MARLA IBRAHIM UEHBE DE OLIVEIRA

O gênero Ruiz & Pavón () para o estado da

FEIRA DE SANTANA, BAHIA 2009 UNIVERSIDADE ESTADUAL DE FEIRA DE SANTANA DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM BOTÂNICA

O gênero Campomanesia Ruiz & Pavón (Myrtaceae) para o estado da Bahia

MARLA IBRAHIM UEHBE DE OLIVEIRA

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Botânica da Universidade Estadual de Feira de Santana, como parte dos requisitos

para a obtenção do título de Mestre em Botânica.

Orientadora: Profª. Drª. Ligia Silveira Funch (UEFS) Co-orientador: Prof. Dr. Leslie R. Landrum (ASU)

FEIRA DE SANTANA 2009

“O amor não dá nada além de si mesmo e não toma nada além de si mesmo. O amor não possui nem é possuído. Pois o amor é suficiente ao amor.”

Khalil Gibran

Aos meus pais, Ranriete e Wellington

AGRADECIMENTOS

Primeiramente, gostaria de agradecer a Deus por ter me dado dois alicerces, Ranriete e Wellington, pais que tanto amo, luzes de minha vida! Quando decidi continuar os estudos, deram-me todo o apoio possível para a realização de um sonho que se concretiza neste momento. Tudo seria mais difícil sem a ajuda física, psicológica, e financeira (!) de vocês. Sempre incentivando, estimulando, não me deixando esmorecer. Cheguei aqui graças ao amor incondicional, e por isso, digo e repito que, sem vocês, não sou ninguém! Amo, amo e amo! À Fundação de Amparo à Pesquisa do estado da Bahia (FAPESB) pela bolsa concedida durante o primeiro ano. Ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) pela bolsa concedida durante o segundo ano. Ao Programa de Pós-Graduação em Botânica (PPGBot), em especial ao Prof. Dr. Luciano Paganucci de Queiroz, e ao Programa de Pesquisa em Biodiversidade do Semi- Árido (PPBio), em especial à Profª. Drª. Ana Maria Giulietti e ao Prof. Dr. Alessandro Rapini, pela concessão de diárias tão importantes para execução de meu trabalho. À Michelin Brasil e ao Instituto Uiraçu (RPPN Serra Bonita), este em nome de Vitor e Clemira Becker, pela estadia durante a coleta nos municípios de Igrapiúna e Camacan, respectivamente. À minha orientadora, Profª. Drª. Ligia Silveira Funch, por aceitar trabalhar com Myrtaceae, e principalmente com taxonomia (!). Obrigada pelos puxões de orelha, pelos ensinamentos, pelos dias em Lençóis, por acreditar em mim. Os momentos ao seu lado foram enriquecedores! Ao meu co-orientador, Dr. Leslie R. Landrum, por me ajudar nas decisões taxonômicas que envolveram o grupo de trabalho, pela paciência, colaboração, e dias de aprendizado com as Myrtaceae na Bahia! E pela ajuda de custo na confecção das ilustrações botânicas feitas por Carla de Lima, a quem agradeço também. Aos coordenadores do LAMIV, Prof. Dr. Francisco de Assis Ribeiro dos Santos (muito obrigada!) e Profª. Drª. Claúdia Elena Carneiro, e aos amigos deste laboratório, em especial à Kelly, pela ajuda com a parte de anatomia. À banca examinadora, composta pelas Profªs. Drªs. Reyjane Patrícia de Oliveira e Alexa Paes Coelho, pelas contribuições valiosas para a finalização deste trabalho.

Aos curadores dos herbários ALCB, ASE, ASU, BHCB, CEPEC, HRB, HUNEBA, MBM, NY, R, RB, SP, SPF e UB, pelos empréstimos concedidos, e pela permissão em utilizar alguns dos materiais para a parte de anatomia. Obrigada também por me acolherem durante as visitas, em especial ao pessoal do MBM, e à Profª. MSc. Maria Lenise Guedes, pela troca de conhecimentos e pelo interesse nas Myrtaceae! Ao meu irmão querido, Alexandre, com quem posso contar em qualquer situação. Obrigada pela tranqüilidade e confiança. Por você, vou até o fim do mundo! Amo-te, sem restrições! À Maria e à tia Sônia, pela felicidade e paz transmitida no pouco tempo que tinha para revê-las em Aracaju. Senti muita falta. Um grande beijo em vocês! Ao meu tio Roberto, sempre muito atencioso, amigo e colaborador de minhas empreitadas científicas! Obrigada meu tio querido por sempre incentivar e me acolher em seu lar, o que também agradeço a meu tio Renato e sua família que tanto amo! Aos tios e primos, de perto ou de longe, das famílias Oliveira, Uehbe e Jasmim, a meu padrinho, tio Brito, e à Ligia e sua família, por acompanharem cada passo meu com entusiasmo! Às amigas Sil, Silvana Ferreira e Silvana H. Monteiro, por estarem ao meu lado nesses dois anos. Não sei (mesmo!) como agradecer a paciência e compreensão que tiveram com minha pessoa (lembrei como: cocada, castanha-de-caju, caju-ameixa...). Aprendi muito com vocês sobre Botânica e sobre a vida. Tornei-me, pelo menos eu acho, uma pessoa melhor e mais responsável. Ao final desta etapa, gostaria de deixar registrado o quanto gosto de vocês, e o quanto são importantes em minha vida! Um abraço bem apertado! À amiga Patrícia Reyjane, ops, Reyjane Patrícia, ou melhor, Pati, pela ajuda desde o começo! Obrigada por transmitir seu conhecimento, e mostrar seu amor pela Botânica! Você é uma pessoa muito especial, que guardo um carinho imenso! Às amigas Aline (Nine) e Ana Luiza (Ana, Aninha, e variações!), pela companhia! Estudamos, rimos, choramos, e aprendemos muito juntas. Amigas queridas, vocês estão para sempre em meu coração, e torço imensamente pelo sucesso de ambas! E a Domingos, que entrou com a gente no mestrado, pela paciência em me ajudar quando precisei! Aos amigos que conheci no decorrer dessa caminhada e que já fazem parte de minha vida: Andréa Karla (Déa), Cecília (Ciça), Marcos (Quinho), Ricardo (Ric), Sílvia Karla (Silvinha), Marcelo (Marcelinho), Fabrício, Ana Luisa (Ana), Luisa (Lu) e Francisco Haroldo (Chico). Vocês são uma turminha do barulho que adoooooooro!

Aos amigos Adriana (Dri), Élvia (Elvinha), Daniela (Dani), Milene (Mi), Patrícia Luz (Pati Luz), Paula Dib, Cosme, Carlianne (Carli), Alessandra (Ali), Jomar, Laura, Simone, Sabrina, Patrícia Cristina (Pati Cris), Uiara, Grênivel, Paulo Ricardo (Paulinho), Cláudia (Claudinha), Sâmia, e Jamile. Agradeço a companhia nos dias de trabalho, no café do herbário, na sala dos alunos, e pela troca de experiências! Se esqueci de citar alguém, peço perdão, mas saiba que sou grata a você também, viu?! Não posso deixar de agradecer ao pessoal do herbário HUEFS, pela ajuda e paciência. Tenho grande admiração por vocês! Um abraço especial em Teo, Elaine, Zezé, Nara, Renata e Paulinha. Obrigada meninas! À Erivaldo Queiroz (HRB), Alex Popovkin, e aos amigos que gentilmente coletaram durante suas viagens alguns espécimes de Campomanesia utilizados neste trabalho, meu agradecimento. A todos os professores do PPGBot com os quais tive contato, e em especial aos professores Dr. Cássio van den Berg, Drª. Efigênia de Melo, Dr. Flávio França, Dr. Luciano Paganucci, Drª. Ana Maria Giulietti, Dr. Alessandro Rapini, e Drª. Reyjane Patrícia de Oliveira, pela carona em suas viagens de coleta. Muito obrigada! Ao Prof. Dr. Marcos Sobral, que sempre muito atencioso, tirava minhas dúvidas sobre as Myrtaceae e as Campomanesia spp. Às Profªs. Drªs. Myrna Landim e Ana Paula Prata, da UFS, pela amizade, colaboração, e pelo incentivo de sempre! Adoro vocês! Aos amigos de longe, Lorena, Janaína, Katia, André, Priscila, Marcela, Ariene, Flávio, Elisabeth, Thais, Roberto, Nathália, Fabrício, Katita, Messias, Carina, Victor, Marcus, Ricardo, Rafael, Ana Paula, Luciana e Vinícius, por sempre torcerem pelo meu sucesso! E por fim, aos que se foram, em especial aos meus avós Linda e Abdon, exemplos de superação! Sempre os amarei!

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RESUMO GERAL

O presente trabalho teve como objetivo realizar o levantamento florístico de

Campomanesia Ruiz & Pavón para a Bahia, além de analisar o padrão de nervação foliar e o arranjo do sistema vascular no pecíolo das espécies em questão. Pertencente à família

Myrtaceae, o gênero possui cerca de 30 espécies distribuídas na região tropical e subtropical da América do Sul, caracterizando-se pelo elevado número de lóculos no ovário, pela presença de uma parede locular glandular, que no fruto maduro funciona como uma “falsa testa” para a semente, e pelo aborto de todos ou quase todos os óvulos, exceto um por lóculo. No capítulo 1, a partir do exame de materiais provenientes dos principais herbários nacionais e internacionais, e de coletas realizadas em diferentes municípios durante o período de maio/2007 a abril/2008, foram identificados 16 táxons de

Campomanesia para a Bahia. Destes, sete são novas ocorrências para o estado, sendo quatro para o Nordeste, uma provável espécie nova, e doze tiveram sua distribuição ampliada. São apresentadas chave de identificação, descrições, comentários, ilustrações e mapa de distribuição das mesmas. No capítulo 2, verificou-se que o padrão secundário de nervação do tipo camptódromo-broquidódromo ocorreu em todos os táxons, o mesmo se repetindo quanto à nervação última marginal em arcos, e à nervação terciária reticulada ortogonal. Houve diferenças quando considerados caracteres como a presença de nervuras intersecundárias, o tipo de aréolas, a configuração do arco vascular no pecíolo, e a natureza da bainha perivascular, podendo estes virem a contribuir para a identificação de materiais estéreis.

O gênero Campomanesia Ruiz & Pavón (Myrtaceae) para o estado da Bahia

ABSTRACT

This study presents a survey of Campomanesia Ruiz & Pavón for Bahia State, and additionally, analyses of the foliar venation pattern and the format of the vascular system in the petiole were carried out for the species. The belongs to Myrtaceae and comprises about 30 species distributed in tropical and subtropical areas of South America.

It is characterized by the large number of locules in the ovary, for the presence of a glandular locular wall, that in the ripe fruit it works for the seed as a "false seed coat", and for the abortion of all or almost all of the ovules, except one in each locule. At chapter 1, national and international herbaria materials were examined and field works were conducted, through May/2007 to April/2008, to many municipalities in the state to collecting specimens. Sixteen taxa were found, which seven are for the first time reported for Bahia and four for the Northeastern, one is probable a new species, and twelve had the distribution expanded. Analytical key, descriptions, comments, illustrations and distribution maps are provided. At chapter 2, was verified that all of the taxa had camptodromous-brochidodromous type of secondary venation pattern, as well as the ultimate marginal venation in arches and orthogonal reticulate tertiary venation.

Differences were observed in the presence of intersecundary veins, areolation, the format of the vascular arch in the petiole, and nature of the vascular bundle sheaths, which can contribute to the identification of sterile materials.

O gênero Campomanesia Ruiz & Pavón (Myrtaceae) para o estado da Bahia

SUMÁRIO

Agradecimentos

Resumo geral

Abstract

Introdução geral...... 1

Introdução...... 2

Materiais e métodos...... 10

Referências bibliográficas...... 17

Capítulo 1

Flora da Bahia: Campomanesia Ruiz & Pavón (Myrtaceae)...... 24

Resumo...... 26

Abstract...... 26

Resultados e discussão...... 27

Myrtaceae...... 27

1. Campomanesia Ruiz & Pavón...... 28

Chave analítica para as espécies...... 30

1.1. Campomanesia anemonea Landrum...... 32

1.2. (Aubl.) Griseb...... 35

1.3. Campomanesia dichotoma (O.Berg) Mattos...... 38

1.4. Campomanesia eugenioides (Cambess.) Legrand...... 41

1.5. Campomanesia grandiflora (Aubl.) Sagot...... 45

1.6. Campomanesia guaviroba (DC.) Kiaersk...... 47

1.7. Campomanesia guazumifolia (Cambess.) O.Berg...... 49

1.8. Campomanesia laurifolia Gardner...... 52

1.9. Campomanesia schlechtendaliana (O.Berg) Nied...... 54

O gênero Campomanesia Ruiz & Pavón (Myrtaceae) para o estado da Bahia

1.10. Campomanesia sessiliflora (O.Berg) Mattos...... 56

1.11. Campomanesia velutina (Cambess.) O.Berg...... 60

1.12. Campomanesia viatoris Landrum...... 63

1.13. Campomanesia xanthocarpa O.Berg...... 65

1.14. Campomanesia sp...... 68

Referências citadas...... 71

Lista de exsicatas...... 74

Lista de figuras...... 78

Capítulo 2

Padrão de nervação foliar e sistema vascular do pecíolo de espécies de Campomanesia

Ruiz & Pavón (Myrtaceae) ocorrentes no estado da Bahia...... 100

Resumo...... 102

Abstract...... 103

Introdução...... 104

Materiais e métodos...... 107

Resultados e discussão...... 109

Referências bibliográficas...... 113

Lista de figuras...... 117

Considerações finais...... 131

Anexos...... 134

Anexo I - Materiais examinados...... 135

Anexo II – Normas para publicação na Revista Sitientibus...... 144

Anexo III– Normas para publicação na Acta Botânica...... 147

O gênero Campomanesia Ruiz & Pavón (Myrtaceae) para o estado da Bahia

INTRODUÇÃO GERAL

O gênero Campomanesia Ruiz & Pavón (Myrtaceae) para o estado da Bahia

INTRODUÇÃO

Pertencente à ordem e considerada uma das maiores famílias dessa ordem ao lado de Lythraceae e Melastomataceae, Myrtaceae reúne cerca de 140 gêneros e 4000-

5800 espécies distribuídas nas regiões tropical e subtropical, presentes em sua maioria na

Austrália e na região neotropical, sendo estes seus principais centros de diversidade (Judd et al., 2002; Heywood et al., 2007; Souza & Lorenzi, 2008).

Seus representantes são árvores ou arbustos, com córtex que se renova constantemente. Possuem floema interno e vasos do xilema com pontoações ornamentadas, além de canais oleíferos que se apresentam como pequenos pontos translúcidos em folhas, flores, frutos e sementes. As folhas são simples, opostas ou alternas, em geral com nervura marginal. As flores, solitárias ou reunidas basicamente em inflorescências paniculadas, ocorrem também em racemos e dicásios, são actinomorfas, raramente zigomorfas, bissexuais ou unissexuais (Barroso et al., 1991; Landrum & Kawasaki, 1997; Judd et al.,

2002; Heywood et al., 2007; Souza & Lorenzi, 2008).

O cálice aparece como estrutura mais diversa, e o hipanto é mais ou menos desenvolvido, estando nele inseridos os estames, que na maioria dos gêneros são numerosos e livres, podendo apresentar cavidade secretora no ápice do conectivo da antera.

A corola é branca ou creme, raramente rósea, vermelha ou arroxeada. O ovário ínfero ou semi-ínfero tem número variável de lóculos e óvulos, estes em placentação axilar, raramente parietal (Barroso et al., 1991; NicLughadha & Proença, 1996; Landrum &

Kawasaki, 1997; Judd et al., 2002; Heywood et al., 2007; Souza & Lorenzi, 2008).

Aos polinizadores, em grande parte abelhas das famílias Colletidae, Apidae,

Halictidae e Anthophoridae, o principal recurso oferecido é o pólen, raramente néctar

(NicLughadha & Proença, 1996). Os frutos são dispersos por roedores, morcegos, aves e

2 O gênero Campomanesia Ruiz & Pavón (Myrtaceae) para o estado da Bahia macacos (NicLughadha & Proença, 1996; Barroso et al., 2004), e segundo Gressler et al.

(2006), estes dois últimos são os principais dispersores de Myrtaceae em toda a região neotropical.

Figura 1. Caracteres de algumas Myrtaceae brasileiras. A: Córtex esfoliante. B: Canais oleíferos presentes em folhas. C: Folhas opostas. D – F: Tipos de inflorescência (D: dicásio, E: panícula e F: flores solitárias). G:

Fruto carnoso do tipo baga. (Fotos: M. Ibrahim, exceto G – G.Rua).

A família possui um potencial econômico considerável, representado principalmente pelo gênero Eucalyptus L’Hér. com espécies cultivadas para obtenção de madeira e de essências aplicadas em anti-sépticos e produtos de limpeza. São também

3 O gênero Campomanesia Ruiz & Pavón (Myrtaceae) para o estado da Bahia ornamentais, com Acmena smithii (Poir.) Merr. & L.M.Perry, Calistemon spp., Melaleuca spp., Myrtus communis L., Acca sellowiana (O. Berg) Burret, entre outras (Heywood et al., 2007; Souza & Lorenzi, 2008). Syzygyum aromaticum (L.) Merr. & L.M.Perry tem seus botões florais apreciados na culinária, e Psidium guajava L. é bem explorada como frutífera. Porém, outras espécies como Myrciaria cauliflora (Mart.) O. Berg, Eugenia uniflora O. Berg, Psidium cattleyanum Weinw., e Campomanesia spp., podem ter sua produção otimizada para tanto (Kawasaki & Landrum, 1997; Lorenzi et al., 2006;

Heywood et al., 2007; Souza & Lorenzi, 2008).

Myrtaceae era separada pelo tipo de fruto e filotaxia das folhas em duas subfamílias: Leptospermoideae, com frutos secos, sementes pequenas, e filotaxia alterna; e

Myrtoideae, com frutos carnosos, duas ou mais sementes, e filotaxia oposta (Niedenzu,

1893). Uma única tribo era referida a esta subfamília, , que desde De Candolle

(1828) encontrava-se dividida em três grupos informais, elevados às subtribos Myrciinae,

Eugeniinae e Myrtinae (Pimentinae) por O. Berg (1855-1862).

Com o advento de estudos filogenéticos envolvendo dados morfológicos e moleculares, estes baseados em seqüências de matK, Myrtaceae sustentou-se como monofilética, o mesmo não acontecendo em níveis infrafamiliares (Wilson et al., 2001).

Assim, um novo delineamento para a família (Figura 2) foi proposto por Wilson et al.

(2005), separando-a em Psiloxyloideae, que reúne as tribos Psiloxyleae e Heteropyxideae; e Myrtoideae, que agora reúne quinze tribos, entre elas, Myrteae, cuja divisão em três subtribos não se mostrou consistente (Lucas et al., 2005).

Deste modo, Lucas et al. (2007) utilizando dados moleculares obtidos através de seqüências nucleares (ITS e ETS) e plastidiais (psbA-trnH e matK), identificaram sete grupos informais em Myrteae, e apesar de serem separados tanto por dados moleculares quanto por uma combinação de caracteres morfológicos, são pouco sustentados e

4 O gênero Campomanesia Ruiz & Pavón (Myrtaceae) para o estado da Bahia necessitam de uma amostragem mais ampla para que haja uma reclassificação em níveis inferiores dentro da tribo que agrupa todas as cerca de 1000 espécies brasileiras.

Figura 2. Árvore de consenso estrito de 90 árvores mais parcimoniosas, com 1701 passos (CI-0,58; RI-0,74;

RC-0,52) (Wilson et al., 2005).

De acordo com Landrum & Kawasaki (1997), estão presentes no Brasil 23 gêneros, e apesar de Myrteola O. Berg não ter sido citado, este também ocorre no país (Landrum, com. pess.). Recentemente foram descritos Algrizea Proença & NicLugh. (Proença et al.,

2006) e Curitiba Salywon & Landrum (Salywon & Landrum, 2007), gêneros monotípicos,

5 O gênero Campomanesia Ruiz & Pavón (Myrtaceae) para o estado da Bahia cujas espécies foram segregadas de Myrcia DC. ex Guill. e Mosiera Small, respectivamente, este último não mais possuindo representantes brasileiros.

Myrtaceae freqüentemente aparece como uma das famílias com maior riqueza de espécies arbóreas em ambientes florestais no Brasil (Mori et al., 1983, Peixoto & Gentry,

1990; Melo & Mantovani, 1994; Barbosa, 2008; Cestaro & Soares, 2008; Funch et al.,

2008; Peixoto et al., 2008; Thomas et al., 2008), porém, a taxonomia baseada em caracteres crípticos e a escassez de estudos sobre o limite de diversos gêneros (Landrum &

Kawasaki, 1997; Souza & Lorenzi, 2008) fazem com que, em trabalhos de levantamento florístico, algumas espécies sejam descritas como morfoespécies.

Pertencente à tradicional Myrtinae e ao informal “grupo Pimenta” (Lucas et al.,

2007), encontra-se o gênero Campomanesia Ruiz & Pavón, que possui cerca de 30 espécies (Landrum, 1986; Landrum, 1987; Landrum & Kawasaki, 1997; Kawasaki, 2000;

Landrum 2001) distribuídas nas regiões tropical e subtropical da América do Sul, encontradas em diversos ambientes, como florestas, cerrados, campos e restingas

(Landrum, 1986; Landrum & Kawasaki, 1997).

Descrito por Ruiz & Pávon em 1794, o gênero recebeu atenção quando O. Berg

(1857-1859) realizou um extenso trabalho com as Myrtaceae americanas (Landrum, 1986), descrevendo na Flora Brasiliensis cerca de 60 espécies organizadas nas seções Rugosae,

Velutinae, Hirsutae, Tenuifoliae, Barbatae, Reticulatae e Repandae. Os gêneros Abbevillea

O. Berg, Acrandra O. Berg, Britoa O. Berg e Lacerdaea O. Berg foram mais tarde sinonimizados em Campomanesia por Bentham & Hooker (1865). Landrum (1986) sinonimizou Paivaea O. Berg e manteve a decisão sobre a inclusão dos outros gêneros.

Segundo Landrum (1986), as espécies de Campomanesia são arbustos ou árvores que se separam de outras Myrtaceae pelo número de lóculos no ovário [(3-) 4-18], pela presença de uma parede glandular protetora, funcionando como uma falsa testa na semente,

6 O gênero Campomanesia Ruiz & Pavón (Myrtaceae) para o estado da Bahia e aborto de todos ou quase todos os óvulos, exceto um por lóculo. Os tricomas em

Campomanesia são simples e unicelulares, com densidade e localização do indumento utilizados às vezes como caráter taxonômico importante. As folhas variam em tamanho e textura, e a nervura intramarginal é ausente. A inflorescência pode ser uniflora ou um dicásio com não mais que três flores, existindo poucas exceções.

Seus frutos foram descritos por Barroso et al. (2004) como um subtipo de baga, denominados campomanesióide, possuindo tecido carnoso, uniforme e compacto, com lóculos arranjados radialmente. NicLughadha & Proença (1996) os consideram um tipo

“drupóide” muito especializado, com cada semente aderindo ao endocarpo, que possui textura glandular-verrucosa, simulando uma testa. Referidos como “guabiroba”, apresentam coloração amarela, verde, laranja, ou arroxeada, sendo apreciados localmente e cultivados em pequena escala (Legrand & Klein, 1977; Landrum, 1986, Carrara, 1997;

Barroso et al., 2004). Apesar disso, possuem considerável potencial, como mostrado por C. phaea (O. Berg) Landrum, utilizada na fabricação de sucos, sorvetes e geléias (Kawasaki

& Landrum, 1997; Lorenzi et al., 2006).

Costa & Forni-Martins (2006) analisaram o número cromossômico de

Campomanesia adamantium (Cambess.) O. Berg, C. guaviroba (DC.) Kiaersk., C. phaea

(O. Berg) Landrum e C. pubescens (DC.) O. Berg, e Costa et al. (2008) o de C. guazumifolia (Cambess.) O. Berg, C. laurifolia Gardner, e C. schlechtendaliana (O. Berg)

Nied., ambos chegando a 2n=22, o que ocorre na maioria dos gêneros de Myrtaceae

(Atchison, 1947; Rye, 1979).

Na revisão do gênero (Landrum, 1986) foram referidos para a Bahia

Campomanesia aromatica (Aubl.) Griseb., C. eugenioides var. desertorum (DC.)

Landrum, C. grandiflora (Aubl.) Sagot, C. guazumifolia (Cambess.) O. Berg, C. pubescens

(Cambess.) O. Berg, C. schlechtendaliana (O. Berg) Nied., e C. sessiliflora var.

7 O gênero Campomanesia Ruiz & Pavón (Myrtaceae) para o estado da Bahia lanuginosa (Barb. Rodr. ex Chodat & Hassl.) Landrum. Após essa obra, Landrum (2001) descreveu C. anemonea Landrum, totalizando, portanto, oito táxons ocorrentes no Estado.

Apesar das Campomanesia quando estéreis ou sem informações sobre número de lóculos no ovário serem confundidas com Psidium L. (Mcvaugh, 1968), resultados preliminares sobre a filogenia do gênero, obtidos através da análise de seqüências nucleares, como ITS e ETS, sustentam-no como monofilético (Costa, com. pess.), confirmando a idéia de este ser um dos gêneros mais bem definidos dentro da família

(Mcvaugh, 1968; Landrum, 1986). No entanto, alguns limites específicos são pouco compreendidos, e por esta razão, Landrum (1986), citou a formação de três grupos informais baseados principalmente em caracteres florais: “Complexo Campomanesia guazumifolia” [C. guazumifolia (Cambess.) O. Berg, C. schlechtendaliana (O. Berg) Nied.,

C. rufa (O. Berg) Nied. e C. sessiliflora(O. Berg) Mattos],“Complexo C. grandiflora” [C. grandiflora (Aubl.) Sagot, C. neriiflora (O. Berg) Nied., C. guaviroba (DC.) Kiaersk., C. speciosa (Diels) McVaugh, e C. lineatifolia Ruiz & Pav.] e “Complexo C. xanthocarpa”

[C. xanthocarpa O. Berg, C. aromatica (Aubl.) Griseb., C. adamantium (Cambess.) O.

Berg, C. reitziana Legrand, C. velutina (Cambess.) O. Berg, C. eugenioides (Cambess.)

Legrand, C. pubescens (DC.) O. Berg, C. pabstiana Mattos & Legrand, e C. aurea O.

Berg]. Espécies não referidas, a exemplo de C. dichotoma (O. Berg) Mattos, C. laurifolia

Gardner, e C. viatoris Landrum, eram pouco conhecidas ou não possuíam afinidades com as pertencentes a estes complexos.

A arquitetura foliar, que descreve os padrões de nervação, a configuração marginal, a forma da folha e a posição de glândulas que possam vir a existir, constitui-se em um aspecto consistente no reconhecimento de plantas em nível de espécie (Hickey, 1973,

1979). Em Myrtaceae, podem ser citados os estudos conduzidos por Du Plessis & Van Wik

(1982), Carr et al. (1986), Fontenelle et al. (1993), Fontenelle et al. (1994), Costa et al.

8 O gênero Campomanesia Ruiz & Pavón (Myrtaceae) para o estado da Bahia

(1995), Carrara (1997), e Gomes & Neves (1997). Cardoso & Sajo (2006) descreveram os padrões de nervação foliar de espécies pertencentes a cada subtribo da família para reconhecer suas particularidades. Neste trabalho, foram utilizadas três espécies de

Campomanesia, que apresentaram características diagnósticas significativas. O posicionamento dos feixes vasculares no pecíolo também constitui um caráter relevante no reconhecimento de grupos (Howard, 1979), como constatado por Cardoso & Sajo (2004) em Eugenia L. ao possibilitar a identificação de material estéril.

Os estudos taxonômicos com Campomanesia restringem-se à revisão realizada por

Landrum (1986), e a levantamentos florísticos na Argentina (Rotman, 1976) e no Brasil, como Legrand & Klein (1977) para , Carrara (1997) para o , e

Sobral (2003) para o Rio Grande do Sul. Considerando que desde a década de 80 há uma tentativa de estimar a rica flora presente na Bahia (Harley & Mayo, 1980; Harley &

Simmons, 1986; Stannard, 1995; Guedes & Orge, 1998; Zappi et al., 2003), este trabalho visou contribuir para o diagnóstico da situação atual da diversidade de Campomanesia no

Estado.

No Capítulo 1 são apresentados chave analítica de identificação, descrições, pranchas ilustrativas e mapa de distribuição georeferenciado paraos táxons. No Capítulo 2, os padrões de nervação foliar e o arranjo do sistema vascular no pecíolo são analisados, buscando diferenças siginificativas entre os mesmos.

9 O gênero Campomanesia Ruiz & Pavón (Myrtaceae) para o estado da Bahia

MATERIAIS E MÉTODOS

ÁREA DE ESTUDO

O presente trabalho teve como área de estudo a Bahia (Figura 3), Estado que ocupa uma área total de 567.295,3 km2, incluindo a área continental e suas ilhas, localizando-se entre 37º e 47º W e 8º e 19º S no Nordeste brasileiro. Seus limites são feitos ao norte com

Alagoas, Pernambuco, e Piauí; a oeste, com Goiás e Tocantins; e ao sul com Minas

Gerais e Espírito Santo, sendo banhado a leste pelo Oceano Atlântico (SEI, 2007).

Figura 3. Estado da Bahia.

Os fatores climáticos e geomorfológicos refletem ecossistemas e fisionomias diversos. A faixa litorânea, que envolve planícies e planaltos costeiros, apresenta clima variando do úmido ao subúmido. Nas depressões periféricas e interplanálticas, o clima varia do semi-árido ao árido. Elevações ao centro, correspondentes à parte norte da Cadeia

10 O gênero Campomanesia Ruiz & Pavón (Myrtaceae) para o estado da Bahia do Espinhaço e conhecidas, em seu conjunto, como Chapada Diamantina, apresentam características típicas do clima tropical de altitude, com temperaturas médias anuais que vão de 18º a 22ºC, com excedente hídrico pequeno a moderado. Já a oeste, região classificada como Chapadão Ocidental do Rio São Francisco, apresenta clima quente e seco, do tipo semi-árido. No extremo oeste, os excedentes hídricos são maiores, caracterizando uma tipologia que varia do subúmido ao úmido (SEI, 2007; Giulietti et al.,

2006).

Muitos tipos de vegetação são encontrados no Estado (Figura 2), com destaque para a caatinga, que ocorre em diferentes regiões semi-áridas e apresenta grande riqueza de espécies se comparada a caatingas mais ao norte do país (Giulietti et al., 2006). Incluído nos limites do semi-árido, existem ainda os campos rupestres, com táxons endêmicos e centro de diversidade de muitos gêneros. São formações que se estabelecem acima dos 900 m e podem ser encontradas nos altos da Chapada Diamantina, onde também aparecem diversos tipos de matas, como ciliares, de encosta e plúvio-nebulares (Harley, 1995;

Giulietti et al., 2006; Funch, com. pess.). No litoral, além de restingas, dunas e mangues, destaca-se a floresta atlântica s.s., principalmente ao sul, com espécies ecológica e economicamente importantes. O sudeste baiano é considerado o centro de endemismo dessa formação, que compartilha semelhanças pluviométricas e fisionômicas com a floresta amazônica, além de algumas espécies com distribuição disjunta. Os cerrados se estabelecem na região oeste do Rio São Francisco, sendo também encontrados em certas

áreas da Chapada Diamantina e do norte do Estado. (Giulietti et al., 2006).

Outras formações locais podem ser identificadas, como inselbergs, relacionados a blocos graníticos em caatinga, dunas interiores do São Francisco, “matas de grotão” nos vãos de blocos areníticos e quartzíticos da Chapada Diamantina, e “matas de cipó” nos arredores do Planalto de Conquista (Giulietti et al., 2006).

11 O gênero Campomanesia Ruiz & Pavón (Myrtaceae) para o estado da Bahia

Embora a Bahia possua toda essa diversidade de ecossistemas e flora singular, hoje apenas 6,68% do estado está conservado em áreas de proteção ambiental (APAs), parques nacionais, reservas biológicas, ecológicas, e particulares do patrimônio natural (RPPNs), entre outras, um índice abaixo da média do país (Giulietti et al., 2006).

Figura 2. Fitofisionomias presentes no Estado da Bahia. A: Caatinga, em inselberg no município de

Milagres. B: Campo rupestre na Serra do Gobira, município de Mucugê. C: Floresta Atlântica Montana, município de Camacan. D: Cerrado, entre os municípios de Mucugê e Abaíra. (Fotos: M. Ibrahim)

COLETA DE DADOS

Com a intenção de inventariar as espécies de Campomanesia Ruiz & Pavón presentes no estado da Bahia, foram realizadas visitas e solicitados empréstimos aos

12 O gênero Campomanesia Ruiz & Pavón (Myrtaceae) para o estado da Bahia principais herbários baianos, brasileiros e internacionais (Tabela 1, siglas segundo

Holmgren et al., 1990, exceto HUNEBA).

Tabela 1. Herbários que tiveram materiais de Campomanesia Ruiz & Pavón examinados.

Herbário Instituição

ALCB Universidade Federal da Bahia; Salvador – BA, Brasil

ASE Universidade Federal de Sergipe; Aracaju – SE, Brasil

ASU Arizona State University; Tempe – Arizona, E.U.A.

BHCB Universidade Federal de ; Belo Horizonte – MG, Brasil

CEPEC CEPEC/CEPLAC; Itabuna – BA, Brasil

HRB IBGE; Salvador – BA, Brasil

HUEFS Universidade Estadual de Feira de Santana; Feira de Santana – BA, Brasil

HUNEBA Universidade do Estado da Bahia; Alagoinhas – BA, Brasil

G Conservatoire et Jardin botaniques de la Ville de Genève; Genebra, Suiça

MBM Museu Botânico Municipal; Curitiba – PR, Brasil

NY New York Botanical Garden; Nova York – NY, E.U.A

RB Jardim Botânico do Rio de Janeiro; Rio de Janeiro – RJ, Brasil

SP Instituto de Botânica de São Paulo; São Paulo – SP, Brasil

SPF Universidade de São Paulo; São Paulo – SP, Brasil

UB Universidade de Brasília; Brasília – DF, Brasil

Além disso, excursões de campo foram realizadas de maio de 2007 a abril de 2008

(Tabela 2), contribuindo para o aumento do número de exemplares de Campomanesia e para a obtenção de informações mais acuradas sobre as espécies. Métodos habituais de coleta (Mori et al., 1989) foram seguidos, com os exemplares sendo depositados no

13 O gênero Campomanesia Ruiz & Pavón (Myrtaceae) para o estado da Bahia herbário HUEFS e a identificação taxonômica feita com auxílio de bibliografia, comparações com coleções de herbário, e confirmação por especialistas na família, em especial Dr. Leslie Landrum.

Tabela 2. Excursões de coleta de material botânico no estado da Bahia.

Data da excursão de coleta Município

04 a 06 de maio de 2007 Morro do Chapéu Distrito de João Durval, antigo Distrito de 13 de julho de 2007 Ipuaçu, Feira de Santana 07 a 09 de setembro de 2007 Mucugê 05 a 10 de outubro de 2007 Morro do Chapéu 19 a 21 de dezembro de 2007 Itaberaba, Mucugê, Piatã, Abaíra 26 a 28 de dezembro de 2007 Ituberá, Igrapiúna Bom Jesus da Lapa, Serra do Ramalho, São 08 a 15 de janeiro de 2008 Feliz do Coribe, Cocos, Carinhanha, Caetité, Paramirim, Érico Cardoso 23 a 25 de janeiro de 2008 Ilhéus, Camacan 26 de janeiro de 2008 Alagoinhas 28 de janeiro de 2008 Camaçari 10 a 14 de março 2008 Mucugê, Rio de Contas 10 de abril de 2008 Itapetinga 23 de abril de 2008 Feira de Santana

DESENVOLVIMENTO

Para a organização do Capítulo 1, foram adotadas as normas de publicação na

Sitientibus, Série Ciências Biológicas, revista do Departamento de Ciências Biológicas da

Universidade de Feira de Santana (Anexo II), feitas as seguintes ressalvas:

. Foram modificados o alinhamento do texto (para justificado) e o tamanho

da fonte (para 12);

14 O gênero Campomanesia Ruiz & Pavón (Myrtaceae) para o estado da Bahia

. As descrições e comentários ultrapassam o número de linhas sugerido (6-15

linhas, e 5 linhas, respectivamente) com a intenção de detalhar as estruturas

encontradas nos espécimes baianos, e incluir observações de campo;

. Apesar de muitos frutos examinados encontrarem-se imaturos, as medidas

foram aferidas para que esta informação estivesse presente, o mesmo

ocorrendo com algumas sementes;

. São apresentados individualmente para cada táxon mapas de localização

geográfica no Estado;

. Os agradecimentos foram omitidos;

. Uma lista com todos os materiais analisados encontra-se em anexo (Anexo

I), com informações retiradas das etiquetas de herbário [fenofases indicadas

da seguinte forma: estéril (st.), botão (bt.), flor (fl.), e fruto (fr.)].

Na elaboração da chave de identificação foram levados em consideração os caracteres mais representativos de cada espécie, e a confecção de pranchas ilustrativas teve auxílio de câmara clara acoplada a microscópio estereoscópico.

Para a descrição das estruturas vegetativas e reprodutivas de cada espécie, foram utilizados intervalos de medidas e terminologia adequada, seguindo Hickey (1979) para formato de folhas, sépalas e pétalas, e Radford et al. (1986) para indumento.

Os tipos de inflorescência em Myrtaceae foram descritos por Briggs & Johnson

(1979) de forma detalhada, mas pouco usual. Por esta razão, optou-se em utilizar a terminologia habitual adotada por Barroso et al. (1991) e Landrum & Kawasaki (1997).

Materiais adicionais ou informações de literatura foram necessários para a descrição de C. grandiflora (Aubl.) Sagot (fruto), C. schlechtendaliana (O. Berg) Nied.

(flor e fruto), C. sessiliflora var. bullata (Barb. Rodr.) Landrum (flor e fruto) e C.

15 O gênero Campomanesia Ruiz & Pavón (Myrtaceae) para o estado da Bahia xanthocarpa (Aubl.) O. Berg (flor), já que os materiais coletados na Bahia referentes a estas espécies são escassos e se encontram incompletos.

A distribuição das espécies no estado foi obtida através de informações georreferenciadas de campo ou presentes nas etiquetas de herbário, bem como através de coordenadas do IBGE (2008) referentes aos municípios.

16 O gênero Campomanesia Ruiz & Pavón (Myrtaceae) para o estado da Bahia

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23 O gênero Campomanesia Ruiz & Pavón (Myrtaceae) para o estado da Bahia

CAPÍTULO 1

FLORA DA BAHIA: Campomanesia Ruiz & Pavón - Myrtaceae

24 O gênero Campomanesia Ruiz & Pavón (Myrtaceae) para o estado da Bahia

FLORA DA BAHIA: Campomanesia Ruiz & Pavón - Myrtaceae

1,3 1 2 MARLA I. U. OLIVEIRA , LIGIA SILVEIRA FUNCH E LESLIE R. LANDRUM

1 Programa de Pós-Graduação em Botânica, Universidade Estadual de Feira de Santana,

Departamento de Ciências Biológicas, Av. Transnordestina, s/n, Novo Horizonte, 44036-

900, Feira de Santana, Bahia, Brasil

2School of Life Sciences, Arizona State University, Tempe, Arizona 85287-4501, E.U.A.

3Autor para correspondência ([email protected])

Capítulo adaptado (vide Introdução Geral) e submetido à Revista Sitientibus, Série Ciências Biológicas, revista do Departamento de Ciências Biológicas da Universidade Estadual de Feira de Santana (normas Anexo II).

25 O gênero Campomanesia Ruiz & Pavón (Myrtaceae) para o estado da Bahia

RESUMO

(Flora da Bahia: Campomanesia – Myrtaceae) – É apresentado o levantamento florístico de Campomanesia Ruiz & Pavón (Myrtaceae) da Bahia, Brasil, como contribuição ao conhecimento da flora do Estado. Foram reconhecidos 16 táxons, sendo apresentados chave analítica de identificação, descrições, comentários, mapas de distribuição e ilustração das espécies.

Palavras – chave: Florística, Nordeste brasileiro, Bahia

ABSTRACT

(Flora da Bahia: Campomanesia – Myrtaceae) – A floristic survey of Campomanesia

Ruiz & Pavón (Myrtaceae) in Bahia, Brazil is presented as a contribution to the study of the flora in the state. Sixteen taxa are recognized and an analytical key of identification, descriptions, comments, distribution maps and illustrations of the same are provided.

Key words: Floristics, Northeastern Brazil, Bahia

26 O gênero Campomanesia Ruiz & Pavón (Myrtaceae) para o estado da Bahia

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Myrtaceae Juss.

Árvores ou arbustos; córtex esfoliante; tricomas simples ou dibraquiados, unicelulares. Folhas pecioladas, inteiras, simples, opostas, subopostas, opostas cruzadas ou alternas; pontuações translúcidas (canais oleíferos) presentes; estípulas vestigiais ou ausentes; margem variada; membranáceas a coriáceas; lisas, rugosas ou buladas; nervuras peninérvias, nervura intramarginal ausente ou presente; tufos de tricomas na axila das nervuras secundárias com a principal ausentes ou presentes; nervuras secundárias em pares, leve a fortemente impressas na face adaxial, leve a fortemente proeminentes na face abaxial, camptódromo-broquidódromas ou acródromo-broquidódromas. Flores em panículas, racemos, dicásios ou solitárias, partindo da axila de folhas ou brácteas, alvas, raramente avermelhadas, rosadas ou arroxeadas, bissexuadas, raramente unissexuadas, actinomorfas, raramente zigomorfas, diclamídeas, raramente monoclamídeas; geralmente subentendidas por duas bractéolas, maioria pediceladas; botão com cálice aberto ou fechado; sépalas (3-)4-5(-6)-mero, dialissépalas, prefloração imbricada, às vezes formando caliptra (ex: Calyptranthes, Myrceugenia) ou se abrindo de forma irregular; pétalas (3-)4-

5(-6), dialipétalas, prefloração imbricada; hipanto prolongado ou não acima do ovário, constrito ou não; disco nectarífero ausente ou presente; estames exsertos, vistosos, numerosos, raramente 4-8, livres ou unidos na base (ex: Callistemon); anteras rimosas, raramente poricidas, glândula terminal ausente ou presente; estigma único, peltado ou capitado; ovário ínfero ou semi-ínfero, 2-5(-18)-locular; placentação axilar, raramente parietal, parede locular glandular ou não; lóculos bi ou pluriovulados, bi ou multisseriados.

Fruto baga, drupa, cápsula ou núcula; cor e textura diversas, sépalas persistentes ou com

27 O gênero Campomanesia Ruiz & Pavón (Myrtaceae) para o estado da Bahia cicatriz das mesmas; sementes 1-várias; testa fina a espessada, membranácea a óssea; embrião sem endosperma, com diferentes formas, comprimentos, e espessuras.

Myrtaceae possui cerca de 140 gêneros e 4000-5800 espécies distribuídas nas regiões tropical e subtropical, com centros de diversidade na Austrália e nos Neotrópicos

(Judd et al., 2002; Heywood et al., 2007; Souza & Lorenzi, 2008). Estudos utilizando dados morfológicos e moleculares sustentam-na como monofilética, o mesmo não acontecendo em níveis infrafamiliares (Wilson et al., 2001; Wilson et al., 2005; Lucas et al., 2005; Lucas et al., 2007), como a divisão Myrteae em Eugeniinae, Myrciinae e

Myrtinae baseada nos diferentes tipos de embrião (McVaugh, 1968; Barroso et al., 1991;

Landrum & Kawasaki, 1997). Nesta tribo estão reunidas todas Myrtaceae brasileiras, e apesar de Souza & Lorenzi (2008) citarem a ocorrência de 26 gêneros para o Brasil, o

único representante de Mosiera Small. no país (Landrum & Kawasaki, 1997) foi segregado e Curitiba Salywon & Landrum (Salywon & Landrum, 2007) descrito para acomodá-lo.

Na Bahia ocorrem aproximadamente 20 gêneros, sendo Eucalyptus L’Hér. e Syzygium

Gaertn. cultivados.

1. Campomanesia Ruiz & Pavón, Fl. peruv. prodr. 72. pl. 13. 1794.

Árvores ou arbustos; córtex fissurado, creme a acinzentado, periderme creme a avermelhada; tricomas simples, alvos, amarelados ou ferrugíneos. Folhas opostas; estípulas ausentes; margem inteira, ondulada, crenada, crenulada, ou revoluta; membranáceas a levemente coriáceas; lisas, rugosas ou buladas, discolores; tufos de tricomas ausentes ou presentes na face abaxial; nervuras secundárias 3-15 pares leve a fortemente impressas na face adaxial, leve a fortemente proeminentes na face abaxial,

28 O gênero Campomanesia Ruiz & Pavón (Myrtaceae) para o estado da Bahia camptódromo-broquidódromas. Inflorescências em dicásios 3-15 flores, ou flores solitárias, partindo da axila de folhas ou brácteas, pediceladas, alvas, bissexuadas, actinomorfas, diclamídeas, subentendidas por duas bractéolas; botão com cálice fechado ou aberto; sépalas (4-)5(-6); pétalas (4-)5; hipanto geralmente não prolongado acima do ovário, constrito ou não; disco floral 2-12 mm diâm.; disco nectarífero ausente; estames

60-700, livres; anteras rimosas, oblongas ou elongadas, apiculadas ou não, glândula terminal ausente ou presente; estigma normalmente peltado; ovário ínfero, (3-)4-18- locular; placentação axilar, parede do lóculo glandular, 4-20 óvulos por lóculo arranjados em duas colunas longitudinais (bisseriados), aborto de todos os óvulos ou todos, exceto um por lóculo. Fruto baga; globoso a ovóide-romboidal; amarelo, alaranjado ou arroxeado; parede locular com uma ou mais camadas de glândulas, formando uma “falsa testa” para a semente no fruto maduro; sépalas persistentes; sementes 0-1 por lóculo, ca. 1-4 por fruto; testa fina, membranácea; embrião enroscado; hipocótilo espessado; cotilédones relativamente pequenos.

Considerado um dos gêneros mais bem definidos de Myrtaceae, Campomanesia

Ruiz & Pavón pertence à tradicional subtribo Myrtinae (McVaugh, 1968; Landrum, 1986) e ao informal “Grupo Pimenta” (Lucas et al., 2007). É representado por cerca de 30 espécies distribuídas nas regiões tropical e subtropical da América do Sul (Landrum &

Kawasaki, 1997). Até o momento, foram registrados para o estado da Bahia 16 táxons, que ocorrem principalmente em áreas de floresta, cerrado, caatinga e restinga.

29 O gênero Campomanesia Ruiz & Pavón (Myrtaceae) para o estado da Bahia

Chave para as espécies

1. Flores em dicásios.

2. Sépalas foliáceas, elípticas; hipanto com protuberâncias em forma de

tentáculos...... 1.1. C. anemonea

2’. Sépalas não foliáceas, truncado-auriculadas, ovado-auriculadas, ovadas ou

triangulares; hipanto sem protuberâncias em forma de tentáculos.

3. Sépalas truncado-auriculadas ou ovado-auriculadas.

4. Hipanto constrito próximo ao ápice do ovário; sépalas truncado-auriculadas;

anteras elongadas e apiculadas...... 1.12. C. viatoris

4’. Hipanto não constrito próximo ao ápice do ovário; ovado-auriculadas;

anteras oblongas e não apiculadas...... 1.5. C. grandiflora

3’. Sépalas ovadas ou triangulares.

5. Flor central do dicásio séssil ou com pedicelo com até 1 mm compr.; cálice

fechado ou quase fechado no botão, sépalas ovadas; anteras oblongas e não

apiculadas...... 1.3. C. dichotoma

5’. Flor central do dicásio com pedicelo com 4 mm compr. ou mais; cálice

aberto no botão, sépalas triangulares; anteras elongadas e

apiculadas...... 1.8. C. laurifolia

1’. Flores solitárias.

6. Cálice fechado ou quase fechado no botão.

7. Na antese, sépalas regulares entre si, ovadas; menos de 350 estames; anteras

oblongas e não apiculadas...... 1.3. C. dichotoma

7’. Na antese, sépalas irregulares entre si, sem forma definida; mais de 400

estames; anteras elongadas e apiculadas...... 1.7. C. guazumifolia

30 O gênero Campomanesia Ruiz & Pavón (Myrtaceae) para o estado da Bahia

6’. Cálice aberto no botão.

8. Anteras elongadas e apiculadas.

9. Hipanto constrito próximo ao ápice do ovário; sépalas truncado-

auriculadas...... 1.12. C. viatoris

9’. Hipanto não constrito próximo ao ápice do ovário; sépalas ovadas ou

triangulares.

10. Sépalas ovadas; hipanto pubescente; disco floral com 6 mm diâm ou

mais...... 1.9. C. schlechtendaliana

10’. Sépalas triangulares; hipanto velutino; disco floral com até 4 mm

diâm...... 1.8. C. laurifolia

8’. Anteras oblongas e não apiculadas.

11. Folhas com face abaxial tomentoso-vilosa, tomentosa, velutina ou

pubescente.

12. Flores com pedicelo com até 2 mm compr., raramente com 5 mm

compr. ou mais; mais de 160 estames; fruto velutino a pubescente, não

glandular...... 1.10. C. sessiliflora

12’. Flores com pedicelo com 4 mm compr. ou mais; menos de 150

estames; fruto puberulento, glandular.

13. Face abaxial das folhas com tufos de tricomas na axila das

nervuras secundárias com a principal; bractéolas puberulentas; sépalas

oblongo-truncadas ou ovadas; disco floral puberulento; ovário com 5

lóculos ou menos...... 1.2. C. aromatica

13’. Face abaxial das folhas sem tufos de tricomas na axila das

nervuras secundárias com a principal; bractéolas velutinas a

31 O gênero Campomanesia Ruiz & Pavón (Myrtaceae) para o estado da Bahia

pubescentes; sépalas triangulares; disco floral velutino a pubescente;

ovário com 5 lóculos ou mais...... 1.11. C. velutina

11. Folhas com face abaxial puberulenta a glabra.

14. Folhas com superfície bulada ou rugosa, nervuras fortemente

proeminentes na face abaxial.

15. Sépalas triangulares; hipanto puberulento...... 1.13. C. xanthocarpa

15’. Sépalas oblongo-truncadas, ovadas ou arredondadas; hipanto

tomentoso a pubescente.

16. Sépalas oblongo-truncadas ou ovadas; hipanto pubescente;

ovário com 5 lóculos ou menos; fruto

puberulento...... 1.2. C. aromatica

16’. Sépalas arredondadas; hipanto pubescente; ovário com 7

lóculos ou mais; fruto velutino a pubescente.... 1.10. C. sessiliflora

14’. Folhas com superfície lisa, com nervuras levemente proeminentes na

face abaxial.

17. Sépalas triangulares, mais largas que longas, ou arredondadas;

hipanto pubescente...... 1.5. C. guaviroba

17’. Sépalas ovadas ou truncadas; hipanto puberulento a glabro.

18. Folhas com 8 pares ou menos de nervuras secundárias partindo

da nervura principal; cálice aberto no botão; hipanto com 2 mm de

compr. ou menos, campanulado; menos de 100

estames...... 1.4. C. eugenioides

18’. Folhas com 12 pares ou mais de nervuras secundárias partindo

da nervura principal; cálice fechado ou quase fechado no botão;

32 O gênero Campomanesia Ruiz & Pavón (Myrtaceae) para o estado da Bahia

hipanto com 3 mm de compr. ou mais, infundibular; mais de 300

estames...... 1.14. Campomanesia sp.

1.1. Campomanesia anemonea Landrum, Brittonia 53(4): 536-537. 2001.

Nome popular: pau-quina, murta guabiraba

Fig. 2A-E; 6

Árvores ca. 5 m alt.; córtex acinzentado; periderme avermelhada; ramos jovens densamente pubescentes, tricomas ferrugíneos; ramos adultos glandulares, glabros. Folhas

9-14 × 5-8,5 cm, elípticas ou obovadas; ápice agudo, raramente obtuso ou arredondado; base aguda ou obtusa, raramente arredondada; margem inteira; cartáceas; lisas; face adaxial puberulenta a glabra, tricomas alvos; face abaxial glandular, pubescente a puberulenta, principalmente ao longo das nervuras, tufos de tricomas na axila das nervuras secundárias com a principal presentes, tricomas alvos; nervuras secundárias 6-9 pares partindo da nervura principal em um ângulo de 30° a 45°, às vezes chegando a 60°, levemente impressas na face adaxial, levemente proeminentes na face abaxial; pecíolo canaliculado, 0,6-1 cm compr., glandular, densamente pubescente, tricomas alvos a amarelados. Inflorescências em dicásios 3 flores, partindo da axila de folhas; pedúnculo ca. 10 mm compr., pubescente, tricomas alvos; pedicelo 8-13 mm compr., pubescente, tricomas alvos; botão não observado; bractéolas ca. 5 × 2 mm, lanceolado-elípticas, foliáceas, ambas as faces pubescentes, tricomas alvos, caducas após a antese; sépalas 5, ca.

5 × 3 mm., foliáceas, glandulares, elípticas, face externa pubescente, face interna densamente pubescente, tricomas alvos; pétalas não observadas; hipanto 6 mm compr., ca.

2 mm compr. acima do ovário, não constrito, campanulado, protuberâncias 1-3 mm compr, em forma de tentáculos; disco floral ca. 7 mm diâm., pubescente, tricomas alvos a amarelados; estames ca. 250, 3-8 mm compr.; anteras oblongas, não apiculadas, ca. 1 mm

33 O gênero Campomanesia Ruiz & Pavón (Myrtaceae) para o estado da Bahia compr., glândula terminal presente; estigma 7-10 mm compr., peltado; ovário 6-locular, 6-

8 óvulos por lóculo. Fruto desconhecido.

Espécie aparentemente endêmica do estado da Bahia. H7, H9, I8: floresta atlântica.

Encontrada com flores em setembro e fevereiro (Landrum, 2001).

Material examinado: Belmonte, 15°51’00”S 38°52’00”W, set.1970, Santos 1120

(CEPEC). Itapetinga, 15°14’21”S 40°14’05”W, 270m, fev.1994, Thomas et al. 10251

(ASU, RB, Isótipo). Santa Cruz Cabrália, 16°23’00”S 39°08’00”W, 270m, s.d., s.col.

(CEPEC 43849).

Espécie que pode ser reconhecida pelo formato e textura das sépalas, além da presença de protuberâncias em forma de tentáculos no hipanto, que parecem ser um caráter

único no gênero. Landrum (2001) ao descrever Campomanesia anemonea, citou a semelhança da mesma com C. dichotoma (O. Berg) Mattos, C. macrobracteolata

Landrum, e C. hirsuta Gardner, principalmente com estas duas últimas, por apresentarem bractéolas foliáceas. Este mesmo autor ainda comentou a presença de domáceas em folhas de C. anemonea, estrutura observada nos espécimes baianos, e, segundo Landrum (2001), também encontrada em C. eugenioides (Cambess.) Legrand, C. espiritosantensis Landrum e Legrandia concinna (R.A.Philipi) Kausel.

Durante este estudo, um isótipo de Campomanesia anemonea foi encontrado no herbário RB identificado como C. guazumifolia (Cambess.) O. Berg, do qual pode ser diferenciado pelo indumento, formato e dimensões das folhas, além dos botões abertos e protuberâncias características no hipanto. Somente este material e o isótipo no herbário

ASU puderam ser analisados, visto que o holótipo (Thomas et al. 10251, CEPEC) e os

34 O gênero Campomanesia Ruiz & Pavón (Myrtaceae) para o estado da Bahia espécimes de Belmonte (Santos 1120, CEPEC) e Santa Cruz Cabrália (s.col., s.n., CEPEC

43489) tinham sido emprestados e até o momento não devolvidos.

Estes representantes de Campomanesia anemonea foram coletados em áreas de preservação ambiental no sul do estado, contudo, acredita-se que a espécie esteja em uma condição de risco, uma vez que foi observado um processo de antropização no Parque

Municipal da Matinha, Itapetinga, localidade-tipo. Infelizmente, nenhum indivíduo foi encontrado em campo, sendo interessante mencionar que os funcionários do parque não reconhecem o nome popular “murta guabiraba” referido por Landrum (2001) para esta espécie, e conhecem como “pau-quina” espécimes na mesma área pertencentes a outro gênero, Eugenia L.

1.2. Campomanesia aromatica (Aubl.) Griseb., Fl. Brit. W. I: 242. 1860.

Fig. 1A-B; 2F-Q; 7

Arbustos 2,5-5 m alt.; córtex acinzentado; periderme avermelhada, glandular; ramos jovens puberulentos a glabros, tricomas alvos a amarelados; ramos adultos glandulares, glabrescentes, tricomas alvos. Folhas 4,2-9,7 × 2,6-4,1 cm, elípticas ou ovadas, raramente obovada; ápice agudo ou acuminado; raramente obtuso; base aguda ou obtusa; margem inteira, ondulada, levemente revoluta; membranáceas a cartáceas; lisas ou buladas na maturidade; face adaxial pubescente em folhas jovens, glabra em folhas maduras, tricomas alvos; face abaxial glandular, pubescente em folhas jovens, glabra em folhas maduras, tufos de tricomas na axila das nervuras secundárias com a principal presentes quando jovens, tricomas alvos; nervuras secundárias 6-8 pares partindo da nervura principal em um ângulo de aprox. 40°, impressas na face adaxial, fortemente proeminentes na face abaxial; pecíolo canaliculado, involuto, 0,5-0,8 cm compr.,

35 O gênero Campomanesia Ruiz & Pavón (Myrtaceae) para o estado da Bahia puberulento, tricomas alvos. Flores solitárias, partindo da axila de brácteas; pedicelo 4-28 mm compr., glandular, puberulento a glabro, tricomas alvos; botão com cálice aberto, ca. 4 mm compr.; brácteas ca. 1 mm compr., ovadas, convexas, ambas as faces puberulentas, tricomas alvos; bractéolas 1-3 mm compr., lineares, face interna puberulenta, tricomas alvos, caducas após antese; sépalas 4-5, 1-2 × 2 mm compr., coriáceas, oblongo-truncadas ou ovadas, ambas as faces pubescentes, com glândulas na face externa; pétalas 5, 3-5 × 2-4 mm, membranáceas, obovadas, face interna puberulenta, face externa glandular, pubescente; hipanto 1-2 mm compr., não constrito, campanulado ou obcônico, densamente pubescente, tricomas alvos; disco floral ca. 3 mm diâm., puberulento, tricomas alvos; estames 60-70, 2-5 mm compr.; anteras oblongas, não apiculadas, 0,5-1 mm compr., glândula terminal ausente; estigma ca. 4,0 mm compr., peltado, glandular; ovário 3-5- locular, 5-7 óvulos por lóculo. Fruto subgloboso, 2-4 mm diâm., glandular, puberulento; parede locular com uma camada de glândulas; sementes 1-3.

Espécie que ocorre em duas áreas disjuntas: Trinidad e Tobago, Norte e Nordeste do Brasil (Amapá, Pará, Maranhão, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco,

Sergipe e Bahia), e Bolívia (Landrum, 1986; Landim & Landrum, 2002). C7, D7, E6, E7,

E8, E9 e G8: caatinga e floresta atlântica. Encontrada com flores em novembro, e com frutos de fevereiro a setembro.

Material selecionado: Angüera, 12°09’49”S 39°11’12”W, 240-485m, abr.1999, França et al. 2703, (HUEFS). Cachoeira, 12°37’00”S 38°57’00” W, set.1980, Scardino et al. in

Grupo Pedra do Cavalo 719 (ALCB, HUEFS, NY). Entre Rios, 12°01’04”S 38°02’55”W,

150m, mai.2008, Popovkin 303 (HUEFS). Feira de Santana, 12°15’00”S 38°58’00”W, fev.1984, Noblick 2926 (HUEFS, NY). Iraquara, 12°14’00”S 41°37’00”W, abr.1998,

36 O gênero Campomanesia Ruiz & Pavón (Myrtaceae) para o estado da Bahia

Carleci s.n. (ALCB 49040, HUNEBA 4398). Itaberaba, 12°31’00”S 40°18’00”W, nov.1982, Bastos 347 (HRB, HUEFS). Itajuípe, 14°40’00”S 39°22’00”W, nov.1971,

Santos 2180 (CEPEC). Miguel Calmon, 11°25’00”S 40°35’00”W, mai.2005, Carvalho et al. 23 (ALCB). Pindobaçu, 10°44’00”S 41°37’00”W, dez.1999, Guedes et al. 7045

(ALCB).

Os indivíduos analisados de Campomanesia aromatica assemelham-se a C. xanthocarpa O. Berg e C. velutina (Cambess.) O. Berg, diferenciando-se desta última pelo tipo de indumento na face abaxial de suas folhas jovens, pubescente ao invés de tomentoso a velutino. Neste caso, Landrum (1986) citou que indivíduos de C. aromatica e C. velutina coletados juntos em uma mesma localidade no Maranhão (Daly D559, NY e Daly D565,

NY, respectivamente) são distintos. As flores pequenas com sépalas obovado-truncadas funcionam como um bom caráter diagnóstico de C. aromatica.

Também foi possível diferenciar os materiais coletados na Bahia destas duas espécies quando apresentavam folhas completamente desenvolvidas, tanto pelo tipo de indumento, ausente em Campomanesia aromatica, quanto pelo formato e pelas nervuras fortemente proeminentes na face abaxial de suas folhas. No entanto, este último caráter não se mostrou consistente na separação entre esta espécie e C. xanthocarpa, sendo difícil a identificação de materiais estéreis. Tais semelhanças fizeram com que Landrum (1986) incluísse C. aromatica no “Complexo C. xanthocarpa”, formado por C. xanthocarpa, C. adamantium (Cambess.) O. Berg, C. aurea O. Berg, C. eugenioides (Cambess.) Legrand,

C. pabstiana Mattos & Legrand, C. pubescens (DC.) O. Berg, C. reitziana Legrand e C. velutina. São espécies que possuem menos de 200 estames, disco de 2,0 a 7,0 mm de diâmetro, ovário com três a 10 lóculos, e se distribuem pelo Sudeste brasileiro e áreas adjacentes, com exceção de C. aromatica.

37 O gênero Campomanesia Ruiz & Pavón (Myrtaceae) para o estado da Bahia

Nos espécimes examinados, percebeu-se a forte relação entre as fases fenológicas de brotamento foliar e floração. Em campo, indivíduos de Campomanesia aromatica exibiram folhas completamente desenvolvidas quando estéreis.

No Nordeste brasileiro, os frutos de Campomanesia aromatica, que são conhecidos por “cadeia brava”, além das variações de “guabiroba” (Landim & Landrum, 2002), apresentam-se na cor arroxeada (Landrum, 1986), e em razão de os indivíduos coletados na

Bolívia possuirem frutos alaranjados, Landrum (com. pess.) suspeita que estes pertençam a outro táxon. Um esforço de coleta nesta região pode vir a elucidar tal dúvida, modificando assim a distribuição da espécie.

1.3. Campomanesia dichotoma (O. Berg) Mattos, Loefgrenia 26: 28. 1967

Nome popular: guabiraba, guabiraba-branca, guabiroba-roxa, magabinha de veado

Fig. 1C-D; 2R-Z; 8

Árvores ou arbustos, 1,6-20 m alt.; córtex acinzentado, glandular; periderme avermelhada; ramos jovens puberulentos, tricomas alvos; ramos adultos puberulentos a glabros, tricomas amarelados a ferrugíneos. Folhas 4,5-14,3 × 2,3-10 cm, elípticas ou ovadas, raramente oblongas ou largo-elípticas; ápice agudo ou acuminado, raramente obtuso; base obtusa ou subcordada, raramente aguda; margem inteira, levemente ondulada; membranáceas a cartáceas; lisas, às vezes buladas; ambas as faces glandulares, puberulentas a glabras, principalmente ao longo das nervuras, tufos de tricomas na axila das nervuras secundárias com a principal ausentes, tricomas alvos; nervuras secundárias 5-

9 pares partindo da nervura principal em um ângulo de 30° a 45°, às vezes chegando a 60°, levemente impressas na face adaxial, levemente proeminentes na face abaxial; pecíolo canaliculado, parcial ou totalmente involutos, 0,6-1,2 cm compr., pubescente a

38 O gênero Campomanesia Ruiz & Pavón (Myrtaceae) para o estado da Bahia puberulento. Inflorescências em dicásios 3-12 flores, ou flores solitárias, partindo da axila de folhas; pedúnculo 20-52 mm compr., puberulento a glabro, tricomas alvos; pedicelo central séssil a 1 mm compr.; pedicelos laterais 5-40 mm compr., pubescente a puberulentos, tricomas alvos; botão com cálice fechado ou quase fechado em alguma fase do desenvolvimento, abrindo de forma regular, ca. 4-15 mm compr.; bractéolas ca. 1 mm compr., lineares, em ambas as faces pubescente, tricomas alvos a amarelados, geralmente persistentes após antese; sépalas 4-5, 4-7 × 3-5 mm, coriáceas, ovadas ou obovadas, ápice agudo ou arredondado, face interna puberulenta a glabra, face externa densamente puberulenta, tricomas alvos; pétalas 5, 1,1-2,2 × 0,9-1,5 cm, membranáceas, obovado- espatuladas a suborbiculares, em ambas as faces puberulenta, tricomas alvos; hipanto 3-5 mm compr., ca. 2 mm compr. acima do ovário, não constrito, obcônico ou campanulado, densamente pubescente, tricomas alvos a amarelados; disco floral 4-7 mm diâm., pubescente a puberulento, tricomas alvos; estames 160-310, 3-10 mm compr.; anteras oblongas, não apiculadas, 0,5-1 mm compr., glândula terminal presente; estigma 8-13 mm compr., glandular, peltado, puberulento; ovário 6-9-locular, 8-12 óvulos por lóculo. Fruto subgloboso, 0,3-2,3 cm diâm., arroxeado quando maduro, pubescente, tricomas alvos; parede locular com uma camada de glândulas; sementes 1-3, ca. 0,8 cm compr.

A espécie se distribui do Ceará ao Rio de Janeiro, ocorrendo em matas costeiras

(Landrum, 1986). C8, E8, E9, E10 e G8: caatinga, cerrado, restinga e floresta atlântica.

Encontrada com flores de novembro a fevereiro, e com frutos de dezembro a maio.

Material selecionado: Cachoeira, 12°32’00”S 39°05’00”W, 40-120m, dez.1980,

Scardino et al. in Grupo Pedra do Cavalo 1024 (ALCB, CEPEC, HRB, HUEFS).

Camaçari, 12°42’21,4”S 38°07’47,6”W, 37m, jan.2008, Ibrahim et al. 123 (HUEFS).

39 O gênero Campomanesia Ruiz & Pavón (Myrtaceae) para o estado da Bahia

Castro Alves, 12°45’00”S 39°25’00”W, abr.1995, Queiroz et al. 4315 (HUEFS, RB).

Conde, 12°02’07”S 37°43’43”W, mai.1995, Silva et al. 46 (CEPEC, HRB, HUEFS,

MBM). Entre Rios, 12°01’04”S 38°02’55”W, 150m, mai.2008, Popovkin 254 (HUEFS).

Esplanada, 12°01’08”S 37°44’41”W, jun.1996, Ribeiro et al. 09 (ALCB, CEPEC, HRB).

Feira de Santana, 12°13’58”S 38°04’35”W, 230m, mai.2005, Couto et al. 63 (HUEFS).

Ilhéus, 14°48’00”S 39°10’00”W, 40m, nov.1997, Mattos-Silva et al. 3648 (CEPEC,

HUNEBA, NY). Itabuna, 14°47’00”S 39°16’00”W, mai.1973, Pinheiro 2184 (CEPEC).

Itacaré, 14°16’00”S 38°59’00”W, fev.1978, Santos et al. 3174 (ALCB, HRB).

Jeremoabo, 10°04’00”S 38°28’00”W, fev.2006, Melo et al. 4720 (HUEFS). Mata de São

João, 12°31’00”S 38°17’00”W, abr.2005, Queiroz 836 (BHCB, HRB, HUEFS). Salvador,

12°57’06”S 38°25’12”W, fev.1992, Bautista et al. 1595 (ALCB, BHCB, HRB, HUEFS,

RB, SPF). Una, 15° 17’ 00” S, 39° 04’ 00” W, jul.1993, Sant’Ana et al. 343 (CEPEC,

HUEFS, MBM, NY, RB, SP, UB).

Sobre a distribuição de Campomanesia dichotoma, Carrara (1997) identifica o

único exemplar da espécie citado por Landrum (1986) para o estado do Rio de Janeiro como C. guaviroba (DC.) Kiaresk, e Lombardi & Gonçalves (2000), ao fazerem o levantamento florístico de dois remanescentes de floresta atlântica no sudeste do estado de

Minas Gerais, registraram a ocorrência dessa espécie em uma das localidades de estudo.

Assim, pode-se dizer que estes registros modificam o limite sul da espécie no país.

Landrum (1986) não incluiu Campomanesia dichotoma em nenhum complexo específico, mas ao descrever C. macrobracteolata Landrum e C. anemonea Landrum, comentou a semelhança entre as espécies (Landrum, 2001). No entanto, isso não foi constatado entre os indivíduos analisados (HUEFS, CEPEC, RB) podendo C. dichotoma ser facilmente reconhecida por seu fruto subgloboso, glandular e pubescente, pelo formato

40 O gênero Campomanesia Ruiz & Pavón (Myrtaceae) para o estado da Bahia de suas folhas, e, principalmente, por sua inflorescência em dicásio típico. Sobre este

último caráter, alguns indivíduos possuíam flores solitárias, às vezes com uma cicatriz mostrando que outras flores ali existiam compondo o dicásio.

Interessante ressaltar que alguns indivíduos apresentaram cálice completamente fechado com um apículo, como ocorre em Campomanesia guazumifolia (Cambess.) O.

Berg, concordando com a descrição de Britoa psidioides O. Berg, sinônimo de C. dichotoma. Esta situação perdura somente durante a fase jovem do botão, ao contrário de

C. guazumifolia.

Na Bahia, Campomanesia dichotoma foi coletada principalmente em áreas de restinga e floresta atlântica, com indivíduos apresentando maior porte, variando de 7 a 20 m de altura. Suas flores mostraram-se bastante aromáticas, e as glândulas presentes na parede locular do ovário de frutos imaturos secretavam uma substância viscosa amarelada de cheiro característico.

Em Camaçari, pessoas da comunidade informaram que a madeira é de boa qualidade, sendo utilizada comumente em construções civis.

1.4. Campomanesia eugenioides (Cambess.) Legrand, Notul. Syst. 15(3): 274. 1958.

Nome popular: cambuí, araçaí, araçarico

Fig. 1E; 2A-G; 9

Árvores ou arbustos, 1,5-4 m alt.; córtex acinzentado; periderme avermelhada; ramos jovens glandulares, pubescentes a glabros, tricomas alvos; ramos adultos glandulares, glabrescentes. Folhas (1,2-)2,5-6 × (0,5-)1-2,5(-3,3) cm, elíptica, estreito- elíptica, obovada, oblonga ou ovada; ápice obtuso, agudo, acuminado ou arredondado; base cordada, subcordada ou obtusa, raramente aguda; margem inteira, ondulada, crenada

41 O gênero Campomanesia Ruiz & Pavón (Myrtaceae) para o estado da Bahia ou crenulada; textura membranácea à cartácea; superfície lisa; ambas as faces fortemente glandulares; face adaxial lustrosa, puberulenta a glabra, tricomas alvos; face abaxial glabra a puberulenta, principalmente ao longo das nervuras, tufos de tricomas na axila das nervuras secundárias com a principal às vezes presentes, tricomas alvos a amarelados; nervuras secundárias 6-7 pares partindo da nervura principal em um ângulo de 30° a 45°, levemente impressas na face adaxial, levemente proeminentes na face abaxial; pecíolo canaliculado, plano na base, 0,2-0,5 cm compr., glandular, pubescente a puberulento.

Flores solitárias, partindo da axila de folhas; pedicelo 3-21 mm compr., pubescente a glabro, tricomas alvos; botão com cálice aberto, 1-4 mm compr.; brácteas 1,5-4 × 1-2 mm, elípticas ou obovadas, ápice acuminado ou agudo, face interna puberulenta a glabra, face externa glandular, pubescente a glabra, tricomas alvos; bractéolas ca. 3 mm compr., glandulares, lineares, em ambas as faces pubescente, tricomas alvos, geralmente persistentes após antese; sépalas 4-5, 0,5-3 × 0,5-2 mm, coriáceas, ovadas, face externa densamente glandular, ambas as faces puberulentas a glabras, tricomas alvos, margem ciliada; pétalas 4-5, 3-5 × 3-4 mm, membranáceas, densamente glandulares, obovadas, com

ápice obtuso ou arredondado, ambas as faces puberulentas a glabras, margem ciliada; hipanto ca. 1 mm compr., não constrito, campanulado, glandular, esparsamente puberulento; disco floral 1-4 mm diâm., pubescente a puberulento, tricomas alvos; estames

40-60, 3-5 mm compr.; anteras oblongas, não apiculadas, 0,5-1 mm compr., glândula terminal presente; estigma 2-6 mm compr., peltado, glandular; ovário 4-9-locular, 4-8

óvulos por lóculo. Fruto subgloboso, densamente glandular, arroxeado, 3-7 mm diâm., esparsamente puberulento, tricomas alvos; parede locular com uma camada de glândulas; sementes 1-3, ca. 0,4 cm compr.

42 O gênero Campomanesia Ruiz & Pavón (Myrtaceae) para o estado da Bahia

Espécie distribuída no Brasil de Santa Catarina a Pernambuco (LANDRUM, 1986).

B5, B6, B9, C7, C8, C9, D6, D8, E7, E8, E10 e F6: caatinga, cerrado, floresta estacional, restinga. Encontrada com flores de outubro a dezembro, e com frutos de novembro a maio.

Material selecionado: Andorinha, 10°08’50”S 39°54’18”W, 450-510m, fev.2006,

França et al. 5502 (HUEFS). Aporá, 11°39’00”S 38°04’00”W, ago.1956, Lordelo 56-564

(ALCB). Cachoeira, 12°32’00”S 39°00’00”W, set.1980, Scardino et al. in Grupo Pedra do Cavalo 797 (ALCB, CEPEC, HUEFS). Campo Formoso, 10°25’43”S 40°15’49”W,

819m, fev. 2006, Souza et al. 1445 (HUEFS). Canudos, 10°01’00”S 39°09’00”W, nov.2003, Silva et al. 474 (HUEFS). Castro Alves, 12°45’00”S 39°25’00”W, jan.1957,

Lordelo et al. 57-13 (ALCB). Cícero Dantas, 10°31’38”S 38°44’11”W, 534m, fev.2006,

Melo et al. 4268 (BHCB, HUEFS). Feira de Santana, 12°15’00”S 38°58’00”W, jan.2004,

Santos et al. 256 (CEPEC, HUEFS). Glória, 09°20’00”S 38°18’00”W, mar.2004, Moraes

625 (BHCB, HUEFS). Iaçu, 12°43’00”S 40°07’00”W, mar.1985, Noblick 3681 (CEPEC,

HUEFS). Itatim, 12°43’00”S 39°42’00”W, 310-430m, nov.1995, França et al. 1435

(HUEFS, UB). Jaguarari, 10°06’08”S 40°13’45”W, 600m, fev.2006, Souza et al. 1544

(HUEFS). Jaibá, 12°13’44”S 37°47’56”W, fev.1980, Araújo 238 (CEPEC, HRB, HUEFS,

RB). Jeremoabo, 10°04’00”S 38°28’00”W, jan.2006, Sessegolo et al. 183 (ALCB).

Juazeiro, 10°00’00”S 42°12’00”W, jan.1993, Thomas et al. 9647 (CEPEC, HUEFS, RB,

SP, NY). Muritiba, 12°37’00”S 38°59’00”W, mai.2003, Andrade et al. 787 (HUEFS).

Paulo Afonso, 09°25’00”S 41°35’00”W, nov.1999, Guedes et al. 7227 (CEPEC, HUEFS).

Piatã, 13°09’00”S 41°46’00”W, dez.2006, Guedes et al. 11765 (ALCB, MBM).

Queimadas, 10°55’35”S 39°36’00”W, nov.1986, Queiroz et al. 1152 (BHCB, HUEFS).

São Gonçalo dos Campos, 12°26’00”S 38°58’00”W, mai.1954, Costa 46 (RB). Senhor

43 O gênero Campomanesia Ruiz & Pavón (Myrtaceae) para o estado da Bahia do Bonfim, 10°27’00”S 40°11’22”W, jun.2007, Lopes 1414 (CEPEC). Tucano,

10°57’00” S 38°47’00”W, mar.1992, Carvalho et al. 3862 (HRB, UB).

Apesar de os indivíduos pertencentes à Campomanesia eugenioides do Sul do

Brasil apresentarem algumas diferenças em relação aos do Nordeste, como indumento, formato e dimensões de folhas, Landrum (1986) comentou que uma série de intermediários os conectam moforlógica e geograficamente. Desta forma, o autor preferiu dividir a espécie em duas variedades: C. eugenioides var. eugenioides, similar a C. xanthocarpa O.

Berg (Landrum,1986) e C. espiritosantensis Landrum (Landrum, 1987), e C. eugenioides var. desertorum (DC.) Landrum, sendo esta última encontrada no estado.

Esta variedade era conhecida para os estados de Goiás, Pernambuco e Bahia

(Landrum, 1986) e a análise de espécimes depositados nos principais herbários nacionais amplia aqui esta distribuição para (Lyra 5642, HUEFS). A ocorrência da mesma no estado do Rio de Janeiro é posta em dúvida por Landrum (1986), pois há somente uma referência para o município de Niterói. Contudo, Carrara (1997) comentou a probabilidade de realmente a variedade existir, já que poucas coletas foram realizadas no município, podendo não significar um erro de localidade ou mesmo a inexistência no local.

Este foi o táxon com maior representatividade nos herbários baianos, tendo sido coletado principalmente em áreas de caatinga em inselbergs, no município de Itatim.

Muitas espécies encontradas nos inselbergs do semi-árido da Bahia possuem ampla distribuição, entretanto, algumas são restritas à caatinga, sendo estas áreas consideradas prioritárias para a conservação (França et al., 1997; França & Melo, 2006).

Na Bahia, foram identificados materiais que corroboram a descrição feita por De

Candolle (1828) para Psidium desertorum, sendo este táxon caracterizado por suas folhas ovadas, com base subcordada, margem crenada e pecíolos curtos. Outras, no entanto,

44 O gênero Campomanesia Ruiz & Pavón (Myrtaceae) para o estado da Bahia corroboram com a descrição de Campomanesia repanda O. Berg (O. Berg, 1857-1859), e que apresenta suas folhas oblongas e base cordada. Landrum (1986) sinonimizou ambos os táxons em C. eugenioides var. desertorum, sendo estes na Bahia diferenciados de outras espécies do gênero por possuir nós evidentes, glândulas conspícuas e abundantes no caule, folhas, flores e frutos.

Seus frutos maduros apresentaram coloração arroxeada, quase preta, e sabor adocicado. As glândulas que envolvem a parede locular no fruto imaturo secretavam, assim como observado em C. dichotoma (O. Berg) Mattos, uma substância amarelada bastante viscosa.

1.5. Campomanesia grandiflora (Aubl.) Sagot, Ann. Sci. Nat. VI. 20: 182. 1885.

Fig. 3H-N; 10

Árvores 8-10 m alt.; córtex creme; periderme avermelhada; ramos jovens glandulares, densamente pubescentes, tricomas ferrugíneos; ramos adultos glandulares, glabros. Folhas 11-19 × 4-10,5 cm, elípticas ou obovadas; ápice acuminado; base aguda; margem inteira, levemente ondulada; textura membranácea, superfície lisa; face adaxial glandular, puberulenta a glabra, pubescente ao longo das nervuras, tricomas amarelados a ferrugíneos; face abaxial glandular, glabra, pubescente ao longo das nervuras principal e secundárias, tufos de tricomas na axila das nervuras secundárias com a principal ausentes, tricomas alvos a amarelados; nervuras secundárias 5-7 pares partindo da nervura principal em um ângulo de 40° a 60°, levemente impressas na face adaxial, levemente proeminentes na face abaxial; pecíolo canaliculado, involuto, 0,6-0,9 × ca. 0,1 cm, glandular, densamente pubescente a puberulento, tricomas ferrugíneos. Inflorescências em dicásios 3 flores, partindo da axila de brácteas; pedúnculo 7-17 × ca. 1 mm, glandular, densamente

45 O gênero Campomanesia Ruiz & Pavón (Myrtaceae) para o estado da Bahia pubescente, tricomas ferrugíneos; pedicelo 5-14 mm compr., densamente pubescente, tricomas ferrugíneos; botão com cálice aberto, 10-13 mm compr.; brácteas ca. 1 mm, obovadas, convexas pubescentes, tricomas alvos a ferrugíneos, geralmente persistentes após antese; bractéolas ca. 3 mm, lineares, em ambas as faces densamente pubescentes, tricomas alvos a ferrugíneos, geralmente persistentes após antese; sépalas 5, 2-3 × 5-6 mm, coriáceas, ovado-auriculadas, ápice agudo, fortemente glandulares, em ambas as faces densamente pubescentes, tricomas alvos; pétalas 5, 3-5 × 3-4 mm, membranáceas, obovadas, convexas, ambas as faces glabras, com a face externa densamente glandular; hipanto ca. 4 mm compr., não constrito, campanulado ou infundibular, densamente pubescente, tricomas alvos; disco floral 6-8 mm diâm., densamente pubescente, tricomas alvos; estames ca. 400, 3-15 mm compr.; anteras oblongas, não apiculadas, 0,5-1 mm compr., glândula terminal presente; estigma 6-10 mm compr., peltado, glandular; ovário ca. 5-locular, 5-6 óvulos por lóculo. Fruto subgloboso, ca. 22-30 mm diâm., amarelo quando maduro, glandular, densamente pubescente; parede locular com uma camada de glândulas; semente 1, ca. 15 mm compr.

Espécie que ocorre do sul da Guiana ao Amazonas, Roraima, Pará e Bahia

(Landrum, 1986). G8: restinga. Encontrada com flores em julho, e frutos em março.

Material examinado: Ilhéus, 14°47’00”S 39°02’00”W, jul.1944, Pimenta Velloso 957

(R).

Material adicional examinado: , Cruzeiro do Sul, 08°58’00”S 72°41’00”W, mar.1992, Daly et al. 7309 (ASU).

46 O gênero Campomanesia Ruiz & Pavón (Myrtaceae) para o estado da Bahia

Landrum (1986) acredita ter sido esta uma espécie de distribuição contínua na costa do Nordeste brasileiro, porém, não há novos ou antigos registros que evidenciem tal afirmação.

O material coletado na Bahia assemelha-se a (O. Berg)

Nied., tendo alguns de seus caracteres vegetativos e reprodutivos sobrepostos. Contudo, diferencia-se principalmente pelas dimensões de suas folhas, ausência de tufos nas axilas da nervura principal com as secundárias na face abaxial, apesar de Landrum (1986) citar a presença deste caráter para C. grandiflora, e um menor número de estames e de lóculos no ovário. Além disso, pode apresentar inflorescência em dicásio, caráter também não citado por Landrum (1986), diferentemente das flores solitárias presentes em C. neriiflora.

Torna-se necessário citar que o único exemplar referido para a Bahia foi coletado no sul do estado em 1944, em uma área de intensa atividade antrópica, e por não ter sido encontrada desde então, evidências levam a acreditar que não ocorra mais no estado.

1.6. Campomanesia guaviroba (DC.) Kiaersk., Enum. Myrt. bras. 8. 1893.

Fig. 3O-Q; 11

Árvores ou arbustos 1,5-8 m alt.; córtex creme, periderme avermelhada; ramos jovens pubescentes a puberulentos, tricomas ferrugíneos; ramos adultos glabros. Folhas 5-

7,5 × 3,5-4,5 cm, elípticas ou ovadas; ápice agudo ou acuminado; base obtusa, às vezes aguda; margem inteira, ondulada; textura membranácea; superfície lisa, face adaxial lustrosa; ambas as faces puberulentas a glabras, tricomas alvos, tufos de tricomas na axila das nervuras secundárias com a principal presentes; nervuras secundárias 5-7 pares partindo da nervura principal em um ângulo de 30° a 45°, levemente impressas na face adaxial, levemente proeminentes na face abaxial; pecíolo canaliculado, 0,7-1 cm compr.,

47 O gênero Campomanesia Ruiz & Pavón (Myrtaceae) para o estado da Bahia pubescente, tricomas ferrugíneos. Flores solitárias, partindo da axila de folhas; pedicelo 3-

8 mm compr., pubescente a puberulento, tricomas ferrugíneos; botão com cálice aberto, 5-

7 mm compr.; brácteas não observadas; bractéolas ca. 5 mm, lineares, glandulares, em ambas as faces densamente pubescentes, tricomas alvos a ferrugíneos, geralmente persistentes após antese; sépalas 5, 2-3 x 3-6 mm, coriáceas, triangulares, mais largas que longas, ou arredondadas, ápice agudo, glandulares, em ambas as faces pubescente, tricomas alvos; pétalas 5, 3-5 × 3-4 mm, membranáceas, densamente glandulares, suborbiculares, face interna pubescente, com tricomas concentrados na porção central, tricomas alvos, face externa puberulenta, tricomas alvos; hipanto 2-3 mm compr., não constrito, campanulado ou obcônico, densamente pubescente, tricomas alvos; disco floral ca. 4 mm diâm., pubescente a puberulento, tricomas alvos; estames 210-300, 3- 10 mm compr.; anteras oblongas, não apiculadas, 0,5-1 mm compr., glândula terminal presente; estigma 3-6 mm compr., peltado, glandular; ovário 5-12-locular, 5-8 óvulos por lóculo.

Fruto subgloboso, 5-12 mm diâm., glandular, puberulento, tricomas alvos; parede locular com uma camada de glândulas; sementes 1-3, ca. 5 mm compr.

Espécie que ocorre no Brasil de Sergipe ao Rio Grande do Sul, além de Argentina e

Paraguai (Landrum, 1986; Landim & Landrum, 2002). E9, G8, I8: cerrado, floresta atlântica e restinga. Encontrada com flores em novembro, e frutos em janeiro.

Material selecionado: Eunápolis, 16°22’00”S 39°34’00”W, jan.1997, Guedes et al. 4102

(ALCB). Ilhéus, 14°47’00”S 39°02’00”W, nov.1981, Carvalho et al. 851 (ALCB, NY).

Mata de São João, 12°31’00”S 38°17’00”W, nov.2004, Queiroz et al. 1129 (ALCB,

BHCB, HRB, SPF).

48 O gênero Campomanesia Ruiz & Pavón (Myrtaceae) para o estado da Bahia

Segundo Landim & Landrum (2002), coletas realizadas no estado de Sergipe estenderam a distribuição de Campomanesia guaviroba em aproximadamente 1200 km a norte, e eram, até recentemente, os únicos registros para o Nordeste brasileiro. Ainda, espécimes foram coletados na Bolívia, mostrando C. guaviroba ter uma distribuição disjunta semelhante a C. aromatica (Aubl.) Griseb. Além destas ocorrências, a visita aos principais herbários brasileiros constatou a presença desta espécie no estado de Minas

Gerais, na Reserva Biológica do Grama, município de Descoberto (Castro 769, MBM).

A espécie caracteriza-se pelas dimensões de suas folhas, com nervuras na face adaxial levemente impressas, suas sépalas triangulares mais largas que compridas, número de lóculos e fruto subgloboso.

Landrum (1986) descreveu a face abaxial das folhas de Campomanesia guaviroba como puberulenta, com tricomas nas axilas da nervura principal com as secundárias formando tufos, caracteres constatados nos materiais analisados. De acordo com este autor, a espécie pertence ao “Complexo C. grandiflora”, assemelhando-se a C. neriiflora e C. grandiflora por possuir flores grandes, com número de estames entre 200 e 500, disco floral de 5-10 mm de diâmetro, e de 7-15 lóculos no ovário.

Uma baixa representatividade desta espécie foi observada em uma área de restinga no município de Mata de São João (E.P.Queiroz, com. pess.), fato que pode ser corroborado pelos dados obtidos por Landim & Landrum (2002), que mostraram ser esta rara no local estudado, ao contrário de outras Myrtaceae.

1.7. Campomanesia guazumifolia (Cambess.) O. Berg, Linnaea 27: 434. 1856.

Nome popular: murta gabiroba

Fig. 3R-U; 12

49 O gênero Campomanesia Ruiz & Pavón (Myrtaceae) para o estado da Bahia

Árvores 12-27 m alt.; córtex acinzentado; periderme avermelhada; ramos jovens densamente pubescentes, tricomas alvos; ramos adultos glabrescentes, tricomas alvos.

Folhas 7,3-10 × 2,8-4,5 cm, elípticas ou ovadas, às vezes oblongas; ápice acuminado ou agudo; base obtusa; margem inteira; textura cartácea; superfície bulada, face adaxial lustrosa; ambas as faces puberulentas a glabras, tufos de tricomas na axila das nervuras secundárias com a principal presentes na face abaxial, tricomas alvos; nervuras secundárias

8-15 pares partindo da nervura principal em um ângulo de 30° a 45°, fortemente impressas na face adaxial, fortemente proeminentes na face abaxial; pecíolo canaliculado, 0,3-0,5 cm compr., glandular, pubescente a puberulento, tricomas alvos. Flores solitárias, partindo da axila de folhas; pedicelo 2-3 mm compr., pubescente a densamente pubescente, tricomas alvos; botão com cálice fechado em todas as fases do desenvolvimento, apiculado, 10-15 mm compr.; brácteas não observadas; bractéolas caducas; sépalas 5, abrindo irregularmente, face externa glandular, em ambas as faces densamente pubescente, tricomas alvos a amarelados; pétalas 5, 1-8 × 6-10 mm, membranáceas, convexas, ovadas ou suborbiculares; hipanto ca. 5 mm compr., levemente constrito, campanulado, pubescente, tricomas amarelados; disco floral ca. 5 mm diâm., pubescente, tricomas amarelados; estames ca. 450, 2-10 mm compr.; anteras elongadas, apiculadas, 1-2 mm compr., glândula terminal presente; estigma 6-15 mm compr., peltado; ovário 9-locular, 5-

7 óvulos por lóculo. Fruto subgloboso, 15-30 mm diâm., pubescente, tricomas alvos, sementes ca. 7 mm compr.

Espécie que se distribui desde a Bahia e Minas Gerais até o Rio Grande do Sul, nordeste da Argentina, e Paraguai (Landrum, 1986). G8, J8: floresta úmida, restinga.

Encontrada com flores em setembro.

50 O gênero Campomanesia Ruiz & Pavón (Myrtaceae) para o estado da Bahia

Material examinado: Prado, 17°20’00”S 39°13’00”W, set.1978, Mori et al. 10666 (RB,

NY). Uruçuca, 14°25’00”S 39°01’00”W, jul.1991, Thomas et al. 7202 (NY).

A distribuição desta espécie é aqui ampliada com a ocorrência da mesma no estado do Espírito Santo (Hatschbach 71566, MBM), constatada através da análise de materiais nos principais herbários nacionais.

Campomanesia guazumifolia difere de outras espécies no gênero principalmente por apresentar o cálice completamente fechado no botão, assim como constato por

Landrum (1986). Este mesmo autor cita ser esta uma das principais diferenças entre C. guazumifolia e C. schlechtendaliana (O. Berg) Nied., apesar de Carrara (1997) ter observado em indivíduos de C. schlechtendaliana var. rugosa (O. Berg) Landrum coletados no Rio de Janeiro este caráter, comentando a possibilidade de sinonimizá-las em

C. guazumifolia (Cambess.) O. Berg. Em indivíduos de C. dichotoma (O. Berg) Mattos coletados na Bahia, tal caráter também foi constatado, no entanto, esta espécie pode ser facilmente diferenciada por apresentar inflorescência em dicásio e por seu cálice que rompe em lobos distinguíveis.

Kawasaki (2001) descreveu Campomanesia simulans, espécie que parece relacionada à C. guazumifolia, diferindo por seu botão aberto em cinco lobos distinguíveis, tricomas ferrugíneos a ócreos, e lobos agudos e largos.

Campomanesia guazumifolia não foi encontrada em campo, e somente em um dos dois indivíduos coletados na Bahia pôde-se observar caracteres florais. Caracteres do fruto foram obtidos através da literatura.

Esses materiais assemelham-se a indivíduos coletados no Espírito Santo

(Hatschbach 71566, MBM; D.A.F. 152/79, HRB), e apresentam diferenças quando comparados a materiais provenientes de outros estados do Brasil. Suas folhas são quase

51 O gênero Campomanesia Ruiz & Pavón (Myrtaceae) para o estado da Bahia glabras, com face adaxial lustrosa e nervuras características, fortemente proeminentes, chegando a ser costadas, na face abaxial, e impressas na face adaxial, concordando com a descrição de Lacerdaea luschnathiana O. Berg, coletada na Bahia e sinonimizada por

Landrum (1986) em Campomanesia guazumifolia.

Segundo Lorenzi (1992), a madeira de Campomanesia guazumifolia é pesada e compacta, utilizada em carpintaria, obras, e para lenha e carvão. Os seus frutos são comestíveis e saborosos, possuindo alto teor vitamínico, sendo dispersos por pássaros.

1.8. Campomanesia laurifolia Gardner, London J. Bot. 2: 353. 1843.

Fig. 3V-Y; 13

Árvores ou arbustos 3-15 m alt.; córtex acinzentado; periderme avermelhada; ramos jovens e adultos glandulares, velutinos a glabros, tricomas alvos. Folhas 7,5-15,5 ×

2,5-5 cm, elípticas ou lanceoladas; ápice acuminado, às vezes agudo; base aguda; margem inteira, às vezes ondulada; textura cartácea a coriácea; superfície lisa, às vezes bulada; face adaxial lustrosa, pubescente, raramente glabra; face abaxial glandular, pubescente, principalmente ao longo das nervuras, raramente glabra, tufos de tricomas na axila das nervuras secundárias com a principal ausentes, tricomas alvos; nervuras secundárias 7-12 pares partindo da nervura principal em um ângulo de 30° a 45°, levemente impressas na face adaxial, levemente proeminentes na face abaxial; pecíolo canaliculado, 0,4-0,8 cm compr., glandular, velutino a glabro, tricomas alvos. Inflorescências em dicásios 3 flores, ou flores solitárias, partindo da axila de folhas; pedúnculo 5-20 mm compr., velutino, tricomas alvos; pedicelo 4-7 mm compr., velutino, tricomas alvos; botão aberto, 8-14 mm compr.; brácteas caducas; sépalas 5, 2- 4 mm, coriáceas, triangulares, ambas as faces velutinas a pubescentes, tricomas alvos; pétalas 5, 8 × 10 mm, membranáceas a carnosas,

52 O gênero Campomanesia Ruiz & Pavón (Myrtaceae) para o estado da Bahia suborbiculares, face externa densamente glandular, tricomas alvos; ambas as faces velutinas; hipanto 3-5 mm compr., não constrito, campanulado ou obcônico, velutino, tricomas alvos; disco floral 2-4 mm diâm., pubescente, tricomas alvos; estames ca. 250, 3-

5 mm compr.; anteras elongadas, apiculadas, ca. 1,5 mm compr., glândula terminal presente; estigma ca. 4 mm compr., peltado, glandular; ovário ca. 7-locular, ca. 7 óvulos por lóculo. Fruto subgloboso, glandular, amarelo, 10-20 mm diâm., puberulento, tricomas alvos; parede locular com uma camada de glândulas; sementes 2-3, 5- 8 mm compr.

Espécie que ocorre do Rio de Janeiro (Landrum, 1986) à Bahia. D6, H8, I8: floresta ombrófila densa montana, restinga, floresta atlântica, campo rupestre (floresta ciliar), mata higrófila sul-baiana. Encontrada com flores de outubro a janeiro, e frutos de fevereiro a agosto.

Material selecionado: Arataca, 15°10’25”S 39°20’30”W, 1000m, ago.2006, Lopes et al.

1010 (BHCB, CEPEC, NY). Camacan, 15°23’30”S 39°33’55”W, 835m, jan.2007, Borges

684 (BHCB, CEPEC). Eunápolis, 16°22’00”S 39°34’00”W, out.1966, Belém et al. 2712

(UB). Morro do Chapéu, 11°37’15”S 40°59’46”W, 879m, mar.1997, Gasson et al. 5976

(ALCB, CEPEC, HRB, HUEFS). Porto Seguro, 16°51,8’00”S 37°24,8’00”W, fev.1999,

Thomas et al. 12053 (BHCB, CEPEC, RB, SP, NY). Santa Cruz Cabrália, 16°16’00”S

39°01’00”W, mar.1999, Lima dos Santos 38 (ALCB). Una, 15°09’00”S 39°05’00”W, mai.1999, Jardim et al. 2127 (CEPEC).

Campomanesia laurifolia era conhecida até então por poucos exemplares coletados no Rio de Janeiro, e a ocorrência no estado de Minas Gerais foi constatada pela primeira vez por Carrara (1997), confirmando coletas antigas que foram excluídas na revisão de

53 O gênero Campomanesia Ruiz & Pavón (Myrtaceae) para o estado da Bahia

Landrum (1986). A análise de indivíduos coletados neste estado (Braga s.n., MBM

210138), Espírito Santo (Vimercat 340, RB), e Bahia, amplia aqui a distribuição da espécie no Brasil, sendo estes os primeiros registros para o Nordeste brasileiro.

Esta é uma espécie característica de ambientes florestais, presente em altitudes elevadas (800-1000m), assim como discutido por Carrara (1997). Pode ser diferenciada pela inflorescência, formato das sépalas, mais compridas do que largas, e pelas anteras elongadas e apiculadas com glândula terminal presente. A morfologia das anteras parece estar relacionada a mecanismos de polinização (Landim & Landrum, 2002), que não puderam ser observados, pois Campomanesia laurifolia não foi encontrada em campo.

Alguns espécimes de Campomanesia viatoris Landrum podem ser confundidos com este táxon, apesar de apresentarem formato de folhas e sépalas distintos, além de seus frutos característicos. Dos materiais coletados no estado da Bahia, o espécime de Morro do

Chapéu difere no formato e dimensões de suas folhas, além de ser o único a apresentar hábito arbustivo.

1.9. Campomanesia schlechtendaliana (O. Berg) Nied., in Engler & Prantl, Nat.

Pflanzenfam. 3(7): 73. 1893.

Fig. 4A-F

Árvores ou arbustos, até 15 m alt.; córtex creme; periderme avermelhada; ramos jovens densamente pubescentes, tricomas alvos a amarelados; ramos adultos glabros.

Folhas 6,5-8 × 1,5-2,4 cm, elípticas ou estreito-elípticas; ápice agudo ou acuminado; base aguda; margem ondulada; textura cartácea; superfície lisa, aparentemente bulada; ambas as faces glabras, face abaxial pubescente ao longo das nervuras, tufos de tricomas na axila das nervuras secundárias com a principal ausentes, tricomas alvos; nervuras secundárias 8-15

54 O gênero Campomanesia Ruiz & Pavón (Myrtaceae) para o estado da Bahia pares partindo da nervura principal em um ângulo de 30° a 45°, levemente impressas na face adaxial, levemente proeminentes na face abaxial, pecíolo canaliculado, 0,5-0,8 cm compr., glandular, pubescente, tricomas amarelados. Flores solitárias, partindo da axila de folhas; pedicelo ca. 3 mm compr., pubescente, tricomas alvos; botão com cálice aberto, ca.12 mm compr.; brácteas não observadas; bractéolas 3-8 × 1-2 mm, lineares ou ovadas,

ápice agudo, ambas as faces pubescente, tricomas alvos; sépalas 5, 1-3 × 3-6 mm, coriáceas, ovadas, ambas as faces pubescente, tricomas alvos; pétalas 5, ca. 10-15 ×8-10 mm, membranáceas, obovadas, ambas as faces glabras; hipanto 3-4 mm compr., não constrito, campanulado a obcônico, pubescente, tricomas alvos; disco floral 6-8 mm diâm., pubescente, tricomas alvos; estames ca. 400, 2-6 mm compr.; anteras elongadas, apiculadas, ca. 1 mm compr., glândula terminal presente; estigma ca. 5 mm compr., peltado; ovário 8-16-locular, 8-12 óvulos por lóculo. Fruto subgloboso, 30-40 mm diâm.; parede locular com uma camada de glândulas; sementes 3-11, 7 mm compr.

Espécie que ocorre no Rio de Janeiro e Paraná, além da Bahia (Landrum, 1986).

Material examinado: “In prov. Bahiensi”, s.d., Luschnath s.n. (negativo do holótipo NY

11085).

Material adicional examinado: ESPÍRITO SANTO, Itapemirim, out.2000, Hatschbach et al. 71569 (HUEFS).

Segundo Landrum (1986) Campomanesia schlechtendaliana assemelha-se a C. guazumifolia, como citado durante os comentários desta última, e pode ser separada em duas variedades: C. schlechtendaliana var. schlechtendaliana e C. schlechtendaliana var.

55 O gênero Campomanesia Ruiz & Pavón (Myrtaceae) para o estado da Bahia rugosa (O. Berg) Landrum, que apresentam diferenças quanto ao hábito e formato, dimensões, margem e superfície de suas folhas.

Apesar de o tipo de Campomanesia schlechtendaliana ter sido coletado na Bahia, desde então não foram feitos registros para a espécie no estado. Sendo assim, para a descrição foram necessárias informações da literatura (Landrum, 1986; Carrara, 1997) e de material adicional, já que caracteres florais e tipo de indumento não puderam ser observados de forma mais acurada através da análise da fotografia do tipo.

1.10. Campomanesia sessiliflora (O. Berg) Mattos, Loefgrenia 26:26. 1967.

Fig. 1F-G; 4G-AC; 14

Arbusto, 0,5–3 m alt.; córtex creme a acinzentado; periderme avermelhada; ramos jovens velutinos a pubescentes, tricomas alvos a ferrugíneos; ramos adultos densamente pubescentes a glabros, tricomas alvos a amarelados. Folhas 2,8-8,7(-12) × 1-5 cm, elípticas, lanceoladas, oblanceoladas, largo-elípticas; ápice arredondado, agudo, raramente acuminado; base aguda, raramente obtusa; margem inteira, levemente revoluta; textura membranácea a coriácea; superfície lisa a rugosa, às vezes bulada; face adaxial lustrosa ou não, velutina a glabra, tricomas alvos a amarelados; face abaxial tomentoso-vilosa a puberulenta, tufos de tricomas na axila das nervuras secundárias com a principal ausentes, tricomas alvos a amarelados; nervuras secundárias 5-9 pares partindo da nervura principal em um ângulo ca. 45°, levemente impressas na face adaxial, leve ou fortemente proeminentes na face abaxial; pecíolo canaliculado a plano, (1-)0,3-0,4 cm compr., glandular ou não, velutino a pubescente, tricomas alvos a amarelados. Flores solitárias, partindo da axila de folhas; pedicelo 1-2(-5-12) mm compr., tomentoso a velutino, tricomas alvos a ferrugíneos; botão com cálice aberto, 3-6 mm compr.; bractéolas 1,5-4 × 1

56 O gênero Campomanesia Ruiz & Pavón (Myrtaceae) para o estado da Bahia mm, lineares ou elípticas, ápice agudo, ambas as faces velutinas, tricomas alvos a amarelados, geralmente persistentes após antese; sépalas 4-6, 1-5 × 1-6 mm, coriáceas, glandulares ou não, triangulares ou arredondadas, em ambas as faces velutinas, tricomas alvos a amarelados; pétalas 4-5, (2-)5-8(-5) × (1,5-)5-7(-4) mm, membranáceas, obovadas ou suborbiculares, face exterior glandular, velutina ou pubescente a glabra na porção central, tricomas alvos, face interior pubescente na porção central; hipanto 1-3 mm compr., não constrito, campanulado ou obcônico, tomentoso a velutino, tricomas alvos a ferrugíneos; disco floral 2-5 mm diâm., velutino, tricomas alvos a amarelados; estames

170-300, 2-8,mm compr.; anteras oblongas, não apiculadas, 0,5-1 mm compr., glândula terminal ausente ou presente; estigma (2-)7-9 mm compr., peltado, glandular, glabrescente; ovário 7-9-locular, 5-11 óvulos por lóculo. Fruto subgloboso, 6-11 mm diâm., velutino a pubescente, tricomas alvos a acinzentados; parede locular com uma camada de glândulas; sementes 2-5, ca. 4,0 mm compr.

Chave de identificação para as variedades

1. Folhas largo-elípticas ou oblanceoladas; face adaxial não lustrosa; face abaxial

com nervuras levemente proeminentes; superfície

lisa...... 1.10.1. C. sessiliflora var. sessiliflora

1’. Folhas elípticas ou lanceoladas; face adaxial lustrosa; face abaxial com nervuras

fortemente proeminentes; superfície bulada ou rugosa.

2. Folhas com a face abaxial puberulenta a glabra, sépalas

arredondadas...... 1.10.2. C. sessiliflora var. bullata

2’. Folhas com a face abaxial tomentoso-vilosa a velutina, sépalas

triangulares...... 1.10.3. C. sessiliflora var. lanuginosa

57 O gênero Campomanesia Ruiz & Pavón (Myrtaceae) para o estado da Bahia

1.10.1. Campomanesia sessiliflora var. sessiliflora (O. Berg) Mattos distrubuí-se nos estados de São Paulo e Rio de Janeiro (Landrum, 1986), ocorrendo também em Minas

Gerais e Bahia. D6, G5: campos gerais e floresta. Encontrada com flores em novembro, e frutos em junho.

Material selecionado: Caetité, 14°04’00”S 42°28’00”W, nov.1992, Guedes et al. 2696

(ALCB). Milagres, 11°33’00”S 41°09’00”W, jun. 2003, Hatschbach et al. 75699

(BHCB).

1.10.2. Campomanesia sessiliflora var. bullata (Barb. Rodr.) Landrum ocorre do

Paraguai ao Brasil, no Mato Grosso do Sul, Paraná (Landrum, 1986), e Bahia. E8: cerrado.

Encontrada com frutos em abril.

Material examinado: Aporá, 11°39’00”S 38°04’00”W, abr.1976, Davidse 11-758

(ALCB, ASU).

Material examinado adicional: PARAGUAI, San Pedro, 23°47’46”S 56°12’41”W,

210m, mar.1998, Zardini et al. 48331 (ASU).

1.10.3. Campomanesia sessiliflora var. lanuginosa (Barb. Rodr. ex Chodat &

Hassl.) Landrum ocorre desde o Paraguai até o Brasil (Mato Grosso do Sul, Distrito

Federal, Goiás, Minas Gerais e Bahia) (Landrum, 1986). D6, E6, E8, F5, F6, G3: campos gerais, campo rupestre, cerrado e floresta. Encontrada com flores de novembro a março, e com frutos de novembro a junho.

58 O gênero Campomanesia Ruiz & Pavón (Myrtaceae) para o estado da Bahia

Material selecionado: Abaíra, 13°18’54”S 41°32’39”W, jan.2006, Nunes et al. 1511

(HRB, HUEFS). Caetité, 14°05’16”S 42°23’19”W, 1080m, nov.1992, Stannard et al.

5369 (ALCB, HRB, HUEFS). Érico Cardoso, 13°20’07”S 42°06’01”W, 1184m, nov.2007, Ibrahim et al. 106 (HUEFS). Morro do Chapéu, 11°33’00”S 41°09’00”W, jun.

1994, Queiroz et al. 4011 (BHCB, HUEFS, UB). Mucugê, 13°18’10,0”S 41°32’44,9”W, dez.2007, Ibrahim et al. 35 (HUEFS). Palmeiras, 12°27’27”S 41°31’08”W, 970m, dez.2002, França et al. 3965 (HUEFS). Piatã, 13°09’00”S 41°46’00”W, mar.2005,

Guedes 11764 (CEPEC, MBM). Rio de Contas, 13°31’29,0”S 41°53’24,6”W, 1293m, mar.2008, Ibrahim et al. 132 (HUEFS).

Landrum (1986) descreveu para Campomanesia sessiliflora (O. Berg) Mattos três variedades, a saber: C. sessiliflora var. sessiliflora, C. sessiliflora var. bullata (Barb. Rodr.)

Landrum, e C. sessiliflora var. lanuginosa (Barb. Rodr. ex Chodat & Hassl.) Landrum. A superfície, indumento, e dimensões das folhas, além do formato das sépalas, são características utilizadas para distingui-las. Para este autor, a relação entre a variedade tipo e as outras variedades é clara, apesar de a distribuição apresentar um espaço geográfico sem intermediários (Landrum, 1986).

Landrum (1986) cita a semelhança de Campomanesia sessiliflora com C. rufa (O.

Berg) Nied., da qual difere por apresentar disco floral menor. Kawasaki (2001) a separa de

C. simulans M.L.Kawasaki por sua ocorrência em cerrados e campos, e número de pares de nervuras inferior. Tais diferenças foram confirmadas durante a análise de materiais herborizados (HUEFS e RB) relativos a estas outras espécies.

Pouco se sabe a respeito de Campomanesia sessiliflora var. sessiliflora, até então conhecida apenas pela coleção tipo e por materiais coletados no ano de 1979 em São Paulo

(Landrum, 1986). Durante a visita aos principais herbários brasileiros e através de

59 O gênero Campomanesia Ruiz & Pavón (Myrtaceae) para o estado da Bahia empréstimos, foram constatados indivíduos ocorrentes em Minas Gerais (Hatschbach

69318, MBM) e na Bahia, sendo este o primeiro registro para a região Nordeste do Brasil.

Esta variedade diferencia-se por possuir folhas oblanceoladas a largo-elípticas e a face exterior de suas pétalas pubescente.

Da mesma forma que Campomanesia sessiliflora var. sessiliflora, este é o primeiro registro de C. sessiliflora var. bullata para o Nordeste do Brasil, táxon caracterizado pelo formato das folhas, semelhante aos de C. sessiliflora var. lanuginosa, apesar de se apresentarem puberulentas a glabras em ambas as faces. As sépalas também são um caráter distintivo, sendo arredondadas.

Na Bahia, Campomanesia sessiliflora var. lanuginosa distingue-se dos demais táxons do gênero por ser um arbusto freqüente em áreas de campo rupestre, que apresenta folhas elípticas a lanceoladas, rugosas, com indumento tomentoso-viloso característico na face abaxial. Em dezembro de 2007, foram encontrados espécimes em floração nas imediações de Mucugê, alguns com botões ainda em desenvolvimento. Somente um desses indivíduos apresentava frutos. Já em março de 2008, nas imediações de Rio de Contas, onde parece ser freqüente em áreas de cerrado e floresta com solo arenoso, todos os indivíduos observados estavam frutificados. Seus frutos apresentaram de 4-6 sépalas, variando em um mesmo indivíduo. Uma espécie de Psidium L. não identificada foi encontrada junto a C. sessiliflora var. lanuginosa, mimetizando seus frutos, talvez com a intenção de atrair o mesmo dispersor.

1.11. Campomanesia velutina (Cambess.) O. Berg, Linnaea 27: 429. 1856. (3)

Nome popular: guabiraba, guabiroba

Fig. 5A-M; 15

60 O gênero Campomanesia Ruiz & Pavón (Myrtaceae) para o estado da Bahia

Arbustos 1-3 m alt.; córtex acinzentado; periderme creme a avermelhada; ramos jovens glandulares, hirsuto- velutinos a densamente pubescentes, tricomas alvos a ferrugíneos; ramos adultos glandulares, pubescentes a puberulentos, tricomas alvos a amarelados. Folhas 2-5,8 × 0,8-3,3 cm, elípticas ou ovadas; ápice agudo ou acuminado, raramente arredondado; base aguda, obtusa ou arredondada; margem inteira, levemente revoluta; textura cartácea; superfície lisa, às vezes rugosa; face adaxial em folhas jovens velutina a pubescente, em folhas desenvolvidas velutina a densamente pubescente, tricomas alvos a amarelados; face abaxial tomentosa a pubescente, principalmente ao longo das nervuras, tufos de tricomas na axila das nervuras secundárias com a principal ausentes, tricomas alvos a ferrugíneos; nervuras secundárias 7-11 pares partindo da nervura principal em um ângulo 45° a 60°, levemente impressas na face adaxial, levemente proeminentes na face abaxial; pecíolo canaliculado, 0,2-0,5 cm compr., glandular, velutino a densamente pubescente, tricomas amarelados a ferrugíneos. Flores solitárias, partindo da axila de brácteas; pedicelo 5-15 mm compr., velutino a pubescente, tricomas alvos a ferrugíneos; botão com cálice aberto, 4-7 mm compr.; brácteas 1-3 × 1-2,5 mm, obovadas, convexas, face externa velutina a densamente pubescente, face interna pubescente a puberulenta, tricomas alvos a amarelados; bractéolas 3-6 mm, lineares, glandulares, ápice agudo, em ambas as faces velutinas a pubescentes, tricomas alvos a amarelados, geralmente persistentes após antese; sépalas 5, 1-4 × 1-3 mm, coriáceas, triangulares, glandulares, em ambas as faces velutinas a pubescentes, tricomas alvos a amarelados; pétalas 5, 4-9 × 4-6 mm, membranáceas, obovadas, margem ciliada, em ambas as faces glandulares, pubescentes na porção central a glabras, tricomas alvos; hipanto 2-3 mm compr., não constrito, obcônico, tomentoso a pubescente, tricomas alvos a ferrugíneos; disco floral 2-5 mm diâm., velutino a pubescente, tricomas alvos a ferrugíneos; estames 70-150, 1,5-6 mm compr.; anteras oblongas, não apiculadas, 0,5-1 mm compr., glândula terminal ausente;

61 O gênero Campomanesia Ruiz & Pavón (Myrtaceae) para o estado da Bahia estigma 2-7 mm compr., peltado; ovário 5-7-locular, 5-8 óvulos por lóculo. Fruto globoso, ca. 7 mm diâm., glandular, puberulento, tricomas alvos; parede locular com uma camada de glândulas; sementes 2, ca. 3 mm compr.

Espécie que ocorre desde o Maranhão a Minas Gerais (Landrum, 1986). D5, D6,

F6, F7: carrasco (caatinga), floresta semidecidual de caatinga arbórea aberta, floresta ciliar, transição caatinga/cerrado. Encontrada com flores de outubro a novembro, e com frutos em novembro.

Material examinado: Abaíra, 13°19’00”S 41°45’00”W, 860m, out.1992, Ganev 1380

(CEPEC, HUEFS). Boa Vista do Tupim, 13°01’47”S 40°47’15”W, out.1978, Araújo 98

(ALCB, HRB, RB). Brotas de Macaúbas, 11°59’00”S 42°38’39”W, out.2005, Melo et al.

4087 (HUEFS). Jequié, 13°51’00”S 40°05’00”W, nov.2001, Loureiro et al. 330 (CEPEC).

Morro do Chapéu, 11°29’49”S 41°17’40”W, out.1980, Orlandi 302 (HRB, UB). Rio de

Contas, 13°23’00”S 41°48’00”W, 800m, nov.1993, Ganev 2496 (HUEFS, UB).

Campomanesia velutina caracteriza-se por suas pequenas flores, com 70 a 150 estames, e indumento tomentoso a velutino de suas folhas jovens e desenvolvidas, diferenciando-se assim de C. aromatica, a qual, segundo Landrum (1986), é relacionada.

Durante a análise do material coletado na Bahia, percebeu-se a semelhança entre indivíduos de Campomanesia velutina e C. pubescens (DC.) O. Berg, com sobreposição de diversos caracteres, o que gerou incerteza quanto à identificação de alguns exemplares. C. pubescens distribui-se do Paraguai ao Brasil, nos estados de Goiás, Distrito Federal, Bahia,

Minas Gerais, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, São Paulo, e Paraná. Landrum (1986) comentou a raridade desta espécie no estado da Bahia, citando somente uma ocorrência.

62 O gênero Campomanesia Ruiz & Pavón (Myrtaceae) para o estado da Bahia

Em uma nova análise do material pertencente à C. pubescens, juntamente com materiais de ambas as espécies e materiais com identificação dúbia, chegou-se à conclusão de que na verdade pertencem todos à C. velutina. Desta forma, a ocorrência de C. pubescens na

Bahia torna-se incerta, podendo o estado de Minas Gerais representar o limite norte da espécie.

1.12. Campomanesia viatoris Landrum, Brittonia 36(3): 242.1984.

Nome popular: murta-guabiroba

Fig. 1H-I; 5N-T; 16

Árvores ou arbustos, 1,5-12 m alt.; córtex acinzentado; periderme avermelhada; ramos jovens pubescentes, tricomas alvos a avermelhados; ramos adultos glandulares, puberulentos, tricomas alvos. Folhas 5,7-11,2 × 4,5-5,8 cm, elípticas ou ovadas; ápice acuminado ou agudo, raramente arredondado; base aguda, às vezes obtusa; margem inteira ou crenada, ondulada; textura membranácea; superfície lisa, levemente bulada; face adaxial lustrosa, pubescente ao longo das nervuras, tricomas alvos; face abaxial glandular, puberulenta, raramente velutina, tufos de tricomas na axila das nervuras secundárias com a principal ausentes, tricomas alvos a ferrugíneos; nervuras secundárias 6-10 pares partindo da nervura principal em um ângulo de 30° a 45°, levemente impressas na face adaxial, levemente proeminentes na face abaxial; pecíolo canaliculado, 0,5-0,7 cm compr., pubescente, tricomas alvos. Inflorescências em dicásios 3 flores, ou flores solitárias, partindo da axila de folhas; pedúnculo 12-20 mm compr., velutino, tricomas amarelados a ferrugíneos; pedicelo 2-10 mm compr., velutino, tricomas alvos; botão com cálice aberto,

8-15 mm compr.; bractéolas 1,5-2 mm compr., elípticas, em ambas as faces pubescentes, tricomas alvos a ferrugíneos, geralmente persistentes após antese; sépalas 5-4, 3-5 × 6-8

63 O gênero Campomanesia Ruiz & Pavón (Myrtaceae) para o estado da Bahia mm, coriáceas, truncado-auriculadas, ambas as faces densamente velutinas, tricomas alvos; pétalas 5-4, 7-18 × 6-15 mm, membranáceas, suborbiculares, convexas, face externa glandular, ambas as faces pubescentes, tricomas concentrados no centro, alvos; hipanto ca.

5 mm compr., 1 mm compr. acima do ovário, constrito, campanulado, velutino, tricomas alvos; disco floral 4-7 mm diâm., densamente pubescente, tricomas alvos; estames 290-

600, 2-12 mm compr.; anteras elongadas, apiculadas, 1-2 mm compr., glândula terminal ausente ou presente; estigma 5-13 mm compr., peltado; ovário 7-9-locular, 5-17 óvulos por lóculo. Fruto subgloboso, com protrusões, amarelo, ca. 12 mm diâm.; parede locular com uma camada de glândulas; sementes 2-3, ca. 5 mm.

Espécie distribuída nos estados de Alagoas, Sergipe (Landim & Landrum, 2002),

Bahia e Paraíba. C9, D9, E7, E9, E10, G8: floresta ombrófila secundária densa, floresta atlântica, caatinga e restinga. Encontrada com flores de novembro a maio, e com frutos de janeiro a junho.

Material selecionado: Alagoinhas, 12°10’00”S 38°54’00”W, jan.2001, Jesus et al. 510

(ALCB, HRB, HUEFS, HUNEBA). Aporá, 11°39’00”S 38°04’00”W, 310m, s.d., Davidse et al. 11-758 (SP). Conde, 12°01’08”S 37°44’00”W, mai.1996, Jost & Ferreira 309

(HRB). Entre Rios, 12°01’04”S 38°02’55”W, 150m, mai.2008, Popovkin 255 (HUEFS).

Ilhéus, 14°47’00”S 39°02’00”W, nov.1987, Hage et al. 2205 (SP). Inhambupe,

11°47’00”S 38°21’00”W, dez.1983, Pinto s.n. (HRB 2093). Itaberaba, 12°25’00”S

40°30’00”W, fev.2008, Cardoso et al. 2299 (HUEFS). Tucano, 10°57’00”S 38°47’00”W, dez.1992, Maia 23 (ALCB, HRB, UB).

64 O gênero Campomanesia Ruiz & Pavón (Myrtaceae) para o estado da Bahia

A presença de Campomanesia viatoris foi constatada no estado de Sergipe através de coletas realizadas em remanescentes de floresta atlântica (Landim & Landrum, 2002), e durante a análise de espécimes nos principais herbários nacionais, foi verificada a ocorrência desta espécie no estado da Paraíba (Lima 1771, HUEFS). Estes materiais, juntamente com os registros deste estudo para o estado da Bahia, estendem o limite de ocorrência norte e sul de C. viatoris no Brasil.

Espécie caracterizada principalmente pela inflorescência em dicásio, formato das sépalas, pela constrição do hipanto no botão floral, e pela superfície com protrusões do fruto. Há também a ocorrência de anteras elongadas e apiculadas, observadas da mesma forma em Campomanesia schlechtendaliana (O. Berg) Nied., C. guazumifolia (Cambess.)

O. Berg, e C. laurifolia Gardner, a esta última parecendo estar mais relacionada. Assim como ocorrido com C. laurifolia, informações sobre mecanismos de polinização resultantes da morfologia das anteras não puderam ser observados em campo, já que o indivíduo coletado encontrava-se estéril.

Landim & Landrum (2002) citam ser esta uma espécie comum em remanescentes de floresta atlântica na área de estudo em Santa Luzia do Itanhi, Sergipe, o que vem ocorrendo também no estado da Bahia nos municípios de Alagoinhas (N.G.Jesus, com. pess.) e Entre Rios (A.Popovkin, com. pess.).

Importante mencionar que o material Davidse 11-758, proveniente de Aporá, também inclui outra espécie, Campomanesia sessiliflora var. bullata, sob o mesmo número de coleta.

1.13. Campomanesia xanthocarpa O. Berg, in Martius, Fl. bras. 14(1): 451. 1857.

Fig. 5U-X; 17

65 O gênero Campomanesia Ruiz & Pavón (Myrtaceae) para o estado da Bahia

Árvores, 6-8 m alt.; córtex acinzentado; periderme avermelhada; ramos jovens glandulares, puberulentos, tricomas alvos; ramos adultos pouco glandulares, glabros.

Folhas 5,5-8,8 × 2,3-3,5 cm, elípticas ou oblongas; ápice agudo ou acuminado, às vezes arredondado; base obtusa ou arredondada, raramente aguda; margem ondulada, levemente revoluta; textura cartácea a coriácea; superfície bulada; face adaxial lustrosa, glabra; face abaxial puberulenta a glabra, tufos de tricomas na axila das nervuras secundárias com a principal ausentes, tricomas alvos; nervuras secundárias 7-10 pares partindo da nervura principal em um ângulo 30° a 45°, fortemente impressas na face adaxial, fortemente proeminentes na face abaxial; pecíolo canaliculado, 0,5-0,7 × 0,1 cm, glandular, glabrescente, tricomas alvos; lâmina. Flores solitárias, partindo da axila de folhas; pedicelo

12-30 × 1 mm, puberulento, tricomas alvos; botão com cálice aberto, 4-6 mm compr.; bractéolas 2,0-6 mm, lineares, em ambas as faces pubescente a glabras, tricomas alvos, geralmente persistentes após antese; sépalas 5, ca. 3 × 2 mm, coriáceas, triangulares, em ambas as faces pubescente, tricomas alvos; pétalas 5, 1-1,6 mm compr., membranáceas, obovadas, em ambas as faces puberulentas, tricomas alvos; hipanto ca. 3 mm compr, não constrito, infundibular a campanulado, puberulento, tricomas alvos; disco floral 4-6 mm diâm., puberulento, tricomas alvos; estames 60-200, 4-10 mm compr.; anteras oblongas, não apiculadas, 0,7-1 mm compr., glândula terminal ausente; estigma 5-12 mm compr., peltado; ovário 6-10-locular, 4-14 óvulos por lóculo. Fruto subgloboso, amarelo, 10-16 mm diâm., glandular, puberulento, tricomas alvos; parede locular com uma camada de glândulas; sementes 2, 4-6 mm compr.

No Brasil, distribuída no Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, ocorrendo também no Paraguai e nordeste da Argentina (Legrand & Klein, 1977; Landrum, 1986),

66 O gênero Campomanesia Ruiz & Pavón (Myrtaceae) para o estado da Bahia sendo esta a primeira citação para o estado da Bahia e para o Nordeste brasileiro. D6: campo rupestre e cerrado. Encontrada com frutos em março.

Material selecionado: Morro do Chapéu, 11°44’58”S 41°03’19”W, 876m, mar.1997,

Harley et al. 6088 (ALCB, CEPEC, HRB, HUEFS).

Landrum (1986) descreveu duas variedades para Campomanesia xanthocarpa O.

Berg baseadas em diferenças de hábito e dimensões foliares: C. xanthocarpa var. xanthocarpa e C. xanthocarpa var. littoralis (Legrand) Landrum. Sobral (2003) comentou que tais diferenças são constantes nos materiais coletados no Sul do Brasil, e por esta razão aceita as espécies C. rhombea O. Berg e C. littoralis Legrand, sinônimos de C. xanthocarpa var. xanthocarpa e C. xanthocarpa var. littoralis, respectivamente.

Segundo Landrum (1986), indivíduos pertencentes à Campomanesia xanthocarpa podem ser identificados por serem árvores ou arbustos presentes em áreas de restinga, com folhas desenvolvidas na antese, possuindo na face abaxial tufos de tricomas entre as axilas da nervura principal com as secundárias, pedicelos que são mais longos que o botão floral, e sépalas oblongo-ovadas. O material coletado na Bahia difere em alguns caracteres da descrição apresentada por Landrum (1986), como a ocorrência em áreas de cerrado e campo rupestre, entre 850-1400m de altitude, face abaxial com nervuras fortemente proeminentes, chegando a ser costadas, e sem a presença de tufos de tricomas entre as axilas da nervura principal com as secundárias, caracteres que fazem com que materiais estéreis de C. xanthocarpa e C. aromatica, estes com suas folhas desenvolvidas, não possam ser identificados com precisão.

67 O gênero Campomanesia Ruiz & Pavón (Myrtaceae) para o estado da Bahia

Caracteres florais não puderam ser observados, uma vez que não foram encontrados em campo, e os espécimes coletados no estado encontravam-se somente em fruto. Assim, tais informações foram obtidas através da literatura.

Segundo Lorenzi (1992), a madeira de Campomanesia xanthocarpa é pesada, dura e resistente, com uma boa durabilidade natural, podendo ser utilizada para confecção de tabuado em geral, de instrumentos musicais, e de cabos de ferramentas. Ainda, sugere seu uso em paisagismo, devido à beleza de sua copa e de seus frutos comestíveis saborosos com alto teor vitamínico.

1.14. Campomanesia sp.

Fig. 5Y-Z; 18

Árvores ou arbustos; córtex acinzentado; periderme avermelhada; ramos jovens puberulentos, tricomas ferrugíneos; ramos adultos glandulares, glabros. Folhas 3-10 × 1,2-

4,2 cm, elípticas ou lanceoladas; ápice acuminado; base aguda; margem inteira; textura cartácea; superfície lisa; face adaxial glabra; face abaxial fortemente glandular, sem tufos de tricomas na axila das nervuras secundárias com a principal; nervuras secundárias ca. 12 pares partindo da nervura principal em um ângulo de ca. 45°, formando arcos próximos à margem, levemente impressas na face adaxial, levemente proeminentes na face abaxial; pecíolo canaliculado, 0,2-0,4 cm compr., glabro a puberulento, tricomas ferrugíneos; lâmina. Flores solitárias, partindo da axila de folhas; pedicelo 10-20 × ca. 1 mm, glabro, densamente glandular; botão com cálice fechado ou quase fechado em alguma fase do desenvolvimento, abrindo de forma regular, 6-8 mm compr., bractéolas ca. 1 × 0,2 mm, lineares, caducas após antese; sépalas 5, ca. 1,5 × 3-4 mm., coriáceas, densamente glandulares, ovadas, truncadas após a antese, ambas as faces glabras, margem ciliada;

68 O gênero Campomanesia Ruiz & Pavón (Myrtaceae) para o estado da Bahia pétalas 5, 7-8 mm compr., membranáceas, densamente glandulares, suborbiculares ou obovadas, ambas as faces glabras; hipanto ca. 3 mm compr., não constrito, infundibular, densamente glandular, puberulento a glabro; disco floral ca. 5 mm diâm., glabro; estames ca. 350, ca. 10 mm compr.; anteras oblongas, não apiculadas, ca. 0,5 mm compr., glândula terminal presente; estigma ca. 4,5 mm compr., peltado; ovário 10-locular, 7-11 óvulos por lóculo. Fruto desconhecido.

Espécie aparentemente endêmica do estado da Bahia. F9: floresta atlântica.

Material examinado: Nazaré das Farinhas, 13°’02’00”S 39°00’00”W, s.d., Blanchet

322 (G 8871).

Em uma avaliação superficial, acreditou-se que Campomanesia sp. tratava-se de uma espécie nova de Psidium L. Durante uma análise mais cuidadosa do ovário, percebeu- se que este possuía número de lóculos maior que o esperado para Psidium, carácter que a relaciona à Campomanesia. Dentro deste gênero, assemelha-se à C. eugenioides

(Cambess.) Legrand por ser fortemente glandular, diferenciando-se principalmente pelo número de nervuras secundárias das folhas, formato das sépalas, e número de estames.

Desta forma, pode representar uma espécie ainda não descrita.

Campomanesia sp. foi coletada por Blanchet, embaixador suíço que viveu na Bahia entre 1828-1856 (Stafleu & Cowan, 1976). Muitas de suas coletas foram feitas por outras pessoas e algumas localidades até hoje não foram confirmadas, confiando-se mais naquelas realizadas no litoral, como é o caso desta espécie (A.M.Giulietti, com. pess.). A região de

Nazaré das Farinhas passa hoje por um processo de urbanização, e áreas remanescentes de floresta atlântica encontram-se entremeadas por plantações de dendê (Elaeais guineensis

69 O gênero Campomanesia Ruiz & Pavón (Myrtaceae) para o estado da Bahia

Jaquim, Arecaceae), que podem colocar em risco a ocorrência da espécie, que desde então não foi coletada.

70 O gênero Campomanesia Ruiz & Pavón (Myrtaceae) para o estado da Bahia

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73 O gênero Campomanesia Ruiz & Pavón (Myrtaceae) para o estado da Bahia

LISTA DE EXSICATAS

Almeida, J.A.: 211 (1.3).

Alves, R.M.O.: 102 (1.3).

Amorim, A.M.: 3830 (1.4).

Andrade, I.M.: 787 (1.4).

Araújo, A.P. de: 98 (1.9), 238 (1.4).

Barreto, V.: 226 (1.4).

Bastos, B.C.: 347 (1.2).

Bautista, H.P.: 1595 (1.3).

Belém, P.R.: 2712 (1.8).

Blanchet: 322 (1.14).

Bondar, G.: 140 (1.3).

Borges, R.A.X.: 684 (1.8).

Cardoso, D.: 2299 (1.12).

Carleci: s.n. ALCB 49040 (1.2).

Carvalho, A.M. de: 851 (1.6), 3862 (1.4).

Carvalho, R.A.: 23 (1.2).

Carvalho-Sobrinho, J.G.: 158 (1.4).

Costa, C.: 46 (1.4).

Couto, A.P.L.: 27 (1.3), 63 (1.3).

Daly, D.A.: 7309 (1.5).

Davidse, G.: 11-758 (1.10), 11-758 (1.12).

Duarte, A.P.: 14118 (1.4).

Ferreira, M.C.: 503 (1.4), 1311 (1.3).

74 O gênero Campomanesia Ruiz & Pavón (Myrtaceae) para o estado da Bahia

França, F.: 1435 (1.4), 1505 (1.4), 1510 (1.4), 1934 (1.4), 2703 (1.2), 3965 (1.10), 5433

(1.4), 5502 (1.4), 5510 (1.4).

Ganev: 1380 (1.11), 1511 (1.11), 2496 (1.11).

Gasson, P.: 5976 (1.8).

Gonçalves, L.M.C.: 112 (1.4).

Guedes, M.L.: s.n. ALCB 21024 (1.3), 2687 (1.10), 2696 (1.10), 4102 (1.6), 6206 (1.10),

7044 (1.2), 7045 (1.2), 7227 (1.4), 9414 (1.4), 10556 (1.4), 10838 (1.4), 10989 (1.4),

11764 (1.10), 11765 (1.4), 12879 (1.4), 12916 (1.4).

Hage, J.L.: 575 (1.12), 2205 (1.12).

Harley, R.M.: 6088 (1.13), 15293 (1.10), 27151 (1.10), 55086 (1.10).

Hatschbach, G.: 50137 (1.10); 57025 (1.8), 75699 (1.10).

Hind, N.: 4548 (1.10).

Ibrahim, M.: 35 (1.10), 106 (1.10), 122 (1.12), 123 (1.3), 128 (1.10), 132 (1.10), 140 (1.2).

Jardim, J.G.: 226 (1.8), 2127 (1.8), 4404 (1.3).

Jesus, N.G.: 510 (1.12).

Jost, T.: 309 (1.12).

Lima dos Santos, S.: 38 (1.8).

Lopes, M.M.M.: 1010 (1.8), 1414 (1.4).

Lordelo, R.P.: 56-564 (1.4), 57-13 (1.4).

Loureiro, D.M.: 330 (1.11).

Lucca, C.F.: 11 (1.4).

Luschnath: s.n. NY neg. 11085 (1.9).

Mattos-Silva, L.A.: 3648 (1.3).

Medeiros Neto, E.C.: 53 (1.3).

Maia, H.: 23 (1.12).

75 O gênero Campomanesia Ruiz & Pavón (Myrtaceae) para o estado da Bahia

Melo, E.: 1127 (1.3), 1374 (1.4), 1400 (1.4), 1439 (1.4), 1469 (1.4), 1473 (1.4), 1836 (1.4),

1848 (1.4), 1851 (1.4), 1865 (1.4), 1962 (1.4), 4087 (1.11), 4268 (1.4), 4330 (1.4), 4720

(1.3), 5694 (1.4).

Moraes, A.O.: 158 (1.4).

Moraes, M.V.: 617 (1.4), 625 (1.4), 808 (1.4).

Mori, S.A.: 10666 (1.7), 13384 (1.10), 14247 (1.4).

Noblick, L.R.: 2665 (1.4), 2926 (1.2), 2927 (1.4), 2928 (1.4), 3681 (1.4).

Nunes, T.S.: 1511 (1.10).

Orlandi, R.P.: 302 (1.11), 562 (1.4).

Pimenta Velloso: 957 (1.5).

Pinheiro, R.S.: 1625 (1.3), 2184 (1.3).

Pinto, G.C.: s.n. HRB 2093 (1.12).

Popovkin, A.: 254 (1.3), 255 (1.12), 270 (1.12), 303 (1.2), 304 (1.12).

Queiroz, E.P.: 467 (1.3), 527 (1.3), 836 (1.3), 1129 (1.6).

Queiroz, L.P. de: 1152 (1.4), 1494 (1.4), 2964 (1.4), 4011 (1.10), 4315 (1.3).

Ribeiro, T.: 09 (1.3).

Saar, E.: 5831 (1.10).

Sant’Ana, S.C.: 343 (1.3).

Santos, A.K.A.: 256 (1.4).

Santos, S.B. dos: 01 (1.3).

Santos, T.S.:2180 (1.2), 2226 (1.3), 3174 (1.3), 3705 (1.3).

Santos, V.J.: 584 (1.4).

Scardino, L.S.F.S.: 673 (1.3), 719 (1.2), 797 (1.4), 1024 (1.3).

Sessegolo: 183 (1.4).

Silva, F.H.M.: 474 (1.4), 484 (1.4), 490 (1.4).

76 O gênero Campomanesia Ruiz & Pavón (Myrtaceae) para o estado da Bahia

Silva, L.N.: 46 (1.3).

Simon, M.F.: 235 (1.10).

Souza, E.B.: 1445 (1.4), 1466 (1.4), 1544 (1.4).

Souza-Silva, R.F.: 170 (1.4).

Stannard, B.: 4990 (1.10), 5369 (1.10), 5390 (1.10), 5539 (1.10).

Thomas, W.W.: 9647 (1.4), 7202 (1.7), 10251 (1.1), 12053 (1.8).

Webster, G.L.: 25698 (1.4).

Woodgyer, E.: 2391 (1.13).

Zardini, E: 48331 (1.10).

77 O gênero Campomanesia Ruiz & Pavón (Myrtaceae) para o estado da Bahia

LISTA DE FIGURAS

Figura 1. Espécies de Campomanesia presentes na Bahia. A: Detalhe das folhas de C. aromatica (Aubl.) Griseb., Feira de Santana. B: Detalhe da periderme avermelhada em C. aromatica (Aubl.) Griseb., Feira de Santana. C: Flor de C. dichotoma (O. Berg) Mattos,

Camaçari. D: Detalhe do córtex fissurado em C. dichotoma (O. Berg) Mattos, Camaçari. E:

Frutos imaturos de C. eugenioides var. desertorum (DC.) Landrum, Feira de Santana. F:

Flor de C. sessiliflora var. lanuginosa (Barb. Rodr. ex Chodat et Hassl.) Landrum,

Mucugê. G: Fruto de C. sessiliflora var. lanuginosa (Barb. Rodr. ex Chodat et Hassl.)

Landrum, Mucugê. H: Flor e botões de C. viatoris Landrum, Itaberaba. I: Fruto imaturo de

C. viatoris Landrum, Entre Rios. (Fotos: A-G: M. Ibrahim. H: S.H.Monteiro).

Figura 2. A-E: Campomanesia anemonea Landrum. A. Folha. B. Detalhe face adaxial, folha. C. Detalhe face abaxial, folha. D. Botão. E. Detalhe hipanto. F-Q: C. aromatica

(Aubl.) Griseb. F. Ramo. G. Folha jovem. H. Detalhe face abaxial, folha jovem. I. Detalhe face abaxial, folha jovem. J. Folha desenvolvida. K. Detalhe face adaxial, folha desenvolvida. L. Detalhe face abaxial, folha desenvolvida. M. Botão. N. Flor aberta. O.

Detalhe hipanto. P. Detalhe sépala. Q. Fruto. R-Z: C. dichotoma (O. Berg) Mattos. R.

Ramo. S-T. Variação na forma foliar. U. Detalhe face adaxial, folha. V. Detalhe face abaxial, folha. W. Botão. X. Flor aberta. Y. Variação no comprimento dos estames. Z.

Fruto. (A-E: Thomas et al. 10251. F-I, M-P: Bastos 347. J-L, Q: Noblick 2926. R-Z:

Ibrahim et al. 123).

Figura 3. A-G: Campomanesia eugenioides var. desertorum (Cambess.) Legrand. A-D.

Variação na forma foliar. E. Detalhe face adaxial, folha. F. Detalhe face abaxial, folha. G.

Botão. H-N: C. grandiflora (Aubl.) Sagot. H. Ramo. I. Detalhe face adaxial, folha. J.

78 O gênero Campomanesia Ruiz & Pavón (Myrtaceae) para o estado da Bahia

Detalhe face abaxial, folha. K. Flor aberta. L. Detalhe hipanto. M. Detalhe sépala. N.

Variação no comprimento dos estames. O-Q: C. guaviroba (DC.) Kiaersk. O. Folha. P.

Detalhe face adaxial, folha. Q. Detalhe face abaxial, folha. R-U: C. guazumifolia

(Cambess.) O. Berg. R. Folha. S. Detalhe face adaxial, folha. T. Detalhe face abaxial, folha. U. Botão. V-Y: C. laurifolia Gardner. V-W. Variação na forma foliar. X. Detalhe face adaxial, folha. Y. Detalhe face abaxial, folha. (A: Thomas et al. 9647. C: Melo et al.

1400. B: França et al.1510. D. Souza et al. 1466. H-N: Pimenta Vellozo 957. O-Q:

Carvalho et al. 851. R-T: Mori et al. 10666. V: Borges 684. W: Gasson et al. 5976.).

Figura 4. A-F: Campomanesia schlechtendaliana (O. Berg) Nied. A. Ramo. B. Flor aberta. C. Detalhe hipanto. D. Detalhe sépala. E. Variação no comprimento dos estames. F.

Fruto. G-M: C. sessiliflora var. sessiliflora (O. Berg) Mattos. G. Folha. H. Detalhe face adaxial, folha. I. Detalhe face abaxial, folha. J. Botão. K. Flor aberta. L. Detalhe hipanto.

M. Detalhe sépala. N-T: C. sessiliflora var. bullata (Barb. Rodr.) Landrum. N. Folha. O.

Detalhe face adaxial, folha. P. Detalhe face abaxial, folha. Q. Botão. R. Flor aberta. S.

Detalhe hipanto. T. Detalhe sépala. U-AC: C. sessiliflora var. lanuginosa (Barb. Rodr. ex

Chodat & Hassl.) Landrum. U. Ramo. V. Detalhe face adaxial, folha. W. Detalhe face abaxial, folha. X. Botão. Y. Flor aberta. Z. Detalhe hipanto. AA. Detalhe sépala. AB.

Variação no comprimento dos estames. AC. Fruto. (A-F: Hatschbach et al. 71569. G-M:

Guedes et al. 2696. N-T: Zardini et al. 48331. U-AC: Ibrahim et al. 35).

Figura 5. A-M: Campomanesia velutina (Cambess.) O. Berg. A. Ramo, folhas jovens. B.

Folha jovem. C. Detalhe face adaxial, folha jovem. D. Detalhe face abaxial, folha jovem.

E. Ramo, folhas desenvolvidas. F. Folha desenvolvida. G. Detalhe face adaxial, folha desenvolvida. H. Detalhe face abaxial, folha desenvolvida. I. Flor aberta. J. Detalhe

79 O gênero Campomanesia Ruiz & Pavón (Myrtaceae) para o estado da Bahia hipanto. K. Detalhe sépala. L. Variação no comprimento dos estames. M. Fruto. N-T: C. viatoris Landrum. N. Ramo. O. Botão. P. Flor aberta. Q. Detalhe hipanto. R. Detalhe sépala. S. Estame. T. Fruto. U-X: C. xanthocarpa O. Berg. U. Folha. V. Detalhe face adaxial, folha. W. Detalhe face abaxial, folha. X. Fruto. Y-Z: C. sp. Y. Botão. Z. Folha.

(A-D, I-L: Melo et al. 4087. E-H, M: Ganev 1511. N-S: Cardoso et al. 2299. T: Jesus et al.

510. U-X: Harley et al. 6088. Y-Z: Blanchet s.n. G 8871).

Figura 6. Localização geográfica de Campomanesia anemonea Landrum no estado da

Bahia.

Figura 7. Localização geográfica de Campomanesia aromatica (Aubl.) Griseb. no estado da Bahia.

Figura 8. Localização geográfica de Campomanesia dichotoma (O. Berg) Mattos no estado da Bahia.

Figura 9. Localização geográfica de Campomanesia eugenioides (Cambess.) Legrand no estado da Bahia.

Figura 10. Localização geográfica de Campomanesia grandiflora (Aubl.) Sagot no estado da Bahia.

Figura 11. Localização geográfica de Campomanesia guaviroba (DC.) Kiaersk. no estado da Bahia.

80 O gênero Campomanesia Ruiz & Pavón (Myrtaceae) para o estado da Bahia

Figura 12. Localização geográfica de Campomanesia guazumifolia (Cambess.) O. Berg no estado da Bahia.

Figura 13. Localização geográfica de Campomanesia laurifolia Gardner no estado da

Bahia.

Figura 14. Localização geográfica de Campomanesia sessiliflora (O. Berg) Mattos no estado da Bahia.

Figura 15. Localização geográfica de Campomanesia velutina (Cambess.) O. Berg no estado da Bahia.

Figura 16. Localização geográfica de Campomanesia viatoris Landrum no estado da

Bahia.

Figura 17. Localização geográfica de Campomanesia xanthocarpa O. Berg no estado da

Bahia.

Figura 18. Localização geográfica de Campomanesia sp. no estado da Bahia.

81 O gênero Campomanesia Ruiz & Pavón (Myrtaceae) para o estado da Bahia

Figura 1

82 O gênero Campomanesia Ruiz & Pavón (Myrtaceae) para o estado da Bahia

Figura 2

83 O gênero Campomanesia Ruiz & Pavón (Myrtaceae) para o estado da Bahia

Figura 3

84 O gênero Campomanesia Ruiz & Pavón (Myrtaceae) para o estado da Bahia

Figura 4

85 O gênero Campomanesia Ruiz & Pavón (Myrtaceae) para o estado da Bahia

Figura 5

86 O gênero Campomanesia Ruiz & Pavón (Myrtaceae) para o estado da Bahia

Figura 6

87 O gênero Campomanesia Ruiz & Pavón (Myrtaceae) para o estado da Bahia

Figura 7

88 O gênero Campomanesia Ruiz & Pavón (Myrtaceae) para o estado da Bahia

Figura 8

89 O gênero Campomanesia Ruiz & Pavón (Myrtaceae) para o estado da Bahia

Figura 9

90 O gênero Campomanesia Ruiz & Pavón (Myrtaceae) para o estado da Bahia

Figura 10

91 O gênero Campomanesia Ruiz & Pavón (Myrtaceae) para o estado da Bahia

Figura 11

92 O gênero Campomanesia Ruiz & Pavón (Myrtaceae) para o estado da Bahia

Figura 12

93 O gênero Campomanesia Ruiz & Pavón (Myrtaceae) para o estado da Bahia

Figura 13

94 O gênero Campomanesia Ruiz & Pavón (Myrtaceae) para o estado da Bahia

Figura 14

95 O gênero Campomanesia Ruiz & Pavón (Myrtaceae) para o estado da Bahia

Figura 15

96 O gênero Campomanesia Ruiz & Pavón (Myrtaceae) para o estado da Bahia

Figura 16

97 O gênero Campomanesia Ruiz & Pavón (Myrtaceae) para o estado da Bahia

Figura 17

98 O gênero Campomanesia Ruiz & Pavón (Myrtaceae) para o estado da Bahia

Figura 18

99 O gênero Campomanesia Ruiz & Pavón (Myrtaceae) para o estado da Bahia

CAPÍTULO 2

PADRÃO DE NERVAÇÃO FOLIAR E SISTEMA VASCULAR DO

PECÍOLO DE ESPÉCIES DE CAMPOMANESIA RUIZ & PAVÓN

(MYRTACEAE) OCORRENTES NO ESTADO DA BAHIA

100 O gênero Campomanesia Ruiz & Pavón (Myrtaceae) para o estado da Bahia

PADRÃO DE NERVAÇÃO FOLIAR E SISTEMA VASCULAR DO PECÍOLO DE ESPÉCIES DE

CAMPOMANESIA RUIZ & PAVÓN (MYRTACEAE) OCORRENTES NO ESTADO DA BAHIA

1,3 1 1 MARLA I. U. OLIVEIRA , LIGIA SILVEIRA FUNCH , FRANCISCO DE ASSIS R. DOS SANTOS , E

2 LESLIE R. LANDRUM

1 Programa de Pós-Graduação em Botânica, Universidade Estadual de Feira de Santana,

Departamento de Ciências Biológicas, Av. Transnordestina, s/n, Novo Horizonte, 44036-

900, Feira de Santana, Bahia, Brasil

2School of Life Sciences, Arizona State University, Tempe, Arizona 85287-4501, E.U.A.

3Autor para correspondência ([email protected])

Capítulo a ser submetido na Acta Botanica Brasilica, revista da Sociedade Botânica do Brasil (normas Anexo III).

101 O gênero Campomanesia Ruiz & Pavón (Myrtaceae) para o estado da Bahia

RESUMO

(Padrão de nervação foliar e sistema vascular do pecíolo de espécies de

Campomanesia Ruiz & Pavón (Myrtaceae) ocorrentes no estado da Bahia) – Com o intuito de contribuir para a identificação de materiais estéreis de Campomanesia Ruiz &

Pavón, este estudo descreve o padrão de nervação foliar e o arranjo do sistema vascular do pecíolo de 15 táxons ocorrentes no estado da Bahia. O padrão secundário de nervação camptódromo-broquidódromo foi uniforme entre as espécies, assim como a nervação

última marginal em arcos e a nervação terciária do tipo reticulada ortogonal. Diferenças foram observadas na presença de nervuras intersecundárias, no tipo de aréolas, na configuração do arco vascular no pecíolo, e na natureza da bainha perivascular, podendo estes caracteres ser utilizados para fins taxonômicos.

Palavras – chave: nervação, anatomia foliar, Myrtaceae, Campomanesia, Bahia

102 O gênero Campomanesia Ruiz & Pavón (Myrtaceae) para o estado da Bahia

ABSTRACT

(Venation pattern and vascular system in the petiole of Campomanesia Ruiz & Pavón

(Myrtaceae) species in Bahia State) – The foliar venation pattern and the arrangement of the vascular system in the petiole of 15 species of Campomanesia Ruiz & Pavón in Bahia

State are described with the intention of contributing for the identification of sterile materials. The secondary venation pattern camptodromous-brochidodromous was uniform among the species, as well as the ultimate marginal venation in archs and orthogonal reticulate tertiary venation. Differences were observed in the presence of intersecundary veins, areolation, format of the vascular arch in the petiole, and nature of the vascular bundle sheaths, characters that could be used for taxonomical purposes.

Key words: venation, leaf anatomy, Myrtaceae, Campomanesia, Bahia

103 O gênero Campomanesia Ruiz & Pavón (Myrtaceae) para o estado da Bahia

INTRODUÇÃO

No Brasil, todas as Myrtaceae referem-se à tribo Myrteae, tradicionalmente divida em Myrciinae, Eugeniinae e Myrtinae (McVaugh 1968, Barroso et al. 1991, Landrum &

Kawasaki 1997), subtribos que não se sustentam como monofiléticas (Wilson et al. 2001,

Wilson et al. 2005, Lucas et al. 2005). Estudos recentes identificaram sete grupos informais na tribo, e apesar de serem separados tanto por dados moleculares quanto por uma combinação de caracteres morfológicos, são pouco sustentados e necessitam de uma amostragem mais ampla para que haja uma reclassificação em níveis inferiores dentro da tribo (Lucas et al. 2007).

Como parte da tradicional subtribo Myrtinae e do informal “Grupo Pimenta”

(Lucas et al. 2007) Campomanesia Ruiz & Pavón possui cerca de 30 espécies (Landrum

1987, Landrum & Kawasaki 1997, Kawasaki 2000, Landrum 2001) distribuídas nas regiões tropical e subtropical da América do Sul, ocorrendo em diversos ambientes, como matas, cerrados, campos e restingas (Landrum 1986, Landrum & Kawasaki 1997).

De acordo com Landrum (1986), as espécies de Campomanesia são arbustos ou

árvores que se separam de outras Myrtaceae pelo número de lóculos no ovário (3-) 4-18, pela presença de uma parede glandular protetora, funcionando como uma falsa testa na semente, e aborto de todos ou quase todos os óvulos, exceto um em cada lóculo. A inflorescência pode ser uniflora ou um dicásio com até três flores, existindo algumas exceções. Os frutos são referidos por “guabiroba”, e apresentam coloração amarela, verde, laranja, ou arroxeada, sendo apreciados localmente e cultivados em pequena escala

(Legrand & Klein 1977, Landrum 1986, Carrara 1997, Barroso et al. 2004). Entretanto, possuem considerável potencial econômico, como mostrado por C. phaea (O. Berg)

104 O gênero Campomanesia Ruiz & Pavón (Myrtaceae) para o estado da Bahia

Landrum, utilizada na fabricação de sucos, sorvetes e geléias (Kawasaki & Landrum 1997,

Lorenzi et al. 2006).

Apesar de as espécies de Campomanesia serem confundidas com as de Psidium L.

(McVaugh 1968), resultados preliminares sobre a filogenia do gênero, obtidos através da análise de seqüências nucleares, como ITS e ETS, sustentam-no como monofilético

(I.R.Costa, com. pess.), confirmando a idéia de este ser um dos gêneros mais bem definidos dentro da família (McVaugh 1968, Landrum 1986). No entanto, os limites entre algumas espécies são pouco compreendidos, e por esta razão, Landrum (1986) citou a formação de três grupos informais baseados principalmente em caracteres florais:

”Complexo Campomanesia guazumifolia” [C. guazumifolia (Cambess.) O. Berg, C. schlechtendaliana (O. Berg) Nied., C. rufa (O. Berg) Nied., e C. sessiliflora(O. Berg)

Mattos], “Complexo C. grandiflora” [C. grandiflora (Aubl.) Sagot, C. neriiflora (O. Berg)

Nied., C. guaviroba (DC.) Kiaersk., C. speciosa (Diels) McVaugh, e C. lineatifolia Ruiz &

Pav.] e “Complexo C. xanthocarpa” [C. xanthocarpa O. Berg, C. aromatica (Aubl.)

Griseb., C. adamantium (Cambess.) O. Berg, C. reitziana Legrand, C. velutina (Cambess.)

O. Berg, C. eugenioides (Cambess.) Legrand, C. pubescens (DC.) O. Berg, C. pabstiana

Mattos & Legrand, e C. aurea O. Berg].

Trabalhos envolvendo outras abordagens, como anatomia, podem colaborar no entendimento de tais limites. A arquitetura foliar, que descreve os padrões de nervação, a configuração marginal, a forma da folha e a posição de glândulas que possam vir a existir, constitui-se em um aspecto consistente no reconhecimento de plantas em nível de espécie

(Hickey 1973, 1979).

Em Myrtaceae, podem ser citados os estudos morfo-anatômicos conduzidos por Du

Plessis & Van Wik (1982), Carr et al. (1986), Fontenelle et al. (1993), Fontenelle et al.

(1994), Costa et al. (1995), Carrara (1997), e Gomes & Neves (1997). Cardoso & Sajo

105 O gênero Campomanesia Ruiz & Pavón (Myrtaceae) para o estado da Bahia

(2006) descreveram os padrões de nervação foliar de espécies pertencentes a cada subtribo da família Myrtaceae para reconhecer suas particularidades, e demonstraram diferenças nos padrões de três espécies de Campomanesia. O posicionamento dos feixes vasculares no pecíolo também constituiu um caráter relevante no reconhecimento de grupos (Howard

1979), como constatado por Cardoso & Sajo (2004) em Eugenia L. ao possibilitar a identificação de materiais estéreis.

Assim, este trabalho buscou diferenças siginificativas entre os padrões de nervação foliar e o arranjo do sistema vascular no pecíolo das espécies de Campomanesia presentes no estado da Bahia , com o intuito de conhecer esses padrões e contribuir para estudos taxonômicos no grupo, especialmente em materiais estéreis.

106 O gênero Campomanesia Ruiz & Pavón (Myrtaceae) para o estado da Bahia

MATERIAIS E MÉTODOS

Os materiais utilizados neste trabalho correspondem a 15 táxons de Campomanesia identificados no estado da Bahia por Oliveira et al. (Cap. 1). As amostras obtidas em campo apresentam vouchers no HUEFS e as demais foram retiradas de materiais herborizados depositados nos herbários ALCB, ASU, HUEFS, NY e R (Tab. 1, siglas segundo Holmgren et al. 1991). Importante salientar que amostras de Campomanesia sp. e de C. sessiliflora var. bullata (Barb. Rodr.) Landrum coletadas no estado não se encontraram disponívies durante o estudo, tornando-se necessária a utilização de materiais provenientes de outras localidades no caso deste último táxon.

Folhas perfeitamente desenvolvidas de cada espécie foram selecionadas do terceiro e quarto nós, sendo materiais frescos acondicionados em FAA70 por 48h e transferidos para etanol 70%, seguindo Kraus & Arduin (1997). Já o material herborizado passou por um tratamento de reidratação com água + glicerina 50% fervidos em cuba por cinco minutos.

Para fixação, foi realizada uma desidratação em série alcóolica crescente até etanol 70%, com duração de 30 minutos cada. Logo depois, foi feita uma série alcóolica decrescente até etanol 10% também com duração de 30 minutos cada, para que as etapas de diafanização e corte transversal do pecíolo fossem realizadas.

Para a observação do padrão de nervação, foram diafanizadas folhas provenientes dos materiais frescos e herborizados, seguindo-se a técnica de Shobe & Lersten (1967) com modificações, como a substituição do cloral hidratado por hipoclorito de sódio, e a não utilização do corante fast green. Após este processo, as folhas foram montadas em lâminas de vidro temporárias, e fotografadas com auxílio de negatoscópio e de câmera digital SONY Cyber Shot modelo DSC-S650 com resolução de 7.2 MP. Para a análise da rede menor de nervação, fragmentos do terço mediano das folhas foram montados em

107 O gênero Campomanesia Ruiz & Pavón (Myrtaceae) para o estado da Bahia lâminas semi-permanentes e fotografados em estereomicroscópio Zeiss Stemi SV6 com auxílio do programa AxioVision 3.1 Zeiss. A descrição e análise dos materiais seguiu os tipos básicos de Hickey (1973, 1979).

Com relação à análise da configuração do arco vascular e da natureza das células da bainha perivascular no pecíolo, cortes transversais à mão livre foram realizados na região mediana do mesmo. Em seguida, tais cortes foram clarificados em hipoclorito de sódio

10% por cinco-10 minutos (30-60 segundos para materiais frágeis) passando por três lavagens em água destilada com duração de cinco minutos, corados com safrablau por 30 a

60 segundos, e novamente lavados em água destilada para retirada do excesso de corante.

Finalmente, os cortes foram montados em lâminas semi-permanentes com glicerina e fotografados em microscópio de luz Zeiss Hal 100 Axioskop com auxílio de camêra digital

Olympus modelo C-5060 com resolução de 5.1 MP. Diagramas foram elaborados a partir do exame dos cortes em microscópio de luz Zeiss Axioskop 40, com emprego de câmara clara, e os tipos foram descritos de acordo com Howard (1979).

108 O gênero Campomanesia Ruiz & Pavón (Myrtaceae) para o estado da Bahia

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Em geral, as folhas das espécies de Campomanesia Ruiz & Pavón presentes no estado da Bahia possuem nervura primária reta, com certo encurvamento próximo ao ápice, mais acentuado em C. anemonea, C. eugenioides var. desertorum, C. guaviroba, C. laurifolia, C. velutina, e C. xanthocarpa. As nervuras secundárias apresentaram-se curvadas, com espaçamento largo na maioria das espécies, e número de pares variado.

Estas nervuras se anastomosam entre si desde a base da folha, compondo arcos próximos à margem, sem formação de nervura intramarginal, uma das características do gênero

(Landrum 1986). Desta forma, o padrão de nervação em todas as espécies estudadas é camptódromo-broquidódromo (Figs.1-15), assim como constatado por Carrara (1997) para as espécies de Campomanesia do Rio de Janeiro. Este é também um tipo bastante comum em Eugenia L. (Costa et al. 1995; Cardoso & Sajo 2004) e nas demais Myrtaceae brasilieiras (Cardoso & Sajo 2006).

Apesar de Landrum (1986) comentar a ocorrência em C. laurifolia do tipo eucamptódromo, no qual as nervuras secundárias conectam-se através de uma série de vênulas, sem formação de arcos próximos à margem (Hickey, 1973; 1979), este não foi observado nos representantes baianos dessa espécie. Cardoso & Sajo (2006) citam para

Campomanesia sp. e C. pubescens o tipo acródromo-broquidódromo, que se caracteriza por um a quatro pares de nervuras secundárias laterais, basais ou suprabasais, tendendo ao padrão acródromo até o terço mediano da folha, quando se unem para formar arcos broquidódromos, não observado em nenhuma espécie estudada.

O ângulo de divergência entre a nervura primária e as secundárias variou de 30° a

60°, configurando o tipo agudo, podendo este ser separado em estreito, com ângulos menores que 45°, identificado para a maioria das espécies, ou moderado, com ângulos

109 O gênero Campomanesia Ruiz & Pavón (Myrtaceae) para o estado da Bahia entre 45° e 65°, presentes em C. anemonea, C. aromatica, C. grandiflora, C. sessiliflora var sessiliflora, C. sessiliflora var. bullata, e C. sessiliflora var. lanuginosa. Em C. anemonea, C. aromatica, C. dichotoma, C. eugenioides var. desertorum, e C. schlechtendaliana (Figs. 1-4, 9), as nervuras secundárias apresentaram ângulos de divergência mais obtusos no terço superior das folhas.

A nervação última marginal aparece em todas as espécies em forma de arcos (Figs.

16-17), possuindo menor calibre quando mais próximos à margem.

Um caráter marcante foi a presença de nervuras intersecundárias simples (Fig. 18,

Tab. 2) em C. anemonea, C. eugenioides var. desertorum, C. guaviroba, C. guazumifolia,

C. sessiliflora var sessiliflora, C. sessiliflora var. bullata, C. sessiliflora var. lanuginosa, e

C. viatoris. São originadas na nervura primária, e seguem um curso geralmente paralelo às nervuras secundárias, apresentando calibre intermediário entre estas e as nervuras terciárias. Carrara (1997) comenta a facilidade de observação de tais nervuras em C. guaviroba e C. lundiana (Kiaersk.) Mattos, sendo este táxons endêmico do estado do Rio de Janeiro.

O padrão de ramificação das nervuras terciárias não variou, ocorrendo em todas as espécies o tipo reticulado ortogonal (Figs. 19-33), no qual as nervuras se conectam entre si ou entre as nervuras secundárias opostas em ângulos predominantemente retos. Nos estudos conduzidos por Cardoso & Sajo (2006), somente o gênero Campomanesia apresentou este padrão, típico de algumas espécies da tradicional subtribo Myrtinae.

As menores áreas formadas por nervuras terciárias e nervuras de ordens menores originam as chamadas aréolas, que podem apresentar desenvolvimento, arranjo e forma diferentes, além de terem ou não vênulas livres em seu interior (Tab. 2, Figs. 34-48). São desenvolvidas quando possuem malha de tamanho e forma regulares; imperfeitas, quando as malhas variam em tamanho e se apresentam de maneira irregular; ou incompletas, sem

110 O gênero Campomanesia Ruiz & Pavón (Myrtaceae) para o estado da Bahia limitação dos lados da malha. Quando distribuídas de modo similar dentro de uma área em particular, caracterizam o arranjo orientado, tipo mais comum entre as espécies analisadas

(Figs. 34-37, 41, 44-46, 49). Também revelam forma irregular a pentagonal, e as vênulas são simples ou ramificadas, estando ausentes em C. sessiliflora var. bullata, C. sessiliflora var. lanuginosa, e C. xanthocarpa. Interessante notar que na variedade-tipo de C. sessiliflora as aréolas são características, com vênulas ramificadas de três vezes a mais vezes (Figs. 28, 43). Carrara (1997) observou tal ocorrência em ambas as variedades de C. schlechtendaliana, que neste estudo mostrou vênulas simples (Fig. 42).

Com relação ao arranjo do sistema vascular no pecíolo, todas as espécies apresentaram arco aberto, indiviso e bicolateral (Figs. 49-51). As extremidades do arco na região mediana variaram entre voltadas para o centro e fletidas (Figs. 52-66) sendo estas

últimas representadas em C. guaviroba, C. guazumifolia, C. laurifolia e C. xanthocarpa.

Com relação à natureza da bainha perivascular, somente em C. velutina e C. viatoris apresentou-se constituída por células parenquimáticas, sendo mista (parênquimáticas e esclerenquimáticas) nas demais. Células esclerênquimáticas podem concentrar-se próximas

às extremidades ou em toda a extensão da bainha. Ainda foram observados idioblastos, sob forma de drusas, e células secretoras (Figs. 52-53), variando em quantidade na região cortical em todas as espécies, não servindo como caracteres diferenciais entre as espécies.

Estudos conduzidos em Myrtaceae (Gomes & Neves 1993, Costa et. al. 1995,

Cardoso & Sajo 2006), e em outras famílias, como Apocynaceae (Rio et al. 2005), mostraram que os caracteres morfo-anatômicos utilizados no presente trabalho foram consistentes na separação de determinadas espécies, o que não aconteceu para algumas

Lauraceae estudadas por Moraes & Paoli (1999) devido à grande variação observada no padrão de nervação dentro de uma mesma espécie.

111 O gênero Campomanesia Ruiz & Pavón (Myrtaceae) para o estado da Bahia

Para o estado da Bahia, dentro dos complexos citados por Landrum (1986), C. grandiflora e C. guaviroba podem ser separadas pela presença de nervuras intersecundárias e de vênulas ramificadas, além de apresentarem diferentes extremidades do arco vascular no pecíolo. Do mesmo modo, C. guazumifolia, C. schlechtendaliana e C. sessiliflora podem ser separadas, possuindo ainda desenvolvimento, arranjo e forma das aréolas diferentes. Entre as variedades desta última espécie, somente C. sessiliflora var. sessiliflora pode ser distinguida com suas aréolas imperfeitas, arranjo ao acaso, formas irregulares, e vênulas ramificadas. Já C. xanthocarpa, C. aromatica, C. eugenioides var. desertorum, e C. velutina, apresentam arranjo do arco vascular no pecíolo e natureza das células da bainha perivascular diferentes. Apesar de não citada em nenhum complexo, C. viatoris possui nervura intersecundária, arco vascular com extremidades voltadas para o centro, e bainha perivascular com células parenquimáticas, podendo assim ser diferenciada de C. laurifolia, geralmente confundidas quando coletadas estéreis em áreas de floresta atlântica. C. anemonea foi descrita recentemente e relacionada à C. dichotoma (Landrum

2001), tendo apenas a presença de nervuras intersecundárias para diferenciá-las quando estéreis.

Sendo assim, os resultados apresentados são relevantes e podem auxiliar estudos taxonômicos que visam à separação das espécies de Campomanesia presentes no estado e pertencentes aos grupos informais “Complexo C. grandiflora”, “Complexo C. guazumifolia” e “Complexo C. xanthocarpa” comentados por Landrum (1986).

112 O gênero Campomanesia Ruiz & Pavón (Myrtaceae) para o estado da Bahia

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116 O gênero Campomanesia Ruiz & Pavón (Myrtaceae) para o estado da Bahia

LISTA DE FIGURAS

Tabela 1. Lista de espécimes de Campomanesia Ruiz & Pavón examinados. (*) representando os materiais frescos obtidos em campo.

Espécie Coletor, número e herbário Local e tipo vegetacional 1. Campomanesia anemonea W.W.Thomas et al. 10251 (ASU) Itapetinga (floresta atlântica) Landrum 2. C. aromatica (Aubl.) Griseb. M. Ibrahim 140 (HUEFS)* Feira de Santana (caatinga) 3. C. dichotoma (O. Berg) Mattos E.P.Queiroz 836 (HUEFS) Mata de São João (restinga) L.N.Silva et al. 46 (HUEFS) Conde (restinga) M. Ibrahim 123 (HUEFS) * Camaçari (restinga) 4. C. eugenioides var. desertorum A.O.Moraes et al. 158 (HUEFS) Itatim (caatinga) (DC.) Landrum E. Melo 5694 (HUEFS) * Feira de Santana (caatinga) F. França et al. 5433 (HUEFS) Campo Formoso (caatinga/cerrado) 5. C. grandiflora (Aubl.) Sagot Pimenta Vellozo 957 (R) Ilhéus (restinga) 6. C. guaviroba (DC.) Kiaersk. E.P.Queiroz 1129 (ALCB) Mata de São João (restinga) 7. C. guazumifolia (Cambess.) S.A.Mori et al. 10666 (NY) Prado (restinga) O. Berg W.W.Thomas et al. 7202 (NY) Uruçuca (floresta atlântica) 8. C. laurifolia Gardner M.M.Lopes et al. 1010 (BHCB) Arataca (floresta atlântica) P.Gasson et al. 5976 (HUEFS) Morro do Chapéu (campo rupestre) R.A.X.Borges et al. 684 Camacan (floresta atlântica) (HUEFS) 9. C. schlechtendaliana (O. G.Hatschbach et al. 71569 Espírito Santo, Itapemirim Berg) Nied. (HUEFS) (restinga) 10.1. C. sessiliflora var. G.Hatschbach et al. 7569 Milagres (floresta) sessiliflora (O. Berg) Mattos (HUEFS) M.L.Guedes 2976 (ALCB) Caetité (campos gerais) 10.2. C. sessiliflora var. bullata E.Zardini et al. 48331 (ASU) Paraguai, San Pedro (cerrado) (Barb. Rodr.) Landrum 10.3. C. sessiliflora var. L.P. de Queiroz et al. 4011 Morro do Chapéu (cerrado) lanuginosa (Barb. Rodr. ex (HUEFS) Chodat et Hassl.) Landrum M.Ibrahim et al. 35 (HUEFS)* Mucugê (campo rupestre) M.Ibrahim et al. 132 (HUEFS)* Rio de Contas (cerrado)

117 O gênero Campomanesia Ruiz & Pavón (Myrtaceae) para o estado da Bahia

Tabela 1. (continuação): Lista de espécimes de Campomanesia Ruiz & Pavón examinados. (*) representando os materiais frescos obtidos em campo.

Espécie Coletor, número e herbário Local e tipo vegetacional 11. C. velutina (Cambess.) O. R.P.Orlandi 302 (HUEFS) Morro do Chapéu (caatinga) Berg W.Ganev 1511 (HUEFS) Abaíra (carrasco) 12. C. viatoris Landrum A.Popovkin 255 (HUEFS)* Entre Rios (floresta atlântica) M.Ibrahim et al. 122 (HUEFS)* Alagoinhas (floresta altântica) N.G.Jesus et al. 510 (HUEFS) Alagoinhas (floresta altântica) 13. C. xanthocarpa O. Berg E.Woodgyer et al. 2391 Morro do Chapéu (cerrado) (HUEFS) R.M.Harley et al. 6088 Morro do Chapéu (campo (HUEFS) rupestre)

118 O gênero Campomanesia Ruiz & Pavón (Myrtaceae) para o estado da Bahia

Figuras 1-15. Padrão de nervação em folhas de Campomanesia Ruiz & Pavón no estado da Bahia. 1. Campomanesia anemonea Landrum. 2. C. aromatica (Aubl.) Griseb. 3. C. dichotoma (O. Berg) Mattos. 4. C. eugenioides var. desertorum (DC.) Landrum. 5. C. grandiflora (Aubl.) Sagot. 6. C. guaviroba (DC.) Kiaersk. 7. C. guazumifolia (Cambess.)

O. Berg. 8. C. laurifolia Gardner. 9. C. schlechtendaliana (O. Berg) Nied. 10. C. sessiliflora var. sessiliflora (O. Berg) Mattos. 11. C. sessiliflora var. bullata (Barb. Rodr.)

Landrum. 12. C. sessiliflora var. lanuginosa (Barb. Rodr. ex Chodat et Hassl.) Landrum.

13. C. velutina (Cambess.) O. Berg. 14. C. viatoris Landrum. 15. C. xanthocarpa O. Berg.

Barras = 1 cm.

119 O gênero Campomanesia Ruiz & Pavón (Myrtaceae) para o estado da Bahia

120 O gênero Campomanesia Ruiz & Pavón (Myrtaceae) para o estado da Bahia

Figuras 16-17. Nervação última marginal em arcos. 16. C. eugenioides var. desertorum

(DC.) Landrum. 17. C. grandiflora (Aubl.) Sagot. Barras = 1 mm.

Figura 18. Seta indicando a presença de nervura intersecundária em C. anemonea

Landrum. Barra = 1 cm.

121 O gênero Campomanesia Ruiz & Pavón (Myrtaceae) para o estado da Bahia

Tabela 2. Nervação foliar nos táxons de Campomanesia Ruiz & Pavón examinados.

Espécie Nervuras Aréolas intersecundárias Desenvolvimento Arranjo Forma Vênulas Campomanesia presentes desenvolvida orientado quadrangular a ausentes a anemonea pentagonal simples C. aromatica ausentes desenvolvida orientado quadrangular a ausentes a pentagonal simples C. dichotoma ausentes desenvolvida orientado quadrangular a simples pentagonal C. eugenioides var. presentes desenvolvida orientado quadrangular a ramificadas desertorum pentagonal C. grandiflora ausentes imperfeita ao acaso irregular simples C. guaviroba presentes imperfeita ao acaso irregular ramificadas C. guazumifolia presentes imperfeita ao acaso irregular ramificadas C. laurifolia ausentes imperfeita a ao acaso a irregular a simples a desenvolvida orientado pentagonal ramificadas C. ausentes imperfeita ao acaso irregular simples schlechtendaliana C. sessiliflora var. presentes imperfeita ao acaso irregular ramificadas sessiliflora C. sessiliflora var. presentes desenvolvida orientado quadrangular a ausentes bullata pentagonal C. sessiliflora var. presentes desenvolvida orientado quadrangular a ausentes lanuginosa pentagonal C. velutina ausentes desenvolvida orientado quadrangular a ausentes a pentagonal simples C. viatoris presentes imperfeita ao acaso irregular simples a ramificadas C. xanthocarpa ausentes desenvolvida orientado quadrangular a ausentes pentagonal

122 O gênero Campomanesia Ruiz & Pavón (Myrtaceae) para o estado da Bahia

Figuras 19-33. Padrão de ramificação nos táxons de Campomanesia no estado da Bahia.

19. Campomanesia anemonea Landrum. 20. C. aromatica (Aubl.) Griseb. 21. C. dichotoma (O. Berg) Mattos. 22. C. eugenioides var. desertorum (DC.) Landrum. 23. C. grandiflora (Aubl.) Sagot. 24. C. guaviroba (DC.) Kiaersk. 25 C. guazumifolia (Cambess.)

O. Berg. 26. C. laurifolia Gardner. 27. C. schlechtendaliana (O. Berg) Nied. 28. C. sessiliflora var. sessiliflora (O. Berg) Mattos. 29. C. sessiliflora var. bullata (Barb. Rodr.)

Landrum. 30. C. sessiliflora var. lanuginosa (Barb. Rodr. ex Chodat et Hassl.) Landrum.

31. C. velutina (Cambess.) O. Berg. 32. C. viatoris Landrum. 33. C. xanthocarpa O. Berg.

Pontos escuros (24, 28-29, 32-33) indicando glândulas laminares. Pontos translúcidos (27) indicando canais oleíferos. Barras = 1 mm (19-31, 33); Barra = 0,25 mm (32).

123 O gênero Campomanesia Ruiz & Pavón (Myrtaceae) para o estado da Bahia

124 O gênero Campomanesia Ruiz & Pavón (Myrtaceae) para o estado da Bahia

Figuras 34-48. Vênulas livres ou ausentes nos táxons de Campomanesia no estado da

Bahia. 34. C. anemonea Landrum. 35. C. aromatica (Aubl.) Griseb. 36. C. dichotoma (O.

Berg) Mattos. 37. C. eugenioides var. desertorum (DC.) Landrum. 38 C. grandiflora

(Aubl.) Sagot. 39. C. guaviroba (DC.) Kiaersk. 40 C. guazumifolia (Cambess.) O. Berg.

41. C. laurifolia Gardner. 42. C. schlechtendaliana (O. Berg) Nied. 43. C. sessiliflora var. sessiliflora (O. Berg) Mattos. 44. C. sessiliflora var. bullata (Barb. Rodr.) Landrum. 45. C. sessiliflora var. lanuginosa (Barb. Rodr. ex Chodat et Hassl.) Landrum. 46. C. velutina

(Cambess.) O. Berg. 47. C. viatoris Landrum. 48. C. xanthocarpa O. Berg. Pontos escuros

(34-35, 37-39, 41-44, 47-48) indicando glândulas laminares. Tricomas (45, 47). Barras =

0,5 mm (34-46, 48); Barra = 0,25 mm (47).

125 O gênero Campomanesia Ruiz & Pavón (Myrtaceae) para o estado da Bahia

126 O gênero Campomanesia Ruiz & Pavón (Myrtaceae) para o estado da Bahia

Figuras 49-51. Diagramas de cortes transversais dos pecíolos de C. viatoris Landrum, C. dichotoma (O. Berg) Mattos e C. xanthocarpa O. Berg. Barras = 100 μm (49,50); Barra =

200 μm (51).

Figuras 52-53. 52. Seta indicando presença de drusas no pecíolo de C. dichotoma (O.

Berg) Mattos. 53. Seta indicando presença de células secretoras no pecíolo de C. xanthocarpa O. Berg. Barras = 1 mm.

127 O gênero Campomanesia Ruiz & Pavón (Myrtaceae) para o estado da Bahia

Figuras 54-68. Arranjo do sistema vascular do pecíolo nos táxons de Campomanesia no estado da Bahia. 54. Campomanesia anemonea Landrum. 55. C. aromatica (Aubl.) Griseb.

56. C. dichotoma (O. Berg) Mattos. 57. C. eugenioides var. desertorum (DC.) Landrum.

58. C. grandiflora (Aubl.) Sagot. 59. C. guaviroba (DC.) Kiaersk. 60 C. guazumifolia

(Cambess.) O. Berg. 61. C. laurifolia Gardner. 62. C. schlechtendaliana (O. Berg) Nied.

63. C. sessiliflora var. sessiliflora (O. Berg) Mattos. 64. C. sessiliflora var. bullata (Barb.

Rodr.) Landrum. 65. C. sessiliflora var. lanuginosa (Barb. Rodr. ex Chodat et Hassl.)

Landrum. 66. C. velutina (Cambess.) O. Berg. 67. C. viatoris Landrum. 68. C. xanthocarpa

O. Berg. Barras = 0,1 mm.

128 O gênero Campomanesia Ruiz & Pavón (Myrtaceae) para o estado da Bahia

129 O gênero Campomanesia Ruiz & Pavón (Myrtaceae) para o estado da Bahia

Tabela 3. Dados referentes ao padrão de nervação e do arranjo do sistema vascular no pecíolo que podem ser

utilizados para separação dos táxons de Campomanesia Ruiz & Pavón estudados.

Espécie Nervuras Natureza da bainha Configuração do arco intersecundárias perivascular vascular Ausentes Presentes Mista Parenquimática Extremidades Extremidades voltadas para fletidas o centro C. anemonea X X X

C. aromatica X X X

C. dichotoma X X X

C. eugenioides X X X var. desertorum C. grandiflora X X X

C. guaviroba X X X

C. guazumifolia X X X

C. laurifolia X X X

C. X X X schlechtendaliana C. sessiliflora X X X var. sessiliflora C. sessiliflora X X X var. bullata C. sessiliflora X X X var. lanuginosa C. velutina X X X

C. viatoris X X X

C. xanthocarpa X X X

130 O gênero Campomanesia Ruiz & Pavón (Myrtaceae) para o estado da Bahia

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Este estudo representa o primeiro levantamento de um gênero de Myrtaceae para a

Bahia, e dentre os cerca de 30 táxons de Campomanesia Ruiz & Pavón, mais da metade são aqui referidos para o estado, com o registro de Campomanesia anemonea Landrum, C. aromatica (Aubl.) Griseb., C. dichotoma (O. Berg) Mattos, C. eugenioides var. desertorum

(DC.) Landrum, C. grandiflora (Aubl.) Sagot, C. guaviroba (DC.) Kiaersk., C. guazumifolia

(Cambess.) O. Berg, C. laurifolia Gardner, C. schlechtendaliana (O. Berg) Nied., C. sessiliflora var. sessiliflora (O. Berg) Mattos, C. sessiliflora var. bullata (Barb. Rodr.)

Landrum, C. sessiliflora var. lanuginosa (Barb. Rodr. ex Chodat & Hassl.) Landrum, C. velutina (Cambess.) O. Berg, C. viatoris Landrum, C. xanthocarpa O. Berg, e Campomanesia sp.

Destes, sete são novas ocorrências para o estado [Campomanesia guaviroba, C. laurifolia, C. sessiliflora var. sessiliflora, C. sessiliflora var. bullata, C. velutina, C. viatoris e

C. xanthocarpa], uma provável espécie nova [Campomanesia sp.], e quatro novas referências para a região Nordeste do Brasil [C. laurifolia, C. sessiliflora var. sessiliflora, C. sessiliflora var. bullata e C. xanthocarpa].

Além disso, a distribuição de doze táxons foi ampliada [Campomanesia aromatica, C. dichotoma, C. eugenioides var. desertorum, C. guaviroba, C. guazumifolia, C. laurifolia, C. sessiliflora var. sessiliflora, C. sessiliflora var. bullata, C. sessiliflora var. lanuginosa, C. velutina, C. viatoris e C. xanthocarpa].

Campomanesia é um gênero especialmente litorâneo, destacando-se C. dichotoma, C. guaviroba e C. guazumifolia em áreas de restinga, e C. anemonea, C. laurifolia, C. viatoris e

Campomanesia sp. em áreas de floresta atlântica. Quando se interioriza, pode ser encontrado preferencialmente nas montanhas da Chapada Diamantina em áreas de campo rupestre, com

131 O gênero Campomanesia Ruiz & Pavón (Myrtaceae) para o estado da Bahia

C. sessiliflora var. sessiliflora, C. sessiliflora var. bullata, C. sessiliflora var. lanuginosa, C. velutina e C. xanthocarpa, e em áreas de caatinga com C. eugenioides var. desertorum.

Caracteres não referidos por Landrum (1986) para determinados táxons foram descritos, e por esta razão, houve a necessidade de se elaborar uma nova chave de identificação para o gênero na Bahia. Os principais caracteres diagnósticos foram tipo de inflorescência, formato de sépalas, tipo de antera, além da constrição e do tipo de indumento do hipanto, mostrando-se consistentes.

Campomanesia anemonea e Campomanesia sp. foram as únicas espécies endêmicas da Bahia, não tendo sido encontradas em campo, estando talvez em uma situação de risco, assim como C. grandiflora, representada por apenas um exemplar coletado na década de 40 no município de Ilhéus, em uma área hoje caracterizada por intensa atividade antrópica.

A relação entre as fases fenológicas vegetativas e reprodutivas é notável em espécimes de Campomanesia, como observado especialmente em C. aromatica e C.velutina, nas quais a floração e o brotamento ocorrem simultaneamente, o que se evidencia nas populações em campo e mesmo nos exemplares herborizados que apresentam botões e/ou flores e folhas jovens. Já plantas com frutos imaturos e/ou maduros apresentam folhas adultas, e aquelas estéreis mostram folhas em um estágio avançado de amadurecimento.

Caracteres vegetativos como formato de lâmina, tipo de margem, ápice e base das folhas, além das dimensões das flores, observados em espécimes de Campomanesia eugenioides var. desertorum coletados na Bahia corroboram a idéia de Carrara (1997), que discute o restabelecimento de C. repanda O. Berg sinonimizada por Landrum (1986) na variedade em questão.

Espécimes coletados na Bahia e no Espírito Santo parecem fazer parte da mesma coleção do tipo de Lacerdaea lushnathiana O. Berg, que apesar de ter sido sinonimizada por

Landrum (1986) em Campomanesia guazumifolia, apresenta caracteres vegetativos distintos.

132 O gênero Campomanesia Ruiz & Pavón (Myrtaceae) para o estado da Bahia

As diferenças entre as variedades de Campomanesia sessiliflora (O. Berg) Mattos são baseadas principalmente no formato e no tipo de indumento de suas folhas, que parecem ser constantes nos espécimes presentes na Bahia.

Após a análise do único exemplar registrado para a Bahia como pertencente à

Campomanesia pubescens (Cambess.) O. Berg, concluiu-se que este se tratava na verdade de um espécime pertencente à C. velutina, pondo em dúvida a ocorrência de C. pubescens no estado.

Diante das semelhanças macromorfológicas apresentadas entre alguns táxons, caracteres morfo-anatômicos que podem ser observados a olho nu, como o padrão de nervação secundário foliar e o arranjo do sistema vascular do pecíolo mostraram-se úteis na identificação de espécimes coletados estéreis. Além disso, permitiram a separação dos táxons pertencentes aos grupos informais “Complexo Campomanesia guazumifolia”, “Complexo C. grandiflora”, e “Complexo C. xanthocarpa” citados por Landrum (1986).

Para que os resultados obtidos neste trabalho sejam otimizados, faz-se necessária a continuação dos estudos com Campomanesia, em uma tentativa de elucidar questões que necessitam de outras ferramentas além da taxonomia clássica. Entretanto, fica evidente a importância de levantamentos florísticos envolvendo estudos taxonômicos, contribuindo para o diagnóstico da diversidade atual do gênero, e de Myrtaceae, no conhecimento da flora do estado da Bahia.

133 O gênero Campomanesia Ruiz & Pavón (Myrtaceae) para o estado da Bahia

ANEXOS

134 O gênero Campomanesia Ruiz & Pavón (Myrtaceae) para o estado da Bahia

ANEXO I

MATERIAIS EXAMINADOS

1.1. Campomanesia anemonea Landrum

Material examinado: Belmonte, Estação Experimental de Belmonte, área do CEPLAC, 15°51’00”S

38°52’00”W, floresta atlântica, set.1970 (fl.), Santos 1120 (CEPEC). Itapetinga, Área próxima a riacho, 15°14’21”S 40°14’05”W, 270m, floresta mesófila, fev.1994 (fl.), Thomas et al. 10251 (ASU,

RB, Isótipo). Santa Cruz Cabrália, Estação Ecológica do Pau-Brasil, 16°23’00”S 39°08’00”W;

270m, floresta atlântica, s.d. (fl.), s.col. (CEPEC 43849).

1.2. Campomanesia aromatica (Aubl.) Griseb.

Material examinado: Angüera, Faz. Retiro, inselberg, vegetação arbustivo-arbórea na base do morro, 12°09’49”S 39°11’12”W, 240-485m, caatinga, abr.1999 (bt.), França et al. 2703 (HUEFS).

Cachoeira, 12°37’00”S 38°57’00”W, floresta estacional semidecidual, set.1980 (fr.), Scardino et al. in Grupo Pedra do Cavalo 719 (ALCB, HUEFS, NY). Entre Rios, 12°01’04”S 38°02’55”W, 150m, floresta atlântica, mai.2008 (fl.), Popovkin 303 (HUEFS). Feira de Santana, área do campus da

UEFS, 12°15’00”S 38°58’00”W, campos caatingados, fev.1984 (fr.), Noblick 2926 (HUEFS, NY);

área do campus da UEFS, 12°11’51”S 38°58’13,8”W, campos caatingados, abr.2008 (st.), Ibrahim

140 (HUEFS). Iraquara, Chapada Diamantina, 12°14’00”S 41°37’00”W, abr.1998 (fr.), Carleci s.n.

(ALCB 49040, HUNEBA 4398). Itaberaba, 12°31’00”S 40°18’00”W, caatinga, nov.1982 (fl.),

Bastos 347 (HRB, HUEFS). Itajuípe, em cabruca, 14°40’00”S 39°22’00”W, floresta atlântica, nov.1971 (fl.), Santos 2180 (CEPEC). Miguel Calmon, margem direita do Rio Itapicuru-Açu,

11°25’00”S 40°35’00”W, mai.2005 (bt.), Carvalho et al. 23 (ALCB). Pindobaçu, margem direita do

Rio Itapicuru-Açu, 10°44’00”S 41°37’00”W, dez.1999 (fr.), Guedes et al. 7044 (ALCB); margem direita do Rio Itapicuru-Açu, 10°44’00”S 41°37’00”W, dez.1999 (fr.), Guedes et al. 7045 (ALCB).

135 O gênero Campomanesia Ruiz & Pavón (Myrtaceae) para o estado da Bahia

1.3. Campomanesia dichotoma (O. Berg) Mattos

Material examinado: Cachoeira, 12°32’00”S 39°05’00”W, 40-120m, floresta estacional semidecidual, ago.1980 (fr.), Scardino et al. in Grupo Pedra do Cavalo 673 (ALCB, HRB, HUEFS);

12°32’00”S 39°05’00”W, 40-120m, floresta estacional semidecidual, dez.1980 (bt., fl.), Scardino et al. in Grupo Pedra do Cavalo 1024 (ALCB, CEPEC, HRB, HUEFS). Camaçari, 12°41’00”S

38°19’00”W, restinga, abr.1995 (bt., fl.), Melo 1127 (HUEFS); 12°41’00”S 38°19’00”W, restinga, fev.2002 (bt., fl.), Alves 102 (HRB); 12°41’00”S 38°19’00”W, restinga, jan.2003 (bt., fl.), Santos et al.

01 (ALCB, HRB); 12°42’21,4”S 38°07’47,6”W, 37m, restinga, jan.2008 (bt., fl., fr.), Ibrahim et al.

123 (HUEFS). Castro Alves, 12°45’00”S 39°25’00”W, caatinga, abr.1995 (bt., fl.), Queiroz et al.

4315 (HUEFS, RB). Conde, 12°02’07”S 37°43’43”W, restinga, mai.1995 (fr.), Silva et al. 46

(CEPEC, HRB, HUEFS, MBM); 11°48’00”S 37°36’00”W, restinga, jun.1996 (fr.), Medeiros Neto 53

(HRB, RB). Entre Rios, 12°01’04”S 38°02’55”W, 150m, floresta atlântica, mai.2008 (fr.), Popovkin

254 (HUEFS). Esplanada, 12°01’08”S 37°44’41”W, restinga, jun.1996 (fr.), Ribeiro et al. 09 (ALCB,

CEPEC, HRB). Feira de Santana, Inselberg, 12°13’58”S 38°04’28”W, 230m, caatinga, abr.2005

(fl.), Couto et al. 27 (HUEFS); Inselberg, 12°13’58”S 38°04’35”W, 230m, caatinga, mai.2005 (fr.),

Couto et al. 63 (HUEFS). IIhéus, 14°47’00”S 39°02’00”W, floresta atlântica, fev.1938 (fr.), Bondar

140 (RB, SP); 14°47’00”S 39°02’00”W, floresta higrófila sul baiana, nov.1968 (fr.), Almeida et al.

211 (CEPEC, HRB, HUEFS, MBM, RB); área do CEPEC, 14°47’00”S 39°02’00”W, floresta higrófila sul baiana, nov.1981 (fr.), Santos et al. 3705 (CEPEC, NY); em cabruca, 14°48’00”S 39°10’00”W, 40 m, floresta atlântica, nov.1997 (bt., fl.), Mattos-Silva et al. 3648 (CEPEC, HUNEBA, NY). Itabuna, em cabruca, 14°47’00”S 39°16’00”W, floresta atlântica, set.1971 (bt., fl.), Pinheiro 1625 (CEPEC);

14°47’00”S 39°16’00”W, nov.1971 (fl.), Santos 2226 (CEPEC); em cabruca, 14°47’00”S

39°16’00”W, floresta atlântica, mai.1973 (bt., fl.), Pinheiro 2184 (CEPEC). Itacaré, floresta costeira

úmida, 14°16’00”S 38°59’00”W, restinga, fev.1978 (bt., fl.), Santos et al. 3174 (ALCB, HRB).

Jeremoabo, 10°04’00”S 38°28’00”W, cerrado, fev.2006 (fl.), Melo et al. 4720 (HUEFS). Mata de

São João, 11°27’47”S 37°57’02”W, restinga, jan.2004 (fl.), Ferreira et al 1311 (HRB, HUEFS);

12°25’19”S 37°54’38”W, restinga, mai.2004 (fr.), Queiroz 467 (HRB); 12°31’00”S 38°17’00”W, restinga, mai.2004 (fr.), Queiroz 527 (HRB); 12°31’00”S 38°17’00”W, restinga, abr.2005 (fr.),

136 O gênero Campomanesia Ruiz & Pavón (Myrtaceae) para o estado da Bahia

Queiroz 836 (BHCB, HRB, HUEFS). Salvador, 12°58’00”S 38°30’00”W, floresta atlântica, jan.1988

(bt., fl.), Guedes s.n. (ALCB 21024); 12°57’06”S 38°25’12”W, floresta atlântica, fev.1992 (fl., fr.),

Bautista et al. 1595 (ALCB, BHCB, HRB, HUEFS, RB, SPF). Una, 15°17’00”S 39°04’00”W, restinga, jul.1993 (fr.), Sant’Ana et al. 343 (CEPEC, HUEFS, MBM, NY, RB, SP, UB).

1.4. Campomanesia eugenioides (Cambess.) Legrand

Material examinado: Andorinha, 10°08’50”S 39°54’18”W, 450-510m, caatinga, fev.2006 (fr.),

França et al. 5502 (HUEFS). Aporá, 11°39’00”S 38°04’00”W, floresta estacional, ago.1956 (fr.),

Lordelo 56-564 (ALCB). Cachoeira, 12°32’00”S 39°00’00”W, floresta estacional semidecidual, set.1980 (bt., fl.), Scardino et al. in Grupo Pedra do Cavalo 797 (ALCB, CEPEC, HUEFS);

12°32’00”S 39°05’00”W, 120m, caatinga, nov.2003 (bt., fl.), Amorim et al. 3830 (HUEFS). Campo

Formoso, 10°25’56”S 40°15’39”W, 808m, cerrado antropizado, fev. 2006 (fr.), Souza et al. 1466

(HUEFS); 10°24’02”S 40°15’05”W, 845m, transição caatinga/cerrado, fev. 2006 (fr.), França et al.

5433 (HUEFS); 10°30’32”S 40°25’59”W, 739m, cerrado, abr.2006 (fr.), Barreto et al. 226 (HUEFS);

10°14’34”S 40°15’57”W, 819m, transição cerrado/caatinga arbustivo-herbárcea, abr.2006 (fr.), Santos

584 (HUEFS). Canudos, 10°01’00”S 39°09’00”W, caatinga, nov.2003 (fl.), Silva et al. 474 (HUEFS);

10°01’00”S 39°09’00”W, caatinga, nov.2003 (fl.), Silva et al. 484 (HUEFS); 10°01’00”S

39°09’00”W, caatinga, mar.2004 (fl.), Silva et al. 490 (HUEFS); 09°53’00”S 39°01’00”W, caatinga degradada, abr.1993 (fr.), Ferreira 503 (HRB, RB). Castro Alves, 12°45’00”S 39°25’00” W, caatinga, jan.1957 (fr.), Lordelo 57-13 (ALCB). Cícero Dantas, 10°36’00”S 38°23’00”W, caatinga, mai.1981 (fr.), Gonçalves 112 (ALCB, RB, UB); 10°36’00”S 38°25’00”W, caatinga, jun.2003 (fr.),

Guedes et al. 10556 (ALCB, HRB); 10°31’38”S 38°44’11”W, 534m, caatinga, fev.2006 (fr.), Melo et al. 4268 (BHCB, HUEFS). Feira de Santana, 12°15’00”S 38°58’00”W, caatinga, mai.1983 (fr.),

Noblick 2665 (ALCB, HUEFS); 12°15’00”S 38°58’00”W, caatinga, fev.1984 (fr.), Noblick 2927

(CEPEC, HUEFS, NY, UB); 12°15’00”S 38°58’00”W, caatinga, fev.1984 (fr.), Noblick 2928 (ALCB,

HUEFS); 12°15’00”S 38°58’00”W, caatinga, mar.1986 (fr.), Queiroz et al. 1494 (ALCB, CEPEC,

HUEFS); 12°15’00”S 38°58’00”W, caatinga, fev.2002 (fr.), Guedes et al. 9414 (CEPEC); 12°13’00”S

137 O gênero Campomanesia Ruiz & Pavón (Myrtaceae) para o estado da Bahia

39°04’00”W, caatinga, set.2003 (fr.), Lucca 11 (CEPEC, HUEFS); Inselberg, 12°15’00”S

38°58’00”W, caatinga, dez.2003(fl.), Carvalho-Sobrinho et al. 158 (CEPEC, HUEFS); 12°15’00”S

38°58’00”W, caatinga, jan.2004 (bt.), Santos et al. 256 (CEPEC, HUEFS); 12°15’00”S 39°04’00”W, caatinga, mai.2007 (fr.), Moraes 808 (HUEFS); 12°15’00”S 38°58’00”W, caatinga, abr.2008 (fr.),

Melo 5694 (HUEFS). Glória, 09°20’00”S 38°18’00”W, caatinga, mar.2004 (fr.), Moraes 617

(HUEFS); 09°20’00”S 38°18’00”W, caatinga, mar.2004 (fr.), Moraes 625 (BHCB, HUEFS). Iaçu,

12°43’00”S 40°07’00”W, caatinga, mar.1985 (fr.), Noblick 3681 (CEPEC, HUEFS). Itaberaba, base do Inselberg, 12°29’58”S 40°04’56”W, caatinga, mar.2006 (fr.), Melo et al. 4330 (HUEFS). Itatim,

12°43’00”S 39°42’00”W, 310-430m, caatinga, nov.1995 (bt., fl.), França et al. 1435 (HUEFS, UB);

12°43’00”S 39°42’00”W, caatinga, dez.1995 (fr.), Melo et al. 1374 (HUEFS, UB); Inselberg,

12°43’00”S 39°42’00”W, 920-1360m, caatinga, dez.1995 (fr.), Melo et al. 1400 (HUEFS, UB);

12°43’00”S 39°42’00”W, 310-430m, caatinga, jan.1996 (fr.), França et al. 1505 (HUEFS);

12°43’00”S 39°42’00”W, 310-430m, caatinga, jan.1996 (fr.), França et al. 1510 (HUEFS, UB);

Inselberg, 12°44’25”S 39°47’37”W, 300m, caatinga em encosta arbustiva, fev.1996 (fr.), Moraes et al. 158 (HUEFS); Inselberg, 12°42’00”S 39°46’00”W, 280-410m, caatinga arbórea, fev.1996 (fr.),

Melo et al. 1439 (HUEFS, UB); Inselberg, 12°43’00”S 39°42’00”W, 280-410m, caatinga, fev.1996

(fr.), Melo et al. 1469 (HUEFS, UB); 12°43’00”S 39°42’00”W, 310-430m, caatinga arbórea, fev.1996

(fr.), Melo et al. 1473 (HUEFS, UB); 12°43’00”S 39°42’00”W, 270m, caatinga, out.1996 (fl.), França et al. 1934 (HUEFS, UB); 12°43’00”S 39°42’00”W, caatinga, nov.1996 (fr.), Melo et al. 1836

(HUEFS); 12°44’00”S 39°46’00”W, 444m, caatinga arustivo-arbórea, nov.1996 (bt.), Melo 1848

(HUEFS); Inselberg, 12°44’00”S 39°46’00”W, caatinga, nov.1996 (fl.), Melo et al. 1851 (HUEFS);

Inselberg, 12°44’00”S 39°47’00”W, 276m, caatinga arbustivo-arbórea, dez.1996 (fl.), Melo et al. 1865

(HUEFS); base do Inselberg, 12°45’12”S 39°46’00”W, 300m, caatinga arbórea, jan.1997 (fr.), Melo et al. 1962 (HUEFS). Jaguarari, 10°06’08”S 40°13’45”W, 600m, caatinga, fev.2006 (fr.), Souza et al.

1544 (HUEFS). Jaibá, 12°13’44”S 37°47’56”W, caatinga, fev.1980 (fr.), Adonias P. de Araújo 238

(CEPEC, HRB, HUEFS, RB). Jeremoabo, 10°13’00”S 38°30’00”W, cerrado, out.1981 (fr.), Orlandi

562 (HRB); 10°04’00”S 38°28’00”W, caatinga, jan.2006 (fl.), Sessegolo et al. 183 (ALCB). Juazeiro,

10°00’00”S 42°12’00”W, caatinga, jan.1993 (fr.), W.W.Thomas et al. 9647 (CEPEC, HUEFS, RB, SP,

138 O gênero Campomanesia Ruiz & Pavón (Myrtaceae) para o estado da Bahia

NY). Muritiba, 12°37’00”S 38°59’00”W, caatinga, mai.2003 (fr.), Andrade et al. 787 (HUEFS).

Paulo Afonso, 09°25’00”S 41°35’00”W, caatinga, mai.1973 (fr.), Duarte 14118 (RB); 09°25’00”S

41°35’00”W, caatinga, abr.1981 (fr.), Mori et al. 14247 (CEPEC, HUEFS, NY, RB); 09°25’00”S

41°35’00”W, caatinga, nov.1999 (fl.), Guedes et al. 7227 (CEPEC, HUEFS); 09°33’07”S

38°30’46”W, caatinga, jan.2006 (fr.), Amorim et al. 5532 (BHCB, CEPEC). Piatã, 13°09’00”S

41°46’00”W, cerrado, dez.2006 (fr.), Guedes et al. 11765 (ALCB, MBM). Queimadas, 10°52’00”S

39°40’00”W, 400m, caatinga, nov.1986 (bt., fl.), Webster et al. 25698 (HUEFS); 10°55’35”S

39°36’00”W, caatinga, nov.1986 (fl.), Queiroz et al. 1152 (BHCB, HUEFS). São Gonçalo dos

Campos, 12°26’00”S 38°58’00”W, caatinga, mai.1954 (st.), Costa 46 (RB). Senhor do Bonfim,

10°27’00”S 40°11’22”W, caatinga, jun.2007 (fr.), Lopes 1414 (CEPEC). Tucano, 10°57’00”S

38°47’00”W, restinga, mar.1992 (fr.), Carvalho & Hind 3862 (HRB).

1.5. Campomanesia grandiflora (Aubl.) Sagot

Material examinado: Ilhéus, 14°47’00”S 39°02’00”W, restinga, jul.1944 (fl.), Pimenta Velloso 957

(R).

Material adicional examinado: ACRE, Cruzeiro do Sul, 08°58’00”S 72°41’00” W, mata alagável, mar.1992 (fr.), Daly et al. 7309 (ASU).

1.6. Campomanesia guaviroba (DC.) Kiaersk.

Material examinado: Eunápolis, 16°22’00”S 39°34’00”W, floresta atlântica em estágio secundário de regeneração, jan.1997 (fr.), Guedes et al. 4102 (ALCB). Ilhéus, 14°47’00”S 39°02’00”W, restinga e brejos, nov.1981 (bt., fl.), Carvalho et al. 851 (ALCB, NY). Mata de São João, 12°31’00”S

38°17’00”W, restinga, nov.2004 (bt.), Queiroz et al. 1129 (ALCB, BHCB, HRB, SPF).

139 O gênero Campomanesia Ruiz & Pavón (Myrtaceae) para o estado da Bahia

1.7. Campomanesia guazumifolia (Cambess.) O. Berg

Material examinado: Prado, 17°20’00”S 39°13’00”W, restinga, set.1978 (fl.), Mori et al. 10666

(RB, NY). Uruçuca, 14°25’00”S 39°01’00”W, mata úmida, jul.1991 (st.), Thomas et al. 7202 (NY).

1.8. Campomanesia laurifolia Gardner

Material examinado: Arataca, 15°10’25”S 39°20’30”W, 1000m, floresta ombrófila densa montana, ago.2006 (fr.), Lopes et al. 1010 (BHCB, CEPEC, NY). Camacan, 15°23’30”S 39°33’55”W, 835m, floresta ombrófila densa montana, jan.2007 (fl.), Borges 684 (BHCB, CEPEC). Eunápolis, em área de cabruca, 16°22’00”S 39°34’00”W, floresta atlântica, out.1966 (bt., fl.), Belém et al. 2712 (UB).

Morro do Chapéu, 11°37’15”S 40°59’46”W, 879m, campo rupestre, mata ciliar, mar.1997 (fr.),

Gasson et al. 5976 (ALCB, CEPEC, HUEFS). Porto Seguro, 16°51,8’00”S 37°24,8’00”W, floresta atlântica, fev.1999 (fr.), Thomas et al. 12053 (BHCB, CEPEC, RB, SP, NY). Santa Cruz Cabrália,

16°16’00”S 39°01’00”W, floresta atlântica, mar.1999 (fr.), Lima dos Santos 38 (ALCB). Una, 15° 09’

00” S, 39° 05’ 00” W, restinga, abr.1992 (fr.), Hatschbach 57025 (MBM); 15°09’00”S 39°05’00”W, floresta higrófila baiana, mai.1999 (fr.), Jardim et al. 2127 (CEPEC).

1.9. Campomanesia schlechtendaliana (O. Berg) Nied.

Material examinado: s.d. (fl.), Luschnath s.n. (negativo do holótipo NY 11085).

Material adicional examinado: ESPÍRITO SANTO, Itapemirim, restinga arbórea, out.2000 (fl.),

Hatschbach et al. 71569 (HUEFS).

1.10. Campomanesia sessiliflora (O. Berg) Mattos

C. sessiliflora var. sessiliflora (O. Berg) Mattos

Material examinado: Caetité, 14°04’00”S 42°28’00”W, campos gerais e floresta, nov.1992 (fl.),

Guedes et al. 2687 (ALCB); 14°04’00”S 42°28’00”W, campos gerais e floresta, nov.1992 (fl.),

140 O gênero Campomanesia Ruiz & Pavón (Myrtaceae) para o estado da Bahia

Guedes et al. 2696 (ALCB). Milagres, 11°33’00”S 41°09’00”W, floresta, jun. 2003 (fr.), Hatschbach et al. 75699 (BHCB).

C. sessiliflora var. bullata (Barb. Rodr.) Landrum

Material examinado: Aporá, 11°39’00”S 38°04’00”W, cerrado, abr.1976 (fr.), Davidse 11-758

(ALCB, ASU).

Material examinado adicional: PARAGUAI, San Pedro, 23°47’46”S 56°12’41”W, 210m, mar.1998

(fl.), Zardini et al. 48331 (ASU).

C. sessiliflora var. lanuginosa (Barb. Rodr. ex Chodat & Hassl.) Landrum

Material examinado: Abaíra, 13°18’54”S 41°32’39”W, campo rupestre, jan.2006 (fl.), Nunes et al.

1511 (HRB, HUEFS). Caetité, 14°05’16”S 42°23’19”W, 1080m, campos gerais e floresta, nov.1992

(fr.), Stannard et al. 5369 (ALCB, HRB, HUEFS); 14°05’16”S 42°53’23”W, 1080m, campos gerais e floresta, fev.1997 (fr.), Stannard et al. 5390 (ALCB). Érico Cardoso, 13°20’07”S 42°06’01”W,

1184m, campo rupestre, nov.2007 (bt., fl.), Ibrahim et al. 106 (HUEFS). Morro do Chapéu,

11°33’00”S 41°09’00”W, cerrado, jun. 1994 (fr.), Queiroz et al. 4011 (BHCB, HUEFS, UB).

Mucugê, 13°00’00”S 41°22’00”W, campo limpo, nov.1985 (bt., fl.), Hatschbach et al. 50137

(CEPEC, MBM); 13°17’19”S 41°32’21”W, 1160m, campos gerais, nov.1996 (bt.), Hind et al. 4548

(CEPEC, ALCB, HRB, HUEFS, SPF); 13°00’24”S 41°22’28”W, 970m, campos gerais, fev.1997 (fr.),

Stannard et al. 5539 (ALCB, HRB, HUEFS); 13°00’20”S 41°33’48”W, 990m, campos gerais, fev.1997 (fr.), Saar et al. 5831 (ALCB, HRB, HUEFS); 13°00’00”S 41°22’00”W, 1000m, cerrado,

área de transição, dez.1998(bt.), Guedes et al. 6206 (ALCB, CEPEC, HUNEBA); 13°03’27”S

41°29’00”W, 1350m, cerrado, campos sujos, nov.1999 (bt., fl.), Simon et al. 235 (HUEFS, UB);

13°18’10,0”S 41°32’44,9”W, campo rupestre, dez.2007 (fl., fr.), Ibrahim et al. 35 (HUEFS);

12°51’44,8”S 41°17’43,7”W, 522m, cerrado, mar.2008 (fr.), Ibrahim et al. 128 (HUEFS). Palmeiras,

12°27’27”S 41°31’08”W, 970m, cerrado, dez.2002 (fl.), França et al. 3965 (HUEFS). Piatã,

13°09’00”S 41°46’00”W, 1100m, cerrado, mar.1980 (fr.), Mori et al. 13384 (ALCB, CEPEC);

141 O gênero Campomanesia Ruiz & Pavón (Myrtaceae) para o estado da Bahia

13°09’00”S 41°46’00”W, cerrado, mar.2005 (fr.), Guedes 11764 (CEPEC, MBM). Rio de Contas,

13°28’00”S 41°50’00”W, 1000m, cerrado, jan.1974 (fr.), Harley et al. 15293 (CEPEC); 13°32’00”S

41°55’00”W, 1250-1400m, cerrado de altitude, dez.1988(bt.), Harley et al. 27151 (CEPEC, HUEFS,

SP); 13°23’22”S 41°53’23”W, 1340m, campo rupestre, fev.1997 (fr.), Stannard et al. 4990 (ALCB,

HRB); 13°31’21”S 41°53’20”W, 1293m, cerrado de altitude, mar.2004 (fl., fr.), Harley et al. 55086

(HUEFS, UB); 13°31’29,0”S 41°53’24,6”W, 1293m, cerrado de altitude, mar.2008 (fr.), Ibrahim et al.

132 (HUEFS).

1.11. Campomanesia velutina (Cambess.) O. Berg

Material examinado: Abaíra, 13°19’00”S 41°45’00”W, 860m, carrasco com solo arenoso, out.1992

(fl.), Ganev 1380 (CEPEC, HUEFS); 13°18’00”S 41°49’00”W, 950m, carrasco com solo arenoso, nov.1992 (fr.), Ganev 1511 (CEPEC, HUEFS). Boa Vista do Tupim, 13°01’47”S 40°47’15”W, caatinga, out.1978 (fl.), Araújo 98 (ALCB, HRB, RB). Brotas de Macaúbas, 11°59’00”S

42°38’39”W, transição cerrado/caatinga, out.2005 (fl.), Melo et al. 4087 (HUEFS). Jequié,

13°51’00”S 40°05’00”W, caatinga, nov.2001 (fl.), Loureiro et al. 330 (CEPEC). Morro do Chapéu,

11°29’49”S 41°17’40”W, floresta semidecidual de caatinga arbórea aberta, out.1980 (fl.), Orlandi 302

(HRB, UB). Rio de Contas, 13°23’00”S 41°48’00”W, 800m, floresta ciliar em solo arenoso com rochas, nov.1993 (fr.), Ganev 2496 (HUEFS, UB).

1.12. Campomanesia viatoris Landrum

Material examinado: Alagoinhas, 12°10’00”S 38°54’00”W, floresta ombrófila secundária densa, jan.2001 (fr.), Jesus et al. 510 (ALCB, HRB, HUEFS, HUNEBA); 12°10’34,5”S 38°24’31,7”W,

125m, floresta ombrófila mista em estágio secundário de regeneração, fev.2008 (st.), Ibrahim et al.

122 (HUEFS). Aporá, 11°39’00”S 38°04’00”W, 310m, cerrado, s.d. (fr.), Davidse et al. 11-758 (SP).

Conde, 12°01’08”S 37°44’00”W, floresta ombrófila aberta, mai.1996 (bt, fl.), Jost & Ferreira 309

(HRB). Entre Rios, 12°01’04”S 38°02’55”W, 150m, floresta atlântica, mai.2008 (fl.), Popovkin 255

(HUEFS); 12°01’04”S 38°02’55”W, 150m, floresta atlântica, mai.2008 (fl.), Popovkin 270 (HUEFS);

142 O gênero Campomanesia Ruiz & Pavón (Myrtaceae) para o estado da Bahia

12°01’04”S 38°02’55”W, 150m, floresta atlântica, jun.2008 (fr.), Popovkin 304 (HUEFS). Ilhéus,

14°47’00”S 39°02’00”W, floresta atlântica, mar.1981 (fr.), Hage 575 (NY, SPF); 14°47’00”S

39°02’00”W, floresta atlântica, nov.1987 (fl.), Hage et al. 2205 (SP). Inhambupe, 11°47’00”S

38°21’00”W, caatinga, dez.1983 (fl.), Pinto s.n. (HRB 2093). Itaberaba, 12°25’00”S 40°30’00”W, floresta estacional semidecidual, fev.2008 (fl.), Cardoso et al. 2290 (HUEFS). Tucano, 10°57’00”S

38°47’00”W, caatinga, dez.1992 (bt., fl.), Maia 23 (ALCB, HRB, UB).

1.13. Campomanesia xanthocarpa O. Berg

Material examinado: Morro do Chapéu, 11°35’34”S 41°11’54”W, 1333m, cerrado em solo arenoso com afloramentos rochosos, mar.1996 (fr.), Woodgyer 2391 (ALCB, BHCB, CEPEC, HRB, HUEFS);

11°44’58”S 41°03’19”W, 876m, campo rupestre, mata ciliar, mar.1997 (fr.), Harley et al. 6088

(ALCB, CEPEC, HRB, HUEFS).

1.14. Campomanesia sp.

Material examinado: Nazaré das Farinhas, 13°02’00”S 39°00’00”W, floresta atlântica, s.d. (fl.),

Blanchet 322. (G 8871).

143 O gênero Campomanesia Ruiz & Pavón (Myrtaceae) para o estado da Bahia

ANEXO II

Normas para publicação na Revista Sitientibus Série Ciências Biológicas

"Flora da Bahia" é um projeto que se destina (1965; 1980); Erwin & Soltt (1980); Guimarães et al ao levantamento dos grupos taxonômicos que incluem (1965) Os artigos devem ser citados em ordem espécies nativas e sub-espontâneas que ocorrem no cronológica. estado. Serão aceitas monografias de famílias e, no caso Periódicos (abreviados de acordo com o Word de famílias numerosas, de subfamílias, tribos ou gêneros List of Scientific Periodicals ou como indicado pelo e famílias pequenas completas. próprio periódico): 1. Os manuscritos devem ser enviados, no QUATE, L.W.1965. A taxonomic study of original e duas cópias (incluindo as figuras) ao Editor da Philipine Psychodidae. Pacif. Ins. 7(4):815- 902. revista Sitientibus Série Ciências Biológicas, MORI, S.A., B.M.BOOM & Universidade Estadual de Feira de Santana, G.T.PRANCE.1981. Distribution patterns and Departamento de Ciências Biológicas, Km 03 – BR 116. conservation of eastern Brazilian coastal tree species. 44031-460, Feira de Santana, Bahia, Brasil. Brittonia 33 (2): 233-245. 2. Os trabalhos devem ser redigidos em a. Livros: Quando abreviados devem seguir português, impressos em papel A4, com espaço duplo e SFAFLEU, F. A & COWAN com margens largas (2,5 cm). Alterações de pequena HENNIG, W. 1981.Insect phylogeny. monta poderão ser feitas pela Comissão Editorial. Chichester, John Wiley, 514p. Correções e acréscimos encaminhados pelos autores após b. Capítulos de Livro: o aceite do trabalho poderão ser recusados. HULL, D.L. 1974. Darwinism and 3. Uma cópia eletrônica do manuscrito deve ser historiography. In: T .F.GLICK (ed.), The comparative enviada apenas após o aceite do trabalho, digitado em reception Reception of Darwinism, pp. 388-402. Austin, word para windows, formato Rich Text (rtf), em disquete Univ. Texas. 3¼ e deve ser acompanhada de uma cópia impressa. c. Tese e Dissertações: 4. Cada página deve ser numerada, sendo que a SILVEIRA, L.T. 1991. Revisão taxonômica do página de rosto deve conter: (1) título do trabalho; (2) gênero Periandra Mart. ex Benth. Univ. EsTandarte. nome dos autores com respectiva afiliação; (3) endereço Campinas, MSc diss. profissional, incluindo: (3.1) instituição; (3.2) d. Publicações em eventos: departamento ou unidade equivalente; (3.3) caixa postal FERNANDES, A. & P. BEZERRA. 1982. O ou logradouro; (3.4) código de endereçamento postal; gênero Moldenhawera (Leg. Caesalp.) no Brasil. (3.5) cidade; (3.6) estado ou equivalente; (3.7) país; (3.8) Sociedade Botânica do Brasil, XXXII Congresso e-mail do autor ao qual devem ser enviadas as Nacional de Botânica, Anais. Teresina, pp, 58-62. correspondência. A segunda página deve conter Resumo FORTUNATO, R.H. 1994. Revisión del género (e o título do trabalho, entre parênteses), três palavras- Collaea. Sociedad Latinoamericana de Botánica, VI chave, Abstract (e o título em inglês, entre parênteses) e Congresso Latinoamericano de Botánica, Resúmenes, três Keywords. Mar del Plata, p.252. 5. No texto serão escritos em itálico, os nomes Ilustrações e tabelas: fotografias (preto e taxonômicos de gêneros e espécies, além de palavras branco ou coloridas), desenhos, gráficos e mapas são estrangeiras. denominados figuras, devem ser numerados com 6. Os trabalhos da Flora da Bahia devem seguir algarismos arábicos e chamados no texto em ordem em linhas gerais a seguinte estrutura: crescente. Desenhos devem ser feitos a nanquim ou lápis Título de boa qualidade e fotografias devem ter nitidez e Flora da Bahia – Portulacaceae contraste. Não misturar fotografias e desenhos na mesma Flora da Bahia - Malvaceae 1: Hibiscus página. FAMÍLIA As figuras devem ser identificadas com nome Autor (es) (da monografia) ou Coordenador do autor e título, proporcionais às dimensões do espelho da Família (no caso de famílias grandes) (19,0cm de largura x 23,0cm de altura; coluna der 9,0cm) Descrição: sucinta da família em um parágrafo e reservando um espaço para a legenda. de 6 a 15 linhas. Não utilizar preposições, artigos, Tabelas devem ser numeradas em algarismos conjunções, verbos. Abreviar cerca de "ca". romanos e apresentadas em páginas separadas. Comentários: parágrafo adicional, sobre a Legendas devem ser apresentadas em folhas à família de até 10 linhas incluindo amplitude geográfica, parte. número de gêneros, centro de diversidade. Número de O número de ilustrações é livre (desde que gêneros e espécies para o Estado da Bahia. Hábitat (s) pertinente). Devem ser apresentadas pelo menos 2 preferencial (ais) das espécies da família e outras espécies por prancha. informações que o especialista julgar importantes. As Espécime-testemunha: deve ser mencionado o espécies cultivadas podem ser referidas neste comentário. coletor e número do coletor e herbário. Citação de Bibliografia: deverão seguir os Modelo: está disponível no site da Flora da seguintes modelos: Quate (1965); (Quate, 1965); Quate Bahia

144 O gênero Campomanesia Ruiz & Pavón (Myrtaceae) para o estado da Bahia

Chaves Analíticas para os Gêneros (se Tibouchina holosericea (sinônimo) para pertinentes): indentada. De preferência, deve conter Tibouchina clavata (nome válido). caracteres vegetativos, florais e frutíferos. No caso de Tabebuia caraiba (sinônimo) para Tabebuia famílias com numerosos gêneros, poderão ser elaboradas aurea (nome válido). chaves para subfamílias ou tribos. Nomes populares: citar principais nomes [nº]. GÊNERO com nome do autor abreviado. populares da espécie, utilizados no estado da Bahia, Autor (es) (do tratamento do gênero, se obtidos de exsicatas ou da literatura. Apresentar a pertinente). Especialmente nos casos em que há referência bibliográfica escrita entre parêntese após cada participação de vários especialistas na elaboração da nome. monografia da família, referir o(s) autor (es) logo após o Descrição: parágrafo de 6 a 15 linhas (caso seja gênero ou tribo/subfamília. necessário ampliar o número de páginas solicitar ao Os gêneros devem ser apresentados em ordem comitê). Não repetir caracteres do gênero apresentados alfabética. No caso de famílias muito grandes, e cujo anteriormente. Não utilizar preposições, artigos, tratamento estiver sendo realizado em nível de subfamília conjunções, verbos. Abreviar cerca de (ca.). A descrição ou tribos (p.ex. Gramineae, Leguminosae, Orchidaceae), deve ser baseada apenas no material da Bahia. A variação os gêneros devem ser apresentados agrupados por tribos que possa ocorrer poderá ser discutida no parágrafo de ou subfamílias, em ordem alfabética e numerados comentários. Na ausência de material completo coletado seqüencialmente. na Bahia, dados complementares poderão ser obtidos a Descrição: parágrafo de 6 até 15 linhas. Não partir de material de outros Estados ou da bibliografia. repetir no gênero características globais da família. Não No primeiro caso, referir o "Material examinado" no item utilizar preposições, artigos, conjunções, verbos. "Material adicional examinado", e no segundo caso, Apresentar descrição mesmo que o gênero esteja referir a fonte bibliográfica entre parênteses logo após representado por uma única espécie. a(s) estrutura(s). Comentários: parágrafo até cinco linhas com Distribuição geográfica e Habitat: amplitude geográfica, número de espécies, circunscrição distribuição geral, seguida da área de distribuição no taxonômica adotada (se pertinente), centro de Estado identificada pelas quadrículas onde a espécie diversidade. Número de espécies e hábitat de ocorrência ocorre. Serão confeccionados mapas de distribuição para para a Bahia. Comentários gerais do gênero para o os táxons. Um mapa do estado será feito diretamente no estado. site da Flora da Bahia. Incluir neste item, comentários Bibliografia básica: citar bibliografia básica sobre a ecologia da espécie, limites altitudinais, específica para o gênero (revisões). Não utilizar negrito, latitudinais e longitudinais, se disponíveis. As itálico, sublinhado na citação de nomes de revistas e informações podem basear-se também na literatura, além números dos volumes. do material examinado. Chave analítica das espécies: indentada, com Ex: SE de Bahia, Minas Gerais, Rio de Janeiro, espécies numeradas, sem autor. Com possibilidade de São Paulo e Paraná. C6, D6, D7, D8, E6, E7, E8: beira uma espécie apresentar caminhos diferentes na chave de matas, campos e cerrados. (espécies polimórficas). Fenologia: época de floração e frutificação [nº] ESPÉCIE: binômio (em itálico) com apenas para a Bahia, podendo basear-se em literatura, e nome do autor abreviado e obra princeps, citada segundo informações de exsicatas. Apresentar referência Taxonomic Literature ou Botanicum-Periodicum- bibliográfica se for baseada em literatura. Huntianum. Usos: referir parte(s) da planta utilizada(s) e Ilustrações: referir figuras ou pranchas para que fins. Pode basear-se em informações da exsicata (providas neste trabalho). Ilustrar de preferência aquelas e da literatura. Apresentar referência bibliográfica uma espécies pouco documentadas na literatura. Se a espécie exsicata entre parêntese após cada uso. estiver ilustrada na Flora Brasiliensis citá-la e não Material examinado [selecionado] [adicional] desenhá-la novamente. caso necessário: referir apenas um material por A apresentação das espécies deve ser em ordem município citada na Distribuição geográfica. Selecionar alfabética. materiais que represente os extremos de variabilidade do Táxons novos, sinonimização e novas táxon ou de sua distribuição no estado (Norte, Sul, Leste combinações podem ser descritos na flora, pois se trata de e Oeste) e procurar citar coletas recentes, pois as mesmas trabalhos em periódico. Todos os gêneros deverão ser representam material disseminado em herbários baianos, ilustrados na flora. além de serem evidências de que a espécie ainda ocorre Basiônimo: binômio (em itálico) com nome do naturalmente no Estado. Nos casos onde não forem autor abreviado e obra princeps, citada segundo citados todos os materiais estudados, este item deve ser Taxonomic Literature ou Botanicum-Periodicum- intitulado Material selecionado. Quando for utilizado Huntianum. material de outros Estados para complementação de Sinônimos: binômio (em itálico) com nome do descrições, relacioná-lo, no item Material adicional autor abreviado e obra princeps, citada segundo examinado. Taxonomic Literature ou Botanicum-Periodicum- A citação de material deverá seguir o seguinte Huntianum. Recomenda-se que só devam ser padrão: relacionados sinônimos quando estes são amplamente MUNICÍPIO (em negrito) em ordem citados em trabalhos de floras, vegetação, etc., como alfabética, utilizando de preferência os nomes atuais. nomes válidos para as espécies ou no caso de DATA DE COLETA: Mês (três primeiras letras sinonimizações recentes. minúsculas) e ano, separados por ponto (.) Não referir EX: localidades tais como Serras, rodovias, Reservas, Ocotea preticiosa (sinônimo) para Ocotea Parques, etc. Se disponível, referir coordenadas dorifera (nome válido). geográficas.

145 O gênero Campomanesia Ruiz & Pavón (Myrtaceae) para o estado da Bahia

COLETOR (ES) E Nº DE COLETA (em Tàxons infraespecíficos: quando ocorrer itálico). Coletores devem ser citados pelo sobrenome apenas uma variedade (ou subespécies) citar nos precedido das iniciais, sem espaços entre as mesmas. Para comentários da espécie. Quando ocorrerem mais de duas, dois coletores citar ambos separados por &. Três ou mais apresentar chave analítica (imediatamente após a coletores referir o coletor principal seguido de et al. e do descrição da espécie), sem descrição dos táxons e referir nº de coleta. No caso de coletores que não apresentam nº separadamente a distribuição, a fenologia e o material de coleta, referir s.n. logo após o coletor e citar o número examinado para cada um deles. Numerar os táxons de registro de pelo menos um herbário depositário. infraespecíficos e seqüenciamente. Referir entre parênteses a(s) siglas(s) do(s) herbário(s) Lista de exsicatas: apresentar no final da depositário(s), em ordem alfabética. No caso de coleções monografia, todo o material examinado (inclusive especiais, que utilizam siglas por ex: PCD (Projeto aqueles constantes no item material Chapada Diamantina) seguida do número e precedida examinado/selecionado em padrão semelhante ao da pelo(s) coletores (es): A.M. Giulietti in PCD 209 Flora Neotropica, relacionado por coletores em ordem (HUEFS). alfabética (sobrenome seguido das iniciais, e separado Material examinado: Correntina, abr.1979, H. por vírgula) e ao lado do número de coleta, entre Bautista & N. Roque 123 (ALCB, HBR). Morro do parênteses o número do gênero e da espécie. Dessa forma Chapéu, dez.1998, M.E.R. Junqueira s.n. (HUEFS todo material utilizado será relacionado na monografia. 19113, SPF). Salvador, mai.1995, L.P. Queiroz et al. Ex: 110 (HUEFS). Giulietti, A.M.: 82(2.5), 90(2.3),120-b Material adicional examinado: RIO DE (2.1),387 (2.1),1136 (2.4),1482 (2.5),3155 (1.1).; Silva, JANEIRO. Paraty, jul.1980, G. Martinelli et al. 870 T.R.S.: 21 (1.1), 35 (2.2), 46 (2.5); 116 (1.1). (RB). No caso de famílias com diversos Deve-se evitar a citação de material estéril, colaboradores, o coordenador será o responsável pela exceto nos casos em que representa o único registro do numeração final dos gêneros e espécies. Portanto, os táxon para o Estado ou para uma quadrícula específica. autores deverão elaborar uma lista de exsicatas Em quaisquer dos casos, deve ser uma exsicata apresentada por espécie, da seguinte maneira: adequadamente incorporada em um herbário. Lantana achyranthifolia Comentários: problemas taxonômicos, Silva, T.R.S. 24; Giulietti, A.M. 345; Queiroz, variabilidade fenotípica, ausência de coletas recentes, L.P. 1500. comparações entre espécies afins, status de conservação Lantana camara da espécie. Silva, T.R.S., 21 Tipo: não haverá um item específico para Lantana lucida citação do material-tipo das espécies. No entanto, os França, F., 555; Silva, T.R.S. 98 materiais-tipo, que forem examinados deverão ser Lantana salzmanii listados no item Material examinado, citando a França, F. 600 categoria do tipo logo após a sigla do herbário. Ex: Lantana undulata Morro do Chapéu, abr.1990, M.E.J. Ramos Funch, L.S. 111. s.n. (HUEFS 19113, Isótipo). Agradecimentos: agradecimentos e fontes de Bibliografia adicional: referir aqui somente a financiamentos devem ser relacionados antes do item bibliografia que tenha sido citada no texto (comentários, Lista se exsicatas. distribuição, usos, etc.) e que não faça parte da citação de bibliografia básica inicial.

146 O gênero Campomanesia Ruiz & Pavón (Myrtaceae) para o estado da Bahia

ANEXO III

I. Normas gerais para publicação de artigos na Acta Botânica

1. A Acta Botanica Brasilica publica artigos descritas. Indicar o nome da(s) espécie(s) completo, originais em todas as áreas da Botânica, básica ou inclusive com o autor. Mapas - podem ser incluídos se aplicada, em Português, Espanhol ou Inglês. Os trabalhos forem de extrema relevância e devem apresentar deverão ser motivados por uma pergunta central que qualidade adequada para impressão. Todo e qualquer denote a originalidade e o potencial interesse da pesquisa, comentário de um procedimento utilizado para a análise de acordo com o amplo espectro de leitores nacionais e de dados em Resultados deve, obrigatoriamente, estar internacionais da Revista, inserindo-se no debate teórico descrito no item Material e métodos. de sua área. - Resultados e discussão (em caixa alta e 2. Os artigos devem ser concisos, em quatro baixa, negrito, deslocado para a esquerda): podem conter vias, com até 25 laudas, seqüencialmente numeradas, tabelas e figuras (gráficos, fotografias, desenhos, mapas e incluindo ilustrações e tabelas (usar fonte Times New pranchas) estritamente necessárias à compreensão do Roman, tamanho 12, espaço entre linhas 1,5; imprimir texto. Dependendo da estrutura do trabalho, resultados e em papel tamanho A4, margens ajustadas em 1,5 cm). A discussão poderão ser apresentados em um mesmo item critério da Corpo Editorial, mediante entendimentos ou em itens separados. prévios, artigos mais extensos poderão ser aceitos, sendo As figuras devem ser todas numeradas o excedente custeado pelo(s) autor(es). seqüencialmente, com algarismos arábicos, colocados no 3. Palavras em latim no título ou no texto, como lado inferior direito; as escalas, sempre que possível, por exemplo: in vivo, in vitro, in loco, et al. devem estar devem se situar à esquerda da figura. As tabelas devem em itálico. ser seqüencialmente numeradas, em arábico com 4. O título deve ser escrito em caixa alta e numeração independente das figuras. baixa, centralizado, e deve ser citado da mesma maneira Tanto as figuras como as tabelas devem ser no Resumo e Abstract da mesma maneira que o título do apresentadas em folhas separadas (uma para cada figura trabalho. Se no título houver nome específico, este deve e/ou tabela) ao final do texto (originais e 3 cópias). Para vir acompanhado dos nomes dos autores do táxon, assim garantir a boa qualidade de impressão, as figuras não como do grupo taxonômico do material tratado (ex.: devem ultrapassar duas vezes a área útil da revista que é Gesneriaceae, Hepaticae, etc.). de 17,5?23,5 cm. Tabelas - Nomes das espécies dos 5. O(s) nome(s) do(s) autor(es) deve(m) ser táxons devem ser mencionados acompanhados dos escrito(s) em caixa alta e baixa, todos em seguida, com respectivos autores. Devem constar na legenda números sobrescritos que indicarão, em rodapé, a filiação informações da área de estudo ou do grupo taxonômico. Institucional e/ou fonte financiadora do trabalho (bolsas, Itens da tabela, que estejam abreviados, devem ter suas auxílios etc.). Créditos de financiamentos devem vir em explicações na legenda. Agradecimentos, assim como vinculações do artigo a As ilustrações devem respeitar a área útil da programas de pesquisa mais amplos, e não no rodapé. revista, devendo ser inseridas em coluna simples ou Autores devem fornecer os endereços completos, dupla, sem prejuízo da qualidade gráfica. Devem ser evitando abreviações, elegendo apenas um deles como apresentadas em tinta nanquim, sobre papel vegetal ou Autor para correspondência. Se desejarem, todos os cartolina ou em versão eletrônica, gravadas em .TIF, com autores poderão fornecer e-mail. resolução de pelo menos 300 dpi (ideal em 600 dpi). Para 6. A estrutura do trabalho deve, sempre que pranchas ou fotografias - usar números arábicos, do lado possível, obedecer à seguinte seqüência: direito das figuras ou fotos. Para gráficos - usar letras - RESUMO e ABSTRACT (em caixa alta e maiúsculas do lado direito. negrito) - texto corrido, sem referências bibliográficas, As fotografias devem estar em papel brilhante e em um único parágrafo e com cerca de 200 palavras. em branco e preto. Fotografias coloridas poderão ser Deve ser precedido pelo título do artigo em Português, aceitas a critério da Corpo Editorial, que deverá ser entre parênteses. Ao final do resumo, citar até cinco previamente consultada, e se o(s) autor(es) arcar(em) palavras-chave à escolha do autor, em ordem de com os custos de impressão. importância. A mesma regra se aplica ao Abstract em As figuras e as tabelas devem ser referidas no Inglês ou Resumen em Espanhol. texto em caixa alta e baixa, de forma abreviada e sem - Introdução (em caixa alta e baixa, negrito, plural (Fig. e Tab.). Todas as figuras e tabelas deslocado para a esquerda): deve conter uma visão clara e apresentadas devem, obrigatoriamente, ter chamada no concisa de: a) conhecimentos atuais no campo específico texto. do assunto tratado; b) problemas científicos que Legendas de pranchas necessitam conter nomes levou(aram) o(s) autor(es) a desenvolver o trabalho; c) dos táxons com respectivos autores. Todos os nomes dos objetivos. gêneros precisam estar por extenso nas figuras e tabelas. - Material e métodos (em caixa alta e baixa, Gráficos - enviar os arquivos em Excel. Se não estiverem negrito, deslocado para a esquerda): deve conter em Excel, enviar cópia em papel, com boa qualidade, descrições breves, suficientes à repetição do trabalho; para reprodução. técnicas já publicadas devem ser apenas citadas e não

147 O gênero Campomanesia Ruiz & Pavón (Myrtaceae) para o estado da Bahia

As siglas e abreviaturas, quando utilizadas pela 1. Sepulveda albicans L., Sp. pl. 2: 25. 1753. primeira vez, devem ser precedidas do seu significado Pertencia albicans Sw., Fl. bras. 4: 37, t. 23, f. 5. 1870. por extenso. Ex.: Universidade Federal de Pernambuco Fig. 1-12 (UFPE); Microscopia Eletrônica de Varredura (MEV). Subdivisões dentro de Material e métodos ou de Usar unidades de medida de modo abreviado Resultados e/ou discussão devem ser escritas em caixa (Ex.: 11 cm; 2,4 µm), o número separado da unidade, alta e baixa, seguida de um traço e o texto segue a mesma com exceção de percentagem (Ex.: 90%). linha. Ex.: Área de estudo - localiza se ... Escrever por extenso os números de um a dez Resultados e discussão devem estar incluídos (não os maiores), a menos que seja medida. Ex.: quatro em conclusões. árvores; 6,0 mm; 1,0 4,0 mm;125 exsicatas. - Agradecimentos (em caixa alta e baixa, Em trabalhos taxonômicos o material botânico negrito, deslocado para a esquerda): devem ser sucintos; examinado deve ser selecionado de maneira a citarem-se nomes de pessoas e Instituições devem ser por extenso, apenas aqueles representativos do táxon em questão e na explicitando o porquê dos agradecimentos. seguinte ordem: PAÍS. Estado: Município, data, - Referências bibliográficas fenologia, coletor(es) número do(s) coletor(es) (sigla do - Ao longo do texto: seguir esquema autor, data. Herbário). Ex.: Ex.: BRASIL. São Paulo: Santo André, Silva (1997), Silva & Santos (1997), Silva et al. 3/XI/1997, fl. fr., Milanez 435 (SP). (1997) ou Silva (1993; 1995), Santos (1995; 1997) ou No caso de mais de três coletores, citar o primeiro (Silva 1975; Santos 1996; Oliveira 1997). seguido de et al. Ex.: - Ao final do artigo: em caixa alta e baixa, Silva et al. deslocado para a esquerda; seguir ordem alfabética e (atentar para o que deve ser grafado em CAIXA ALTA, cronológica de autor(es); nomes dos periódicos e títulos Caixa Alta e Baixa, caixa baixa, negrito, itálico). de livros devem ser grafados por extenso e em negrito. Chaves de identificação devem ser, Exemplos: preferencialmente, indentadas. Nomes de autores de Santos, J. 1995. Estudos anatômicos em táxons não devem aparecer. Os táxons da chave, se Juncaceae. Pp. 5-22. In: Anais do XXVIII Congresso tratados no texto, devem ser numerados seguindo a Nacional de Botânica. Aracaju 1992. São Paulo, ordem alfabética. Ex.: HUCITEC Ed. v.I. 1. Plantas terrestres Santos, J.; Silva, A. & Oliveira, B. 1995. Notas 2. Folhas orbiculares, mais de 10 cm diâm. palinológicas. Amaranthaceae. Hoehnea 33(2): 38-45...... 2. S. orbicularis Silva, A. & Santos, J. 1997. Rubiaceae. Pp. 27- 2. Folhas sagitadas, menos de 8 cm compr. 55. In: F.C. Hoehne (ed.). Flora Brasilica. São Paulo, ...... 4. S. sagittalis Secretaria da Agricultura do Estado de São Paulo. 1. Plantas aquáticas Para maiores detalhes consulte os últimos 3. Flores brancas ...... 1. S. albicans fascículos recentes da Revista, ou os links da mesma 3. Flores vermelhas ...... 3. S. purpurea na internet: www.botanica.org.br. ou ainda artigos on O tratamento taxonômico no texto deve line por intermédio de www.scielo.br/abb. reservar o itálico e o negrito simultâneos apenas para os Não serão aceitas Referências bibliográficas nomes de táxons válidos. Basiônimo e sinonímia de monografias de conclusão de curso de graduação, de aparecem apenas em itálico. Autores de nomes científicos citações resumos simples de Congressos, Simpósios, devem ser citados de forma abreviada, de acordo com Workshops e assemelhados. Citações de Dissertações e índice taxonômico do grupo em pauta (Brummit & Teses devem ser evitadas ao máximo; se necessário, Powell 1992 para Fanerógamas). Ex.: citar no corpo do texto. Ex.: J. Santos, dados não publicados ou J. Santos, comunicação pessoal.

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