PRISMA.COM n.º 42 ISSN: 1646 - 3153

Jornalismo Desportivo: A Hierarquia das Modalidades – – Análise dos jornais , e

Sports Journalism: The Hierarchy of Sports – A Review of the newspapers O Jogo, A Bola e Record

Maria João Marinho da Silva Faculdade de Letras - Universidade do [email protected]

Resumo Abstract

Este estudo analisa como os três principais jornais This study reviews how the three main Portuguese sports desportivos – O Jogo, A Bola e o Record – hierarquizam newspapers - O Jogo, A Bola and Record – rank sports as modalidades desportivas na cobertura jornalística. O and its modalities in the journalistic coverage. The main objetivo deste estudo é compreender como a cultura purpose is to understand how the Portuguese culture portuguesa influência a cobertura jornalística, mas context influences the coverage and the primacy of também o impacto que a proximidade geográfica pode football when compared to the other sports, but also the ter nessa mesma cobertura jornalística desportiva. De impact that geographic proximity has on the development forma a compreender este processo, foi feita uma análise of Sports Journalism. In order to achieve this purpose, it diária dos jornais O Jogo, A Bola e Record desde o dia was carried out a daily analysis of O Jogo, A Bola and 11 de maio até ao dia 17 de maio. Os resultados Record from May 11th to May 17th. Results confirm that confirmam que o futebol continua a ser o principal foco football still is the main focus of Sports Journalism, but da cobertura jornalística desportiva em , also show that FC Porto, SL Benfica and Sporting CP are verificando-se também um domínio do FC Porto, SL the most covered football clubs. This study reflects the Benfica e Sporting CP. need of more diverse coverage in the Portuguese Este estudo reflete a necessidade de uma cobertura mais context, but also the influence that sports have in the diversa no contexto português, mas também o impacto Portuguese culture and in the Portuguese que o desporto tem na cultura portuguesa e no ambiente media/journalistic environment. jornalístico nacional.

Palavras-chave: Desporto; Jornalismo Desportivo; Keywords: Sports Journalism; Sports; Media Coverage; Imprensa Desportiva; Modalidades Sports Media; Football

PRISMA.COM (42) 2020, p. 58-73 DOI: https:// doi.org/10.21747/16463153/42a4 58 PRISMA.COM n.º 42 ISSN: 1646 - 3153

1. Introdução

Com o presente trabalho, pretendo responder à questão: ‘De que forma é que a cobertura noticiosa feita pelos principais jornais desportivos portugueses favorece a primazia do futebol em relação às restantes modalidades?’, tendo como base de informação os principais jornais desportivos portugueses: ‘O Jogo’, ‘A Bola’ e o ‘Record’. Ao longo deste trabalho, pretendo analisar o foco informativo da versão impressa dos principais jornais desportivos portugueses e compreender a hierarquia das modalidades à qual estes jornais obedecem.

Ao realizar este estudo, pretendo não só abordar o desenvolvimento do jornalismo desportivo em Portugal, não esquecendo as inúmeras fases pelas quais esta especialização jornalística passou – desde o surgimento do primeiro jornal desportivo até à contemporaneidade – mas também analisar a forma como estes jornais recolhem e tratam informação.

No âmbito da compreensão da hierarquia das modalidades, que nos dias de hoje preenche a cobertura noticiosa feita pelos jornais ‘O Jogo’, ‘A Bola’ e ‘Record’, este trabalho tem como objetivo oferecer uma contextualização teórica sobre a cobertura noticiosa especializada em desporto, a imparcialidade dos jornalistas desportivos, a globalização do jornalismo desportivo e a presença de um carácter nacionalista na imprensa desportiva portuguesa.

Neste sentido, e de forma a compreender o processo da melhor forma, o meu trabalho terá por base a análise dos conteúdos produzidos através da cobertura feita pela principal imprensa desportiva portuguesa, inserido no estudo de caso que pretendo depreender: a hierarquia das modalidades desportivas feitas pelos jornais ‘O Jogo’, ‘A Bola’ e ‘Record’.

Assim sendo, revela-se necessário, na minha perspetiva, a análise deste processo, não só pelo impacto que o desporto tem na sociedade portuguesa e, consequentemente, na imprensa, mas também pelo espaço mediático que este ocupa na imprensa nacional e pelo carácter nacionalista e unificador que o desporto adquire em Portugal.

2. Contextualização Teórica

2.1. Desporto e Jornalismo Desportivo

O desporto é algo que está profundamente enraizado na sociedade contemporânea. Apesar desta atividade fazer parte do nosso quotidiano, seja pela sua prática ou até mesmo pela sua observação – ao vivo ou através dos Média – não existe uma definição estanque relativa àquilo que é o desporto.

De facto, existem várias perspetivas sobre a definição do desporto, as suas características e objetivos. A Carta Europeia do Desporto Para Todos1, aprovada pelos ministros Europeus nos dias 14 e 15 de maio de 1992 em Rhodes, vê o desporto como:

“(…) todas as formas de actividade física que, através de uma participação organizada ou não, têm por objectivo a expressão ou o melhoramento da condição física e psíquica, o

1 http://www.idesporto.pt/ficheiros/file/CartaEuropeia.pdf

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desenvolvimento das relações melhoramento da condição física e psíquica, o desenvolvimento das relações sociais ou a obtenção de resultados na competição a todos os níveis” (1992: 6)

Segundo Carvalho, esta definição de desporto pode ser encarada tendo em consideração dois tipos de elementos: as capacidades naturais que permitem a prática do desporto e os valores intrínsecos nesta prática, muitas vezes ligada à superação e ao rendimento (2008: 9). Se por um lado há quem veja esta atividade como uma forma da melhoria da qualidade vida, devido ao impacto que a atividade desportiva tem na condição de saúde de quem a pratica (2008: 10), por outro lado, o desporto afirma- se também como um espelho de culturas e nacionalismos, apoiando assim o desenvolvimento de uma paixão sem fronteiras que acaba por abrir portas ao hooliganismo (Wanta, 2012: 78).

O sucesso do desporto fez com que este captasse a atenção dos órgãos de comunicação social que viram nesta atividade uma forma de conquistar massas e, consequentemente, uma forma indireta de rendimento. Este fenómeno fez com que o desporto ganhasse uma vertente lúdica devido à sua capacidade de entreter, mas também ao seu lado comercial (Reis, 2016: 19).

De facto, o desporto e em particular o futebol, têm-se vindo a tornar numa forma de negócio algo diferente de todos os outros, isto porque o negócio é feito também pelos próprios consumidores de desporto e conteúdos desportivos. O negócio alimenta, para além de paixões, a emergência de um grande setor económico (Cerqueira & , 2019: 3). Isto acontece quando os próprios fãs de desporto partilham conteúdos relacionados com uma determinada modalidade ou clube, fazendo com que o negócio em volta do desporto se desenvolva ainda mais. Contudo, segundo King, ser fã de uma modalidade como a do futebol revela, fundamentalmente, um problema de identidade e não uma participação indireta no negócio desportivo (1997: 237)

O jornalismo desportivo não ficou indiferente a esta tendência. Segundo Tunstall (1996), citado por Boyle et al., quase todos os jornais de grande tiragem direcionaram os seus recursos para a cobertura jornalística dedicada ao desporto como tentativa de conquistarem novos leitores (2002: 166). Para além de uma forma de conquista de novos públicos, este foco no desporto e, em particular, no futebol trouxe também alguns desafios aos jornalistas: o tempo para a criação de conteúdos diminuiu, muito devido ao desenvolvimento tecnológico que conduziu também à transformação da tecnologia não só numa ferramenta de trabalho, mas também numa fonte de informação (2002: 167). Se por um lado este processo veio facilitar o trabalho dos jornalistas desportivos aquando o processo de recolha de informação, por outro lado, a tecnologia tornou os clubes, jogadores e agentes independentes a nível comunicacional, dificultando assim a relação dos jornalistas com as suas fontes que agora dispõem dos seus próprios meios de comunicação.

Apesar do desporto ser uma temática bastante lucrativa quando trabalhada pelos Média, o surgimento dos Novos Média levantou algumas questões sobre a cobertura jornalística desportiva: a independência comunicacional por parte dos jogadores, clubes e potenciais fontes de informação, mas também a possibilidade do carácter comercial do desporto fazer com que a cobertura jornalística desportiva acabe por se transformar numa mera transmissão de eventos desportivos (Boyle et al, 2009: 4).

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O desporto acabou por se tornar num dos maiores focos do jornalismo internacional. A publicidade associada às modalidades fez com que o jornalismo desportivo aproveitasse, não só a atenção dos fãs em determinadas modalidades, mas também o fator lucrativo que o desporto oferece.

2.2. Jornalismo Desportivo em Portugal

O Velocipedista surgiu em 1893 e afirmou-se como o primeiro jornal desportivo português. O surgimento deste jornal coincidiu, segundo Pinheiro, com a industrialização do país e, em particular, com a exigência de mais descanso e tempo livre por parte dos trabalhadores. De facto, “a chegada de um novo ciclo e de uma ‘nova época’ conduziu a uma mudança na mentalidade tradicional portuguesa, centrada dos valores monárquicos”2 (Pinheiro, 2012: 3).

Essa mudança de pensamento proporcionou não só a popularização do desporto, mas também o desenvolvimento da imprensa desportiva em Portugal.

Apesar do primeiro jornal ter surgido em 1893, a imprensa desportiva em Portugal apenas começou a ganhar algum espaço e sustentabilidade noticiosa em 1920. Neste período surgiram 43 novas publicações de carácter desportivo que, para além de refletirem o aumento do tempo livre da população, também representavam a popularização do desporto e o jornalismo nele focado (Pinheiro, 2013).

O entusiasmo em relação ao desporto, fez com que surgissem periódicos que acabariam por se destacar e que estariam extremamente ligados à região onde haviam sido fundados: Os Sports, de Lisboa e Sporting do Porto. De facto, este foram os primeiros jornais desportivos portugueses a ter um corpo jornalístico capaz de responder aos acontecimentos do desporto. Nesta fase, procedeu-se à contratação de correspondentes nacionais e internacionais, dando assim início à profissionalização de uma área que, até então, estava profundamente marcada pelo amadorismo. Este desenvolvimento permitiu que o jornalismo desportivo português ganhasse uma versão diária que, segundo Pinheiro, dependeu de vários aspetos: o lançamento do diário deveria ocorrer numa altura com especial frenesim, para assim conseguir ter conteúdo jornalístico; uma boa empresa tipográfica, com capacidade para reprodução diária dos jornais; alargado número de postos de venda e desenvolvimento de compra através de assinatura. Estes fatores foram alcançados em 1924 quando Oliveira Valença, fundador do jornal Sporting, estabeleceu uma parceria com Salazar Carreira, uma figura ligada ao desporto e ao jornalismo desportivo. Esta união, determinou a suspensão dos jornais Sporting e Os Sports, favorecendo assim a fundação do primeiro jornal desportivo diário que acabaria por ganhar força através da cobertura dos Jogos Olímpicos de Paris (2013: 183).

Com o desenvolvimento das estruturas organizacionais do Desporto português verificou-se uma menor intervenção dos jornais e dos jornalistas do normal decurso no desporto a nível nacional. Contudo, os órgãos de comunicação social continuaram a ser fundamentais para o desenvolvimento desta atividade devido à cobertura minuciosa dos acontecimentos e também à promoção feita pelos próprios Média (Coelho & Pinheiro, 2002: 138). Esta proliferação da cobertura noticiosa sobre o desporto permitiu que o jornalista assumisse, simultaneamente, um papel objetivo, mas também

2 Tradução nossa

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crítico face aos eventos desportivos. Desta forma, o desporto e o jornalismo desportivo foram, ao longo dos tempos, ganhando cada vez mais destaque e impacto na sociedade portuguesa.

A luta pela conquista do público marcou os anos 40. O jornal A Bola – fundado em 1945 - acabou por derrotar o colosso Os Sports, que se viu obrigado a modernizar o seu conteúdo, através da cor e da animação. Cândido de Oliveira e Ribeiro dos Reis fizeram com que o jornal A Bola alcançasse o sucesso (2002: 138).

Atualmente, o cenário do jornalismo desportivo em Portugal conta com três grandes jornais diários dedicados ao desporto nacional e internacional. O Jogo, A Bola e Record abordam as principais modalidades desportivas, arrecadam leitores de Norte a Sul do país e “vendem mais exemplares em conjunto que os três diários generalistas” (Pinheiro, 2013: 181).

2.2.1. Os critérios de noticiabilidade

A massificação e a globalização da informação características da sociedade contemporânea fizeram com que os Média e as suas equipas desenvolvessem formas de hierarquização e escolha de temas a abordar na informação desenvolvida por jornais, televisões, rádios e, até mesmo, plataformas digitais.

Segundo Silva, este processo de escolha e consequentemente os critérios de noticiabilidade estão extremamente ligados ao próprio facto, às características profissionais, à relação com as fontes, à ética, mas também com o carácter histórico, cultural, político, económico e social do país onde a informação é partilhada. De acordo com a autora, são estes fatores que conduzem ao estabelecimento de critérios de noticiabilidade que estão inteiramente ligados a diversos parâmetros como: a) a origem dos factos, passando assim por uma seleção tendo por base os valores-notícia; b) no tratamento de factos, seguindo não só os valores-notícia, mas também o formato da organização, a qualidade do produto jornalístico e o uso de tecnologia; c) a visão dos factos, a vertente ética do jornalismo, a imparcialidade e o interesse público que orientam todo o trabalho do jornalista (2005: 97). O desenvolvimento dos Novos Média, o acesso massificado à informação, mas também a transformação do consumidor num prosumer – também produtor de informação – fez com que estes critérios de noticiabilidade ganhassem importância no trabalho do dia-a-dia do jornalista, tornando-se assim peça fundamental na seleção e hierarquização de informação.

Neste aspeto, torna-se bastante claro que este processo de escolha de informação está bastante ligado ao processo de gatekeeping através do qual os Média filtram aquilo que faz parte da sua agenda noticiosa, podendo assim decidir “se deixa passar a informação no canal ou se bloqueia essa passagem” (White, 1947: 145 apud Wolf M, 1987: 160).

A forma como a informação é produzida e mais tarde partilhada é, segundo Westlund e Ekström, influenciada também por um processo interno de construção noticiosa. De acordo com os autores, esse processo é constituído por quatro estádios: acesso e observação, onde é analisado o caso em questão e as possíveis fontes; seleção e filtragem, através do qual são escolhidas as notícias que devem ser abordadas por cada Média; processamento e edição, onde estão englobadas as rotinas de citação e o fact-checking; distribuição, onde os Média tomam as suas decisões editoriais (2019: 4).

Nesta seleção de informação, os valores-notícia são a base da escolha daquilo que é noticiado ou não. Contudo, é necessário realçar que a seleção da informação não termina por aqui. Depois de terem sido

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escolhidas as temáticas a serem abordadas nos segmentos informativos, procede-se à escolha de quais desses conteúdos é que farão a abertura dos telejornais ou quais os temas que ocuparão as primeiras páginas da imprensa. Assim, Silva vai ao encontro de Westlund e Ekström ao mencionar que a escolha é algo que se estende a toda a redação, onde o trabalho não passa apenas por escolher, mas também hierarquizar (Silva, 2005: 98).

Assim, de acordo com Silva, existem vários valores-notícia que integram os critérios de noticiabilidade. Tais critérios têm como base uma vertente centrada na atualidade, entretenimento, cultura, estranheza ou e política, passando assim por: Impacto – número de pessoas envolvidas/afetadas ou elevada quantia de dinheiro; Proeminência – notoriedade; Conflito – guerra ou rivalidade; Entretenimento/Curiosidade – Aventura ou Desporto; Polémica – Escândalo; Conhecimento/Cultura – descobertas, invenções; Raridade – incomum, original; Proximidade – geografia e cultural; Surpresa – Inesperado; Governo – Interesse nacional, eleições e decisões; Tragédia/Drama – catástrofe, emoção, violência; Justiça – julgamentos e investigações (2005: 105).

Desta forma, verifica-se a existência de uma hierarquização de informação e conteúdo muitas vezes baseados no impacto que poderão ter no público e nos benefícios que poderão trazer ao órgão de comunicação social, não esquecendo a influência cultural, política e geográfica.

2.3. O Jornalismo Desportivo e as Fontes

O jornalismo e os jornalistas são dependentes das fontes de informação. De facto, a relação do jornalismo com as fontes foi evoluindo e, nesse período, as fontes de informação ganharam cada vez mais poder, impacto e importância. Com a instantaneidade exigida aos jornalistas e com a competição pela informação presente no jornalismo, torna-se cada vez mais necessária a procura por informação nova e diferente, fazendo com que um órgão de comunicação social se tente destacar perante os outros, realçando ainda mais o papel das entidades que fornecessem a informação. Ideia reforçada por Lima quando menciona que “se a fonte precisa do jornalista, este também depende muito daquela – o campo da notícia é um lugar de interação entre o jornalista e a fonte” (2008: 12).

Segundo López-Escobar, “as fontes têm o poder de manar, de continuar manando e de deixar de manar” (1988: 521). As fontes são “por vezes, um entrave à boa informação, à veracidade e imparcialidade” (Lima, 2008: 13), acabando por tentar influenciar o conteúdo das notícias e de outros conteúdos jornalísticos para promoverem a entidade para a qual trabalham e representam, mas também para seu próprio benefício (Santos, 2003).

Na visão de Correia, esta relação entre os jornalistas e as fontes faz com que, muitas vezes, os conteúdos jornalísticos sejam escritos para as fontes, uma vez que é partilhada a informação por elas cedida. Assim, “de forma consciente, os jornalistas escrevem paras fontes quando as ‘alimentam’. Quando se deixam influenciar ou quando evitam situações de rutura” (Correia, 2008: 5). Apesar da relação dos jornalistas com as fontes ter como objetivo o benefício próprio, Marinho refere que a base da negociação entre as duas entidades tem por base um outro fator:

“A negociação entre jornalistas e fontes de informação resolve-se, em última análise, a um nível informal e privado e é uma relação mediada por uma condição essencial: a confiança” (Marinho, 2000: 351)

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Se por um lado, a confiança é, segundo a autora, um elemento fundamental da relação entre o jornalista e as fontes, por outro lado a mesma realça que esta relação de confiança é totalmente dependente das atitudes dos intervenientes:

“Podemos ver esta relação como um lugar de encontro entre estes sistemas (jornalista e fontes), cuja fidedignidade e credibilidade vão ser definidas pelo comportamento, pela conduta e pela credibilidade destes representantes: os jornalistas e as fontes de informação” (Marinho, 2000: 353)

Desta forma, à relação de confiança está associada uma “suspensão da descrença” que acaba por se refletir num “pé atrás” por parte dos jornalistas e das fontes. Segundo Marinho, a quebra da confiança por parte de um dos intervenientes resultaria numa reação sob a forma de sanção, como o término de partilha de informação. Se num primeiro plano pode parecer que são as fontes que determinam e comandam a relação com os jornalistas, assumindo assim o papel de “definidores primários” através do qual determinam aquilo que é noticiado ou não (Hall,1978: 59), Kovach e Rosenstiel afirmam que “os jornalistas têm a última palavra no que diz respeito às notícias” (2004: 69). Assim, apesar dos jornalistas dependerem das suas fontes para a produção de notícias ou até mesmo para a partilha de conteúdos exclusivos, diferenciando-se assim dos restantes órgãos de comunicação social, cabe sempre ao jornalista optar e definir aquilo que é noticiado, sem qualquer interferência por parte das fontes. Para além desta ser uma relação de benefício mútuo, segundo Lima, esta relação entre os jornalistas e as fontes de informação veio colocar aos primeiros ainda mais desafios: saber escolher as fontes que possibilitem “um melhor entendimento dos temas a discordar ou a acordar entre fontes e o jornalista” (Lima, 2008: 57). Neste sentido, Santos realça que cabe ao jornalista saber contornar os interesses mediáticos que as fontes e as entidades que estas representam tentam defender, afirmando assim que “o que interessa à fonte em ser divulgado pode não ser partilhado pelo jornalista; e o que o jornalista procura investigar pode não ser fornecido pela fonte” (Santos, 1997:194), indo assim ao encontro da confiança que Marinho (2000) afirma como essencial para a relação entre estas duas entidades.

Assim, a informação que é partilhada faz parte de uma negociação constante entre as fontes e os jornalistas, tendo por base o benefício próprio, mas também a confiança, onde, as fontes se afirmam como parte fundamental da produção noticiosa e o jornalista como definidor daquilo que é divulgado.

3. Estudo de Caso

A História dos jornais ‘O Jogo’, ‘A Bola’ e ‘Record’

Atualmente, Portugal dispõe de três jornais diários com especialização centrada no desporto. Destes três jornais desportivos portugueses, o primeiro a ser fundado foi o jornal ‘A Bola’3 que, em 1945, era publicado duas vezes por semana. Em 1989 o jornal passou a ser publicado quatro vezes por semana e foi apenas em 1995 que ganhou o estatuto de jornal diário. O jornal foi ao longo dos tempos conquistando leitores a nível nacional, mas também no estrangeiro, fazendo com que seja, desde

3 www.abola.pt

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2006, impresso nos Estados Unidos da América, mas também disponha de edições em Angola e Moçambique.

Ao jornal ‘A Bola’ seguiu-se o ‘Record’4 fundado em 1949 pelo antigo atleta Manuel Dias. O jornal era propriedade do Diário Popular, um jornal diário de grande tiragem na época, mas acabou por ser privatizado em 1989 sendo, atualmente, propriedade do grupo Cofina. Se inicialmente o jornal era publicado semanalmente, em 1995, passou a ser de leitura diária, acabando por ser, em 2015 o líder da imprensa desportiva nacional com cerca de 731 mil leitores por dia.

‘O Jogo’5 é o mais recente jornal desportivo português, tendo sido fundado a 22 de fevereiro de 1985 e tem, como principal foco, a Nacional e os principais campeonatos europeus e internacionais.

Análise do Estudo de Caso

O desporto é parte fundamental da cultura portuguesa. Os três F’s – Futebol, Fado e Fátima – fazem com que se comprove a existência de uma primazia do futebol perante as restantes modalidades desportivas na cultura portuguesa.

Assim, de forma a compreender melhor a grelha de conteúdos, foco informativo, mas também a hierarquia das modalidades à qual os jornais ‘O Jogo’, ‘A Bola’ e ‘Record’ obedecem, foram criadas cinco tabelas de análise de conteúdo que permitem avaliar os seguintes critérios: os temas de abertura dos principais jornais desportivos em Portugal; o número de artigos publicados tendo como foco o Futebol Clube Porto, Sport Lisboa e Benfica e Sporting Clube de Portugal; o número de artigos publicados por modalidade; os géneros jornalísticos mais utilizados e ainda o número de artigos referentes aos clubes da Liga Portuguesa, tendo sempre como foco os jornais publicados entre o dia 11 de maio de 2020 e 17 de maio de 2020, semana em que decorreria a última jornada da Liga Portuguesa.

No período de análise definido foram analisados vinte e um jornais e avaliados os conteúdos que a versão impressa do ‘O Jogo’, ‘A Bola’ e ‘Record’ oferecem aos leitores. Tal como foi mencionado anteriormente, uns dos critérios em análise foram as temáticas das capas dos jornais e, tal como pode ser verificado na Tabela 1, nos sete dias de análise, apenas no dia 11 de maio os jornais abriram as suas edições com o mesmo tema na capa: jogadores da Liga Portuguesa infetados com a COVID-19. Nos restantes dias, apenas o jornal ‘O Jogo’ e ‘A Bola’ tiveram temas coincidentes nas suas capas: no dia 13 de maio, o regresso aos relvados foi o tema de abertura, já nos dias 16 e 17 de maio focaram as suas capas na Bundesliga – Liga Alemã de Futebol – a primeira competição a nível europeu a regressar à atividade após a pandemia da COVID-19. Neste parâmetro, o jornal ‘Record’ centrou grande parte das suas capas nas possíveis transferências de jogadores do Sporting Clube de Portugal e Sport Lisboa e Benfica.

4 www.record.pt 5 www.ojogo.pt

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Tabela 1 – Temas das Capas dos Jornais

Na segunda tabela, a análise teve por base o número de artigos publicados por cada jornal desportivo sobre os três grandes clubes portugueses: FC Porto, Sporting CP e SL Benfica, revelando em alguns casos, a existência de algum destaque clubístico tendo em conta a sede geográfica de cada jornal. Tal como é possível verificar na Tabela 2, o jornal ‘A Bola’ publicou cerca de 59 artigos dedicados ao Sport Lisboa e Benfica (SLB), 43 ao Sporting Clube de Portugal (SCP) e apenas 39 ao Futebol Clube do Porto (FCP). Já o jornal ‘Record’ destacou o conteúdo noticioso referente ao SCP com 65 artigos sobre o mesmo, 49 dedicados ao SLB e 46 sobre o FCP. Por outro lado, o jornal ‘O Jogo’ não destaca em número de artigos o clube da cidade onde o jornal está sediado. De facto, o jornal em questão, dedicou 70 dos seus artigos ao SCP, 62 ao SLB e apenas 52 ao FCP, clube da cidade onde ‘O Jogo’ está sediado.

Apesar do número de artigos dedicados ao Sporting Clube de Portugal por parte deste jornal ser bastante elevado, é relevante mencionar que a maioria dos artigos dedicados a este clube são breves, fazendo com que haja um elevado número de artigos, mas com muito pouca profundidade jornalística (esta informação pode ser verificada na Imagem 1 e na Tabela 3). Contudo, é necessário realçar que os jornais ‘O Jogo’, ‘A Bola’ e ‘Record’ assumem posturas e enquadramentos bastante diferentes na sua forma de partilha de conteúdo. Se por um lado ‘O Jogo’ e ‘Record’ têm uma postura mais abrangente, abordando mais campeonatos, modalidades ou até mesmo clubes, o jornal ‘A Bola’ aposta numa forma diferente de produção e partilha de notícias, optando por conteúdos mais extensos como grandes entrevistas mas, por outro lado, oferece um conteúdo mais centrado no futebol e nos três clubes grandes: Futebol Clube do Porto, Sporting Clube de Portugal e Sport Lisboa e Benfica, pondo assim de parte a segunda divisão de futebol e outras modalidades que marcam presença no jornal ‘O Jogo’ e ‘Record’.

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Tabela 2 – Número de Artigos dedicados aos três clubes grandes portugueses

Tabela 3 – Géneros Jornalísticos utilizados pelos jornais em estudo

Imagem 1 – Uso de Breves – O Jogo

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Num terceiro parâmetro, foi analisado o destaque dado a todos os clubes que competem na 1ª divisão da Liga Portuguesa. Tal como se pode comprovar na Tabela 4, durante o período de análise, foi dado um forte destaque aos três clubes grandes em Portugal. O FCP contou com 52 artigos publicados no jornal ‘O Jogo’, 39 artigos n’A Bola’ e 46 no jornal ‘Record’. O SLB contou com 62 artigos no jornal ‘O Jogo’, 59 n’A Bola’ e 49 no Record. Por outro lado, o SCP contou com 70 artigos dedicados no ‘O Jogo’, 43 no jornal ‘A Bola’ e 65 no ‘Record’, reforçando assim a partilha de notícias breves sobre o clube por parte do jornal ‘O Jogo’. O Sporting Clube de Braga é o clube que sucede os clubes grandes portugueses, contando com 23 artigos no jornal ‘O Jogo’, 7 no jornal ‘A Bola’ e 13 no ‘Record’. Já o Vitória Sport Clube conta com 21 artigos no jornal ‘O Jogo’ e 7 em cada um dos outros dois jornais. O destaque feito a estes dois clubes está diretamente relacionado não só com o desempenho que os mesmos têm tido no contexto nacional, mas também pelo destaque conquistado nas competições europeias. Contudo, é ainda de realçar que o destaque dado a estes clubes é, como se pode verificar na Tabela 3, feito em grande parte pelo ‘O Jogo’. Tal acontece devido ao facto deste jornal estar mais próximo geograficamente destes dois clubes do que os restantes jornais desportivos. Neste contexto, o Vitória de Setúbal conta com 12 artigos no jornal ‘A Bola’, tendo assim maior destaque do que nos restantes jornais desportivos onde conta apenas com 7 artigos.

Os restantes clubes do campeonato nacional contam apenas com 7 artigos cada, resultando assim num artigo breve por edição.

Tabela 4 – Número de Artigos dedicados aos clubes da Liga Portuguesa

As restantes modalidades desportivas estão também presentes no conteúdo noticioso dos jornais ‘O Jogo’, ‘A Bola’ e ‘Record’. Tal como se pode verificar na Tabela 5, existe um domínio claro do futebol em relação às restantes modalidades desportivas, contando com 416 artigos no jornal ‘O Jogo’, 237 no jornal ‘A Bola’ e 466 no ‘Record’.

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A seguir ao futebol, as modalidades mais presentes nos jornais em questão são o andebol e o hóquei em patins, contando com 23 artigos noticiosos. O automobilismo, com 21 artigos dedicados também é objeto de algum destaque mediático, assim como o atletismo e o basquetebol que ocupam as posições seguintes nas modalidades mais abordadas pela imprensa desportiva portuguesa.

Tabela 5 – Número de Artigos dedicados a cada modalidade desportiva

Modalidades como o Triatlo, Karaté e Esports são as que têm menos notoriedade jornalística, que foram mencionadas apenas uma vez nos vinte e um jornais analisados, tendo menos destaque do que a NBA ou o Râguebi, modalidades não tão desenvolvidas no contexto nacional.

Desta forma, verifica-se um claro domínio do futebol na cobertura jornalística – em grande parte justificado pelo impacto e importância a nível cultural que a modalidade tem no contexto português – mas também se comprova um crescimento da cobertura noticiosa que tem por base outras

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modalidades desportivas, contribuindo não só para o desenvolvimento das modalidades, mas também para a diversidade de conteúdos, o que leva a uma maior atenção por parte de leitores e públicos.

4. Metodologia

Para a realização do presente trabalho utilizei como base de análise os conteúdos desenvolvidos pelos jornais desportivos ‘O Jogo’, ‘A Bola’ e o ‘Record’ desde o dia 11 de maio de 2020, dia após aquela que seria a penúltima jornada do Campeonato Nacional de Futebol, até ao dia 17 de maio de 2020, quando decorreria a última jornada desse campeonato.

A investigação englobou ‘O Jogo’, ‘A Bola’ e o ‘Record’, mas mais especificamente os conteúdos desenvolvidos por estes órgãos de comunicação social, uma vez que estes permitem compreender não só como é tratada a informação mediante o clube, os géneros jornalísticos mais utilizados, mas também a forma como a informação sobre diversas modalidades é tratada numa semana em que, num ambiente normal, terminariam vários campeonatos nacionais desportivos. Optei por escolher estes jornais devido ao facto de os mesmos oferecerem aos leitores uma abordagem especializada em desporto e conteúdos de maior profundidade sobre a temática que os jornais generalistas não conseguem oferecer.

Assim, tendo por base o objeto de estudo em questão, procurarei responder à questão:

‘De que forma é que a cobertura noticiosa feita pelos principais jornais desportivos portugueses favorece a primazia do futebol em relação às restantes modalidades?’

Assim, a minha análise seguirá uma metodologia quantitativa e qualitativa, tendo por base a análise de conteúdos dos jornais ‘O Jogo’, ‘A Bola’ e o ‘Record’ e, em especial, como é feita a cobertura jornalística e a recolha de informação, permitindo assim adquirir uma melhor compreensão sobre o tratamento de conteúdos, interesses do público e, em particular, a hierarquização das modalidades desportivas no contexto do jornalismo desportivo português.

5. Conclusão

Nesta investigação sobre o jornalismo desportivo, o objetivo passava por perceber o processo de hierarquização das modalidades nos jornais O Jogo’, ‘A Bola’ e ‘Record’ para assim compreender de que forma é que a cobertura noticiosa feita pelos principais jornais desportivos portugueses favorecia a primazia do futebol em relação às restantes modalidades. Tendo por base os conceitos de desporto e jornalismo desportivo, o papel do jornalista e suas fontes e um estudo de caso centrado nos jornais anteriormente mencionados, tentou-se compreender o processo de seleção de fontes, informação e hierarquização de temáticas.

Após esta investigação, torna-se clara a primazia que é dada ao futebol pelos jornais desportivos portugueses em relação às restantes modalidades. Tal primazia é, em grande parte, justificada pelo impacto que a modalidade tem na sociedade portuguesa, mas também pelo papel que esta desempenha na cultura e na identidade do país.

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Para além disso, foi ainda possível concluir que a cobertura feita pelos jornais O Jogo’, ‘A Bola’ e ‘Record’ é extremamente centrada naqueles que são considerados os maiores clubes portugueses: Futebol Clube do Porto, Sporting Clube de Porto e Sport Lisboa e Benfica. Este destaque é justificado não só pelo impacto que estes clubes têm, fazendo sempre parte dos candidatos ao título nacional, mas também pelo elevado número de apoiantes que os mesmos detêm e que, consequentemente, se transformam em possíveis leitores dos jornais. Ainda neste campo, verificou-se também um certo domínio da cobertura jornalística por parte dos clubes geograficamente mais próximos dos jornais em questão, como são os casos de Sporting Clube de Braga, Vitória Sport Clube e o Vitória de Setúbal. Adicionalmente, verificou-se que o jornal ‘A Bola’ faz uma cobertura mais profunda, mas menos abrangente. Por outro lado, ‘O Jogo’ e o ‘Record’ apostam numa cobertura mais alargada, abordando também a segunda divisão do campeonato nacional, mas oferecem um conteúdo de consumo mais rápido, focando a sua informação em conteúdos curtos e de pouca profundidade.

Desta forma, pode-se concluir que o futebol domina, sem qualquer dúvida, a cobertura noticiosa feita pelos jornais ‘O Jogo’, ‘A Bola’ e ‘Record’, mas modalidades como o andebol e o hóquei em patins ganham cada vez mais espaço mediático e esse desenvolvimento deve-se, em grande parte, às mais recentes conquistas feitas nas modalidades, mas também ao papel que estas desempenham na sociedade e cultura portuguesas, realçando assim a importância do desporto no jornalismo em Portugal.

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