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COBERTURA VEGETAL, USO DO SOLO E OCUPAÇÃO DA TERRA NA BACIA COSTEIRA DO RIO SERGIPE1

újo, Hélio Mário de2 Ara

1 – INTRODUÇÃO

ção sempre desempenhou um importante papel nos processos de A vegeta ção da paisagem sob vários aspectos. ção provocada pela intemperismo e na evolu A sua remo ção humana além de causar impactos comprometendo o equilíbrio biostático natural, acelera a áticos. O Estado de apresenta grandemente os processos resist -se bastante devastado no que diz respeito a sua cobertura vegetal primitiva (SANTOS; ANDRADE, 1992). A Bacia ão fugindo a regra, vem passando por esse processo desde sua ocupação e Costeira n éculo XVI, até os dias atuais. povoamento no s ência do grau de devastação da cobertura vegetal, poucas espécies Em decorr êmicas écies de formações end podem ainda ser reconhecidas, restando, atualmente, esp ólias exemplificadas pelas associações de praias e dunas, vegetação de restinga e perenif ções de mata subperenifólia e subcaducifólia e mata secundária, mangue, associa ção e utilização das terras representadas cartograficamente na carta de uso do solo, vegeta .

1.1 - RECORTE ESPACIAL DA PESQUISA

área geográfica de interesse desse estudo é a Bacia Costeira do rio Sergipe A (Figura ída ípios de (capital 01), constitu pelos munic do Estado), Laranjeiras, Nossa Senhora ão do Socorro, Riachuelo, Barra dos Coqueiros, , Santo Amaro das Brotas e S óvão ípios n Crist . O enquadramento desses munic a Zona Costeira do Estado, deve-se aos érios estabelecidos pelo Ministério do Meio Amb ídricos e da crit iente, dos Recursos H ônia Legal utilizados para delimitação da área de atuação do Programa de Amaz Gerenciamento Costeiro (MMA/UFRJ/SEPLANTEC, 1996), dos quais quatro respaldaram a ção de “Zona Costeira” como bem demonstra Wanderley (1998 defini , p. 58): ípios defrontantes com o mar; b) não defrontantes com o mar, mas a) munic ões metropolitanas e pré pertencentes a regi -metropolitanas de capitais defrontantes; c) ípios distanciados do Mar munic , mas detentores de atividades cujos impactos se propagam e ípios; e d) municípios que sofrem influências das se fazem sentir no litoral de outros munic és e possuem ecossistemas de manguezais. mar érios litoral Norte Esses crit delimitaram oficialmente dois setores costeiros. O , com 2 ído pelos ípios anteriormente mencionados, 2.971,2km , constitu sete primeiros munic ão Francisco limitando-se com o rio S ao norte, que o separa do Estado de Alagoas, e com o litoral Sul 2 rio Vaza Barris que o separa do de Sergipe, o qual estende-se por 2.496,4km , ípios, entre os quais São Cristóvão. Seu limite norte é o rio Vaza englobando cinco munic é o rio Real, do qual se separa do Estado da Bahia. Barris e seu limite sul

1 ón sociedad Eixo 7 - Procesos de la interacci -naturaleza 2 íder do Professor Dr. do Departamento de Geografia da Universidade Federal de Sergipe / Brasil. L Grupo de Pesquisa em Geoecologia e Planejamento Territorial/CNPq/UFS.

Figura 01

1.2 – PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

ão bibliográfica áveis selecionadas do A revis e os levantamentos das vari meio ômico socioecon nortearam o desenvolvimento da pesquisa em suas diferentes etapas. Sendo ção e dos indicadores socio ômicos, refletidos nas formas de assim, os estudos da vegeta econ ção e utilização da terra foram ocupa baseados nos seguintes materiais:

a) Documentos Cartográficos Impresso e Digital: Mapas Topográficos ência do Desenvolvimento do Nordeste . da Superintend (SUDENE), na escala de 1:100.000 (1974) Atlas Digital sobre Recursos Hídricos de Sergipe – CD Rom (2004): . ídricos do Estado de Sergipe. Secretaria de Recursos H Fotografias Aéreas Pancromáticas étrica (parcial) . - Cobertura Aerofotogram ça Aérea Brasileira (FAB), escala de 1:25.000 do Estado, elaborada pela For (1984). Imagem TM-LANDSAT-5 – áfica gerada pelo . utilizou-se a imagem fotogr órbita WRS sistema sensor TM do LANDSAT-5, -215/067/D, Passagem ção colorida bandas 3B/4G/5R, 0803/88, apresentada na forma de composi escala de 1:100.000, Centro de Pesquisas Espaciais de Sergipe (CEPES), da Companhia do Desenvolvimento Industrial de Sergipe (CODISE). Fotografias Digitais .

b) Elaboração da Carta Temática de Cobertura Vegetal, Uso do Solo e Ocupação da Terra

ção da Terra (Figura 02), contém A Carta de Cobertura Vegetal, Uso do Solo e Ocupa úmero de unidad ção visualizada um grande n es espaciais de categorias de uso do solo e vegeta éreas utilizadas no mapeamento e por detalhado pela escala de detalhe das fotografias a trabalho de campo. Esses recursos possibilitaram um estabelecimento de 15 classes de uso, ção com maior direcionamento para a cobertura vegetal e para as formas de utiliza ária. agropecu ção, utilizou ém o software ArcView versão 3.2. As Em sua elabora -se tamb ções extraídas das fotografias aéreas serviram de base para a digitalização, em layer informa ída, separados, sobre a tela do computador, das diversas categorias de uso. Depois de conclu áficas. ários foi georreferenciada ao sistema de coordenadas geogr Dados secund

Figura 02

c) Dados Secundários

ção realizou ção das variações fisionômi O estudo da vegeta -se em fun cas e dos efeitos ópicos. O confronto dos tipos de vegetação com seus suportes físicos possibilitou a antr ção do condicionamento exercido pelos elementos c1ímato ídricos e percep -h ógicos. morfopedol çar o perfil socioe ômico dos municípios inserid área de estudo, Para tra con os na ários a partir écada de utilizou-se os dados censit da d 1980 constantes dos Censos ários e Demográficos do Estado de Sergipe elaborados pelo (IBGE) Instituto Agropecu ística, bem como os Boletins Agropecuá Brasileiro de Geografia e Estat rios publicados pela ário de EMDAGRO, atualmente (DEAGRO) Departamento de Desenvolvimento Agropecu Sergipe, os dados do Cadastro Industrial de Sergipe, fornecidos pela (CODISE) Companhia ém ções de Desenvolvimento Industrial e de Recursos Minerais de Sergipe, al de informa ários Estatísticos de Sergipe, e Atlas do Desenvolvimento complementares existentes nos Anu Humano no Brasil (PNUD).

d) Pesquisa Direta

ções geoambientais e para Na fase de trabalho de campo para estudo das condi ões de ima éreas, fez árias observações in loco checagem dos padr gens nas fotografias a -se v , e – élite para utlizou-se o GPS (Global Positioning System receptor de sinais de sat áfico) âmera fotográfica digital posicionamento geogr como instrumento de apoio e a c .

2 – RESULTADOS E DISCUSSÃO

A) ASSOCIAÇÕES DE PRAIAS E DUNAS

ão constituídas de vegetação Se desenvolvem em solos areno-quartzosos marinhos e s ácea onde a brisa marinha impede o desenvolvimento dos arbustos e árvores. No herb ípio de Barra dos Coqueiros acompanha toda a f ânea, e em Aracaju ocorre munic achada litor é o Mosqueiro, estando fora do alcance das marés mais altas. desde o bairro Coroa do Meio at ção serve para fixar as areias das dunas móveis. Antes da fixação, as dunas móveis Esta vegeta ção, que se renova para reconquistar e cobrir o levadas pelo vento podem recobrir a vegeta écies, destacam Ipomoea pescaprae solo nu. Entre as esp -se salsa-da-praia ( ), o bredo da praia irenise portulacoides ão da praia (canavalia marítima ( ), e feij ). A fauna no ambiente praial apresenta-se bastante diversificada. Na parte diariamente és, encontram influenciada pelas mar -se as Estrelas do mar (Equinodermas marinhos de ordem óides). Em período chuvoso quando a água doce se mistura com a salgada é muito Aster Águas Vivas Rhyzostoma spp. comum o aparecimento das ( ) entre outros tipos de celenterados áceos popularmente do mar. Nos pequenos buracos da areia da praia vivem os pequenos crust é (leca vocator é (Ocypoda arenaria conhecidos como Chama-mar ) e Espia-mar ) pertencentes ília Conerídeos. da fam

B) MANGUES

ão empregados de forma Na literatura os termos manguezal e mangue muitas vezes s indiscriminada. Alguns autores preferem utilizar o termo manguezal para referir-se apenas ao écies de árvore ecossistema, e o termo mangue para designar o grupo de esp s ou arbustos que, ílias botânicas, apresentam adaptações para colonizar embora pertencentes a diferentes fam áreas inundadas ou sujeitas a intrusões de água salgada.

ém, que os manguezais se constituem num dos mais típicos ecossistemas Sabe-se, por ático ância ecológica e biológica das regiões estuarinas. Na aqu s tropicais de grande import ística e florística de grande relevância, representada Bacia Costeira formam uma unidade faun ípico de animais e plantas que, por sua singularidade, tem sido ob por um grupo t jeto de íficos da sua biodiversidade, sem contar que abrigam sítios extensos levantamentos espec ógicos, contribuindo para o estudo das populações pré óricas litorâneas, conforme arqueol -hist ência da evolução coste ênica na ocupação constatou Silva (2001) ao investigar a influ ira holoc da Costa do Estado de Sergipe por grupos sambaquieiros. ítima (CONDESE/SUDENE, 1976) os Classificado como Floresta Paludosa Mar écies: Rhizophora mangle, Laguncularia mangues de Sergipe foram levantados em quatro esp racemosa, Avicennia germinans, Avicennia schaueriana Conocarpus erectus e . ém Entre outros estudos, na Bacia Costeira esses bosques de mangues foram tamb ães (2006) mais reconhecidos pela ADEMA (1984), Souza (1992) e Landim e Guimar ário do recentemente, sobretudo no estu rio Sergipe. écies ao longo das Predomina o bosque tipo ribeirinho com desenvolvimento das esp margens estuarinas dos rios Sergipe, Pomonga, Parnamirim, Poxim, Sal, Cotinguiba e é onde se estende a intrusão salina, pois segundo Troppmair (1971 Ganhamoroba at ) os é manguezais chegam a atingir 30km foz acima, diminuindo gradativamente de porte at desaparecer (Figura 03).

– lagunculária racemosa Figura 03 Mangue branco ( ) nas margens do Rio Poxim (baixo curso) nas ções ácio Barbosa e Farolâ imedia dos bairros In ndia/Aracaju.

ções da desembocadura do estuário domina a espécie Rhizophora mangle Nas imedia e ção superior as espécies Lagunculária racemosa Avicennia germinans em sua por e e shaueriana ên ênero . Internamente, nos setores de maior salinidade registra-se a ocorr cia do g Avicennia água doce o mangue branco (Lagunculária racemosa , e nos aportes de ). Nos canais é inundados periodicamente e nas ilhotas localizadas nos rios Sergipe e Pomonga as de mar ão colonizadas pela vegetação de mangue do gênero Rhizophora mangle margens s que se ênero Avicennia ão (Conocarpus erectus mistura bosque adentro com o g . O mangue de bot ) íduos, devido, sobretudo, ao processo de antropização das áreas de restringe-se a poucos indiv íduos esparsos foram observados por ães (2006) apicum. Alguns indiv Landim e Guimar óximo ao calçadão, margem direita crescendo no bosque de mangue da Praia 13 de Julho, pr do rio Sergipe em Aracaju. épocas passadas, afirmam Santos e Andrade (1992, p. 95) “o mangue era Em ído de árvores de 15 a 20 metros ção constante para constitu de altura, entretanto, a sua utiliza ível no abastecimento de padarias e pequenas indústrias transformou a espécie numa combust ção de 4 a 6 metros de altura”. De fato, muitas das áreas citadas pelo relatório da vegeta ADEMA (1984) como importantes para serem preservadas encontram-se parcial ou é que esta completamente degradadas. A vantagem, conforme observou Troppmair (1971) ção vegetal tem elevada capacidade de regeneração espontânea após corte ou forma ção pelo seu alto poder de ge ção natural. devasta rmina óximo a confluência com o rio Sergipe, parcela Na margem direita do rio do Sal, pr ável dos mangues foi desmatada, ocorrendo sua ocupação, principalmente por salinas consider çã água, modificando o e viveiros, hoje desativados, alterando profundamente a circula o da és e consequentemente reduzindo o ingresso de nutrientes (SOUZA, 2006). ciclo das mar ção de obras de engenharia Nos rios Pomonga e Parnamirim, o aterro para execu ção de leitos, de rodovias e pontes) se interpõe isolando áre (constru as de mangues. ção definitiva e irreversível na a ção do manguezal, suprimin Caracteriza-se pela a ltera do ão da malha viária decorrente da prospecção do completamente a fauna e a flora. A expans óleo e construção do salmouroduto e do porto, determinaram r ção petr elevante a ênica neste ecossistema, bem como a construção do bairro Jardins na antropog cidade de Aracaju (op. cit.). ão ocorre apenas na Bacia Costeira, Vannucci (2002) Esse processo degradacional, n esclarece que atualmente, o maior impacto negativo sobre os manguezais no Brasil sobretudo é causado por um desenvolvimento apressado, por vezes nas costas do Nordeste e Leste ústria turística e pela instalação, em muitos casos ilegal, de empresas de intempestivo, da ind üicultura sobretudo camarões, dentro áreas dos manguezais. Essas práticas são aq das áveis, e geralmente não são feitas segundo as técnicas apropriadas para a criação de conden ões e peixes, sem destruição dos mangues. camar ários futuros não indicarem uma mudança significativa na si ção Apesar dos cen tua é preciso considerar que o manguezal, valioso recurso natural, abriga uma fauna atual, éico e econômico. Serve de habitat para muitas espécies de diversificada de grande valor prot áceos (caranguejos, siris, aratus ões) e moluscos animais a exemplo dos peixes, crust e camar çunim, além do guaiamum (Goniopsis cardisoma destacando-se o sururu, ostra, lambreta e ma guanhumi écies ), caranguejo de solos salobros que pode ser engordado em cativeiro. Essas esp ção ribeirinha. constituem a base alimentar e fonte de renda de parte da popula ém de refúgio natural para diversas espécies, algumas Os manguezais servem tamb çadas de extinção. Vivendo no chão lodoso, está a Saracura de mangue (Aramydes delas amea mangle á os Socós, Socó Ardea socoi ó Bretonides pinnatus às ). J -mirim ( ) e o Soc -boi ( ) voam é as nascentes dos rios e afluentes vezes de uma margem para outra do manguezal at (FRANCO, 1983).

C) VEGETAÇÃO DE RESTINGA

É uma associação perenifólia, pouco densa, cujas árvores se diversificam quanto à écie e altura. N ção recobre as áreas ocupadas pelos terraços esp a Bacia Costeira essa vegeta ões litorâneos, dunas e até mesmo as planícies flúvio ém marinhos, cord -marinhas que cont ção de areia. Dissemina elevada participa -se portanto sobre os solos espodossolo e neossolo ênico. De acordo com a maior ou menor presença de matéria orgânica nesses solos, quartzar écies avançam para os terrenos limitados com a praia. algumas esp écies comuns existentes Leite et al. (1976) e Franco (1983) detectaram a Dentre as esp ância de ang Anidira humilis íba (Xylopi brasiliense predomin elim ( ), pinda ), cajueiro Anacardium occidentale Byrsonima sp. çaranduba (Manilkara solzmanni ( ), murici ( ), ma ), çava (Atallia sp. Hancornia speciosa Genipa americana pia ), mangabeira ( ), jenipapo ( ), Mangifera indica Musa sp. Psidium gnofava ça de mangueira ( ), bananeira ( ), goiabeira ( ), cabe Melacactus bahiensis Cereus fernambrecensis Octea frade ( ), faxeiro ( ), louro babosa ( gardneril Moquileia tomentosa Schinus ) oitizeiro da praia ( ), aroeira da praia ( terebinthifolius Eschweilera ovata Talisia esculenta ), biribeira ( ), pitombeira ( ), palmeira oroba Cocos schyzophilla Syagros coronata çazeiro (Psidium spp. ( ), ouricurizeiro ( ), ara ) e amescla Protium heptaphylum árvores apresentam altura em torno de 15 metros e geralmente ( ). As É uma floresta clara. À medida que possuem troncos finos com copas largas e irregulares. esse porte vegetacional se distancia da praia, a intensidade da brisa marinha diminui, árvores. permitindo, assim, o desenvolvimento de áceas áceas e árvores frutíferas favorece a existência de A riqueza em po , ciper em ássaros granívoros, de pássaros frugívoros e de uma fauna extremamente abundante, p ássaros, Papa Sporophila supercilions sporophila composta dos p -capim ( ), caboclinha ( nigroaman ão (Sporophila leucoptera ó (Oryzoborus angolensis á ), chor ), curi ), sabi -de- Minus gilvres antelius Spinus ictericus Arundinicola restinga ( ), Pintassilgo ( ), Viuvinha ( leucocephala ço ou cardeal (Paroária larvata Pitangus susphuratus ), Cabe ), Bem-te-vi ( ), ão Furnarius tricolor ço (Tanagra eyanoptera Forpus Jo -de-Barro ( ), Sonha ), Periquito verde ( passerinus vividus ô (Seardafella squemata Columbigallina ), Rolinha fogo-pag ), Rolinhas ( talpacati écies afins, podendo ser citados o Anum Preto (Crotophaga ani ), e demais esp ), Noturna maculosa Rhynchotus rufescens Pisorrhina ssp. ém Codorna ( ), Perdiz ( ), corujas ( ), al Micrurus fulvicus Lachesis mutus da cobra de coral ( ) e cobra Surucucu ( ), entre outras écies. esp ípio de Nossa Senhora do Quanto aos invertebrados na restinga degradada, no munic área ções da ponte sobre o rio do Sal, Oliveira Socorro na menos antropizada nas imedia ância das ordens: Hymenoptera, Orthoptera, Lepidóptera e (2000) observou predomin Deptera ílias importantes como Formicidae, Vespidae, Blattidae, que enquadram fam Helicomidae, Culidae e Bombilidae . écimes da restinga ainda Esse levantamento demonstra a pouca variabilidade de esp ção da área. resistindo ao alto grau de antropiza

D) FLORESTA ATLÂNTICA

ém denominada de Mata Atlântica, essa formação vegetal apresenta espécies Tamb ólia ólia conforme variação anual da precipitação que perenif , Mista Estacional e caducif áticos úmidos diminui do litoral para o interior da Bacia Costeira, acompanhando os tipos clim úmidos. e sub ântica nos estágios médio Essa categoria de uso inclui apenas as manchas de Mata Atl çado de regeneração, onde o predomínio das espécies arbóreas de alto porte é mais e avan ântica no Estado de Sergipe quando comparado elevado. Atualmente pouco resta da Mata Atl “Há cerca de quarenta anos atrás essa formação ocupav com o passado. a, junto com outras ções naturais, uma superfície bem maior do que a atual, fato que levou Sergipe a ser forma ” (WANDERLEY, 1998, p. 188). considerado um Estado bem devastado ção é constatada em 1976 a partir do Zoneamento Ecológico Essa situa -Florestal do Estado de Sergipe realizado por Leite et al. Segundo esses autores, em finais dos anos de á indicavam 2 2 1950, as estimativas j que dos 10.000km de florestas primitivas e 11.000km de à época do descobriment ía apenas 2. 2 caatingas ainda intactas o, Sergipe possu 000km de 2 2 áreas cobertas com florestas primitivas, 4.000km de caatingas intactas e 16.000km de ções artificiais formada à custa de outras formações vegetais. forma ântica onde as maiores A Bacia Costeira apresenta um diminuto estoque de Mata Atl áreas dos municípios de Santo Amaro das Brotas e São Cristóvão e pequenas reservas ocupam ências de manchas nos demais municípios. Em Aracaju, a única mancha de Mata ocorr ântica em estágio médio de regeneração existente é a Área de Proteção Ambiental do Atl Morro do Urubu a qual limita-se ao norte com o rio do Sal, a leste com o rio Sergipe e, ao sul áreas urbanas da zona norte do município. Trata área onde, e oeste com as -se de uma ântica e seus ecossistemas associados. Esse comple originalmente predominava a Mata Atl xo ção encontra ão e de vegeta -se hoje bastante descaracterizado, sobretudo, pela invas ção de favelas na área. Em 2000 um bom número de barracos foi removido da urbaniza encosta do Morro do Urubu e um reflorestamento foi efetuado na tentativa de restabelecer a ção nativa, fato que já vem ocorrendo no interior da APA. vegeta Entretanto, segundo Souza ístico para o Relatório de Impacto Ambiental da Ponte (2006) que realizou levantamento flor á somente um papel contemplativo e lúdico ção sobre o rio do Sal, a mata ter com sua fun ógica comprometida, visto que possui uma área de tamanho insuficiente para a ecol ção de populações animais e vegetais mais exigentes, principalmente pelo seu manuten á a dispersão e migração de novas espécies flor isolamento que impossibilitar estais. As écies encontradas características desse ambiente são o pau pombo (Tapinra guianensis esp ), í (Syagrus coronata Apeiba tibourbou úba (Cecropia ouricur ), pau de jangada ( ), Umba pachystachia Cupania revoluta ) e Cambota ( ). ém da fi ção do IBAMA quanto a novos desmatamentos, o Vale salientar que al scaliza trabalho da EMBRAPA e da Universidade Federal de Sergipe tem resultado no ção de espécies nativas para reposição aprimoramento dos conhecimentos que visam a sele ído para cercear e ini ções devastadoras, pela sua presença ostensiva florestal, e contribu bir a na Bacia Costeira.

E) MATA SECUNDÁRIA

árias surgiram em lugares abandonados para plantio ou pastagem, As matas secund ós derrubada das matas. Esse tipo de vegetação se reconstitui em parte, através da ap ção de sementes que nascem. A presença da umbaúba (Cecropia sp. rebrota ) uma planta ófita e predecessora de matas, é indicação da floresta que ali existiu e que se recomporá se heli ão foi perturbada em vinte anos em média. n áceas tem Solanum spp. ão Entre as plantas herb -se a jurubeba ( ), a vassourinha de bot Borreria sp. Sida nhombifolia Mimosa nigra é uma planta da ( ) e a malva ( ), a jurema ( ) ântica e é encontrada bem próximo do litoral, nestas caatinga que penetrou na Floresta Atl ções secundárias. associa ção é encontrada principalmente nos solos Argissolos vermelho amarelo Esta vegeta ófico e eutrófico. distr

F) PASTAGEM

á inserida no estudo evolutivo das formas de utilização das Essa categoria de uso est ção terras na Bacia Costeira, onde levou-se em considera os dados oficiais disponibilizados és dos censos agropecuários de 1980 e 1995. Para efeito de análise priorizou pelo IBGE atrav - ão se quatro categorias: as lavouras, pastagens, matas e florestas e terras produtivas n utilizadas. écada de 1980, a Bacia C Na d osteira no conjunto de suas terras rurais apresentou maior ção das pastagens e lavouras em detrimento das demais categorias (Tabela utiliza 01). No área destinada a computo geral sobressaem-se as pastagens totalizando 42,6% de sua ária, prevalecendo as ços pecu naturais com 29,0% sobre as plantadas (13,6%), ocupando espa ípios, exceto Aracaju. Essa situação privilegiada isolados disseminados nos diversos munic ária é uma atividade econômica de natureza extensiva e das pastagens evidencia que a pecu ória, r ável muitas vezes pelos desmatamentos indiscriminados na área. A predat espons ção artificial que pastagem plantada, no caso, representa um dos principais tipos de vegeta íodo de recobre, geralmente, todo o terreno durante o ano, com menor intensidade no per á constituído por áceas áceas, às vezes arbustivas baixas e de estiagem. Est po , plantas herb áceas semi-arbustivas. As po , decorrentes de seu sistema radicular, bem desenvolvido embora ão importantes no controle de erosão, pela s pouco, e de sua densidade de hastes s ua ículas de capacidade de diminuir a intensidade do escoamento superficial e prender as part ão da água formando pequenas rugosidades no terreno que retardam o solo contra a press água (BERTONI; LOMBARDI NETO, 1985). As espécies forrageiras movimento da ão, em geral, perenes e as de hábito estolonífero ou rasteiro como o capim Sempre cultivadas s Verde, por exemplo, protegem melhor o solo contra os processos erosivos por cobrirem-no cepitosas completamente e serem resistentes ao pisoteio e pastoreio. As , como o capim ém de serem mais exigentes quanto as características Elefante, protegem menos o solo, al áficas. Por isso, as perdas de solo reduzem áreas de pastagens, como visto ed -se em áreas de mata. dominantes na Bacia e, principalmente, nas A lavoura que tanto quanto as pastagens desempenha significativo papel no ícola local mostrou condicionamento agr -se fortemente voltada para a lavoura permanente és principalmente de plantio de coco (Cocus nucífera (21,3%) atrav ) e secundariamente para a ária (1 íssimo percentual de sua área (1,9%) destinado as lavoura tempor 2,8%) com reduzid lavouras em descanso. às lavouras temporárias que abrangem Observa-se, portanto, que os solos destinados ão, que possui sistema radicular pouco pro ão culturas de ciclo curto, a exemplo do feij fundo s exigentes em termos de propriedade do solo, principalmente as plantas relacionadas com água para completar o ciclo num curto disponibilidades de nutrientes e armazenamento de ço de tempo. Por não permitirem a competição de ervas daninhas e de espa ixarem o solo íodo do ano, as áreas onde são cultivadas apresentam áveis descoberto por grande per -se vulner á que a substituição da cobertura nativa por cultivos anuais torna os aos processos erosivos, j íveis à erosão laminar, em sulcos e çorocas. solos mais suscept vo Esse quadro se reverte quando se observa outras categorias. As matas e florestas, por área, o que vem reforçar a gradual extinção da Mata exemplo, ocupavam somente 10% da ântica e outras espécies congêneres ao longo do tempo. Dada a sua funçã Atl o protetora, a ção, facilitando ao mata serve como entrave ao escoamento superficial, dificulta a sua organiza ção, contribuindo, de forma subterrânea e subsuperficial, para mesmo tempo a sua infiltra ça da vegetação alimentar o escoamento nos leitos fluviais. Nas matas ciliares, a presen ções argilo úmicas. contribui para frear o escoamento, favorecendo as acumula -h área destina ão utilizadas, pois mesmo Menor -se ao estoque de terras produtivas n ório de área total da Bacia Costeira não for ocupando 4,5% do somat am usadas para o ção de determinadas culturas e dinamismo daquelas já pastoreio ou mesmo para a introdu ários. existentes nos estabelecimentos agropecu ção interessante é âmbito dos municípios cuja análise Situa constatada no ário do individualizada parece mostrar um comportamento diferenciado do quadro agropecu ção do município de Barra dos Coqueiros que possuía 30ha de conjunto da bacia. Com exce área destinada as pastagens naturais, equivalendo a 0,6%, os ípios mantiveram demais munic ção de equilíbrio nessa categoria de percentuais quase proporcionais denotando situa ção, recaindo sucessivamente os maiores valores para os municípios de Maruim utiliza (44,9%), Riachuelo (37,8%), Nossa Senhora do Socorro (32,6%) e Laranjeiras (31,55%). às pastagens plantada ípios, os três primeiros apresentam Quanto s, desses quatro munic ência para a pecuarização é os maiores percentuais suplantando os demais. Essa maior tend ípios as áreas destinadas às lavouras permanentes verificada quando se compara nesses munic árias com e tempor valores percentuais muito baixos. Maruim do total de 10.189ha ocupou árias. De igual modo 4,7% com as lavouras permanentes e 7,1% com as lavouras tempor ocorreu com Nossa Senhora do Socorro ao apresentar 16,5% e 10,5% respectivamente. Por ês m ípios apresentaram comportamento particularizado em relação à outro lado, tr unic ção agrícola para essa categoria em detrimento das lavoura, o que demonstra a forte orienta demais. Barra dos Coqueiros explorou 88,6% de suas terras com os cultivos permanentes e área com terras produtivas não reduzindo os 0,6% das pastagens, reservou apenas 1,1% da utilizadas. Aracaju utilizou 68,4% com as lavouras permanentes e Laranjeiras 34,5% às lavouras temporárias. destinado

– ção das – Tabela 01. Bacia Costeira do Rio Sergipe Utiliza terras 1980. Utilização das Terras Área Bacia Costeira e Lavoura Pastagens Matas e Florestas Terras produtivas total Municípios ária não utilizadas (ha) Permanente Tempor Em descanso Naturais Plantadas Naturais Plantadas Área Área Área Área Área Área Área Área (ha) % % % % % % % (ha) (ha) (ha) (ha) (ha) (ha) (ha) % Aracaju 6.585 4.505 68,4 14 0,2 29 0,4 866 13,1 33 0,5 100 1,5 -- 0,0 370 5,6 Barra dos Coqueiros 4.445 3.940 88,6 -- 0,0 -- 0,0 30 0,6 -- 0,0 -- 0,0 -- 0,0 50 1,1 Laranjeiras 17.738 730 4,1 6.126 34,5 567 3,1 5.593 31,5 2.473 13,9 1.709 9,6 30 0,1 323 1,8 Maruim 10.189 489 4,7 731 7,1 327 3,2 4.577 44,9 2.541 24,9 863 8,4 -- 0,0 434 4,2 Nossa Senhora do Socorro 8.621 1.428 16,5 909 10,5 16 0,1 2.811 32,6 1.786 20,7 747 8,6 6 0,06 490 5,6 Riachuelo 11.024 46 0,4 1.879 17,0 446 4,0 4.177 37,8 2.633 23,8 1.362 12,3 -- 0,0 337 3,0 Santo Amaro das Brotas 17.588 4.435 25,2 1.074 6,1 175 0,9 5.358 30,4 521 2,9 3.260 18,5 -- 0,0 1.280 7,27 ão Cristóvão S 21.519 5.310 24,6 1.819 8,4 375 1,7 5.013 23,2 3.398 15,7 2.470 11,4 340 1,5 1.155 5,3 Bacia Costeira 97.709 20.883 21,31 12.552 12,8 1.935 1,9 28.425 29,01 13.385 13,6 9.911 19,15 376 0,32 4.439 4,57

– ário, 1980. Fonte: IBGE Censo Agropecu ção: élio Mário de Araújo Organiza H , 2007.

– ção das terras – Tabela 02. Bacia Costeira do Rio Sergipe Utiliza 1995. Utilização das Terras Área Bacia Costeira e Lavoura Pastagens Matas e Florestas Terras produtivas total Municípios ária não utilizadas (ha) Permanente Tempor Em descanso Naturais Plantadas Naturais Plantadas Área Área Área Área Área Área Área Área (ha) % % % % % % % (ha) (ha) (ha) (ha) (ha) (ha) (ha) % Aracaju 4.145 3.309 79,8 14 0,3 -- -- 201 4,8 62 1,4 8 0,1 -- -- 99 2,3 Barra dos Coqueiros 5.058 3.930 77,6 45 0,8 32 0,6 291 5,7 5 0,09 10 0,1 -- -- 462 9,1 Laranjeiras 16.475 858 5,2 5.856 35,5 232 1,4 4.846 29,4 2.720 16,5 1.056 6,4 2 0,01 275 1,6 Maruim 4.914 416 8,4 160 3,2 40 0,8 1.990 40,4 1.725 35,1 168 3,4 7 0,1 272 5,5 Nossa Senhora do Socorro 4.155 442 10,6 103 2,5 150 3,6 1.358 32,6 1.773 42,6 222 5,3 8 0,1 42 1,0 Riachuelo 4.833 35 0,7 1.132 23,4 20 0,4 3.098 64,1 -- -- 304 6,2 -- -- 158 3,2 Santo Amaro das Brotas 14.121 4.397 31,1 235 1,6 122 0,8 5.529 39,1 1.443 10,2 804 5,6 -- -- 1.087 7,6 ão Cristóvão S 16.837 2.641 15,6 1.077 6,3 173 1,0 8.194 48,6 1.847 10,9 1.851 10,9 10 0,05 1.044 6,2 Bacia Costeira 70.538 16.028 22,7 8.622 12,2 769 1,0 25.507 36,1 9.575 13,5 4.423 6,2 27 0,03 3.439 4,8

– ário, 1995. Fonte: IBGE Censo Agropecu ção: élio Mário de Araújo Organiza H , 2007.

ós um decênio e meio de utilização das terras na Bacia Costeira percebe Ap -se que ção em mesmo havendo um pequeno aumento de 7,1% nas pastagens naturais e ligeira redu ção a referida torno de 4% das matas naturais, no conjunto das categorias de utiliza bacia ém de forma quase inalterada a situação apresentada na década de 1980 (Tabela mant 02). ípio de Barra dos Coqueiros que apresentou aumento Excetuando-se o munic área destinada às terras produtivas não utilizadas, os demais municípios significativo de mesmo com percentuais reduzidos quando comparados aos percentuais de outras categorias íram expressivamente suas áreas estocadas, conforme é o caso de Nossa de uso, diminu Senhora do Socorro que de 490ha em 1980, passou para 42ha em 1995. ípios de R áreas, Os munic iachuelo e Maruim perderam quase metade de suas ção de mais de 200%, pois de 370 área em 1980, registrando-se em Aracaju uma redu ha de chegou a 99ha em 1995 com respectivamente 5,6 e 2,3%. ípios de São Cristóvão e Riachuelo envolvendo 48,6% e Os munic 64,1% de pastagens ções ampliaram suas áreas para expansão da naturais foram os que em maiores propor ária mostrou atividade pecuarina. Enquanto no primeiro, a lavoura tempor -se ainda incipiente, ção limitou às lavouras permanentes. última no segundo, essa condi -se O destaque nessa é para os municípios de Aracaju (79,8%) e Barra dos Coqueiros (77,6%), mas categoria ainda ção esses municípios apresentam percentuais ínfimos de matas naturais em suas em compensa ção em Santo Amaro das Brotas de 18,5% terras (0,1%). Registra-se maior percentual de redu ção no município de em 1980, para 5,6% em 1995 (Figura 04), com mais de 100% de redu Maruim. ção das terras, associadas Finalmente, entende Fontes (1997) que as formas de utiliza às práticas agrícolas, tradicionais e mo ção dernas, desempenham importante papel na conserva üência decrescente de intensidade dos solos, numa seq -mata-pastagem-culturas de ciclos longos e curtos.

– Área de pastagem natural no município de Santo Amaro das Brotas/SE. Figura 04

G) ÁREA CULTIVADA

área é destinada aos cultivos, Do conjunto de terras da Bacia Costeira, menor çúcar, posicionando ípio de Laranjeiras entre os principalmente da cana-de-a -se o munic ém da cana são o coco ía, a mandioca e maiores produtores. Outros cultivos al -da-ba ês municípios: São Cristóvão, secundariamente a manga e a laranja cultivada apenas em tr Riachuelo e Maruim. é atribuído aos coqueirais os quais Nessa classe de uso, um destaque especial ície litorânea (espodossolo) principalmen expandem-se sobre os solos da plan te e tabuleiros ófico) onde se inserem os municípios de Aracaju, Barra dos (argissolo vermelho amarelo distr Coqueiros e Santo Amaro das Brotas. êneas da espécie cocus nucífera ía, cuja Representam plantas homog ou coco-da-Ba ância foi reconhecida por T ém do valor comercial, industrial e import roppmair (1971) que al ção na composição da paisagem tropical sergipana. Tal é a sua artesanal destacou a sua fun ância, que no estado vizinho a Sergipe, a Bahia, por exemplo, através da Resolução n.º import 1.040 de 21.02.95, que aprovou o Plano de Manejo da APA Litoral Norte, especificou no seu º, § 2º, que para cada coqueiro derrubado, três sejam plantados no terreno, com art. 7 ênico da área. finalidade de manter o valor c ótica que há séculos vegeta Sobre essa palmeira ex nos solos nordestinos, ressalta ários e mercadológicos que atingiram essa Wanderley (1998) que os problemas fitossanit últimos anos muito contribuíram para a redução dos coqueirais, aliados aos cultura nos ência que causam prejuí loteamentos de segunda-resid zos para a paisagem e o turismo. Esse á vem sendo evidenciado em Aracaju na sua zona de expansão, e no município de Barra fato j ência a intensificar ção da ponte Aracaju dos Coqueiros com tend -se a partir da constru -Barra. “quando associado a A referida autora (Op. cit., p. 194) por fim se expressa: ções de restinga o coqueiral adquire ainda maior expressão cênica e os riscos impostos forma ção atingem também essa formação vegetal na composição da pelo atual modelo de ocupa ânea”. paisagem litor área da Bacia Costeira algumas associações de coqueirais com No mais, observa-se na íferas e pastagens apresentando padrão misto, indicando muitas vezes a permanência de frut ítios e chácaras. s

H) VIVEIROS E VIVEIROS DESATIVADOS

ípios de Barra dos Coqueiros e O seu registro encontra-se principalmente nos munic último, ocuparam a área dos antigos manguezais às margens do rio do Sal, Aracaju. Neste ções para população de abandonados pela empresa CALNE tornando-se, posteriormente ocupa ção da ponte sobre o rio do Sal. baixa renda, os quais em parte foram removidos com a constru Entre a pista da Av. Euclides Figueiredo e o Rio Sergipe, no Porto Dantas, presencia-se estas ícies em consideráveis expressão areal. superf ção de camarão pela empr Os viveiros em funcionamento para produ esa SIBRA ípio de Nossa Senhora do Socorro. localizam-se no munic

I) ÁREA URBANA

É a categoria que identifica a malha urbana de ocupação tradicional e recente das ípios que integra a Bacia Costeira, é o centro sedes municipais. Aracaju, dos oito munic âmico que comanda o sistema urbano da citada bacia, com forte primazia urbano mais din ência da presença de funções mais sobre as demais cidades sergipanas, em decorr ário e quaternário, além da intensa verticalização. especializadas dos setores terci ão (maior espaço de desenvolvimento futuro de grande parte das Possui zona de expans ções urbanas da capital) conhecida como Mosqueiro, porém enquadrada como zona de fun és da lei complementar n.º 042/2000 do Plano Diretor adensamento restrito atrav de Aracaju. ão 63 2 2 ípio de Aracaju. S km representando 35% dos 181,8km do munic

J) ÁREA INDUSTRIAL

á nos municípios de Aracaju e Nossa Senhora do A maior representatividade est á concentrava 479 Socorro. Em Aracaju o Distrito Industrial (DIA) que em 2000 j área de 129 hectares, contando com infra estabelecimentos industriais, possui uma -estrutura ás natural. Além desse espaço, o bairro Industrial localizado completa e disponibilidade de g ábricas, bem como outras na dentro da malha urbana consolidada concentra ainda algumas f í ção a BR 101. sa da da cidade em dire área maior (371,78 hectares) O Distrito Industrial de Nossa Senhora do Socorro, ocupa que o DIA de Aracaju, possuindo em 2000, 85 estabelecimentos industriais concentrados, ás. com boa infra-estrutura instalada e disponibilidade de g

L) CAMPO DE VÁRZEAS E BREJOS

É uma vegetação densa constituída de áceas áceas, encontrada nos brejos, po e ciper árzeas úmidas ou alagadas, nas margens dos cursos de águas onde ocorre acumulação de v águas provenientes das cheias com drenagem ins águas. uficiente para o escoamento das ção perenifólia de plantas herbáceas tem lugar em Na Bacia Costeira essa associa ípio de Riachuelo e Divina Pastora, no rio Cotinguiba, e trechos do rio Sergipe entre o munic çu (afluent rios Poxim, Poxim-Mirim e Poxim-A es e sub-afluentes do rio Sergipe). ção é composta de plantas higrófilas e hidrófilas, assim discriminadas: a A vegeta Montrechardia funífera Tipha aninga ( ) de folhas grandes, vive associada com a Tabua ( domingensis ) sendo muito abundante no rio Poxim-Mirim nos arredores da ponte da BR 101, ão Cristóvão. O Junco (Cyperus articulatus árzeas de solos mais entre Aracaju e S ) ocupa as v Elchhormia crossipes águas paradas ou levemente correntes. rasos. A baronesa ( ) habita as écies margeiam trechos do Essas duas esp rio Poxim em frente da Universidade Federal de ós a ponte que separa o município de Aracaju do de São Cristóvão pela Av. Sergipe, logo ap ção se desenvolve em solos aluviais e neossolo flúvico Marechal Rondon. Essa vegeta .

M) CERRADOS

ção fitogeográfica relacionada aos Tabuleiros O cerrado sergipano tem sua distribui Costeiros, ocupando na Bacia Costeira manchas com bosques isolados dispersos onde se ófico e Argissolo vermelho amarelo desenvolvem os solos Argissolo vermelho amarelo distr ófico, respectiv ípios de Laranjeiras, São Cristóvão, Aracaju, eutr amente abrangendo os munic área do município de Santo Amaro das Brotas, Nossa Senhora do Socorro e restrita Riachuelo. é a vegetação intermediária entre a Floresta Segundo Franco (1983) o cerrado ântica e a c ântica e queimada para cultivo, o solo Atl aatinga. Com a derrubada da Floresta Atl écies de plantas do cerrado, tendo essa ocorrência se repetido exposto foi invadido pelas esp íodo quaternário. Explica écies por diversas vezes durante o per -se assim porque existem esp ântica e vice do cerrado, isoladas, dentro da Mata Atl -versa. écies do cerrado são pirófitas, por isso apresentam resistência ao fogo. Se As esp écies de vegetação pelas características que lhes são peculiares: diferencia das demais esp ão tortuosos. As folhas podem ser tronco com casca grossa, rugosa e suberosa. Os galhos s êlos ou aveludadas. duras, esclerofilas ou carnosas, cobertas de p écies mais freqüentes detectadas por Leite et al. (1976) e Franco (1983) nos As esp ão cajueiro (Anacardium occidentale cerrados de Sergipe, incluindo a Bacia Costeira s ), íba (curetella americana Hancórnia speciosa Liconia sp. samba ), mangabeira ( ), oiticica ( ), pau Plumeria bracteata Miconia ferruginata í (Syagros coronata de leite ( ), apaga-fogo ( ), ouricur ), árias outras écies, sendo o estrato herbáceo constituído de capim e v esp -de-tabuleiro Trachypagon plumasus ções. ( ) e outras varia ção com a fauna da vegetação de restinga, A fauna do cerrado guarda estreita rela anteriormente apresentada.

N) LOTEAMENTOS

ção sul do m ípio de Aracaju, depois dos bairros Atalaia e Aeroporto se A por unic ão urbana, de baixa densidade, destinada às classes de renda constitui em zona de expans édia alta e alta, sendo por isso alvo de especulação imobiliária com lançamentos de m ínios horizontais fechados, loteamentos que se constituem no mais das vezes em condom ínio Melício Machado, Maria Resende Machado, Aquarius, destacando-se entre eles o condom ão, marginais do poluído canal de Santa Maria tem etc. e no oeste da zona de expans -se o ção de baixa renda, bem como no bairro Porto Dantas loteamento Marivan destinado a popula ção tradicional) os espaços de urbanização planejada (malha urbana consolidada de ocupa ários particulares de loteamentos referentes a estoques de terrenos do Governo ou de propriet ão totalmente ocupados, como o caso do loteamento Jardim Imperial aprovados, mas ainda n ção entre a margem do rio Sergipe e a Av. Euclides Figueiredo. em constru

O) SOLOS EXPOSTOS

áreas de afloramentos rochosos sem a interferência Referem-se a pequenas ênica, disseminados descontinuamente na Bacia Costeira, e diretamente expostos aos antropog éricos, face a ausência de um manto vegetal regularizador desse processo. Em agentes intemp áfica do rio Sergipe, essas áreas expostas perfazem infimame toda bacia hidrogr nte 0,7%, ço. decaindo esse percentual para a Bacia Costeira em apre

3 – CONSIDERAÇÕES FINAIS

ção ao cenário ambiental da Bacia Costeira, evidenciou ências Em rela -se as interfer ópicas marcadas ao longo do tempo configurando diversas fases do seu proc antr esso éculo XVI com o processo de ocupação exterior comandada a partir da evolutivo, iniciado no s ão internacional do trabalho, deixando como herança uma estrutura fundiária defeituosa divis e anti-social. ço da bacia em questão possui uma estrutura O espa subjacente altamente concentrada, à produção e à reprodução dessa estrutura e que são poderosos na com mecanismos que visam ção da realidade existente. É uma estrutura que se baseia na concentração da terra em explica ão de poucos proprietários, numa distr ção de renda extremamente desigual e numa m ibui ção urbana desarticulada que privilegia certas porções do espaço em termos de oferta organiza ços e emprego. de servi ômico da bacia, não ocorreu de forma Por outro lado, o desenvolvimento socioecon ável, ção pelas sustent comprometendo a qualidade de vida de grande parte de sua popula ências no abastecimento água ção ambiental decorrente da inexistência de defici de e degrada ários para a ção adequada de lixo, aterros sanit disposi precariedade do sistema de esgotamento ário e aos desmatamentos, verificados na totalidade dos municípios. Acrescente sanit -se, áreas extremamente ainda, o fato de as atividades humanas ao se desenvolverem em áveis do território da bacia, sobretudo ície costeira, em total d vulner na plan esajuste com o que ém contribuir para a aceleração do processo de efetivamente se poderia implantar, tamb ção ambiental. degrada Os conflitos de uso do solo tem cada vez mais se intensificado, principalmente em ção acelerada a pa Aracaju com o crescimento da urbaniza rtir dos anos oitenta e com a ão dos espaços de produção onde algumas atividades acabam entrando em conflitos expans ão raro de ambas. Assim, a entre si, comprometendo o desempenho de uma delas, quando, n ção de espaços territoriais protegidos na área da cria bacia, se constitui numa importante ção corretiva, na medida em que se propõe a dar um freio à ocupação desordenada em interven é o caso dos manguezais. determinados ecossistemas, conforme

4 – REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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