TRIBUNAL REGIONAL ELEITORAL DE Coordenadoria de Registros e Informacoes Processuais Sega() de Controle de Feitos e Atos Processuais

Ref.: Agao Penal No 241-80.2015.6.13.0000 173a ZONA ELEITORAL -,. Municipio: SANTANA DO DESERTO Denunciante(S): MINISTERIO PUBLIC() ELEITORAL Denunciado(S): VALDESIR SANTOS BOTELHO, Prefeito Assunto: KA° PENAL - C.E., ART. 350 - PEDIDO DE CONDENACAO CRIMINAL - SUSPENSAO CONDICIONAL DO PROCESS° Relator: Desembargador Domingos Coelho

CARTA DE ORDEM para o fim adiante nomeado, dirigida ao(a) Exmo(a). Sr(a). Juiz(a) Eleitoral da 173a ZONA ELEITORAL - MATIAS BARBOSA ou a quern as suas vezes fizer.

0(A) Exmo(a). Sr(a). Desembargador Domingos Coelho, Relator(a) do(a) Aga° Penal No 241-80.2015.6.13.0000 da 173a ZONA ELEITORAL - MATIAS BARBOSA, na forma da Lei etc.

FAZ SABER que por este Tribunal tramitam os autos supra, ordenando a V. Exa. que proceda, observadas as formalidades legais, a: 1) citagao do reu para a audiencia de proposta da suspensao condicional do processo, conforme termos ofertados pela Procuradoria Regional Eleitoral as fls. 08/09; 2) lavratura do termo, caso seja aceita a proposta, corn a devolugao da carta de ordem para a devida homologagao; 3) notificagao do denunciado e de seus defensores, caso nao seja aceita a proposta, para oferecimento, neste Tribunal, de defesa previa, no prazo de 5 (cinco) dias, nos termos do art. 8 0 da Lei no 8.038/1990 4) notificagao do Procurador Regional Eleitoral e dos defensores constituidos da data designada para a audiencia, mediante carta corn aviso de recebimento, conforme disposto no art. 9 0 , § 2 0 , da Lei no 8.038/1990. Em anexo c6pia das principals pegas dos autos.

Prazo para cumprimento da diligencia: 30 (trinta) dias.

V. Exa. assim cumprindo ou det- inando que se cumpra, prestara mais este servigo a Justiga. Dada a Cidade de , aos 7 de margo de 2016. Eu, , Marco Aurelio Neto, Coordenador de Registros e formagoes Processuais, a subscrevi.

DesembargadorXforl , ingos Coelho Relator MINISTERIO POBLICO ELEITORAL Procuradoria Regional Eleitbral em Minas Gerais

EGREGIO TRIBUNAL REGIONAL ELEITORAL DE MINAS GERAIS

Procedimento Investigatorio Criminal n° 1.22.000.002083/2015-43 THE 1 MG Denuncia PRE/RP/2015 SECAO DE PROTOCOL° JUDICIAP 262.73612015

0 MINISTERIO PUBLIC() ELEITORAL, por interrnedio da PROCURADORIA REGIONAL ELEITORAL, oferece DENUNCIA em desfavor de

VALDESIR SANTOS BOTELHO, brasileiro, Prefeito Municipal de Santana do Deserto/MG, riascido aos 31/05/1962, filho de Manoel - Botelho .e Ana Santos Botelho, portador do CPF n° 411,303.756-68 e da CI n° 68.504.372-SSP/RJ, residente na Rua Candid° Ferreira, n°' 135, Centro, Santana d6 Deserto/MG, pela pratica do crime capitulado no artigo 350 do Cadigo Ekitoral; na forma a seguii- descrita:

0 denunciado, na condicdo de candidate a Prefeito Municipal de Santana Deserto/MG, nas Eleicides de 2012, contratou corn o Sr. Synval Alvico Costa prestacdo de servicos de publicidade consistentes na sonorizacao e montagem de palco para comicios, no valor total de R$ 15.000,00.

Ocorre que, ao protocolar a Prestacdo de Contas de sua carnpanha na 173a Zona Eleitoral de Matins Barbosa, o denunciado omitiu dolosamente referida despesa nos autos da PrestacAo de Contas in° 670-774012.6.13.0173, pots dela nao fez constar referida contratacao (fist 95/148). MINISTERIO PUBLICO ELEITORAL Proctkadoria Regional Eleitoral em Minas Gerais

A entrega da Prestacao de Contas foi realizada mediante a assinatura do proprio denunciado, conforme se vetifica nos documentos de fls. 96, 97, 99, 100, 108, 110/114, 114/125 e 138/141.

Por outro lado, a comprovacab da contratacao da despesa omitida encontra-se presente nos autos da AcAo de Cobranca com IndenizacAo por Perdas e Danns n° 0016358-05.2014.8.13.0069, proposta por Synval Alvico Costa, , na condicab de credor. Nos referidos autos observa-se que as prows testemunhais juntaclas comprovam satisfatoriamente a ocorrencia da despesa omitida (fls.-38/155).

Em depoimento, a testemunha Fabricio Costa Garcia, advogado contratado pelo credor, inforrnou que:

() autor procurou o depoente, na condicao de aclvogado, em certa ocasibo, narrando que havia celebrado contrato verbal corn o requerido, pedindo ao depoente para ajuizar Kap para. rece r dinheiro; que o depoente disse que nab iria pegar a calm porque conhecia o requerido, sendo o atual prefeito de Santana do Desert°, chegando a entabular conversas para contratar o depoente para a prefeitura de Santana do Desert° e o depoente no ficaria confortavel

em litigar , contra o Sr. Valdesir; que o depoente falou para o autor procurar outro advogado, mas se dispos a entrar em contato com o requerido para se conseguir um acordo extrajudicial; que o depoetite chegou a entrar em contato com o• requerido, marcando hora Para conversar corn ele; que o depoente foi atendido pelo Sr. Valclesir na prefeitura de Santana do Desert° e la o depoente expos 'a situacao e tentou o acordo entre as partes; que o requerido'comecou a entrar no merito da questa° e o depoente o interrompeu afirmando que so queria tentar•o acordo; que o requerido disse que poderia pa'gar dez mil reais ao autor para acabar com a histotia, mas o actor autorizott o depoente a fazer acordo em importancia superior, salvo engano, quinze mil reais (fls. 77/77-v).

Ja. Gustavo Marques Rodrigues, Vice-Prefei eleito, ouvido na candicao de informante, disse que: MINISTERIO PUBLICO ELEITORAL Procuradoria Regional Eleitoral em Minas Gerais

[...] que o depoente e o requerido estavam em uma reuniao, na casa do depoente, discutindo-se sobre a sonorizaca° da campanha; que o depoente tinha o contato telefonico do autor; que o depoente telefonou para o autor e depois passou o contato para o requerido; que o requerido a que fez as tratativas da sonorizacao corn o autor; que nao sabe de qualquer intervened() da congaed° na contittaedo do autor; [...] cur o autor ofetivamente_prestou os servicos de sonorizacao na campanha eleitoral que tinha o requerido como candidato, inclusive fornecendo palanque mOvel ; o som; que o depoente esteve nos comicios em que o autor fazia seus trabalhos; que o autor estava presente nestes comicios e era quem operava os equipamentos de sonorizacao; que o depoente nao teve conhecimento do valor do servico prestado pelo autor; que o depoente buscou preo da sonorizacao corn urn outro rapaz, cujo come nao se recorda; que o preco que foi falado para a sonorizacao foi em media, salvo engano, entre quinze e vinte mil reais; que um rapaz do Rio de Janeiro tambem falou que a media de preco seria naquele valor [...] (fls. 78/78-verso).

Por sua vez, a testemunha Willian Paver° de Oliveira, que.tarribem trabalha corn, sonorizaedo, corroborou os depoimentos anteriores ao declarar a impossibilidade de loca(ao dos equipamentos de propriedade de Synval Alvico da Costa, por estarem sendo utilizados em campanha eleitoral no municipio de Santana doDeserto/MG:

[...] que o depoente tambem trabalha corn sonorizacdo e precisou alugar a aparelhagem do autor e nao conseguiu porque o autor disse 'que estava usando os aparelhos em carnpanha eleitoral na cidade de Santana do Desert° (fl. 80).

No que tange ao dolo do denunciado na omissAo de .despesa nos autos da Prestacdo de Contas, observa-se sua ocorrencia na cOntestacdo apresentada as fls. 82/90 e na rnanifestacdo de fls. 154/155, em que o denunciado ampara seu pedido de improcedencia do pedido de indenizacao cumulada ,com indenizaedo por, perdas danos, insistindo na regularidade das contas prestadas e na sua aproVacao sem ressalvas.

0 denunciado manifestou-se sobre os autos de Prestacao de Contas na Acao de Cobranca corn os seguintes dizeres; MINISTERIO PUBLIC() ELECTORAL Procuradoria Regio'nal Eleitoral em Minas Gerais

Verificando-se pormenoriza,clamente todos os dados carreados aos autos, no que se refere a prestacao de contas devidamente apresentada, - cedico que nao houve, definitivamente, nenhuma prestacao servico pelo autor. Tal qual bem demonstrado na prestacao de contas, alem da notoria inexistencia de servicos prestados pelo autor ao reu, nao foi detectada qualquer inconsistencia na prestacao de contas, como acertadamente ratificado pela juiza elehoral, Dra. Maria LAcia Cabral Caruso [../.] (fl. 154).

Naquela mesma manifestacao, concluiu o denunciado afinnando

[...1 a prestacao de contas foi devidamente aprovada pelo organ juriSdicional responsavel, de modo a nao sobejarem quaisquer dilvidas - e restar cabalmente comprovado que nao houve a prestacao dos servicos equivocadamente suscitada pelo autor (fl. 155).

Assim, observa-se que o denunciado VALDESIR SANTOS rioTELA-io omitiu dolosamente,' nos autos da Prestacao de Contas, a despesa corn publicidade contratada corn .Synval Alvico da Costa, tendo ciencia da contratacao, Niez que efetuada diretamente entre o denunciado e o, contratado, bem corno da prestacAo do servico, tendo em -vista que o prOprio contratado prestava o servico de -sonorizacdo e montagem de palco.

Aletn disso, o conhecimento e a efetiva contratacao do servIco pode serer aceite observada no depoimento da testemunha Fabricio Costa Qarci, que afirmou o do denunciado em pagar o servico prestado em 'um acordo intermedlado por referida testemunha, no valor de R$ 10.000,00.

Registra-se que, segundo referida testemunha, o aco‘rdo para pagamento do servico prestado apenas no foi fechado por intermedio de sua pessoa porque o contratado nao autorizou 9 recebimento de valor ferior a R$ 15.000,00. MINISTER* POBLICO ELEITORAL Procuradoria Regional Eleitoral em Minas Gerais

Nos mesmos autos de cobranca, verifica-se que ate o informante leVado pelo prOprio•denunciado ao Juizo Civel, Pedro Paulo Felisbino da Silva, detentor de cargo de confianca por indicacdo do denunciado, .confirma, a realizacao de eventos de campanha sonorizados, apenas divergindo no que se refere a responsabilidade pela prestacdo do servico. Inforrnou que servico de sonorizacdo e de palanque foi contratado atraves de doaeoes recebidas".

Registra-se, ademais, que, naqueles autos, o denunciado arrolou qualquer outra testemunha que confirmasse a sua tese de rid() contrataedo dos servicos de sonorizaedo corn Synval Alvico Costa, alem da testernunha contraditada.

Portant°, pelo conjunto de elernentos colhidoS no curs° da Acdo de Cobrartea, resta demonstrado que o denunciadoNALDESIR SANTOS BOTELHOr, de forma consciente e voluntaria, omitiu, nos autos de Pxestacdo de- Contas u° 677— 772012.6.13.0173, document° publicd, declaracdo' que dela devia, ,constat, consistente na prestaedo de servico de sonorizacdo e rriontagern de palanque contratada corn Synval Alvico Costa, para fins eleitorais.

ISSO POSTO, esta o denunciado incurso nas sancOes do art." 350 do Codigo Eleitoral, raid° pela qual requer o MINISTERIO PUBLICO ELEITORAL queseja notificado para oferecer resposta, no prazo de 15 dias, nos termos do art. 4° da Lei 8.038/90; e que, em seguida, seja a presente denuncia/ recebida, citando-se e intimando-se o denunciado para apresentar defesa previa, porn posterior designaedp de audiencia de instruedo e julgamento l para que, aofinal, seja condenado por sentenca que julgue totalmente procedente a imputacdo ministetfal forrrtulada.

o interrogaterrio dos acusados devera ser realizado no final da instrucao processuar, por forca cla •inci•dencia do art. 400 do CPP, que ab-rogou o art. 7°, caput, da Lei 8,038/90. MINISTERIO PUBLICO ELEITORAL Procuradoria Regional Eleitoral em Minas oerais

Requer, ainda, a notificacAo do Institufo Nacional de Identificaedo (INI/DPF) da presente denimcia para os registros 4e praxe, bern como a inquirieao das testemunhas Fabricio Costa Gal-6a, Gustavo Marques Rodrigues, Willian Favero de Oliveira, 'qualificados as fls. 78/80, respectivamente, e Synval Alvico Costa, qualificado a fl. 04.

e, 16 de setembr0.2015.

PATRICK S GADO MARTINS Procurador Regional Eleitoral MINISTERIO PUBLIC° ELEITORAL Procuradoria Regional Eleitoral'em . Minas Gerais

Procedimento Investigaterio Criminal n° 1.22.000.002083/2015-43 Cota PRE/RP/2015 THE/MG 3E00 DE PROTOCOLO JUDICIAR 262.737/2015 Excelentissimo Juiz Relator,. , 22/09/2015-17:32 Egregio Tribunal, 111111111111111111111131111E1

Segue, em seis laudas, denfmcia oferecida por esta PROCURADORIA REGIONAL ELEITORAL em desfavor de VALDESIR SANTOS BOTELHO, atual Prefeito Municipal de Santana do Deserto/MG, pela pratica do crime capitulado no artigo 350 do COQ° Eleitoral

Considerando a pena minima abstratamente cominada ao delito (CE, art 284) e a ausencia de antecedentes criminais do denunciado, evidenciada pelo Relatorio de Pesquisa n° 5954/2015 juntado as fls. 156/159, .verifica-se ser cabivel, s no presente caso, a aplicacao da norma contida no artigo 89 da Lei 9.099/95.

Ante o exposto, depOis de recebida a dentincia por esse Tribunal, a PROCURADORIA REGIONAL ELEITORAL propeie a SUSPENSA0 CONDICIONAL DO PROCESSO pelo prazo de 02 anos, desde que regularmente -. cumpridas pelOdenunciado as seguintes condicoes:

1. Comparecimento pessoal e obrigatorio do 'denunciado ao Juizo .da 1,73a Zona Eleitoral, mensalmente, para informar e jurstificar suas atividades; 2. Proibicao de se ausentar da 173' Zona Eleitoral por mais 4e , 15 dias1 ininterruptos, sem autorizacAo do Juizo Eleitoral; 3. Prestacao individual -de servicos a comunidade, a rail° de 1 hors por dia, ou prestacao pecunifiria individual no valor de 20 salgirios minimos, podendo ser este valor parcelado, a criterio do Promotor Eleitoral, que inclusive indicara a ,entidade beneficiaria. MINISTERIO PUBLICO ELEITORAL Procuradoria Regional Eleitoral em Minas Gerais

Requer, para tanto, que seja expedida Carta de Orden! aPJuizo da 173a Zona Eleitoral para realizacao de audiencia admonitOria, oportunidade em que o denunciado devera comparecer para dizer se aceita ou nao a proposta formulada, com a posterior fiscalizaedo do period() de prpva e cumprimento integral das condieoes.

, 16 de setembro 2015.

PATRICK SA ADO MARTINS Procurador Regional Eleitoral EXCELENTISSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR RELATOR DO EGREGIO TRIBUNAL REGIONAL ELEITORAL DO ESTADO DE MINAS GERAIS

Autos ng: 0000241-80.2015.6.13.0000

ISMOIOPP3ROTOCOLO JUDICIARIO 313.927/2015 0311112015-17:11

VALDESIR SANTOS BOTELHO, ja devidamente qualificado nestes autos da Ac5o Penal que Ihe move o Ministeriolico Eleitoral, numero em

epigrafe, manifesta-se diante de Vossa Excelencia, por intermedio de sua procuradora

regularmente constituida, objetivando, corn fulcro no artigo 4° da Lei n° 8.038/1990,

oferecer a sua RESPOSTA ESCRITA A ACUSACAO, consubstanciado nos seguintes argumentos de fato e de direito:

Esta denuncia reflete bem os excessos que nos tempos atuais tem-se pautado o Ministerio Public° para fazer da persecuc5o penal urn instrumento de vinganca, sempre sob a preocupante influencia da opiniao publics e a acolhida da mfdia, avida por manchetes espetaculares e noticias efemeras.

Narra a denCmcia que "o denunciado, na mondial() de candidate a Prefeito Municipal de Santana do Deserto/MG, nas Eleirdes de 2012, contratou corn o Sr. Synval Alvico Costa a prestactio de servicos de publicidade consistentes no sonorizagdo e montagem de palco para cornicios, no valor total de R$15.000,00". Aduz ainda que "o denunciado omitiu dolosamente referida despesa nos autos da Prestaccio

de Cantos". Em arremate, a dentincia aborda ainda que "a comprovacao da contratactio do despesa omitida encontra-se presente nos autos do Actio de Cobranca

com Indenizactio por Perdas e Danos ng 0016358-05.2014.8.13.0069, proposta por

Synval Alvico Costa, na condictio de credor". (grifos nossos)

A pega vestibular, confusa, retrata uma verdadeira perseguigao

frente ao denunciado. Numa analise sistematica da denOncia, percebe-se que a mesma

é pautada tao-somente por elementos colhidos no curso da Agao de Cobranga proposta por Synval Alvico Costa, no ambito do Juizado Especial Civel da Comarca de

Bicas/MG (0016358-05.2014.8.13.0069). Nao ha qualquer outro elemento de prova, qualquer indicio, nao ha absolutamente nada alem da agao civil juntada aos autos.

Porem, cumpre salientar que a referida ac5o utilizada como alicerce para a propositura da presente foi iulgada inteiramente improcedente em primeira instancia, corn sentenca publicada na data de 17/08/2015 (documento anexo), data anterior a do oferecimento da dentincia.

Em sede de Segundo grau. o recurso interposto Dela parte vencida foi conhecido e nao provido em julgamento recente pela Segunda Turma

Recursal Civel da Comarca de (autos n2 0066267-45.2015.8.13.0145), na data de 28/10/2015 (documento anexo).

Ora, considerando que a Prestagao de Contas n2 0000679-

77.2012.6.13.0173, inteiramente acostada em anexo, contem parecer ministerial datado de 29/11/2012 opinando pela aprovagao das contas de campanha e obteve sentenca que julgou as mesmas aprovadas na data de 30/11/2012; considerando que a agao proposta por Synval Alvico Costa contra o denunciado, objetivando o reconhecimento de urn suposto contrato e a cobranga do valor por ele avencado, fora julgada inteiramente improcedente em primeira e segunda instancias pelo Egregio

Tribunal de Justica do Estado de Minas Gerais, saindo o denunciado como vencedor, e; considerando que a presente denUncia, fragil por sua natureza, vale-se tao-somente de elementos fustigados na referida agao judicial, é de concluir que o fato combatido na

Aga° Penal em aprego é um fato plenamente atipico. Se houve algum tipo de prestagao de servigos ao denunciado,

esta ocorrera por total liberalidade do prestador, por empatia politica, questoes afetas

A identidade particlaria, ou, ainda, por se tratar de militante, correligionario. Eventual

servigo prestado foi praticado por interesse prOprio, no intuito de demonstrar apoio ao

denunciado em period° de campanha. E isso ficou plenamente evidenciado nas decisOes judiciais.

Assim, admitindo-se, por suposto, a pratica de algum ato ilicito

por parte do denunciado, onde ha exposicao circunstanciada do fato delituoso em toda sua essencia e corn todas as suas circunstancias, nos exatos moldes determinados pelo art. 41 do COdigo de Processo Penal? Nao ha! Encontramos apenas impressOes pessoais e subjetivismos, que, longe de se caracterizarem como uma necessaria base empirica para a den6ncia, registram uma violacao do dever juridic° que se impoe ao

Estado de acusar corn responsabilidade e em sintonia corn os postulados do Estado Democratic° de Direito.

Ademais, torna-se tambem oportuno e indispensavel evidenciar que o abuso do direito de denunciar tambem afronta o principio da dignidade da pessoa humana, corn base positiva no art. 1°, III, da Constituigao Federal e este postulado tern como meta impedir clue o homem converta-se em obieto manipulavel dos processos e awes estatais.

0 processo crime ja se configura por si mesmo como urn flagelo na vida das pessoas de bem e dai a indispensabilidade de ser manejado corn prudencia e responsabilidade por parte daqueles que detem a iniciativa da persecuglo penal e tambem por aqueles que possuem a legitimidade de condenar ou absolver...

Desta forma, manifesta a inadequagao da pega acusat6ria aos parametros legais previstos fundamentalmente pelo art. 41 do COdigo de Processo

Penal, requer o acusado seja a den6ncia inteiramente rejeitada, nos termos do artigo

62 da Lei n 2 8.038/1990 e do artigo 395, do CPP, caracterizando, assim, a presente decisao, um pronunciamento fruto de uma correta interpretagao da lei e tambem de uma aplicagao da legislagao processual penal em estreita harmonia corn os postulados constitucionais vigentes, instrumento, portanto de JUSTICA e pacificagao social. Apenas ad argumentandum, caso ri5o seja este o entendimento de Vossa Excelencia, o denunciado protesta, desde já, por sua inocencia, afirmando valer-se de todos os meios de prova admitidos em Direito, especialmente a prova testemunhal, requerendo desde já, sejam regularmente intimadas, corn as cautelas de estilo.

ROL DE TESTEMUNHAS:

• SILVINO CAVALCANTI DE ALBUQUERQUE FILHO, residente na Estrada

Serraria Santana do Deserto, km 10, Fazenda Santa Terezinha, Santana do Deserto/MG;

• PEDRO PAULO FELISBINO DA SILVA, residente na Rua Armando Granzinolli, ng 300, centro, Santana do Deserto/MG;

• M,-,14210 HENRIQUE SOUZA E SILVA, residente na Rua Vinte e Seis de Julho, n9 50, centro, Santana do Deserto/MG;

• CARLOS HENRIQUE DE CARVALHO, residente na Avenida Silvio Bastos, ng 26, bairro Ericeira, Santana do Deserto/MG.

Pede deferimento.

De Juiz de Fora para Belo Horizonte, 29 de outubro de 2015.

OECHAT BARROS.

OAB/MG 85.700. PROCURACAO

Por intermedio deste instrumento particular de mandato, VALDESIR SANTOS BOTELHO, brasileiro, Prefeito Municipal de Santana do Deserto/MG, CPF n°.: 411.303.756-68, residente e domiciliado na Rua Candido Ferreira, n°:135, Centro, Santana do Deserto/MG, constitui como sua defensora BEATRIZ BOECHAT BARROS, OAB/MG 85.700, corn escritorio na Av. Bark, do Rio Branco, 2679, sala 901, Centro, na cidade de Juiz de Fora/MG, CEP.: 36.010-011, outorgando-a os poderes da clausula ad judicia, especialmente para atuar na Acd'o Penal, autos n°.: 0000241-80.2015.6.13.0000, em regular tramitacao no Tribunal Regional Eleitoral de Minas Gerais, podendo, para tanto, promover todos os atos necessarios ao born e fiel cumprimento deste mandato, agir em conjunto ou separadamente e inclusive substabelecer, se for o caso.

Juiz de Fora, 29 de outubro de 2015.

VALDESI SANTOS BOTELHO. MINISTERIO PC1136C0 ELEITORAL Procuradoria Regional Eleitoral em Minas Gerais

Mao Penal n° 241-80.2015.6.13.0000

Parecer PRE/RP/2015 THE / MG 31A60. 6(1E3711007 le JUDICIAP.

13/11/2015-15:53 Excelentissimo Juiz Relator, III IIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIUIIIIIIIIIIIII Egregio Tribunal,

Trata-se de acdo penal proposta em face de VALDESIR SANTOS BOTELHO pela pratica do crime previsto no art. 350 do Codigo Eleitoral, consistente na omissao *de despesa nos autos da Prestacdo de Contas n° 679-77.2012.6.13.0173, referente as EleicOes de 2012.

Conipulsando os autos, verifica-se que o acusado foi devidatnente intintado e apresentou resposta a aeusacao nas fls. 178/182 e 184/250.

Na sequencia, esta PRE foi intimada para se manifestar sobre os documentos juntados (fl. 250-v).

-Os documentos juntados se resumem a resposta a acusacdo (fls. 178/182 e 184/188), copia dos autos da Prestacao de Contas (fls. 189/242), copia da sentenca que julgou improcedente a acao de cobranca que versou sobre a despesa omitida e que deu origem a denimcia dos presentes autos (fls. 243/247) e copia do acordao qtte negou prov-imento ao recurso inominado (fls. 248/250).

0 acusado, ao argumento de que "a dentincia reflete bent os excessos que nos tempos atuais tern-se pautado o Ministerio Publico para fazer, a persecucao penal urn instrumento de vinganca", refutou a denimcia corn base na aprovacao da Prestacao de Contas de sua campanha eleitoral nas EleicOes de 2 12 e, ainda„na improcedOncia da acdo de cobranca movida por Synval Alvico 4 osta. Aduziu que a denimcia é MINISTERIO PUBLIC() ELEITQRAL Procuradoria Regional Eleitoral em Minas Gerais

inadequada por nao apresentar todos os requisitos previstos no art. 41 do Co rgo de Processo Penal.

E o relatorio.

Em relacao a aprovacao da Prestacao- de Contas, corn parecer favoravel do Ministerio PUblico Eleitoral, insta considerar que a omissao de desPesa nao poderia ter dado ,causa a rejeicao das contas, por ser, a epoca, fato desconhecido da Justica Eleitoral. Assim, a aprovacao da prestacao de contas em nada altera os fatos narrados na dentincia ou sua adequacao ao tipo. • n Quanto a improcedencia dos pedidos da acao de cobranca ajuizada por Synval Alvico Costa, é necessario destacar que a sentenca civel nao produz efeitos no ambito penal, tratando-se de esferas independentes. Alem disso, conforme se observa nos documentos de fls. 243/247, os motivos da improcedencia foram a comprovacao dos fatos alegados exclusivamente por provas testemunhais e a vedacao trazida pelo art. 401 do C6digo de Processo Civil para contrato& de valor superior a dez vezes o maior safari° minimo vigente ao tempo fla celebracao.

No que tange a alegada inepcia da initial, consigna-se que os requisitos previstos no art 41 do Cedigo de Processo Penal foram devidamente atendidos, inexistindo, por esse motivo, razao para rejeicao da denancia. Veja-se:

RECURS() EM HABEAS CORPUS. TRANCAMENTO DE AcAO PENAL. CRIME DE FALSIDADE. CODIGO .ELEITORAL, ART, 350. CRIMES CONEXOS. COMPETENC1A. ALEGAQA0 DE AUSENCIA DE DOLO. NECESSIDADE DE EXAME APROFUNDADO DE PROVAS. HABEAS CORPUS. IMPOSSIBILIDADE. [...] 3. Nao a inepta a denuncia tie descreve fatos que, em tese, configuram crime eleitoral. 4. A veracidade e a confirrnac dos fatos apontaclos na denuncia, t" MINISTERIO PUBLICO ELEITORAL Procuradoria Regional Eleitoral em Minas Gerais

inclusive no que tange ao dolo e propositos eleitorais indicados Pela acusacao, sao materia a serem solvidas na instrucao protessual. [...] - (Recurso em Habeas Corpus n° 33425, Acarddo de 15/05/2014, Relator(a) Min. HENRIQUE NEVES DA SILVA, Publicacao: DJE - Diario de justica eletronico, Tomo 115, Data 24/6/2014, Pagina 125 )

HABEAS CORPUS. CRIME ART. 324 C/C ART. 327 DO CODIGO ELEITORAL. CALUNIA ELEITORAL. ELEIcOES 2,008. DENUNCIA. INEPCIA. INEXISTENCIA. TRANCAMENTO AcA0 PENAL. IMPOSSIBILIDADE. 1. 0 trancamento de Ka° penal por meio de habeas cotpus somente e possivel quando se evidenciar, de pronto, que ha imputacao de fato atipico, inexistencia de indicio da autoria do delito ou ,, ainda, a extincao da punibilidade. Precedentes. 2. No caso, n'ao esta presente causa de extincao da punibilidade, e a dentincia nao a inepta, pois descreve fato que, em tese, configura crime eleitoral, indica os locals e as circunstancias da acao e individualiza a conduta do paciente ; o que"atende aos requisitos do art. 357, § 2°, do Codigo Eleitoral e do art. 41 do Codigo Penal. 3. Ordem denegada. (Habeas Corpus n° 165093, Acordao de 01/03/2012, Relatot(a) Min. FATIMA NANCY ANDRIGHL Publicacao: DJE-- Di6rio de justica eletronico, Tomo 58, Data 26/03/2012, Pagina 46 ).

Ante o exposto, a PROCURADORIA REGIONAL ELEITORAL renova seu pedido de recebimento da dentincia com regular prosseguimento do feito, nos moldes do art. 6° e seguintes da Lei 8.038/90, ate final condenacho.

Belo Horizon 13 de novembro de 2015.

PATRICK LGADO MARTINS Procurador Regional Eleitoral

a. TRIBUNAL REGIONAL ELEITORAL DE MINAS GERAIS

Acao Penal no 241-80.2015.6.13.0000

Zona Eleitoral: 173a, de Matias Barbosa, Municipio de Santana do Deserto Denunciante: Ministerio P6blico Eleitoral Denunciado: Valdesir Santos Botelho, Prefeito Relator: Desembargador Domingos Coelho

ACeIRDA0

Agao penal originaria. Denuncia contra Prefeito. Crime de falsidade ideologica eleitoral, capitulado no art. 350 do C6digo Eleitoral. Juizo de admissibilidade. Alegagao de que a denuncia seria confusa e nao descreveria o fato delitivo de forma circunstanciada, em afronta ao art. 41 do Codigo de Processo Penal. Improcedencia. Clara exposicao do fato criminoso, corn a delimitagao de tempo, lugar e forma de execugao, em atendimento tanto aos requisitos do art. 41 do CPP quanto do art. 357, § 2°, do Codigo Eleitoral. Fato atipico. Nao constatagao. Narragao de omissao dolosa de recursos em prestagao de contas - documento p6blico - de campanha, fato que caracteriza, em tese, conduta tipica, ilicita e punivel na seara eleitoral. Jurisprudencia do TSE. Fragilidade das provas nas quais se alicerga a denuncia. Inexistencia. Juntada de documentos e arrolamento de testemunhas como conhecedores dos fatos narrados. No momento de admissibilidade da pega acusatoria nao comporta maiores conclusoes sobre a prova da pratica do crime, bastando a existencia de indicios de autoria e materialidade. Decisao em agao de natureza civel conclusiva pela impossibilidade de pagamento da quantia requerida pelo credor por meio de prova apenas testemunhal do fato alegado - prestagao de servigos. rIrrelevancia.

CPA/cbp :)44/4

TRIBUNAL REGIONAL ELEITORAL DE MINAS GE IS

Independencia entre as esferas dye' e criminal. Existencia de elementos suficientes para a instauragao da persecucao penal. Denuncia recebida.

Vistos, relatados e discutidos os autos do processo acima identificado, ACORDAM os Juizes do Tribunal Regional Eleitoral de Minas Gerais, a unanimidade, em receber a dentincia, nos termos do voto do Relator.

Belo Horizonte, 29 de janeiro de 2016.

Desembargador rnkigos Coelho Relator

CPA/cbp TRIBUNAL REGIONAL ELEITORAL DE MINAS GERAIS

Aga° Penal no 241-80.2015.6.13.0000 Zona Eleitoral: 173a, de Matias Barbosa, Municipio de Santana do Deserto Denunciante: Ministerio Public° Eleitoral. Denunciado: Valdesir Santos Botelho, Prefeito Assunto: Acao penal originaria. Denuncia capitulada no art. 350 do Codigo Eleitoral. Falsidade ideolOgica eleitoral. Omissao dolosa de despesa em prestacao de contas. EleicOes de 2012. Relator: DESEMBARGADOR DOMINGOS COELHO Revisor: Juiz Mauricio Pinto Ferreira

Vistos, etc.

Corn o recebimento da denbncia por este Tribunal, em sessao de 29/1/2016, conforme acOrdao de fls. 265-275, foi instaurada a acao penal contra Valdesir Santos Botelho, Prefeito Municipal de Santana do Deserto, pela pratica do crime previsto no art. 350 do C6digo Eleitoral.

Concomitantemente ao oferecimento da denUncia, o Ministerio P6blico Eleitoral apresentou, as fls. 8-9, proposta de suspensao condicional do processo ao denunciado, nos termos do art. 89 da Lei n° 9.099/1995, requerendo, para tanto, a expedicao de carta de ordem ao Juizo da 173a Zona Eleitoral, de Matias Barbosa, domicilio eleitoral do denunciado.

Diante do exposto, determino, corn fundamento no art. 9°, § 1°, da Lei n° 8.038/1990 1 , a expedicao de carta de ordem ao Juizo da 173' Eleitoral, qual delego competencia para os seguintes atos processuais: ao

I — Citacao do reu para a audiencia de proposta da suspensao condicional do processo, conforme os termos ofertados pela Procuradoria Regional Eleitoral, as fls. 8-9, considerando-se o RelatOrio de Pesquisa n° 5954/2015, de fls. 165-168;

II — Lavratura do termo, caso seja aceita a proposta, corn a devolucao da carta de ordem para a devida homologacao;

Ill — Notificagao do denunciado e de seus defensores, caso nao seja aceita a proposta, para oferecimento, neste Tribunal, de defesa previa no prazo de cinco dias, nos termos do a 8° da Lei f° 8.038/1990;

Art. 9° - A instrucao obedecera, no que cou er , o procedimento comum do COdigo de Processo Penal. § 1° - 0 relator podera delegar a realizacao o inte gat6rio ou de outro ato da instrucao ao juiz ou membro de tribunal corn competencia territorial no local de cumprimento da carta de ordem. TRIBUNAL REGIONAL ELEITORAL DE MINAS GERAIS

0 Procurador Regional Eleitoral e os defensores constituidos deverao ser notificados da data designada para a audiencia mediante carta corn aviso de recebimento, conforme disposto no art. 9°, § 2°, da Lei n° 8.038/1990.

Prazo para cumprimento da diligencia: trinta dias.

Publique-se. Intimem-se. Cumpra-se.

Belo Horizonte, 3 e marco de 2016.

DESEMBARGADOR D OS COELHO Relat

CPA/cbp Rmgwsefe1061comurn Despachos \AP 241-80 - and susp cond+defesa previa

2