Diagnóstico Social

Conselho Local de Acção Social de Trancoso

Julho de 2006

Diagnóstico Social do Município de Trancoso

NOTA DE APRESENTAÇÃO

O presente documento constitui-se como o primeiro Diagnóstico Social do Município de Trancoso, elaborado de acordo com o levantamento de dados relativos às Áreas Temáticas definidas no Pré-Diagnóstico e aprofundado nas várias reuniões estabelecidas com os Parceiros Sociais, amplamente participadas e que permitiram consensualizar o diagnóstico e encontrar as prioridades concelhias passíveis de Intervenção.

1 Diagnóstico Social do Município de Trancoso

ÍNDICE GERAL

ÍNDICE DE QUADROS...... 4 ÍNDICE DE GRÁFICOS ...... 7 ÍNDICE DE FIGURAS ...... 8

INTRODUÇÃO...... 9

METODOLOGIA...... 10

1. CONTEXTUALIZAÇÃO DO MUNICÍPIO...... 11

1.1. Enquadramento do Concelho ...... 12 1.1.1. Localização e Caracterização Geográfica ...... 12 1.1.2. Área Total e Localização das Freguesias...... 13 1.1.3. Demografia ...... 15 1.1.4. Ordenamento Urbano...... 19 1.1.5. Condições de Habitabilidade...... 21 1.1.6. Infra-Estruturas Viárias ...... 24 1.1.6.1. Rede de Estradas...... 24 1.1.6.2. Rede de Transportes ...... 25 1.2. Actividade Económica ...... 26 1.2.1 Emprego ...... 31 1.3. Saúde ...... 33 1.4. Educação e Formação Profissional ...... 38 1.4.1. Educação ...... 38 1.4.1.1 Escola Profissional ...... 42 1.4.1.2 Educação e Formação de Adultos ...... 43 1.4.1.3. Ensino Recorrente ...... 44 1.4.2. Formação...... 46 1.4.2.1 Raia Histórica...... 46 1.4.2.2. AENEBeira – Associação Empresarial do Nordeste da ...... 47 1.5. Acção Social ...... 49 1.6. Segurança, Justiça e Criminalidade...... 55 1.6.1. Comissão de Protecção de Crianças e Jovens (CPCJ)...... 55 1.6.2. Alcoolismo...... 58 1.6.3. Justiça ...... 62 1.6.4. Segurança...... 67 1.7. Associativismo...... 68

2 Diagnóstico Social do Município de Trancoso

1.8. Património ...... 72 1.9. Turismo ...... 73 1.10. Ambiente ...... 77 1.10.1. Resíduos ...... 77 1.10.2. Incêndios (Desflorestação)...... 83 1.10.2.1. Risco de Incêndio...... 88 1.10.2.2. Perigo de Propagação ...... 90 1.10.3. Meios de Prevenção ...... 91 1.10.4. Cursos de Água ...... 92

2 – ANÁLISE ESTRATÉGICA...... 93

2.1. Análise SWOT...... 94

Área-Problema 1 – Educação/Formação ...... 95 Área-Problema 2 – Cuidados de Saúde ...... 97 Área-Problema 3 – Empregabilidade...... 99 Área-Problema 4 – Acção Social...... 101 Área-Problema 5 – Cultura Associativa ...... 103 Área-Problema 6 – Turismo...... 105 Área-Problema 7 – Ambiente...... 107

3 – EIXOS DE INTERVENÇÃO...... 109

1. Educação/Formação ...... 110 2. Cuidados de Saúde ...... 114 3. Empregabilidade/Actividade Económica...... 117 4. Acção Social...... 121 5. Cultura Associativa ...... 126 6. Turismo...... 129 7. Ambiente...... 133

CONSIDERAÇÕES FINAIS ...... 137

3 Diagnóstico Social do Município de Trancoso

ÍNDICE DE QUADROS

Quadro nr. 1 – Freguesia/Anexas Quadro nr. 2 – Evolução da População Residente Quadro nr. 3 – Variação da População Residente/Grupos Etários (1991-2001) Quadro nr. 4 – Índice de Envelhecimento (2002) Quadro nr. 5 – Freguesia/População Residente (2001) Quadro nr. 6 – Época de Construção Edifícios (Tipo Alojamentos Clássicos) Quadro nr. 7 – Instalações nos Alojamentos Quadro nr. 8 – Empresa Transportes/Trajectos Quadro nr. 9 – Nr. Táxis por Freguesia Quadro nr. 10 – Sociedades/Sector de Actividade Quadro nr. 11 - Sociedades com sede na Região (CAE - Rev.2) – 2002 Quadro nr. 12 - Empresas com sede na Região (CAE - Rev.2) – 2002 Quadro nr. 13 - Pessoal nas Sociedades com sede na Região (CAE - Rev.2) – 2002 Quadro nr. 14 – Superfície Total Quadro nr. 15 – SAU (Superfície Agrícola Utilizada) Quadro nr. 16 - Natureza Jurídica do Produtor Quadro nr. 17 - Tempo de Actividade Agrícola Quadro nr. 18 – Situação na Profissão Exterior à Exploração Quadro nr. 19 – Actividade Exterior à Exploração Quadro nr. 20 Acções de formação no Âmbito do Programa Foral Quadro nr. 21 – Taxa de Actividade em % (1991-2001) Quadro nr. 22 – Taxa de Desemprego em % (1991-2001) Quadro nr. 23 – Programa Saúde Escolar – Saúde Oral (População Escolar) Quadro nr. 24 – Centro de Saúde/Acções de Formação Quadro nr. 25 – Caracterização das Crianças Alvo de Intervenção Precoce Quadro nr. 26 – Beneficiários do RSI/Acordos de Inserção (Área da Saúde) Quadro nr. 27 – Taxa de Analfabetismo (1991-2001) Quadro nr. 28 – População Residente/Nível de Instrução (2001) Quadro nr. 29 - Nr. Total de Alunos do Jardim de Infância (Evolução) Quadro nr. 30 – Evolução do Nr. Total de Alunos em Trancoso Quadro nr. 31 – Evolução do Nr. Total de Alunos em Vila Franca das Naves Quadro nr. 32 - Acções de Formação/Data/Nr. Formandos (2004/2005) Quadro nr. 33 - Acções de Formação/Data/Nr. Formandos (2005/2006) Quadro nr. 34 - Acções de Formação/Data/Nr. Formandos (2005/2006) Quadro nr. 35 – Curso de Alfabetização e 2º Ciclo (Valdujo) Ensino Recorrente

4 Diagnóstico Social do Município de Trancoso

Quadro nr. 36 – Curso de Alfabetização e 1º Ciclo (Trancoso) Ensino Recorrente Quadro nr. 37 – Curso de Alfabetização e 1º Ciclo (Valdujo) Ensino Recorrente Quadro nr. 38 – Acções de Formação 2006 – Raia Histórica Quadro nr. 39 – Acções de Formação 2006 – AENEBeira Quadro nr. 40 – Cursos/Nr. Acções – AENEBeira Quadro nr. 41 – Cursos/Nr. Acções – AENEBeira Quadro nr. 42 - Apoio a Idosos/Freguesia/Nr. Utentes Quadro nr. 43 - Apoio a Crianças/Freguesia/Nr. Utentes Quadro nr. 44 – Instituições/Freguesias/Valências (Nr. Utentes) Quadro nr. 45 – Nr. Indivíduos em Lista de Espera/Valência Lar (Junho 2006) Quadro nr. 46 – Número de Indivíduos em Lista de Espera/Valência Creche e Jardim de Infância (Junho 2006) Quadro nr. 47 – Situação dos Processos – RSI Quadro nr. 48 – Áreas dos Acordos de Inserção – RSI Quadro nr. 49 – Caracterização dos Beneficiários, por grupos etários e sexo, a Frequentar Acções de Inserção Quadro nr. 50 – Nr. Processos Instaurados e Transitados - CPCJ Quadro nr. 51 – Nr. de Crianças por Motivo de Intervenção Quadro nr. 52 – Nr. de Crianças/Grupo Etário/Processos Instaurados Quadro nr. 53 – Nr. Bebedores Excessivos/Nr. Alcoólicos Quadro nr. 54 - Nr. Bebedores Excessivos/% da População Quadro nr. 55 – Nr. Doentes Alcoólicos/% da População Quadro nr. 56 – Processos de Justiça Cível (2003) Quadro nr. 57 – Processos de Justiça Cível (2004) Quadro nr. 58 – Justiça Penal - Processos para Julgamento (2003) Quadro nr. 59 – Justiça Penal - Processos para Julgamento (2004) Quadro nr. 60 – Processos Tutelares Cíveis (2003) Quadro nr. 61 – Processos Tutelares Cíveis (2004) Quadro nr. 62 – Outros Processos (2003) Quadro nr. 63 – Outros Processos (2004) Quadro nr. 64 – Designação das Associações/Freguesias Quadro nr. 65 – Nr. de Efectivos dos Bombeiros de Trancoso Quadro nr. 66 – Associações/Apoio Financeiro Quadro nr. 67 – Monumentos Nacionais/Freguesias Quadro nr. 68 – Imóveis de Interesse Público/Freguesias Quadro nr. 69 – Outro Património/Freguesias Quadro nr. 70 – Afluência de Visitantes Quadro nr. 71 – Relação Habitantes/Ecoponto e Área/Ecoponto

5 Diagnóstico Social do Município de Trancoso

Quadro nr. 72 – Resíduos Recolhidos nos Ecopontos Quadro nr. 73 – Actividades de Educação/Sensibilização Ambiental Quadro nr. 74 – Ocorrências/Áreas Ardidas no Concelho (1980-2005) Quadro nr. 75 - Ocorrências/Áreas Ardidas por Freguesias (1980-2005) Quadro nr. 76 – Área Total e Área Total Ardida do Concelho Quadro nr. 77 - Área Total e Área Total Ardida do Distrito e do País Quadro nr. 78 – Nr. Efectivos do Posto Territorial de Trancoso

6 Diagnóstico Social do Município de Trancoso

ÍNDICE DE GRÁFICOS

Gráfico nr. 1 – Evolução da População Residente Gráfico nr. 2 – Variação da População Residente/Grupo Etários (1991-2001) Gráfico nr. 3 – Pirâmide Etária Gráfico nr. 4 – Taxa de Distribuição Água/População Gráfico nr. 5 – Taxa de Saneamento/População Gráfico nr. 6 – Utentes Inscritos/Grupos Etários Gráfico nr. 7 – Evolução População Residente/Nível de Instrução Gráfico nr. 8 – Evolução do Número de Alunos da EPT Gráfico nr. 9 – Afluência de Visitantes Gráfico nr. 10 – Recolha Indiferenciada (Novembro de 2003 a Junho de 2006) Gráfico nr. 11 – Resíduos Recolhidos Ecopontos (Novembro 2003/Junho de 2005) Gráfico nr. 12 – Áreas Ardidas no Concelho de Trancoso (1980-2005) Gráfico nr. 13 – Ocorrências/Área Total Ardida no Concelho (1980-2005)

7 Diagnóstico Social do Município de Trancoso

ÍNDICE DE FIGURAS

Fig. 1 – Mapa de /Distrito Fig. 2 – Mapa do Concelho Fig. 3 – Mapa do Concelho/Freguesias Fig. 4 – Rede Viária Nacional Fig. 5 – Rede Viária Municipal Fig. 6 – Mapa dos Concelhos – AENEBeira Fig. 7 – Centro de Saúde e Extensões Fig. 8 – Mapa dos Concelhos – Raia Histórica Fig. 9 – Mapa das Valências – Santa Casa da Misericórdia de Trancoso Fig. 10 - Mapa das Valências – IPSS’s do Concelho Fig. 11 – Evolução do Consumo de Bebidas Alcoólicas e Álcool Puro Fig. 12 – Hábitos de Beber dos Portugueses Fig. 13 – Mapa das Aldeias Históricas de Portugal Fig. 14 – Mapa da Localização dos Ecopontos no Concelho Fig. 15 – Mapa do Risco de Incêndio do Concelho Fig. 16 - Mapa das Áreas Ardidas 1990-2005 do Concelho Fig. 17 – Mapa dos Principais Cursos de Água do Concelho de Trancoso

8 Diagnóstico Social do Município de Trancoso

INTRODUÇÃO

O Programa “Rede Social” aposta numa estratégia singular de intervenção social, na medida em que pressupõe que esta seja definida de forma participada por todos os agentes sociais que actuam localmente.

Da mesma forma, impõe que o estabelecimento do Desenvolvimento Social a nível concelhio, se baseie num Plano de Acção e numa estratégia elaborada com a participação de todos os Parceiros Sociais, integrando de forma consensual as propostas das Entidades Públicas e Privadas, numa atitude de criação de sinergias que evidenciam as potencialidades existentes, de forma a “que constituam reais oportunidades de desenvolvimento” 1.

Considera-se que só através de uma orientação estruturada para a acção é possível delimitar/definir o que se designa de Plano de Desenvolvimento Social, que se torna o instrumento que descreve todos os objectivos comuns e permite a sistematização das problemáticas identificadas no Diagnóstico Social.

O Diagnóstico Social é assim “o primeiro instrumento de um bom Plano, ao permitir uma compreensão da realidade social, que inclui a identificação das necessidades e detecção dos problemas prioritários e respectivas causalidades, bem como dos recursos e potencialidades locais”2.

O documento agora apresentado estrutura-se do seguinte modo:

Contextualização do Município – Caracterização e definição da realidade social, com recurso à consulta de variada documentação, nomeadamente, recolha e tratamento de dados estatísticos, tendo sido possível orientar a reflexão sobre a realidade social local, definindo-se áreas-problema (necessidades locais) e sistematizando-se os vários problemas; Análise Estratégica – Capítulo dedicado à sistematização das problemáticas (Áreas- Problema) definidas pelos agentes sociais locais, através da respectiva análise Swot; Eixos de Intervenção – Identificação de propostas para a intervenção, através da definição de Linhas Orientadoras para a Acção.

1 Programa Rede Social 2 Programa Rede Social

9 Diagnóstico Social do Município de Trancoso

METODOLOGIA

O Diagnóstico Social apresentado tem como principal finalidade constituir uma análise da situação presente do Município de Trancoso, pelo que se trata de um documento em permanente actualização, fazendo parte do processo de intervenção social.

A esta forma de investigação aplicada subjaz uma intenção clara de intervenção: “não se elaboram diagnósticos sem uma expressa finalidade práctica”3.

Tendo como principal objectivo a análise da realidade social local, e consequentemente a definição dos problemas existentes mais preocupantes, com o intuito de elaborar objectivos concretos de intervenção, o presente documento foi elaborado de acordo com a seguinte metodologia:

Reuniões com Presidentes de Junta de Freguesia e Representantes das Entidades (IPSS´s) a desenvolver actividade no Concelho, para um levantamento dos problemas reais existentes;

Realização de Sessões de Trabalho, onde todas as Entidades constataram as necessidades locais sentidas, definindo-se as Problemáticas que revelaram os problemas prioritários;

Utilização da técnica de análise SWOT por forma a equacionar as Forças e Fraquezas existentes no Concelho, relativamente às Problemáticas identificadas e priorizadas.

Tendo-se identificado as Àreas-Problemas, definiram-se os Eixos de Intervenção prioritários, valorizando-se os recursos existentes e definindo-se linhas orientadoras para uma acção estruturada e concertada (estratégias de acção).

3 Unidade Modular: Diagnóstico Social, Módulos PROFISS, IEFP/IGFSS, MTS/SEEF, 1999

10 Diagnóstico Social do Município de Trancoso

1. Contextualização do Município

11 Diagnóstico Social do Município de Trancoso

1.1. Enquadramento do Concelho

1.1.1. Localização e Caracterização Geográfica

Fig. 2 – Mapa do Distrito/Concelhos

Fig. 1 – Mapa de Portugal/Distritos

O Município de Trancoso, é parte integrante da região Centro, pertencendo á Terra Fria Beirã ou Riba-Coa, localizando-se na zona interior da Beira Alta – – NUT III, na parte noroeste do Distrito da Guarda, conforme Fig. 1.

Do ponto de vista geográfico, faz fronteira a Norte com os concelhos de Meda e Penedono (Distrito de Viseu), a Sul com os de e , a Oeste com os de e Sernancelhe (Distrito de Viseu) e a Este com o Concelho de , conforme Fig. 2.

12 Diagnóstico Social do Município de Trancoso

Em termos morfológicos destaca-se o facto de todo o concelho se “integrar numa zona planáltica cortada pelo rio Távora e seus afluentes, variando a sua altitude entre os 500/600m a leste e os 900/950m na metade Ocidental, com terrenos predominantemente graníticos calco-alcalinos”, e de a própria “sede de concelho se situar num vasto e alto planalto, a cerca de 900m de altitude, nas proximidades da margem direita do rio Távora e a uma distância de 50km a NNO da cidade da Guarda, sede do Distrito”.

Em termos climatéricos, a altitude, superior aos 800 m, condiciona grandemente o clima, tornando-se extremamente rigoroso, com amplitudes térmicas bastante acentuadas: muito frio de Inverno e muito quente e seco no Verão, tornando-se esta envolvente uma das condicionantes mais importantes do próprio desenvolvimento económico-social.

1.1.2. Área Total e Localização das Freguesias

O Concelho abrange uma área de cerca de 364 km² e está repartido por 29 Freguesias conforme Fig. 3, nomeadamente: Aldeia Nova, Carnicães, Castanheira, Cogula, Cótimos, Feital, Fiães, Freches, Granja, Guilheiro, Moimentinha, Moreira de Rei, Palhais, Póvoa do Concelho, Reboleiro, Rio de Mel, Santa Maria (Trancoso), São Pedro (Trancoso), Sebadelhe da Serra, Souto Maior, Valdujo, Vale do Seixo, Tamanhos, Terrenho, Torre do Terrenho, Torres, Vila Garcia, Vila Franca das Naves, Vilares; algumas Freguesias possuem Anexas e alguns Lugares e/ou Quintas (Quadro nr. 1).

Fig. 3 – Mapa do Concelho/Freguesias

13 Diagnóstico Social do Município de Trancoso

Quadro nr. 1 – Freguesias/Anexas

Freguesias Anexas

Aldeia Velha Aldeia Nova Alcudra

Carnicães

Castanheira

Cogula

Cótimos A-dos-Ferreiros

Feital Garcia Joanes

Barrocal Fiães Quinta das Seixas

Freches

Dominga Chã Granja Vendinha

Guilheiro

Moimentinha

A-do-Cavalo

Casas

Esporões

Golfar

Moreira de Rei Moinhos das Cebolas

Moreirinhas

Pisão

Valcovo

Zabro

Palhais Benvende

Póvoa do Concelho

Reboleiro

Batocais Rio de Mel Vila Novinha

Santa Maria (Trancoso) Castaíde

Heras

Miguel Choco

Montes

14 Diagnóstico Social do Município de Trancoso

Rio de Moinhos

Sintrão

Venda do Cepo

Amial

Avelar

São Pedro (Trancoso) Courelas

São Martinho

Souto Maior - Aldeia de Santo Inácio

Sebadelhe da Serra Corças

Souto Maior

Falachos Tamanhos Vale de Mouro

Terrenho

Torre do Terrenho Mendo Gordo

Chafariz do Vento Torres Frechão

Valdujo Moitas

Carigas Vale do Seixo Ribeira do Freixo

Vila Franca das Naves

Vila Garcia Freixial

Broca Vilares Maçal da Ribeira

Total de Anexas 44

Fonte: Santos Costa, “Breve Monografia de Trancoso”

1.1.3. Demografia

Tendo em atenção a Evolução da População Residente (Quadro nr. 2) entre os anos de 1991 e 2001 é de destacar o decréscimo populacional observável; contudo, considerando o Gráfico nr. 1, há que salientar o facto de, no total do número de habitantes do Concelho de Trancoso se observar uma tendência para a estabilidade desde o ano de 2000, justificando-se pelo aumento das infra-estruturas sociais de apoio à população, e de condições para a promoção de uma maior qualidade de vida para os habitantes do Município.

15 Diagnóstico Social do Município de Trancoso

Quadro nr. 2 – Evolução da População Residente

Anos População Residente

1991 11848

1992 11293

1993 11400

1994 11148

1995 11200

1996 11030

1997 10900

1998 10780

1999 10630

2000 10480

2001 10889

2002 10807

2003 10682

2004 10693 Fonte: INE/Infoline

Gráfico nr. 1 – Evolução da População Residente

12000 11500

11000

10500

Residente Pop. 10000 9500 1991 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 Anos

Pop. Residente

16 Diagnóstico Social do Município de Trancoso

Se tivermos em consideração a Variação da População Residente por Grupos Etários (Quadro nr. 3), a situação demonstra o notório envelhecimento da população, com um aumento de 15,6% dos indivíduos com + 65 anos (entre os anos de 1991 e 2001), agudizado pela diminuição do número de crianças, reflectido-se esta situação no valor negativo de 31,5% da variação da população com menos de 14 anos (Gráfico nr. 2).

Quadro nr. 3 – Variação da População Residente/Grupos Etários (1991-2001)

Grupos Etários Variação População Residente (1991-2001)

0-14 Anos -31,5 %

14-25 Anos -5,7 %

25-65 Anos -3,9 %

+ 65 Anos 15,6 % Fonte: INE/Infoline

Gráfico nr. 2 – Variação da População Residente/Grupos Etários (1991-2001)

+ 65 Anos

25-65 Anos

14-25 Anos

Etários Grupos 0-14 Anos

-40% -30% -20% -10% 0% 10% 20% Percentagem

Relativamente ao Índice de Envelhecimento apresentado no Quadro nr. 4, verifica-se um valor para Trancoso de 201,8%, valor este bastante superior ao do território nacional, demonstrando e reforçando mais uma vez o problema do envelhecimento populacional das regiões beirãs.

17 Diagnóstico Social do Município de Trancoso

Quadro nr. 4 – Índice de Envelhecimento (2002)

Unidade Territorial Índice de Envelhecimento

Portugal 105,5

Centro 133,7

Almeida 283,5

Celorico da Beira 202,9

Figueira de Castelo Rodrigo 266,5

Guarda 129,1

Manteigas 152,1

Meda 244,5

Pinhel 233,1

Sabugal 374,3

Trancoso 201,8 Fonte: INE/Infoline

A pirâmide etária que em seguida se apresenta espelha a situação do Concelho relativamente aos grupos etários, destacando-se o grupo entre os 0-4 anos, com um valor bastante reduzido, quer em relação ao sexo feminino quer ao sexo masculino; e o grupo 60-64 anos, que apresenta valores muitos elevados, reforçando uma vez mais o crescente envelhecimento da população.

Gráfico nr. 3 – Pirâmide Etária (2001)

De 75 a 79 anos De 60 a 64 anos De 45 a 49 anos

De 30 a 34 anos

De 15 a 19 anos Grupos Etários De 0 a 4 anos -450 -350 -250 -150 -50 50 150 250 350 450 População

Masculino Feminino

18 Diagnóstico Social do Município de Trancoso

Relativamente ao Índice de Dependência verifica-se que, em relação aos jovens, houve uma diminuição de 33% (1991) para 23,5% (2001), contrapondo-se em proporção inversa ao Índice de Dependência da população idosa, que apresentava em 1991, um valor de 37%, e em 2001, um valor de 45%.

Reforça-se uma vez mais a questão do envelhecimento acentuado da população, fenómeno relacionado com o aumento da Esperança Média de Vida, sentido a nível local e com uma maior expressividade em relação ao sexo feminino.

Este facto é ainda agravado pela reduzida Taxa de Natalidade, juntamente com a dificuldade de fixação da população mais jovem e em idade activa.

Esta última questão prende-se com o facto de, por um lado, os jovens que pretendem prosseguir os estudos, aumentando as suas habilitações, vêem-se obrigados a procurar centros urbanos, onde se encontram as Entidades que lhe podem conferir um grau superior, acabando por se fixar nesses lugares onde existem maiores oportunidades de emprego; por outro lado, os jovens que acabam por possuir menos habilitações escolares, não encontrando resposta no mercado de trabalho local, acabam por optar pela migração/emigração.

1.1.4. Ordenamento Urbano

Tendo em consideração a caracterização do ordenamento do território, importa referir que o Concelho de Trancoso abrange uma área total de 364 km2, sendo constituído por 29 Freguesias (para além de várias Anexas e de alguns Lugares).

A população apresenta um povoamento disperso, tendo vindo a observar-se um gradual abandono das aldeias e uma concentração na sede de Concelho, (nomeadamente as Freguesias de Santa Maria e S. Pedro) e a Freguesia de Vila Franca das Naves (Quadro nr. 5), com implicações sócio-económicas que serão salientadas na apresentação deste Diagnóstico.

19 Diagnóstico Social do Município de Trancoso

Quadro nr. 5 – Freguesia/População Residente (2001)

População % da População Freguesias Residente Residente/Freguesia

Aldeia Nova 394 3,6

Carnicães 192 1,8

Castanheira 235 2,2

Cogula 228 2,1

Cótimos 194 1,8

Feital 80 0,7

Fiães 263 2,4

Freches 551 5,1

Granja 223 2,0

Guilheiro 242 2,2

Moimentinha 233 2,1

Moreira de Rei 673 6,2

Palhais 187 1,7

Póvoa do Concelho 259 2,4

Reboleiro 304 2,8

Rio de Mel 311 2,9

Sta. Maria (Trancoso) 1313 12,1

S. Pedro (Trancoso) 1793 16,5

Sebadelhe da Serra 185 1,7

Souto Maior 145 1,3

Tamanhos 323 3,0

Terrenho 137 1,3

Torre do Terrenho 211 1,9

Torres 217 2,0

Valdujo 272 2,5

Vale do Seixo 171 1,6

Vila Franca das Naves 1097 10,1

Vila Garcia 198 1,8

Vilares 258 2,4

Total 10889 100 Fonte: INE – Censos 2001

20 Diagnóstico Social do Município de Trancoso

Analisando o Quadro nr. 5, verificamos que num total de 10889 indivíduos (ano de 2001), 3106 indivíduos residem na sede de Concelho (somatório de 12,1% na Freguesia de Santa Maria e de 16,5% da Freguesia de São Pedro), representando este valor perto de 30% da população total.

De referir ainda que não existe outra Freguesia que concentre tão elevada percentagem da população, sendo que a que mais se aproxima é Vila Franca das Naves com uma representação de 10,1%, justificando-se este facto e de acordo com dados apurados no Pré-Diagnóstico por ser o segundo maior pólo de desenvolvimento (infra-estruturas existentes).

Segue-se a Freguesia de Freches, com um valor de 5,1%, devido à proximidade à sede de Concelho, e provavelmente também a um micro-clima que a caracteriza e favorece a fixação da população.

Por outro lado, é relevante salientar a questão de que 12 das Freguesias restantes, não atingem os 2% da % População Residente/Freguesia.

Destacam-se os casos do Feital (0,7%), Souto Maior (1,3%), Terrenho (1,3%) e Vale do Seixo (1,6%), comprovando a problemática da desertificação do Interior do País e nomeadamente no Concelho de Trancoso.

1.1.5. Condições de Habitabilidade

Relativamente ao alojamento, convém salientar o facto de que devido à desertificação das Aldeias, que se encontram cada vez mais despovoadas, o número de casas abandonadas e em estado de alguma degradação é cada vez maior, observando-se, no entanto, o inverso nas Freguesias que fazem parte da sede de Concelho, onde a concentração populacional é cada vez maior.

21 Diagnóstico Social do Município de Trancoso

Quadro nr. 6 – Época de Construção Edifícios (Tipo Alojamentos Clássicos)

Época de Construção Antiguidade Nr. Alojamentos Percentagem

Antes 1919 + de 86 anos 490 11,89

1919 a 1945 Entre 60 e 85 anos 402 9,75

1946 a 1960 Entre 46 e 59 anos 264 6,40

1961 a 1970 Entre 36 e 45 anos 398 9,66

1971 a 1980 Entre 26 e 35 anos 961 23,31

1981 a 1985 Entre 21 e 25 anos 559 13,56

1986 a 1990 Entre 16 e 20 anos 315 7,64

1991 a 1995 Entre 11 e 15 anos 354 8,59

1996 a 2001 Entre 5 e 10 anos 379 9,19

Total 4122 100 Fonte: INE – Censos 2001

De acordo com os dados do Quadro nr. 6 podemos apurar que a maioria dos alojamentos do tipo clássico tem mais de 35 anos de construção, demonstrando a necessidade crescente de realização de obras de valorização e/ou conservação.

De salientar também o número de alojamentos construídos nos anos 70 e 80, que apresentam um valor considerável, num total de 1520 Alojamentos.

Quadro nr. 7 – Instalações nos Alojamentos

Instalações Sanitárias

Instalações Eléctricas c/ Retrete

Com Dispositivo Descarga Sem Dispositivo Descarga Retrete Anos Sem Sistema Sistema fora do Com Sem Rede Outros Rede Outros Retrete Particular Particular Alojamento Electricidade Electricidade Pública Casos Pública Casos Esgotos Esgotos

1991 10691 675 3289 3965 245 106 384 122 170 3085

2001 10579 100 5734 3286 62 45 167 46 622 717

Fonte: INE/Infoline

22 Diagnóstico Social do Município de Trancoso

Por forma a verificar as questões relacionadas com as condições de habitabilidade torna-se importante analisar o Quadro nr. 7, verificando-se que durante o período entre 1991 e 2001, houve uma evolução dos valores apresentados; contudo, existem ainda alojamentos onde as instalações sanitárias não dispõem de retrete e outros de dispositivo de descarga; do mesmo modo que existem alojamentos que não possuem ainda instalações eléctricas ou não estão ligados à rede pública de esgotos.

Tendo em consideração o Gráfico nr. 4, que reflecte a taxa de distribuição de água pela população do Concelho, podemos verificar que existe apenas 1% da população que carece ainda de abastecimento de água, sendo que este valor se torna significativo quando traduzido para valores reais - 105 indivíduos.

Gráfico nr. 4 – Taxa Distribuição Água/População

7% 1%

92%

População com rede de abastecimento de água

População com rede de abastecimento provisória População sem rede de abastecimento de água

Gráfico nr. 5 – Taxa de Saneamento/População

16%

84%

População com saneamento População sem saneamento

Fonte : Câmara Municipal de Trancoso (2005)

O Gráfico nr. 5, demostra que existe, ainda, cerca de 16% da população sem saneamento, constituindo esta situação, ainda, um problema a solucionar.

23 Diagnóstico Social do Município de Trancoso

1.1.6. Infra-Estruturas Viárias

1.1.6.1. Rede de Estradas

O Município encontra-se relativamente bem servido por vias de comunicação, das quais se destacam a A25, que liga Aveiro a Vilar Formoso e o acesso à A23 (ligação a Lisboa), de acordo com o Mapa da Rede Viária Nacional.

Relativamente às Estradas Municipais, preenchem o Concelho e fazem a ligação a todas as Freguesias, estando a maioria em boas condições de circulação.

Fig. 5 - Rede Viária Municipal

Fig. 4 - Rede Viária Nacional

A sede de Concelho situa-se a 15 Km quer da Estação CP de Vila Franca das Naves, quer da Estação CP de Celorico, pertencendo ambas á Linha de Comboios da Beira Alta.

24 Diagnóstico Social do Município de Trancoso

1.1.6.2. Rede de Transportes

Relativamente ao sistema de transportes, é de salientar o reduzido número de trajectos existentes no Concelho, na medida em que estes não são suficientes, tendo a população de utilizar viatura própria ou o serviço de Táxis, disponíveis em quase todas as Freguesias.

Contudo, referem as Empresas de Transportes a inviabilidade de assegurarem mais trajectos, na medida em que estes não são rentáveis e não se justificam tendo em consideração o número de passageiros diários.

A população escolar tem assegurada esta questão, sendo a Câmara Municipal a entidade responsável pela logística de transporte dos alunos, durante o período lectivo; a população em geral utiliza também este transporte, pagando um bilhete por cada viagem/deslocação.

Quadro nr. 8 – Empresa Transportes/Trajectos

Designação Localidades

Empresa Santos Miranda do Douro-Viseu-Coimbra-Lisboa

Trancoso-Mogadouro

Rodoviária Nacional Trancoso-Bragança

Trancoso-Lisboa

Pinhel-Trancoso

RODOCÔA-Transportes, Lda. Guilheiro-Trancoso

Meda-Trancoso

Sta. Eufêmia-Trancoso

Moreira de Rei-Trancoso

Viúva Carneiro & Filhos Maçal da Ribeira-Trancoso

Celorico da Beira-Trancoso-Freixo de Numão

Freches-Trancoso Fonte: Câmara Municipal de Trancoso

O serviço de Táxis existente é utilizado com relativa frequência, uma vez que a rede de transportes colectivos é diminuta e encontrando-se estes espalhados pelas Freguesias, permite uma deslocação mais fácil, contudo a custos mais elevados.

25 Diagnóstico Social do Município de Trancoso

Quadro nr. 9 – Nr. Táxis/Freguesia

Localidade Nr. Táxis

Aldeia Nova 1

Cogula 1

Cótimos 1

Freches 2

Guilheiro 1

Moreira de Rei 2

Póvoa do Concelho 1

Reboleiro 1

Terrenho 1

Torre do Terrenho 1

Valdujo 1

Vale do Seixo 1

Vila Garcia 1

Vilares 1

Vila Franca das Naves 9

Trancoso 11

Total 36 Fonte: Câmara Municipal de Trancoso

1.2. Actividade Económica

Relativamente aos Sectores de Actividade é de salientar o facto de as sociedades do Sector Terciário representarem 70% do total das sociedades do Concelho, demonstrando o papel preponderante deste sector na actividade económica do Município. (Quadro nr. 10)

Quadro nr. 10 – Sociedades/Sector de Actividade

Unidade Sociedades do Sociedades do Sociedades do Territorial Sector Primário (%) Sector Secundário (%) Sector Terciário (%)

Trancoso 5,2 24,0 70,8

Fonte: INE/Infoline

26 Diagnóstico Social do Município de Trancoso

Relativamente ao número de empresas/sociedades há a considerar que a maioria está ligada aos sectores do comércio (por grosso e a retalho), ás actividades financeiras, assim como à indústria transformadora – CAE G, I e D. (Quadro nr. 11 e Quadro nr. 12)

Quadro nr. 11 – Sociedades com sede na Região (CAE) – 2002

Unidade Total A+B C D E F G H I J K L a Q Territorial

Trancoso 192 9 1 31 1 14 50 17 41 - 18 10 Fonte: INE – Recenseamento Geral da Agricultura (1999)

Quadro nr. 12 – Empresas com sede na Região (CAE) – 2002

Unidade Total A+B C D E F G H I J K L a Q Territorial

Trancoso 1112 186 1 111 1 140 348 137 74 26 49 39 Fonte: INE – Recenseamento Geral da Agricultura (1999)

De igual modo, o Quadro nr. 13 revela o número de indivíduos a trabalhar nas Sociedades com sede na região, demonstrando a importância das mesmas para o desenvolvimento económico e consequentemente social, da população local.

Quadro nr. 13 – Pessoal nas Sociedades com sede na Região (CAE) – 2002

Unidade Total A+B C D E F G H I J K L a Q Territorial

Trancoso 1032 … … 216 … 221 248 55 93 86 22 Fonte: INE – Recenseamento Geral da Agricultura (1999)

Relativamente à debilidade do Sector Primário é esta demonstrada pelos Quadro nr. 14 e Quadro nr. 15, que demonstram que de 23038ha de área total, devem considerar-se 15334ha (66,56% do total) como superfície utilizada e desta apenas 2035ha (8,83% do total) para exploração.

27 Diagnóstico Social do Município de Trancoso

Quadro nr. 14 – Superfície Total

Unidade Superfície Total

Territorial Exploração Área Total

Trancoso 2038 21000 23038 Fonte: INE – Recenseamento Geral da Agricultura (1999)

Quadro nr. 15 – SAU (Superfície Agrícola Utilizada)

Unidade Superfície Agrícola Utilizada

Territorial Exploração Área Total

Trancoso 2035 13299 15334 Fonte: INE – Recenseamento Geral da Agricultura (1999)

A exploração de SAU (Superfície Agrícola Utilizada), num total de 2035ha é efectuada por produtores singulares, sendo que dos 2029 indivíduos apenas 15 se podem classificar como empresários, confirmando que a actividade agrícola no Concelho se estabelece como de subsistência e não enquanto actividade económica, conforme Quadro nr. 16.

Quadro nr. 16 - Natureza Jurídica do Produtor

Unidade Produtor Singular

Territorial Autónomo Empresário

Trancoso 2014 15 Fonte: INE - Recenseamento Geral da Agricultura (1999)

Dos 2029 indivíduos produtores singulares, podemos verificar pelo quadro abaixo que o tempo que utilizam para a actividade agrícola é parcial, ou seja, a fonte de rendimento principal é uma outra actividade, conforme Quadro nr. 17.

28 Diagnóstico Social do Município de Trancoso

Quadro nr. 17 - Tempo de Actividade Agrícola

Unidade de Tempo Produtor Singular

Tempo parcial 1012

>0 - <25% 527

25% - <50% 575

50% - <75% 428

75% - <100% 382

Tempo Completo 117

Total 2029 Fonte: INE - Recenseamento Geral da Agricultura (1999)

Quadro nr. 18 – Situação na Profissão Exterior à Exploração

Situação na Profissão Produtor Singular

Patrão/Empregador 58

Trabalhador por conta Própria 106

Trabalhador por conta de Outrém 300

Trabalhador Familiar Remunerado 1

Outra Situação 27 Fonte: INE - Recenseamento Geral da Agricultura (1999)

É de salientar que os dados aqui evidenciados se referem ao ano de 1999, tendo-se a situação agudizado no sentido de o tempo de actividade agrícola ter diminuído e de, cada vez mais, aumentar a situação de “trabalhador por conta de outrém”.

A debilidade do sector primário passa, entre outros aspectos, pela dificuldade em tornar a agricultura numa actividade económica, ou seja, estabelecer a actividade agrícola não como um modo de subsistência, mas antes como uma actividade em que seja possível competir com os mercados de distribuição e escoamento dos produtos, com baixos custos para o produtor, visando o lucro.

29 Diagnóstico Social do Município de Trancoso

Quadro nr. 19 – Actividade Exterior à Exploração

Actividade Produtor Singular

Principal 465

Sector Primário 64

Sector Secundário 149

Sector Terciário 252

Secundária 27

Sector Primário 16

Sector Secundário 5

Sector Terciário 6 Fonte: INE - Recenseamento Geral da Agricultura (1999)

Uma das alternativas são os novos mercados, como é o caso da agricultura biológica, nomeadamente a criação de uma Cooperativa de Agricultores, capaz de sustentar as produções individuais relativamente à sua distribuição e à própria rentabilização dos campos e culturas produzidas.

A importância de se constituir uma Associação que tivesse com objectivo principal a promoção da economia local, através de um apoio mais objectivo das empresas, verificou-se através da criação da ACITAM – Associação Comercial e Industrial dos Concelhos de Trancoso, Aguiar da beira e Meda, que após o seu alargamento para os Concelhos ilustrados na Figura 6, passou a designar-se AENEBeira- Associação Empresarial do Nordeste da Beira.

Para além de todo o acompanhamento prestado aos seus Associados, nomeadamente a nível empresarial, a AENEBeira tem dado especial importância à Formação dos seus Associados e da população em geral.

30 Diagnóstico Social do Município de Trancoso

Fig. 6 – Mapa dos Concelhos - AENEBeira

1.2.1 Emprego

Tendo em consideração a evolução da Taxa de Actividade, entre os anos de 1991 e 2001, é de destacar o aumento da percentagem relativamente ás Mulheres, acompanhando o valor da região, com o valor do País.

Relativamente aos Homens destaca-se uma diminuição desta Taxa, significando esta situação, o aumento do número de desempregados do sexo masculino, nomeadamente, desempregados de longa duração, conforme dados do Centro de Emprego.

Quadro nr. 21 – Taxa de Actividade em % (1991-2001)

Taxa de Actividade (%) Unidade Ano de 1991 Ano de 2001 Territorial Mulheres Homens Mulheres Homens

Portugal 35,5 54,3 42,0 54,8

Guarda 31,8 49,7 42,7 51,9

Trancoso 25,0 46,8 29,0 45,3 Fonte: INE/Infoline

31 Diagnóstico Social do Município de Trancoso

No que respeita á Taxa de Desemprego é de salientar o aumento de dois pontos percentuais entre os anos de 1991 e 2001, (tendo-se a situação agudizado nos anos que decorrem desde 2001), acentuando-se no caso das Mulheres, com um aumento de 2,7 pontos percentuais.

Quadro nr. 22 – Taxa de Desemprego em % (1991-2001)

Taxa de Desemprego Taxa de Desemprego Taxa de Desemprego

Unidade Territorial (1991) (2001) (Total)

Mulheres Homens Mulheres Homens 1991 2001

Almeida 5,2 2,4 11,8 4,8 3,5 7,8

Celorico da Beira 10,5 2,7 8,6 4,3 5,5 6,1

Figueira Castelo Rodrigo 12,8 2,4 10,9 2,9 5,7 5,8

Guarda 5,5 2,9 6,7 3,8 4,0 5,2

Manteigas 12,5 4,9 9,5 4,1 8,0 6,4

Meda 8,8 2,1 9,5 2,3 4,5 5,1

Pinhel 5,3 2,0 4,9 2,2 3,4 3,3

Sabugal 4,4 2,0 6,5 4,8 2,9 5,5

Trancoso 5,0 2,4 7,7 3,6 3,4 5,3 Fonte: INE/Infoline

Há a salientar também, a situação de emprego precário, caracterizando-se este pela instabilidade gerada relativamente aos contratos de trabalho estabelecidos/celebrados, nomeadamente contratos a termo, POC’s (Planos Ocupacionais), entre outras formas que não promovem de forma alguma a estabilidade necessária á fixação da população.

Conclui-se que, para além da escassez de oferta de empregos, há a considerar a situação de grande incerteza relativamente ao emprego, tornando-se estes factores condicionantes bastantes para que a população não encontre condições para se estabelecer, aumentando os números relativos ao desemprego, e/ou migrando ou emigrando para outras regiões que oferecem melhores condições.

32 Diagnóstico Social do Município de Trancoso

1.3. Saúde

Considerando a área da Saúde é de salientar o facto de o Centro de Saúde se encontrar localizado numa zona bastante central em relação a todo o Município, existindo ainda 5 Extensões, que possibilitam aos habitantes da maioria das Freguesias não terem de se deslocar à sede de Concelho.

Contudo, existe a possibilidade de encerramento de duas Extensões, nomeadamente a de Guilheiro e a da Cogula, por não oferecerem condições em termos de infra- estruturas.

Fig. 6 - Centro de Saúde/Extensões

Relativamente aos utentes inscritos no Centro de Saúde, e de acordo com o Gráfico nr. 6 destacam-se claramente duas situações que reflectem as características demográficas do Concelho: um valor muito reduzido de crianças com menos de 1 ano de idade, por um lado; e por outro, um valor extremamente elevado de indivíduos com mais de 70 anos.

33 Diagnóstico Social do Município de Trancoso

Gráfico nr. 6 - Utentes Inscritos/Grupos Etários

< 1 Ano

3000 1-10 Anos 2500 10-20 Anos 2000 20-30 Anos 1500 30-40 Anos 1000 40-50 Anos 500 50-60 Anos 0 60-70 Anos Total >= 70 Anos

Fonte: Centro de Saúde Trancoso

Com este enquadramento torna-se preocupante a situação de apenas existirem consultas de Planeamento Familiar, Saúde Materna, Saúde Infantil e de Hipertensos e Diabéticos, não tendo o Centro de Saúde consultas de qualquer outra especialidade.

Uma das maiores preocupações em matéria de saúde, refere-se à inexistência de meios de diagnóstico uma vez que estes não existem em toda a área que o Concelho abrange, existindo apenas 3 Postos de Recolha para efeitos de análises clínicas, na sede de Concelho.

Perante a caracterização demográfica do Concelho, relativamente ao acentuado envelhecimento e a verificação de dificuldades de acesso aos cuidados de saúde por parte deste grupo da população, o Centro de Saúde implementou, a título de experiência-piloto o Programa PAII – Programa de Apoio Integrado ao Idoso.

O Programa PAII pretende contribuir para a melhoria da qualidade de vida das pessoas idosas e dos familiares destes, prevenindo situações de dependência; promovendo a autonomia dos idosos; prestando cuidados de ordem física e apoio psicossocial aos utentes e famílias, de modo a contribuir para o seu equilíbrio e bem- estar; apoiando os utentes e as famílias na satisfação das necessidades básicas e actividades da vida diária; e colaborando e ou assegurando o acesso à prestação de cuidados de saúde; cedendo a título temporário equipamentos de saúde/reabilitação nomeadamente, camas articuladas, andarilhos, canadianas, cadeiras de rodas, entre outros e de acordo com as necessidades detectadas (Ajudas Técnicas).

34 Diagnóstico Social do Município de Trancoso

Trata-se pois, de uma resposta social que consiste na prestação de cuidados individualizados e personalizados no domicílio a famílias (idosos) que, por motivo de doença, deficiência ou outro impedimento, não possam assegurar, temporariamente ou permanentemente, a satisfação das suas necessidades básicas e/ou actividades da vida diária.

Na prossecução destes objectivos, o Centro de Saúde estabeleceu parcerias com as IPSS’s locais, nomeadamente no que respeita aos serviços prestados a nível de distribuição de alimentação, higiene pessoal e cuidados com a habitação.

Ainda com o intuito da atingir os fins acima descritos o centro de saúde criou uma Equipa, composta por Médicos, Enfermeiros, 1 Psicólogo, 1 Fisioterapeuta e 1 Assistente Social.

A equipa de enfermagem tem sido a que manifestamente tem tido mais actividade, prestando, actualmente, cuidados a 42 Idosos, nomeadamente a nível de entubações, administração de injectáveis e realização de pensos.

Desde o ano de 2005 que está a ser desenvolvido, pelos Serviços de Psicologia do Centro de Saúde de Trancoso, , o Projecto Adolescere - Saúde dos Adolescentes, onde em espaço próprio de forma a fomentar a discrição, se desenvolve todo um trabalho em termos de apoio aos Jovens do Concelho.

Esse apoio é caracterizado por Consultas de Psicologia, distribuição de meios contraceptivos gratuitos e encaminhamento dos Jovens para outras Consultas, de acordo com as necessidades apontadas.

Na sequência deste Projecto foi verificado que um grande número de adolescentes possuíam poucos conhecimentos sobre os métodos contraceptivos, tendo-se sido desenvolvida uma Acção de Formação sobre a Temática da Sexualidade, que decorreu na Escola Profissional de Trancoso, de forma a abranger um maior número de indivíduos.

Relativamente ao Programa Saúde Escolar – Saúde Oral, tem o Centro de Saúde, de acordo com as directrizes da Direcção Distrital de Saúde, promovido acções de divulgação e triagem aos alunos das várias Escolas do Concelho.

35 Diagnóstico Social do Município de Trancoso

O Quadro que se segue caracteriza a população escolar que, durante o ano de 2006 foi abrangida pelo Programa Saúde Escolar - Saúde Oral:

Quadro nr. 23 – Programa Saúde Escolar – Saúde Oral (População Escolar)

Sexo Faixa Etária Total Feminino Masculino

3-5 8 15 23

5-14 81 103 184

14-16 8 15 23

Total 230 Fonte: Centro de Saúde de Trancoso (2006)

É de salientar que os 230 alunos foram alvo de triagem de um total de 1732 alunos com idades compreendidas entre os 3 e os 16 anos.

Após a triagem foi efectuada uma listagem com todos os alunos, segundo a idade, tipo de higiene e médico habitual e foram distribuídos pelos médicos que atempadamente efectuaram candidatura.

No seguimento do Programa de Saúde Escolar e tendo-se verificado que existiam grandes carências de informação, o Centro de Saúde promoveu Acções de Formação sobre Hábitos Alimentares e Saúde Oral em vários estabelecimentos de Ensino, nomeadamente, Jardins de Infância, Escolas do 1º Ciclo e Escola Secundária de Trancoso, com o intuito de reforçar e sensibilizar para a importância destes cuidados de saúde.

Outras Acções de Formação foram também desenvolvidas, relativas a vários Temas:

Quadro nr. 24 – Centro de Saúde/Acções de Formação

Estabelecimento de Ensino Tema da Acção

Escola EB 2º e 3º Ciclo de Vila Franca das Naves Tabagismo

Escola Secundária de Trancoso Alcoolismo

Ensino Recorrente (Valdujo) Hábitos Alimentares e Doenças Cardiovasculares Fonte: Centro de Saúde de Trancoso (2006)

36 Diagnóstico Social do Município de Trancoso

Relativamente à Intervenção Precoce pode-se salientar que tem como destinatários crianças até aos 6 anos de idade, especialmente dos 0 aos 3 anos, que apresentem deficiência ou risco de atraso grave de desenvolvimento.

A intervenção precoce integra uma equipa de intervenção directa, actuando numa base concelhia e é constituída por Profissionais de formação diversificada:

ƒ Acção Social do Centro de Saúde; ƒ Enfermeiros do Centro de Saúde; ƒ Psicóloga do Centro de Saúde; ƒ Educadores; ƒ Representante do Centro Distrital de Segurança Social;

De acordo com as linhas orientadoras desta acção, a equipa de intervenção directa do Concelho, para crianças com deficiência ou em risco de atraso grave no desenvolvimento e suas famílias, considerou, no Relatório Anual de Actividades, 4 crianças-alvo do apoio integrado, caracterizando-se o âmbito e a situação de risco no Quadro nr. 25:

Quadro nr. 25 – Caracterização das Crianças-alvo de Intervenção Precoce

Sexo Ano de Nascimento Âmbito Risco

Feminino 2005 Creche - Misericórdia Ambiental

Masculino 2004 Creche - Misericórdia Ambiental

Feminino 2005 Domicílio Visão

Feminino 2003 Creche - Misericórdia Paralisia Celebral Fonte: Centro de Saúde de Trancoso

Tendo em consideração as acções de natureza preventiva e habilitativa podemos concluir que foram no âmbito da educação e da saúde.

É de salientar as dificuldades sentidas pela Equipa, na sinalização das crianças e no contacto com as famílias, para informação e orientação, na medida em que estas não se mostram receptivas e são o retrato das dificuldades sentidas em qualquer acção social.

37 Diagnóstico Social do Município de Trancoso

Relativamente á participação na realização dos Acordos para Beneficiários do RSI - Rendimento Social de Inserção, o Serviço de Acção Social do Centro de Saúde disponibilizou os seguintes elementos:

Quadro nr. 26 – Beneficiários do RSI/Acordos de Inserção (Área da Saúde)

Âmbito Utentes

Saúde Infantil e Vacinação 5

Medicina Familiar 9

Desintoxicação de Alcoolismo 2

Total 16 Fonte: Centro de Saúde de Trancoso

1.4. Educação e Formação Profissional

1.4.1. Educação

Relativamente à área da Educação, salienta-se a ainda elevada Taxa de Analfabetismo, demonstrada no Quadro nr. 27, apresentando apenas os Concelhos do Sabugal e da Meda, valores mais elevados.

Quadro nr. 27 – Taxa de Analfabetismo (1991-2001)

Região Geográfica 1991 2001

Portugal 10,9 8,9

Almeida 14,8 14,7

Celorico da Beira 21,6 17,8

Figueira de Castelo Rodrigo 16,2 15,5

Guarda 13,5 10,1

Trancoso 21,8 17,9

Manteigas 15,6 12,8

Meda 19,6 19,2

Pinhel 18,2 16,7

Sabugal 26,3 22,1 Fonte: INE/Infoline

38 Diagnóstico Social do Município de Trancoso

Apesar de a Taxa de Analfabetismo apresentar ainda um valor de 17,9%, não se pode deixar de referir o decréscimo desta entre os anos de 1991 e 2001, em cerca de 4%.

Se considerarmos o nível de instrução da população residente, verificam-se alguns valores de realçar, nomeadamente os que se referem à população “Sem nível de ensino”, com um total de 2166 indivíduos (sendo 1274 do sexo feminino), contrapondo com um total de 670 indivíduos (sendo 420 do sexo feminino) com habilitações equivalentes ao “Ensino superior”.

O número mais elevado refere-se à população com Escolaridade equivalente ao 1º Ciclo do Ensino Básico (5038 indivíduos, ou seja, 46% da população total), demonstrando claramente a necessidade de intervenção nesta área pilar-base de todo o desenvolvimento social.

Quadro nr. 20 – População Residente/Nível de Instrução (2001)

Nenhum Ensino Ensino Ensino Sexo Nível de 1º Ciclo 2º Ciclo 3º Ciclo Secundário Médio Superior Ensino

Mulheres 1274 2553 484 371 564 40 420

Homens 892 2485 528 496 506 16 250 Fonte: INE/Infoline

Gráfico nr. 7 – Evolução População Residente/Nível de Instrução

Ensino Superior Homens Ensino Médio Ensino Secundário 3º Ciclo 2º Ciclo

Mulheres 1º Ciclo Nenhum nível de ensino

0 1000 2000 3000

39 Diagnóstico Social do Município de Trancoso

Os Cursos EFA – Educação e Formação de Adultos, têm contribuindo para a alteração desta realidade, habilitando os indivíduos (a maioria Mulheres) para além de um nível de ensino mais elevado, de uma qualificação profissional, que lhes permite encontrar alternativas para a sua situação de desemprego.

Tendo em consideração os Quadros abaixo, referentes a todos os níveis de ensino, é notória a diminuição do número de alunos, apresentando os anos lectivos de 2004/2005 e 2005/2006 valores bastante reduzidos. Mas essa mesma tendência demonstra nos últimos anos uma evolução contrária nos primeiros níveis de ensino, na sede do Concelho.

Quadro nr. 29 – Nr. Total Alunos - Jardim de Infância (Evolução)

Idade das Crianças 2004/2005 Idade das Crianças 2005/2006 Freguesia 3 Anos 4 Anos 5 Anos +5 Anos Total 3 Anos 4 Anos 5 Anos +5 Anos Total

Aldeia Nova 2 - 4 - 6 2 2 - - 4

Freches 4 3 1 - 8 - 5 3 - 8

Reboleiro 4 6 3 - 13 4 6 1 - 11

Torre 1 2 1 - 4 4 6 7 - 17 Terrenho

Palhais 7 2 2 - 11 3 1 2 - 6

Trancoso 5 26 26 2 59 12 11 34 - 57

EPEI

Carnicães/ 1 4 - - 5 3 2 4 - 9 Castanheira

EPEI

Vila Novinha/ 2 3 2 - 7 3 - 3 - 6 Rio de Mel

EPEI

Tamanho/ 3 2 3 - 8 5 2 1 - 8 Zabro

Total 29 28 52 2 121 36 35 55 - 126 Fonte: Agrupamento Vertical de Escolas de Trancoso

40 Diagnóstico Social do Município de Trancoso

Quadro nr. 30 – Nr. Total de Alunos - Trancoso (Evolução)

Nível de Anos Lectivos

Ensino 1996/97 1997/98 1998/99 1999/00 2000/01 2001/02 2002/03 2003/04 2004/05 2005/06

Jardim de ------121 126 Infância

1º Ciclo - - - - 464 435 442 399 265 274

2º e 3º Ciclo ------395 295 281 239

3º Ciclo 199 143 104 120 114 103 99 178 176 186

Secundário 232 359 368 362 337 281 262 243 246 232

Total ------1089 1057 Fonte: Agrupamento de Escolas de Trancoso/Escola Secundária Gonçalo Anes Bandarra

Quadro nr. 31 – Nr. Total de Alunos - Vila Franca das Naves (Evolução)

Nível de Ensino 2003/2004 2004/2005 2005/2006

Jardim de Infância - 52 57

1º Ciclo 112 110 97

2º e 3º Ciclo 200 180 175

Total - 342 329 Fonte: Agrupamento de Escolas de Vila Franca das Naves

Relativamente aos Quadros nr. 30 e nr. 31, comparativos da Evolução do número total de alunos, nos vários anos de ensino, há a considerar um decréscimo acentuado em todos, reflectindo esta situação uma realidade social que é sentida a nível nacional e que está intimamente ligada à reduzida Natalidade, consequência da crescente instabilidade económico-social do País.

De acordo com as recentes medidas do Ministério da Educação, relativamente ao Encerramento de Escolas do 1º Ciclo, baseadas no critério da baixa frequência de alunos conjugada com o elevado índice de insucesso escolar, algumas Escolas do Agrupamento de Escolas de Trancoso irão encerrar no ano lectivo de 2006/2007, nomeadamente as das Freguesias de Carnicães, Esporões, Golfar, Guilheiro e Tamanhos.

41 Diagnóstico Social do Município de Trancoso

A concentração da população escolar nas Escolas da sede do Concelho, vem agravar ainda mais, uma questão que se prende com a insuficiência de infra-estruturas , que já se revela e que tende a acentuar-se com o encerramento de Escolas e com a concentração da população neste núcleo urbano.

1.4.1.1 Escola Profissional

A Escola Profissional de Trancoso (EPT) foi criada no ano de 1989 e iniciou a sua actividade com um total de 89 Alunos distribuídos por apenas 3 Cursos, nomeadamente, Técnico de Contabilidade, Técnico de Gestão Agrícola e Técnico de Mecânica/Frio e Climatização.

Para o ano lectivo de 2006/2007 a EPT irá contar com 360 Alunos, distribuídos por 7 Cursos:

Gráfico nr. 8 – Nr. Alunos - Escola Profissional de Trancoso (Evolução)

400 350 300 250 200 150 100 50 0

/1990 /1991 /1993 /1997 /1999 /2000 /2001 /2002 /2005 /2006 /2007 1989 1990 1992 1996 1998 1999 2000 2001 2004 2005 2006 Anos Lectivos

Nr. Alunos

O Gráfico nr. 8 reflecte a Evolução do número de Alunos, com uma tendência positiva, demonstrando a importância da EPT no contexto educacional do Concelho.

Realça-se o facto de a Escola Profissional de Trancoso estar já reconhecida como CRVCC (Centro de Reconhecimento, Validação e Certificação de Competências).

42 Diagnóstico Social do Município de Trancoso

1.4.1.2 Educação e Formação de Adultos

Os Quadros nr. 32, 33 e 34, que se seguem, mostram os Cursos realizados, enquadrados na Tipologia EFA – Educação e Formação de Adultos, promovidos pelas Entidades Santa Casa da Misericórdia de Trancoso e Escola Profissional de Trancoso.

Quadro nr. 32 – Acções de Formação/Data/Nr. Formandos (2004/2005)

Data Designação Nr. Formandos Início Fim

Acompanhante de Crianças 25-04-2004 19-10-2005 14

Agente em Geriatria 06-09-2004 13-04-2005 14

Assistente Familiar e de Apoio à Comunidade 15-11-2004 11-10-2005 14 Fonte: Santa Casa da Misericórdia de Trancoso

Quadro nr. 33 – Acções de Formação/Data/Nr. Formandos (2005/2006)

Data Designação Nr. Formandos Início Fim

Assistente Familiar e de Apoio à Comunidade - B2 14-11-2005 11-07-2006 14

Assistente Familiar e de Apoio à Comunidade - B3 19-09-2005 28-12-2006 14 Fonte: Santa Casa da Misericórdia de Trancoso

Quadro nr. 34 – Acções de Formação/Data/Nr. Formandos (2005/2006)

Data Designação Nr. Formandos Início Fim

Curso de Cozinheiro - B3 05-04-2005 30-04-2006 14 Fonte: Escola Profissional de Trancoso

Pretende-se que a fundamentação da escolha dos Cursos ministrados esteja de acorodo com as características do mercado de trabalho, indo de encontro com a caracterização da situação no Município: por um lado, a área da Acção Social (apoio domiciliário, geriatria), por outro, a área do Turismo (qualificação dos agentes locais ligada à gastronomia regional).

43 Diagnóstico Social do Município de Trancoso

1.4.1.3. Ensino Recorrente

Apesar da não continuidade deste Modelo de educação, não podemos deixar de referir os Cursos realizados pela Coordenação Concelhia do Ensino Recorrente, quer na Freguesia de Valdujo, quer na Sede do Concelho (Freguesia de S. Pedro).

Quadro nr. 29 – Curso de Alfabetização e 1º Ciclo (Valdujo)

Ano Lectivo 2004/2005 Ano Lectivo 2005/2006

Grupo Sexo Sexo

Etário Feminino Masculino Total Feminino Masculino Total

15-20 ------

20-25 ------

25-30 - - - - 1 1

30-35 1 - 1 - - -

35-40 1 - 1 - - -

40-45 - - - - 1 1

45-50 1 - 1 - - -

50-55 1 - 1 - 1 1

55-60 3 - 3 - 1 1

60-65 2 - 2 - 1 1

65 3 - 3 - 4 4

Total 12 Total 9 Fonte: Coordenação Concelhia do Ensino Recorrente

De acordo com as orientações da Iniciativa Novas Oportunidades, este tipo de modelo deixará de ser utilizado, e a aposta para a elevação dos níveis de qualificação de base da população adulta, passará pelo incremento da oferta de Cursos de Educação e Formação de Adultos (EFA) e pelo alargamento da rede de CRVCC (Centros de Reconhecimento, Validação e Certificação de Competências).

44 Diagnóstico Social do Município de Trancoso

Quadro nr. 35 – Curso de Alfabetização e 2º Ciclo (Valdujo)

Sexo Faixa Etária Total Feminino Masculino

15-20 - - -

20-25 - 1 1

25-30 - - -

30-35 - - -

35-40 1 3 4

40-45 - 1 1

45-50 1 - 1

50-55 1 - 1

55-60 1 1 2

60-65 1 3 4

+ 65 - 1 1

Total 15 Fonte: Coordenação Concelhia do Ensino Recorrente

Quadro nr. 36 – Curso de Alfabetização e 1º Ciclo (Trancoso)

Ano Lectivo 2004/2005 Ano Lectivo 2005/2006 Grupo Sexo Sexo Etário Feminino Masculino Total Feminino Masculino Total

15-20 ------

20-25 - - - - 1 1

25-30 - - - - 1 1

30-35 1 - 1 - 1 1

35-40 1 1 2 - - -

40-45 ------

45-50 ------

50-55 2 - 2 - - -

55-60 - 1 1 - - -

60-65 - - - - 1 1

65 3 - 3 - 3 3

Total 9 Total 7 Fonte: Coordenação Concelhia do Ensino Recorrente

45 Diagnóstico Social do Município de Trancoso

1.4.2. Formação

1.4.2.1 Raia Histórica

A Raia Histórica é a Entidade Local Gestora do Programa LEADER, que se destina ao “desenvolvimento do potencial endógeno das zonas rurais, através do apoio a projectos locais, visando promover a economia local, potenciando as populações, no domínio social, económico e cultural.”

Fig. 8 – Mapa dos Concelhos – Raia Histórica

Deste modo, a formação é uma componente integrante e integradora dos Planos de Acção, e estabelece-se em toda a Zona de Intervenção.

No âmbito do AIBT-CÔA/POCENTRO, e para o ano de 2006 estão já a ser desenvolvidas as seguintes Acções de Formação:

Quadro nr. 38 – Acções de Formação (2006)

Data Designação Localidade Início Fim

Confecção de Vestuário Tradicional 19-06-2006 29-11-2006 Trancoso

Cerâmica Artística no Vale do Côa 26-06-2006 07-12-2006 Meda

Animadores dos Castelos da Raia 03-07-2006 18-12-2006 Pinhel

Gestão e Animação de Casas da Aldeia 10-07-2006 22-12-2006 Figueira de Castelo Rodrigo Fonte: Raia Histórica – Associação de Desenvolvimento do Nordeste da Beira

46 Diagnóstico Social do Município de Trancoso

1.4.2.2. AENEBeira – Associação Empresarial do Nordeste da Beira

Com o mesmo intuito de possibilitar a Formação e promover o desenvolvimento pessoal e social das populações, aumentando o seu nível de habilitações e/ou o seu nível de competências, a AENEBeira promoveu as seguintes Acções de Formação:

Quadro nr. 39 – Cursos/Nr. Acções

Designação do Curso 2004 2005 2006 AutoCad 2004 – Nível I 3 1 - AutoCad 2004 – Nível II 3 1 - AutoCad – 3D 3 - 1 3D Studio Viz – Nível I 3 - 1 AutoCad Land 1 - - AutoCad Map - 1 1 AutoCad Map Guide - - 1 AutoCad 1 - - Front page 3 - - Flash 3 - - Dreamweaver 2 1 - Director 4 - - Redes 2 - - Escritório Windows Introdução 8 4 3 Escritório Windows Intermédio 7 4 2 Escritório Windows Avançado 8 3 1 Base de Dados Office – Excel e Acess 3 - - Gestão da Informação – Internet e Outlook 5 6 3 Mini-Master em Gestão 4 - - Finanças p/ Comerciais e Comércio Electrónico 2 - - Internet e Comércio Eléctrónico 1 - - Secretariado de Direcção 2 - - Finanças p/ não Financeiros 3 - - Design Espaços Comerciais 1 - - Técnicas de Marketing no Comércio Tradicional 3 - - Formação de Empresários (Formação PME/2004) 1 - - Formação de Empresários (Formação PME/2005) - 1 - Web Developer 1 - - Excel para Financeiros - 5 1 Office XP – Excel e Power Point - 2 1 Produção de Cartas, Listas e Catálogos - 5 3 Atrair audiências utilizando apresentações de Power Point - 5 4 Photoshop - 1 2 Vitrinismo - 3 - Arquitectural Desktop - 1 2 Nova Regulamentação do Trabalho - 2 - HSST para Empregadores - 3 - Liderança de Equipas - 3 - Especialista em Web Desing - 1 - Técnico de Instalação e Assistência Informática - 1 - Serviço de Cozinha Tradicional - 1 - Total 77 56 26 Fonte: AENEBeira

47 Diagnóstico Social do Município de Trancoso

Quadro nr. 40 – Acções de Formação – 2004/2005/2006

Localidade 2004 2005 2006

Trancoso 25 19 19

Aguiar da Beira 9 8 9

Meda 5 6 3

Celorico da Beira 16 7 5

Pinhel 12 8 8

Vila Franca das Naves 4 2 -

Lageosa do Mondego 6 2 1

Freches - 1 1

Souropires - 1 5

Figueira de Castelo Rodrigo - - 1

Total 77 56 52 (*) Fonte: AENEBeira

A Formação para o ano de 2006 pode dividir-se em dois grandes grupos: Formação de Activos e Formação para Desempregados e/ou a Procura do 1º. Emprego.

Quadro nr. 41 – Cursos/Nr. Acções

Designação do Curso 2006 Empreendorismo e Produtos Alimentares Regionais do Côa (AIBT Côa) 2 Conservação e Restauro de Casas Tradicionais (AIBT Côa) 1 Curso de Cozinheiro (EFA) 2 Curso de Operador de Informática (EFA) 1 Total 6 Fonte: AENEBeira (2006)

Tendo em consideração o processo de descentralização do poder e transferência de competências, que de forma crescente e acentuada se tem vindo a observar, tem-se conferido ao poder local uma importante e fundamental missão na construção democrática da sociedade em geral, pelo que se exige cada vez mais que os seus meios humanos estejam devidamente qualificados.

Nesta medida, o Programa Foral visa a formação dos funcionários e agentes das Autarquias Locais, cujos objectivos visam a melhoria do desempenho das funções de cada interveniente.

48 Diagnóstico Social do Município de Trancoso

Quadro nr. 20 – Acções de Formação (Programa Foral)

Acções de Formação Nr. de Acções Nr. de Formandos Nr. de Horas

Internet 6 72 270

Office Iniciação 6 72 270

Office Avançado 4 48 180

Código do Procedimento Administrativo 4 48 144

Total 20 240 864 Fonte: AENEBeira (2006)

1.5. Acção Social

Em relação a esta área temática, há a salientar a preocupação já existente, em relação ao apoio que é dado, quer à Infância, quer aos Idosos, contando o Concelho com Infra-estruturas de qualidade e com alguma capacidade de resposta aos problemas que se têm vindo a acentuar no decorrer dos últimos anos.

Os Quadros nr. 42 e nr. 43 apresentam que a Entidade Santa Casa da Misericórdia de Trancoso tem já em funcionamento, no apoio aos Idosos e à Infância.

Quadro nr. 42 - Apoio a Idosos/Freguesia/Nr. Utentes

Valência Localidade Nr. Utentes

Centro de Dia Cogula 30

Centro de Dia Freches 15

Centro de Dia Rio de Moinhos 7

Centro de Dia Trancoso 10

Lar de 3ª Idade I Trancoso 55

Lar de 3ª Idade II Trancoso 59

Lar de Acamados Trancoso 37

Serviço de Apoio Domiciliário Freches 23

Serviço de Apoio Domiciliário Terrenho 7

Serviço de Apoio Domiciliário Torre do Terrenho 9

Serviço de Apoio Domiciliário Trancoso 10

Serviço de Apoio Domiciliário Zabro 25

UAI (Unidade de Apoio Integrado) Trancoso 10

Total 297

49 Diagnóstico Social do Município de Trancoso

Quadro nr. 43 - Apoio a Crianças/Freguesia/Nr. Utentes

Valência Localidade Nr. Utentes

ATL Cogula 26

ATL Freches 24

ATL Granja 10

ATL Vila Franca das Naves 46

ATL Tamanhos 4

ATL Zabro 17

Creche/Jardim de Infância Trancoso 156

Total 283 Fonte: Santa Casa da Misericórdia de Trancoso (2005)

Fig. 8 – Mapa das Valências (Santa Casa da Misericórdia de Trancoso)

50 Diagnóstico Social do Município de Trancoso

O Quadro nr. 44 apresenta, por seu lado, o conjunto de outras Entidades (IPSS´s) que desempenham também um contributo fundamental no processo da acção social local (acordos com a Segurança Social).

Quadro nr. 44 – Instituições/Freguesias/Valências (Nr. Utentes)

Valências/Nr. Utentes

Instituições/Entidades Localidade Centro de Serviço Apoio Lar ATL Dia Domiciliário

Centro Social e Paroquial Aldeia Nova 2 16 26 -

Centro Social e Paroquial Fiães 12 7 - -

Associação Cultural e Recreativa de Rio de Mel 6 17 - -

Torre do Centro Social, Cultural e Recreativo 13 7 - - Terrenho

Vila Franca das Centro Social e Paroquial Padre Indalecto 20 34 - - Naves

Associação de Solidariedade Social de Guilheiro - 12 - -

Liga de Melhoramentos Reboleiro 15 40 65 -

Centro de Solidariedade Social de St. André Cótimos - 30 - -

“Os Carnicenses” – Associação de Carnicães 5 18 - - Desenvolvimento Social e Cultural

Centro Social e Paroquial Trancoso - - - 86 Fonte: Centro Distrital de Segurança Social da Guarda/IPSS´s (2005)

51 Diagnóstico Social do Município de Trancoso

Fig. 9 – Mapa das Valências (IPSS´s do Concelho)

De acordo com os dados do Quadro nr. 45, relativos ao número de indivíduos em lista de espera para a valência Lar, é de salientar que existe já um número elevado, demonstrando a necessidade de conclusão de infra-estruturas que já estão em fase de construção e, nomeadamente outras que se verifiquem ser necessárias.

Quadro nr. 45 – Número de Indivíduos em Lista de Espera/Valência Lar

Entidades Lar

Liga de Melhoramentos do Reboleiro 30

Centro Social e Paroquial de Aldeia Nova 8

Santa Casa da Misericórdia de Trancoso 302

Total 340 Fonte: IPSS do Concelho (Junho 2006)

Quadro nr. 46 – Número de Indivíduos em Lista de Espera (Valência Creche/Jardim de Infância)

Creche/ Entidades /Jardim de Infância

Santa Casa da Misericórdia de Trancoso 20

Total 20 Fonte: Santa Casa da Misericórdia de Trancoso (Junho 2006) 52 Diagnóstico Social do Município de Trancoso

Contudo, da análise efectuada há a considerar uma questão que se torna pertinente e que se refere aos Lares de Noite: na mesma medida em que a sociedade evolui, também as necessidades das pessoas se transformam; a humanização dos serviços prestados à comunidade pressupõe que cada vez mais se dignifique a pessoa (tanto mais se for Idosa), que por uma situação de isolamento ou por falta de competências/apoio dos familiares se encontra sózinha; e se durante o dia essa situação é amenizada pelas relações vizinhança, durante a noite torna-se sinónimo de receios.

Dentro desta problemática, será ainda de referir a qualidade do apoio prestado e neste sentido assume grande importância a política de recursos humanos seguida para o pessoal que trabalha com esta população, dado que os níveis de qualificação e formação são vitais para a qualidade do serviço prestado.

De acordo com dados recolhidos juntos das Instituições, os recursos humanos existentes não possuem qualificação específica para o desempenho das respectivas funções, sendo necessário apostar na Formação técnica dos intervenientes.

Apesar desta problemática estar sujeita a factores endógenos como sejam a vontade política, o respeito pelos direitos de cidadania desta população, a garantia de rendimentos adequados e suficientes, o incremento de condições favoráveis à constituição e à não destruição das redes de sociabilidade, a promoção de medidas no âmbito de promover serviços de qualidade, da acessibilidade e do habitat, são questões que não podem ser descoradas neste âmbito e tanto mais num Concelho com cerca de 30% da população com + 65 anos de idade.

1.5.1. Rendimento Social de Inserção (RSI)

Os Acordos realizados para beneficiários de Rendimento Social de Inserção, dividem- se por 5 áreas distintas, nomeadamente: Saúde, Acção Social, Emprego/Formação Profissional, Habitação e Educação.

Os quadros em seguida, mostram o número de acordos, assim como o número de beneficiários abrangidos.

53 Diagnóstico Social do Município de Trancoso

Quadro nr. 48 – Áreas dos Acordos de Inserção

Nr. de Acordos Nr. de Acordos Áreas dos Acordos Março 2005 Maio 2006

Área da Saúde 32 41

Área da Acção Social 36 52

Área Emprego e Formação Profissional 14 21

Área da Habitação 13 14

Área da Educação 19 15

Total 114 143 Fonte: Centro Distrital de Segurança Social da Guarda

Para além do número de Acordos assinados, é possível ainda caracterizar os Beneficiários dos Programas de Inserção por sexo, abrangendo quase em igual número mulheres e homens.

Quadro nr. 49 – Beneficiários RSI/Grupos Etários/Sexo

Março 2005 Maio 2006 Grupo Etário Masculino Feminino Masculino Feminino

0-5 Anos 11 15 12 14

6-18 Anos 25 18 27 25

19-24 Anos 0 3 0 2

25-34 Anos 4 12 5 15

35-44 Anos 7 5 9 5

45-54 Anos 8 5 12 4

55-64 Anos 3 9 7 9

>= 65 Anos 6 4 7 7

Total 64 71 79 81 Fonte: Centro Distrital de Segurança Social da Guarda

54 Diagnóstico Social do Município de Trancoso

A situação dos Processos de RSI caracteriza-se de acordo com o quadro em seguida:

Quadro nr. 47 – Situação dos Processos de RSI

Nr. de Processos Nr. de Processos Abril Situação dos Processos Março 2004 - Março 2005 2005 - Maio 2006

Proc. Entrados Acção Social 31 34

Proc. Activos 15 22

Proc. Cessados 3 (a) 1

Proc. Suspensos 2 (b) 1

Proc. Transferidos 1 0

Proc. Indeferidos 7 5

Proc. Pendentes Despacho 1 5

Proc. Pendentes Informação Social 2 0

Total 62 68 Fonte: Centro Distrital de Segurança Social da Guarda (a) – Incumprimento do Programa de Inserção – 2 Excesso Rendimentos Trabalho – 1 (b) – Integrados em Formação - 2

1.6. Segurança, Justiça e Criminalidade

1.6.1. Comissão de Protecção de Crianças e Jovens (CPCJ)

A Comissão de Protecção de Crianças e Jovens tem por função promover os direitos da criança e do jovem e prevenir ou pôr termo a situações que afectem a sua segurança, saúde, formação, educação e/ou desenvolvimento.

Tendo em consideração as funções da CPCJ e nomeadamente a do Município de Trancoso, a sua acção não poderia deixar de ser referida no âmbito da segurança, no caso concreto da segurança das crianças.

55 Diagnóstico Social do Município de Trancoso

Quadro nr. 50 – Nr. Processos Instaurados e Transitados

2003 2004 2005

Processos Processos Processos Processos Processos Processos Instaurados Transitados Instaurados Transitados Instaurados Transitados

16 6 8 6 13 12 (21 Crianças) (10 Crianças) (10 Crianças) (8 Crianças) (26 Crianças) (24 Crianças) Fonte: Relatório de Avaliação de Actividades 2005 - CPCJ Trancoso

2006

Processos Processos Instaurados Transitados

4 - (9 Crianças) Fonte: CPCJ Trancoso (Julho 2006)

Fazendo a leitura do Quadro nr. 50 é possível verificar que o total de processos assim como o total de crianças e jovens abrangidos, assumem valores mais elevados de ano para ano.

Esta questão pode revelar duas situações, por um lado, que a população em geral se encontra mais atenta a estes problemas, ou por outro, que o número de casos tem, de facto, vindo a aumentar.

Directamente relacionado com esta problemática, reside o facto de estas questões serem passadas no seio familiar, na intimidade das famílias, sendo as situações encobertas e dificultando a intervenção.

De referir que a Criança ou Jovem está em risco4 quando:

ƒ Está abandonada ou vive entregue a si própria; ƒ Sofre maus-tratos físicos ou é vítima de abusos sexuais; ƒ Não recebe os cuidados ou a afeição adequados à sua idade e situação pessoal; ƒ É obrigada a actividades ou trabalhos excessivos ou inadequados à sua idade, dignidade e situação pessoal ou prejudiciais à sua formação ou desenvolvimento; ƒ Está sujeita, de forma directa ou indirecta, a comportamentos que afectem gravemente a segurança ou o seu equilíbrio emocional;

4 Segundo o nº 2 do artº 3 da Lei 147/99. 56 Diagnóstico Social do Município de Trancoso

ƒ Assume comportamentos ou se entrega a actividades ou consumos que afectem gravemente a sua saúde, segurança, formação, educação ou desenvolvimento sem que os pais, o representem legal ou quem tenha a guarda de facto se lhes oponha de modo adequado a remover essa situação.

Assume-se relevante verificar o Quadro nr. 51, no sentido de enumerar quais os motivos de intervenção por parte da CPCJ no Concelho.

Quadro nr. 51 – Nr. de Crianças/Motivo de Intervenção

Motivo Masculino Feminino Total

Abandono 2 0 2

Abandono Escolar 1 1 2

Abuso Sexual 0 3 3

Exposição a Modelos Comportamentais Desviantes 0 3 3

Maus-tratos Físicos 3 1 4

Maus-tratos Psicológico/Abuso Emocional 4 4 8

Negligência 5 4 9

Total 15 16 31 Fonte: Relatório de Avaliação de Actividades 2005 - CPCJ Trancoso

Igualmente importante é a leitura do Quadro nr. 52, referente às idades, sendo de destacar que o Grupo Etário com maior incidência é o dos 13 aos 17 anos.

Quadro nr. 52 – Nr. de Crianças/Grupo Etário (Processos Instaurados em 2005)

Grupo Etário Masculino Feminino Total

0-2 1 0 1

3-5 0 5 5

6-9 2 2 4

10-12 3 0 3

13-15 4 1 5

16-17 5 3 8

18-21 0 0 0

Total 15 11 26 Fonte: CPCJ

57 Diagnóstico Social do Município de Trancoso

1.6.2. Alcoolismo

O alcoolismo é um problema grave de saúde pública, mas está tão presente no dia a dia que, por vezes, as pessoas não lhe atribuem a importância devida, ou porque pensam que nada tem a ver com eles próprios ou porque, efectivamente, não o reconhecem como problema.

As estatísticas mundiais e europeias, relativamente a este tema e concretamente o Eurocare afirma que na Europa:

ƒ O álcool causa 9,2% de todos os “males” de saúde e morte prematura; ƒ 1 em cada 4 homens e 1 em cada 10 mulheres bebem álcool em quantidades que prejudicam a saúde; ƒ A maior parte dos bebedores subestima o mal produzido pelo álcool no organismo, a dependência que causa e o mal que causa aos outros; ƒ A OCDE refere um panorama pouco animador em relação ao consumo de álcool per capita em Portugal (para indivíduos com mais de 15 anos de idade); assim em 1990 – 16,1 litros, em 1995 – 14,6 litros, e em 2000 – 13 litros; nota: por exemplo, que em 2000, num conjunto de 30 países, Portugal (que habitualmente ocupa posições cimeiras nas tabelas nesta matéria) ocupa a 3.ª posição de maior consumidor sendo apenas ultrapassado pelo Luxemburgo com 14,9 litros e pela Irlanda com 14,2 litros.

Segundo Resolução do Conselho de Ministros “Portugal, como o evidenciam os dados recentes, figura como um dos maiores consumidores mundiais de bebidas alcoólicas. E não menos preocupante é o facto de esse consumo estar a aumentar nos jovens e no sexo feminino, que são dois grupos populacionais mais vulneráveis e de tradicional baixo consumo. O alcoolismo é a maior toxicodependência dos Portugueses”5.

Esta afirmação teve lugar num pano de fundo em que Portugal é um país produtor e exportador de bebidas alcoólicas, principalmente vinho, oitavo produto mundial, e também um dos três países do mundo onde se consome mais álcool puro, aproximadamente 11 litros de álcool foi a quantidade ingerida por cada português em 1993.

5 Presidência do Conselho de Ministros - Resolução do Conselho de Ministros 166/2000 58 Diagnóstico Social do Município de Trancoso

Fig. 11 – Evolução do Consumo de Bebidas Alcoólicas e Álcool Puro Fonte: Ordem dos Enfermeiros

Fig. 12 – Hábitos de Beber dos Portugueses Fonte: Ordem dos Enfermeiros

Tendo em atenção o panorama nacional, houve necessidade de apurar valores referentes a esta problemática no Concelho, tendo-se conseguido obter dados através do Centro Regional de Alcoologia Maria Lucília Mercês de Mello (C.R.A.), evidenciados nos Quadros que se seguem:

59 Diagnóstico Social do Município de Trancoso

Quadro nr. 53 – Nr. Bebedores Excessivos/Nr. Alcoólicos

Nr. de Nr. de Alcoólicos Nr. de Doentes Área Geográfica Bebedores Inscritos no CRA Alcoólicos Excessivos 2001 Total

Aguiar da Beira 910 730 1 27

Almeida 1450 1160 3 53

Celorico da Beira 1230 980 2 72

Figueira de Castelo Rodrigo 1160 930 3 47

Fornos de Algodres 880 700 1 42

Gouveia 2460 1970 0 92

Guarda 5380 4310 14 538

Manteigas 570 460 0 23

Meda 1050 840 3 47

Pinhel 1800 1440 5 86

Sabugal 2490 1990 1 68

Seia 4150 3330 19 261

Trancoso 1580 1270 2 57

Vila Nova de Foz Côa 1260 1010 2 55

Total 26370 21120 56 1468 Fonte: CRA (2001)

Em termos totais, por exemplo, o valor de 1270 Doentes Alcoólicos, no Concelho de Trancoso, não assume grande relevância se comparados com os 4310 Doentes da Guarda ou os 3330 Doentes de .

Assim, tornou-se importante determinar, em termos percentuais, qual a representatividade dos valores no total da população.

60 Diagnóstico Social do Município de Trancoso

Quadro nr. 54 – Nr. Bebedores Excessivos/% da População

Nr. Bebedores % Bebedores Área Geográfica População Excessivos Excessivos

Almeida 1450 8423 0,17

Celorico da Beira 1230 8875 0,14

Figueira de Castelo Rodrigo 1160 7158 0,16

Guarda 5380 43822 0,12

Manteigas 570 4094 0,14

Meda 1050 6239 0,17

Pinhel 1800 10954 0,16

Sabugal 2490 14871 0,17

Trancoso 1580 10889 0,15

Total 16710 115325 - Fonte: CRA (2001)

Verifica-se no Quadro nr. 54 que os Concelhos onde se observa um maior número de Bebedores Excessivos com 17% são: Almeida, Meda e Sabugal; seguidos com 16%, Figueira de Castelo Rodrigo e Pinhel; Trancoso aparece com 15%; e com valores inferiores está Celorico da Beira, Manteigas; Guarda apresenta o valor mais baixo, de 12%.

No Quadro nr. 55, o retrato deve ser analisado com mais cuidado uma vez que este diz respeito a Doentes Alcoólicos.

O maior número de doentes verifica-se no Concelho de Almeida com 14%; o valor mais próximo a este é de 13% para os Concelhos de Figueira de Castelo Rodrigo, Meda e Pinhel; aparece, em seguida, Trancoso com 12%; com os valores mais baixos são assinalados os Concelhos de Celorico da Beira, Manteigas e Guarda (com o valor mais baixo de 10%).

61 Diagnóstico Social do Município de Trancoso

Conclui-se que existe uma relação directa entre as populações com maior percentagem de indivíduos Bebedores Excessivos e Doentes Alcoólicos existentes.

Quadro nr. 55 – Nr. Doentes Alcoólicos/% da População

Nr. Doentes % Doentes Área Geográfica População Alcoólicos Alcoólicos

Almeida 1160 8423 0,14

Celorico da Beira 980 8875 0,11

Figueira de Castelo Rodrigo 930 7158 0,13

Guarda 4310 43822 0,10

Manteigas 460 4094 0,11

Meda 840 6239 0,13

Pinhel 1440 10954 0,13

Sabugal 1990 14871 0,13

Trancoso 1270 10889 0,12

Total 13380 115325 1 Fonte: CRA (2001)

1.6.3. Justiça

Para efeitos de apuramento da existência ou não de lentidão nos processos na Justiça verificou-se os processos existentes e findos no ano de 2003 e 2004, dados expostos nos quadros abaixo.

62 Diagnóstico Social do Município de Trancoso

Quadro nr. 56 – Processos de Justiça Cível (2003)

Existentes

Processos Ano Iniciados Findos Pendentes Anterior no Ano Total

Acções Ordinárias 32 11 43 12 31

Acções Sumárias 87 39 126 39 87

Acções Sumaríssimas 21 24 45 28 17

Acções Especiais 15 4 19 2 17

Divórcios e Separações 24 6 30 11 19

Execuções Ordinárias 83 22 105 28 77

Execuções Sumárias e Outras 163 114 277 133 144

Execuções Comuns 0 31 31 0 31

Execuções Especiais 0 0 0 0 0

Inventários 27 15 42 14 28

Falências e Recuperações de Empresas 1 1 2 1 1

Providências Cautelares 4 11 15 11 4

Outras 8 20 28 14 14

Total 465 298 763 293 470 Fonte: Tribunal Judicial de Trancoso (2005)

Analisando os Quadros nr. 55 e nr. 56, verifica-se que de um total de 763 Processos existentes, ficaram pendentes 470, para o ano de 2004, tendo sido resolvidos 38,40% dos Processos.

No que se refere ao ano de 2004 existindo um total de 737 Processos, ficaram pendentes 454, tendo-se verificado a resolução de 38,40% dos Processos.

63 Diagnóstico Social do Município de Trancoso

Quadro nr. 57 – Processos de Justiça Cível (2004)

Existentes

Processos Ano Iniciados Findos Pendentes Total Anterior no Ano

Acções Ordinárias 32 28 60 13 47

Acções Sumárias 63 39 102 37 65

Acções Sumaríssimas 15 21 36 31 5

Acções Especiais 12 14 26 3 23

Divórcios e Separações 10 10 20 9 11

Execuções Ordinárias 80 0 80 14 66

Execuções Sumárias e Outras 121 1 122 81 41

Execuções Comuns 31 138 169 59 110

Execuções Especiais 0 0 0 0 0

Inventários 34 11 45 10 35

Falências e Recuperação de Empresas 1 2 3 1 2

Providências Cautelares 3 5 8 5 3

Outras 48 18 66 20 46

Total 450 287 737 283 454 Fonte: Tribunal Judicial de Trancoso (2005)

De salientar que as Execuções Comuns são as que maior contributo oferecem ao volume de Processos pendentes no ano de 2004, sendo que no ano de 2003 esse contributo se tinha verificado relativamente às Execuções Sumárias e Outras.

Quadro nr. 58 – Justiça Penal - Processos para Julgamento (2003)

Existentes Processos Findos Pendentes Ano Anterior Iniciados no Ano Total

Crimes Totais 166 114 280 107 173

Transgressão 0 1 1 0 1

Recursos de Contra-ordenação 10 16 26 18 8

Outros Processos e Procedimentos 1 3 4 4 0

Total 177 134 311 129 182 Fonte: Tribunal Judicial de Trancoso

64 Diagnóstico Social do Município de Trancoso

Quadro nr. 59 – Justiça Penal - Processos para Julgamento (2004)

Existentes Processos Findos Pendentes Ano Anterior Iniciados no Ano Total

Crimes Totais 127 156 283 146 137

Transgressão 1 0 1 1 0

Recursos de Contra-ordenação 8 31 39 18 21

Outros Processos e Procedimentos 0 8 8 5 3

Total 136 195 331 170 161 Fonte: Tribunal Judicial de Trancoso

Considerando os Quadros nr. 58 e nr. 59, referentes à Justiça Penal, concretamente no que diz respeito a processos para julgamento, observa-se que de um total de 311 Processos existentes, ficaram pendentes 182 Processos, no ano de 2003, concluindo- se que 41,48% dos processos foram resolvidos.

Relativamente ao ano de 2004, de um total de 331 Processos existentes, ficaram pendentes 161, (51,36% dos Processos foram concluídos).

Quadro nr. 60 – Processos Tutelares Cíveis (2003)

Existentes

Processos Ano Iniciados Findos Pendentes Total Anterior no Ano

Filiação 2 1 3 2 1

Poder Paternal 4 6 10 4 6

Adopção 0 0 0 0 0

Alimentos 2 1 3 0 3

Outros Processos 0 0 0 0 0

Total 8 8 16 6 10 Fonte: Tribunal Judicial de Trancoso

65 Diagnóstico Social do Município de Trancoso

Quadro nr. 61 – Processos Tutelares Cíveis (2004)

Existentes

Processos Ano Iniciados Findos Pendentes Total Anterior no Ano

Filiação 1 1 2 0 2

Poder Paternal 3 9 12 10 2

Adopção 0 4 4 1 3

Alimentos 1 1 2 2 0

Outros Processos 5 0 5 1 4

Total 10 15 25 14 11 Fonte: Tribunal Judicial de Trancoso

Os números referentes aos Processos Tutelares Cíveis, demonstram 16 Processos existentes e 10 pendentes, que transitaram para o ano de 2004, sendo que 37,5% dos processos foram resolvidos.

No que se refere aos Processos Tutelares Cíveis do ano de 2004, os Processos existentes aumentaram para 25, tendo ficado pendentes 11, tendo-se resolvido 56% dos Processos.

Quadro nr. 62 – Outros Processos (2003)

Existentes

Processos Ano Iniciados Findos Pendentes Anterior no Ano Total

Promoção e Protecção 7 1 8 3 5

Tutelares Educativos 0 0 0 0 0

Total 7 1 8 3 5 Fonte: Tribunal Judicial de Trancoso

Em relação aos considerados Outros Processos, e de um total de 8 entrados e um total de 3 findos, verifica-se 37,5% dos processos resolvidos.

66 Diagnóstico Social do Município de Trancoso

Quadro nr. 63 – Outros Processos (2004)

Existentes

Processos Ano Iniciados Findos Pendentes Anterior no Ano Total

Promoção e Protecção 6 4 10 5 5

Tutelares Educativos 0 1 1 1 0

Total 6 5 11 6 5 Fonte: Tribunal Judicial de Trancoso

Em relação aos considerados Outros Processos, em 2004, existiram 11 para um total de 6 findos, sendo 54,55% dos Processos resolvidos.

1.6.4. Segurança

A segurança da população está intimamente relacionada com o desenvolvimento da actividade policial, e no caso do Concelho, é da responsabilidade da Guarda Nacional Republicana (GNR).

Quadro nr. 65 – Nr. de Efectivos/Posto Territorial

Posto Territorial Nr. de Efectivos

Trancoso 18

Vila Franca das Naves 8

Total 26 Fonte: Posto Territorial de Trancoso Fonte: Posto Territorial de Vila Franca das Naves

67 Diagnóstico Social do Município de Trancoso

Analisando o Quadro nr. 65 verifica-se que existem no conjunto do Posto Territorial de Trancoso e do Posto Territorial de Vila Franca das Naves, apenas 26 Efectivos, para uma população total de aproximadamente 10.500 habitantes, significando estes valores que para um Efectivo da GNR existem cerca de 404 habitantes.

Apesar do reduzido número de Efectivos, existe uma preocupação relativamente à população mais jovem, facto demonstrado pela acção desenvolvida ao abrigo do Programa Escola Segura, que tem por objectivos:

ƒ Garantir as condições de segurança da população escolar; ƒ Promover comportamentos de segurança escolar.

No Município de Trancoso, o Programa Escola Segura é assegurado por 1 ou 2 Agentes devidamente treinados e preparados para este tipo de acção, e por 1 viatura exclusivamente dedicada à vigilância e protecção da população escolar.

1.7. Associativismo

Relativamente ao Associativismo, é de enumerar as várias Associações que existem no Concelho e que desempenham um papel fundamental em termos recreativos, culturais, sociais e/ou desportivos:

Quadro nr. 66 – Designação das Associações/Freguesia

Nome Localidade

Grupo Desportivo e Recreativo de Aldeia Nova (**) Aldeia Nova

Associação Cultural e de Desenvolvimento da Castanheira Castanheira

Assoc. para o Desenvolvimento Social e Cultural “Os Carnicenses” (*) Carnicães

Associação de Desenvolvimento Social e Cultural da Cogula (*) Cogula

Sociedade Recreativa Cogulense (**) Cogula

Grupo Cultural e Desportivo dos Cótimos (**) Cótimos

Centro de Solidariedade Social Santo André Cótimos

Associação dos Caçadores da Serra de São Pedro Cótimos

Associação de Desenvolvimento do Feital Feital

Associação LuzLinar (*) Feital

Grupo Cultural e Recreativo de Fiães (*) Fiães

Grupo Recreativo e Cultural de Freches Freches

68 Diagnóstico Social do Município de Trancoso

Banda de Música de Freches (*) Freches

Associação de Melhoramentos da Granja (**) Granja

Liga dos Amigos do Guilheiro Guilheiro

Associação de Solidariedade Social do Guilheiro Guilheiro

Associação Social, Cultural e Desportiva “Os Lagartixos” (**) Moimentinha

Associação dos Naturais e Amigos de Moimentinha (**) Moimentinha

Grupo Recreativo de Moreira de Rei (*) Moreira de Rei

Associação Desportiva e Cultural de Golfar (**) Golfar

Centro Cultural e Desportivo da Póvoa do Concelho Póvoa do Concelho

“Os Popos” – Associação Cultural e Recreativa Póvoa do Concelho

Liga de Melhoramentos da Freguesia do Reboleiro (*) Reboleiro

Associação Cultural e Juvenil da Ribeirinha de Trancoso (**) Reboleiro

Associação Cultural e Recreativa de Rio de Mel Rio de Mel

Associação Recreativa de Souto Maior (**) Souto Maior

Associação Cultural e Recreativa de Ribeira do Freixo (**) Souto Maior

Associação Cultural e Recreativa de Falachos (*) Tamanhos

Associação dos Amigos de Vale de Mouro (**) Tamanhos

Liga dos Amigos de Caça e Pesca de Cabeça do Lagar (*) Terrenho

Associação Cultural e Recreativa do Terrenho (*) Terrenho

Associação Caça e Pesca de Torres Torres

Associação de Protecção da Natureza (*) Trancoso

Associação Cultural e Recreativa de Trancoso (*) Trancoso

Corpo Nacional de Escutas/Agrupamento 505 (*) Trancoso

Grupo Desportivo de Trancoso Trancoso

Clube de Coleccionismo de Trancoso Trancoso

Clube Trancosense (*) Trancoso

Piscotávora – Associação de Produtores Florestais (*) Trancoso

Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Trancoso Trancoso

Raia Histórica – Associação de Desenvolvimento Trancoso

Rotary Club de Trancoso Trancoso

Associação de Desenvolvimento Cultural de Rio de Moinhos (**) Trancoso (Sta. Maria)

Associação Cultural e Recreativa e de Melhoramentos de Courelas Trancoso

Associação cultural e Recreativa de Miguel Chôco (**) Trancoso (S. Pedro)

Assoc. Cultural, Recreativa, Social e de Melhoramentos de S. Martinho (*) Trancoso (S. Pedro)

ARA – Assoc. de Desenv., Estudo e Defesa do Património da Beira Interior Trancoso

69 Diagnóstico Social do Município de Trancoso

Grupo Juvenil de Animação S. P. De Valdujo (*) Valdujo

Associação de Solidariedade, Desenvolvimento e Cultura de Valdujo (*) Valdujo

Grupo Desportivo de Vila Franca das Naves (*) Vila Franca das Naves

Associação de Bombeiros Voluntários de Vila Franca das Naves Vila Franca das Naves

Associação Naves XXI Vila Franca das Naves

Associação Cultural e Recreativa de Vilares (*) Vilares

Alto da Broca – Associação de Produtores Florestais Vilares

Associação Cultural e Desportiva de Maçal da Ribeira (**) Vilares Fonte: Câmara Municipal de Trancoso (*) – Associação com Instalações próprias (**) – Associação com Instalações próprias e Salão de Festas

Tendo reconhecido a importância da acção do Movimento Associativo no Município foi criado pela Câmara Municipal de Trancoso um Programa de Apoio ao Associativismo, instituindo-se as Associações como parceiros privilegiados, na promoção das actividades de carácter cultural, social, recreativo e/ou desportivo.

O Programa destina-se a incentivar a actividade regular das Associações Culturais, Sociais e/ou Desportivas, estimulando a sua criatividade, visando permitir, através de um apoio financeiro, a criação de condições que facilitem o incremento da sua actividade.

O apoio financeiro é constituído por duas vertentes: uma primeira no valor de 250 Euros, destinada a suportar despesas de funcionamento, e uma outra, que valoriza as acções que fazem parte do Plano de Actividades Anual de cada Associação, sendo que:

ƒ A taxa máxima de comparticipação para os projectos propostos é de 50%; ƒ O limite máximo de financiamento por associação é de 25% do orçamento global proposto pela Câmara Municipal; ƒ A comparticipação é atribuída em função dos custos inerentes à concretização de cada projecto;

O Programa apoia pois, acções concretas, devidamente individualizadas, caracterizadas e orçamentadas, de natureza exclusiva ou predominantemente imaterial, tendo como finalidade, objectivos culturais, sociais ou desportivos, a realizar por Associações que tenham a sua sede no Concelho, ficando de fora deste âmbito as iniciativas desportivas federadas e as actividades de caça e pesca.

70 Diagnóstico Social do Município de Trancoso

O quadro que se segue ilustra a distribuição dos valores acima referidos:

Quadro nr. 67 – Associações/Apoio Financeiro

Nome 2003 2005

Associação de Protecção da Natureza 625 Euros 625 Euros

Clube de Coleccionismo de Trancoso 100 Euros 100 Euros

Associação Social, Cultural e Desportiva “Os Lagartixos” 375 Euros 500 Euros

Grupo Cultural e Recreativo de Fiães 175 Euros 175 Euros

Associação Desportiva e Cultural de Golfar 375 Euros 325 Euros

Associação Recreativa de Souto Maior 375 Euros 350 Euros

Associação Cultural e Recreativa de Ribeira do Freixo 375 Euros 350 Euros

Associação Cultural e Juvenil da Ribeirinha de Trancoso 625 Euros 250 Euros

Banda de Música de Freches 375 Euros -

Associação cultural e Recreativa de Miguel Chôco 375 Euros 400 Euros

Grupo Desportivo e Recreativo de Aldeia Nova 500 Euros 500 Euros

Associação de Solidariedade Social do Guilheiro 375 Euros 375 Euros

Associação de Melhoramentos da Granja 500 Euros 500 Euros

Associação Cultural e Recreativa de Trancoso 1.075 Euros 1.125 Euros

Clube Trancosense 500 Euros 500 Euros

Associação de Bombeiros Voluntários de Vila Franca das Naves 250 Euros 225 Euros

Associação Cultural e de Desenvolvimento de Valdujo - 150 Euros

Associação Cultural e Recreativa e de Melhoramentos de Courelas - 450 Euros

Associação Cultural e Desportiva de Vila Franca das Naves - 225 Euros

Assoc. Cultural, Recreativa, Social e de Melhoramentos de S. Martinho - 325 Euros

Associação de Desenvolvimento Cultural de Rio de Moinhos - 150 Euros

Associação dos Naturais e Amigos de Moimentinha - 100 Euros

Associação LuzLinar - 500 Euros

Piscotávora – Associação de Produtores Florestais - 100 Euros Fonte: Câmara Municipal de Trancoso

71 Diagnóstico Social do Município de Trancoso

1.8. Património

A definição do Património assume-se como essencial para um bom ordenamento territorial e para o assegurar da sua conservação.

Esta premissa torna-se tanto mais verdade quando se trata do Concelho de Trancoso, incluído no roteiro das Aldeias Históricas de Portugal.

Integram o património cultural todos os bens que, sendo testemunhos com valor de civilização ou de cultura portadores de interesse cultural relevante, devem ser objecto de especial protecção e valorização.

Quadro nr. 68 – Monumentos Nacionais/Freguesia

Localidade Património Classificação

Castelo e Muralhas Monumento Nacional (desde 1921)

Trancoso Pelourinho Monumento Nacional (desde 1910)

Planalto Batalha São Marcos Monumento Nacional (desde 2004)

Castelo Monumento Nacional (desde 1932)

Pelourinho Monumento Nacional (desde 1932) Moreira de Rei Igreja Sta. Marinha Monumento Nacional (desde 1932) Sepulturas Antropomórficas Fonte: IPPAR

Para os bens imóveis classificados como de interesse nacional, sejam eles monumentos, conjunto ou sítios, a designação adoptada é Monumento Nacional.

Um bem considera-se de interesse nacional quando a respectiva protecção e valorização, no todo ou em parte, represente um valor cultural de significado para a Nação.

72 Diagnóstico Social do Município de Trancoso

Quadro nr. 69 – Imóveis de Interesse Público/Freguesia

Localidade Património Classificação

Igreja Nossa Sra. da Fresta Imóvel Interesse Público (desde 1944)

Capela Sta. Luzia Imóvel Interesse Público (desde 1953) Trancoso Sepulturas Antropomórficas Imóvel Interesse Público (desde 1978)

Via antiga do Sintrão Imóvel Interesse Público (desde 1997)

Guilheiro Pelourinho Imóvel Interesse Público (desde 1933)

Solar dos Brasis Imóvel Interesse Público (desde 1977) Torre do Terrenho Igreja Matriz Imóvel Interesse Público (desde 1977) Fonte: IPPAR

Um bem considera-se de Interesse Público Nacional quando a respectiva protecção e valorização represente ainda um valor cultural de importância nacional, mas para o qual o regime de protecção inerente à classificação como de interesse nacional se mostre desproporcionado.

Quadro nr. 70 – Outro Património/Freguesia

Localidade Património Classificação

Centro Histórico (Zona de protecção)

Trancoso Parque Municipal Arvoredo de Interesse Público

Tília do Largo Sta. Maria Guimarães Arvoredo Interesse Público Fonte: Câmara Municipal de Trancoso - Departamento de Turismo

1.9. Turismo

O Município de Trancoso beneficia de uma tipicidade que advém, paradoxalmente, da sua condição de interioridade e se na maioria dos sectores, a interioridade constitui um obstáculo ao seu desenvolvimento, considerado na óptica do turismo, esta condição pode ser de facto um factor de sucesso.

73 Diagnóstico Social do Município de Trancoso

O aumento dos índices de qualidade de vida associados á modernização do trabalho levam à disponibilidade de mais tempos livres e o objectivo consiste em rentabilizar estes tempos de lazer.

Um ramo que desempenha um papel cada vez mais preponderante na economia portuguesa, tornando-se um vector de força do desenvolvimento económico-social é, sem dúvida, a actividade turística.

Trancoso posiciona-se precisamente neste contexto: do ponto de vista dos recursos, elementos patrimoniais da terra, eles existem em quantidade e qualidade para construir uma oferta sedutora – potencial turístico – a elevação da vila medieval a Cidade e a Aldeia Histórica confirmam uma vocação turística que falta explorar convenientemente.

Fig. 13 – Mapa das Aldeias Históricas de Portugal

As condições naturais enriquecidas com a riqueza cultural do povo beirão (tradições) com a monumentalidade da sua História, distribuídas nas aldeias do Concelho; culminam na delimitação de um destino com sério potencial.

74 Diagnóstico Social do Município de Trancoso

A introdução da dimensão do Turismo remete para a importância que este sector da economia pode assumir para o desenvolvimento do Concelho.

A cadeia de valor que o turismo enquanto actividade económica gera, transforma-o num instrumento de crescimento apetecível, associado à esfera económica, junta-se- lhe outra característica de excepção: a preservação do ambiente, a preservação dos hábitos culturais, a preservação do património construído, são elementos fundamentais para afirmar territoriais como este.

Porém, a constituição de um destino de turismo resulta da conjugação de outros factores para além do potencial em termos de matéria-prima, como o sejam a qualidade da oferta em termos de alojamento, de restauração, equipamento de animação e eventos e a própria divulgação e inclusão de Trancoso nos roteiros turísticos.

O Concelho está neste momento, num patamar muito frágil em termos de desenvolvimento turístico: foram dados passos decisivos neste domínio, mas todavia insuficientes. Alguns exemplos são a classificação de Trancoso a Aldeia Histórica, a integração na Região de Turismo da , a abertura de uma Albergaria, na Freguesia de Vila Franca das Naves, e de um Hotel de 4 Estrelas na sede do Concelho.

Os índices do Posto de Turismo reflectem estas mais valias instaladas, tendo-se verificado aumentos significativos entre 2002 e 2006: entre 2002 e 2003, a afluência ao Posto de Turismo regista um crescimento de perto de 700 pessoas; já em 2004, o número total de visitantes quase que duplica atingindo 6379 pessoas; 2005 atinge valores surpreendentes em relação aos anos anteriores; destaca-se no período apurado o mês de Maio de 2005 com 3512 pessoas, certamente relacionado com a realização da MANIFesta Trancoso 2005, evento que atraiu muitas pessoas à região.

No ano corrente os valores demonstram a continuidade dessa tendência, na medida em que nos meses que há dados estes têm valores muito superiores a 2005 ou muito próximos dos verificados nesse ano.

75 Diagnóstico Social do Município de Trancoso

Quadro nr. 71 – Afluência de Visitantes

Meses Anos Total Jan. Fev. Mar. Abr. Mai. Jun. Jul. Ago. Set. Out. Nov. Dez.

2002 a) 98 257 244 210 406 288 795 334 215 145 89 3081

2003 76 374 215 330 196 330 506 851 256 189 193 201 3717

2004 103 307 953 665 586 581 397 1197 698 573 175 144 6379

2005 223 868 1337 2619 3512 2389 1878 3793 1526 1601 588 543 20877

2006 553 4161 4248 2135 1848 ------10275 (*) Fonte: Departamento de Turismo da Câmara Municipal de Trancoso (a) - Turismo encerrado para Obras (*) – Dados provisórios até dia 28 Maio 2006

Mais evidente se torna a procura crescente deste Concelho em matéria de visitas turísticas, pelo Gráfico nr. 9, que compara os valores no mês de Abril de cada ano.

Mas também é verdade que os números continuam modestos face às ambições que é possível conter; a capacidade de acolher turistas e visitantes está longe de ser esgotada, pelo que permanece grande a margem de progressão de Trancoso na condição de um destino com enorme potencial turístico.

Gráfico nr. 9 – Afluência de Visitantes

12000

10000

8000 6000

4000 Nr. Turistas 2000

0 2003 2004 2005 2006 Anos

Fonte: Câmara Municipal de Trancoso - Departamento de Turismo

76 Diagnóstico Social do Município de Trancoso

1.10. Ambiente

1.10.1. Resíduos

A produção de resíduos associado ao aumento da população e a sua constituição em aglomerados constitui um risco real para o meio ambiente, tornando-se importante descrever os processos existentes no Concelho, no que diz respeito ao seu tratamento.

A recolha de Resíduos Sólidos Urbanos (RSU) que se praticava na autarquia de Trancoso, da responsabilidade do Município, era a chamada recolha indiferenciada feita a partir dos contentores camarários existentes, onde os resíduos eram colocados de forma indiferenciada e após a recolha destes tinha lugar o confinamento destes numa das lixeiras municipais, Lixeira da Quinta da Junqueira e Lixeira de Vila Franca das Naves, que serviam o Concelho.

A crescente escassez de espaços disponíveis para as infra-estruturas, veio exigir uma nova abordagem, originada, igualmente, pelas medidas regulamentares, pelos instrumentos económicos e pela maior consciencialização para esta problemática.

Face a esta situação, surgiu uma nova política de gestão de resíduos, o Plano Estratégico dos Resíduos Sólidos Urbanos (PERSU), em 1997, o qual estabeleceu como prioridade o encerramento e recuperação das lixeiras, a construção de infra- estruturas de tratamento e destino final dos RSU, apoio à recolha selectiva e à reciclagem.

Sendo um dos passos a implementação da estratégia a criação de sistemas de gestão integrada o concelho de Trancoso passa a ser parte integrante da Associação de Municípios da Cova da Beira (AMCB), accionando-se os meios para a selagem e recuperação ambiental das lixeiras de Trancoso.

A AMCB tem por objectivo a gestão, a valorização e o tratamento dos RSU produzidos na área da sua abrangência. Para tal está a implementar o Sistema de Tratamento de Resíduos Sólidos Urbanos da Cova da Beira que inclui o Centro de Tratamento de

77 Diagnóstico Social do Município de Trancoso

Resíduos Sólidos Urbanos da Cova da Beira (CTRSU), este inclui a Central de Compostagem e o Aterro Sanitário de Apoio.

Com a erradicação das lixeiras existentes pretende-se implementar a redução, reciclagem e reutilização dos RSU, bem como o processo de compostagem e confinamento dos mesmos, procurando promover a melhoria acentuada do nível da qualidade ambiental.

Dada a inexistência de uma infra-estrutura de transferência nos Municípios de Trancoso e Meda e para colmatar as distâncias existentes entre estes e o Centro de Tratamento do Fundão, surgiu a necessidade de criar uma infra-estrutura para receber os RSU dos referidos Municípios, a Estação de transferência de Trancoso, foi construída em 2002.

Gráfico nr. 11 – Recolha Indiferenciada de Resíduos Recolhidos (Novembro 2003 a Junho 2006)

450 400 350 300 250 TO 200 150 100 50

0

1 2 1 2 3 4 4 5 6 7 8 9 0 -1 -1 -0 -0 -0 -0 -05 -06 -07 -02 -03 -0 -0 -0 -0 -0 -0 -1 -11 -12 -01 3 3 4 4 5 5 5 5 5 5 04 04 04 04 04 05 05 05 05 05 06 00 00 00 00 0 0 0 0 0 00 00 00 00 00 00 0 0 0 0 0 0 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2004-082004-092004-102004-112004-122005-012 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2006-022006-032006-042006-052006-06

Quantidade (To)

Fonte: Departamento do Ambiente da Câmara Municipal de Trancoso

Os dados evidenciados pelo gráfico demonstram que as quantidades de resíduos se mantém normalmente entre as 190 toneladas e as 325, existindo apenas um pico no ano 2004 em Agosto.

Apesar da recolha indiferenciada continuar a ser efectuada, conforme acima exposto, já a lugar à Recolha Selectiva, feita a partir dos Ecopontos e Ecocentros.

78 Diagnóstico Social do Município de Trancoso

O sistema de recolha selectiva é caracterizado por ser um sistema de transporte voluntário, que exige aos produtores de resíduos a separação dos mesmos na fonte e o seu transporte para os pontos de deposição acima referidos.

Foram colocados 18 ecopontos no Concelho de Trancoso, estes são constituídos por um conjunto de 3 contentores com capacidade de 2,5 m3 cada.

Encontram-se distribuídos por 6 Freguesias, conforme se pode observar na Figura nr. 12:

Fig. 12 – Mapa da localização dos Ecopontos no Concelho

Fonte: Câmara Municipal de Trancoso - Departamento do Ambiente

Estes foram colocados em locais estratégicos de maior afluência, integração paisagística e acessibilidade com o intuito de promover uma maior adesão dos munícipes a recolha selectiva.

Para se definir e dimensionar a rede de Ecopontos foram criados alguns critérios, nomeadamente a densidade populacional, o grau de cobertura da rede e metas e taxas de recuperação a atingir e esperadas.

A análise de alguns destes critérios encontra-se retratada no Quadro nr. 72:

79 Diagnóstico Social do Município de Trancoso

Quadro nr. 72 – Relação Habitantes/Ecoponto e Área/Ecoponto

População Área Habitantes Área/Ecoponto Freguesias Nr. Ecopontos Residente (ha) por Ecoponto

Aldeia Nova 394 2560 1 394 2560

Carnicães 192 844

Castanheira 235 885

Cogula 228 437

Cótimos 194 1214

Feital 80 532

Fiães 263 1003

Freches 551 1356 1 551 1356

Granja 223 926

Guilheiro 242 1461

Moimentinha 233 653

Moreira de Rei 673 3440

Palhais 187 423

Póvoa do Concelho 259 1084

Reboleiro 304 427 1 304 427

Rio de Mel 311 2331

Sta. Maria (Trancoso) 1313 3653 5 262.6 730.6

S. Pedro (Trancoso) 1793 1527 5 358.6 305.4

Sebadelhe da Serra 185 1216

Souto Maior 145 618

Tamanhos 323 835

Terrenho 137 673

Torre do Terrenho 211 1403

Torres 217 1025

Valdujo 272 1640

Vale do Seixo 171 724

Vila Franca das Naves 1097 1075 5 219.4 215

Vila Garcia 198 1329

Vilares 258 1169

Total 10889 36463 18 604.9 2025.72 Fonte: Departamento do Ambiente da Câmara Municipal de Trancoso

80 Diagnóstico Social do Município de Trancoso

Verificando os dados acima podemos constatar que cada Ecoponto serve em média 605 habitantes, para uma área aproximada de 2025 hectares, valores que se associam ao grande número de freguesias onde a reduzida densidade populacional inviabiliza o investimento na recolha selectiva.

O Ecocentro de Trancoso, sob a gestão da empresa multimunicipal Águas do Zêzere e Côa (AZC) e da empresa Nova Beira, tem lugar conjuntamente com a Estação de Transferência; trata-se de um espaço amplo, vedado e vigiado, inclui duas zonas desniveladas que permitem o acesso dos utentes à zona de descarga dos resíduos e a movimentação dos contentores pelas viaturas de recolha.

É composto por 5 módulos, devidamente identificados, com contentores de grandes dimensões, onde a população voluntariamente pode colocar os vários tipos de resíduos com volume de contentorização superior aos ecopontos e que, devido as suas características, não podem ser removidos pelos sistemas normais de remoção do lixo.

No Ecocentro podem ser depositados materiais como papel, cartão, embalagens, vidro, monstros e existe ainda uma caixa complementar para resíduos diversos. O transporte destes produtos depositados é feito por duas viaturas equipadas com sistema “amplirol” para a CTRSU do Fundão.

Gráfico nr. 11 – Resíduos Recolhidos nos Ecopontos (Novembro de 2003 a Junho de 2006)

12000

10000

8000 6000 Kilos 4000 2000 0

4 5 -03 04 04 -04 -04 05 05 -05 -05 06 06 -06 n- r- i n- r- i n- r- i a a Jul-0 a a Jul-0 a a Nov Ja M M Set-04Nov Ja M M Set-05Nov Ja M M Anos/Meses Papel/Cartão Kg Embalagens Kg Vidro Kg

Fonte: Câmara Municipal de Trancoso - Departamento do Ambiente

81 Diagnóstico Social do Município de Trancoso

Pela análise do gráfico acima, é perceptível que no Concelho, a quantidade de resíduos recolhidos selectivamente, não segue um comportamento constante, havendo oscilações quer de crescimento quer de regressão, o que impossibilita uma análise de resultados.

Quadro nr. 73 – Resíduos Recolhidos nos Ecopontos

Papel/Cartão Embalagens Vidro Anos Total (Kg) (Kg) (Kg) 2003 2711 685 10690 16089 2004 34290 7610 20250 64154 2005 21780 5280 31520 60585 2006 7820 2400 9890 22116 (*) Total 66601 15975 72350 154926 Fonte: Câmara Municipal de Trancoso - Departamento do Ambiente (*) Valor provisório (Junho 2006)

Porém, com base no quadro acima tendo apenas em linha de conta os anos de 2004 e 2005, na medida em que são estes os únicos com dados relativos ao total do período, verificamos variações substanciais.

Uma variação decrescente na recolha de Papel/Cartão e na de Embalagens e uma variação crescente na recolha de Vidro.

No total observamos um decréscimo entre a recolha de resíduos recolhidos selectivamente entre o ano de 2004 e 2005.

Os baixos valores traduzem uma falta de sensibilização da população de Trancoso para esta temática, pelo que existe uma necessidade de sensibilização e informação sobre os procedimentos da recolha selectiva.

Porém, será de referir que já existe uma preocupação nesta matéria na medida em que ao longo dos últimos anos se têm realizado actividades de educação/sensibilização ambiental, conforme ilustrado no Quadro nr. 74:

82 Diagnóstico Social do Município de Trancoso

Quadro nr. 74 – Actividades de Educação/Sensibilização Ambiental

Anos Actividade População Alvo 2003 Stand de Sensibilização Ambiental na Feira de S. Bartolomeu Toda a População 2004 Comemoração do Dia Mundial da Criança/Ambiente Crianças dos 4 aos 12 anos Pré-Escolar e 1º Ciclo do 2005 Comemoração do Dia Mundial da Árvore e da Floresta Agrupamento de Escolas de Trancoso Auxiliares de Acção Acção de Sensibilização Ambiental/Formação – Os Resíduos na 2005 Educativa e Alunos do 3º Escola e na vida Ciclo Toda a População em geral e 2006 Iniciativa “Água... um Recurso a Preservar” os Alunos do Pré-Escolar em particular Acção de Sensibilização/Formação Ambiental – Um olhar sobre 2006 Alunos do 2º e 3º Ciclo a Reciclagem Acção de Sensibilização/Formação Ambiental – Um olhar sobre Alunos do 1º e 3º Ano do 1º 2006 a Reciclagem Ciclo Fonte: Departamento do Ambiente da Câmara Municipal de Trancoso

Analisando o quadro acima podemos verificar que a maior preocupação reside na sensibilização das camadas mais jovens da população.

Esta população alvo assume extrema importância na medida em que não têm hábitos criados terem desde cedo sensibilização para esta temática.

1.10.2. Incêndios (Desflorestação)

Na lei orgânica da Direcção Geral de Recursos Florestais (DGRF) o concelho de Trancoso enquadra-se no Núcleo Florestal da Beira Interior Norte.

Quadro nr. 75 – Ocorrências/Área Ardida no Concelho (1980 – 2005)

Área Ardida Área Ardida Área Ardida Anos Nr. Ocorrências (Povoamentos) (Matos) (Total)

1980 11 215.5 239.5 455

1981 1 125 0 125

1982 27 878.2 1044 1922.2

1983 6 462.1 1225 1687.1

1984 50 227 544 771

1985 161 2009.9 1930 3939.9

83 Diagnóstico Social do Município de Trancoso

1986 72 178 285 463

1987 73 61 281.5 342.5

1988 63 50.6 239.9 290.5

1989 141 193.9 518.5 712.4

1990 83 2290.1 2612.1 4902.2

1991 101 203.4 1019.8 1223.2

1992 32 9.41 168.85 178.26

1993 95 36 836 872

1994 216 272.5 4236.5 4509

1995 93 669.2 1077.31 1746.51

1996 142 67.38 1444.93 1512.31

1997 109 34.68 355.4 390.08

1998 151 169 541.05 710.05

1999 151 329.6 1514.4 1844

2000 83 474.93 2382.80 2857.73

2001 59 272.50 925 1197.5

2002 85 119.50 395.63 515.13

2003 67 1718.30 1758.92 3477.22

2004 51 62 120.51 182.51

2005 119 652.50 1692.20 2344.70

Total 2242 11782.2 27388.8 39171 Fonte: Direcção Geral dos Recursos Florestais

Gráfico nr. 12 – Áreas Ardidas no Concelho de Trancoso (1980-2005)

6.000,0

5.000,0

4.000,0

3.000,0 ha

2.000,0

1.000,0

0,0

1980 1981 1982 1983 1984 1985 1986 1987 1988 1989 1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 Ano

Área Ardida Povoamentos Área Ardida Matos Área Ardida Total Fonte: Departamento do Ambiente da Câmara Municipal de Trancoso

84 Diagnóstico Social do Município de Trancoso

Gráfico nr. 13 – Ocorrências Vs Áreas Total Ardidas no Concelho de Trancoso (1980-2005)

250 6000

5000 200 4000 150 3000 ha n.º 100 2000

50 1000

0 0

0 1 2 3 5 6 7 8 9 1 2 3 4 5 7 8 9 0 2 3 4 5 8 8 9 0 98 98 99 99 00 19 1 198 198 1984 19 1 198 198 198 1990 19 1 199 199 199 1996 1 199 199 200 2001 20 2 200 200 Ano

Nº de Ocorrências Área Ardida Total

Fonte: Departamento do Ambiente da Câmara Municipal de Trancoso

Fazendo uma leitura do quadro acima e respectivos gráficos, cuja fonte é a DGRF, conseguimos verificar que os picos em termos áreas totais ardidas, no Concelho de Trancoso, ocorreu nos anos de 1985, 1990, 1994, 2000 e 2003. Estes representam respectivamente 10,70 %, 13,31%, 12,24%, 7,76% e 9,44% do total de 36826,3 ha de área ardida. Assim, existe uma tendência de ciclo crítico com uma cadência mais ou menos de cinco em cinco anos.

Será ainda de referir que os anos acima enunciados como sendo os piores, não correspondem aos anos com maior número de ocorrências, desta forma, podemos concluir que as ocorrências verificadas atingiram maior gravidade e consequentemente abrangeram uma maior área.

Igualmente importante é a transcrição do número de ocorrências e o total de área ardida dos últimos anos, por freguesia, dados recolhidos da DGRF.

Quadro nr. 76 – Ocorrências e Área Ardida por Freguesia (1999 – 2005)

ANO TOTAL FREGUESIA DADOS 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 GERAL Nº de Ocorrências 4 3 1 3 2 4 6 23 Aldeia Nova Área Ardida Total 628,1 730,0 111,0 3,5 57,0 8,0 57,0 1.594,6 Nº de Ocorrências 2 4 1 1 1 9 Carnicães Área Ardida Total 0,0 1,0 0,5 0,0 0,0 1,5

85 Diagnóstico Social do Município de Trancoso

Nº de Ocorrências 1 1 Carvalheira Área Ardida Total 2,0 2,0 Nº de Ocorrências 4 3 3 1 2 1 2 16 Castanheira Área Ardida Total 15,5 24,5 33,5 15,0 22,0 3,0 2,0 115,5 Nº de Ocorrências 1 1 Sebadelhe da Serra Área Ardida Total 9,0 9,0 Nº de Ocorrências 1 2 1 4 Cogula Área Ardida Total 1,0 50,0 6,0 57,0 Nº de Ocorrências 4 7 1 5 3 3 6 29 Cótimos Área Ardida Total 4,5 508,0 0,5 8,0 2.325,0 7,0 3,5 2.856,5 Nº de Ocorrências 10 2 12 Feital Área Ardida Total 6,9 11,0 17,9 Nº de Ocorrências 4 1 4 6 3 2 1 21 Fiães Área Ardida Total 1,0 585,0 115,0 14,0 119,5 1,0 0,5 836,0 Nº de Ocorrências 1 1 Frechão Área Ardida Total 0,0 0,0 Nº de Ocorrências 11 10 6 4 1 5 3 40 Freches Área Ardida Total 6,5 147,3 25,0 12,0 300,0 3,5 0,5 494,8 Nº de Ocorrências 4 1 1 4 1 14 25 Granja Área Ardida Total 0,5 1,0 4,0 8,5 1,0 15,5 30,5 Nº de Ocorrências 2 3 1 6 Guilheiro Área Ardida Total 0,0 4,5 0,0 4,5 Nº de Ocorrências 1 1 Maçal da Ribeira Área Ardida Total 1,0 1,0 Nº de Ocorrências 2 5 1 2 10 Moimentinha Área Ardida Total 3,0 9,5 0,5 1,0 14,0 Nº de Ocorrências 28 8 5 4 11 5 18 79 Moreira de Rei Área Ardida Total 775,0 293,0 241,5 59,5 185,5 25,0 150,5 1.730,1 Nº de Ocorrências 1 1 1 3 Palhais Área Ardida Total 0,0 0,5 0,0 0,5 Nº de Ocorrências 1 3 4 15 1 24 Póvoa do Concelho Área Ardida Total 16,0 189,0 5,5 87,0 0,0 297,5 Nº de Ocorrências 1 2 3 Reboleiro Área Ardida Total 1,5 1.421,0 1.422,5 Nº de Ocorrências 3 1 2 1 3 1 11 Rio de Mel Área Ardida Total 5,0 0,0 5,0 118,0 4,0 0,0 132,0 Nº de Ocorrências 8 2 5 6 5 9 7 42 Santa Maria Área Ardida Total 271,0 41,4 28,0 3,5 2,0 39,0 0,5 385,4 Nº de Ocorrências 1 1 São Martinho Área Ardida Total 0,0 0,0 Nº de Ocorrências 11 4 6 3 5 3 15 47 São Pedro Área Ardida Total 15,0 16,0 67,0 3,0 54,0 5,0 4,5 164,5 Nº de Ocorrências 1 4 1 1 1 8 16 Sebadelhe da Serra Área Ardida Total 2,5 264,0 4,0 2,0 1,0 67,5 341,0 Nº de Ocorrências 6 1 2 2 3 14 Souto Maior Área Ardida Total 11,5 5,0 1,0 1,0 0,5 19,0 Nº de Ocorrências 15 3 6 4 1 4 33 Tamanhos Área Ardida Total 24,0 5,0 25,5 3,5 2,0 546,0 606,0

86 Diagnóstico Social do Município de Trancoso

Nº de Ocorrências 2 1 1 3 2 7 16 Terrenho Área Ardida Total 0,0 5,0 0,5 2,0 0,0 29,0 36,5 Nº de Ocorrências 1 2 2 3 3 4 15 Torre do Terrenho Área Ardida Total 0,0 1,5 3,0 107,0 1,0 5,0 117,5 Nº de Ocorrências 6 5 1 4 2 2 20 Torres Área Ardida Total 3,5 23,5 451,0 1,5 0,0 2,0 481,5 Nº de Ocorrências 1 1 Trancoso Área Ardida Total 2,0 2,0 Nº de Ocorrências 4 2 4 4 3 3 20 Valdujo Área Ardida Total 4,0 10,5 5,1 349,5 2,5 4,0 375,6 Nº de Ocorrências 1 1 Vale de Mouro Área Ardida Total 2,5 2,5 Nº de Ocorrências 1 1 Vale de Seixo Área Ardida Total 1,0 1,0 Nº de Ocorrências 1 1 1 1 1 3 8 Vale do Seixo Área Ardida Total 0,0 0,5 0,0 0,5 0,0 1,5 2,5 Nº de Ocorrências 9 8 1 5 3 2 3 31 Vila Franca das Naves Área Ardida Total 3,0 4,5 0,5 0,0 15,0 0,5 25,0 48,5 Nº de Ocorrências 3 1 4 2 4 14 Vila Garcia Área Ardida Total 3,5 0,0 60,0 46,0 80,0 189,5 Nº de Ocorrências 5 1 2 3 2 1 14 Vilares Área Ardida Total 31,5 0,0 1,0 11,0 25,5 1,5 70,5 Nº de Ocorrências 1 1 (em branco) Área Ardida Total 0,0 0,0 Total Nº de Ocorrências 151 83 59 85 66 51 119 614

Total Área Ardida Total 1.844,0 2.857,7 1.197,5 515,1 3.519,5 182,5 2.344,7 12.461,1

Fonte: Direcção Geral dos Recursos Florestais

Quadro nr. 77 – Área Total e Total Ardida do Concelho

Unidade Territorial Área Total (ha)

Trancoso 36454

Área Total Ardida 36826,30 Fonte: Direcção Geral dos Recursos Florestais

Tendo em linha de conta as áreas acima referidas verificamos que a área ardida é superior a área total do Concelho, desta forma e sabendo que existem superfícies que nunca arderam, podemos concluir que existem áreas alvo de ocorrências sucessivas.

87 Diagnóstico Social do Município de Trancoso

Quadro nr. 78 – Área Total e Total Ardida do Distrito e do País

Unidade Área Área Total (Km²) Área Total (ha) Territorial

Área Total 5535,90 553590,00

Guarda Área Total 4843,78 484378,00 Ardida

Área Total 91946,70 9194670,0

Portugal Área Total 27080,26 2708026,4 Ardida Fonte: Direcção Geral dos Recursos Florestais

Pelo acima exposto verificamos que o total de área ardida no Concelho de Trancoso assume valores consideráveis, estes valores tornam-se ainda mais significativos e preocupantes através da leitura dos quadros relativos ao Distrito e ao País.

Verificamos que enquanto a área ardida no Concelho representa mais de 100% da área total de Trancoso, a nível de Distrito esta apenas representa 87,50% da área total, o que é sinónimo de aproximadamente – 14,26%.

A diferença ainda assume valores mais representativos se comparamos os números apurados em termos de Concelho e País, onde a diferença é de aproximadamente 72 pontos percentuais, uma vez que a área total ardida a nível de Portugal representa apenas 29,45% da área total.

1.10.2.1. Risco de Incêndio6

De acordo com o decreto-lei 156/2004, de 30 de Junho, o Concelho de Trancoso, e pelas características que lhe são inerentes, encontra-se em risco elevado e muito elevado, conforme ilustra o mapa abaixo.

6 Plano Operacional Municipal 88 Diagnóstico Social do Município de Trancoso

Fig. 15 – Mapa do Risco de Incêndio do Concelho Fonte: Departamento do Ambiente da Câmara Municipal de Trancoso

São situações de potencial risco de incêndio:

ƒ Grande representatividade de manchas contínuas de resinosas, o que se associa a um aumento da velocidade de propagação de incêndios; ƒ Presença de espécies vegetais invasoras (Acácia dealbata), nas imediações da Estrada Nacional 102 (Freches e Carnicães) e Estrada Nacional 226 (Alto da Borca); ƒ A maioria dos povoamentos florestais de proprietários privados, encontram-se em estado de semi-abandono, associando-se grandes quantidades de materiais combustíveis; ƒ Extensas áreas contínuas de incultos, associados a zonas de maior altitude, a um estado de arbustivo com uma carga combustível verdadeiramente elevada; ƒ Zonas que sendo alvo de circulação diária de pessoas (estradas nacionais, municipais e zonas sociais), são propícias à eclosão de incêndios, devendo ser alvo de cuidados de vigilância; ƒ O factor relevo, no caso particular dos vales encaixados, associados a relevo recortado e a declives acentuados, acresce a dificuldade de previsão de propagação e o combate ao incêndio; ƒ O estado da rede viária poderá ser uma condicionante à primeira intervenção e combate ao incêndio, visto que alguns trilhos existentes encontram-se em semi-abandono e sem manutenção, o que poderá condicionar ou limitar a circulação dos veículos de combate;

89 Diagnóstico Social do Município de Trancoso

ƒ Os núcleos populacionais, nomeadamente através da prática de queimadas, proporcionam um risco permanente de eclosão de incêndios.

1.10.2.2. Perigo de Propagação

No que se refere à propagação dos incêndios florestais, são factores determinantes a carga de combustível existente, as características do relevo e as condições meteorológicas. Deste modo, e exceptuando as zonas recentemente ardidas e as áreas urbanas, o Concelho apresenta, condições de carga de combustível extremamente elevadas.

Considera-se de extrema importância, para análise de possível propagação dos fogos florestais, toda a informação que se associa ao registo das ocorrências de anos anteriores, conforme ilustra o mapa abaixo.

Fig. 16 – Mapa de áreas ardidas 1990-2005 do Concelho Fonte: Departamento do Ambiente da Câmara Municipal de Trancoso

De referir que, como medida de controlo de propagação, a Câmara Municipal de Trancoso, apresentou candidatura ao Programa AGRIS, de modo a implementar acções que visem quer a redução do risco de deflagração quer a própria propagação de fogos florestais.

A questão dos incêndios torna-se de grande relevância pelas suas implicações ambientais, através da constatação do volume de área ardida e pelo elevado risco de incêndio, estes contribuem para que o solo fique desprotegido e sujeito a erosão

90 Diagnóstico Social do Município de Trancoso

devido à completa destruição da vegetação arbustiva e herbácea e da camada de manta morta (camada de matéria orgânica no topo dos solos, muito rica em nutrientes);

Pode formar-se uma camada extremamente repelente à água por baixo da camada de cinzas que impede a infiltração da água e promove a escorrência por cima do solo, impedindo definitivamente a renovação da floresta.

As cinzas e o solo são facilmente mobilizados pelos primeiros episódios chuvosos e não ficando retidos (devido à destruição dos obstáculos, ramos, folhas, raízes, etc.) são arrastados ao longo das encostas, o que pode resultar na degradação da qualidade da água (poluição) a jusante das áreas queimadas.

Por tudo o acima exposto assume grande importância não apenas a prevenção, que passa pelo trabalho de manter a floresta ordenada e limpa, mas também por um trabalho de tratamento das áreas ardidas nomeadamente a nível de reflorestação.

Neste sentido o trabalho de prevenção e de tratamento da áreas ardidas pode ser encarado como uma forma de afectação de recursos, empregabilidade, por um lado, e por outro como uma forma de empreendorismo.

1.10.3. Meios de Prevenção

Sendo que o risco de incêndio no Concelho muito elevado e elevado será importante referir os meios de Combate, em termos de Recursos Humanos, existentes no Concelho.

Quadro nr. 79 – Nr. de Efectivos dos Bombeiros de Trancoso

Nr. Total de Bombeiros Voluntários Homens Mulheres Efectivos

Trancoso 82 12 94

Vila Franca das Naves 60 11 71

Total 142 23 165 Fonte: Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Trancoso Fonte: Associação de Bombeiros Voluntários de Vila Franca das Naves

91 Diagnóstico Social do Município de Trancoso

Segundo a leitura do quadro acima podemos concluir que existem 165 efectivos para uma área total de 36454 hectares de área total do Concelho, pelo que em média cada efectivo deverá cobrir uma área aproximada de 221 hectares.

1.10.4. Cursos de Água

Na temática do ambiente uma outra questão para a qual se tem de prestar atenção são os níveis de poluição dos cursos de água, um dos bens essenciais a subsistência do ser humano. Neste sentido tentamos a recolha de dados para retirar conclusões e sendo que não nos foi possível, na medida em que existe o conhecimento por parte da população da existência de cursos de água poluídos, este problema não poderia deixar de ser aqui referido.

Fig. 17 – Mapa dos Principais Cursos de Água do Concelho de Trancoso Fonte: Departamento do Ambiente da Câmara Municipal de Trancoso

Essa poluição segundo o conhecimento geral da população é mais premente no Rio Távora (Figura 17).

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2 – Análise Estratégica

93 Diagnóstico Social do Município de Trancoso

2.1. Análise SWOT

A análise ou modelo Swot é uma forma muito difundida de fazer diagnóstico, que é usada nas mais variadas áreas de investigação.

O modelo Swot é também conhecido como o modelo de Harvard, já que a sua metodologia se baseia neste modelo.

O termo Swot é a junção das iniciais (em inglês) dos quatro elementos chave desta análise estratégica, nomeadamente:

Strenghts (Pontos Fortes) - Vantagens internas do Concelho em relação aos demais Concelhos e/ou País;

Weaknesses (Pontos Fracos) - Desvantagens ou fraquezas internas em relação aos demais Concelhos e/ou País;

Opportunities (Oportunidades) - Aspectos positivos da envolvente, nomeadamente a conjuntura do País, da Região, legislação, com potencial de fazer crescer e contribuir para o desenvolvimento do Concelho.

Threats (Ameaças) - Aspectos negativos da envolvente acima referida, capazes de comprometer o potencial do Concelho e consequentemente o desenvolvimento deste.

No caso concreto do Diagnóstico Social, o objectivo último da análise Swot é definir as Forças (pontos fortes) e as Fraquezas (pontos fracos), neste caso no concelho de Trancoso.

Para tal assume essencial a contextualização do Município no sentido de apurar e retratar a realidade interna, para a realização posterior de uma reflexão aprofundada, na qual é importante a participação de todos os actores, com o intuito de conseguir o objectivo da análise.

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Área-Problema 1 – Educação/Formação

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Área-Problema – Educação/Formação

Forças Fraquezas

- Existência de Infra-estruturas para 1º, - Baixa qualificação profissional da 2º, 3º Ciclo e Ensino Secundário; população activa; - Escola Profissional de Trancoso; - Elevada Taxa de Analfabetismo; - Ensino Recorrente; - Reduzida qualificação profissional dos - Cursos EFA (Educação e Formação de quadros técnicos; Adultos); - Demissão dos pais no processo educativo - Educação Extra-Escolar (Bolsas de dos filhos (baixas habilitações escolares Actividades); e falta de competências parentais e - CENFORMAT (Centro de Formação para sociais por parte dos encarregados de Pessoal Docente e não Docente); educação); - Residência de Estudantes; - Reduzidas expectativas face à - Planos de Formação: escolarização e empregabilidade; ƒ AENEBEIRA; - Inexistência de serviços de orientação ƒ Santa Casa da Misericórdia; profissional (SPO – Serviços de ƒ Raia Histórica/ Centro Emprego de Psicologia e Orientação); Pinhel; - Diminuição do número de alunos em - Serviços de Acção Social Escolar (livros, todos os níveis de Ensino; material escolar, alimentação); - Instabilidade do Corpo docente - Maior procura do ensino Creche e Pré- (Agrupamentos de Escolas); escolar na sede do Concelho; - Fraco aproveitamento de outras formas - Inexistência de condições de mobilidade de acesso à educação (Centro Cultural, para alunos portadores de deficiência; Biblioteca, Espaço Internet, Cinema, - Existência de um Núcleo de Intervenção Teatro, Pavilhão Multiusos); Precoce (Saúde Oral); - Infra-estruturas escolares sem condições - Existência da CPCJ de Trancoso; de mobilidade para indivíduos portadores - Articulação entre as Instituições de de deficiência; responsabilidade (Agrupamentos de - Poucas oportunidades de integração no Escolas/Centro de mercado de trabalho para os Formandos Saúde/GNR/Bombeiros/CPCJ); dos Cursos EFA; - Existência de uma rede de transportes - Insuficiência de Infra-estruturas para escolares; Creche/Pré-Escolar (sede do Concelho). - Existência de 3 Associações de Pais e - Inadequação da infra-estrutura existente Encarregados de Educação; para o 1º Ciclo (sede do Concelho); - Cobertura da rede Pré-Escolar. - Insuficiente rede de transportes escolares. - Inexistência da “Carta Escolar”.

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Área-Problema 2 – Cuidados de Saúde

97 Diagnóstico Social do Município de Trancoso

Área-Problema – Cuidados de Saúde

Forças Fraquezas

- Centralidade do Centro de Saúde - Inexistência de Consultas de (Concelho); Especialidade; - Existência de Extensões do Centro de - Inexistência de Meios de Diagnóstico; Saúde em algumas freguesias; - Falta de Cuidados preventivos; - Centro de Saúde com boas instalações; - Envelhecimento da população; - Existência do SAP 24 H (Serviço de - Aumento da procura de cuidados Atendimento Permanente) com estruturas ligados à 3ª. Idade; físicas adequadas; - Carência de Técnicos Superiores de - Existência de Consultas de Clínica Geral e Saúde (médio prazo); Consultas de Prevenção (Planeamento - Possibilidade de encerramento do Familiar, Saúde Materna, Saúde Infantil, Serviço de Urgência; Diabéticos e Hipertensos); - Insuficiência de apoio médico - Centralidade do Centro de saúde em domiciliário; relação aos Concelhos limítrofes; - Encerramento das Extensões de - Boas acessibilidades ao Centro de Saúde; Saúde (Freguesias de Guilheiro e - Existência de um Programa de Saúde Cogula); Escolar (Saúde Oral); - Falta de acções de prevenção - Existência do “Espaço Adolescere” (Apoio relativas ao Alcoolismo e Psicologia Clínica); Toxicodependência; - Projecto PAII (Apoio Domiciliário ao - Falta de um sistema integrado de Idoso); informatização (Centro de Saúde); - Existência de uma UAI (Unidade de Apoio - Falta de divulgação relativamente ao Integrado); processo de marcação de consultas; - Serviço de marcação de consultas via telefone (horário de expediente); - Projecto Piloto de Cuidados Continuados ao Domicílio com apoio de Fisioterapia e Psicologia Clínica; - Existência de Farmácias (Trancoso, Vila Franca das Naves e um Posto na Freguesia do Reboleiro).

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Área-Problema 3 – Empregabilidade

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Área-Problema – Empregabilidade/Actividade Económica

Forças Fraquezas

- Importância do comércio grossista e a - Aumento da Taxa de Desemprego retalho; (desemprego de longa duração); - Importância do sector de reparação - Interioridade; automóvel; - Baixo nível de instrução e qualificação da - Importância do sector da construção mão-de-obra local; civil e obras públicas; - Elevado número de mão-de-obra - Importância da indústria agro-alimentar feminina desempregada; (transformação de carnes e lacticínios, - Vínculos precários de emprego; queijarias e panificação); - Deficiente fixação de Quadros Médios e - Grande expressividade a nível da Superiores; restauração; - Salários baixos; - Administração Pública como grande - Debilidade do Sector Primário, visível empregador (diversos serviços); pelo trabalho de carácter sazonal e - Existência da Bandarra – Cooperativa pratica de agricultura de subsistência; Agrícola (Trancoso); - Debilidade do Sector Secundário - Existência da Cooperativa Agrícola Beira (encerramento de Fábricas); Serra (Vila Franca das Naves); - Desajustamento entre a Oferta e a - Existência da AENEBEIRA (Associação Procura; Empresarial do Nordeste da Beira); - Falta de iniciativa privada; - Existência do GAT (Gabinete de Apoio - Reduzida capacidade de investimento e Técnico); empreendorismo; - Existência da Raia Histórica (Fomento e - Falta de competitividade; apoio ao desenvolvimento sócio- - Reduzida Rede de Transportes; económico local); - Factores culturais (comodismo) - - Centro de Emprego de Pinhel: dificultam a mobilidade; ƒ Apoios a Iniciativas Locais de - Reduzido profissionalismo. Emprego; ƒ Apoios a Estágios profissionais; ƒ Apoio a contratação; - Zona Industrial - incentivos à fixação de empresas; - IPSS’s como fonte de empregabilidade.

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Área-Problema 4 – Acção Social

101 Diagnóstico Social do Município de Trancoso

Área-Problema – Acção Social

Forças Fraquezas

- Existência de IPSS’s (com razoável taxa de - Acção Social concentrada no apoio à 3ª. cobertura nas valências de apoio à 3ª Idade; Idade/dependentes e Infância); - Insuficiente apoio à Infância; - Presença de Associações de Apoio à - Insuficiente apoio aos jovens; Comunidade com elevado grau de - Inexistência de apoio à Deficiência; intervenção social; - Aumento relevante do número de crianças - CPCJ de Trancoso – Comissão de Protecção sinalizadas em situação de risco; de Crianças e Jovens em risco; - Envelhecimento da população – aumento do - Disponibilidade de Recursos Humanos número de idosos dependentes; qualificados, com formação - Falta de competências parentais, fraca profissionalizante: estrutura familiar de suporte; ƒ Acompanhante de Crianças, - Insuficiência de estruturas para idosos e ƒ Agente em Geriatria; grandes dependentes; ƒ Assistente Familiar e de Apoio à - Falta de formação contínua dos Funcionários Comunidade; das Instituições de Apoio Social; - Existência da Santa Casa da Misericórdia de - Falta de ocupação dos Idosos; Trancoso (Projectos de Intervenção - Inexistência de Centros de Noite; Social); - Famílias em situação de exclusão social; - Existência de um Lar de Acamados (Santa - Deficientes condições de habitabilidade; Casa da Misericórdia de Trancoso); - Deficiente acompanhamento às situações de - Existência de uma UAI (Unidade de Apoio Alcoolismo sinalizado; Integrado); - Dificuldade na obtenção de recursos - CLA de Trancoso (Comissão Local de económico-financeiros para aquisição e Acompanhamento)/ NLI (Núcleo Local de manutenção de equipamentos sociais; Inserção) – Rendimento Social de - Falta de um sistema integrado de Inserção; informatização das entidades/serviços; - Apoio Técnico às IPSS’s (Técnicos da CDSS - Aumento do número de casos de Guarda); delinquência juvenil (toxicodependência e - Serviço Social do Centro de Saúde de alcoolismo); Trancoso (Levantamento, orientação e - Inexistência de Estruturas de Apoio à Vítima encaminhamento de utentes/famílias com no Concelho; necessidade de intervenção). - Inexistência de uma Bolsa de Famílias ( acolhimento de Crianças e Idosos).

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Área-Problema 5 – Cultura Associativa

103 Diagnóstico Social do Município de Trancoso

Área-Problema – Cultura Associativa

Forças Fraquezas

- Existência de estruturas de suporte: - Fraca articulação inter-associativa (falta equipamentos desportivos (piscinas, de cultura de parceria entre polidesportivos) recreativos (salões de Associações); festas) culturais (Biblioteca, Centro - Falta de quadros técnicos – animadores Cultural, Auditórios, Cinema); sociais/culturais; - Espaço Internet; - Associativismo em “part-time”; - Pavilhão Multiusos; - Falta de adesão aos programas e - Estádio municipal; iniciativas; - Iniciativas de índole “cultural/popular” - Falta de formação dos Dirigentes - Existência de 55 Associações; Associativos (desmotivação); - Novos equipamentos culturais: Museu - Falta de responsabilização dos sócios; (Trancoso), Centro Cultural/Cinema (Vila - Concentração do número de jovens na Franca das Naves). sede de Concelho – diminuição do número de jovens nas Aldeias; - Falta de organização e de divulgação de acções ligadas ao património local (Tradições); - Ausência de iniciativas articuladas e integradoras dos recursos existentes; - Subaproveitamento do Parque Municipal.

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Área-Problema 6 – Turismo

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Área-Problema – Turismo

Forças Fraquezas

- Tradição de comércio e feiras; - Subaproveitamento dos recursos - Centralidade geográfica; naturais; - Enquadramento na Região de Turismo da - Deficiente tratamento da gastronomia e Serra da Estrela; do artesanato; - Enquadramento no Programa Aldeias - Deficiente preservação do património; Históricas de Portugal (Reabilitação do - Unidades de alojamento deficientes Centro Histórico); (inexistência de qualificações técnicas e - Peculariedade das características de recursos humanos habilitados); morfológicas e de património do Centro - Falta de planificação da oferta turística Histórico de Trancoso; (divulgação, informação e marketing das - Unidade Hoteleira – Hotel Turismo; potencialidades turísticas); - Património histórico, cultural, religioso, - Falta de formação profissional específica; arqueológico e arquitectónico; - Enfraquecimento (inadequação e - Escola Profissional de Trancoso – Curso de desqualificação) da oferta comercial aos Turismo e o Curso EFA de Cozinheiro; turistas; - Gastronomia e Artesanato – Produtos - Estadias de curta duração; típicos da região; - Falta de investimento no Turismo Rural; - Revisão do PDM (Plano Director Municipal); - Falta de investimento no Turismo - Raia Histórica, Apoio ao desenvolvimento Aventura; sócio-económico local. - Falta de competitividade; - Desajustamento entre a oferta e procura no Centro Histórico; - Acessibilidades.

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Área-Problema 7 – Ambiente

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Área-Problema – Ambiente

Forças Fraquezas

- Existência do Ecocentro de - Elevada área total ardida; Trancoso/Estação de Transferência de - Despovoamento Florestal e o risco de RSU; erosão; - Albufeira da Teja; - Inexistência de limpeza e manutenção - Parque Municipal de Trancoso - “pulmão das matas; verde” da Cidade; - Falta de medições ambientais: - Centralidade do Parque Municipal de inexistência de mapas de ruído; poluição Trancoso (Classificado); dos cursos de água; poluição - Existência da Associação Humanitária dos atmosférica; Bombeiros Voluntários de Trancoso; - Revisão do PDM – Plano Director - Existência da Associação de Bombeiros Municipal; Voluntários de Vila Franca das Naves; - Falta de preocupação e sensibilização - Existência da Associação de Protecção da ambiental da população em geral; Natureza (Trancoso); - Risco de Incêndio (Elevado e Muito - Elaboração do Plano Operacional Municipal Elevado); (Florestas); - Inexistência de um Plano de Albufeira: - Potencial para o desenvolvimento de uma Albufeira da Teja; Política Florestal Integrada: exploração - Poluição do Rio Távora/Ribeira dos florestal do Castanheiro e Pinheiro Bravo; Alacrários – não tratamento dos - Baixos níveis de poluição acústica e efluentes da Fábrica de Lacticínios. atmosférica; - Acções de Educação Ambiental (promovidas pelo Departamento do Ambiente - CMT).

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3 – Eixos de Intervenção

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1. Educação/Formação

O problema do baixo nível de escolaridade da população está associado à desvalorização do sistema educativo, afectando sobretudo crianças e jovens. A resolução passa por um maior envolvimento/participação da sociedade civil (Educadores), com vista a uma maior valorização do sistema educativo e maior utilização das respostas educativas/formativas já existentes ou a criar.

A importância da educação é um problema cultural que afecta sobretudo a população em idade activa com poucas expectativas em relação ao ensino/educação, traduzindo- se numa fraca participação da comunidade em geral, nos processo educativos.

O reconhecimento da importância da Educação constitui a nível local um desfio ao desenvolvimento sócio-comunitário e uma oportunidade ao bom exercício da cidadania.

Sendo a taxa de analfabetismo elevada e consequentemente a baixa qualificação profissional da população activa do Concelho uma realidade é necessário o uso das forças externas existentes para a promoção da alfabetização da população.

Quando se fala em forças externas existentes consideram-se os pilares fundamentais da Iniciativa Novas Oportunidades:

- O primeiro pilar, fazer do ensino profissionalizante de nível secundário uma opção, sendo a resposta para os inaceitáveis níveis de insucesso e abandono escolar;

Com o mesmo objectivo do pilar acima referido e no que concerne aos jovens com reduzidas aptidões para seguir o ensino superior e como forma de conferir habilitações, combate ao insucesso e ao abandono escolar (sentido pela redução do número de alunos nestes níveis de ensino) existe no Concelho a Escola Profissional com cursos de cariz profissionalizante conferindo assim aos jovens que frequentam os cursos a qualificação para a posterior integração na população activa. Existe ainda a Residência de Estudantes, para os alunos da Escola Profissional de forma a dar resposta a alunos provenientes de outros Concelhos, assim esta pode ser vista como uma forma de enraizar jovens.

110 Diagnóstico Social do Município de Trancoso

- O segundo pilar é o de elevar a formação de base dos activos, dar a todos aqueles que entraram na vida activa com baixos níveis de escolaridade, uma nova oportunidade para poderem recuperar, completar e progredir nesta matéria;

Este segundo pilar esta relacionado com a formação contínua, onde a questão não se centra apenas no facto da população em geral possuir poucas habilitações académicas, mas reside também, no facto de não existir uma cultura de formação contínua: quer a população activa, quer as Entidades empregadoras não investem na formação contínua.

Numa economia global e do conhecimento a aposta continuada na formação é cada vez mais necessária de forma a se poder garantir que a população detém as competências adequadas para fazer face aos desafios desta.

Ainda será de referir que no todo do processo de escolarização o pessoal docente e não docente tem uma importante palavra a dizer e as condições de instabilidade que esta classe enfrenta não contribuem em nada para gerar expectativas face a escolarização e geração de motivação consideramos que os Cursos de formação para professores e auxiliares da acção educativa que podem de alguma forma promover a estabilidade acima referida como factor em falta. Ainda estes cursos conferem qualificação profissional a população alvo.

111 Diagnóstico Social do Município de Trancoso

Área-Problema: Educação/Formação

Estratégias de Intervenção

Tendo-se considerando as propostas para a minimização dos problemas relativos à Educação/Formação, apontam-se as seguintes, que podem efectivamente contribuir para a relação de parceria a estabelecer entre os vários agentes sociais:

Problema(s): Prioridades de Intervenção: Potencialidades (Recursos):

• Baixo nível de • Redução da Taxa de • Escola Profissional de Trancoso (Centro Novas Escolaridade da Analfabetismo; Oportunidades); População; • Promoção da importância da • Cursos Tipo EFA – Educação e Formação de Adultos; • Baixa escolarização; • CENFORMAT – Centro de Formação Docentes e não Docentes; qualificação • Formação contínua para todos • AENEBEIRA – Associação Empresarial do Nordeste da Beira profissional da os níveis de qualificação (Entidade acreditada pelo IQF); população activa. (formação transversal). • Raia Histórica (Entidade acreditada pelo IQF); • Centro de Emprego e Formação Profissional (Pinhel); • Câmara Municipal; • Associações de Pais; • Agrupamentos de Escolas (Trancoso/Vila Franca das Naves); • Santa Casa da Misericórdia de Trancoso; • Escola Secundária Gonçalo Anes Bandarra.

112 Diagnóstico Social do Município de Trancoso

Linhas orientadoras para a Acção:

• Sensibilizar para a importância da Escolarização; • Promover e dinamizar outras formas de acesso à Educação (Centro Cultural/Biblioteca/Espaço Internet); • Promover a Formação contínua (Activos); • Promover e divulgar a Iniciativa “Novas Oportunidades”; • Divulgar os Cursos da Escola Profissional – Formação Quadros Técnicos; • Divulgar os Cursos promovidos pela AENEBEIRA; • Divulgar os Cursos promovidos pela Raia Histórica; • Divulgar os Cursos promovidos pela Santa Casa da Misericórdia de Trancoso; • Incentivar a continuidade dos Projectos Tipo Cursos EFA – Educação e Formação de Adultos; • Incentivar a elaboração da “Carta Escolar”; • Sensibilizar para a articulação entre os Planos de Formação e as Entidades Empregadoras; • Sensibilizar para a criação de um Gabinete de SPO (Serviço de Psicologia e Orientação) nos Agrupamentos de Escolas; • Dinamizar o papel das Associações de Pais nas Escolas; • Promover a criação de uma UNIVA (Unidade de Integração na Vida Activa).

113 Diagnóstico Social do Município de Trancoso

2. Cuidados de Saúde

Sendo os cuidados de saúde um direito que nos assiste a todos deve ser dada especial atenção a esta temática, não descorando o facto da população que caracteriza o Concelho ser uma população envelhecida o que se traduz num maior recurso a cuidados específicos para esta faixa etária.

Pelo acima exposto uma das questões a ser verificada passa pelo apoio domiciliário, que se apresenta como insuficiente, apesar do esforço realizado pelas IPSS - Instituições Particulares de Solidariedade Social. Porém, neste sentido o Concelho tem uma força, o Programa PAII – Programa de Apoio Integrado ao Idoso, que tem como finalidade colmatar essas carências.

Neste sentido assume-se também como uma força o Programa Saúde XXI, através deste podem colmatadas várias das fraquezas apontadas na análise swot, como sejam a carência de meios de diagnóstico.

Este programa pretende ainda a complementaridade entre o SNS – Sistema Nacional de Saúde e as entidades públicas e privadas com actuação nesta área, neste sentido consideramos importante a existência de Projectos que reunam o Centro de Saúde, Escolas, Autarquias, IPSS’s e Associações.

Para além do acima exposto assume-se como essencial promover acções de sensibilização e informação para a população no sentido de promover uma atitude preventiva como a importância da vacinação e do planeamento familiar e auxiliar a população na criação de hábitos de vida saudável.

114 Diagnóstico Social do Município de Trancoso

Área-Problema: Cuidados de Saúde

Estratégias de Intervenção

Tendo-se considerando as propostas para a minimização dos problemas relativos aos Cuidados de Saúde, apontam-se as seguintes, que podem efectivamente contribuir para a relação de parceria a estabelecer entre os vários agentes sociais:

Problema(s): Prioridades de Intervenção: Potencialidades (Recursos):

• Inexistência de • Alargamento da rede de apoio • Centro de Saúde; meios de de cuidados continuados ao • CPCJ Trancoso; diagnóstico; Idoso e aos dependentes no • IPSS´s; • Inexistência de domicílio; • Juntas de Freguesia; consultas de • Criação de uma Comissão • Câmara Municipal. especialidade; Concelhia de Saúde. • Insuficiência do Projectos: Apoio Domiciliário (Cuidados de • Programa PAII – Programa de Apoio Integrado ao Saúde). Idoso; • Programa Saúde XXI.

115 Diagnóstico Social do Município de Trancoso

Linhas orientadoras para a Acção:

• Reforçar as parcerias existentes entre o Centro de Saúde a as Juntas de Freguesia/Agrupamentos de Escolas/CPCJ/GNR/Bombeiros; • Informação, promoção e defesa da Saúde Pública; • Promover Acções de Sensibilização relativamente a Hábitos de Vida Saudável; • Promover Acções de Sensibilização relativamente à Problemática da Deficiência; • Promover a Humanização dos Serviços de Saúde; • Promover a iniciativa privada, na área de cuidados médicos e meios auxiliares de diagnóstico; • Desenvolvimento e modernização de um Sistema de Informação em Saúde. • Divulgar e promover o Programa de Saúde Escolar; • Auxiliar a criação de uma Comissão Concelhia de Saúde; • Auxiliar a divulgação das formas de marcação e atendimento do Centro de Saúde; • Promover o Serviço de Voluntariado.

116 Diagnóstico Social do Município de Trancoso

3. Empregabilidade/Actividade Económica

A falta de empregos no Concelho é uma realidade bem visível, que se apresenta como uma fraqueza grave na medida em que existem outras fraquezas, que aliada a esta, tornam difícil a criação de forças para o combate ao desemprego com tendência a aumentar e a fixação dos jovens com qualificações.

As fraquezas são a debilidade do sector primário e secundário em conjunto com uma reduzida capacidade de investimento e empreendorismo associado a falta de competitividade, a falta de iniciativa privada, em muito motivada pela cultura de dependência de subsídios como forma de obtenção de rendimentos e da formação profissional. Em suma, no Concelho esta ainda muito patente o “paternalismo” associado ao Estado, facto este comprovado pelos grandes empregadores do Concelho serem a Câmara Municipal de Trancoso, a Empresa Municipal e a Santa Casa de Misericórdia de Trancoso.

O mercado local de emprego está bastante dependente da Administração Pública, e/ou de sectores tradicionais (como a agricultura e o comércio), tecnologicamente desactualizados, pouco intensivos em capital e equipamento, voltados para o mercado regional, ou mesmo e apenas de subsistência.

Pelo acima exposto a primeira força a ser usada devem ser acções de informação dirigidas a população no sentido de divulgar, nomeadamente, formas para a reintegração versus integração na vida activa e políticas de emprego através do auxilio na procura de emprego, na criação do próprio emprego e consequentemente promover a empregabilidade do Concelho.

Nesta linha e no que diz respeito a criação do próprio emprego será necessário salientar as forças existentes no Concelho, como sejam, o potencial turístico, o potencial agro-florestal e as carências a nível de acção social, associados a existência de pessoas qualificadas. Neste sentido é importante informar e divulgar junto da população formas e programas que explores essas potencialidades, para tal é muito importante o papel da Raia Histórica, AENEBeira, GAT entre outros actores do Concelho.

117 Diagnóstico Social do Município de Trancoso

Neste capítulo assume grande importância para além da informação e divulgação a formação, uma vez que existe a fraqueza de desadequação entre a oferta e a procura a adaptação que pode e deve ser feita através da formação profissional, mas para tal e de forma a ajustar a formação ministrada assume-se essencial o conhecimento da procura existente no Concelho.

Neste sentido é importante que a formação que as várias entidades do Concelho oferecem, através dos cursos se adaptem a essa mesma procura, a semelhança do que se verifica com os cursos EFA ministrados pela Santa Casa da Misericórdia de Trancoso.

No que diz respeito a realidade concreta da Escola Profissional de Trancoso seria importante a criação de uma UNIVA – Unidade de Integração na Vida Activa para a realização de um trabalho junto dos alunos finalistas desta Entidade de forma a promover a sua inserção no mercado de trabalho, evitando a saída dos jovens e consequentemente promovendo o enraizamento destes, detentores de conhecimentos técnicos em variadas áreas.

118 Diagnóstico Social do Município de Trancoso

Área-Problema: Empregabilidade/Actividade Económica

Estratégias de Intervenção

Tendo-se considerando as propostas para a minimização dos problemas relativos à Empregabilidade, apontam-se as seguintes, que podem efectivamente contribuir para a relação de parceria a estabelecer entre os vários agentes sociais:

Problema(s): Prioridades de Intervenção: Potencialidades (Recursos):

• Ausência de • Desenvolvimento de competências • Centro de Emprego e Formação Profissional de Pinhel; empreendorismo - pessoais, relacionais, sociais e • Raia História (Associação de Desenvolvimento Local); fraco dinamismo e profissionais; • AENEBEIRA (Associação Empresarial do Nordeste da inovação; • Valorização da Parceria (objectivo: Beira) através dos serviços de promoção à actividade • Necessidade de superar dificuldades); económica; reforço da • Grandes empregadores do Concelho (Administração competitividade e Pública, IPSS’s, Comércio e Indústria). valorização do território. Projecto:

• UAC (Unidade de Acompanhamento e Coordenação do Urbanismo Comercial).

119 Diagnóstico Social do Município de Trancoso

Linhas orientadoras para a Acção:

• Apoiar o processo de revisão do PDM – Plano Director Municipal; • Elaborar o PDS – Plano de Desenvolvimento Social; • Incentivar à criação de um CACI (Centro de Apoio ao Conhecimento e Integração); • Incentivar à criação de um CACE (Centro de Apoio à Criação de Empresas); • Acções de Sensibilização sobre a necessidade de reestruturação da actividade produtiva no Sector Primário; • Promover os “saberes-fazeres” tradicionais (lacticínios, fumeiros e enchidos); • Criação de um Gabinete de Apoio – Divulgação de Programas/Projectos/Iniciativas; • Potenciar os recursos existentes no Concelho; • Promover o Turismo Rural/Turismo de Habitação/Turismo Aventura/Agroturismo; • Valorizar os recursos agrícolas locais: * Indústria agro-pecuária e agro-indústria - solos com aptidão agrícola, florestal e silvopastoril; • Ajustar as oportunidades de qualificação profissional com as ofertas de emprego; • Promover o ajustamento entre a oferta e a procura no sector comercial (Centro Histórico de Trancoso); • Promover e divulgar a importância e necessidade de formação contínua em todos os níveis de qualificação; • Promover a qualificação dos Recursos Humanos (Tecnologias de Informação e Comunicação).

120 Diagnóstico Social do Município de Trancoso

4. Acção Social

Devido a caracterização demográfica definir que estamos ante uma população envelhecida, temos verificado um crescente investimento na acção social destinada a terceira idade, porém, deve dar-se especial atenção a esta questão na medida em que ainda existem números significativos nas listas de espera destas instituições.

Por outro lado, existem valências como sejam os lares de noite e as unidades de apoio integrado (UAI) que devem também ser entendidas como respostas importantes e necessárias, pelo que devem ser consideradas em futuros investimentos.

Importante também é o investimento destas entidades na humanização dos serviços na medida em que os recursos humanos destas, na maioria dos casos e conforme revelam os resultados dos inquéritos aplicados, não detêm qualificações específicas para o desempenho das funções junto das populações alvo em causa.

Mas a acção social não deve ser apenas destinada a terceira idade, pois se assim for esta deve ser entendida como uma fraqueza, na medida em que as outras faixas da população devem ser também alvo de preocupação nesta matéria.

A fraqueza existe e é demonstrada pela inexistência de infra-estruturas para a população com grandes dependências como sejam o alcoolismo, que apesar de muito patente em zonas tipicamente agrícolas e do interior permanecem camufladas, daí a dificuldade na obtenção de números expressivos.

Neste sentido é necessário a criação de um grupo de trabalho para a realização do levantamento dos casos existentes (grandes dependências), em primeiro lugar, para depois se poderem definir as linhas orientadoras da acção conforme o número de casos detectados e perfil dos mesmos.

É importante apostar também nas crianças, que nos últimos anos, apesar da escassa taxa de natalidade, têm vindo a aumentar. Consequentemente as infra-estruturas existentes não têm revelado capacidade para dar resposta, na medida em que existem listas de espera e oferecem condições inadequadas, como sejam a criação de turmas excedentárias.

121 Diagnóstico Social do Município de Trancoso

A acção social pode ainda contribuir para o fomento da natalidade, na medida em que uma das preocupações dos casais jovens, em termos de planeamento familiar, se prende com a questão dos empregos cada vez mais terem horários e exigências pouco compatíveis com os horários das crianças e exigências da educação destas.

Ainda relativamente a esta faixa da população existem crianças em situações de risco, os números relativos as situações detectadas e já devidamente tratadas não demonstram a realidade na medida em que estas situações são passadas no interior das famílias e neste Concelho que se caracteriza pela sua interioridade e ruralidade, existe ainda uma mentalidade muito própria em relação ao papel dos pais perante os filhos e como os pais percepcionam o papel dos filhos.

Assim é importante dinamizar a rede constituída por todas as entidades que participam na educação das crianças, nomeadamente, entre as escolas, centro de saúde, GNR – Guarda Nacional Republicana através de denúncias e do Projecto Escola Segura e CPCJ – Comissão de Protecção de Crianças e Jovens.

No âmbito da acção social, a semelhança do que se verifica nas outras áreas temáticas, também as acções de informação e divulgação se assumem como importantes na medida em que podem ter um papel preponderante na prevenção de dependências, violências e para a criação de competências parentais.

Também importante é a formação dos técnicos de acção social, aproveitando a força existente uma vez que os técnicos existem, conferindo-lhes especialização para as áreas de intervenção uma vez que o objecto de trabalho destes é população, a vida das pessoas. Porém, a formação não é suficiente como garante das intervenções, é necessário que os técnicos detenham recursos materiais e técnicos para a sistematização da informação de forma a facilitar o tratamento da mesma e meios de intervenção capazes.

Deve ainda ter-se em linha de conta as minorias, no que diz respeito ao Concelho a população portadora de deficiência é um dos casos em que é necessário desenvolver infra-estruturas de suporte e condições que promovam e auxiliem a mobilidade e independência destas.

122 Diagnóstico Social do Município de Trancoso

Relativamente a exclusão social e pobreza, apesar de em termos globais não se poder considerar um Concelho com grande pobreza, mais uma vez devido a interioridade e ruralidade, essa pobreza existe e é expressa na maioria dos casos pelas condições habitabilidade.

Assume-se essencial uma acção social concertada com o intuito de corrigir os casos de exclusão social mas no sentido de encetar acções dirigidas à correcção dos desequilíbrios sociais existentes.

Em relação estreita com tudo o acima exposto e porque nesta área a obtenção dos dados e mais ainda o tratamento destes e consequente leitura como um todo se revela de grande relevância e importância, conforme foi demonstrado neste documento, seria importante a existência de um observatório com o intuito de criar e manter um sistema de diagnóstico contínuo e ainda, promover uma acção social concertada.

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Área-Problema: Acção Social

Estratégias de Intervenção

Tendo-se considerando as propostas para a minimização dos problemas relativos à Acção Social, apontam-se as seguintes, que podem efectivamente contribuir para a relação de parceria a estabelecer entre os vários agentes sociais:

Problema(s): Prioridades: Potencialidades (Recursos):

• Insuficiente apoio à 3ª Idade; • Alargamento da rede de • IPSS’s; • Insuficiência de equipamentos sociais; • CLA/NLI; infraestruturas de apoio à • Apoio ás famílias em situação de • Centro de Saúde; Infância; exclusão social(deficientes • CPCJ; • Famílias em situação de condições de habitação); • Serviço Local da Segurança Social; exclusão social (deficientes • Melhorar o acesso a serviços de • Câmara Municipal. condições de habitação). qualidade - Humanização dos serviços de Apoio Social. Projectos:

ƒ Candidatura ao PARES (Programa de Alargamento da Rede de Equipamentos Sociais); ƒ Candidatura ao Programa ProHabita.

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Linhas orientadoras para a Acção:

• Elaborar o PDS – Plano de Desenvolvimento Social; • Promover a Acção Social concertada – Gestão participativa do social; • Melhorar o acesso ás respostas sociais – aumento da rede de equipamentos sociais no Concelho; • Promover Acções de Formação aos Funcionários/Técnicos das Instituições – Humanização dos Serviços; • Incentivar e promover a criação de um Sistema de Informação (uniformização do tratamento dos dados), para os Agentes Sociais do Concelho; • Promover Acções de Sensibilização/Informação para a problemática do Alcoolismo; • Elaborar o Plano Municipal de Prevenção Primária da Toxicodependência; • Criar parcerias para sensibilizar/esclarecer/prevenir a Violência Doméstica; • Criação de um Observatório – criar e manter um sistema de Diagnóstico contínuo; • Promover o Serviço de Voluntariado.

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5. Cultura Associativa

O associativismo pode e deve ser considerado como um acto de interesse público, desta forma as associações devem encetar o seu trabalho sob a forma de cooperação com as entidades existentes no seu raio de acção a nível geográfico e no que diz respeito a sua natureza, só desta forma a criação e manutenção das associações assume importância, viabilidade, em suma a razão para a sua existência.

Na sequência da aplicação de um inquérito a massa de associações existentes no Concelho, num total de 55 associações, foi possível apurar mediante as respostas disponíveis que as acções destas não têm em consideração, na maioria dos casos, as das outras associações, isto é, quando são definidas as actividades a serem desenvolvidas não existe o cuidado nem a rede necessária para a coordenação da definição das actividades a serem realizadas.

O mesmo se verifica quando se confronta as associações com a questão das parcerias “Nas actividades realizadas estabelecem algum tipo de parceria”, na maioria dos casos, as respostas transcrevem a realizados dos factos quando respondem “não” há lugar a parcerias.

Na base da falta de associativismo entre as associações pode estar a falta de informação/formação dos dirigentes das associações, fenómeno verificado através do referido inquérito, dado estes deterem reduzidas habilitações, conforme retrato do todo da população do Concelho, e ainda por não terem manifestado grande participação em acções relacionadas com o associativismo.

Neste sentido e não sendo as reduzidas habilitações dos dirigentes, limitadoras, assume grande importância a sensibilização e informação sobre a temática do associativismo de forma a combater não a falta de formação dos dirigentes, mas antes a escassa informação existente no meio e a falta de conhecimento de ferramentas para a procura por iniciativa individual.

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Área-Problema: Cultura Associativa

Estratégias de Intervenção

Tendo-se considerando as propostas para a minimização dos problemas relativos à Cultura Associativa, apontam-se as seguintes, que podem efectivamente contribuir para a relação de parceria a estabelecer entre os vários agentes sociais:

Problema(s): Prioridades de Intervenção: Potencialidades (Recursos):

• Falta de Formação Técnica • Definição de padrões de qualidade das • Elevado número de Associações com dos Dirigentes Associativos; intervenções das Associações; potencial de intervenção social e • Inexistência de articulação • Promoção a valorização das Associações promotoras dos recursos endógenos; entre as actividades enquanto agentes indutores do • Centro Cultural de Trancoso; associativas; desenvolvimento social local; • Auditórios (várias Freguesias); • Reduzida divulgação e • Criação de Protocolos de cooperação • Rádio “Bandarra”; valorização das dinâmicas • Parque Municipal; associativas. • Pavilhão Multiusos de Trancoso;

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Linhas orientadoras para a Acção:

• Criação de um Fórum Associativo (articulação entre as diversas actividades associativas); • Promover a Formação Técnica dos dirigentes Associativos; • Acção de Sensibilização para a importância das Associações enquanto agentes do desenvolvimento social; • Promover uma cultura associativa fomentando a participação e o espírito crítico construtivo; • Promoção e divulgação das diversas actividades associativas: Boletim Municipal/ Rádio Local/Cinema/Espaço Internet.

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6. Turismo

O património, a elevação da Vila Medieval a Cidade e a Aldeia Histórica, o Centro Histórico envolvido pelas muralhas, o Castelo, o Bandarra, o facto de fazer parte do Roteiro da Serra da Estrela, as condições naturais, a riqueza cultural, as tradições, conjuntamente com todas as outras potencialidades definidas na contextualização conferem sem dúvida os instrumentos necessários para ser desenvolvido o potencial turístico existente no Concelho.

Sendo que o património classificado e cultural contribui em larga medida para a existência do potencial turístico de Trancoso por todos reconhecido é necessário promover a preservação deste, é importante a definição de um Plano de Defesa do Património.

Mas porque a constituição de um destino de referência não reside apenas no potencial acima exposto deve existir uma orientação concertada da acção.

Para tal será necessário criar um grupo de trabalho pluridisciplinar com formação específica, com o intuito de definir uma estratégia para a dinamização e produção de marketing de forma a ser criada uma identidade local para ser “comercializada” para que o Concelho seja inserido nos roteiros turísticos e mais importante ainda ser identificado como um destino.

Este grupo para além de encetar todos os esforços para a definição de uma estratégia deverá estabelecer parcerias com os prestadores de serviços, das áreas satélite do turismo, nomeadamente, hoteleira, restauração, artesanato, os comerciantes do Centro Histórico, com o intuito de projectar o turismo em Trancoso através de uma oferta qualificada.

No sentido de promover a exploração do potencial turístico e na qualificação da oferta, existe uma outra força no Concelho, a Raia Histórica assumindo assim um papel essencial na informação, divulgação e formação da população sobre formas de potenciar a gastronomia, os produtos típicos e regionais, o artesanato e a tradição do comércio e feiras.

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A necessidade de promover a exploração do turismo esta patente no facto de apenas existirem duas casas de turismo de habitação, na freguesia do Feital, e na inexistência de turismo rural que provam a débil exploração, a falta de oferta, o fraco investimento e a reduzida competitividade do turismo no Concelho.

Neste sentido é necessário a realização de acções de informação e divulgação das potencialidades existentes, assim como das possibilidades de formas empreendorismo e consequente criação de empregos, através do aproveitamento dos recursos associados ao Turismo. Neste sentido o Centro de Emprego tem um papel importante a exercer.

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Área-Problema: Turismo

Estratégias de Intervenção

Tendo-se considerando as propostas para a minimização dos problemas relativos ao sector do Turismo, apontam-se as seguintes, que podem efectivamente contribuir para a relação de parceria a estabelecer entre os vários agentes sociais:

Problema(s): Prioridades de Intervenção: Potencialidades (Recursos):

• Falta de um Plano • Criar estratégias de marketing • Raia Histórica (Associação de Desenvolvimento Local); estratégico associadas à promoção do • Escola Profissional de Trancoso; integrado do sector Turismo; • Centro Emprego e Formação Profissional; turístico • Sessões de • AENEBeira – Associação Empresarial do Nordeste da Beira. informação/divulgação do Património; Em Projecto: • Criar uma identidade local – definir uma estratégia de • Programa Aldeias Históricas de Portugal; desenvolvimento para o • Região de Turismo da Serra da Estrela. Concelho; • UAC – Unidade de Acompanhamento e Coordenação do Urbanismo Comercial/APT - Agência para a Promoção de Trancoso.

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Linhas orientadoras para a Acção:

• Promover o Património arquitectónico e religioso; • Promover os “saberes-fazeres” tradicionais (lacticínios, fumeiros e enchidos); • Promover o Programa das Aldeias Históricas de Portugal – Reabilitação do Centro Histórico; • Promover os Recursos Naturais - Valorização da Fileira Florestal/Afloramentos graníticos ; • Promover o Turismo Rural/Turismo de Habitação/Turismo Aventura/Agroturismo; • Promover os recursos cinergéticos (Caça e Pesca); • Promover a valorização e manutenção/recuperação do património histórico-cultural do Concelho; • Promover Sessões de divulgação de Projectos existentes; • Promover a criação de Roteiros/Circuitos Turísticos no Concelho; • Promover a participação nos Projectos da Região de Turismo da Serra da Estrela; • Promover a realização de um Plano de Albufeira: Albufeira da Teja; • Promover Acções de Formação: Boas Práticas Empresariais, Turismo, Hotelaria e Restauração.

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7. Ambiente

A ausência de definição do uso do território, com implicações na degradação do solo, património paisagístico e arquitectónico e do ambiente, assim como o flagelo que os incêndios representam para este Concelho e as suas consequências, geram necessariamente preocupações latentes no seio da população.

Neste sentido é importante uma acção concertada na sua prevenção e na consciencialização de que esta é uma responsabilidade de todos, neste sentido devem existir acções de informação e sensibilização sobre as formas de prevenção junto da população. Nesta matéria considera-se uma força a existência do Plano Operacional Municipal.

Para além da acção a nível da prevenção existe sempre a possibilidade de ocorrências e neste sentido é importante que o combate seja eficiente o que depende directamente dos meios existentes, e eficaz no sentido de conseguir controlar os fogos rapidamente e de forma a ocorrência atingir as menores proporções possíveis.

Mas como foi acima referido, porque existe sempre a possibilidade de ocorrência, é também necessário informar e sensibilizar as populações em matéria de acções de informação e sensibilização sobre a necessidade das áreas ardidas serem alvo de reflorestação, no sentido de chamar a atenção para as consequências que estas podem ter no meio ambiente.

Esta problemática é a mais sentida na medida em que o Concelho, localizado na Beira Interior usufrui de um meio ambiente sem grandes problemas de poluição e o volume de área ardida atinge proporções indesejáveis. Porém, existe de forma notória outra preocupação na população que diz respeito a poluição dos cursos de água. Assim, é necessário incentivar as entidades locais para a realização de medições ao nível da poluição dos cursos de água e ainda a outros níveis cujas medições não se tem conhecimento que existam, nomeadamente da qualidade do ar.

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Neste sentido as linhas orientadoras para acção em matéria de meio ambiente passam muito pela informação e divulgação das formas de preservação deste e assume especial importância, conforme referido na contextualização, a recolha selectiva do resíduos onde ainda não se conseguiu mobilizar a população para a responsabilidade que detêm e para a importância que esta tem. Esta acção deve ainda dar especial atenção a orientação da acção das camadas mais jovens da população.

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Área-Problema: Ambiente

Estratégias de Intervenção

Tendo-se considerando as propostas para a minimização dos problemas relativos ao Ambiente, apontam-se as seguintes, que podem efectivamente contribuir para a relação de parceria a estabelecer entre os vários agentes sociais:

Problema(s): Prioridades de Intervenção: Potencialidades (Recursos):

• Incêndios • Promover Sessões de Informação/Divulgação • Associações de Produtores Florestais; (Desflorestação); sobre a importância da preservação do Meio • Associações de Bombeiros; • Inexistência de Ambiente; • GNR; medição de níveis de • Incentivar o repovoamento florestal. • Câmara Municipal. poluição;

Projectos:

• Candidatura ao Programa AGRIS; • Revisão do PDM – Plano Director Municipal.

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Linhas orientadoras para a Acção:

• Promover a actualização do PDM – Plano Director Municipal; • Promover a elaboração do Plano Municipal de Defesa da Floresta Contra Incêndios (PMDFCI); • Promover a existência de Protocolos com Instituições para a limpeza e manutenção das linhas/cursos de água; • Promover os Recursos Naturais - Valorização da Fileira Florestal/Afloramentos graníticos ; • Promover os recursos sinérgicos (Caça e Pesca); • Promover uma Campanha de Educação Ambiental: • Promover Acções de informação/sensibilização e divulgação sobre a prevenção de incêndios; • Promover Acções de informação/sensibilização e divulgação sobre os procedimentos a serem seguidos nas áreas ardidas; • Promover Acções de informação/sensibilização e divulgação sobre a recolha selectiva de resíduos; • Promover a utilização do Parque Municipal de Trancoso como Espaço de Lazer (actividades lúdicas, desportivas, repouso).

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Considerações Finais

137 Diagnóstico Social do Município de Trancoso

Considerações Finais

Por tudo o que foi referido neste documento verifica-se que existem duas grandes problemáticas que se encontram na base de todas as outras: a Escolarização e/ou Formação e a Empregabilidade, devendo ser alvo de especial atenção pelo que as linhas orientadoras da acção devem ser direccionadas primeiramente no sentido de as solucionar.

Sendo utilizadas todas as forças existentes para a promoção da alfabetização da população, tendo esta de ser orientada para a procura que existe no mercado de trabalho local e das zonas limítrofes, torna-se essencial a criação de mecanismos que estejam atentos a essa realidade, na promoção da adequação da oferta à procura.

Pretende-se desta forma a promoção da fixação da população, minimizando a tendência crescente para o envelhecimento, que é um problema sentido e basilar em todas as áreas temáticas exploradas.

A transmissão de sensibilidades conferida através da alfabetização promoverá a recepção as divulgações de informação e as acções de formação que compõem as linhas orientadoras da acção deste Diagnóstico Social.

Desta forma, será gerado empreendorismo na população do Concelho e a conveniente exploração dos recursos e potencialidades existentes, nomeadamente, em termos de turismo e meio ambiente (sector primário), promovendo-se a criação de postos de trabalho.

Por forma a desenvolver estas matérias terá de existir uma acção concertada e solidária, por parte da população e do poder politico, caminhando no sentido de atingir um objectivo comum que é o desenvolvimento do Concelho de Trancoso, o que por sua vez pressupõem uma melhoria da qualidade de vida para todos os que o habitam.

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No sentido deste trabalho conjunto são fundamentais os recursos existentes, tais como as Entidades ligadas ao Associativismo, que desempenham um papel fundamental, porém, tem de modificar a sua forma de actuação no sentido de congregar esforços.

E porque não há desenvolvimento sem uma acção social concertada deve promover- se a actividade desta no sentido de existir uma rede social, encarregue de estar atenta as problemáticas, como sejam, a exclusão social, apoio prestado a terceira idade, condições de habitabilidade da população, ocorrências de violência doméstica, o alcoolismo, a toxicodependência, crianças em risco, com o intuito de desenvolver as acções necessárias para promover a detecção e o tratamento adequado destas.

O mesmo que foi referido na acção social é válido para os cuidados de saúde, não há desenvolvimento possível sem uma população saudável, assim considera-se essencial a consecução da resolução das problemáticas definidas nesta matéria.

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