Gabinete Municipal de Desenvolvimento Local – SC

DIAGNÓSTICO SOCIO-ECONOMICO DO MUNICÍPIO DE

Caracterização Geral do Concelho de Santa Cruz Caracterização do Concelho no âmbito dos Recursos Existentes Análise da Situação Económica Análise da Situação Social A Situação Actual da Saúde no Concelho Água e Saneamento Promoção Social Análise dos Principais Problema Sociais do Concelho Comparação entre as Zonas Administrativas A Situação da Pobreza em Santa Cruz Quadro Síntese do Diagnóstico do Concelho Conclusão Recomendações Finais

COORDENAÇÃO GERAL: Dr. Jorge P. Artiles - FUNDESCAN Dr.ª Maria Fernanda Almeida - ASSOCIAÇÃO NACIONAL DOS MUNICIPIOS CABOVERDIANOS - ANMCV COORDENAÇÃO TÉCNICA: Eng.ª Arlinda Ramos Duarte Lopes Neves – Associação Nacional dos Municípios Cabo- Verdianos - ANMCV ELABORAÇÃO: Dr. José Mário Sousa– Câmara Municipal de Santa Cruz Correcção: Eng.ª Arlinda Ramos Duarte Lopes Neves

ENDEREÇO Câmara Municipal de Santa Cruz Caixa Postal 52 Vila de - Santiago República de Cabo Verde

Gabinete Municipal de Desenvolvimento Local – SC

DIAGNÓSTICO SOCIO-ECONOMICO DO MUNICÍPIO DE SANTA CRUZ

Caracterização Geral do Concelho de Santa Cruz Caracterização do Concelho no âmbito dos Recursos Existentes Análise da Situação Económica Análise da Situação Social A Situação Actual da Saúde no Concelho Água e Saneamento Promoção Social Análise dos Principais Problema Sociais do Concelho Comparação entre as Zonas Administrativas A Situação da Pobreza em Santa Cruz Quadro Síntese do Diagnóstico do Concelho Conclusão Recomendações Finais

COORDENAÇÃO GERAL: Dr. Jorge P. Artiles - FUNDESCAN Dr.ª Maria Fernanda Almeida - ASSOCIAÇÃO NACIONAL DOS MUNICIPIOS CABOVERDIANOS - ANMCV COORDENAÇÃO TÉCNICA: Eng.ª Arlinda Ramos Duarte Lopes Neves – Associação Nacional dos Municípios Cabo- Verdianos - ANMCV ELABORAÇÃO: Dr. José Mário Sousa– Câmara Municipal de Santa Cruz Correcção: Eng.ª Arlinda Ramos Duarte Lopes Neves

ENDEREÇO Câmara Municipal de Santa Cruz Caixa Postal 52 Vila de Pedra Badejo - Santiago República de Cabo Verde

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FICHA TÉCNICA

TÍTULO: DIAGNÓSTICO SOCIO-ECONOMICO DO MUNICÍPIO DE SANTA CRUZ

COORDENAÇÃO GERAL: Dr. Jorge P. Artiles - FUNDESCAN Dr.ª Maria Fernanda Almeida - ASSOCIAÇÃO NACIONAL DOS MUNICIPIOS CABOVERDIANOS - ANMCV

COORDENAÇÃO TÉCNICA: Eng.ª Arlinda Ramos Duarte Lopes Neves – Associação Nacional dos Municípios Cabo-Verdianos - ANMCV

ELABORAÇÃO: Dr. José Mário Sousa– Câmara Municipal de Santa Cruz Correcção: Eng.ª Arlinda Ramos Duarte Lopes Neves

Equipa de Coordenação na Rede

INAG - Romeu Modesto" [email protected] Santa Cruz –José Mário Sousa - [email protected] CMMaio - [email protected] ; [email protected], CM Santa Cruz – Pr. Orlando Sanches - [email protected] ANMCV –Dina Neves - [email protected] Cooperação Internacional –FUNDESCAN- [email protected] e Tomás Alvarez [email protected] Jorge P. Artiles - [email protected]

ENDEREÇO Câmara Municipal de Santa Cruz Caixa Postal 52 Vila de Pedra Badejo - Santiago República de Cabo Verde

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Prólogo

Desde a sua criação em 1971, o município de Santa Cruz se encontra em pleno desenvolvimento de opções estratégicas e planos, baseados numa gestão participada, que tem tomado como ponto de partida o consenso social, para se poder afirmar no compromisso institucional que permita implementar de forma sustentável as políticas planificadas tanto à nível local como central, antecipar as mudanças e colocar o município nos novos cenários regionais e nacionais de desenvolvimento.

Santa Cruz, um Concelho que assistiu a toda a evolução pós-independência, apesar de muitas carências ressentidas ao longo da sua história, não quer e nem deve ficar de fora nessa corrida rumo ao desenvolvimento. É neste contexto, que encaramos, com grande satisfação, o acordo de parceria estabelecido entre a ANMCV e o FUNDESCAN, no intuito de elaborar um Plano Estratégico de Desenvolvimento do Município. Este documento será, por sua vez, um instrumento importante na construção de Santa Cruz e contribuirá para a promoção do desenvolvimento integrado e sustentável e a igualdade de oportunidades e equidade social para todos.

O presente documento, “Diagnóstico Socio-económico do Concelho de Santa Cruz” pretende ser a primeira fase deste projecto que, embora sem intenção de ser um trabalho acabado, demonstra, no entanto, a realidade social e económica que vive a população santa-cruzense e ao mesmo tempo faz um ponto de situação do percurso de desenvolvimento do Concelho, mostrando que não é possível uma política transformadora e de longo prazo, somente com o poder político sem o apoio e consenso das comunidades. Este diagnóstico contou com a participação dos cidadãos, o que constitui a garantia e o êxito, visto terem sido envolvidos os agentes económicos e sociais em todo o processo.

Almejamos que este trabalho venha a contribuir para o desenvolvimento de Santa Cruz e que iniciativas do género possam desabrochar noutros concelhos.

O Presidente da Câmara de Santa Cruz,

/Orlando Sanches/

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Índice Introdução ………………………………………………………………...... 6 A. Desenvolvimento Local e o Modelo de Intervenção Comunitária ………...…...... …8 • Metodologia ……………………………..……………………………...... ……….. 8 • A Metodologia Participativa de Projecto ………………………………...... …….9 • Metodologia de Investigação-Acção ……………………………………...... ……..9 B. Enquadramento do Concelho no Panorama Nacional …………………...... 12 I – Caracterização Geral do Concelho de Santa Cruz …...... … 14 1. O Município de Santa Cruz …………………………………...... …….14 1.1. Descrição das Zonas Administrativas do Concelho …………...... ….14 1.2. Dinâmica da População ……………………………………...... ……..15 II. Caracterização do Concelho no âmbito dos Recursos Existentes ...17 2.1. Aspectos Morfológicos …………………………………...... …….…....17 2.2. Recursos Climáticos ……………………………………………...... …17 2.3. Recursos ambientais ………………………………………...... ….……18 2.4. Recursos Hídricos ………………………………………...... …….……18 2.5. Recursos Geológicos ……………………………………………...... …19 2.6. Recursos Oceânicos …………………………………………...... ……19 2.7. Recursos Florestais e Paisagísticos …………………………...... ……20 2. 8. Recursos Humanos ………………………………………...... ……….20 III. Análise da Situação Económica ………………………...... ….22 3.1. Actividade Agrícola ……………………………………………...... ….22 3.2. A Pecuária ………………………………………………………...... …25 3.3. Actividade Piscatória …………………………………………...... …..25 3.4. Actividade Comercial ……………………………………………...... 36 3.5. Turismo …………………………………………………………...... …27 IV. Análise da Situação Social ...... 30

4.1. A Situação Social das Famílias ...... 30 4.1.1. A Participação da Mulher no Processo do Desenvolvimento do Concelho..32 4.1.2. A Juventude ...... 33 IV.2. A Situação Actual da Saúde no Concelho ……………………...... 35

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4.2.1. Os equipamentos Sociais ………………………………………...... 36 4.2.2. Indicadores Gerais do Estado de Saúde no Concelho ……...... …37 4.2.3. Programa De Saúde Reprodutiva …………………………...... …..40 4.2.4. Principais constrangimentos na prestação de saúde ………...... ….42 IV .3. Água e Saneamento ………………………………………...... ……43 4.3..1 O Abastecimento de Água e Saneamento ……………………...... 43 4.3.2. A Rede Viária ………………………………………………...... …..45 4.3.3. A Rede de Serviços dos Transportes ………………………...... …47 IV.4 Promoção Social ……………………………………………...... …..47 4.4.1. A Situação actual ……………………………………………...... ….47 4.4.2. Protecção à infância ………………………………………...... ……48 4.4.3. A Pensão Social ……………………………………………...... ……50 4.4. 4. Promoção e Desenvolvimento Social ………………...... …………..52 4.4.5.As Infra-estruturas ………………………………………...... …...….52 4.4.6. Principais constrangimentos da promoção social ………...... ……..55 4.4.7. Os Principais Problemas Sociais Identificados …………...... ……..53 IV.5. Análise dos Principais Problema Sociais do Concelho...... 56 4.5.1. Conceito do Problema Social …………………………………...... 56 4.5.2. Identificação dos Problemas …………………………………...... 56 4.5.3. As Causas dos Problemas Apontados ………………………...... 58 V. Comparação entre as Zonas Administrativas ………...... …..61 5.1. A Zona Administrativa Centro ……………………...………...... ……61 5.2. Zona Administrativa Norte ………………………………………...... 63 5. 3. Zona Administrativa Sul ………………………………………...... …64 5.4. Zona administrativa dos Órgãos ……………………………...... ……65 VI. A Situação da Pobreza em Santa Cruz ...... 67 VII. Quadro Síntese do Diagnóstico do Concelho ……...... …...... 71 VII. Conclusão Recomendações Finais. ………...... 75 Bibliografias e Fontes ………………………………………………...... ………79

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Índice dos Gráficos G. 1. Pirâmide Etária da População de Santa Cruz, Censo2000 …………………………...... 15 G2. Evolução da População de Santa Cruz, 2001-2010 …………………………………….…….……….16 G.3, Santa Cruz. Repartição das mulheres chefes de família segundo o estado civil ……….….…………33 G.4, Santa Cruz Repartição dos homens chefes de família segundo o estado civil…………….…….……33 G. 5. As Principais causas de hospitalização …………………………………………………………..…..36 G.6. Transferências Para Hospital Central ……………………………………………………………..…..37 G.7. Evolução das principais doenças entre 2003 e 2004 ……………………………………………..…..37 G.8. A Relação dos Óbitos por Principais ………………………………………………..…………..……38 G.9, Evolução das Ligações da Rede da Água aos Domicílios………………………………………..….. 42 G.10. Relação De Consumidores De Agua No Domicilio 2002: ……………………………………….....43 G. 11.Prestação Mensal em Pensão Social: F. Santiago Maior ………………………………………...….48 G. 12,Prestação Mensal da Pensão Mínima: F.S.L. Órgãos …………………………………………….....49 G, 13 Investimento Feito na Construção de Equipamentos Sociais entre 2000 e 2005/05 ……………..…50 G.15. Montante Investido entre 2000 e 2005 na F. S. L. Órgãos/Zonas ………………………………..52,53 G16. Incidência, Profundidade e Incidência da Pobreza. Freg. Santiago Maior...... 60 G16. Incidência, Profundidade e Incidência da Pobreza. Freg. S. L. Órgãos ...... 70 Índice dos Quadros Q. 1. Repartição da Ocupação da População com 15 e mais anos, por Ramo de Actividade Económica .23 Q. 2. Acesso a Consulta médica e dos enfermeiros ………………………………………………………35 Q.3. Internamento Hospitalar ……………………………………………………………………………..35 Q.4. Hospitalização Por Sector …………………………………………………………………………...35 Q.5 Atendimento De Urgência …………………………………………………………………………...38 Q.6 Principais causas de mortalidade infantil com menos de 1 anos ………………….38 Q.7 Principais causas de mortalidade materna …………………………………… ….39 Q.8. Tipo de Consultas Facultadas …………………………………………………….39 Q.9 Uso de PÍLULA……………………………………………………………………………………... 39 Q.10 Uso de INJECTÁVEIS ………………………………………………………………………… …40 Q.11. Mapa da Rede Viária ……………………………………………………………………………….44 Índice dos Anexos Anexo 1. Cartas Geográficas ……………………………………………...... …….……..81 Anexo 2 Estado civil do chefe do agregado familiar por zona ………………...... ….….88 Anexo 3 Índice da Pobreza por zonas ...... 90 Anexo 4 Levantamento Dos Equipamentos Sociais ……………………………...... …..92 Anexo 5 Lista das Instituições do Concelho ………………………………………...... 98 Anexo 6. Localização de Fontes/Reservatórios e Furos ………………………...... ……102 Anexo 7. Relação de realizações em Santa Cruz a partir de 2000 ……………...... ….. 106 Anexo 8. Plano De Trabalho Do GMDL - Santa Cruz ………………………...... …….108 Anexo 9. Guião Orientativo para o Arranque Do Processo De Elaboração Dos Planos De Desenvolvimento Local (PDL) ...... 109

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Introdução

Nenhuma localidade está condenada ao desenvolvimento e nenhum território se desenvolve sem projectos. Foi sobre este desígnio que apareceu o projecto da criação de um Gabinete Municipal de Desenvolvimento Local com o objectivo de estudar e promover o desenvolvimento sócio-territorial do Concelho de Santa Cruz. Neste estudo diagnóstico do Concelho de Santa Cruz, centralizou-se nos estudos sectoriais das actividades económicas após ter: i. No primeiro capítulo apresentado o Município, a sua localização, a evolução da população, o seu limite e a sua estrutura administrativa; ii. No capítulo segundo analisado os diversos recursos existentes; iii. No capítulo terceiro analisado a qualidade de vida das famílias, e a situação social em geral; iv. Teve-se o cuidado de se fazer uma análise por sectores de actividade, a sua evolução e constrangimentos tendo em conta o processo de desenvolvimento do Concelho; v. No capítulo dos serviços, teve-se a oportunidade de analisar a situação da saúde comunitária no Concelho, dos serviços da água e saneamento, da promoção social – serviços de apoio social prestados tanto pela Câmara como por outras instituições –, e analisou-se também os serviços de transporte e rede viária. vi. Nos dois últimos capítulos dedicou-se ao diagnóstico na perspectiva do problema social, tendo primeiramente tratado, os principais problemas de cada zona administrativa, as suas potencialidades, as suas oportunidades e os projectos em curso. No capítulo seguinte estudou-se as principais causas dos problemas sociais e de igual modo, apresentou-se um quadro síntese das oportunidades, das potencialidades, fraquezas e ameaças, por sectores de actividade. vii. Finalmente, pensando que, com este estudo o conhecimento no domínio socioeconómico ficou mais explícito, apresentou-se as conclusões reveladas através deste estudo diagnóstico. Na perspectiva de mudança do status quo socio-económico das freguesias estudadas, fez-se um elenco de recomendações que perseguem uma intervenção desejada. Contudo, esta perspectiva não é uma receita mas sim o ponto de partida à fase seguinte. viii. Na secção dos anexos entendeu-se necessário a organização e apresentação de alguns ficheiros da base de dados GMDL – Santa Cruz, que pontualmente servirão para eventuais análises. Seleccionou-se, as cartas geográficas com conteúdos

6 Gabinete Municipal de Desenvolvimento Local – SC descritivos da situação do Concelho aquando da mudança da conjuntura política em 2000, correspondente à data do último censo; os quadros estatísticos utilizados na análise demográfica e outros dados considerados pertinentes e dignos de realce. Resta salientar que, o presente trabalho deveu-se à coordenação da ANMCV, da FUNDESCAN através do correio electrónico que acompanhou a par e passo a sua elaboração e os responsáveis das instituições locais que responderam a tempo oportuno às solicitações deste Gabinete.

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A. Desenvolvimento Local e o Modelo de Intervenção Comunitária

O Desenvolvimento local é um modelo de intervenção comunitária que visa conhecer para intervir, afim de desenvolver um determinado território com base na sua história produtiva; as características tecnológicas e institucionais; os recursos materiais e imateriais (Know How); o capital humano; as relações de confiança e as capacidades de cooperar. Este modelo de intervenção comunitária pretende criar condições de progresso económico e social para a comunidade, através da participação activa dos diferentes actores sociais e da sua iniciativa. Sendo assim, propomos desenvolver um trabalho interdisciplinar fazendo uso de estratégias multidimensionais e integradas, com o objectivo de promover a qualidade de vida e uma cidadania activa da população. Para o efeito, centralizou-se nos seguintes elementos positivos deste modelo de intervenção sócio-territorial. - As mudanças introduzidas; - As forças existentes; - O dinamismo local, identificando os líderes/actores sociais; - As potencialidades locais. Isto quer dizer que numa primeira instância procedeu-se a uma análise diagnosticada do território de modo a adquirir um conhecimento prévio das comunidades locais no seu espaço. Esta diversificação de esforços na linha de intervenção multidisciplinar exige uma coordenação de modo a ultrapassar o problema da unidade do estudo e aproveitar as sinergias existentes.

Metodologia O desenvolvimento não é algo adquirido, algo fixo. Todos os países, todas as sociedades e territórios estão em vias de desenvolvimento. Só se pode falar de desenvolvimento quando há uma mudança., Perante esta asserção doutrinal extraída do Manual de Desenrrollo Local1 qualquer desenvolvimento implica mudança social. Procurou-se traçar uma metodologia de intervenção por forma a se conseguir tal

1 GUTIÉRREZ, F. Rodríguez (ed.), Manual de Desenrrollo Local, Ed. TREA, Oviedo2001, p 37.

8 Gabinete Municipal de Desenvolvimento Local – SC mudança social, ou seja, estudar uma série de procedimentos para actuar sobre os aspectos mais salientes da realidade social. Seleccionou-se as seguintes metodologias de intervenção que são por sua natureza intrínseca e complementares:

A Metodologia Participativa de Projecto Tomando como referência a definição de Isabel Guerra (2000:119), a metodologia participativa pressupõe o desenvolvimento da capacidade dos grupos sociais de modo a definirem os objectivos, os meios e o modo de influenciarem positivamente a melhoria do seu nível de vida. Defende-se aqui a concepção de um metodologia que permite uma maior compreensão da realidade e uma maior eficácia na utilização dos meios e técnicas de intervenção, com base numa ordem lógica de operações sequentes. O Desenvolvimento Local que se propõe, promove a animação e a mobilização dos actores sociais do Concelho de Santa Cruz, e assenta em princípios como: - Participação como elemento metodológico e processual; - Desenvolvimento de métodos de trabalho em parceria; - Envolvimento dos actores/líderes locais; - Promoção da qualidade de vida; - Desenvolvimento no seio das comunidades locais através do processo Bottom-Up; - Centralização no potencial propulsor de mudança das comunidades locais, a partir da identificação das necessidades ou problemas que suscitam tensões nessas comunidades.

Metodologia de Investigação-Acção

Não basta tão-somente a execução de projectos sociais para alcançar o desenvolvimento desejável. O desenvolvimento é um processo contínuo e dinâmico que necessita de adaptações estratégicas e constantes modificações das metodologias por forma a adequar a cada contexto de intervenção. Trata-se aqui de um desenvolvimento sustentável que se estrutura em torno dos objectivos explícitos, ecológicos, sociais e económicos; que impõe limites materiais ao nível do consumo de recursos e que fomenta um desenvolvimento qualitativo da comunidade e do indivíduo. Este grau de

9 Gabinete Municipal de Desenvolvimento Local – SC desenvolvimento exige uma coordenação entre os diferentes níveis de governação, organismos públicos e privados e outras instituições, além do envolvimento da população. Tudo isso para argumentar o uso selectivo da metodologia Pesquisa/Acção em complementaridade à participativa.

A metodologia de Investigação-Acção permite em simultâneo, a produção de conhecimentos sobre a realidade, inovação no sentido da singularidade de cada caso, a produção de mudanças sociais e, ainda a formação de competência nos intervenientes. Qualquer acção que se pretenda de base científica inclui necessariamente uma dinâmica de Pesquisa/acção visto que a Investigação-Acção dentro de um ‘sistema de acção concreto’, impede a rotina e a repetição de ‘receitas’ de acção ‘importadas’ de outros contextos.

Corroborando com Alcides Monteiro (1988)2, a Investigação-Acção é "um processo no qual os investigadores e os actores investigam sistematicamente uma dada matéria e colocam questões com vista a solucionar um problema imediato, vivido pelos actores e a enriquecer o saber cognitivo, o saber-fazer e o saber-ser, num quadro ético mutuamente aceite". Na Investigação-Acção participativa, algumas pessoas das organizações ou comunidades em estudo participam activamente com o investigador profissional nos processos de investigação desde a definição inicial até a apresentação final dos resultados e discussão das suas implicações na acção.

Entendemos aqui que esta metodologia é um processo continuado e não pontual, que influencia todo o percurso de investigação. Tem como ponto de partida uma situação problema e ao longo do processo procura adequar melhor a sua intervenção, capacitando os actores de modo a solucionar tais problemas tentando adaptar a sua intervenção à realidade.

Neste trabalho, partiu-se de um problema identificado – o subdesenvolvimento do Concelho, que teve como origem o projecto GMDL do Concelho de Santa Cruz, que irá contribuir para a elaboração do Plano de Desenvolvimento Municipal (PDM).

O grande desafio do Concelho é sem dúvida o desenvolvimento das comunidades locais e a melhoria das condições de vida dos munícipes. Neste processo é importante a

2 MONTEIRO, Alcides Almeida, O Lugar e o Papel do Actores Num Processo de Investigação-Acção, Covilhã 1995, Ed. Universidade da Beira. pp.cf.

10 Gabinete Municipal de Desenvolvimento Local – SC participação dos líderes locais enquanto conhecedores da história de produção de cada localidade, dos potenciais recursos, das carências e dos problemas mais gritantes e que exigem uma rápida intervenção.

Na fase do diagnóstico, teve-se a preocupação de documentar o estado de desenvolvimento em que se encontra Santa Cruz; determinar a magnitude e a importância dos problemas e as suas potenciais causas; e identificar as questões chaves em torno dos quais pode-se definir estratégias de intervenção prioritárias.

Para o efeito, fez-se a recolha de todas as informações existentes sobre o Concelho a nível estatístico e a nível do funcionamento das principais instituições sociais que actuam sobre o território e a nível dos departamentos da Câmara Municipal.

A utilização da abordagem participativa fez com que este estudo fosse participado através da recolha das informações junto dos líderes comunitários, entrevista aos dirigentes administrativos e ateliers com os delegados municipais, comissões de moradores, presidentes das associações de cariz sócio-comunitário, entre outros.

Finalmente, durante o tratamento das informações recolhidas, tentou-se demonstrar a situação social das famílias do Concelho, analisar os sectores económicos e estabelecer comparação entre as zonas administrativas em termos de desenvolvimento.

Em anexo o levantamento em termos de infra-estruturas das zonas mais débeis e das mais desenvolvidas do Concelho.

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B. O panorama nacional

Cabo Verde, um país pequeno de 4.033km2, formado por 10 ilhas de origem vulcânica (das quais 9 são habitadas), situado no meio do Atlântico a 500 km da costa de Senegal, tem uma média pluviométrica de 230 mm/ano com apenas 10% da superfície considerado como potencialmente arável. Os recursos naturais são raros e os solos, na sua grande maioria são esqueléticos e pobres em matéria orgânica.

A população residente, segundo o censo de 2000, era de 434.625 indivíduos, dos quais, 55% residiam no meio urbano. Cerca de 54% da população total povoa a ilha de Santiago. A densidade da população jovem é mais acentuada, sendo que 68,7% da mesma tem menos de 30 anos de idade. Segundo o Censos 2000, a população activa rondava os 166 mil, dos quais 46% do sexo feminino e apenas 22% estão empregados. Existem (ou pelo menos existiam), segundo a mesma fonte, mais homens empregados que mulheres. O PIB real per capita é de US$1.420 em 2002, marcando uma evolução significativa em relação ao crescimento de 1990 – US$9023. O crescimento do PIB reflecte-se na mudança das condições de vida da população. Sendo assim, a esperança de vida é de 72 anos nas mulheres e de 66 anos nos homens. Cabo Verde ficou classificado entre os 175 países, ocupando a posição 103.ª no ranking do Índice do Desenvolvimento Humano – IDH. Conforme dados apresentados no Relatório Nacional Sobre o Desenvolvimento Humano, o Índice da Pobreza Humana baixou de 28,8% em 1990 para 17,7% em 20024.

O perfil da pobreza em Cabo Verde não é fácil de resumir nestas linhas. Todavia, fala-se aqui de um fenómeno estrutural de fortes relações com o sistema de produção, fracos recursos naturais, baixo nível de escolaridade, entre outros factores dependentes. Este Arquipélago padece de vários constrangimentos, entre

3 IRDF de 2002. in Doc. Estratégia de Crescimento e Redução da Pobreza, Set.04, pág. 7. 4 PNUD, Relatório Nacional Sobre o Desenvolvimento Humano Cabo Verde – 2004, pp. 17

12 Gabinete Municipal de Desenvolvimento Local – SC eles a escassez de terreno arável e a falta de água, que afectam o seu normal desenvolvimento5. É de realçar ainda a forte incidência da pobreza nos meios rurais. Confrontando com os dados do Censo 20006, 73,2% dos agregados familiares no meio rural têm um nível de conforto muito baixo contra 3,4% e 0,3% de alto e muito alto. Em contrapartida, apenas 26% da população urbana tem um nível de conforto muito baixo.

A economia cabo-verdiana é dominada pelo sector dos serviços, 71,6%, seguido do sector secundário (indústria e construção) 17,2% e o sector primário ocupando 11,2% do PIB7. Contudo, Cabo Verde está perante um forte processo de mudança o que justifica a sua retirada do grupo dos Países Menos Avançados (PMA) para passar a integrar a lista dos Países de Desenvolvimento Médio (PDM). Relativamente ao objectivo da boa governação e a Estratégia do Crescimento e Redução da Pobreza, traçados pelo actual Governo, encontram-se em desenvolvimento/execução os seguintes Planos, dos quais Santa Cruz poderá fazer parte enquanto beneficiário: • Plano Nacional da Educação; • Plano de Acção Nacional para o Ambiente II (PANA II); • Plano Estratégico Nacional (PNE); • Plano Estratégico da Agricultura; • Plano Estratégico de Desenvolvimento Turístico; • Plano Estratégico da Justiça; • Estratégia Nacional de Segurança Alimentar; • Programa Nacional de Luta Contra a Pobreza; • Estratégia de Desenvolvimento e Segurança Social; • Plano Nacional para a Igualdade e Equidade de Género.

5 Documento de Estratégia de Crescimento e Redução da Pobreza, Praia, Nov. 2004, P.7, Versão Simplificada. 6 Condição de Vida dos Agregados Familiares, Censo 2000, pp. 94-95. 7 Estratégia de Desenvolvimento para Horizonte 2015, Ed. MAAP e FAO, Versão Simplificada p.4.

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I – Caracterização Geral do Concelho de Santa Cruz I.1. O Município de Santa Cruz O Município de Santa Cruz localiza-se na parte leste da Ilha de Santiago, tem uma superfície de 149,30Km2 de superfície, correspondendo a 15,1% da área total da ilha. Ladeado por três Municípios, Santa Catarina, São Domingos e São Miguel, fecha a sua fronteira pela orla marítima na zona este. Santa Cruz foi proclamado Concelho pelo Decreto-Lei n.º 108/71, de 29 de Março, com vista a promover o desenvolvimento de actividades que o crescimento populacional impunha e possibilitar às populações contactos rápidos com as sedes quer do Concelho quer das Freguesias, onde os seus problemas deviam ser resolvidos.

I.2. Descrição das Zonas Administrativas do Concelho A administração do Concelho tem uma estrutura de poder local repartido entre o Presidente da Câmara Municipal, os Vereadores das diferentes áreas designadamente: Administração e Finanças; Urbanismo, Planeamento Municipal, Ambiente, Agricultura e Pesca; Promoção Social – Luta Contra Sida, Género, Infanto-juvenil e Terceira Idade; Comercio, Turismo e Desenvolvimento Empresarial; Planeamento Estratégico, Justiça, Policiamento e Ordem Pública, Água, Energia e Saneamento Básico; Cultura e Desporto; Educação e Saúde. Composta por duas freguesias, Santiago Maior e São Lourenço dos Órgãos, sendo esta última, actualmente, levada oficialmente a categoria de Município, o Concelho de Santa Cruz passará a ter novos contornos limítrofes, reduzindo-se quase para metade a sua extensão. Subdividido em quatro zonas administrativas: Zona Centro, Zona Sul, Zona Norte e Órgãos, cada uma é administrada directamente por um delegado municipal, acompanhado por um ou dois assistentes e auxiliares administrativos, que através do poder descentralizado do Presidente da Câmara, o representam e zelam pelo desenvolvimento das comunidades locais. Em cada Zona Administrativa existe uma sede – Delegação Municipal – no intuito de aproximar os serviços da Câmara Municipal às comunidades locais.

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1.3. Dinâmica da População No último censo realizado em 2000, o Município de Santa Cruz possuía uma população de 32.965 habitantes, sendo 47,1% do sexo masculino e 52,9% do sexo feminino. A partir do gráfico abaixo apresentado, fica-se a conhecer melhor o movimento demográfico por grandes grupos etários.

G. 1. Pirâmide Etária da Polução de Santa Cruz, Censo2000

70-74

60-64

50-54 Pop. Masculina Pop. Femenina 40-44

30-34

20-24

10-14.

0-4

-4000 -3000 -2000 -1000 0 1000 2000 3000

População residente fonte: INE, Censo200

Observa-se assim, uma população bastante jovem, com grande concentração da população nas faixas etárias compreendidas entre 0-24 anos aproximadamente. Isto significa que a população activa é vasta. Numericamente, a população activa é de 68,1% (com 15 e mais anos de idade) e está abaixo da média nacional com 68,9%. É de registar também que, segundo a mesma fonte, o Concelho ocupava a última posição no ranking das ilhas, com menor taxa líquida de ocupação (35,8%), distanciando-se do nível nacional que registava 46,1%. Um outro indicador extraído a partir do gráfico é o índice de feminilidade. A população é maioritariamente feminina com 3% mais que a masculina. Porém, a

15 Gabinete Municipal de Desenvolvimento Local – SC taxa do emprego mostra a superioridade numérica dos homens no que tange ao acesso ao emprego, registando 56,9% para estes, contra 44,1% para as mulheres.

Gráfico 2. Projecção da População do Concelho Até 2010

45000 40000 35000 30000 25000 20000 15000 10000 5000 0 1998 2000 2002 2004 2006 2008 20102012 Anos

No gráfico acima apresentado prevê-se um crescimento paulatino da população até 2010. Actualmente, a população é de 33.196 indivíduos residentes e aproximará aos 40 mil no ano 20108.

8 Fonte INÈ, Quadro 45, população residente e segundo sexo por grupos etários. Santa Cruz, 200-2010.

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II. Caracterização do Concelho no âmbito dos recursos existentes

II.1. Aspectos Morfológicos

A morfologia de Santa Cruz caracteriza-se por um emaranhado de montes, ribeiras e achadas.”. Com efeito, na garganta de Monte Pico de Antónia, terceiro maior do País ( 1.393 metros de altitude) ou na dobra das suas cordilheiras que percorrem longitudinalmente no sentido Norte/ Sul e dividem a ilha em duas partes distintas, nascem pequenas ribeiras que se vão convergindo, formando vales cavados junto às montanhas, que se alargam e originam planícies á medida que se vão aproximando do litoral. As pequenas serras, por seu turno, vão-se aplanando, dando lugar aos planaltos, normalmente denominados de “Achadas”.

A partir do estudo de mapas e cartas geográficas do Concelho, é possível distinguir diversas áreas geomorfológicas de acordo com um maior ou menor predomínio das elevações. Tais áreas, como o maciço do Pico de Antónia na freguesia dos Órgãos (1.392 metros de altitude), a zona de , Saltos e outros, são condicionantes do tipo de clima e das actividades económicas propícias para cada região.

II.2. Recursos Climáticos

O Concelho de Santa Cruz, estando enquadrado na ilha de Santiago e no Arquipélago de Cabo Verde, não foge à regra geral no que tange aos aspectos climatéricos. Segundo o estudo já existente9, o seu clima varia conforme as zonas bioclimáticas. Dada a conjugação da acção de altitude, associada à da orientação das massas do relevo, em relação aos ventos dominantes, surge uma série de microclimas.

9 AMARAL, I., Santiago de Cabo Verde, A Terá e os Homens, Ed. Ultramar, 1989.

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Contudo, predominam dois tipos de clima: árido e semi-árido, com uma temperatura variável que se caracteriza pelo contraste das duas estações bem definidas no país. Tem uma temperatura média anual de 25ºC e com três meses de chuva tal como acontece anualmente em todo o país. Perante estas condições naturais impostas pela própria natureza, é difícil decorrer qualquer mudança.

Com um clima árido nas zonas litorais, estas encontram-se praticamente desprovidas de coberturas vegetais, exceptuando as zonas arborizadas. A título de exemplos ilustrativos citamos os perímetros da ribeira de Serrado, de Santa Cruz, de Achada Laje, de , etc. Porém, ademais dessas zonas áridas, encontramos uma das maiores plantações de banana e agricultura de regadio. Da mesma forma, encontramos zonas de vegetação herbácea nas grandes altitudes como em Longueira, Ribeirão Galinha, e Pico de Antónia. Entretanto, à medida que se avança para o interior, o clima é mais ameno e a produção agrícola tanto de regadio como do sequeiro é boa.

II.3. Recursos ambientais Santa Cruz é um concelho com limitações em termos de recursos ambientais, segundo as anotações do Plano Ambiental10, tais recursos não estão sendo utilizados da melhor forma. Face a esse facto, há necessidade de se tomar medidas urgentes para atenuar a situação e na medida do possível tentar invertê- la.

II.4. Recursos Hídricos11 O Concelho, á semelhança do que acontece com o resto do País, não dispõe de recursos naturais que não sejam os limitados solos aráveis nas planícies onde se pratica agricultura de regadio, mercê da água que se extrai do subsolo através dos poços e furos. Porém, com os sucessivos anos de seca e a extracção

10 CMSC, Plano Ambiental Municipal de Santa Cruz (2004-2014), p.7. Ed. ANMCV, Praia 2004. 11 Os textos nos itens 2.4 a 2.7 foram retirados do Plano Ambiental, idem, visto que são desenvolvidos recentemente e por técnicos formados área.

18 Gabinete Municipal de Desenvolvimento Local – SC descontrolada de inertes e face as consequências nefastas que daí advém, a Câmara Municipal, com o apoio do Governo Central e das Organizações Internacionais, viu-se na obrigação de priorizar o problema da água no seu plano de acção, com vista à sua melhor distribuição, em quantidade e qualidade, tanto para a irrigação como para o consumo doméstico, levando-a às mais dispersas localidades do Concelho, tais como: Monte Negro, Librão, Bocas Larga; /Covão Sanches, Achada Bél-Bél, Terra branca, Serrelho, Achada Laje, Achada Ponta, Saltos, Renque Purga, quer por ligação domiciliária quer auto- transportada. Actualmente, a Câmara dispõe de um serviço autónomo de água com um laboratório de controlo de qualidade. Contudo, o Concelho está longe de ser auto-suficiente nesta matéria, quer em termos de abastecimento para rega e consumo doméstico, quer em termos de equipamentos e infra-estruturas para o seu armazenamento, controle e distribuição, sobretudo nas zonas mais isoladas.

II.5. Recursos Geológicos Em termos geológicos, Santa Cruz, devido ao seu relevo bastante acentuado, possui solos esqueléticos (pouco profundos), de natureza basáltica, sobretudo nas zonas mais a montante do Concelho onde se pratica a agricultura de sequeiro. A prática de agricultura de sequeiro tem contribuído ainda mais para a degradação de solos devido aos efeitos do fenómeno erosivo. Os solos profundos são limitados e encontram-se nas zonas mais a jusante, nos vales profundos junto das ribeiras e no litoral, onde se praticam culturas de regadio temporário e permanente. Parte significativa do Concelho é ocupada por afloramentos rochosos e zonas áridas onde não se pratica a agricultura, sendo este último ocupado pelo pastoreio livre e actividades de reflorestação.

II.6. Recursos Oceânicos Os recursos oceânicos do concelho são limitados, comparativamente às outras regiões do País. Devido à constituição da plataforma marinha, as actividades de apanha de inertes nas zonas costeiras e a prática inadequada de pesca, o mar é

19 Gabinete Municipal de Desenvolvimento Local – SC pobre em quantidade e qualidade de peixes, obrigando os pescadores a deslocarem ao alto mar, às vezes sem qualquer medida de segurança. Contudo, o mar é considerado um recurso importante, na medida em que é utilizado como uma das vias de ligação ao resto do País e do Mundo, para além de servir como um atractivo turístico, pelas belas praias que forma e banha.

II.7. Recursos Florestais e Paisagísticos No que respeita aos recursos florestais, o município possui algumas áreas florestais muito importantes, nomeadamente os perímetros florestais de S. Jorge dos Órgãos, Longueira e Pico de Antónia que estão situados nas zonas de altitude onde o clima vai de húmido a sub-húmido. Nessas zonas, encontram-se espécies florestais diversificadas, adaptadas às zonas húmidas e com um certo valor científico e cultural, servindo como ponto de atracção turística pela sua beleza e frescura. É no perímetro florestal de São Jorge que se encontra localizado o único Jardim Botânico Nacional. Nas zonas mais a jusante, encontram-se os perímetros áridos do litoral (Achada Ponta, Santa Cruz, Cancelo e Achada Laje). Nessas zonas as florestas, são povoadas essencialmente por Prosopis Juliflora (Acácia Americana) que são espécies com maior robustez e resistentes à seca. Quanto ao aspecto paisagístico, o Concelho apresenta um bom aspecto, indo das zonas florestais às montanhas, aos vales profundos com regadio e diferentes vilas com belas praias ao longo do litoral.

II. 8. Recursos Humanos Em 2000, de acordo com os dados do Censo, existiam no Concelho 92 quadros, sendo 42 de nível médio e 50 de nível superior, 823 comerciantes e vendedores, 4.015 trabalhadores de agricultura e pesca e 1.893 indivíduos sem profissão, perfazendo um total de 9.314 pessoas em idade activa.

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Dados mais actuais recolhidos nos encontros de quadros do Concelho realizados em 2005, fazem um balanço de 155 quadros sendo 8012 de São Lourenço dos Órgãos residindo e trabalhando em diversas localidades da Ilha. Naturalmente que, passados alguns anos, a situação evoluiu, principalmente, a nível de quadros administrativos e superiores. No entanto, revela-se insuficiente se levarmos em linha de conta o crescimento populacional, a necessidade e o ritmo de desenvolvimento que se pretende imprimir ao Concelho.

Quanto aos recursos humanos qualificados tem-se em funcionamento desde 2002 um Centro de Emprego e Formação Profissional, sita na Achada Fátima, Freguesia de Santiago Maior, que dá formação a nível nacional. O Centro administra cursos de pedreiro, paraleleiro / calceteiro, carpintaria / marcenaria, informática /internet/access e outros programas, marketing e atendimento, gestão de pequenos negócios, desenho técnico, inst. e manutenção sistema informáticos, corte e costura, contabilidade e micro-empresários. Estes cursos são administrados a três níveis diferentes: Cursos de qualificação profissional, Iniciação e Formação Profissional Contínua. Desde 2002 já se formaram um total de 644 indivíduos. Segundo o Director do Centro, a maioria dos cursos tem por objectivo a integração no mercado de trabalho e os resultados têm sido positivos, exceptuando a área de corte e costura.

No que concerne à capacidade instalada relativamente à procura de formação frisou de forma contundente que na maioria das áreas a procura excede em muito a oferta, exceptuando as de paralelista/calceteiro. Adiantou ainda que no que concerne às modalidades de Iniciação Profissional e Formação Contínua verifica- se uma procura significativa na área de informática e menor demanda nas de Contabilidade, Marketing, e Fiscalização, ao ponto de inviabilizar algumas acções de formação previstas13.

12 Os dados são estimativos. 13 Com base num documento enviado a 28/06/05 a pedido do coordenador do GMDL- Santa Cruz.

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III. Análise da Situação Económica do Concelho

O tipo de actividade económica exercida pelas pessoas ocupadas permite caracterizar o nível do desenvolvimento das actividades económicas por sectores. A actividade exercida pelas pessoas que declararam ter ocupação não parece distanciar-se da tendência nacional. A agricultura, produção de animais, caça e silvicultura era a principal actividade económica (29%) o comércio era o segundo ramo de actividade (17%), a Administração Pública, o terceiro (14%) e a construção o quarto principal ramo de actividade económica (8%).

A precariedade da ocupação é tanto maior se tivermos em devida conta que 47% dos que tinham ocupação trabalhavam por conta própria (39%) ou eram trabalhadores familiares sem remuneração (8%). Nesse concelho, 21% da população ocupada, tinha ocupação garantida pelo Estado e apenas 16% trabalhava no sector empresarial privado.

III.1. Actividade Agrícola Na agricultura realça-se dois tipos tradicionais: a agricultura de sequeiro e a de regadio. A primeira só é possível nos três meses de as-águas que vai de Agosto a Outubro normalmente. Na agricultura de sequeiro predominam as culturas do milho e feijões e está muito condicionada a queda das chuvas. A cultura de regadio, vai-se desenvolvendo graças à introdução do sistema da rega gota-a-gota. Todavia, uma vasta área de terreno arável não foi até então abrangida por esta técnica devido ao fraco poder económico dos agricultores14. Os agricultores enfrentam dois graves problemas: a escassez da água, um fenómeno nacional, e o alto teor de sal na água usada para irrigação. Apesar desses constrangimentos, denota-se que uma grande percentagem de terreno do sequeiro, vem sendo utilizada para a cultura de regadio, através do

14 Entrevista a alguns agricultores da Várzea Nha Santana nos Órgãos e na entrevista ao Sr. Delegado do Ministério da Agricultura, Ambiente e Pesca – Santa Cruz.

22 Gabinete Municipal de Desenvolvimento Local – SC sistema de rega gota-a-gota. Em muitas situações, é utilizada a água da rede pública para o consumo doméstico, facto esse que acarreta novos problemas no âmbito de saneamento e abastecimento de água aos domicílios.

A utilização da micro-irrigação é um facto inovador, visto que a maior parte do sequeiro pode ser transformada em regadio e utilizado na produção hortícola. Para tal, torna-se necessário a elaboração de um estudo de mercado e do custo da produção para cada espécie cultivada.

Ao contrário do país com 55% da população urbana, Santa Cruz tem 75,1% da sua população a viver no meio rural, o que faz com que a sua principal actividade económica incida no sector primário: agricultura, pecuária, pesca e silvicultura. A nível nacional este facto já não acontece. Predomina o sector dos serviços seguido do sector secundário e primário em última instância. A repartição da população activa empregada, no quadro abaixo representada, mostra o papel do sector primário no desenvolvimento do próprio Concelho.

Q. 1. Repartição da ocupação da população com 15 e mais anos, por ramo de actividade económica (%)15 Actividade Económica % Agricultura, Produção Animal, Caça e Silvicultura 29,4 Comércio, reparação de veículos automóveis... 17,4 Administração Pública 13,7 Construção 8,7 Actividades de Serviços Colectivos, Sociais e pessoais 8,1 Educação 6,8 Indústrias transformadoras 4,7 Transporte, armazenagem e comunicações; 3,7 Pesca 2,8 Famílias com Empregados domésticos 1,3 Indústria Extractivas 1,1 Actividades imobiliária (alugueres e prestações de serviços) 0,8 Saúde e Acção Social 0,8 Alojamentos e restauração 0,4 Produção e distribuição de Electricidade, Gás e Água 0,2 Actividades financeiras 0,1

15 Idem, p.64.

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Organismos internacionais e outras organizações fora do 0,1 concelho A grande questão que se levanta tem a ver com a capacidade produtiva, ou seja, a quantidade produzida por sector económico, tendo em conta a população envolvente. O quadro supra elucida-nos sobre a questão, de modo que 30% da população vive da agricultura, sendo esta dependente fortemente do clima e das chuvas. Anualmente só se faz uma colheita e frequentes são as secas cíclicas, provocadas pela falta de chuva.

Estatisticamente, Santa Cruz possui a maior área agrícola do país, ocupando um lugar importante na cultura de produtos hortícolas e de bananeiras. Contudo, a falta de água e a salinização dos solos ainda não estão resolvidos. Segundo o recenseamento agrícola de 198816, a superfície agrícola cultivável é de 2440 lts para regadio e 39.891 lts para o sequeiro, o que corresponde a 8 e 10% respectivamente da área total do país. 24% de terras do sequeiro são cultivadas por conta própria, 21% em parceria e 54% por arrendamento. No regadio, 40% das explorações são por conta própria, 19% em parceria e 41% por arrendamento. Cerca de 34% das explorações são dirigidas pelas mulheres. A área irrigada é 244 há de terreno total do concelho17. A prática agrícola tem o seu principal foco nas Bacias Hidrográficas do Concelho, designadamente a Bacia Hidrográfica da e dos Picos, nas modalidades de regadio e sequeiro. É de realçar que a agricultura é sem dúvida uma forte potencialidade do Concelho, mas que se encontra ameaçada pelo próprio clima. Tem vindo a degradar-se devido as últimas secas e consequentemente, os poços e as ribeiras estão a diminuir o seu caudal de água, o que devido a sobre-exploração vai provocando gradualmente a salinização dos solos e das águas

16 PANA II, p.5. - Dados mais recentes estão prestes a serem publicados, e provisoriamente temos que utilizar estes. 17 Relatório 2004, Delegação MAAP - Santa Cruz

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III.2. A Pecuária Em Santa Cruz não é possível falar de pecuária sem falar da agricultura. Os dois sectores estão interligados não só pela complementaridade mas também pela prática pouco evoluída das partes. Dito por outras palavras, tanto na agricultura como na pecuária são utilizadas práticas tradicionais. Grande percentagem da criação de gado existente é do tipo familiar, ainda que constituindo uma actividade económica muito importante para o desenvolvimento do município. Desta feita, os constrangimentos são evidentes: a seca cíclica (falta de pasto), o fraco recurso das famílias e o desinteresse pela melhoria das raças. Com base na observação directa, podemos concluir que a pecuária está directamente relacionada com a subsistência e com o valor socialmente atribuído a posse do gado. De acordo com o Plano Director da Pecuária18, as espécies actualmente exploradas são pouco produtivas e a assistência técnica e veterinária são deficientes. As espécies e as raças exploradas, geralmente têm um nível de produção relativamente baixa que depende muito das variações das condições alimentares e do sistema praticado.

III.3. Pesca A pesca artesanal representa a base de subsistência de muitas famílias dos arredores da vila de Pedra Badejo, nomeadamente de Achada Ponta, Monte Negro, Baía Curta, Areia Branca e Achada Laje. Nessas comunidades, as actividades económicas da pesca e da agricultura têm sido praticadas em paralelo. Devido às baixas capturas nessas localidades, muitos dos pescadores principalmente os de Achada Ponta e Pedra Badejo migram para as ilhas de Boavista e Maio onde existe um potencial haliêutico maior. As espécies mais capturadas são os tunídeos, peixe de fundo, moreia e pequenos pelágicos. Entretanto, existem algumas iniciativas privadas na pesca industrial, mas pouco desenvolvidas devido a limitações existentes, nomeadamente, no que respeita a escassez e inexistência de

18 In Plano Ambiental Municipal de Santa Cruz, 2004, p.6.

25 Gabinete Municipal de Desenvolvimento Local – SC equipamentos no mercado nacional e local, impossibilitando assim, a pesca, com rentabilidade e segurança, no alto mar. Já existem iniciativas para o desenvolvimento haliêutico, a nível das associações de pescadores. Porém, não é assaz falar da pesca em termos industriais. Pelos vistos, a tendência é mesmo de industrialização gradual, mas Santa Cruz pela qualidade e quantidade existencial carece de um investimento sério que ultrapasse a categoria de vendedor ambulante. Segundo alguns pescadores19 a produção não cobre as despesas do funcionamento e manutenção das próprias máquinas. As espécies mais capturadas são tunídeos, peixes de fundo, moreia, e pequenos pelágicos. São muitas as variedades colocadas no mercado, embora em pequenas quantidades. Isto é indubitavelmente um indício da nossa riqueza em termos de quantidade e qualidade, ainda que mal conhecidos e explorados. O mercado do pescado é meramente tradicional através das peixeiras ambulantes que vendem em frente do Mercado Municipal ou que vendem de porta em porta. A venda do pescado no Concelho é estritamente a base do mercado informal.

III.4. Comércio Historicamente o comércio no Concelho não passava de feiras nos dias certos onde se reuniam feirantes e populações para compra e venda de produtos. Os produtos manuais tinham grande ênfase no mercado, como por exemplo, os balaios de carriço ou cordas, os estrados de ripas de folhas de bananeiras, as esteiras, etc. No mesmo espaço aproveitavam as famílias para expor e vender os produtos pecuários domésticos em pequena quantidade. Da mesma forma os produtos agrícolas se escoavam através deste tipo de comércio. Ainda hoje, grande parte do comércio é tradicional e informal, embora haja uma tendência para o desaparecimento das feiras sobretudo na Freguesia dos Órgãos.

Com base na técnica da observação directa e participativa20, é de referenciar dois aspectos relevantes do desenvolvimento comercial: o comércio informal ganha

19 Entrevista formalizado no dia 06/07/05, Associação de Pescadores – Vila. 20 Enquanto residente neste concelho participo do mesmo modo de vida.

26 Gabinete Municipal de Desenvolvimento Local – SC nova expressão no mercado onde muitas famílias usam as suas casas para vender e revender os seus produtos. É habitual as pessoas usarem as suas casas, barracas, ou pequenos quiosques para matança de porcos, vacas, galinhas e cabras, e ainda para venda a retalho. Tais práticas não garantem nenhuma segurança alimentar e carecem de qualquer tipo de inspecção, por outro lado têm o seu ponto positivo dado que as famílias são pobres e obtêm um rendimento através desta prática comercial. O segundo aspecto refere-se ao aparecimento dos minimercados no Concelho competindo concorrencialmente com outras práticas comerciais pouco formais. É um tipo de mercado formal que está a ganhar terreno, com garantia de qualidade e quantidade. Segundo o levantamento feito nas zonas administrativas, alguns estão implantados nos principais centros urbanos, havendo zonas com dois ou três em média. Este segundo aspecto saliente traz grandes vantagens para o concelho à medida em que são garantidas a quantidade e a qualidade. Constituem porta de escoamento de produtos agro-pecuários e da pesca.

III.5. Turismo O turismo parte de uma consciência colectiva, do gosto pelo que é nosso, para que os outros possam apreciar. Santa Cruz apresenta condições naturais que poderão ser potencializadas para o desenvolvimento do Concelho, nomeadamente, as paisagens exóticas, contendo o terceiro monte mais alto do país, a sua riqueza cultural, a música funaná e batuque, o mar, o jardim botânico na freguesia dos Órgãos, para além de vastos hectares de terrenos florestados.

Apesar do turismo ser uma vertente ainda por explorar poderá vir a constituir uma oportunidade para o desenvolvimento sócio-económico do Município, devidas as condições geográficas e naturais atraentes para a sua prática tanto de montanha, como de praia.

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Apesar de não existir um plano turístico, o que entrava o desenvolvimento deste sector, o turismo está a dar os seus primeiros passos na estimulação dos visitantes com a construção de pensões e hotéis, tudo graças a iniciativa privada. Não existem centros de exposição cultural nem escolas de arte que favorecem o desenvolvimento tanto da cultura local como da atracção turística. Contudo, encontram-se em curso projectos que possivelmente colmatarão esta ‘lacuna’, como a criação da escola de música e artes plásticas e a criação de um centro de iniciativa juvenil. Ambos os projectos estão virados para o mundo das artes, formação e capacitação dos jovens nessa vertente. No domínio da restauração há poucos restaurantes qualificados com pratos típicos, servindo com base numa ementa. São de pequena dimensão e com um público muito reduzido21.

III.6. Emprego/Desemprego No capítulo do desemprego, o nosso concelho mais uma vez destaca-se quer a nível nacional quer a nível dos outros concelhos, com uma taxa de desemprego de 31,6%. Conforme a análise do INE22 «Santa Cruz apresenta valores muito superiores à média nacional, especialmente para o sexo feminino. No escalão de 15-24 anos, a taxa de desemprego das mulheres é de 60,2%, quase o triplo em relação ao total feminino nacional». A situação de Santa Cruz em relação ao desemprego e ao emprego tem muito a ver com o que já foi dito supra na análise da situação económica. Aliás, a taxa de desemprego diminui com o desenvolvimento económico. Tornar-se-á vã qualquer luta travada contra o desemprego na ausência de um plano de desenvolvimento multi-sectoriais. Com reparo ao peso de cada sector na economia do Concelho, a agricultura é o sector mais forte abrangendo maior parte da população. Contudo, é o sector com trabalho mais precário de todos os sectores.

21 Informação extraída com base na observação directa, mas que pode ser desenvolvida com maior rigor científico na segunda parte deste trabalho. 22 INE, Características Económicas da População, Censo 2000, pp.36-37.

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A qualidade de emprego é mensurada aqui por tipo de ocupação. 47% dos que tinham ocupação trabalhavam por conta própria (39%) ou eram trabalhadores familiares sem remuneração (8%). Nesse concelho, 21% da população ocupada, tinha ocupação garantida pelo Estado e apenas 16% trabalhava no sector empresarial privado.

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IV. Análise da Situação Social

IV.1. A situação das famílias Este concelho é um caso sui generis em Cabo Verde e na ilha de Santiago. Se considerarmos que a população com menos de 15 anos e a de 65 anos e mais constituem o grupo que convencionalmente é dependente, temos uma taxa de dependência de 125% ou seja, nesse concelho, de cada 100 pessoas em idade convencional de criar riquezas, de produzir bens e serviços temos 125 que deles dependem. A nível do País, de cada 100 pessoas em idade convencional de criar riquezas, de produzir bens e serviços temos apenas 94 que deles dependem. A taxa de dependência total è de cerca de 102% na ilha de Santiago. Outro facto diz respeito à situação das crianças interpelando-nos em relação a um direito fundamental, o direito à educação. Santa Cruz detém a segunda maior taxa de escolarização de Cabo Verde. Nesse concelho, de cada 100 pessoas de 4 anos ou mais, 41 encontra-se a frequentar um estabelecimento de ensino, seja 3% acima da média nacional Os números revelam-nos outra situação da dependência através da solidariedade familiar. Neste Concelho, em cada 100 desempregados, 79 vivem a cargo de familiar residente em Cabo Verde (74) ou no estrangeiro (5) e apenas 16 vivem do trabalho (que tiveram nos últimos 12 meses) provavelmente devido à precariedade da ocupação ou a duração do desemprego, e os restantes vivem de outra providência. Santa Cruz tinha em 2000, cerca de 6.332 agregados familiares, fixados na sua grande maioria (73%) no meio rural. No Concelho, a maioria das famílias (57%) é chefiada por homens, porém em proporção inferior à média nacional (60%). No concelho de Santa Cruz, apenas 8% dos agregados são do tipo unipessoal. Cerca de 19% destes são do tipo monoparental nuclear, ou seja constituídos pelo chefe (homem ou mulher) mais os filhos ou enteados. De cada 100 agregados familiares desse tipo, 93 são chefiados por mulheres.

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A maioria dos agregados familiares (51%) tem à frente um casal, ou seja, são casais isolados (3%) ou casais mais os filhos, outros parentes ou pessoas que não tem qualquer grau de parentesco com o chefe de família.

Santa Cruz é o único concelho de Cabo Verde onde o tamanho médio da família não se reduziu na década de noventa. Cada família tinha, em média 5,2 membros em 1990, e permanece em 2000 sendo 4,6 a nível nacional.

As condições de habitabilidade em Santa Cruz e o acesso a bens e serviços de conforto marcam o nível de carência desse concelho e o seu relativo atraso.

Neste concelho a grande maioria (94%) das famílias vivem em casas do tipo individual, e própria (83%).

Contudo, para obter água devem, na maioria dos casos (62%) recorrer aos chafarizes, em proporção muito superior a media nacional (45%). Cerca de 17% das famílias retira principalmente de poços a água para uso doméstico e apenas 8% tem água canalizada da rede pública.

Mas este não é o único caso de carência. Com efeito, pode-se afirmar que a nível nacional, a introdução do gás na cozinha é uma grande conquista, mas tal não é o caso em Santa Cruz. 64% das famílias utilizam ainda principalmente a lenha para a confecção dos alimentos e apenas 35 de cada 100 utilizam principalmente o gás, devido ao preço do mesmo ser muito elevado. Outro indicador do agravamento da pobreza surge desta comparação. Se a nível nacional, 39% das famílias tem casa de banho e retrete, neste concelho, que é o terceiro mais densamente povoado (221,1 hab/km2 em 2000), apenas 16% das famílias tem casa de banho e retrete.

Assim se entende que 91% das famílias do concelho ainda lançam a água suja em redor da casa (71%) ou na natureza (20%).

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IV.1.2 A Participação da Mulher no Processo do Desenvolvimento do Concelho

Em Santa Cruz, particularmente, os trabalhos relacionados com as actividades económicas são distintos em termos de género dos executantes. As tarefas estão bem definidas para os homens e para as mulheres, não obstante o machismo exagerado ou a sobrevalorização do trabalhador sobre a trabalhadora. No dia-a-dia, as mulheres ocupam-se das tarefas domésticas e os trabalhos mais leves, ou seja de menos força física. Os homens, por sua vez, são quem trabalha nas obras de construção civil, no campo agrícola como as lavouras, abertura de covas de sementeiras, etc. Mesmo nas relações laborais entre os privados, há discriminação positiva do homem em relação ao rendimento. Recebem mais pelo mesmo trabalho realizado. Nos serviços sociais a mulher ocupa as funções de base e raramente as de chefia. São elas que fazem o atendimento público, os serviços de limpeza, monitoras de infância, agentes sanitários, escriturárias dactilógrafas. Nas escolas, as mulheres e os homens têm os mesmos direitos, oportunidades e representativamente, as raparigas e os rapazes gozam da mesma acessibilidade à educação. Contudo, a situação social da mulher está ainda muito aquém do ideal e muitas vezes associa-se à questão da pobreza no Concelho. Pesa-se muito a condição feminina como suporte familiar estrutural, a chefia familiar e executante dos trabalhos de rua, os quais têm maior acesso. Há muitas mães solteiras a mercê dos trabalhos por conta própria como a venda de peixe, venda a retalho numa barraca/quiosque ou de porta em porta. Muitas vivem na dependência económica do marido e registam-se os maus-tratos de que são vítimas.

Recorrendo aos dados estatísticos, em matéria de estado civil dos chefes de família, Santa Cruz não foge à tendência nacional. Neste concelho, quando um casal coabita, é o homem quem, – na maioria dos casos, chefia a família. A mulher é chefe de família nas situações em que o marido está ausente ou é solteira.

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Assim, nesse concelho de cada 100 homens chefes de família, 63 vivem em união, sendo 33 casados e 30 vivendo em união de facto. Apenas 10% dos homens chefes de família são solteiros. Por oposição, de cada 100 mulheres chefes de família, 46 são solteiras e 31 são casadas (16) ou vivem em união de facto (15). A proporção de mulheres em situação de união chefiando famílias é superior a media nacional, devido à emigração do marido ou ao facto destes não coabitarem na mesma casa com a mulher em causa.

G.3, Santa Cruz. Reparticao das mulheres G.4, Santa Cruz Reparticao dos homens chefes de chefes de familia segundo o estado civil familia segundo o estado civil. INE - Censo 2000

19,5 0 3,4 3,4 19,5 0,2 46,3 0,2

14,7 14,7 46,3 15,9 15,9

Total So lt Cas U facto Div Sep Viúv o Solt Cas U facto Div Sep Viúvo

Assim, nesse concelho, de cada 100 chefes de família solteiros, 22 são homens e 78 são mulheres. Entre os casados, 80 são homens e 20 são mulheres e entre os vivendo em união de facto, 79 são homens e 21 são mulheres. E porque nesse concelho como noutros as mulheres vivem mais tempo que os homens, de cada 100 chefes de família viúvos, 89 são mulheres e apenas 11 são homens. O facto acima descrito testemunha aliás, o fenómeno das mulheres solteiras chefes de família, muito característico de Cabo Verde.

4.1.2. Juventude de Santa Cruz

Santa Cruz tem uma população povoada com cerca de 50 % de jovens. Em 2000, conforme os dados do Censo, a população total era de 32.965 habitantes, das quais, 14.944 compreendem a faixa etária juvenil. Este facto obriga a ser dada atenção especial a camada juvenil em todas as áreas da actividade da vida social, visto que a maior representatividade social vai para a camada social jovem.

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Intervenção

A intervenção social para com os jovens é desenvolvida a partir da Direcção do Departamento de Juventude Cultura e Desporto, sedeada na Câmara Municipal; a Direcção do Centro de Juventude da Vila e a Liga das Associações Juvenis de Santa Cruz e o Centro Juvenil Catchás.

Equipamentos Sociais

O Concelho dispõe de dois centros de juventude funcionando como espaço jovem de lazer e formação; dois polivalentes (na Vila e em Cancelo), sete placas desportivas e seis centros comunitários e sedes das associações. Dispõe ainda de um Centro de Formação profissional que administre cursos em várias áreas e um Centro de Reabilitação de Toxicodependentes – Tenda el Xadai.

Pontos Fortes

‰ A capacidade dos jovens de se reunirem a volta das actividades;

‰ Surgimento de Associações desportivas e culturais e o forte sentido de associativismo;

‰ Iniciativas associativas de animação sociocultural;

Pontos Fracos

‰ Persistência das mesmas dificuldades no seio dos jovens (falta de equipamentos desportivos)

‰ O Associativismo Juvenil não está implantado igualmente em todas as localidades;

‰ As Associações não se conhecem ao ponto de (re)unirem sinergias na intervenção sociocultural;

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‰ Desenvolvimento de projectos e actividades pontuais, de curta dimensão temporal e pouco contributivo para erradicação dos problemas sociais que afectam a juventude;

‰ Líderes juvenis com baixa habilitação, dificultando a plena condução da comunidade;

‰ O Desemprego.

Oportunidades

‰ Infra-estrutura e estruturas existentes de intervenção;

‰ Possibilidade de maior abertura da região ao turismo e maior incentivo à criação e crescimento das empresas por forma à criação de mais postos de trabalho e absorção da mão-de-obra disponível;

‰ Investimento para jovens/micro-crédito mais acessível;

‰ Maior aproveitamento do associativismo para o desenvolvimento comunitário e cultural; maior envolvência de parceiros externo.

Ameaças

‰ As doenças infecto-contagiosas; Prostituição; consumo de estupefacientes; desemprego...

IV. 2. A Situação Actual da Saúde no Concelho Num Concelho eminentemente rural, onde a agricultura e a pesca tradicional constituem os principais meios de vida, com 221 habitantes/Km2, o índice de pobreza ronda os 62%. Qual será o nível de acesso aos cuidados de saúde? O acesso aos cuidados de saúde é proporcionado pelo Centro de Saúde de Pedra Badejo, Postos Sanitários e USB’s23 distribuídos pelo Concelho.

23 Unidades Sanitárias de Base.

35 Gabinete Municipal de Desenvolvimento Local – SC

Todas estas unidades de serviço são coordenadas directa e unicamente pela Delegacia de Saúde, construída em 2000 para dar cobertura às necessidades da saúde no Concelho. Apenas 4 médicos e doze enfermeiros compõem o corpo terapêutico do Concelho, o que equivale a dizer que, para cada médico estão 8.231hab (dados de 2004). Neste ano a situação suavizou um pouco com a aquisição de mais 1 médico. Assim, a média de médico por habitantes passou a ser 658524. Recorrer a Cidade da Praia situada a 39 km, não é só uma imposição mas um caminho obrigatório de todos quanto aspiram a cuidados mínimos de saúde.

De Janeiro a Novembro do ano transacto, na Delegacia de Saúde, foram atendidos na consulta externa um total de 42.360 pacientes com diferentes patologias. Médicos designados deslocam-se diariamente aos Postos Sanitários dos Órgãos, e uma vez por semana ao Posto de Cancelo. Os enfermeiros realizam consultas de urgência diárias e trabalham por turnos com serviço de 24 horas de permanência. Existem três serviços de Saúde Reprodutiva, situando-se um no Centro de Saúde, e dois nos Postos Sanitários de Cancelo e Órgãos. Realizam-se ainda serviço móvel a todas as unidades sanitárias de base e a outras localidades onde não existem estruturas de saúde e que são visitadas pela Equipa de Saúde Reprodutiva. No que concerne a equipa de Luta Contra o Paludismo, ela realiza deslocações programadas a todas as localidades do Concelho de 2ª a 6ª feira, SOS sábados e domingos com as seguintes actividades: tratamento nos tanques, cisternas, charcos, poços e outros.

IV.2.1. Equipamentos Sociais O edifício onde se encontra instalada a Delegacia de Saúde nesse momento faz 4 anos que entrou em funcionamento. A mesma vem mostrando dia após dias sinais de degradação, fissuras e problemas diversos a nível interno e externo, conforme o depoimento do chefe administrativo desta instituição.

24 Relatório 2004, Delegacia de Saúde de Santa Cruz, Pedra Badejo, Jan. 2005.

36 Gabinete Municipal de Desenvolvimento Local – SC

• Compõem a Delegacia de Saúde várias estruturas dispersas por todo o Concelho, umas de fácil acesso e outras isoladas, nomeadamente: Posto Sanitário dos Órgãos e Cancelo, este carecendo de equipamentos novos e restauração de fundo, Unidades Sanitárias de Base de: São Cristóvão, Renque Purga, Achada Ponta, Monte Negro, Pico de Antónia, Chã da Silva, Serrelho, Ribeirão Boi e Saltos Abaixo, laboratório como meio para a realização de diagnósticos de saúde, meios de transporte (uma ambulância e duas viaturas).

IV.2.2. Indicadores Gerais do Estado de Saúde no Concelho

a) (Q. 2.) Acesso a Consulta médica e dos enfermeiros

Estruturas Nº Cons/Medico Nº Cons/Enfermeiro Pedra Badejo 42060 14595 Órgãos 4032 1899 Cancelo 300 635

Total 46392 17129 Fonte: DSSC, P. Sanitários/2004 Os números demonstram claramente a insuficiência de recursos humanos especializados e por conseguinte, uma sobrecarga no que tange a consultas por agentes de saúde. b) (Q.3.) Internamento Hospitalar Este indicador revela satisfação de serviços, sendo utilizado apenas 33% da capacidade existente para os serviços de internamento.

Números de doentes Dias de Hospitalização Taxa de Ocupação 871 5410 33%

c) (Q.4.) Hospitalização Por Sector

37 Gabinete Municipal de Desenvolvimento Local – SC

Medicina 384

Maternidade 45 Pediatria 401 Infecto contagiosa 41

d) Principais causas de hospitalização

G. 5. As Principais causas de hospitalização

180 164 160 140 133 120 100 80

N.º de casos 60 52 50 40 29 23 16 20 5 0

ia o ia a P ia A s r Ir C n s a T re T V o e n r H A m c ri ia u b U D e A i n s P p S Doenças

Fonte: DSSC/2004 No gráfico supra, são apontadas as principais causas do internamento, ou seja, doenças com maior índice de casos de internamento. No gráfico acima apresentam- se as seguintes doenças por ordem de impacto: Pneumonia; Abcesso; Spsi Urinaria; Ira (Insuficiência Respiratória Aguda) entre outros. e) Doentes transferidos

38 Gabinete Municipal de Desenvolvimento Local – SC

G.6. Transferências Para Hospital Central

87 90 80 73 70 56 60

50 40 34 40 31

n. de casos 30 19 20 10 7 5 5 4 10 3 1 0

ia ia ia ia ia a ia o ia ia ia ia ia ia d g g g g in tr in c g g tr g g e o r o o c a r n o o a o o p l ru l l i i to ê l l i l l o to i o o d d g ro ro u io to rt a C c m e e O r u iq d a e l M P U U e s r O m in ta P a m u f e N C to ra G O d s o T c E n a B

Consultas Médicas Especializadas

Fonte: DSSC/2004 A relação dos doentes transferidos é um indicador da capacidade técnica da unidade de saúde no Concelho, visto não reunir condições para tratamento das especialidades médicas da citação gráfica. De outro ponto de vista, a Ortopedia, Traumatologia, Cirurgia, Ginecologia, Oftalmologia, Medicina, Pediatria, Otorino e outras, são consultas mais frequentes. f) Doenças com programas especificas de Saúde Pública – A partir da leitura gráfica, podemos constatar que dessas doenças, a com maior número de casos é a doença mental seguido da tuberculose e a SIDA, sendo que estas últimas andam associadas.

G.7. Evolução das principais doenças entre 2003 e 2004

40 DM; 38 3 35 e; 3 DM; 32 ulos 30 erc Tub 25 24 SIDA; 20 4 e; 1 15 los ercu ub 12 10 T SIDA;

n.º de casos de n.º 5 Paludismo; 0 Paludismo; 5 0 2003 2004 Paludismo 05 Tuberculose 14 33 SIDA 12 24 DM 32 38 2003-2004

Fonte: DSSC/2004

39 Gabinete Municipal de Desenvolvimento Local – SC g) (Q.5.) Atendimento de urgência

Total de atendimento Internamento Transferido 4760 165 458 Fonte: DSSC/2004 Das 4.760 urgências atendidas, 165 foram internadas e 458 foram evacuados para o Hospital Central h) Mortalidade e as principais causas.

G.8. A Relação dos Óbitos por Principais Doenças

Sofrimento Fetal 11% Desconhecidos 6%

Senilidade 50%

AVC 33%

No concelho morre-se mais por causa da velhice, a chamada morte natural e por AVC. i) (Q 6)Principais causas de mortalidade infantil com menos de 1 ano

Doenças Números óbitos Sofrimento fetal 7 Sepsis 0 Diarreia 0 Total 7 Como se sabe, a taxa de mortalidade infantil é um indicador da pobreza. Sendo assim, o facto representado em número pode indiciar o nível de cuidado e tratamento infantil. Apenas sete casos de sofrimento fetal causaram mortes infantis em 2004.

IV.2.3. Programa de Saúde Reprodutiva 2004 Números de Partos efectuados...... 263

40 Gabinete Municipal de Desenvolvimento Local – SC

• (Q.7.) Principais causas de mortalidade materna

Doenças Números óbitos 0 0

O 0 (zero) número de casos mostra-nos a eficiência do Plano de Saúde Reprodutiva, o forte controlo e planeamento familiar e a boa assistência no momento do parto. • A consulta infantil – Em 2004 foram realizadas 8.706 consultas. Isto revela a existência de controlo infantil e das doenças que podem surgir nesta fase de vida. 17.558 é o número de crianças vacinadas contra Pólio 1, 2 e 3 e contra Sarampo. Da mesma forma, 2807 vacinas foram aplicadas contra Hepatite -B • Consulta Pré-Natal O quadro abaixo demonstra-nos numericamente o empenhamento da equipa técnica da Saúde Reprodutiva no controlo das situações de gravidez em diferentes etapas.

Q.8. Tipo de Consultas Facultadas Tipo de Consultas n.º de Con. 1ª Consulta 449 Controlo 587 Total 1036 < de 15 anos 15 “15 a 17 anos 70 “18 a mais 229 Em situação de risco 165

Fonte: DSSC/SR-04 • Planeamento Familiar (Q.9) Uso de PÍLULA

1ª Vez 253 Controlo 3402 Fonte: DSSC/SR-04

(Q.10) Uso de INJECTÁVEIS

1ª Vez 247

41 Gabinete Municipal de Desenvolvimento Local – SC

Controlo 3180 Fonte: DSSC/SR-04 Nos quadros supra podemos tirar algumas elações sobre os cuidados com a saúde reprodutiva e os resultados das campanhas de sensibilização. Pelos vistos são positivos. • Outros Dados 1ª Consulta de planeamento familiar de <17 anos...... 25 17 Anos e mais...... 184 Total de 1 controlo do ano...... 255 Mudança de Método...... 115 Consulta Pós-parto...... 282 Encaminhamento para Ginecologista pelo medico...... 15 Total de preservativos distribuídos em 2004...... 113884

IV.2.4. Principais constrangimentos na prestação de saúde

• Incapacidade financeira para o funcionamento da Delegacia de Saúde; • Falta de transporte para o trabalho no terreno e nomeadamente a luta contra paludismo; • Deslocação diária ao Posto Sanitário dos Órgãos transportando o médico ali colocado, devido a falta de casa com condições para sua permanência no local. • Alto nível do consumo do combustível; • Falta de Ambulâncias; • Dificuldade com a evacuação dos doentes. • Serviço Administrativo/ falta de recurso humano na área de contabilidade; • Posto Sanitário de Cancelo, sem condições para qualquer atendimento de serviço de saúde. • No que tange a receitas, é de salientar que as fontes disponibilizadas, não satisfazem as necessidades que a Delegacia enfrenta como:

42 Gabinete Municipal de Desenvolvimento Local – SC

pagamento de salário, combustíveis, material de limpeza e de secretaria, manutenção de viaturas e dos edifícios, etc.

IV.3. Água e Saneamento IV.3.1 O Abastecimento de Água e Saneamento «Se em Cabo Verde brotasse água da Natureza, brotariam soluções para todos os problemas». Trata-se de uma asserção de um camponês de Várzea de Nha Santana, lamentando o estado actual daquela propriedade que simbolizou desde antes da independência de Cabo Verde, o desenvolvimento da agricultura na Freguesia dos Órgãos. Realmente a falta de água é um problema global. Desta vez tentamos mensurar a dimensão deste problema no âmbito dos diferentes tipos do consumo/abastecimento à população.

Ora, o acesso a água potável é um forte indicador utilizado muitas vezes nos estudos e medição da incidência da pobreza em Cabo Verde. Em Santa Cruz para se obter água deve-se, na maioria dos casos (62%) recorrer aos chafarizes, em proporção muito superior a média nacional (45%). Cerca de 17% das famílias retira dos poços a água para o uso doméstico e apenas 8% tem água canalizada da rede pública. Este facto está sendo ultrapassado hoje, visto que a situação tende a inverter-se. De acordo com a informação legível no gráfico abaixo, em 2000 apenas 696 residências em Santa Cruz beneficiavam da água canalizada no domicílio. Em 2004 registavam 2.246 ligações garantidas em todo o Concelho.

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G.9, Evolução das Ligações da Rede da Água aos Domicílios

N.º de Casas

2500

2000

1500

2246 1000 1602

1004 500 926 696 485 564 357 200 256 280 S1 0 1234567891011 Anos 1994-2004

Durante as entrevistas feitas aos Delegados Municipais, foram referidas muitas obras em curso com objectivo de alargar a rede de água canalizada a todos os centros urbanos. E conforme o Director da Água e Saneamento25 apenas 5 zonas mais altas tem acesso à água potável através de chafarizes, facto esse que se deve à orografia natural da zona e à dispersão das moradias. Em 2005 foram inauguradas duas redes de água nas zonas norte e sul respectivamente, beneficiando um total de 800 famílias, aproximadamente. Também com base nos levantamentos de 2003, foram construídos reservatórios, furos de água e fontanários em quase todas as localidades do concelho. Esta análise realça a melhoria da qualidade de vida das famílias através do acesso à água, e consequentes melhorias das condições de habitabilidade, criando uma condição de sanidade mais condigna. Dos dados mais actuais conseguidos junto dos SAAS, a rede pública de abastecimento de água estende-se por todo o Concelho, tal como se pode observar no gráfico abaixo.

25 Serviços Autónomos de Agua e Saneamento (SAAS), entrevista no dia 07/07/05. Câmara Municipal.

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G.10. RELAÇÃO DE CONSUMIDORES DE AGUA NO DOMICILIO 2002: CLIENTES/ZONAS 600

490 500 450

400 381

300 270 281 230

200 Número das Casas das Número 147 122 109 111 100 62 59 37 49 48 14 7 4 5 1 0

a a o j ra je na da os ix i ltos a hes nc li no gro nque a L a ha e ba P. Ac zenda Igre S nc S c rgã que A a Re h. A Ò e Molar da Made Cancelo c P a P. A rra Bra P. M. N ha P. C. sa e João Tevesdos os o c T Ach. BelbelAch. Fátima Cova Barros Pedr Rocha Lama Ach. F A da rgã Alt Ribeira dos Picos Ó Cova Zoanas já contempladas

Além dos clientes do consumo doméstico, grande quantidade de água é abastecida diariamente para o consumo industrial e agrícola. Apuramos também junto à mesma fonte informações sobre o tarifário aplicado a cada tipo de consumo. Para o consumo doméstico de 0 a 5 m3 de água sai a um custo de 500$00, 150$00 de 5-10m3;170$00 para 10-15m3 e 300$00 para 15m3 ou mais de água consumida. Este último tarifário é generalizado para o consumo industrial e outros. Um tarifário diferente é aplicado para o consumo agrícola, 15$00 para cada m3 de água extraído.

IV.3.2. A Rede Viária

A construção de estradas e modernização do sistema rodoviário é uma preocupação nacional, contemplada no capítulo das infra-estruturas e transportes, segundo ‘As grandes Opções do Plano’. Esta aposta vai sendo seguida com o intuito de melhorar a qualidade de vida das populações de diversos municípios e contribuir para o desenvolvimento turístico. Na carta geográfica abaixo, apresenta-se as ligações existentes em 2000, com outras partes da ilha.

45 Gabinete Municipal de Desenvolvimento Local – SC

Q.11. Mapa da Rede Viária

No Sector dos Serviços, denota-se uma preocupação crescente em aumentar o acesso das populações aos centros urbanos da ilha. A construção de estradas tem sido progressiva, o que permite uma maior acessibilidade de deslocação por parte das populações. A qualidade desta infra-estrutura deixa muito a desejar praticamente a nível geral. As principais vias, considerando as que ligam Pedra Badejo – Órgãos (com prolongamento ao Concelho de Santa Catarina e Tarrafal), Pedra Badejo - São Domingos (com prolongamento ao Concelho da Praia) e Pedra Badejo/Cancelo (com prolongamento ao Concelho de S. Miguel e Tarrafal) são calcetadas com paralelo e apresentam buracos em quase todo o percurso. Quanto às outras vias secundárias, o pavimento é igualmente calcetado com pedras menos trabalhadas. E em muitas localidades, devido a orografia do solo (ribeiras e ladeiras) as estradas são susceptíveis de rupturas e entupimentos sucessivos no período das chuvas.

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IV.3.3. A Rede de Serviços dos Transportes Os serviços dos transportes rodoviários são assegurados 100% por iniciativa privada em carrinhas de passageiro e comerciais (adaptadas). Prestam serviços diariamente, para diferentes pontos do Concelho e fazem a interligação com os outros concelhos. O tipo de transporte adaptado ao Concelho e a todo o País deve- se ao número reduzido da população transeunte por dia. A actividade de transporte já é merecedora de alguma atenção pelo número de profissionais que ocupa – ‘Condutor de Hiace’. A compra de um Hiace tornou-se um modo de vida para algumas famílias que investem através do crédito bancário na compra de uma viatura para frete.

IV.4. Promoção Social

IV.4.1. A Situação actual

A promoção social é uma das linhas de acção da política social da Câmara Municipal. A Acção social promovida pela Câmara Municipal constitui uma responsabilização pública assistencial, perante o estado das necessidades que a população santa-cruzence atravessa. Esta assegura essencialmente, gestão dos serviços sociais de atenção primária, isto é, dá respostas pontuais às necessidades imediatas da população, nomeadamente a assistência a nível das prestações para educação, situações de dependência familiar, jardins infantis, pensões sociais, entre outros serviços prestados a nível dos centros comunitários e delegações municipais. Os serviços sociais realizados no âmbito da promoção social constituem uma acção conjunta do Município e do Governo. A comparticipação da Câmara Municipal é destinada a apoios sociais tais como: compra de medicamentos, alimentação, renda de casas, propinas escolares, alojamento e outros. Por outro lado, salientamos a comparticipação do Ministério de Trabalho e Solidariedade a nível das prestações das pensões sociais.

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IV.4. 2. Protecção à infância

O Sector infantil, tal como no resto do país é indubitavelmente um sector mais débil do tecido social e carece de muita atenção dos intervenientes sociais. Apesar de não se possuir dados exactos que permita fazer um balanço da situação social concreta das crianças no Concelho, é possível confirmar situações de carência económica nas famílias que traduzem num baixo nível de vida das crianças; a violência doméstica, negligenciando a criança como vítima de agressão física e/ou psicológica de maus-tratos; famílias disfuncionais com ambiente familiar impróprio para a educação das crianças; crianças abandonadas; situação de permissividade total perante o trabalho infantil; frequência das crianças isoladas às praias; etc. São várias as situações de risco que o estado da pobreza vem ditando como normais.

Em termos de acesso à educação, a dispersão escola residência dos alunos é um problema a resolver, tendo em conta a existência de apenas um liceu no Concelho. Este problema gera outro problema como a falta de transporte ou apropriado para transporte de crianças. Normalmente elas são transportadas em carrinhas comerciais de caixa aberta, superlotadas e algumas delas penduradas à ferragem do carro apoiadas apenas ao estribo traseiro. Este facto constitui um perigo social merecedor de intervenção de ordem pública e não só. Em relação aos mais pequenos que frequentam jardins infantis o problema de longa distância (residência – jardim) se põe em muitas zonas do Concelho. Em Santa Cruz existem ONG’s e instituições públicas vocacionadas a trabalhar nesta área fazendo mesmo os trabalhos de campo. A Borne Fonden, e o ICS (Instituto Cabo-verdiano de Solidariedade) tem feito um levantamento dos casos de orfandade e vem apoiando as crianças e famílias carenciadas. De acordo com esta fonte, cerca de meio milhar de crianças são órfãs e muitas delas encontram-se desprovidas de qualquer apoio institucional. No relatório apresentado em Junho de 2005, esta população apresenta carência em vários níveis: problemas de saúde, a precariedade económica da família, problemas habitacionais, etc.

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No domínio da Protecção Social, pretende-se garantir os direitos da criança salvaguardados pelo acesso à educação, as prestações em situação de carência familiar, etc. Partindo desse pressuposto, ficou-se a saber que a Câmara Municipal co- responsabiliza-se pelo funcionamento dos jardins infantis em todo o concelho, no que respeita às estruturas físicas e ao salário dos monitores. Em contrapartida, o MEVRH26 garante a formação e reciclagem dos monitores. A Câmara Municipal presta ainda um conjunto de apoios, designadamente, transportes escolares, subsídio às famílias, subsídio aos órfãos e o pagamento de propinas aos alunos mais carenciados.

Existe uma rede de parceiros na protecção de menores no concelho, mediante um protocolo assinado em Abril de 2005, entre a Câmara Municipal, Delegação Escolar, Delegacia de Saúde, Tribunal, Comando Regional da Polícia de Ordem Pública, ICM e a UNICEF com finalidade de defender e salvaguardar todos os direitos da criança.

26 Ministério de Educação e Valorização de Recursos Humanos.

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IV.4.3. Pensão Social Mais na linha assistencial, a Câmara Municipal em parceria com o Governo atribui uma pensão social mínima de sobrevivência aos idosos e aos socialmente desfavorecidos equivalente a uma verba de 1.098.000$00 mensalmente distribuído a 366 beneficiários27. Na freguesia de Santiago Maior, segundo o Gráfico abaixo, são prestadas 179 pensões sociais a utentes de diversas localidades, tal como se pode averiguar.

G. 11. Prestação Mensal em Pensão Social: F. Santiago Maior

120.000

100.000

80.000

60.000 Montante em $ 40.000

20.000

0

l a a o o a o o o a r l e r l r g h i x u l e B i e g m r e i t a t a e b l c e n r d b L e e n e e a N A a Fa R B a v S e M C c a a s t a o o o n d o d t t l o a B B a r a h o M h c c P S A A Pensionistas por Zonas

O gráfico não permite uma leitura mais além do aparente, de modo a medir a incidência da pobreza ou das zonas de maior concentração de beneficiários porque há zonas de maior concentração de pessoas, como é, por exemplo, o dual caso do meio urbano/rural. Na Freguesia de São Lourenço dos Órgãos a realidade é similar. Embora o gráfico revele zonas de maior atribuição em relação a outras, poucas ilações podemos tirar pelas mesmas razões. Graficamente, Boca Larga e Mercado (Pedra Amolar) atingem 60.000$00 mensais em prestações, mas a razão pode atribuir-se ao facto dessas zonas acumularem maior número da população residente.

27 Dados provisórios uma vez que se introduzirão num futuro próximo cerca de 200 utentes.

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G. 12,Prestação Mensal da Pensão Mínima: F.S.L.Órgãos 70000

60000

50000

40000

30000 Montante$ 20000

10000

0

a a s a a a a a a a a a s o a e i a o r i l t r j o h d i c h d h e n g d e s u n c n v a r a e a n a n e a i u i o ó d L a n Ra l v e u t v u V a c h t C n r u g G a T n L e q n o n e t u e F n L e A Co a o G a a o o ´ t d a F o P c M ã d ã n e L R. M o ã M o a o o s d J h J o B M c o Ch ã c A i g r P

O Zona de Pesionistas

A Pensão Mínima constitui uma fonte de rendimento para muitas famílias e obviamente insuficiente para garantir o bem-estar dos beneficiários. Além da insuficiência, grande parte da população carenciada não tem acesso .

IV.4.4. Promoção e Desenvolvimento Social O desenvolvimento do sector social, desde logo, não parece uma tarefa fácil tendo em conta os parâmetros da pobreza supra analisados. Qualquer intervenção deve ser integrada e multidisciplinar afim de afectar a realidade em múltiplas vertentes. Segundo a nossa investigação existe um trabalho integrado por parte das instituições locais que desenvolvem acções como: • Acção Social da Câmara Municipal prestada directamente à população carenciada; • A Construção das Habitações Sociais • A prestação de micro-crédito. Destaca-se o importante papel das associações comunitárias no processo do desenvolvimento social, que em parceria com a Câmara Municipal, SOLMI, ACDI-VOGA, MORABI, CARITAS entre outras instituições sociais, vêm

51 Gabinete Municipal de Desenvolvimento Local – SC desenvolvendo inúmeras actividades nos sectores da: agricultura, pesca e pecuária. Constituem ainda inúmeros parceiros sociais no processo do desenvolvimento local, as instituições sediadas no Concelho, tal como se lê em anexo 4. Essas instituições constituem um ponto forte no processo do desenvolvimento uma vez articuladas e integradas nesse mesmo processo.

IV.4 5. Infra-estruturas

Na Sociedade, nada é estanque. Tudo está sujeito a mutabilidade devido às forças interactivas entre os sistemas em funcionamento que regem a própria sociedade. Daí que, cinco anos após o último censo realizado em 2000, a sociedade santa- cruzense foi alvo de várias mudanças e, muitas delas são dignas de realce neste estudo, nomeadamente a melhoria das condições de vida, a dinâmica populacional, entre outros aspectos. Prova-se este facto com uma série de empreendimentos realizados, conforme o gráfico 13, não obstante a constatação das situações de pobreza, miséria, e necessidades em diversos níveis. A questão que se põe é que apesar de tanto investimento empreendido porque é que subsistem tais situações?

G, 13, Investimento Feito na Construção de Equipamnetos Sociais entre 2000 e 2005/05

245.700.000

74.700.000 52.000.000 51.900.000 22000000 25.500.000

123456

É claro que há indicadores de mudanças que revelam novas necessidades como o aumento da população, que segundo os registos, a população actual do concelho

52 Gabinete Municipal de Desenvolvimento Local – SC

é de 36.320 habitantes28, (cerca de quatro mil habitantes a mais em relação a 2000), podendo, este facto, reflectir no aumento das necessidades de mais infra- estruturas como escolas, USB’s, necessidade de mais empregos, etc. Através da leitura gráfica, o empreendimento anual de 78600 contos destinou a intervenção nas seguintes áreas da vida social: ligação da rede pública de abastecimento de água ao domicílio; electrificação, (incluindo electrificação rural); ligação da rede telefónica; construção de jardins infantis; construção de 1 capela; melhoramento de centros comunitários; furos de água em diversas localidades; construção de salas de aula; melhoramento e escavação de vários poços de água; construção de centros de saúdes; construção de placas desportivas; construção de complexos sanitários – USB’s; construção e melhoramento da escola e construção de uma barragem.

28 Dados Fornecidos pelo INÈ, Quadro 45, população residente e segundo sexo por grupos etários. Santa Cruz, 200-2010.

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Encontram-se em anexo (ver Anexo 6) uma lista de infra-estruturas por localidades que nos indicam de certa forma o grau de desenvolvimento por

M ontante Investido entre 2000 e 2005 na F. S.Tiago M ./zonas na Construção de Infraestruturas

M ilhões 200

18 7 , 5

18 0

16 0

14 0

12 0

10 0

80

60

40

30,5 26,5 24,5

20 14 , 9 12 , 9 11, 5

7 6,5 6 5,5 5,5 4 3,5 3,1 3 3 3 2,5 2,5 2 1, 8 1, 5 1, 5 1, 5 1, 5

0

l i l z a a i t a é o a a a a a o a a o o s j o e t a j a o l o e r r l j o r l l r a u d r d o i g n n d h e r B a e u a d e n r r l e e g c M t B m r b a t a l e d l L o n c C u e a e S b e a l d e u n a g r m a a n e P o I m e e z P b L N a A a a g e e a M S a ã u b g l B t a B a i d a r a v R i i a A e n M n S C a C F T a i a a a e d d a t e h G r a R h u a a C o e n P o a d c t b / d S c q i o r a h o h B d e d o e n c c t o a h A R R ã ã M e n P c A A P h v h o A R c ó t C A M s i r

C

. S localidades localidades. Nos gráficos n.ºs 14 e 15, ao contrário de zonas de mais carências evidenciam- nos zonas de maior investimento e zonas menos afectadas nos últimos 5 anos. A título de uma simples interpretação, na freguesia de Santiago Maior, o investimento é maior para as zonas urbanas e menor para as zonas rurais.

54 Gabinete Municipal de Desenvolvimento Local – SC

G.15, Montante Investido entre 2000 e 2005 na F. S. L.Orgãos/Zonas 10000 9500

9000 9000 9000

8000 7500

7000 6500

6000

5000 4500 4500

4000

Mont. em /000 em Mont. 4000 3500 3500

3000 3000 3000 3000 2700

2000 2000 2000 1500

1000 1000 500

0

s a a a a e ia ia do ra v eir a ad a rg h no e r R v linha c du a ncos e evada Vaca o a r L u L o . un Nhagar F qu Car C C Antón F a / ongueira Me c Pe arga Baixo a da igrejaoão T Mat e R. G L de o MontainhaMontan s L J rg B o ze o o ã Nas localidades da Freguesia dos Órgãos, o investimento é repartido parcelar e ponderadamente para quase todas as localidades e os maiores empreendimentos feitos coincidem com as zonas de maior densidade populacional.

IV.4.6. Principais constrangimentos da Promoção Social Como principais constrangimentos deste sector de serviço social aponta-se para os seguintes: - A impossibilidade de contornar as necessidades/pedidos diários das pessoas que procuram a Câmara Municipal, tendo em conta a insuficiência de recursos financeiros. - Falta de Recursos humanos qualificados para a organização dos processos sociais: Atendimento, acompanhamento e encaminhamento.

IV.4.7. Os Principais Problemas Sociais Identificados O primeiro a identificar é a pobreza, apesar de uma evolução considerável do modo de vida nesses últimos anos. Conforme os entrevistados, três são os principais problemas sociais do concelho: • Precariedade da habitação social – cerca de 80% de casas não possui suficientes condições de habitabilidade. Entre elas deparou-se algumas

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degradadas, com baixo nível de conforto e elevado número de agregados coabitantes por compartimento. • Desemprego – O desemprego afecta em grande parte a camada jovem, devido a falta de formação e a factores ligados ao fraco desenvolvimento dos três grandes sectores económicos do concelho. • Desnutrição – que aparece na sequência do desemprego, gerando insatisfação das necessidades básicas.

IV.5. Análise dos Principais Problemas Sociais do Concelho

IV.5. 1. Conceito do Problema Social A definição do Problema Social, segundo Ezequiel Ander – Egg (1995), diz respeito a situações sociais de desequilíbrio, desajustados, desorganizados ou falta de harmonia, ou situação normal que, no seu processo de crescimento enfrenta uma crise que obriga a uma reformulação radical.

Os problemas sociais são os que constituem as questões inquietantes que se dão no seio duma sociedade e na relação com os quais se tem a consciência da necessidade de encontrar soluções.

Numa outra perspectiva, são os que não podem ser solucionados por uma pessoa individual e requerem uma intervenção conjunta de actores, parceiros sociais. O conceito é tomado aqui como problema afectante a uma determinada população em um dado território que é comum a todos ou a parte dos indivíduos pertencente a àquela sociedade.

IV.5. 2. Identificação dos Problemas Partindo desta ideia conceituada, recolheu-se alguns contributos num encontro com Delegados Municipais, Comissões de Moradores, e representantes de algumas instituições locais como Associações de Pescadores, Polícia de Ordem Pública, Delegação Escolar, Delegacia de Saúde, entre outros.

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Problemas Apontados: - Desemprego - Falta de investimento nos domínios de agricultura, pesca, indústria e turismo; - Falta de água potável para o consumo; - Falta de Informações (Revistas e Jornais); - Deficiente gestão dos resíduos sólidos; - Desemprego, principalmente na camada Jovem; - Falta de Infra-estruturas de lazer/cultura; - Deficiente nível de sanidade (apresentação dos alimentos) e de saneamento do meio - Problema do lixo nas ruas; - - Falta de Segurança; falta de Trabalho; - Analfabetismo; custo elevado das comunicações, privando as populações do acesso a elas; - Lixo; falta de Financiamento; inovações; quadro especializado; - Droga; HIV-SIDA; Desemprego; Saneamento; Habitação Social; - Falta de especialistas no terreno, para o desenvolvimento em cada sector; - Falta de responsabilidade pública e privada em matéria do desenvolvimento; - Falta de Recursos Humanos no sector turístico incipiente; - Falta de quadros capacitados para trabalhar e falta de visão inovadora;

Contudo, o problema social/individual é visto de, pelo menos, três perspectivas diferentes: a) O problema que o afectado sente; b) A identificação por outros membros da Sociedade e c) Identificação científica, por um grupo de estudiosos. Sendo assim, parece-nos importante citar pontos de vistas diferentes e referenciamos as achegas dos dirigentes municipais que se resume como segue: • O Desemprego e Falta de Formação Profissional; • A falta de água; • Degradação das habitações sociais. Estes são os problemas comuns em todas as zonas administrativas. Realmente são problemas intransponíveis apesar dos esforços feitos. O problema da falta de água é, categoricamente, o problema central de todos os outros problemas. É a principal causa da pobreza em Santa Cruz. Num município rural como Santa Cruz, onde as actividades do sector primário, agricultura, silvicultura, pecuária e pesca, ocupam um lugar de destaque na definição do rendimento per capita, a escassez da água é um factor de insucesso.

Como já vimos, a percentagem da população cuja ocupação preenche o sector primário é elevada em relação aos outros sectores, sendo natural que o problema de desemprego se agrave e o rendimento per capita baixe.

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O problema de desemprego tem como causas não só a baixa habilitação académica e profissional como também, o fraco desenvolvimento do sector empresarial e industrial, tendo em conta a pequena dimensão das empresas santa- cruzenses. O fraco poder económico reflecte-se na qualidade habitacional e nas condições de vida em geral. É natural que a reabilitação das moradias sociais passe para o segundo plano, tanto na responsabilidade pública como individual por parte do proprietário. A par desses problemas os mesmos apontaram na entrevista, a falta de infra- estruturas de lazer/cultural; a desocupação dos jovens e a falta de investimento no domínio de agricultura, pesca, indústria e turismo; São problemas interligados que tornam difícil a sua resolução. Porém, a única forma de erradicar os problemas sociais é combater as suas causas.

IV.5. 3. As Causas dos problemas apontados O atraso registado no processo do desenvolvimento de Santa Cruz tem a ver com os problemas cíclicos, relacionados com as suas intrínsecas características. Num Município onde a principal actividade económica é a agricultura, a pecuária e a silvicultura, e cuja grande parte do rendimento das famílias provém destas actividades, a escassez das chuvas é um factor decisivo na persistência da pobreza neste território.

Muitas famílias dependem da agricultura de sequeiro que produz uma vez por ano durante apenas três meses (as-águas). Na agricultura do regadio, a seca cíclica de anos consecutivos tem diminuído a capacidade dos furos e dos poços, que dependem da queda das chuvas para a recarga dos lençóis freáticos.

Assim sendo, o baixo poder de compra das famílias deve-se a um fenómeno natural, como já vimos. Mesmo as receitas autárquicas não aumentam por falta de actividades económicas contributivas em impostos sobre os rendimentos.

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Nota-se um fraco desenvolvimento tecnológico e acentuadas práticas tradicionais das actividades económicas de base para o crescimento. O baixo rendimento das famílias reflecte directamente no seu modo de vida. O nível de vida de inúmeras famílias é baixo (cerca de 80% possui habitações aquém das condições mínimas desejáveis). A estrutura familiar ( famílias numerosas e disfuncionais), contribui gradualmente para o aumento de carências de vária ordem. Elas tornam-se incapazes de solucionar os problemas afectantes, principalmente estando no desemprego ou com baixo salário no caso das mulheres chefes de famílias. Há falta de apoio consistente capaz de tirar uma família da precariedade económica, devido a vigência de uma política social assistencialista, deficiente e sem qualquer tipo de acompanhamento de modo a provocar mudanças sociais. O que traduz: • O fraco investimento na transformação do social, principalmente no melhoramento das condições de vida das famílias. • O fraco investimento nas actividades geradoras de rendimento, nomeadamente, a peixaria, e a pecuária, criando estruturas inovadoras de produção. • A inexistência de uma política de emprego e de incentivo a criação de pequenas e médias empresas faz com que a taxa de desemprego permaneça imbatível. • O baixo nível de escolaridade e de formação profissional dificulta a inserção no mercado de emprego a nível nacional. • Inexistência de empresas transformadoras de frutas, pescados, carne, etc. • O comercio local encontra pouco estímulo de modo a ser dominado pelas práticas informais e de baixa produção, em que a margem do lucro entre o primeiro e os seguintes investimentos sucessivos são praticamente inexistentes e as despesas totais excedem o capital investido, incluindo os esforços pessoais.

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Esta impotência revelada no empreendimento de capital traduz-se na debilidade competitiva e incapacidade de escoamento de grande quantidade de produtos para fora do Concelho.

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V. Comparação entre as Zonas Administrativas

Cada território é um território. Cada território tem as suas particularidades, com características próprias, enriquecido por recursos diferentes e os modos de vida da população residente. Entendendo assim, o desenvolvimento deste capítulo não passa de uma discrição do Concelho por zonas administrativas em termos do seu próprio desenvolvimento.

V. 1. A Zona Administrativa Centro A Zona Centro tem a sua sede na Vila de Pedra Badejo, onde se situa actualmente a Câmara Municipal e é administrada directamente pelo Presidente da Câmara. Esta zona constitui o único aglomerado populacional com características de núcleo urbano atingindo 8.492 habitantes em 2000. É característico desta zona em relação às outras pelo forte desenvolvimento do comércio e da actividade piscatória. Além do comércio, nas bacias hidrográficas da Ribeira dos Picos, Vale da Ribeira Riba, Chã da Silva e Matinho, a agricultura é praticada a um nível considerável, com destaque para a horticultura e fruticultura. Diagnosticar um território, segundo Maria Aguilar Idañez29, significa obter o conhecimento da realidade do próprio território. Assim, à partir das entrevistas realizadas, apurou-se os seguintes problemas prioritários: • Insuficiência de água potável para o abastecimento da população; • Inexistência de uma rede de esgotos; • Desorganização territorial (o espaço urbano); • Insuficiência da formação profissional;

29 IDAÑEZ, M. J. Aguilar, Acção Social a Nível Municipal, 6.ª Ed. Fundação Bissaya-Barreto, Coimbra 2001.

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• Desemprego e o baixo rendimento que se traduzem na necessidade de maior atenção às actividades primárias no sentido de gerarem maior rendimento per capita. Analisando as principais potencialidades nos domínios da Agricultura, Pesca, Turismo, Formação e Prestação de Serviços, definiu-se como prioritários os seguintes itens: • O saneamento urbano, incluindo a montagem de uma rede de esgotos, o tratamento das águas residuais, espaços verdes e calcetamento de ruas; • Na Agricultura – mobilização de água e a generalização do sistema de rega gota-a-gota na área do regadio e a introdução de novas espécies hortícolas; • Na Pesca – Modernização da frota dos equipamentos de pesca e melhoramento das técnicas de captura e vendas; a formação de operadores de pesca. • No Turismo – é prioritário desenvolver um estudo ligado a atracção turística, e planificação das actividades desse sector económico; a criação de infra-estruturas e a formação dos agentes de animação turística bem como o desenvolvimento do marketing turístico. • Na Educação e Formação – o Concelho todo triunfou nestes últimos anos com a massificação da educação, contudo, falta a qualidade do ensino. Sublinhou: é preciso melhorar o ambiente escolar, com uma maior aproximação dos pais, comunidade e dos professores, integrando-os no processo de ensino. É preciso também melhorar a condição das salas de aula e transformar o espaço de intervalo em espaço de recreio. • Na Cultura regista-se um défice enorme na formação e competitividade cultural. Nesta vertente a prioridade vai para a formação. 1. Apesar de tudo, esta zona administrativa e o Concelho em si mesmo, vão-se agarrando algumas oportunidades do desenvolvimento.

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V. 2. Zona Administrativa Norte

Na Zona Norte, a densidade populacional urbana é mais moderada e é uma zona tipicamente rural, com forte potencial na agricultura. Tem a sede em Cancelo (2.507habitantes) e as principais actividades económicas estão ligadas a terra e ao mar, ou seja, agricultura, pesca e pecuária. Esta Zona já teve o seu momento auge na produção agrícola e pecuária com a empresa Justino Lopes – SOCOFIL, actualmente transformada em Associação de Agricultores Justino Lopes. Como principais problemas desta área circunscrita em termos sociais e económicos, destacam-se os seguintes: • Moradias sociais em estado degradado e défice das mesmas; • Falta/deficiente calcetamento de ruas; • Falta de emprego e formação; • Deficiente quantidade e qualidade da água potável • Falta de infra-estruturas, equipamentos sociais e serviços, tais como policiamento; • Comercio insípido, informal e insuficiente; A Delegação Municipal como principal actor do processo de desenvolvimento desta localidade, aponta as seguintes prioridades de intervenção: • Furos de água para abastecimento não só doméstico mas também para a prática agrícola. • Arruamento/calcetamento; • Instalação de outros serviços (Posto de polícia, gabinete técnico, correios, e outras instituições) • Remodelação de infra-estruturas (Mercado, Unidade Sanitária de Base - USB’s)

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V. 3. Zona Administrativa Sul

No outro extremo do Concelho encontra-se a Zona Sul com características idênticas, marcadas pelo desenvolvimento agrícola, pesca e a pecuária. Tem sede em , e é a zona mais urbana, com um concentrado de 2.200 habitantes30. Das entrevistas levadas a cabo identificou-se cinco principais problemas da área circunscrita em termos sociais e económicos, destacando em primeiro lugar o desemprego como factor extremo entre os 9.000 habitantes31 da zona sul. Em segundo lugar, a falta de formação para jovens; a falta de infra-estrutura para juventude: sala de formação, cultura e desporto; o problema de água e saneamento. A habitação social degradada, também é um outro problema a par da saúde – frisou: «a Zona Sul não tem nenhum enfermeiro, apesar de existir instalação na Delegação Municipal. Achada Fazenda tem mais de 4.000 habitantes, não se pode esperar que os casos de emergência médica sejam resolvidos apenas na Vila...»)

Como prioridades de intervenção foram apontadas as seguintes: A- Equipar um espaço com equipamentos informáticos – centro de formação; B- Apoio à construção de habitações sociais e reparação de algumas em estado muito degradado; C- Calcetamento de ruas; D- Contratar um enfermeiro e um ajudante a tempo inteiro

Do Ponto de vista dos recursos existentes foram indicados os seguintes itens como potenciais mais relevantes desta circunscrição sócio territorial:

30 Dados do Censo 2000. 31 Dado actual e aproximado.

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• Cooperativa extinta pode ser aproveitado para outros fins nomeadamente construção de um centro de formação; • Adaptação dos antigos chafarizes a espaços jovens; • Associação de pescadores – falta de equipamentos e manutenção dos existentes – destacou o forte papel das associações para o desenvolvimento comunitário. • Turismo – construção de uma pousada a beira-mar em Achada Fazenda como forma de oferecer instalações condignas e atraentes aos turistas; • Comércio – Três Minimercados abertos recentemente praticando preços acessíveis à população. Para a melhoria das condições de vida da população, estão a ser implementados uma série de projectos, nomeadamente: • Ligação domiciliária de água a 100% de casas na Achada Fazenda (mais de 35% da população ainda não tem acesso à rede, algo que está a ser difícil devido à orografia da zona, sobretudo por dispersão entre casas, sendo que muitas delas de situam em zonas montanhosas). • Habitação social para as famílias mais carenciadas no âmbito da Operação Esperança – Programa do Governo. • Ligação da rede de energia eléctrica a 30 habitações, (promover acesso da energia eléctrica às pessoas mais carenciadas).

V.4. Zona administrativa dos Órgãos

A Zona administrativa dos Órgãos, é talvez das zonas com características aborígenes em relação às outras zonas administrativas. Com sede em João Teves, esta zona é recortada de alto a baixo pela estrada que liga a Praia, onde começa um crescimento urbano influenciado pelo fácil acesso ao transporte. É notória uma crescente urbanização propiciado pelo desenvolvimento da prática comercial.

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Apesar de Orgãos ser de vocação agrícola começa-se a desenvolver a vertente mercantilista. Isto quer dizer que aos poucos o sector terciário vai ganhando terreno ao sector primário.

À semelhança das outras zonas administrativas, foram indicados como problemas mais relevantes da área circunscrita em termos sociais e económicos: o desemprego; a falta de formação para jovens e para os profissionais; o problema da falta de água ao nível de abastecimento pelo auto-tanque, insuficiente; falta de habitação social para as pessoas mais carenciadas; propina dos alunos mais pobres e falta de transporte para deslocação à escola noutro concelho, ou seja, acesso à educação. Pensa-se que as prioridades de intervenção para a zona de Orgãos passam pela resolução dos problemas da água para todos; emprego e formação profissional; apoio a construção de habitações sociais;

Do ponto de vista dos recursos existentes, as potencialidades mais relevantes desta circunscrição sócio-territorial, destacou-se duas áreas: i) Recursos humanos qualificados e não qualificados; ii) Turismo rural. No que respeita ao campo dos projectos desenvolvidos e a serem implementados salienta-se os seguintes: • Construção de jardins infantis no Pico de Antónia e em Chã de Vaca • Ligação de água na Várzea da Igreja • Apoio a construção/melhoramento das habitações sociais; • Instalação do Município de São Lourenço dos Orgãos, facto de maior saliente, pelo contributo que trará para o desenvolvimento desta localidade.

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VI. A Situação da Pobreza em Santa Cruz O Concelho de Santa Cruz tal como qualquer outro concelho do país, não está isento da condição da pobreza dado que o próprio país é pobre. Diferencia-se entretanto dos outros concelhos pelo perfil de pobreza dos seus munícipes. O perfil de pobreza em Santa Cruz é vista aqui, como a ausência de riqueza, com as consequentes privações, designadamente, privações de bens de primeira necessidade como a falta da água potável e canalizada, baixo rendimento ao ponto de privar-se da quantidade e qualidade de alimentação adequada e segura, da educação, do vestuário, do tratamento e medicamentos, más condições de habitabilidade e de saneamento básico, a elevada taxa de analfabetismo, etc. O problema da pobreza tem agravado por duas razões evidentes: - A persistência e o agravamento das formas tradicionais de trabalho e de exploração económica; - Inadequados planos e programas de intervenção social e do desenvolvimento sócio-económico (inadequados) bem como o fraco empreendimento de capitais, isto é, o fraco investimento no fomento das actividades económicas. A incidência do problema da pobreza neste Concelho deve-se a factores como: a dimensão e o estatuto das famílias, a transmissibilidade intergeracional da pobreza, uma via indubitavelmente privilegiada de perpetuação do fenómeno. As condições de vida da família condicionam desde muito cedo o futuro das crianças nascidas em agregados pobres, condicionando assim o seu desenvolvimento em aspectos essenciais como o processo da cognição, a socialização e a adequação cultural similar ao modo de vida da sua família. A saúde como um factor mutual – a falta de saúde condiciona directamente ao agravamento da situação de precariedade e, mutuamente, o estado da pobreza contribui para a degradação do estado de saúde. É de certa forma lógica o empobrecimento do indivíduo e das famílias devido ao aparecimento das doenças crónicas como a SIDA, os tumores, entre outros. Por outro lado, a escassez de

67 Gabinete Municipal de Desenvolvimento Local – SC recursos leva à alimentação deficiente e aos parcos cuidados de saúde primária que os pobres geralmente têm. A idade – os idosos muitas vezes estão particularmente expostos à delibação da pobreza por perda de capacidades físicas para ‘lutar com a vida’. Encontramos idosos em situação de pobreza, à mercê dos apoios alheios, a viver em habitações já degradadas pelo tempo, na dependência familiar ou da pensão social.

A Educação - a existência de apenas um liceu no Concelho reflecte o grau de intensidade que este factor pesa na incidência e agravamento do fenómeno. A população possui fracos níveis de educação e de formação profissional. Este facto constitui por si só uma desvantagem que de monta para a sua integração no mercado de trabalho competitivo. O acesso à educação e à formação profissional é realidade dos últimos cinco anos, com as instalações do Liceu da Vila e do Centro de Formação Profissional de Pedra Badejo. Contudo, insuficiente para provocar mudança social a curto prazo. A partir das leituras dos dossieis de alguns Departamento da Câmara Municipal virados para área social, e nas entrevistas aos líderes locais, depara-se que as categorias sociais mais vulneráveis à pobreza, genericamente, são as seguintes: - Os pequenos agricultores e camponeses; - Os trabalhadores agrícolas por conta de outrem; - Os trabalhadores desqualificados e com empregos precários; - Trabalhadores de média idade, despedidos ou cujo trabalho avulso insuficiente para sacá-lo da pobreza; - Desempregados de longa duração e com baixos níveis de escolaridade, incapazes de encontrar um segundo emprego; - Idosos pensionistas; - Mulheres em situação de monoparentalidade; - Famílias numerosas cujo chefe é a mulher e em situação de desemprego; - Jovens de vícios e com comportamentos desviantes; - Crianças, sobretudo, órfãs ou pertencentes a famílias monoparentais e disfuncionais;

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- Indivíduos portadores de deficiência e incapacidades; - Os portadores de certas doenças como HIV-SIDA e outras doenças crónicas; - Os doentes mentais. Parafraseando as publicações oficiais dos dados do INE em Outubro de 200532, Santa Cruz é considerado o segundo (2.º) concelho mais pobre do país com 54,7% da pobreza, mais 1% que São Domingos com 55,8%, o último classificado. No ranking das freguesias mais pobres do país, a Freguesia de Santiago Maior ocupa o 26.º lugar com 53.696% e São Lourenço dos Órgãos 30.ª posição, a penúltima freguesia com 58,19% de pobres. Esta análise é feita com base nos estudos locais desencadeados pelo INE, determinando a incidência, a profundidade e a intensidade da pobreza em cada zona, conforme os gráficos abaixo.

G. 16. Incidência, P rofundidade e a intensidade da pobreza por zonas. Freg. Santiago M aior 0,75 Incidência Profundidade Intensidade Coeficiente de Gini 0,65

0,55

0,45

0,35

0,25

0,15

0,05

-0,05

Freguesia de Santiago Maior, actualmente reduzido a Concelho Santa Cruz, a incidência da pobreza era superior a 50% em todas as zonas da freguesia. Assim sendo, Achada Belbel é a zona com menor incidência da pobreza e Achada Laje com maior incidência atingindo 62% de pobres. A Chã da Silva destaca-se com mais pobres tanto pela profundidade como pelo agravamento do problema.

32 In A SEMANA, Ano XV, n.º 732, Sexta-feira, 28 de Outubro de 2005, pp6-7.

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No novo Concelho – Freguesia de São Lourenço dos Órgãos – há (em 2000) zonas com 70% de pobres e a zona com menos pobres é Achada Costa com 62% de população mais pobre. Porém, a profundidade da pobreza ronda os 5 a 12% da população em cada zona.

G. 17. Incidência, P rofundidade e Intencidade da P obreza por zona. Freg. S.L.Órgãos

% Pobres 0,85 Incidência Profundidade 0,75 Intensidade Coeficiente de Gini 0,65 0,55 0,45 0,35 0,25 0,15 0,05 -0,05

No quadro abaixo, resume-se os sectores de actividades, as oportunidades e as potencialidades, bem como os constrangimentos que impedem o desenvolvimento sustentável desejado nas duas freguesia, objecto do nosso estudo.

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VII. Quadro Síntese do Diagnóstico do Concelho em modelo SWOT Sectores de Actividades – Forças Oportunidades Fraquezas Ameaças Eixos transversais • Introdução de técnicas avançadas na • A Barragem de Poilão Cabral; • Agricultura tradicional - alto Aumento do teor do sal na produção agrícola; • Implementação da técnica da rega gota-a- • investimento e baixo rendimento; água dos furos e poços; • Produção de frutas tropicais em variedade e gota possibilitando o alargamento da área Insuficiência de água para irrigação; quantidade; do regadio à área do sequeiro com a • Esgotamento do lençol • Existência de um serviço municipalizado de • Maior rentabilização de recursos na • Alto teor de sal na água para rega. freático e consequente produção e distribuição de água; produção hortícolas; • Utilização de técnicas arcaicas na diminuição dos caudais dos • Programas e projectos de conservação de • Utilização racional do solo; produção agrícola furos e poços; solos e água em implementação; • Investigação e desenvolvimento de Sobre-exploração de água dos furos e • Programas de diversificação de culturas projectos diversos por INIDA e MAAP, • • A Seca cíclica dos últimos dos poços. hortícolas e fruteiras; na agricultura; tempos; • Possibilidade de estudo e assistência técnica • Existência de um serviço laboratorial de • Falta de técnicos especializados • As pragas; na Agricultura e Pecuária; controlo de qualidade dos produtos agro- Agricultura Agricultura Fraco poder de compra e investimento • Escassez da água para a • Uma Delegação do MAAP; alimentares (INIDA); por parte dos agricultores. • irrigação. • O INIDA. • Programas e projectos alternativos à • Solo arável, e de qualidade, constituindo sobre-exploração de inertes. • Uso de água canalizada na prática agrícola. • Erosão do Solo; cerca de 8% do total nacional; • Utilização de técnicas tradicionais de rega – alagamento.

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- Nível de produção • Famílias interessadas na produção pecuária; • Interesse da população local pela • A inexistência de empresas/indústrias produção doméstica; nesse domínio; proporcional ao poder • Associações de cariz social e agro-pecuária. de compra e • Existência de raças melhoradas • A insuficiência de água e pasto; Existência de um programa de produção, sustentabilidade dos • (em pequena escala); • Deficiente assistência veterinária; recolha e conservação de pasto familiares; • Mercado aberto; Produção Informal. - Inexistência de • Programas e projectos de promoção à • Concorrência de produtos locais com incentivos ao produção pecuária. produtos importados; alargamento da raça;

Pecuária • Fraca aderência dos criadores aos - Pragas e doenças; programas de melhoramento da - A descontinuidade dos produção; financiamentos. • Persistência de doenças dos animais; •Existência de potencialidades turísticas (plantas • Aumento de n.º de hotéis; - Falta de recursos técnicos e - Diminuição da procura; especializados na área turística; - Diminuição de número de endémicas, montanha, clima, praias, paisagem, • A escola de arte; • Funcionamento do Centro de Iniciativa - Falta de incentivos e visitantes; aspectos culturais, etc.); Juvenil e da Rádio Comunitária; investimentos adequados; - Baixo consumo e rendimento - Restauração de baixa qualidade dos comerciantes; •A forte tradição na área da música e das artes, • Escola de formação turística e restauração qualificada; em termos de pratos e serviços;

constituindo potencialidades na atracção turística. - Inexistência de um plano director municipal que contemple o •O Mar e as Praias; A gastronomia do interior, etc. turismo como uma área de fortes Turismo •As paisagens e os microclimas das montanhas; potencialidades e prioritária para o desenvolvimento do Concelho; •Revista Municipal; - Baixa qualidade dos serviços e regateio nos preços; - Qualidade e quantidade de pescado embora - O Porto; - Poluição das praias e do pouco explorado; - Associações de pescadores; - Industrialização incipiente e mar; - Associação de pescadores com - Apoio técnico e material aos pescadores; inexistência de uma empresa - Extinção das espécies. equipamentos e interesses pela - Medidas de captação e Conservação do vocacionada na área; - A diminuição da captura.

Pesca Pescado. inovação. - Incentivação à venda formal;

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• Aparecimento de mini-mercados como porta de • Agências bancárias nacionais promotoras de • Inexistência de qualquer controlo sobre • Oferta de produtos escoamento dos produtos locais e melhoria no créditos a menor taxa; o mercado informal; importados a baixo preço; tratamento dos produtos alimentícios; • Produtos da china; • Falta de iniciativas na transformação • Crescente desvalorização Mais Organização Comercial. dos produtos locais. • • Escoamento dos produtos internos; dos produtos locais; • Grande parte da população ocupa deste sector; • Nascimento dos minimercados; Concorrência dos como forma de sobrevivência e dedicação •

Comércio supermercados da Praia profissional; com os comerciantes locais;

• Insegurança alimentar. • A existência de Associações de ramo • Construção de uma fábrica de cimento; • Aumento das importações e maior •O não crescimento das económico estimula a produtividade e a oferta externa; empresas de Pequenas competitividade; • A acção do Centro de Emprego e Formação dimensões de vocação

Profissional capacitando iniciantes e • Crescente desvalorização dos produtos industrial; • Implantação de pequenas indústrias (doçarias, profissionais em diversas áreas; locais; padarias, agro-pecuárias, etc.). Fraco/diminuição do Indústria • • N.º crescente das pequenas empresas. • Incapacidade competitiva. investimento devido a falta estimulação deste sector.

• Fonte de energia renovável disponível todo o • Produção da energia a partir dos recursos • Inexistência de ano – o Sol a todo o ano, o vento, a água do renováveis; laboratórios científicos; • A dependência energética; mar… • Falta de recursos • Assistência técnica pela INGRH. humanos e projectos no Energia ramo da transformação de energias;

• Rede de estradas • Estrada que liga Santa Cruz Praia, Stª Cruz • Degradação das infra-estruturas • Falta de meios financeiros Tarrafal e Assomada. • Liceus, Escolas, Igrejas existentes; para investimentos Financiamentos/ajudas externas; sustentáveis. • Infra-estruturas comunitárias • • Estado e qualidade dos equipamentos Desenvolvimento de projectos diversos já em sociais; • Falta de terrenos para a • Projectos de iniciativa privada; • curso, tanto a nível público como privado; construção na freguesia de • Financiamentos provenientes das Organizações SL. Órgãos. parceiras; Infra-estruturas

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• Grande percentagem da população jovem; –Abertura regional ao mundo turístico; • Mão de obra pouco qualificada; • Aumento da taxa de desemprego; • 2 Centros de Emprego e Formação profissional; –Investimento interno; • Incapacidade das estruturas locais na • Existência de quadros técnicos; –Implementação de projectos diversos em prol da absorção dos profissionais recém– • Diminuição do poder de comunidade envolvendo associações formados; compra. • Existência de associações de base comunitária

de-obra comunitárias; que zelam pelos problemas sociais da • Falta de iniciativas empresariais e de comunidade, contribuindo para a diminuição da empreendimento privado. Emprego e mão- Emprego taxa do desemprego. • Aumento de n.º de associações juvenis e em • Iniciativa associativa; • Falta de acompanhamento e • Esquecimento dos aspectos maioria desportivas e culturais; coordenação juvenil; histórico-culturais do • Intercâmbio Juvenil no processo do Concelho; • Centro de Iniciativa Juvenil Catchás com desenvolvimento e divulgação cultural; • Fraca atenção aos jovens da periferia programas de animação sócio-culturais; do concelho; • Desinteresse turístico da • Reconhecimento e valorização de talentos e região;

Grandes figuras da música tradicional: funaná e da própria história da vida cultural do • • Diminuição da visita batuque; Concelho. turística na região. Cultura • Aparecimento de novos talentos; • Museus históricos (como Mercado dos Órgãos); • As tradições antigas • Atracção e promoção do turismo. • As artes tradicionais • Uma Equipa Técnica • Formação e aquisição de quadros; • Equipamentos existentes carecendo de • Escasso acesso de saúde na • 1 Delegacia de Saúde • Contratação de médicos equipamentos novos e restauração de região; • 2 Postos Sanitário dos Órgãos e Cancelo estrangeiros/protocolos. fundo, • Diminuição da capacidade • 8 Unidades Sanitárias de Base • Falta de meios de transporte para de resposta social com o • 1 Laboratório como meio para a realização de trabalho de terreno e ambulâncias; aumento da população por

Saúde diagnósticos de saúde • Dificuldade com a evacuação dos via natalícia ou imigratória.

• Uma ambulância e duas viaturas. doentes. • Elevado n.º de atendimento médico por habitantes 1/6585hab.

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VIII. Conclusões/Recomendações

Ao terminar esta fase, pode-se afirmar que se conseguiu obter um conjunto de informações a respeito da situação socioeconómica do Município, objecto deste estudo. Partindo da evolução demográfica, nota-se que a população actual aumentou cerca de 12,5%, nos últimos tempos. Com efeito, o grande contributo dado nas áreas da saúde, educação e formação profissional, o nascimento das pequenas empresas e formas evoluídas da prestação dos serviços como as ligações da rede de água canalizada, da energia eléctrica, e a instalação das instituições sociais no Concelho têm vindo a contribuir para a sua melhoria ao nível socioeconómico. Entretanto, Santa cruz encontra-se assolado por um conjunto de problemas sociais que urge intervenção. Resume-se neste capítulo os principais problemas: • A falta de água para o consumo doméstico para a irrigação; • O desemprego – o emprego depende dos sectores primários da actividade económica e com as secas cíclica, não se espera grandes avanços na agricultura e na pecuária. O sistema tradicional que vigora e domina as actividades primárias como a pesca, agricultura e pecuária, é um entrave considerável ao processo do crescimento económico e desta feita, nunca garantirá oferta de mão-de-obra em escala suficiente de modo a alterar a taxa do desemprego no Concelho. • Baixa qualidade de vida – observando as famílias, é nelas que pairam todos os tipos de dificuldades. Tal como anotamos atrás, o problema da habitação social por degradação ou insuficiência de compartimentos afecta quase 80% das famílias. É preocupante o baixo poder económico das famílias, ainda que careça indicadores de medição da incidência da pobreza nas famílias na situação actual. • Mentalidade Assistencialista – há uma consciência de pobre que conduz a população ao comodismo social e económica. É frequente encontrar famílias numerosas dirigidas apenas pela mulher. A promiscuidade é de certa forma aceitável sem ter em conta as consequências económicas para a(s) família(s). Nas actividades económicas as pessoas insistem no mesmo modo de vida,

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independentemente das receitas conseguidas. Nos serviços, ainda não há uma consciência de ‘cliente anónimo’ e da cota do mercado devido à fraca concorrência entre os prestadores dos mesmos serviços da qual resulta a ineficiência dos serviços prestados. • Fraco investimento – denota-se falta de equipamentos técnicos e materiais para o desenvolvimento em escala, principalmente nas áreas da pesca, do turismo e do comércio/empresas. Santa Cruz possui recursos praticamente inexistentes na maior parte do país e acumula potencialidades ainda não aproveitadas no seu processo de desenvolvimento. Todavia, não é fácil o desbloqueamento das verbas para executar projectos sociais e outros ao ponto de aproveitar alguns recursos. No campo das ameaças, a seca é forte factor de ameaça e contribui grandemente para o fracasso económico do Concelho. No contexto das oportunidades para o desenvolvimento, com os projectos em curso e com os outros já planeados, embora sem fundos, Santa Cruz perspectiva uma evolução gradual e sustentável. Mas fará falta a criação de novas oportunidades a partir destas, ou seja, dar continuidade a cada projecto implementado.

Indutivamente, chegamos aos principais problemas, as que causam outros tantos problemas sociais e que entravam o processo do desenvolvimento. Esses problemas apontados têm acompanhado Santa Cruz desde sempre, isto significa que o desenvolvimento de Santa Cruz depende da sua erradicação. Urge em primeira instância resolver o problema da falta de água e do desemprego. Há que optar entre as urgências a melhor estratégia: resolve-se este primeiro problema investindo seriamente na agricultura, aceitando-a como uma grande potencialidade do Concelho de modo a elevar o rendimento das famílias (agricultores e criadores de gado), ou promove-se um maior investimento nas outras áreas de modo a provocar mudanças de actividades económicas dominantes nesta parcela da população. O grau da pobreza, a baixa escolaridade e o baixo poder de investimento ditam o modo de vida de cada um. Sendo assim, sugere-se a mudança de

76 Gabinete Municipal de Desenvolvimento Local – SC mentalidade/hábitos e o alargamento da área irrigável com apoio de tecnologias modernas de irrigação, como a massificação da rega gota-a-gota.

O desemprego é geral, em todas as zonas, e é mais notável nas famílias cujos chefes são mulheres e jovens. Torna-se necessária uma política de emprego para Santa Cruz com metas a curto, médio e longo prazos, passando pelo estímulo ao investimento e aproximação empresarial à realidade económica santa-cruzense. O investimento nos sectores de comércio, indústria, turismo e pesca é um caminho para o desenvolvimento tendo em conta as principais potencialidades destacadas. É preciso investir em novas tecnologias de produção, transformação (peixe e fruta, por exemplo) e conservação de produtos como forma de estimulação do crescimento económico multifacetado. Não se pode apoiar 100% os jovens e muito menos investir na cultura quando as necessidades insatisfeitas são básicas. Desta feita, o associativismo juvenil é a forma eficaz de combater a qualquer falta de animação sociocultural existente, uma vez que poderão ser os jovens actores do seu próprio desenvolvimento.

Recomenda-se praticamente as mesmas opções estratégicas para o novo concelho dos Órgãos e acrescentando o facto de ser relativamente pequeno, o que facilita a promoção do crescimento sustentável para aquela comunidade de oito mil habitantes. Assim, apontamos para o desenvolvimento dos Órgãos, quatro pontos fortes: i. - O microclima das montanhas (Pico de Antónia e Longueira) que propicia a produção agrícola, principalmente a fruticultura, tendo em conta a escassez da água, e a produção pecuária doméstica. ii. – O foco de São Jorge com o perímetro florestal, o Jardim Botânico, o Centro pecuário e o Centro de Formação Profissional, os quais favorecem o desenvolvimento do turismo rural. Mas, é preciso juntar o útil ao agradável (o clima, a arte e o comércio)... iii. – A falta de espaço disponível para a construção constrange as acções desta Câmara no ramo da construção civil e do ordenamento urbano. A visão citadina do

77 Gabinete Municipal de Desenvolvimento Local – SC ordenamento urbano deve ter em conta as pequenas planícies de Chã das Canárias, da Costa de Horta e Sarrado. iv. – A estimulação das actividades agrícola e comercial pode ser uma boa opção para a sustentabilidade socioeconómica das famílias desta freguesia. Na agricultura dispõe-se de uma boa percentagem de terra arável e pouca água, daí a preconização forçada dos meios de poupança deste precioso recurso.

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Bibliografía

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FONTES ¾ Dossiers de Projectos e relatórios dos departamentos da Câmara Municipal; ¾ Diagnósticos anteriores do Concelho de Santa Cruz; ¾ Entrevistas aos Chefes dos Departamentos da Câmara Municipal; ¾ Entrevista Colectiva e Individual aos Delegados Municipais, Comissões de Moradores e Responsáveis das diferentes instituições sociais de Santa Cruz; ¾ INE, Censo 2000 –CD. ¾ Observação directa e participante.

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80 Gabinete Municipal de Desenvolvimento Local – SC ANEXOS 1. Anexo 1. Cartas Geográficas 1. Carta geográfica da distribuição da população por zonas/Zonas Administrativas do Concelho

81 Gabinete Municipal de Desenvolvimento Local – SC 2. Carta geográfica dos Equipamentos Sociais

82 Gabinete Municipal de Desenvolvimento Local – SC 3. Carta Geográfica da Evolução da população por zonas

83 Gabinete Municipal de Desenvolvimento Local – SC 4. Carta Geográfica da população Activa por localidades

84 Gabinete Municipal de Desenvolvimento Local – SC 5. Carta Geográfica da Repartição da população por nível de ensino

85 Gabinete Municipal de Desenvolvimento Local – SC 6. Carta Geográfica do Espaço Urbano/Rural

86 Gabinete Municipal de Desenvolvimento Local – SC 7. Carta Geográfica de Abastecimento de Agua

87 Gabinete Municipal de Desenvolvimento Local – SC Anexo 2 Estado civil do chefe do agregado familiar por zona

Zona Efectivo Ambos os sexos Masculino Total Taxa MF Taxa Masculino União de União de Tx MF Solteiro Casado facto Divorciado Separado Viúvo Total Solteiro Casado facto Divorciado Separado Viúvo Tx Total SANTA CRUZ 6316 25,2 33,1 30,3 0,2 1,8 9,4 57,2 9,6 46,0 41,9 0,1 0,6 1,8 42,8 São Tiago Maior 4928 28,3 30,1 32,3 0,2 1,5 7,7 55,8 10,9 40,9 45,9 0,1 0,5 1,6 44,2 Achada Belbel 147 29,9 43,5 18,4 0,0 0,0 8,2 54,4 8,8 57,5 31,3 0,0 0,0 2,5 45,6 Achada Fazenda 469 35,4 16,440,1 0,2 1,9 6,0 53,7 17,1 25,0 56,0 0,4 1,6 0,0 46,3 Achada Ponta 77 16,9 28,6 48,1 0,0 0,0 6,5 70,1 13,0 35,2 50,0 0,0 0,0 1,9 29,9 Boaventura 86 23,3 52,3 14,0 0,0 0,0 10,5 55,8 12,5 66,7 16,7 0,0 0,0 4,2 44,2 Boca Larga 25 24,0 28,0 24,0 0,0 8,0 16,0 56,0 14,3 42,9 42,9 0,0 0,0 0,0 44,0 Cancelo 449 31,8 33,0 26,5 0,0 3,1 5,6 47,0 12,8 45,0 39,3 0,0 1,4 1,4 53,0 Chã de Silva 237 21,1 28,7 36,7 0,0 3,4 10,1 57,0 8,9 42,2 45,9 0,0 0,0 3,0 43,0 Julangue 4 0,0 50,0 25,0 0,0 0,0 25,0 75,0 0,0 66,7 33,3 0,0 0,0 0,0 25,0 Librão 77 24,7 32,5 29,9 0,0 5,2 7,8 61,0 12,8 42,6 44,7 0,0 0,0 0,0 39,0 Matinho 124 26,6 37,9 25,8 0,0 0,0 9,7 54,8 2,9 54,4 41,2 0,0 0,0 1,5 45,2 Monte Negro 108 25,9 37,0 32,4 0,0 1,9 2,8 70,4 10,5 47,4 38,2 0,0 1,3 2,6 29,6 Porto Madeira 121 24,0 30,6 30,6 0,0 0,0 14,9 61,2 6,8 40,5 47,3 0,0 0,0 5,4 38,8 Rebelo 48 14,6 56,3 8,3 0,0 2,1 18,8 47,9 0,0 82,6 8,7 0,0 4,3 4,3 52,1 Renque Purga 162 24,1 29,6 33,3 0,0 3,1 9,9 65,4 15,1 38,7 45,3 0,0 0,0 0,9 34,6 Ribeira Seca 102 16,7 38,2 22,5 0,0 1,0 21,6 61,8 6,3 57,1 31,7 0,0 1,6 3,2 38,2 Ribeirão Almaço 28 17,9 17,9 46,4 0,0 0,0 17,9 71,4 5,0 25,0 65,0 0,0 0,0 5,0 28,6 Ribeirão Boi 93 15,1 61,3 12,9 0,0 0,0 10,8 59,1 3,6 78,2 16,4 0,0 0,0 1,8 40,9 Rocha Lama 105 27,6 21,0 42,9 0,0 1,9 6,7 59,0 4,8 27,4 66,1 0,0 0,0 1,6 41,0 Saltos Abaixo 137 19,7 65,7 10,2 0,0 0,0 4,4 51,1 2,9 82,9 12,9 0,0 0,0 1,4 48,9 Santa Cruz 383 39,2 25,1 30,3 0,0 1,6 3,9 54,0 15,0 34,8 48,8 0,0 0,0 1,4 46,0 São Critovão 58 19,0 48,3 12,1 0,0 0,0 20,7 53,4 0,0 74,2 22,6 0,0 0,0 3,2 46,6 Serelho 72 23,6 59,7 8,3 0,0 2,8 5,6 54,2 5,1 79,5 15,4 0,0 0,0 0,0 45,8 Vila de Pedra Badejo 1720 28,9 24,038,4 0,5 1,0 7,3 56,0 11,7 32,5 53,6 0,3 0,5 1,3 44,0 Achada Laje 96 30,2 33,3 32,3 0,0 1,0 3,1 53,1 2,0 49,0 47,1 0,0 0,0 2,0 46,9 São Lourenço dos Orgãos 1388 14,5 43,923,2 0,1 2,8 15,5 62,1 5,3 62,1 29,5 0,1 0,6 2,4 37,9 Achada Costa 42 16,7 33,3 19,0 0,0 11,9 19,0 45,2 0,0 57,9 26,3 0,0 0,0 15,8 54,8 Boca Larga 115 13,9 49,6 16,5 0,0 2,6 17,4 58,3 4,5 67,2 25,4 0,0 0,0 3,0 41,7 29 10,3 58,6 3,4 0,0 3,4 24,1 65,5 0,0 84,2 5,3 0,0 0,0 10,5 34,5 João Goto 39 5,1 64,1 17,9 0,0 7,7 5,1 74,4 0,0 69,0 20,7 0,0 6,9 3,4 25,6 João Teves 248 19,4 36,3 26,6 0,8 2,8 14,1 59,3 10,9 52,4 34,0 0,7 0,7 1,4 40,7 88 Gabinete Municipal de Desenvolvimento Local – SC Lage 85 15,3 40,0 28,2 0,0 1,2 15,3 62,4 3,8 60,4 35,8 0,0 0,0 0,0 37,6 Levada 38 10,5 44,7 26,3 0,0 5,3 13,2 65,8 8,0 60,0 32,0 0,0 0,0 0,0 34,2 Longueira 69 11,6 49,3 18,8 0,0 1,4 18,8 59,4 2,4 70,7 24,4 0,0 0,0 2,4 40,6 Montanha 77 9,1 63,6 14,3 0,0 0,0 13,0 71,4 1,8 78,2 18,2 0,0 0,0 1,8 28,6 Orgãos Pequeno 94 9,6 40,4 25,5 0,0 0,0 24,5 58,5 5,5 65,5 25,5 0,0 0,0 3,6 41,5 Pico Antonia 127 21,3 44,1 18,9 0,0 2,4 13,4 59,8 6,6 61,8 28,9 0,0 0,0 2,6 Pedra Molar 75 24,0 37,3 21,3 0,0 5,3 12,0 61,3 10,9 58,7 28,3 0,0 0,0 2,2 Poilão Cabral 61 6,6 42,6 29,5 0,0 1,6 19,7 59,0 2,8 72,2 25,0 0,0 0,0 0,0 São Jorge 227 13,2 38,3 31,3 0,0 3,1 14,1 66,1 4,7 51,3 40,7 0,0 1,3 2,0 Montaninha 62 8,1 59,7 16,1 0,0 1,6 14,5 71,0 0,0 77,3 20,5 0,0 0,0 2,3

Anos Habitantes 2000 33196 2001 33775 2002 34388 2003 33017 2004 33667 2005 36320 2006 37015 2007 37317 2008 38454 2009 39169 2010 39911

Anexo 3. Índice da Pobreza por Zonas

ILHA/Freguesia/Zonas Incidência Profundidade Intensidade Coeficiente de Gini Santa Cruz 0,547 0,228 0,123 0,427 Santiago Maior 0,536 0,223 0,121 0,431 Achada Belbel 0,651 0,131 0,201 0,276 Achada Fazenda 0,564 0,073 0,129 0,234 Achada Ponta 0,599 0,143 0,238 0,246 Boaventura 0,577 0,091 0,157 0,229 Boca Larga 0,652 0,117 0,180 0,287 Cancelo 0,532 0,077 0,145 0,211 Chã De Silva 0,645 0,065 0,100 0,279 Julangue 0,713 0,244 0,342 0,312 89 Gabinete Municipal de Desenvolvimento Local – SC Librão 0,638 0,071 0,111 0,268 Matinho 0,656 0,098 0,149 0,278 Monte Negro 0,623 0,072 0,115 0,254 Porto Madeira 0,630 0,071 0,112 0,269 Rebelo 0,596 0,122 0,204 0,233 Renque Purga 0,577 0,083 0,144 0,242 Ribeira Seca 0,625 0,085 0,136 0,270 Ribeirão Almaço 0,665 0,144 0,217 0,294 Ribeirão Boi 0,562 0,106 0,189 0,219 Rocha Lama 0,580 0,130 0,225 0,241 Saltos Abaixo 0,505 0,068 0,135 0,186 Santa Cruz 0,633 0,071 0,112 0,267 São Cristóvão 0,705 0,093 0,132 0,315 Serelho 0,511 0,105 0,205 0,193 Vila De Pedra Badejo 0,423 0,036 0,085 0,179 Achada Laje 0,572 0,143 0,250 0,230 S. Lourenço dos Órgãos 0,581 0,241 0,130 0,412 Achada Costa 0,618 0,118 0,190 0,250 Boca Larga 0,632 0,071 0,112 0,265 Fundura 0,691 0,107 0,154 0,295 João Gotô 0,375 0,137 0,364 0,131 João Teves 0,534 0,062 0,117 0,220 Laje 0,509 0,107 0,209 0,190 Levada 0,634 0,131 0,206 0,279 Longueira 0,631 0,093 0,147 0,268 Montanha 0,639 0,087 0,136 0,267 Órgãos Pequeno 0,536 0,081 0,152 0,219 Pico Antónia 0,590 0,070 0,118 0,242 Pedra Molar 0,617 0,092 0,148 0,259 Poilao Cabral 0,617 0,092 0,150 0,265 São Jorge 0,576 0,102 0,176 0,248 Montanhinha 0,618 0,106 0,171 0,246

Fonte: INE

90 Gabinete Municipal de Desenvolvimento Local – SC Anexo 4

GMDL/DELEGAÇÃO MUNICIPAL - NORTE LEVANTAMENTO DOS EQUIPAMENTOS SOCIAIS Equipamentos/ Zonas Cancelo Santa Cruz Achada Bel Bel Boaventura Saltos Serelho Ribeirão Boi Achada Laje Rebelo Quiosque 22 0 004 1 Taberna 17 9 6 3 3 0 2 4 1 Casas Comerciais 10 0 00 1 0 Fornalha 12 0 12 1 2 Poços de Água 54 3 8521 42 Furos 33 1 12 1 0 Escolas 12 2 1111 11 Jardins 21 1 11 1 11 Centros Comunitários 1 0 0 1 1 0 Reservatórios 3 3 Reservatórios/Fontanários 2 1 1 1 Chafarizes Rede de Água x X x Rede Esgoto Rede Energia Eléctrica x x X X x Rede de Telefone x x X x Polivalente x USB 1 1 1 1 Posto Sanitário 1 % de Agricultura de Regadio 30 Instalação de Rega Gota a gota 20% 0 0% Empresas 0 Hotel/Pensão/ Residências Mercado Municipal 1 Minimercado 1 Postos de Abast. Combustível Banco Farmácia Posto Policial Instituições Sociais Associações Sócio-comunitário 1 91 Gabinete Municipal de Desenvolvimento Local – SC Associações culturais/desportivas 1 Famílias com Casas degradadas 9 Famílias c/ Casas Peq/ Ag. Numerosos 9 Infra-estruturas degradas 1 Cemitérios 0 Igrejas 0 Capelas 1 Outros

GMDL/DELEGAÇÃO MUNICIPAL – ÓRGÃOS LEVANTAMENTO DOS EQUIPAMENTOS SOCIAIS Montanha Órgãos LevadaFuncos Achada Pico Várzea Nha João- Pedra São Ribeirão João-Fundura CovadaPequenoPoilão Costa Equipamentos/ Zonas Antónia Santana Gotô Amolar Laje Jorge Longueira Galinha TevesB.Larga C Quiosque 1 19 Taberna/BAR 3 1 2 2 4 1 2 12 32 3 1 1 Casas Comerciais 22 15 Fornalha/Engenho de Aguardente 2111 111 Poços de Água 1 111 Galarias de Água 3 1 Furos 1 1 1 1 1 1 1 1 Escolas 311 12311 Jardins 11 11 1121111 Centros Comunitários 1 1 1 1 Reservatórios 6 1 1 1 Reservatórios/Fontanários 1 1 111 Chafarizes 1 1 1 1 1 1 Rede de Água X X X X X X X X 1 Rede Esgoto Rede Energia Eléctrica X X X X X X X S 33 34 Rede de Telefone X X x X X X X X X 1 X S X X 1

33 Excepto Fundura. 34 Ligação Satélite – 1 telefone. 92 Gabinete Municipal de Desenvolvimento Local – SC Polivalente/placa desportiva 1 1 1 X 1 1 USB 1 1 Posto Sanitário 1 % de Agricultura de Regadio 40 60 2 8 10 25 5 3 Instalação de Rega Gota a gota% 5 7 5 4 Empresas 2 Hotel/Pensão/ Residências 1 Mercado Municipal 1 Minimercado 2 Postos de Abast. Combustível 1 Banco Farmácia 1 Posto Policial 1 Instituições Sociais (INIDA) 3 Associações Sócio-comunitário 1 1 1 1 4 2 1 2 Associações culturais/desportivas 2 1 1 3 9 2 2 1 1 Famílias com Casas degradadas Famílias c/ Casas Peq/ Ag. Numerosos Infra-estruturas degradas 1 Cemitérios 1 Igrejas 1 Capelas 1 Restaurantes 1 1 1 Outros Barrag.

GMDL/DELEGAÇÃO MUNICIPAL – CENTRO LEVANTAMENTO DOS EQUIPAMENTOS SOCIAIS Porto Porto Achada Ponta Rocha Achada Equipamentos/ Zonas Abaixo Acima Fátima Cutelinho Salina Achada Lama Igreja Chã da Silva/Matinho Quiosque 3 130 10 0 Taberna 310103 53 4 Casas Comerciais 151 2 Fornalha 00 2 Poços de Água 00 2 Furos 00 8 93 Gabinete Municipal de Desenvolvimento Local – SC Escolas 004 11 7 Jardins 204 11 3 Centros Comunitários 00 1 Reservatórios 0 0 1 1 3 Reservatórios/Fontanários 0 0 1 3 Chafarizes 1 0 3 1 1 1 1 Rede de Água X X X X X X 0 Rede Esgoto 0 0 0 Rede Energia Eléctrica X X X X X X X Rede de Telefone 1 X x X X X Polivalente 0 1 USB 0 1 1 Posto Sanitário 0 1 Deleg % de Agricultura de Regadio 0 80 Instalação de Rega Gota a gota 0 35 Empresas 0 1 7 Hotel/Pensão/ Residências 1 1 Mercado Municipal 01 Minimercado 13 Postos de Abast. Combustível 0 2 1 Banco 0 2 Farmácia 0 1 Posto Policial 0 1 Instituições Sociais 3 1 4 Associações Sócio-comunitário 1 3 1 1 1 Associações culturais/desportivas 10 5 11 4 1 4 1 Famílias com Casas degradadas 30% 30 40 45 40 20 20 Famílias c/ Casas Peq/ Ag. Numerosos 25 25 20 30 38 15 5 Infra-estruturas degradas 1 Cineteatro 1 1 Cemitérios Igrejas 1 1 Capelas

94 Gabinete Municipal de Desenvolvimento Local – SC Centro Outros Protc. Civil

GMDL/DELEGAÇÃO MUNICIPAL –– SUL LEVANTAMENTO DOS EQUIPAMENTOS SOCIAIS Achada Achada Porto Monte Gil Ribeira S. Ribeirão Equipamentos/ Zonas Fazenda Ponta Renque Madeira Negro/Mangue André/Aguada Seca Cristóvão Caiumbra Almaço Quiosque 2 1 1 Taberna 19 3 3 2 1 3 1 Casas Comerciais 23 2 4 2 2 1 3 1 Fornalha 2 Poços de Água 2 1 2 3 1 Furos 2 1 1 1 1 1 1 3 1 2 Escolas 1 1 1 1 1 1 1 Jardins 2 1 1 1 1 1 Centros Comunitários 1 1 Reservatórios 1 2 1 1 1 1 Reservatórios/Fontanários 1 1 1 1 1 Chafarizes 4 1 1 1 1 Rede de Água x X Rede Esgoto Rede Energia Eléctrica x x x X X Rede de Telefone x x x x x X Polivalente 1 1 USB 1 Posto Sanitário % de Agricultura de Regadio 60 10 35 10 45 40 75 35 40 Instalação de Rega Gota a gota 15 7 8 6 15 20 10 6 Empresas Hotel/Pensão/ Residências 1 Mercado Municipal 1 Minimercado 2 Postos de Abast. Combustível 95 Gabinete Municipal de Desenvolvimento Local – SC Banco Farmácia Posto Policial Instituições Sociais Associações Sócio-comunitário 3 1Pescador 1 1 1 1 Associações culturais/desportivas 6 1 2 1 1 1 1 Famílias com Casas degradadas 40 30 38 30 35 15 25 27 7 7 Famílias c/ Casas Peq/ Ag. Numerosos 22 15 40 20 28 10 22 30 5 5 Infra-estruturas degradas 3 2 2 1 Cemitérios Igrejas 2 1 Capelas 1 1

96 Gabinete Municipal de Desenvolvimento Local – SC Anexo 5 CÂMARA MUNICIPAL DE SANTA CRUZ GABINETE MUNICIPAL DE DESENVOLVIMENTIO LOCAL Lista das Instituições do Concelho Freguesia de São Lourenço dos Órgãos

N.º Nome Localização Contacto Cariz Institucional 1 Animadoras Missionárias Várzea da Igreja, Paços da Paróquia. 2711130 Religiosa 2 Associação de Agricultores Avicultores Pecuária Órgãos 2711570 Assoc. sócio-comunitário 3 Associação Agro – Órgãos Lage 2711209/10 Assoc. sócio-comunitário 4 Associações Missionárias Órgãos 2711114 Religiosa 5 Centro de Formação de São Jorge São Jorge 2711200/1165 Governamental 6 Centro de Promoção e Desenvolvimento João Teves 2711034/5 Associativa Agrícola 7 Conservatória dos Registos Notariado João Teves 2711041 Governamental Identificação 8 Cooperativa Nova Vida São Jorge 2711178 Privada 9 Correios de Cabo Verde, SARL João Teves (Gabinete de Chefia) 2711111 Privada 10 Escola Ensino Básico Complementar João Teves 2711150 Governamental 11 Escola n.º20 São Jorge 2711176 Governamental 12 INFA –Instituto Nacional de Fomento Agro- São Jorge 2711196 Governamental pecuário 13 INIDA – Inst. Nac. De Investigação e São Jorge 2711127/47/61 Governamental Desenvolvimento Agrário 14 Paróquia de S.L. Órgãos. Várzea da Igreja, João Teves 2711695/1134 Religiosa 15 Pólo Educativo n.º15 Mercado 2711297 Governamental 16 Posto Policial João Teves 2711185 Governamental 17 Posto Sanitário João Teves 2711129 Governamental

97 Gabinete Municipal de Desenvolvimento Local – SC Freguesia de Santiago Maior

N.º Nome Localização Contacto 1 ACM - Associação das Empresas industriais e Pedra Badejo 2691493 Profissionais de Carpintaria, Marcenaria de Santa Cruz 2 Associação Agro-Boaventura Boaventura 2693187 3 Associação Comunitária Para o Desenvolvimento de Cancelo 2692872 Cancelo 4 Associação dos Trabalhadores Justino Lopes Santa Cruz 2691554/8 5 Association Francese de Voluntaire AFVP Achada Fátima (Já não Existe) 2694145 6 Banco Comercial Atlântico BCA Achada Fátima Gerª 2691376/77fax:88 7 Cabo Verde Telecom Achada Fátima 2691189/1303 8 Câmara Municipal Porto Baixo 2691510/Fax1313 9 Centro Comunitário de Cancelo Cancelo 269 3154 10 Centro Concelhio de Alfabetização Pedra Badejo 2691329 11 Centro de Ensino de Pedra Badejo Pedra Badejo 2694262 12 Centro de Formação Profissional Achada Fátima 2691762 13 Centro de Juventude Porto Acima 2692998/4003 14 Comissão de Recenseamento PB 2691764/1155 15 Comete Municipal de Luta Contra Sida Santa Cruz 2694206 16 Conservatória dos Registos Notariado Identificação Achada Fátima 2691324 17 Cooperativa Carpintaria Leibnitz Achada Fátima 2691346 18 Cooperativa Panificação Tropicana Achada Fátima 2691649 19 Delegação da Agricultura e Pesca de Santa Cruz PB 2691419/1096 /1107 20 Delegação Escolar de Santa Cruz Achada Fátima 2692547/1317 21 Delegação Marítima de Pedra Badejo PB 2691798 22 Delegação do Registo Civil e Notariado de Santa Cruz Achada Fátima 2691372

98 Gabinete Municipal de Desenvolvimento Local – SC 23 Delegacia de Saúde Achada Fátima 2691330/1101 24 ELECTRA, SA – Empresa de Electricidade e Água Achada Fátima 2692892 25 EMPA –Empresa de Abastecimento, AS Achada Fátima 2691422 26 ENACOL- Empresa Nacional de Combustíveis, SARL Achada Fátima 2691141 27 Escola EBC Achada Campo 2691353 28 Escola EBI, Polo n.º1 PB 2692134 29 Escola Secundária de Santa Cruz Achada Campo 2692910/4241 30 Esquadra Autónoma de Santa Cruz Achada Fátima 2691332/1070 31 Fabrica Pastelaria Panificação Bolacha Cancelo 2691073 32 Farmácia Djodina Achada Fátima 2692302/2589 33 Federação Nacional das Cooperativas PB 2691424 34 Fenacoop – Federação Nacional das Cooperativas de PB 2691962 consumo 35 Igreja Adventista do 7.º Dia/. Achada Fátima 2691483 36 Igreja Nazarena Achada Fátima/P. Baixo 2694122 e 1123 37 Igreja Nova Apostólica PB 2691220 38 Igreja Universal do Reino de Deus PB 2692678 39 Indústria Moderna Pedra Badejo(Achada Igreja) 2692210 Covada (Órgãos) 40 Jardim Infantil Sta Teresa Menino Jesus PB 2691026 41 Luz Esperança, LDA Achada Fátima 2691022 42 Miko Técnica Electricidade e Electrónica PB 2692170 43 OMCV –Organ. Das Mulheres de CV Achada Fátima 2691343 44 Oriversaria Tiobety PB 2691827 45 Padaria Parente Borge Salina 2692969 46 Paróquia Santiago Maior PB 2691374 47 Pólo Educativo de S.ta Cruz PB, 2692304 48 Posto Sanitário de Cancelo Cancelo 2691300 49 Procuradoria da República – Comarca de S.ta Cruz PB, Achada Fátima 2691459

99 Gabinete Municipal de Desenvolvimento Local – SC 50 Promat PB 2691494 51 Repartição de Finanças se S.ta Cruz PB 2691427 52 SADE – Sociedade de Apoio ao Desenvolvimento PB 2691240 Empresarial 53 Serviço Autónomo de Energia e Água Porto Abaixo/CMSC 2692110/2576 54 Shell Cabo Verde, SARL Achada Fátima 2691639 55 Silo Investimento Campany, LDA Porto Acima atrás do Mercado 2691333 56 Snak Bar Explanada Calam PB 2692223 57 TIARA- Residencial Porto Abaixo 2691819/20 58 Site Café Porto Abaixo 2691501 Tiara 59 Tomix Gravação e Produção – Júlio Pires Achada Fátima 2692000 60 Tribunal da Comarca de S.ta Cruz Achada Fátima 2691250/1354

100 Gabinete Municipal de Desenvolvimento Local – SC Anexo 6. Localização de Fontes/Reservatórios e Furos Fonte: SAAS.

F3-036 S3-06 R3-015 ACHADA FAZENDA CIMA CODIGO SISTEMA FONTE LUGAR F3-028 S3-07 R3-017 TAMAREIRA F3-001 S3-01 R3-005 SALTOS F3-029 S3-08 R3-018 SECHANE F3-002 S3-01 R3-001 MARGOSA F3-030 S3-08 R3-018 JOÃO TORO CIMA F3-003 S3-01 R3-005 CHA GRANDE F3-031 S3-08 R3-018 CHÃ DA SILVA F3-004 S3-01 R3-005 COQUEIRO F3-037 S3-09 R3-021 ACHADA PONTA F3-005 S3-01 R3-002 SALTOS F3-038 S3-09 R3-022 GUARDA VENTO F3-006 S3-01 R3-004 A.LAJE F3-039 S3-09 R3-023 RENQ. PURGA F3-007 S3-01 R3-006 C.SANCHES F3-040 S3-09 R3-024 RENQ. PURGA F3-008 S3-01 R3-006 C.SANCHES F3-041 S3-09 R3-025 PORTO MADEIRA F3-009 S3-02 R3-007 CHÃ MOREIRA(fora de uso) F3-042 S3-09 R3-026 PORTO MADEIRA F3-010 S3-02 R3-007 ACHDA BAIXO(fora de uso) F3-043 S3-09 R3-027 PORTO MADEIRA CIMA F3-011 S3-02 R3-009 ACH. BEL-BEL F3-044 S3-09 R3-026 PORTO MADEIRA CIMA F3-012 S3-03 ? RIBEIRÃO BOI F3-045 S3-09 R3-026 PORTO MADEIRA CIMA F3-013 S3-03 ? RIBEIRÃO BOI F3-046 S3-10 R3-030 S. CRISTOVÃO F3-014 S3-04 R3-010 SERELHO F3-047 S3-11 R3-031 BONINA F3-015 S3-04 R3-011 SERELHO F3-048 S3-12 R3-032 ORGÃOS PEQUENO CIMA F3-016 S3-04 R3-012 REBELO F3-049 S3-12 R3-032 ORGÃOS PEQUENO BAIXO F3-017 S3-05 R3-013 STA CRUZ(fora de uso) F3-050 S3-13 R3-033 ACHADA COSTA F3-018 S3-05 R3-014 TERRA BRANCA F3-051 S3-14 R3-034 LEVADA F3-019 S3-06 R3-015 ACHADA CRUZ F3-052 S3-15 R3-35 MACATI F3-020 S3-06 R3-015 PONTA BELEM F3-053 S3-16 R3-036 RIBEIRAO MOURA F3-021 S3-06 R3-015 ACHADA FATIMA F3-054 S3-17 R3-038 F.MARQUES BAIXO F3-022 S3-06 R3-015 PORTO CIMA F3-055 S3-17 R3-038 F.MARQUES CIMA F3-023 S3-06 R3-015 CUTELINHO F3-056 S3-17 R3-037 JOAO TEVES F3-024 S3-06 R3-015 PONTA CUTELINHO F3-057 S3-17 R3-037 JOAO TEVES CIMA F3-025 S3-06 R3-015 REF. AGRARIA F3-058 S3-17 R3-038 JOAO TEVES CIMA F3-026 S3-06 R3-015 SALINA F3-059 S3-18 R3-039 RIBEIRAO GALINHA F3-027 S3-06 R3-015 PONTA ACHADA F3-060 S3-19 R3-040 LONGUEIRA F3-032 S3-06 R3-015 ROCHA LAMA F3-061 S3-21 R3-042 CHA DE VACA F3-033 S3-06 R3-015 ACHADA IGREJA(fora de uso) F3-062 S3-21 R3-042 CHA DE VACA ACHADA FAZENDA BAIXO(fora de F3-063 S3-22 R3-044 COVADA F3-034 S3-06 R3-015 uso) F3-064 S3-22 R3-043 BUGUENDA F3-035 S3-06 R3-015 ACHADA FAZENDA MEIO 101 Gabinete Municipal de Desenvolvimento Local – SC F3-065 S3-22 R3-043 LAGE P. FERRO F3-066 S3-23 R3-045 JOAO GOTO F3-067 S3-24 R3-046 PICO ANTONIA F3-068 S3-24 R3-046 VARZEA SANTANA F3-069 S3-25 R3-047 MERCADO ORGAOS F3-070 S3-26 R3-048 CONTRADA F3-071 S3-27 ? MONTANHA F3-072 S3-27 R3-050 LIBRAO F3-073 S3-27 ? MONTANHA BAIXO F3-074 S3-27 ? MONTANHA CIMA F3-075 S3-28 R3-052 BOCA LARGA F3-076 S3-29 R3-053 MONTE NEGRO F3-077 S3-29 R3-054 MONTE NEGRO F3-078 S3-30 R3-055 CHÂ DE CAMELO F3-079 S3-31 R3-056 RIBEIRÃO ÉGUA

102 Gabinete Municipal de Desenvolvimento Local – SC

Anexo 7. Relação de realizações em Santa Cruz a partir de 2000 Fonte: Gabinete do Presidente.

Zona Realização Ano C. Estimado Saltos Abertura de estrada 2004 1.500.000$00 Achada Laja Telefone 2001 ? Construção de 1 sala de aula 2002 1.500.000$00 Construção da casa de banho 2003 900.000$00 Electrificação 2003 5.000.000$00 Placa desportiva 2003 3.000.000$00 Ligação domiciliaria de agua 2005 2.500.000$00 Cancelo Calcetamento de Estrada de Achada Baixo 2000 5.000.000$00 Vedação da Escola de EBI 2001 1.500.000$00 Construção do Jardim Infantil 2001 2.000.000$00 Construção do Centro Comunitário 2003 6.000.000$00 Ligação de agua em Chã Moreira 2003 3.000.000$00 Calcetamento de Chã Moreira 2004 8.000.000$00 Ligação domiciliaria de agua em Achada Baixo 2005 5.000.000$00 Achada Bel Bel Telefone 2002 ? Ligação de agua no domicilio 2003 5.000.000$00 Electrificação 2003 4.000.000$00 Construção de uma Sala de aula 2002 2.500.000$00 Construção de 1 casa de banho 2003 900.000$00 Construção de 1 Jardim Infantil 2003 2.500.000$00 Boaventura Construção de 1 Centro Comunitário 2002 3.000.000$00 Telefone 2003 ? Ribeirão Boi Electrificação 2000 1.500.000$00 Protecção da margem da Ribeira 2002 2.000.000$00 Construção do Jardim Infantil 2003 2.500.000$00

103 Gabinete Municipal de Desenvolvimento Local – SC

Serelho Construção de 1 sala de aula 2002 1.900.000.$00 Construção do complexo sanitário 2003 1.200.000$00 Rebelo Construção de 1 Centro Comunitário 2005 2.500.000$00 Pinga Mel Construção de 1 complexo Sanitário 2003 1.500.000$00 Santa Cruz Ligação domiciliaria de agua 2003 6.000.000$00 Construção de muro de protecção 2003 4.000.000$00 Construção de 1 Jardim Infantil 2005 2.500.000$00 Melhoramento de 1 poço e rega gota-a-gota 2003 7.000.000$00 Feitura e equipamento de 1 um furo L. Pereira 2004-05 4.000.000$00 Construção do reservatório 50m3 e rede para Monte 2005 3.000.000$00 Rabelado Chã de Camelo Ligação de Agua e chafarizes 2003 3.000.000$00 Ligação de Telefone 2004 ? Monte Rabelado Construção de Reservatório de agua e chafariz 2003 1.800.000$00 Pedra Badejo Construção da Ponte João Sanches 2000 4.000.000$00 Construção do Centro de Formação Profissional 2000 15.000.000$00 Abertura de Gambota 2003 4.000.000$00 Calcetamento de Cutelinho 2002 6.000.000$00 Calcetamento de Ponta Belém 2002 6.000.000$00 Calcetamento Muro Branca 2002 3.000.000$00 Calcetamento Avenida Leibnitz 2004 15.000.000$00 Calcetamento Avenida Nha Nacia Gomi 2005 13.000.000$00 Construção da Placa desportiva Achada Fátima 2001 2.000.000$00 Construção da Placa desportiva de Salina 2003 5.000.000$00 Construção da Placa desportiva de Ponta Achada 2004 4.000.000$00 Construção do Jardim de Ponta Achada 2002 2.000.000$00 Construção de 2 Salas de aula Ponta Achada 2003 4.000.000$00 Construção de 5 Salas de aula em Salina 2003 10.000.000$00 Construção do Falucho 2003 17.000.000$00

104 Gabinete Municipal de Desenvolvimento Local – SC

Construção do Liceu 2003 50.000.000$00 Calcetamento do Acesso ao Centro de Saúde 2005 5.000.000$00 Construção do Centro de Protecção Civil 2005 18.000.000$00 Construção do Jardim Infantil de Salina 2005 2.500.000$00 Reabilitação do Centro de Francofonia 2005 2.000.000$00 Rocha Lama Construção do Jardim Infantil 2003 2.500.000$00 Ligação domiciliaria de agua 2003 3.000.000$00 Achada Igreja Construção do Jardim Infantil 2002 2.500.000$00 Ligação domiciliaria de agua 2003 3.000.000$00 Achada Fazenda Ligação de agua a Cananga 2001 2.000.000$00 Electrificação de Cananga 2001 1.500.000$00 Calcetamento de Achada Fazenda Baixo 2002 4.000.000$00 Construção do Centro Comunitário 2003 8.000.000$00 Ligação domiciliaria de agua 2005 6.000.000$00 Construção da rede de agua de Renque para Achada Fazenda 2003 3.000.000$00 Renque Purga Construção de 1 Sala de aula 2002 1.500.000$00 Electrificação 2001 5.000.000$00 Telefone 2002 ? Ligação domiciliaria de agua 2004 5.000.000$00 Sala Ligação domiciliaria de agua 2004 500.000$00 Telefone 2002 ? Construção de 1 Centro Comunitário 2005 2.500.000$00 Porto Madeira Construção de 1 Sala de aula 2002 1.500.000$00 Telefone 2002 ? Monte Negro Ligação de agua 2003 2.500.000$00 Gil André Construção do Complexo Sanitário 2001 1.500.000$00 Construção da rede de agua 2003 2.000.000$00 Aguada Construção da rede de agua 2003 1.500.000$00 Achada Ponta Telefone 2002 ?

105 Gabinete Municipal de Desenvolvimento Local – SC

Construção da rede de agua 2003 1.500.000$00 Electrificação 2003 3.000.000$00 Arruamento 2004 2.000.000$00 S. Cristóvão/ Construção da rede de agua 2004 4.000.000$00 Caiumbra Taberna Construção da rede de agua 2004 5.000.000$00 Electrificação 2003 2.000.000$00 Macati Telefone 2003 ? Electrificação 2003 2.000.000$00 Librao Construção de 1 Jardim Infantil 2003 2.500.000$00 Construção de 1 capela 2003 600.000$00 Ribeirão Almaço Melhoramento do Centro Comunitário 2002 500.000$00 Feitura e equipamento de 1 furo mais rede de agua 2005 4.000.000$00 Ribeira dos Picos Electrificação 2003 8.000.000$00 Construção de 1 Sala de aula 2002 2.000.000.00 Construção do Gabinete do Gestor 2003 1.500.000$00 Boca Larga Baixo Melhoramento de vários poços 2002 2.000.000$00 Levada Ligação de agua 2003 1.500.000$00 Várzea da igreja Ligação de agua 2003 -04 3.000.000$00 João Teves Ligação de agua 2003 4.000.000$00 Construção do Centro de Saúde 2001 5.000.000$00 Carreira Ligação de agua 2003 2.000.000$00 Mato Raia Ligação de agua 2003 3.000.000$00 S. Jorge/C. Vaca Ligação de agua 2002 5.000.000$00 Construção do Jardim infantil 2005 2.500.000$00 Covada Electrificação 2001 1.500.000$00 Ligação de agua 2002 2.000.000$00 Telefone 2002 ? R. Galinha Telefone 2001 ?

106 Gabinete Municipal de Desenvolvimento Local – SC

Ligação de agua 2003 3.000.000.00 Longueira Construção de 2 salas de aula 2003 4.000.000$00 Ligação de agua 2003 500.000$00 Telefone 2003 ? Pico de Antónia Telefone 2003 ? Construção de 2 salas de aula 2003 4.000.000$00 Construção de 1 jardim infantil 2005 2.500.000$00 Mercado Construção de uma Placa Desportiva 2003 4.000.000$00 Fundura Construção do Complexo sanitário 2003 1.500.000$00 Compra de 1 casa para jardim infantil 2005 1.200.000$00 Boca Larga Construção de 4 salas de aula 2003 8.000.000$00 Construção de 1 complexo sanitário 2004 1.000.000$00 Montainha Construção de 1 complexo sanitário 2002 1.500.000$00 Melhoramento da Escola do EBI 2003 500.000$00 Montanha Melhoramento da Escola do EBI 2003 500.000$00 Nhagar Construção de 1 complexo sanitário 2003 1.000.000$00 Funcos Construção de 1 Centro Comunitário 2003 3.000.000$00 Ligação de agua 2003 1.500.000$00 Telefone 2003 ? Desencravamento de localidades 2003 800.000$00 Órgãos Pequeno Construção do Mini-polivalente 2003 6.000.000$00 Construção do complexo sanitário de P. Carga 2002 1.500.000$00 Ligação de agua Poilao 2004 2.000.000$00 Poilao Construção da Barragem 2005 ?

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Anexo 8. PLANO DE TRABALHO DO GMDL Actividades Meses Março Abril Mai. Jun. Jul. Ago. Set. Out. Nov. Dez. Jan. 1. Instalação do Gabinete Contratação da Equipa Compra de equipamentos/materiais de escritório Divulgação do GMDL 2. Elaboração do Diagnóstico Elaboração de um Índice Recolha e Leitura de documentos Relevantes Programa de Entrevistas Processar informações Redacção do Diagnóstico 3. Elaboração de um Plano Estratégico do Desenvolvimento Recolha e Leitura de documentos Relevantes Índice do Documento (Plano Estratégico do Desenvolvimento) Entrevista a pessoas chaves Elaboração do Documento/PED 4. Planificação Participativo Identificar Grupos de Trabalho Realização de Atelier Elaboração dos relatórios do atelier 5. Actividades de Projectos Reuniões com promotores do projecto Elaboração de fichas de projectos 6. Concertação com os Actores Elaboração de propostas do mecanismo/sistema de concertação 7. Seguimento/Acompanhamento Relatório mensal das actividades Avaliação intermédia e anual

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Anexo 9. GUIÃO ORIENTATIVO

ARRANQUE DO PROCESSO DE ELABORAÇÃO DOS PLANOS DE DESENVOLVIMENTO LOCAL (PDL)

(I) Visita de terreno ao Município para a apreensão da realidade local (observação “in loco” da realidade existente no que concerne as questões socioeconómicas e de emprego, bem como os problemas e oportunidades existentes)

(II) Definição de zonas de amostragem a nível municipal (zonas e espaços geográficos representativos do Município em termos sócio-económico e de emprego)

PROCEDIMENTO:

1. Selecção de zonas consideradas de amostragem através de uma matriz de pontuação alargada:

a) Recurso ao CENSO 2000 ou outras fontes de informação fiáveis e actualizadas sobre as zonas existentes no Município (colocar na matriz todas as zonas de acordo com as últimas estatísticas oficiais)

b) Identificar espaços geográficos de interesse no quadro do diagnóstico e planeamento sócio-económico

c) Definir critérios considerados importantes para a selecção dos domínios socioeconómicos, das zonas e espaços geográficos representativos

Proposta critérios: A – Grau de incidência/severidade dos problemas socioeconómico e de emprego B – Oportunidades socioeconómicas e de emprego C – Recursos D – População residente E – Concentração de problemas sócio-económicos e de emprego comuns a outras zonas/espaços geográficos

d) Atribuição do total de pontos a distribuir na matriz para cada critério, em função da sua importância relativa no conjunto dos critérios escolhidos

e) Distribuição de pontos na matriz (distribuir pontos, na vertical e para cada critério, tendo em conta cada zona e/ou espaço geográfico)

f) Proceder à soma dos pontos por zona e/ou espaço geográfico e na horizontal

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g) Organizar as prioridades

h) Retirar as ZONAS DE AMOSTRAGEM (zonas e espaços geográficos representativos)

III – Elaboração LISTA CURTA DE ACTORES

PROCEDIMENTO:

III.1. Elaboração da lista longa dos actores Abarca os agentes sócio-económicos, líderes locais, parceiros institucionais locais e nacionais, poder político, agentes financiadores locais, nacionais e internacionais,...)

III.2. Estabelecer critérios para a priorização dos actores (para facilitar a elaboração da lista curta)

Proposta critérios: A – Importância sobre a causa do problema B – Dependência dos recursos C – Nível de actuação junto da sociedade civil D – Grau de intervenção com as mulheres E – Importância do papel político-institucional F - Intervenção no domínio da criação de emprego G – Grau de conhecimento da realidade local H – Financiamento de acções e projectos

III.3. Estruturação da matriz

PRIORIZAÇÃO ACTORES SOCIAIS

Actores Critérios de priorização Pont. Prior. Socioeconómicos A B C D E F G

... Total

III.4. Atribuição do total de pontos a distribuir na matriz para cada critério, em função da sua importância relativa no conjunto dos critérios escolhidos

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III.5. Distribuição de pontos na matriz (distribuir pontos, na vertical e para cada critério, tendo em conta cada actor ambiental)

III.6. Proceder à soma dos pontos por actor ambiental e na horizontal

III.7. Organizar as prioridades

III.8. Selecção dos principais actores (actores prioritários), os quais constituirão a LISTA CURTA DOS ACTORES SÓCIO-ECONÓMICOS.

(IV) ELABORAÇÃO DO PLANO DE CONSULTA DOS ACTORES AMBIENTAIS (Cronograma de Actividades de Consulta - Plano específico visando uma gestão criteriosa e eficiente da consulta dos actores sócio-económicos e em conformidade com o tempo estabelecido).

Iv.1. Utilizar os instrumentos anteriormente elaborados (zonas de amostragem e lista curta de actores).

IV.2. Identificação de métodos participativos a aplicar no quadro da consulta (encontros com a população local, encontros com grupos de interesse, entrevistas semi-estruturadas e encontros temáticos).

Obs.: Ter em devida conta a aplicação de técnicas e instrumentos participativos (recurso ao Mapeamento Participativo, utilização do MOVE, ... consoante contextos específicos e condições existentes para a sua aplicabilidade).

IV.3. Definir zonas de intervenção com recurso às zonas seleccionadas na amostragem representativa do Município em termos sócio-económicos.

V.4. Identificar domínios temáticos, os quais serão objecto de uma consulta especializada com o objectivo de aprofundar a pesquisa e aproveitar de forma racional as competências locais existentes no domínio de desenvolvimento local e sócio-económico (encontros com representantes de instituições locais com intervenção no domínio sócio-económico, técnicos, departamentos específicos da Câmara Municipal, directores de eventuais projectos em curso no Município, classe política, outras competências consideradas de interesse)

IV.5. Definir os actores ambientais a envolver nas acções de consulta a serem realizadas (recurso à lista curta dos actores)

Obs : Acrescentar sempre que se mostrar necessário algum actor considerado pertinente e que eventualmente não figura na lista curta elaborada

IV.6. Escalonar as actividades no tempo, distribuídas ao longo de 2 meses (Junho e Julho/05)

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(V) REDACÇÃO DO PDM

V.1CAP. I: INTRODUÇÃO – Proceder à pesquisa sobre o conceito de Sustentabilidade Socio-económica e criação de empregos a nível municipal e descrever em aprox. 1 Página o conceito (recorrer à documentação disponibilizada e outros documentos disponíveis e acessíveis)

V.2. CAP. II – CARACTERIZAÇÃO GERAL DO MUNICIPIO:

V.2.1. Analisar os pontos que integram o capítulo, podendo ser introduzida alguma alteração, consoante a pertinência dos itens no contexto da Caracterização Geral do Município (caracterização socio-económica)

V.2.2. Proceder à identificação e recolha de documentos importantes e disponíveis para efeito de pesquisa bibliográfica e redacção do capítulo.

CONCLUSÃO: Seguindo correctamente as orientações retidas nesse GUIÃO, encontram-se criadas as reais condições para a GMDL dar início ao trabalho de terreno (CONSULTA DOS ACTORES) e proceder paralelamente à redacção do PDM (Caps. I e II).

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Guião de Encontro com Agentes Socioeconómicos

Actividade: Encontro com a População Local

I – Introdução – Apresentação do Projecto GMDL. II – «Pensar Globalmente, Agir Localmente» Breve abordagem sobre a importância do desenvolvimento socioeconómico na actualidade para a vida dos povos e nações; Importância do nível socioeconómico das comunidades no Contexto do Desenvolvimento sustentável das comunidades locais nesse Município. III – Reflexão sobre os recursos socioeconómicos existentes e a sua importância para a vida das populações locais. IV – Apreciar as tendências da situação actual. V – Identificar os principais Problemas socioeconómicos do Município e da população visitada, em particular. VI – Analisar os Principais Problemas Socioeconómicos: as causas e efeitos/impactos. VII – Analisar as oportunidades identificadas (pontos fortes e fracos, viabilidade no horizonte do plano. VIII - Auscultar propostas para a solução dos problemas. IX - Recolher Subsídios sobre a visão dos munícipes para o desenvolvimento socioeconómicos das comunidades do Município, no horizonte do Plano. X – Projectos Importantes no domínio socioeconómico para as comunidades;

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