Nadja Vladi Cardoso Gumes a Música Faz O Seu Gênero
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UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA FACULDADE DE COMUNICAÇÃO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM COMUNICAÇÃO E CULTURA CONTEMPORÂNEAS NADJA VLADI CARDOSO GUMES A MÚSICA FAZ O SEU GÊNERO Uma análise sobre a importância das rotulações para a compreensão do indie rock como gênero Salvador 2011 NADJA VLADI CARDOSO GUMES A MÚSICA FAZ O SEU GÊNERO Uma análise sobre a importância das rotulações para a compreensão do indie rock como gênero Tese apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Comunicação e Cultura Contemporâneas, da Faculdade de Comunicação da Universidade Federal da Bahia, como requisito parcial para obtenção do grau de Doutor. Área de Concentração: Análise de Produtos e Linguagens da Cultura Mediática Orientador: Prof. Dr. Jeder Janotti Júnior Salvador 2011 UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA FACULDADE DE COMUNICAÇÃO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM COMUNICAÇÃO E CULTURA CONTEMPORÂNEAS NADJA VLADI CARDOSO GUMES A MÚSICA FAZ O SEU GÊNERO Uma análise sobre a importância das rotulações para a compreensão do indie rock como gênero Tese para obtenção do grau de doutor em Comunicação e Cultura Contemporâneas Salvador, 26 de maio de 2011 Banca examinadora: Jeder Janotti Júnior_____________________________________________________________ Doutor em Ciências da Comunicação pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos) Universidade Federal da Bahia - Orientador Itania Maria Mota Gomes________________________________________________________ Doutora em Comunicação e Cultura Contemporâneas pela Universidade Federal da Bahia (UFBA) Universidade Federal da Bahia Maria Carmem Jacob___________________________________________________________ Doutora em Ciências Sociais pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) Universidade Federal da Bahia Jorge Luiz Cunha Cardoso Filho____________________________________________ Doutor em Comunicação pela Universidade Federal de Minas Gerais Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia Thiago Soares_________________________________________________________________ Doutor Comunicação e Cultura Contemporâneas pela Universidade Federal da Bahia (UFBA) Universidade Federal da Paraíba Sistema de Bibliotecas - UFBA Gumes, Nadja Vladi Cardoso. A música faz o seu gênero : uma reflexão sobre a importância das rotulações para a compreensão do indie rock / Nadja Vladi Cardoso Gumes. - 2011. 209 f. Orientador: Prof. Dr. Jeder Janotti Júnior. Tese (doutorado) - Universidade Federal da Bahia, Faculdade de Comunicação, Salvador, 2011. 1. Comunicação de massa e música. 2. Música popular. 3. Rock. 4. Indústria cultural. 5. Cultura de massa. 6. Comunicação na música. I. Janotti Júnior, Jeder. II. Universidade Federal da Bahia. Faculdade de Comunicação. III. Título. CDD - 659.14 CDU - 659.111.31 À minha família pelo amor aos livros. Aos meus amigos e meu orientador por dividirem comigo o amor ao rock. A Priscila e Ítalo por compartilharem estas duas paixões comigo. AGRADECIMENTOS Ao meu orientador Jeder Janotti Júnior, por estar sempre presente nesta pesquisa. Este percurso sem suas provocações, descobertas e críticas seria impossível. Agradeço por me manter curiosa e focada na minha análise. Foi uma trajetória rica e intensa, sem dúvidas. A Itania Mota Gomes, minha orientadora de mestrado e que também continuou comigo nesta trajetória, participando com boas e fundamentais colocações na minha qualificação. A Maria Carmem Jacob, pela atenção dispensada na disciplina Seminários Avançados e durante todo este percurso como coordenadora do PósCom. A Capes pelo apoio com uma bolsa de pesquisa. Ao grupo de pesquisa Mídia e Música Popular Massiva, especialmente Tatiana Lima, Jorge Cardoso Filho, Thiago Soares e Bruno Nogueira por "toques" importantes. A Priscila pela compreensão e parceria constantes. Aos meus amores felpudos, Chica, Nino, Flor (in memoriam) e Zoé Aos colegas do jornal A TARDE, que foram solidários e compreensivos com a divisão de atenção entre o jornalismo e os estudos acadêmicos. Aos meus amigos e minha família, que compartilharam comigo durante estes quatro anos as descobertas, os medos e as alegrias que fazem parte de um doutorado. How does it feel? How does it feel? To be on your own With no direction home Like a complete Unknown Like a Rolling Stone (Bob Dylan, Like a Rolling Stone, 1965) RESUMO A tese procura desenvolver um modelo compreensivo para análise dos processos de rotulação que envolvem as práticas culturais da música popular massiva. Partindo da autonomeação de críticos e fãs de rock, que assumem suas práticas como pertencentes ao gênero indie rock, o trabalho aborda os processos de rotulação do mundo da música como um complexo processo de comunicação que serve de base para a partilha de experiências musicais, valores ideológicos, lógicas comerciais e partilhas sociais presentes na produção, no consumo e na circulação dos produtos midiáticos. Assim, procura-se observar como o rótulo indie rock configura tensões, disputas e negociações que envolvem as inter-relações entre autonomia criativa e estratégias de mercado dentro da indústria da música. Na busca de um entendimento do processo de comunicação da música, a pesquisa lança mão de estudos sobre música de autores como Simon Frith (1996, 2001), Franco Fabbri (1981, 1996, 2001, 2004), David Hesmondhalgh (1999), Matthew Bannister (2006), Jeder Janotti Júnior (2003, 2004, 2006, 2008, 2009, 2010), Felipe Trotta (2005, 2008, 2010), Simone Pereira de Sá (2004, 2006, 2009), Michael Herschmann (2005, 2007, 2010), João Freire Filho (2006, 2007), no sentido de construir uma trajetória histórica, ideológica e social das classificações das expressões musicais, para que possamos compreender por que uma determinada comunidade de conhecimento identifica a experiência do indie rock com a ideia de gênero. Questões como circular em selos independentes, estar fora de programas de televisão, usar a internet como forma de circulação, não fazer parte do mainstream, gravações com a poética de home studio, uso de muitas guitarras, de vocais suaves, de letras mais existencialistas, do hibridismo musical, do minimalismo, das distorções, da autonomia criativa, da originalidade são algumas marcas que fazem com que esta comunidade perceba e identifique determinadas sonoridades como indie rock e o associe à ideia de gênero. Entretanto, não nos importa nesta pesquisa a perspectiva classificatória do gênero, e, sim, como se dão as classificações para a funcionalidade do processo de comunicação da música. Meu objetivo é a compreensão desta experiência da ideia do que é indie rock para uma comunidade de conhecimento formada por músicos, produtores, críticos e consumidores. Palavras-chave: música popular massiva; gêneros; consumo cultural; valoração; indie rock ABSTRACT The thesis seeks to develop a comprehensive model for analysis of processes that involve labeling the cultural practices of mass popular music. Starting from the self- appointed critics and rock fans, who take their practices as belonging to the indie rock genre, the paper addresses the processes of labeling the music world as a complex communication process that underpins the sharing of musical experiences, ideological values, social divisions, and business rationale present in the production, consumption and circulation of media products. Thus, we attempt to observe how the label indie rock set tensions, disputes and negotiations involvingt he interrelations between autonomy and creative marketing strategies within the music industry. In order to gain an understanding of the process of communication in music, this research makes use of studies of music by authors such as Simon Frith (1996, 2001), Franco Fabbri (1981, 1996, 2001, 2004), David Hesmondhalgh (1999), Matthew Bannister (2006), Jeder Janotti Júnior (2003, 2004, 2006, 2008, 2009, 2010), Felipe Trotta (2005, 2008, 2010), Simone Pereira de Sá (2004, 2006, 2009), Michael Herschmann (2005, 2007, 2010), and João Freire Filho (2006, 2007) to trace the ideological and social history of classifications of musical expressions so as to understand why a particular community of knowledge identifies indie rock with the idea of a genre. Issues such as that of circulating independent labels, existing outside of mainstream television, using the internet as a form of circulation, not being part of the mainstream, home recording, use of many guitars, soft voices, more existential lyrics, musical hybridism, minimalism, distortions, creative autonomy, and originality are some of the traits that enable this community to perceive and identify certain sounds as indie rock and associate it with the idea of the genre. However, we are not concerned here with the classificatory aspect of genre, but rather how classifications contribute to the process of communication in music. My objective is to understand the experience of the idea of what is indie rock for an informed community comprised of musicians, producers, critics and consumers. Keywords: mass popular music; genres; cultural consumption; valuation; indie rock SUMÁRIO Introdução 1 I Gêneros 7 1 Os significados dos gêneros para a compreensão dos processos 7 comunicacionais da cultura popular massiva 1.1 O gênero, o texto e a audiência 14 1.2 Gênero: uma tradição inventada 17 1.3 O gênero textual 20 2 A perspectiva Fabbri e Frith para além dos gêneros musicais 21 2.1 As regras de Fabbri 24 2.2 Frith e a música que você ouve 28 II As contradições do rock 33 1 Um gênero que nunca morre 33 1.1 A música pop não é rock? 35 1.2 Mas de qual rock você está falando? 38 2 Todo mundo agora é independente 45 2.1 Independentes S/A