Estratégia local de habitação 2020-2030 Município de

Índice

Índice...... 2 Ficha técnica ...... 6 Enquadramento ...... 7 Tomo 1: Diagnóstico ...... 14 Sumário executivo ...... 15 Abordagem metodológica da ELH 2020-2030 do Município de Coimbra ...... 16 Introdução síntese ...... 17 A. Análise estatística ...... 20 A.1. População ...... 21 Gráfico 1 – Evolução da população residente entre 2001 e 2011 (n.º de indivíduos) ...... 22 Gráfico 2 – População residente, por freguesia (n.º de indivíduos) A freguesia de Santo António dos Olivais é a freguesia mais populosa do município de Coimbra, representando aproximadamente 27% do total municipal e sendo seguida à distância pela União das Freguesias de e São Paulo de Frades...... 23 Gráfico 3 – Evolução da população residente segundo os grupos etários entre 2001 e 2011 (n.º de indivíduos) ...... 24 Gráfico 4 – Evolução da população residente segundo o género (n.º de indivíduos) ...... 25 Gráfico 5 – População residente ativa economicamente, 2011 (n.º de indivíduos) ...... 26 Imagem 1 – Movimentos pendulares (n.º) ...... 27 A.2. Preços de transação e produção ...... 28 Gráfico 6 – Valor mediano das vendas de alojamentos familiares (€/m2)...... 29 Gráfico 7 – Valor mediano das rendas de novos contratos de arrendamento de alojamentos familiares (€/m2) ...... 30 Gráfico 8 – Valor médio dos prédios transacionados (€/nº) ...... 31 Gráfico 9 – Valores médios de avaliação bancária dos alojamentos (taxa de variação homóloga - %) - Centro...... 32 Gráfico 10 – Valores médios de avaliação bancária dos alojamentos (€/m2) – Apartamentos ...... 33 Gráfico 11 – Valores médios de avaliação bancária dos alojamentos (€/m2) – Moradias ...... 34 Gráfico 13 – Novos contratos de arrendamento de alojamentos familiares (n.º) ...... 36

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Gráfico 16 – Edifícios licenciados em construções novas para habitação familiar – Moradias (n.º) ...... 39 Gráfico 17 – Edifícios concluídos (n.º) ...... 40 A.3. Crédito à habitação e taxas de juros ...... 41 Gráfico 18 – Taxa de crédito à habitação (%) ...... 42 Gráfico 19 – Crédito à habitação por habitante (€) ...... 43 ...... 43 A.4. Atividade turística...... 44 Gráfico 20 – Capacidade de alojamento nos estabelecimentos hoteleiros (nº) ...... 45 Gráfico 21 – Capacidade de alojamento nos estabelecimentos hoteleiros por 1000 habitantes (n.º) ...... 46 Gráfico 22 – Estabelecimentos hoteleiros (n.º) ...... 47 Gráfico 23 – Dormidas nos estabelecimentos hoteleiros (n.º) ...... 48 Gráfico 24 – Taxa líquida de ocupação de cama nos estabelecimentos hoteleiros (%) ...... 49 Gráfico 25 - Registo de Alojamentos Locais (nº)...... 50 B. Carências habitacionais ...... 51 B.1. Situações de grave carência de alojamento e de degradação do parque habitacional ...... 52 Tabela 1 – Graves carências de alojamento: situação grave de carência de alojamento – nº de famílias com pedidos legalmente enquadrados .... 53 Tabela 2 – Graves carências de alojamento: carência de realojamento de famílias em habitação municipal ...... 54 Tabela 3 – Situações específicas de requerentes ...... 55 Tabela 4 – Graves carências de alojamento: por necessidade de realojamentos (pedidos formais de habitação municipal nesta data) ...... 56 Tabela 5 – Graves carências de alojamento: síntese ...... 57 B.2. Núcleos precários ...... 58 Tabela 6 – Núcleos precários ...... 59 Tabela 6 – Núcleos precários – continuação ...... 60 Tabela 6 – Núcleos precários – continuação ...... 61 Imagem 1 - Planta de localização dos núcleos precários da freguesia de ...... 62 Imagem 2 - Planta de localização dos núcleos precários da freguesia de S. António dos Olivais ...... 63 Imagem 3 - Planta de localização dos núcleos precários da U.F. e Antanhol ...... 64 Imagem 4 - Planta de localização dos núcleos precários da U.F. Coimbra ...... 65 Imagem 5 - Planta de localização dos núcleos precários da U.F. Eiras e S. Paulo de Frades ...... 67 Imagem 6 - Planta de localização dos núcleos precários da U.F. S. Clara e ...... 69 Imagem 7 - Planta de localização dos núcleos precários da U.F. S. Martinho do Bispo e ...... 70

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B.3. Parque de habitação social ...... 71 Tabela 7.1 – Parque social do município de Coimbra – Arrendamentos sociais concentrados ...... 72 Tabela 7.2 – Parque social do município de Coimbra – Arrendamentos sociais dispersos ...... 73 Tabela 7.2 – Parque social do município de Coimbra – Arrendamentos sociais dispersos – continuação ...... 74 Tabela 7.2 – Parque social do município de Coimbra – Arrendamentos sociais dispersos – continuação ...... 75 Tabela 7.2 – Parque social do município de Coimbra – Arrendamentos sociais dispersos – continuação ...... 76 Tabela 7.2 – Parque social do município de Coimbra – Arrendamentos sociais dispersos – continuação ...... 77 Tabela 7.2 – Parque social do município de Coimbra – Arrendamentos sociais dispersos – continuação ...... 78 C. Análise dos bairros sociais que não carecem no presente de obras de conservação generalizadas ...... 79 C.1. Bairro da Fonte da Talha (ex-Fundação Salazar) ...... 80 C.2. Bairro do Ingote ...... 83 C.3. Bairro da Rosa ...... 86 C.4. Habitações da Conchada (R. Padre Melo 30-50) ...... 89 C.5. Quinta da Rosa ...... 91 C.6. Habitações de Transição no Centro de Estágio Habitacional ...... 93 C.7. Habitações no Novo Bairro da Misericórdia – Conchada ...... 96 D. Análise dos bairros sociais problemáticos e descrição síntese das obras de conservação a realizar ...... 99 D.1. Bairro de Celas ...... 100 D.3. Bairro do Ingote (Ex-IGAPHE) ...... 106 Tabela 8.1 – Síntese das obras a realizar no parque habitacional municipal ...... 109 Tabela 8.2 – Obras a realizar no parque habitacional municipal em cada bairro (arrendamentos sociais concentrados) ...... 110 Tabela 8.3 – Obras a realizar no parque social municipal em cada bairro (arrendamentos sociais dispersos) ...... 111 E. Empreendimentos potenciais a carecer de financiamento ...... 112 Tabela 9 – Projetos de aumento do parque habitacional social para responder às necessidades ...... 113 F. Mercado de habitação no concelho ...... 114 Tabela 10 – Procura no mercado de arrendamento (por segmento) ...... 115 Tabela 11 – Procura no mercado de aquisição de habitação (por segmento) ...... 116 Tabela 12 – Oferta de arrendamento ...... 117 Tabela 14 – Oferta para aquisição de habitação ...... 119

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Tabela 15 – Oferta para aquisição de habitação ...... 120 Tabela 16 – O mercado dos terrenos para edificação de habitação ...... 121 Tabela 17 – Capacidade económica ...... 122 Análise SWOT ...... 123 Tomo 2: Estratégia local de habitação ...... 125 I. Conceito estratégico ...... 126 II. Fundamentação do conceito ...... 126 III. Objetivos estratégicos ...... 130 IV. Prioridades por objetivo ...... 131 V. Justificação de prioridades e respetivas medidas ...... 133 VI. Sínteses ...... 140 Quadro 1: Custos envolvidos a curto, médio e longo prazo por objetivo ...... 140 Quadro 2: Todos os custos envolvidos ...... 141 Quadros síntese doutros elementos necessários para financiamento no âmbito do 1º Direito ...... 144 Quadro 1 Diagnóstico ...... 144 Quadro 2 Soluções ...... 146 VIII. Entidade executora da presente estratégia ...... 147 IX. Alinhamento com os princípios do programa 1º Direito ...... 148 X. Monitorização e avaliação ...... 150 XI. Processos de participação e auscultação ...... 151 XII. Conclusão ...... 152 Anexo 1 – Matriz de levantamento das carências habitacionais do Município de Coimbra ...... 154 Anexo 2 – Inquérito às atividades imobililiárias do Município de Coimbra ...... 156

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Ficha técnica

Equipa Urbe: Rogério Gomes, PhD – Coordenação, operação no terreno, redação final Mestre Engenheira Myriam Romero Cobo – Apoio informático, estatística, administração e controlo de produção Arquiteta Susana Dias – Operação no terreno, apoio gráfico, redação, mapeamentos e gráficos Geógrafo João Gomes – Assessoria, imagens, mapeamentos e gráficos, inquérito

Equipa CMC: Rosa Santos, Engª Civil, Diretora do Departamento de Edifícios e Equipamentos Municipais Maria José Brenha, Assistente Social, Chefe da Divisão de Habitação Social Nuno Morais, Arquiteto, Chefe da Divisão de Projetos de Edificado Municipal Teresa Pechincha, Assistente Social, Técnica Superior da Divisão de Habitação Social (fase de levantamento de carências habitacionais): Marisa Gonçalves, Assistente Social, Técnica Superior da Divisão de Habitação Social João Marques, Eng.º Civil, Técnico Superior da Divisão de Promoção da Habitabilidade Elsa Branquinho, Assistente Social, Técnica Superior da Divisão de Intervenção e Ação Social Maria João Ferreira, Assistente Social, Técnica Superior da Divisão de Intervenção e Ação Social Comissões Sociais de Freguesia

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Enquadramento

A Estratégica Local de Habitação do Município de Coimbra surge como mais um instrumento sequencial e importante para dar consistência a algumas das linhas estratégicas, em curso, que irão contribuir para uma “identidade própria e imagem urbana personalizada”( Plano Estratégico Municipal) , não descurando uma máxima que nos parece fundamental - Coimbra é uma cidade de todos e para todos – e que cada vez mais possa apresentar uma qualidade de vida urbana, onde seja aprazível viver e que permita às famílias fixarem-se, recorrendo aos vários programas que potenciamos, e teremos de continuar a potenciar na área do Município.

Assim, apesar de ser urgente uma melhoria acentuada na qualidade construtiva do edificado e espaço público, e de vivência na cidade, para a qual já se encontram bem definidas as Áreas de Reabilitação Urbana (ARU’s) correspondentes às áreas Alta, Baixa e Baixa-Rio, e em fase de aprovação as correspondentes à área Universidade – Sereia e Coimbra-, não esquecendo toda a área descrita na lista de Património Mundial da Unesco, Alta e Rua da Sofia, e onde, nos últimos anos, se tem dado um bom contributo na reabilitação de imóveis degradados e espaço público, contribuindo para um incremento acentuado do número de visitantes nacionais e estrangeiros a todas estas zonas. Logo, é fundamental definir uma Estratégia Local de Habitação que possa contribuir para que a cidade de Coimbra não seja maioritariamente um lugar de passagem, mas sim de fixação de famílias, dos estudantes que concluem os seus cursos universitários e de todos os que que quiserem vir para uma cidade aprazível e onde se goste de viver.

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Considere-se a este propósito, o preâmbulo do Decreto-lei 307/2009, de 23 de Outubro, na sua versão atual, onde se refere: “A reabilitação urbana assume-se hoje como uma componente indispensável da politica das cidades e da politica de habitação (sublinhado nosso), na medida em que nela convergem os objetivos de requalificação e revitalização das cidades, em particular nas suas áreas mais degradadas, e de qualificação do parque habitacional (sublinhado nosso), procurando-se um funcionamento globalmente mais harmonioso e sustentável das cidades e a garantia para todos, de uma habitação condigna”.

O documento que se apresenta não significa que durante estas últimas décadas não tenham sido efetuados esforços neste sentido, nomeadamente na reabilitação do parque habitacional municipal e privado, recorrendo aos diversos programas de financiamento, e consequentes candidaturas, que foram surgindo:

PRAUD - Permitiu a reabilitação de um número bastante elevado de imóveis ocupados, sendo que face às suas características não originou um processo de rejuvenescimento da população da Alta da Cidade, onde foi implementado.

PROHABITA - Focado na recuperação das habitações das Bairros Municipais existentes permitiu, designadamente, iniciar o processo de Recuperação do Bairro de Celas, a construção do Bairro da Misericórdia (que substituiu o designado bairro com o mesmo nome e onde as habitações não tinham um mínimo de condições de habitabilidade) e a recuperação de 3 imóveis degradados na Baixa e que criaram uma alternativa habitacional para cerca de 300 agregados, vivendo muitos deles em carência habitacional.

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REABILITAR para ARRENDAR – Através da candidatura “Reabilitar Coimbra XXI” foram, e ainda estão a ser, reabilitados um conjunto de prédios nas ARU´s Baixa e Alta, num total de 6 Operações, mais 2 Operações em fase de procedimento concursal de empreitada, e que face às tipologias habitacionais propostas irão permitir realojar vários tipos de famílias, designadamente nucleares com filhos.

PEDU (nas suas componentes do PAIDC- Plano de Ação integrado para as Comunidades Desfavorecidas e PARU – Plano de Ação de Renegeração Urbana) - neste programa conseguiu-se integrar a Requalificação do Espaço Público dos Bairros da Rosa, Ingote e Ex-Igaphe, a Reabilitação do Edificado de Caráter Social do Bairro do Ingote - lotes 11, 14, 16, 18 e 26, obra em curso, e a Reabilitação do imóvel designada Casa das Cruzes, esta na área da ARU Alta, projeto de características inovadoras, designado “Residência Ganhar Autonomia”, cuja obra está em curso, e terá como objetivo promover o alojamento temporário de pessoas pouco qualificadas, em situação de desemprego de longa duração, com o intuito de fomentar a sua integração no mercado de trabalho, assim como apoiar jovens que cresceram em Instituições, sem rede de suporte familiar, apoiando-os no seu processo de autonomização.

REABILITAÇÃO NOS BAIRROS SOCIAIS – EFICIÊNCIA ENERGÉTICA – Estão em curso 3 empreitadas, nos Bairros da Rosa (17 lotes), Ingote (20 lotes) e na Conchada (3 lotes) sendo estas intervenções ao nível do envelope dos edifícios, nomeadamente colocação de revestimento exterior em ETICS ou reboco térmico, alteração/substituição e isolamento das coberturas, colocação de painéis solares e novos equipamentos para águas quentes sanitárias (AQS) e ainda a substituição do tipo de iluminação nos espaços comuns. Com estas intervenções será garantido o aumento do nível energético de todas as habitações em dois níveis.

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Obviamente que o processo de conservação de habitações municipais é diário, com recurso à administração direta ou empreitadas, num trabalho que é fundamentalmente em prol dos atuais inquilinos municipais.

Deste modo, pretende-se garantir mais e melhores condições de acesso à habitação, criando outro tipo de soluções que transformem todas estas atividades num programa não só de construir mais / reabilitar mais, mas numa estratégia habitacional, que em conjunto com todos os restantes instrumentos de planeamento existentes. ajude a alavancar o Município para melhorar a qualidade de vida das populações, conseguindo potenciar, atrair e acolher novas atividades económicas e melhorar algumas das existentes, ser atrativo e ser uma cidade onde cada vez mais se goste de viver.

Recentemente, no âmbito da Resolução de Conselho de Ministros n.º 50-A/2018, de 2 de maio, é estabelecido ao nível nacional, o sentido estratégico, objetivos e instrumentos de atuação para uma Nova Geração de Políticas de Habitação (NGPH), a qual contempla os seguintes objetivos estratégicos:

1º- Dar resposta às famílias que vivem em grava carência habitacional, garantindo que a gestão do parque habitacional público concorre para a existência de uma bolsa dinâmica de alojamentos capaz de dar resposta às necessidades mais graves e urgentes de uma forma célere, eficaz e justa; 2º- Garantir o acesso à habitação a todos os que não têm resposta por via do mercado, , incentivando uma oferta alargada de habitação para arrendamento a preços acessíveis e a melhoria das oportunidades de escolha e das condições de mobilidade dentro e entre os diversos regimes e formas de ocupação dos alojamentos e ao longo do ciclo de vida das famílias;

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3º- Criar condições para que a reabilitação seja a principal forma de intervenção ao nível do edificado e do desenvolvimento urbano, passando a reabilitação da exceção a regra, assumindo a generalização da sua expressão territorial e fomentando intervenções integradas; 4º- Promover a inclusão social e territorial e as oportunidades de escolha habitacionais, apostando em abordagens integradas e participativas nos bairros de arrendamento públicos e no reforço da informação, encaminhamento e acompanhamento de proximidade.

Todos estes objectivos, têm agregados instrumentos (programas de financiamento) que irão permitir que os Municípios possam, através de acordos de colaboração com o IHRU, fomentar um conjunto de contratos de financiamente que permitiam encontrar soluções que estrategicamente venham a dar resposta a estes grandes objetivos. Neste âmbito é estabelecido, entre outros instrumentos, o 1.º Direito - Programa de Apoio ao Direito à Habitação: este é um programa considerado central no âmbito das políticas de habitação, e que tem por objetivo garantir o acesso a uma habitação adequada e a condições de vida dignas aos agregados familiares em situação de grave carência habitacional. Assentará na concessão de apoio financeiro, combinando diferentes modalidades de financiamento, aos atores públicos e assistenciais locais (municípios, empresas municipais, IPSS), para disponibilização de um leque diverso de soluções habitacionais a valores acessíveis ao universo dos destinatários (com enfoque na renda apoiada) e para a qualificação do seu parque habitacional degradado, cobrindo: - Reabilitação de imóveis de que são proprietários; - Aquisição e reabilitação de imóveis para habitação; - Arrendamento de prédios ou frações autónomas de prédios urbanos destinados a habitação; - Aquisição de terrenos e construção de empreendimentos habitacionais, em caso excecionais relacionados com comprovada insuficiência de oferta de habitação disponível em determinada área territorial.

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Simultâneamente, deve ser assegurada a coerência com outros instrumentos de apoio à às famílias (apoio à renda, apoio técnico e social, como o Rendimento Social de Inserção), no sentido de consolidar as respetivas soluções habitacionais.

Subsequentemente, é publicada a Lei de Bases da Habitação (Lei nº 83/2019, de 3 de setembro), a qual estabelece as bases do direito à habitação e as incumbências e tarefas fundamentais do Estado na efetiva garantia desse direito a todos os cidadãos, nos termos da Constituição.

Neste sentido, nos termos do Artigo 21º da Lei acima referida, compete aos Municípios integrar na sua política municipal de habitação os instrumentos de gestão territorial, acautelando a previsão de áreas adequadas e suficientes destinadas ao uso habitacional, e garantir a gestão e manutenção do património habitacional municipal. Os municípios podem ainda: a) Construir, reabilitar, arrendar ou adquirir habitações economicamente acessíveis; b) Promover a construção ou reabilitação de habitações a custos controlados; c) Contribuir para a melhoria das condições de habitabilidade do parque habitacional; d) Promover a regeneração urbana das áreas degradadas e a reconversão, sempre que possível, das AUGI; e) Promover operações de autoconstrução, autoacabamento e autoabilitação destinadas a habitação própria; f) Praticar uma política de solos compatível com os objetivos e metas da política habitacional municipal e adequar aos mesmos a política fiscal municipal; g) Apoiar as cooperativas de habitação;

Estratégia local de habitação do Município de Coimbra 12 h) Incluir os núcleos de habitação precária, as áreas urbanas degradadas e as AUGI não passíveis de reconversão em programas temporários de melhoria da habitabilidade até à prossecução do realojamento; i) Apoiar processos de autoconstrução devidamente considerados em instrumentos de gestão do território e promover programas locais de autoacabamento; j) Prevenir a gentrificação urbana; k) Participar, em articulação com os serviços e redes sociais locais, nos programas e estratégias nacionais dirigidos às pessoas em situação de sem abrigo, ao combate à discriminação racial ou étnica e à proteção das vítimas de violência doméstica; l) Assegurar uma permanente vigilância e proteção contra riscos naturais ou antrópicos; m) Fiscalizar o cumprimento das exigências legais por parte dos proprietários habitacionais; n) Incluir a participação das cooperativas e dos moradores nas decisões sobre a política de habitação.

Em conclusão: A habitação é um bem essencial à vida das pessoas e um direito fundamental constitucionalmente consagrado. A reabilitação é, atualmente, um tema incontornável, quer se fale de conservação do edificado, desenvolvimento sustentável, ordenamento do território, preservação do património, qualificação ambiental ou coesão socioterritorial. Ambas se assumem, assim, como instrumentos chave para a melhoria da qualidade de vida das populações, para a qualificação e atratividade dos territórios construídos e para a promoção da sustentabilidade no desenvolvimento urbano.

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Tomo 1: Diagnóstico

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Sumário executivo

O diagnóstico realizado sobre a Habitação no município de Coimbra foi amplo em termos de análise estatística, inquérito e contactos com os atores locais, tendo resultado dum extenso trabalho de equipa realizado entre a Urbe e os serviços municipais. Esse longo e profundo trabalho de levantamento e análise da problemática da Habitação no concelho permitiu compreender as dinâmicas estruturantes que determinam a situação atual, em plena evolução. O inquérito realizado aos agentes económicos relacionados com a habitação foi de grande utilidade para compreender o contexto da oferta e da procura nos mercados da aquisição e do arrendamento de habitações, designadamente as fragilidades existentes na oferta de arrendamentos, cuja exiguidade provoca o encarecimento excessivo dos mesmos, com prejuízo maior para as franjas sociais de médios e baixos rendimentos. A Urbe beneficiou, neste trabalho, do levantamento já efetuado pelos serviços municipais acerca do parque social municipal, seu estado de conservação e carências, assim como do levantamento dos agregados com graves carências habitacionais, efetuado pelos serviços municipais e pelas juntas de freguesia.

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Abordagem metodológica da ELH 2020-2030 do Município de Coimbra

A elaboração do diagnóstico da Estratégia Local de Habitação 2020-2030 do município de Coimbra foi estruturada dentro duma perspectiva integrada do que é o contexto da Habitação do município, atendendo às necessidades sociais mais prementes, também aquelas que resultam da plena integração dos respetivos contextos habitacionais no conceito de grave carência habitacional, analisando o contexto mais amplo das dinâmicas no mercado local da habitação e o circunstancialismo urbanístico existente, tudo contribuindo para uma perspetiva ampla de cariz económico e social, atendendo às necessidades de desenvolvimento equilibrado e sustentável do município. O diagnóstico começa por registar, descrever e analisar a informação estatística disponível no país acerca da população e da habitação em Coimbra, estabelecendo as necessárias comparações com a região Centro e o país. Procedeu-se também à análise estatística da indústria turística no concelho e das respetivas dinâmicas, sobretudo no que pode influenciar os mercados da procura e da oferta de habitação. A análise estatística incluiu os dados disponíveis mensais, trimestrais e anuais. Estabelecem-se em seguida de modo ordenado e exaustivo as carências habitacionais existentes com registo válido que são consideradas graves à luz da nova legislação do 1º Direito. Estas carências são tipificadas relativamente ao número e composição dos agregados familiares, assim como às tipologias da carência habitacional. Localizam-se sempre que é caso disso, como relativamente aos núcleos precários. Procedeu-se a uma análise dos diversos bairros onde se encontra a habitação social no concelho. As localizações das obras necessárias, as respetivas tipologias e custos foram levantados e enumerados. Revisitaram-se projetos e ideias existentes nos serviços técnicos municipais que podem contribuir para minorar os problemas de carência habitacional. Realizou-se uma ampla consulta aos atores locais dos sectores urbanístico, imobiliário, da construção e do crédito bancário acerca do

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Mercado da habitação, assim como um inquérito dirigido ao mesmo público alvo. Este processo de diálogo permitiu recolher uma ideia clara do momento que se vive nos mercados da procura e da oferta de arrendamento nas diversas freguesias, assim como nos mercados da oferta e da procura de aquisição para habitação. Dessas conclusões se elaboraram os registos, mapas e gráficos adequados e as descrições que se justificam. Os atores locais foram também convidados a pronunciar-se acerca do esforço económico exigido para adquirir ou arrendar habitação em cada uma das freguesias do concelho e as suas conclusões encontram-se devidamente espelhadas em mapas elaborados para o efeito. O diagnóstico integra como peça final a análise SWOT.

Introdução síntese

No município de Coimbra, a população residente apresentou um decréscimo de 3,4%, entre os Censos de 2001 e 2011, embora tenha conseguido manter-se acima da barreira dos 140 000 habitantes. Por freguesias, destaque para a Freguesia de Santo António dos Olivais, com um total de mais de 38 900 habitantes, e uma larga distância para a freguesia com o segundo maior efetivo populacional, apresentando assim um grande peso demográfico no conjunto das atuais 18 freguesias que constituem o município. Verifica-se uma diminuição do peso dos grupos etários mais jovens, ao mesmo tempo que se regista um aumento do peso dos grupos etários dos adultos e idosos, o que reflete a tendência de envelhecimento da população. A partir da análise aos movimentos pendulares, constata-se a capacidade de atracão que o município de Coimbra exerce sobre a sua região envolvente, na medida em que o número de pessoas provenientes de municípios limítrofes a entrar diariamente em Coimbra supera largamente o número de saídas de residentes em Coimbra.

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Na análise aos preços de transação, pode-se verificar que o valor mediano das vendas de alojamentos familiares teve um aumento em 8%, entre o primeiro trimestre de 2018 e o primeiro trimestre de 2020, em Coimbra, ainda assim inferior ao aumento registado para a generalidade do território nacional, que foi de 17%. O valor fixou-se em 1281 € por m2, em Coimbra, ao passo que em o valor ficou-se pelos 1117 € por m2, estando por isso a processar-se aparentemente um movimento de convergência nos preços. O valor mediano das rendas de novos contratos de arrendamento de alojamentos familiares apresentou um crescimento de cerca de 15% entre o segundo semestre de 2017 e o segundo semestre de 2019, em Coimbra. Esta subida é superior à verificada no conjunto da Comunidade Intermunicipal da Região de Coimbra (NUTSIII) que registou uma subida um pouco mais ligeira de 14%. Já em termos nacionais, verificou-se uma subida mais acentuada, na ordem dos 21%. Em Coimbra, o valor mediano das rendas fixou-se nos 5,32 €/m2, no último período de análise. O valor médio dos prédios transacionados tem vindo a subir nos últimos anos, de forma geral, tanto em Coimbra, como a nível nacional, apesar da evolução nacional ser mais notória no sentido de crescimento comparativamente a Coimbra, que, embora crescendo no geral dos últimos anos, tem sido mais irregular quanto à evolução dos valores médios. Coimbra apresentou um valor médio de 100 789€, e Portugal 108 016€. Os contratos de compra e venda de prédios urbanos sofreram uma quebra significativa em Coimbra, entre os anos de 2008 e 2012, registando-se desde esse ano uma subida, embora ainda não se tenha alcançado os valores registados antes do início da crise de 2008. O número de edifícios de habitação familiar clássica tem tido uma evolução relativamente lenta ao longo da última década, em Coimbra, registando-se um ligeiro aumento de 1,6% entre os anos de 2011 e 2019. O mesmo se aplica ao número de alojamentos familiares clássicos, havendo a registar uma subida ligeiramente superior de 1,9%.

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O número de edifícios licenciados em construções novas para habitação familiar na tipologia de moradias sofreu uma quebra significativa na primeira metade da década de 2010, encontrando-se em fase de recuperação, todavia longe dos valores registados antes do início da crise mundial. Os dados mais recentes mostram, contudo, que voltou a registar-se uma quebra, no ano de 2019. Os edifícios concluídos apresentam igualmente uma fase de decréscimo na primeira metade da década de 2010, seguida de uma recuperação ligeira, incapaz de retomar os valores pré-crise. A habitação familiar é o uso que agrega a esmagadora maioria dos edifícios concluídos. No que respeita à atividade turística, tem-se registado paulatinamente uma subida em termos de capacidade de alojamentos nos estabelecimentos hoteleiros de Coimbra, registando-se uma subida de mais de 9% entre os anos de 2014 e 2017. O número de estabelecimentos hoteleiros apresenta uma subida significativa de 34%, entre 2015 e 2018, com subidas tanto em hotéis, como em pensões. As dormidas nos estabelecimentos hoteleiros de Coimbra têm vindo a crescer desde 2012 de forma bastante significativa, ajudadas pela dinâmica turística que se criou no nosso país, e no caso concreto de Coimbra, pela classificação da Universidade de Coimbra como Património da Humanidade, representado um aumento de mais de 80% entre os anos de 2011 e 2018, que fechou com um valor a rondar as 700 mil dormidas. O registo de alojamentos locais tem vindo a apresentar uma forte subida, tendo atingido o pico em 2018, com mais de uma centena de registos, seguindo-se uma quebra no ano de 2019 para os 85 registos – dados pré pandemia. A taxa de crédito à habitação tem registado períodos de descidas e subidas na última década, em Coimbra, sendo que os valores mais elevados foram registados em 2016 e 2017.

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A. Análise estatística

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A.1. População

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Gráfico 1 – Evolução da população residente entre 2001 e 2011 (n.º de indivíduos) A população residente em Coimbra teve um decréscimo de 3,4% entre 2001 e 2011, acompanhando a tendência de decréscimo da Região Centro.

2500000 2348397 2327755

2000000

1500000

2001 2011 1000000

500000

Recenseamentos Gerias da População, Censos 2011 Censos População, da Gerias Recenseamentos

148443 143396 –

0 Centro Coimbra

Fonte: INE INE Fonte:

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Gráfico 2 – População residente, por freguesia (n.º de indivíduos) A freguesia de Santo António dos Olivais é a freguesia mais populosa do município de Coimbra, representando aproximadamente 27% do total municipal e sendo seguida à distância pela União das Freguesias de Eiras e São Paulo de Frades.

45000

38936 40000

35000

30000

25000 Total 20000 17921 16049 H 13971 15000 11624 M 10000 5302 4680 4285 3111 3146 3701 4048 3122 3954 5000 1969 2073 3102 2402

0

Recenseamento Gerais da População, da Gerais Recenseamento 2011 Censos

Fonte: INE INE

Estratégia local de habitação do Município de Coimbra 23

Gráfico 3 – Evolução da população residente segundo os grupos etários entre 2001 e 2011 (n.º de indivíduos) Verifica-se a tendência de diminuição do peso dos grupos etários mais jovens, ao passo que os grupos etários dos adultos e idosos revelam um peso crescente no total da população, o que reflete o seu envelhecimento.

90000

81656 81786 80000

70000

60000

50000

2001 40000 2011

30000 28786

24539

21727 20521

20000 17837 14987

10000

Recenseamentos Gerias da População, Censos 2011 Censos População, da Gerias Recenseamentos

0

0-14 15-24 25-64 65 ou mais Fonte: INE INE Fonte:

Estratégia local de habitação do Município de Coimbra 24

Gráfico 4 – Evolução da população residente segundo o género (n.º de indivíduos) No concelho de Coimbra a maioria da população é do género feminino, que entre 2001 e 2011 decresceu em 3,04%. O género masculino também apresenta um quebra populacional de 3,81%.

80000 78854 78000 76455 76000

74000

72000

70000 69589 2001 2011 68000 66941

66000

64000 Recenseamentos Gerias da População, Censos 2011 Censos População, da Gerias Recenseamentos

62000 –

60000

Homem Mulher Fonte: INE INE Fonte:

Estratégia local de habitação do Município de Coimbra 25

Gráfico 5 – População residente ativa economicamente, 2011 (n.º de indivíduos) No município de Coimbra, o peso da população ativa em relação ao total da população residente é de aproximadamente 49%, havendo uma importância maior do género feminino em relação ao masculino no universo da população activa. O concelho apresenta ainda um nível de população empregada de 89,9% em relação à população ativa.

80000

70775 70000

60000 63598

50000

40000 População ativa 36366 34409 População empregada

30000 33011 30587

20000

Recenseamentos Gerias da População, Censos 2011 Censos População, da Gerias Recenseamentos

10000 Fonte: INE INE Fonte: 0 Total Homem Mulher

Estratégia local de habitação do Município de Coimbra 26

Imagem 1 – Movimentos pendulares (n.º) Diariamente existem 47380 indivíduos de municípios limítrofes que se deslocam para o município de Coimbra para trabalhar ou estudar, e cerca de 12199 habitantes do município que saem para trabalhar ou estudar. O município apresenta movimentos pendulares significativos, cujas entradas superam em largo número as saídas, o que reflete a dinâmica que é exercida pelo município de Coimbra sobre o território circundante.

12199 Saídas

47380 Entradas

Recenseamentos Gerias da População, da Gerias Recenseamentos 2011 Censos

– Fonte: INE

Estratégia local de habitação do Município de Coimbra 27

A.2. Preços de transação e produção

Estratégia local de habitação do Município de Coimbra 28

Gráfico 6 – Valor mediano das vendas de alojamentos familiares (€/m2) O valor mediano das vendas de alojamentos familiares entre o 1º trimestre de 2018 e o 1.º trimestre de 2020 teve um aumento de 8% em Coimbra, sendo que a Região de Coimbra teve um crescimento de 4%. Já na generalidade do território nacional a variação foi de 17%. Este valor é de 1117€ por m2 em Portugal e de 1281€ por m2 em Coimbra, no primeiro trimestre de 2020.

1400

1281

1249

1227 1220

1208

1186 1186 1185 1200 1179 1117 1081 1031 1054 1000 996 1011 969 984 950

800 834 852 841 821 813 818 831 843 868

€ Coimbra 600 Região de Coimbra

Portugal

400

200

Instituto Nacional de Estatística de Nacional Instituto

0

1.º 2.º 3.º 4.º 1.º 2.º 3.º 4º Trimestre1º Trimestre Trimestre deTrimestre deTrimestre deTrimestre deTrimestre deTrimestre deTrimestre de de 2019 de 2020

2018 2018 2018 2018 2019 2019 2019 INE Fonte:

Estratégia local de habitação do Município de Coimbra 29

Gráfico 7 – Valor mediano das rendas de novos contratos de arrendamento de alojamentos familiares (€/m2) O valor mediano das rendas de novos contratos de arrendamento de alojamentos familiares subiu 15,3% entre o 2º semestre de 2017 e o 2º semestre de 2019, em Coimbra. Na Região Centro, verificou-se um subida de 14,4% no mesmo período de tempo, já em Portugal o crescimento foi superior a 21%. No 2º semestre de 2019 o valor mediano das rendas em Coimbra atingiu a marca de 5,71€ por m2 enquanto na Região Centro o valor é de 3,89€ por m2.

6

5,71

5,5

5,33

5,32

5,15

5,00 4,95

5 4,80

4,58

4,39

4 3,89 3,75

3,65 Coimbra

3,53 3,4

€ 3 Centro

Portugal 2

1

Instituto Nacional de Estatística InstitutoNacional de

– 0

2.º Semestre de 2017 1.º Semestre de 2018 2.º Semestre de 2018 1.º Semestre de 2019 2.º Semestre de 2019 Fonte: INE

Estratégia local de habitação do Município de Coimbra 30

Gráfico 8 – Valor médio dos prédios transacionados (€/nº) O valor médio dos prédios transacionados no município de Coimbra tem tido uma evolução inconstante ao longo da última década, embora a tendência geral de aumento a partir do ano de 2014 seja relativamente notória, chegando ao valor de 100 789 € no ano de 2018. O mesmo comportamento verifica-se na Região de Coimbra, o que em parte é explicado pelo peso do município de Coimbra na respetiva região. No que diz respeito à generalidade do território nacional, a evolução tem sido mais constante, com uma primeira fase de descida até 2012, derivado da crise, e a partir daí uma subida constante, atingindo o valor de 108 016 €, e superando, assim, o valor de Coimbra.

140000

124060

120000

111150

108553

108016

107281

104135

101335

101182 100789

100000

91510

91491

91294

90134

87111

86672

81590

81217

78310 75428

80000 75249 73379

Portugal

66809 € Região de Coimbra 60000

Coimbra

46948

46031

45721

43161

39535 39418

40000 37082

Instituto Nacional de Estatística de Nacional Instituto

31558

31278

30519

– 29801

20000 Fonte: INE INE Fonte:

0 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 Estratégia local de habitação do Município de Coimbra 31

Gráfico 9 – Valores médios de avaliação bancária dos alojamentos (taxa de variação homóloga - %) - Centro De registar a quebra significativa dos valores da avaliação bancária de moradias acima dos 50% entre maio 2019 e outubro de 2019.

10 9,2 8,9 9 8,8 8,3 8,1 7,9 8 7,7 7,6 7,2 7,1 7 7,1 6,8 7 6,6 6,3 6,3 6,2 6,8 6,7 6,6 6 5,6 5,6 5,5 6,1 5,1 5,1 4,9 4,9 5 4,8 5,4 5,4 4,5 5,2 Apartamentos 4,7 3,9 4 4,4 4,6 4,4 4,6 4,7 Moradias 4,1 4,2 4,1 3,8 3 3,6 3,5 3,4 3

2

Instituto Nacional de Estatística de Nacional Instituto

1 –

0 Fonte: INE INE Fonte:

Estratégia local de habitação do Município de Coimbra 32

Gráfico 10 – Valores médios de avaliação bancária dos alojamentos (€/m2) – Apartamentos O valor médio de avaliação bancária dos alojamentos na tipologia de apartamentos teve um crescimento de 11,7% na Região de Coimbra, entre março de 2018 e fevereiro de 2020. Em Portugal, a variação foi superior, superando os 17% no mesmo período de análise. Os dados mais recentes, relativos ao mês de fevereiro de 2020, apontam para um valor médio de 1268€ por m2 na Região de Coimbra e para um valor de 1429 por m2€ em Portugal.

1600

1429

1420

1408

1402

1389

1385

1371

1368 1353

1400 1343

1333

1320

1310

1288

1284

1277 1277

1275

1272

1268

1267

1264

1259

1255

1252

1246 1246

1243

1238

1236

1233

1232

1224

1218

1213

1212

1205

1197 1197

1180

1175 1170

1200 1155

1135 1135

1121

1113

1106

1000

800

€/m2 Região de Coimbra

600 Portugal

400

Instituto Nacional de Estatística de Nacional Instituto

– 200

0 Fonte: INE INE Fonte:

Estratégia local de habitação do Município de Coimbra 33

Gráfico 11 – Valores médios de avaliação bancária dos alojamentos (€/m2) – Moradias O valor médio de avaliação bancária dos alojamentos na tipologia de moradias teve um crescimento de 9,7% na Região de Coimbra, entre março de 2018 e fevereiro de 2020. Em Portugal, a subida foi de 9,3% no mesmo período. Os dados relativos a fevereiro de 2020 apontam para um valor médio de 1049€ por m2 na Região de Coimbra e para um valor de 1177€ por m2 em Portugal.

1400

1177

1176

1172

1167

1164

1162 1161

1200 1148

1142

1137

1131

1128

1125 1125

1119

1115

1111

1110

1102

1090

1077 1077

1074 1074

1049

1024

1023

1009

1007

1005

1001

999

995

991

989

984

979

968

966

956

955

950 950

949 949

1000 948

944 939

800 €/m2 600 Região de Coimbra

400 Portugal

200

0

Estratégia local de habitação do Município de Coimbra 34

Gráfico 12 – Contratos de compra e venda de prédios urbanos (€) Os valores dos contratos de compra e venda de prédios urbanos no município de Coimbra têm vindo a subir desde o ano de 2012, embora ainda não tenham conseguido alcançar os valores registados em 2008, antes do começo da crise mundial.

350000

294292 300000 287427 286889 282024 257097

250000 255389

200000 190761

150000 € € (milhares) 126739 153944

132064

Instituto Nacional de Estatística de Nacional Instituto

100000 120686 –

50000 Fonte: INE INE Fonte:

0 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018

Estratégia local de habitação do Município de Coimbra 35

Gráfico 13 – Novos contratos de arrendamento de alojamentos familiares (n.º) Em Coimbra, houve uma quebra de mais de 9% dos novos contratos de arrendamento de alojamentos familiares entre o 2º semestre de 2017 e o segundo semestre de 2019. Mercado em degenerescência grave.

2500 2348 2259 2225 2111 2134

2000

stica

1500 N.º

1000

Instituto Nacional de Estatí de Nacional Instituto

500 Fonte: INE INE Fonte:

0 2.º Semestre de 2017 1.º Semestre de 2018 2.º Semestre de 2018 1.º Semestre de 2019 2.º Semestre de 2019

Estratégia local de habitação do Município de Coimbra 36

Gráfico 14 – Edifícios de habitação familiar clássica (Parque habitacional – n.º) O número de edifícios de habitação familiar clássica apresentou uma variação dos 40873, registados no ano de 2011, para os 41523, registados no ano de 2019, o que representa um aumento moderado de 1,6%.

42000

41800

41600 41523

41450 41392 41400 41339 41273 41299 41213 41200 41086

41000 N.º 40873

40800

Instituto Nacional de Estatística InstitutoNacional de

40600 –

40400 Fonte: INE 40200

40000 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019

Estratégia local de habitação do Município de Coimbra 37

Gráfico 15 – Alojamentos familiares clássicos (Parque habitacional – n.º) O número de alojamentos familiares clássicos apresentou uma variação dos 79717, registados no ano de 2011, para os 81231, registados no ano de 2019, o que representa um aumento moderado de 1,9%.

82000

81500

81231

81000 81055

80904

N.º - 80500 80669 80749 80629 80478 80242 80000

79717

79500

Parque Parque habitacional Instituto Nacional de Estatística InstitutoNacional de

79000 –

78500 Fonte: INE 78000 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019

Estratégia local de habitação do Município de Coimbra 38

Gráfico 16 – Edifícios licenciados em construções novas para habitação familiar – Moradias (n.º) O número de edifícios licenciados em construções novas para habitação em Coimbra sofreu uma quebra extraordinária de 2009 a 2019. Desde 2014, tem se registado uma ligeira recuperação, pouco constante e com valores bem distantes dos registados antes da crise.

306

254 256

220

206

N.º - 156

136 Moradias Moradias

106 82 78 69 65 57 56 41 41

34

Instituto Nacional de Estatística InstitutoNacional de

– 6

2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 Fonte: INE

Estratégia local de habitação do Município de Coimbra 39

Gráfico 17 – Edifícios concluídos (n.º) O número de edifícios concluídos em Coimbra sofreu uma grande quebra de 2009 para 2015. A partir de então, tem havido uma ligeira recuperação, sendo que os edifícios destinados à habitação familiar concentram a esmagadora maioria dos edifícios concluídos. De registar ainda que os edifícios concluídos que não se destinam à habitação familiar sofreram uma queda superior a 75%, entre 2011 e 2019.

350 322

300

250 238

Habitação 200 familiar

Outros N.º 144 150

100 74 80 63 63 67

45 Instituto Nacional de Estatística InstitutoNacional de

50 – 18 17 44 45 30 33 11 9 0 25

2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 Fonte: INE

Estratégia local de habitação do Município de Coimbra 40

A.3. Crédito à habitação e taxas de juros

Estratégia local de habitação do Município de Coimbra 41

Gráfico 18 – Taxa de crédito à habitação (%) A taxa de crédito à habitação em Coimbra, entre os anos de 2012 e 2018, regista uma descida de 2,8%. Os valores mais altos foram registados em 2016 e 2017, depois de uma descida relativamente significativa na primeira metade da década de 2010.

54,00

53,13

53,00 52,66 52,32

52,00

50,84 51,00

50,02

% 50,00 49,27 48,94 49,00

48,00

Instituto Nacional de Estatística InstitutoNacional de

47,00 Fonte: INE 46,00 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018

Estratégia local de habitação do Município de Coimbra 42

Gráfico 19 – Crédito à habitação por habitante (€) O crédito à habitação por habitante em Coimbra sofreu um descida de 6,3%, entre os anos de 2012 e 2018. É de sublinhar a subida de 4,2% em 2018, em relação ao ano anterior, invertendo dessa forma uma tendência de descida.

11500

11333

11000

10500 10615 10543 10466

10388 €

10173 10000

9872 Instituto Nacional de Estatística InstitutoNacional de

9500

– Fonte: INE 9000 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018

Estratégia local de habitação do Município de Coimbra 43

A.4. Atividade turística

Estratégia local de habitação do Município de Coimbra 44

Gráfico 20 – Capacidade de alojamento nos estabelecimentos hoteleiros (nº) A capacidade de alojamento nos estabelecimentos hoteleiros no município de Coimbra registou um aumento de 9,2%, entre os anos de 2014 e 2017.

4000 3682 3580 3500 3373 3372

3000

2500 2188 2014 2015 2000 2016 2017 1500

1063 1119

1000 874 Instituto Nacional de Estatística InstitutoNacional de

500 –

0 0 0 0

0

Total Hotéis Pensões

Fonte: INE INE

Estratégia local de habitação do Município de Coimbra 45

Gráfico 21 – Capacidade de alojamento nos estabelecimentos hoteleiros por 1000 habitantes (n.º) A capacidade de alojamento no município de Coimbra por 1000 habitantes apresentou um crescimento de 22,2%, entre os anos 2014 e 2018.35,0

30,3 30,0 27,4 26,6

24,8 25,1 25,0

20,0

N.º 15,0

10,0

5,0 Instituto Nacional de Estatística InstitutoNacional de

0,0

2014 2015 2016 2017 2018 Fonte: INE

Estratégia local de habitação do Município de Coimbra 46

Gráfico 22 – Estabelecimentos hoteleiros (n.º) O número de estabelecimentos hoteleiros em Coimbra apresentou um crescimento superior a 34%, entre 2015 e 2018.

Total Hotéis Pensões Hotéis-apartamentos 60 55

49 50

41

40 37

32

30 N.º

25

20 17 16

15

Instituto Nacional de Estatística de Nacional Instituto

10 –

1 1 1

0 INE Fonte: 2015 2016 2017

Estratégia local de habitação do Município de Coimbra 47

Gráfico 23 – Dormidas nos estabelecimentos hoteleiros (n.º) As dormidas nos estabelecimentos hoteleiros de Coimbra têm vindo a crescer desde o ano de 2012, apresentado desde então uma subida superior a 80%, impulsionadas pelo boom turístico nacional e, no caso concreto de Coimbra, pela classificação da Universidade como Património da Humanidade pela UNESCO.

800000

692883 700000 637973

600000 572651

526235

500000 480103 ística

396396 401868

400000 381854 N.º

300000

200000

Instituto Nacional de Estat InstitutoNacional de

100000

0 Fonte: INE 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018

Estratégia local de habitação do Município de Coimbra 48

Gráfico 24 – Taxa líquida de ocupação de cama nos estabelecimentos hoteleiros (%) A taxa líquida de ocupação de cama nos estabelecimentos hoteleiros de Coimbra registou um aumento de quase 20%, entre os anos de 2011 e 2018.

60

50 48,3 48 45

42,5 40,1 40 40 38,9 35,1

% 30

20

Instituto Nacional de Estatística InstitutoNacional de

10 Fonte: INE

0 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018

Estratégia local de habitação do Município de Coimbra 49

Gráfico 25 - Registo de Alojamentos Locais (nº) Em Coimbra, o registo de alojamentos locais registou uma subida expressiva entre os anos de 2016 e 2018, tendo ultrapassado largamente a marca dos 100 registos anuais em 2018. Em 2019, inverteu a tendência de subida e fixou-se nos 85 registos.

140

128 120

100 92 85

80

N.º

60

40 37

20

Turismo deTurismo Portugal

0 2016 2017 2018 2019

Fonte:RNT

Estratégia local de habitação do Município de Coimbra 50

B. Carências habitacionais

Estratégia local de habitação do Município de Coimbra 51

B.1. Situações de grave carência de alojamento e de degradação do parque habitacional

Estratégia local de habitação do Município de Coimbra 52

Tabela 1 – Graves carências de alojamento: situação grave de carência de alojamento – nº de famílias com pedidos legalmente enquadrados

N.º de famílias sinalizadas com N.º de pessoas por Tipo de família enquadramento agregado no 1º Direito Situação de 1 indivíduo – 267 grave 2 indivíduos – 158 Unitária – 267 carência de 3 indivíduos - 86 Monoparental – 151 alojamento 600 4 indivíduos – 41 Nuclear c/ filhos – 81 5 indivíduos – 36 Nuclear s/ filhos – 55 6 indivíduos - 9 Outras - 46 >7 indivíduos - 3

Fonte: Câmara Municipal de Coimbra de Municipal Fonte:Câmara

Estratégia local de habitação do Município de Coimbra 53

Tabela 2 – Graves carências de alojamento: carência de realojamento de famílias em habitação municipal

N.º de famílias sinalizadas com N.º de pessoas por Tipo de família enquadramento agregado Carência de no 1º Direito realojamento 1 indivíduo – 53 de famílias 2 indivíduos – 67 Unitária – 53 em habitação 3 indivíduos - 44 Monoparental – 44 municipal 226 4 indivíduos – 22 Nuclear c/ filhos – 55 5 indivíduos – 15 Nuclear s/ filhos – 36 6 indivíduos - 11 Outras - 38 >7 indivíduos - 14

Fonte: Câmara Municipal de Coimbra de Municipal Câmara Fonte:

Estratégia local de habitação do Município de Coimbra 54

Tabela 3 – Situações específicas de requerentes

Requerentes Situações * Precariedade - 199 Famílias Insalubridade e Insegurança - 327 sinalizadas com Sobrelotação - 65 enquadramento no Inadequação – 9 Situações 1º Direito específicas de TOTAL - 600 Famílias em requerentes Precariedade – 4 habitação Insalubridade e Insegurança – 195 municipal Sobrelotação – 18 sinalizadas com Inadequação – 9 enquadramento no TOTAL - 226 1º Direito

*Nota: estas situações são as descritas no âmbito do “Conceiro de condições indignas”, conforme referido no Artigo 5º do Decreto-Lei nº

37/2018, de 4 de junho, que estabelece o 1º Direito – Programa de Apoio ao Acesso à Habitação.

Fonte: Câmara Municipal de Coimbra de Municipal Fonte:Câmara

Estratégia local de habitação do Município de Coimbra 55

Tabela 4 – Graves carências de alojamento: por necessidade de realojamentos (pedidos formais de habitação municipal nesta data)

*Nota: o total *Nota: o total *Nota: o total *Nota: o total *Nota: o total

T0 - 0 T0 - 0 T0 - 0 T1 - 10 T1 - 175 T1 - 185 Necessidades de T2 - 29 T2 - 172 T2 - 201 realojamentos T3 - 34 T3 - 44 T3 - 78 definitivos T4 - 1 T4 - 21 T4 - 22 Total tipologias - 74 Total tipologias - 412 Total tipologias – 486 Necessidades de realojamentos

volantes Total 486 *

*Nota: O total de 486 fogos apontados no quadro das tipologias dos fogos necessários para alojamento/realojamento refere-se ao total de agregados estudados e confirmados no âmbito dos pedidos formais de habitação municipal, nesta data, conforme Lei nº 81/2014, de 19 de dezembro, na sua versão atual. As restantes tipologias necessárias serão calculadas com o aprofundamento do estudo dos restantes agregados familiares sinalizados com enquadramento no 1º Direito.

Estratégia local de habitação do Município de Coimbra 56

Tabela 5 – Graves carências de alojamento: síntese

Famílias com pedidos legalmente enquadrados 600 Graves carências de alojamento Necessidades de realojamento de famílias que se no concelho de Coimbra 226 encontram em habitações sociais TOTAL: 826

Fonte: Câmara Municipal de Coimbra de Municipal Fonte:Câmara

Estratégia local de habitação do Município de Coimbra 57

B.2. Núcleos precários

Estratégia local de habitação do Município de Coimbra 58

Tabela 6 – Núcleos precários

Tipologias necessárias para Tipo de famílias N.º de realojamento Nome da Designação do agregado Residência Nuclea Nuclea freguesia local s por Unitári Monoparenta Outra semi- T T T T T r c/ r s/ núcleo a l s independent 0 1 2 3 4 filhos filhos e Rua da Capela Ceira 3 3 3

S. Rua do Túnel 5 2 3 3 1 1 António Olival de São dos Domingos/Reg 3 2 1 2 1 Olivais o do Bonfim

U.F. Assafarg Adro Velho 3 1 1 1 e e 1 1 1 Antanhol Pátio de São U.F. 6 5 1 5 Bernardo 1 Coimbra Ladeira da 2 1 1 1

Forca 1

Fonte: Câmara Municipal de Coimbra de Municipal Fonte:Câmara

Estratégia local de habitação do Município de Coimbra 59

Tabela 6 – Núcleos precários – continuação

Tipologias necessárias para N.º de Tipo de famílias realojamento Nome da Designação agregados Nuclear Nuclear Residência freguesia do local por Unitária Monoparental c/ s/ Outras semi- T0 T1 T2 T3 T4 núcleo filhos filhos independente Vale de 5 3 1 1 3 1 1 Figueiras U.F. Eiras Alto da e S. Paulo 2 2 1 1 Revinha de Frades Quinta do 3 1 1 1 1 2 Carmo Bairro da 3 3 3 Bela Cruz

U.F. S. Rua Vale 3 1 2 1 1 1 Clara e Pinheiro Castelo Rua Viegas Capitão 6 4 2 4 2 Salgueiro Maia U.F. São Martinho Largo 4 de do Bispo e 3 2 1 2 1 Julho Ribeira de

Frades

Fonte: Câmara Municipal de Coimbra de Municipal Fonte:Câmara Estratégia local de habitação do Município de Coimbra 60

Tabela 6 – Núcleos precários – continuação

Tipologias necessárias para N.º de Tipo de famílias realojamento Nome da Designação agregados Nuclear Nuclear Residência freguesia do local por Unitária Monoparental c/ s/ Outras semi- T0 T1 T2 T3 T4 núcleo filhos filhos independente

Total de núcleos precários identificados nesta 51 26 10 6 6 3 0 26 7 11 6 1 fase no Município de Coimbra

Estratégia local de habitação do Município de Coimbra 61

Fonte: Câmara Municipal de Coimbra de Municipal Fonte:Câmara

Imagem 1 - Planta de localização dos núcleos precários da freguesia de Ceira

Estratégia local de habitação do Município de Coimbra 62

Imagem 2 - Planta de localização dos núcleos precários da freguesia de S. António dos Olivais

Estratégia local de habitação do Município de Coimbra 63

Imagem 3 - Planta de localização dos núcleos precários da U.F. Assafarge e Antanhol

Estratégia local de habitação do Município de Coimbra 64

Imagem 4 - Planta de localização dos núcleos precários da U.F. Coimbra

Estratégia local de habitação do Município de Coimbra 65

Estratégia local de habitação do Município de Coimbra 66

Imagem 5 - Planta de localização dos núcleos precários da U.F. Eiras e S. Paulo de Frades

Estratégia local de habitação do Município de Coimbra 67

Estratégia local de habitação do Município de Coimbra 68

Imagem 6 - Planta de localização dos núcleos precários da U.F. S. Clara e Castelo Viegas

Estratégia local de habitação do Município de Coimbra 69

Imagem 7 - Planta de localização dos núcleos precários da U.F. S. Martinho do Bispo e Ribeira de Frades

Estratégia local de habitação do Município de Coimbra 70

B.3. Parque de habitação social

Estratégia local de habitação do Município de Coimbra 71

Tabela 7.1 – Parque social do município de Coimbra – Arrendamentos sociais concentrados

Número N.º de fogos por Total N.º de Natureza do Empreendiment Freguesia de tipologia de fogos alojamento o edifícios T0 T1 T2 T3 T4 fogos devolutos UF Eiras e Bº da Rosa S. Paulo de 17 30 62 100 30 222 22 Frades UF Eiras e Bº do Ingote S. Paulo de 25 14 2 129 145 7 Frades UF Eiras e Ex-IGAPHE S. Paulo de 17 73 73 4 Frades Arrendamentos Sto. sociais Bº de Celas António 100 60 40 100 25 concentrados dos Olivais

Sto. Bº da Fonte do António 26 36 6 68 28 Castanheiro dos Olivais Sto. Bº Fonte da Talha António 12 50 18 68 3 dos Olivais UF Bº Misericórdia 1 9 14 4 2 29 2 Coimbra UF Bº da Conchada 2 4 4 20 28 1

Coimbra

Fonte: Câmara Municipal de Coimbra de Municipal Câmara Fonte:

Estratégia local de habitação do Município de Coimbra 72

Tabela 7.2 – Parque social do município de Coimbra – Arrendamentos sociais dispersos

Número N.º fogos por tipologia Total N.º de Natureza do Empreendimento Freguesia de de fogos alojamento T0 T1 T2 T3 T4 edifícios fogos devolutos Rua Joaquim UF de António de Aguiar 1 2 3 1 Coimbra n.º 9, 13 Praça Alberto Sá Santo de Oliveira - Casas António 1 1 de Função, 27 - 1º dos Olivais Esq. Rua Verde Pinho - Santo Bloco B - Porta 1 - António 1 1 3º. Esq dos Olivais Arrendamentos

Rua Verde Pinho - Santo sociais Bloco B - Porta 1 - António 1 1 dispersos R/C Esq dos Olivais Rua Verde Pinho - Santo Bloco B - Porta 2 - António 1 1 2º. Esq dos Olivais Rua Verde Pinho - Santo Bloco B - Porta 3 - António 1 1 1º Dtº dos Olivais Rua Verde Pinho - Santo Bloco C - Porta 2 - António 1 1

R/C Esq dos Olivais

Fonte: Câmara Municipal de Coimbra de Municipal Fonte:Câmara

Estratégia local de habitação do Município de Coimbra 73

Tabela 7.2 – Parque social do município de Coimbra – Arrendamentos sociais dispersos – continuação

Número N.º fogos por tipologia Total N.º de Natureza do Empreendimento Freguesia de de fogos alojamento T0 T1 T2 T3 T4 edifícios fogos devolutos Rua Verde Pinho - Santo Bloco C - Porta 3 - António 1 1 1º. Esq dos Olivais Rua Verde Pinho - Santo Bloco D - Porta 1 - António 1 1 1º. Dtº dos Olivais Rua Verde Pinho - Santo Bloco D - Porta 1 - António 1 1 2º. Esqº dos Olivais Arrendamentos Santo Rua Verde Pinho -

sociais António Bloco D - Porta 2 - 1 1 1 dispersos dos Olivais 1º Dtº

Santo Avenida Mendes António 1 1 Silva, 605 - 1º. Dtº dos Olivais UF Eiras e 9 B.º da Relvinha S. Paulo de 6 3

Frades Beco das UF de 1 1

Canivetas, 5 Coimbra

Fonte: Câmara Municipal de Coimbra de Municipal Fonte:Câmara

Estratégia local de habitação do Município de Coimbra 74

Tabela 7.2 – Parque social do município de Coimbra – Arrendamentos sociais dispersos – continuação

Número N.º fogos por tipologia Total N.º de Natureza do Empreendimento Freguesia de de fogos alojamento T0 T1 T2 T3 T4 edifícios fogos devolutos Couraça dos UF de Apóstolos, 5 - 7 - 1 1 Coimbra 1º UF de Lote C 3 - R/C Dt - Eiras e São 1 1 Loreto Paulo de Frades UF Eiras e Quinta da Rosa S. Paulo de 4 3 2 2 11 1 Frades Arrendamentos

UF de sociais Quinta do Carmo - Eiras e São dispersos Rua Cidade 1 1 1 Paulo de Yaroslav Frades UF de Quinta do Carmo - Eiras e São Rua Cidade 1 1 1 Paulo de Yaroslav Frades UF de Quinta do Carmo - Eiras e São Rua Cidade 1 1 1 Paulo de Yaroslav

Frades

Fonte: Câmara Municipal de Coimbra de Municipal Fonte:Câmara

Estratégia local de habitação do Município de Coimbra 75

Tabela 7.2 – Parque social do município de Coimbra – Arrendamentos sociais dispersos – continuação

Número N.º fogos por tipologia Total N.º de Natureza do Empreendimento Freguesia de de fogos alojamento T0 T1 T2 T3 T4 edifícios fogos devolutos UF de Quinta do Carmo - Eiras e São Rua Cidade 1 1 1 Paulo de Yaroslav - Frades UF de Quinta do Carmo - Eiras e São Rua Cidade 1 1 1 Paulo de Yaroslave, 17 Frades UF de R. Dr. Manuel Eiras e São Arrendamentos Almeida Sousa, 32 1 1

Paulo de sociais - R/C Trás Frades dispersos Rua Arco do Ivo, 3 UF de 1 1 - 1º dto Coimbra Rua Arco do Ivo, 3 UF de 1 1 - 2º Dtº Coimbra Rua Bernardo Santo Albuquerque, 18 - António 1 1 1.º Trás dos Olivais Rua Bernardo de Santo Albuquerque, 18 - António 1 1 1.º Frente dos Olivais

Fonte: Câmara Municipal de Coimbra de Municipal Fonte:Câmara

Estratégia local de habitação do Município de Coimbra 76

Tabela 7.2 – Parque social do município de Coimbra – Arrendamentos sociais dispersos – continuação

Número N.º fogos por tipologia Total N.º de Natureza do Empreendimento Freguesia de de fogos alojamento T0 T1 T2 T3 T4 edifícios fogos devolutos Rua Bernardo de Santo Albuquerque, 18 - António 1 1 2.º andar dos Olivais Rua Bernardo de Santo Albuquerque, 18 - António 1 1 3.º andar dos Olivais Santo Rua Capitão Luís António 1 1 1 Gonzaga, 80 dos Olivais Rua da Alegria, 39 UF de 1 1 Arrendamentos - 1º Coimbra sociais Rua da Alegria, 39 UF de 1 1 dispersos - 2º Dtº Coimbra Rua da Alegria, 39 UF de 1 1 - 2ºEsqº Coimbra Rua Direita, 103 - UF de 1 1 1º Coimbra Rua Direita, 103 - UF de 1 1 R/C Coimbra Rua Nova, 36, 38 - UF de 1 1 1º Coimbra Rua Nova, 36, 38 - UF de 1 1

2.º Coimbra

Fonte: Câmara Municipal de Coimbra de Municipal Fonte:Câmara

Estratégia local de habitação do Município de Coimbra 77

Tabela 7.2 – Parque social do município de Coimbra – Arrendamentos sociais dispersos – continuação

Número N.º fogos por tipologia Total N.º de Natureza do Empreendimento Freguesia de de fogos alojamento T0 T1 T2 T3 T4 edifícios fogos devolutos Rua Nova, 36, 38 - UF de 1 1 3º Coimbra Rua Ribeiro Santo Arrendamentos Sanches - Lote 3 - António 1 1 sociais R/C Esq dos Olivais dispersos Terreiro da Erva, 9 1 1 - 2.º Andar Terreiro da Erva, 9 UF de 1 1 - 1.º Andar Coimbra

Fonte: Câmara Municipal de Coimbra de Municipal Fonte:Câmara

Estratégia local de habitação do Município de Coimbra 78

C. Análise dos bairros sociais que não carecem no presente de obras de conservação generalizadas

Estratégia local de habitação do Município de Coimbra 79

C.1. Bairro da Fonte da Talha (ex-Fundação Salazar)

Bairro da Fonte da Talha Freguesia de Santo António dos Olivais; Construído em 1973 Promoção: Fundação Salazar 102 habitações; Passa para CMC em 1999

O Bairro da Fonte da Talha localiza-se na freguesia de Santo António dos Olivais, na zona Sul da cidade, junto à Ponte Rainha Santa Isabel, na margem direita do Rio Mondego.

O Bairro da Fonte da Talha, antigo “Bairro da Fundação Salazar”, foi construído no início da década de 70 do séc. XX por aquela fundação, passando em maio de 1999 para a posse da Câmara Municipal de Coimbra, que faz desde essa data a sua gestão.

O Bairro é constituído por 12 edifícios de habitação coletiva, constituídos em regime de propriedade horizontal, e tem um total de 102 habitações (78 T2 e 24 T3) – 100 habitações correspondendo ao projeto inicial, construídas numa primeira empreitada, e 2 habitações construídas numa fase posterior, aproveitando os pisos em cave de dois edifícios. Dispõe ainda de uma fração destinada a equipamento. Com o processo de venda das habitações do Bairro aos moradores, foram vendidas 31 habitações (27 T2 e 4 T3), mantendo-se em posse do

município 71 habitações.

Fonte: Câmara Municipal de Coimbra de Municipal Fonte:Câmara

Estratégia local de habitação do Município de Coimbra 80

Os edifícios do bairro foram objeto em 2004/2005 de obras de reparação e de conservação da sua envolvente exterior – pintura de fachadas, substituição de caixilharias, colocação de caixas de estores e reparação de coberturas e respetivo sistema de drenagem de águas pluviais – e, já em 2006, sofreram intervenções nos espaços comuns – encerramento de caixas de escada, remodelação das colunas montantes de abastecimento de água, substituição da rede elétrica, colocação de intercomunicadores, reparação/remodelação de todos os espaços interiores comuns, nomeadamente, com a reparação/substituição de todos os materiais de revestimento. Desde 2009, as habitações municipais têm vindo a ser objeto requalificação, tendo já sido reparadas 59 habitações e estando em curso a empreitada de recuperação de 4 habitações. No sentido da requalificação dos espaços exteriores do Bairro, foi ainda elaborado estudo urbanístico que propunha uma área limite dos arranjos exteriores a efetuar, o qual não teve até ao momento qualquer seguimento.

Estratégia local de habitação do Município de Coimbra 81

Imagem 8 - Vista aérea do Bairro da Fonte da Talha

Fonte: Bing Maps, 2010

Estratégia local de habitação do Município de Coimbra 82

C.2. Bairro do Ingote

Bairro do Ingote UF de Eiras e São Paulo de Frades; Construído em 1975; Promoção: CMC, com financiamento FFH 224 habitações

O Bairro do Ingote localiza-se na freguesia de Eiras, na zona norte da cidade, no planalto do Ingote, um promontório entre a IC2 e a Circular Externa da Cidade, numa zona de grande concentração de edifícios de habitação municipal e cooperativa e compreende uma área aproximada de 18.000 m2. A construção do Bairro do Ingote inicia-se em 1973 tendo como entidade promotora a Câmara Municipal de Coimbra com a participação do Fundo de Fomento de Habitação (FFH). Em 1975, o bairro encontra-se concluído e logo em 1976 foram vendidas 56 habitações (sitas nos

primeiros 7 blocos) das 224 construídas (14 T1 e 210 T3), ficando 168 a cargo do município. Em 1978 iniciou-se a atribuição das habitações mediante concurso público. Posteriormente foi vendida à Universidade de Coimbra uma habitação de tipologia T3.

Na última década, procedeu-se à venda de 22 habitações aos seus arrendatários, tendo atualmente este município a gestão de 145 habitações Coimbra – 14 T1 e 131 T3.

O bairro tem um total de 224 habitações, de tipologia T1 e T3, distribuídas por 26 edifícios de habitação coletiva, constituídos em regime de

propriedade horizontal.

Fonte: Câmara Municipal de de Municipal Fonte:Câmara

Estratégia local de habitação do Município de Coimbra 83

Salienta-se a existência da Associação de Moradores do Bairro do Ingote, a qual tem a sua sede no Bloco 11 – R/C esquerdo, e ainda um Parque Infantil.

O Bairro sofreu, na última década, intervenções de requalificação dos seus espaços exteriores – execução de novos arruamentos e de iluminação pública, rede de distribuição de água, drenagem de águas residuais e pluviais; remodelação da rede pública de iluminação; arranjo dos espaços verdes de uso público; criação de novos equipamentos e ampliação de estacionamento – e da envolvente exterior dos edifícios – manutenção/reparação de coberturas, pintura das fachadas e encerramento das caixas de escadas. Em consequência destas empreitadas, o Bairro do Ingote apresenta hoje um bom ambiente urbano. Relativamente ao edificado, têm igualmente vindo a ser executadas obras de manutenção/reparação nos espaços comuns e obras de conservação nas habitações. o Departamento de Habitação, tem em curso um projeto referente a obras de reabilitação de algumas habitações, ao abrigo do Acordo de Colaboração celebrado a 10-01-2005 – PROHABITA - entre o então Instituto Nacional de Habitação (atual Instituto da Habitação e Reabilitação Urbana – IHRU) e o Município de Coimbra.

Atualmente encontram-se em execução no Bairro e sua área envolvente 3 empreitadas para reabilitação do edificado e do espaço público, ao abrigo dos programas de financiamento PEDU e Reabilitação dos Bairros Sociais-Eficiência Energética (RBS-EE); - Empreitada de Reabilitação do Edificado de Caráter Social do Bairro do Ingote – Lotes 11, 14, 16, 18 e 26 (PEDU); - Empreitada de Reabilitação dos Bairros Sociais – Eficiência Energética – Bairro do Ingote, Lotes 8, 9, 10, 12, 13, 15, 17, 19, 20, 21, 22, 23, 24 e 25 (RBS-EE); - Requalificação do Espaço Público dos Bairros da Rosa, do Ingote e Ex-IGAPHE (PEDU)

Estratégia local de habitação do Município de Coimbra 84

Imagem 9 - Vista aérea do Bairro do Ingote

Fonte: Bing Maps, 2010

Estratégia local de habitação do Município de Coimbra 85

C.3. Bairro da Rosa

Bairro da Rosa UF de Eiras e São Paulo de Frades Construído em: 1994 (1.ª fase); 1998 (2.ª fase); remodelado em 2000 Promoção: CMC, com financiamento IGAPHE (1994) e INH (1998) 222 habitações (210 na 1.ª fase e 12 na 2.ª fase) Autoria do projeto de Arquitetura: CMC - Teresa Freitas, Arq. (1.ª fase); Santos Silva, Desenhador (2.ª fase).

O Bairro da Rosa localiza-se na freguesia de Eiras, na zona norte do concelho, no planalto do Ingote, um promontório entre a IC2 e a Circular Externa da Cidade, numa zona de grande concentração de edifícios de habitação municipal e cooperativa, e ocupa uma área aproximada de 20.620 m2. O Bairro da Rosa foi construído entre 1994 e 1998 pela Câmara Municipal, em duas fases, através de acordos de colaboração celebrados com o

IGAPHE e o INH, respetivamente, tendo como objetivo responder a situações diferenciadas de carência habitacional do concelho, com vista à erradicação das barracas. As 222 habitações do bairro – 210 habitações que correspondem ao projeto inicial, construídas numa primeira empreitada, em 1994; e 12 habitações construídas numa fase posterior, em 1998, aproveitando os pisos em cave de alguns dos edifícios – distribuem-se por 17 edifícios de habitação coletiva, com entradas independentes, que organizam 6 conjuntos/blocos da seguinte forma: 4 conjuntos com 3 lotes, 1 conjunto com 4 lotes e 1 edifício isolado. As sub-caves dos Lotes 10 a 16 encontram-se ocupadas por serviços diversos, nomeadamente: Centro Municipal de Ação Social, Centro Comunitário S. José da Caritas Diocesana de Coimbra, Associação Social Recreativa Cultural Cigana de Coimbra, Igreja Betel

Cigana, Centro de Artes e Ofícios e balneários de apoio ao equipamento polidesportivo sediado no bairro.

Fonte: Câmara Municipal de Coimbra de Municipal Fonte:Câmara

Estratégia local de habitação do Município de Coimbra 86

Inicialmente o Bairro tinha 26 habitações de tipologia T1, 51 de tipologia T2, 109 de tipologia T3 e 24 de tipologia T4. Em 1998, as 12 habitações construídas para aproveitamento das caves aumentaram em 4, 6 e 2 o número de T1, T2 e T4, respetivamente. Apesar de não se ter voltado a verificar aumento no número de habitações do bairro, o número das tipologias sofreu em 2005 nova alteração, designadamente com a transformação de 5 habitações de tipologia T3 em três T4, um T1 e um T2, devido à necessária remodelação de algumas habitações para adaptar a oferta de habitação municipal às necessidades da população carenciada do concelho. Com 222 habitações, e cerca de 850 pessoas, é o bairro que concentra o maior número de fogos municipais. Na última década, este bairro foi objeto de intervenções de requalificação dos seus espaços exteriores – execução de novos arruamentos e de iluminação pública, rede de distribuição de água, drenagem de águas residuais e pluviais; remodelação da rede pública de iluminação; arranjo dos espaços verdes de uso público; criação de novos equipamentos e ampliação de estacionamento. Ao nível do edificado, vêm sendo executadas, de forma sistemática, obras de manutenção e de reparação, quer das habitações quer dos espaços comuns, no sentido de debelar problemas decorrentes de uma utilização indevida, que estão na origem da degradação física que o Bairro apresenta.

Atualmente encontram-se em execução no Bairro e sua área envolvente 3 empreitadas para reabilitação do edificado e do espaço público, ao abrigo dos programas de financiamento PEDU e Reabilitação dos Bairros Sociais-Eficiência Energética (RBS-EE); - Empreitada de Reabilitação dos Bairros Sociais – Eficiência Energética – Bairro da Rosa, Lotes 1 a 17 (RBS-EE); - Requalificação do Espaço Público dos Bairros da Rosa, do Ingote e Ex-IGAPHE (PEDU) - Reabilitação de 19 habitações (13 neste bairro)

Estratégia local de habitação do Município de Coimbra 87

Imagem 10 – Vista aérea do Bairro da Rosa

Fonte: Bing Maps, 2010

Estratégia local de habitação do Município de Coimbra 88

C.4. Habitações da Conchada (R. Padre Melo 30-50)

Conchada – Rua Padre Melo UF de Coimbra Construído em 1998 Promoção: Câmara Municipal de Coimbra e Comissariado Regional do Norte da Luta Contra a Pobreza 28 habitações Autoria do projeto de Arquitetura: sem informação

As 28 habitações da Conchada localizam-se na freguesia de Santa Cruz, próximo do Cemitério da Conchada. No âmbito do Projeto Regional do Norte de Luta Contra a Pobreza, que integrou o “Projeto de Desenvolvimento Comunitário no Bairro da Conchada”, foi contemplada a construção de 28 habitações para substituir as barracas ali existentes, em complemento dos realojamentos já previstos para o Bairro da Rosa. A Santa Casa da Misericórdia, proprietária da “Quinta da Conchada”, cedeu o terreno necessário, com cerca de 2500m2, mediante o recebimento de 50% das rendas pagas pelos arrendatários à CMC (Protocolo assinado a 30-05-1992), e a execução das obras foi comparticipada pelo Comissariado do Norte da Luta Contra a Pobreza em 50% (Protocolo assinado a 15-11-1990), ficando o restante a cargo da CMC mediante candidatura apresentada ao IGAPHE. A obra orçou em 573.584,43€, acrescido de revisão de preços. As 28 habitações distribuem-se por dois edifícios de habitação coletiva com 4 pisos cada. As tipologias das habitações são as seguintes: 4T1; 4T2 e 20T3. Têm sido realizadas obras periódicas de conservação. Atualmente encontra-se em execução no Bairro 1 empreitada para reabilitação do edificado, ao abrigo do programa de financiamento Reabilitação dos Bairros Sociais-Eficiência Energética (RBS-EE);

- Empreitada de Reabilitação dos Bairros Sociais – Eficiência Energética – Bairro da Conchada, n.º 30, 32 e 50 (RBS-EE)

Fonte: Câmara Municipal de Coimbra de Municipal Fonte:Câmara

Estratégia local de habitação do Município de Coimbra 89

Imagem 11 – Vista aérea das habitações municipais da Conchada

Fonte: Bing Maps, Out 2011

Estratégia local de habitação do Município de Coimbra 90

C.5. Quinta da Rosa

Quinta da Rosa UF de Eiras e São Paulo de Frades Construído em 1998 Promoção: Câmara Municipal de Coimbra 84 habitações Autoria do projeto de Arquitetura: CMC - Teresa Freitas, Arq.

A Quinta da Rosa localiza-se próximo dos Bairros da Rosa e Ingote, na freguesia de Eiras, na zona norte da cidade. O empreendimento foi construído em 1998 para venda a custos controlados. Foram construídos 84 fogos de tipologias diferenciadas (12 T1; 36 T2; 12 T3 e 24 T4), tendo a Câmara ficado na posse de 12 habitações. Em data recente, uma das habitações de tipologia T3 na posse da Câmara foi permutada.

Na presente data, o município dispõe da gestão de 11 habitações, de tipologia T1, T2, T3 e T4.

As habitações municipais da Quinta da Rosa encontram-se, globalmente, em bom estado de conservação.

Coimbra de Municipal

Fonte: Câmara Fonte:Câmara

Estratégia local de habitação do Município de Coimbra 91

Imagem 12 – Vista aérea da Quinta da Rosa

Fonte: Bing Maps, Out 2011

Estratégia local de habitação do Município de Coimbra 92

C.6. Habitações de Transição no Centro de Estágio Habitacional

Centro de Estágio Habitacional UF de Coimbra Construído em 2004 Promoção: Câmara Municipal de Coimbra 11 habitações Construção pré-fabricadas

O Centro de Estágio Habitacional (CEH), anteriormente designado Parque Nómada, localiza-se nos campos do Bolão, junto à estrada velha para a Figueira da Foz, a cerca de 2 km do centro da cidade, tendo sido implantado numa zona de terrenos afetos à construção de equipamentos (de acordo com o Plano Diretor Municipal). O Plano de Integração e Realojamento das Famílias Monteiro, génese da criação do CEH, respondeu às necessidades de realojamento de 53

Indivíduos de etnia cigana residentes num núcleo de barracas junto à Estação Velha, apostando no paradigma do realojamento participado. O CEH é uma estrutura municipal de realojamento/alojamento provisório de famílias em situação de carência habitacional, residentes no concelho de Coimbra. Trata-se de um espaço com uma área de 6.500m2, composto por onze habitações pré-fabricadas (de madeira) de tipologia T2 e T3 em duas bandas contíguas e por um Centro de Apoio Social, de modo a permitir o desenvolvimento de atividades de diferente natureza com os moradores. Esta estrutura implicou um investimento de 800.000€ totalmente suportado pelo município, dado não ser enquadrável em qualquer programa

de financiamento existente.

Fonte: Câmara Municipal de Coimbra de Municipal Fonte:Câmara

Estratégia local de habitação do Município de Coimbra 93

Dado ser uma estrutura municipal de alojamento provisório, com vista à preparação para o realojamento definitivo em habitações dispersas pelo tecido urbano e face os materiais utilizados, o estado geral do edificado foi considerado mau, pelo que se procedeu recentemente a uma empreitada de recuperação deste equipamento habitacional, já concluída.

Estratégia local de habitação do Município de Coimbra 94

Imagem 13 – Vista aérea do Centro de Estágio Habitacional

Fonte: Bing Maps, Out 2011

Estratégia local de habitação do Município de Coimbra 95

C.7. Habitações no Novo Bairro da Misericórdia – Conchada

Novo Bairro da Misericórdia - Conchada UF de Coimbra Construído em 2008-2009 Promoção: Câmara Municipal de Coimbra 30 habitações Autoria do projeto de Arquitetura: Rodapé - Arquitetos Empreiteiro: Eusébios & Filhos, SA

Este empreendimento localiza-se na Conchada, na área anteriormente ocupada pelo Bairro da Misericórdia, na freguesia de Santa Cruz, e tem a área global de 4.350 m2 O Antigo Bairro da Misericórdia foi construído na década 60, com o objetivo de realojar famílias provenientes, quer de barracas, quer de habitações degradadas da zona da Conchada, mediante acordo com a Santa Casa da Misericórdia de Coimbra, então proprietária do terreno, que o cedeu ao município para ali edificar um “bairro de casas para pobres”. Face ao avançado estado de degradação das habitações do Bairro e à sua desadequação às atuais necessidades de vida, e no sentido da requalificação daquela zona da cidade, optou-se pela elaboração de um projeto de reconversão total do antigo Bairro, através de um processo de conceção-construção, o que exigiu a demolição do existente em 2004 para construção do atual bairro (que terminou em 2009) O conjunto compreende dois edifícios implantados em “L”, um no sentido Nascente-Poente, outro no sentido Norte-Sul, com o total de 30 habitações (T1, T2, T3 e T4).

As habitações são distribuídas por dois pisos completos e um parcial que acompanha o desnível do arruamento principal,

Fonte: Câmara Municipal de Coimbra de Municipal Fonte:Câmara

Estratégia local de habitação do Município de Coimbra 96

Considerando que se trata de um empreendimento construído recentemente, as habitações apresentam bom estado de conservação. De referir que este empreendimento recebeu uma Menção Honrosa do IHRU em 2010, em resultado da candidatura ao Prémio IHRU 2010 – VARIANTE CONSTRUÇÃO.

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Imagem 14 – Vista geral do Novo Bairro da Misericórdia

Fonte: CMC/DH, 2011

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D. Análise dos bairros sociais problemáticos e descrição síntese das obras de conservação a realizar

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D.1. Bairro de Celas

Bairro de Celas Freguesia de Santo António dos Olivais; Construído em 1946; Promoção: Estado 100 habitações;

O Bairro de Celas implanta-se na freguesia de Santo António dos Olivais, junto ao Hospital da Universidade de Coimbra, ao Instituto Português de Oncologia de Coimbra e à Escola de Enfermagem Doutor Ângelo da Fonseca.

Inicialmente denominado por Bairro das Sete Fontes, foi construído entre 1945 e 1946 com o objetivo de realojar os habitantes da Alta,

conhecidos por “salatinas”, perante a demolição das suas habitações para a construção e alargamento da atual zona da Universidade de Coimbra.

O terreno que ocupou era privado e foi doado para o fim único de ali construir habitação para famílias carenciadas, sendo desde início um bairro de gestão municipal. Este processo de realojamento iniciou-se em 1946, estendendo-se nos anos subsequentes.

O Bairro de Celas é constituído por 100 moradias térreas e geminadas, com pequenos logradouros ajardinados, dispostas ao longo de seis arruamentos batizados com nomes das ruas da velha Alta de Coimbra – Rua dos Estudos, Rua das Cozinhas, Rua do Marco da Feira, Rua do Borralho, Rua Larga, Rua do Forno e Rua do Castelo. De implantação radial, construía-se com habitações de tipologias T2 e T3, associadas em conjuntos de duas habitações geminadas ou de três

habitações em banda, num total de 100 – 48T2 e 52T3.

Fonte: Câmara Municipal de Coimbra de Municipal Fonte:Câmara

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Apesar de construídos para prover temporariamente as necessidades de habitação dos antigos moradores da alta, efetivamente as habitações foram sendo mantidas e ampliadas com pequenos anexos construídos pelos próprios que, na maioria das vezes, procuravam dar resposta às necessidades imediatas de maior área coberta, sem grande preocupação em manter o edifício original – o que fez com que este património, de um modo genérico, chegasse ao século XX com grandes problemas e em péssimo estado de conservação.

Em 2002, com o objetivo de dotar de melhores condições de salubridade e segurança as habitações do bairro e os seus espaços públicos, iniciou- se um processo de requalificação do bairro. Foram executadas obras de arranjo exterior do bairro – muros, pavimentos, mobiliário urbano – e reparadas algumas habitações (sobretudo ao nível das coberturas). Nos anos seguintes foi iniciada a reabilitação profunda das habitações do bairro, com a demolição da habitação existente e a sua substituição por uma habitação nova. As obras de remodelação e ampliação das 35 habitações já efetuadas têm vindo a alterar a relação de tipologias, existindo atualmente 67 T2 e 33 T3.

Atualmente encontra-se em execução no Bairro 1 empreitada para reconstrução de 38 habitações. Estando em preparação os projetos para a reconstrução de mais 27 habitações, com a qual se concluirá o processo de reconstrução integral do Bairro de Celas, num total de 100 habitações.

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Imagem 15 - Vista aérea do Bairro de Celas

Fonte: Bing Maps, Out 2011

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D.2. Bairro da Fonte do Castanheiro

Bairro da Fonte do Castanheiro Freguesia de Santo António dos Olivais; Construído em 1946 Promoção: Estado 100 habitações;

O Bairro da Fonte do Castanheiro localiza-se na freguesia de Santo António dos Olivais, na zona da Arregaça, numa encosta que se volta sobre o vale da Arregaça, e é limitada a Sul pela Rua Verde Pinho. Fica próximo da Ponte Rainha Santa Isabel, na margem direita do Rio Mondego.

Tal como o Bairro de Celas, também o Bairro da Fonte do Castanheiro foi construído entre 1945 e 1946 com o objetivo de realojar os habitantes da Alta, demolida para a construção e alargamento da atual zona da Universidade de Coimbra. Este processo de realojamento iniciou-se em

1946, estendendo-se nos anos subsequentes.

O Bairro da Fonte do Castanheiro é constituído por 86 edifícios que contemplam 100 habitações unifamiliares e bifamiliares, obedecendo a quatro tipos – A, B, C e B1 – de um ou dois pisos, na sua maioria geminadas, existindo apenas duas bandas de habitações que resultam da associação daqueles tipos. Com 32 T2, 58 T3 e 10 T4 quando foi construído, o bairro sofreu na última década obras que alteraram aquela relação de tipologias. Em 2009 iniciou-se o processo de venda das habitações aos então arrendatários (só possível com a aprovação do Loteamento do Bairro naquele

ano) tendo até ao momento sido vendidas 28 habitações (9T2, 16T3 e 3T4).

Fonte: Câmara Municipal de Coimbra de Municipal Fonte:Câmara

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Atualmente, encontra-se em fase de Projeto de Execução o Projeto de Renovação e Requalificação Urbana do Bairro da Fonte do Castanheiro, que prevê a requalificação dos espaços exteriores e a reabilitação do equipamento existente, estando prevista a execução de novos arruamentos e de iluminação pública, e a reformulação das várias redes de infraestruturas - rede de distribuição de água, drenagem de águas residuais e pluviais; remodelação da rede pública de iluminação; arranjo dos espaços verdes de uso público; criação de novos equipamentos e ampliação de estacionamento.

Estão a ser desenvolvidos projetos de reconstrução das habitações, para as quais foram definidos projetos tipo, que serão implementados de forma sistemática, no sentido de dotá-las de condições de habitabilidade.

Quanto ao estado de conservação, as habitações municipais do Bairro da Fonte do Castanheiro apresentam hoje, na globalidade, um mau estado de conservação, à exceção das habitações recentemente reabilitadas.

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Imagem 16 - Vista aérea do Bairro da Fonte do Castanheiro

Fonte: Bing Maps, Out 2011

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D.3. Bairro do Ingote (Ex-IGAPHE)

Bairro do Ingote (ex-IGAPHE) UF de Eiras e São Paulo de Frades; Construído em 1984; Promoção: IGAPHE 145 habitações Autoria do projeto de Arquitetura: LNH – Eng.º Machado Passa para CMC em 2005 (95 fogos) Atualmente na posse da CMC (73 fogos)

O Bairro do Ingote (ex-IGAPHE) localiza-se na freguesia de Eiras, na zona norte da cidade, no planalto do Ingote, numa zona de grande concentração de edifícios de habitação municipal e cooperativa.

Em 1984, o ex-IGAPHE promove a construção de 17 blocos de habitação, no prolongamento do edificado já existente no Bairro do Ingote, com o objetivo de disponibilizar fogos para aquisição em regime de renda resolúvel (lotes 2 ao 7) e, ainda, de promover o alojamento de agregados familiares com carência habitacional.

O bairro tem um total de 145 habitações, distribuídas por 17 edifícios de habitação coletiva, constituídos em regime de propriedade horizontal. Algumas caves e outros espaços são ocupados com equipamento – Associação Escola de Música /Filarmónica do Planalto e Centro Social S. Pedro da Caritas Diocesana de Coimbra –, comércio e similares de hotelaria.

As habitações são na sua maioria de tipologia T3, havendo um número muito reduzido de habitações de tipologia T2.

Fonte: Câmara Municipal de Coimbra de Municipal Fonte:Câmara

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Em 2005, o então IGAPHE transferiu para o Município de Coimbra a propriedade das referidas habitações. Posteriormente, de acordo com a aprovação da alienação do património habitacional do bairro, foram vendidas pela Câmara Municipal de Coimbra 6 habitações, para além de um conjunto de mais 16 habitações vendidas (que estavam em regime de renda resolúvel, a qual terminou em 2010). Atualmente, o município de Coimbra é proprietário de 73 habitações, que se encontram arrendadas em regime de renda apoiada. O Bairro foi objeto de obras de requalificação da envolvente exterior dos edifícios antes de ter passado para a posse do Município. No entanto, em período recente sofreu novas intervenções, de requalificação dos seus espaços exteriores – execução de novos arruamentos e de iluminação pública, rede de distribuição de água, drenagem de águas residuais e pluviais; remodelação da rede pública de iluminação; arranjo dos espaços verdes de uso público; criação de novos equipamentos e ampliação de estacionamento.

Quanto ao estado de conservação do edificado municipal, o Bairro do Ingote (ex-IGAPHE) apresenta hoje, na globalidade, patologias que implicam necessidade de intervenção.

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Imagem 17 – Vista aérea do Bairro do Ingote (Ex-IGAPHE)

Fonte: Bing Maps, 2010

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Tabela 8.1 – Síntese das obras a realizar no parque habitacional municipal

Estado de conservação geral Total de Custos Concelho Muito Muito Ligeiras Médias Graves N/A fogos totais ligeiras graves Arrendamentos 9.600.000 sociais Coimbra X 259 € concentrados Arrendamentos 1.505.000 sociais Coimbra X X 28 € dispersos

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Fonte: Câmara Municipal de Coimbra de Municipal Fonte:Câmara

Tabela 8.2 – Obras a realizar no parque habitacional municipal em cada bairro (arrendamentos sociais concentrados)

Estado de conservação geral das habitações Total Custos totais Designação Freguesia Muito Muito de Ligeiras Médias Graves N/A ligeiras graves fogos Santo Bairro de António 1.500.000 X 27 Celas dos € Arrendamentos Olivais sociais Santo concentrados Bairro da António 4.000.000 Fonte do X 54 dos € Castanheiro Olivais

UF Eiras e Bairro do 2.000.000 São Paulo X X 73 ex-IGAPHE € de Frades UF Eiras e Bairro da 1.500.000 São Paulo X 75 Rosa € de Frades UF Eiras e Bairro do 600.000 São Paulo X 30 Ingote € de Frades

Fonte: Câmara Municipal de Coimbra de Municipal Câmara Fonte:

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Tabela 8.3 – Obras a realizar no parque social municipal em cada bairro (arrendamentos sociais dispersos)

Estado de conservação geral Total Custos totais Designação Freguesia Muito Muito de Ligeiras Médias Graves N/A ligeiras graves fogos UF Eiras e 135.000 Relvinha São Paulo X 9 € de Frades Santo Rua Capitão António 100.000 Luis X 1 dos € Gonzaga, 80 Olivais Arrendamentos Largo do UF de 520.000 X 4

sociais Romal, 26 Coimbra €

dispersos Rua Direita, 80-82ª e UF de 350.000 X 6 Rua Nova, Coimbra € 44-46 Quinta do UF de 400.000 X 4 Carmo Coimbra € Casa das UF de 1.350.000 X 4 Talhas Coimbra €

Fonte: Câmara Municipal de Coimbra de Municipal Câmara Fonte:

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E. Empreendimentos potenciais a carecer de financiamento

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Tabela 9 – Projetos de aumento do parque habitacional social para responder às necessidades

Prazo estimado Designação do Estado Capacidade Custo final Freguesia Propriedade N.º alvará Endereço de empreendimento jurídico potencial estimado execução

União das Freguesias Empreendimento Santa T2 - 9 de , Municipal de Terreno CMC Eufémia, T3 - 9 Dez./23 1.500.000 € e Santa Eufémia Taveiro Empreendimento Santo T2 - 8 Municipal da António dos Terreno CMC Arregaça T3 - 16 Dez./23 2.500.000 € Fonte do Olivais Castanheiro

Empreendimento Eiras e S. Estrada T1 - 4 Municipal da Terreno Paulo de CMC Vale de T2 - 9 Dez./23 1.000.000 € Estrada de Vale de Fogos Frades Figueiras Figueiras

Lotes Municipais Eiras e S. Rua Cidade T1 - 16 nº 26,27, 28 e 29 Paulo de 4 Lotes CMC de T3 - 16 Dez./24 3.000.000 € do Loteamento do Frades Cambridge Bairro da Rosa

Fonte: Câmara Municipal de Coimbra de Municipal Fonte:Câmara

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F. Mercado de habitação no concelho

Estratégia local de habitação do Município de Coimbra 114

Tabela 10 – Procura no mercado de arrendamento (por segmento)

Reformados Reformados Jovens Trabalhadores Outros portugueses estrangeiros

Pessoas oriundas de fora Elevada procura Baixa procura Elevada procura Procura de do concelho arrendamento Pessoas do Elevada procura Baixa procura Baixa procura Elevada procura concelho

: Inquérito :

Fonte INE

Estratégia local de habitação do Município de Coimbra 115

Tabela 11 – Procura no mercado de aquisição de habitação (por segmento)

Cidadãos Reformados estrangeiros Jovens Trabalhadores Outros portugueses reformados e no ativo

Pessoas oriundas fora do Baixa procura Baixa procura Procura para concelho aquisição de habitação Pessoas do Baixa procura Baixa procura Baixa procura Baixa procura concelho

Fonte:Inquérito INE

Estratégia local de habitação do Município de Coimbra 116

Tabela 12 – Oferta de arrendamento

T3 ou T0 T1 T2 +

Oferta - - - - elevada

Oferta do arrendamento Oferta baixa x x x x

Oferta - - - inexistente

Fonte:Inquérito INE

Estratégia local de habitação do Município de Coimbra 117

Tabela 13 – Oferta de arrendamento T0 T1 T2 T3 ou + Preços razoáveis para - - - - capacidade financeira da procura Oferta do arrendamento Preços caros para a capacidade X X X X financeira da procura

Fonte:Inquérito INE

Estratégia local de habitação do Município de Coimbra 118

Tabela 14 – Oferta para aquisição de habitação T3 ou T0 T1 T2 +

Oferta - - - - elevada

Oferta de aquisição de Oferta baixa - x x x habitação

Oferta x - - - inexistente

Fonte:Inquérito INE

Estratégia local de habitação do Município de Coimbra 119

Tabela 15 – Oferta para aquisição de habitação

T0 T1 T2 T3 ou + Preços razoáveis para - - - - capacidade financeira Oferta de da procura aquisição de habitação Preços caros para a capacidade - X X X financeira da procura

Fonte:Inquérito INE

Estratégia local de habitação do Município de Coimbra 120

Tabela 16 – O mercado dos terrenos para edificação de habitação

Preços razoáveis para Preços caros para a capacidade financeira capacidade financeira da procura da procura

Oferta de terrenos para edificação de X habitação

Fonte:Inquérito INE

Estratégia local de habitação do Município de Coimbra 121

Tabela 17 – Capacidade económica

T0 T1 T2 T3 T4+ Capacidade económica Classe baixa Classe média Classe alta Classe alta Classe alta necessária para

alcançar arrendamento

Capacidade

económica Classe baixa Classe baixa Classe média Classe alta necessária para Classe média Classe alta adquirir

habitação

Classe baixa (<24350€/ano) Classe média (≤24350€<35000€/ano) Classe alta (>35000€/ano)

Fonte:Inquérito INE

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Análise SWOT

Forças Fraquezas

✓ Recursos humanos qualificados ✓ Estrutura de emprego dominada pelos serviços públicos ✓ Ambiente urbano favorável à fixação de emprego e de ✓ Fraco dinamismo empresarial quadros qualificados ✓ Sector industrial em recessão ✓ Áreas com capacidade para fixação de empresas ✓ Diminuição da população ✓ Serviços avançados às empresas na área das novas ✓ Aumento da população envelhecida tecnologias ✓ Baixa taxa de cobertura dos equipamentos sociais para a ✓ Recursos / meios científicos e tecnológicos população idosa ✓ Práticas inovadoras em habitação municipal (Centro de ✓ Preço elevado da habitação, para venda e para arrendamento Estágio Habitacional e Centro de Realojamento da Baixa) ✓ Pouco investimento na reabilitação ✓ Equipamentos e serviços estruturantes de importância ✓ Ausência de estratégia e de clareza nas opções de planeamento nacional (CHUC e UC) ✓ Parque municipal insuficiente para as necessidades ✓ Diminuição muito significativa nos alojamentos ✓ Centro histórico com perda de população acentuada e com uma familiares clássicos sem infraestruturas básicas percentagem elevada de edifícios vagos ✓ Desinteresse e/ou dificuldades económicas dos proprietários de habitação degradada na reabilitação dos mesmos

Estratégia local de habitação do Município de Coimbra 123

Oportunidades Ameaças

✓ Criação do Coimbra Parque – Parque de Inovação ✓ Fragilidade dos programas públicos de apoio à habitação e à em ciência, tecnologia e saúde reabilitação ✓ Fundos comunitários, designadamente os que se ✓ Aumento da competitividade dos territórios periféricos a Coimbra, destinam a combater os efeitos da pandemia. resultante da proximidade geográfica com melhor mobilidade e preços ✓ Universidade de Coimbra como Património da de habitação mais reduzidos Humanidade ✓ Taxa de desemprego crescente e consequentes dificuldades ✓ Candidaturas a programas de apoio económicas das famílias ✓ Estabelecimento de parcerias com os privados ✓ Nº de fogos planeados ainda não construídos fora do PUCC e dos ✓ Áreas de Reabilitação Urbana perímetros urbanos secundários ✓ Número de alojamentos vagos ✓ Alterações à Lei do Arrendamento, que diminuíram a confiança dos ✓ Nº de fogos planeados ainda não construídos investidores no investimento destinado ao arrendamento dentro do PUCC e em zonas a densificar ✓ Estagnação demográfica

Estratégia local de habitação do Município de Coimbra 124

Tomo 2: Estratégia local de habitação

Estratégia local de habitação do Município de Coimbra 125

I. Conceito estratégico

Dinamizar o arrendamento no Município, com o foco na reabilitação

II. Fundamentação do conceito

Segundo dados dos censos, dos 79.193 alojamentos clássicos existentes no concelho, 67.442 estão ocupados (85%). Temos 11.751 alojamentos vagos (15%), 2703 para venda, 1847 apenas para arrendamento (2%), 465 para demolição e mais de 6.700 alojamentos sem destino, ou ao abandono (cerca de 8,5 %). Dos alojamentos clássicos existentes, 10.234 são segunda residência, i.e., 13%. São residência habitual 57.208, ou seja, 72%. Destes, 40.720 são habitação própria permanente (51% do total, mas 71% das residências habituais)). 3.616 alojamentos constituem “outros” (6%) – comodatos, cedências gratuitas, usufrutos, ocupações ilegais, etc. – e apenas 12.872 alojamentos constituem alojamentos arrendados ou subarrendados, i.e., 16% dos alojamentos clássicos e 22% do total das residências habituais. Façamos uma comparação entre a realidade de 2001 e a de 2011: - Em 2001, tínhamos 68.096 alojamentos clássicos, em 2011 tínhamos mais cerca de 11.000; - Em 2001, tínhamos 52.958 residências habituais, em 2011 tínhamos mais 4.250; - Em 2001, tínhamos 7.566 residências secundárias, em 2011 tínhamos mais 2668; - Em 2001, a habitação própria permanente tipificava a ocupação de 38.230 casas, em 2011 tínhamos mais cerca de 2.500 habitações próprias.

Estratégia local de habitação do Município de Coimbra 126

Ou seja, é manifesto um crescimento razoável do parque habitacional de Coimbra nas diversas valências entre 2001 e 2011. Excepto... - Em 2001, tínhamos 12.836 arrendamentos, em 2011 temos mais 36 arrendamentos, isto é, não cresceu o arrendamento em Coimbra naquela década. - E em 2001, tínhamos 4.885 alojamentos sem destino ou ao abandono, em 2011 temos mais 1815 alojamentos sem destino ou ao abandono, isto é, um crescimento de 37%. Perante um crescimento percentual dos alojamentos clássicos de 16 %. Concluindo preliminarmente, em Coimbra: - Mais de um quarto dos alojamentos não são residências permanentes; - Das residências permanentes, menos de um quarto constituem arrendamentos ou subarrendamentos; - Os alojamentos vagos são quase tantos quantos os fogos arrendados e subarrendados. Houve uma quebra de mais de 9% dos novos contratos de arrendamento de alojamentos familiares entre o 2º semestre de 2017 e o segundo semestre de 2019 no concelho, pelo que é pertinente afirmar-se que se trata de um mercado em degenerescência. Ora o negócio imobiliário em Coimbra, devido à existência da Universidade e de múltiplos equipamentos de dimensão regional, é um aspecto fundamental da economia e da competitividade locais. Atente-se à informação estatística produzida pelo Confidencial Imobiliário, que apontam, em Coimbra-cidade, a existência de apenas 405 casas oferecidas no mercado para arrendar em 2019, quando em 2015 apontava a oferta de 411 casas. Isto é, Coimbra-cidade apresenta uma oferta de arrendamento muito diminuta, que decresceu ainda 1,5 % nos últimos anos. Um raciocínio estratégico acerca de Coimbra não pode ignorar a importância da oferta de alojamentos e não é económico, nem racional a qualquer luz, aceitar o comprometimento desta oferta, porque fazê-lo significa retirar mais valias fundamentais à economia do concelho e diminuir a su competitividade.

Estratégia local de habitação do Município de Coimbra 127

A falta de oferta nos segmentos referidos tem por consequência a dificuldade de o concelho albergar estudantes, trabalhadores, técnicos e mesmo técnicos superiores. A falta de arrendamento a preços razoáveis, num contexto financeiro em que a aquisição de habitação não está ao alcance da generalidade dos cidadãos, compromete a economia no concelho e agrava a factura social. É o problema fulcral da Habitação em Coimbra. Concluindo: O arrendamento em Coimbra representou em 2001 pouco menos de 19% do total de alojamentos clássicos. Em 2011, o arrendamento já representava apenas 16 % dos alojamentos clássicos.

Nada aponta que esta degradação da oferta de arrendamento tenha diminuído nesta década. Pelo contrário. E deve ser sustida.

Para o efeito, tem de se aumentar a oferta de arrendamento. Como? Desde logo, diminuir todas as despesas possíveis aos proprietários que arrendam (mecanismos da renda acessível). Outra possibilidade é construir mais habitações. Todavia esta solução requer mobilização de capital, que não está disponível para gerir arrendamentos, no atual quadro jurídico, pelo risco.

Por fim, pode utilizar-se a conjuntura, sabendo-se que a pandemia provocou tal número de moratórias de crédito à aquisição de habitação própria - 317.606 contratos, incluindo outros créditos hipotecários, no país – que é de admitir que umas percentagens elevadas destas moratórias resultem, num futuro próximo, em impossibilidade de continuação de pagamento dos empréstimos – e estudar

Estratégia local de habitação do Município de Coimbra 128 adequadamente o universo das habitações sem destino ou ao abandono, para incentivar a sua entrada no mercado. Esta é a opção estratégica que se propõe.

Será importante estudar, na sequência desta ELH, o que se passa com o crédito à habitação em Coimbra e acompanhar a evolução da situação, tendo em vista a aplicação eventual de uma política de mercado social da habitação, semelhante à de 2012 com as habitações que ficarem devolutas nas carteiras imobiliárias das instituições de crédito, condicionando ou aproveitando as políticas de venda ao desbarato que nesses contextos sempre surgem.

Em 2019, temos 81.231 alojamentos clássicos, um crescimento de 2,6 % relativamente a 2011. Ou seja, o parque de habitação tem continuado a crescer, ainda que lentamente. Propõe-se como meta estratégica atingir-se a fasquia dos 16.000 arrendamentos no concelho em 2030, isto é, assegurar um crescimento de cerca de 25 % relativamente ao contexto de 2011, que se presume em degenerescência, invertendo a tendência negativa atual.

A mobilidade do presente, que vai aumentar no futuro próximo, permitirá movimentos pendulares acrescidos para a periferia de Coimbra, levando os novos arrendatários para concelhos limítrofes e ameaçando a economia do concelho. Por esta razão também, que acresce decisivamente a todas as outras, o aumento da oferta de arrendamento deve ser a principal preocupação, desde que promova a reabilitação e revitalização do tecido social das Áreas de Reabilitação Urbana (ARU´s).

Estratégia local de habitação do Município de Coimbra 129

III. Objetivos estratégicos

Definido o conceito estratégico, há que tomar como um todo a problemática habitacional do concelho e assegurar um desenvolvimento equilibrado nas diversas vertentes da Habitação, para não comprometer o objetivo primacial. Com isto presente, definem-se os seguintes objetivos estratégicos:

1. Responder às carências habitacionais graves

2. Tornar o mercado de arrendamento mais acessível

3. Requalificar o parque habitacional

Estratégia local de habitação do Município de Coimbra 130

IV. Prioridades por objetivo

Prioridade 1 Prioridade 2 Prioridade 3 Curto prazo Médio prazo Longo prazo

Objetivo da ELH Nível de prioridade Objetivo 1 – Responder às carências habitacionais graves 1.A. Alojar/realojar 600 agregados em grave carência habitacional Prioridade 2 1.B. Realojar 226 agregados que se encontram a residir em habitações Prioridade 1 municipais 1.C. Aumentar a oferta publica municipal de habitação Prioridade 3

Objetivo da ELH Nível de prioridade Objetivo 2 – Tornar o mercado mais acessível 2.A. Assegurar benefícios tributários aos proprietários que ofereçam arrendamentos para os segmentos baixo e médio (DL 68/2019, Programa Prioridade 1 municipal enquadrado no Arrendamento Acessível – art.º 20º e 23º) 2.B. Responder à necessidade de suster a diminuição da oferta de arrendamentos e criar 2.200 novos arrendamentos para 2030, com foco na Prioridade 3 reabilitação 2.C. Monitorizar o alojamento local, assegurando o respetivo cumprimento das Prioridade 1 obrigações tributarias relacionadas com o IMI

Estratégia local de habitação do Município de Coimbra 131

Prioridade 1 Prioridade 2 Prioridade 3 Curto prazo Médio prazo Longo prazo

Objetivo da ELH Nível da prioridade Objetivo 3 – Reabilitar a requalificar o parque habitacional 3.A. Criar projetos integrados para cada bairro de habitação social a requalificar Prioridade 2 3.B. Proceder às obras de renovação e de reabilitação em cada bairro de Prioridade 1 habitação social que delas necessita 3.C. Promover a regeneração urbana e o repovamento das Áreas de Reabilitação Prioridade 2 Urbana (ARU’s)

Estratégia local de habitação do Município de Coimbra 132

V. Justificação de prioridades e respetivas medidas

Objetivo 1 – Responder às carências habitacionais graves

1.A. Alojar 600 agregados em grave carência habitacional O levantamento efectuado pela Câmara Municipal de Coimbra, com a colaboração das Comissões Sociais de Freguesia, expôs a existência de 600 agregados com graves carências habitacionais, fora do âmbito dos agregados residentes nas habitações municipais. Trata-se de um desafio de dimensão significativa, seja em termos financeiros, seja em termos de gestão de empreendimentos. Medidas: 1.A.1. – Construção do Empreendimento Municipal de Santa Eufémia, União das Freguesias de Taveiro, Ameal e Arzila, que tem a capacidade potencial de construção de 18 fogos, 9 T2 e nove T3, com o custo orçamentado de 1.500.000 €, em terreno propriedade municipal e que se prevê poderá estar terminado em dezembro de 2023. 1.A.2. – Construção do Empreendimento Municipal da Fonte do Castanheiro, na Freguesia de Santo António dos Olivais, que tem a capacidade potencial de construção de 24 Fogos, 8 T2 e 16 T3, com o custo orçamentado de 2.500.000 €, em terreno propriedade municipal e que se prevê poderá estar terminado em dezembro de 2023. 1.A.3. – Construção do Empreendimento Municipal da Estrada de Vale de Figueiras, União das Freguesias de Eiras e S. Paulo de Frades, que tem a capacidade potencial de construção de 13 fogos, 4 T1 e 9 T2, com o custo orçamentado de 1.000.000 €, em terreno propriedade municipal e que se prevê possa estar terminado em dezembro de 2023.

Estratégia local de habitação do Município de Coimbra 133

1.A.4. – Construção do Empreendimento Municipal situado na Rua Cidade Cambridge, União das Freguesias de Eiras e S. Paulo de Frades, que tem a capacidade potencial de construção de 32 fogos, 8 T1 e 24 T3, com o custo orçamentado de 3.000.000 €, em terreno propriedade municipal e que se prevê possa estar terminado em dezembro de 2024.

1.B. Realojar 226 agregados que se encontram a residir em habitações municipais Devido à degradação atingida por uma parte do parque social municipal, existem 226 agregados que se encontram a residir em habitações sociais e necessitam de ser realojados. A resposta a estas carências será encontrada nas medidas do Objectivo 3.B. e eventualmente, nalgum caso especial, nas medidas já enunciadas do Objectivo 1.A..

1.C. - Aumentar a oferta pública municipal de habitação Atendendo à crise socioeconómica que se tem vindo a desenvolver, perspetiva-se que o número de famílias que residam em condição indigna se agrave, pelo que será necessário prever o aumento da resposta habitacional. Medidas: 1.C.1. Aumentar o parque habitacional municipal, em cerca de 500 fogos, através da reabilitação de edifícios e/ou fogos, bem como com a aquisição/afetação de terrenos para construção, podendo recorrer ao realojamento através da renda resolúvel. 1.C.2. Criar uma bolsa de alojamento de emergência que sirva para dar resposta às situações das vítimas de violência doméstica, da população sem-abrigo ou que se encontrem em situação de necessidade urgente de habitação, atendendo à situação de vulnerabilidade e emergência social. A previsão e o dimensionamento desta bolsa de alojamento serão obtidos através do estabelecimento de parcerias com os diferentes agentes sociais e económicos, de modo a encontrar a resposta mais adequada a cada situação.

Estratégia local de habitação do Município de Coimbra 134

Objetivo 2 – Tornar o mercado mais acessível

2.A. Assegurar benefícios tributários aos proprietários que ofereçam arrendamentos para os segmentos baixo e médio Enquadrar o município de Coimbra nos requisitos legais do Programa Nacional de Arrendamento Acessível Medidas: 2.A.1. Criar um programa municipal enquadrado no Programa de Arrendamento Acessível, publicado pelo DL 68/2019, de 22 de maio (ver art.º 20º e 23º), assegurando desse modo benefícios fiscais em sede de IRS ou IRC. Não orçamentável a priori. 2.A.2. Deliberar a bonificação do IMI para proprietários de imóveis arrendados, nos termos do Código do IMI, publicado pelo DL nº 287/2003, de 12 de novembro, com as respetivas alterações. Não orçamentável a priori, trata-se de uma medida de amplo alcance social e económico.

2.B. Responder à previsível necessidade no mercado de 2200 novos arrendamentos até 2030 As carências que já se fazem sentir, agregadas ao contexto de deterioração significativa do mercado de arrendamento, designadamente para os segmentos de rendimento baixo e médio, permite concluir que Coimbra necessita de assegurar cerca de 2.200 novos arrendamentos. É neste contexto que se propõem as medidas que se seguem. Medidas: 2.B.1. Assegurar a disponibilidade de terrenos para construção de habitação, quer da própria Câmara Municipal, quer de outras entidades, nomeadamente, Cooperativas de Habitação. Orçamentado em 0 €.

Estratégia local de habitação do Município de Coimbra 135

2.B.2. Analisar com as entidades bancárias as situações de incumprimento dos créditos à habitação no município de Coimbra, com o objetivo de criar um mercado de arrendamento acessível. 2.B.3. Regulamentar o incentivo à reabilitação de edifícios pelos privados, motivando os investidores a afetarem os edifícios e fogos devolutos na política de habitação acessível, uma vez que integrar investidores, proprietários e ainda o Terceiro Setor, incluindo as IPSS’s do concelho será fundamental para dar resposta adequada ao problema habitacional. Salienta-se que o investimento nas Áreas de Reabilitação Urbana (ARU’s), com todos os benefícios que lhe estão inerentes, poderá tornar-se um modelo de atuação atrativo para os diferentes agentes privados, configurando uma política de habitação integrada.

2.C. Monitorizar o alojamento local, assegurando o respetivo cumprimento das obrigações tributarias relacionadas com o IMI. O alojamento local é um negócio economicamente útil ao concelho e que se pretende incentivar. Todavia, como negócio que é, implica o cumprimento de obrigações tributarias específicas que são fundamentais para as finanças municipais. Medida: 2.C.1. – Criar um programa de monitorização periódica do alojamento local existente em Coimbra, verificando a sua legalidade e o cumprimento das respetivas obrigações tributarias para com o município.

Estratégia local de habitação do Município de Coimbra 136

Objectivo 3. Reabilitar a requalificar o parque habitacional

3.A. Criar projetos integrados para cada bairro social a reabilitar A reabilitação do parque habitacional não deve ficar pela recuperação dos fogos e dos lotes construídos. Deve ser mais profunda, revendo a necessidade de equipamentos sociais, culturais e desportivos, a iluminação exterior e os espaços verdes, numa óptica de Urbanismo preventivo e de socialização dos habitantes. Por esse motivo se prevê estes projetos integrados, a desenvolver, numa primeira fase, nos investimentos de recuperação do parque social já previstos, mas destinados a estenderem-se posteriormente a todas as ações de recuperação de empreendimentos sociais que sejam levados a efeito. Medidas: 3.A.1. Construção de um equipamento social de apoio aos empreendimentos referidos em 1.A.3 e 1.A.4

3.B. Proceder às obras de renovação e de reabilitação em cada bairro de habitação social que delas necessita Num parque social tão vasto como o de Coimbra, a reabilitação e a requalificação urbana dos bairros sociais é uma exigência permanente. Existem situações que requerem atenção imediata e que por esse motivo se priorizam. Medidas: 3.B.1. Bairro de Celas, Freguesia de Santo António dos Olivais, 27 fogos, estado de conservação considerado Grave, custo da recuperação estimado em 1.500.000 €.

Estratégia local de habitação do Município de Coimbra 137

3.B.2. Bairro da Fonte do Castanheiro, Freguesia de Santo António dos Olivais, 54 fogos, estado de conservação considerado Grave, custo de recuperação estimado em 4.000.000 €. 3.B.3. Bairro do ex-IGAPHE, União das Freguesias de Eiras e S. Paulo de Frades, 73 fogos, estado de conservação considerado Médio a Grave, custo de recuperação estimado em 2.000.000€ 3.B.4. Bairro da Rosa, União das Freguesias de Eiras e S. Paulo de Frades, 75 fogos, estado de conservação considerado Médio, custo de recuperação estimado em 1.500.000€ 3.B.5. Bairro do Ingote, União das Freguesias de Eiras e S. Paulo de Frades, 30 fogos, estado de conservação considerado Médio, custo de recuperação estimado em 600.000€ 3.B.6. Arrendamentos sociais dispersos, Relvinha, Freguesia de Santo António dos Olivais, 9 fogos, estado de conservação considerado Médio, custo de recuperação estimado em 135.000 €. 3.B.7. – Fogo social disperso, Rua Brigadeiro Correia Cardoso, Freguesia de Santo António dos Olivais, 1 fogo, estado de conservação considerado Grave, custo de recuperação estimado em 100.000 €. 3.B.8. – Fogos sociais dispersos, Largo do Romal, 26, União das Freguesias de Coimbra, 4 fogos, estado de conservação considerado Grave, custo de recuperação estimado em 520.000 €. 3.B.9. - Rua Direita, 80-82 e Rua Nova, 44-46, União das Freguesias de Coimbra, 6 fogos, estado de conservação considerado Grave, custo de recuperação estimado em 350.000 €. 3.B.10. – Quinta do Carmo, União das Freguesias de Eiras e S. Paulo de Frades, 4 fogos, estado de conservação considerado Grave, custo de recuperação estimado em 400.000 €.

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3.B.11. – Casa das Talhas, União das Freguesias de Coimbra, 4 fogos, estado de conservação considerado Grave, custo de recuperação estimado em 1.350.000 €.

3.C. – Promover a regeneração das Áreas de Reabilitação Urbana (ARU’s), com foco na função habitacional, de modo a que estas sirvam de resposta às diferentes tipologias de agregados familiares. Tendo como intuito o combate à desertificação do território das Áreas de Reabilitação Urbana (ARU´s), e à sua valorização, pretende-se proceder à revitalização destas áreas, envolvendo todos os seus agentes locais, desenvolvendo as medidas que constam nos seus Planos Estratégicos. Medidas: 3.C.1. Protocolar com os agentes económicos e cooperativas, a reabilitação de fogos habitacionais nas Áreas de Reabilitação Urbana (ARU´s), valorizando as tipologias que diminuam a desertificação destas zonas. 3.C.2. Atendendo ao valor histórico, cultural e social das Républicas de Coimbra, deverá ser protocolado com a Universidade de Coimbra, a manutenção/reabilitação de todos estes edifícios, de modo a garantir a sua preservação e valorização.

Estratégia local de habitação do Município de Coimbra 139

VI. Sínteses

Quadro 1: Custos envolvidos a curto, médio e longo prazo por objetivo

Prioridade Objetivos Metas/Medidas Custo (€) 1 Curto 3 3.B. 12.460.000 prazo 2 Médio 2 8.000.000 1 A + 1 B prazo 3 Longo 1 C 12.500.000 - prazo

Total 32.960.000

Estratégia local de habitação do Município de Coimbra 140

Quadro 2: Todos os custos envolvidos

Fontes de financiamento Metas Custos Programas do (2020-2026) (M€) CM Coimbra* Privados Estado 35% (art.º 47º Reabilitar e requalificar o parque habitacional social 65 % do DL nº 37/2018) Bairro de Celas 1,5 0,975 0,525 Bairro da Fonte do Castanheiro 4 2,6 1,4 Bairro do ex-IGAPHE 2 1,3 0,7 Bairro da Rosa 1,5 0,975 0,525 Bairro do Ingote 0,600 0,39 0,21 Relvinha 0,135 0,088 0,047 Rua Capitão Luis Gonzaga, 80 0,100 0,065 0,035 Largo do Romal 0,520 0,338 0,182 Rua Direita 80-82 e Rua Nova 44-46 0.350 0,227 0,123 Quinta do Carmo 0,400 0,26 0,14 Casa das Talhas 1,35 0,878 0,122 35 % (art.º 47º Novos empreendimentos sociais 65 % do DL nº 37/2018) Sta. Eufémia 1,5 0,975 0,525 Fonte do Castanheiro 2,5 1,625 0,875 Estrada do Vale de Figueiras 1 0,65 0,35 Lotes Municipais nº 26,27, 28 e 29 do Loteamento do Bairro da Rosa 3 1,95 1,05 Total 20,46 ** 13,30 6,81 *Nota: as despesas elegíveis não comparticipadas podem ser financiadas com empréstimos bonificados nos termos do artigo 20 do DL n.º 37/2018. **Corresponde às prioridades 1 e 2

Estratégia local de habitação do Município de Coimbra 141

VII. Programação de soluções habitacionais no âmbito do 1º Direito (Decreto-Lei n.º 37/2018, 4 junho)

Alinhamento Intervenções N.º de agregados Local Soluções com medidas da ELH 27 Bairro de Celas Reabilitação 3.B.1.

54 Bairro da Fonte da Castanheira Reabilitação 3.B.2. Bairros Municipais 73 Bairro ex-IGAPHE Reabilitação 3.B.3. 75 Bairro da Rosa Reabilitação 3.B.4. 30 Bairro do Ingote Reabilitação 3.B.5. 9 Relvinha Reabilitação 3.B.6. 1 Rua Capitão Luís Gonzaga, 80 Reabilitação 3.B.7. Habitações sociais 4 Largo do Romal, 26 Reabilitação 3.B.8. dispersas 6 R. Direita 80-82 e R. Nova 44-46 Reabilitação 3.B.9. 4 Quinta do Carmo Reabilitação 3.B.10. 4 Casa das Talhas Reabilitação 3.B.11 18 Santa Eufémia Construção 1.A.1. Novos fogos 24 Fonte do Castanheiro Construção 1.A.2. habitacionsais 13 Estrada de Vale de Figueiras Construção 1.A.3. Lotes municipais 26,27,28 e 29 do 32 Construção 1.A.4. Bairro da Rosa

Estratégia local de habitação do Município de Coimbra 142

Aquisição Aquisição de terreno Soluções Arrendamento Reabilitação Construção Total de frações + construção

Solução Solução Município de Solução não Soluções a Soluções a não não Coimbra mobilizada aceder aceder mobilizada mobilizada

Agregados cobertos pelas 287 87 374 soluções propostas

Agregados com soluções 452 a programar*

*Nota: A solução para este conjunto de agregados será encontrada no quadro de estratégia definida, recorrendo às soluções preconizadas pelo 1º Direito

Estratégia local de habitação do Município de Coimbra 143

Quadros síntese doutros elementos necessários para financiamento no âmbito do 1º Direito Quadro 1 Diagnóstico

DIAGNÓSTICO

Situações Específicas Famílias Pessoas Condição habitacional indigna Núcleo/descrição da situação Refer. pág. Art.º10 / Art.º11 / Art.º12 826 826 1919

Precaridade Pessoas vulneráveis - Art.º10 Pessoas s/ abrigo 56 31 31

Precaridade Pessoas vulneráveis - Art.º10 Violência doméstica 51 10 21 90 Precaridade Arrendatários com idade > 65 anos 51 34 53

Precaridade Pessoas com deficiência 51 15 39 Precaridade Pessoas que têm de desocupar residência 51 109 109 242

Insalubridade e insegurança Insalubridade e insegurança 51 276 276 619

Sobrelotação Sobrelotação 51 65 65 213

Inadequação Inadequação 51 9 9 17 Núcleos precários: Rua da Capela (Freguesia de Ceira), Rua do Túnel, Olival de São Domingos, Bairro Padre Lima (Freguesia de Santo António dos Olivais), Adro Velho (UF Assafarge e Antanhol), Pátio de São Bernardo, Insalubridade e insegurança Núcleos precários - Art.º11 Ladeira da Forca (UF Coimbra), Vale de Figueiras, Alto da Relvinha, Quinta do 60 a 71 51 51 102 Carmo (UF Eiras e São Paulo de Frades), Bairro da Bela Cruz, Rua Vale Pinheiro, Rua Capitão Salgueiro Maia (UF S. Clara e Castelo Viegas) e Largo 4 de Julho (UF S. Martinho do Bispo e Ribeira de Frades) Precariedade Bairro da Rosa 87 a 89 1 1

Insalubridade e insegurança Bairro da Rosa 87 a 89 64 143 74 Sobrelotação Bairro da Rosa 87 a 89 5 30

Inadequação Bairro da Rosa 87 a 89 4 10

Precariedade Bairro do Ingote (Ex-IGAPHE) 107 a 109 2 6

Insalubridade e insegurança Bairro do Ingote (Ex-IGAPHE) 107 a 109 26 29 60

Sobrelotação Bairro do Ingote (Ex-IGAPHE) 107 a 109 1 6

Insalubridade e insegurança Bairro do Ingote 84 a 86 26 31 58

Estratégia local de habitação do Município de Coimbra 144

Sobrelotação Bairro do Ingote 84 a 86 2 9

Inadequação Bairro do Ingote 84 a 86 3 3

Insalubridade e insegurança Bairro da Fonte do Castanheiro 104 a 106 42 42 94

Insalubridade e insegurança Centro de Estágio Habitacional 94 a 96 4 22 5 Sobrelotação Centro de Estágio Habitacional 94 a 96 1 7

Insalubridade e insegurança Bairro da Conchada 90 a 91 12 28 13 Sobrelotação Bairro da Conchada 90 a 91 1 5

Precariedade Pessoas vulneráveis - Art.º10 Bairro da Misericórdia 97 a 99 1 1 3

Insalubridade e Insegurança Bairro de Celas 101 a 103 1 1 1

Insalubridade e Insegurança Arrendamentos sociais dispersos 71 a 79 20 48 30 Sobrelotação Arrendamentos sociais dispersos 71 a 79 8 45

Inadequação Arrendamentos sociais dispersos 71 a 79 2 3

Condição habitacional indigna Famílias Pessoas

Precaridade 203 396

Insalubridade e insegurança 522 1175

Sobrelotação 83 315

Inadequação 18 33

Total 826 1919

Estratégia local de habitação do Município de Coimbra 145

Quadro 2 Soluções SOLUÇÕES PROGRAMAÇÃO Prioridade

Beneficiários CMC Total Programação (fogos) diretos Soluções 374 374 2020 2021 2022 2023 2024 2025 Total

Reabilitação de frações ou de prédios habitacionais - Bairro de Celas 27 27 13 14 27 1 art.º27 c) Reabilitação de frações ou de prédios habitacionais - Bairro da Fonte da Castanheira 54 54 10 44 54 1 art.º27 c) Reabilitação de frações ou de prédios habitacionais - Bairro ex-IGAPHE 73 73 36 37 73 1 art.º27 c) Reabilitação de frações ou de prédios habitacionais - Bairro da Rosa 75 75 35 40 75 1 art.º27 c) Reabilitação de frações ou de prédios habitacionais - Bairro do Ingote 30 30 15 15 30 1 art.º27 c) Reabilitação de frações ou de prédios habitacionais - Relvinha 9 9 9 9 1 art.º27 c) Reabilitação de frações ou de prédios habitacionais - Rua Capitão Luis Gonzaga, 80 1 1 1 1 1 art.º27 c) Reabilitação de frações ou de prédios habitacionais - Largo do Romal, 26 4 4 4 4 1 art.º27 c) Reabilitação de frações ou de prédios habitacionais - Rua Direira 80-82 e Rua Nova 44-46 6 6 6 6 1 art.º27 c) Reabilitação de frações ou de prédios habitacionais - Quinta do Carmo 4 4 4 4 1 art.º27 c) Reabilitação de frações ou de prédios habitacionais - Casa das Talhas 4 4 4 4 1 art.º27 c)

Construção de prédios ou empreendimentos habitacionais Santa Eufémia 18 18 18 18 2 - art.º27 d) Construção de prédios ou empreendimentos habitacionais Fonte do Castanheiro 24 24 24 24 2 - art.º27 d) Construção de prédios ou empreendimentos habitacionais Estrada de Vale de Figueiras 13 13 13 13 2 - art.º27 d) Construção de prédios ou empreendimentos habitacionais Lotes 26,27,28 e 29 do loteamento 32 32 32 32 2 - art.º27 d) municipal do Bairro da Rosa

Nota: Em caso de dúvida ou aparente incoerência entre os presentes mapas sínteses e outros elementos constantes da ELH, prevalecem estes mapas síntese.

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VIII. Entidade executora da presente estratégia

A entidade executora da presente Estratégia Local de Habitação é a Câmara Municipal de Coimbra, através dos Departamentos com competências nesta área de trabalho.

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IX. Alinhamento com os princípios do programa 1º Direito

A estratégia local de habitação de Coimbra encontra-se alinhada com os princípios do programa 1º Direito, ainda que respeitando os condicionalismos impostos pela situação financeira da autarquia: PRINCÍPIO DA ACESSIBILIDADE • Princípio da acessibilidade habitacional – A ELH estabelece como uma das suas prioridades o acesso a habitação daqueles que, com condições elegíveis, se encontram em situação de grave carencia habitacional.

• Princípio do planeamento estratégico local – A ELH desenvolve uma série de medidas que potencializam a eficiência do planeamento estratégico no dominio habitacional, uma vez que contempla outras Políticas Territoriais e Setoriais.

• Principio da integração social – A promoção de habitação municipal, adaptando as soluções às características dos agregados familiares, fomentando a integração social e territorial.

• Principio da estabilidade – A cooperação que se procurou com empreendedores privados e com todos os agentes económicos relevantes do concelho em matéria de habitação.

• Principio da cooperação – A cooperação programada a obter com entidades terceiras, designadamente para a construção de habitação para arrendamentos de longa duração e aquela que se procura no programa de monitorização do alojamento local.

• Principio da participação – A participação pública procurada e obtida no diagnostico e no debate de soluções para esta ELH com todos os agentes económicos e sociais relevantes para a Habitação em Coimbra, assim como o debate que se motivou internamente nos serviços municipais para o mesmo efeito.

• Princípio da equidade – O apoio financeiro muito relevante que representam as rendas sociais, assim como as medidas propostas para combate às desigualdades, através do envolvimento do setor privado e terceiro setor, na resposta aos problemas habitacionais.

Estratégia local de habitação do Município de Coimbra 148

• Principio da perequação – As soluções que se desenvolverão no âmbito das oportunidades que o mercado revele para motivar o aparecimento de arrendamentos de longa duração

• Principio da reabilitação do edificado – A reabilitação urbana generalizada do parque social municipal.

• Principio do incentivo ao arrendamento - As soluções programadas para arrendamento para técnicos, jovens casais e classe média baixa.

• Principio das acessibilidades – A propositura de acessibilidade para os agregados em que existam pessoas com mobilidade reduzida. PRINCÍPIO DAS ACESSIBILIDADES • Principio da sustentabilidade ambiental – A realização programada de projetos integrados para os bairros sociais municipais que deles necessitam.

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X. Monitorização e avaliação

Vai ser efetuada a monitorização contínua dos seguintes indicadores de execução da Estratégia:

a) Número de beneficiários diretos apoiados (agregados familiares); b) Número de m2 adquiridos pela município; c) Número de habitações adjudicadas; d) Número de m2 de habitações reabilitadas; e) Número e m2 de habitações construídas; f) Projetos integrados de bairros sociais efetuados e realizados no terreno; g) Medidas de restruturação levadas à prática; h) Taxas de execução material de projetos integrados e de reabilitação/renovação urbana.

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XI. Processos de participação e auscultação

Em linha com a metodologia prevista no Programa 1.º Direito para a concepção deste instrumento de âmbito estratégico, foram efectuados diversos momentos de participação, naturalmente influenciados pelos tempos de pandemia nos quais este instrumento de planeamento estratégico foi desenvolvido. Desenvolveu-se, conforme obrigam os tempos de pandemia, um inquérito que foi enviado a actores económicos do concelho para obter opiniões e dados adicionais. Foi mantido diálogo permanente com os serviços municipais. A realização do levantamento dos agregados com graves carências habitacionais no concelho foi levado a efeito com a participação plena de todas as Comissões Sociais de Freguesia.

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XII. Conclusão

Esta Estratégia Local de Habitação é realizada num contexto particularmente difícil e representou um equilíbrio rigoroso entre as necessidades e os meios disponíveis. Contribuem para um cenário de especial dificuldade o contexto económico nacional em matéria de Habitação, de descapitalização e onde se encontra gerada profunda desconfiança dos investidores relativamente ao arrendamento, expectativas que advêm de racionais judiciais e legais que de todo em todo ultrapassam o âmbito municipal. Em que os valores das taxas que impendem sobre os empréstimos à habitação não são comportáveis pela generalidade dos cidadãos do concelho. O contexto de diminuição significativa de arrendamento no concelho, atinge significativamente a classe média e duramente os que têm menos posses. E por fim, não facilitou este trabalho o contexto de emergência sanitária em que se desenvolveram as ações que levaram à sua produção e que veio a dificultar, ainda que não a impedir totalmente, a participação social no seu debate e na criação de ideias de natureza estratégica. Com esta envolvente, foi possível ainda assim, muito pelo empenhamento político municipal e dos funcionários da administração autárquica, produzir um documento capaz de nortear para a próxima década o desenvolvimento da ação municipal em matéria de Habitação. Foi dada prioridade ao levantamento rigoroso de necessidades prementes na área das graves carências de habitação e à produção de soluções de solos e de empreendimento para as satisfazer. Fez-se uma análise cuidada das dificuldades dos bairros sociais existentes e do melhor modo de os reabilitar e requalificar, quando necessário. Não se descurou a análise do funcionamento municipal relativamente à apreciação dos processos relacionados com a Habitação e a produção de soluções tecno-estruturais muito económicas, mas com elevada potencialidade de eficiência.

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Analisam-se os problemas que o mercado do arrendamento e da aquisição de habitações apresentam em Coimbra, prevê-se a evolução provável do mesmo e apontam-se caminhos presentes e futuros para diminuir a diferença entre as necessidades e as existências, designadamente em matéria de arrendamento, procurando-se definir alvos seletivos – como os casais jovens e os agregados com técnicos necessários ao concelho, sejam da área da saúde, sejam da área escolar – que consigam traduzir no maior impacto social possível os investimentos que o município vá conseguindo fazer neste domínio. É nossa opnião que urge produzir legislação que permita o fomento público do arrendamento social resolúvel, porque se trata do modelo de arredamento que mais se adequa às dificuldades de gestão com que se confrontam os municípios. Com o arrendamento social resolúvel, encontra-se demonstrado que as taxas de incumprimento de pagamento de rendas são muito menores, os problemas de manutenção diminuem significativamente nas áreas comuns dos edifícios e o estado de conservação dos fogos melhora em dimensão qualitativa, tudo se traduzindo num muito menor investimento municipal, seja em termos financeiros, seja em termos administrativos. Havendo uma larga faixa populacional que, não tendo capacidade finaneira para aceder ao mercado do arrendamento, possui todavia a estabilidade necessária para assegurar o pagamento de rendas mais reduzidas, parece-nos importante veicular a necessidade de um instrumento que apoie, de forma efetiva e com eficácia, a produção de empreendimentos para soluções de arrendamento social resolúvel. Nos termos do n.º 6, do artigo 2º, da Portaria n.º 230/2018, de 17 de agosto, «as estratégias locais de habitação podem, em qualquer momento, ser alteradas, nomeadamente, para efeitos de atualização..», permitindo assim gerar um maior consenso em torno de uma estratégia habitacional para o Município de Coimbra.

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Anexo 1 – Matriz de levantamento das carências habitacionais do Município de Coimbra

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Anexo 2 – Inquérito às atividades imobililiárias do Município de Coimbra

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