Música e som nos curtas-metragens de Jean-Luc Godard dos anos 1950 e-ISSN 1981-4070e-ISSN Luíza Beatriz Alvim1

Resumo / UFJF de Juiz Fora Federal Universidade

Jean-Luc Godard fez cinco curtas-metragens nos anos 1950: Operação concreto (Opération béton, 1954), Uma mulher faceira (, 1955), Charlotte e Véronique: todos os em Comunicação de Pós-graduação do Programa Revista rapazes se chamam Patrick (Charlotte et Véronique: tous les garçons s´appellent Patrick, 1957), Charlotte e seu namorado (Charlotte et son Jules, 1959), além de Uma história de água (Une histoire d´eau), filmado por Truffaut em 1958 e montado por Godard posteriormente. Por meio da identificação das peças musicais e de análise fílmica das relações da música com as imagens e com os outros sons, objetivamos ressaltar aspectos formais da distribuição dos trechos musicais ao longo desses filmes, além de associações de significados. Observamos, assim, várias características importantes da obra posterior de Godard já presentes nesses curtas: o uso de peças preexistentes do repertório clássico, como as de Beethoven, compositor prevalente ao longo de toda a obra do diretor; a repetição da mesma música num só filme e/ou o retorno das mesmas peças musicais em filmes distintos, com o reaproveitamento constante de materiais ao longo da obra; a fragmentação da música em pontos não usuais, causando estranhamento no espectador e a presença de um comentário over verborrágico.

Palavras-chave

Jean-Luc Godard; Curta-Metragem; Música; Som; Análise Fílmica.

1 Doutora em Comunicação pela ECO-UFRJ, pós-doutora em Música pela UFRJ (bolsa PNPD/CAPES). E-mail: [email protected]

Juiz de Fora, PPGCOM – UFJF, v. 15, n. 1, p. 63-78, jan/abr. 2021 DOI 10.34019/1981-4070.2021.v15.27395 63 Jean-Luc Godard; Short Film;Music; Sound;Film Analysis. Keywords J voice over marked by a verbiage. a of presence the and spectator the in defamiliarization maycause whichpoints, unusual in piece music one in of fragmentation pieces the materials; musical of the reuse same constant the the with films, different of filmography; return the Godard’s and/or movie in a in composer music same prevalent the of a repetition Beethoven, of those as classical repertoire, of pieces preexisting of use the shorts: those in seen be already can filmography as well as associations of meanings. Many important characteristics present in Godard’s later aim to emphasize formal aspects of the distribution of musical pieces throughout these films, sounds, other we and images musicwith of relations the of analysis film and pieces musical of the identification the Through on. later Godard by edited and 1958 in Truffaut by filmed and Her Boyfriend(CharlotteetsonJules,1959), besides are Named Patrick (CharlotteetVéronique: touslesgarçonss´appellent Patrick, 1957), Charlotte 1954), ACoquettishWoman (Unefemmecoquette,1955), CharlotteandVéronique, or:AlltheBoys thefifties: in films short five made Godard Jean-Luc Abstract ofthe1950’sGodard films by Jean-Luc Music andsoundintheshort u i 1 z Doutora emComunicação pelaECO-UFRJ, pós-doutora emMúsicapelaUFRJ (bolsaPNPD/CAPES). E-mail: [email protected] de

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P P G C O M –

UF J F, v. 1 5, n. 1,p.63-78, jan/a br. 2 0 2 1

Operation concrete (Opération béton, A StoryofWater (Unehistoire d´eau),

DOI

1 Luíza Beatriz Alvim Luíza 0 . 3 4019/19 81-4070.2 021 . v1 5.2 7 395 1 64 Revista do Programa de Pós-graduação em Comunicação Universidade Federal de Juiz de Fora / UFJF e-ISSN 1981-4070 Juiz deFora, – UFJF, PPGCOM v. 15,n.1,p. 63-78, jan/abr. 2021 niine aaehs e atço e o drt (moa oad eh uao a usado em época tenha da aparelhagem Godard pesada (embora direto som de captação de aparelhos incipientes dos função em muito acontecia Marker.Isso Chris Vardae Agnès Resnais, Alain de mas também por causa da estética apreciada nesses documentáriosdosanos50[3]. na agrupados foramdiretores também que só citarPara documentários. especialmente características própriocomuns a esse Godard), tipo de produção do mesmo período, comentário do presença grande uma há musical, elemento do há um uso significativo de música preexistente do repertório clássico (ALVIM, 2017a). deles 15 em e 1968, 1954 entre ele por realizados filmes 29 de que, verificamos assim, Mesmo compositores. de lado ao trabalhou diretor o caracteristicamente, que, em a para atenção música emsi. a chama e estranhamento de efeito um como espectador ao junto emprega ele tais peças, como cortando a fragmentado música “em modo qualquer lugar”, o é o que, Godard por de vezes, funciona especificidade grande A outros. entre diretores como Robert Bresson, Luchino Visconti, Ingmar Bergman e Stanley Kubrick, de obras em 1950), anos nos jáexemplos (com 1960 anos dos foi característico bastante preexistentes músicas utilizar de procedimento o contemporâneo, período ao responsabilidade de um compositor. Ainda que Gorbman, em seu estudo, se restrinja a sob normalmente filme, do aspecto esse sobre controle de importante modo um “diretoresmelômanos”,de numaGodard lista musical trilhada escolha na vêemque uma maneira como se manifesta o que chama de “música de autor”. Gorbman incluiu peças musicais em filmes diferentes ou dos mesmos trechosmesmas aodas longorepetição dorepertório dea uma película. e Mozart) e Beethoven músicaHändel, preexistente Bach, de de obras (há uso clássico o como do diretor, posteriores filmes por Godard (que, por isso,recebeu também ocrédito dediretor). história deágua(Unehistoire d´eau1958), 1957) e Charlotte e seu namorado (Charlotte et son Jules, 1959). rapazes sechamamPatrick (Charlotte et Véronique: tousles garçons s´appellent Patrick, 1954 [1]), Umamulherfaceira (Unefemmecoquette,1955), do CharlotteeVéronique: todosos antes 50, anos nos primeirolonga curtas-metragens quatro fez Godard Jean-Luc francesa, Introdução Nouvelle Vague Esses primeiros cinco curtas de Godard são pouco estudados e estudados pouco são Godard de curtas cinco primeiros Esses predominante uso do além 1950, anos dos curtas-metragens cinco Nos aquele como Godard de carreira da inicial período o (2010)considerou Stenzl é preexistente música de emprego o que considera (2007) Gorbman Claudia em presentes características encontramos curtas-metragens, cinco Nesses como conhecido ficou que movimento do essencial Cineasta Acossado (À bout de souffle, 1960): Operação concreto (Opération béton, (Opération concreto 1960): Operação souffle, de bout (À Acossado (considerados como a sua “Margem Esquerda”), temos os exemplos Operação concreto filmado por François Truffaut, foi montado foi Truffaut, François por filmado [2]), por contenção de custos, de contenção por [2]), Além disso,ocurta over d atra do autoria (de Nouvelle Vague Uma mulher Uma

65 Luíza Beatriz Alvim talvez, mais a questões práticas e econômicas no caso específico desse primeiro filme, verdadeiro fanatismopor uma,assimconsiderada,“fidelidade sonora”. ele mesmo pelo som, seresponsabilizado Godard queria gravar tendo cada ruído no seu próprio que, local original, num relata (2010) Baecque lado, outro Por filme. do sonora banda na essenciais sonoroselementos como música dadiretor próprioe do voz da presença a notamos sonoro, técnico aporte BAECQUE,desse uso 2005b; do Apesar (THOMAS,2010). época da direto som de aparelhagem pesada a com seu salárioe vendendo-o à própria companhia da GrandeDixence (BAECQUE, 2010). para realizar um documentário sobre a cimentação da barragem, financiando-o com telefonista na barragem da Grande Dixence na Suíça, sua terra natal. Aproveitou, então, Operação concreto na produção posterior deGodard. efetuadas práticas às relacionados são aspectos Esses sonoros. elementos outros os com música da relação a observamos Também como música. da próprio campo do vindos atuantes já os clichês mesmo e cinema em do início o desde baseando-nos musical emprego do imagens, culturais convenções das conteúdos e música da andamentos/caráter os entre semelhanças destacamos imagética, e sonora relação da análise da Dentro filme. ao transmitidos são delas traços que acreditamos pois ênfase, mais com evocadas vezes, por são, preexistentes musicais peças das inicial contexto do vindas extra-fílmicas associações as método, nosso Em (ALVIM, (por 2017b). retirados anteriores foram trabalhos em segmentos fizemos como os tal etc), francesa, onde abertura rondó, de exemplo, musicais peças das formas as com relações eventuais suas observarmos para importante é Isso [6]. filme do longo ao musicais trechos dos distribuição da formais aspectos ressaltamos que em Godard, pelos estilistasMarithé eFrançoisGirbaud [5]. segundos, ade 30 20 séries de curtíssimos vídeos da música estão presentes em obras audiovisuais tão intrigantes do diretor quanto nas uso do comuns características longas-metragensdos e antes fase uma como apenas critério para se desconsiderar essa produção de Godard. Seus um curtas não se como resumem tomado ser deve não fato Tal curta-metragem. do valorização da favor a 1953, em [4], 30” dos “Grupo do manifesto o assinar a exemplo, por chegaram, Não longa.o para inicial passo um como apenas formato o consideravam época, naquela revistada grupo colegasdo seus como assim cineasta, próprio O faceira Juiz deFora, – UFJF, PPGCOM v. 15,n.1,p. 63-78, jan/abr. 2021 As peças musicais do filme são todas preexistentes. Mesmo que isso se deva, se isso que Mesmo preexistentes. todas são filme do musicais peças As É um curta-metragem amador, embora tenha sido filmado em 35mm e contado Operação concreto de curtas-metragens primeiros dos fílmica análise uma então, Propomos, chegou a ser considerado como perdido ou inacessível (VISHNEVETSKY, 2014). (1954) o raiao uno oad saa rblad como trabalhando estava Godard quando realizado foi [Closed] (1987/1988), encomendadas Cahiers du Cinéma, over

66 Música e som nos curtas-metragens de Jean-Luc Godard dos anos 1950 Juiz deFora, – UFJF, PPGCOM v. 15,n.1,p. 63-78, jan/abr. 2021 ritmos pontuados, combina com a imensidão das montanhas em plano geral [7]. Por [7]. geral plano em montanhas das imensidão a com combina pontuados, ritmos primeira parte, de andamento lento e um caráter majestoso, conferido em parte pelos escuta. A música é no estilo das aberturas das óperas barrocas francesas de Lulli, cuja sua em espectador o distrair podem que elementos únicos os explicativos letreiros vemos imagens das montanhasnevadas eda barragem em tomadas aéreas, sendoos ( Abertura da som ao quando, de filmeparece-nos queefetivamente ela nãoestá presente. a música está quase inaudível e somente entre 13 minutos e 14 minutos e 22 segundos elemento sonoro principal. Na tabela 1, colocamos reticências nos momentos em que fascinado pelo som direto, o diretor talvez ainda não se sentisse seguro para alçá-lo a vozà e máquinas das ruídos aos meio em submersa quando mesmo nas realizações cinematográficasdodiretor. comum compositor um Bach, de diferentemente foi, não Godard, de seguinte filme de Georg Friedrich Händel. Este último, embora tenha a mesma peça reempregada no do movimentos váriose Bach, S. J. de primeiro movimento ( o são: peças As todo. um como Godard de obra na prevalente característica uma é 14´22´´- 16´34´´ 6´19´´- 13´ 3´50´?´- 6´18´´ 1´30´´ -3´49´´? 0´- 1´29´´ 0´- 6´16´´: Tempo Um dos momentos do filme em que a música ganha ênfase é oseuinício, é ênfase ganha amúsica que em filme do momentos dos Um fundo, ao música a deixa Godard curta, do duração de tempo todo quase Em Händel: [...]Minuetto VI n.5 op.6 grosso Concerto de Concerto deBrandenburgo n.3 [...] Allegro V Allegro II[...] I Abertura (Larghettoestaccato) Händel: n.5 op.6 grosso Concerto Peça musical,movimento Bach, I(Allegro) Tabela 1 Allegro - Trechos musicaisem ) do Larghetto estaccato Concerto n.3 Fonte: ALVIM (2021) Concerto Grosso op.6 n.5 HWV323 n.5 op.6 Grosso Concerto de de de

mais próximo. montanhas, Plano explicativo. letreiro das barragem, da aérea tomada Título, lns eas a argm Créditos barragem. dafinais sobre imagem da montanha. gerais Planos concretagem. A comunicam. se Homens trabalham. comunicam por se telefone. Homens Homens barragem. da gerais Planos transporte. Teleférico painel. exterior. de do controlam aérea Tomada Homens Esteira. do teleférico de transporte dematerial. gerais Planos Máquinas. rostos. dos cimento. com Operários trabalhando Esteira e planos próximos aérea. Tomada cimento. Tomada aérea. voz da over. começo Escavadeira, caminhões, preparo do e Trator Continuação. Brandenburgo BWV1048 Operação concreto do ) Concerto grosso No filme over em em e Händel, de . Apesar de Apesar. Sol Maior Ré Maior, , 67 Luíza Beatriz Alvim e oad tl oo eosrms m rio neir AVM 21) numa 2016), (ALVIM, anterior artigo em demonstramos como tal Godard, de filmografia da característico é filmes diversos em composições mesmas das retorno no curta anterior (tabela 2). Longe de ser apenas uma razão prática e econômica, esse os eventuais clientese,fascinada,resolve fazer omesmo. mulher da alta sociedade observa os sorrisos e gestos de uma prostituta à janela para Maupassant, de Guy de conto no baseada é história amador, realizado em 16 mm, cujos atores eram do círculo de amizades de Godard. A cujas comédias continham comumente galanteios e quiprocós amorosos). É um filme [9] ea marivaudage a prostituição como filmografia, sua em frequentes serão que temas vários Suíça, na também Uma mulherfaceira construção da barragem. ao conteúdo geral do filme, que mostra uma energia alegre e contumaz empregada na predominante e podemos fazer uma aproximação do caráter atribuído por Charpentier Antoine Charpentier como “alegre e guerreira” [8]. Durante o filme, essa tonalidade é Marc- barroco compositor do modos dos Energia da tabela a segundo considerada também seja semelhante à todo da já evocada abertura francesa,a saber, um lento-rápido-lento. como dele a estrutura que com faz filme, do final o marcar indicado como (caráter música da lentidão maior A inaudível). quase também início, (no Händel de do documentário. comunicação por telefonia: elas se tornam, nesse momento, o grande atrativo sonoro movimento inaudível fica por do quase final causaO das dos vozes trabalhadores em famoso do primeiromovimento aos dado destaque maior um de além trabalhadores, vistos emplanospróximos. barragem, da cimentação da urgência a do comentário para o que vai acontecer, algo que também transmite um efeito interessante ao filme. serprecedida pelo violinosolista achamando que como compassos, dois em atenção de fato porutilizadaGodard,o outroHändel de abertura nanovidade, lado, como há Juiz deFora, – UFJF, PPGCOM v. 15,n.1,p. 63-78, jan/abr. 2021 Allegro II O diretor lança mão das mesmas peças preexistentes que já havia empregado haviajá que preexistentes peças mesmas das mão diretorlança O o ouvir a começamos concreto, cimento o com esteira da plano no Então, O o o ihio bio o o rmio ut-ergm Gdr realizou, Godard curta-metragem, primeiro o com obtido dinheiro o Com tonalidade Ré Maior, em final cadência a com junto termina curta O o temos Finalmente, Allegro II para o para over (palavra originada do nome do autor teatral Marivaux, do século XVIII, século do Marivaux, teatral autor do nome do originada (palavra Un pocolarghetto e oad ds uds a mqia, si cm a passagem a como assim máquinas, das ruídos dos e Godard de d ect bsat cmrmtd pl cnoiâca do concomitância pela comprometida bastante escuta de é Uma mulherfaceira. Allegro V. (1955) Minueto, Junto com a maior rapidez dos andamentos, sentimos andamentos, dos rapidez maior a com Junto Concerto deBrandenburgo n.3 ) em relação aos trechos aos relação em ) et mvmno do movimento sexto Primeiro filme de ficção do diretor, contém diretor, do ficção de filme Primeiro Le signe Allegro (“O sinal”), em que uma que em sinal”), (“O ocro rso p6 n.5 op.6 grosso Concerto em anteriores, além de Sol Maior de Bach. de 68 Música e som nos curtas-metragens de Jean-Luc Godard dos anos 1950 Juiz deFora, – UFJF, PPGCOM v. 15,n.1,p. 63-78, jan/abr. 2021 o tendo francesa, ópera de abertura da à associada Minueto restanteo contando da O história. maiortom [10] ae do andamento do tranquilidade e amiga à carta a chaveescrevendo personagem a a ver a Voltamos,então, dela apartamento. do tirar tenta e protagonista da mão a agarra homem o quando Händel da àreutilização mesma música emobras seguintes. sejamtransmitidos anteriores em filmes presentes significados de vestígios que defendemos: que do exemplo um É anterior. curta-metragem no máquinas das atividade a lembra-nosmovimentação Todaessadela. casa à homem homem do oprimeiro chegada a e perseguição a fuga, de atrair sua conquista, da diante medo protagonista seu encontrado, da tentativa a filme: do peripécias as a ouvir o passamos conhecida), bem música uma paratroca a como assim marcante, fato (um para osprováveis clientes. depois, a protagonista nas ruas de Genebra observando a prostituta à janela, que sorri narração da começo o Com iniciais. em uma carta para uma amiga, oquereforça asraízes literárias dofilme. (vivida por Marie Lysandre na tela, mas a voz é de Anne Collette). O texto é oriundo de a cinematografia deGodard como“protoplasmática”. circulação de componentes de um filme para outro, Leutrat ( de processo do base materiais, de reutilização 8´40´´- 9´18´´ 2´10´´- 8´39´´ 0 -2´09´´ Allegro Operação concreto, Tempo Diferentemente de Diferentemente do lentos mais bem abertura de compassos os ouvir a Passamos No exato momento em que um deles aparece, interpretado pelo próprio Godard O A música está presente em todo o filme, junto apenas à voz nos transmitem a ideia dequea aventura não terá maiores consequências. Allegro II de Händel, um movimento rápido, seguindo-se outro (o outro seguindo-se rápido, movimento um Händel, de Allegro do de Händel, que havia ficado quase inaudível em muitos momentos muitos em inaudível quase ficado que havia Händel, de Händel, Minuetto VI de n.5 op.6 grosso Concerto n.3 deBach, Allegro I Brandenburgo de Concerto Händel, Allegro II de n.5 op.6 grosso Concerto Peça musical,movimento Concerto de Brandemburgo n.3 Tabela 2 qi e on bm as vdne etno á o créditos nos já estando evidente, mais bem torna se aqui Operação concreto, - Trechos musicaisem Fonte: ALVIM (2021) over, sua escuta se torna mais difícil e vemos, e difícil mais torna se escuta sua a estrutura geral do filme não pode ser pode não filme do geral estrutura a a chave. Ela continua a história na carta. pegar para dela mão a agarra homem O sorri persegue. a ele foge, Ela Protagonista parque. em homem para (Godard). Cliente amiga. Observa prostituta à janela. Créditos.Protagonista escreve cartapara found footage. Uma mulherfaceira Uma mulherfaceira de Bach, que ocupará quase todas quase ocupará que Bach, de apud Por causa da constante da causaPor No filme over WITT, 2013) definiu Allegro começado com começado da protagonista Minueto de Bach). de de 69 Luíza Beatriz Alvim chamamos de A´, A´´ etc) ou harmônicas (em quedesignamosa tonalidade). (que rítmicas variações com ou frases suas de uma apenas com igual, seja repetido, constantemente é que trechoo sendo A musicais, formas das designações nas como letras, com trechos os Nomeamos Beethoven. de trechos aos restringe se 3 tabela a e populares canções de presença Kaprice, allaingharese o Rondó filmografia), sua em hoje até (compositoronipresenteBeethoven de peça uma utilizou diretor o que em filme primeiro o é este e Godard por impressa que orapazconhecidopor ambasse tratava domesmoPatrick. Luxembourg. As moças marcam encontros com ele, mas descobrem, no dia seguinte, Jardin Jean-Claudedu Brialy)no ( Patrickporcadaa vez, uma abordadas, são e Paris (Godard, 1959), queanalisaremos aofinal. aluno preguiçoso son steak, temos filme, foram deste além quatro — filmados apenas quais dos Rohmer, de estilo ao bem morais, contos de série uma de protagonistas as seriam Berger)Nicole Colette e Anne atrizes mesmas pelas (THOMAS, 2005b): as personagens Charlotte e Véronique (quase sempre interpretadas du Cinéma. profissional,como além marcar de a volta diretor do dos França grupo à ao e Todos osrapazes sechamamPatrick: Charlotte eVéronique filme, numa história que também temo tema da infidelidade feminina. movimento do de Godard, comoem caráter estrutural da música na forma do filme também é recorrente em outras obras importante Esse filme. do peripécias as com fazem o carta da escrita da imagens as musicais (como as aberturas), Händel está “emoldurando” a peça de Bach, assim formas como várias de ABA’ tripartite estrutura à semelhante maneira de lado, outro Por Juiz deFora, – UFJF, PPGCOM v. 15,n.1,p. 63-78, jan/abr. 2021 psr o oer a etl d Rhe,h ualvz n drço e atores de direção na leveza uma há Rohmer, de estilo ao roteiro do Apesar em apartamento dividem e Véronique Charlotte as amigas 1957, de filme No Esse terceiro curta-metragem de Godard é o primeiro que pode ser considerado de Rohmer, filmado em 1951, mas finalizado só em 1960), em só finalizado mas 1951, em filmado Rohmer, de Fazia parte de um projeto conjunto com Éric Rohmer, que assina o roteiro Quarteto op.59n.3 ( Véronique et son cancre, Uma mulhercasada “arco ier, md hnaa) p19 H tmé a também Há op.129. húngara”) moda à ligeiro, (“Capricho jazz de Beethoven marca o início, o meio e o final do final o e meio o início, o marca Beethoven de Charlotte eseubife (a música original é de Robert Monsigny),mas Robert de é original (amúsica ( Une femmemariée, Rohmer, 1958) e 1958) Rohmer, ( Présentation Charlotte e seu namorado 1964), segundo o que em ou Véronique e seu (1957) Charlotte et Cahiers Leichte 70 Música e som nos curtas-metragens de Jean-Luc Godard dos anos 1950 Juiz deFora, – UFJF, PPGCOM v. 15,n.1,p. 63-78, jan/abr. 2021 retorno do tema A oudesuas variações. 1962, e em e 1962, em Beethoven de quartetos dos utilização na posterioresdiretorobras do em comum umaporcaracterísticabastante — exemplo, muito fragmentadas, sendo, por vezes, um trecho mínimo e interrompido. Essa é uma outras seções (B, C). Porém, no curta de Godard, as chamadas seções B, C, D, E e F são e/oucom rítmicas com harmônicas),variaçõesalternando ou frases, suas de uma de quase outro rondó, forma musical que consiste na repetição de um tema A (inteiro ou 11 10 9 8 7 6 5 4 3 2 1 Trecho Tabela 3 A distribuição dos fragmentos do rondó de Beethoven ao longo do filme cria filme do longo ao Beethoven de rondó do fragmentos dos distribuição A 75´ – até ofim 17´51´´ 10´55´´ 10´49´´- 9´13´´ 8´50´´- 8´25´´ 7´38´´- - 5´30´´ 5´19´´ 5´09´´ 4´53´´- 4´45´´ 4´34´´- 3´24´´ 3´13´´- 1´37´´ 1´19´´- 1´15´´ 1´02´´- 0´- 37´´ Carmen, - Trechos do Tempo de 1983. De todo modo, chama bastante a atenção o constante o atenção a bastante chama modo, todo De 1983. de 1 –56 - 4 332 -438 + 24 - 1 1 –8 169 154– + 96 - 79 204 –267 170 -185 1 –24 25 – 40 134 –149 101 –125 272 -291 Compassos Leichte Kaprice Fonte: ALVIM (2021) deBeethoven em compassos) coda (sem alguns A´´´´´´+ + F + A1 A Lá bMaior em A + E + A´´´´ + Si bMaior variação de A em transição + D Maior b Lá em A A1 A2 A´´´ A´´+ C A´+ B A trecho musical Descrição do O novomundo Todos osrapazes sechamamPatrick éoiu cea o local. ao chega Charlotte ePatrick nocafé. Véronique encontro com Charlotte. do local do ao se aproxima Véronique ir Patrick. com em café concorda Charlotte atrás dela. vai Patrick e levanta se Charlotte no a entra parque. responder Véronique Patrick. sem du Charlotte de Jardin abordagem Patrick. no Luxembourg: Charlotte Música dorádio. e Charlotte Véronique noapartamento. iniciais. Créditos hrot e éoiu vêem Véronique Patrick comoutra garota. e Charlotte metrô. Patrick com Véronique nocafé. no entraVéronique vai ao café com Patrick. Charlotte em Véronique e vai atrásdela. esbarra desiste Patrick esperar. de Véronique se despedem. eles Charlotte, beija Patrick Sequência nofilme ( Le nouveaumonde ), de ),

71 Luíza Beatriz Alvim tema easpartes) na peça deBeethoven. o com meticuloso trabalho (o cultura alta e tema) do banal caráter (o cultura baixa de mistura a ouvinte; do expectativas as com brincadeiras e surpresas numerosas as como rondó,formaprópria a com relacionados cômicos aspectos peça; da partes ( “baixo-cômico” tom o em depois utilizado de maneira mais radical por Godard foino musical uso trecho de mesmo do quartetos corte de de Beethoven momento do variação de procedimento Esse tabela. da 10 e 6 1, trechos nos vemos como tal compassos, mesmos aos exatamente correspondem não Beethoven, de Rondó do inicial trecho ao refereespecificamente Beethoven. de música da diferentes extratos dois por constituídos tabela, da 11 e 9 trechos nos junção de tipo esse Vemos1994). (BROWN, faixa única uma formar para conectadas disso estáem exemplo Um música. de distintos fragmentos de fazer costuma Godard que em maisuma desuasconquistas,enquantoouvimos novamente o tema A variado. seguinte, as duas voltam às imediações do Jardin du Luxembourg e descobrem Patrick dia no quando, 11, e 10 segmentos os entre grande tão espaço um e 10 a 1 de trechos o dele) que, quando Charlotte e Véronique se reencontram no apartamento, só ouvimos de conseguir marcar umencontro amoroso comcada uma dasmoças. (Láfilme bemol Maior e Si bemol Maior) se associam às distintas tentativas de Patrick do longo ao ouvido é A tema o que em tonalidades diversas as e rítmico-melódicas mão de todo o seu rol de estratégias de galanteios (como se vê na tabela 3). As variações Patrick aborda as protagonistas em momentos alternados, leva-as para o café e lança último dado dátrecho,desenlace e se o Rondó, que em outros,em os história, todos Charlottedo personagens musical e Véroniqueas tema o apresentadostanto quanto Juiz deFora, – UFJF, PPGCOM v. 15,n.1,p. 63-78, jan/abr. 2021 jazz O novomundo de Robert Monsigny e canções. Daí haver tão pouco tempo entre cada um dos um cada entre tempo pouco haverDaí tão canções. Monsignye Robert de Loesch (2009) elenca razões para o caráter humorístico do Rondó de Beethoven: se este quando mesmo A, de chamamos que do repetições as disso, Além musical montagem de trabalho o curta-metragem nesse nota se já Também um que (quasePatrick com relacionado tão é Beethoven de Rondó O são nos que em filme, no musicais trechos primeiros dois dos exceção Com Viver a vida Figura 1 (1962) enodoconcerto de Vivaldi em - Primeira frasedo tema A doRondó (1962), em que partes das frases musicais de Michel Legrand são Legrand (1962),Michel de musicais frases das partes que em niedrigkomisch, Fonte: BEETHOVEN (1865) eud a igae d scl XII em XVIII) século do linguagem a segundo Leichte Kaprice A chinesa deBeethoven ( , leitmotiv 1967). 72 Música e som nos curtas-metragens de Jean-Luc Godard dos anos 1950 Juiz deFora, – UFJF, PPGCOM v. 15,n.1,p. 63-78, jan/abr. 2021 10, 14, 15 e 16 (desta forma, seguindo a numeração em ordem crescente) de Beethoven n.9, cordas de quartetos dos movimentos diversos de partes às dada geral ordemna como posteriormente, fazerGodard avolta que algo é sequencial uso O modo). todo alguns dosfragmentosdo de o seja movimento segundo encerramento do do filme, trecho como único vemos na o tabela que 4) (ainda e sequencial sem forma a de repetição de um refrão, embora de Godard em em fizera que do 299/297c, à movimento cinema, narrativa euma expectativa denovos acontecimentos. no música de convenções segundo conferindo, Mozart, de percussão [12]. Estes últimos pontuam todo o filme e geralmente precedem o concerto preexistente, Mozart de peça uma como instrumentos, de gama ampla uma por tocadas gêneros diversos de músicas Há humor. bastante com narração à e imagens às associam se Histoire(s) du Cinéma diretor, como do ensaísticos filmes em acontece que aproximado se vozes de dueto de procedimento esse — própriavoz sua de pontuações de Colette,além Anne atriz principalmente a narração é praticamentea mesma), comoqualpodemosrelacionar oaspectodoflerte. Pauline Réage lançado em 1954, Eiffel. Como Torre à chegam e,finalmente, observa Baecque (2010), o título do filme é também uma referência ao livro erótico de caminho Jean-Claude ( no rapaz flertam um dois com carona Os pega Brialy). e inundação à meio em Paris a ir para periféricade VilleneuveSaint-Georgescidade da (Carolinejovemsai Dim) uma 1958: em parisiense periferiasul a inundou que enchente grande uma de realcontexto no filmado por Truffaut no início de 1958 [11] com a intenção de criar uma história ficcional Uma história deágua parte dorapaz. por conquista de movimento do recomeç0 o provocando Patrick, em esbarra assim Charlottee por esperar de Véroniquedesiste Depois mais. encontra a não e parque ao chega amiga a café, ao Patrick com irresolve ela Quando Luxembourg. du Jardin quiprocós: lembremosCharlotteque poresperando inicialmente, está, Véroniqueno e desencontros amorosas, conquistas por caracterizada Marivaux, de comédias as or d Mzr uiiaa o o foi utilizada Mozart de obra A empregando filmagem, sua de depois meses dez material o montou Godard Godard acabouseencarregando de toda a montagem dessecurta-metragem, O humor é também a tônica do curta-metragem de Godard, que funciona como em seu segundo ( jazz, ragtime, Uma históriadeágua Todos osrapazes sechamamPatrick, (1988 - 1998). O texto contém diversas citações literárias, que literárias, citações diversas contém texto O 1998). - (1988 (1958) Allegro canções entoadas por Anne Colette, acordeón e solos de solos e acordeónColette, Anne por entoadas canções Andantino over verborrágica do comentário escrito por ele e lido pela Histoire d´O sejam variações (ou seja, há um caráter repetitivo de é empregar os extratos, em geral muito curtos, muito geral em extratos, os empregar é ) e terceiro ( Concerto para flauta, harpa e orquestra KV e orquestra harpa flauta, para Concerto (em francês, a pronúncia de Allegro o procedimento predominanteprocedimento o ) movimento. Diferentemente Históire d´eau

73 Luíza Beatriz Alvim pois o ator se encontrava em serviço militar (BAECQUE, 2010). Não se vê nenhuma vê se Godard, Não 2010). (BAECQUE, militar por serviço em encontrava dublado se ator o ser pois que teve Belmondo Jean-Paul masculino. protagonista dois amantes. entre quarto num diálogo longo um há filmes, dois nos principalmente, e, Seberg; protagonista Anne Coletteda (Charlotte),aparência da loira e semelhança de cabelos curtos, uma com a Patricia também de Jean há Belmondo; Jean-Paul de presença a pré- um como considerado ser pode e 1959 em mm 35 em realizado foi Charlotte eseunamorado filme. o termina que música a também É Eiffel. Torrea conhecido, mais postal cartão seu marcar a chegada ao destino final tão almejado, Paris, ironicamente simbolizado pelo observa ousofrequente doinstrumentosobre imagens decursoságua. registro agudo, é comumente utilizada em momentos alegres e leves. Já Porcile (1969) Segundo Cinema. Litwin (1992), o do uso da harpa nos Históriafilmes evoca os sons aquáticos, da enquanto a flauta, no longo ao adotados clichês os conta em levarmos se inundação, a encaram personagens os como serena maneira a com e águas das chegar a Paris. O fato de ser um concerto para flauta e harpa combina com as imagens em Juiz deFora, – UFJF, PPGCOM v. 15,n.1,p. 63-78, jan/abr. 2021 11´10´´ atéofim 9´40´´- 10´13´´ 4´11´´ - 4´19´´ 2´05´´ -2´15´´ 1´39´´ -1´53´´ 1´30´´ -1´34´´ Tabela 4 Carmen Tempo Filme de ficção, parte da série com as personagens Charlotte eVéronique, Charlotte aspersonagens com série da parte ficção, de Filme do trecho único O do segmentos Os oé, ieetmne o og-ergm au, á m vrorga do verborragia uma há aqui, longa-metragem, do diferentemente Porém, - Trechos doConcertopara flauta, harpa eorquestra de Mozart em Uma história deágua (1983). III, 181.2-183.2 II, 211-218(fim) III, 221–246 III, 215 –220 III, 207 -214.1.2 III, 185.2-196.1.2 Movimento, compassos Allegro Andantino, (1959) de Mozart acompanham as peripécias da moça para moça da peripécias as acompanham Mozart de Fonte: ALVIM (2021) o su naet mi clo sre para serve calmo, mais andamento seu com voz pela a falados finais avistam Créditos Eiffel. Torre eles Paris, a chegado Tendo barco enavega. O casal se levanta do bosque, procura um carro dá meia volta. O carona. pegou onde carro no está Ela Ela rema nobarco. Ela anda nasáreas inundadas. protagonista a para calçar. botas traz Rapaz over de Anne Colette. Sequência nofilme Acossado: há há 74 Música e som nos curtas-metragens de Jean-Luc Godard dos anos 1950 Juiz deFora, – UFJF, PPGCOM v. 15,n.1,p. 63-78, jan/abr. 2021 e ah vcm abm oms uias B’ Osrao ti rlçe da relações tais Observamos ABA’. musicais formas também evocam Bach de Uma mulher faceira, de musicais trechos dos distribuição rondó.A do musical forma própria a emula mas oriundos, são onde de peças nas aparecem que em sequência de diferentemente filme, diretor [13]. Nesse do marca uma como quase cinematografia, sua a toda em prevalenteBeethoven, de música utiliza Godard que em vez primeira a ser de além salientes, mais estão filme do longo ao musicais trechos de repetição outros três curtas,éa sua voz queseinscreve. Nos carreira. sua de posteriores filmes a relação em pequena é ator como presença voz dublagem (propositadamente) descuidada por Godard praticamente a transforma em fase. Em última na especialmente filmografia, sua em presente muito também algo Godard, em predomina voz da presença a evocado pela repetição domesmoconcertodeBachnosegundofilme. curta, primeiro do movimentação grande da aspecto o sob isso observar Podemos do diretor. filmografia na prevalente elemento um é de significados) seus transmissão de vestígios (com clássico repertório mas do preexistentes tímida, peças maneira de de reutilização a empregada é ainda musicais trechos dos fragmentação como um treino para o longa. visse os talvez ele realização, sua de época na que, “protoplasmática”),mesmo como Leutrat, qual tal consideramos, (que diretor do obra da todo um como avaliação na desconsideradas seremproduções essas devendo não sonoros,elementos utilizaros com seguiu se que Considerações Finais personagens. o com combina que circense), música aspecto aumenta a comicidadedofilme. tal disso, Além obra. sua em comum algo sonoros, elementos com experimentação uma como encarasse o já ou subsequente obra a para preparação uma curta o ser de consciência tivesse Godard se como labial, sincronia a com maior preocupação Uma históriadeágua, over. ess rmio cra e em e curtas primeiros Nesses ( curtas primeiros dois Nos o e Godard Jean-Luc de iniciais curtas-metragens os entre que, Observamos É em A música de Robert Monsigny tem por si só um caráter cômico (lembra uma (lembra cômico caráter um só si por tem Monsigny Robert de música A Embora o corpo do diretor apareça rapidamente em Charlotte eseunamorado, Todos osrapazes sechamamPatrick Uma históriadeágua. com peças de Händel emoldurando o Concerto de Brandenburgo Acossado over, a ordem dos trechos de música não é simplesmente uma simplesmente é não música de trechos dos ordem a as otc em poética mais em diante, há semelhanças na maneira de pensar e de e pensar de maneira na semelhanças há diante, em a voz doprotagonista nãoédessa categoria, masa Nesses dois filmes temos a voz a temos filmes dois Nesses Operação concreto Uma históriadeágua, nonsense Operação concreto, queosaspectosda fragmentaçãoeda da conversa e das atitudes dos e Uma mulherfaceira iprat também importante é Uma mulherfaceira, nuno humor o enquanto Operação concreto over do próprio do , a ), sua e 75 Luíza Beatriz Alvim ot-o J sgno pouo Per Bamegr a oaoaã fi rvsa ed o desde prevista foi colaboração a Braumberger, Pierre produtor o segundo Já montá-lo. propôs vê-lo, após Godard, mas filmado, o material com satisfeito ficado teria não Truffaut Godard. e Truffaut entre colaboração essa para versões duas apresenta (2010) Baecque [11] alegres. [10] O tom maior é, por convenções já cristalizadas na música ocidental, associado a no momentos Godard por montada exposição Centro Georges na Pompidou, emParis, em2006. mesmo prostituição da evocação a observou Païni Dominique 2013, de maio de 7 Janeiro,em de Rio no Flamengo,Futuro Oi no palestra [9]Em da nossa análise. resultados aos associá-la conseguirmos curioso é e época) cada em aceitas convenções das e cultura da dependente sempre (algo tom cada a significados atribui Ela Bach. e Händel de [8] A tabela de Charpentier (evocada em ALVIM, 2017b) é originária de do próprio tipo período barroco o considerarmos se maior ainda interpretação da gravação utilizada. é suntuosidade A imagens. (CHION, às acrescentado música valor um pela geral, 2011) plano ao música da suntuosidade a Associamos [7] melhor uma proporcionar de objetivo o visualização dessesaspectos. têm análises nas contidas dautilização tabelas As gerais formais música. elementos da para e nos vai filme foco no o musicais trechos caso, dos nosso repetições as em imagéticos, elementos de repetições por principalmente Bordwell considere Embora teórico exemplificado pelo paramétrico” seja “modo o parte”e “à cineasta estilo. um como Godard no centrado como aquele (1985) Bordwell por definido paramétrico”, narração de “modo no presente está filme do forma da preeminência Tal [6] e no vídeo encomendadopela ExpoSuisse, para cordas op.132 [5] Por exemplo, num dos a noçãode“média-metragem” inexistente institucionalmente. metragem nadefinido é França por uma menor duração de 47 sendo segundos, 30 e minutos [4] O “30” se refere à duração da obra. François Thomas (2005a) explica que, em 1940, o curta- Breschand (2004). voz a Sobre [3] perceber nasdiversas sequênciasem locação embares. sa vie, nem nos primeiros longas-metragens. Segundo Michel Marie (2013), só em [2]NagraO aparelho3, paraportátil direto,som e 50 foianos não dos curtas nesses utilizado exibição (1959). de exceção com curtas, outros os para [1] O ano de 1954 é o de produção do filme, assim como são datas de produção as que utilizamos Notas (ALVIM, 2017a;STENZL,2010). fase última sua em especialmente Godard, de filmografia namarcante característica uma é curtas, cinco dos quatro em exclusivapreponderantemaneira ou de presente em filmes deRobert Bresson (ALVIM, musicais 2017b), diretor formas bastanteadmiradopor Godard. com preexistente peça mesma da segmentos de distribuição Juiz deFora, – UFJF, PPGCOM v. 15,n.1,p. 63-78, jan/abr. 2021 1962) é que o som direto entrou definitivamente na obra de Godard, tal como podemos Destacamos também que o uso de música preexistente do repertório clássico, repertóriopreexistente do música de uso o que também Destacamos over de Beethoven, obra utilizada por Godard no longa-metragem Carmen (1983) como signo de modernidade nos documentários dessa época, ver em ver época, dessa documentários nos modernidade de signo como spots, há um trecho muito curto do terceiro movimento do Charlotte eseunamorado, Liberté etPatrie (2002). em que usamos a data de data a usamos que em Viver avida Quarteto ( Vivre 76 Música e som nos curtas-metragens de Jean-Luc Godard dos anos 1950 Juiz deFora, – UFJF, PPGCOM v. 15,n.1,p. 63-78, jan/abr. 2021 LEPPERT, Richard (org.). music. 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