Exemplares desta publicação podem ser adquiridos no:

Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade/ Sede administrativa do Parque Nacional dos Campos Gerais e da Reserva Biológica das Araucárias

Rua Jaime Pinto Rosas, 81 Jardim Carvalho Ponta Grossa, PR, CEP 84015-600 Fone: (42) 3229-0140 http://www.icmbio.gov.br/portal/pesquisa/seminarios-de-pesquisa

Comissão organizadora

Emerson Antonio de Oliveira, Jaqueline Correa Farias, João Heitor Faraco Junior, Jorge Luiz de Almeida Marques, Lilian Vieira Miranda Garcia, Marcio Ricardo Ferla, Paula Janaína Schemberg, Susan Carla Domaszak do Bomfim e Araujo, Terezinha Aparecida Sotelo Martinez, Thiago Piazzetta Valente

Comissão científica

Ana Claudia Folmann, Ana Luiza Araujo de Campos, Gilson Burigo Guimarães, Henrique Simão Pontes, Jorge Luiz de Almeida Marques, Judite Bueno de Camargo, Lilian Vieira Miranda Garcia, Mário Sérgio de Melo, Rosemeri Segecin Moro, Sergio Bazilio, Solange Burgardt, Susan Carla Domaszak do Bomfim e Araujo

Supervisão editorial: Susan Carla Domaszak do Bomfim e Araujo Revisão de texto: Lilian Vieira Miranda Garcia e Susan Carla Domaszak do Bomfim e Araujo Capa: Jorge Luiz de Almeida Marques Foto da capa: Zig Koch

a 1 edição - versão digital (2016)

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1º Seminário de Pesquisas do Parque Nacional dos Campos Gerais e da Reserva Biológica das Araucárias, 19 de novembro de 2015. Anais, 1º Seminário de Pesquisas do Parque Nacional dos Campos Gerais e da Reserva Biológica das Araucárias, Ponta Grossa: ICMBio, 2016.

147 p.

ISSN 2525-491X

1. Parque Nacional dos Campos Gerais. 2. Reserva Biológica das Araucárias. 3. Unidade de Conservação. 4. Floresta Ombrófila Mista. 5. Floresta com Araucárias. I. Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade. II. Título.

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©ICMBio 2016

APRESENTAÇÃO

O Parque Nacional dos Campos Gerais (PNCG) e a Reserva Biológica das Araucárias (REBIO das Araucárias) são Unidades de Conservação Federais localizadas nos Campos Gerais do Paraná, região com grande importância agrossilvipastoril no cenário nacional. Nesse contexto, ambas as unidades foram criadas no ano de 2006 num ambiente de muita discussão, conflitos e resistência política em relação à forma de conservação dos últimos remanescentes de campos e florestas das paisagens naturais da Floresta Ombrófila Mista, também conhecida como Floresta com Araucárias.

Em termos de Patrimônio Natural, a região dos Campos Gerais tem um valor imensurável devido aos fatores determinantes de sua geologia e geomorfologia que resultam ambientes complexos de campos naturais entremeados com capões de mata e matas ciliares em relevos com afloramentos rochosos em maior ou menor grau. Ocorrem, na região, diversas cachoeiras, furnas, cavidades naturais, pinturas rupestres, além da flora e fauna específicas da Floresta com Araucárias, com muitas espécies em extinção. O PNCG engloba paisagens do primeiro e segundo planaltos paranaenses devido à presença de outro atributo geológico especial da região: a Escarpa Devoniana. Muitas das cavidades naturais existentes no PNCG ainda não foram mapeadas nem acessadas para geração de conhecimento científico. Na REBIO das Araucárias, existem fragmentos de floresta com Araucárias de grande importância biológica, além de áreas úmidas e alagadas com espécies afins.

A pesquisa científica, de acordo com o Sistema Nacional das Unidades de Conservação (SNUC) é um dos objetivos de criação de ambas as categorias de unidades de conservação federal (Parque Nacional e Reserva Biológica). Na última década, diversas instituições realizaram pesquisas tanto no PNCG quanto na REBIO. Esses trabalhos foram organizados e os mais recentes foram apresentados no I Seminário de Pesquisas do Parque Nacional dos Campos Gerais e da Reserva Biológica das Araucárias no dia 19 de novembro de 2015.

Essa publicação sintetiza o esforço para unificar, num mesmo documento, a maior parte (e o que se conseguiu obter) das pesquisas já realizadas em ambas as unidades de conservação federais para que se possa avançar na elaboração do Plano de Manejo das duas UCs (PNCG e REBIO das Araucárias).

Para facilitar a organização dos Anais, os trabalhos foram divididos em 4 temas principais de pesquisa: VEGETAÇÃO, GEOCONSERVAÇÃO, USO PÚBLICO E FAUNA.

Na primeira parte dos Anais, constam os resumos de trabalhos apresentados no Primeiro Seminário de Pesquisas das UCs realizado em novembro de 2015. Constam também alguns trabalhos não apresentados no seminário, mas resgatados através do contato com pesquisadores da região. Na segunda parte dos anais (APÊNDICE I), constam trabalhos inscritos no SISBIO ou obtidos pela indicação de pesquisadores ou, ainda, pesquisados na Plataforma lattes. Não foi possível compilar o resumo de diversos trabalhos já realizados, portanto, optou-se por fazer a relação das referências bibliográficas das pesquisas realizadas até o momento. O resultado dessa busca, que é contínua, foi denominado como ESTADO DA ARTE DAS PESQUISAS COM POTENCIAL PARA SUBSIDIAR O PLANO DE MANEJO DO PARQUE NACIONAL DOS CAMPOS GERAIS E DA RESERVA BIOLÓGICA DAS ARAUCÁRIAS - PRIMEIRA APROXIMAÇÃO (APÊNDICE I).

Os demais apêndices são produtos gerados nas pesquisas do tema USO PÚBLICO como folheto de atrativo turístico, cartilha de interpretação ambiental, guia de fauna e jogo interpretativo.

Com essa primeira aproximação da compilação dos trabalhos já concluídos ou que estão em andamento, será possível visualizar as lacunas de pesquisa tanto no PNCG quando na REBIO para dar foco e enfoque nas pesquisas necessárias mas ainda não realizadas nas UCs.

Susan Carla Domaszak do Bomfim e Araujo Analista Ambiental Parque Nacional dos Campos Gerais

PROGRAMAÇÃO

I Seminário de Pesquisas do Parque Nacional dos Campos Gerais e da Reserva Biológica das Araucárias, 19 de novembro de 2015. TEMA: INTEIRAR PARA INTEGRAR

Abertura e boas vindas  Emerson Oliveira – Fundação Grupo Boticário; 08h30  Daniel Penteado – Coordenador da CR9 do ICMBio; 08h50  Marcio Ricardo Ferla – Chefe do Parque Nacional dos Campos Gerais (PNCG);  João Heitor Faraco Júnior - Chefe da Reserva Biológica (REBIO) das Araucárias. 08h50 Palestra “Processos de criação de unidades de conservação na floresta com araucárias” 09h10  Emerson Oliveira - Fundação Grupo Boticário. MESA-REDONDA sobre os aspectos da fauna no PNCG e na REBIO das Araucárias

 Carlos Eduardo Conte – Instituto Neotropical (Estratégias de conservação dos anfíbios); 09h10  Elynton Alves do Nascimento – UNICENTRO (Levantamento da fauna de Coleoptera – 09h40 Insecta – do PNCG e da REBIO das Araucárias);  Sérgio Bazilio – UNESPAR (Moderador) (Inventário de mamíferos de médio e grande porte).

09h40 Discussão 10h00 10h00 Intervalo para café (Exposição de banners) 10h15 10h15 Palestra: Evolução do Uso das Terras no PNCG e na REBIO das Araucárias 10h40  Palestrante do LAMA/UEPG MESA-REDONDA sobre os aspectos da vegetação no PNCG e na REBIO das Araucárias

 Elisana Milan - UEPG (PPG em Geografia) (Ecótonos e conectividade no PNCG);  Lia Maris Ritter Antiqueira - UTFPR (Relictos de cerrado no PNCG);  Marta Regina Barrotto do Carmo UEPG (Florística de Furnas Gêmeas, PNCG);  Rodrigo F. Moro - FAUEPG (Grupos funcionais da vegetação de campo, no PNCG); 10h40  Eduardo Damasceno Lozano – MBM (A família C. Agardh no PNCG); 12h00  Jesiane Stefania da Silva Batista – UEPG (Diversidade de rizóbios simbiontes de leguminosas nativas dos Campos Gerais, PNCG);  Amanda Campos – UEPG/DEBIO (Estrutura de comunidades da Floresta Ombrófila Mista da REBIO das Araucárias);  Rosemeri Segecin Moro – UEPG/PPG em Geografia (Moderadora) (Avaliação de efeito de borda em Floresta Ombrófila Mista na REBIO das Araucárias).

12h00 Discussão 12h30 12h30 Intervalo para almoço (Exposição de banners) 13h30 13h30 Palestra: Políticas ambientais para a conservação da natureza aplicadas ao PARNA dos 13h50 Campos Gerais e à Reserva Biológica das Araucárias  Isonel Sandino Meneguzzo - UEPG

MESA-REDONDA sobre os aspectos da Geoconservação nos Campos Gerais

 Mário Sérgio de Melo - UEPG (Moderador)  Gilson Burigo Guimarães - UEPG (A geodiversidade do PARNA dos Campos Gerais no contexto do Primeiro Planalto: implicações para a geoconservação)  Henrique Simão Pontes - GUPE (Espacialização de feições cársticas da Formação 13h50 Furnas: ferramenta para gestão do território no município de Ponta Grossa (PR); 14h50  Laís Luana Massuqueto – GUPE (O sistema cárstico do Sumidouro do Rio Quebra-Perna em Ponta Grossa – PR: caracterização da geodiversidade e de seus valores)  Ronaldo Ferreira Maganhotto - UNICENTRO (Índices de representação do relevo como suporte ao plano de manejo da REBIO das Araucárias)  Alessandro G. Chagas Silva – Arqueo Trekking (FILME: Sítios arqueológicos com arte rupestre no PARNA dos Campos Gerais) 14h50 Discussão 15h30

15h30 Intervalo para café (Exposição de banners) 15h45

MESA-REDONDA sobre o Uso Público no PARNA dos Campos Gerais

 Lilian Vieira Miranda Garcia – ICMBio (Moderadora) (Cachoeira da Mariquinha: Impactos e potencialidades do Uso Público no Parque Nacional dos Campos Gerais – PR)  Jasmine Cardozo Moreira - LabTan UEPG - Laboratório de Turismo em Áreas Naturais (Turismo, manejo de uso público e a percepção dos visitantes: Coleta de dados e 15h45 Pesquisa em áreas protegidas) 16h35  Ana Cláudia Folmann - LabTan UEPG (A trilha interpretativa do Salto São Jorge - Parque Nacional dos Campos Gerais - e seu potencial para o geoturismo e educação ambiental)  Leandro Baptista – Universidade Estadual do Centro-Oeste - Unicentro (Parque Nacional dos Campos Gerais (PR) e turismo - Um olhar através da comunidade local)  Solange Burgardt - LabTan UEPG (Análise dos Impactos Ambientais Relacionados à Visitação no Buraco do Padre, Ponta Grossa/PR, Brasil) 16h35 Discussão 17h30 17h30 Encaminhamentos 18h30

SUMÁRIO

TEMAS GERAIS

POLÍTICAS AMBIENTAIS PARA A CONSERVAÇÃO DA NATUREZA APLICADAS AO PARNA DOS CAMPOS GERAIS E À REBIO DAS ARAUCÁRIAS, PARANÁ Isonel Sandino Meneguzzo...... 10

PROCESSOS DE CRIAÇÃO DE UNIDADES DE CONSERVAÇÃO NA FLORESTA COM ARAUCÁRIAS Emerson Antônio de Oliveira...... 11

O PROCESSO DE CRIAÇÃO DO PARQUE NACIONAL DOS CAMPOS GERAIS Emerson Antônio de Oliveira...... 12

TEMA "VEGETAÇÃO"

PADRÃO ESPACIAL-FUNCIONAL DE FLORESTAS RIPÁRIAS NOS RIOS E SÃO JORGE, PARNA DOS CAMPOS GERAIS, PARANÁ Tiaro Katu Pereira, Christiane Niedzielski de Lima, Rosemeri Segecin Moro ...... 13

ESPACIALIZAÇÃO DOS REMANESCENTES DE CAMPOS NATIVOS NO PARQUE NACIONAL DOS CAMPOS GERAIS, PARANÁ Karine Dalazoana, Tiago A. Barbosa, Gabriel G. Ramos, Rosemeri Segecin Moro, Carlos Hugo Rocha ...... 16

ESTRUTURA DE COMUNIDADES DO COMPONENTE ARBÓREO RIPÁRIO NO RIO PITANGUI, PARANÁ Melissa Koch F. S. Nogueira, Rodrigo Fernando Moro, Elisana Milan, Gabriela T. Turra, Franklin Galvão, Rosemeri Segecin Moro...... 19

PAISAGEM DO PARQUE NACIONAL DOS CAMPOS GERAIS, PR Cristina Guilherme de Almeida, Marcelo Augusto da Silva, Karine Dalazoana, Lia Maris Ritter Antiqueira, Rosemeri Segecin Moro...... 22

REMANESCENTES DE CERRADO DO PARQUE NACIONAL DOS CAMPOS GERAIS, PONTA GROSSA, PR Lia Maris Orth Ritter Antiqueira, Rosemeri Segecin Moro...... 25

GRUPOS FUNCIONAIS DA VEGETAÇÃO DE CAMPO NO ENTORNO DO PARQUE NACIONAL DOS CAMPOS GERAIS, PR Janaíne Mioduski, Rodrigo Fernando Moro, Rosemeri Segecin Moro, Elisana Milan, Melissa Koch Fernandes de Souza Nogueira, Tiaro Katu Pereira, Karine Dalazoana...... 28

ECÓTONOS E CONECTIVIDADE DA PAISAGEM FLORESTAL DO PARQUE NACIONAL DOS CAMPOS GERAIS NO CONTEXTO DA APA DA ESCARPA DEVONIANA, PARANÁ Elisana Milan, Marcelo Augusto da Silva, Rosemeri Segecin Moro...... 31

COMPOSIÇÃO FLORÍSTICA DE FURNAS GÊMEAS, PARQUE NACIONAL DOS CAMPOS GERAIS, PONTA GROSSA, PR Anna Luiza Pereira Andrade, Rosemeri Segecin Moro, Marta Regina Barrotto do Carmo...... 34

A FAMÍLIA XYRIDACEAE NO PARQUE NACIONAL DOS CAMPOS GERAIS Eduardo Damasceno Lozano ...... 37

A FIXAÇÃO BIOLÓGICA DE NITROGÊNIO NOS CAMPOS GERAIS: LEVANTAMENTO DE ESPÉCIES NODULÍFERAS DE FABACEAE DE ÁREAS DE CONSERVAÇÃO DOS CAMPOS GERAIS E DIVERSIDADE DE MICROSSIMBIONTES Fabiane Paulitsch, Milena Serenato Klepa, Leandro Datola Tullio, Marta Regina Barrotto do Carmo, Jesiane Stefania da Silva Batista ...... 39

EVOLUÇÃO DO USO DAS TERRAS NO PARQUE NACIONAL DOS CAMPOS GERAIS ENTRE 1962 E 2005 Carlos Hugo Rocha, Átila Cristian Santana ...... 42

ESPÉCIES NUCLEADORAS DA FLORESTA OMBRÓFILA MISTA NA RESERVA BIOLÓGICA DAS ARAUCÁRIAS, CAMPOS GERAIS, PR Beatriz Carneiro do Carmo, Rodrigo Fernando Moro, Ana Paolla Protavicz, Rosemeri Segecin Moro ...... 48

ELEMENTOS DE PAISAGEM FLORESTAL NA RESERVA BIOLÓGICA DAS ARAUCÁRIAS, CAMPOS GERAIS DO PARANÁ Elisana Milan, Dinameres Aparecida Antunes, Rosemeri Segecin Moro ...... 51

DEFINIÇÃO DE BORDA A PARTIR DA COMPOSIÇÃO ESPECÍFICA DA FLORESTA OMBRÓFILA NA RESERVA BIOLÓGICA DAS ARAUCÁRIAS, PARANÁ Rodrigo Fernando Moro, Elisana Milan, Ana Paolla Protavicz, Beatriz Carneiro do Carmo, Rosemeri Segecin Moro ...... 54

ESTRUTURA DE COMUNIDADES DE FLORESTA OMBRÓFILA MISTA NA RESERVA BIOLÓGICA DAS ARAUCÁRIAS, PR Amanda de Campos, Rodrigo Fernando Moro, Rosemeri Segecin Moro, Marta Regina Barrotto do Carmo ...... 57

MAPEAMENTO DO ESTADO DE CONSERVAÇÃO DE UNIDADES DE PAISAGEM NA REBIO DAS ARAUCÁRIAS: BASE PARA MONITORAMENTO AMBIENTAL E ELABORAÇÃO DE PLANO DE MANEJO Carlos Hugo Rocha, Joel Zubek da Rosa ...... 60

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS DO TEMA VEGETAÇÃO...... 64

TEMA "GEOCONSERVAÇÃO"

O PARQUE NACIONAL DOS CAMPOS GERAIS E A EDUCAÇÃO PARA A SUSTENTABILIDADE Mário Sérgio de Melo ...... 67

A GEODIVERSIDADE DO PARNA DOS CAMPOS GERAIS NO CONTEXTO DO PRIMEIRO PLANALTO: IMPLICAÇÕES PARA A GEOCONSERVAÇÃO Gilson Burigo Guimarães ...... 70

ESPACIALIZAÇÃO DE FEIÇÕES CÁRSTICAS DA FORMAÇÃO FURNAS: FERRAMENTA PARA GESTÃO DO TERRITÓRIO NO MUNICÍPIO DE PONTA GROSSA (PR) Henrique Simão Pontes...... 73

O SISTEMA CÁRSTICO DO SUMIDOURO DO RIO QUEBRA-PERNA (PONTA GROSSA – PR): CARACTERIZAÇÃO DA GEODIVERSIDADE E DE SEUS VALORES Laís Luana Massuqueto ...... 76

PROJETO ARQUEOTREKKING DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL E PATRIMONIAL NO PARNA DOS CAMPOS GERAIS Alessandro Giulliano Chagas Silva ...... 80

A DETERMINAÇÃO DOS ÍNDICES DE REPRESENTAÇÃO DO RELEVO COMO SUPORTE AO PLANO DE MANEJO DE UNIDADES DE CONSERVAÇÃO – ESTUDO DE CASO DA RESERVA BIOLÓGICA DAS ARAUCÁRIAS /PR Ronaldo Ferreira Maganhotto, Luiz Cláudio de Paula Souza, Jairo Calderari de Oliveira Junior, Marciel Lohmann ...... 84

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS DO TEMA GEOCONSERVAÇÃO ...... 89

TEMA "USO PÚBLICO"

PARQUE NACIONAL DOS CAMPOS GERAIS: TURISMO, MANEJO DE USO PÚBLICO E A PERCEPÇÃO DOS VISITANTES Jasmine Cardozo Moreira, Robert C. Burns ...... 92

PARQUE NACIONAL DOS CAMPOS GERAIS (PR) E TURISMO - UM OLHAR ATRAVÉS DA COMUNIDADE LOCAL Leandro Baptista, Jasmine Cardozo Moreira...... 94

CACHOEIRA DA MARIQUINHA: IMPACTOS E POTENCIALIDADES DO USO PÚBLICO NO PARQUE NACIONAL DOS CAMPOS GERAIS – PR Lilian Vieira Miranda Garcia, Jasmine Cardozo Moreira, Robert Burns ...... 96

ANÁLISE DOS IMPACTOS AMBIENTAIS RELACIONADOS À VISITAÇÃO NO BURACO DO PADRE, PARQUE NACIONAL DOS CAMPOS GERAIS, PONTA GROSSA/PR Solange Burgardt, Jasmine Cardozo Moreira ...... 101

A TRILHA INTERPRETATIVA DO SALTO SÃO JORGE - PARQUE NACIONAL DOS CAMPOS GERAIS - E SEU POTENCIAL PARA O GEOTURISMO E EDUCAÇÃO AMBIENTAL) Ana Cláudia Folmann, Maria Ligia Cassol Pinto, Gilson Burigo Guimarães ...... 104

ATIVIDADES DE EDUCAÇÃO E INTERPRETAÇÃO AMBIENTAL COMO MEIO DE SENSIBILIZAÇÃO DA COMUNIDADE DO ENTORNO DO PARQUE NACIONAL DOS CAMPOS GERAIS Andressa Stefany Teles, Jasmine Cardozo Moreira ...... 107

TURISMO EM ÁREAS NATURAIS: ELABORAÇÃO DE UM MEIO INTERPRETATIVO REFERENTE À FAUNA DO PARQUE NACIONAL DOS CAMPOS GERAIS Flávia Ferreira dos Santos, Jasmine Cardozo Moreira ...... 110

A ATIVIDADE TURÍSTICA NO PARQUE NACIONAL DOS CAMPOS GERAIS (PR) E A INTERPRETAÇÃO AMBIENTAL: CARTILHA EDUCATIVA Bárbara Cristina Leite, Jasmine Cardozo Moreira ...... 113

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS DO TEMA USO PÚBLICO ...... 117

TEMA "FAUNA"

DIVERSIDADE DA FAUNA DE COLEOPTERA (INSECTA) DO PNCG E DA REBIO DAS ARAUCÁRIAS Elynton Alves do Nascimento ...... 118

ASPECTOS ETNOZOOLÓGICOS DOS DASYPODIDAE (XENARTHRA: MAMMALIA) NA REGIÃO DA FAZENDA CAPIVARI (CAMPOS GERAIS DO PARANÁ) Jair Schmitt, Hugo Jansen Júnior, Olavo Martins Ayres ...... 121

TRÁFICO DE AVES SILVESTRES NA REGIÃO DE PONTA GROSSA (CAMPOS GERAIS DO PARANÁ) Marcia Silvana Rodrigues, Maurício Kinczel, Olavo Martins Ayres ...... 124

O PAPEL INTEGRADO DO GRAU DE CONSERVAÇÃO E DA HETEROGENEIDADE DE HABITATS NA FORMULAÇÃO DE ESTRATÉGIAS DE CONSERVAÇÃO DOS ANFÍBIOS DA FLORESTA COM ARAUCÁRIA Lucas Batista Crivellari, Caio Marinho Mello, Carlos Eduardo Conte...... 128

PERÍODO DE ATIVIDADE DE SUS SCROFA NA RESERVA BIOLÓGICA DAS ARAUCÁRIAS, NO ESTADO DO PARANÁ, BRASIL Patricia Machado, Sérgio Bazilio, Adriana Aparecida Ribeiro ...... 132

PERÍODO DE ATIVIDADE DE CUNICULUS PACA (MAMMALIA – CUNICULIDAE) NA RESERVA BIOLÓGICA DAS ARAUCÁRIAS Adriana Aparecida Ribeiro, Patricia Machado, Sérgio Bazilio ...... 134

CARNÍVOROS NA RESERVA BIOLÓGICA DAS ARAUCÁRIAS NO ESTADO DO PARANÁ Lucas Mendonça Macedo, Sérgio Bazilio ...... 136

INVENTÁRIO DE MAMÍFEROS DE MÉDIO E GRANDE PORTE NA RESERVA BIOLÓGICA DAS ARAUCÁRIAS, ESTADO DO PARANÁ Sérgio Bazilio, Patrícia Machado, Soraia Rodrigues Chaga ...... 138

INVENTÁRIO DE MAMÍFEROS DE MÉDIO E GRANDE PORTE NO PARQUE NACIONAL DOS CAMPOS GERAIS, ESTADO DO PARANÁ Sérgio Bazilio, Alan Deivid Pereira, Elvira De Bastiani ...... 141

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS DO TEMA FAUNA ...... 144

APÊNDICES

APÊNDICE I - ESTADO DA ARTE DAS PESQUISAS COM POTENCIAL PARA SUBSIDIAR O PLANO DE MANEJO DO PARQUE NACIONAL DOS CAMPOS GERAIS E DA RESERVA BIOLÓGICA DAS ARAUCÁRIAS - PRIMEIRA APROXIMAÇÃO

APÊNDICE II - FOLHETO SOBRE O SALTO SÃO JORGE LOCALIZADO NO PARQUE NACIONAL DOS CAMPOS GERAIS

APÊNDICE III - JOGO DE SOBRE O PARQUE NACIONAL DOS CAMPOS GERAIS

APÊNDICE IV - CARTILHA: CONHECENDO O PARQUE NACIONAL DOS CAMPOS GERAIS

I Seminário de Pesquisas do Parque Nacional dos Campos Gerais e da Reserva Biológica das Araucárias, PR. TEMA: INTEIRAR PARA INTEGRAR 19 de novembro de 2015

POLÍTICAS AMBIENTAIS PARA A CONSERVAÇÃO DA NATUREZA APLICADAS AO PARNA DOS CAMPOS GERAIS E À REBIO DAS ARAUCÁRIAS, PARANÁ

Isonel Sandino Meneguzzo1

1 Professor Adjunto do Departamento de Geociências e do Programa de Pós-Graduação em Geografia, Universidade Estadual de Ponta Grossa, [email protected]

A criação do PARNA Campos Gerais e da REBIO das Araucárias, na porção centro-leste do estado do Paraná, foi realizada num contexto marcado por iniciativas do poder público federal em relação ao aumento de áreas protegidas no Brasil. Ambas as UCs, tiveram seus decretos de criação publicados no ano de 2006. Porém, da promulgação do decreto que gera uma UC até sua implementação e gestão, um longo caminho deve ser trilhado para que as políticas públicas ambientais que regem as áreas protegidas no Brasil sejam efetivamente implementadas. Nesse sentido, o estado tem por obrigação, por em prática o cumprimento do Decreto Federal número 2.519 de 1998 que trata da promulgação da Convenção sobre Diversidade Biológica, da Lei Federal número 9.985 de 2000 que trata do Sistema Nacional de Unidades de Conservação, do Decreto Federal número 4.340 de 2002 que regulamenta o SNUC e do Decreto Federal número 5.758 de 2006 que institui o Plano Nacional de Áreas Protegidas. Estes instrumentos legais, de um modo geral, visam atender os compromissos assumidos pelo país, ao assinar a Convenção sobre Diversidade Biológica, durante a Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento - CNUMAD, no ano de 1992. Portanto, passada uma década, tanto o PARNA dos Campos Gerais como a REBIO das Araucárias ainda não vem sendo alvo de políticas ambientais efetivas. Todas as políticas, supracitadas, vem sendo parcialmente cumpridas, considerando o "contexto jurídico" em que ambas se encontram. Assim, a morosidade em resolver os principais problemas (como o da regularização fundiária, da criação de conselho consultivo e de elaboração de plano de manejo, por exemplo) que afligem estas UCs, certamente comprometem a conservação do patrimônio natural, tornando-as vulneráveis a diversas ações antrópicas impactantes que ocorrem no interior e arredores das áreas em questão. Cabe ao poder público federal realizar os procedimentos técnico-científicos e políticos de forma eficiente, para que as UCs não constem apenas no papel. Dessa forma, as mesmas, poderiam ser as articuladoras de políticas integradas, englobando questões como sustentabilidade ambiental, desenvolvimento econômico, educação e pesquisa científica, contribuindo assim tanto para a sociedade, como para o meio físico-biológico.

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I Seminário de Pesquisas do Parque Nacional dos Campos Gerais e da Reserva Biológica das Araucárias, PR. TEMA: INTEIRAR PARA INTEGRAR 19 de novembro de 2015

PROCESSOS DE CRIAÇÃO DE UNIDADES DE CONSERVAÇÃO NA FLORESTA COM ARAUCÁRIAS

Emerson Antônio de Oliveira1

1Engenheiro Agrônomo, MSc., Dr., Coordenador de Ciência e Informação da Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza; [email protected]

Após breve histórico da evolução da criação de Unidades de Conservação (UCs) no Brasil, contextualizado-o em relação aos marcos legais e acordos internacionais que o país é signatário, a apresentação é direcionada à lacuna de proteção dos ecossistemas pertencentes à Floresta Ombrófila Mista (floresta com araucárias), formação típica dos planaltos do sul do Brasil que até o início do Século 21 praticamente não era protegida por UCs de Proteção Integral. Decorrentes de mobilização da academia e da sociedade civil, o Governo Federal iniciou ações e discussões para suprir esta lacuna em 2003, culminando com propostas formatadas e apresentadas em audiências públicas formais no início de 2005, as quais foram alvo de severas resistências especialmente por parte dos setores que representam o agronegócio, uma vez que as UCs previstas necessariamente demandariam desapropriações de áreas privadas, algumas das quais com algum uso econômico ou potencial para tal. Os desdobramentos da discussão pública, com forte viés político e com processos impetrados no âmbito judicial, são discutidos previamente às ações conclusivas relativas à assinatura dos decretos de criação das UCs, entre o final de 2005 e início de 2006, quais sejam: Parque Nacional dos Campos Gerais, Reserva Biológica das Araucárias, Estação Ecológica da Mata Preta, Refúgio de Vida Silvestre dos Campos de Palmas e Parque Nacional das Araucárias, nos estados do Paraná e Santa Catarina. Fatos relevantes ocorridos após a criação das UCs e a situação relativa às necessidades para a implementação efetiva das áreas concluem a apresentação.

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I Seminário de Pesquisas do Parque Nacional dos Campos Gerais e da Reserva Biológica das Araucárias, PR. TEMA: INTEIRAR PARA INTEGRAR 19 de novembro de 2015

O PROCESSO DE CRIAÇÃO DO PARQUE NACIONAL DOS CAMPOS GERAIS1

Emerson Antônio de Oliveira2

1Tese apresentada em 2012 ao Curso de Pós-Graduação em Engenharia Florestal da Universidade Federal do Paraná como requisito parcial à obtenção do grau de Doutor em Engenharia Florestal – Conservação da Natureza; 2Engenheiro Agrônomo, MSc., Dr., Coordenador de Ciência e Informação da Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza; [email protected]

Ação política consistente do Governo Brasileiro em benefício da preservação dos ecossistemas associados à Floresta Ombrófila Mista, principal formação fitogeográfica original do Sul do País, através da criação de Unidades de Conservação de Proteção Integral, ocorreu com pelo menos trinta anos de atraso. Por esta razão, quando a ação foi deflagrada, os poucos fragmentos remanescentes com extensão suficiente para atender aos objetivos de proteção almejados, encontravam-se inseridos em um mosaico de áreas de produção agrossilvipastoril instalados a partir da ocupação intensiva da região, ocorrida nas décadas anteriores, que a tornaram região de expressiva produção de commodities agrícolas, visto às características geo-edafo-climáticas locais. Ainda que os gestores governamentais tenham planejado, estudado e discutido as propostas de forma inédita na história política e ambiental do Brasil, as reações contrárias às proposições dos setores produtivos instalados ocorreram em intensidade e truculência igualmente nunca vista, pelo menos no período pós- redemocratização nacional. A falta de detalhamento dos procedimentos relativos à instrução dos processos de criação das Unidades de Conservação previstos na Lei do Sistema Nacional de Unidades de Conservação, mas não devidamente regulamentados à época, colaboraram para os argumentos utilizados pelos opositores, nas disputas públicas, políticas, jurídicas e policiais que se instalaram. Neste ambiente se originaram as novas Unidades de Conservação de Proteção Integral para a Floresta Ombrófila Mista, em especial o Parque Nacional dos Campos Gerais, visto que este também objetivava preservar alguns dos poucos resquícios de campos naturais associados, com sua riquíssima flora e fauna associada, os quais são secularmente explorados para atividade pecuária e, em anos recentes, estão sendo substituídos pelo cultivo de grãos e de espécies florestais exóticas. Ainda que o Governo Federal tenha superado a forte e articulada resistência à criação das Unidades de Conservação, em parte para mostrar à comunidade internacional na 8ª Conferência das Partes da Convenção sobre Diversidade Biológica da Organização das Nações Unidas, realizada em Curitiba em 2006, que o Brasil busca cumprir os compromissos dos quais é signatário, a implementação das unidades e do Parque Nacional dos Campos Gerais não vem ocorrendo como deseja a sociedade, ainda demandando de ações das mais elementares. O presente estudo apresenta os fatos que nortearam a criação do Parque Nacional dos Campos Gerais e discute as ações adotadas pelo Governo Federal, através do Ministério do Meio Ambiente, autarquias vinculadas e entidades que o apoiaram, para a proposição da citada Unidade de Conservação e das demais criadas de forma concomitante, além dos desdobramentos ocorridos por conta da proposta e a situação resultante, em especial no que se refere às dificuldades para a sua gestão e implementação. Espera-se, assim, contribuir para o registro de um episódio único da história da política ambiental nacional e auxiliar na busca de soluções para a efetiva implementação das novas Unidades de Conservação Federais da Floresta Ombrófila Mista do Brasil, em especial do Parque Nacional dos Campos Gerais.

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I Seminário de Pesquisas do Parque Nacional dos Campos Gerais e da Reserva Biológica das Araucárias, PR. TEMA: INTEIRAR PARA INTEGRAR 19 de novembro de 2015

PADRÃO ESPACIAL-FUNCIONAL DE FLORESTAS RIPÁRIAS NOS RIOS PITANGUI E SÃO JORGE, PARNA DOS CAMPOS GERAIS, PARANÁ

Tiaro Katu Pereira1, Christiane Niedzielski de Lima2, Rosemeri Segecin Moro3

¹ Doutorando em Engenharia Florestal – UFPR, [email protected], 2 SEED-PR, [email protected], 3 Pesquisadora Senior, PPG em Geografia - UEPG, [email protected]

Status: concluído

Resumo

Na busca de parâmetros adequados para a modelagem ecológica em distribuições espaciais, este estudo analisou as zonas ripárias dos rios Pitangui e São Jorge, no PARNA dos Campos Gerais, no Primeiro (PPP) e Segundo Planaltos Paranaense (SPP). As áreas de floresta ripária foram delimitadas por geoprocessamento de ortoimagens a partir dos limites de inundação dos canais lóticos dos rios. O rio Pitangui, com parte de seu curso (1.072 ha) no PPP, apresentou 40% de suas margens florestadas; no São Jorge, com 101,3 ha contidos inteiramente no SPP, foram 43%. No PPP, com relevo suave ondulado, 18% dos fragmentos são menores que 10ha, enquanto para o SPP, com relevo ondulado a montanhoso, 94,6% dos fragmentos são menores que 10 ha. No PPP apenas 15% dos fragmentos não estão conectados, enquanto no SPP o isolamento aumenta e 52% dos fragmentos ripários são interrompidos. Tanto no PPP quanto SPP, 60-80% dos fragmentos não possuem área nuclear mas as distâncias médias do vizinho mais próximo, em ambos os rios, não são grandes (18-31m), portanto com maiores chances de conectividade. Devido a linearidade das manchas, o efeito de borda abrange 60% das florestas ripárias do PPP e 75% no SPP. Funcionalmente, com relação aos elementos de paisagem, no rio Pitangui, cerca de 40% da paisagem são constituídas por áreas nucleares; o restante compõem ilhas (2%), bordas (45%), corredores (5%) e falso corredores (8%). No rio São Jorge, ao contrário, apenas 9,6% da paisagem são constituídas por áreas nucleares; o restante compõem majoritariamente ilhas (31,4%), bordas (12,8%), corredores (10,8%) e falso corredores (20,1%). Isto tem implicações diferenciadas no plano de manejo visando à conservação e/ou restauração da biodiversidade. A espacialização das áreas naturais nas zonas ripárias foi considerada de origem marcadamente natural e, portanto, representativa de um modelo para a região, embora tenham diferido significativamente entre os planaltos (p<0.44), principalmente em função do relevo.

Objetivos:  Identificar as zonas ripárias dos rios Pitangui e São Jorge com relação à ocorrência da vegetação nas unidades de paisagem de áreas inundáveis e de áreas de encosta.  Classificar os elementos funcionais da zona ripária.  Analisar a conectividade estrutural das áreas de floresta ripária.

Métodos:  A partir de ortofotos de 2001 (1:10.000) geoprocessadas pelo software ArcGis 9.3, foram calculadas métricas da paisagem segundo o fluxograma abaixo:

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Resultados:

Na busca de parâmetros adequados para a modelagem ecológica em distribuições espaciais, este estudo analisou aspectos estruturais e funcionais das zonas ripárias dos rios Pitangui e São Jorge, no PARNA dos Campos Gerais, no Primeiro (PPP) e Segundo Planaltos Paranaense (SPP). As áreas de floresta ripária foram delimitadas a partir dos limites de inundação dos canais lóticos do rio. O rio Pitangui, com 1.072 ha no PPP, apresentou 40% de suas margens florestadas (Fig. 1); no São Jorge, com 101,3 ha inteiramente no SPP, foram 43% (Fig. 2). No PPP 82% dos fragmentos são maiores que 10 ha, enquanto para o SPP, 94,6% dos fragmentos são menores que 10 ha. No PPP apenas 15% dos fragmentos não estão conectados, enquanto no SPP o isolamento aumenta e 52% dos fragmentos ripários são interrompidos. Tanto no PPP quanto SPP, 60 a 80% dos fragmentos não possuem área nuclear mas as distâncias médias do vizinho mais próximo, em ambos os rios, não são grandes (18-31m), portanto com maiores chances de conectividade. Devido a linearidade das manchas, o efeito de borda abrange 60% das florestas ripárias do PPP e 75% no SPP. Funcionalmente, com relação aos elementos de paisagem, no rio Pitangui, cerca de 40% da paisagem são constituídas por áreas nucleares; o restante compõem ilhas (2%), bordas (45%), corredores (5%) e falso corredores (8%). No rio São Jorge, ao contrário, apenas 9,6% da paisagem são constituídas por áreas nucleares; o restante compõem majoritariamente ilhas (31,4%), bordas (12,8%), corredores (10,8%) e falso corredores (20,1%). Isto tem implicações diferenciadas no plano de manejo visando à conservação e/ou restauração da biodiversidade. As florestas ripárias do rio São Jorge podem possuir uma capacidade menor de abrigar espécies residentes que exijam áreas contínuas maiores e seu maior isolamento vai selecionar quais espécies são capazes de utilizar os recursos do território. A grande proporção de falso-corredores se deve à estrutura fraturada do Arco de Ponta Grossa (cânions) e pode funcionar tanto como áreas-sumidouro como centros de endemismo, dependendo das pressões dentro da comunidade. A paisagem linearizada e conectada do rio Pitangui é mais propícia para abrigar espécies que exigem territórios maiores, mas que no entanto não sofram com efeitos de borda. A espacialização das áreas naturais nas zonas ripárias foi considerada de origem majoritariamente natural e, portanto, representativa de um modelo para a região, embora tenham diferido significativamente entre os planaltos (p<0.44) em função do relevo.

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Figura 1 – Classificação da vegetação florestal ripária do rio Pitangui (à esq., em verde) e de seus elementos de paisagem (à dir., destacando-se as áreas nucleares em verde)

Figura 2 – Classificação da vegetação do rio São Jorge (esq.) e de seus elementos de paisagem (dir.).

Implicações imediatas para gestão/manejo da unidade:

 Há significativas diferenças entre os padrões de matas ripárias no Primeiro e Segundo Planaltos e, por isso, as estratégias de conservação e/ou restauração a serem adotadas devem levar em conta os diferentes modelos gerados.  Os limites protetivos preconizados pelo Código Florestal Brasileiro (2012) podem não ser suficientes para a conservação de todas as APPs ao longo do rio Pitangui no Primeiro Planalto.

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ESPACIALIZAÇÃO DOS REMANESCENTES DE CAMPOS NATIVOS NO PARQUE NACIONAL DOS CAMPOS GERAIS, PARANÁ

Karine Dalazoana1, Tiago A. Barbosa2, Gabriel G. Ramos3, Rosemeri Segecin Moro4, Carlos Hugo Rocha5

¹ CESCAGE/SEED-PR, [email protected]; ² DEGEO/UEPG, [email protected]; 3 Engenheiro agrônomo, 4 Pesquisadora Senior, PPG em Geografia, UEPG, [email protected]; 5 Docente DESOLO/UEPG, [email protected]

Status: concluído

Resumo

Atualmente a fragmentação de ecossistemas pode ser considerada a principal causa de perda de biodiversidade. O PARNA dos Campos Gerais abriga uma parcela significativa de campos nativos e a compreensão da organização espacial desta paisagem é fundamental para sua gestão. Ao quantificar os fragmentos em relação à área que ocupam, identificou-se grande número de fragmentos de tamanho pequeno que, quando considerados individualmente são inexpressivos, entretanto se agrupados totalizam uma parcela significativa dos remanescentes. Este fato não confere necessariamente a eles qualidade ambiental. Por outro lado, fragmentos amplos apesar de pouco numerosos, mostram-se expressivos em termos de diversidade, os quais podem ser considerados áreas fonte, prescindindo estudos mais detalhados. Esses remanescentes apresentam ainda potencial biótico dinâmico e considerável diversidade de espécies, conforme estudos preliminares que vem sendo desenvolvidos na região. As análises de proximidade revelam um contexto favorável à conectividade e ao fluxo biológico de espécies, onde a grande maioria dos fragmentos possui vizinhos em distâncias de até 10 metros. Nessa perspectiva, fragmentos menores enquadram-se como trampolins ecológicos e aqueles mais lineares, na condição de corredores. Para espécies generalistas os fragmentos parecem estar conectados, contudo para espécies mais restritivas necessita-se mais estudos. Há grande suscetibilidade de borda com relação aos fluxos hídricos subsuperficiais, em especial com relação à estepe higrófila. É necessário que haja o manejo das áreas de campo como intuito de promover a sua regeneração natural, assegurando a preservação das espécies de flora e fauna do PARNA de modo a minimizar as pressões antrópicas do entorno.

Objetivos:  Caracterizar a heterogeneidade espacial da matriz campestre.  Compreender as relações espaciais e funcionais dos fragmentos de campo nativo através da análise de estrutura e composição da paisagem.

Métodos:  Para as análises espaciais foi utilizada uma imagem de satélite SPOT 2005, com composição RGB, cedida pela Secretaria de Estado de Desenvolvimento Urbano do Paraná (SEDU–PR), ® ® processada através dos softwares Arch View GIS e ArcGIS e os mapas gerados por suas respectivas extensões, disponibilizados pelo Laboratório de Mecanização Agrícola da Universidade Estadual de Ponta Grossa – LAMA/UEPG.  Calculou-se o número de remanescentes maiores que 1.000 m2 para cada tipologia (classes) de campo, área e perímetro dos fragmentos, assim como o Índice de Circularidade (IC) para cada polígono mapeado. As tipologias da vegetação remanescente foram agrupadas em classes de tamanho e estes dados foram interpretados com base nos padrões observados na imagem de satélite e em observações em campo.

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Resultados:

Originalmente, os campos nativos que hoje são vistos como fragmentos isolados numa matriz antrópica, constituíam uma matriz homogênea, entremeado por capões de floresta derivados de um processo natural de fragmentação (BEHLING, 1997). Esta composição atual deve-se ao implemento de atividades agrossilvipastoris, principalmente após o advento das técnicas de plantio direto e da valorização da madeira oriunda da silvicultura. Isso contribuiu para a configuração atual dos fragmentos, que se apresentam predominantemente alongados e irregulares conforme o padrão geomorfológico local, com poucos remanescentes que apresentam tamanho expressivo. Numa área de 6.952 ha foram identificados 3.781 ha de remanescentes de campo nativo em 481 fragmentos (Figura 1), sendo 33,2% caracterizados como Campo Úmido (estepe higrófila), 15,6% como Campo Rochoso (refúgio vegetacional rupestre) e 51,2% como Campo Seco (estepe sensu stricto). Foram identificados 426 remanescentes menores que 10 ha (670,9 ha de área total); 31 fragmentos entre 10 e 25 ha ( 474,4 ha); nove fragmentos entre 25 e 50 ha (289,4 ha), onze fragmentos entre 50 e 200 ha (1.010,1 ha) e apenas quatro fragmentos maiores que 200 ha (num total de 1336,2 ha). O índice médio de circularidade, numa variabilidade de 0 a 1, para os campos secos foi de 0,54, para os campos rupestres 0,49 e para os campos brejosos 0,60. Em relação ao Índice de Circularidade, observou-se que áreas em que o relevo é fator condicionante da vegetação, principalmente em se tratando de hidromorfias, com fragmentos tendendo a ser pouco isodiamétricos, os valores apresentam-se inversamente proporcionais a média das áreas dos fragmentos. Ao quantificar os fragmentos em relação à área que ocupam, identificou-se um grande número de fragmentos de tamanho pequeno que, quando considerados individualmente são inexpressivos, entretanto se agrupados totalizam uma parcela significativa dos remanescentes. Este fato não confere necessariamente a eles qualidade ambiental. Por outro lado, fragmentos amplos apesar de pouco numerosos, mostram-se expressivos em termos de diversidade, os quais podem ser considerados áreas fonte, prescindindo estudos mais detalhados. Esses remanescentes apresentam ainda potencial biótico dinâmico e considerável diversidade de espécies, conforme estudos preliminares que vem sendo desenvolvidos na região. As análises de proximidade revelam um contexto favorável à conectividade e ao fluxo biológico de espécies, onde a grande maioria dos fragmentos (78,6%) possui vizinhos em distâncias de até 10 metros. Nesta perspectiva, fragmentos menores enquadram-se como trampolins ecológicos e aqueles mais lineares, na condição de corredores. Para espécies generalistas os fragmentos parecem estar conectados, contudo para espécies mais restritivas necessita-se mais estudos. Há grande suscetibilidade de borda com relação aos fluxos hídricos subsuperficiais, em especial com relação à estepe higrófila. É necessário que haja o manejo das áreas de campo com o intuito de promover a sua regeneração natural, assegurando a preservação das espécies de flora e fauna do PARNA de modo a minimizar as pressões antrópicas do entorno.

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Figura 1- Espacialização dos remanescentes de campos nativos no PARNA dos Campos Gerais.

Implicações imediatas para gestão/manejo da unidade:

 Necessidade de se avaliar experimentalmente o efeito de borda subsuperficial com relação aos fluxos hídricos para se avaliar a distância protetiva destes remanescentes das áreas vizinhas antropizadas dentro e fora do Parna.  Necessidade de manejo das áreas de campo como intuito de promover a sua regeneração natural, incluindo o fogo controlado, assegurando a preservação das espécies de flora e fauna do PARNA de modo a minimizar as pressões antrópicas do entorno.

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ESTRUTURA DE COMUNIDADES DO COMPONENTE ARBÓREO RIPÁRIO NO RIO PITANGUI, PARANÁ

Melissa Koch F. S. Nogueira1, Rodrigo Fernando Moro2, Elisana Milan3, Gabriela T. Turra4, Franklin Galvão5, Rosemeri Segecin Moro6

1Doutoranda em Geografia– UEPG, [email protected]. 2Bolsista da Fundação O Boticário de Proteção à Natureza, [email protected],3Doutoranda em Geografia - UEPG, [email protected],4Bolsista BEC/PROEX/UEPG,[email protected],5Docente, PPG em Engenharia Florestal- UFPR, [email protected],6Pesquisadora Senior, PPG em Geografia - UEPG, [email protected]

Status: em andamento

Resumo

Estudos relacionados as Bacias Hidrográficas são importantes fornecedores de dados às proposições de políticas públicas voltadas à conservação e a recuperação dos ambientes ripários. Dessa forma, esse trabalho propõe analisar a estrutura fitossociológica do componente arbóreo- arbustivo de um trecho de remanescente de Floresta Ombrófila Mista Aluvial no Rio Pitangui, no entorno do PARNA dos Campos Gerais. Após a restituição cartográfica, foi realizada a classificação visual em toda a faixa de floresta aluvial onde foram selecionados dois pontos amostrais relacionados ao PARNA: Lago (Castro/PR) e Ponte Preta (Ponta Grossa/PR). Para tanto, no Lago foram sistematicamente alocadas e analisadas nove parcelas de 5 x 10 metros, instaladas paralelas ao leito do rio. Foram registrados, coletados e identificados todos os indivíduos com Diâmetro à Altura do Peito (DAP) ≥ 5 cm. Foram calculados os seguintes parâmetros fitossociológicos: abundância, densidade absoluta; densidade relativa; densidade total; frequência absoluta; frequência relativa; dominância absoluta; dominância relativa; índice de valor de importância; índice de valor de cobertura, índice de diversidade de Shannon (H’) e uniformidade de Pielou (J). Até o momento o levantamento no Lago apontou 139 indivíduos, 136 vivos pertencentes a 12 famílias e a 23 espécies e 3 mortos em pé. As espécies mais importantes em IVI foram Sebastiania commersoniana, Vitex montevidensise e Myrsine umbellata. O índice de diversidade de Shannon-Wiener (H') para espécies foi de apenas 2,05 nats/indivíduo e a uniformidade de Pielou foi de J=0,65.

Objetivos:  Analisar a estrutura fitossociológica do componente arbóreo-arbustivo de fragmentos de Floresta Ombrófila Mista Aluvial do Rio Pitangui, Paraná – 1º Planalto Paranaense.  Avaliar o estágio sucessional das florestas ripárias no entorno do PARNA.  Gerar subsídios para a gestão da Bacia Hidrográfica do rio Pitangui.

Métodos:  Após a restituição cartográfica, foi realizada a classificação visual (fotointerpretação) em toda a faixa de floresta aluvial, levando-se em conta o porte da vegetação (em termos de coloração e de textura da imagem), sua relação com a topografia (curvas de nível) e a geomorfologia do canal. Dessa forma foi selecionado o ponto amostral na localidade do Lago (60°79’75’’S; 72°39’27’’W) no município de Castro, na margem esquerda do rio Pitangui com altitude de 950 metros (Figura 1).  Para a análise da estrutura fitossociológica da área de estudo foi empregado o método de parcelas múltiplas (MUELLER-DOMBOIS; ELLENBERG, 1974). Parcelas de 5 x 10 metros (50 m2) foram alocadas de forma disjunta, dispostas paralelas ao curso do rio, alocadas em três linhas, totalizando nove parcelas (450 m2). Em cada parcela foram amostrados todos os

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indivíduos com diâmetro à altura do peito (DAP) ≥ 5 cm e estimadas as alturas dos indivíduos. As amostras foram herborizadas no Herbário HUPG da Universidade Estadual de Ponta Grossa, seguindo a metodologia estabelecida no Manual Técnico da Vegetação Brasileira (IBGE, 2012) e determinadas por comparação com o acervo do Herbário, com a literatura especializada e consulta a especialistas botânicos. Os nomes científicos seguiram o enquadramento APG III (2009), com revisão nomenclatural na base de dados do site .  Através do programa FITOPAC 2.1 (SHEPHERD, 1994) foram calculados os seguintes parâmetros fitossociológicos: abundância, densidade absoluta; densidade relativa; densidade total; frequência absoluta; frequência relativa; dominância absoluta; dominância relativa; índice de valor de importância; índice de valor de cobertura, índice de diversidade de Shannon (H’) e uniformidade de Pielou (J).

Resultados Preliminares: Foram amostrados 139 indivíduos pertencentes a 23 espécies e 12 famílias, mais 3 mortos em pé (Tabela 1). A altura média dos indivíduos foi de 8,0 metros e o diâmetro à altura do peito (DAP) médio foi de 11 cm. A densidade total determinada foi de 3.088 indivíduos por hectare, tendo como mais expressiva em densidade Sebastiania commersoniana (Baill.) L.B.SM. & Downs (branquinho)(Euphorbiaceae), com 51,8% (1.600 ind./ha), seguida por Myrsine umbellata Mart.(capororocão)(Primulaceae), com 9,3% (288 ind./ha). Essas contribuem com 62% do total. Oito espécies possuem densidade relativa inferior a 1%. A espécie mais frequente foi Sebastiania commersoniana, encontrada em todas as parcelas,e com 55% segue Myrsine umbellata. Em relação à dominância, Sebastiania commersoniana ocupa o primeiro lugar, com 51%, assim como para maior valor de importância (IVI) de 40%, seguida por Vitex montevidensis Cham.(tarumã) (7,7%) e Myrsine umbellata (7,2%). Portanto, constatou-se que Sebastiania commersoniana (n=72) é a espécie dominante, com grande importância na fisionomia do local estudado, sendo a espécie mais característica e adaptada. Sendo uma planta seletiva higrófila característica de planícies aluvionares, tem preferência por solos úmidos, temporariamente alagados e com lençol freático superficial (REITZ, 1988; LORENZI, 1992; CARVALHO, 2003). O índice de diversidade específica de Shannon-Wiener (H') foi de apenas 2,05 nats/indivíduo, o que corresponde a uma diversidade baixa. A uniformidade de Pieloutambém apresentou um valor baixo (J=0,65), denotando a distribuição agregada dos indivíduos de branquinho.

Figura 1 - Localização do ponto amostral no curso do rio Pitangui, localidade do Lago (Castro, PR).

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Tabela 1 – Táxons amostrados no levantamento fitossociológico na área Lago, Castro/PR

FAMÍLIA GÊNERO/ESPÉCIE Anacardiaceae Schinus terebinthifolia Raddi Euphorbiaceae Sebastiania commersoniana (Baill.) L.B.Sm. & Downs Fabaceae Inga marginata Willd. Lamiaceae Vitex montevidensisCham. Myrtaceae Campomanesia xanthocarpa (Mart.) O.Berg. Eugenia uniflora L. Eugenia sp. Eugenia sp.1 Myrcia sp. Myrciaria tenella (DC.) O.Berg Primulaceae Myrsine umbellataMart. Rubiaceae Guettarda uruguensisCham. & Schltdl. Rutaceae Zanthoxylum rhoifolium Lam. Salicaceae Xylosma ciliatifolia(Clos) Eichler

Casearia sylvestrisSw. Sapindaceae Allophylus edulis (A.St.-Hil., A.Juss. & Cambess.) Radlk

Matayba elaegnoidesRadlk. Symplocaceae Symplocos uniflora(Pohl) Benth. Symplocos uruguensis Brand. Symplocossp.

Implicações imediatas para gestão/manejo da unidade:

 A análise fitossociológica fornecerá a lista de espécies e as proporções que podem ser utilizadas em projetos de restauração florestal.  Há dados quantitativos que permitirão calcular o espaçamento entre plantas nos projetos de revitalização de capões na região com vistas a reproduzir o mais fielmente sua distribuição natural.

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PAISAGEM FLORESTAL DO PARQUE NACIONAL DOS CAMPOS GERAIS, PR

Cristina Guilherme de Almeida1, Marcelo Augusto da Silva², Karine Dalazoana3, Lia Maris Ritter Antiqueira4, Rosemeri Segecin Moro5

¹ Docente da Faculdade Integrado de Campo Mourão-PR, [email protected], 2 Consultor ambiental, [email protected], 3 CESCAGE/SEED-PR, [email protected], 4 UTPFPR, Campus de Ponta Grossa, 5 Pesquisadora Senior, PPGG em Geografia - UEPG, [email protected]

Status: concluído

Resumo

O PARNA dos Campos Gerais, com 21.289 ha, divide-se em duas porções pela PR 513: norte, com 18.103 ha e sul, com 3.138 ha. Há 601 fragmentos florestais, que compõem 46,1% da área total. Os fragmentos florestais pequenos, com menos de 5 ha, são maioria na paisagem, mas a soma de suas áreas tem baixa contribuição na classe floresta; o maior fragmento (9.320 ha), considerado uma área-fonte, situa-se no Primeiro Planalto e corresponde a quase 80% das áreas florestais somadas. Há 28% de florestas sob efeito de borda considerando um buffer de 100 m. Para os demais fragmentos, a maioria em mosaico com áreas campestres do Segundo Planalto, o grau de isolamento foi, em geral, de baixo a médio, com cerca de 200 fragmentos distantes não mais do que 100 m de seu vizinho. A análise da distribuição espacial dos fragmentos indicou que estes se originaram em algumas áreas em função da ação antrópica e, em outras, pela dinâmica de ocupação da vegetação vinculada ao solo de natureza litólica da Escarpa Devoniana.

Objetivos:  Mapear a disposição espacial dos fragmentos florestais distribuídos na área do PARNA.  Avaliar proximidade entre fragmentos.  Detectar e mensurar a existência de borda através de dados microclimáticos e florísticos.

Métodos:  Para a elaboração do mapa do uso e ocupação da terra utilizou-se imagem Cbers 2 (2007), com resolução espacial de 20m. A imagem foi processada no Programa SPRING 4.2.  Os dados para a análise da estrutura da paisagem foram gerados utilizando imagens SPOT 5 (PARANÁ, 2005) trabalhadas nos programas ArcGis 9,3, Guidos 1.3 e Fragstats 2.0.  Através de fotointerpretação foram selecionados três capões no entorno de Furnas Gêmeas (Segundo Planalto) e dois capões na Fazenda do Alegre (Primeiro Planalto), amostrados em transectos perpendiculares de até 80 m. Ao longo da linha mestra foram coletadas amostras de todos os componentes dos estratos herbáceo, arbustivo e arbóreo. Tomou-se a temperatura do ar e da serrapilheira (superficial) a cada 2m. Foram calculadas riqueza, diversidade e uniformidade através do programa DivEs 2.0.  O material botânico foi preparado e determinado no Herbário HUPG da Universidade Estadual de Ponta Grossa (FIDALGO; BONONI, 1989); as informações ecológicas sobre os táxons foram consultadas na literatura e no banco de dados do Herbário HUPG.

Resultados: O efeito de borda é causado por gradientes diferenciados de mudanças físicas e bióticas próximos às bordas florestais (MURCIA, 1995) que promovem um conjunto de mudanças no

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equilíbrio do ambiente, alterando as relações ecológicas entre populações da fauna, flora e o meio abiótico. O mapa do uso e ocupação da terra indicou que a formação florestal abrange 55,9% da área do PARNA, distribuída em 302 fragmentos, a metade inferior a 5 ha. No Primeiro Planalto, uma única área-fonte supera 9.320 ha (78,03% do total da área florestada). Sobre a profundidade de borda, acreditava-se que os efeitos ocorriam a uma distância fixa de 50 metros (MURCIA, 1995), mas neste estudo não foi verificado efeito até o limite da mensuração florística e microclimática, de 100 m. Portanto, para uma simulação de borda de 100 m, 28% da área do PARNA se encontram sob efeito de borda (Fig. 1). Considera-se que a proximidade entre os fragmentos é baixa a média, pois cerca de 200 fragmentos se encontram a distâncias não superiores a 100 m de seus vizinhos. Isto promove a conectividade da maioria das espécies envolvidas na Floresta Ombrófila Mista. Na Fazenda do Alegre os fragmentos apresentaram 72 espécies, distribuídas em 38 famílias botânicas. A diversidade H’ de Shannon foi baixa, de 1,79, para uniformidade de 0,85. Em Furnas Gêmeas foram identificadas 68 espécies em 33 famílias botânicas (Tab. 1). A diversidade também foi baixa, de 1,19 a 1,50, e uniformidade média de 0,80. As famílias com maior número de espécies foram Lauraceae, Myrtaceae, Fabaceae e Rubiaceae. A composição florística aponta para florestas secundárias em estágio médio de regeneração, sob perturbação antrópica.

Figura 1- Área ocupada pela classe Floresta Ombrófila Mista no PARNA dos Campos Gerais (em preto) sem considerar borda (esq.) e considerando 100 m de profundidade de borda (dir.).

Implicações imediatas para gestão/manejo da unidade:

 No Primeiro Planalto a preservação da área fonte de 9.000 ha é prioridade. Há expressivas áreas florestais com potencial para projetos de restauração ecológica, uma vez que existem boas possibilidades de conectividade.  As estratégias de ação a serem adotadas no Plano de Manejo dessa Unidade de Conservação devem levar em consideração as projeções de área nuclear necessária à manutenção de populações ou grupos taxonômicos de interesse.

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Tabela 1 - Lista de táxons determinados nos transectos na Fazenda do Alegre e nos capões de Furnas Gêmeas

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REMANESCENTES DE CERRADO DO PARQUE NACIONAL DOS CAMPOS GERAIS, PONTA GROSSA, PR

Lia Maris Orth Ritter Antiqueira¹, Rosemeri Segecin Moro²

¹ UTFPR, Campus Ponta Grossa, [email protected]. ² Pesquisadora Senior, PPG em Geografia, UEPG, [email protected]

Status: concluído

Resumo

O Cerrado faz parte dos hotspots mundiais de biodiversidade, definidos como áreas de elevada concentração de espécies endêmicas e que já perderam grande parte de sua vegetação original, estando sob risco de extinção. Os Campos Gerais do Paraná são o limite austral de ocorrência deste bioma no Brasil. Nestas áreas, apresentam-se sob a forma de remanescentes disjuntos de uma vegetação de épocas relativamente mais secas do Quaternário, preservada graças às características edáficas, dentre outras. Na área do Parque Nacional dos Campos Gerais, os remanescentes de cerrado se concentram na Cachoeira da Mariquinha (campo sujo ou campo com fácies de cerrado) e Buraco do Padre (cerrado rupestre). Um inventário florístico e fitofisionômico foi realizado entre os anos de 2006 e 2008 e permitiu levantar a ocorrência de 26 espécies típicas, pertencentes a 17 famílias botânicas. O cruzamento de dados de solo, geomorfologia, relevo, clima e hidrografia não permitiu identificar possíveis padrões explicativos da distribuição relicta dessas fisionomias savânicas no Parque. Porém, análises multivariadas permitiram apontar a sua grande similaridade com as demais ocorrências para o município de Ponta Grossa. Estes resultados fornecem subsídios para outros estudos botânicos, ecológicos, bem como a formulação de políticas públicas e plano de manejo.

Objetivos:  Inventariar remanescentes de cerrado do Parque Nacional dos Campos Gerais.  Caracterizar a florística e fitofisionomia dos remanescentes inventariados, identificando possíveis padrões de distribuição.  Fornecer subsídios para novos estudos botânicos, ecológicos, bem como políticas públicas.

Métodos:  A relação das espécies nas áreas foi obtida através de consulta à literatura e aos acervos dos herbários da Universidade Estadual de Ponta Grossa (HUPG), Universidade Federal do Paraná (UPCB) e Museu Botânico Municipal (MBM), de Curitiba. A ecologia das espécies segue lista proposta por Hatschbach et al. (2005).  Procedeu-se a levantamentos em campo utilizando-se Avaliação Ecológica Rápida (SOBREVILLA; BATH; 1992; SAYRE et al., 2000), um método de amostragem que visa coletar dados qualitativos de forma expedita. Apenas as espécies desconhecidas ou de identificação duvidosa foram efetivamente coletadas e herborizadas no herbário HUPG para posterior identificação.  Utilizou-se a classificação de fitotipias de cerrado conforme Ribeiro e Walter (1998).

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 Empregou-se análise estatística multivariada de agrupamento realizada através do programa Statistica for Windows, e calculou-se o índice de similaridade de Sorensen para as demais áreas de cerrado identificadas no município de Ponta Grossa.  Todos os nomes de famílias e gêneros foram sinonimizados seguindo o sistema de classificação APG III (2009). Para as correções taxonômicas e de nomenclatura foram realizadas consultas à base de dados do Jardim Botânico de Kew, disponível em www.Theplantlist.org

Resultados:

Foram amostrados fragmentos de cerrado nas localidades conhecidas como Cachoeira da Mariquinha e Buraco do Padre, locais de visitação turística dentro do Parque Nacional dos Campos Gerais. O inventário registrou 26 espécies, pertencentes a 17 famílias botânicas (Tabela 1). O clima Cfb predominante em Ponta Grossa limita o desenvolvimento do cerrado, levando a uma fisionomia campestre mais do tipo estepe do que savana graminóide. A análise fitofisionômica permitiu enquadrar a tipologia da área do Buraco do Padre como sendo cerrado rupestre (Figura 1), e a Cachoeira da Mariquinha como sendo campo sujo ou com fácies de cerrado e a análise de agrupamento (Figura 2) apontou a alta similaridade das ocorrências dentro do Parque com as demais observadas no município de Ponta Grossa (6.0). Constatou-se o predomínio de um estrato gramíneo-lenhoso. A espécie dominante foi Plenckia populnea (Celastraceae), o marmeleiro-do- cerrado, com densidade média variando de 0,04 a 0,2 ind/ m2, numa fisionomia homogênea. Outras espécies abundantes observadas foram Clethra scabra (Clethraceae), guaperê, com variação de 0,02 a 0,2 ind/ m2, Allagoptera campestris (Arecaceae), palmeira-anã, com 0,04 ind/ m2 e Aristida jubata (Poaceae), capim-barba-de-bode, com 144 ind/ m2.

Tabela 1 – Espécies amostradas nas áreas de cerrado no PARNA dos Campos Gerais AMARANTHACEAE Pfaffia jubata Mart. ARECACEAE Allagoptera campestris (Mart) Kuntze ASTERACEAE Aspilia setosa Griseb ASTERACEAE Calea hispida (DC.) Baker ASTERACEAE Vernonia discolor (Spreng.) Less. CACTACEAE Parodia ottonis (Lehm.) N.P. Taylor CELASTRACEAE Plenckia populnea (Reissek) Lundell CLETRHACEAE Cletrha scabra Pers ERYTHROXYLACEAE Erythroxylum microphyllum A. St.-Hil. FABACEAE Eriosema heterophylum Benth FABACEAE Periandra mediterranea (Vell) Taub IRIDACEAE Sisyrinchium vaginatum Spr MALPIGHIACEAE Byrsonima intermedia Juss MELASTOMATACEAE Lavoisiera phyllocalycina Cogn. MELASTOMATACEAE Miconia sellowiana Naut MELASTOMATACEAE Tibouchina grandifolia Cogn. MELASTOMATACEAE Tibouchina hatschbachii Wurdack MELASTOMATACEAE Tibouchina stenocarpa (DC.) Cogn. MIMOSACEAE Anadenanthera peregrina (L.) Speg. MYRSINACEAE Myrsine umbelata (Mart) Mez ORCHIDACEAE Epidendrum ellipticum Graham POACEAE Andropogon bicornis Forssk POACEAE Aristida jubata (Arechav.) Herter POACEAE Trachypogon canescens Nees SOLANACEAE Petunia rupestris Dusén VOCHYSIACEAE Vochysia sp

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Figura 1 - Cerrado rupestre no Buraco do Padre (esq.) e com fácies de cerrado na Cachoeira da Mariquinha (dir.)

Áreas de estudo em Ponta Grossa PR Método de Ward Distância Euclidiana

VVELHA

BURACO

CERC

USINA

SUMID

MARIQ

2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 Figura 2 - Análise de grupamento das áreas de estudo em Ponta Grossa, PR: VVELHA: Parque Estadual de Vila Velha; BURACO: Buraco do Padre; CERC: Fazenda Cercadinho; USINA: Usina Pitangui; SUMID: Sumidouro do Rio Quebra Perna; MARIQ: Cachoeira da Mariquinha

Implicações imediatas para gestão/manejo da unidade:

 Elaboração do Plano de Manejo levando em consideração que:

 é prioritário o manejo das áreas de cerrado identificadas e mapeadas, de modo a minimizar as pressões antrópicas da visitação exercidas até o momento;  o ambiente abriga espécies de um ecossistema raro para o estado do Paraná, e ameaçado a nível de Brasil, o que evidencia que as medidas devem ser urgentes;

 Para a manutenção dessas áreas, recomenda-se o controle de acesso às áreas de cerrado para mitigação de impactos.

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GRUPOS FUNCIONAIS DA VEGETAÇÃO DE CAMPO NO ENTORNO DO PARQUE NACIONAL DOS CAMPOS GERAIS, PR

Janaíne Mioduski1, Rodrigo Fernando Moro2, Rosemeri Segecin Moro3, Elisana Milan4, Melissa Koch Fernandes de Souza Nogueira5, Tiaro Katu Pereira6, Karine Dalazoana7

¹ PROEX/UEPG, [email protected]; 2 Bolsista da Fundação O Boticário de Proteção à Natureza, [email protected], 3 Pesquisadora Senior, PPG em Geografia - UEPG, [email protected]; 4 Doutoranda em Geografia – UEPG, [email protected], 5 Doutoranda em Geografia – UEPG, [email protected], 6 Doutorando em Engenharia Florestal – UFPR, [email protected], 7 CESCAGE/SEED-PR, [email protected]

Status: concluído

Resumo

Os Campos Gerais constituem uma área de grande relevância ecológica que compreendem ecossistemas campestres e florestais sob forte pressão antrópica, considerada prioritária para a conservação. Trabalhos mais recentes de restauração ambiental levam em conta grupos funcionais ao invés de espécies na elaboração de estratégias de restauração. Nesse trabalho a vegetação campestre nativa no entorno do Parque Nacional dos Campos Gerais (Alagados) foi amostrada quinzenalmente durante dois anos no período 2009/2010 e caracterizada através de grupos funcionais como subsídio a planos de recomposição da flora. Em 7,4 ha foram levantados 439 táxons pertencentes a 56 famílias botânicas, sendo as com maior riqueza: Asteraceae (123), Fabaceae (45), Poaceae (42), Cyperaceae (24), Melastomataceae (17), Myrtaceae (16), Lamiaceae (14), Verbenaceae (12), Lythraceae (11) e Eriocaulaceae (9). O grupo funcional mais representativo foi o de caméfitos (44,4%), seguido por geófitos (25,6%) e hemicriptófitos (15,6%), indicando que a estratégia utilizada por estes grupos é bastante vantajosa para plantas de campos de altitude selecionadas pelo inverno rigoroso do sul do Brasil. Os grupos funcionais baseados nas formas de vida de Raunkiaer caracterizam melhor os microambientes dos campos de altitude do que a distribuição de espécies. Os resultados de redundância funcional apontam que as ações de restauração ambiental nos campos devem envolver também a transposição de solo, para que todos os tipos funcionais sejam bem representados na nova paisagem.

Objetivos:  Caracterizar a vegetação campestre com base em grupos funcionais de Raunkiaer.  Subsidiar processos de restauração ambiental através de estratégias de repovoamento de campos nativos a partir da análise de áreas pouco impactadas relativamente preservadas nos Campos Gerais do Paraná.

Métodos:  Coletou-se material em fase reprodutiva quinzenalmente durante 2009/2010 em quatro áreas de estepe gramíneo-lenhosa stricto sensu (campo seco) no entorno do PARNA dos Campos Gerais, num total de 7,4 ha. (Fig. 1).  Adicionalmente aos procedimentos padrões de coleta e herborização (FIDALGO; BONONI, 1989), verificava-se em campo o tipo de sistema subterrâneo e a posição das gemas. As espécies foram classificadas de acordo com a sua forma de vida em sete grupos funcionais: terófitos, geófitos, hemicriptófitos, caméfitos, fanerófitos, liana e parasita vascular. Estes dois

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últimos grupos não foram levados em consideração nas análises posteriores devido a sua pouca representatividade.  a identificação taxonômica ocorreu no herbário da Universidade Estadual de Ponta Grossa (HUPG), onde as exsicatas estão acervadas. A grafia das espécies e seus autores estão atualizados pelo banco de dados do site .  Por meio do software Past v.2.0 (HAMMER et al., 2001) as distribuições das espécies de cada grupo funcional por área foram testadas não parametricamente (qui-quadrado) e foi aplicada uma Análise de Componentes Principais para se avaliar a similaridade entre as áreas e as possíveis relações entre as proporções de cada um dos tipos funcionais.

Resultados: Foram levantados 439 táxons pertencentes a 56 famílias, sendo as com maior riqueza: Asteraceae (123), Fabaceae (45), Poaceae (42), Cyperaceae (24), Melastomataceae (17), Myrtaceae (16), Lamiaceae (14), Verbenaceae (12), Lythraceae (11) e Eriocaulaceae (9). Destes, 397 táxons puderam ter suas formas de vida verificadas (Figura 2). Metade dos táxons é representada por caméfitos (44,4%), seguidos por geófitos (25,6%), hemicriptófitos (15,6%), terófitos (9,8%) e fanerófitos (4,6%). Portanto 51% dos táxons estão adaptados a sobreviver à estação climática desfavorável no subsolo, na serrapilheira ou no banco de sementes. Todos os tipos funcionais são proporcionalmente mais abundantes no Abrigo Pitangui (A), área de maior riqueza de espécies, no entanto não houve diferenças significativas entre as distribuições do número de espécies por grupos funcionais nas quatro áreas (p = 0,20), ainda que ocorra a substituição de representatividade de grupos funcionais entre elas.

Figura 1 - Localização das áreas amostradas em Alagados, Ponta Grossa, PR: A- Abrigo Pitangui; B – Usina São Jorge; C – Fazenda Panorama; D – Mirante Pitangui.

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Figura 2 - Número de espécies e respectivas formas de vida (grupos funcionais) da vegetação campestre das áreas A, B, C e D no entorno do PARNA dos Campos Gerais, Ponta Grossa, PR

Apenas um componente (Fig. 3) foi responsável por 97,8% da distribuição dos cinco distintos grupos funcionais nas áreas amostradas (α=0,05). É provável que o stress hídrico resultante dos solos rasos e da seca fisiológica devido a baixas temperaturas seja o responsável pela predominância de caméfitos como o grupo mais representativo, amplamente distribuído entre diversas famílias, seguida por geófitos e hemicriptófitos. O grupo dos terófitos, apesar de ser considerado o que apresenta o máximo grau de proteção à gema vegetativa, não se apresentou como uma estratégia muito adotada pelas espécies campestres na região e o grupo dos fanerófitos foi pouco frequente devido à própria fisionomia da vegetação, caracterizada principalmente por ervas e arbustos.

Figura 3 - Diagrama PCA do número de espécies e respectivos grupos funcionais das áreas campestres em Alagados, Ponta Grossa, PR

Com base nos resultados de redundância funcional sugere-se que as ações de restauração ambiental de campos que venham a ser desenvolvidas na região levem em conta, portanto, não apenas a coleta de sementes, mas também a transposição de solo. Para que todos os tipos funcionais sejam bem representados na nova paisagem é necessário garantir a presença de espécies com órgãos subterrâneos cuja forma de propagação principal seja a vegetativa.

Implicações imediatas para gestão/manejo da unidade:

 Existem dados suficientes para subsidiar projetos de restauração de campos nativos – listas de espécies locais e suas abundâncias relativas, formas de vida predominantes e a metodologia mais indicada de obtenção de propágulos.

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I Seminário de Pesquisas do Parque Nacional dos Campos Gerais e da Reserva Biológica das Araucárias, PR. TEMA: INTEIRAR PARA INTEGRAR 19 de novembro de 2015

ECÓTONOS E CONECTIVIDADE DA PAISAGEM FLORESTAL DO PARQUE NACIONAL DOS CAMPOS GERAIS NO CONTEXTO DA APA DA ESCARPA DEVONIANA, PARANÁ

Elisana Milan¹, Marcelo Augusto da Silva2, Rosemeri Segecin Moro3

¹Doutoranda em Geografia – UEPG, [email protected], 2 Consultor ambiental, [email protected], 3 Pesquisadora Senior do PPGG em Geografia - UEPG, [email protected]

Status: concluído

Resumo

A Floresta com Araucária constitui um ecossistema bem conhecido quanto à sua diversidade e estrutura, porém ainda sabe-se pouco sobre suas relações espaciais e características da vegetação. Avaliou-se elementos de paisagem e a conectividade funcional e estrutural da floresta em mosaico do PARNA dos Campos Gerais no segundo Planalto Paranaense. A paisagem florestal se apresenta bastante conectada, com a maioria dos fragmentos distantes apenas cerca de 30 metros de seu vizinho mais próximo. Há uma relativamente pequena área ecotonal (5%) em função de dois grandes fragmentos fonte, que se traduz na proporção de área núcleo maior do que a de bordas. A diversidade de Shannon foi de 3,60, com uniformidade de 0,89. As famílias mais importantes são Lauraceae, Myrtaceae e Euphorbiaceae, cujo VI acumulado expressa 46,4% da floresta. Canela- sassafrás (Ocotea odorifera), imbuia (Ocotea porosa) e Canela-fogo (Cryptocaria aschersoniana) alcançaram os maiores valores de densidade dominância e freqüência relativa. Foram reconhecidos três grupos distintos de espécies associadas: Associação Canela-sassafrás; Associação Canela- sassafrás/Xaxim-bugio e Associação Guamirim-de-facho. Apesar da interferência negativa representada pela ação antrópica no local, a qualidade da paisagem foi considerada boa, similar à encontrada em UCs mais antigas.

Objetivos:  Quantificar e espacializar a vegetação florestal no PARNA dos Campos Gerais em sua porção sul, dentro da APA da Escarpa Devoniana.  Analisar a estrutura espacial dos fragmentos florestais e sua conectividade.  Classificar os elementos funcionais da paisagem (bordas, considerando um buffer de 50m, áreas centrais, corredores, ilhotas, matriz, etc).

Métodos:  Num fragmento fonte de 170 ha foram alocadas nove parcelas de 100 m² cada e amostrados todos os indivíduos Perímetro à Altura do Peito (PAP) igual ou superior à 15 cm, procedendo- se à identificação de cada um com plaquetas plásticas numeradas. Para cada indivíduo determinou-se a posição horizontal na parcela e os valores estimados de altura total e posição sociológica.  O material botânico foi herborizado seguindo a metodologia de Fidalgo e Bononi (1989) e a determinação do material foi realizada nos herbários HUPG (Universidade Estadual de Ponta Grossa) e MBM (Museu Botânico de Curitiba). Utilizou-se o programa FITOPAC II

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(SHEPHERD, 1994) para cálculo dos parâmetros de frequência, dominância e densidade, diversidade e uniformidade.  A análise de paisagem seguiu o fluxograma abaixo:

Resultados:

Na porção sul do PARNA, a classe floresta ocupa 30%, sendo 5% estimado como área ecotonal, ou seja, quanto configura-se como uma transição entre floresta e matriz (campestre/ lavouras). Cerca de 97% dos fragmentos possuem tamanho de até 10 ha (=3,6718,3), ocupando menos de 10% da área total da paisagem. A paisagem florestal é bastante fragmentada e oportuniza uma multiplicidade de ecótonos com a matriz campestre. As áreas fontes, ou seja, aquelas maiores do que 100 ha, ocupam cerca de 12% da área da paisagem e são representadas por apenas dois fragmentos de um total de 204 (Fig. 1).

Figura 1 - Elementos de paisagem florestal do PARNA dos Campos Gerais na APA da Escarpa Devoniana, Ponta Grossa (PR)

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Com relação a forma, predominam fragmentos com SHAPE entre 1 e 4, onde a maioria é arredondado e pequeno e poucos (geralmente os maiores fragmentos) possuem maior complexidade na forma. O padrão de forma nas florestas é: a) linear, resultante de controle estrutural geomorfológico, acompanhando áreas ripárias e lineamentos estruturais; b) capões arredondados sobre pequenas porções de solos mais férteis e profundos, de maior potencial hídrico. A análise da dimensão fractal corrobora os valores SHAPE pois os fragmentos possuem formatos que se repetem com regularidade no espaço, com valores de FRACT entre 1 e 1,3. Os valores encontrados para a área nuclear, se analisados conjuntamente aos resultados para as bordas, conseguem explicitar a configuração espacial dos fragmentos na paisagem. No PNCG a área nuclear dos fragmentos é maior do que a soma de suas bordas, ocupando cerca de 12% da paisagem em comparação à 9% de borda. Isso pode ser verificado pelo formato e posição destes fragmentos na paisagem. As ilhotas merecem destaque, pois possivelmente cumprem a função de trampolins ecológicos, facilitando o fluxo biológico na paisagem para espécies vágeis ou ainda podem estar iniciando o processo de nucleação sobre o campo. Embora a porcentagem de ilhotas na paisagem não alcance nem 3%, são numerosas (188) e, na maioria das vezes, próximas a fragmentos maiores. Com relação à proximidade, há prevalência de pequenas distâncias, sendo que mais de 70% dos fragmentos situam-se entre 10 e 100 metros do fragmento mais próximo de mesma classe (=3936). Analisando a mediana, esta aponta que metade dos fragmentos distam em torno de 30 m apenas. Esta proximidade favorece a conectividade estrutural e funcional, embora dependa de outros fatores como a permeabilidade da matriz, a capacidade de percolação, o relevo do terreno, a capacidade das espécies em responder a estas características estruturais, entre outros aspectos (METZGER, 1999). No estudo fitossociológico do fragmento fonte maior, de 170 ha, foram registradas 45 espécies pertencentes a 31 gêneros e 19 famílias botânicas. Myrtaceae apresentou a maior riqueza de espécies (12), seguida por Lauraceae (7), Salicaceae (3) e Primulaceae (3). A diversidade de Shannon (H’) foi de 3,60 com uniformidade de Pielou (J´) de 0,89. Lauraceae foi a família com maior valor de importância (VI= 73,1), seguida por Myrtaceae (VI=45,8) e Euphorbiaceae (VI=20,4), cujo VI acumulado expressa 46,4% da floresta. Canela-sassafrás (Ocotea odorifera), Imbuia (Ocotea porosa) e Canela-fogo (Cryptocaria aschersoniana) alcançaram os maiores valores de densidade dominância e freqüência relativa. O Pinheiro-do-Paraná (Araucaria angustifolia) apresentou baixa freqüência e distribuição irregular, talvez indício da adiantada fase de substituição deste elemento por outras espécies arbóreas. Foram reconhecidos três grupos distintos: Associação Canela-sassafrás; Associação Canela-sassafrás/Xaxim-bugio e Associação Guamirim-de-facho.

Implicações imediatas para gestão/manejo da unidade

 A paisagem florestal se apresenta bastante conectada, o que aponta não ser necessário nenhuma ação de restauração local, além da possibilidade de se eleger a área como padrão para comparação com outras áreas no Segundo Planalto.  Apesar da interferência negativa representada pela ação antrópica no local, o fragmento em estudo apresentou elevada diversidade biológica, similar à encontrada em UCs mais antigas.

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I Seminário de Pesquisas do Parque Nacional dos Campos Gerais e da Reserva Biológica das Araucárias, PR. TEMA: INTEIRAR PARA INTEGRAR 19 de novembro de 2015

COMPOSIÇÃO FLORÍSTICA DE FURNAS GÊMEAS, PARQUE NACIONAL DOS CAMPOS GERAIS, PONTA GROSSA, PR

Anna Luiza Pereira Andrade1, Rosemeri Segecin Moro2, Marta Regina Barrotto do Carmo3

¹ Doutoranda em Engenharia Florestal - UFPR, [email protected]; ² Pesquisadora Senior, PPG em Geografia, UEPG, [email protected]; ³ Docente DEBIO/UEPG, [email protected]

Status: concluído

Resumo

O trabalho teve como objetivo levantar as espécies vasculares ocorrentes na região das Furnas Gêmeas, no Parque Nacional dos Campos Gerais, com intuito de incrementar o conhecimento da flora regional, especialmente aquelas resistentes à fragmentação pela ocupação de culturas anuais e intensa exposição ao fogo e pisoteio de visitantes. Para o levantamento florístico foram realizadas visitas mensais de outubro de 2002 a maio de 2004, acrescidas a coletas esporádicas de 2005 a 2013. Foram catalogadas 318 espécies, pertencentes a 70 famílias de angiospermas, além de duas gimnospermas e uma pteridófita. Asteraceae foi a família com a maior riqueza florística com 58 espécies, seguida de Poaceae, Myrtaceae, Fabaceae, Rubiaceae, Melastomataceae e Cyperaceae. Os gêneros com mais espécies foram Baccharis, com 12 espécies, seguidas por Myrcia, Solanum, Tibouchina e Mimosa. Predominaram ervas (157), seguidas de arbustos (49), árvores (47), subarbustos (42), lianas (12), epífitas (11) e um táxon parasita. As espécies anemocóricas perfizeram 136 (42,8%), zoocóricas 108 (34%) e autocóricas 65 (20,4%). Foi observado 16,7% de invasoras, sendo seis exóticas. Cinco espécies foram consideradas ameaçadas de extinção e uma é endêmica para os Campos Gerais. Apesar da área apresentar alterações antrópicas bem evidentes, ainda preserva parte da riqueza florística original, inclusive com espécies que constam da lista de plantas ameaçadas de extinção. Ficou evidenciada a resiliência da vegetação campestre local e a necessidade de tomada de medidas urgentes para a preservação da vegetação em um dos sítios mais singulares do Parque.

Objetivos:  Inventariar as espécies ocorrentes na região das Furnas Gêmeas, uma área com muitas alterações e exposições antrópicas, principalmente pela conversão de área para cultivo anual de grãos, além de queimadas e pisoteio frequentes de visitantes.  Avaliar a similaridade da flora da área estudada em relação a ambientes potencialmente mais preservados desta zona fitogeográfica.  Propor e subsidiar medidas de conservação e manejo.

Métodos  Para o levantamento florístico foram realizadas visitas mensais na área de estudo para coleta de espécimes em estado reprodutivo de outubro de 2002 a maio de 2004, totalizando vinte meses. Após este período foram realizadas coletas esporádicas de 2005 a 2010. Com a finalidade de elaborar uma listagem completa, também foram incluídas espécimes de exsicatas anteriores ao ano de 2002 através de consultas ao acervo do herbário da Universidade Estadual de Ponta Grossa (HUPG);  O material botânico coletado foi tratado de acordo com procedimentos de Fidalgo e Bononi (1989) e depositado no Herbário HUPG. Para a identificação deste material, além do uso de bibliografia adequada, foram realizadas comparações com exsicatas dos herbários HUPG, UPCB e MBM;

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 Todos os nomes de famílias e gêneros foram sinonimizados seguindo o sistema de classificação APG III (2009). Para as correções taxonômicas e nomenclaturais foram realizadas consultas à base de dados da Lista de Espécies da Flora do Brasil 2013, disponível em http://floradobrasil.jbrj.gov.br.  A presença de espécies ameaçadas foi verificada de acordo com a lista oficial de Espécies Ameaçadas da Flora Brasileira (BRASIL, 2008) e Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas do Paraná (PARANÁ, 1995), enquanto que para a identificação de espécies consideradas invasoras, foram realizadas consultas ao banco de dados do website http://www.institutohorus.org.br/inf_fichas.htm.  Para avaliar a similaridade florística de Furnas Gêmeas relacionada com os dados existentes de outros estudos de locais potencialmente preservados no entorno, foi realizada uma análise aglomerativa de Agrupamento, usando o método de ligação de Ward, e uma Análise de Componentes Principais (PCA), através do software Past 2.0 (HAMMER et al., 2001). Foi organizada uma matriz de presença/ausência com 1.786 espécies sinonimizadas dos seguintes locais: Parque Estadual do Guartelá - PEG (CARMO, 2006), Parque Estadual de Vila Velha - PEVV (CERVI et al., 2007), Piraí da Serra - PS (NANUNCIO; MORO, 2008) e Vale do Pitangui - PIT (MORO et al., 2012).

Resultados Foram catalogadas 314 espécies e 193 gêneros, distribuídos em 70 famílias de Angiospermas, duas de Gimnosperma e uma de Pteridófita, sendo que quatro táxons encontram-se indeterminados a qualquer nível. Asteraceae foi a família com a maior riqueza florística com 58 espécies, seguida de Poaceae (26 spp), Myrtaceae (22), Fabaceae (19), Rubiaceae (16) e Melastomataceae (14) e Cyperaceae (10). Estas sete famílias totalizaram 52,6% das espécies amostradas. Entre os gêneros destacaram-se Baccharis, representado por 12 espécies, Myrcia e Solanum com sete cada, Tibouchina com seis e Mimosa com cinco, contribuindo com 11,6% do total de espécies. Os gêneros com ocorrência de uma única espécie representaram 42,4%, seguidos de 10,8% com duas espécies e 6,7% com três ou quatro espécies. Em relação às formas de vida, as ervas predominaram (157), seguidas de arbustos (49), árvores (47), subarbustos (42), lianas (12), epífitas (11) e parasita, representada por apenas uma espécie. As espécies anemocóricas perfizeram 136 (42,8%), as zoocóricas 108 (34%), as autocóricas 65 (20,4%) e para as demais nove espécies não foi possível identificar a síndrome de dispersão. Dentre as espécies levantadas neste estudo florístico, 16,7% são invasoras, sendo que destas, seis são exóticas: uma herbácea Cirsium vulgare, cinco gramíneas Cyperus esculentus, Chloris gayana, Megathyrsus maximus, Melinis repens e Urochloa decumbens, e duas espécies de plantios comerciais do entorno, Eucalyptus sp. e Pinus sp. Cinco espécies foram consideradas ameaçadas de extinção (BRASIL, 2008; PARANÁ 1995): uma espécie na categoria vulnerável - Araucaria angustifolia (Bertol.) Kuntze (Araucariaceae); e quatro como raras - Campomanesia pubescens (DC) O. Berg (Myrtaceae), Halimium brasiliense (Lam.) Grosser (Cistaceae), Mandevilla coccinea (Hook & Arn) Woodson (Apocynaceae), e Ruellia multifolia (Nees) Lindau (Amaranthaceae). Verificou-se também uma espécie endêmica na região de Campos Gerais, o cacto Parodia carambeiensis Buining & Brederoo (Cactaceae). A análise comparativa das demais áreas com estudos florísticos na região de Campos Gerais mostrou que existe uma semelhança considerável entre elas (r=0.93), com exceção de PEVV (Figura 2), sendo Furnas Gêmeas e Piraí do Sul as mais similares entre si (Figura 1A). Observa-se que 75% da composição da área de Furnas Gêmeas e dos outros remanescentes da região (PEVV, PIT, PEG, e PS) pode ser explicado por pelo menos dois componentes (Figura 1B): filtros edáficos (Latossolos X Cambissolos / Neossolos litólicos) e elementos climáticos latitudinais nos Campos Gerais (Cfa X Cfb). Nas análises, PEVV difere das demais áreas pela prevalência de Latossolos oriundos da desagregação da Formação Itararé, enquanto nos outros locais predominam Cambissolos e

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Neossolos litólicos da exposição da Formação Furnas. O clima Cfa separou o PEG dos demais locais sob clima Cfb de Koeppen.

PIT FG PS PEG PEVV

4 16 8 PEG12 8

12

2

t 4

16 n

e

n

o

e c p PEVV

n PS a m -8 -4 4 8 12 16 20 24 t 20

s FG

o

i D

C -4

24 -8

28 PIT-12

-16 32 A B -20 36 Component 1 40

Figura 1- Análise de Agrupamento (A) e Análise de Componentes Principais (B) de uma matriz de presença/ ausência contendo 1.782 táxons de Furnas Gêmeas e outras comunidades do entorno. Componente 1 – filtros edáficos. Componente 2 – Clima

Implicações imediatas para gestão/manejo da unidade:

 Elaboração do Plano de Manejo levando em consideração que:

 a região das Furnas Gêmeas, apesar das alterações antrópicas bem evidentes, ainda preserva uma alta riqueza florística da vegetação original;  é prioritário o manejo dessas áreas de campo nativo com o intuito de promover a sua regeneração natural, assegurando a preservação das espécies vegetais e, consequentemente das animais, de modo a minimizar as pressões antrópicas exercidas até o momento;  o ambiente abriga espécies raras, inclusive ameaçadas de extinção, o que evidencia que as medidas devem ser urgentes para a preservação da vegetação em um dos sítios singulares da região;  a continuação dos impactos pode levar a um aumento da contaminação biológica, eliminando as espécies nativas e convertendo as características dos campos da região em áreas degradadas.

 Para a manutenção dessas áreas, recomenda-se o controle do avanço de espécies invasoras e a delimitação de acessos às Furnas Gêmeas (o atrativo principal para os visitantes) para mitigar o impacto sobre a vegetação original.

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A FAMÍLIA XYRIDACEAE NO PARQUE NACIONAL DOS CAMPOS GERAIS

Eduardo Damasceno Lozano1

¹ Museu Botânico Municipal de Curitiba, Mestre em Botânica, Universidade Federal do Paraná (UFPR), [email protected]

Status: concluído

Resumo

A família Xyridaceae apresenta distribuição em regiões tropicais a temperadas. Possui aproximadamente 420 espécies que são distribuídas em cinco gêneros, dos quais é mais diverso, com mais de 90% das espécies da família. No Brasil o gênero está representado por aproximadamente 186 espécies. Xyris é típica de campos úmidos e locais com saturação de água no solo. Suas características mais marcantes são a inflorescência em espiga no ápice de um longo pedúnculo e flores amarelas guarnecidas por brácteas rígidas. O Paraná é o estado mais diverso em Xyridaceae da Região sul do Brasil, com 22 espécies, todas pertencentes ao gênero Xyris. A região dos Campos Gerais, onde está inserido Parque Nacional (PARNA) dos Campos Gerais possui a maior concentração de campos naturais no Paraná. Um exemplo disso é o fato de dentro dos limites do parque serem encontradas metade das espécies de Xyris que ocorrem no Estado. Durante os estudos no PARNA dos Campos Gerais, foram encontradas onze espécies de Xyris. Destas, três estão presentes no recente Livro Vermelho da Flora do Brasil (MARTINELLI; MORAES, 2013): Xyris hatschbachii L.B.Sm. & Downs (CR), X. neglecta L.A.Nilsson (EN) e X. stenophylla L.A.Nilsson (VU). Merecem destaque também as espécies, Xyris cervii E.D.Lozano & Wand. e X. glandacea L.A. Nilsson. A primeira é uma espécie nova para ciência em que foram encontradas populações na Cachoeira São Jorge e no Capão da Onça. Já a segunda é um novo registro para o Paraná, em que até o inicio dos estudos com a flora de Xyridaceae do Paraná só eram conhecidas populações nos Campos Rupestres de . Isto demonstra a importância desta Unidade de Conservação para a manutenção da diversidade da família no Paraná e consequentemente no Brasil.

Objetivos/Métodos:

 Inventariar as espécies de Xyridaceae ocorrentes no PARNA dos Campos Gerais.  O levantamento dos dados se deu através de coletas e análise de exsicatas dos herbários: HUPG e MBM. As coletas foram realizadas entre os anos de 2013 e 2014 nos seguintes locais: Cachoeira São Jorge, Cachoeira da Mariquinha e Capão da Onça.

Resultados (preliminares / consolidados):

Ao todo foram registradas 11 das 22 espécies que ocorrem no Paraná (Tabela1).

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Tabela 1 - Lista de espécies de Xyridaceae do PARNA dos Campos Gerais

Xyridaceae Xyris asperula Mart. Xyris cervii E.D.Lozano & Wand. Xyris glandacea L.A. Nilsson Xyris hatschbachii L.B.Sm. & Downs Xyris hymenachne Mart. Xyris jupicai Rich. Xyris neglecta L.A.Nilsson Xyris savanensis Miq. Xyris schizachne Mart. Xyris stenophylla L.A.Nilsson Xyris tortula Mart.

Prioridades para gestão/manejo do PARNA dos Campos Gerais:

 Urgência na regularização fundiária do parque. Grandes áreas dentro dos limites do PARNA ainda apresentam produção agropecuária, impactando diretamente na diversidade da vegetação. Nos principais pontos turísticos do parque é cobrada a entrada por particulares.

 Controle de espécies exóticas. A invasão biológica por Pinus spp. ocorre em vários locais.

 Fiscalização. Durante as coletas na região da Cachoeira da Mariquinha no final de 2013 foi observado que o campo havia sofrido uma queimada recente.

 Elaboração do Plano de Manejo da unidade.

Implicações imediatas para gestão/manejo do PARNA dos Campos Gerais

 Indicação de espécies que possam exemplificar a importância ecológica e biológica da criação e manutenção desta Unidade de Conservação para a população.

Xyris neglecta L.A.Nilsson Xyris stenophylla L.A.Nilsson

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A FIXAÇÃO BIOLÓGICA DE NITROGÊNIO NOS CAMPOS GERAIS: LEVANTAMENTO DE ESPÉCIES NODULÍFERAS DE FABACEAE DE ÁREAS DE CONSERVAÇÃO DOS CAMPOS GERAIS E DIVERSIDADE DE MICROSSIMBIONTES

Fabiane Paulitsch1, Milena Serenato Klepa2, Leandro Datola Tullio3, Marta Regina Barrotto do Carmo4, Jesiane Stefania da Silva Batista5

¹Mestranda em Biologia Evolutiva, UEPG, [email protected]; 2Acadêmica de Licenciatura em Ciências Biológicas, UEPG, [email protected]; 3Mestrando em Biologia Evolutiva, UEPG, [email protected]; 4Doutora em Ciências Biológicas (Biologia Vegetal) pela Unesp, professora adjunta da UEPG, [email protected]; 5 Doutora em Microbiologia pela UEL, professora adjunta da UEPG, [email protected].

Status: Em andamento Resumo O nitrogênio (N) é um fator limitante para qualquer ecossistema e é um dos elementos mais requisitados pelas plantas, fazendo com que o desenvolvimento das mesmas seja produtivo ou limitado, de acordo com sua disponibilidade no solo. A fixação biológica de nitrogênio (FBN) constitui a principal via de incorporação do N à biosfera e consiste na redução enzimática do N2 a amônia, posteriormente incorporada em compostos nitrogenados, processo realizado exclusivamente por bactérias e arqueobactérias. Dentre tais microrganismos encontram-se os rizóbios, capazes de estabelecer associação simbiótica com determinadas espécies da família Fabaceae. O sucesso de tal associação deve-se à organogênese de estruturas radiculares especializadas da planta hospedeira, denominadas nódulos, no interior dos quais é mantido um constante suprimento de carbono e regulação da pressão de oxigênio, permitindo que os rizóbios realizem a FBN e disponibilizem a amônia produzida diretamente aos tecidos vegetais. Essa interação simbiótica requer um alto grau de compatibilidade entre o rizóbio e a planta hospedeira sendo altamente específica e coordenada. De acordo com um levantamento Florístico realizado por CARMO (2006) no Parque Estadual do Guartelá, encontrou-se que Fabaceae é a terceira maior família em relação à diversidade florística apresentando 42 espécies. Conforme levantamento florístico realizado por SILVA (2014), no Parque Estadual de Vila Velha encontrou-se que Fabaceae é a quarta maior família em relação à diversidade florística apresentando 20 espécies. Neste sentido, este projeto propõe a primeira identificação de plantas nodulíferas da família Fabaceae dos Campos Gerais, bem como o isolamento e caracterização da diversidade genética e morfofisiológica de estirpes de rizóbios simbiontes de tais leguminosas nativas. Foram coletadas até o momento 17 plantas nodulíferas da família Fabaceae na região dos Campos Gerais, mais precisamente no Parque Estadual de Vila Velha, Parque Estadual do Guartelá e Parque Nacional dos Campos Gerais (Furnas Gêmeas), nas quais as espécies identificadas foram: Mimosa gymnas, Mimosa lanata, Chamaecrista ramosa e Mimosa micropteris; algumas plantas ainda estão em processo de identificação taxonômica. Destes 17 indivíduos coletados, foram isolados 46 nódulos com bactérias diazotróficas, as quais são caracterizadas morfologicamente e geneticamente. O conhecimento da diversidade genética de rizóbios associados a espécies de plantas leguminosas nativas pode contribuir como um importante recurso no estudo e recuperação da flora nativa em ambientes onde o solo não se encontra em condições favoráveis e, portanto, auxiliar na manutenção biológica destas regiões. Além disso, permite-nos inferir as complexas interações ecológicas e evolutivas envolvendo macro e microssimbiontes.

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Objetivos/Métodos:

 Coletar e caracterizar exemplares de plantas nodulíferas da família Fabaceae no Parque Estadual de Vila Velha, Parque Estadual do Guartelá e no Parque Nacional dos Campos Gerais.  Isolar rizóbios do interior dos nódulos das leguminosas nativas coletadas.  Implementar coleção de culturas de bactérias dos Campos Gerais.  Realizar a caracterização fisiológica e fenotípicas das culturas de rizóbios.  Avaliar a diversidade genética dos rizóbios obtidos.  Analisar a relação entre os genótipos dos macrossimbiontes e localização geográfica com os rizóbios isolados.

Resultados:

Os rizóbios isolados dos nódulos das plantas coletadas foram inoculados em meio de cultivo YMA. Após o crescimento, em uma primeira etapa, foi realizada uma caracterização fenotípica das colônias formadas quanto à: tempo de crescimento, diâmetro das colônias, forma da colônia, elevação da colônia, borda da colônia, superfície da colônia, produção de muco, consistência da massa de crescimento, detalhes ópticos, cromogênese da colônia em meio YMA com vermelho congo. Nesta primeira caracterização, foi possível identificar uma grande diferença entre as características apresentadas pelas bactérias isoladas, refletindo em uma diversidade de rizóbios. Inclusive, isolados de uma mesma espécie de planta hospedeira apresentaram distintos caracteres morfofisiológicos; tal diversidade pode estar relacionada com características específicas (componentes bióticos e abióticos) das áreas de coleta das plantas. Foi realizada a primeira identificação de nódulos radiculares nas espécies Mimosa gymnas, M. lanatae M. micropteris. Inicialmente, um foco especial vem sendo dado à espécie nativa M. gymnas, um subarbusto endêmico do Brasil, distribuída em regiões do Paraná e São Paulo e associado ao Bioma Mata Atlântica. O tipo de solo das regiões de coleta das amostras era neossolo litólico. Cerca de 10 plantas de M. gymnas com nódulos já foram caracterizadas quanto aos microssimbiontes (Fig. 1).

A B C

Figura 1 - Nódulos radiculares em raízes de M. gymnas (A); Após desinfestação dos nódulos, os rizóbios foram isolados em meio de cultivo YMA, e todos apresentaram reação ácida (B); bacterioscopia dos isolados, demonstrando que todos foram classificados como bacilos Gram negativos, característica morfológica característica de rizóbios (C)

Constatou-se por meio de inoculações em de cultura YMA, com adição do indicador de pH azul de bromotimol, que todas as bactérias isoladas produziam reação ácida no meio (Fig. 1C), identificada pela mudança na coloração do meio (originalmente neutro e verde) para amarelo (condição ácido), com exceção de G10.01 onde a condição neutra se manteve. Pode-se inferir que

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tal condição seja decorrente da habilidade adaptativa de tais microrganismos às condições predominantemente ácidas dos solos dos Campos Gerais (CARMO, 2006). Para a realização da identificação molecular, foi realizada a extração de DNA total (Fig 2 A e B) e o PCR do gene ribossomal 16S rRNA, uma porção conservada do genoma e universal a todas as bactérias, que possibilita a identificação de espécies bacterianas (Fig 2). O sequenciamento desse gene será realizado, permitindo a comparação com sequencias de DNA depositadas em bancos de dados e avaliação da diversidade genética dos microssimbiontes.

A B

Figura 2 - Géis de agarose para visualização de DNA total de bacterias diazotróficas de Mimosa Gymnas

Figura 3 - Gel de agarose para visualização da amplificação da região 16S rDNA dos simbiontes de Mimosa gymnas

A habilidade de rizóbios de estabelecer simbiose com plantas da família Fabaceae permite o desenvolvimento das mesmas em condições de restrição nutricional, comparativamente com plantas que não são capazes de estabelecer tal relação. Além disso, tais bactérias conferem outros importantes efeitos benéficos ao desenvolvimento vegetal, como produção de hormônios, proteção contra fitopatógenos, incorporação de fósforo, entre outros. Será realizada uma série de testes bioquímicos que poderão apontar outros benefícios que esses rizóbios conferem às respectivas plantas hospedeiras, como síntese de hormônios, etc. Os testes realizados serão: AIA, celulose, cianeto, siderofóros, ACC desaminase, solubilização de fosfatos, minerais e protease. A comunidade microbiana associada a espécies vegetais atua de forma direta com a capacidade adaptativa dos macrossimbiontes, visto que complementa várias funções metabólicas e ecológicas essenciais ao desenvolvimento vegetal. Plantas são colonizadas por um número incrivelmente elevado de microrganismos, cujas densidades celulares são superiores ao número de células do próprio vegetal. Além disso, o potencial metabólico de tal comunidade associada é essencial para a manutenção de diversas funções, como germinação e vigor das sementes, desenvolvimento e crescimento vegetal, nutrição, proteção contra doenças e estresse abióticos, dentre outros. O conhecimento da diversidade de microrganismos associados permite-nos compreender os mecanismos envolvidos com capacidades adaptativas específicas de espécies vegetais, compreender dados de diversidade florística por um novo ponto de vista, bem como fundamentar estratégias de recuperação em áreas degradadas. Além disso, como se tratam de espécies vegetais endêmicas, existe um grande potencial de identificação de novas espécies de rizóbios, bem como de outros grupos microbianos de importância ecológica.

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I Seminário de Pesquisas do Parque Nacional dos Campos Gerais e da Reserva Biológica das Araucárias, PR. TEMA: INTEIRAR PARA INTEGRAR 19 de novembro de 2015

EVOLUÇÃO DO USO DAS TERRAS NO PARQUE NACIONAL DOS CAMPOS GERAIS ENTRE 1962 E 2005

Carlos Hugo Rocha1, Átila Cristian Santana2

1 Docente DESOLO/UEPG, [email protected]; 2 Bolsita do Laboratório de Mecanização Agrícola (LAMA) da UEPG, [email protected]

Status: concluído

Resumo

O Parque Nacional dos Campos Gerais (PNCG) abriga importantes fragmentos remanescentes do ambiente ecotonal formado por ecossistemas de campos nativos e florestas com Araucárias, recortados pela Escarpa Devoniana. Criado em março de 2006, o Parque está situado em paisagem exuberante, parte no primeiro planalto paranaense, onde abriga os maciços de floresta ombrófila mista montana e aluvial, e parte no segundo planalto, onde estão concentrados os campos nativos associados a estepe gramíneo-lenhosa. Com o intuito de avaliar o estado de conservação da vegetação do PNCG foi mapeado o uso das terras de três momentos: 1962, 1980 e 2005, escolhidos em função da disponibilidade de material cartográfico (fotografias aéreas e imagens de satélite) e da representatividade dos diferentes ciclos de exploração das terras até a data mais próxima da criação desta unidade de conservação. A escala dessas imagens serviu de base para os mapeamentos e determinou a escolha das classes de uso das terras a serem mapeadas em cada intervalo de tempo, levando também em consideração o ciclo econômico predominante em cada época. O uso das terras sobre a área de campos nativos foi sendo intensificado a partir dos anos 1980, classe mapeada, tanto para esse momento como em 1962, apenas como campo nativo. Já no mapeamento de 2005, a fisionomia dos campos teve um detalhamento maior, separando-se esta vegetação em suas diversas fitofisionomias. Para o ano de 2005, novas classes de uso aparecem, com destaque para reflorestamentos e a intensificação da agricultura sobre áreas de campos nativos.

Objetivos:  Organizar base cartográfica de dados e informações do PNCG e entorno, considerando-se dois quilômetros a partir dos limites.  Organizar banco de imagens orbitais e séries históricas de fotografias aéreas disponíveis.  Mapear a evolução de uso das terras do PNCG e entorno.  Avaliar o estado de conservação das áreas naturais do PNCG.

Métodos: As etapas, materiais e técnicas utilizadas no trabalho estão resumidas no organograma a seguir.

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Materiais

Fotografias Aéreas Imagem SPOT 5 Base Cartográfica (196 2 e 1980) (2005) Auxiliar

- Georreferenciamento - Interpretação de Imagem Mapas de Uso das - Ortorretificação - Vetorização Manual Terras (1962, 1980, - Mosaicagem - Checagem de campo 2005)

Estado de Conservação Métodos de Unidades de Paisagem

Resultados

Figura 1 - Uso das terras das terras no PNCG em três momentos distintos

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Resultados:

A colonização da região remonta ao início do século XVIII, ligado ao ciclo do Tropeirismo, período no qual as atividades de criação e engorda de animais em campos nativos mantiveram-se como a principal atividade econômica regional até o início da década de 1970. Na região onde está inserido o parque estas atividades ainda eram predominantes nos anos 1990 (Rocha, 1995). Novos ciclos econômicos e políticas públicas direcionadas impulsionaram novos modelos de exploração e uso das terras, culminando com o sistema atual constituído por atividades agropecuárias e de silvicultura intensivas. O avanço da agricultura mecanizada e do sistema de plantio direto na década de 1980 proporcionou as condições tecnológicas necessárias para o cultivo dos solos arenosos e de baixa fertilidade natural, associados às áreas campestres. Das extensas pradarias dos Campos Gerais, “que se estendem até aonde e a vista pode alcançar”, descritas por Saint-Hilaire em 1820, restavam, no início do século XXI, apenas fragmentos isolados. Para os anos de 1962 e 1980 as fisionomias de campo foram avaliadas com base nas fitofisionomias de campo identificáveis nas fotografias aéreas, resultando classes de formações campestres. As fisionomias de campo foram mapeadas em maior detalhe no mapeamento de 2005, resultando maior número de classes de mapeamento. Neste trabalho, as fitofisionomias campestres mapeadas foram agrupadas constituindo uma única classe de campo nativo. A Figura 1 apresenta a distribuição espacial das classes de uso das terras no Parque e a Tabela 1 os dados quantitativos observados. Nesses mapeamentos são observados os diferentes momentos de antropização ocorridos na área do Parque, apontando para a supressão dos campos nativos substituídos por agricultura e o consequente abandono das áreas de floresta previamente cultivadas, observáveis até a cobertura aérea de 1980 (Figura 2). Além dessa inversão, o mapeamento aponta também para o surgimento de novas classes de uso das terras (Figuras 1 e 2).

Figura 2 - Antropização crescente dos ecossistemas nativos na área do PNCG entre 1962 e 2005

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Em 1962 os campos nativos correspondiam a 38,7% e as florestas 49,5% da área total (Tabela 1), demostrando que a antropização se dava sobre as áreas de florestas do primeiro planalto, onde era realizada agricultura de subsistência (Figuras 2 e 3). Já em 1980, as áreas campestres diminuem, compondo agora 29,0% do total, enquanto as áreas com florestas aumentam para 50,7%, indicando o início de novos ciclos de exploração da paisagem (Tabela 1). Evidencia-se neste momento o processo de mecanização e transformação dos campos em áreas agrícolas e abandono das áreas de cultivo em áreas florestais (Figuras 2 e 3). Essa tendência fica bastante clara analisando os dados de 2005, quando as áreas campestres diminuem ainda mais, totalizando 21,3% do total; por outro lado as áreas florestais aumentam para 53,6%. Para este ano, a partir dos limites da UC foi mapeado também o entorno da área numa distância de dois quilômetros. O mapa de entorno apresenta a presença marcante de reflorestamentos com espécies exóticas, principalmente Pinus spp. na região do primeiro planalto. No mapeamento de uso das terras do PNCG e entorno para o ano de 2005 (Figura 4), salienta-se a intensificação das áreas cultivadas em campos nativos, a classe de uso predominante na matriz regional, no entorno e mesmo em setores do Parque. Registrou-se também o aumento nas áreas de reflorestamento com espécies exóticas, em particular Pinus spp. na região com floresta. Os reflorestamentos com pinus apresentam sérios riscos de expansão sobre os fragmentos de campos remanescentes, devido a capacidade de dispersão de sementes desta espécie, fato já observável em vários locais do Parque e imagens do Google Earth. Observações mais recentes mostram áreas mapeadas como campos em 2005 já convertidas para agricultura com consequências antagônicas óbvias para a conservação dos ecossistemas nativos no PNCG.

Tabela 1 - Evolução do uso das terras no PNCG

1962 1980 2005 Uso das terras Área/ha % Área/ha % Área/ha %

Afloramento 0,4 * * 74,74 0,4 75,84 Agricultura 17,9 30,04 0,1 1.763,13 8,3 3817,12 Campo nativo 21,3 8.257,47 38,8 6.194,10 29,1 4.526,80 Corpo d’água 0,4 66,94 0,3 91,11 0,4 87,35 Desmatamento 0,2 2.139,24 10,0 1.689,84 7,9 34,99 Estradas e 0,5 edificações * 34,31 0,2 106,34

Floresta nativa 53,7 10.511,82 49,4 10.795,3 50,7 11.437,8 Outros 0,1 * * * * 8,19 Pastagem 2,5 * * 365,98 1,7 534,59 Reflorestamento 1,7 * * 5,89 0,01 371,49 Várzea 1,3 282,16 1,4 273,27 1,3 287,16 Total 100 21.287,67 100 21.287,67 100 21.287,67

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Figura 3 - Comparação entre áreas naturais e antrópicas no PNCG nos três levantamentos

Implicações imediatas para gestão/manejo do Parque Nacional dos Campos Gerais

O acompanhamento e o conhecimento da dinâmica e dos diferentes ciclos de uso das terras fornecem aos gestores da unidade de conservação informações necessárias para o conhecimento do estado de conservação dos remanescentes de vegetação nativa. Essas informações são de grande importância para a fiscalização, monitoramento e pesquisas na área e também tem relevância nas tomadas de decisão sobre quais áreas são prioritárias para a conservação e nas intervenções de manejo que se fizerem necessárias.

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Figura 4 - Mapa de uso das terras no PNCG e entorno imediato de 2 quilômetros, no ano de 2005

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I Seminário de Pesquisas do Parque Nacional dos Campos Gerais e da Reserva Biológica das Araucárias, PR. TEMA: INTEIRAR PARA INTEGRAR 19 de novembro de 2015

ESPÉCIES NUCLEADORAS DA FLORESTA OMBRÓFILA MISTA NA RESERVA BIOLÓGICA DAS ARAUCÁRIAS, CAMPOS GERAIS, PR

Beatriz Carneiro do Carmo¹, Rodrigo Fernando Moro2, Ana Paolla Protavicz3, Rosemeri Segecin Moro4

¹ Acadêmica do curso de Bacharelado em Ciências Biológicas, UEPG, [email protected], 2 Bolsista da Fundação O Boticário de Proteção à Natureza, [email protected], 3 Acadêmica do curso de Bacharelado em Ciências Biológicas, UEPG, [email protected], 4 Pesquisadora Senior, PPG em Geografia, UEPG, [email protected]

Status: em andamento

Resumo

A Floresta Ombrófila Mista (FOM), também conhecida como floresta com Araucária, pertence ao bioma Mata Atlântica e é caracterizada pela dominância de Araucaria angustifolia (Bertol.) Kuntze em seu estrato emergente. Na região dos Campos Gerais encontram-se extensas regiões de mosaico entre campo e florestas, as quais estariam se expandindo sobre as formações campestres. O presente trabalho levantou as espécies arbóreas nucleadoras de sete capões ao entorno da Reserva Biológica das Araucárias na região dos Campos Gerais (PR). Para o levantamento fitossociológico, utilizou-se o método de quadrantes. Foram determinadas 19 famílias e 39 táxons. A diversidade de Shannon variou de 2.14 a 2.78, baixa para florestas estruturadas mas esperada para formações iniciais. A uniformidade de Pielou média foi 0.96, indicando a distribuição homogênea das espécies. As espécies com maior valor de importância (IVI) variaram bastante entre os capões, mas os principais foram araucaria (Araucaria angustifolia), bugreiro (Lithraea molleoides), miguel-pintado (Matayba elaeagnoides), pimenteira (Cinnamodendron dinisii), canela-preta (Ocotea corymbosa), caporocão (Myrsine umbellata), cambuís (Myrcia multiflora, M. tomentosa), guamirins (Eugenia handroana, E. ramboi) e guaçatungas (Casearia obliqua, C. decandra). Trata de capões maduros, estabilizados num estágio médio de regeneração. Espera-se com esses resultados ampliar o conhecimento sobre a dinâmica de ecótonos da região, além de avaliar o avanço e colonização de espécies florestais sobre a vegetação de campo.

Objetivos:  Levantar dados fitossociológicos dos capões do entorno da Reserva Biológica das Araucárias  Avaliar a regeneração e expansão da Floresta Ombrófila Mista sobre a vegetação campestre na região dos Campos Gerais, visando à conservação de ambas.  Fornecer dados para a criação de estratégias de recuperação e /ou revitalização da floresta com araucária na região.

Métodos:  Para certificar-se de que os capões a serem estudados fossem naturais, e não fragmentos remanescentes de porções de florestas contínuas, foram analisadas fotos aéreas de 1952, nas quais estes capões já estavam presentes, antes portanto da expansão local da agricultura,  Para levantamento fitossociológico utilizou-se do método de quadrantes (COTTAM; CURTIS, 1956) através de transectos transversais que atravessaram a totalidade de sete capões. Coletaram-se os quatro espécimes mais próximos ao ponto central do quadrante, amostrado

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a cada 10m, com critério de inclusão de espécimes o DAP≥10 cm, medido com régua dendrométrica. Para cada espécie foi estimada a altura.  O material coletado foi identificado e herborizado conforme os procedimentos usuais em trabalhos de levantamento da vegetação (FIDALGO; BONONI, 1989), e incorporado ao acervo do Herbário da Universidade Estadual de Ponta Grossa (HUPG). Fez-se a identificação das espécies mediante o uso de chaves analíticas, bibliografia especializada, comparações com exsicatas de herbários, filoteca e consultas a especialistas. A correta grafia das espécies, bem como dos autores, foi consultada no banco de dados do Jardim Botânico de Kew (The List) seguindo o sistema APG III (2009).  Para obtenção dos parâmetros fitossociológicos (número de indivíduos e de espécies, altura, área basal, densidade, freqüência e dominância) foi utilizado o software FITOPAC 1.0 (SHEPHERD, 1994).  A avaliação de proximidade entre capões e áreas da Rebio se fará mensurando a distância euclidiana (em linha reta) da área florestal mais próxima de cada capão, supostamente a área fonte das espécies presentes em cada capão.

Resultados preliminares:

Até o momento as coletas em sete capões na região da REBIO das Araucárias (Figura 1), amostraram 136 indivíduos distribuídos em 19 famílias e 39 espécies (Tabela 1). A diversidade de Shannon variou de 2.14 a 2.78, baixa para florestas estruturadas mas esperada para formações iniciais. A uniformidade de Pielou média foi 0.96, indicando a distribuição homogênea das espécies. Pôde-se inferir, nesta análise preliminar, que as espécies com maior valor de importância (IVI) variaram bastante entre os capões, mas foram araucaria (Araucaria angustifolia), bugreiro (Lithraea molleoides), miguel-pintado (Matayba elaeagnoides), pimenteira (Cinnamodendron dinisii), canela-preta (Ocotea corymbosa), caporocão (Myrsine umbellata), cambuís (Myrcia multiflora, M. tomentosa), guamirins (Eugenia handroana, E. ramboi) e guaçatungas (Casearia obliqua, C. decandra). Não foram evidenciadas espécies pioneiras secundárias, de capoeirinhas e capoeiras, o que permite avaliar que se trata de capões maduros, estabilizados num estágio médio de regeneração conforme os parâmetros da resolução CONAMA 10/1993, que estabelece os parâmetros básicos para análise dos estágios de sucessão de Mata Atlântica.

Figura 1 - Localização dos capões amostrados na Reserva Biológica das Araucárias

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Tabela 1 - Táxons e famílias identificadas nos capões estudados na REBIO das Araucárias, PR

Tabela de Frequencia Fitossociologico Rebio Capões Familia Especie T 1 T 2 T3 T4 T5 T6 T7 Asteraceae Vernonia discolor 0 0 0 0 0 0 1 AnacardiaceaeLithraea molleoides 0 1 1 1 0 1 2 Cannelaceae Capsicodendron dinisii 2 0 0 0 1 1 1 Cunnoniaceae Lamanonia ternata 0 0 0 0 4 0 0 ErythroxyllaceaeErythroxyllum deciduum 0 0 0 0 0 1 0 EuphorbiaceaeSebastiania brasiliensis 0 0 0 0 1 2 0

Sebastiania comersoniana 0 0 0 0 1 0 0 Lauraceae Cinnamomum sellowianum 0 1 0 1 0 1 1 Ocotea bicolor 0 1 0 0 0 0 0 Moraceae Ficus luschnattiana 0 0 0 0 0 0 1 Monimiaceae Mollinedia blumenaviana 0 0 0 0 0 1 0 Primulaceae Myrsine umbellata 0 1 1 2 0 1 2 Myrtaceae Blepahrocalyx salicifolius 0 0 1 1 0 0 0 Calycorectes psidiiflorus 0 0 0 1 0 1 Calyptranthes concinna 2 1 2 0 0 0 1

Campomanesia adamantium 1 0 0 0 0 0 0 Campomanesia xanthocarpa 1 0 0 0 0 1 0 Eugenia ramboi 0 2 0 0 0 0 0 Eugenia handroana 0 3 0 1 0 0 0 Eugenia involucrata 0 0 0 0 0 0 1 Myrcia floribunda 2 2 3 3 1 5 1 Myrcia multiflora 2 0 5 1 0 0 1 Myrcia splendens 0 0 1 1 0 0 0 Rhamnaceae Hovenia dulcis 0 0 0 0 0 0 1

Rosaceae Prinus brasiliensis 0 1 0 0 0 0 0 Rubiaceae Psychotria vellosiana 0 0 0 3 0 0 2 Rutaceae Zanthoxyllum hyemale 0 0 0 0 1 0 0 Salicaceae Casearia decandra 0 0 0 1 1 2 0 Casearia inaequilatera 0 0 2 0 1 3 2 Casearia laseophylla 1 1 1 0 1 0 0 Casearia sylvestris 1 0 3 3 0 0 0 Sapindaceae Allophilus edulis 0 0 1 0 0 0 0 Matayba ealaeagnoides 0 0 0 0 1 0 0

Solanaceae Solanum pseudoquina 0 0 0 1 0 0 0 Symplocaceae Symplocos uniflora 0 0 1 0 0 0 0 Symplocos uruguensis 0 0 0 0 0 1 0

Implicações imediatas para gestão/manejo da unidade:

 A análise fitossociológica fornecerá a lista de espécies e as proporções que podem ser utilizadas em projetos de restauração florestal.  Há dados quantitativos que permitirão calcular o espaçamento entre plantas nos projetos de revitalização de capões na região com vistas a reproduzir o mais fielmente sua distribuição natural.

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I Seminário de Pesquisas do Parque Nacional dos Campos Gerais e da Reserva Biológica das Araucárias, PR. TEMA: INTEIRAR PARA INTEGRAR 19 de novembro de 2015

ELEMENTOS DE PAISAGEM FLORESTAL NA RESERVA BIOLÓGICA DAS ARAUCÁRIAS, CAMPOS GERAIS DO PARANÁ

Elisana Milan1, Dinameres Aparecida Antunes2, Rosemeri Segecin Moro3

¹ Doutoranda em Geografia – UEPG, [email protected]; 2 Doutoranda em Geografia – UEPG, [email protected], 3 Pesquisadora Senior, PPG em Geografia - UEPG, [email protected]

Status: concluído

Resumo

Este trabalho apresenta a análise da estrutura da paisagem da REBIO das Araucárias – PR, visando gerar subsídios ao Plano de Manejo. Verificou-se que a paisagem da REBIO é composta por fragmentos de grandes proporções, com grandes áreas nucleares, irregulares, que se conectam entre si, seja por corredores efetivos ou pela proximidade de fragmentos vizinhos. Assim, considera- se que a UC apresenta todas as condições requeridas para conservação de habitats de Floresta Ombrófila Mista.

Objetivos:  Mapear a disposição espacial dos fragmentos florestais distribuídos na área da REBIO.  Avaliar a conectividade entre fragmentos.  Fornecer subsídios para o Plano de Manejo da UC bem como para o planejamento sustentável e gestão integrada da região.

Métodos:  Para as análises foram utilizadas imagens ortorretificadas SPOT 6, do ano de 2014, com resolução de 1,5 m, além de arquivos vetoriais do limite da UC. Ambos os materiais foram cedidos pelo Laboratório de Mecanização Agrícola (LAMA) da UEPG, em virtude do Projeto de Pesquisa - Mapeamento do Estado de Conservação de Unidades de Paisagem na REBIO das Araucárias: base para monitoramento ambiental e elaboração de plano de manejo.  As imagens foram processadas no programa de SIG ArcGis 9.3, disponibilizado pelo Laboratório de Geotecnologia do Departamento de Geociências da UEPG.  A definição dos fragmentos de FOM se deu a partir de fotointerpretação. Assim, por meio de uma análise binária demarcaram-se os polígonos de interesse na análise (floresta - fragmentos de habitat valendo 1), considerando todo o restante como matriz (áreas não- habitat valendo 0). Os arquivos vetoriais foram transformados em arquivos de texto.  Considerando uma faixa de borda de 50 metros, a REBIO teve seus elementos da paisagem classificados mediante o método de análise dos padrões morfológicos espaciais (MSPA) no programa Guidos 1.3 (VOGT, 2010).

Resultados: Tendo como foco de estudo os fragmentos florestais, as classes da paisagem para a área estudada se compõem de matriz e floresta. A matriz ocupa cerca de 33% da área da paisagem da REBIO, aproximadamente 4.894 ha, enquanto os fragmentos de Floresta Ombrófila Mista ocupam os restantes 67% da paisagem, 10.026 ha (Figura 1). Foram observados 149 fragmentos florestais que

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variam desde o formato mais arredondado (SHAPE 1), até formatos mais irregulares (SHAPE 6), principalmente nos fragmentos de maiores proporções. A área média dos fragmentos foi de 132 ha, podendo ser considerados relativamente grandes para a região, onde o efeito de borda é reduzido, sendo importantes áreas de manutenção da biodiversidade. Para esta análise foi estabelecido um valor de borda de 50 m a contar do limite externo do fragmento. Descontada então a faixa de borda (9,4%), os fragmentos apresentam 143 áreas nucleares, que ocupam 52% da paisagem (Figura 2).

Figura 1 - Uso e ocupação da terra na Reserva Biológica das Araucárias, Paraná. Fonte: LAMA, 2015

A avaliação de funcionalidade deve levar em conta a disposição espacial dos fragmentos, no sentido do quanto suas populações podem se comunicar. Portanto, deve ficar claro que a conectividade estrutural, física, nem sempre garante conectividade funcional – ou seja, o acesso de indivíduos a recursos e a troca de informação com outros elementos, da mesma espécie ou não. No sentido inverso, de acordo com a escala considerada, a falta de conexão estrutural não acarreta necessariamente falta de conexão funcional. As ilhotas, ou seja, os fragmentos muito pequenos, isolados e sem área nuclear, são pouco expressivos na paisagem em termos de área (0,25%), entretanto, estes 66 capões cumprem possivelmente a função de trampolins ecológicos, facilitando o fluxo biológico na paisagem para espécies vágeis. Os corredores também são pouco representativos (2,9%), entretanto seu número absoluto elevado (154) pode indicar as muitas possibilidades de conexão nesta paisagem. Os falsos-corredores (ramos e laços), que não ligam verdadeiramente duas áreas, são numerosos (1.813), entretanto pouco expressivos na paisagem (2,57%). A dificuldade de movimentação de organismos entre os fragmentos é proporcional ao grau de isolamento destes, ao nível de resistência da matriz circundante e do organismo em questão. Aqui vale destacar os ecossistemas de várzeas, também presentes, pois os mesmos (nesta análise, compondo a matriz) podem estar atuando como barreiras, refúgios ou corredores para determinadas espécies. Muitas possuem ampla dispersão por sua capacidade de se mover pela paisagem.

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Figura 2 - Cartograma dos elementos de paisagem da Reserva Biológica das Araucárias, Paraná.

Implicações imediatas para gestão/manejo da unidade:

 A preservação das áreas fonte (conectadas) é prioridade. Há expressivas áreas florestais com potencial para projetos de restauração ecológica, uma vez que existem boas possibilidades de conectividade.  As estratégias de ação a serem adotadas no Plano de Manejo dessa Unidade de Conservação devem levar em consideração as projeções de área nuclear necessária à manutenção de populações ou grupos taxonômicos de interesse.  O papel das várzeas como facilitadores ou barreiras para diversos grupos biológicos deve ser investigado.

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DEFINIÇÃO DE BORDA A PARTIR DA COMPOSIÇÃO ESPECÍFICA DA FLORESTA OMBRÓFILA NA RESERVA BIOLÓGICA DAS ARAUCÁRIAS, PARANÁ

Rodrigo Fernando Moro1, Elisana Milan2, Ana Paolla Protavicz3, Beatriz Carneiro do Carmo4, Rosemeri Segecin Moro5

1 Bolsista da Fundação O Boticário de Proteção à Natureza, [email protected], 2 Doutoranda PPG em Geografia – UEPG, [email protected], 3 Acadêmica do curso de Bacharelado em Ciências Biológicas - UEPG, [email protected], 4 Acadêmica do curso de Bacharelado em Ciências Biológicas - UEPG, [email protected], 5 Pesquisadora Senior, PPG em Geografia - UEPG, [email protected]

Status: concluído

Resumo

Empregou-se análise geoecológica em quatro fragmentos de floresta com araucária para estabelecimento de limites de borda. Comparou-se a flora arbórea nos setores ‘borda' e ‘interior’, através de quadrantes em 14 transeções de 100 m com DAP ≥ 10 cm. Paralelamente mensurou-se luminosidade, umidade relativa e temperatura do ar. Foram amostrados 528 indivíduos de 66 espécies, pertencentes a 32 famílias. Os parâmetros microclimáticos não apontaram variações significativas ao longo dos transectos, no entanto a distribuição de espécies refletiu diferenças na organização da comunidade entre os dois setores (p=0,022). Houve substituição de espécies ao redor dos 50-70 m da borda. Concluiu-se que esta pode ser inferida com mais segurança através da heterogeneidade florística do que através da parametrização microclimática.

Objetivos:  Levantar a composição de espécies em fragmentos da floresta com araucária na REBIO da borda em direção ao interior dos fragmentos.  Testar a hipótese de que a borda pode ser detectada através da heterogeneidade florística em uma comunidade de espécies arbóreas.  Estimar a extensão de borda na Floresta Ombrófila Mista através de parâmetros microclimáticos.

Métodos:  Foi empregada a metodologia de quadrantes (COTTAM; CURTIS, 1956), onde foram estabelecidos 14 transectos de 100m fragmentos de floresta (Fig. 1), com tomadas de dados na borda e a cada 10m. Na amostragem foi incluído um indivíduo lenhoso em cada quadrante com DAP  10cm (diâmetro à altura do peito). Para todos os indivíduos foram registrados o nome da espécie, o valor do DAP e da altura e ainda a distância da planta até o centro do quadrante.  Quando o reconhecimento da espécie em campo não era a possível, amostras botânicas eram coletadas e processadas de acordo com procedimentos habituais (FIDALGO; BONONI, 1989), e aquelas que apresentavam estruturas reprodutivas foram depositadas no Herbário HUPG.  Os parâmetros fitossociológicos, densidade relativa (DR), dominância relativa (DoR), frequência relativa (FR) e índice de valor de importância (IVI) foram calculados através do

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programa FITOPAC 1.0 (SHEPHERD, 1994), de acordo com Mueller-Dombois e Ellenberg (1974).  A análise de temperatura e umidade do ar foi realizada através de um termo-higrômetro digital de campo e a luminosidade foi registrada através de um luxímetro digital portátil.

Resultados preliminares: Foram amostrados 528 indivíduos determinados em 66 espécies, pertencentes a 32 famílias botânicas. Hovenia dulcis Thunb. foi a única espécie exótica encontrada distribuída pelos transectos de maneira regular porém com pequena abundância. A ocorrência e distribuição das 29 espécies com maior frequência foram plotadas ao longo de um transecto de 0-100 m a partir do limite dos fragmentos para identificar possíveis gradientes de distribuição (Fig. 2). As seguintes treze espécies ocorreram ao longo de todo o transecto, podendo ser consideradas, nas condições da REBIO, como espécies indiferentes à intensidade luminosa e sombreamento: Araucaria angustifolia, Cinnanodendron dinisii, Ilex paraguariensis, Casearia sylvestris, Clethra scabra, Eugenia ramboi, Eugenia uniflora, Lithraea molleoides, Matayba elaeagnoides, Myrcia floribunda, Myrsine acuminata, Nectandra grandiflora e Nectandra lanceolata. Até os 30 metros em relação à borda, na região de transição entre o ambiente heliófilo e o umbrófilo, constatou-se a presença, além das já mencionadas espécies constantes em todo o transecto, de espécies pioneiras e secundárias iniciais, como Vernonanthura discolor, Piptocarpha angustifolia, Symplocos tenuifolia e Gochnatia polymorpha, além de arvoretas heliófitas do sub- bosque como Calyptranthes concinna, Miconia cinerascens e Miconia ligustroides. Dos 30 aos 50 metros, verificou-se a ocupação por espécies como Matayba elaeagnoides, Allophylus edulis, Trichilia claussenii e Trichilia elegans, com sub-bosque formado por Mollinedia clavigera, Rudgea jasminoides, Psychotria vellosiana, Eugenia uniflora e Eugenia ramboi. A taxa de ocupação de espécies pioneiras foi reduzida drasticamente, sendo substituídas por espécies ombrófilas como Ilex theezans, Myrcia splendens, Casearia obliqua e Cupania vernalis. O grupo de espécies clímax tolerantes à sombra apresentou tendência de maior frequência a partir de 60 a 70 m de borda, constituído, na REBIO, por Xylosma pseudosalzmanii, Prockia crucis e Actinostemon concolor.

Figura 1 - Distribuição dos pontos amostrais na REBIO das Araucárias, PR

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Figura 2 - Distribuição das principais espécies arbóreas ao longo de 100 m a partir do limite de fragmentos florestais na REBIO das Araucárias, PR

No período analisado, outono, a temperatura do ar variou de 18,5oC em média, fora do capão, até 21 a 25oC no interior da floresta. Apesar da tendência da temperatura ser mais elevada no interior da floresta, não pode-se observar um claro divisor entre ‘borda’ e ‘interior’. A umidade relativa média do ar foi de 74% fora do capão, e caiu para cerca 65-70% já a partir dos 10 metros, não se alterando mais de maneira significativa. Da mesma maneira, com relação a luminosidade, naturalmente o limite do capão é o local mais iluminado, com cerca de 1.200 lux, mas dentro da floresta a luminosidade variou pouco e de maneira aleatória ao longo dos transectos, entre 73 e 119 lux. Não foram observadas diferenças significativas para os parâmetros de temperatura (Cº) (p=4,356), umidade (p=6,299) e luminosidade (p=1,827) entre os 14 transectos de estudo, utilizando Análise de Variância - um fator.

Implicações imediatas para gestão/manejo da unidade:

 A análise fitossociológica fornece a lista de espécies e as proporções que podem ser utilizadas em projetos de restauração florestal.  Há dados quantitativos que permitem calcular o espaçamento entre plantas nos projetos de revitalização florestal na região com vistas a reproduzir o mais fielmente o verificado na natureza.  Nas ações do plano de manejo dever ser levada em conta uma extensão de borda de 50 metros.

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ESTRUTURA DE COMUNIDADES DE FLORESTA OMBRÓFILA MISTA NA RESERVA BIOLÓGICA DAS ARAUCÁRIAS, PR

Amanda de Campos1, Rodrigo Fernando Moro2, Rosemeri Segecin Moro3, Marta Regina Barrotto do Carmo4

¹ Acadêmica do curso de Bacharelado em Ciências Biológicas , UEPG, [email protected]; 2 Bolsista da Fundação O Boticário de Proteção à Natureza, [email protected], 3 Pesquisadora Senior, PPG em Geografia, UEPG, [email protected]; 4 Docente DEBIO/UEPG, [email protected]

Status: em andamento

Resumo

O estudo foi realizado em fragmentos de Floresta Ombrófila Mista da Reserva Biológica (REBIO) das Araucárias, localizada nos municípios paranaenses de Imbituva, Ipiranga e Teixeira Soares, abrangendo uma área de 14.919 hectares. Para o estudo foi empregado a metodologia de quadrantes, onde foram estabelecidos 99 pontos, distribuídos em 10 fragmentos de floresta. Na amostragem foi incluído um indivíduo lenhoso em cada quadrante com CAP  15cm. Os parâmetros fitossociológicos densidade relativa, dominância relativa, frequência relativa e índice de valor de importância foram calculados através do programa FITOPAC. Para determinar a estratificação do componente arbóreo foi construído um gráfico com a distribuição das alturas máximas, médias e mínimas das espécies com no mínimo três indivíduos. Foram encontradas 118 espécies, pertencentes a 40 famílias distribuídas nos 396 indivíduos amostrados, sendo que destes, 21 ainda encontram-se indeterminados. A família Myrtaceae apresentou o maior número de indivíduos, maior riqueza de espécies e maior densidade relativa, enquanto Araucariaceae obteve a maior dominância relativa e valor de importância. A espécie Araucaria angustifolia foi a mais abundante e apresentou densidade, frequência, dominância relativa, valor de importância superior às outras espécies. Na estratificação do componente arbóreo da REBIO das Araucárias foi possível visualizar dois estratos de acordo com as alturas máximas dos indivíduos. Espécies que apresentaram alturas superiores a 13 metros foram consideradas como emergentes. Araucaria angustifolia esteve presente nos dois estratos da floresta e entre as espécies emergentes, indicando que está ocorrendo a regeneração natural e recrutamento satisfatório para esta espécie, dados importantes para preservação das suas populações, uma vez que está na lista de espécies em extinção.

Objetivos:  Avaliar o estado de conservação da Floresta Ombrófila Mista da REBIO das Araucárias (Paraná) e distinguir as diferentes fisionomias florestais que a compõe, por meio do levantamento de informações florísticas e estruturais da reserva;  Sistematizar informações juntamente com outros estudos ecológicos, para subsidiar propostas de conservação e detectar potenciais ameaças aos remanescentes da REBIO das Araucárias;

Métodos:  Para o estudo foi empregado a metodologia de quadrantes (COTTAM; CURTIS, 1956), onde foram estabelecidos 99 pontos, distribuídos em 10 fragmentos de floresta, sendo 10 pontos por fragmento com espaçamento de 10m entre eles, com exceção do primeiro fragmento com 9 pontos. Na amostragem foi incluído um indivíduo lenhoso em cada quadrante com CAP  15cm (CAP - circunferência à altura do peito). Para todos os indivíduos foram registrados o nome da espécie, o valor do CAP e da altura e ainda a distância da planta até o centro do quadrante.

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 Quando o reconhecimento da espécie em campo não era a possível, amostras botânicas eram coletadas e processadas de acordo com procedimentos habituais (FIDALGO; BONONI, 1989), e aquelas que apresentavam estruturas reprodutivas foram depositadas no Herbário HUPG.  Os parâmetros fitossociológicos, densidade relativa (DR), dominância relativa (DoR), frequência relativa (FR) e índice de valor de importância (IVI) foram calculados através do programa FITOPAC (SHEPHERD, 1994), de acordo com Mueller-Dombois e Ellenberg (1974).  Para determinar a estratificação do componente arbóreo foi construído um gráfico com a distribuição das alturas máximas, médias e mínimas, fornecidas pelo programa FITOPAC, para as espécies com no mínimo três indivíduos, representadas por barras verticais ordenadas de forma crescente.

Resultados preliminares: Foram encontradas 118 espécies, pertencentes a 40 famílias no total de 396 indivíduos amostrados, sendo que destes, 21 ainda estão indeterminados (Tabela 1). A diversidade calculada através do índice de Shannon foi de 4,16 e a equabilidade de 0,87. As famílias com maior número de indivíduos foram Myrtaceae (53), Araucariaceae (41), Lauraceae (34) e Salicaceae (25), estas quatro famílias representaram 38,6 % do total de indivíduos e foram as que obtiveram maiores valores de importância. A família Myrtaceae apresentou maior densidade relativa, porém Araucariaceae obteve a maior dominância relativa (24,35), devido ao maior porte dos indivíduos de Araucaria angustifolia, influenciando num alto valor de importância (40,56). Myrtaceae (16), Lauraceae (10), Salicaceae (6), Fabaceae (5), Rubiaceae (4) e Rutaceae (4) foram as famílias com maior riqueza de espécie. As espécies mais abundantes foram Araucaria angustifolia (41), Lithrea molleoides (22), Casearia sylvestris (15) e Eugenia uniflora (15). Araucaria angustifolia teve destaque na maioria dos parâmetros analisados, apresentando densidade, frequência, dominância relativa e valor de importância (IVI=38,74) superiores aos encontrados para as outras espécies. Espécies como Cinnamodendron dinissi, Lithrea molleoides e Matayba elaegnoides também obtiveram altos valores de importância, caracterizando os fragmentos de florestas estudados na REBIO. Com relação à densidade de indivíduos as espécies que obtiveram os maiores valores foram Lithrea molleoides, Casearia sylvestris, e Eugenia uniflora.

Tabela 1 - Espécies arbóreas amostradas na Floresta Ombrófila Mista da Reserva Biológica das Araucárias, com os maiores parâmetros fitossociológicos: N= número de indivíduos; DRel= densidade relativa (%); FRel= frequência relativa (%); DoRel= dominância relativa (%); IVI= índice de valor de importância Famílias Espécies N DRel FRel DoRel IVI Araucariaceae Araucaria angustifolia (Bertol.) Kuntze 41 10,35 4,03 24,35 38,74 Canellaceae Cinnamodendron dinisii Schwacke 13 3,28 2,56 8,21 14,06 Annonaceae Lithrea molleoides (Vell.) Engl. 22 5,56 2,56 4,05 12,17 Sapindaceae Matayba elaeagnoides Radlk. 14 3,54 2,56 5,76 11,86 Salicaceae Casearia sylvestris Sw. 15 3,79 2,93 3,49 10,21 Lauraceae Nectandra lanceolata Nees & Mart. 7 1,77 1,83 6,15 9,75 Myrtaceae Eugenia uniflora O.Berg 15 3,79 2,56 0,56 6,91 Clethraceae Clethra scabra Pers. 9 2,27 2,20 1,84 6,31 Meliaceae Trichilia claussenii C. DC. 12 3,03 2,56 0,51 6,10 Aquifoliaceae Ilex paraguariensis A.St.-Hil. 10 2,53 2,93 0,63 6,08

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Na estratificação do componente arbóreo da REBIO das Araucárias foi possível visualizar dois estratos (Figura 1), de acordo com as alturas máximas de cada grupo de espécies: o estrato 1 (E1), composto por espécies que apresentavam uma altura estimada entre 1,4 e 9 metros (sub bosque) e o estrato 2 (E2), com espécies que ocorreram entre 10 e 13 metros de altura (dossel). Espécies que apresentaram alturas superiores a 13 metros foram consideradas como emergentes (Figura 1). O estrato 1 apresentou 206 indivíduos e 37 espécies (94,9%). As espécies mais relevantes foram Araucaria angustifolia, Lithrea molleoides, Eugenia uniflora e Ilex paraguariensis. Essas três espécies juntas representaram 28,1% das espécies ocorrentes no estrato 1. No estrato 2 ocorreram 56,4% das espécies, sendo as mais numerosas Araucaria angustifolia, Cinamodendron dinisii, Casearia sylvestris, Lithrea molleoides e Matayba elaeagnoides. Estas espécies compõem 49,4% do dossel. Entre as emergentes, ou seja, árvores com copas acima do dossel, foram amostradas 13 indivíduos, pertencentes a cinco espécies (23,8 %), sendo Araucaria angustifolia a espécie mais abundante, representando 53,8% do total.

Figura 1 - Os três estratos da comunidade arbórea na REBIO das Araucárias, PR. Cada barra vertical corresponde à amplitude das alturas das espécies com mais de três indivíduos. Os pontos sobre cada linha correspondem às alturas máxima, média e mínima obtidas pelas espécies.

Implicações imediatas para gestão/manejo da unidade:

 A prioridade é regularização e fiscalização de toda área, para diminuir o acesso de pessoas e assim, garantir a regeneração natural e, no decorrer do tempo, possibilitar a regeneração natural dos ambientes degradados.  A análise fitossociológica fornecerá a lista de espécies e as proporções que podem ser utilizadas em projetos de restauração florestal.  Há dados quantitativos que permitirão calcular o espaçamento entre plantas nos projetos de revitalização florestal na região com vistas a reproduzir o mais fielmente o verificado na natureza.

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MAPEAMENTO DO ESTADO DE CONSERVAÇÃO DE UNIDADES DE PAISAGEM NA REBIO DAS ARAUCÁRIAS: BASE PARA MONITORAMENTO AMBIENTAL E ELABORAÇÃO DE PLANO DE MANEJO

Carlos Hugo Rocha1, Joel Zubek da Rosa2

1 Docente DESOLO/UEPG, [email protected]; 2 Bolsita do Laboratório de Mecanização Agrícola (LAMA) da UEPG, [email protected]

Status: Concluído

Resumo

O mapeamento do estado de conservação de unidades de paisagem na Reserva Biológica (REBIO) das Araucárias compreende área com 14.919 hectares e entorno, formado por polígono adjacente com 2 km de largura, totalizando 47.483 hectares. Localizada nos municípios paranaenses de Imbituva, Ipiranga e Teixeira Soares este polígono compreende, além da REBIO, áreas prioritárias para a conservação da biodiversidade brasileira (BRASIL, 2007), incluindo a Floresta Nacional de Irati, a Estação Ecológica de Fernandes Pinheiro e área proposta pelo Ministério do Meio Ambiente para a criação do Refúgio de Vida Silvestre do Rio Tibagi. Foi constituída base de dados georreferenciada, realizado o mapeamento do uso das terras nos anos de 1980 e 2014 e o mapeamento de áreas com Florestas em 1952. Através da interpolação de indicadores ecológicos em ambiente SIG foram definidas três classes de estado de conservação para as unidades de paisagem de Floresta com Araucária, agrupados em baixo, médio e alto, os quais representam 24%, 55% e 21% respectivamente do total das áreas florestais mapeadas em 2014. Estes dados, espacialmente definidos, são importantes para a sistematização dos trabalhos de pesquisa, monitoramento, elaboração de plano de manejo, fiscalização e regularização fundiária desta UC e respectivo entorno.

Objetivos:  Organizar base cartográfica digital e de dados georreferenciados;  Mapear a evolução temporal do uso das terras;  Mapear unidades de paisagens e avaliar o estado de conservação.

Métodos:

As etapas, materiais e técnicas utilizadas no trabalho estão resumidas no organograma a seguir:

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MateriaisM

Fotografias Aéreas Imagem SPOT 6 Base Cartográfica (1952 e 1980) (2014) Auxiliar

- Georreferenciamento - Interpretação de Imagem Mapas de Uso das - Ortorretificação - Vetorização Manual Terras e Florestas - Mosaicagem (1952, 1980, 2014)

- Classificação digital de - Álgebra de mapas Estado de Conservação de imagem - Reclassificação Unidades de Paisagem (Florestas - 2014)

Métodos Resultados

Resultados:

A tabela e o gráfico a seguir apresentam os resultados obtidos no mapeamento de uso da terra na REBIO das Araucárias e entorno de acordo com os anos de levantamento.

Tabela 1 - Uso das terras na REBIO das Araucárias e entorno (2 km) em hectares e porcentagem

Unidades 2014 1952 1980 de Paisagem REBIO REBIO + Entorno Água 175,11 0,4 113,14 0,8 225,59 0,5 Floresta com Araucária 17.994,49 20.246,52 42,4 10.132,23 67,9 18.334,36 38,4 comriuAraAraucária Várzeas e campos 7.611,80 16,0 2.846,87 19,1 6.861,99 14,4 úmidos Campos 3.195,02 6,7 0 0,0 0 0 Agricultura 11.242,44 23,6 1.588,17 10,6 18.087,73 37,9 Reflorestamentos 2.493,24 5,2 113,79 0,8 2.777,75 5,8 Edificações 136,06 0,3 7,89 0,1 466,43 1,0 Estradas e ferrovia 403,52 0,8 65,51 0,4 454,59 1,0 Solo exposto e outros 2.206,75 4,6 62,09 0,4 483,27 1,0

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Estes dados demonstram a extrema fragilidade dos ecossistemas remanescentes de Florestas com Araucárias e reforçam a urgência de adoção de medidas concretas para a efetiva conservação destes remanescentes, considerados os mais importantes do estado do Paraná e, por isso, definidos como Reserva Biológica. A cobertura florestal na REBIO totalizou 10.132,23 ha, correspondendo a 68% do total da UC e no entorno 8.202,13 ha (Tabela 1). Os dados também indicam claramente a importância de ser considerada a proteção da cobertura florestal remanescente no entorno, já que a conservação efetiva da biodiversidade da Floresta com Araucárias demandará áreas significativamente maiores.

Figura 1- Distribuição de Floresta com Araucária (em hectares)

A partir do mapeamento das áreas com Florestas foi possível gerar análise espacial destes fragmentos, sobrepondo dados de 2014, 1980 e 1952, a partir do qual definiu-se através de álgebra de mapas em ambiente SIG, o estado de conservação dos remanescentes, agrupando-os em três classes. Assim 55% das áreas florestais encontram-se em estado médio, 24% em estado baixo e 21% em estado avançado de conservação. As unidades de paisagem em estado avançado constituem fragmentos existentes em 2014 com cobertura florestal contínua desde 1952, havendo pequena ou nenhuma modificação significativa; os fragmentos em estado médio apresentam algum tipo de alteração nos anos 1952 e ou 1980 e as unidades em estado baixo constituem áreas em regeneração da Floresta a partir de 1980. O mapa abaixo (Figura 2) demonstra a distribuição espacial das unidades de paisagens com florestas agrupadas em classes de estado de conservação.

Implicações imediatas para gestão/manejo da REBIO das Araucárias:

O mapeamento das unidades de paisagem remanescentes na REBIO e entorno e sua evolução temporal são elementos importantes para os objetivos de planejamento, manejo, pesquisa e monitoramento desta UC.

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Figura 2 - Distribuição espacial do estado de conservação da Floresta com Araucária em 2014

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS DO TEMA "VEGETAÇÃO"

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O PARQUE NACIONAL DOS CAMPOS GERAIS E A EDUCAÇÃO PARA A SUSTENTABILIDADE

Mário Sérgio de Melo1

1Doutor em Geologia Sedimentar, Professor Associado do Departamento de Geociências da UEPG, [email protected]

Status: síntese

Resumo

As unidades de conservação da região dos Campos Gerais do Paraná, entre elas o PARNA Campos Gerais e a REBIO das Araucárias, têm um inestimável papel a cumprir perante a educação para a sustentabilidade. A civilização atual caracteriza-se por um desenvolvimento distorcido, marcada por consumismo desenfreado, o poderio corporativo, o enfraquecimento do estado, a manipulação do conhecimento, a inversão de valores, a corrosão da identidade, o alheamento das populações, as agressões ao ambiente, a apartação social. Embora esforços marcantes tenham sido realizados em escala global no sentido de reverter tal quadro, as previsões para o século XXI ainda são nefastas: a humanidade parece ainda por demais deslumbrada com as vantagens do conhecimento e da tecnologia, e a ânsia de ter e de poder ainda sobrepõe-se à responsabilidade que levaria a uma postura mais sóbria perante as conquistas do mundo desenvolvido. Essa realidade global não é diferente na região dos Campos Gerais. A cidade polo, Ponta Grossa, é uma cidade média em acentuado crescimento, que congrega forte atividade industrial, comercial e agrossilvipastoril. Por seu riquíssimo patrimônio natural e ambiental, a região é então palco de um confronto: de um lado os interesses econômicos de empreendedores na maioria das vezes obstinados pelo lucro fácil que não leva em conta os impactos ambientais, econômicos e sociais; por outro lado o patrimônio natural e ambiental riquíssimo, que já é objeto de unidades de conservação federais, estaduais e municipais, mas que na maioria das vezes existem só no papel. E não é raro ouvir declarações de empreendedores e mesmo administradores de que a vocação da região para o agronegócio já está estabelecida, e ela é incompatível com a conservação. Diante deste quadro, urge implantar definitivamente as unidades de conservação já criadas em lei, e utilizá-las tanto para pesquisas quanto para a educação ambiental e a educação para a sustentabilidade. Sustentabilidade quer dizer a compreensão de que o meio ambiente é importante por si só, mas também é essencial para preservar o equilíbrio que ajuda a manter atividades econômicas, os recursos naturais vitais, como a água, o ar, o solo que produz alimentos.

O desenvolvimento distorcido e a ecologia profunda

O livro O tao da libertação (HATHAWAY; BOFF 2012) apresenta um diagnóstico preocupante da civilização atual: patologias sociais, distorção do conhecimento, poderio corporativo, enfraquecimento do estado, desenvolvimento distorcido, impactos ambientais, apartação social estão entre os muitos motivos desta preocupação. Os autores alertam que é necessário arrumar o mau desenvolvimento através da disseminação de uma “ecologia profunda”, que leve o ser humano a ver- se como parte de uma intrincada teia de seres vivos, que depende ainda da interação com os elementos físicos do planeta para sobreviver.

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A UNESCO, órgão das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura, patrocinou, entre os anos de 2005 e 2014, a Década das Nações Unidas da Educação para o Desenvolvimento Sustentável (UNESCO, 2005). Tal iniciativa enfatiza, entre outras prioridades, a importância da educação para a conservação e proteção ambiental como parte da mudança necessária no rumo de um mundo sustentável.

As singularidades da região dos Campos Gerais

Dada uma conjunção de fatores que reporta à história geológica, o Estado do Paraná tem uma natureza única, distinta dos vizinhos São Paulo e Santa Catarina. Em consequência de arqueamentos e fraturamentos da crosta continental ocorridos quando da ruptura entre a África e a América do Sul originaram-se no Paraná as condições para o desenvolvimento da Escarpa Devoniana e da exposição das rochas da Formação Furnas. Esta é constituída sobretudo por arenitos, cuja constituição peculiar favorece o desenvolvimento de feições cársticas em rochas não carbonáticas, tais como furnas, cavernas, fendas, sumidouros e outras (MELO; GIANNINI, 2007; MELO et al., 2011; MELO et al., 2015). São as feições de relevo, a rocha e seus atributos e a ação do tempo que propiciaram as paisagens de exceção e a diversidade de flora e fauna observados nos Campos Gerais. Tais particularidades regionais ora constituem limitações, como os solos arenosos, rasos e frágeis perante os processos erosivos, ora vantagens, como a natureza cárstica dos arenitos da Formação Furnas, a qual constitui um importante aquífero para as cidades de Ponta Grossa e Carambeí. Mas mesmo no caso de tais vantagens, é preciso conhecer muito bem o funcionamento do aquífero, pois caso não venha a ser utilizado de forma sustentável poderá ocasionar fenômenos de depleção (rebaixamento do nível freático) ou contaminação. A região dos Campos Gerais é riquíssima em patrimônio natural e ambiental (MELO et al. 2007). Unidades de conservação federais (PARNA dos Campos Gerais, REBIO das Araucárias, FLONA de Piraí do Sul, Parques Estaduais de Vila Velha, Guartelá, Cerrado, Área de Proteção Ambiental da Escarpa Devoniana, Parques municipais do Buraco do Padre, do Capão da Onça, da Cachoeira do Rio São Jorge, da Cachoeira da Mariquinha, entre outras), atestam a relevância desse patrimônio e o esforço em prol de sua conservação. Entretanto, a maioria dessas UCs não foi ainda implantada de fato. Os riscos de degradação ambiental são muitos: transformação das áreas naturais por plantio intensivo, pastoreio e florestamento, queimadas, uso indiscriminado de agrotóxicos, caça de animais silvestres, invasão de espécies exóticas, processos erosivos, assoreamento e contaminação das águas. O degrau topográfico representado pela Escarpa Devoniana e a estrutura dos arenitos da Formação Furnas, que propiciam lapas rochosas que constituem abrigos naturais, fazem que se encontrem na região muitos abrigos sob rocha com vestígios arqueológicos de indígenas nômades pré-históricos que se deslocavam entre os planaltos (SILVA et al., 2006; SILVA et al., 2007; PARELLADA, 2007). O estudo destes sítios é ainda incipiente, mas poderia trazer dados valiosos não só para a arqueologia e a antropologia, mas também para a paleoclimatologia e paleoambientes, apoiando estudos sobre mudanças climáticas atuais e mudanças na flora e fauna da região pelo menos ao longo dos últimos dez mil anos. Por ser palco de conflitos de interesses de uma sociedade ainda não educada para a alteridade, as unidades de conservação podem cumprir um importante papel no sentido da educação para a sustentabilidade. Elas são locais que expõem de forma privilegiada os diversos componentes do ambiente, bióticos e abióticos, que compõem a trama que sustenta as condições para a vida. Pesquisar, conhecer e divulgar estes componentes e sua importância deve ser um objetivo prioritário das UCs.

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Implicações para o manejo do PARNA dos Campos Gerais:

Algumas sugestões para atividades de educação para a sustentabilidade fundadas nos atributos do PARNA dos Campos Gerais são:  Reconhecimento do caráter de carste não carbonático dos arenitos da Formação Furnas: quais as implicações para a cidade em termos de recursos hídricos subterrâneos e superficiais e riscos geoambientais (abatimenos, depressões, etc.).  Dinâmica do aquífero para a cidade e alimentação de fontes: a relação entre águas subterrâneas e fontes dos arroios, os riscos de contaminação do aquífero pela cidade.  Pinturas rupestres e sítios arqueológicos: seu significado, sua importância arqueológica e ambiental.  Reconhecimento e observação de bioindicadores de qualidade ambiental.

 Reconhecimento e observação de espécies ameaçadas, espécies endêmicas e outras.  Reconhecimento e observação de espécies com potencial papel de inimigos naturais de pragas potencializadas pela atividade agrossilvipastoril.  Reconhecimento de plantas com potencial fitoterápico.  Espera-se que o pleno funcionamento do PARNA contemple atividades sistemáticas da rede de ensino público e privado, básico e superior, tanto de educação para a sustentabilidade dos mais jovens quanto de pesquisa para aqueles das séries mais avançadas.

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A GEODIVERSIDADE DO PARNA DOS CAMPOS GERAIS NO CONTEXTO DO PRIMEIRO PLANALTO: IMPLICAÇÕES PARA A GEOCONSERVAÇÃO

Gilson Burigo Guimarães1

¹ Professor Associado da UEPG, Departamento de Geociências, Doutor em Ciências/Petrologia [email protected]

Status: síntese

Resumo

O PARNA dos Campos Gerais apresenta-se na transição do Primeiro Planalto para o Segundo Planalto Paranaense, o que resulta em um complexo mosaico de produtos e processos da componente abiótica da natureza, materializada como a geodiversidade local. Em termos de grandes unidades geológicas identificam-se rochas da Bacia do Paraná e aquelas que representam o seu substrato, ou seja, o Embasamento da Bacia do Paraná. Assim, a área do PARNA situada no Primeiro Planalto, e que corresponde a quase metade da unidade de conservação, é constituída dominantemente por rochas ígneas do Complexo Granítico Cunhaporanga e metamórficas do Grupo Itaiacoca, unidades geológicas de idade neoproterozoica. Da comparação entre este conjunto litológico e o que existe a partir do front e em direção ao reverso da Escarpa Devoniana, percebe-se um nítido contraste dos processos físicos e as formas de relevo, solos, redes hidrográficas e compartimentos ecológicos associados, além de modalidades de uso das terras, vocações turísticas e riscos potenciais. Este panorama também resulta em diferenças nos valores da geodiversidade para cada setor, algumas significativas, devendo os gestores do PARNA levar em conta as sutilezas deste quadro quando da definição das estratégias de geoconservação a serem implantadas.

Bases conceituais:

Em concordância com as indicações sobre geoconservação em áreas protegidas feitas por Crofts e Gordon (2015), entende-se que as medidas deste âmbito no PARNA dos Campos Gerais deverão tomar por base as diferentes categorias de valor da geodiversidade da unidade, sejam elas de natureza intrínseca, ecológica ou (geo) patrimonial (SHARPLES, 2002). Ou ainda, como apontou Gray (2004), por seu mero direito de existência ou por sua relevância em termos estéticos, culturais, funcionais, econômicos ou científico-didáticos, configurando diferentes nuances de um patrimônio geológico. Com isto se mantém a defesa de uma geoconservação de caráter amplo para os Campos Gerais (GUIMARÃES et al., 2009; GUIMARÃES et al., 2013; GUIMARÃES et al., 2014), que consiga harmonizar geodiversidade, biodiversidade e a sociedade, não assumindo um caráter exclusivamente focado em elementos da geodiversidade que se configurem em um patrimônio geológico apenas por ostentarem excepcional valor para as Ciências da Terra.

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A geodiversidade do PARNA dos Campos Gerais no Primeiro Planalto Paranaense:

Os principais tipos litológicos do PARNA dos Campos Gerais, na porção inserida no Primeiro Planalto, pertencem a duas unidades originadas durante o Neoproterozoico, o Complexo Granítico Cunhaporanga (GUIMARÃES, 2000) e o Grupo Itaiacoca (SZABÓ et al., 2006). Rochas da Formação Água Clara e do Complexo Granítico Três Córregos são pouco expressivas em abrangência, mas não devem ser desconsideradas. Tentativas de apresentar em termos mais simples os detalhes sobre a área ocupada pelas unidades, suas rochas mais comuns, as idades e seus ambientes de formação podem ser obtidos em Guimarães (2001), Melo et al. (2010) e Guimarães et al. (2014). Resumidamente, reconhecem-se no Grupo Itaiacoca rochas metamórficas de baixo grau (nas quais, localmente, ainda se observam estruturas das rochas anteriores ao metamorfismo), tais como metadolomitos, metarenitos e filitos metapelíticos (antigas rochas sedimentares de granulação fina), além de, em menor proporção, rochas metamórficas derivadas de antigos materiais vulcânicos. Esta unidade tem elevado valor econômico, pois acomoda jazidas de rochas carbonáticas para as indústrias de corretivos agrícolas e de cimento e também de talco. Estas mesmas rochas carbonáticas podem apresentar outro importante conjunto de valores (científico, estético, ecológico), pois hospedam típicas feições de relevo cárstico, com cavernas, dolinas, sumidouros, dentre outros. O Complexo Cunhaporanga possui uma série de corpos magmáticos intrusivos de composição principalmente granítica, entremeados por fragmentos das rochas encaixantes (provavelmente correlacionáveis às mesmas rochas do Grupo Itaiacoca). A identificação dos tipos de granitoides pode ser realizada com base em detalhes modais (proporções de quartzo e dos feldspatos), texturais, estruturais e dos minerais máficos presentes, a partir de análises em diferentes escalas. O auxílio de levantamentos geofísicos é frequentemente decisivo nos trabalhos de mapeamento, uma vez que extensas áreas do complexo são pobres em afloramentos e com solos profundos (GUIMARÃES, 2000; GUIMARÃES et al., 2001; FERREIRA et al., 2014). A diferença de resposta aos processos de esculturação do relevo entre os dois planaltos é marcante, proporcionada por uma série de fatores, com destaque para a orientação estrutural das camadas (horizontal nos arenitos da Formação Furnas no Segundo Planalto; frequentemente com mergulho elevado nas rochas do Grupo Itaiacoca; vertical em diques de diabásio) e a composição mineral. Altitude, movimentação do relevo (incluindo cristas e vales orientados) e padrões de drenagem espelham o contraste dos substratos, tendo a Escarpa Devoniana um papel de marco regional como elemento de separação entre os domínios. É ainda importante mencionar que, no setor do Primeiro Planalto do PARNA, existem corpos d’água de duas bacias hidrográficas: Rio Grande/Ribeira e Pitangui/Tibagi.

Ações de geoconservação: algumas questões

Provavelmente por uma conjugação de apelo cênico e turístico, além de importantes trechos possuírem relevo aplainado e cobertura vegetal original do tipo campestre, a porção do PARNA situada no Segundo Planalto tem tido maior ênfase quando se menciona seu patrimônio natural (ao menos isto é verdadeiro no que se refere ao patrimônio geológico). A seguir, algumas direções que deverão ser atendidas na definição de ações de geoconservação no setor do Primeiro Planalto do PARNA dos Campos Gerais:

 valor cultural: investigação arqueológica junto à base da Escarpa Devoniana e mesmo em outras áreas (por exemplo, em matacões de granitos e diabásio); análise do patrimônio mineiro ligado à extração e beneficiamento de rochas carbonáticas e talco na área do PARNA e entorno imediato;  valor estético: seleção de áreas para que funcionem como mirantes naturais, tanto no alto da Escarpa Devoniana (por ex., próximo ao Alagados) como em áreas no Primeiro Planalto que tenham vista privilegiada da extensão do front e cornija da Escarpa Devoniana; identificação de trilhas e roteiros geoturísticos;

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 valor econômico/funcional: mapeamento de processos erosivos, zonas de assoreamento e alagamento e delimitação de áreas de risco geoambiental; controle de qualidade de água; avaliação dos efeitos das atividades de mineração do entorno;  valor científico-didático: mapeamento e seleção de geossítios representativos da história proterozoica da área; geoconservação de geossítios do contato Formação Iapó/Embasamento da Bacia do Paraná (Cachoeira Santa Bárbara/MASSUQUETO et al., 2009; Cemitério do Cerradinho); avaliação espeleológica dos setores com rochas carbonáticas;  produção de mapeamentos em grandes escalas. Com frequência trabalha-se com mapas geológicos regionais, os quais têm caráter apenas orientativo e assim não permitem atender boa parte das observações acima.

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ESPACIALIZAÇÃO DE FEIÇÕES CÁRSTICAS DA FORMAÇÃO FURNAS: FERRAMENTA PARA GESTÃO DO TERRITÓRIO NO MUNICÍPIO DE PONTA GROSSA (PR)

Henrique Simão Pontes¹ ²

1Membro do Grupo Universitário de Pesquisas Espeleológicas – GUPE, 2Doutorando em geologia UFPR, [email protected]

Status: concluído

Resumo

O presente trabalho busca entender a distribuição espacial das principais feições cársticas das rochas da Formação Furnas (Siluriano/Devoniano), no município de Ponta Grossa (PR). Esta unidade geológica, composta por arenitos quartzosos cimentados principalmente por caulinita, é aqui caracterizada como um sistema cárstico regional, composto por diversas feições, como: cavernas, furnas, sumidouros, depressões no terreno, bacias de dissolução, alvéolos, dutos de dissolução, relevos ruiniformes, entre outras. Neste estudo, optou-se em estudar apenas as cavernas, furnas (dolinas de abatimento) e depressões no terreno, pelo fato de que tais elementos da paisagem cárstica em questão influenciam diretamente na gestão do território. A ocupação e uso do solo em locais de ocorrência destas três feições do relevo proporcionam riscos geoambientais diversos, capazes de gerar perdas econômicas, ambientais e sociais. A carstogênese do Sistema Cárstico da Formação Furnas passa por pelo menos três momentos de evolução, com presença de processos de remoção mecânica e dissolução, principalmente do cimento caulinítico, sendo: 1) alteração da rocha em ambiente subterrâneo (fantomização, especificamente no arenito a arenização), formada a partir de descontinuidades litológicas (estruturas sedimentares e tectônicas); 2) processo de erosão subterrânea em ambiente epifreático (de oscilação do nível freático) e; 3) processo de remoção mecânica ocasionada pela ação das águas pluviais e fluviais. No total foram trabalhadas 229 feições, dentre elas 43 cavidades subterrâneas (sendo 15 furnas) e 186 depressões no terreno. Observa-se que há uma conexão entre estas feições, pois estão alinhadas, acompanhando grandes lineamentos, mostrando assim uma configuração espacial peculiar, com intrínseca relação entre cada elemento. Com a sobreposição dos dados da espacialização das cavernas, furnas e depressões no terreno com o mapa das estruturas tectônicas, foi possível confirmar a hipótese que atesta não haver relação de exclusividade na ocorrência das feições cársticas da Formação Furnas com a Depressão de Vila Velha, mostrando que o carste ocorre nos arenitos, mesmo em áreas onde o embasamento não é carbonático. O mapa de uso do solo mostrou que mais de cinquenta por cento do relevo em questão apresenta uso com finalidade agropastoril, como também há uma grande porção de reflorestamento com exóticas. A área urbana apresenta tendência de expansão sobre o sistema cárstico e parte da zona industrial está sobre as rochas da Formação Furnas. Por fim, o presente trabalho obteve um mapa de Zoneamento Ambiental Cárstico (ZAC), o qual apresenta seis zonas específicas no relevo em questão, apontando quais são as restrições de uso do solo em cada área.

Objetivos:

 Estabelecer a distribuição espacial das principais feições do sistema cárstico da Formação Furnas no município de Ponta Grossa – Paraná;

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 Espacializar as cavidades subterrâneas e depressões no terreno presentes na área de estudo;  Discutir os aspectos genéticos e morfológicos das feições cársticas da Formação Furnas;  Obter um zoneamento visando à gestão do território.

Resultados:

 O trabalho identificou 229 feições cársticas nas rochas da Formação Furnas no Município de Ponta Grossa, dentre elas 43 cavidades subterrâneas (sendo 15 furnas) e 186 depressões no terreno;  As áreas denominadas neste estudo de “depressões no terreno” podem indicar a presença de cavidades subterrâneas, com risco de ocorrência de rebaixamentos e/ou abatimentos no terreno, bem como são locais que apresentam nível freático oscilante, gerando assim, riscos geoambientais diversos;  Há diversas áreas sobre as rochas da Formação Furnas com elevado potencial cárstico e espeleológico que ainda não foram exploradas, principalmente devido à proibição do acesso por parte dos proprietários. O mapa de Zoneamento Ambiental Cárstico (ZAC) proposto no estudo indica que muitas das feições cársticas trabalhadas estão situadas dentro do Parque Nacional dos Campos Gerais;  Foi elaborado um mapa do uso do solo da área de ocorrência do carste não-carbonático da Formação Furnas. A partir da análise deste material cartográfico observou-se que mais de 50% da área estudada desenvolvem o uso agropastoril e há uma elevada expansão das áreas com reflorestamento com exóticas, principalmente na porção sul do PARNA, o que está causando séria pressão sobre os geossítios do Patrimônio Cárstico e Espeleológico e sobre o campo nativo.

Implicações imediatas para gestão/manejo do PARNA dos Campos Gerais:

 Estabelecimento de prioridades imediatas para regularização fundiária, principalmente em propriedades que tenham registro ou com destacado potencial para ocorrência de feições cársticas e espeleológicas;  O Aquífero Furnas, considerado um aquífero fraturado e cárstico, apresenta características que exigem cuidados especiais, tanto para sua conservação como para evitar acidentes geoambientais. Trata-se de um aquífero que aflora em superfície em determinados pontos e está em grandes profundidades em outros, mostrando comportar-se de acordo com estruturas tectônicas e dutos e cavidades subterrâneas;  Para fins de licenciamento ambiental na Zona de Amortecimento do PARNA é de extrema importância que todo e qualquer empreendimento a ser instalado na área de ocorrência do carste arenítico de Ponta Grossa tenha obrigatoriedade de realização de estudos cársticos e espeleológicos;  São necessárias e urgentes ações em áreas de reflorestamento com espécies exóticas, principalmente com pinus, devendo ser obrigatório aos proprietários o cumprimento da área mínima de proteção das cavidades subterrâneas, depressões no terreno e demais feições cársticas, bem como o correto manejo e controle da dispersão dos espécimes sobre áreas circunvizinhas;  O Parque Nacional dos Campos Gerais deve aplicar medidas para a proteção das feições cársticas da área. O ICMBio deve intensificar ações de fiscalização, levantamentos de campo e pesquisa, em parceria com outras instituições de ensino e pesquisa, a fim de explorar novas áreas, onde atualmente é proibido o acesso por parte dos proprietários rurais, ampliando o conhecimento sobre o carste da região e aumentando ainda mais a projeção e importância deste unidade de conservação no cenário nacional;

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Figura 01 –Mapa do uso do solo na área do carste arenítico da Formação Furnas em Ponta Grossa

Figura 02 – Zoneamento Ambiental Cárstico (ZAC) sobre a Formação Furnas em Ponta Grossa

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O SISTEMA CÁRSTICO DO SUMIDOURO DO RIO QUEBRA-PERNA (PONTA GROSSA – PR): CARACTERIZAÇÃO DA GEODIVERSIDADE E DE SEUS VALORES

Laís Luana Massuqueto 1 2

1Membro do Grupo Universitário de Pesquisas Espeleológicas – GUPE, 2 Geógrafa Mestre em Gestão do Território UEPG, [email protected]

Status: concluído

Resumo

O presente trabalho desenvolveu-se na área do geossítio do Sumidouro do Rio Quebra-Perna, localizado a aproximadamente 30 quilômetros a sudeste do centro urbano de Ponta Grossa (PR), a cerca de um quilometro a sul do Parque Nacional dos Campos Gerais. O geossítio teve sua gênese a partir de três principais aspectos: a dissolução de arenitos quartzosos devonianos da Formação Furnas através da ação da água; propriedades da rocha (estruturas sedimentares e composição); e processos tectônicos ligados a um expressivo conjunto de falhas de direção NE-SW, relacionadas com estruturas do embasamento reativadas durante a evolução do Arco de Ponta Grossa. A erosão química ocorrente na área é de significativa importância, levando ao desenvolvimento de um expressivo sistema cárstico em rochas não carbonáticas. Feições do tipo alterita, indicando processos de fantomização foram identificadas no geossítio indicando processos de alteração in situ da rocha em ambiente subterrâneo confinado, envolvendo processos de dissolução geoquímica. Os fatores condicionantes da formação do geossítio são responsáveis por notável singularidade, resultando numa expressiva geodiversidade, reconhecendo-se uma série de valores, com destaque para: valor cultural, com sítios arqueológicos com pinturas rupestres das tradições Planalto e Geométrica; valor estético, com cachoeiras e uma série de feições ligadas ao desenvolvimento de cavidades subterrâneas, como cúpulas e dutos de dissolução, canais de teto, alvéolos, panelas de evorsão e espeleotemas; valor funcional, exercendo papel de refúgio para espécies da fauna e flora local; valores científico e didático, abrigando um dos melhores e mais completos acervos de produtos e processos relacionados à instalação de um sistema cárstico em rochas siliciclásticas dos Campos Gerais do Paraná. O Sumidouro do Rio Quebra-Perna é um dos mais importantes geossítios da região, considerada uma das principais cavidades subterrâneas areníticas desenvolvida nas rochas da Formação Furnas, porém situa-se fora do Parque Nacional dos Campos Gerais, o que faz deste local uma possível área de ampliação da referida Unidade de Conservação.

Objetivos:

 O presente trabalho tem como objetivo identificar a geodiversidade e seus valores no Sumidouro do Rio Quebra-Perna.  Caracterizar a área do Sumidouro do Rio Quebra-Perna a partir de sua geodiversidade (cavernas, paleoleitos, relevo ruiniforme, dutos de dissolução, cachoeiras, icnofósseis, etc.).  Compreender os fatores condicionantes do local e os processos vinculados à sua gênese.  Identificar os valores que possam ser atribuídos ao local e área de entorno, visando a conservação da sua geodiversidade.

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Resultados:

 O Geossítio do Sumidouro do Rio Quebra-Perna possui inúmeras feições singulares, que estão associadas ao seu processo de formação. Sua gênese está relacionada com a combinação de diversos fatores, tais como as características da rocha (composição e estruturas sedimentares), estruturas tectônicas (falhas, fendas e fraturas) e a ação erosiva (química e mecânica) das águas pluviais, fluviais e subterrâneas, desencadeando a dissolução e desagregação da rocha e transporte de sedimentos;  O geossítio em questão apresenta um conjunto de elementos naturais de expressiva importância científica e didática, tais como: abrigos sob rocha com pinturas rupestres; icnofósseis; feições de relevo ruiniforme como lapiás, bacias de dissolução, torres e pináculos; cavidades subterrâneas com presença de dutos e cúpulas de dissolução, canais de teto, alvéolos, espeleotemas, panelas de evorsão, alteritas; ressurgências e sumidouros; cachoeiras; balneários e; paleo canais;  Os valores da geodiversidade (intrínseco, cultural, estético, funcional, educacional, científico e econômico) aplicados no Geossítio do Sumidouro do Rio Quebra-Perna tiveram como base o que foi proposto por Brilha (2005), sendo o valor econômico o único ainda não identificado na área de estudo.

Implicações imediatas para gestão/manejo do PARNA dos Campos Gerais:

 Indica-se o Geossítio do Sumidouro do Rio Quebra-Perna como área prioritária de ampliação do Parque Nacional dos Campos Gerais, incluindo esta cavidade subterrânea no Parque, permitindo até mesmo a conexão com o Parque Estadual de Vila Velha, situado a pouco mais de dois quilômetros a sul do sumidouro;  O trabalho apontou que o geossítio está encravado em uma área de uso agrícola extensivo e sofre com a dispersão de espécimes exóticos (principalmente pinus) oriundos das grandes reflorestadoras presentes nas proximidades. A ampliação do PARNA sobre a área do sumidouro seria uma importante ferramenta para a conservação do local e de toda sua riqueza natural;  A conservação e a proteção do Geossítio do Sumidouro do Rio Quebra-Perna se fazem necessárias devido ao alto interesse espeleológico, geológico, geomorfológico, ecológico e arqueológico que o local como um todo apresenta. É de grande importância destacar que este geossítio é um notável exemplo de sistema cárstico desenvolvido nos arenitos da Formação Furnas, na região dos Campos Gerais do Paraná;  É importante que ocorram mudanças no gerenciamento do uso da terra sobre o relevo desta unidade rochosa, pois estas características implicam em problemas diversos como degradação das águas subterrâneas, abatimentos do terreno e perdas significativas de outros elementos da paisagem, bióticos e abióticos;

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Figura 01 – Rio Quebra-Perna em uma das ressurgências, ao sair do maior duto de dissolução identificado nos arenitos da Formação Furnas (foto Henrique Pontes)

Figura 02 – Geral de uma das galerias do Sumidouro do Rio Quebra-Perna

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Figura 03 – Mapa espeleológico do Sumidouro do Rio Quebra-Perna

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I Seminário de Pesquisas do Parque Nacional dos Campos Gerais e da Reserva Biológica das Araucárias, PR. TEMA: INTEIRAR PARA INTEGRAR 19 de novembro de 2015

PROJETO ARQUEOTREKKING DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL E PATRIMONIAL NO PARNA DOS CAMPOS GERAIS

Alessandro Giulliano Chagas Silva1 2

1Membro do Grupo de Estudos em Arqueologia da UEPG, 2 Graduado em Geografia pela UEPG [email protected]

Status: concluído

Resumo

Este projeto nasceu do interesse pessoal pela arqueologia em especial a arte rupestre. O primeiro trabalho foi desenvolvido para a graduação no curso de Geografia da Universidade Estadual de Ponta Grossa sob o título “Pinturas Rupestres do Sítio Arqueológico Abrigo Usina São Jorge – Ponta Grossa, PR”. Posteriormente, participando do projeto “Caracterização do Patrimônio Natural dos Campos Gerais” foram publicados artigos científicos¹ , além da participação em simpósios e palestras. Uma experiência marcante foi a participação no salvamento arqueológico realizado na região de Cerro Azul, em parceria com o Museu Paranaense, na ocasião da construção do gasoduto Bolívia-Brasil, obra que revelou uma riqueza arqueológica nas prospecções. Em parceria com a “Sem Destino Produções”, o projeto também conta com a produção de vídeos educacionais sobre as três áreas de maior relevância de sítios arqueológicos com arte rupestre no Paraná (Ponta Grossa, Tibagi e Piraí do Sul)². Juntamente com a RESSEG Moutain Wear³ foi desenvolvida uma edição de sacos de magnésio para escalada, com o tema chamado de “Energia dos Ancestrais”. São modelos bordados com a real retratação de pinturas rupestres. Nesta edição foram retratados dois desenhos de sítios arqueológicos da região de Ponta Grossa.

Objetivos/Métodos:

 O objetivo principal do projeto é a Educação Patrimonial e Ambiental e a preservação do Patrimônio Arqueológico através da visitação e contemplação da arte rupestre existente nas paisagens rochosas dos Campos Gerais.  A divulgação do Projeto Arqueotrekking é feita através de palestras e oficinas pedagógicas aos alunos das Escolas Municipais e Estaduais, estudantes de Cursos Técnicos e Universitários. O projeto também é apresentado aos órgãos públicos e instituições que possam promover a preservação de lugares de interesse arqueológico.

¹ SILVA, A.G.C.; MELO, M.S.; PARELLADA, C.I. Pinturas rupestres em abrigo sob rocha no sumidouro do rio Quebra-Perna, Ponta Grossa, Paraná. Publicatio, Ciências Exatas Terra, UEPG, Ponta Grossa, v.12, n.1, p. 23-31, 2005. SILVA, A.G.C.; MELO, M.S., Riscos ao Patrimônio Arqueológico dos Campos Gerais do Paraná. Boletim de Resumos da IV Jornada Científica de Geografia da UEPG. Outubro/2002. ² Karaka – Dando Umas Gerais nos Campos - https://vimeo.com/63378651 Projeto Arqueotrekking/Tibagi - https://vimeo.com/87276014 Projeto Arqueotrekking/Ponta Grossa - https://vimeo.com/134673818 ³ RESSEG - http://www.resseg.com.br/produtos/adventure/categoria/46

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 A produção de vídeos informativos e de divulgação realizados em parceria com a “Sem Destino Produções” que sempre acreditou e apoiou o projeto sobretudo pela preservação destes locais divulgando as produções através das redes sociais e canais da internet.  Criação de um banco de dados e um vasto material de fotos e vídeos dos sítios arqueológicos com arte rupestre da região.

Resultados obtidos:

 Foram realizadas oficinas pedagógicas na Rede Estadual de Ensino (Colégio Estadual Santa Maria, Ponta Grossa), palestras para o Curso Técnico em Guia de Turismo (Colégio Estadual Julio Theodorico), para o Grupo de Estudos em Arqueologia – UEPG, para o curso de Turismo da UNICENTRO – Irati e para o Grupo de Escoteiros Campos Gerais.  Apresentação do projeto para o COMPAC/PG (Conselho Municipal do Patrimônio Artístico Cultural (primeiro protocolo no ano de 2000 e reabertura do processo em 2013), desta resultou a inclusão do Sítio Arqueológico Abrigo Usina São Jorge ao inventário Cultural do Município, a fim que as pinturas rupestres sejam preservadas.  Visita Técnica e elaboração de um laudo do Abrigo Usina São Jorge realizado pela Divisão Técnica – Setor de Arqueologia do IPHAN/PR (Arqueóloga Daniela Gadotti Sophiati) juntamente com a Coordenação de Patrimônio Cultural do Estado do Paraná (Geógrafo Almir Pontes - Setor do Patrimônio Arqueológico, Etnográfico e Paisagístico).  Produção de vídeos educacionais referente a arqueologia nos Campos Gerais, e também os locais de grande beleza cênica.

Implicações imediatas para gestão/manejo do PARNA dos Campos Gerais:

 Estabelecimento de medidas de preservação do rico acervo arqueológico da região em questão.  Realizar estudo sobre a necessidade de instalação de cerca para as áreas consideradas prioritárias e frágeis.  Providenciar a instalação de sinalização que visem a informação sobre os sítios arqueológicos, formas de conduta dos visitantes e legislações existentes de proteção ao patrimônio arqueológico.  Realizar trabalhos especializados de conservação e restauro dos painéis danificados, utilizando para tanto os conhecimentos outrora obtidos nas pesquisas do patrimônio arqueológico da região.  Providenciar o resgate do material arqueológico de excepcional valor museológico e expositivo, caso necessário.  Promover atividades educacionais e culturais, envolvendo, inicialmente as escolas locais e moradores das comunidades próximas aos sítios arqueológicos.  Promover a divulgação, depois de realizadas as medidas de conservação e proteção dos sítios, considerando-os dentro do circuito turístico como cultural e científico.  Promover o desenvolvimento de pesquisas arqueológicas integradas aos sítios arqueológicos existentes dentro da área do PARNA dos Campos Gerais, dando continuidade aos estudos anteriormente realizados.  Viabilizar estudo relativo ao turismo científico-cultural com suporte técnico-científico para o planejamento e viabilização de visitações controladas.  Identificar a elevada relevância deste tipo de recurso para a visitação ou turismo científico- cultural.

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Figura 01 – Abrigo Morro do Castelo (PR PG 01), região da Mariquinha

Figura 02 – Cena de Cervídeos, Abrigo Usina São Jorge, Ponta Grossa/PR

Figura 03 – Representações de Cervídeos do Abrigo sob rocha no Sumidouro do Rio Quebra-Perna, Ponta Grossa, Paraná

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Figura 04 – Sacos de Magnésio para escalada com o tema “Energia dos Ancestrais”, confeccionados pela RESSEG, representações de figuras rupestres da região

Figura 05 – Croquí do Abrigo Usina São Jorge Figura 06 – Decalque das pinturas mais representativas do Abrigo Usina São Jorge

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A DETERMINAÇÃO DOS ÍNDICES DE REPRESENTAÇÃO DO RELEVO COMO SUPORTE AO PLANO DE MANEJO DE UNIDADES DE CONSERVAÇÃO – ESTUDO DE CASO DA RESERVA BIOLÓGICA DAS ARAUCÁRIAS /PR

Ronaldo Ferreira Maganhotto¹; Luiz Cláudio de Paula Souza²; Jairo Calderari de Oliveira Junior³; Marciel Lohmann4

¹ UNICENTRO, [email protected]; ²UFPR, [email protected]; ³ UTFPR,[email protected]; 4 UEL, [email protected]

Status: em andamento

Resumo

Os problemas ambientais relacionados à utilização indiscriminada dos recursos naturais resultaram em medidas e ações em prol da conservação ambiental, como a criação e implementação das unidades de conservação. Estas áreas têm como linha mestra para o desenvolvimento de suas atividades o Plano de Manejo, o qual apresenta por meio do Zoneamento Ambiental a divisão da unidade em porções territoriais homogêneas, conforme seu grau de conservação, biodiversidade e fragilidade ambiental. Apesar de existirem roteiros para elaboração deste documento, mencionando os critérios a serem considerados no estabelecimento do zoneamento, sente-se a necessidade do delineamento de variáveis, parâmetros e métodos para obtenção dos seus critérios. Neste contexto, a presente pesquisa tem como objetivo verificar a utilização dos Índices de Representação do Relevo como suporte ao Plano de Manejo, tendo como área de estudo a Reserva Biológica das Araucárias. As informações relacionadas à geomorfologia, a drenagem e suas relações com a distribuição dos solos, levantadas por meio do processamento de atributos derivados do modelo numérico do terreno, MNT, como: a altitude em relação ao canal de drenagem (Altitude AboveChannel Network), o potencial de erosão e sedimentação (Multiresolution Index of Valley BottomFlatness), a declividade (Slope), a relação do comprimento de rampa e declividade (LS – Factor) e o índice de umidade (Wetness Index), contemplam a Variabilidade e Suscetibilidade Ambiental, presentes nesses roteiros como alguns dos critérios de zoneamento. O processamento dos índices auxiliará no detalhamento das informações pedológicas e no estabelecimento de Classes Limitantes que, associadas ao uso do solo da reserva, permitirá uma orientação para o zoneamento, fundamentada na limitação e aptidão de uso das terras.

Objetivos/Métodos:  Formatação de base cartográfica em ambiente de geoprocessamento.  Caracterizar os Índices de Representação do Relevo.  Propor o Zoneamento Ambiental para a REBIO das Araucárias.  Propor a utilização dos Índices de Representação do Relevo (IRR) como suporte ao Plano de Manejo da REBIO.

Resultados:

Os resultados apresentados reportam-se ao processamento dos índices de representação do relevo, utilizados como suporte à elaboração da proposta de zoneamento para a REBIO das Araucárias. Para o seminário o esforço concentrou-se na espacialização destas informações e na explicação da obtenção destes dados. Assim, a caracterização dos índices e das demais variáveis físicas da unidade não foi mencionada nesta etapa. Seguem apresentadas a espacialização da Altitude em Relação ao Canal de Drenagem, AACN, do Índice de Úmidade, TWI, do Índice de Sedimentação/Erosão, MRVBF, do Fator LS (correlação entre declividade e cumprimento de rampa) e Declividade. Posteriormente, segue a descrição dos critérios utilizados para a elaboração do mapa de Classes de Limitação de Uso (Quadro 1) e o mapa propriamente dito, gerado a partir da Lógica Fuzzy e Análise por Múltiplos Critérios em ambiente de geoprocessamento.

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Organizador: Maganhotto, 2015

Organizador: Maganhotto, 2015

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Organizador: Maganhotto, 2015

Organizador: Maganhotto, 2015

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Organizador: Maganhotto, 2015

A Lógica Fuzzy e Análise por Multiplos Critérios no Estabelecimento das Classes Limitantes

A padronização Fuzzy tem por finalidade colocar todas as imagens das variáveis consideradas na análise,em uma mesma escala, para tornar possível a integração de todos os dados (SOUZA et al.,2005, p.142). Após análise da variável e entendimento de uma representação adequada, foi definida a tipologia de função (F), (linear, j-amoldado, sigmoidal), a curva (C),(crescente ou decrescente) e o ponto de inflexão (PI). Os dados foram reclassificados em uma escala contínua de 255 níveis, onde os valores próximos a 0 representam as condições não desejadas e os valores próximos a 255 assumem condições mais adequadas. Os parâmetros estabelecidos seguem apresentados no Quadro 1.

Quadro 1 - Parâmetros adotados na Lógica Fuzzy

IRR F/ C /PI CARACTERIZAÇÃO CONDIÇÃO EM CAMPO REFERÊNCIA Até 2 – valor 0. Até 2 – valores associados a j-amoldado/ Maganhotto AACN acima de 2 – assumem áreas sujeitas a constantes crescente/ 2 (2013) uma crescente até 255 inundações Até 8 – valor 255. j-moldado/ Acima de 8 – valores WI acima de 8 - há um Prates (2010) decrescente/ 8 associados a solos saturados decréscimo até 0 j-moldado/ Até 15% - valor255. Acima de 15% - valores SLOPE decrescente/ acima de 15% - há um associados a condições mais Lepch (1991) 15% decréscimo até 0 restritivas Até 0,5 – assumem uma Mckenzie e j-moldado/ crescente até 255. Até 0,5 - associados a erosão. Gallant (2007); MIVBF simétrico/0,5 de 0,5 a 2,5 – valor 255. acima de 2,5 - associados a Maganhotto et e 2,5 acima de 2,5 - há um sedimentação al. (2013) decréscimo até 0 Até 4 – valor 255. LS j-moldado/ Acima de 4 - propensão a Mansor et al. acima de 4 - há um FACTOR decrescente/4 erosão (2002) decréscimo até 0

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Organizador: Maganhotto, 2015

Implicações imediatas para gestão/manejo da REBIO das Araucárias:

Estas informações, geradas a partir do modelo numérico do terreno, possibilitam o entendimento de aspectos relacionados aos processos geomorfológicos e à distribuição dos solos, aspectos estes imprescindíveis ao zoneamento e planejamento/gestão da unidade. Considerando os Roteiros Metodológicos Para a Elaboração de Planos de Manejo (publicações IBAMA/ICMBio), pode- se afirmar que o processamento destes atributos contemplam a Variabilidade e a Susceptibilidade Ambiental, apontadas nas referidas publicações como critérios a serem considerados na Delimitação do Zoneamento Ambiental.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS DO TEMA "GEOCONSERVAÇÃO"

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I Seminário de Pesquisas do Parque Nacional dos Campos Gerais e da Reserva Biológica das Araucárias, PR. TEMA: INTEIRAR PARA INTEGRAR 19 de novembro de 2015

PARQUE NACIONAL DOS CAMPOS GERAIS: TURISMO, MANEJO DE USO PÚBLICO E A PERCEPÇÃO DOS VISITANTES

Jasmine Cardozo Moreira¹, Robert C. Burns².

¹Doutora em Geografia, UEPG, [email protected]; ²PhD, WVU, [email protected];

Status: em andamento

Resumo

Com o apoio do ICMBio, a Universidade de West Virginia (EUA) em parceria com o Serviço Florestal dos Estados Unidos (US Forest Service - International Programs) e a Universidade Estadual de Ponta Grossa (PR), através do LABTAN – Laboratório de Turismo em Áreas Naturais, realizaram a coleta de dados com visitantes no Parque Nacional dos Campos Gerais, entre os anos de 2014 e 2015. Com o objetivo de propor melhores práticas em turismo e manejo de uso público em Unidades de Conservação, os resultados deste estudo devem servir para a criação de uma base de dados de monitoramento da percepção de uso pelo visitante. Para os gestores, o objetivo desta análise é auxiliar no desenvolvimento de melhores programas de uso público e manejo de visitação, baseando-se na análise dos dados que estão sendo coletados com os visitantes. Além disso, pesquisadores e instituições envolvidas também poderão usar esses dados e compreender melhor as UCs integrantes do Projeto. O Projeto é baseado na metodologia norte-americana do Programa Nacional de Monitoramento de Uso Público (National Visitor Use Monitoring Program- NVUM), único método que o Serviço Florestal dos Estados Unidos usa para entender o uso pelos visitantes que ocorre nas suas Florestas Nacionais. No Brasil, os questionários também foram aplicados na Floresta Nacional do Tapajós (PA), Parque Estadual de Vila Velha (PR) e atualmente no Parque Nacional de Jericoacoara (CE) e Anavilhanas (AM). Para os próximos anos o projeto deve ser ampliado e a coleta de dados será realizada também em outras regiões brasileiras. No Parque Nacional dos Campos Gerais foram coletados 230 questionários, nas áreas do Buraco do Padre e Cachoeira da Mariquinha. O foco principal do estudo é traçar um perfil e compreender a percepção dos visitantes, incluindo questões com dados sócio-demográficos, características da viagem, bem como a percepção, motivações e satisfação relacionadas com as suas experiências de lazer na UC. No sentido de realizar comparações com os dados já coletados nos Estados Unidos, foram feitas também questões relativas à percepção a respeito da lotação e congestionamento em pontos específicos. Os questionários são aplicados com tablets utilizando o programa Droid Survey. Tal tecnologia possibilita o envio via wireless dos dados coletados, para um serviço de armazenamento na nuvem, que pode ser acessada em formato SPSS Statistic ou Excel.

Objetivos:

Esse projeto, ao fazer uso de técnicas de coleta de dados, manejo e planejamento de áreas protegidas, tem como objetivo geral auxiliar os gestores do ICMBio das UCs integrantes a desenvolverem melhores programas de uso público e manejo de visitação, baseando-se na análise dos dados a serem coletados diretamente com os visitantes.

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Os objetivos específicos deste estudo incluem:  Desenvolver os questionários, estratégia de amostragem e metodologia de coleta de dados para cada UC integrante.  Conduzir a coleta de dados em UCs selecionadas.  Realizar a análise de dados e incorporar os resultados da análise em relatórios a serem disponibilizados para os gestores das UCs.  Fornecer consulta permanente aos gestores das UCs pesquisadas, a respeito de assuntos pertinentes à este projeto, durante a sua duração.

Métodos: O projeto proposto utiliza o método Best Practice (melhores práticas) de manejo e planejamento de áreas protegidas. Resultados indicam que tais métodos foram eficientes em recursos naturais nos EUA, Europa e Ásia, e podem ser replicados em outros países. A maior vantagem em utilizar este método é que os questionários de pesquisa já foram elaborados e aplicados em outras áreas protegidas, embora precisem ser testados em campo no Brasil. Tais questionários possuem escalas numéricas usadas para medir os desejos/expectativas, motivações, níveis de experiência de viagem, e níveis de aglomeração/conflito dos visitantes tendo sido aplicados efetivamente para coletar mais de 15.000 questionários nos Estados Unidos. Os resultados foram usados para a tomada de decisões críticas de manejo. Fazer uso desses instrumentos de pesquisa já existentes resulta em um processo simplificado onde os questionários somente precisam ser modificados para uso específico e traduzidos para português. Os questionários foram aplicados com tablets utilizando o programa Droid Survey. No Parque Nacional dos Campos Gerais foram coletados 230 questionários, nas áreas do Buraco do Padre e Cachoeira da Mariquinha.

Resultados preliminares: Proporções semelhantes de homens (47,2%) e mulheres (52,8%) foram pesquisados. A idade média dos entrevistados foi de 34 anos, 84,3% foi até o atrativo de carro e 57% estava com a família. Um terço dos entrevistados (33,8%) possui o ensino médio e 29,4% possui curso superior. Somente 1,7% dos entrevistados vieram de outros países. Desses 98,3%, 89,8% vieram do Paraná, sendo 52,2% de Ponta Grossa e 17,4% de Curitiba. Grande parte (86,1%) dos entrevistados visitaram a região em um dia de viagem e o tempo médio de permanência foi de cerca de 3 horas. Praticamente a metade dos entrevistados estavam realizando a visita no local pela 1a vez (50,9%). Os visitantes participaram de várias atividades, sendo que quase a totalidade realizou caminhadas (97,4%) e quase a metade (48,3%) participou de atividades na água (banho/natação), 27,8% citaram a observação de cachoeiras, 8,3% fez churrasco e 13,5% piqueniques. As principais razões pelas quais as pessoas estavam visitando o PNCG foram: estar em contato com a natureza (60,1%); e porque gostam do local (21,3%). Em geral, as pessoas não se sentiram rodeadas de muita gente e classificaram a experiência da visita como Muito boa (29,8%), Excelente (23,1%) e Boa (28,9%).

Implicações imediatas para gestão/manejo da Unidade:

Sugere-se a realização de monitoramento constante. Com esses dados, o gestor pode tomar as melhores decisões, baseando-se no perfil do visitante. A implantação de meios interpretativos em português e painel no início da trilha também é sugerida, visto que o público é predominantemente brasileiro e a razão da visita é em grande parte o contato com a natureza.

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I Seminário de Pesquisas do Parque Nacional dos Campos Gerais e da Reserva Biológica das Araucárias, PR. TEMA: INTEIRAR PARA INTEGRAR 19 de novembro de 2015

PARQUE NACIONAL DOS CAMPOS GERAIS (PR) E TURISMO - UM OLHAR ATRAVÉS DA COMUNIDADE LOCAL

Leandro Baptista¹; Jasmine Cardozo Moreira²

¹ Doutorando em Geografia-UEPG, [email protected] ²Doutora em Geografia, UEPG, [email protected]

Status: concluído

Resumo

O planejamento turístico é uma ferramenta necessária para que a atividade ocorra em consonância com os princípios de sustentabilidade ambiental, social, cultural e econômica. Por sua vez, o interesse em conservar a natureza, pode ser entendido por assegurar a proteção de exemplos da biodiversidade e da geodiversidade, que será herdado pelas futuras gerações, ao passo que na atualidade o ritmo de mudanças provocadas pela ação antrópica é dada em grande escala e muitas vezes impossíveis de serem revertidas. Neste sentido, este trabalho possui como objeto de estudo o Parque Nacional dos Campos Gerais (PNCG), localizado nos municípios de Ponta Grossa, Castro e Carambeí, região Centro-Leste do Paraná. Como objetivo geral procura-se realizar uma análise dos possíveis impactos gerados com a implantação do PNCG para as comunidades de entorno desta área e como potencialidade de inserção destas junto ao Ecoturismo. Como objetivos específicos pretendeu-se realizar um diagnóstico sobre a percepção local em relação ao Parque, avaliar o interesse da comunidade de entorno em desenvolver projetos voltados ao Ecoturismo; sugerir atividades fundamentadas no Ecoturismo de base comunitária, o qual caracteriza-se pela prestação de serviços ou produtos ofertados pela comunidade local, e; identificar os recursos turísticos reconhecidos pelos moradores capazes de atrair o interesse de visitação em áreas no interior ou de entorno do Parque Nacional dos Campos Gerais. Para o cumprimento dos objetivos supracitados, foram realizadas entrevistas semiestruturadas, com perguntas abertas e fechadas abordando o PNCG e o interesse de participar na atividade turística. Como resultado ainda parcial, verifica-se que estes moradores entendem a necessidade de conservar a área, reconhecendo os pontos negativos que envolvem a atual infraestrutura turística, seus atrativos naturais e mostram-se favoráveis a participarem do Ecoturismo como fonte secundária de ocupação e renda.

Objetivos:  Verificar os impactos originados com a implantação do Parque Nacional dos Campos Gerais – PR para a população residente nas áreas de entorno deste.  Diagnosticar a percepção da comunidade local em relação ao Parque Nacional dos Campos Gerais.  Sugerir produtos e atividades fundamentadas no Ecoturismo de Base Comunitária como forma de promoção da cultura e fonte de renda à população residente na região abordada.  Identificar os recursos turísticos reconhecidos pelos moradores capazes de atrair o interesse de visitação em áreas no interior ou de entorno do Parque Nacional dos Campos Gerais.

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Métodos: Para responder aos objetivos propostos, esta pesquisa foi fundamentada em uma análise qualitativa da realidade (BAUER; GASKELL, 2002), valendo-se de observação em campo, utilizando- se de uma composição interdisciplinar do conhecimento. Para tanto, esteve estruturada em etapas, tendo início através de uma análise documental bibliográfica sobre o Turismo em áreas naturais, Comunidade Local e Unidades de Conservação, abrangendo livros, artigos, documentos oficiais, matérias em jornais, entre outros. A segunda etapa consistiu na elaboração das entrevistas para a coleta de dados em campo (DENCKER, 1998), apoiada pela investigação exploratória – com perguntas abertas e fechadas em questionário semiestruturado abordando o Parque Nacional dos Campos Gerais – PR e atividade de Turismo. A elaboração das entrevistas apoiou-se em quatro momentos distintos, respeitando os conceitos da metodologia da pesquisa participante (DEMO, 1985). O primeiro momento teve início com a investigação teórica de quais comunidades estão alocadas no raio de até 500 metros a partir do limite do PNCG (entorno estipulado para o Parque). Assim, os sujeitos selecionados foram os residentes fixos ou temporários das comunidades: Alagados, Biscaia, Cerradinho e Passo do Pupo, considerando apenas um membro de cada família para responder as perguntas. Em seguida foram aplicadas entrevistas nas comunidades, realizada nos meses de agosto de 2012 até julho de 2013. Foram desenvolvidas as entrevistas abordando o PNCG e a atividade turística, aplicadas no total de 63 residências. Não foi possível estimar a porcentagem desta amostra sobre o número total de moradores nos locais visitados, uma vez que não há estimativas oficiais sobre as comunidades de forma individual. A última etapa ocorreu com a tabulação dos dados obtidos através de softwares com posteriores formatações de gráficos para melhor visualização e interpretação dos dados. Por fim, os indicadores foram interpretados e analisados para a elaboração dos resultados desta pesquisa. Para a análise dos dados, foi utilizada uma composição entre a análise documental, à pesquisa bibliográfica, à observação e aos resultados obtidos nas saídas de campo. Neste momento, à visão do autor em relação ao que poderia ser aproveitado pela atividade e não foi citado pelos entrevistados, foi submetida à metodologia SWOT visando o cruzamento entre o potencial de desenvolvimento e as oportunidades desejáveis para o Turismo, sobretudo para compreender as descobertas visualizadas a partir dos pontos fortes de cada comunidade.

Resultados: Com a aplicação dos questionários na área de recorte espacial da pesquisa, chegou-se aos resultados, que baseados nas respostas dos moradores de cada comunidade, foram tabulados através de características quantitativas e qualitativas. Assim, para a sistematização dos resultados, optou-se por agrupá-los em categorias, conforme segue:

- Porque o Parque Nacional dos Campos Gerais foi criado? – Nesta questão, objetivou- se compreender a percepção local sobre os motivos que levaram à criação do PNCG. Vinte e sete respostas apontam como o principal motivo da criação do Parque a necessidade de conservar o meio ambiente, representando um percentual de 50% da amostra, enquanto outras vinte e três pessoas (25%) desconhecem o propósito do PNCG. Este valor merece destaque por demonstrar que uma parcela significativa das comunidades não está participando ou recebendo informações sobre esta Unidade de Conservação. As demais respostas indicam relação com a proteção ambiental e ao uso público, sendo respectivamente: dez para animais; cinco para lazer; quatro para as águas, duas para conscientização ambiental e uma para a qualidade do ar.

- Quais são os principais atrativos do Parque? – Buscou-se identificar o reconhecimento dos entrevistados sobre os locais de interesse turístico no interior desta Unidade de Conservação. Os atrativos Cachoeira da Mariquinha, Buraco do Padre e Furnas / Dolinas Gêmeas foram as opções mais lembradas pelos entrevistados com 39, 34 e 19 respostas, respectivamente. As demais

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opiniões remeteram-se sete vezes ao Capão da Onça e ao São Jorge, seis à Pedra Grande, localizada na região do Cerradinho, cinco respostas para Alagados, Caverna Olhos D’água e às águas. A paisagem, vegetação, animais e àqueles que não souberam responder, foram contabilizados quatro registros.

- O que precisa ser melhorado ou implantado para atrair mais visitantes? – Desejou-se compreender o olhar dos sujeitos sobre as deficiências locais para o atendimento de turistas. Para as respostas vinculadas à atividade turística, as vias de acesso somaram o maior índice de insatisfação, com trinta e uma ocorrências, 32% do total. Outras dez respostas indicaram a sinalização precária e para aqueles que não souberam opinar, nove registros foram coletados. A necessidade de maior divulgação e segurança obtiveram seis citações, enquanto a questão do transporte público foi lembrada cinco vezes. Os meios de hospedagem e a infraestrutura específica contaram com 4 respostas cada. Além destas respostas, outras de ordem operacional também foram citadas, como a falta de uma rede de telefonia (três respostas), enquanto uma maior qualidade da preservação e a necessidade de sanitários foram lembradas duas vezes. Demais opiniões ressaltaram a questão do lazer, limpeza, pontos de vendas de lembranças, trilhas, cobrança de ingressos para visitação e restaurante, com uma resposta cada.

- Existe interesse em trabalhar com atividades voltadas ao turismo? – Visou identificar a vontade dos moradores em atuar na atividade turística. As respostas para esta questão foram de 42 entrevistados com interesse e 21 pessoas que negaram a oportunidade. Estes números fornecem um importante indicador para a composição do Plano de Manejo desta Unidade de Conservação, pois, ainda que os resultados desta pesquisa demonstrem dados preliminares, representam o início do preenchimento de uma lacuna nos estudos relacionados ao Parque Nacional dos Campos Gerais – PR. Questionados sobre quais atividades gostariam de participar, a maior parte das pessoas (57%) não souberam se posicionar, enquanto as opções de atuar no comércio ou trabalhar como guias foram apontadas sete e seis vezes cada, respectivamente. Desta amostra, moradores que já trabalham com comércio de alimentos e bebidas disseram estar dispostos a ampliar suas ofertas para melhor atender aos visitantes. Outras opções indicam o interesse em construir ou trabalhar no ramo hoteleiro em três respostas além de duas citações tanto para a instalação de cooperativas locais quanto para restaurantes. Além dos resultados apontados nas respostas obtidas, percebeu-se também, através das saídas à campo, que determinadas características das comunidades sugerem outras oportunidades observadas pelo pesquisador, mas que não foram citadas durante as entrevistas. Estas oportunidades podem inclusive contribuir para ampliar as possibilidades de inserção daqueles entrevistados que não souberam se posicionar da maneira que gostariam de participar do Ecoturismo de Base Comunitária (25 respostas). Neste caso, optou-se por registrar estas impressões através da metodologia de análise SWOT, a qual identifica os pontos fracos e fortes, as deficiências e as oportunidades de determinada região ou local para o planejamento do Turismo. O uso desta ferramenta tornou-se necessária uma vez que estas opiniões refletem a observação em campo do autor sem o reconhecimento formal dos moradores, portanto, verificou-se esta opção como um instrumento eficaz para que as oportunidades fossem avaliadas de maneira impessoal. Assim, resume-se no Quadro 1, as propostas identificadas através das entrevistas em campo e pela análise do autor através deste estudo

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Quadro 1 – Resumos das propostas e reflexões levantadas em campo

Propostas obtidas através das Propostas a partir da análise SWOT entrevistas Comércio – Produtos alimentícios Produtos Artesanais – Souvenirs com materiais que remetam industrializados e manipulados ao PNCG Guia – Interpretação e Educação Agricultura Familiar – Fornecimento de produtos e segmento Ambiental potencial de desenvolvimento: Turismo Rural Hospedagem – Caráter domiciliar Serviços – Brigadistas; Monitores da qualidade de trilhas, recursos naturais; Equipe de Resgate; Beneficiamento de resíduos recicláveis; Atendentes, etc. Cooperativa de Turismo - Cadeias Produtivas – Articulação entre prestadores de Multisegmentar serviços com a participação de demais atores, como Grupo de Restaurante – Culinária local Terceira idade que produz doces em conserva; Produção de bombons; Incorporação do cultivo de folhosas (hidroponia) em demais estabelecimentos; Estruturação de um “Selo Local” para fortalecer a identidade da região.

Implicações imediatas para gestão/manejo da Unidade:

 Levar informações sobre o Parque Nacional dos Campos Gerais para os moradores residentes na área de entorno da UC.  Promover eventos de imersão comunitária na Unidade de Conservação, seja por meio de serviços voluntários (como brigadistas) ou privados (condução em atrativos).  Ampliar pesquisas com ênfase em critérios socioculturais como base para a promoção da UC e da atividade turística.

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CACHOEIRA DA MARIQUINHA: IMPACTOS E POTENCIALIDADES DO USO PÚBLICO NO PARQUE NACIONAL DOS CAMPOS GERAIS- PR

Lilian Vieira Miranda Garcia¹, Jasmine Cardozo Moreira2, Robert Burns3

1 Mestre em Gestão do Território- UEPG, [email protected]; ² Doutora em Geografia, UEPG, [email protected]; ³PhD, WVU, [email protected].

Status: concluído

Resumo

A principal maneira de aliar preservação e uso indireto dos recursos naturais em uma Unidade de Conservação é através das atividades de uso público. A visitação é um dos objetivos de criação da categoria parque, e sua realização pressupõe gestão do uso público no intuito de minimizar os impactos ao ambiente e elevar a qualidade da experiência do visitante, fazendo com que a sociedade consolide sua relação de pertencimento com o patrimônio natural e cultural ali protegido. O Parque Nacional dos Campos Gerais, criado em 2006 no centro-leste do Estado do Paraná, com a finalidade de preservar os últimos remanescentes de campo nativo com entremeados de Floresta Ombrófila Mista da região apresenta inúmeros atrativos considerados como de uso consolidado pela gestão da Unidade de Conservação (BRASIL, 2006). Uma destas áreas, foco do presente estudo, é a Cachoeira da Mariquinha que recebe visitantes há anos, porém sem considerar as premissas básicas de mínimo impacto, características de atividades de ecoturismo e de visitação em áreas protegidas (ICMBIO, 2012). Assim, o amplo diagnóstico realizado para a área de estudo e os resultados dos levantamentos referentes ao perfil de visitante, bem como monitoramento dos impactos da visitação e da qualidade da experiência do visitante são essenciais para alcançar os objetivos de gestão da Unidade de Conservação.

Objetivos: O presente estudo visa analisar a atividade de visitação na Cachoeira da Mariquinha, uma das áreas com atividade turística consolidada inserida no Parque Nacional dos Campos Gerais (PR), realizando um diagnóstico turístico focado na identificação do perfil do visitante, analisando impactos relacionados à atividade turística, apontando o número balizador da visitação e propondo ações de manejo que minimizem os impactos da atividade turística na área estudada.

Métodos: Para se chegar aos objetivos propostos utilizou-se como ferramenta norteadora o Roteiro Metodológico para Manejo dos Impactos da Visitação do ICMBio (ICMBIO, 2011), órgão gestor das Unidades de Conservação federais, e materiais e métodos específicos para cada etapa indicada por este roteiro.

Resultados: Como resultado, através do diagnóstico turístico da área, verifica-se um grande potencial de atividades e recursos turísticos inexplorados na área de estudo. Além disso, o perfil do visitante, levantado através da aplicação de 118 questionários, aponta um usuário jovem, organizado em

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grupos familiares, procedente, em grande parte, do município de Ponta Grossa, que busca contato com a natureza. Já o monitoramento das trilhas não indica relação direta entre o número de usuários e o aumento dos impactos, sendo esses impactos minimizáveis através de ações de manejo. O monitoramento da qualidade da experiência do visitante identifica que a aglomeração é vista, pela maioria dos visitantes, como aspecto que influencia negativamente na qualidade da visita. O objetivo do cálculo do Número Balizador da Visitação não foi indicar o número máximo de visitantes por dia para a atividade e sim apontar fatores que limitavam a visita no local, como também, possíveis ações de manejo. Assim, mais importante que o resultado do NBV de 362 pessoas/dia para a atividade de banho na Cachoeira da Mariquinha é a indicação que o fator limitante no caso estudado é a expectativa do visitante quanto à aglomeração de pessoas. No caso da Cachoeira da Mariquinha deve-se destacar o tempo longo de permanência do visitante na cachoeira. Ações de manejo que fomentassem atividades em outros locais, como construção de área de piquenique, ou que restringissem o conforto das pessoas, como a proibição de bebidas alcoólicas destinando-se a diminuir o tempo de permanência no local, aumentando assim o número de visitantes sem diminuir a qualidade da visita. Através da análise dos resultados são indicadas ações de manejo para minimizar os danos aos recursos e melhoria na qualidade da experiência dos visitantes. O presente estudo evidencia que as atividades de visitação na Cachoeira da Mariquinha devem ser entendidas como uma oportunidade para consolidação do Parque Nacional dos Campos Gerais.

Implicações imediatas para gestão/manejo da Unidade: Além da continuidade da pesquisa na Cachoeira da Mariquinha e nas outras áreas de turismo consolidado do Parque Nacional dos Campos Gerais, muito importante no entendimento da dinâmica da visitação no interior da UC, o presente estudo indica algumas ações de manejo no intuito de auxiliar na minimização dos impactos decorrentes da atividade e da melhoria da qualidade da visita. a) Aumento da gama de atividades recreativas na área de estudo, considerando o perfil jovem do visitante, como camping, cachoeirismo, arvorismo, etc. Esta ação de manejo possibilitaria o uso de outros recursos da área, diminuindo a aglomeração na cachoeira principal; b) Elaboração de roteiro interpretativo na “Trilha Campo”. Esta atividade traria mais informação sobre a biodiversidade e geodiversidade local, evidenciando o grau de importância da conservação do patrimônio natural ali presente, fomentando o vínculo entre visitante e área protegida; c) Estruturação de áreas de piquenique distante da cachoeira principal, restrição de atividades como uso de bebidas alcoólicas e realização de churrasco na área da cachoeira principal. Estas ações visam diminuir o tempo de permanência do visitante na cachoeira sem que seja necessário normatizar tempo máximo. d) Melhoria nas condições e localização dos banheiros; e) Melhoria do gerenciamento de resíduos sólidos da propriedade com a colocação de mais lixeiras nas áreas de estacionamento, acampamento e churrasqueiras, realizando coleta com maior periodicidade dos resíduos das lixeiras. Além disso, armazenar, em local adequado, os resíduos até que seja levado ao destino final, desocupando e demolindo o atual local de armazenamento; f) Ações de manejo para diminuição do volume de água da chuva que escoa sobre o leito da trilha; g) Busca de parceria com o governo municipal em relação à manutenção da estrada, principalmente nos meses de maior fluxo turístico, ou seja, dezembro, janeiro e fevereiro, para melhoria da satisfação dos visitantes;

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h) Recuperação das áreas impactadas por espécies exóticas, neste caso pinus, principalmente nas áreas de campo nativo, com intuito de minimizar os efeitos da dispersão em ambientes ainda conservados e oportunizar ao visitante à visão do horizonte, típica das paisagens dos Campos Gerais; i) Recuperação das Áreas de Preservação Permanente dos cursos d’água e nascentes no interior da propriedade;

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ANÁLISE DOS IMPACTOS AMBIENTAIS RELACIONADOS À VISITAÇÃO NO BURACO DO PADRE, PARQUE NACIONAL DOS CAMPOS GERAIS, PONTA GROSSA/PR

Solange Burgardt1; Jasmine Cardozo Moreira2

1 Mestranda e Geografia - UEPG, [email protected] ²Doutora em Geografia, UEPG, [email protected]

Status: em andamento

Resumo

Buraco do Padre denomina um dos locais de visitação consolidada dentro do Parque Nacional dos Campos Gerais (PNCG). Consiste em uma furna que tem acesso ao interior por meio de uma trilha de aproximadamente 730 metros. Por se tratar de um local de relevante beleza cênica, importância no âmbito histórico-cultural da região, além de geológico, biológico e do ponto de vista do desenvolvimento do turismo, já faz parte de outras unidades de conservação anteriores ao PNCG. Entretanto, o modo de visitação nunca foi efetivamente controlado, visando o mínimo impacto ao ambiente, ou levando em consideração as orientações dos órgãos competentes neste assunto. A situação fundiária do PNCG ainda está em tramitação, ou seja, o Parque ainda não foi implementado e os locais com visitação ainda pertencem a proprietários particulares. No início de 2015, o atual proprietário do atrativo natural “Buraco do Padre” iniciou algumas intervenções no local, inserindo alguns elementos de infraestrutura e revitalização do local. Levando em consideração o histórico de visitação sem orientação e/ou controle, o projeto proposto como dissertação de mestrado de mesmo título, tem como objetivo principal analisar os impactos ambientais na trilha principal do Buraco do Padre, com o intuito de propor medidas de controle e minimização dos impactos negativos decorrentes da forma atual de visitação. Para conseguir atingir este objetivo, foram selecionados pontos amostrais distribuídos ao longo da trilha que leva ao interior da furna, onde mensalmente, durante um ano, foram monitorados alguns indicadores de impacto ambiental. Complementar ao objetivo principal, ainda foi feita a classificação da trilha, conforme a função, o grau de dificuldade, exigência física do caminhante, declividade do terreno e distância. Além disso, foram identificados os segmentos de trilha que necessitam de maior atenção, para priorização da intervenção de manejo. As informações resultantes deste trabalho podem vir a ser úteis na futura elaboração do Plano de Manejo do PNCG e das ações de manejo da trilha principal do Buraco do Padre.

Objetivos: O objetivo principal do projeto é analisar os impactos ambientais na trilha do Buraco do Padre, com o intuito de propor medidas de controle e minimização dos impactos negativos decorrentes da forma atual de visitação. Como objetivos específicos têm-se:  Identificar e qualificar os impactos ambientais causados pelas atividades de uso público.  Elaborar propostas de monitoramento e manejo do impacto da visitação.  Sugerir uma proposta de recuperação dos locais impactados ou degradados pelo uso público.

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Métodos: Os métodos utilizados foram baseados nas orientações do Roteiro Metodológico para Manejo dos Impactos da Visitação (ICMBio, 2011) e mais especificamente na metodologia VIM (Visitor Impact Management, GRAEFE et al.,1990), que mais se ajustou aos objetivos da pesquisa, pois, tem o enfoque em identificar os impactos não aceitáveis da visitação; determinação dos potenciais fatores causais que afetam a ocorrência ou a severidade dos impactos não aceitáveis e seleção de estratégias de manejo e potenciais para a mitigação dos impactos não aceitáveis. Para a seleção dos pontos amostrais foi realizado o levantamento da topografia do local, construído um croqui da trilha e feita a padronização dos pontos de amostragem a cada 80 metros, sendo a trilha dividida em 9 pontos amostrais e 8 segmentos, onde foram selecionados os seguintes indicadores de impactos ambientais: 1. Leito da trilha: largura (m) - problemas de drenagem (empoçamento, falta de sistema de drenagem, falta de manutenção de canaletas/sistema de drenagem, erosão, outros. 2. Danos: aos recursos naturais (galhos quebrados, inscrições em árvores, plantas pisoteadas fora da trilha, vandalismo, extração de espécies, queimadas); e à infraestrutura (pichação, remoção de estruturas, vandalismo, outros). 3. Número de trilhas não oficiais (causas: lama, acesso à água, obstáculo natural, abreviação de percurso, outros); 4. Saneamento: presença de lixo.

Resultados (preliminares / consolidados):

A classificação da trilha principal, que direciona o visitante à furna do Buraco do Padre foi classificada quanto a função, o grau de dificuldade, exigência física do caminhante, declividade do terreno e distância.

Função Curta distância (Natural Trail) Forma Linear 1A leve Grau de dificuldade média moderada Tabela 01 – Classificação da trilha principal do atrativo turístico “Buraco do Padre”

É uma trilha utilizada basicamente para atividades de turismo (função), linear (forma), o grau de dificuldade é subjetivo por levar em consideração a distância, a declividade, os obstáculos da trilha, como também o condicionamento físico, a idade e as habilidades esportivas de quem faz a trilha, mas de maneira geral é uma trilha leve, com poucos obstáculos e declividade e exige pouco conhecimento específico ou condicionamento do visitante. Quanto aos indicadores de impactos ambientais a largura do leito da trilha foi coletada nos 9 pontos amostrais durante os doze meses de monitoramento e o resultado parcial demonstra que apesar da variação nas medidas de largura da trilha, não é possível dizer que a tendência é de que as trilhas estejam aumentando de largura, pois não são números sempre crescentes de um mês para o outro. Da mesma forma o desvio padrão em todos os pontos ficou abaixo de 0,5, o que estatisticamente não é considerado um valor alto, assim sendo, a dispersão dos valores coletados por mês não tende a se afastar muito além do valor da média aritmética das larguras dos pontos amostrais na trilha. Não há problemas de drenagem na trilha em si, o que se percebeu foi que ao final da trilha, na entrada da furna, durante a maior parte dos meses de coleta, a água não fluía com facilidade da cachoeira para o corpo d’água. No último mês de coleta de dados, notou-se que reocorreu a mudança na circulação subterrânea do Rio Quebra-Pedra, já documentado anteriormente por Pontes et al. (2010), o que, conforme observado por estes autores pode ter sido

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influenciada pela atividade turística. Da mesma forma, neste mesmo segmento final da trilha, observa-se acentuada quantidade de raízes expostas e erosão do terreno agravada pelo pisoteio dos visitantes. Em outros segmentos de trilha também é notável que algumas árvores, principalmente as mais próximas à trilha estão inclinadas e há erosão na encosta (Figura 1). Quanto aos danos aos recursos naturais, há algumas pichações em árvores e alguns desvios da trilha. Mas o indicador mais frequente até o momento da intervenção por parte do proprietário particular era a presença de lixo. A partir da revitalização, a quantidade de lixo espalhada ao longo do trajeto da trilha praticamente desapareceu.

A B

C D

Figura 1 - A: árvores inclinadas próximas à trilha; B: passagem de água perpendicular à trilha; C: raízes expostas e erosão no segmento final da trilha; D: passagem de água no segmento final da trilha

Implicações imediatas para gestão/manejo da Unidade:

Quanto aos indicadores analisados, no segmento de trilha entre os pontos amostrais 8 e 9, onde há o degrau natural, árvores com raízes expostas e a utilização deste trecho de terreno para se ter acesso ao interior da furna, precisa de manejo imediato para minimizar o impacto e conter o processo erosivo que já se desenvolve. O trânsito de pessoas por este trecho intensifica o processo erosivo, fazendo com que as raízes das árvores fiquem cada vez mais expostas e tendam a tombar, como já aconteceu anteriormente. As propostas de ações de curto prazo poderiam priorizar este trecho da trilha. Alternativas possíveis para minimizar o impacto principalmente neste ponto da trilha, seria o planejamento da implantação de uma trilha suspensa, como existe em alguns trechos da trilha do Parque Estadual do Guartelá (PR) e também na trilha do Sancho no Parque Nacional Marinho de Fernando de Noronha (PE). A trilha suspensa no Buraco do Padre poderia ser implantada em dois trechos, onde é necessário atravessar passagens de água (Figura 1B e 1D). Outra possibilidade para o segmento final da trilha, na entrada da furna é posicionar uma passagem indutiva, como a realocação de algumas rochas já existentes no local, de forma a proporcionar maior segurança aos visitantes, de forma a não alterar negativamente a dinâmica local. Exemplo desta forma de travessia existe no Parque Natural de Narita no Japão (MENEZES, 2015).

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A TRILHA INTERPRETATIVA DO SALTO SÃO JORGE - PARQUE NACIONAL DOS CAMPOS GERAIS - E SEU POTENCIAL PARA O GEOTURISMO E EDUCAÇÃO AMBIENTAL

Ana Cláudia Folmann¹; Maria Ligia Cassol Pinto²; Gilson Burigo Guimarães³

¹Mestre em Geografia – UEPG, [email protected] ² Doutora em Geografia – UEPG, [email protected] ³Doutor em Petrologia - UEPG,[email protected]

Status: concluído

Resumo

As trilhas interpretativas têm se destacado no contexto do turismo como uma ferramenta valiosa na conservação do patrimônio natural. Este trabalho pretende mostrar a importância das trilhas como instrumento de geoturismo e geoconservação, quando equipadas com os meios interpretativos adequados. Em muitas unidades de conservação, as trilhas são subestimadas quanto ao seu potencial educativo, além disso, há pouco investimento em sua manutenção, sinalização e interpretação. Um exemplo disso é a trilha que vai de encontro ao Salto São Jorge, em Ponta Grossa - PR. Esta cachoeira destaca-se devido à exposição do contato geológico raro, constituído por rochas da Formação Furnas, Formação Iapó e Complexo Granítico Cunhaporanga. O geossítio ainda apresenta atrativos arqueológicos e históricos, e é muito procurado por visitantes para a prática de atividades de lazer e esporte. A forma com que a atividade turística tem se realizado (muitas vezes caracterizada como turismo de massa) vem causando impactos ao patrimônio natural, inclusive com ameaças à geodiversidade. Para reverter tal situação e colaborar para que os visitantes possam obter, além da apreciação estética, conhecimentos geológicos sobre o ambiente, são propostos alguns pontos de interpretação no percurso da trilha. Foi avaliada a capacidade de suporte da trilha e propostas de melhorias na infraestrutura do local, que atualmente é muito precária e não possui nenhum tipo de adaptação para portadores de necessidades especiais. Dessa forma, espera-se que essa pesquisa possa vir a ser uma contribuição para os planejadores e gestores de trilhas no sentido de torná-las interpretativas, acessíveis e eficientes em relação à educação ambiental e ao geoturismo.

Objetivos: O objetivo geral desse trabalho é analisar a importância das trilhas como instrumentos de geoturismo e geoconservação, a partir do estudo da trilha do Salto São Jorge. Os objetivos específicos consistem em:  Oferecer subsídios para um ordenamento das visitações e um manejo adequado da trilha em relação à educação ambiental, geoturismo e geoconservação, por meio de propostas de melhorias nas trilhas e na infraestrutura da unidade de conservação.  Colaborar com o desenvolvimento do geoturismo, através da divulgação desse estudo.  Contribuir com o aprofundamento dos estudos relativos à geoconservação dos Campos Gerais do Paraná, buscando a disseminação dos conhecimentos geológicos à comunidade.

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Métodos: Fizeram parte da metodologia da pesquisa o levantamento bibliográfico; investigações de campo com uma equipe multidisciplinar; a espacialização, com auxílio de um receptor GPS (Global Positioning System) Garmin, da extensão da trilha e dos principais pontos de interesse (os dados foram plotados no software MapSource, enquanto que o mapa foi elaborado com o uso do software Arc View 3.2); e o aprofundamento das informações, por meio de entrevistas informais com frequentadores da trilha, entre outras.

Resultados: Alguns pontos de interpretação são propostos ao longo da trilha (Figura 1), para que além da apreciação da paisagem, as pessoas também possam compreender a sua história geológica. Nesses pontos estão incluídos diferentes feições de relevo, características da geodiversidade local e efeitos da ação da água dos rios. Com base nessas informações foi elaborado um folheto interpretativo e um painel que, com o apoio da MINEROPAR, foi apresentado na exposição Geodiversidade na Educação, no campus Uvaranas da UEPG. Foi avaliada a capacidade de suporte da trilha com o método proposto por Cifuentes (1999), com adaptações devido às especificidades da trilha do Salto São Jorge. Utilizando-se algumas fórmulas, a capacidade de carga física é calculada, e a partir dela, calcula-se a capacidade de carga real. Para isso, foram levados em conta os seguintes fatores: fator social; erodibilidade; acessibilidade; precipitação; fechamentos temporais; e alagamento. As áreas de maior declividade (Figura 1) mereceram atenção em relação aos impactos que o pisoteamento pode trazer, pois apresentam maior risco de erodibilidade. A capacidade de suporte da trilha seria de 129 pessoas por dia, se a capacidade de manejo (requisitos ligados à infra-estrutura, recursos humanos e equipamentos) fosse de 100%. Atualmente o geossítio não conta com infra-estrutura condizente com a paisagem, nem com profissionais qualificados. A trilha recebe centenas de pessoas, muitas vezes, mais de 400 visitas nos dias dos finais de semana de verão. Essa quantidade extrapola a capacidade da trilha para uma boa visitação. A tendência, nesse caso, é que aumentem progressivamente os processos erosivos que a degradam e que a qualidade das visitas seja comprometida. A avaliação da capacidade de suporte turístico é relativa, e não deve ser considerada como a solução para os problemas decorrentes do impacto dos visitantes na trilha. Por isso, ressalta-se a importância de um plano de educação ambiental como parte do plano de manejo do parque nacional, além de investimentos na infraestrutura, recursos humanos e equipamentos de segurança. Exemplos de assuntos que podem ser explorados na interpretação ambiental da trilha são:  PI (Ponto Interpretativo) I: solos, ciclo das rochas, diagênese, tectonismo, falhas e fraturas, estratificação, evolução do Arco de Ponta Grossa; processos erosivos;  PI II: Organização das camadas do Arenito Furnas nas paredes rochosas;  PI III: Feições e micro-feições de relevo; intemperismo químico e biológico; relevo ruiniforme; falha geológica; processo de formação do canyon;  PI IV: Evolução das vertentes, rupturas de nível e divisores de águas; granulometria;  PI V: Geodiversidade; contato geológico.

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Figura 1 - Perfil altimétrico da trilha Salto São Jorge. Os retângulos em vermelho representam os locais de maior declividade. (As setas em amarelo indicam os pontos de interpretação.)

Implicações imediatas para gestão/manejo da Unidade:

A trilha necessita de algumas intervenções para melhor atender às visitas. Ações de educação ambiental podem estar vinculadas à rede pública de ensino e a órgãos federais como o ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade). Algumas sugestões são apresentadas para medidas que possam vir a melhorar o nível de satisfação do turista e conservar os recursos naturais que fazem da área do Parque um cenário tão belo:

a) Renovação da infra-estrutura turística

 Implantar placas com informações sobre a trilha;  Instalar recipientes coloridos para coleta seletiva de lixo;  Readequar os banheiros;  Modificar a estrutura do centro de recepção;

b) Instalação de trilha suspensa para a recuperação do solo da trilha e evitar erosão. c) Adaptações às pessoas portadoras de necessidades especiais. d) Investir na interpretação ambiental da trilha por meio de visitas guiadas, painéis e folhetos.

Diante desse estudo observa-se que um dos maiores desafios para aproximar os moradores e visitantes das informações a respeito da geologia e geomorfologia locais, é utilizar uma linguagem acessível, que seja compreensível ao público leigo. Assim os meios interpretativos podem ser efetivos e contribuir com uma estratégia de conservação ambiental do geossítio Salto São Jorge (APÊNDICE II).

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ATIVIDADES DE EDUCAÇÃO E INTERPRETAÇÃO AMBIENTAL COMO MEIO DE SENSIBILIZAÇÃO DA COMUNIDADE DO ENTORNO DO PARQUE NACIONAL DOS CAMPOS GERAIS

Andressa Stefany Teles¹, Jasmine Cardozo Moreira²

¹Bacharel em Turismo, Universidade Estadual de Ponta Grossa, [email protected]; ²Doutora em Geografia, Universidade Estadual de Ponta Grossa, [email protected]

Status: concluído

Resumo

É evidente a preocupação que existe em relação ao uso inadequado dos recursos naturais. A partir disso, a educação ambiental vem como uma atividade que pode auxiliar na diminuição dos impactos que são causados no turismo, apostando na sensibilização da sociedade para a conservação e proteção desses recursos. O Parque Nacional dos Campos Gerais (PNCG), criado em 2006, está em processo de regularização fundiária, contendo em seus limites áreas consolidadas na prática do turismo. Os atrativos turísticos que se encontram na unidade já são visitados pela comunidade e por turistas há décadas, apontando uma preocupação sobre o estado de conservação desses locais, visto que até o momento não foi possível efetivar um plano de uso público. Com isso, a presente pesquisa irá demonstrar os resultados do projeto de educação ambiental desenvolvido pelo Parque Nacional dos Campos Gerais – Paraná, intitulado “ICMBio vai às escolas: conhecendo as Unidades de Conservação da Natureza”, que tem como finalidade apresentar, por meio de atividades interpretativas, as características ambientais que levaram à criação dessa unidade, buscando o apoio da comunidade para a conservação da região. O projeto tem como foco principal escolas do ensino fundamental que se encontram nos municípios do entorno do Parque. A pesquisa apresenta os resultados obtidos no ano de 2014 pelo projeto, incluindo a sistematização dos questionários de avaliação. Além disso, tem como objetivo principal a criação de um jogo interpretativo como incremento para a atividade realizada, visto que não se encontram materiais lúdicos abrangendo essa temática. Para isso, a metodologia utilizada também englobou pesquisa bibliográfica e documental, como publicações sobre o turismo em áreas naturais, educação e interpretação ambiental. Foram realizadas 58 palestras em 12 escolas, atingindo 1477 alunos em 2014. Já para a avaliação do jogo interpretativo 20 alunos participaram da atividade em 2015. O resultado dessas ações contribuiu para a sensibilização dos estudantes e ainda para mostrar a importância da conservação do patrimônio natural do Parque Nacional dos Campos Gerais.

Objetivos: O presente trabalho tem por objetivo criar um jogo interpretativo direcionado ao público infantil sobre o Parque Nacional dos Campos Gerais. Já os objetivos específicos são:

 Analisar os questionários aplicados aos alunos em 2014 no projeto de educação ambiental “ICMBio vai às escolas: conhecendo as Unidades de Conservação da Natureza”.

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 Aplicar e analisar, por meio de questionário, se o jogo contribuiu para uma melhor compreensão dos aspectos positivos e negativos da visitação em uma unidade de conservação.

Métodos: Para a realização do projeto foi estabelecido um termo de reciprocidade entre o ICMBio, Grupo Universitário de Pesquisas Espeleológicas e a Secretaria de Estado da Educação (SEED), possibilitando o desenvolvimento da atividade através da autorização para a realização de palestras nas escolas. Para a fundamentação teórica das palestras foram utilizadas pesquisas, artigos, capítulos de livro e outros estudos sobre a fauna, flora e os recursos turísticos da UC. Já para a elaboração do cronograma de atividades foi montado um banco de dados com todas as escolas (endereço e telefone) que poderiam vir a ser incluídas, dando prioridade àquelas que ainda não haviam participado nos anos anteriores, visto que o projeto iniciou no ano de 2012. A partir disso, os diretores das escolas selecionadas foram contatados para apresentação do projeto e posteriormente para o agendamento do mesmo. A pesquisa apresenta os resultados referentes ao público das palestras no ano de 2014 e também a sistematização dos questionários que são entregues anteriormente às palestras, visando identificar a percepção dos alunos a respeito do assunto abordado, analisando assim, se a atividade vem sendo ministrada para o público adequado. Os questionários utilizados foram adaptados de Rempel et.al. (2008), que realizou tal atividade para verificar a percepção ambiental da comunidade escolar do município de Canela, RS, no entorno da Floresta Nacional de Canela. No ano de 2014, o questionário foi reformulado abrangendo perguntas referentes a atividade turística do Parque. Além disso, o trabalho tem como objetivo geral a criação de um jogo interpretativo direcionado ao público infantil para utilização no projeto, visto a inexistência de materiais desse caráter abrangendo essa temática. Esse material foi elaborado visando desenvolver atividades lúdicas com os alunos após as palestras, para interagir de forma mais direta e obter uma melhor absorção das informações. Para a elaboração do jogo foram realizadas pesquisas bibliográficas, visando agrupar conteúdos relevantes para o desenvolvimento da atividade, contando com um ilustrador para expressar as características necessárias.

Resultados: Ao constatar que o Parque protege relevantes características ambientais e carece do apoio da comunidade para o mesmo, uma das atividades desenvolvidas pelo Parque Nacional dos Campos Gerais é a realização do projeto de educação ambiental “ICMBio vai às escolas: conhecendo as Unidades de Conservação da natureza”. O projeto consiste na realização de palestras levando informações sobre o que são as unidades de conservação, o que é e qual o trabalho que o ICMBio desenvolve, assim como divulgar aspectos da fauna, flora e atrativos turísticos do PNCG. Entre os meses de agosto a novembro/2014 foram visitadas 12 escolas públicas estaduais de ensino fundamental e médio, localizadas nos municípios de Ponta Grossa e Castro, sendo realizadas 58 palestras e abrangendo 1477 alunos. Dentre os quatro meses foram aplicados 1447 questionários, visando identificar se o projeto vinha atingindo o público que carece dessas informações. A faixa etária predominante foi de 12 anos, sendo 33% dos alunos. Com relação ao conhecimento dos alunos sobre o Parque Nacional dos Campos Gerais, notou-se que a grande maioria, 61%, desconhece a existência da unidade, sendo que apenas 39% conhecem ou já ouviram falar. Quando perguntado se conhecem o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade, nota-se que novamente a grande maioria, 93%, desconhece a existência dessa Autarquia Federal, sendo reconhecido apenas por 7% dos alunos. Esses primeiros resultados evidenciam tanto o baixo conhecimento de que há uma unidade de conservação federal na região,

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como também da autarquia, enfatizando que é necessário realizar atividades que aproximem a comunidade da UC, resultando diretamente na divulgação. O trabalho também visava compreender a relação dos alunos com a visitação aos principais atrativos turísticos naturais do município de Ponta Grossa, inseridos nos limites do PNCG. Foi possível notar que 74% dos alunos já visitaram algum dos atrativos. Em outra questão foram apresentados os principais atrativos turísticos que se encontram dentro do Parque e solicitado para que os alunos marcassem todos aqueles que já visitaram. Observamos que a grande maioria dos alunos conhece o Capão da Onça, 27%, seguido pelo Buraco do Padre, 26% e a Cachoeira do São Jorge, 16%. Com 13% foi citada a Cachoeira da Mariquinha, 11% a Ponte do Rio São Jorge e 7% as Furnas Gêmeas. O Capão da Onça é uma área bastante visitada e a cobrança de ingresso começou a ser realizada somente há alguns anos. Já o Buraco do Padre começou a cobrar ingresso somente nesse ano (2015), devido a isso, a alta procura por esse recurso pode ser devido ao fato de que lá não havia essa cobrança, assim como a área da Ponte do Rio São Jorge. Já as Furnas Gêmeas não possuem rio próximo e não há nenhum tipo de sinalização indicativa e por isso pode ter sido o local menos visitado de todos. No decorrer das ações foi notada a inexistência de materiais de caráter lúdico sobre as características do PNCG para trabalhar com os alunos. A partir disso, foi definido que seria elaborada uma nova atividade, visando complementar as palestras. Seguindo esse pensamento, foi elaborado o jogo de tabuleiro em forma de trilha “Conhecendo o Parque Nacional dos Campos Gerais”, que vem sendo aplicado após a realização das palestras, sendo um incremento para a atividade (APÊNDICE III). A ilustração foi feita de acordo com a temática da palestra, retratando a fauna e a flora do Parque. Os desenhos foram criados pelo desenhista profissional Alisson do Nascimento e exclusivamente para o tabuleiro. O jogo foi elaborado para ser uma atividade interpretativa, visto que a comunidade muitas vezes desconhece as características do seu patrimônio natural.

Implicações imediatas para gestão/manejo da Unidade:

O jogo em questão foi testado e avaliado, sendo uma nova ferramenta para trabalhar o assunto PNCG de forma lúdica com os alunos das escolas que se encontram no entorno dessa unidade de conservação. Além disso, com os resultados obtidos com a pesquisa, espera-se que o projeto de educação ambiental tenha continuidade, envolvendo cada vez mais os alunos no processo de aprendizagem, visto a importância de levar assuntos envolvendo as características ambientais da região para a escola. Farias e Maracajá (2012) também tem em vista que uma alternativa para a efetividade da educação ambiental na comunidade é o desenvolvimento dessas ações nas escolas, isso porque nesse ambiente encontram-se os futuros cidadãos responsáveis pela conservação do meio ambiente. Diante disso, Dias (2004) também vê a escola como uma alternativa para educação ambiental, concordando que a atividade desenvolvida deve estar em sintonia com a realidade da comunidade onde ela está inserida.

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TURISMO EM ÁREAS NATURAIS: ELABORAÇÃO DE UM MEIO INTERPRETATIVO REFERENTE À FAUNA DO PARQUE NACIONAL DOS CAMPOS GERAIS

Flávia Ferreira dos Santos¹, Jasmine Cardozo Moreira²

¹Bacharel em Turismo - UEPG, [email protected] ²Doutora em Geografia, UEPG, [email protected]

Status: concluído

Resumo

O Turismo em Áreas Naturais é uma segmentação que cresceu gradativamente e trabalha aliado a sustentabilidade mais do que qualquer outro segmento turístico, e está vinculado aos diversos tipos de proteção e conservação do meio ambiente. Para trabalhar com essas áreas denominadas Unidades de Conservação, juntamente com a atividade turística, é necessário um amplo trabalho de interpretação ambiental para que o turista consiga perceber o território ao qual está inserido naquele momento, causando o mínimo possível de impactos. A interpretação ambiental também contribui com a aproximação do homem com a natureza e pode ser aplicada com diferentes tipos de meios interpretativos, tais como guias, painéis, folhetos, vídeos, entre outros. O distanciamento entre homem e natureza é visível em processos como desmatamento excessivo, poluição, contaminação da água e do solo, etc. Algumas iniciativas vêm para modificar esse quadro degradante, como a criação do PNCG, em 2006. Embora o parque ainda não esteja totalmente desapropriado, deve-se pensar em formas de se destacar as belezas e a importância do parque para a região. Pensando nisso, o objetivo do trabalho é a elaboração de um guia de campo referente à fauna do Parque Nacional dos Campos Gerais. O guia aborda as principais espécies da região, dando ênfase a sua existência dentro do parque. Este trabalho foi desenvolvido a partir do início de um projeto de pesquisa realizado no Laboratório de Turismo em Áreas Naturais, que foi se aprimorando com um embasamento teórico pela autora. Sendo assim, mostra a importância do manejo em unidades de conservação e da interpretação ambiental para que haja uma junção entre a atividade turística e a sensibilização ambiental dentro de áreas protegidas.

Objetivos O objetivo geral do trabalho é realizar um estudo do material publicado sobre a fauna do PNCG, para obter dados que subsidiem a elaboração de um guia de campo para os visitantes. Os objetivos específicos são:  Coletar dados secundários sobre a fauna do PNCG.  Analisar modelos de “Guias de campo” e outros meios interpretativos.  Fazer o guia de campo e aplicar (para responder as hipóteses).

Métodos: Com base na pesquisa elaborada referente a interpretação ambiental em unidades de conservação, foi estabelecido o tema “fauna” e escolhido como estudo o Parque Nacional dos Campos Gerais – PNCG. O parque foi escolhido por estar dentro da cidade de Ponta Grossa, e por ser objeto de estudo devido a sua beleza ímpar de ecossistemas. Foi elaborada uma proposta de guia de campo referente à fauna do parque. Os animais que farão parte do guia foram escolhidos por popularidade por parte dos moradores ou por estarem

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ameaçados de extinção, com base no trabalho de “Inventário da Mastofauna não Voadora do Parque Nacional dos Campos Gerais, PR” (FRÉ, 2011) e os livros do Instituto Ambiental do Paraná – IAP Tossulino (2006) e Patrocinio (2009). Também foram utilizados como embasamento teórico, trabalhos do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e do Instituto Ambiental do Paraná (IAP).

Resultados (preliminares / consolidados): O guia foi elaborado nas proporções de 20 x 11,5 cm. A sua capa (Figura 1) abrange o parque e, nas folhas seguintes, os principais animais do PNCG (Figura 2).

Figura 1 – Capa guia de campo

Figura 2 – Animais do guia de campo

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Implicações imediatas para gestão/manejo da Unidade:

O guia elaborado não pode ser aplicado de imediato diretamente ao parque, porém, é uma proposta ao futuro plano de manejo para desenvolvimento de atividades de interpretação ambiental. Estas serão um incentivo à visitação aos atrativos do Parque Nacional dos Campos Gerais, sempre motivando a sua conservação. O guia pode ser usado em outro lugares, como por exemplo, o Parque Estadual de Vila Velha, que é um dos principais atrativos dos Campos Gerais, e pode assim, estar divulgando o Parque Nacional dos Campos Gerais, atraindo visitantes de vários lugares.

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I Seminário de Pesquisas do Parque Nacional dos Campos Gerais e da Reserva Biológica das Araucárias, PR. TEMA: INTEIRAR PARA INTEGRAR 19 de novembro de 2015

A ATIVIDADE TURÍSTICA NO PARQUE NACIONAL DOS CAMPOS GERAIS (PR) E A INTERPRETAÇÃO AMBIENTAL: CARTILHA EDUCATIVA

Bárbara Cristina Leite¹, Jasmine Cardozo Moreira².

¹Bacharel em Turismo, UEPG, [email protected]; ²Doutora em Geografia, Universidade Estadual de Ponta Grossa, [email protected]

Status: concluído.

Resumo

O foco do estudo é a aplicação de uma cartilha educativa e interpretativa com informações sobre o Parque Nacional dos Campos Gerais (PNCG), que foi criado em 2006 e é administrado pelo ICMBio (Órgão Federal que atua sobre Unidades de Conservação) e que ainda está sendo regulamentado. Como metodologia, foi realizado o levantamento dos dados, com informações e características do Parque e baseando-se em materiais similares de parques norte-americanos, foram formuladas as atividades de forma lúdica, para que crianças de 8 a 9 anos pudessem realizá-las. Além das atividades foram feitos desenhos (cartoons) dos animais que podem ser encontrados no Parque Nacional dos Campos Gerais. Através disso, o objetivo foi transmitir a importância de ter um Parque Nacional, sendo uma Unidade de Conservação na região, além da preservação de toda sua biodiversidade. Após a elaboração da cartilha, ela foi aplicada em uma Escola Municipal e os mesmos alunos puderam conhecer um dos atrativos aberto para a visitação do Parque Nacional dos Campos Gerais, o Buraco do Padre. Por ser um material de interpretação ambiental, foi possível colocar em prática a educação ambiental, enfatizando a importância da conservação na natureza. Em relação ao Parque Nacional dos Campos Gerais, sugere-se essa atenção principalmente para o público infantil, trabalhando com a educação ambiental através da atividade de interpretação ambiental, para que assim conheçam a sua biodiversidade e auxiliem na conservação da mesma.

Objetivos: O objetivo geral do trabalho é conhecer o que é o Parque Nacional dos Campos Gerais e sua biodiversidade. Como objetivos específicos têm-se:  Aplicação da cartilha e o auxílio do material interpretativo para o conhecimento do PNCG.  Conhecer a biodiversidade do Parque, espécies endêmicas e as ameaçadas de extinção.  Realização de saída técnica para um atrativo do Parque Nacional dos Campos Gerais.

Métodos: Os métodos utilizados foram a pesquisa bibliográfica, documental e a observação in loco. Foram utilizados livros e artigos sobre o PNCG, bem como sobre educação e interpretação ambiental. Os materiais utilizados foram cartilhas educativas de interpretação ambiental de Parques Nacionais Norte-Americanos (tais como o Yellowstone e Grand Teton). Outro material utilizado foi um Jogo da Memória com informações sobre Piraí da Serra, elaborado pelos professores da UEPG em 2010, parte do projeto de pesquisa “Diagnóstico Ambiental da região de Piraí da Serra visando à sustentabilidade regional”. O Jogo é composto por cartas e um

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livreto com informações sobre as principais espécies e características da região. Muitas dessas espécies também são encontradas no Parque Nacional.

Resultados (preliminares / consolidados):

Visando a interpretação ambiental do Parque Nacional dos Campos Gerais, foram coletados os dados do Parque e criada a Cartilha Educativa, onde são incluídas atividades de caráter infantil com informações sobre o mesmo, de maneira lúdica. As espécies (fauna e flora) do Parque foram transformadas em cartoons. Após a finalização da cartilha, escolheu-se a Escola Municipal Ecléa dos Passos Horn em Ponta Grossa para a aplicação das atividades. Essas ocorreram nas duas turmas do 4° ano, no período da manhã, (alunos de 8 a 9 anos). Para a aplicação em sala foi realizado um plano de aula, o qual iniciou com uma dinâmica sobre a importância dos animais na natureza, enfatizando a biodiversidade do Parque Nacional dos Campos Gerais. Ao finalizar a dinâmica, os alunos iniciaram as atividades da cartilha.

Figura 1 – Alunos na dinâmica “Teia da Vida”

Figura 2 – Alunos realizando as atividades da cartilha

No período da tarde os alunos puderam conhecer um dos atrativos do Parque Nacional dos Campos Gerais, o Buraco do Padre. O transporte até o local foi cedido pelo “Conhecendo PG”, um projeto da Fundação Municipal de Turismo. Com a saída, os alunos puderam visualizar algumas das espécies que estavam na cartilha (a Araucária, o Xaxim, a furna da cachoeira do Buraco do Padre).

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Figura 3 – Saída com os alunos para o Buraco do Padre

Figura 4 – Alunos dentro da furna da Cachoeira do Buraco do Padre

Implicações imediatas para gestão/manejo da Unidade:

Por meio da pesquisa realizada e da criação do Parque Nacional dos Campos Gerais, pode- se perceber a importância de uma Unidade de Conservação, que tem o intuito de preservar e conservar os recursos naturais de determinada região. Pode-se afirmar sobre a importância do trabalho do ICMBio dentro das Unidades de Conservação (administração dessas áreas), realizando também o monitoramento, a conservação e a preservação da biodiversidade. Através da coleta de dados e dos exemplos utilizados de outras cartilhas interpretativas, foi realizada a criação desse material de caráter interpretativo para mostrar a importância de uma Unidade de Conservação e de toda a sua biodiversidade, bem como o seu auxilio na preservação dos recursos naturais, enfatizando a educação ambiental dentro da atividade turística. Serve também para mostrar as espécies de fauna e flora que podem ser encontradas no parque e as espécies ameaçadas de extinção. Por meio da atividade turística em ambientes naturais, uma Unidade de Conservação é muito importante para a conservação desses espaços, pois assim enfatiza a conservação das espécies de características naturais relevantes, enfatizando o uso e causando o mínimo de impacto negativo possível para a atividade não ocasionar danos a esses espaços. Com isso, o meio interpretativo mostra o porquê de uma Unidade de Conservação utilizando as atividades lúdicas que informam e divertem. Na realização das atividades da cartilha, o público alvo terá as informações sobre a biodiversidade do Parque com o objetivo de despertar o interesse em conhecer as áreas que estão abertas para a visitação, e na sua visita irá cuidar desses espaços. Além da aplicação na sala de aula, o professor terá a possibilidade de realizar saídas técnicas para estes locais e poderá trabalhar com a interdisciplinaridade, unindo outras matérias do currículo escolar (geografia, história, ciências, matemática, educação física e etc.) envolvendo o Parque Nacional.

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Além de o turismólogo estar envolvido diretamente com a produção dos meios interpretativos, poderá auxiliar na realização de saídas com os alunos de escolas públicas e privadas sempre enfatizando a Unidade de Conservação com o objetivo de conservar os recursos naturais relevantes. Em relação ao Parque Nacional dos Campos Gerais, sugere-se essa atenção principalmente para com o público infantil, trabalhando com a educação ambiental através da atividade de interpretação ambiental, para que assim conheçam a sua biodiversidade e auxiliem na conservação da mesma. A partir de todos os resultados da aplicação da cartilha, será proposta, com o auxilio do ICMBio, a distribuição dos exemplares da cartilha para Escolas Municipais de Ponta Grossa, realizando também treinamentos com os professores para a aplicação da cartilha dentro da sala de aula. Serão impressos 5.000 exemplares, para distribuição nas escolas, tendo possibilidade de se buscar patrocínios para a impressão das mesmas (APÊNDICE IV). O objetivo é trabalhar educação ambiental em sala de aula, mostrando as espécies da região e enfatizando a Unidade de Conservação (Parque Nacional dos Campos Gerais).

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS DO TEMA "USO PÚBLICO"

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CIFUENTES, M. et al. Capacidad de carga turística de las áreas de uso público del Monumento Nacional Guayabo, Costa Rica: WWF Centroamerica, 1999.

DEMO, P. Introdução à metodologia da ciência. 2ª Edição. São Paulo: Atlas, 1985.

DENCKER, A. de F. M. Pesquisa em Turismo: planejamento, métodos e técnicas. 9. ed. (rev. e ampl.) São Paulo: Futura, 1998.

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FARIAS, M. F.; MACARAJÁ, K. F. B. Necessidade de educação ambiental no turismo: um estudo realizado na pousada gargalheiras na cidade de acari, RN. Caderno Virtual de Turismo, Rio de Janeiro, v. 12, n. 2, p.116-136, ago. 2012. Disponível em: Acesso em 03 de junho de 2014.

FRÉ, M. Inventário da mastofauna não voadora do Parque Nacional dos Campos Gerais, PR. 2011. 61 f. Trabalho de Conclusão de Curso - Curso de Ciências Biológicas, Área das Ciências e da Saúde, Universidade do Oeste de Santa Catarina - UNOESC, São Miguel do Oeste, 2011.

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ICMBIO. Roteiro Metodológico para Manejo de Impactos da Visitação: com enfoque na experiência do visitante e na proteção dos recursos naturais e culturais. Brasília: ICMBIO, 2011. 88 p.

ICMBIO. Termo de referência: projeto de pesquisa para elaboração de estudos prioritários de uso público para o Parque Nacional dos Campos Gerais - PR, como subsídios para a gestão e para o planejamento. Ponta Grossa, 2012. 13 p.

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PONTES, H.S. et al. Mudanças recentes na circulação subterrânea do rio Quebra-Pedra (furna do Buraco do Padre, Ponta Grossa, Paraná). Espeleo-Tema, São Paulo, v.21, p.7-16, 2010.

REMPEL, C. et al. Percepção Ambiental da Comunidade Escolar Municipal sobre a Floresta Nacional de Canela, RS. Revista Brasileira de Biociências, v. 6, n.2, p. 141-147, 2008.

TOSSULINO, M. G.P.; PATROCÍNIO, D. N.M.; CAMPOS, J. B. Fauna do Paraná em Extinção. Curitiba: Instituto Ambiental do Paraná, 2006. 272 p.

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I Seminário de Pesquisas do Parque Nacional dos Campos Gerais e da Reserva Biológica das Araucárias, PR. TEMA: INTEIRAR PARA INTEGRAR 19 de novembro de 2015

DIVERSIDADE DA FAUNA DE COLEOPTERA (INSECTA) DO PNCG E DA REBIO DAS ARAUCÁRIAS

Elynton Alves do Nascimento1

1 Professor - Depto. de Engenharia Ambiental, Universidade Estadual do Centro-Oeste, Campus Irati; PPG Biologia Evolutiva UEPG/UNICENTRO, [email protected]

Resumo

A principal causa das alterações nos processos naturais dos ecossistemas é ocasionada pela perda da diversidade biológica, que ocorre através de redução, fragmentação, perturbação e/ou destruição de habitats, que ocorrem em grande escala nas regiões tropicais (BROOKS et al. 2002; HOOPER et al. 2012). Esses distúrbios antropogênicos e o fato de que vários organismos com importantes funções ecológicas muitas vezes são negligenciados em levantamentos faunísticos, como besouros e aracnídeos, resultam na falta do entendimento da natureza e seus processos, o que geralmente dificulta ações de conservação, de desenvolvimento de novas tecnologias ou ainda da descoberta de novas substâncias medicinais (CONSTANZA et al. 1997; WILSON, 1997). Os besouros constituem o grupo mais diverso de seres vivos, contando com aproximadamente 360.000 espécies descritas no mundo, sendo que para o Brasil existem cerca de 28.000 espécies descritas em 105 famílias (BOUCHARD et al. 2009; CASARI; IDE, 2012). Importantes levantamentos da coleopterofauna têm sido feitos particularmente em áreas de Floresta Ombrófila Mista do Paraná, seja de forma indireta, em inventários gerais da entomofauna (MARINONI; DUTRA, 1993; BARBOLA et al., 2007), levantamentos de Coleoptera em geral (DUTRA; MIYAZAKI, 1994; MARINONI; DUTRA, 1997; GANHO; MARINONI, 2003) ou estudos mais específicos (e.g. MIYAZAKI, 1995; LINZMEIER et al. 2006). São apresentados dados compilados de estudos recentemente realizados na REBIO das Araucárias e no PARNA dos Campos Gerais, e apresentados em eventos de iniciação científica, além de informações inéditas, considerando apenas besouros da superfamília Elateroidea e da família Cerambycidae. Na REBIO foram registradas 20 espécies e no PNCG foram registradas 35 espécies.

Objetivos

 Caracterizar a fauna de Coleoptera em remanescentes de Mata Atlântica no Paraná.

 Verificar possíveis diferenças na composição da fauna nos remanescentes e fornecer subsídios na busca do entendimento dos motivos e implicações dessas diferenças.

 Disponibilizar material para que especialistas em determinados grupos possam realizar estudos com maior aprofundamento taxonômico, podendo identificar espécies indicadoras, novos registros, ampliar áreas de distribuição e descrever de novos táxons.

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Métodos

Foram realizados estudos da fauna de Coleoptera no Parque Nacional dos Campos Gerais (Ponta Grossa) e na Reserva Biológica das Araucárias (Imbituva), durante o período de Setembro de 2013 a Março de 2014, com auxílio de armadilha interceptadora de voo do tipo Malaises. Os besouros da superfamília Elateroidea e da família Cerambycidae foram identificados por especialistas até o nível mais inclusivo possível.

Resultados

No PNCG foram coletados 88 indivíduos distribuídos em 14 famílias e na REBIO 38 indivíduos foram amostrados, distribuídos em 12 famílias, sendo mais abundantes Chrysomelidae, Curculionidae e Mordellidae, o que corrobora estudos anteriores em áreas de Mata Atlântica do Paraná (SOUZA et al., 2014; DIVARDIN et al., 2014). Os índices de diversidade de Shannon-Wiener e equitabilidade de Pielou (com exceção deste último para o PNCG) foram menores do que outros estudos com fisionomias vegetais semelhantes, porém, segundo Souza et al. (2014) e Divardin et al. (2014), deve ser levado em consideração fatores como período pequeno de amostragem, composição florística (especialmente no caso da REBIO), influência de alterações climáticas e proximidade com monoculturas. Como parte destes estudos, foram identificados nos níveis taxonômicos mais inclusivos os besouros da superfamília Elateroidea. Para a REBIO, Arruda et al. (2014) encontraram 15 espécies/morfoespécies em 12 gêneros pertencentes às famílias Cantharidae, Elateridae e Lycidae. No PNCG, Kubis et al. (2014) registraram a ocorrência de 26 espécies/morfoespécies em 22 gêneros de Elateroidea, distribuídos nas famílias Cantharidae, Elateridae, Eucnemidae, Lampyridae, Lycidae e Phengodidae. Além disso, os Cerambycidae coletados também foram identificados, resultando em 9 espécies para o PNCG e 5 espécies para a REBIO (Nascimento, dados não-publicados) (Tabela 1).

Tabela 1 - Espécies de Cerambycidae registradas para o Parque Nacional dos Campos Gerais (Ponta Grossa-PR) e para a Reserva Biológica das Araucárias (Imbituva-PR)

PN Campos Gerais REBIO das Araucárias Cerambycinae Cerambycinae Eclipta bipunctata (Melzer, 1935) Allopeba signaticornis (Lucas, 1859)

Lamiinae Aglaoschema viridipenne (Thomson, 1861) Adesmus verticalis (Germar, 1824) Lamiinae

A. colligatus (Redtenbacher, 1867) Batus hirticornis Gyllenhal, 1817

Atelodesmis vestita (Buquet, 1857) Eranina ciliata (Fisher, 1938)

Batus hirticornis Gyllenhal, 1817 Phoebe mafra Martins & Galileo, 1998

Hemilophus leucograma (Bates, 1881)

H. dimidiaticornis (Audinet-Serville, 1835)

Malacoscylus gonostigma Bates, 1881

Nyssodrysina lignaria (Bates, 1864)

Fonte: O autor (2015)

Dessa maneira, considera-se importante a continuidade desse tipo de trabalho nos locais, bem como o aprofundamento nos estudos dos dados já obtidos, que mostram a importância dessas Unidades de Conservação para a manutenção da diversidade biológica, além de servirem como fonte abundante de novas informações para a ciência.

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Implicações imediatas para gestão/manejo da unidade:

A partir das espécies identificadas é possível:  Verificar se as mesmas encontram-se em algum grau de ameaça de extinção no presente ou no futuro.  Verificar se os dados consistem de novos registros para a região ou mesmo para o estado, o que pode reforçar a importância das referidas UCs.

A comparação dos índices de diversidade com outros pontos revelam que os locais amostrados apresentam valores compatíveis com outros sítios relativamente bem conservados.

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I Seminário de Pesquisas do Parque Nacional dos Campos Gerais e da Reserva Biológica das Araucárias, PR. TEMA: INTEIRAR PARA INTEGRAR 19 de novembro de 2015

ASPECTOS ETNOZOOLÓGICOS DOS DASYPODIDAE (XENARTHRA: MAMMALIA) NA REGIÃO DA FAZENDA CAPIVARI (CAMPOS GERAIS DO PARANÁ)*

Jair Schmitt¹, Hugo Jansen Júnior¹, Olavo Martins Ayres²

¹ Licenciatura em Ciências Biológicas, Universidade Estadual de Ponta Grossa - UEPG ² Departamento de Métodos e Técnicas - UEPG, [email protected]

Status: concluído

Resumo

Este trabalho objetivou conhecer as espécies da Família Dasypodidae, os tatus, na região da Fazenda Capivari, Município de Ipiranga, nos Campos Gerais do Paraná, e o estudo de aspectos etnozoológicos. A metodologia empregada baseou-se em entrevistas com moradores locais, e na observação direta no campo; utilizando-se também de registro fotográfico. Dessa forma, os dados obtidos referem-se principalmente às técnicas de captura dos Dasypodidae empregadas pelo homem do campo, as técnicas gastronômicas, as ações benéficas e maléficas ao homem, e a utilização de frações desses animais como/em utilitários e adornos. Foram constatadas quatro espécies de Dasypodidae na região: Cabassous unicinctus, Dasypus hybridus, Dasypus novemcinctus e Euphractus sexcinctus. As técnicas de captura são em geral diversificadas para a ocasião da captura e para a espécie a ser capturada. Para a captura de tatus, utilizam de cães e as armadilhas “pito” e “pito rápido”. As espécies do gênero Dasypus são as capturadas com mais freqüência, pois, além de se apresentarem com maior abundância em relação às outras, são tidas como de melhor sabor para alimentação. As demais espécies, também empregadas na alimentação, são objeto de caça pelo fato de provocarem distúrbios ao solo prejudicando a agricultura e pecuária. As técnicas gastronômicas empregadas, visam dissimular o sabor forte da carne, tornando-a semelhante à carne de galinha. O homem do campo utiliza-se do casco dos Dasypodidae como recipiente; as patas são utilizadas como ‘objetos decorativos’, e com o rabo do tatu confeccionam acendedores chamados de “bingo”. Até o momento, no local, ainda não foram detectadas informações que envolvam a utilização medicinal dos Dasypodidae.

Objetivos/Métodos:

Identificar as espécies de Dasypodidae ocorrentes no local, bem como investigar as armadilhas e técnicas de captura de tatus empregadas pelo homem do campo, as técnicas gastronômicas, as ações benéficas e maléficas ao homem, e sua utilização na confecção de utensílios e objetos decorativos.

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*Trabalho apresentado no IV Simpósio de Zoologia, Habana, 1997; e no II Simpósio Brasileiro de Etnobiologia e Etnoecologia. São Carlos, UFSCar, 1998.

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A metodologia empregada baseou-se na observação direta no campo, na observação direta com registro fotográfico, e, principalmente, em entrevistas com moradores locais. As entrevistas com os informantes se desenvolveram em tom coloquial aplicando-se a metodologia êmica, geradora de dados, feitas anotações em caderno de campo e gravadas para posterior transcrição; sempre com o consentimento dos residentes.

Resultados (preliminares / consolidados):

Na Fazenda Capivari e arredores, município de Ipiranga, região dos Campos Gerais, foi constatada a presença de 4 espécies da família Dasypodidae, a saber: Cabassous unicinctus (tatu- de-rabo-mole), Dasypus hybridus (mulinha), Dasypus novemcinctus (tatu-galinha), Euphractus sexcinctus (tatu-peludo). Todas elas são utilizadas pelos moradores rurais na alimentação. A armadilha mais utilizada é o “pito” (Figura 1). Esta é como se fosse um covo de arame, que é colocado na boca do buraco de tatu, e quando o animal sai, entra sem perceber no pito, ficando preso. Há também o “pito rápido”, armadilha construída em um curto espaço de tempo utilizando-se o material disponível no próprio ambiente (Figura 2). Caçam também com cães, que farejam até encontrar o ninho.

Figura 1 - Pito de arame para capturar tatu Figura 2 - Pito rápido para capturar tatu

Devido à grande quantidade de buracos de tatus na região, estes podem causar prejuízo ao campesino nas atividades pecuárias quando algum bovino venha a ferir-se, e nas atividades agrícolas durante a preparação do solo. As espécies que mais provocam esses fatores são Cabassous unicinctus e Euphractus sexcinctus. Por outro lado, alguns dos buracos de tatu são ao lado de termiteiros, indiscutivelmente contribuindo para o controle dessas populações. Para se obter uma carne saborosa, são empregados inúmeros procedimentos para atenuar o forte odor e acentuar o gosto. Terminam a preparação com o cozimento com salsas e condimentos fortes. As espécies mais apreciadas são o Dasypus novemcinctus e o Dasypus hybridus. Como algumas partes do corpo do tatu capturado não são aproveitadas na alimentação humana, é costume a confecção de utensílios domésticos para fins práticos ou decorativos, como ‘troféu de caça’. As carapaças servem como pequena vasilha, útil para diversos fins. Com a cauda do tatu fazem acendedores chamados de “bingo”, e com as patas, ornamentos de parede.

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Figura 3 - Casco de Dasypus novemcinctus

Figura 4 - Bingo (isqueiro) de rabo de tatu Figura 5 - Pata dianteira de Euphractus sexcinctus

Implicações imediatas para gestão/manejo da unidade:

 O trabalho foi realizado anteriormente à criação das unidades de conservação.

 Sugerimos inventário das espécies/etnoespécies de mamíferos;

 Campanhas de Educação Ambiental junto à população local e na escola rural.

 Fiscalização efetiva na área, pois, além dos tatus outros animais podem estar sendo caçados.

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TRÁFICO DE AVES SILVESTRES NA REGIÃO DE PONTA GROSSA (CAMPOS GERAIS DO PARANÁ)

Marcia Silvana Rodrigues¹, Maurício Kinczel¹, Olavo Martins Ayres²

¹ Licenciatura em Ciências Biológicas, Universidade Estadual de Ponta Grossa - UEPG ² Departamento de Métodos e Técnicas - UEPG, [email protected]

Status: concluído

Resumo

Nas últimas décadas o tráfico de animais silvestres tem sido considerado o terceiro maior comércio ilegal do mundo. O tráfico de animais silvestres é uma das principais causas de desequilíbrio ambiental no Brasil, que leva ao empobrecimento da diversidade da fauna e aumenta o risco de extinção de inúmeras espécies. Não somente o espécime fará falta ao ambiente, integrado as outras espécies, mas, também os descendentes que ele deixará de ter. Aves são comercializadas ilegalmente devido ao canto, penagem, colorido, capacidade de imitação, raridade, e mesmo para rinhas, entre outros motivos. A região apresenta o maior índice do Paraná de infrações contra o meio ambiente, e já foi caracterizada como rota do tráfico de animais silvestres. Nesse trabalho investigamos o comércio ilegal de aves silvestres na região dos Campos Gerais do Paraná. No período de janeiro a outubro de 2003 foi realizado um acompanhamento junto ao Posto Policial Florestal de Vila Velha, em Ponta Grossa (que atende a 18 municípios); e na imprensa regional escrita (jornais Diário dos Campos, Diário da Manhã e Jornal da Manhã), das apreensões de aves silvestres vivendo em cativeiro ou sendo transportadas. Em cada apreensão foram registradas e classificadas as espécies recapturadas, o número de aves encontradas e os locais em que estas ocorriam. Quinze ocorrências de apreensões foram registradas em quatro municípios, sendo 183 espécimes em Ponta Grossa, 50 em Palmeira, 04 em Imbituva e 06 em Prudentópolis, totalizando 243 aves, pertencentes a quatorze espécies. Em Ponta Grossa, as apreensões ocorreram em 11 bairros/vilas. O canário-da-terra (Sicalis flaveola), e o pintassilgo (Carduelis magellanicus), apareceram em maior número; respectivamente 145 e 66 espécimes. Cabe frisar, que sabemos de antemão, que esses números representam apenas uma pequena amostragem do valor absoluto do que realmente ocorre. Do total de espécies levantadas três constam como em perigo de extinção; duas incluídas na categoria de “raras”, caboclinho (Sporophila bouvreuil) e arara-canindé (Ara ararauna), e a arara-vermelha (Ara chloropterus) que já foi considerada extinta no Paraná (PARANÁ, 1995; 2006). O tráfico de animais silvestres é um problema complexo, sendo portanto, indispensável a tomada urgente de medidas contra essa atividade, principalmente através de atividades de educação ambiental. É necessário um trabalho de conscientização ambiental de crianças e da população da zona rural, pois, por vezes, estes que capturam os animais e vendem por preços irrisórios aos traficantes. Em 2004, o presente trabalho foi incluído na programação do curso Educação Ambiental nos Campos Gerais e Oficina de Produção de Materiais Didáticos Regionais, ministrado para o N.R.E., e disseminado aos professores da rede pública estadual da região, e em escolas.

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Objetivos:

Investigar a ocorrência de apreensões de aves silvestres na região dos Campos Gerais, os locais de apreensões, as espécies que são traficadas, e aspectos relacionados. Contribuir para uma sistematização histórica de dados sobre o tráfico de animais silvestres nos Campos Gerais visando subsidiar a elaboração de estratégias para coibir esse crime ambiental, assim como a detecção das espécies que necessitem de medidas de conservação.

Métodos:

Acompanhamento junto ao Posto Policial Florestal de Vila Velha, em Ponta Grossa, dos registros de apreensões de aves silvestres. Entrevistas com o sargento Carlos Alberto Lange, responsável pelo Posto Policial. Acompanhamento na imprensa regional escrita (jornais Diário dos Campos, Diário da Manhã e Jornal da Manhã) das apreensões noticiadas. As espécies foram identificadas e classificadas de acordo com Frisch (1981), Sick (1984), Scherer-Neto e Straube (1995) e Hofling e Camargo (1996). Para as espécies ameaçadas, PARANÁ (1995), atualizada em 2006.

Resultados:

A Polícia Florestal regional já identificou a PR-151 como um dos corredores do tráfico de animais silvestres. Muitos desses animais podem ter sido capturados em outras regiões desembocando em Ponta Grossa, que também seria um dos grandes pólos de caça. Daqui são levados diretamente a São Paulo, passando por Castro, Piraí do Sul, Jaguariaíva e Sengés, ou para Curitiba e posteriormente a São Paulo, abastecendo o tráfico interno e internacional para ‘pet shops’, colecionadores e zoológicos. Em todos os meses do período de janeiro a outubro de 2003 houveram registros de apreensões, apenas duas delas documentadas pela imprensa. Quinze ocorrências foram registradas em quatro municípios, sendo 183 espécimes em Ponta Grossa, 50 em Palmeira, 04 em Imbituva e 06 em Prudentópolis, totalizando 243 aves (Figura 1). Em Ponta Grossa, as apreensões ocorreram em 11 bairros/vilas; no Núcleo Santa Bárbara, bairro Cará-Cará, 130 espécimes foram recapturados numa única apreensão.

Figura 1 - Apreensões de aves silvestres nos Campos Gerais (PR): período de janeiro a outubro de 2003

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Durante o período de amostragem no ano de 2003 foram registradas 14 espécies de aves, incluídas em sete famílias e quatro ordens (Tabela 1). A ordem Passeriformes foi a que apresentou o maior número de espécies de aves apreendidas, oito. As famílias mais representadas foram Emberizidae (Passeriformes) - como o caboclinho (Sporophila bouvreuil) tido como raro -, e Psittacidae (Psittaciformes). Entre os Psittacidae, foram recapturados exemplares da arara-vermelha (Ara chloropterus) e arara-canindé (Ara ararauna). A arara-vermelha constava como “provavelmente extinta” da natureza na lista vermelha da fauna ameaçada de extinção no Paraná, mas, informações mais recentes dão conta que foi vista ao longo do rio Paraná, principalmente no PN do Iguaçu e na Estação Ecológica de Caiuá. A arara-canindé é naturalmente rara no Paraná e originalmente também ocorria em áreas de Floresta Estacional Semidecidual Aluvial (PARANÁ, 1995; 2006).

Tabela 1 - Espécies de aves silvestres apreendidas pela Polícia Florestal nos Campos Gerais (PR) no período de janeiro a outubro de 2003

As espécies que tiveram maior número de apreensões foram canário-da-terra (Sicalis flaveola), 145 espécimes, e o pintassilgo (Carduelis magellanicus), 66 espécimes, perfazendo 86,83% das aves apreendidas de janeiro a outubro de 2003, conforme a Figura 2.

Figura 2 – Percentual das espécies de aves silvestres recapturadas de janeiro a novembro/2003

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Os canários-da-terra são apreciados não apenas pelo canto, eles são treinados e utilizados em rinhas, atingindo elevados preços. O acompanhamento através de matérias jornalísticas relacionadas ao comercio ilegal de aves na imprensa regional realizado por Ayres ([2002] 2006) no período 1999-2001 também apontou o canário-da-terra como a espécie mais capturada. O autor levantou 602 exemplares de 21 espécies. Outras espécies encontradas foram a tiriva (Pyrrhura frontalis), a gralha (Cyanocorax chrysops), o tico-tico-rei (Coryphospingus cucullatus), o azulão (Passerina brissonii), o curió (Oryzoborus angolensis), e a (Procnias nudicollis). O presente trabalho prosseguiu durante o ano de 2004 em duas frentes: por um lado, em ações de ensino e extensão com professores da rede pública estadual e em escolas, e por outro, continuando o levantamento de dados junto à Polícia Florestal. Nesse ano, treze ocorrências foram registradas em cinco cidades (Piraí do Sul, Ponta Grossa, Imbituva, Irati, e São João do Triunfo), recuperando 560 aves pertencentes a seis espécies: Amazona aestiva, Sicalis flaveola, Sporophila bouvreuil, Saltator similis, Passerina brissonii e Carduelis magellanicus. Entre as espécies, Sicalis flaveola e Saltator similis apareceram em maior número com, respectivamente, 280 e 150 espécimes recapturadas (RODRIGUES et al, 2005).

Implicações imediatas para gestão/manejo da unidade:

 Implantação de Centro de Triagem de Animais em Ponta Grossa.

 Trabalho de conscientização ambiental em escolas da zona rural e urbana e junto às populações nos locais de ocorrências.

 Maior e melhor utilização das mídias em campanhas educativas sobre o assunto.

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O PAPEL INTEGRADO DO GRAU DE CONSERVAÇÃO E DA HETEROGENEIDADE DE HABITATS NA FORMULAÇÃO DE ESTRATÉGIAS DE CONSERVAÇÃO DOS ANFÍBIOS DA FLORESTA COM ARAUCÁRIA

Lucas Batista Crivellari1, Caio Marinho Mello2, Carlos Eduardo Conte3

1 Programa de Pós-graduação em Biologia Animal, Departamento de Zoologia e Botânica, Universidade Estadual Paulista, [email protected]; 2 Programa de Pós-Graduação em Zoologia, Universidade Federal do Paraná, [email protected]; 3 Instituto Neotropical: Pesquisa e Conservação, [email protected]

Status: Concluído

Resumo

Atualmente, o Brasil abriga a maior diversidade de anfíbios do mundo, mais de mil espécies descritas e,destas, 64% são endêmicas, o que enfatiza ainda mais a necessidade de preservação do grupo. Uma tendência em estudos ecológicos é a análise detalhada de um grupo taxonômico numa comunidade biótica, objetivando-se determinar como as espécies coexistem. Porém, as consequências da alteração florestal sobre a biota ainda são pouco estudadas e compreendidas, especialmente na Floresta com Araucária e campos associados, ecossistema que sofreu um intenso processo de desmatamento. Neste sentido, os objetivos deste projeto foram: 1) Aumentar o conhecimento ecológico de anfíbios ocorrentes em Floresta com Araucária e campos associados, auxiliando Unidades de Conservação (que contemplam este ecossistema) no estabelecimento de programas de médio e longo prazo para o monitoramento e conservação da anurofauna e 2) Avaliar a diversidade anuros de acordo com o grau de heterogeneidade ambiental dos sítios utilizados para reprodução. Ao todo, foram selecionados 136 pontos de amostragens (poças, brejos, açudes e lagoas inseridos em áreas abertas, interior ou borda de floresta), transecções de 120 metros no interior de floresta e ao longo de riachos. Estes pontos de amostragem estão dentro e no entorno de oito unidades amostrais (sete Unidades de Conservação e uma área particular). Em abril de 2013 iniciaram-se as amostragens das taxocenoses de anuros nos pontos selecionados, empregando dois métodos de amostragens: 1) levantamento em sítio de reprodução e 2) transecção por busca auditiva e visual. Ao todo, foram registradas 70 espécies de anfíbios anuros. Em relação a riqueza de espécies observamos que corpos d’água com maior heterogeneidade de vegetação nas margens e maior porcentagem de vegetação emergente no interior do corpo d’água, menor cobertura de dossel e com menor distância em relação a outras poças, abrigam uma maior riqueza de espécies. Já em relação a distribuição da abundância de indivíduos, observamos que corpos água com maior profundidade e com maior heterogeneidade de vegetação em seu interior e margens comportaram maior abundância de indivíduos. Podemos constatar que nossos resultados estão de acordo com outros estudos que abordam a influência da heterogeneidade ambiental sobre a diversidade da anurofauna. Estes estudos têm possibilitado demonstrar quais características da paisagem e dos corpos d’água, podem melhor explicar a distribuição das espécies de anuros durante o período reprodutivo. Conhecer a relação dos descritores ambientais na ocorrência de determinadas espécies é de grande importância para o processo de gestão e conservação de espécies. Podemos constatar que a manutenção da diversidade de anuros depende estritamente da manutenção dos ambientes utilizados para reprodução inseridos tanto dentro da Unidade de Conservação quanto no seu entorno. Enfatizamos que parcelas significativas de algumas Unidades de Conservação não foram amostradas por problemas fundiários. Neste sentido, como a pequena parcela amostrada já denota uma expressiva riqueza de espécies, destacamos a importância do acesso a outros pontos dentro das Unidades de Conservação para um real conhecimento da anurofauna local e sua relação com a paisagem local.

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Objetivos/Métodos:

 Inventariar e descrever a estrutura das taxocenoses de anuros em sete unidades de conservação representadas pela Floresta com Araucária e Campos Naturais associados; dentre estas, o PARNA dos Campos Gerais e o REVIS dos Campos de Palmas.  Aumentar o conhecimento ecológico das espécies de anfíbios e auxiliar as Unidades de Conservação no estabelecimento de programas de médio e longo prazo para o monitoramento e conservação da anurofauna na região de Floresta com Araucária e Campos Naturais a ela associados.  Avaliar a diversidade de espécies anuros de acordo com o grau de heterogeneidade ambiental dos sítios utilizados para reprodução.  Propor, junto às Unidades de Conservação amostradas, recomendações para a conservação de anfíbios.

Resultados:

Ao todo, foram registradas 70 espécies de anfíbios anuros pertencentes a onze famílias. No PARNA dos Campos Gerais foram registradas 37 espécies e no REVIS Campos de Palmas, 29 espécies (Tab. I). A riqueza de espécies de anfíbios registradas corresponde a cerca de 30 % da riqueza conhecida na Floresta com Araucária que é de 129 espécies.

Tabela I – Espécies do PARNA dos Campos Gerais e do REVIS Campos de Palmas

Família Brachycephalidae S. granulatusREVIS

Ischnocnema henseliiPARNA e REVIS S. pererecaPARNA

Família Bufonidae S. rizibilisPARNA

Melanophryniscus alipioi PARNA S. squalirostrisPARNA e REVIS

Melanophryniscus sp. (gr. tumifrons) REVIS S. uruguayus PARNA e REVIS

Rhinella abeiPARNA Scinax cf. catharinaePARNA

R. icterica PARNA e REVIS Scinax sp. (gr. ruber) PARNA

Família Centrolenidae Sphaenorhynchus caramaschii PARNA

Vitreorana uranoscopaPARNA S. surdus REVIS

Família Hylodidae Pseudis carddosoiREVIS

Crossodactylus cf. caramaschiiPARNA Trachycephalus dibernardoi PARNA

Família Hylidae Família Leptodactylidae

Aplastodiscus albosignatusPARNA Adenomera aff. marmorataPARNA

A. perviridisPARNA e REVIS Leptodactylus gracilis PARNA

Dendropsophus micropsPARNA L. cf. latransPARNA e REVIS

D. minutusPARNA e REVIS L. notoaktites PARNA

D. sanborniPARNA e REVIS L. plaumanniREVIS

Hypsiboas albopunctatusPARNA Physalaemus cuvieri PARNA e REVIS

H. bischoffiPARNA e REVIS Physalaemus aff. gracilisPARNA e REVIS

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H. faberPARNA e REVIS P. lateristriga PARNA

H. leptolineatusREVIS P. nanus PARNA e REVIS

H. prasinusPARNA e REVIS Pleurodema cf. bibroniREVIS

H. pulchellus REVIS Família Microhylidae

Hypsiboas aff. stellaeREVIS Chiasmocleis leucosticta PARNA e REVIS

Phyllomedusa distinctaPARNA Elachistocleis bicolorREVIS

Phyllomedusa rustica REVIS Família Odontoprhynidae

Scinax aromothyellaPARNA e REVIS Odontophrynus americanus PARNA

S. fuscovariusPARNA

Propostas de conservação:

Em relação à riqueza de espécies observamos que corpos d’água com maior heterogeneidade de vegetação nas margens e maior porcentagem de vegetação emergente no interior, menor cobertura de dossel e com menor distância em relação a outras poças, abrigam uma maior riqueza de espécies. Já em relação a distribuição da abundância de indivíduos, observamos que corpos água com maior profundidade e com maior heterogeneidade de vegetação em seu interior e margens comportaram maior abundância de indivíduos. Podemos constatar que a manutenção da diversidade de anuros depende estritamente da manutenção dos ambientes utilizados para reprodução inseridos tanto dentro da Unidade de Conservação quanto no seu entorno. Neste sentido, montamos mapas (Figuras 1A e 1B) com os pontos de amostragem e neste elencamos três prioridades de manutenção para que, no mínimo possamos inferir a manutenção da diversidade de anuros.

Prioridades:  Altíssima: locais que abrigam espécies que são exigentes em relação aos locais onde se reproduzem, caso de: Melanophynicusalipioi, que desova dentro de bromélias; Vitreoranauranoscopa que depositam seus ovos em folhas da vegetação ripária de riachos no interior de floresta; Ischnocnemahenselii que apresenta girinos com desenvolvimento direto, depositando-os na serapilheira no interior da mata e Adenomeraaff. marmorata que apresenta girinos endotróficos (não se alimentam no ambiente e completam a metamorfose com nutrientes provenientes do vitelo) que completam seu desenvolvimento em ninhos de espuma subterrâneos.  Alta: corpos d’água que apresentam uma maior heterogeneidade ambiental e favorecem a ocorrência de um maior número de espécies e, em maior abundância de indivíduos durante a temporada de reprodução.  Menor prioridade: corpos d’água que apresentam uma menor heterogeneidade ambiental e que por este motivo abrigam uma menor abundancia de espécies durante a temporada de reprodução; Enfatizamos que uma significativa parcela destas unidades não foram amostradas por problemas fundiários e/ou impossibilidade de acesso. Porém, mesmo com uma pequena parcela amostrada, já denota uma expressiva riqueza de espécies. Neste sentido, destacamos a importância do acesso a outros pontos dentro destas Unidades para um real conhecimento da anurofauna local e sua relação com a paisagem local. Ainda, destacamos que Phyllomedusarustica, até o momento, é registrada apenas na região de entorno do REVIS dos Campos de Palmas. Uma vez que a área de registro da espécie está sob forte pressão antropica, sugerimos esforços para a pesquisa de populações no interior da Unidade.

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A

B

Figura 1 - Delimitação do PARNA dos Campos Gerais (A) e do REVIS dos Campos de Palmas (B) , com os pontos de amostragem destacados. Legenda de cores: Roxo: transecções em riachos com prioridade de conservação “altíssima”; Verde: as transecções no interior da mata com prioridade de conservação “altíssima”; Vermelho: corpos d’água utilizados por um grande número e abundancia de espécies com prioridade de conservação “alta” e Amarelo: corpos d’água utilizados por um menor número de espécies com prioridade de conservação “menor prioridade.

Implicações imediatas para gestão/manejo do PARNA e REVIS:

 Mapeamento e caracterização de todos os corpos d’água dentro e na área de entorno das Unidades de Conservação (corpos d’água lótico ou lêntico, permanente ou temporário e tipo de matriz);  Inventario das espécies de anuros em regiões não inventariadas dentro das Unidades de Conservação;

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PERÍODO DE ATIVIDADE DE Sus scrofa NA RESERVA BIOLÓGICA DAS ARAUCÁRIAS, NO ESTADO DO PARANÁ, BRASIL

Patricia Machado1, Sérgio Bazilio2, Adriana Aparecida Ribeiro3

1 Bolsista da Fundação Araucária e Fundação O Boticário de Proteção à Natureza, [email protected], 2 Docente do Curso de Ciências Biológicas da UNESPAR-Campus de União da Vitória, [email protected], 3 Bolsista da Fundação Araucária, [email protected]

Status: concluído

Resumo

Sus scrofa (java-porco) é uma subespécie originária do cruzamento entre o porco doméstico (Scrofa domesticus) e o javali (Sus scrofa). Sua agressividade, a facilidade de adaptação e ausência de predadores na cadeia natural levam a figurar na lista das cem piores espécies exóticas invasoras do mundo. É considerado uma praga que tem provocado graves problemas ambientais, sociais e econômicos onde quer que tenha sido introduzido. Esse animal é encontrado geralmente em bandos em Florestas Ombrófila Mista e possui hábitos variáveis de vida. Sua alimentação é bastante diversificada, pois é polífago. Tem o hábito de fazer buracos na terra em busca de alimento, mas também invade terras cultivadas, causando prejuízos a produtores rurais. Esse trabalho tem como objetivo relatar o período de atividade de Sus scrofa na REBIO das Araucárias, visando facilitar estratégias de manejo, por se tratar de uma espécie exótica e prejudicial à flora e à fauna. A Reserva Biológica das Araucárias (REBIO) possui uma superfície de 14.930 ha e está inserida nos municípios de Teixeira Soares, Imbituva, Irati e Ipiranga. Pertence ao bioma Mata Atlântica com domínio da Floresta Ombrófila Mista (25°08’59.71”W e 25°25'5.37" S), com altitude média de 840 m. Os dados foram coletados com 12 armadilhas fotográficas, dispostas espacialmente, entre os meses de agosto de 2014 e junho de 2015. Para a análise do padrão de atividade, verificaram-se os horários de registro fotográfico no programa de estatística circular Oriana 4.0 (Kovach Computing Services). Foi realizado o teste de uniformidade de Rayleigh, para determinar se os números de registros em cada faixa horária diferiam entre si. Com esforço amostral de aproximadamente 120.960 horas de armadilhamento fotográfico, foram obtidos 831 registros de atividade. Sus scrofa apresentou maior atividade no período das 18h-24h (41,03%) com o maior pico entre as 20h-21h (11,07%) e o período de menor atividade foi das 6h-12h (6,97%). O java porco é mais ativo durante o período noturno e apresenta menor atividade durante o período matutino. Esse comportamento pode estar relacionado à pressão da caça e à perseguição por cães na REBIO. Atividades que visem o manejo e o controle devem priorizar esses horários e seguir a Instrução Normativa do Ibama que institui o manejo pra fins de controle.

Objetivos:  Relatar o período de atividade de Sus scrofa na REBIO das Araucárias, visando facilitar estratégias de manejo, por se tratar de uma espécie exótica e prejudicial à flora e à fauna.

Métodos:

Transectos Lineares

O método de Transectos Lineares (BURNHAM, et al., 1980; FOSTER, et al., 1996, PERES, 1999; BUCKLAND, et al., 2001).

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Metodologia complementar do método do transecto linear.

Frente à heterogeneidade existente dentro do grupo dos mamíferos, como a grande variação do tamanho corpóreo, de hábitos de vida e de preferências de habitat (VOSS; EMMONS, 1996; EMMONS; FEER, 1997), para complementar o levantamento por transectos lineares e adquirir os dados sobre a mastofauna na área, serão empregadas três metodologias não-invasivas distintas no primeiro ano na REBIO e no segundo ano no PARNA:

• Busca de vestígios indiretos Pegadas segundo Becker e Dalponte, 1991; Visualizações segundo Chiarello, 2000; • Análise das fezes coletadas Coleta de fezes segundo Quadros e Monteiro-Filho, 2006a e 2006b, Quadros 2002. • Armadilhamento fotográfico ou camera-trapping Armadilhas fotográficas segundo Cutler e Swann, 1999; Janelle et al., 2002; Tomas e Miranda, 2003.

Resultados preliminares:

Com esforço amostral de aproximadamente 120.960 horas de armadilhamento fotográfico, foram obtidos 831 registros de atividade (Figura 01). Sus scrofa apresentou maior atividade no período das 18h-24h (41,03%) com o maior pico entre as 20h-21h (11,07%) e o período de menor atividade foi das 6h-12h (6,97%). Diferenciação no padrão de atividade pode ser atribuída a forte competição por recursos (principalmente por interferência) ou por espaço livre de predadores (SCHOENER, 1974, CASTRO-ARELLANO; LACHER, 2009). Verificou-se que existe diferença estatística entre as faixas horárias (U = 11,40 p< 0,05), o horário médio de atividade foi 18h22min e o intervalo de confiança de 95% entre as 19h18min às 19h59min.

Figura 01 - Horário de atividade do Java porco na REBIO das Araucárias. Linha com aba indica horário médio de registro e intervalo de confiança de 95%

O java porco é mais ativo durante o período noturno e apresenta menor atividade durante o período matutino. Esse comportamento pode estar relacionado à pressão da caça e à perseguição por cães na REBIO. Atividades que visem o manejo e o controle devem priorizar esses horários e seguir a Instrução Normativa do IBAMA que institui o manejo pra fins de controle.

Implicações imediatas para gestão/manejo da REBIO das Araucárias:

 Atende uma demanda no processo para elaboração do Plano de Manejo subsidiados pelos dados da fauna de mamíferos.  Fornece importantes informações que poderão ser utilizadas nas medidas conservacionistas a serem adotadas na localidade, assegurando assim a proteção das espécies da mastofauna silvestres ocorrentes na área que são ameaçadas pela presença desta espécie  Auxiliar em informações para possíveis manejo e controle do java porco.  Conscientizar os danos ambientais da caça e trabalhar com educação ambiental no entorno da área, além de tomar medidas legais, penais e sócio educativas.

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I Seminário de Pesquisas do Parque Nacional dos Campos Gerais e da Reserva Biológica das Araucárias, PR. TEMA: INTEIRAR PARA INTEGRAR 19 de novembro de 2015

PERÍODO DE ATIVIDADE DE Cuniculus paca (Mammalia – Cuniculidae) NA RESERVA BIOLÓGICA DAS ARAUCÁRIAS

1Adriana Aparecida Ribeiro, 2Patricia Machado1, 3Sérgio Bazilio

1Bolsista da Fundação Araucária, [email protected]; 2 Bolsista da Fundação Araucária e Fundação O Boticário de Proteção à Natureza, [email protected], 3 Docente do Curso de Ciências Biológicas da UNESPAR-Campus de União da Vitória, [email protected]

Status: concluído

Resumo

O período de atividade é um importante aspecto da vida de um animal, refletindo sua fisiologia, interações com o ambiente e com outros animais ou mesmo refletindo uma mudança de comportamento frente a um stress, como por exemplo, a caça esportiva ou fuga de cães de caça. Dentre os sinais exógenos que ajudam a determinar o início e fim de um dia para um animal estão a luz, temperatura, precipitação e disponibilidade de alimento. Conhecer o período de atividade de uma espécie é fundamental em medidas conservacionistas ainda mais quando a espécie está ameaçada ou é uma espécie exótica. O presente trabalho teve como objetivo determinar o padrão de atividade de Cuniculus paca na Reserva Biológica das Araucárias. A REBIO das Araucárias (25° 8’59.71”W e 25°25'5.37" Sul, altitude 840m) foi criada através de Decreto Federal s/n° de 23 de março de 2006, com uma área 14.930 ha e está inserida nos municípios de Teixeira Soares, Imbituva, Irati e Ipiranga. Sua vegetação é Floresta Ombrófila Mista. Os dados foram coletados por 12 armadilhas fotográficas, dispostas espacialmente na área, entre os meses de agosto de 2014 e junho de 2015. Para a análise do padrão de atividade utilizamos os horários de registro fotográfico no programa de estatística circular Oriana 4.0 (Kovach Computing Services). Realizamos o teste de uniformidade de Rayleigh, para determinar se os números de registros em cada faixa horária diferiam entre si. Com um esforço amostral de 112.320 horas de armadilhamento fotográfico foram obtidos 272 registros de atividade da paca e seu pico de atividade foi entre meia noite e uma hora com 63,04% dos registros e o segundo entre uma e duas horas da manhã com 10%. Os registros indicam que a espécie é ativa à noite e o período diurno é de repouso e isso pode estar associado em partes à pressão de caça na reserva.

Objetivos

 Determinar o padrão de atividade de Cuniculus paca na Reserva Biológica das Araucárias. . Métodos:

Transectos Lineares

O método de Transectos Lineares (BURNHAM, et al., 1980; FOSTER, et al., 1996, PERES, 1999; BUCKLAND, et al., 2001).

Metodologia complementar do método do transecto linear. Frente à heterogeneidade existente dentro do grupo dos mamíferos, como a grande variação do tamanho corpóreo, de hábitos de vida e de preferências de habitat (VOSS; EMMONS, 1996), para complementar o levantamento por transectos lineares e adquirir os dados sobre a mastofauna na área foram empregadas três metodologias não-invasivas distintas:

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• Busca de vestígios indiretos Pegadas segundo Becker e Dalponte, 1991; Visualizações segundo Chiarello, 2000; • Análise das fezes coletadas Coleta de fezes segundo Quadros e Monteiro-Filho, 2006a e 2006b, Quadros 2002. • Armadilhamento fotográfico ou camera-trapping Armadilhas fotográficas segundo Cutler e Swann, 1999; Janelle et al., 2002; Tomas e Miranda, 2003.

Resultados

Com um esforço amostral de 112.320 horas de armadilhamento fotográfico foram obtidos 272 registros de atividade da C. paca. Seu pico de atividade foi entre meia noite e uma hora com 63,04% dos registros e o segundo entre uma e duas horas da manhã com 10% (Figura 1). Os resultados já eram esperados devido ao hábito noturno da C. paca (Figura 1), que pode estar associado em partes à pressão de caça que ocorre na reserva.

Figura 1 - Registros por armadilhamento fotográfico de C. Paca (Lin., 1766) na REBIO das Araucárias e horário de atividade. Linha com aba indica horário médio de registro e intervalo de confiança de 95%.

Diferença no padrão de atividade pode ser atribuída à forte competição por recursos (principalmente por interferência) ou por espaço livre de predadores (SCHOENER, 1974, CASTRO- ARELLANO; LACHER, 2009). A ausência e a baixa frequência de registros em alguns horários pode ser interpretada também como o estado de repouso da espécie. Verificou-se que existe diferença estatística entre as faixas horárias (U2 = 13,38 p < 0,005) e o horário médio de atividade foi à meia- noite e o intervalo de confiança de 95% entre as 00h18min às 00h42min.

Os registros indicam que a espécie C.paca é ativa à noite e o período diurno é de repouso e isso pode estar associado em partes à pressão de caça na reserva

Implicações imediatas para gestão/manejo da REBIO das Araucárias:

 Atende uma demanda no processo para elaboração do Plano de Manejo subsidiados por informações sobre uma espécie ameaçada de extinção.  Fornece importantes informações que poderão ser utilizadas nas medidas conservacionistas a serem adotadas na localidade, assegurando assim a proteção desta espécie.  Conscientizar os danos ambientais da caça e trabalhar com educação ambiental no entorno da área, além de tomar medidas legais, penais e sócio educativas.

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CARNÍVOROS NA RESERVA BIOLÓGICA DAS ARAUCÁRIAS NO ESTADO DO PARANÁ

Lucas Mendonça Macedo1; Sérgio Bazilio2

1Bolsista da Fundação Araucária, [email protected] ; 1Docente do Curso de Ciências Biológicas da UNESPAR-Campus de União da Vitória, [email protected]

Status: concluído

Resumo

Carnívoros geralmente ocupam o topo da cadeia alimentar, sendo assim importantes para o equilíbrio dos ecossistemas em que ocorrem. Estão constantemente ameaçados em seus habitats, por motivos diversos tais como: caça, doenças e fragmentação. Levando assim, a consequências da diminuição da área de vida desses animais, suas populações, suas presas e até mesmo levando alguns indivíduos à extinção. Tendo em vista as pressões submetidas a esses animais, este trabalho teve como objetivo registrar a ocorrência de espécies da Ordem Carnívora na Reserva Biológica das Araucárias no Estado do Paraná (REBIO). A REBIO das Araucárias possui uma área de 14.930 ha e está inserida nos municípios de Teixeira Soares, Imbituva, Irati e Ipiranga entre as coordenadas 25° 8’59.71”W; 25°25'5.37" S e altitude média próxima de 840 m. Os dados foram coletados utilizando a metodologia dos transectos e metodologias não invasivas, busca de vestígios indiretos (visualizações e pegadas), análise das fezes coletadas e armadilhas fotográficas, entre os meses de agosto de 2014 e junho de 2015. Com um esforço amostral de 150 horas de busca direta e 52.300 horas de armadilhamento fotográfico foram registradas 12 espécies distribuídas em quatro famílias. Da família Felidae foram registrados Leopardus guttulus (Trigo, 2013), Leopardus pardalis (Linnaeus, 1758), Leopardus wiedii (Schinz, 1821), Puma yagouaroundi (É. Geoffory Saint-Hilaire, 1803) e Puma concolor (Linnaeus, 1771). De Mustelidae, Galictis cuja (Molina, 1782) e Eira barbara (Linnaeus, 1758). De Canidae, Cerdocyon thous (Linnaeus, 1766), Chrysocyon brachyurus (Illiger,1815), Canis lupus familiaris (Linnaeus, 1758) e em Procyonidae, as espécies Nasua nasua (Linnaeus, 1766) e Procyon cancrivorus (G [Baron] Cuvier, 1798). A riqueza de carnívoros registrada na REBIO pode ser explicada pela presença de suas presas (catetos, veados, cutias, pacas, ouriços, pequenos roedores e tamanduá mirim), pelas áreas preservadas e por reflorestamentos no entorno. Esses animais são ameaçados na Rebio, pela presença de caçadores e cães de caça. A redução das suas presas leva ao confronto com animais domésticos gerando retaliações geralmente causando sua morte. A maioria dos carnívoros que ocorrem no estado do Paraná foi registrada na área, com exceção da onça pintada que foi caçada até o último exemplar, o que atesta a importância da criação da REBIO e para preservação desse grande bioma tão ameaçado.

Objetivos

Registrar a ocorrência de espécies da Ordem Carnívora na Reserva Biológica das Araucárias no Estado do Paraná.

Métodos:

Transectos Lineares O método de Transectos Lineares (BURNHAM, et al., 1980; FOSTER, et al., 1996, PERES, 1999; BUCKLAND, et al.,2001).

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Metodologia complementar do método do transecto linear. Frente à heterogeneidade existente dentro do grupo dos mamíferos, como a grande variação do tamanho corpóreo, de hábitos de vida e de preferências de habitats (VOSS; EMMONS, 1996; EMMONS; FEER, 1997), para complementar o levantamento por transectos lineares e adquirir os dados sobre a mastofauna na área, foram empregadas três metodologias não invasivas distintas durante doze meses: • Busca de vestígios indiretos Pegadas segundo Becker e Dalponte, 1991; Visualizações segundo Chiarello, 2000; • Análise das fezes coletadas Coleta de fezes segundo Quadros e Monteiro-Filho, 2006a e 2006b, Quadros 2002. • Armadilhamento fotográfico ou camera-trapping Armadilhas fotográficas segundo Cutler e Swann, 1999; Janelle et al., 2002; Tomas e Miranda, 2003.

Resultados

Com um esforço amostral de 150 horas de busca direta e 52.300 horas de armadilhamento fotográfico foram registradas 12 espécies distribuídas em quatro famílias. Da família Felidae foram registrados Leopardus guttulus (Trigo, 2013), Leopardus pardalis (Linnaeus, 1758), Leopardus wiedii (Schinz, 1821), Puma concolor (Linnaeus, 1771 – Fig. 1a), Puma yagouaroundi (É. Geoffory Saint- Hilaire, 1803 – Fig. 1b). De Mustelidae, Galictis cuja (Molina, 1782) e Eira barbara (Linnaeus, 1758). De Canidae, Cerdocyon thous (Linnaeus, 1766), Chrysocyon brachyurus (Illiger,1815), Canis lupus familiaris (Linnaeus, 1758) e em Procyonidae, as espécies Nasua nasua (Linnaeus, 1766) e Procyon cancrivorus (G [Baron] Cuvier, 1798).

(a) (b)

Figura 1 - Carnívoros registrados na REBIO (a) Puma concolor e (b) Puma yagouaroundi

A riqueza de carnívoros registrada na REBIO pode ser explicada pela presença de suas presas (catetos, veados, cutias, pacas, ouriços, pequenos roedores e tamanduá mirim), pelas áreas preservadas e por reflorestamentos no entorno. Esses animais são ameaçados na REBIO, pela presença de caçadores e cães de caça. A redução das suas presas leva ao confronto com animais domésticos gerando retaliações geralmente causando sua morte. A maioria dos carnívoros que ocorrem no estado do Paraná foi registrada na área, com exceção da onça pintada que foi caçada até o último exemplar, o que atesta a importância da criação da REBIO para a preservação desse grande bioma tão ameaçado.

Implicações imediatas para gestão/manejo da REBIO das Araucárias:

 Atende uma demanda no processo para elaboração do Plano de Manejo subsidiados pelos dados da fauna de mamíferos.  Fornece importantes informações que poderão ser utilizadas nas medidas conservacionistas a serem adotadas na localidade, assegurando assim a proteção das espécies da mastofauna silvestres ocorrentes na área.

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I Seminário de Pesquisas do Parque Nacional dos Campos Gerais e da Reserva Biológica das Araucárias, PR. TEMA: INTEIRAR PARA INTEGRAR 19 de novembro de 2015

INVENTÁRIO DE MAMÍFEROS DE MÉDIO E GRANDE PORTE NA RESERVA BIOLÓGICA DAS ARAUCARIAS, ESTADO DO PARANÁ

Sérgio Bazilio1 Patricia Machado2 Soraia Rodrigues Chaga2

1Docente do Curso de Ciências Biológicas da UNESPAR-Campus de União da Vitória, [email protected], 2Bolsista da Fundação Araucária e Fundação O Boticário de Proteção à Natureza, [email protected], 3Bolsista da Fundação Araucária e Fundação O Boticário de Proteção à Natureza, [email protected]

Status: Finalizado

Resumo

Este estudo teve por objetivo inventariar a riqueza dos mamíferos de médio e grande porte na REBIO das Araucárias no Paraná. Entre outubro de 2012 a novembro de 2015, foram coletados dados através de metodologias de busca de vestígios direto (visualização) e indireto (armadilhamento fotográfico, análise do material escatológico, pegadas e vocalização) em seis sítios amostrais distribuídos na área de estudo. Com um esforço amostral de 240h de busca direta, aproximadamente 372.800h de armadilhamento fotográfico, totalizando 600 dias de esforço amostral, foram registradas 30 espécies. Cerca de 33% das espécies registradas na área de estudo estão enquadradas em alguma categoria de ameaça e sofrem algum tipo de pressão antrópica, comprometendo sua ocorrência e sobrevivência. Ações e estratégias em prol de sua conservação são necessárias, podendo estes dados servir como base para elaboração de políticas públicas visando à proteção da mastofauna no Plano de manejo da unidade.

Objetivo geral

 Estimar a riqueza de mamíferos de médio e grande porte na REBIO das Araucárias relacionada á qualidade ambiental do território para gerar embasamento para o plano de manejo.

Métodos:

Transectos Lineares O método de Transectos Lineares (BURNHAM, et al., 1980; FOSTER, et al., 1996, PERES, 1999; BUCKLAND, et al.,2001).

Metodologia complementar do método do transecto linear. Frente à heterogeneidade existente dentro do grupo dos mamíferos, como a grande variação do tamanho corpóreo, de hábitos de vida e de preferências de habitats (VOSS; EMMONS, 1996; EMMONS; FEER, 1997), para complementar o levantamento por transectos lineares e adquirir os dados sobre a mastofauna na área, foram empregadas três metodologias não invasivas distintas:

• Busca de vestígios indiretos Pegadas segundo Becker e Dalponte, 1991; Visualizações segundo Chiarello, 2000; • Análise das fezes coletadas Coleta de fezes segundo Quadros e Monteiro-Filho, 2006a e 2006b, Quadros 2002. • Armadilhamento fotográfico ou camera-trapping Armadilhas fotográficas segundo Cutler e Swann, 1999; Janelle et al., 2002; Tomas e Miranda, 2003.

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Resultados:

As buscas foram realizadas percorrendo trilhas, interior e bordas dos fragmentos da Unidade de Conservação, sendo anotadas as informações referentes aos vestígios. Com um esforço amostral de 240 horas de busca direta e 372.800 horas de armadilhamento fotográfico, foram registradas 30 espécies de mamíferos destas três são exóticas (Tabela 01).

Tabela 1 - Lista de espécies de mamíferos de médio e grande porte registrados na Reserva Biológica das Araucárias, Paraná Status Taxonomia Registro PR IUCN Ordem Primates

Família Atelidae

Alouatta guariba clamitans Cabrera, 1940 AF - VI - VO NT LC Sapajus nigritus (Goldfuss, 1809) VI - VO DD NT Ordem Rodentia

Família Sciuridae

Guerlinguetus ingrami (Thomas, 1901) AF - VO LC NE Família Cuniculidae

Cuniculus paca (Linnaeus, 1766) AF EN LC Família Caviidae

Hydrochoerus hydrochaeris (Linnaeus, 1766) P LC LC Família Dasyproctidae

Dasyprocta azarae Lichtenstein, 1823 AF LC DD Ordem Didelphimorphia

Família Didelphidae

Didelphis albiventris Lund, 1840 AF LC LC Didelphis aurita (Wied-Neuwied, 1826) AA - AF LC LC Ordem Carnivora

Família Felidae

Leopardus guttulus (Trigo, 2013) AF - F - P VU NE Leopardus pardalis (Linnaeus, 1758) AF - F - P VU LC Leopardus wiedii (Schinz, 1821) AF - P VU NT Puma yagouaroundi (É. Geoffory Saint-Hilaire, 1803) AF - P DD LC Puma concolor (Linnaeus, 1771) P VU LC Família Mustelidae

Galictis cuja (Molina, 1782) P LC LC Eira barbara (Linnaeus, 1758) AA - AF - VI LC LC Família Canidae

Cerdocyon thous (Linnaeus, 1766) AA - AF - P LC LC Chrysocyon brachyurus (Illiger,1815) P VU NT Canis lupus familiaris Linnaeus, 1758 * AF - P - VI - VO NE LC Família Procyonidae

Nasua nasua (Linnaeus, 1766) AF - P - VI - VO LC LC Procyon cancrivorus (G [Baron] Cuvier, 1798) AA - AF - P LC LC

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Ordem Pilosa Família Myrmecophagidae

Tamandua tetradactyla (Linnaeus, 1758) AA LC LC Ordem Lagomorpha

Família Leporidae

Lepus europaeus Pallas, 1778 * AA - P NE LC Ordem Cingulata

Família Dasypodidae

Euphractus sexcinctus (Linnaeus, 1758) AF LC LC Dasypus septemcinctus Linnaeus, 1758 AF NE LC Dasypus novemcinctus Linnaeus, 1758 AF - P LC LC Cabassous unicinctus (Linnaeus, 1758) AF NE LC Ordem Artiodactyla

Família Tayassuidae

Pecari tajacu (Linnaeus, 1758) AF VU LC Sus scrofa Linnaeus, 1758 * AF - C - P NE LC Família Cervidae

Mazama americana (Erxleben, 1777) AF - P VU DD Mazama gouazoubira (G. Fisher [von Waldheim], 1814) AF - P - VI LC LC Legenda – Forma de registro: AA: Animal atropelado, AF: Armadilhamento fotográfico, C: Crânio, F: Fezes, P: Pegadas, VI: Visualização, VO: Vocalização. Presença: 1; Ausência: 0. Categoria de ameaça – DD: Insuficientemente conhecida (Data Deficient), EN: Em perigo (Endagered), LC: Pouco preocupante (Least Concern), NE: Não Avaliada (Not Evaluated), NT: Quase ameaçada (Near Threatened), VU: Vulnerável (Vulnerable). *: Espécie exótica. Referências: Paraná - Mikich; Bérnils, 2004; Mundialmente - IUCN, 2015.

As espécies foram classificadas quanto ao status de ameaça pela Lista das Espécies de Mamíferos Ameaçados no Estado do Paraná e Lista Vermelha das Espécies Ameaçadas, sendo que dez espécies estão classificadas em alguma categoria de ameaça, representando 33% da mastofauna presente na área. A riqueza de mamíferos registrada na REBIO corresponde a 17% das espécies registradas no Paraná e 10% das espécies da Mata Atlântica. A riqueza de espécies registradas e a presença de espécies ameaçadas indicam o valor dos fragmentos no auxilio à manutenção da biodiversidade. O presente trabalho atesta a importância da criação da reserva e contribui para o conhecimento da biodiversidade na Reserva Biológica das Araucárias, fornecendo importantes informações que poderão ser utilizadas nas medidas conservacionistas a serem adotadas na unidade, assegurando a proteção das espécies de mamíferos que ocorrem na área.

Implicações imediatas para gestão/manejo da REBIO das Araucárias:

 Atende uma demanda no processo para elaboração do Plano de Manejo subsidiados pelos dados da fauna de mamíferos.  Prioridades para ações de fiscalização – definição de rotas e logística necessária.  Fornece importantes informações que poderão ser utilizadas nas medidas conservacionistas a serem adotadas na localidade, assegurando assim a proteção das espécies da mastofauna silvestres ocorrentes na área.  Controlar espécies exóticas, aumentar à fiscalização e monitoramento da área.  Conscientizar os danos ambientais da caça e trabalhar com educação ambiental no entorno da área, além de tomar medidas legais, penais e sócio educativas.

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I Seminário de Pesquisas do Parque Nacional dos Campos Gerais e da Reserva Biológica das Araucárias, PR. TEMA: INTEIRAR PARA INTEGRAR 19 de novembro de 2015

INVENTÁRIO DE MAMÍFEROS DE MÉDIO E GRANDE PORTE NO PARQUE NACIONAL DOS CAMPOS GERAIS, ESTADO DO PARANÁ

1Sérgio Bazilio, 2Alan Deivid Pereira, 3Elvira De Bastiani

1Docente do Curso de Ciências Biológicas da UNESPAR-Campus de União da Vitória, [email protected], 2Mestrando em Ciências Biológicas da Universidade Estadual de Londrina (UEL), [email protected], 3Mestranda em Ecologia e Conservação na Universidade Federal do Paraná (UFPR), [email protected]

Status: Finalizado

Resumo

O presente estudo foi realizado no Parque Nacional dos Campos Gerais, Ponta Grossa- PR (UTM 7210000 e 7240000 de latitude sul; 590000 e 615000 de longitude oeste), teve como objetivo principal inventariar a riqueza da mastofauna, durante o período de dezembro de 2012 a dezembro de 2014. Para o registro dos mamíferos, métodos diretos e indiretos (pegadas e vestígios) foram utilizados, juntamente com o uso de armadilhas fotográficas. Registraram-se 23 espécies de mamíferos de médio e grande porte, pertencentes a sete ordens e 14 famílias. Dentre essas uma espécie exótica (lebre – Lepus europaeus) e seis espécies que se encontram sob algum status de ameaça segundo a Lista de Mamíferos Ameaçadas do Paraná, demonstrando a importância desta área como uma Unidade de Conservação.

Objetivos:

 O presente estudo buscou-se registrar a mastofauna de médio e grande porte que ocorre no Parque Nacional (PARNA) dos Campos Gerais no estado do PR.

Métodos:

Transectos Lineares O método de Transectos Lineares (BURNHAM, et al., 1980; FOSTER, et al., 1996, PERES, 1999; BUCKLAND, et al.,2001).

Metodologia complementar do método do transecto linear

Frente à heterogeneidade existente dentro do grupo dos mamíferos, como a grande variação do tamanho corpóreo, de hábitos de vida e de preferências de habitats (VOSS; EMMONS, 1996; EMMONS; FEER, 1997), para complementar o levantamento por transectos lineares e adquirir os dados sobre a mastofauna na área, foram empregadas três metodologias não invasivas distintas:

• Busca de vestígios indiretos Pegadas segundo Becker e Dalponte, 1991; Visualizações segundo Chiarello, 2000; • Análise das fezes coletadas Coleta de fezes segundo Quadros e Monteiro-Filho, 2006a e 2006b, Quadros 2002. • Armadilhamento fotográfico ou camera-trapping Armadilhas fotográficas segundo Cutler e Swann, 1999; Janelle et al., 2002; Tomas e Miranda, 2003.

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Resultados:

O Brasil possui a maior riqueza de mamíferos de toda a região neotropical. A fragmentação de habitats constitui a maior ameaça aos mamíferos terrestres no Brasil, estão relacionadas a ações antrópicas motivadas pelo desenvolvimento econômico. Em consequência deste avanço a fauna de mamíferos terrestres vem sendo ameaçada, ficando confinada a viver em pequenos fragmentos que nem sempre são suficientes para sustentar populações viáveis. O grau de ameaça e a importância ecológica do grupo tornam evidente a necessidade de incluir informações sobre os mamíferos terrestres de médio e grande porte em inventários e diagnósticos ambientais. Foram realizados 24 meses de amostragens e registrados 23 espécies de mamíferos de médio e grande porte (Tabela 1), pertencentes a sete ordens e a 14 famílias, sendo que seis espécies estão sob algum status ameaça no estado do Paraná, sendo elas: Puma concolor, Puma yagouaroundi, Leopardus gutullus, Leopardus pardalis, Leopardus wiedii e Cuniculus paca.

TABELA 1 - Táxons, nome comum, forma de registro (FR): pegadas (PG), fezes (FZ), visualização (VS), armadilha fotográfica (AF) e status de ameaça no Paraná (G.A/PR): Vulnerável (VU); Em perigo (EN); Dados insuficientes (DD), de mamíferos terrestres registrados no Parque Nacional dos Campos Gerais, Ponta Grossa- PR

TÁXONS NOME COMUM FR G.A /PR Ordem Carnivora Família Felidae Leopardus wiedii (Schinz, 1881) Gato Maracajá AF-PG VU Leopardus pardalis (Linnaeus, 1758) Jaguatirica AF-PG VU Leopardus guttulus (Hensel, 1872) Gato do mato pequeno AF VU Puma concolor (Linnaeus, 1771) Sussuarana AF-PG-FZ VU Puma yagouaroundi (É.Geffroy, 1803) Gato mourisco VS-AF DD Família Mustelidae Eira Barbara (Linnaeus, 1766) Irara AF LC Família Canidae Cerdocyon thous (Linnaeus, 1758) Graxaim AF-PG LC Família Procyonidae Nasua nasua (Linnaeus, 1766) Quati AF LC Procyon cancrivorus (G.Cuvier, 1798) Mão- pelada AF-PG LC Ordem Cingulata Família Dasypodidae Cabassous tatouay (Desmarest, 1804) Tatu-do-rabo-mole AF DD Dasypus novemcintus Linnaeus, 1758 Tatu galinha AF-PG LC Ordem Artiodactyla Família Cervidae Mazama gouazoubira (Fischer, 1814) Veado- catingueiro VS-AF-PG LC Mazama americana (Erxleben, 1777) Veado- mateiro AF-PG LC Família Tayassuidae Pecari tajacu (Linnaeus, 1758) Cateto AF VU Ordem Rodentia Família Cuniculidae Cuniculus paca (Linnaeus, 1766) Paca AF EN Família Caviidae Hydrochoerus hydrochaeris (Linnaeus 1766) Capivara FZ-PG LC Família Dasyproctidae Dasyprocta azarea Lichterstein, 1823 Cutia AF LC Família Sciuridae Guerlinguetus ingrami (Thomas, 1901) Caxinguelê AF LC Ordem Didelphimorphia Família Didelphidae Didelphis albiventris Lund, 1840 Gambá-de-orelha-branca AF LC Didelphis aurita (Wied- Neuwied, 1826) Gambá-de-orelha-preta AF LC Ordem Primates Família Atelidae Alouatta guariba clamitans Cabrera, 1940 Bugio ruivo VS VU Sapajus nigritus (Goldfuss, 1809) Macaco prego VS Ordem Lagomorpha Família Leporidae Lepus europaeus (Pallas, 1978) Lebre VS DD

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Das espécies registradas, 26,08% se encontram em alguma categoria de ameaça de extinção, ressaltando a importância do PARNA dos Campos Gerais para a preservação da mastofauna local, regional e estadual. A ausência de determinadas espécies com distribuição local histórica, pode estar vinculada ao passado de degradação e destruição sofrido na região. Estes dados vêm, portanto, aumentar os dados a respeito da área de distribuição destas espécies e colaborar no preenchimento de lacunas do conhecimento mastofaunístico do estado do Paraná.

Implicações imediatas para gestão/manejo do Parque Nacional dos Campos Gerais:

 Atende uma demanda no processo para elaboração do Plano de Manejo subsidiados pelos dados da fauna de mamíferos.  Prioridades para ações de fiscalização – definição de rotas e logística necessária para a fiscalização de crimes ambientais a fauna.  Fornece importantes informações que poderão ser utilizadas nas medidas conservacionistas a serem adotadas na localidade, assegurando assim a proteção das espécies da mastofauna silvestres ocorrentes na área.  Controlar espécies exóticas, aumentar à fiscalização e monitoramento da área.  Conscientizar os danos ambientais da caça e trabalhar com educação ambiental no entorno da área, além de tomar medidas legais, penais e sócio educativas.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS DO TEMA "FAUNA"

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APÊNDICE I

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APÊNDICE II

FOLHETO SOBRE O SALTO SÃO JORGE LOCALIZADO NO PARQUE NACIONAL DOS CAMPOS GERAIS

APÊNDICE III

JOGO DE TABULEIRO SOBRE O PARQUE NACIONAL DOS CAMPOS GERAIS

APÊNDICE IV

CARTILHA: CONHECENDO O PARQUE NACIONAL DOS CAMPOS GERAIS

O PARQUE NACIONAL DOS CAMPOS GERAIS FOI CRIADO EM 2006 PARA PROTEGER OS RECURSOS NATURAIS DA NOSSA REGIÃO: OS CAMPOS NATURAIS, A FLORESTA COM ARAUCÁRIA, OS ANIMAIS, AS PLANTAS E OS RIOS QUE Guaxinim. Fonte ICMBio ABASTECEM NOSSAS CASAS. O PARQUE Araucária. Fonte: ICMBio

ESTÁ LOCALIZADO NOS MUNICÍPIOS DE PONTA GROSSA, CASTRO E CARAMBEÍ, MAS É EM PONTA GROSSA QUE PODEMOS ENCONTRAR A MAIOR PARTE DOS ATRATIVOS TURÍSTICO DESTA UNIDADE DE CONSERVAÇÃO. DENTRO DO PARQUE, NAS ÁREAS DE Cacto-Bola. Fonte: ICMBio CAMPO, PODEM SER ENCONTRADAS

Macaco Bugio. Fonte ICMBio PLANTAS QUE SÓ OCORREM AQUI COMO

CACTO BOLA, OU QUE ESTÃO AMEAÇADAS COMO A RAINHA DO ABISMO. JÁ NOS CAPÕES DE ARAUCÁRIA PODEM SER VISTOS XAXIM, A IMBUIA E A PRÓPRIA ARAUCÁRIA,

Rainha do Abismo. Fonte: QUE POSSUI COMO SEMENTE, O Tamanduá Bandeira. Fonte ICMBio PINHÃO. ESSAS PLANTAS TAMBÉM ICMBio

CORREM RISCO DE DESAPARECER POR CAUSA DO USO DESCONTROLADO. DIVERSOS ANIMAIS TAMBÉM PODEM SER ENCONTRADOS NO PARQUE, COMO A COBRA CASCAVEL, O LOBO-GUARÁ, O MACACO BUGIO, O TAMANDUÁ- BANDEIRA, O VEADO CAMPEIRO, A

GRALHA-AZUL, A SERIEMA, A Suçuarana. Fonte ICMBio

Veado Campeiro. Fonte SUÇUARANA, O GUAXINIM. ICMBio

O PARQUE AINDA ESTÁ EM FASE DE IMPLEMENTAÇÃO, MAS ALGUNS LUGARES JÁ SÃO VISITADOS HÁ MUITO TEMPO, COMO A CACHOEIRA DA MARIQUINHA, O CANYON DO RIO SÃO JORGE, O BURACO DO PADRE, O CAPÃO DA ONÇA E AS FURNAS GÊMEAS. O OBJETIVO DESTA CARTILHA EDUCATIVA DO PARQUE NACIONAL DOS CAMPOS GERAIS É APRESENTAR A

IMPORTÂNCIA DESTA UNIDADE DE Cachoeira da Mariquinha. Fonte ICMBio CONSERVAÇÃO PARA A PROTEÇÃO DOS RECURSOS NATURAIS DA REGIÃO E DE COMO VOCÊ PODE AJUDAR PARA CONSERVAR O NOSSO PATRIMÔNIO NATURAL!

Furnas Gêmeas. Fonte ICMBio

Cachoeira do São Jorge. Fonte ICMBio

Buraco do Padre. Fonte ICMBio

Capão da Onça. Fonte ICMBio

MATA ATLÂNTICA XAXIM CACTO-BOLA

FURNAS CAMPOS PINTURA RUPESTRE

ARAUCÁRIA PINHÃO GRALHA AZUL

ARENITOS

DENTRO DO PARQUE NACIONAL DOS CAMPOS GERAIS EXISTEM LOCAIS QUE ESTÃO ABERTOS AO PÚBLICO PARA A VISITAÇÃO,

QUAIS SÃO ELES? DESCUBRA-OS DESVENDANDO A CHARADA.

O LOBO-GUARÁ É UM MAMÍFERO PRIMO DO CACHORRO QUE VIVE NAS ÁREAS DE CAMPO E FLORESTA, DE COR LARANJA-AVERMELHADO SE ALIMENTA DE PEQUENOS ROEDORES E DE FRUTINHAS DA REGIÃO,

POR DEPENDER MUITO DESSES LOCAIS PARA SOBREVIVER ESTÁ AMEAÇADO DE EXTINÇÃO. A CUTIA É UM PEQUENO ROEDOR DE DENTES GRANDES QUE SE

ALIMENTA DE FOLHAS, FRUTOS E RAÍZES E VIVE EM PEQUENOS BURACOS NA TERRA. E A SUÇUARANA, TAMBÉM CONHECIDA COMO ONÇA PARDA ADORA ANDAR A NOITE ATRÁS DE PEQUENOS ROEDORES

QUE VIVEM NA REGIÃO DO PARQUE NACIO NAL DOS CAMPOS GERAIS. AGORA LIGUE AS PEGADAS DO LOBO-GUARÁ, DA CUTIA E DA SUÇUARANA, AOS SEUS DONOS. LEMBRE -SE QUE A PEGADA DA CUTIA

TEM TRÊS DEDOS E A DA SUÇUARANA NÃO TEM UNHAS.

COMPLETE A CRUZADINHA COM OS ANIMAIS QUE PODEMOS ENCONTRAR NO PARQUE NACIONAL DOS CAMPOS GERAIS.

O GUAXINIM É UM MAMÍFERO E TAMBÉM É UMA ESPÉCIE QUE

PODEMOS ENCONTRAR NO PARQUE NACIONAL DOS CAMPOS GERAIS. É UM MAMÍFERO E SE ALIMENTA DE PLANTAS E DE PEQUENOS

ANIMAIS. SEU PELO É BEM CURIOSO, POIS A SUA TONALIDADE MAIS ESCURA PERTO DOS OLHOS PARECE QUE ESTÁ USANDO UMA MÁSCARA.

AGORA DESCUBRA O QUE O GUAXINIM ESTÁ SEGURANDO, LIGANDO OS PONTOS ATRAVÉS DOS NÚMEROS.

ESSE É O CACTO BOLA, SEU NOME CIENTIFICO É PARODIA CARAMBEIENSIS. OS CACTOS GOSTAM DE CLIMA SECO E

ENSOLARADO E NOS CAMPOS GERAIS HÁ MUITO VENTO E SOL FORTE, ASSIM ELES CONSEGUEM ACUMULAR ÁGUA EM SEU CAULE. É UMA PLANTA QUE SÓ EXISTE AQUI NA NOSSA REGIÃO E VIVE

SOBRE AS ROCHAS. SUA FLOR É MUITO BONITA, PORÉM ESTÁ AMEAÇADO DE EXTINÇÃO DEVIDO A COLETA DOS VISITANTES QUE ACABAM LEVANDO PARA A CASA.

VAMOS COLORIR ESTE LINDO CACTO-BOLA, RELEMBRE SUAS CORES NA FOTO, NO COMEÇO DO LIVRINHO.

A GRALHA AZUL É UMA AVE SÍMBOLO DO PARANÁ E PODE SER

ENCONTRADA NO PARQUE NACIONAL DOS CAMPOS GERAIS. SEU ALIMENTO É O PINHÃO, SEMENTE DA ARAUCÁRIA. AJUDE A GRALHA

AZUL A CHEGAR ATÉ SEU ALIMENTO DESCOBRINDO O CAMINHO CORRETO.

O PINHEIRO DO PARANÁ OU ARAUCÁRIA É UM SÍMBOLO DO

NOSSO ESTADO, QUE PRODUZ O GOSTOSO PINHÃO. VOCÊ É CAPAZ DE ENCONTRAR AS 7 DIFERENÇAS ENTRE AS FIGURAS 1 E 2?

O PARQUE NACIONAL DOS CAMPOS GERAIS POSSUI MUITAS

CACHOEIRAS, ENTRE ELAS ESTÁ A CACHOEIRA DA MARIQUINHA. USE SUA CRIATIVIDADE PARA COLORIR ESTÁ LINDA CACHOEIRA!

PINTURAS RUPESTRES...

SÃO FIGURAS PINTADAS NAS ROCHAS POR

ANTIGOS HABITANTES INDÍGENAS QUE VIVIAM NA

REGIÃO. ESTAS FIGURAS DE COR VERMELHA REPRESENTAM ANIMAIS E AS CONDIÇÕES DO MEIO

EM QUE VIVIAM.

VOCÊ PODE FAZER UMA PINTURA RUPESTRE, É SÓ UTILIZAR O MODELO E DESENHAR NO QUADRO

EM BRANCO. SÓ NÃO SE ESQUEÇA DE UTILIZAR A

COR VERMELHA!

Laboratório de Turismo em Áreas Naturais - UEPG