Águas & Território
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Boletim Águas & Território nº5 - Dezembro | 2014 Publicação da Diretoria de Gestão das Águas e do Território (Digat) Agenda 21 Esta edição do Boletim Águas & Território apresenta as principais ações da Agenda 21 do Estado do Rio de Janeiro, cujo foco principal é atuar no fortalecimento e estruturação dos fóruns de Agenda 21 Locais. Estas ações estão sob a responsabilidade do Núcleo Especial da Agenda 21, subordinado à Diretoria de Gestão de Águas e Territórios (Digat) do Instituto Estadual do Ambiente (Inea). Agenda 21 no Estado do Rio de Janeiro Concebida e consolidada como um documento de 40 capítulos Reconhecendo o município como a unidade básica de assinado por 179 países durante a Rio-92, a Agenda 21 Global é gestão do território, a política estadual para a Agenda 21 é um instrumento de planejamento para a construção de socie- focada, desde 2007, em ações de apoio à formação, forta- dades sustentáveis, que concilia métodos de proteção ambien- lecimento e estruturação dos fóruns de Agenda 21 Locais tal, justiça social e eficiência econômica. A partir deste compro- do Estado. Esse apoio se concretiza em: misso com um padrão de desenvolvimento sustentável para o • Oficinas regionais, realizadas majoritariamente por planeta, cada país signatário deveria elaborar sua própria Agen- regiões hidrográficas; da 21, definindo seus eixos prioritários e os meios para atingi-los de forma participativa. • Oficinas locais de formação em desenvolvimento sustentável O Brasil finalizou a elaboração de sua Agenda 21 em 2002, a e metodologia de Agenda 21 Local; partir de um longo e consistente processo de consulta popu- • Sensibilização do poder público e sociedade civil locais lar. A partir de então, deu-se início a uma série de políticas de para a necessidade de diálogo e planejamento participa- fomento à formação de Agendas 21 para os municípios — as tivo no que diz respeito à sustentabilidade; chamadas Agendas 21 Locais —, uma forte diretriz da Agen- da 21 Global. A Agenda 21 Local é um instrumento de plane- • Estímulo às parcerias entre fóruns e outros colegiados jamento de políticas públicas que envolve a sociedade civil e (comitês de bacia hidrográfica, conselhos de Meio Ambi- o governo em um processo amplo e participativo de consulta ente, entre outros); e sobre os problemas ambientais, sociais e econômicos locais • Acompanhamento da atuação dos fóruns existentes. e o debate sobre soluções para esses problemas por meio da identificação e implementação de ações concretas. Atuação do Núcleo Especial da Agenda 21 O Núcleo Especial da Agenda 21, visando apoiar o • Incentivo e capacitação para a formação de Agendas planejamento participativo local para a sustentabili- 21 Locais; dade em instituições e municípios, atua em três eixos: • Apoio à implantação da Agenda Ambiental da Adminis- • Fortalecimento das Agendas 21 Locais existentes; tração Pública (A3P) em órgãos municipais e estaduais. Boletim Águas & Território - nº5 | dezembro de 2014 2 Projeto SIM dinamiza atividades Oficina da Agenda 21 Local na RH Rio Dois Rios Oficina Agenda 21 e os Planos de Mata Atlântica, realizada em Itaperuna O Núcleo Especial da Agenda 21 conseguiu incrementar as suas atividades em 2014, em função da execução do Proje- to Sustentabilidade em Instituições e Municípios (Projeto SIM). Seminários, oficinas e acompanhamento para a estru- turação de propostas de sustentabilidade local foram as principais ações desenvolvidas ao longo do ano. Aprovado pelo Fundo Estadual de Conservação Ambiental e Desenvolvimento Urbano (Fecam) em julho de 2013, o Pro- jeto SIM tem procurado intensificar e sistematizar ações já desenvolvidas, que ocorreram em parceria com o Centro de Estudos Ambientais e Desenvolvimento Sustentável (Ceads), da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj). As questões ambientais proeminentes na área de abrangência do projeto são: despoluição de rios, lagoas e áreas costei- ras; proteção e restauração da Mata Atlântica; gestão de risco/perigo de inundações e deslizamentos; destinação ade- quada dos resíduos sólidos e consequente estímulo à coleta seletiva sistemática; a despoluição atmosférica; uso correto de defensivos agrícolas; e descontaminação dos solos. Diagnóstico socioeconômico e Agendas 21 Locais como pontos de partida A área de influência do Projeto SIM foi definida de acor- do Programa Petrobras Agenda 21. Outras Regiões Hidro- do com o diagnóstico socioeconômico do Estado. Foram gráficas que se destacam são a da Baía da Ilha Grande, priorizadas as regiões rurais e urbanas que apresentam com fórum de mobilização em Angra dos Reis e de Desen- graves problemas ambientais e acentuada vulnerabili- volvimento Local Integrado e Sustentável (DLIS) em Paraty, dade, além de amplas desigualdades socioeconômicas e a de Macaé e das Ostras, com fórum ativo no município materializadas na exclusão social de uma significati- de Macaé. A realidade dessas regiões se difere muito das va parcela da população, privada de bens e serviços demais, onde são poucos os municípios que possuem necessários à manutenção da qualidade de vida. fórum de Agenda 21 Local ativo. Com base na análise das Agendas 21 Locais e tendo como A inatividade de grande parte dos fóruns de Agenda 21 Lo- referencial as regiões hidrográficas do Estado do Rio de cal é geralmente associada ao esvaziamento do processo, Janeiro, algumas particularidades foram observadas. Por que ocorre com o afastamento do poder público municipal, exemplo, a maioria dos municípios que possui Plano Lo- especialmente durante a troca de gestão. Para reativá-los cal de Desenvolvimento Sustentável (PLDS) concentra-se ou fortalecê-los, é determinante a sensibilização perma- na Região Hidrográfica da Baía de Guanabara, que com- nente dos membros dessa esfera governamental. preende grande parte da Região Metropolitana, em função Situação das Agendas 21 Locais no Estado do Rio de Janeiro Fóruns de Agenda 21 Local Processos de mobilização Fóruns de Agenda 21 Local inativos Boletim Águas & Território - nº5 | dezembro de 2014 3 Oficina da Agenda 21 Local em Santa Maria Madalena Projeto SIM: atuação prevista em 48 municípios fluminenses • São Gonçalo, Itaboraí, Tanguá, Guapimirim, Rio Bonito, e Nova Iguaçu, na RH Guandu (RH II); Magé, Cachoeiras de Macacu, Niterói, Rio de Janeiro e • Paraty e Angra dos Reis, na Baía da Ilha Grande (RH I); Maricá, localizados na Região Hidrográfica da Baía de • Itaocara, Nova Friburgo e São Fidélis, São Sebastião do Guanabara (RH V); Alto, Macuco, Duas Barras, Santa Maria Madalena, Cord- • Paty do Alferes, na RH Médio Paraíba do Sul (RH III); eiro, Trajano de Moraes, Bom Jardim e Cantagalo na RH • Macaé, na RH Macaé e das Ostras (RH VIII); Rio Dois Rios (RH VII); • Saquarema, Casimiro de Abreu e Silva Jardim, na RH La- • Santo Antônio de Pádua, Aperibé, Miracema, São José de gos São João (RH VI); Ubá, Laje do Muriaé, Itaperuna, Porciúncula, Natividade, • Petrópolis e Teresópolis, na RH Piabanha (RH IV); Varre-Sai, além de Cambuci, Bom Jesus de Itabapoana e Cardoso Moreira, na RH Baixo Paraíba do Sul (RH IX) e • Rio Claro, Mangaratiba, Piraí, Seropédica, Itaguaí, Japeri, pertencentes ao Grupo da Mata Atlântica. Paracambi, Mendes, Queimados, Engenheiro Paulo de Frontin, Miguel Pereira, além de Vassouras, Barra do Piraí A3P: pela construção de uma nova cultura institucional A Agenda Ambiental da Administração Pública (A3P) dução de gastos institucionais; tem por objetivo estimular os gestores públicos a incor- • Contribuir para a revisão dos padrões de produção porar princípios e critérios de gestão ambiental em suas e consumo para a adoção de novos referenciais de atividades rotineiras, levando à economia de recursos sustentabilidade na administração pública. naturais e à redução de gastos institucionais por meio do uso racional dos bens públicos e da gestão adequa- Projeto que se iniciou no Ministério do Meio Ambiente da dos resíduos. Para alcançar esse objetivo, a implan- (MMA), em 1999, a A3P tem um papel estratégico na re- tação da A3P deve: visão dos padrões de produção e consumo e na adoção de novos referenciais em busca da sustentabilidade • Promover ações de sensibilização e informação acerca socioambiental, no âmbito da administração pública. O dos pressupostos da sustentabilidade para gestores Núcleo Especial da Agenda 21, responsável pela implan- públicos; tação do programa no Inea, também o promove junto às • Promover o uso racional dos recursos naturais e a re- prefeituras e outros órgãos estaduais e municipais. Boletim Águas & Território - nº5 | dezembro de 2014 4 A3P no Projeto SIM As ações de implantação do A3P fortaleceram-se com o Projeto SIM, que possibilitou a realização do Seminário A3P e Políticas Públicas Estaduais para Municípios, em novembro de 2013, em São Gonçalo, destinado às comissões A3P das secretarias munici- pais de Meio Ambiente. A partir desse seminário-piloto, foi possível desenvolver iniciativas semelhantes em vários municípios. Assim, em 2014 foram realizados seminários A3P em Niterói, Ita- peruna e Teresópolis. Para cada seminário são convidados de três a sete municípios, dependendo da demanda e adesão. No seminário realizado em Niterói, estiveram presentes as comissões de Niterói, São Gonçalo e Magé. Em Itaperuna, partici- param, além dos representantes desse município, os de Miracema, Natividade, Santo Antônio de Pádua, Porciúncula, Laje do Muriaé, Varre-Sai e Bom Jesus do Itabapoana. Já em Teresópolis, com- pareceram integrantes da comissão local, de Petrópolis e de Gua- pimirim. A preparação para os seminários inclui reuniões com as secretarias