A Agência Paraná de Desenvolvimento é um importante instrumento de apoio a empresas locais e novos investimentos, acompanhando todas as fases do projeto com serviços de classe mundial. A Agência atua como ponte entre governo e iniciativa privada, auxiliando no levantamento de dados, fornecimento de informações e tomada de decisões estratégicas. Para garantir a segurança do investidor e melhorar o ambiente de negócios em cada cidade do Paraná, foi criado o Programa Municipal de Atração de Investimentos (PMAI), que trabalha em conjunto com as prefeituras.

Presidente | Adalberto Bueno Netto

Diretoria Executiva | Paulo Alexasandro Morva Martins

Gerência Técnica | Jean Carlos Alberini

Autoria | Jean Carlos Alberini

Organização | Maria Cecilia Flores Cordeiro

Equipe Técnica | Isabela Garcia | Onildo Benvenho | Bruno Casagrande

© 2017 by Jean Carlos Alberini | Todos os direitos reservados

Projeto Gráfico e Diagramação | Letradê Comunicação e Design

www.apdbrasil.org.br 1ª Impressão | 2018

S u m á r i o

Lista de Gráficos 6 3.3.3 QL nos Serviços 52 Lista de Tabelas 7 3.4 Avaliação do Índice de Complexidade 54 Econômica do Município Lista de Figuras 8 3.4.1 Plataforma Tecnológica para Estudo 54 Lista de Quadros 9 do Desenvolvimento Local Introdução 11 3.4.2 Complexidade Econômica 54 Contexto teórico 11 3.5 Resultado da Análise de Percepção 57 Realizada no Município

1. Apresentação Técnica do PMAI 14 3.5.1 Condições de Infraestrutura 58 1.1 Apresentação 15 3.5.2 Base Empresarial 59 1.2 Visão geral 15 3.5.3 Clima de Investimentos 60 1.3 Objetivo 15 3.5.4 Mercado 61 1.4 Oportunidade 16 3.5.5 Estrutura Urbana 62 1.5 Nossa Proposta 16 3.5.6 Condição Social 63

1.6 Resultados Esperados 19 3.5.7 Base Educacional 64 5 3.5.8 Condições de Relação do Trabalho 65

2. Diagnóstico Socioeconômico do 20 3.5.9 Sistema de Ciência e Tecnologia 66 Município de Jaguariaíva 3.5.10 Meio Ambiente 67 2.1 Dados Socioeconômicos do Município 21 3.5.11 Ambiente Institucional 68 de Jaguariaíva 3.6 Conclusão Parcial da Avaliação de 69 2.1.1 Perfil Socioeconômico 21 Percepção 2.1.2 Demografia 29 2.1.3 Perfil do Mercado de Trabalho 33 4. Árvore de Problemas 71

3. Estrutura Econômica e Produtiva 44 5. Matriz do Marco Lógico 75 de Jaguariaíva 3.1 Evolução e Composição do PIB em 46 Jaguariaíva 6. Mapa Estratégico 78

3.2 Avaliação da Dinâmica do Investimento 49 Direto Estrangeiro Regional 7. Considerações Finais 80 3.3 Indicadores de Especialização 50 Produtiva de Jaguariaíva 8. Referências Bibliográficas 3.3.1 QL na Indústria 50 83 3.3.2 QL no Comércio 51

| Jaguariaíva L i s t a d e G r á f i c o s

1 – Coeficiente de Gini de Jaguariaíva, 1991- 26 17 – Condições de Infraestrutura 58 2000-2010 18 – Base Empresarial 59 2 – Coeficiente de Gini Municipal da Região 27 de Jaguariaíva 19 – Clima de Investimentos 60

3 – Maiores Índices de Desenvolvimento 28 20 – Mercado 61 Humano Municipal do Paraná 21 – Estrutura Urbana 62 4 – Evolução do Índice de Desenvolvimento 28 Humano Municipal de Jaguariaíva 22 – Condição Social 63

5 – Percentual de Habitantes por Município 29 23 – Base Educacional 64 do Paraná 24 – Condições e Relações do Trabalho 65 6 – Origem da População Residente em 31 Jaguariaíva 25 – Sistema de Ciência e Tecnologia 66

7 – Evolução Demográfica do Município de 31 26 – Meio Ambiente 67 Jaguariaíva 6 27 – Ambiente Institucional 68 8 – Percentual de Escolaridade dos 34 Trabalhadores de Jaguariaíva 28 – Média Geral do Grau de Atratividade 69

9 – Alocação da Mão de Obra em Jaguariaíva 36

10 – Remuneração Média dos Trabalhadores 37 das 20 Primeiras Atividades do Município de Jaguariaíva

11 – Variação da Massa Salarial Real de 38 Jaguariaíva

12 – Nível de Rendimento por Faixa Salarial 38 em Jaguariaíva

13 – Nível de Rendimento por Faixa Salarial 39 no Paraná

14 – Remuneração Média por Atividade 40 Econômica em Jaguariaíva

15 – Evolução do PIB a Preços Correntes de 46 Jaguariaíva

16 – Avaliação da Dinâmica Econômica de 49 Jaguariaíva

| Jaguariaíva L i s t a d e T a b e l a s

1 – PIB a Preços Correntes e PIB per Capita 22 15 – Percentual de Participação no PIB 47 dos Municípios da Região de Jaguariaíva dos Setores Econômicos dos Municípios da Microrregião de Jaguariaíva 2 – PIB a Preços Correntes, PIB per Capita 23 e Valor sobre a Média da Região dos 10 16 – Percentual Histórico de Participação no 48 Municípios com Maior Produto Interno Bruto PIB dos Setores Econômicos de Jaguariaíva do Paraná 17 – Investimento Estrangeiro Direto no 50 3 – Indicadores dos Municípios Brasileiros 24 Paraná Comparáveis à Jaguariaíva 18 – Quociente Locacional da Indústria de 51 4 – Valor Adicionado Bruto por Setor 25 Jaguariaíva em Relação ao Paraná Produtivo dos Municípios Brasileiros Comparáveis à Jaguariaíva 19 – Quociente Locacional do Comércio de 52 Jaguariaíva em Relação ao Paraná 5 – Faixa de População por Municípios do 29 Estado do Paraná 20 – Quociente Locacional dos Serviços de 53 Jaguariaíva em Relação ao Paraná 6 – População Residente em Jaguariaíva, 30 Segundo Percentual de Gênero e Situação do 21 – Grandes Temas para Análise de 57 Domicílio Percepção 7

7 – População Residente em Jaguariaíva, 32 22 – Média Geral da Análise de Percepção 69 Segundo Percentual de Grupos de Idade

8 – Distribuição Setorial de Empregos e 33 Estabelecimentos em Jaguariaíva

9 – Remuneração Média Individual do 34 Município de Jaguariaíva, por Número de Empregos

10 – Remuneração Média Individual dos 37 Municípios da Microrregião de Jaguariaíva

11 – Remuneração Média de Acordo Com a 40 Atividade Profissional em Jaguariaíva

12 – Percentual de Empregos por Setor em 42 Jaguariaíva

13 – Remuneração Média de Acordo com 43 o Setor da Indústria de Transformação em Jaguariaíva

14 – Percentual de Participação no PIB dos 47 Setores Econômicos de Jaguariaíva

| Jaguariaíva L i s t a d e F i g u r a s

1 – Detalhamento das Fases do Projeto 1 17

2 – Detalhamento das Fases do Projeto 2 18

3 – Processo do Círculo Vicioso da Pobreza 45

4 – Espaço do Comércio Internacional 55

5 – Espaço do Mercado de Trabalho 55

6 – Espaço do Nível Educacional 56

7 – Espaço das Oportunidades Econômicas 56

8 – Árvore de Problemas – Marco Lógico 72

9 – Mapa Estratégico do PMAI Jaguariaíva 79

8

| Jaguariaíva L i s t a d e Q u a d r o s

1 – Distância e Vias de Acesso à Jaguariaíva 21

2 – Equipe Técnica 57

3 – Matriz de Marco Lógico 77

9

| Jaguariaíva 10

| Jaguariaíva INTRUDUÇÃO

Introdução Contexto teórico

Este trabalho, executado pela Agência Paraná de Muitas são as opiniões e conceitos acerca dos pro- Desenvolvimento, contém o estudo locacional do cessos de desenvolvimento e crescimento eco- município de Jaguariaíva - Paraná, e se destina à nômico. Desenvolvimento dentro do contexto de atração de investimentos empresariais para o mu- melhoria de vida das pessoas torna-se um tema nicípio, tendo em vista os interesses da Prefeitura complexo ainda muito discutível, principalmente Municipal, por meio de sua Secretaria de Indústria, sob o ponto de vista de sua mensuração. Este traba- Comércio e Turismo. lho procura refletir sobre o desenvolvimento regio- nal sob uma ótica pragmática, atuando no “como” O Programa Municipal de Atração de Investimen- e não no “porquê”. Atuar no “porquê” nos levaria a tos – PMAI, visa o alinhamento de estratégias que refletir sobre a questão do desenvolvimento eco- permitam ao município - juntamente com a Agência nômico considerando suas raízes teóricas e empí- Paraná de Desenvolvimento – realizar prospecção ricas, originadas na maior parte dos casos de crises de negócios a médio e longo prazo para promoção econômicas do sistema capitalista. Este exercício do desenvolvimento local e, para isto, utiliza-se de nos levaria a caminhos infindáveis, sem necessaria- metodologia de ação desenvolvida exclusivamente mente chegar a uma solução aplicável na esfera de para este fim. abrangência a que este programa se propõe.

Por meio da metodologia do PMAI, é possível re- Este trabalho atua diretamente na esfera municipal, alizar uma análise abrangente das condições pre- levando em consideração seus recursos, limitações sentes no município, identificando suas vantagens e dimensões e, também, considerando o escopo e seus desafios para a atração de investimentos. O de atuação da Agência Paraná de Desenvolvimen- 11 PMAI tem como objetivos principais: to, que é o de gerar desenvolvimento econômico por meio da atração de investimentos produtivos, • Criar condições internas para atração do inves- aproveitando suas externalidades positivas junto timento; às localidades. Hoje, o Estado do Paraná apresenta um quadro singular por conta das estratégias exis- • Avaliar quais são as dotações internas de fatores tentes de desenvolvimento econômico estadual. (mão de obra, infraestrutura e áreas) dentro da re- Não há uma visão completa e atualizada do nosso gião do município; quadro de desenvolvimento. As universidades têm promovido esforços para trabalhar esta questão, • Mensurar indicadores que classifiquem os muni- porém o ente articulador e orientador do processo cípios em grau de atratividade; de desenvolvimento - que é o Estado - está ainda tomando dimensão do seu papel como formulador • Desenvolver estratégias de divulgação do muni- de políticas públicas. O processo de desenvolvi- cípio (marketing); mento é uma questão estratégica, que exige pla- nejamento, que leva à convergência de ações e que • Reunir as lideranças locais para definição de es- pode nos levar a resultados concretos. tratégias de ação para os problemas levantados. Dentro de uma visão mais liberal e aplicável do Em suma, o objetivo é preparar os municípios para ponto de vista pragmático, este trabalho diverge o recebimento de novos investimentos, além de em partes da linha adotada pela Cepal1 , a qual atri- criar projetos de prospecção para atração de em- bui o desenvolvimento à assimetria das relações presas consideradas chave para impulsionar o cres- internacionais e às causas bloqueadoras internas, cimento da região. como concentração da propriedade e da renda. A li- nha adotada neste trabalho segue a lógica que con- sidera estes fatores menos relevantes e centram

| Jaguariaíva CONTEXTO TEÓRICO

sua atenção na acumulação do capital e na adoção O fator preponderante no papel da dispersão es- de inovações tecnológicas. Nesta linha, conside- pacial do crescimento está na concepção de indús- ra-se que o desenvolvimento deriva: (a) do cresci- trias motrizes, que a princípio seriam as responsá- mento industrial acelerado, (b) de transformações veis pela promoção e difusão setorial e espacial. estruturais associadas à criação de atividades dire- Conforme SOUZA (2012 p. 182), a indústria mo- tamente produtivas, (c) da implantação de infraes- triz, líder do complexo de atividades e formadora truturas econômicas e sociais, e (d) de combinações do polo industrial, apresenta as seguintes caracte- mais eficientes dos fatores produtivos. Sob esta rísticas: (a) cresce a uma taxa superior à média da ótica, são necessárias estratégias para redução de indústria nacional; (b) possui inúmeras ligações de custos médios, elevação da taxa de lucro e atração insumo-produto, por meio das compras e vendas de novos investimentos visando à geração de um de insumos efetuadas em seu meio; (c) apresenta- processo cumulativo de crescimento econômico. se como uma atividade inovadora, geralmente de grande dimensão e de estrutura oligopolista; (d) No Brasil, as fortes desigualdades de bem-estar e possui grande poder de mercado, influenciando de desenvolvimento econômico em cada região são os preços de produtos e dos insumos e, portanto, de extrema relevância para o entendimento do pac- a taxa de crescimento das atividades satélites a ela to federativo. Elas exercem grande tensão sobre ligadas; e (e) produz geralmente para o mercado as relações políticas e tendem a gerar constantes nacional e internacional. A indústria motriz possui pressões para a ocorrência de uma situação pendu- efeitos de encadeamento do ponto de vista da ma- lar (sem estabilidade) no federalismo brasileiro. Os triz insumo-produto exercendo impulsos motores 12 principais vetores considerados para aceleração significativos sobre o crescimento local e regional. do desenvolvimento local são, na maioria das ve- zes, impulsionados por políticas macroeconômicas Dentro do conceito de polarização, os fatores in- exclusivamente de responsabilidade do governo ternos do crescimento são: a disponibilidade de federal, em especial aquelas que afetam o câmbio, recursos naturais, humanos, o mercado interno e variável chave na indústria. No entanto, cada lo- a estrutura produtiva. Esses fatores atraem as in- calidade possui ferramentas e meios de ação para dústrias, que passam a produzir para os mercados a criação de um ambiente de negócios favorável e local, nacional e internacional. Nesta ótica, a estra- uma proposta que contribua para criação de ins- tégia de desenvolvimento consiste em maximizar trumentos locais para criar um centro dinâmico de as vantagens regionais para as indústrias, criando desenvolvimento é perfeitamente possível. economias externas passíveis de atrair investimen- tos externos. Para SOUZA (apud, BOUDEVILLE, A busca do crescimento industrial acelerado en- contra abrigo na teoria de polos de crescimento, que permite maior ligação pelo entrelaçamento de preços, fluxos e expectativas. Para tanto, o pla- nejamento espacial passa a ter um caráter ativo, (1) A Comissão Econômica para a América Latina (CEPAL) foi estabe- lecida pela resolução 106 (VI) do Conselho Econômico e Social, de deixando de ser um objeto simples e passivo. Ele 25 de fevereiro de 1948, e começou a funcionar nesse mesmo ano. não é adaptado apenas ao impacto das medidas Mediante a resolução 1984/67, de 27 de julho de 1984, o Conselho de desenvolvimento econômico; ele as condiciona decidiu que a Comissão passaria a se chamar Comissão Econômica e pode favorecer ou dificultar o processo. Neste para a América Latina e o Caribe. A CEPAL é uma das cinco comis- caso, as atenções passam a se concentrar na vari- sões regionais das Nações Unidas e sua sede está em Santiago do Chile. Foi fundada para contribuir ao desenvolvimento econômico ável espaço e na interdependência regional, onde da América Latina, coordenar as ações encaminhadas à sua promo- se inicia uma dispersão espacial do crescimento em ção e reforçar as relações econômicas dos países entre si e com as alguns centros secundários. outras nações do mundo. Posteriormente, seu trabalho foi ampliado aos países do Caribe e se incorporou o objetivo de promover o desen- volvimento social.

| Jaguariaíva CONTEXTO TEÓRICO

2009 p. 57), a polarização não é uma concepção es- tores e valores de regiões periféricas para a região tática, mas dinâmica. A existência da indústria “A” central. Portanto, as determinações dos efeitos do contribui para encorajar a instalação da indústria polo na região devem ser analisadas buscando-se “B”. Esta, por sua vez, incita o aumento da capacida- sempre os efeitos propulsores dos complexos. de de produção de “A” (HIRSCHMAN, 1974, p. 138). O incentivo à criação de polos e formação de com- Os efeitos multiplicadores de instalação de indús- plexos industriais visa consolidar a integração eco- trias motrizes geram polarizações técnicas onde nômica regional. A integração econômica resulta ocorre a difusão intersetorial dos efeitos de en- em maior integração setorial que, em consequên- cadeamento vertical e horizontal. Isso se verifica cia, aumenta os fluxos comerciais entre os demais quando as empresas expandem sua produção e in- setores. Quanto maior a integração do parque vestimentos. A importância desses efeitos depen- produtivo local, menores serão os vazamentos dos derá da magnitude dos índices de encadeamento, efeitos de encadeamento para outras economias. do tamanho das empresas e do próprio polo. No A integração setorial colabora para o fortaleci- que tange a geração de emprego e renda na eco- mento espacial, interliga o parque produtivo local nomia local, a diversificação industrial, provocada e promove a expansão da rede interindustrial pela pelos efeitos de encadeamento da produção, gera diversificação do parque produtivo. Para SOUZA um segundo momento, o desenvolvimento de in- (2009 p. 72), a diversificação e o aumento do grau dústrias produtoras de bens de consumo final e de integração intersetorial acontecem de três ma- de atividades de serviço. O ambiente de negócios neiras principais: (a) pela implantação de pontos de torna-se mais dinâmico em função da polarização articulação; (b) pela redução do grau de vulnerabi- 13 psicológica ou geográfica que ocorre no polo por lidade dos complexos; e (c) pela extensão simples um processo de imitação. O resultado é a concen- das redes de atividades. tração induzida de atividades secundárias, produ- toras de bens e serviços, ou seja, ligações técnicas e O grande desafio da integração econômica regio- economias externas. (DAVIN, 1964, p. 67). nal é a constituição de pontos de articulação, que teriam o papel crucial na redução da vulnerabili- A formação de complexos industriais localizados, dade de um complexo através da implantação ou o com no mínimo uma indústria motriz, está no con- desenvolvimento de novos ramos capazes de fun- ceito de aglomerações econômicas geradas nos cionar como pontos de articulação adicionais. Se o polos urbanos/industriais. As economias de aglo- complexo possuir apenas um ponto de articulação, meração explicam por que as atividades motrizes ele será vulnerável. Essas novas ligações permitem se aglomeram, formando complexos industriais a retenção dos efeitos de encadeamento das ativi- localizados. As pequenas empresas, sobretudo, dades na própria região, promovendo o crescimen- procuram a proximidade das indústrias motrizes to de atividades satélites ligados às atividades-cha- por causa das economias externas de aglomeração ve, como setores mais tradicionais, a agricultura e territorial e do acesso aos mercados e serviços. os serviços. O aumento das interdependências de uma economia eleva a dimensão do mercado inter- As consequências geradas pela busca de proximi- no, fato que favorece o desenvolvimento regional. dade das empresas junto às empresas motrizes po- dem ter duas consequências: os efeitos propulsores e os regressivos. Quando os complexos industriais geram efeitos propulsores, há encadeamento da in- dústria motriz sobre atividades movidas de regiões vizinhas. Quando os complexos industriais geram efeitos regressivos, verifica-se a drenagem de fa-

| Jaguariaíva

A P R E S E N T A Ç Ã O T É C N I C A D O P M A I

1.1 APRESENTAÇÃO 1.2 VISÃO GERAL

A Agência Paraná de Desenvolvimento é um órgão A Agência Paraná de Desenvolvimento em seu eixo criado no Governo Estadual do Paraná designada de Projetos de Desenvolvimento Regional utiliza para apoiar o processo de desenvolvimento. Den- como ferramenta principal o Programa Municipal tre suas principais atribuições, a Agência se ocupa de Atração de Investimento – PMAI, embasado da atração de investimentos, nacionais e estrangei- na teoria dos polos de crescimento de François ros, sempre com o objetivo de dinamizar a produ- Perroux. A teoria foi desenvolvida em 1955 tendo ção, o desenvolvimento econômico e a geração de como objetivo estudar as fontes internas do cres- renda no Estado. cimento regional, incluindo-se as vantagens loca- cionais, a dotação de fatores, a estrutura urbana Em quatro anos de atuação a Agência Paraná de (economias de aglomeração), o mercado interno e Desenvolvimento atendeu 800 empresas, sendo os polos de crescimento. que 24 delas anunciaram seus investimentos que giram em torno de R$ 2,4 bilhões, com uma expec- A proposta central do programa PMAI é atender tativa de geração de 3.260 empregos. Consideran- às necessidades dos municípios e prepará-los para do todas as empresas atendidas, a expectativa de o recebimento de novos investimentos, bem como investimentos chega a R$ 8 bilhões neste período. criar projetos de prospecção de empresas para atração de investimentos produtivos, considera- A atuação da Agência Paraná de Desenvolvimento dos chave para impulsionar o crescimento do mu- se divide em dois grandes eixos de atendimento: nicípio e sua região. Neste programa as empresas industriais são consideradas atores principais para (1) Projetos de Desenvolvimento Setorial: são o processo de crescimento regional e, sendo assim, projetos concebidos para impulsionar os setores o trabalho se concentra em preparar os municípios 15 produtivos prioritários do Paraná, onde se busca para atender às questões relacionadas ao processo a atração de empresas-chaves com o objetivo de de escolha de localização do empreendimento pelo adensamento das cadeias produtivas, ainda dentro empresário. deste eixo de atuação, a Agência presta o serviço de suporte à empresa que queira se instalar no Es- tado fornecendo informações estratégicas, colabo- rando na definição da área e local para implantação 1.3 OBJETIVO e ajudando elucidar os sistemas tributários local e nacional , bem como na avaliação de concessão de Com base nas justificativas teóricas apresentadas, incentivos fiscais; a utilização do Programa Municipal de Atração de Investimentos – PMAI vai ao encontro da necessi- (2) Projetos de Desenvolvimento Regional: são dade de preparar o município para receber inves- projetos de cooperação técnica para elaboração timentos advindos de novas empresas. De forma de programas de desenvolvimento econômico geral, nem todos os municípios – principalmente os para atração de novos investimentos produtivos. de menor porte – têm uma estrutura capaz de aten- Por meio de metodologia especificamente desen- der às necessidades das empresas e dos empresá- volvida para este trabalho, a Agência Paraná de rios no que se refere a informações que colaborem Desenvolvimento analisa de maneira abrangente para a tomada de decisão sobre o local onde será as condições presentes no município e, de manei- realizado o investimento. Esta decisão está calcada ra participativa, identifica os desafios e aponta um em análises complexas que levam em consideração plano de ação. muitas variáveis, pois o sucesso do empreendimen- to depende desta escolha.

| Jaguariaíva APRESENTAÇÃO TÉCNICA DO PMAI

Sendo assim, o PMAI, visa atender esta necessida- para receber estes investimentos, principalmente de dos municípios, oferecendo, por meio de avalia- aqueles relacionados à informação e estratégias de ções específicas, caminhos que ajudem as cidades divulgação. no processo de organização de informações para influenciar o processo de escolha do local do inves- timento. Sob estas premissas o projeto se divide em duas etapas: Diagnóstico e Prospecção, cujos obje- 1.5 NOSSA PROPOSTA tivos principais são: A proposta de trabalho da Agência Paraná de De- • Criar condições internas para atração do inves- senvolvimento para atendimento aos municípios timento; por meio do Programa Municipal de Atração de Investimentos – PMAI possui sete (7) metas espe- • Avaliar quais são as dotações internas de fatores cíficas, quais sejam: (mão de obra, infraestrutura e áreas) dentro da re- gião do município; • Meta 1: Elaboração de um diagnóstico socioeco- nômico do município; • Mensurar indicadores que classifiquem os muni- cípios por seu grau de atratividade; • Meta 2: Aplicação de pesquisa junto a empresas para avaliação de ambiente de negócios; • Desenvolver estratégias de divulgação do muni- cípio (como um plano de marketing); • Meta 3: Mapeamento de demandas e gargalos 16 existentes com vistas à promoção do desenvolvi- • Reunir as lideranças locais para definição de es- mento econômico sustentado do município; tratégias de ação para os problemas levantados. • Meta 4: Elaboração de projeto para a promoção do desenvolvimento econômico sustentado;

1.4 OPORTUNIDADE • Meta 5: Seleção de setores prioritários e envio de proposta de valor pautada nos resultados do mape- O programa estadual de Incentivos Fiscais “Paraná amento; Competitivo” tem sido um grande diferencial para a atração de investimentos em todo o Estado. Nos • Meta 6: Criação de estratégias de marketing do últimos quatro anos do atual governo, o Estado município; atraiu aproximadamente R$ 30 bilhões em novos investimentos produtivos, o que colaborará para • Meta 7: Desenvolvimento de ações de prospec- a transformação econômica do Estado, tanto em ção de novos empreendimentos empresariais. termos de geração de renda quanto de aumento de oportunidades para os habitantes. Para cada uma das metas estabelecidas para o pro- grama, serão desenvolvidos projetos específicos O atual plano de governo prevê a atração de mais que atendam às necessidades apontadas pelo es- R$ 30 bilhões e a geração de 400 mil empregos para tudo. os próximos anos, o que se traduz em uma grande oportunidade para os municípios paranaenses. Esta Para atingir as sete (7) metas propostas serão exe- oportunidade traz, também, desafios que devem cutados dois (2) projetos, conforme detalhamento ser vencidos pelos municípios que se candidatarem a seguir.

| Jaguariaíva A P R E S E N T A Ç Ã O T É C N I C A D O P M A I

FIGURA 1 – DETALHAMENTO DAS FASES DO PROJETO 1

Fase 1 – Elaboração de diagnóstico socioeconômico do município

Esta fase compreende a organização, bem como a análise do quadro atual do município dentro de aspectos considerados relevantes para a tomada de decisão do investimento. Este diagnóstico fará o levantamento das seguintes informações:

17 • Número de abertura e fechamento de empresas; • Dinâmica da mão de obra;

• Matriz insumo-produto das empresas da região; • Análise dos complexos industriais;

• Cálculo das aglomerações; • Pontos de articulação;

• Dinâmica setorial e comercial; • Classificação do grau de atratividade.

Fase 2 – Mapeamento de demandas e gargalos para a promoção do desenvolvimento econômico sustentado do município:

Concluída a fase de diagnóstico, será realizada a demonstração dos resultados encontrados, bem como levan- tamento dos problemas que atualmente dificultam a implementação de medidas para o melhor desenvolvi- mento do município, juntamente com entidades da sociedade civil, partícipes e parceiros estratégicos, além de outros interessados e/ou responsáveis pelo planejamento para a promoção do desenvolvimento econômi- co do município, por meio de uma oficina de trabalho.

Caberá às entidades parceiras a apresentação dos gargalos para a promoção do desenvolvimento econômico da região, tais como de ordem estrutural, fiscal, trabalhista, educacional, dentre outros. Para o cumprimento desta fase serão realizadas as seguintes atividades:

• Mobilização de instituições parceiras; • Preparação de oficina de trabalho;

• Realização de oficina de trabalho; • Tabulação e sistematização dos dados da oficina.

| Jaguariaíva APRESENTAÇÃO TÉCNICA DO PMAI

Fase 3 – Projeto para a promoção do desenvolvimento econômico sustentado

Identificados os principais problemas e levantados os gargalos existentes, o grupo de trabalho criado definirá as ações e intervenções necessárias para estruturação de um projeto para a promoção do desenvolvimento econômico sustentado.

Será formalizado, o documento referencial denominado “Projeto para a Promoção do Desenvolvimento Eco- nômico Sustentado”, documento este que deverá ser apresentado à sociedade já com a sugestão de papéis e metas para sua efetiva execução.

Nesse momento, deverá ser ampliado o grupo de atores, com o convite a outras instituições locais, tais como universidades, secretarias e instituições da sociedade civil organizada para execução do referido projeto. Nesta fase serão realizadas as seguintes atividades:

• Mobilização das instituições parceiras; • Apresentação oficial do projeto.

• Realização de reunião técnica de alinhamento;

E assim conclui-se o Projeto 1, podendo-se dar início à segunda etapa do trabalho.

18

FIGURA 2 – DETALHAMENTO DAS FASES DO PROJETO 2

Fase 1 - Seleção dos setores prioritários e estruturação da proposta de valor pautada nos resultados do ma- peamento

Tomando-se como base os resultados obtidos com o Projeto 1, será discutido com o município e com as em- presas-âncora a estruturação de uma “Proposta de Valor” com vistas à abordagem de empresas com poten- cial para a instalação de novas unidades produtivas. As atividades que compõem esta fase são:

• Análise das informações resultantes do Projeto I;

• Identificação dos elos principais da região (visita);

| Jaguariaíva A P R E S E N T A Ç Ã O T É C N I C A D O P M A I

• Identificação das empresas na região; 1.6 RESULTADOS ESPERADOS

• Definição da estratégia de abordagem; A expectativa é que, ao término destas duas gran- des fases do projeto, o município passe a contar • Elaboração da proposta de valor. com um guia de apoio que poderá ser utilizado para o desenvolvimento de estratégias de atração de in- Fase 2 - Mapeamento das cadeias produtivas, de- vestimentos. finição das vocações econômicas do município e da estratégia para atração de novos investimentos Procurou-se, neste trabalho, utilizar metodologias empresariais que envolvessem o maior número possível de pes- soas interessadas – tais como a Prefeitura e suas Nesta fase serão levantadas as principais caracte- Secretarias Municipais, entidades da sociedade rísticas dos setores industriais presentes no mu- civil organizada, empresas-âncoras, universidades nicípio: cadeias produtivas e vocações regionais, e demais instituições parceiras, sendo que, na pri- suas empresas-âncora, bem como os gargalos que meira fase – a do diagnóstico – de maior interesse dificultam o desenvolvimento, os elos faltantes e dos agentes públicos e, na segunda fase – de atra- que poderão ser objeto de ações de prospecção de ção de investimentos – que interessa à sociedade novos investimentos. Nesta fase também será de- em geral. finido o plano de ação para a fase 3. As atividades que compõem a fase 2 são:

• Definição do plano de prospecção; 19

• Contato efetivo com as empresas para apresen- tação da proposta de valor;

• Encaminhamento de empresas investidoras para o município, tendo em vista o alinhamento de inte- resses.

Fase 3 – Ações de prospecção

Em posse da “Proposta de Valor” e do plano de ação definidos na fase anterior, serão iniciadas as ações de prospecção ativa de novos investimentos. Esta fase não tem data para ser concluída, tendo em vis- ta que a prospecção é uma ação contínua. As ativi- dades previstas nesta fase serão:

• Execução do plano de prospecção;

• Atendimento contínuo.

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DIAGNÓSTICO SOCIOECONÔMICO DO MUNICÍPIO DE JAGUARIAÍVA

Este estudo trata da análise socioeconômica de 2.1.1 PERFIL SOCIOECONÔMICO Jaguariaíva, embasado por dados secundários de fontes confiáveis, ou seja, coletados por meio de Jaguariaíva está situada na Região Centro Oriental pesquisa exploratória em bases de dados oficiais, do Estado do Paraná e faz fronteira com os muni- tais como IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e cípios de São José do Boa Vista, Arapoti, Sengés, Estatística), IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Doutor Ulysses e Piraí do Sul. Wenceslau Braz tam- Aplicada) e IPARDES (Instituto Paranaense de De- bém faz parte desta Microrregião, que tem Jagua- senvolvimento Econômico e Social), que permite riaíva como município sede. entender e avaliar a economia local. Do ponto de vista socioeconômico, a região está na Rota dos Tropeiros – importante rota comercial do passado e que foi um importante entroncamento 2.1 DADOS SOCIOECONÔMICOS DO MUNICÍPIO DE JAGUARIAÍVA ferroviário, mas atualmente reduz-se à memória cultural. A região é forte nos setores florestal e ma- deireiro, tendo em vista que a geografia local tam- Esta seção apresenta o levantamento de dados bém influencia sua economia. econômicos e sociais do município de Jaguariaíva, a fim de traçar um perfil municipal a partir de suas A distância entre Jaguariaíva e Curitiba, capital do principais informações. Estado é de 240 km, com acesso pela BR-376 ou PR-151, como mostra o Quadro 1, abaixo:

QUADRO 1 – DISTÂNCIA E VIAS DE ACESSO A JAGUARIAÍVA 21

DISTÂNCIA E VIAS DE ACESSO A JAGUARIAÍVA

MUNICÍPIO DISTÂNCIA (KM) ACESSO JAGUARIAÍVA (DISTÂNCIA A CURITIBA) 240 BR 376 / PR 151 ARAPOTI 48 PR 092 DOUTOR ULYSSES 65 PR 092 PIRAÍ DO SUL 54 PR 151 SÃO JOSÉ DO BOA VISTA 87 PR 092 SENGÉS 48 PR 151 (SP 258) WENCESLAU BRAZ 67 PR 092

| FONTE: REVISTA OBSERVATÓRIO REGIONAL – CENÁRIO SOCIOECONÔMICO DAS UNIDADES DO IFPR. – V.3, N.3, (MAR–ABR 2014).

O município possui uma população estimada de 34.647 habitantes, segundo dados de 2016 do IBGE, sendo que no último Censo a população era de 32.606 habitantes, que representa uma taxa de crescimento popu- lacional de 0,58%.

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Ainda segundo dados do Censo Demográfico 2010, o município de Jaguariaíva possui População em Idade Ativa (PIA) de 27.206 pessoas, sendo que 14.440 pessoas compõem sua População Economicamente Ativa (PEA) e das quais 13.376 pessoas estavam ocupadas, o que representa uma taxa de ocupação de 92,6%.

A população de Jaguariaíva é predominantemente urbana, com 86% das pessoas morando na zona urbana do município. O grau de urbanização da microrregião de Jaguariaíva é de 80,79%.

Em relação à microrregião, a população total é de 106.865 habitantes, conforme estimativa do IBGE, enquan- to que a população censitária (2010) era de 100.299 habitantes, que representa uma taxa de crescimento de 0,64%.

No conjunto desta microrregião, o PIB somado chega a R$ 3,25 bilhões, sendo que Jaguariaíva representa 30,6% deste total, com R$ 997 milhões. O segundo maior município é Arapoti, com 25.855 habitantes e PIB de R$ 879,6 milhões.

No tocante ao PIB per capita da microrregião, a média é de R$ 20,7 mil, sendo que em Jaguariaíva o valor do PIBPC é de R$ 29.243,99. O maior PIBPC da microrregião é de Arapoti, com R$ 32,3 mil. Os valores corres- pondentes ao PIB e PIB per capita dos municípios da microrregião são apresentados na tabela 1, abaixo.

TABELA 1 – PIB A PREÇOS CORRENTES E PIB PER CAPITA DOS MUNICÍPIOS DA REGIÃO DE JAGUARIAÍVA 22

PIB MUNICIPAL A PERCENTUAL DO PIB MUNICÍPIO PREÇOS CORRENTES PIB PER CAPITA (R$) DA MICRORREGIÃO (R$ 1.000)

ARAPOTI 879.607,16 27,01% 32.374,21 DOUTOR ULYSSES 53.677,40 1,65% 9.196,06 JAGUARIAÍVA 997.102,94 30,62% 29.243,99 PIRAÍ DO SUL 531.084,10 16,31% 21.577,38 SÃO JOSÉ DA BOA VISTA 118.679,18 3,64% 17.992,60 SENGÉS 346.013,48 10,63% 18.064,82 WENCESLAU BRAZ 330.316,67 10,14% 16.650,70

TOTAL 3.256.480,94 20.728,54

| FONTE: DADOS DE 2013 EXTRAÍDOS DE IBGE CIDADES, 2016.

A mensuração de agregados monetários econômicos possibilita uma avaliação quantitativa do produto que uma economia foi capaz de gerar em um determinado período de tempo. Quando ponderado pelo tamanho da população, o PIB per capita é uma medida importante da capacidade de um país (ou região) em gerar bens e serviços, com os quais é possível proporcionar uma melhor qualidade de vida para sua população.

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Analisando-se sob esta ótica, os dados acima revelam a importância do peso da economia de Jaguariaíva para sua região. Quando considerados os dez municípios com maior Produto Interno Bruto do Estado do Paraná, em primeiro lugar está Curitiba, com um PIB de R$ 79,3 bilhões, em seguida São José dos Pinhais, com R$ 25,2 bilhões e Londrina em terceiro, com R$ 15,9 bilhões, como mostra a Tabela 2:

TABELA 2 – PIB A PREÇOS CORRENTES, PIB PER CAPITA E VALOR SOBRE A MÉDIA DA REGIÃO DOS 10 MUNICÍPIOS COM MAIOR PRODUTO INTERNO BRUTO DO PARANÁ

PIB A PREÇOS PERCENTUAL SOBRE MUNICÍPIO CORRENTES PIB PER CAPITA (R$) A MÉDIA DA REGIÃO (R$ 1.000)

CURITIBA 79.383.343 42.934,38 43,78% SÃO JOSÉ DOS PINHAIS 25.238.577 87.697,29 13,92% LONDRINA 15.930.758 29.634,98 8,79% MARINGÁ 13.733.657 35.602,21 7,57% PONTA GROSSA 10.280.846 31.052,08 5,67% FOZ DO IGUAÇU 9.877.010 37.482,77 5,45% CASCAVEL 8.403.195 27.496,01 4,63% ARAUCÁRIA 7.360.425 56.965,26 4,06% PARANAGUÁ 6.160.076 41.556,99 3,40% 23 PINHAIS 4.947.752 39.732,04 2,73%

TOTAL 181.315.638,71 43.015,40

| FONTE: DADOS DE 2013 EXTRAÍDOS DE IBGE CIDADES, 2016.

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Ao comparar Jaguariaíva com outros municípios do Brasil que possuem o mesmo perfil sociodemográfico e também de estruturas econômicas semelhantes (industrializados e com forte setor de serviços), o que se ob- serva é que o município se destaca, conforme a Tabela 3:

TABELA 3 – INDICADORES DOS MUNICÍPIOS BRASILEIROS COMPARÁVEIS A JAGUARIAÍVA

POPULAÇÃO PIB 2013 PIB PER CAPITA IDHM UF MUNICÍPIO (2010) (R$ mil) 2013 (R$) (2010)

ES ITAPEMIRIM 33.610 6.309.032 187.712,94 0,654 SC POMERODE 30.009 1.471.935 49.049,77 0,780 PR PALOTINA 30.327 1.366.248 45.050,54 0,768 PR DOIS VIZINHOS 38.385 1.070.131 27.878,88 0,767 SP BARRA BONITA 36.310 1.044.725 28.772,37 0,788 PR JAGUARIAÍVA 32.606 997.103 29.243,99 0,743 SC CURITIBANOS 38.890 928.831 23.883,55 0,721 PR ASSIS CHATEAUBRIAND 33.988 905.858 26.652,30 0,729 PR MANDAGUARI 34.096 875.859 25.756,02 0,751 PR PALMEIRA 33.469 867.583 25.922,00 0,718 24 PR RIO NEGRO 32.911 858.233 26.077,39 0,760 PR JACAREZINHO 40.221 816.069 20.289,62 0,743 SP OSVALDO CRUZ 32.229 771.353 23.933,51 0,762 SP CÂNDIDO MOTA 30.993 727.828 23.483,63 0,747 RJ VASSOURAS 35.112 722.595 20.579,71 0,714 PR IVAIPORÃ 32.699 564.716 17.270,12 0,730 PR BANDEIRANTES 32.800 487.758 14.870,66 0,727 PR IBAITI 30.242 464.951 15.374,33 0,710

| FONTE: ELABORAÇÃO PRÓPRIA COM DADOS DO IBGE – CENSO DEMOGRÁFICO 2010 E IBGE 2013.

Considerando-se os 18 municípios apresentados na Tabela 3, Itapemirim no Estado do Espírito Santo é o que possui o maior PIB e maior PIB per capita, de R$ 6,3 bilhões e R$ 187,7 mil, respectivamente. Jaguariaíva ocu- pa a 6ª posição entre os municípios selecionados em termos de Produto Interno Bruto, com R$ 997,1 milhões e 4º maior PIB per capita, de R$ 29,2 mil.

Outro indicador de renda que pode ser comparado entre estes municípios é o Valor Adicionado Bruto (VAB) por setores produtivos, como mostra a Tabela 4, a seguir:

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TABELA 4 – VALOR ADICIONADO BRUTO POR SETOR PRODUTIVO DOS MUNICÍPIOS BRASILEIROS COMPARÁVEIS A JAGUARIAÍVA

PIB PER VAB AGRO- POPULAÇÃO PIB 2013 MUNICÍPIO CAPITA IDHM (2010) PECUÁRIA (2010) (R$ mil) 2013 (R$)

ASSIS CHATEAUBRIAND 285.696,80 65.501,50 382.010,30 839.985,80 905.858,40 BANDEIRANTES 103.624,60 51.668,70 206.239,90 457.636,60 487.757,60 BARRA BONITA 16.046,10 288.891,60 515.124,20 941.310,90 1.044.724,90 CÂNDIDO MOTA 106.423,40 105.924,20 348.448,80 656.060,10 727.828,10 CURITIBANOS 85.707,10 191.219,10 419.886,30 820.827,80 928.831,20 DOIS VIZINHOS 158.976,40 245.699,40 460.471,60 982.918,50 1.070.130,90 IBAITI 94.296,70 33.945,20 224.866,90 436.745,80 464.950,50 ITAPEMIRIM 65.888,80 4.920.091,40 1.075.955,70 6.235.581,50 6.309.032,10 IVAIPORÃ 68.391,50 34.675,90 324.346,40 521.131,10 564.715,50 JACAREZINHO 136.542,80 158.714,40 330.417,80 750.992,40 816.068,90 JAGUARIAÍVA 98.060,50 417.784,00 245.346,60 866.766,00 997.102,94 MANDAGUARI 77.837,70 301.181,50 288.147,10 782.111,10 875.859,10 OSVALDO CRUZ 31.135,90 218.590,50 356.998,20 698.095,40 771.353,00 PALMEIRA 277.749,00 135.476,60 272.373,70 791.034,60 867.583,30 25 PALOTINA 241.407,20 259.578,50 613.548,80 1.216.633,40 1.366.247,70 POMERODE 7.612,10 592.065,70 364.071,00 1.081.945,10 1.471.934,60 RIO NEGRO 129.267,30 242.876,30 291.051,10 767.428,20 858.233,00 VASSOURAS 23.535,00 113.821,50 314.441,90 658.286,90 722.594,80

| FONTE: IBGE, EM PARCERIA COM OS ÓRGÃOS ESTADUAIS DE ESTATÍSTICA, SECRETARIAS ESTADUAIS DE GOVERNO, 2013.

Do ponto de vista econômico, Jaguariaíva quando comparado aos outros municípios brasileiros apresenta o 6º melhor Valor Adicionado Bruto Total, de R$ 866,7 milhões, com maior relevância do setor Industrial, em que ocupa a 3ª posição, com R$ 417,7 milhões. Já em relação ao setor de Serviços e Agropecuária, o município não apresenta destaque em relação aos municípios comparados, já que seu VAB Agropecuário é de R$ 98,06 milhões e de Serviços é de R$ 245,3 milhões, conforme visto na Tabela 4.

Outro fator a ser observado é como este recurso está dividido entre a população, ou seja, o nível de concen- tração da riqueza - se há no local uma concentração exagerada da renda “na mão” de poucos. Para auferir estes resultados, a principal medida utilizada é o Coeficiente de Gini, que consiste em um número-índice si- tuado entre 0 e 1, no qual o 0 corresponde à completa igualdade (no caso do rendimento, por exemplo, toda a população recebe o mesmo salário, não há concentração de renda) e 1 corresponde à completa desigualdade (onde uma pessoa recebe todo o rendimento e as demais nada recebem, concentração absoluta da renda). Portanto, quanto mais próximo de zero (0), melhor o indicador.

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Na análise do município de Jaguariaíva, em relação ao desenvolvimento local destaca-se por possuir baixa concentração de renda, seu Índice de Gini é de 0,517 enquanto que seu Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) é de 0,743. O Índice de Gini mostrou forte variação entre os anos de 1991 a 2010, apre- sentado no Gráfico 1, a seguir:

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Seguindo a tendência nacional dos últimos anos, observa-se que no período compreendido entre 2000 e 2010, últimos dados disponíveis do Censo Demográfico Nacional, houve uma desconcentração de renda em Jaguariaíva com o Índice de Gini passando de 0,617 para 0,517, o que implica dizer que houve uma melho- ria na distribuição da renda local. Este dado, combinado ao Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM), demonstra a melhoria da qualidade de vida da população.

Quando se avalia a região de Jaguariaíva, considerando-se os municípios da microrregião, pode-se observar que os municípios de São José da Boa Vista, Doutor Ulysses e Jaguariaíva são aqueles que apresentam os menores índices. Estes dados são apresentados a seguir no Gráfico 2:

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As variações na desigualdade de renda devem- O IDH é um número-índice que varia entre 0 e 1, se, frequentemente, a um complexo conjunto de sendo que quanto mais próximo de 0, menor o de- forças antagônicas e as ações locais para redução senvolvimento humano e quanto mais próximo de destas desigualdades talvez seja um dos maiores 1, maior o desenvolvimento humano da localidade. desafios para os países e localidades neste século. 27 De acordo com dados apresentados pelo Instituto Outro aspecto que, necessariamente, precisa ser de Pesquisa Econômica Aplicada - IPEA, e o Pro- analisado ao se avaliar a qualidade de vida local grama das Nações Unidas para o Desenvolvimen- são os índices de desenvolvimento humano. Estes to - PNUD, o Índice de Desenvolvimento Humano índices são amplamente comentados - e atualmen- (IDHM) de Jaguariaíva era de 0,743 em 2010, o que te estão no centro dos debates econômicos nas situa o município na faixa de Desenvolvimento Hu- principais economias em escala mundial – e refle- mano alto (o IDHM situado entre 0,700 e 0,799 é tem o bem estar socioeconômico da população. considerado alto). A dimensão que mais contribui Estudos recentes revelam que a concentração de para o alto IDHM do município é a Longevidade, renda vem aumentando, ou seja, a riqueza gerada com índice de 0,859, seguida pela Renda, com ín- está cada vez mais concentrada e isso prejudica, de dice de 0,698 e da Educação, com índice de 0,684. forma direta, o desenvolvimento humano. O IDH - Índice de Desenvolvimento Humano - combina três De 1991 a 2010, o IDHM de Jaguariaíva passou diferentes dimensões: de 0,457 para 0,743, que implica em uma taxa de crescimento de 62,5% neste período. Na compara- • Longevidade: indica uma vida longa e saudável, a ção com o Estado do Paraná, que apresentou cres- expectativa de vida ao nascer; cimento do IDHM de 47% no período 1991-2010, passando de 0,493 para 0,727, Jaguariaíva apre- • Educação: acesso ao conhecimento, anos médios sentou melhores resultados em todas as dimen- de estudo e anos esperados de escolaridade; sões (Educação, Longevidade e Renda).

• Renda: um padrão de vida decente, medido pelo PIB per capita.

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Jaguariaíva ocupa a 695º posição entre os 5.565 municípios brasileiros segundo o IDHM. Nesse ranking, o maior IDHM é de São Caetano do Sul (SP) com 0,862 e o menor é do município de Melgaço (PA) com 0,418.

Quando comparado aos municípios paranaenses, principalmente aqueles de mesmo porte, Jaguariaíva mos- tra-se alinhado aos demais, sendo que no Paraná, Curitiba é o município que possui o maior IDHM, de 0,823, seguido por Maringá (0,808), Ponta Grossa (0,763), São José dos Pinhais (0,758) e Cascavel (0,782), conforme mostra o Gráfico 3:

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No período entre 1991 e 2010, a dimensão cujo índice mais cresceu em termos absolutos foi Educação (com crescimento de 0,407) seguida por Longevidade (de 0,715 para 0,859) e Renda (de 0,623 para 0,698). O Grá- fico 4, abaixo, demonstra o comportamento destas variáveis neste período.

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Esta evolução dos índices, especialmente da variá- percentual de municípios de acordo com a faixa po- vel Educação, mostra que o município tem apresen- pulacional. tado avanços importantes, não apenas em termos econômicos (como o PIB), mas também em termos sociais.

2.1.2 DEMOGRAFIA

O Estado do Paraná é composto por 399 municípios e, destes, 27% possuem população entre 10.000 e 20.000 habitantes, ou seja, 109 municípios, sen- do que mais de duzentos municípios paranaenses possuem menos de 10.000 habitantes e 312 mu- nicípios do Estado possuem população inferior a 20.000 habitantes, que representa 78% do total, como mostra a Tabela 5.

TABELA 5 – FAIXA DE POPULAÇÃO POR MUNICÍPIOS DO ESTADO DO PARANÁ

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FAIXA DE POPULAÇÃO MUNICÍPIO

Até 5.000 98 De 5.001 a 10.000 105 De 10.001 a 20.000 109 De 20.001 a 50.000 55 De acordo com o Gráfico 5 pode-se verificar que De 50.001 a 100.000 14 13,8% dos municípios paranaenses estão na faixa De 100.001 a 500.000 16 de 20.001 a 50.000 habitantes (55 municípios), Mais de 500.000 2 sendo Jaguariaíva enquadrada nesta faixa popula- cional, com 32,6 mil habitantes segundo o Censo TOTAL 399 Demográfico de 2010. No entanto, na última esta- | FONTE: ELABORAÇÃO PRÓPRIA COM DADOS DO IBGE – tística da contagem da população do IBGE Cidades CENSO DEMOGRÁFICO, 2010. (2016) este número é de 34.647 pessoas, que re- presenta uma taxa de crescimento de 6,25% neste período. Os municípios mais populosos do Estado são Curi- tiba, capital do Paraná, com 1,75 milhão de habitan- Entre 2000 e 2010, a população de Jaguariaíva tes e sua Região Metropolitana soma cerca de dois cresceu a uma taxa anual de 0,58%, enquanto a milhões de pessoas. O segundo maior município é taxa de crescimento do Brasil foi de 1,17% no mes- Londrina com 506 mil habitantes e Maringá com mo período. No período anterior, entre 1991 e 403 mil habitantes. O Gráfico 5, a seguir, ilustra o 2000, a população do município cresceu a uma taxa

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média anual de 2,44%, enquanto que no Estado do Paraná a taxa foi de 1,39% e no Brasil foi de 1,63%, no mesmo período, demonstrando que a população de Jaguariaíva apresentou crescimento mais acelerado na década entre 1991 e 2000.

Segundo dados do Censo Demográfico do IBGE de 2010, em Jaguariaíva 28.041 habitantes viviam na área urbana e 4.565 pessoas na zona rural. A população é formada por 16.092 homens e 16.514 mulheres, como mostra a Tabela 6.

TABELA 6 – POPULAÇÃO RESIDENTE EM JAGUARIAÍVA, SEGUNDO PERCENTUAL DE GÊNERO E SITUAÇÃO DO DOMICÍLIO

POPULAÇÃO RESIDENTE DISTRIBUIÇÃO PERCENTUAL (%) LOCALIDADE SITUAÇÃO DO DOMICÍLIO SEXO TOTAL URBANA RURAL HOMEM MULHER

JAGUARIAÍVA 32.606 86,00 14,00 49,35 50,65 PARANÁ 10.444.526 85,33 14,67 49,13 50,87

| FONTE: ELABORAÇÃO PRÓPRIA COM DADOS DO IBGE - CENSO DEMOGRÁFICO, 2010. 30

Outra importante variável a ser analisada trata do movimento migratório nas regiões, que contribui forte- mente para a formação sociocultural da população de uma determinada localidade. A partir da migração de pessoas de um local para outro podem ser percebidas fortes influências do Estado de origem, tais como as tradições culturais e hábitos alimentares, por exemplo.

No Brasil, um dos fatores que exercem maior influência nos fluxos migratórios é o de ordem econômica, tendo em vista que o modelo de produção capitalista cria espaços privilegiados para instalação de empresas, forçan- do indivíduos a se deslocarem de um lugar para outro em busca de melhores condições de vida e à procura de emprego para suprir suas necessidades básicas de sobrevivência.

No tocante à característica geral da população, quando avaliado o fluxo migratório, observa-se que no perío- do entre julho de 2005 até a realização do Censo de 2010, 700 pessoas migraram para o município de Jagua- riaíva, e destes, 45% advindos do Estado de São Paulo, como mostra o Gráfico 6, a seguir.

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De acordo com o Gráfico 6, verifica-se que além de São Paulo, que representa 45% do total de migrantes para o município (317 pessoas), os Estados de Goiás (37 pessoas) e Santa Catarina (28 pessoas) são os mais repre- sentativos em termos de migração para Jaguariaíva. Vale destacar que 37% dos migrantes advêm de locais sem especificação, ou seja, são pessoas que residiam há mais de 10 anos no município, mas não nasceram em Jaguariaíva, segundo o IBGE.

31 No Gráfico 7, a seguir, apresenta-se a evolução demográfica do município de Jaguariaíva, segundo os Censos Demográficos do IBGE de 1991, 2000 e 2010.

Jaguariaíva, conforme foi observado no Gráfico 7, apresenta taxas crescentes de crescimento populacional a partir de 1991, passando de 25.149 para 34.647 habitantes em 2016, segundo estimativa de população do IBGE.

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A manutenção da dinâmica do crescimento popu- respectivamente, de 67,30% e 4,05%. lacional é importante, pois, caso contrário, a perda de população implicaria em retração do consumo Já no Paraná, a razão de dependência passou de interno de mercadorias, o que afetaria o setor de 65,43% em 1991, para 54,94% em 2000 e 45,92% comércio e serviços, sendo estes os principais de- em 2010, enquanto que a taxa de envelhecimen- mandantes de mão de obra e geradores de renda to passou de 4,38% para 7,36%, respectivamente, local. Os municípios que perdem população ou conforme dados do PNUD. aqueles em que a população cresce a médias baixas possuem menor capacidade de absorção de novos Estes dados acompanham a tendência nacional de trabalhadores e também diminuem o seu potencial envelhecimento da população, devido também à de geração de renda, bem como as capacidades menor taxa de natalidade do Brasil, que passou de produtivas. 20,86 por mil habitantes no ano 2000 para 14,16 por mil habitantes em 2015, segundo o IBGE. Quando realizada a análise da estrutura etária do município, no período entre 2000 e 2010, a razão A pirâmide etária em Jaguariaíva, segundo dados de dependência2 no município passou de 57,16% do último Censo Demográfico realizado em 2010, para 47,53% e a taxa de envelhecimento3, de 4,64% apresenta a configuração apresentada na Tabela 7, para 5,88%. Em 1991 esses dois indicadores eram, a seguir:

TABELA 7 – POPULAÇÃO RESIDENTE EM JAGUARIAÍVA, SEGUNDO PERCENTUAL DE GRUPOS DE IDADE

32 POPULAÇÃO RESIDENTE DISTRIBUIÇÃO PERCENTUAL (%) LOCALIDADE TOTAL 0 A 14 ANOS 15 A 64 ANOS 65 ANOS OU MAIS

JAGUARIAÍVA 32.606 26,34 67,78 5,88 PARANÁ 10.444.526 23,09 69,38 7,53

| FONTE: ELABORAÇÃO PRÓPRIA COM DADOS DO IBGE - CENSO DEMOGRÁFICO, 2010.

A maior parte da população residente no município Em relação aos índices de nascimento e mortalida- encontra-se na faixa etária produtiva, com idade de no município, dados da Secretaria de Estado da entre 15 e 64 anos – 67,78% do total. Em geral esta Saúde do Paraná mostram que a taxa de natalidade faixa etária revela que o potencial de mão de obra era de 18,10 por mil habitantes e a taxa de morta- disponível em idade ativa é representativo, sendo lidade foi de 6,5 por mil habitantes em 2015. Já a um fator positivo para o dinamismo do mercado de taxa de fecundidade era de 2,29 filhos por mulher, trabalho local. Em comparação ao Estado do Para- segundo dados do PNUD (2010). ná, conforme verificado na Tabela 7, as característi- cas são semelhantes, porém com percentual maior de idosos (7,53% no Estado e 5,88% no Município).

(2) Razão de Dependência: percentual da população de menos de 15 anos e da população de 65 anos e mais (população dependente) em relação à população de 15 a 64 anos (população em idade ativa).

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2.1.3 PERFIL DO MERCADO DE TRABALHO

O mercado de trabalho em Jaguariaíva é composto por 871 empresas e 8.481 trabalhadores, segundo dados de 2015 do Ministério do Trabalho e Emprego, da RAIS/CAGED, distribuídos pelos diversos segmentos pro- dutivos, mas com forte destaque para o setor de Comércio e Serviços. A distribuição de estabelecimentos e empregos no município se dá conforme Tabela 8, a seguir:

TABELA 8 – DISTRIBUIÇÃO SETORIAL DE EMPREGOS E ESTABELECIMENTOS EM JAGUARIAÍVA

SETOR ESTABELECIMENTOS EMPREGOS

AGROPECUÁRIA 121 1.009 INDÚSTRIA 69 2.555 COMÉRCIO 344 1.479 ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 4 1.450 SERVIÇOS 333 1.988

TOTAL 871 8.481

| FONTE: ELABORAÇÃO PRÓPRIA COM DADOS DA RAIS/MTE, 2014. 33

De acordo com informações da Prefeitura Munici- Um ponto importante a destacar é a qualidade da pal de Jaguariaíva, por meio de seu Departamento mão de obra existente no município, segundo da- de Tributação, o total de empresas em atividade no dos do Ministério do Trabalho e Emprego, no uni- município em 2016 foi de 1.759 estabelecimentos, verso de 8.481 trabalhadores, 13,2% possui curso segmentadas por porte, quais sejam: superior completo, 59,6% possui ensino médio completo e 22,6% possui ensino fundamental. No • Microempresas: 1.172 Paraná, em média 14% do contingente de pessoas, ou seja, 3,1 milhões de trabalhadores têm curso su- • Pequenas empresas: 110 perior, enquanto 43% da força de trabalho possui o ensino médio completo. Em nível de Doutorado • Médias empresas: 33 e Mestrado, no Paraná, 0,4% da força de trabalho tem esta titulação. Em Jaguariaíva apenas 15 tra- • Grandes empresas: 25 balhadores (0,1%) possuem formação em nível de Mestrado e Doutorado. • MEI – Microempreendedor Individual: 419 A especialização da mão de obra impõe outro desa- fio que é o de manter e reter estes talentos dentro dos limites da localidade. Pessoas qualificadas de-

(3) Taxa de envelhecimento: razão entre a população de 65 anos ou mandam maiores salários e melhores condições de mais de idade em relação à população total. trabalho, portanto, a dinâmica econômica da região deve ser preservada.

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A produtividade do trabalho e do capital aumentam com maiores conhecimentos, mais educação e melhor saúde para os trabalhadores, assim como pelo uso de processos e máquinas mais eficientes, o que eleva o ritmo do crescimento econômico. Quanto maior o crescimento do progresso técnico em relação ao número dos trabalhadores maior será a produtividade do trabalho e tanto mais altas serão as taxas da acumulação de capital e do crescimento econômico. O principal elemento que contribui para o desenvolvimento de uma região é o perfil da sua mão de obra.

O Gráfico 8, a seguir, traz o percentual de escolaridade dos trabalhadores de Jaguariaíva.

34 Dentro do município de Jaguariaíva, a média salarial auferida é de R$ 1.959,15 e a característica produtiva do município colabora para que a média salarial esteja acima da média estadual, que tem média de salários pagos de R$ 1.488,58, ou seja, em Jaguariaíva a média salarial é 31,6% maior que a média paga em outras regiões. Na Tabela 9 são apresentados os dados de remuneração média dos trabalhadores em Jaguariaíva.

TABELA 9 – REMUNERAÇÃO MÉDIA INDIVIDUAL DO MUNICÍPIO DE JAGUARIAÍVA, POR NÚMERO DE EMPREGOS

SETOR EMPREGOS MÉDIA SALARIAL (R$)

FABRICAÇÃO DE PRODUTOS DE MADEIRA 2.053 2.226,76 ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA, DEFESA E SEGURIDADE SOCIAL 1.450 1.942,95 COMÉRCIO VAREJISTA 1.291 1.323,83 PRODUÇÃO FLORESTAL 594 2.086,74 TRANSPORTE TERRESTRE 477 1.636,12 AGRICULTURA, PECUÁRIA E SERVIÇOS RELACIONADOS 415 1.658,20 SERVIÇOS ESPECIALIZADOS PARA CONSTRUÇÃO 346 2.179,62 FABRICAÇÃO DE CELULOSE, PAPEL E PRODUTOS DE PAPEL 304 5.635,61 EDUCAÇÃO 205 1.290,13

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ALIMENTAÇÃO 186 1.177,33 COMÉRCIO POR ATACADO, EXCETO VEÍCULOS AUTOMOTORES E 115 1.274,67 MOTOCICLETAS SERVIÇOS DE ESCRITÓRIO, DE APOIO ADMINISTRATIVO E OUT- 101 1.200,70 ROS SERVIÇOS PRESTADOS ÀS EMPRESAS ATIVIDADES DE ORGANIZAÇÕES ASSOCIATIVAS 84 1.338,01 FABRICAÇÃO DE VEÍCULOS AUTOMOTORES, REBOQUES E CARRO- 81 2.106,61 CERIAS ATIVIDADES JURÍDICAS, DE CONTABILIDADE E DE AUDITORIA 76 1.501,08 ALOJAMENTO 75 1.155,51 COMÉRCIO E REPARAÇÃO DE VEÍCULOS AUTOMOTORES E MOTO- 73 1.101,45 CICLETAS SELEÇÃO, AGENCIAMENTO E LOCAÇÃO DE MÃO-DE-OBRA 61 1.669,52 ATIVIDADES DE ATENÇÃO À SAÚDE HUMANA 54 1.220,48 ATIVIDADES DE SERVIÇOS FINANCEIROS 51 5.741,35 ARMAZENAMENTO E ATIVIDADES AUXILIARES DOS TRANSPORTES 40 1.568,82 MANUTENÇÃO, REPARAÇÃO E INSTALAÇÃO DE MÁQUINAS E 37 1.616,53 EQUIPAMENTOS OBRAS DE INFRA-ESTRUTURA 29 2.607,26 CONFECÇÃO DE ARTIGOS DO VESTUÁRIO E ACESSÓRIOS 29 1.103,30 CONSTRUÇÃO DE EDIFÍCIOS 28 1.507,90 SERVIÇOS DE ARQUITETURA E ENGENHARIA 26 1.284,17 ATIVIDADES DE ATENÇÃO À SAÚDE HUMANA INTEGRADAS COM 19 831,53 ASSISTÊNCIA SOCIAL, PRESTADAS EM RESIDÊNCIAS COLETIVAS E PARTICULARES FABRICAÇÃO DE PRODUTOS DE METAL, EXCETO MÁQUINAS E 17 2.822,82 35 EQUIPAMENTOS FABRICAÇÃO DE PRODUTOS QUÍMICOS 16 1.923,50 EXTRAÇÃO DE MINERAIS NÃO-METÁLICOS 16 1.278,92 OUTRAS ATIVIDADES DE SERVIÇOS PESSOAIS 15 1.077,83 ATIVIDADES DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS DE INFORMAÇÃO 14 1.862,39 CORREIO E OUTRAS ATIVIDADES DE ENTREGA 12 2.350,78 FABRICAÇÃO DE MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS 11 1.867,84 FABRICAÇÃO DE PRODUTOS DE BORRACHA E DE MATERIAL 11 1.424,95 PLÁSTICO ELETRICIDADE, GÁS E OUTRAS UTILIDADES 10 2.502,99 SERVIÇOS PARA EDIFÍCIOS E ATIVIDADES PAISAGÍSTICAS 10 1.339,98 ATIVIDADES AUXILIARES DOS SERVIÇOS FINANCEIROS, SEGUROS, 8 1.177,78 PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR E PLANOS DE SAÚDE FABRICAÇÃO DE MÓVEIS 8 1.084,94 ALUGUÉIS NÃO-IMOBILIÁRIOS E GESTÃO DE ATIVOS INTANGÍVEIS 7 1.531,05 NÃO-FINANCEIROS FABRICAÇÃO DE PRODUTOS ALIMENTÍCIOS 6 972,07 ATIVIDADES ESPORTIVAS E DE RECREAÇÃO E LAZER 5 855,45 TELECOMUNICAÇÕES 4 1.315,31 ATIVIDADES DE VIGILÂNCIA, SEGURANÇA E INVESTIGAÇÃO 2 1.005,88 FABRICAÇÃO DE PRODUTOS TÊXTEIS 2 929,07 ATIVIDADES IMOBILIÁRIAS 2 788,04

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FABRICAÇÃO DE PRODUTOS DIVERSOS 1 1.457,64 ATIVIDADES DOS SERVIÇOS DE TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO 1 809,88 AGÊNCIAS DE VIAGENS, OPERADORES TURÍSTICOS E SERVIÇOS 1 803,45 DE RESERVAS PUBLICIDADE E PESQUISA DE MERCADO 1 788,00 REPARAÇÃO E MANUTENÇÃO DE EQUIPAMENTOS DE IN- 1 443,92 FORMÁTICA E COMUNICAÇÃO E DE OBJETOS PESSOAIS E DOMÉSTICOS

TOTAL 8.481 1.965,48

| FONTE: ELABORAÇÃO PRÓPRIA COM DADOS DA RAIS/MTE, 2014.

De acordo com as informações da Tabela 9 pode-se verificar que o maior número de empregos ocorre no setor de Fabricação de Produtos de Madeira, com 2.053 empregados e remuneração média de R$ 2.226,76, seguido por Administração Pública, Defesa e Seguridade Social, com 1.450 empregados e remuneração mé- dia de R$ 1.942,95 e Comércio Varejista, com 1.291 empregos e remuneração média de R$ 1.323,83.

Complementar às informações da Tabela 9, apresenta-se o Gráfico 9, a seguir, que mostra a alocação de mão de obra do município de Jaguariaíva, por atividade produtiva de acordo com a Seção CNAE, onde se verifica a maior concentração de empregos.

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Já no que se refere às atividades profissionais mais bem remuneradas no município, as maiores remunerações médias são verificadas nas Atividades de serviços financeiros (R$ 5.741,35) e Fabricação de Celulose, papel e produtos de papel (R$ 5.635,61) e Fabricação de Produtos de Metal, exceto máquinas e equipamentos (R$ 2.822,82), segundo dados de 2015 do Ministério do Trabalho e Emprego, apresentadas no Gráfico 10, a seguir.

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Na microrregião de Jaguariaíva a remuneração média verificada em 2015 foi de R$ 1.662,07, sendo que Ja- 37 guariaíva apresentava a maior média salarial paga, de R$ 1.965,48, enquanto a menor média salarial foi do município de São José da Boa Vista, com R$ 1.298,57, como mostra a Tabela 10, a seguir. TABELA 10 – REMUNERAÇÃO MÉDIA INDIVIDUAL DOS MUNICÍPIOS DA MICRORREGIÃO DE JAGUARIAÍVA

REMUNERAÇÃO MUNICÍPIO MASSA SALARIAL (R$) EMPREGOS MÉDIA (R$)

ARAPOTI 11.665.442,22 6.138 1.900,53 DOUTOR ULYSSES 709.878,05 505 1.405,70 JAGUARIAÍVA 16.669.249,23 8.481 1.965,48 PIRAÍ DO SUL 7.603.247,70 3.919 1.940,10 SÃO JOSÉ DA BOA VISTA 1.027.172,43 791 1.298,57 SENGÉS 7.143.085,88 4.319 1.653,87 WENCESLAU BRAZ 3.974.085,87 2.703 1.470,25

TOTAL 48.792.161,38 3.837 1.662,07

| FONTE: ELABORAÇÃO PRÓPRIA COM DADOS DA RAIS/MTE, 2015. A década de 1990 caracterizou-se pela forte deterioração dos rendimentos dos trabalhadores e nos anos 2000 por sua vigorosa recuperação. No início dos anos 1990, a renda média do trabalhador era de R$ 881,00. Após um aumento da estabilização dos preços em 1994, os rendimentos dos trabalhadores caíram até 2003, quando sua trajetória se reverteu. De 2004 a 2011, a remuneração média cresceu 4,6% anualmente, em parte puxada pela nova política de reajustes do salário mínimo e atingiu os R$ 1.380,00 em 2011.

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Em Jaguariaíva, a evolução da massa salarial, considerando sua variação real no período de 2007 a 2014, me- dida pelo IPCA, seguiu a trajetória ilustrada no Gráfico 11:

Em termos reais, a massa salarial teve uma variação média de 41% em Jaguariaíva considerando o período 2007-2015, enquanto que no Paraná a massa salarial teve uma variação de 14%. A massa salarial de 2015 em relação a 2007 apresentou uma variação de 70,12%, ou seja, o salário real dos trabalhadores foi 70,12% superior aos de 2007, considerando-se a inflação medida pelo IPCA neste período. 38

Quando se analisa a distribuição do rendimento médio no município verifica-se que na faixa salarial de 1,01 a 3,00 salários mínimos estão a maior parte dos trabalhadores, com 74% da mão de obra de Jaguariaíva, como mostra o Gráfico 12, a seguir.

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No Paraná a configuração de rendimentos é semelhante, uma vez que 71% dos trabalhadores estavam na faixa de rendimento entre 1,01 a 3,00 salários mínimos, como mostra o Gráfico 13, abaixo.

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Importante destacar que em Jaguariaíva a propor- nerados são os que atuam em Atividades de Ser- ção de trabalhadores com remuneração de 1,01 a viços Financeiros (tais como bancos e corretoras 1,50 salários-mínimos representa 28,3% do total de seguro), com remuneração média de R$ 5,7 mil, de trabalhadores, enquanto que no Estado essa seguido por profissionais da Fabricação de Celulo- proporção é de 23,5%. Já na faixa de 2,01 a 3,00 sa- se, Papel e Produtos de Papel, com R$ 5,6 mil e Fa- lários-mínimos, Jaguariaíva possui 24% dos traba- bricação de Produtos de Metal, exceto Máquinas e lhadores enquanto na média do Estado, a propor- Equipamentos, com R$ 2,8 mil. A média salarial em ção de trabalhadores nesta faixa é de 21,7%. Jaguariaíva é de R$ 1.965,48, como pode ser obser- vado no Gráfico 14, que traz o recorte por catego- Quanto à remuneração por atividade econômica rias salariais do município. em Jaguariaíva, os profissionais mais bem remu-

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No extremo oposto, as atividades que pagaram os menores salários eram: Atividades Imobiliárias (R$ 788,04), Publicidade e Pesquisa de Mercado (R$ 788,00) e Reparação e Manutenção de Equipamentos de Informática e Comunicação e de Objetos Pessoais e Domésticos (R$ 443,92).

Na tabela 11, a seguir, é possível observar a média salarial de todas as categorias profissionais existentes no município, por Divisão CNAE.

TABELA 11 – REMUNERAÇÃO MÉDIA DE ACORDO COM A ATIVIDADE PROFISSIONAL EM JAGUARIAÍVA

REMUNERAÇÃO ATIVIDADE PROFISSIONAL MÉDIA (R$)

ATIVIDADES DE SERVIÇOS FINANCEIROS 5.741,35 FABRICAÇÃO DE CELULOSE, PAPEL E PRODUTOS DE PAPEL 5.635,61 FABRICAÇÃO DE PRODUTOS DE METAL, EXCETO MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS 2.822,82

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OBRAS DE INFRA-ESTRUTURA 2.607,26 ELETRICIDADE, GÁS E OUTRAS UTILIDADES 2.502,99 CORREIO E OUTRAS ATIVIDADES DE ENTREGA 2.350,78 FABRICAÇÃO DE PRODUTOS DE MADEIRA 2.226,76 SERVIÇOS ESPECIALIZADOS PARA CONSTRUÇÃO 2.179,62 FABRICAÇÃO DE VEÍCULOS AUTOMOTORES, REBOQUES E CARROCERIAS 2.106,61 PRODUÇÃO FLORESTAL 2.086,74 ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA, DEFESA E SEGURIDADE SOCIAL 1.942,95 FABRICAÇÃO DE PRODUTOS QUÍMICOS 1.923,50 FABRICAÇÃO DE MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS 1.867,84 ATIVIDADES DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS DE INFORMAÇÃO 1.862,39 SELEÇÃO, AGENCIAMENTO E LOCAÇÃO DE MÃO-DE-OBRA 1.669,52 AGRICULTURA, PECUÁRIA E SERVIÇOS RELACIONADOS 1.658,20 TRANSPORTE TERRESTRE 1.636,12 MANUTENÇÃO, REPARAÇÃO E INSTALAÇÃO DE MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS 1.616,53 ARMAZENAMENTO E ATIVIDADES AUXILIARES DOS TRANSPORTES 1.568,82 ALUGUÉIS NÃO-IMOBILIÁRIOS E GESTÃO DE ATIVOS INTANGÍVEIS NÃO-FINANCEIROS 1.531,05 CONSTRUÇÃO DE EDIFÍCIOS 1.507,90 ATIVIDADES JURÍDICAS, DE CONTABILIDADE E DE AUDITORIA 1.501,08 FABRICAÇÃO DE PRODUTOS DIVERSOS 1.457,64 41 FABRICAÇÃO DE PRODUTOS DE BORRACHA E DE MATERIAL PLÁSTICO 1.424,95 SERVIÇOS PARA EDIFÍCIOS E ATIVIDADES PAISAGÍSTICAS 1.339,98 ATIVIDADES DE ORGANIZAÇÕES ASSOCIATIVAS 1.338,01 COMÉRCIO VAREJISTA 1.323,83 TELECOMUNICAÇÕES 1.315,31 EDUCAÇÃO 1.290,13 SERVIÇOS DE ARQUITETURA E ENGENHARIA 1.284,17 EXTRAÇÃO DE MINERAIS NÃO-METÁLICOS 1.278,92 COMÉRCIO POR ATACADO, EXCETO VEÍCULOS AUTOMOTORES E MOTOCICLETAS 1.274,67 ATIVIDADES DE ATENÇÃO À SAÚDE HUMANA 1.220,48 SERVIÇOS DE ESCRITÓRIO, DE APOIO ADMINISTRATIVO E OUTROS SERVIÇOS PRESTADOS ÀS 1.200,70 EMPRESAS ATIVIDADES AUXILIARES DOS SERVIÇOS FINANCEIROS, SEGUROS, PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR 1.177,78 E PLANOS DE SAÚDE ALIMENTAÇÃO 1.177,33 ALOJAMENTO 1.155,51 CONFECÇÃO DE ARTIGOS DO VESTUÁRIO E ACESSÓRIOS 1.103,30 COMÉRCIO E REPARAÇÃO DE VEÍCULOS AUTOMOTORES E MOTOCICLETAS 1.101,45 FABRICAÇÃO DE MÓVEIS 1.084,94 OUTRAS ATIVIDADES DE SERVIÇOS PESSOAIS 1.077,83 ATIVIDADES DE VIGILÂNCIA, SEGURANÇA E INVESTIGAÇÃO 1.005,88 FABRICAÇÃO DE PRODUTOS ALIMENTÍCIOS 972,07

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FABRICAÇÃO DE PRODUTOS TÊXTEIS 929,07 ATIVIDADES ESPORTIVAS E DE RECREAÇÃO E LAZER 855,45 ATIVIDADES DE ATENÇÃO À SAÚDE HUMANA INTEGRADAS COM ASSISTÊNCIA SOCIAL, PRESTA- 831,53 DAS EM RESIDÊNCIAS COLETIVAS E PARTICULARES ATIVIDADES DOS SERVIÇOS DE TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO 809,88 AGÊNCIAS DE VIAGENS, OPERADORES TURÍSTICOS E SERVIÇOS DE RESERVAS 803,45 ATIVIDADES IMOBILIÁRIAS 788,04 PUBLICIDADE E PESQUISA DE MERCADO 788,00 REPARAÇÃO E MANUTENÇÃO DE EQUIPAMENTOS DE INFORMÁTICA E COMUNICAÇÃO E DE 443,92 OBJETOS PESSOAIS E DOMÉSTICOS

| FONTE: ELABORAÇÃO PRÓPRIA COM BASE EM DADOS DA RAIS/MTE, 2015.

Para efeitos de análise do perfil da mão de obra local, não é possível fazê-la sem considerar o recorte especí- fico da indústria de transformação, que compreende o setor que transforma matéria prima em produto final e/ou intermediário para outras indústrias de transformação. Como exemplo de indústria de transformação pode-se citar as refinarias de petróleo, que utilizam o petróleo como matéria-prima tanto para produtos finais - como óleo diesel e gasolina, quanto para produtos intermediários – a nafta, utilizada pela indústria petroquí- mica em diversos produtos, como plásticos.

No Paraná, a indústria de transformação responde pela geração de 677 mil empregos, sendo responsável por 42 24% do total de empregos da economia. Jaguariaíva possui 34,7% da sua força de trabalho na indústria de transformação, como mostra a Tabela 12.

TABELA 12 – PERCENTUAL DE EMPREGOS POR SETOR EM JAGUARIAÍVA

SETOR EMPREGOS PERCENTUAL

AGRICULTURA, PECUÁRIA E PRODUÇÃO FLORESTAL 1.009 11,9% INDÚSTRIA 2.942 34,7% COMÉRCIO 1.479 17,4% SERVIÇOS 1.601 18,9% ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA, DEFESA E SEGURIDADE SOCIAL 1.450 17,1%

TOTAL 8.481

| FONTE: ELABORAÇÃO PRÓPRIA COM BASE EM DADOS DA RAIS/MTE, 2015.

Observa-se que dos 8,4 mil trabalhadores no município, o setor industrial responde por mais de 34% da for- ça de trabalho do município, seguido pelo setor de serviços, com 18,9% dos empregados e o comércio, com 17,4%.

| Jaguariaíva DIAGNÓSTICO SOCIOECONÔMICO DO MUNICÍPIO DE JAGUARIAÍVA

Os setores da indústria de transformação, bem como o salário médio em cada um deles, são apresentados na Tabela 13, abaixo:

TABELA 13 – REMUNERAÇÃO MÉDIA DE ACORDO COM O SETOR DA INDÚSTRIA DE TRANSFORMAÇÃO EM JAGUARIAÍVA

REMUNERAÇÃO INDÚSTRIA DE TRANSFORMAÇÃO EMPREGOS MÉDIA

FABRICAÇÃO DE PRODUTOS DE MADEIRA 2.053 2.226,76 SERVIÇOS ESPECIALIZADOS PARA CONSTRUÇÃO 346 2.179,62 FABRICAÇÃO DE CELULOSE, PAPEL E PRODUTOS DE PAPEL 304 5.635,61 FABRICAÇÃO DE VEÍCULOS AUTOMOTORES, REBOQUES E CARROCERIAS 81 2.106,61 CONFECÇÃO DE ARTIGOS DO VESTUÁRIO E ACESSÓRIOS 29 1.103,30 OBRAS DE INFRAESTRUTURA 29 2.607,26 CONSTRUÇÃO DE EDIFÍCIOS 28 1.507,90 FABRICAÇÃO DE PRODUTOS DE METAL, EXCETO MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS 17 2.822,82 FABRICAÇÃO DE PRODUTOS QUÍMICOS 16 1.923,50 FABRICAÇÃO DE MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS 11 1.867,84 43 FABRICAÇÃO DE PRODUTOS DE BORRACHA E DE MATERIAL PLÁSTICO 11 1.424,95 FABRICAÇÃO DE MÓVEIS 8 1.084,94 FABRICAÇÃO DE PRODUTOS ALIMENTÍCIOS 6 972,07 FABRICAÇÃO DE PRODUTOS TÊXTEIS 2 929,07 FABRICAÇÃO DE PRODUTOS DIVERSOS 1 1.457,64

TOTAL 2.942 1.989,99

| FONTE: ELABORAÇÃO PRÓPRIA COM BASE EM DADOS DA RAIS/MTE, 2015.

Algumas atividades industriais se destacam no município de Jaguariaíva, principalmente as relacionadas ao setor madeireiro – como a fabricação de produtos de madeira, de celulose, papel e produtos de papel – que apresentam o maior número de empregados dentre todas as atividades industriais.

Outro ponto a ser destacado é o valor da remuneração média dos trabalhadores no município de Jaguariaíva, sendo que a indústria de celulose, papel e produtos de papel apresenta o maior valor dentre todas as catego- rias, de R$ 5,6 mil. Por outro lado, a indústria de produtos têxteis apresenta a menor remuneração do setor, de R$ 929,07.

| Jaguariaíva

ESTRUTURA ECONÔMICA E PRODUTIVA DE JAGUARIAÍVA

Para avaliação da estrutura econômica e produtiva do município utilizou-se como base teórica das pesquisas o conjunto de teorias desenvolvido por Nurkse4, onde o investimento isolado nem sempre apresenta rentabi- lidade devido à pequena dimensão do mercado interno. Incentivos governamentais concedidos – como redu- ção da carga tributária e melhorias da infraestrutura – aumentam a competitividade, porém, são insuficientes para gerar crescimento significativo.

O ponto central da teoria de Nurkse trata do círculo vicioso do subdesenvolvimento, onde a baixa acumula- ção de capital gera lento crescimento econômico e não eleva a produtividade dos fatores e estes, por sua vez, provocam baixos níveis de renda e poupança, reduzindo o mercado interno, altos custos médios e baixa taxa de lucro. A Figura 3, abaixo, ilustra este círculo vicioso:

Baixa Acumulação de Capital

Aumenta Gera Baixo o Custo Crescimento Médio Derruba a Econômico Produtividade do Trabalho e do Capital

45 Derruba o Derruba Investimento Derruba a Renda per Capita

Diminui o Mercado Interno

| FONTE: ELABORAÇÃO PRÓPRIA COM BASE EM NURKSE.

O baixo nível de consumo da população explica a Sob esta ótica econômica serão realizadas as análi- baixa propensão a investir e esta, por sua vez, trava ses da estrutura produtiva de Jaguariaíva, visando o crescimento do consumo ao limitar a expansão da identificar os pontos de melhoria econômica neces- renda. Nesta visão, embora o crescimento econô- sários ao desenvolvimento do município. mico possa se apoiar no consumo das elites, a acu- mulação de capital no longo prazo fica bloqueada pela pobreza e pelo desemprego. Os setores que (4) Ragnar Nurkse, economista americano especialista em desenvol- produzem bens finais não crescem. A pequena di- vimento econômico, nasceu na Estônia em 1907. Estudou econo- mensão do mercado interno desestimula o inves- mia na Universidade de Tartu em 1929 e Viena 1933, fortemente timento pelos altos custos médios que inviabiliza a influenciado pela escola austríaca. Entre suas principais teorias está produção de certos bens. E o círculo vicioso é esta- a defesa de que o crescimento depende de muitos fatores e está es- belecido, levando ao subdesenvolvimento. pecialmente ligado aos investimentos em indústrias diversificadas.

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3.1 EVOLUÇÃO E COMPOSIÇÃO DO PIB EM JAGUARIAÍVA

O crescimento do PIB em Jaguariaíva nos últimos 15 anos teve um forte incremento, pois se em 1999 o PIB a preços correntes equivalia a R$ 195,2 milhões, em 2014 este montante chegou a R$ 1,24 bilhão, que repre- senta um crescimento nominal de 539% neste período. O Gráfico 15 ilustra esta condição:

46

Já o PIB real5 neste período – ajustado pela infla- era de 41,2% para indústria, 21,7% em serviços e ção – passou de R$ 195,2 milhões em 1999 para 9,2% na agropecuária, em 2014, a configuração do R$ 1,17 bilhão em 2014, que representa um cres- PIB em Jaguariaíva foi fortemente alterada, redu- cimento do PIB real no período superior a 500%. zindo a participação da indústria (em 0,8%) com Vale destacar que entre 2010 e 2014, o PIB do consequente aumento do setor de serviços, que município apresentou crescimento mais acelerado passou de 21,7% para 27% nesse período. A Tabela que nos períodos anteriores, crescendo a uma taxa 14 reflete estas alterações, em valores nominais de média de 12,6% ao ano. Se considerado o intervalo Valor Adicionado Bruto. entre 1999 e 2014, a média de crescimento do PIB real foi de 13,8%.

Em relação à composição do PIB, verifica-se que o (5) O PIB nominal é valor calculado levando-se em conta os preços do PIB de Jaguariaíva era puxado fortemente pelo se- ano corrente, ou seja, se houver inflação no período, ela será conta- tor industrial, com participação média de 41%, se- bilizada no resultado final. Já o PIB real é medido com o preço fixado guido por serviços com 24% e a agropecuária pos- no ano anterior, tirando-se desse cálculo o efeito da inflação. Como suía uma participação média de 10,6% na produção deflator do PIB neste trabalho, utilizou-se o Índice de Preços ao Con- sumidor Amplo – IPCA, do IBGE. total do município neste período. Se em 2010 a contribuição de cada setor para o PIB Municipal

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TABELA 14 – PERCENTUAL DE PARTICIPAÇÃO NO PIB DOS SETORES ECONÔMICOS DE JAGUARIAÍVA

INDICADORES 2010 2011 2012 2013 2014

PIB 703.646 755.152 868.969 990.208 1.249.429 VAB TOTAL 584.656 622.930 743.973 859.379 1.095.631 AGROPECUÁRIA 64.635 58.806 67.309 99.005 132.887 INDÚSTRIA 290.222 311.106 377.855 409.087 505.923 SERVIÇOS 152.402 172.636 203.715 245.697 337.328

| FONTE: ELABORAÇÃO PRÓPRIA COM BASE EM DADOS DO IBGE 2010-2014.

Neste sentido, a dinâmica da expansão do PIB pode ser explicada pelo aumento do Valor Adicionado em to- dos os setores produtivos, com forte destaque para o setor de serviços, com acréscimo de 121% no período, passando de R$ 152,4 milhões para R$ 337,3 milhões entre 2010 e 2014. A agricultura também apresentou forte crescimento no período, de 105%, passando de R$ 64,6 milhões para R$ 132,8 milhões, em valores cor- rentes. A indústria, por sua vez passou de R$ 290,2 milhões em 2010 para R$ 505,9 milhões em 2014, que representa um crescimento de 74% no período, em termos nominais.

Em se considerando os municípios da microrregião de Jaguariaíva em termos de PIB e sua composição, os dados são apresentados pela Tabela 15: 47

TABELA 15 – PERCENTUAL DE PARTICIPAÇÃO NO PIB DOS SETORES ECONÔMICOS DOS MUNICÍPIOS DA MICRORREGIÃO DE JAGUARIAÍVA

VAB VAB PIB (R$ VAB SERVIÇOS VAB TOTAL (R$ MUNICÍPIO AGROPECUÁRIA % PIB INDÚSTRIA % PIB % PIB % PIB MIL) (R$ MIL) MIL) (R$ MIL) (R$ MIL)

Arapoti 879.607,20 195.746,10 22% 226.709,90 26% 258.869,00 29% 765.970,30 87%

Doutor Ulysses 53.677,40 23.165,90 43% 2.056,60 4% 7.521,50 14% 52.474,00 98%

Jaguariaíva 997.102,90 98.060,50 10% 417.784,00 42% 245.346,60 25% 866.766,00 87%

Piraí do Sul 531.084,10 203.952,70 38% 85.031,10 16% 124.560,30 23% 496.149,80 93%

São José da Boa Vista 118.679,20 68.920,30 58% 6.793,10 6% 19.067,90 16% 116.176,10 98%

Sengés 346.013,50 89.177,50 26% 87.559,70 25% 84.771,00 24% 321.976,70 93%

Wenceslau Braz 330.316,70 71.951,70 22% 23.179,50 7% 154.826,30 47% 305.339,30 92%

FONTE: ELABORAÇÃO PRÓPRIA COM BASE EM DADOS DO IBGE, 2013.

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Em relação à composição do PIB regional, Jaguaria- A microrregião, no entanto, por ser formada por íva possui o maior montante de sua microrregião, pequenos municípios com fortes características de R$ 997,1 milhões em 2013, com maior concen- agrícolas e de serviços, contribui para que se esta- tração no setor industrial (42%), o segundo maior beleça um círculo vicioso de subdesenvolvimento PIB da região é o município de Arapoti, com R$ regional, no modelo do que foi descrito por Nurkse. 879,6 milhões e dos quais 29% advém do setor de Serviços. Por outro lado, os municípios de São José Para comprovação da evolução favorável faz-se da Boa Vista, Doutor Ulysses e Piraí do Sul são mais necessário avaliar a dinâmica da economia local concentrados no setor Agropecuário, tendo em vis- considerando uma das principais variáveis que ta a participação no PIB de 58%, 43% e 38%, res- compõe o PIB: o VAB (Valor Adicionado Bruto). pectivamente. Este indicador mede o valor que a atividade produ- tiva agrega aos bens e serviços consumidos no seu Com base no modelo do Círculo Vicioso do Desen- processo produtivo. É a contribuição ao produto in- volvimento de Nurkse e do ponto de vista do cres- terno bruto pelas diversas atividades econômicas, cimento econômico observa-se que, apesar de seu obtida pela diferença entre o valor de produção e bom nível de industrialização, Jaguariaíva apresen- o consumo intermediário absorvido por essas ati- ta uma dinâmica de crescimento relevante, que é vidades. Quanto menor for o valor da contribuição um componente primordial para um processo de ao PIB menos benefícios econômicos estão sendo crescimento virtuoso. gerados pela atividade em questão.

Avaliado sob este prisma, dois dos principais ele- Quando se avalia a situação da dinâmica econômi- mentos que fazem com que a economia local seja ca em Jaguariaíva, obtém-se a configuração apre- desenvolvida estão presentes no município de Ja- sentada na Tabela 16: 48 guariaíva: PIB e renda per capita, que possuem di- nâmicas favoráveis ao desenvolvimento local.

TABELA 16 – PERCENTUAL HISTÓRICO DE PARTICIPAÇÃO NO PIB DOS SETORES ECONÔMICOS DE JAGUARIAÍVA

VARIÁVEL 2010 % PIB 2011 % PIB 2012 % PIB 2013 % PIB 2014 % PIB

PIB 703.646 755.152 868.969 990.208 1.249.429 VAB TOTAL 584.656 83,1% 622.930 82,5% 743.973 85,6% 859.379 86,8% 1.095.631 87,7% ADMINISTRAÇÃO 77.396 11,0% 80.382 10,6% 95.094 10,9% 105.589 10,7% 119.492 9,6% AGROPECUÁRIA 64.635 9,2% 58.806 7,8% 67.309 7,7% 99.005 10,0% 132.887 10,6% INDUSTRIA 290.222 41,2% 311.106 41,2% 377.855 43,5% 409.087 41,3% 505.923 40,5% SERVIÇOS 152.402 21,7% 172.636 22,9% 203.715 23,4% 245.697 24,8% 337.328 27,0%

FONTE: ELABORAÇÃO PRÓPRIA COM BASE EM DADOS DO IBGE, 2010-2013.

O Valor Adicionado Bruto (VAB) em Jaguariaíva nos últimos cinco anos se mantém a uma média estável de 85% do PIB, o setor industrial é o que mais contribui para o PIB, com média de 41% do VAB, seguido pelo setor

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de serviços, com média de 24% ao longo deste período. O setor agropecuário manteve sua contribuição ao PIB estável nesse período, em torno de 10%.

No conjunto, todos os setores apresentaram valor adicionado bruto positivo no período 2010-2014, como mostra o Gráfico 16, abaixo, que ilustra a dinâmica econômica de Jaguariaíva.

49

De forma geral, verifica-se que Jaguariaíva apresentou crescimento ao longo deste período, impulsionado por uma forte alta no setor de Serviços.

3.2 AVALIAÇÃO DA DINÂMICA DO no período recente qual foi a dinâmica do investi- INVESTIMENTO DIRETO ESTRANGEIRO mento estrangeiro direto no Estado. REGIONAL Com dados apurados do serviço de acompanha- Ainda dentro do arcabouço teórico apresentado, mento do investimento estrangeiro fornecidos segue-se análise da perspectiva de atração de ca- pelo Financial Times foi possível apurar quais foram pital. Considerando-se que, com uma dinâmica os projetos, os valores investidos e a perspectiva de positiva de crescimento de PIB e renda per capita empregos gerados no Estado. Na Tabela 17 segue o ambiente se torna favorável para novos investi- a demonstração do potencial de investimentos es- mentos e incremento do mercado local, avaliou-se trangeiros no Paraná.

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TABELA 17 – INVESTIMENTO ESTRANGEIRO Quociente Locacional – a fim de se obter o número DIRETO NO PARANÁ de aglomerações existentes no município. Em rela- ção aos valores dos índices que podem ser conside- rados aglomeração, segue-se o conceito adotado INVESTIMENTO ESTRANGEIRO 2003- por Suzigan et alii (2003), que estabelecem que o DIRETO NO PARANÁ 2016 valor do QL deve ser superior a 2. Estes cálculos fo- ram realizados de modo a medir as vantagens com- NÚMERO DE PROJETOS 136 petitivas geradas pelas especializações produtivas CAPEX (BILHÕES) US$ 9 existentes. O recorte metodológico utilizado foi EMPREGOS GERADOS 38.615 selecionado a partir dos setores da Indústria, de- sagregados ao nível de CNAE Classe cinco dígitos. | FONTE: ELABORAÇÃO PRÓPRIA COM BASE EM DADOS DO FINANCIAL TIMES – FDI MARKET, 2003-2016.

3.3.1 QUOCIENTE LOCACIONAL NA Segundo dados apurados no FDI Market do Finan- INDÚSTRIA cial Times, no período de 2003 a 2016, o Paraná recebeu 136 projetos, totalizando um potencial de A Tabela 18 apresenta os setores com maior Quo- US$ 9 bilhões em investimentos e com capacidade ciente Locacional na indústria de Jaguariaíva, con- de geração de 38,6 mil empregos. No entanto, para siderando o emprego desses setores no município Jaguariaíva não foram detectados projetos dentro e no Paraná. O setor em que se identificou maior desta plataforma de pesquisa. concentração foi o de Desdobramento de Madeira, com QL de valor 31,77, bastante elevado. Isso fica claro quando se observa que Jaguariaíva apresenta 50 aproximadamente 11,5% dos empregos do estado 3.3 INDICADORES DE ESPECIALIZAÇÃO nessa atividade. Em seguida encontra-se a ativida- PRODUTIVA DE JAGUARIAÍVA de de Fabricação de Papel, Cartolina e Papel-Car- tão, com QL de 8,83 e 3,2% do emprego do estado. Ao longo da história, algumas regiões, principal- Também, com concentração expressiva, a ativida- mente aquelas onde eram notáveis concentrações de de Fabricação de Produtos de Madeira, Cortiça de empresas de determinados setores industriais, e Material Trançado (exceto móveis) com QL de se destacaram por apresentar um desempenho 5,74 e 2,07% do emprego. econômico superior à média da economia em que se inseriam. A concentração geográfica e setorial das empresas é capaz de proporcionar economias externas locais aos produtores que beneficiam sua competitividade. A vantagem competitiva das empresas advém dos efeitos de externalidades associados à disponibilidade de mão de obra espe- cializada no interior da aglomeração, ao ambiente de negócios, o acesso a fornecedores de insumos e equipamentos, as economias externas (tais como menores custos de transporte, infraestrutura, den- tre outros) e os benefícios das economias de aglo- meração.

Para identificação das principais aglomerações produtivas em Jaguariaíva foi calculado o QL –

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TABELA 18 – QUOCIENTE LOCACIONAL DA INDÚSTRIA DE JAGUARIAÍVA EM RELAÇÃO AO PARANÁ

EMPREGO EMPREGO INDÚSTRIA QL JAGUARIAÍVA PARANÁ

Desdobramento de Madeira 1.582 13.794 31,77 Fabricação de Papel, Cartolina e Papel-Cartão 304 9.540 8,83 Fabricação de Produtos de Madeira, Cortiça e Material Trançado, Exceto Móveis 471 22.728 5,74 Instalações Elétricas, Hidráulicas e Outras Instalações em Construções 280 16.054 4,83 Fabricação de Cabines, Carrocerias e Reboques para Veículos Automotores 81 5.261 4,26 Fabricação de Máquinas-Ferramenta 11 1.488 2,05 Demolição e Preparação do Terreno 41 6.005 1,89 Outras Atividades de Prestação de Serviços de Informação 4 880 1,26 Fabricação de Produtos Químicos Inorgânicos 16 5.942 0,75

TOTAL 2.980 825.409

| FONTE: AGÊNCIA PARANÁ DE DESENVOLVIMENTO, RAIS/MTE 2016.

3.3.2 QUOCIENTE LOCACIONAL NO COMÉRCIO 51

Com relação ao setor de comércio, de acordo com a Tabela 19, o Comércio Varejista de Combustíveis para Veículos Automotores apresentou maior quociente, de valor 3,12 e 0,7% do emprego do estado no setor. Em seguida encontra-se o Comércio Atacadista de Madeira, Ferragens, Ferramentas, Material Elétrico e Ma- terial de Construção com QL de 2,72 e 0,6% do emprego. O Comércio Varejista de Material de Construção apresentou QL de 2,04 e um total de 0,45% dos empregos. Considerando que geralmente a metodologia de concentração e identificação de aglomerações é aplicada mais a indústria, considerou-se esta medida para o comercio e a indústria em função de sua importância de econômica para municípios do porte de Jaguariaiva.

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TABELA 19 – QUOCIENTE LOCACIONAL DO COMÉRCIO DE JAGUARIAÍVA EM RELAÇÃO AO PARANÁ

EMPREGO EMPREGO COMÉRCIO QL JAGUARIAÍVA PARANÁ

Comércio Varejista de Combustíveis para Veículos Automotores 169 24.366 3,12 Comércio Atacadista de Madeira, Ferragens, Ferramentas, Material Elétrico e 46 7.608 2,72 Material de Construção Comércio Varejista de Material de Construção 275 60.653 2,04 Comércio Varejista de Produtos Farmacêuticos, Perfumaria e Cosméticos e 104 40.890 1,15 Artigos Médicos, ópticos e Ortopédicos Comércio Atacadista Especializado em Outros Produtos 47 18.674 1,13 Comércio Varejista Não-Especializado 292 124.576 1,06 Comércio Varejista de Produtos Novos não Especificados Anteriormente e de 223 96.245 1,04 Produtos Usados Comércio Varejista de Equipamentos de Informática e Comunicação 131 59.716 0,99 Comércio Varejista de Produtos Alimentícios, Bebidas e Fumo 81 44.452 0,82 Comércio de Peças e Acessórios para Veículos Automotores 60 37.801 0,71

TOTAL 1.479 666.085

| FONTE: AGÊNCIA PARANÁ DE DESENVOLVIMENTO, RAIS/MTE 2016. 52

3.3.3 QUOCIENTE LOCACIONAL NOS SERVIÇOS

No setor de serviços, a Tabela 20 apresenta Atividade de Assistência Psicossocial como a atividade de maior Quociente Locacional, de valor 31,82 e 9,1% do total de empregos do estado encontram-se no município. Também, dentro deste conceito, as Atividades de Organizações Sindicais com QL 5,71 e 1,6% dos empregos, e Planos de Saúde, com QL 4,3 e empregos totalizando 1,2% do total estadual.

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TABELA 20 – QUOCIENTE LOCACIONAL DOS SERVIÇOS DE JAGUARIAÍVA EM RELAÇÃO AO PARANÁ

EMPREGO EMPREGO SERVIÇOS QL JAGUARIAÍVA PARANÁ

Atividades de Assistência Psicossocial e à Saúde a Portadores de Distúrbios 60 655 31,82 Psíquicos, Deficiência Mental e Dependência Química Atividades de Organizações Sindicais 273 16.605 5,71 Planos de Saúde 73 5.900 4,30 Atividades Artísticas, Criativas e de Espetáculos 11 1.081 3,53 Ensino Médio 67 7.880 2,95 Educação Superior 484 61.326 2,74 Atividades Auxiliares dos Transportes Terrestres 63 8.093 2,70 Fornecimento e Gestão de Recursos Humanos para Terceiros 93 12.103 2,67 Transporte Rodoviário de Passageiros 283 41.394 2,37 Atividades de Rádio 20 2.946 2,36 Aluguel de Objetos Pessoais e Domésticos 11 1.882 2,03 Serviços de Assistência Social sem Alojamento 34 6.478 1,82 Outras Atividades de Serviços Prestados Principalmente às Empresas 125 24.590 1,77 Serviços de Reservas e Outros Serviços de Turismo não Especificados Anterior- 1 203 1,71 mente 53 Atividades de Profissionais da área de Saúde, Exceto Médicos e Odontólogos 13 2.896 1,56

TOTAL 4.366 1.516.527

| FONTE: AGÊNCIA PARANÁ DE DESENVOLVIMENTO, RAIS 2016.

Também dentro do critério acima apresentado, a utilização desta metodologia na avaliação do setor de servi- ços serve para avaliação de como as atividades industrias impactam nas atividades de serviços e qual é o grau de complexidade dos serviços e, se eles se conectam com as atividades industriais existentes no município.

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3.4 AVALIAÇÃO DO ÍNDICE DE COMPLEXIDADE ECONÔMICA DO MUNICÍPIO

Além das avaliações clássicas de Quociente Locacional, este estudo também avança em análises mais avançadas para traçar um perfil mais detalhado das atividades econômicas desenvolvidas no município. Estas abordagens são possíveis porque existem ferramentas computacionais que executam este trabalho.

3.4.1 PLATAFORMA TECNOLÓGICA PARA ESTUDO DO DESENVOLVIMENTO LOCAL

No tocante as ferramentas para análises mais sofis- Um dos pilares de concepção do DataViva é a tec- ticadas, utiliza-se neste trabalho a plataforma Data- nologia do BigData, técnica de geração de conheci- Viva. Trata-se de uma plataforma aberta de pesqui- mento e inteligência a partir do processamento de sa, que permite ao usuário acessar mais de um bilhão um grande volume de dados. Baseado em referên- de visualizações com dados socioeconômicos dos cias internacionais, o projeto disponibiliza, na versão mais de cinco mil municípios brasileiros. É uma ini- atual, dados nacionais dos últimos dez anos, referen- ciativa do Governo de Minas Gerais e da Fundação tes à economia, educação, indústria, mercado pro- de Amparo a Pesquisa do Estado de Minas Gerais fissional, entre outras categorias, visualizadas por (FAPEMIG), elaborado inicialmente para auxiliar a localidade. Ao proporcionar o acesso livre e gratuito política de desenvolvimento econômico do governo a essas informações, o DataViva disponibiliza um co- do Estado de Minas Gerais. O projeto surgiu a partir nhecimento mais detalhado da economia brasileira, da necessidade de tornar o acesso aos dados sobre gerando insumos para o planejamento e a tomada a economia brasileira mais fácil e intuitiva, também de decisão por parte de empresários, estudantes, in- foi fruto de uma parceria com pesquisadores do MIT vestidores e profissionais de qualquer setor econô- MEDIA Lab, um dos principais centros de inovação mico e a partir de qualquer lugar do mundo. do mundo. 54

3.4.2 COMPLEXIDADE ECONÔMICA

Para Freitas e Andrade (2015) a busca pela iden- • Entender onde e por que atividades econômicas tificação de fatores que possam explicar a grande se localizam no espaço; heterogeneidade no desenvolvimento econômico e na qualidade de vida dos países ou regiões. Para ava- • Adoção de estratégias para obter a maximização liação destas questões parte-se de uma metodologia individual de cada setor; chamada Product Space que, através dos dados de exportações estabelece associações que permitem • Adoção de parâmetros que resultem em altera- identificar os novos produtos que podem alavancar ções na estrutura espacial; o desenvolvimento econômico de cada localidade. • Interações que promovam retornos crescentes no A metodologia analisa se há evidencias de autocor- nível da empresa, custo de transporte e mobilidade relação espacial no nível de sofisticação dos municí- de fatores de produção, de forma que haja alterações pios a partir da análise exploratória de dados espe- na estrutura espacial e nas atividades econômicas. ciais das exportações, diversidade e da sofisticação dos mesmos. Diante destas explicações teóricas é Com base neste conjunto de questões, pode-se ava- possível formular algumas questões que poderão liar a complexidade da economia das localidades, ser observadas através dos dados a serem levanta- buscando fatores que contribuem para seu desen- dos como: volvimento.

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Para a avaliação do nível de complexidade da economia de Jaguariaíva, utiliza-se o modelo do Product Space, o qual propõe que a possibilidade de ser competitivo na produção e exportação de determinado produto de- pende, além da dotação de recursos mensuráveis – como infraestrutura, terra, capital humano e tecnologia, consideradas na teoria econômica tradicional – de uma gama de recursos intangíveis, chamados capabilities (capacidades). É a disponibilidade destas capabilities e sua sofisticação que vai determinar as perspectivas de desenvolvimento econômico de cada região.

Para maior entendimento das correlações produtivas de Jaguariaíva, parte-se inicialmente para os principais números verificados no município:

55

O espaço do comércio internacional avalia as transações realizadas pelo município em relação às exportações e importações realizadas. No que se refere aos principais produtos, Jaguariaíva exportou USD$ 84,8 milhões e importou USD$ 14 milhões em 2015. Os principais produtos foram Madeira Perfilada (exportação) e Pastas Químicas de madeira (importação). O destino principal das exportações foi Estados Unidos (81%) e, das im- portações a Alemanha (32%).

Vale destacar que o comércio internacional reflete a complexidade econômica da localidade, considerando- se sua base produtiva, que no caso de Jaguariaíva está predominantemente relacionada ao setor da madeira.

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Quanto ao mercado de trabalho, cujas informações foram analisadas no Capítulo 2 deste, refletem igualmen- te a influência do setor da madeira nas ocupações, que possui o maior número de empregados no segmento Desdobramento da Madeira, com 1,68 mil empregos em 2014, quando o total de empregados no município foi de 8,68 mil. Em 2015, segundo dados da RAIS/MTE, eram 2.053 empregos no setor da madeira, de um total de 8,48 mil empregados.

Quanto ao salário médio, de acordo com dados do DataViva em 2014 era de R$ 1,78 mil, já em 2015 o salário médio no município era de R$ 1,95 mil, segundo a RAIS/MTE.

O Espaço do nível educacional avalia quatro diferentes vertentes, considerando-se o número de matrículas, quais sejam: universidade, curso de ensino superior, escola e curso básico. Em Jaguariaíva, segundo dados do DataViva (2014), o maior número de matrículas está na Universidade União Latino Americana de Tecnologia, com 54% dos alunos no curso de Direito e 40% no curso de Engenharia Florestal. Em nível fundamental e mé- 56 dio, o maior número de matriculas é no Colégio Estadual Rodrigues Alves. Quanto à educação profissionalizan- te, 71% dos alunos cursando Administração (81 matriculados) e 29% cursando Informática (33 matriculados).

Com base nos dados da plataforma DataViva, pode-se verificar que o município de Jaguariaíva possui como ati- vidade econômica com menor distância6 o Cultivo da Soja. Já em relação aos maiores ganhos de oportunidade – que mede os novos conhecimentos produtivos que serão adquiridos por uma região quando ela desenvolver vantagem comparativa em um produto – estão Haletos (produtos químicos, especialmente para preparação de pasta de madeira) e atividades de Relações Exteriores. Ou seja, de acordo com a configuração atual do mu- nicípio em relação às exportações (principalmente de madeira e produtos de madeira), os maiores ganhos de oportunidades são em atividades relacionadas ao mercado externo, tais como câmbio, alfândega, comércio exterior e outras.

Passa-se agora, para a análise da percepção que foi realizada no município.

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3.5 RESULTADO DA ANÁLISE DE PERCEPÇÃO REALIZADA NO MUNICÍPIO TABELA 21 – GRANDES TEMAS PARA ANÁLISE A pesquisa de Percepção de Estrutura pode ser DE PERCEPÇÃO utilizada nas mais variadas áreas do conhecimento. Com esta análise podem-se determinar as necessi- dades de uma população e propor melhorias para Nº QUESTÕES sua qualidade de vida. Alguns fatores são funda- mentais para atração de investimentos, especial- mente aqueles que retratam a infraestrutura pro- 1 CONDIÇÕES DE INFRAESTRUTURA dutiva, comercial e os padrões de desenvolvimento 2 BASE EMPRESARIAL de uma localidade, tais como educação, formação 3 CLIMA DE INVESTIMENTO profissional e condições do mercado de trabalho. 4 MERCADO 5 ESTRUTURA URBANA Segundo Tripodi et al (1981), estudos exploratórios 6 CONDIÇÃO SOCIAL têm o objetivo principal de desenvolver ideias e hi- 7 BASE EDUCACIONAL póteses. Este estudo é classificado de exploratório 8 CONDIÇÕES E RELAÇÕES DE TRABALHO porque seus objetivos primordiais da investigação são refinar conceitos e desenvolver hipóteses para 9 SISTEMA DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA pesquisas posteriores. 10 MEIO AMBIENTE 11 AMBIENTE INSTITUCIONAL

Estudos quantitativos, por sua vez, procuram iden- | FONTE: AGÊNCIA PARANÁ DE DESENVOLVIMENTO tificar e quantificar as variáveis e os fenômenos a Para aplicação do referido questionário, ao fim da serem analisados, os quais expõem a necessidade reunião técnica de apresentação do projeto, foi de uma amostra significativa que possibilite a sua solicitado aos participantes que atribuíssem, de quantificação, bem como a identificação de dados forma espontânea, intuitiva e considerando-se sua que demonstrem, de forma geral e intuitiva, qual base de conhecimento da realidade local, notas va- é a sensação das pessoas em relação aos fatos que riando entre zero (0) e dez (10), sendo 10 para mui- lhes são apresentados. to positiva e zero para negativa ou ausência. 57 Para alcançar o objetivo proposto – de identificar e Os seis técnicos presentes, nominados abaixo e explorar hipóteses sobre o ambiente municipal vol- designados pela Secretaria Municipal de Indústria, tado à atração de investimentos – a equipe técnica Comércio e Turismo de Jaguariaíva para compor a do PMAI aplicou um questionário com finalidade equipe técnica, assim como representantes da so- de realizar o diagnóstico de percepção. O questio- ciedade civil organizada convidados a participar, nário, criado pela Agência Paraná de Desenvolvi- avaliaram as questões e atribuíram suas notas, sen- mento, é composto por 165 questões distribuídas do os resultados apurados demonstrados nos grá- em 11 grandes temas e relacionadas à estrutura ficos a seguir. local, quais sejam: QUADRO 2 – EQUIPE TÉCNICA

SECRETARIA / NOME INSTITUIÇÃO (6) A Distância mede o afastamento entre um dado produto em re- lação à estrutura produtiva atual de uma região, significando a di- ficuldade desta região em atingir uma vantagem comparativa neste Secretaria de Planejamento Nara Giselle Bueno produto. A ideia aqui é que cada produto exige um conjunto de co- Secretaria de Planejamento Bruna Silva Miranda nhecimentos produtivos, os quais podem ou não ser compartilhados na fabricação de outros produtos (proximidade). Produtos mais pró- Secretaria de Infraestrutura Sergio A. Cruz ximos de outros produtos nos quais a região já possui vantagem com- e Habitação parativa serão mais facilmente desenvolvidos – exatamente porque Secretaria de Finanças Cícero Vieira Torres Neto alguns dos conhecimentos necessários já estão presentes na região. Secretaria de Agropecuária Leonardo Von Linsingen Fonte: DataViva. e Meio Ambiente Secretaria de Agropecuária Thiago Luiz Pomkerner e Meio Ambiente Associação Comercial de Fabio Dias Jaguariaíva | Jaguariaíva Valor Florestal Edson Antonio Balloni ESTRUTURA ECONÔMICA E PRODUTIVA DE JAGUARIAÍVA

3.5.1 CONDIÇÕES DE INFRAESTRUTURA

O tema Condições de Infraestrutura avalia os aspectos relacionados à comunicação, infraestrutura urbana e transportes no município, considerando-se as maiores pontuações como fatores-chave na atração de inves- timentos.

Quando perguntados sobre qual seria a percepção do grupo em relação aos tópicos de infraestrutura geral, os mesmos atribuíram notas que resultaram em uma média geral de 6,1 pontos, detalhados no Gráfico 17.

GRÁFICO 17 – CONDIÇÕES DE INFRAESTRUTURA

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| FONTE: ELABORAÇÃO PRÓPRIA – QUESTIONÁRIO DE ANÁLISE DE PERCEPÇÃO

De acordo com o Gráfico 17, verifica-se que os pon- vias, aeroporto e distância até o porto. Os itens que tos fortes do município são: água para fins produ- merecem atenção são acesso à internet, rede de fi- tivos, energia elétrica e rodovias, com as maiores bra ótica e áreas e barracões industriais em locais pontuações. Por outro lado, os fatores com menor com infraestrutura. pontuação foram: gás canalizado, porto seco, ferro-

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3.5.2 BASE EMPRESARIAL

A conceituação da base empresarial dentro da ótica proposta tem a finalidade de avaliar toda a estrutura de representação do empresariado, abrangendo os pontos que permitem identificar se há, no local, sustentação para o franco desenvolvimento das empresas de diversos portes. A percepção da equipe técnica para estes itens é apresentada no Gráfico 18, abaixo.

GRÁFICO 18 – BASE EMPRESARIAL

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| FONTE: ELABORAÇÃO PRÓPRIA – QUESTIONÁRIO DE ANÁLISE DE PERCEPÇÃO

Pode-se verificar no Gráfico 18 que os itens mais pontuação, por sua vez, foram fornecedores de má- bem avaliados em relação à base empresarial fo- quinas e equipamentos e fornecedores de peças e ram a presença de empresas exportadoras e for- componentes. necedores de matéria-prima. Os itens com menor

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3.5.3 CLIMA DE INVESTIMENTOS

A pontuação média do quesito Clima de Investimentos foi positiva em diversos itens abordados, tendo sido unânime entre os participantes de que o município de Jaguariaíva possui um bom ambiente para novos inves- timentos. O Gráfico 19 demonstra esta observação:

GRÁFICO 19 – CLIMA DE INVESTIMENTOS

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| FONTE: ELABORAÇÃO PRÓPRIA – QUESTIONÁRIO DE ANÁLISE DE PERCEPÇÃO

A avaliação destes itens foi positiva, sendo que os O que se observa na análise dos dados é que há destaques foram empreendedorismo e relaciona- percepção positiva das lideranças locais quando de mento entre empreendedores e base produtiva aspectos relacionados a ações locais que exigem local. De outro lado, a menor pontuação foi para iniciativa empreendedora, sendo que nos quesitos promoção e marketing regional. relacionados à estrutura burocrática, a percepção, apesar de positiva, deixa nas entrelinhas que há possibilidade de melhorias.

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3.5.4 MERCADO

Na avaliação do mercado foram aplicadas questões com o objetivo de entender como seria o ambiente para negócios sob o ponto de vista da facilidade de negociação, bem como de sua dinâmica. Aspectos como renda – relacionada ao consumo – e outros, como Turismo, evidenciam esta relação, como mostra o Gráfico 20.

GRÁFICO 20 - MERCADO

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| FONTE: ELABORAÇÃO PRÓPRIA – QUESTIONÁRIO DE ANÁLISE DE PERCEPÇÃO

Quando questionados sobre a percepção do mer- pobreza, enquanto aqueles com menor pontuação cado local, a média geral atribuída foi de 5,3 pon- foram os relacionados a feiras e eventos empre- tos. Os itens com maior pontuação foram relativos sariais, bem como à disponibilidade de locais para à renda e à quantidade de famílias acima da linha da realizá-los.

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3.5.5 ESTRUTURA URBANA

Estrutura urbana é o conjunto de infraestruturas que constituem o espaço da aglomeração urbana e do con- junto das instalações dos processos individuais de produção e reprodução, tal como o uso do solo, que ocu- pam as localizações daquele espaço. Uma representação da estrutura urbana é sempre parcial, focalizando alguns aspectos essenciais.

As questões apresentadas ao grupo procuraram evidenciar como se dá a divisão do espaço em Jaguariaíva, principalmente buscando identificar se há, no local, conflitos relacionados à sua distribuição. No Gráfico 21 pode ser verificada a pontuação dos itens de Estrutura Urbana.

GRÁFICO 21 – ESTRUTURA URBANA

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| FONTE: ELABORAÇÃO PRÓPRIA – QUESTIONÁRIO DE ANÁLISE DE PERCEPÇÃO

A média geral atribuída ao quesito Estrutura Urba- conflitos quanto ao uso rural versus o uso urbano. na foi de 5,9 pontos, o que indica que há conflitos Os itens menos favoráveis foram recuperação de relacionados ao uso do espaço físico. Os itens que áreas deterioradas e pressões e conflitos no uso do apresentaram maior pontuação foram os relacio- solo. nados ao tempo de deslocamento e à existência de

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3.5.6 CONDIÇÃO SOCIAL

As questões relacionadas à Condição Social levam em consideração todos os aspectos ligados à qualidade de vida da população em geral, tanto de estrutura local – habitação, saúde e saneamento – quanto de cultura, lazer, segurança e políticas sociais. O Gráfico 22 detalha o item Condição Social.

GRÁFICO 22 – CONDIÇÃO SOCIAL

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| FONTE: ELABORAÇÃO PRÓPRIA – QUESTIONÁRIO DE ANÁLISE DE PERCEPÇÃO

A percepção geral é de que a Condição Social em preocupação, há somente aqueles que ficaram com Jaguariaíva é muito boa, o que é demonstrado pela pontuação mais baixa, o que pode representar uma alta pontuação em diversos itens desta questão, oportunidade de melhoria. Nestes termos se desta- especialmente naqueles relacionados ao Sanea- cam os itens relacionados à cultura e lazer. mento. Não havendo quesito que manifeste maior

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3.5.7 BASE EDUCACIONAL

Foram avaliados, neste tópico, 13 itens que descrevem, de modo abrangente, toda a estrutura educacional, bem como a qualidade do ensino. Este tópico em especial é substancialmente importante no que se refere à atração de novos investimentos. A base educacional permite identificar o potencial local na geração de mão de obra qualificada, tanto no presente quanto em relação às perspectivas futuras.

Os aspectos abordados – como Condições de Ensino Profissionalizante e Ensino Técnico e Pós Médio – dão a dimensão de quanto o local está preparado para o fornecimento de mão de obra com potencial produtivo para o desempenho de atividades que exijam complexos graus de compreensão, a médio e longo prazo. Ao serem perguntados sobre a base educacional em Jaguariaíva, de modo geral, os participantes qualificaram a situação como boa, ou seja, acredita-se que Jaguariaíva reúne todas as condições para o fornecimento de mão de obra qualificada e com potencial de desenvolvimento.

GRÁFICO 23 – BASE EDUCACIONAL

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| FONTE: ELABORAÇÃO PRÓPRIA – QUESTIONÁRIO DE ANÁLISE DE PERCEPÇÃO

Dos 13 itens avaliados, apesar de terem sido consi- empresarial e ao relacionamento escola-empresa. derados positivos, alguns não foram bem avaliados. De outro lado, os itens melhor avaliados foram con- Aqueles que indicaram oportunidades de melho- dições de ensino técnico e pós-médio e condições rias referem-se à oferta de escolas internacionais do ensino profissionalizante. A média geral deste e de idiomas, à oferta de cursos de treinamento tópico foi de 6,9 pontos.

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3.5.8 CONDIÇÕES DE RELAÇÃO DO TRABALHO

A qualidade da mão de obra local é, sem dúvida, um dos aspectos mais importantes quando se avalia o ambien- te de negócios, porém, esta análise não está completa até que se verifiquem as condições e o ambiente em que se desenvolvem as relações de trabalho local.

As questões relacionadas à formalização do mercado de trabalho local, bem como as condições oferecidas aos empregados locais são todos elementos passíveis de conflitos, havendo necessidade de ter no local uma estrutura que possa trabalhar na mediação e solução dos entraves entre trabalhadores e empresários.

Além de se garantir um ambiente de trabalho saudável, a estabilidade nas relações trabalhistas é de funda- mental importância para a manutenção dos níveis de produtividade.

GRÁFICO 24 – CONDIÇÕES E RELAÇÕES DO TRABALHO

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| FONTE: ELABORAÇÃO PRÓPRIA – QUESTIONÁRIO DE ANÁLISE DE PERCEPÇÃO

Ao serem questionados sobre como seriam as Con- des conflitos que impliquem na instabilidade das dições e Relações do Trabalho local, os participan- relações trabalhistas. Os itens que apresentaram tes, de modo geral, manifestaram percepção positi- oportunidades de melhoria são aqueles relaciona- va. Todos os itens receberam pontuação acima de dos à evolução da ocupação e à participação na ges- 5 pontos, o que indica que não há – pelo menos na tão, lucros e resultados. percepção geral dos técnicos participantes – gran-

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3.5.9 SISTEMA DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA

Para Cassiolato e Lastres (2005), a política de inovação deve apresentar claramente um viés pró-emprego. Assim, o governo deveria estimular, com clareza, sistemas produtivos e inovativos caracterizados pela alta importância de inovações de produto, dado que estes tendem a apresentar um efeito líquido positivo de gera- ção de novos empregos. Por outro lado, sistemas produtivos e inovativos nos quais as inovações de processo são mais relevantes, deveriam combinar as necessárias políticas de inovação a outras que amortecessem a queda no emprego, resultante deste processo.

Com uma ótica direcionada para as questões de negócios e geração de renda local, o quesito Sistema de Ci- ência e Tecnologia procura avaliar a percepção dos participantes em relação a questões que demonstrassem qual a composição de Sistemas de Inovação e Tecnologia e de que forma é dada a interação entre o que se é produzido em termos de trabalhos técnicos e científicos, o que exatamente isso tem gerado de inovações e qual a interação entre governo local, empresas e institutos de pesquisa, como mostra o Gráfico 25.

GRÁFICO 25 – SISTEMA DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA

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| FONTE: ELABORAÇÃO PRÓPRIA – QUESTIONÁRIO DE ANÁLISE DE PERCEPÇÃO

Pelos resultados apresentados no Gráfico 25, per- de metrologia e normatização técnica e a ausência cebe-se que o Sistema de Ciência e Tecnologia de incubadoras e parques tecnológicos. Em contra- possui claras oportunidades de melhoria, tendo partida, as maiores pontuações foram dos itens dis- apresentado uma média geral de 3,9 pontos. Os pêndio em especialização de pessoal (5,8 pontos) e itens que receberam menor pontuação foram com dispêndio em P&D (produtos e processos), com. relação à oferta de mestrado e doutorado, centros

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3.5.10 MEIO AMBIENTE

Os efeitos climáticos nunca estiveram tão presentes nas discussões globais como nos dias atuais. As preocu- pações com o aquecimento global gerado pelas as emissões de CO2 estão no centro das atenções das grandes potências. O aquecimento do planeta traz uma série de consequências desastrosas que desorganizam o pa- drão climático global interferindo diretamente no nosso modelo de vida atual.

Assim, no quesito Meio Ambiente, quando avaliado sob uma ótica mais local e regional, as dimensões são am- pliadas para medidas de qualidade de vida da população. Excelentes níveis de controle e medidas preventivas para correção de efeitos nocivos que, porventura, atividades produtivas possam gerar, são, evidentemente, elementos que determinam níveis de saúde pública e bem estar geral da população.

GRÁFICO 26 – MEIO AMBIENTE

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| FONTE: ELABORAÇÃO PRÓPRIA – QUESTIONÁRIO DE ANÁLISE DE PERCEPÇÃO

Segundo a percepção dos participantes da pesqui- destaque para sustentabilidade da oferta de água sa, esse é o quesito em que o município de Jaguaria- e qualidade da água dos rios e reservatórios, que íva apresenta os melhores resultados, tendo apre- apresentaram média de 9,0 pontos. Em contrapar- sentado uma média geral de 8,0 pontos. A maioria tida, o item que apresentou oportunidades de me- dos itens receberam pontuações elevadas, com lhoria foi o de programa visual.

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3.5.11 AMBIENTE INSTITUCIONAL

Assim como os sistemas de inovação e tecnologia são de fundamental importância para criação de ambien- tes favoráveis ao desenvolvimento de negócios com valor agregado, a organização do ambiente institucional completa as condições para que os negócios se desenvolvam com estabilidade e segurança.

A estabilidade na relação das empresas com as instituições, assim como a estabilidade das regras para fun- cionamento das empresas sem mudanças no arcabouço legal, uma gestão urbana eficiente voltada para a so- lução dos problemas da população e de empresas, completam uma estrutura virtuosa que proporciona maior atratividade de negócios ao local.

GRÁFICO 27 – AMBIENTE INSTITUCIONAL

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| FONTE: ELABORAÇÃO PRÓPRIA – QUESTIONÁRIO DE ANÁLISE DE PERCEPÇÃO

Quando avaliada a questão do Ambiente Institucio- sultados obtidos na análise do Sistema de Ciência nal, pela percepção dos participantes, o item com e Tecnologia. Já o item instituição de preservação maior pontuação – e destacado como mais positivo ambiental apresentou pontuação de 4,0, o que indi- neste quesito – foi a gestão urbana, com destaque ca que, provavelmente, apesar dos bons resultados para finanças municipais, administração e gerência obtidos na análise relacionada ao Meio Ambiente, o e qualidade dos serviços públicos. Por outro lado, município ainda carece de instituição dedicada es- o item relativo a instituições de ensino e pesquisa pecificamente à preservação ambiental. recebeu pontuação de 5,2, o que condiz com os re-

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3.6 CONCLUSÃO PARCIAL DA AVALIAÇÃO DE PERCEPÇÃO

Após a Análise da Percepção de Estrutura foi possí- TABELA 22 – MÉDIA GERAL DA ANÁLISE DE vel identificar, por meio da investigação da percep- PERCEPÇÃO ção dos técnicos entrevistados que o município de Jaguariaíva reúne todos os elementos para que se construa uma base industrial diferenciada. QUESTÕES MÉDIA

De uma forma geral, os técnicos que participaram da pesquisa consideraram que questões relaciona- CONDIÇÕES DE INFRAESTRUTURA 6,1 das ao meio ambiente e condição social são desta- BASE EMPRESARIAL 5,8 ques que aumentam a atratividade do município CLIMA DE INVESTIMENTOS 5,2 para atração de novos investimentos, como mos- MERCADO 5,3 tra, ao lado, a Tabela 22. ESTRUTURA URBANA 5,9

Apesar de todas as áreas terem sido bem avaliadas CONDIÇÃO SOCIAL 7,3 pela equipe envolvida, ficou evidente que algumas BASE EDUCACIONAL 6,9 áreas são passíveis de melhorias, como as relacio- CONDIÇÕES E RELAÇÕES DE TRABALHO 6,6 nadas aos quesitos sistema de ciência e tecnologia SISTEMA DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA 3,9 (3,9 pontos), clima de investimentos (5,2) e merca- MEIO AMBIENTE 8,0 do (5,3). AMBIENTE INSTITUCIONAL 6,9

| FONTE: ELABORAÇÃO PRÓPRIA COM DADOS APURADOS O Gráfico 28, abaixo, ilustra estas relações: NO QUESTIONÁRIO DE ANÁLISE DE PERCEPÇÃO.

69 GRÁFICO 28 – MÉDIA GERAL DO GRAU DE ATRATIVIDADE

Condições de Infraestrutura 6,1

Base Empresarial 5,8

Clima de Investimentos 5,2

Mercado 5,3

Estrutura Urbana 5,9

Condição Social 7,3

Base Educacional 6,9

Condições e Relações de Trabalho 6,6

Sistema de Ciência e Tecnologia 3,9

Meio Ambiente 8,0

Ambiente Institucional 6,9

| FONTE: ELABORAÇÃO PRÓPRIA COM DADOS DO IBGE – CENSO DEMOGRÁFICO DE 2010.

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No quesito Condições de Infraestrutura os pontos Quanto aos itens com oportunidades de melhorias que mais apresentam oportunidades de melhoria em Condição Social estão: são: • Áreas de Entretenimento e Lazer; • Porto; • Eventos culturais e esportivos. • Aeroporto; Em relação à Base Educacional, os itens que mais • Ferrovias; demandam atenção são:

• Porto Seco. • Oferta de Escolas Internacionais e de Idiomas;

No quesito Base Empresarial os pontos que mais • Oferta de Cursos de Treinamento empresarial; apresentam oportunidades de melhorias são: • Relacionamento Escola-empresa. • Fornecedores de máquinas e equipamentos; No quesito Condições e Relações do Trabalho os • Fornecedores de peças e componentes; pontos que mais apresentam oportunidades de melhorias são: • Redes de empresas. • Evolução da Ocupação; Quanto ao Clima de Investimentos, os itens com menor pontuação e, portanto, passíveis de melho- • Participação na Gestão, Lucros e Resultados. 70 rias são: Em relação aos Sistemas de Ciência e Tecnologia, • Promoção e marketing regional; os itens com maiores desafios são:

• Participação de grupos regionais no fluxo de in- • Oferta de Mestrado e Doutorado; vestimentos. • Centros de Metrologia e Normatização Técnica; Em relação ao segmento de Mercado, os itens com oportunidades para melhorias são: • Serviços de Alta Tecnologia;

• Centros de Eventos e Exposição/Feiras; • Incubadoras e Parques Tecnológicos.

• Feiras e Eventos Empresariais; No quesito Meio Ambiente, o único ponto a apre- sentar oportunidades de melhoria é: • Fluxo e dispêndio Turístico. • Programa Visual. No quesito Estrutura Urbana os itens com maiores oportunidades para melhorias são: Quanto ao item Ambiente Institucional, os aspec- tos passíveis de melhorias são: • Recuperação de áreas deterioradas; • Instituições de Ensino e Pesquisa; • Pressões e Conflitos no uso do solo. • Instituição de Preservação Ambiental.

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ÁRVORE DE PROBLEMAS

Vale ressaltar que a Análise de Percepção de Estru- Estes problemas foram formulados com base em tura é uma avaliação preliminar das condições do estudos anteriores constantes neste trabalho. Com município em atrair novos investimentos e seus re- os problemas relacionados, seguindo a metodolo- sultados serão passíveis de confirmação. A consoli- gia do marco lógico, foi possível construir a árvore dação se dará por meio do levantamento dos dados de problemas apresentada na Figura 8. no decorrer deste projeto. FIGURA 8 – ÁRVORE DE PROBLEMAS Com base nos pressupostos metodológicos e resul- MARCO LÓGICO tados obtidos nos diagnósticos realizados foi possí- vel levantar problemas estruturais relacionados ao município, na visão dos técnicos que participaram 04 da análise de percepção. Desenvolvimento do Ecossistema 03 de Tecnologia 05 e Inovação Sob esta perspectiva, na execução do workshop Adensamento Promoção de da Cadeia Marketing do estes problemas foram apresentados à comunida- Produtiva Município de – composta por técnicos da Prefeitura das mais Local variadas áreas, organizações da sociedade civil, instituições e entidades envolvidas com o desen- Promoção de Melhorar os Feiras e Jaguariaíva Indicadores volvimento local (tal como Sebrae, Sicred, Caixa 02 Eventos de Qualidade 06 Econômica Federal, Banco do Brasil, Polícia Militar, com Foco de Vida no Turismo entre outros) - realizando um exercício voltado à proposição de possíveis soluções para os desafios Criar Projetos Aumentar a colocados, quais sejam: para Melhoria Oferta de Cursos da Arquitetura Urbana lizantes 72 • Adensar a cadeia produtiva local com fornecedo- 01 07 res de máquinas, equipamentos e componentes;

| FONTE: ELABORAÇÃO PRÓPRIA COM DADOS DO • Apostar mais no marketing regional para atração DIAGNÓSTICO TÉCNICO PMAI. de investidores;

• Promoção de feiras e eventos de negócios, com A organização das árvores de problemas e objeti- foco no setor de turismo; vos auxilia na determinação do foco da interven- ção. De acordo com Buvinich (1999, p. 58), podem • Melhoria dos itens relacionados à qualidade de ser definidas como: vida (atividades de lazer e eventos esportivos);

• Árvore de problemas: é a representação gráfica • Criação de um ecossistema de Tecnologia e Ino- de uma situação-problema (tronco), suas principais vação no Município; causas (raízes) e os efeitos negativos que ela provo- ca na população-alvo do projeto (galhos e folhas). • Melhorar a oferta de educação técnico profissio- nal; • Árvore de objetivos: é a representação gráfica do objetivo central do projeto (tronco), dos meios • Criar projetos para melhoria da arquitetura ur- para alcançá-lo (raízes) e dos efeitos positivos que bana. o alcance dos objetivos provoca na população-alvo (galhos e folhas).

| Jaguariaíva Á R V O R E D E P R O B L E M A S

A metáfora da árvore auxilia na visualização das fases de construção dessas ferramentas/instrumentos, to- davia sua estruturação se dá por meio de metodologias complementares, que auxiliam na solução dos proble- mas levantados.

Com base nos temas colocados foram criados quatro grupos com o objetivo de discutir e propor soluções para as questões abaixo relacionadas:

QUESTÃO 1 – Criar projetos para melhoria da arquitetura urbana;

QUESTÃO 2 – Promover feiras e eventos de negócios com foco no setor de turismo;

QUESTÃO 3 – Adensar a cadeia local com fornecedores de máquinas, equipamentos e componentes;

QUESTÃO 4 – Criar um ecossistema de tecnologia e inovação no município;

QUESTÃO 5 – Apostar mais no marketing regional para atração de investidores;

QUESTÃO 6 – Melhorar os itens relacionados à qualidade de vida (lazer, eventos esportivos);

QUESTÃO 7 - Melhorar a oferta de educação técnico-profissional;

Durante uma hora os grupos permaneceram reunidos debatendo as questões e formulando possíveis solu- ções. Os resultados das discussões foram assim resumidos:

Questões 1, 2 e 3 – Adensamento da cadeia produtiva local, marketing regional, ambiente de negócios. 73

GRUPO 1 – MARKETING GRUPO 2 – CLIMA DE INVESTIMENTOS

Divulgar o município por rádio, propaganda, internet e folders específi- Criar programas para fortalecimento das pequenas e micro cos para divulgação em feiras e eventos empresas do município Veiculação na Rádio Jaguariaíva Incrementar e incentivar os investimentos na área de comér- cio e serviços Parcerias com o governo do Estado para veiculação de propagandas Ampliar ações e melhoria do ambiente de negócios favore- institucionais cendo o setor de turismo Treinamentos específicos na área de atendimento as empresas que Estimular a feiras livres, barracas e produtos, feiras da lua queiram investir no município com exposição de produtos locais Explorar melhor as alternativas existentes no município relacionadas Buscar maior valor agregado nas atividades madeireiras já ao turismo e estadia existentes no município Campanhas de turismos que ressaltem o potencial turístico da região. Melhorar o ambiente de negócios de modo a fortalecer as empresas de prestação de serviços Criação de Centro gastronômico valorizando a comida típica da região

| Jaguariaíva ÁRVORE DE PROBLEMAS

Questões 4, 5, 6 e 7 – Melhorias de cunho técnico e profissional e infraestrutura do município.

GRUPO 3 – INFRAESTRUTURA GRUPO 4 – DIVERSIFICAÇÃO

Realizar obras de construção de trincheiras para facilitação de acessos Buscar diversificação industrial aproveitando o cultivo de dentro do município soja Ampliação da rede de fibra ótica da Copel para o Município Exploração do potencial turístico com desenvolvimento de negócios Avaliação sobre as ocupações irregulares do Parque Linear Estimular a produção de móveis no município Melhoria dos serviços da rede de telefonia, buscar a implantação da Criação de cursos de qualificação para os profissionais de rede 4G saúde e engenharia de alimentos Realiza Pavimentação do Distrito Industrial Estimular o desenvolvimento de tecnologias voltadas ao segmento de madeira Instalação de Câmeras de Segurança para melhoria Avaliação da estrutura urbana com reformulação do plano diretor direcionando para negócios. Desenvolver projeto de despoluição do Rio Capivari

Melhorar a infraestrutura de energia para fins produtivos no Município

Melhorar o nível de sinalização para indicação dos pontos turísticos de modo a incentivar as visitações Melhorar o ambiente de negócios diminuindo a burocracia para aber- tura de novas empresas

74

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MATRIZ DO MARCO LÓGICO

Após as equipes se reunirem e discutirem sobre os temas expostos na árvore de problemas foi possível extrair os principais objetivos a serem alcançados dentro de um projeto maior. Os assuntos levantados pelos partici- pantes foram organizados em uma ordem lógica o que abriu a possibilidade de construção da Matriz do Marco Lógico. Este modelo de matriz segue o conceito aplicado pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento - BID. Trata-se de uma matriz quatro por quatro que tem a vantagem de induzir à objetividade na elaboração e descrição de programas e projetos, além do que propicia uma rápida e sintética visualização destes progra- mas e projetos, permitindo uma rápida visualização dos principais fatores para acompanhamento e avaliação de programas e projetos.

Dentro da estrutura da Matriz do Marco Lógico encontram-se tópicos distribuídos entre linhas e colunas com o objetivo de mostrar a identidade principal do projeto, conforme descrição e definição dos conceitos aplica- dos à matriz:

Resumo Descritivo de Objetivos: (1º coluna) é composto por quatro (4) itens, quais sejam:

• Objetivo Superior: é uma definição de como o projeto ou programa contribuirá para a solução do problema;

• Objetivo do Projeto: é o impacto direto a ser obtido como resultado da utilização dos componentes produ- zidos pelo projeto. É uma hipótese sobre o impacto ou benefício que se deseja obter;

• Componentes: são obras, serviços e atividades de capacitação que o executor deve realizar de acordo com o contrato. Estes devem ser expressos em termos de trabalhos concluídos;

• Atividades: as atividades são as tarefas que o executor deve cumprir para completar cada um dos compo- nentes do projeto que implicam em custos. Deve ser elaborada uma lista de atividade em ordem cronológica

76 para cada componente.

Estes tópicos estão relacionados ao resumo descritivo dos objetivos do projeto e seus principais desdobra- mentos, sendo que:

• Indicadores: tem a função de medir o impacto geral que terá o projeto considerando os objetivos superio- res, os objetivos do projeto, componentes e atividades, todos eles relacionados ao prazo, qualidade e horizon- te temporal e também o orçamento;

• Meios de Verificação: são as fontes de informação que se pode usar para verificar se os objetivos foram atingidos. Assim também se aplica aos objetivos do projeto, componentes e atividades;

• Suposições: são os acontecimentos, condições ou decisões importantes e necessárias para a sustentabilida- de dos benefícios gerados pelo projeto.

Nas colunas que se seguem são tratados os acompanhamentos de cada item, como mostra a Quadro 3, a se- guir.

| Jaguariaíva MATRIZ DO MARCO LÓGICO

QUADRO 3 – MATRIZ DE MARCO LÓGICO

Descrição: Resumo Indicadores Meios de Verificação Suposições descritivo dos objetivos

OBJETIVO SUPERIOR: Impactos Gerais Esperados: Impactos Gerais Esperados: Serão realizados três Melhoria do posicionamento do Colocar o município como Criação de projetos específicos projetos criados e geren- município dentro de sua região opção viável para novos para atração de investimentos ciados pela Agência Paraná geográfica de modo aproveitar investimentos produtivos na com três pilares básicos: Mar- de Desenvolvimento e o movimento de investimentos região dos Campos Gerais keting, Ambiente de Negócios Município de Jaguariaíva iniciados em anos recentes e Turismo OBJETIVO DO PROJETO: Trabalhar para aumentar Criação de projetos com acom- Criação de Grupo de Colocar o Município dentro do o número de visitações e panhamento de metas trabalho com técnicos da radar dos investidores, ressaltando propostas de empresas para Prefeitura e APD suas atribuições e, principalmente, investimentos no município explorando vocações naturais do setor de madeira e turismo COMPONENTES: Criação do grupo de tra- Projetos com definição met- Criação de Grupo de Criação de um grupo de trabalho balho para formulação do odológica específica trabalho com técnicos da para elaboração de três projetos projeto Prefeitura e APD pilotos para atingir os desafios es- tipulados dos objetivos anunciados ATIVIDADES: Criação de grupo com Avaliação e acompanhamento Definição do Portfólio de Parceria entre técnicos da Prefei- definição de cronograma das atividades do grupo projetos tura e da APD para elaboração dos projetos

| FONTE: ELABORAÇÃO PRÓPRIA COM UTILIZAÇÃO DA METODOLOGIA DA MATRIZ DO MARCO LÓGICO DO BID.

77 As questões propostas pelos quatro grupos formados foram organizadas e dispostas em uma sequência que segue a metodologia. Para que as proposições fossem colocadas de maneira ordenada no quadro, foi necessá- rio realizar a compilação das mesmas de forma que permitisse uma análise mais estruturada.

| Jaguariaíva

MAPA ESTRATÉGICO PMAI JAGUARIAÍVA

O mapa estratégico é um instrumento importante de representação gráfica para otimização da tomada de decisões. Após o desenvolvimento do problema central através de várias perspectivas, foi possível condensá- -lo em um mapa que facilitará a tomada de decisões por parte da organização da sociedade civil e também do poder público com intuito de dar maior velocidade e eficiência às ações propostas.

A Figura 9 traz o mapa estratégico de Jaguariaíva.

FIGURA 9 – MAPA ESTRATÉGICO DO PMAI JAGUARIAÍVA

Melhorar a Atratividade do Município com Alterações no seu Ambiente de Negócios

GERAÇÃO DE VALOR

PROMOÇÃO DIVERSIFIC AÇÃO TURISMO COMERCIAL ECONÔMICA

FINANÇAS

Elevação do Nível de Aumento da Arrecação Arrecadação Municipal com Serviços de Turismo

ESTRATÉGIAS

Desenvolvimento de Promoção comercial com campanha para o objetivo de estimular desenvolvimento da o setor moveleiro atividade de turismo Melhoria no Atração Descon- e abatedouro de aves Trâmite de centração na região Burocrático Invesimentos Setorial

METAS DE SUPORTE À ESTRATÉGIA

Projeto de Estímulo à Promoção Comercial Atividade Turística 79

Criação de Estruturação de Preparação de Campanha Material e Canais Material de Divulgação de Divulgação de Divulgação do Município

| FONTE: ELABORAÇÃO PRÓPRIA.

Com o objetivo de explicitar a hipótese da estratégia e para que cada indicador possa se converter em parte integrante da cadeia lógica de causa e efeito que conecta resultados almejados, o mapa estratégico descreve o processo de transformação de ativos intangíveis em resultados tangíveis para os clientes e, por conseguin- te, em resultados financeiros. Essa ferramenta fornece um referencial para a descrição e gerenciamento da estratégia.

A resultante de todas as análises, conforme visto na figura acima indica que a geração de valor do município está no estímulo às atividades de turismo, em função de suas vantagens naturais, na promoção comercial como objetivo de demonstrar os potenciais produtivos da região, principalmente, na organização de cam- panhas com objetivo de promoção para maior atratividade de negócios, e também como parte da estratégia central a questão da diversificação econômica e produtiva do município, hoje muito centrada em uma ativida- de só. Espera-se que seguindo a orientação estratégica principal possam haver possibilidades de aumento da arrecadação advinda do aumento da receita com os serviços relacionados ao turismo e resultantes da diver- sificação econômica.

| Jaguariaíva

C O N S I D E R A Ç Õ E S F I N A I S

A indicação de rotas para o desenvolvimento local A influência do setor madeireiro pode ser percebi- não é uma tarefa trivial. A complexidade das análi- da no mercado de trabalho, já que a fabricação de ses impõe o desafio de se encaixar um conjunto de produtos de madeira possui maior número de em- variáveis que muitas vezes não criam um padrão pregos do município, com 2.053 postos de trabalho, possível de ser analisado, semelhante ao trabalho seguido por administração pública, com 1.450 e de construção de um mosaico em que as peças vão comércio varejista com 1.291. Os salários também lentamente se encaixando e quando menos se es- seguem esta perspectiva, sendo que o maior valor pera eis que surge uma figura, um desenho que faz da indústria é verificado na fabricação de celulose e todo sentido. Analogamente, o trabalho de plane- papel, com média de R$ 5.635,61. Os maiores salá- jamento do desenvolvimento local segue o mesmo rios do município estão no segmento de serviços fi- caminho, ou seja, é necessário que um conjunto de nanceiros, com média de R$ 5.741,35, mas isto não peças seja cuidadosamente colocado para que a reflete a realidade do município, que possui média forma surja e imprima seu significado. salarial de R$ 1.959,15, valor este abaixo da média do Paraná. O PMAI, Programa Municipal para Atração de In- vestimentos, segue nesta mesma linha, pois todo o A massa salarial gerada em Jaguariaíva é de apro- trabalho de análises e avaliações vai se encaixando ximadamente R$ 17 milhões, uma vez que o muni- até que o mosaico se configure e aponte para um cípio possui cerca de 8.500 trabalhadores distribu- caminho objetivo. E por objetivo refere-se aos pro- ídos nas 871 empresas instaladas, sendo a maioria jetos que possam ser executados por meio de ações dos empregos na indústria, que comporta 2.600 estruturadas voltadas à valorização das vocações empregados. regionais tornando-as oportunidades de investi- mentos, no intuito maior de gerar renda e emprego. O município de Jaguariaíva é predominantemen- te urbano, sendo um polo regional de indústria e Dentro deste contexto, sobre o município de Ja- serviços, com reflexos diretos sobre sua econo- guariaíva, os principais destaques econômicos e mia e desenvolvimento social. Possui o maior PIB sociais podem ser descritos como: da microrregião, que corresponde a 30% do total da geração de riquezas regional, devido à força da 81 Jaguariaíva fica na região centro-oriental do es- sua indústria, que é responsável pelo maior Valor tado, que apresenta destaque no setor florestal Adicionado Bruto (VAB) do município, seguido pelo e madeireiro. Por este motivo, a cadeia produtiva setor de serviços. da madeira é bastante relevante para a economia local, que possui alta concentração econômica na Quanto aos indicadores de qualidade de vida, Ja- atividade de Desdobramento de madeira, bem guariaíva possui IDH (Índice de Desenvolvimento como na fabricação de papel e cartolina e produtos Humano) de 0,743, superior à média do Estado do de madeira (exceto móveis). Isto influencia direta- Paraná, de 0,727. O Coeficiente de Gini é de 0,517, mente a sua balança comercial, nas exportações o bastante similar ao brasileiro e indica que há leve principal produto é a madeira perfilada, com desti- concentração de renda no município. Estes indi- no aos Estados Unidos e nas importações de pastas cadores sinalizam que Jaguariaíva possui um bom químicas de madeira (origem Alemanha). Nas ati- nível de qualidade de vida de sua população, que vidades comerciais, a mais forte concentração é o representa um importante fator para atração de comércio atacadista de madeira, de produtos como investimentos, podendo ser explorado como um tábuas, vigas, briquetes, compensados, dormentes, diferencial competitivo. esquadrias, forros e divisórias, tacos para pisos, en- tre outros. Há um bom clima de investimento no município, de acordo com a pesquisa de percepção de infraestru-

| Jaguariaíva CONSIDERAÇÕES FINAIS

tura local, em função da proximidade entre a Prefei- 1. Diversificação Setorial: para ampliar o rol de ati- tura e os potenciais investidores – especialmente a vidades produtivas presentes no município, será Secretaria de Indústria e Comércio, responsável necessário implementar ações que visem: pela atração de investimentos – mas também pela interlocução entre as diversas Secretarias Muni- • Qualificação da mão de obra cipais envolvidas no processo de implantação de empresas. • Melhoria no trâmite burocrático

Por outro lado, ao se analisar os maiores desafios • Atração de investimentos para o município, pode-se destacar a localização geográfica distante de portos e aeroportos, bem • Desconcentração setorial como a ausência de porto seco. Há também falta infraestrutura para feiras e eventos, especialmen- 2. Busca de novos investimentos ou empresas que te para eventos empreendedores, que podem ser- colaborem para maior diversificação do setor pro- vir como porta de entrada para investimentos no dutivo: uma vez que a economia local é baseada na município. Estes fatores devem ser considerados atividade madeireira, mas este é um setor tradicio- na formulação de propostas que visem à atração de nal que apresenta baixo valor agregado, devendo investimentos, especialmente no que se refere aos incorporar tecnologia e inovação para aumentar incentivos para instalação de empresas que depen- seu potencial de geração de valor. Assim, os esfor- dam de infraestrutura de escoamento da produção. ços para atração de novos investimentos devem contribuir para diversificar o leque de atividades De forma similar, o fraco sistema de ciência e tec- produtivas presentes em Jaguariaíva. nologia presente no município, apontado pela pes- quisa de percepção de infraestrutura, pode ser con- 3. Promoção comercial com objetivo de estimular siderado um desafio para os próximos anos, tendo o setor moveleiro e abatedouro de aves: tendo em em vista que as atividades produtivas com maior vista que estes setores apresentam proximidade valor agregado estão cada vez mais relacionadas à com a vocação local, no caso da indústria moveleira tecnologia e inovação. estimulada pelo forte setor madeireiro presente no 82 município e, do abatedouro de aves motivada pela O município também se caracteriza como um cen- atividade avícola presente na microrregião, que le- tro regional de comércio e serviços e um polo in- vou à sinalização de investimentos neste sentido. dustrial da microrregião. Contudo, existem obstá- culos à atração de investimentos para o município, 4. Desenvolvimento de campanha para o desenvol- manifestados principalmente na falta de estrutura vimento da atividade de turismo na região: uma vez para eventos empreendedores e na desvantagem que o município apresenta características naturais geográfica com relação a portos, aeroportos essen- favoráveis à atividade turística e de aventura, tais ciais para interligar a produção industrial aos mer- como cachoeiras, quedas d’água, trilhas e rios com cados locais e internacionais. corredeiras para prática de rafting, além de relevo e vegetação de beleza ímpar. Após a execução do planejamento estratégico re- alizado pelo grupo de trabalho para definição de Assim, ao analisar os principais tópicos de Jaguaria- diretrizes de ações futuras, foram apontadas as íva, pode-se perceber que o município possui uma principais estratégias para promoção do município forte concentração econômica em atividades rela- como destino de novos investimentos produtivos, cionadas ao processamento de madeira, sendo essa com base em quatro pilares: atividade a mais desenvolvida, a que mais emprega e, portanto, apresenta maior facilidade de expan- são e atração de investimentos.

| Jaguariaíva

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