PLANO DE MANEJO RPPN TAIPA DO RIO ITAJAÍ

Itaiópolis SC

Apoio:

Curitiba Setembro de 2013 Plano de Manejo da RPPN Taipa do Rio Itajaí Itaiópolis, SC

Realização: Sociedade Chauá

Apoio: Programa de Incentivo às RPPNs da Mata Atlântica, coordenado pela Conservação Internacional e Fundação SOS Mata Atlântica

Proprietários: Elza Nishimura Woehl e Germano Woehl Junior

Instituição parceira da RPPN: Instituto Rã-bugio para Conservação da Biodiversidade

Coordenador do Plano de Manejo: André Cesar Furlaneto Sampaio, Eng. Florestal, Esp. Gestão e Eng. Ambiental, MSc, Dr. Christopher Thomas Blum, Eng. Florestal, Esp. Gestão e Eng. Ambiental, MSc, Dr (colaboração voluntária) Equipe Técnica: André Cesar Furlaneto Sampaio, Eng. Florestal, Esp. Gestão e Eng. Ambiental, MSc, Dr Meio Social, Infraestrutura, Planejamento, Uso Público, Supervisão do Mapeamento, Apoio em Vegetação

Christopher Thomas Blum, Eng. Florestal, Esp. Gestão e Eng. Ambiental, MSc, Dr Vegetação, Meio Físico, Compilação dos dados secundários de Fauna, Planejamento, Apoio em Uso Público (colaboração voluntária) Marlon Prestes, Geógrafo Elaboração dos Mapas Germano Woehl Junior Apoio técnico geral, levantamento expedito de anfíbios, registro de ocorrências de flora, aves e mamíferos

Nota: os dados de mastofauna e avifauna foram extraídos do Plano de Manejo da RPPN Corredeiras do Rio Itajaí (Sociedade Chauá, 2008), cujo diagnóstico de mamíferos e aves foi realizado pela Mastozoóloga Fernanda Góss Braga (Bióloga, Esp. Conserv. de Biodiversidade, MSc, Dr) e pelo ornitólogo Raphael Eduardo Fernandes Santos (Biólogo)

Fotografias da Capa: Christopher Thomas Blum: paisagem da RPPN, flor de Malpighiaceae Germano Woehl Jr: saí-azul (Dacnis cayana) Alfredo Milach: veado-catingueiro (Mazama gouazoubira)

As demais fotos constantes no corpo do plano de manejo têm sua autoria devidamente referenciada nas respectivas legendas. Plano de Manejo RPPN Taipa do Rio Itajaí Sociedade Chauá, 2013

APRESENTAÇÃO

O Plano de Manejo da RPPN Taipa do Rio Itajaí reúne diversas informações relacionadas ao contexto ambiental da propriedade. Considerando os objetivos dos proprietários e através de diagnóstico criterioso, a equipe de planejamento pôde detectar potencialidades e fragilidades da área protegida, dados que guiaram a definição de seu zoneamento e de programas de manejo para sua conservação. A RPPN Taipa do Rio Itajaí faz parte de um complexo de RPPNs contíguas, ou muito próximas entre si, que vem sendo adquiridas e criadas desde 2004. Atualmente, além da Reserva Taipa do Rio Itajaí, este conjunto de áreas protegidas é constituído por mais sete RPPNs (Corredeiras do Rio Itajaí, Corredeiras do Rio Itajaí II, Odir Zanelatto, Taipa do Rio do Couro, Refúgio do Macuco, Raso do Mandi, das Araucárias Gigantes), totalizando 849,51 ha, dos quais quase 800 ha são áreas contíguas. Além de fazer parte deste importantíssimo conjunto de áreas protegidas, a RPPN Taipa do Rio Itajaí encerra elementos de relevante valor de conservação em seu perímetro. Sua localização fitogeográfica é caracterizada pela influência da Floresta Ombrófila Densa da Serra do Mar (Floresta Atlântica), em contato com a Floresta Ombrófila Mista (Floresta com Araucária), fato que viabiliza a existência de composições diferenciadas de seres vivos. A existência de imponentes taipas rochosas (paredões) lhe agrega importância adicional, tanto no aspecto cênico quanto por conservar estes ambientes rochosos muito especializados, com grande potencial de endemismos. A de aves e plantas registradas na região da reserva e nas RPPNs vizinhas é muito significativa e a ocorrência de determinadas espécies raras e/ou ameaçadas da fauna e da flora é particularmente notável. O histórico de conservação da RPPN Taipa do Rio Itajaí e de suas RPPNs vizinhas, caracterizado por muitas lutas contra crimes ambientais, muitas vezes provocados por confrontantes diretos, é um exemplo de tenacidade a ser seguido por proprietários de áreas rurais de todo o Brasil. É preciso que o respeito pelos ecossistemas nativos se sobreponha aos atuais processos produtivos imediatistas e insustentáveis. Deste modo, torna-se clara a necessidade de se conservar toda esta riqueza biológica, garantindo sua proteção e potencializando seu valor ambiental em escala regional, meta que deverá ser alcançada com a devida implementação do presente plano de manejo. Plano de Manejo RPPN Taipa do Rio Itajaí Sociedade Chauá, 2013

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO 1 2. INFORMAÇÕES GERAIS 2 2.1 Acesso 2 2.2 Histórico da RPPN Taipa do Rio Itajaí 4 2.3 Ficha-resumo da RPPN Taipa do Rio Itajaí 5 3. DIAGNÓSTICO 6 3.1 Caracterização da Área de Entorno 6 3.1.1 Aspectos Históricos e Culturais do Município 6 3.1.2 Dados do Município 8 3.1.3 Iniciativas Favoráveis à Conservação Ambiental no Município 11 3.1.4 Entorno Imediato da RPPN Taipa do Rio Itajaí 12 3.2 Caracterização Ambiental da Área Protegida 14 3.2.1 Aspectos Gerais 14 3.2.2 Atividades Conflitantes com a Área Protegida 15 3.2.3 Clima 17 3.2.4 Geologia 17 3.2.5 Geomorfologia e Relevo 18 3.2.6 Pedologia 18 3.2.7 Hidrografia e Qualidade da Água 19 3.2.8 Vegetação 20 3.2.9 Fauna 30 3.2.10 Visitação 37 3.2.11 Pesquisa e Monitoramento 39 3.2.12 Ocorrência de Fogo 40 3.2.13 Atividades desenvolvidas na área protegida 40 3.2.14 Sistema de Gestão 40 3.2.15 Pessoal 40 3.2.16 Infraestrutura 40 3.2.17 Equipamentos e Serviços 41 3.2.18 Recursos financeiros 41 3.2.19 Formas de Cooperação 41 3.2.20 Comunicação e Relações Públicas 42 3.3 Possibilidade de conectividade 42 3.4 Declaração de significância 43 4 PLANEJAMENTO 44 4.1 Objetivos específicos de manejo 44 4.2 Zoneamento 45 4.2.1 Zona Silvestre 45 Plano de Manejo RPPN Taipa do Rio Itajaí Sociedade Chauá, 2013

4.2.2 Zona de Proteção 45 4.2.3 Zona de Recuperação 46 4.2.4 Área de Consolidação 46 4.3 Programas de Manejo 46 4.3.1 Programa de Administração 46 4.3.2 Programa de Fiscalização e Proteção 51 4.3.3 Programa de Restauração Ambiental 53 4.3.4 Programa de Pesquisa 55 4.3.5 Programa de Monitoramento 57 4.3.6 Programa de Comunicação 59 4.3.7 Programa de Visitação 60 4.3.8 Programa de Relacionamento e Conscientização da Comunidade do Entorno 60 4.4 Projetos específicos 62 4.4.1 Manejo de Trilhas 62 4.4.2 Diretrizes para Conservação do Complexo de Áreas Protegidas 70 5 Recomendações 73 6 Considerações Finais 73 7 Referências Bibliográficas 74 8 Anexos 78 Plano de Manejo RPPN Taipa do Rio Itajaí Sociedade Chauá, 2013

LISTA DE TABELAS Tabela 2.1: Distâncias da RPPN Taipa do Rio Itajaí para os principais centros urbanos da região...... 3 Tabela 3.1: Estabelecimentos de ensino, docentes e matrículas no ensino básico de Itaiópolis...... 9 Tabela 3.2: Classes de cobertura vegetal da propriedade da RPPN Taipa do Rio Itajaí...... 25 Tabela 3.3: Unidades de Conservação num raio de 50km no entorno da RPPN Taipa do Rio Itajaí...... 42 Tabela 4.1: Definições e especificações dos componentes das trilhas na RPPN Taipa do Rio Itajaí...... 64 Tabela 4.2: Dimensões necessárias para valas com relação à declividade do terreno ...... 66

LISTA DE FIGURAS Fig. 2.1: Inserção Regional da RPPN Taipa do Rio Itajaí (RTRI) ...... 2 Fig. 3.1: Elza Nishimura Woehl realizando educação ambiental com alunos e professores de Itaiópolis.... 11 Fig. 3.2: Professores de Itaiópolis em atividade de campo pra educação e conscientização ambiental...... 11 Fig. 3.3: Aspecto do uso do solo no entorno da RPPN Taipa do Rio Itajaí...... 13 Fig. 3.4: Deslizamentos devido a implantação de estrada em áreas íngremes...... 16 Fig. 3.5: Deslizamento e queimada a partir de estrada próxima ao rio Itajaí do Norte ...... 16 Fig. 3.6: Lavoura de fumo na região da RTRI ...... 16 Fig. 3.7: Erosão na margem do rio Itajaí do Norte potencializada por práticas agrícolas...... 16 Fig. 3.8: Pele de gato-do-mato encontrada na região da RTRI ...... 16 Fig. 3.9: Cães domésticos circulando em RPPN próxima à RTRI ...... 16 Fig. 3.10: Casal de cuiú-cuiús e troncos com colmeias de meliponídeos em casa de morador do entorno, captura e coleta ilegais ...... 16 Fig. 3.11: Vestígio de tiros de arma-de-fogo em placa de RPPN vizinha à RTRI...... 16 Fig. 3.12: Araucaria angustifolia...... 22 Fig. 3.13: Bilbergia alfonsi-joannis ...... 22 Fig. 3.14: Dicksonia sellowiana...... 22 Fig. 3.15: Buchenavia kleinii ...... 22 Fig. 3.16: Tetrorchidium rubrivenium...... 22 Fig. 3.17: Albizia edwallii...... 22 Fig. 3.18: Ocotea odorifera ...... 22 Fig. 3.19: Cinnamomum glaziovii ...... 22 Fig. 3.20: Mamona invadindo a margem do rio Itajaí do Norte ...... 24 Fig. 3.21: Beijo-de-frade nas margens do rio Itajaí do Norte ...... 24 Fig. 3.22: Planta jovem de uva-do-japão invadindo área protegida vizinha à RTRI ...... 24 Fig. 3.23: Indivíduo adulto de uva-do-japão na região da RTRI ...... 24 Fig. 3.24: População de lírio-do-brejo nas margens do rio Itajaí do Norte...... 24 Fig. 3.25: Bananeira próxima à margem do rio Itajaí do Norte, na RTRI ...... 24 Fig. 3.26: Estágio inicial da sucessão, com porte herbáceo-arbustivo ...... 26 Fig. 3.27: Interior de floresta no estágio médio da sucessão...... 26 Fig. 3.28: Floresta no estágio avançado ...... 26 Fig. 3.29: Aspecto de floresta no estágio avançado da sucessão ...... 26 Fig. 3.30: Tucum (Bactris setosa) ...... 28 Fig. 3.31: Guaricana (Geonoma schottiana) ...... 28 Fig. 3.32: Cyathea atrovirens ...... 28 Fig. 3.33: Leandra fragilis...... 28 Fig. 3.34: Piper hispidum ...... 28 Fig. 3.35: Mollinedia clavigera...... 28 Plano de Manejo RPPN Taipa do Rio Itajaí Sociedade Chauá, 2013

Fig. 3.36: Rubus brasiliensis ...... 28 Fig. 3.37: Philodendron bipinnatifidum...... 28 Fig. 3.38: Nidularium innocentii...... 29 Fig. 3.39: Vriesea vagans ...... 29 Fig. 3.40: Polypodium siccum ...... 29 Fig. 3.41: Ctenanthe lanceolata ...... 29 Fig. 3.42: Corymborchis flava ...... 29 Fig. 3.43: Anemia phyllitidis ...... 29 Fig. 3.44: Aspidogyne kuczynskii ...... 29 Fig. 3.45: Sinningia canescens e Cereus hildmannianus em paredão de rocha ...... 29 Fig. 3.46: Dryocopus lineatus...... 31 Fig. 3.47: Dryocopus galeatus ...... 31 Fig. 3.48: Sporophila angolensis...... 31 Fig. 3.49: Saltator fuliginosus...... 31 Fig. 3.50: Ovo de Tinamus solitarius...... 31 Fig. 3.51: Carpornis cucullata ...... 31 Fig. 3.52: Euphonia chalybea...... 31 Fig. 3.53: Spizaetus ornatus ...... 31 Fig. 3.54: Puma concolor ...... 33 Fig. 3.55: Leopardus trigrinus ...... 33 Fig. 3.56: Alouatta guariba ...... 34 Fig. 3.57: Puma yagouaroundi ...... 34 Fig. 3.58: Eira barbara ...... 34 Fig. 3.59: Nasua nasua ...... 34 Fig. 3.60: Mazama gouazoubira...... 34 Fig. 3.61: Dasyprocta azarae ...... 34 Fig. 3.62: Leptodactylus notoaktites...... 35 Fig. 3.63: Hylodes perplicatus...... 35 Fig. 3.64: Eleutherodactylus binotatus ...... 36 Fig. 3.65: Eleutherodactylus sp...... 36 Fig. 3.66: Hydromedusa tectifera ...... 36 Fig. 3.67: Salvator merianae ...... 36 Fig. 3.68: Boiruna maculata ...... 36 Fig. 3.69: Bothropoides jararaca ...... 36 Fig. 3.70: Paisagem das taipas do rio Itajaí do Norte na RTRI ...... 39 Fig. 3.71: Detalhe de taipa rochosa na RTRI ...... 39 Fig. 4.1: Complexo de RPPNs do qual a RPPN Taipa do Rio Itajaí faz parte...... 44 Fig. 4.2: Escoamento superficial no terreno e sobre uma trilha...... 63 Fig. 4.3: Terminologia básica das trilhas...... 64 Fig. 4.4: Etapas para a formação, suavização do talude e regularização do piso...... 65 Fig. 4.5: Passos para implantação de valas de drenagem ...... 66 Fig. 4.6: Trilha da Estrada...... 70 Fig. 4.7: Trilha da Divisa Leste...... 70 Fig. 4.8: Esquema de instalação e funcionamento da ETE por meio de zona de raízes...... 72 Plano de Manejo RPPN Taipa do Rio Itajaí Sociedade Chauá, 2013

LISTA DE SIGLAS ARIE Área de relevante interesse ecológico CASAN Companhia Catarinense de Águas CELESC Centrais Elétricas de S/A CIDASC Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina CIRAM Centro de Informações de Recursos Ambientais e de Hidrometeorologia de Santa Catarina DEINFRA Departamento Estadual de Infraestrutura EMBRAPA Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária EPAGRI Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina S/A FATMA Fundação de Meio Ambiente FBGPN Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza FOD Floresta Ombrófila Densa FOM Floresta Ombrófila Mista IBAMA Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística ICMBIO Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade INPE Instituto de Pesquisas Espaciais MEC Ministério da Educação MMA Ministério do Meio Ambiente RTRI RPPN Taipa do Rio Itajaí RPPN Reserva Particular do Patrimônio Natural SPVS Sociedade de Pesquisa em Vida Selvagem e Educação Ambiental UNC Universidade do Contestado Plano de Manejo RPPN Taipa do Rio Itajaí Sociedade Chauá, 2013

1. INTRODUÇÃO

De acordo com dados recentes do Atlas dos Remanescentes Florestais da Mata Atlântica Período 2011-2012 (SOS MATA ATLÂNTICA e INPE, 2013), os remanescentes de vegetação natural do bioma Mata Atlântica estão reduzidos a apenas 14,5% do que existia originalmente no Brasil. No referido trabalho verifica-se que no estado de Santa Catarina foram suprimidos 4.693 ha de vegetação natural entre 2008 e 2012. O município de Itaiópolis guarda as cabeceiras do rio Itajaí e até poucos anos atrás possuía significativa cobertura de florestas nativas. No entanto, as últimas décadas se caracterizaram por uma transformação drástica na cobertura vegetal, aspecto verdadeiramente alarmante. A exploração madeireira e de carvão, associadas à expansão agrícola e à ampliação de plantios florestais comerciais foram, e ainda são, pressões de mercado que indicam uma tendência de redução contínua na já modesta cobertura florestal nativa do município, que em 2008 alcançava apenas 34% da original (SOS MATA ATLÂNTICA e INPE, 2008). Desta forma, iniciativas de conservação como a observada na RPPN Taipa do Rio Itajaí (RTRI) são absolutamente vitais para reverter o grave quadro de degradação em que se encontram as florestas nativas. Ainda que já tenha sofrido exploração madeireira em alguns trechos, o remanescente da RTRI tem grande relevância por exercer importante função de conectividade entre os fragmentos florestais da região, além de proporcionar proteção à margem esquerda do rio Itajaí do Norte (rio Hercílio). A área protegida insere-se na área prioritária para conservação MA086 Serra da Abelha/ Santa Terezinha, com importância biológica e prioridade de ação extremamente altas (MMA, 2007). A conservação de ambientes frágeis como o de florestas ribeirinhas, o de encostas íngremes sobre solos instáveis e o de cabeceiras de taipas rochosas, confere ainda mais importância à área protegida, trazendo benefícios à conservação do solo e dos recursos hídricos, além da biota associada. Os remanescentes florestais da região guardam ainda diversas espécies ameaçadas de extinção como a canela-preta (Ocotea catharinensis), a canela-sassafrás (Ocotea odorifera) e o -bugio (Dicksonia sellowiana), dentre as plantas; o pica-pau-de-cara-canela (Dryocopus galeatus), o macuco (Tinamus solitarius) e o gavião-pega-macaco (Spizaetus tyrannus), dentre as aves; o bugio-ruivo (Alouatta guariba), a onça-parda (Puma concolor) e a lontra (Lontra longicaudis), dentre os mamíferos, reiterando seu valor ecológico. Para que este importante remanescente florestal possa ser manejado adequadamente, sendo devidamente protegido, e tendo sua qualidade ambiental e estado de conservação melhorados, faz-se necessário um planejamento de ações e medidas baseadas num diagnóstico detalhado da área protegida e de seu entorno. Estas ações consolidam o presente Plano de Manejo da RPPN Taipa do Rio Itajaí. A estrutura do plano de manejo foi baseada no Roteiro Metodológico para Elaboração de Plano de Manejo para Reservas Particulares do Patrimônio Natural (FERREIRA et al., 2004). O documento visou abranger, de forma detalhada e com linguagem simples, as necessidades e prioridades da área protegida, buscando otimizar ações no sentido de efetivar medidas prioritárias de manejo.

1 Plano de Manejo RPPN Taipa do Rio Itajaí Sociedade Chauá, 2013

2. INFORMAÇÕES GERAIS

A RPPN Taipa do Rio Itajaí encontra-se dentro dos limites de Itaiópolis, município catarinense que tem a localização de sua sede determinada pelas coordenadas geográficas 26º 20' 12'' Sul e 49º 54' 29'' Oeste. Itaiópolis integra a 6ª microrregião do Planalto Norte de Santa Catarina. O município possui área de 1.295,8 km2, sendo o sétimo em extensão territorial no Estado. Limita-se ao norte com Mafra; ao sul com Santa Terezinha, e José Boiteux; a leste com Mafra, e ; e a oeste com . Sua sede está situada a cerca de 920 m s.n.m. (PREFEITURA DE ITAIÓPOLIS, 2013). A população local em 2010 era de 20.301 habitantes (IBGE, 2013) e as principais atividades econômicas são a agropecuária e a silvicultura, com destaque para as produções de fumo, leite, soja, milho, feijão, frutas e madeira. Em épocas passadas, destacavam-se também a extração e o beneficiamento de madeira e erva-mate das florestas nativas (PREFEITURA DE ITAIÓPOLIS, 2013; IBGE, 2013). De acordo com o Atlas dos Remanescentes Florestais da Mata Atlântica (SOS MATA ATLÂNTICA e INPE, 2008), em 2005 restavam apenas 44.780,84 km2 de florestas no município de Itaiópolis, o que corresponde a 34% da cobertura florestal original do município.

2.1 Acesso A capital mais próxima à sede municipal de Itaiópolis é Curitiba PR, que se distancia 135 km. O acesso principal a partir de Curitiba é realizado pela rodovia BR116 sentido sul, tomando-se o entroncamento da SC419 (26º 14' 51'' S, 49º 55' 01'' W) cerca de 20 km após Mafra. Pela SC419 segue-se por 8 km até Itaiópolis (Fig. 2.1).

RTRI

Fig. 2.1: Inserção Regional da RPPN Taipa do Rio Itajaí (RTRI) (Adaptado de DEINFRA-SC, 2009).

2 Plano de Manejo RPPN Taipa do Rio Itajaí Sociedade Chauá, 2013

A despeito de haver um aeroporto de menor porte em Três Barras (70 km), o acesso mais próximo a voos regulares é através do Aeroporto Internacional Afonso Pena (147 km), situado em São José dos Pinhais, na região metropolitana de Curitiba, seguindo por via terrestre até a sede de Itaiópolis. O aeroporto possui voos regulares para São Paulo e Brasília, onde é possível fazer conexão com todas as cidades atendidas pelo transporte aéreo no Brasil e também para voos internacionais. O município de Itaiópolis é cortado pela linha férrea, hoje sob responsabilidade da empresa América Latina Logística. Na altura do km 34 - Bairro Lucena, existe uma Estação Ferroviária. A RPPN Taipa do Rio Itajaí tem como centro aproximado as coordenadas geográficas 26º 33' 43'' Sul e 49º 56' 58'' Oeste, sendo que a capital mais próxima é Curitiba, no Paraná. Na tabela 2.1 são apresentadas as distâncias da RTRI para as principais cidades da região, considerando trajetos com predomínio de rodovias pavimentadas e em boas condições de rodagem.

Tabela 2.1: Distâncias da RPPN Taipa do Rio Itajaí para os principais centros urbanos da região. Cidade Distância (Km) Rodovias principais Itaiópolis 34 SC 419 Mafra 62 SC 419/ BR 116 109 SC 419/ BR 116/ SC 477 Jaraguá do Sul 165 SC 419/ BR 116/ BR 280 Curitiba 169 SC 419/ BR 116 Itajaí 252 SC 419/ BR 116/ BR 280/ BR 101 Florianópolis 361 SC 419/ BR 116/ BR 280/ BR 101

A RTRI possui duas formas de acesso a partir de Itaiópolis, sendo uma pela margem esquerda do rio Itajaí do Norte e uma pela margem direita, exigindo travessia do rio. No acesso pela margem esquerda do rio Itajaí do Norte, desde a sede do município de Itaiópolis (26º 20' 12'' S e 49º 54' 29'' W), percorre-se a SC 419 no sentido sul por 13 km, até a SC 477 (26º 25' 28'' S, 49º 53' 49'' W), onde se toma a esquerda seguindo por 7 km. Após o distrito de Itaió, pouco antes do posto de gasolina, toma-se a direita (26º 29' 34'' S, 49º 51' 32'' W) na Estrada Municipal Dr. Cerqueira (não pavimentada), no sentido sudoeste, seguindo por 9 km até a propriedade do Sr. Felício Glovacki (26º 31' 9'' S, 49º 56' 15'' W). Neste ponto toma-se à esquerda, seguindo por 1,2 km até uma bifurcação (26º 31' 50'' S, 49º 56' 14'' W) seguindo pela principal (direita) por mais 3,2 km até mais uma bifurcação onde se toma a direita por mais 600 m até chegar à divisa norte da RTRI. Outra forma de acessar a extremidade sudoeste da RTRI é pela margem direita do rio Itajaí do Norte, seguindo o mesmo caminho inicial, na direção sul pela SC 477, passando pelo distrito de Itaió e seguindo 5 km até a localidade de Volta Triste (26º 30' 48'' S, 49º 50' 57'' W). No centro do vilarejo toma-se a direita e segue-se pela Serrinha do Itajaí por 11 km até a ponte do Ruthes (26º 34' 32'' S, 49º 55' 43'' W), que atravessa o rio Itajaí do Norte. Logo após a ponte toma-se a direita acessando estrada que percorre a margem do rio Itajaí do Norte. Após cerca de 4,7 km, já se pode avistar a RTRI na margem oposta. Percorrendo- se mais 800 m a frente atinge-se uma trilha curta (26º 33' 44'' S, 49º 57' 16'' W) que dá acesso à margem do rio Itajaí do Norte. Deste ponto tem-se uma excelente visão da RTRI na outra margem, com destaque para as taipas rochosas. A única forma de atravessar o rio é utilizando uma embarcação, não existindo nenhuma à disposição no local.

3 Plano de Manejo RPPN Taipa do Rio Itajaí Sociedade Chauá, 2013

2.2 Histórico da RPPN Taipa do Rio Itajaí A história da região onde está inserida a RPPN Taipa do Rio Itajaí teve início com os assentamentos dos primeiros imigrantes, não havendo registros de exploração no local onde atualmente se encontra a área protegida. Posteriormente, um trecho de 13.342.100 m2, limitado a oeste pela Estrada Geral Dr. Cerqueira, ao sul pelo rio Itajaí do Norte e a leste pelo rio do Couro, foi adquirido pelo Sr. Odir Zanelatto (in memoriam), que criou a Indústria Madeireira Lucena LTDA, utilizando o nome do povoado que deu origem ao município de Itaiópolis. O trecho foi então subdividido em quatro áreas distintas. Em 1988, com autorização do IBAMA, através da aprovação de plano de manejo florestal, a madeireira iniciou intensa exploração madeireira na região para extração de madeiras com interesse econômico. Devido à declividade e dificuldade de acesso às áreas próximas ao rio do Couro e de alguns dos seus afluentes, estas não foram exploradas. Com o aumento das exigências ambientais e a diminuição dos estoques madeireiros, no final da década de 90 a Madeireira Lucena diminuiu a exploração na região. O Sr. Germano Woehl Jr., nascido em Itaiópolis e desde jovem um fiel apreciador da natureza, acompanhou a redução das florestas nativas do município de 80% a 34% (SOS MATA ATLÂNTICA e INPE, 2008) de sua ocorrência original. A forte ligação com a terra natal e suas paisagens naturais originais é um dos motivos que instiga seu "instinto preservacionista" (CRUZ, 2008), o qual é apoiado e compartilhado pela esposa Elza Nishimura Woehl. O casal, utilizando suas economias, se engajou na proposta de preservar remanescentes florestais no município de Itaiópolis, aproveitando as ofertas insistentes de uma vizinha que queria se desfazer de um terreno às margens do rio Itajaí do Norte. O terreno não estava com a documentação completa, mas o preço era acessível, apesar de se ter ciência dos gastos elevados para obter a escritura definitiva, pagar o inventário e outras complicações burocráticas. O único documento de posse foi um recibo assinado pela antiga proprietária. A aquisição aconteceu em 2004, sendo que apenas em 2007 finalmente foi obtida a escritura. Esta primeira área, de 31,46 ha que hoje integra a RPPN Corredeiras do Rio Itajaí foi adquirida em 15 de maio de 2004, da Sra. Nadia Androczevecz, espólio do Sr. Univaldo Androczevecz, antigo funcionário da Indústria Madeireira Lucena Ltda. A área da RPPN Taipa do Rio Itajaí foi adquirida alguns meses após a primeira aquisição, comprada de um comerciante de carros de Itaiópolis - leilão da massa falida da Madeireira Irmãos Wagner Ltda. Após os trâmites legais, foi oficialmente criada como Reserva Particular do Patrimônio Natural em setembro de 2009 (Anexo 3) pela Portaria 75 - DOU 170 - 04/09/2009. Outras áreas contíguas ou próximas foram sendo adquiridas e também transformadas em RPPN.

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2.3 Ficha-resumo da RPPN Taipa do Rio Itajaí

Quadro 2.1: Ficha-resumo da RPPN Taipa do Rio Itajaí.

Nome da área protegida RPPN Taipa do Rio Itajaí

Proprietários e Gestores Germano Woehl Jr. e Elza Nishimura Woehl Instituição Parceira na Gestão Instituto Rã-bugio Rua Antonio Cunha, 160 - Sala 25, Jaraguá do Sul SC Endereço dos Proprietários CEP 89256-140 escritório: (47) 3274-8613 Dados para contato e-mail: [email protected] ou [email protected] 34 km da Sede do Município de Itaiópolis Endereço da área protegida Localidade Dr. Cerqueira, margem esquerda do rio Itajaí do Norte (rio Hercílio) Telefone da área protegida sem telefone Área total da propriedade 24,20 ha segundo matrícula Área total real da propriedade 43,86 ha (mensurada no Plano de Manejo) Área oficial da RPPN 23,12 ha Data de criação e nº da portaria 04/09/2009, Portaria 75 - DOU 170 - seção/pg. 01 - 234 Município / Estado Itaiópolis, Santa Catarina Coordenadas geográficas 26º 33' 43'' S e 49º 56' 58'' W Variação de altitude 420 a 710 m s.n.m. Itaiópolis: 34 km; Mafra: 62 km; Canoinhas: 109 km; Jaraguá Distâncias de centros urbanos do Sul: 165 km; Curitiba: 169 km; Itajaí: 253 km; Florianópolis: 361 km

N: Junior Ochocki; NE/E: RPPN Corredeiras do Rio Itajaí II; S: Confrontantes Mario Kobichen; W: Rio Itajaí do Norte (rio Hercílio)

Bioma Mata Atlântica Contato entre a Floresta com Araucária (Floresta Ombrófila Bioma e ecossistemas Mista) e a Floresta Atlântica (Floresta Ombrófila Densa) Ecossistema: floresta de encosta Inserida na área prioritária para conservação: MA086 Serra Importância de conservação da Abelha/ Santa Terezinha, com importância biológica e prioridade de ação extremamente altas (MMA, 2007) Já em execução: Fiscalização esporádica e pontual; Proteção através de denúncias de crimes ambientais na região; Atividades Pró-conservação Propostas: Fiscalização e proteção regulares, Pesquisa científica; Restauração ambiental Na reserva: Caça e extração de recursos vegetais No entorno: Supressão de florestas nativas, Agricultura Atividades Conflitantes desordenada, Caça e extração de recursos vegetais; Estradas em terrenos muito frágeis; Porte habitual de armas de fogo e comum o uso da violência

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3. DIAGNÓSTICO

O diagnóstico da RPPN Taipa do Rio Itajaí aborda dois níveis geográficos distintos, que são:  Caracterização da área do entorno se refere a uma descrição mais aprofundada do entorno imediato e uma caracterização geral do município de inserção da reserva, sobre os quais foram tratados aspectos socioeconômicos e ambientais; e  Caracterização da área protegida descrição da RTRI, sobre a qual foi realizada uma caracterização ambiental de maior profundidade.

3.1 Caracterização da Área de Entorno

3.1.1 Aspectos Históricos e Culturais do Município A origem do nome Itaiópolis é um hibridismo no qual "polis", do grego, significa cidade, e "Itaió" se compõe de "I" (água ou rio), e "taió" que vem de "ita" (pedra), termos da língua tupi. O povoamento de Itaiópolis, anteriormente denominado Lucena, ocorreu no início da república. Encontravam-se no local, em 1889, as famílias de João Reichardt, José Wergonowiski e João Becker. Em 1890 o governo federal criou a Colônia Federal Lucena na região das nascentes dos rios São João, Lança, Rio Negrinho, São Lourenço, Preto e outros, resultando no desenvolvimento da região (PREFEITURA DE ITAIÓPOLIS, 2013). Em 1891 chegaram os primeiros colonos de nacionalidade inglesa, ditos ex-trabalhadores de Londres, e mais alguns poloneses e russos. Em 1895 o governo federal passou os encargos da colonização ao estado do Paraná. Nesta fase foram encaminhados rutenos (do rito ruteno) de São Paulo. Dali nasceu a Colônia Iracema (depois Iraputã), situada mais ao sul de Itaiópolis. Pouco depois também foram introduzidas famílias polonesas. O adensamento da população se fez ainda pela reemigrarão espontânea de alemães vindos de São Bento do Sul (PREFEITURA DE ITAIÓPOLIS, 2013). Em 18 de março de 1909, deu-se a primeira criação do município, pela Lei Estadual do Paraná, nº 850, por desmembramento de Rio Negro PR, que então se estendia também ao lado catarinense. Foi supresso por decreto paranaense de 26 de maio de 1917, por se haver transferido para Santa Catarina, onde inicialmente ficou como Distrito do novo município de Mafra. Por fim, restaurou-se o município de Itaiópolis, por desmembramento de Mafra, pela Lei Estadual de Santa Catarina, nº 1.220, de 28 de outubro de 1918, efetivada em 1º. de janeiro de 1919 (PREFEITURA DE ITAIÓPOLIS, 2013). Além da grande influência dos colonizadores europeus, existiu no município a presença da cultura indígena brasileira, hoje refugiada na Terra Indígena de La-Klanô ou Duque de Caxias, com 14 mil hectares. Sua área estende-se pelos municípios de Vitor Meireles, José Boiteux, Itaiópolis e Doutor Pedrinho. Atualmente, a comunidade indígena está dividida em sete aldeias, denominadas: Sede, Bugio, Figueira, Toldo, Palmeirinha, Coqueiro e Pavão. Sua população é flutuante, multiétnica (Xokleng e Guarani), e sua configuração vem se alterando ao longo dos 91 anos de contato com o homem branco. De acordo com a Fundação Nacional do Índio (FUNAI) e o censo realizado em 1997, existiam 1.009 pessoas morando na Terra Indígena (SIEGEL, 2005).

3.1.1.1 Histórico de luta contra a degradação ambiental na região da RPPN A seguir é apresentado um relato histórico sobre a degradação ambiental e também de ações pela fiscalização e proteção, ocorridos sobretudo na região da área protegida, os vales do rio Itajaí do Norte e de seus principais afluentes. As informações apresentadas foram fornecidas pelo próprio proprietário da RPPN Taipa do Rio Itajaí e também extraídas de artigos como Woehl Júnior. (2008a e 2008b).

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Germano Woehl Jr. nasceu e viveu infância e adolescência em Itaiópolis, que há poucos anos possuía ainda 75% de área preservada de Mata Atlântica (abrangendo Floresta Atlântica e Floresta com Araucária), sendo esta rapidamente reduzida para o índice atual de 34%. Para quem aprendeu a valorizar o que certamente era a maior riqueza do município, sua exuberância e diversidade natural, foi angustiante testemunhar os intensos anos de devastação. Extensos pinheirais (Floresta com Araucária) que originalmente chegavam até o pátio da igreja matriz, da escola e de sua casa foram rapidamente dizimados. Um lugar de Itaiópolis que sempre exerceu grande fascínio foi o rio Itajaí do Norte. É a região das cabeceiras do grande rio Itajaí. Antigamente suas águas eram muito cristalinas, mas nos dias atuais permanecem predominantemente turvas pela erosão de suas margens. Germano passou os melhores momentos de sua vida apreciando este rio e sua mata ciliar. Porém, já naquela época eram notadas coisas erradas acontecendo no rio Itajaí do Norte. Iniciou-se a derrubada da floresta ciliar para fazer carvão. Até então, só se fazia extrativismo de madeira e erva-mate em Itaiópolis. O carvão foi uma novidade que apareceu no início dos anos 70, a despeito de já haver o conhecimento da proibição de desmate em margens de rios e nos terrenos muito íngremes. Os povoamentos de pinus vieram mais tarde. Com a constatação destas destrutivas intervenções em ambientes florestais nativos, Germano Woehl Jr. começou uma rotina de insistentes denúncias ao IBAMA. A sua persistência foi premiada pela primeira vez em 2004, após muitos anos de esforço, quando uma missão de fiscalização do IBAMA-SC atuou na região do alto vale do rio Itajaí. Nesta ocasião os primeiros devastadores foram punidos. Paralelamente ao desgastante esforço de denúncias ambientais, em 2004, Germano começou um processo de aquisição de áreas nas proximidades do rio Itajaí do Norte, visando sua proteção integral. O primeiro terreno adquirido, com 31,4 ha, era área contígua aos 840 hectares de propriedade da Indústria Madeireira Lucena, que muito contribuiu com o desenvolvimento do município. Esta madeireira era uma das poucas que beneficiava a madeira, agregando valor e gerando muitos empregos em Itaiópolis, durante vários anos de atividade. Até que, com o esgotamento das reservas de madeira mais acessíveis e o aumento nas restrições ambientais, a empresa iniciou sua decadência. Deste modo, em parte significativa da propriedade desta madeireira restaram florestas em bom estado. Durante as visitas ao seu terreno nas margens do rio Itajaí do Norte, Germano e sua esposa Elza perceberam que moradores do entorno e visitantes praticavam variados crimes ambientais, como caça, pesca predatória, queimadas e corte de floresta em áreas de preservação. Percebia-se também que o uso de armas-de-fogo era constante na região. Outra ameaça no local é a premência por parte de alguns proprietários de reabrir estradas antigas em áreas íngremes e frágeis. A abertura de estradas em áreas íngremes potencializa o risco de deslizamentos de terra e de outras ameaças ambientais. Décadas atrás, na área da RPPN Taipa do Rio Itajaí ocorreu um deslizamento de grande proporções no trecho onde passava uma estreita estrada rural. Segundo informações históricas, a situação deste deslizamento agravou-se depois que um morador provocou um incêndio na capoeirinha que se formava sobre a área afetada, queimando uma extensa área que já se encontrava em razoável estágio de restauração. No início de 2005, pouco após a área da RPPN Taipa do Rio Itajaí ter sido adquirida, um proprietário de terras vizinhas ao sul executou a reabertura da estrada que atravessa a reserva, com o objetivo de acessar suas terras para uma provável conversão da floresta nativa em plantios de eucalipto. A referida estrada encontrava-se abandonada a mais de 40 anos. Ao constatar esta intervenção irregular, que resultou na supressão de vegetação nativa, o Sr. Germano realizou denúncia ao IBAMA e a estrada foi embargada. Ainda em 2005 um terreno do Sr. Germano (hoje RPPN Refúgio do Macuco) localizado na margem esquerda do rio do Couro, sofreu a ação de crimes ambientais. Parte da propriedade foi desmatada para a produção de carvão, por um morador vizinho. Este confrontante infrator foi processado e multado pelo crime de desmatamento em área de

7 Plano de Manejo RPPN Taipa do Rio Itajaí Sociedade Chauá, 2013 preservação permanente. A autuação foi feita pelo IBAMA, numa das operações de helicóptero em Itaiópolis. Poucos anos depois, a mesma propriedade foi novamente invadida e teve parte da floresta suprimida para o mesmo fim. As consequências destes desmatamentos foram deslizamentos ocorridos em setembro de 2011, quando chuvas intensas saturaram o solo desprovido de cobertura florestal madura. Nesta ocasião, o Sr. Germano constatou mais um pequeno desmatamento no local e imediatamente solicitou medidas cabíveis à Promotoria de Justiça. Entre 2009 e 2011 outros deslizamentos originados por supressão florestal em áreas frágeis foram constatados. Dois deles ocorreram em áreas vizinhas à RPPN Taipa Rio do Couro, um na margem direita do rio do Couro e outro na margem esquerda do rio Monjolo, ambos potencializados por desmatamentos nas cabeceiras das encostas. Já em 2011, a abertura ilegal de uma estrada na margem direita do rio Itajaí do Norte, nas proximidades da RPPN Corredeiras do Rio Itajaí, também desencadeou deslizamento de considerável proporção. Outro problema grave que vem ocorrendo nos remanescentes florestais da região é a caça. Em maio de 2011 o Sr. Germano solicitou providências à Promotoria de Justiça para inibir a ação de caçadores no entorno das reservas RPPN Taipa do Rio Itajaí e RPPN Corredeiras do Rio Itajaí. Na ocasião, infratores construíram dois ranchos na margem esquerda do rio Itajaí do Norte, os quais eram usados com frequência por grupos de caçadores vindos de outros municípios. Estes caçavam intensivamente nas florestas do entorno e dentro das RPPNs, utilizando cães de caça e armas de fogo. Vestígios de caça como cevas foram encontrados na reservas. Em alguns períodos eles permaneciam por até uma semana ocupando os ranchos, sendo que a frequência maior era nos finais de semana e feriados. O acesso aos ranchos era feito por meio de botes cruzando o Rio Itajaí do Norte, a partir da estrada em sua margem direita. No vale do Rio do Couro o histórico de caça também é intenso. Em 2010, dentro dos limites da RPPN Taipa Rio do Couro foi encontrado um barraco de lona plástica utilizado como base para caça. Mesmo com a retirada do barraco, em 2011 o local foi novamente utilizado pelos caçadores, o que motivou uma denúncia à Promotoria de Justiça. Por fim, em janeiro de 2013, o Sr. Germano constatou novos vestígios de caça dentro da RPPN Taipa Rio do Couro, incluindo uma trilha recém aberta, restos de uma armadilha para capturar paca e sabugos de milho para ceva. Nova denúncia foi realizada para Promotoria de Justiça.

3.1.2 Dados do Município Aspectos da População Segundo IBGE (2013), a população estimada para o município de Itaiópolis é de 20.301 habitantes, com base no Censo Demográfico 2010. Deste total, 47,1% residem na área rural e 52,9% na área urbana. A população residente distribuía-se, no ano de 2010, em 9.892 mulheres e 10.409 homens (Censo Demográfico 2010 IBGE, 2013). De acordo com o Censo Demográfico 2010 (IBGE, 2013), a população de Itaiópolis se dividia da seguinte forma, por faixas etárias: 0 a 9 anos de idade 3.409 habitantes; 10 a 19 anos de idade 3.786 habitantes; 20 a 29 anos de idade 3.323 habitantes; 30 a 39 anos de idade 3.078 habitantes; 40 a 49 anos de idade 2.635 habitantes. 50 a 59 anos de idade 1.913 habitantes; 60 a 69 anos de idade 1.252 habitantes; e mais que 70 anos de idade 905 habitantes.

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O grau de escolaridade dos habitantes do município é indicado a seguir, através da distribuição de habitantes por graus de instrução, considerando somente pessoas com mais de 10 anos de idade (Censo Demográfico 2010 IBGE, 2013):

sem instrução e fundamental incompleto 10.171 habitantes; fundamental completo e médio incompleto 3.115 habitantes; médio completo e superior incompleto 2.677 habitantes; e superior completo 928 habitantes.

O potencial de ensino e capacitação do município é indicado a seguir na tabela 3.1, demonstrando o número de escolas, docentes e matrículas registrados no ano de 2012, pelo Ministério da Educação (IBGE, 2013):

Tabela 3.1 Estabelecimentos de ensino, docentes e matrículas no ensino básico de Itaiópolis, em 2012: Parâmetros Pré-escolar Fundamental Médio Estabelecimentos de ensino 21 16 5 Docentes 33 181 73 Matrículas 562 3.192 937 Fonte: MEC Ministério da Educação / Censo Educacional 2012

Segundo o Censo Demográfico 2010 (IBGE, 2013), 4.726 habitantes não possuem rendimento mensal. Dos que o possuem, 6.395 são homens e 5.771 são mulheres (residentes com mais de 10 anos de idade), distribuindo-se da seguinte forma: 565 habitantes recebem até ¼ de salário mínimo; 767 habitantes recebem entre ¼ e ½ de salário mínimo; 3.908 habitantes recebem entre ½ e 1 salário mínimo; 4.770 habitantes recebem de 1 a 2 salários mínimos; 810 habitantes recebem de 2 a 3 salários mínimos; 803 habitantes recebem de 3 a 5 salários mínimos; 379 habitantes recebem de 5 a 10 salários mínimos; 63 habitantes recebem de 10 a 15 salários mínimos; 47 habitantes recebem mais de 15 salários mínimos.

Infraestrutura e Serviços Sociais No que se refere aos serviços sociais, em 2009 o município de Itaiópolis contava com 14 estabelecimentos de saúde municipais (IBGE, 2013). A cidade possui três agências bancárias e uma agência de correios, assim como escritórios da Celesc Centrais Elétricas de Santa Catarina S/A e da CASAN Companhia Catarinense de Águas e Saneamento. Com relação à cultura, Itaiópolis conta com a Biblioteca Municipal e a Casa da Cultura, assim como duas rádios locais. Com relação à segurança, estão presentes duas delegacias na cidade, sendo uma da polícia militar (47 3652-2152) e uma da polícia civil (47 3652-1552). Também existe o Corpo de Bombeiros Voluntários de Itaiópolis (47 3652-2908 193).

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A cidade conta também com pelo menos 14 estabelecimentos que fornecem refeições, ao menos três mercados e três hotéis, além de quatro postos de combustíveis, entre outros estabelecimentos (PREFEITURA DE ITAIÓPOLIS, 2013). Não existem escritórios de instituições públicas voltadas para o meio ambiente no município. O escritório mais próximo da FATMA Fundação de Meio Ambiente fica em Mafra. Em Canoinhas encontra-se a 6ª. Companhia do Batalhão de Policia Militar Ambiental. Por fim, os escritórios regionais do IBAMA mais próximos se encontram em , e Caçador.

Aspectos da Economia Municipal O sistema econômico itaiopolense tem como principal força o setor primário, responsável pela parcela mais significativa da renda e dos empregos gerados no município. A agropecuária se destaca na produção de fumo, soja, milho, feijão e trigo. Também são importantes o cultivo de frutas, a pecuária, o cultivo da erva-mate e a produção de leite e mel (PREFEITURA DE ITAIÓPOLIS, 2013; IBGE, 2013). Tanto a EPAGRI Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina S/A, quanto a CIDASC Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina possuem representações na sede municipal e auxiliam a Secretaria de Agricultura e Meio Ambiente na assistência técnica aos agricultores e fiscalização dos produtos provenientes das áreas rurais. A produção pecuária no município se divide entre diferentes grupos animais. No ano de 2011, de acordo com a Produção da Pecuária Municipal 2011 o montante de aves de granja chegou a 2.800.000 cabeças para corte (pintos, frangos, frangas e galos) e 30.000 galinhas para postura, as quais foram responsáveis pela produção de 260.000 dúzias de ovos. A produção apícola resultou em 30.000 kg de mel (IBGE, 2013). No mesmo ano foi registrado um rebanho bovino de 23.039 cabeças, sendo 2.300 vacas ordenhadas, que produziram 4.325 mil litros de leite. É ainda expressivo o rebanho de suínos, com 37.500 cabeças. De acordo com o Censo Agropecuário de 2006, Itaiópolis possui 9.329 ha de pastagens (IBGE, 2013). As culturas temporárias mais cultivadas em 2011 foram a soja (15.000 ha) e o milho (12.000 ha). Também foram relevantes o fumo (6.200 ha), e em menor escala o feijão e o trigo (cada um com 1.200 ha). Dentre as lavouras permanentes destacaram-se a pera (110 ha) e outras frutas como maçã, pêssego e uva (40 ha). Neste ano existiam cerca de 160 ha de plantios de erva-mate (IBGE, 2013). Outra atividade tradicional do município é a exploração florestal. Durante muito tempo, a economia baseou-se na extração, beneficiamento e comércio de madeira e erva-mate. Atualmente, devido às leis ambientais, a exploração de florestas nativas perdeu parte de sua significância econômica. Mas a exploração madeireira em florestas nativas foi substituída em parte pela silvicultura comercial, predominantemente de essências exóticas como o pinus e o eucalipto que hoje ocupam mais de 20.000 ha, visando o suprimento de matéria prima para as empresas de beneficiamento. Processar madeira é tradição de Itaiópolis desde a chegada dos pioneiros (PREFEITURA DE ITAIÓPOLIS, 2013). As industrias instaladas na cidade de Itaiópolis atuam em diversificadas áreas, são fabricantes de malhas, produtos cerâmicos, de madeira. material elétrico e alimentos. O município abriga também uma multinacional que atua na produção de componentes para compressores de geladeira (PREFEITURA DE ITAIÓPOLIS, 2013). O setor terciário no município era formado em 2011 por 565 empresas (IBGE, 2013). O turismo ainda é pouco explorado no município, a despeito de abranger atrativos e localidades de relevante beleza natural ou de importância cultural (PREFEITURA DE ITAIÓPOLIS, 2013).

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3.1.3 Iniciativas Favoráveis à Conservação Ambiental no Município As iniciativas de conservação ambiental mais consistentes e efetivas realizadas no município de Itaiópolis foram conduzidas pelo Instituto Rã-bugio para Conservação da Biodiversidade, com o apoio de instituições parceiras como a Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza FGBPN e a Fundação AVINA, todas no âmbito da educação ambiental. A seguir são descritas, resumidamente, as ações e projetos implementados, de acordo com informações do Sr. Germano Woehl Jr. No ano de 2000 foram efetivadas, durante dois a três meses, exposições itinerantes sobre anfíbios nativos e conservação, em todas as escolas de Itaiópolis. Esta iniciativa foi patrocinada pela FGBPN, tendo como foco apontar os perigos do desmatamento e da degradação dos corpos-dágua, entre outros. Além das exposições foram também realizadas palestras nas escolas. Algumas exposições foram doadas para o município de Itaiópolis ao final do projeto. Em 30 de novembro de 2001, também com recursos viabilizados pela FGBPN, estudantes da Escola Estadual de Educação Básica Odir Zanelatto (de Itaiópolis) foram levados em excursão para conhecerem a Floresta Atlântica e outros ecossistemas do litoral catarinense. Alguns professores também participaram desta atividade de educação ambiental. Ainda em 2001 foi realizada em Itaiópolis a distribuição de cartilhas de educação ambiental patrocinadas pela empresa WEG, numa extensão do projeto que em princípio beneficiaria apenas a região de Jaraguá do Sul. Durante o ano de 2002 foram realizadas outras ações educativas focando temas como consequências do desmatamento e importância dos serviços ambientais fornecidos por florestas preservadas. Estas atividades foram também patrocinadas pela FGBPN. Posteriormente, alunos de Itaiópolis frequentaram atividades de Educação Ambiental na sede do Instituto Rã-bugio, em Jaraguá do Sul. Estudantes de escola particular viajaram com recursos de seus pais. Além disso, grande número estudantes de Itaiópolis tiveram sua viagem viabilizada por ônibus fretados pela prefeitura municipal. Em setembro de 2007, a equipe do Instituto Rã-bugio foi a Itaiópolis para trabalhar durante quase uma semana com estudantes e professores do município (Figs. 3.1 e 3.2). Alguns dos temas abordados foram o desmatamento e a conservação da bacia hidrográfica, incluindo várias práticas (usando indicadores de poluentes, por exemplo). Cerca de 160 professores da rede pública estadual e municipal de Itaiópolis participaram das atividades. O evento mobilizou toda a equipe do Instituto Rã-bugio, e só foi possível graças ao apoio da Secretaria Municipal de Educação de Itaiópolis, professores e diretores de escolas, e dos patrocinadores: a PETROBRAS (Programa Petrobrás Ambiental) e a Fundação AVINA.

Fig. 3.1: Elza Nishimura Woehl realizando educação Fig. 3.2: Professores de Itaiópolis em atividade de ambiental com alunos e professores de Itaiópolis (Foto: campo pra educação e conscientização ambiental Acervo Instituto Rã-bugio) (Foto: Acervo Instituto Rã-bugio)

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A inscrição dos professores foi espontânea e surpreendeu, já que praticamente todos os professores das zonas rural e urbana participaram, inclusive para as atividades em seu dia de folga habitual. Com este evento foi quebrado o mito de que os professores de Itaiópolis não se interessam pelos problemas ambientais locais. Adicionalmente, a secretaria de educação de Itaiópolis determinou que todos professores da rede municipal deverão desenvolver trabalhos focados no desmatamento. Dentre as atividades ao ar livre, foram feitas visitas em locais desmatados em margens de corpos-dágua e também em áreas preservadas de propriedades privadas. O objetivo foi mobilizar localmente a sociedade para interromper a destruição das florestas ciliares e dos últimos remanescentes. Além das informações sobre o ecossistema Floresta com Araucária, sua biodiversidade e serviços ambientais, os professores aprenderam a usar os kits indicadores da qualidade da água e a interpretar imagens de satélite. De acordo com seus dirigentes, a presença do Instituto Rã-bugio passará a ser permanente na região de Itaiópolis, especialmente pela necessidade de se assegurar a conservação dos conjunto de RPPNs contíguas no vale do rio Itajaí do Norte. No que se refere à estrutura municipal de gerenciamento das questões ambientais, de acordo com informações obtidas na administração municipal Itaiópolis, a prefeitura conta com uma Secretaria de Agricultura que abrange a temática de Meio Ambiente, que tende a ficar em segundo plano frente a questão da agricultura. Segundo informações obtidas com a prefeitura municipal, na gestão de 2008, além dos projetos efetivados pelo Instituto Rã-bugio, existiam outros projetos e parcerias desenvolvidos nas escolas do município com o objetivo de trabalhar a questão ambiental, ainda que de forma mais secundária. Em parceria com a UNC Universidade do Contestado, de Mafra, foi desenvolvido o Projeto Curso de Desenvolvimento Regional. A UNIPAF, em parceria com a EPAGRI, trabalhou na Cooperativa de Agricultura Familiar, onde conceitos de uso adequado do solo e questões de saneamento foram trabalhadas com os agricultores, além do estudo de alternativas de culturas agrícolas para as famílias da zona rural. Outras ações e projetos de conservação foram citados, dentre estes estão: Projeto PIAVA, conduzido pela FURB, com patrocínio do Programa Petrobras Ambiental; e Projeto Verde é Vida Levando a Natureza a Sério, da AFUBRA Associação de Fumicultores do Brasil. Na gestão de 2012 foram ressaltados pela prefeitura: a Gincana Ambiental enfocando reciclagem de resíduos, parceria com a EMBRACO; o Programa Minha Terra Minha Vida, na Escola Rio da Estiva, onde eram exercitados experimentos com compostagem, enxertia, vimi e esponja natural; e o Projeto PACA, parceria com a Rigesa, cujo tema é a proteção das árvores através de capacitação dos professores de escolas municipais e estaduais.

3.1.4 Entorno Imediato da RPPN Taipa do Rio Itajaí O entorno imediato da RTRI é representado por uma matriz de remanescentes florestais nativos em variados estados de conservação, em especial na margem esquerda do rio Itajaí do Norte. Num raio de cerca de 3 km a partir da RTRI nas direções norte e leste predomina a cobertura florestal, havendo apenas algumas áreas agrícolas e silviculturais esparsas. A partir desta distância a matriz passa a ser constituída por um mosaico de florestas nativas e empreendimentos rurais com povoamentos comerciais de espécies arbóreas, plantios agrícolas e pastagens (Fig. 3.3). Nas direções oeste e sul já se verifica maior nível de conversão das florestas nativas em áreas agrosilvipastoris mais próximas da RTRI. O predomínio das florestas nativas em boa parte do entorno da RTRI se deve ao relevo bastante dobrado no vale do rio Itajaí do Norte, que dificulta bastante o desmatamento e a implementação de atividades antrópicas. Por outro lado, grande parte dos trechos onde o relevo é mais suave já foi convertida em locais de aproveitamento agropecuário, inclusive em áreas de preservação permanente. Este aspecto pode ser observado na margem direita do rio Itajaí do Norte, onde os plantios agrícolas chegam muitas vezes até a margem do rio.

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Felizmente, contíguas ou muito próximas da RTRI existem outras sete RPPNs, todas sob gerência dos proprietários Germano Woehl Jr e Elza Nishimura Woehl. O total de reservas criadas abrange 849,51 ha, dos quais quase 800 ha são áreas contíguas. Adicionalmente uma nona propriedade (posse) foi adquirida recentemente e terá o mesmo objetivo de proteção. A seguir descreve-se sucintamente as áreas protegidas próximas à RTRI:  RPPN Corredeiras do Rio Itajaí (332,92 ha / criada em 09/2009), situa-se ao sul e a leste da RTRI, a menos de 200 m de distância nos trechos mais próximos.  RPPN Corredeiras do Rio Itajaí II (79,05 ha / criada em 07/2012), faz confrontação direta na divisa leste da RTRI.  RPPN Odir Zanelatto (212,07 ha / criada em 09/2012), situa-se ao norte e a nordeste da RTRI, a pouco mais do que 300 m de distância no trecho mais próximo.  RPPN Raso do Mandi (54,34 ha / criada em 07/2012), situa-se ao norte da RTRI, a cerca de 600 m de distância no trecho mais próximo.  RPPN Refúgio do Macuco (31,86 ha / criada em 07/2010), situa-se a leste da RTRI, a cerca de 2.100 m de distância no trecho mais próximo.  RPPN Taipa Rio do Couro (36,30 ha / criada em 07/2010), situa-se a noroeste da RTRI, a cerca de 2.600 m de distância no trecho mais próximo.  RPPN das Araucárias Gigantes (55,73 ha / criada em 02/2011), situa-se ao norte da RTRI, a cerca de 3.000 m de distância no trecho mais próximo.

Fig. 3.3: Aspecto do uso do solo no entorno da RPPN Taipa do Rio Itajaí (Nota: os contornos da propriedade são apresentados de forma meramente ilustrativa) (Adaptado de GOOGLE EARTH, 2013).

A RPPN Taipa do Rio Itajaí tem linha de divisa seca com Mario Kobichen (S/SE), Junior Ochoki (N), e RPPN Corredeiras do Rio Itajaí II (E) (Mapa Base da RPPN Taipa do Rio Itajaí, Anexo 9). A oeste/sudoeste a área protegida é limitada pelo rio Itajaí do Norte. Ao norte e a leste da área protegida o remanescente florestal nativo se estende de forma relativamente contínua cobrindo uma área considerável. Parte destas florestas já sofreu exploração madeireira, mas possuem inquestionável relevância pela sua extensão e por protegerem encostas frágeis e cabeceiras de drenagem. Na confrontação sul/sudoeste

13 Plano de Manejo RPPN Taipa do Rio Itajaí Sociedade Chauá, 2013 também predominam as comunidades florestais nativas. No entanto, já houve desmatamentos e a implantação de plantios de eucalipto em áreas íngremes. As propriedades existentes na margem direita do rio Itajaí do Norte, apesar de ainda apresentarem razoável cobertura florestal nativa, se caracterizam por atividades de elevado impacto aos ecossistemas naturais e ao meio físico. Grande parte das florestas ribeirinhas foram convertidas em plantios agrícolas que chegam até a margem do rio. Também existem açudes para piscicultura, criações de porcos e edificações em plena área de preservação permanente. As áreas mais íngremes desta margem estão gradativamente sofrendo desmatamentos e até mesmo queimadas de limpeza para a implantação de lavouras. Salvo algumas exceções, os proprietários do entorno não apresentam preocupação com o manejo sustentável dos recursos naturais, nem tampouco com a legislação ambiental.

3.2 Caracterização Ambiental da Área Protegida A presente caracterização foi efetuada com base em visitas a campo e consulta a dados secundários, visando subsidiar a proposição de ações de manejo e a elaboração dos mapas temáticos da propriedade. Com relação aos mapas (Anexo 9) deve ser ressaltado que sua elaboração procurou abranger de forma temática os principais aspectos da RTRI, não sendo possível atingir grande detalhamento principalmente no que se refere à rede de drenagem (pequenas drenagens e nascentes) e à posição exata dos traçados de trilhas, em virtude das limitações dos equipamentos e do material de base (imagem de satélite) utilizados.

3.2.1 Aspectos Gerais A RPPN Taipa do Rio Itajaí situa-se nos limites municipais de Itaiópolis, às margens do rio Itajaí do Norte, que marca a divisa com o município de Santa Terezinha. Sua área oficial é de 23,12 ha, embora as mensurações realizadas para elaboração dos mapas do presente Plano de Manejo tenham resultado em uma área real de cerca de 43,20 ha. Esta grande discrepância se deve provavelmente às condições precárias de medição topográfica à época de sua primeira mensuração. É preciso ressaltar que os limites físicos da propriedade estão corretos, apenas o cálculo da área total na matrícula é que foi equivocado, ficando menor do que a real. A retificação desta área só será possível após um georreferenciamento de precisão, ação prevista no Programa de Administração do presente Plano de Manejo. A RTRI encontra-se inteiramente coberta por comunidades vegetais nativas, em distintos estágios de sucessão, mas predominando as florestas nos estágios avançado e médio. Em geral, os locais de relevo mais suave nos divisores de água, próximos à antiga estrada, sofreram algum nível de intervenção de extração madeireira ou supressão da vegetação no passado. Mas os vales profundos e encostas íngremes são cobertos por vegetação em excelente estado de conservação. O entorno da porção sul da antiga estrada é o trecho mais alterado, devido a um deslizamento de terras ocorrido décadas atrás, potencializado por incêndio posterior que consumiu a maior parte das áreas em regeneração. Atualmente a área é coberta por vegetação no estágio inicial. O sistema de circulação da área protegida é bastante restrito. Existem duas trilhas na RTRI. Uma delas percorre as proximidades da divisa leste e a outra atravessa a porção mediana da RTRI, no sentido norte sul. Esta trilha é o que restou de uma antiga estrada rural que ligava a Estrada geral Dr. Cerqueira com a margem direita do Rio Itajaí do Norte. No trecho em que atravessa a RPPN a trilha permite apenas o trânsito de pedestres, não sendo mais possível a passagem de veículo automotor em função do seu estreitamento devido a regeneração florestal a partir das margens da antiga estrada. Não existem edificações nem tampouco cercas na RPPN. Sua divisa oeste é delimitada pelo rio Itajaí do Norte e a divisa leste confronta a RPPN Corredeiras do Rio Itajaí II, pertencente aos mesmos proprietários. As demais divisas secas poderão futuramente confrontar outras RPPNs, caso se viabilize a aquisição das áreas.

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3.2.2 Atividades Conflitantes com a Área Protegida São várias as atividades que conflitam com a área protegida e com os remanescentes do entorno, tendo o proprietário um histórico de ações em parcerias com órgãos ambientais e instituições das diferentes esferas do poder público (IBAMA, FATMA, Polícia Ambiental, Polícia Federal e Ministério Público) objetivando o cumprimento das leis ambientais. Com base nas verificações em campo e entrevistas com os proprietários e moradores vizinhos foram relacionados os principais problemas ambientais que ameaçam o equilíbrio e a conservação dos ecossistemas protegidos pela RPPN Taipa do Rio Itajaí. A seguir, estes são descritos de forma objetiva:  Manejo inadequado/implantação de estradas em áreas frágeis (Fig. 3.4 e 3.5)  estradas em áreas muito íngremes potencializam a ocorrência de deslizamento de terra, além de aumentar a erosão e o assoreamento dos curso d´água da região;  Incêndios acidentais ou criminosos  a constatação de queimadas em propriedades do entorno (Fig. 3.5) aponta para o perigo de um incêndio descontrolado que possa vir a afetar a RTRI;  Áreas agropecuárias vizinhas (Figs. 3.6 e 3.7) por ocuparem frequentemente áreas frágeis de preservação permanente, trazem impactos negativos como erosão e contaminação dos rios e da fauna, acarretando a mudança de hábitos e desequilíbrios nas comunidades de fauna;  Caça (Fig. 3.8)  é uma pressão constante sobre a fauna remanescente. Existe a presença de caçadores profissionais que vêm de várias cidades, sendo apoiados por alguns moradores locais, que também a praticam, seja para o abate ou para o tráfico de animais silvestres;  Presença de cães domésticos (Fig. 3.9)  a circulação de cães domésticos provenientes de propriedades vizinhas é nociva às comunidades de fauna da RTRI. Os animais silvestres são afugentados, perseguidos ou mesmo caçados pelos cães domésticos, além de poderem ser contaminados por doenças;  Extração predatória de recursos naturais  a constatação de troncos cortados com colmeias de meliponídeos em residência da região (Fig. 3.10) demonstra o hábito de adentrar nas florestas nativas para coletar mel ou mesmo extrair famílias inteiras de meliponídeos, que causa danos tanto aos insetos quanto às árvores, que geralmente tem de ser cortadas para a extração;  Presença de espécies exóticas invasoras  existem indivíduos de mamona (Ricinus communis), beijo-de-frade (Impatiens walleriana), uva-do-japão (Hovenia dulcis), lírio- do-brejo (Hedychium coronarium) e bananeira (Musa paradisiaca) crescendo em meio à vegetação nativa da RPPN Taipa do Rio Itajaí. As espécies exóticas invasoras têm grande capacidade reprodutiva e de dispersão podendo, em pouco tempo, dominar o espaço que deveria ser ocupado por espécies vegetais nativas;  Pesca predatória  é realizada com redes e armadilhas ao longo do rio Itajaí do Norte, podendo causar desequilíbrios às comunidades de peixes;  Tradição de violência e uso de armas de fogo  diversos relatos de moradores, notícias de periódicos impressos e até mesmo vestígios de tiros em placas (Fig. 3.11) comprovam que a região do entorno da RTRI é perigosa por ser comum o porte de armas de fogo e a hostilidade de alguns moradores; e  Cultura de desrespeito aos ambientes naturais  parece predominar uma ausência de preocupação com os recursos naturais e com a biodiversidade na região.

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Fig. 3.4: Deslizamentos devido a implantação de Fig. 3.5: Deslizamento e queimada a partir de estrada estrada em áreas íngremes (Foto: C.T.Blum) próxima ao rio Itajaí do Norte (Foto: C.T.Blum)

Fig. 3.6: Lavoura de fumo na região da RTRI (Foto: Fig. 3.7: Erosão na margem do rio Itajaí do Norte C.T.Blum) potencializada por práticas agrícolas (Foto: C.T.Blum)

Fig. 3.8: Pele de gato-do-mato encontrada na região da Fig. 3.9: Cães domésticos circulando em RPPN RTRI (Foto: G.Woehl Jr.) próxima à RTRI (Acervo: G.Woehl Jr.)

Fig. 3.10: Casal de cuiú-cuiús e troncos com colmeias Fig. 3.11: Vestígio de tiros de arma-de-fogo em placa de meliponídeos em casa de morador do entorno, de RPPN vizinha à RTRI (Foto: C.T.Blum) captura e coleta ilegais (Foto: C.T.Blum)

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3.2.3 Clima Devido a sua posição geográfica, a RPPN Taipa do Rio Itajaí está condicionada a influência de dois tipos de clima Cfa e Cfb os quais são definidos por diferenças de temperatura devidas à variação altitudinal. De acordo com a classificação de Koeppen, as porções de menor altitude da RTRI são caracterizadas pelo clima Cfa, que tem como características principais ser um tipo subtropical úmido mesotérmico e com verões quentes. Este tipo climático ocorre até cerca de 600 m de altitude. As geadas são pouco frequentes e não ocorre estação seca definida. A temperatura média anual nos trechos influenciados por este clima no Alto Vale do Rio Itajaí varia de 17,0 a 19,1ºC. A temperatura média das máximas varia de 23,5 a 26,0ºC, e das mínimas de 11,8 a 15,4ºC. A precipitação pluviométrica total anual pode variar de 1.320 a 1.640 mm, com o total anual de dias de chuva entre 130 e 165 dias. A umidade relativa do ar pode variar de 83 a 85% (EPAGRI e CIRAM, 2008). Por outro lado, por apresentar altitudes em torno dos 700 m s.n.m. em suas porções mais elevadas, a RTRI também é influenciada pelo clima do Planalto Norte Catarinense, denominado Cfb. Este tipo climático é subtropical superúmido mesotérmico, com médias térmicas mais baixas e a ocorrência de geadas no inverno. A temperatura média anual nos trechos influenciados por este tipo climático no Planalto Norte Catarinense varia de 15,5 a 17,0ºC. A temperatura média das máximas varia de 26,6 a 24,0ºC, e das mínimas de 10,8 a 11,8ºC. A precipitação pluviométrica total anual pode variar de 1.360 a 1.670 mm, com o total anual de dias de chuva entre 138 e 164 dias. A umidade relativa do ar pode variar de 80,0 a 86,2% (EPAGRI e CIRAM, 2008).

3.2.4 Geologia A geologia da região onde se insere a RTRI está associada à Cobertura Sedimentar Gonduânica, predominando rochas sedimentares como argilitos, folhelhos, siltitos, conglomerados, ritmitos e arenitos das Formações Mafra, Rio Bonito, Rio do Sul e Palermo, com inclusões das Formações Rio do Rastro e Serra Geral (EPAGRI e CIRAM, 2008). A seguir são descritas brevemente, as formações acima citadas:  A Formação Mafra é uma sequência flúvio-marinha com influência glacial, representada dominantemente por arenitos e secundariamente por diamictitos, conglomerados, ritmitos, argilitos e argilitos várvicos.  A Formação Rio Bonito compreende uma seção superior de arenitos finos, intercalados com argilitos e folhelhos carbonosos e, localmente, leitos de carvão; na seção mediana encontram-se sedimentos marinhos, siltitos e folhelhos esverdeados, com níveis carbonáticos, argilosos, silicificados e arenitos finos; a seção inferior apresenta depósitos flúvio-deltáicos, arenitos esbranquiçados finos a médios, siltitos, argilitos, folhelhos carbonosos, leitos de carvão e conglomerados.  A Formação Rio do Sul é composta por uma sequência glácio-marinha, constituída de folhelhos, argilitos, ritmitos, arenitos finos e diamictitos.  A Formação Palermo é formada de depósitos marinhos representados por siltitos arenosos amarelo-esverdeados.  A Formação Rio do Rastro constitui-se de depósitos de planícies costeiras e fluviais constituídos de siltitos, argilitos e arenitos.  A Formação Serra Geral pertence ao grupo geológico denominado São Bento e é constituída basicamente por rochas vulcânicas oriundas do vulcanismo basáltico que alcançou a superfície através de fendas existentes na crosta durante o Juro-Cretáceo. As rochas resultantes da Cobertura Sedimentar Gonduânica podem ser facilmente encontradas na RPPN, na forma do grande paredões rochosos denominados regionalmente como taipas, que afloram sobretudo nos trechos mais íngremes já próximos ao rio Itajaí do

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Norte. Distribuídos por toda a área protegida também podem ser encontrados matacões pequenos e médios nas encostas e sobre o leito dos córregos. Na calha do rio Itajaí do Norte são encontradas rochas vulcânicas da Formação Serra Geral.

3.2.5 Geomorfologia e Relevo A região onde se insere a RTRI é caracterizada pela unidade geomorfológica Patamares do Alto Rio Itajaí. Esta se destaca pela intensa dissecação com patamares e vales estruturais, cujo maior exemplo é o vale do rio Itajaí do Norte. A presença de extensos patamares e relevos residuais de topo plano limitados por escarpas deve-se às litologias de diferentes resistências à erosão: os arenitos são mais resistentes à erosão, enquanto os folhelhos, mais facilmente erodidos. O relevo apresenta grandes variações altimétricas, com cotas que variam de 700 a 1.220 m, sendo que as menores altitudes estão nos vales dos rios, por volta de 400 m. Os rios maiores apresentam vales de fundo plano, limitados por encostas íngremes, curso tortuoso com trechos retilinizados e corredeiras (EPAGRI e CIRAM, 2008). A RPPN Taipa do Rio Itajaí caracteriza-se pelo predomínio de relevos ondulados a forte- ondulados, possuindo também vários trechos de relevo montanhoso. Por abranger uma considerável variação altitudinal, aproximadamente entre 420 e 710 m s.n.m., toda a área protegida se caracteriza por encostas íngremes que frequentemente apresentam escarpas rochosas (taipas). Apenas trechos muito pontuais, principalmente nos divisores de água, podem apresentar relevo mais suave. Por toda a região verifica-se uma rede de drenagem formada por vales encaixados e íngremes. As porções mais elevadas da RTRI situam-se em sua extremidade nordeste, com altitudes variando entre 640 e 710 m. Na margem do rio Itajaí do Norte se verificam as menores altitudes, entre 420 e 440 m. A área protegida tem seu relevo marcado pela existência de um vale dissecado, com seus respectivos divisores de água. Este vale atravessa a propriedade na sua região central, no sentido norte-sul. Existe também a cabeceira de um vale que parte da região central no sentido leste-oeste.

3.2.6 Pedologia De acordo com o Mapa do Levantamento de Reconhecimento dos Solos do Estado de Santa Catarina (EMBRAPA, 2004), a região de Itaiópolis é caracterizada pelo predomínio de duas associações de solo abrangendo predominantemente Cambissolos Álicos, Neossolos Litólicos Álicos e Argissolos Bruno-Acinzentados. Estas associações são descritas a seguir, com maior detalhe. Associação Neossolos Litólicos Álicos A proeminente, textura média, fase pedregosa, relevo montanhoso e escarpado (substrato folhelhos siltosos) + Cambissolo Álico Tb A proeminente, textura média e argilosa, relevo montanhoso Esta associação ocupa predominantemente o vale do rio Itajaí do Norte e seu entorno próximo. Os solos integrantes desta associação encontram-se numa proporção estimada de 50% de Neossolos e 40% de Cambissolos. Os 10% restantes são representados por inclusões: Afloramentos Rochosos e Neossolos Litólicos (substrato arenito). Enquanto o primeiro componente da associação ocupa as áreas de topografia mais vigorosa, o segundo situa-se nas partes menos declivosas. Estes solos não se prestam a nenhum tipo de exploração, devendo, por conseguinte, permanecer com a cobertura vegetal natural, servindo de abrigo à fauna silvestre (EMBRAPA, 2004). Associação Cambissolo Álico Tb A moderado, textura argilosa + Argilossolo Bruno- Acinzentado Álico A moderado, textura média/argilosa, relevo ondulado e forte ondulado Predomina no entorno do vale do rio Itajaí do Norte, sendo bastante comum no município de Itaiópolis. Os solos que integram esta associação encontram-se numa proporção estimada de 55% de Cambissolos e 35% de Argissolos. Os 10% restantes são ocupados pelas inclusões. O primeiro componente ocorre principalmente nas elevações de pendentes mais curtas, enquanto que o segundo situa-se num mesmo tipo de relevo, porém com vertentes

18 Plano de Manejo RPPN Taipa do Rio Itajaí Sociedade Chauá, 2013 mais longas e menos declivosas. As inclusões registradas são Cambissolo Álico Ta A proeminente textura argilosa, Neossolos Litólicos (substrato sedimentos pelíticos) e Argissolo Vermelho-Amarelo textura média/argilosa. Além da baixa fertilidade e dos altos teores de alumínio trocável, estes solos têm o agravamento de se situarem em áreas de topografia movimentada, muito sujeitas à erosão e de difícil acesso às máquinas agrícolas. Estão sendo utilizados principalmente para pastagem, milho e fumo (EMBRAPA, 2004). Além dos solos acima citados, nas áreas de convergência hídrica existentes em alguns trechos da RTRI ocorrem pontualmente os solos hidromórficos, do tipo Gleissolos. Os Gleissolos ocorrem geralmente na transição entre áreas hidromórficas e não hidromórficas, nas cabeceiras de drenagem, proximidades de córregos e em drenagens intermitentes. Sua principal característica é a existência de um horizonte sub-superficial glei, originado pela redução do ferro devido a permanência de água estagnada, o que lhe confere uma coloração acinzentada típica, muitas vezes com a ocorrência de mosqueados alaranjados (EMBRAPA, 2006).

3.2.6.1 Fragilidade dos Solos Aspecto importante constatado na região da área protegida é a fragilidade dos solos em muitos trechos, o que traz como consequência fragilidade também aos recursos hídricos e à biota de uma forma geral. Por serem oriundos predominantemente de rochas sedimentares como arenitos e siltitos, os solos apresentam uma maior predisposição aos processos erosivos, potencializada pelo relevo íngreme e pelo seu uso inadequado. Solos rasos ou com gradientes texturais que impeçam níveis aceitáveis de permeabilidade à água, relacionados a encostas íngremes e longas, quando destituídos de sua vegetação original e/ou submetidos à compactação em áreas de convergência hídrica, se tornam absolutamente expostos a ação erosiva das chuvas. Isso resulta na formação de voçorocas, caracterizadas pelo entalhamento crescente que, a medida em que o canal inicial é alimentado pela confluência do escoamento, ganha força e poder de desagregação e transporte, tornando o canal cada vez mais longo e profundo (DURLO e SUTILI, 2005). Também podem ocorrer deslizamentos e desmoronamentos. Este processo tem como consequências o empobrecimento do solo pela perda de matéria orgânica e redução nos horizontes superficiais, e também o assoreamento de cursos dágua e secamento de nascentes. Tais impactos representam um empobrecimento geral da paisagem natural e de suas funções ecológicas, reduzindo drasticamente a resiliência do ambiente. Devido à boa condição de cobertura florestal da RPPN Taipa do Rio Itajaí seus solos frágeis encontram-se protegidos, com exceção no trecho próximo à antiga estrada que ainda se encontra em recuperação após um deslizamento pretérito. Nas propriedades e estradas do entorno existem diversos focos erosivos oriundos justamente da retirada da cobertura vegetal e da utilização inadequada do solo em trechos frágeis. Estes processos erosivos do entorno pode afetar indiretamente a RTRI.

3.2.7 Hidrografia e Qualidade da Água A área protegida está inserida na bacia hidrográfica do rio Itajaí-Açu, que desemboca no oceano Atlântico no município litorâneo de Itajaí. Encontra-se na porção noroeste da bacia. O principal curso de água regional é o rio Itajaí do Norte (ou rio Hercílio), que materializa o limite oeste da RTRI. Este rio tem corredeiras muito fortes intercaladas a algumas áreas de remanso, onde se formam grandes poços, alguns com mais de 100 metros de largura. De acordo com o proprietário da RTRI, o rio Itajaí do Norte possuía no passado águas bastante cristalinas. No entanto, devido aos desmatamentos e uso inadequado do solo, sua turbidez aumentou significativamente.

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O interior da área protegida é caracterizado pela passagem de um curso dágua principal, que nasce fora da RTRI, ao norte, e a atravessa no sentido sul. Outro córrego menor nasce na região central da RPPN e corre no sentido oeste. Ambos são afluente diretos do rio Itajaí do Norte. Existem outras nascentes e córregos menores no interior da RPPN Taipa do Rio Itajaí, muito bem protegidos pela densa cobertura florestal nativa. Devido a continuidade e relativa integridade da cobertura florestal na RPPN e no entorno norte e leste (cabeceiras), a conservação dos recursos hídricos da área protegida permanece garantida.

3.2.8 Vegetação O presente capítulo compreende o diagnóstico da flora da RPPN Taipa do Rio Itajaí, com base em dados coletados durante fase de campo realizada em dezembro de 2012. Para a composição da lista de espécies ocorrentes foram também considerados registros realizados nas RPPNs próximas (Corredeiras do Rio Itajaí, Corredeiras do Rio Itajaí II, Odir Zanelatto, Taipa Rio do Couro e Refúgio do Macuco), todas num raio de menos de 3 km da RTRI. Foram também aproveitados dados coletados em 2008 durante o diagnóstico da flora da RPPN Corredeiras do rio Itajaí (Sociedade Chauá, 2008), que fica a 200 m da RTRI.

3.2.8.1 Métodos Utilizados A flora da RPPN Taipa do Rio Itajaí foi avaliada com base em dados coletados em campo. Através de reconhecimento visual dos caracteres botânicos e dendrológicos, foram identificadas espécies de árvores, arbustos, herbáceas e lianas, buscando uma caracterização florística preliminar. Foram percorridos trilhas e percursos no interior da vegetação fechada, obtendo dados em grande parte dos ambientes existentes na área protegida. O proprietário contribuiu com registros fotográficos de exemplares encontrados na região. Com base no registro das espécies e nas demais informações coletadas, pôde-se caracterizar a composição fisionômica e florística da RPPN Taipa do Rio Itajaí, assim como suas classes de cobertura vegetal.

3.2.8.2 Caracterização Fitogeográfica A RPPN Taipa do Rio Itajaí insere-se no domínio do Bioma Mata Atlântica, sendo caracterizada pela situação de contato entre a Floresta Ombrófila Mista (Floresta com Araucária) e a Floresta Ombrófila Densa (Floresta Atlântica). Com base em critérios altitudinais para esta região latitudinal, Leite e Klein (1990) apontam as formações de Floresta Ombrófila Mista ocorrentes acima dos 800 metros como sendo mais típicas e representativas. Deste modo, tendo em vista que a RPPN Taipa do Rio Itajaí não apresenta altitudes superiores aos 720 m s.n.m, não existem na área protegida comunidades típicas de Floresta Ombrófila Mista. Por outro lado, apesar de altitudes mais baixas favorecerem a predominância da Floresta Ombrófila Densa, a posição geográfica bastante interiorizada do vale do rio Itajaí do Norte implica em condicionantes climáticas diferenciadas, que acabam por impedir também a ocorrência de uma Floresta Ombrófila Densa típica. Trata-se, portanto, de uma região de contato (IBGE, 1992) entre as tipologias.

3.2.8.3 Florística Tendo em vista o tempo relativamente curto destinado para a caracterização florística em campo, alcançou-se um número considerável de espécies vegetais detectadas na RPPN Taipa do Rio Itajaí. O levantamento florístico da RTRI e dos remanescentes protegidos num entorno de 3 km abrangeu 379 espécies pertencentes a 252 gêneros e 102 famílias botânicas. A lista completa de espécies registradas é apresentada no Anexo 4. Ressalta-se que, deste número total, 11 são plantas exóticas originárias de outros ecossistemas no Brasil ou no Mundo. As 368 espécies restantes ocorrem naturalmente na região.

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Sob o ponto de vista da riqueza específica, considerando apenas as espécies que ocorrem naturalmente, destacam-se as famílias Myrtaceae, Fabaceae e Bromeliaceae, respectivamente com 22, 21 e 19 espécies cada. Também são importantes: Lauraceae e Rubiaceae (17 cada), Asteraceae e Melastomataceae (14 cada), Solanaceae (13), Orchidaceae (12), Piperaceae (11) e Euphorbiaceae (10). Estas 11 famílias abrangem cerca de 46 % do total de espécies nativas registradas. A abundância de espécies de Myrtaceae, Lauraceae, assim como de Bromeliaceae e Orchidaceae, são um indicativo de boa qualidade de conservação dos remanescentes, pois estas famílias tendem a predominar em florestas nos estágios médio e avançado. Do montante total de espécies nativas registradas, apenas 7,3% (n=27) são preferenciais ou exclusivas da Floresta Ombrófila Mista, enquanto 16,6% (m=61) são preferenciais ou exclusivas da Floresta Ombrófila Densa. As demais, 76,1%, se caracterizam por ocorrerem facultativamente nas duas regiões fitogeográficas (algumas deste grupo tiveram sua área de ocorrência indeterminada). Isto é comum em uma zona de contato, onde predominam espécies de maior plasticidade adaptativa que se distribuem naturalmente pelas duas tipologias florestais. Verifica-se uma maior influência da Floresta Ombrófila Densa, por haver um número maior de espécies preferenciais ou exclusivas desta fitofisionomia, assim como pela ausência da fisionomia típica das Florestas com Araucária. Dentre as preferenciais ou exclusivas da Floresta Ombrófila Mista destacam-se Araucaria angustifolia, Piptocarpha angustifolia, Vernonanthura discolor, Aechmea distichantha, Dicksonia sellowiana, Sebastiania commersoniana, Cinnamomum sellowianum, Nectandra lanceolata, Ocotea puberula, Mimosa scabrella, Myrcia hatschbachii e Vitex megapotamica. Dentre os representantes preferenciais ou exclusivos da Floresta Ombrófila Densa destacam-se Rollinia sericea, Aspidosperma tomentosum, Aspidosperma pyricollum, Bactris setosa, Pseudobombax grandiflorum, Aechmea calyculata, Bilbergia alfonsi-joannis, Vriesea carinata, Vriesea gigantea, Vriesea vagans, Sclerolobium denudatum, Buchenavia kleinii, Alchornea iricurana, Pera glabrata, Myrocarpus frondosus, Nectandra membranacea, Nectandra oppositifolia, Magnolia ovata, Byrsonima ligustrifolia, Piptadenia gonoacantha, Bertolonia mosenii, Marlierea reitzii, Guapira opposita, Miltonia regnellii, Bathysa meridionalis, Psychotria nuda, Meliosma selowii, Chrysophyllum inornatum e Trema micrantha.

Espécies Ameaçadas de Extinção e/ou de Ocorrência Rara Por ainda não haver uma lista estadual completa e atualizada da flora ameaçada de extinção em Santa Catarina, para definir quais espécies apresentam maiores níveis de ameaça na região da RPPN foi consultada a Relação de Espécies da Flora Brasileira Ameaçadas de Extinção (MMA, 2008). Cinco espécies enquadram-se nesta lista: xaxim- bugio (Dicksonia sellowiana), a canela-sassafrás (Ocotea odorifera), bromélia poço-de-jacó (Bilbergia alfonsi-joannis), araucária (Araucaria angustifolia), canela-preta (Ocotea catharinensis). A presença destas espécies na região da área protegida reforça sua importância ecológica em nível regional. Apesar de não se enquadrarem como ameaçadas de extinção em nível nacional, algumas espécies se caracterizam por apresentar ocorrência rara na região, demandando maior atenção em pesquisas e programas de conservação. Dentre estas pode-se citar a pindabuna (Duguetia lanceolata), o cortição (Rollinia sericea), mamoeiro-bravo (Vasconcellea quercifolia), guarajuva (Buchenavia kleinii), canemaçu (Tetrorchidium rubrivenium), angico (Albizia edwallii), cabreúva (Myrocarpus frondosus), cerejeira (Eugenia involucrata), guaraparim (Ouratea parvifolia), azeitona-do-mato (Chionanthus filiformis), tatu (Agonandra engleri), guaraiuva (Securinega guaraiuva), pau-fernandes (Meliosma sellowii), pau-amargo (Picrasma crenata), Cinnamomum glaziovii e Hennecartia omphalandra. Nas figuras 3.12 a 3.19 são apresentadas algumas espécies raras ou ameaçadas da RTRI.

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Fig. 3.12: Araucaria angustifolia (Foto: C.T.Blum) Fig. 3.13: Bilbergia alfonsi-joannis (Foto: C.T.Blum)

Fig. 3.14: Dicksonia sellowiana (Foto: C.T.Blum) Fig. 3.15: Buchenavia kleinii (Foto: C.T.Blum)

Fig. 3.16: Tetrorchidium rubrivenium (Foto: C.T.Blum) Fig. 3.17: Albizia edwallii (Foto: C.T.Blum)

Fig. 3.18: Ocotea odorifera (Foto: C.T.Blum) Fig. 3.19: Cinnamomum glaziovii (Foto: C.T.Blum)

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Frugivoria e espécies zoocóricas As famílias Myrtaceae e Lauraceae se destacam na região da RTRI como as mais ricas em espécies de interesse para a fauna, totalizando 39 taxa registrados. São também relevantes neste aspecto as famílias Rubiaceae (13), Solanaceae (12), Melastomataceae (11), Euphorbiaceae (8), Annonaceae, Cactaceae e Salicaceae (6 espécies cada). Para que se tenha um panorama geral do contexto de espécies de interesse para a fauna frugívora na região da área protegida, é interessante ressaltar que, do total de 368 espécies nativas registradas, 193 (52,4%) produzem frutos consumidos pela fauna silvestre. Algumas plantas importantes para a alimentação da fauna são as pixiricas (Leandra spp), as figueiras (Ficus spp.), o mandiocão (Schefflera morototoni), o pessegueiro-bravo (Prunus brasiliensis), a maria-mole (Psychotria sessilis), jerivá (Syagrus romanzoffiana) e baga-de- pomba (Byrsonima ligustrifolia), além de diversas Aquifoliaceae, Myrsinaceae, Myrtaceae, Lauraceae, Melastomataceae e Rubiaceae, fornecendo frutos em diferentes épocas e em distintos estratos florestais. Inúmeras espécies de animais consomem avidamente os frutos produzidos nos remanescentes de vegetação da RTRI, com destaque para as aves. Em um exemplar de baga-de-pomba (Byrsonima ligustrifolia), que apresentava frutificação abundante, foram observadas diversas aves como Pteroglossus bailloni, Turdus albicollis, Hemithraupis guira e Thraupis sayaca. Além destas são frugívoros comuns Penelope obscura, Pyrrhura frontalis, Pionopsita pileata, Trogon surrucura, Ramphastos vitellinus, R. dicolorus, Chiroxiphia caudata, Turdus rufiventris, T. amaurochalinus, Trichothraupis melanops, Tachyphonus coronatus, Thraupis sayaca, Stephanophorus diadematus, Pipraeidea melanonota, Tangara desmaresti, T. preciosa, Dacnis cayana e Euphonia chalybea, entre outras. Além destes existe também o consumo frequente por morcegos, gambás, cotias, quatis, mãos-pelada e o cachorro-do-mato, entre outros. Os frutos do jerivá (Syagrus romanzoffiana) são particularmente apreciados por serelepes e outros roedores.

Espécies Vegetais Exóticas Espécies exóticas são aquelas que ocorrem numa área fora de seu limite natural historicamente conhecido, como resultado de introdução acidental ou intencional através de atividades humanas. À medida que uma espécie exótica introduzida consegue estabelecer populações autossustentáveis, passa a ser considerada espécie estabelecida. Algumas das espécies estabelecidas tornam-se aptas a avançar sobre ambientes naturais e alterados, transformando-se em espécies invasoras. Desta forma, uma exótica invasora é uma espécie introduzida que se propaga, sem o auxílio do homem, e passa a ameaçar ambientes fora do seu território de origem, causando impactos ambientais e socioeconômicos (ZALBA, 2006). As espécies exóticas invasoras são consideradas a segunda maior causa de extinção de espécies no planeta, afetando diretamente a biodiversidade, a economia e a saúde humana (MMA, 2006). Foram detectadas seis espécies exóticas invasoras na RTRI. Dentre elas, a mexerica (Citrus deliciosa) apresenta capacidade de dispersão relativamente baixa na área protegida, podendo ser considerada de menor importância. Por outro lado, as espécies mamona (Ricinus communis), beijo-de-frade (Impatiens walleriana), uva-do-japão (Hovenia dulcis), lírio-do-brejo (Hedychium coronarium) e bananeira (Musa paradisiaca)(Figs. 3.20 a 3.25) se apresentam como invasoras de maior dispersão na área protegida. A maioria destas espécies concentra sua invasão na parte baixa da RTRI, próximo à margem do rio Itajaí do Norte. Destaca-se o lírio-do-brejo, que forma densas populações homogêneas, impedindo o desenvolvimento de plantas nativas. A bananeira também é representada por agrupamentos nas margens do rio. A mamona, o beijo-de-frade e a uva-do-japão ocorrem com indivíduos esparsos, mas estão certamente num processo de expansão populacional.

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Fig. 3.20: Mamona invadindo a margem do rio Itajaí do Fig. 3.21: Beijo-de-frade nas margens do rio Itajaí do Norte (Foto: C.T.Blum) Norte (Foto: C.T.Blum)

Fig. 3.22: Planta jovem de uva-do-japão invadindo Fig. 3.23: Indivíduo adulto de uva-do-japão na região área protegida vizinha à RTRI (Foto: C.T.Blum) da RTRI (Foto: C.T.Blum)

Fig. 3.24: População de lírio-do-brejo nas margens do Fig. 3.25: Bananeira próxima à margem do rio Itajaí do rio Itajaí do Norte (Foto: C.T.Blum) Norte, na RTRI (Foto: C.T.Blum)

3.2.8.4 Cobertura Vegetal Na tabela 3.2 são apresentadas as áreas e porcentagens de cobertura para cada classe de vegetação existente na propriedade da RPPN Taipa do Rio Itajaí. Verifica-se que a classe de cobertura vegetal mais representativa é a floresta no estágio avançado, que cobre pouco mais da metade da área. As florestas no estágio médio da sucessão abrangem quase 40% da área total, ocorrendo nos trechos de acesso mais fácil, onde foi possível realizar intervenções no passado. Por fim, 8,6 % da área protegida são cobertos por vegetação no estágio inicial da sucessão, que se concentra na área onde ocorreram o deslizamento de terra e o incêndio, em décadas pretéritas. No Anexo 9 é apresentado o Mapa de Vegetação da RPPN Taipa do Rio Itajaí, com suas distintas classes. A seguir são descritas as classes de cobertura vegetal:

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Tabela 3.2 Classes de cobertura vegetal da propriedade da RPPN Taipa do Rio Itajaí. Classe Área (ha) % Floresta Estágio Inicial 3,78 8,6 Floresta Estágio Médio 17,06 38,9 Floresta Estágio Avançado 23,02 52,5 Total 43,86 * 100,0 * ressalta-se que esta é a área real mensurada da propriedade, sendo que na matrícula consta o valor equivocado de 24,02 ha.

Floresta no Estágio Inicial da Sucessão As comunidades no estágio inicial da sucessão se dividem em duas subclasses, de acordo com sua fisionomia e estrutura: estágio inicial herbáceo-arbustivo e estágio inicial arbóreo. O estágio inicial herbáceo-arbustivo, que pode ser denominado vulgarmente como macega ou capoeirinha (Fig. 3.26), caracteriza-se por apresentar uma predominância de elementos arbustivos e herbáceos, com estatura raramente superior a 2 ou 3 m de altura. Nas capoeirinhas é comum a samambaia-das-taperas (Pteridium arachnoideum), formando densas populações. São frequentes gramíneas e ciperáceas, com destaque para o capim- navalha (Rynchospora sp.), que forma cobertura quase homogênea em certos trechos. Também são comuns Solanum mauritianum, Buddleja brasiliensis, várias Asteraceae (Baccharis dracunculifolia, B. uncinella, B. trimera, Senecio brasiliensis) e algumas Melastomataceae (Leandra australis, L. xanthocoma e Miconia sellowiana). De forma esparsa ocorrem indivíduos jovens de espécies arbóreas pioneiras como o pau- que-chia (Symplocos tenuifolia), a tucaneira (Aegiphila sellowiana), a grandiúva (Trema micrantha) e a bracatinga (Mimosa scabrella), entre outras. O estágio inicial arbóreo ocorre associado à fisionomia herbácea-arbustiva, nos trechos onde já foi possível maior desenvolvimento. Estas comunidades já apresentam fisionomia predominantemente arbórea, alcançando alturas entre 6 e 10m (Fig. 3.90). Destacam-se espécies como tapiá (Alchornea triplinervia), pau-jacaré (Piptadenia gonoacantha), pau-que-chia (Symplocos tenuifolia), tucaneira (Aegiphila sellowiana), grandiúva (Trema micrantha), bracatinga (Mimosa scabrella), pau-toucinho (Piptocarpha tomentosa), vassourão-preto (Piptocarpha angustifolia) e fumo-bravo (Solanum granuloso- leprosum). São comuns os agrupamentos densos de taquara (Merostachys multiramea).

Floresta no Estágio Médio da Sucessão A floresta em estágio médio representa comunidades de maior porte, entre 11 e 20 m, com maior complexidade estrutural e riqueza florística (Fig. 3.27). São comunidades com mais tempo de desenvolvimento e que sofreram intervenções pontuais de exploração madeireira no passado, mas que já conseguiram restabelecer sua estrutura em parte. Nesta fisionomia ocorrem indivíduos remanescentes de grande porte no dossel, com destaque especial para a canela-fogo (Cryptocarya aschersoniana). Outras árvores de grande porte comuns são canjarana (Cabralea canjerana), cedro-rosa (Cedrela fissilis) e perobinha (Aspidosperma pyricollum). O dossel apresenta frequentes descontinuidades e clareiras, sendo formado por espécies como vassourão-preto (Piptocarpha angustifolia), pau-jacaré (Piptadenia gonoacantha), maria-mole (Psychotria sessilis), tanheiro (Alchornea glandulosa), vassourão (Vernonanthura petiolaris), vassourão-branco (Vernonanthura discolor), orelha-de-mico (Ilex microdonta), canela (Ocotea corymbosa), canela-guaicá (Ocotea puberula), pessegueiro-bravo (Prunus brasiliensis) e pau-andrade (Persea venosa), entre outras. O sub-bosque varia entre denso e aberto, sendo comuns espécies herbáceo- arbustivas como pixiricas (Leandra spp) e xaxins (Cyathea spp). Também nesta fisionomia ocorrem agrupamentos de taquara. Nas partes mais abertas formam-se as populações de capim-navalha (Rynchospora sp.).

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Floresta no Estágio Avançado da Sucessão As florestas no estágio avançado dominam a maior parte da RPPN Taipa do Rio Itajaí, tendo sido preservadas principalmente pelo relevo bastante dobrado e íngreme. Caracterizam-se por apresentarem diversidade muito elevada e indivíduos de grande porte, com idades centenárias, dispersos em seu interior (Figs. 3.28 e 3.29). A altura média do dossel varia entre 22 a 30 m, dependendo da espessura do solo e da declividade do terreno. Em alguns trechos árvores emergentes podem chegar a mais de 30 m. Além do grande porte, estas florestas apresentam estratificação vertical, epifitismo abundante e grande diversidade. Pela sua diversidade, não existe uma espécie que se destaque as outras, mas sim uma combinação de muitas espécies formando um dossel bastante diversificado. De um modo geral se destacam as lauráceas, como canela-preta (Ocotea catharinensis), canela-fogo (Cryptocarya aschersoniana), canela-graúda (Nectandra membranacea), canela-ferrugem (Nectandra oppositifolia) e várias outras canelas (Ocotea spp.). Também são espécies importantes no dossel da floresta: baguaçu (Magnolia ovata), cedro (Cedrela fissilis), tapiá (Alchornea triplinervia), canjarana (Cabralea canjerana), maria-preta (Diatenopteryx sorbifolia), pequiá (Aspidosperma tomentosum), tabocuva (Pera glabrata), limoeiro-do-mato (Seguieria langsdorffii), perobinha (Aspidosperma pyricollum), maiate (Simira sampaioana), figueira-de-folha-miúda (Ficus organensis) e guarajuva (Buchenavia kleinii). No estrato intermediário são comuns espécies como: araticum (Annona cacans), canela- sassafrás (Ocotea odorifera), guamirim-graúdo (Calyptranthes grandifolia), imbiruçu (Pseudobombax grandiflorum), guabiroba (Campomanesia xanthocarpa), maria-mole (Guapira opposita), aguaí-da-serra (Chrysophyllum inornatum), coração-de-bugre (Maytenus robusta), entre várias outras. O sub-bosque é caracterizado por melastomatáceas arbustivas como Leandra dasytricha e Leandra fragilis; palmeiras como Geonoma schottiana e Bactris setosa; e monimiáceas como Mollinedia clavigera e Mollinedia uleana, entre outras.

Fig. 3.26: Estágio inicial da sucessão, com porte Fig. 3.27: Interior de floresta no estágio médio da herbáceo-arbustivo (Foto: C.T.Blum) sucessão (Foto: C.T.Blum)

Fig. 3.28: Floresta no estágio avançado (Foto: Fig. 3.29: Aspecto de floresta no estágio avançado da C.T.Blum) sucessão (Foto: C.T.Blum)

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Comunidades vegetais não arbóreas Dentre as plantas de porte arbustivo mais comuns no sub-bosque da região da RTRI estão as palmáceas Bactris setosa e Geonoma schottiana; xaxins como Blechnum brasiliense, Cyathea atrovirens e Dicksonia sellowiana; diversas melastomatáceas como Leandra dasytricha, L. fragilis, Miconia cinerascens e M. petropolitana; piperáceas como Ottonia macrophylla, Piper gaudichaudianum e P. hispidum; rubiáceas como Palicourea marcgravii e Psychotria suterella; e monimiáceas: Mollinedia clavigera e M. uleana (Figs. 3.30 a 3.35). No ambiente bastante específico de lajes rochosas das margens do rio Itajaí do Norte ocorre Calliandra brevipes, espécie totalmente adaptada ao substrato incipiente e às inundações constantes. Nas áreas alteradas, clareiras e bordas de floresta são comuns arbustos heliófilos como Rubus brasiliensis (Fig. 3.36), R. sellowii, Lantana fucata, Baccharis dracunculifolia, B. uncinella e Senecio brasiliensis. Outro grupo relevante é o das epífitas, plantas que se fixam sobre outras plantas, mas ao contrário das parasitas, não causam mal ao indivíduo que lhes fornece o apoio. A riqueza em epífitas geralmente indica que a comunidade florestal se encontra em processo avançado de sucessão e que não vem sofrendo perturbações. A maior abundância em epífitas, tanto em quantidade quanto em riqueza, é observada nas florestas das encostas mais íngremes na porção baixa do vale do rio Itajaí do Norte as quais se encontram em ótimo estado de conservação. Nesta região existem árvores densamente povoadas por comunidades epífitas. Dentre as mais comuns estão: Philodendron bipinnatifidum e P. loefgrenii, dentre as aráceas; Aechmea caudata, A. cylindrata, Bilbergia nutans, Nidularium innocentii, Tillandsia geminiflora, T. tenuifolia, T. usneoides, Vriesea gigantea, V. platynema e V. vagans, dentre as bromeliáceas; Lepismium cruciforme, L. houlletianum e L. lumbricoides, dentre as cactáceas; Campyloneurum nitidum, Microgramma squamulosa, Polypodium siccum, Pleopeltis pleopeltifolia e Serpocaulon catharinae, dentre as polipodiáceas. Além destas são abundantes as espécies das famílias Orchidaceae e Piperaceae (Figs. 3.37 a 3.40). Dentre as lianas ou trepadeiras, podem ser citadas guaco (Mikania glomerata), pente-de- macaco (Pithecoctenium crucigerum) e japecanga (Smilax campestris), além de várias outras espécies das famílias Sapindaceae, Fabaceae, Hippocrateaceae e Dioscoreaceae. A composição do estrato herbáceo terrestre das florestas é bastante variável de acordo com as condições ambientais de cada trecho da RTRI. No interior das florestas mais conservadas e densas, sobretudo no terço inferior das convergências hídricas, formam-se com frequência populações densas de Ctenanthe spp. Ainda nestes ambientes sombreados e úmidos podem ser encontradas Corymborchis flava, Aspidogyne kuczynskii, Piper mikanianum, P. xylosteoides, Adiantum raddianum, Diodia brasiliensis, Blechnum sampaioanum, Pleurostachys spp., Bertolonia mosenii, Pilea astrogramma e Anemia phyllitidis, dentre outras (Figs. 3.41 a 3.44). Nos trechos onde existe uma maior insolação através do dossel são comuns os grupos de melastomatáceas como Leandra australis, L. dispar e L. xanthocoma. Em clareiras e trechos que sofreram intervenções de exploração forma-se a cobertura herbácea de pioneiras com destaque para Rynchospora sp.. Também são comuns Pteridium arachnoideum, Baccharis articulata, B. trimera e Buddleja brasiliensis. Por fim, é relevante a ocorrência de Cereus hildmannianus, Sinningia canescens e Bromelia balansae sobre os paredões rochosos (taipas)(Fig. 3.45).

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Fig. 3.30: Tucum (Bactris setosa) (Foto: C.T.Blum) Fig. 3.31: Guaricana (Geonoma schottiana) (Foto: C.T.Blum)

Fig. 3.32: Cyathea atrovirens (Foto: C.T.Blum) Fig. 3.33: Leandra fragilis (Foto: C.T.Blum)

Fig. 3.34: Piper hispidum (Foto: C.T.Blum) Fig. 3.35: Mollinedia clavigera (Foto: C.T.Blum)

Fig. 3.36: Rubus brasiliensis (Foto: C.T.Blum) Fig. 3.37: Philodendron bipinnatifidum (Foto: C.T.Blum)

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Fig. 3.38: Nidularium innocentii (Foto: C.T.Blum) Fig. 3.39: Vriesea vagans (Foto: C.T.Blum)

Fig. 3.40: Polypodium siccum (Foto: C.T.Blum) Fig. 3.41: Ctenanthe lanceolata (Foto: C.T.Blum)

Fig. 3.42: Corymborchis flava (Foto: C.T.Blum) Fig. 3.43: Anemia phyllitidis (Foto: C.T.Blum)

Fig. 3.44: Aspidogyne kuczynskii (Foto: G.Woehl Jr.) Fig. 3.45: Sinningia canescens e Cereus hildmannianus em paredão de rocha (Foto: C.T.Blum)

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3.2.9 Fauna O presente capítulo apresenta de forma resumida os resultados dos levantamentos de avifauna e mastofauna da RPPN Corredeiras do Rio Itajaí (SOCIEDADE CHAUÁ, 2008), área protegida que dista cerca de 200 m da RPPN Taipa do Rio Itajaí. Os referidos levantamentos foram realizados durante fase de campo em abril de 2008, pelo Ornitólogo Raphael Eduardo Fernandes Santos e pela Mastozoóloga Fernanda Góss Braga. Adicionalmente, foram incluídos novos registros de aves e mamíferos, assim como de herpetofauna, realizados pelo Sr. Germano Woehl Jr., que possui um vasto acervo fotográfico (ou de gravações) e acumulou conhecimento autodidata sobre a fauna da região, tendo apoio de especialistas dos diferentes grupos para a identificação das espécies.

3.2.9.1 Avifauna Durante o inventário realizado pelo Ornitólogo Raphael Eduardo Fernandes Santos (SOCIEDADE CHAUÁ, 2008), foram registradas na região 186 espécies pertencentes a 49 famílias e 20 ordens. Deste 2008 o Sr. Germano Woehl Jr obteve registros fotográficos e/ou de áudio de mais 46 espécies de aves, os quais podem ser acessados em Instituto Rã-bugio (2013). Deste modo, até o momento, 232 espécies de aves foram registradas na região (Lista preliminar das aves registradas na região da RTRI, Anexo 5). Em relação à composição da avifauna ficou nítida a presença de elementos da Floresta Ombrófila Densa em simpatria com aves típicas da Floresta Ombrófila Mista. É importante ressaltar que pesquisas mais detalhadas podem revelar a presença de um número mais elevado de aves. O fato de a área estar inserida em uma região de ecótono entre duas formações florestais certamente favorece a ocorrência de uma riqueza de espécies bastante elevada.

Espécies de alto interesse conservacionista (adaptado de SOCIEDADE CHAUÁ, 2008) Dentre o total de espécies observadas, 14 (Nonnula rubecula, Dryocopus lineatus, D. galeatus, Heliobletus contaminatus, Xenops rutilans, Sclerurus scansor, Piprites chloris, Cissopis leverianus, Hemithraupis guira, Euphonia chalybea, Sporophila angolensis, Cyanoloxia moesta, Saltator fuliginosus e Cyanocompsa brissonii) (Figs. 3.46 a 3.49) são consideradas raras em Santa Catarina por Rosário (1996). Provavelmente algumas destas foram consideradas raras devido à falta de informações disponíveis na época. No entanto, algumas destas espécies são mesmo escassas e ameaçadas: Dryocopus galeatus é vulnerável no Brasil e no Mundo; Tinamus solitarius (Fig. 3.50) e Spizaetus tyrannus são quase ameaçadas no Brasil; Procnias nudicollis é vulnerável em nível global; e outras oito são consideradas quase ameaçadas em nível global (Piculus aurulentus, Scytalopus indigoticus, Leptasthenura setaria, Carpornis cucullata, Cyanocorax caeruleus, Thraupis cyanoptera, Amaurospiza moesta e Euphonia chalybea) (Figs. 3.51 e 3.52). Dentre as 46 espécies registradas entre 2009 e 2013 pelo proprietário da RTRI, quatro enquadram-se como quase ameaçadas no Brasil e em nível global: Leucopternis polionotus, Phibalura flavirostris, Anabacerthia amaurotis e Psilorhamphus guttatus. Outras duas espécies são consideradas quase ameaçadas apenas em nível global: Accipiter poliogaster e Spizaetus ornatus (Fig. 3.53). É importante ressaltar que o registro mais importante com relação à avifauna regional foi o do pica-pau-cara-canela (Dryocopus galeatus) (Fig. 3.47), espécie que conta com pouquíssimos registros para o Brasil, cuja biologia é totalmente desconhecida. Seu elevado grau de ameaça (vulnerável) no Brasil e no mundo, bem como nos estados limítrofes Paraná e Rio Grande do Sul (criticamente em perigo) ressalta a importância deste registro, e reforça a ideia de que a RTRI e as áreas protegidas vizinhas possuem um forte potencial conservacionista.

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Fig. 3.46: Dryocopus lineatus (Foto: G.Woehl Jr.) Fig. 3.47: Dryocopus galeatus (Foto: G.Woehl Jr.)

Fig. 3.48: Sporophila angolensis (Foto: G.Woehl Jr.) Fig. 3.49: Saltator fuliginosus (Foto: G.Woehl Jr.)

Fig. 3.50: Ovo de Tinamus solitarius (Foto: G.Woehl Fig. 3.51: Carpornis cucullata (Foto: G.Woehl Jr.) Jr.)

Fig. 3.52: Euphonia chalybea (Foto: G.Woehl Jr.) Fig. 3.53: Spizaetus ornatus (Foto: G.Woehl Jr.)

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Aspectos da avifauna na região da RTRI (adaptado de SOCIEDADE CHAUÁ, 2008) Conforme Sociedade Chauá (2008), a composição avifaunística, assim como a florística, varia conforme diferenças altitudinais e também devido ao grau de interferência antrópica nas comunidades florestais. Foi verificado que um grande número de aves típicas da Floresta Ombrófila Densa (FOD) ocorre no mesmo local com elementos da Floresta Ombrófila Mista (FOM). Na calha do rio Itajaí do Norte as espécies da Floresta Ombrófila Densa são mais abundantes, ao passo que nas partes mais altas as aves da Floresta com Araucária são predominantes. Os trechos de maior altitude apresentam grande quantidade de taquaras (Merostachys multiramea), que forma um ambiente utilizado por várias espécies, principalmente das famílias Picidae, Thamnophilidae e Emberizidae. A cobertura florestal tem potencial para a ocorrência de várias espécies não registradas durante a amostragem expedita de 2008, como alguns gaviões (família Accipitridae), o papagaio-de-peito-roxo (Amazona vinacea), a sabiá-cica (Triclaria malachitacea), o saí-de- pernas-pretas (Dacnis nigripes), além de vários representantes característicos da FOD, como Orchesticus abeillei, Chlorophanes spiza e Malacoptila striata, entre muitos outros. Em relação ao número de espécies por família, as mais representativas foram Tyrannidae, Thraupidae, Furnariidae e Picidae. A presença de um elevado número de espécies das famílias Thraupidae, Furnariidae e Picidae revela uma diversidade de aves florestais que possuem exigências ambientais médias ou elevadas, o que reflete a boa recomposição da floresta na região. A presença de várias aves frugívoras dispersoras de sementes é fundamental para a recuperação destas áreas modificadas e, consequente, manutenção dos ambientes naturais. Quanto à abundância das espécies de aves registradas na área de estudo em 2008, 80 (43%) se mostraram abundantes, 64 (34%) foram consideradas frequentes, 35 (19%) incomuns e 07 (4%) raras. Os dados referentes à dependência de ambientes florestais revelam que grande percentual da avifauna registrada em 2008 depende das florestas durante seus ciclos biológicos (115). O número de espécies que independem é de 56 e as semidependentes totalizam 15. Se for analisada a sensibilidade a distúrbios no hábitat, apenas 57 espécies toleram perturbações, a minoria do total registrado. A maior parte das aves é parcialmente exigente de áreas conservadas (66) ou altamente exigentes (63), enfatizando a importância da conservação deste e dos demais remanescentes florestais do vale do rio Itajaí do Norte. Em relação à sazonalidade das espécies de aves, a maioria registrada em 2008 é residente (145) e utiliza a área de estudo durante todo o ano, reproduzindo-se nela. Algumas espécies são consideradas residente-migratórias ou residentes de verão, e realizam deslocamentos sazonais, se deslocando logo após encerrarem as atividades reprodutivas, indo para áreas mais quentes no Brasil Central ou norte da América do Sul e retornando no início da primavera (33). Apenas uma (01) é migratória, vindo do hemisfério norte e permanecendo na área durante o inverno austral. Para sete espécies os deslocamentos sazonais são indeterminados e não se enquadram seguramente em outra categoria. Com relação à dieta das espécies registradas em 2008, o item mais consumido são os insetos (124 insetívoras). Em seguida estão os frutos (72 frugívoras), o que é importante, pois os frugívoros são importantes agentes dispersores de sementes, sendo responsáveis pela recomposição das florestas em áreas alteradas. As aves que consomem sementes e grãos ficaram em terceiro lugar (47), seguidas pelas aves que se alimentam de vertebrados (27), peixes (10), néctar (06), carne em decomposição (05), vários itens dependendo da oferta no ambiente (05), vegetais verdes (03) e invertebrados que vivem no solo, lodo ou locais arenosos (1). Foi observado que um grande número de espécies consome insetos, e a presença e manutenção destas aves na área também colabora para que algumas pragas que provocam prejuízos agrícolas sejam controladas.

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Foi observado também que várias espécies encontradas na área de estudo em 2008 apresentam alto interesse cinegético (16) ou sofrem forte pressão de captura para criação em cativeiro e/ou tráfico ilegal (26). As espécies que são frequentemente caçadas na região representam 23% de toda a comunidade de aves silvestres. Este valor é alto e, segundo informações dos proprietários e de moradores locais entrevistados, a caça é frequente na área de estudo, significando um grave problema para a conservação de algumas espécies como o macuco (Tinamus solitarius), por exemplo. Informações colhidas com moradores vizinhos indicam que a jacutinga (Aburria jacutinga) ocorria em vários locais do vale do rio Itajaí do Norte e atualmente se encontra extinta na região devido à caça predatória. Segundo os mesmo entrevistados a região é um tradicional sítio de captura de curiós (Sporophila angolensis) e azulões (Cyanocompsa brissonii), que abastecem o comércio ilegal.

3.2.9.2 Riqueza e Descrição dos Mamíferos (adaptado de SOCIEDADE CHAUÁ, 2008) Durante o inventário realizado pela Mastozoóloga Fernanda Góss Braga (SOCIEDADE CHAUÁ, 2008), foram registradas para a região 26 espécies pertencentes a 08 ordens e 17 famílias. Deste 2008 o Sr. Germano Woehl Jr obteve registros fotográficos que confirmaram a ocorrência de algumas espécies e que acrescentaram duas novas espécies à lista (INSTITUTO RÃ-BUGIO, 2013). Deste modo, até o momento, 28 espécies de mamíferos foram registrados na região (Lista preliminar dos mamíferos registrados na região da RTRI, Anexo 6). Esta riqueza corresponde a 75% do registrado por Cherem e Perez (1996) e aproximadamente 18% das espécies ocorrentes no Estado, conforme Cherem et al. (2004). Este inventário preliminar aponta uma riqueza que certamente aumentará com o aumento do esforço de campo e seu direcionamento para grupos não amostrados nesta avaliação, como pequenos roedores, marsupiais e morcegos. Foram consideradas de alto interesse conservacionista aquelas espécies constantes em listas de espécies ameaçadas. Dentre os registros pode-se ressaltar a ocorrência de três mamíferos considerados vulneráveis no Brasil Puma concolor, Leopardus pardalis, Leopardus tigrinus e um considerado quase ameaçado: Alouatta guariba (MMA, 2003) (Figs. 3.54 a 3.56). Outras espécies merecem menção por constarem em listas de ameaçadas dos estados limítrofes PR (MARGARIDO e BRAGA, 2004) e RS (FONTANA et al., 2003), são elas: Puma yagouaroundi, Tamandua tetradactyla, Lontra longicaudis, Eira barbara, Nasua nasua, Pecari tajacu, Mazama gouazoubira, Dasyprocta azarae e Cuniculus paca (Figs. 3.57 e 3.61).

Fig. 3.54: Puma concolor (Acervo: G.Woehl Jr.) Fig. 3.55: Leopardus trigrinus (Acervo: G.Woehl Jr.)

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Fig. 3.56: Alouatta guariba (Foto: G.Woehl Jr.) Fig. 3.57: Puma yagouaroundi (Acervo: G.Woehl Jr.)

Fig. 3.58: Eira barbara (Foto: G.Woehl Jr.) Fig. 3.59: Nasua nasua (Foto: G.Woehl Jr.)

Fig. 3.60: Mazama gouazoubira (Foto: A.Milach) Fig. 3.61: Dasyprocta azarae (Foto: G.Woehl Jr.)

Aspectos da mastofauna na região da RTRI (adaptado de SOCIEDADE CHAUÁ, 2008) Conforme Sociedade Chauá (2008), as espécies de mamíferos registradas são na grande maioria de alta plasticidade ecológica (65%), o que significa que conseguem se adaptar com facilidade a certos distúrbios do meio. Essas espécies estão presentes tanto em ambientes conservados, quanto em ambientes com diferentes graus de perturbação. Apresentam tempo de desenvolvimento curto, com esforço reprodutivo e mortalidade elevados. São generalistas em relação ao habitat e alimentação, sendo que muitas vezes se beneficiam das atividades de produção existentes na região, principalmente lavouras. Seis espécies (23%) apresentam média plasticidade ecológica e apenas três (12%) se enquadram como de alta plasticidade.

34 Plano de Manejo RPPN Taipa do Rio Itajaí Sociedade Chauá, 2013

A presença de espécies mais sensíveis, que requerem amplas áreas com menor grau de alteração como o puma (Puma concolor), a jaguatirica (Leopardus pardalis), o cateto (Pecari tajacu), a paca (Cuniculus paca), a jaguatirica (Leopardus pardalis) e o bugio (Alouatta guariba), por exemplo, evidenciam a importância da área para a manutenção de espécies- chave. Considerando os tipos de alimento consumidos, 13 das espécies registradas (50%) consomem frutos e o mesmo número consome invertebrados, nove consomem vertebrados (35%), oito consomem sementes e o mesmo número brotos (31%), seis consomem raízes (23%), três consomem néctar (12%), duas consomem detritos e o mesmo número peixes (8%), e uma espécie consome sangue, assim como pólen (4%). Os resultados apontam uma grande dependência da disponibilidade de frutos pelas espécies de mamíferos que ocorrem na área, o que é importante por dois aspectos: aponta a íntima relação entre as espécies da fauna com a flora e o importante papel da fauna na dispersão de sementes e consequentemente para a manutenção da estrutura da floresta. O alto consumo de invertebrados (principalmente insetos) também evidencia a importância dos mamíferos no combate a proliferação de pragas, incluindo agrícolas e florestais. A utilização de vertebrados na dieta, mesmo de pequeno porte, também foi expressiva, mostrando que a área abriga espécies topo de cadeia, que são fundamentais ao equilíbrio de qualquer sistema natural.

3.2.9.3 Riqueza de Anfíbios e Répteis O Sr. Germano Woehl Jr. vem realizando, desde a aquisição da primeira área, um inventário de anfíbios e répteis existentes na região da RPPN Taipa do Rio Itajaí. Esta pesquisa vem sendo feita de forma expedita, com base em registros obtidos durante as visitas a campo. Para a identificação das espécies o Sr. Germano consultou especialistas e literatura técnica. A grande extensão da área, aliada ao seu bom estado de conservação e riqueza em ambientes propícios possibilitam a ocorrência de diversas espécies de anfíbios e répteis. Até o momento foram detectadas 38 espécies e 9 famílias de anfíbios. No âmbito dos répteis foram registradas 16 espécies e 8 famílias. As listas preliminares de anfíbios e répteis na região da RTRI são apresentadas nos Anexos 7 e 8. Nas figs. 3.62 a 3.69 a seguir são demonstradas algumas das espécies registradas.

Fig. 3.62: Leptodactylus notoaktites Fig. 3.63: Hylodes perplicatus (Foto: G.Woehl Jr.) (Foto: G.Woehl Jr.)

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Fig. 3.64: Eleutherodactylus binotatus Fig. 3.65: Eleutherodactylus sp. (Foto: G.Woehl Jr.) (Foto: G.Woehl Jr.)

Fig. 3.66: Hydromedusa tectifera Fig. 3.67: Salvator merianae (Foto: G.Woehl Jr.) (Foto: G.Woehl Jr.)

Fig. 3.68: Boiruna maculata Fig. 3.69: Bothropoides jararaca (Foto: G.Woehl Jr.) (Foto: G.Woehl Jr.)

3.2.9.4 Ameaças à Fauna Silvestre (adaptado de SOCIEDADE CHAUÁ, 2008) Conforme salientado em Sociedade Chauá (2008), a fauna em todos os ambientes naturais está sujeita a diversos impactos. Alguns deles dizem respeito à própria manutenção do equilíbrio dos ecossistemas como a predação e a competição. No entanto, em áreas alteradas os impactos são maximizados, conforme o grau de perturbação. Áreas antropizadas oferecem impactos distintos à fauna, desde aqueles causados diretamente ao meio, até aqueles causados diretamente a espécies ou à comunidade de maneira geral. De um modo geral, o desmatamento na região de entorno da RTRI ocasiona perda de habitat para muitas espécies, e contribui para seu declínio populacional. A atividade agrosilvipastoril, se conduzida de forma inadequada, provoca impacto diretos e indiretos na fauna através da erosão e da poluição de habitats. Além destes fatores de degradação, o principal fator de impacto observado para as comunidades de fauna é a caça de espécies de interesse cinegético, como o macuco

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(Tinamus solitarius), inambu (Crypturellus obsoletus), uru (Odontophorus capueira), jacu (Penelope obscura), pombas (Patagioenas spp e Leptotila spp) e tucanos (Ramphastos dicolorus e R. vitellinus), dentre as aves, e a paca (Cuniculus paca), cateto (Pecari tajacu) e veados (Mazama spp.), dentre outros mamíferos. Vizinhos da RTRI relataram a presença constante de caçadores no interior da floresta, muitas vezes oriundos de centros urbanos próximos, sempre em busca destas espécies com alto valor cinegético, as quais tendem a desaparecer se a caça continuar de forma intensa e frequente. Segundo informações de moradores locais a atividade de caça já extinguiu a jacutinga (Aburria jacutinga) da região e o mesmo pode acontecer com várias outras espécies de aves e mamíferos. A captura de psitacídeos e de passeriformes canoros para criação em cativeiro, assim como para abastecer o comércio ilegal de animais silvestres, é também um sério problema na região, relatado por vários moradores. Foi relatado um caso de venda de macucos capturados na RTRI e negociados na cidade de Itaiópolis. A presença de cães que circulam pela região da RTRI pode afetar expressivamente a fauna de mamíferos pela predação, estando sujeitos a este tipo de pressão principalmente tamanduás (Tamandua tetradactyla), cutias (Dasyprocta azarae), ouriços (Sphiggurus villosus), tatus (Dasypus spp) e preás (Cavia aperea), além de filhotes de veado (Mazama spp.), de paca (Cuniculus paca) e de carnívoros de pequeno porte. Aves de hábitos terrestres também podem ser afetadas pelos cães. Além disso, cães domésticos em propriedades afastadas geralmente não são vacinados, podendo transmitir doenças, ectoparasitos e parasitos intestinais às espécies de carnívoros silvestres que ocorrem na RTRI (principalmente ao cachorro-do-mato, Cerdocyon thous), cujo impacto na população pode ser irreversível.

3.2.10 Visitação A visitação na RTRI ocorre de maneira muito pouco significativa, resumindo-se aos proprietários, em visitas periódicas de acompanhamento. De maneira irregular a reserva é visitada por invasores que adentram em seu interior para caçar animais silvestres e extrair outros recursos naturais. Por motivos de acesso e pelo fato de existirem outras RPPNs próximas com maior potencial de atrativos, não está prevista visitação na RTRI, sendo a sua maior porção reservada exclusivamente para a proteção da biodiversidade. No entanto, considerando uma eventual mudança neste cenário, descreve-se a seguir as potencialidades de visitação da área protegida. A possibilidade de serem efetivadas atividades de visitação mais direcionadas e com menor intensidade também justificam uma análise das potencialidades da reserva.

3.2.10.1 Potencialidades para visitação A RTRI possui atrativos naturais significativos para justificar atividades de ecoturismo. Belas paisagens naturais, elevada diversidade de flora e fauna, e boas opções de contato primitivo com natureza. Por outro lado, o acesso à reserva é bastante precário, havendo apenas uma alternativa mais viável sob os aspectos ambiental e logístico, a estrada rural que liga a RPPN à Estrada Geral Dr. Cerqueira. Mesmo esta única alternativa é também restritiva no que se refere a trafegabilidade de veículos, tendo em vista a conservação dos ambientes marginais ao acesso. Além disso, não existem trilhas internas de acesso aos principais atrativos da reserva, as taipas rochosas e o próprio rio Itajaí do Norte. Como existem outras RPPNs próximas com atrativos semelhantes e com maior acessibilidade, a visitação na RTRI não é recomendável dentro de uma análise estratégica.

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Por fim, invasões de caçadores nos remanescentes da RTRI e de seu entorno, assim como a frequência de episódios violentos na região, apontam com um cenário desfavorável à efetivação de visitação nos moldes tradicionais em curto e médio prazo, principalmente pela falta de segurança. Um tipo de visitação considerado relevante para a área protegida é aquele com fins de conservação, através do qual a RTRI é apresentada para pessoas que apoiam financeiramente seus programas de manejo e também o plano de ampliação de áreas protegidas no entorno, visando incentivar e demonstrar a importância de seu apoio. No entanto, ainda que se configure como mais esporádica e com grupos menores, esta forma de visitação só poderá ser implementada quando a estrutura básica de apoio aos visitantes for instalada, assim como quando forem efetivados guarda-parques na RTRI. A seguir são descritos com maior detalhe alguns aspectos e potencialidades de visitação da RPPN Taipa do Rio Itajaí e de seu entorno.

3.2.10.2 Iniciativas educacionais Não existem atividades de educação ambiental no interior da área protegida. Como já abordado nos itens anteriores, a falta de acessos, estrutura e segurança impossibilita este tipo de ação na RTRI. Por outro lado, diversos projetos e atividades de educação ambiental já foram efetivados pelo Instituto Rã-bugio junto às escolas do município de Itaiópolis, como descrito no item Iniciativas Favoráveis à Conservação Ambiental no Município. Desta forma, sendo o Instituto Rã-bugio uma entidade parceira na gestão da RTRI, assim como das demais áreas protegidas que já existem no entorno, existe enorme potencialidade educacional a ser explorada no município e especificamente na região da RTRI, podendo inclusive ser utilizada uma das áreas protegidas do entorno, como a RPPN Das Araucárias Gigantes, que possui melhor acesso e maior segurança, para a visitação com fins de educação ambiental. A RTRI pode participar indiretamente dos programas de educação ambiental fornecendo subsídios ao temas abordados, pela sua importância de conservação no contexto regional, mesmo que não possa abrigar a visitação direta para este fim.

3.2.10.3 Aspectos culturais e históricos O entorno da RPPN Taipa do Rio Itajaí apresenta um histórico típico observado em toda a região onde se insere. Suas paisagens atuais são o reflexo das atividades econômicas desenvolvidas desde o passado até o presente: a intensa e predatória exploração madeireira e a conversão de florestas em áreas de aproveitamento agropecuário ou silvicultural. Este histórico, do qual felizmente a RTRI foi uma exceção, pode e deve ser abordado na informação de visitantes, se houverem. Da mesma forma, o histórico de defesa e preservação do complexo de áreas protegidas da qual a RTRI faz parte também deve ser constantemente divulgado.

3.2.10.4 Atrativos A seguir são descritos alguns atrativos de interesse na RPPN Taipa do Rio Itajaí.

Paisagens naturais do vale do rio Itajaí do Norte A trilha que atravessa a porção central da RTRI oferece a possibilidade de uma caminhada de nível leve de dificuldade, atravessando comunidades florestais nos estágios inicial e médio da sucessão. A partir desta trilha tem-se um amplo espectro de visão do vale do rio Itajaí do Norte e das encostas de sua margem oposta. Além de florestas conservadas, também pode-se visualizar áreas onde ocorreram deslizamentos de terra (na margem oposta), aspecto que caráter educativo, para reforçar a fragilidade ambiental da região. Ao longo do caminho é possível avistar aves de diversas espécies.

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Paisagem das taipas do rio Itajaí do Norte A partir da margem direita do rio Itajaí do Norte, já no município de Santa Terezinha, é possível ter uma bela visualização dos imponentes paredões rochosos cuja existência inspirou o nome da RPPN Taipa do Rio Itajaí. Deste modo, é possível apreciar a bela paisagem da RTRI sem a necessidade de adentrar na unidade de conservação (Figs. 3.70 e 3.71).

Fig. 3.70: Paisagem das taipas do rio Itajaí do Norte Fig. 3.71: Detalhe de taipa rochosa na RTRI (Foto: na RTRI (Foto: C.T.Blum) C.T.Blum)

3.2.10.5 Perfil de Potenciais Visitantes Como a visitação não é objetivo de manejo na RPPN Taipa do Rio Itajaí, os tipos de visitantes que se adequam às características e atrativos da área protegida são:  Visitantes que contribuem financeiramente com os programas de conservação da RTRI e/ou das áreas protegidas do entorno;  Grupos de universidades para pesquisas em campo.

3.2.11 Pesquisa e Monitoramento Até o momento a única pesquisa realizada na região da RTRI é um inventário de fauna e flora não sistemático que vem sendo conduzido pelos proprietários das RPPNs. Para tal, de forma esporádica e informal vem sendo registrados vestígios e visualizações de plantas, aves, mamíferos, anfíbios e répteis. O registro do raríssimo pica-pau-cara-de-canela (Dryocopus galeatus) durante os estudos do Plano de Manejo da RPPN Corredeiras do Rio Itajaí (Sociedade Chauá, 2008) resultou na publicação de um artigo científico com informações gerais sobre a visualização da espécie (SANTOS, 2008). No entanto, por situar-se em área de contato entre a Floresta Ombrófila Mista e a Floresta Ombrófila Densa, além de abranger comunidades vegetais em bom estado de conservação, a RPPN Taipa do Rio Itajaí apresenta grande potencial para projetos de pesquisa nos âmbitos da botânica e da zoologia, entre outras ciências naturais. Importantes contribuições ao conhecimento da biodiversidade e também da ecologia de espécies ameaçadas podem ser realizadas através da RTRI. Como exemplo deste potencial aponta-se o estudo que deve ser realizado sobre a ecologia do pica-pau-de-cara-canela (Dryocopus galeatus), que ocorre na área e sobre a qual muito pouco se sabe. Outro aspecto essencial a ser pesquisado é a biodiversidade da comunidade biológica que vive no ambiente das taipas rochosas.

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Outras linhas de estudos e projetos aconselháveis para área protegida podem envolver temas como controle de espécies exóticas invasoras, fitossociologia de comunidades ecotonais, inventário florístico de longo prazo, inventários faunísticos de longo prazo abrangendo os diversos grupos de animais, botânica de famílias complexas, ecologia de espécies ameaçadas de extinção, monitoramento da fauna e outros.

3.2.12 Ocorrência de Fogo Segundo informações coletadas na área protegida e seu entorno, há décadas atrás ocorreu um incêndio dentro da RTRI, que se espalhou pelas comunidades vegetais iniciais que colonizavam uma área de deslizamento nas proximidades da antiga estrada. Desde então não há ocorrências de incêndios descontrolados na região. No entanto, existem registros de queimadas controladas no entorno da RTRI, principalmente na margem direita do rio Itajaí do Norte, o que aponta para o risco de incêndios acidentais a partir de propriedades vizinhas. As áreas mais elevadas da RTRI são mais suscetíveis a incêndios, por apresentarem vegetação mais alterada e/ou conexão com remanescentes alterados. Nas encostas inclinadas e calha do rio Itajaí do Norte a vegetação densa e a própria existência dos rios reduz bastante o risco de incêndios. A época em que a vegetação se encontra suscetível a incêndios é principalmente no inverno, quando as chuvas são mais escassas.

3.2.13 Atividades desenvolvidas na área protegida Atualmente não existe visitação formal nem tampouco atividades de educação ambiental dentro da área protegida. Atividades de fiscalização e proteção como rondas de averiguação nas divisas e manutenção trilhas não são realizadas até o momento na RTRI. De forma eventual e esporádica os proprietários fazem incursões na área protegida e no seu entorno, as quais por vezes resultam na detecção de crimes ambientais como desmatamento e desrespeito à APPs. Os crimes constatados tem sido sempre denunciados pelos proprietários da RTRI, junto aos órgãos ambientais responsáveis.

3.2.14 Sistema de Gestão A RTRI é gerida pelos seus proprietários, com apoio do Instituto Rã-bugio. A área protegida não conta ainda com um conselho consultivo.

3.2.15 Pessoal O complexo de RPPNs contíguas do qual a RTRI faz parte não possui nenhum funcionário contratado em dedicação integral para as atividades de manejo. Ações esporádicas de fiscalização, proteção, registros de fauna e acompanhamento em visitas eventuais vem sendo realizadas por um morador da região, com dedicação parcial. Tendo em vista a grande amplitude do conjunto de RPPNs, e as fortes pressões predatórias no entorno, o ideal seria a contratação de pelo menos dois funcionários que deverão dedicar-se de forma integral prioritariamente às atividades de fiscalização e proteção, além de outras referentes ao manejo da área protegida.

3.2.16 Infraestrutura

Edificações e Estrutura Não existe nenhuma edificação na RTRI e nem tampouco nas demais RPPNs contíguas. No entanto, está prevista a instalação de uma sede geral próxima à RPPN das Araucárias Gigantes, em área já adquirida, propícia para a construção de uma sede administrativa e de alojamentos para apoiar atividades de manejo e visitação no complexo de RPPNs. O local previsto para a construção da Sede Geral fica a 5,1 km da RTRI.

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Cercas Não existem cercas nas divisas da propriedade, pelo fato de que a maioria dos limites atravessa terrenos muito acidentados cobertos por floresta densa, ou é materializada pelo rio Itajaí do Norte. A implantação de cercas não é recomendada pois existe a possibilidade de que as áreas vizinhas ao norte e ao sul sejam adquiridas e transformadas em RPPNs.

Sinalização Não existem placas de advertência ou de sinalização na área protegida ou ao longo do seu acesso próximo.

Sistema de Circulação e Acessos O sistema de circulação na área protegida é bastante incipiente. Em virtude da regeneração natural da vegetação na antiga estrada, atualmente não há acesso a veículos motorizados em seu interior. Existem apenas duas trilhas que adentram na área protegida. Uma delas percorre o traçado a antiga estrada no sentido norte-sul, com cerca de 500 m de extensão. A outra tem traçado próximo da divisa leste da RPPN, seguindo no sentido NW-SE por cerca de 200 m.

3.2.17 Equipamentos e Serviços Não existem equipamentos e serviços disponíveis na RTRI atualmente. A área protegida não é atendida por linha de energia elétrica e também não possui cobertura de telefonia celular.

3.2.18 Recursos financeiros Os recursos financeiros para manejo da RTRI provém essencialmente de seus proprietários. Uma iniciativa de captação de recurso financeiro relacionada a RTRI e para a conservação de seu entorno é o Programa Neutralize seu Carbono para Salvar o que Resta da Mata Atlântica, criado pelo Instituto Rã-bugio. Através desta campanha qualquer pessoa, interessada em contribuir na conservação da biodiversidade e para a neutralização de carbono, pode participar doando uma quantia financeira acima de R$ 50,00. As doações são acumuladas até atingir o valor mínimo necessário para a compra de áreas no entorno da RTRI, para ampliar a área protegida. A RPPN Corredeiras do Rio Itajaí, que dista cerca de 200 m da RTRI, veio recebendo nos últimos cinco anos recursos financeiros para seu manejo de conservação através do termo de cooperação firmado entre o HSBC Corretora de Seguros S.A., a Sociedade de Pesquisa em Vida Selvagem e Educação Ambiental - SPVS e os proprietários, por intermédio do Programa de Desmatamento Evitado, gerenciado pela SPVS. Através desse programa, uma quantia mensal é repassada para investimento na área. Mecanismos de captação de recursos como este podem ser utilizados também no levantamento de fundos para subsidiar a gestão e manejo da RTRI. Editais de financiamento para conservação também devem ser buscados.

3.2.19 Formas de Cooperação O Instituto Rã-bugio é a principal instituição parceira da RPPN Taipa do Rio Itajaí, participando de sua gestão e viabilizando formas de captação de recursos para seu manejo de conservação. Como já relatado no item anterior, a SPVS (Sociedade de Pesquisa em Vida Selvagem e Educação Ambiental) foi parceira na gestão da área vizinha RPPN Corredeiras do Rio Itajaí durante o período de convênio referente ao Programa de Desmatamento Evitado. Outras parcerias com instituições de ensino e pesquisa, assim como outras organizações conservacionistas, devem ser fomentadas. Trata-se de procedimento fundamental para que 41 Plano de Manejo RPPN Taipa do Rio Itajaí Sociedade Chauá, 2013 mais projetos conservacionistas possam ser desenvolvidos, desde que pautados na conservação dos ecossistemas nativos e valorização da área protegida. Na medida do possível, havendo um cenário político favorável, podem também ser buscadas parcerias com a prefeitura municipal de Itaiópolis e até mesmo com a prefeitura de Santa Terezinha, já que este município faz divisa com a área protegida (na margem direita do rio Itajaí do Norte).

3.2.20 Comunicação e Relações Públicas Uma importante ferramenta para a conservação da RTRI é a comunicação. Através da divulgação de sua existência, das ameaças existentes, e principalmente de seu elevado valor ecológico, é possível sensibilizar as autoridades, conscientizar grande parte da sociedade e até mesmo obter apoio de diversas formas. Os proprietários da RTRI vêm realizando importantes avanços no âmbito da comunicação e divulgação do complexo de RPPNs do qual ela faz parte. Matérias sobre seu histórico de aquisição e conservação, assim como suas lutas contra crimes ambientais na região vem sendo veiculadas em revistas e colunas de sites ambientais, entre outros. Destacam-se os seguintes artigos: Eles estão preservando (MANSUR, 2008); Salvaremos a Mata Atlântica? (WOEHL JR, 2008a); Comprar para preservar resolve? (WOEHL JR, 2008b); e A Arca dos Woehl (CRUZ, 2008). Uma breve descrição sobre as principais características das RPPNs que constituem o complexo de áreas protegidas também é disponibilizada no site do Instituto Rã-bugio. Por fim, diversas notícias relevantes sobre as RPPNs tem sido veiculadas no blog Defensor da Natureza (http://ra-bugio.blogspot.com.br/).

3.3 Possibilidade de conectividade

Unidades de Conservação Num raio de cerca de 50 km em torno da RPPN Taipa do Rio Itajaí existem 12 unidades de conservação oficialmente criadas (Tabela 3.5), sendo uma de proteção integral, sete RPPNs e outras quatro de uso sustentável (Mapa de Conectividade, Anexo 9).

Tabela 3.3: Unidades de Conservação num raio de 50km no entorno da RPPN Taipa do Rio Itajaí.

Unidade Categoria Área (ha) Município

RPPN Corredeiras do Rio Itajaí Uso sustentável 332,92 Itaiópolis RPPN Corredeiras do Rio Itajaí II Uso sustentável 79,05 Itaiópolis RPPN Odir Zanelatto Uso sustentável 212,07 Itaiópolis RPPN Raso do Mandi Uso sustentável 54,34 Itaiópolis RPPN Refúgio do Macuco Uso sustentável 31,86 Itaiópolis RPPN Taipa Rio do Couro Uso sustentável 36,3 Itaiópolis RPPN das Araucárias Gigantes Uso sustentável 55,73 Itaiópolis Reserva Biológica Estadual do Sassafrás Proteção integral 6.972 Doutor Pedrinho ARIE Serra da Abelha/ Rio da Prata Uso sustentável 4.604 Vitor Meirelles APA Municipal Represa do Alto Rio Preto Uso sustentável 16.000 Rio Negrinho APA Municipal Rio dos Bugres Uso sustentável 8.000 Rio Negrinho

Floresta Nacional de Três Barras Usos sustentável 4.458,5 Três Barras

42 Plano de Manejo RPPN Taipa do Rio Itajaí Sociedade Chauá, 2013

Como já descrito anteriormente, a RTRI faz parte de um complexo de RPPNs que abrange outras sete reservas contíguas ou muito próximas, todas interligadas por um remanescente contínuo de floresta situado na margem esquerda do rio Itajaí do Norte. A área somada de todas estas RPPNs, incluindo a RTRI, resulta em 849,51 ha. A unidade de conservação mais próxima do complexo de RPPN do qual a RTRI faz parte é a Área de Relevante Interesse Ecológico Serra da Abelha/ Rio da Prata, a cerca de 20 km ao sul. Também relativamente próximas, a aproximadamente 35 km, estão a APA da Represa do Alto Rio Preto (a leste) e uma parte da Reserva Biológica Estadual do Sassafrás (a sudeste). O complexo de RPPNs do qual a RTRI faz parte tem concreta possibilidade de conexão com a ARIE Serra da Abelha/ Rio da Prata, a Reserva Biológica Estadual do Sassafrás e a APA da Represa do Alto Rio Preto, através das florestas de preservação permanente (APP) do vale do rio Itajaí do Norte e de seus grandes afluentes, desde que tais florestas encontrem- se bem conservadas ou seja restauradas. Estes corredores devem ser encarados como prioritários em programas de conservação e ações de fiscalização ambiental.

3.4 Declaração de significância A criação e manutenção de áreas protegidas que resguardem o pouco que restou da Mata Atlântica (no sentido amplo) demonstram comprometimento com o bioma, resultando, de uma maneira local, mas bastante direcionada, na conservação dos últimos remanescentes de suas fitofisionomias na região. Desta forma, a RPPN Taipa do Rio Itajaí tem sua maior relevância por fazer parte de um complexo de RPPNs que protege extenso remanescente florestal, predominantemente em bom estado de conservação e caracterizado por uma situação de contato entre tipologias florestais, além de seu posicionamento estratégico, bastante favorável no sentido de garantir possibilidades de conectividade em nível regional. A conservação de ecossistemas frágeis como vegetação de paredões rochosos, florestas ribeirinhas e florestas de encosta sobre solos instáveis também confere importância à área protegida, assim como as nascentes e córregos existentes no seu interior. Por fim, o remanescente da RPPN Taipa do Rio Itajaí apresenta elevado valor ecológico por guardar populações de diversas espécies ameaçadas de extinção como a canela-preta (Ocotea catharinensis), a canela-sassafrás (Ocotea odorifera) e o xaxim-bugio (Dicksonia sellowiana), dentre as plantas; o pica-pau-de-cara-canela (Dryocopus galeatus), o macuco (Tinamus solitarius) e o gavião-pega-macaco (Spizaetus tyrannus), dentre as aves; o bugio- ruivo (Alouatta guariba), a onça-parda (Puma concolor) e a lontra (Lontra longicaudis), dentre os mamíferos. Adicionalmente, a relevância ecológica da RTRI é confirmada pelo fato de encontrar-se inserida na área prioritária para conservação MA086 Serra da Abelha/ Santa Terezinha, definida pelo Ministério do Meio Ambiente como de importância biológica e prioridade de ação extremamente altas (MMA, 2007).

43 Plano de Manejo RPPN Taipa do Rio Itajaí Sociedade Chauá, 2013

4 PLANEJAMENTO

O planejamento de manejo da RTRI levou em consideração o fato relevante de que esta área protegida faz parte de um complexo de oito RPPNs contíguas ou muito próximas entre si, todas pertencentes aos mesmos proprietários. Além disso, é preciso considerar que existe a pretensão dos proprietários de adquirir e criar reservas em outras áreas confrontantes às RPPNs já existentes. Considerando este cenário, o plano de manejo foi estruturado visando a execução do manejo integrado do complexo de RPPNs, já que, na prática, se trata da conservação de praticamente um só grande remanescente florestal. Na Fig. 4.1 podem ser observadas as RPPNs já estabelecidas que fazem parte do grande complexo de reservas (Fig. 4.1).

Fig. 4.1: Complexo de RPPNs do qual a RPPN Taipa do Rio Itajaí faz parte (Adaptado de Google Earth, 2013).

4.1 Objetivos específicos de manejo O objetivo geral da RPPN Taipa do Rio Itajaí é proteger um remanescente florestal do Bioma Mata Atlântica, conservando seu equilíbrio e biodiversidade através de proteção integral e manejo de conservação. São objetivos específicos:  restaurar áreas perturbadas por antropismos e deslizamentos de terra;  restaurar áreas ocupadas por espécies vegetais exóticas invasoras, procedendo a sua erradicação e controle, permitindo a regeneração natural da vegetação original;  proteger e viabilizar a conservação de espécies da flora e da fauna ameaçadas de extinção, raras e/ou endêmicas;  proteger amostras representativas de ecossistemas naturais do bioma Mata Atlântica;  proteger o solo e os recursos hídricos;  proporcionar a neutralização de carbono visando atenuar as mudanças climáticas;

44 Plano de Manejo RPPN Taipa do Rio Itajaí Sociedade Chauá, 2013

 propiciar a pesquisa científica, dentro das limitações impostas pelo plano de manejo;  servir como referência de conservação ambiental, estimulando proprietários do entorno a respeitar a legislação ambiental e a seguir práticas conservacionistas semelhantes; e  estabelecer relacionamento com a comunidade do entorno e proprietários das áreas vizinhas, visando potencializar as ações de conservação da biodiversidade na região.

4.2 Zoneamento O zoneamento é uma técnica de ordenamento territorial, usada para atingir melhores resultados no manejo de uma área protegida, estabelecendo usos diferenciados para cada espaço, segundo seus objetivos, potencialidades e características. Identificando e agrupando áreas com as qualificações citadas, que irão constituir zonas específicas, tendo normas próprias (FERREIRA et al., 2004). Dessa forma, o zoneamento torna-se uma ferramenta vital para a gestão da área protegida. O zoneamento da RPPN Taipa do Rio Itajaí foi realizado através de verificações em campo, tendo como base a planta individual de seu perímetro (dados da matrícula) e imagens de satélites. Foram elaborados dois mapas temáticos: Mapa Base e Mapa de Vegetação. O cruzamento dos dados contidos nestes mapas temáticos, assim como de várias informações relevantes levantadas em campo e resultantes do planejamento de manejo, viabilizou a definição das distintas zonas da RPPN, descritas a seguir e apresentadas no Mapa de Zoneamento (Anexo 9). Tendo em vista a possibilidade real de que as áreas vizinhas ao norte e ao sul sejam adquiridas e também transformadas em RPPNs, optou-se por não incluir uma zona de transição no presente zoneamento. É importante ressaltar que, durante os levantamentos e a elaboração dos mapas do presente plano de manejo, foi constatado que os limites determinados pela matrícula resultam em uma dimensão de área distinta da estabelecida pela própria matrícula. Ou seja, a área real da RPPN é maior do que a oficial que consta na matrícula e no decreto de criação da RPPN. Deste modo, o zoneamento ficou estabelecido dentro dos limites determinados em matrícula, mas com as áreas corrigidas para a realidade in loco. As zonas definidas para o manejo da RPPN são descritas nos tópicos abaixo e apresentadas no Mapa de Zoneamento (Anexo 9).

4.2.1 Zona Silvestre É aquela que contém as áreas melhor conservadas, sendo a maior parte de floresta no estágio avançado da sucessão. Destina-se essencialmente à conservação da biodiversidade e à proteção de trechos com fragilidade ambiental. Funciona como reserva de recursos genéticos silvestres, onde são permitidos: pesquisas que não perturbem as comunidades biológicas, estudos, monitoramento, proteção e fiscalização. Nesta zona a única infraestrutura permitida é aquela destinada à sua proteção e fiscalização, como: aceiros, cercas, trilhas de fiscalização e torres de observação. Essa zona abrange a maior parte da RTRI, quase 80% de sua área, resguardando nascentes, vales encaixados e as taipas rochosas. É representada por dois setores: um na parte nordeste da RPPN e outro na parte sudoeste. Estes dois setores são divididos pelas zonas de proteção e de recuperação.

4.2.2 Zona de Proteção Essa zona contém remanescentes relativamente conservados, mas que já receberam um certo grau de intervenção humana, com predomínio de florestas no estágio médio da sucessão, existindo trechos de florestas no estágio avançado. São permitidos pesquisa, estudos, monitoramento, proteção, fiscalização e visitação de baixo impacto. A

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implementação de infraestrutura é permitida, desde que estritamente voltada para o controle e a fiscalização, como: guaritas, alojamentos para guardas-parque, aceiros, cercas, portão de entrada, estradas de acesso, trilhas de fiscalização e torres de observação. Pode-se admitir visitação de baixo impacto, turismo científico e observação de vida silvestre através de trilhas rústicas, sem infraestrutura e equipamentos facilitadores. Essa zona acompanha as trilhas existentes, em áreas de acesso mais fácil. Se distribui em três setores. Na porção nordeste esta zona é delimitada por uma faixa de 50 m a partir da divisa nordeste da RPPN, abrangendo a trilha existente. Na porção central a zona de proteção fica estabelecida no entorno da área de consolidação. Sua delimitação se estabelece 80 metros paralelos ao limite da área de consolidação para o leste e 40 metros paralelos ao limite da área de consolidação para o oeste, com exceção do trecho sul onde foi delimitada a zona de recuperação. Na porção centro-sul a zona de proteção se constitui de um pequeno trecho de floresta no estágio médio que fica cercado por florestas mais perturbadas no estágio inicial da sucessão.

4.2.3 Zona de Recuperação Esta zona abrange áreas com significativo grau de alteração que necessitam de ações específicas de recuperação. A recuperação será induzida através de ações de manejo. A visitação de baixo impacto fica permitida desde que as atividades não comprometam sua recuperação. Ela tem caráter temporário, pois, uma vez recuperada, será incorporada como parte da zona de proteção. A delimitação desta zona abrange toda área com vegetação no estágio inicial da sucessão, na região centro-sul da RTRI.

4.2.4 Área de Consolidação A área de consolidação não se trata especificamente de uma zona, mas sim de uma porção da propriedade que foi deixada fora dos limites da RPPN, mas que na prática pode ser manejada como se pertencesse à área protegida. A matrícula da RPPN delimita essa área na porção central da reserva, onde havia a estrada rural que hoje se constitui em apenas uma trilha. Numa ação futura de retificação da matrícula e de georreferenciamento de precisão, fica recomendado que essa área seja consolidada como parte da RPPN. Quando isso se concretizar, a área de consolidação passará a fazer parte das zonas que constituem seu entorno imediato.

4.3 Programas de Manejo Os programas de manejo definem e ordenam as atividades a serem desenvolvidas, regulamentando as estratégias e normas de uso para que os objetivos específicos da RPPN sejam atingidos.

4.3.1 Programa de Administração

4.3.1.1 Sistema de Gestão da Área Protegida

Objetivo: gerir a área protegida de forma adequada dentro de diretrizes conservacionistas. Atividades e Normas:

I. Delineamento geral das atividades: A RPPN Taipa do Rio Itajaí será gerida pelos seus proprietários, em parceria contínua com o Instituto Rã-bugio. Caso se julgue necessário, poderá ser criado um conselho gestor para tornar mais efetivo o manejo de conservação da área protegida, ainda que os proprietários sejam soberanos na aprovação das ações a serem implementadas na área protegida. As regras a serem seguidas para efetivação de qualquer atividade são listadas abaixo:

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a) conformidade com a legislação ambiental; b) comprometimento com a causa conservacionista; c) aprovação pelos proprietários; e d) conformidade com o plano de manejo da RTRI.

II. Manual de Procedimentos da Área protegida: Com base no zoneamento, diretrizes e programas que constituem o plano de manejo, deverá ser elaborado um breve manual de procedimentos, de caráter didático e prático, o qual será diariamente utilizado nas atividades de manejo da área protegida. Na medida em que todas as RPPNs do entorno da RTRI tenham seus Planos de Manejo elaborados, é desejável que seja elaborado um manual de procedimentos para todo o complexo de RPPNs, que será gerido de forma conjunta.

III. Infraestrutura e logística: Tendo-se em vista as atividades de manejo de conservação a serem desenvolvidas na RPPN, estão previstas as seguintes demandas: a) Georreferenciamento de Precisão Para que a RTRI possua uma delimitação precisa e livre de superposições, em atendimento a Lei Federal 10.267 de 28/08/2001, faz-se necessária a efetivação de medições com suporte geodésico, atendendo a precisão posicional exigida na regulamentação da nova legislação. Adicionalmente, deverá ser realizada a retificação da matrícula da propriedade, no sentido de corrigir sua área oficial.

b) Obras e Adequações Logísticas: b.1) Casa-sede externa aos limites da RTRI: está prevista a construção de uma casa-sede que atenderá a todo o complexo de RPPNs da região, a qual será implantada em terreno próximo à RPPN das Araucárias Gigantes, cerca de 5,1 km da RTRI. A referida casa sede funcionará como centro de administração e de recepção de visitantes. Sua estrutura básica deverá contar com uma sala, uma cozinha, pelo menos dois banheiros, um refeitório e seis quartos. Maiores especificações são dadas no capítulo Diretrizes para Conservação do Complexo de Áreas Protegidas. b.2) Outras edificações: além da casa-sede externa, no cenário atual a RTRI não necessita de edificações para suportar seus programas de manejo. No entanto, caso futuros usos demandem alguma eventual edificação como um abrigo para guardas-parques e/ou pesquisadores, deverão ser seguidas as recomendações a seguir:

- Recomendações para as obras:  as edificações devem possuir padrões de arquitetura que se harmonizem com o ambiente natural;  os materiais utilizados nas construções deverão ser provenientes de empresas com certificação ambiental, visando a conservação dos recursos naturais;  a madeira utilizada deverá ser tratada para aumentar sua durabilidade frente a umidade e organismos que a degradem;  as obras devem primar pela otimização dos recursos naturais, como: aproveitamento otimizado de luz natural, energia elétrica, captação de água da chuva, aproveitamento da gravidade para abastecimento de água, e reutilização de água, entre outros;

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 se porventura houver a demanda de edificações para a RTRI, estas só poderão ser instaladas na zona de proteção, sendo necessário que seu projeto e local sejam submetidos à avaliação de viabilidade por um profissional da área ambiental; e  é proibida a implantação de edificações dentro de áreas de preservação permanente. c) Manejo de Trilhas: Para a efetivação dos programas de manejo da RTRI, é de vital importância a manutenção de um sistema de circulação adequado. No capítulo de Projetos Específicos são detalhadas as ações necessárias ao manejo de trilhas. c1) Manutenção das trilhas existentes: considerando o cenário atual não foi verificada a necessidade de abertura de novas trilhas na RPPN, bastando que sejam mantidas as duas trilhas atuais (da estrada e da divisa leste). A opção por não abrir novas trilhas também tem como objetivo dificultar o acesso de invasores à RPPN. c2) Outras trilhas: apesar de não serem necessárias novas trilhas em médio prazo, caso o cenário de modifique com a ampliação do complexo de RPPNs e a amenização dos crimes ambientais na região, no futuro poderá surgir a demanda de abertura de trilhas para acesso e manejo de outras áreas. Para este caso são estabelecidas as recomendações a seguir. - Recomendações para instalação e manejo de trilhas:  os planejamentos, análises de sítio, modificações e implementações de novos traçados devem ser supervisionados por técnico da área ambiental, preferencialmente com experiência em conhecimentos sobre fragilidade ambiental e implantação de trilhas;  todos os pontos onde as trilhas cruzam drenagens, permanentes ou intermitentes, deverão ser equipados com bueiros ou pontes adequadas utilizando material resistente que não seja oriundo das comunidades vegetais nativas; e  a instalação e o manejo de trilhas deverá seguir as determinações do item Manejo de Trilhas no capítulo Projetos Específicos. d) Sinalização: Tendo em vista a forte pressão de caça e de extração de recursos no interior da área protegida, uma sinalização consistente é a primeira medida necessária para intimidar os infratores. Deste modo, faz-se necessária a instalação de placas de advertência e de sinalização, adotando-se formato padrão. d.1) Placas de Advertência: deverão ser instaladas em todas as divisas, em pontos estratégicos, nos trechos onde se verifica maior risco de incêndios, maior tráfego de pessoas e/ou maior probabilidade de invasão da área protegida. Estas placas deverão apresentar o nome da RTRI e indicar a proibição de entrada, de caça, pesca e coleta de qualquer material no seu interior, sob pena de apreensão e multa, por tratar-se de crime ambiental. d.2) Placas Informativas: deve ser instalada ao menos uma placa na entrada da propriedade com informações básicas sobre a RPPN (nome, área, resolução de criação, etc). Recomendações para a sinalização:  definir modelo e tamanho padrão para as placas da área protegida;  optar por um tamanho que permita a visualização à relativa distância, mas que não prejudique a qualidade paisagística geral da área protegida;

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 as placas de advertência afixadas em troncos de árvores, devem ser instaladas da forma menos agressiva possível, sendo proibida a fixação por arame no entorno do tronco, que pode acarretar seu estrangulamento;  placas informativas devem ser afixadas em palanques próprios; e  todas placas devem ser afixadas em locais com boa visibilidade, de diversos ângulos de visão, e preferencialmente a uma altura fora do alcance de vândalos. e) Cercas e divisas: A RTRI possui uma situação bastante diferenciada no que se refere ao uso de cercas. As suas divisas atravessam terrenos muito acidentados cobertos por floresta densa, ou são materializadas pelo rio Itajaí do Norte. Além disso, a implantação de cercas não é recomendada pois existe a possibilidade de que as áreas vizinhas ao norte e ao sul sejam adquiridas e transformadas em RPPNs. Deste modo, somente será necessária a instalação de cercas caso seja detectada invasão de gado na propriedade, o que poderia eventualmente acontecer a partir de propriedades confrontantes através da trilha da estrada ou da trilha da divisa leste. Caso estas invasões de gado sejam constatadas, recomenda-se implementar apenas trechos relativamente curtos de cercas, em locais onde as trilhas e a declividade mais amena permitiriam a circulação de gado. Recomendação para as cercas:  na eventual implantação e manutenção de cercas deverão ser utilizados apenas palanques de concreto, plástico (madeira plástica) ou eucalipto tratado, sendo vedado o uso de madeira nativa;  todas as cercas da RPPN deverão manter um padrão de, no máximo, seis fios, sendo que os dois fios inferiores devem ser obrigatoriamente de arame liso; e  deverá ser realizada roçada periódica (no mínimo anual) das divisas onde forem instaladas cercas, para facilitar seu monitoramento e manutenção. f) Estradas e Acessos: A RPPN não necessita nem comporta, devido ao seu relevo íngreme, estradas em seu interior. No entanto, para que o acesso externo até a entrada da RTRI seja viabilizado dentro de limites aceitáveis para a conservação ambiental, deve ser formalizado acordo com os proprietários confrontantes ao norte para a utilização da estrada rural de acesso à RTRI. Para evitar erosão é recomendável que este acesso seja feito predominantemente por veículos leves e de forma eventual, prioritariamente para subsidiar ações de fiscalização, proteção e restauração. Recomendações para as estradas e acessos:  não será permitida a implantação de estradas no interior da RTRI;  as adequações e ações de manutenção nos acessos externos devem ser feitas aplicando-se técnicas de baixo impacto;  deverão ser mantidas e/ou construídas valas de drenagem nos acesso externos; e  os focos erosivos dos acessos externos devem ser controlados, recuperados e monitorados.

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g) Coleta e Destinação de Resíduos Sólidos: Tendo em vista o baixo fluxo de pessoas previsto no interior da RTRI não haverá, num primeiro momento, grande produção de resíduos sólidos. Caso este cenário se modifique, serão necessários alguns cuidados com o lixo que possa ser produzido no local. Os resíduos deverão ser armazenados em recipientes adequados como tambores plásticos ou de fibra, que possam ser fechados. O lixo deverá ser separado em reciclável, não reciclável e orgânico (este último deverá ser destinado na própria RPPN, desde que não contenha sementes de espécies invasoras). Os resíduos recicláveis e não recicláveis deverão ser retirados periodicamente e levados a locais apropriados. O lixo reciclável deverá chegar a usinas de reciclagem e o lixo não reciclável deverá chegar em aterro sanitário.

f) Tratamento de efluentes: Com já mencionado, não existe necessidade atual de implantação de edificações na RTRI. Com isso, a preocupação com tratamento de efluentes não é necessária no interior da RPPN. No entanto, a casa-sede externa que atenderá todo o complexo de RPPNs deverá estar equipada com um sistema de tratamento de efluentes, conforme descrito no capítulo Diretrizes para Conservação do Complexo de Áreas Protegidas.

i) Sistema de comunicação por rádio: Considerando a extensão da RTRI e do complexo de RPPNs do qual faz parte, é essencial a implementação de um sistema eficiente de comunicação por rádio HT, para que eventuais emergências possam ser atendidas de forma ágil e eficaz. O sistema de comunicação por rádio é de vital importância para as atividades de fiscalização e proteção da área protegida.

j) Segurança e Primeiros socorros: Para que todas as atividades de conservação e manejo da área protegida sejam conduzidas com segurança, é necessário:  capacitar funcionários em práticas de primeiros socorros e definir uma rotina emergencial de salvamento e transporte de feridos para o hospital mais próximo;  funcionários, pesquisadores ou visitantes deverão sempre utilizar equipamentos de proteção individual, adequados a cada atividade, quando em atividade externa; e  deverá ser mantido um kit de primeiros socorros com as equipes que estiverem no interior da área protegida, e outro kit na casa-sede do complexo de RPPNs. Ambos kits deverão ser periodicamente repostos.

IV. Recursos humanos: O manejo adequado da RTRI e do complexo de RPPNs do qual ela faz parte depende da dedicação integral de, no mínimo, um funcionário. O funcionário deve ser treinado e orientado para exercer todas as funções executivas descritas no presente plano de manejo. Considerando as demandas de manejo de todo o complexo de RPPNs, é prudente salientar que seria ideal pelo menos dois funcionários para realizar adequadamente todas as atividades de manejo necessárias. É recomendável que o(s) funcionário(s) participe(m) de cursos específicos para formação de guarda-parques e que dominem procedimentos de fiscalização, manutenção de trilhas, acompanhamento de pesquisadores, reconhecimento e controle de espécies exóticas invasoras, combate a incêndios e primeiros-socorros, entre outros. a) Atividades no período diurno: Durante o dia, o funcionário deverá se dedicar integralmente às demandas dos programas de manejo da área protegida, com enfoque especial nos que envolvem fiscalização, proteção e recuperação ambiental.

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b) Atividades no período noturno: Durante a noite o funcionário será responsável pela vigília da casa-sede do complexo de RPPNs, fazendo também eventuais fiscalizações noturnas (sempre acompanhado). c) Atividades e demandas adicionais: Atividades além da demanda rotineira da área protegida deverão ser consideradas adicionais e os custos deverão ser remunerados pela parte que gerou a demanda (proprietário ou parceiros). Para determinados serviços de manutenção poderão ser contratados mais funcionários para auxiliarem os funcionários fixos. Caso a pressão de caça e a ameaça de intervenções violentas se intensifiquem no complexo de RPPNs, pode ser estudada a contratação de funcionários especializados no ramo da segurança.

4.3.2 Programa de Fiscalização e Proteção

4.3.2.1 Fiscalização da Área Protegida Objetivo: Detectar e evitar atividades que não estejam em conformidade com aquelas permitidas no plano de manejo e que tragam degradação ambiental como caça, pesca, coleta, invasões, incêndios e outros. Atividades e Normas: I. Rondas de Fiscalização: A fiscalização constante no interior e no entorno da área protegida é essencial para sua proteção. Durante as rondas devem ser verificados e anotados em diário de campo vestígios da passagem de transeuntes, armadilhas, cevas ou qualquer outra atividade que não seja permitida na área. Armadilhas e vestígios encontrados devem ser levados à sede para constarem como registro. O material necessário para as rondas é: máquina fotográfica, rádio comunicador, facão, uniforme, botas de cano longo e/ou perneiras, caderneta de campo e caneta. Em épocas onde se observe maior pressão de invasão e caça devem ser intensificadas as rondas, aumentando a frequência da ronda no percurso completo e nos locais mais visados pelos infratores. Recomenda-se que sazonalmente sejam efetivadas operações conjuntas com a Polícia Ambiental e/ou fiscais do IBAMA ou da FATMA, especialmente para fiscalizar o entorno, inibindo a ação de infratores ambientais. Recomendações para rondas de fiscalização (considerando o complexo de RPPNs):  o funcionário deve deixar avisado na sede do complexo de RPPNs (verbalmente ou em quadro de recados) o local onde estará fazendo a ronda, para sua segurança;  carregar o rádio comunicador para comunicação com a sede e manter sistema eficiente de comunicação na área protegida.  é desejável que as rondas de fiscalização sejam realizadas em duplas;  é de vital importância que as rondas sejam efetuadas em horários e trajetos variados ao longo do mês, de maneira que os infratores não consigam detectar uma rotina;  os funcionários devem dispor de um meio de transporte ágil e prático (recomenda-se motocicleta ou bicicleta) que permita acesso rápido à área protegida e também rápida evacuação, caso necessário;  carregar máquina fotográfica para possíveis registros;  manter as trilhas de rondas sempre limpas;  verificar a ocorrência de espécies invasoras e já removê-las, quando possível;  montar ficha-padrão de ocorrências na área protegida;  registrar todas as ocorrências verificadas (visando formar um histórico); e 51 Plano de Manejo RPPN Taipa do Rio Itajaí Sociedade Chauá, 2013

 estabelecer um procedimento padrão de ação em casos emergenciais como acidentes, detecção de caçadores, um animal ferido ou de um foco de incêndio, principalmente no sentido de agilizar o contato com a Polícia Ambiental ou o Corpo de Bombeiros. II. Monitoramento com câmeras (armadilhas fotográficas): De forma complementar, existe também a possibilidade de instalação de armadilhas fotográficas e filmadoras em pontos estratégicos, para monitoramento de atividades ilegais e também para registros da vida selvagem.

4.3.2.2 Proteção da Área Protegida Objetivo: promover a proteção e manutenção dos remanescentes da área protegida. Atividades e Normas: I. Proteção contra incêndios: A área protegida está sujeita a incêndios nos períodos mais secos do ano, seja por acidentes ou por vandalismo. Desta forma, são necessários os seguintes procedimentos:  diálogo com os proprietários vizinhos no sentido de responsabilizá-los também, no engajamento contra queimadas e incêndios;  fiscalização constante nas áreas e épocas de maior risco  manutenção de aceiros nas áreas de maior risco, caso se julgue necessário;  treinamento dos funcionários em cursos de combate a incêndios;  aquisição de equipamentos de combate a incêndios: 8 abafadores; 5 enxadas grandes; 2 pulverizadores costais; 5 pás;  contato com o Corpo de Bombeiros responsável pela região, intensificado durante as épocas de maior risco;  elaboração de plano de emergência no caso de incêndios, que deverá abranger comunicação e ações de controle sistematizadas; e  manter sistema eficiente de comunicação na área protegida.

II. Sistema integrado de comunicação e ação: é de extrema importância a busca de parcerias e do estabelecimento de diálogo com pessoas e entidades relacionadas direta ou indiretamente à conservação da área protegida. Desta forma, a seguintes diretrizes devem ser seguidas:  efetivação de ações de conscientização ambiental da população do entorno, salientando os benefícios indiretos das áreas naturais, a necessidade de conservação do solo, da água e da biodiversidade, a importância das práticas de agroecologia e, principalmente, as penalidades ao descumprimento da legislação ambiental (avaliar a possibilidade de mobilizar a Polícia Ambiental, IBAMA e/ou FATMA a participarem destas ações de conscientização e advertência);  busca de parceria com os vizinhos para que estes comuniquem a ocorrência de incêndios (e até auxiliem no seu combate) ou invasões na área protegida; e  contato com a Polícia Ambiental e com o Corpo de Bombeiros, tanto pelo proprietário, quanto pelos funcionários e vizinhos. Todos diretamente relacionados à área protegida deverão ter contato contínuo com estas instituições, com o objetivo de reprimir possíveis invasores e manter bom relacionamento entre as partes.

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4.3.3 Programa de Restauração Ambiental

4.3.3.1 Restauração de Florestas Objetivo: favorecer os processos de sucessão natural de maneira a facilitar a restruturação de florestas em áreas perturbadas da RTRI. Atividades e Normas: A área definida como zona de recuperação pode ter seu desenvolvimento acelerado através de efetivação de plantios de restauração, da seguinte forma: a) Delimitação de faixas de plantio e abertura de picadas: Nos trechos abertos ou com vegetação em estágio inicial, principalmente em áreas com predominância da samambaia Pteridium arachnoideum, deverão ser delimitadas faixas de plantio retilíneas para facilitar sua manutenção posterior. Sugere-se um espaçamento entre faixas de 3 a 5 m dependendo da fragilidade do local (espaçamento menor em locais mais frágeis). Após a delimitação do posicionamento das faixas, estas deverão ser abertas numa largura mínima que permita o deslocamento e posterior manutenção do coroamento das mudas. A limpeza da picada deverá concentrar-se somente no corte de herbáceas, poupando arbustos, árvores e arvoretas que porventura já se encontrem na faixa de plantio. b) Delimitação dos locais para as covas, roçada e capina: Sugere-se um espaçamento entre mudas de 2 a 4 m dependendo da fragilidade do local (espaçamento menor em locais mais frágeis) dentro da faixa de plantio. A delimitação dos locais das covas deve ser acompanhada por roçada num raio de 1 m em torno do futuro local da cova. A capina de coroamento deve ser feita em seguida retirando-se a cobertura herbácea e suas raízes num raio de 0,5 m em torno do futuro local da cova. c) Coveamento, plantio e estaqueamento: O coveamento e o plantio podem ser realizados em sequência caso haja pelo menos dois funcionários disponíveis. O plantio deve ser realizado a partir dos meses de setembro ou outubro (no fim da estiagem) devendo ser escolhido um período de chuvas constantes para efetuá-lo. Em dias de sol as mudas devem ser plantadas sempre no final da tarde evitando- se assim as horas mais quentes do dia. Após o plantio todas as mudas deverão ser estaqueadas com estacas de bambu para permitir sua localização durantes as atividades de manutenção do plantio. d) Monitoramento e manutenção do plantio: O plantio deverá ser monitorado no mínimo por três anos com frequência trimestral. Nesta periodicidade deverão ser realizadas as roçadas e capinas de coroamento e, se necessário, a reposição de mudas. e) Espécies indicadas: São indicadas espécies pioneiras e secundárias iniciais, preferencialmente zoocóricas, como: aroeira (Schinus terebinthifolius), araticunzinho (Rollinia rugulosa), tapiá (Alchornea triplinervia), capororoca (Myrsine coriacea), capororocão (Myrsine umbellata), maria-mole (Symplocos uniflora), tucaneira (Aegiphila integrifolia), cafezeiro-bravo (Casearia sylvestris), canela-guaicá (Ocotea puberula), canjarana (Cabralea canjerana), ingá (Inga marginata) e pessegueiro-bravo (Prunus brasiliensis), além de outras espécies rústicas como cedro (Cedrela fissilis), bracatinga (Mimosa scabrella) e açoita-cavalo (Luehea divaricata). Recomendações para a restauração florestal:  em geral, mudas de tamanho mediano, entre 40 e 60cm, são as mais indicadas para a restauração florestal; e  é importante que as mudas tenham passado por período de rustificação antes do plantio final.

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4.3.3.2 Erradicação e Controle de Espécies Exóticas Invasoras Objetivo: Combater o desenvolvimento de espécies exóticas invasoras visando erradicar suas populações ou ao menos mantê-las em níveis controláveis. Atividades e Normas: I. Uva-do-japão (Hovenia dulcis): Todos os indivíduos de uva-do-japão que forem encontrados dentro da RTRI deverão ser anelados, cortados ou arrancados. De acordo com as seguintes normas e procedimentos:  o corte deverá ser realizado procurando-se causar o menor impacto possível à vegetação nativa;  caso seja usada motosserra, seu operador deverá ser devidamente habilitado e capacitado através de treinamento anterior;  todos os funcionários envolvidos deverão estar utilizando os equipamentos de proteção individual necessários às diferentes atividades de erradicação e deverão ser treinados por técnico responsável antes dos procedimentos;  a uva-do-japão tem como característica apresentar intenso rebrotamento após anelamento ou corte. Deste modo, faz-se necessária a marcação exata dos locais, de maneira a viabilizar seu monitoramento contínuo e periódico, procedendo desbrotas sucessivas, até que a planta morra por exaustão.  além do anelamento ou corte de indivíduos grandes, deverá ser realizada a erradicação sistemática dos indivíduos juvenis, arrancando-os com raiz; e  as áreas onde se realizarem procedimentos de controle e erradicação deverão ser periodicamente monitoradas efetuando-se controle de novos indivíduos que porventura apareçam.

II. Lírio-do-brejo (Hedychium coronarium): Tendo em vista o grande potencial invasor desta espécie herbácea, em especial nas margens de corpos-dágua, é de vital importância que todos seus indivíduos sejam arrancados, evitando sua dispersão para as outras áreas. Para tal, são necessários os seguintes procedimentos:  todas as touceiras de lírio-do-brejo deverão ser arrancadas, sendo acondicionadas em saco fechado durante o arranquio;  caso as touceiras não apresentem frutos, pode-se abandonar a parte aérea no local e transportar apenas seus rizomas para posterior incineração ou compostagem. Caso os indivíduos apresentem frutos, estes deverão também ser retirados da área protegida;  O monitoramento de controle desta espécie deverá ser permanente, tendo em vista a dificuldade de sua erradicação. O arranquio sucessivo de novos indivíduos deverá ser rotina constante durante ações de fiscalização da área protegida; e  As áreas onde foram desencadeadas as atividades de erradicação, pela sua especificidade ecológica, devem ser deixadas ao encargo da regeneração natural para restaurarem-se.

III. Mamona (Ricinus communis), bananeira (Musa paradisiaca), beijo-de-frade (Impatiens walleriana), mexerica (Citrus deliciosa) e outras: Estas espécies e todas as outras espécies exóticas que se apresentem estabelecidas ou invasoras na RTRI deverão ser erradicadas, por competirem por recursos com a vegetação nativa causando desequilíbrios nos locais onde se estabelecem ou invadem. Deste modo, todos os indivíduos destas espécies que forem encontrados na área protegida deverão ser cortados ou arrancados. Para tal, são necessários os seguintes procedimentos:

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 o corte ou arranquio deverá ser realizado procurando-se causar o menor impacto possível à vegetação nativa;  todos os funcionários envolvidos deverão estar utilizando os equipamentos de proteção individual necessários às diferentes atividades de controle e deverão ser treinados por técnico responsável antes dos procedimentos;  os locais onde foram cortados ou arrancados indivíduos de espécies exóticas invasoras ou estabelecidas devem ser monitorados periodicamente para a contenção de rebrotas e remoção de novas infestações; e  O monitoramento de controle destas espécies deverá ser permanente.

Recomendações para a erradicação e o controle de espécies exóticas invasoras:  outras espécies com potencial invasor detectadas durante atividades de manejo no interior dos remanescentes naturais ou em áreas de recuperação também deverão ser erradicadas;  é necessária licença do órgão ambiental para supressão de vegetação em propriedades rurais, mesmo se tratando de espécies exóticas invasoras;  necessário treinamento dos funcionários para reconhecimento das espécies;  necessário treinamento para uso da motosserra e corte de árvores;  necessário uso de equipamentos de proteção individual em todas as atividades relacionadas; e  obrigatório acompanhamento de técnico responsável, nas primeiras fases de procedimentos.

4.3.4 Programa de Pesquisa Objetivo Geral: geração de conhecimento sobre flora, fauna, conservação ambiental e todas as ciências correlatas, pertinentes na área protegida. Atividades e normas: A seguir são listados alguns dos projetos de pesquisa considerados prioritários para a área protegida. Além destes, outros estudos científicos também poderão ser aceitos e todos deverão seguir os seguintes procedimentos:  submeter o projeto à aprovação dos proprietários;  solicitar junto ao órgão ambiental competente a autorização para desenvolvimento da pesquisa, quando for caso;  respeitar o zoneamento e normas previstas neste plano de manejo;  não serão admitidos danos e/ou perturbações a plantas e animais durante as pesquisas;  marcar com antecedência a excursão a campo, em acordo com o responsável pela área protegida, bem como solicitar autorização de uso de alguma infraestrutura caso haja tal necessidade;  providenciar seguro de vida para eventuais acidentes ocorridos durante a realização da pesquisa;  utilizar equipamento de proteção individual (EPI) adequado ao tipo de pesquisa realizado (mínimo necessário: luvas de couro, botas de borracha, perneiras, óculos de segurança);

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 nunca efetuar excursões a campo sem acompanhante (mínimo de duas pessoas);  preferencialmente ser acompanhado por um funcionário da área protegida, ao menos nas primeiras visitas de reconhecimento; e  fornecer à área protegida, para o estabelecimento de um acervo, uma cópia impressa dos resultados na forma de um relatório, assim como artigos e livros, caso os dados resultantes sejam publicados.

Infraestrutura disponível: Atualmente ainda não existe infraestrutura para apoio às atividades de pesquisa. Com a construção da casa-sede de administração do complexo de RPPNs do qual a RTRI faz parte, haverá possibilidade de alojamento paras pesquisadores próximo à RTRI, desde que devidamente autorizado com antecedência pelo proprietário, e que sigam rigorosamente todas as normas internas de uso. A limpeza dos locais utilizados será de responsabilidade do(s) pesquisador(es).

Projetos sugeridos: Abaixo são apresentadas as pesquisas básicas necessárias, a serem desenvolvidas prioritariamente na área protegida. Outras linhas também poderão ser desenvolvidas.

I. Estudos de Riqueza, Estrutura e Ecologia da Flora na Área Protegida Objetivo: caracterizar qualitativa e estruturalmente os diferentes tipos de vegetação da área protegida Atividades e normas:  caracterização fitossociológica das comunidades florestais, abrangendo as diferentes fases sucessionais e enfocando a situação de ecótono;  estudo da dinâmica florestal através de parcelas permanentes;  inventário de quantificação do carbono imobilizado pela floresta;  inventário florístico de longa duração, com vistas a abranger a maior parte da flora existente na área protegida;  caracterização florística e fitossociológica das comunidades epifíticas;  caracterização florística e fitossociológica das comunidades rupícolas, sobretudo nas taipas;  estudos taxonômicos dirigidos a famílias botânicas de maior complexidade como Myrtaceae, Melastomataceae, Lauraceae e Orchidaceae, entre outras;  estudos de dinâmica populacional e autoecologia de espécies-chave na floresta, assim como de taxa ameaçados de extinção; e  todos os projetos deverão seguir critérios científicos e sua execução dependerá de autorização e/ou licença ambiental junto ao órgão competente.

II. Estudos sobre a Restauração Florestal Objetivo: avaliar a restauração florestal na RTRI, comparando a regeneração natural com métodos de enriquecimento florestal Atividades e normas:  implementar estudo da dinâmica de desenvolvimento sucessional da floresta através do monitoramento de parcelas permanentes;

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 aplicar e avaliar técnicas de restauração florestal nos locais mais perturbados pela ação humana; e  é importante que os estudos tenham um caráter permanente com avaliações periódicas da evolução das áreas restauradas em comparação a áreas testemunhas.

III. Estudos sobre Espécies Exóticas Invasoras na Área Protegida Objetivo: diagnosticar as estratégias e impactos da invasão, além de desenvolver e avaliar métodos de erradicação e controle de espécies exóticas invasoras Atividades e normas:  estudos de ecologia da invasão das diferentes espécies invasoras ou estabelecidas na área protegida, avaliando intensidade e formas de dispersão, relações com fauna e flora nativas, e impactos causados;  estudos dos métodos de erradicação e controle de espécies exóticas invasoras, assim como análise de sua eficiência e de impactos paralelos; e  todos os projetos deverão seguir critérios científicos e sua execução depende de licença ambiental junto ao órgão competente.

IV. Estudos de Fauna na Área Protegida Objetivo: estudar os diferentes grupos de fauna existentes na área protegida, caracterizando sua riqueza, biologia e dinâmica Atividades e normas:  realização de inventário ornitológico durante pelo menos um ciclo anual completo, visando abranger grande parte da riqueza de aves na área protegida;  realização de estudos de ocorrência, estimativa populacional, biologia, comportamento e monitoramento do pica-pau-cara-canela (Dryocopus galeatus) no complexo de RPPNs, para a obtenção de informações que embasem estratégias de conservação da espécie;  avaliação de outras espécies raras e ameaçadas para verificação de seu status local em todo complexo de RPPNs, subsidiando ações de manejo que viabilizem a conservação das mesmas;  inventário da chiropterofauna (morcegos), preferencialmente contemplando todas as estações do ano;  inventário de pequenos mamíferos terrestres (marsupiais e roedores), preferencialmente contemplando todas as estações do ano;  avaliação das interações entre fauna e flora, para análises de dispersão/predação de sementes, e recrutamento de novas plântulas;  inventário e ecologia de répteis e anfíbios;  inventário e ecologia da fauna aquática; e  avaliação da riqueza e estado de conservação das populações de meliponídeos.

4.3.5 Programa de Monitoramento Objetivo: Monitorar a condição e evolução dos recursos naturais da área protegida; verificar o andamento das atividades e programas propostos, avaliando resultados e impactos através de indicadores e metas.

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Atividades e normas: Desenvolver e aplicar um sistema de monitoramento e verificação da qualidade ambiental, dos impactos das atividades desenvolvidas e da efetividade dos programas propostos na área protegida. Para tal, apresenta-se os seguintes detalhamentos: a) Monitoramento Ambiental: a.1) Instalar réguas de vazão em trechos estratégicos de rios e córregos da área protegida, fazendo leituras e registros periódicos sobre os níveis de água (opcional). a.2) Instalar pluviômetro e sensores de temperatura e umidade relativa do ar na região da casa-sede do complexo de RPPNs para monitorar o clima na região (opcional). a.3) Registrar sistematicamente fenômenos meteorológicos como geadas, grandes tempestades e períodos de estiagem, entre outros. a.4) Avaliar a evolução das comunidades vegetais nos estágios inicial e médio da sucessão, verificando seu desenvolvimento estrutural e ingresso de espécies da flora e da fauna através de monitoramento permanente (opcional). a.5) Implementar monitoramento constante da fauna através de armadilhas fotográficas e/ou esforços de captura periódicos, para avaliar melhorias na capacidade de suporte à fauna da área protegida (opcional). a.6) Registrar aspectos ambientais relevantes durante as atividades rotineiras de fiscalização e proteção, como vestígios de animais, nidificação, frutificação de espécies raras e relações entre fauna e flora de maneira geral, entre outros. b) Monitoramento das Medidas e Programas de Manejo: b.1) Registrar periodicamente, através de fotografias, a área de implementação do Programa de Restauração Ambiental. b.2) Registrar vestígios de caça e extração de outros recursos naturais no interior da área protegida, com local, data e provável origem dos infratores. b.3) Registrar ações de vandalismo aos recursos naturais ou a infraestrutura da área protegida, com local, data e provável origem dos vândalos. b.4) Monitorar as áreas de controle e erradicação de espécies exóticas invasoras, quantificando rebrotas e ingresso de indivíduos (também em áreas novas). b.5) Registrar a ocorrência de focos de incêndio dentro e no entorno da área protegida, fazendo breve relato de sua origem e seu desfecho. b.6) Registrar a ocorrência de focos de erosão, assim como avaliar a restauração dos focos remediados em trilhas. b.7) Avaliar as condições das trilhas e caminhos existentes na área, planejando sua utilização e definindo locais criticamente afetados ou passíveis de erosão. b.8) Registrar a invasão de animais domésticos na RTRI, com data, local e origem. b.9) Monitorar toda a infraestrutura do complexo de RPPNs, relatando degradações e necessidade de manutenções. c) Revisão do Plano de Manejo: c.1) Com base nos indicadores levantados, assim como na experiência adquirida e nos resultados de pesquisas científicas, o presente plano de manejo deve ser periodicamente revisto e readequado; e c.2) A revisão do plano de manejo deve ser realizada em intervalos de cinco anos, de forma a manter a gestão e o manejo atualizados de acordo com os cenários futuros.

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Recomendações para o monitoramento:  a elaboração de um sistema de monitoramento deve ser feita por um conselho gestor constituído pelos proprietários, instituições parceiras e técnicos habilitados, prevendo-se a análise semestral ou anual, por parte desse conselho, das atividades desenvolvidas;  a área protegida deverá contar com um diário onde serão registradas informações gerais resultantes do monitoramento;  deverão ser elaboradas fichas específicas de fácil preenchimento para determinados aspectos de monitoramento como no caso do acompanhamento do nível dos córregos, da pluviosidade, das mudas de restauração ambiental, da ocorrência de espécies exóticas invasoras, etc.;  alguns itens de monitoramento devem ser implementados em parceria com instituições de pesquisa, especialmente aqueles que demandem técnicos com conhecimento específico;  detectar impactos e atribuir-lhes parâmetros de intensidade;  verificar se a intensidade do impacto não altera a qualidade ambiental da área protegida ou se está interferindo de forma negativa na mesma;  definir medidas potencializadoras, mitigadoras ou anular o impacto dentro da área protegida; e  ao final do ano, deverá ser elaborado um relatório com resultado do monitoramento.

4.3.6 Programa de Comunicação Objetivo: utilizar diferentes formas e meios de comunicação e relações públicas para atingir os objetivos de conservação da área protegida, assim como viabilizar seus programas de manejo. Atividades e normas:  estabelecer contato constante com os responsáveis pelo policiamento ambiental na região, favorecendo ações rápidas e efetivas de repressão a possíveis crimes ambientais;  realizar levantamento de instituições de pesquisa potenciais e estabelecer contato apresentando a área protegida, suas potencialidades e normas de pesquisa, no sentido de fomentar o programa de pesquisa;  estabelecer contato com a secretaria municipal da educação, visando estabelecer parceria na educação ambiental das crianças do município;  criar uma logomarca do complexo de RPPNs, para ser usada em uniformes, folhetos e outros;  criação de um link na rede mundial de computadores, visando divulgar o exemplo de conservação do complexo de RPPNs, além de seus atributos naturais;  elaborar um folheto sobre o complexo de RPPNs, para divulgar seus objetivos de conservação e seus programas de manejo;  distribuir materiais informativos às prefeituras e moradores do entorno;  realizar matérias em jornais e revistas, assim como na TV ou mesmo no rádio; e  participar de eventos, redes e fóruns de discussão sobre assuntos ligados a conservação da natureza e educação ambiental expondo o caso da RPPN Taipa do Rio Itajaí, buscando formas de interação entre iniciativa privada, sociedade civil organizada e proprietários de áreas protegidas.

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4.3.7 Programa de Visitação (opcional) Por motivos logísticos, não está prevista visitação especificamente na RTRI. A visitação poderá ser implementada futuramente em outras RPPNs do complexo de áreas protegidas. Este é, portanto, um programa de manejo de importância secundária para a RTRI e que só será implementado caso os proprietários da área protegida o julguem necessário para os cumprimentos de seus objetivos específicos numa eventual mudança de cenário futuro. No entanto, caso a visitação seja de fato implementada, ainda que em níveis reduzidos, as diretrizes e normas apresentadas adiante devem ser seguidas com rigor.

4.3.7.1 Visitação para fins de Conservação Objetivo: apresentar a RTRI para pessoas que apoiam financeiramente seus programas de manejo e também o plano de ampliação de áreas protegidas no entorno, visando incentivar e demonstrar a importância de seu apoio. Atividades e Normas: Tendo em vista a elevada quantia de recursos necessária para o manejo de conservação da área protegida, assim como para as ações previstas no seu entorno, é relevante a visitação de apoiadores efetivos ou potenciais para conhecer as áreas com as quais estão ou estarão contribuindo. Para que estas atividades esporádicas decorram na normalidade, devem ser seguidas as seguintes diretrizes:  os grupos de visitantes devem ser pequenos e estar obrigatoriamente acompanhados por um responsável pela gestão da RTRI, assim como de um guarda-parque;  as visitas deverão se efetivadas apenas por agendamento prévio;  manter controle da visitação, por meio de um cadastro; e  estabelecer e comunicar regras de comportamento e segurança.

4.3.8 Programa de Relacionamento e Conscientização da Comunidade do Entorno Objetivo: criar um relacionamento de respeito e parceria com a comunidade do entorno, conscientizando os moradores sobre as questões ambientais e incentivando o estabelecimento de práticas conservacionistas.

Atividades e normas: As atividades a serem realizadas visando à disseminação de conceitos conservacionistas na região são:  reconhecer as diferenças quanto a habilidades, interesses, necessidades e formas de uso dos recursos naturais entre homens e mulheres, considerando diferentes faixas etárias, classes sociais e etnias, para definir formas e estratégias de aproximação com as populações do entorno da área protegida (IBAMA/GTZ, 2001);  identificar parceiros potenciais já simpatizantes com as questões ambientais na comunidade do entorno, os quais possam agir como multiplicadores da causa conservacionista;  implementar ação de conscientização ambiental com os simpatizantes identificados, procurando torná-los parceiros da área protegida;  manter um processo sistemático de conversas informais (por exemplo, uma vez a cada 6 meses) com proprietários e/ou moradores do entorno, visando informá-los sobre o status da área protegida e as razões que levaram à transformação em RPPN, resultados alcançados e atividades realizadas na área;

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 estabelecer um cadastro de informações levantadas sobre as propriedades de entorno durante as conversas informais, visando identificar possíveis pressões à RPPN. Para isso pode ser elaborado um questionário simples para levantamento de dados, que será preenchido durante ou logo após cada conversa, contendo: atividades realizadas atualmente em cada propriedade, atividades planejadas para curto e médio prazo, número de funcionários em cada área, entre outros.  realizar periodicamente um almoço de integração entre os principais proprietários e moradores do entorno do complexo de RPPNs. Para essa reunião, deverão ser planejadas, além do almoço em si, apresentações do projeto, das atividades executadas, de resultados das pesquisas realizadas no local sobre a fauna, flora, solo, entre outros, além de atividades de percepção e sensibilização a serem realizadas com os participantes do almoço, que poderão caminhar pelas trilhas implantadas, por exemplo, ou realizar alguns jogos cooperativos, visando disseminar conceitos de conservação e propiciar a reflexão sobre as relações e interações existentes entre a sociedade e a natureza.  desenvolver ações educativas junto às escolas do entorno, permitindo o contato indireto com os aspectos relevantes do complexo de RPPNs, viabilizando o entendimento da dinâmica dos ciclos biogeoquímicos, gerando a noção de pertencimento ao meio ambiente, a sensibilização e a compreensão da importância de se conservar os recursos naturais;  trabalhar abordagens que gerem interesse e a curiosidade pelo meio ambiente como estratégia de conscientização, evitando argumentos que prezem pela problematizarão, buscando a formulação participativa de alternativas factíveis para os problemas que se apresentarem;  realizar exposição com painéis interpretativos nas escolas do entorno para estimular o entendimento da dinâmica e interação/interdependência da fauna e flora na região e a importância da conservação da natureza;  desenvolver projetos de educação continuada de alunos e professores sobre a questão ambiental;  organizar palestras e cursos educativos para estudantes do entorno, orientando-os na implantação de alternativas de renda compatíveis com a conservação ambiental e salientando a importância de manejar corretamente os recursos naturais;  identificar moradores que não possuem nenhuma preocupação ambiental, sendo inclusive infratores por caça, desmatamento e outras atividades ilegais. Viabilizar a visitação com ação educativa destes moradores, que deverá ser realizada pela Polícia Ambiental, por fiscais do IBAMA e/ou da FATMA; e  o presente programa deve também ser implementado na margem direita do rio Itajaí do Norte, já no município de Santa Terezinha.

Recomendações para o programa de relacionamento com a comunidade do entorno:  as conversas devem ser realizadas de maneira natural, amigável e sem imposição de ideias;  a coleta de dados deve ser realizada de maneira discreta e transparente, evitando desconfiança e mal entendidos;  os materiais elaborados, assim como as apresentações a serem realizadas na reunião de integração, devem ter linguagem simples de fácil compreensão, evitando- se termos técnicos, de maneira a facilitar o entendimento; e  as atividades de percepção e sensibilização devem ser realizadas por educador experiente, de maneira a maximizar os resultados a serem alcançados.

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4.4 Projetos específicos

4.4.1 Manejo de Trilhas Com a finalidade de viabilizar a implementação de alguns dos principais programas e medidas de manejo da área protegida é apresentado a seguir o detalhamento do manejo de trilhas da RPPN Taipa do Rio Itajaí. As trilhas existentes na RTRI foram avaliadas de acordo com sua posição geográfica e seus aspectos biofísicos, sendo em seguida classificadas por categoria de uso, além de terem listadas suas deficiências e potencialidades. A seguir são descritos princípios e ações a serem seguidas na implantação e no manejo de conservação das trilhas da área protegida, de acordo com Lechner (2006).

4.4.1.1. Princípios Segundo Lechner (2006), é preciso sempre compreender de forma clara os princípios básicos relacionados às trilhas, que são:  entender as oportunidades e as limitações da área protegida e da trilha;  conhecer os objetivos da área protegida e da trilha;  avaliar o local realizando análises do sitio;  desenhar mapas, fazer notas para a construção, demarcar traçados;  implementar; e  monitorar e dar manutenção.

4.4.1.2. Definição do Traçado Ideal A implantação de uma trilha em ambientes naturais de uma área protegida representa uma perturbação que pode trazer relevantes impactos negativos caso aspectos básicos não sejam observados na definição do traçado. O desenho de um traçado é delimitado pelos pontos de controle. Estes são: o ponto inicial, o final, e vários outros intermediários que determinam a direção e as curvas da trilha. Existem duas categorias de pontos de controle intermediários. Os limitantes são aqueles que obrigam a trilha a tomar determinada direção para desviar de áreas frágeis como várzeas, nascentes, trechos demasiadamente inclinados e entorno de rios, entre outros. Os pontos de controle atrativos são os que atraem o traçado da trilha por representarem elementos de interesse para visitantes, como cachoeiras, paisagens e árvores centenárias, entre outros. A topografia deve ser a preocupação central na construção ou readequação de qualquer trilha. A declividade da trilha e a inclinação do terreno possibilitarão a drenagem e a condução de água. No entanto, se a trilha for mal planejada e/ou instalada, a topografia acarretará na erosão excessiva e no desmoronamento da trilha. O escoamento superficial é o caminho percorrido pela água ao descer o terreno, devendo ser observado no planejamento de uma trilha. Se a trilha implantada acumular água, provavelmente será arrancada de sua posição pré-definida quando houver uma chuva muito forte, abrindo valetas na trilha e inviabilizando sua utilização. O acúmulo de água em certos pontos sem o dimensionamento de passagens adequadas pode gerar sulcos e até voçorocas. Isto sem falar na alteração do fluxo hídrico na parte inferior da trilha, o que pode influenciar a dinâmica de fauna e flora. O desenho das trilhas deve manter ou manejar de forma menos impactante possível o escoamento superficial (Fig. 4.2).

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Fig. 4.2: Escoamento superficial no terreno e sobre uma trilha (LECHNER, 2006).

A seguir são descritas algumas premissas para a definição de traçados de trilhas:  deve ser mantida uma zona-tampão (mínimo de 30 m) entre a trilha e corpos-dágua ou áreas úmidas, para evitar degradação do solo e dos recursos hídricos, assim como perturbações à vida silvestre;  evitar travessias de rios, mas, quando necessário, o fazer em ângulos retos e no seu ponto mais estreito;  a trilha jamais deve subir perpendicularmente às curvas de nível, devendo ser escolhido um traçado de ascensão variando de paralelo a oblíquo;  medir as inclinações dos trechos erodidos em trilhas já existentes, visando obter a informação de uma inclinação máxima aceitável para as trilhas novas e também nas readequações das trilhas antigas;  características do solo, do regime de chuvas e da cobertura vegetal também devem ser consideradas na definição da inclinação máxima aceitável;  o ideal é que a declividade ótima da trilha represente um terço da inclinação do terreno por onde está passando, no caso de locais com topografia acidentada;  prever áreas de descanso a intervalos regulares, as quais deverão apresentar declividades baixas;  no caso de utilizar antigas estradas como trilhas, deve-se analisar criteriosamente se o traçado antigo é apropriado, podendo haver desvios da nova trilha, de modo a evitar trechos mal planejados da estrada; e  durante a análise de sítio, planejamento e definição do traçado deverão ser utilizados equipamentos como: caderno de notas, câmera, bússola e clinômetro.

4.4.1.3. Componentes Básicos da Trilha Não se pode falar em trilhas sem a adequada identificação de seus vários componentes, representados na Fig. 4.3 e na tabela 4.1 a seguir.

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Fig. 4.3: Terminologia básica das trilhas (adaptado de LECHNER, 2006).

Tabela 4.1: Definições e especificações dos componentes das trilhas na RPPN Taipa do Rio Itajaí. Componente Definição Especificações  linha de marcação com estacas no caso Linha central Centro da trilha de implementação de novos traçados  0,8 a 1,2 m de largura Superfície sobre a qual é realizada Piso  retirar o material orgânico a caminhada  compactar o solo homogeneamente  1,40 m de largura  2,5 m de altura Espaço do entorno da trilha,  o espaço com as medidas acima Corredor ocupado pelos caminhantes especificadas deverá ser mantido limpo através de podas e roçadas  árvores não deverão ser cortadas Inclinação Desenho original da encosta  procurar manter a mesma inclinação natural cortada pela trilha natural no entorno da trilha Parte superior da encosta que foi  o talude superior deverá ter inclinação Talude superior cortada para a construção da trilha suave para manter estabilidade da trilha Limite inferior da beira da trilha,  não pode ser mais elevada que o piso Borda crítica oposto ao talude superior da trilha Inclinação Inclinação do piso da trilha no  recomendado 3% de declividade lateral sentido da encosta Escoamento  a trilha não deve formar barreiras para Padrão de drenagem superficial superficial o escoamento da água Inclinação no sentido do traçado da  até 20 % Declividade trilha  evitar trechos completamente planos

4.4.1.4. Construção ou Readequação de Trilhas Após a análise de sítio e o planejamento criterioso do traçado, deverão ser seguidos os seguintes passos para a construção ou readequação de trilhas (LECHNER, 2006): a) Marcação do traçado: A marcação do traçado geralmente é feita com estacas de madeira ou bambu, ou ainda com fitas coloridas que vão sendo amarradas em galhos e troncos. Deve-se procurar demarcar sempre o que será a linha central da trilha. b) Limpeza: É o primeiro passo na implantação efetiva da trilha. Na região onde será o seu piso pequenos arbustos e arvoretas poderão ser retirados, assim como a cobertura vegetal

64 Plano de Manejo RPPN Taipa do Rio Itajaí Sociedade Chauá, 2013 herbácea. Árvores deverão ser poupadas, fazendo desvios ou, em último caso, permitindo que componham o próprio traçado da trilha, desde que de forma esparsa. A área do corredor deve ser livre de galhos que impeçam a circulação desimpedida dos pedestres. Os galhos devem ser podados o mais próximo do tronco possível. Xaxins e plantas jovens de árvores ameaçadas de extinção deverão ser transplantados para fora do corredor da trilha, não sendo permitida sua supressão. c) Implantação da Trilha: A partir da linha central deve ser estabelecido o limite lateral do piso na encosta superior da trilha. Usando um enxadão ou picareta, é raspada uma linha que indica o limite superior do piso (fig. 4.4). Em seguida define-se o limite inferior da trilha. Definidos os limites do piso inicia-se a remoção da serapilheira (folhas e matéria orgânica semidecomposta) e das raízes. O trabalhador deve utilizar ao máximo a área do futuro piso, evitando impactos nas laterais da trilha. Após a retirada dos materiais orgânicos deve-se dar forma ao nível da trilha e, em seguida efetua-se o corte do talude superior procurando-se manter seu formato original sempre que possível. Por fim, deve-se dar forma ao piso da trilha conferindo-lhe a inclinação lateral adequada e também ajustar a vertente abaixo da trilha, a partir de sua borda. A borda critica deve ser arredondada e limpa de forma a não permitir a retenção de água.

Fig. 4.4: Etapas para a formação, suavização do talude e regularização do piso (LECHNER, 2006).

4.4.1.5 Estruturas para Manejo de Água a) Vala de drenagem: A vala de drenagem é uma das melhores estruturas isoladas para o manejo e a condução da água, desde que concebida, construída e mantida adequadamente. Devem ser selecionados pontos estratégicos para sua instalação. Em muitos casos, as mais eficientes valas de drenagem são construídas nas reversões das declividades e dos drenos naturais porque representam canais naturais de drenagem. As valas de drenagem devem ser dispostas ao longo de toda a extensão da trilha e não apenas nos locais mais baixos. Com base em Lechner (2006), as valas de drenagem devem ser construídas em seis etapas, de acordo com a fig. 4.5. As dimensões da vala de drenagem dependem da declividade (Tabela 4.2). A medida em que esta aumenta, a rampa superior fica maior, a valeta deve ser mais profunda, e a rampa inferior precisa ser mais inclinada e curta. 65 Plano de Manejo RPPN Taipa do Rio Itajaí Sociedade Chauá, 2013

Esta intensificação nas medidas se destina a tornar a vala apta a receber e aguentar adequadamente a água que vem em maior velocidade devido à inclinação.

Tabela 4.2: Dimensões necessárias para valas com relação à declividade do terreno (LECHNER, 2006). Comprimento da Comprimento da Profundidade Declividade rampa superior rampa inferior da vala 3% 3% 100 cm 12 cm 9% 9% 85 cm 23 cm 15% 15% 74 cm 33 cm

Fig. 4.5: Passos para implantação de valas de drenagem (LECHNER, 2006). b) Condução e cruzamento da água: Em locais onde a trilha cruza nascentes, drenagens intermitentes ou pequenos córregos, torna-se necessária a construção de bueiros. Estes podem ser construídos de diversos materiais como pedra, cimento ou plástico. O tamanho do bueiro depende do tamanho da drenagem que vai receber as águas direcionadas para o bueiro. De um modo geral, bueiros muito pequenos tendem a entupir e causar problemas graves. Os bueiros devem ser dispostos com uma inclinação razoável que viabilize a passagem da água e de entulhos. A abertura de drenagem deve ser grande o suficiente para permitir sua limpeza e manutenção. Suas paredes devem ser construídas nas entradas e saídas de fluxo, para prevenir erosão, principalmente durante a ocorrência de águas torrenciais. Elas devem ter um ângulo de cerca de 30º e ser compridas o suficiente para estabilizar as paredes do canal natural de drenagem. Uma vez que a estrutura de drenagem tenha sido criada, esta deve ser coberta com 150 a 300 mm do mesmo material da superfície da trilha.

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4.4.1.6 Outras Estruturas da Trilha a) Degraus e escadas: Estas estruturas são usadas frequentemente quando não é possível evitar áreas íngremes ou para atenuar uma trilha já implantada de forma irregular. Em geral, nas declividades superiores a 20% as escadas tornam-se uma opção bastante necessária, facilitando a passagem e evitando processos erosivos. Dois fatores são importantes quando se constroem escadas: a altura e a largura dos degraus. De acordo com Lechner (2006), a altura e a largura, quando somadas, devem resultar num valor entre 38 e 46 cm. Em geral no início e no fim das escadas são construídas as plataformas, que são áreas muito largas e compridas. Estas podem ser usadas como zonas de descanso, principalmente em escadarias muito longas. O melhor material para construir escadas são as pedras, devido a sua durabilidade e estabilidade, desde que corretamente instaladas. Elas devem ser pesadas (entre 40 e 90 kg) e muito bem apoiadas. Na falta de pedras grandes, os degraus podem ser escavados na própria terra, sendo sua borda protegida por tábuas fixadas por estacas. b) Pontes e travessias sobre água: No que se refere ao modelo e aos materiais constituintes, as pontes podem variar bastante, dependendo do ambiente onde serão instaladas, do zoneamento da área protegida, do perfil dos usuários e também dos recursos disponíveis. Por este motivo é necessária uma análise cuidadosa dos fatores de influência acima descritos, para que a ponte atenda os objetivos de acessibilidade ao usuário, redução nos impactos ambientais e sustentabilidade da estrutura em longo prazo. A seguir são apresentados alguns procedimentos importantes a serem considerados na construção de pontes (LECHNER, 2006):  avaliação do regime hidrológico do curso dágua a ser transposto, a ponte dever ser mantida acima do nível dágua máximo atingido nas épocas mais chuvosas;  avaliação das características das margens ou de áreas aterráveis para a ponte;  as margens devem ser preparadas ou reforçadas com rochas ou gabiões para proteger os aterros ou fundações da ponte (quando for o caso);  no corpo dágua deve ser escolhido o trecho mais estreito e profundo, para reduzir o vão da ponte ao mínimo, assim como para minimizar a necessidade de elevação da estrutura em relação ao nível máximo da água;  devem ser utilizadas preferencialmente pedras na construção das fundações da ponte ou da base de seu aterro;  as fundações devem ser maciças e planejadas para suportar esforços grandes e constantes provocados pelo fluxo da água (quando for o caso);  a estrutura da ponte pode ser constituída por toras ou toretes de eucalipto tratado, sobre a qual será construído o piso; caso haja disponibilidade de madeira com boa durabilidade oriunda do controle de espécies exóticas na própria área protegida, esta também pode ser utilizada na estrutura da ponte;  sobre a estrutura devem ser fixadas tábuas tratadas de 5 a 10 cm de largura, para formar o piso da ponte;  pontes com vãos maiores que cinco metros ou que tenham que suportar veículos motorizados deverão ser projetadas por engenheiros qualificados. O mesmo se aplica às pontes pênseis; e  todas as pontes da área protegida devem ser inspecionadas com regularidade em intervalos não superiores a seis meses.

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4.4.1.7 Monitoramento e Manutenção das trilhas O sistema de monitoramento e manutenção leva em conta avaliações periódicas e a prioridade de proteção dos recursos naturais, além de questões de segurança, condições da utilização da trilha, recursos financeiros disponíveis, necessidades dos usuários e relação entre custo e benefício. As técnicas de manutenção devem ser simples, para viabilizar o trabalho financeira e logisticamente. A seguir são apresentados os principais serviços necessários à manutenção de trilhas (LECHNER, 2006):  manutenção do talude da trilha, reduzindo a erosão e evitando a deposição de sedimentos sobre seu piso;  remoção de ressaltos, vegetação e outros obstáculos que tenham se estabelecido na borda crítica, visando restabelecer os padrões naturais de drenagem;  a limpeza de valas, barreiras de água e bueiros é também muito importante para manter a drenagem eficiente;  podas de limpeza na área do corredor, evitando que usuários contornem obstáculos na trilha desviando de seu traçado original, alargando e causando colapso no piso;  corrigir trechos comprometidos por acúmulos de água;  manter sustentação e drenagem de escadas e degraus;  tratar periodicamente com impermeabilizantes as estruturas e pisos de pontes e passarelas, de maneira a prolongar a sua durabilidade; e  apenas retirar a serapilheira (folhas e galhos secos) quando esta estiver propiciando a retenção de água no piso da trilha. A manutenção das trilhas deve ser realizada a cada quatro meses, de modo que se possa restabelecer e/ou manter os padrões específicos definidos para cada componente das trilhas na área protegida. Deve ser elaborado um banco de dados para registrar as necessidades de intervenções, local onde será realizado o trabalho e a quantidade de mão-de-obra, além dos materiais e ferramentas necessárias. Desta forma tem-se uma estimativa de custo para o sistema de manutenção. As atividades futuras deverão ser previstas no plano orçamentário anual da área protegida.

4.4.1.8 Normas Gerais de Uso As seguintes regras deverão ser seguidas para o uso e manutenção adequados das trilhas da RPPN Taipa do Rio Itajaí:  não será permitido o acesso de animais domésticos ao longo das trilhas; e  em períodos de pluviosidade intensa as trilhas deverão permanecer interditadas à circulação, até que a água tenha sido adequadamente drenada de seus pisos.

4.4.1.9 Descrição e Aspectos de Manejo das Trilhas da RPPN Taipa do Rio Itajaí A análise das trilhas existentes na RPPN Taipa do Rio Itajaí , assim como de suas condições e ambiente onde se localizam, permitiu a identificação de potencialidades e deficiências que precisam ser manejadas para o devido atendimento aos objetivos da área protegida. As trilhas existentes são apresentadas no Mapa Base (Anexo 9). Considerando aspectos como topografia, dificuldade, obstáculos, riscos de erosão (linhas de drenagem e escorrimento de água), fragilidade ambiental do entorno, atrativos, localização estratégica, público e uso potencial, as trilhas foram descritas e classificadas, recebendo diretrizes de manejo específicas. 68 Plano de Manejo RPPN Taipa do Rio Itajaí Sociedade Chauá, 2013 a) Trilha da Estrada A Trilha da Estrada localiza-se na região central, cortando a propriedade no sentido Norte- Sul. Trata-se da tentativa de abertura de uma estrada rural, mas que foi abandonada (Fig. 4.6). Em sua porção final atravessa área que sofreu deslizamento de terra no passado. a.1) Análise de Sítio: Relevo: predominantemente ondulado. Usos históricos e situação da área: formada pela tentativa de implantação de uma estrada rural. Facilidades: cruza a propriedade e dá acesso a áreas de implantação do programa de restauração ambiental. Fragilidades: atravessa encosta de elevada declividade e possui trechos de drenagem deficiente. Atrativos: proporciona acesso a locais de onde pode-se observar uma vasta paisagem do vale do rio Itajaí do Norte. Segurança: apresenta risco pequeno de quedas por alguns buracos existentes. Durante períodos chuvosos pode ocorrer deslizamento de terra, dependendo da intensidade de chuvas. a.2) Planejamento: Instalações e manejo: Em todo o percurso deve ser feita a padronização do piso e corredor da trilha, assim como a construção de valas de drenagem e contenção de focos erosivos. Características da trilha:  com trechos íngremes, principalmente nas margens da trilha;  ida e volta pelo mesmo trajeto; e  extensão aproximada: 407 m. Atividades: fiscalização, proteção, restauração ambiental. Nível de Dificuldade: médio. b) Trilha da Divisa leste Esta trilha encontra-se na parte mais alta da RPPN, muito próxima da divisa leste. E, alguns trechos seu traçado é quase imperceptível. Apresenta-se de forma geral plana e sem muitas dificuldades (Fig. 4.7). b.1) Análise de Sítio: Relevo: plana, com alguns trechos suave-ondulados. Usos históricos e situação da área: trilha aberta para retirada de madeira, décadas atrás. Facilidades: viabiliza o acesso ao marcos da divisa leste, facilitando também a fiscalização e proteção. Fragilidades: existem trechos com acúmulo de água. Atrativos: dá acesso a áreas de floresta no estágio avançado da sucessão. Segurança: apresenta risco pequeno de quedas.

69 Plano de Manejo RPPN Taipa do Rio Itajaí Sociedade Chauá, 2013 b.2) Planejamento Instalações e manejo: Em todo o percurso deve ser feita a padronização do piso e corredor da trilha, assim como a construção de valas de drenagem e contenção de focos erosivos. Características da Trilha:  acesso à parte mais alta da RPPN;  ida e volta pelo mesmo trajeto; e  extensão aproximada: 250 m. Atividades: fiscalização e proteção. Nível de Dificuldade: leve.

Fig. 4.6: Trilha da Estrada (Foto: C.T.Blum) Fig. 4.7: Trilha da Divisa Leste (Foto: C.T.Blum)

4.4.2 Diretrizes para Conservação do Complexo de Áreas Protegidas Considerando que a RPPN Taipa do Rio Itajaí faz parte de um complexo de RPPNs contíguas ou muito próximas entre si, faz-se necessária uma abordagem integrada no manejo destas áreas protegidas, principalmente pelo fato de todas estarem sob a mesma gestão. Adicionalmente, outros remanescentes do entorno tem elevado potencial para conservação e poderão ser adquiridos para este fim no futuro. Deste modo apresentam-se a seguir algumas diretrizes para orientar ações de manejo integradas de forma a viabilizar a conservação de todo o complexo de RPPNs situadas na região do rio Itajaí do Norte e do rio do Couro: a) Aquisição de Novas Áreas para Conservação  a aquisição de novas áreas no entorno da RTRI é uma ação prioritária para ampliar a garantia de conservação e minimizar o risco de perturbações antrópicas;  a aquisição de novas áreas deverá considerar a formação de um bloco compacto e homogêneo de áreas protegidas, procurando evitar, se possível, a existência de bordas muito recortadas ou de fragmentos isolados; e  as áreas prioritárias para aquisição são aquelas que se encontram em melhor estado de conservação, assim como as que apresentam vantagens estratégicas de conservação por englobarem acessos importantes.

70 Plano de Manejo RPPN Taipa do Rio Itajaí Sociedade Chauá, 2013 b) Manejo de Conservação dos Acessos  o Caminho da Pedreira e o ramal da Estrada Geral Dr. Cerqueira são acessos importantes para o complexo de RPPNs. No entanto, pelas suas condições precárias e pelo risco de graves processos erosivos, estas deverão ser usadas prioritariamente por motocicletas, bicicletas e pedestres, sendo necessárias diversas e intensas ações de conservação como construção de valetas de drenagem, contenção de focos de erosão, suavização de taludes, restauração ambiental de bordas suscetíveis a deslizamentos, entre outras. c) Construção da Casa-Sede  uma casa-sede para gerenciamento de toda o complexo de RPPNs deverá ser implantada em frente à RPPN das Araucárias Gigantes. Esta edificação servirá de base de operações, centro de visitantes e alojamento para todas as RPPNs;  a casa-sede deverá servir como moradia ou alojamento para os proprietários, devendo haver espaço também para funcionário(s), além de ser o ponto de apoio para a administração e a implantação dos programas de manejo das áreas protegidas. A edificação deve prever também o alojamento de pesquisadores e um espaço mínimo para a recepção de visitantes;  é recomendável que possua, no mínimo, uma varanda ampla, uma sala, um espaço para armazenamento de ferramentas e materiais, seis quartos, uma cozinha, um refeitório e pelo menos dois banheiros;  a casa-sede será atendida pela rede elétrica e a água poderá ser bombeada de um poço ou de uma nascente próxima;  os efluentes deverão ser tratados pelo sistema de filtro de raízes, como descrito mais adiante; e  a casa-sede deverá contar com móveis e eletrodomésticos necessários para uma acomodação minimamente confortável. d) Infraestrutura necessária à visitação do complexo de RPPNs A infraestrutura sugerida na casa-sede para a implantação de Programa de Visitação em algumas RPPNs do complexo é descrita a seguir:  uma área coberta com no mínimo 80m2, equipada com mesas e bancos, que deverá funcionar não apenas como um Centro de Visitantes, mas como um espaço multiuso, onde poderão ser realizadas pequenas exposições, palestras, reuniões e onde os visitantes poderão, se quiserem, realizar piqueniques ou refeições simples. Deverá ter também no mínimo dois banheiros (um feminino e um masculino);  uma área plana, livre e gramada com aproximadamente 250m2 de área (25m x 10m) para realização de atividades educativas e jogos.  uma exposição contendo de três a cinco painéis, a serem expostos na área multiuso, para que os visitantes possam melhor compreender os objetivos do complexo de RPPNs e conhecer as dinâmicas e os processos naturais da floresta, assim como as interações e interelações existentes entre os diferentes elementos do ambiente local;  Instalação de lixeiras para coleta seletiva de resíduos em locais estratégicos, que sejam de fácil visualização e utilização pelos visitantes;

71 Plano de Manejo RPPN Taipa do Rio Itajaí Sociedade Chauá, 2013 e) Tratamento de efluentes da casa-sede Os sanitários e efluentes da cozinha da casa sede deverão estar interligados a um sistema de estações de tratamento de efluentes (ETE) através do sistema de zona de raízes. O processo de tratamento por zona de raízes além de possuir um aspecto de canteiro de flores, tem ausência de cheiro e pode tornar-se um atrativo educativo aos visitantes, por ser reconhecidamente um tratamento ambientalmente correto. O sistema de tratamento de esgoto por meio de zona de raízes utiliza um processo de filtragem física em brita e areia, e um biofiltro constituído pela zona de raízes (Fig. 4.8). Para sua implantação é necessária a escavação do solo (cava) com uma área pré-estabelecida para a quantidade de pessoas que utilizarão os banheiros e com 1 metro de profundidade. De acordo com Sipinski e Van Kaick (2000), a área para o tratamento de esgoto de uma estação experimental em Antonina (PR) foi de 1m2 para cada habitante, com profundidade de 1 m. Dessa forma, imaginando uma utilização inicial média de 15 pessoas usufruindo os sanitários da RPPN, deverá ser escavada uma cava de 15 m², com profundidade de 1 m. A cava deve ser impermeabilizada através de revestimento com uma lona plástica de 200 micras de espessura ou de concreto armado. Sobre este revestimento deve ser colocada uma camada de areia com 40 cm de espessura, e uma camada de brita (brita n. 2) também com 40 cm de espessura. Os efluentes deverão ser lançados por meio de uma rede de tubulações perfuradas, instaladas na superfície da estação, logo acima da camada de brita. Sobre este sistema deverá se plantar plantas macrófitas, sendo que a mais frequentemente plantada é o copo- de-leite (Zantedeschia aethiopica), que formarão a zona de raízes. No fundo da ETE, na extremidade oposta à da entrada dos efluentes, deve haver uma tubulação que coleta o dejeto já filtrado, lançando-o para fora do sistema por diferença de nível.

Fig. 4.8: Esquema de instalação e funcionamento da ETE por meio de zona de raízes FONTE: Adaptado de Van Kaick (2002) apud Lemes et al. (2008).

É importante ressaltar que os efluentes devem passar por um tratamento preliminar e primário antes de serem lançados na ETE por zona de raízes. Deve ser realizada a remoção dos sólidos grosseiros e de parte da matéria orgânica por sedimentação. Para tal, os efluentes devem passar previamente por uma caixa de gordura (cozinha) e uma fossa séptica (sanitários). A ETE por zona de raízes necessita de vistorias e limpezas periódicas na tubulação da parte superior, bem como na caixa de gordura que recebe os resíduos provenientes da cozinha. A substituição das plantas também é necessária quando apresentarem sintomas de intoxicação ou se morrerem após completarem seu ciclo.

72 Plano de Manejo RPPN Taipa do Rio Itajaí Sociedade Chauá, 2013

O funcionamento do sistema de filtro de raízes se dá através do oxigênio captado pelas folhas das macrófitas que é levado através do caule até as raízes, não apenas para suprir a demanda respiratória dos tecidos das raízes, mas também para oxigenar sua rizosfera. A saída do oxigênio das raízes para o filtro cria condições de oxidação no meio, possibilitando a decomposição da matéria orgânica (BRIX, 1994 apud LEMES, 2008). Segundo Van Kaick (2002), para implantar uma ETE por zona de raízes, os custos podem variar de R$ 500,00 a R$ 1.200,00 por unidade (para 5 pessoas), dependendo do material utilizado na impermeabilização (lona ou concreto). Para instalação e melhor determinação de dimensões do sistema é aconselhável a contratação de empresa especializada.

5 RECOMENDAÇÕES

 é essencial manter funcionário(s) e colaborador(es) para viabilizar a execução dos programas de manejo da RTRI, sendo igualmente importante proporcionar capacitação e condições de trabalho adequadas para estes funcionários;  tendo em vista a considerável biodiversidade regional, é importante apoiar pesquisas científicas que se enquadrem dentro dos objetivos e que sirvam de base para a complementação do plano de manejo da área protegida;  ainda que se trate de processo gradual e lento, devem ser voltados esforços para educar e engajar os moradores do entorno da RTRI em atividades de conservação ambiental, especialmente contra a caça e extração ilegal de recursos florestais;  a implantação de estruturas e de alguns programas propostos deve ser acompanhada por profissional qualificado;  a construção de qualquer infraestrutura ou manejo dos recursos naturais da área deve ter autorização do órgão ambiental e garantir o mínimo de impacto sobre o ambiente, mediante projeto desenvolvido por um profissional habilitado;  todas as atividades de manejo devem sempre considerar atentamente os limites e restrições das áreas de preservação permanente definidas por lei; e  o presente plano de manejo deve ser atualizado periodicamente, visando atualizar os programas e medidas a novos cenários que porventura venham a se concretizar. Recomenda-se o espaço de tempo de cinco anos entre cada atualização.

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Diante da atual situação em que se encontram as fitofisionomias da Mata Atlântica em Santa Catarina, com sua cobertura original tendo sido significativamente dizimada, é muito importante que a extensão dos remanescentes da RPPN Taipa do Rio Itajaí se encontre atualmente protegida e com possibilidades de ser manejada para melhorar seu estado de conservação. Salienta-se que a devida conservação da RPPN Taipa do Rio Itajaí só será atingida com a implementação de seus programas, especialmente aqueles mais emergenciais cuja execução foi indicada já para o 1º. ano no cronograma de atividades (Anexo 1). Como referencial para o planejamento de manejo da RTRI é apresentado um orçamento estimado para a implementação das principais atividades de manejo, no Anexo 2.

73 Plano de Manejo RPPN Taipa do Rio Itajaí Sociedade Chauá, 2013

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8 ANEXOS

78 ANEXO 1: Cronograma de atividades de manejo da RPPN Taipa do Rio Itajaí. Etapas Atividades Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5 Programa de Administração Subprograma: Sistema de Gestão da Área Protegida Elaboração do Manual de Procedimentos X Georreferenciamento de Precisão e retificação da matrícula (correção da área) X X Instalação de placas de advertência e de informação X Destinação adequada do lixo armazenado X X X X Implementar sistema de comunicação por rádio X Treinamento de funcionário(s) e colaborador(es) para a efetivação dos programas de manejo X X Definição de uma rotina emergencial de salvamento e transporte de feridos X Aquisição de equipamentos de proteção individual, adequados a cada atividade desenvolvida X Aquisição de kit de primeiros socorros e reposição do kit de primeiros socorros X X X X X Revisão e atualização do Plano de Manejo X Programa de Fiscalização e Proteção Subprograma: Fiscalização da Área Protegida Implementação de rotina de fiscalização por rondas na área protegida X X X X X Aquisição de materiais necessários: máquina fotográfica, caderneta e caneta X Teste de fiscalização e monitoramento com câmeras (armadilhas fotográficas) X X X Elaboração de ficha-padrão de ocorrências na área protegida X Organização e atualização de banco de dados de ocorrências X X X X Definição de um procedimento padrão de ação em casos emergenciais X Efetivação de operações conjuntas com a Polícia Ambiental e/ou fiscais do IBAMA ou FATMA X X X X X Subprograma: Proteção da Área protegida Treinamento do(s) funcionário(s) e colaborador(es) em cursos de combate a incêndios X Aquisição de equipamentos de combate a incêndios X Elaboração de plano de emergência no caso de incêndios X Implementar sistema integrado de comunicação e ação X Programa de Restauração Ambiental Subprograma: Restauração de Florestas Plantio de mudas X X Monitoramento e manutenção do plantio X X X Subprograma: Erradicação e Controle de Espécies Exóticas Invasoras Treinamento do(s) funcionário(s) para reconhecimento das espécies X X Treinamento do(s) funcionário(s) em procedimentos de erradicação e controle X X Aquisição de insumos, ferramentas e equipamentos de proteção individual X X Supervisão de técnico experiente nas primeiras etapas X Etapas Atividades Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5 Erradicação de uva-do-japão (Hovenia dulcis) X X Erradicação e controle de lírio-do-brejo (H. coronarium) X X X X X Erradicação e controle das demais exóticas invasoras X X Monitoramento de controle de todas as espécies exóticas invasoras X X X Programa de Pesquisa Estabelecimento de contato com instituições de pesquisa interessadas X X X X X Formalização de parcerias e definição de regras de conduta com instituições de pesquisa X X X X X Desenvolvimento de projetos de pesquisa Na dependência da demanda Programa de Monitoramento Elaboração de um sistema de monitoramento X Criação de um diário onde serão registradas informações gerais resultantes do monitoramento X Elaboração de fichas específicas para monitoramento X Contato com instituições de pesquisa para efetivar parcerias no monitoramento X X X X Registro de fenômenos hidrológicos e climáticos X X X X Avaliação da evolução das comunidades vegetais nos estágios inicial e médio da sucessão X X X X Implementação de monitoramento constante da fauna X X X X Registro de aspectos ambientais, erosão, caça, extrativismo, vandalismo e invasão de animais domésticos X X X X X Registro de focos de incêndio dentro e no entorno da área protegida X X X X X Monitoramento da infraestrutura da área protegida X X X X Elaboração de relatório direto com resultados dos monitoramentos X X X Programa de Comunicação Estabelecimento de contato com os responsáveis pelo policiamento ambiental na região X X X X X Estabelecimento de contato com o Corpo de Bombeiros X X X X X Estabelecimento de contato com os responsáveis dos órgãos ambientais X X X X X Estabelecimento de contato com a secretaria municipal da educação X X X Outras atividades Na dependência da demanda Programa de Relacionamento e Conscientização da Comunidade do Entorno Identificar no entorno parceiros potenciais simpatizantes com as questões ambientais X X Manter um processo sistemático de conversas com os principais proprietários do entorno X X X X Estabelecer cadastro de informações levantadas sobre as propriedades do entorno X X Distribuir aos vizinhos material específico sobre a RPPN X X X X Realizar anualmente almoço de integração entre proprietários do entorno X X X Desenvolver ações educativas junto às escolas do entorno X X X Outras atividades Na dependência da demanda Programa de Visitação (opcional) Subprograma: Visitação para fins de Conservação Na dependência da demanda Etapas Atividades Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5 Projeto específico: Manejo de Trilhas Monitoramento e manutenção das trilhas X X X X Manejo: Trilha da Estrada Padronização do piso e corredor X Implantação de valas de drenagem X Manejo: Trilha da Divisa Leste Padronização do piso e corredor X Implantação de bueiros X X Implantação de valas de drenagem X X Projeto Específico: Diretrizes para Conservação do Complexo de Áreas Protegidas Ação: Aquisição de Novas Áreas para Conservação na dependência da demanda Ação: Manejo de Conservação dos Acessos X X Ação: Construção da Casa-Sede e infraestrutura associada na dependência da obtenção de recursos ANEXO 2: Orçamento estimado para as principais atividades de manejo da RPPN Taipa do Rio Itajaí. Etapas Atividades Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5 Programa de Administração Subprograma: Sistema de Gestão da Área Protegida Elaboração do Manual de Procedimentos R$ 840,00 Georreferenciamento de Precisão e retificação da matrícula (correção da área) R$ 2.500,00 R$ 2.500,00 Instalação de placas de advertência e de informação R$ 1.000,00 Implementar sistema de comunicação por rádio R$ 2.000,00 Treinamento de funcionário(s) e colaborador(es) para a efetivação dos programas de manejo R$ 700,00 R$ 700,00 Aquisição de equipamentos de proteção individual, adequados a cada atividade desenvolvida R$ 500,00 Aquisição de kit de primeiros socorros e reposição do kit de primeiros socorros R$ 120,00 R$ 120,00 R$ 120,00 R$ 120,00 R$ 120,00 Revisão e atualização do Plano de Manejo R$ 5.000,00 Programa de Fiscalização e Proteção Subprograma: Fiscalização da Área Protegida Implementação de rotina de fiscalização por rondas na área protegida R$ 960,00 R$ 960,00 R$ 960,00 R$ 960,00 R$ 960,00 Aquisição de materiais necessários: máquina fotográfica, caderneta e caneta R$ 700,00 Aquisição de câmeras (armadilhas fotográficas) para monitoramento e fiscalização R$ 1.200,00 R$ 1.200,00 R$ 1.200,00 Subprograma: Proteção da Área protegida Treinamento do(s) funcionário(s) e colaborador(es) em cursos de combate a incêndios R$ 700,00 Aquisição de equipamentos de combate a incêndios R$ 800,00 Programa de Restauração Ambiental Subprograma: Restauração de Florestas Compra e transporte de mudas R$ 6.000,00 R$ 3.000,00 Preparo do terreno e plantio R$ 2.000,00 R$ 1.500,00 Monitoramento e manutenção do plantio R$ 500,00 R$ 500,00 R$ 500,00 Subprograma: Erradicação e Controle de Espécies Exóticas Invasoras Treinamento do(s) funcionário(s) para reconhecimento das espécies R$ 400,00 R$ 200,00 Etapas Atividades Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5 Treinamento do(s) funcionário(s) em procedimentos de erradicação e controle R$ 500,00 R$ 300,00 Aquisição de insumos, ferramentas e equipamentos de proteção individual R$ 800,00 R$ 300,00 Supervisão de técnico experiente nas primeiras etapas R$ 1.800,00 Erradicação de uva-do-japão (Hovenia dulcis) R$ 2.000,00 R$ 1.200,00 Erradicação e controle de lírio-do-brejo (H. coronarium) R$ 2.000,00 R$ 1.200,00 R$ 500,00 R$ 500,00 R$ 500,00 Erradicação e controle das demais exóticas invasoras R$ 1.200,00 R$ 500,00 Monitoramento de controle de todas as espécies exóticas invasoras R$ 500,00 R$ 500,00 Programa de Comunicação Impressão de folheto sobre a RPPN (100/ano) R$ 50,00 R$ 50,00 R$ 50,00 R$ 50,00 R$ 50,00 Programa de Relacionamento e Conscientização da Comunidade do Entorno Realizar anualmente almoço de integração entre proprietários do entorno (estimadas 30 pessoas) R$ 650,00 R$ 650,00 R$ 650,00 Projeto específico: Manejo de Trilhas Monitoramento e manutenção das trilhas R$ 400,00 R$ 200,00 R$ 200,00 R$ 200,00 Combustível para logística de viabilização dos programas (estimado etanol para 500 km/mês) R$ 1.000,00 R$ 1.000,00 R$ 1.000,00 R$ 1.000,00 R$ 1.000,00 TOTAL R$ 19.070,00 R$ 20.830,00 R$ 10.180,00 R$ 4.480,00 R$ 9.480,00 ANEXO 3: Certificado de criação da RPPN Taipa do Rio Itajaí. ANEXO 4: Lista preliminar da flora na região da RPPN Taipa do Rio Itajaí, Itaiópolis, SC, acrescida de registros obtidos em levantamentos expeditos de áreas próximas (RPPNs Corredeiras do Rio Itajaí II, Odir Zanelatto, Refúgio do Macuco e Taipa Rio do Couro), assim como da compilação da lista de flora do Plano de Manejo da RPPN Corredeiras do Rio Itajaí (Sociedade Chauá, 2008). LEGENDA: Hábito (Hab.), ab arbusto, at arvoreta, av árvore, hb herbácea, hbe herbácea epífita, li liana; Ambiente (Amb.), flo floresta, ini estágio inicial da sucessão, umi áreas úmidas; Status, int exótica introduzida, inv exótica invasora, nat nativa; Frugivoria (Frug.), F espécies com frutos consumidos por animais. RPPN Taipa RPPNs do Frugi Família Espécie Nome vulgar Hab. Amb. Status Rio Itajaí entorno Acanthaceae Justicia brasiliana Roth. justicia-vermelha ab flo nat x Acanthaceae Justicia carnea Lindl. justicia-rosa ab flo nat x x Acanthaceae Justicia floribunda (C.Koch) Wassh. farroupilha ab flo nat x Acanthaceae Staurogyne mandioccana Nees hb flo nat x Alismataceae Echinodorus grandiflorus Mitch. chapéu-de-couro hb umi nat x Anacardiaceae Schinus terebinthifolius Raddi aroeira av flo nat F x Anemiaceae Anemia phyllitidis (L.) Sw. samambaia hb flo nat x x Annonaceae Annona cacans Warm. ariticum-cagão av flo nat F x x Annonaceae Duguetia lanceolata A. St. - Hil pindabuna av flo nat F x x Annonaceae Guatteria australis A.St.-Hil. embira-preta av flo nat F x Annonaceae Rollinia rugulosa Schltdl. araticunzinho av flo nat F x x Annonaceae Rollinia sericea (R.E. Fr.) R.E. Fr. cortição av flo nat F x x Annonaceae Rollinia sylvatica (A. St.-Hil.) Martius araticum-do-mato av flo nat F x x Apocynaceae Aspidosperma pyricollum Müll. Arg. perobinha av flo nat x x Apocynaceae Aspidosperma tomentosum Mart. pequiá av flo nat x x Apocynaceae Oxypetalum sp. cipó-de-leite li flo nat x Apocynaceae Tabernaemontana catharinensis A. DC. leiteira av flo nat F x Aquifoliaceae Ilex brevicuspis Reissek orelha-de-mico av flo nat F x Aquifoliaceae Ilex dumosa Reissek congonha av flo nat F x x Aquifoliaceae Ilex microdonta Reissek orelha-de-mico av flo nat F x Aquifoliaceae Ilex paraguariensis A. St.-Hil. erva-mate av flo nat F x Aquifoliaceae Ilex theezans Mart. caúna av flo nat F x x Araceae Anthurium gaudichaudianum Kunth antúrio-de-árvore hep flo nat F x x Araceae Asterostigma lividum (Lodd.) Engl. hb flo nat x Araceae Philodendron bipinnatifidum Schott ex Endl. costela-de-adão hbe flo nat F x x Araceae Philodendron loefgrenii Engl. filodendro hbe flo nat F x x Araceae Philodendron missionum (Hauman) Hauman filodendro hbe flo nat F x x RPPN Taipa RPPNs do Frugi Família Espécie Nome vulgar Hab. Amb. Status Rio Itajaí entorno Araliaceae Dendropanax cuneatus (DC.) Decne. & Planch. maria-mole av flo nat F x Araliaceae Hydrocotyle bonariensis Lam. hb ini,umi nat x Araliaceae Hydrocotyle sp. hb flo nat x Araliaceae Schefflera morototoni (Aubl.) Mag., Stey. & Frodin. mandiocão av flo nat F x x Araucariaceae Araucaria angustifolia (Bertol.) Kuntze pinheiro av flo nat F x x Arecaceae Bactris setosa Mart. tucum ab flo nat F x x Arecaceae Geonoma schottiana Mart. guaricana ab flo nat F x x Arecaceae Syagrus romanzoffiana (Cham.) Glassman jerivá av flo nat F x x Aspleniaceae Asplenium gastonis Fée samambainha hbe flo nat x Asteraceae Baccharis articulata (Lam.) Pers. carquejinha hb ini nat x x Asteraceae Baccharis dracunculifolia DC. vassourinha ab ini nat x x Asteraceae Baccharis trimera DC. carqueja hb ini nat x x Asteraceae Baccharis uncinella DC. vassourinha ab ini nat x x Asteraceae Gochnatia polymorpha (Less.) Cabrera cambará av ini,flo nat x Asteraceae Mikania glomerata Spreng. guaco li ini,flo nat x x Asteraceae Piptocarpha angustifolia Dusén ex Malme vassourão-preto av ini,flo nat x x Asteraceae Piptocarpha regnellii (Sch. Bip.) Cabrera vassoura av ini,flo nat x x Asteraceae Piptocarpha tomentosa Baker pau-toucinho av ini,flo nat x x Asteraceae Senecio brasiliensis (Spreng.) Less. flor-das-almas ab ini nat x Asteraceae Solidago chilensis Meyen erva-de-lança hb ini nat x Asteraceae Vernonanthura discolor (Spreng.) H. Rob. vassourão-branco av ini,flo nat x Asteraceae Vernonanthura petiolaris (D.C.) H. Robinson vassourão av ini,flo nat x x Asteraceae Vernonia sp. assa-peixe ab ini nat x x Begoniaceae Begonia cucullata Willd. azedinha hb flo,umi nat x x Begoniaceae Begonia setosa Klotzsch begônia-miúda hb umi nat x x Begoniaceae Begonia sp.01 begônia-branca hbe flo nat x Begoniaceae Begonia sp.02 begônia hb flo nat x Begoniaceae Begonia sp.03 begônia hb flo nat x Bignoniaceae Arrabidea sp. cipó li flo nat x Bignoniaceae Cybistax antisyphilitica (Mart.) Mart. ipê-verde av flo nat x Bignoniaceae Jacaranda micrantha Cham. caroba av flo nat x Bignoniaceae Jacaranda puberula Cham. carobinha av flo nat x x RPPN Taipa RPPNs do Frugi Família Espécie Nome vulgar Hab. Amb. Status Rio Itajaí entorno Bignoniaceae Pithecoctenium crucigerum (L.) A.H. Gentry pente-de-macaco li ini,flo nat x Bignoniaceae Pithecoctenium dolichoides (Cham.) Bureau ex K. Schum. pente-de-macaco li ini,flo nat x Blechnaceae Blechnum binervatum (Poir.) C.V. Morton & Lellinger samambaia hbe flo nat x x Blechnaceae Blechnum brasiliense Desv. xaxim-do-banhado ab flo nat x x Blechnaceae Blechnum sampaioanum Brade samambainha hb flo nat x Boraginaceae Cordia ecalyculata Vell. chá-de-bugre av flo nat F x Boraginaceae Cordia trichotoma (Vell.) Arráb. ex Steud. louro-pardo av flo nat x Bromeliaceae Aechmea calyculata (E.Morren) Baker gravatá hbe flo nat F x Bromeliaceae Aechmea caudata Lindm. bromélia hbe flo nat F x Bromeliaceae Aechmea cylindrata Lindm. bromélia hbe flo nat F x Bromeliaceae Aechmea distichantha Lem. pé-de-pombo hbe flo nat x Bromeliaceae Aechmea recurvata (Klotzsch.) L. B. Sm. bromélia hbe flo nat x Bromeliaceae Ananas bracteatus (Lindley) Schultes. ananás-vermelho hb flo nat F x x Bromeliaceae Bilbergia alfonsi-joannis Reitz poço-de-jacó hbe flo nat x x Bromeliaceae Bilbergia nutans Wendl. bromélia hbe flo nat x x Bromeliaceae Bromelia balansae Mez gravatá hb flo nat F x x Bromeliaceae Hohenbergia augusta (Vell.) E.Morren gravatá hbe flo nat x Bromeliaceae Nidularium innocentii Lem. bromélia hbe flo nat x Bromeliaceae Tillandsia geminiflora Brongn. cravo-do-mato hbe flo nat x x Bromeliaceae Tillandsia stricta Sol. ex Sims cravo-do-mato hbe flo nat x x Bromeliaceae Tillandsia tenuifolia L. cravo-do-mato hbe flo nat x x Bromeliaceae Tillandsia usneoides L. barba-de-velho hbe flo nat x x Bromeliaceae Vriesea carinata Wawra. bromélia hbe flo nat x Bromeliaceae Vriesea gigantea Gaudich. bromélia-graúda hbe flo nat x x Bromeliaceae Vriesea platynema Gaudich. bromélia hbe flo nat x x Bromeliaceae Vriesea vagans (L.B. Smith) L.B. Smith bromélia hbe flo nat x x Cactaceae Cereus hildmannianus K. Schum. mandacaru ab aflo nat F x Cactaceae Lepismium cruciforme (Vell.) Miq. conambaia hbe flo nat F x Cactaceae Lepismium houlletianum (Lem.) Barthlott cacto-de-árvore hbe flo nat F x Cactaceae Lepismium lumbricoides (Lem.) Barthlott conambaia hbe flo nat F x Cactaceae Rhipsalis cereuscula Haw. conambaia hbe flo nat F x Cactaceae Rhipsalis teres (Vell.) Steud. conambaia hbe flo nat F x x RPPN Taipa RPPNs do Frugi Família Espécie Nome vulgar Hab. Amb. Status Rio Itajaí entorno Campanulaceae Siphocampylus sp. hb flo nat x Canellaceae Cinnamodendron dinisii Schwacke. pimenteira av flo nat F x Cannabaceae Celtis iguanaea (Jacq.) Sarg. espora-de-galo av flo,ini nat F x x Cannabaceae Trema micrantha (L.) Blume grandiúva av ini,flo nat F x x Cannaceae Canna indica L. cana-do-mato hb flo nat x Cardiopteridaceae Citronella paniculata (Mart.) R.A. Howard congonha av flo nat F x Caricaceae Vasconcellea quercifolia A. St.-Hil. mamoeiro-bravo av flo nat F x Celastraceae Maytenus aquifolium Mart. espinheira-graúda av flo nat F x Celastraceae Maytenus robusta Reissek coração-de-bugre av flo nat F x Clethraceae Clethra scabra Pers. carne-de-vaca av flo nat x x Combretaceae Buchenavia kleinii Exell guarajuva av flo nat F x x Commelinaceae Commelina sp. trapoeraba hb flo nat x Cunoniaceae Lamanonia speciosa (Cambess.) L.B. Sm. guaperê av flo nat x Cyatheaceae Alsophylla sp. xaxim-de-espinho ab flo nat x x Cyatheaceae Cyathea atrovirens (Langsd. & Fisch.) Domin xaxim-de-espinho ab flo nat x Cyatheaceae Cyathea corcovadensis (Raddi) Domin xaxim-de-espinho ab flo nat x Cyperaceae Pleurostachys gaudichaudii Brongn. tiririca hb flo nat x Cyperaceae Pleurostachys urvillei Brongn. tiririca hb flo nat x Cyperaceae Rynchospora sp. capim-navalha hb ini,flo nat x Dennstaedtiaceae Pteridium arachnoideum (Kaulf.) Maxon samambaia-das-taperas hb ini nat x x Dicksoniaceae Dicksonia sellowiana Hook. xaxim-bugio ab flo nat x Dioscoreaceae Dioscorea sp. milomem li flo nat x Dryopteridaceae Elaphoglossum sp. heb flo nat x Dryopteridaceae Rumohra adiantiformis (G. Forst.) Ching. samambaia-preta hb flo nat x Elaeocarpaceae Sloanea lasiocoma K. Schum. sapopema av flo nat x Erythroxylaceae Erythroxylum deciduum A. St.-Hil. cocão av flo nat F x x Escalloniaceae Escallonia bifida Link & Otto. canudo-de-pito at flo,ini nat x Euphorbiaceae Acalypha gracilis Spreng. tapa-buraco ab flo nat x Euphorbiaceae Alchornea glandulosa Poepp. & Endl. tanheiro av flo nat F x x Euphorbiaceae Alchornea sidifolia Müll. Arg. tapiá-guaçu av flo nat F x x Euphorbiaceae Alchornea triplinervia (Spreng.) Müll. Arg. tapiá av flo nat F x x Euphorbiaceae Bernardia pulchella (Baill.) Müll. Arg. ab flo,ini nat x x RPPN Taipa RPPNs do Frugi Família Espécie Nome vulgar Hab. Amb. Status Rio Itajaí entorno Euphorbiaceae Croton sp. capixingui av flo nat F x Euphorbiaceae Sapium glandulatum (Vell.) Pax leiteiro av flo nat F x x Euphorbiaceae Sebastiania argutidens Pax & K. Hoffm. tajuvinha at flo nat F x Euphorbiaceae Sebastiania commersoniana (Baill.) L.B. Sm. & Downs branquilho av flo nat F x Euphorbiaceae Tetrorchidium rubrivenium Poepp. canemaçu av flo nat F x Fabaceae Acacia sp. li ini,flo nat x x Fabaceae Albizia edwallii (Hoehne) Barneby & J.W. Grimes angico av flo nat x x Fabaceae Bauhinia sp. cipó-escada-de-macaco li flo nat x Fabaceae Calliandra brevipes Benth. sarandi-rosa ab flo nat x x Fabaceae Dalbergia brasiliensis Vogel jacarandazinho av flo nat x Fabaceae Dalbergia frutescens (Vell.) Britton timbó at,li flo nat x x Fabaceae Desmodium incanum DC. carrapicho hb ini nat x x Fabaceae Erythrina falcata Benth. corticeira av flo nat x Fabaceae Galactia speciosa Britton jetirana ab flo nat x Fabaceae Inga marginata Willd. ingá-feijão av flo nat F x x Fabaceae Inga sessilis (Vell.) Mart. ingá-ferradura av flo nat F x x Fabaceae Lonchocarpus muehlbergianus Hassl. feijão-cru av flo nat x Fabaceae Machaerium hatschbachii Rudd jacarandá-de-espinho av flo nat x x Fabaceae Machaerium nyctitans (Vell.) Benth. jacarandá-ferro av flo nat x x Fabaceae Machaerium stipitatum (DC.) Vogel sapuva av flo nat x Fabaceae Machaerium vestitum Vogel cateretê av flo nat x Fabaceae Mimosa scabrella Benth. bracatinga av ini,flo nat x Fabaceae Myrocarpus frondosus Allemão cabreúva av flo nat x Fabaceae Ormosia arborea (Vell.) Harms olho-de-cabra av flo nat x x Fabaceae Piptadenia gonoacantha (Mart.) J. F. Macbr. pau-jacaré av flo nat x Fabaceae Sclerolobium denudatum Vogel passuaré av flo nat x Gesneriaceae Sinningia canescens (Mart.) Wiehler rainha-do-abismo hb aflo nat x x Gesneriaceae Sinningia douglasii (Lindl.) Chautems hbe flo nat x x Gleicheniaceae Gleichenella pectinata (Willd.) Ching. samambaia-de-barranco hb ini nat x Hippocrateaceae Hippocratea sp. cipó li flo nat F x Hymenophyllaceae Trichomanes sp. samabaia-plástico hep flo nat x x Hypericaceae Hypericum sp. hb ini nat x RPPN Taipa RPPNs do Frugi Família Espécie Nome vulgar Hab. Amb. Status Rio Itajaí entorno Lamiaceae Aegiphila integrifolia (Jacq.) Moldenke tucaneira av ini,flo nat F x x Lamiaceae Ocimum micranthum Willd. alfavaca-do-mato hb ini nat x x Lamiaceae Salvia melissaeflora Benth. sálvia-do-mato hb ini,flo nat x Lamiaceae Vitex megapotamica (Spreng.) Moldenke tarumã av flo nat F x Lauraceae Cinnamomum glaziovii (Mez) Kosterm. av flo nat F x x Lauraceae Cinnamomum sellowianum (Nees & C. Martius ex Nees) Kosterm. canela-raposa av flo nat F x x Lauraceae Cryptocarya aschersoniana Mez canela-fogo av flo nat F x Lauraceae Endlicheria paniculata (Spreng.) J.F. Macbr. canela-frade av flo nat F x x Lauraceae Nectandra lanceolata Nees canela-amarela av flo nat F x Lauraceae Nectandra membranacea (Sw.) Griseb. canela-graúda av flo nat F x Lauraceae Nectandra oppositifolia Nees & Mart. canela-ferrugem av flo nat F x Lauraceae Ocotea catharinensis Mez canela-preta av flo nat F x Lauraceae Ocotea corymbosa (Meisn.) Mez canela av flo nat F x Lauraceae Ocotea elegans Mez canela av flo nat F x Lauraceae Ocotea floribunda (Sw.) Mez canela-de-folha-larga av flo nat F x Lauraceae Ocotea indecora (Schott) Mez canela av flo nat F x x Lauraceae Ocotea nectandrifolia Mez canela-bugia av flo nat F x x Lauraceae Ocotea odorifera (Vellozo) Rohwer canela-sassafráz av flo nat F x Lauraceae Ocotea puberula (Rich.) Nees canela-guaicá av flo nat F x Lauraceae Ocotea silvestris Vattimo-Gil canela av flo nat F x Lauraceae Persea venosa Nees & Mart. ex Nees pau-andrade av flo nat F x x Lindsaeaceae Lindsaea sp. samambainha hb flo nat x Loganiaceae Strychnos brasilensis (Spreng.) Mart. esporão at flo nat F x Lycopodiaceae Huperzia sp. hbe flo nat x Lycopodiaceae Lycopodium sp. hb ini nat x Lythraceae Cuphea sp. sete-sangrias hb ini,flo nat x x Lythraceae Heimia myrtifolia (Cham. & Schltdl.) hb flo nat x Lythraceae Lafoensia pacari A. St.-Hil. dedaleiro av flo nat x Magnoliaceae Magnolia ovata (A. St.-Hil.) Spreng. baguaçu av flo nat F x Malpighiaceae Byrsonima ligustrifolia A. Juss. baga-de-pomba av flo nat F x x Malpighiaceae Heteropteris sp. li flo nat x Malvaceae Abutilon amoenum K.Schum. sininho-branco ab ini,flo nat x x RPPN Taipa RPPNs do Frugi Família Espécie Nome vulgar Hab. Amb. Status Rio Itajaí entorno Malvaceae Byttneria sp. hb ini,flo nat x x Malvaceae Luehea divaricata Mart. açoita-cavalo av flo nat x x Malvaceae Pavonia sepium A. St.-Hil pavônia-amarela ab ini nat x Malvaceae Pseudobombax grandiflorum (Cav.) A. Robyns imbiruçu av flo nat F x x Malvaceae Sida rhombifolia L. guanxuma hb ini nat x Maranthaceae Ctenanthe lanceolata Petersen caetê hb flo nat x x Maranthaceae Ctenanthe muelleri Petersen. caetê hb flo nat x Melastomataceae Bertolonia mosenii Cogn. hb flo nat x Melastomataceae Leandra australis (Cham.) Cogn. pixirica hb ini,flo nat F x x Melastomataceae Leandra dasytricha (A. Gray) Cogn. pixirica ab flo nat F x Melastomataceae Leandra dispar (Gardner) Cogn. pixirica hb ini,flo nat F x x Melastomataceae Leandra fragilis Cogn. pixirica ab flo nat F x x Melastomataceae Leandra sp.01 pixirica hb flo nat F x Melastomataceae Leandra sp.02 pixirica hb flo nat F x Melastomataceae Leandra xanthocoma (Naudin) Cogn. pixirica hb ini,flo nat F x x Melastomataceae Miconia cinerascens Miq. pixirica ab flo nat F x x Melastomataceae Miconia petropolitana Cogn. pixirica ab flo nat F x Melastomataceae Miconia pusilliflora Beurl. pixiricão av flo nat F x x Melastomataceae Miconia sellowiana Naudin pixirica-da-folha-fina at ini,flo nat F x x Melastomataceae Tibouchina sellowiana Cogn. quaresmeira av ini,flo nat x x Melastomataceae Tibouchinasp.01 aleluia ab ini nat x Meliaceae Cabralea canjerana (Vell.) Mart. canjarana av flo nat F x x Meliaceae Cedrela fissilis Vell. cedro av flo nat x x Meliaceae Trichilia claussenii C. DC. quebra-machado av flo nat F x Meliaceae Trichilia elegans A. Juss. pau-ervilha at flo nat F x Meliaceae Trichilia sp.01 catiguá av flo nat F x Monimiaceae Hennecartia omphalandra J. Poiss. av flo nat F x Monimiaceae Mollinedia clavigera Tul. pimenteira ab flo nat F x x Monimiaceae Mollinedia uleana Perkins capixim ab flo nat F x x Moraceae Dorstenia sp. hb flo nat F x Moraceae Ficus insipida Willd. figueira-branca av flo nat F x x Moraceae Ficus luschnathiana (Miq.) Miq. figueira av flo nat F x x RPPN Taipa RPPNs do Frugi Família Espécie Nome vulgar Hab. Amb. Status Rio Itajaí entorno Moraceae Ficus organensis Miq. figueira-de-folha-miúda av flo nat F x x Moraceae Sorocea bonplandii (Baill.) W.C. Burger, Lanj. & Wess. Boer xinxo at flo nat F x Myrtaceae Calyptranthes concinna DC. guamirim-de-facho av flo nat F x Myrtaceae Calyptranthes grandifolia O. Berg guamirim-graúdo av flo nat F x x Myrtaceae Calyptranthes sp. at flo nat F x Myrtaceae Campomanesia xanthocarpa O. Berg guabiroba av flo nat F x x Myrtaceae Eugenia involucrata DC. cerejeira av flo nat F x Myrtaceae Marlierea reitzii D. Legrand av flo nat F x x Myrtaceae Myrceugenia miersiana (Gardn.)Legrand & Kausel guamirim av flo nat F x Myrtaceae Myrceugenia myrcioides (Camb.) Berg guamirim av flo nat F x Myrtaceae Myrcia anacardiifolia Gardner rapa-guela at flo nat F x Myrtaceae Myrcia cf. hebepetala DC. guamirim-ferrugem av flo nat F x Myrtaceae Myrcia guianensis (Aubl.) DC. guamirim av flo nat F x Myrtaceae Myrcia hatschbachii D.Legrand caingá av flo nat F x Myrtaceae Myrcia sp.01 guamirim av flo nat F x Myrtaceae Myrcia sp.02 guamirim av flo nat F x Myrtaceae Myrcia sp.03 guamirim av flo nat F x Myrtaceae Myrcia sp.04 guamirim av flo nat F x Myrtaceae Myrcia splendens (Sw.) DC. guamirim-da-folha-fina av flo nat F x Myrtaceae Myrciaria tenella (DC.) O. Berg camboim at flo nat F x Myrtaceae Pimenta pseudocaryophyllus (Gomes) Landrum craveiro av flo nat F x Myrtaceae Plinia trunciflora (O. Berg) Kausel jabuticabeira av flo nat F x x Myrtaceae Psidium cattleianum Sabine araçá av flo nat F x x Myrtaceae Psidium sp. araçazeiro-bravo av flo nat F x Nyctaginaceae Bougainvillea glabra Choisy três-marias li,at flo nat x x Nyctaginaceae Guapira opposita (Vell.) Reitz maria-mole av flo nat F x x Ochnaceae Ouratea parvifolia Engl. guaraparim av flo nat F x x Oleaceae Chionanthus filiformis (Vell.) P.S. Green azeitona-do-mato av flo nat F x Onagraceae Fuchsia regia (Vell.) Munz brinco-de-princesa ab flo nat F x x Onagraceae Ludwigia sp. hb flo nat x Opiliaceae Agonandra engleri Hoehne tatu av flo nat F x Orchidaceae Acianthera saundersiana (Rchb. f.) Pridgeon & M.W. Chase hbe flo nat x x RPPN Taipa RPPNs do Frugi Família Espécie Nome vulgar Hab. Amb. Status Rio Itajaí entorno Orchidaceae Acianthera sonderana (Rchb. f.) Pridgeon & M.W. Chase orquídea hbe flo nat x x Orchidaceae Acianthera sp. orquídea hbe flo nat x Orchidaceae Aspidogyne kuczynskii (Porsch) Garay hb flo nat x Orchidaceae Brasiliorchis picta (Hook.) R.B. Singer, S. Koehler & Carnevali orquídea hbe flo nat x x Orchidaceae Corymborchis flava (Sw.) Kuntze orquídea-amarela hb flo nat x Orchidaceae Epidendrum sp. orquídea hbe flo nat x Orchidaceae Eurystiles sp. hbe flo nat x Orchidaceae Miltonia regnellii Rchb. f. hbe flo nat x Orchidaceae Oncidium sp. chuva-de- hbe flo nat x x Orchidaceae Prostechea sp. hbe flo nat x Orchidaceae Trichocentrum pumilum (Lindl.) M.W. Chase & N.H. Williams hbe flo nat x Peraceae Pera glabrata (Schott) Poepp. ex Baill. tabocuva av flo nat F x x Phyllanthaceae Securinega guaraiuva Kuhlm. guaraiuva av flo nat F x x Phytolaccaceae Phytolacca dioica L. ceboleiro av flo nat F x Phytolaccaceae Seguieria aculeata Jacq. li,at flo nat F x Phytolaccaceae Seguieria langsdorffii Moq. limoeiro-do-mato av flo nat F x Piperaceae Ottonia macrophylla Kunth ab flo nat F x Piperaceae Peperomia catharinae Miq. hbe flo nat x x Piperaceae Peperomia corcovadensis Gardner hbe flo nat x Piperaceae Peperomia sp.01 hbe flo nat x Piperaceae Peperomia sp.02 hbe flo nat x Piperaceae Peperomia sp.03 hbe flo nat x Piperaceae Peperomia tetraphylla (G. Forst.) Hook. & Arn. hbe flo nat x x Piperaceae Piper gaudichaudianum Kunth falso-jaborandi ab flo nat F x x Piperaceae Piper hispidum Sw. falso-jaborandi ab flo nat F x Piperaceae Piper mikanianum (Kunth) Steud. falso-jaborandi hb flo nat F x Piperaceae Piper xylosteoides (Kunth) Steud. falso-jaborandi hb flo nat F x Plantaginaceae Plantago sp. hb flo,ini nat x Poaceae Andropogon sp. capim hb ini nat x Poaceae Chusquea sp. criciúma ab ini,flo nat x x Poaceae Merostachys multiramea Hack. taquara at ini,flo nat x x Poaceae Parodiolyra micrantha (Kunth) Davidse & Zuloaga capim-da-mata hb flo nat x RPPN Taipa RPPNs do Frugi Família Espécie Nome vulgar Hab. Amb. Status Rio Itajaí entorno Poaceae Setaria sp. capim-da-folha-larga hb ini nat x Polygonaceae Polygonum hydropiperoides Michx. cairuçu hb umi nat x x Polygonaceae Rumex sp. língua-de-vaca hb ini nat x Polypodiaceae Campyloneurum nitidum (Kaulf.) C. Presl. rabo-de-arara hbe flo nat x x Polypodiaceae Microgramma squamulosa (Kaulf.) de la Sota hbe flo nat x x Polypodiaceae Niphidium crassifolium (L.) Lellinger rabo-de-arara hbe flo nat x Polypodiaceae Pleopeltis hirsutissima (Raddi) de la Sota. samambainha hbe flo nat x x Polypodiaceae Pleopeltis pleopeltifolia (Raddi) Alston hbe flo nat x x Polypodiaceae Polypodium guianense Aubl. samambaia heb flo nat x Polypodiaceae Polypodium pectinatiforme Lindm. samambaia hbe flo nat x Polypodiaceae Polypodium siccum Lindm. samambainha hbe flo nat x Polypodiaceae Serpocaulon catharinae (Langsd. & Fisch.) A.R. Sm. samambainha hbe flo nat x x Pontederiaceae Heteranthera reniformis Ruiz & Pav. hortelã-do-brejo hb umi nat x Primulaceae Myrsine coriacea (Sw.) R. Br. ex Roem. & Schult. capororoca av flo nat F x x Primulaceae Myrsine hermogenesii (J.-Mend. & Bern.) Freit.& Kinos. capororocão av flo nat F x x Primulaceae Myrsine umbellata Mart. capororocão av flo nat F x x Proteaceae Roupala brasiliensis Klotzsch carvalho-brasileiro av flo nat x x Pteridaceae Adiantum raddianum Presl. avenca hb flo nat x Pteridaceae Vittaria lineata (L.) Sm. hbe flo nat x Rosaceae Prunus brasiliensis (Cham. & Schltdl.) Dietrich pessegueiro av flo nat F x x Rosaceae Rubus brasiliensis Mart. amora-branca ab ini,flo nat F x x Rosaceae Rubus erythroclados Mart. ex Hook.f. amora ab ini,flo nat F x Rosaceae Rubus sellowii Cham. & Schltdl. amora-preta ab ini,flo nat F x x Rubiaceae Alseis floribunda Schott arma-de-serra av flo nat x Rubiaceae Amaioua guianensis Aubl. carvoeiro av flo nat F x Rubiaceae Bathysa meridionalis L.B. Sm. & Downs queima-casa at flo nat x x Rubiaceae Cordiera concolor (Cham.) Kuntze falso-guamirim at flo nat F x Rubiaceae Coussarea contracta (Walp.) Müll. Arg. maria-mole av flo nat F x x Rubiaceae Diodia brasiliensis Spreng. poaia hb flo nat x x Rubiaceae Hillia parasitica Jacq. hbe flo nat F x Rubiaceae Hoffmannia peckii K. Schum. ab flo nat F x Rubiaceae Ixora venulosa Benth. cafezinho-bravo at flo nat F x RPPN Taipa RPPNs do Frugi Família Espécie Nome vulgar Hab. Amb. Status Rio Itajaí entorno Rubiaceae Palicourea marcgravii A. St.-Hil. erva-de-rato ab ini,flo nat F x x Rubiaceae Posoqueria latifolia Roem. & Schult. araçá-de-macaco av flo nat F x x Rubiaceae Psychotria nuda (Cham. & Schltdl.) Wawra at flo nat F x Rubiaceae Psychotria sessilis (Vell.) Müll.Arg. maria-mole av flo nat F x x Rubiaceae Psychotria sp. ab flo nat F x Rubiaceae Psychotria suterella Müll. Arg. pasto-de-anta ab flo nat F x Rubiaceae Rudgea jasminoides (Cham.) Müll. Arg. café-do-mato av flo nat F x Rubiaceae Simira sampaioana (Standl.) Steyerm. maiate av flo nat x Rutaceae Esenbeckia grandiflora Mart. guaxupita at flo nat x x Rutaceae Pilocarpus pennatifolius Lem. at flo nat x x Rutaceae Zanthoxylum rhoifolium Lam. mamica-de-porca av flo nat F x x Rutaceae Zanthoxylum riedelianum Engl. mamica av flo nat F x Sabiaceae Meliosma selowii Urb. pau-fernandes av flo nat F x Salicaceae Banara parviflora (A. Gray) Benth. cambroé av flo nat F x x Salicaceae Casearia decandra Jacq. guassatunga av flo nat F x x Salicaceae Casearia obliqua Spreng. guassatunga av flo nat F x x Salicaceae Casearia sp. av flo nat F x Salicaceae Casearia sylvestris Sw. cafezeiro-bravo av flo nat F x x Salicaceae Prockia crucis P. Browne ex L. cambroé av flo nat F x Sapindaceae Allophylus edulis (A. St.-Hil., Cambess. & A. Juss.) Radlk. vacum av flo nat F x x Sapindaceae Allophylus petiolulatus Radlk. vacum-serrado av flo nat F x x Sapindaceae Cupania vernalis Cambess. cuvatã av flo nat F x x Sapindaceae Diatenopteryx sorbifolia Radlk. maria-preta av flo nat x Sapindaceae Matayba elaeagnoides Radlk. miguel-pintado av flo nat F x x Sapindaceae Serjania sp. li flo nat F x x Sapotaceae Chrysophyllum inornatum Mart. aguaí-da-serra av flo nat F x Scrophulariaceae Buddleja brasiliensis Jacq. Ex Spreng. barbasco hb ini nat x Selaginellaceae Selaginella sp. hb flo nat x Simaroubaceae Picrasma crenata Engl. in Engl. & Prantl pau-amargo av flo nat F x Smilacaceae Smilax campestris Griseb. japecanga li ini,flo nat F x x Solanaceae Brunfelsia pauciflora (Cham. & Schltdl.) Benth. manacá ab flo nat x Solanaceae Capsicum sp. ab ini,flo nat F x RPPN Taipa RPPNs do Frugi Família Espécie Nome vulgar Hab. Amb. Status Rio Itajaí entorno Solanaceae Cestrum intermedium Sendtm. coerana ab ini,flo nat F x x Solanaceae Cyphomandra diploconos (Mart.) Sendtn. baga-de-veado ab flo nat F x Solanaceae Dyssochroma longipes (Sendtn.) Miers faceira ab flo nat F x Solanaceae Solanum bullatum Vell. fumeiro-vassourão av ini,flo nat F x Solanaceae Solanum cf. argenteum Dunal cuvitinga at ini,flo nat F x Solanaceae Solanum granuloso-leprosum Dunal fumo-bravo av ini,flo nat F x Solanaceae Solanum mauritianum Scop. fumo-bravo at ini nat F x Solanaceae Solanum pseudoquina A.St.-Hil. quina-brava av flo nat F x Solanaceae Solanum sanctae-catharinae Dunal. cuvitinga av flo nat F x Solanaceae Solanum sp. canema ab ini,flo nat F x Solanaceae Vassobia breviflora (Sendtn.) Hunz. canema-miúda at ini,flo nat F x Styracaceae Styrax sp. av flo nat F x Symplocaceae Symplocos tenuifolia Brand pau-que-chia av ini,flo nat F x x Theaceae Laplacea fructicosa (Schrad.) Kobuski. santa-rita av flo nat x x Urticaceae Boehmeria caudata Sw. urtiga-brava ab flo nat x Urticaceae Pilea astrogramma Miq. hb flo nat x Urticaceae Urera baccifera (L.) Gaudich. ex Wedd. urtigão ab flo nat F x x Urticaceae Urtica sp. hb flo nat x Verbenaceae Lantana camaraL. camará ab ini nat F x x Verbenaceae Lantana fucata Lindl. camara-roxo ab ini,flo nat F x Winteraceae Drymis brasiliensis Miers cataia av flo nat F x Araceae Colocasia esculenta (L.) Schott taiá hb flo exo.inv x Balsaminaceae Impatiens walleriana Hook. f. beijo-de-frade hb flo exo.inv x x Euphorbiaceae Ricinus communis L. mamona ab ini exo.inv x x Musaceae Musa paradisiaca L. bananeira at flo exo.inv F x Myrtaceae Psidium guajava L. goiabeira at ini exo.inv F x Rhamnaceae Hovenia dulcis Thunb. uva-do-japão av flo exo.inv F x x Rutaceae Citrus deliciosa Ten. mexerica av flo exo.inv F x x Rutaceae Citrus limonia Osbeck limão-cravo av flo exo.inv F x Solanaceae Brugmansia suaveolens (Humb. & Bonpl. ex Willd.) Bercht. & J. Presl trombeta at ini,flo exo.inv F x Zingiberaceae Hedychium coronarium J. König lírio-do-brejo hb umi,flo exo.inv F x x Poaceae Bambusa sp. bambu-graúdo at ini exo.int x ANEXO 5: Lista preliminar das aves registradas na região da RPPN Taipa do Rio Itajaí, Itaiópolis, Santa Catarina, resultado da compilação da lista elaborada pelo ornitólogo Raphael Eduardo Fernandes Santos no Plano de Manejo da RPPN Corredeiras do Rio Itajaí (Sociedade Chauá, 2008) e dos registros realizados por Germano Woehl Jr. Espécies ameaçadas conforme MMA, 2003, SAVE Brasil (2013) e IUCN (2013). Legenda: (VU) vulnerável; (NT) quase-ameaçada. Ameaçadas Ameaçadas Ordem Família Nome científico Nome popular Registro Brasil Mundo

TINAMIFORMES Tinamidae Crypturellus obsoletus (Temminck, 1815) inhambu-guaçu Soc. Chauá (2008) TINAMIFORMES Tinamidae Nothura maculosa (Temminck, 1815) codorna-comum Soc. Chauá (2008) TINAMIFORMES Tinamidae Rhynchotus rufescens (Temminck, 1815) perdiz Germano Woehl Jr TINAMIFORMES Tinamidae Tinamus solitarius (Vieillot, 1819) macuco Soc. Chauá (2008) NT NT ANSERIFORMES Anatidae Amazonetta brasiliensis (Gmelin, 1789) ananaí ou pé-vermelho Soc. Chauá (2008) GALLIFORMES Cracidae Penelope obscura Temminck, 1815 jacuguaçu Soc. Chauá (2008) GALLIFORMES Odontophoridae Odontophorus capueira (Spix, 1825) uru Soc. Chauá (2008) PELECANIFORMES Phalacrocoracidae Phalacrocorax brasilianus (Gmelin, 1789) biguá Soc. Chauá (2008) CICONIIFORMES Ardeidae Ardea alba Linnaeus, 1758 garça-branca-grande Soc. Chauá (2008) CICONIIFORMES Ardeidae Ardea cocoi Linnaeus, 1766 garça-moura Soc. Chauá (2008) CICONIIFORMES Ardeidae Bubulcus ibis (Linnaeus, 1758) garça-vaqueira Soc. Chauá (2008) CICONIIFORMES Ardeidae Butorides striata (Linnaeus, 1758) socozinho Soc. Chauá (2008) CICONIIFORMES Ardeidae Egretta thula (Molina, 1782) garça-branca-pequena Soc. Chauá (2008) CICONIIFORMES Ardeidae Nycticorax nycticorax (Linnaeus, 1758) savacu Soc. Chauá (2008) CICONIIFORMES Ardeidae Syrigma sibilatrix (Temminck, 1824) maria-faceira Soc. Chauá (2008) CICONIIFORMES Threskiornithidae Theristicus caudatus (Boddaert, 1783) curicaca Soc. Chauá (2008) CATHARTIFORMES Cathartidae Cathartes aura (Linnaeus, 1758) urubu-de-cabeça-vermelha Soc. Chauá (2008) CATHARTIFORMES Cathartidae Coragyps atratus (Bechstein, 1793) urubu-de-cabeça-preta Soc. Chauá (2008) FALCONIFORMES Accipitridae Accipiter poliogaster (Temminck, 1824) tauató-pintado Germano Woehl Jr NT FALCONIFORMES Accipitridae Accipiter striatus (Vieillot, 1808) gavião-miúdo Germano Woehl Jr FALCONIFORMES Accipitridae Elanoides forficatus (Linnaeus, 1758) gavião-tesoura Germano Woehl Jr FALCONIFORMES Accipitridae Leucopternis polionotus (Kaup, 1847) gavião-pombo-grande Germano Woehl Jr NT NT FALCONIFORMES Accipitridae Rupornis magnirostris (Gmelin, 1788) gavião-carijó Soc. Chauá (2008) FALCONIFORMES Accipitridae Spizaetus ornatus (Daudin, 1800) gavião-de-penacho Germano Woehl Jr NT FALCONIFORMES Accipitridae Spizaetus tyrannus (Wied, 1820) gavião-pega-macaco Soc. Chauá (2008) NT FALCONIFORMES Falconidae Caracara plancus (Miller, 1777) carcará Soc. Chauá (2008) FALCONIFORMES Falconidae Falco sparverius Linnaeus, 1758 quiriquiri Soc. Chauá (2008) FALCONIFORMES Falconidae Micrastur ruficollis (Vieillot, 1817) gavião-caburé Soc. Chauá (2008) Ameaçadas Ameaçadas Ordem Família Nome científico Nome popular Registro Brasil Mundo

FALCONIFORMES Falconidae Micrastur semitorquatus (Vieillot, 1817) falcão-relógio Soc. Chauá (2008) FALCONIFORMES Falconidae Milvago chimachima (Vieillot, 1816) carrapateiro Soc. Chauá (2008) GRUIFORMES Rallidae Aramides saracura (Spix, 1825) saracura-do-mato Soc. Chauá (2008) GRUIFORMES Rallidae Gallinula chloropus (Linnaeus, 1758) frango-d'água-comum Soc. Chauá (2008) CHARADRIIFORMES Charadriidae Vanellus chilensis (Molina, 1782) quero-quero Soc. Chauá (2008) CHARADRIIFORMES Jacanidae Jacana jacana (Linnaeus, 1766) jaçanã Soc. Chauá (2008) COLUMBIFORMES Columbidae Columbina talpacoti (Temminck, 1811) rolinha Soc. Chauá (2008) COLUMBIFORMES Columbidae Leptotila rufaxilla (Richard & Bernard, 1792) gemedeira Soc. Chauá (2008) COLUMBIFORMES Columbidae Leptotila verreauxi Bonaparte, 1855 juriti Soc. Chauá (2008) COLUMBIFORMES Columbidae Patagioenas picazuro (Temminck, 1813) asa-branca Soc. Chauá (2008) COLUMBIFORMES Columbidae Patagioenas plumbea (Vieillot, 1818) pomba-amargosa Soc. Chauá (2008) COLUMBIFORMES Columbidae Zenaida auriculata (Des Murs, 1847) avoante Soc. Chauá (2008) PSITTACIFORMES Psittacidae Pionopsitta pileata (Scopoli, 1769) cuiú-cuiú Soc. Chauá (2008) PSITTACIFORMES Psittacidae Pionus maximiliani (Kuhl, 1820) maitaca Soc. Chauá (2008) PSITTACIFORMES Psittacidae Pyrrhura frontalis (Vieillot, 1817) tiriba-de-testa-vermelha Soc. Chauá (2008) CUCULIFORMES Cuculidae Crotophaga ani Linnaeus, 1758 anú-preto Soc. Chauá (2008) CUCULIFORMES Cuculidae Crotophaga major Gmelin, 1788 anu-coroca Soc. Chauá (2008) CUCULIFORMES Cuculidae Guira guira (Gmelin, 1788) anú-branco Soc. Chauá (2008) CUCULIFORMES Cuculidae Piaya cayana (Linnaeus, 1766) alma-de-gato Soc. Chauá (2008) CUCULIFORMES Cuculidae Tapera naevia (Linnaeus, 1766) saci Germano Woehl Jr STRIGIFORMES Strigidae Athene cunicularia (Molina, 1782) buraqueira Soc. Chauá (2008) STRIGIFORMES Strigidae Glaucidium brasilianum (Gmelin, 1788) caburé Germano Woehl Jr STRIGIFORMES Strigidae Megascops choliba (Vieillot, 1817) corujinha-do-mato Germano Woehl Jr STRIGIFORMES Strigidae Strix hylophila Temminck, 1825 coruja-listrada Soc. Chauá (2008) STRIGIFORMES Tytonidae Tyto alba (Scopoli, 1769) suidara Soc. Chauá (2008) CAPRIMULGIFORMES Caprimulgidae Hydropsalis forcipata (Nitzsch, 1840) bacurau-tesoura-gigante Germano Woehl Jr CAPRIMULGIFORMES Caprimulgidae Lurocalis semitorquatus (Gmelin, 1789) tuju Soc. Chauá (2008) CAPRIMULGIFORMES Caprimulgidae Nyctidromus albicollis (Gmelin, 1789) bacurau Germano Woehl Jr APODIFORMES Apodidae Chaetura cinereiventris Sclater, 1862 andorinhão-de-sobre-cinzento Soc. Chauá (2008) APODIFORMES Apodidae Streptoprocne zonaris (Shaw, 1796) andorinhão-de-coleira Soc. Chauá (2008) APODIFORMES Trochilidae Calliphlox amethystina (Boddaert, 1783) beija-flor-mosca Germano Woehl Jr APODIFORMES Trochilidae Chlorostilbon lucidus (Shaw, 1812) beija-flor-de-bico-vermelho Germano Woehl Jr Ameaçadas Ameaçadas Ordem Família Nome científico Nome popular Registro Brasil Mundo

APODIFORMES Trochilidae Colibri serrirostris (Vieillot, 1816) beija-flor-de-orelha-violeta Germano Woehl Jr APODIFORMES Trochilidae Eupetomena macroura (Gmelin, 1788) beija-flor-tesoura Germano Woehl Jr APODIFORMES Trochilidae Florisuga fusca (Vieillot, 1817) beija-flor-preto Soc. Chauá (2008) APODIFORMES Trochilidae Leucochloris albicollis (Vieillot, 1818) papo-branco Soc. Chauá (2008) APODIFORMES Trochilidae Phaethornis eurynome (Lesson, 1832) rabo-branco-de-garganta-rajada Soc. Chauá (2008) APODIFORMES Trochilidae Stephanoxis lalandi (Vieillot, 1818) beija-flor-de-topete Soc. Chauá (2008) APODIFORMES Trochilidae Thalurania glaucopis (Gmelin, 1788) tesoura-de-fronte-violeta Soc. Chauá (2008) TROGONIFORMES Trogonidae Trogon rufus (Gmelin, 1788) surucuá-de-barriga-amarela Germano Woehl Jr TROGONIFORMES Trogonidae Trogon surrucura Vieillot, 1817 surucuá-variado Soc. Chauá (2008) CORACIIFORMES Alcedinidae Ceryle torquatus (Linnaeus, 1766) martim-pescador-grande Soc. Chauá (2008) CORACIIFORMES Alcedinidae Chloroceryle amazona (Latham, 1790) martim-pescador-verde Soc. Chauá (2008) CORACIIFORMES Alcedinidae Chloroceryle americana (Gmelin, 1788) martim-pescador-pequeno Soc. Chauá (2008) GALBULIFORMES Bucconidae Nonnula ruficapilla (Tschudi, 1844) macuru Soc. Chauá (2008) GALBULIFORMES Bucconidae Nystalus chacuru (Vieillot, 1816) pedreiro Germano Woehl Jr PICIFORMES Picidae Campephilus robustus (Lichtenstein, 1818) pica-pau-rei Germano Woehl Jr PICIFORMES Picidae Celeus flavescens (Gmelin, 1788) pica-pau-de-cabeça-amarela Soc. Chauá (2008) PICIFORMES Picidae Colaptes campestris (Vieillot, 1818) pica-pau-do-campo Soc. Chauá (2008) PICIFORMES Picidae Colaptes melanochloros (Gmelin, 1788) pica-pau-verde-barrado Soc. Chauá (2008) PICIFORMES Picidae Dryocopus galeatus (Temminck, 1822) pica-pau-de-cara-canela Soc. Chauá (2008) VU VU PICIFORMES Picidae Dryocopus lineatus (Linnaeus, 1766) pica-pau-de-banda-branca Soc. Chauá (2008) PICIFORMES Picidae Melanerpes candidus (Otto, 1796) birro Soc. Chauá (2008) PICIFORMES Picidae Melanerpes flavifrons (Vieillot, 1818) benedito-de-testa-amarela Soc. Chauá (2008) PICIFORMES Picidae Piculus aurulentus (Temminck, 1821) pica-pau-dourado Soc. Chauá (2008) NT NT PICIFORMES Picidae Picumnus temminckii Lafresnaye, 1845 pica-pau-anão-de-coleira Soc. Chauá (2008) PICIFORMES Picidae Veniliornis spilogaster (Wagler, 1827) pica-pauzinho-verde-carijó Soc. Chauá (2008) PICIFORMES Ramphastidae Pteroglossus bailloni (Vieillot, 1819) araçari-banana Soc. Chauá (2008) PICIFORMES Ramphastidae Ramphastos dicolorus Linnaeus, 1766 tucano-de-bico-verde Soc. Chauá (2008) PICIFORMES Ramphastidae Ramphastos vitellinus Lichtenstein, 1823 tucano-de-bico-preto Soc. Chauá (2008) PICIFORMES Ramphastidae Selenidera maculirostris (Lichtenstein, 1823) araçari-poca Germano Woehl Jr PASSERIFORMES Cardinalidae Cyanocompsa brissonii (Lichtenstein, 1823) azulão Soc. Chauá (2008) PASSERIFORMES Cardinalidae Cyanoloxia moesta (Hartlaub, 1853) negrinho-do-mato Soc. Chauá (2008) NT NT PASSERIFORMES Cardinalidae Habia rubica (Vieillot, 1817) tiê-da-mata Germano Woehl Jr Ameaçadas Ameaçadas Ordem Família Nome científico Nome popular Registro Brasil Mundo

PASSERIFORMES Cardinalidae Saltator fuliginosus (Daudin, 1800) pimentão Soc. Chauá (2008) PASSERIFORMES Cardinalidae Saltator maxillosus (Cabanis, 1851) bico-grosso Germano Woehl Jr PASSERIFORMES Cardinalidae Saltator similis d'Orbigny & Lafresnaye, 1837 trinca-ferro-verdadeiro Soc. Chauá (2008) PASSERIFORMES Conopophagidae Conopophaga lineata (Wied, 1831) chupa-dente Soc. Chauá (2008) PASSERIFORMES Corvidae Cyanocorax caeruleus (Vieillot, 1818) gralha-azul Soc. Chauá (2008) NT NT PASSERIFORMES Corvidae Cyanocorax chrysops (Vieillot, 1818) gralha-picassa Soc. Chauá (2008) PASSERIFORMES Cotingidae Carpornis cucullata (Swainson, 1821) corocochó Soc. Chauá (2008) NT NT PASSERIFORMES Cotingidae Phibalura flavirostris (Vieillot, 1816) tesourinha-da-mata Germano Woehl Jr NT NT PASSERIFORMES Cotingidae Procnias nudicollis (Vieillot, 1817) araponga Soc. Chauá (2008) VU VU PASSERIFORMES Cotingidae Pyroderus scutatus (Shaw, 1792) pavó Germano Woehl Jr PASSERIFORMES Dendrocolaptidae Dendrocolaptes platyrostris Spix, 1825 arapaçu-grande Soc. Chauá (2008) PASSERIFORMES Dendrocolaptidae Lepidocolaptes falcinellus (Cabanis & Heine, 1859) arapaçu-escamado-do-sul Soc. Chauá (2008) PASSERIFORMES Dendrocolaptidae Sittasomus griseicapillus (Vieillot, 1818) arapaçu-verde Soc. Chauá (2008) PASSERIFORMES Dendrocolaptidae Xiphocolaptes albicollis (Vieillot, 1818) arapaçu-de-garganta-branca Soc. Chauá (2008) PASSERIFORMES Dendrocolaptidae Xiphorhynchus fuscus (Vieillot, 1818) arapaçu-rajado Soc. Chauá (2008) PASSERIFORMES Emberizidae Ammodramus humeralis (Bosc, 1792) tico-tico-do-campo Germano Woehl Jr PASSERIFORMES Emberizidae Coryphospingus cucullatus (Statius Muller, 1776) tico-tico-rei Germano Woehl Jr PASSERIFORMES Emberizidae Haplospiza unicolor (Cabanis, 1851) cigarra-bambu Germano Woehl Jr PASSERIFORMES Emberizidae Poospiza lateralis (Nordmann, 1835) quete Soc. Chauá (2008) PASSERIFORMES Emberizidae Sicalis flaveola (Linnaeus, 1766) canário-da-terra-verdadeiro Soc. Chauá (2008) PASSERIFORMES Emberizidae Sporophila angolensis (Linnaeus, 1766) curió Soc. Chauá (2008) PASSERIFORMES Emberizidae Sporophila caerulescens (Vieillot, 1823) coleirinho, papa-capim Soc. Chauá (2008) PASSERIFORMES Emberizidae Volatinia jacarina (Linnaeus, 1766) tiziu Soc. Chauá (2008) PASSERIFORMES Emberizidae Zonotrichia capensis (Statius Muller, 1776) tico-tico Soc. Chauá (2008) PASSERIFORMES Formicariidae Chamaeza campanisona (Lichtenstein, 1823) tovaca-campainha Soc. Chauá (2008) PASSERIFORMES Fringilidae Carduelis magellanica (Vieillot, 1805) pintassilgo Soc. Chauá (2008) PASSERIFORMES Fringilidae Chlorophonia cyanea (Thunberg, 1822) gaturamo-bandeira Germano Woehl Jr PASSERIFORMES Fringilidae Euphonia chalybea (Mikan, 1825) cais-cais Soc. Chauá (2008) NT NT PASSERIFORMES Fringilidae Euphonia cyanocephala (Vieillot, 1818) gaturamo-rei Germano Woehl Jr PASSERIFORMES Fringilidae Euphonia pectoralis (Latham, 1801) ferro-velho Soc. Chauá (2008) PASSERIFORMES Furnariidae Anabacerthia amaurotis (Temminck, 1823) limpa-folha-miúdo Germano Woehl Jr NT NT PASSERIFORMES Furnariidae Automolus leucophthalmus (Wied, 1821) barranqueiro-de-olho-branco Soc. Chauá (2008) Ameaçadas Ameaçadas Ordem Família Nome científico Nome popular Registro Brasil Mundo

PASSERIFORMES Furnariidae Cranioleuca obsoleta (Reichenbach, 1853) arredio-meridional Soc. Chauá (2008) PASSERIFORMES Furnariidae Furnarius rufus (Gmelin, 1788) joão-de-barro Soc. Chauá (2008) PASSERIFORMES Furnariidae Heliobletus contaminatus Berlepsch, 1885 trepadorzinho Soc. Chauá (2008) PASSERIFORMES Furnariidae Leptasthenura setaria (Temminck, 1824) grimpeiro Soc. Chauá (2008) NT NT PASSERIFORMES Furnariidae Lochmias nematura (Lichtenstein, 1823) joão-porca Soc. Chauá (2008) PASSERIFORMES Furnariidae Philydor rufum (Vieillot, 1818) limpa-folha-testa-baia Soc. Chauá (2008) PASSERIFORMES Furnariidae Synallaxis cinerascens Temminck, 1823 joão-teneném-da-mata Soc. Chauá (2008) PASSERIFORMES Furnariidae Synallaxis ruficapilla Vieillot, 1819 pichororé Soc. Chauá (2008) PASSERIFORMES Furnariidae Synallaxis spixi Sclater, 1856 joão-teneném Soc. Chauá (2008) PASSERIFORMES Furnariidae Syndactyla rufosuperciliata (Lafresnaye, 1832) trepador-quiete Soc. Chauá (2008) PASSERIFORMES Furnariidae Xenops rutilans Temminck, 1821 bico-virado-carijó Soc. Chauá (2008) PASSERIFORMES Grallariidae Grallaria varia (Boddaert, 1783) tovacuçu Soc. Chauá (2008) PASSERIFORMES Grallariidae Hylopezus nattereri Pinto, 1937 pinto-do-mato Soc. Chauá (2008) PASSERIFORMES Hirundinidae Progne chalybea (Gmelin, 1789) andorinha-doméstica-grande Soc. Chauá (2008) PASSERIFORMES Hirundinidae Progne tapera (Vieillot, 1817) andorinha-do-campo Germano Woehl Jr PASSERIFORMES Hirundinidae Pygochelidon cyanoleuca (Vieillot, 1817) andorinha-pequena-de-casa Soc. Chauá (2008) PASSERIFORMES Hirundinidae Stelgidopteryx ruficollis (Vieillot, 1817) andorinha-serradora Germano Woehl Jr PASSERIFORMES Icteridae Cacicus chrysopterus (Vigors, 1825) soldado, tecelão Soc. Chauá (2008) PASSERIFORMES Icteridae Cacicus haemorrhous (Linnaeus, 1766) guaxe Soc. Chauá (2008) PASSERIFORMES Icteridae Molothrus bonariensis (Gmelin, 1789) chopim, gaudério Soc. Chauá (2008) PASSERIFORMES Icteridae Pseudoleistes guirahuro (Vieillot, 1819) chopim-do-brejo Soc. Chauá (2008) PASSERIFORMES Mimidae Mimus saturninus (Lichtenstein, 1823) sabiá-do-campo Germano Woehl Jr PASSERIFORMES Parulidae Basileuterus culicivorus (Deppe, 1830) pula-pula Soc. Chauá (2008) PASSERIFORMES Parulidae Basileuterus leucoblepharus (Vieillot, 1817) pula-pula-assobiador Soc. Chauá (2008) PASSERIFORMES Parulidae Geothlypis aequinoctialis (Gmelin, 1789) pia-cobra Soc. Chauá (2008) PASSERIFORMES Parulidae Parula pitiayumi (Vieillot, 1817) mariquita Soc. Chauá (2008) PASSERIFORMES Pipridae Chiroxiphia caudata (Shaw & Nodder, 1793) tangará, dançador Soc. Chauá (2008) PASSERIFORMES Pipridae Piprites chloris (Temminck, 1822) papinho-amarelo Soc. Chauá (2008) PASSERIFORMES Rhinocryptidae Psilorhamphus guttatus (Ménétriès, 1835) tapaculo-pintado Germano Woehl Jr NT NT PASSERIFORMES Rhinocryptidae Scytalopus indigoticus (Wied, 1831) macuquinho Soc. Chauá (2008) NT NT PASSERIFORMES Rhinocryptidae Scytalopus notorius (Raposo, Stopiglia, Loskot & Kirwan, 2006) tapaculo-preto Germano Woehl Jr PASSERIFORMES Scleruridae Sclerurus scansor (Ménétriès, 1835) vira-folhas Soc. Chauá (2008) Ameaçadas Ameaçadas Ordem Família Nome científico Nome popular Registro Brasil Mundo

PASSERIFORMES Thamnophilidae Batara cinerea (Vieillot, 1819) matracão Germano Woehl Jr PASSERIFORMES Thamnophilidae Drymophila malura (Temminck, 1825) choquinha-carijó Soc. Chauá (2008) PASSERIFORMES Thamnophilidae Drymophila rubricollis (Bertoni, 1901) trovoada-de-bertoni Soc. Chauá (2008) PASSERIFORMES Thamnophilidae Dysithamnus mentalis (Temminck, 1823) choquinha-lisa Soc. Chauá (2008) PASSERIFORMES Thamnophilidae Hypoedaleus guttatus (Vieillot, 1816) chocão-carijó Soc. Chauá (2008) PASSERIFORMES Thamnophilidae Mackenziaena leachii (Such, 1825) borralhara-assobiadora Soc. Chauá (2008) PASSERIFORMES Thamnophilidae Mackenziaena severa (Lichtenstein, 1823) borralhara Germano Woehl Jr PASSERIFORMES Thamnophilidae Pyriglena leucoptera (Vieillot, 1818) papa-taoca-do-sul Soc. Chauá (2008) PASSERIFORMES Thamnophilidae Thamnophilus caerulescens Vieillot, 1816 choca-da-mata Soc. Chauá (2008) PASSERIFORMES Thraupidae Cissopis leverianus (Gmelin, 1788) tietinga Soc. Chauá (2008) PASSERIFORMES Thraupidae Dacnis cayana (Linnaeus, 1766) saí-azul Soc. Chauá (2008) PASSERIFORMES Thraupidae Hemithraupis guira (Linnaeus, 1766) saíra-de-papo-preto Soc. Chauá (2008) PASSERIFORMES Thraupidae Hemithraupis ruficapilla (Vieillot, 1818) saíra-da-mata Germano Woehl Jr PASSERIFORMES Thraupidae Pipraeidea melanonota (Vieillot, 1819) saíra-viúva Soc. Chauá (2008) PASSERIFORMES Thraupidae Pyrrhocoma ruficeps (Strickland, 1844) cabecinha-castanha Soc. Chauá (2008) PASSERIFORMES Thraupidae Stephanophorus diadematus (Temminck, 1823) sanhaçu-frade Soc. Chauá (2008) PASSERIFORMES Thraupidae Tachyphonus cononatus (Vieillot, 1822) tiê-preto Soc. Chauá (2008) PASSERIFORMES Thraupidae Tangara desmaresti (Vieillot, 1819) saíra-lagarta Soc. Chauá (2008) PASSERIFORMES Thraupidae Tangara preciosa (Cabanis, 1850) saíra-preciosa Soc. Chauá (2008) PASSERIFORMES Thraupidae Tangara seledon (Statius Muller, 1776) saíra-de-sete-cores Germano Woehl Jr PASSERIFORMES Thraupidae Tersina viridis (Illiger, 1811) saí-andorinha Soc. Chauá (2008) PASSERIFORMES Thraupidae Thraupis bonariensis (Gmelin, 1789) sanhaço-amarelo Germano Woehl Jr PASSERIFORMES Thraupidae Thraupis cyanoptera (Vieillot, 1817) sanhaçu-de-encontro-azul Soc. Chauá (2008) NT NT PASSERIFORMES Thraupidae Thraupis sayaca (Linnaeus, 1766) sanhaçu-cinzento Soc. Chauá (2008) PASSERIFORMES Thraupidae Trichothraupis melanops (Vieillot, 1818) tiê-de-topete Soc. Chauá (2008) PASSERIFORMES Tityridae Pachyramphus castaneus (Jardine & Selby, 1827) caneleiro Soc. Chauá (2008) PASSERIFORMES Tityridae Pachyramphus polychopterus (Vieillot, 1818) caneleiro-preto Soc. Chauá (2008) PASSERIFORMES Tityridae Pachyramphus validus (Lichtenstein, 1823) caneleiro-de-chapéu-negro Soc. Chauá (2008) PASSERIFORMES Tityridae Schiffornis virescens (Lafresnaye, 1838) flautim Soc. Chauá (2008) PASSERIFORMES Tityridae Tityra cayana (Linnaeus, 1766) anambé-branco-de-rabo-preto Soc. Chauá (2008) PASSERIFORMES Tityridae Tityra inquisitor (Lichtenstein, 1823) anambé-branco-de-bochecha-parda Soc. Chauá (2008) PASSERIFORMES Troglodytidae Cantorchilus longirostris (Vieillot, 1819) garrinchão-de-bico-grande Germano Woehl Jr Ameaçadas Ameaçadas Ordem Família Nome científico Nome popular Registro Brasil Mundo

PASSERIFORMES Troglodytidae Troglodytes musculus Naumann, 1823 corruíra, cambaxirra Soc. Chauá (2008) PASSERIFORMES Turdidae Platycichla flavipes (Vieillot, 1818) sabiá-una Soc. Chauá (2008) PASSERIFORMES Turdidae Turdus albicollis Vieillot, 1818 sabiá-coleira Soc. Chauá (2008) PASSERIFORMES Turdidae Turdus amaurochalinus Cabanis, 1850 sabiá-poca Soc. Chauá (2008) PASSERIFORMES Turdidae Turdus rufiventris Vieillot, 1818 sabiá-laranjeira Soc. Chauá (2008) PASSERIFORMES Turdidae Turdus subalaris (Seebohm, 1887) sabiá-ferreiro Soc. Chauá (2008) PASSERIFORMES Tyrannidae Attila phoenicurus (Pelzeln, 1868) tinguaçu-castanho Germano Woehl Jr PASSERIFORMES Tyrannidae Camptostoma obsoletum (Temminck, 1824) risadinha Soc. Chauá (2008) PASSERIFORMES Tyrannidae Colonia colonus (Vieillot, 1818) viuvinha Germano Woehl Jr PASSERIFORMES Tyrannidae Contopus cinereus (Spix, 1825) papa-moscas-cinzento Soc. Chauá (2008) PASSERIFORMES Tyrannidae Elaenia mesoleuca (Deppe, 1830) tuque Soc. Chauá (2008) PASSERIFORMES Tyrannidae Elaenia parvirostris Pelzeln, 1868 guaracava-de-bico-pequeno Soc. Chauá (2008) PASSERIFORMES Tyrannidae Empidonomus varius (Vieillot, 1818) peitica Soc. Chauá (2008) PASSERIFORMES Tyrannidae Fluvicola nengeta (Linnaeus, 1766) noivinha Germano Woehl Jr PASSERIFORMES Tyrannidae Hirundinea ferruginea (Gmelin, 1788) gibão-de-couro Soc. Chauá (2008) PASSERIFORMES Tyrannidae Lathrotriccus euleri (Cabanis, 1868) enferrujado Soc. Chauá (2008) PASSERIFORMES Tyrannidae Legatus leucophaius (Vieillot, 1818) bentevi-pirata Germano Woehl Jr PASSERIFORMES Tyrannidae Leptopogon amaurocephalus Tschudi, 1846 cabeçudo Soc. Chauá (2008) PASSERIFORMES Tyrannidae Machetornis rixosa (Vieillot, 1819) bentevi-do-gado Soc. Chauá (2008) PASSERIFORMES Tyrannidae Megarynchus pitangua (Linnaeus, 1766) bentevi-de-bico-chato Soc. Chauá (2008) PASSERIFORMES Tyrannidae Mionectes rufiventris Cabanis, 1846 abre-asa-de-cabeça-cinza Soc. Chauá (2008) PASSERIFORMES Tyrannidae Muscipipra vetula (Lichtenstein, 1823) tesoura-cinzenta Soc. Chauá (2008) PASSERIFORMES Tyrannidae Myiarchus ferox (Gmelin, 1789) maria-cavaleira Soc. Chauá (2008) PASSERIFORMES Tyrannidae Myiarchus swainsoni (Cabanis & Heine, 1859) irré Germano Woehl Jr PASSERIFORMES Tyrannidae Myiodynastes maculatus (Statius Muller, 1776) bentevi-rajado Soc. Chauá (2008) PASSERIFORMES Tyrannidae Myiopagis caniceps (Swainson, 1835) guaracava-cinzenta Soc. Chauá (2008) PASSERIFORMES Tyrannidae Myiophobus fasciatus (Statius Muller, 1776) filipe Soc. Chauá (2008) PASSERIFORMES Tyrannidae Myiornis auricularis (Vieillot, 1818) miudinho Soc. Chauá (2008) PASSERIFORMES Tyrannidae Myiozetetes similis (Spix, 1825) bentevizinho-penacho-vermelho Soc. Chauá (2008) PASSERIFORMES Tyrannidae Phyllomyias fasciatus (Thunberg, 1822) piolhinho Soc. Chauá (2008) PASSERIFORMES Tyrannidae Phylloscartes ventralis (Temminck, 1824) borboletinha-do-mato Soc. Chauá (2008) PASSERIFORMES Tyrannidae Pitangus sulphuratus (Linnaeus, 1766) bentevi Soc. Chauá (2008) Ameaçadas Ameaçadas Ordem Família Nome científico Nome popular Registro Brasil Mundo

PASSERIFORMES Tyrannidae Platyrinchus mystaceus Vieillot, 1818 patinho Soc. Chauá (2008) PASSERIFORMES Tyrannidae Poecilotriccus plumbeiceps (Lafresnaye, 1846) ferreirinho-de-cara-canela Soc. Chauá (2008) PASSERIFORMES Tyrannidae Pyrocephalus rubinus (Boddaert, 1783) príncipe Germano Woehl Jr PASSERIFORMES Tyrannidae Satrapa icterophrys (Vieillot, 1818) suiriri-pequeno Germano Woehl Jr PASSERIFORMES Tyrannidae Serpophaga subcristata (Vieillot, 1817) alegrinho Soc. Chauá (2008) PASSERIFORMES Tyrannidae Sirystes sibilator (Vieillot, 1818) gritador Soc. Chauá (2008) PASSERIFORMES Tyrannidae Tolmomyias sulfurescens (Spix, 1825) bico-chato-de-orelha-preta Soc. Chauá (2008) PASSERIFORMES Tyrannidae Tyrannus melancholicus Vieillot, 1819 suiriri Soc. Chauá (2008) PASSERIFORMES Tyrannidae Tyrannus savana Vieillot, 1808 tesoura Soc. Chauá (2008) PASSERIFORMES Vireonidae Cyclarhis gujanensis (Gmelin, 1789) pitiguari Soc. Chauá (2008) PASSERIFORMES Vireonidae Hylophilus poicilotis Temminck, 1822 verdinho-coroado Soc. Chauá (2008) PASSERIFORMES Vireonidae Vireo olivaceus (Linnaeus, 1766) juruviara Soc. Chauá (2008) ANEXO 6: Lista preliminar dos mamíferos registrados na região da RPPN Taipa do Rio Itajaí, Itaiópolis, Santa Catarina, resultado da compilação da lista elaborada pela mastozoóloga Fernanda Góss Braga no Plano de Manejo da RPPN Corredeiras do Rio Itajaí (Sociedade Chauá, 2008) e dos registros realizados por Germano Woehl Jr. Espécies ameaçadas conforme MMA, 2003 e IUCN (2013). Legenda: Tipo de registro: (L) Literatura, (C) Evidência em Campo, (E) Entrevista, (P) acervo do proprietário, (A) atropelamentos. Categorias de ameaça (MMA, 2003): (VU) Vulnerável, (NT) Quase ameaçada.

Tipo de Táxon Nome popular Registro Status de Ameaça no Brasil registro

ORDEM DIDELPHIMORPHIA Família DIDELPHIDAE Didelphis albiventris Gambá-de-orelha-branca Soc. Chauá (2008) E,A - Micoureus paraguayanus Cuíca, guaiquíca Soc. Chauá (2008) / Germano Woehl Jr P -

ORDEM XENARTHRA (Pilosa+Cingulata) Família MYRMECOPHAGIDAE Tamandua tetradactyla Tamanduá-mirim Soc. Chauá (2008) E -

Família DASYPODIDAE Cabassous tatouay Tatu-de-rabo-mole Germano Woehl Jr. P - Dasypus novemcinctus Tatu-galinha Soc. Chauá (2008) E -

ORDEM CHIROPTERA Família PHILLOSTOMIDAE Anoura geoffroyi Morcego-focinhudo-grande Soc. Chauá (2008) L - Carollia perspicillata Morceguinho-fruteiro Soc. Chauá (2008) L - Desmodus rotundus Morcego-vampiro Soc. Chauá (2008) L,E -

ORDEM PRIMATES Família CEBIDAE Cebus nigritus Macaco-prego Soc. Chauá (2008) / Germano Woehl Jr E,P -

Família ATELIDAE Alouatta guariba Bugio-ruivo Soc. Chauá (2008) / Germano Woehl Jr E,C,P NT

ORDEM CARNIVORA Família CANIDAE Cerdocyon thous Cachorro-do-mato Soc. Chauá (2008) / Germano Woehl Jr E,A,P - Família FELIDAE Puma concolor Puma Soc. Chauá (2008) / Germano Woehl Jr E,P VU Puma yagouaroundi Gato-mourisco Germano Woehl Jr P - Leopardus pardalis Jaguatirica Soc. Chauá (2008) / Germano Woehl Jr E,P,C, VU Leopardus tigrinus Gato-do-mato-pequeno Soc. Chauá (2008) / Germano Woehl Jr E,P,C VU Família MUSTELIDAE Lontra longicaudis Lontra Soc. Chauá (2008) E Eira barbara Irara Soc. Chauá (2008) E - Galictis cuja Furão Soc. Chauá (2008) E - Tipo de Táxon Nome popular Registro Status de Ameaça no Brasil registro

Família PROCYONIDAE Procyon cancrivorus Mão-pelada Soc. Chauá (2008) E - Nasua nasua Quati Soc. Chauá (2008) / Germano Woehl Jr E,P -

ORDEM ARTIODACTYLA Família TAYASSUIDAE Pecari tajacu Cateto Soc. Chauá (2008) E,C -

Família CERVIDAE Mazama gouazoubira Veado-catingueiro Soc. Chauá (2008) / Germano Woehl Jr E,P -

ORDEM RODENTIA Família SCIURIDAE Guerlingetus ingrami Serelepe Soc. Chauá (2008) / Germano Woehl Jr E,C,P -

Família ERETHIZONTIDAE Sphigurus villosus Ouriço-cacheiro Soc. Chauá (2008) E,A -

Família CAVIIDAE Cavia aperea Preá Soc. Chauá (2008) E - Hydrochoeris hydrochaerus Capivara Soc. Chauá (2008) / Germano Woehl Jr E,P -

Família DASYPROCTIDAE Dasyprocta azarae Cutia Soc. Chauá (2008) E -

Família CUNICULIDAE Cuniculus paca Paca Soc. Chauá (2008) / Germano Woehl Jr E,P - Plano de Manejo RPPN Taipa do Rio Itajaí Sociedade Chauá, 2013

ANEXO 7: Lista preliminar dos anfíbios registrados no complexo de RPPNs dos vales dos rios do Couro e Itajaí do Norte, Itaiópolis, SC.

Família Espécie Amphignathodontidae Flectonotus fissilis (Miranda-Ribeiro, 1920) Bufonidae Bufo crucifer (Wied, 1821) Bufonidae Bufo ictericus (Spix, 1824) Centrolenidae Hyalinobatrachium uranoscopum (Muller, 1924) Cicloramphidae Proceratophrys boiei (Wied-Neuwied, 1825) Cicloramphidae Proceratophrys sp Cycloramphidae Odontophrynus americanus (Duméril & Bibron, 1841) Hylidae Aplastodiscus albosignatus (A.Lutz & B.Lutz, 1938) Hylidae Aplastodiscus ehrhardti (Muller, 1924) Hylidae Aplastodiscus perviridis (A. Lutz in B. Lutz, 1950) Hylidae Dendropsophus minutus (Peters, 1872) Hylidae Dendropsophus nahdereri (B. Lutz & Bokermann, 1963) Hylidae Hyla albopunctata (Spix, 1824) Hylidae Hyla microps (Peters, 1872) Hylidae Hylodes perplicatus (Miranda-Ribeiro, 1926) Hylidae Hypsiboas bischoffi (Boulenger, 1887) Hylidae Hypsiboas faber (Wied-Neuwied, 1821) Hylidae Hypsiboas prasinus (Burmeister, 1856) Hylidae Hypsiboas semiguttatus (A. Lutz, 1925) Hylidae Phyllomedusa distincta (A. Lutz in B. Lutz, 1950) Hylidae Scinax cf. duartei (B. Lutz, 1951) Hylidae Scinax fuscovarius (A. Lutz, 1925) Hylidae Scinax hayii (Barbour, 1909) Hylidae Scinax perpusillus (A. Lutz & B. Lutz, 1939) Hylidae Scinax rizibilis (Bokermann, 1964) Hylidae Scinax sp.2 - grupo catharinae Hylidae Sphaenorhynchus surdus (Cochran, 1953) Leiuperidae Physalaemus cuvieri (Fitzinger, 1826) Leiuperidae Physalaemus gracilis (Boulenger, 1883) Leiuperidae Physalaemus nanus (Boulenger, 1888) Leiuperidae Physalaemus obtectus Bokermann, 1966 Leptodactylidae Adenomera marmorata (Steindachner, 1867) Leptodactylidae Eleutherodactylus binotatus (Spix, 1824) Leptodactylidae Eleutherodactylus guentheri. (Steindachner 1864) Leptodactylidae Leptodactylus notoaktites (Heyer, 1978) Leptodactylidae Leptodactylus ocellatus (Linnaeus, 1758) Leptodactylidae Leptodactylus plaumanni (Ahl, 1936) Microhylidae Chiasmocleis leucosticta (Boulenger, 1888) Plano de Manejo RPPN Taipa do Rio Itajaí Sociedade Chauá, 2013

ANEXO 8: Lista preliminar dos répteis registrados no complexo de RPPNs dos vales dos rios do Couro e Itajaí do Norte, Itaiópolis, SC. Família Nome científico Nome comum Chelidae Hydromedusa tectifera (Cope, 1869) cágado Anguidae Ophiodes fragilis (Raddi, 1820) lagarto-quebra-quebra Leiosauridae Enyalius iheringii (Boulenger, 1885) camaleão Teiidae Tupinambis merianae (Duméril & Bibron, 1839) lagarto-teiú Colubridade Spilotes pullatus (Linnaeus, 1758) caninana Dipsadidae Boiruna maculata (Boulenger, 1896) muçurana Dipsadidae Liophis miliaris (Linnaeus, 1758) cobra-da-água Dipsadidae Oxyrhopus cf. petola (Linnaeus, 1758) cobra-coral-falsa Dipsadidae Oxyrhopus clathratus (Duméril, Bibron & Duméril, 1854) cobra-coral-falsa Dipsadidae Philodryas aestiva (Duméril, Bibron & Duméril, 1854) cobra-verde Dipsadidae Taeniophallus affinis (Günther, 1858) cobra-cabeça-preta Dipsadidae Thamnodynastes cf hypoconia (Cope, 1860) cobra-espada Dipsadidae Tomodon dorsatus (Duméril, Bibron & Duméril, 1854) cobra espada Dipsadidae Xenodon neuwiedii (Günther, 1863) jararaca-falsa Elapidae Micrurus corallinus (Merrem, 1820) cobra-coral Viperidae Bothropoides jararaca (Wied, 1824) jararaca Plano de Manejo RPPN Taipa do Rio Itajaí Sociedade Chauá, 2013

ANEXO 9: Mapas da RPPN Taipa do Rio Itajaí

1. Mapa de Localização

2. Mapa Base

3. Mapa de Vegetação

4. Mapa de Zoneamento

5. Mapa de Conectividade Rio Negro Três Barras ! ! Mafra !

Bela Vista do Sul !

Rio Preto do Sul !

SC - 419

Itaiópolis BR - 116 !

Major Vieira ! Papanduva ! Paraguaçu !

SC - 422

Iraputã ! Monte Castelo Água Clara ! ! Itaió Vila de Volta Grande ! !

Paiol Velho !

Moema TAIPA DO RIO ITAJAÍ ! Craveiro !

BR - 477

Rio Hercílio ou Itajaí do Norte

Rio da Anta ! Residência Fuck ! Colorado !

Nova Cultura ! Lajeadinho !

Santa Terezinha !

Serra da Abelha Alto Vigante Santa Maria ! ! !

Vitor Meireles ! Taiozinho ! Barra do Dollman !

Witmarsum ! ! José Boiteux !

Salete Caçador ! ! !

Localização Geográfica Convenções Cartográficas Dados Técnicos Execução: Mapa 49°48'0"W MAPA DE LOCALIZAÇÃO

26°0'0"S Sistema de Projeção UTM - Universal Transversa de Mercator 26°0'0"S Perímetro da Propriedade Datum Horizontal: SAD/69 (South American 1969) Três Barras Mafra ! Sedes e Localidades Fuso: 22 Proprietário/Propriedade Área Matrícula (ha): Rod. e Estradas Principais ELZA NISHIMURA WOEHL E 24,0200

Papanduva Estradas Secundárias GERMANO WOEHL JUNIOR Área Mensurada (ha): Itaiópolis Rio Negrinho ² RPPN TAIPA DO RIO ITAJAÍ 43,8644 Escala Caminhos Nº Matrícula: 02,500 5,000 10,000 Projeto 4.470 Hidrografia (rios principais) metros Santa Terezinha Plano de Manejo Doutor Pedrinho Escala: Divisão Municipal 1:300,000 Apoio: 1:300,000 Vitor Meireles Município Estado José Boiteux Data:

49°48'0"W Itaiópolis SC abril/2013 604000 604500 605000 7062500 7062500

RPPN Corredeiras do Rio Itajaí II 7062000 7062000

Junior Ochocki

!

Trilha da EstradaTrilha

Rio Itajaí do Norte

Mário Kobichen 7061500 7061500

Áreas Mensuradas

7061000 Divisa seca da RPPN - 43,8644 7061000

Área de Consolidação da Divisa - 0,6636 ha

604000 604500 605000

Localização Geográfica Convenções Cartográficas Dados Técnicos Execução: Mapa 49°48'0"W MAPA BASE

26°0'0"S Sistema de Projeção UTM - Universal Transversa de Mercator 26°0'0"S ! Nascente Datum Horizontal: SAD/69 (South American 1969) Três Barras Mafra Hidrografia Fuso: 22 Estrada Proprietário/Propriedade Área Matrícula (ha): Área de Consolidação da Divisa ELZA NISHIMURA WOEHL E 24,0200 Papanduva Divisa seca da RPPN GERMANO WOEHL JUNIOR Área Mensurada (ha): Itaiópolis Rio Negrinho Trilhas ² RPPN TAIPA DO RIO ITAJAÍ 43,8644 Escala Existentes Nº Matrícula: Rio dos Cedros 050 100 200 Projeto 4.470 Santa Terezinha metros Doutor Pedrinho Plano de Manejo Escala: 1:5.000 Apoio: 1:5.000 Vitor Meireles Município Estado José Boiteux Data:

49°48'0"W Itaiópolis SC abril/2013 604000 604300 604600 604900 605200 7062400 7062400 RPPN Corredeiras do Rio Itajaí II 7062100 7062100

Junior Ochocki

! 7061800 7061800

Rio Itajaí do Norte

Mário Kobichen 7061500 7061500 7061200 7061200

Cobertura Vegetal Mensurada Floresta no Estágio Inicial - 3,7798 ha Floresta no Estágio Médio da Sucessão - 17,0648 ha Floresta no Estágio Avançado da Sucessão - 23,0198 ha 7060900 7060900

604000 604300 604600 604900 605200

Localização Geográfica Convenções Cartográficas Dados Técnicos Execução: Mapa 49°48'0"W MAPA DE VEGETAÇÃO ! Nascente Sistema de Projeção UTM - Universal Transversa de Mercator 26°0'0"S 26°0'0"S Hidrografia Datum Horizontal: SAD/69 (South American 1969) Três Barras Mafra Estrada Fuso: 22 Proprietário/Propriedade Área Matrícula (ha): Divisa seca da RPPN ELZA NISHIMURA WOEHL E 24,0200 Área Mensurada (ha): Papanduva Área de Consolidação da Divisa GERMANO WOEHL JUNIOR Itaiópolis Rio Negrinho ² RPPN TAIPA DO RIO ITAJAÍ 43,8644 Trilhas Escala Nº Matrícula: Rio dos Cedros Existentes 050 100 200 Projeto 4.470 Santa Terezinha metros Plano de Manejo Doutor Pedrinho Escala: 1:5.000 Apoio: 1:5.000 Vitor Meireles Município Estado José Boiteux Data:

49°48'0"W Itaiópolis SC abril/2013 604000 604300 604600 604900 605200 7062400 7062400

RPPN Corredeiras do Rio Itajaí II 7062100 7062100

Junior Ochocki

! 7061800 7061800

Rio Itajaí do Norte

Mário Kobichen 7061500 7061500 7061200 7061200

Zoneamento - RPPN Zona Silvestre - 34,5814 ha Zona de Proteção - 4,9730 ha Zona de Recuperação - 4,3100 ha Zoneamento - Área de Consolidação das Divisas Zona de Proteção - 0,5018 ha Zona de Recuperação - 0,1618 ha 7060900 7060900

604000 604300 604600 604900 605200

Localização Geográfica Convenções Cartográficas Dados Técnicos Execução: Mapa 49°48'0"W MAPA DE ZONEAMENTO Sistema de Projeção UTM - Universal Transversa de Mercator 26°0'0"S 26°0'0"S ! Nascente Datum Horizontal: SAD/69 (South American 1969) Três Barras Mafra Hidrografia Fuso: 22 Proprietário/Propriedade Área Matrícula (ha): Estrada ELZA NISHIMURA WOEHL E 24,0200 Divisa seca da RPPN Papanduva GERMANO WOEHL JUNIOR Área Mensurada (ha): Itaiópolis Rio Negrinho Área de Consolidação da Divisa ² RPPN TAIPA DO RIO ITAJAÍ 43,8644 Escala Trilhas Nº Matrícula: Rio dos Cedros 050 100 200 Projeto 4.470 Existentes Santa Terezinha metros Plano de Manejo Doutor Pedrinho Escala: 1:5.000 Apoio: 1:5.000 Vitor Meireles Município Estado José Boiteux Data:

49°48'0"W Itaiópolis SC abril/2013 !

Rio Negro Três Barras ! ! Mafra ! Marcílio Dias ! São Cristóvão ! PARANÁ Canoinhas Mafra Bela Vista do Sul ! ! ! Campo da Água Verde Canoinhas Três Barras

FN de Três Barras Rio Preto do Sul !

Rio Negrinho ! ! São Bento do Sul

Itaiópolis ! APA do Rio dos Bugres Bela Vista do Toldo ! Papanduva ! Paraguaçu !

Iraputã Corupá ! Rio Negrinho Monte Castelo Água Clara ! ! Itaió Itaiópolis ! Vila de Volta Grande Major Vieira !

Paiol Velho Papanduva !

Moema ! Craveiro ! Rio dos Cedros TAIPA DO RIO ITAJAÍ

Rio da Anta ! APA da Represa do Alto Rio Preto Residência Fuck ! Colorado ! Monte Castelo Santa Terezinha Nova Cultura ! Benedito Novo Lajeadinho ! Doutor Pedrinho Doutor Pedrinho RB do Sassafrás !

Campo do Areão ! Santa TerezinhaARIE Serra da Abelha/Rio da Prata !

Serra da Abelha Alto Vigante Santa Maria ! ! ! ARIE Serra da Abelha/Rio da Prata RB do Sassafrás Vitor Meireles José Boiteux Benedito Novo Vitor Meireles ! Taiozinho ! Barra do Dollman Rio do Campo ! Santa Cecília Witmarsum ! Rio do Campo Witmarsum ! Santa Cecília José Boiteux ! ! Salete Caçador Dona Emma ! ! ! Dona Emma

Ibirama Dalbérgia 01 ! FN Ibirama Presidente Getúlio RPPNsPasso no Manso Entorno ! ! Ibirama Mirador ! ! 01 - RPPN das Araucárias Gigantes 04 Taió Presidente Getúlio Apiúna 02 - RPPN Raso do Mandi Subida Taió ! ! 03 - RPPN Odir Zanelatto 03 do Norte 08 Anta Gorda ! 04 - RPPN Taipa Rio do Couro ! 02 ! 05 - RPPN Taipa do Rio Itajaí Rio do Oeste João Machado ! ! Lontras 06 ! Rio do Sul 06Mirim - RPPN Doce Corredeiras do Rio Itajaí II Rio do Sul 07 ! ! Laurentino Apiúna 05 07 - RPPN Corredeiras do Rio Itajaí São Cristovão do Sul Pouso Redondo ! ! 08 - RPPN Refúgio do Macuco Agronômica Aterrado Torto ! ! Agronômica São Cristovão do Sul Ponte Alta Aurora

Localização Geográfica Convenções Cartográficas Dados Técnicos Execução: Mapa 49°48'0"W Perímetro da RPPN MAPA DE CONECTIVIDADE 26°0'0"S 26°0'0"S Divisão Municipal Sistema de Projeção UTM - Universal Transversa de Mercator Três Barras Mafra Datum Horizontal: SAD/69 (South American 1969) Proprietário/Propriedade Raios de 10 em 10km Fuso: 22 Área Matrícula (ha): ELZA NISHIMURA WOEHL E 24,0200 Rod. e Estradas Principais Papanduva GERMANO WOEHL JUNIOR Área Mensurada (ha): Itaiópolis Rio Negrinho Hidrografia (rios principais) ² RPPN TAIPA DO RIO ITAJAÍ 43,8644 Escala Nº Matrícula: Rio dos Cedros RPPN 02,950 5,900 11,800 Projeto 4.470 Santa Terezinha metros Doutor Pedrinho Plano de Manejo Escala: Uso Sustentável Apoio: 1:400,000 1:400,000 Vitor Meireles Proteção Integral Município Estado José Boiteux Data: Área Indígena de Ibirama 49°48'0"W Itaiópolis SC abril/2013