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r-,-. (p Republica Federativa do BrasiJ

DIARIO DOS TRABALHOS REVISIONAIS

ANO I - N" 10 QUARTA-FEIRA, 8 DE DEZEMBRO DE 1993 BRASILIA - DF

CONGRESSO NACIONAL

Revisao da Constituigao Federal

SUMARIO 1 — ATA DA 16' SESSAO, EM 7 DE DEZEMBRO Governo. A questao da quebra dos monopolios e a desesta- DE 1993 tizagao das telecomunicagoes. 1.1 — ABERTURA DEPUTADO AD AO PRETTO — Denuncias de cor- 1.2 —EXPEDIENTE rupgao contra congressistas. Convocagao imediata de elei- 1.2.1 — Discursos do Expediente goes gerais. DEPUTADO NILSON GIBSON — Falecimento do DEPUTADO CARLOS LUPI — Consternagao dian- jornalista Nereu Gusmao Bastos. te da decisao do Supremo Tribunal Federal sobre o man- DEPUTADO DIOGO NOMURA — Realizagao da dado de seguranga impetrado pelo ex-Presidente Fernando X FEPEG-1993, a tradicional Festa do Pessego de Gua- Collor de Mello. piara — SP. DEPUTADO PAULO PAIM — Corregao salarial DEPUTADO PAULO DUARTE — Comprometi- justa como exigencia basica do piano econdmico do Go- mento do PPR — Partido Progressista Reformador — com verno. a revisao constitucional. DEPUTADO RICARDO MORAES — Rebatendo DEPUTADO OSVALDO BENDER — Congratu- insultos a sua pessoa, contidos no discurso pronunciado lando-se com o programa da Rede Globo de Televisao, pelo Sr. Jose Fortunati, na sessao de ontem. Globo Reporter, de 3 de dezembro prdximo passado, inti- DEPUTADO CLEVIS ASSIS — Necessidade da re- tulado "O Brasil tern jeito". forma fiscal pre vista no novo piano econdmico, a fim de DEPUTADO AUGUSTO CARVALHO — Anuncio concentrar recursos nas areas da previdencia social, da do piano econdmico. Complacencia do Govemo Federal saude e da educagao. Defesa da educagao distrital e do com o sistema financeiro privado, relativamente ao recolhi- distrito sanitario. mento do PIS/PASEP. DEPUTADO JARVIS GAIDZINSKI — Espoliagao DEPUTADO MUNHOZ DA ROCHA — Desequa- da sociedade com o aumento de impostos previstos no liza^ao dos prefos dos combustiveis como conseqiiencia novo piano econdmico. da portaria do Ministerio das Minas e Energia. de desregu- DEPUTADO VALDEMAR COSTA NETO — De- lamentagao da movimentagao de combustiveis por via fer- fesa da integridade moral do Presidente Itamar Franco, rea. ja atingido pela estrategia vil dos Srs. Paulo Cesar Farias DEPUTADO LU1Z CARLOS HAULY — Resultado e Fernando Collor de Mello em suas defesas nos processes lamentdvel do julgamento do processo do ex-Presidente de corrupgao. Fernando Collor de Mello no Supremo Tribunal Federal. DEPUTADO RUBEN BENTO — Voto em separado Colocagdes sobre o piano economico. de S. Ex' ao Relatdrio da Comissao Externa criada pela DEPUTADO FETTER JUNIOR — Projeto de Reso- Camara dos Deputados para realizar levantamento sobre lugao que formalizara junto a Mesa, prorrogando o prazo o massacre dos mdios ianomamis, por nao concordar com para apresentagao de emendas ao processo revisional da o termo "genoefdio" empregado em suas conclusdes. Constituigao, DEPUTADA IRMA PASSONI — Indignagao diante DEPUTADO BETO MANSUR — Posigao contraria da indecisao do Supremo Tribunal Federal em relagao a de S. Ex' quanto ao aumento de impostos anunciados pelo questao Collor. Consideragdes sobre notfeia paga pelo Go- t 216 Quarta-feira 8 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Revisao Constitucional Federal) Dezembro de 1993

EXPEDIENTE CENTRO ORAFICO DO SENADO FEDERAL MANOEL VILELA DE MAQALHAES DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL Dirt toe-Qer»I do Statdo Fadertl la presto sob rttpottthiUdtdt da Moaa do Seat do Federal AGACIEL DA SILVA MAIA Dirt tor Eatcvtivo CARLOS HOMERO VTEIRA NINA ASSINATURAS Ofettor Adaiaittntivo LUIZ CARLOS BASTOS Senestnl Dirt tor ladatrkl . Cr$ 71000,00 FLORIAN AUQUSTO COUTINHO MADRUGA Dirt tor Adjuto Tragea 1.200 eaeapltret

verno do Estado de Sao Paulo, publicada no jornal O Esta- DEPUTADO ERNESTO GRADELLA — O envol- do de S. Paulo, intitulada "Sao Paulo inaugura a primeira vimento das empreiteiras no escandalo do Ortjamento e auto-estrada eletronica do Pats". a formagao de um Poder Paralelo confirmados pelo depoi- DEPUTADO PAULO RAMOS — Considera?desso- mento do Sr. Ailton Reis, Diretor da Odebrecht, na CPI bre o comportamento do Supremo Tribunal Federal no do Onjamento. A Revisao Constitucional como foco de julgamento da elegibilidade do ex-Presidente Collor de interesses das empreiteiras e a manutengao do esquema Mello. Correla?ao entre o Deputado Delfim Netto, a falen- de corrup^ao. Posigao contraria do PSTU — Partido Socia- cia do BNH e a impunidade no Brasil. Necessidade moral lista dos Trabalhadores Unificado — a esta revisao da Cons- da quebra do sigilo bancario e fiscal do Sen. Jose Sarney, tituigao. da Deputada Roseana Sarney e outras figuras exponenciais DEPUTADO OSMANIO PEREIRA — Divulga?ao da vida nacional. irresponsavel de documento encontrado com o Sr. Ailton DEPUTADO JOSE LOURENCO. como Lider — Reis, Diretor da Odebrecht, envolvendo indevidamente Repudiando o pronunciamento recem-proferido pelo Sr. o nome de S. Ex* no escandalo do Orgamento e do suposto Paulo Ramos. poder paralelo. DEPUTADO PAULO RAMOS — Resposta ao Sr. DEPUTADO MAURICIO CALIXTO, como Lider Jose Louren^o, em explicagao pessoal. — A indocilidade do mercado financeiro frente as expecta- DEPUTADO JOSE LOURENCO — Resposta ao tivas do piano economico do Ministro Fernando Henrique Sr. Paulo Ramos, em explicagao pessoal. Cardoso. A reforma fiscal do Governo assume forma para- DEPUTADO JOAO FAGUNDES — Transcrigao lela de contribuigao a revisao constitucional. nos Anais da Casa do artigo publicado no jornal Correio DEPUTADA JANDIRA FEGHALI — Aumento do Braziliense, editjao de 6 de dezembro proximo passado, descredito da sociedade brasileira com as instituigoes, de- intitulado, "lanomamis e Na?6es Unidas", de autoria do pois da indecisao do Supremo Tribunal Federal, na questao Ministro Cldvis Ramalhete, chamando a atemjao para a do ex-Presidente Collor. Apoio a suspensao do processo gravidade da promulgagao da Declaragao dos Direitos dos revisional e a continuidade das investigagoes da CPI do Povos Indigenas feita pela ONU. Orgamento. DEPUTADO MAURICIO CALIXTO — Realizagao DEPUTADO CUNHA BUENO — Prestagao de con- de elei^oes plebiscitarias no Estado de Rondonia com vistas tas da Telesp com a Frente Parlamentarista Monarquica, a emancipagao administrativa e politica de 7 distritos. Ne- decorrente da campanha Disque Monarquia. Situagao de cessidade da cria^ao de novos municipios naquele Estado, inadimplencia da Telebras. para a efetiva descentraliza?ao. DEPUTADO JOSE THOMAZ NONO. como Lider DEPUTADO , Como Lider — Po- — Consideragdes sobre materia publicada na Coluna do larizagao da sociedade brasileira diante da ocorrencia da Castelo, do Jornal do Brasil, edigao de hoje, de autoria CPI do Orgamento e do im'cio dos trabaihos da Revisao do jornalista Marcelo Pontes, tragando paralelo entre as Constitucional. Momento atual inadequado para a realiza- figuras do ex-Presidente Collor e o traficante Marcelo Xa- gao da Revisao Constitucional, tendo em vista a suspeigao ra. Estupefagao com a decisao do Supremo Tribunal Fe- sobre os membros do Congresso Nacional. deral. DEPUTADA MARIA LUIZA FONTENELLE — DEPUTADO JOSE CARLOS ALELUIA —Citagao Congratulando o PC do B pela positjao firme contra a do nome de S. Ex' na CPI do Orgamento. Autorizagao revisao constitucional. Conclamando os Partidos PDT e da quebra do sigilo bancario e fiscal. PT a nao apresentarem propostas revisionais. Realizatjao DEPUTADO CARDOSO ALVES — Pleito de S. do Encontro Nacional das Mulheres e a Garantia dos seus Ex' ao cargo de Relator da Lei de Imprensa. A omissao Direitos Constitucionais, pela Uniao das Mulheres Cea- do Tribunal Regional Federal de Sao Paulo na demanda renses. movida por S. Ex' aquela Corte. Dezemhro dc 1993 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Revisao Constitucional Federal) Quarta-feira 8 217

DEPUTADO EDUARDO JORGE — Inviabilidade 2.1 — ABERTURA polftica e economica do novo piano do Ministro Fernando 2.2 — EXPEDIENTE Henrique Cardoso. Frustra^ao da sociedade cojn a inde- 2.2.1 — Discursos do Expediente cisao do Supremo Tribunal Federal no caso Collor. Reu- DEPUTADO PAULO LIMA — Ouebra de sigilo niao dos presidentes de partidos da esquerda e de centro-es- bancdrio de todos os parlamentares como forma de resgatar querda a realizar-se amanha na Camara dos Deputados a credibilidade do Congresso Nacional junto a opfniao pu- e no Senado Federal, com o intuito de analisar a atual blica. conjuntura do Pai's sob o aspecto ideoldgico DEPUTADO NELSON MARQUEZELLI — Posi- DEPUTADO VfcTOR FACCIONI — Piano econo- 930 contraria de S. Ex' ao Projeto de Lei n9 3.906/93, mico e o aumento de impostos. de iniciativa do Deputado Itsuo Takayama, que torna obri- 1.2.2 — Leitura de Projeto gatdria'a vitaminagao do leite. Projeto de Resolu^ao n" 3. de 1993-RCF, que "pror- DEPUTADO MAURO MIRANDA — Recente pro- roga prazos previstos nos arts. 4°, caput, e 6° da Resolugao nunciamento do Deputado Tarci'cio Delgado, como h'der n? 1/93-RCF". do PMDB. 1.3 — DISCUSSAO DAS PROPOSTAS REVISIO- DEPUTADO CHICO AMARAL — Homenagem NAIS pdstuma ao Deputado Bocayuva Cunha. DEPUTADO JOS^ ABRAO — Melhoria da repre- 2.3 — ORDEM DO DIA sentatividade do Poder Legislativo. Imunidade parlamen- Projeto de Resolugao n9 3, de 1993-RCF, que prorroga tar. Cassa^ao parlamentar devido a faltas. Apresentagao prazos previstos nos arts. 49, caput e 6° da Resolugad n" de propostas alterando a ordem economica. o funciona- 1/93-RCF. Aprovado, sendo rejeitada a emenda do Depu- lismo piiblico e o sistema educacional. tado Aldo Rebelo, apds parecer de plenario da comissao DEPUTADO SIDNEY DE MIGUEL — Posiciona- competente, tendo usado da palavra os Srs. Aldo Rebelo mento do Partido Verde nos trabalhos revisionais. Decep- e Jose Lourengo. A Mesa do Congresso Nacional para 9ao com o papel do PMDB no atual momento politico. a redagao final. 1.3.1 — Comunicagao da Presidencia Redagao final do Projeto de Resolugao n9 3, de Convoca9ao de sessao unicameral extraordinaria, a 1993-RCF. Aprovada. A promulgagao. ralizar-se hoje, as 17 boras e 45 minutos, para a apreciagao 2.4 — ENCERRAMENTO do Projeto de Resolu9ao n9 3, de 1993-RCF. 3 - DISCURSO PROFERIDO EM SESSAO ANTE- 1.4 — ENCERRAMENTO RIOR 2. - ATA DA 17' SESSAO, EM 7 DE DEZEMBRO Do Deputado Carlos Lupi, na sessao realizada dia DE 1993 25-11-93

Ata da 16a Sessao, em 7 de dezembro de 1993 3a Sessao Legislativa Ordinaria, da 49a Legislatura

Presidencia dos Srs. Humherto Lucena e Adylson Motta

AS 14 HORAS. ACHAM-SE PRESENTES OS SRS.: Para Coulinho Jorge _ PMDB; Eliel Rodrigues _ PMDB; Giovanni Queiroz _ PDT; Hermmio Calvinho _ PMDB; Hil4rio Roraima Coimbra _ Bloco (PTB); Jarbas Passarinho _ PPR; Mirio Chermont _ PP; Osvaldo Melo _ PPR. Alceslc Almeida _ Bloco (PTB); Cesar Dias _ PMDB, Amazonas Francisco Rodrigues _ Bloco (PTB); Joao Fagundes _ PMDB, Joao Fran9a _ PP; Julio Cabral _ PP; Luciano Castro _ PPR, Marcclo Luz _ PP; Marluce Pinto _ PTB; Ruben Bento _ Bloco Ezio Ferrcira _ Bloco (PFL); Paudemey Avelino _ PPR, (PEL). Ricardo Moraes. Rondonia Amapa Mauricio Calixlo _ Bloco (PFL); Nobel Moura _ ; Odacir Aroldo Goes _ PDT; F-'atima Pclaes _ Bloco (PFL); Gilvam Scares _ PFL; Pascoal Novais _ ; Raquel Candido _ Bloco Borges _ PMDB; Sergio Barccllos _ Bloco (PFL). (PTB); Reditario Cassol _; Ronaldo Aragao _ PMDB. 21S Quurta-feiru 8 DIARIO DO CONGRHSSO NACIONAL (Rcvisao Constituciunal Federal) Dczcmhro de 1993

Acre Alagoas

Celia Mendes _ PPR; Zila Bezerra _ PMDB. Guilherme Palmeira _ PFL.

Tocantins Sergipe

Darci Coelho _ Bloco (PFL); Derval de Paiva _ PMDB; Benedito de Figueredo _ PDT; Francisco Rollemherg _ PFL; Edmundo Galdino _ PSDB; Freire Junior _ PMDB; Joao Rocha Jeronimo Reis _ Bloco (PFL); Jose Teles _ PPR; Lourival _ PFL; Leomar Quintanilha _ PPR. Baptista _ PFL; Messias Gois _ Bloco (PFL).

Maranhao Bahia

Bello Parga _ PFL; Costa Ferreira _ PP; Daniel Silva _ PPR; Alcides Modesto _ FT; Beraldo Boaventura _ PSDB; Clovis Haroldo Saboia _ PT; Jayme Santana _ PSDB; Jose Reinaldo _ Assis _ PSDB; Felix Mendon^a _ Bloco (FLB); Geddel Vieira Bloco (PFL); Pedro Novais. Lima _ PMDB; Jabes Ribeiro _ PSDB; Jairo Azi _ ; Jairo Carneino _ Bloco (PFL); _ PT; Joao Almeida _ Ceara PMDB; Jonival Lucas _ ; Jorge FChoury _ Bloco (F'FL); Josaphat Marinho _ PFL; Jose Carlos Aleluia _ Bloco (PFL); Jose Falcao Ariosto Holanda _ PSDB; Beni Veras _ PSDB; Carlos _ Bloco (PFL); Jose Louren^o _ PPR; Leur Lomanto _ Bloco Virgilio _ PPR; Edson Silva _ PDT; Emani Viana _ PP; (PFL); Luis Eduardo _ Bloco (PFL); Luiz Moreira _ Bloco Gonzaga Mota _ PMDB; Luiz Ponies _ PSDB; Marco Penaforte (PTB); Luiz Viana Nelo _ Bloco (PFL); Manoel Castro _ Bloco _ PSDB; Maria Luiza Fontenele _ ; Mauro Benevides _ PMDB; (PFL); Pedro Frujo _ PMDB; Ribeiro Tavares _ PL; Ruy Bacclar Moroni Torgan _ PSDB; Sergio Machado _ PSDB; Ubiratan _ PMDB; Sergio Gaudenzi _ PSDB; Tourinho Dantas _ Bloco Aguiar _ PMDB; Vicente Fialho _ Bloco (PFL). (PFL).

Minas Gcrais

Piaui Aecio Neves _ PSDB; Alfredo Campos _ PMDB; Aloisio Vasconcelos _ PMDB; Annibal Teixeira _ Bloco (PTB); Aracely Felipe Mendes _ PPR; Jesus Tajra _ Bloco (PFL); Joao de Paula _ Bloco (PFL); Edmar Moreira _ PP; Elias Murad Henrique _ PMDB; Jos6 Luiz Maia _ PPR; Lucidio Portella _ PSDB; Felipe Neri _ PMDB; Fernando Diniz _ PMDB; PPR; Murilo Rezende _ PMDB; Mussa Denies _ Bloco (PFL) Humberto Souto _ Bloco (PFL); Ibrahim Abi-Ackel _ PPR; Paes Landim _ Bloco (PFL). Israel Pinheiro _ Bloco (FTB); Joao Paulo _ PT; Jose Geraldo _ PMDB; Jose Santana Vascocellos _ Bloco (PFL); Jose Ulisses de Rio Grande do Norte Oliveira _ Bloco (FTB); Junia Marise _ PRN; Marcos Lima _ PMDB; Nilmario Miranda _ FT; Odelmo Fxao _ PP; Paulo Aluizio Alves _ PMDB; Dario Pereira _ PFL; Fernando Delgado _ FT; Ronan Tito _ PMDB; Samir Tannus _ PPR; Freire _ PPR; _ PMDB; Lavoisier Maia _ Sandra Starling _ PT; Tarcisio Delgado _ PMDB; Viltorio PDT; Ney Lopes _ Bloco (PFL). Medioli _ PSDB; Zaire Rezende _ PMDB. Paraiba Espirito Santo

Antonio Mariz _ PMDB; Evaldo Gon^alves _ Bloco (PFL); Armando Viola _ PMDB; Elcio Alvares _ ILL; Elevalda Francisco Evangelista _ PPR; Humberto Lucena _ PMDB; Grassi de Menezes _ Bloco (FTB); Gerson Camata _ PPR; Joao Ivandro Cunha Lima _ PMDB; Jose Luiz Clerot _ PMDB; Jose Calmon _ PMDB; Jorio de Barros _ PMDB; Fxzio Salhler _ Maranhao _ PMDB; Raimundo Lira _ PFL; Rivaldo Medeiros PSDB; Rita Camata _ PMDB; Roberto Valadao _ PMDB; Rose Bloco (PFL); Vital do Re go _ PDT. de Freitas _ PSDB.

Pernambuco Rio dc Janeiro

Alvaro Ribieiro _ PSB; Gilson Machado _ Bloco (PFL); Arolde de Oliveira _ Bloco (PFL); Benedita da Silva _ FT; ; Gustavo FCrause _ Bloco (PFL); Fnocencio Oliveira _ Bloco Carlos Lupi _ PDT; Edcsio Frias _ PDT; F abio Raunhcitti (PFL); Jose Carlos Vasconcellos _ PRN; Jose Jorge _ Bloco Bloco (FTB); Francisco Domelles _ PPR; Francisco da Silva _ (PFL); Mansueto de Lavor _ PMDB; Marco Maciel _ PFL; PP; Hydekel Freitas _ PPR; Jamil Haddad _ F'SB; Jandira Maviael Cavalcanti _ PRN; Nilson Gibson _ PMDB; Roberto Feghali _ PC do B; Luiz Salomao _ PDT; Marcia Cibilis Viana Fran9a _ F'SB; Roberto Freire _ PPS; Roberto Magalhaes _ _ PDT; Nelson Carpeiro _ PMDB; Paulo dc Almeida _ PSD; Bloco ( PFL); Tony Gel _ PRN; Wilson Campos _ PMDB. Paulo Portugal _ PP; Paulo Ramos _ PDT; Roberto Campos Dezembro de 1993 DIARIO DO CONGRHSSO NACIONAI. (Rcvisao Constitucional Federal) Ouarta-leira 8 219

RPR; Sandra Cavalcanti _ PPR; Sidney de Miguel _ PV; Vivaldo Santa Catarina Barbosa _ PDT. Alexandre Puzina _ PMDB; Angela Amin _ PPR; Dirceu Sao Paulo Cameiro _ PSDB; Edison Andrino _ PMDB; Esperidiao Amin _ PPR; Hugo Biehl _ PPR; Jarvis Gaudzinski _ PPR; Luci Choinacki _ PT; Luiz Henrique _ PMDB; Nelson Wedekin _ Adilson Maluf _ PMDB; Aldo Rebelo _ PC do B; Armando Pinheiro _ PPR; Beto Mansur _ PPR; Carlos Nelson _ PMDB; PDT; Neulo de Conto _ PMDB; Paulo Duarte _ PPR; Ruberval Chafic Farhat _ PPR; Chico Amaral _ PMDB; Delfim Neto _ Pilotlo _ PPR; Valdir Colallo _ PMDB; Vasco Furlan _ PPR. PPR; Diogo Nomura; _ PL; Eduardo Jorge _ PT; Eduardo Rio Grande do Sul Suplicy _ PT; F4bio Meirelles _ PPR; Florestan Femandes _ PT; Adao Pretlo _ PT; Adroaldo Slreck _ PSDB; Adylson Motla _ Gastone Righi _ Bloco (PTB); Geraldo Alckmin Filho _ PSDB; PPR; Amo Magarinos _ PPR; Celso Bernardi _ PPR; Eden Helio Bicudo _ IT; H61io Rosas _ PMDB; Irma Passoni _ PT; Pedroso _ PT; Fetter Junior _ PPR; Hilario Braun _ PMDB; Jorge Tadeu Mudalcn _ PMDB; Jose Am'bal _ PSDB; Jose Ibsen Pinheiro _ PMDB; Ivo Mainardi _ PMDB; Joao de Deus Cicote _ PT; Jos6 Genoino _ PT; Jose Maria Eymael _ PPR; Antunes _ PPR; Jose Fogacja _ PMDB; Jose Fortunati _ PT; Luiz Gushiken _ IT; Luiz Maximo _ PSDB; Maluly Netto _ Jos6 Paulo Bisol _ PSB; Luis Roberto Ponte _ PMDB; Nelson Bloco (PFL); Marcelino Romano Machado _ PPR; Mario Covas Proen^a _ PMDB; Odacir Klein _ PMDB; Osvaldo Bender _ _ PSDB; Mauricio Najar _ Bloco (PFL); Nelson Marquezelli _ PPR; Paulo Paim _ PT; Pedro Simon _ PMDB; Valdomiro Lima Bloco (PTB); Osvaldo Stecca _ PMDB; Paulo Lima _ Bloco _ PDT; Victor Faccioni _ PPR; Waldomiro Fioravante _ PT; (PFL); Paulo Novaes _ PMDB; Pedro Pavao _ PPR; Roberto Wilson MiiHer _ PDT. Rollemberg _ PMDB; Tuga Angerami _ PSDB; Vadao Gomes _ PP; Valdemar Costa Neto _ PL. O SR. PRES1DENTE (Adylson Motta) — A lista de pre- sen^a acusa o comparecimento de 294 Srs. Congressistas. Mato Grosso Havendo numero regimental, declaro aberta a sessao. — Concede a palavra ao primeiro orador inscrito, Depu- Augustinho Freitas _ PP; Itsuo Takayama _ ; Jose Augusto tado Nilson Gibson. Curvo _ PMDB; Ricardo Cortea _ PL; Rodrigues Palma _ Bloco O SR. NILSON GIBSON (PMDB — PE. Pronuncia o (PTB). seguinte discurso) — Sr. Presidente, Sr* e Srs. Congressistas, ocupo hoje esta tribuna do Congresso Revisional da Consti- tuigao para uma comunicagao que, alias, gostaria de jamais Distrito Federal fazer; a do falecimento do jornalista Nereu Gusmao Bastos, condomino e veterano integrante do Didrio de Pernambuco. O ex-supervisor regional dos Diarios Associados no Nordeste, Augusto Carvalho _ PPS; Benedito Domingos _ PP; Chico Nereu Bastos, faleceu, ontem, aos 68 anos, no Rio de Janeiro, Vigilante _ PT; Jofran Frejart _ Bloco (PFL); Maria Laura _ PT; no Hospital Samaritano, com problemas respiratdrios. Osririo Adriano _ Bloco (PFL); Pedro Teixeira _ PP; Valmir Sr. Presidente, o jornalista Nereu Bastos nasceu em Itapa- Campelo _ 1TB. ge, no Ceara, a 6 de maio de 1925. Adolescente, transferiu-se para Fortaleza, onde fez o curso secundario no Liceu Estadual. Conseguiu seu primeiro emprego com 12 anos, na firma A.C. Goias Mendes, a epoca proprietaria do Correio do Cearti; trabalhou em seguida na Tipografia Gadelha e, aos 14 anos, ingressou Haley Margon _ PMDB; Iram Saraiva _ PMDB; Joao Natal _ nos Diarios Associados, como ajudante de linotipista, no jor- PMDB; Lizaro Barbosa _ PMDB; Luis Soyer _ PMDB; Maria nal Unitdrio, onde exerceu varias fungoes, de auxiliar de escri- Valadao_ PPR; Paulo Mandarino _ PPR; Vilmar Rocha _ Bloco tdrio a subgerente. No mesmo periodo, trabalhou como auxi- (PFL); Virmondes Cruvinel _ PMDB. liar do setor administrative n° "Ceard Radio Clube, dirigida por Paula Cabral, hoje Presidente dos Didrios Associados. Mato Grosso do Sul Em 1949, a convite do Superintendente dos Didrios Asso- ciados no Nordeste, Joao Calmon, atualmente Senador pelo FISvio Derzi _ PP; George Takimoto _ Bloco (PFL); Levy Espirito Santo, assumiu a gerencia da "Radio Borborema , Dias _ PPR; Nelson Trad _ Bloco (PTB); Rachid Saldanha Derzi em Campina Grande, Parafba, cargo que exerceu durante dois anos, passando a dirigir a "Radio Tamandare , em Reci- _ PRN; Valter Pereira _ PMDB; Wilson Martins _ PMDB. fe, Pernambuco e, paralelamente, a "Radio Clube de Pernam- buco". Em 1959, quando Assis Chateaubriand criou o Condo- Parana minio Aciondrio dos Didrios Associados e Emissoras Associa- das, incluiu o nome do empregado Nereu Bastos entre os Basllio Villani _ PPR; Carlos Roberto Massa _ ; Carlos 28 companheiros a quern havia escolhido como continuadores Scarpelini _ PP; Deni Schwartz _ PSDB; Ivanio Guerra _ Bloco da sua obra. Em 1962, Nereu Bastos foi promovido a Superintendente (PFL); Joni Varisco _ PMDB; Luiz Carlos Hauly _ PP; das Radios "Tupi" e "Tamoio", e da "TV Tupi , nessa ^Itura Onaireves Moura _ PSD; Otto Cunha _ ; Pedro Tonelli _ PT; jd tendo contribuido para a implanta^ao da "TV Vitdria , Reinhold Stephanos _ Bloco (PFL); Sergio Spada _ PP; Wilson da "TV Brasilia", do Correio Braziliense e da rede de microon- Moreira _ PSDB. das, ligando o Rio de Janeiro a Belo Horizonte. 220 Quarta-feira 8 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Revisao Constitucional Federal) Dezembro de 1993

A partir de 1970, a convite do Seoador Joao Calmon^ clima temperado, o maior produtor nacional de pessego de assumiu a responsabilidade da supervisao de treze veiculos mesa, fato digno de mengao por se tratar de uma cultura associados nos Estados de Pernambuco, Paraiba e Alagoas. que requer cuidadosa atengao e trato. Sob a sua orientagao, o Diario de Pernambuco promoveu sua Em uma area cultivada que totaliza perto de 800 hectares, reforma grafica, em 1979, com a introdugao dos sistemas de mais de 100 produtores dedicam-se ao cultivo de 250,000 pes- composigao eletronica e de impressao offset. segueiros, que entre outubro e fevereiro, produzem 6.000 Permaneceu no Recife ate 1988, quando se aposentou toneladas de saborosos frutos equiparados aos de outros pai- apds 52 anos de atuagao na imprensa escrita, falada e televi- ses, provando que no Brasil, "em se plantando, da...". sada. A atual administra^ao, dirigida pelo Prefeito, Professor Sr. Presidente, Sr* e Srs. Congressistas, Nereu Bastos Daniel Passaro, que tern o imprescindfvel apoio da edilidade foi um Chefe que jamais se empolgou com chefias, sempre local, sob a presidencia do Vereador Getiilio Manca, esta um companheiro profundamente interessado nos demais cole- por inteiro voltada para o incentivo a produ^ao hortifruti- gas. Uma grande criatura humana foi Nereu, atraves de todos granjeira, pois Guapiara, que e a campea da produgao brasi- os tempos, em todas os cargos assumidos. leira de pessegos, produz — e muito bem — nectarinas, amei- Nereu Bastos sempre foi um jornalista intimorato, nao xas, e uma gama de outros frutos e envia para os grandes aceitando esparadrapos na boca, nem baixando a cerviz, pois centres todas a variedades de legumes que enriquecem a ali- nao era escravo de eito. Sr. Presidente, desejo, na verdade, menta^ao popular. compor este meu registro nos Anais da Revisao da Consti- Sr. Presidente, tenho a satisfaqao de focalizar a realiza^ao tuigao com a expressao de revolta, diante da inelutavel, sinteti- da X Festa do Pessego de Guapiara, onde os lavradores vem zada nestas palavras de Mucio Teixeira: batalhando valorosamente na produgao de alimentos, confian- "Meus Deus! Esta existencia e so enganos: do no futuro do Pafs, malgrado a situagao cn'tica por que As rosas vivem pouco mais que a aurora... atravessamos. Ao registrar essa mostra, rendo o meu pleito E o cipreste feral, cem anos". de homenagem aos homens e mulheres, que, no campo, vem Sr. Presidente, fago votos de que os familiares de Nereu sustentando a vida das capitals. Bastos, homem humilde, desprovido de vaidade, encontrem no seu exemplo de vida o caminho para o console por tao O SR. PRESIDENTE (Adylson Motta) — Com a palavra grande perda, bem como os seus amigos, e principalmente o nobre Deputado Paulo Duarte. os que fazem os Diarios Associados no Brasil, e continuem O SR. PAULO DUARTE (PPR — SC. Scm revisao do a cultivar sua memoria, pois foi exemplo como jornalista. orador.) — Sr. Presidente, Sr* e Srs. Congressistas, o meu como cidadao, como chefe de famflia, como homem de inteli- partido, PPR, na manha de hoje, na presen^a do seu Presi- gencia e, acima de tudo, excelente companheiro, no sentido dente, Senador Esperidiao Amin, e do Prefeito de Sao Paulo, mais amplo da palavra. Paulo Maluf, alem de grande mimero de Parlamentares, fez Sr. Presidente, nao apenas eu exalto a personalidade de a apresentaijao das suas emendas a revisao constitucional, Nereu Bastos, mas todos os seus companheiros dos Diarios ao mesmo tempo em que instituiu um forum para acompanha- Associados, os quais conheceram perfeitamente seu cora^ao mento da discussao e tramita^ao dessas emendas no Congresso e sua bondade. Revisional. Esse e um fato da maior importancia, porque Neste instante, quero deixar aqui registrado meu pro- revela o efetivo comprometimento do partido com a revisao fundo pesar, dirigindo a Sr- Maria Edna meus sinceros pesames constitucional. Esse comprometimento e do maior significado pela perda irreparavel de Nereu Bastos. Conforta-nos seu porque se contrapoe justamente aqueles que sao contra a legado de exemplo, que certamente e e sera sustentado pelos revisao constitucional. filhos Daniel, Nereida e Isabela, todos casados. Deus o tenha Essas pessoas provavelmente vivem num Pai's diferente bem perto de si. daquele em que vivemos, onde nao existe fome, onde o caos Era o que linha a dizer. na saude nao existe, onde ha habita^ao, emprego e salario O SR. PRESIDENTE (Adylson Motta) — Com a palavra para todos. Em nossa realidade os indicadores sociais se apro- o nobre Deputado Diogo Nomura. ximam muito dos pai'ses menos desenvolvidos, que constituem o Terceiro Mundo. Por isso, e necessaria a revisao, e neces- O SR. DIOGO NOMURA (PL — SP. Pronuncia o seguinte s sario retirarmos os gargalos da atual Constitui^ao que impe- discurso.) — Sr. Presidente Sr' e Srs. Deputados, estive, no dem o desenvolvimento do nosso Pafs. Esses gargalos sao dia 4 deste mes, em visita a Guapiara, atendendo a convite varios, mas principalmente referem-se a tres pontos primor- da Comissao Organizadora, e, especialmente. do meu prezado diais. A Constituigao de 1988 e eminentemente parlamen- amigo, o combativo Vereador Olfmpio Isamu Ueda, que e tarista, e o nosso regime de governo, aprovado em plebiscito 1" Secretario da Camara Municipal, alem de ser considerado realizado este ano, e presidencialista. Por isso, nao procedem um dos agricultores progressislas da regiao sul paulista. Parti- os argumentos daqueles que sao contra a revisao, scgundo cipei da abertura da X Fepeg-1993, a ja tradicional festa do os quais. se nao houve mudan^a do sistema presidencialista, pessego de Guapiara. nao seria precise fazer a revisao. Mas esta se torna necessaria Guapiara, centro essencialmdne agn'cola, que foi fundada pela vontade do nosso povo em ter o presidencialismo como em 1872, e, em 1948, conquistou a emancipagao polftica como sistema de governo. Outro ponto importante que justifica municipio, conta com uma popula^ao proximada de vinte mil a revisao constitucional sao os acontecimentos deste final de habitantes. E interessante verificar apredominancia da densi- seculo, principalmente a conclusao de um dado importante, dade populacional rural em cerca de 60% do total. ou seja, a falencia do Estado como empresario. O Estado Guapiara, embora, seja um pequeno Municipio, agigan- mostrou ser um mal empresario, ineficiente para melhorar tou-se na forga da produgao hortifrutigrarijeira, como polo a qualidade de vida da popula^ao. Portanto, ficou definitiva- de abastecimento dos grandes centres, e tornou-se, gragas mente provado que cabem a economia de mercado e a inicia- ao trabalho dedicado dos seus agricultores e ao seu privilegiado- tiva privada realizar uma serie de atividades a que o Estado Dezemhro de 1993 D1ARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Revisao Constitucional Federal) Ouarta-feira 8 22^ vinha se dedicado ate o presente memento. Per isso, na revisao um capital acima de um milhao de dolares, gerando muitos constitucional, a quebra do monopolio estatal na produgao empregos. de energia eletrica, nas telecomunica^des e na produce e Tambem em um Municipio do Piaui ha um assentamento refino de petrdleo e um ponto importanti'ssimo para o desen- feito por um padre, onde os colonos trabalham, produzem volvimento do Pai's. Mas o mais importante a justificar a revi- e estao satisfeitos, porque tern alimentos em abundancia; la sao constitucional e a tern'vel realidade social em que vivemos. ninguem passa fome. Naqueles assentamentos ha sempre o Nosso Pai's, como ja disse, nos seus indicadores sociais, asse- espirito comunitario, todos colaboram e se dao as maos para melha-se aquelcs parses africanos que estao no final das listas resolver os problemas. de desenvolvimento economico e social, isto e, os parses do A reportagem mostrou uma escola profissionalizante num Tcrceiro Mundo. E imposst'vel que isso continue assim. Preci- Municipio de Minas Gerais, onde as crianrjas sao treinadas samos gerar o desenvolvimento do nosso Par's, e para isso para determinada profissao. necessitamos de Ires milhoes de empregos a cada ano. Esse No Municipio de Salvador, um bloco de carnaval tornou- tratamento discriminatdrio que se da ao capital estrangeiro, se rico exportando discos. essencial para o nosso desenvolvimento, e outro ponto que Oxala, Sr. Presidente, Sr"e Srs. Congressistas, pudesse devera ser examinado na revisao constitucional justamente a grande imprensa exibir mais vezes reportagens como essas para que esses indicadores sociais sejam revertidos. que empolgam todos os que acreditam neste Par's! E precise Deixo aqui o apelo para que aqueles que se opdem a que o Governo e os homens publicos se conscientizem da revisao pensem bem, e se integrcm nestc processo; nao o necessidade de diminuir o poder do Estado, na revisao consti- abandonem e farjam como o meu Partido, o Partido Progres- tucional. Se a CPI do Orrjamento e todas as outras mostraram sista Reformador, que se comprometeu de corpo e alma no as grandes fraudes que sempre existiram em Brasilia, por sentido de realizar aquilo que sera a reden?ao do povo brasi- que nao repassar os recursos para os Municipios e para os leiro: a revisao constitucional. Estados, a fim de que eles mesmos resolvam seus problemas? Era o que tinha a dizer. Sr. Presidente. Agora, o Governo quer aumentar os impostos, sacrificando ainda mais aqueles que trabalham, para arrecadar dinheiro O SR. PRESIDENTE (Adylson Motta) — Concedo a para o Tesouro. Isso e uma vergonha. Sr. Presidente! palavra ao nobrc Congrcssista Osvaldo Bender. Quero cumprimentar os responsaveis pelo programa Glo- bo Reporter e, mais uma vez, fazer votos para que tragam O SR. OSVALDO BENDER (PPR — RS. Sem revisao um programa semelhante, pelo menos uma vez por mes. Assim do orador.) — Sr. Presidente, Sr"' e Srs. Congressistas. na como mostraram cinco ou seis Municipios, devem existir mais ultima sexta-feira o "Globo Reporter" apresentou um progra- de cem mil com algo de bOm para ser divulgado, o que constitui ma sob o tr'tulo "O Brasil tern jeito", que merece algumas um incentive ao trabalho e desenvolvimento, proporcionando considerarjdes. melhores condigoes de vida ao povo. Portanto, o Governo Cumprimento a organizayao do programa por ter mos- deve diminuir sua atua^ao nos setores em que o povo pode trado ao povo brasileiro o que existe de bom no Brasil e atuar, trabalhando para o seu prdprio bem. que o Par's e viavel, rico. Basta que o povo tenha a liberdade Era o que tinha a dizer. de trabalhar, produzir c resolver os seus problemas em ambito municipal. Em primeira mao, a reportagem apresentou Bebedouros, O SR. PRESIDENTE (Adylson Motta) — Concedo a no Estado de Sao Paulo, Municipio riqur'ssimo, com grandes palavra ao nobre Congrcssista Augusto Carvalho. plantarjocs de laranja, mao-de-obra em abundancia. indristrias O SR. AUGUSTO CARVALHO (PPS — DE. Sem revisao metalrirgicas funcionando paralelamente. Mostrou o percen- do orador) — Sr. Presidente, Sr*e Srs. Congressistas, daqui tual da arrecadarjao do Municipio e como esse dinheiro esta a alguns minutos, o Ministro Fernando Henrique Cardoso sendo aplicado com honestidade e transparencia. Sao servidas anunciara o novo piano economico. Esperamos que ele seja 18 mil refei^ocs diariamente para os trabalhadores, nao so capaz de debelar as taxas inflacionarias que penalizam o povo os mais pobres, mas inclusive os bdias-frias, que, antes de brasileiro. irem ao trabalho, passam pela lanchonete da Prefeitura e Nao poderia deixar de, mais uma vez, usar esta tribuna recebem um lanche. O Prefeito daquela cidade recebeu uma para registrar o meu protesto indignado. Ha algum tempo, verba para construir uma escola e sobraram cinco milhoes venho falando sobre a complacencia absurda de todos os Go- de cruzeiros reais, apds a conclusao do predio da escola. vernos, principalmente do Governo Itamar Franco, atraves Vejam como as coisas podem ser feitas de modo diferente do Sr. Ministro Fernando Henrique Cardoso, em rela?ao a nestc Par's se forem feitas em ambito municipal, com transpa- certas posturas do sistema financeiro privado nacional. Em rencia c honestidade, sendo o povo o prdprio fiscal. estudos que realtzci recentemente, verifiquei que os bancos A reportagem mostrou um Municipio de Mato Grosso, oficiais — Banco do Brasil e Caixa Econdmica Federal — chamado Campo Novo, com extensas areas de plantio de e os bancos estaduais — Banerj, BRB e Banespa — cumprem soja — uma riqueza incalculavel — onde particulares estao rigorosamente, conforme prescrito na legislarjao, a arreca- construindo hidreletricas para fornecer energia eletrica aquelc darjao do PIS e do Pasep. O mesmo nao ocorre com o sistema Municipio de apenas cinco anos, que ja e o maior produtor financeiro privado. de soja de todo o Par's. Nessa rcgiao a comunidade, os trabalha- Alegando uma tributa?ao inconstitucional, a Febraban dores c os produtores se rerinem e constroem sua prdpria orientou as institui^des a ela associadas a contestarem na Jus- estrada, recuperam as rodovias para escoar a grande produgao ti?a a cobranga do PIS. E nesses dois ultimos anos de disputa do Municipio. judicial, os bancos deixaram de arrecadar aos cofres publicos Vimos tambem um Municipio do Parana onde varias em- cerca de 4,5 bilhdes de dolares. O Supremo Tribunal Federal, presas grandes surgiram de um grupo em que a quota minima depois de uma injustificavel protelagao em julgar materia da era de 24 cervejas. Essa firma cresccu. progrediu c tern hoje mais alta relevancia para o Par's, imprescindr'vel para que o 222 Quarta-feira 8 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Revisao Constitucional Federal) Dezembro de 1993

Govemo pudesse implementar os seus programas'nas areas pelas empresas ferroviarias e que visa a adequar essa nova socials, esse Judiciario lerdo, conivente com os interesses das portaria a realidade nacional. grandes corporagoes econdmicas, decorridos anos, veio enfim Tenho em maos documento elaborado por tecnicos ferro- julgar a constitucionalidade da cobranga da Cofins, contri- viarios, que pego seja transcrito n^. Integra nos Anais desta buigao social. Uma vez aprovada essa constitucionalidade e Casa para eventuais consultas. O teor de um dos tdpicos mais de se esperar que o Governo acione os mecanismos disponiveis importantes do documento e o seguinte: para que os bancos privados venham recolher aquilo que vem "Portaria do antigo CNP, atual DNC, definiu que sonegando sistematicamente. E com uma diferenga em relagao todo transporte de derivados de petrdleo e alcool para aos demais; ao contestar, nos Tribunals, a cobranga da contri- fins combustiveis deve ser, prioritariamente, realizado buigao social, o setor produtivo recolhia a quantia correspon- por via ferroviaria por ter esse modal melhor rendi- dente em juizo. No caso dos bancos, o que acontecia? Eles trocavam gentileza entre si, ou seja, utilizavam o mecanismo mento energetico que o rodoviario (consome apenas da fianga bancaria, de tal maneira que garantia para o outro 18% do diesel necessario para levar a mesma carga 0 valor do debito contestado na Justiga, sem desembolsar, por rodovia), ser menos poluente e ofensivo ao meio portanto, urn unico tostao. Se o Bradesco, por exemplo, devia ambiente e de custo real mais baqxo. 1 bilhao de ddlares, recebia do Banco Econdmico uma carta Alem das vantagens citadas acima o frete ferro- de fianga, garantindo o pagamento de valor correspondente, viario e tabelado pelo DNC em 70% do frete rodo- sem ter necessidade de desencaixar um tostao sequer para viario." assegurar o direito de recorrer a Justiga. A desregulamentagao da movimentagao dos combusti- Entao, considero que esta havendo um verdadeiro estelio- veis, nos moldes preconizados pela portaria, ja assinada mas nato, contando com a conivencia inaceitavel por parte do ainda nao publicada, trara impactos muito negatives, visto Governo Federal, que podia tomar providencias energicas. que havera uma tendencia natural ao desvio do transporte Quando, ha alguns meses, comegamos a expressar esta critica, ferroviario para os caminhdes, o que fatalmente acarretard da tribuna, vimos certa repercussao do tema na imprensa, uma degeneragao mais ac elerada das nossas ja sofridas rodo- e o prdprio Ministro Fernando Elenrique Cardoso determinou vias. a analise desta realidade. Chegou-se a anunciar pela imprensa A desequalizagao dos pregos fara com que o combustfvel um acordo iminente com a Febraban, atraves do qual os ban- chegue as bases secundarias do interior com o frete mais onera- cos privados passariam a arrecadar a sua contribuigao, a quan- do. O prdprio estoque de combuti'vel ficara em xeque, jd tia correspondente ao PIS, a partir daquele determinado me- que as ferrovias nao terao como manter esse transporte, o mento, sem falar uma unica palavra sobre o debito anterior. que de certa forma vem garantindo pregos bem mais baixos. Mas isso nao ocorreu. O acordo iminente se arrasta ate hoje. Destacamos, na recente visita que fizemos ao Ministro Enquanto o Governo fala em aumentar imposto. sem sequer de Minas e Energia, o grande prejuizo que as empresas ferro- mencionar diferenciagao na cobranga desse imposto anun- viarias nacionais terao com a portaria colocada em prdtica, ciado, ele deixa que 5 bilhoes de ddlares, necessarios, creio, pelo fato de que aproximadamente 2 bilhoes de ddlares foram ao equilibrio das contas piiblicas, ao famoso ajuste do deficit investidos na aquisigao ou melhoria de vagdes para transporte piiblico, sejam sonegados por instituigdes que se utilizam dos de combustiveis, melhoria de linhas e de terminais. E solicita- recursos do PIS/PASEP, que constitui o FAT — Fundo de mos ao Ministro Paulino Cicero que fosse concedido um prazo, Amparo ao Trabalhador. Esse mesmo recurso. Sr. Presidente, ate o dia 10 do corrente mes, para que a Rede Ferrovidria e alocado ao BNDES que o repassa as mesmas instituigdes Federal e demais congeneres apresentassem suas ponderagdes inadimplentes, sonegadoras — o empresariado privado. para a modificagao da redagao dessa portaria, no que fomos Para concluir, gostaria de deixar aqui uma advertencia atendidos. Ocorre que a imprensa vem noticiando que essa ao Govemo e ao Sr. Ministro da Fazenda, Fernando Henrique 1 portaria de desregulamentagao estaria incluida possivelmente Cardoso. S. Ex espera ter a boa vontade do Congresso Nacio- nesse pacote econdmico a ser anunciado hoje. nal na analise e aprovagao das propostas que serao anunciadas Daio meu retorno a esta tribuna para fazer um derradeiro hoje ao Pais, e preciso que tome medidas emblematicas e apelo aos Ministros de Minas e Energia e da Fazenda para de forga. Essa casta parasitaria, que asfixia a economia brasi- que aguardem ate amanha essa nova redagao, acordada em leira, que sufoca o empresariado produtivo, que arrocha todo reuniao no Ministerio de Minas e Energia, para que a econo- o cidadao que tern necessidade de recorrer a um credito espe- mia nacional nao venha a ter um prejuizo ainda maior. cial, apesar de todas as regalias concedidas pelo Governo, continua sonegando, sistematicamente, com o beneplacito ofi- DOCUMENTO A QUE SE REFERE O ORA- cial, recursos que sao imprescindiveis para que o Pais possa DOR: retomar o crescimento economico com distribuigao de riqueza. D1STRIBUICAO DE COMBUSTfVEIS O SR. PRESIDENTE (Adylson Motta) —Tern a palavra DESREGULAMENTACAO o nobre Deputado Munhoz da Rocha. 1. Situagao Atual O SR. MUNHOZ DA ROCHA (PSDB — PR Sem revisao do orador.) — Sr. Presidente, Sr" e Srs. Congressistas, reiterei Estudo elaborado por Tecnicos Ferroviarios desta tribuna, na semana passada, uma solicitagao ao Sr. Mi- As Ferrovias (RFFSA, Fepasa, Vale do Rio Doce) parti- nistro de Minas e Energia, incentivado por companheiros da cipam do Sistema Nacional de Distribuigao de Combustiveis diretoria da Rede Ferroviaria Federal, da Fepasa .e outras, transportando anualmente 22,6 milhdes de metros ciibicos para que a portaria que desregulamenta a distribuigao de com- de derivados de petrdleo e alcool. bustiveis destinados ao transporte fosse reavaliada com base Esses volumes sao levados das Refinarias (Bases Primii- em um documento, hoje ja concluido, leito a quatro maos rias) ate as Bases de Distribuigao de derivados de petrdleo Dczembro de 1993 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAl. (Rcvisao Constitutional Federal) Quarta-feira 8 223

localizadas no interior (Bases Secundarias) e dos centres cole- A transferencia do transporte de conbusti'veis para cami- tores de dlcool do interior as bases de distribui?ao. nhdes provocard um aumento do consumo de dleo diesel da Portaria do antigo CNP, atual DNC definiu que todo ordem de 373 milhoes de litros/ano o que causara ao Pai's transporte de derivados de petrdleo e alcool para fins combus- prejuizos diretos de US$130 milhoes/ano alem de outros custos ti'veis deve ser, prioritariamente, realizado por via ferrovidria de importagao, refino etc... por ter esse modal melhor rendimento energetico que o rodo- 4.3. Estoques estrategicos vidrio (consome apenas 18% do diesel necessario para levar O sistema em vigor garante estoques estrategicos de deri- a mesma carga por rodovia), ser menos poluente e ofensivo vados de petrdleo e alcool armazenados nas bases secunddrias ao meio ambiente e de custo real mais baixo. e sobre vagoes-tanque. Essas reservas garantem regularidade Alem das vantagens citadas acima o frete ferrovidrio e na venda de combustiveis aos consumidores. tabelado pelo DNC em 70% do frete rodovidrio. Com a mudanga proposta pela portaria do Ministerio das Minas e Energia haverd imediatamente uma redugao drds- 2. Proposta de desregulamenfacjao tica nesse estoque estrategico. Nova portaria encaminhada em novembro de 1993 pelo Qualquer acidente nas Refinarias e Usinas de alcool que Ministerio de Minas e Energia ao Ministro da Fazenda tem interrompa o embarque desses produtos levard a falta de com- como ponto principal a desequalizagao de pre?os passando bustiveis imediatamente nos pontos de venda, causando um para responsabilidade das companhias distribuidoras a retira- caos na economia do Pais. da dos produtos diretamente nas Refinarias e Usinas. O sistema, ate entao em vigor, garante a colocaqao desses 4.4. Perda de Investimentos produtos nas Bases Secundarias pelo mesmo valor praticado A desregulamentagao da distribui^ao de combustiveis nas proximidades das Refinarias e Usinas uma vez ja estar provocard prejuizos ao patrimonio das Ferrovias uma vez te- embutido no pre^o um custo medio do frete. rem sido investidos US$2 bilboes em frota de 4.900 vagoes 3. Impactos imediatos especializados, locomotivas, desvios ferrovidrios, melhora- A retirada do Governo Federal, atraves da sai'da do DNC mento nas condi?6es das linha, etc., investimentos estes que do controle das transferencias entre Bases Primirias e Secun- ainda nao foram amortizados integralmente. As companhias distribuidoras sofrerao tambem serios darias conforme propoe a nova portaria acarretara uma dife- prejuizos pelos investimentos feitos em Terminais e Pools rcnciagao dos pre^os dos combustiveis sendo que nos pontos mais distantes dos centres produtores causara um acrescimo de carga/descarga, sistemas de armazenagem e frotas prdpria de ate 17% conforme previsoes do Ministerio das Minas e de vagoes. Energia. 4.5. Evasdo de Receitas Com isso haverS inibigao da expansao das fronteiras agri- Com o aumento do transporte rodovidrio de combustiveis colas, inviabilizagao de projetos de interiorizagao do desenvol- poderd ocorrer um crescimento na evasao de receitas de ICMS vimento do Pafs e tambem tende a alimentar o processo infla- e outros impostos preocupa9ao essa jd manifestada pelos go- ciondrio que a maioria dos consumidores passara a pagar vernos estaduais no Confaz. um prego maior pelos combustiveis. O transporte por ferrovia impossibilita esse tipo de frau- 4. Conseqiiencias de, que desde janeiro vem sendo denunciada pela imprensa 4.1. Congestionamenio nas rodovias com o transporte clandestino de alcool entregue por cami- A transferecia da carga de combustiveis para o modal nhoes direto das Usinas aos postos de revenda, burlando o rodovidrio acarretara um fluxo adicional, no primeiro ano, fisco. de mais de 500.000 viagens de caminhao nas principais rodo- So de PIS e Finsocial o Governo Federal recolhe mensal- vias brasileiras. mente US$40 milhoes na comercializagao de combustiveis e oportuno alertar que a situagao da malha rodovidria mais outras dezenas de milhoes de ddlares em ICMS. 4.6. Qualidade do Produto do pai's tem causado um alarmante numero de acidentes de A retirada dos produtos diretamente das Refinarias e trdnsito que atinge 1 milhao de ocorrencias com 350 mil viti- Usinas possibilitard maiores condigoes de adulteragao na qua- mas, 52 mil mortes e prejuizos economicos da ordem de lidade do produto levando prejuizos e danos aos consumi- US$5,8 bilboes. Outro fator preponderante para o agravamento da situa- dores. ?ao nas rodovias e a falta de fiscalizagao no cumprimento 4.7 Custo de Manulen^do das Rodovias do art. 13? do Decreto n" 96.044 de 18 de maio de 1988, Com a transferencia da carga de derivados de petrdleo que trata do Regulamento para o Transporte Rodovidrio de e alcool para a malha rodoviaria havera agravamento das Produtos Perigosos, que determina seja evitado o itinerdrio precdrias condigoes de manutengao das estradas que jd no dos vei'culos de transporte de produtos perigosos em vias de estado atual sao responsdveis por aumentos de 38% no custo grande fluxo de trdnsito, nos horarios de maior intensidade operacional dos transportes, 58% no consumo de combus- de trdfego. tiveis, 60% no indice de acidentes e 100% no tempo de via- Na Alemanha estudos feitos por autoridades governa- gens. Esses custos adicionais encarecem o transporte rodo- mentais conclui'ram que as rodovias sao 30 vezes mais perigo- vidrio de cargas em US$9,3 bilhoes por ano. sas que as ferrovias para transporte de produtos de risco. Com a desregulamentacao os Governos Federais e Esta- Apesar das excelentes condigdes das estradas naquele Pai's duais precisarao gastar muito mais para recuperar os estragos (Revista Internacional Railway Journal, nov 91). causados pelo acrescimo dessa carga de combustiveis nas rodo- 4.2. Consumo de Combustiveis vias. Apresentando menor consumo energetico o transporte Os Estados terao assim duplo prejuizo: queda da receita ferrovidrio gasta de tres a dez vezes menos dlco diesel que tributdria e aumento das despesas para conservagao de suas o rodovidrio. rodovias. 224 Quarta-feira 8 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Rcvisao Constitucional Feilcral) Dczemhro de 1993

4.8. Atendimento a Acidentes que esta num processo de moralizagao. Portanto, quero exter- As ferrovias dispoem de sistema proprio de acompanha- nar o meu incomformismo, o meu descontentamento com mento de cargas perigosas 24 h/dia com equipes treinadas, o empate, o que vai fazer com que o infrator, o ex-Presidente equipamentos adequados, viaturas e todas as informagoes ne- Collor de Mello, que teve o seu mandate cassado por cste cessarias para atendimento de acidentes. Congresso Nacional, se beneficie e abra caminho para todos O transporte rodoviario depende dos orgaos oficiais que aqueles que estiverem sujeitos a cassa^ao de mandate a ele prestam atendimento nesses casos e nem sempre o motorista renunciarem. E realmente lamentavel. do vefculo conhece os procedimentos recomendados para o Por isso mesmo. Sr. Presidente, neste processo de revisao trato com o produto que esta conduzindo. constitucional apresentei emenda propugnando em que a no- 4.9. O Poder Sindical mea^ao de Ministro do Supremo seja confirmada pelo Senado Com a desativagao do transporte ferroviario. o desloca- da Republica e a sua demissao, por desconfian^a, pela Camara mento de combusti'veis passa para as maos do Sindicato dos Federal. Entendo que dessa maneira ten'amos a possibilidade Transportadores Rodoviarios, o que pode ser um grande risco de o povo brasileiro controlar tambem o Supremo Tribunal para a regularidade na distribuigao e para o descontrole da Federal, e-nao se criar um drgao de controle do Judiciario. poh'tica de fretes. Sou contra a cria§ao desse drgao porque entendo ser o mesmo 4.10. Meio Ambiente oneroso e de finalidade duvidosa. Alias, estou propondo tam- O vei'culo rodoviario e o principal agente poluidor do bem a extingao dos Conselhos da Republica e de Defesa Nacio- ar. nal, exatamente por nao funcionarem e nao contribui'rcm em Uma locomotiva diesel contamina o ar somente a quarta nada para o Pai's, parte do que contaminam os caminhoes para levar a mesma Sr. Presidente. a Na?ao inteira encontra-se numa expcc- carga a mesma distancia. tativa muito grande no que diz respeito a revisao constitu- A Fepasa, com base nos indices de controle da CETESB cional. E nao sei se ela e maior ainda diante do processo de emissao maxima de dxidos de nitrogenio, mondxido de de moralizaqao e de puni?ao dos envolvidos na CPI do Orqa- carbno e hidrocarbonetos para motores de combustao interna, mento e em todo o processo de corrupgao levado a tona e calculou que a substitui^ao do transporte ferroviario de com- que tomou conta deste Pai's. O Brasil esta mais estarrecido busti'veis pelo rodoviario colocara na atmosfera do Estado com o efeito multiplicador da imprensa do que com o prejuizo de Sao Paulo um adicional de 15,75 toneladas/dia desses gases. causado ao Erario. 4.11. A Frota de Camilhoes Disponivel Quero crer que o processo de moraliza?ao va adiante, A maioria dos caminhoes que hoje trabalha levando com- nao se intimide, embora a decisao do Supremo Tribunal, reite- busti'veis das Bases Secundarias ao pontos de revenda e gran- ro, seja altamente prejudicial as possi'veis cassagbes pelo Parla- des consumidores, desloca-se em media 80 Km por viagem. mento. E nao se impute a culpa ao Parlamento. A culpa Dessa forma a frota existente esta adequada as condiqoes e do Poder Judiciario. de viagens curtas e por trafegar em estradas secundarias nao Hoje, estou, como todos os brasileiros, na expectativa passam regularmente por fiscaliza^ao das suas condiqoes de diante do pacote, das medidas que, alias, no meu modesto trafego. entendimento como ex-Prefeito e ex-Secretario da Fazenda E necessario uma avalia^ao do alto risco em se colocar do Parana, deveriam ter sido tomadas desde o primeiro dia esses vei'culos em rodovias federais e estaduais de grande inten- do mandate do Ministro que assumiu a Pasta da Fazenda. sidade de trafego. O ajuste fiscal teria de ser uma das primeiras medidas encami- A transferencia da carga de combusti'veis do trem para nhadas ao Congresso Nacional, para ser implantado. Mas va- o rodoviario vai colocar nessas estradas uma frota adicional mos comegar o processo de ajuste fiscal, reforma tributaria, de mais de 7.000 caminhdes-tanque conduzindo mercadorias diminuigao da despesa, fechamento de ministerios. Estou dis- perigosas. posto a isso. Quanto a reforma tributaria, que diminua o 5. Conclusao elenco de impostos e da carga tributaria, mas nao me venha Embora louvavel a inten^ao democratizante da proposta com aumento de impostos, com historia de querer criar fundo que busca a otimizagao da participagao do Estado na vida compulsbrio para retirar recursos de Estado e Munici'pios, economica da Na^ao e na reorganiza^ao de uma atividade porque nao e por af. Todo mundo sabe, todos os economistas vital como a distribui^ao de combusti'veis a mudanga na forma do Brasil sabem que nao e esse o caminho. Dentro dessa pretendida e pois bastante radical para um sistema que funcio- perspectiva, entendemos que o Pai's, que tern uma carga tribu- na a quase duas decadas. taria de 50% do PIB — e a propria Receita Federal admite Acreditamos que a portaria do DNC deve ser discutida que para um cruzeiro real arrecadado tern um cruzeiro real com os varios setores envolvidos e conter mecanismos que e 20 centavos sonegados — pode muito bem, dentro do que esta estabelecido, ou seja, IPMF em janeiro, Cofins aprovado, minimizem os efeitos negatives e os riscos citados no conteiido deste trabalho. ordenar tudo isso. E mais: atrevo-me a dizer que se pode diminuir carga tributaria por lei complementar no Brasil, que O SR. PRESIDENTE (Adylson Motta) — Com a palavra se vai aumentar a arrecadagao, porque a cada aumento de o nobre Congressista Luiz Carlos Hauly. alfquota nos liltimos dez, quinze anos, o aumento da arreca- dagao nao existiu, tornou-se inelastico. Ja ha estudos que O SR. LUIZ CARLOS HAULY (PP — PR. Sem revisao s comprovam isso. E a famosa Curva de Laffer. Nao adiante do orador.) — Sr. Presidente, Sr* e Srs. Congressistas, inicial- aumentar as alfquotas, porque a resposta da Receita Federal mente quero registrar e lamentar o empate ontem no julga- nao vem, ela e inelastica. mento do mandado de seguran?a impetrado pelo ex-Presi- Sr. Presidente, acredito que o Ministro da Fazenda e dente Fernando Collor de Mello. o Presidente Itamar Franco tern a grande oportunidade de Infelizmente, o Supremo Tribunal Federal nao esta em fazer algo em definitivo para este Pai's — tenho essa expec- resonancia com o resto do Pai's e com o Congresso Nacional, tativa. Dezemhro de 1993 DlARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Revisao Constitucional Federal) Ouarta-feira 8 225

A imprensa esta cheia de noti'cias que nos induz a aigumas -Quero ainda salientar um outro ponto que considero fun- medidas. Mas nao quero prejulgar, quero aguardar nesta tarde damental. O meu antecessor, o Deputado Luiz Carlos Hauly, as noti'cias quentes do prdprio Ministro, consubstanciadas tin jd comunicou que votaremos contra qualquer aumento de projetos de lei, medidas provisdrias, seja Id o que for. para imposto. Ora, o Governo jd teve a sorte de receber por volta que possamos analisa-las. Mas se vier com aumento de impos- de 6 a 7 bilhoes de ddlares, o dinheiro do Confins, que estava tos, se quiser tirar recursos de Estados e Municipios para preso na Justiga, e vai receber um valor muito grande de serem manipulados pelo Poder Central, para fazer o mesmo IPMF, que voltard a ser cobrado a partir de 1? de janeiro jogo que hoje existe das transferencias negociadas, nao con- proximo. tard com o nosso apoio. Entao, o caixa do Governo estard gordo no ano de 1994, Como municipalista e conhecedor profundo da questao o que nao justifica mais impostos. Nao ha necessidade de dos estados, entendo que hoje o mote brasileiro, a decisao o Governo Federal tomar dos Estados e Municipios valores mais acertada deste Congresso, e a descentralizagao: munici- a eles atribufdos na propria Constituigao de 1988. palizar o que for possi'vel; e, quanto ao que nao for possfvel Mas, Sr. Presidente, e fundamental iniciarmos a reforma municipalizar, estadualizar e diminuir os recursos e atribui^oes para desengessar o Congresso Nacional, que, infelizmente, do poder central. esta atrelado, preso a CPI do Orgamento. Alguns Parlamen- Essa e a nossa visao jd acalentada durante tantos anos tares acabam nocauteados por todas essas denuncias e ficamos e mais justificada, gramas aos liltimos acontecimentos que esta- com um quorum muito baixo. mos presenciando e lamentavelmente vivenciando. Esta semana, os Parlamentares que ainda nao o fizeram, Era o que tinha a dizer. Sr. Presidente. terao possibilidade de apresentar suas emendas. E espero que (Texto escoimado de expressoes anti-regimentais, possamos, a partir da semana que vem, iniciar a discussao nos termos do art. 19, ah'nea a, do Regimento Interno, da reforma constitucional. Temos que discutir a questao fundamental da quebra do Senado Federal, juntamente com o art. 17, inciso V, alfnea b, do Regimento da Camara dos Deputados, dos monopdlios. subsididrios do Regimento do Congresso Revisional.) E um absurdo que num Pafs como este, que se diz demo- cratico, que quer detnocracia para toda a sua populagao, co- bre, por uma linha telefonica na cidade de Sao Paulo, o valor aproximado de 5 mil dolares. Se queremos democracia para O SR. FETTER JUNIOR — Sr. Presidente. pego a palavra o Pafs, devemos democratizar nossas comunicagoes, o que pela ordem. nunca ira acontecer se o povo nao tiver acesso ao telefone, O SR. PRESIDENTE (Adylson Motta) — Tern V. Ex' ao radio, a televisao, ao jornal etc. a palavra. Esta Casa deve votar contra o monopolio das telecomu- O SR. FETTER JUNIOR (PPR — RS. Sem revisao do nicagoes e estimular a participagao da iniciativa privada, prin- orador.) — Sr. Presidente, quero apenas registrar que dei cipalmente a brasileira, nesse setor que vai dar muito lucro, entrada junto a Mesa do Senado, que e a Mesa do Congresso ja que a Telebras, que e uma empresa estatal, nao tern condi- Revisor, a um projeto de resolu?ao que altera o art. 4°, esten- gdes de oferecer as 10 milhoes de linhas necessarias ao desen- dendo o prazo de apresentaijao das propostas revisionais. volvimento do Brasil. Para minha satisfa?ao, a Mesa jd o tinha anunciado na Qualquer tipo de crescimento do nosso Produto Interno quinta-feira. Sei que a Mesa, reunida hoje, concordou, embo- Bruto depende muito das telecomunicagoes, e a quebra desse ra eu tivesse proposto um prazo de dez dias, com sete dias. monopolio sera um ponto fundamental na revisao constitu- Entendo ser muito importante a aprovagao dessa resolu- cional. qao para que todos os Srs. Parlamentares possam ter a oportu- Era o que tinha a dizer. nidade de apresentar as suas propostas de aperfei?oamento O SR. PRESIDENTE (Adylson Motta) — Concede a na Constituigao Federal. palavra ao Congressista Adao Pretto. Era este o registro que queria fazer. Sr. Presidente. O SR. ADAO PRETTO (PT — RS. Sem revisao do ora- O SR. PRESIDENTE (Adylson Motta) — Com a palavra ^or ) ^r- Presidente, Sr*1 e Srs. Congressistas. nos, que o nobre congressista Beto Mansur. temos andado por este Brasil afora, ficamos estarrecidos ao O SR. BETO MANSUR (PPR — SP. Sem revisao do ver a grande riqueza que ele possui, enquanto o seu povo orador.) —Sr. Presidente, Srs. Congressistas, voltamos a este esta faminto; mais de 32 milhoes de brasileiros passam fome. microfone para comentar a necessidade de as Lideran^as desta Af esta o resultado. Este Pafs agiientou demais. Apds Casa convocarem Deputados e Senadores para tomav pe da o impeachment de Collor de Mello, quando o tiramos do reforma constitucional. poder por corrupgao, ainda tiveram o peito e a coragem de Na verdade, recebemos a informa^ao de que, no dia de continuar a desviar o dinheiro piiblico. Imaginem o que se hoje, a Mesa decidiu aguardar mais uma semana para que fazia neste Pafs no silencio da ditadura. Na epoca, se alguem todos os Deputados e Senadores possam apresentar emendas levantasse a voz para denunciar esse tipo de coisa, seria cassa- a Revisao Constitucional, a qual considero importante todos do, expulso do Brasil, ou mais, seria um desaparecido politico. nos estarmos atentos. Nao entendo aqueles que sao contra E, agora, chegamos a um impasse: a corrupgao que aparece a revisao constitucional. Eles parecem viver em outro pafs, e de tal volume que esta atingindo a maior parte dos Congres- onde a popula?ao tern saude, faz todas as suas refei^oes diaria- sistas. E o mais grave ainda e que as denuncias ja atingem mente, os filhos dos trabalhadores estao na escola etc. ate mesmo os membros da CPI. Nao se pode nem se quer Precisamos, Sr. Presidente, Srs. Congressistas, fazer a mais comentar a revisao constitucional. Que moral tern esta revisao exatamcnte para mudar uma serie de leis aprovadas Casa, Sr. Presidente, prezadoscolegas, para fazer uma revisao na Carta de 1988 e que nao atendem as necessidades do povo para daqui a trinta ou querenta anos novamente alterar a brasileiro. Constituigao? Como podem aqueles Congressistas que na par- 226 Quarta-feira 8 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Revisao Constitucional Federal) Dezembro de 1993

te da manha estao depondo na CPI como corruptos, a tarde envolveu nura acidente de transito seguido de homicidio invo- virem a este plenario votar leis para nos, nossos filhos e nossos luntario, com certeza, aqueles mesmos juizes seriam muito netos obedecermos? Portanto, nao se pode mais falar sobre mais rigorosos. esse assunto. Corre-se o risco de vir para este plenario uma Sr. Presidente. Srs. Deputados, trago aqui o meu protesto lista dos Deputados envolvidos, e nao termos votos suficientes contra a decisao do Supremo Tribunal Federal. Aguardo ainda para puni-los, para cassa-los, porque a maioria sera compro- que os tres juizes que serao convocados — os mais antigos metida. do Superior Tribunal de Justiga — para completar a votagao Sr. Presidente, Srs. Congressistas, nao vejo outra saida nao se dissociem da sociedade brasileira, nao se dissociem para este Pai's a nao ser a convoca?ao de eleigoes gerais ja. do ato que o Congresso Nacional tomou num grande momen- No Partido dos Trabalhadores podem ate aparecer oportu- to. Foi o Congresso Nacional o responsavel pelo impeachment nistas, porque nossos candidates estao despontando nas pes- de um Presidente corrupto, que era o Sr. Collor de Mello. quisas. E mesmo diante da dificil situagao em que se encontra Nao pode agora o Supremo Tribunal Federal anular a decisao o Pafs neste momento, o Governo, sem a minima moral, de suspender os direitos politicos do ex-Presidente, proibin- quer aumentar a carga tributaria. Como o povo brasileiro do-o de se candidatar. Como o tramite dos processes por vai aceitar isso sabendo que todos aqueles que pagam tributes crimes comuns e demorado, e longo, se confirmada a decisao estao sendo roubados? Como vao querer que o povo brasileiro — e torgo para que os juizes do Superior Tribunal de Justiga arque mais um avez com as conseqiiencia, dessas medidas? nao a confirmem — de dar provimento ao recurso interposto Entao, este Pais nao tern outra saida a nao ser eleigoes gerais pelos advogados do Sr. Collor de Mello, ai, sim. estaremos a partir de margo. definitivamente desmoralizados como Instituigao perante a Era o que tinha a dizer. opiniao piiblica. O SR. PRESIDENTE (Adylson Motta) — Com a palavra Fago um apelo a esses juizes do Superior Tribunal de o nobre Congresssista Carlos Lupi. Justiga convocados para decidir essa questao no sentido de que a Justiga nao fique desligada, distante da realidade da populagao brasileira. A Justiga nao pode estar tao cega a O SR. CARLOS LUPI (PDT — RJ. Sem revisao do ora- ponto de nao ver que o povo brasileiro exige justiga neste dor.) — Sr. Presidente, Srs. Deputados. no momento em caso — que. perante a Flistdria do Brasil, nao pode ser esque- que toda a Nagao brasileira cobra do Congresso Nacional cido. O Sr. Collor de Mello, na minha simples e modesta uma agao energica quanto a punigao dos que forem responsa- opiniao, ainda teve uma penalidade muito branda com a proi- bilizados pela corrupgao na elaboragao do Orgamento, causa- bigao de se candidatar por apenas oito anos. Na minha avalia- nos profunda consternagao e revolta a decisao do Supremo gao, para crimes de corrupgao, para crimes contra o palri- Tribunal Federal. Esse empate de 4 a 4 na votagaodo mandado mdnio piiblico, deveria existir a proibigao eterna de se candi- de seguranga ocorrida ontem no Supremo Tribunal Federal datar. Nao tern mais qualquer habilitagao moral para se candi- abre uma brecha, ou melhor, uma avenida para uma serie datar a algum cargo um homem que cometeu crimes contra de processes que poderao ir aquela superior Casa, no caso. o patrimonio piiblico como o Sr. Collor de Mello. por exemplo, de possiveis cassagdes de varies parlamentares Encerro o meu pronunciamento fazendo um apelo aos acusados de corrupgao. Em um processo de cassagao de man- tres juizes do STJ que ainda irao votar no sentido de que date ha a defesa na Comissao de Constituigao e Justiga e sejam sensiveis ao momento nacional e nao deixem cair em de Redagao, depois tern de ser varado pelo^PIenario. Ate descrenga o povo brasileiro, a pensar que neste Pais ainda se dar todo esse tramite, demora uns dois ou tres meses. impera a impunidade dos ditos crimes do colarinho-branco. Entao, qualquer parlamentar, um dois ou tres dias antes do Era o que tinha a dizer. seu julgamento pela Casa, tendo em vista a decisao de ontem da Suprema Corte, renunciara ao mandato, e assim estara esquecido todo o crime, para efeito eleitoral, podendo se O SR. PRESIDENTE (Adylson Motta) — Concedo a candidatar a reeleigao. palavra ao nobre Deputado Paulo Paim. Considero gravissima a decisao do Supremo Tribunal Fe- O SR. PAULO PAIM (PT — RS. Sem revisao do orador.) deral. Diante dela, a populagao brasileira comega a ter a — Sr. Presidente, Srs. Deputados, o Governo anuncia hoje certeza de que a crise nao atinge apenas o Poder Legislative. a tarde seu piano economico. Na verdade, a sociedade brasi- O que esta em crise no Brasil. hoje, sao os tres Poderes. leira ja esta sabendo que a tal unidade de referencia significara E o Poder Legislative, sim, o Poder Executivo e o Judiciario uma indexagao indireta ao ddlar. Conseqiientemente, tenho tambem! Nesse Poder intocavel, alguns se julgam a imagem certeza de que o Congresso Nacional nao vai permitir que e semelhanga de Deus e, por isso. imunes a criticas. Esse somente os salaries, nesse pacote a ser encaminhado pelo Poder parece ter uma aura protetora que nao o deixa ser Governo. nao sejam reajustados de acordo com a corregao atacado por qualquer cidadao comum, como nos aqui. Mas diaria do valor do ddlar anunciada pelo Banco Central. ele cassa, prende, paralisa e engaveta processes, decide o Com essa preocupagao. Sr. Presidente. a Comissao de destino de um cidadao, de uma familia, de.um Pais. Trabalho, de Administragao e Servigo Piiblico esta marcando Por isso. Sr. Presidente, precisamos questionar. sim, o para esta quinta-feira, as lOhoras, uma reuniaocom ascentrais Poder Judiciario. Enquanto nao combatermos com firmeza sindicais e confederagdes para discutir o piano economico e transparencia os desmandos de alguns juizes deste Pais, do Governo, e, naturalmente, vai fixar-se na questao dos jamais teremos uma democracia plena. salaries. Nao e intengao da Comissao — alguns parlamentares Ontem, no Supremo Tribunal Federal, houve um empate ja foram consultados — aceitar, em hipdtese alguma. que tecnico na votagao, como dizem alguns. o que e uma prova lanto o salario dos servidores piiblicos quanto o do trabalhador inequivoca de que muitos juizes observam muito as regras da area privada, bem como os proventos de aposentados c da lei, mas quando e da sua convivencia faze-lo. Se estivesse pensionistas, sejam corrigidos pela media dos liltimos doze sendo julgado um ladrao de galinhas ou um cidadao que se meses, como esta anunciando o Governo. Se os pregos estao Dezcmhro de 1993 DlARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Revisao Constitucional Federal) Quarta-feira 8 227

sendo corrigidos pelo pico, e a unidade de referencia. confor- acontecendo hoje com a ameaga de CPI. Mas o partido e me anunciado, serd aplicada, doravante, sobre o pico dos sua Lideranga fiquem tranqiiilos: da minha boca nao saird pre?os, nao dd para aceitar que somente o salirio fenha nova- qualquer denuncia, como nunca as fiz ate agora. Estou apenas mente um redutor. Corrigi-lo pela media significa, mais uma fazendo a minha defesa. Nao me cansarei de vir aqui nova- vez, aplicar um redutor, para dai para a frente aceitar a inde- mente faze-la, atd mil vezes, se necessdrio, mas, nao admito xagao. mentiras, nao admito inverdades com relagao ao meu nome. E nossa inten5ao, no debate que faremos nesta quinta- Ademaisr apesar de ter saido'do Partido dos Trabalha- feira, levar ao conhecimento de todos os parlamentares que dores, eu o considero um dos melhores deste Par's. Quero e obrigatjao do Congresso Nacional, em um momento diffcil dizer aos nobres colegas que, apesar de ter safdo do PT e como este, assegurar que o salirio do conjunto dos trabalha- de ainda nao ter outro partido, vou fazer campanha para dores tambem tenha como indexador esse ddlar disfar?ado o Lula. Independentemente de ir para outro partido ou de que o Governo iri anunciar hoje, garantindo que a sua corre- ficar fora do PT, devido a todos os problemas que aconte- ^ao seja pelo pico. ceram, nao estou muito disposto a ser candidato. Saibam, Era o que tinha a dizer. por^m, que vou fazer campanha para o Lula, e um comite jii esti sendo organizado. Vamos fazer a maior campanha O SR. PRESIDENTE (Adylson Motta) — Concede a que o partido jti teve no Estado. palavra ao Congressista Ricardo Moraes. foi divulgado no jornal O Globo que estou entre os O SR. RICARDO MORAES ( — AM. Sem revisao do tres primeiros a serem convocados para depor na CPI, junta- orador.) — Sr. Presidente e Srs. Congressistas, venho hoje mente com Jair Meneguelli e Vicentinho, por causa das ques- a esta tribuna porque me senti insultado quando ontem, nao tdes que ocorreram em meu Estado. Repito: nada saira de estando eu presente no plen^rio, porque me encontrava no minha boca. Sr. Presidente, estou disposto a depor, mas po- meu Estado, o Elder do Partido dos Trabalhadores, Deputado dem ter certeza os colegas de que mentira, inverdade, nao Jose Fortunati, em discurso atacando o Senador Esperidiao sairi de minha boca. E saibam os parlamentares e todos os Amin — solicitei as notas taquigraficas desse discurso —, brasileiros que a disposigao e a coragem para lutar em defesa comparou-me com o Deputado Joao Alves, referindo-se a de um Par's melhor, mais digno e mais serio continua conosco minha expulsao do Partido dos Trabalhadores. Isso nao acon- e com os trabalhadores do meu Estado. teceu, e vou mostrar recortes de jornais para provi-lo. Muito obrigado. O nobre Parlamentar Jose Fortunati, como Eider do Par- tido dos Trabalhadores, no mfnimo devia estar informado sobre o que acontece no seu partido. Caso contrdrio, S. Ex' ANEXO AO DISCURSO DO DEPUTADO RI- terd uma derrota muito grande como Elder e falara um monte CARDO MORAES: de bobagens, o que demonstra a sua incapacidade ji no im'cio Ilm? Sr. Presidente do Diretdrio Nacional do Partido dos do seu mandate. Trabalhadores S. Ex" disse: "... o meu partido formou uma comissao Companheiro, de etica, investigou o caso, avaliou todas as provas docu- Hi dez anos, como operirio da Phillips da Amazonia, mentais e testemunhais, ouviu as razdes de todas as partes iniciei com meus companheiros o que seria e ainda continua e resolveu, por decisao absoluta do seu diretdrio, expulsar sendo a maior resistencia dos trabalhadores a exploragao do o Deputado Ricardo Moraes..." capital instalado na Zona Franca de Manaus: o Sindicato dos Quero mostrar aos Srs. Congressistas a carta em que Metalurgicos de Manaus. pedi o meu afastamento do Partido dos Trabalhadores, no As mobilizagdes e as greves de 1985,1986 e 1989 consoli- dia 10 de junho, a fim de que a dire?ao do partido a julgasse. daram conquistas histdricas fundamentals que, dotando os Este outro documento mostra que, enquanto o Partido trabalhadores de uma dimensao polr'tica fundada na divisao nao tomava uma decisao, foi derrotada a proposta de expulsao de classes, contriburTam para a construgao do Partido dos no Diretdrio Municipal de Manaus e no Encontro Regional Trabalhadores no Estado do Amazonas. do Partido dos Trabalhadores. A materia, cujo ti'tulo € "Mo- Essa organizagao dos trabalhadores fez-me o segundo raes quer a decisao do diretdrio nacional", nao e minha, nao vereador mais votado nas eleigdes de 1988 e o Deputado a escrevi e nem paguei por ela, e do jornal A Critica, do Federal, da oposigao, mais votado nas eleigdes de 1990. Estado do Amazonas. Interesses intemos ao Partido, aliados a polr'ticos e a parte Recebi ainda varias ameagas de uma moga, cujo nome do empresariado amazonense inconformados com a campanha nem sei, da secretaria de organizagao do partido. contra a maquiagem nas industrias da Zona Franca de Manaus, E mais, Sr. Presidente: "Moraes se desfilia do PT"... promoveram, atraves da mfdia nacional, uma verdadeira cam- Nao fui expulso, pedi a minha desfiliagao do partido. panha de difamagao, atingindo profundamente minha honra E ainda; "Sindicalistas deixam o PT do Amazonas". Eu e minha dignidade. e mais 214 pessoas nos desfiliamos do PT. Sera que 214 militan- As acusagdes que pesam sobre minha pessoa extrapolam tes do PT do Amazonas sao ladrdes, sao corruptos, como o politico e atingiram o campo juridico. acusaram alguns membros do partido no meu Estado? Malversagao de verbas sindicais, arrombamento, escuta Portanto, Sr. Presidente, exijo mais respeito, porque nao telefdnica, entre outras, sao crimes tipificados no Cddigo Pe- fui eleito pelo dinheiro, mas pela minha histdria de lutas em nal, razdes pelas quais estarei ingressando com agdes penaisv favor dos trabalhadores do meu Estado. Nao sou oportunista. e de indenizagao por danos morais contra meus detratores. Estou no partido desde o primeiro dia, enquanto alguns, que NSo me devo submeter a um julgamento politico antes que nele entraram Yii pouco, hoje pensam que sao seus donos. o Poder Judiciirio se manifeste sobre essas acusagdes. Fui Presidente da CUT, Presidente do PT e coordenador da Assim, diante da gravidade das acusagdes, decidi solicitar campanha do Lula no Estado. Fui tudo isso e sei de toda a essa instancia, meu afastamento do Partido dos Trabalha- a histdria do partido, e tambem dos problemas que estao dores ate que o Poder Judiciirio se manifeste. Se condenadn 228 Quarta-feira 8 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAl. (Rcvisai) Constitucional Federal) Dezembro de 1993 nao mais retorno. Se absolvido, o que acredito, submeter- do PT amazonense e a comissao de etica da diregao nacional". me-ei, entao. ao julgamento politico do Partido. Ricardo apresentou copia de um offcio datado de 16 de abril E com pesar que tomei esta decisao. Afinal o Partido ultimo, encaminhado a ele pelo Diretorio Municipal, no qual faz parte de minha vida; sou tambem seu fundador, co-par- e informado de que o Conselho Deliberativo do partido se tfcipe de sua constru^ao e consolidagao. Afastar-me nesta reunira no dia 18 dp mesmo mes para deliberar sobre o parecer circunstancia e por demais dolorido. Porem sou obrigado a da Comissao de Etica. O documento informava ainda que toma-la. "nas prdximas 24 horas estaremos definindo sobre a vossa O foro adequado para tratar das questoes dos filiados presenga no ato de abertura da reuniao do conselho". "Fui e o do Partido. Nao e o que ocorre com o meucaso, entretanto: informado, por telefone, 12 horas antes da reuniao comegar; a campanha insidiosa contra minha pessoa esta sendo feita de que poderia estar presente. Nao fui, diante da exigiiidade pela imprensa. Grandes interesses economicos a estao ban- do tempo para preparar e fazer minha defesa. Mas, encami- cando. nhei um recurso solicitando que a defesa fosse feita no encon- Aguardo a compreensao de todos e reitero meus sinceros tro municipal que se realizaria nos dias 23, 24 e 25 de abril. votos de aprego e consideragao, certo de que o VIII Encontro Me negaram esse direito". Nacional do Partido dos Trabalhadores contribuira para seu De posse de uma pequena montanha de documentos (car- fortalecimento. tas, offcios, relatdrios, copias de recibos e declaragoes) arrola- Saudagoes petistas. dos para a sua defesa, o Deputado reafirma que ha ma intengao Brasilia, 10 de junho de 1993. — Ricardo Moraes de e interesses polfticos restritos no processo contra ele. "A bur- Sousa, Deputado Federal. guesia de direita jci perdoou muitos pecados da esquerda, anistiou guerrilheiros e seqiiestradores. Quero saber se o meu julgamento sera feito a ferro e fogo", indicou Moraes. Ao A Critica 29-9-93 ser questionado se admitia que tinha cometido erros, o Depu- MORAES QUER A DECISAO tado comentou; "posso ter cometido erros. Quern nao os co- DO DIRET6RIO NACIONAL meteu? Mas, nesse caso, estou sendo denunciado por crime. Quero provar, para a comunidade e para todos que compoem Com documentos em maos, o partido de que nao sou criminoso". Moraes pede chance de defesa Unico Deputado Federal do PT do Amazonas e persona- e aguarda manifestagao da EN gem obrigatdrio da histdria do sindicaiismo amazonense (foi O Deputado Ricardo Moraes que teve a sua expulsao presidente do Sindicato dos Metaliirgicos e h'der das maiores solicitada, no im'cio deste ano, pelo Diretorio Municipal de manifestagoes da categoria nesta cidade) Moraes foi, por vd- Manaus do Partido dos Trabalhadores, disse ontem que deseja rios anos, motivo de orgulho para o Partido dos Trabalha- resolver o "mais rapido possivel esse impasse" e espera que dores. Sua trajetdria impressionou liderangas nacionais do a diregao nacional do PT agilize a sua posigao sobre o caso. partido, como o presidenciavel Lufs Inacio Lula da Silva, "Temos muitas tarefas a cumprir e eu quero sossego para ironicamente, e figura que sintetiza a enorme divisao do PT trabalhar. Nao sou de ficar em gueto. Sou das ruas", anunciou. e tern a sua imagem manchada por demincias de corrupgao. Moraes teve a sua reintegragao ao PT aprovada, numa O deputado quer limpa-la. Em 10 de junho de 1993, o Depu- decisao polemica, durante a realizagao do Encontro Regional, tado solicitou, atraves de carta, a diregao nacional, o seu no ultimo domingo. Um grupo de 40 militantes do partido, afastamento do partido. Nesse documento, informava que presentes ao encontro, esta solicitando da diregao nacional iria aguarda a posigao do poder judicidrio — o processo estd a anulagao do encontro e, conseqiientemente, das delibera- em tramitagao —, e "se condenado nao mais retorno. Se goes nele tomadas; a reintegragao do Deputado, e o afasta- absolvido, o que acredito, submeter-me-ei, entao ao julga- mento do Vereador Aloysio Nogueira, e dos ex-vereadores mento politico do partido". Em outro trecho. Moraes ressal- Joao Pedro, Francisco Praciano, do advogado Jose Barroncas tou que "o foro adequado para tratar das questoes dos filiados e do professor Moacir Lima (os quatro ultimos membros da e o Partido. Entretanto, nao e o que ocorre com o meu caso: Comissao de Etica que deu parecer favoravel a expulsao do a campanha insidiosa contra minha pessoa esta sendo feita Deputado). A Executiva Regional do PT, eleita nesse encon- pela imprensa. Grandes interesses economicos a estao bancan- tro, promete defender com vigor as deliberagdes tomadas. do". Para o Deputado, o PTcontinua sendo "o melhor partido "Sera um processo normal. Ate sexta-feira, vamosencaminhar que existe". Porem, o perfil atual da sigla o desagrada. "E a nacional a ata do encontro e relatar o acontecido", disse o PT do broche no peito, das histdrias em quadrinhos, do o advogado Jose Carlos Valim, membro da diregao recem- muito discurso e pouca agao. Considero que esse grupo (o eleita. a Diregao nacional do PT e o fiel da balanga nesse que o acompanha) e o PT em movimento. E um vulcao ora caso que ja se arrasta por mais de tres meses. Sua postura adormecido em conseqiiencia desse impasse. O PT que eu conseguiu pelo menos um resultado, desagradar acusado e concebo e o que lidera ocupagao de terras, improdutivas, acusador que, nesse momento, alimentam um desejo comum. pelos trabalhadores sem terra; que faz campanha contra a Ter a posigao objetiva e definitiva sobre o processo. Enquanto fome nao com sacolinhas de rancho, mas ocupando o patio isso nao ocorre, o PT amazonense digladia-se no fundo do do Palacio Rio Negro e da Prefeitura, exigindo do Executive pogo. alternativas de trabalho para os desempregados. Veja a cam- Ontem, o Deputado Ricardo Moraes disse que quer ter panha contra a Revisao Constitucional. Esta quase morta em assegurado o seu direito de defesa na esfera local do partido. Manaus. O PT tinha que estar liderando a mobilizagao popu- Ele argumentou que, ao participar por uma hora e meia do lar", exemplifica. encontro regional, no domingo, como convidado teve, pela O Deputado disse que vai aguardar ate margo pela posi- primeira vez, um espago para se defender. "Tenho provas gao da diregao nacional do partido e, espera que ate essa de que sou inocente e respostas a todas as duvidas e acusagdes data a Justiga tambem se pronuncie. Informou que, indepen- que fizeram sobre minha pessoa. Quero mostra-las aos filiados dente do encaminhamento que for dado ao caso sera cabo Uczcmhro dc 1W3 DIARIO DO CONGRESSO NAC IONAL (Rcv.sao ConstUuaonal Federal) Quarta-lc.ra 8 229

eleitoral de Lula, com ou sem mandate e, na hora de fazer mada ontem porque o grupo que o apdia pediu para aguardar campanha, tera a ajuda de todo o grupo que o apdia. Ele ate essa data. nao quis falar de mimeros, Lemhrou que no encontro muni- A Critica 23-10-93 cipal, realizado em agosto, foram credenciados 200 e obser- vou; "e muita gente". Ricardo viajou ontem a tarde para SINDICALISTAS DE1XAM Brasilia. O PT DO AMAZONAS A nova executiva do regional e formada por: Francisco Felix — Presidente; Joaquim Lucena — Vice; Aniceto Barroso Duzentos e quatorze filiados do Partido dos Trabalha- — Secretario-Geral; Antonio Jose ("Antunes") — Secretario dores em Manaus anunciaram ontem, as 13h45min, atraves de Organiza^ao; Cleide Mota — Tesoureira; Emilia Santana dos cinco nucleos que os representam, sua desfiliagao do PT. Valente — Secretiria de Comunicagao. Gabe a dire?ao nacio- E a maior debandada de militantes desde a cria^ao do partido, nal o prdximo passo. ha 13 anos. O amincio da desfiliarao e a primeira manifestarao de protesto contra a decisao do Diretorio Nacional do PT que julgaria neste sabado o pedido de expulsao do deputado A Critica, 21-10-93 federal Ricardo Moraes (AM). Na ultima quarta-feira, Moraes antecipou-se ao julgamento e enviou a diregao nacional um MORAES SE DESFILIA DO PT oficio comunicando o seu desligamento do partido do qual E LEVA SINDICALISTAS estava afastado, por iniciativa prdpria, ha mais de quatro me- Ricardo Moraes sai do PT ses. Moraes nao compareceu ao ato. mas diz que vai fazer campanha O grupo de apoio ao deputado garante que o total de para Lula na eleligao de 94 desfiliados, contabilizados ontem, e de 320. O documento O Deputado Federal Ricardo Moraes, 35, esta, desde entregue a imprensa, com o ti'tulo de "A Luta Continua" ontem, fora do Partido dos Trabalhadores. Ele ainda nao indica 214, de acordo com os mimeros fornecidos pelos prd- sabe para qual partido vai, mas pediu a sua desfilia^ao do prios integrantes do movimento. Do micleo do PT no Sindicato PT. Em oficio de 62 linhas (n" 37/93) encaminhado a dire^ao dos Trabalhadores nas Indiistrias Metaliirgicas sao 100, dos nacional do PT, Moraes comunica a sua decisao, antecipan- quais 44 diretores; do micleo do Sindicato dos Trabalhadores do-se a sentenga de expulsao que, segundo ele prdprio, deve na Construrao Civil — 22; do micleo do Sindicato dos Traba- ser confirmada no sabado, durante reuniao do Diretorio Na- lhadores nas Indiistrias de Vidros e Cristais 3; do micleo do cional. Sindicato dos Funcionarios do Sindicato dos Metalurgicos 20 Amanha, varios sindicalistas e dirigentes de entidades (100%); do micleo "Jose Bonifacio" (funciona na Estrada populares ligados ao PT tambem devem pedir a desfiliagao da Cidade Nova) 69. A tesoureira do Diretorio Regional do do partido, seguindo o Deputado Ricardo Moraes. A infor- partido, Cleide Mota, informou que filiados de mais seis muni- ma^ao foi do Presidente do Diretdrio Regional, Paulo Bezer- cipios (Novo Aripuana. Boca do Acre, Itacoatiara, Nhamun- ra. "N6s vamos apoiar o Ricardo novamente para deputado da, Rio Preto da Eva e Apui) estarao se desfiliando nos proxi- federal, seja por qual partido for e vamos mostrar que o mos dias. Ela ainda nao tern mimeros. O PT tern 4.800 filiados PT local e mats forte que o PT nacional". em todo o Amazonas (dados da diregao regional). Devem desligar-se do PT, segundo o secretario do Dire- No documento, assinado pelos cinco micleos, os ex-pe- tdrio Regional, Aniceto Barroso, parte da diretoria dos sindi- tistas denunciam que o PT amazonense tern duas grandes catos dos metalurgicos, dos trabalhadores das indiistrias de dividas com a democracia; nao conseguiu ser um partido plural vidro e cristais e quase 100% da diretoria do sindicato dos e nem rompeu com suas oligarquias internas. Lembram que trabalhadores da construgao civil. Aniceto disse que "nao "a saida do brago sindical do PT, neste Estado, representa interessa para o PT Nacional que o partido tenha cara de o fim de uma tentativa de torna-lo plural e de massas, reduzin- operario, de peao". do-o a sua expressao minima que compreende uma fragil e Ricardo Moraes disse ontem pclo telefone que a sua desfi- tenue inser?ao em movimentos de bairros". Em torn insti- lia^ao do PT nao vai interferir na campanha de Luis Inacio gante, dizem que os quadros do partido, isoladamente, nao Lula da Silva a Presidencia da Repiiblica. "Onde eu estiver, o constroem e nem Ihe dao configura^ao de massas que e com mandate ou nao, trabalharei para a campanha de Lula", a sua marca. disse. Os trabalhadores que se desfiliarao do PT tambem de- Para o grupo, a dire?ao nacional do partido decidiu seguir, vem seguir o mesmo caminho. no Estado, os imobilistas. Ressalta que "a farsa do julgamento No documento, o depuado amazonense diz: "Nao estarei de Ricardo Moraes pelo Diretorio Municipal de Manaus com presente ao meu julgamento para legitimar essa farsa. O PT a ratifica^ao subseqiiente da Dire^ao Nacional, demonstra nacional preferiu marchar com os pseudo-intelectuais e os que no PT ainda estao presentes as praticas dos expurgos, imobilistas no Amazonas. Essa pratica do expurgo mostra legitimados por tribunais de execegao de tao triste memdria que ainda nao somos urn partido pluralista que e que o ran^o na histdria dos povos". do stalinismo ainda esta presente em muitos companheiros. Frente aos fatos, e com pesar que comunico a essa dire?ao que, a partir desta data, nao sou mais filiado do Partido dos O SR. PRESIDENTE (Adylson Motta) — Concede a Trabalhadores. Na Justiga comum, onde ingressei com agao palavra ao Congressista Cldvis Assis. desde junho passado, com certeza, terei o direito de ser ouvi- do, direito esse que o partido me negou. E os caluniadores O SR. CL6VIS ASSIS (PSDB — BA. Sem revisao do terao de responder pclos seus atos". orador.) — Sr. Presidente, Sr" e Srs. Deputados, toda a Naijao A decisao de sair do PT estava tomada desde o im'cio estara ouvindo, hoje, o pronunciamento de S. Ex" o Sr. Minis- da semana. Hi dois dias, o Deputado Ricardo Moraes chegou tro da Fazenda sobre o Piano Verdade e a estrutura que a comentar que estaria oficializando a sua saida. S6 foi confir- doravante serd mantida com a nova unidade referencial. 231> OMrta-iciri K PIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Rcvisao Constitucional Federal) Dezembro de 1993

Muho sc tcm talado em dolarizagao e em novos impostos. as condi^des necessarias de sobrevivencia por toda a vida? Sabemos que a preocupagao maior do Ministro e baixar a Diz o proverbio chines;" ^ melhor dar o anzol para pescar infta^ao, que chega a 36% ao mes, num Pai's que precisa do que dar o peixe". crescer aproximadamente 7% ao ano e cujo PIB as aumentaza Queremos deixar registrado nos Anais do Cdngresso Na- 5%. Um Pai's como o nosso, que cresce, gera empregos e cional que a pobreza ocorre devido a tres fatores. Primeiro, produz, nao pode continuar com uma infla?ao mensal de 36%. o Governo tira recursos do trabalhador e do empresario brasi- E necessario que se consiga imediatamente o equilibrio das leiros, atraves da cobran^a de impostos. Segundo, nao se con- contas do Governo, para podermos chegar a uma inflagao tentando com isso, utiliza a maquina rotativa de imprimir insignificante. Vamos passar por um periodo de sofrimento, dinheiro, fazendo com que a infla^ao mensal chegue a 40%. mas e necessario ter em mente que a inflagao tern de baixar; Ora, se a cada mes o trabalhador ganha menos 40%, nao Apesar do nosso PIB elevado, temos dificuldades nas areas Ihe 6 possfvel ter saiide, educa^ao e vestuario com tal defasa- da previdencia social, da saude e da educagao. gem salarial. E o que faz o Governo? Usa esses 40% para Por tudo isso, precisamos ter coragem para fazer a refor- pagar a parafernalia da maquina piiblica, ja emperrada, e ma fiscal, a fim de concentrar recursos e financiar o setor os prejui'zos das estatais brasileiras. Ora — meu Deus do saude a contento de todo cidadao. A saude nao pode ser, ceu! —, se o socidlogo e Ministro Fernando Henrique Cardoso a meu ver, municipalizada; tern de ser universal, atraves do sabe perfeitamente que as estatais brasileiras dao prejufzo, Sistema Unicode Saiide, mas tambem regionalizada, por meio por que nao promove sua privatizagao, em vez de proper do Distrito Sanit^rio. Na area da educagao deveriamos ter, um aumento de 5% em todos os impostos? Isso representarii da mesma forma que na saiide, um distrito, porque assim 5 ou 6% a mais na inflagao. Se o Governo Itamar Franco a educagao seria distrital e. dessa forma teriamos recursos tivesse privatizado cinqiienta empresas estatais, das setecentas para manter as escolas de primeiro e segundo graus. que ainda existem, nao estariamos mais pagando pelos seus Todos os brasileiros devem ter em mente que sera neces- prejui'zos, e elas, alem de darem lucro, estariam gerando muito sario um sacrificio enorme para acabar com a infla^ao, para mais emprego. melhorar a estrutura educacional, a de saiide, o poder da Os respons^veis pela pobreza no Brasil sao os juros bancii- maquina do Estado, a fim de, sem diivida nenhuma, deixarmos rios. Para nao falir o sistema bancario estatal, que funciona para os nossos filhos a oportunidade que nao tivemos ate cerca de 70% com dinheiro piiblico, o Governo continua pa- agora. gando juros altos para sustentar a Caixa Economica Federal, E por isso, Sr. Presidente, Sr" e Srs. Congressistas, que o Banco do Brasil e assim por diante. estamos aguardando apreensivos para saber o que o Exm0 Como empresario bem sucedido e como politico com Sr. Ministro da Fazenda dira sobre como sera o Pai's de nossos alguma informagao, nao posso admitir que o Ministro da Fa- filhos e de nossos netos. zenda e o Presidente da Repiiblica nao con'heqam as duas colunas: a da receita e a da despesa. Se temos uma receita O SR. PRESIDENTE (Adylson Motta) — Concede a de 100, so podemos gastar 99,9, e nao 101. Qualquer dona-de- palavra ao Congressista Jarvis Gaidzinsky. casa sabe que, se gastar mais do que o marido ganha, passara O SR. JARVIS GAIDZINSKY (PPR — SC. Sem revisao fome no prdximo mes. do orador.) — Sr. Presidente, Sr4' e Srs. Congressistas, antes Agora vem o Governo querendo aumentar sua receita do desmoronamento do Muro de Berlim, antes ainda da queda atraves da cria^ao de mais impostos. Isso me faz lembrar do Partido Comunista, antes mesmo de Gorbachev pensar a Revolugao Francesa e todas as revolugoes e guerras ocorridas em escrever a Perestrdica, eu ja era um liberal. Depois, visi- ate hoje. £ que o Governo, avido e estiipido, quer sempre tando a Europa, os Estados Unidos, os Tigres Asidticos, o que o povo, ja espoliado — o trabalhador e o empresdrio Japao, a Australia e a Africa do Sul, vi que aquele liberalismo —, Ihe de mais recursos para sustentar a sua incompetencia. era tao bom que hoje sou um liberal por excelencia. Sabemos perfeitamente que quern governa e comanda precisa Quanto maior o Governo, maior a corrup^ao. Dentro ter competencia. Competente e aquele que compete; incompe- da nossa concep^ao liberal, temos que fazer com que o Go- tente e aquele que nao o faz. Sabemos perfeitamente que verno fique pequeno e forte, para que o povo se tome cada so ganha ou perde eleiijao quern mete a cara na uma; s6 vez mais rico. Sabemos que a riqueza brasileira esta no solo ganha dinheiro aquele que sabe transforma-lo em mais di- e no subsolo. No solo, com a produgao de cereais, frutas, nheiro. hortaligas e carne; no subsolo, com a extragao de todos os Sr. Presidente, para encerrar, quero aqui declarar que minerals necessarios para adubar o solo, aumentar a sua pro- o nobre Deputado Luis Roberto Ponte e autor de uma pro- dutividade e dar alimenta^ao nao so aos brasileiros, mas a posta de reforma tributaria a meu ver fantastica, e sem nenhum toda a humanidade. imposto declaratdrio. Peijo a todos os Srs. Deputados que Somos um pai's continental, e o Nordeste e algumas areas a leiam. para que possamos, de uma vez por todas. nos sentir do Centro-Oeste possuem sol 365 dias por ano. O Ministro patriotas. Patriota, na minha concep^ao, e aquele que faz Dejandir Dalpasquale e o Presidente da Repiiblica devem alguma coisa pela Na^ao e nao espera que ela faga algo por fazer um discurso voltado para o povo brasileiro, para o traba- ele. Ihador, para o homem do campo, no sentido de que trabalhem, O Sr. Valdemar Costa Neto — Sr. Presidente, pego a lutem e plantem. "Plante que o Governo garante" — essa palavra pela Lideranga do PL. 6 a grande solu^ao, todos o sabemos. Tenho conhecimento disso desde que me entendo por gente. O resto e transfor- O SR. PRESIDENTE (Adylson Motta) — Tern V. Ex" magao do solo e do subsolo. a palavra. Agora, vemos o Betinho em busca de recursos para ali- O SR. VALDEMAR COSTA NETO (PL — SP. Pronuncia mentar 30 milhdes de brasileiros que passam fome. De que o seguinte discurso.) — Sr. Presidente. Srs. Parlamentares. adianta dar de comer a essa gente se nao Ihe oferecemqs o Sr. PC Farias, foragido da Justi;a. i finalmmte recambiado Dezembro de 1993 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Revisao Constitucional Federal) Quarta-feira H 231 — ) ao Pals para ser julgado por seus crimes. Compungido a falar que 14 estiveram, nao houve, na verdade, genoa'dio, c sim i imprensa, serviu-se novamente da hipocrisia que marcou conflitos entre garimpeiros e indios. os seus depoimentos na CPI do PC para tentar confundir Eis o meu voto em separado: os fatos, embaralhar o quadro politico cadtico em que esta- "Da acurada analise a que procedi, do Relatdrio mos vivendo e enlamear pessoas de bem. Final desta Comissao, posso com certeza afirmar que O Sr. Paulo Cdsar Farias, Sr. Presidente, indiciado num os trabalhos realizados justificaram, sobejamente, a sem-mimero de crimes — falsidade ideoldgica, corrup^ao ati- sua instalagao. va, trifico de influencia, formagao de quadrilha e outros — Cabe destaque, em especial, as conclusoes concer- tudo isso durante o Governo, eleito, do entao Presidente nentes a apreciagao das duras condigoes de existenda Collor, vem tentar desviar a aten^ao do Pais, atribuindo as dos garimpeiros de Roraima, impostas pelo contexto sobras de campanha a fortuna que acumulou criminosamente, sdcio-economico em que vivem e que estao a exigir amealhando recursos piiblicos que deveriam estar a service vontade politica para apressar-se a tramitagao dos;pro- do povo brasileiro para combater a misdria em que foi colocada jetos que disciplinam a exploragao mineraria em terras a Nagao. indigenas. Igualmente relevante e a orientagao no sen- Numa vil estrategia retdrica, associa-se, agora, ao ex-Pre- tido do desenvolvimento de projetos de reassentamen- sidente Collor, para tentar enxovalhar a imagem do Presidente to dos garimpeiros retirados da area ianomami, ofere- Itamar Franco, cuja honradez e dignidade estao acima de cendo-lhes condigoes dignas de trabalho, inclusive em qualquer suspeigao. atividades distintas do garimpo, a fim de que se inter- O Presidente Itamar Franco, Srs. Deputados, Srs. Sena- rompa o ciclo vicioso da "simples retirada — ausencia dores, 6 um homem simples, despojado, um homem de bem. de alternativas vidveis de existencia — nova invasao Se um dia foi ludibriado e associou-se, como candidate a — mais uma retirada. Sem uma politica infegrada para Vicc-Presidente, a chapa do ex-Presidente Collor, essa e outra a regiao, a execugao de "operagdes selva livre" cum- histdria. Nao apenas S. Ex* foi enganado, mas tambem todo prem apenas um papel retdrico, pouco eficaz. Por fim, opovo brasileiro. Collor e Paulo Cdsar Farias nao estao sendo mas nao menos importante, e de muita valia. inclusive julgados pela eventual utilizagao, em proveito prdprio, das por seus reflexos sobre a manutengao da soberania tobrasda campanha eleitoral. Deveriam ser julgados tambem brasileira na regiao amazdnica, o reconhecimento da por isso, porque as sobras de campanha deveriam retornar necessidade de aprofundar-se o nivel de conhecimento SO partido politico e nao ser utilizadas para o fausto do candi- sobre as agdes desenvolvidas por organizagdes religio- dtto e de seu tesoureiro. Mas nao e assim; Collor e PC estao sas e nao-religiosas de procedencia estrangeira ou diri- sendo julgados porque, durante a gestao do ex-Presidente gidas por estrangeiros. Collor. o Brasil perdeu a sua honra, empresas superfaturaram Poder-se-iam considerar irretocdveis as conclusoes Of seus pregos, a'utoridades foram achacadas e subornadas, a que chegou a Comissao nao fora a parte in fine do funciondrios piiblicos foram acumpliciados, politicos foram seu primeiro paragrafo, em que o ilustre Relator, De- envolvidos, e alguns comprados, com a moeda vil da corrupgao putado Nan Souza, afirma que os "fatos ocorridos em institucionalizada. 15de junhoe 23 de julho do ano em curso,.. apresentam Por isso. Sr. Presidente, o Partido Liberal, atraves desta veementes indicios autorizadores da demincia por co- Lideranga, vem de publico hipotecar a sua inteira solidarie- metimento do crime de genocidio praticado pelos ga- dade ao Presidente Itamar Franco. Que S. Ex' nao se intimide, rimpeiros". que nao se rebaixe a condigao amoral de seus acusadores. Tal assertiva fundamenta-se apenas na linha de O Presidente Itamar nunca esteve sub judice em qualquer raciocinio desenvolvida as paginas 154 a 157, em que mat^ria penal quando ocupou, com dignidade e honestidade. o digno Relator declara nao caber a Comissao substituir a Vice-Presidencia da Repiiblica. Nada existiu, existe e existira a Policia Federal (PF) ou o Ministerio Publico da Uniao contra S. Ex' que foi empossado na mais absoluta legalidade (MPU) na apuragao do ilicito penal e na apresentagao como Chefe da Nagao brasileira. da demincia, respectivamente, mas "tampouco Ihe e permitida a veleidade de ficar aquem daquilo que essas O SR. PRESIDENTE (Adylson Motta) — Concede a instituigoes produziram". Afirma, tambem, que o rela- palavra ao nobre Congressista Ruben Bento. tdrio policial concluiu pelo cometimento do crime de genocidio, salientando que so nao foram mortos todos O SR. RUBEN BENTO (Bloco Parlamentar — RR. Sem os indigenas daquela aldeia por estar a maioria deles revisao do orador.) — Sr, Presidente, Sr' e Srs. Deputados, fora dos limites vizinhos dela. Encerra esclarecendo a Comissao Extema criada pela Camara dos Deputados para que a demincia do Ministerio Publico da Uniao enfrenta realizar levantamento sobre a noticia do massacre dos indios todas as eventuais incertezas juridicas que cercam o ianomamis esta concluindo o seu relatdrio e entregando a fato, permitindo a identificagao das elementares do Casa aquilo que pode constatar nas viagens que fizemos ao crime de genocidio, nos termos da Lei n" 2.889/56. Estado de Roraima e tambem a grande reserva ianimami. A essa condugao de pensamento nos opomos com Sr. Presidente, quero tecer algumas consideragoes a res- fundamentals razdes. peito do voto que estou apresentando em separado, contes- Inicialmente, e precise frisar que a Comissao nao tando parcialmente aquele relatdrio, pois, apesar da especifici esta, de forma alguma. subordinada as conclusoes da com que foi feito pelo ilustre Deputado Nan Souza, nao con- Policia Federal ou do Ministerio Publico. Portanto, cordei com algumas conclusoes do nobre Relator, especial- julgar que deve ser considerado fundamental o trabalho mente quanto i definigao do ocorrido como massacre ou geno- da PF ou do MPU, e dele nao rider discordar, 6 tomar cfdio. O Sr. Relator foi muito enfatico ao dizer que houve esta Comissao em mero instrumento homologador das genocidio. No meu entendimento e no de outros membros conclusoes alheias, desp.. z_ndo sua independ^ncia e 232 Quarta-feira 8 DlARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Rcvisao Constitucional Federal) , Dezembro de 1993

autonomia, muito bem sintetizadas em sua propria de- Por sua vez o Del. Raimundo Cutrim, que substi- nominagao — "Comissao Externa destinada a realizar tuiu o Del. Sydney Lemos, relata em seu depoimento in loco levantamento sobre a noti'cia de massacre de que "em meados deste ano, as relagdes entre garim- indios ianomami". peiros e indios ja havia chegado a um impasse, e que, Atentem; realizar levantamento in loco! a partir de julho, os desentendimentos se precipitaram, Em conseqiiencia, se nosso limiar inicial sao as culminando nos dois episddios que acarretaram a morte conclusdes da PF e a denuncia do MPU, entao todos de dezesseis indios e um garimpeiro" (fl. 88). Em segui- os depoimentos tornados, as visitas a Roraima e as da, descreve confrontos entre fndios e garimpeiros em pesquisas desenvolvidas constituiram-se em meros des- que, alternadamente, a iniciativa das aqoes agressivas perdi'cios de verbas piiblicas. E essa, com certeza, nao cabiam a um e ao outro grupo (fls. 88 a 90). Ou seja, e a melhor qualificaijao para os trabalhos por todos o delegado descreveu escaramucjas entre dois grupos nds deSenvolvidos, sob a segura coordenagao do Exm" com interesses antagonicos, mas em momento algum Deputado Marco Penaforte. apresentou elementos que indicassem, de forma incon- Assim, entendo que a conclusao sobre a tipifica- teste, o intuito persistente e continuado dos garim- qio, ou nao, dos fatos ocorridos, como crime de geno- peiros de desenvolver a^oes para exterminar todos os ci'dio deve dar-se com base nas averigua?6es realizadas indios ianomami da aldeia Haximu. e nos depoimentos tornados por esta Comissao. E. com Diante dessas constatagoes, nao pode a Comis- base nesses dados, e inquestionavel que a conclusao sao. em nosso entendimento, manifestar-se favoravel- a que chegaremos nao podera ser jamais a de reconhe- mente a tipifica^ao do conflito como crime de geno- cer a ocorrencia de crime de genocidio. Como passo cidio, tendo por base, tao-somente, o inquerito da Poli- a demonstrar a seguir. cia Federal e a denuncia do MPU. Aprovar o Relatdrio Primeiro, devemos conceituar o crime de geno- com tal conclusao e assumir uma postura incoerente, cidio. uma vez que nao ha, nos dados obtidos em nossas Temos, no "Vocabulario Jun'dico" de De Placido investiga^oes, elementos que a subsidiem. Mas, se qui- e Silva que; sermos nos colocar na condiqao de quase juizes, deve- mos lembrar um principio constitucional, basilar no "Genocidio. Do latim genus (...), designa o assas- direito penal, o principio do contraditdrio, que nao sinio, a matanga, ou morticinio em massa, na intengao foi observado pela Comissao, ao nao ouvir os garim- de exterminar ou destruir certo grupo de pessoas, no peiros acusados. Tambem nao pode ser olvidada uma todo ou em parte, bem assim a ado^ao ou pratica de maxima, nao menos importante — in dubio pro reo! medidas tendentes a provocar o seu desaparecimento Por fim, para encerrar a defesa de nosso posiciona- ou a criar condiijdes propicias ao depauperamento das mento, cumpre lembrar que o Exm° Sr. Mauricio Cor- pessoas que o compoem, levando-as a inani^ao e ani- reia, Ministro da

Em face do exposto, voto pela aprovaqao do Rela- 1 de atividade e a Telebras. ou a Embratel, como subsidiaria no com a adogao de uma emenda supressiva que do sistema. Como nao foi cumprido esse papel, e claro que relire da conclusao a parte que se inicia no ultimo cabe, agora, ao Governo do Estado comegar a examinar e pardgrafo da fl. 153 (a primeira delas, evidentemen- tornar efetivos os moldes americanos, nos quais a iniciativa te,...) e estende-se ate o segundo pardgrafo da fl. 157 privada constrdi, junto com o setor piiblico, as chamadas estra- (no ambito deste Relatdrio, conclui-se,...)." das eletronicas. E ha algo ainda mais serio por tras de tudo isso: quern for dono das estradas eletronicas sera dono da Sr. Presidente, sao essas as considera^oes que me cabem telefonia. da transmissao de dados, da multimi'dia e assim fazer, estando a Comissao reunida neste instante para votar por diante. Logo, o que vai percorrer essa estrada e algo o relatdno final da viagem feita para investigar a notfcia do fantastico. Na verdade, a grande estrada do futuro e a estrada massacre dos indios ianomamis. eletronica, que, se bem administrada. bem planejada, possibi- litara o exercicio transparente e eficiente do Estado, aqui Durante o discurso do Sr. Ruben Benlo. o Sr. Adyl- entendido como Poder Piiblico — Federal, Estadual e Muni- son Malta, I" Vice-Presidente, deixa a cadeira da presi- cipal. E podera ser um instrumento efetivo para o exercicio denaa, que e ocupada pelo Sr. H umber to Lucena. Presi- do Poder Piiblico, para aproxima-lo do cidadao e fazer com dente. que mude de mao. Nao sera mais o cidadao quern procurara O SR. PRESIDENTE (Humberto Lucena) — Concedo o Estado; sera o Estado que procurara o cidadao, atraves a palavra a Deputada Irma Passoni. dos servigos, como, por exemplo, os da Previdencia Social. Ja deveriamos ter hoje implantada nessa area a chamada A SRA. IRMA PASSONI (PT —SP. Sem revisao da ora- rede de dados; assim. um cidadao nao precisaria levantar dora.) — Sr. Presidente, Sr*5 e Srs. Congressistas. hoje e neces- as primeiras duas horas da manha para enfrentar quatro ou silrio que se registre, nesta Casa, nosso indignado protesto. cinco horas de fila a fim de marcar uma consulta; poderia diante da indecisao do Supremo Tribunal Federal no que se faze-Io automaticamente, por telefone, piiblico ou residencial, refere ao caso Collor de Mello, O Supremo Tribunal Federal, e seria evitado o absurdo a que se expde, na sua desestru- hoje, talvez devesse ser chamado de "SubmissoTribunal Fede- turagao administrativa, a Previdencia, perante o piiblico, no ral", lamentavelmente. Que se decidisse por um lado ou pelo que se refere ao atendimento ao cidadao. outro. Chamar uma instancia inferior para deliberar e uma Quanto ao restante, de fato o Minisjro tern feito esforgos humilha^ao para a Justi^a! no sentido de ajustar a Previdencia, e tern obtido sucesso. Outro registro que queremos fazer hoje e sobre materia Reconhego o merito de S. Ex", mas e importante que seja paga pelo Governo de Sao Paulo e publicada na pagina B-6 imediatamente implantada a rede de informagao da Telebras de O Estado de S. Paulo, que passo a ler: junto a Previdencia. Outra vantagem do uso da estrada eletronica esta na "Sao Paulo Inaugura a Primeira Auto-Estrada Ele- possibilidade de implementar"no Pai's inteiro um novo sistema tronica do Brasil. de educagao e capacitagao profissional para educadores e edu- O primeiro grande indutor do desenvolvimento foi a estrada de ferro. Depois veio a auto-estrada. De candos — por exemplo, medicos e professores universitarios, hoje para o futuro, o desenvolvimento vai correr, prin- atraves de convenio com os Ministerios da Saiide e da Edu- cipalmente, pelas auto-estradas eletronicas, constitui- cagao. das por fibras dpticas. Portanto, chamo a atengao de V. Ex" para o fato de que a estrada eletronica e fundamental para o futuro. Nao O Governo do Estado, atraves da Eletropaulo, se trata de elitizagao da sociedade; nas maos do Poder Piiblico assinara com a iniciativa privada um acordo inedito e nao nas maos de um Estado burocratico — a estrada no Brasil, para a implanta^ao e utiliza?ao desse moder- eletronica pode tornar-se instrumento de alavancagem do de- m'ssimo meio de transmissao de dados, a partir da rede senvolvimento de toda a sociedade brasileira, abrangendo os de distribuigao das empresas concessionarias de energia que sao hoje excluidos das redes de informagao. eletrica do Estado." Quern utiliza muito inteligentemente essa rede e o setor Sr. Presidente, algumas perguntas devem ser feitas aqui bancario. Por que nao implantar em cada bairro, em cada nesta Casa. O Poder Legislative, atraves da Comissao de Cien- cidade deste Pai's, um "banco 24 horas", o chamado escritdrio cia e Tecnologia, trabalhou durante um ano no Projeto TV eletronico, de onde qualquer cidadao — seja o pedreiro. seja a Cabo, que justamente regulamenta a chamada estrada ele- o pintor, seja quern for, possa comunicar-se com a agencia tronica no Brasil, ate agora nao aprovado — o que e lamen- de servigos e obter informagoes imediatamente, sem precisar tdvel — por razoes miiltiplas, que talvez tenham como pano deslocar-se? de fundo o que estd registrado nessa materia. Ao registrar a importancia dessa materia, lamentamos Pergunto: por que uma empresa de eletricidade constrdi que este Poder Legislative e o Ministerio das Comunicagdes a chamada estrada eletronica no Brasil? Por que a Eletropaulo nao tenham avangado na sua regulamentagao, no piano fede- insistiu em negar a licen?a para que a Embratel implante ral, e que Governos estaduais estejam atuando de forma inade- essa estrada eletronica em Sao Paulo? quada nessa area. Sabemos que para a instalagao de redes Sabemos que a Telesp e quern deveria estar fazendo essa de TV a cabo esta sendo utilizado o fio de cobre, quando estrada, efetivamente; portanto, fallou iniciativa, faltou res- ja se poderiam instalar as estradas eletronicas com fibra dtica ponsabilidade a prdpria Telesp, mas a questao e mais profun- de altissima qualidade, para o bem piiblico, com a participagao da: por que a Eletropaulo e quern implanta essa estrada eletro- do setor privado na rede, operando ate 130, 150 canais de nica, e nao a Telesp? Ora, a Telesp faz parte do pool da televisao. Poderiamos muito bem, nessa proporgao, viabilizar Telebrds, e deve seguir o previsto na Constitui?ao e na legisla- cinco canais piiblicos para servigos de educagao, de saiide. qao federal. E, ate o momento, quern deve realizar esse tipo para servigos sociais, atendendo a um outro contingente da 234 Quarta-feira 8 D1ARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Rcvisao Constitutional Federal) Dezembro de 1993

Na?ao brasileira, o dos exclui'dos do processo de desenvol- apurar a questao do Orgamento, e que tern nos atos corruptos vimento. sua expressao maior. Espero que Sao Paulo construa a estrada eletronica obe- A medida que as mais altas figuras — nao so do Parla- decendo ao criterio de atender nao so as elites, mas especial- mento, mas da malfadada Reptiblica brasileira — vao sendo mente a massa, as classes media e pobre, consagrando sua atingidas, percebemos que as atividades da Comfssao Parla- importancia como instrumento de desenvolvimento do Estado mentar Mista de Inquerito comegam a mergulhar em um certo brasileiro. sigilo; hi grande preocupagao de que nao seja quebrado o Finalmente, apelo para a Comissao de Ciencia e Tecno- sigilo bancario e fiscal nos casos de alguns chamados expoentes logia, Comunica^ao e Informdtica, no sentido de que regula- da vida nacional, como, por exemplo, o ex-Presidente e atual mente a TV a cabo, materia que ha tanto tempo se discute, Senador Jose Sarney. e ja ha parecer a esse respeito, embora alguns ajustes precisem Achamos que, assim como foi quebrado o sigilo bancario ser feitos. Ja deveriamos ter regulamentado essa questao para e fiscal relativo ao Presidente do Congresso Nacional, que evitar que os Estados tomassem iniciativas sem qualquer dire- preside a revisao constitucional, deveria tambem ser quebrado triz, sem a orientagao de lei federal, cuja elabora^ao compete, o sigilo bancario e fiscal no caso de todos aqueles cujos nomes constitucionalmente, ao Poder Legislative brasileiro, a Cama- foram iguaimente citados e envolvidos nas denuncias. ra Federal e ao Senado. O ex-Presidente e atual Senador Jose Sarney, com sua Era o que tinha a dizer. asa protetora, consegue acobertar tambem ex-dependentes. Sr. Presidente, nao e possivel, apds a leitura do relatorio da Odebrecht, que o sigilo bancario e fiscal, no caso da Dcpu- O SR. PRESIDENTE (Humberto Lucena) — Concede tada Roseana Sarney, nao tenha sido quebrado. Qual a razao a palavra ao Deputado Paulo Ramos. desse tratamento injusto e nao igualitario? Por que o sigilo bancirio e fiscal relativo a V. Ex' foi quebrado e o relativo O SR. PAULO RAMOS (PDT — RJ. Sem revisao do ao Senador Jose Sarney e a Deputada Roseana Sarney nao orador.) — Sr. Presidente, SC e Srs. Congressistas, estou hoje tornado por sentimento contraditdrio em rela^ao ao Po- foi? der Judiciario brasileiro, entre outras razoes, pelo fato de Sr. Presidente, estamos diante de enorme escandalo, e o Supremo Tribunal Federal, a mais alta Corte de Justiga somos obrigados a conviver, nas sessoes do Congresso Revisor do Pat's, nao ter assumido a responsabilidade do julgamento e da Camara dos Deputados, em situagao de igualdade, com do quesito referente a elegibilidade do ex-Presidente Collor inumeros suspeitos que nao sao investigados, e tambem com de Mello. virios Parlamentares cujo comprometimento ji esta perfeila- mente definido, faltando apenas responsabilizd-los. Nao e possivel que no Supremo Tribunal Federal a vota- E como ficamos diante do caso da Delfin, envolvendo 9ao tenha resultado em empate e aquela Corte busque trans- o Deputado Delfim Netto, que tern assento nesta Casa? Ser^ ferir para um poder menor a decisao que poderia, talvez, possivel que a Corregedoria da Camara dos Deputados va melhorar um pouco a imagem da Justiga brasileira. silenciar? Estou encaminhando representagao ao Sr. Coorde- Quero parabenizar os Ministros do Supremo Tribunal nador, Deputado Fernando Lyra, para que seja feita uma Federal que votaram pela inelegilibilidade do ex-Presidente avaliagao da quebra do decoro parlamentar por parte do De- Fernando Collor, ao mesmo tempo em que lamento os quatro putado Delfim Netto, para que se verifique se S. Ex' esta votos em sentido contrario. ou nao se escudando na imunidade parlamentar buscando Por outro lado. Sr. Presidente, a Justi9a Federal do Rio acobertar os ih'citos, os atos de corrupgao e os desmandos de Janeiro confirmou sentenga que condena o espdlio do ex- que praticou quando esteve a frente de Pastas do Poder Execu- Ministro Mario Andreazza, condena o ex-Ministro Ernani tivo. Nao foi a toa. Sr. Presidente, que o Deputado Delfim Galveas, o ex-Presidente do Banco Central, Carlos Langoni, Netto tambem comprometeu a imagem do Brasil quando foi e tambem o ex-Ministro e atual Deputado Federal Delfim Embaixador na Franga. Aquela embaixada ficou conhecida Netto. Esse escandalo talvez seja muito maior do que o do como a "embaixada dos 10%".Era o percentual da propina." Or9amento e envolve uma drea social — a habitacional — Portanto, nao e possivel que n6s, nesta Casa, estejamos que atualmente aflige intimeras famtlias brasileiras. convivendo com Parlamentares que nao sao apenas suspeitos A imprensa divulga hoje que a 2* Segao do Tribunal — pois para os suspeitos ainda h^ o direito e a concessao da duvida. Nao nos podemos mover pela simples suspeigao. Regional Federal do Rio de Janeiro, em agao popular movida Estamos, porem, convivendo com vdrios Parlamentares que pelo ex-Deputado Estadual Mariano GonQalves, do PDT do tern responsabilidades ji apuradas e que precisam, isso sim, Rio de Janeiro, ratifica decisao de primeira instancia anulando um acordo esptirio feito pelo Governo brasileiro d epoca em oferecer a devida contrapartida, submetendo-se as penas da lei. Nao podemos participar e conviver no mar de lama que que o Deputado Delfim Netto era Ministro do Planejamento, atinge uma parcela. Ou o Congresso Nacional depura os seus acordo esse que lesou o BNH em bilhdes e bilhoes de cruzeiros e levou aquela instituigao a falencia. quadros, ou, certamente, o Poder Legislative, ja tao desacre- ditado, poderi enfrentar as massas populares, batendo as suas Os outros condenados nao estao protegidos pelo manto portas para excigir a responsabilizagao dos culpados. da imunidade. Certamente o Deputado Delfim Netto, ao con- Pelo fim da corrupgao e pela moralizagao do Poder Legis- correr ao cargo eletivo, estava preocupado com os inumeros lativo, espero que o Deputado Delfim Netto venha dar as atos ilfcitos que praticara a frente de diversos Ministdrios. devidas explicagoes a este Parlamento, porque amanha repre- E como ficamos nos, aqui no Congresso Nacional, no Con- sentarei contra S. Ex' junto a Corregedoria da Camara. gresso Revisor, na Camara dos Deputados? Ficamos envol- vidos, cada vez mais, nesse chamado mar de lama que resultou O Sr. Jos< Lourengo — Sr. Presidente, pego a palavra . na Comissao Parlamentar Mista de Inqudrito instalada para como Li'der do PPR. Dczcmhro dc 1993 D1ARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Revisao Constitucional Federal) Ouarta-feira 8 235

O SR. FRESIDENTE (Humberto Lucena) —Tem a pala- fim Netto, que se escuda na imunidade para ficar isento da vra V. Ex* responsabilizagao, que certamente vira. O Deputado Jose Lourengo resolveu fazer a defesa do O SR. JOSE LOURENCO (PPR — BA Sem revisao Deputado Delfim Netto, o que ate me surpreendeu. porque do orador.) — Sr. Presidente, esta Casa ja se habituou ao S. Ex' tambem esta envolvido num caso suspeito e ainda nao linguajar do nobre Parlamentar que me antecedeu na tribuna, deu as devidas explicagdes. Gostaria de dizer a V. Ex* que cujo nome nao me lembro. Trata-se de um linguajar baixo, tenho cobrado do Deputado Jose Lourengo a comprovagao chulo, que nao cstd a altura do Parlamento e do qual inclusive do cheque que foi depositado na conta de sua secretaria, V. Ex" ja foi vitima. S. Ex' ataca a tudo e a todos. E nao sendo a mesma quantia transferida para a conta do seu Asses- tendo mais a quern atacar, ataca agora um dos tres grandes sor e depois para a conta de S. Ex*, tudo no mesmo dia homens piiblicos deste Pai's: o ex-Ministro e nosso colega Del- e na mesma agencia bancaria, a agencia do Banco do Brasil fim Netto, o ex-Ministro Ernane Galveas e o ex-Ministro Ma- da Camara dos Deputados. rio Andreazza. Portanto, enquanto nao vier tal explicagao, acredito que Quanto ao ex-Ministro Andreazza, Sr. Presidente, Srs. falta ao Deputado Jose Lourengo autoridade moral para de- Congressistas, quando de seu falccimento, um grupo de Parla- fender quern quer que seja, se bem que quern nao tem autori- mentares pagou o aviao que transportou o seu corpo de Sao dade moral pode defender o Deputado Delfim Netto. Paulo para o Rio de Janeiro, tendo em vista que a sua famflia nao tinha rccursos para efetuar tal despesa. Vejam V. Ex" O SR. JOSE LOURENgO — Sr. Presidente. pego a pala- como se atingem as pessoas. Nunca ouvi falar, nos longos vra pela ordem. anos que passei na Camara dos Deputados. que a Embaixada O SR. PRESIDENTE (Humberto Lucena) — Vou conce- do Brasil em Paris era conhecida como "Embaixada dos 10%. der a palavra a V. Ex", mas antes lerei o art. 14, inciso VI, Nunca ouvi tal coisa na minha vida, porque isto nao existiu. do Regimento do Senado, subsidiario do Regimento Comum, E mentira! E caliinia! Isto parte de um Parlamentar que nao no qual estou me baseando; tern a minima responsabilidade com a verdade. Nao podemos permitir que isto transite por esta Casa sem que seja frontal- "Art. 1?? Senador podera fazer uso da palavra; mente contestado por alguem que tenha responsabilidade e credibilidade junto a opiniao piiblica. IV — para explicagao pessoal, em qualquer fase Fago um apelo ao Parlamentar que me antecedeu para da sessao, por cinco minutos, se nominalmente citado que S. Ex" se contenha. Este Pais nao pode. a todo momento, na ocasiao, para esclarecimento de ato ou fato que ser agredido com informa?6es e dcnuncias que nao corres- Ihe tenha sido atribufdo em discurso ou aparte, nao pondem a rcalidade. Os ex-Ministros Delfim Netto, Ernane sendo a palavra dada, com essa finalidade, a mais de Galveas c o saudoso Ministro Mario Andreazza nao precisam dois oradores na mesma sessao." da nossa defesa. A vida piiblica deles e limpida, transparente e cristalina. Talvez sejam acusados porque serviram ao regime Assim sendo, para explicagao pessoal, concedo a palavra autoritario. Mas o Deputado que me antecedeu na tribuna ao Deputado Jose Lourengo. tambem serviu, pois na epoca era policial no Rio de Janeiro. Portanto, c muito discutivel tal afirma^ao, em termos de posi- O SR. JOSE LOURENgO (PPR — BA. Sem revisao do qao ocupacional de cada um. orador.) — Sr. Presidente. ja estou acostumado com as agres- O que quero deixar claro. Sr. Presidente, e que nao deve- soes que partem do Deputado Paulo Ramos. A agressao. mos, em fungao da responsabilidade que temos para com como todos sabemos, e o ultimo argumento de quern nao a Nagao, atacar pessoas, tentar denegrir a imagem de quern tem razao. Como S. Ex' nunca tem razao, agride as pessoas. quer que seja sem termos provas e evidencias. E, talvez por uma antipatia gratuita que o nobre Deputado tem por mim, sou dessas figuras que S. Ex* gosta de agredir O SR. PAULO RAMOS — Sr. Presidente, cmbora o De- quase todos os dias, em fungao de deposito que fiz de dinheiro putado Jose Lourengo tenha esquecido o meu nome, S. Ex' meu, sobre o qual, dei informagoes ao Imposto de Renda, a Procuradoria da Repiiblica, a quern devida dar. Mas nao fez referencias ao meu pronunciamento e se dirigiu claramente posso dar informagoes a S. Ex*. a minha pessoa. Portanto, pego a V. Ex* que. em tendo sido Se V. Ex' me permite, ja estou comegando a ficar cansado citado, conceda-me a palavra. desse tipo de agressao. O Deputado Paulo Ramos agride todo O SR. PRESIDENTE (Humberto Lucena) — Tem V. mundo: agride V. Ex', agride os seus colegas, nao respeita Ex* a palavra por cinco minutos para uma explicagao pessoal. ningucm. Procura-se punir Deputados que trocaram de par- tido por 20 mil dolares, mas esses que agridem seus colegas, O SR. PAULO RAMOS (PDT - RJ. Sem revisao do ora- diariamente com palavras de baixo calao, inaceitaveis para dor )_ Sr. Presidente, as vezesas pessoas se merecem. Certa- a dignidade de um Parlamentar, nao sao punidos. mente nao existiria no Congresso Nacional represenlante mais Portanto, Sr. Presidente. pego a punigao do Deputado abalizado para defender o Deputado Delfim Netto do que Paulo Ramos, que nao pode conviver conosco. o Deputado Jose Lourengo. Obviamente. diante de uma deci- (Texto escoimado de expressdes anti-regimentais, nos ter- sao do Poder Judiciiirio no Rio de Janeiro, do Tribunal Regio- mos do art. 19, alfnea a, do Regimento Interno do Senado nal Federal da 2" Regiao, e neccssaria uma prova mais contun- Federal, juntamenle com o art. 17, inciso V, alinea b. do dente. So que eu gostaria que o Deputado Jose Lourengo Regimento da Camara dos Deputados, subsidiaries do Regi- eolhesse a opiniao dos miseraveis que moram nas favclas, mento do Congresso Revisional). que foram privados de uma habitagao decente, na medida em que a corrupgao campeou cspecialmente na area habita- O SR. PRESIDENTE (Humberto Lucena) — Concedo cional. quando esteve a frente do Ministerio o Deputado Del- a palavra ao nobre, Deputado Joao Fagundes. 236 Ouarta-feira X DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Revisao Constitucional Federal) Dezembro de 1993

O SR. JOAO FAGUNDES (PMDB - RR. Sem revisao mente aos povos indigenas, o supremo direito da autodeter- do orador.) — Sr. Presidente, Srs. Congressistas, o Correio minagao! (aqui, parei de escrever e fui reler o texto. Queria ver se nao era engano meu. — Mas, nao e. A coisa esta Braziliense de segunda-feira, 6 de dezembro, em seu comple- 9 mento "Direito e Justiga", publica um artigo do eminente la; autodeterminagao, no art. 3 ). Ministro do Supremo Tribunal Federal, Cldvis Ramalhete, Mas, vai alem. — Na "Declaragao", a ONU reconhece hoje na inatividade. intitulado "lanomamis e Nagoes Unidas", as comunidades indigenas, o direito de intervengao no pro- chamando a atengao para a gravidade da Declaragao dos Direi- cesso formative de leis e no de decisdes administrativas, que tos dos Povos Indigenas a ser promulgada pela ONU, em os interessem. Vale dizer que entao cinde a soberania brasi- 1995. leira; e divide-a com os indios. E mais; pde, de um lado, O Ministro Cldvis Ramalhete conclui o seu excelente os "povos indigenas", e de outro, o restante da Nagao brasi- artigo dizendo que, antes do advento da Declaragao dos Direi- leira, no trato com os Poderes. tos dos Povos Indigenas, fagamos a revisao do fantastico capi- No entanto a gravidade do advento desse diploma de tulo da Constituigao de 1988 referente aos indios. Nele e Direito Internacional, da ONU, cresce de importancia entre imprescindi'vel inserir artigo que estabelega que nas zonas nos, quando se considera o erro da delimitagao de terras para de limites internacionais a area indigena acaba onde comega os ianomamis, como foi feita, e que ja denominei de "heranga a faixa de fronteira. Isso deve ser feito logo e em nome da mal-dita de Collor". De fato, ao arrastar a area ianomami defesa externa do Brasil, da sua integridade territorial e da no rumo Norte por dentro da Faixa de Fronteira, ate atingir sua soberania. Caso contrario, diz o Ministro Cldvis Rama- o limite com a Venezuela, a delimitagao da regiao entregue lhete, e previsivel que o Brasil venha a perder a Nagao lano- aos ianomamis ali se juntou a area Venezuelana. Ela tambem mami, no gozo da autodeterminagao propugnada pela ONU e habitada por outras centenas de ianomamis. Entao misturou e distendida sobre 177 mil quildmetros quadrados, area maior tudo. Formou enorme bolsao etnico ianomami, com 177 mil do que a de Portugal e desintegrada do territdrio brasileiro. Knr. Sr. Presidente, pego a transcrigao do excelente artigo E maior que Portugual, maior que a soma dos Estados do Ministro Cldvis Ramalhete nos Anais desta Casa, que e do Rio, Alagoas e Sergipe. Na pratica, apagou a fronteira uma grave advertencia feita a todos nds. internacional. — Entretanto, este bolsao ianomami dentro de dois anos estara sob protegao da "Declaragao dos Direitos ARTIGO A QUE SE REFERE O ORADOR: dos Povos Indigenas", das Nagoes Unidas, com o direito a autodeterminagao, nela estabelecido. IANOMAMIS E NACOES UNIDAS Ora, os ianomamis, hoje, encontram-se sob a agao multi- O titulo insdlito procede quando junta indios ianomamis plicada de contatos, que ja os desfiguram. (Missionaries aven- e ONU. Pretende transmitir um alerta aos centres de decisao tureiros, uma dezena de ONG so ianomamista, garimpeiros, nacional. Sobretudo aos congressistas, pois vai ser promul- misteriosos cientistas ali em pesquisas, etc.) Dada a velocidade gada, pela ONU, a "Declaragao dos Direitos dos Povos Indi- atual do tempo historico. logo tais contatos com ianomamis genas". irao faze-los avangar, da etapa tribal de hoje para a consciencia Os Congressistas ocupam-se agora com a revisao da Cons- da comunidade, previsivel para dentro em pouco Sera entao tituigao; pois entao devem nela rever o inacreditavel capi'tulo a vespera do sentimento de Nagao, da Nagao Ianomami, se- sobre os indios, que ninguem leu e que por isso nao causou nhora de tao grande territdrio, tutelada pela "Declaragao" ainda o escandalo merecido. — Devem reve-lo ja. A ameaga- da ONU, com direito a autodeterminagao e ao respeito a dora "Declaragao" da ONU vem ai. sua identidade politica de ente distinto. Sera a desintegragao De fato, drgao da ONU, reunido em Bruxelas em 30 do territdrio brasileiro na Amazonia. de julho ultimo aprovou a redagao final da "Declaragao dos Mas, ainda ha tempo! Os congressistas, na revisao a Cons- Direitos dos Povos Indigenas". Este texto e contrario ao Bra- tituigao, devem estabelecer que as delimitagdes de areas para sil, alem de insensato e sectario, como se vera adiante. indios, quando junto das fronteiras do territdrio nacional, A ONU ira promulga-lo em 1995. isto e, de hoje a apenas vao ate a Faixa de Fronteira; e ali param. Onde comega a dois anos, — E precise logo, tomar ciencia dele; e confronta-lo Faixa de Fronteira, acaba o territdrio de indio; alem do mais, com o que a imprudencia aqui fez com os ianomamis, ao como preventive da defesa externa. Sem a cautela de emendar criar enorme bolsao internacional. neste sentido a Constituigao, e ja, o Brasil recebera desarmado Abaixo mostro o irrealismo e exagero desse texto da os excesses, irrealismos e perigos da prdxima vigencia da "De- ONU. Ele e inquietante quanto ao Brasil. sua integridade claragao de Direitos dos Povos Indigenas", da ONU. nacional e soberania. Esta "Declaragao" roga pelo inacreditavel e penetra o Desde logo veja-se qua a "Declaragao" da ONU trata impossivel. —Veja-se, passo a cita-la: "as atividades militares os povos indigenas como se fossem minorias "politicas". Este — ... — nao se realizarao nas terras e territdrios dos povos parece constituir o pensamento norteador do texto interna- indigenas"; dependem de autorizagao previa e livre. Tudo cional da ONU. Entretanto, na verdade as tribos indigenas ali foi proibido, "manobras", defesa externa, aquartelamen- sao de fato, e apenas, minorias etnicas; apresentam diferengas to... — tudo. E ainda; os povos indigenas tern "direito a culturais, em face da comunidade nacional restante. Mas dize- restituigao de terras e territdrios que foram confiscados ou las minorias politicas e passar a te-las como antes politicos, ocupados"; ou a indenizagao do dano. Mas a ONU nao parou distintos, e falso. E contrario a ordem institucional vigente ai... Ela outorga as tribos de indios, "o direito a defesa do no Pais. Ela so conhece a Uniao, Estados e Municipios. Tribo meio ambiente como um todo" — ... — "a assistencia dos de indio nao constitui ente politico interno. A sua autodeter- Governos e atraves de cooperagao internacional". E ai pene- minagao ira desintegrar a Nagao e a soberania do Brasil. trara a brecha, o interesse estrangeiro. Mas a temeridade Por trilhar tais caminhos, a "Declaragao", da ONU, fal- da "Declaragao" prossegue e vai alem, Estabelece, para comu- seadora e utopista, chega ao extreme; ela outorga expressa- nidades de indios, "o direito de desenvolver contato, relagdes Dezcmbro de 1993 DlARlO DO CONGRESSO NACIONAL (Rcvisao Constitucional Federal) Ouarta-feira 8 237 e coopera^ao", inclusive "poh'ticos", "com outros povos indi- mecanismos capazes de viabilizar a sua produ?ao e tambem genas aldm fronteiras". (E ai entrarao aventureiros, entes a sua dimensao sdcio-politico-econdmica. fantasmas, agitadores interessados. todos a favor do pior, e Por isso, ao registrar a realizagao desse plebiscito no Esta- contra os Estados que abrigam povos indi'genas, com Paraguai. do de Ronddnia, enfatizamos a necessidade de o Tribunal Bolivia, Peru, Mexico, etc.). Regional Eleitoral adotar medidas legais, eticas e consistentes, E por ai vai... Chega ao exagero e ao utdpico, ao garantir a fim de que nao se perca o que foi realizado no dia 5 de as tribos de indios, "o direito de implantar sua prdpria midia, dezembro, nos distritos de Sao FeliQe e Chupinguaia. O Esta- em sua prdpria lingua". Conforme pretende a ONU. teremos do de Ronddnia, em seu estadio histdrico, politico e econd- em breve caciques concessionaries de radio e tv, e vamos mico, necessita da elevagao desses distritos a categoria de ver pajes respondendo a perguntas, em programas de entrevis- municipios. tadores, todos de cocar com penas... Mas, por outro lado, Eazemos este registro na esperan^a de sensibilizar os elei- na "Declaraqao", havendo de tudo, ate que hd alguns artigos tores de Chupinguaia e de Sao Felipe, para que retornem sensatos, como aqueles que garantem aos indios o direito as urnas e alterem o resultado do plebiscito, que ficou preso de viver nas florestas conforme suas tradi^des e costumes apenas a falta de 24 e 56 eleitores, respectivamente, para e usando sua lingua. a transformaqao dos seus distritos em municfpios. Entretanto, enquanto nao advent, em 1995, a vigencia Era o que tinha a dizer. da "Declaragao dos Direitos dos Povos Indi'genas", da ONU. O Sr. Aldo Rabelo — Sr. Presidente, pego a palavra pela — que se fa^a logo a revisao do fantdstico capitulo dos indios, Lideranga do Partido Comunista do Brasil. da Constitui^ao de 1988. Nela, imprescindivel sera o artigo que estabeleija que, na zona de limites internacionais, a demar- O SR. PRESIDENTE (Humberto Lucena) — Tern V. ca?ao de drea, para indios, acaba, ali onde a Faixa de Fronteira Ex' a palavra. come^a. Isso deve ser feito logo e em nome da defesa externa O SR. ALDO REBELO (PC do B — SP. Sem revisao do Brasil e da sua integridade territorial e soberania. Caso do orador.) — Sr. Presidente, Sr* e Srs. Congressistas, o contrdrio, e previsivel a tentativa de o Brasil vir a perder debate politico nacional tern tornado como referencia a CPI a Nagao lanomami, no gozo da autodetermina?ao propugnada do Orgamento e a revisao da Constitui^ao, e nao poderia pela ONU e distendida sobre 177 mil Knr, maior do que ser de outra maneira. Portugual e desintegrada do territdrio brasileiro. — Quern A sociedade brasileira permanece polarizada, dividida. viver verd. separada por um abismo politico e ideoldgico, a colocar, de um lado, aqueles que, conscientemente ou nao, defendem os interesses dos monopolios que querem rasgar a Constituigao O SR. PRESIDENTE (Humberto Lucena) — Concede brasileira, aferram-se a essa atitude, a despeito das evidencias a palavra ao nobre Deputado Mauricio Calixto, de que este Congresso nao dispoe das condi^oes politicas O SR. MAURICIO CALIXTO (Bloco Parlamentar — e dos requisites morais para mexer na Constitui?ao do Pais, RO. Sem revisao do orador.) — Sr. Presidenle, Srs. Congres- e, de outro, aqueles que continuam a resistir a revisao, uns sistas, no ultimo domingo, dia 5, foram realizadas eleiqdes mais, outros menos; uns convictos, outros vacilando; uns com- plebiscitdrias no Estado de Ronddnia. com vistas a emanci- batendo em toda a linha a revisao da Constituigao, outros paqao de sete distritos. tentando fazer uma concilia^ao, sem levar em conta a adver- Srs. Congressistas, o Estado de Ronddnia tern as mesmas tencia do estadista ingles, segundo a qual o conciliador e aquele dimensdes territoriais do Estado de Sao Paulo, mas a sua que alimenta um tigre na esperamja de ser devorado por outro. dimensao econdmica, comercial e industrial e muito menor. Na ultima semana, e particularmente hoje, novos episd- A ponjao de terras ferteis do Estado de Ronddnia equivale, dios vieram acirrar a disputa que se trava na sociedade brasi- em riqueza, as do Estado do Parand e de Sao Paulo. O Estado leira e nesta Casa em torno da revisao da Constitui;ao. Jd de Sao Paulo tern algumas centenas de Municfpios. enquanto tivemos oportunidade de denunciar algumas dessas manobras. o Estado de Ronddnia conta apenas com quarenta. a primeira delas vinda de algumas Liderangas desta Casa, 6 propdsito da Assembleia Legislativa de Ronddnia, com mas levada as paginas dos jornais pela pena do Deputado a realizagao das elei^des plebiscitdrias, criar sete novos municf- , que seria a malsinada pretensao de apressar pios no Estado, fazendo subir de 40 para 47 o niimero deles. a revisao com uma medida casuistica e violenta, qual seja Isto, Sr. Presidente, traduzir-se-d na descentraliza?ao do poder a suspensao dos mandates dos parlamentares que estivessem politico e administrative no Estado de Ronddnia. sendo investigados pela CPI. Lamentamos nao ter sido atingido o cocficientc eleitoral Ora, Sr. Presidente, o Partido Comunista do Brasil e de 50% mais urn nos Distritos de Chupinguaia e Sao Felipe. os demais partidos de esquerda defendem nao apenas a investi- No entanto, o Tribunal Regional Eleitoral do Estado de Ron- ga^ao, a apuraqao rigorosa das denuncias contra deputados, ddnia fard realizar novo plebiscito, ja que apenas 24 votos senadores ou quern quer que seja, mas tambem o confisco em Chupinguaia e 56 em Sao Felipe possibilitariam a eleva^ao dos bens adquiridos com o dinheiro tornado de assalto aos daqueles dois distritos a municfpios do Estado de Ronddnia. cofres piiblicos. Jamais poderiamos aceitar que o mandate Para Ronddnia nao se trata apenas e tao-somente do de quern quer que seja fosse suspense, principalmente a pre- exercicio politico dos Srs. Dcputados Estaduais de, eleitorei- texto de apressar a revisao constitucional. Em primeiro lugar, ramente, criar os novos municfpios. E de fundamental impor- perguntarfamos se seria suficiente uma representa^ao da Mesa tancia que novos municipios sejam criados, porque o Estado ou uma demincia por ela formulada contra qualquer parla- de Ronddnia, apds doze anos de existencia, ou seja, da eleva- mentar para que fosse suspense o direito de voto de todos gao de Territdrio para Estado federado, tern apenas quarenta aqueles que estao sendo investigados. Creio que V. Ex', Sr. municipios. Ronddnia e urn Estado pujante, o maior centro Presidente, consideraria uma violencia alguem aqui cogitar produtor de graos da Regiao Norte do Brasil. e precisa de suspender o seu mandato e o seu direito de voto simplesmente ~ 238 Quarta-feira 8 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Rcvisao Conslitucional Federal) Dezembro de 1993

porque foi citado no processo de investigagao da CPI. O PC deste. a sede da Fiesp, quartel-general da revisao, muito do B nao concorda com isso. frequentado pelo Ministro Fernando Henrique Cardoso e pe- Vem agora a segunda manobra, promovida pelo Depu- los seus antecessores. Sr. Presidente, o clamor pela revisao tado Jose Serra atraves de artigo escrito para a Folha de S. vem de uma associagao de empresas de capital estrangeiro, Paulo. O que disse o ilustre representante do PSDB? Que o clamor pela revisao vem de vozes que, em que pese seu hS urn impasse e que a revisao so seria viavel se os seus poder economico, nao tern forga nem representatividade so- defensores induzissem os contras a participar do processo, cial. o que daria o sentido de consenso capaz de oferecer susten- Por este motivo e que n6s, mais uma vez, reafirmamos tagao polftica a revisao conslitucional. que o Partido Comunista do Brasil nao serd cumplice, nao Esses fatos encadeados, quando cotejados, nos fazem manchara seu passado, seu presente, seu futuro e sua honra, entender o motivo da proposigao apresentada na reuniao do apresentando emendas a Constituigao, num processo conde- Colegio de Li'deres, hoje de manha, no sentido de se ampliar nado pela sociedade. Nao temos condigoes de nos apresentar o prazo para apresentagao de emendas a Constituigao. O que aos sindicalistas, aos advogados, aos religiosos, aos trabalha- querem os revisionistas, quando propoem a ampliagao do pra- dores da cidade e do campo e dizer-lhes que oferecemos emen- zo de apresentagao de emendas? Querem atrair o PDT e das a Constituigao, legitimando esse processo revisor espurio, o Partido dos trabalhadores, querem que eles apresentem condenado por representar um golpe contra a Carta Magna. emendas, para, com o concurso destas legendas, legitimarem Razoes de ordem 6tica e moral imperidiriam qualquer pessoa um processo que estS sendo questionado nao apenas de fora de bom senso de engendrar esforgos para que o processo para dentro, pela sociedade brasileira, mas tambem aqui, nes- revisor fosse adiante. ta Casa, pot varios parlamentares, em fungao dos aconteci- Por este motivo e que, na tarde de hoje, como 6 do mentos que envolvem o Congresso Nacional. E obvio, e evi- nosso dever e obrigagao, faremos um questionamento a V. dente que este Congresso nao tern condigoes politicas nem Ex', como Presidente da Mesa, e aos demais membros deste forga suficiente para responder a esses dois desafios; apurar Congresso. A ampliagao do prazo de emendas e uma evidente as denuncias e punir os eventuais praticantes de irregulari- manobra para atrair os incautos, nao para contemplar desavi- dades, para usar uma expressao mais amena, com o dinheiro sados ou atrasados. O PPR e o PFL, os cabegas da revisfto do Orgamento e mudar a Constituigao brasileira, alterar a conslitucional, os verdadeiros interessados, infelizmente est&o regra maior de convivencia da sociedade num momento em levando a reboque uma parcela desavisada do centro e at< que o povo brasileiro vive um clima de comogao. do centro-esquerda. apresentaram todas as suas emendas, Vdrias vezes qualificamos essa atitude como uma aven- estabelecendo a quebra dos monopdlios, o voto distrital e tura, uma irresponsabilidade. Nao bastasse a nossa voz, agora uma restrigao ainda maior a democracia no Pafs. O que espe- — e precise que se diga — soma-se a ela a voz do Presidente ram, entao? Esperam pelas emendas do PT, do PDT e de desta Casa, o Deputado Inocencio Oliveira, que partilha desta outros partidos que talvez resolvam apresenta-las de ultima opiniao de que nao se pode fazer a revisao neste momento. hora. Pelo menos e o que nos informa a imprensa. Por se tratar de uma manobra, como ficou claro na reu- Sr. Presidente, por esses motives e que, a cada minuto, niao do Colegio de Li'deres, hoje pela manha e que o PC a cada hora, a cada dia, a cada semana vemos erguer-se um doS contestara, atraves de questao de ordem, o projeto de verdadeiro clamor nacional nas ruas. Ninguem fala de revisao resolugao que sera apresentado. O PC do B vai emendi-lo da Constituigao; o povo nao quer saber da revisao conslitu- e tentar realizar esse debate na tarde de hoje. E neste grave cional. Os trabalhadores, os camponeses, os advogados, os momento que vivemos — todos temos nogao da dimensSo professores, os sindicalistas, os medicos nao querem saber da crise que assola o Par's — esta Casa nao pode fazer pique- de revisao da Constituigao, nem na Paraiba, nem no Ceara, nique na beira do vulcao. Todos acompanham os fatos, nin- nem no Acre, nem no alto Solimoes, nem no Pampa gaucho; guem aqui e ingenuo em polftica. Todos sabem da fragilidade o povo quer saber e se os responsaveis pelas falcatruas no de determinadas instituigoes como o Poder Executivo e o Orgamento serao punidos. Poder Legislative. E em uma situagao como esta, para satisfa- O PC do B nao esta interessado em criar uma crise artifi- zer os monopdlios, brinca-se de fazer revisao conslitucional cial das instituigoes, nao esta interessado em exagerar, em nesta Casa. aumentar, em desestabilizar coisa alguma. Pelo contrdrio, ad- verte que a desestabilizagao podera vir justamente se o Con- Sr. Presidente, espero que V. Ex' se some ao Presidente gresso e V. Ex', pela responsabilidade que tern, porque e da Camara, Deputado Inocencio Oliveira, aos Presidentes Presidente do Senado da Republica, do Congresso Nacional da OAB, da CNBB, da UNE, da UBES e a tantos outros e da Mesa do Congresso Revisor, para a qual V. Ex', inadverti- e tambem questione, se nao o conteudo, pelo menos o mo- damente, foi conduzido, insistirem em fazer a revisao conslitu- mento de impor-se a sociedade brasileira a revisao. Neste cional. Acredito ate que V. Ex' nao merecia isso. Sr. Presi- momento o Pafs precisa de uniao, e a revisao divide, polemiza, dente, porque nao ajuda V. Ex' a cumprir o papel moderador separa, agrava a crise, que precisamos superar com o esforgo que deveria ter um momento como este. comum dos brasileiros, dos patriotas e dos democratas. E neste momento, Sr. Presidente, em que a sociedade O SR. PRESIDENTE (Humberto Lucena) — Concede se pergunta se este Pafs saira incolume desta catdstrofe que a palavra a nobre Congressista Maria Lufza Fontenele. e o envolvimento de um grande mimero de deputados e sena- A SRA. MARIA LUIZA FONTENELE (CE. Sem revisao dores na CPI do Orgamento, vem uma ofensiva. da oradora.) —Sr. Presidente, Sr* e Srs. Congressistas, inicto E quando digo que nao e das ruas que vem o clamor minhas palavras cdngratulando-me nao s6 com o Lfder do pela revisao — das ruas vem o clamor pela apuragao — e PC do B. mas com toda a sua bancada por essa decisio firme. porque sei de onde ele vem. Ha um predio na Avenida Paulista Pelo que sei. o Diretdrio Nacional do PSB tambdm mantim que parece uma barriguda, arvore muito conhecida no Nor- a sua posigao de nSo-participagdo na revisSo conslitucional. 1 Dezembro de 1993 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL, (Rcvisiio Constilucionul Federal) Quart;i-leira X 23^

Em reuniao hoje com companheiros no gabinete do Deputado OSR. ERNESTO GRADELLA (PSTU — SP Sem revisao Ernesto Gradella a informagao que tivemos e de que o PSTU, do orador) — Sr. Presidente, Sr" e Srs. Congressistas, gostaria aldm de nao concordat em participar da Revisao, nao aceita tambem de fazer minha intervengao no mesmo rumo dos cole- qualquer pacto que signifique traiqao aos trabalhadores; e gas que me antecederam, Deputado Aldo Rebeloe Deputada o rearranjo de for^as neste momento e para tentar enganar Maria Luiza Fontenele. O depoimento do Diretor da Ode- a Naqao com mais uma sai'da por cima. Gostaria de dizer brecht, Ailton Reis, ontem, na Comissao Parlamentar de In- que e inaceitdvel e inadmissi'vel a existencia de um poder querito, da total razao as demincias feitas anteriormente pelo paralelo, isto 6, de um governo que vem tendo o torn acionado Senador Jose Paulo Bisol. pelas empreiteiras, conforme disse o Sr. Airton Reis, rcpresen- Na verdade, ficou demonstrado que as empreiteiras na- tante da Odebrecht, que foi muito enfatico na tarde de ontem. dam num mar de lama que envolve todo o esquema de corrup- S. S' disse que aquela empreiteira tinha recursos para as elei- gao neste Pafs. Essas empreiteiras expoem claramente, atraves ^oes. queria um Estado moderno e tambem interferir nas dos seus documentos ou do prdprio depoimento na CPI, que decisoes da Revisao. A Revisao, portanto, tern um sentido tern todo interesse pela Revisao Constitucional. O material muito explfcito. encontrado na casa do Sr. Ailton Reis mostra que as emprei- Por isso, conclamo os companheiros do PDT e do PT teiras entendem a necessidade de se jogar forga a Revisao a nao capitularem. A entrega de cmendas e uma forma de Constitucional para esvaziar a CPI, para mudar o centra das legitimar um processo espurio, Sr. Presidente! E nao pode- atengoes, que hoje esta sendo a apuragao da Comissao Parla- mos, neste momento da maior gravidade para a Naqao, em mentar de Inquerito. Esses mesmos senhores dizem que que- que o povo sofre essa situaqao de calamidade diante da fome rem gastar, em 1994, 12 milhoes de dolares com os candidatos e da miseria admitir que partidos que ajudaram a organizar comprometidos com a tal modernidade. E o dinheiro de obras O povo capitulem diante dos cantos de sereia do projeto neoli- superfaturadas, desnecessarias ou nao realizadas que eles pre- beral, travestido de social-democracia. tendem utilizar para a elcigao de Deputados que virao aqui Gostaria de mencionar ainda, Sr. Presidente, o docu- com o tal discurso da modernidade, repito, com o tal discurso . mento redigido pela Uniao das Mulheres Cearenses e apresen- neoliberal. Fizeram patentes as mentiras nesse depoimento tado no Encontro Nacional das Mulheres pela Garantia dos quando foi dito que ate o momento nao deram nenhuma scus Direitos Constitucionais. Atraves de uma carta mostram verba para a eleigao dos Parlamentares que estao hoje nesta as mulheres cearenses que, no decorrer da Histdria, tern cum- Casa ou quando disse o Sr. Ailton Reis que nenhuma propina prido o papel importante de ocupar espa^os. Quando do con- foi paga aos Deputados. Os documentos escritos pelos prdprio fronto do imperialismo americano e sovietico, as mulheres Ailton Reis, sem sombra de diivida, mostram que houve paga- souberam sacudir o mundo com a revoluqao sexual, o movi- mento de propinas e que a pratica dessa empreiteira e no mento pacifista, o ocupa^ao dos espagos piiblicos e a oposigao sentido de financiar Parlamentares. A empreiteira o fez na 4 existencia de mulheres-objeto. O documento mostra que eleigao passada e, agora, diz que pretende faze-lo tambem o perfodo de caga as bruxas nao foi suficiente para calar as na prdxima. mulheres. Mostra ainda que politicas governamentais, sedu- Quando existem documentos que mostram o interesse toras ofertas para ocupar espagos no aparelho do Estado. dessas empreiteiras por mais de cem Parlamentares, portanto, fartos financiamentos de benevolentes instituigoes estrangei- quase 20% do Congresso Nacional, e impossivel que a Revisao ras constituiram a principal estrategia para tentar amorda?ar Constitucional possa continuar ocorrcndo nesta Casa, como as mulheres; alibis, em vao. E, hoje, as mulheres nao aceitam pretendem os Lfderes das maiores bancadas. Inclusive ha uma csse governo paralelo das empreiteiras, que comandam, por manobra para tentar atrair os partidos que se tern posicionado dentro e por fora da legalidade, o Governo institucional, com- contra a Revisao Constitucional, propondo o adiamento. por prometendo Parlamentares, funcionarios piiblicos, executives sete dias, para a apresentagao de emendas. Trata-se de uma e empresarios. Nao achamos que cssas questoes possam ficar manobra no sentido de dar alguma credibilidade a uma revisao sem a participa?ao das mulheres. Mas cis que os partidos constitucional que ate o momento so tern aparecido quando que dao sustenta?ao as empreiteiras desmascaram-se aos olhos se liga a questao do mar de lama em que esta envolvido de milhoes de brasileiros, que, pasmos e impacientes, assistem o Congresso Nacional. a impunidade, pois a punitjao, na opiniao das companheiras a Uniao das Mulheres Cearenses, e uma puni?ao de menti- Sr. Presidente, nao conseguimos entender isso ate o mo- rinha. Diz a nota; "As mulheres nao se deixam enganar. Nao mento. Esperamos, ate contra o proposito do Diretorio Nacio- a prostituigao political Revolugao humana em todos os nfveis! nal do Partido dos Trabalhadores de apresentar emendas a Sr. Presidente, prossegue a nota dizendo que nds, mulhe- Revisao Constitucional, que essa posigao nao se imponha, res, tcmos conscicncia da nossa imensa responsabilidade neste porque sabemos que o unico objetivo por que querem a partici- momento. E nao nos cabe administrar tormentas para que pagao dos tais partidos chamados "de ponta" e no sentido o poder continue nas mesmas maos sujas de sempre. de dar credibilidade a esse processo que esta sendo condenado Vamos gritar ao mundo! Governo e Congresso nao tern cada vez mais pela populagao. legitimidadc para continuar, nao tern autoridade dtica e moral Nao se discute a Revisao Constitucional. A discussao para tirar nossas conquistas! Portanto, nao a Revisao Consti- \i fora e sobre o prdximo envolvido, se vai ser o Presidente, tucional! se vai ser o ex-Presidente, enfim, sobre quern mais estar£ A nota traz ainda outras consideragdes e termina dizendo; envolvido no processo de corrupgao. A populagao nao vai "Fim da revisSo! Fora o Governo Itamar e cste Congresso aceitar que esses mesmos Parlamentares votem contra o seu corrupto! Cadeia c confisco de bens! Vamos construir a demo- direito de aposentadoria aos 35 anos, contra a aposentadoria enda diretal" por tempo de servigo. contra a licenga-maternidade e outros O SR. PRESIDENTE (Humberto Lucent) — Concedo direitos socials garantidos ou contra o fim dos monopdlios a patavra ao nob re Deputado Ernesto Gradella. neste Pats. 240 Ouarta-feira 8 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL. (Revisao Constitucional Federal) Dezembro de 1093

For isso. Sr. Presidente, deixamos aqui a posi^ao do PS- para que possamos constituir um governo dos trabalhadores TU contraria a Revisao Constitucional. E isto significa ser sem empresarios sanguessugas e corruptores, que acabe com contrario a qualquer mudanga nos seus prazos. Nao somos a fome dos brasileiros. — Ernesto Gradella, Deputado Federal contra este ou aquele prazo na Revisao. Somos contra a sua — PSTU/S P. realizagao agora. O SR. PRESIDENTE (Humberto Lucena) — Concede Para concluir, gostariamos que fosse inclufda nos Anais a palavra ao nobre Deputado Osmanio Pereira. a nota do Partido Socialista dosTrabalhadores Unificadoapre- O SR. OSMANIO PEREIRA (PSDB — MG. Pronuncia sentando os motives por que o PSTU nao aceitara acordos o seguinte discurso.) — Sr. Presidente, Srs. Deputados, na com a Centro-Esquerda. A nota, em termos gerais, diz que ultima semana fomos surpreendidos pela publicagao de infor- o PSTU. como partido socialista e de esquerda, nao coxmpa- magoes contidas num documento apreendido na casa do Dire- recera as reunioes para discutir uma coalizao no Congresso. tor da Construtora Odebrecht, Ailton Reis, em que e citado Entendemos que qualquer acordo politico tenha que consi- o nosso nome como supostamente envolvido num grande cs- derar a necessidade imperativa de se acabar com a fome, quema, que se chegou a comparar com um governo paralelo a miseria e a corrupgao em que o Pai's se afoga. Mas nao no Pai's. sentimos que as reunioes tenham esse objetivo, inclusive por- Irresponsavelmente e sem as mi'ninas apuraqdes normais que la estao os partidos responsaveis tambem por essa situa- diante de fato de tal envergadura, o documento foi divulgado gao. a opiniao piiblica e apresentadas varias suposigdes. Supde-se Era o que tinha a dizer. que um parlamentar participe do esquema por ter suas iniciais MATERIA A QUE SE REFERE O ORADOR: anotadas, ou melhor dizendo, rabiscadas a frente de um indice percentual. Supde-se que neste Congresso Nacional mais de PORQUE O PSTU NAO ACEITARA cem deputados estivessem envolvidos com o esquema. A quern ACORDOS COM A CENTRO-ESQUERDA interessa tudo isto? A maneira impensada e irresponsavel como se apresentou A imprensa divulgou a convocatoria para uma reuniao a imprensa as denuncias supostamente contidas no material dos partidos de centro-esquerda onde seria discutida uma coa- apreendido na casa do diretor da empreiteira serviram para lizao no Congresso. Ao mesmo tempo, o h'der do governo, jogar uma ducha de agua fria nos serios trabalhos que vem Deputado Roberto Freire, conclama, entre outros o PT e o PSDB para comporem urn "Movimento de Refundagao da sendo desempenhados pela Comissao Parlamentar de Inque- rito. Nao se pode", Sr. Presidente, Srs. Deputados, a troco Repiiblica". de um denuncismo fantasioso e sem embasamento, colocar O PSTU, como partido socialista e de esquerda, nao em risco a imagem ja desgastada desta Casa. Envolver Depu- comparecera nestas reunioes e nao fara pane destes acordos. Adotamos esta postura porque consideramos que qualquer tados isentos e serios so contribui para favorecer os corruptores acordo politico tern que considerar a necessidade imperativa e os reais envolvidos com o pagamento de propinas, com de acabar com a fome, a miseria e a corrup^ao nas quais o esquema de corrupijao que vem perdurando ha anos neste o Pai's se afoga. Pai's. O Governo Itamar e o Congresso Nacional sao os princi- O anuncio com grande estardalha^o de apreensao dos pais responsaveis por esta situaqao. O Ministro Fernando Hen- documentos na casa do diretor da Odebrecht gerou expecta- tivas de enormes revelagoes sobre um suposto governo para- rique Cardoso prepara um pacote economico que jogara nova- lelo, maior mesmo que o Governo Institucional da Repiiblica. mente o onus da crise nas costas dos assalariados. Um aumento Este tipo de procedimento frustrou a opiniao piiblica e enfra- de impostos que atinge indiscriminadamente ricos e pobres, queceu os trabalhos da CPI e do prdprio Congresso Nacional. acaba sendo um encargo a mais para aqueles que nada podem Alem do mais, tenta-se colocar na vala comum parlamentares pagar. Enquanto isso, nenhuma reforma fiscal alcanqa em corruptos e serios, homens dignos e desonestos. seus resultados os valores sonegados pelos grandes grupos Esta Casa nao pode calar diante de tais aberragoes! Os empresariais. O arrocho salarial do funcionalismo piiblico sera responsaveis devem se retratar publicamente e nao se esconder novamente o carro chefe da sede de cortes nos gastos do depois de atingir a honra de homens de bem que aqui estao governo. Servigal do EMI, este mesmo governo se apressa para representar o povo. em pagar a di'vida externa, mandando para fora do Pai's o Quero aqui, nesta tribuna, reafirmar minha indigna^ao dinheiro necessario para estancar a fome do nosso povo com tais fatos e me colocar a disposi?ao para qualquer investi- Este governo ainda tern os seus membros envolvidos no ga^ao sobre minha vida particular. Ha mais de duas decadas escandalo da corrup^ao no Or?amento, portanto, com os parti- preside em Belo Horizonte uma instituigao quern mantem dos que compdem este governo nao queremos acordo algum. tres hospitais voltados para o combate ao cancer sem nunca Oueremos propor aos "contras", principalmente ao PT ter recebido um centavo sequer. Sao 100 medicos; 500 empre- e ao PC do B, que fa^amos um acordo contra a Revisao, gados; mais de 60 mil atendimentos por ano. A minha vida nao apresentamos emendas e nem legitimemos este processo em Minas Gerais e conhecida dos meus companheiros, dos tao importante para as empreiteiras que hoje vem sendo mos- me us amigos e do povo daquele Estado. tradas como o que realmente sao; um cartel de corrup^ao levado as ultimas conseqiiencias. Meus senhores, companheiros Deputados e Senadores, Queremos um acordo para lutar no sentido de que corrup- recebi da CPI um documento, no qual esta escrito "emenda tos e corruptores sejam todos presos, e seus bens devolvidos parcial". Ao lado dessas palavras estao grafadas as iniciais para os cofres piiblicos de onde sairam, para servirem aos OP, que podem significar Ordem de Pagamento ou qualquer interesses da popula^ao. outra coisa, menos o meu nome. Mais adiante esta registrado Oueremos um acordo para lutar contra este governo e o percentual de 0,35%; que depois foi riscado, como se eles este Congresso, exigindo a antecipa^ao das elei^des gerais tivessem se arrependido. Dezembro de 1993 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Revisao Constitucional Federal) Ouarta-feira 8 241

Na pdgina 10 desse mesmo documento estd escrito: "Relator logo mais a noite pelo Ministro da Fazenda, Fernando Henri- parcial" e "1,26%". Nada mais! Nao hd, nesse documento, que Cardoso, o chamado Piano FHC II. em nenhum lugar, as palavras Osmanio Pereira ou Osmanio Os resultados nervosos da ciranda financeira e economica Pereira de Oliveira. Deduziu-se que as iniciais OP referem-se jd se fizeram sentir ontem e tambem no dia de hoje. Todas a minha pessoa. Sent que me procurassem, sem nenhuma as notfcias veiculadas pela imprensa nos dao conta da indoci- investigagao interna, sem nenhuma satisfa^ao fornecida a lidade do mercado. O ddlar dispara, e a economia do nosso mim, inclusive pelos meus companheiros do PSDB que estao Pafs fica intranqfiila. Pelo que ja foi antecipado a imprensa na Comissao, fui comunicado, na minha casa, de que meu no dia de ontem pelos setores economicos do Governo Fede- nome esti envolvido na pr^tica de corrup^ao. ral, jd dd para entender a dimensao das propostas do Sr. Tenho uma vida honrada e digna. O que tenho de patri- Ministro Fernando Henrique Cardoso. Entre outras perolas, monio e uma Parati financiada pelo IPG, desta Casa, uma S. Ex* anunciou a Na?ao que ninguem acordaria mais pobre, residencia hipotecada a Caixa Economica Federal para pagar apenas permaneceria pobre, como e a maior parcela da socie- metade de uma propriedade rural, que tambem esta hipote- dade brasileira nestes dias. cado ao Banco do Nordeste. Estou tentando recompor o meu Sr. Presidente, o maior paradoxo que surge e que justifi- patrimonio, que perdi como Deputado Federal. Nesta Casa, cara posteriormente uma questao de ordem da conta de que. como jd noticiou o jornal Folha de S. Paulo, sou campeao com o envio desse pacote fiscal ao Congresso, viriam de qua- de antecipa^oes, de adiantamentos de saMrios, porque estou torze a dezessete propostas de emenda a Constitui^ao. Ora, sempre no vermelho nos bancos depois que me tornei Depu- o Congresso Nacional hoje esta iransformado em Congresso tado Federal. Revisor. Esse pacote de reforma fiscal proposto pelo Ministro Comecei a tomar as providencias. Checando os docu- da Fazenda, pelo Governo Federal, viria para ser apreciado mentos, verifiquei, ontem, no Ministerio da Saude, que os pelo Congresso Nacional ou tomaria uma forma paralela de recursos referentes a duas emendas que aprovei como Relator contribui^ao a revisao constitucional? O Congresso Nacional parcial, emendas que me foram trazidas por toda a bancada atual e um Congresso de revisao constitucional, pelo menos do Mato Grosso do Sul, e uma outra emenda que me foi e o que preve o art. 3° do Ato das Disposi^des Constitucionais encaminhada pela Reitoria da Universidade do Piauf, feliz- Transitdrias. Entretanto, essa sera uma questao a ser dirimida mente nao foram liberados. Tomei, entao, a iniciativa de noti- a posteriori, assim que for enviada a mensagem com propostas ficar o fato, no dia de hoje, ao Exm" Sr. Ministro da Saude de emenda a Constitui^ao ou propostas de emendas revisionais a fim de que impeija a liberagao dos recursos destinados ao por parte do Governo Federal. Hospital do Cancer, em Mato Grosso, e tambem dos recursos O que nos assusta, Sr. Presidente, e que o Ministro man- destinados ao Hospital Universitdrio do Piauf. tem o seu propdsito de criar a reserva social de emergencia, Estou interpelando judicialmente a Empreiteira Norberto de ter 16 bilhdes de ddlares para serem dilufdos num arranjo Odebrecht. Nao conhe^o nenhum diretor dessa empresa; nao contabil, segundo o prdprio Ministro, a ser administrado pelo os recebi em meu gabinete nem nunca participei de reuniao Governo Federal no ano de 1994. Mantem tambem o propd- com qualquer de seus administradores. As emendas a mim sito nocivo — e nefando — de aumentar os tributes federais endere^adas foram apresentadas por Parlamentares, inclusive na ordem de 5%. Propde-se o Governo Federal a discutir pelo Joaquim Sucena, que hoje e Secretirio de Saude de polftica salanal apenas a partir de mar^o do ano que vem. Mato Grosso. O Sr. Ministro vem dar-nos notfcias boas, anuncia ao Sr. Presidente, Srs. Congressistas, aqui manifesto a minha Pafs que a infla^ao ira cair para 3% ao mes. Essa notfeia indigna^ao contra esse ato de irresponsabilidade de Deputados pode ter efeito psicoldgico tranqfiilizador, mas S. Ex* nao que, as vezes, desejando estar diante das cameras de televisao, mostra por que meios isso ira acontecer. Por outro lado, e por problemas de ordem pessoal, estao jogando na vala co- criada a URR, que seria a antiga UC, uma forma estapafiirdia. mum os bons e os maus, os honestos e os desonestos. Esta tupiniquim de dolariza^ao da economia, criando as chamadas Casa so tern a perder. Perde credibilidade e moralidade, por- ancoras cambiais. Em sfntese, estao sendo dadas as ultimas que aceita manobras de dois ou tres que estao af jogando amarras, os liltimos nds no Piano Fernando Henrique Cardoso o jogo daqueles que querem impedir a investiga;ao de quern II, com medidas as mais incrfveis que se possa imaginar. Algu- realmente deve ser investigado. A partir do momento em mas delas tidas como milagreiras, pois poderao puxar a infla- que a CPI come^ava a se aproximar dos verdadeiros corruptos, ?ao com uma ancora cambial. Entendemos que o mais prova- jogou-se uma casca de banana. Os bobos acreditaram e volta- vel e que. com tantos e tantos anuncios que intranqfiilizam ram a investigar os membros do Congresso Nacional, inclusive a economia brasileira, os setores produtivos do Pafs fiquem a mim, que sou um homem digno. honrado e serio. sem um norte verdadeiro para caminhar no sentido da estabi- Vou provar a minha inocencia ! Depois. vou exigir que liza?ao. num espago nobre de televisao se retratem aqueles que me Sao de quatorze a dezessete as medidas propostas pelo impingiram essa irresponsabilidade! Ministro Fernando Henrique Cardoso, e nao sabemos ate agora como S. Ex" ira envia-las ao Congresso Nacional, se O Sr. Maurfcio Calixto — Sr. Presidente. pe?o a palavra atraves de projeto de lei ordinaria, medida provisdria, emenda em nome da Lideran^a do PEL. constitucional ou emenda a ser apresentada ao Congresso Constituinte Revisor. Entretanto, com sua psicose de "impos- O SR. PRESIDENTE (Humberto Lucena) — Tern V. tite", de "tributite", esta o Governo Federal querendo buscar Ex' a palavra. mais uma vez na bolsa do contribuinte brasileiro o remedio O SR. MAURICIO CALIXTO (Bloco Parlamentar — para cuidar dosdesarranjoscontabeis que, por incompetencia, RO. Sem revisao do orador.) — Sr. Presidente. Sr" e Srs. acometem hoje as suas contas. Congressistas, o Pafs vive hoje o nervosismo da expectativa Entendemos que o caminho nao e este. Nao e imaginar do amincio oficial das medidas economicas a serem divulgadas o Congresso Nacional combalido, diminufdo, fragilizado pelas 242 Quarta-feira 8 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Revisao Constitucional Federal) Dezembro de 1993 investigagdes que se realizam na CP1 do Orgamento. Precisa- tras da decisao de prorrogar o prazo de apresentagao de emen- mos de medidas, mais do que de tentativas de sai'da honrosa. das esta a tentativa de buscar na esquerda desta Casa legitimi- E precise haver, neste momento, por parte do setor economico dade para o processo revisional. do Governo Federal, mais consistencia e mais caracten'stica O Partido Comunista do Brasil entende que nao deve de estadista. E precise pensar em ideias mais perenes, e nao legitimar esse processo, porque o considera ilegal, inconstitu- em arranjos que acabam se transformando em mais desar- cional, politicamente equivocado e aetico diante da corrupgao ranjos da economia. Esta ai a indocilidade, o nervosismo da que atinge o Congresso Nacional e cuja cxtensiio ainda nao ciranda financeira, que continua correndo solta em nosso Pais. conhecemos, estando liderangas nacionais e de grandes parti- Entendemos que esse pacote que esta sendo embrulhado no dos envolvidas nas denuncias afflrradas pela Comissao Parla- dia de hoje para ser anunciado em rede de televisao as 20h30 mentar de Inquerito. O PC do B nao dara essa legitimidade, min, lamentavelmente, podera ser traduzido como mais um por entender que coerencia politica, neste momento, e suspen- embuste, um onus, um fardo a ser jogado nas costas da socie- der o processo revisional e apurar profundamente as denuncias dade brasileira. na CPI, para poder dar uma resposta a sociedade brasileira. Era o que tinhamos a dizer. E digo mais; mesmo concluido o processo de apuragao, enten- O SR. PRESIDENTE (Humberto Lucena) — Concede demos que do ponto de vista politico o processo revisional a palavra a nobre Deputada Jandira Feghali. so aponta para perdas e prejuizos para a Nagao brasileira. Sr. Presidente, quero deixar claro, como Deputada Fede- A SRA. JANDIRA FEGHALI (PC do B — RJ Sem revi- ral pelo Partido Comunista do Brasil, que lamentamos a pusi- sao da oradora.) — Sr. Presidente, Sr-S e Srs. Congressistas. lanimidade do Supremo Tribunal Federal cm sua atitude co- estamos aqui no day after de mais um escandalo nacional. varde de se compor com o corrupto mor do Pais, o homem Nao fago parte daqueles que querem zerar o processo que deflagrou na sociedade o processo neoliberal de desmonte politico, ate porque acho que historicamente, na luta, conse- do Estado brasileiro e de deslruigao da imagem piiblica dos guimos acumular conquistas qualitativas fundamentais, do Poderes, tanto do Executivo, como do Legislativo c do Judicia- ponto de vista democratico, na defesa nacional e na area rio. E agora o Judiciario fez enorme esforgo e conseguiu cair social, apesar de estarmos enfrentando uma crise profunda na vala comum do descredito da sociedade brasileira. do ponto de vista de saidas para o Pais. Mas ha uma situagao Por isso, protestamos nao so quanto ao resultado da vota- de descredito na sociedade brasileira quanto as instituigoes. gao do mandado de seguranga no Supremo Tribunal Federal, Ontem, o Poder Judiciario, atraves do Supremo Tribunal mas tambem contra a manobra de tentar seduzir partidos Federal, fez um grande esforgo e conseguiu cair na vala comum que estao contra a revisao para legitimar esse processo espurio, do descredito da sociedade brasileira, ao adotar uma atitude ilegal e arbitrario que se esta desenvolvendo no Congresso covarde, abertamente politica, e nao de enfrentamento juri- Nacional. dico da questao do ex-Presidente Collor. O Supremo Tribunal O SR. PRESIDENTE (Humberto Lucena) — Concedo Federal teve uma atitude covarde, pusilanime, ao permitir a palavra ao nobre Congressista Cunha Bueno. o empate na sua votagao, desrespeitando, inclusive, o forum O SR. CUNHA BUENO (PPR — SP. Sem revisao do maior de decisao, o Senado da Republica, que de forma auto- s noma e pela propria Constituigao tinha o direito de julgar orador.) — Sr. Presidente, Sr: e Srs. Congressistas, final- o ex-Presidente Collor e decidir sobre seus destinos. Ate por- mente, apos sete meses de discussoes, a TELESP — Teleco- que a decisao do Senado conseguiu demonstrar que nao e municagdes do Estado de Sao Paulo — reconheceu e pagou o reu quern define a sua pena. Senao, a qualquer momento, a Frente Parlamentarista Monarquica parte de sua divida de- todos aqueles que estao em processo acusatorio renunciam, corrente dacampanhaDisque Monarquia. Para conhecimento e, pronto, esta resolvido o problema, nao ha punigao para da Casa e da Nagao, solicito a V. Ex' a transcrigao do acordo eles. firmado, bem como do requerimento sobre o assunto que Saudando a posigao do Senado, critico o conhecimento protocolizamos no Tribunal Superior Eleitoral. do recurso e o empate verificado na votagao, dai decorrendo Devo ainda esclarecer e comunicar que a Telebras. como a necessidade de convocar juizes do Superior Tribunal de empresa holding do sistema, continua inadimplcntc com a Justiga para uma decisao. A sociedade brasileira receia que, Frente Parlamentarista Monarquica. Temos procurado, nestes num conlexto em que tudo leva a crer que o atual esquema sete meses, encontrar um acordo, a fim de que a Telebras de corrupgao e conseqiiencia e continuidade do esquema de possa, como e do seu dever contratual e moral, encerrar as corrupgao anterior, cujo mandante, esta mais do que explicito, suas contas com a Frente Parlamentarista Monarquica. era o ex-Presidente Fernando Collor, o Poder Judiciario, que ACORDO E REQUERIMENTO A QUE SE RE- ja nao tinha muita credibilidade e agora piora sua situagao FERE OORADOR diante da opiniao piiblica, devolva ao Congresso Nacional um corrupto que comandou uma quadrilha de dentro do Pala- TELECOMUNICACOES DE SAO PAULO S/A — cio do Planalto. TELESP E e nesse contexto de corrupgao. Sr. Presidente, um con- Empresa do Sistema Telebras texto aetico, que se destaca toda uma argumentagao politica TERMO DE ENCERRAMENTO DE CONTRATO de varios partidos que estao contra o processo revisional. E tambem nesse contexto que se busca, por uma manobra Telecomunicagoes de Sao Paulo S/A-TELESP, concessio- regimental, a votagao do adiamento do prazo para apresen- naria de servigos publicos de telecomunicagoes, com sede nes- ta Capital, na rua Martiniano de Carvalho, 851, inscrita no tagao de emendas ao Congresso Revisor. O que esta por tras 0 disso ? Possibilitar que os partidos que fazem parte do bloco CGC/MF sob n 43.642.727/0001-85, aqui rcpresentada por dos contra, como vem sendo chamado pela midia, compo- seu Presidente Waldemar Fernandes Neves, por seu Diretor nham-se e busquem uma forma de participar da revisao. Por de Operagoes, Lutero de Castro Cardoso, por seu Diretor Dezcmbro dc 1W3 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Revisao Constitucional Federal) Ouarta-leira b 243

Tecnico Silvio de Carvalho Vince, por seu Diretor Economico- "Demais empresas de telecomunicagdes serao Financeiro Carlos Eduardo Sampaio Ddria, por seu Diretor coordenadas pela Telebras." de Recursos Humanos Archimedes Baccaro e por seu Diretor 1.4. A Telebras assumiu, como empresa h'der do chama- Administrativo Marcos Jordao Teixeira do Amaral Filho, do- do Sistema Telebras, a obrigagao, em contrato autonomo (jun- ravante denominada simplesmente TELESP; e Frente Parla- tado anteriormente), de prestar os servigos necessarios a cam- mentarista Monarquica, com sede em Brasflia-DF, na SAF panha e mais a de; Espago Monarquico — Camara dos Deputados — Piano Pilo- "arrecadagao e repasse dos valores recebidos." to, inscrita no CGC/MF sob n" 37.992.351/0001-36, aqui repre- sentada por seu Presidente, Deputado Federal Antonio Henri- 2. A Frente Parlamentarista Monarquica, desejosa de que Bittencourt da Cunha Bueno. doravante denominada sim- encerrar correta e legalmente sua prestagao de contas, compos plesmente Frente, tern, entre si, certo e ajustado proceder com a Telesp, tendo esta creditado na Conta Corrente da ao encerramento do Contrato de Prestagao de Servigos, n" Frente Parlamentarista Mondrquica, nesta data a importancia TELESP 93/5180, firmado a 9 de margo de 1993, o que fazem de CR$29.244.280,41 (vinte e nove milhoes, duzentos e qua- por via deste instrumento e na melhor forma de direito, sob renta e quatro mil, duzentos e oitenta cruzeiros reais e qua- a unica condigao de que a TELESP, em nome da Frente, rente e um centavos) e assim pede que V. Ex' tenha presente efetue o pagamento, ao Banco Antonio de Queiroz SI A, da nestes autos. importancia de CR$ 29.244.280,41 (vinte e nove milhoes, du- 2.1. A Frente nao tera objegao em fazer o mesmo com zentos e quarenta e quatro mil, duzentos e oitenta cruzeiros a Telebrds, sem ter de adotar outras medidas judiciais. reais e quarenta e um centavos). Declaram as partes que, 2.2. Isto posto, informamos que a Frente ainda deve uma vez efetivado o pagamento acima referido, estarao inte- ao Banco Antonio de Oueiroz S.A., nesta data, a importancia gral c absolutamente cumpridas todas as obrigagoes pactua- de CR$30.600,000,00 (trinta milhoes e seiscentos mil cruzeiros das, desobrigando-se, para todos e quaisquer fins e efeitos reais), e, para resguardo de seus direitos, para ressalva de de direito, outorgando-se reci'proca e irrestrita quitagao, quan- suas responsabilidades, sera compelida a tomar tais medidas, to ao contrato cujo encerramento ora procedem. caso a via conciliatoria se mostrar invidvel ante a injusta resis- Por estarem Concordes, assinam as partes o presente ins- tencia da concessiondria. trumento, em duas vias de igual teor e efeito, com as testemu- Termos em que, J. esta, dois documentos, nhas instrumentdrias abaixo. P. Deferimento Sao Paulo, 30 de novembro de 1993. Brasilia, I9 de dezembro de 1993. — Antonio Henrique p/Telecomunicagoes de Sao Paulo SI A —TELESP Bittencourt Cunha Bueno, Presidente Frente Parlamentarista Monarquica. Waldemar Kernandes Neves, Presidente — Silvio de Car- O SR. PRESIDENTE (Humherto Lucena) — Tern a pala- valho Vince, Diretor Tecnico — Archimedes Baccaro, Diretor vra o Sr. Congressista Jose Thomaz Nono, como Li'der do de Rec. Humanos — Lutero de Castro Cardoso, Diretor de PMDB. Operagocs — Carlos Eduardo Sampaio Doria, Diretor Econo- mico-Financeiro — Marcos Jordao T. Amaral Filho, Diretor O SR. JOSE THOMAZ NONO (PMDB — AL. Pronuncia Administrativo. o seguinte discurso.) — Sr. Presidente, Sr" e Srs. Congres- sistas, a festejada "Coluna do Castello" publicada pelo Jornal p/Frcnte Parlamentarista Monarquica do Brasil de hoje e primorosa. O jornalista Marcelo Pontes, Antonio Henrique B. Cunha Bueno, Presidente. com o talento que Ihe e peculiar, conseguiu produzir um ex- Excelcnti'ssimo Senhor Ministro Torquatro Jardim traordindrio texto no qual compara as atitudes do traficante Digm'ssimo Relator do Processo n" 13.837/DF Marcelo Xard e a do ex-presidente Collor, que ocuparam Frente Parlamentarista Monarquica. nos autos do pro- um grande espago na rm'dia nacional dando entrevistas coleti- cesso em referenda, vem informar e, ao fim, requerer o quanto vas. O paralelo tragado entre ambos e sobremaneira curioso segue; e e indispensavel que os Anais desta Casa registrem para 1. A ora Requerente e a TELESP — Telecomumcagoes posteridade o trabalho da lavra de Marcelo Pontes. Requerendo, pois, a transcrigao do artigo, gostaria ainda de Sao Paulo S. A., deliberaram cncerrar por acordo o contrato de manifestar espanto, pasmo, estupefagao com a decisao que entre si mantiveram, para captagao de doagoes por telefo- de ontem do Supremo Tribunal Federal. Nem mesmo a posi- ne para a campanha do plebiscito. 1.1. Para o efeito de conciliagao firmaram o termo de tiva onda de moralidade que varre o Pai's foi suficiente para encerramento do qual se junta cdpia (doc. 1). ficando assim sensibilizar quatro dos ilustres integrantes do Supremo Tribu- quitadas de parte a parte as redprocas obrigagoes conseqiien- nal Federal! Nao me cumpre aqui analisar o comportamento individual tes da mencionada avenga. 1.2. Oportuno se mostra afirmar que o acerto com a de jufzes, mas duvido, duvido muito, que a sociedade brasi- Telesp disse respeito exclusivamente a essa Companhia. Assim leira que repeliu Collor nas ruas, os jovens que tiveram a <5he que um dos sub itens da clausula 3 do contrato com cara pintada, todos os segmentos da sociedade brasileira que o repudiaram pelas falcatruas, agora revigoradas na opimao a Telesp prcvia, para esta, a obrigagao de. piiblica pela prisao de PC Farias, consigam entender a decisao "Garantir que as doagoes serao cobradas, dos ter- de ontem. minals tclcfonicos rcgulares na Telesp de pessoas fi'sicas Mais uma vez o Judiciario frustra as expectativas popu- e juridicas, podendo ocorrer mais de uma doagao a lares' criterio do doador Da mesma forma que o povo nao entende que parlamen- tares usem de seus mandates para obter beneficios pessoais 1.3. Todavia, o sub item se completava com o seguinte e. o que e mais grave, atentarem contra o Erano pubheo. esclarecimento contratual; ha que se condenar a conduta, que se repudiar a conduta 244 Quurtu-leiru 8 OlARIO DO CONGRESSO NACIONAl, (Rcvisao Consiiiucioruil Federal) Uezembro de 1W3

de magistrados que assaltam, pela via obliqua, a consciencia tagao. Fique-se apenas com os autos da CPI do impeachment. cfvica da Nagao. La, o chefe de PC Farias nao e outro. E Collor mesmo. A decisao ainda esta pendente, mas, ontem, o povo brasi- Foi a primeira apariqao piiblica em grande estilo do trafi- leiro ja poderiair dormir tranqiiilo certo de que de urn malfei- cante Marcelo Xara. Foi tambem a primeira defesa piiblica tor, pelo menos, estaria livre nos prdximos oito anos. Ao que Collor fez de seu tesoureiro de campanha eleitoral. Quan- se postergar essa decisao, prorroga-se acrise; convocam-se do estava na Presidencia da Republica, Collor simulava fugir juizes de inferior grau de jurisdigao para julgar e aumenta-se de PC como o diabo foge da cruz. Nos pronunciamentos ofi- o descredito da populagao com rela^ao ao Judiciario. ciais em cadeia nacional de televisao, procurava descarac- terizar uma amizade que os extratos bancarios e os cheques Manifesto aqui, uma vez mais, as minhas preocupagdes de correntistas fantasmas confirmavam. quanto ao desapre90 popular ao Legislativo, ao Executive Agora, como interesa a Marcelo Xara proteger a sua e ao Judiciario. Num Pais onde as instituigoes nao gozam quadrilha. interessa a Collor defender PC. Estao os dois, Co- da estima do seu povo sempre se deixa aberta a porta para llor e PC, no mesmo barco, embora um numa especie de solugoes traumaticas, casufsticas e anti-democraticas! hotel penitenciario. e o outro em liberdade. Gostaria muito de ver o Supremo, ou, melhor dizendo, Collor declarou que a prisao de PC foi um seqiiestro. um dos quatro jufzes que votaram a favor de Collor explicar O ex-Presidente entende muito bem do assunto. O seu primei- essa decisao a qualquer do povo. Tenho certeza de que, como ro ato ao assumir a Presidencia da Republica foi seqiiestrar Marcelo Xara, teriam que cobrir o rosto. a poupan^a e os investimentos financeiros de milhares de (MATERIA A QUE SE REE ERE O OR A DOR I brasileiros. E o delegado Helio Vigio nao foi chamado para tratar do seu caso. Coluna do Castello Traficante-eis o tftulo que o bandido Marcelo Xara reivin- dica para si, referindo-se ao trafico de cocama que comanda O BANDIDO E O EX-PRESIDENTE num dos morros do Rio. Nem e preciso buscar semelhamjas Duas cenas dominicais. O traficante Marcelo Fonseca nesse terreno, em que se chegou a baixaria das acusagoes de Souza, conhecido como Marcelo Xara, de 22 anos. sai de consumo de droga por metodos pouco usuais. de seu esconderijo e da entrevista coletiva numa pra^a do Ja e suficiente saber que PC Farias tambem merece uma Conjunto Habitacional Nelson Mandela, ao lado da Favela adaptagao do tftulo de traficante. O principal crime cometido da Varginha, em Bonsucesso, no Rio de Janeiro. por ele foi o de trafico de influencia durante o governo do O ex-Presidente Fernando Collor de Mello sai de seu seu chefe Fernando Collar. esconderijo, a Casa da Dinda, em Brasilia, e tambem concede Uma mascara negra encobria todo o rosto de Marcelo uma entrevista coletiva. Xara, durante a entrevista coletiva. Collor tinha cara limpa. Ambos se defenderam. Marcelo Xara queria desfazer A mesma cara com que fazia fantasticos discursos de reforma as suspeitas da polfcia de que seria o seqiiestrador de dois do Estado e reformava os jardins da Casa da Dinda. filhos de um executivo frances. Estava sendo perseguido e No final da entrevista, Collor foi aplaudido, beijado e temia ser morto pela polfcia. Seqiiestrador, nao, jurava o abragado por cerca de 50 pessoas. O bandido Marcelo Xara bandido, era apenas traficante. foi festejado por 200 e aclamado como pai. E ainda mandou Collor tambem se dizia perseguido. Um perseguido politi- distribuir 600 cestas basicas e vales para a compra de remedios. co. Ele se considera uma pessoa cassada pelo arbftrio de uma Collor disse que nao tern agora sequero direito de sonhar, decisao de um tribunal politico. Tribunal politico, sim, o Sena- Marcelo Xara muito menos. Por motives diferentcs, os dois do Federal exerceu esse papel, porque o impeachment e julga- nao conseguem andar nas ruas. mento politico. Mas decisao arbitrdria e retorica. Collor teve Marcelo Xara foi embora de motocicleta. Exatamente todo o tempo possfvel para se defender. como Collor gostava de se exibir quando era presidente da Alem dos prazos da liturgia do impeachment, teve pode- Republica. res, como Presidente da Republica, para convocar cadeia na- As duas cenas dominicais tern, entretanto, um detalhe cional de radio e televisao. Nas vezes em que tomou essa em comum muito mais grave do que todos os que se possam iniciativa, nao convenceu a opiniao piiblica de que era ino- descobrir ou imaginar. Tanto Marcelo Xara como Collor sao cente. As imagens do povo indo as ruas, na epoca, sao a exemplos acabados da ineficiencia do sistema judiciario e melhor prova disso. Pior ainda: numa dessas aparigoes, no penal brasileiro. desespero, o entao presidente apresentou a Opera^ao Uruguai O bandido foi condenado por dois seqiiestros, fugiu da para justificar os milhoes de dolares em que ele e PC Farias prisao e praticou muitos outros crimes. O ex-Presidente levou escorregavam. Opera^ao Uruguai virou sinonimo de farsa. um ano para enfrentar ontem o primeiro julgamento no STF Fazer-se de vftima e recurso de defesa. O traficante Mar- — e ainda assim pos-se em julgamento a decisao do Senado celo Xara queria proteger-se de um inimigo feroz, o Delegado e de cassar-lhe os direitos polfticos, e nao os crimes de respon- Helio Vfgio, da Divisao Anti-Seqiiestro. Collor tentava in- sabilidade de que foi acusado no exercfcio da Presidencia. fluenciar o julgamento que o Supremo Tribunal Federal faria ontem da cassagao de seus direitos polfticos. O SR. PRESIDENTE (Humberto Lucena) — Por cessao Marcelo Xard e chefe de quadrilha. Um dos crimes de do Congressista Cardoso Alves, tern a palavra o Parlamentar que Collor e PC Farias sao acusados e o de forma^ao de Jose Carlos Aleluia. quadrilha. O chefe e Collor, lembrou na semana passada aos prantos Dona Elma Farias, mulher de PC Farias. O ex-Presi- O SR. JOSE CARLOS ALELUIA (Bloco Parlamentar dente disse que a declaragao de Dona Elma foi feita sob — BA. Sem revisao do orador.) — Sr. Presidente, Sr" e a emo9ao da prisao do marido e nao deveria ser levada em Srs. Congressistas, venho a esta tribuna para falar da citaijao conta. Pois bem, de-se a Collor a benevolencia dessa interpre- do meu nome na CPI do Or^amento. Dezcmbro de 1993 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Revisao Constitucional Federal) Quarta-feira 8 245

Tao logo live meu nome citado, entreguei pessoalmente o Relator nao apresentava o feito a julgamento. Tenho a ao Presidente da CPI do Orgamento, Senador Jarbas Passa- impressao de que o Dr. Americo Lacombe estd enganado. rinho, autorizagao para a quebra do meu sigilo bancario, fiscal Por duas vezes foi pautada a decisao dessa demanda e, por e telefonico e coloquci-me a disposigao para qualquer investi- duas vezes, o Relator Sousa Pires retirou de pauta esse feito. gagao, que considero fundamental, para que nenhuma duvida Quero agradecer, Sr. Presidente, ao nobre Deputado Cu- paire sobre meu nome. nha Bueno por ter-me dito isso, embora eu ja soubesse, como Tive atendido o meu pleito numa sessao plenaria da refe- tambem sei que o fato tern repercutido muito mal nesta Casa. rida CPI. Varios parlamentares tern me procurado para que eu pleiteie Hoje, mais uma vez, fui falar com o Senador Jarbas Passa- o cargo de Relator do Projeto de Lei de Imprensa. Tenho rinho, com o objetivo de contribuir para a celeridade dos dito sempre que a Lei de Imprensa nao e tao ruim. A excegao trabalhos da CPI do Orgamento, e apresentei a S. Ex' urn de alguns prazos e de um ou dois pontos obscuros, ela e sumario dos bens imdveis e vefculos que comprei e vendi ate muito boa, mas nao opera porque o Poder Judiciario nao nos ultimos cinco anos e que constam das minhas declaragdes julga, e os seus prazos prescricionais sao muito pequenos. de Imposto de Renda, correspondendo a mais de 88% do Ela nao precisa ser mudada. meu patrimonio. Por outro lado, esclareci ao nobre Deputado que especial- O levantamento foi feito a partir da analise dos rascunhos mente esse caso, ao lado de outros, tern disseminado entre das minhas declaragdes, com o auxflio de especialistas. os Deputados o intuito de estabelecer o controle externo da Requcri junto a Receita Federal cdpias das declaragdes magistratura. Embora nao veja esse expediente com olhos originals, para que, no menor espago de tempo posslvel, esti- de assentimento pleno, penso que no Tribunal Regional Fede- vessem a disposigao da Comissao Parlamentar de Inquerito. ral de Sao Paulo, onde nem sempre os juizes sao concursados, Da mesma forma, solicitei a todos os bancos em que mantive onde nem sempre os prazos sao obedecidos, deveria haver conta durante os 5 ultimos cinco anos que me fornecessem o controle externo, sem duvida alguma, porque. Sr. Presi- os extratos corrcspondentes, que deverao estar dispom'veis dente , a pior forma de corrupgao e a omissao do Poder Judicia- ainda esta semana. Eu o fiz em adiantamento a Comissao. rio, uma fdrmula comoda, soez. Desejo que as investigagdes corram em ritmo acelerado, Todas as vezes que quer beneficiar uma parte, o Poder que se apurem com profundidade todos os fatos, pois os ino- Judiciario nao julga o processo, deixando-o como esta. Se centes tern pressa na restauragao da verdade, uma vez que essa parte se beneficia com o nao-julgamento, ele aplica ape- estao destitufdos de culpa. nas o chamado "embargo de gaveta" no processo, o que esse Espero estar em breve no plenario da Comissao para Relator vem fazendo no meu caso. Toda a jurisprudencia dar os esclarecimentos que se fizcrem necessarios e responder mansa, pacifica e remansosa de todos os tribunals do Pais a todas as perguntas com relagao ao meu trabalho como parla- me favorecem, contrariando a Veja. O expectador de fora mentar, a minha vida como cidadao e a minha atuagao na julga estar havendo corrupgao por omissao e isso e muito Comissao de Orgamcnto. ruim para o Poder Judiciario e para o Pais. Um Relator apenas Sr. Presidente, Sr' e Srs. Congressistas, hoje ouvi rumo- langa essa macula sobre todo o Tribunal. Os colegas sugerem res no sentido de que ha um movimento para que nao se que fagamos uma petigao, assinada por todos, pedindo julga- implemente a quebra do sigilo das contas bancdrias e do sigilo mento, etc. Nao quero. Vou mandar copia deste pronuncia- fiscal. Nao condiciono a quebra do meu sigilo banccirio a mento ao Corregedor daquele Tribunal. Como todos os outros quebra do sigilo de outros. Que faga a Comissao a investi- Tribunals, este tambem deve ter um Corregedor. Tambem gagao, se for possfvel, apenas do meu nome. Meu nome esta vou enviar uma copia ao Presidente do Tribunal Regional limpo, e eu quero ve-lo limpo. O simples fato de desqualificar Federal de Sao Paulo, Dr. Americo Lacombe, com um abrago as anotagoes absurdas de um diretor de construtora nao e do nobre Deputado Cunha Bueno. Tenho, ate agora, em suficiente. Eu exijo, eu quero, eu tenho o direito de que alta conta o Juiz Americo Lacombe e nao quero que se Ihe a Comissao estude, analise a minha vida e, posteriormente, aplique o terrfvel brocardo biblico segundo o qual os inocenles defina se tenho ou nao culpa, se cometi ou nao algum delito. pagam pelos pecadores. Sr. Presidente. O SR. PRESIDENTE (Humberto Lucena) — Concedo O SR. PRESIDENTE (Humberto Lucena) — Concede a palavra ao nobre Congressista Eduardo Jorge. a palavra ao Deputado Roberto Cardoso Alves. O SR. EDUARDO JORGE (PT — SP. Sem revisao do O SR. CARDOSO ALVES (Bloco Parlamentar—SP. Sem orador.) —Sr. Presidente, Srs. Congressistas, demais presen- revisao do orador.) — Sr. Presidente, nobres Sr" e Srs. Depu- tes, vejo o nosso Pats vivendo um pen'odo em que aconteci- tados, quero apenas relatar, a fim de que conste dos Anais mentos da mais alta importancia e gravidade se sucedem um dos nossos trabalhos, uma conversa mantida no aviao pelo atras do outro. Refiro-me as revelagoes, da maior gravidade, nobre Deputado Cunha Bueno e o Presidente do Tribunal que nos deixam estarrecidos, feitas pela CPI que investiga Regional Federal de Sao Paulo, o Juiz Americo Lacombe, a corrupgao no Orgamento. e a incapacidade do Governo sob os olhares do Deputado Jose Serra. Federal de apresentar propostas viaveis politicamente para O nobre Deputado Cunha Bueno aqui presente, assente enfrentar a crise. que foilassim mesmo. Contou-me S. Ex' que teria dito ao Hoje provavelmente o Ministro Fernando Henrique Car- Presidente do Tribunal Regional Federal de Sao Paulo, Dr. doso dara conhecimento de mais um piano, na tentativa de Americo Lacombe, que estava repercutindo muito mal aqui baixar a inflagao. Mas, pelo o que ja foi esbogado na imprensa, na Casa o fato de a revista Veja nao julgar a demanda que sera um piano de diffcil viabilidade nao so do ponto de vista eu Ihe movo, feito que corre perante aquela Corte. E S. Ex* economico, mas tamWm politico. se justificou dizendo que aquilo nao poderia ficar mal para Por outro lado, assistimos ontem a uma cena digna de o Tribunal e que, na realidade, o Tribunal nao julgava porque Pilatos no Supremo Tribunal Federal: os Ministros lavaram OiKMUhlcas » DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Revrsao Coostitucional Federal) Dezembro dc 1993

as maos e vao recorrer a outra instancia, demonstrando total O SR. VICTOR FACCIONI (PPR — RS. Pronuncia o incapacidade, mesmo diante da ansiedade e do desejo da Na- seguinte discurso.) — Sr. Presidente, Sr" e Srs. Congressistas, <,ao, para punir urn Presidente que se desviou de suas obriga- em plena revisao constitucional, o Governo, na palavra do go <; constitucionais de forma flagrante. Repito; o Supremo Ministro da Fazenda, anuncia uma emenda constitucional. Tru nal Federal atuou como Pilatos, ou seja, lavou as maos O Sr. Fernando Henrique Cardoso anunciou, atrav^s da im- de f; Tna irresponsavel, contribuindo para o agravamento da prensa. que esta semana apresentard d Nagao seu piano, o crise poh'tica, ideoldgica, moral e ate psicoldgica. segundo desde que tomou posse, para debelar a inflagao e Quero comentar fato da maior importancia que aconte- estabilizar a economia. Espero que isso realmente acontega. cer<> amanha na Camara dos Deputados e no Senado Federal, O Ministro estdno cargo hdseis meses. a inflagao beira os a reuniao dos Presidentes dos partidos da esquerda e de centro- 40% mensais, ameaga descambar para a hiperinflagao, e atd esquerda. para analisar a conjuntura do Par's. A Diregao Na- o momento nao se sabe que tratamento o Governo pretende cional do meu partido, em reuniao, ontem com a bancada dar d questao. confirmou a presenga do Presidente do PT, Luiz Indcio O Sr. Ministro tern repetido insistentemente que, antes Lula da Silva. amanha, quarta-feira, £ls 17h30min. na reuniao de aplicar a paulada definitiva na inflagao. espera ver apro- dos partidos. Considero da maior import§ncia o encontro, vado. pelo Congresso Nacional. um amplo ajuste fiscal. Eu, porque. a meu ver, as diregdes dos partidos — estes sao insti- como de resto todo o Pat's, estamos de acordo com o fato tuigoes fundamentais e fiadores da democracia — estavam de que o combate eficaz da inflagao passa necessariamente muito ausentes do cenirio nacional. por uma remodelagao da estrutura fiscal e tributdria, que, Lembro bem que durante a CPI Collor-PC, os Presidentes na forma em que estd, atinge o setor produtivo, "estrangu- dos partidos. principalmente os da esquerda, de centro-es- lando" os empresdrios serios, e prejudica o prdprio Governo, querda e de centro, reuniram-se v^rias vezes e desempenha- ao favorecer a agao dos sonegadores. ram papel muito ativo. Por isso, julgo que a reuniao dos Estes sao principios bdsicos, elementares, contra os quais Presidentes do PT. do PSDB, do PV, do PPS. do PC do nada tenho a opor. Mas — e e at que estda questao — como B, do PSB e de outros, reunidos, poderao trazer a Nagao pavimentar o caminho para aplicar o golpe fatal na inflagao? seu posicionamento sobre a necessidade de defender a demo- E, depois de pavimentado o caminho. de que instrumentos, cracia e de respeitar as regras constitucionais. Nessa reuniao, de que meios o Governo poderd dispor para deter a escalada defenderemos tambem o afastamento de qualquer ameaga dos pregos? Ora, a resposta para "o que fazer?" e quase golpista de fujimorizagao. Ao mesmo tempo, os presidentes infinita, oscila de um extremo ao outro, conforme a orientagdo dos partidos poderao mostrar para a opiniao publica nacional doutrindria e ideologica de cada partido ou corrente de pensa- que estao firmes, estao decididos a levar adiante a investigagao mento. da CPI da corrupgao no Orgamento e vao exigir a punigao Mas — e preciso deixar isso bem claro —, independen- daqueles que realmente forem comprovadamente culpados, temente da pluralidade de ideias desta Casa e da sociedade. sejam pariamentares, sejam donosde grandesempresasnacio- creio que seja evidente. evidenti'ssimo, o consenso de que nais, sejam grandes capitalistas nacionais, sejam pessoas liga- nao se combate inflagao aumentando impostos, aumentando das ao Poder Executivo. necessario que a defesa do regime ah'quotas, ou coisa que o valha. O Sr. Ministro, um gentleman, democratico seja associada a firme posigao de que os culpados um intelectual de saber reconhecido internacionalmente, prc- sejam realmente punidos. cisa estar ciente desta ligao, tao clara, tao dbvia e tao impres- E muito importante tambem que dessa reuniao saia uma cindivel como o feijao com arroz. resposta ativa, seja para criticar, seja para negar o piano eco- Digo que o Sr. Ministro precisa atentar para este detalhe. nomico que sera anunciado hoje pelo Ministro Fernando Hen- porque e exatamente este aspecto que S. Ex' mais parece rique Cardoso, seja para apresentar solugoes altemativas. Nad ignorar. Depois de tentar impingir o 1PMF, o Ministro acena se pode simplesmente dizer nao, sem apresentar uma proposta com a possibilidade de aumentar as ah'quotas de todos os alternativa que. no dia-a-dia, seja implementada pelas entida- impostos. conforme destaca a imprensa em seu noticidrio poli- des hasilares da democracia; o Congresso, o Executivo e o tico-economico didrio. Judiciario. Ora. se isso vier a acontecer, o Sr. Ministro estard tentan- E necessario que os partidos politicos de centro-esquerda do apagar o fogo com gasolina. Em vez de estabilizar a econo- e esquerda tambem se debrucem sobre o assunto e emitam mia. o aumento das ah'quotas, bem como qualquer outra forma sua opiniao a respeito do piano a ser anunciado hoje. Se de ampliar a carga tributdria, atingird fatalmente o setor pro- for negado. quais sao as altemativas? dutivo, e. ao inves de conter, o Governo estard alimentando a escalada inflaciondria. Esta e uma verdade gritante. De toda forma, essa reuniao de amanha. a qual compa- De antemao. quero deixar bem claro que, por prinefpio recera o Presidente do PT. Luiz Inacio Lula da Silva. retomara e por convicgao poh'tico-ideoldgica, sou contra a faldcia do pratica importantissima para se levar adiante. de forma obje- aumento dos impostos. Registro tambem que nao pouparei liva, nao uma disputa politica eleitoral ou partidaria. mas esforgos para barrar estas medidas e fago um apelo aos meus um posicionamento pelo bem da Nagao. So assim, chegar-se-d caros colegas para que engrossem esta corrente. O Governo a bom termo nas investigagdes na CPI. Pode-se chegar de nao pode apenas ficar fingindo que e s^rio: tcm que ser i^rio imediato a propostas concretas para o enfrentamento da crise, pra valer. com todas as conseqiiencias que daf potam retulUr. sem precisar esperar um ano, um ano e meio, despertando a necessidade de mobilizagao de entidades populares e sindi- COMPARECERAM MAIS OS SRS.: cais, para dar respaldo a defesa da democracia no Brasil.

O SK. PRESIDENTE (Humberto Lucena) —Comedo a palavra ao Congressista Victor Faccioni, Dczcmbrodc 1999 [MARK) DO CONGRESSO NACTONAL (Rcvtsao Constitucional Federal)

Sergipe

Eraldo Trindade _ PPR; Fatima Pclaes _ Bloco (PFL); Albano Franco. Henrique Almeida _ PFL; Jonas Pinheiro _ PTB; Jose Samey _ PMDB; Lourival Frcitas _ PT; Valdenor Guedes _ PP. Bahia «• Para Angclo Magalhaes _ Bloco (PFL); Aroldo Ccdraz _ PRN; Haroldo Lima _ PC do B; Julahy Magalhaes _ PSDB; Prisco Alacid Nunes _ Bloco (PFL); Gerson Peres _ PPR; Paulo Viana _ PPR; Ubaldo Dantas _ PSD; Uldorico Pinto _ PSB; Rocha _ PT. Waldir Pircs _ PSDB.

Amazonas Minas Gerais

Aureo Mello _ PRN; Beth Azize _ PDT; Joao Thome PMDB. Alvaro Pereira _ PSDB; Armando Costa _ PMDB; Camilo Machado _ Bloco (PTB); (Jetulio Nciva _ PL; Jose Aldo __ Bloco Rondonia (PTB); Humberto Souto Bloco (PFL); Jose Aldo _ Bloco (PTB); Neif Jabur _ PMDB; Osmanio Pereira _ PSDB; Paulo Romano _ Amir Lando _ PMDB; Antonio Morimoto _ PPR; Odacir Bloco (PFL); Sergio Ferrara _ PMDB; Tilden Santiago _ PT; Scares _ PFL. Wilson Cunha _ Bloco (PTB). Espirito Santo Acre Helvecio Castilho _ PSDB; Jones Santos Neves) PL. Adelaide Neri _ PMDB; Flaviano Melo _ PMDB; Joao Maia _PP. Rio dc Janeiro

Toeantins Alvaro Valle _ PL.; Amaral Netto _ PPR; Artur da Tavola _ PSDB; Jair Bolsonaro _ PPR; Laerte Bastos _ PSDB, Marina Merval Pimenta _ PMDB; Moises Abrao _ PPR; Osvaldo Clinger _ PDT; Nelson Bomier _ PL; Paulo Portugal _ PP; Reis _ PP. Rubem Medina _ Bloco (PFL); Segio Cury _ PDT.

Maranhao Sao Paulo

Joao Rodolfo _ PPR; Jose Bumett _ PRN. Aloizio Mecadantc _ PT; Cardoso Alvcs _ Bloco (PTB); Cunha Bueno _ PPR; Ernesto Gradella _ PSTU; Eva Blay _ Ccara PSDB; Fausto Rocha _ PL; Hcilor Franco _ PPR; Joao Mellao Neto _ PL; Jose Abrao _ PSDB; Jose Dirceu _ IT; Josc Seira _ Ant6nio dos Santos _ Bloco (PFL); Carlos Benevides PSDB; Koyulla _ PSDB; Tadashi Kuriki _ PPR; Vadao Gomes _ PMDB; Cid Sabois de Carvalho _ PMDB. PP; Walter Nory _ PMDB.

Piaui Mato Grosso

Alvaro Pacheco _ PFL; B. Sa _ PFL. Jonas Pinheiro _ Bloco (PFL); Marcio Laccrda _ PMDB.

Paraiba Distrito Federal

Zuca Morcira _ PMDB. Meira F'ilho _ PP.

Pcrnambuco Goias

Luiz Piauhylino _ PSB; Maurilio Ferreira Lima _ PMDB; Antonio Faleiros _ PSDB; Lucia Vania _ PP; Mauro Borges Ney Maranhao _ PRN; Remido Calheiros _ PC do B. _ PP; Mauro Miranda _ PMDB; Onofre Quinan _ PMDB, Ronaldo Caiado _ Bloco (PFL). Alagoas Mato G rosso do Sul Guilherme Palmeira _ PFL; Jose Thomaz _ PMDB; Teotonio Vilela Filho_ PSDB. Jorf Ellas _ Bloco (PTB); Waldir Gueoa _ Bloco (PH.). 248 Quarta-feira 8 DIARIO DO CONGRDSSO NACIONAL (Revisao Constitucional Federal) Dezembro de 1993

Parana lutem entre si pelos mesmos eleitores e permite um melhor acompanhamento pelo eleitor dos trabalhos desenvolvidos pe- Antonio Barbara _ PMDB; Elio Dalla-Vecchia _ PDT; Jose lo seu representante. E certo que tambem nesse modelo ha Richa _ PSDB; Luciano Pizzatlo _ Bloco (PFL); Luiz Alberto riscos, mas precisamos caminhar em dire?ao as solugdes e Oliveira _ PTB; Max Rosemnann _ PDT; Moacir Michelelto _ nao ficar com medo do problemas, deixando de enfrenta-los. PMDB; Munhoz da Rocha _ PSDB. Dessa forma, os partidos se fortalecem e a politica se aproxima mais do dia-a-dia das pessoas. Propono tambem que o voto seja facultativo, de modo Santa Catarina a so votaremos cidadaos conscientes de suas escolhas. As ultimas experiencias tem-nos mostrado que indo a urna por Orlando Pacheco _ Bloco (PFL). obrigagao nem sempre os cidadaos cumprem com o seu dever e, mais do que isso, com os seus direitos, porquc se deixam Rio Grande do Sul influenciar pela ma vontade de exercer a obrigagao e ao mesmo tempo o direito de escolha dos representantes da sociedade. Amaury Miiller _ PDT; Carrion Junior _ PDT; Germano Estou apresentando tambem cmenda que reduz o minimo Rigotto _ PMDB; Jose Foga^a _ PMDB: Odacir Klein _ PMDB; de deputados por estados e Distrito Federal para quatro repre- Telmo Kirst _ PPR. sentantes, o mesmo mimero que e rescrvado para os territo- rios, sendo um estimulo a menos para a desenfreada cria<;ao O SR. PRESIDENTE (Humberto Lucena) — Sobre a de novos estados. E sera mais adequado: comega com quatro mesa projeto que sera lido pelo Sr. Secretario. e aumentara a sua representa^ao a medida que aumenta a E lido o seguinte: popula^ao a ser representada. Outra emenda por mim apresentada elimina a necessi- PROJETO DE RESOLUCAO N" 3, DE 1993-RCF dade de licenga previa corporativa para processar deputados (da Mesa) ou senadores. A imunidade dos parlamentares fica restrita Prorroga prazos previstos nos arts. 4% caput, e a suas opinioes, suas palavras e seus votos, o que, parecer, 6° da Resolueao n° 1/93-RCF. ja e um consenso hoje no Parlamento brasileiro. O Congresso Nacional resolve: Nao faz sentido o uso do Parlamento como escudo contra Art. 1? Os prazos mencionados nos arts. 4", caput, e suas responsabilidades penais, como tern ocorrido ultimamen- 6°, da Resolugao n9 1/93-RCF, passam a ser de vinte e dois te. e de sete dias, respectivamente. Finalmente, uma outra emenda permite a cassagao de Art. 2° Esta resolu^ao entra em vigor na data de sua todo parlamentar que faltar a mais de 25% das sessoes. Quern publicagao. se oferece ao exerct'cio da representatjao parlamentar nao pode frustrar os seus eleitores, fugindo do cumprimento de sua Justificaeao obriga?ao de mandatario. Em virtude da importancia impar da revisao da Consti- A experiencia de dias como hoje mostra. Sr. Presidente, tuigao Federal, toma-se a iniciativa de, atendendo a reiteradas que o Parlamento e exercido por Li'deres, que votam pelo manifesta^des dos mais diversos setores da Casa e da socie- chamado voto de Lideran^a. Os Parlamentares apenas assis- dade, de submeter a deliberacjao do Congresso prazo mais tem a votatjao e poucas vezes influenciam no seu resultado. dilatado para a apresentagao de propostas revisionais e de Alem dessas emendas fortaleccdoras da democracia, emendas a elas, visando a ensejar a maior participagao possi'vel apresentei outras que alteram a ordem economica, do funcio- de todos os habilitados a oferecer proposta de alteraqao do nalimso piiblico ao sistema educacional brasileiro. texto constitucional. Para melhor ordenar a economia, propus que lei comple- Sala das Sessoes, 7 de dezembro de 1993. — Humberto mentar delimite as obriga^oes municipais, estaduais e federais Lucena — Adylson Motta — Nelson Wedekin — Wilson Cam- previstas no art. 23 da Constitui^ao Federal. Duas outras pos. emendas estabelecem que as concessoes piiblicas, como as de transporte e telecomunicagoes, passem a ser feitas com O SR. PRESIDENTE (Humberto Lucena) — O projeto onus para as empresas concessionaries. Isso significa dizer serd inclufdo na Ordem do Dia. que, se o Estado concede um virtual privilegio de monopdlio Passa-se a discussao de propostas revisionais. ou oligopdlio a uma empresa, esta deve pagar ao Poder Publico Para a discussao, esta inscrito, em primeiro lugar, o Con- pelo direito de usar os restritos canais eletromagneticos e gressista Jose Abrao. as linhas de passageiros existentes. E mais: se a concessao O SR. JOSE ABRAO (PSDB — SP. Pronuncia o seguinte e em centra econdmico de maior interesse, o pre^o da explo- discurso.) — Sr. Presidente, Sr" 9 Srs. Congressistas, como ra9ao nao podera ser o mesmo de outra area mais carente. julgo ser meu dever utilizar a oportunidade da revisao constitu- Pretendo, com essas duas emendas, usar as leis do mer- cional para apresentar emendas que possam trazer beneficios cado a favor do povo brasileiro; afinal, se esse povo pagou aos cidadaos brasileiros, propus um grupo de alteragoes desti- pela construgao de estradas e pela instalagao de enorme estru- nadas diretamente ao aperfeigoamento de nossa democracia. tura de telecomunica^des, tal investimento deve ser reembol- Visando a melhoria da representatividade do Poder Legis- sado pelas empresas privadas, que dele sempre se benefi- lative, proponho que metade dos deputados seja eleita pelo ciaram. E tais recursos poderao ajudar a viabilizar o atendi- voto distrital e metade pelo voto proporcional de legenda, mento pelo Estado em locais menos privilegiados. E a transfe- por escolha de lista partidaria. Tal sistema, conhecido como rencia da vantagem da explora?ao em centres desenvolvidos, voto distrital misto, adotado pela Alemanha, impede que polf- para que centres menores possam tambem ter direito aos ticos de um mesmo partido ou uma mesma corrente ideoldgica beneficios hoje destinados aos grandes. Dezembro dc 1993 DlARlO DO CONGRESSO NACIONAL (Revisao Constitucional Federal) Quarta-feira 8 249

E 6 para viabilizar o Estado brasileiro, reconhecendo Brasil arcaico em todo o territdrio nacional. E ha uma reagao algumas cn'ticas fundamentais a ele feitas, que proponho redis- polftica muito poderosa contra tudo isso. cutir a estabilidade no servigo piiblico, sugerindo sua regencia Atuamos junto a entidades nas questdes de defesa do por lei complementar, alem de proibir definitivamente a acu- consumidor, de direitos humanos, nas questdes ambientais. mula^ao remunerada de cargos piiblicos, inclusive no caso Conhecemos, por exemplo, r passive ambiental das grandes de cargos eletivos, como o de Vereador. empresas de Cubatao, em Sao Paulo, e da CSN, em Volta Um grupo de tres emendas que apresentamos cria os Redonda, das "Lights" que vao ser privatizadas. Sabemos Conselhos Nacionais de Fiscalizagao dos Poderes Executive, de tudo isso, como sabemos muito bem da luta diaria, pela Legislativo e Judicicirio. Esses Conselhos serao formados por sobrevivencia, dos povos indfgenas, ameagados nesta revisao; tres representantes da sociedade civil, tres representantes do sabemos muito bem da ofensiva contra essas conquistas. prdprio Poder a ser fiscalizado e tres representantes do Poder Por isso, a nossa ideia era de uma pauta minima, que Legislativo. Conforme serd estabelecido em lei complementar, pudesse encontrar alguns compromissos para o Brasil seguir eles terao poderes para acompanhar, propor medidas e apura- o seu processo, de modo que nao contaminasse o processo (joes, convocar e suspender direitos pob'ticos, exercfcio de eleitoral do ano que vem, porque teremos de estar com tudo magistradura e de cargos e fun^des governamentais, entre terminado no mes de abril. Mas agora vemos que tudo esta outras providencias moralizadoras e de defesa da etica piiblica cada vez mais complicado e confuso. do Pafs. Volto a insistir no que se refere ao PMDB. E com muito Finalmente, nao menos importante e a emenda que garan- pesar que assistimos a omissao desse partido e a falta de te creche e pre-escola as criangas de zero a cinco anos de peso politico do Sr. Relator Nelson Jobim, talvez o mais com- idade e define o acesso ao ensino gratuito e obrigatdrio como petente, como disse o Lfder Jose Serra em artigo na Folha direito piiblico subjetivo a partir dos seis anos de idade. Ou de S. Paulo. Mas competencia para que? Dirigida a que? seja, explicita e facilita as agoes judiciais contra o Estado, Dirigida a compromissos, por exemplo, com a bancada amazo- por parte de pais que nao conseguirem vagas nas escolas piibli- nica, que tern uma percepgao errada, porque se trata de uma cas para seus filhos, que hoje ficam a merce das ruas e do elite criada num processo de democratizagao da sociedade domfnio do video e das televisdes. brasileira — sim, reconhecemos — mas que tern uma visao Creio que essas primeiras emendas por mim apresentadas distorcida. Isso leva o PMDB hoje ao bloco conservador e devem ser discutidas por esta Casa e que, apds sua discussao a ser talvez a ponta de langa contra essas conquistas. Ja come- e aprova^ao — acredito —, o Brasil estar um pouco melhor. gam a aparecer emendas a respeito da demarcagao das areas Digo que sao as primeiras medidas porque o prazo regi- indfgenas. Infelizmente pessoas como o Deputado Roberto mental para apresentagao se encerra hoje, mas poder^ ser Magalhaes, juristas, polfticos de peso, de quilate, estao falan- prorrogado por mais uma semana. Estou apresentando algu- do tambem as mesmas asneiras sobre a questao das terras mas outras emendas, que espero sejam tambem motivo de indfgenas, como se nao existisse em curso um processo de debate, reflexao e decisao. 6 com isso que conto, e e assim genoefdio dessas populagoes. A responsabilidade historica do que me comportarei a respeifo das demais proposigdes de Estado brasileiro, assumida em convengoes internacionais, meus pares. precisa ser preservada no espfrito da Carta que esta sendo Era o que tinha a dizer. modificada. Quero informar que os Verdes tambem farao emendas. O SR. PRES1DENTE (Elumberto Lucena) — Concede Nao seremos omissos. Estaremos presentes na defesa dos Mu- a palavra ao nobre Congressista Sidney de Miguel. niefpios preservando tributariamente essa parte do Pafs que mais sofre, que mais e esvaziada. Estaremos presentes nas O SR. SIDNEY DE MIGUEL (PV — RE Sem revisao questdes nucleates, restabelecendo a responsabilidade civil, do orador.) — Sr. Presidente, Sr' Srs. Congressistas, como retirada da Carta de 1988, como um resqufcio do perfodo unico representante do Partido Verde nesta Casa, trago ao 5 autoritfirio. Apresentaremos tambem varias emendas referen- conhecimento de V. Ex' o nosso posicionamento quanto a tes aos oligopdlios. revisao constitucional. Fizemos parte do bloco contrario a sua realizagao, tentando evitar que ela ocorresse. Acreditamos que e precise fortalecer a Carta nesta dire- Acreditamos que estavamos certos, porque neste mo- gao. A experiencia do cartel das empreiteiras, das "Sete Ir- mento o Pais atravessa um periodo diffcil. Vivemos um pro- mas", esta mostrando que todo o ediffcio democritico pode cesso tumultuado, que poderd atingir conotagdes ainda mais ser comprometido e poderfi levar o Pafs a uma grave situagao. complicadas. A nosso ver, o certo teria sido definir, conforme O prdprio processo das privatizagdes esta contaminado. For- a proposta do Eider do PSDB, Jose Serra, uma pauta minima, mou-se um cartel, ate com posigdes reacion^rias, estrangeiras, que protegesse os aspectos da Constituigao que Ihe dao a nas siderilrgicas. denominagao de Constituigao Cidada. O processo de privatizagao do setor eletrico e uma amea- Espenivamos que o PMDB, partido de Ulysses Guima- ga, porque ha uma imensa dfvida com as empreiteiras, com raes, honrasse sua memdria e suas grandes conquistas. Infeliz- as "Sete Irmas", que se apossariam em grande parte desse mente clas foram completamente esquecidas e abandonadas. patrimdnio piiblico. E preciso, entao, que se tenha uma legisla- O PMDB mergulhou no atoleiro, no pantano, comprome- gao de defesa econdmica que funcione ao lado da defesa do teu-se profundamente e hoje estci com a relatoria do processo consumidor, para garantir a existencia de um instrumento revisional, compondo o bloco conservador. legal, substantive, capaz de desmontar a ditadura econdmica As conquistas sociais, que resultaram da mobilizagao da das elites e dos carteis que se instalaram no Brasil e que sociedade organizada — como bem disse, embora contra nosso levam a essa perversao na distribuigao de renda, da qual gran- ponto de vista, o ex-Prcsidente Josd Sarney —, permitiram de parte da populagao simplesmente nao participa. A Carta que a Constituigao assumisse compromissos com a cidadania. de 1988 nao trouxe essas garantias. 6 preciso que se estabelega Tal fato criou empecilhos enormes a agao das oligarquias do definitivamente essas garantias. Provavelmente apresentare- 250 Quarta-feira 8 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Revisao Constitucional Federal) Dezemhro de 1993 mos, se o Senador Suplicy nao o fizer, alguma coisa em torno E lamentavel. Sr. Presidente, que o PMDB tenha abando- da renda minima. Se vamos mexer no Sistema Tributario, nado de maneira tao radical essa tradigao tao recente. que se criem mecanismos para que todos os cidadaos brasi- O SR. PRESIDENTE (Humberto Lucena) — Encerrada leiros tenham condigdes de sobreviver neste Pais. Os "verdes" estarao presentes com suas propostas. Estaremos emendando a lista de inscrigao para discussao preliminar da materia de cada disposigao que fira os interesses da cidadania. Tenta- revisao constitucional, a Presidencia convoca sessao extraor- remos resgatar o grande carisma de Ulysses Guimaraes, apesar dinaria dos trabalhos da revisao constitucional a realizar-se hoje, as 17h45min, neste plenario, portanto, daqui a quinze de, infelizmente, constatarmos a ausencia do seu partido, que 9 nos abandonou de vez e hoje se parte, como vimos na reuniao minutos, destinada a apreciagao do Projeto de Resolugao n de Sao Paulo, entre Quercia, Fleury e Maluf, para formar 3, de 1993-ACF. um bloco conservador, talvez com medo de perder as eleigoes O SR. PRESIDENTE (Humberto Lucena) — Esta encer- do ano que vem. lamentavel que todas essas forgas que rada a sessao. estao neste mundo nebuloso, nesta nodoa do contexto de cumplicidade, se juntem neste momento — ainda tao longe do processo eleitoral — para fazer um bloco poh'tico-par- (Levantase a sessao as I7h30 min.) tidario.

Ata da 17a Sessao, em 7 de dezembro de 1993 3a Sessao Legislativa Ordinaria, da 49a Legislatura

- EXTRAORDINARIA -

Presidencia dos Srs. Humberto Lucena e Levy Dias

A5 17 HORAS E 45 MINUTOS. ACHAM-SE PRESENTES Amazonas OS SRS: Aureo Mello _ PRN; Beth Azize _ PDT; Ezio Ferreira _ Bloco (PFL);Gilberlo Miranda _ PMDB; Joao Thome PMDB; Roraima Paudemey Avelino - PPR; Ricardo Moraes.

Alceste Almeida _ Bloco (PTB); Cesar Dias _ PMDB; Rondonia Francisco Rodrigues _ Bloco (PTB); Joao Fagundes _ PMDB; Joao Franga _ PP; Julio Cabral _ PP; Luciano Castro _ PPR; AmirLando — PMDB; Antonio Morimoto _ PPR; Mauricio Marluce Pinto _ PTB; Ruben Benlo _ Bloco (PTB). Calixto _ Bloco (PFL); Nobel Moura _ ; Odacir Scares _ PFL; Pascoal Novaes _ ; Raquel Candido _ Bloco (PTB); Redilario Amapa Casol _ ; Ronaldo Aragao _ PMDB.

Aroldo Goes _ PDT; Eraldo Trindade _ PPR; Fatima Pelaes Acre Bloco (PFL); Gilvan Borges _ PMDB; Henrique Almeida _ PFL; Jonas Pinheiro _ PTB; Jos6 Samey _ PMDB; Lourival Adelaide Neri _ PMDB; Celia Mendes _ PPR; Flaviano Freilas _ FT; Murilo Pinheiro _ Bloco (PFL); Sergio Bacelar _ Melo _ PMDB: Joao Maia _ PP; Zila Bezerra _ PMDB. Bloco (PFL); Valdenor Guedes _ PP.

Para Tocantins Alacid Nunes _ Bloco (PFL) Coutinho Jorge _ PMDB; Eliel Rodrigues _ PMDB; Gerson Peres _ PPR; Giovanni Queiroz _ Darci Coelho _ Bloco (PFL); Derval de Paiva _ PMDB; PDT; Hilario Coimbra _ Bloco (PTB); Jarbas Passarinho _ PPR; Freire Junior _ PMDB; Joao Rocha _ PFL; Leomar Quintanilha Mario Chermont _ PP: Osvaldo Melo _ PPR; Paulo Rocha _ PT; — PPR; Merval Pimenta — PMDB; Moises Abrao — PPR; Valdir Ganzer _ PT. Osvaldo Reis _ PP. Dczcmbro dc 1993 DlARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Revisao Constitucional Federal) Quarta-feira 8 251

Maranhao Sergipe

Bello Parga _ PEL; Cesar Bandeira _ Bloco (PEL); Costa Albano Franco _; Benedito de Figueredo _ PDT; Francisco Ferrcira _ PP; Daniel Silva _ PPR; Haroldo Saboia _ PT; Jayme Rollemberg _ PEL; Jeronimo Reis _ Bloco (PEL); Lourival Santana _ PSDB; Joao Rodolfo _ PPR; Jose Bumett _ PRN; Jose Baplisla _ PEL; Messias G6is _ Bloco (PEL). Reinaldo _ Bloco (PEL); Pedro Novais. Bahia Ceara Alcides Modesto _ PT; Angelo Magalhaes _ Bloco (PEL); Accio de Barba _ PPR; Antonio dos Santos _ Bloco (PEL); Aroldo Cedraz _ PRN; Beraldo Boaventura _ PSDB; Cldvis Ariosto Holanda — PSDB; Beni Veras — PSDB; Carlos Benevides Assis _ PSDB; Felix Mendon^a _ Bloco (PTB); Geddel Vieira _ PMDB; Carlos Vigilio _ PPR; Cid Saboia de Carvalho Lima _ PMDB; Haroldo Lima _ PC do B; Jabes Ribeiro _ PMDB; Edson Silva _ PDT; Emani Viana _ PP; Gonzaga Mota - PSDB; Jairo Azi _; Jairo Cameiro _ Bloco (PEL); Jaques PMDB; Luiz Ponies _ PSDB; Marco Penaforte _ PSDB; Maria Wagner _ PT; Joao Almeida _ PMDB; Joao Alves _ PPR; Luiza Eontenele _ ; Mauro Benevides _ PMDB; Moroni Torgan Jonival Lucas _; Jorge Khoury _ Bloco (PEL); Josaphat Marinho _ PSDB; Pinhciro Landim _ PMDB; Sergio Machado _ PSDB; _ PEL; Jose Carlos Aleluia _ Bloco (PEL); Jose Falcao _ Bloco Ubiratan Aguiar _ PMDB; Vicente Eialho _ Bloco (PEL). (PEL); Jose Lourengo — PPR; Jutahy Magalhaes — PSDB; Leur Lomanto _ Bloco (PEL); Luiz Eduardo _ Bloco (PEL); Luiz Piaiu Moreira _ Bloco (PTB); Luiz Viana Neto _ Bloco (PIT.); Manoel Castro _ Bloco (PEL); Pedro Irujo _ PMDB; Pisco Viana _ PPR; Ribeiro Tavares _ PL; Ruy Bacelar _ PMDB; Sergio Gaudenzi _ Alvaro Pacheco —PEL; B. Sa _ PP; Felipe Mendes _ PPR; PSDB; Tourinho Dantas _ Bloco (PEL); Ubaldo Dantas _ PSD; Jesus Tajra _ Bloco (PEE); Joao Henrique _ PMDB; Jose Luiz Uldurico Pinto _ PSB; Waldir Pires _ PSDB. Maia _ PPR; Lucidio Portella _ PPR; Murilo Rezende _ PMDB; Mussa Denies _ Bloco (PEL) Pacs Landim _ Bloco (PEL). Minas Gerais Rio Grande do Nortc Aecio Neves _ PSDB; Alfredo Campos _ PMDB; Aloisio 7 Vasconcelos _ PMDB; Alvaro Pereira _ PSDB; Annibal Dario Pcrcira _ PI !,; Eemando Ereirc _ PPR; Garibaldi Teixeira _ Bloco (PTB); Aracely de Paula _ Bloco (PEL); Alves Filho — PMDB; Lavosier Maia — PDT; Ney Lopes Armando Costa _ PMDB; Camilo Machado _ Bloco (PTB); — Bloco (PEL). Edmar Moreira _ PP; Elias Murad _ PSDB; Felipe Neri _ PMDB; Fernando Diniz — PMDB; Getulio Neiva — PL; Faraiba Humberto Souto _ Bloco (PEL); Ibrahim Abi-Ackel _ PPR; Israel Pinheiro _ Bloco (PTB; Joao Paulo _ PT; Jose Aldo _ Antonio Mariz _ PMDB; Efraim Moraes _ Bloco ( PEL); Bloco (PEL); Jose Santana Vasconcellos — Bloco (PTB); Jose Evaldo Goncjalvcs _ Bloco (PEL); Francisco Evangelista _ PPR; Ulisses de Oliveira _ Bloco (PTB); Junia Marise _ PRN; Marcos Humberto Lucena_ PMDB; Ivandro Cunha Lima _ PMDB; Jose Lima _ PMDB; Neif Jabur _ PMDB; Nilmario Miranda _ PT; Luiz Clcrot - PMDB; Jos6 MaranhSo - PMDB; Raimundo lira - Odelmo Leao — PP; Osmanio Pereira — PSDB; Paub Delgado - PEL; Rivaldo Medeiros Bloco (PEL); Vital do Rego _ PDT; PT; Paulo Romano _ Bloco (PEL); Ronan Tito _ PMDB; Samir Zuca Moreira _ PMDB. Tannus _ PPR; Sandra Starling _ PT; Sergio Ferrara _ PMDB; Tarcisio Delgado _ PMDB; Tilden Santiago _ IT; Vitlorio Medioli _ PSDB; Wilson Cunha _ Bloco (PTB); Zaire Rezende PMDB. Pernambuco

Alvaro Ribeiro _ PSB; E'emando Lyra _ PSB; Gilson Espirito Santo Machado _ Bloco (PEL); Gustavo Krause _ Bloco (PEL); Inoccncio Olivcira _ Bloco (PEL): Jose Carlos Vasconcellos _ Armando Viola _ PMDB; Elcio Alves _ PEL; Etevalda PRN; Jose Jorge _ Bloco (PEL); Jose Mucio Monteiro _ Bloco Grassi de Menezes _ Bloco (PTB); Gerson Camala _ PPR, (PEL); Luiz Piauhylino _ PSB; Mansueto de Lavor _ PMDB; Helvecio Castelo — PSDB; Joao Calmon — PMDB; Jones Marco Maciel — PEL; Maurflio Ferreira Lima — PMDB; Santos Neves — PL; Jdrio de Barros — PMDB; Lezio Sathler Maviacl Cavalcanti — PRN; Ney Maranhao — PRN: Nilson — PSDB; Rita Camata — PMDB; Roberto Valadao — Gibson — PMDB; Rcnildo Calheiros — PC do B; Roberto PMDB; Rose de Freitas — PSDB. Franca — PSB; Roberto Freire — PPS; Roberto Magalhaes — Bloco (PEL); Tony Gel — PRN; Wilson Campos — PMDB. Rio dc Janeiro

Alagoas Alvaro Valle _ PL; Amaral Neto _ PPR; Arolde de Oliveira _ Bloco (PEL); Artur da Tavola _ PSDB; Benedita da Silva _ PT; Guilherme Palmeira — PEL; Jose Thomaz Nono — Carlos Alberto Campisla _ PDT; Carlos Lupi _ PDT; Edesio PMDB: Teotonio Vilela Filho — PSDB. Frias _ PDT; Eabio Raunheilti _ Bloco (PTB); Francisco 252 Quarta-feira 8 DlARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Revisao Constitucional Federal) Dezembro de 1993

Domeles _ PPR; Francisco da Silva _ PP; Hydekel Freitas _ Mato Grosso do Sul PPR; Jair Bolsonaro — PPR; Jamil Haddad — PSB; Jandira Feghali _ PC do B; Joao Mendes _ Bloco (PTB) Jose Vicente Flivio Derzi _ PP; George Takimoto _ Bloco (PFL); Jose Brizola _ PDT; Laerte Bastos _ PSDB; Luiz Salomao _ PDT; Elias _ Bloco (PTB); Levy Dias _ PPR; Nelson Trad _ Bloco Marcia Cibilis Viana — PDT; Marino Clinger — PDT; Miro (PTB); Rachid Saldanha Elerzi _ PRN; Valter Pereira _ PMDB; Teixeira _ PDT; Nelson Cameito _ PMDB; Nelson Bomier _ PI ; Waldir Guerra _ Bloco (PFL); Wilson Martins _ PMDB. Paulo de Almeida _ PSD; Paulo Portugal _ PP; Paulo Ramos _ ■V PDT; Roberto Campos _ PPR; Rui Medina _ Bloco (PFL); Parana Sandra Cavalcanti _ PPR; Sergio Arouca _ PPS; Sergio Cury _ PDT; Sidney de Miguel _ PV; Vivaldo Barbosa _ PDT. AfTonso Camargo _ PPR; Antonio Barbara _ PMDB; Basilio Villiani _ PPR; Carlos Scarpelini _ PP; Deni Schwartz _ PSDB; Sao Paulo Elio Dalla-Vecchia _ PDT; Ivanio Guerra _ Bloco (PFL); Joni Varisco _ PMDB; Jose Richa _ PSDB; Luciano Pizzatto _ Bloco Adilson Maluf _ PMDB; Aldo Rebelo _ PC do B; Aloisio ( PFL); Luiz Alberto Oliveira _ PTB; Luiz Carlos Hauly _ PP; Mercadanle _ PT; Armando Pinheiro _ PPR; Beto Mansur _ Max Rosenmann _ PDT; Moacir Micheletto _ PMDB; Munhoz PPR; Carlos Alves _ Bloco (PTB); Carlos Nelson _ PMDB; da Rocha _ PSDB; Onaireves Moura _ PSD; Otto Cunha _ ; Chafic Farhat _ PPR; Chico Amaral _ PMDB; Cunha Bueno _ Pedro Tonelli _ PT; Reinhold Stephanes _ Bloco (PFL); Sergio PPR; Delfim Neto _ PPR; Diogo Nomura; _ PL; Eduardo Jorge _ Spada _ PP; Wilson Moreira _ PSDB. PT; Eduardo Suplicy _ PT; Ernesto Gradella _ PSTU; Eva Blay _ PSDB; Fabio Meireles _ PPR; Fausto Rocha _ PL; Florestan Femandes _ PT; Gastone Righi _ Bloco (PTB); Geraldo Alckmin Filho _ PSDB; Heitor Franco _ PPR; Helio Bicudo _ PT; Helio Rosas _ PMDB; Irma Passoni _ PT; Joao Melao Neto Santa Catarina _ PL; Jorge Tadeu Mudalen _ PMDB; Jose Abrao _ PSDB; Jose Anibal _ PSDB; Jose Cicote _ PT; Jose Dirceu _ PT; Jose Alexandre Puzina _ PMDB; Angela Amin _ PPR; Diceu Genoino _ PT; Jose Maria Eymael _ PPR; Jose Serra PSDB; Cameiro _ PSDB; Edison Andrino _ PMDB; Esperidiao Amin _ Koyu Iha — PSDB; Luiz Gushiken — PT; Luiz Maximo — PSDB; PPR; Hugo Biehl _ PPR; Jarvis Gaidzinski _ PPR; Luci Maluly Neto _ Bloco (PFL); Marcelino Romano Machado Choinacki _ PT; Luiz Henrique _ PMDB; Nelson Wedekin _ PPR; Mario Covas _ PSDB; Mauricio Najar _ Bloco (PFL); PDT; Neuto de Conto _ PMDB; Orlando Pacheco _ Bloco Nelson Marquezelli _ Bloco (PTB); Osvaldo Stecca _ PMDB; (PFL); Paulo Duarte — PPR; ValdirColatto — PMDB; Vasco Paulo Lima _ Bloco (PFL); Paulo Novaes _ PMDB; Pedro Pavao Furlan — PPR. _ PPR; Roberto Rollemberg _ PMDB; Tadashi Kuriki _ PPR; Tuga Angerami — PSDB; Vadao Gomes — PP; Valdemar Costa Rio Grande do Sul Neto — PL; Walter Nory — PMDB. Adao Pretto _ PT; Adroaldo Streck _ PSDB: Adylson Motta _ Mato Grosso PPR; Aldo Pinto _ PDT; Amaury Muller _ PDT; Amo Magarinos _ PPR; Carrion Junior _ PDT; Celso Bemaidi _ PPR; Auguslinho Freitas _ PP; Itsuo Takayama _ ; Jonas Pinheiro Eden Pedroso _ PT; Fetter Junior _ PPR; Germane Rigotto _ _ Bloco (PFL); Jose Augusto Curvo _ PMDB; Marcio Lacerda PMDB; Hilirio Braum _ PMDB; Ibsen Pinheiro _ PMDB; Ivo PMDB; Ricardo Correa _ PL; Rodrigues Palmas _ Bloco (PTB); Mainardi — PMDB; Joao de Deus Antunes — PPR; Jose Fogaga Welinton Fagundes _ PPR. _ PMDB; Jose Fortunati _ PT; Jose Paulo Bisol _ PSB; Luis Roberto Ponte _ PMDB; Nelson Proenga _ PMDB; Odacir Klein _ PMDB; Osvaldo Bender _ PPR; Paulo Paim _ PT; Pedro Distrito Federal Simon - PMDB; Telmo Kirst - PPR; Valdomiro Lima _ PDT; Victor Faccioni 1 PPR; Waldomiro Fioravante _ PT; Wilson Augusto Carvalho _ PPS; Benedito Domingos _ PP; Chico Muller _ PDT. Vigilante _ PT; Jofran Frejat _ Bloco (PFL); Maria Laura _ PT; Meira Filho _ PP; Osorio Adriano _ Bloco (PFL); Paulo Octavio O SR. PRESIDENTE (Levy Dias) — As listas de presenga _ PRN; Pedro Teixeira _ PP; Valmir Campelo _ PTB. acusam o comparecimento de 421 Congressistas. Hi numero regimental. Declare aberta a sessao. Hi oradores inscritos para o periodo de Breves Comu- Goias nicagoes. Com a palavra o ilustre Congressista Deputado Paulo Antonio Faleiros _ PSDB; Haley Margon _ PMDB; Iram Lima. Saraiva _ PMDB; Joao Natal _ PMDB; Lazaro Barbosa _ O SR. PAULO LIMA (Bloco Parlamentar — SP. Sem PMDB; Lucia Vania _ PP; Maria Valadao _ PPR; Mauro Borges revisao doorador.) —Sr. Presidente, Sf' e Srs. Congressistas, _ PP; Mauro Miranda _ PMDB; Onofrc Quinan _ PMDB; Paulo neste momento falo em nome da regiao de Presidente Pru- Mandarine _ PPR; Roberto Baleslra _ PPR; Ronaldo Caiado _ dente, Estado de Sao Paulo, onde o povo esti indignado Bloco (PFL); Vilmar Rocha — Bloco (PFL); Virmondes Cru- com o que ocorre na CPI do Orgamento. A cada hora, a vinel — PMDB. cada dia sao descobertos novos escandalos envolvendo desvio Dczembro de 1993 D1ARIO DO CQNGRESSQ NACIONAL (Revisao Constitucional Federal) Quarta-feira 8 253

de dinheiro piiblico, bem como os interesses nacionais de grupos e pessoas que manipulam verbas, contrariando os inte- da ordem de apenas 96 litres per capita por mo, enquanto resses do Brasil. que o mfnirno recomendado pela Organiza io Mundial de O Onjamento do Pai's era coordenado pelas empreiteiras, Saude e de, pelo menos, 260 litres. o que ja se esta confirmando neste momento. Todos pergun- Nesse sentido, nao hd cabimento no sentido de que o tam quando terd im'cio a cassagao dos envolvidos e das pessoas leite seja eleito como vefculo de vitaminagao da popula^ao, comprometidas com o sistema ilegal e imoral apurado pela pois seu consumo, no Brasil, nao e massivo. CP1. Ate o momento estao surgindo fatos, mas nao ha cassa- E preciso ressaltar que, alem de encarecer o custo do ?6es. produto, onerando ainda mais o consumidor, a altera^ao de Ora, Sr. Presidente, penso que nao se deve generalizar, seu sabor, com a vitaminagao, como jd apontamos, inibe o como tern feito parte da imprensa e da popula?ao, a acusagao seu consumo. contra o Congresso Nacional. Esta e uma institui^ao limpa, Desejamos, por conseguinte, consignar, desta tribuna, seria. Mas se existem Parlamentares envolvidos em escan- nossa posigao contrdria a vitaminagao do leite e, consequen- dalos, que realmente sejam colocados para fora do Congresso. temente, a inconveniencia do Projeto de Lei n" 3.906/93. Com base em tudo que esti ocorrendo, penso que talvez o caminho para abrir uma nova etapa no Legislative seja O SR. PRESIDENTE (Levy Dias) — Concede a palavra quebrar o sigilo bancirio de todos os integrantes da Camara ao nobre Congressista Mauro Miranda. dos Deputados e do Senado Federal. Com esse procedimento O SR. MAURO MIRANDA (PMDB — GO, Pronuncia haveria a transparencia tao exigida pela populagao. Compro- o seguinte discurso.) — Sr. Presidente, Sr* e Srs. Congres- vada a inocencia das pessoas investigadas, dar-se-ia a credibi- sistas, no ultimo dia 2, encheu-nos os olhos e os ouvidos lidade e o reconhecimento do seu trabalho serio junto ao de felicidade o discurso proferido pelo nosso Lfder do PMDB, Congresso Nacional e a popula^ao que representam. Deputado Tarcfsio Delgado, com a abordagem, de im'cio poe- Entendo que e a unica forma que se deve adotar para tica e em seguida com uma andlise forte, segura e coerente que possamos pleitear os votos dos nossos eleitores e desen- sobre a organizagao do Estado e a participagao histdrica do volver os programas de trabalho no Congresso Nacional. nosso partido no processo de democratizagao do Pai's. Hoje Assim, o que posso solicitar, em nome de Presidente o maior partido do Brasil regozija e vivencia essa drdua luta Prudente e do oeste paulista, e que os fatos denunciados real- em defesa da cidadania, da justiga social e da democracia mente sejam investigados, apurados e depurados pela CPI participativa. e que sejam cassadas as pessoas envolvidas na bandalheira Justamente sao a fe e a perseveranga, de que nos diz e na corrup^ao desenfreada que esta sendo investigada por o Lfder Deputado Tarcfsio Delgado, que movem essa monta- aquela comissao. nha de esperanga e luta por dias melhores para o nosso povo, Era o que tinha a dizer. tarefa prepoderante em nossa agremiagao polftica, pois so O SR. PRESIDENTE (Levy Dias) — Com a palavra o assim poderemos "construir o regime de liberdade" a que nobre Congressista Nelson Marquezelli. se refere Tarcfsio e que tanto almejamos. O discurso do nosso Lfder e a pagina viva do que nosso O SR. NELSON MARQUEZELLI (Bloco Parlamentar partido representa hoje na polftica brasileira, repleta de luta, — SP. Pronuncia o seguinte discurso.) — Sr. Presidente, Sr* bravura, defesa agodada das liberdades democrdticas, das li- e Srs. Congressistas, alguns setores, geralmente desinforma- berdades de agao e participagao e da plenitude da vida do dos dos assuntos pertinentes a pecudria leiteira, pretendem cidadao. Nesse diapasao e que reitero aqui as palavras do que o leite pasteurizado comercializado no Pai's seja vitami- Lfder Tarcfsio Delgado, quando diz que "o PMDB esta cons- nado. ciente de seu papel e nao abrira mao de sua importancia Alids, existe ate em tramitaijao na Camara dos Deputados 0 para as mudangas estruturais de que o Estado brasileiro neces- o Projeto de Lei n 3.906/93, de iniciativa do Deputado Itsuo sita". Nesse sentido, reitera seu "integral apoio aos Trabalhos Takayama, que, entre outras medidas, preconiza a vitami- da Comissao Parlamentar Mista de Inquerito que apura irregu- nagao obrigatdria do leite. laridades na elaboragao do Orgamento da Uniao". A propdsito, recebemos representa^ao da Associa^ao Concordo tambem que esse processo de apuragao vai Brasileira dos Produtores de Leite B absolutamente contrdria romper com o sentimento de impunidade que vem reinando a iniciativa. soberano sobre a desgraga da Nagao. Esses acontecimentos A entidade ressalta que, no caso do leite, a vitamina^ao que orafloram denunciam, isto sim, a completa derrocada obrigatdria, em experiencias realizadas anteriormente, mos- do Estado, como nos alerta Delgado, necessitando de uma trou-se negativa, pela nao-aceita^ao do produto por parte urgente reforma para o reavivamento de nossas instituigoes. dos consumidores, em virtude da alteragao de seu sabor. Na verdade, um Estado mal estruturado, com as fungoes asseverado que a medida representard altos riscos a viciadas, como o que temos hoje, com um sistema institucional pecudria leiteira nacional, principalmente a especializada, por- em disfungao, carecendo de mudangas nos sistemas financeiro, que acarretard o desaparecimento dos tipos de leite. ^ que, eleitoral, previdenciario, na estrutura partidaria, e na centrali- pelas normas expedidas pelo Ministerio da Agricultura, do zagao de poder e de recursos pode colocar em risco a viabili- Abastecimento e da Reforma Agrdria, o leite que recebe a dade da democracia. Estou plenamente de acordo com o nosso adigao de produtos e classificado como "aromatizado". Lfder acerca dessas consideragdes, acreditando tambem que Devido a essa situagao, com a obrigatoriedade da adi^ao so um Estado democratico e possfvel promover o desenvol- de vitaminas, o leite pasteurizado dos tipos A, B e C fatal- vimento e o bem-estar social. mente desaparecerd do mercado, prejudicando os consumi- O PMDB, Sr. Presidente, Sr** e Srs. Congressistas, nao dores. foge a luta e sabe que e hora, na revisao constitucional, de Ora, sabe-se que o consume de leite no Brasil e baixfs- propormos essas mudangas e de realiza-las para o bem do simo, em virtude da falta de poder aquisitivo da populagao. nosso povo e do nosso Pafs. Sao mudangas necessarias para 254 CNa«t»-fcira 8 PIARK) DO CONGRESSO NACIONAL (Rcvisao Constitucional Federal) Dezerobro de 1993 o tnrlilr riani nto do regime detnocrilico, para dotar a nossa ptiblico e pessoa humana. Sempre solidario, granjeou a simpa- WAtfadr dc cond^des ideais dc partkipagao e atuagao, no tia e a amizade de todos os companheiros. * dc resgatar em definitivo a cidadania e a harmonia Ao fazer este registro. Sr. Presidente, elevo o meu pensa- wid. mdispensaveis a total restauragao de nossa dignidade. mento ao Alto, pedindo ao Criador que o receba entre os En o que tinha a dizer. justos. O SR. PRESIDENTE (Levy Dias) — Concede a palavra Era o que tinha a dizer. Sr. Presidente, Sr99 e Srs. Con- ao nobre Congressista Chico Amaral. gressistas, O SR CHICO AMARAL (PMDB — SP. Pronuncia o Durante o discurso do Sr. Chico Amaral, o Sr. scguinte discurso.) — Sr. Presidente, Sr* e Srs. Congressistas, Levy Dias, 2° Vice-Presidente, deixa a cadeira da presi- registro, com o meu mais profundo pesar, o falecimento ocor- dencia, que e ocupada pelo Sr. Humberto Lucena, Presi- rido na madrugada do dia 3 de setembro do corrente ano, nacidade do Rio de Janeiro, do eminente Deputado Bocayuva dente. Cunha, da representagao do Partido Democratico Trabalhista nesta Casa do Congresso Nacional. O SR. PRESIDENTE (Humberto Lucena) — Passa-se a Luiz Fernando Bocayuva Cunha foi uma dessas extraor- dinarias figuras humanas que pontilharam o cenario politico ORDEM DO DIA brasileiro durante varias decadas, sempre com as atengoes voltadas para os superiores interesses nacionais. Discussao, em turno unico, do Projeto de Resolu- ?ao n9 3, de 1993 — RCF, que prorroga prazo previsto Nascido em 22 de dezembro de 1922, na cidade do Rio 9 9 de Janeiro, formou-se muito jovem em engenharia civil pela nos arts. 4°, caput, e 6 da Resolugao n 1, de 1993 — RCF. Universidade do Brasil, tendo exercido seis mandates, desde 9 1959, como Deputado Federal, inclusive o de Constituinte Sobre a Mesa emenda que sera lida pelo I Secre- entre 1987 e 1991. Em 1964, com a implanta^ao do movimento tario. militar que depds o Presidente Joao Goulart, foi cassado pelo Ato Institucional n91, por envolvimento em inquerito policial E lida a seguinte militar, e preso politico, em 1968, quando passou varios meses EMENDA N* 3 - RCF detido na Vila Militar, no Rio de Janeiro. Em 1961, na qualidade de representante da Executiva Ao Projeto de Resolu^ao n*, de 1993 — RCF Nacional e da bancada do PTB, lutou tenazmente contra a No artigo 1° do Projeto, onde se le "vinte e dois e de tentativa de impedimento da posse do Vice Presidfente Joao sete dias" leia-se "trinta e de dez dias". Goulart, em conseqiiencia da renuncia de Janio Quadros. Sala das Sessoes, 7 de dezembro de 1993. — Deputado Foi, ainda, urn dos grandes articuladores da reorgani- Aldo Rebelo, Lider do PC do B. zagao dos trabalhistas que culminou com a fundagao do Par- tido Democratico Trabalhista, em cujas fileiras exerceu o car- O SR. PRESIDENTE (Humberto Lucena) — Em discus- go de Secretario de Rela^oes Internacionais. sao o projeto e a emenda. (Pausa.) Encontrava-se licenciado, desde 1991, do mandate parla- Encerrada discussao, peija ao nobre Congressista Wilson mentar. para exercer o cargo de Secretario de Estado do Campos que de parecer sobre a emenda. Govemo do Rio de Janeiro. O SR. WILSON CAMPOS (PMDB — PE. Sent revisao A morte de Bocayuva Cunha, Sr. Presidente, representa do orador.) — Sr. Presidente o parecer do Relator 6 contrdrio uma perda irreparavel nao apenas para os quadros do PDT, a emenda. Os prazos mencionados nos arts. 49,caput, e (f como para o trabalhismo brasileiro como um todo. da Resolugao n9 1, de 1993 — RCF, passam a ser de 22 Foi muito feliz o eminente Deputado Vital do Rego ao e de 7 dias. afirmar, no exercicio da presidencia dos trabalhos desta Casa, Esta resolugao entra em vigor na data de sua publica^ao. que "Bocayuva Cunha venceu o tempo". Realmente, Sr. Pre- O SR. PRESIDENTE (Humberto Lucena) — Passa-se sidente. ele venceu o tempo, superou as vicissitudes, combateu a votagao do projeto, sem prejufzio da emenda. o bom combate e se despede com a consciencia do dever Os Srs. Congressistas que o aprovam permanegam como ounprido. se acham. (Pausa.) Dos mais proffcuos foi o seu desempenho durante todo Aprovado. o tempo em que exerceu mandates eletivos nesta Casa: Vice- liderdo PTB (1959-1961); Lfder (1963-1964); membro titular O SR. ALDO REBELO — Sr. Presidente, pe^o a palavra da Comissao de Economia; titular da Comissao de Relagoes para uma questao de ordem. Exteriores; suplente da Comissao de Reda^ao; titualr da Co- O SR. PRESIDENTE (Humberto Lucena) — Tern V. missao de Transportes; titular da Comissao de Minas e Ener- Ex' a palavra. gia; titular da Comissao de Economia, Indiistria e Comercio; suplente da Comissao de Relagoes Exteriores. O SR. ALDO REBELO (PC do B — SP. Sem revisSo Foi um dos fundadores e Diretor-Superintendente do jor- do orador.) — Sr. Presidente, o parecer do Relator nao deve- nal UUinia Hora. Deixa vitiva Dalai Achcar Bocayuva Cunha, ria ser publicado? com quern teve seis filhos; Helena, Vera, Luiz Quintino, Luiz O SR. PRESIDENTE (Humberto Lucena) — Nobre De- Ranulfo, Luiz Ernesto e Almir Luiz, a quern enviamos desta putado, veja bem que a Mesa jd anunciou o resultado da tribuna os nossos sinceros pesames. vota?ao. V. Ex* agora teria que pedir ou nao verificafdo. Sd mesmo quern conviveu nesta Casa com Bocayuva Cu- Entretanto, em aten^ao a V. Ex*, a Mesa tern a explicar que, nha teve oportunidade de conhecer de perto as suas estraor- quando as normas regimentais sobre a revisao se referem dminos quahdades, quer como politico, quer como bomem a parecer, nio o atribui a nenhuma Comissdo. Entdo, o pare- Dezembro de 1993 DlARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Revisao Constitucional Federal) Quarta-feira 8 255 cer dado pelo Relator oralmente e considerado como publi- O SR. PRESIDENTE (Humberto Lucena) — Sobre a cado. Portanto, ele estd publicado porque foi oral. mesa redagao final, que vai ser lida pelo Sr. Secretdrio. O SR. ALDO REBELO — Sr. Presidente, ao que me £ lida a seguinte; consta, e V. Ex' pode dar o seu testemunho pessoal, nunca se configurou a leitura do parecer pelo Relator como publi- PARECER N° 3, DE 1993-CN cagao do texto no avulso, o que nao ocorreu com relagao Da Mesa do Congresso Nacional apresentando a a esta matdria. Redagao Final do Projeto de Resolugao n' 3, de O SR. PRESIDENTE (Humberto Lucena) — O Relator 1993-RCF, que "prorroga prazos previstos nos arts. limitou-se a dar um parecer oral e contrdrio a emenda. V. 4° caput, e 6' da Resolugao n' 1, de 1993-RCF". Ex' sabe que, quando o parecer e oral, nao 6 publicado. Relator: Wilson Campos Lamento que V. Ex' nao fenha levantado a questao antes A Mesa do Congresso Nacional apresenta, em anexo, da votagao. Se isso tivesse ocorrido, poderiamos ter outro a Redagao Final, do Projeto de Resolugao n" 3, de 1993-RCF, desfecho. Agora nao hd mais como fazer qualquer altera?ao, que "prorroga prazos previstos nos arts. 4?, caput, e 69 da porque o projeto foi votado, Resolugao n91, de 1993-RCF". O SR. ALDO REBELO — Sr. Presidente, parece-nos Sala das Sessoes, 7 de dezembro de 1993. — Levy Dias, evidente que V. Ex' nao adota o procedimento tradicional, Presidente — Wilson Campos, Relator. recomendado pelos Regimentos at^ hoje utilizados nesta Ca- 9 sa. Quero solicitar, Presidente Humberto Lucena, que se fa^a ANEXO AO PARECER N 3, DE 1993-RCF a altera^ao do Regimento Interno da revisao constitucional, Redagao final do Projeto de Resolugao n9 3, de para que V. Ex' tenha a dimensao de como a altera?ao da 1993-RCF, que prorroga prazos previstos nos arts. 49, Constituicjao brasileira esta sendo conduzida, com o plenario caput, e 69 da Resolugao n91, de 1993-RCF. praticamente esvaziado, ausente e sem consciencia do que estd sendo votado, com o atropelo da tradi?ao regimental O Congresso Nacional resolve: Art. I9 Os prazos mencionados nos arts. 49, caput, e da Casa. O mais grave de tudo e que, quando se muda o 9 9 Regimento dessa forma, se abre um precedente para que tais 6 da Resolugao n 1, de 1993-RCF, passam a ser de vinte e dois e de sete dias, respectivamente. procedimentos, mecanismos e instrumentos questioniveis, 9 por assim dizer, venham a ser adotados na prdpria alteragao Art. 2 Esta Resolugao entra em vigor na data de sua do texto constitucional. publicagao. Deixo esta advertencia porque me parece que nem V. O SR. PRESIDENTE (Humberto LucenS) — Em votagao Ex', nem a assessoria e muito menos a Casa, que teria obriga- a redagao final. gao de tomar conhecimento disso, estao levando em conta Os Srs. Congressistas que a aprovam permanegam como esses graves acontecimentos. E tudo isso ocorre em torno se acham. (Pausa.) daquilo que ainda resta, que ainda resiste como reserva para Aprovada. a estabilidade, para a convivencia democritica do Pai's, que O projeto vai a promulgagao. e a Conslitui^ao brasileira. O SR. ERNESTO GRADELLA — Sr. Presidente. pego Sinceramente, nessas circunstancias, manifesto a minha a palavra pela ordem. duvida; onde poderemos parar, trilhando por este caminho? O SR. PRESIDENTE (Humberto Lucena) — Tern V. O SR. JOSE LOURENCO — Sr. Presidente, pe?o a pala- Ex' a palavra. vra pela ordem. O SR. ERNESTO GRADELLA (PSTU — SP. Sem revisao O SR. PRESIDENTE (Humberto Lucena) — Permita-me do orador.) — Sr. Presidente, gostaria que ficasse registrado V. Ex" dar continuidade ao processo de votagao. o meu voto contrario a essa prorrogagao. Entendemos que e uma manobra feita nesta Casa para tentar salvar a revisao O SR. JOSE LOURENgO (PPR — BA. Sem revisao constitucional. do orador.) — Pois nao. Sr. Presidente. E apenas para apoiar Como somos contra a revisao, nao podemos concordar V. Ex' Acho que a vota

O SR. CARLOS LUPI (PDT — RJ) — Sr. Presidente, O SR. PRESIDENTE (Humberto Lucena) — Alias, foi no momento em que se comega a discutir a questao da Revisao o unico voto discordante na reuniao de Li'deres. S. Ex* teve Constitucional — o nosso partido e e continuari sendo contra a ombridade de estar presente e declarar a sua posigao. ela vemos publicados no Jornal do Brasil dados sobre salario O SR. JOSE LOURENQO — Sr. Presidente, alem de mi'nimo. excelentes companheiros, sao homens coerentes. £ urn absurdo. Sr. Presidente, Srs. Congressistas, que, O SR. ALDO REBELO — Sr. Presidente, pego a palavra por um lado, sejamos o Pais da corregao monet^iria, da infla- pela ordem. gao, da agiotagem e, por outro, tenhamos a realidade do saldrio mi'nimo, que so neste ano sofreu uma perda real de O SR. PRESIDENTE (Humberto Lucena) — Tern V. 39%! Ou seja, no acumulado deste ano, o reajuste do salario Ex* a palavra. mi'nimo foi de 1.399% — 39% abaixo da inflagao, para ser O SR. ALDO REBELO (PC do B — SP. Sem revisao mais exato — e deve chegar, segundo previsoes, a 2.379,38% do orador.) —Sr. Presidente, agradecemos penhoradamente em dezembro. ao Deputado Jose Lourengo pela informagao prestada, mas Sr. Presidente, Srs. Congressistas, esse famigerado au- queremos, nos proprios, registrar nosso voto contrario a mate- mento quadrimestral — e n6s, do PDT, muito lutamos para ria que acaba de ser aprovada. que fosse mensal o aumento dos saldrios dos servidores piibli- O SR. PRESIDENTE (Humberto Lucena) — O voto de cos e do salario mi'nimo — e que provoca esse achatamento V. Ex' sera registrado. do poder de compra do trabalhador. £ um absurdo chegarmos ao mes de dezembro e o assalariado nao ter dinheiro sequer O SR. PRESIDENTE (Humberto Lucena) — Nao ha ora- para comprar alimentos para o almogo da sua famflia, para dores inscritos para a discussao de materia constitucional. comprar um quilo de came para comemorar as festas de fim A Presidencia vai promulgar a resolugao. O prazo de de ano. £ um absurdo. Sr. Presidente, que tenhamos como apresentagao de emenda passa a ser de 22 dias e o prazo rotina neste Pais a desculpa de que a inflagao e o problema para apresentagao de subproposta de revisao de sete dias. principal, e o Governo nao se preocupa em resolver o proble- O SR. PRESIDENTE (Humberto Lucena) — Esta encer- ma do salario de miseria que se paga ao assalariado brasileiro. rada a sessao. £ um absurdo que se reajuste quase que diariamente o prego (Levanta-se a sessao as I8h I2min.) dos produtos essenciais para a populagao. Quer dizer, temos aumentos diarios mas nao temos o reajuste correspondente no salario do trabalhador. Voltamos a apelar a esta Casa, ao Congresso Nacional, DISCURSO PROFERIDO PELOSR. DEPUTA- para que haja o reajuste mensal dos salarios. S6 assim a gana DO CARLOS LUPI NA ORDEM DO DIA DA SES- do empresariado nacional ser^ contida. Talvez assim eles segu- SAO OR DIN ARIA DO CONGRESSO REVISIO- rem um pouco o prego dos seus produtos. Com o aumento NAL REALIZADA NO DIA 25 DE NOVEMBRO mensal do salario igual ao indice da inflagao, muitos empre- DE 1993, QUE, RETIRADO PELO ORADOR PA- sarios ficarao interessados em conte-la para dar um aumento RA REVISAO, SERIA PUBLICADO POSTERIOR- menor aos seus funcionarios. MENTE. Voltamos a defender um salario digno para o assalariado brasileiro. No im'cio do ano o saHrio mi'nimo era de 100 ddlares O SR. CARLOS LUPI — Sr. Presidente, pego a palavra e neste final do ano caiu para 85 ddlares. pela Lideranga do PDT. Pela Lideranga do PDT, deixo registrado nosso protesto, para que o povo brasileiro nao seja submetido a esse salSrio O SR. PRESIDENTE (Humberto Lucena) — Tern V. de fome e de miseria. Ex' a palavra como Lider. MESA DO CONGRESSO NACIONAL

PRESIDENTE Scnachr HUMBERTO LUCENA

1° V1CE-PRESIDENTE DcpmaJo ADYLSON MOTTA

2° VICE-PRESIDENTE SenaJor LEVY D1AS

10SECRETAR10 DepuiaJu WILSON CAMPOS

20SECRETAR10 Scnador NABOR JUNIOR

30SECRETARIO DcpuiaJo A^CIO NEVES

4° SEC RETARJO Scnachr NELSON WEDEKIN diArio do congresso nacional

PRCgO DC ASSINATURA

(Inctusas as despesas de cnrrcio via terrestre)

SEgAO I (Cflmara dos Deputados)

Seraestral CR$ 3.620,00

SE^AO IT (Senado Federal)

Seraestral ..... CR$ 3.620,00

J. avulso CR$ 30,00

Os pedidos devem ser acompanhados de cheque pag^vel em Brasflia, Nota de Empenho ou Ordem de Pagamento pcla Caixa Econdmica Federal - Agdncia 1386 - PAB-CEGRAF, con- ta corrente n0 920001-2 e/ou pelo Banco do Brasil - Agdncia 0452-9 - CENTRAL, conta corrente n0 55560204/4, a favor do

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DEFESA DO CONSUMIDOR

- Lei n0 8.078, de 11 de' sctembro de 1990 - Dispde sobrc a protegfio do consumidor e dA outras providAncias - Dispositivos vetados e razdes dos vetos - LegislagAo correlata . tndice temAtico

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LEGISLATTVA N0 107

(Julho a setembro de 1990)

Estfl circulando o n" 107 da Rcvtata de Infbrnia9flo LegUadva, periddico trimestral de pcsquisa jurfdica cditado pcla Subsecrctaria de EdigOes T6cnicas do Senado Federal.

colaboraqAo Concetto de 'underselling Cdumping") dentro do Antepro- jeto da nova Lei Antitruste - M&ho Roberto ViUano- Medidas provisdrias - Raul Machado Horta va Nogueira Os services de telecomunica^des na Coasiitui^ao Brasilei- Os direitos de autor e os que Dies sflo conexos sobre obras ra de 1988 - Caspar Vianna intclectuais criadas ou interpretadas sob o regime de A Constitui^flo de 1988 e o si.sterna financeiro nacional - prestaftlo de servi^os - Joed Carlos Costa Netto Arnokto WaW Bern de famllia - Zeno Vetoao A autonomia universitfiria e seus limites jurfdicos - Giusep- Fundamentos da arbitragero no Direito brastleiro e estran- pi da Costa ge iro - Jorge Barrieotos Parra A aposentadoria dos servidores na Coast it ui^flo de 1988 "Lobbies" e grupos de pressflo como agentes de informa- - Palhares Moreira Reis Sflo para o Poder Legislativo - Yamil e Souza Dutra Direito urbantstico e limitagdes administrativas urban&ti- DesequiUbrios rcgionais no atendimento tts demandas de cas - Diogo de Flgueiredo Moreira Neto educaffto - EdtvaUo M. Boaventura A biblkxcca legislativa e seus objetivos - Eduardo Jos6 Controle parlamentar da administra^ - Odete Medauar Wcnse Dias Otaervafdes sobre os Tribunals Rcgionais Federals - Adhe- Rcccpckbn de la aociedad unipersonal de respoosabilidad mar Ferreira Made/ bmitada en el Proyccto de Uniflcacidn Civil y Comcr- O recurso especial e o Supremo Tribunal de Justly - Sil- dal en Argentina. Proteccite de los acrccdores - Dr. vio de Flgueiredo Teixeira Daniel E. Mocremans Tribunal de Contas e Poder Judicifirio - Jarbea MaranhSo La influenda de la Jurisprudencia del Tribunal Europco Jurisdi^ao e compctCncia: nota sobre o scntido histdrico- de los Dcrechos Humanos en la Jurisprudencia del potftico da dlstinfflo - Nelson Saldanha Tribunal Constitudonal Espaftol - Antonio M* Lo^a Navanete A atua^So dos Procuradores da RepQbtica no atual contcx- PUBLICAgOES to de compctCncia jurisdicional federal em tema de combate a cntorpecentes - Vitor Femandes Gooqalves Obras publicadas pcla Subsecrctaria de Edi^Ocs TCcnicas

A Vcnda na Subsecrctaria de EditjOcs TCcnicas - Senado PREQO DO EXEMPLAR Federal - Ancxo L 22° andar - Prasa dos Trts Pode res. CEP Cr$ 1.000,00 70160-900 Brasilia. DF. Tclefo- nes 311 -3578 e 311 -3579.

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LEGISLATTVA N0 110

(abril a junho de 1991)

Fst6 circulando o n" 110 da Rcvi»U de Inlbrma^io Legislativa, periddico trimestral de pesquisa juridka, edi- tada pela Suhsecretaria de FdiqOes T6cnicas do Senado Federal Fsie numero com .W? pAgina.%, contim as seguinies matirias:

Assinatura para 1991 (n0 109 a 112).

Cr$ 4.500,00 Auditoria e avalia9ao da execufao - Rosinethe COLABORAgAO Monieim Soares A primeira Constitui^ao Republicana do BrasQ • Soberania do Poder Judiciario - AntdnJo de Pidua AkkJes de Mendonqa Lima Ribeim Tarefa dos panidos polfticos no processo de inte- O Poder Normativo da Justi9a do Trabalho -Paulo gra^ao da America Latina • Andrd Franco Montoro EmOk) Ribeim de VUhena On actos legtslalivm no Dircito Constitucionai For- A Escola Judicial • SAMo de Flgueiredo Teixeira tugu6s - Jorge Miranda Konrad Hesse: Uma nova cren^a na Constitui^ao Da constitucionalidade do bloqueio de valores - - InocSnck) Mirtires CoeOio Adriano Perici) de Paula Ob Direilos Humanos como limita^tes ao poder O Pro grama BrasQeiro de Privatiza9ao de Empre- constituinte - Leomar Barms Amorim de Sousa sas Estatais - Marcos Juruena VHkla Souto Tratamento juridico dispensado no Brasil ao capi- Revisao constitucionai - Geraldo Ataliba tal estrangeiro - Werter R. Faria "bircito Constitucionai Brasilciro (Rcflexries sobre Agricuttura e infla9ao sob o capitaUsmo periferico aspectos elementares) • Sehastiio Baptista Affonso - Maum Mircio OUveira Mandado de injun^ao - Marcek) Ouarte A pau e pedra: notas sobre o vandaltsmo - Jos6 As Medidas Provis6rias no Sistema Ju rid ico Consti- Arthur Rios ..... tucionai BrasQeiro - Fran Flgueiredo Do is momentQB decisrvos na vida de Rui Barbosa Aspectos do Regime Constitucionai da Desapropria- — Rubenk Noguetn 980 - Vitor Rolf Laub6 PESQUISA - Dircito Comparado A libetdade de expressao e a propaganda eleitoral ilfcita - Geraldo Brindeim Lei inglesa de protefao ao consumidor, 1961 QuestOes e direitos relativos k mulher nas Consti- Lei inglesa de seguranfa do consumidor, 1978 ..... tui9des do Brasfl e de Minas Geras • Anamaria Emenda k lei inglesa de seguranga do consumidor, Vaz de Assis Medina 1086 Funda9des privadas instituidas pek) Poder Ptibtico • AdOson Abreu DaUari Obras publicadas pela Subsecretaria de Edi90es Tdcnicas

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