No princípio era o verbo: a imprensa antecipa as eleições

Dacier de Barros e Silva Carlos Peres de Figueiredo Sobrinho

Resumo Abstract Este artigo apresenta um estudo feito entre agosto de This article presents a research made between August 2005 e julho de 2006 sobre o poder da mídia em cons- 2005 and July 2006 about the mass media power to truir a realidade social, mostrando como as eleições construct the social reality. This work shows how the pernambucanas se tornam o principal tema do notici- elections in became newspapers’ leading ário político dois anos antes de começar a campanha issue two years before the oficial campaing beginning, 153 oficial, construindo uma imagem da política baseada constructing a politcs image that is based on conflict no conflito partidário. between parties.

Palavras-chave: Key words: Jornalismo político, Eleições, Construção social da realidade Political journalism, Elections, Social construction of reality O principal objetivo da pesquisa “A An- As mídias Democracia, imprensa e espaço tecipação do Debate Eleitoral na Imprensa: possuem um público Motivações e Interesses”, que deu origem ao forte poder de Democracias representativas e meios presente artigo, é compreender como os jor- de comunicação de massa estão forte- nais pernambucanos alimentam o espaço pú- mediação entre mente ligados na contemporaneidade. O blico num período de estabilidade democráti- o receptor e os envolvimento político dos cidadãos é mui- ca, ao mesmo tempo em que estão inseridos bastidores da to influenciado pela atuação das mídias, num mercado mais moderno e competitivo, política pois estas possuem um forte poder de dentro de uma estrutura de produção indus- mediação entre o receptor e os bastido- trial de notícias, uma experiência recente res da política. O indivíduo politicamente não só para a imprensa nacional. Seria uma bem informado, na contemporaneidade, é das peculiaridades do noticiário político a aquele que tem um contato regular com o preocupação com articulações no campo po- noticiário político oferecido pela mídia. lítico em relação às eleições ainda que estas A ligação entre imprensa e democra- comecem a ser feitas de forma prematura? cias representativas vem desde o advento A pesquisa, realizada entre os meses de da modernidade. Thompson aponta o de- agosto de 2005 e julho de 2006, toma como pos- senvolvimento dos meios de comunicação tulado o fato de o conteúdo noticioso ser uma de massa como parte integral do surgi- instância de construção social da realidade, mento da modernidade, cujos aspectos conforme conceito de Peter Berger e Thomas institucionais e condições de vida estão 154 Luckmann (1978). Os meios de comunicação profundamente vinculados ao desenvol- de massa ao colocarem determinados temas vimento dos mass media (THOMPSON, na agenda pública oferecem diariamente aos 1998: 12), que ocupam um lugar central receptores um recorte da realidade social. em várias esferas das sociedades comple- Qual imagem da política os jornais locais xas, inclusive na esfera política. apresentam aos leitores diariamente? Qual o Habermas (2003) aponta o surgimento papel político dos mass media? de um novo tipo de espaço público como Foram pesquisados o Jornal do Commer- uma das características mais marcan- cio e o Diário de Pernambuco. A análise feita tes do surgimento da modernidade. De aqui compreende os cadernos de política dos acordo com o teórico alemão, durante a respectivos veículos entre os meses de no- luta contra a nobreza pelo poder políti- vembro de 2004 a junho de 2006. As sedes co, a burguesia criou um espaço de dis- dos dois jornais estão localizadas em , cussão onde vencia o detentor do melhor mas ambos possuem distribuição para todo o argumento, um espaço onde surgiram estado de Pernambuco. A metodologia con- debates que iriam configurar novas nor- sistiu numa análise qualitativa do corpus mas para as relações da sociedade civil feita de forma crítica, sob a luz das teorias e para a condução do estado. O desen- do newsmaking, que estuda a seleção e pro- volvimento do capitalismo mercanti- dução das notícias, e da hipótese do agenda- lista no século XVI e as mudanças nas setting, para dar conta da influência do con- instituições políticas teriam criado as teúdo noticioso na agenda pública. condições para o nascimento de um novo

Estudos em Jornalismo e Mídia Vol. IV No 1 - 1o semestre de 2007 tipo de espaço público no nascedouro da mo- a elaboração e a avaliação das notícias, a dernidade. sua revisão e preparação tornam a notícia Com a mudança da esfera pública, um produto produzido em escala indus- conduzida pela burguesia, os atos gover- trial. Habermas (2003: 264) observa essa namentais se transformavam em tema nova fase do jornalismo de forma crítica. de debate público, ainda que restrito à Para o autor, a comercialização do produ- burguesia.(HABERMAS, 2003: 78-79). Os to noticioso significou a presença de in- atos governamentais eram amplamente de- teresses privados na esfera pública, uma batidos e sujeitos à crítica racional pela bur- vez que a venda de espaços publicitários guesia, e para que a discussão fosse difundi- representou a entrada de interesses pri- da foram de grande importância os jornais vilegiados no espaço público. Porém, es- e a liberdade de imprensa. O aumento de tudiosos das teorias do jornalismo, como liberdade “possibilita o ingresso do debate o português Nelson Traquina (2004), não na imprensa e permite a esta transformar- possuem uma visão tão sombria em rela- se num instrumento com cuja ajuda deci- ção a esse jornalismo. sões políticas podem ser tomadas perante o Traquina percebe na comercialização a novo fórum do público” (HABERMAS, 2003: conquista da independência dos jornais em 76-77). relação aos partidos políticos, pois os veícu- Constituía-se, assim, um espaço onde as los passariam a privilegiar os fatos frente leis e atos governamentais são colocados à opinião. Na visão do teórico português, os em discussão, surgindo o poder da opinião “padrões de performance e integridade mo- 155 pública que passa a ser julgada como única ral” do jornalismo tornaram-se possíveis fonte objetiva de leis. A opinião pública era quando os jornais deixaram de ser finan- formada, segundo o raciocínio dos pensa- ciados por subsídios políticos. “As receitas dores liberais da época, entre outros pres- da publicidade e dos crescentes rendimen- supostos, por meio de uma imprensa livre. tos das vendas dos jornais permitiram a (THOMPSON, 1998: 67) O fim das despolitização da imprensa, passo funda- O fim das turbulências políticas e a con- turbulências mental na instalação do novo paradigma solidação do poder burguês fizeram com que políticas e a do jornalismo: o jornalismo como informa- a imprensa literária e opinativa desse lugar consolidação do ção e não como propaganda” (TRAQUINA, a um novo tipo de imprensa com caracte- poder burguês 2004: 36). rísticas comerciais e que tinha entre seus objetivos o lucro. A imprensa passou a ser fizeram com que a Imprensa e espaço público no Brasil obrigada a atingir um público cada vez mais imprensa literária A história política brasileira é marcada vasto e heterogêneo, abandonando a sua e opinativa por diversas rupturas institucionais. Desde antiga função político-opinativa e entrando desse lugar a 1889, quando passou a ser uma república, numa nova fase em que a notícia se trans- um novo tipo de até agora, o país já viveu em curto tempo forma em produto. imprensa com seis sistemas partidários diferentes. Os A atividade redacional passou de literá- momentos de instabilidade institucional es- ria para jornalística: a seleção do material características trangularam o espaço público, prejudicando se torna mais importante do que a opinião; comerciais a imprensa e a política. A imprensa no Brasil começou com sécu- As empresas, a caminhando na direção da implantação los de atraso técnico. A primeira tipografia partir da segunda de estruturas empresariais. As empre- permitida no Brasil colonial chegou apenas década do século sas, a partir da segunda década do século em 1808, parte de um pacote de estrutura XX, de acordo com Juarez (1990: mínima implantada para receber a família XX, passam a dar 31), passam a dar maior importância aos real que fugia da invasão napoleônica à me- maior importância fatos, e a opinião vai perdendo espaço nos trópole. A condição de colônia de Portugal aos fatos, e jornais. A revolução de 1930 acaba com impôs ao país a proibição de manter tipo- a opinião vai a República do Café com Leite e expõe o grafias, um modo de proibir a difusão de perdendo espaço perfil conservador da imprensa nacional idéias, estrangulando assim a formação de nos jornais francamente contrária às mudanças pre- um público informado capaz de atuar sobre tendidas pelos revolucionários. a dominação da metrópole. O regime autocrático do Estado Novo é A partir daí, surgem inúmeros pasquins implantado em 1937 por Getúlio Vargas, efêmeros e de estrutura amadora com moti- um dos líderes da Revolução de 1930, que vações claramente políticas, nos moldes dos assume o poder, implantando uma dita- jornais político-literários europeus. No de- dura inspirada nos moldes fascistas. A correr do século XIX, os jornais com motiva- influência do fascismo pode ser observa- ção puramente política continuam a partici- da nas suas políticas de comunicação com par de campanhas como as que defenderam uma pesada censura à imprensa, através a independência, a abolição da escravatura do Departamento de Imprensa e Propa- 156 e a proclamação da República, mas um novo ganda (DIP). contexto social faz surgir, ainda que timida- Com o fim do Estado Novo, o Brasil mente, jornais estruturados sob uma lógica vive um pequeno período de liberdades empresarial (BAHIA, 1990: 62). democráticas entre 1945 e 1964, quando Nas duas últimas décadas do século XIX, o país volta viver sob o julgo de uma dita- grande parte da imprensa brasileira deixa dura, desta vez militar. O golpe provoca de ser uma organização de estrutura indi- mais uma ruptura institucional, tornando vidual, improvisada e com raízes políticas ilegais partidos políticos e estabelecendo para passar ao controle de grupos familia- uma forte censura à imprensa, com cen- res, fundados em alicerces mais sólidos e sores atuando dentro das redações, atra- convergentes em seus interesses de classe. vés do Ato Institucional 5 (AI-5) (BAHIA, A pequena imprensa de oposição não vai de- 1990: 313). Esse fato terá conseqüências saparecer inteiramente, mas dá lugar gra- importantes no funcionamento dos meios dualmente a estruturas industriais próprias de comunicação. de uma sociedade capitalista. As empresas Não é por acaso que jornais, com o pio- deixam de lado a improvisação e se aproxi- neirismo da Folha de S.Paulo, participam mam de uma organização empresarial em na década de 80 da campanha pelas Dire- busca do lucro. tas Já!. A democracia retorna apenas em No começo do século XX, os jornais 1985, com o fim da ditadura militar, mas passam a investir em melhoria tecnológi- os problemas gerados da relação entre ca e paulatinamente se profissionalizam, mídia e poder, continuarão existindo em

Estudos em Jornalismo e Mídia Vol. IV No 1 - 1o semestre de 2007 vários casos como na vitória de Fernan- de intervenção, poucas possibilidades de do Collor, na primeira eleição presidencial interagir com os autores das mensagens, direta desde 1962; e no posterior impeach- ficando muitas vezes refém do recorte es- ment do primeiro presidente eleito após a colhido pelos meios de comunicação para o ditadura em 1992. Diferentemente do pro- fato. cesso democrático dos países desenvolvidos da Europa, a democracia brasileira começa A política nos jornais: o caso a se consolidar com atraso, em 1989, já pernambucano com uma forte atuação das mídias como Considerando as hipóteses lançadas pe- empresas. las chamadas teorias construtivistas do jor- nalismo (TRAQUINA, 2004), a nossa pre- Mídia modifica relações sociais ocupação é estudar que imagem os jornais Thompson (1998: 83) usa o termo intera- constroem acerca da política cotidianamen- ção mediada para descrever o tipo de intera- te, com atenção para o fato de que as notí- ção social inaugurada pelos meios de comu- cias jornalísticas são produtos que precisam nicação de massa, que surgem com o nasci- ser vendidos (MARCONDES FILHO, 1989) mento da modernidade. Esse tipo de relação e para a constatação de que a organização comunicativa marca algumas mudanças empresarial das empresas jornalísticas, de- na relação entre emissor e receptor, uma corrente da busca pelo lucro, impõe uma sé- vez que o emissor dirige a mensagem para rie de procedimentos e rotinas aos profissio- uma pluralidade de receptores dispersos no nais do ramo (WOLF, 2002), (TRAQUINA, 157 tempo e no espaço, que podem responder de 2004), (PENA, 2005). forma totalmente desconhecida, pelos seus A mediação entra o real e a audiência produtores, ao conteúdo das mensagens. é contaminada por fatores comerciais, e a A mídia possui o poder de retirar o re- A mediação realidade acaba sendo construída com a in- ceptor de seu contexto espacial e o levar a entra o real e terferência de valores próprios da cultura situações em que, anteriormente, só poderia a audiência é profissional das organizações jornalísticas. presenciar se fosse no local e no momento contaminada Pesquisando o material noticioso dos cader- em que se dava o acontecimento, ou se in- por fatores nos de política das duas publicações do cor- formar com outros que lá tenham estado comerciais, pus da pesquisa foi possível observar que, presentes. Com esse modelo, eventos políti- mesmo faltando 20 meses para o começo do cos podem, então, ser presenciados por uma e a realidade pleito, o assunto tinha presença marcante audiência muito maior do que a que está de acaba sendo na seleção do que seria publicado. fato no local. construída com a O tema possui tanta força que consegue Porém, essa capacidade de mediação deu interferência de mais espaço no noticiário do que, por exemplo, à imprensa poder que muitas vezes ajuda a valores próprios as votações da Assembléia Legislativa de Per- eleger e depor governantes, criar crises ins- da cultura nambuco, um assunto de primordial impor- titucionais e derrubar governos: o poder de tância para que os cidadãos fiscalizem aque- moldar a realidade social, uma vez que o re- profissional das les que os representam. Claro que a sociedade ceptor presencia o fato por meio dos olhos do organizações precisa estar vigilante em relação às atitudes emissor da mensagem, e com pouco poder jornalísticas dos candidatos voltadas para conseguirem reconhecimento público. Como, na maioria A lógica de opções que se daria diante da nova con- dos casos, os pré-candidatos ocupam car- bipartidária, junção de forças poderia criar um novo am- gos públicos, é interessante saber se esses existente em biente no quadro eleitoral em Pernambuco, homens públicos usam sua posição para depois das duas vitórias da aliança denomi- alavancar seus nomes em futuras eleições. Pernambuco nada União por Pernambuco. Mas seria ingênuo pensar que essa seria desde a fase A primeira vitória de Jarbas, em 1998, a razão mais forte para levar os jornais a democrática pós- foi sobre um dos mitos políticos do estado, cobrirem com especial interesse essa movi- Estado Novo, foi , que já havia sido governador mentação. mantida durante em outras três ocasiões. Essa vitória foi pos- Para compreender de forma mais abran- o Regime Militar e sível após Jarbas desvincular-se do grupo gente a cobertura jornalística da pré-cam- político liderado por Arraes e, em seguida, panha para o cargo de governador no perí- continuou com a liderar uma coligação de centro (direita que odo estudado recorreremos à exposição da redemocratização no começo contava também com o Partido da conjuntura política em Pernambuco e sua na década de 80 Frente Liberal (PFL) e o Partido Progressis- relação com o conteúdo das publicações pes- ta Brasileiro (PPB), cujo nome atualmente quisadas e à análise apoiada na teoria do é Partido Progressista (PP)). Assim, Jarbas newsmaking, que estuda o contexto de pro- aliava a força política que possuía na capital dução das notícias, e na hipótese do agen- ao poderio das forças de direita, representa- da-setting, que investiga como a agenda da das pelo PFL e PPB no interior do Estado, mídia se confunde com a agenda pública onde o Partido Socialista Brasileiro (PSB), 158 (MCCombs e SHAW:1990). liderado por Arraes, também tinha boa den- Depois do pleito de 2004, já se podia per- sidade eleitoral (RAMOS, 2002:186-188). ceber que as eleições de 2006 poderiam ser O grupo foi batizado de União por Per- diferentes das duas anteriores, vencidas nambuco, e nas eleições municipais de 1996 no primeiro turno pelo então Governador havia elegido Roberto Magalhães (PFL) Jarbas Vasconcelos, integrante do Parti- prefeito do Recife. A União parecia inven- do do Movimento Democrático Brasileiro cível, até sofrer a primeira derrota: Maga- (PMDB). Uma das grandes razões seria o lhães é derrotado por João Paulo do Partido fim da lógica bipartidária em Pernambuco, dos Trabalhadores (PT) nas eleições muni- onde apesar de existirem várias agremia- cipais de 2000. Contudo, no plano estadual, ções políticas disputando as eleições, dois a aliança governista, representada por Jar- grupos conseguem polarizar as atenções e bas Vasconcelos (PMDB), vence o PT, repre- acabam reduzindo as chances de vitórias sentado por , em 2002. No a um grupo considerado mais à esquerda e mesmo ano, todavia, o PT alcança o poder outro mais à direita. com Luís Inácio da Silva, eleito presidente Essa lógica, existente em Pernambuco da República. Nas eleições de 2004, em Re- desde a fase democrática pós-Estado Novo, cife, João Paulo se reelege vencendo Cadoca foi mantida durante o bipartidarismo com- (PMDB) no primeiro turno. pulsório do Regime Militar e continuou com Outro fator importante na conjuntura a redemocratização na década de 80 (RA- política é que, como Jarbas Vasconcelos não MOS, 2002: 61-62). A possível pluralidade podia mais disputar a reeleição em 2006,

Estudos em Jornalismo e Mídia Vol. IV No 1 - 1o semestre de 2007 a União por Pernambuco não possuía mais forças mudou completamente. Petistas e um candidato natural. Durante o processo outros integrantes de partidos de esquerda de escolha, ocorreram divisões dentro da pernambucanos passariam a dispor de car- coligação, que durante o governo de Jarbas gos importantes no plano federal. Humber- atuou como um único grande partido, com as to Costa passaria a ser Ministro da Saúde agremiações políticas se aliando nos planos e (PSB) ocupa durante governamental e eleitoral. O vácuo causado algum tempo do período pré-eleitoral o Mi- pela impossibilidade de Jarbas se reeleger nistério da Ciência e Tecnologia, além de faz dois nomes surgirem como possíveis can- ser considerado pela imprensa o herdeiro do didatos: o vice-governador Mendonça Filho patrimônio político de Miguel Arraes. e o senador Sérgio Guerra (PSDB). Cargos dessa importância dão visibili- A primeira grande mudança na União dade ao seu ocupante, devido ao montante por Pernambuco, em relação à sua confi- de recursos que manipulam no exercício da guração original, é a entrada do Partido da função. Como conseqüência, ambos acabam Social Democracia Brasileira (PSDB) nas se transformando em candidatos potenciais eleições municipais de 2000. A segunda é a ao governo de Pernambuco. Mas o nome de saída de políticos importantes da aliança e João Paulo também surge com grande po- criação de um novo grupo, com o deputado tencial em função das suas duas vitórias federal e presidente da Confederação Na- nas eleições municipais do Recife para can- cional das Indústrias (CNI) Armando Mon- didatos da União por Pernambuco. teiro Neto, então no PMDB. Outros nomes 159 fortes na política local, como José Múcio e A pré-campanha nos jornais Roberto Magalhães, ambos do PFL, seguem A pré-campanha de 2006 não é um as- Monteiro. sunto tratado isoladamente no noticiário Os dissidentes ingressam no PTB (Par- político dos jornais pernambucanos, e mui- tido Trabalhista Brasileiro) e formam o tas vezes permeia outros temas como mon- chamado Grupo Independente, abreviado tagens de equipes de governos, eleições para para GI. A idéia expressa na imprensa pe- a mesa diretora da Assembléia Legislativa, los participantes do grupo era ser um grupo A seção de política inaugurações de obras públicas, nomeações independente da influência da Aliança por é feita de modo para cargos públicos ou qualquer outro fato Pernambuco e do PT, que surgia como nova que envolva personagens políticas. A seção força no estado depois de conquistar, junto diferente das de política é feita de modo diferente das no- com aliados, o poder em cidades importan- notícias do dia-a- tícias do dia-a-dia. Dificilmente ela é pura- tes da região metropolitana do Recife. O dia. Dificilmente mente factual, exigindo do profissional um grupo acaba se aliando ao PT no governo da ela é puramente esforço de interpretação e contextualização capital e se junta à oposição a Jarbas Vas- factual, exigindo em quase todos os fatos. concelos na Assembléia Legislativa. do profissional É verificada nas duas publicações pes- Com o PT controlando a esfera federal e quisadas a intenção de desvendar o cenário João Paulo sendo reeleito e transformando- um esforço de eleitoral de 2006. O Jornal do Commer- se em uma das figuras políticas de maior interpretação e cio, por exemplo, apresenta os sobretítulos destaque em Pernambuco, a composição de contextualização “Rumo à 2006”, utilizado em 2004 e 2005, e “Rumo às eleições”, utilizado com mais A teoria da se referem ao grau de importância dos en- freqüência durante 2006, para chamar a produção da volvidos e o grau de interesse do público. A atenção do leitor para o tema. O Diário de notícia aponta pré-campanha é um tema que se encaixa Pernambuco utiliza o sobretítulo “Sucessão em quase todas as categorias substantivas. Estadual” já em 2004 em algumas notícias que fatores O assunto responde positivamente a alguns sobre o assunto. determinam a valores-notícias substantivos: importância A teoria da produção da notícia aponta publicação de dos envolvidos, quantidade de pessoas en- que fatores determinam a publicação de determinadas volvidas e interesse humano. determinadas notícias em detrimento de notícias em Alguns dos fatores que definem operati- outras. Um número enorme de fatos chega detrimento de vamente o valor-notícia importância de um às redações todos os dias e um dos desafios acontecimento são, portanto, o grau do poder dos profissionais do campo jornalístico é se- outras institucional, o relevo de outras hierarquias lecionar quais fatos deverão ser publicados não institucionais, a sua visibilidade (isto é, na próxima edição do material produzido a possibilidade de serem reconhecidas fora pela empresa (PENA, 2005: 71). As empre- do grupo de poder em questão), a amplitude sas jornalísticas estabelecem critérios para e o peso dessas organizações sociais e econô- selecionar cada acontecimento, parâmetros micas (WOLF, 2002: 201-202). A importân- chamados de valores-notícia. Fatos que obe- cia dos envolvidos no processo sucessório é deçam a certos padrões da cultura profissio- incontestável, pois todos eles ocupam cargos nal dos jornalistas terão maior chance de que lhe conferem alto grau de visibilidade. 160 serem publicados. Os acontecimentos que Há também o valor proximidade geográfica, seguem os requisitos necessários para se que é latente nesse caso, pois é a sucessão transformarem em notícia possuem o que de Pernambuco que está em jogo. Mauro Wolf chama noticiabilidade. Quanto ao critério de quantidade de pes- soas envolvidas, pode ser dito que a pré- A noticiabilidade é constituída pelo conjunto campanha envolve apenas os caciques par- de requisitos que se exigem dos acontecimen- tidários, que procuram fazer acordos, alian- tos do ponto de vista da estrutura do trabalho ças e consolidar seus nomes para o próximo nos órgão de informação e do ponto de vista pleito, porém a pré-campanha define o nome do profissionalismo dos jornalistas - para dos candidatos que estariam à disposição de adquirirem a existência pública de notícias. todo o eleitorado do estado de Pernambuco, Tudo o que não corresponde a esses requisitos um contingente considerável de pessoas. é excluído, por não ser adequado às rotinas O tema também é rico em interesse hu- produtivas e aos cânones da cultura profissio- mano, por trazer um importante fator: o nal. (WOLF, 2002:.190) conflito. A pré-campanha é um período fértil para embates, uma vez que as lutas aconte- Os valores-notícia são classificados em cem entre adversários, que já prepararam o cinco categorias: substantivas, relativas ao discurso para a campanha de 2006, no caso produto, relativas ao meio de informação, re- da candidatura vingar, e entre os próprios lativas ao público e relativas à concorrência aliados nas esferas governamentais e parla- (WOLF, 2002). As categorias substantivas mentares. O jornalismo costuma privilegiar

Estudos em Jornalismo e Mídia Vol. IV No 1 - 1o semestre de 2007 o conflito em detrimento da normali- Já os critérios relativos ao público estão dade, pois o conflito pode, em algumas ligados à importância da imagem que os ocasiões, quebrar com a expectativa do jornalistas têm do público no produto in- que seria a ordem natural dos aconteci- formativo. Trata-se de um aspecto difícil de mentos. definir. A bibliografia sobre a teoria do jor- Nas categorias relativas ao produto, o va- nalismo sugere que os jornalistas conhecem lor-notícia mais observado no material estu- pouco o seu público (WOLF, 2002: 212-213). dado foi a preocupação com o equilíbrio en- Assim, os jornalistas podem não ter certeza tre os partidos e pré-candidatos. O valor-no- se as articulações políticas do período pré- tícia equilíbrio determina que a noticiabili- eleitoral são mais importantes, na opinião dade de certos fatos depende da quantidade dos leitores, que o processo de decisão acer- de um determinado tipo de acontecimentos ca da execução de políticas públicas, por já presentes no produto informativo: caso exemplo. não exista, a notícia tem probabilidades de As categorias relativas à concorrência se passar pelo processo de seleção, mesmo que referem à influência da disputa comercial não seja muito importante, para equilibrar entre as empresas jornalísticas na seleção a composição global do noticiário. O valor de das notícias. A situação de competição entre noticiabilidade de certas ocorrências é, por- as empresas jornalísticas causa distorções tanto, maximizado por pertencerem à cate- involuntárias no produto noticioso, devido gorias utilizadas para não desequilibrar o ao seu peso na seleção das notícias e se re- produto informativo. O equilíbrio no notici- flete sobre outros valores-notícia, servindo 161 ário político é uma das formas mais clássi- de reforço para eles (WOLF, 2002: 215). cas da aplicação desse valor-notícia (WOLF, Outra tendência consiste no fato de a 2002: 209-210). competição gerar expectativas recíprocas, Os critérios relativos aos meios de comu- fazendo com que uma notícia seja selecio- nicação estão ligados aos veículos em que nada porque é esperado que os concorrentes a notícia será inserida. Essas categorias publiquem o acontecimento. Esse paradig- explicam a razão pela qual o noticiário te- ma desencoraja as inovações na seleção das levisivo local não cobre o período pré-elei- notícias, que poderiam suscitar objeções toral. Os telejornais apresentam um perfil por parte dos níveis hierárquicos superio- mais factual, e a pré-campanha é assunto res, contribuindo para a semelhança das que ganha um desfecho apenas no período As notícias coberturas entre diferentes noticiários ou das eleições. O noticiário político dos tele- políticas jornais. Essa tendência explica a razão de jornais locais é relevante apenas nos perío- precisam de uma os dois jornais pesquisados apresentarem dos eleitorais. As notícias políticas precisam contextualização praticamente os mesmos fatos diariamente, de uma contextualização que não é possível que não é mudando apenas o ângulo valorizado pelos dentro do tempo limitado dos noticiários te- possível dentro concorrentes em algumas situações. levisivos locais, ou seja, os fatos da pré-cam- Outra observação feita durante a pesqui- panha são difíceis de serem adaptados às do tempo limitado sa é que as eleições para governador de Per- rotinas produtivas dos telejornais regionais dos noticiários nambuco são agendadas pelos jornais locais. em Pernambuco. televisivos locais De acordo com a hipótese do agenda-setting, a mídia possui o poder de orientar a agen- As duas As eleições de 2006 começam a fazer da pública ao salientar determinados as- publicações parte da agenda dos jornais com o término suntos durante certo tempo. (McCOMBS e definiram que a do pleito de 2004, inaugurando a fase que SHAW,1990: 75). No caso da pré-campanha, denominamos de início. Em novembro de as duas publicações definiram que a agenda agenda política 2004, por exemplo, a imprensa já começa a política em Pernambuco, durante cerca de em Pernambuco, apresentar os nomes que figurariam como 20 meses, seria guiada pelas articulações durante cerca de pré-candidatos até as convenções dos par- políticas relativas às eleições para governa- 20 meses, seria tidos em julho de 2006. Temas que seriam dor em 2006. guiada pelas notícia durante as eleições de 2006 já come- articulações çam a ser pincelados. Essa primeira fase da Evolução da cobertura, agenda dos campanha começa em novembro de 2004 e jornais políticas relativas termina em março de 2005 quando escânda- A evolução temporal da cobertura da pré- às eleições para los políticos na esfera federal interrompem campanha obedece ao ritmo da política ao governador em a cobertura da pré-campanha mesmo tempo em que dá o tom da movimen- 2006 O fim do pleito municipal é a largada para tação política, ao provocar acontecimentos a cobertura da pré-campanha. Um exemplo como entrevistas e publicação de pesquisas. interessante é o conflito entre João Paulo e Ou seja, quanto mais próxima está a defini- Humberto Costa dentro do PT. De acordo com ção do cenário político, que traz a formata- a imprensa, a vitória de João Paulo no primei- ção das alianças e das candidaturas, mais ro turno da eleição para Prefeitura do Recife 162 destaque o tema terá no noticiário. credencia o petista a ser candidato a governa- O ritmo da cobertura é interrompido ape- dor e a ameaçar a candidatura de Humberto nas pelos escândalos do “Mensalão” e “dos Costa dentro do partido. Os jornalistas pare- Correios” no âmbito federal entre os meses cem antever a possibilidade de um conflito in- de maio e outubro. Porém, a pré-campanha trapartidário que perdurará até 2006. não é esquecida, passando a figurar com menor freqüência, mas sem desaparecer Credenciado para disputar o Governo do Esta- completamente. Para fins de pesquisa, orga- do após se reeleger no primeiro turno, o prefeito nizamos a pré-campanha em três períodos, João Paulo (PT) evitou alimentar as especula- começando em novembro de 2004, tendo ções, ontem, na festa do seu aniversário. Em- uma pausa entre março e outubro de 2005, e bora a vocalista da Banda Silhueta - uma das voltando a ganhar espaço nos jornais entre atrações do evento - tenha anunciado o nome do outubro de 2005 e junho de 2006. prefeito como futuro governador, ao chamá-lo Verificamos que essa evolução temporal para o discurso de agradecimento - o petista pro- obedece a determinados padrões do jornalis- curou desfazer o mal entendido de forma sutil. mo, entre eles a concorrência. Esse padrão Depois de subir ao palco, João Paulo chamou o de divisão temporal da cobertura, adotado ministro da Saúde, Humberto Costa, para ficar metodologicamente, é verificado nas duas ao seu lado. Foi o primeiro nome que mencio- publicações, sinal de que os dois jornais pes- nou, antes de convidar os secretários, deputa- quisados estavam preocupados com o mate- dos e vereadores para seguirem o mesmo gesto rial publicado pelo seu concorrente. (DIÁRIO DE PERNAMBUCO, 01/11/2004).

Estudos em Jornalismo e Mídia Vol. IV No 1 - 1o semestre de 2007 O ministro da Saúde, Humberto Costa, que A pré-campanha perdeu espaço, princi- até a reeleição do prefeito do Recife, João palmente, devido à organização industrial Paulo, era o único nome colocado pelo PT das empresas jornalísticas. O valor-notícia para a disputa ao Governo do Estado em interesse nacional entra em cena com mui- 2006, admitiu, ontem, que o prefeito é hoje a ta força: a crise política enfrentada pelo maior liderança do partido em Pernambuco. governo Lula dá origem a duas CPI’s, e as “João Paulo é, sem dúvida, a maior lideran- Comissões Parlamentares de Inquérito que ça que temos aqui hoje. Ele teve uma votação apuram escândalos políticos são notícia, extraordinária, que foi reflexo do trabalho pois o conflito entre adversários políticos que desenvolveu no Recife nos últimos qua- cresce, aliado ao grande poder de decisão e tro anos, de sua competência e seu carisma”, aos dispositivos legais garantidos às CPI’s. declarou. Humberto, entretanto, preferiu não (MARTINS, 2005: 91-92) tecer comentários sobre a possibilidade de o O período denominado “Reta Final” foi prefeito disputar em seu lugar a sucessão de demarcado entre outubro e 30 de junho, da- Jarbas Vasconcelos (PMDB), adiando o deba- tas limite para as convenções partidárias. À te sobre o assunto para 2006. (JORNAL DO medida que o tempo passa nessa fase da co- COMMERCIO, 01/11/2004) bertura, o noticiário vai assumindo um perfil de campanha, cobrindo a movimentação dos A cobertura da pré-campanha perde força grupos políticos. Como foi dito anteriormen- a partir do final de maio quando começam as te, o mês considerado pela imprensa como denúncias contra a base aliada do Governo a largada definitiva em direção ao pleito de 163 Federal no congresso e diminui ainda mais 2006 foi outubro de 2005. O principal moti- em junho quando explodem as denúncias do vo para essa interpretação foi a data limite escândalo do “Mensalão”, que consistia no para a mudança de partido pelos políticos: pagamento de propinas a deputados da base 31 de setembro. A edição de 2 de outubro de aliada do governo Lula para que projetos A pré-campanha 2005 do Jornal do Commercio ilustra bem importantes do governo fossem aprovados. perdeu espaço esta afirmação, o jornal publica uma maté- Esse período, demarcado entre março e ou- devido à ria para cada grupo político, tentando apre- tubro de 2005, foi denominado na pesquisa organização sentar um quadro amplo da composição de de “Uma pausa para o cenário nacional”. industrial das forças no estado, e demarca a data como o A crise política dá origem a duas Comis- começo definitivo do jogo sucessório, criando sões Parlamentares de Inquérito (CPI), uma empresas o clima para a cobertura política. dedicada a apurar as denúncias dos Correios jornalísticas. que envolvem o presidente nacional do PTB, O valor-notícia Foi dada a largada para as eleições de 2006! Roberto Jefferson, e outra dedicada a investi- interesse nacional Com o fim do prazo, na última sexta-feira, gar as denúncias de pagamento de propinas entra em cena para o registro de filiações dos que desejam na base aliada. Na verdade, as duas CPI’s com muita força disputar o pleito, começa a contagem regres- estão ligadas, pois, de acordo com a impren- siva para o voto. Em nova fase, o PCdoB, por sa, Roberto Jefferson resolveu denunciar a diante da crise exemplo, já pensa em disputar o governo do prática do “Mensalão” depois que se sentiu política enfrentada Estado. O balanço das adesões e a contabili- isolado com a instalação da CPI dos Correios. pelo governo Lula dade que dirá quem mais ganhou, entretanto, só deverão ser feitos nas próximas duas sema- O jornalismo quando traz o embate para seus domínios, nas. Isso porque os partidos têm até o dia 14 passa não apenas através de entrevistas e pesquisas de opi- para comunicar as mudanças à Justiça Elei- a constituir um nião, ou quando funciona como um poder toral, o que abre brecha para novas filiações. paralelo, usando determinadas estratégias (JORNAL DO COMMERCIO, 02/10/2005) dispositivo de como a interpretação, em que indica os ca- representação minhos e os destinos da política e, também, Em outubro, o Jornal do Commercio co- da política, mas, de seus atores. meça a publicar uma série de entrevistas através do seu Essa construção da política, que passa com os pré-candidatos a governador do esta- discurso próprio, pelos parâmetros dos meios de comunicação, do. As perguntas não tratam, predominan- passa de narrador pode despolitizar a população, uma vez que temente, de propostas de governo, que leva- a política parece se restringir aos conchavos riam os candidatos a se apresentarem como a agente dentro do e disputas comandados pelos caciques par- uma possibilidade para governar o estado, espaço político tidários. As decisões muitas vezes parecem mas giram em torno da movimentação e da não ter qualquer ligação com a vida dos lei- conjuntura política, dando especial relevo tores, mostrando a política como algo restri- aos projetos pessoais de cada entrevistado. to aos profissionais do campo. Durante a pesquisa, verificamos pou- Conclusões quíssimas notícias sobre o funcionamento O fenômeno da notícia como um produto da Assembléia Legislativa de Pernambuco, à venda e ao mesmo tempo um bem público uma instância de poder que deve ser fiscali- 164 que contribui para a construção da realidade zada pelos jornais, que costumam defender social nas sociedades complexas reconfigura a tarefa de vigiar os poderosos como uma o Espaço Público. Como adverte o sociólogo espécie de auto-legitimação perante a socie- Pierre Bourdieu, “o campo jornalístico pro- dade. (TRAQUINA, 2004: 47). duz e impõe uma visão inteiramente parti- Com a análise do material pesquisado, cular do campo político, que encontra seu pode-se concordar com Antônio Rubim que princípio na estrutura do campo jornalísti- observa que co” (1997: 133). As estruturas produtivas do jornalismo como os critérios de seleção da a mídia mostra-se mais sensível aos momentos notícia, a hierarquização das fontes e dis- deliberativos, de decisões impactantes, como positivos como o agenda-setting contribuem acontece nas eleições, momento acelerado no para construir uma visão da política, que é campo político, ou a instantes de ruptura do fun- a única acessível para a maioria da popula- cionamento regulamentar da política quando ção na sociedade contemporânea, e isso tem acontecem crises deposições, golpes, denúncias um impacto no Espaço Público. (RUBIM, 2002: 63) Dessa forma, o jornalismo passa não ape- nas a constituir um dispositivo de represen- Acreditamos que esse fato ocorre prin- tação da política, mas, através do seu discur- cipalmente pela necessidade das empresas so próprio, passa de narrador a agente den- jornalísticas adaptarem o conteúdo publica- tro do espaço político (FAUSTO NETO, 1995: do aos padrões profissionais do campo jor- 10). A mídia passa a agir no campo político nalístico.

Estudos em Jornalismo e Mídia Vol. IV No 1 - 1o semestre de 2007 Sobre o autor MARTINS, Franklin. Jornalismo Político. São Dacier de Barros e Silva, professor do Paulo: Contexto, 2005. Departamento de Comunicação Social MCCombs, Maxwell E. SHAW, Donald L. The da Universidade Federal de Pernambu- Agenda - Setting Function of the Press. In: co (UFPE), Doutor em Sociologia do De- GRABER, Doris A(Org). Media Power in Poli- senvolvimento pela Friederich Alexander tics. Washington: CQ Press, 1990. pg. 73 – 82. Universität em Erlanger – Nuremberg. PENA, Felipe. Teoria do Jornalismo. Contexto: Pesquisador CNPq/ Facepe/ Cirm. Atual- São Paulo, 2005. mente realiza pesquisas sobre Comunica- SODRÉ, Nelson Werneck. História da Im- ção, Ideologia e Desenvolvimento. prensa no Brasil. : Mauad, 1999. Carlos Peres de Figueiredo Sobrinho, jor- RAMOS, Roberto. A Face de um Partido: Base nalista, Bolsista Pibic/ UFPE durante a Política e Comportamento Eleitoral do PFL realização da pesquisa que deu origem a em Pernambuco, 1985-2001. Recife: Bagaço, este artigo. Mestrando do Programa de 2002. Pós-Graduação em Comunicação Social RUBIM, Antônio Albino Canelas. Comunicação da Universidade Federal de Pernambuco e Política. São Paulo: Hacker Editores, 2002. (PPGCOM/ UFPE). TRAQUINA, Nelson. Teorias do Jornalismo: Porque as Notícias São Como São. Florianópo- Referências lis: Insular, 2004. BAHIA, Juarez. Jornal, História e Técnica: THOMPSON, John B. Mídia e Modernidade. 165 História da Imprensa Brasileira. São Paulo: Petrópolis: Vozes, 1998. Ática, 1990. WOLF, Mauro. Teorias da Comunicação. Lis- BERGER, Peter e LUCKMANN, Thomas. A boa: Presença, 2002. Construção Social da Realidade: Tratado de Sociologia do Conhecimento. Petrópolis, Vozes, Matérias jornalísticas 1978. ANIVERSÁRIO em clima de campanha. Diário BOURDIEU, Pierre. O Jornalismo e a Política. de Pernambuco; Recife, 01 novembro 2004; Di- In: BOURDIEU, Pierre. Sobre a Televisão. Rio ário de Pernambuco em http://www.pernambu- de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 1997. pg 131 co.com/diario/2004/11/01/politica1_0.asp; aces- – 143. sado em 05 fevereiro 2006. FAUSTO NETO, Antônio. O Impeachment da HUMBERTO reconhece prefeito como o maior lí- Televisão: Como se Cassa um Presidente. Rio der do PT. Jornal do Commercio, Recife, 01 no- de Janeiro: Diadorim Editora, 1995. vembro 2004; Disponível em http://jc.uol.com.br/ HABERMAS, Jurgen. Mudança Estrutural na jornal/2004/11/01/not_113966.php; Acessado em Esfera Pública. Rio de Janeiro: Tempo Brasi- 05 fevereiro 2006. leiro, 2003. PCDOB, em nova fase, discute candidatura a MARCONDES FILHO, Ciro. O Capital da governador. Jornal do Commercio; Recife, 02 Notícia: Jornalismo como Produção Social de outubro 2005; Disponível em http://jc.uol.com. Segunda Natureza. São Paulo: Editora Ática, br/jornal/2005/10/02/not_155469.php; acessado 1989. em 09 maio 2006.