VIII Legislatura Número
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Assembleia Legislativa da Região Autónoma dos Açores Diário da Sessão XI Legislatura Número: 4 I Sessão Legislativa Horta, quinta-feira, 17 de novembro de 2016 Presidente: Deputada Ana Luís Secretários: Deputada Bárbara Chaves e Deputado Bruno Belo (substituído no decorrer da sessão pelo Deputado Jorge Jorge) Sumário: Os trabalhos tiveram início às 10 horas e 05 minutos. Os trabalhos parlamentares começaram com a Continuação da Apreciação do Programa do XII Governo da Região Autónoma dos Açores. Iniciado o debate, participaram no mesmo o Sr. Deputado Paulo Parece (PSD), a Sra. Deputada Renata Correia Botelho (PS), os Srs. Deputados Duarte Freitas (PSD), Artur Lima (CDS-PP), Jorge Jorge (PSD), a Sra. Deputada Fátima Ferreira (PS), os Srs. Deputados João Corvelo (PCP) e Paulo Estêvão (PPM), as Sras. Deputadas Sónia Nicolau (PS), Graça Silveira (CDS-PP) e Zuraida Soares (BE), o Sr. Deputado Iasalde Nunes (PS), a Sra. Deputada Maria João Carreiro (PSD), os Srs. Deputados César Toste (PS), José Ávila (PS), Jaime Vieira (PSD), a Sra. Deputada Catarina Cabeceiras (CDS-PP), os Srs. Deputados Luís Rendeiro (PSD) e José Contente (PS), bem como o Sr. Presidente do Governo Regional (Vasco Cordeiro), o Secretário Regional da XI Legislatura Número: 4 I Sessão Legislativa Horta, quinta-feira, 04 de novembro de 2016 Educação e Cultura (Avelino de Meneses) e o Sr. Secretário Regional do Mar, Ciência e Tecnologia (Gui Menezes). Os trabalhos terminaram às 19 horas e 49 minutos. Presidente: [Corte na gravação] o favor de fazer a chamada. Eram 10 horas e 05 minutos. Secretário: Muito bom dia. Procedeu-se à chamada, à qual responderam os/as seguintes Deputados/as: Partido Socialista (PS) Ana Luísa Pereira Luís André Jorge Dionísio Bradford André Cláudio Gambão Rodrigues António Gonçalves Toste Parreira Bárbara Pereira Torres de Medeiros Chaves Carlos Emanuel Rego Silva Dionísio Medeiros Faria e Maia Domingos Manuel Cristiano Oliveira da Cunha Francisco Miguel Vital Gomes do Vale César Iasalde Fraga Nunes João Paulo Ávila João Vasco Pereira da Costa José Manuel Gregório de Ávila José António Vieira da Silva Contente 2 XI Legislatura Número: 4 I Sessão Legislativa Horta, quinta-feira, 04 de novembro de 2016 José Carlos Gomes San-Bento de Sousa Lúcio Manuel da Silva Rodrigues Manuel Alberto da Silva Pereira Manuel José da Silva Ramos Maria de Fátima Soares Fernandes Rocha Ferreira Maria da Graça Oliveira Silva Maria Isabel da Silveira Costa Rosa Quinto Mário José Diniz Tomé Marta Cristina Moniz do Couto Miguel António Moniz Costa Mónica Gomes Oliveira Rocha Pedro Miguel Medeiros de Moura Renata Correia Botelho Ricardo Bettencourt Ramalho Sónia Cristina Franco Nicolau Partido Social Democrata (PSD) António Manuel Silva Almeida António Augusto Batista Soares Marinho António Oldemiro das Neves Pedroso António Vasco Vieira Neto de Viveiros Bruno Filipe de Freitas Belo Carlos Manuel da Silveira Ferreira Catarina Goulart Chamacame Furtado César Leandro Costa Toste Duarte Nuno d’Ávila Martins de Freitas Jaime Luís Melo Vieira Jorge Alexandre Alves Moniz Jorge 3 XI Legislatura Número: 4 I Sessão Legislativa Horta, quinta-feira, 04 de novembro de 2016 Luís Carlos Correia Garcia Luís Miguel Forjaz Rendeiro Marco José Freitas da Costa Maria João Soares Carreiro Mónica Reis Simões Seidi Paulo Henrique Parece Batista Partido Popular (CDS/PP) Alonso Teixeira Miguel Catarina de Oliveira Cabeceiras Maria da Graça Amaral da Silveira Bloco de Esquerda (BE) Paulo José Maio Sousa Mendes Zuraida Maria de Almeida Soares Coligação Democrática Unitária (PCP-PEV) João Paulo Valadão Corvelo Partido Popular Monárquico (PPM) Paulo Jorge Abraços Estêvão Presidente: Obrigada, Sr. Secretário. Estão presentes 53 Sras. e Srs. Deputados, significa que temos quórum. Declaro aberta a sessão. Pode entrar o público. Terminámos os nossos trabalhos, ontem, à noite, com a intervenção da Sra. Deputada Graça Silva. Abre, agora, um momento para pedidos de esclarecimento. 4 XI Legislatura Número: 4 I Sessão Legislativa Horta, quinta-feira, 04 de novembro de 2016 Julgo não haver inscrições. Sendo assim, vamos passar à próxima intervenção. Dou a palavra ao Sr. Deputado Paulo Parece. Deputado Paulo Parece (PSD): Senhora Presidente, Senhoras e Senhores Deputados, Senhor Presidente e membros do Governo: “Açores, um território socialmente coeso e sustentável” É com esta afirmação que o Governo Regional introduz o seu programa para o capítulo da solidariedade social. Ainda que se possa relevar o facto deste governo e do Partido Socialista terem, finalmente, assumido que a pobreza e a exclusão social, em especial nas crianças e jovens, são uma prioridade da governação, a verdade é que esta foi uma realidade ignorada e escondida em 20 anos de governo socialista. Afirmar-se de que os Açores são um território socialmente coeso ou socialmente sustentável é, convenhamos, um contra-senso por parte de quem, depois de o afirmar, quer estabelecer como prioridade o combate à pobreza e exclusão social,... Deputado Luís Rendeiro (PSD): Muito bem! O Orador: ... ou seja, um combate à falta de coesão e de sustentabilidade social no nosso território. Deputado Luís Rendeiro (PSD): Ora aí está! O Orador: E a realidade é que não é verdadeira a afirmação de que sejamos um território coeso socialmente. Não podemos ter coesão social, ou afirmar que existe coesão social, quando um quarto da população vive no limiar da pobreza, a mais alta taxa de todo o território nacional. Deputado Luís Rendeiro (PSD): Muito bem! O Orador: Não se pode afirmar ou publicitar coesão social quando o coeficiente de gini, que mede a desigualdade na distribuição de rendimentos, é dos mais altos do país. Não se pode fazer bandeira de uma região socialmente 5 XI Legislatura Número: 4 I Sessão Legislativa Horta, quinta-feira, 04 de novembro de 2016 coesa quando duas em cada três crianças açorianas em idade escolar necessitam de ajudas públicas, no âmbito da acção social escolar, ou quando somos a região do país com maior incidência do Rendimento Social de Inserção (4 vezes mais que a media nacional) e que, como sabemos, é um apoio social destinado aos mais pobres dos pobres. Nos Açores dos piores indicadores sociais do País, como por exemplo, a violência doméstica, consumo de álcool, gravidez na adolescência, abusos sexuais de crianças, insucesso e abandono escolar, entre outros, não podemos deixar de notar esta contradição entre o desejo do Governo Regional em afirmar uma suposta região onde existe coesão social e a prioridade em combater precisamente, a falta de coesão social. Nos Açores, mais de 50 mil pensionistas da segurança social recebem em média menos de 300 euros mensais. Podemos falar sustentabilidade social? Não, não podemos! Podemos falar de sustentabilidade social, ou afirmar esse conceito como ponto de partida num programa de governo quando, por cada mil açorianos em idade activa, havia 117 beneficiários do RSI? Ao passo que no continente eram 38 por mil e na Madeira apenas 35 por mil? Não, não podemos! Não podemos também assegurar sustentabilidade social quando mais de 70% das famílias dos Açores vivem com rendimentos inferiores a 530 euros mensais. Deputado André Bradford (PS): Não apoiado! Deputado Duarte Freitas (PSD): Muito bem! O Orador: Senhora Presidente, Senhoras e Senhores Deputados, Senhor Presidente e membros do Governo: Já fizemos notar, e damos nota positiva ao reconhecimento, ainda que tardio, de que o combate à pobreza é uma prioridade regional. 6 XI Legislatura Número: 4 I Sessão Legislativa Horta, quinta-feira, 04 de novembro de 2016 Esse facto devia mobilizar todos para a necessidade de olhar a nossa sociedade, as nossas finanças e a nossa economia de forma a encontrarmos as estratégias de combate à pobreza e à exclusão social. Mas para isso não basta estarmos de acordo de que os Açores, o Governo dos Açores, e a sociedade açoriana vivem um problema sério de falta de coesão e sustentabilidade social. É necessário muito mais e, honestamente, temos as maiores dúvidas de que o Governo do Partido Socialista, no exercício da sua sexta legislatura, mude de comportamentos, mude de prioridades e mude de políticas de combate aos piores indicadores sociais de Portugal. São dúvidas com 20 anos de fundamentos, por parte de quem tem sistematicamente alertado para as desigualdades na sociedade açoriana, onde nem todos têm acesso aos empregos, aos subsídios ou aos apoios de que necessitam para levar uma vida mais digna e mais próspera. É na desigualdade que reside o embrião da pobreza, e sem um efectivo empenho em mudar de políticas, ou de atitudes perante os que mais necessitam, dificilmente podemos acreditar que este programa de governo fará diferente do que os últimos 20 anos. Há uma geração inteira nascida sob o socialismo açoriano que não encontra coesão social onde possa sonhar com dias melhores. E o governo que agora renova compromissos e assume novos desígnios é o mesmo que foi incapaz de cumprir esse grande objectivo na actividade governativa que é tratar todos por igual e dar a todos oportunidades de se libertarem do jugo do favor e do clientelismo nas relações com a administração. Senhora Presidente, Senhoras e Senhores Deputados, Senhor Presidente e membros do Governo: Este não é o nosso programa de governo. No respeito democrático aceitamos a missão que os Açorianos nos deram em ser oposição e fiscalizar a actividade governativa. 7 XI Legislatura Número: 4 I Sessão Legislativa Horta, quinta-feira, 04 de novembro de 2016 Teremos alternativas de políticas e de estratégias para enfrentar os graves problemas sociais que atravessamos. Estaremos atentos e vigilantes sobre como se devem enfrentar as questões sociais que nos atingem e que nos envergonham enquanto povo. Disse. Deputado António Marinho (PSD): Muito bem! (Aplausos dos Deputados do PSD) Presidente: Obrigada, Sr. Deputado. Pergunto se há inscrições. (Pausa) Pergunto se há inscrições. Sra. Deputada Renata Correia Botelho, tem a palavra. (*) Deputada Renata Correia Botelho (PS): Sra. Presidente, Sras. e Srs.