Mulher, Rebelião E Discurso Político Em Minas Gerais No Século XVIII
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UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE CENTRO DE ESTUDOS GERAIS INSTITUTO DE CIÊNCIAS HUMANAS E FILOSOFIA MESTRADO EM HISTÓRIA A “DONA” DO SERTÃO: mulher, rebelião e discurso político em Minas Gerais no século XVIII ALEXANDRE RODRIGUES DE SOUZA Niterói – RJ 2011 ALEXANDRE RODRIGUES DE SOUZA A “DONA” DO SERTÃO: mulher, rebelião e discurso político em Minas Gerais no século XVIII Dissertação de Mestrado apresentada ao Programa de Pós-Graduação em História Social, oferecido pelo Instituto de Ciência Humanas e Filosofia da Universidade Federal Fluminense, como requisito para obtenção do título de Mestre. Setor: História Moderna Orientador: Prof. Dr. Luciano Raposo de Almeida Figueiredo Niterói – RJ 2011 Ficha Catalográfica elaborada pela Biblioteca Central do Gragoatá S729 Souza, Alexandre Rodrigues de. A “DONA” DO SERTÃO: mulher, rebelião e discurso político em Minas Gerais no século XVIII / Alexandre Rodrigues de Souza. – 2011. 165 f.; il. Orientador: Luciano Raposo de Almeida Figueiredo. Dissertação (Mestrado) – Universidade Federal Fluminense, Instituto de Ciências Humanas e Filosofia, Departamento de História, 2011. Bibliografia: f. 155-165. 1. Mulher; aspecto histórico. 2. Sertão. 3. História de Minas Gerais. 4. Período colonial, 1500-1822. 5. Rebelião – Aspecto histórico – Brasil. I. Figueiredo, Luciano Raposo de Almeida. II. Universidade Federal Fluminense. Instituto de Ciências Humanas e Filosofia. III. Título. CDD 305.42098151 ALEXANDRE RODRIGUES DE SOUZA A “DONA” DO SERTÃO: mulher, rebelião e discurso político em Minas Gerais no século XVIII Dissertação apresentada ao Programa de Pós- graduação em História Social, da Área de História do ICHF/UFF, como requisito parcial para obtenção do Grau de Mestre. Setor: História Moderna Aprovada em: ____/_____/_____ __________________________________________________________ Prof. Dr.º Luciano Raposo de Almeida Figueiredo (UFF) - Orientador _________________________________________ Prof.ª Dr.ª Sheila Siqueira de Castro Faria – UFF Argüidor ____________________________________ Prof.ª Dr.ª Júnia Ferreira Furtado - UFMG Argüidor ________________________________________ Prof.ª Dr.ª Cláudia de Jesus Maia – UNIMONTES Suplente Niterói – RJ 2011 Para minha vó Fortunata, de quem sinto muita falta de pedir a benção e receber uma “boa sorte”. In Memorian Se Eva se contivera dentro do Paraíso que Deus lhe tinha dado por morada, e não quisera ver mais mundo, ela se livrara dos encontros em que viu e ouviu o que não lhe convinha; mas, porque quis sair e andar por fora, por amor do mundo, que fora melhor não ver, não só perdeu o mesmo mundo, senão também o Paraíso, e a si a nós. E isto é que sucede cada dia ás filhas de Eva. VIEIRA, Antônio. Sermão XVII. Sermões. São Paulo: Américas, 1957, vol. 9, 431. Resumo: Para os apreciadores da História de Minas Dona Maria da Cruz ganhou destaque pela sua atuação nos Motins do Sertão às margens do São Francisco no ano de 1736. O presente trabalho pretende acompanhar a trajetória de vida da personagem. É a ação dessa mulher que, junto com sua família, marca a colonização do sertão e também os protestos de 1736. Analisar a trajetória de D. Maria da Cruz ajuda a entender a presença da mulher nos motins. A revolta tem como característica principal uma composição social diversificada, e as mulheres também fizeram parte desse arranjo. A figura feminina vê na rebelião um momento no qual o poder de decisão lhes pertence. Durante as revoltas, as mulheres se encontram “deslocadas” dos seus lugares. Alheia à linguagem política infere-se que ela retira de seu próprio espaço privado as suas formas de transgressão. Palavras-chave: Mulher, sertão, revolta de 1736 (Minas Gerais). Abstract: For lovers of history of Minas Dona Maria da Cruz has gained prominence for his role in the riots of the Sertão on the shores of São Francisco River in the year 1736. This paper intends to follow the path of life of the character. It is the action of this woman who, along with his family, marked the colonization of the interior and also the protests of 1736. Analyzing the trajectory of D. Maria da Cruz helps us to understand the presence of women in the riots. The revolt has as main feature a diverse social composition, and women were also part of this arrangement. The female figure in the rebellion sees a time when the power of decision belongs to them. During the riots, women are "displaced" from their seats. Oblivious to the political language we can infer that it removes them from their own private space forms of transgression. Key-words: Woman, sertão, revolt of 1736 (Minas Gerais). SUMÁRIO Agradecimentos............................................................................................................ 09 Abreviaturas.................................................................................................................. 12 Introdução..................................................................................................................... 13 Capítulo 1 – O sertão 1.1. Uma heroína para o sertão....................................................................................... 22 1.2. Maria da Cruz: origem e destinos........................................................................... 33 1.3. Fortalezas do sertão................................................................................................. 54 Capítulo 2 – A revolta 2.1 Sertão rebelde........................................................................................................... 71 2.2 Rebeldes itinerantes...................................................................................................86 2.3 A “hidra” sertaneja ..................................................................................................98 Capítulo 3 – A mulher 3.1 Maria da Cruz e a rebelião...................................................................................... 106 3.2 Da sedução à sedição...............................................................................................124 Considerações finais..............................................................................................145 Fontes e bibliografia............................................................................................. 149 Agradecimentos Este trabalho foi prazeroso porque contei com ajuda de pessoas maravilhosas durante essa jornada. Essa pesquisa é dedicada à minha querida avó Fortunata a qual foi a principal incentivadora dos meus estudos quando ainda habitava esse mundo. Aos meus pais, Luiz e Adelaide, agradeço pelo incentivo e apoio. Sei que sofreram muito, mas nunca deixaram de apoiar as loucas fantasias de seus dois filhos. Serei eternamente grato a esses dois guerreiros que mesmo sob condições adversas não me deixam, em nenhum segundo, parar de sonhar. Ao meu querido irmão André o muito obrigado pela torcida e por me deixar sempre informado através de conversas no msn. Agradeço aos meus tios Francisco e Regina pelo carinho e palavras de ânimo. Obrigado também às outras pessoas e amigos dessa enorme família. Não vou citar nomes porque seria outro afogamento igual ao da família da minha D. Maria da Cruz. Sou imensamente grato ao meu professor, orientador e amigo Luciano Figueiredo com quem tive o prazer de compartilhar muito mais que fontes, bibliografia e discussões teóricas. Ele é para mim um exemplo de profissional e ser humano. Agradeço também pela confiança e por me receber com afago a sua prole de estudantes “rebeldes”. Ao Instituto Cultural Amilcar Martins/ICAM agradeço pela bolsa de Pesquisador da História de Minas/2010 cujo incentivo deu ânimo à pesquisa num momento muito oportuno. À Coordenação do PPGH/UFF pela bolsa Repesq junto a CAPES que garantiu condições para a finalização desse trabalho. Ao pessoal da Pós- Graduação, o meu muito obrigado, pela compreensão com que me atenderam durante os momentos, sempre tensos, de entrega de relatórios e materiais. Sou grato aos professores Sheila de Castro Faria e Carlos Gabriel Guimarães pela dedicada leitura e apontamentos durante a qualificação desse estudo. Agradeço também por terem me facultado suas anotações, para que eu pudesse ver com mais calma seus comentários e críticas. Agradeço imensamente a Júnia Ferreira Furtado e Sheila de Castro Faria, banca avaliadora do trabalho final. Essas duas historiadoras deram o toque feminino nesse estudo. Não custa lembrar que essa pesquisa foi feita por dois homens que tentam compreender esse universo tão sedutor. 9 Nos cursos que fiz na pós-graduação resumo aqui, em poucas palavras, o que aprendi: Ao professor Carlos Gabriel por me ensinar a ver o macro através do micro. Ao professor Ronaldo Vainfas por me fazer enxergar o quanto os súditos ultramarinos aprenderam com a Restauração. A Márcia Motta por ter me instruído a ler as cartas de sesmarias. Com Ronald Raminelli aprendi a desconfiar dos discursos. Agradeço também aos alunos do curso “Poder, revoltas e lutas políticas na América Moderna”, ministrado pelo professor Luciano Figueiredo; ali tive oportunidade de tornar mais fácil a minha transição acadêmica nos primeiros meses de pesquisa. Sou grato ao professor Ângelo Carrara pelas sugestões que contribuíram para a qualidade desse trabalho. Ao pessoal da Revista de História da Biblioteca Nacional, pela rápida, mas inesquecível passagem. Agradeço aos funcionários das instituições que pesquisei pela dedicada atenção ao me receberem. Agradeço imensamente a Lenize, uma das pessoas que mais incentivou esse estudo, a ela devo o estímulo para que continuasse a pesquisa iniciada