruno-avermelhado-clara (5 YR 5/6, umida); argilo-arenosa; subangular média f fraca, tendendo para apédica; muito friâvel, ligeiramente plastica e ligeiramente pegajosa.

1351 B24 - 200-250 cm; bruno-avermelhado-clara (5YR 5/6, umida); franco-argilo-arenosa. g

1351 B25 - 250-300cm;bruno-avermelhado-clara (5YR 5/6, ümida); argilo-arenosa. h

ObservacÖes: raizes finas comuns nas quatro primeiras camadas, poucas na quinta e sexta. A partir de 200 cm, as amostras foram obtidas através de tradagens.

4.1.3.4. Unidade Itororó (LV-4) Classificaçâo Latossolo Vermelho-Amarelo âlico ou âcrico, A proéminente, textura muito argilosa. Typic Haplohumox (USA). Humic Ferralsol (FAO). Solo ferralitico fortemente dessaturado no horizonte B, hum(fero (Fr).

Conceito da unidade No levantamento de solos da quadricuia de Sâo Carlos, foram encontrados, nas superficies mais allas, solos de coloraçào brunada, textura muito argilosa, derivados de sedimentos suprubasâlticos, os quais foram identificados como unidade ltororo (OLIVEIRA et alii, 1984). Na quadricuia de Ribeirào Preto, verificamos também numa pequena ârea situada no extremo sudoeste em topo de elevaçao a 700-720 m de altitude, a ocorrència de solos semelhantes àqueles, identificados, por isso, tentativamente, como unidade ltororo. Esses solos se assemelham aos latossolos variaçâo Una mencionados (item 4.1.1.5). Con- tudo, devido à sua posiçâo litoestratigrâfica aliada à morfologia e aos dados analiticos, achamos conveniente identificâ-los como Latossolo Vermelho-Amarelo, unidade Itororô.

90 B. Cient. Inst. Agron., Campinas, 7, 1987 Quadro 27. Caracteri'sticas f isicas e quimicas do perfil 1351 — Unidade Canchim — Amostras de laboratório n° 1.047 a 1.055

Fracöes da Composiçâo granulometrica Öensidade Horizonte amostra total 3 da terra fina % g/cm % Argila Grau de Silte Poro- dispersa fk> co- sidade Profun- Calhau Casca- Terra Areia AreU em âgua la çâo % Iho grossa Silte Argila Argila didade >20 fina fina 0,05-0,002 <0,002 % % (Volume) Sîmbolo 20-2 <2 2-0,20 0,20-0,05 Aparente Real cm mm mm mm mm mm mm mm

AI 0-17 0 0 100 26 38 6 30 22 27 0,2 1,35 2,63 49 A3 17-33 0 0 100 25 41 4 30 25 17 0,1 Bl 33-58 0 0 100 23 40 5 32 27 16 0,2 1,21 2,63 54 B21 58-90 0 0 100 23 41 4 32 28 13 0,1 . . . B22 90-130 0 0 100 23 36 6 35 31 11 0,2 1,14 2,67 57 B23 130-200 0 0 100 20 35 8 37 32 14 • 0,2 B24 200-250 0 0 100 23 38 4 35 9 74 0,1 . . . B25 250-300 0 0 100 23 38 3 36 0 100 0,1

PH Bases tiocaVeis Valor S Acidez Hidrogénio Sat.com Valor T Valor V 2 (Ca, Mg, trocàVel extrai'vel aluminio 2 3 2(S,A1,H) 100.S 3 Horizonte A pH Ca * Mg'* K* K) (AI *) H* 100. AI * Agua KC1N T 3 meq/100g S + AI % %

AI 5,8 4,9 -0,9 1,5 0,5 0,03 2,0 0,1 3,6 5.7 35 5 A3 4,9 4,3 -0,6 0,2 0,0 0,02 0,2 0,6 3,7 4,5 5 73 Bl 5,0 4,4 -0,6 0,3 0,1 0,02 0.4 0,5 3,3 4,2 10 54 B21 5,0 4,6 •0,4 0,3 0,1 0,06 0,5 0,2 3,0 3,7 13 30 B22 5,1 4,7 •0.4 0,2 0,0 0,02 0,2 0,1 2,5 2,8 8 31 B23 5,1 4,9 -0,2 0,0 0,0 0,02 0,2 0,0 2,8 3,0 7 0 B24 5,2 5,2 0,0 0,2 0,0 0,02 0,2 0,0 2,3 2,5 9 0 B25 5,3 5,4 0,1 0,1 0,0 0,00 0,1 0,0 2,0 2,1 5 0

Relaçôes moleculares Ataque sulfurico (H2SO4 1:1)% Fe O P C N C SiOj SiO 2 3 Horizonte (orgânico) 2 livre sol û vel AI2O3 % % N A12O3 R2O3 % ppm SiO2 A12O3 Fe2O3 TiO2 Fe2O3 (Ki) (Kr)

Ap 1,2 0,09 13 6,2 10,7 7,1 2,1 1,0 0.7 2,3 A3 0,9 0,08 13 6,2 10,7 7,0 1,8 1,0 0,7 2,4 Bl 0,7 0,06 12 6,4 11,0 6,8 2,0 1,0 0,7 2,5 B21 0,6 0,08 8 6,2 10.4 6,6 1.8 1,0 0.7 2,4 B22 0,5 0,05 10 6,6 12,0 7,5 2,4 0,9 0,7 2,5 B23 0,5 0,04 13 7,6 12.9 5.3 2,9 1,0 0,8 3,7 B24 0,4 0,04 10 6,9 12,3 7,5 2,3 1,0 0,7 2,5 B25 0,4 0,04 13 6,6 12,6 7,1 2,3 0,9 0,7 2,7

B. Cient. Inst. Agron., Campinas, 7,1987 91 Essa unidade é conceituada pelos seguintes paramétras: 1) horizonte A proeminente; 2) teor de carbono por metro quadrado/0,5 metro de profundidade superior a 12 kg; 3) horizonte B2 de coloraçâo 4YR ou mais amarela corn estrutura maciça porosa aparen- temente apédica ou corn estrutura subangular no mâximo fraca/moderada; 4) textura do horizonte B argilosa ou muito argilosa; 5) carâter distrófico ou âlico; 6) material de origem: sedimentos muito argilosos suprabasâlticos (terciârios ? ). Foram coletadas amostras apenas do perfil adiante descrito. Observa-se ligeira variaçào do conceito central da unidade Itororó, pois o teor de carbono ultrapassa 10, mas nào atinge 12 kg.

Consideraçôes gérais sobre os solos O mapa geológico do IPT (SÄO PAULO, 1981a), provavelmente devido a pequena escala (1:500.000), assinala apenas a formaçâo Serra Gérai para a regiâo, e mesmo o Mapa Geológico do Nordeste do Estado de Sâo Paulo (COMISSÄO NACIONAL DE ENERGIA NUCLEAR, 1973), elaborado na escala 1:50.000, nâo faz outra referência, a nâo ser a daquela formaçâo. Essa pequena ocorrência pedológica nos parece constituir testemunho importante no bali- zamento das antigas coberturas suprabasâlticas do Estado de Sâo Paulo; relaciona-se àqueles assinaladas nos mapas geológicos nos altos da Serra de Sào Pedro e Cuscuzeiro como formaçâo Itaqueri, a mais ou menos 130 e 100 km, respectivamente, rumo sudoeste e aquelas relacionados com os sedimentos correlatos à forma- çâo Itaqueri, no planalto de Franca, a 100 km no rumo nordeste. Assinale-se que na superficie mais elevada da quadricula de Descalvado — Serra de Canaà, a 910 métros de altitude, OLIVEIRA et alii (1984) registraram, acima dos basaltos que a circunscrevem, uma pequena area com solos derivados de coberturas suprabasâlticas, correlacionados por aqueles autores corn os solos do planalto de Sâo Carlos. Essa ârea se erveontra a 33 km no sentidosul-noroeste-nor-sudeste daquela ocorrência. A julgar pelos dados do perfil adiante descrito sâo solos âcidos, bastante dessaturados e, conseqüentemente, distróficos, com elevados teores de argila. Apresentam em relaçâo aos solos dessa unidade

descritos em Sâo Carlos (OLIVEIRA et alii, 1984) teor mais elevado de Fe2O3 e de TiO2, indicando provâvel diferença de material de origem. Toda a ârea mapeada, na ocasiçâo, estava coberta corn cultura de café e pastagem. A vegetaçâo primitiva, contudo, séria provavelmente a mata tropical subdecidua.

Restriçôes edéficas Os solos da unidade Itororó apresentam como principal limitaçâo a baixa fertilidade, em gérai associada a teores de aluminio suficientemente elevados para indicar o carâter âlico.

Unidades afins e caracteristicas diferenciais

Diferenciam-se dos solos da unidade Canchim pelo maior teor de Fe2O3 e de argila ao longo do perfil, além de um horizonte A mais rico em matéria orgâniça, e dos solos da Jardinópolis pelo

menor teor de Fe2O3.

92 B. Cient. Inst. Agron., Campinas, 7,1987 Perfil 1353 - Unidade Itororó Classificaçào Latossolo Vermelho-Amarelo âcrico, A moderado, textura muito argilosa. Haplic Acrorthox (USA). Orthic Ferralsol (FAO). Solo ferralîtico fortemente dessaturado no horizonte B (Fr).

Localizaçâo Quaddculade Ribeirâo Preto. Folha de Bonfim Paulista. Coordenadas UTM 7.624-7.626 km N. e 190-192 km E. (Figura 22).

Altitude: 715 métros. Situaçâo e déclive: topo com déclive inferior a 5%. Relevo: suave-ondulado. Material de origem: cobertura muito argilosa, de origem desconhecida. Vegetaçâo original; mata tropical subcaducifôlia. Cobertura atual: pastagem.

Figu« 22. LocalizaçSo do perfil 1353 na folha de Bonfim Paulista. IBGE, Carta do Biasil, escala 1 50.000. FoDia SF-23-V-C-1-3,1971. (Reducâo do original)

B. Cient. Inst. Agron., Campinas, 1,1987 93 Quadro 28. Caracten'sticas f isicas e quimicas do perfil 1353 - Unidade Itoioró -

Perfil nQ 1353 Amostras de laboratório n° 1.064 a 1.072

Fraçôesda Composicâo granulométrica Horizonte a mostra total Densidade da terra fina % g/cm3 % Aigila Grau de SUte Poro- dispersa floco- sidade Casca- Terra Areia Areia em âgua Profun- Calhau Silte ArgUa laçfo % Dio fina grossa fina Argila Simbolo ddade >20 0,05-0,002 <0,002 % % (Volume) 20-2 <2 2-0,20 0,2(M),05 Aparente Real cm mm mm mm mm mm mm mm

AU 0-16 0 0 100 13 15 14 58 42 . 28 0,2 1,07 2,53 58 A12 16-32 0 0 100 8 9 17 66 45 34 0,3 1,24 2,41 18 A3 32-62 0 0 100 10 10 17 63 47 25 0,3 1,35 2,53 47 Bl 62-94 0 0 100 5 6 12 77 46 40 0,2 1,09 2.38 54 B22 94-125 0 0 100 6 6 12 76 16 78 0,2 0,90 2,60 65 B3 125-160 0 0 100 6 7 11 76 1 99 0,1 . . . . , II Cl 160-200 0 0 100 5 6 13 76 0 100 0,2 U C2 200-240 0 0 100 6 6 13 75 0 100 0,2 . . . III Cl 240-280 0 0 100 11 16 14 57 0 100 0,2

Sat. com PH Bases trocaveis Valor S Acidez Hidrogênio Valor T Valor V £(Ca, Mg, trocâvel extra ï'vel aluminio 2+ 2 + 3 Z (S, AI, H) 100.S 3 Horizonte A pH Ca Mg *. K K) (AI *) H* 100.A1 * Âgua KC1N T S + AI3* meq/lOOg % %

All 5,5 4,5 1,0 2,8 1.6 0,57 5,0 0,1 5,9 11,0 45 2 A12 5,4 4,5 •0,9 3,1 1.3 0,14 4,5 0,3 5,5 10,3 44 5 A3 5,1 4,4 -0,7 2,3 0,9 0,08 3,3 0,5 5,6 9,4 35 13 Bl 5,1 4,4 -0,7 1.0 0,4 0,05 1,4 0,5 4,2 6,2 24 26 B22 5,3 4,6 -0.7 0.3 0,2 0,05 0,6 0,3 3,9 4,8 12 . 33 B3 5.2 4,6 -0,6 0.2 0,3 0.05 0,6 0.1 3.8 4,4 12 14 II Cl 5,1 4,9 0,2 0,3 0.3 0,04 0,6 0,0 3.2 3,8 17 0 II C2 5,3 5,1 -0.2 0,2 0,2 0,04 0,4 0.0 3.1 3,5 12 0 III Cl . 5,5 5,3 -0.2 0,2 0,1 0,04 0,3 0,1 2,4 2,8 12 25

Relacöes moleculaies - Ataque sulfürico (H2SO4 1:1)% C Fe2O3 P N C SiOj SiO2 Horizonte (orgânico) Uvre sol live! AI2O3 % % N A12O3 R2O3 % ppm SiO] A12O3 FejO3 TiO2 Fe2O3 (Ki) (Kr)

All 2,0 0,17 12 20,8 16,8 13,5 3,7 2,3 1,3 1,9 31 A12 1,6 0,14 11 16,0 15,2 15,4 4,2 1,8 1,1 1,5 11

A3 1,6 0,16 10 16,8 14,1 17,4 4,2 2,0 1,1 1,3 , , , t Bl 0,8 0,06 13 20,8 17,3 15,7 4,2 2,0 1,3 1,8 2 B22 0,8 0,06 13 21,6 17,9 15,7 4,2 2,0 1.3 1,8 2 B3 0.7 0,05 14 20,4 ...17,9 16,1 4.2. 1,9 1,2 1.7 . - • ... II Cl 0,6 0,05 12 . 22^: * 16,5 :. 5,2 2,2 1,3 1,6

II C2 ' 0,5 0,04 13 21,0 , 17,3 22,9 5,2 2,1 1,1 , 1.2 ... t t

III C) 0,2 17,6 ' 14,4 27,4 ' 4,0 2,1 0,9 2,8 . •». ...

94 B. Cient. Inst. Agron., Campinas, 7, 1987 1353 All - (M6cm; bruno-avermelhada (5YR 5/3, ûmida); argilosa; granular média forte; dura, firme, a plâstica e mui to pegajosa; transiçào ciara e plana.

1353 A12 - 16-32cm; bruno-escura (7,5YR 4/4. ûmida); muito argilosa; subangular média moderada; b muito dura, firme, plâstica e muito pegajosa; transiçâo clara e plana.

1353 A3 - 32-62 cm; bruno-escura (7,5YR 4/5, ûmida); muito argilosa; subangular média moderada; muito c dura, firme, plâstica e pegajosa; transiçâo abrupta e plana.

1353 BI •- 62-94cm; vermelho-amarelada (5YR 5/6, ûmida); muito argilosa;subangular média moderada; d macia, friâvel, ligeiramente plâstica e ligeiramente pegajosa; transiçâo difusa e plana.

1353 B22 - 94-1 25 cm; vermelho-amarelada (5YR 5/6, ûmida); muito argilosa; subangular média fraca e tendendo para apédica; macia muito friâvel, ligeiramente plâstica e pegajosa; transiçâo difusa e plana.

1353 B3 - 125-160cm; vermelho-amarelada (5YR 5/6, ûmida); muito argilosa; maciça porosa; macia, f muito friâvel, ligeiramente plâstica e ligeiramente pegajosa.

1353 IIC1 - 160-200cm;bruna(7,5YR 5/4, ûmida); muito argilosa. g

1353 IIC2 - 200-240 cm; bruna forte (7,5YR 5/6, ûmida); muito argilosa. h

1353 IIC3 - 240-280 cm; bruna forte (7,5 YR 5/8, ûmida); argilosa. i

Observaçôes: raizes finas abundantes na primeira camada, comuns até a quinta e poucas na sexta. A partir de 200 cm, as amostras foram obtidas mediante tradagem.

4.1.3.5. Unidade Peroba (LV-5) Classificaçâo Latossolo Vermelho-Amarelo âlico distrófico ou eutrôfico moderadamente drenado, A moderado, textura argilosa. Aquic Haplorthox ? (USA). Orthic ou Xantic Ferralsol (FAO). Solo ferralitico forte, mediana ou ligeiramente dessaturado no horizonte B (Fr). Os solos dessa unidade foram identificados pela primeira vez nesta quadricula. Por ocorre- rem em ârea bastante restrita, as informaçôes sobre eles sâo ainda reduzidas e correspondem as observaçôes de campo, aos dados anah'ticos de treze tradagens e aos do perfil adiante descrito. A conceituaçâo presente é, portanto, preliminar, podendó sofrer alteraçôes quando esses solos forem mais conhecidos. Sua drenagem interna apenas moderada se reflète na acentuada mudança de cor do hori- zonte B2 em relaçâo aos latossolos roxos que se Ihes sucedem nas vertentes, passando de bruno-avermelhado-

B. Cient. Inst. Agron., Campinas, 7, 1987 95 -escura (2.5YR 3/4) para as notaçôes Munscll 4YR aie IÜYR e na presença de mosqueamento nas camadas mais profundas. como as observadas no pert il adiante descrito: Essas condiçôes nào satisfazem. contudo, as exigèneias requeridas pelo subgrupo "Aquic" da classificaçào americana (ESTAOOS UNIDOS. 1975). Em levantamentossemidetalhados. tem-se observado como fato generalizado e de expressào cartogrâfica a presença desses solos com evidentes sinais de deficiência na drenagem interna, refletida na significativa diferença de cor (e nâo necessariamente com aparecimento de mosqueado) em relacâo aos be m drenados. Pela ïmportância pedogeriética e de manejo agricola que apresentam. achamos necessério o estabe- lecimento de critérios taxonômicos que permitam individualizar esses solos em ni'vel de subgrupo.

Os teores de Fe2O3 sâo relativamente baixos para solos derivados de basalto: 5 a 13%.

Acreditamos que as condiçôes de drenagem interna tenham facilitado a remoçâo do Fe2O3 dos perfis e a manutençâodoôxidode titânio, mais resistente à reduçâo em condiçôes de drenagem déficiente (SHERMAN,

1952). Em conseqiiência, résulta uma razào Fe2O3/TiO2 bem inferior àquelas verificadas nos latossolos roxos. e muito superior as dos latossolos Una (SERVIÇO..., 1977, SAKAI et alii, 1983) coin os quais guardam alguma semelhança.

Conceito da unidade Solos derivados de basalto ou diabâsio, moderadamente drenados, de coloraçào bruna ou bruno-avermelhada. com variâveis teores de Fe2O3. mas relativamente elevados para a classe dos latossolos vermelho-amarelos. e baixa relaçâo Fe2O3/TiO2.

Caracteristicas morfológicas e analîticas Os pert'is sâo profundos, corn textura uniformemente argilosa. O horizonte A apresenta coloraçào bruno-avermelhada (4YR 4/3) e bruno-escura (7,5YR 3/4, 4/3, 10YR 4/3), e o B de vermelho- -amarelada (4YR 4/4. 5YR 4/6) a bruno-avermelhado-escura ( 10YR 4/5, 4/6). A estrutura do horizonte B. observada apenas no perfil 1349, adiante descrito, é em blocos subangulares, fraca. O horizonte Ap, quando sob pastagem, apresenta estrutura granular média moderada. Entretanto. nas areas com intenso preparodosolo, as unidades estruturais sâo destrui'das, resultando em uma populaçâo de fragmentos médios e pequenos, se m as superficies de fraqueza, caracteristicas daquelas unidades. Os dados apresentados no quadro 29 indicam tratar-se de solos âcidos em superficie com a média do pH em âgua 5.9; na camada subsuperficial. ainda mais baixa: 5,3. O valor médio da soma de bases diminui significativamente da camada superficial, 3.2 e.mg/lOOg TFSA para a subsuperficial, 0,9. o mesmo acontecendo com a saturaçào em bases: 53 e 31% respectivamente. Sâo solos epieutróficos. Em très pontos, na camada subsuperficial, o pH em KC1 foi superior ao em âgua, e sua retençào em cations foi inferior a 1,5 e.mg/100g argila. Sào, nesses casos, Acrorthox.

O teor médio de Fe2O3 determinado em oito amostras da camada subsuperficial é de 10%, variando de 5 a 13%. Na figura 23 sâo apresentados difratogramas de amostra do horizonte B2 do perfil 1349. Observam-se intensas reflexôes nos espaçamentos (7.1 5 Â e 3,57 Â), indicando presença de caulinita, além de gibbsita (4,85 Â). Discreta reflexào referente ao espaçamento de 14,71 Â, o qualnào se expandiu na amostra glicolada. retraindo-se em direçâo a 10° (diagrama nâo constante da figura) na amostra aquecida a 35O°C, indica presença de clorita aluminosa. Infere-se desses dados que, apesar.de a drenagem interna ser menos

96 B. Ciént. Inst. Agron., Campinas, 7, 1987 Quadro 29. Média (x), mfnimo, méximo e desvio-padrâo (s) de varias caracteristicas de amostras da camada superficial 0-20 cm (a) e subsuperficial 60-80 cm (b) de solos da unidade Peroba -

Numéro Caracterîstica Camada de x Minimo Maximo s pontos pHHjO a 8 5,9 5,3 6,5 0,5 b 13 53 4'5 6,3 0,6 pHKCl a 8 53 4,5 6,4 0,7 b 13 4,9 3,9 6,4 0,7 c(') a 8 1,5 1,2 1,9 0,2 b 13 0,7 0,5 1,1 0,2 sO) a 8 3,2 2,0 5,5 1,2 b 13 0,9 0,0 2,4 0,8

A13+O a 8 0,2 0,0 0,5 0,2 b 13 0,3 0,0 1,1 0,4

3 CTC( ) 13 5,6 2,6 8,9 1,9

a 8 53 29 76 13,8 b 13 31 1 74 25,8

RC(3) a 8 8,2 5,1 14,8 3,1 b 13 23 0,0 5,0 1,5 m(') a 8 5 0 19 6,4 b 13 24 0 73 '0,1

Argüa(') a 8 42 34 • 57 8,8 b 13 52 41 67 7,5

Silte(') a 8 9 4 12 2,9 b 13 7 2 12 3,3

Areia fina(') a 8 28 16 35 7,3 b 13 2.2 12 34 7,0

Areiagrossa(') a 8 21 13 35 7,1 b 13 18 7 39 8.3

10 13 2.7

(')%. (2)e.mg/100gTFSA. (3)é.mg/100gargila.

B. Cient. Inst. Agron., Campinas, 7, 1987 97 eficiente do que nos latossolos roxos bem drenados. que se Ihes seguem na encosta, as condiçôes do meio sâo ainda adequadas para imprimir uma paragênesc monossialftica.

Àrea ocupada e descriçâo da paisagem Esses solos foram identificados cm varias pequenas âreas da quadri'cula^ porém, devido à reduzida expressäo espacial. com exceçào de uma delas, entraram como inclusâo e m outras unidades de mapeamento. Apenas 107,5 hectares, representando 0,94% dos latossolos vermelho-amarelos e 0,04% da ârea total, foram cartogra fados, constituindo uma unidade de mapeamento. Ocorrem, como mencionado, associados em catena com os latossolos roxos, especialmente com os da unidade Capâo da Cruz e Baräo Geraldo, ocupando o terço inferior. Seguem-se na paisagem estrei- tas faixas de solos hidromórficos.

3,57 4,^7 4,85 7,15

Figura 23. Difratograma de raios X da fnçâo argila de amostra desferrificada do horizonte B2 de solo da unidade Peroba. perfil 1349, saturada com Mg2* a temperature ambiente (a) e glicolada (b).

98 B. Cient. Inst. Agron., Campinas, 7, 1987 O relevo é su ave-on du la do, constituido de colinas baixas e encostas corn déclive de 5%. O material de origem dos solos mapeados é basalto, e a vegetaçào primitiva era, segura- mente, a mata tropical subdeci'dua. No presente, todas as âreas estào ocupadas com agricultura, destacando-se a cultura canavieira e, secundariamente, com pasto.

Restriçoes edâficas Aparentemente, sào solos com baixa fertilidade, fator limitante mais relevante. Contudo, em manejo adequado, apresentam boa produtividade com uma relaçâo custo/beneffcio razoavelmente negativa. É possîvel que a drenagem interna, moderada, seja uma qualidade do solo no sentido de dispor, nos periodos de veranico, de maior disponibilidade hfdrica para as plantas.

Unidades afins e caracterïsticas diferenciais

Diferenciam-se dos solos da unidade Canchim e Itororó pelo teor de Fe2O3 mais elevado, pela baixa relaçâo Fe2O3/TiO2 e pela drenagem moderada.

Perfil 1349 - Unidade Peroba (Figura 24) Classificaçao Latossolo Vermelho-Amarelo distrofico, A moderado, textura muito argilosa. Typic Hapiorthox (USA). Orthic Ferralsol (FAO). Solo ferralitico fortemente dessaturado no horizonte B (Fr).

Figura 24. Perfil de Latossolo VermeDio-Amaielo distrofico moderadamente drenado. Unidade Peroba. Munki'pio de Ribeîiâo Preto

B. Cient. Inst. Agron., Campinas, 7,1987 99 Quadro 30. Cara eter isticas fisicas e quimicas do perfil 1349 - Unidade Peroba -

Perfiln9 1349 Ajnostras de laboratório n9 740 a 747

FraçÔes da Composicfo granulométrica Densidade Horizont« a mostra »tal da terra fina 7r g/cm3 % Argila Grau de Silte Poro- dispersa floco- sidade Casca- Tena Areia Areia em âgua laçâo Prof un - Calhau Silte Axgila Argila % Iho fin« grossa fina Simbolo didade >20 0,054>,002 <0.002 % % Real ; Vol urne) 20-2 <2 2-0,20 0,20-0,05 Aparente cm mm mm mm mm mm mm mm

Ap 0-23 0 0 100 13 27 10 50 37 26 0,2 1.22 2.60 53 A3 23-40 0 0 100 13 24 9 54 41 24 0,2 1.13 2.60 57 Bl 40-85 0 0 100 7 24 11 57 40 30 0,2 1,06 2,47 57 B21 85-125 0 0 100 12 23 8 57 6 91 0,1 1,04 2.56 59 B22 125-170 0 0 100 11 22 10 57 6 89 0,2 B23g 170-220 0 0 100 10 22 9 59 11 81 0.2 B24g 220-270 0 0 100 9 21 9 61 0 100 0,1

pH Bases troeiveis Valor S Acidez Hidrogênio Sat. com Valor T Valor V 2 (Ca, Mg, tiocivel extra i'vel alumi'nio Horizonte A pH Ca2* Mg2' K) (AI3*) H+ £ (S, AI, H) 100.S 100. AI3* Agua KC1N T S + AI3* meq/lOOg % %

Ap 5,6 4,7 -0,9 2,1 1,4 0,07 3,6 0,1 3.6 7,3 49 3 A3 4,7 4,0 -0,7 0,6 0,3 0,03 0,9 1,3 3.2 5,4 17 58 Bl 4,6 4.1 -0.5 0.7 0,3 0,03 1.0 1.1 2,5 4,6 22 52 B21 4.8 4,2 -0,3 0,6 0,2 0,08 0,7 1.0 2,7 4,4 15 59 B22 6,0 4,3 •0,7 0,4 0,1 0,06 0,6 0,6 2,0 3.2 18 51 B23g 5.0 4,4 -0,6 0,4 0.1 0,02 0.5 0,5 2.0 3,0 17 49 B24« 5,2 4,5 -0,7 0.3 0.1 0.02 0.4 0.3 US 2,2 19 41

Relacöes moleculares AUque sulfurico (H3SO4 1:1) % C Fe2O3 P N C SiOj SiO2 Horizonte (orgänico) livie solüvel AI2O3 % % N AI2O3 R2O3 % ppm Si O : AljO3 Fe3O3 TiOj Fe3O3 (Ki) (Ki)

Ap 1,6 0,12 13 15,3 12,6 6,0 2.8 2.1 1,6 3,2 A3 1.0 0.08 13 16,5 13,1 6,0 2,9 2,1 1,7 3.4 Bl 1.0 0,08 13 19.6 14,2 5.5 3.2 2,4 1,9 4,0 B21 0,7 0,05 14 20,4 13,1 6,2 3.3 2.6 2.0 3.3 B22 0,5 0.04 13 18,8 14.2 5,5 3,3 2,2 1,8 4,0 B23g 0,5 0,04 13 17.9 15.5 4,5 3,2 2,0 1.0 5.4 B24g 0,5 0,04 13 20,6 15,9 3.9 3.0 2,2 1,0 6,4

100 B. Cient. Inst. Agron., Campinas, 7, 1987 Localizaçào Quadn'cula de Ribeirâo Preto. Folha de Bonfim Paiilista. Coordenadas UTM 7.628-7.630 km N. e 196-198 km E. (Figura 25). -, M ~" \ • 7 652 Ich \ \ / \ V. 1 \ y'Càféf , da À^i i Boa. 1 s — ^ v' "\ "-/ /• s / / . de' Santa 1 \ i ~. / / f • tgOM

. Cana -•• . N / 1 1 / K y >" / j / i ; '•• - / r \. '• !.. / . 7630 > / \

- ^ / ••^ ! ' '1 /" 1 /-' Foi. An PerobV* V, f f 1 m 1 ' ' * / pE '• \ ;

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/ L ./' / /' --/C • S / / / ! ! / •• v ' y 1 ' 1 ; Horiaontc •V ƒ

• • / 7628/^ Cana" / ! 1 ' . * y? \ \ 1 1 S V - \ \

,A \ / s ^— • s \ /[/ / i \ , l • • --. ƒ / ^. 1 < /\ y s ^ 1 1. --- \ / / / \\ \ x / ,- ». \ K \ '/ ƒ 58

Figura 25. Localizaçao do perfil 1349 na folha de Bonfim Paulista. IBGE, Caita do Brawl, eacala 1 ^0.000. Folha SF-23-V-C-I-3,1971. (Reduçà*o do original)

Altitude: 565 métros. Situaçâo e déclive; terço inferior com déclive abaixo de 2%. Relevo: aplainado. Material de origem: proveniente do intemperismo de basalto com retrabalhamento a curta distância. Vegetaçâo original: cerradâo? Cobertura atual: pastagem.

1349 Ap - 0-23 cm; bruno-escura (7,5 YR 4/3 ûmida,4/4 seca); argilosa; subangular média moderada e a granular pequena moderada; friâvel, plâstica e pegajosa; transiçâo clara e plana.

1349 A3 - 23-40 cm; bruno-escura (7.5YR 4/4 ûmida e seca); argilosa; subangular média e pequena mode- b rada; friâvel, plâstica e pegajosa; transiçâo graduai e plana.

1349 Bl - 40-85 cm; bruna (6.5YR 4/4 ûmida e 7.5YR 4/6 seca); argilosa; subangular média fraca/mode- c rada; muito friâvel; plâstica e pegajosa; transiçâo graduai e plana.

B. Cient. Inst. Agron., Campinas, 7,1987 101 1349 B2I 85-1 25cm: bruno-avermelhada (6YR 4/4, ûmida), bruna forte (7.5YR 4/6, seca); argiiosa, d subangular média fraca; muito friävej. plâstiça e pegajosa; transiçào elara e plana.

1349 B22 - 125-l7Ocm; bruna (6.5YR 5/4, ûmida e 7.5YR 5/4, seça); argiiosa; subangular média'fraca: e muitro friâvel, plàstica e pegajosa.

1349B23g 170-220 cm; bruno-acinzentada (10YR 5/2. ûmida), cinzento-rosada (7,5YR 6/2, seca); argi- f losa; plàstica e pegajosa.

1349 B24g 22O-27Ocm; amarelo-acinzentado-clara (2,5YR 5/2, ùmida); muito argiiosa; plàstica e pegajosa. g Observaçôes: raizes finas abundantes nas très primeiras camadas, comuns na quarta e poucas na quinta. A partir de 170 cm, as amostras foram obtidas mediante tradagem.

4.2. Terra Roxa Estruturada Esta classe compreende solos derivados de rochas bâsicas e suas caracteristicas diferenciais sâo as seguintes: 1 ) horizonte B textural argiloso ou muito argiloso; 2) baixa relaçâo entre a porcentagein de argila do horizonte B (excluindo B3) e do hori- zonte A:

3) teores totaisde Fe2O3 e TiO2 relativamente elevados ao longo do perfil (Fe2O3 > 15%;

TiO2 > l.5%)<*); 4) cor mais avermelhada do que 3.5 YR, corn relaçâo valor/croma igual ou inferior a 5/5 no horizonte B2; 5) capacidade de troca de cations do horizonte B2 <.24 e.mg/jOOg de argila após correçâo para carbono; 6) cerosidade comum e moderada ou mais destacada no horizonte B2t; 7) estrutura do horizonte B2t subangular média moderada ou mais desenvolvida. Foram identificadas duas unidades: Estruturada e Itaguaçu, sendo esta ûltima um solo intermediârio para Latossolo Roxo.

4.2.1. Unidade Estruturada (TE) Classificaçâo Terra Roxa Estruturada eutrófica ou distrófica, horizonte A-moderado ou proeminente, textura argiiosa ou muito argiiosa. Rhodic Paleudalf ou Rhodic Paleudult (USA). Eutric ou Dystric Nitosol (FAO). Solo ferruginoso tropical intermediârio para ferralîtico fraca ou fortemente dessaturado no horizonte B (Fr).

(*) Limites imprecisos sujeitos a correçôes. Nâo foi levada em consideraçâo a' conœituaçâo proposta por CAM ARGO et alii (1982), por ter sido publicada após o mapa pedológico correspondente.

102 B- Cient. Inst. Agron., Campinas, 7, 1987 Conceito da unidade Além das caracteristicas diferenciais da classe Terra Roxa Estruturada. esta unidade apresenta 1 ) CTC < 15 e. mg/1 OOg de argila após correçâo para carbono ; 2) horizonte B2t com estrutura subangular ou angular e cerosidade no minimo moderada e comum ou pouca, no caso de cerosidade e estrutura serem fortemente desenvolvidas; 3) horizonte A moderado ou proéminente; 4) espessura do horizonte B2 superior a 50 cm; 5 ) espessura do solum superior a 1 20 cm ; 6) discreta diminuiçâo de argila no horizonte B3, com acréscimo da friabilidade.

Caracterfsticas morfológicas e anali'ticas Os solos da unidade Estruturada apresentam acentuada homogeneidade vertical com respeito a cor. com matiz 2,5YR ao longo do perfil. A camada superficial é ligeiramente mais escurecida do que as outras, com relaçào valor/croma 3/4 ou 3/3, enquanto o horizonte B tern relaçâo 3/5 ou 3/6. Nào foi descrito nenhum solo sob vegetaçâo natural. O horizonte Ap esta representado por torröes pequenos e médios. A estrutura do horizonte B2 é geralmente subangular média moderada ou niesmo forte, e a cerosidade. comum e moderada ou forte. O horizonte B3, de cor semelhante à do B2, caracteriza-se por apresentar sensivel diminuiçâo de desenvolvimento de estrutura e de cerosidade; chegando esta, freqüen- temente. a desaparecer e podendo, aquela, atingir a condiçào de maciça-porosa. Os valores médios de pH em âgua, de 5,9 e 6,1 para a camada superficial e subsuperficial, respectivamente, indicam tratar-se de solos ligeiramente âcidos (Quadro 32).

O teor médio de carbono da camada superficial é relativamente elevado, 2,4%, diminuindo. contudo. bastante err^proTÄndidade, chegando. na camada subsuperficial, a 0,8% apesar da textura muito argilosa. A soma de bases é elevada, indicando apreciâveis valores de bases trocâveis. especialmente de câlcio e magnésie Mesmo o potâssio, que geralmente se encontra em teores muito baixos nos solos paulis- tas, apresenta indices médios(*) relativamente elevados:0,54 e 0,25 e.mg/lOOg TFSA, respectivamente, na camada superficial e subsuperficial. O indice médio da soma de bases para essas duas camadas é de 9,8 e 7,7e.mg/100g TFSA. O valor relativamente elevado da camada subsuperficial indica uma incomum réserva de nutrientes nesses solos. A saturaçâo em bases é elevada, com valores médios de 72 e 78% respectivamente. Em apenas uma amostra foi verificado indice inferior a 50%. Os solos da unidade Estruturada nesta quadri- cula sâo. portanto, predominantemente eutróficos. A capacidade de troca de cations estimada para a fraçâb argila apresentou valor médio de 13,8 e.mg/100g para a camada subsuperficial. O teor de alumînio troeâvel é praticamente inexistente nesses solos, ou muito baixo, com valor médio de 0.1 e.mg/100g de TFSA em am bas as camadas. Em apenas duas amostras da camada subsuper- ficial os numéros foram significativos: 0,6 e 1,1 e.mg/100 g TFSA. Sâo solos argilosos a muito argilosos, corn indice médio de argila de 52% para a camada superficial e de 69% para a subsuperficial.

( * > Dados constantes nos arquivos da Seçâo de Pedologia.

B. Cient. Inst. Agron., Campinas, 7,1987 103 Quadro 31. Média (x), mfnimo, màximo e desvio-padrao (s) de varias caracterfsticas de amostras da camada superficial 0-20 cm (a) e subsuperfîciai 60-80 cm (b) de solos da unidade Estruturada

Numero Caracteri'stica Camada de X Mfnimo Màximo s pontos

pHH2O a 14 5,9 5,4 6,4 0,3 b 26 6,1 5,0 7,0 0,5 pHKCl a 14 5,0 4,5 5,5 03 b 26 5,4 4,1 6,1 0,5

a 14 2,4 1,5 3,4 0,5 b 25 0,8 0,4 1,6 0,3 2 s( ) a 14 9,8 5,3 19,2 4,1 b 26 7,7 1,8 17,6 4,1

A13*O) a 14 0,1 0,0 0,2 0,1 b 26 0,1 0,0 1,1 0,2

CTC(3) 26 13,8 5,6 25,5 5,6

VvV a 14 72 53 91 12,0 b 26 78 27 94 14,8

RC(3) a 14 19,5 9,3 41,7 9,4 b 26 11,4 3,3 23,5 5,6 m0) a 14 1 0 2 0,8 b 26 3 0 30 7,5

ArgUa(') a 14 52 42 63 6,0 b 26 69 55 79 5,3

SilteO) a 14 28 17 40 7,5 b 26 20 11 36 5,8

Areia fina(') a 14 13 6 29 5,7 b 26 8 2 13 3,1

AreiagrossaC1) a 14 7 2 11 2,7 b 26 4 1 8 2,2

Fe,O30) 25 22 28 2,4

(0%. (2)e.mg/100gTFSA. (3)e.mg/100gargUa.

104 B. Cient. Inst. Agron., Campinas, 7, 1987 Quadro 32. Caracteristicas fisicas e qui'micas do perfil 1103<*> — Unidade Estruturada

Fraçôes da Horizonte a mostra total Oomposiçao granulometrica Densidade da terra fina % 3 % Argila Grau de g/cm Silte Poro- dispersa floco- sidade Casca- Terra Areia Areia laçao nr Profun- Calhau Sitte Argila em agua /o Iho fina grossa fina Argila Sfmboto didade >20 0,05-0,002 <0,002 % % (Volume) 20-2 <2 2-0,20 0,20-0,05 Aparun te Real cm mm mm mm mm mm mm mm

All 0-14 3 22 33 42 13 69 0,8 1,11 2,90 62 A12 14-30 4 26 38 32 9 72 1,2 1.36 2,82 52 B21 30-48 3 18 27 52' 13 56 0.5 1,40 3,03 54 B22 48-7 3 2 16 22 60 9 85 0,4 1,32 2,98 56 B23 73-101 2 14 22 62 <5 >92 0,4 . 1.18 3,03 61 B31 101-126 2 14 21 63 <5 >92 0,3 1,10 2,94 63 B32 126-155 1 14 23 62 <5 >92 0,4 1.13 2,98 62

Sat. com PH Bases trocàveis Valor S Acidez Hidrogénio Valor T Valor V alumi'nio 2 (Ca, Mg, trocavel extrai'vel 2 £(S, AI, H) 100.S Horizonte A pH Mg * K* K) (AI34) H* 100. AI3* Agua KC1N T S + Al3 + meq/IOOg % %

All 5,5 5,2 •0,3 13,6 2,0 0,15 15,8 tr 5,9 21,6 73 0 A12 5,9 5,6 -0.3 13,6 3,1 0,35 17,0 tr 6,3 23,3 73 0 B21 6,0 5,4 -0,6 13,8 2,1 0,11 16,0 tr 6,2 22,2 72 0 B22 6,1 5,5 -0,6 9,2 2,2 0,10 11,5 tr 4,9 16,4 70 0 B23 6,1 5,6 -0,5 7,8 2,4 0,11 10,3 tr 5,0 15,3 67 0 B31 6,2 5,6 -0,6 7,0 2,6 0,08 . 9,7 tr 4,5 14,2 68 0 B32 5,8 5,6 -0,2 6,2 2,5 0,09 8.8 tr 4,8 13,6 64 0

Relaçôes moleculares Ataque sulfürtco (H2SO4 1:1) % C Fe2O3 P N C SiO2 SiO Horizonte (orgdnico) 2 livre soluvel AI2O3 % % N AI2O3 R2O3 % ppm SiO2 A12O3 Fe2O3 TiOj Fe2O3 (Ki) (Kr)

All 2,1 0,23 9 18,1 17,9 24.5 5,8 1,9 0,9 1,1 AI 2 3,8 0,35 11 16,8 17,9 23.5 5,5 1,6 0,8 1,2 B21 0,5 0,14 4 19,1 20,9 23,8 5,2 1,5 0,9 1,4 B22 0,5 0,09 5 22,1 24,4 22,6 4,4 1,5 0,9 1,7 B23 0.5 0,07 7 27,0 24,7 23,8 4,4 1,8 1,2 1,6 B31' 0,6 0,05 12 26,8 26,6 23,6 4,4 1,7 1,1 1,8 B32 0,6 0,09 7

(*) Algumas das anâlises desse perfil, executadas em 1975, diferem ligeiramente das atuais.

B. Cient. Inst. Agron., Campinas, 7, 1987 105 O ferro total, determinado em sete amostras da camada subsuperficial, apresentou valor medio de 25%.

Mineralogia da fraçâo argila MONIZ & OLIVEIRA (1974), estudando a mineralogia de dez perfis de solos derivados de basalto da Estaçâo Experimental de Ribeirâo Preto, encontraram para o perfil 1103 os seguintes valores: 56,5% de caulinita, 32,0% de alofana e 5,3% de gibbsita. Nesse trabalho, verificaram que as terras roxas estruturadas apresentam porcentagem de gibbsita bem inferior (5,3-5,9) à dos latossolos roxos (27,6-53,5).

Area ocupada e descriçào da paisagem Os solos da unidade Estruturada cobrem uma ârea de 5.152,0 hectares, representando 1,80% da ärea da quadricula. Desses, apenas 1.460,0 hectares correspondem à unidade simples de mapea- mento, sendo o restante constituîdo por associaçôes com latossolos distróficos, unidade Baräo Geraldo (TE + LRd-1, LRd-1 + TE), corn solos Htólicos substrato basalto, que representam a associaçâo mais extensa (TE + Li-1, Li-1 + TE), ou corn esses e, ainda, com os brunizéns avermelhados (Bv + TE + Li-1 ). Eles ocorrem especialmente na porçâo Centro-Sul da quadri'cula, em relevo forte-ondulado e bastante dissecado, onde ocupam o terço superior das encostas e, também, o inferior quando o relevo é ondulado, drenadas pelos córregös Albertina, Liberdade, Jaboticabal e ribeirôes do Onça e Sertâozinho. A vegetaçâo original praticamente inexiste nesses solos, a nâo ser em pequenos capöes, onde as ârvores sâo de mata tropical subcaducifólia. A ocupaçâo principal é com pastagens nos terrenos mais fngremes e com cultura canavieira nos menos declivosos.

Restriçôes edâficas As terras roxas estruturadas de Ribeirâo Preto sâo solos que apresentam fertilidade natural elevada, corn grande dïsponibilidade de nutrientes. Apesar da textura argilosa ou muito argilosa, apresentam porosidade total elevada (> 50%), o que Ihes confère aeraçâo adequada a julgar pela grande quantidade de macroporos verificados no campo, com auxïlio de lupa. Sâo, portanto, muito adequadas à agricultura, sendo o déclive nas âreas mais movimentadas (Sul da quadri'cula) o fator limitante mais restritivo.

Unidades afins e caracteristicas diferenciais Os solos da unidade Estruturada apresentam cor idêntica à dos latossolos roxos e podem

ter teor semelhante de Fe2O3; contudo, o horizonte B apresenta-se estruturado e com cerosidade.

Perfil 1103 - Unidade Estruturada O perfil descrito a seguir foi copiado do levantamento pedológico detalhado da Estaçâo Experimental de Ribeirâo Preto. Naquele trabalho, OLIVEIRA & MONIZ (1975), denominaram essa terra roxa estrutirrada de unidade Eucalipto. Atualmente, porém, ela é identificada como Estruturada. Osdadosfisicosequfmicos correspondentes àquele perfil foram obtidos corn a metodologia empregada na époea, a quai difere ligeiramente da atual.

Classificaçâo * « Terra Roxa Estruturada eutrôfica, A moderadó, textura muito argilosa.

Rhodic Paleudalf (USA).

106 B. Cient. Inst. Agron., Campinas, 7, 1987 Eutric Nitosol (FAO). Solo ferruginoso tropical, intermediârio para ferralitico fracamente dessatimido (Frj.

Localizaçâo: Quadricula de Ribeirâo Preto. Folha de Ribeirâo Preto. Coordenada UTM 7.650-7.652 km N. e 200-202 km E. (Figura 26).

Figura 26. Localizaçâo do perfil 1103 na folha de Ribeiräo Preto. IBGE, Caita do Brasil, escala 150.000. Folha SF-23-V-C 1-1,1979. (Reduçâo do original)

Situaçao e déclive: terço superior da encosta, 10% de déclive. Litologia e formaçâo geológica: basalto, formaçâo Serra Gérai. Altitude: 680 métros. Relevo: ondulado. Material de origem: basalto intemperizado. Solo pseudo-autôctone. Nâo hâ indfcios seguros de transporte. Contudo, hâ seixos esparsos no perfil, o que pode sugerir transporte coluvial. Nâo hâ, porém, linha de seixos. Uso atual: eucaliptal.

1103 Al 1 - 0-14cm; bruno-avermelhado-escura (2,5YR 3/3 ûmida), bruno-avermelhada (4YR 4/4 ûmida a amassada), vermelha fraca (2,5YR 4/2 seca), bruno-avermelhada para vermelho-amarelada (5YR 4/5 seca triturada); muito argiiosa; granular média e pequena forte; poros muito peque- nos e pequenos abundantes; muito dura; firme, muito plâstica e muito pegajosa; transiçâo abrupta e plana.

B. Cient. Inst. Agron., Campinas, 7, 1987 107 1103 A12 - 14-30 cm; bruno-avermelhada (2,5YR 3/3 ûmida), bruno-avermelhada (4YR ùmida amassada), b vermelha fraca para vermelho-amarelada (5YR 4/5 seca triturada); muito argilosa; maciça que se rompe em blocos cûbicos (durinodos), pouco porosos; cerosidade forte e abundante; extrema- mente dura, muito plâstica,muito pegajosa; transiçâo clara e plana.

1103 B21t - 30-48cm; bruno-avermelhado-escura (2,5YR 3,5/4 ûmida), bruno-avermelhada (3YR 4/4 c ûmida amassada), bruno-avermelhado-escura (2,5YR 3/4 seca), vermelho-amarelada (5YR 4/6 seca triturada); muito argilosa; prismàtica que se rompe em subangular média moderada/forte; cerosidade forte e abundante; poros muito pequenos e pequenos abundantes; extremamente dura, firme, muito plâstica, muito pegajosa; transiçâo clara e plana.

1103 B22t — 48-73 cm; bruno-avermelhada (3YR 4/4 ûmida), idem (ûmida amassada), bruno-avermelhada d para vermelha (2,5YR 4/5 seca), vermelho-amarelada (5YR 4/6 seca triturada); muito argilosa; prismàtica que se rompe em subangular média forte; cerosidade tanto nas faces verticais como nas horizontais, forte e abundante; poros muito pequenos e pequenos abundantes; muito dura, firme,muito plâstica e muito pegajosa; transiçâo graduai e plana.

1103 B23t — 73-101 cm; semelhante à camada anterior, separada por apresentar supostamente ligeira dimi- e nuiçâo de expressâo de estrutura e cerosidade, sem, contudo, deixar de qualificar-se como forte em ambas as caracten'sticas.

1103 B24t — 101-126cm; bruno-avermelhada (3,5YR 4/4 ûmida), bruno-avermelhada (4YR 4/4 ûmida f amassada), vermelha (3,5YR 4/5 seca), vermelho-amarelada (5YR 4/6 seca triturada); limo- -argilosa; subangular moderada/fraca; cerosidade forte e abundante; dura, friâvel, plâstica e pegajosa; transiçâo graduai e plana. Hâ ocorrência de fragmentos pequenos (1-2 cm) amarelados de rocha decomposta.

1103 B3 — 126-155 cm; cores e textura idênticas as da camada anterior; tendência marcante para maciça g porosa, rompendo em subangular pequena e média fraca, apresentando ainda cerosidade pouca e moderada; ligeiramente dura, friâvel, plâstica, pegajosa; transiçâo abrupta, com contacto litóide.

1103CT — Rocha decomposta. h Observaçôes: Camada g penetrando em h'nguas entre os matacöes. O contato é litóide, porém nâo é piano horizontal, mas sim ondulado, pois o substrato é representado por blocos rochosos de dezenas de centimetros de diâmetro. A camada d é a de maior expressâo do B. O horizonte Al2 apresenta o topo endurecido, pouco poroso, constitufdo por blocos cûbicos com muita cerosidade nas faces. Seixos pequenos (1-2 cm) esparsos pelo perfil.

4.3. Brunizém Avermelhado Esta classe compreende solos eutróficos e com argila de atividade alta que apresentam horizonte A chernozêmico suprajacente a urn horizonte B textural com argila de atividade alta de coloraçâo

108 B. Cient. Inst. Agron., Campinas, 7, 1987 viva: vermelha. brunoavermelhadaoubruno-escura. Geralmente säö moderadamente profundos com cspessura do solum raramente superior a 150 cm. Esses solos sâo pouco comuns no Estados de Sâo Paulo, onde ocorrem geralmente em pequenas areas, relacionadas a rochas bâsicas e relevos acidentados, ou rochas a calcârias. O conhecimento de que dispomos desses solos reduz-se a poucos perfis descritos. Conse- qiientemente. os dados sobre variaçôes morfológicas e analîticas sâo escassos. Até o presente, apenas uni a unidade foi estabelecida: a Engenho. É provâvel que,à medida que os conhecimentos sobre esses solos forem ampliados, outras classes possam ser estabelecidas e a unidade Engenho, redefinida.

4.3.1. Unidade Engenho (Bv)

Classificaçâo Brunizém Avermelhado, textura argilosa ou muito argilosa. Typic Argiudoll e Typic Paleudoll (USA). Luvic Phaeozem (FAO). Brunizém com B textural (Fr).

Conceito da unidade Brunizém Avermelhado derivado de basalto ou diabâsio.

Caracteristicas morfológicas e analîticas As informaçôes que se seguem sâo resultantes da observaçâo de apenas quatro perfis expe- ditos, da anâlise de um deles e descriçâo e anâlise do perfil 1.345 adiante apresentado. O horizonte A chernozêmico tem estrutura granular média e grande forte e cor bruno- -avermelhado-escura, centrada no matiz 5YR com relaçâo valor/croma 3/2 e 3/3. A espessura raramente ultrapassa 30 centimetros. O horizonte B textural apresenta estrutura prismâtica fortemente desenvolvida, que se rompe em subangular média forte. A cerosidade é forte e abundante, enquanto a consisténeia da amostra ûmida é firme e a da molhada, muito pléstica e muito pegajosa. Ê comum a oeorrêneia ao longo do perfil de fragmentos de rocha intemperizados, os quais se tornam mais abundantes nas camadas mais inferiores, quando se apresentam em estâdio de intemperismo menos avançado.

Os dados anali'ticos assinalam como caracteristicas mais marcantes: 1) elevados valores de Ca2*, Mg2* e mesmo K* ao longo de todo o perfil; 2) capacidade de troca de cations da fraçâo àrgila superior a 40 e.mg/100g: 3) virtual ausèneia de aluminio troeâvel ao longo do perfil; 4) indice ki superior a 3,0; 5) valores de A pH superiores a-1,0.

Na figura 27 sâo apresentados difratogramas de raios X de amostra de argila desferrifi- cada do horizonte B2 do perfil 1.345. Observa-se a presença de caulinita (7,15 Â e 3,57 Â), além de reflexâo maldefinidareferenteao espaçamento 15,49Â, o quai se expande para 17,65 Â na amostra glicolada e colapsa para 9.82 Â na amostra aquecida a 35O°C, indicando minerais de argila do grupo das esmectitas.

B. Cient. Inst. Agron., Campinas, 7, 1987 109 PERFIL 1345

Figura 27. Difratograma de raios X de amostia de argila desferrificada do horizonte B2 do Brunizém Avermelhado. Perfil 1345: a - amostia saturada com Mg- a temperatura ambtente;b = amostra glicolada; c= a mostra saturada com K.*eaquecida a 3S0°C.

Restriçoes edâficas Sào solos de elevado potencial nutricional e caracteristicas fisicas também bastante favorâ- veis. O relevo forte ondulado constitui, contudo. séria limitaçào de uso, dai' estarem ocupados essencialmente com pastagens.

Àrea ocupada e descriçâo da paisagem Os brunizéns avermelhados cobrem apenas 252,5 hectares, os quais perfazem 0,09% da area da quadricula. Esses solos foram cartografados como unidade de mapeamento simples em 182,5 ha e como associaçào corn a Terra Roxa Estruturada e com solos litólicos (Bv + TE + Li-1 ). Ocorrem no extremo sul da quadricula, em area de terreno forte ondulado, onde ocupum o terço superior das encostas. A vegetaçâo original era a mata tropical semidecidua e mesmo decfdua nas âreas mais ingrenes e de solos menos profundos. Devido à forte limitaçào de relevo, estào sendo usados preferen- cialmente com pastagens.

Perfil 134S - Unidade Engenho (Figura 28) Classificaçào Brunizém Avermelhado Typic Argiudoll (USA).

110 B. Cient. Fnst. Agron., Campinas, 7, 1987 Figura 28. Brunizém Aveimdhado, perfil n9 1345, Munici'pîo de Sâo Simâb

Luvic Phaeozens (FAO). Brunizém com B textural (Fr).

Localizaçâo Quadrîcula de Ribeirào Preto. Folha de Cravinhos. Coordenadas UTM 7.626-7.628 km N. e 220-222 km E. (Figura 29).

Altitude: 640 métros. Situaçâo e déclive: meia encosta com déclive de 10%. Relevo: ondulado. Material de origem: colûvio de basalto. Vegetaçào original: mata tropical subcaducifólia. Cobertura atual: pastagem.

1345 AI 1 - 0-15 cm; bruno-avermelhado-escura (5YR 3/3, ûmida, 3/4, seca); franco-argilo-siltosa; granular a média e grande forte; firme, muito plâstica e muito pegajosa; transiçâo clara e ondulada.

1345 Al2 - 15-30 cm; bruno-avermelhado-escura (5YR 3/3,5 ûmida, 3/4, seca); argilosa;subangular média b forte; firme, muito plâstica e muito pegajosa; transiçâo clara e plana.

1345 B21 - 30-60cm; bruno-avermelhada (5YR 3/4,ûmida, 3/4, seca); argi!osa;prismâtica pequena que se c rompe em subangular pequena forte; cerosidade forte e abundante; firme, muito plâstica e muito pegajosa; transiçâo clara e plana.

B. Cient. Inst. Agron., Campinas, 7, 1987 111 Figura 29. Localizaçâo do perfü 1345 na folhade Bonfim Paulistt. IBGE, Caiti do Brasil, escaJa 1 50.000. Foiha SF-23-V-C-1-3,1971. (Reduçao do original)

1345 B22t - 60-112cm; bruno-avermelhado (5YR 4/4, ûmida), bruna (7,5YR 5/4, seca); franco-argilo-sil- d tosa; prismâtica grande que se rompe em angular média forte; cerosidade forte e abundante; firme, muito plâstica e muito pegajosa; transiçâo gradual e plana.

1345 B31 - 112-266cm; bruno-escura (10YR 4/3, ûmida), bruno-avermelhada (7,5YR 4/4, seca); franco- e argilo siltosa; subangular média forte; firme, muito plâstica e muito pegajosa; transiçâo graduai e plana.

1345 B32 - 166-2Û0cm; bruno-escura (7,5YR 4/4, ûmida e seca); argilosa; subangutar média forte/mode- f rada; firme; muito plâstica e muito pegajosa.

1345 B23 - 2OO-25Ocm; bruno-escura (7,5YR 4/5, ûmida), bruno-escura (7.5YR 4/4, seca); argilo-siltosa. g 1345 B24 — 250-300 cm; bruno-escura (7,5YR4/5, ûmida), bruno-escura (7.5YR4/5, seca);franco-argilosa. h ObservaçÔes: muitas raîzes finas na primeira e segunda camada, com uns na terceira e poucas nas restantes. Horizonte B22t apresenta manchas escuras (mangans?); e o B32, alcm dessas, pontuacöes amareladas dévidas a fragmentos de basalto muito intemperizados. A partir de 200 cm, as amostras foram obtidas mediante tradagem. Perfiï aberto em voçoroca, na quai se observa, a 450 cm de profundidade, exposi- çào de arenito Botucatu.

112 B. Cient. Inst. Agron., Campinas, 7, 1987 É provâvel que os dados resultantes do ataque sulfûrico, muito variäveis ao longo deste perfil, sejam devidos à participaçâo bastante desuniforme de material em diferentes estédios de intemperismo nos vérios horizon tes. (Quadro 33).

4.4. Areia Quartzosa Esta classe compreende solos nâo hidromórficos, desenvolvidos sobre material de origem arenoso, à exceçào dos depósitos aluviais récentes, apresentando perfil constituido por um horizon te A fraco, moderado ou proeminente, assen ta do sobre um regolito inconsolidado, pouco diferenciado. A fraçâo areia, representada essencialmente pelo quartzo, é igual ou superior a 70%, e a fraçâoargila, inferiora 15%. Os minerais primârios intemperizâveis sâo virtualmente inexistentes, ou présentes em reduzidissimas quantidades « 3%). Esta conceituaçâo de Areia Quartzosa se assemelha à de Arenosol da FAO (1974). sendo ligeiramente diferente daquela preconizada pelo Serviço Nacional de Levantamento e Conservaçâo de Solo (EMPRESA. . ., 1977), pois inclui'ram-se nesta classe solos cuja granulometria se identifica corn a parte mais grosseira da classe textural franco-arenosa da classificaçâo textural empregada pelo SNLCS, onde o teor de argila é inferior a 15%. A ampliaçâo dos limites texturais na conceituaçâo de Areia Quartzosa baseou-se nos seguintes fatos: — a participaçâo da fraçâo silte nos solos de textura grosseira no Estado de Sâo Paulo é modesta, raramente ultrapassando 10%; prédomina, conseqiientemente, nesses solos, a fraçâo areia, o que lhes confère, qualquer que seja sua classe textural, comportamento semelhante, porém supostamente diver- gente de outros nos quais o teor de argila é superior a 15%; — a mineralogia da fraçâo areia muito fina desses solos é representada virtualmente pelo quartzo e minerais opacos, supondo-se ser a fraçâo silte de composiçâo semelhante. Esse fato, associado ao anterior, exclui a participaçâo, nos solos de textura grosseira até agora identificados nos levantamentos pedo- logicos semidetalhados do IAC, de possiveis cambissolos; — fracionamentos da fraçâo areia registram estar a mesma representada por fraçôes mais grosseiras do que areia muito fina. Conseqiientemente, as manifestaçôes morfológicas relacionadas com estruturaçào e consis- tênçia sâo muito semelhantes nos solos com argila inferior a 15%, mesmo naqueles cujo teor de silte excède 10%. Observou-se que para a generalidade dos solos minerais de Sào Paulo aquele valor représenta o limite minimo de argila para "sentir-se" no tato. no campo, o inicio das manifestaçôes das consistências ligeiramente plâsticas e ligeiramente pegajosas, as quais têm-se utilizado como auxiliares na identificaçâo e separaçâo de solos de textura grosseira. A classe Areia Quartzosa, tal como definida anteriormente, ocorre no Estado de Sào Paulo em sedimentos marinhos restritos à estreita faixa de areias litorâneas, em sedimentos fluviais de antigos terraços e colûvios e em perfis desenvolvidos "in situ" sobre arenitos. A conceituaçâo da classe em niveis categôricos mais baixos esta pouco desenvolvida no atual sistema brasileiro de classificaçâo de solos. A origem do material, a profundidade, a distribuiçào da argila ao longo do perfil e a relaçào areia grossa/areia fina, podem constituir critérios diagnósticos a incorporar àquele sistema, ao lado do carâter âlico, da saturaçâo em bases e do tipo de horizonte A, jâ em uso, pois refletem diferenças morfológicas e analfticas suficientemente importantes para repercutir na aptidâo agricola das terras e nas prâticas de manejo.

B. Cient. Inst. Agron., Campinas, 7,1987 113 Quadro 33. Caracteri'sticas f i'sicas e quimicas do perfïl 1345 - Unidade Engenlto - Amostias de laboratório n

Fraçôesda OomposicSb granulometrica Densidade Horizonte a mostra total da terra fina % g/cm3 % Argila Grau de Pbro- SUte dispersa floco- sidade Casca- Terra Areia Areia em agua laçâb % Profun- Calhau Silte Argila Argila Ü1O fina grossa fina (Volume) Si'mbolo didade >20 0,05-0002 % % Real 20-2 <2 2-0,20 <0,002 Aparente cm ' mm 0,204,05 mm mm mm mm mm mm

All 0-15 6 14 45 35 25 29 1,3 A12 15-30 4 9 37 50 40 20 0,7 B21t 30-60 3 7 34 56 43 23 0,6 B22t 60-112 4 11 37 48 41 15 0,8 B31 112-160 5 10 37 48 40 17 0.8 B32 160-200 6 16 37 41 38 7 0,9 B33 200-250 6 13 40 41 38 7 . 0,9 B34 250-300 9 18 41 32 29 10 1,3

Sat.com pH Bases trocaveis Valor S Acidez Hidiogênio Valor V Valor T alumi'nio 2 (Ca, Mg, trocâvel extiai'vel 2 2(S,A1,H) 100.S 3 Horizonte A pH Mg * K) H+ 100.AI * Agua KC1N S + AI3* meq/lOOg

All 5,9 4,9 -1,0 13,9 3,5 0,80 18,2 0,1 1,6 19,9 91 0 A12 6,0 5,2 -1,2 14,2 3,8 0,70 18,7 0,1 2.6 21,4 87 0 B21t 6,3 5,3 1,0 17,8 5,8 0,45 24,1 0,0 2,1 26,2 92 0 B22t 6,5 5,3 -1,2 22,9 9,0 0,36 32,3 0,0 1,9 34,2 94 0 B31 6,3 4,0 1,3 17,7 8,2 0,33 26,2 0,1 1,8 28,1 93 0 B32 6,6 4,8 -1,8 17,4 9,9 0,26 27,7 0,0 1,6 29,2 95 0 B33 6,2 4,8 -1,4 16.8 9,4 0,34 26,5 0,1 1,7 28,2 94 0 834 6,3 4,8 -1,5 17.0 9,3 0,21 26,5 0,0 1,9 28,4 93 0

Relaçôes moleculares Ataque sulfürico (H2SO4 1:1) % C Fe2O3 t N C SiOj SiO2 Horizonte (orgânico) livre sol 6 vel A12O3 % % N A12O3 R2O3 % ppm SiO] A12O3 Fe2O3 TiO2 Fe2O3 (Ki) (Kr)

All 2,8 0,23 10 18,5 7,7 23,6 6,6 4,1 1,4 0,5 AI 2 1,3 0,18 7 21,7 10,7 23,3 7,5 3,5 1,4 0,7 B21t 0.8 0,07 11 22,1 12,9 22,3 6.9 2,9 1,4 0,9 B22t 0,4 0.05 8 29,0 9,9 18,0 5,9 5,0 2,3 0,9 B31 0.3 24,5 11,2 17,6 5,1 3,8 2,3 1,0 B32 0,3 ... 17,2 9,5 17,6 6,9 3,1 1,4 0,8 B33 0.2 14.9 11,8 17.6 5.5 2,2 1,1 0,8 B34 0,1 ... 23.0 9,1 17,2 5,5 4,3 2,0 0,8

114 B. Cient. Inst. Agron., Campinas, 7, 1987 Nos mapeamentos pedológicos sistemâtieos realizados na Secâo de Pedologia (OL1VEIRA et alii 1979, 1982; 0LIVE1RA & PRADO, 1983: ALMEIDA et alii, 1982) identificaram-se Areia Quartzosa tanto profunda como pouco profunda. Contudo, na quadricula de Ribeirâo Preto, registrou-sc a prcsença apenas da primeira. Registrou-se também, nessa quadricula. a ocorrência de areias quartzosas com cores: bruno- avermelhado-escura ou vermelho-escura, idênticas à dos latossolos roxos. Coino estes se acluun seinpre ein cotas mais elevadas, fornecem a hematita. que confère aquela cor as areias quartzosas.

Essas "areias quartzosas roxas" apresentam, entretanto, à exceçào da cor e do teor de

Fe2O3 ligeiramente mais elevado, todas as outras caracteristicas descritas e unalisudus, semdhantes à das outras areias quartzosas de cor menos vermelha, até entào descritas. Em vista disso, nâo achamos conveniente tratâ-las como unidade especi'fica.

4.4.1. Areia Quartzosa Profunda (AQ)

Classificaçào Areia Quartzosa profunda, âlica. A fraco ou moderado. Typic e Orthoxic Quartzipsamment (USA). Ferralic Arenosol (FAO). Solos minerais "brutos" de aporte coluvial (Fr).

Conceituaçâo de Areia Quartzosa Profunda Além das caracteristicas diferenciais de Areia Quartzosa acima relacionadas, essa classe de solos apresenta espessura superior a 1 50 cm e ausència de hidromorfismo a menos de 80 cm de profundidade.

Caracteristicas morfológicas e anali'ticas Como esses solos sào desenvolvidos sobre material essencialniente quarlzoso, a açào dos processos pedogenéticos é atenuada, resultando perfis discretamente difercnciados, onde os processos de adieâo se destacam dos demais. Tem-se, entào. umasucessàode horizonte A e C, ocorrendo as vezes indicios de horizon te B, sendo a cor e/ou um ligeiro aumento de argila coin inicio de desenvolvimento de estrutura os elementos diferenciais mais destacados. As areias quartzosas encontradas na quadricula de Ribeirào Preto apresentam horizonte C com grande variaçâo de cor, encontrando-se desde a vermelho-escura (2,5YR 3/5) até a bruno-acinzentada (I0YR 5/2), refletindo esta uma drenagem interna menos eficiente, por se encontrar bem proximo dos solos hidromórficos. Ê comum a ocorrência de horizonte A escurecido, corn matiz 5YR ou 7,5YR e relaçào valor/croma 3/2. Essas camadas, como se vera adiante. têm os valores mais elevados de carbono.

A estrutura do horizonte A é granular pequena fraca, associada coin gràos simples, enquan- to o horizonte C nâo dispôe de organizaçào estrutural definida; quando ela existe, é representada por uma estrutura subangular muito fraca ou fraca.

A consistência, ao longo de todo o perfil. é muito friâvel, nâo plâstica e nâo pegajosa.

B. Cient. Inst. Agron., Campinas, 7, 19«/ 115 No quadro 34 sâo apresentados os valores da média, do mfnimo e do mâximo absolutos e desvio padrâo para algumas caracteristicas referentes a 15 amostras da camada superficial e a 21 da subsuper- ficial. Osvalores médios de pH em âgua, de 4.9 para a camada superficial e de 4.8 para a subsuper- ficial, indicam tratar-se de solos fortemente âcidos. O carbono, que nos solos bem drenados constitui caracteristica direta e positivamente correlacionada à porcentagem de argila, conseqiientemente apresenta-se em baixos teores nos solos arenosos. Os teores médios determinados nas camadas superficial e subsuperficial foram respectivamente de 0,7 e 0,3%. O valor mâximo verificado na camada superficial, 1,0%, corresponde a um solo que àpresentou A escurecido com relaçâo valor/croma 3/2. Valor de 0,9% foi encontrado em outros très pontos com essa mesma relaçâo.

As areias quartzosas sâo conceitualmente solos muito pobres, pois provêm de material quartzoso; apresentam, por conseguinte, baixos valores de soma de bases, mesmo na camada superficial, geralmente mais rica. O indice médio nela verificado foi de apenas 0,4 e.mg/lOOg de TFSA, enquanto na outra foi de 0,2. A saturaçào em bases àpresentou, também, baixos indices: 20% na camada superficial e 10% na subsuperficial, retratando bem o carâter essencialmente distrófico desses solos. O valor mâximo, 63%, foi verificado em solo sob cultura de cana, refletindo provavelmente os efeitos de aplicaçâo de insumos.

Apesar de os ni'veis de alumfnio trocâvel nâo serem elevados, o valor da saturaçâo em aluminio atinge indices expressivos: 61 e 78% respectivamente para as duas camadas consideradas. Sâo, portanto, solos âlicos. Da mesma forma que para as quadriculas anteriores, nâo foi observado nenhum caso de Areia Quartzosa com valor de retençâo de cations inferior a 1,5 e.mg/100g de TFSA. Sao, por definiçâo, solos arenosos. O teor médio de argila na camada superficial foi de 8%, enquanto na subsuperficial foi de 10%. A fraçâo silte contribuiu corn 1% em ambas as camadas, cabendo o restante à fraçâo areia, sendo praticamente semelhantes os valores da areia grossa e fina.

O teor de Fe2O3 de duas amostras de areias quartzosas de cor vermelho-escura (2,5YR 3/5) foi de 3%, pouco superior, portanto, ao das areias quartzosas de cor menos vermelha (> 5YR) dèscritas em outras quadriculas (OLIVEIRA et alii, 1979, 1982a, 1984),as quais apresentaram valores desde 0,7 até 2,1%. Com referência à mineralogia da fraçâo argila, observa-se, pelo difratograma de raios X de am os tra do perfil 1352 adiante descrito (Figura 30), presença de caulinita indicada pelos espaçamentos de 7,2 Â, 3,5 Â, gibbsita, 4,9 Â, e vermiculita aluminosa, 14,0 Â, nas amostras saturadas corn Mg2+ e glicolada e colapso para 10 Â na amostra aquecida a 350°C.

Restriçôes edâficas As areias quartzosas sâo solos com sérias limitaçoes dévidas à reduzida capacidade de retençâo de âgua e de nutrientes, ao baixo potencial nutficional ë à acentuada erodibilidade.

Variaçôes e inclusöes Näo foi assinalado rienhum solo como variaçâo. Comp inclusâo, porém, foram registrados solos das unidades Coqueiro e Hortolândia, além de areias quartzosas, moderadamente drenadas.

116 B. Cient. Inst. Agron., Campinas, 7,1987 Quadro 34. Média (x), minimo, mâximo e desvio-padrfo (s) de varias caracterfsticas de amostras da camada superficial 0-20 cm (a) e subsuperficial 60-80 cm (b) de solos da unidade Areia Quartzosa

Numero Caracteri'stica Camada de X Mfnimo Màximo s pontos

pH H20 a 15 4,9 3,5 6,5 0,7 b 21 4,8 4,4 5,5 0,3 pHKCl a 15 4,3 3,6 6,6 0,8 b 21 4,3 4,0 4,7 0,2

C(O a 15 0,7 0,3 1,0 0,2 b 21 0,3 0,2 0,5 0,1 s(') a 15 0,4 0,0 1,5 0,5 b 21 0,2 0,0 0,7 0,2

ï+ Al O) a 15 0,5 0,0 1,3 0,4 b 21 0,5 0,1 0,8 0,2

3 CTC( ) 21 15,7 5,0 28,7 6,9

a 15 20 1 63 21,7 b 21 10 0 29 8,7

3 RC( ) a 15 13,2 3,1 25,5 5,6 b . 21 6,4 3,4 10,2 2,2 m(') a 15 61 0 99 34,5 b 21 78 19 100 20,1

Argüa(') a 15 8 4 14 2,6 b 21 10 5 15 2,7

SilteO) a 1 15 1 0 3 0,9 b 21 1 0 3 0,8

Areia finav1 ) a 15 48 29 86 14,6 b 21 48 29 84 14,6

Areia grossaO ) a 15 43 7 62 15,0 b 21 41 8 65 15,3

Fe,O30) b 3 2 3 -

(')%. (2)e.mg/100gTFSA. (3)e.mg/100g argua.

B. Cient. Inst. Agron., Campinas, 7, 1987 117 PERFIL 1352

->^ WNifcvyO(ivrX 3,57 4,37 4,85 7.15 14,71 l I 'l ' +25»

Figura 30. Difratograma de raios X da fraçâo argila de a mostra do horizonte C2 de Areia Quartzosa. do perfil I 352 do municipio de Sâo Simàb: a:amostra saturada com Mg2*, temperatuia ambiente;b:amostia glicolada;c: amostra saturada com K* e aquecida a 35O°C.

Area ocupada e descriçâo da paisagem Após os latossolos roxos, a Areia Quartzosa é a classe mais extensa, com 19.661,00 ha, correspondentes a 6,85% da area da quadricula. Esses solos foram cartografados como unidade de mapeamento simples ou associados com aCoqueiro(AQ+ LV1, LV1 + AQ) e com a Dois Córregos (LE-1 + AQ). Ocorrem, predominantemente, na porçâo oriental da quadricula, nas partes baixas do relevo. Ë comum a presença de toposseqüências, onde se observa a partir das posiçôes mais elevadas para as mais baixas a sucessâo destes solos: Litossolo substrato basalto, Terra Roxa Estruturada, Latossolo Roxo, Latossolo Vermelho-Escuro textura média e. finalmente, Areia Quartzosa, seguida de Solo Hidromórfico. Exemplos dessa distribuiçâo podem ser vistos nas imediaçôes do posto de pedâgio da Via Anhangüera, proximo de Sâo Simâo. Devido à presença de solos ricos em hematita nas partes mais elevadas da vertente, é comum a presença de areias quartzosas de coloraçâo idêntica à dos latossolos roxos (2,5YR 3/5, 3/6). Sào as Areias Quartzosas Roxas. Junto dos cursos d'âgua, quando o relevo se torna quase aplainado, as areias quartzosas podem adquirir cores pâlidas com croma baixo (< 3) denotando solos com drenagem moderada a imperfeita. Esses solos, por ocorrerem em areas muito restritas, foram considerados como inclusâo.

118 B. Cient. Inst. Agron., Campinas, 7, 1987 As areias quartzosas de Ribeirào Pro to se rclacionam scgundo o mapa geologico do Fistado (SÄO PAULO, 1981a) coin os a re ni tus das t'ormaçôes Pirambóia a Botucatii. com sedinienlos aluviunarcs e com os sedimentos continontuis indifcrenciados. Suas vegetacôes primitivas sào o cerrado e o ccrradào, a indu encontrados cm aigu m as ârcas. A cultura canavicira, todavia, nos Ultimos anos vem ocupando areas cada vez mais expressivas. O uso atual esta representado por reriorcstamento com Finns e eiicaliptos, pastagens e cana-de-acùcar.

Unidades afins e caracteristicas difeienciais A Areia Quurtzosa distingue-se da unidade Coqueiro e, quando vcrincllio-cscura, tanibéni da Dois Córregos, por solos com inaior porcentageiii de areia e menor de argila.

Perfil 1352

Classificaçào Areia Quartzosa protunda âlica, A moderado. Typic Quartzipsaniment (USA). Ferralic Arenosol (KAO). Solos minerais "brutos" de aporie coluvial (Fr).

Localizaçâo Quadricula de Ribcirào Preto. Folha de C'ravinhos. Coordcnadas UTM 7.62U-7.622 km N. e 236-238 km B. (Figura 31 ).

Altitude: 690 métros. Situaçào e déclive: terço inferior de verteilte com déclive abaixo de 3%. Relevo: suave-ondulado. Material de origem: sedimentos arenosos, provenientes do retraballiamento de arenito da l'ormaçào Piiambóia. Vegetaçào original: cerrado. Coberlura atual: pastagem.

1352 Api O-I8cm; bruno-aveniielhada (5YK 4/4. ûinida); areia; gràos simples c granular pequena fraca; a solla. nào plâstica e nào pegajosa; transicào graduai e plana.

1352 A3 18-25 cm: bruno-avermelhada (5YK 4/5. ûinida): areia; gràos simples; solta, nào plâstica e nào b pegajosa; transicào dilusa c plana.

1352 Cl - 25-75 cm; vermellio-amarelada (5YK 4/5,5, iiiuida); areia; maciv

1352 C2 - 75-IOOcm: vermellio-amarelada (5YR 4/6, ùiniila): areia; apôdica; solta, nào plâstica e nào d pegajosa; transicào dit'usa e plana.

B. Cient. Inst. Agron., Campinas, 7, 1987 • 119 Quadro 35. Caiacteristicas fisicas e quimicas do perfil 1352 - Unidade AQ - Amostias de laboratório nQ 1.056 a 1.062

Fracöes da Composiçâo granulométrica Densidade a mostra total Horizonte da terra Tina % g/cm3 % Argila Grau de Poro- Silte dispersa floco- sidade Casca- Terra Areia Areia em àgua laçâ*o % Profun- Calhau Sitte Argila Argila lho fina grossa fina % % (Volume) Simbolo didade >20 0,05-0,002 <0,002 Aparente Real 20-2 <2 2-0,20 0,20-0,05 cm mm mm mm mm mm mm mm

Ap 0-18 0 0 100 38 56 0 6 3 50 0,0 1.23 2,63 53 A3 18-25 0 0 100 39 56 0 5 3 40 0,0 Cl 25-75 0 0 100 47 47 1 5 4 20 0,2 C2 75-100 0 0 100 50 44 0 6 5 17 0,0 1,49 2,60 43 C3 100-155 0 0 100 40 52 2 6 6 0 0,3 1,53 2,63 42 C4 155-200 0 0 100 47 47 0 6 6 0 0,0 C5 200-300 0 0 100 34 47 2 7 6 14 0,3

PH Bases trocäveis Valor S Acidez Hidrogênio Sat. com Valor T Valor V £(Ca,Mg, trocävel extrai'vel aluminio Horizonte 2+ 2 34 Z(S, A1,H) 100.S 3 A pH Ca Mg * K* K) (AI ) H; tOO.AI * Agua 3 KC1N T S + AI * meq/100g % %

Ap 5,2 4,3 -0,9 0,5 0,1 0,00 0,6 0,3 2,4 3,3 18 33 A3 4,9 4,2 -0,7 0,2 0,0 0,00 0,2 0,3 2,3 2,8 7 60 Cl 4,8 4,3 -0.5 0,2 0,0 0,02 0,2 0,3 1,9 2,4 9 58 C2 4,8 4,3 -0,5 0,2 0,0 0,02 0,2 0,3 1,9 2,4 9 58 C3 4,6 4,4 •0,2 0,2 0,0 0,02 0,2 0,2 1.6 2,0 10 50 C4 4,8 4,4 -0,4 0,2 0,0 0,00 0,2 0,1 1,4 1,7 12 33 C5 4,9 4,4 -0,5 0,2 0,0 0,00 0,2 0,1 1,8 2,1 10 33

Relaçôes moleculares Ataque sulfürico (H2SO4 1:1)% C Fe2O3 P N C SiO2 SiO2 Horizonte (oigânico) Uvre solüvel AI2O3 % % N A12O3 R2O3 % ppm SiO] A12O3 Fe2O3 TiO2 Fe2O3 (Ki) (Kr)

Ap 0,5 0,05 10 1,2 2,1 1,1 0,2 1,0 0,7 2,8 A3 0,3 0,03 10 1,4 1.9 0,9 0,2 1,2 1,0 3.2 Cl 0,2 1,6 2,4 1,4 0,3 1,1 0,8 2,6 C2 0,2 1,8 2,4 1,5 0,3 1,3 0,9 1,3 C3 0,1 2,2 2,7 1,6 0,4 1,4 1,0 2,6 C4 0,1 2,4 2,7 1,6 0,4 1,5 1,0 2,6 C5 0,1 2,4 2,4 1,5 0,4 1,6 1,1 2,5

120 B. Cient. Inst. Agron., Campinas, 7, 1987 N/

Figura 31. Localizaçâo do per f il 1352 na folha de Cravinhos, IBGE, Carta do Brasil, escala 1 50.000. FoDia SF-23-V-C-I-4. (Reduçà"o do original)

1352 G3 - 100-155 cm; verrnelho-amarelada (5YR 4/6,5, ûmida); areia; apédica; nâo plâstica e nào e pegajosa; transiçâo difusa e plana.

1352 C4 - 155-2OOcm; vermelho-amarelada (5YR 4/7, ûmida); areia; apédica; solta, nâo plâstica e näo f pegajosa.

1352 C5 - 200-300 cm; vermelho-amarelada (5YR 4/7, ûmida); areia; nâo plâstica e nâo pegajosa. g

Observaçôes: raizes finas abundantes na primeira, segunda e terceira camada, comuns na quarta e quinta, e poucas nas demais.

4.5. Solos Hidromórfïcos (Hi) Compreendem uma classe de solos em alto nivel categórico cuja caractenstica mais impor- tante é a presença de horizonte glei a menos de 80 cm de profundidade. Esse horizonte, resultante de mar- cante processo de reduçâo, decorrente de regime hidrico âqiiico, apresenta cores neutras, com ou sem fnos- queamento proeminente ou distinto. Excluem-se dessa conceituaçâo os vertissolos, os solos com B textural e as areias quartzosas hidromôrficas. Foram cartografados como Solos Hidromórficos 10.651,9 hectares, ós quais perfazem 3,71% da area total.

B. Cient. Inst. Agron., Campinas, 7, 1987 121 Na quadricula de Riheirào Preto l'oram identit'icadas as seguintes classes de solos hidromór- ticos orgànico. giet Inimico e glei pouco hûmico. lartografados como associacào. por motivo de escala. dificuldade de penetracào nas areas alagadicas onde ocorrem. e complexidade de distribuicào Em diias observaçôes fei tas as margen s do rio Pardo foi observada a presenca de concre- çôes endurecidas (petroplintita a cerca de 80cm de profundidade). Esses solos foram considerados como inclusào O solo glei hûmico é o mais abundante. representando 5.364,75 hectares e correspondendo a 50% dos solos hidromórficos; o orgànico responde por 3.159,79 hectares (30%) e o glei pouco hûmico perfa? 2 I 27.25 hectares ( 20%). Os solos orgânicos apresentam uma camada superficial de material orgànico (horizonte turfoso) igtial ou superior a 40 cm de eSpessura. enquanto o glei hûmico e o pouco hûmico apresentam uma camada de material orgànico inferior a 40 cm ou um horizonte A mineral com cor prêta ou cinza muito escura e teores de carbono relativamente altos i> 4%) no caso dos gleis hûmicos. Por se desenvolverem em planicies aluvionais. onde a ocorrència de estratos é comum, apresentam diversidade textural bastante acentuada. tendo-se verificado textura desde arenosa, abaixo da camada orgânica. até argilosa, sendo esses os solos mais abundantes. Em decorrência da variacüo de textura e do microrrelevo. comum nessas areas, apresentam acentuada variaçào horizontal e vertical das caracteristicas de hidromorfismo, decomposiçào da matéria orgânica e tipo de horizonte A. Sua cartografia em ni'vel taxo- nômico mais baixo. onde essas caracteristicas seguramente devem ser levadas em conta na conceituaçâo das classes, é conseqüentemente muito dificil. Os solos hidromórficos situam-se nas areas maldrenadas das planicies aluvionais, desta- cando-se pela importância espacial aquelas do rio Pardo. ribeiröes do Tamanduâ, do Onça. do Pântano e Preto, e córregos Guataparazinho, Serra Azul e Hspraiado. No quadro 36, encontram-se os resultados anali'ticos de algumas caracteristicas de tais solos.

Quadro 36. Caracterfsticas f fsicas e quîmicas de solos hidromórficos das quadrfcula de Ribeirâo Preto

3 Are ia A re ia Ponto Camada PH Al ' CTC Argila Silte fina grossa

fit e.mg/lOOg e.mg/lOOg % n° cm TFSA argila %

1475 0-15 5,1 9,3 0,6 4,9 198,9 2 13 49 23 15 15-30 4,7 4,3 0,0 4,0 63,1 0 23 21 37 19

2127 0-20 4,9 4,2 1,7 1,2 36,6 22 21 16 38 25 60-90 5,0 10,0 11,6 0,8 59,3 35 56 36 5 3

2191 0-22 4,9 18,5 5,3 4,0 86,2 21 29 69 1 1 58-90 5,4 0,6 2,8 1,4 22,0 37 34 8 20 38

2354 040 4,9 33 0,7 2,0 48,4 8 16 13 38 33 80-iOO 5,1 13,8 28,0 2,4 121,5 50 46 47 2 5

122 B. Cient. Inst. Agron., Campinas, 7, 1987 Observa-se que sâo bastante heterogéneos tanto entre si conio ao longo do perfil. Devido aos altos teores de carbono destaca-se a èlevada capacidade de troca de cations. Os solos analisados sào distróficos. A vegetaçâo original é o campo higrófilo, porém algumas âreas estâo sendo utilizadas com pastagem.

Restriçôes edâficas Sào solos com sérios problemas de uso em vista do lençol freâtico elevado. A drenageni é imprescindi'vel para oferecer ao sistema radicular das plantas cultivadas urn ainbiente mais aerado. Polo elevado poder tampào, necessitam, para correçâo da acidez, de quantidades apreciâveis de calairio. Conio sào distróficos, requerem também adubos para suprir as necessidades de nutrientes. O cobre, devido à facilidade de complexaçâo corn a matéria orgânica. pode ser uni dos micronutrientes déficientes.

4.6. Solos Litólicos (Li-1 ) Os solos litólicos têm como principal caracteristica a pequena espessura do sohim, inferior a 40 cm, e a ausência de Horizonte diagnóstico de subsuperficie ou, se existente, pouco espesso. Apresentam A fraco, moderado, proeminente ou chernozêmico, assentado diretamente sobre a rocha (A, R) ou sobre horizonte C de pequena espessura (A, C, R). Essa legenda compreende também solos com horizonte B incipiente (Cambissolo) ou textural (Brunizém Avermelhado) de apenas poucos centimetros, os quais, devido a ocorrerem em pequenas âreas, foram considerados como inclusào. Na quadricula de Ribeirào Preto, esses solos sâo originados de basalto. Apresoniuni coin freqüencia horizonte A chernozêmico e sào predominantemente eutróficos, nào obstante- tenham sido verifi- cados alguns casos de distrofismo. A presença de cascalho e calhaus de basalto é comuin. A estruturadesse horizonteégeralmente granular média e pequena fortemente descnvolvida. No quadro 37 sào apresentados valores da média, do minimo e do mâximo absoluios e do desvio-padrâo para algumas caracteristicas referentes a dez amostras do horizonte A de Litossolos substrato basalto. Observa-se que sâo solos com argila de atividade alta, com valor médio de capacidade de troca de cations da fraçâo argila de 72,5 e.mg/lOOg. Apesar de o teor médio de carbono ser relativamente alta, 4,3%, a atividade da fraçào coloidal minerai é elevada. A disponibilidade de bases é singular, atingindo a soma de bases me'dia de 20,5 e.mg/lOGg TFSA e de saturaçâo 79%. Eles ocupam 15.223,0 hectares, os quais representam 5.3%da ârea total da quadricula. Como unidade de mapeamento simples (Li-1), foram cartografados em 12.617,5 hectares, sendo o restante constituido por associaçôes corn Terra Roxa Estruturada (Li-1 + TE e TE + Li-1), Brunizém Avermelhado (Bv + TE + Li-1) corn solos da unidade Barâo Geraldo (Li-1 + LRd-1 + Li-1), da Ribeirào Preto e da Barâo Geraldo (LRe + LRd-l + Li-1). Distribuern-se por todos os quadrantes da quadricula: contudo, as âreas mais expressivas estào a Nordeste e no Centro-Sul, no terço superior das encostas. Nas outras âreas. onde o relevo é menos movimentado, a sua presença é facilmente percebida porque se destacam das âreas cultivadas que as circun- dam, seja pela sua cobertura vegetal natural — bastante perturbada pelo hörnern, seja pela cobertura atual, de pastagem, além do relevo ligeiramente escarpado.

B. Cient. Inst. Agron., Campinas, 7, 1987 123 Quadro 37. Média (x), mmimo, mâximo e desvio-padrâo (s) de varias caracterîsticas de amostras da camada superficial (0-20 cm), referentes a dez solos litólicos substrato basalto

Caracterfstica Mfnimo Maximo pHH2O 5,8 5,6 6,2 0,2 pHKCl 5,0 4,6 5,7 0,3 c(') 4,3 1,6 12,5 3,1 s(a) 20,5 12,9 46,7 — 10,9 Al3+(2) 0,1 0,0 0,2 0,1 3 crc( ) 72,5 36,1 160,7 34,3 vO) 79 63 95 12,0 RC(3) 59,5 27,5 151,0 36,4 m(0 1 0 2 0,5 Argüa(') 36 27 50 2,5 SUte(') 39 30 48 1,9 Areia fina(') 13 3 24 2,0 Areia grossaO) 12 7 15 0,9

(0%. 0)e.mg/100gTFSA. (3)e.mg/100g argua.

De acordo com o tipo de horizonte A, esses solos sâo classificados pelo sistema americano (ESTADOS UNIDOS, 1975) como: Lithic Haprudoll quando tem A chernozêmico e Lithic Udorthent e Typic Udorthent quando nâo tem A chernozêmico. Pelo sistema FAO (1974) e francês (CLASSIFICATION. . ., 1967), enquadram-se na classe Lithosol.

Restriçôes edâficas Sâo solos com enorme réservas de bases (Ca2 +, Mg2 \ K+). Contudo, a reduzida espessura e o relevo movimentado impedem o seu uso com agricultura extensiva. Algumas areas aplainadas, de topo, sâo aproveitadas após a retirada das pedras, com cultura de algodâo.

4.7. Cambissolos A conceituaçâo dessa classe de solos nâo esta ainda béni elaborada. Ein nossos trabalhos temos considerado como cambissolosaqueles solos que apresentam um horizonte B incipiente (B câmbico) de pelo menos 25 cm de espessura, subjacente a um horizonte A fraco, moderado, proeminente, ou chernozê- mico. Neste caso, o horizonte B deve apresentar a capacidade de troca de cations da fraçâo argila (após correçâo para carbono), inferior a 24 e.mg/100g(*\ Consideramos também pertencentes a esta classe os solos que apresentam horizonte A chernozêmico, com espessura superior a 30 cm assente em horizonte C ou rocha, excluindo material calcârio^**).

( * ) Paramètre) diferendador de Brunizém.

(**) Parâmetro diferendador de Rendzina.

124 B. Cient. Inst. Agron., Campinas, 7, 1987 Os cambissolos da area em estudo asseinelham-se morfologicamente aos latossolos. diferen- ciando-se deles por uma ou mais das seguintes caraeteristicas: I ) mais de 3% de minerais primârios intemperizâveis na fraçào areia tina: 2) relaçào Iimo/argila > 0,6: 3) capacidade de troca decâtions da fraçào argila, após desconto para carbono. > 13 e.mg/ 100g. 4) relaçâo molecular ki de 2,2 ou maior.

4.7.1. Unidade Sete Lagoas (Cb)

Classificaçào ,. Cambissolo eutrófico, distrófico ou âlico, A moderado ou proéminente, textura indiscrimi- nada, bem a imperfeitamente drenado. Dystrochrept(*) e Eutrochrept(*> (USA). Dystrie e Eutric Ferrisol (FAO). Solos pouco evoluidos, nâo climâticos ? (Fr).

Conceito da unidade Além das caracteristicas pertinentes ao conceito de Cambissolo, os solos dessa unidade apresentam as seguintes: 1) textura descontinua dévida à estratificaçâo do material; 2) horizonte A proeminente ou moderado; 3) drenagem interna boa ou imperfeita; neste caso, com presença de mosqueamento, pelo menos a partir da base do horizonte B2; 4) presença marcante de mica, especialmente nos horizontes inferiores; 5) teores descontinuos de carbono ao longo do perfil; 6) carâter élico ou distrófico. Observa-se que esta unidade constitui classe bastante abrangente, sendo a natureza fluvial do material de origem a mais importante caracten'stica diagnóstica. Devido à dificuldade de acesso nas plani- cies aluvionais, onde ocorrem esses solos e à natural heterogeneidade que tais materials apresentam, é dilïcil nesta escala de trabalho a delimitaçâo de unidades cartogrâficas constituidas de classes mais homogêneas.

Caracteristicas morfológicas e anali'ticas Devido ao relevo piano onde esses solos ocorrem, todas as observaçôes foram fei tas me- diante tradagem. Nâo se coletou perfil, e apenas em quatro locais foi coletado material para anâlises. Maiores consideraçôes sobre dados morfológicos e analiticos desses solos podem ser obtidos em OLIVE1RA et alii (1982a). Como critérios essenciais de campo para identificar a unidade, empregou-se a posiçâo na paisagem. a ausència de horizonte glei a menos de 80 cm de profundidade e a presença de mica.

< * > Foram identificados vârios subgrupos em nossos levantementos; os mais comuns, entretanto, sâ"o os Typic e os Fluventic.

B. Cient. Inst. Agron., Campinas, 7,1987 125 No1 quadro 38 encontram-se dados anali'ticos referentes aos quatro pontos amostrados. Observä-se que sào solos com acentuada heterogencidade, encontrando-se desde osâlicosaté os eutróficos e com väriädas classes texturais.

Restrilföes edâficas Sâo solos de medlario potencial agricola. cujos t'atorcs restritivos mais importantes sâo limitâmes de drenagèni interna e/ou de fertilidade e, ocasionalmente, riscos de inundaçào. pois sào de plani- cies allivionais.

Quâdro 38. Valores mniimoe mâximo de varias caracteristicas de quatro amostras coletadas na camada superficial (0-20 cm) (a) e subsuperficial (60-80 cm) (b) de solos da ünidade Sete Lagoas

CaracterfStica Camada Minimo Mâximo

pHH2O a 5,0 5,1 b 5,0 5,6

C(0 a 1,4 3,1 b 0,4 1,2

1,9 5,8 1,0 5,3

a 0,6 1,8 b 0,0 2,5

crc(*) 8,7 15,4

v(0 a 32 48 b 11 66

a 12 31 b 0 70

ArgÜä(') a 35 68 b 31 70

SUte(') a 11 36 b 11 33

AreiaflhaO) 4 42 3 48

a 1 12 b 0 10

2 3 ( )e.jhg/100gTFSA. ( )e.mg/100gargUa.

126 B. Cient. Inst. Agron., Campinas, 7, 1987 Area ocupada e descriçâo da paisagem Esses solos ocupam 1.964,25 hectares, representando 0,7% da area total da quadricula. Desses, apenas 485,0 hectares correspondem à unidade de rnapeamento simples, sendo o restante constitui'do por associaçôes com os solos hidromórficos identificados na area Cb + Hi-2, Cb + Hi-1, Hi-1 + Cb; Cb + H2 +

Ocorrem as margens do rio Pardo, ao longo de praticamente todo o trecho compreendido na quadricula, onde se desenvolvem em sedimentos aluvionais. Provavelmente devido a problemas de inundaçoes e drenagem interna déficiente, estào sendo utilizadosquase que exclusivamente com pastos.

4.8. Tipos de terreno (TT-1, TT-2) Durante os trabalhos de prospeccâo sistemâtica executados nesta quadricula, observamos a ocorrência de âreas suficientemente extensas para ser cartografadas na escala do mapa proposto, 1:100.000, as quais eram constituidas por uma associaçâo caótica de pequenas manchas de solo natural e de exposiçào de bancadas lateriticas (Figura 32) num caso, ou de solo e escavaçôes, em outro, resultantes da extraçâo de argila.

Figura 32. Bancada latentie« próxima ao córrego do Labaieda, constituindo, com os Latossolos Roxos rasos ou Utossolos substrato bancada later îtica, um tipo de terreno. Municipio de Ribdiffo Preto.

A utilizaçâo agricola dessas âreas é limitada, na exposiçào de lateritas (TT-2), pela impossi- bilidade de uso de mâquinas agricolas. Mesmo nas manchas onde a îaterita nào esta exposta, o solo é muito raso ou raso. Na extraçâo de argila (TT-1), a grande densidade de escavaçôes, resultando em ârea pontilhada de grandes buracos, com dois ou mais métros de profundidade, comprbmetendo ârea de 10 m2 ou maior, e de monticulos de terra deles provenientes, torna impraticâvel o uso da terra.

B. Cient. Inst. Agron., Campinas, 7, 1987 127 As ocorrèncias de laterita estào concentrudas as margens do eörrego da Labarcdu (aflucnte do ribeirào do Onça), proximo à Fazenda Santa Teresinha do Labareda. Essa unidade cartogràfka ocupa uma area de 76.5 hectares, correspondentes a 0,03% da area total. A maior concetitroçào de extraçao de argila e que permite o delineamento de unidade cartografica. distribui-se ao longo da vârzea do ribeirâo Tamanduâ, aeima da sua conlïuéncia com o córrego Tamanduazinho. Foram cartografados nessa legenda 654,0 hectares, os quais constituem 0.23% da area total.

4.9. Associa cao de solos Na quadricula de Ribeirào Preto. é comum solos geograficamente associados a uma mesina paisagem apresentarem semelhanças nos aspectos morfolögicos. É. o caso das unidades Ribeiiâo Pielo. Barâo Geraldo. Capào da Cruz, Limeira e Bonfim; da Areia Ouartzosa e solos da unidade Coqueiro, e da unidade Hortolândia e Dois Córregos. A distinçao entre solos da unidade Ribeirào Preto, Barào Geraldu e Capào da Cru/ e fcita exclusivamente corn base em dados anah'ticos. Assim. é impraticâvel, especialmcnte cm areas ngricultadas. onde o emprego de insumos maseärou as diferenças de fertilidade, delimitâ-los sein auxilio de uniii elevada densidade de amostras com anâlises, onerando bastante o custo do levantamento. Da mesma forrtlä, a delimitaçào dos solos das unidades Bontim e Linieira e desses com os latossolos roxos. ê dificil. Embofa o uso do îmà auxilie bastante, no cainpo. na dislinc/io de latossolos vermetho-escuros argilosos dos latossolos roxos. o numero de observacöes deve ser grande. A delimitaçào da Areia Quartzosa dos latossoios vermelho-amarelos de icxlura media, Unidade Coqueiro, é trabalhosa. SÉo bastante semelhantes mortologicamente, requerendo substancial apoio de cainpo, que nao encontra. tarrtbém, relaçâo solo-paisagem suficientemente consistente lusta quadricula para facilltar-lhe a cartografia. Acresce, nesse caso, a escassez da rede viaria. dit'iculUtndo a penetraçâo rapida na area. Em todos esses casos, é comum recorrer à associaçào de solos. As associates, em numero de duas OU très em cada unidade de rnapeameiito. sao denominadas pelos nomes das unidades de solos que as constituem, em seqüència decrescetlte de itilportância espacial. Öutro fato cortlüm nesta quadrîcula e que condicionou o emprego de assodaçôes. foi a complexidade do padrào de distribuiçào dos solos e/ou a dificuldade de acesso à area, l-stâo iie^es casos os 'solos das planfcies aluvionais, behi e maldrenados: solos hidromórficos e cambissolos. e os dos relevos aciden- tados: solos litólieds, parte das terras roxas estruturadas e dos brunizéns avermelhados. No quadro 3. foram assinaladas as varias associaçôes encontradas nesla quadricula.

4.10. Cortelaçào das unidades taxonômicas identificadas neste trabalho com as eslabelecidas em Sào Paulo pela Comissâo de Solos Em 1960, a Cortiissâo de Solos do Ministério da Agricultura publiant o revantamento de Reconhecimento dos Solos do Estado de Sâo Paulo (CENTRO NACIONAL. . .. I960». Esse doeumento tem sido. desde entào. bastante utillzado como fonte informativa da distribuiçao e identit icaçào dos solos do territorio paulista. pela pesquisa. pela experimentaçào e pela assistèneia téenica agronômica. A conceituacào dos solos e a nomenclatura empregadâs reftetiam considerâvel avanço sobre os trabalhos de âmbito estadual atéentaoconhecidosCPAlVANETOetalii, 1951; SETZER, 1949). Ê interessante, portanto, cbrrelacionar as unidades estabelecidas neste trabatho com aquelas identificadas pela Comissâo de Solos (Quadro 39).

128 B. Cient. Inst. Agron. Campinas, ~>, 1987 Quadro 39. Correlaçâo das unidades taxonómicas identificadas na quadn'cula de Ribeirâo Preto e asestabelecidasem Sâo Paulo pela Comissâp de Solos (CENTRO NACIONAL.... 1960) Unidade taxonômica Unidade taxonômica da quadn'cula de da Comissäo de Solos Ribeirâo Preto Ribeirâo Preto Latosol Roxo Baräo Geraldo Latosol Roxo Agua Vermelha Latosol Roxo Capäo da Cruz Latosol Roxo Jardinópolis Näo tern similar Latossolo Roxo raso Nâo tem similar Latossolo Roxo concrecionärio Nâo tem similar Dois Córregos Latosol Vermelho-Escuro fase arenosa ' ' Hortolândia Latosol Vermelho-Escuro fase arenosa ( ' Bonfim Latosol Vermelho-Escuro orto ( ' ) Limeira Latosol Vermelho-Escuro orto•(') Coque iro Latosol Vermelho-Amarelo fase arenosa Laranja Azeda Latosol Vermelho-Amarelo fase arenosa Canchim Latosol Vermelho-Amarelo fase arenosa Itororó Latosol Vermelho-Amarelo orto ? (' ) Peroba Latosol Vermelho-Amarelo orto ? (' ) Estruturada Terra Roxa Estruturada 0 ) Engenho Mediterrânico Vermelho-Amarelo ? (' ) Areia Quartzosa profunda Regosol Solos hidromórficos Solos Hidromórficos Solos litólicos substrato basalto ou diabâsio Litosol fase substrato basaltito Cambissolo Solos Aluviais ' ) Unidade nâo cartografada pela Comissâo de Solos nesta quadn'cula.

Como o ni'vel de levantamento semidetalhado pennite inaior precisâo cartogrâfica e menor generalizaçào taxonômica, algumas das unidades aqui désertas nâo se ajustam peifeitainente as detïnieôes emitidas naquele trabalho. Por outro lado, devido à pequena escala do mapa publicado pela Comissâo de Solos, 1:500.000, e ao nivel de levantamento empregado, glebas possiveis de cartografar em mapas de escala maior, como o de Ribeirâo Preto, nâo puderam sê-lo naquele. Acreditamos que a Terra Roxa Estruturada e os Latossolos Vermelho-Escuros estejam nesse caso. Alguns dos solos identificados näo enconfram naquele documento ncnluima unidade simi- lar: Latossolo Roxo unidade Jardinópolis, Latossolo Roxo rùso, Latossolo Roxo Concrecionärio.

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B. Cient. Inst. Agron., Campinas, 7, 1987 133 COMISSÂO EDITORIAL

Celso Valdevino Pommer (Coordenador) André Luiz Lowençâo, Angela Maria Cangiani Furlani, Ederaldo José Chiavegato, Fran- cisco Antonio Passos, Heitor Cantarella, Ignacio José de Godoy, Ivan José Antunes Ribeiro, Joäo Floriano de Menezes, José Maria Aires da Silva Valadares, José Valdemar Gonzalez Maziero, Marlene Lima, Pedro Roberto Furlani, Rubens Rodolfo Albuquerque Lordello e Sueli dos Santos Freitas. Angela Maria C. Furlani ,„ . . _ . : _ °. ~ „ „ ,. (Revisores de Summary) Ondino Cleante Batagha x v _' Lt'gia Abramides Testa (Revisora de Vernâculo)

EQUIPE PARTICIPANTE DESTA PUBLICAÇAO:

SERVIÇO DE DIVULGAÇAO TÉCNICO-CIENTfFICA - SDT-C

Biblioteca: Neide Zamariolli (Revisäo das Referências Bibliogrâficas) Publicaçôes: Vera Gallo Yahn, Ana Maria Pegoraro Pedrosanto, Etisabete Cristina Madi Martins, Herminia Regina Campagnoli Bueno, Maria Inès de Freitas Pereira e Vanderlei Antonio Zago Tipografia: Gilberto Priori, Antonio Edson Laurindo dos Santos, Benedito Bueno, Joäo Alves Costa, Joäo Cardoso, Fernandes, José Cassiano Ramos, Ldzaro Altino, Luiz de Assis Alves e Rosino Rodrigues da Silva. Outros trabalhos desta série:

N° 3 — Avaliaçôes agronômicas e botânicas de germoplasmas na coleçâo de gergelim do Institute Agronômico.

N9 4— Ensaios regionais de variedades paulistas de algodoeiro. VI. 1977/78—1978/79.

NQ5- Estudos nutricionais em arroz 'IAC-841', 'IAC-435' e 'IACM7' em diferentes estâdios de crescimento e niveis de adubaçâo N, P e K.

N° 6 — Levantamento pedológico detalhado da Estaçâo Experimental de Capäo Bonito.

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Mapas e textos referentes a levantamento pedológicos semidetalhados executados pela Seçâo de Pedologia do IAC: - Quadricula de Araras: mapa (1:10Ö.000) e boletim técnico nQ 71 ; - Quadricula de Säo Carlos: mapa (1:100.000) e boletim fécnico nO 98; - Brotas: mapa (1:100.000); - Descalvado: mapa (1:100.000); - Jau : mapa (1:100.000) ; - Vale do RP-a: mapa (1:100.000). - Quadricula de Campinas: mapa (1:100.000) e boletim, publicados pelo IBGE. (Série Recursos Naturais e Meio Ambiente, 5)

O IAC publica ainda: Boletim Cienti'fico, Bolétim Técnico, Bragantia e O Agronômico.

Editado pelo Serviço de Divulgaçâo Técnico-CientiTica INSTITUTO AGRONÔMICO DE CAMPINAS Cx..Postal,28- . , Föne: (0192) 31-5422 (PABX) 13001 Campinas (SP) - BRASIL Telex: (019) 1059