Repositório Institucional Da Universida
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AVISO AO USUÁRIO A digitalização e submissão deste trabalho monográfico ao DUCERE: Repositório Institucional da Universidade Federal de Uberlândia foi realizada no âmbito do Projeto Historiografia e pesquisa discente: as monografias dos graduandos em História da UFU, referente ao EDITAL Nº 001/2016 PROGRAD/DIREN/UFU (https://monografiashistoriaufu.wordpress.com). O projeto visa à digitalização, catalogação e disponibilização online das monografias dos discentes do Curso de História da UFU que fazem parte do acervo do Centro de Documentação e Pesquisa em História do Instituto de História da Universidade Federal de Uberlândia (CDHIS/INHIS/UFU). O conteúdo das obras é de responsabilidade exclusiva dos seus autores, a quem pertencem os direitos autorais. Reserva-se ao autor (ou detentor dos direitos), a prerrogativa de solicitar, a qualquer tempo, a retirada de seu trabalho monográfico do DUCERE: Repositório Institucional da Universidade Federal de Uberlândia. Para tanto, o autor deverá entrar em contato com o responsável pelo repositório através do e-mail [email protected]. UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA INSTITUTO DE HISTÓRIA NOS “LABIRINTOS DO MEDO”: EXÍLIO E LINGUAGEM EM DEPRESSÕES, DE HERTA MÜLLER UBERLÂNDIA-MG 2014 MANUEL BATISTA DE SÁ FILHO NOS “LABIRINTOS DO MEDO”: EXÍLIO E LINGUAGEM EM DEPRESSÕES, DE HERTA MÜLLER Monografia apresentada ao Curso de História, da Universidade Federal de Uberlândia, como requisito para a conclusão do Curso de História. Orientadora: Profª. Drª. Luciene Lehmkuhl Uberlândia- MG 2014 MANUEL BATISTA DE SÁ FILHO NOS “LABIRINTOS DO MEDO”: EXÍLIO E LINGUAGEM EM DEPRESSÕES, DE HERTA MÜLLER Banca examinadora: __________________________________________ Prof. Drª. Luciene Lehmkuhl (Orientadora) __________________________________________ Prof. Dr. Florisvaldo Paulo Ribeiro Junior __________________________________________ Profª. Ms. Lohanne Gracielle Silva Uberlândia, 22 de agosto de 2014. Agradecimentos Desde que me entendo por gente, recordo-me dos meus pais com livros por perto. Dona Lídia, professora de geografia e seu Manuel, militar, sempre com todos os tipos de material escrito na mão. Nos finais de semana, além do cinema e parques de diversões, era frequente irmos passear juntos em livrarias, mesmo que fosse apenas para folhear as últimas novidades. Com o exemplo deles, aprendi a valorizar os livros e a criar um carinho especial pela história e pela literatura. Agradeço a ambos por continuarem a me apoiar nas minhas escolhas acadêmicas dos últimos anos e contribuírem para que eu pudesse conduzir meus estudos de forma serena e responsável. Agradeço a minha irmã Antonia, presença fundamental que ajuda a tornar minha vida mais divertida e leve. Ao meu irmão João, por ser paciente e estar sempre disposto a ajudar, mesmo tendo dias e noites bem ocupados. Ao meu melhor amigo Daniel, tenho muito a agradecer! Agradecer pelos quase cinco anos de amizade, mesmo morando em outra cidade. Superamos a barreira da distância: você é uma das pessoas mais presentes no meu cotidiano! Agradeço por nossas discussões sobre a história e a vida. Contigo aprendi (e continuo a aprender) a valorizar e respeitar o outro em toda a sua complexidade e a ter na amizade o bem mais precioso que alguém pode ter. Ao Renan, agradeço pela confiança de compartilhar sua forma de ver o mundo. Contigo tenho aprendido a ser uma pessoa mais firme e convicta de minhas escolhas. Aos colegas e amigos que fiz durante o curso de História na UFU, em especial os que convivi durante os dois anos de PIBID: Mislele, Fabrícia, Natália, Ester, Hugo, Aline, Marcelo e Diego. E às meninas que passei a conviver com mais assiduidade nos últimos semestres: Patrícia, Mariana, Aline e Priscila. Obrigado por serem tão presentes e terem tanta vontade de ouvir e trocar experiências, acadêmicas ou não! Aos amigos que fiz lá em Rio Branco, no Acre, no início do meu caminho pelas trilhas da história: Samyr, Fernanda, Leandro e Ádamo. E à Maíra, por ser tão interessada em desvendar os mistérios do mundo. Também quero agradecer a professora Luciene Lehmkuhl, que aceitou a aventura de trilhar os labirintos da literatura de Herta Müller comigo de maneira delicada e competente. As nossas conversas foram muito preciosas tanto para o desenvolvimento dessa monografia quanto para o meu amadurecimento profissional de modo mais amplo. Obrigado a todos por estarem em minha vida de maneiras tão especiais! Imagem 01- MONTAN, Ulla. Herta Müller em Estocolmo, 2009. “Aquilo que levianamente se denomina história também era para cada um da minha família, desde o nazismo, passando pelos anos 1950, o lado noturno da garganta. Cada um deles foi convocado pela história, tinha de alistar-se junto à história como vilão ou como vítima. E da dispensa da história nenhum deles saiu incólume. Meu pai anestesiava seu tempo como soldado da SS na bebedeira. Minha mãe se debatia com a careca morta de fome que ela fora como deportada, minha avó venerava a mala do acordeão, meu avô não largava seus blocos de recibos. Em cada um deles colidiam coisas na cabeça que jamais deveriam encontrar-se. Só fui realmente compreender como esses meus familiares se ressentiam desses danos quando eu mesma havia topado com a falta de saída. Só então eu sabia que com um assalto profundo demais todos os nervos ficam sobrecarregados para sempre. Que essa sobrecarga se afirma nos dias posteriores, que até mesmo recorre ao tempo anterior a ela. Ela não muda somente as coisas posteriores, mas também as anteriores que não teriam nada a ver com a fenda na vida, caso não houvesse a fenda. Tudo é magnetizado por essa ruptura, na cabeça toda e na vida toda nada mais se separa dela. O que havia antes da fenda se apresenta depois como se já tivesse estado aí escondido e por isso não fora reconhecido, já então um prenúncio inequívoco da perda posterior, um prólogo levianamente ignorado.” (Herta Müller. Se nos calamos, tornamo-nos incômodos- se falamos, tornamo-nos ridículos. In: O rei se inclina e mata, p.99-100) RESUMO Este trabalho visa discutir o tema do exílio e linguagem na obra da escritora romena Herta Müller, com foco na coletânea de contos Depressões, lançada em 1982 na Romênia. Ganhadora do Prêmio Nobel de Literatura em 2009, Müller nasceu em 1953 em uma família pertencente a minoria alemã que habita na histórica região do Banato. Durante o regime comunista de Nicolau Ceausescu (1965-1989), Müller foi perseguida e na condição de exilada política emigra em 1987 para a Alemanha. Seus livros, de cunho autobiográfico, promovem uma mistura consciente entre o vivido e o ficcional. Em Depressões, livro de estreia da autora, a menina protagonista relata o opressivo cotidiano de uma aldeia no interior da Romênia. O pertencimento à comunidade é posto em questão no decorrer dos contos por meio de uma prosa poética e compacta. O trabalho também discutirá as reações ao recebimento do Nobel: jornalistas e escritores mostraram-se surpresos e desconcertados com a premiação de Müller, até então pouco conhecida fora dos círculos literários alemães. Além disso, com os ensaios do livro Sempre a mesma neve e sempre o mesmo tio, de 2011, busco levantar questionamentos que aproximam a escrita da história ao fazer literário e apresentar a carreira de Müller, cuja obra tem recebido maior atenção do público e crítica internacionais nos últimos anos. SUMÁRIO INTRODUÇÃO.............................................................................................................08 CAPÍTULO 1- NOS “LABIRINTOS DO MEDO”: HERTA MÜLLER, GANHADORA DO NOBEL 2009 EM LITERATURA............................................14 1.1 A escritora e o Nobel...............................................................................................14 1.2 Reações ao Prêmio..................................................................................................18 1.3 Nos “labirintos do medo”: escrever é um trabalho da cabeça na mão............................................................................................................................24 1.4 Em muitas frentes e lugares: a literatura de Herta Müller.......................................................................................................................32 CAPÍTULO 2- ENTRE HISTÓRIA E LITERATURA NA OBRA DE HERTA MÜLLER.......................................................................................................................41 2.1 História e literatura: distanciamentos e aproximações.................................................................................................................41 2.2 Entre história e literatura: aproximações entre narrativas.......................................................................................................................48 2.3 Herta Müller e as possíveis relações entre história e literatura........................................................................................................................58 CAPÍTULO 3 EXÍLIO E LINGUAGEM EM DEPRESSÕES, DE HERTA MÜLLER.......................................................................................................................64 3.1 A importância da literatura para as minorias étnicas alemãs na Romênia.........................................................................................................................64 3.2 O exílio em questão.................................................................................................73 3. 3 Exílio e linguagem em Depressões........................................................................79