COMUNIDADES LOCAIS E UTILIZAÇÃO DO AMBIENTE MARINHO PERSPETIVA DOS ATORES INTERNACIONAIS NA UTILIZAÇÃO DO ESPAÇO MARÍTIMO:

UMA VISÃO EVOLUTIVA

JOSÉ GUERREIRO

FACULDADE DE CIÊNCIAS DA UNIVERSIDADE DE LISBOA/FCIENCIAS ID PORQUE ESTAMOS AGORA A DISCUTIR O PLANEAMENTO DO ESPAÇO MARÍTIMO (MARINE SPATIAL PLANNING) E O MODELO DE GOVERNAÇÃO DOS MARES, NUM CONTEXTO INTERNACIONAL? UMA PERSPETIVA HISTÓRICA E DOS SEUS ATORES NO “GOVERNO” DO MAR Os primórdios do uso do Espaço Marítimo

Os primeiros usos do mar: Pesca e Comércio

A primeira Nação assente no comércio marítimo, Fenícia teve o seu epicentro no norte da antiga Canaã, ao longo das regiões litorais dos atuais Líbano, Síria e Israel. A civilização fenícia caraterizou-se por uma cultura comercial marítima empreendedora que se espalhou por todo o Mediterrâneo durante o período que foi de 1550 A.C. a 300 A.C.. A cidade de Tiro parece ter marcado o ponto mais meridional. As primeiras tentativas de Governar o Mar

De 30 AC a 117 DC o Império Romano cercava o Mediterrâneo, controlando grande parte das suas costas. Os romanos começaram então a referir-se a este mar como o Mare Nostrum. O período entre Novembro e Março era considerado o mais perigoso para a navegação, por isso era declarado Mare Clausum (mar fechado), embora provavelmente a navegação nunca tenha sido efetivamente proibida. No Direito clássico o mar não era territorializado. Contudo, desde a Idade Média, as repúblicas marítimas como a República de Génova e a República de Veneza reclamavam o "Mare Clausum" no Mediterrâneo. Também os reinos nórdicos e a Inglaterra impunham taxas de passagem, monopólios de pesca e até bloqueios a navios estrangeiros nos mares vizinhos dos seus territórios. Os Descobrimentos e o Mare Clausum

• Com o advento da Era dos Descobrimentos, entre os séculos XV e XVII, a navegação marítima além de costeira tornou-se Oceânica. Assim, a preocupação com as águas centrou-se nas rotas de longo curso. Os países ibéricos foram pioneiros neste processo, procurando obter para si, em exclusivo, os direitos sobre as terras descobertas e a descobrir, dentro de uma política de mercantilismo.

• A celebração do tratado de Alcáçovas em 1479 entre os Reinos de e Castela constituiu- se na primeira formalização do conceito de “Mare Clausum” e foi o primeiro do género, que regulamentava a posse de terras ainda não descobertas. O Advento e Reconhecimento do Mare Clausum • D.João II de Portugal, D. Manuel I de Portugal, os Reis Católicos e D. Carlos I de Espanha consagrariam o princípio do "Mare Clausum" e dar-lhe-iam a sua maior amplitude e universalidade, baseados em justificações jurídicas e filosóficas, além de punições para quem ousasse usurpá-lo. As Ordenações Manuelinas e Filipinas em Portugal são disso exemplo. Este princípio pressupunha também o domínio militar dos mares e a colonização das regiões adjacentes e foi expresso no Tratado de Tordesilhas em 1494.

• O Papado contribuiu para legitimar e reforçar essas pretensões expressas no Tratado de Tordesilhas. De facto, o Papa Nicolau V pela bula de 1495, proibira a navegação nos mares exclusivos dos portugueses sem a autorização do rei de Portugal.

• A própria titulatura dos reis portugueses denunciava esta pretensão ao uso exclusivo dos mares: "Rei de Portugal e dos Algarves, d'Aquém e d'Além-Mar em África, Senhor do Comércio, da Conquista e da Navegação da Arábia, Pérsia e Índia” E o início da Globalização - 1498 Descoberta do Caminho Marítimo para a Índia A Reação Internacional

O Tratado de Tordesilhas foi um obstáculo aos desejos de expansão marítima de países como a França, Inglaterra e Holanda, que o contestaram: ficou famoso o pedido de Francisco I de França para que lhe mostrassem o “Testamento de Adão” que o excluía da “Partilha do Mundo”. Impedidos de avançar com as suas frotas, investiram no patrocínio de corsários e da pirataria que, crescentemente, atacaram a navegação portuguesa e espanhola, apesar de no ordenamento jurídico internacional continuar a vigorar a doutrina de Mare Clausum definida em Tordesilhas. O Princípio do Fim do Mare Clausum

Em 1603 o navio mercante português "Santa Catarina" foi capturado em alto-mar, ao largo de Singapura, pelo capitão holandês Jacob van Heemskerk, então ao serviço da Companhia Holandesa das Índias Orientais. O acto gerou protestos internacionais, até mesmo nos Países Baixos.

O saque deste navio mercante foi de tal maneira grande, que a venda posterior arrecadou o dobro do capital da própria Companhia das Índias. Os holandeses que haviam descoberto as rotas em 1596 graças a Jan Huygen van Linschoten, tentavam apropriar-se de alguma da riqueza, durante a união ibérica e Dinastia Filipina (1580- 1640).

O navio foi oficialmente confiscado em Amesterdão a 4 de Setembro de 1604. A Defesa Jurídica Holandesa e o Mare Liberum

A Holanda encarrega o brilhante advogado Hugo de Grotius da sua defesa, o qual publica em 1606 a obra Mare Liberum, em que defende a natureza internacional das águas oceânicas. A Questão do Mare Liberum o nascimento do Moderno Direito Internacional pulica em 1625 De Jure Belli Ac Pacis (Sobre a Lei da Guerra e Paz), que o consagra como o “Pai do Direito Internacional”. Todo o Direito devia ser dividido entre o que é divino e o que é humano. Distingue entre as leis primárias e as leis secundárias da Natureza. As primeiras, são leis que expressam a vontade divina. As segundas, são leis e regras dentro do âmbito da razão. Grócio discute a Guerra como modo de proteger os direitos e punir os erros. Embora a guerra possa ser considerada um mal necessário, é necessário que seja regulada. A guerra justa, aos olhos de Grócio, é uma guerra para obter um direito. Discute três meios de se resolver uma disputa pacificamente: i) conferência e a negociação entre dois rivais ou contestante; ii) compromisso ou um acordo em que cada um dos lados abandona certas exigências e faz concessões; iii) por combate ou por tirar a sorte. Grotius ajudou a formar o conceito de sociedade internacional: uma comunidade ligada pela noção de que Estados e seus governantes têm leis que se aplicam a eles. Todos os homens e as nações estão sujeitos ao Direito Internacional e a comunidade internacional mantém-se coesa por acordos escritos e costumes. A reação das potências dominantes

• A posição de Grotius foi contestada pelo padre Serafim de Freitas que, também em 1625, publicou a obra De Iusto Imperio Lusitanorum Asiático (Do Justo Império Asiático dos Portugueses) rebatendo passo a passo os argumentos do holandês.

• A Inglaterra , competindo ferozmente com os holandeses pelo domínio do comércio mundial, reivindicou a soberania sobre as águas em torno da Ilhas Britânicas. Em Mare Clausum ( 1635 ) John Selden cunhou o termo, esforçando-se para provar que o mar estava, na prática, capaz de apropriação como território terrestre.

• Apesar destes argumentos, a situação internacional exigiu um fim à política Mare Clausum impondo a liberdade dos mares, como condição essencial para o desenvolvimento do comércio marítimo. MARE LIBERUM VS. MARE CLAUSUM O compromisso possível e o direito de defesa dos Estados

… MAS até que ponto podia uma nação determinar o uso exclusivo do mar adjacente?

Van Bynkershoek (Ne) propõe em 1702 - De Dominio Maris Dissertatio - que o mar territorial devia ser baseado no princípio de Hugo Grotius (De Iure Belli Ac Pacis ) de que um estado tinha o direito de controle das suas águas adjacentes em função da sua capacidade de controle sobre elas, em particular através da capacidade militar e alcance das suas armas.

O italiano Ferdinand Galiami vem a definir subsquentemente o alcance da arma mais moderna conhecida em três milhas: “Cannon Shot Rule”.

“Terrae potestas finitur ubi finitur armorum vis”

O domínio da terra termina onde termina a força das armas. A RUTURA CONCETUAL SOBRE O USO E O PAPEL DOS MARES NA II GUERRA MUNDIAL O Mar, a Guerra e o Poder das Nações Do Blitzkrieg à batalha nos Oceanos: uma mudança concetual no teatro operacional

A Batalha do Atlântico foi um confronto marítimo que marcou a Segunda Guerra Mundial, travado no Atlântico Norte entre a Alemanha Nazi e os Aliados. O objetivo de Hitler era, com sua frota de submarinos U-boats, bloquear as rotas comerciais entre os aliados, visando a rendição do Reino Unido e a inviabilidade da intervenção norte-americana no cenário europeu do conflito. A descoberta do novo radar instalado em aviões ajuda decisivamente à vitória dos Aliados no Atlântico. O Mar, a Guerra e o Poder das Nações

A Guerra do Pacífico dividiu-se em duas etapas: entre 1937 e junho de 1942, o Japão manteve a ofensiva e foi vitorioso na ocupação de grande parte do território chinês, na destruição da frota americana em Pearl Harbor, na tomada de Hong Kong e Singapura, invasão e ocupação da Tailândia, Birmânia, Malásia, Filipinas, Nova Guiné, Índias Orientais Holandesas, Ilhas Salomão e de bases americanas em Guam e Wake.

A partir da Batalha de Midway, com a vitória da marinha e da aviação norte-americana e a destruição dos principais porta-aviões do Japão, a ofensiva passou para o lado dos Aliados, que em três anos reconquistariam todos os territórios tomados, até as explosões atómicas de Hiroshima e Nagasaki, que causariam a rendição incondicional do Império Japonês em 2 de setembro de 1945. O Mar, a Guerra e o Poder das Nações

A Conferência de Ialta, também chamada de Conferência da Crimeia, entre 4 e 11 de fevereiro de 1945 no Palácio Livadia, na estação balneária de Ialta, nas margens do Mar Negro, na Crimeia.

Os chefes de Estado dos Estados Unidos da América (Franklin D. Roosevelt) e da União Soviética (Josef Stalin), e o primeiro-ministro do Reino Unido (Winston Churchill) reuniram-se em segredo em Ialta para decidir o fim da Segunda Guerra Mundial e a repartição das zonas de influência entre o Oeste e o Leste. O Mar, a Guerra e o Poder das Nações

• Em 11 de fevereiro de 1945, assinam-se os acordos cujos objetivos são de assegurar um fim rápido à guerra e a estabilidade do mundo após a vitória final.

• Desmembramento da Alemanha e da Áustria em quatro zonas de ocupação (a cargo dos EUA, Inglaterra, França e URSS), com a finalidade de destruir os vestígios de nazismo;

Criação de uma instituição internacional - Organização das Nações Unidas - destinada a resolver, pacificamente, os conflitos entre as nações;

• Assumpção do princípio de “Zonas de Influência” advogado por Stalin. Os novos usos e a Nova Ordem nos Mares

O status quo é interrompido pelos USA logo em 1945 ao estenderem unilateralmente a jurisdição à plataforma continental para proteção das reservas petrolíferas descobertas no Golfo do México. Desencadeada ação similar por parte de várias nações da América latina. Os novos usos e a Nova Ordem nos Mares A declaração de Truman em 1945 sobre a plataforma continental e os seus recursos (http://www.presidency.ucsb.edu/ws/index.php?pid=12332)

Where as the Government of the United States of America, aware of the long range world-wide need for new sources of petroleum and other minerals, holds the view that… Now, Therefore, I, Harry S. Truman, President of the United States of America, do hereby proclaim the following policy of the United States of America with respect to the natural resources of the subsoil and sea bed of the continental shelf. Having concern for the urgency of conserving and prudently utilizing its natural resources, the Government of the United States regards the natural resources of the subsoil and sea bed of the continental shelf beneath the high seas but contiguous to the coasts of the United States as appertaining to the United States, subject to its jurisdiction and control. In cases where the continental shelf extends to the shores of another State, or is shared with an adjacent State, the boundary shall be determined by the United States and the State concerned in accordance with equitable principles. The character as high seas of the waters above the continental shelf and the right to their free and unimpeded navigation are in no way thus affected. In Witness Whereof, I have hereunto set my hand and caused the seal of the United States of America affixed E TUDO MUDA UNCLOS – United Nations Convention on the “(…) estabelecer (…), com a devida consideração pela soberania de todos os Estados, uma ordem jurídica para os mares e oceanos, que facilite as comunicações internacionais e promova os usos pacíficos dos mares e oceanos, a utilização equitativa e eficiente dos seus recursos, a conservação dos recursos vivos e o estudo, a proteção e a preservação do meio marinho”.

9 anos de negociações Implementação

1958 1960 1973 1982

1ª Conferência da 2ª Conferência 3ª Conferência Adopção da Convenção Lei do Mar da Lei do Mar da Lei do Mar • Conceito de ZEE; • Conceito de Soberania na ZEE; • Conceito de Estado Arquipélago e águas arquipelágicas; • Reconhecimento formal de património mundial; • Estabelecimento da autoridade internacional sobre os fundos marinhos; • Lei ambiental internacional abrangente; • Novo regime de investigação científica marinha; • A mais avançada rede de cooperação tecnológica internacional; • O mais abrangente e vinculativo instrumento de regulação de disputas a nível mundial; • Reserva dos fundos abissais para fins pacíficos. A Governação Mundial do Mar

1982 – Após nove anos de negociações atinge-se uma nova constituição para o mar mundial: 200 milhas para a ZEE e 12 milhas para mares territoriais. Os 320 artigos da convenção abrangem todos os domínios do mar e oceanos. A convenção entra em vigor após ratificada por 60 países em 16 de Novembro de 1994. O Ano Internacional dos Oceanos 1998 O Mar de novo na Agenda Mundial

A Exposição Mundial dos Oceanos em Lisboa e a comemoração dos 500 anos da Descoberta do Caminho Marítimo para a Índia por Vasco da Gama

O Relatório da Comissão Mundial Independente dos Oceanos sob a égide Assembleia Geral das Nações Unidas, da UNESCO e da COI: Oceano, o Nosso Futuro Mário Soares A Viragem do Milénio, os Novos Usos do Mar e os desafios da Governança Marinha Os avanços da Ciência Marinha

O navio de pesquisa FLIP (Floating Instrument Platform) é o único navio do mundo que tem a capacidade de virar de uma posição horizontal para uma posição vertical enquanto estiver no mar. O navio FLIP foi projetado para estudar a altura das ondas, sinais acústicos, temperatura e densidade da água e para a coleta de dados meteorológicos. ALVIN ENCONTRA TITANIC E… algumas consequências na Governação Mundial dos Oceanos Moscovo, 2 Ago 2007 (EFE).- O batiscafo russo Mir-1, com três ocupantes a bordo, pousou hoje no fundo do Oceano Glacial Ártico, próximo ao Pólo Norte, a 4.261 metros de profundidade, informou a agência oficial russa "Itar-Tass". Um batiscafo russo Mir tripulado colocou nesta quinta-feira uma bandeira da Rússia no fundo do mar do Pólo Norte. A bandeira de titânio foi colocada no fundo do mar a 4.261 metros abaixo da superfície do oceano Ártico, segundo a agência de notícias Itar-Tass. A Rússia quer ampliar o território que controla no Ártico até o Pólo Norte. Acredita-se que haja enormes reservas não exploradas de petróleo e gás na região. No batiscafo viajava Artur Chilingarov, Vice-presidente da Duma. Moscovo, 1 de agosto de 2009 O primeiro-ministro da Rússia, Vladimir Putin, desceu neste sábado ao fundo do lago Baikal, um dos maiores de água doce do mundo, a bordo de um batiscafo, informaram as agências russas. A imersão aconteceu durante uma visita do chefe do Governo russo ao navio "Metropol", que serve de base para uma expedição científica no lago, da qual participam os batiscafos Mir-1 e Mir-2. Trata-se dos mesmos aparelhos que foram usados na filmagem de "Titanic", de James Cameron. As Atividades e Usos do Espaço Marítimo no Séc. XXI

Pescas Transportes e Biotecnologia Aquacultura logística

Turismo e Lazer Defesa e Energia Investigação Segurança científica E as consequências no meio marinho do aquecimento global A Relevância da Economia do Mar

A União Europeia é a primeira potência marítima mundial, especialmente no que diz respeito ao transporte marítimo, às técnicas de construção naval, ao turismo costeiro, à energia offshore, incluindo as energias renováveis, e aos serviços conexos. A “economia azul” representa 5,4 milhões de postos de trabalho e um valor acrescentado bruto de quase 500 mil milhões de euros por ano. Ainda assim há setores estratégicos com elevado potencial de progressão. E a nova Economia do Mar Blue Growth Crescimento azul

A estratégia “Crescimento azul” tem por objetivo apoiar a longo prazo o crescimento sustentável no conjunto dos setores marinho e marítimo, reconhecendo a importância dos mares e oceanos enquanto motores da economia europeia com grande potencial para a inovação e o crescimento. As três vertentes da Estratégia Crescimento Azul

1. Medidas específicas em matéria de política marítima integrada: a. conhecimento do meio marinho para melhorar o acesso à informação sobre o mar b. ordenamento do espaço marítimo a fim de garantir uma gestão eficaz e sustentável das atividades no mar c. vigilância marítima integrada para dar aos responsáveis uma melhor imagem do que se passa no mar

2. Abordagens específicas por bacia marítima, a fim de assegurar a combinação de medidas mais adequada para promover um crescimento sustentável que tenha em conta os fatores climáticos, oceanográficos, económicos, culturais e sociais locais

3. Abordagens específicas por atividade: a. aquicultura b. turismo costeiro c. biotecnologia marinha d. energia dos oceanos e. exploração mineira dos fundos marinhos E a necessidade de substituir o conceito de “governo” do Mar

pela

Governança do Espaço Marítimo O conceito de Hipercluster do Mar com uma multiplicitude atores Hypercluster do Mar Dezembro 2005

DEFESA ESTALEIROS INDÚSTRIAS DE CONSTRUÇÃO NAVAL MARÍTIMAS DIVERSAS SEGURANÇA NACIONAL - COMPONENTES - EQUIPAMENTOS CONTROLO DA FRONTEIRA ESTALEIROS DE REPARAÇÃO NAVAL - APRESTOS INV. E DESENVOLVIMENTO MARÍTIMA E DAS ACTIV. ETC. MARÍTIMAS ARMADORES FORMAÇÃO PROFISSIONAL CONSTRUÇÃO E TRÁFEGO E ESTIVA ENSINO A VÁRIOS NÍVEIS MARINHA REPARAÇÃO NAVAL TRANSITÁRIOS DE GUERRA TRANSPORTE LABORATÓRIOS DO ESTADO E MARÍTIMO UNIVERSIDADES ETC.

INSTITUIÇÕES CIÊNCIAS DO MAR: SERVIÇOS ESPECÍFICOS: ENQUADRAMENTO CIENTIFICAS E •Ciências náuticas •Banca SÓCIO-POLÍTICO . BALIZAGEM TECNOLÓGICAS INDÚSTRIAS EXTRACTIVAS •Cartografia marítima •Seguros •Estratégia Comunitária . DRAGAGEM •Oceanografia física, •Consultadorias/ •Estratégia nacional . TRANSPORTE ENERGIAS RENOVÁVEIS FLUVIAL química, biológica peritagens PORTOS (DINÂMICA E TÉRMICA) •Estratégia económica . TRANSPORTE LIGAÇÕES •Geologia e •Registos/inspecções/ •Estratégia social RODOVIÁRIO INTERMODAIS PRODUTOS QUÍMICO- Geomorfologia Costeiracertificações •Ordem jurídica dos . TRANSPORTE artrtaÁREAS FARMACÊUTICOS COMPLEMENTARES •Biologia e ecologia •Logística marítima oceanos FERROVIÁRIO marinha •Comunicações marítimas •Geopolítica BIOTECNOLOGIAS •Recursos marinhos •Informações LOGÍSTICA •Hidrografia meteomarítimas COMUNIDADE MINERAIS / EXTRACÇÃO •Engenharia naval •Hotelaria, restauração e PORTUÁRIA DE SEDIMENTOS ÁREAS •Engenharia costeira serviços Balneares CULTURAIS

PESCAS PESCA PROFISSIONAL - LITERATURA - PORTOS E LOTAS TURISMO - HISTÓRIA MARÍTIMA - COMERCIALIZAÇÃO DE PESCADO - ARTES PLÁSTICAS - MITOLOGIA MARÍTIMA - ARMADORES APANHA MARINAS E - ARQUEOLOGIA - ORGANIZAÇÕES DE PRODUTORES AQUACULTURA PORTOS DE SUBAQUÁTICA PESCA DESPORTIVA - INSHORE NÁUTICA DE RECREIO RECREIO Etc. - CLUBES/ASSOCIAÇÕES - OFFSHORE FABRICANTES ACTIVIDADES CONCESSIONÁRIOS BALNEARES INDÚSTRIAS ESCOLAS E CLUBES TRANSFORMADORAS MARÍTIMO-TURÍSTICAS - CONSERVAS CRUZEIRISMO - FRIO ACT. SUBAQUÁTICAS, - SALINICULTURA etc. - OUTRAS

Complementado sobre a versão AORN (Prof. Ernâni Lopes/ Alm. Vieira Matias) Ministério do Ambiente, do Ordenamento do Território e do Desenvolvimento Regional GOVERNANÇA DO MAR O QUE É?

Governance: “is the exercise of economic, political and administrative authority to manage a country’s affairs at all levels. It comprises the mechanisms, processes and institutions through which citizens and groups articulate their interests, exercise their legal rights, meet their obligations and mediate their differences”. (UN/UNDP)

Marine Governance: “is the way by which society has instituted objectives, priorities and systems of cooperation regarding the maritime space. Governance can be carried out at an international, regional, national and local level. Is the conduct of the policy, actions and affairs regarding the world's oceans. Within governance, it incorporates the influence of non-state actors (i.e. stakeholders, NGOs), therefore the state is not the only acting power in policy making”. (UN)

Mudança de paradigma: do Governar “para” ao Governar “com” E que instrumentos de Política para esta rutura conceptual no modo de encarar o “Governo” do Mar? O fim das “velhas” Políticas de Pescas e de Transporte Marítimo e o nascer da Política Marítima Integrada Políticas da União Europeia relacionadas com a gestão do Mar

2006 2008 2007 2010

Livro Verde: Uma politica Roteiro para o Ordenamento Para uma Marítima ordenamento do do Espaço futura política Integrada espaço Marítimo na marítima da União: Uma para a União marítimo: EU – Balanço visão europeia Europeia definição de e Perspetivas para os (COM (2007) princípios (COM (2010) 771 oceanos e 575 final) comuns na final) mares União Europeia (COM (2006) (COM (2008) 791 275 final final) Diretiva Quadro Estratégia Marítima (2008/56/CE) O que é Ordenamento Marítimo?

Proposta de DIRETIVA DO PARLAMENTO EUROPEU E DO CONSELHO que estabelece um quadro para o ordenamento do espaço marítimo e a gestão costeira integrada {SWD(2013) 64 final} {SWD(2013) 65 final}

Por ordenamento do espaço marítimo entende-se geralmente um processo público de análise e planeamento da distribuição espacial e temporal das atividades humanas nas zonas marinhas, com vista à realização de objetivos económicos, ambientais e sociais. O seu objetivo último consiste na elaboração de planos que identifiquem a utilização do espaço marítimo para diferentes fins. Políticas da União Europeia relacionadas com a gestão do Mar

2012 2014 2013 2015

Proposta de Crescimento Diretiva do Diretiva do Relatório da Azul: Parlamento Parlamento Comissão Oportunidades Europeu e do Europeu do Europeia para para um Conselho que Conselho que o Parlamento e crescimento estabelece um estabelece Conselho marinho e quadro para o um quadro Europeu sobre o progresso no marítimo ordenamento do para o sustentável ordenamento estabelecimento espaço marítimo de Áreas (COM (2012) 494 do espaço Marinhas final) e a gestão costeira marítimo Protegidas integrada Diretiva (2014/89/EU) (COM (2013) 133 final Mapear o Quê?

Artigo 7.º Requisitos mínimos específicos aplicáveis aos planos de ordenamento do espaço marítimo 1. Os planos de ordenamento do espaço marítimo devem incluir, no mínimo, uma cartografia das águas marinhas que identifique a distribuição espacial e temporal, efetiva e potencial, de todas as atividades marítimas pertinentes, com vista à realização dos objetivos enunciados…

2. Aquando do estabelecimento dos planos de ordenamento do espaço marítimo, os Estados-Membros devem tomar em consideração no mínimo: a) As instalações de extração de energia e produção de energia renovável; b) Os sítios e infraestruturas de extração de petróleo e de gás; c) As rotas de transporte marítimo; d) O percurso dos cabos e condutas submarinos; e) As zonas de pesca; f) Os sítios de aquicultura; g) Os sítios de conservação da natureza. Uma Nova Carta de Usos Os Novos Instrumentos de Políticas de Governação dos Mares

• A Política Nacional de Ordenamento do Território (Marítimo?)

• A(s) Estratégia Nacional para o Mar

• Os Planos Setoriais em Espaço Marítimo (Energia, Exploração Mineral, Aquacultura, Turismo Náutico, etc.)

• A(s) Lei de Bases do Ordenamento e Gestão do Espaço Marítimo

• Os novos Instrumentos de Gestão Territorial do Espaço Marítimo

• Os Regimes de Licenciamento das Atividades em Espaço Marítimo Os desafios da articulação Terra/Mar O Interface terra/mar e a articulação com:

• Estratégia(s) Nacional de Gestão Integrada da Zona Costeira;

• Instrumentos de Gestão Territorial da Zona Costeira (eg. Planos de Ordenamento de Orla Costeira);

• Os Planos de Adaptação às Alterações Climáticas;

• A Qualidade Ambiental em meio marinho;

• As Redes de Áreas Marinhas Protegidas Litorais e as AMP’s Oceânicas E a evolução ao nível político/institucional

Adaptação Governamental Adaptação Institucional Ministério do Mar Agência Nacional para o Mar Ou Ou Ministério da Coordenação dos Assuntos Direção de Política Marítima do Mar Ou Ou Direção da Gestão dos Recursos Ministério da Economia do Mar Marinhos Ou Ou Ministro Adjunto do 1º Ministro (com a Agência de Gestão e Ordenamento Coordenação do Mar) do Mar Ou Ou, combinações várias Ministério do Ambiente e Mar E Ou Agências de Vigilância/Segurança Ministério do Planeamento e do Mar Marítima….. Ou Comissão Interministerial para o Mar De uma forma geral organizações Ou autónomas para a Gestão das ……… Pescas (instituto, Direção Geral, etc… bem como para Administração Portuária Diferentes Países, Diferentes soluções

Na UE: da DG PESCAS à DGMARE

DG MARE works to:

• develop the potential of European maritime economy

• secure sustainable fisheries, a stable supply of seafood, healthy seas and prosperous coastal communities

• promote maritime policies to foster the blue economy

• develop and carry out policies of the common fisheries policy Diferentes Países, Diferentes soluções

REINO UNIDO - ENQUADRAMENTO LEGAL

Marine and Coastal Access Act 2009

Declaração de Política Marítima 2011

Coastal Concordat 2012 Diferentes Países, Diferentes soluções

REINO UNIDO - TUTELA DOS ASSUNTOS DO MAR

Governo

Defra

MMO IFCA’S Diferentes Países, Diferentes soluções

REINO UNIDO – IGT’S

Planos de Ordenamento do Espaço Marítimo

Inglaterra – 11 Regiões Marítimas delimitadas Diferentes Países, Diferentes soluções

HOLANDA – ENQUADRAMENTO LEGAL

Plano Nacional da Água 2009

Documento de Política para o Mar do Norte 2009 (versão atual: 2016-2021) Diferentes Países, Diferentes soluções

HOLANDA – TUTELA DOS ASSUNTOS DO MAR

Governo

IDON - Interdepartmental Directors North Sea Consultative Body Diferentes Países, Diferentes soluções

HOLANDA – IGT’s

Plano de Gestão do Mar do Norte

Zonas de ordenamento: a) Mar territorial (12 milhas náuticas) b) Zona Económica Exclusiva Diferentes Países, Diferentes soluções

NORUEGA – ENQUADRAMENTO LEGAL

White papers – autorizações e resoluções parlamentares

Protecting the Richess of the sea 2002 Diferentes Países, Diferentes soluções

NORUEGA – TUTELA DOS ASSUNTOS DO MAR

Governo

Comité Interministerial - Inter-Ministerial Steering Committee Diferentes Países, Diferentes soluções

NORUEGA – IGT’S

Plano de Gestão do Mar Barents- Lofoten – 2005/2006 (1 400 000 km2)

Plano de Gestão do Mar da Noruega – 2008/2009

Plano de Gestão do Mar do Norte - Skagerrak Diferentes Países, Diferentes soluções

PORTUGAL

LEGISLAÇÃO Lei de Bases do Ordenamento e Gestão do Espaço Marítimo Nacional (Lei n.º 17/2014, de Abril)

Decreto regulamentar n.º 38/2015 Diferentes Países, Diferentes soluções

PORTUGAL

QUADRO INSTITUCIONAL Governo

Ministério do Ministério do Mar Ambiente

DGRM (Direção- APA (Agência DGPM (Direção- Geral de Recursos Portuguesa para o Geral de Política Naturais, Segurança Ambiente) Marítima) e Serviços Marítimos) Diferentes Países, Diferentes soluções

PORTUGAL

INSTRUMENTOS IGT’s DE GESTÃO Espaço TERRITORIAL Marítimo (IGT’S)

Plano de Planos de Situação Afetação

POEM (referência) Diferentes Países, Diferentes soluções

PORTUGAL

INSTRUMENTOS IGT’s DE GESTÃO Espaço TERRITORIAL Marítimo (IGT’S)

Plano de Planos de Aprovados Situação Afetação

POEM (referência) CONCLUSÃO

• Existem diferentes abordagens ao Ordenamento do Espaço Marítimo

• Planos de Gestão (Holanda e Noruega) • Articulação equilibrada entre regimes Terra/Mar (Reino Unido e Noruega) • Entidade Reguladora (Reino Unido) ou Conselhos Interministeriais (IDON, Comité Interministerial)  Licenciamento • Envolvimento das partes interessadas nas fases iniciais do processo de ordenamento CONCLUSÃO

UM NOVO PARADIGMA DO USO DO MAR

Fruto do Avanço Científico e Tecnológico, Uma Nova Economia do Mar que contribui para o aumento da Riqueza das Nações MAS Exige: • Novas abordagens Políticas e Institucionais • Uma nova articulação de atores nacionais e internacionais, incluindo as relações transfronteiriças Resultará num Novo Modelo de Governança do Mar no Séc. XXI Obrigado