Religião E Política Na África Centro Ocidental (Século XVII)

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Religião E Política Na África Centro Ocidental (Século XVII) Universidade Federal de Juiz de Fora Instituto de Ciências Humanas Programa de Pós-Graduação em História Edgleice Santos da Silva Mundos que se entrelaçam: religião e política na África Centro Ocidental (século XVII) Juiz de Fora 2018 Edgleice Santos da Silva Mundos que se entrelaçam: religião e política na África Centro Ocidental (século XVII) Dissertação apresentada ao Programa de Pós- graduação em História, da Universidade Federal de Juiz de Fora como requisito a obtenção do grau de Mestra em História. Linha de pesquisa: Imagens, narrativas e sociabilidades Orientadora: Dra. Fernanda do Nascimento Thomaz. Juiz de Fora 2018 AGRADECIMENTOS Agradeço ao Programa de Pós-graduação em História da Universidade Federal de Juiz de Fora, pelo suporte para que esta dissertação fosse concluída. À Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), pelo financiamento fundamental para o prosseguimento da pesquisa. À Dra. Fernanda do Nascimento Thomaz, pela orientação que transcendeu os muros da universidade; ser orientada por uma mulher negra que sabe o quanto é difícil para nós ocupar estes espaços, é um privilégio imensurável. Uma sobe e puxa a outra! Agradeço a banca de defesa e qualificação composta pelos professores Robert Daibert Junior, Ana Paula Pereira Costa pelas críticas e apontamentos, e especialmente à Flávia Maria de Carvalho que acompanha este trabalho desde a iniciação científica, obrigada por ser sempre solicita. A todos professores que passaram pela minha formação até aqui, minha imensa gratidão. Nomeadamente, agradeço ao professor Bruno Franco, que no primeiro semestre não me deixou desistir da graduação, à professora Kassandra Muniz, sempre presente na minha vida pessoal e acadêmica e que me deu a primeira oportunidade de entrar em sala de aula. À professora Ana Mónica Lopes pelas aulas de história da África e pela amizade. Ao professor e amigo Marco Antônio Silveira que acreditou na minha paixão por África e foi durante dois anos meu orientador de iniciação científica e maior incentivador. O trabalho solitário da escrita não seria possível se não fossem pelos amigos. Àqueles das conversas acadêmicas ou não, sempre acompanhados de um café ruim de cantina, ou de um copo de cerveja nos bares da vida. Em Minas Gerais, estado que me mostrou a amizade leve e acolhedora. Agradeço imensamente aos amigos que Mariana me deu, em vocês sei que sempre posso encontrar um abraço apertado, Emerson, Maria Clara, Maria Franzoni, Ana Gabriela, Rodrigo Yuri, Caroles, Elder Natan, Nathália, João Pedro, Luana, Maria Cristina e Ailson. Em Juiz de Fora onde passei dois anos para me dedicar ao mestrado, aos queridos Viviane, Jéssica e Eduardo e Juliana. Nos mais felizes e tristes dias da minha vida juiz forana tive o amor e a companhia de Eugene, Gustavo e Iago a família que eu escolhi. Existe amor em SP! E meus amigos da terrinha sempre me mostram isso. Em Piracicaba, agradeço aos amigos, Danuta e Ítalo, meus primeiros questionamentos como estudante de história surgiu das nossas conversas. Sou grata que a distância não conseguiu nos afastar. À Daniela Gomes, que desde que conheci, admiro pela garra, disciplina e perseverança na vida acadêmica. À minha família pela educação e amor, por apoiarem meus sonhos mesmo sem muitas vezes entendê-los. Espero que ao ser a primeira da família a entrar uma Universidade Pública, eu tenha depositado um pouco de esperança nos meus sobrinhos para que eles vejam que é possível seguir esse caminho, caso queiram. A minha mãe, apesar das nossas eternas diferenças, te admiro muito. E especialmente a minha avó Terezinha, mulher nordestina, negra, guerreira, que me ensinou a ser quem eu sou, vejo em mim muito de você. Obrigada por sempre me mostrar a importância da educação, você é a maior intelectual que eu conheço, te amo. Ao Renato, meu amigo e companheiro, agradeço pelo amor e paciência comigo nestes quase sete anos de relacionamento. Toda esta jornada desde a graduação teve mais vida e cor porque você esteve ao meu lado, compartilhando alegrias e tristezas. Debatendo e divagando sobre política, universidade, futebol, etc. Obrigada pelas críticas que por vezes me fizeram chorar, mas sempre me fizeram crescer. Sua família se tornou minha família e não há nada mais bonito em uma relação entre duas pessoas. Dona Clau, obrigada pelo cuidado e carinho. Foram muitos os percalços para conseguir concluir este trabalho, mas sigo acreditando que só através da educação é que conseguimos nos revolucionar e transformar o nosso mundo. RESUMO O intuito da pesquisa é discutir o conceito de política e religião no século XVII na África Centro Ocidental, tendo como base documentos elaborados por europeus que viveram no território africano. Evidenciando que no caso centro-africano, religião e política são campos indissociáveis na vida cotidiana. No lado europeu, apesar da teórica separação entre política e religião, tanto a Coroa portuguesa (e Ibérica) quanto as ordens missionárias se associaram em projeto de conquista espiritual e temporal, que visava a sujeição do corpo, a ocupação gradual dos territórios e a exploração dos recursos humanos e naturais. No século XVII, duas ordens, os capuchinhos e os jesuítas se destacaram na missão de espalhar o evangelho na região, não poupando esforços para converter os locais e solidificar o catolicismo fora do território europeu. Por sua vez, os centro-africanos viviam o paradoxo entre reverenciar seus antepassados e seguir os preceitos católicos; consequentemente, o fazer político também foi afetado pela crescente presença de europeus no território. O encontro entre mundos tão distintos foram marcados por constantes negociações e conflitos, onde emergiu um novo modo de conceber política e religião. Palavras chaves: África Centro Ocidental, missionário, política, religião. ABSTRACT The aim of the research is to discuss the concept of politics and religion in the 17th century in West Central Africa, based on documents produced by europeans who lived on African territory. Evidence that in the case of Central Africa, religion and politics are inseparable fields in everyday life. On the european side, despite the theoretical separation between politics and religion, both the Portuguese crown (and Iberian) and the missionary orders joined in spiritual achievement of project and time, aimed at the body's subjection, the gradual occupation of the territories and exploitation human and natural resources. In the seventeenth century, two orders, the Capuchins and the Jesuits stood out in the mission of spreading the gospel in the region, sparing no effort to convert localities and solidify catholicism outside european territory. In turn, the Central Africans lived the paradox between reverencing their ancestors and following catholic precepts; consequently, the political doing was also affected by the growing presence of furopeans in the territory. The encounter between so different worlds was marked by constant negotiations and conflicts, where a new way of conceiving politics and religion emerged. Key words: Africa West Center, missionary, politics, religion. Sumário Introdução...................................................................................................................................8 Capítulo 1: O sagrado de alguns povos na África Centro Ocidental........................................19 1.1. A cultura comum no universo mágico-religioso................................................................19 1.2. Mundo visível e mundo invisível.......................................................................................27 1.3. Os símbolos sagrados.........................................................................................................37 1.4. A política e o sagrado.........................................................................................................45 Capítulo 2. Contexto e texto: A missão como “salvação” de si e do outro...............................48 2.1. Alma, corpo e território......................................................................................................48 2.2. Jesuítas: evangelho, ensino, comércio e o ímpeto de conquista........................................57 2.3 Capuchinhos: mendicantes e mediadores, outro lado da política.......................................68 2.4. À sombra do diabo.............................................................................................................75 Capítulo 3: Converter a alma e ocupar o território...................................................................80 3.1. Conversão para todos?.......................................................................................................80 3.2. A língua, a escrita e o poder...............................................................................................86 3.3 Conversões e vassalagens...................................................................................................93 3.4 Rainha Nzinga: conversão e conflito.................................................................................97 Conclusão................................................................................................................................104 Fontes......................................................................................................................................107 Referências bibliográficas.......................................................................................................107 Introdução O tema inicial da pesquisa era compreender
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