BOLETIM DE ANÁLISE POLÍTICA

8 a 12 de fevereiro 2021 fatos, tendências e conjuntura política no Congresso Nacional RAPS • BOLETIM DE ANÁLISE POLÍTICA • 8 A 12 DE FEVEREIRO DE 2021

DESTAQUES DA SEMANA 8 a 12 de fevereiro de 2021

• Eleição para Mesas Diretoras inauguram discussões sobre eleições de 2022;

• PSDB e DEM veem racha interno enquanto PT causa rusgas com esquerda ao lançar Haddad;

• Continua a pressão sobre a Anvisa para acelerar processo de aprovação de vacinas com estoques acabando pelo país;

• Pacheco e Lira sobem tom com Governo ao pedir urgência para retomada do Auxílio Emergencial;

• Audiência no Senado e denúncias sobre produção de Cloroquina agravam situação de Pazuello;

• Lira institui Grupo de Trabalho composto por deputados que proporão alterações no Código Eleitoral para 2022.

CONTEXTO GERAL E GOVERNO

A semana que seguiu após as eleições para as mesas diretoras do Senado e da Câmara Federal teve dois efeitos práticos no cenário político nacional: por um lado, desacelerou a tese do que vinha ganhando força e, por outro, promoveu uma reorganização de forças políticas inaugurando as articulações para as eleições de 2022.

O movimento teve início pouco antes dos deputados e senadores depositarem seus votos nas urnas, em especial quando o DEM anunciou seu desembarque do bloco de (MDB-SP) e, por pouco, o PSDB também não o fez oficialmente. Tamanho desgaste levou o então presidente da Casa, (DEM-RJ), a indicar publicamente traição de seus aliados no DEM, em especial do presidente nacional da sigla, ACM Neto (DEM-BA), e sinalizou sua saída do partido. O ex-ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta (DEM-MS), fez coro a Maia e também demonstrou

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insatisfação revelando uma quebra entre o “DEM do Norte”, mais alinhado ao Governo Federal, e o “DEM do Sul”, ligado a Maia, Mandetta e ao vice-governador de São Paulo, Rodrigo Garcia (DEM-SP).

Ato contínuo, o PSDB, que se viu rechaçado após parte importante do partido indicar votos em Arthur Lira (PP-AL), protagonizou o mais recente embate com vistas a 2022 entre o governador de São Paulo, João Doria (PSDB-SP), e o governador do Rio Grande do Sul, o LÍDER RAPS Eduardo Leite (PSDB-RS). Doria defendeu, de maneira considerada indelicada pelos pares, sua ascensão à presidência nacional do partido e a expulsão do deputado Aécio Neves (PSDB-MG) e tucanos mais alinhados ao Governo Federal. Segundo parlamentares, o movimento foi mal calculado e teve reação imediata, em especial dos tucanos de fora de São Paulo. Eduardo Leite recebeu em Porto Alegre (RS) uma porção de parlamentares insatisfeitos com Doria e aceitou a missão de se projetar nacionalmente para barrar os intentos do governador de São Paulo. Não foram poucas as menções de que Doria deveria lembrar-se que “O Brasil não é São Paulo”.

Doria, que já vinha se aproximando da ala mais tradicional do partido, ligada a Fernando Henrique Cardoso, fez nova reunião com o ex-presidente da República e mostrou ser apoiado por ele na necessidade do PSDB se declarar oposição, de fato, ao Governo Federal. Contudo, o endosso do presidente de honra do partido, que em entrevistas sempre menciona o nome de Luciano Huck, parece ter terminado nesse ponto.

Enquanto os partidos do chamado “centro democrático” – em especial, PSDB e DEM – se digladiam internamente, a esquerda também viu rachar, ao menos por hora, a ideia de frente ampla com o anúncio da pré-candidatura de Fernando Haddad (PT- SP) às eleições presidenciais de 2022. É verdade que estamos distantes e que não foi um anúncio oficial, mas Haddad disse estar cumprindo ordens de Lula para “colocar o bloco na rua”. No mundo político, o movimento foi visto como uma tentativa de Lula afastar de si os holofotes num momento em que está, aos poucos, conseguindo reverter as decisões judiciais que cassam seus os direitos políticos.

Já o apresentador Luciano Huck, cortejado pelo DEM e pelo CIDADANIA, deve aguardar até o próximo semestre para decidir se, dessa vez, se postulará candidato à presidente. No meio político, entende-se que pesam dois fatores ao apresentador: 1) sua relação de décadas com a Rede Globo; 2) o impacto do vazamento de mensagens

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da Operação Lava Jato que mostram um relacionamento bastante próximo entre o ex-juiz Sérgio Moro e o procurador nas acusações ao ex-presidente Lula. O grupo de Huck vê o ex-juiz como forte candidato e espera ver como essas mensagens podem impactar Moro.

Já no Palácio do Planalto, o presidente começa as conversas sobre seu futuro partido. Estão na lista PTB – de Roberto Jefferson – e o Patriotas – partido que já havia se preparado para receber Bolsonaro em 2018, mas acabou preterido pelo PSL. O cálculo político em torno do partido do presidente é o mesmo das últimas eleições: um pequeno partido, sem histórico de corrupção, desconhecido da população, de modo que não faça sombra ao personalismo presidencial. Ao mesmo tempo, há uma nova condição: o partido que receber Bolsonaro, seus filhos e seguidores em todo o Brasil deve entregar-lhe os diretórios de maneira completa e irrestrita.

Também passou a preocupar o ciclo mais próximo ao presidente o impacto atribuído ao fim do Auxílio Emergencial em sua popularidade. Antes reticente às discussões em torno da retomada do benefício, segundo parlamentares, Bolsonaro já assentiu com a proposta, mas não mudou o modus operandi com que tratava os temas no Congresso Nacional. Até a presidência de Rodrigo Maia, o Planalto pautava a importância de um tema, mas não assumia o ônus das iniciativas, deixando que o Congresso legislasse, como foi na primeira onda do Auxílio, inclusive sobre o valor e a quantidade de parcelas. Agora, essa mesma postura tem colocado, mais rápido do que o previsto, o novo comando do Congresso Nacional em atrito com o Governo, em especial, com o ministro da Economia, Paulo Guedes.

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), e o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), têm pressionado reservada e publicamente o Governo a dar uma resposta imediata à retomada do Auxílio. Ambos receberam de Guedes a resposta de que, antes, o Congresso deveria avaliar as PECs que aguardam análise dos congressistas e trazem elementos para assegurar o teto de gastos. Os presidentes das Casas Legislativas, contudo, pressionam o Governo a retomar o Auxílio via Medida Provisória e crédito extraordinário, que corre por fora do teto de gastos. Por outro lado, prometem, após o movimento do Governo, pautar as PECs solicitadas. Seria retomada a urgência da PEC do Pacto Federativo, outrora sugerida sua junção numa única PEC, com uma espécie de “cláusula de Guerra” em que o Orçamento da União seria flexibilizado em ocasiões especiais, como a pandemia. Já a PEC Emergencial trataria mais especificamente dos cortes nas contas públicas visando a solvência fiscal até 2026.

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Nos bastidores do Planalto, há resistência do Governo em fazer o primeiro movimento, algo que não é da estratégia palaciana com o Congresso. Também há receio se a possível MP do Auxílio não vá, de fato, ser pautada no Congresso, que levaria ao risco de aumento do benefício em valor e tempo. Guedes também sinalizou publicamente que o Governo deve retomar o programa emergencial de corte de jornadas e salários que vigorou no ano passado.

Já sobre as alterações na Esplanada dos Ministérios, nada mais é certo além da ida de (DEM-RS) para a Secretaria-Geral do Governo e a nomeação do deputado João Roma (Republicanos-BA) para o Ministério da Cidadania. Roma é tido como indicação de ACM Neto, presidente do Democratas, de quem fora chefe de gabinete. Neto procura não se vincular ainda mais ao Governo Federal e considerou a indicação de Roma como uma “afronta”.

Políticos mais experientes têm apontado para um risco eminente ao Governo e, em especial, ao atual ministro da Saúde, Eduardo Pazuello. A notícia de que o Ministério usou recursos de crédito extraordinário e a estrutura da Fiocruz para produção de 4 milhões de comprimidos de Cloroquina podem complicar a vida do general, que hoje é alvo de inquérito na Polícia Federal movido pelo Ministério Público Federal pela gestão do Planalto durante a pandemia. A pressão sobre o Ministro deve aumentar com os primeiros estados esgotando seus estoques de Coronavac e Oxford/ Astrazeneca enquanto sobram comprimidos de Cloroquina pelo país.

Por fim, no final da semana, o presidente Jair Bolsonaro editou quatro decretos que flexibilizam as normas para aquisição e porte de armas. Editando sobre o Estatuto do Desarmamento, os decretos são atos infralegais que não dependem da autorização do Congresso. Além de permitir porte simultâneo de armas e a prática desportiva para adolescentes, os decretos autorizaram também a aquisição de até seis armas – antes eram quatro – por um cidadão comum.

CONGRESSO NACIONAL

No Congresso Nacional, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), tem sido pressionado a instalar a CPI da Covid-19 após o LÍDER RAPS senador Randolfe Rodrigues (REDE-AP) coletar as assinaturas necessárias. O fórum pode gerar uma série de novos desgastes e agravar essa nova polêmica que se soma a processos no Supremo Tribunal Federal que envolvem o presidente da república e seus aliados.

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Já Arthur Lira (PP-AL) tem tido comportamento que comprova o que se esperava durante sua campanha pela presidência da Câmara. Conhecedor do regulamento, tem acelerado tramitações e impedido obstruções na análise das matérias que pauta, como visto com a votação da Independência do Banco Central. Segundo parlamentares, Lira busca acenar ao mercado financeiro e, ao mesmo tempo, mostrar-se cumpridor ao Planalto frente ao apoio que recebeu.

Dentre essas primeiras medidas, uma chamou menos atenção do que deveria. Lira criou o Grupo de Trabalho do Novo Código Eleitoral, um grupo de deputados que, assessorados por consultores legislativos, deve propor projetos de lei para alterar dispositivos da lei eleitoral. Alvo de críticas, esse modelo não respeita a proporcionalidade dos partidos, diferentemente de uma comissão especial e/ou temporária. Segundo parlamentares, Lira se incomoda com decisões diferentes entre tribunais regionais e espera que o Grupo sugira legislação sobre o tema. Nenhum outro assunto está vedado, nem o modelo de “distritão” – bastante conhecido na época da presidência do ex-deputado – e nem mesmo a adoção do voto impresso. Neste grupo está a LÍDER RAPS deputada federal Leandre (PV-PR).

Embora não haja feriado de Carnaval oficialmente nos estados, na política o período de festas deve representar arrefecimento dos trabalhos legislativos. Na próxima semana, a atenção na Câmara deve estar voltada à instalação de algumas das comissões da Casa.

O PT, maior bancada da Câmara, pretende instalar um novo campo de desgaste para Bolsonaro com o comando da Comissão de Relações Exteriores, antes presidida pelo filho do presidente, deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP). O partido pretende indicar para o posto (PT-SP), experiente político que já foi presidente da Câmara entre 2007 e 2009.

Já o PSL alinhado a Bolsonaro pretende, além de concretizar a indicação da deputada Bia Kicis (PSL-DF) à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), também emplacar a deputada Carla Zambelli (PSL-SP) à Secretaria de Comunicação da Casa, anteriormente comandada pela deputada Joice Hasselman (PSL-SP).

Tal qual na Câmara, no Senado Federal causa preocupação no Planalto a possibilidade de que a Senadora Katia Abreu (PP-TO) assuma a presidência da Comissão de Relações Exteriores. Embora seu partido seja base do Governo, Abreu é considerada independente e crítica.

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Já o recém-criado cargo de Líder da Oposição no Senado deve ficar com o senador Randolfe Rodrigues (REDE-AP), articulador da proposta que só recebeu voto contrário de Eduardo Girão (-CE).

Com a morte do senador Zé Maranhão (MDB-PB), aumentará a participação feminina no Senado com a posse de Nilda Gondim (MDB-PB), mãe do também senador Veneziano Vital do Rêgo (MDB-PB).

Sobre pauta legislativa, o Senado deve continuar a apreciação das pautas liberais menos polêmicas já aprovadas pela Câmara e concentrar em seu âmbito as PECs do Pacto Federativo, Emergencial, da Reforma Administrativa e, por fim, do Auxílio Emergencial.

JUDICIÁRIO

O assunto da semana no mundo jurídico foi a autorização pela 2ª Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) em conceder ao ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva o acesso integral às mensagens supostamente trocadas entre o ex-juiz Sérgio Moro e o procurador Deltan Dallagnon no âmbito da Operação Lava-Jato. As mensagens foram obtidas numa operação hacker e devem servir à defesa do ex-presidente no processo que move pela suspeição de Moro no STF.

O julgamento chamou atenção por dois movimentos internos da Corte. A ministra Carmen Lúcia, normalmente alinhada ao grupo mais afeito à Lava-Jato, parece estar mudando de entendimento e votou pelo compartilhamento do conteúdo das mensagens. Já o mais recente ministro da Corte, Nunes Marques, indicado por Bolsonaro, também votou a favor do pedido da defesa de Lula.

Outra decisão judicial veio do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que rejeitou duas ações que pediam a cassação da chapa de Bolsonaro-Mourão nas eleições de 2018. Os pedidos negados acusavam a coligação do uso ilegal de disparos pelo WhatsApp.

MEIO AMBIENTE

Na pauta ambiental, há movimentação de parlamentares pela derrubada dos vetos

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presidenciais ao Programa de Serviços Ambientais, sancionado pouco antes do final do ano passado. Contudo, há 22 vetos presidenciais na fila do Congresso Nacional que travam a pauta e devem ser apreciados antes daqueles que miraram a proposta ambiental em tela.

O LÍDER RAPS deputado federal Arnaldo Jardim (CIDADANIA-SP) está colhendo assinaturas de colegas, empresas e instituições do terceiro setor visando a derrubada dos vetos ao projeto. O documento já conta com assinaturas do senador Fabiano Contarato (Rede/ES) e dos deputados Nilto Tatto (PT-SP), LÍDER RAPS Rodrigo Agostinho (PSB-SP), Rubens Bueno (Cidadania-PR) e Camilo Capiberibe (PSB-AP)

Após completar um ano à frente do Conselho da Amazônica, o vice-presidente General Hamilton Mourão (PRTB-RJ) prometeu concentrar os esforços do Conselho no combate às ilegalidades nos dez municípios mais afetados da região com o objetivo de reduzir em 30% os índices de desmatamento da região. Mourão também informou que os militares da Operação de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) devem deixar a região até maio deste ano.

Já o Ministério do Meio Ambiente lançou um programa chamado “Adote um Parque”, que permitirá que pessoas físicas ou jurídicas adotem por até 5 anos uma das 132 unidades de conservação na Amazônia. A iniciativa contou com a primeira intenção de adoção feita pelo Carrefour Brasil, que escolheu a Reserva Extrativista do Lago do Cuniã, em Rondônia. O decreto prevê chamamento público para efetivar a adoção. O Governo espera que o adotante se comprometa com a recuperação ambiental de áreas degradadas, o apoio à prevenção e o combate de incêndios florestais e do desmatamento ilegal.

#Líderes RAPS

Sobre os Líderes RAPS, destacamos a votação nominal em torno da independência do Banco Central (PLP 19/2019), onde a maioria da rede na Câmara dos Deputados votou a favor da matéria. Politicamente, nossa leitura gira em torno da simpatia dos quadros da RAPS à noção mais moderna de economia e para além de alinhamento com a posição do Governo. Os parlamentares da RAPS do PSB se posicionaram contrários, com exceção do deputado Rodrigo Coelho (PSB-SC), bastante próximo ao Governo Federal e conflitante com seu partido.

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A FAVOR (23) CONTRA (4) NÃO VOTARAM (3) Adriana Ventura (NOVO-SP) Alessandro Molon (PSB-RJ) Greyce Elias (-MG)

Alex Manente (CIDADANIA-SP) Rafael Motta (PSB-RN) Profa. Dorinha (DEM-MT)

Alexis Fonteyne (NOVO-SP) Rodrigo Agostinho (PSB-SP) Pedro Cunha Lima (PSDB-PB)

Arnaldo Jardim (CIDADANIA-SP) Tadeu Alencar (PSB-PE)

Carlos Chiodini (MDB-SC)

Eduardo Costa (PTB-PA)

Francisco Jr. (PSD-GO)

Franco Cartafina (PP-MG)

Fred Costa (-MG)

Jaqueline Cassol (PP-RO)

Leandre (PV-PR)

Lucas Gonzalez (NOVO-MG)

Luisa Canziani (PTB-PR)

Marcelo Ramos (PL-AM)

Marcos A. Sampaio (MDB-PI)

Paula Belmonte (CIDADANIA-DF)

Pedro Vilela (PSDB-AL)

Raul Henry (MDB-PE)

Rodrigo Coelho (PSB-SC)

Ruy Carneiro (PSDB-PB)

Tabata Amaral (PDT-SP)

Tiago Mitraud (NOVO-MG)

Vinicius Poit (NOVO-SP)

Outros destaques são os Líderes que compõem a Comissão Mista de Orçamento (CMO) enquanto membros titulares: deputado Ruy Carneiro (PSDB-PB), deputada Professora Dorinha (DEM-TO) e senador Rodrigo Cunha (PSDB-AL).

O senador Rodrigo Cunha também é cotado para assumir a Comissão de Ciência e Tecnologia (CCT) do Senado. Ele é líder do bloco PSDB/PSL e vice-líder do PSDB.

Já o Senador Jean Paul Prates (PT-RN) foi escolhido como líder da minoria no Senado e abriu espaço para a REDE no recente cargo de líder da oposição.

Seguem a listagem de cargos de membros RAPS em cargos no Congresso até o momento:

9 RAPS • BOLETIM DE ANÁLISE POLÍTICA • 8 A 12 DE FEVEREIRO DE 2021

• Câmara dos Deputados: Alex Manente (CIDADANIA-SP) Líder do Cidadania

Fred Costa (Patriota-MG) Líder do Patriota

Vinícius Poit (NOVO-SP) Líder do NOVO

Alexis Fonteyne (NOVO-SP) Vice-líder do NOVO

Tadeu Alencar (PSB-PE) Vice-líder da Oposição

Alessandro Molon (PSB-RJ) Líder da Oposição (ainda não oficializado devido à resistência do PCdoB)

• Senado Federal: Jean Paul Prates (PT-RN) Líder da Minoria no Senado

Rodrigo Cunha (PSDB-AL) Líder do bloco PSDB/PSL e vice-líder do PSDB no Senado

Alessandro Vieira (CIDADANIA-SE) Líder do CIDADANIA no Senado

Randolfe Rodrigues (REDE-AP) Líder da REDE no Senado

• Membros de Frentes Parlamentares: Arnaldo Jardim (CIDADANIA-SP) Frente Parlamentar Mista Para a Criação de Estímulos Econômicos Para a Preservação Ambiental; Frente Parlamentar pela Valorização do Setor Sucroenergético Adriana Ventura - Frente Parlamentar Mista da Telessaúde; Frente Parlamentar Mista Ética Contra a Corrupção (FECC)

Alessandro Molon (PSB-RJ) Frente Parlamentar Ambientalista

Alex Manente (CIDADANIA-SP) Frente Parlamentar Mista pela Competitividade da Cadeia Produtiva do Setor Químico, Petroquímico e de Plástico

Francisco Jr. (PSD-GO) Frente Parlamentar do Terceiro Setor e Filantropia; Frente Parlamentar Mista Católica Apostólica Romana

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Fred Costa (PATRIOTAS-MG) Frente Parlamentar Mista em Defesa dos Direitos dos Animais

Leandre (PV-PR) Frente Parlamentar Mista da Primeira Infância

Lucas Gonzalez (NOVO-MG) Frente Parlamentar de Combate ao Suicídio e Automutilação no Brasil Marcelo Ramos - Frente Parlamentar Mista para o Desenvolvimento Regional Sustentável; Frente Parlamentar em Defesa da Sustentabilidade dos Regimes Próprios de Previdência Social e da Competitividade do Mercado de Capitais;

Professora Dorinha (DEM-TO) Frente Parlamentar Mista da Educação

Tadeu Alencar (PTB-PA) Frente Parlamentar Mista em Defesa do Cinema e do Audiovisual Brasileiros

Tiago Mitraud (NOVO-MG) Frente Parlamentar Mista da Reforma Administrativa

Vinicius Poit (NOVO-SP) Frente Parlamentar Mista da Economia e Cidadania Digital

O Líder RAPS senador Randolfe Rodrigues (REDE-AP) protocolou o PL 22/2021, que prevê pagamento de R$ 600 durante quatro meses como a segunda fase do Auxílio Emergencial.

Já a deputada Jaqueline Cassol (PP-RO) apresentou o PL 4648/2020, que altera o novo Código Florestal e amplia os prazos para definição de área rural consolidada e pousio, ou seja, de atividade agrícola ininterrupta. Hoje esse prazo é de no máximo 5 anos e anterior a 22 de julho de 2008.

O projeto de lei que cria os Fundos de Investimento do Setor Agropecuário (FIAgro), de autoria do deputado Arnaldo Jardim (CIDADANIA-SP), pode ser votado na próxima semana.

O deputado Alex Manente (CIDADANIA-SP) voltou a defender a PEC da Prisão em Segunda Instância e alegou que a proposta só deve caminhar no Congresso com apoio popular.

O deputado Alexis Fonteyne (NOVO-SP), em entrevista, se declarou favorável a duas

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bandeiras caras da pauta de costumes do Presidente Bolsonaro: o excludente de ilicitude para policiais em serviço e a prática do homeschooling.

Por fim, o deputado Pedro Cunha Lima (PSDB-PB) indicou que pode ser candidato a vice-Governador da Paraíba na chapa de Romero Rodrigues (PSD).

AMEAÇAS E OPORTUNIDADES Prognóstico para a semana de 15 a 19 de fevereiro

Na próxima semana, a Câmara dos Deputados deve se dedicar à análise das seguintes matérias:

• MP 1026/21: facilita compra de vacinas, insumos e outros artigos para ampliação da vacinação contra Covid-19; • PL 3515/15: do superendividamento; • PL 6298/19: determina aplicação do Formulário Nacional de Risco e Proteção à Vida (Frida) durante atendimentos à mulher vítima de violência; • PL 2442/20: prevê que pedidos médicos para realização de exames pré-natal serão válidos enquanto perdurar as medidas de isolamento para contenção do surto de Covid-19 e poderão se dar de forma eletrônica; • PL 5114/19: cria o Dia Nacional da Criança Traqueostomizada, a ser comemorado anualmente em 18 de fevereiro; • PL 5238/20: altera o Código Penal para punir com pena de 6 meses a 2 anos de detenção juízes, promotores e defensores públicos que se omitirem em audiências de instrução ou de julgamento de processos criminais diante de atos abusivos praticados por advogados, assistentes ou qualquer dos presentes contra a dignidade de parte ou testemunha, principalmente em processos cuja vítima seja mulher; • PL 5391/20: determina que o condenado por homicídio ou tentativa de homicídio de autoridades e agentes das Forças Armadas e das Polícias cumpra pena em regime disciplinar diferenciado em estabelecimento prisional federal de segurança máxima; • PL 5043/20: amplia o teste do pezinho realizado pelo Sistema Único de Saúde (SUS) para diagnosticar até 53 doenças.

Enquanto a Câmara deve se concentrar nos temas econômicos de menor relevância e na Reforma Administrativa, o Senado deve capitanear as discussões em torno da

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Reforma Tributária. Pacheco sinalizou que pretende tê-la votada em março, mas não especificou qual das propostas na mesa deve aglutinar as discussões.

Segue como possibilidade o avanço da PEC do Pacto Federativo que pode trazer a “cláusula de guerra” ao Orçamento da União, bem como a possibilidade da PEC Emergencial com gatilhos ao teto do Orçamento visando a instituição de uma segunda fase do Auxílio Emergencial.

Outro tema que também aguarda andamento é o apoio às micro e pequenas empresas, com implantação de nova fase do Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Pronampe) e retomada do Programa Emergencial de Manutenção do Emprego e da Renda.

A SEMANA NO CONGRESSO

Principais discussões nas Comissões da Câmara

A Câmara realizou duas sessões técnicas, sendo que a principal delas foi a instalação da Comissão Mista do Orçamento (CMO). A Comissão foi instalada e elegeu por aclamação como presidente a deputada Flávia Arruda (PL-DF) e como relator o senador Márcio Bittar (MDB-AC). Compõe a comissão os LÍDERES RAPS deputado Ruy Carneiro (PSDB-PB), deputada Professora Dorinha e senador Rodrigo Cunha.

Outro ponto de atenção na Câmara dos Deputados foi a instalação do Grupo de Trabalho sobre o Novo Código Eleitoral Brasileiro. O grupo foi convocado pela Presidência da Câmara sem maiores explicações sobre seus objetivos, além de estudar aprimoramentos na legislação eleitoral. Esse movimento vem no contexto da vitória da chapa apoiada pelo Planalto, que tem como seu ocupante um defensor do voto impresso, o que gerou apreensão entre parlamentares.

O ponto de atenção reside na ausência da proporcionalidade partidária no formato do “grupo de trabalho”, diferentemente da instalação de uma comissão especial. Esse grupo demanda acompanhamento próximo por conta da variedade de impactos possíveis a partir de um possível projeto de lei apresentado como resultado dos trabalhos. A LÍDER RAPS Leandre (PV-PR) compõe o GT.

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Principais discussões nas Comissões do Senado

Os senadores fizeram apenas uma reunião em plenário de esclarecimento com o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, em virtude de convocação votada e aprovada.

Na próxima semana, serão instaladas as seguintes comissões:

1) Comissão de Educação (CE); 2) Comissão de Assuntos Sociais (CAS); 3) Comissão de Infraestrutura (CI); 4) Comissão de Relações Exteriores (CRE); 5) Comissão Senado do Futuro (CSF).

Matérias analisadas no Plenário da Câmara dos Deputados

PL 25/2021

Acresce os arts. 268-A, 312-A e 317-A ao Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal), para tipificar as condutas de infração de medida de imunização, de peculato de vacinas, bens medicinais ou terapêuticos, bem como de corrupção em planos de imunização. • AUTOR: Deputado Fernando Rodolfo (PL-PE) • RELATOR: Deputada Margarete Coelho (PP-PI) • STATUS: Aprovada na forma do substitutivo e encaminhado ao Senado.

PL 27/2021

Cria uma nova hipótese de dano qualificado para o caso em que a coisa destruída, inutilizada ou deteriorada for vacina, insumo ou qualquer outro bem destinado ao enfrentamento de emergência de saúde pública. • AUTORES: Deputados Mário Negromonte Jr. (PP-BA) e Luizão Goulart (REPUBLIC-PR) • RELATOR: Deputado Marco Bertaiolli (PSD-SP) • STATUS: Aprovada com alterações e encaminhado ao Senado.

14 RAPS • BOLETIM DE ANÁLISE POLÍTICA • 8 A 12 DE FEVEREIRO DE 2021

PRC 6/2021 (Autoriza o funcionamento das comissões durante a emergência de saúde pública de importância internacional relacionada ao coronavírus)

Altera a Resolução n. 14, de 2020, a fim de autorizar o funcionamento das comissões durante a emergência de saúde pública de importância internacional relacionada ao coronavírus (Covid-19), e dá outras providências. • AUTOR: Mesa Diretora da Câmara dos Deputados

• RELATOR: Deputado Marcelo Ramos (PL-AM) LÍDER RAPS • STATUS: Aprovada e promulgada.

PL 5387/2019

Dispõe sobre o mercado de câmbio brasileiro, o capital brasileiro no exterior, o capital estrangeiro no País e a prestação de informações ao Banco Central do Brasil. • AUTOR: Poder Executivo • RELATOR: Deputado Otto Alencar Filho (PSD-BA) • STATUS: Aprovada com alterações e encaminhada ao Senado.

PLP 19/2019

Define os objetivos do Banco Central do Brasil e dispõe sobre sua autonomia e sobre a nomeação e a exoneração de seu Presidente e de seus Diretores. • AUTOR: Senador Plínio Valério (PSDB-AM) • RELATOR: Deputado Silvio Costa Filho (REPUBLIC-PE) • STATUS: Aprovada com alterações e encaminhado à sanção.

15 RAPS • BOLETIM DE ANÁLISE POLÍTICA • 8 A 12 DE FEVEREIRO DE 2021

Matérias analisadas no Plenário do Senado Federal

PL 2809/2020

Altera a Lei nº 13.650, de 11 de abril de 2018, e prorroga até 31 de dezembro de 2020 a suspensão da obrigatoriedade de manutenção das metas quantitativas e qualitativas contratualizadas pelos prestadores de serviço de saúde no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS) estabelecida pelo art. 1º da Lei nº 13.992, de 22 de abril de 2020. • AUTOR: Deputado Antonio Brito (PSD-BA) • RELATOR: Senador Lucas Barreto (PSD-AP) • STATUS: Aprovada sem emendas e encaminhada aos deputados.

PL 4844/2020

Altera a Lei nº 13.979, de 6 de fevereiro de 2020, que dispõe sobre as medidas para enfrentamento da emergência de saúde pública de importância internacional decorrente do coronavírus responsável pelo surto de 2019, para proibir a desativação de hospitais de campanha enquanto não houver, nas localidades em que eles tenham sido implantados, ampla vacinação contra o novo coronavírus. • AUTOR: Senadora Rose de Freitas (PODEMOS-ES) • RELATOR: Senador Marcelo Castro (MDB-PI) • STATUS: Aprovada na forma do parecer do relator e encaminhada aos deputados.

PDL 562/2020

Aprova o texto da Convenção Interamericana contra o Racismo, a Discriminação Racial e Formas Correlatas de Intolerância, adotada na Guatemala, por ocasião da 43ª Sessão Ordinária da Assembleia Geral da Organização dos Estados Americanos, em 5 de junho de 2013. • AUTOR: Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional • RELATOR: Senador Paulo Paim (PT-RS) • STATUS: Aprovada por unanimidade e promulgado.

16 RAPS • BOLETIM DE ANÁLISE POLÍTICA • 8 A 12 DE FEVEREIRO DE 2021

PRS 9/2021 (Cria a Liderança da Oposição)

Altera o Regimento Interno do Senado Federal, para criar a Liderança da Oposição.

• AUTORES: Senadores Weverton (PDT-MA) e Randolfe Rodrigues (REDE-AP) LÍDER RAPS • RELATOR: Senador Cid Gomes (PDT-CE) • STATUS: Aprovada e promulgada.

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